home.iscte-iul.pthome.iscte-iul.pt/~apad/aced/textos/mortes/casos de morte... · web viewfaleceu no...

32
Dossiers Reafirmax da overdose de Litos Caso 1. 2000-05-04 Morte de jovem em Angra do Heroismo “Marco Paulo Pereira, era recluso no EPR de Angra do Heroísmo há mais de quatro anos, tinha 28 anos, na manhã do dia 03 de Maio os seus companheiros de cela verificaram que havia morrido durante o sono.(…) ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS por um membro da ACED preso NO EPR DE ANGRA DO HEROÍSMO De 01ABR 2000 a 11MAI 2000 (…) 03MAI – Encontrado morto de manhã na sua cama, Marco Paulo Pereira, 28 anos, detido há 4,5 anos. Possível ataque cardíaco provocado pela ingestão excessiva de psicotrópicos e/ou a ingestão indevida de metadona. Caso 2. 31-08-2000 (…) o recluso juguslavo Yirsad Dudic detido no EP de Faro (…) fez 3 semanas dia 16 de Agosto de 2000 que tecido do pénis do lado esquerdo começou a desenvolver-se de forma a que parecia então “ter a forma de uma manga”. O médico e os serviços clínicos, aos olhos dos queixosos, não parecem dispostos a prestar auxílio eficaz, e as dores não param nem a perspectiva de ser tratado parecia estar no horizonte. Estava nessa altura há 4 dias sem urinar. Caso 3.

Upload: nguyenduong

Post on 29-May-2018

312 views

Category:

Documents


66 download

TRANSCRIPT

Dossiers Reafirmax da overdose de Litos

Caso 1. 2000-05-04

Morte de jovem em Angra do Heroismo

“Marco Paulo Pereira, era recluso no EPR de Angra do Heroísmo há mais de quatro anos, tinha 28 anos, na manhã do dia 03 de Maio os seus companheiros de cela verificaram que havia morrido durante o sono.(…)

ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS por um membro da ACED preso NO EPR DE ANGRA DO HEROÍSMO

De 01ABR 2000 a 11MAI 2000 (…)

03MAI – Encontrado morto de manhã na sua cama, Marco Paulo Pereira, 28 anos, detido há 4,5 anos. Possível ataque cardíaco provocado pela ingestão excessiva de psicotrópicos e/ou a ingestão indevida de metadona.

Caso 2. 31-08-2000

(…) o recluso juguslavo Yirsad Dudic detido no EP de Faro (…) fez 3 semanas dia 16 de Agosto de 2000 que tecido do pénis do lado esquerdo começou a desenvolver-se de forma a que parecia então “ter a forma de uma manga”. O médico e os serviços clínicos, aos olhos dos queixosos, não parecem dispostos a prestar auxílio eficaz, e as dores não param nem a perspectiva de ser tratado parecia estar no horizonte. Estava nessa altura há 4 dias sem urinar.

Caso 3.29-06-2000

greves de fome em Pinheiro da Cruz

de Luís Manuel Teixeira Mendes, para ter acesso a cuidados de saúde.

Caso 4.2000-06-15Overdose em Pinheiro da Cruz

Faleceu no dia 10.6.00 pelas 23 horas Carlos Manuel Romão Nobre Guerreiro, recluso 203. Tinha 38 anos.

Caso 5.

2000-08-20Programa de metadona interrompido por transferência

Manuel Alfredo Correia Soares, recluso, foi transferido do Estabelecimento Prisional de Lisboa para Vale de Judeus

Caso 6. 2000-07-07

Cuidados de saúde lastimáveis em Pinheiro da Cruz(…)João Filipe Santos Ventura, nº22, partiu um braço no início de Junho e foi-lhe

diagnosticado qualquer outra coisa e tratado a pomadas, durante 14 dias, pela enfermeira Teresa, que terá vindo de Caxias (não sabemos se do Hospital se do EP) com más referências profissionais. Desconhecem-se desenvolvimentos.

João Paulo Lacerda, nº 107, adoeceu da bexiga em 15 de Junho. O médico – que é alvo de uma queixa crime de um recluso que, por via dessa queixa, foi transferido para outro estabelecimento prisional – receitou-lhe um medicamento, aparentemente sem diagnóstico, que lhe envenenou o fígado e levou os serviços clínicos a enviarem-no em evidente mau estado para o Hospital de Setúbal no dia 4 de Julho. (…)

Leonel Costa, nº 17, seropositivo, pediu protecção contra uma constipação ou uma alergia (…) o enfermeiro Viriato deu ordem aos faxinas para darem a injecção ao doente. Passado pouco tempo, Leonel ficou deformado e impossibilitado de andar. Deu entrada no Hospital de Setúbal dia 6 de Julho e as autoridades prisionais abriram um inquérito.

2000-07-10Morte de António Sousa Litos

(…) António Sousa Litos viveu na Ala 4 de Pinheiro da Cruz e, sendo material e concreto, muitos reclusos o terão visto vivo nessa altura.

Do texto da carta de V.Exa ficamos sem saber se o nome é completamente desconhecido dos serviços prisionais ou se apenas não se sabe, morto ou vivo, do paradeiro do mesmo.

(…) Noto apenas que me tem chegado notícias de Pinheiro da Cruz em que os reclusos se sentem tão ameaçados com as práticas “clínicas” que alvitram a hipótese de andarem a usá-los como cobaias para experiências.

Lisboa, 2001-09-05

João Filipe Santos Ventura está detido em Pinheiro da Cruz. Em 2000-07-07 num ofício com o título “Cuidados de saúde lastimáveis em Pinheiro da

Cruz”, escrevíamos o seguinte: “João Filipe Santos Ventura, nº22, partiu um braço no início de Junho e foi-lhe diagnosticado qualquer outra coisa e tratado a pomadas, durante 14 dias, pela enfermeira Teresa, que terá vindo de Caxias (não sabemos se do Hospital se do EP) com más referências profissionais. Desconhecem-se desenvolvimentos.” Passados todos estes meses o recluso anda com o braço torto, devido à falta de cuidados mas também devido à falta de assunção de responsabilidade (…)

Caso 7.2000-01-20

Recluso pobre abandonado até à morte, pondo em grave risco a saúde de todos os companheiros

Henrique Mário Abrantes dos Santos, de 32 anos, recluso no Estabelecimento Prisional de Lisboa à data da sua morte, na manhã de 18 de Janeiro de 2000, é filho de D.Palmira de 76 anos e de um homem ao tempo recluso no EPL. (…) Nunca conheceu advogado ou médico. Morreu, segundo se julga, com hepatite B, tuberculose e SIDA. (…) Havia já cinco dias que não aparecia no refeitório. O frio que sentia às 8 horas da manhã podia ser da fome. (…) Ao meio dia já a família sabia da morte do seu filho. Mas só às 19 horas ele terá sido retirado da cela. (…)

Sem vergonha nem temor, e na presença de testemunhas, os guardas não se coibiram de agredir verbalmente a mãe ferida de morte. (…)

Caso 8.

2000-06-10

De Vale de Judeus

Recebemos do estabelecimento com este nome informações de graves incidentes ocorridos recentemente.

1. Delfim dos Santos Sousa, nº 531, foi colocado em cela disciplinar por 20 dias sem ser observado previamente pelo médico. É portador de uma hepatite B desde 1983.

2. José António Maia dos Santos, nº353, numa tentativa de suicídio cortou o pescoço com grande profundidade. Encontra-se interno no Hospital de Caxias.

3. António José Dias, nº109, colocado em cela disciplinar por nove dias sem ser previamente observado pelo médico. Cortou-se todo. Dizem que se encontra na enfermaria do Linhó.

(…)

Caso 9.2000-05-29

A vida e a morte, na prisão

(…) Armando José Silva Guerreiro, seropositivo e com perturbações mentais, recluso no 375 de Pinheiro de Cruz, se encontra numa situação desesperada, de que são testemunhas as três tentativas falhadas de enforcamento de que foi autor e vítima. Queixa-se de não estar a ser convenientemente medicado para se proteger da doença que vive consigo.

Dia 27 de Junho o pedido de ser internado na enfermaria foi-lhe recusado. Nesse dia ao fim da tarde deita fogo à cela e é salvo por companheiros que ainda não estavam fechados. À noite aparece empoleirado numa árvore.

A solução encontrada foi a de o encarcerar na cela disciplinar da enfermaria e de lhe darem psicotrópicos em quantidade. (…)

Caso 10.2000-01-23

A segunda morte do ano 2000 no Estabelecimento Prisional de Pinheiro da Cruz

(…) Jorge Manuel Dias Gama, nº740 do EPPC. Em situação de RAVI, evadiu-se. Faz sete meses terá sido recapturado. Há cinco dias aplicou-se-lhe um castigo de cela disciplinar. Ontem, sábado, auto-mutilou-se e ameaçou suicidar-se que o mantivessem em cela disciplinar. Enforcou-se hoje com um cinto na cela disciplinar. (…)

Caso 11.2000-04-27

Risco de vida na prisão

(…) Alfredo Manuel Andrade da Silva Santos, E.P.Coimbra nº 241/6557, que quer ser transferido de prisão mais para o Norte, por forma a (…) deixar de se sentir ameaçado de morte.

Caso 12.2000-05-17

Espancamento em Pinheiro da Cruz

Recebemos a informação do espancamento do recluso Fernando Pina Monteiro nº534 ocorrida hoje.

(…) gabinete do chefe de guardas onde terá sido espancado com bastões e enviado ao chão onde foi pontapeado. No pátio, mas tarde, voltou a ser batido com bastões no pátio e foi fechado na cela com sinais na pele resultantes das batidas.

Casos 13. e 1499.09.05

Dois casos de espancamentos de reclusos, em Pinheiro da Cruz e em Angra do Heroísmo

Dia 20 de Agosto, por altura do fecho das celas (19h), o recluso António Palma 8nº841), que se encontra em tratamento psiquiátrico, (…) um grupo de oito a dez guardas (…) todos eles empunhando bastões e um deles escudo protector, juntamente com dois cães, espancaram o António Palma, tendo este ficado com as costas marcadas por vários vergões e escoriações ensanguentadas. Posteriormente, de rastos, levaram-no para a enfermaria onde (…) lhe aplicou uma injecção contra a vontade deste. (…)

Agostinho Areias está preso preventivamente em Angra do Heroísmo, desde 8 de Julho. Um agente da Polícia Judiciária usou o seu estatuto profissional para o espancar no dia 14 de Agosto pelas 15 horas. (…)

Caso 15. a 22.Estabelecimento Prisional de Pinheiro da CruzUMA “PRISÃO MODELO” COM PÉS DE BARRO !(Março/99 – Março 2000 : Doze meses de patifarias em nome do “Estado de Direito”)

(…)4 Abr. 99 – Morte do recluso JOSÉ MARQUES ROSA (conhecido por “O Palhaço”)Apesar de não injectar heroína, pese embora a circunstância de a inalar, apareceu morto na sua cela, com uma seringa artesanal espetada num dos braços. A sua irmã declarou expressamente, a um órgão de comunicação, que o falecido teria “o braço e o pescoço partidos”. O cunhado, ex - funcionário do Hospital de Caxias, declara, na mesma ocasião, que “mortes suspeitas” são “prática corrente” nos Serviços Prisionais.

18Abr. 99 – Morte do recluso ANTÓNIO MANUEL SANTANA DA SILVAEste cidadão morreu em circunstâncias estranhas, tendo-lhe sido aplicadas várias injecções ( ao que sabemos, por nove vezes) de “Fenargan”, “Largartil”, “Akineton”, “Soladacortina”. A enfermeira de serviço não lhe prestou assistência e foram os faxinas da enfermaria (objectivamente sem competência para tal) que lhe aplicaram as citadas injecções. A versão oficial é a de que o António Silva, doente asmático, teria inalado uma sobredosagem da bomba “Ventilan”. O director manifestou-se bastante incomodado com a denúncia pública de tal facto e corrobora a versão dos serviços clínicos do estabelecimento.

22-04-1999 Informações sobre a morte de António Silva, recluso 698 do EP Pinheiro da Cruz

(…)

Um ataque de asma conhecido na manhã de Domingo, dia 18 de Abril de 1999, terá estado na origem de aplicação de medicação (Fenergan, Lagartil e Akineton; três injecções primeiro e outra mais). (…) tal medicação foi prescrita telefonicamente da enfermeira Teresa para operadores reclusos não qualificados (…) Veio a falecer entre as 12.45 horas e as 14 horas na cela, onde se refugiou “acalmado”. (…) o corpo foi retirado da cela antes mesmo da chegada do Delegado de Saúde (…)

13 Mai. 99 – Morte do recluso CARLOS ALBERTO CARRASCO VINAGREEste jovem de 29 anos apareceu enforcado na sua cela de habitação. O que leva um homem, na flor da idade, a suicidar-se quando nada o fazia prever? A maior parte dos reclusos consideram que é o próprio regime imposto que instiga este tipo de desfechos trágicos.

20 Ago. 99 – Espancamento do recluso ANTÓNIO PALMAEste cidadão, em tratamento psiquiátrico, foi barbaramente espancado por se ter recusado a entrar na cela. Desproporcionalmente coagido por oito ou dez guardas e um cão, sofreu vários vergões e escoriações ensanguentadas nas costas, o que foi

verificado por dezanove companheiros seus. Destacou-se na agressão o caceteiro Alcaçarenho, já anteriormente envolvido num espancamento ao mesmo recluso.Cobardemente, o jornal da prisão – utilizando uma fotografia da vítima, anterior à agressão – comentava : “Será este o alegado espancado de Pinheiro da Cruz ?”. A versão oficial é a de que o António estaria armado com uma faca, mas, quem o conhece, sabe que isso não corresponde ao perfil da sua personalidade.

20 Out. 99 – Morte do recluso JOSÉ JOVIANO PATARATA CORREIAEm cumprimento de uma saída precária, em 11 de Outubro o José teria sido agredido numa rua de Setúbal. Levado para o hospital da localidade, foi-lhe posteriormente dada alta e acompanhado pela GNR ao estabelecimento prisional. Dia 12 dirigiu-se à enfermaria do E.P., por se sentir mal, tendo sido “medicado” por reclusos que aí trabalham. No dia seguinte, cada vez mais em pior estado, ali compareceu de novo e, depois de vários procedimentos administrativos, é remetido ao Hospital de Setúbal. No dia 14 foi transferido para o Hospital de Caxias. Veio a falecer na data em que se sabe, ao que tudo indica por várias negligências. Dois companheiros seus, que o acompanharam nos últimos dias de vida, voluntariaram-se como testemunhas.

7 Jan. 2000 – Morte do recluso EMÍDIO DOMINGOS LOUREIROSentindo-se mal, bateu á porta da sua cela. Depois da abertura da porta, os faxinas da enfermaria demoraram à volta de quarenta minutos para o socorrerem e a enfermeira de serviço não se deslocou aos serviços clínicos. A ter-se tratado de ataque cardíaco – como tudo o indica - , o tempo de espera e a incompetência do “socorro” foram a causa objectiva da sua morte. Um companheiro seu está à disposição para testemunhar.

2000-01-14

Pedido de averiguação do funcionamento dos serviços de saúde prisionais de Pinheiro da Cruz

Pouco depois das 23 horas do dia 7 de Janeiro, o recluso do Estabelecimento prisional de Pinheiro da Cruz Emílio Domingos Loureiro (nº718) começou a bater à porta da cela, (…) Nessa manhã de dia 8 soubesse que o recluso falecera, apesar de não se lhe conhecer nenhuma patologia crónica. (…)

23 Jan. 2000 – Morte do recluso JORGE MANUEL DIAS GAMAEm situação de RAVI, evadiu-se. Sete meses depois da sua recaptura, foi-lhe aplicado um castigo em cela disciplinar. Quatro dias depois, auto-mutila-se num braço e ameaçou que se iria matar. Mesmo assim, os guardas colocaram-no na cela . Veio a enforcar-se com o cinto. A Lei obriga a um exame médico antes da aplicação do castigo em cela disciplinar – não foi efectuado. A Lei determina revista criteriosa à entrada na cela – consegui mutilar-se com objecto cortante e, mais tarde, utilizar o cinto para pôr termo à vida. Três companheiros seus voluntariaram-se como testemunhas.(…)

Caso 23. 2000-03-01

Assunto: Acudam! Aqui d´el Rei! Há corredores da morte em Portugal!

(…) Diagnosticada a Hepatite C, o queixoso foi informado que não havia tratamento para o caso. Inquieto, dirigiu-se-nos a pedir opinião. Devolvemos-lhe notas publicadas de uma médica competente na matéria. Com base nessa informação o recluso decidiu fazer queixa-crime contra o médico em causa, entregue na PGR a 25 de Janeiro de 2000. (…)

Caso 24.17-03-2000

Fernando JC Ferreira, EPVJ, HIV sem cuidados

Caso 25.99.11.06

Interrupção de tratamentos como castigo prisional

Consta de um trabalho jornalístico de autoria de Leonete Botelho, publicado no Público de 31 de Outubro sob o título “Prisões tentam libertar reclusos da droga”, que os serviços prisionais excluem reclusos do programa de tratamento contra a toxicodependência como forma de castigo de comportamento.

Caso 26.99.12.14

INFORMAÇÃO

Mais um caso de maus tratos contra reclusos em julgamento

No dia 15 de Dezembro de 1999, quarta-feira, está marcada audiência às 9.30 h, no 1ª vara mista do Tribunal de Sintra, processo 1648/93 TASOT, para julgar um caso de maus tratos a dois presos, um deles sofrendo de uma doença incurável, de autoria de um grupo de oito ou nove guardas prisionais então a trabalhar no Estabelecimento Prisional de Sintra. O caso refere-se a acontecimentos ocorridos em 1993, a denúncia partiu do então Director do E.P. de Sintra e as audiências, com júbilo público do advogado de defesa, têm vindo a ser sucessivamente adiadas, desde 1995. (…)

Caso 27.2000-02-13

URGÊNCIA: Brincar com tratamento de toxicodependência no EP de Faro

Do Estabelecimento Prisional Regional de Faro (…) contactou-nos Paulo José Pereira Estevão, seropositivo, queixando-se de o chefe de turno (…) ter suspendido o tratamento.

Caso 28.

2000-06-01

Morte em E.P. Porto

(…) dia 29 de Maio terá falecido um recluso depois de alguns dos seus companheiros terem insistente e energicamente chamado a atenção dos serviços para a situação problemática vivida pelo que veio a falecer. Tais apelos não foram ouvidos até ao desenlace.

Na sequência da verificação do óbito ter-se-á encenado um transporte para o hospital dando a entender que terá sido no caminho que o recluso falecera. (…) O falecido chama-se Leonel Lopes Oliveira Vale, (…). O seu companheiro de cela chama-se Jorge Manuel Rodrigues Matos, (…) foi encerrado na enfermaria e lançado o boato da sua transferência. Os testemunhos que recebemos indicam que terá sido tratado com violência na enfermaria.

Caso 29.99.03.30

(…) Helder Loureiro, recluso em Sintra, passou um fim-de-semana sem que lhe tenham dado refeições, (…)

Caso 30. 99.11.023O caso de um suicídio na prisão: as circunstâncias e a negligência (VJudeus)

(…) suicídio de Júlio Francisco Coelho, nº 444, que terá acontecido da parte da manhã de segunda-feira, 1 de Novembro de 1999, entre as 9 e as 11,30 horas na sua cela. Após três tentativas de suicídio por corte de pulsos anteriormente frustradas, o apoio técnico e psicológico ao recluso não existiu, (…) e mesmo o pedido de transferência por ele enunciado para uma cadeia mais próximo da residência da família lhe foi negado.

Testemunhos de reclusos afirmam terem encontrado o cadáver pendurado, com as mãos atadas atrás das costas. Também houve quem declarasse ter estranhado a circunstância de não ter sido entendido o modo como o desenlace se deu, pois não foi visto nenhum banco ou mesa de onde o preso se possa ter atirado para o chão. (…)

Caso 31.2000-06-12 Pagamento de trabalho de reclusos com heroína

Da cadeia do Linhó (…)

Caso 32.2000-12-07

Doente renal em risco

João Taborda Félix, recluso 487 da ala E do Estabelecimento Prisional de Lisboa, receia vir a falecer por falta de cuidados médicos.

2000-12-18

Doente renal em risco (voz da vítima)

Em nome de João Taborda Félix, recluso 487 da ala E do Estabelecimento Prisional de Lisboa, denunciámos a situação de falta de cuidados médicos, numa situação grave de saúde e de risco de vida.

Através do processo R-5060 (a6) instaurado pela Provedoria de Justiça ficámos informados de uma versão completamente contraditória (de que anexos cópia) com aquela que recebemos do próprio recluso. Ao informá-lo disso mesmo, o próprio informou-nos que mantinha todas as informações de que fizemos nota a V.Exas no último dia 7 e desejaria acrescentar que a informação da queixa que a V.Exas dirigimos em seu nome espoletou, na última quarta-feira a sua transferência para a prisão da Polícia Judiciária.

Caso 33.2000-12-13

Festa estragada em Vale de Judeus

Recebemos de Vale de Judeus as seguintes informações:Foi organizada a festa da cadeia para o dia de hoje. Ao almoço a ementa foi carne de

porco, mas imprópria para consumo. Alguém terá encontrado na carne um carimbo de 1978 (!!??)

Caso 342001-01-02

Pedido de atenção para condição de saúde de preso preventivo

Francisco Manuel Domingues, recluso no E.P de Lisboa, preventivo, segundo informações de familiares, foi vítima de ruptura muscular contraída num exercício de ginástica executado no ginásio da prisão. Desde então, à cerca de três meses, o seu estado de saúde tem-se vindo a degradar devido, aparentemente a uma infecção que se está a generalizar, evidenciando já hematomas.

Caso 35.2001-02-05

Assunto: Recluso abatido no Hospital de Coimbra

Soubemos pelo Expresso do caso de um recluso do Estabelecimento Prisional de Coimbra que terá sido abatido por guardas prisionais nas instalações do Hospital de Coimbra.

Caso 36.2001-02-10

Assunto: Morte no EPR Coimbra

Calçada Sobral, recluso no Pavilhão B do Estabelecimento Prisional Regional de Coimbra, foi ouvido a chamar insistentemente pela guarda às 2 horas da manhã de hoje. Ao abrir das celas verificou-se estar o indivíduo morto na cela.

Caso 37.Lisboa, 18 de Fevereiro de 2001

Assunto: Morte de um cidadão chileno no E.P. de Vale de Judeus

JAIME LEON era um sexagenário, de nacionalidade chilena, recluso no Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus. Era, precisamente porque veio a falecer em circunstâncias que, na opinião dos seus companheiros, indiciam negligência por parte de guardas daquele estabelecimento prisional.

Caso 38Lisboa, 18 de Fevereiro de 2001

Assunto: Inexistência de acompanhamento médico a recluso do E.P.L. portador de Hepatite B

JOSÉ GABRIEL PIRES CLETO, encontra-se há oito meses em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Lisboa. Pesem embora as diligências de sua advogada no sentido da substituição da medida de coacção, alegando razões de saúde – há seis anos atrás foi diagnosticada ao José Gabriel um “tuberculose pleural” - , o Juiz de instrução sempre se mostrou autista, refugiando-se em argumentos de “perigo de fuga”. A este propósito, dispensamo-nos de, neste local, fazer comentários de natureza jurídica e processual.

Caso 39Lisboa, 25 de Abril de 2001

Assunto: No Estabelecimento Prisional de Coimbra Acompanhamento médico de grevista de fome

Na sequência da greve de fome promovida por alguns reclusos do Estabelecimento Prisional de Coimbra recentemente, fomos informados que o diagnóstico sobre as condições de saúde dos grevistas imposto por lei apenas foi realizado hoje, depois de pressões exercidas por detidos que reclamaram pelo cumprimento da lei.

Caso 40Lisboa, 30 de Abril de 2001

Assunto: No Estabelecimento Prisional de Linhó Espancamentos

Os reclusos João Carlos Denis da Cunha, Semedo, Manuel Monteiro dos Santos e Paulo Alexandre Goulão Caeiro, transferidos do Estabelecimento de Vale de Judeus para o Linhó, durante as primeiras horas do dia 25 de Abril último, na sequência das transferências recentemente executadas como medidas de segurança e manutenção da ordem em Vale de Judeus, terão sido recebidos à chegada ao Linhó por guardas que os espancaram.

Caso 41Lisboa, 2001-05-24

Assunto: Luta contra espancamentos em Sintra

A entrada do subchefe Estrela no Estabelecimento Prisional de Sintra saldou-se, nas primeiras 48 horas, em três espancamentos. É o que se chama entrar a matar.

Lisboa, 2001-05-26

Assunto: Continuação dos espancamentos em Sintra

Na noite de sexta feira o subchefe Aldeias espancou severamente o recluso da Ala A Paulo Jorge Rodrigues Coelho Caetano, nº 100. Depois do espancamento foi-lhe recusada a ida à enfermaria.

Caso 42Lisboa, 2001-06-01

Assunto: Risco de vida para Mário Gomes Reis no EP de Coimbra

Mário Gomes Reis está detido no E.P. de Coimbra. Recentemente foi castigado através da interrupção da não autorização de saídas precárias de que vinham gozando. Como forma de protesto contra tal atitude o detido barricou-se na sua cela.

Na sequência dos eventos, que aqui sinteticamente referimos, dois guardas de nomes Pessoa e Dias, chefiados por pelo subchefe Ramiro, levaram o dito recluso para o Pavilhão de Segurança onde o terão espancado antes de o fecharem em cela disciplinar.

Caso 43 Lisboa, 2 de Julho de 2001

Assunto: Testemunho de vítima de um dos espancamentos ocorridos no Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL), no passado mês de Junho

LUÍS FILIPE BANDEIRA OLIVEIRA, contactou, através de um familiar, com a nossa associação para denunciar as circunstâncias em que ocorreram os espancamentos no EPL, de que ele, aliás, é uma vítima.

Caso 44Lisboa, 2001-07-05

Assunto: Morte na sequência de castigo e arrastamento violento em Vale de Judeus

Óscar Martins Pereira Pinto estava recluído em Vale de Judeus com o nº 500, tinha pouco mais de trinta anos e faleceu na noite de ontem.

Estava em cela de habitação, onde entre as 21 e as 22 horas o foram buscar para a zona prisional de castigo conhecida por “admissão”. Fizeram-no de forma que o arrastaram violentamente entre os dois lugares. Diabético e toxicodependente terá falecido com falta de insulina.

Caso 45Lisboa, 2001-07-11

Assunto: Pedido de ajuda contra risco de morte.

Por via telefónica recebemos uma mensagem de SOS vinda do EPL, vulgo Penitenciária de Lisboa. Jorge Manuel Pinto Martins teme estar a ser perseguido pela Direcção da cadeia. Funda esse temor no facto de anos antes, em 1986 (ou 88, não ficou claro na gravação), quando passou pelo mesmo estabelecimento ter alegadamente sido objecto de maus tratos que ficaram documentados em fotografias que o queixoso poderá mostrar. Segundo o próprio, houve intenção de lhe tirar a vida.

Lisboa, 2001-07-17

Assunto: Pedido de ajuda contra risco de morte (nova referência)

Jorge Manuel Pinto Martins, detido preventivamente no EPL, que, conforme nosso ofício, se nos queixou dia 11 último de temer estar a ser perseguido pela Direcção da cadeia, alegando não ter outro modo de ver respondidos os apelos que tem dirigido às autoridades prisionais, pediu-nos que transmitissemos às autoridades a sua vontade de ser transferido para Pinheiro da Cruz. É isso que agora fazemos.

Caso 46Lisboa, 2001-07-24

Assunto: Descontrolo do sub-chefe Rodrigues do E.P. de Caldas da Rainha

Emanuel Alexandre e Jorge Milton, detidos no E.P. de Caldas da Rainha, apresentaram recentemente queixa contra o subchefe Rodrigues do mesmo estabelecimento prisional por alegadas ofensas corporais. Entretanto o último saiu da cadeia, mas o primeiro ficou. Emanuel tem sido pressionado e ameaçado pelo subchefe citado no sentido de retirar a queixa que entretanto corre os seus tramites.

O subchefe é conhecido por ser um homem violento. Ou pelo menos assim procedeu quando um doente mental, alojado numa camarata com mais 5 companheiros, teve um ataque à uma hora da madrugada. Os companheiros bateram à porta da cela para o virem buscar para o hospital, dada a situação. Mas não esperavam que o subchefe viesse com intenção de bater no

doente. De facto conseguiram impedi-lo de o fazer e sempre o doente terá chegado ao hospital. Mas daí resultou um mau estar que é superado pelo subchefe Rodrigues em vinganças insustentáveis.

Caso 47Lisboa, 2001-07-24

Assunto: Suicídio no E.P. do Montijo

Victor era o nome de um recluso que foi encontrado suicidado por enforcamento quando por volta das 15 horas foi aberto.Na parte da manhã, Victor foi transportado do Montijo ao Hospital Prisional de Caxias a uma consulta. Era uma pessoa que já tinha tentado suicídio outras vezes. Segundo os companheiros, tinha sido determinado que o detido não deveria ser fechado sem estarem reunidas todas as condições que inibissem que ele voltasse a tentar o suicídio. Na cela dormia com um companheiro ausente no trabalho da lavandaria. Lisboa, 2001-07-24

Assunto: Suicídio no E.P. do Montijo (complemento de informação)

Victor é o primeiro nome de Victor Manuel dos Santos Almeida recluso com nº 152. (…) Os detidos pedem que não se deixe cair este caso no esquecimento. Esperam que estratégias defensivas

Caso 48Lisboa, 2001-07-27

Assunto: Suicídio no E.P. de Caldas da Rainha

Pelo meio-dia enforcou-se na cela disciplinar (dita admissão) um preso preventivo acabado de entrar na cadeia na noite anterior.

Caso 49Lisboa, 2001-07-29

Assunto: Denúncia de maus tratos organizados no EP de Lisboa

As situações específicas de um detido seropositivo e com tuberculose metido em cela disciplinar no EPL 8 dias, mais precisado de cuidados médicos do que de castigos degradantes por dá cá aquela palha e a condição – também em cela disciplinar - faz doze dias, de um ferido, depois de ter sido baleado, proveniente do Linhó, sem acompanhamento médico, com a ferida a gangrenar, merecem cuidados imediatos.

Caso 50Lisboa, 2001-08-09

Assunto: Serviços de saúde prisionais de Pinheiro da Cruz continuam a tratar da saúde dos detidos

Por várias ocasiões temos denunciado a inacreditável negligência e incompetência que caracteriza a actividade dos serviços clínicos de Pinheiro da Cruz. Pese embora tal facto, as autoridades não tem sabido ou querido inverter a situação. Será apenas hipocrisia a surpresa com que em Portugal se recebem as informações de continuar o nosso país a figurar em relatórios internacionais como estado onde se violam direitos humanos dos cidadãos?

A presente denúncia tem rosto (e assinatura). O cidadão Francisco Gomes (cuja carta

Caso 51Lisboa, 2001-08-09

Assunto: Greve de fome contra risco de morte em Vale de Judeus

Da cadeia de Vale de Judeus, onde, segundo a comunicação social, decorre um inquérito sobre um assassinato recente de um condenado particularmente odiado e mediático, recebemos de Luís Miguel Ramos, recluso 124/2889, uma longa carta de pedido de auxílio.Lisboa, 2001-09-03Família: 962340866

Assunto: Greve de fome contra risco de morte em Vale de Judeus

(…) Os problemas começaram quando o queixoso se travou de razões com um guarda na sequência de um episódio de roubo de sacos de mercadorias da sua própria cela, por parte de companheiros, com cobertura do guarda.

Caso 52Lisboa, 2001-09-14

Assunto: Informações sobre acontecimentos de ontem em Vale de Judeus

Informações recebidas ontem de reclusos sobre os acontecimentos ocorridos em Vale de Judeus e citados em noticiários televisivos fazem-nos concluir podermos estar em presença de actos terroristas.

As informações que recebemos referem o seguinte: a) No hora da abertura das celas, pelas sete da manhã, dezenas de guardas com capacetes,

viseiras, coletes à prova de bala e armados com shut-guns – o que é formalmente proibido a não ser em casos de excepção – entraram pelos diversos pavilhões aos gritos e insultos, acossando toda a gente, entrando indiscriminadamente pelas celas sem aviso e aparentemente sem nenhum objectivo que não fosse a provocação.

b) no pavilhão B três reclusos foram vítimas de violência física directa e com alguma gravidade. Dois têm o nome de Pedro. O terceiro chama-se Ali.

c) as comunicações com o exterior foram reduzidas ao mínimo.

Caso 53Lisboa, 2001-10-12

Assunto: Violência e encobrimento no EP de Coimbra

Pelas 22:00 horas de 9 de Outubro, vários guardas entraram pela ala de segurança do EP Coimbra, procuraram nela Hugo Miguel Rocha Santos, com o número 380. Manietaram-no, despiram-nos, algemaram-no e espancaram-no. Depois disso foi transferido para parte incerta, não se conhecendo o seu paradeiro.

Caso 54Lisboa, 2001-10-02

Assunto: Dois homicídios em Vale de Judeus

Recebemos o pedido de averiguações sobre dois homicídios semelhantes (com cabeças cortadas) ocorridos durante esta noite ou princípio da manhã no EP de Vale de Judeus, na mesma cela. (Augusto Morgado Fernandes).

Caso 55Lisboa, 2001-10-15

Assunto: Violência no EP de Lisboa

Depois das 19:30 de dia 10 de Outubro vários guardas espancaram Adelino Fernando Só, recluso com o número 228 do EPL. Deixaram-no com os dois braços partidos, pelo que está a merecer cuidados nos Hospital Prisional.

Caso 56Lisboa, 2001-11-05

Assunto: cuidados de saúde em Vale de Judeus só depois de amotinamento

Durante o fim-de-semana recebemos a informação de que terá chegado sábado ao Hospital Prisional de Caxias um detido com HIV e com problemas pulmonares, a merecer cuidados de saúde intensos, que apenas foi transportado de Vale de Judeus, onde se encontrava, depois da revolta explícita de várias alas da prisão.

Caso 57 2001-11-07

Assunto: Morte em Vale de Judeus

Morreu, provavelmente por suicídio, Carlos Alberto dos Santos Arraiolos, detido em Vale de Judeus com o número 21.

Deprimido faz algum tempo por causa da longa indefinição da sua situação penal, um complicado cúmulo jurídico, o tratamento médico da cadeia terá sido o de ignorar que tal estado possa ser doentio e tratável. Ainda recentemente informámos V.Exas. da forma como um outro detido (…)

Caso 58Lisboa, 2002-01-20

Assunto: Agressão a detido – violência física em Paços de Ferreira.

Fomos informados que João Manuel da Rocha Peixoto, detido no Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira, foi agredido fisicamente por um guarda prisional, no dia 28 deste mês. No mesmo relato fomos informados que esta acção teria dado lugar a queixa crime e que, em consequência, o detido teria ouvido, de indivíduo determinado pertencente ao corpo prisional, ameaças de morte: “faço-te a folha”.

Caso 59Lisboa, 23-01-02

Assunto: Detido gay suicida-se no Linhó(…)

As informações que pudemos recolher são muito escassas. Perdeu-se uma vida para a qual não possuímos um nome. (…)

O suicida no Linhó tinha feito uma queixa disciplinar contra os guardas Cardetas e Barradas que o tinham espancado. Na sequência da queixa foi ouvido pelos serviços prisionais (os serviços de inspecção da DGSP ou da cadeia), foi chamado ao Director, foi ouvido pela Polícia Judiciária e manteve sempre a queixa.

No dia em que se suicidou disse ao subchefe Luís Almeida que estava farto de ser ameaçado pelos guardas a quem tinha acusado e que decidira suicidar-se.

Caso 60Lisboa, 23-02-02 Informação n.º 41/2002

Assunto: Uso injustificado de armas de fogo no EP de Santa Cruz do Bispo

Ex.mos Srs.

Um guarda prisional do EP de Santa Cruz do Bispo terá disparado injustificadamente várias vezes, segundo informação que recebemos.

Este episódio terá ocorrido, no passado dia 17 - domingo, durante o horário de visita e junto ao espaço a ela destinado. Pretenderia o autor dos disparos atingir as aves poisadas no local.

Caso 61Lisboa, 24-02-02 Informação n.º 43/2002

Assunto: António Ventura da Palma queixa-se de perseguição e denuncia situações irregulares.

Ex.mos Srs.

Recebemos de António Ventura da Palma, detido n.º 46 no E P de Pinheiro da Cruz, diversas informações e denúncias.

António da Palma afirma estar sujeito a medidas especiais de segurança desde 12 de Dezembro de 2001, altura em que foi transferido do E P de Coimbra.Afirma, igualmente, não saber porque está sujeito a este regime.

Lisboa, 27-05-2003N.Refª n.º 23/apd/03

Assunto: A estranha morte de um toxicodependente em Pinheiro da Cruz.António Ventura da Palma nº46 Pinheiro da Cruz

Faz cerca de duas semanas morreu em Pinheiro da Cruz um recluso, conforme informação saída na comunicação social. Constava da informação estar a ser submetido ao regime 111,

Caso 62Lisboa, 02-04-05 N.Refª n.º 15/apd/2002

Assunto: Agressão de guardas prisionais a Manuel Garcês em Custóias

Na altura da sua transferência para o Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira, ontem de manhã, Manuel Garcês foi espancado por cinco guardas,

Caso 63Lisboa, 02-04-09 N.Refª n.º 16/apd/2002

Assunto: Greve de fome de Rui Helder da Rocha Pereira Monteiro.

Rui Helder da Rocha Pereira Monteiro, com n.º 526 no Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, encontra-se em greve de fome desde o dia 29 de Janeiro, faz 71 dias se as contas não erram. Das suas queixas temos feito eco, bem como da nossa preocupação pelo seu estado de saúde.Devido ao seu estado foi transferido para o Hospital Prisional de Caxias. Qual não é o nosso espanto quando somos informados que, Rui Helder foi retransferido para Vale de Judeus por volta das 19 horas de hoje. Sabendo que continua em greve de fome, (…)

Lisboa, 02-04-10 N.Refª n.º 17/apd/2002

Assunto: Caso de Rui Helder da Rocha Pereira Monteiro.

(…)

Existe a suspeita que a transferência do Hospital Prisional para Vale de Judeus se ficou a dever ao facto de Rui Monteiro ter chamado a atenção de um grupo de jornalistas que visitou o Hospital no sentido de apresentar as suas queixas. (…)

Caso 64Lisboa, 02-04-12 N.Refª n.º 21/apd/2002

Assunto: Em causa cuidados de saúde em Alcoentre.

Júlio Antunes, detido no EP de Alcoentre, faleceu hoje durante a noite na sua cela. Era um homem doente de pouco mais de 50 anos, recentemente protagonista de

Caso 65Lisboa, 02-04-15 N.Refª n.º 22/apd/2002

Assunto: Em causa cuidados de saúde em Pinheiro da Cruz.

À semelhança do caso que apresentámos no ofício imediatamente anterior, referente a Júlio Antunes, detido no EP de Alcoentre, no dia 12 de Abril faleceu no Hospital Prisional de Caxias Custódio Francisco Castro Conceição, com o número 673 no E.P. de Pinheiro da Cruz. Informaram-nos que as queixas sobre a sua saúde não foram atendendidas de forma a evitar o que acabou por acontecer: morte por tuberculose

Caso 66Lisboa, 02-04-16 N.Refª n.º 24/apd/2002

Assunto: Espancamento em Vale de Judeus.

Luís Miguel Vilasboas, preso com o número 118 em Vale de Judeus, foi levado à admissão no dia de sábado, dia 13 de Abril, à noite. Veio de lá com evidentes sinais de espancamento pelo corpo e também na cabeça.

Caso 67Lisboa, 02-05-25 N.Refª n.º 40/apd/2002

Assunto: Espancamento no EPL

Rui Manuel Costa Fonseca está detido no EPL. Organizou um abaixo-assinado como forma de protesto contra a acção de uma educadora e contra a alimentação que é servida aos reclusos. Ontem à noite, sexta-feira, dia considerado apropriado para este tipo de acções punitivas extra-judiciais por haver menor vigilância, um grupo de guardas decidiu espancá-lo e fechá-lo, algemado, na cela disciplinar. Durante o espancamento rebentaram-lhe os sacos higiénicos que a vítima usa por via de uma deficiência física que lhe impossibilita a continência de fezes e urina.Caso 68

Lisboa, 02-05-27 N.Refª n.º 41/apd/2002

Assunto: Morte em Punheiro da Cruz

Paulo Oliveira, detido em Pinheiro da Cruz com o nº 507, na ala 4 3º piso, faleceu na madrugada de sábado para domingo. (…) O sentimento de insegurança quanto às condições de atendimento dos serviços de saúde

Caso 69Lisboa, 02-06-20 N.Refª n.º 50/apd/2002

Assunto: Caça às bruxas em Vale de Judeus

Pelas duas horas da manhã de hoje foram transferidos de Vale de Judeus vários detidos, com o objectivo de quebrar as greves ao trabalho que estão em curso. Para o efeito não lhes foi permitido levar os seus pertences e desconhece-se os respectivos destinos. Temos referência concreta de oito nomes: António Mateus nº601, Humberto nº 530 (foi algemado), Litos nº 610, Agostinho nº370, Luis Amilcar, Meireles nº 20, Luís Gaspar (estes dois últimos estão no pavilhão de segurança de Pinheiro da Cruz) e Paulo Marques nº 100 em Pinheiro da Cruz. Pedimos a atenção das autoridades para que se possam evitar tentações de maus tratos contra estes detidos e os outros de que desconhecemos a identidade.

Caso 70Lisboa, 13-01-2003N.Refª n.º 1/apd/03

Assunto: Espancamento no EP do Montijo

Roberto Carlos de Almeida, preso preventivamente na cadeia do Montijo, na sequência de uma tentativa de fuga, foi capturado ainda dentro do recinto prisional e terá sido vítima de um tiro à queima roupa, quando já estava capturado,

Caso 71Lisboa, 1-04-2003N.Refª n.º 8/apd/03

Assunto: Acusações de negligência médica em Pinheiro da Cruz

João Paulo Lacerda, faleceu sob a tutela da cadeia de Pinheiro da Cruz.Toxicodependente, foi operado ao coração no ano 2000 (uma endiocardite foi resolvida através da implantação de uma nova válvula). Só no ano 2002 terá ido ao hospital tirar os pontos,

Caso 72Lisboa, 16-06-2003N.Refª n.º 24/apd/03

Assunto: Tratamento recaída de Luís Manuel Bonança Evangelista, detido em Pinheiro da Cruz

Luís Evangelista, com 42 anos, tem mais de 20 anos de toxicodependência. Esteve em tratamento com metadona. Chegou a estar com 6 gotas diárias. Porém recaiu. Por isso pediu consulta no CAT de Setúbal. Contactou-nos temeroso de que a sua consulta esteja a ser negligenciada.

Caso 73 Lisboa, 05-09-02N.Refª n.º 68/apd/2002

Conferência de Imprensasexta-feira, 6 de Setembro, 10 horas

em frente ao EPL

A ACED e a família de MARCO FILIPE MARQUES DOS SANTOS, morto no Estabelecimento Prisional de Lisboa no dia 22 de Agosto último, convocam novamente a Comunicação Social para apresentar protesto de pesar e indignação públicos contra atitude de manipulação descarada pela Direcção Geral dos Serviços Prisionais dos serviços e pessoal do Instituto de Medicina Legal.

Caso 74Lisboa, 15-09-2002N.Refª n.º 78/apd/2002

Assunto: Risco de paralisia para João Pedro Almeida Abrantes, preso em Pinheiro da Cruz (novas informações)

Caso 75Fich 25/09/2002Morreu mais um preso nas cadeias portugueses, desta vez em Vale de Judeus.

António Luís Lopes dos Santos morreu domingo depois de ter sido espancando, provavelmente como punição por compromissos não cumpridos face a quem lhe fornecia os produtos tóxicos proibidos que costumava consumir.

Caso 76Lisboa, 03-11-2003N.Refª n.º 39/apd/03

Assunto: Castigos consecutivos e risco de suicídio

À situação de Carlos Santos, detido no E.P de Silves, nos referimos no nosso último ofício, por estar algemado durante a noite dentro de um cela disciplinar.

Agora, terminado o castigo, durante o qual o preso tentou duas vezes o suicídio, a direcção da cadeia parece estar a preparar-se para lhe decretar novo castigo de 30 dias em cela disciplinar.

Caso 77Lisboa, 22-11-2003N.Refª n.º 42/apd/03

Assunto: Epiléptico com problemas de saúde no EP de Olhão

Alberto Maia, preso no EP de Olhão, epiléptico, recebe muita medicação mas não está em boas condições de saúde. Pelo contrário, precisa frequentemente da ajuda dos companheiros para as tarefas quotidianas.

Caso 78Lisboa, 31-01-2006N.Refª n.º 04/apd/06

Assunto: Queixa contra violência de um guarda em Coimbra

Recebemos, em nome de José António Nascimento Caetano, detido no Estabelecimento Prisional de Coimbra, o pedido de queixa contra o guarda Rama que, no bar desse estabelecimento, pelas 10 horas da manhã, agrediu a pontapé e aos empurrões o preso citado, tendo a sua perna esquerda ficado marcada da violência.

Caso 79Lisboa, 15-02-2006N.Refª n.º 05/apd/06

Assunto: Homicídio em Pinheiro da Cruz

Um recluso de nome César, com o número 162, terá sido assassinado hoje de manhã na sua cela, provavelmente motivado pela intenção de roubar. Pedras e um cadeado terão sido as armas do crime.

Caso 80Lisboa, 20-02-2006N.Refª n.º 07/apd/06

Assunto: Espancamento em Vale de Judeus

Rui Alexandre Guerra dos Santos, detido com o nº 388 em Vale de Judeus, terá sido espancado na sua cela por um grupo de guarda equipados com material de choque. A ponto de ficarem marcas de sangue na cela.

Caso 81Lisboa, 9-03-2006N.Refª n.º 12/apd/06

Assunto: Esfaqueado em Vale de Judeus

Paulo Jorge Penedo Conceição foi esfaqueado por volta das 22 horas de dia 6 de Março de 2006 pelo seu compenheiro de cela, José Fernando Lourença Galego. Só às 23:30 a guarda teve acesso à vítima apesar dos chamamentos, que não foram ouvidos. Ferido com gravidade foi enviado para o hospital prisional em Caxias, de onde regressou dia 8 num estado de saúde debilitado e em convalescença. A agressão podia ter sido prevista, já que o agressor, anteriormente, cometeu um homício dentro da prisão.

Caso 82

Lisboa, 20-04-2006N.Refª n.º 17/apd/06

Assunto: Enforcamento na ala de segurança de Pinheiro da Cruz

Um recluso de nome próprio Claúdio foi encontrado enforcado na ala de segurança do estabelecimento prisional de Pinheiro da Cruz. Ainda há memória de uns meses atrás a morte ter levado um outro companheiro de prisão, chamado César, morto com pedras. Como meses antes tinha acontecido a um francês, cujo nome não vem à memória.

Caso 83Lisboa, 24-05-2006N.Refª n.º 22/apd/06

Assunto: Tentativa de homicídio e greve de fome

Luís António Maia Monteiro testemunhou, há cerca de um ano atrás, um espancamento de um preso por parte de guardas do Estabelecimento Prisional de Coimbra, cuja vítima produziu queixa. O processo judicial percorre os seus trâmites, e entretanto Luís Monteiro pediu transferência, para fugir às perseguições quotidianas de que tem sido alvo. Sem resultados. Todas as diligências para chamar a atenção da situação se mostraram infrutíferas. Até que, recentemente, à saída da missa, um recluso que nunca viu mostrou a intenção de o abater.

Caso 84Lisboa, 05-06-2006N.Refª n.º 25/apd/06

Assunto: Espancamento em Coimbra

Um recluso preso na cadeia de Coimbra está em greve de fome desde a sexta-feira passada dia 02-06-2006. É o Sr. Carlos Manuel Resende Tavares nº 82, e está em greve pelos maus-tratos a

que é sujeito pelos guardas. Consta que neste momento mais parece uma “Zebra”, porque sábado passado teve uma “visita inesperada” e foi brutalmente espancado a cacetete pelos guardas.

Caso 85Lisboa, 5-05-2003N.Refª n.º 18/apd/03

Assunto: Castigo disciplinar anula tratamento de saúde.

BRUNO ALEXANDRE DOS SANTOS VIEIRA sofre de doença grave, por isso estava internado no Hospital Prisional de Caxias. No dia 30 de Abril, durante a manhã, sentindo-se com dores, pediu à enfermeira Luísa que o socorresse. Esta dirigiu-se a ele com maus modos [segundo outros presos, ela é “arrogante” e “está sempre a implicar”] e o Bruno “perdeu a cabeça” e deu-lhe um estalo.Decorrente deste facto, quiseram transferi-lo do 4º para o 3º piso, o que ele recusou.Apesar do seu precário estado de saúde, foi remetido para o E.P. de onde era procedente, o Reduto Sul do Forte de Caxias