igreja nº 27

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abril / maio 2010 | IGREJA

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Segunda revista diagramada, no segmento cristão, voltada para líderes religiosos. PS. Não sei por que, mas gosto dessa capa.

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IGREJA | abril / maio 2010

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IGREJA | abril / maio 20104

Diretor executivoEduardo Berzin Filho

Jornalista responsávelCelso de Carvalho

[email protected]

Diagramação e ArteLuís Carlos Teodoro

Colaboradores desta ediçãoChefe de reportagem

Celso de CarvalhoMTB 27189/RJ

ReportagemRobson Morais e Vinicius Cintra

Estagiários sob supervisão

ArtigosLourenço Stelio Rega, Rodolfo Mantosa, Valdo Romão,

Mário Kaschel Simões, Harold Segura e Guilherme de Amorim Ávilla Gimenez

Tiragem desta edição25 mil exemplares

Atendimento ao leitor(11) 4081.1760

[email protected]

Redação e administraçãoRua Otávio Passos, 190, 2º andar - Atibaia, SP

CEP: 12.940-972 Telefone: (11) [email protected]

O Ide é uma missão dada por Deus. Muitos re-

cebem o chamado e vão pelo mundo pregando o

evangelho a toda criatura. Neste caminho alguns,

com vínculo com sua igreja local, viajam e criam

congregações. Outros têm o simples chamado:

aglutinar multidões, pregar o evangelho para

que outros continuem discipulando estas almas.

É nesta corrente de pensamento que surgiram

os Ministérios Itinerantes. Aprovados por alguns

grupos, visto com desconfiança por outros, este

trabalho é tema de capa da IGREJA.

Fomos descobrir como este ministério

é visto pelo mundo e qual sua função no corpo de

Cristo. Mostramos ainda como grandes nomes

nacionais, como Silas Malafaia, estruturaram e po-

tencializaram suas missões através deste trabalho.

Outra reportagem, no tanto polêmica,

debate o projeto de lei do senador Marcelo Crivella

SEÇÕES

06 E-PÍSTOLAS

Mensagens dos leitores

07 AGENDA

Calendário de Eventos

10 ENTREVISTA

Teologia e política

Reverendo Heber

Campos defende

isenção partidária

no púlpito e propõe

separações éticas

sobre o tema

13 - TEOLOGIA

Sétimo Congresso de Teologia

Vida Nova debate novos cami-

nhos da teologia com critica a

falta de ética na política

15 IGREJA BRASIL

21 COMEMORAÇÃO

Evento no Rio comemora os 70 anos

da CPAD e inicia contagem regressi-

va para centenário da denominação

37 IGREJA MUNDO

Após ter problemas com o fisco ame-

ricano, Benny Hinn agora passa por

problemas em seu casamento

ARTIGOS

8 GESTÃO MINISTERIAL

Coluna de Rodolfo Montosa

14 ÉTICA

Coluna de Lourenço Stelio Rega

34 PROFISSIONAL CRISTÃO

40 NO PÚLPITO

Para pastor Antônio Gilberto, Escola

Bíblica Dominical está desvirtuada.

(PRB) que torna profissão o exercício pastoral. Es-

pecialistas alertam para a regulamentação e os riscos

para igreja. Temos ainda o argumentativo Heber

Campos defendendo a não politização do púlpito.

Em ano eleitoral um bom debate sobre a participação

da liderança cristãs na política nacional e na área

internacional desta edição a crise no Vaticano e no

Ministério de Benny Hinn após o divórcio.

Fechamos esta edição com entrevista do

pastor Antônio Gilberto, da Casa Publicadora das

Assembléias de Deus (CPAD) traçando um raio-X

da Escola Bíblica Dominical.

Como sempre semeamos

o mundo com as boas

novas do Evangelho.

O desafio de semear o mundo

REPORTAGENS

24 ESPECIAL

Ministérios Itinerantes

30 ATUALIDADE

Pastorado é vocação

ou profissão?

42 TECNOLOGIA

Culto Moderno

Empresas lançam novidades para

pastores deixarem seus cultos bem

high tech

46 EQUIPAMENTOS

Os benefícios do led para institui-

ções eclesiásticas

48 Lançamentos

Confira produtos novos

do segmento

Ano 5 - nº 27 - Abril / maio 2010

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abril / maio 2010 | IGREJA 5

Page 6: Igreja nº 27

IGREJA | abril / maio 20106

ASSINATURANovas e renovações(0xx11) 4081.1760

SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTEPara renovação, mudança de endereço e outros serviços ligue para (11) 4081.1760 de segunda à sexta das 8h às 18h, ou envie uma mensagem para [email protected]

PUBLICIDADEAnuncie em Igreja e fale para milhares de líderes e formadores de opinião em todo Brasil. Ligue para (11) 4081.1760 ou envie uma mensagem eletrônica para a equipe comercial.

GERENTE COMERCIALSamuel Crisostomo(0xx11) [email protected]

EXECUTIVO DE CONTASPaulo Eduardo(0xx11) [email protected]

Francisco Soares(0xx11) [email protected]

Douglas Balmant(0xx11) [email protected]

Nadja Soares(0xx11) [email protected]

Ana Paula Marques(0xx11) [email protected]

PORTAL CREIOOseias Brandão(0xx11) [email protected]

REPRESENTANTECarlos Rodnei Vasconcelos(0xx11) 8585.3409ID Nextel: 86*[email protected]

CONTATO RIO DE JANEIROSamuel Oliveira(0xx21) 7836.5167(0xx21) 2752.6765ID Nextel: 46*[email protected]

PUBLICIDADESecretáriaAna Paula [email protected](0xx11) 4081.1760

MÍDIAJoice Camargo(0xx11) [email protected]

MARKETING E PROJETOS ESPECIAISPriscila Mó[email protected](0xx11) 4081.1760

IGREJA ON LINEReceba em seu computador os destaques da próxima edição. Cadastre-se hoje mesmo, enviando uma mensagem para [email protected]

LICENCIAMENTO DE CONTEÚDOPara adquirir os direitos de reprodução de textos e imagens veiculados na revista IGREJA (desde que autorizados pelas respectivas fontes), ligue para (0xx11) 4081.1760 de segunda à sexta das 8h às 18h, ou envie uma mensagem para [email protected]

Para fazer comentários sobre o conteúdo editorial, oferecer sugestões e críticas às matérias ou solicitar informações relacionadas às reportagens (desde que autorizadas pelas fontes), escreva para a REVISTA IGREJA - REDAÇÃO, Rua Otávio Passos, 190, 2º andar, Atibaia (SP), CEP 12.942-972; ligue para (0xx11) 4081.1760 ou fax (0xx11) 4081.1788; ou email para [email protected] ou [email protected] e mensagens devem trazer nome completo, endereço, telefone e, se possível, endereço eletrônico (e-mail). Por razões de espaço ou clareza, elas podem ser publicadas resumidamente ou editadas.

FALE COM IGREJA

e-pístolas carta do leitor

A IGREJA é moderna, antenada, tem as-suntos diversos. Encontro matérias para família, ministério. Não tenho críticas. A revista sempre manteve um padrão falando sobre a família e a volta de Jesus. Uma revista que me marcou foi a espe-cial sobre a China.Pastor Delço de SouzaMinistério Liberdade em Andrade Araújo – Nova Iguaçu (RJ)

Acompanho a IGREJA por conta de meu marido que é pastor. Depois que ele lê o conteúdo da revista, levo ao meu consultório e deixo na sala de espera. É uma forma de evangelizar os clientes que frequentam.Silma de AraújoAssembléia de Deus em Juiz de Fora (MG)

Acompanho a qualidade da revista. É muito boa. Ela muito me agrada. Não gosto da logística e do atraso na en-trega das edições.Pastor KelsonPrimeira Igreja Batista em Jardim Gramacho - Duque de Caxias (RJ)

A IGREJA tem qualidade nas notícias e atualidades. Eu e meu marido lemos as reportagens. Penso que a revista peca apenas no prazo de entrega.Kátia Regina SouzaJuiz de Fora (MG)

Admiro a IGREJA por seu conteúdo atual, sempre com eventos e atualidades. Não tem algo que me desagrade.Pastor José GeovanneIgreja Assembléia de Deus de Palmas (TO)

A IGREJA tem notícias de qualidade e sempre atuais, principalmente na área de Música e Sonorização.Pastor Pedro Rodrigues da SilvaIgreja Presbiteriana Renovada Xique Xique (BA)

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abril / maio 2010 | IGREJA

CONGRESSO DE JOVENS QUADRAN-GULARDe 03 a 06 de junho acontece no Ginásio Irineu Bornhausen - Camboriú (SC) o Congresso Nacional de Jovens da Igreja Congregacional. A inscrição dá acesso a um dia inteiro de lazer no Beto Carreiro World e mais um show de encerramento.

27ª CONVENÇÃO INTERNACIONAL DA ADHONEPDe 22 a 24 de Julho de 2010 acontece em 2010 a 27ª Convenção Internacionalda Associação de Homens de Negócio. Informações: (21) 2109 0560. A direção é do pastor Custódio Rangel.

LIVRES PARA ADORARLivres para adorar é a conferência organizada pelo Ministério Livres para Adorar. Neste ano estão confirmadas as

ENCONTRO SEPALO 37º Encontro Sepal tem o desafio de levar seus participantes a ganharem uma visão em cinco áreas ministeriais. Palestrantes confirmados: Ariovaldo Ramos, Luis Roberto Silvado e Ricardo Agreste.Data: 03 a 07 de maio de 2010Local: Hotel Monte Real em Águas de Lindóia (SP)Informações: (11) 5523 2544E-mail : [email protected] ou [email protected]

OITAVO LABAREDAS DE FOGODe 08 a 10 de outubro no Centro de Convenções da Univale em Governador Valadares (MG). Participação dos apóstolos René Terra Nova, Flamarion Rolando, Silas Malafaia e Jorge Linhares. Inscrições pelo telefone: (33) 3272 4080 www.labaredasdefogogv.com.br

DIVULGUE SEU EVENTO

participações de Juliano Soon, professor Adauto Lourenço, Ariovaldo Ramos e Ricardo Bitun. Evento será realizado na Igreja Bíblica da Paz na Vila Guilherme, dia 21 e 22 de maio. Inscrições pelo site www.livres2010.com

EXPOCRISTÃ 2010O maior evento de produtos

e serviços para cristãos da América Latina.

Data: 07 a 12 de setembro de 2010

Local: Expo Center Norte, São Paulo (SP)Informações:

www.expocrista.com.br ou (11) 4081.1760

agenda

Envie um e-mail com todos os dados (título, tema, data, local, informações) para:

[email protected]

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IGREJA | abril / maio 20108

é um distúrbio de refração em que os raios luminosos formam o foco antes da retina dos olhos. Na prática, impede a visão nítida de objetos situados distante do obser-vador e, bem por isso, é uma doença popu-larmente conhecida como “vista curta”. Para que um míope enxergue focos à distância de forma clara e bem definida, precisa do auxílio de óculos. Mas ele não é cego. É só um míope. Conheço líderes que são “visionários míopes”: sua visão da missão para o qual está encarregado só é clara em curto prazo. Eles realmente sabem como devem agir hoje e talvez amanhã, mas não conseguem projetar ou mesmo idealizar um futuro promissor. Não tra-çam metas e não têm expectativas a longo prazo. Ao oposto deles, há aqueles que en-xergam só aquilo que está longe. A Hiper-metropia é outra anomalia da refração ocular que se traduz por dificuldade de enxergar de perto. No Reino de Deus, visionários que so-frem de hipermetropia são assim, têm metas para o futuro mas não sabem como agir ago-ra. Também não são cegos, têm a visão. Mas igualmente precisam de lentes corretivas se quiserem enxergar tudo com clareza. Um líder que tem visão precisa es-tar atento às distrações e principalmente ao foco. Seguindo o mesmo raciocínio dos dis-túrbios da visão, cuide para não se tornar um astigmático ou estrábico: o primeiro, devido a uma alteração na curvatura frontal do olho, enxerga com distorções; o segundo tem visão dupla ou difusa porque seus olhos não tra-balham juntos de modo adequado - enquan-

to um olho focaliza um objeto, o outro não consegue fazer o mesmo. Em todos esses casos, é possível re-verter a dificuldade de enxergar claramente através de tratamentos clínicos. No seu caso, pode ser um ombro amigo ou alguém com capacidades diferentes das suas. Você pode enxergar melhor através de outros olhos. O importante é ampliar a visão e ter muito cui-dado com as doenças que levam à cegueira. Ela sim pode ser fatal em seu ministério. No caso de Jesus, sua visão era ab-solutamente clara e perfeita. Era varão sem pecado, sem qualquer tipo de enfermidade na alma ou no físico que pudessem alterar sua visão de sua missão. Além disso, tinha na pessoa do Espírito Santo seu guia confiável e preciso. Muitos são os relatos dos evangelis-tas que traduzem como o Espírito o condu-zia nas decisões intermediárias para chegar ao cumprimento cabal de sua missão. Esses mesmos recursos Ele nos as-segura. Apesar de nossa natureza decaída, somos reconstruídos e curados em seu po-der. É claro que essa cura significa grandes mudanças em nossos valores, idéias e prio-ridades. Mas a cura em nossa alma e físico está disponível para a correção de qualquer tipo de disfunção de nossa visão. Além des-sa obra maravilhosa de recriação, que é um processo longo e caro, temos o Espírito San-to como nosso amigo, conselheiro e guia na caminhada. Essas verdades devem nos im-pulsionar a buscá-lo cada vez mais, sempre dispostos a termos uma clara visão de seu propósito para nossas vidas.

Tá difícil enxergar?

gestão ministerialRodolfo Montosa

IGREJA | abril / maio 2010

Pastor, administrador de empresas e diretor do Instituto Jetro.www.institutojetro.com.br

A miopia

Um líder que tem

visão pre-cisa estar atento às distrações e princi-palmente ao foco.

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entrevista

Divulgação: Mega Fotos

Reverendo Heber Carlos de Campos

Palestra no 7º CongressoBrasileiro de Teologia Vida

Nova, realizado entre os dias 23 e 26 de março, em

Águas de Lindóia (SP)

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abril / maio 2010 | IGREJA

Instigador, polêmico e coerente em suas opiniões. Assim é o reve-rendo Heber Carlos de Campos.

Mestre em Teologia Contemporânea pelo Seminário Presbiteriano Re-verendo José Manoel da Conceição com doutorado em Teologia Siste-mática pelo Concordia Theological Seminary (EUA) é atual diretor da Universidade Presbiteriana Macken-zie. Heber tem pulso firme, no que ele denomina de politicagem dentro da igreja. Diz mais: Lembra que púl-pito não é palanque, pastor não deve emitir opinião partidária e deve existir separação política de Deus. “Se você é cristão não faça concessões política em troca dos seus princípios.” Em sua palestra no 7º Con-gresso Brasileiro de Teologia Vida Nova, realizado entre os dias 23 e 26 de março, em Águas de Lindóia (SP) gerou polêmica entre intelectuais, es-critores e estudiosos ao defender pe-nas pesadas aos evangélicos acusados de corrupção em Brasília (DF) como a oração da propina, e até a pena de morte. “A igreja muitas vezes não pune seus pecadores. Não cumpre a função de punir seus líderes por uma questão de amor utópico” resumiu. Ganhou aplausos, vaias e até rótulo

de tirano. Nesta entrevista à IGRE-JA, reverendo Heber Carlos tratou de forma ácida do futuro da política no Brasil e a participação dos evangéli-cos no poder. Citou Marina Silva e sua falta de capital econômico que os outros pré-candidatos como Dilma Roussef e José Serra têm e por isto ela é motivo de chacota numa sociedade já acostumada com petistas e tucanos brigando por poder. Para ele, a can-didata do PV terá dificuldades e dis-corda do posicionamentos do partido, até mesmo nas questões ecológicas.

Qual a relação entre Teologia e Política? Uma das partes mais difíceis de serem tratadas na política é a rela-ção com a Igreja, no caso dos cristãos. Claro que é uma crença pessoal, mas para mim as duas coisas podem an-dar juntas desde que a fé seja o ele-mento principal nesta relação. Caso contrário não dá. Deus governa sobre tudo, e não podemos ter justiça na terra sem a presença do pensamento cristão.

Como a Igreja deve se portar no campo político? É a cosmovisão cristã quem

Teologia e políticaReverendo Heber Campos defende isenção partidáriano púlpito e propõe separações éticas sobre o tema

abril / maio 2010 | IGREJA

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IGREJA | abril / maio 2010

norteia o âmbito político, sem cairmos na chamada Teologia Política (como sugeriu a Teologia da Li-bertação), mas sim a Política Teológica, onde há um poder influenciado pela base de Deus. A postura reli-giosa deve agir neste âmbito, servir como um norte de justiça e amor ao próximo.

É possível manter, ao mesmo tempo, uma distância entre estas duas frentes, levando em conta princí-pios éticos? São dois poderes distintos. São eles Igreja e Estado. Concordo que possamos e devamos viver também este clima de separação, desde que se atenha justamente aos princípios cristãos. Quando o Estado não aceita esta premis-sa se torna injusto e ímpio. É isto o que temos visto em nosso país.

Qual a característica de um governo justo? Cosmovisão cristã, em primeiro lugar. É a Bíblia que nos ensina a sermos jus-tos e caminharmos no caminho da transparência e humildade para se fazer tudo na vida, inclusive governar um povo. Todas as boas ações derivam deste prin-cípio, é conseqüência de uma vida focada nos ensi-namentos religiosos.

Em anos eleitorais, um presidente evangélico seria positivo? Quantos aos políticos evangélicos temos, de fato, muitos atuando. Este ano é claro temos que olhar para a pré-candidata. Quanto a seu modo de governo, não cabe aqui a discussão, só não simpatizo muito com seu partido, o PV, nem mesmo quanto a questões ecológicas. Como pessoa me parece ser uma mulher bem segura e firme. Se ela tiver realmente a cosmovisão cristã acredito em sua candidatura como algo positivo, não apenas por ser evangélica, mas sim por apresentar a visão de poder aliada a Igreja.

De que maneira o cristão deve fazer política? O caminho é simples: Princípios cristãos. Se você é cristão não faça concessões política em troca dos seus princípios, o altar da Igreja não foi feito para pro-moção de candidato, o púlpito não é palanque.

Na sua visão, os escândalos envolvendo parlamentares evangélicos em Brasília abalaram a imagem da Igreja e do Evangelho no país? Totalmente, o evangélico neste país já é por si só muito chacoteado pela sociedade e é claro que estas

atitudes mancham ainda mais a imagem da Igreja ante aqueles que não conhecem a Palavra.

Políticos evangélicos fomentam o preconceito com a massa através

da corrupção? Sem dúvida, as atitudes feias, como oração da propi-na, dinheiro na meia ou em outras partes de roupa tem uma parcela de culpa muito

grande para este preconceito com o povo evangélico no Bra-

sil. São homens sem caráter que envergonham o evangelho de Jesus

Cristo. Numa sociedade que não sabe distinguir um do outro, o evangélico acaba

sendo generalizado.

Qual deve ser a postura da Igreja ante esses casos de cor-rupção em Brasília e essa generalização da sociedade? A punição deveria obviamente vir da Igreja de cada um destes corruptos, mas infelizmente são eles mesmos quem mandam na sua Instituição. Esse é o motivo de tanta impunidade. As autoridades es-tão em mãos erradas.

O senhor acredita numa mudança, para melhor, deste quadro presente na atuação evangélica na política? Infelizmente não vejo muita esperança quanto a este assunto, a menos que a Igreja de cada um deles amadureça e se atenha à ética e princípios cristãos. TEXTO ROBSON MORAIS

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entrevista

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abril / maio 2010 | IGREJA

O púlpito não pode ser usado como palanque”. A decla-ração do reverendo Heber

Carlos Campos, um dos palestrantes do 7º Congresso Brasileiro de Teolo-gia Vida Nova, é uma clara resposta a um comportamento muito comum as lideranças brasileiras, principalmente em ano eleitoral. Durante a palestra proferida no Hotel Majestic, em Águas de Lindóia entre os dias 23 e 26 de março as críticas, que foram repetidas por René Padilla, Ronaldo Lidório, Jo-nas Madureira e Ricardo Barbosa, não ficaram limitadas apenas ao campo da política, mas sim a todo campo de res-ponsabilidade social. “Nosso desejo é estimar a produção teologia brasileira, quere-mos trazer um diálogo e estimulo ao confronto de idéias”, analisou Richard Sturz Júnior, presidente das Edições Vida Nova, comemorando o fato de ter representante de todos os estados brasileiros. Em sua sétima edição, este congresso, organizado pela Vida Nova teve como tema: Teologia e Vida na América Latina. Esse tema propõe uma agenda de reflexões sobre os de-

Novos rumos até na políticaSétimo Congresso de Teologia Vida Nova debate novos caminhos da teologia com crítica a falta de ética na política

teologia

safios propostos pela teologia da Mis-são Integral e a importância funda-mental do Reino de Deus, retomando questões discutidas no Congresso de Lausanne em 1974. Na platéia, cerca de 229 pes-soas, entre eles alguns formadores de opinião como o pastor Ariovaldo Ra-mos, filósofo e missionário do Serviço de Evangelização para América Latina (Sepal). O evento foi marcado pela e interação entre os tópicos teologia e vida na América Latina. Isso abriu es-paço para debates durante o congresso, um ponto alto da discussão que uniu a teoria à prática. Nos breves intervalos aprovações e reprovações sobre as pen-satas. “Eu discordo de Heber Campos quando ele fala sobre pena capital, mas

concordo quando ele fala que pastor não deve expressar suas preferências partidárias”, diz Ari que acredita que o melhor caminho para melhorar o nível teológico é trabalhando o discipulado e a teologia aplicada. Para ele, saber e aplicar as verdades bíblicas são reco-nhecer as necessidades de seu povo. O mesmo diz Jonas Madurei-ra que, segundo ele, é impossível que exista teólogo sem um estudo apro-fundado da filosofia. “A hermenêutica tem que buscar a posição de perspecti-va em interpretação da teologia e filo-sofia”, argumenta. Este olhar social é corrobora-do pelo bispo Walter McAlister, da Igre-ja Nova Vida, um dos participantes. “O mundo das idéias precisa ser trabalha-do. É preciso ter pé no chão para que possam aprender isto na prática.” Ou-tro ponto alto foi a participação do mi-nistério Desperta Débora liderando as reuniões de oração, bem como as devo-cionais ministradas pelo pastor Ricardo Barbosa e o louvor ministrado por João Alexandre e sua banda, que também encantou o público com um sarau.TEXTO CELSO DE CARVALHO

“Jovem Jonas Madureira falou sobre Teologia da Libertação e da Missão Integral

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Divulgação: Mega Fotos

Divulgação: Mega Fotos

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IGREJA | abril / maio 201014

No artigo anterior fizemos uma breve introdução a este assunto que perturba mui-ta gente. Concluímos com o exemplo de José (Gn 50.15-21) quando viveu no Egito e pôde dizer aos seus irmãos que o mal que eles lhe haviam feito, Deus transformara em bem. Em vez de considerar a situação a partir do seu ponto de vista ou do sofrimento que a própria história de perseguição dos seus irmãos havia lhe imposto, foi mais além, considerando a situação a partir do ponto de vis-ta de Deus, que conhece todas as coisas. Afinal tudo contribui para os que amam a Deus e seguem sua Palavra (Rm 8.28). Voltemos à questão inicial, por que as pessoas boas também sofrem? Para a Teolo-gia da Prosperidade estas questões não fa-zem parte de sua agenda temática, afinal todos devemos ser prósperos e tocar nas ri-quezas do Deus que é rico. Mas a realidade dos fatos demonstra o inverso, os acidentes continuam ocorrendo, os vírus e bactérias continuam contaminando, etc - sem um ca-ráter seletivo, isto é, os vírus, bactérias e aci-dentes não “perguntam” se a pessoa é boa, justa ou cristã. E aqui temos a primeira resposta. Sofremos simplesmente porque estamos vi-vos, por somos limitados ao tempo, ao es-paço. Somos seres finitos. Nosso corpo tem limitações, as células vão se envelhecendo, nosso metabolismo vai se reduzindo, sofre-mos invasões de vírus, bactérias, podemos ser contaminados por agentes químicos, etc.

Numa estrada, um carro que vem em outro sentido poderá se desgovernar e bater no nosso carro e poderemos até morrer. Você poderia perguntar “por que Deus não nos livrou daquele acidente?” Sem dúvida ele poderia ter nos livrado, optando em fazer um milagre, mas também deixar a linha do tempo e do espaço correrem naturalmente. Quem somos nós para determinarmos o que Deus deveria fazer.

Não há dúvida que nossa vida é pre-ciosa, mas também não podemos es-quecer que nossa vida não se encerra aqui neste mundo limitado. A Bíblia nos traz todo um ensino escatológico demonstrando a vida na eternidade, demonstrando nossa finitude até na maneira presentista de concebermos

nossa história. Em vez de culpar Deus, poderíamos, por exemplo, contribuir sendo prudentes para que acidentes possam ser evitados. Por exem-plo, deixando meu carro sempre em ordem, tendo disciplina na higiene pessoal, evitando contato em ambientes contaminados por ví-rus, bactérias, agentes químicos, etc. Pessoas descuidadas com estes procedimentos estarão mais sujeitas ao sofrimento. Assim, uma primeira resposta à nos-sa questão primeira é, sofremos por sermos finitos e vivermos num mundo finito. Somos vítimas de acidentes e das limitações que a dimensão física da vida nos impõe, neste caso resta nos pedir capacitação a Deus para enfrentarmos a situação. No próximo artigo vamos continuar com o assunto.

Pessoas boas também sofrem? (parte 2)

IGREJA | abril / maio 2010

éticaLourenço Stelio Rega

Teólogo, eticista, educador e pastor, diretor da Faculdade Teológica Batista www.etica.pro.br

Somos vítimas de acidentes e das limita-ções que a dimensão física da vida nos impõe

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abril / maio 2010 | IGREJA 15

igreja brasil

Mundial na berlindaPastores são presos com fuzis

abril / maio 2010 | IGREJA

Bola foraKaká e Neymar em momentos de raiva soltam palavrões e põem em xeque seus testemunhos

Já dizia a canção na Escola Bíblica Dominical: Cuidado boquinha o que fala. Kaká, da Renascer, no momento de raiva, abriu o verbo e soltou um palavrão. A imprensa mundial logo pegou no pé do jogador tido como

referencial de atitude dentro e fora do campo. Neymar, jovem revela-ção do Santos e membro da Igreja Peniel, ao ser expulso no clássico contra o Palmeiras, não poupou o linguajar e esbravejou.

Pauta freqüente na mídia, geralmente ligado ao crescimento vertiginoso, a Igreja Mundial do Poder de Deus no-vamente ganhou as páginas dos jor-nais e revistas. Desta vez as reporta-gens não eram dos melhores assuntos e sim, as denúncias de envolvimento de pastores da denominação ao tráfico de armas. Três pastores foram detidos no Mato Grosso do Sul (MS) pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no dia 10 de março com fuzis M-15, de fabricação americana que seriam distribuídos em morros do Rio de Janeiro. Ao serem abordados pelos policiais, os pastores Sebastião Braz Neto, de 42 anos, e Francisco de Moura, de 31, chegaram a dizer que foram a Corumbá (MS), fronteira com a Bolívia, para fazer uma pregação aos fiéis da Igreja Mundial. Mas os policiais desconfiaram porque eles estavam nervosos e contraditórios

no discurso. Cada pastor, de acordo com a polícia, ganharia R$ 20

mil pelo serviço. O apóstolo Valdomiro Santiago disse não

conhecer os envolvidos. “Tomara que sejam frequentadores da igreja e cadeia neles.

A Igreja Mundial é a que mais recupera cri-

minoso, isso vai render, vamos orar”, interpelou.

Igrejas disputam templos em ManausA Igreja do Evangelho Quadrangular e a Igreja Comunidade Evangélica Internacional do Avivamento (Ceia), dissidente da primeira, estão brigando na Justiça pela posse de 12 templos em Manaus (AM). De acordo com os pastores das duas igrejas, a dispu-ta começou em 2008. No dia 12 de abril, um oficial de justiça cumpriu os mandados de reintegração de posse favoráveis à Igreja Quadrangular. A decisão foi tomada pelo juiz da 4ª Vara Cível, Divaldo Martins, segundo o bispo da Ceia, Francisco Salgado.

Salgado informou que, em 2008, os pastores da Ceia e cerca de três mil membros ligados aos 12 templos em disputa começa-ram a discordar das práticas ado-tadas pela Igreja Quadrangular e resolveram se afastar da igreja, fundando uma nova denomina-ção. Ele afirmou, ainda, que os 12 templos não estão sendo utiliza-dos. “Essa é a maior prova que eles não estão interessados na religião e sim na propriedade”, acusou.

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IGREJA | abril / maio 201016

Site publica os dez maiores opositores do movimento gay e Magno Malta encabeça ranking

Magno Malta e Silas Malfaia são os dois maiores inimigos dos gays segun-do o site Cena G. O ranking foi desen-volvido através de pesquisas e estudos de comportamento. Segundo eles estas personalidades expressam homofobia. Quem encabeça a lista é o senador Magno Malta (PR), que afirmou que o movimento gay quer criar um império homossexual e que ser gay é pecado. Si-las Malafaia vem em segundo. Mantém um blog que, segundo eles, ofendem os gays. Bispo Rodovalho, da Igreja Sara Nossa Terra vem em quarto; Julio Se-vero, segue em quinto e foi obrigado a deixar o país para não sofrer retaliações. Estão na lista ainda Rosangela Justino e Marcelo Crivella.

Os dez descoloridos

igreja brasil

Philip Yancey confirma participação na ExpoCristã 2010

O escritor Philip Yancey participará da nona edição da ExpoCristã que acontece de 07 a 12 de setembro no Expo Center Norte em São Paulo. O pastor participará do jantar Top da Editora Vida no dia 08 de setembro e promoverá tarde de autógrafos no estande dia 09.

Formado com louvor na Co-lumbia Bible College foi editor da revista Campus Life de 1971 a 1978. Nesse período, a circulação da revista cresceu de 50 mil para 250 mil exemplares e foi duas vezes eleita o “Periódico do ano” pela Evangelical Press Association (Associação da imprensa evangé-lica). Desde 1978, trabalha como colaborador independente. Mais de 600 artigos seus apareceram em 80 publicações diferentes, entre elas Readers Digest, Publishers Weekly, National Wildlife, The Saturday Evening Post, Christian Century e The Reformed Journal. “Eu escrevo livros para mim mesmo”, diz. “Escrevo livros para resolver questões que me incomo-dam, questões para as quais não tenho resposta. Meus livros são um processo de exploração e inves-tigação. Então, eu tento resolver diferentes problemas relacionados a fé, coisas relativa a mim, que quero aprender ou que me preocupam”. Ao todo, o autor escreveu mais de dezesseis livros, entre eles Decep-cionado com Deus e Alma Sobre-vivente (Editora Mundo Cristão), Igreja: por que se importar (Editora Sepal), Perguntas que precisam de respostas (Editora Textus) e Mara-vilhosa graça, Deus sabe que sofre-mos, O Jesus que eu nunca conheci, A Bíblia que Jesus lia, O Deus (in)visível, estes últimos publicados pela Editora Vida. Atualmente, Yancey e a esposa Janet moram em Evergreen, Colorado.

Maravilhosa visita

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Novidades na tela grandeGraça Filmes é mais um projeto do missionário R.R Soares

Depois da Graça Editorial, chega ao mercado a Graça Filmes. Com foco em produzir filmes e trazer mensa-gens edificantes, o projeto da Igreja da Graça de Deus, do missionário R.R Soares, tem escritórios no Rio e São Paulo. No começo a Graça Filmes trabalhará como dis-tribuidora, mas em breve atuará produzindo longas. Nesta primeira fase há oito filmes no catálogo nos gêneros de ação, comédia, drama e infantil. Estes filmes têm origem nos Estados Unidos, já que por lá o inves-timento é muito forte neste tipo de evangelismo. “Os americanos estão há muitos anos no mercado, tem tradição. Um exemplo disso é quando você vai em uma locadora e na maioria das vezes você opta por filme ame-ricano, por que o ator bom do filme é americano. Mas não quero dizer que os nacionais sejam ruins, só são tímidos ainda”, disse Ygor Siqueira, diretor executivo.

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Igor conta que a ideia da empresa é trabalhar com os filmes nacionais em breve, paralelo com os internacio-nais. Não há previsão para iniciar neste segmento. “São filmes que foram escolhidos com muito critério. Hoje a família está muito afetada, então queremos passar um conteúdo que edifique a família. Esse é o começo de muitos projetos”, esclareceu. Para saber mais acesse www.gracafilmes.com.br

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Nos dias 12 e 13 de março de 2010 foi realizada no Centro de Convenções Sul América no Rio de Ja-neiro, a comemoração dos 70 Anos da Casa Publi-

cadora das Assembléias de Deus (CPAD). O jantar e o culto solene iniciaram a contagem regressiva para o centenário da denominação em 2011. No dia 13 a celebração reuniu 2,5 mil pessoas no mesmo local. No dia 12, sexta-feira, o jantar de confraternização reuniu pastores e dirigentes da CPAD. A Casa Publicadora, fundada em 1930, na primeira Convenção Geral da denomi-nação em Natal (RN), começou na redação do jornal Men-sageiro da Paz. Com a expansão da denominação, a primeira sede construída em Benfica, logo foi transferida para Vicente de Carvalho, onde ficou 22 anos e por fim para Bangu, onde funciona até hoje. “Quando cheguei na CPAD era apenas um rolo de papel e galpão, hoje é uma super potência”, lem-brou o pastor Custódio Rangel, que foi presidente da Casa Publicadora entre 1974 a 1985. Para lembrar o passo a passo da Casa foi organiza-da no hall do Centro de Convenções uma exposição com 32 painéis com mensagens e projetos. A curadoria foi do Cen-tro de Estudos do Movimento Pentecostal. “Nosso acerto depende muito da doação das pessoas e retrata parte de um sonho”, frisa Isael de Araújo, autor do livro Dicionário do

Contagem regressivaEvento no Rio comemora os 70 anos da CPADe inicia contagem regressiva para centenário da denominação

Movimento Pentecostal. Esta exposição deverá acompanhar os eventos do centenário da CPAD pelo Brasil. O pastor presidente da Convenção Geral das As-sembléias de Deus, José Wellington Bezerra da Costa, ao ver as fotos se emocionou ao lembrar a história da empre-sa. “Isso daqui reflete 70 anos de trabalho contínuo. Mui-tas são as vitórias do Senhor”, repetiu. O diretor executivo da CPAD, Ronaldo Rodrigues de Souza, foi outro que não conteve a emoção ao perceber como a empresa está enrai-zada na vida de todo assembleiano com produtos, princi-palmente na área de Escola Bíblica Dominical. “Momento de alegria e sem palavras para agradecer”, falou. Durante o jantar foi apresentada a Comissão Nacional do Centenário das Assembléias de Deus, além da apresentação dos eventos já realizados e da agenda até 2011. O coral composto por funcionários da CPAD cantou hinos da Harpa Cristã. Ao todo 135 funcionários, colaboradores foram homenageados. A EBF Comunicações, que edita a Revista Igreja, Consumidor Cristão, além do portal Creio e a Anle (Asso-ciação Nacional de Livreiros Cristãos) entregaram à direção da CPAD uma placa comemorativa. “A chama pentecostal se mantém acesa com produtos de qualidade que a CPAD apresenta”, fala José Nogueira, presidente da Anle que ao lado de Eduardo Berzin, da EBF, não pouparam elogios ao trabalho da editora. Jeziel Damasceno, da Patmos Music, representan-te do Comitê do Centenário, lembrou que há quatro anos umas séries de eventos estão sendo organizados, por diversas regiões do país, para celebrar o inicio de trabalho de Daniel Berg e Gunnar Vingren. “De norte a sul o país vai celebrar a conquista destes missionários”. Segundo ele a celebração entra na reta final com grandes concentrações na região su-deste. Em novembro já está marcado uma programação no Maracanãzinho, no Rio e em julho uma conferência pen-tecostal. E em 2011 a programação será encerrada com um evento na AD do Belenzinho. TEXTO CELSO DE CARVALHO

Coral CPAD relembra clássicos da Harpa

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me assustou. Os sete membros da equipe de trabalho da Visão Mundial no Paquistão, assassinados na semana passada eram muçulmanos e não cristãos. Primeira-mente se disse que eram cristãos perseguidos por grupos islâmicos terroristas. Assim recebi as primeiras notícias. Era a versão que melhor encaixava com o estereótipo ocidental das per-seguições religiosas: os muçulmanos matam os cristãos e estes fogem ante a fúria terrorista dos perseguidores do Islã. Uma versão que não permite aprofundar nas causas reais da violên-cia no mundo e quem são suas vítimas. Informaram que os mortos eram seis; agora são sete. Imtiaz John foi levado ferido ao hospital de Abbotabad depois de sofrer o ata-que no dia 10 de março. Seu estado de saúde piorou e veio a falecer no domingo dia 14 em

um hospital de Isalambed para onde havia sido transferido dias antes, com o fim de obter uma atenção mais especializada. Morreram, no total, cinco homens e duas mulheres que exerciam diferentes tarefas na Visão Mundial no Paquistão. Muhammad Ayaz, engenheiro; Zaryab Yousaf que trabalha-va na área de monitoramento e avaliação; Liaqat Ali, motorista; Kehkashan Zia, oficial de progra-mas e projeto social que trabalhava em Oghi, a cidade onde ocorreram os fatos; Jamshadai e Imtiaz John, coordenador de projetos. Todos trabalhavam na defesa, proteção e promoção dos direitos de suas comunidades, apoiavam seu de-senvolvimento e lutavam para reduzir a pobreza e a injustiça. Morreram promovendo os valores do Reino de Deus e, cumprindo, a sua maneira e segundo sua fé, com sua vocação de serviço as

Os cristãos assassinados no Paquistão eram muçulmanos

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Harold Segura

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Teólogo, escritor e coordenador de Compromisso Cristão da Visão Mundial para a América Latina e Caribe.

...Se alguém mata a um ser

humano... Será como se tivesse matado a toda a

humanidade

(Alcorão, 5:32)

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pessoas mais necessitadas. A pergunta do porque uma organização de vocação cristã como Visão Mundial trabalha com crentes de outros credos religiosos é válida. Uma das políticas institucionais afirma que, ape-sar da norma da organização de “contratar pes-soal que seja seguidor de Cristo, a contratação de pessoal de outras religiões é algumas vezes um requisito necessário para trabalhar de maneira eficaz em um país ou comunidade”. E acrescenta este documento que “se bem temos clareza sobre nosso compromisso cristão, reconhecemos o valor, dentro dos contextos de certos países, de empre-gar a seguidores de outros tipos de fé que estão dispostos a apoiar nossa missão e nossos valores. Esta parte da política interna se encerra afirman-do o seguinte: “Encorajamos entre nosso pessoal a compreensão mútua das crenças e práticas básicas das religiões do mundo dentro de seus respectivos contextos”. Esta é uma declaração oficial assina-da a poucos meses, porém praticada a vários anos. Visão Mundial serve a Jesus e promove seu Rei-no dando testemunho da reconciliação, respeito mútuo e colaboração inter-religiosa em favor das comunidades empobrecidas. Assim o faz como testemunho do amor de Deus ao mundo e como conseqüência do modelo de serviço de Jesus, nos-so mestre. Nossa missão afirma que somos “uma confraternidade internacional de cristãos cuja missão é seguir a Jesus Cristo, trabalhando com os pobres e oprimidos para promover a transfor-mação humana, buscar a justiça e testificar as boas novas do Reino de Deus”. Missão que também se cumpre, em alguns países, com a colaboração de fiéis de outras religiões não cristãs. As notícias dizem que o culpado pelo ataque contra a Visão Mundial foi um grupo de militantes muçulmanos vinculados a Al Qaeda. Chegaram, “cerca de 10 homens, todos com más-caras. Derrubaram as portas, tiraram todos do escritório, os colocaram em um lugar e logo co-meçaram a disparar... de saída lançaram uma bomba”. É a conhecida história da violência

que faz de Deus (Alá em alguns casos, Yahweh ou Jehová em outros) uma desculpa para a crueldade. Matam em nome de um deus que não é nem o do Alcorão nem da Bíblia. As vítimas, neste caso, não foram cristãos ocidentais, foram muçulmanos paquistaneses que haviam decidido trabalhar junto a cristãos de todo o mundo e lutar contra a pobreza e a injustiça presente em seu próprio povo. Não eram cristãos; apesar de alguns respeitados teólogos terem denominado aos “bons não cristãos”, com o título de “cristãos anôni-mos”, (Karl Rahner) ou de “christianus designatus”, ( Karl Barth). Eram muçulmanos, fieis seguidores do islamismo (é preciso dizer isto em honra a todos eles e por respeito a fé que professavam), homens e mulhe-res de boa vontade, construtores da paz, testemunhas da esperança. Pessoas como as quais o Reino de Deus tem crescido e seguirá crescendo, mesmo contra as forças obscuras da maldade disfarçada da piedade. Depois de ministrar uma cerimônia litúr-gica simples em homenagem aos sete paquistaneses assassinados, fui para meu escritório e segui pensan-do neles e em sua contribuição para a causa de Jesus. Recordei também das palavras do bispo Oscar A. Ro-mero (este sim um mártir cristão) que dizia: “O reino de Deus está mais a frente das fronteiras da Igreja. A Igreja aprecia todo aquele que sintoniza com sua luta para implantar o Reino de Deus”. Sim, tem razão. O Reino transcende as fronteiras da Igreja. No Paquis-tão, morreram sete pessoas que, sem chamar-se cris-tãos, também trabalhavam na promoção deste Reino. “Deus é grande. Que a paz e misericórdia de Deus esteja convosco”, como reza uma ora-ção do Islã.

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Harold Segura

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Bispo Zé Bruno deixa a Renascer e organiza nova denominação. Com problemas de saúde, Jabes de Alencar se afasta do comando da Assembléia de Deus do Bom Retiro

liderança

Novos rumos

No dia 26 de março o bispo Zé Bruno anunciou sua saída do corpo pastoral da Igreja Renascer

em Cristo. Em meio a boatos sobre brigas e desavenças, dando a entender que acon-teceu atrito entre o deputado e demais membros do ministério Renascer, Zé Bruno, que também é deputado esta-dual, afirmou que deixou o grupo com a benção do casal Hernandes. “Foi Deus que me guiou e tocou em meu coração que era a hora de deixá-los, mas vou estar na marcha e nos even-tos da Renascer. Quero abrir uma célula com minha família”.

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Reuniões de bispo Zé Bruno reuniram 400 pessoas na Associação Japonesa em São Paulo

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da diretoria executiva partiu após problemas de saúde de Jabes. Re-centemente o pastor da Assembléia de Deus passou mal durante um evento em Foz do Iguaçu (PR). Em 2008 o pastor e conferencista des-maiou em um hotel que estava pre-gando com princípio de AVC. Devi-do ao problema colocou um catéter no hospital Albert Einstein em São Paulo. O estresse acarretou pro-blemas cardíacos e diverticulite. Os outros problemas de saúde não foram divulgados oficialmente. Ele deverá passar um período na casa da filha em Dallas. O afastamento, que segundo o próprio conferen-cista durará até três meses, é por tempo indeterminado, indicam al-gumas pessoas. Na Assembléia ficou deci-dido que Dayan Alencar assumirá interinamente a presidência com desafio de manter o pique durante o afastamento. Ele também respon-derá juridicamente pelo ministério. Silas Malafaia ministrará durante as quartas-feiras e Santa Ceia, dando mentoria.

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Zé Bruno falou do sen-timento de deixar a Renascer. “Eu saí, mas nós vamos sempre estar juntos, vivendo no corpo de Cristo. Jesus não dividiu o pão, Ele partiu para multiplicar e é isso que está acontecendo comigo. É claro que dá sauda-des, você cria um vínculo com as pessoas, mas é como se nós mudássemos de casa, de bairro, você chora e tudo, mas ninguém morreu”, brinca Zé Bruno. Menos de um mês após a saída, bispo Zé Bruno iniciou um trabalho na Associação Ja-ponesa em São Paulo. Cerca de 400 pessoas estariam parti-cipando dos encontros. Mas Zé Bruno não estava só. Devido a problemas de saúde, o pastor e conferencista Jabes de Alen-car deixou no dia 06 de abril a Assembléia de Deus do Bom Retiro, em São Paulo. Dayan Alencar, filho de Jabes, assume interinamente sendo mentoria-do pelo pastor e amigo, Silas Malafaia. A decisão de se afastar

liderança

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Assembléia de Deus do Brás está sendo gerida pelo filho de Jabes, Dayan Alencar

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Provavelmente você já ouviu de algum pastor ou líder tradicio-nal que ‘pregador itinerante

não tem compromisso com nada. Pre-gador itinerante, vem, faz o estrago e, depois temos que consertar. Pregador itinerante é itinerante porque não res-peita autoridade eclesiástica’. As gran-des cruzadas evangelísticas do século passado, no entanto, desmentem essa teoria e provam com números impres-sionantes de conversões que o minis-tério itinerante de evangelismo foi e é uma grande arma na guerra espiritual contra o diabo e seus anjos. Vários missionários e líderes evangélicos dedicaram toda a sua vida viajando pelo mundo para pregar o evangelho a um número incontável de

Além das quatro paredesMinistérios itinerantes usam a criatividade para ganhar almas para Jesus

pessoas com cultura, língua, religião e problemas diferentes, mas com uma coisa em comum a sede por uma pa-lavra de salvação. Billy Graham, T. L. Osborn, Kenneth E. Hagin (veja boxe As Grandes Cruzadas) e muitos outros levaram uma verdadeira multidão a se converterem a Cristo. Hoje, vários lí-deres pelo mundo seguem o exemplo bem-sucedido dos seus antecessores e, como eles, também têm arrebatado multidões por onde passam. O evange-lista alemão Reinhard Bonnke, funda-dor do ministério internacional Cristo para todas as Nações. Bonnke nasceu na Alemanha, mas foi no continente Africano que desenvolveu o seu ministério. O mis-sionário, sua esposa Anni e seu filho

recém-nascido pisaram pela primeira vez em solo africano em 1969, em Ma-resu, capital de Lesoto, país do sul da África. Filho de pastor, Reinhard acei-tou a Jesus quando tinha nove anos de idade. O chamado para os campos missionários da África não demorou muito, antes mesmo de se tornar um adolescente, ele já sabia qual era o ca-minho que Deus havia traçado para sua vida. “Todo lugar em que vamos encontramos novas pessoas – logo, um potencial de novas conversões! Nós te-mos a liberdade de ir a qualquer lugar onde o Senhor nos direciona a ir, e não somente a lugares onde organizações aparentemente parecem enxergar so-mente suas próprias necessidades”, afirma Bonnke.

Bonnke é presidente do CFAN e já evangelizou a Africa

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Gênesis - O trabalho co-meçou em uma tenda que acomo-dava 800 pessoas, mas à medida que o número de fiéis foi aumentando, tendas maiores foram adquiridas. Finalmente, em 1984, ele encomen-dou a construção da maior estru-tura móvel do mundo - uma tenda capaz de comportar 34.000 pessoas sentadas. Reinhard Bonnke fundou o ministério internacional Cristo para todas as Nações, em 1974, a organização evangelística nasceu para incentivar novos missionários a abraçarem o ministério comanda-do por Bonnke. Desde o início do novo mi-lênio, através da realização de even-tos em grande escala na África e ou-tras partes do mundo, 54 milhões de pessoas já responderam ao chamado do Evangelho através do Cristo para todas as Nações. “Hoje, contamos com 13 escritórios espalhados por 10 países: Brasil, Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Alemanha, Ni-géria, África do Sul, Hong-Kong, Cingapura e Austrália, onde aproxi-madamente cerca de 100 funcioná-rios trabalham arduamente para que a cada dia mais e mais vidas possam encontrar salvação em Jesus Cristo”, conta Reinhard que declara ter um bom relacionamento com diversas denominações evangélicas, mas a maior parte do sustento do minis-tério vem de doações individuais. “Muitas denominações nos apóiam financeiramente, porém, na verdade a maioria delas já sustenta seus pró-prios departamentos de missões. O nosso sustento financeiro vem tanto de indivíduos como de igrejas em

geral, e não de uma denominação específica”, afirma. Ele conta ain-da que os integrantes do ministério Cristo para todas as Nações também freqüentam suas igrejas locais. “Nós somos um ministério interdenomi-nacional que conta com o apoio de diversas igrejas, entretanto, os inte-grantes da nossa equipe, individual-mente, são todos membros firmes de uma igreja local, onde eles e suas famílias se sentem bem à vontade e recebem toda a ‘estabilidade’ que necessitam”. Fogo para as nações - Além das cruzadas evangelísticas, a orga-nização também é conhecido por realizar as “Conferências do Fogo” que treinam e encorajam os líderes da igreja local para o evangelismo. “Hoje (no Brasil) trabalhamos em diversas frentes, uma delas é a Esco-la de Fogo e Evangelismo Eficaz – um curso de treinamento e capacita-ção evangelistica para toda a igreja. Viajamos por todo o Brasil levando nossa equipe de ministradores, e so-mente nos últimos dois anos tivemos milhares de alunos inscritos e treina-dos em todo o Território Nacional. Nosso ministério tem o ‘evangelis-mo’ como sua referência ministerial por mais de 35 anos, isso mostra que como ministério nós não perder-mos o nosso foco doutrinário”. Ele termina fazendo um alerta para os ministérios itinerantes que surgem a cada dia. “No final das contas, cada ministério itinerante deve se posicio-nar doutrinariamente, pois acima de tudo, eles terão que prestar contas a Deus. Temos tanto ministerialmen-te, como indivíduos, uma cobertura

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espiritual e financeira que testificam a comprovada atuação doutrinária de nosso ministério, cobertura para qual sempre prestamos contas”. Semear o fogo do Espírito Santo pelas nações, esse também é o objetivo do ministério Tempo de Avi-vamento liderado pelo pastor Marco Feliciano. O líder afirma que o tra-balho que realiza é baseado única e exclusivamente na fé em Jesus. “Fé e ação. A fé me motiva a crer que esses trabalhos fazem o reino ser propagado e o resultado, milhares de almas atin-gidas pelo poder do evangelho. A ação me leva a uma luta exaustiva através de viagens frequentes, exemplo, em 2009, ministrei em 318 cultos, em cerca de

260 cidades brasileiras e 8 países do mundo, nestes cultos, conto com a co-laboração do corpo de Cristo que atra-vés da compra dos materiais do minis-tério (DVDs, CDs, Livros, etc.) e com ofertas alçadas me auxiliam a manter estes projetos vivos”, diz Feliciano que completou, no dia 30 de março, 15 anos de ministério. “Minha equipe fez um apanhado minucioso sobre o mi-nistério e até eu mesmo me espantei. Mais de 1.600 cidades brasileiras já me ouviram pessoalmente, mais de 60 paí-ses do mundo já testemunharam a pre-gação do evangelho através do ministé-rio que Deus me confiou. Nosso curso de teologia, conta hoje com cinco mil alunos espalhados por todo o mundo,

por se tratar de um curso a distancia”, destaca Feliciano O pastor descreve o seu mi-nistério como uma “aventura santa”. “O ministério itinerante é bem pareci-do com um plano de vôo de um avião. Para subir, é necessário um esforço tremendo, para se manter em altitu-de de cruzeiro é necessária atenção dobrada para o tempo, equipamento etc., e a consciência de que a qualquer momento será necessário descer para descansar, reabastecer e fazer a manu-tenção. O itinerante não é bem visto pela grande liderança evangélica, que, em alguns casos, está coberta de razão, pelo mal testemunho de alguns, toda-via, não se pode julgar todos pelos atos de alguns, o mesmo ocorre no exterior. A maior dificuldade não é pregar o evangelho e sim suportar as persegui-ções movidas pelos ciúmes, pois o iti-nerante, na unção de Deus, por onde passa, deixa um rastro de sinais, con-quistando o coração do povo”, explica Marco que admite já ter sentido falta da estabilidade que uma igreja local pode dar. “Antes de fundar e presidir a Ca-tedral do Avivamento das Assembléias de Deus, sentia- me desamparado, desmotivado, pois era apenas uma voz solitária. muitas vezes marginalizada, outras vezes, sentindo-me usado, e o pior, na maioria das vezes, sentia- me abandonado. Hoje, tenho um porto seguro, um ministério que me apóia, discípulos que me incentivam e dão seqüência ao trabalho, e o principal, minha família esta amparada”. Críticas – Perguntado qual era a sua opinião sobre alguns minis-térios itinerantes que não têm respaldo denominacional, como o “Caminho Antigo” do Pastor filipino Eli Soria-

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Ministério Tempo de Avivamento de Marco Feliciano completou 15 anos no dia 30 de março

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no, Feliciano acredita que é mais fácil deturpar a Bíblia sem essa formação doutrinária. “Toda autoridade que não está sob autoridade não é uma autori-dade verdadeira. Caminhar sozinho é anti-bíblico. Quando o líder não deve satisfação a ninguém, e não precisa se reportar a outro, ele fica vulnerável a pensamentos, tentações, que podem levá-lo sim a erros, heresias, entre ou-tras coisas mais. Não é apenas o iti-nerante (que está passível de cometer esse erro), mas todo pastor, todo líder, precisa sim estar sob a cobertura espiri-tual de uma denominação ou de outro líder”, salienta Marco Feliciano que também é alvo de muitas críticas por partes de líderes mais tradicionais que, segundo ele, não compreendem a mag-nitude do evangelho genuíno. “Quem lançou a mão no arado não pode olhar para trás. Eu prego desde os 14 anos de idade, hoje estou com 37. Eu sepultei um filho no inicio do ministério por falta de um plano de saúde. Acredito que não tenho que provar mais nada a ninguém. Os testemunhos de liber-tações, salvação, curas, falam por mim. Eu sei que é preciso ter equilíbrio para saber que jamais serei unanimidade, como disse o poeta do norte, toda una-nimidade é burra. A beleza do corpo de Cristo esta exatamente nas diferenças, portanto preciso sempre reavaliar mi-nha maneira de pregar, afinal, todos amadurecemos. E o que é distorcido pra alguns é glória e revelação para outros. Falaram isso de Jesus, falaram isso dos profetas que vieram antes dele e também os que vieram depois dele, e eu, não sou melhor que nenhum deles, recebo com naturalidade as críticas, e é claro, não sou hipócrita, existem mo-mentos que algumas críticas ferem

profundamente, pois tento fazer o me-lhor, e as vezes erro, mas erro tentan-do acertar, afinal sou apaixonado por aquele que me vocacionou, e tenho um profundo respeito pela sua Noiva, que é santa e merece um alimento sa-dio”, argumenta. Formiguinhas - Existem também vários ministérios itinerantes que contam com poucas pessoas para o desenvolvimento do trabalho de levar o evangelho aos locais mais longínquos do país. Muitas vezes, o trabalho é rea-lizado apenas por uma família missio-nária que aceita o desafio e põe o pé na estrada em busca dos campos brancos para a colheita. Esse é o caso do Mi-nistério Itinerante Semeando sobre Rodas. O casal Jane Franco e Rozendo Moreno ajudam pequenas igrejas que estão sem pastores e liderança levando estudos e pregações aos finais de sema-na. “Em nossa região há muita carên-cia de pastores e líderes e vendo isto Deus nos tocou e iniciamos nosso mi-nistério efetivamente em 06/09/2008. Como era para atender igrejas caren-tes, pedimos e Deus nos concedeu todo o equipamento necessário para levar a Palavra dele da melhor forma possível (caixas de som amplificadas, retorno, microfones, mesa de som, multimí-dia, notebook). Nosso trabalho é de cunho interdenominacional”, conta Jane Franco que já visitou 12 cidades e 23 igrejas de diferentes denominações nesses quase dois anos de ministério. O trabalho é feito aos finais de sema-na, pois Jane é professora e Rozendo é advogado. “Nosso trabalho é volun-tário. Algumas igrejas nos abençoam com ofertas ou comprando CDs, mas nada exigimos, a não ser hospedagem e alimentação”, afirma Jane. Ela expli-

ca que o trabalho se divide em quatro partes. “Primeiro: fazemos um Culto de libertação, onde Rozendo conta o testemunho sobre o seu envolvimento com espiritismo (umbanda) por cerca de 20 anos e mensagem esclarecendo como os demônios agem na vida da pessoa; Usamos apresentações visuais simultâneas; exibição do filme Jesus em praça pública ou escola; treina-mento para líderes; Rozendo Moreno canta músicas de seus três CDs e eu ministro a Palavra. Colocamos todo o material no carro e por hora saímos so-mente nos fins de semana. Hoje aqui, amanhã ali, sempre anunciando uma única verdade: Só Jesus Cristo sal-va”, relata Jane que freqüenta a Igreja Batista Monte Sinai, em Resplendor (MG) junto com o marido e tem qua-tro filhos já crescidos. Solidariedade - O Ministério Itinerante Solidariedade Sem Frontei-ras (Missef) juntou o útil ao agradável. Há dois anos, eles Levam mantimentos e artigos de primeira necessidade para as comunidades onde trabalha, na ci-dade de Samambaia, periferia de Brasí-lia. “Nosso projeto nasceu da vontade de ajudar mais efetivamente as pessoas das regiões mais carentes da cidade, principalmente mulheres. Nós chega-mos à comunidade damos o alimento, falamos de Deus e damos acompanha-

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Jane Franco ajuda pequenas igrejas que estão sem pastores

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As grandes cruzadas evangelísticas tomaram fôlego a partir da me-tade do século passado. Evangelizar milhares de pessoas ao mesmo tempo se fazia necessário, o tempo era curto, já que esses pregadores eram solicitados em muitos locais, então em dois ou três dias a cida-de em que se encontravam deveria ser impactada com a mensagem de paz e salvação de Jesus, além disso, muitas igrejas nessas cidades não tinham condições mínimas para a receberem a quantidade de pessoas esperadas nesses eventos. Pastores de multidão, assim são conhecidos homens como Billy Graham, T. L. Osborn, Missionário Manoel de Mello e muitos outros que entenderam que não era possível limitar a pregação do evangelho às quatro paredes dos templos de suas igrejas e que de-veriam anunciar às multidões a verdade do evangelho. Continentes como a África, a Ásia e também países com dimensões continentais como o Brasil eram os objetivos desses pregadores. Billy Graham é um dos mais conhecidos entre seus pares, hoje com 91 anos, Graham já alcançou uma audiência direta de qua-se 210 milhões de pessoas em 185 países. A primeira “cruzada” feita com sucesso ocorreu na Austrália, em 1959. Esta cruzada foi consi-derada o início da evangelização em massa na história australiana e teve efeitos consistentes no crescimento do protestantismo em todo o

mundo, tendo como consequência uma criação de numerosas igrejas em um período de 15 anos.

Do começo até o fim do seu ministério, Graham desfrutou de uma reputação pri-vilegiada devido as suas cruzadas serem feitas em lugares onde outros evangelis-tas consideravam impossível. Durante a Guerra Fria, falava a grandes multi-dões em países da Europa Oriental e na

União Soviética. Durante o Apartheid, foi constantemente recusado à visitar a África

do Sul, até que o governo finalmente permitiu que pudessem fazer a cruza-

da. A primeira cruzada de Graham na África do Sul ocorreu a partir de 1973. Ele usou a cruzada para denunciar o Apartheid ocorrido no mundo. E foi um dos poucos

mento aos convertidos”, diz a Pra. Nair Soares da Silva que coordena o projeto junto com o marido Erivan Barbosa. Os dois transformaram sua residência em sede da entidade. “Oferecemos cursos de informática, espanhol e inglês, fazemos também distribuição de cestas básicas. Nós recolhemos roupas usadas através de doações, lavamos, passamos e as re-vendemos para comprarmos as cestas básicas”, conta a pastora. Nair Soares esclarece, no en-tanto, que um dos seus maiores pro-blemas é a incompreensão dos pastores da região com o objetivo do ministério. “Nós queremos apenas ganhar almas para Jesus através da solidariedade, mas eles nos acusam de querer ‘roubar’ as ovelhas do rebanho deles. Eles proíbem suas ovelhas de virem à sede do minis-tério para fazerem qualquer atividade, porque têm medo de perderem aquela pessoa. Nós queremos apenas é capaci-tar essas pessoas. Algumas igrejas já en-tenderam e se tornaram parceiras. Te-mos Deus que vai à frente dessa obra”, relata Jane. Ela ressalta que tem mais 40 pessoas auxiliando e cumprindo os ideais da Missef. “Nosso objetivo é au-mentar a alta-estima das mulheres atin-gidas pelo projeto”, declara Jane que já desenvolve esse trabalho há 28 anos de maneira individual. O evangelho muito além das paredes do templo ou do limite físico do espaço esse é o objetivo dos ministérios itinerantes que dispensam rótulos deno-minacionais, mas que não abdicam da essência do cristianismo que é cumprir o “Ide” de Jesus: Ide por todo o mun-do e pregai o evangelho a toda criatura. (Marcos 16-15) TEXTO VIVIANE CASTANHEIRA

As grandes Cruzadas

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pregadores que conseguiram falar na Coréia do Norte. Graham se opôs a se-gregação racial durante os anos 1960 e pagava fiança de Martin Luther King, sempre quando era preso nas cadeias do sul dos Estados Unidos durante a era dos direitos civis nos anos 1960. Hoje, por causa dos seus problemas de saúde, ele sofre de mal de Parkin-son há mais de 15 anos, além de um câncer de próstata, Billy Graham en-tregou o cargo na Associação Evange-lística Billy Graham para o seu filho mais velho, Franklin Graham. Em uma linha mais pen-tecostal, Thomas Lee Osborn, mais conhecido como T. L. Osborn, reu-niu multidões pelo mundo pregando a cura divina. Ele e sua esposa, Daisy Osborn, se estabeleceram em Tulsa, Oklahoma, em 1949, e desde então já passaram por 78 nações pregando a palavra de Deus. O Rev. Osborn, segundo seu site oficial, foi o primei-ro evangelista a ir à campos abertos e parques nas nações não cristãs, para pregar e orar por milagres de cura. Os filmes e vídeos de documentários de Milagres têm sido exibidos em 70 lín-guas diferentes. Além disso, a associa-ção de Osborn mantém o Programa de Assistência Missionária Nacional Os-born para o sustento de missionários autóctones e a implantação de novas igrejas nessas áreas. Os livros escritos por Osborn são tidos por muitos líde-res brasileiros como manual de fé. O clássico “Curai enfermos e Expulsai demônios” é um bestseller desde 1951 com tiragem de mais de um milhão de cópias e foi responsável pelo início do ministério do Missionário R. R. Soares. T.L. Osborn e Daisy Osborn

se casaram com 17 e 18 anos, res-pectivamente, e com 20 e 21 anos de idade foram missionários na Índia. Em 1949, criou a Fundação Osborn, recebendo posteriormente o nome de OSFO Internacional. No Brasil, os grandes eventos evangelísticos foram res-ponsáveis pelo nascimento de di-versas denominações pentecostais e neo-pentecostais no país. Uma delas, a igreja Evangélica Pentecos-tal O Brasil Para Cristo é resultado do ministério itinerante liderado pelo missionário Manoel de Mello e Silva. Em 1955, Mello relatou que teve uma visão que o comissiona a começar a obra que ficou conhe-cida em 1956 como O Brasil para Cristo. A Instituição que começou como um movimento itinerante de evangelismo, cura e libertação. Diariamente, Manoel de Mello re-cebia convites para a realização de cruzadas evangelísticas em todo o Brasil. Milhares de pessoas lota-vam praças, teatros e estádios para vê-lo pregar. Durante a ditadura, cresceram também as acusações de curandeirismo e charlatanismo contra Manoel de Mello. O missio-nário foi preso 27 vezes por denún-cias ao regime militar e no tempo em que desbravou o interior brasi-leiro fortemente católico ainda viu seus tabernáculos e tendas serem queimados, até construir o templo sede na Vila Pompéia, por muitos anos considerado o maior do mun-do. Em 1990, Manoel de Mello fa-leceu deixando um legado de 2.250 igrejas no Brasil e 70 missionários espalhados pelo Brasil.

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O assunto sempre é polêmico e levanta o mesmo questiona-mento: O chamado ministerial é

vocação ou profissão? Não é de hoje que os líderes tentam encontrar uma solução para

este tema tão conturbado, mas desta vez um projeto de lei promete apimentar esta relação. Apresentado pelo senador e bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella (PRB/RJ) o Projeto de Lei do Senado (PLS) 114/05 quer trans-formar em profissão o exercício da teo-logia. O caso gerou protesto de líderes que denunciam, entre outros pontos, a formação de um Conselho Federal de Te-

ologia e a intenção do governo de invadir o espaço do campo religioso, fugindo assim

do estado laico. O projeto é semelhante à apresenta-

da pelo deputado Benedito Dias (PP/AP) em 1999. O projeto de lei n.º1.506 propunha a re-

gulamentação da profissão de teólogo e au-torizava a criação dos Conselhos Federal

e Regionais de Teologia. O projeto não foi bem aceito e depois de muita recla-

mação em 2004 foi arquivado pela Mesa Diretora. Não passou um ano,

em 2005, um projeto semelhante

foi apresentado pelo deputado José Divi-

no (sem partido), que logo foi arquivado nos

termos do artigo 105 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Uma terceira tentativa foi feita, desta vez, na indicação do deputado Vic-torio Galli (PMDB/MT), em 2007. Também sem sucesso. A iniciativa de Crivella pode ser considerada um misto de todos apresentados anteriormente e entre suas propostas está a criação do fa-moso Conselho Federal de Teologia. “Esse conselho já existe desde 1999 e houve entre a comunidade de teólogos evangélicos a suspeita de que estivesse por trás da mobilização da matéria”, afirmou o diretor da Faculdade Teo-lógica Batista de São Paulo, Lourenço Stelio Rega. O teólogo, que é mestre em educação e doutor em Ciências da Religião pela PUC de São Paulo, que enviou uma carta manifesto ao rela-tor da Comissão de Assuntos Sociais, levanta a suspeita de transformar o Conselho Federal de Teólogos em ‘um

atualidade

Projeto de lei no Senado quer regulamentar profissão

de teólogo e suscita debate sobre chamado

Entre a profissãoe vocação

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arrecadador de anuidades que seriam devidas pelos teólogos’. Pelo documento, só poderá exercer a profissão e ser considerado de fato teólogo aquele que tiver curso superior de teologia reconhecido pelo poder público, diplomado em curso superior similar no exterior, após reva-lidação do diploma no Brasil. Lourenço motivou um ma-nifesto que foi enviado ao senador Paulo Paim (PT/RS), que realizará uma audiência pública para discutir o tema. Na carta Lourenço questiona se Crivella não levou em considera-ção os pareceres rejeitando os PLCs anteriores e se o Estado deveria se envolver em exercício de profissão no âmbito religioso. “Ser teólogo é mais do que o senador Marcelo Crivella colocou no artigo descritivo da fun-ção. Não basta um curso de gradua-ção, é preciso prosseguir nos estudos e pesquisas, pelo menos chegando ao doutorado e com produção acadêmi-ca relevante”, apontou. Esta mesma leitura é feita

pelo vice-reitor da faculdade de teolo-gia da Universidade Metodista de São Paulo, Paulo Roberto Garcia. Para ele a criação do Conselho é um dos pon-tos a serem discutidos, mas não é o principal a ser debatido. “Este tipo de atitude em nada contribui para a teologia no Brasil, e implica ainda na contramão das leis trabalhistas em nosso país, que seguem numa des-regulamentação em diversas áreas”, afirma. Garcia mobilizou a faculdade e enviou e-mails ao relator para im-pedir a aprovação do PLS. A própria Metodista enviou manifesto e notas de repúdio. “Quere-mos ser ouvidos. Somos centenários e nunca fomos consultados. Um projeto de lei é criado sem que se ouçam todas as partes envolvidas, e isso é um erro, pois atende apenas a uma minora in-teresseira”, acusa Garcia. No argumento do projeto apresentado, o bispo da Universal compara a iniciativa com medidas tomadas na Europa, onde a teologia é comparada à profissão. Segundo o

texto o Brasil está atrasado e por isto o teólogo não possui espaço que me-rece. A tese é derrubada pelo reitor do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), Euler Pereira Bahia, que classifica o projeto como desastroso. “Nosso país é um estado lai-co, onde a separação entre as frentes constitui um avanço importante na preservação dos direitos de cada indi-víduo e sua religião. Toda a iniciativa seja tomada neste contexto deve ser feita com cautela e caso, sem que haja prejuízos às partes envolvidas”, res-salta. Bahia pensa que a intenção de Crivella a apresentar o texto é politizar uma área que tem função muito dis-tinta da vida política. O reitor opina que toda ini-ciativa que seja tomada na direção de fazer incursões em domínios que vi-sem o controle ou interferência estatal em assuntos de natureza religiosa de-vem ser tomados com reservas, já que em outros países a experiência foi de-sastrosa. “É comum se estabelecer uma confusão entre os papéis do teólogo e do ministro religioso. Conquanto ha-jam certas imbricações próprias , não se deve confundir funções, atribuições e muito menos campo de atuação.

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Crivella é autor da proposta e não foi encontrado para responder a reportagem

Euler Pereira Bahia classifica o projeto como desastroso.

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Temo que ao se horizontalizar a questão, ou seja, colocar a questão sob um grande guarda chuvas, esses papéis sejam cada vez mais confundidos, e com prejuízos flagrantes à exigência acadêmica que deve marcar a atuação específica do Teólo-go”, analisou.

Conselho de TeologiaUm dos pontos mais discutidos na lei é a criação do Conselho Federal de Teologia (CFT). Lou-renço, da Faculdade Teológica Batista, questiona os seguintes pontos: “Por ser de teologia, este con-selho vai interferir na liberdade religiosa e afetar a crença de diversas religiões? Vai ser um órgão arrecadador das centenas de milhares de religio-sos? Não seria isso um oportunismo, tão presen-te no ambiente contemporâneo, que chamamos no campo de teologia de Religião de Mercado”, pergunta. “Todo conselho nasce no financeiro. Vantagem para associado é só o fato de estar agre-gado, mas isto não auxilia o Brasil”, argumenta Paulo Roberto Garcia temendo que o projeto seja aprovado por insistência. Para ele a organização religiosa no país é muito plural e um conselho não consegue falar por todas as vozes. O Senador Marcelo Crivella (PRB/RJ) foi procurado, mas não retornou às ligações da reportagem. Os representantes do Conselho Fe-deral de Teologia que foram acusados de reco-nhecer diplomas de teologia, em afronta direta ao credenciamento do Ministério da Educação (MEC), não quiseram falar com a IGREJA.

O que propõe o projeto

- Serão reconhecidos os diplomados em teologia por estabelecimento de ensino superior, oficial ou reco-nhecido pelo Poder Público- Diploma para teólogos formados em outros países, após revalidação do diploma- Certificado àqueles que há cinco anos estejam exercendo função de teólogo- Criação do Conselho Na-cional de Teologia e suas seccionais

Foto: STJ

atualidade

Ministro: atividades pastorais podem ser consideradas como trabalho

Relação Estado, Justiça e a fé

Não é a primeira vez que o Poder Público tenta intervir no papel da igreja. No final de 2007, o Superior Tribunal de Justiça determinou que, apesar de não ser uma relação empregatícia, as atividades exer-cidas por pastores em igrejas podem ser consideradas como trabalho. A decisão unânime a partir do voto do relator, mi-nistro Humberto Gomes de Barros que, ao julgar um conflito surgido na justiça do estado de Santa Catarina, determinou que a ação por danos morais movida por um pastor contra a igreja da qual era líder fosse julgada na justiça do trabalho.

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Mário Kaschel Simões

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Empresário, Palestrante, Pastor da Igreja Ágape de Atibaia, Docente Internacional do Instituto Haggai, Sócio-diretor da Escola Internacional Preparando Gerações, Diretor do Instituto 7 Montanhas do Brasil www.7montanhas.com.br e-mail: [email protected]

O trabalho, portanto,

é visto como uma ben-ção, onde o homem, obra prima da criação

de Deus, se une ao seu

Criador para abençoar,

santificar e realizar sua obra Divi-na aqui na

terra.

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No domingo à noite, logo após o culto, uma pessoa me procurou dizen-do: “Pastor, ore por mim, pois amanhã eu volto para o inferno!” Perguntei: “Como?” e ela respondeu: “É que meu trabalho se-cular é um inferno. Sofro a semana toda e não vejo a hora de voltar à igreja no do-mingo, que é um céu!” Por que será que muitas pessoas ainda pensam assim? Por que existe um grande abismo entre o que fazemos no do-mingo e o restante da semana? Por que há uma grande disparidade entre o sagrado e o secular? Ao estudarmos a história, vemos que a Igreja foi grandemente influencia-da pelo Pensamento Grego que ensina a existência do nível mais elevado que é o sagrado, a forma, onde se encontra Deus e as coisas espirituais; e o nível mais baixo, que é o secular, a matéria, onde se encon-tra o homem, o mundo físico, imperfeito e temporal. O trabalho, portanto, é visto como algo sujo, mundano e secular. Por outro lado, temos o Pensamen-to Hebraico que fala sobre a existência de Deus, o sagrado, o criador do universo, que santificou e abençoou sua criação, não ha-vendo separação entre o sagrado e secular. O trabalho, portanto, é visto como uma bênção, onde o homem, obra prima da criação de Deus, se une ao seu Cria-dor para abençoar, santificar e realizar sua obra Divina aqui na terra. No livro dos Salmos, encontra-mos esta verdade: “(Senhor) Consolida a obra de nossas mãos!” Sl. 90:17

No Hebraico, a palavra para Adora-ção e Trabalho é a mesma: “Adovah”. Para Deus, o trabalho faz parte de nossa adoração, e também faz parte de nosso serviço ao Senhor. Quando Deus chamou o empresário Abrão, ele disse: “Seja uma bênção... através de você, serão abençoadas todas as famílias da terra.” Gn. 12 Até hoje muitos judeus e árabes têm este pensamento, e por isso gostam de traba-lhar e prosperam sobremaneira.

Medite nestes números:- 95% dos cristãos estão engajados no mer-cado de trabalho (‘secular’), porém, são pou-cos que enxergam seu trabalho como um ministério. - 70% de nossa vida útil vivemos no traba-lho. Não seria um disperdício de tempo e talentos, e má mordomia diante de Deus, usarmos este tempo somente para garantir-mos nosso sustento? Querido leitor, saiba que você não está neste mundo por acaso. Deus tem um propósito muito especial para você, e sua vida profissional está diretamente relacionada com a ministerial. Saiba que o seu trabalho é uma bênção de Deus, e também uma plataforma de ministério para que Deus possa abençoar o mundo, através de sua vida! Seu trabalho é seu ministério. “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo.” Col. 3:23-24 Um grande abraço e muito sucesso!

Meu trabalho é meu ministério

profissional cristão

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Um novo escândalo, nesta vez na Irlanda, envolvendo padres acu-sados de pedofilia, maculou a imagem do Vaticano e alto clero da igreja católica. Pressionado pela opinião pública o Papa Bento 16

enviou uma carta pastoral para os católicos da Irlanda com orientações sobre como evitar e punir padres que abusem sexualmente de crianças. O documento foi escrito depois da revelação, em 2009, de casos de pedofilia dentro da Igreja Católica, que abalaram a instituição na Repú-blica da Irlanda. Na Alemanha, Suíça, Holanda, Áustria, Estados Unidos

e Irlanda. também foram relatados abusos de menores. Na carta Bento 16 pediu desculpas às vítimas. Foi a pri-

meira declaração pública do Vaticano a cerca do tema, fato que era bastante cobrado por correntes dentro

da Igreja Católica. Ele reconheceu que as vítimas e suas famílias se sentiram traídas pela Igreja e

admitiu que houve ‘erros sérios’ entre bispos na forma como lidaram com as alegações de pedofilia. A carta não pede a renúncia de ne-nhum bispo. O Papa disse que aqueles cul-pados de abusos devem ‘responder perante a Deus e aos tribunais propriamente cons-tituídos pelas ações pecadoras e criminais que cometeram’. A reação ao documento nao foi uma das melhores, que considerou um posiciona-mento meio genérico. O fato se repete ao discurso recente da ministra da Justiça da

Alemanha, Sabine Leutheusser-Schnarren-berger, que declara que as regras de sigilo do

Vaticano atuam como um “muro do silêncio” para impedir as investigações sobre abuso sexual

em escolas católicas. Há quem defenda uma var-redura total, é o caso do cardeal Walter Kasper, que

chefia o conselho ecumênico da Igreja Católica. Ele afirma que as necessidades das vítimas devem ser a prioridade e é preciso ‘limpar a casa’ diante da série de escândalos de pedofilia dentro da Igreja Católica.

Sobrou pro Papa

igreja mundo

Novamente Igreja Católica se vê envolvida em escândalo de pedofilia envolvendo padres e desta vez cobram Vaticano posicionamento firme

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Um ministério consolidado e que atraiu multidões não foi suficiente para salvar o ca-

samento do reverendo Benny Hinn. No dia 1º de fevereiro a esposa do líder, Suzanne Hinn, deu entrada ao pedido de divórcio alegando incom-patibilidade de gênios. O divórcio é a segunda crise vivida no televangelista da teologia da prosperidade. Hinn está atualmente sob investigação do Senado por má conduta financeira. O autor do Bom Dia Espírito Santo estava separado de sua esposa desde o dia 26 de janeiro, de acordo com documentos judiciais. Depois de trinta anos de casamento, Suzanne Hinn, disse que o casamento estava desgastado. Abalado com as críticas, o evangelista enviou uma carta de três

Crise dentro e fora do ministérioApós ter problemas com o fisco americano, Benny Hinn agora passa por problemas em seu casamento

igreja mundo

Investigado pelo Senado, Hinn está sendo assessorado para restaurar seu ministério

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páginas a seus membros explicando que seu ministério não tem funda-mentos bíblicos para sua esposa Su-zanne Hinn pedir o divórcio. Hinn disse que sua esposa estava sob gran-de pressão, mas nem ele nem os seus filhos “nunca teria esperado que isso acontecesse.” Na carta o americano se defende e diz que não havia nenhu-ma imoralidade na vida do casal. “Nós dois mantivemos nossas vidas limpas e completamente devotadas um ao ou-tro por 30 anos de casamento.” Benny disse, através de seus colaboradores, que estava tentando reverter a crise no casamento. “Su-zanne nunca deu sequer indicio de que isso estava em sua mente”, fri-sou. O líder americano pede orações pela ‘cura’ de sua família e diz que o

divórcio irá impedi-lo de cumprir seu chamado ao ministério. Defensor da Teologia da Prosperidade, Hinn admitiu a uma rede de TV americana que não tem dúvidas sobre o estilo de vida con-fortável que mantém -um jato parti-cular, estadias em hotéis cinco estre-las e uma mansão-, apesar de estar sendo investigado pelo Senado por má conduta financeira.

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Muitas pessoas querem lide-rar mas poucas tem condições de fazê-lo. Na realidade existe uma espécie de ‘mito de liderança’ que leva muitas pessoas a buscar algum cargo ou posição enxergando apenas o status de líder mas não os desafios, traba-lho e desgaste que a liderança apresenta. Jonh Maxwell em um de seus livros afir-mou que vivemos uma crise de liderança onde dificilmente encontramos líderes ver-dadeiros, dispostos a pagar o preço e a lutar para ver um contexto ser transformado. Se pensarmos nessa crise podere-mos estabelecer os principais elementos que a originaram e a partir daí vasculharmos nossas verdadeiras intenções e estabelecer-mos o alvo de sermos líderes verdadeiros. 1. Todos querem a posição de lide-rança mas desistem quando se vêem diante da necessidade de se fazer tanto esforço para

Onde estão os verdadeiros líderes?

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vida cristã

Guilherme de Amorim Ávilla Gimenez

Professor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo

permanecerem na liderança, e não conseguem ver, ao final, qual seria o seu retorno (pagamen-to) por esse esforço empreendido. Esse tipo de pessoa não tem visão ou sua visão está destorci-da e embaçada o suficiente para não valorizar a oportunidade que está diante dele. Pessoas sem visão desistem diante das primeiras dificulda-des. Não arriscam sua pele (vida, status, dinhei-ro, etc.) pelo risco de liderar. Certa vez, ouvi a seguinte frase: Na vida quem não tem um mo-tivo para morrer não está preparado para viver. Em outra oportunidade vamos falar um pouco sobre visão, mas, em síntese, quem quer liderar deve ter certeza do seu objetivo, onde quer che-gar e avaliar se no meio do caminho, diante de grandes dificuldades, estará disposto a arriscar a sua pele (morrer pela causa) para atingir a vi-são proposta inicialmente, a ponto de pagar alto preço. O motivo de nossa liderança deve valer a pena para que se inicie o processo de liderança.

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Todos querem

a posição de lide-

rança mas desistem quando se vêem

diante da necessi-dade de se fazer

tanto es-forço para permane-cerem na liderança

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vida cristãGuilherme de Amorim Ávilla Gimenez

2. O verdadeiro líder exerce sua influên-cia 24 horas por dia, 7 dias por semana. O líder influencia em todo o tempo e não só quando está diante dos seus liderados. A verdadeira liderança é um estilo de vida que marca as pessoas pelos be-nefícios que essa liderança traz. O mundo está an-sioso, sedento por essa liderança. Nós como cris-tãos temos a solução para as crises da família e do casamento, da indústria e do comércio. Nós temos solução (permanente benefício) para a solidão e até para a morte. Temos condições de influenciar todo esse mundo de forma permanente até que Cristo volte, mas não somos líderes porque não temos (como grupo) consciência dessa força in-fluenciadora que é nata em nós. Como podemos conscientizar os outros da necessidade de ter nova vida, novas atitudes, se nós não as temos pratica-do, não estamos cientes de que somos os grandes líderes de nossa época? Gostamos muito da histó-ria mas não estamos conscientes de que estamos também fazendo história e que história é a nossa? Tenho te colocado como cabeça e não como cauda (Dt 28:13). Esse versículo é verdade para nós? 3. O líder não pode temer as dificulda-des e sim temer a falta de desafios (metas) em sua vida. Um líder sem metas é medíocre demais para exercer sua liderança. Hoje as igrejas perderam sua identidade e os membros dessa igreja também já não sabem quem são e às vezes as igrejas se tor-nam um depósito de gente que não sabem o que querem da vida e nem para onde estão indo, pois muitos ainda não têm sequer certeza da salvação. Temos dentro das igrejas chefes e não líderes. Che-fes mandam, líderes influenciam. O líder precisa ter metas e compartilhá-las para que o grupo se identifique com as metas e assim se identifiquem com o líder (ou não) e se sintam parte do grupo (ou não). Não alcançaremos unidade se não forem públicas nossas metas. Habacuque nos ensina: es-creve claramente a visão... Precisamos em todo o tempo deixar claro nossa visão e metas e, como o povo tem memória curta, precisamos constante-mente lembrá-los para onde estamos indo, através

de nossas atitudes. Nossas atitudes devem revelar nossa visão. 4. Uma vez ouvi a seguinte frase : Dê o que eles querem para poder dar o que eles pre-cisam. Essa intricada frase mexeu comigo. Nem sempre o que as pessoas querem é o que elas pre-cisam, mas infelizmente às vezes precisamos dar para as pessoas o que elas querem primeiro, para depois darmos o que realmente elas precisam. O verdadeiro líder sabe o que seus liderados preci-sam, sabem de suas necessidades, por intermédio do discipulado, do companheirismo, do pastorea-mento, do olho no olho, de pai para filho, do ca-minhar juntos, fruto da comunhão. Talvez tenha sido isso o que o Apóstolo tenha feito quando dis-se: tornei-me tudo para com todos, para ganhar alguns (I Cor. 9:22). Além disso parece que nin-guém está disposto a ouvir outrem se não houver identificação (é do meu grupo ou tribo) de am-bas as partes. Aqueles que conduzem as pessoas se portam como chefes e não como líderes. Não adianta olharmos para as pessoas com a visão de Deus, descobrindo suas reais necessidades, e não conseguirmos nos comunicar com elas. Mesmo que tenhamos a visão de Deus e o poder de Deus para dar às pessoas uma solução, não vamos al-cançar nosso objetivo, se ela não entender o que estamos falando. Ela só entenderá quando conse-guirmos chamar sua atenção para nossa proposta ou seja quando ela se identificar conosco. Para suprir a real necessidade das pessoas precisamos primeiro nos relacionar com elas (dia a dia, olho no olho, comunhão) a ponto de gerar confiança e depois liderá-las até Jesus Cristo. Estamos conscientes da crise de lideran-ça? Estamos prontos para assumir o nosso papel de liderança? Estamos prontos para morrermos por nossa visão? Queremos ser líderes ou chefes? Qual a atitude de nossos liderados? Sejamos ver-dadeiros líderes, prontos a servir e dispostos a ser bênção na liderança. Um forte abraço a você e boa semana! *Extraído e Adaptado

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Ele é considerado uma das referên-cias quando o as-

sunto é Escola Bíblica Do-minical (EBD). Formado em Psicologia, Teologia, Pedagogia e Letras, autor de sete livros, entre eles o Manual de Escola Domi-nical; editor da Bíblia de Estudo Pentecostal em português, sucesso em todo o Brasil; fundador e primeiro coordenador do Curso de Aperfeiço-amento para professores

de Escola Dominical (Caped), de 1974 a 1989, e com um ministério que vai além das fronteiras nacionais, ele defende uma EBD mais pura para que ela seja mais bem sucedida.

Como o senhor avalia a Escola Bíblica Dominical? A Escola Bíblica Dominical precisa re-tornar as origens. Se ocupar mais com a Bíblia. Hoje a EBD está desvirtuada, precisa se focar mais na área do ensino, com mais pesquisa, es-tudo e levantamento. É preciso também investir em instalações físicas, porque milhares de igre-jas reúnem as classes no salão do templo. Com o barulho, o professor não consegue se concentrar. Isso reduz o crescimento. Se a EBD, que cuida do discipulado e do ensino, fosse mais dinami-zada, teríamos uma igreja maior em quantidade e qualidade. Creio que a Escola Dominical é o órgão principal de ensino porque está mais perto do aluno do que o próprio pastor.

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Para pastor Antônio Gilberto, Escola Bíblica Dominical está desvirtuada.

Mas porque ela está desvirtuada? Porque perdemos a base do pacote. Temos riqueza de equipamentos técnicos. Tudo isto pode ser utilizado, mas não podemos focar só nisto. Se Jesus estivesse conosco, usa-ria estas ferramentas tecnológicas como auxiliar, no entanto, a Bíblia deve ser a base e estar na mente das pessoas.

Há alguns dias, o senhor criticou o mau uso da Escola Bí-blica Dominical. O que o senhor quis dizer? Temos agências de ensino religioso não populares, como faculdades e institutos bíblicos. A EBD é a própria igreja estudando a Palavra de Deus. Ela aceita desde o que está no berço até o ancião mais encanecido. O que quero dizer com o mau uso dela? Pela graça de Deus, eu viajo pelo Brasil inteiro, e em muitas igrejas onde passo a EBD é só uma reunião domingueira. Tem o nome de EBD, mas não há divisão de classes nem ensino. Às vezes, nem a lição é usada ou citada. Assim, o alimento espiritual é só para um grupo. Não se dá a uma criança recém-nascida o alimento dado a um adulto. O alimento pode ser nutritivo, mas tem que ser apropriado à criança. Talvez por causa da incipiên-cia dos dirigentes, numa reunião onde se deveria repartir o pão conforme o estômago de cada um, vemos crianças dor-mindo sentadas em bancos de adultos. Por estarem na igre-ja, são abençoadas, mas não entendem nada da mensagem, pois não é transmitida ao nível do conhecimento delas. É isso que chamo de mau uso.

Qual futuro e solução para mudar este quadro? A EBD deve dar maior espaço para alunos, com equipamentos melhores e professores mais preparados. Hoje a nação se aculturou. A Escola de dez anos atrás não é a mesma de hoje. Os alunos estão mais questionadores e a EBD não pode ficar à margem no sentido acadêmico. Nos-sos espaços estão cheios de doutores e mestres e não pode-mos ficar aquém destas necessidades. TEXTO CELSO DE CARVALHO

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Foto Décio Figueiredo

Flávio da Bom Pastor e seu púlpito em LED, grande sensação da ExpoCristã

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No principio era o flaneló-grafo, retroprojetor e púl-pito de madeira simples.

Hoje, com o mundo cada vez mais globalizado, as igrejas aderiram à onda de púlpitos em LED, Bíblias Digitais, TV de LCD e até telas de projeção com titânio. Uma novidade e tanta para quem opta por um culto mais high tech. Na última ExpoCristã, rea-lizada no mês de setembro de 2009 em São Paulo, era possível conferir que cada vez mais os líderes querem tecnologia para atrair um público exi-gente. A começar pelo púlpito. Ponto principal da igreja onde o ministro do evangelho traz a palavra para igreja, a grande atração do evento foi o púlpi-to em LED. O Light Emitter Diode (LED) é um componente semicon-dutor que usa a mesma tecnologia dos chips eletrônicos. A Fábrica de Móveis Bom Pastor, de olho neste público, lan-çou os púlpitos em LED. Este pro-duto, de acordo com a necessidade do cliente, pode mudar conforme a liturgia. Na hora da compra são três opções de iluminação: azul, verde e vermelho. Segundo Flávio Linha-res, gerente de vendas da empresa, a procura é grande. “As igrejas que-rem novidades e se modernizar”, citou. O modelo mais procurado é o Dream Luxo, produzido em acrí-lico de 24 mm. O mais sofisticado

Culto modernoEmpresas lançam novidades para pastores deixarem seus cultos bem high tech

tecnologia

custa R$ 7,9 mil e pode ser parce-lado em até dez vezes. Há opção de modelos simples que custam a par-tir de R$ 1,5 mil. Mas para líderes que que-rem usar notebook em suas mensa-gens, utilizando de recursos de áudio e vídeo tem como opção uma nova linha de Netbooks LG X130. A nova linha tem tela LCD de 10,1 polega-das, no formato wide (16:9), ilumi-nada por LED, o que garante melhor resolução e brilho, cores mais vivas, além de proporcionar economia de até 33% de energia. Com design slim e disponível nas cores preta e branca, com acabamento interno em branco, o netbook X130 oferece excelente

custo-benefício. Os modelos da linha vêm equipados com Windows 7, pro-cessador Intel Atom N270, memória de 1GB ou 2GB, e HD de 160GB a 320GB, com preços sugeridos a par-tir de R$ 1,199 mil. O aparelho conta com bateria de seis células, com auto-nomia de até seis horas. Outro apetrecho tecnológi-co é a bíblia Digital. Considerada a nova sensação da ExpoCristã, foi lançada pela W7 Brasil. O My Bí-blia é um aparelho digital portátil que lembra um MP12 ou Iphone. Este produto tem como diferencial a possibilidade de ler e ouvir a Palavra de Deus nas versões João Ferreira de Almeida Revista e Corrigida. “ Nossa

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IGREJA | abril / maio 2010 IGREJA | abril / maio 2010

função é divulgar a palavra de Deus usando os elementos da tecnologia”, frisou Ivaldo Marcos Santos, diretor da empresa. Utilizando a tecnologia touch screen o equipamento conta com funções PDA, MP4 e MP3 de alta qualidade com memória expan-sível até seis gigabytes.

MonitoresCom templos cada vez maiores uma solução encontrada pelas igrejas é utilizar telas de plasma espalhados por todas as dependências. A Sa-msung, por exemplo, iniciou a co-mercialização de nova linha de TVs de Plasma. Com três modelos – um Full HD de 50 polegadas e dois com resolução HD, de 50 e 42 po-legadas – a nova família, apresenta-

da em abril de 2009, reúne recursos tecnológicos avançados e acaba-mento inovador. “Estes produtos foram concebidos a partir de um design moderno e sofisticado, com soluções para a máxima experiência em entretenimento”, diz Eduardo Mello, diretor da área de Eletrôni-cos de Consumo da Samsung. O modelo Full HD de 50 polegadas, pertencente à Série 6, conta com o novo design Touch of Color da linha de televisores de alta definição da marca, cujo gabinete possui acabamento diferenciado e muda sutilmente de tonalidade con-forme à iluminação do ambiente. Além de decorar o espaço com estilo e elegância, este aparelho possui alta qualidade de som e imagem, com

tecnologia

My Bíblia: qualidade com memória expansível até 6 GB

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maior nitidez e taxa de contraste real de 30.000:1 – o que garante mais rea-lismo às cenas exibidas. Equipado com quatro entradas digitais HDMI (High Definition Multimedia Interface), é possível conectá-lo simul-taneamente a outros equi-pamentos de alta definição, como tocadores Blu-Ray, sistemas de Home Theater e consoles de videogame. Outra opção é para exibição de canções e itens da mensagem é a tela de titânio, outra sensação da ExpoCristã 2009. Fruto de oito anos de pesquisas a titanium screens é uma fabricação da Maxillusion de Porto Alegre (RS). Fei-

ta com vários compostos químicos a tela possibilita um ganho, muito maior, de brilho a imagem. A tela do produto é feita com vinil branco importado, com tramas de 500 por 500. A titanium screens é ideal para projeção em feiras onde há muita luz artificial. “O mercado é bastante grande, pois existem muitos lugares onde não se pode controlar a luminosidade, por exemplo, igrejas, videoconferências, feiras, shopping, salas de aula, teatros, salas de reu-nião, entre outros”, fala o diretor da Maxillusion, Ricardo Braga. As telas podem durar até 20 anos e os preços variam de R$ 2 mil a R$ 4 mil. Mas não adianta ter uma tela com alta resolução se o projetor é de má qualidade. A Sony traz ao mercado brasileiro dois modelos de

projetores da série VPL-F300 que comportam até mesmo aplicações em 3D. O VPL-FH300, com brilho de 6.000 lumens, consegue gerar imagens de alta qualidade, extre-mamente nítidas e detalhadas com resolução de 2K x 1K (2048 x 1080). Já o VPL FW 300 oferece uma reso-lução Wxga (1366 x 800), para ima-gens widescreen de alta qualidade e brilho de 7 mil lumens. Além disso, o VPL-FH300 e o VPL-FW300 con-somem menos de 820 W de energia, o menor nível para projetores com duas lâmpadas. “Toda essa tecno-logia fica ainda mais surpreendente considerando as possíveis aplicações em 3D com os projetores da serie VPL-F300”, ressalta Naomi Matsu-moto, gerente da linha de display e projetores da Sony Brasil. Os novos projetores in-cluem ainda recursos de fácil insta-lação com lente centralizada, cabea-mento simples, inversão automática de imagem, além de zoom, foco e deslocamento automáticos. Para completar, o VPL-FH300 e o VPL-FW300 adotam uma montagem do tipo baioneta, que permite acoplar e desacoplar facilmente uma lente, das várias lentes disponibilizadas para atender uma ampla gama de necessidades da instalação. Mas há quem pondere esta invasão tecnologia. É o caso do pas-tor Antônio Gilberto, da Assembléia de Deus. Autor de vários livros ele acredita que se Jesus estivesse em nosso tempo usaria estes atributos para pregar a palavra, mas não per-deria o foco que é a mensagem: “A Palavra deve ser o primeiro plano”, finalizou.

tecnologia

Foto Décio Figueiredo

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equipamentos

Tudo brilhante

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Imagens em alta definição, efeitos que contribuem para um culto mais dinâmico. Os painéis em

LED (Light Emitting Diode) come-çaram a ser utilizados em liturgia reli-giosa. Seja para eventos em ambientes fechados ou para locais com grandes concentrações os painéis tem baixo consumo e alta visibilidade mesmo à luz do dia. De cultos da Assembléia de Deus do Brás a Gravação do DVD do Trazendo a Arca à empresa Apple de São Paulo desenvolve uma linha de atendimento ao segmento cristão. Os LEDs são placas modula-res de aproximadamente 70 centíme-tros que são encaixadas uma nas outras através de cabos e módulos que formam a imagem gerada por um software es-pecífico. Compostas por um conjunto de quatro pequenas lâmpadas, o LED segue o padrão RGB. São considera-dos painéis de alta definição, peças em que a distância entre as lâmpadas é de 12 milímetros. Já os de baixa resolução têm medidas entre 46 milímetros. A Apple Produções oferece este tipo de serviço. Com 23 anos de atuação no mercado, o carro-chefe

Por conta da sua excelente visibilidade à luzdo dia e baixo consumo, painel de LED começa a ser utilizados em cultos evangélicos

do momento são os painéis de LED, usado em shows, estandes, feiras, se-minários e congressos. Há três anos trabalham com estas placas luminosas, e começou a ter uma demanda mui-to grande entre o público evangélico. “Os pastores estão muito interessados nestes tipos de painéis. Os projetores causam um problema no culto, já que para se ter uma boa imagem é preciso deixar a igreja muito escura”, conta o produtor de eventos da Apple Produ-ções, Clóvis Pinheiro. A Apple Produções já realizou eventos de grande porte como o Troféu Talento 2009, a gravação do DVD do Trazendo a Arca no Maracanãzinho, do Diante do Trono e o aniversário de 40 anos da Igreja Internacional da Gra-ça em São Paulo. Uma vez por mês a Igreja Mundial do Poder de Deus con-trata a firma. A Assembléia de Deus do Brás e a Renascer utiliza dos serviços da empresa em suas reuniões no Giná-sio do Ibirapeura. O custo do aluguel desta placa varia de R$ 400 até R$ 1,2 mil por metro quadrado, dependendo dos dias utilizados. TEXTO VINI-CIUS CINTRA

- Baixo consumo de energia

- Custo de manutenção reduzida, já que a durabi-lidade é muito maior em relação a outras fontes de luz

- Maior eficiência em relação a lâmpadas in-candescentes e alógenas

- Acionamento instan-tâneo, mesmo estando em baixa temperatura

- Controle dinâmico de cor, podendo obter um espectro variado de cor

- Baixa voltagem, não oferecendo perigo ao instalador

- Resistência a impacto e vibrações, pois não é composto de filamentos e vidros, dando mais robustez

- Não agride o meio am-biente, já que não usa mer-cúrio ou qualquer outro elemento que prejudique a natureza.

- Não emite a radiação

Foto

Divu

lgaçã

o

Painel de LED tem baixo consumo e

controle de cor

Vantagens no uso de lâmpada LEDultravioleta e raios infraver-melhos

- Acendimento e apaga-mento rápido possibilitan-do um efeito ‘flash’, sem detrimento a vida útil. Ao contrário das lâmpadas fluorescentes que tem maior desgaste da sua vida útil no momento em que são ligadas.

equipamentos

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Art. 147. É exaustiva a relação dos serviços sujeitos à retenção, constante dos arts. 145 e 146, conforme disposto no § 2º do art. 219 do RPS.Art. 219 e § 2º do RPS (Decreto nº 3.048/91):Art. 219. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão ou empreitada de mão-de-obra , inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços e recolher a importância retida em nome da empresa contratada, observado o disposto no § 5º do art. 216. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 9-6-2003)[...]§ 2º Enquadram-se na situação prevista no caput os seguintes serviços realizados mediante cessão de mão-de-obra:I – limpeza, conservação e zeladoria;II – vigilância e segurança;III – construção civil;IV – serviços rurais;V – digitação e preparação de dados para processamento;VI – acabamento, embalagem e acondicionamento de produtos;VII – cobrança;VIII – coleta e reciclagem de lixo e resíduos;IX – copa e hotelaria;X – corte e ligação de serviços públicos;XI – distribuição;XII – treinamento e ensino;XIII – entrega de contas e documentos;XIV – ligação e leitura de medidores;XV – manutenção de instalações, de máquinas e de equipamentos;XVI – montagem;XVII – operação de máquinas, equipamentos e veículos;XVIII – operação de pedágio e de terminais de transporte;XIX – operação de transporte de passageiros, inclusive nos casos de concessão ou subconcessão; (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 9-6-2003)XX – portaria, recepção e ascensorista;XXI – recepção, triagem e movimentação de materiais;XXII – promoção de vendas e eventos;XXIII – secretaria e expediente;XXIV – saúde; eXXV – telefonia, inclusive telemarketing.Parágrafo único. A pormenorização das tarefas compreendidas em cada um dos serviços, cons-tantes nos incisos dos arts. 145 e 146, é exemplificativa.

29.1 Serviços Sujeitos à Retenção

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administração eclesiástica

Valdo Romão

Advogado, contabilista e diretor executivo da Convenção Batista do Estado de São Paulo. É autor do livro Manual do Terceiro Setor e Insti-tuições [email protected]

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lançamentos

Notebooks de alta performance, compostas por seis diferentes modelos, equipados com os novos processadores Intel® CoreT i7, i5 e i3. Com de-sign sofisticado e disponíveis nas cores preta ou branca, os no-vos equipamentos proporcionam alto desempenho de trabalho, com plataformas cada vez menores, que garantem leveza e baixo consumo de energia. Com os modelos da linha R490, os usuários acessam à Internet, assistem a vídeos e ouvem música de maneira fácil e rápi-da. Os aparelhos têm processador Intel CoreT i3, HD de até 500GB, memória DDR3 expansível até 8GB, sistema operacional Windows 7, tela LED LCD de 14 polegadas no formato wides-creen (16:9) HD, três entradas USB 2.0, conexão e-SATA, saída HDMI, webcam de 1.3 megapixels com microfones estéreo, Bluetooth e áudio SRS TruSurround (efeito de 5.1 canais).

LINHAS NOTEBOOK R490 E R590

Esse notebook leve e poderoso é o mais rápido da HP no segmento de consumo. O invólucro de liga de magnésio apresenta um design su-tilmente elaborado, com formas esculpidas na tampa que são repetidas no apoio de mão, e oferece durabilidade com leveza em um pacote de 2,54 cm de espessura, pesando 2,35 kg. Os clien-tes obtêm o máximo em velocidade e mobilidade com o inovador processador Intel Core i7(4) e até 6 gigabytes de memória de sistema DDR3 de 1.066 MHz em quatro slots de memória Sodimm. Usuários avançados e de jogos podem aproveitar o desempenho gráfico premium através de gráficos ATI Mobility Radeon HD 4830 com 1 GB de memória dedicada ao vídeo para aplicativos de uso intenso de vídeo, jogos DirectX® 10.1 e reprodu-ção de vídeo de alta definição.

NOTEBOOK DE LUXO HP

A Canon EOS-1D Mark IV possui sensor CMOS de 16-megapixel, duplo processador de imagens DIGIC 4 e conversão A/D de 14-bit a uma velo-cidade de dez quadros por segundo (fps), além da maior variedade de ISO já oferecida pela Canon e funcionalidade para gravação de vídeo em Full HD (1080p), com velocidade selecioná-vel em quadros por segundo.

CANON EOS-1D MARK IV

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lançamentos

O novo LG Dual Chip GX200 possibilita ao usuário o gerencia-mento de duas linhas telefônicas, de operadoras distintas ou iguais, em um mesmo aparelho. Fácil de operar, o novo modelo permite a escolha do chip que será utilizado numa ligação pelo acionamento de uma única tecla, sem precisar desli-gar o aparelho, e, ainda, por meio de uma luz indicativa, o usuário sabe em que linha está recebendo uma chamada. O acabamento metálico dá um toque sofisticado ao LG Dual Chip. Disponível na cor preta, o mo-delo tem câmera de 1.3 megapixels com flash e zoom 4x, MP3 player e rádio FM, conexões Bluetooth® e USB 2.0 e slot para cartão e memória até 8 GB.

CELULAR COM DUAL CHIP

A TV Bravia XBR-LX905, é o primeiro modelo 3D da marca no Brasil, em 60 e 52 polegadas. O equipamento acompanha dois óculos para visualização em 3D, tela com design monolítico, que pode se inclinar em 6° para ampliar o ângulo de visão.

TV 3D

Os novos modelos de memory cards SD/SDHC para equipamentos de criação de imagem digital, como câme-ras fotográficas e filmadoras, contam com a tecnologia Class 4 speed, que garante uma rápida gravação em alta definição. De fácil utilização, os modelos são compatí-veis com o software xPict Story, que pode ser baixado gratuitamente pela internet, e permite que os consumidores criem slide shows animados de suas fotos armazenadas no cartão, usando sua música preferida de fundo. Também é possível fazer download gratuito do software File Rescue, que poderá ajudar o usuário a recuperar arquivos apagados acidentalmente do cartão de memória.

MEMORY CARDS

Bolsas coloridas para notebooks E- Limited - As mulheres modernas podem ficar ainda mais elegantes com as bolsas para notebook da coleção E-Limited. Fabri-cadas com poliéster resistente, elas estão disponíveis em três belas opções de cores (preto, rosa e lilás) e são ideais para notebooks de até 15’. As bolsas destacam-se por serem elegantes, práticas e contarem com excelente acabamento. Outros dife-renciais da E-Limited são as alças de mão reforçadas, a alça com proteção para o ombro e os vários compartimentos internos para guardar objetos, dois deles com zíper. Já a área reservada para receber o notebook garante ainda mais proteção, pois conta com fechamento de velcro.

BOLSAS DE NOTEBOOK PARA MULHERES

Medindo apenas 31cm é ideal para lugares com pouco espaço e estabe-lecimentos comerciais. Com 88 teclas macias e silenciosas no estilo slim, semelhantes à dos notebooks, a novidade conta ainda com 10 teclas de atalho, que facilitam o dia a dia do usuário ao permitir acesso direto a ferramentas como media player, internet e ferramentas de busca. Outros atrativos são a prática conexão USB, a instalação plug and play e o belo design. Disponível na cor preta, o lançamento está de acordo com as normas da ABNT.

MINI TECLADO MULTIMIDIA

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