LADEIRA DA MONTANHA

Suas ruas muito foram visitadas

Suas calçadas movimentadas

Marinheiros mareados, estivadores e senhores faziam

Presença entre suas coxas todos os dias e

Noites

Hoje, segue despedaçada em um mar de ruínas

Vê o sol se escondendo atrás da baia, e todo o seu brilho

Se resumindo a fiascos de Luz afundando no mar

Quantas mãos acalentaram suas cinturas em troca de fio metal?

Quantas bocas perseguiram sua buceta dentro das alcovas?

Quantos navios desembarcaram trazendo em suas malas a extrema

Vontade de gozar?

Desmoronada e sombria é sua atual face

Há anos perdeu a gloria

Tornou-se bastada

Suas filhas encurraladas em uma sobrevida quase invisível

Marginalizadas, excluídas, jogadas as traças e aos lixos que se acumulam

Ao longo da cansativa ladeira

Do gozo viveu e do gozo segue agonizante

És vós, a primeira dama da cidade.

Raphael Mukumbi

Eles vem frieza