história e atualidade reg. norte e pará

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História da região Norte do Brasil Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. (Redirecionado de História da Região Norte do Brasil ) Ir para: navegação , pesquisa A história da região Norte do Brasil foi decisiva para a formação do atual estado nacional e seu contexto geográfico estratégico no contexto continental. Os primeiros habitantes da região Norte, como no resto do país, foram os indígenas , que compartilhavam uma diversificada quantidade de tribos e aldeias , do período pré-colombiano até a chegada dos europeus . Os espanhóis , entre eles, Francisco de Orellana , organizaram expedições exploradoras pelo rio Amazonas para conhecer a região. Após longas viagens ao lado de Francisco Orellana , Gonzalo Hernández de Oviedo y Valdés , escreveu em Veneza , uma carta ao cardeal Pedro Bembo , exaltando a fauna e a flora existentes na região até certa época. Em 1616 , chegaram os portugueses . Eles construíram fortes militares para defender a região contra a invasão de outros povos. Os portugueses também se interessaram pelas riquezas da Floresta Amazônica . Com isso, a região também foi parte de caminhos do Movimento das Bandeiras . Os missionários vieram para a região à procura de índios para catequizar. Eles reuniam os índios em aldeias chamadas missões . As missões deram origem a várias cidades. Os brasileiros de outros estados, principalmente nordestinos , vieram para a região Norte a fim de trabalhar na extração da borracha . Muitas famílias japonesas vieram trabalhar nas colônias agrícolas. Os japoneses iniciaram a plantação da pimenta-do-reino e da juta . Durante as décadas de 60 , 70 e 80 , os governos militares implantaram um grande plano de integração dessa região com as demais regiões do Brasil, incluindo a construção de várias rodovias (como a rodovia Transamazônica ), instalação de indústrias e a criação da zona franca de Manaus .

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Page 1: História e Atualidade Reg. Norte e Pará

História da região Norte do Brasil

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.(Redirecionado de História da Região Norte do Brasil)Ir para: navegação, pesquisa

A história da região Norte do Brasil foi decisiva para a formação do atual estado nacional e seu contexto geográfico estratégico no contexto continental.

Os primeiros habitantes da região Norte, como no resto do país, foram os indígenas, que compartilhavam uma diversificada quantidade de tribos e aldeias, do período pré-colombiano até a chegada dos europeus.

Os espanhóis, entre eles, Francisco de Orellana, organizaram expedições exploradoras pelo rio Amazonas para conhecer a região. Após longas viagens ao lado de Francisco Orellana, Gonzalo Hernández de Oviedo y Valdés, escreveu em Veneza, uma carta ao cardeal Pedro Bembo, exaltando a fauna e a flora existentes na região até certa época.

Em 1616, chegaram os portugueses. Eles construíram fortes militares para defender a região contra a invasão de outros povos. Os portugueses também se interessaram pelas riquezas da Floresta Amazônica. Com isso, a região também foi parte de caminhos do Movimento das Bandeiras.

Os missionários vieram para a região à procura de índios para catequizar. Eles reuniam os índios em aldeias chamadas missões. As missões deram origem a várias cidades.

Os brasileiros de outros estados, principalmente nordestinos, vieram para a região Norte a fim de trabalhar na extração da borracha. Muitas famílias japonesas vieram trabalhar nas colônias agrícolas. Os japoneses iniciaram a plantação da pimenta-do-reino e da juta.

Durante as décadas de 60, 70 e 80, os governos militares implantaram um grande plano de integração dessa região com as demais regiões do Brasil, incluindo a construção de várias rodovias (como a rodovia Transamazônica), instalação de indústrias e a criação da zona franca de Manaus.

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História do Pará

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.Ir para: navegação, pesquisa

A História do Pará começa antes do descobrimento do Brasil, quando o atual território do estado era povoado pelos Marajoaras.

Ver artigo principal: Grão-Pará

A província tornou-se estado com a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889.

Índice

[esconder] 1 Revoltas contra o Império 2 Ciclo da Borracha

o 2.1 Primeiro ciclo o 2.2 Segundo ciclo

3 Redescoberta 4 A colonização do sudeste paraense e a Mineração em

Carajás

5 Atualidade

Revoltas contra o Império

A Província do Pará foi a última a ser incorporada ao Império, quando da Independência do Brasil uma vez que, com fortes laços com Portugal, não aceitou fazer parte da nova nação. Apesar do dia 15 de Agosto ser feriado estadual, questiona-se hoje o mérito da comemoração, já que houve uma "anexação" à Coroa Brasileira e não uma "adesão" por parte dos paraenses.

Outro dos principais episódios da história paraense foi a Cabanagem, uma revolta popular onde os rebelados tomaram o controle regional, que custou anos para o Império reprimir. Outro episódio é a Adesão do Pará à Independência do Brasil:

Ciclo da Borracha

Primeiro ciclo

O Pará apresenta uma economia sem relevância até cerca de 1880, quando começa o Ciclo da Borracha: muitos imigrantes são recebidos, principalmente do nordeste, para realizarem a extração do látex em latifúndios pertencentes à elite da capital, Belém. Durante quase quarenta anos, Belém do Pará foi a residência de barões da borracha, onde foi construída até uma réplica de Paris pelo então prefeito Antônio Lemos: uma reforma urbana invejável até por Rio de Janeiro e São Paulo. Na década de 1910 termina o ciclo da borracha, voltando o Pará à pobreza: passando a ser apenas um mero fornecedor de matérias-primas para o sudeste brasileiro.

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Segundo ciclo

Na Segunda Guerra Mundial, pelas mãos de Getúlio Vargas, foi criado o Banco de Crédito da Borracha para incentivar a retomada da extração de látex para a exportação, com a demanda dos Estados Unidos, o que ficou conhecido como o Segundo Ciclo da Borracha. Na mesma época, o governo estadunidense, interessado na localização estratégica de Belém, implanta importantes obras na capital, como o aeroporto, a vila militar e o Grande Hotel. Porém o segundo ciclo não tarda a findar: com a rendição do Japão, cessam os interesses militares dos Estados Unidos, são liberadas as colónias produtoras de borracha na Ásia, perdendo novamente a preferência pela borracha amazônica, sendo o Pará renegado outra vez à pobreza: intensifica-se o papel de fornecedor de matéria-primas para a crescente indústria do sudeste.

Redescoberta

Porém, sem dúvida foi na época de 1960 que o Pará foi redescoberto: o presidente JK constrói Brasília e paralelamente constrói rodovias radiais ligando diversas regiões do país a nova capital, sendo a rodovia Belém-Brasília uma delas: mudou a temática de transportes no Pará e na Amazônia, que era quase completamente fluvial, passa a ser rodoviarista. Essa estrada facilitou o escoamento de produtos e pessoas em direção ao Distrito Federal e ao resto da nação.

A colonização do sudeste paraense e a Mineração em Carajás

Já nos governos militares, criou-se uma concepção que a Amazônia possuia um sólo extremamente fértil (tese rechaçada recentemente), sendo um vazio demográfico que deveria ser devastado e populado para ser o celeiro agrícola da nação, para garantir a posse das terras ao Brasil e para amenizar conflitos por terras em outras regiões, com o lema Terras sem homens para homens sem terra.

Paralelamente, foram realizadas prospecções minerais no Sudeste do Pará (região que tem Marabá como cidade-pólo), responsáveis por descobrirem as Reservas de Carajás: gigantescas reservas mineralógicas que deveriam ser exploradas.

Foi-se realizado um grande plano de colonização das terras que margeavam as estradas, na linha entre Belém e Brasília (Sudeste do Pará): onde foram implantadas agrovilas e rurópoles, muitos migrantes foram atraídos, principalmente do Nordeste e do Sul do Brasil, porém fracassaram os planos de assentamento: os colonos abandonaram seus lotes e mudaram-se para as maiores cidades do Sudeste Paraense, ocasionando inchaço, houve grilagem de terras, constituição de latifúndios, devastação, desterritorialização de populações tradicionais, corrida pelo ouro em Serra Pelada e a distância do estado: um clima extremamente propício para que o Sudeste Paraense tornasse-se um local desflorestado, dominado por uma elite agrária, muito produtivo (de bens primários) e principalmente extremamente violento. Antes dos planos de colonização, o Pará tinha cerca de 80 municípios, agora são 143 municípios, quase todos criados no Sudeste do estado.

A construção na Hidrelétrica de Tucuruí é a maior hidrelétrica 100% brasileira e faz parte do plano de crescimento econômico da região: foi inaugurada pelo presidente João Figueiredo, servindo principalmente como fornecedora de energia a baixo custo para os grandes projetos minerais e secundariamente para a população comum do estado.

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Atualidade

Atualmente, com uma economia baseada na exploração mineral, o Pará é a maior reserva mineralógica do planeta: 75% de todas as exportações do Pará é minério, principalmente proveniente das Reservas de Carajás; 13% de madeira, também proveniente principalmente do Sudeste Paraense; 2% de pimenta e 10% de outros produtos (principalmente energia elétrica, da hidroelétrica de Tucuruí). Sua capital é uma metrópole comparável a Belo Horizonte, Porto Alegre ou a Brasília, com vôos para a Europa, Miami e Caribe sem necessidade de conexão em outras regiões brasileiras. Goza de uma infra-estrutura urbana herdada do Ciclo da Borracha, onde ocorrem frequentes e seguidos booms imobiliários promovidos por grandes construtoras; a indústria estadual, ainda fraca, é baseada na siderurgia para exportação, seu setor primário (agropecuária e mineração) é concentrada no Sudeste do estado, sua rede de transportes valoriza o rodoviarismo e despreza o fluviarismo, maior potencial de transportes da Amazônia, por uma imposição dos brasileiros.

O Estado pode ser dividido basicamente em três grandes áreas:

1. Nordeste Paraense: menor região em território, cerca de 22% do estado, possui a capital, Belém do Pará, que também é sua cidade-pólo e a 10º maior cidade brasileira em número de habitantes [1.437.600 - segundo dados do Censo 2009]. Sem dúvida essa é a região com a melhor qualidade de vida, possui uma grande malha viária, bom estado de conservação da floresta amazônica e maior presença do poder público. Especializada no setor terciário (comércio e serviços), há pouca concentração fundiária e melhor infra-estrutura para o turismo e estabelecimento de escritórios: é a região mais populosa e povoada, onde a população é tradicionalmente paraense (origem basicamente luso-indígena). Aí estão os menores municípios do Pará em cobertura territorial. É dominada por uma elite ligada aos setores de comunicação, construção civil e supermercadista.

2. Sudeste Paraense: A região que mais gera riquezas do estado, cobrindo cerca de 25% do mesmo, tem Marabá como cidade-pólo. Possui um grande parque agromineral voltado para a exportação, é onde estão situadas as Reservas de Carajás e o maior número de latifúndios. Apenas cerca de 20% da população é paraense, é a região do Bico do Papagaio, onde há a maior concentração de conflitos fundiários no Brasil, já estando essa violência mais amena, se comparada a décadas atrás. A região não pára de receber migrantes, principalmente nordestidos empobrecidos, visando empregos simples e sub-empregos, e fazendeiros sul-sulistas emergentes visando a aquisição de terras para o empreendimento do agronegócio. Existe a previsão que serão mais um milhão nos próximos três anos, uma situação preocupante. Ainda com muitos conflitos no campo e dominada por uma elite aristocrática ligada a terra, essa região está quase toda devastada. Possui 1,3 milhões de habitantes e 14 milhões de cabeças de gado: mais de 10 cabeças de gado per capta.

3. Oeste do Pará: compreende mais da metade de todo o Estado, é a região menos povoada e menos populosa, que menos gera riqueza, onde a floresta amazônica está melhor preservada. Esta região compreende o centro, o sudoeste, o oeste e o noroeste do Pará, tem Santarém como cidade-pólo. Tendo sua população tradicionalmente de paraenses, a região vem sofrendo recente crescimento econômico com o escoamento de soja produzida no Mato Grosso (maior produtor sojeiro do planeta) através da hidrovia Tapajós-Teles Pires e da rodovia Santarém-Cuiabá, o produto é transportado até o porto de Santarém, onde é embarcado diretamente para a exportação internacional. 5% de toda a soja exportada por Santarém já é de produção própria. A região é dominada por uma elite de comerciantes e de fazendeiros tradicionais, possui os maiores e menos habitados municípios do Pará, em extensão territorial, entre eles, Altamira, que é o maior município do mundo.

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Conhecimentos Gerais e Atualidades das Regiões Norte e Centro-Oeste

Conforme Edital N.º 3/2007-PRF, de 5 de novembro de 2007.

Região Norte

QUADRO NATURALO quadro natural é o traço mais marcante do complexo amazônico: a extensa

planície, o clima Equatorial, quente e úmido, a exuberante Floresta Equatorial e a riquíssima rede hidrográfica são os principais elementos formadores do quadro natural.

RELEVONa extremidade norte da região, localiza-se o Planalto das Guianas, na divisa com

a Venezuela, Colômbia e as Guianas. Está dividido em duas porções: o Planalto Norte-Amazônico e a Região Serrana, onde se encontra a Serra do Imeri, com os pontos mais altos do Brasil: o Pico da Neblina, com 3.014m, o Pico 31 de Março, com 2.992m, ambos no Estado do Amazonas. Na extremidade sul, encontra-se o Planalto Central.

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Entre os planaltos, ocupando a maior parte da região Norte, está a Planície Amazônica, atravessada pelo Rio Amazonas. A planície também é conhecida como Várzea, por ser atingida pelas cheias do Rio Amazonas.

HIDROGRAFIAA Região Norte é banhada pela maior bacia hidrográfica do mundo, formada pelo

Rio Amazonas e seus afluentes. São quase cinco milhões de quilômetros quadrados só no território brasileiro, banhando também uma vasta área da região Centro-Oeste e uma pequena parte do Nordeste.

Os rios Tocantins e Araguaia, embora não sejam afluentes diretos do Amazonas, estão incluídos nessa bacia, pois eles desembocam no Golfão Marajoara, na foz do Amazonas. A maior ilha fluvial do mundo, Bananal, está localizada no Rio Araguaia, no Estado de Tocantins.

Os afluentes do Amazonas procedem dos dois hemisférios e, por essa razão, ocasionam duas épocas de cheia. A nascente e alguns afluentes vêm da Cordilheira dos Andes, onde recebem água na época do degelo.Os fenômenos da “Pororoca” e da “Terra Caída” são próprios do Rio Amazonas. A “Pororoca” é o grande choque resultante do encontro das águas do rio com as águas do mar, em marés altas, nas fases de Lua nova. As terras caídas são resultantes dos deslizamentos de terrenos marginais não consolidados. São as “ilhas flutuantes”, que se deslocam com as águas do rio. A rede fluvial do Amazonas é formada por numerosos rios e por muitos cursos menores, que são os furos, os igarapés e os paranamirins. Os furos são canais naturais de ligação entre rios ou lagos, muito freqüentes nessa bacia. Os igarapés são pequenos rios utilizados pelas populações ribeirinhas. São os “caminhos de canoa”, onde navegam as montarias. Os paranamirins são pequenos braços dos rios que circundam as ilhas fluviais.

Muitos rios são de planície, o que favorece a navegação. O Rio Amazonas permite a navegação de embarcações de grande porte até o Porto de Manaus. Já os rios de planalto permitem a obtenção de energia elétrica.

Em 1978, começaram a ser construídas usinas hidrelétricas na região. Atualmente várias estão concluídas, e muitas outras projetadas. Entre as que estão em funcionamento estão Tucuruí e Curuá-Una, no Pará; Balbina, no Amazonas; Samuel, em Rondônia; Coaraci Nunes, no Amapá.

CLIMAO tipo de clima predominante na região é o Equatorial, muito quente e chuvoso. A

temperatura média anual é 25°C e a quantidade de chuvas de 1.500 a 2.500mm/ano. Levando em conta a temperatura, a única estação existente é o verão ou estação quente. Quanto à pluviosidade, durante 4 a 5 meses (maio a agosto), ela não é excessivamente grande, atingindo maior volume nos 7 ou 8 meses restantes (setembro a abril). A esse período de chuvas mais abundantes, os moradores da região chamam inverno. Em alguns trechos do Amazonas, Pará, Roraima e praticamente todo o Estado do Tocantins, ocorre o clima Tropical, um pouco menos chuvoso que o Equatorial.

O fenômeno da “friagem” só ocorre em alguns dias do ano, quando é inverno no hemisfério sul, atingindo o sul do Amazonas, o Acre e Rondônia. Esse fenômeno provoca a queda brusca da temperatura durante alguns dias, quando parte da massa de ar polar, vinda do pólo sul, penetra no território brasileiro através das planícies do Pampa e do Pantanal atingindo a região.

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VEGETAÇÃOA Região Norte é coberta pela maior e mais exuberante floresta da superfície

terrestre, que ultrapassa nossos limites territoriais. Devido à irregularidade do relevo, a Floresta Amazônica se apresenta em três subtipos:

- a floresta da parte mais baixa, permanentemente alagada, chamada Floresta de Igapó;

- a floresta inundada apenas durante as cheias do Rio Amazonas e seus afluentes, que é a Mata ou Floresta de Várzea e

- a floresta que se encontra a salvo das inundações e é denominada Floresta de Terra Firme. Nessa floresta, que corresponde a 70% da massa florestal amazônica, encontram-se as árvores mais altas, destacando-se a castanheira, que chega a atingir 50m de altura.

A Floresta Amazônica apresenta as seguintes características:- é densa: muito fechada e de difícil penetração;- é latifoliada: rica em folhas grandes;- é heterogênea: com grande variedade de espécies e- é pobre em vegetação rasteira: falta luz no interior da selva.

Desde a década de 1980, a floresta tem sido objeto de grande preocupação em todo o mundo, devido às queimadas e a outras formas de devastação que já resultaram no desmatamento de mais de 12% de sua área total. A derrubada para o aproveitamento da madeira, feita de forma descontrolada, provoca a devastação de grandes áreas da floresta, pois buscam-se as árvores mais importantes comercialmente.

A derrubada para posterior queimada é um método utilizado por pequenos agricultores da região para o cultivo da terra. Mas as áreas mais devastadas (em extensão) pela utilização desse método são aquelas que pertencem a grandes fazendeiros e empresas que, após a queimada, plantam capim e soltam algumas cabeças de gado. O solo pobre da região, sem a sua cobertura vegetal e pisado constantemente pelo gado, transforma-se em terreno arenoso. Nos Estados do Amapá, em Tocantins, Rondônia e Roraima, há alguns trechos de Cerrado.

TRANSPORTESDevido à extensão da Bacia Amazônica e ao grande número de rios que a

compõem, o transporte fluvial é de grande importância. Entre os principais portos fluviais sobressaem-se os de Manaus, na margem esquerda do Rio Negro, com seu cais flutuante para fazer frente às enchentes; o de Santarém, exportador de madeira e látex; o de Guajará-Mirim, Rondônia; o de Rio Branco, no Acre e o de Porto Velho, em Rondônia.

A partir de 1970, foi grande o número de rodovias que se abriram, ligando o Norte ao restante do país. A mais importante delas e que se encontra toda asfaltada é a Belém-Brasília.

A Rodovia Transamazônica, se concluída, deveria ter cerca de 5.500km de extensão, saindo de Picos, no Piauí, e indo até Benjamim Constant, no Amazonas, para fazer conexão com algumas rodovias peruanas. Atualmente, possui um trecho trafegável de apenas 1.434km, dos 2.500km concluídos. O seu movimento é pequeno. A chuva foi um grande problema durante a sua construção e continua sendo para sua conservação.

Outras rodovias que atravessam a região são: a Manaus-Venezuela, a Cuiabá-Santarém, a Brasília-Acre, a Porto Velho-Manaus e a Cuiabá-Porto Velho (BR-364), que, em 10 anos de existência, levou mais de 1 milhão de pessoas para Rondônia, provocando o desmatamento rápido de 21% da vegetação do Estado.

O transporte ferroviário não é expressivo. Destacam-se, nesse setor, a Estrada de Ferro do Amapá, que transporta o manganês da Serra do Navio para o Porto de Santana, em Macapá e a Estrada de Ferro Carajás (890km), que liga a área de exploração ferrífera

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de Carajás ao Porto de Itaqui, no Maranhão, onde o ferro e outros minerais extraídos na área são embarcados.

A construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (364km de extensão), inaugurada em 1912, em plena Selva Amazônica, causou a morte de milhares de ope- rários atingidos por doenças tropicais, como malária e outras. Atualmente, está desativada.

No transporte aéreo, a região é atendida pelas principais companhias aéreas do país e por pequenos aviões de particulares. Os aeroportos de maior movimento são os de Belém e Manaus.

POPULAÇÃOA Região Norte é a menos povoada do Brasil. As dificuldades de acesso, a grande

floresta, tudo influi para que o povoamento seja menos intenso do que em outras regiões. A população é estimada em 7% do total nacional. Além de ser escassa, está mal distribuída. A maior densidade demográfica está em Belém, em Manaus e nas demais capitais. No interior dos Estados a população se concentra ao longo dos rios, pela facilidade de acesso com barcos. Roraima é o Estado menos povoado da região.

O povoamento da região ocorreu pelas migrações internas, atraindo pessoas do Nordeste, do Centro-Oeste e do Sul que se interessaram em plantar, criar gado ou enriquecer com o garimpo e a exploração de madeiras nobres. Imigrantes japoneses implantaram a cultura da juta e da pimenta-do-reino. A Amazônia é, também, o principal reduto dos povos indígenas e palco de grandes problemas judiciários (questão da terra).

AGRICULTURADurante muito tempo, pensou-se que o solo da Região Norte era muito fértil,

levando em conta a exuberância que a floresta apresenta. Mas a realidade é muito diferente. Cerca de 75 a 80% dos solos apresentam baixíssima fertilidade e só podem ser explorados para a Agricultura com grandes investimentos em técnicas agrícolas.

O solo é fértil, enquanto existe a floresta, pois, diariamente, caem minerais e matérias orgânicas, provenientes de folhas, galhos e animais mortos. Todo esse material se decompõe e penetra no solo junto com a água das chuvas. No caso de se derrubarem as árvores, o solo não será mais “alimentado” por matéria orgânica e ficará pobre, sem fertilidade, sem contar a erosão que é provocada pela ação da água das chuvas.

Uma parte considerável da população rural nortista pratica a Agricultura de Subsistência, que visa ao sustento da família e é praticada próxima dos rios. Na Várzea é aproveitado o solo mais fértil, por receber matéria orgânica transportada pelos rios e depositada ao longo de suas margens.

A prática da Agricultura Comercial, que começou a se desenvolver com a chegada dos japoneses, enfrenta alguns problemas para alcançar um melhor desempenho. A distância dos grandes centros consumidores do país e a baixa fertilidade dos solos requerem uma maior aplicação de técnicas agrícolas, tornando o custo muito elevado.

Algumas das principais áreas que produzem em escala comercial são: - a zona Bragantina, onde se pratica a cultura de pimenta-do-reino, da malva e de

alguns cereais;- as áreas de cultivo mais recentes, como as dos Estados de Rondônia, Tocantins,

Acre, sul do Pará e Amazonas, onde se cultiva o milho, o feijão, o arroz e o cacau;- o vale médio do Rio Amazonas, onde é praticada a cultura da juta.

PECUÁRIAO caráter dessa atividade é, predominantemente, extensivo, empregando pouca

mão-de-obra. A produtividade é baixa. O principal rebanho é o de bovinos. As mais importantes áreas de criação são os campos de Tocantins, do Pará, de Roraima e do Amapá. No Estado do Amazonas, o principal local de criação de gado bovino é a Ilha do Careiro, próxima a Manaus. Na Ilha de Marajó (Pará), desenvolve-se a criação de búfalos, mais resistentes às condições físicas do local.

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O búfalo é o símbolo e a principal fonte de renda da Ilha de Marajó. É criado em grandes fazendas e utilizado em diversas atividades. Forte e resistente às enchentes e aos seis meses de chuva por ano, fornece carne e leite para os habitantes da ilha e é comercializado em Belém. É usado para puxar o principal meio de transporte, “o carro de búfalo”.

INDÚSTRIAGraças ao aumento na produção de energia elétrica, aos incentivos

governamentais e a uma maior integração com as demais regiões do país, a região está desenvolvendo sua industrialização.

Os dois principais centros onde se localizam as indústrias de bens de consumo são Belém e Manaus. A cidade de Manaus, a partir da década de 70, devido à criação da Zona Franca, apresenta crescimento industrial e ampliação da sua área de influência.

As indústrias de transformação (serrarias) e de bens de consumo (tecelagens, óleos) que utilizam as matérias-primas regionais perderam importância para as que fabricam os produtos eletroeletrônicos.

Na Zona Franca de Manaus localiza-se um grande número de indústrias eletro-eletrônicas internacionais que aí fazem a montagem de seus aparelhos e se beneficiam da utilização de peças e componentes importados, sem pagamento de taxas alfandegárias.

EXTRATIVISMOUm dos principais recursos minerais da região é o manganês. Suas principais

jazidas se concentram na Serra do Navio, no Amapá, e se destinam, sobretudo, à exportação, através do Porto de Santana, para os EUA.

Nos Estados de Rondônia e do Amazonas são importantes as jazidas de cassiterita (minério de estanho), que ainda carecem de um melhor aproveitamento. Têm um preço compensador no mercado externo.

No Pará, foram descobertas importantes jazidas de bauxita (minério de alumínio) em Paragominas, na Serra dos Carajás e no Vale do Rio Trombetas. Existem várias empresas estrangeiras operando na exploração e industrialização da bauxita para a produção de alumínio na região: a Alcan, empresa canadense; a Alcoa e a Reinolds, empresas norte-americanas.

Na Serra dos Carajás desenvolve-se, intensamente, a extração do minério de ferro através de um projeto industrial chamado Grande Carajás. Nesse local existem, também, depósitos de outros minérios, como cobre, manganês, ouro e bauxita.

A exploração de ouro é feita, principalmente, por garimpeiros, com técnicas rudimentares. As principais áreas de mineração de ouro são:

- Serra Pelada, no Pará, de onde já se chegou a retirar 14 toneladas em um ano (1983). Atualmente, a produção é pequena;

- Rio Tapajós, no Pará, a área de mineração do ouro mais antiga da região é chamada “coração dourado” da Amazônia;

- Serra dos Carajás, no Pará, de onde se extrai grande quantidade por ano;- várias áreas dos Estados de Roraima, Amapá e Amazonas;- Rio Tocantins, no Estado de Tocantins;- Rio Madeira, no Estado de Rondônia.

A exploração de ouro tem trazido vários problemas ambientais, como a poluição dos rios por mercúrio e a derrubada da vegetação, além de conflitos com indígenas que vivem na região.

No Extrativismo Vegetal, destaca-se a castanha-do-pará, o palmito, a borracha (extraída da seringueira) o caucho, gomas não-elásticas (sorva, balata) e grande quantidade de madeira. O babaçu é encontrado no Tocantins.

Na extração animal, a Amazônia contribui com grande parte do pescado consumido no país.