jornal do quintal 2º edição
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Do QuintalUm jornal a serviço dos moradores da região do Pilarzinho, Mercês, Vista Alegre, Abranches e São Lourenço
R$ 1,50 25 de agosto a 25 de setembro de 2010 - Ano I - Número 2
Antigamente, Pilarzinho, Abranches e Vista Alegre era a região das pedreiras. Hoje é a dos parques. A família Gava foi uma das que trabalharam na extração de pedras, que
ajudariam a construir a Curitiba de hoje. Págs. 8 e 9
O caminho das pedras
Um túnel, muitas históriasUma misteriosa construção subterrânea nas Mercês atiçou a curiosidade e a imaginação de gerações e gerações. Nesta edição, o Do Quintal traz as únicas fotos já feitas em seu interior e a versão de um arquiteto e historiador que desvendou o segredo do local. Págs. 6 e 7
» Bicicleta: adote essa idéiaNo mês da bicicleta, a estreia da seção voltada ao transporte humano e alternativo. Pág. 4
EDUCAÇÃO
» O Enem e as escolasNotas do Enem 2009 retratam as dificuldades que enfrentam as escolas estaduais para manter uma boa qualidade de ensino. Págs. 10 e 11
» Candidatos respondemPerguntamos aos candidatos a governador Osmar Dias e Beto Richa o que eles propõem para resolver os problemas das escolas estaduais. E eles responderam. Pág. 12
100% fUtebolConheça a história de Levi Mulford, um jornalista que não perde um lance do futebol paranaense há 57 anos. Pág. 15
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Curitiba, 25 de agosto a 25 de setembro de 2010
Do Quintal
Do Quintal
É fácil fazer um jornal
Fazer um jornal é fácil. Fazer um bom jornal é
muito difícil. O Do Quintal escolheu a segunda
opção. E nesta segunda edição, damos mais
um passo para consolidar nosso projeto de
levar informação de boa qualidade ao nosso
leitor. Temos como princípio que o jornalismo
deve ter uma função social que esteja acima do
mero interesse econômico, comercial. É claro
que nem uma empresa ou negócio sobrevive
só com bons princípios. Mas acreditamos
ser possível ter um retorno econômico não
tendo que abrir mão dá ética e do respeito à
inteligência do leitor.
Por isso, lançamos a primeira edição com
recursos próprios. Para mostrar que um
chamado “jornal de bairro” pode sim ser um
veículo sério, comprometido com quem o lê,
ajudando a resgatar a sua história, enaltecendo
o que há de bom e criticando o que precisa
ser mudado. Nosso compromisso é com isso
e com questões que consideramos basilares
para a boa qualidade de vida: a educação e o
meio ambiente, como mostram as reportagens
desta edição.
É para continuarmos trilhando esse caminho, que
pedimos a você, leitor, que nos apóie nessa
empreitada. Primeiro nos dando a honra da
leitura. E depois, se gostou do que leu e acha
importante uma publicação como essa, que
divulgue o Do Quintal aos amigos, vizinhos,
colegas. Inicialmente para divulgar o produto
estamos distribuindo o jornal em condomínios,
aos alunos do ensino médio das cinco escolas
estaduais da região, no comércio e em áreas
residenciais dos cinco bairros. Mas ele também
é colocado à venda em bancas e outros pontos
comerciais. Se você o recebeu gratuitamente
em um condomínio, por exemplo, junte os
vizinhos que apóiem a idéia e entre em contato
conosco para garantir que o jornal continue
sendo entregue mensalmente no local. Com
R$ 1,50 não dá nem para dar uma volta de
ônibus em Curitiba, mas dá para ficar bem
informado todo mês sobre o que aconteceu
e o que acontece em seu bairro.
CARTA AO LEITOR
Propriedade da Editora ETC e Tãao – CNPJ: 12.339.920/0001-18
Jornalista Responsável: Ângela Ribeiro DRt 1574
Diretor de Redação: Douglas de Souza fernandes
Projeto gráfico e diagramação: eduardo Picanço Aguida e Paulo Augusto Krüger de Almeida.
Fotografia: Marco André lima ([email protected]).
Endereço: Rua Professor Ignácio Alves de Souza filho, 343, Pilarzinho, CeP 82110-450.
Telefones: 3527-0501 e 8875-3197. E-mails: [email protected], [email protected], [email protected]. Site: www.doquintal.com.br
Impressão: editora o estado do Paraná
EXPEDIENTE
Insegurança no Pilarzinhoé alarmante, diz pesquisa
Levantamento sobre a criminalidade no Pilarzinho mostrou dados alarmantes. Dos 93 empresários pesquisados, 50 afirmaram terem sido vítimas de
assaltos, roubos ou arrombamentos entre janeiro de 2009 e maio deste ano. No total foram 134 ocorrências, pois muitos foram “visitados” pelos criminosos mais de uma vez. o prejuízo declarado foi de R$ 216, 390,00. A pesquisa foi feita por um grupo de moradores que participam da Rede de Desenvolvimento local, organizada pelo sistema fiep-Sesi. os resultados serão levados às autori-dades do setor.
A proposta de se fa-zer um questionário para ser respondido por comerciantes locais sur-giu da constatação de que boa parte das víti-mas de crimes não re-gistra queixa na polícia. Situação que foi comprovada na pesquisa, onde 23 das 50 vítimas disseram não ter registrado a ocorrência. Por isso, os dados oficiais não refletem o que realmente acontece. Com o levantamen-to pretende-se contribuir para que os responsáveis pela segurança pública tenham dados reais nos quais se base-ar nas futuras ações.
os 93 pequenos e micro empresários pesquisa-dos representam 18,5% dos 503 estabelecimentos de comércio varejista em atividade no bairro, con-forme números da Prefeitura Municipal referen-tes a 2007. ou seja, de acordo com a pesquisa, quase 10 por cento dos comerciantes do bairro foram ví-timas de criminosos em um período de 15 meses.
» 14 vezesos empresários, que res-
ponderam o questionário sem se identificar, informa-ram que das 134 ocorrên-cias, 74 foram assalto à mão armada e 60 arrombamen-tos. Só um dos entrevistados afirmou que seu estabeleci-mento foi atacado 14 vezes no período, quase uma vez por mês. o horário dos crimes variou bastante. A maior parte foi de madru-
gada (17 ocorrências), em seguida das 18h às 20h (15), das 13h às 17h (11), das 7h às 13h (4) e das 21h às 24h (3).
Por fim, o levantamento mostrou pouca confiança dos comerciantes nas providências policiais. Do total de vítimas, apenas 27 registraram a ocorrência na polícia. Destas, apenas seis disseram ter tido notícias dos crimi-nosos.(DSF)
De 93 comerciantes pesquisados, 50 disseram
ter sido vítimas de criminosos, num prejuízo
de mais de R$ 216 mil em apenas 15 meses
AntenadoRoberto Bittencourt (*)
Casa nova, bairro novo e também o ânimo se renova. Ainda que do Vista Alegre até o Pilarzinho seja um pulo, como se diz, os ares de ambos os bairros são distintos e isso se per-cebe dos buracos nas ruas aos beirais com lambrequins. tanto num quan-to noutro, peculiaridades.
Mas o que importa, o que que-ro contar por puro desejo de com-partilhar contigo é sobre a sensação de vir morar num bairro que, muito antes de frequentar as páginas po-liciais, o que hoje não é privilégio deste ou daquele, atiçava a minha imaginação nas noites solitárias dos anos 70, quando cheguei em Curi-tiba: na Cruz do Pilarzinho, próxi-mo à Cruz do Pilarzinho... talvez pela ainda recente proximidade dos rituais católicos que, de algum modo, povoavam o meu imaginário desde menino. o fato é que sempre
alguém interessante morava por ali ou alguma coisa curiosa, alguma coi-sa boa acontecia na região da Cruz... e isso persistiu até há poucos anos, quando, já morando no Vista Alegre, resolvo esticar uma caminhada até a feira-livre que, em frente à Cruz, funciona aos sábados pela manhã. Não, se fosse um bairro distante do centro de Curitiba, um Sítio Cerca-do, um Atuba tudo bem, mas aqui, a dez minutos do centro... bem, como nada acontece por acaso, aqui estou a arrumar pertences, a contribuir com um dos sistemas de habitação e a aguardar a estúpida lentidão de uma das operadoras de telefonia fixa para, depois de um mês, enfim, visi-tar minha caixa de mensagens, atu-alizar meu blog e fazer uma ligação para Campos Novos.
Imaginas que tudo acontece as-sim mesmo: a Cruz fica logo ali; sei que a Verinha mora na região, ape-
sar de não ter me ligado como pro-meteu; sei que o Douglas também mora, ali, mais para baixo e que exis-te o bar do osni na minha rua, onde a única coisa de que eu não gosto é do som extremamente alto que rola, de vez em quando, por ali. Mas uma das coisas que mais me impressio-na é o fato de eu vir morar aqui no tão ouvido, no tão sonhado, no tão querido e desejado Pilarzinho, jus-tamente bem próximo à Cruz, que, hoje, já não causa aquele tipo de impressão de outrora. Mas que per-manece marco num espaço onde, além do poeta Paulo leminski es-truturar sua inquietação, seus ca-prichos e seus relaxos e de o Helio leites abotoar-se todo, também o edílson Del Grossi e o Roberto Prado elevam suas antenas no enre-dar das torres que aqui se alinham.
(*) Roberto Bittencourt é poeta, jornalista e morador do Pilarzinho
Marco André Lima
» FALECIMENTOS
Ivo Correia FélixÉ com pesar que registramos o falecimento de Ivo Cor-
reia félix, aos 55 anos. Comerciante e morador do Pilarzi-nho, ele foi um dos grandes incentivadores do lançamento do Do Quintal, mas não chegou a vê-lo pronto.
Benjamim Bassolamentamos o falecimento de benjamim basso, cuja his-
tória foi contada na edição passada. ele tinha 83 anos e estava hospitalizado, em estado vegetativo, há um ano e meio.
» 3
» Terceira idadeA Paróquia São Marcos reúne uma série de atividades voltadas
para a terceira Idade, através do Grupo Primavera e do Grupo São Marcos. o primeiro se reúne todas as segundas-feiras e o segundo, nas quartas-feiras no salão da Paróquia, sempre das 13h30 às 17 horas. Ali, os idosos participam de cursos de trabalhos manuais, tais como bordados, tricô, crochê etc. A paróquia tem ainda um programa de atendimento às mães carentes através do Clube da Ação Social São Marcos, onde têm aulas de costura, trabalhos ma-nuais e outras orientações. Informações podem ser conseguidas na própria paróquia.
» Bocado do PobreUm outro programa social desenvolvido na Paróquia São Mar-
cos é o bocado do Pobre, que entrega cestas básicas para famílias carentes. essas famílias são cadastradas por voluntários da comu-nidade, que as visitam para conhecer suas condições de vida. os alimentos das cestas são doados pelos paroquianos que levam os produtos na missa do segundo domingo do mês. As cestas básicas são entregues no terceiro sábado do mês, às 9h da manhã, na Pa-róquia São Marcos.
» CuritibAtivação A Regional da boa Vista realiza o projeto CuritibAtivação, que
incentiva os moradores para a prática correta do esporte. Profis-sionais medem o peso e a altura das pessoas interessadas em des-cobrir uma atividade física ideal para seu tipo físico. trata-se de ume evento itinerante que acontece periodicamente para desen-volver a educação para o esporte. Se você quer saber onde o Curi-tibAtivação de setembro vai acontecer, basta ligar para o telefone 3313-5644.
» Cursos no Bento Munhoz o Colégio bento Munhoz, do Pilarzinho, criou projetos para
se aproximar da comunidade. São grupos de Horta e Jardinagem, família na escola, Cidadão com educação, Pichação e Valoriza-ção, História e Memória e o curso estratégias de estudo: um dife-rencial para o Vestibular. Para isso, a escola tem buscado parcerias, incentivando os pais e moradores da região a formar uma progra-mação que envolva não só os alunos como a própria comunidade.
» Profissionalizandoo Colégio Guido Straube, no Vista Alegre, tem trabalhado no
sentido de oferecer um diferencial na região. Com um total de 612 alunos, o colégio busca atender a uma camada de jovens interes-sada no ensino técnico-profissionalizante. este ano, o colégio ofe-rece os cursos: técnico em Secretariado, Cuidados com Pessoas Idosas e Agente Comunitário. Para o ano que vem, o colégio pre-tende oferecer o curso de enfermagem. Para a diretora, Rosália
de Melo, a oferta desses cursos atende a uma demanda cada vez maior do mercado que se ressente da falta de profissionais qua-lificados.
» Cursos gratuitos -Construção Civilestão abertas as inscrições para cursos de carpinteiro, eletricis-
ta, encanador, gesseiro, mecânico de manutenção e pintor ofere-cidos pelo programa Próximo Passo, coordenado pela Secretaria Municipal do trabalho e emprego, com recursos do Ministério do trabalho e emprego. Ao todo são 1.176 vagas para os sete cur-sos de qualificação na área de Construção Civil. Podem participar pessoas beneficiárias e dependentes do bolsa família.
***As inscrições podem ser feitas nas Agências do trabalhador
nas ruas da cidadania e nos Centros de Referência da Assistência Social , da fundação de Ação Social de Curitiba. As inscrições fi-carão abertas até fecharem todas as turmas, em outubro.
» Transporte e alimentaçãoAs aulas são dadas no Senai, na rua João Viana Seiler, 116, no
bairro Parolin. Pela manhã as atividades são das 8h às 13h e pela tarde das 13h30 às 18h30. os cursos têm duração de 200 horas/aula, sendo que 80 horas são teóricas e 120 práticas. Além de ser gratuito, o aluno recebe vale transporte e lanche para participar dos cursos.
» Liceu de Ofícios o liceu de ofícios do Pilarzinho oferece o curso Como Secre-
tariar com Sucesso, no período de 20 a 24 de setembro, das 18 às 22 horas. e de 4 a 8 de outubro, interessados em aprender a fazer bombons e trufas poderão participar do curso que acontecerá no período da manhã. todos os cursos são gratuitos e voltados para pessoas acima de 16 anos, que tenham feito a 1ª série do ensino Médio. o liceu de ofícios do Pilarzinho fica na rua Miguel de lazzari, s/n, ao lado do Posto de Saúde Vista Alegre. telefone : 3240-1301.
» Centro de Criatividade o Centro de Criatividade do Parque São lourenço oferece
cursos nas áreas de música, pintura e desenho. As inscrições são permanentes. Informações pelo telefone 3313-7192 ou 3313 -7193. os cursos oferecidos são: oficina de Artes Infanto – Ju-venil, oficina de Modelagem Infantil, Clube de Modelagem, oficina de História em Quadrinhos, Ateliê de Desenho Artís-tico , Cerâmica, encadernação,entalhe, Marchetaria, Mosaico, Pintura em cerâmica, Pintura em tela, Restauro em madeira e móveis, tecelagem iniciante, Violão Popular na Música brasilei-ra, Violino e Yoga.
o Pilarzinho ganhará uma nova creche no ano que vem. o anúncio foi feito pelo prefeito luaciano Ducci, que assinou no dia 3 de setembro a ordem de serviço para a obra. Além do Pilarzinho, outros oito bairros receberão o equipamento. No total serão aber-tas 1.600 vagas para crianças, sendo 150 no Pilarzinho.
Serão investidos R$ 11,1 milhões na construção desses Cen-tros Municipais de educação Infantil. “As novas creches atendem, principalmente, áreas de expansão da cidade, que receberam lote-
amentos da Cohab, e também áreas de ocupação que estão sendo urbanizadas”, disse luciano Ducci. Atualmente, a Prefeitura tem 41.058 crianças matriculadas na educação infantil.
o prefeito assinou também editais para a pavimentação de 90 ruas, pelo programa Asfalto Cidadão. São ruas de saibro em 22 bairros que ganharão asfalto definitivo. os recursos são de emen-das parlamentares dos vereadores.
No Pilarzinho, será asfaltada a Vansolino Granato. No Vista Alegre, a Chafic Cury.
No Abranches ganharão asfalto denifitivo as ruas: Walfrido leal, Maria falate,José Manoel S. Souza, João falate, José Izar, Roberto luiz bohnenstengel, todas na Vila Nossa Senhora de fátima; no Jar-dim Área Verde: Genésio Ramalho, Waldemar Reikda, Miguel Dias Gonçalves e Dr. Carlos eloy Reichmann; no Jardim Camila, Stefa-no triska. leya Marques Vieira, Rodovil liodor brenner e Massa-mori Inouhe; e, finalmente a rua Dovico Dal Prá.
Creche para o Pilarzinho
O prefeito Luciano Ducci durante a assinatura da ordem de serviço para a obra.
Um passeio que rejuvenesce
Simony Daian Huck
Um grupo de idosos do Pilarzinho teve
mais um dia especial no último dia 21
de agosto, um sábado. Desde março,
eles fazem um passeio mensal
organizado pela funcionária de
saúde Jane Carla Joly e a professora
Sônia Brüsch, moradoras do bairro.
Desta vez foi no Pesque e Pague e
Lanchonete Mina D’água, localizado
no Cascatinha, em Santa Felicidade.
A idéia do passeio surgiu durante as
aulas de alfafabetização para idosos
que Sônia ministra gratuitamente
desde o início do ano. Segundo ela,
é uma forma de propiciar momentos
de lazer e interação social para os
senhores e senhoras que na maior
parte vem de famílias sem condições
para tal.
Sem apoio oficial, foram as duas que
por conta própria conseguiram um
ônibus gratuitamente da empresa
Nossa Senhora do Carmo, que
todo mês coloca um motorista à
disposição. São elas também que
arcam com as despesas dos lanches
servidos em todo passeio. Apesar
disso, as duas dizem que o trabalho
é compensador. ““Ver a felicidades
dos idosos é motivador. Eles ficam
contentes com coisas simples”, diz
Sônia.
Os participantes concordam. “O passeio
é muito bom, pois a gente distrai e sai
da rotina”, afirma Sebastião Barbosa.
“Esses passeios são bons para reunir
os colegas e jogar baralho e cantar
modas de viola”, completa o Antônio
Tuler, violeiro do grupo. Todos dizem
que se sentem mais jovens após os
passeios.
Com a implantação do Projeto de
Desenvolvimento Local no bairro,
iniciativa da Fiep/Sesi, tanto
o passeio quanto as aulas de
alfabetização foram incluídas nele.
Mesmo assim, as duas voluntárias
continuam sem apoio para manter
as ações. Quem quiser contribuir
com esse trabalho entre em contato
pelo telefone (41) 3271-7404 ou
e-mail [email protected] .(DSF com
colaboração de Simony Daian Huck).
O dia começou com um café da manhã ao ar livre, em Santa Felicidade.
Simony Daian Huck
Curitiba, 25 de agosto a 25 de setembro de 2010
Do Quintal
Maior idade
» 4
2010 2020
Idade Homens Mulheres Total % Homens muheres Total %
60-64 28.694 37.222 65.919 3,63 39.297 54.231 95.528 5,04
65-69 19.230 26.536 45.766 2,52 30.598 44.826 75.424 4,07
70-74 13.245 19.450 32.695 1,80 20.848 32.051 52.899 2,85
75-79 8.615 14.780 23.395 1,29 12.229 20.885 33.114 1,79
80 e + 8.964 17.718 26.682 1,47 12.709 26.294 30.003 2,10
Total 78.748 115.706 194.454 10,70 115.681 178.287 293.968 15,86
Curitiba 869.25 948.109 1.817.434 100 880.976 973.074 1.854.050 100
O fato de que o brasil está ficando com uma po-pulação cada vez mais envelhecida não é novi-dade. o antigo país dos jovens segue uma ten-
dência mundial, a do aumento da expectativa de vida e da diminuição do índice de natalidade. Hoje, já são quase 20 milhões de brasileiros com mais de 60 anos, ou 10% de toda a população. o IbGe apurou que, em 2008, as crianças de 0 a 14 anos eram 26,47% da popu-lação brasileira, e as pessoas com mais de 65 anos re-presentavam 6,53%. Para 2050, a estimativa é a de que esses mais jovens representem apenas 13,15% , metade do atual, e os mais velhos correspondam a 22,71 % dos brasileiros, ou seja, mais que o triplo de 2008.
esses números trazem uma boa e uma má notícias. o lado bom é que a extensão da expectativa de vida é resultado de avanços tecnológicos e melhorias na qua-lidade de vida em geral.o lado ruim, e preocupante, é que o brasil ainda não está preparado para atender ade-quadamente a todo esse contingente de novos idosos.
e não é só por parte do governo, que além de uma previdência digna deveria garantir os outros direitos
básicos a essa faixa etária. A própria sociedade ainda precisa aprender a conviver com essa nova realidade. o preconceito com quem chegou às maiores idades é comum, uma das consequências desta sociedade cada vez mais competitiva e com produtos cada vez mais descartáveis, onde o próprio ser humano passa ser vis-to como descartável.
A luta para que os mais velhos tenham voz e vez na sociedade deveria ser de todos, já que desde que nasce-mos começamos a envelhecer. então, quando o jovem luta hoje por espaço digno para os “maduros” não está fazendo mais que lutar pelos seus próprios direitos no futuro. ou seja, está lutando por ele mesmo.
* A frase está no artigo que o teólogo Leornardo Boff es-creveu ao completar 70 e que o nosso site (www.doquintal.com.br) transcreve na íntegra.
A hora e a vez da terceira idade
Envelhecimento da população exige que o país e a sociedade se repensem
“A velhice é a última chance que a vida nos oferece para acabar de crescer, madurar e, finalmente, terminar de nascer” (*)
Curitibanos com mais de 60 anos hoje e em 2020
Fonte: Ipardes e IPPUC
Diferentes, mas com direitos iguais
Não há um perfil único de quem passa dos 60, 65
anos de idade. Boa parte continua trabalhando
mesmo depois da aposentadoria. Uns gozam
de boa saúde e seguem serelepes as décadas
seguintes; outros, por problemas vários,
ficam dependentes de terceiros até para se
locomover. Uns aproveitam para ter uma
vida mais tranqüila, viajar, fazer o que não
conseguiam quando mais jovens; muitos outros
são obrigados a trabalhar em subempregos
para garantir a própria sobrevivência ou ajudar
filhos e netos.
Pesquisa feita este ano pela empresa GFK
levantou que a “terceira idade” no Brasil tem
um potencial de consumo de R$ 7,5 bilhões,
mais que o dobro da média nacional. Ao
mesmo tempo, neste país de contrastes,
milhões de idosos ainda não dispõem do básico
para a sobrevivência com dignidade, como a
assistência à saúde, alimentação adequada, o
convívio familiar, acesso ao lazer e atividades
sociais.
E foi justamente para garantir esses direitos que há
sete anos foi criado o Estatuto do Idoso, através
da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Nele
constam tudo que os membros da terceira
idade podem exigir legalmente e as punições a
quem desrespeitá-los.
A íntegra do Estatuto do Idoso pode ser vista na
internet. Um dos sites que a fornece é o Guia
Serasa de Orientação ao Cidadão (WWW.
serasaexperian.com.br/guiaidoso)
» DENUNCIESe você for vítima ou presenciar quaisquer casos
de maus-tratos ou de desrespeito ao Estatuto
do Idoso, ligue para o 0800-410001. Este é o
número do Disque Idoso, que atende a todos
os municípios do Paraná. Alem de receber
denúncias, inclusive anônimas, o serviço
presta informações, orientações e encaminha
reclamações em relação ao idoso. Em Curitiba,
o serviço atua em parceria com a Fundação de
Ação Social e o Ministério Publico.
O serviço funciona nos dias úteis das 8h30 às 12h
e das 13h30 às 17h30. Ele pode ser acessado
pelo e-mail [email protected].
» Direito à vagaPor lei federal, quem já completou 60 anos tem
direito a vagas especiais no trânsito. Em
Curitiba, existem 8.260 vagas regulamentadas,
das quais 5% são reservadas ao idoso,
conforme determina o Conselho Nacional
de Trânsito (Contran). Mas, para utilizá-las,
é necessário tirar credencial na Urbs. Para
divulgar isso e os direitos dessa faixa etária
no transporte publico, a Fundação de Ação
Social (FAS), em parceria com o Conselho
Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, lançou
a campanha “Respeito ao Idoso no Trânsito”.
» Valor é igualA credencial garante a vaga, mas não exime do
pagamento. Assim, nestas vagas, o usário
tem que deixar no painel, além da credencial,
o cartão do EstaR que custa R$ 1,00 a hora.
Para fazer o credenciamento é necessário
preencher cadastro na Urbs (www.urbs.curitiba.
pr.gov.br). O uso da credencial é obrigatório
também em áreas privadas - como hospitais,
supermercados etc. Preenchido o cadastro, a
Urbs agenda por e-mail ou pelo no próprio site
a data em que a pessoa deve comparecer para
autenticação da documentação e retirada da
credencial.
Curitiba, 25 de agosto a 25 de setembro de 2010
Do Quintal
Curitiba, 25 de agosto a 25 de setembro de 2010
Do QuintalBiCiCLeTa
Dia sem carro
No dia 22 de setembro é comemorado no mundo inteiro o dia sem
carro. O que acontece nesse dia? Em muitas cidades adota-se
a medida mais óbvia: a restrição ou até mesmo a proibição da
circulação de veículos motorizados individuais. Mais do que um
simples ato simbólico que promove, pelo menos um dia por ano,
uma redução drástica nos níveis de poluição e ruído; o dia sem
carro pode servir de laboratório para transformações permanentes
no cenário urbano, através da avaliação e projeção do impacto das
ações temporárias. Tornando as cidades mais humanas e agradáveis
através da valorização do espaço público e das pessoas.
Mês da Bicicleta
Há três anos que a data é celebrada em Curitiba de forma independente
a partir de diversas iniciativas populares. Tudo começou em 22
de setembro de 2007, quando um pequeno grupo se reuniu no
Parque São Lourenço para lembrar o Dia Sem Carro. Surgiram
tantas idéias, que ficou impossível realizar tudo num só dia. Com
o tempo, chegaram mais pessoas e mais idéias, até que surgiu o
Mês da Bicicleta, ou a Arte Bicicleta Mobilidade, um festival que
ocorre durante todo o mês de setembro, com atrações culturais,
esportivas e educativas. Todas as atividades surgiram de propostas
populares, onde muitas vezes o papel do organizador e espectador
se confundem. São pessoas ou grupo que apóiam a mobilidade
sustentável e que através de pequenas ações independentes
ajudam a transformar o seu próprio bairro. O objetivo é promover
a discussão a respeito dos problemas gerados pelo excesso de
trânsito motorizado, demonstrar a viabilidade da bicicleta como
meio de transporte e ajudar quem estiver interessado em usar
menos o carro. Além dos vários voluntários, alguns dos grupos
envolvidos são: Ciclovida – UFPR, Grupo Transporte Humano,
Coletivo Interlux e Sociedad Peatonal. Alguns deles são aqui mesmo
da região: Fernando Rosenbaum (Abranches), Goura Nataraj
(SãoLourenço) e André Caon Lima (Mercês).
Luis Claudio PatrícioUm dia para pensar no carroO dia 22 de setembro é uma data para pensar no que queremos para o futuro
Curitiba realiza no dia 22 de setembro mais um Dia sem Carro. Mais do que buscar
a diminuição momentânea do tráfego de veículos na cidade, a data é um momento para refle-xão sobre os problemas cada vez mais graves causados pelo uso in-tenso de automóveis nas cidades. e um convite ao uso de meios de transporte sustentáveis, como a bicicleta.
Nesse dia, ficará fechada para o trânsito de automóveis o tre-cho mais central da avenida Ma-rechal Deodoro - da rua João Negrão à Marechal floriano Peixoto, assim como os acessos à praça tiradentes, rua barão do Rio branco entre o Paço Muni-cipal e a André de barros. Ape-nas ônibus, bicicletas, pessoas a pé e veículos de serviços es-senciais e de emergência terão
acesso aos trechos interditados. Para este ano, a prefeitura orga-nizou uma programação cultural para incentivar a adesão da po-pulação. os espaços destas ruas que, normalmente, são usados por carros, vão abrigar terráreo, Condomínio da biodiversida-de, feira de produtos orgânicos, atrações artísticas, jogos e brin-quedos, educação de trânsito, artesanato e exames de saúde.
Curitiba tem a segunda população mais moto-rizada do país, só perdendo para São Caetano do Sul (SP). Há 488 carros para cada grupo de mil ha-bitantes na cidade. Já a capital paulista, pródiga em congestionamentos, está em nono lugar, numa pro-porção de 412 carros por mil habitantes. esses são alguns dos dados levantados pelo Departamento Nacional de trânsito (Denatran) e divulgados pela Agência estado no início do mês.
o estudo aponta para o fato curioso de Curitiba ter um serviço de ônibus considerado modelo, mas que mantém uma altíssima proporção carro/habi-tante. Segundo o levantamento, a capital paranaense só não tem tantos congestionamentos quanto a capi-tal paulista porque apenas 22% da população curiti-bana usam diariamente o seu automóvel . Se todos fossem colocados na rua ao mesmo tempo, a cidade
literalmente pararia. » Ter carro não é o problema
Últimos levantamentos do Denatran calculam uma frota de 35, 6 milhões de automóveis no brasil, um crescimento acima de 60% em 10 anos. e a facili-dade de crédito, isenção de impostos e outros incen-tivos apontam que a comercialização de veículos só deve aumentar a curto e médio prazos.
especialistas explicam, porém, que o problema não está na quantidade de carros comercializados, mas em como eles são usados. A média de automó-veis por habitante é geralmente maior em cidades de países desenvolvidos. Mas na europa, onde existem bons sistemas de transporte público, por exemplo, os donos de carros usam-no geralmente para viagens e passeios de final de semana, não para trabalhar ou fazer pequenos percursos como é comum no brasil
18 - Tweed RideÉ um passeio elegante de bicicle-ta, como nos bons tempos. Você pode vir com a bike que quiser, mas use o seu traje mais fino. Concentração: 15h / saída 16h | Paço da liberdade - Praça Gene-roso Marques21 e 28 - Oficina deconstrução de veículos fantásticos9h ás12h e das 14h ás 17h - Cen-tro de Criatividade de Curitiba (Rua Mateus leme, 4700) – 3313719121 – Sessão Ciclecinena Cinemateca Sessões às 19h e 21h | R. Pres. Carlos Cavalcanti, 1174 22 – Marcha das 1001 Bikes/Maracatu Estrela do Sulà partir das 17h30 – Saída na Pra-ça Santos Andrade 24 – Música para sair da
Bolha no Passeio Públicocom Locomotiva 18h30 - Passeio Público25 – II Curitiba Acclechic Das 15h às 18h | Praça 29 de Março26 – Bike Voadora – basta subir e pedalar para gerar energia e rodar cata-ventos14h - MoN - Museu oscar Nie-meyer – Rua Marechal Hermes, 99926 – Campeonato Metropolitano de Mountain Bike Centro Politécnico- 9h às 13hParticipe também! Para saber mais acesse: http://artebicicleta-mobilidade.wordpress.com/http://bicicletadacuritiba.org/http://transportehumano.com.br
O que acontece de 18 a 29 de setembro
Índice carro-habitante é o segundo maior do país
» 5
Douglas de Souza Fernandes
Quem foi criança no Vista Alegre das Mer-cês até o final dos na os 70 tinha um local
perfeito para exercitar a curiosidade e o es-pírito de aventura. era só ir até a chácara da família Gutierrez, um amplo espaço todo cer-cado por área nativa e que em parte daria lu-gar décadas depois ao bosque Gutierrez. Ali onde hoje é o cruzamento das ruas Amapá e Andre Zanetti, havia a entrada de um mis-terioso túnel. os mais corajosos chegavam a entrar na sombria construção subterrânea e percorriam o que conseguiam. A maioria, porém, só ouvia as histórias que se contavam sobre quem teria feito o túnel. essas narrações que incluíam padres jesuítas, leprosos e até um pirata passaram de geração a geração. Até hoje várias dessas versões estão vivas entre mora-dores mais antigos. e até hoje não se sabe com certeza quem o fez e qual seria sua função.
A versão mais plausível é a do historiador e professor aposentado do curso de Arqui-tetura e Urbanismo da Universidade federal do Paraná Key Imaguire Júnior. ele também é o autor das únicas fotos conhecidas feitas no interior do túnel. Hoje morador das Mer-cês, Key passou sua infância no Vista Alegre.
Além de dentista, seu pai era fotógrafo e foi com a sua Yashica 700 que o menino fez o re-gistro em 1962.
Segundo ele, nessa época havia ali a base de uma pequena casa em cujo porão havia um al-çapão. Por uma passagem estreita escavada na terra rastejava-se por 6 a 8 metros até uma am-pla sala abobadada com cerca de dois metros de altura toda feita em tijolos. Ali havia uma outra passagem, mas fechada por uma parede nova de tijolos. em uma das extremidades da sala, havia um respiro em forma de chaminé.
» LeprososQuase 50 anos após essa aventura de
criança, Key chegou à conclusão de que a construção foi feita por alguém ligado ao la-zareto – local onde eram tratados portado-res da hanseníase, ou lepra – que funciona-va próximo dali e que foi desativado com a inauguração do leprosário São Roque, em Piraquara, em 1926.
A hipótese de ter sido feito pelo lendário Pirata Zulmiro para esconder seu tesouro é descartada simplesmente por não haver qual-quer registro histórico de tal personagem. e a de que teria sido construído por padres jesu-ítas para fugirem de perseguidores também não procede. Na época que foram expulsos do
brasil pelo Marquês de Pombal, em 1760, os jesuítas, no Paraná, só haviam se estabelecido em Paranaguá, onde fundaram um colégio em 1755. em Curitiba, eles viriam a inaugurar o Colégio Medianeira, no Prado Velho, mas só em 1957. e pergunta-se: que motivo teriam os religiosos para deixarem seus afazeres edu-cacionais e virem para uma área da cidade ain-da coberta por matas para cavarem um túnel?
Para o professor, a possibilidade de ter sido feito por alguém do lazareto é a mais factível. Na época, os leprosos eram execra-dos pela população em geral muito mais do que são hoje. Doentes que saiam de seu re-duto chegavam a ser apedrejados. Daí não ser impossível ter sido construído para que pu-dessem se refugiar em caso de algum ataque. Por ser de desenvolvimento lento, a doença não impediria que os doentes pudessem tra-balhar normalmente.
» Quem construiuo que mais chama hoje a
atenção do arquiteto Key é o sistema construtivo utilizado no teto. Para suportar o peso, ele foi construído em arcos, com o uso de bovedillas, ou seja, vigotes de trilhos transversais ligados por
tijolos. ele explica que esse tipo de construção é muito rara no brasil, mas comum em países como o Uruguai e a Argentina. Como desde o início do Século XIX o Paraná já tinha relações comerciais com esses países, principalmen-te com a exportação de erva-mate, é possível que alguém originário de um deles tenha sido diagnosticado com a doença quando estava em Curitiba, foi internado no lazareto, e seja o responsável por fazer ou comandar essa obra.
Ao chegar a essa conclusão, porém, o pro-fessor tem uma ponta de decepção. Afinal, como comentou em artigo escrito na Revis-ta Coisa Paralela, da UfPR, “definitivamen-te, eu preferiria o velho pirata, com seu olho de vidro e sua perna de pau; no canto da sala subterrânea escondendo um baú com a ban-deira da caveira, um par de garruchas carre-gadas e um velhíssimo pergaminho com ma-pas de ilhas de tesouro”. Infelizmente, não é.
O mistério do túnel desvendado
Construção subterrânea no Vista Alegre alimentou a imaginação de crianças e adultos durante gerações
Fotos: Key Imaguire Junior
Já adulto, Key fez um croqui a partir das lembranças que tinha do esconderijo em que entrou quando criança.
A sala cujo teto teria sido construído com uma técnica até hoje não utilizada no Brasil.
A entrada para o misterioso túnel. Poucos tinham coragem para entrar.
As passagens eram estreitas,mas as paredes altas e bem construídas.
TÚNeL
» 6Curitiba, 25 de agosto a 25 de setembro de 2010
Do Quintal
Durante décadas, houve muita gente que entrou no tú-nel do Gutierrez com intenção de achar o tesouro escondido pelo Pirata Zulmiro ou pelos jesuítas. o professor Key Ima-guire conta que havia um certo risco em adentrar o esconde-rijo, “pois a abóboda e paredes estavam esburacadas por esses neuróticos que procuram ouro escondido em qualquer lugar antigo”.
Para a criançada, porém, entrar no túnel era uma prova de coragem e o objetivo principal era descobrir a onde levava a estranha construção. “A grande aventura era chegar a tal sala – após entrar pelo alçapão e rastejar pela estreita passagem -, sen-tar numa pilha de tijolos e ficar montando engenhosas hipóteses sobre o esconderijo – inclusive da conveniência de conhecê-lo em caso de ira incontida de nossos pais”, relembra o professor de arquitetura e história.
outros lembram que para chegar ao túnel tinham que passar pelo caseiro dos Gutierrez que morava em frente. Valdir Siba,
que nasceu no bairro e que ainda mora no número 170 da rua Albino Pachendorff, lembra que os meninos eperavam o caseiro sair para se aventurarem pelo esconderijo. “A gente levava velas, pois era muito escuro”, relembra ele. Hoje, aos 62 anos, Valdir não acredita que o túnel tenha sido feito por um pirata. ele acre-dita que seja obra dos jesuítas.
Virgínia bressan , sobrinha neta do casal João e Virgínia, que eram os caseiros da chácara dos Gutierrez, lembra que o tio di-zia que dentro do túnel morava o capeta, e por isso ninguém podia entrar lá. ela obedeceu, mas sua prima Arnete bressan, hoje com 68 anos, resolveu conferir. “eu entrei, mas só na pri-meira parte, não fui até o fundo como faziam os meninos. tinha medo”. Se o diabo morava lá, no momento ele não estava em casa, pois Arnete diz não ter visto ninguém por ali.
Até hoje, porém, ela acredita que o túnel tenha sido constru-ído pelos jesuítas e que iria até as Ruínas de São francisco, no centro da cidade. (DSF)
outros túneis, outros mistérios
Entre os mais antigos, há a crença
generalizada que o túnel do
Gutierrez iria até o centro da cidade.
Mesmo diante da evidência de que
seria impossível atravessar um túnel
de tal extensão sem equipamentos
especiais, e muito menos construí-lo.
A hipótese voltou a garnhar força nos
últimos tempos, com a descoberta
de túneis ou esconderijos no centro
da cidade. Em 2007, dois rapazes,
o empresário Marcos Ofenbock e
o jornalista Alexandre Nascimento,
divulgaram ter encontrado
possíveis túneis em baixo do Clube
Concórdia e Sociedade Garibaldi,
no centro da cidade. Para eles, tais
construções poderiam ter ligações
com igrejas da região ou outras
áreas da cidade. Mas não há nada
de concreto que prove isso.
No Clube Concórdia, há de fato um
porão e, nele, um buraco que
parece ser uma passagem. O
problema é que há grades que
impedem o avanço por ali e até
agora não se sabe com certeza
se realmente há ou havia um
túnel por ali. A hipótese mais
provável é que seria apenas
um esconderijo construído por
imigrantes durante a segunda
guerra mundial. O Concórdia é
formado por descendentes de
alemães, e a Sociedade Garibaldi,
por italianos, as duas nações que
formavam com o Japão o chamado
Eixo que lutou contra os aliados
na Grande Guerra. A construções
subterrâneas poderiam ser, então,
esconderijos para serem usados
em caso de perseguições.
» Faltam arqueólogosO professor de História da UFPR e
morador do Vista Alegre, Dennison
de Oliveira, explica que com a Guerra
todo mundo que tivesse livros,
discos ou cartas escritas em alemão,
italiano ou japonês eram suspeitos
de serem “quinta coluna”, ou seja,
espiões a serviço do Eixo. Esses
túneis, portanto, teriam sido usados
para esconder esses materiais e
evitar que fossem destruídos.
Para Dennison, muitos destes mistérios
envolvendo os túneis da cidade
seriam elucidados se houvesse
arqueólogos pesquisando esses
casos. O problema é que são poucas
universidades que oferecem o curso
no Brasil, apenas em oito estados,
e o Paraná não está entre eles.
Dennison lembra que a arqueologia
já teve bons tempos por aqui
como mostra o acervo do Museu
Paranaense, mas que nos últimos
anos houve uma regressão. “A
gente espera que o poder público,
inclusive por conta da legislação já
existente sobre a preservação de
nosso patrimônio arqueológico e
histórico, acabe entrando na jogada
para garantir que as pesquisas
e estudos nesses locais sejam
feitos com base científica. E que
não fiquem entregues a curiosos e
diletantes”, conclui. (DSF)
Jesuítas, pirata e o capeta
Com tantas lendas, entrar no túnel era uma prova de coragem
Professor Key: “Sentados sobre pilhas de tijolos, montávamos engenhosas hipóteses sobre o esconderijo...”
Arnete Bressa: “Meu tio dizia que o capeta morava ali...”
Debaixo da antenaO muro foi construído pouco antes da entrada do túnel. Hoje, o local da entrada do Túnel do Gutierrez está sob
o pátio dos fundos da TV Transamérica. Não há sequer vestígio da antiga construção. A empresa faz fundos
com o terreno onde funciona a Associação de Promoção do Adolescente, uma casa lar dirigida pela irmã Diva e
que atende a crianças órfãs. A religiosa confirma que quando chegou ao local, há pouco mais de três décadas,
havia no terreno a base de tijolos com uma entrada e que para evitar que as crianças fossem brincar lá dentro,
foi colocado um tampão. Com a construção do prédio, o misterioso túnel foi soterrado. No local foi erguida a
antena da TV Ttransamérica (DSF)
TÚNeL
» 7Curitiba, 25 de agosto a 25 de setembro de 2010
Do Quintal
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Bairro oNTeM
» 8Curitiba, 25 de agosto a 25 de setembro de 2010
Do Quintal
O trabalho era “pedreira”Quando consideramos que algo é muito
cansativo ou difícil de se fazer, dizemos que
esse trabalho é uma pedreira. E trabalhar
antigamente nas pedreiras era literalmente
“uma pedreira”. Até os anos 50, o transporte
era feito em carroças e para quebrar os
blocos de pedras eram usadas marretas.
João Gava Neto, hoje com 79 anos, trabalhou
ainda criança um bom tempo na pedreira
do avô. João deixou a escola aos 11 anos
de idade para trabalhar no local onde
seu pai, José Gava, trabalhava. No início,
fazia pequenos serviços como levar os
ponteiros e brocas de aço usados na
quebra de pedras ao ferreiro que trabalhava
na pedreira. Um serviço mais leve, mas
muito mais perigoso, era levar bananas de
dinamite para os locais das explosões.
Com o tempo, ele passou a fazer trabalhos
mais pesados, como transportar as pedras
e quebrá-las em pedaços menores para
levá-las ao britador. Como não havia
compressor, elas tinham que ser quebradas
na marreta. Para isso, um funcionário
segurava o ponteiro enquanto um colega
dava as marretadas. Um erro de cálculo
poderia significar uma mão ou braço
esmagado.
João Trabalharia na pedreira até o início dos
anos 60, quando saiu devido a questões
salariais, pois achava que recebia pouco
pela dureza e riscos do trabalho. Daí , já
casado e com duas filhas, Sônia e Guiomar,
João começou a trabalhar como carpinteiro.
Hoje, mora em Araucária, fabrica
artesanalmente móveis e cadeirinhas para
crianças, e visita regularmente as filhas que
continuam morando no Pilarzinho.
Apesar das dificuldades da época, João Gava
Neto guarda com orgulho as recordações
do trabalho na pedreira. Principalmente
em relação às obras feitas com as pedras
tiradas dali. Uma delas foi o prédio do
Hospital da Cruz Vermelha, na Vicente
Machado. Ele foi um dos que ajudaram a
levar as pedras para o terreno no Batel, que
serviriam de alicerce para a construção do
hospital beneficente inaugurado em 1947.
(DSF)
Gava, uma história esculpida na pedraFamília veio para o Brasilpara plantar, mas acabou ajudando a construir CuritibaDouglas de Souza Fernandes
Onze horas da manhã. Um longo silvo de sirene atraves-sa a zona norte da cidade.
Depois de um breve silêncio,uma estrondosa explosão seguida de uma poeira branca que se assenta lentamente sobre ruas, casas, varais de roupas, vegetação. Durante déca-das, essa foi a rotina que se repetia duas vezes por dia (também ás 15h) no Pilarzinho e Abranches. Com o tempo, os moradores se acostuma-ram com o barulho das dinamites explodindo pedras no que é hoje o Parque tanguá, Ópera de Arame e Universidade do Meio Ambiente. Dos anos 20 ao início dos 80, as pe-dreiras eram a principal referência da região. Assim como são hoje os parques criados a partir delas.
As pedras tiradas durante dé-cadas dos enormes paredões estão hoje em milhares de casas, praças e de ruas curitibanas. Uma das famí-lias que se destacaram no ofício de extrair pedras para uso nessas cons-truções foi a Gava.
os primeiros Gava que che-garam a Curitiba, porém, nem imaginavam que um dia a família teria o nome ligado à extração mineral. Afinal, quando o casal Matheus Gava e emilia Colleti chegou ao brasil, em 1879, vi-nha com o objetivo de cultivar a terra e produzir alimentos, assim como os milhares de conterrâ-neos que então deixavam uma Itália mergulhada no desempre-go após a unificação do país.
Matheus e emília moravam na cidade de Capella Magigiore, na província de treviso, região de Vêneto, no nordeste italiano, quan-do decidiram tentar a vida no novo continente. Depois de um mês e meio de uma desconfortável via-gem no navio Khonprinz friedrich Wilhelm, Matheus, então com 23 anos, e emília, 18, ainda tiveram que ficar de quarentena no Rio de Janeiro, como era praxe para veri-ficar se os imigrantes tinham do-
enças contagiosas. Somente no dia 19 de dezembro de 1879 chegaram em Morretes, de onde vieram para Curitiba.
Na capital, o jovem casal italiano recebeu da Câmara Municipal uma área na região que abrangia onde está hoje o Cemitério São Marcos. Ali construiu sua casa e começou a plantar cereais e hortaliças para vendê-los no centro da cidade. o primeiro filho, João, chegaria em 1881, quando emilia tinha 20 anos. Depois viriam Roberto (1883), bortholo (1887), Mathilde (1894), Josephina (1897), Maria (1900), luiz (1901) e a caçula Anna, em 1904, quando emília já tinha 43 anos de idade.
Nas primeiras décadas em solo curitibano, a família dedicou-se exclusivamente à lavoura e a cria-ção de galinhas, porcos, animais de tração e vacas. Conforme os filhos cresciam, o trabalho ganhava novos braços. o novo rumo de atividade só aconteceria no final da década de 20 do século passado após o casamento do filho mais velho. João se casou com Maria fligikowski, e adquiriu uma ampla área de terras, que abrangia onde é hoje a Ópe-ra de Arame. A área ao lado, que incluía a atual Pedreira Paulo le-minski, já pertencia ao município. A vasta área anda era inexplorada economicamente. Neste período, bortholo, já casado com Margarida de Conto, adquiriu um terreno de Cielo de Pol no hoje Parque tan-guá. A área adquirida fazia divisa com a pertencente à empresa Cavo.
então, a partir dos anos 20, a família começava a extração de pe-dras que seguiria ininterruptamente por mais de meio século, ajudando a construir uma nova Curitiba.
João Gava Neto trabalhou quandocriança na pedreira do avô.
No trabalho na pedreira nos anos 50, carroças puxavam pedras para o caminhão. No detalhe, o local hoje transformado na Ópera de Arame.
Matheus e Camilla, também conhecida por Emília. João Gava.
Marco André Lima/Do Quintal
Arq
uivo
/Família
Marco André Lima/Equipe Do Quintal
Bairro oNTeM
» 9Curitiba, 25 de agosto a 25 de setembro de 2010
Do Quintal
Acidentesde trabalho eram comunsNuma época em que equipamento de seguran-
ça era artigo de luxo, trabalhar em pedreira era extremamente perigoso. João Gava Neto
nunca teve um acidente grave, mas presenciou alguns, inclusive com seu pai. Uma vez caiu uma pedra que quebrou o calcanhar do seu José. outra vez, ele escapou por pouco da morte, quando meia banana de dinamite explodiu quando verificava o porquê do explosivo ter falhado. foi atingido por estilhaços, mas não se feriu gravemente.
Não há registro formal de mortes durante o tra-balho nas pedreiras da família Gava, mas com base em informações de outras mineradoras na região, é provável que tenham havido.
Aroldo benedeto, proprietário da Mercearia tereza e ex-diretor do Sindicato dos trabalhadores
da Construção Civil de Curitiba, diz se lembrar de pelo menos três mortes no tempo em que trabalhou na pedreira da família Thá, no Vista Alegre, ainda nos anos 50.
De um ele não se lembra o nome. os outros eram Manoel e Robertinho. os três foram atingidos por pedras em situações diferentes. o maior risco, explica Aroldo, eram as “partes velhas” das pedrei-ras, ou seja, onde não se extraia mais pedra, mas de cujos paredões ainda se desprendiam rochas regu-larmente. Robertinho foi atingido por uma dessas. era o horário do café, e ele se lembrou que havia esquecido o maço de cigarros ao pé de um dos pare-dões. Quando procurava-o, foi esmagado por uma pedra que se desprendeu dezenas de metros acima. (DSF)Trabalhadores na pedreira João Gava: sem capacetes e de chinelos.
Ruas, cemitério e futebolPassados 131 anos de sua che-
gada, os Gava se espalharam pela cidade, mas boa parte continua morando no Pilarzinho e Abran-ches. A prole de Mateus e emília se multiplicou rapidamente. os oito filhos do casal tiveram 55 filhos. Somente bortholo e Mar-garida trouxeram 13 Gavas ao mundo.
Atualmente, elias, neto de Ro-berto e luiza Coradassi, e Jaime, neto de João e Maria, estão fazen-do a árvore genealógica dos Gava que vieram para Curitiba. A in-tenção futura é escrever um livro sobre a história da família. Delur-des Nivalda, filha de bortholo, é uma das entusiastas da idéia de registrar para a posteridade saga dos ancestrais.
Parte dessa história, porém, já está registrada, por exemplo, nas ruas João Gava, Roberto Gava, Jorge Gava e José Gava. o cemité-rio São Marcos também tem um placa que homenageia Matheus Gava, que doou a primeira área para a construção do “campo san-to”. logo na entrada do cemitério fica o mausoléu da família.
A família também está liga-da a outro símbolo do bairro, o
operário Pilarzinho. bortholo Gava que dá o nome ao estádio na Hugo lange, foi quem doou a área para construção do cam-po e da sede própria do clube. o estádio foi inaugurado em 20 de dezembro de 1958, exatamente quatro meses após a morte de bortholo, aos 70 anos. A ligação da família com o time de futebol, porém, começou ainda na década de 30.
foi num campinho ao lado da Pedreira dos Gava que pela primeira vez um grupo de traba-lhadores e os donos das pedreiras e de empresas como a Cristalei-ria Aurora e fábricas de móveis lauro Goras e Pedroso, se juntou para praticar o futebol nas tardes de sábado. Corria o ano de 1935 e o esporte ainda engatinhava no brasil.
foi após um treino no campi-nho ao lado da Pedreira João Gava que o grupo escolheu o nome de operário Pilarzinho Sport Club. o Clube só seria criado oficial-mente, porém, em 29 de junho de 1951, quando o time passou a disputar os campeonatos organi-zados pela federação Paranaense de futebol. (DSF)
Delurdes, Jaime, Nara e Elias Gava: resgatando a história da família.
Registro de uma explosão em data não definida: som era rotina até o início dos anos 80.
Um som que nãodeixa saudade
Se hoje morar próximo de uma pedreira na região é sinônimo de silêncio e tranquilida-de, antigamente era exatamente o contrário. Quando em funcionamento, as pedreiras que hoje abrigam alguns dos principais parques da cidade eram um inferno para os moradores da região. As explosões quase diárias provo-cavam um barulho ensurdecedor e uma po-eira que era o terror das donas de casa. Pior que isso, era o medo de ser atingido por uma pedra. Volta e meia, era preciso indenizar o dono de uma casa atingida.
Andar em ruas próximas na hora das explo-sões era como estar em uma praça de guerra. A qualquer momento podia-se ser atingido por uma pedra ou estilhaço. bisneta de João Gava, Guiomar lembra do medo que tinha na infân-cia do som da sirene avisando da iminência das explosões. “era um terror quando a gente ia na casa da Nona, em frente à pedreira, e chegava a hora da explosão. A gente tomava cuidado para não estar fora de casa nessa hora”.
Guiomar não se lembra de casos de mor-te, mas recorda de várias pessoas atingidas por pedras. Um dos casos foi com Carmelino Pilatti quando voltava da escola. o menino foi atingido na cabeça por uma pedrinha. o acidente trouxe seqüelas neurológicas das quais ele nunca mais se recuperaria comple-tamente.
Havia também as crianças que brincavam com o perigo. Valdir Narestik, hoje com 54 anos, conta que quando piá costumava brin-car na área das pedreiras. Uma das aventuras era procurar explosivos que haviam falhado. “A gente entrava escondido, pegava as bana-nas de dinamite e tirava o estopim feito com espoleta para brincar”, conta Valdir. ele se lembra que pelo menos uma vez a história terminou mal. Num final de tarde nos anos 60, o amigo Mauro perdeu os dedos da mão direita ao manusear um explosivo. Só aí os colegas abandonaram a perigosa brincadeira. (DSF)
Arquivo/Família
Arquivo/Família
Marco André Lima/Equipe Do Quintal
eNeM
» 10
Notas retratam perfil e dificuldades das escolas
MANOEL A. GUIMARãEs Participantes Prova objetiva: ...................... 51 linguagens, Códigos: ............................ 546,15Matemática: ............................................. 539,10Ciências Humanas: ................................ 536,04Ciências da Natureza: ............................ 548,56Media objetivas: .................................... 542,46Redação Participantes: .................................. 50 Média Redação: ...................................... 572,50Total (Redação + Objetivas): ......... 557,33
sEbAsTIãO sAPORskIParticipantes Prova objetiva: ...................... 24 linguagens, Códigos: ............................ 479,00Matemática: ............................................. 483,04Ciências Humanas: ................................ 474,92Ciências da Natureza: ............................ 495,38objetivas: ................................................. 483,09Redação Participantes: .................................. 24 Média Redação: ...................................... 558,33Total (Redação + Objetivas): ........... 520,7
bENTO MUNhOz DA ROChA NETO Participantes Prova objetiva: ..................... 62linguagens, Códigos: ........................... 509, 16Matemática: ............................................. 496,53Ciências Humanas: ................................ 510,08Ciências da Natureza: ............................ 499,40objetivas: ................................................. 503,79Redação Participantes: ................................. 62Média Redação: ...................................... 589,11Total (Redação + Objetivas): ......... 546,45
bOM PAsTORParticipantes Prova objetiva: ..................... 24linguagens, Códigos: ............................ 488,75Matemática: ............................................. 486,34Ciências Humanas: ................................ 487,74Ciências da Natureza: ............................ 513,31objetivas: ................................................. 494,04Redação Participantes: .................................. 24 Média Redação: ...................................... 540,63Total (Redação + Objetivas): ......... 517,33
GUIDO sTRAUbEParticipantes Prova objetiva: ..................... 42linguagens, Códigos: ............................ 493,33Matemática: ............................................. 488,16Ciências Humanas: ................................ 496,38Ciências da Natureza: ............................ 490,59objetivas: ................................................. 492,12Redação Participantes: .................................. 41 Média Redação: ...................................... 568,29Total (Redação + Objetivas): ......... 529,75
As cinco escolas estaduais dos bairros abrangidos pelo Do Quintal tiveram um desempenho mediano no Enem de 2009. A média total dos colégios Manoel Guimarães, Guido Straube, Bom Pastor, Bento Munhoz e Sebastião Saporski, ficou em 534, 32 pontos.
No rankeamento que o Exame Nacional do Ensino Médio acaba promovendo, as escolas particulares ganham de goleada. Prova disso é que, entre as 20 melhores posicionadas, há somente duas escolas públicas. Uma delas, o Colégio da Universidade Federal de Viçosa (MG), que aparece em sétimo lugar, enquanto a escola da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) aparece na 17ª posição do ranking divulgado pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o Inep. No Paraná, a melhor colocada foi uma instituição federal, a Universidade Tecnológica do Paraná, com 717,79 pontos. Já entre as escolas estaduais do estado, a escola Maria Cintra, de Tamarana, Norte do estado, surpreendeu ao conquistar a primeira posição com 624, 77 pontos.
Uma das questões que uma primeira análise propõe é a diferença nos investimentos de uma escola da rede particular para a rede pública de ensino. Para se ter uma idéia, cada estudante do Colégio Vértice, que apareceu em primeiro lugar no ranking do Inep, paga uma mensalidade de R$ 2.756,00, valor superior ao
custo anual do estudante do ensino básico, segundo dados do Ministério da Educação, que gira em torno de R$ 2.600. Esse valor corresponde ao gasto público total por aluno, que inclui a soma do investimento das três esferas públicas, ou seja, municipal, estadual e federal. Também inclui verba de merenda e livro didático, além das despesas com salário de professores.
Os índices do Enem de 2009 levantam a polêmica em torno dos critérios utilizados para que o Exame Nacional do Ensino Médio sirva como avaliação das escolas e oficializa a distância entre o rendimento das escolas públicas e das escolas privadas. (DSF e AR)
Ângela Ribeiro
Lançado em 1998, o exame Na-cional do ensino Médio chega neste ano a sua 13ª edição com a
expectativa de reunir seis milhões de estudantes. Um número significativo se comparado aos 157 mil inscritos em sua primeira edição. No ano passado, de acordo com o Ministério da educa-ção, 3,2 milhões de estudantes fizeram o exame criado para funcionar como mais uma porta de entrada para a uni-versidade. Por causa desse crescimento gradativo, o enem vem sendo utilizado também como um parâmetro para ava-liar o desempenho das escolas. Muitos especialistas vêm chamando atenção, no entanto, para o fato de que o enem não oferece os subsídios necessários para servir de critério de avaliação, principalmente porque não foi criado para isso.
É o caso da superintendente da Secretaria de educação do Paraná (Seed), Alayde Di Giovanni, para quem o enem não possui estratégias estatísticas para lidar com os resulta-dos. ela aponta o Índice de Desenvol-vimento para a educação básica (Ideb) como um critério mais preciso de ava-
liação: “o Ideb possui um tratamento dos itens estatísticos que são incluídos já no processo de elaboração das pro-vas. Há uma sequência de questões que são repetidas estrategicamente como forma de avaliar a o desempenho no exame ano a ano”.
Para Alayde, o grande diferencial é que o enem não é obrigatório e nem acontece em todas as escolas, apresen-tando graus variados de participação. ela acredita que o exame auxilia uma escola internamente na busca de qua-lidade, uma vez que pode analisar ca-sos individuais de aproveitamento em determinadas disciplinas. “No entan-to, tentar fazer um ranking compara-tivo entre escolas com base no enem pode levar a uma análise superficial do desempenho das escolas, o que não é o objetivo desse tipo de exame”, expli-cou.
» Comparaçãoo presidente do Inep, Joaquim José
Soares, comenta que para evitar o mau uso das informações tiradas do enem, é necessário primeiro comparar esco-las ou instituições com perfis seme-lhantes, por exemplo, se é particular,
estadual ou federal. ou ainda o tipo de público que atende, observando se a comparação é feita entre escolas cujos alunos têm o mesmo nível socioeconô-mico. outro fator determinante é que o enem não é obrigatório. em alguns casos, por exemplo, só participam do enem os alunos mais adiantados, inte-ressados em ingressar na universidade ou participar do Prouni, prejudicando uma visão mais global do desempenho da própria escola.
obedecidos esses critérios, o enem pode e dever servir como mecanismo de comparação entre escolas, princi-palmente a partir da edição de 2010 do exame. É que neste ano será adotada a teoria de Resposta ao Item - tRI, uma metodologia de avaliação que leva em conta não apenas o número de acertos do estudante, mas também o nível de dificuldade das questões corretas e a coerência no conjunto das respostas. Segundo o Inep, essa mudança torna-rá possível fazer uma análise efetiva do desenvolvimento da escola no decorrer dos anos. Para Soares Neto, presidente do Instituto,”a comparação é uma coisa boa. A partir dela, a família pode come-çar a questionar as práticas da escola”.
Enem estimula ranking entre escolas
Especialistas alertam para o erro de se avaliar a qualidade de um colégio a partir do Enem
Curitiba, 25 de agosto a 25 de setembro de 2010
Do Quintal
eNeM
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Do Quintal
Manoel Guimarães defende provas regionalizadas
Para o diretor do Colégio Estadual Senador Manoel
Alencar Guimarães (Mercês-Bigorrilho),
Rogério Bufrem Riva, o Enem chamou para si a
responsabilidade de avaliar os alunos, mas perdeu
força e credibilidade. As dificuldades estruturais na
elaboração e aplicação das provas evidenciaram
as dificuldades de um critério de avaliação em
nível federal e centralizado, segundo o diretor: “A
avaliação era muito mais eficaz quando era estadual,
principalmente porque, quando regionalizado,
um exame está menos suscetível aos desvios de
qualidade. Não é possível aplicar uma mesma prova
para um aluno do Paraná e outro de Manaus, ou do
Nordeste.”
O colégio atingiu uma pontuação geral de 557,33 pontos,
média que para o diretor Rogério Bufrem serve como
um referencial de avaliação interna da escola. “O
Enem pode ajudar o professor em sala de aula, para
entender como está seu desempenho a partir do
aproveitamento que o aluno apresentou no Enem em
sua disciplina. Mas não tem critérios para avaliar o
desempenho de uma escola”.
bento Munhoz busca aproximação com a comunidade
Avaliar índices dissociados da realidade na qual estão
inseridos é o maior erro para se fazer qualquer
avaliação sobre o desempenho das escolas, segundo
Rosângela Bezerra de Melo, diretora do Colégio
Estadual Bento Munhoz da Rocha Neto, do Pilarzinho.
O colégio atende a alunos dos bairros Pilarzinho,
Kosmos, Primavera, Bracatinga, Abranches,Vila
Nori, Tanguá e Vila Militar: “São alunos de classe
econômica baixa, de comunidades mais carentes.
Muitos desses alunos vêm para a escola por
determinação própria porque não encontram, nem
mesmo em casa, incentivo para estar aqui”.
O Colégio Bento Munhoz teve 179 alunos inscritos
no Enem, mas apenas 62 fizeram as provas. Para
Rosângela Bezerra, esse nível de desistência no
exame revela que o desafio vai além da participação
no Enem, está na questão da própria relação que o
aluno e a família têm com a escola hoje. Segundo
a diretora não dá para comparar os resultados
alcançados no Enem por jovens dessas escolas com
aquelas cuja análise pontual de notas as coloca nas
primeiras posições, nesse “rankeamento”. Prova
disso, segundo a diretora, é que a média de 503,
7 registrada nas provas objetivas pelos alunos do
colégio Bento Munhoz está próxima das médias
registradas pelas demais escolas públicas estaduais
da região.
“Para se avaliar uma escola é preciso pensar a educação
como um todo. Uma escola retrata a realidade na
qual ela se insere, além da relação que ela tem com
essa comunidade e da relação que a família tem com
essa escola”, conclui.
bom Pastor quer professores nas salas de aula
Para Deolinda Ângela de Araújo de Figueiredo, diretora
do Colégio Estadual Bom Pastor, a participação
no Enem é um incentivo para o professor que quer
avaliar o desempenho de seus alunos. Com notas
abaixo da média em grande parte das disciplinas no
Enem, a escola tenta enfrentar um de seus maiores
problemas: a falta de professores na sala de aula.
Segundo a diretora, para se ter uma idéia, no retorno
das aulas para o segundo semestre letivo, a escola
estava sem quatro professores que se afastaram por
motivo de licença médica: “Agora, por exemplo, no
período da tarde, eu estou com quatro turmas fora da
sala de aula por falta de professor. Embora tenhamos
solicitado substituição desses professores antes das
férias, o processo é demorado, o que culmina em
problemas para a escola.”
O problema, segundo a diretora, não termina com
o retorno do professor licenciado ao trabalho. A
maioria, quando termina sua licença médica, pede
afastamento da sala de aula, o que obriga a escola a
buscar outras funções para o profissional, ficando a
sala de aula à mercê de novas contratações por parte
da Secretaria de Estado da Educação.
No caso do Colégio Bom Pastor que reúne cerca de
mil alunos do ensino regular, o desafio é vencer
a morosidade do serviço público. O colégio, que
também oferece o Ensino de Jovens e Adultos, tem
procurado desenvolver projetos internos de incentivo
à participação dos pais no processo educativo dos
filhos.
Guido Straube pede agilidade à Secretaria de educação
A equipe do Colégio Estadual Guido Straube vê
com otimismo os resultados que seus alunos
conquistaram no último Enem. Com 41 participantes
no exame, o colégio alcançou uma média de 492,12
nas provas objetivas e 568, 29 nas redações. Isso
representou, segundo a diretora Rosália de Melo,
um avanço de 101 pontos frente ao exame anterior,
graças ao incentivo do colégio e ao esforço dos
alunos.
Segundo a diretora, a demora na substituição de
professores, garantindo que nenhuma disciplina fique
sem aulas é um problema que a Secretaria Estadual
de Educação deve sanar, sob o risco de prejudicar
os alunos. “Às vezes um professor pede licença,
volta a trabalhar e o substituto ainda não chegou.
Isso acarreta em perda de conteúdo que o aluno,
dificilmente, conseguirá repor.”
Outro desafio para a escola pública alcançar a
excelência na sua prática de ensino é a aproximação
entre escola e comunidade. Rosália Melo lembra que
esses projetos de abrir a escola nos finais de semana
são inviáveis enquanto não houver uma política de
remuneração aos profissionais necessários para
atender à comunidade.
Sebastião Saporski: enem não atrai alunos
O Colégio Estadual Sebastião Saporski teve um número
pequeno de participantes no Enem de 2009, apenas
24. Segundo a diretora, Mercedes Antonia Gonçalves,
isso se deve, sobretudo, ao fato de que o Ensino Médio
é muito recente na escola, tendo sido implantado a
partir de 2005. Até então, a escola oferecia apenas o
Ensino Fundamental. Por isso, a média geral de 520,7
no Enem do ano passado foi visto como positivo pela
equipe de professores da escola.
Um dos maiores problemas, segundo a diretora,
é que muitos alunos vêm de famílias cujos pais
apresentam baixa ou nenhuma escolaridade e não
têm nenhum incentivo para participar do exame:
“Mesmo a gente incentivando, falando para eles que
o Enem é importante porque é uma forma de entrar
na universidade, o interesse dos alunos é muito
pequeno”- explica a diretora.
Um dos maiores impasses vividos pela escola hoje,
além desse distanciamento entre escola, pais e
alunos, segundo a diretora Mercedes Gonçalves
é a burocracia governamental: “É preciso que o
processo de contratação de professores seja mais
ágil e eficiente. Não é possível que uma escola
comece o ano letivo sem professores na sala de aula.
Seja através de concursos, ou de contratação, a
Secretaria tem de acabar com essa morosidade”.
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Curitiba, 25 de agosto a 25 de setembro de 2010
Do Quintal
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Curitiba, 25 de agosto a 25 de setembro de 2010
Do QuintalCaNdidaToS
O que a educação pode esperar do próximo governadorA partir de entrevistas com os diretores dos colégios Bom Pastor (Vista Alegre), Manoel Guimarães (Mercês-Bigorrilho), Guido Straube (Mercês),
Bento Munhoz (Pilarzinho) e Sebastião Saporski (Abranches Taboão), o Do Quintal apurou quais os principais problemas e dificuldades enfrentados pelas escolas estaduais. Levamos essas questões aos dois candidatos a governador melhor posicionados nas pesquisas de intenção de voto, para que
apresentassem quais as propostas que têm a respeito. Confira e cobre essas promessas, a partir de 2011, de quem for o eleito.
1Um dos maiores problemas que os diretores das escolas da região apontam é a mo-
rosidade no processo de contra-tação e substituição de professo-res. O que o senhor pretende fazer para acabar com esse problema, uma vez que muitas escolas ficam meses esperando a substituição de professores e os alunos perdem conteúdos que dificilmente são re-postos?
2 Outro desafio, segundo os diretores entrevistados pelo Do Quintal, é melhorar a re-
lação entre escola e comunidade. Muitas escolas têm a aspiração, por exemplo, de abrir aos finais de semana para oferecer atividades diversas à comunidade, mas não o fazem por não dispor de pesso-al para isso. Qual sua proposta para aumentar a integração esco-la-comunidade sem penalizar ou sobrecarregar os profissionais de ensino?
3Qual o incentivo que o se-nhor pretende dar para escolas que têm um bom
aproveitamento continuar tra-balhando pela qualidade de en-sino?
4O que os professores podem esperar do senhor em rela-ção à política salarial?
5 Além do salário, qual sua proposta para valorizar os bons profissionais e incenti-
var os educadores a se aperfeiçoa-rem continuamente ?
1 Beto Richa – Sei da falta de pessoal que existe nas escolas estaduais. todo o início do
ano, os noticiários mostram esco-las sem professores e sem estrutu-ra para funcionar. Por isto, no meu Plano de Governo, registrado em cartório, assumi o compromisso de promover novos concursos públi-cos, para que os alunos possam con-tar com professores desde o início do ano. fiz isto em Curitiba, onde foram contratados 7 mil profissio-nais de educação. São professores, pedagogos, inspetores e secretários escolares contratados por concur-so público para atender a demanda criada com os investimentos feitos na ampliação da rede e na melhoria da qualidade do ensino.
2 Beto Richa- em Curitiba, as escolas ficavam fechadas nos fins de semana. Quando assumi em 2003, implantamos o programa co-munidade escola, que fez 5 milhões de atendimentos em quatro
anos. As atividades são planejadas por um grupo de representantes da comunidade, da escola e da prefeitura. As oficinas são desenvolvidas por voluntários, instrutores, servidores municipais e estudantes universitá-rios. As escolas participantes do programa em Curitiba ficam abertas para a comunidade nos fins de semana e também em horários noturnos, em dias sem atividades letivas programadas. Nesse espaço, a comunidade encontra alternativas de lazer e de educação, gratuitas, nas áreas de saú-de, empreendedorismo, cidadania, esporte e cultura. este programa será estendido para todo o Paraná, porque ajuda envolver a comunidade, ofe-recendo atividade para os jovens. o programa fortalece as relações das famílias com a escola, promove a construção da cidadania e cresce muito com a participação dos voluntários, que demonstram sempre solidarie-dade e fraternidade com o próximo
3 Beto Richa - A minha meta é tornar o ensino do Paraná referência nacional. Por isto vamos adotar um modelo de avaliação, que valorize os servidores, tal como foi feito em Minas Gerais. As boas propostas
pedagógicas serão valorizadas, levando em conta os resultados que busquem o crescimento aluno.
4 Beto Richa - Como prefeito de Curitiba, elevei o piso salarial dos pro-fessores de R$ 611,00 para R$ 1.126,00 em cinco anos — média de 14% ao ano e aumento de 84,5% no período. No Paraná, hoje, o piso
salarial da categoria é de R$ 775,00, somado a um auxílio-transporte de R$ 215,00, totalizando R$ 990,00. Vamos valorizar e capacitar o professor, fazer com que volte a ser respeitado na sala de aula e na comunidade. Criar um po-lítica de aumento real, que motivem os professores em seu trabalho e atraia novos profissionais para as escolas estaduais.
5 Beto Richa - foi programado uma série de ações que motivem os pro-fessores e valorizem esta classe que foi abandonada nos últimos anos. Uma delas é aprimorar o PDe pela ampliação das oportunidades de
acesso e certificação. também queremos manter permanente diálogo com as representações sindicais dos professores e trabalhadores da educação, para garantir o efetivo ganho de salarial real e melhores condições de trabalho. Viabilizar as decisões do fórum Paranaense de formação de Professores para atender à demanda de professores tanto da rede estadual como das re-des e sistemas municipais de educação. Aprofundar o debate com as univer-sidades públicas e privadas e com o Governo federal para avançar na oferta de cursos. Construir, em parceria com o Governo federal, um Programa de formação para trabalhadores em educação, estimulando o ingresso e a per-manência na área.
1 Osmar Dias - estamos prevendo novos concur-sos públicos para suprir
demandas de docentes que se façam necessárias. Isso será fei-to com cuidado e dentro das possibilidades do estado. Pro-pomos também a realização de concurso público específico para contratação de bibliote-cários para organização da rede de bibliotecas escolares, ins-petor de alunos, técnicos para os laboratórios de informática e secretário escolar, além de outros profissionais que farão parte da equipe de trabalho na escola.
2 Osmar Dias - Vamos modernizar e ampliar os espaços nas esco-las para o atendimento no contraturno melhorando o ambiente de trabalho dos professores em benefício da qualidade do ensino. te-
mos a proposta de escola Aberta, que será desenvolvida com o trabalho de equipes próprias, que serão responsáveis pelas atividades, pela conser-vação e pela segurança do patrimônio público nos finais de semana e fé-rias. Será criado, ainda, um Sistema Integrado de Atendimento ao Aluno, mediante implementação descentralizada de uma Rede de Apoio. Sabe-se que o aluno atendido pelas unidades escolares é o mesmo que, junto de sua família, é atendido no posto de saúde, no sistema de assistência social, de segurança e outros. A segurança também será reforçada com nossas equipes de Patrulha escolar nas ruas e o Profissional de Apoio escolar no pátio.
3 Osmar Dias – entendo que o incentivo deve ser dar na forma de reconhecimento do esforço feito por educadores e profissionais da educação. e este reconhecimento, para nós, se traduz em investi-
mentos e ações efetivas que contribuam para dar mais condições de tra-balho para esses profissionais. A criação de uma Rede de Apoio articulada pelo Sistema Integrado, na qual o gestor escolar ou a equipe pedagógica poderão trabalhar em conjunto com os profissionais da saúde, segurança ou da assistência social que já atendem este aluno. Serão realizados es-tudos para a adequação das vagas nas escolas Públicas, com redução do número de alunos por sala, considerando que cada sala de aula deve res-peitar o espaço mínimo de 4,5m² para o professor e 1,2m² para o aluno de ensino fundamental (séries finais) e médio.
4 Osmar Dias - A desigualdade salarial dos professores da rede esta-dual e municipal de ensino não pode continuar e vamos trabalhar para resolver isso, com apoio também do governo federal. o reajus-
te de salário vai acompanhar o do salário mínimo, com reflexo na tabela de progressão na carreira. o avanço salarial considerando o plano de carreira será sem exigência de “provas classificatórias”.
5 Osmar Dias - os investimentos devem ser constantes e serão am-pliados para que mantenhamos nosso estado como referência para o brasil no ensino público. A formação continuada será oferecida
em cursos presenciais e on-line, para todos os docentes e gestores da edu-cação. Vamos levar o Plano de Desenvolvimento educacional (PDe), que tira por dois anos os professores da sala de aula para investir na sua forma-ção, para a rede de ensino dos municípios. os avanços conquistados pela educação pública estadual têm de ser expandidos para o municipal e va-mos trabalhar para criar estruturas que levem educação de qualidade para todos os municípios. também assumimos o compromisso de dar a cada professor um notebook para apoiar suas aulas, que terão menos alunos em sala para que o aproveitamento seja maior.
3253-1909, 9856-6660 e 9256-6660 Rua Maria Bauer Sigmund, 503, Pilarzinho.
» 13Curitiba, 25 de agosto a 25 de setembro de 2010
Do Quintal
De 1º a 10 de outubro, Curitiba se transformará na capital brasileira da li-
teratura, com a realização da 1ª bienal do livro do Paraná, no estação Convention Center. Se-rão 10 dias em que os visitantes poderão participar de sessões literárias, debates e bate-papos informais com seus autores pre-feridos. e, claro, serem apresen-tados a milhares de livros que serão expostos por 60 editoras nacionais. A organizadora do evento, a fagga | Gl events, res-ponsável também pelas bienais do Rio de Janeiro, bahia e Minas Gerais, diz esperar um público de 200 mil pessoas. e promete uma programação cultural vol-tada para todas as faixas etárias.
Um dos destaques serão as atividades voltadas às crianças e
adolescentes. Para o público in-fantil haverá o Circo das letras, o fórum de literatura Infantil e Juvenil, com apresentações de teatro e contadores de história. A intenção, dizem, é apresen-tar a elas o fantástico mundo do livro, mostrando o quanto a leitura é divertida e prazerosa. Haverá também o programa de Visitação escolar, onde escolas agendam a participação de seus alunos, que terão uma progra-mação especial. Segundo a or-ganização, porém, a procura foi tão grande que as inscrições já estão encerradas. Mas, pode-se entrar na lista de espera, aces-sando o site do evento: bienal-dolivrodoparana.com.br.
É esperada a participação de 40 autores, entre eles Cristó-vão tezza, José Castello, Már-
cio Souza, Ana Miranda Moacyr Scliar e Ronaldo Correia de bri-to. os escritores participarão de sessões de autógrafos e debates, uma ótima oportunidade para os leitores manterem contato com seus autores preferidos e conhecerem mais sobre o uni-verso da criação literária. tam-bém foi elaborada uma progra-mação voltada aos professores, que além de acesso gratuito ao evento (o ingresso custa R$ 8,00 e R$ 4,00) terão na bienal, se-gundo os promotores, a oportu-nidade de dinamizar suas aulas e incentivar o hábito da leitura em seus alunos, propiciando a eles um contato mais íntimo com o livro fora do ambiente escolar.
gaLera do quiNTaL
Capital literáriapor 10 diasCuritiba abriga, em outubro, a 1ª Bienal do Livro do Paraná
Estudantes participam da Bienal do Livro no Rio de Janeiro. Intenção é fazer o mesmo em Curitiba.
Data1 a 10 de outubro de 2010HorárioDias de semana: das 9h às 22hFins de semana: das 10h às 22hLocal do Evento
Estação Convention CenterAvenida Sete de Setembro,2.775 - Curitiba - ParanáIngressos:Entrada inteira - R$ 8,00Meia-entrada - R$ 4,00
Serviço
Uma tragédia na UFPR
entre as dez obras indicadas para a prova de literatura brasi-leira da Universidade federal do Paraná está uma peça de Nelson Rodrigues. É Anjo Negro, uma tragédia que conta a vida do negro Ismael que renega sua fa-mília, se forma médico e se casa
com uma branca para obter status social e ser aceito pela sociedade.
Nelson Rodrigues é um jornalismo que se con-sagrou não só pelas crônicas diárias que publicava, mas principalmente pelas peças de teatro que escre-veu. tanto, que ele é considerado o criador do teatro moderno no brasil.
escrita em 1949, a peça revela um dramaturgo preocupado com o preconceito do qual o negro não consegue fugir, num período em que o racismo ain-da era um tema pouco discutido no brasil. Ao que tudo indica, Anjo Negro foi escrita para ser inter-pretada por Abdias do Nascimento, consagrado ator negro que fugia dos papéis alegóricos atribuídos aos negros nas comédias de costumes da época.
Literatura na internetImaginem um site onde se podem ler gratuita-
mente as obras de Machado de Assis e de outros autores nacionais, ou ainda ter acesso às melhores historinhas infantis de todos os tempos. Um lugar que lhe mostrasse as grandes pinturas de leonar-do Da Vinci. onde você pudesse escutar (de gra-ça) músicas em MP3 de alta qualidade... Pois esse lugar existe! Só que está ameaçado de extinção. trata-se do site www.dominiopublico.gov.br do Ministério da educação, que está prestes a tirá-lo do ar por falta de uso.
Salve o Domínio
o Portal Domínio Público foi criado em 2004, com um acervo inicial de 500 obras e hoje são 732 livros somente de literatura portuguesa. Você pode encontrar lá as poesias de fernando Pessoa, textos de José Saramago, além das obras de Manuel ban-deira, Clarice lispector, muita música erudita, en-fim obras que se encontram em domínio público. A proposta é o compartilhamento de conhecimentos de forma democrática, garantindo acesso a todos à educação e à cultura. Se você não quer deixar que uma fonte tão rica seja eliminada em função da fal-ta de acesso, contribua divulgando e incentivando amigos, parentes e conhecidos, a utilizarem essa fantástica ferramenta de disseminação da cultura e do gosto pela leitura. e lógico, acesse e se divirta.
letra & Garranchos
» Não pense só, escreva!Você que é aluno do bento Munhoz, bom Pas-
tor, Guido Straube, Manoel Guimarães, que tem textos em prosa ou poesia, e que quer divulgá-los, mande-os para nós. Dentro do possível, vamos publicá-los nas próximas edições impressas Do Quintal e no nosso site (www.doquintal.com.br). Seja uma redação sobre qualquer tema da atualidade,uma crônica, artigo ou texto de conte-údo ficcional. o importante é que você mostre o seu ponto de vista sobre o mundo. envie para o e-mail [email protected] ou para o ende-reço: Rua Professor Ignácio Alves de Souza filho, 343, CeP 82110-450, Coluna letras & Garran-chos.
e fique ligado no nosso site, que em breve di-vulgaremos um concurso de redação com inscri-ções gratuitas e premiação em livros. boa escrita!
Oito motivos para prestar o EnemSe você ainda está em dúvida nas razões pela quais deve fazer o Enem
ou não, leia as dicas abaixo para entender por que ele é um exame
tão importante.
1 - Serve como autoavaliação. É que, como o Enem é uma prova
preparada para os alunos que estão concluindo o Ensino Médio,
serve também como uma avaliação individual.
2 - É um “simulador” do vestibular. Como você está às vésperas do
vestibular, ter mais um momento de aprendizado é algo valioso
para quem passou o ano estudando. Sem contar que a experiência
de enfrentar uma prova antes do vestibular pode deixá-lo mais
acostumado com esse clima de avaliação.
3 - Integra a seleção de instituições de ensino superior. Hoje o Enem é
usado como critério único de seleção para 23 das 55 universidades
federais do país e em mais 500 faculdades particulares. Outras
500 instituições vão adotar o Enem como parte de seu processo
seletivo, como a UFPR, onde a nota do Enem vai compor 10% da
nota final do candidato. Índice que fará diferença para os cursos
mais concorridos.
4 - Pode se transformar em critério de seleção para futuros empregos.
Para muitos especialistas há uma forte tendência de que os
empregadores passem a considerar a nota da redação do Enem
como parte do processo seletivo.
5 - É obrigatório para quem quer tentar um bolsa no ProUni. Um dos
critérios para que estudantes de baixa renda consigam uma bolsa
de estudos pelo Programa Universidade para Todos em instituições
privadas é ter conseguido obter a nota mínima de 45 pontos no
Enem.
6 - Será um indicador de qualidade das escolas. Embora não sirva
como o único, o Enem pode ser um dos indicadores de qualidade
das instituições de ensino.
7 - É um avaliador interno das escolas. Analisando o desempenho de
cada um dos seus alunos, a escola pode fazer uma avaliação do seu
ensino e, assim, melhorar o que precisa ser melhorado.
8 - É um indicador da qualidade do ensino de municípios e estados.
Além de avaliar aluno por aluno e constituir um bom indicador de
qualidade das escolas, a nota do Enem pode refletir também a
qualidade da Educação nos estados e municípios.
Estas e mais informações sobre o Enem você pode conseguir no
site \http://educarparacrescer.abril.com.br/indicadores/enem-
2009-501152.shtml. E lembre-se, as melhores dicas para uma boa
prova são: ter uma boa alimentação, dormir bastante e resolver as
questões com tranquilidade.
“livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. os livros
só mudam as pessoas.” (Mário Quintana)
» 15
“
Que Rogério Ceni, que nada!!!”
Curitiba, 25 de agosto a 25 de setembro de 2010
Do QuintaleSPorTe
Levi, a enciclopédia do futebolHá 57 anos, ele não perdeum lance do futebol paranaense
Levi com a obra que fez com Heriberto Machado:registro históricodo futebol.
Quem acompanha os jogos do São Paulo, sabe que o goleiro Rogério Ceni é a peça principal, a estrela do time. Defende bem e marca muitos gols. Há 40 anos, um outro jogador, com as mesmas características, também fez história, só que dessa vez no extinto fla-mengo do bom Retiro, o “Gavião da Suburbana”.
Ambos, goleadores natos e defensores eficientes. Mas em posi-ções trocadas. Ao contrário de Ceni, Arnaldo Moro era um centro--avante goleador que quando tinha que substituir o goleiro, “fechava” o gol. Nascido em 1927, ele passou pelos principais times suburba-nos da capital e pelos amadores do britânia, Coritiba e Atlético.
Quem esteve no campo do operário do Ahú, no dia 2 de feve-reiro de 1958 pôde conferir a polivalência de Moro, que neste dia desempenhou as duas funções brilhantemente. teve uma atuação histórica. levi Mulfford, jornalista de a tribuna do Paraná, foi um dos que presenciaram a inspirada atuação do centro-avante do rubro-negro bom retirense. era o torneio Início do campeonato suburbano daquele ano. Como mandava a regra, todos os times – neste ano, 20 - jogavam entre si num processo eliminatório durante todo o dia.
Problemas de última hora deixaram o flamengo sem o goleiro titular. Moro era um centro avante-goleador – como lembra levi – mas foi o escolhido para defender o gol rubro-negro, pois já mos-trara habilidade como “guarda-metas”. o primeiro adversário foi o bacacheri. Num jogo equilibrado, o placar de zero a zero no final. Havendo empate, ia-se para os pênaltis. foi a partir daí que o ta-lento de Moro começou a se revelar. É que nessa época – explica o jornalista da tribuna – era só um jogador que batia para cada time, diferindo da regra atual que determina que cada jogador só pode bater um pênalti. batedor oficial do time, Moro fez nove dos nove pênaltis que chutou e, como ainda defendeu duas cobranças, levou sozinho o time para o segundo jogo.
em seguida, contra o trieste, foi um a zero no tempo normal. e aí começou uma série de vitórias nos pênaltis. Contra o Vasco tam-bém ficou 9 a 8. Já contra o Ipiranga, não foi necessário usar a série de 10 batidas e o flamengo venceu por 5 a 3. A partida final, contra o operário das Mercês, foi a mais equilibrada, com o “Gavião da Suburbana” levantando a taça após o placar de 5 a 4. ou seja, além de defender cinco pênaltis, Moro marcou todos os 28 que bateu na-quele dia. e o 2 de fevereiro de 1958 ficou marcado como o dia em que um jogador foi o melhor time do torneio. (DSF)
O jovem Levi quando atuava como ponta-direita.
O goleiro Moro com colegas do Flamengo do Bom Retiro nos anos 50.
Fotos: Marco André Lima/Equipe Do Quintal
Douglas de Souza Fernandes
Paixão pelo futebol é o que move o jornalista levi Mul-ford. Mas não essa paixão
comum que é uma das caracterís-ticas de 9 e meio em cada dez bra-sileiros. os times profissionais ele acompanha de longe, sem grande entusiasmo. Seu foco é o futebol que ainda traz as marcas de um passado remoto, em que ser jo-gador nem era considerado pro-fissão e jogava-se exclusivamente pelo prazer do jogo. Como ele o fez desde o final da década de 40, como ponta-direita de vários clu-bes amadores da capital, até o iní-cio dos anos 70. Não bastasse isso, ainda juvenil, começou sua carrei-ra de jornalista esportivo tornan-do-se o maior cronista do futebol suburbano de Curitiba.
Hoje, aos 81 anos, continua com o entusiasmo do garoto que dava os primeiros chutes no juve-nil do extinto Palestra Itália. e, res-salve-se, os petardos nunca foram dirigidos a um adversário, sempre à bola. tanto que em 1947, jogan-do pelo juvenil do Coritiba – que se sagraria campeão do ano – o garoto levi recebeu o prêmio bel-fort Duarte, dado aos jogadores que eram exemplo de disciplina e respeito aos demais. Na tempo-rada não recebera nenhum cartão ou fora advertido pelo juiz.
essa mesma disciplina ele sem-pre carregou em sua vida profis-sional, desde que começou como colaborador do saudoso Diário esportivo, em 1953. três anos de-pois participaria da primeira equi-pe do jornal tribuna do Paraná, onde permanece até hoje como titular da Suburbana. Metódico, detalhista, ele elaborou todas as fichas técnicas de todos os jogos de todos os campeonatos da su-burbana desde então. Cataloga-
dos com meticuloso cuidado, os dados são pinçados de seu exten-so arquivo com rapidez invejável. Seja o campeão de 1965, o resul-tado do último jogo de 1977 ou quem marcou os gols da primeira partida do campeonato de 1985.
Parte de seu monumental acer-vo, o torcedor coxa levi usou para escrever junto com o amigo atle-ticano Heriberto Ivan Machado, o livro futebol do Paraná – 100 Anos de História, obra lançada em 2005 e que vem sendo reedita-da. em 908 páginas, o livro conta desde os primeiros contatos dos paranaenses com o “rude esporte bretão”, no longínquo 1903, até as últimas campanhas dos grandes ti-mes da capital. o que mostra que o seu banco de dados não se limita ao que usa no seu dia-a-dia profis-sional.
» Sem parare esse oceano de informações
não para de crescer. Diariamente é alimentado por novas informa-ções, que vão se juntar às milha-res de pastas e volumes que co-loca nas dezenas de estantes que mantém numa ampla sala de sua casa na pacata rua elias Zaruch no Vista Alegre, onde mora desde os anos 80.
Casado há 43 anos com edite lúcia, com quem teve três filhos (lizandro, lúcio e eunice) e cin-co netos (Ralf, Amanda, luma, Marina e Victor), levi não dá mostras de cansaço. Pelo contrá-rio, lembrando o ponta-direita dos velhos tempos, ele está em pleno pique para novas jogadas. Além da coluna diária na tribuna, ele man-tém atualizado o seu acervo. foi também com base em seu vasto acervo que escreveu trieste – o Campeoníssimo da Suburbana, livro lançado em 2006. Mais um lance da vida deste apaixonado por futebol.
» 16 Curitiba, 25 de agosto a 25 de setembro de 2010
Do Quintal
Milhares de pessoas par-ticiparam da 11ª edição da tradicional festa do
São lourenço, de 3 a 5 de setem-bro. Como nos anos anteriores, o ponto alto foi o abraço ao lago do parque São lourenço, reunindo moradores da região, crianças e professores, num gesto simbólic o de proteção ao lago. A organização da festa é da Associação dos Mora-dores e Amigos do São lourenço (Ama), que também comemora a consolidação do projeto de recu-peração do Rio belém, que abaste-ce o lago, como modelo de gestão ambiental.
Inaugurado em 1972, o Par-que São lourenço foi criado após uma enchente do rio belém, em 1970, que causou o rompimento da represa de São lourenço, para-lisando um curtume e a fabrica de cola que funcionavam no local. o Parque, que tem uma área de 204
mil metros quadrados, surgiu, en-tão, com as obras de contenção de cheias e de recuperação da área. Nas instalações da antiga fábrica funciona hoje o Centro de Criati-vidade de Curitiba.
o rio belém, que nasce a cer-ca de oito km acima do parque e corta Curitiba de norte a sul, per-correndo, de sua nascente à foz, 35 bairros da cidade, vem passando por um processo de revitalização. o projeto de recuperação, que teve início em 2001, surgiu como uma necessidade apontada numa pes-quisa realizada nos 11 bairros do entorno do bairro São lourenço. Diante da dimensão do rio, a AMA criou o projeto “Patrulha Ambien-tal” para cuidar do meio ambiente e do rio.
o projeto funciona da seguinte maneira: cada trecho de 100 a 150 metros do rio fica sob responsabi-lidade de uma Patrulha Ambiental.
As Patrulhas são grupos de volun-tários de associações de morado-res, escolas, empresas, indústrias e clubes de serviço que cuidam de um trecho de rio. todos são cha-mados a participar, num processo de parceria.
o projeto envolve hoje, 253 parceiros e se tornou um modelo de gestão ambiental para outras ci-dades, estados e países. todos são interligados por uma rede de co-municação on line, a Rede Comu-nitária de Gestão Ambiental. Para se ter uma idéia, o portal da AMA reúne um total de 679 páginas de projetos e informações voltadas, sobretudo, para o meio ambiente e a cidadania.
A rede virtual é formada por quatro blocos: o primeiro envolve os órgãos públicos municipais; o segundo, as instituições públicas estaduais; o terceiro é composto pelas instituições de ensino supe-rior e o quarto bloco reúne institui-ções do 3º setor, tais como oNGs, institutos etc. Segundo Cesar Paes leme, presidente da AMA, o pro-jeto se tornou uma referência não só para cidades e estados, como para outros países, sobretudo, por acionar a sociedade civil organiza-da para atuar na recuperação e pre-servação do meio ambiente.
ParqueS
Vista Alegre terá primeiro “parque radical” da cidade
Mais uma pedreira desativa-da vai virar parque em Curiti-ba. o Parque Vista Alegre está sendo projetado, segundo a Pre-feitura, para ser não só um local de visitação como para a prática de alguns esportes radicais. o bosque que vai virar parque fica entre as ruas Gardênio Scorzato e luiz leduc, onde funciona-va uma das pedreiras da família Greca. A área tem cerca de 100 mil metros quadrados de mata nativa, um curso de água lím-pida e uma simpática cachoei-ra. Segundo o prefeito, luciano Ducci, que esteve no local no final de junho, a obra será inclu-ída no orçamento para 2011. ele disse ter determinado à equipe do Meio Ambiente que elabore
um projeto que contemple a in-teração do visitante com o meio.
A intenção é aproveitar as ca-racteríscas da área, como os pa-redões de pedra para a prática de esportes radicais como o rapel. outra opção é o chamado arbo-rismo, onde o praticamente sobe em plataformas instaladas no alto de uma árvore e dali percorre tri-lhas suspensas por cabos de aço ligados a outras árvores.
Ainda não há previsão para o início das obras, mas pretende--se que seja no primeiro semes-tre de 2011. Segundo a Prefei-tura, toda a área a ser utilizada já esta legalizada, não havendo necessidade de desapropriações dos terrenos que margeiam o bosque. (DSF)
A cachoeira pode ser uma das opções para a prática do rapel.
Marco
An
dré Lim
a/Do
Qu
intal
Um abraço ecológicoFesta do São Lourenço lembra que foi ali que começou um exemplo de gestão ambiental
Os moradores do Parque São Lourenço numa manhã de final de inveno.
O abraço ao lago do São Lourenço: gesto carinhoso de proteção ao meio ambiente.
DS
F/Do
Qu
intal
Marco André Lima/Do Quintal
Ângela Ribeiro