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Integrated Water Resource Management for Improved RuralLivelihoods: Managing risk, mitigating drought and improving water productivity in the water scarce Limpopo Basin

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  • Profile of the Limpopo Basin in Mozambique

    a contribution to the Challenge Program on Water and Food Project 17

    Integrated Water Resource Management for Improved Rural Livelihoods: Managing risk, mitigating drought and improving

    water productivity in the water scarce Limpopo Basin

    R. Brito, S. Famba, P. Munguambe, N. Ibraimo and C. Julaia Seco de Uso de Terra e gua, Departamento de Engenharia Rural,

    Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal, Universidade Eduardo Mondlane, CP 257, Maputo, Moambique

    WaterNet Working Paper 11 July 2009

  • WaterNet is a regional network of university departments and research and training institutes specialising in water. The Mission of WaterNet is to enhance regional capacity in Integrated Water Resources Management through training, education, research and outreach by sharing the complementary expertise of its members. WaterNet member institutions have expertise in various aspects of water resources management, including water supply, sanitation, groundwater, wetlands, irrigation, water law, water economics, community based resource management, flood forecasting, drought mitigation, water conservation and information technology. These institutions are based in Angola, Botswana, Kenya, Lesotho, Mozambique, Namibia, Rwanda, South Africa, Tanzania, Uganda, Zambia and Zimbabwe.

    The Challenge Program on Water and Food (CPW&F) is a research initiative of the Consultative Group on International Agricultural Research (CGIAR). It is a partnership between national and international research institutes, NGOs and river basin communities. Its goal is to identify and encourage practices and institutional strategies that improve water productivity, and is committed to the overall goals of addressing improvements in levels of food security, poverty, health, and environmental security.

    WaterNet is leading Project 17 under the Challenge Program on Water and Food, entitled Integrated Water Resource Management for Improved Rural Livelihoods. The project is financed by the CGIAR through the CPW&F and by the partners in the project.

    The partners in the project are: Project leader: WaterNet International Research Institutes:

    - International Crop Research Institute for the Semi-Arid Tropics (ICRISAT) - International Water Management Institute (IWMI) Universities:

    - UNESCO-IHE - Universidade Eduardo Mondlane: Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal - University of the Witwatersrand: School of Civil and Environmental Engineering - University of Zimbabwe: Centre for Applied Social Sciences; Department of Civil Engineering;

    Department of Soil Science and Agricultural Engineering; Mineral Resources Centre National Water and Agricultural Authorities:

    - Administracao Regional de Aguas do Sul, Mozambique - Instituto de Investigacao Agronomica deMozambique - Mzingwane Catchment Council, Zimbabwe - Water Research Commission, South Africa Non-governmental Organisations:

    - World Vision Zimbabwe

    Copyright in the knowledge and material of this paper is held, unless otherwise specified, jointly between the researcher(s) identified as authors of this paper, the institution(s) to which the researcher(s) are attached and the Challenge Program on Water and Food Project Partnership. Although this paper is in the public domain, permission must be secured from the individual copyright holders to reproduce any materials contained in this report.

    Suggested citation: Brito, R., Famba, S., Munguambe, P., Ibraimo, N. and Julaia, C. 2009. Profile of the Limpopo Basin in Mozambique, a contribution to the Challenge Program on Water and Food Project 17 Integrated Water Resource Management for Improved Rural Livelihoods: Managing risk, mitigating drought and improving water productivity in the water scarce Limpopo Basin. WaterNet Working Paper 11. WaterNet, Harare.

    Disclaimer WaterNet, and its affiliated organisations, expressly disclaims all warranties, expressed or implied, as to the accuracy, completeness, or usefulness of any the content provided, or as to the fitness of the information for any purpose. WaterNet and its affiliated organisations shall therefore not be liable for any errors, inaccuracies or for any actions taken in reliance thereon.

  • Bacia do Limpopo (Projecto CP 17)

    Caractersticas Gerais da Bacia do Rio Limpopo em Moambique

    Agosto de 2006

    Membros da equipe Rui Brito (coordenador)

    Sebastio Famba Paiva Munguambe

    Ndia Ibraimo Cludio Julaia

  • ndice

    1. Introduo ......................................................................................................... 1 2. Caractersticas da Bacia do Limpopo............................................................. 2 2. 1. Localizao e Extenso...................................................................................... 2 2. 2. Geometria e Sistema de Drenagem ................................................................... 3 2. 3. Caractersticas Fisiogrficas ............................................................................... 4 2. 3. 1 Relevo ................................................................................................................ 4 2. 3. 2 Geologia e Solos ................................................................................................ 6 2. 3. 3 Vegetao .......................................................................................................... 8 2. 4. Populao e Caractersticas Socioeconmicas ................................................ 10 3. Clima na Bacia do Limpopo .......................................................................... 13 3. 1. Caractersticas Gerais ...................................................................................... 13 3. 2. Classificao Climtica ..................................................................................... 14 3. 3. Variveis Climticas ......................................................................................... 16 3. 3. 1 Precipitao ...................................................................................................... 16 3. 3. 2 Temperatura ..................................................................................................... 19 3. 3. 3 Evapotranspirao e Balano Hdrico .............................................................. 20 3. 3. 4 Variveis Climticas Diversas .......................................................................... 21 4. Hidrologia e Recursos Hdricos .................................................................... 26 4. 1. gua Superficial ............................................................................................... 26 4. 2. Cheias e Caudais de Cheia .............................................................................. 27 4. 3. Secas e Caudais de Estiagem ......................................................................... 29 4. 4. gua Subterrnea ............................................................................................ 30 4. 5. Aproveitamento dos Recursos Hdricos na Bacia ............................................. 32 4. 5. 1 Potencial de Utilizao ..................................................................................... 32 4. 5. 2 Principais Infra-Estruturas Hidrulicas .............................................................. 34 5. Agricultura ...................................................................................................... 40 5. 1. Caracterizao Geral........................................................................................ 40 5. 2. Regies Agro-Ecolgicas ................................................................................. 41 5. 2. 1 Regio Agro-Ecolgica R2 ............................................................................... 41 5. 2. 2 Regio Agro-Ecolgica R3 ............................................................................... 44 5. 3. Potencial Agrcola............................................................................................. 46 5. 3. 1 Sequeiro ........................................................................................................... 46 5. 3. 2 Regadio ............................................................................................................ 46 5. 3. 3 Machongos ....................................................................................................... 47 5. 4. Culturas Praticadas .......................................................................................... 48 5. 5. Perodos de sementeira e risco de falha da cultura .......................................... 49 5. 6. Estratgias de Gesto de Recursos Hdricos na Produo Agrcola ................ 50 6. Referncias Bibliogrficas ............................................................................ 55 7. Anexo: Instituies Participantes ................................................................. 56

  • Caractersticas Gerais da Bacia do Rio Limpopo em Moambique - Challenge Program - Projecto CP 17

    UEM - Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal Departamento de Engenharia Rural Seco de Uso de Terra e gua - 1 -

    1. Introduo

    O presente relatrio enquadra-se no mbito do Projecto de Gesto Integrada de Recursos Hdricos para o Melhoramento da Sobrevivncia das Comunidades na Bacia do Limpopo - Challenge Program Projecto CP 17. Neste projecto participam trs pases nomeadamente Moambique, frica de Sul e Zimbabwe e 17 parceiros institucionais (ver anexo 1), com longa experincia de investigao em matria de recursos hdricos e desenvolvimento da Bacia de Limpopo. Em Moambique o projecto coordenado pela Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal (FAEF) da Universidade Eduardo Mondlane, sendo implementado por esta instituio em parceria com outras instituies locais que so o Instituto de Investigao Agrria de Moambique (IIAM) e, a Administrao Regional de guas Sul (ARA-Sul). O projecto financiado atravs do Grupo Consultivo em Investigao Agrcola Internacional (CGIAR) e tem como objectivo geral o de contribuir para o melhoramento das condies de vida das famlias pobres rurais aplicando os conceitos de gesto integrada de recursos hdricos para o aumento da produtividade de uso de gua e melhoramento na gesto do risco e mitigao de seca ao nvel da bacia de Limpopo.

    O estudo que aqui se apresenta faz parte da compilao de informao inicial sobre a bacia de Limpopo em Moambique. A informao foi obtida a partir de uma reviso bibliogrfica. Para alm deste captulo de introduo, este estudo inclui os seguintes captulos:

    Captulo II: caracterizao geral da bacia referente parte nacional onde se faz uma abordagem da localizao e extenso, a geometria e o sistema de drenagem, a fisiografia e as caractersticas socioeconmicas na bacia;

    Captulo III: sobre o clima onde se abordam as caractersticas gerais do clima na bacia do Limpopo e especficas para a parte nacional e as diferentes variveis climticas;

    Captulo IV: sobre a hidrologia e recursos hdricos onde se faz uma abordagem das caractersticas dos recursos hdricos superficiais e subterrneos, seu aproveitamento e, a caracterizao das cheias e secas;

    Captulo V: sobre a agricultura onde se descrevem as actividades na bacia (parte nacional), as culturas praticadas, as regies agro-ecolgicas, o potencial para agricultura, os perodos de sementeira e riscos associados e, as estratgias de gesto de recursos hdricos na produo agrcola.

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    2. Caractersticas da Bacia do Limpopo

    2. 1. Localizao e Extenso

    A bacia hidrogrfica do Rio Limpopo situa-se aproximadamente entre os paralelos 22 e 26 Sul e os meridianos 26 e 35 Este. A poro da bacia do Limpopo que se encontra dentro de Moambique localiza-se entre os paralelos 21 e 25 Sul e os meridianos de 31 e 35 Este. Em Moambique, a bacia do Limpopo tem como limites a bacia do rio Save a Norte, a Sul com a do rio Incomati, a Este com uma faixa costeira onde se encontram vrias bacias internas (lagoas) e a Oeste com a frica do Sul (DNA, 1996). A bacia do Limpopo (fig. 2.1.) partilhada por quatro pases nomeadamente a frica do Sul, Moambique, Botswana e o Zimbabwe. Estende-se por uma rea de cerca de 412.000 Km2.

    Fig. 2.1: A Bacia Hidrogrfica do rio Limpopo (INGC et al., 2003)

    A tabela 2.1 indica a distribuio da bacia pelos quatro pases. Tabela: 2.1: Pases e respectivas reas (Km2 e %) pertencentes Bacia do Limpopo.

    Pas rea (Km2) % frica do Sul 193 500 47,0 Moambique 79 600 19,3

    Botswana 73 000 17,7 Zimbabwe 66 000 16,0

    O rio Limpopo formado pela juno dos rios Great Marico e Crocodilo a Oeste da cidade de Pretria na frica do Sul, a cerca de 1 500 m de altitude. O rio Limpopo delimita a fronteira entre a frica do Sul e Botswana e, a fronteira entre a frica do Sul e o Zimbabwe antes de

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    entrar em Moambique e desaguar no oceano ndico. Tem um comprimento total de 1 461 Km com um declive mdio de 1 043 m/km (DNA, 1996).

    2. 2. Geometria e Sistema de Drenagem

    As principais sub-bacias da bacia do Limpopo esto indicadas na fig. 2.2. Dentro do territrio nacional as sub-bacias mais importantes so a do rio Changana localizada inteiramente em Moambique numa zona rida a semi-rida com pouca chuva e, a do rio dos Elefantes localizada na maioria nas zonas altas da frica do Sul com chuvas mais elevadas. Outras sub-bacias a considerar dentro de Moambique so a sub-bacia do curso principal do prprio rio Limpopo (curso principal no territrio nacional), e a sub-bacia do rio Mwenezi prximo de Pafuri, junto entrada do rio Limpopo em Moambique (INGC et al., 2003; DNA, 1996).

    Fig. 2.2: Principais sub-bacias da bacia hidrogrfica do rio Limpopo, (INGC et al., 2003)

    A tabela 2.2 apresenta algumas caractersticas (rea de drenagem e comprimento) dos principais rios em Moambique. Tab. 2.2: Caractersticas geomtricas dos principais rios em Moambique, (DNA, 1996)

    Rio rea (Km2) Comprimento (Km)

    Moam. Total Moam. Total Changana 43 000 43.000 436 436 Elefantes 6.900 68.000 - 657 Outros (curso principal do Limpopo em Moambique, rio Mwenezi, rio Lumane) 29.700 - 561

    (*

    ) 1.461*

    Total 79.600 - - -

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    (*) refere-se apenas ao comprimento do rio Limpopo.

    Em termos de regime temporal do escoamento, o rio dos Elefantes classificado como perene, podendo secar em casos excepcionais. Os restantes rios, incluindo o rio Limpopo, Changana e Mwenezi so intermitentes.

    A rede de estaes hidromtricas em Moambique apresentada na Tabela 2.3, indicando-se a sua localizao e a respectiva rea de drenagem. Tabela 2.3: Localizao de estaes hidromtricas na bacia do Limpopo, (DNA, 1996)

    Estao Hidromtrica rio

    rea de drenagem

    (Km2) altitude latitude longitude

    cdigo localizao E31 Pafuri Limpopo 235 930 200 22:25:30 31:19:50 E32 Mapai Limpopo 254 150 133 22:50:40 31:57:30 E33 Combumune Limpopo 257 200 78 23:28:10 32:27:10 E35 Chkw Limpopo 342 000 24 24:30:30 33:00:30 E36 Sicacate Limpopo 406 210 11 24:44:30 33:32:30 E37 Mabalane Limpopo 259 200 60 23:50:50 32:35:00 E38 Xai-Xai Limpopo 407 970 2 25:01:30 33:38:00 E545 Lumane Limpopo - 2 25:03:40 33:17:20 E607 Barragem de Massingir Elefantes 68 450 89 23:52:10 32:08:40 E41 Chibuto Changana 63 430 11 24:40:20 33:30:10 E422 Chigubo Changana 22 650 66 22:45:20 33:31:20

    2. 3. Caractersticas Fisiogrficas

    2. 3. 1 Relevo

    As principais formas de relevo na bacia do Limpopo so (FAO, 2004): Planaltos: com altitudes mdias entre 600 e 1 500 m de altitude;

    Montes: pontos altos localizados ou colinas, entre os 400 e 600 m de altitude;

    Cadeias Montanhosas e Escarpamentos: caracterizados por declives acentuados e altitudes entre os 600 e 1 500 m;

    Plancies: onduladas a suavemente onduladas, no sop dos escarpamentos (300 a 600 m) e na zona costeira de Moambique (0 a 300 m).

    A bacia do Limpopo formada ao Norte pelo escarpamento do planalto da Zmbia-Zimbabwe prximo de Bulawayo no Zimbabwe, pela bacia do Kalahari no Botswana no extremo ocidental e, pelos montes Drankensberg na parte das zonas altas de Cabo-Transvaal, no extremo Sul, com altitudes acima de 2 300 m (INGC et al., 2003). Nestas terras altas comea o planalto que gradualmente desce em direco a costa at aos montes Libombos, seguindo-

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    se depois a plancie costeira Moambicana (FAO, 2004). A figura 2.3 apresenta a topografia e hidrologia da bacia do Limpopo.

    A bacia do rio Limpopo divide-se em trs seces (INGC et al., 2003): (i) Alto Limpopo, que vai at a confluncia com o rio Shashe, na fronteira entre a

    frica do Sul, Botswana e Zimbabwe; (ii) Mdio Limpopo, entre a confluncia do Shashe e a confluncia com o rio Luvuvu,

    na fronteira entre a frica do Sul, Zimbabwe e Moambique em Pafuri e, (iii) Baixo Limpopo, do Pafuri at a foz no oceano ndico.

    Fig. 2.3: Topografia e hidrologia da bacia do rio Limpopo

    Em Moambique a bacia compreende basicamente terrenos planos a suavemente ondulados com declives no excedendo 5 a 8o, a inclinao mdia do rio Limpopo entre Pafri e Xai-Xai de 0,35 m/Km. Nesta rea a altitude inferior a 400 m e, no geral inferior a 100 m. O rio Limpopo atravessa uma plancie fluvial com terraos com uma largura de 1 a 3 Km entre o Pafri e a confluncia com o rio dos Elefantes, aumentando para uma largura de 2 a 5 Km depois desta confluncia. A rea em Moambique caracterizada por vastas plancies de inundao ao longo dos rios Limpopo e Changana (ver Figura 2.3). A Figura 2.4 apresenta a fisiografia da Provncia de Gaza que est localizada quase toda na bacia do Limpopo.

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    Fig. 2.4. Fisiografia da Provncia de Gaza, Moambique, (FAO, 2004)

    2. 3. 2 Geologia e Solos

    O relevo e solos esto geralmente relacionados a desenvolvimentos geolgicos e tectnicos, ver fig. 2.5, Geologia e Sismologia da bacia do Limpopo. Em Moambique a bacia do Limpopo insere-se na bacia Sedimentar do Sul de Moambique, limitada numa faixa do extremo Oeste por rochas vulcnicas do Karoo Superior, riolitos e basaltos da cadeia montanhosa dos Libombos (FAO, 2004: INGC et al., 2003).

    Fig. 2.5: Geologia e sismologia da bacia do rio Limpopo (INGC et al., 2003)

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    A geologia na maior parte da Bacia do Limpopo em Moambique, caracterizada por espessos depsitos de sedimentos marinhos do Pleistocnico, denominados Mananga, localizados em reas relativamente elevadas e, por depsitos arenosos do Quaternrio (FAEF, 2001). Esta regio apresenta uma textura franco-arenosa com elevada percentagem de areia grossa.

    Intercalando os depsitos marinhos, ocorrem extensas depresses praticamente planas (plancies), preenchidas com material coluvial mais recente ou depsitos lacunares. Estas depresses ocorrem em solos com uma textura argilo-arenosa a argilosa. Uma das principais formas de terreno e, que sobressai na paisagem, o extenso vale do Rio Limpopo.

    Ao longo do Rio Limpopo, nas curvas e meandros do rio, foram depositados sedimentos fluviais recentes. A distribuio destes depsitos fluviais tpica, com a formao de diques naturais mais elevados e depsitos arenosos mais prximos do rio e, depresses pantanosas de sedimentos argilosos mais afastadas do rio.

    A distribuio de solos na parte Moambicana segue em geral as caractersticas topogrficas e fisiogrficas apresentadas nas figuras 2.3 e 2.4. Os solos so caracterizados por uma vasta cobertura arenosa, excepto para os ricos depsitos aluvionares nas plancies de inundao dos rios (ver Fig.2.6 Solos da Provncia de Gaza). Os principais solos podem ser agrupados em quatro categorias, embora possam ocorrer na forma de complexos ou associaes (FAEF, 2001):

    i. Solos das dunas interiores, com solos profundos, arenosos (Quaternrio), excessivamente drenados e ligeiramente ondulados. Estes solos tm uma fertilidade natural e uma capacidade de reteno de gua baixas, so no salinos, no sdicos, e o lenol fretico est geralmente a uma profundidade superior a 10 m. Nas depresses arenosas e baixas que ocorrem nas partes inferiores dos declives das plataformas arenosas, ocorrem solos arenosos hidromrficos acinzentados;

    ii. Solos dos sedimentos marinhos do Pleistocnico nas reas elevadas, reas das terras altas, tambm denominadas de terraos marinhos. Estes solos consistem numa camada superior (solo superficial) de areia ou areia-franca, no calcria, de espessura varivel (20 a 80 cm) sobrepondo-se a um subsolo de textura franco-arenosa a franco-argilo-arenosa. Este subsolo , geralmente, muito duro e compacto at uma profundidade de 60 a 80 cm. Esta compacidade est geralmente relacionada com um elevado contedo em sdio, apesar do subsolo se apresentar no salino a moderadamente salino.

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    iii. Solos dos sedimentos marinhos do Pleistoceno nas depresses ou plancies, so os solos das baixas planas ou quase planas, com declives geralmente inferiores a 0,5 %, e localizados de 1 a 2 m abaixo do nvel dos terraos marinhos. Estas depresses so geralmente imperfeitamente a mal drenadas e podem ficar inundadas por vrias semanas, possivelmente meses, durante e aps fortes chuvadas, devido ao seu relevo quase plano e baixa permeabilidade dos solos argilosos. Localmente estes solos apresentam-se moderada a fortemente salinos e sdicos no subsolo, embora pontualmente tambm se possam apresentar sdicos superfcie.

    iv. Solos dos sedimentos fluviais recentes que se desenvolveram sobre os sedimentos recentes em geral junto aos grandes rios (Limpopo, Changana e Elefantes), ocupando uma zona entre os meandros do rio. So solos profundos, estratificados, e apresentam uma grande variabilidade na sua textura, tendo geralmente uma elevada fertilidade natural, como os solos aluvionares turfosos.

    Fig. 2.6. Solos da bacia de Limpopo em Moambique, (INGC et al., 2003)

    2. 3. 3 Vegetao

    As condies de seca prevalecentes na bacia favorecem o desenvolvimento da savana e ecossistemas secos. As chuvas na poca hmida encorajam o surgimento de formaes herbceas proporcionando reas de pastagem (INGC et al., 2003).

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    H trs grandes grupos de vegetao que ocorrem na bacia (FAEF, 2001): a savana seca de caduciflias arbreas dominada por Colophospermum mopane;

    a savana seca de caduciflias arbustivas dominada por Boscia spp. e Acacia spp. e,

    vegetaes ribeirinhas ou florestas de galaria com Ficus syracuse, Trichilia emetica entre outras.

    A savana de mopane ocorre em grandes extenses nas zonas secas da frica Austral, formando uma banda que liga a Nambia com Moambique. Na regio de Chkw, este grupo de vegetao atinge o ponto mais extremo, mais ou menos, a 25 km Sul do ponto onde o Rio dos Elefantes se junta ao Rio Limpopo. Em adio rea entre estes dois rios, cobre uma faixa com uma largura varivel entre os 5 a 25 km na margem direita do Rio dos Elefantes, bem como a parte central das provncias de Gaza e Inhambane (fig. 2.7). A sua composio florstica varivel em funo das diferenas na composio do solo e humidade. A savana de mopane tpica, encontra-se em solos calcrios, incluindo espcies arbreas como Ximenia americana, Boscia albitrunca e Euphorbia spp. A camada herbcea consiste principalmente de Eragrostis rigidior, Cenchrus ciliaris, Schmidtia pappophoroides e Urochloa spp. As gramneas anuais incluem Enneapogon cenchroides, Aristides adscensionis e Eragrostis viscosa. Em zonas baslticas aparecem espcies como a Sclerocarya birrea (canhueiro), Acacia nigrescens, Combretum apiculatum. Commiphora spp., Grewia spp. Kirkia accumunata, Terminalia sericea e Adansonia digitata (embondeiro). Nas zonas aluviais dos vales dos grandes rios com maior acesso a gua fretica aparecem diversas accias, em associao com Berchemia discolor, Diospyros mespiliformis e outras. A densidade desta vegetao baixa.

    A savana seca de caduciflias arbustivas cobre uma faixa com uma extenso de 10 a 50 km volta da savana de mopane. uma associao complexa em que a proporo de arbustos sempre maior que a de rvores. A vegetao tem um aspecto xeroftico. Predominam algumas accias e Combretum imberbe. Entre os arbustos encontram-se Grewia flava, Dichrostachys cinerea e Boscia rehmannii. As gramneas tpicas so a Petalidium spp. e o Catophractes alexandri.

    As vegetaes ribeirinhas diferem muito da vegetao vizinha, devido proximidade do rio. Esta situao, por um lado, aumenta a disponibilidade de gua e, por outro, faz com que a vegetao fique frequentemente sujeita a inundaes. Espcies arbreas que ocorrem nestes ambientes so, por exemplo, o Ficus syracuse, Trichiila emetica, Xanthocerecis zambesiaca, Combretum spp., Ekebergia capensis, e algumas accias, como a Acacia xanthophloea. A Acacia xanthophloea, com a sua casca alaranjada, muito tpica destas zonas hmidas. Este

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    grupo de vegetao pode ser encontrado ao longo do Rio dos Elefantes, entre Massingir e a confluncia com o Limpopo (fig. 2.7, mapa da vegetao).

    Fig. 2.7. Mapa da vegetao na Bacia do Limpopo, (FAEF, 2001)

    2. 4. Populao e Caractersticas Socioeconmicas

    A Populao total da Bacia foi avaliada em mais de 13 milhes de habitantes (ver Tabela 2.4). Em mdia mais de 50% da populao na Bacia do Limpopo rural, variando de 31% no Botswana a 66% no Zimbabwe. Tabela 2.4 Estatstica da Populao dentro da Bacia e dos Pases na Bacia do Limpopo, (INGC et al., 2003)

    Pas rea total do Pas

    rea do Pas na bacia

    Populao no Pas (2001)

    Populao na bacia

    Densidade na bacia

    (Km2) (Km2) (pessoas/km2) Botswana 581 730 73 000 1 700 000 1 000 000 13,7

    Moambique 801 590 79 600 17 400 000 856 466 10,8 frica do Sul 1 221 040 193 500 44 600 000 10 700 000 55,3 Zimbabwe 390 760 66 000 11 700 000 1 000 000 15,2

    Total 2 995 120 412 100 75 400 000 13 556 466 32,9

    A maior parte da bacia do Limpopo em Moambique localiza-se na Provncia de Gaza, havendo uma pequena parte na Provncia de Inhambane (fig. 2.8). A distribuio da populao na bacia fundamentalmente influenciada pelas caractersticas agro-ecolgicas e infra-estruturas econmicas. A populao est concentrada na zona costeira a sul da bacia com um clima menos rido reduzindo rapidamente para o interior, para o clima rido. A fixao da populao segue igualmente o padro da distribuio de terras hmidas (plancies de inundao dos rios, lagoas e a prpria zona costeira).

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    Fig. 2.8. Distritos na Bacia do Limpopo, (INGC et al., 2003)

    Fig. 2.9. Distribuio da Populao na Bacia do Limpopo, (INGC et al., 2003)

    Por outro lado a passagem da estrada nacional EN1 pela zona factor econmico importante de acesso ao mercado de Maputo e a outros. A fig. 2.9. indica a distribuio da populao por aldeia na parte nacional da bacia. A densidade populacional varia de uma pessoa por Km2 no distrito de Chigubo a 1 000 habitantes/Km2 na cidade de Xai-Xai. A densidade populacional mdia de 14 habitantes/Km2 (INGC et al., 2003). A populao por distrito e por centro urbano na bacia do Limpopo so apresentadas nas tabelas 2.5 e 2.6, respectivamente.

    Em Moambique 80% da populao da bacia rural, e dos restantes 20% vivendo nas zonas urbanas, a maior parte dedicam-se agricultura e vivem em casas tradicionais sem gua canalizada ou energia. A taxa de crescimento populacional mdia anual na bacia de 2,5%. Tab. 2.5: Populao total por distrito e tamanho mdio da famlia na bacia do Limpopo, (INGC et al., 2003).

    Distrito Populao (1997) Tamanho mdio da famlia Total Dentro da bacia % na bacia Bilene 133 173 77 238 58 4.38

    Chibuto 164 791 160 067 97 4.30 Chucualacuala 33 284 33 284 100 5.66

    Chigubo 13 405 13 405 100 5.55 Chkw 173 277 169 270 98 4.80

    Xai-Xai (cidade) 99 442 99 442 100 4.84 Funhalouro 30 321 26 665 88 4.70

    Guij 57 217 57 217 100 4.20 Mabalane 25 464 25 464 100 5.18 Mabote 39 644 18 275 46 4.70

    Manjacaze 161 147 9 068 6 4.07 Massangena 13 300 3 572 27 4.99

    Massingir 22 284 22 284 100 5.21 Panda 46 539 1 105 2 4.10 Xai-Xai 165 569 140 177 85 4.46 Total 1 178 857 856 533 73 4.70

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    Tab. 2.5: Populao nos centros urbanos, (INGC et al. 2003). Centro Urbano Populao (1997)

    Cidade de Xai-Xai 99 442 Cidade de Chibuto 51 452 Cidade de Chkw 49 730 Vila de Xilembene 6 561

    Vila de Eduardo Mondlane 5 544 Vila de Caniado 4 899

    A pirmide populacional na parte Moambicana da bacia do Limpopo, Fig.2.10 indica que o nmero de homens relativamente baixo, particularmente a partir do grupo etrio dos 20-24 anos, apresentando umaa razo de homens para mulheres de cerca de 0,5. Historicamente, a bacia do Limpopo a maior fonte de mo-de-obra migratria no Pas. A idade mdia na bacia de 17,5 anos e 95% das pessoas podem ser considerada dependentes, com uma idade inferior a 15 e superior a 64 anos.

    Fig. 2.10: Pirmide etria na bacia do Limpopo

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    3. Clima na Bacia do Limpopo

    3. 1. Caractersticas Gerais

    O Clima em toda a frica Austral fortemente influenciado pela zona de altas presses localizada no oceano ndico a leste e no oceano Atlntico a oeste. Duas estaes distintas caracterizam a regio, a estao quente e hmida (Outubro a Maro) e a estao seca e fria (Abril a Setembro). A estao hmida ocorre quando a Zona de Convergncia Inter-Tropical (ZCIT) se desloca na direco a Sul e o contrrio, na estao seca (INGC et al., 2003). A ZCIT segue a trajectria aparente do sol atingindo o seu mximo no trpico de Capricrnio no hemisfrio sul e no trpico de Cancer no hemisfrio norte. A Figura 3.1 indica as posies mdias da ZCIT nos meses de Julho e Janeiro.

    Fig. 3.1: Posies mdias extremas da Zona de Convergncia Inter-Tropical (ZCIT) em Julho e em Janeiro, (INGC et al., 2003).

    A costa oriental da frica Austral influenciada pela corrente quente do canal de Moambique no ndico, que traz gua quente e ar hmido da zona equatorial, produzindo assim um clima quente e hmido. A costa ocidental influenciada pela corrente fria de Buenguela no Atlntico, produzindo um clima mais seco. Desta forma cria-se na zona austral do continente um gradiente de este para oeste, sendo que a precipitao total tende a ser mais elevada na parte oriental, diminuindo em direco ao ocidente. Esta tendncia pode ser localmente alterada sob influncia da altitude. Pode-se notar que as regies ocidental e central so semidesrticas, parte da Nambia e Kalahari. Quanto mais a sul se desloca a ZCIT mais favorvel se torna a estao chuvosa (INGC et al., 2003). Na parte Moambicana da bacia do Limpopo, no havendo grande variao da altitude, nota-se uma tendncia clara de decrscimo da precipitao total da costa para o interior.

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    Outro fenmeno que parece afectar o clima na zona da frica Austral o fenmeno do El Nio e La Nia. O El Nio/La Nia refere-se, respectivamente, ao aquecimento ou arrefecimento anormal da superfcie do mar na zona equatorial do oceano Pacfico. Estes dois fenmenos explicam cerca de 30% da variao no clima da regio da frica Austral, conforme exemplificado na figura 3.2 (INGC et al., 2003).

    Fig. 3.2: Tendncias no clima da frica Austral nos anos El Nio/La Nia, (INGC et al., 2003).

    As cheias esto tambm associadas a passagem de ciclones tropicais os quais atingem com frequncia a costa Oriental.

    A recolha da informao meteorolgica feita na base de estaes meteorolgicas, a Figura 3.3 mostra o conjunto de Estaes Meteorolgicas terrestres na parte Moambicana da bacia do Limpopo.

    Fig.3.3: Rede de Estaes Meteorolgicas na Bacia do Limpopo, (INGC et al., 2003).

    3. 2. Classificao Climtica

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    O clima na parte Moambicana da bacia do Limpopo varia de semi-rido hmido a rido, respectivamente da costa para o interior. Pode-se ver na Figura 3.4 que maior parte da bacia rida a semi-rida.

    A tabela 3.1 apresenta a classificao climtica para diferentes locais na bacia em ordem da costa para o interior usando os mtodos de Kppen e o mtodo de Thornthwaite.

    AltitudeLatitude Sul Longitude Este (m)

    Xai-Xai 26 03 33 38 4 C1 A da Sub-hmido seco AW Tropical Chuvoso de SavanaManiquenique 24 44 33 32 13 D Ada Semi-rido BS Seco de Estepe

    Chkwe 24 30 33 00 33 D Ada Semi-rido BS Seco de Estepe

    Mabote 22 03 34 07 143 D Ada Semi-rido BSW Seco de Estepe com inverno seco

    Massingir 23 53' 32 09 106 D Ada Semi-rido BSW Seco de Estepe com inverno seco

    Chigubo 22 50 33 31 102 D Ada Semi-rido BSW Seco de Estepe com inverno seco

    Pafuri 22 29 31 18 215 E Ada rido BW Seco de Deserto

    Local

    Tab. 3.1: Classificao Climtica segundo Koppen e Thornthwaite (DNA, 1996)

    CoordenadasThornthwaite Koppen

    Critrio Climtico

    Fig. 3.4: Zonas Climticas de acordo com a classificao de Kppen, (DNA, 1999).

    A tabela 3.2 faz uma descrio dos critrios usados para a classificao climtica segundo Kppen. Tabela 3.2 Critrios de classificao de Kppen (DNA, 1996). Tipo Designao Critrio

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    AW Tropical

    chuvoso de savana

    A temperatura mdia do ms mais frio superior a 18C e estao seca no inverno. A precipitao mdia em cm superior ao dobro de (t+14), sendo t o valor mdio anual de temperatura do ar em C, tendo no ms menos chuvoso a precipitao inferior a 6 cm.

    BS Tropical seco de estepe

    O valor da precipitao mdia anual inferior ao dobro de (t+14) e superior a (t+14).

    BSW

    Tropical seco de

    estepe com inverno seco

    A precipitao mdia anual em cm inferior ao dobro de (t+14) e superior a (t+14). O valor da precipitao mdia no ms menos chuvoso inferior dcima parte do valor da precipitao mdia no ms mais chuvoso.

    BW Seco de deserto A precipitao mdia no ms menos chuvoso inferior dcima parte do valor da precipitao mdia do ms mais chuvoso.

    Pelo critrio de Thornthwaite, o clima na bacia do Limpopo rido junto fronteira, semi-rido na regio central e megatrmico sub-hmido seco na regio inferior da bacia; sem excesso de gua em todos os meses; dfice de gua em toda a bacia, excepto nos meses de Fevereiro a Agosto em Xai-Xai (DNA, 1996).

    3. 3. Variveis Climticas

    3. 3. 1 Precipitao

    A precipitao mdia anual na parte nacional da bacia do Limpopo varia entre os 1 000 mm na zona costeira aos 350 mm em Pafuri (ver Figura 3.5), apresentando uma grande variabilidade interanual, com um coeficiente de variao de cerca de 40% (Reddy 1986).

    Fig. 3.5: Variabilidade espacial da precipitao na poca hmida (Out-Mar) e na poca seca (Abr-Set) na bacia do Limpopo, (INGC et al., 2003).

    O regime de precipitao apresenta duas estaes distintas ao longo do ano, uma estao hmida (Outubro a Maro) registando cerca de 76 a 84% do total da precipitao anual. A

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    estao seca vai de Abril a Setembro com cerca de 26 a 24% do total da precipitao anual. A estao hmida ocorre no perodo quente e a estao seca no perodo frio (Reddy 1986). A Figura 3.6 mostra a grande variabilidade espacial, anual e interanual da precipitao para alguns locais seleccionados, da costa para o interior, Xai-Xai, Chkw, Massingir e Pafri. Note-se que a srie de dados de Massingir continha muitas falhas, dificultando uma anlise de confiana. medida que nos vamos afastando da costa, a quantidade de chuva vai diminuindo e a variabilidade vai aumentando, tornando a agricultura em sequeiro numa actividade de maior risco.

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    Fig. 3.6: Variabilidade regional, anual e interanual da precipitao na bacia do Limpopo da costa para o interior (Xai-Xai, Chkw, Massingir e Pafri).

    P re c ip ita es m d ias , P a fu ri, 1951 - 197 5 D is trib u i o d a p rec ip itao pe las es ta es do an o

    1 6

    5 6

    7 5

    9 2

    6 6

    2 3 2 4

    8 6 8 21 2

    -1 5

    5

    2 5

    4 5

    6 5

    8 5

    1 0 5

    1 2 5

    O U T N O V D E Z JA N F E V M A R A B R M A I JU N JU L A G O S E T

    m mE s ta o

    S e ca

    13 %

    E sta o

    H m ida

    8 7%

    P re c ip it a o M d ia e D e s vio s em rela o a M d ia , P AF U R I

    0

    5 0

    10 0

    15 0

    20 0

    25 0

    O U T N O V DE Z J A N F E V M AR A B R M A I J U N J U L A G O S E T

    m m M d ia

    M d ia- D e sv io P a d r o

    M d ia+D e sv io P a d r o

    P re c ip ita e s m d ia s , X a i-X a i, 1 9 5 1 - 2 0 0 0 D is tr ib u i o d a p re c ip ita o p e la s e s ta e s d o a n o

    4 1

    6 7

    9 5

    1 0 9

    1 2 3

    6 6

    4 53 6

    2 0 1 7 2 12 6

    -1 5

    5

    2 5

    4 5

    6 5

    8 5

    1 0 5

    1 2 5

    O U T N O V D E Z J A N F E V M A R A B R M A I JU N JU L A G O S E T

    m m

    E s ta o

    S e c a

    2 4 %

    E s ta o

    H m id a

    7 6 %

    P re c ip it a o M d ia e D e s v io s e m re la o a M d ia , X AI - X AI

    0

    5 0

    1 0 0

    1 5 0

    2 0 0

    2 5 0

    O U T N O V DE Z J A N F E V M A R A B R M A I J U N J U L A G O S E T

    m m M d ia

    M d ia - D e sv io P a d r o

    M d ia + D e sv io P a d r o

    P re c ip ita e s m d ia s , C h k w e , 1 9 6 1 - 2 0 0 0 D is trib u i o d a p re c ip ita o p e la s e s ta e s d o a n o

    3 7

    5 8

    9 4

    1 1 41 0 2

    5 5

    3 42 6

    1 3 1 2 1 71 9

    -1 5

    5

    2 5

    4 5

    6 5

    8 5

    1 0 5

    1 2 5

    O U T N O V D E Z J A N F E V M A R A B R M A I JU N JU L A G O S E T

    m m

    E s ta o

    S eca

    2 2%

    E s ta o

    H m ida

    7 8%

    P re c ip it a o M d ia e D e s v io s em re la o a M d ia , C H K W E

    0

    5 0

    10 0

    15 0

    20 0

    25 0

    O U T N O V DE Z J A N F E V M A R A B R M A I J U N J U L A G O S E T

    m m M d ia

    M d ia - D e sv io P a d r o

    M d ia+D e sv io P a d r o

    P re c ip ita es m d ias , M a ss ing ir, 1961 - 199 9 D is trib u i o d a p rec ip itao pe las es ta es do an o

    2 2

    6 87 9 7 8

    9 1

    7 4

    2 3 2 7

    2 79 1 3

    -1 5

    5

    2 5

    4 5

    6 5

    8 5

    1 0 5

    1 2 5

    O U T N O V D E Z J A N F E V M A R A B R M A I JU N JU L A G O S E T

    m mE sta o

    S ec a

    1 6%

    E sta o

    H m id a

    84 %

    P re c ip it a o M d ia e D e s vio s em rela o a M d ia , M AS S I N GI R

    0

    5 0

    10 0

    15 0

    20 0

    25 0

    O U T N O V DE Z J A N F E V M A R AB R M A I J U N J U L A G O S E T

    m m M d ia

    M d ia -D e sv io P a d r o

    M d ia +D esv io P a dr o

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    3. 3. 2 Temperatura

    A temperatura mdia anual na parte nacional da bacia do Limpopo varia de 23 a 26oC mostrando, semelhana da precipitao, um gradiente da costa para o interior. A Figura 3.7 mostra a variabilidade espacial da temperatura mdia mxima na poca quente e da temperatura mdia mnima na poca fria.

    Fig. 3.7: Variao espacial da temperatura mdia mxima e mdia mnima na poca quente e na poca fria na bacia do Limpopo, (INGC et al., 2003).

    A variao normal da temperatura nesta parte da bacia drasticamente afectada pela passagem de frentes frias, mais frequentes no inverno. As frentes frias so usualmente associadas a depresses e trazendo chuvas permitindo uma segunda poca agrcola. Nalguns casos a temperatura poder descer at os 5oC na regio costeira (INGC et al., 2003). O intervalo de variao da temperatura apropriado para a prtica da agricultura, sendo o dfice hdrico a grande limitante.

    A fig. 3.8 mostra a anlise da variao da temperatura para algumas estaes climatolgicas da costa ao interior. Pode-se notar o aumento da temperatura mxima da costa para o interior e a tendncia de aumento da amplitude trmica (diferena entre a temperatura mxima e mnima).

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    Fig. 3.8: Variabilidade espacial da temperatura na bacia do Limpopo, da costa para o interior (Xai-Xai, Chkw, Massingir e Pafuri), (INGC et al., 2003).

    3. 3. 3 Evapotranspirao e Balano Hdrico

    Os valores de evapotranspirao de referncia, semelhana de outras variveis climticas, em especial a temperatura, mostram tambm um gradiente de variao da costa para o interior. Os valores mais altos so registados nos meses de Janeiro e Fevereiro e os mais baixos em Junho e Julho.

    O estudo do balano hdrico pelo modelo de Thornthwaite-Mather (Figura 3.9) para diferentes locais, indo da costa para o interior, mostra um dfice de gua ao longo de todo o ano. O dfice hdrico aumenta medida que vamos para o interior. Os maiores dfices registam-se nos meses de Setembro, Outubro e Novembro. Para o balano hdrico foram usados os valores de evapotranspirao de referncia determinados segundo o mtodo de Penman-Monteith (FAO, CROPWAT CLIM-DATA). Foi usada a precipitao mdia mensal e foi considerado que a gua utilizvel no solo era de 100 mm.

    Temperaturas mnimas, mdias e mximas, CHKWE

    0,0

    5,0

    10,0

    15,0

    20,0

    25,0

    30,0

    35,0

    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    C

    Temp. mnima Temp. mdia Temp. mx ima

    Temperaturas mnimas, mdias e mximas, XAI-XAI

    0,0

    5,0

    10,0

    15,0

    20,0

    25,0

    30,0

    35,0

    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    C

    Temp. mnima Temp. mdia Temp. mx ima

    Temperaturas mnimas, mdias e mximas, MASSINGIR

    0,0

    5,0

    10,0

    15,0

    20,0

    25,0

    30,0

    35,0

    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    C

    Temp. mnima Temp. mdia Temp. mx ima

    Temperaturas mnimas, mdias e mximas, PAFURI

    0,0

    5,0

    10,0

    15,0

    20,0

    25,0

    30,0

    35,0

    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    C

    Temp. mnima Temp. mdia Temp. mx ima

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    Fig. 3.9: Balano hdrico (mm/ms) para alguns locais na bacia do Limpopo, indo da costa para o interior (Xai-Xai, Chkw, Massingir e Pafri).

    3. 3. 4 Variveis Climticas Diversas

    As variveis climticas apresentadas a seguir so a humidade relativa, a insolao, a velocidade do vento, e a tendncia variveis precipitao e humidade relativa com a temperatura. Os valores das diferentes variveis esto apresentados nas Figuras 3.10 a 3.12, seguindo uma trajectria da costa para o interior. Os valores da insolao (fig. 3.11) so relativamente constantes durante todo o ano e o vento tende a soprar relativamente mais forte nos meses de Setembro a Dezembro (fig. 3.12).

    Dfice e excesso de gua ao longo do ano, XAI-XAI

    0,0

    50,0

    100,0

    150,0

    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    mm

    D (dfice) S (ex cesso)

    Dfice e excesso de gua ao longo do ano, CHKW E

    0,0

    50,0

    100,0

    150,0

    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    m m

    D (dfice) S (ex cesso)

    Dfice e excesso de gua ao longo do ano, MASSINGIR

    0,0

    50,0

    100,0

    150,0

    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    m m

    D (dfice) S (ex cesso)

    Dfice e excesso de gua ao longo do ano, PAFURI

    0,0

    50,0

    100,0

    150,0

    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    m m

    D (dfice) S (ex cesso)

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    Fig. 3.10: Valores de Insolao (hrs-dia) para alguns locais na bacia do Limpopo indo da costa para o interior (Xai-Xai, Chkw, Massingir e Pafuri).

    Fig. 3.11: Valores de velocidade do vento (m/s) na bacia do Limpopo indo da costa para o interior (Xai-Xai, Chkw, Massingir e Pafri).

    A informao combinada da temperatura, humidade relativa do ar e precipitao apresentada nas Figuras 3.12 A e 3.12 B para as diferentes estaes na trajectria da costa ao interior. A humidade relativa do ar em geral superior a 70%, atingindo valores mais altos de Maio a Agosto, com a excepo da rea mais rida, a regio do Pafri. A rea do

    Insolao, XAI-XAI

    0.0

    2.0

    4.0

    6.0

    8.0

    10.0

    Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

    hr/d

    ia

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    %

    n/N (%) n (hr/dia)

    Insolao, CHKWE

    0.0

    2.0

    4.0

    6.0

    8.0

    10.0

    Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

    hr/d

    ia

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    %

    n/N (%) n (hr/dia)

    Insolao, MASSINGIR

    0.0

    2.0

    4.0

    6.0

    8.0

    10.0

    Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

    hr/d

    ia

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    %n/N (%) n (hr/dia)

    Insolao, PAFURI

    0.0

    2.0

    4.0

    6.0

    8.0

    10.0

    Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

    hr/d

    ia

    0%

    20%

    40%

    60%

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    100%

    %

    n/N (%) n (hr/dia)

    Velocidade do vento, XAI-XAI

    0.00

    0.50

    1.00

    1.50

    2.00

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    Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

    Velocidade do vento, CHKWE

    0

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

    Velocidade do vento, MASSINGIR

    0.00

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    1.00

    1.50

    2.00

    2.50

    Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

    Velocidade do vento, PAFURI

    0.00

    0.50

    1.00

    1.50

    2.00

    2.50

    Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

    Velocidade do vento (m/s)

  • Caractersticas Gerais da Bacia do Rio Limpopo em Moambique - Challenge Program - Projecto CP 17

    UEM - Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal Departamento de Engenharia Rural Seco de Uso de Terra e gua - 23 -

    Pafri apresenta humidade relativa inferior a 70% na poca quente (Outubro a Maro). O termopluviograma e o diagrama de precipitao e temperatura apontam uma coincidncia, entre os padres de variao da temperatura e da precipitao. Deste modo possvel identificar um perodo quente e chuvoso, de Novembro a Maro, e um outro relativamente fresco e seco, de Maio a Setembro.

  • Caractersticas Gerais da Bacia do Rio Limpopo em Moambique - Challenge Program - Projecto CP 17

    UEM - Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal Departamento de Engenharia Rural Seco de Uso de Terra e gua - 24 -

    Fig. 3.12 (A): Informao combinada de Temperatura, Humidade relativa, e Precipitao para alguns locais na bacia do Limpopo, da costa para o interior - Xai-Xai, Chkw, Massingir e Pafri.

    Termohigrograma, XAI-XAI

    JanFev

    Mar

    AbrMai

    JunJul

    Ago

    Set

    OutNov

    Dez

    60

    65

    70

    75

    80

    85

    90

    15 20 25 30 T (C)

    HR (%)

    Termopluviograma, XAI-XAI

    Jan

    Fev

    Mar

    AbrMai

    JunJulAgo

    Set

    Out

    Nov

    Dez

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    15 20 25 30 T (C)

    Pr (mm) Diagrama de temperatura e precipitao, MASSINGIR

    0.00

    10.00

    20.00

    30.00

    40.00

    50.00

    60.00

    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    mmTC

    R T

    Termohigrograma, CHKWE

    Jan

    Fev

    Mar

    Abr

    Mai

    Jun

    JulAgo

    Set

    Out Nov

    Dez

    60

    65

    70

    75

    80

    85

    90

    15 20 25 30 T (C)

    HR (%)

    Termopluviograma, CHKWE

    Jan

    Fev

    Mar

    AbrMai

    JunJulAgo

    Set

    Out

    Nov

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    40

    60

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    100

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    15 20 25 30 T (C)

    Pr (mm)Diagrama de temperatura e precipitao, CHKWE

    0.00

    10.00

    20.00

    30.00

    40.00

    50.00

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    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

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  • Caractersticas Gerais da Bacia do Rio Limpopo em Moambique - Challenge Program - Projecto CP 17

    UEM - Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal Departamento de Engenharia Rural Seco de Uso de Terra e gua - 25 -

    Fig. 3.12(B): Informao combinada de temperatura (oC), humidade relativa (%), e precipitao (mm/ms) para alguns locais na bacia do Limpopo, indo da costa para o interior (Xai-Xai, Chkw, Massingir e Pafri).

    Termohigrograma, MASSINGIR

    JanFev

    Mar

    AbrMai

    JunJul

    Ago

    Set

    OutNov

    Dez

    60

    65

    70

    75

    80

    85

    90

    15 20 25 30 T (C)

    HR (%)

    Termopluviograma, MASSINGIR

    Dez

    Nov

    OutSet

    AgoJulJun

    MaiAbr

    Mar

    FevJan

    0

    20

    40

    60

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    100

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    15 20 25 30 T (C)

    Pr (mm)Diagrama de temperatura e precipitao, MASSINGIR

    0.00

    10.00

    20.00

    30.00

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    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

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    Termohigrograma, PAFURI

    Dez

    NovOutSet

    Ago

    JulJun

    Mai

    Abr

    Mar Fev

    Jan

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    65

    70

    75

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    15 20 25 30 T (C)

    HR (%)

    Termopluviograma, PAFURI

    Jan

    Fev

    MarAbr

    MaiJunJul Ago

    SetOut

    Nov

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    100

    120

    15 20 25 30 T (C)

    Pr (mm)Diagrama de temperatura e precipitao, PAFURI

    0.00

    10.00

    20.00

    30.00

    40.00

    50.00

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    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

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  • Caractersticas Gerais da Bacia do Rio Limpopo em Moambique - Challenge Program - Projecto CP 17

    UEM - Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal Departamento de Engenharia Rural Seco de Uso de Terra e gua - 26 -

    4. Hidrologia e Recursos Hdricos

    4. 1. gua Superficial A informao geral relativa aos principais rios e afluentes na bacia hidrogrfica do rio Limpopo foi apresentada no captulo II deste documento. Com relao ao escoamento superficial, a parte Moambicana da bacia do Limpopo contribui com cerca de 10% do escoamento total anual do rio Limpopo. O rio Limpopo, originalmente um rio perene, chega a secar oito meses ao ano devido ao aumento das abstraces nos pases de montante (FAO, 2004). Em Moambique o rio dos Elefantes o nico afluente que se pode considerar perene, mas que, em condies excepcionais, chega a secar. A maior sub-bacia dentro do territrio nacional a do rio Changana. Esta sub-bacia caracterizada por um escoamento muito baixo e com longos perodos secos (DNA, 1996) O escoamento total mdio do rio Limpopo estimado em cerca de 5 200 Mm3 (milhes de metros cbicos) dos quais apenas 400 Mm3 so gerados em Moambique (Brito et al., 2005). Na tabela 4.1 apresentam-se as caractersticas de escoamento mdio anual de algumas das estaes hidromtricas. Aps a confluncia do rio Elefantes com o rio Limpopo, na regio do Chkw, a contribuio no escoamento total dos rios Limpopo e do rio dos Elefantes estimado em 65% e 34% respectivamente (Safege, 1995). Tabela 4.1: Escoamento mdio de algumas estaes hidromtricas na bacia do Limpopo.

    Estao Hidromtrica Rio rea de

    drenagem Escoamento Perodo de observao Fonte

    cdigo local (km2) (Mm3) E33 Combomune Limpopo 257 200 3 340 Safege, 1995 E35 Chkw Limpopo 342 000 5 200 1952 a 1982 Brito et al. 2005 E607 Barragem de Massingir Elefantes 68 450 1 740 Safege, 1995

    A anlise da distribuio mdia dos caudais nas estaes hidromtricas de Pafri e Chkw (Figura 4.1) mostra uma grande variabilidade nos escoamentos e a ocorrncia de escoamentos nulos que tm sido cada vez mais frequentes nos ltimos anos, resultante de maiores abstraces de gua a montante. Na variao intra-anual, nota-se uma distribuio desigual dos caudais durante o ano, com os meses de Dezembro a Abril apresentando caudais mais elevados e no perodo seco caudais mais baixos.

  • Caractersticas Gerais da Bacia do Rio Limpopo em Moambique - Challenge Program - Projecto CP 17

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    Fig. 4.1: Distribuio dos caudais mdios nas estaes hidromtricas de Pafri e Chkw.

    4. 2. Cheias e Caudais de Cheia

    O Baixo Limpopo est sujeito a cheias cclicas por vezes catastrficas, especialmente se houver coincidncia dos picos de cheia dos rios Limpopo e dos Elefantes. A operao da barragem de Massingir a partir de 1978 vem a reduzir a coincidncia das pontas de cheias (DNA, 1996). A susceptibilidade s cheias no Baixo Limpopo est ligada ao relevo da bacia, uma anlise do perfil do rio Limpopo e dos Elefantes (fig. 4.2) revela a grande descida do rio no territrio nacional. O rio Limpopo corre os ltimos 175 km entre Chkw e a foz abaixo dos 7 m do nvel do mar. As cheias so mais frequentes entre Dezembro e Maro no baixo Limpopo (DNA, 1996: INGC et al., 2003).

    Caudais mdios - PAFURI (1966-1975)

    8 26

    139

    266

    556

    171128

    587 5 3 5

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    700

    800

    OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET

    m3/s

    Escoamento Mdio e Desvios em relao a Mdia - PAFURI (1966-1975)

    0,0

    500,0

    1000,0

    1500,0

    2000,0

    OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET

    MdiaMdia-Desvio PadroMdia+Desvio Padro

    Caudais mdios - PAFURI (1955-1963)

    6 2851

    215 222148

    6827 14 12 8 5

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    700

    800

    OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET

    m3/s

    Caudal Mdio e Desvios em relao a Mdia, PAFURI (1955-1963)

    0,0

    500,0

    1000,0

    1500,0

    2000,0

    OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET

    MdiaMdia-Desvio PadroMdia+Desvio Padro

    Caudais mdios- CHKWE (1952-2001)

    17 35103

    352

    811

    466

    187

    8139 27 17 11

    0

    200

    400

    600

    800

    OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET

    m3/s

    Caudal Mdio e Desvios em relao a Mdia - CHKWE (1952-2001)

    0,0

    500,0

    1000,0

    1500,0

    2000,0

    OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET

    Cau

    dal (m

    3/s

    )

    MdiaMdia-Desvio PadroMdia+Desvio Padro

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    A capacidade do leito do rio Limpopo depois da confluncia com o rio dos Elefantes da ordem dos 1 500 m3/s. Em geral caudais inferiores a este no provocam inundaes de grande envergadura (DNA, 1996).

    Fig. 4.2: Perfil do rio Limpopo e rio dos Elefantes, (INGC et al., 2003)

    A tabela 4.2 apresenta os anos em que foi registado um caudal superior a 3 639 m3/s na estao hidromtrica do Chkw (E-35) e os valores equivalentes na estao hidromtrica de Xai-Xai, entre os anos 1955 e 2000. O caudal de 3 639 m3/s equivalente a uma cheia com o perodo de retorno de 5 anos (caudal com probabilidade de 80% de no poder ser ultrapassado) para a estao hidromtrica de Chkw (DNA, 1996). Tabela 4.2: Cheias grandes na bacia do Limpopo registadas no Chkw e Xai-Xai, (Brito et al. 2005)

    Ano Caudal (m3/s)

    Chkw Xai-Xai 1955 5 050 3 310 1958 4 870 2 270 1966 3 890 2 020 1967 4 190 2 670 1972 5 210 3 150 1975 5 190 3 520 1977 5 810 4 350 1981 4 490 3 090

    2000 (*) 19 967 - (*) O caudal indicado um valor estimado.

  • Caractersticas Gerais da Bacia do Rio Limpopo em Moambique - Challenge Program - Projecto CP 17

    UEM - Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal Departamento de Engenharia Rural Seco de Uso de Terra e gua - 29 -

    Com base nos valores de caudais apresentados na tabela 4.2 pode-se notar que em 43 anos (de 1955 a 2000) registaram-se nove cheias grandes. Destas nove cheias registadas, seis so consideradas cheias extremas e trs excepcionalmente extremas, em ordem decrescente de grandeza as cheias do ano 2000, 1977 e 1972.

    Da anlise das cheias histricas leva-se a concluir que (DNA, 1996): A precipitao registada em territrio nacional tem pouca influncia na magnitude das

    cheias;

    A subida do nvel em Combomune varia de 60 a 68 hr, e no Chkw de 113 a 128 hr;

    A durao total da onda de cheia de 188 a 225 hr para Combomune e de 315 a 375 hr para o Chkw;

    O tempo de propagao da cheia entre Combomune e Chkw de 23 a 73 hr e entre Chkw e Xai-Xai de 46 a 110 hr.

    4. 3. Secas e Caudais de Estiagem

    Uma anlise dos caudais de estiagem para Combomune-E33 (DNA, 1996) entre os anos de 1953 e 1995 conclui que houve dois perodos de seca, um de 1961 a 1973 e outro de 1982 a 1994. Os perodos com um caudal nulo estendem-se de um a oito meses (ver a tabela 4.3). Pode-se notar da tabela 4.3 que os perodos de caudal nulo tendem a se repetir em anos consecutivos, diferentemente do comportamento das cheias que se registam pontualmente. As grandes cheias no tm tendncia de se repetir nos anos imediatamente a seguir. Tabela 4.3: Nmero de meses consecutivos com caudal nulo na bacia do Limpopo, (DNA, 1996).

    Ano Meses com caudal nulo Ano Meses com caudal nulo Combomune Chkw Combomune Chkw

    1961/62 3,1 1982/83 3,2 1962/63 1,5 1983/83 2,6 1963/64 3,5 1984/85 1,0 1964/65 5,6 1985/86 3,5 1965/66 3,1 1986/87 8,7 1966/67 1,6 1987/88 6,0

    1988/89 8,0 1968/69 1,5 1989/90 3,0 1969/70 2,0 2,8 1990/91 2,0 1970/71 2,6 3,1 1991/92 2,5 1971/72 1992/93 6,0 1972/73 1,6 1993/94 5,0

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    O estudo (DNA, 1996) mostra ainda que em geral durante dois meses por ano o escoamento zero (17% do tempo), dez meses por ano o escoamento inferior ao escoamento mdio de 108 m3/s (83% do tempo); e durante seis meses por ano o escoamento superior a 25 m3/s (50% do tempo).

    4. 4. gua Subterrnea O potencial em gua subterrnea muito limitado na bacia do Limpopo, especialmente devido ao elevado grau de mineralizao dos aquferos nas partes baixas das extensas plancies de inundao e/ou, s grandes profundidades e baixos rendimentos que o aqufero apresentam, tornando a gua subterrnea imprpria para o consumo humano e para agricultura (DNA, 1996). A informao sobre a ocorrncia de gua subterrnea pode ser inferida da informao geolgica da regio e de furos existentes. So consideradas seis zonas para a caracterizao do potencial em gua subterrnea da regio (FAO, 2004; DNA, 1996):

    i. rea das dunas: uma faixa entre 40 e 60 Km da costa. A produtividade dos aquferos considerada baixa a mdia. A qualidade da gua boa devido a alta taxa de recarga (50-200 mm/ano). A quantidade explorvel estimada entre 5 e 10 m3/hr/Km2.

    ii. Vales aluvionares: formados pelos vales aluvionares dos rios Limpopo e dos Elefantes. A produtividade dos aquferos alta porm, a qualidade no geral um problema devido a alta mineralizao dos aquferos. A gua de boa qualidade encontrada em casos em que a recarga da gua subterrnea feita a partir dos rios. Em todo o caso, a explorao excessiva destes aquferos poder expor o risco de salinizao.

    iii. Antigas plancies aluvionares: a zona limtrofe das dunas. O potencial das antigas plancies aluvionares, cuja fronteira o vale das dunas, muito limitado. A gua subterrnea bastante mineralizada.

    iv. Plancies e vales de eroso: uma cobertura fina de aluvio solto ou material lavado. As plancies de eroso acima das rochas sedimentares do Tercireo e Cretceo apresentam em geral baixa produtividade, algumas depresses com depsitos de calcrio apresentam alta produtividade. A qualidade da gua baixa com a excepo dos vales baixos ao longo das linhas de gua e em reas com aquferos suspensos.

    v. Aquferos profundos: encontrados no Mdio e Baixo Limpopo a profundidades de cerca de 80 m em Mabalane a 200 m em Xai-Xai. Um maior nmero de furos que capta gua no aqufero profundo tem gua de qualidade aceitvel, cerca de 1 000 mg/L de mineralizao total, com variao at 2 500 mg/L. O aqufero profundo parece estar

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    cercado por uma cobertura salina e uma base salobra. A quantidade explorvel estimada em 300 a 600 m3/hr.

    vi. Cadeia dos Libombos: Os riolitos e basaltos da cadeia dos Libombos que se localizam em Pafri so considerados de muito baixa produtividade. Os poucos furos feitos na rea tm uma alta taxa de insucesso.

    A explorao em grande escala da gua subterrnea limitada na parte Moambicana da bacia do Limpopo devido, por um lado, baixa produtividade dos aquferos e, por outro, baixa qualidade da gua. A rea das dunas pode ser usada para exploraes de pequena a mdia escala sem restries de qualidade, porm, o baixo rendimento o factor limitante para uma explorao considervel.

    Fig. 4.3: Ocorrncia dos Machongos na zona sul de Moambique, (INIA/ DTA, 1995).

    Outra fonte de gua na parte baixa do Limpopo parcialmente utilizada na irrigao a gua dos Machongos, nome local atribudo s terras hmidas de turfa, solos orgnicos. Os Machongos so encontrados principalmente na zona costeira nos vales dos rios ou associados a pequenos cursos de gua em que o fluxo de gua periodicamente obstrudo. So nestas bacias que se formam os machongos, nome local atribudo s terras hmidas de turfa, solos orgnicos. Os Machongos so encontrados principalmente na zona costeira nos vales dos rios ou associados a pequenos cursos de gua em que o fluxo de gua

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    periodicamente obstrudo. Estes solos, com elevado teor em matria orgnica e com gua durante todo o ano, so cruciais na mitigao das secas. So estas zonas que mantm a capacidade produtiva durante o perodo seco e durante as secas. A figura 4.3 mostra a ocorrncia de Machongos a sul de Moambique.

    4. 5. Aproveitamento dos Recursos Hdricos na Bacia

    4. 5. 1 Potencial de Utilizao

    Para um aproveitamento mais intensivo dos recursos hdricos e associado a um clima semi-rido e uma grande variabilidade da precipitao, tm sido construdas muitas barragens na bacia do Limpopo, tanto para fins de irrigao como para abastecimento urbano e industrial. Em Moambique, embora o abastecimento de gua seja uma prioridade, pouco tem sido feito em termos de aproveitamento dos recursos hdricos. Todos os pases volta de Moambique construram grandes barragens nos ltimos 20 anos. A mais recente barragem em Moambique foi concluda h mais de 10 anos. Em termos de Moambique e bacia do Limpopo, h necessidade de se estabelecer acordos de partilha dos recursos hdricos com os pases vizinhos e construir a barragem de Mapai no rio Limpopo para fins de irrigao, controlo de cheias, controle da intruso salina e, assegurar os caudais mnimos ecolgicos. H tambm necessidade de se promover o fomento de pequenas barragens para fins pecurios e abastecimento das populaes rurais.

    A principal fonte de abastecimento de gua nos centros urbanos em Moambique na bacia do Limpopo (Chkw e Xai-Xai) a gua subterrnea. A agricultura neste momento o sector com a maior utilizao da gua superficial na bacia (DNA, 1996). O potencial de rea irrigvel na parte nacional da bacia do rio Limpopo avaliado em cerca de 148.000 ha dos quais cerca de 50% equipado com infra-estrutura de rega e 27% operacional (FAO, 2004; FAO, 1997; NIDMP, 1993). A necessidade de conteno da intruso salina no trecho final do rio Limpopo uma prioridade ligada agricultura, nomeadamente o desenvolvimento do regadio do Baixo Limpopo na zona do Xai-Xai.

    A utilizao da gua na indstria segue neste momento o mesmo padro ao de gua potvel. Em termos de produo de energia o potencial hidroelctrico na parte nacional da bacia do Limpopo muito reduzido por esta ser uma regio de plancie aluvionar com ausncia de quedas naturais e tambm por ausncia de caudais considerveis garantidos durante o ano. Assim, o potencial hidroenergtico estimado em cerca de 100 MW (DNA, 1996).

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    Na parte nacional da bacia as principais infra-estruturas hidrulicas so:

    a barragem de Massingir no rio dos Elefantes;

    o aude de Macarretane no rio Limpopo;

    o regadio de Chkw e;

    o regadio de Baixo Limpopo.

    Segundo a DNA (1996), a barragem de Massingir e o aude de Macarretane fazem parte da estratgia para a irrigao do vale do Limpopo:

    Ano 1920: foi feito o primeiro estudo de irrigao do vale do Limpopo por Balfour;

    Ano 1925: Trigo de Morais elaborou o primeiro estudo de Irrigao e Drenagem para a rea do Chkw;

    Ano 1951: foi aprovado o projecto de irrigao e drenagem; ano 1952: foi assinado o contrato para a construo. As obras de construo do

    aude de Macarretane, incluindo a ponte e tomadas de gua foram adjudicadas empresa Moniz da Maia, Duarte e Vaz Guedes e, o fornecimento e montagem das comportas SOREFAME;

    1953-1955: Construo do aude de Macarretane;

    1966-1978: incio de operao da barragem de Massingir;

    1969: foi elaborado o projecto de aproveitamento da barragem de Massingir como complemento do projecto de irrigao do vale do Limpopo;

    1971: a empreitada de construo foi adjudicada empresa TAMEGA; 1972-1977: construo da barragem de Massingir;

    1976-1979: O aude (barragem-ponte) de Macarretane foi atacada e sabotada durante a guerra da Rodsia (actual Zimbabwe);

    1978: incio de operao da barragem de Massingir, detectaram-se graves problemas de infiltrao no dique da margem direita o que obrigou a operar a nveis baixos de armazenamento e ao adiar da instalao de comportas do descarregador de cheias e da construo da Central hidroelctrica;

    2000: as maiores cheias registadas no Limpopo, danificando algumas comportas e os acessos (estrada e linha frrea) no aude de Macarretane;

    2001: incio da reabilitao da barragem de Massingir e dos regadios do Chkw e do baixo Limpopo.

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    2001: incio da reabilitao da barragem de Massingir e do regadio do Chkw.

    4. 5. 2 Principais Infra-Estruturas Hidrulicas

    a) Barragem de Massingir A Barragem de Massingir, a maior infra-estrutura hidrulica existente na Bacia do Limpopo, localiza-se no rio dos Elefantes, a cerca de 30 Km da fronteira com a Repblica da frica de Sul, e 30 Km a Norte do limite da Provncia de Maputo (DNA, 1996). A construo desta barragem teve como objectivo principal permitir a regularizao de caudais para a irrigao, e como objectivos secundrios controlar as cheias, a intruso salina no esturio, produzir energia elctrica e assegurar o abastecimento de gua ao meio urbano e rural na bacia (DNA, 1996). A barragem de Massingir uma barragem de terra, zonada, com enrocamento de proteco no talude de montante. As principais caractersticas so apresentadas na Tabela 4.4.

    Tabela 4.4: Principais caractersticas da barragem de Massingir (DNA, 1996) Descrio Unidade Quantidade

    Barragem comprimento altura cota de coroamento cota do leito do rio caudal mximo do descarregador de cheias caudal mximo de descarga de fundo

    m m m m

    m3/s m3/s

    4 600 46

    130 84

    8 400 1 560

    Hidrologia rea drenada caudal mdio escoamento mdio anual evaporao anual precipitao anual

    Km2 m3/s Mm3 mm mm

    67 540 58.4

    1 846 782 676

    Albufeira nvel de pleno armazenamento (NPA) nvel da soleira do descarregador nvel mnimo para a produo de energia nvel mnimo para a irrigao volume de armazenamento (NPA) volume de armazenamento (cota 115m) volume morto rea mxima de superfcie inundada

    m m m m

    Mm3 Mm3 Mm3 Km2

    125 115

    106.5 95

    2 840 1 460

    140 151

    Actualmente est a decorrer um processo de reabilitao e redimensionamento da capacidade de encaixe da albufeira da barragem de Massingir, com fundos disponibilizados pelo Banco Africano de Desenvolvimento (Moambique on-line, 2001). O projecto de reabilitao desta infra-estrutura, edificada com o objectivo de diminuir o impacto das guas

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    escoadas a montante e garantir a irrigao ao longo do vale do rio Limpopo, contempla a construo de 85 poos de alvio ao longo da margem direita da barragem, colocao de bermas estabilizadoras, montagem de seis comportas de evacuao de cheias e, o melhoramento do sistema de impermeabilidade no contacto entre a rocha e a base da infra-estrutura.

    A barragem, cuja actual capacidade de encaixe ronda os 40%, responsvel pela irrigao de 90 mil hectares de terra destinada prtica da agricultura ao longo do vale do Limpopo. Concluda esta fase de reabilitao, a barragem ter condies para a instalao de uma central hidroelctrica com capacidade para a produo de energia suficiente para alimentar as provncias de Gaza e Inhambane nas actuais condies de desenvolvimento (Moambique on-line, 2001).

    b) Aude de Macarretane O Aude de Macarretane encontra-se localizado no rio Limpopo, 16 Km a montante da cidade de Chkw, e a cerca de 200 Km da cidade de Maputo (DNA, 1996). A construo deste aude teve como objectivos: assegurar o abastecimento de gua para a rega do vale do Limpopo; fazer uma pequena regularizao dos escoamentos (numa base semanal), devido limitada capacidade da sua albufeira e elevar o nvel de gua para a tomada do canal principal de irrigao do regadio no Chkw, permitindo regar todo o permetro por gravidade (DNA, 1996). O Aude de Macarretane uma ponte-barragem, tipo barragem mvel, cujas principais caractersticas so resumidas na Tabela 4.5, abaixo apresentada.

    Tabela 4.5: Principais caractersticas da Barragem de Macarretane (DNA, 1996) Descrio Unidade Quantidade Barragem capacidade de armazenamento Comprimento

    Mm3 M

    4 650

    Comporta de charneira nmero de comportas (vos livres) altura til da comporta ngulo de mxima abertura cota do eixo dos balanceiros nvel normal de reteno de gua cota de eixo de articulao

    n. m

    grau m m m

    39 3.8 60

    102.887 97.2

    93.887

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    Ensecadeira de montante nmero de vos livres comprimento dos vos livres tipo de comporta n. de elementos existentes n. de elementos para ensecar cada vo altura de cada elemento cota da soleira cota do bordo superior nvel mximo de reteno manobra cota de plataforma de manobra

    n. m -

    n. n. m m m m -

    m

    39 13.3

    lagarta 12 4

    1.5 92.96 98.06 97.2

    em carga 105

    Tomada de gua tomada de gua comportas por vo total de comportas tipo largura do vo obturador altura do vo obturador

    n. n. n. -

    m m

    2 2 4

    vo 3

    2.6

    A Barragem de Macarretane apresentava deficincias no seu funcionamento devido aos seguintes factores (DNA, 1996):

    avaria dos rgos electromecnicos;

    m condio das juntas de estanqueidade das comportas de charneira, o que conduz a perdas significativas, chegando a atingir 150 m3/s;

    presena de sinais de corroso nos tabuleiros;

    submerso de alguns elementos das ensecadeiras pelo assoreamento, impedindo a sua recuperao;

    desgaste e ausncia de certos elementos na tomada de gua, para a estanqueidade e proteco de peas metlicas contra a corroso;

    Aps as cheias de 2000 onde o aude ficou danificado, procedeu-se reparao completa desta estrutura.

    c) Regadio do Chkw O Regadio do Chkw, tambm designado Regadio Eduardo Mondlane o maior regadio no pas. Situa-se a cerca de 200 Km a Norte da cidade de Maputo, na Provncia de Gaza, abrangendo uma rea de cerca de 31 000 ha. Estende-se na margem direita do rio Limpopo, possuindo um comprimento de cerca de 8 e 50 Km a montante e a jusante da Barragem de Macarretane, respectivamente, e uma largura que varia entre 3 e 18 Km (DNA, 1996).

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    A irrigao do Permetro irrigado do Chkw feita a partir do rio Limpopo, atravs da derivao no aude de Macarretane. Este regadio caracteriza-se por possuir dois sectores distintos, nomeadamente: o Regadio Eduardo Mondlane, com 26 000 ha e diversos sistemas de regadio pequenos e mdios, pertencentes ao sector privado e estatal.

    As principais infra-estruturas existentes so as seguintes: barragem de derivao de Macarretane; sistema de distribuio com uma rede de canais de irrigao; sistema de drenagem com uma rede de canais de drenagem; rede viria e diques de defesa. A tabela 4.6 faz uma breve descrio das infra-estruturas referidas, com a excepo da Barragem de derivao de Macarretane que j foi abordada anteriormente.

    Tabela 4.6: Caractersticas das principais infra-estruturas, regadio do Chkw (DNA, 1996) Descrio Unidade Quantidade Sistema de distribuio n. de canais gerais comprimento do canal geral n. de canais principais comprimento do canal principal direito caudal do canal principal direito comprimento do canal principal esquerdo caudal do canal principal esquerdo n. de canais secundrios comprimento total dos canais secundrios caudal dos canais secundrios comprimento total dos canais tercirios caudal dos canais tercirios

    n. Km n. Km m3/s Km m3/s m

    Km m3/s Km l/s

    1 14

    2 (direito e esquerdo) 37

    0.14 a 4 13.2 0.8

    2 332

    0.15 a 3.6 332

    32 ou 64 Sistema de drenagem

    locais de recepo da gua drenada n. de valas da rede principal comprimento dos canais principais comprimento dos canais secundrios comprimento dos canais tercirios

    n. Km Km Km

    2 (lagoa Chinanga e rio Limpopo)

    7 70

    360 750

    Rede viria comprimento estradas principais e secundrias obras de arte para travessia de canais

    Km

    800

    Diques de defesa n. de diques de proteco altura largura do coroamento comprimento do dique a norte do regadio comprimento do dique da margem direita do rio Limpopo comprimento do dique da margem esquerda do rio Limpopo

    n. m m

    Km

    Km

    Km

    3 4 a 6

    3.5 a 8 90

    80

    73

    Actualmente o regadio Eduardo Mondlane est parcialmente operativo, em cerca de 25 % da sua rea total, devido a vrias condies a que se sujeitou no passado, e que deixaram o

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    sistema deteriorado tanto em termos fsicos como institucionais. Dentre os diversos problemas verificados destacam-se nveis elevados de salinidade ou sodicidade nos solos, rompimento de canais de rega e a destruio das caleiras e vias de acesso (MADER, 2002). Neste momento est-se a proceder a recuperao completa do regadio de Chkw (Competir, 2001). Muito recentemente, terminaram as obras de reabilitao do sistema de drenagem, que incluram sobretudo a recomposio das valas de drenagem principais, o que assume-se que venha a minimizar a taxa de salinizao secundria dos solos (MADER, 2002).

    d) Regadio do Baixo Limpopo O Regadio do Baixo Limpopo, tambm conhecido por Regadio do Xai-Xai, localiza-se na provncia de Gaza, abrangendo uma zona do vale (cerca de 90 000 ha), compreendida entre a vila do Chibuto e a barra de Xai-xai (DNA, 1996). Este sistema de regadio ocupa uma rea de 2 970 ha, com infra-estrutura de rega por gravidade, baseando-se fundamentalmente nos sistemas de Bombagem de Pomela, Chimbomanine e de Magula (MADER, 2002). A estao de bombagem de Pomela situa-se mais a jusante do Regadio do Baixo Limpopo, estando mais sujeita intruso salina e serve para irrigao e drenagem do regadio. Esta estao constituda por duas electrobombas e uma motobomba diesel de emergncia.

    A estao de Chimbomanine composta por dois sistemas de bombagem que captam gua do rio Limpopo a diferentes cotas. O sistema mais antigo com duas electrobombas funciona apenas quando os nveis de gua esto mais elevados (cota de preia-mar) e o outro localizado prximo do rio funciona com nveis mais baixos.

    A estao de Magula localiza-se mais a montante do regadio, sendo composta por duas electrobombas. Foi projectada para um nvel de gua fixo, o que no se verifica por estar sujeito a flutuaes condicionadas pelas flutuaes das mars. O regadio do Baixo Limpopo foi construdo com o objectivo de beneficiar algumas cooperativas agrcolas nas zonas de Pomela, Chimbomanine e Magula. Este sistema de regadio encontra-se inoperativo desde os princpios da dcada 90 e, durante as cheias de 2000, o seu estado de degradao agravou-se ainda mais. Neste momento, algumas das instalaes do sistema de bombagem encontram-se parcialmente destrudas, os transformadores de corrente elctrica ficaram submersos durante as cheias, os cabos elctricos num troo de 7 km da linha de alta tenso foram roubados; os canais de rega e

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    alguns sifes invertidos ficaram danificados e, as valas de drenagem esto assoreadas e obstrudas pela vegetao (MADER, 2002). Est em curso (na sua fase inicial e contando com um financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento), um projecto de reabilitao do Regadio de Xai-Xai. A interveno do projecto preconiza:

    (i) reabilitao de 22,1 km de canais principais, 52,4 km de canais secundrios e 37 km de colectores de drenagem;

    (ii) reabilitao e expanso das estaes de bombagem Pomela, Chimbonhanine e Magula;

    (iii) construo de uma nova estao de bombagem para a drenagem da gua; (iv) construo de vrias obras de arte ao longo dos canais e valas de drenagem e, (v) fortalecimento do dique de defesa contra as cheias do Rio Limpopo (MADER,

    2002).

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    5. Agricultura

    5. 1. Caracterizao Geral

    Em Moambique a Agricultura contribui em 40% para o produto interno bruto (FAO, 2004). A maior parte da populao da bacia de Limpopo em Moambique pratica a actividade agrcola (INGC et al., 2003). Este sector de extrema importncia na segurana alimentar, alvio pobreza, gerao de rendimentos e emprego (FAO, 2004). Em geral, a produo agrcola na bacia de Limpopo em Moambique caracterizada pelo uso baixo de insumos, existncia de uma pequena quantidade de gado para traco e falta de conhecimento de prticas agrcolas melhoradas.

    A produo agrcola em sequeiro insegura e varivel devido a baixa e errtica queda de precipitao. Dadas as condies climticas desfavorveis, o risco de perda de colheita na bacia de Limpopo em Moambique varia de moderado a muito alto. O risco moderado na regio do Baixo Limpopo cuja precipitao mdia anual varia entre 800 a 1 000 mm e muito alto na regio do Alto Limpopo com a precipitao mdia anual abaixo dos 600mm (Reddy, 1986). Em termos econmicos os sistemas de produo podem ser classificados em dois grupos: agricultura de subsistncia e, a agricultura comercial. A agricultura comercial caracterizada por altos rendimentos devido ao uso de tecnologias modernas, insumos como agro-qumicos e sementes hbridas e o uso de mo-de-obra assalariada. A agricultura de subsistncia adoptada pelas comunidades locais caracterizada por baixos rendimentos e elevado risco de perca das colheitas. limitada pelo fraco acesso mecanizao e outros insumos agrcolas e, pela preparao tardia de terra arvel devido aos constrangimentos de contratao de mo-de-obra.

    0100000200000300000400000500000600000700000800000

    2000 - 01 2001 - 02 2002 - 03 2003 - 04 2004 - 05Campanha

    Pro

    du

    o To

    tal (T

    on

    .)

    Fig 5.3: Produo agrcola nas ltimas campanhas, (FAEF, 2005).

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    No geral, o desempenho da produo agrcola na Bacia do Limpopo em Moambique est muito dependente da queda de precipitao. A figura 5.3 mostra a variao da produo agrcola no desenrolar das ltimas campanhas.

    5. 2. Regies Agro-Ecolgicas

    De acordo com a classificao feita pelo INIA, a bacia do Limpopo, em Moambique, compreende duas regies agro-ecolgicas, a regio agro-ecolgica R2 e a regio agro-ecolgica R3. A figura 5.1 ilustra a localizao das diversas regies agro-ecolgicas a sul de Moambique.

    Fig. 5.1: Zonas agro-ecolgica a Sul de Moambique, (MAP, 1996)

    5. 2. 1 Regio Agro-Ecolgica R2

    A regio agro-ecolgica R2 compreende as reas ao longo da zona costeira a sul do rio Save na provncia de Inhambane e ao longo da zona costeira da provncia de Gaza (ver fig. 5.1). Nesta regio agro-ecolgica a populao est concentrada maioritariamente na parte sul da bacia e nas proximidades da costa de Inhambane. A figura 5.2 mostra a densidade populacional em cada distrito da regio da bacia de Limpopo em Moambique.

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    Fig. 5.2: Densidade populacional por distrito da bacia de Limpopo em Moambique, (INGC et al., 2003).

    O clima da regio agro-ecolgica R2 caracterizado por uma estao quente e chuvosa entre os meses de Novembro a Maro na maior parte da regio. Chuvas podem ocorrer tambm na estao fresca, trazendo benefcios adicionais s culturas de mandioca e caju. No geral, os solos apresentam uma textura arenosa, com a excepo de terras aluviais e certas zonas baixas.

    As culturas anuais mais importantes so o milho, o feijo, o amendoim, a batata-doce e, a mandioca. Dependendo do tipo de solo, so dominantes as consociaes do milho/feijo e mandioca/amendoim. Devido a limitada disponibilidade de terra, h uma tendncia para a prtica de consociao, incorporando todas as quatro culturas.

    Uma das mais importantes fontes de rendimento para as famlias rurais a produo do caju. As regies baixas e os vales dos rios so importantes para a produo do arroz.

    A baixa fertilidade dos solos associada ao no uso de fertilizantes, levam prtica de agricultura itinerante shifting cultivation. Em condies de maior presso sobre a terra,