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46
1 IV. CRISTALIZAÇÃO E FUSÃO IV.1. Cristalização em Polímeros Pré-requisitos: A. Ordem estrutural 1 POLIESTIRENO ISOTÁTICO: CRISTALIZA!!! POLIESTIRENO ATÁTICO: NÃO CRISTALIZA!!!! POLIESTIRENO SINDIOTÁTICO: CRISTALIZA!!! POLIAMIDA 6,6: AS INTERAÇÕES INTERMOLECULARES PROMOVENDO A ORGANIZAÇÃO MACROMOLECULAR 2 C. Fortes Interações Intermoleculares B. Linearidade POLIETILENO

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1

IV. CRISTALIZAÇÃO E FUSÃO

IV.1. Cristalização em Polímeros

Pré-requisitos: A. Ordem estrutural

1

POLIESTIRENO ISOTÁTICO: CRISTALIZA!!!

POLIESTIRENO ATÁTICO: NÃO CRISTALIZA!!!!

POLIESTIRENO SINDIOTÁTICO: CRISTALIZA!!!

POLIAMIDA 6,6: AS INTERAÇÕES INTERMOLECULARES

PROMOVENDO A ORGANIZAÇÃO MACROMOLECULAR

2

C. Fortes Interações Intermoleculares

B. Linearidade

POLIETILENO

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2

POLI(TEREFTALATO DE ETILENO)

INTERAÇÃO ENTRE OS ANÉIS FENILAS RESULTA EM

ALTA FORÇA DE COESÃO

3

B. Fortes Interações Intermoleculares

4

Moléculas pequenas

1. Ordem estrutural tridimensional a longas distâncias.

2. As moléculas ocupam posições equivalentes na célula cristalina.

3. Cristalizam 100%.

Características da fase cristalina

Macromoléculas

1. Ordem estrutural tridimensional a longas distâncias.

2. Os meros ocupam posições equivalentes na célula cristalina.

3. A conexão entre os meros dificulta a cristalização completa

4. Polímeros apresentam de 30 a 90 % e cristalinidade).

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3

Estrutura Cristalina da Celulose

5

Estrutura Cristalina do Polietileno

6

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4

� A cristalização a partir do estado fundido ocorre a temperaturas abaixo da

temperatura de fusão:

Outras características da fusão e cristalização de macromoléculas....

Tem

per

atu

ra d

e fu

são

(oC

)

Temperatura de cristalização (oC)

Borracha natural

7

Monocristal de poli(ácido L-lático)Estrutura lamelar do Polietileno(Microscopia eletrônica de transmissão)

8

� Cristalização: cristais lamelares

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5

9

� Cadeias em conformação dobrada

10

� Uma mesma cadeia pode fazer parte de diferentes lamelas

Espessura da lamelaL

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6

11

Espessura

da lam

ela

-L (

nm

)

Temperatura (oC)

Espessura da lamela do polietileno versus temperatura de cristalização

� Dependência da espessura de lamela com a temperatura de cristalização

IV.2. Fusão em Polímeros

IV.2.1. Características da fusão e da cristalização de polímeros

Volume vs. Temperatura para n-alcanos.

� Cristais moleculares.

� O hidrocarboneto de menor massa

molar apresenta fusão em uma estreita

faixa de temperatura (0,25oC).

� O alargamento da fusão para

hidrocarbonetos “altos” é atribuído a

defeitos estruturais e morfológicos.

Fusão e cristalização de hidrocarbonetos monodispersos

12

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7

Curvas de DSC para:

a) polietileno Mn=725 g/mol, Mw/Mn = 1,1

b) hidrocarboneto C44H90.

Influência da polidispersão na fusão e na cristalização

13

Volume específico em função datemperatura para (����) Polietileno

polidisperso e (����) para uma fração comMn = 32.000 g/mol, cristalizados a 131oC

por 40 dias.

T (oC)

Vo

lum

e e

sp

ecíf

ico

cm

3/g

T (oC)

a)

b)

EXO

14

T (oC)

Vo

lum

e es

pec

ífic

o c

m3/g

Influência das condições de cristalização

Volume específico em função da temperatura para polietileno: (����) resfriado

rapidamente; (����) cristalizado isotermicamente a 140oC por 40 dias.

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8

Influência da massa molar no grau de cristalinidade e

na temperatura de cristalização

T (oC) T (oC)

α α

15

Polietileno Polietileno

Volu

me e

specífic

o c

m3/g

T (oC)

Volume específico em função da temperatura para polibutadienos com diferentes frações

em unidades trans 1,4: Curva (A) 0,81; curva (B) 0,73; curva (C) 0,64.

Efeito da copolimerização na cristalização e fusão

16

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9

IV.2.2. Fusão em sistemas fora do equilíbrio

A. Fusão em condições de superaquecimento

Curvas de DSC para o Poli(óxido de metileno). Cristais de cadeia estendida.

T (o C)

←En

do

1oC/min

5oC/min

20oC/min

60oC/min

100oC/min

17

B. Annealing, recozimento ou envelhecimento físico

� Processo de otimização da fase cristalina por tratamento isotérmico a

temperaturas inferiores a fusão.

Endo

T (o C)

ab

c

d

e

f

Fusão de polietileno cristalizado a 128 oC por

diferentes tempos:

(a) 5 min;

(b) 10 min;

(c) 15 min;

(d) 20 min;

(e) 30 min e

(f) 69 min.

18

Curvas de DSC

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10

C. Recristalização

Fusão do Poli(óxido de metileno)

Fusão do Poli(óxido de metileno) a diferentes taxas de aquecimento.

T (o C)

←En

do

T (o C)

5oC/min

10oC/min

50oC/min

100oC/min

←En

do

19

Curvas de DSC

Curvas de DSC

� Fusão de cristais meta-estáveis seguida de cristalização

T (o

C)

oC/min

Temperatura de fusão para polietileno em função da taxa de aquecimento.

(Cristais lamelares crescidos a partir de soluções em tolueno a 81oC)

20

� Otimização no crescimento inicial dos cristais

D. Reorganização

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11

T (o

C)

oC/min

1

2

3

4

Condições de cristalização do polietileno :

(1) cristais de cadeia estendida crescidos a

227 oC sob elevadas pressões;

(2) cristais de cadeias dobradas crescidos sob

resfriamento a 0,6 oC/min;

(3) idem 2, porém a taxa de 450 oC/min;

(4) cristais crescidos a partir de soluções

diluídas.

E. Temperatura de fusão versus forma de cristalização

21

22

F. Temperatura de fusão versus massa molar

Endo

Fusão de polietileno com diferentes massas molares.

T (o C)

Mw = 8400 g/mol

Mw = 42000 g/mol

Mw= 280000 g/mol

Curvas de DSC

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12

IV.2.3. Termodinâmica da fusão

m

mm

S

HT

∆=

� Transição de primeira ordem.

No equilíbrio:

STHGGG clm ∆−∆==−=∆ 0

� Tmo é a temperatura de fusão no equilíbrio:

� Tmo é a temperatura de fusão de cristais perfeitos formados por cadeias com

massa molar infinita.

� Métodos experimentais para determinação da temperatura de fusão:

� métodos calorimétricos

� dilatometria

o

mm TTerimental

≠)(exp

23

IV.2.3.1 Cálculo da temperatura de fusão no equilíbrio

A. Homopolímeros com cadeia com comprimento uniforme

Modelo:

� Todas as cadeias tem o mesmo comprimento

� No estado cristalino, as pontas de cadeia se justapõem

cnRSnS um ln+∆=∆

um HnH ∆=∆

A entalpia e a entropia podem ser descritas por uma

função linear do número “n” de unidades repetitivas

(∆∆∆∆Su e ∆∆∆∆Hu). No caso da entropia deve ser adicionada a

contribuição dos grupos terminais (R ln cn, onde c é

uma constante).

24

o

mn

HHlim m ∆=∆∞→

o

mn

SSlim m ∆=∆∞→

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13

Flory e Vrij:

o ∆∆∆∆Hm varia linearmente com n

o ∆∆∆∆Sm não varia linearmente com n

crlcr terminaisgruposlm SlnRSSSSS∆ −+=−+= nc

Energia livre de fusão por mol de cadeias com n unidades repetitivas a temperatura T:

( ) ( ) nRTTGTGnGn eun ln−∆+∆=∆

� cr = cristal; l = líquido

� R ln nc ⇒⇒⇒⇒ contribuição para a entropia do líquido relacionada à

possibilidade de emparelhamento de grupos terminais com qualquer

grupo da cadeia polimérica.

( ) T ra temperatua repetitiva unidadepor fusão de livre energia =∆ TGu

( ) T ra temperatua terminaisgrupos a associada fusão de livre energia =∆ TGe

(O termo R lnc está incluído em ∆∆∆∆Ge, o qual independe de n)

(1)

25linterfacia livre energia a orelacionad n ln T =R

Dependência de ∆∆∆∆Gu com a temperatura (série de Taylor):

( ) [ ] [ ]( )o

m

o

mpo

muuuT

TTCTTSGTG

2

2−∆

−−∆−∆=∆

∆∆∆∆Gu e ∆∆∆∆Su representam os valores destas funções a Tmo

T = Tmo ⇒⇒⇒⇒ ∆∆∆∆Gu = 0 ⇒⇒⇒⇒ ∆∆∆∆Su = ∆∆∆∆Hu/ Tm

o

(2)

(3)

Substituindo (3) em (2), com ∆∆∆∆T = Tmo - T: ( )

( )( )o

m

p

o

m

uuT

TC

T

THTG

2

2∆∆

−∆

∆=∆

Dependência de ∆∆∆∆Ge com a temperatura: ( ) [ ]meee TTSGTG −∆−∆=∆

( ) eee STHTG ∆−∆=∆

(5)

( )( )

nRTSTHT

TC

T

THnGn eeo

m

p

o

m

un ln2

2

−∆−∆+

∆∆−

∆∆=∆

(4)

(6)

Substituindo (4) e (5) em (1):

26

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14

Na temperatura de fusão da unidade n, ∆∆∆∆Gn =0 e T = Tm,, assim:

( )( ) ( )eem

o

mo

mm

p

u HSTR

TnTT

R

TCn

R

THn ∆−∆

=−

∆∆−

∆∆ ln

2

2

Equação de Flory-Vrij: (7)

Temperatura de fusão para n-alcanos em função do comprimento da cadeia.

(����, ����, ����) dados experimentais; (−)calculados pela equação Flory-Vrij. Assume-se Tmo = 142,5 oC.

n

T m (o

C)

n

T m (o

C)

27

Causas dos desvios observados para alcanos com elevada massa molar:

� impurezas

� cristalização não-molecular

Representação esquemática de cristalização não-molecular. As terminações de cadeia encontram-se desordenadas

28

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15

B. Polímeros Polidispersos

Flory: descrição quantitativa de polímeros semicristalinos não-orientados

� Pontas de cadeias e sequências não-cristalinas são excluídas do retículo cristalino.

Modelo de retículo de Flory para o cálculo da entropia de fusão

1. “N” moléculas de homopolímero com “x” unidades repetitivas estão misturadas com “n1”

moléculas de baixa massa molar (excluídas do cristal).

2. A composição da mistura é expressa em fração volumétrica do polímero: v2

3. As possibilidades conformacionais são descritas utilizando um retículo com número de

coordenação Z.

3. Tamanho da célula do retículo = volume do diluente = volume do segmento.

4. Regiões definidas do retículo são reservadas para os cristalitos.

5. Há νννν cristalitos com comprimento igual a ζζζζ unidades repetitivas e secção transversal

igual σσσσ cadeias.

6. Número total de cadeias nos cristalitos: m = νννν σσσσ.

7. Número total de unidades repetitivas participantes da fase cristalina: m ζζζζ29

ζζζζ unidades repetitivas

σσσσ cadeias na secção transversal

Entropia de fusão: ∆∆∆∆Sm = Slíquido - Ssemicristalino

( ) ( ) ( )[ ] ( ) ( )

+−+

−−−−

+

−∆−=

x

xDvRv

xv

v

V

VRS

xN

S uu

m 1lnln

111ln

111 22

2

2

1

ζ

ζ

λλλ

Onde:

� λλλλ é a fração de polímero não cristalino

� v2 é a fração de polímero na mistura

� ∆∆∆∆Su é a entropia de fusão por unidade repetitiva

� Vu e V1 são os volumes molares da unidade repetitiva e do diluente,

respectivamente.

−=

xNmxN ζλ

( )ze

ZD

1−= Onde Z é o número de coordenação do retículo e z é o número de

segmentos por estrutura

(8)

Equação (8):

� na ausência de diluente, ∆∆∆∆Sm = f(λλλλ,ζζζζ) e não uma propriedade das macromoléculas.

� ∆∆∆∆Su é característico para um dado polímero.30

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16

� No cálculo de ∆∆∆∆Sm assume-se interface definida entre a fase cristalina e a amorfa.

� O efeito de interface difusa pode ser corrigido pelo ajuste de D.

Entalpia de fusão: ∆∆∆∆Hm

∆∆∆∆Hmo - contribuição da fusão dos cristalitos = ζζζζm∆∆∆∆ Hu

∆∆∆∆Hmis - contribuição devida à mistura de cadeias previamente na fase

cristalina com as da fase amorfa (van Laar).

Energia livre de fusão: ∆∆∆∆Gm

( )( ) ( ) ( )[ ]

( ) ( ) ( ) ( )( )

+−

−−+

+−+

−+

+

−−

+

+∆−∆−=

λ

λχζ

ζ

λ

λλ

22

2

2

*

12

2

2

2

1

1

111lnln

1

11ln11

1

vv

v

x

xDvRT

vxv

v

V

VRTSTH

xN

G uuu

m

mismm HHHo

∆+∆=∆ (9)

(10)

31

=

11

*

1 VVuχχ (11) (12)

RTD eσ2

ln =−

χχχχ1 é o parâmetro de interação e σσσσe é a energia livre interfacial

� O equilíbrio ou o estado semicristalino mais estável está associado a ∆∆∆∆Gf máximo.

� ∆∆∆∆Gf máximo ocorre para λλλλ = λλλλe e ζζζζ = ζζζζe .

( )( )

+−+

+−=−

x

x

xDv e

e

e 1ln

1ln 2

ζ

ζ

ζζζζζe é dado por:

e λλλλe é descrito por:

(13)

( ) ( )[ ]( )

( )( )[ ]

−−

−−

+−+−−

+

∆=−

2

2

2*

122

1

2

11

1

1

111

111

ee

eu

u

o

mv

v

xv

x

v

V

vV

H

R

TT λχ

ζλ (14)

λλλλe e ζζζζe são parâmetros independentes (conseqüência das aproximações para o

cálculo de entropia de fusão) 32

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17

Na ausência de diluente:

( )( )

+−+

+−==−

x

x

xRTD

e

e

ee1

ln1

2ln

ζ

ζ

ζσ

( )

+−+

∆=−

1

1111

eeu

o

m xxH

R

TT ζλ

(15)

(16)

Equação (16) prevê:

� Fusão de polímeros ocorre em uma faixa de temperatura finita.

� O aumento da massa molar acarreta no estreitamento da faixa de fusão.

Portanto, não prevê o alargamento da fusão para polímeros com alta massa

molar (dificuldade em atingir as condições de equilíbrio).

33

Um polímero ao ser aquecido:

( )

+−+

∆=−

1

1111

, eu

o

mem xxH

R

TT ζ(17)

( )( )

+−+

+−=

x

x

xRT e

e

eeme

1ln

12 ,

ζ

ζ

ζσ (18)

34

Descreve a dependência da

temperatura de fusão de equilíbrio com

o comprimento da cadeia para um

homopolímero puro que concorda como

modelo de cristalito

1lim,

=→

e

TT em

λ

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18

Parâmetros necessários para determinar Tmo : σσσσe e ζζζζe .

Estes parâmetros são dependentes da massa molar?

Parâmetros relacionados à fusão do polietileno

Mn x Tm/(oC) ζζζζe ζζζζe /x σσσσe(cal/mol) x- ζζζζe

1586 113 124,5 95 0,84 1298 18

2221 159 126,0 140 0,88 2024 19

3769 269 132,0 242 0,90 2551 27

5600 400 134,2 368 0,92 3485 32

Valores de ζζζζe e de σσσσe calculados a partir das equações (17) e (18), assumindo Tm

o = 145 oC.

σσσσe apresenta uma acentuada dependência com a massa molar. Entretanto, de

acordo com a equação 15, deve atingir um valor constante! 35

Previsões das equações (7), (17) e (18):

x

T (o

C)

Temperatura de fusão em função do comprimento da cadeia de hidrocarbonetos:

(A) equação de Flory-Vrij; (B) e (C) equações (17) e (18) com σσσσ = 1200 e 4000

cal/mol, respectivamente. (����) valores experimentais.

Com o aumento da massa molar, σσσσe

tende a um valor constante e o

modelo de cristal molecular torna-

se mais consistente.

36

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19

Polímeros Polidispersos:

( ) 121 −−= x

x ppw

Onde wx é a fração em massa de espécies com x unidades repetitivas.

nu

o

mm xH

R

TT ∆=−

211

(19)

(20)

xn é o grau de polimerização médio

1/xn

103 /

T m(K

-1) T

m(K)

Poli(adipato de decametileno)

com grupos terminais hidroxila e

carboxila e distribuição de massa

molar mais provável.

37

C. Copolímeros

� A presença de comonômeros altera o comportamento de cristalização

� Duas situações devem ser consideradas:

• Co-cristalização como conseqüência do equilíbrio termodinâmico.

• Co-cristalização, em que um co-monômero se inseri no retículo cristalino em uma

condição fora do equilíbrio (defeito).

Comportamento de copolímeros onde a fase cristalina permanece pura

Para um copolímero aleatório AB, sendo B não é cristalizável, os fatores que

determinam a cristalização de A são:

composição do copolímero

distribuição do comonômero

Característica da fase cristalina de copolímeros aleatórios:

tamanho variado de cristalitos (amplia a faixa de fusão)

o crescimento do cristal na direção da cadeia é restringido pela presença do co-

monômero (crescimento lateral do cristal)38

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20

T(K)

Wc

Fração de polímero cristalino (wc) em

função da temperatura para copolímero

aleatório. Curvas teóricas.

O aumento da concentração de B acarreta na diminuição do grau de cristalinidade.

Para uma dada temperatura, somente as sequências de A com um comprimento

maior que ζζζζcr participam da cristalização.

A variação da temperatura resulta na mudança da distribuição de sequências na

fase amorfa.

Para uma dada temperatura abaixo da fusão.....

39

Previsão da temperatura de fusão

pH

R

TT u

o

mm

ln211

∆=−

Onde p representa a probabilidade de que um unidade A na fase amorfa esteja

inserida em uma sequência com comprimento no mínimo igual a ζζζζ

(21)

Tereftalato de etileno (mol %)

T m(o

C)

p depende da distribuição de

comonômeros e não da composição do

copolímero!

Copolímeros de tereftalato de etileno com:

(1) succinato de etileno; (2) adipato de

etileno; (3) adipato de dietileno; (4) azelato de

etileno; (5) sebacato de etileno; (6) m-ftalato

de etileno; (7) isoftalato de etileno.40

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21

Influência da natureza do comonômero e de sua distribuição na fusão

Temperatura de fusão para copolímeros de etileno cristalizados rapidamente: (∆∆∆∆) polibutadieno

hidrogenado contendo grupos etila; (����) poli(etileno-co-acetato de vinila); (����) polialcano com

grupos propila pendentes; (����) polietileno-co-1-buteno; (����) poli(etileno-co-1-octeno).

Ramificação (mol %)

T m(o

C)

41

Co-cristalização

Evidências de Difração de raio-X:

As duas unidades co-cristalizam

formando uma nova cela unitária

Diagrama de fases para poli(tereftalato

de etileno-co-isoftalato de etileno)

T m(o

C)

Isoftalato de etileno (%)

42

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22

IV.2.3.2. Soluções de Polímeros e moléculas de baixa massa molar

Considerações:

� Os segmentos do polímero e o diluente encontram-se distribuídos uniformemente

no espaço.

� O diluente é excluído do cristal.

( ) ( )[ ]( )

( )( )[ ]

−−

−−

+−+−−

+

∆=−

2

2

2*

122

1

2

11

1

1

111

111

ee

eu

u

o

mv

v

xv

x

v

V

vV

H

R

TT λχ

ζλ

A equação (14):

Para λλλλe →→→→1, obtem-se Tm :

( )( )

( )

−−+−

++−

∆=−

2

2

*

12

1

2 11

1111v

xx

v

V

vV

H

R

TT e

u

u

o

mm

χζ

Para x →∞→∞→∞→∞:

( ) ( )

−−−

∆=−

2

2

*

1

1

2 1111

vV

vV

H

R

TT

u

u

o

mm

χ ( )

−∆

=− 2

111

1

11vv

V

V

H

R

TT

u

u

o

mm

χ (22)

43

=

11

*

1 VVuχχ

(11)

Para uma solução polimérica: ( )

−=− 2

111

1

vvV

VRT uo

uu χµµ (23)

µµµµu é o potencial químico do polímero por unidade repetitiva

µµµµuo é o potencial químico do polímero puro na forma líquida

µµµµuc é o potencial químico do polímero puro na forma cristalina

No equilíbrio: o

uu

o

u

c

u µµµµ −=−

Combinando (23) e (24):

Equação (22):

* Similar a expressão para a depressão do ponto de fusão para soluções de baixa

massa molar.

* Pode ser derivada pela aplicação do critério de equilíbrio de fases:

( )

−∆

=− 2

111

1

11vv

V

V

H

R

TT

u

u

o

mm

χ

( )uuu

o

u

c

u STHG ∆−∆−=∆−=− µµ

Com u

uo

m SH

T∆

∆=

−∆−=− o

m

mu

o

u

c

u T

TH 1µµ (24)

44

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23

( )

−∆

=− 2

111

1

11vv

V

V

H

R

TT

u

u

o

mm

χ

Análise da expressão para a depressão da temperatura de fusão:

A depressão do ponto de fusão é mais pronunciada se:

� O diluente é um bom solvente (baixos valores de χχχχ)

� O diluente apresenta baixo volume molar

� O polímero apresenta baixo valor para ∆∆∆∆Hu

∆∆∆∆Hu:

� Característico da unidade repetitiva da cadeia polimérica.

� Independente do grau de cristalinidade e da morfologia.

� É obtido a partir de experimentos envolvendo a avaliação da depressão da

temperatura de fusão de soluções polímero-diluente.

45

Solvente pobre:

φdiluente0 1

T m

φcrítico

Tm diminui ligeiramente até φφφφ = φφφφcrítico

Tm não varia para φφφφ >φφφφcr : Separação de fases.

Característica do diluente:

46

Bom solvente:

φdiluente0 1

T m

Tm varia de forma pronunciada com o aumento

da fração do diluente.

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24

IV.2.3.3 Soluções de Polímeros

Caso I: polímeros imiscíveis

� Não há alteração significativa da temperatura de fusão (há a possibilidade de

efeitos morfológicos e cinéticos)

Caso II: polímeros miscíveis sendo apenas um dos componentes cristalizável

� Equação de Nishi-Wang para a depressão da temperatura de fusão

( ) ( )

−+−

−+=−

2

2122

122

2

1

222 11

11lnvv

xxx

v

V

RTV

u

uo

uu χµµ

Para uma solução polimérica:

(25)

( )uuu

o

u

c

u STHG ∆−∆−=∆−=− µµ

Com u

uo

m SH

T∆

∆=

−∆−=− o

m

mu

o

u

c

u T

TH 1µµ (24)

Diferença de potencial químico entre a unidade polimérica na fase cristalina e na fase líquida:

47

βνχνν

==

−++

−⋅

∆ 2

1121

122

2

2

12 11ln11

xxxTTRV

VHo

mmu

uu

Combinando (24) e (25): equação de Nishi-Wang

(26)

1 = polímero amorfo

2 = polímero cristalizável

νννν = fração em volume

χχχχ12 = parâmetro de interação

ν12

β

48

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25

IV.2.3.4. Fusão em sistemas fora do equilíbrio

Equilíbrio para homopolímeros:

cristalitos de cadeia estendida: ζζζζe assume dimensões comparáveis

ao comprimento de cadeia

Situação difícil de ser atingida para polímeros com alta massa molar!

Fenômenos que evidenciam situações fora do equilíbrio:

Cristalização em condições de super-resfriamento e fusão com superaquecimento

T (ooC)

t 1/2

x 10

-1(s

-1)

polietileno

t 1/2

x 10

-1(s

-1)

T (ooC)

GeO2

Tm

Tm

49

Energia livre de fusão para cristalitos fora do equilíbrio

( )

1lnln

11ln

1

+−++

−+∆=

x

xD

xNxNxRTG

xNxN

Gu

f ζ

ζ

ζρζρζρ

A equação (10) para cristalitos com espessura igual a ζζζζ unidades apresentando σσσσ

sequências por unidade de área e para νννν2 = 1:

(27)

Energia livre de fusão do “bulk"

Energia livre de excesso

+

+−−

∆=−

xx

x

RTH

R

TT

e

u

o

mm

111211 ζ

ζζ

σ(28)

Temperatura de fusão para cristalitos fora do equílíbrio:

Para x →∞→∞→∞→∞:

ζ

σ

THTT u

o

mm ∆=−

211(29)Gibbs-Thompson:

50

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26

IV.2.3.5. Determinação da Temperatura de Fusão no equilíbrio

� A maioria dos cristais de cadeia estendida apresentam ζζζζ menor do que ζζζζe.

� Métodos para obtenção de Tmo envolvem extrapolação

Métodos:

1. Extrapolação de dados de temperatura de fusão em função da espessura da lamela.

2. Extrapolação de dados de Temperatura de fusão em função da temperatura de

cristalização: Método de Hoffman-Weeks

O método de Hoffman e Weeks assume:

� Cristais perfeitos e de tamanho definido.

� Não há mudanças estruturais durante a determinação da temperatura de fusão.

51

ENDO

TEMPO

TEM

PERAT

URA

Método de Hoffman e Weeks:

Polietileno: M = 1,0 x 106 g/mol: (����) baixa

cristalinidade; (����) alta cristalinidade;

M = 4,7 x 105 g/mol: baixa cristalinidade

(����), alta cristalinidade (���� ).

Tc

T m

52

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27

Aplicação do método para a determinação do parâmetro de interação polímero-polímero

Blendas de PEO/Pepi e PEO/P(EO-co-Epi)

PEpi

P(EO-co-Epi)

Tmo em função da composição

53

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0-0,12

-0,10

-0,08

-0,06

-0,04

-0,02

0,00

β

φ1

2

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0-0,12

-0,10

-0,08

-0,06

-0,04

-0,02

0,00

β

φ1

2

P(EO-co-Epi)

PEpi

Blendas de PEO/Pepi e PEO/P(EO-co-Epi)

Parâmetro de interação em função da

composição: (�) P(EO-co-Epi) e (����) Pepi.

54

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28

IV.3. Cristalização

IV.3.1. Fenômeno da Cristalização

Cristalização:

� Mudança de fase .

� Contração de volume.

� Variação de entalpia.

� Caracterizada por um período de indução, de aceleração e de retardamento.

Tempo

Gra

u de

cris

talin

idad

e

cristalização principal

cristalização secundária

55

A cinética de cristalização pode ser investigada por dois caminhos:

* Avaliação da taxa de cristalização global (métodos calorimétricos e dilatométricos)

* Avaliação da taxa de crescimento de esferulitos (microscopia)

Crescimento de esferulitos de

polipropileno (20% isotático, 80%

atático) a 125oC em função do tempo.

Cristalização isotérmica de poli(óxido de

etileno). (20.000g/mol).

tempo

Con

traç

ão (cm

)

tempo

Rai

o do

esf

erul

ito (

µm

)

56

Dilatometria Microscopia

Experimentos isotérmicos

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29

Cristalização isotérmica de polietileno (2,84 x 105 mol/g)57

Experimentos isotérmicos

tempo

Gra

u d

e cr

ista

linid

ade

tempo

Taxa de cristalização de PET em função

da temperatura de cristalização

Características da cristalização:

� a taxa de cristalização aumenta com a diminuição da temperatura.

� atinge um valor máximo

� e, então, decresce.

T (oC)

Taxa

de

crista

lizaç

ão

58

Experimentos não- isotérmicos

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30

A. Nucleação

A cristalização envolve duas etapas:

� Nucleação: formação de núcleos (homogênea e heterogênea)

� Crescimento: ocorre na interface

depende da difusão de material da fase líquida para a interface

Formação de núcleos

Condição para a formação de núcleos: estabilidade termodinâmica

Onde:

∆∆∆∆G é a energia livre de formação do núcleo;

∆∆∆∆Gu é a energia livre de associada a cristalização por unidade de volume;

S é a área superficial do núcleo e

σσσσ é energia livre interfacial.

σSGVG u +∆=∆ (30)

Para Tc- Tm < 0, ∆∆∆∆Gu < 0positivo

59

Para um núcleo esférico: σππ 23 43

4rGrG u +∆=∆ (31)

O valor máximo de ∆∆∆∆G representa aenergia livre crítica (∆∆∆∆G*) para aformação de núcleos:

uGr

∆−=

σ2*

( )2

3*

3

16

uGG

∆=∆

πσ

uuu STHG ∆−∆=∆

u

uo

mS

HT

∆=

−∆=∆

c

cm

uuT

TTHG

E, assumindo que ∆∆∆∆Hu é independente da

temperatura tem-se:

r

∆G

Variação da energia livre de fomação de

núcleos cristalinos esféricos com raio “r” a

diferentes temperaturas

(32) (33)

Lembrando que:

(34)

60

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31

( )( ) ( )22

203

*

3

16

TH

TG

u

m

∆∆=∆

πσCombinando (32) e (34): (35)

Implicações das equações (33) e (35):

* A T = Tmo não há formação de núcleos

* É necessário resfriamento para T< Tm para que ocorra a nucleação

Número de núcleos com dimensões no mínimo igual ao tamanho crítico:

∆−=

kT

GNN

cT

** exp (36)

NTc = número de núcleos a temperatura Tc

Considerando que a formação de núcleos requer a difusão de cadeias, tem-se:

∆+∆−=

kT

GGNI D

Tc

*

exp

I = taxa de nucleação

(37)

61

B) Crescimento

Taxa de nucleação (I) e de crescimento (v) em função da temperatura

Temperatura

I, v

Taxa de nucleação

Taxa de crescimento

vítreo fundidoEstado fundido superesfriado

Zona

met

aest

ável

� Governado pela viscosidade

62

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32

63

T (oC)

Taxa

de

crista

lizaç

ão (

h-1 )

Taxa de cristalização em função da

temperatura para borracha natural

Tempo para que ocorra 1% de cristalização em função da massa

molar de polietileno

Influência da massa molar

log

τ 0,0

1

Mn

64

Tempo para que ocorra 1% de cristalização para PS isotático (����) em

“bulk”; (����,���� ) após liofilização a partir de soluções 1 x 10-1 % e 1 x 10-2 %.

Influência do entrelaçamento

IV.3.1. 1. Características da Cristalização

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33

65

Influência da temperatura no crescimento de esferulitos

Raio de esferulitos de poliestireno isotático em função do

tempo a diferentes temperaturas.

R (

µm

)

Tempo (h)

IV.3.2. Cinética de cristalização

IV.3.2.1. Equação de Avrami

( )[ ]nktX −−= exp1 (38)

• X é o grau de cristalização

• k é a constante de velocidade

• n é um expoente adimensional

relacionado com a forma de crescimento

• t é o tempo

( )[ ] tnknX loglog1lnlog −−=− (39)

log t

Log[

ln(1

-X)]

Equação de Avrami:

� Descreve a cristalização global.

� Fornece informações sobre o mecanismo de

cristalização.

� Válida para estágios iniciais da cristalização

66

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34

Forma de crescimento constante de Avrami

cristalização I = cte I = 0

Esfera diâmetro 4 3

Disco comprimento e diâmetro 7/2 5/2

diâmetro 3/2 1/2

comprimento 3 2

Cilindro comprimento e diâmetro 3 2

comprimento 2 1

Constante de Avrami para diferentes formas de cristalização

67

IV.3.2.2. Cinética de Cristalização - Keith e Padden

∆+∆−=

kT

GGGG D

o

*

exp (40)

G é a taxa de crescimento do esferulitoGo é fator pré-exponencial

O aumento da temperatura

favorece a difusão e, portanto,

favorece o crescimento

O abaixamento da temperatura

favorece a nucleação

A taxa de cristalização é controlada pelo

balanço entre a nucleação e o crescimento

Taxa de cristalização é máxima quando a contribuição da

nucleação e do crescimento tem a mesma magnitude 68

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35

69

Lamelas

o

m

o

m

o

m

o

m

T

T

T

T 0 TT

∆∆=

∆−∆=∆

∆=∆

⇒∆−∆=⇒=

∆−∆=∆

uuuu

uu

uu

uuu

HHTHG

SH

STH

STHG

∆−=>>>

=∆∆

−+

∆∆−+=∆

∆−+=∆

lHlx

Hlxxxl

HlxxxlG

GlxxxlG

u

e

ue

ue

ue

σ

σσ

σσ

σσ

21TT

0T

T 24

T

T 24

24

o

mm

o

m

22

o

m

22

22

70

Tempo

Gra

u de

cris

talin

idad

e

cristalização principal

cristalização secundária

Cristalização

Poli(3-hidroxibutirato)

Tempo

Tempo

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36

IV.3.2.3. Teoria de Nucleação de Lauritzen-Hoffman (LH)

� Assume que a dobra de cadeias e a formação de lamelas é cineticamente controlada

e que os cristais resultantes são metaestáveis.

� Cristais estáveis são os de cadeia estendida.

� Define três regimes para a cristalização a partir do estado fundido, que diferem em

relação à taxa de deposição de cadeias no cristal.

Modelo para a Cristalização

Deposição de uma cadeia na superfície do núcleo, formando um substrato de comprimento L.

Muitas moléculas podem ser necessárias para complementar uma camada. Portanto, há

sucessivas nucleações a taxa “I”.

A deposição do substrato à taxa “g” inicia em nichos energeticamente favoráveis em ambas as

superfícies do núcleo.

Cada segmento de cadeia depositado sobre a superfície tem:

comprimento “ ag* ” (é a espessura da lamela!!!!), largura “ao” e espessura “bo”.

São depositados ns segmentos, de forma que L = ns . Ao

A lamela tem a largura alterada pela deposição de novas camadas a taxa “G”.71

A taxa de reptação “r” é dada por: ga

lr

o

g

=

*

Condição para que a cristalização ocorra pelo regime I:

A taxa de crescimento é dada por:

InabILbG soooI ==

( )

∆−−=

TT

K

RT

EGG

c

Ig

c

DoI I

)(exp

Taxa de crescimento no regime I:

� ED é a energia de ativação para a reptação no estado estacionário

� Kg(I) é constante de nucleação no regime I

� ∆∆∆∆T = Tm –Tc (super resfriamento)

(41)

∆−−=

ktG

b

RT

EGG

u

e

c

DoI I

σσ 4exp

72

x

rG I

g

x

bo

ao σe

σu

lg*

L=nsao

Ig >>

Regime I:

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37

Regime II:

( ) 21

IgbG oII =A taxa de crescimento:

Número de sítios de nucleação por

centímetro:

Distância média de separação dos sítios:

21

2

=

g

INk

21

21

==

I

g

NS

k

k

∆−−=

ktG

b

RT

EGG

u

e

c

DoII II

σσ2exp

( )

∆−−=

TT

K

RT

EGG

c

IIg

c

DoII II

)(exp

Taxa de crescimento no regime II:

(42)

73

Condição para que a cristalização ocorra pelo regime II:

Requer elevados ∆∆∆∆T = Tm –Tc (super resfriamento)

g >I

L

glg*

ao

bo Sn

g

GII

σe

x

r

σ

Sk

nicho

Regime III:

• Sk →→→→ ao

• Taxa de cristalização muito alta

• Cadeia que compõe uma lamela pode fazer parte de outra

∆−−=

ktG

b

RT

EGG

u

e

c

DoIII III

σσ4exp

( )

∆−−=

TT

K

RT

EGG

c

Ig

c

DoIII III

)(exp

osooIII aInbILbG ==A taxa de crescimento é dada por:

(43)

Comparando (41) e (43), regimes I e III, respectivamente:

* A taxa de crescimento tem a mesma dependência com a temperatura.

* Diferem pelo fator pré-exponencial.

Taxa de crescimento no regime III:

74

Condição para que a cristalização ocorra pelo regime III: g >>>>>I

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38

75

Regime I

Regime II

Regime III

76

( )

∆−−=

TT

K

RT

EGG

c

Ig

c

DoIII III

)(exp

( )

∆−−=

TT

K

RT

EGG

c

IIg

c

DoII II

)(exp

( )

∆−−=

TT

K

RT

EGG

c

Ig

c

DoI I

)(exp

Regime I Regime I Regime III

Generalizando:( )

∆−=

TT

KG

c

gexpβ

log

(G/ ββ ββ

)

1/Tc ∆∆∆∆T

Regime I

Regime III

Regime II

R (

µm

)

Tempo (h)

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39

Temperatura de cristalização (oC)

Log

G (cm

/s)

EsferulitoK = 1,15x105 (K2 )σ/σe=1290 erg2 /cm4

AxialitoK = 2,16x105 (K2 )σ/σe=1215 erg2 /cm4Crescimento de

cristalitos de polietileno

77

Regime I Regime II Regime III

Kg

∆∆∆∆T (K) < 17 17-23 > 23

g/I >>>1 < 1 <<<1

Estrutura Axialito esferulito esferulito

kH

Tb

u

o

me

σσ4

kH

Tb

u

o

me

σσ4

kH

Tb

u

o

me

σσ2

IV.4. Propriedades de Polímeros Semi-cristalinos

Tipos de relaxações:

1. Relaxações na fase amorfa.

2. Relaxações da fase cristalina:

• movimentos cooperativos de cadeias ao longo do comprimento do

cristalito.

• movimentos associados a defeitos no cristal.

3. Relaxações que ocorrem tanto na fase cristalina como na amorfa

(movimento envolvendo poucos segmentos).

4. Relaxações associadas a aspectos morfológicos (cisalhamento

interlamelar)

IV.4.1. Relaxações em Polímeros Semi-cristalinos

78

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40

Exemplos:

PTFE

Diferentes graus de cristalinidade:

(����) 92%, (∆∆∆∆) 64% e (����) 48%.

(1 Hz)

Temperatura (K)

Temperatura (K)

G’(Nm

-2)

tan

δx

10α

β

γ

79

Polietileno

Representação esquemática das relaxações para polietileno

de baixa (LDPE) e alta densidade (HDPE).

Temperatura (K)

tan

δ

γ

γ

βα

α α’

-100 1000

LDPE

HDPE

80

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41

81

α

β

γ

α

α

β

β

γ

γ

Temperatura (K)

32 CH3 /1000 C

16 CH3 /1000 C

1 CH3 /1000 C

Relaxação ββββ

� Atribuída a fração amorfa

� Sensível à fração de material na interface.

Relaxação αααα

� A atribuída à fração cristalina

� Tαααα depende apenas da espessura da lamela e não da estrutura supramolecular.

Espessura da lamela (Å)

T (o

C)

Relaxação γγγγ

� Movimentos moleculares em

regiões interlamelares (torção)

Tαααα e Tββββ para polietilenos com diferentes

massas molares, lineares, ramificados, homo

e copolímeros e ainda com diferentes

morfologias

82

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42

Polietileno de alta densidade

cristalizado em “bulk” cristalizado a partir de solução

Experimento realizado na direçãoperpendicular ao eixo das cadeias

(����) 3,5 Hz, (∆∆∆∆) 11 Hz, e (����) 110 Hz

Temperatura (K)

γα e α’

83

Temperatura (K)

G’(Nm

-2)

γ α

IV.4.2. Formação de supraestruturas

Densidade e grau de cristalinidade para

polietileno em função da temperatura de

cristalização isotérmica:

1. M = 2,78x104 g/mol:

(����) esferulito e (����) cilindro

2. M = 1,61 x105 g/mol

(����) lamela aleatória, (����) esferulito e

(����) cilindro

3. M = 1,50 x106 g/mol

(����) lamela aleatória, (����) esferulito e

(����) cilindro

84

Tc (oC)

Den

sida

de (g/

cm3 )

Grau de cristalinidade

M = 1,50 x106 g/mol

M = 2,78x104 g/mol

M = 1,61 x105 g/mol

����

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43

Temperatura

Mód

ulo

0

25

40

65

fusão

Rel

axaç

ão d

e te

nsão

tempo

65

40

25

0

tempo

Fluê

ncia

65

40

25

0

Dependência do módulo com a

temperatura e grau de cristalinidade Tg < T < Tm

IV.4.3. Influência da fase cristalina no comportamento mecânico

85

deformação

Forç

a

Ponto de escoamento

Grau de cristalinidade

Tens

ão n

o es

coam

ento

deformação

Forç

a

Mw = 8 x 106l Mw = 5 x 105 Mw = 1,75 x 105 g/mol

Polietileno

Comportamento tensão-deformação

86

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44

IV.5. Fatôres que afetam a fusão

Natureza química da cadeia principal

Número de CH2 por unidade repetitiva

T m(o

C)

Poliuréias

Poliamidas

Poliuretanas

Polietileno linear

Poliéster

87

Flexibilidade da cadeia

88

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45

Volume do grupo substituinte

89

Isomeria de posição

90

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46

Isomeria cis-trans

91

Bibliografia

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Polymer Science”, Pergamon Press, Oxford, 1989, vol. 2, pag. 363.

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92