literário, sem frescuras! - rl.art.br · ter o nome do autor citado. se for uma foto ou um desenho...
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Literário, sem frescuras!
®
ISSN 1664-5243
Ano 6 - Dezembro de 2014—Edição Especial no. 32B
FELIZ N@T@L
E
PRÓSPERO 2015!
Edição Especial de Natal e Ano Novo 2014 /15
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EXPEDIENTE Revista Literária VARAL DO BRASIL
NO. 26B - Edição Especial de Natal e Ano
Novo - Genebra - CH - ISSN 1664-5243
Copyright : Cada autor detém o direito sobre o seu texto. Os direitos da revista pertencem a Jacqueline Aisenman.
O VARAL DO BRASIL é promovido, organiza-do e realizado por Jacqueline Aisenman
Site do VARAL: www.varaldobrasil.com
Blog do Varal: www.varaldobrasil.blogspot.com
Textos: Vários Autores
Ilustrações: Vários Autores
Foto capa: © Andrey Kiselev — Fotolia com
Imagens diversas (vetores): Garcya Design
Muitas imagens encontramos na internet sem ter o nome do autor citado. Se for uma foto ou um desenho seu, envie um e-mail aqui para a gente e teremos o maior prazer em divulgar o seu talento. Agradecemos sua compreensão.
Revisão parcial de cada autor
Revisão geral VARAL DO BRASIL
Composição e diagramação:
Jacqueline Aisenman
PARITICIPE DAS PRÓXIMAS EDIÇÕES:
• Até 25 de JANEIRO você pode enviar tex-tos para nossa edição de março que trará o tema MULHER.
• As inscrições podem ser encerradas antes se um número ideal de partici-pantes for atingido.
• Participe do III Prêmio Varal do Brasil de Literatura!
• Participe do Salão do Livro de Genebra!
Para participar do Varal do Brasil é muito simples:
• Peça o formulário de inscrição através de nosso
[email protected] e envie seu texto, acompanhado
do formulário, para este mesmo e-mail!
Toda participação é gratuita!
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ISSN 1664-5243
LITERÁRIO, SEM FRESCURAS
Genebra, Natal e Ano Novo de 2014/15
Ano 6 - Edição Especial 32B
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Mais um ano vai chegando ao fim e começamos a fazer um balanço de nossas conquistas, de nossas atitu-des, de nossos planos.
Paramos para pensar nos sonhos que realizamos e naqueles que ain-da estão por se realizar.
O sentimento de amor e o desejo de paz vão invadindo aos poucos os corações e a compaixão renasce como uma flor na alma.
Pensamos nos milhares de seres humanos que não têm sequer um pouco do que temos e percebemos o quanto somos plenos de bên-çãos. A saúde, o amor, a família, os amigos, nosso trabalho, nossa ca-sa... São tantas coisas a agradecer que ficamos subitamente pequenos diante da imensidão da bondade universal.
Aqui no Varal passamos o ano de 2014 a realizar sonhos, os nossos e os de muita gente, através de nos-so amor comum: a literatura. E, sem frescuras, como é nosso lema, realizamos concursos, editamos muitas revistas, participamos do Salão Internacional do Livro de Ge-nebra, editamos duas antologias, viajamos por aí divulgando nosso caminho de amor literário, como o objetivo de levar a literatura para onde ela deve estar sempre: junto
do povo, junto da-queles que preci-sam dela como nin-guém!
Agora, nos preparamos para um novo ano que chega. Esperamos 2015 já em plena atividade: novo concurso, nova antologia, nova par-ticipação no Salão do Livro de Ge-nebra! Já vemos 2015 como um ano rico de atividades e alegrias!
E no meio de toda esta euforia, nosso desejo de paz universal se manifesta nesta edição especial, onde dedicamos todo o espaço ao espírito natalino e pacífico, na in-tenção de bem iniciar 2015.
Obrigada a todos que estiveram co-nosco em 2014, desde já bem-vindos sejam todos os que vierem escrever e ler conosco em 2015.
Possa o amor ser nosso motor maior, engendrando em nossos co-rações a paz que precisamos para nós mesmos e para auxiliar a todos os que necessitam.
Feliz Natal, Feliz Ano Novo!
Jacqueline Aisenman Editora-Chefe Varal do Brasil
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• ALESSANDRO BORGES
• ALEXANDRA M. ZEINER
• AMBROSINA CORADI
• ANNA RIBEIRO
• ANTONIO CABRAL FILHO
• ANTONIO MARCOS
• BETE FRANÇA JUFER
• CARLOS ALBERTO DE SOUZA
• CARMEN DI MORAES
• CARMEN LUCIA HUSSEIN
• CERES MARYLISE REBOUÇAS
• DEIDIMAR ALVES BRISSI
• DULCE RODRIGUES
• ELENA MATTOS
• ELINALVA OLIVEIRA
• ELISA ALDERANI
• ELOISA MENEZES PEREIRA
• ESTHER ROGESSI
• GAIÔ
• HAZEL DE SÃO FRANCISCO
• IOLANDA MARTHA BELTRAME
• ISABEL C. S. VARGAS
• ISIS DIAS VIEIRA
• IZABELLA PAVESI
• JACQUELINE AISENMAN
• JANIA SOUZA
• JOSÉ HILTON ROSA
• JULIA REGO
• LEANDRO MARTINS DE JESUS
• LOLA PRATA
• LORENI F. GUTIERREZ
• LUCIANE MARI DESCHAMPS
• LUIZ MANOEL
• MARIA ANGELA M.DA SILVA
• MARIA MOREIRA
• MARIA (NILZA) DE C. LEPRE
• MARIA SOCORRO DE SOUSA
• MARILINA B. DE ALMEIDA LEÃO
• MARINA GENTILE
• MARIO REZENDE
• MARLY RONDAN
• MARTA E. S. DE CARVALHO
• MIRIAN M. DE OLIVEIRA
• NATO MATOS
• NILDA DIAS TAVARES
• ODENIR FERRO
• OLIVEIRA CARUSO
• OTACILIO MONTEIRO
• PAULA ALVES
• REGINA MERCIA S. SOARES
• ROGÉRIO ARAÚJO (ROFA)
• ROSANGELA CALZA
• ROVANA CHAVES
• SANDRA NASCIMENTO
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• SERGIO EDUARDO DEL CORSO
• SILVIO PARISE
• SIMONE PESSOA
• SONIA NOGUEIRA
• THEREZA TOSCANO
• VARENKA DE FÁTIMA ARAÚJO
• VERA SALBEGO
• VIVIAN DE MORAES
• VÓ FIA (MARIA A. FELICORI)
• WADAD NAIEF KATTAR
• WILTON PORTO
• YARA DARIN
Penso sempre no dia 24 de dezembro, nas pessoas que trabalham o dia e a noite toda. Ou que nem lembram que dia é porque estão doentes ou simplesmente despidas de vi-da, jogadas na rua ou em qual-quer canto do mundo. Meu "Feliz Natal!" matinal, aquele que digo logo quando acordo no dia 24, vai para eles e para os meus que já estão em outra dimensão.
Jacqueline Aisenman
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Natal acreano
Por Alessandro Borges
Toda vez que chega o mês de Dezembro...
O Acre fica mais lindo e iluminado
Um sinal no céu revela a estrela guia
As famílias em suas casas reúnem todos os seus membros
As árvores ganham um tom mais esverdeado
E não há nada que se compare a toda essa magia.
Que vai emanando da ponte metálica rumo ao canal da maternidade.
Deixando no ar um brilho cristalino
Tal qual, a mais límpida esperança.
Banhando de amor e ternura toda cidade
Que novo tempo vai construindo...
Num futuro de glória e bonança.
Dizendo que é tempo de ser mais solidário
De plantar milhões de rosas coloridas da amizade
De abraçar os órfãos e os mendigos
De doar a metade de tudo do abastado armário
De viver sem falsidade
De fazer valer os ensinamentos dos mais antigos.
E cheios de afeto e liberdade
Palpitantes, sair às ruas rumo às praças.
Apregoando eloquentemente nos coretos: há chama natalina...
Permitindo que no peito esquerdo flua tão somente essa caridade
Que milagrosamente afasta para longe todas as desgraças
E fraternos, afeiçoa-nos à própria sina.
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NATAL
Por Ambrosina Coradi
Natal Festa cristã:
Aniversário de Jesus
Renovação da fé
Natal Festa da família
Confraternização mundial
Manifestação de amizade entre amigos
Natal Festa Mundial:
Desperta sentimentos
Gestos de afeto e amor
Encontro entre amigos e familiares
Ceia e troca de presentes
Celebração eucarística para comemorar
Natal festa religiosa
Nascimento de Jesus
Sinos jubilosos sonorizam no ar
Canções alegres de louvor
Roupagem reluzente pra festejar
Noite feliz e paz no Céu e na Terra
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TROVA DE NATAL
Por Antonio Cabral Filho
Neste Natal que vem vindo,
Jesus quer só um presente:
Toda criança sorrindo
pra deixar seu Pai contente.
TROVA DE ANO NOVO
Que o Ano Novo lhe flua,
conforme você almeja
e que Deus lhe retribua
em dobro o que me deseja.
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O NATAL EM CORDEL Por ANTONIO MARCOS
BANDEIRA
MEU NOME É MARCOS BANDEIRA
MEU ESTADO É O CEARÁ
JARDIM JATOBÁ O BAIRRO
SOU ARTISTA POPULAR
PROFESSOR DE PORTUGUÊS
E DO TEATRO MILENAR
SOU AINDA CORDELISTA
VOU VERSAR SOBRE O NATAL
FESTAS, BEBIDA E COMIDA
MAIS ALGUÉM ESPECIAL
É ESQUECIDO, O ESQUECEM
EXCLUEM O ESSENCIAL
NO NATAL TEM OS PRESENTES
A FAMÍLIA REUNIDA
TODOS SE ABRAÇAM E CHORAM
PROMESSAS ANTES NÃO CUMPRIDAS
SÃO RETOMADAS AGORA
MAIS NÃO DÃO SENTIDO Á VIDA
POIS A PRINCIPAL PESSOA
FICA FORA, NÃO É CONVIDADO
REPARTEM O PERU ASSADO
O VINHO PRO EMBRIAGADO
REPARTEM ROUPAS E PERFUMES
MAIS JESUS? É ENXOTADO!
INDEPENDENTE DE CRENÇA
DE FÉ OU RELIGIÃO
DE IGREJA OU SACERDOTE
ACREDITE MEU IRMÃO
TENS ALGUÉM QUE TE CRIOU
FEZ TUA RESPIRAÇÃO!
ENFIM O NATAL É:
O MOMENTO! TODO DIA!
TEMOS O MUNDO! O SOL!
O MAR!A MÚSICA!ALEGRIA!
TEMOS POIS A VIDA!
NÃO A ESQUEÇAMOS NA LIDA
NO AMOR QUE IRRADIA!!!
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Noite consolação
Por Carmen Lucia Hussein
Capelinha de Jesus
Noite de Natal
Noite de amor
Deus é amor
É tempo para desabrochar
E cultivar o amor no nosso coração
Assistimos a missa do galo
E nós oramos uma prece de mãos dadas
À meia –noite
O coral entoa lindas músicas e canções
O incenso enche toda a igreja
O nosso coração está cheio de alegria
O céu está estrelado na noite escura
A grama está coberta de orvalho
A noite escura está coberta de neblina
Capelinha de Jesus
Noite de amor
O nosso coração está cheio de amor.
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Bacalhau com Emulsão de azeite
Receita enviada por Ambrosina Coradi
Ingredientes
4 posta de bacalhau desalgado
1 xicara e 1/2 de farinha de mandioca ou farinha de biscoito água e sal triturado
1 colher de sopa de uvas passas
1 cebola média em rodelas
2colheres sopa de margarina ou manteiga sem sal
1 litro de azeite extra virgem
4 dentes de alho
Sal e pimenta do reino a gosto
Preparo
Farofa: coloque numa frigideira a cebola para mexa até esta ficar escura, coloque a manteiga ou margarina e a uva passas. Mexa bem.
Acrescente a farinha. Reserve.
Bacalhau:numa panela coloque o bacalhau .Acrescente em cima o azeite e o alho,e os outros temperos(sal,pimenta) . Deixe em
fogo baixo a temperatura de 75 graus para o bacalhau cosinhar.Cozinhar mais ou menos 20 min.
Em seguida retire o máximo o líquido que si formou. Arrume o bacalhau num prato finalize com o molho formado. Sirva com a farofa e arroz de sua preferência
junte todos os ingredientes
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A magia do Natal
Por Ceres Marylise Rebouças
Dizem-me que escrever para Papai No-el é bobagem e perda de tempo. Que ele é apenas personagem de uma antiga lenda cristã cada vez menos crível. Mesmo assim, insisto em escrever esta carta:
Querido Papai Noel
Se até hoje você vive na alma de tan-tas crianças, se permanece na recordação nostálgica dos adultos mergulhados momen-taneamente na memória de suas infâncias, se ainda é capaz de evocar tantos sonhos e fantasias em cada mágica madrugada na véspera de Natal, se ainda desperta energia criadora, força e esperança; então, você está muito mais vivo e palpável do que muitas pessoas que vivem enclausuradas nos pró-prios egoísmos. Quando criança, a magia de Natal sempre me envolvia ao escrever cartinhas para você, num esforço desesperado de listar supostos atos de bondade durante o ano in-teiro querendo receber em troca bonecas com roupinhas bonitas e conjuntos de paneli-nhas. Depois, eu as entregava aos meus pais convencida de que eles sabiam executar o impossível serviço postal que os levaria até o bom velhinho sentado sobre um trenó puxado por renas num longínquo lugar coberto de ne-ve e cheio de pinheiros. Sim, era essa magia que me impulsio-nava a fazer num cantinho da sala de visitas sobre um pouco de areia e folhas de pitan-gueira, um pequenino presépio cheio de bi-chinhos de brinquedo e uma caminha de pa-lha com o menino Jesus. Era magia o que me mantinha acorda-da certa de que poderia ver entre as sombras da noite e no silêncio da madrugada, sua sombra se esgueirando para colocar presen-tes nos meus sapatinhos ao lado da cama. Era magia o que enchia as ruas de cri-anças na manhã seguinte, mostrando seus brinquedos umas às outras, convertendo o mundo numa cidade feliz. Um dia, puseram fim à magia do meu encanto: uma bruxa sinistra, crendo que me
fazia um favor, contou-me que você, Papai Noel, não existia. Naquele instante, o mundo se transformou: Papai Noel eram nossos pais, era a invenção publicitária de algum shopping center, eram os políticos levando esmolas para os bairros pobres em troca de votos... Como pode haver espaço para a ma-gia num mundo assim? Mas nesta véspera de Natal, a criança que sobrevive em mim se apossa de minha mão e me impulsiona a escrever esta carta para você, Papai Noel, e ficará dentro de um velho sapatinho ao lado de minha cama com os meus pedidos. Traga-me de presente forças para ain-da crer que é possível construirmos um Brasil e um mundo melhores. Que apesar de tanta corrupção e impunidade, os brasileiros não caiam na desesperança e no erro de que já não vale a pena clamar e lutar. Que apesar de tantas notícias ruins, também acontecem coisas boas e belas. Que ainda há gente ho-nesta, idealista e o melhor está ali, real e ao nosso lado, nas casas vizinhas onde seus moradores dividem conosco as tristezas e alegrias do dia-a-dia. Que nos faça descobrir que podemos nos ajudar uns aos outros, des-providos do veneno da arrogância e do egoís-mo. Que ainda podemos nos unir superando as diferenças e pensando no Brasil que que-remos deixar para nossos filhos e netos. Abraça-lhe com todo encanto da magia de Natal, sua eterna menina: Lise
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À Volta da Mesa de Natal em Portugal
Por Dulce Rodrigues
Embora o Natal seja hoje celebrado em to-do o mundo, as suas tradições variam de país para país, de religião para religião, con-forme os usos e costumes. Para os cristãos, o Natal significa o nascimento do Menino Jesus, mas quer para eles ou para os ou-tros, esta quadra do ano proporciona a reu-nião com familiares e amigos à volta da me-sa de Natal, partilhando alegremente de uma refeição.
A gastronomia, que igualmente faz parte da cultura de um povo, não podia deixar de ter as suas tradições natalícias e, tanto os ricos como os pobres, tanto os que vivem nas ci-dades como os que vivem no campo, todos apreciam uma gastronomia especial nesta quadra do ano.
Em Portugal, obviamente que não se podia fugir a esta magia e seguem-se as tradições natalícias herdadas dos nossos antepassa-dos, embora essas tradições por vezes te-nham particularidades próprias a cada regi-ão do país. De Norte a Sul de Portugal nes-ta quadra festiva, o ar enche-se do aroma da canela vinda de lugares distantes, do perfume do mel das encostas do Douro, e da fragrância das laranjeiras do Algarve...
Desde o século XIX que um bolo especial tem vindo a conquistar o coração e a mesa de Natal dos Portugueses: o Bolo-Rei. A ideia deste bolo chegou a Lisboa pelas mãos do Sr. Baltazar Castanheiro Júnior, um emigrante português em França, que adaptou a receita ao gosto e preferências gastronómicas do povo português. No início, tal como o seu nome indica, o Bolo-Rei era fabricado somente no dia de Reis, pela Con-feitaria Nacional em Lisboa, propriedade da família Baltazar Castanheiro, porém, em breve o seu fabrico se estendeu ao resto do país e a todo o período do Natal. Este bolo ganhou prestígio e é presentemente um ex-libris da gastronomia portuguesa da quadra natalícia, sendo também fabricado e vendido em países estrangeiros como o Luxemburgo e a França.
Desejo-lhe um santo e feliz Natal e, se qui-ser deliciar-se com algumas das receitas desta quadra do ano, que são de comer e chorar por mais, não hesite em visitar o meu portal www.dulcerodrigues.info/gastro/pt/. Aqui, neste espaço que a nossa amiga Jac-queline gentilmente nos preparou, deixo-vos a receita do “Bolo de Natal” dos Açores, muito gostoso, além de ter ingredientes que é fácil encontrar além-fronteiras portugue-sas.
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Bolo de Natal
Por Dulce Rodrigues
Este bolo, que deve ser feito pelo menos com 8 dias de antecedência, serve-se no Natal sem qualquer enfeite ou apenas enfeitado com frutas cristalizadas.
É usado também como bolo de noiva ou de aniversário, sendo nestas circunstâncias muito enfeitado com glacé de açúcar moldado à mão e trabalhado à seringa.
Ingredientes:
. 500 g de farinha
. 500 g de açúcar
. 250 g de manteiga
. 6 ovos
. 3 colheres de chá de fermento em pó
. raspa da casca de 1 limão
. noz-moscada
. 1 cálice de aguardente
. 1 cálice de vinho do Porto
. 125 g de nozes
. 1,5 dl de melaço
. 500 g de frutas cristalizadas (inclui obrigatoriamente cidrão)
. 2 variedades de doce de fruta (2 colheres de sopa de cada: uva, figo, marmelo, morango, capucho, etc.)
Preparação:
1 - Picam-se as frutas e polvilham-se com farinha.
2 - Bate-se a manteiga com o açúcar até se obter um creme. Juntam-se as gemas, mistu-ram-se bem e adicionam-se os restantes ingredientes com excepção das claras, sendo a farinha peneirada com o fermento.
3 - Batem-se as claras em castelo bem firme e juntam-se ao preparado anterior.
4 - Deita-se a massa numa forma redonda bem untada com manteiga e polvilhada com fari-nha e leva-se a cozer em forno médio durante cerca de hora e meia. Verifica-se a cozedura com um palito, que deve sair seco.
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UM NOVO ANO Por Izabella Pavesi
Conto as horas para um novo ano...
A natureza, os povos e a mídia
Anunciam um novo tempo por vir.
No limiar de 2015...
Cintila uma inabalável esperança!
Adivinhos debruçam-se sobre enigmas,
Prenunciam dores, amores e perdas.
Não me avisem!... de futuros dias...
Persevera em mim o incontestável:
Serei feliz!...
Hei de espargir sorrisos!
Além das nuvens...
Um cristalino arco-íris corta os céus,
Ilumina o firmamento!
Além do horizonte,... submersos,
Tesouros despontam...
Além do suor que me embaça a visão,
Meus olhos veem o esplendor das galáxias.
Apesar das rusgas que me cercam,
Fúcsias orquídeas e tulipas florescerão
No meu coração!
Campos de lavanda luxuriantes
Exalarão seus perfumes inebriantes.
Não faltarão estrelas... sobre nós!
Anjos pulverizarão a paz!
Apesar dos tornados, ciclones e ventanias,
Tivemos generosidade sem igual.
A esperança... essa doce melodia,
Me agita a alma co’ uma certeza:
Hei de vencer!...
Farei a vida acontecer!
Farei meus dias... admiráveis!
E o faça... você também!!!
FELIZ ANO NOVO!
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MAIS UM NATAL
Por Elisa Alderani
Vamos somar em nossas vidas mais um Natal!
Para alguns ainda são poucos, para outros são mais...
Para os muitos que já passaram guardamos lembranças,
Nem sempre alegres, nem sempre tristes.
Agora esperamos o novo Natal.
Preparamos nossos corações decorados com o Amor,
Pois, por fora a felicidade brilha nas vitrines...
Tão efêmera como a luz.
Passado o Natal se apaga na rotina de nossa vida.
Preparamos nosso Presépio com a família unida, nas confraternizações.
Com os amigos, sejam os novos que os antigos.
Colocamos nos nossos lábios o sorriso sincero,
As palavras saiam do coração...
Tirando as máscaras da vaidade e do orgulho...
Ao final somos todos iguais, feitos do mesmo barro.
Mas, edificados pela Graça do Jesus Menino!
Ele assumiu nosso semblante para nos dizer:
Coragem! Nasça de novo!
É... Mais um Natal! É tempo de restaurar o coração!
Seremos mais dignos!
Á frente da manjedoura em adoração!
Pedimos com Amor...
Sabedoria e Humildade...
Encontraremos a verdadeira Felicidade!
Feliz Natal
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SONHOS DE NATAL
Por EstherRogessi
Era Natal e eu não entendia o porquê daque-las crianças estarem bem vestidas, cheiro-sas, e acompanhadas pelos pais a brincarem alegremente, nas praças e parques... En-quanto que eu tinha que vender balas des-calço, e com roupas surradas. Algumas cri-anças corriam alegremente em suas bicicle-tas, outras brincavam com carrinhos, alguns tinham motor e uns botões, que os seus do-nos apertavam, e os carros andavam sozi-nhos... sem cordões.
Que bonito! Como eu queria brincar com eles...
Às crianças sorriam... Eram tão felizes! Con-versavam eufóricas, e mostravam os seus brinquedos dizendo: – Foi o Papai Noel que me deu!
Segurando o meu tabuleiro de confeitos, eu ficava a olhá-las pensando: Papai Noel... Se-rá que ele dá presentes aos pobres?
Comecei a conversar com uma das crianças queria saber sobre papai Noel. Quando a mãe do garoto o viu, conversando comigo, gritou: – Vem Marcos! E, ligeiramente aproxi-mou-se, o pegou pelo braço, e o levou para longe de mim... Ah! Eu queria perguntar tan-tas coisas ao Marcos...
Ouvi falar de um homem bom, barrigudo e amigo das crianças; um velhinho, que satisfa-zia os desejos de cada uma delas... Que as fazia felizes. Pensei..., no próximo Natal, eu vou fazer um pedido a ele.
Alegre e ansioso, pela chegada do próximo Natal, enfim vi chegar o mês de dezembro. Perguntei aqui, ali, e acolá... Como fazer? Como ele vai saber o que eu quero? Como ele vai saber onde moro?
– Escreve... Pede a ele! – Disse Pauli-nho, o meu vizinho.
Mesmo pobre, o Paulinho pediu um brinque-do e Papai Noel atendeu. A mãe dele era do-
méstica e trabalhava na casa de uma doutora que morava num bairro nobre da cidade.
Fiz uma carta, para o Papai Noel pedindo-lhe uma bicicleta. Escrevi e só Deus entendeu: –Quero nova, como as das crianças da praça; um carrinho para os meus irmãos, e uma bo-neca para a minha irmã. Pensei: se os brin-quedos dos meninos da praça são novinhos, os nossos também serão.
Paulinho, o meu vizinho, falou que pediu um carro de bombeiros, que colocou o pedido dentro do seu sapato. – Paulinho... Eu não tenho sapatos, posso colocar dentro das mi-nhas havaianas?
– Acho que sim!
Coloquei e quase que não dormi. Não pelo desconforto, eu dormia apertado entre os meus cinco irmãos, em um colchão velho no chão de barro batido, mas pela ansiedade. Eu queria ver a alegria dos meus irmãos, e tam-bém, poder andar de bicicleta. Eu tinha só sete anos de idade, mas trabalhava, ajudava a minha mãe vendendo balas, para eles co-merem; sentia-me responsável por eles.
Amanheceu, e... Nada! Nenhum presente, nem bicicleta, nem carrinhos, tampouco a boneca... Que decepção! Chorei e chorei muito! A minha mãe chorou comigo, ela era diarista e no dia seguinte, lá vem ela.., de uma casa onde trabalhou, com uns pacotes, tão diferentes dos feitos nas lojas... Uma bo-neca velha e careca, para a minha irmã, e uns carrinhos com as rodas quebradas para nós, os meninos.
Entendi que papai Noel não é o mesmo para todas às crianças. Ele dá brinquedos ricos para as crianças ricas e pobres, para as cri-anças pobres... E, muitas vezes, não dá na-da!
O real entendimento desse fato veio depois... Muito depois, quando eu cresci. Descobri que Papai Noel é só fantasia... Doce, ou amarga.
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Estrela Cadente Que os sonhos se realizem No Ano que vem e vai, Bateu meia-noite Cruzam o Céu lentamente Três Estrelas-guias...
Por Hazel de São Francisco.
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ESPÍRITO DE NATAL
Isabel C S Vargas
O Natal se aproxima
Um espírito de paz
E confraternização se instaura.
Crianças se empolgam
Antevendo presentes.
A televisão faz chamamentos,
As famílias enfeitam as casas,
Tudo parece em comunhão.
Parece que todos serão felizes.
Papai Noel é o centro das atenções.
Pois neste Natal, mais do que nunca
Desejo lembrar Jesus.
Que nasceu pobre, assim cresceu,
Sofreu e morreu e amou a todos,
Sem importar se pobre ou rico, bom ou mau,
Preto ou branco, judeu ou não.
Quero lembrar Jesus
Para nunca esquecer de agradecer,
Pela família que formei,
Pelos filhos que tive
Pelos amigos, pelo trabalho, por tudo
Que somei nesta vida.
Quero agradecer neste Natal
Pelas novas razões de viver,
Pela renovação da esperança
Com Marina, Otávio, Francisco, Augusto
E Amanda.
Amados todos!
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O Presente do Papai Noel
Jacqueline Aisenman
Acordaram e não viram o menino. Procuraram pela casa toda e nada. O desespero já começara a se instalar quando encontraram um bilhete perto da árvore: Mamãe, papai, já volto. Fui levar um presente para o Papai Noel. Assinado: Joel. Agonia completa! Presente para o Papai Noel? Que loucura era esta? De repente a porta se abre e ele entra, de pijamas, um pouco amassado e todo sorridente. Corre abraçar os pais ainda sem fala e sem espera começa a falar: Lembram ontem quando fomos à missa? Ele estava lá, lá na calçada o Papai Noel. A barba estava muito suja, a roupa puída e só o chapéu e o sininho na mão fizeram que visse que era realmente ele. Ah, e o saco ao lado de-le. Era o Papai Noel. Fora falar com ele mas ele estava pedindo comi-da para os passantes com o saco vazio estendido. Foi quando pensou que desta vez ele tinha que ser o Papai Noel para aquele velhinho que todo ano vinha trazer coisas para ele no Natal. Mudos e estarrecidos os pais não conseguiam dizer palavra alguma. Mas o menino terminou seu discurso dizendo, todo feliz: Levei a comida do jantar, a estrela da árvore e aquelas roupas que o papai disse que não queria mais. Ma-mãe, papai, vocês não podem imaginar a felicidade dele! Disse que eu viesse pra casa correndo que meu presente ia estar aqui... Mas agora que o conheci pessoalmente nem preciso mais de presente! E naquela manhã de Natal três pessoas festejaram dentro de casa o que o Papai Noel festejava sozinho na rua: um Feliz Natal!
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Natal: o menino Jesus nasceu e cresceu...
Por Rogério Araújo (Rofa)
Natal, nos tempos atuais, é compreendido de forma equivocada por muita gen-
te em determinadas ocasiões. É comum quando recebemos cartões comemorativos nessa época, vermos al-
guma mensagem assim: “Que o menino Jesus ilumine sua vida!”. O Natal é, sim, o nascimento de Cristo que veio ao mundo enviado pelo seu
Pai (Deus), como diz o conhecido versículo de João 3.16: “Porque Deus amou o mun-do, de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
Talvez o equívoco não esteja somente no fato que Jesus não tenha nascido no dia 25 de dezembro, como é amplamente comprovado, inclusive em dados históricos. O menino Jesus nasceu, mas cresceu, marcou sua passagem na Terra de maneira única e tudo para “buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10).
Não é o “menino Jesus” que ilumina a nossa vida, como diz aquela citada mensagem natalina, mas CRISTO como enviado do Senhor que pode nos guiar e abençoar em nossa caminhada diária.
Devemos celebrar o Natal o ano todo e não pura e simplesmente durante esse mês. Jesus é Emanuel, o Deus conosco, e sempre presente em nossos co-rações. Para isso, basta que o deixemos entrar e fazer morada em nossa vida, reinan-do sobre ela.
Como disse uma frase do pastor e escritor Israel Belo de Azevedo: “Natal é de Deus o maior projeto, tendo-lhe custado o oferecimento do Seu Filho de tanto afeto”.
Comemore da melhor forma para agradar a DEUS e não ao mundo que tanto o desagrada usando e abusando de quitutes pseudo símbolos natalinos.
Feliz Natal em Jesus Cristo! A Ele toda honra e glória!
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CULTíssimo
Por @n[ Ros_nrot
Eles estavam a quilômetros de distância de seus países, casas e familiares; a tristeza e o cansaço estampados em cada rosto, à morte espreitando nas trincheiras, o futuro incerto, nebuloso; naquele mês de dezembro de 1914, com a Grande Guerra (“Primeira Guer-ra Mundial”, eles ainda nem sabiam haveria uma segunda) recém-declarada o Natal era somente uma dolorosa lembrança dos tem-pos idos, de uma época de paz que talvez nunca mais voltasse. A Europa não era mais constituída de países irmãos, mas dividida entre a Tríplice Entente (britânicos, franceses e russos) e a Tríplice Aliança (Império Ale-mão, Austro-Húngaro e Turco-Otomano) e aqueles homens, antes amigos e vizinhos, agora eram soldados lutando sem saber exa-tamente por que ou por quem. Mas contra todas as possibilidades uma trégua não auto-rizada foi feita e os lados inimigos se uniram numa comemoração natalina emocionante, com direito a árvore de natal, lindas canções, a divisão de tudo o que possuíam numa “quase” ceia e o mais importante: paz. Essa comovente história real foi adap-tada e contada de forma emocionante pelo francês Christian Carion (que descobriu a história por acaso num livro chamado "Battles of Flanders and Artois 1914-1918", de Yves Buffetaut) no clássico Feliz Natal (Joyeux Noël, 2005), ótima pedida para ser visto em família nas festas de fim de ano ou até mesmo sozinho num momento de refle-xão; totalmente voltado para a humanização dos personagens, nos identificamos com aqueles pobres soldados que se confraterni-zam, riem, mostram fotos dos familiares, per-cebem afinidades entre si e desejam a mes-ma coisa: um futuro melhor. Esse episódio foi brevemente retratado, no épico de Richard Attenborough "Oh! Que Bela Guerra!", de
1969. Aproveitando o 100º Aniversário da Pri-meira Guerra Mundial e a Edição Especial de Natal da Revista Varal do Brasil, quero indi-car esse filme que traz uma poderosa lição de humanidade, de tolerância e de amor ao próximo, perfeito para qualquer época do ano. Não deixem de ver e se emocionar! Obrigada e até o ano que vem! Boas Festas! (Segue)
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Feliz Natal (Joyeux Noël, Alemanha/Bélgica/França/Inglaterra/Romênia - 2005) O Natal chega em 1914. O mundo vive a tensão da Primeira Guerra Mundial e o clima não está na-da ameno para soldados e seus familiares. Mas o que parecia ser impossível acontece: ocorre um cessar-fogo e os inimigos largam as trincheiras para celebrar a data. O acordo temporário de paz conta ainda com Anna Sorensen (Diane Kruger) e Nikolaus Sprink (Benno Fürmann), uma dupla de cantores alemães que emociona a todos com canções na-talinas. Baseado numa história real.
Para contato e/ou sugestões é só mandar uma mensagem: anarosen-
[email protected] Curtam no facebook a página Cultíssimo-
Ana Rosenrot - https://www.facebook.com/cultissimoanarosenrot
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É natal no mundo
Por José Hilton Rosa
Não esconda o belo
Acenda a tocha e queime o mal
Não respire o que sobra do mal
Apenas ajoelha e reza
Ofereça o sangue aos bons
Ofereça uma flor
Sinta o perfume do prazer
Faça que tenha prazer junto com você
Diga sim a um beijo de qualquer mulher
Mesmo que seja sua mãe
Diga amém para a praga jogada
Mesmo achando que não mereça
Peça perdão ao seu amor
Abraça a futura amante
Peça um filho no útero da amada
Ofereça seu sangue posto no cálice
Doe seus olhos para as coisas belas
Chame de meu bem todo sexo feminino
Jogue seu ódio no rio que corre
Ofereça seu corpo para o prazer
Não relute o tempo
Peça uma benção ao sábio
Chame o inimigo para um abraço
Use sua cama para confortá-lo
Deixe a tristeza só
Dê um sorriso para a vida
Abrace seus sonhos
Relute para não soltá-los
Tenha o carinho ao seu lado
Diga ao fraco que chore
Dê um grito de ânimo para ele
Ofereça seu sono para a noite fria
Faça afago ao calor de todo ser feminino
Dê um beijo na felicidade
Sempre que ela aparecer
Ofereça uma flor para aquela que te der um sorriso
Dê a mão para as travessias difíceis
Olha para o céu e ofereça seu corpo
Não maltrate a mulher adultera
Não reprima o desejo feminino
Faça sempre o prazer de uma mulher
Mesmo que dela não produza uma semente
Regue as entranhas numa tarde fria e sem sol
Deixe as lágrimas lavar seu rosto
Peça que volte sempre ao seu aposento
Chame de linda, mesmo a feia
Dê prazer sem olhar a cor de sua pele
Obedeça sua vontade noturna
Molhe o corpo da companheira com seu suor
Deixe entrelaçar seus perfumes
Peça o sexo de sua esposa
Ofereça outro prazer que você não possa dar
Chame-a para passear na neve
Abraçados, o frio é diminuído
Cante com todos os fiéis
Cante o natal!
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QUANDO SE ABRIREM AS CORTINAS DO NATAL
Por Wilton Porto
Quando se abrirem as cortinas do Natal
E tu fores abraçar os teus amigos,
Afasta-te um instante desse círculo
E silente abre a tela de tua mente...
Lembra-te que em algum canto da cidade,
Alguém – que talvez triste – pensa em ti
E como muitos, quer ao menos um abraço.
Leva-o, então, de encontro ao peito,
Dize-lhe – que seja apenas nesse dia...
Dize-lhe para os céus todos sentirem:
“Entranha das minhas entranhas,
Recanto da minha dor.
Se a solidão te é tamanha,
A minha não é menor.
Não apenas neste Natal,
Enquanto viva eu for:
Eu serei a tua estrela,
Tua amante, teu amor!”
Não apenas neste Natal:
Enquanto viva eu for!”
Sentirei tua presença,
A paz em mim suspensa
Chegar-me-á em um jasmim.
Entre minhas mãos, o teu rosto,
De beijos, farei um porto,
No Porto que há em mim.
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Nascimento do Salvador
Por Leandro Martins de Jesus
Na cidade de Nazaré
Gabriel foi avisar
A uma virgem desposada
Que a luz iria dar
Não temas cheia de graça!
O Senhor contigo está!
Jesus, o filho de Deus
Do teu santo ventre nascerá
Filho do Altíssimo Ele será
Terá o trono de Davi
Na casa de Jacó reinará
Infinito, seu Reino será...
No tempo em que Quirino governava
Recenseamento César Augusto ordenou
José subiu da Galileia
De Nazaré com Maria viajou...
Seguindo pelo deserto da Judéia
A cidade de Davi avistou
Em Belém, Maria grávida
A gestação se completou
E deu a luz seu Filho primogênito
Envolvendo-o em faixas, reclinou
Dentro de uma manjedoura qual berço
Pois instalação, ali não achou
Um anjo do Senhor apareceu
E aos pastores avisou
Na cidade de Davi hoje nasceu
A Boa Nova, o Grande Rei, o Salvador!
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Bolachas de Natal
Receita enviada por Ambrosina Coradi
]Ingredientes: 200 gramas de açúcar confeiteiro
235 de amêndoas moídas no liquidificador
100 gramas de amêndoas em pó
100 gramas de claras 200 gramas de açúcar Corante de sua preferência ou chocolate
1 colher de sobremesa de fermento em pó.
Preparo: peneire o açúcar numa vasilha coloque todos os in-gredientes, acrescente as claras batidas . amasse bem. Deixe a massa descansa cerca de 20 ou 30 min.
Abra a massa corte com um cortador. Pode ser em formato de arvore, peixe circulo.
Coloque os biscoitos numa assadeira. Asse à temperatura de 30 ou 20 min. Forno a 160 graus. Faça o recheio de sua prefe-rencia doce de leite, chocolate, pasta de frutas.
Depois de assados recheios ou não fica a seu critério. Sirva os biscoitos com café ,chá ou bebida apropriada.
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Bolo Gelado
Receita enviada por Ana Rosenrot
Tempo de Preparo: 1h 00min Rendimento: 12 porções
Ingredientes
4 ovos 2 xícaras de açúcar 3 xícaras de farinha de trigo 1 copo de suco de laranja ( 250ml) 1 colher de sopa de fermento em pó Para a cobertura:
1 garrafa pequena de leite de coco 1 garrafa de leite ( utilize a mesma garrafa do leite de coco como medida) 1 lata de leite condensado 1 pacote de coco ralado sem açúcar
Modo de preparo:
Na batedeira bata as claras em neve Acrescente o açúcar e bata por mais uns 3 minutos Coloque as gemas, o trigo, o suco e continue batendo até formar uma massa homogênea. Por último ponha o fermento, bata por mais 40 segundos na menor velocidade da batedeira. Despeje a massa numa forma média e untada Asse em forno pré-aquecido em temperatura média por aproximadamente 40 minutos ou até dourar Cobertura:
Misture bem numa tigela o leite de coco, o leite e o leite condensado e reserve. Assim que o bolo tiver assado, retire do forno e fure toda a sua superfície com garfo ou faca, assim a cobertura penetrará bem. Com o bolo ainda quente e já furado despeje a cobertura sobre ele salpique
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ALISTADECE SARAUGUSTO
Por Lóla Prata
- Recenseamento? Por que Cé-
sar Augusto quer contar as pessoas?
Para cobrar mais impostos? Os roma-
nos inventam esse tipo de coisas para
nos subjugar ainda mais... e Cirino,
governador da Síria, obedece como
carneiro! Sinto-me exausta de tanta
trabalheira! Tem gente alojada por to-
dos os cantos! Creio que hoje não
chegará mais ninguém; é tarde e a
noite esfria. Marido, já imaginou o
transtorno para essa gente? Virem das
cidades vizinhas, abandonarem as ca-
sas, forçando os jumentos nas areias,
tropeçando pelas pedras do caminho,
enfrentando colinas e vales? Todos,
descendentes de Davi. Como cresceu
a família do rei! Mas de rei, só o título,
pois são tão pobres, aliás, somos tão
miseráveis... nem liberdade possuí-
mos. Bem, eu não posso reclamar, o
de comer não nos falta, sempre um ou
outro peregrino de Jerusalém passa e
se aloja por aqui...
- Então, cala; é pra isso que tra-
balhamos, mulher. Moramos na Cida-
de do Pão. Não nos faltando pão, não
nos falta vida...
- Vida? Que vida? Sou quase um
camelo; vivo para servir os beduínos...
- Algum dia, nos livraremos des-
se jugo romano! O Salvador está per-
to!
- Marido, desconfia do que falam
por aí...
- E vou descrer dos profetas?
- Todos morreram, como nós.
Gente da mesma cepa. Gente que vi-
ve e morre...
- Ouvi falar que até Herodes an-
da inquieto com as profecias de Mi-
quéias. Sabes, não? Ele nascerá aqui
em Belém de Judá, conforme está es-
crito, em tempos de agora. - Fecha os
olhos, marido sonhador, e descansa.
Qual morador daqui é nobre e rico o
bastante, para gerar um libertador?
- Esqueceste que Davi aqui nas-
ceu e cá foi ungido rei?
- Faz muito tempo, muito tempo!
Agora, só vejo revolta em cada esqui-
na. Dorme! Amanhã teremos mais ser-
viço. Ao primeiro clarão, ponho a mas-
sa a levedar! Oh, tocam o sinete... se-
rão hóspedes? Oh, Javé, dai-me paci-
ência...
- Não pronuncies o nome sagra-
do! Perdes o respeito, mulher?
(Segue)
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- Pois vou desvencilhar-me dos intrusos e já volto.
- Espera... vou eu a dispensar os viajantes..., dizer-lhes que não há mais
lugar na estalagem. Ora, ora, vem vê-los daqui da janela: é uma mulher grávida,
amparada no braço do esposo. São pobres. O que fazemos? A noite é fria, ape-
sar daquela estrela maravilhosa e diferente... vem olhar o céu, mulher. Mira a es-
trela, está tão perto...
- É lindíssima como a aurora! Há de ser um bom augúrio! Bem, a essa ho-
ra avançada, vamos acolhê-los, coitados. Se forem humildes, aceitarão o teto da
estrebaria. Só que não tenho mais forças para servir-lhes nem um caldo. Imagi-
no que vou ter trabalho de parteira, logo mais. Resolve como puderes! Deixai-
me dormir um pouco!
E o estalajadeiro recebeu-os e acomodou-os na gruta...
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É DEZEMBRO, mais um!
Por Marina Gentile
É dezembro, mais um,
Mais famílias unidas neste dia,
Festas, confraternizações,
Mas ao redor do mundo,
Um monte de hipocrisias,
Guerras, dor, conflitos.
É dezembro, mais um,
Paremos para refletir,
Paremos para compartilhar,
Para fazer a nossa parte,
DOAR AMOR.
É dezembro, mais um,
Que a PAZ seja instalada,
De vez, nos nossos corações,
Como boa semente,
A serem espalhadas.
É dezembro, mais um,
Que o AMOR seja o elo,
Salvando a humanidade...
Do flagelo!
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SER CRIANÇA
Por Mário Rezende
Ah, Como é bom ser criança!
Ser feliz e cheia de esperança.
Problemas? Tô fora!
Isso é coisa de adulto.
Agora eu só quero é dar na mamãe
e no meu papai, também,
o meu beijo de bom dia
e lambuzar de manteiga os rostinhos deles.
É muito bom café com leite e pão,
de manhã, cedinho, receber sorrindo
o olhar carinhoso dos meus herói e heroína
bem no comecinho e me acompanhar até o fim do dia.
Como são bonitos o meu papai e minha mamãe!
É bem legal acreditar que a vida
é cheia de brincadeira e poesia.
Eu amo vocês que me fazem sentir desse jeito:
o meu mundo completo de alegria
e entendendo que a vida pode ser assim, tão bela.
Esperar a noite chegar e receber a visita do Papai Noel,
Quem eu não vou ver, lógico. Não sei como ele consegue fazer isso;
chega assim, de mansinho, deixa lá um presentinho pra todo mundo
e vai embora sem ser percebido.
Ele deve ter um coração imenso, cheinho de felicidade.
Eu acho que foi o jeito que encontrou pra repartir com todo mundo.
Eu também vou querer ser assim.
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Ressurreição
Por Leandro Martins de Jesus
Eu vi o Senhor! Exclamou Maria...
Não a de Nazaré, mas, a Madalena.
Era manhã de domingo,
Bem de madrugada...
O túmulo estava vazio...
Jesus ressuscitara!
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EU VOCÊ E A LAREIRA
Por EstherRogessi
É Natal! A alegria em minha volta me contagia. Faz-se mais forte o meu desejo de olhar-te direto nos olhos, e com muito amor abraçar-te; curar-me da saudade doída; sentir o teu cheiro que se perdeu no ar, mas que ficou em mim... Lembro que era muito bom.
Quero esquecer as dores passadas, e no passado deixar tudo. Às feridas aber-tas...Tentei curá-las, por muito tempo... Não deu certo. Porém, o tempo “milagreiro” tem esse poder, e assim... aprendi a perdoar.
Dezoito anos... Sem contar contigo, tampouco, partilhar das alegrias do Natal. Os nos-sos filhos, não são mais crianças – embora, para mim, sejam eternamente – seguiram rumos diferentes, têm suas vidas independentes e moram fora do país. Recebi pre-sentes, e cartões, expressando desejos de felicidade.
Sou daquelas criaturas que amam uma só vez na vida. Há pessoas que fazem de suas vidas um laboratório de amor e dos seus corações tubos de ensaio – estão sempre propensas às novas experiências amorosas. Contento-me com boas lembranças, do que julguei eterno.
Depois destes longos anos, de solidão arrumei à casa com esmero. Estás voltando... Decorei tudo de acordo com a época, e preparei a lareira, que está queimando, igual ao meu coração. Nada mudou, sinto a mesma emoção, de quando namorávamos, e na saída, no portão, beijávamo-nos ternamente. Éramos tão jovens... Fomos tão feli-zes!
Do infernal desencontro... Prefiro não mais falar! Chegarás no voo das 23 horas. Es-pero passar à noite aconchegada em teus braços, no calor da lareira, e feliz... Enfim, sorrir, não mais chorar.
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Natal é presente
Por Maria Moreira
Neste natal quero um presente!
Nada que seja caro ou raro.
Uma quimera bem original,
Tirada do coração num repente.
Quero muito compartilhar alegrias,
Na imensidão deste universo.
No apagar das estrelas,
Para o raiar do novo dia.
A meia noite com o badalar do sino
Anunciando a chegada do menino,
Meu coração se enche de contentamento,
Por este presente do ouro, o mais fino!
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O melhor Natal da minha
infância
Por Maria (Nilza) Campos Lepre
Estamos nos aproximando da época mais festiva do ano cristão, o nascimento de Cristo, mas, infelizmente este ano, pa-pai esta com sérios problemas financeiros.
Tudo que plantou e colheu durante este ano, em sua fazenda, não conseguiu vender pelos valores merecidos, e, por is-so, o prejuízo foi imenso, até o café este ano teve uma queda assustara na sua cota-ção do mercado.
Mamãe, com toda calma, tentou ex-plicar para nós crianças, que este ano, os brinquedos seriam substituídos pela com-pra de roupas, pois a situação não estava boa para gastos supérfluos.
Eu como a mais velha dos filhos, compreendi imediatamente, a seriedade da situação que eles estavam vivenciando.
Acredito que os mais novos, não en-tenderam nada do que ela falou, só queri-am saber dos presentes que iriam receber do Papai Noel.
Eu nesta época já havia completado dez anos de idade, mas, sempre me manti-ve atenta a tudo que se passava ao meu re-dor, principalmente sobre assuntos da fa-mília.
Já faz algum tempo que percebera a imensa tristeza que papai trazia estampada em seu rosto.
Costumava, nos fins de semana quan-
do vinha para a cidade, ficar por horas, e horas, sentado em sua escrivaninha, fazen-do contas, e, muitas vezes o peguei com a cabeça entre as mãos, e, com o olhar triste e perdido no espaço.
Mamãe sempre tentava animá-lo com frases de conforto, mas, eu notava a grande aflição que ele carregava dentro de si. Na presença dos filhos, procurava se compor-tar como sempre fizera.
A minha maior preocupação era com minha irmãzinha caçula, pois, só tinha três aninhos, e, não entenderia o porquê de não receber um belo brinquedo do seu querido Papai Noel.
Os outros já eram mais crescidos e já tiveram o prazer de belos e fartos Natais, regados de alegria e muitos presentes, mas, ela pobrezinha, só agora começava a en-tender realmente o significado desta festa.
Quanto mais pensava a respeito, mais meu coração se apertava, tinha que de al-guma forma resolver esta situação.
Num estalo achei como conseguir di-nheiro para garantir o natal da pequenina.
Todos os fins de semana, papai apesar dos problemas, nos dava uma pequena me-sada, era o suficiente para irmos assistir a matinê do cinema, e, comprar um pacote de balas.
Morava conosco uma tia, irmã mais nova de minha mãe. Ela trabalhava de ven-dedora, na sessão de brinquedos, de um grande magazine de nossa cidade.
(Segue)
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Conversei com ela e fiquei sabendo que por ser funcionária da loja, conseguiria comprar brinquedos com um grande abati-mento nos preços.
Minha cabecinha começou a criar va-rias estratégias de como resolver esta situa-ção, sem que meus pais percebessem o que eu estava fazendo.
Passei a visitar minha tia enquanto ela estava trabalhando, pois, só assim poderia verificar os preços dos brinquedos e ver quais os mais baratinhos.
Para minha sorte, as fábricas haviam acabado de lançar no mercado, produtos feitos de plástico que seriam vendidos em forma de unidade. Consegui achar cadei-ras, mesas, fogões estantes, camas e outras coisas mais, com as quais poderia montar uma casinha de bonecas para minha irmã-zinha.
Depois de saber o quanto iria custar, passei a parte mais difícil, a de conseguir a verba. Teria que ser muito criativa, pois meus pais não poderiam desconfiar do que eu esta tramando.
A partir deste dia, todo o domingo, ao chegarmos ao cinema, comprava os ingres-sos, e um o pacote de balas para meus ir-mãozinhos, que eram bem mais novos que eu; esperava que entrassem no cinema, juntamente com seus coleguinhas, e eu fi-cava do lado de fora esperando até que a sessão acabasse.
Eles não perceberam o que eu estava fazendo, porque costumavam se sentar na primeira fileira de cadeiras, e, eu sempre ficava mais no fundo em companhia de mi-nhas amigas. Quando saiam, eu já os esta-
va esperando para voltarmos para casa.
Não via a hora de terminar o domin-go, pois, na segunda feira iria fazer uma nova visita a minha tia, só que desta vez, começaria a compra das pequenas peças. Ela acabou se tornando cúmplice neste meu projeto, era ela que me ajudava na es-colha das peças mais baratas. Depois ia até o caixa e comprava em seu nome.
Durante varias semanas, assim agi, até os dias que antecederam o Natal. Só ai, pedi permissão a uma prima, que morava perto de nós, e, consegui montar em sua casa, usando caixas de sapatos, três cômo-dos de uma casa, um era a cozinha, outro o quarto e o terceiro a sala de jantar.
Sempre tive grande habilidade com as mãos, e, usando uma tesoura, um pouco de cola, folhas de papeis coloridos, e muita imaginação, eu consegui construir os cená-rios, onde iria colocar as peças compradas.
Agradeci minha prima e minha tia, que acabaram me ajudando na confecção do presente, coloquei tudo dentro de uma sacola, e, rumei para casa, rezando para que ninguém me visse ao entrar, pois, pre-tendia esconder tudo dentro de meu guarda-roupa. Minhas preces foram ouvidas e tu-do correu como eu havia planejado.
Dois dias depois seria véspera de Na-tal, e, toda família iria assistir a Missa do Galo, teria de achar uma forma de colocar o brinquedo perto do sapatinho de minha irmãzinha sem que ninguém percebesse.
(Segue)
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Chegou o dia, mas antes de partirmos, mamãe como sempre, arrastou uma mesi-nha, para perto de uma janela, cobriu com uma toalha bordada, e, colocou em cima dela um lindo bolo que havia feito à tarde; era para matar a fome do velhinho Noel, quando passasse por nossa casa.
Como em todos os Natais anteriores, colocamos nossos sapatos no parapeito da janela, para que ele ali depositasse algum presente.
Voltamos da missa muito tarde, fomos para cama assim que chegamos, pois, este seria o primeiro Natal que não teríamos a ceia. Esperei acordada até que todos dor-missem, e, me levantei pé-ante-pé, peguei a sacola, e rumei para a sala a fim de mon-tar os cômodos que havia criado para a pe-quenina. Estava tão entretida que não per-cebi a chegada de minha mãe, que também vinha colocar alguns pequenos presentes para seus filhos; quando me viu, compre-endeu imediatamente o que estava aconte-cendo e acabou me ajudando na montagem da casinha.
Ao final do serviço, nos levantamos, ficando por alguns momentos paradas uma frente a outra somente nos encarando, quando, sem mais nem menos, ela me abraçou emocionada. Pairava no ar uma onda mágica de amor e carinho. Não preci-sou que disséssemos nada, nem ao menos uma palavra, pois nossos olhares diziam tudo que estávamos sentindo.
Meu coração transbordava de alegria, fui para cama dormir, ansiosa para que lo-go chegasse o amanhã, queria ver a reação da pequerrucha quando visse os presentes que Noel havia deixado.
A minha expectativa era tão grande, que acabei levantando antes de todos, em baixo dos meus sapatos, encontrei um al-manaque Tico-tico (Publicação destinada a crianças), e fiquei muito contente, pois adorava essa revista.
Próximo ao sapatinho de meus irmão-zinhos, dois carrinhos os aguardavam, não eram iguais aos antigos presentes que esta-vam acostumados a ganhar, mas já era al-guma coisa. Olhei para o chão onde havía-mos colocado o presente que eu havia con-seguido e vi também uma pequena boneca, que certamente vai completar os cenários que criei.
Mamãe acordou e foi para a cozinha preparar o café para a família, me desejou Feliz Natal. Fui agradecer o presente rece-bido, mas, ela me encarou com os olhos rasos de água e disse: - filha eu é que tenho de agradecer a Deus por ter me dado você.
Fiquei sem saber o que falar; sentei-me a mesa e comecei a tomar o meu lan-che. As palavras de mamãe ficaram ribom-bando dentro de minha cabeça, porque será que ela havia dito aquilo? (Hoje consigo entender, mas, na época foi um mistério para mim).
Papai acordou e se juntou a nós, me deu um beijo e também desejou Feliz Na-tal. Meus irmãos também despertaram, e, rapidamente foram até a janela para pegar o seu presente, chegaram à cozinha, feli-zes, carregando nas mãos os carrinhos que Noel havia deixado.
(Segue)
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Mamãe me avisou que iria trocar a minha irmãzinha para que pudesse vir receber os presentes que Papai Noel havia deixado.
A minha aflição era muito grande, queria ver logo, qual seria a sua reação frente ao regalo que eu criei. Sentei-me em uma poltrona que ficava próxima a janela, e espe-rei a chegada dela.
Jamais vou esquecer a sua expressão de espanto e alegria. Seu rostinho se ilumi-nou e um largo sorriso apareceu contaminando de felicidade todo o ambiente a sua vol-ta. Ficou tão encantada, que, demorou em colocar as mãozinhas, nos móveis que mon-tavam a sala, o quarto e a cozinha. Primeiro pegou uma espreguiçadeira que ficava em baixo de um guarda sol, que fazia parte do quintal da pequena casa e correu a mostrar para a mamãe.
A felicidade que consegui dar a este pequenino ser, retornou a mim multiplicada em milhões de vezes. Nunca havia sentido nada igual. Só sei que com este meu gesto, o Natal que se prenunciava, triste e sombrio, acabou se transformando no melhor que tive em toda minha vida.
Adorei ver a fisionomia de papai e mamãe, um pouco mais desanuviada, pois, o dia que tanto os preocupava acabou sendo muito alegre e feliz, o Espírito Natalino aca-bou tomando conta de todos nós.
Fazer o bem enche os nossos corações de paz e harmonia, e, traz muitas vezes mais alegria a quem dá, do a quem recebe.
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Informe-se e veja como
é bom fazer literatura
sem frescuras!
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O SEGUNDO PRESÉPIO Por Lóla Prata
Em 1223, oh, ideia feliz...
convida Francisco, o menor de Assis:
- Amigo, vamos honrá-Lo ?
Diz João:- Sim, nossa missão é amá-Lo;
a festa de Natal está bem perto,
devemos louvá-Lo, é o certo.
E o homem de Greccio, espírito nobre,
unido na arte ao santo pobre,
começa a criar algo singelo;
de Belém, a reviver o fato belo
do Rei recém-vindo das alturas
até nós, tão perdidas criaturas.
Escolheram no bosque, um recanto
onde exporiam todo o encanto
acontecido na gruta-estrebaria
que abrigou o filho de José e Maria.
Fizeram uma estrela fulgurante,
trouxeram boi, burro, palha refrescante
e um pequeno berço-manjedoura
que acolheria a criança vindoura.
Então, na branca noite de Natal
surge o primeiro presépio artesanal
exaltando a real simplicidade,
louvando a pobreza e a humildade.
Os astros intensificaram seu brilho
na Missa em torno do divino filho
e o feliz povo do italiano lugarejo
cantava o angelical solfejo:
- Aleluia! A Deus, toda a glória
pois hoje, se santifica a história...
e Paz na Terra aos de Boa-vontade!
... e sorria, na fé, o bom frade.
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Nosso Salvador
Por Leandro Martins de Jesus
Noite escura em Jerusalém
No campo, pastores, ovelhas e o silêncio...
Repentinamente, o povo que andava nas trevas
Viu uma grande luz
Nasceu para nós Jesus!
Os pastores veem anjos em coros...
Os reis magos, a estrela de Davi...
Se achegam todos ao santo lugar
Pobre e isolado onde Deus se fez estar
Em carne resplandecente
Fez-se homem, criança frágil, salvador dos indigentes!
Ouro, incenso e mirra...
Ao Rei
Ao Deus e Redentor!
Um filho nos foi dado: nosso Salvador!
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NASCIMENTO DA CRIANÇA ESPERANÇA
Por Marly Rondan
NATAL, data mundial de comemoração.
É hora de renascer com essa criança,
hora de agradecer, hora de adoração.
Abandone a tristeza, chame a esperança.
O menino nasceu para o amor ensinar.
Um pequeno Deus feito homem, é Jesus!
Filho de Deus, veio só para nos salvar.
Tirar o mundo das trevas... trazer a luz.
Ensinou pra nós o amor incondicional.
Mas, egoístas que somos, não conseguimos!
Sabemos que existe esse amor, que é o ideal.
Vamos evoluir para retribuirmos
todo amor de Jesus, vamos buscar a luz,
renascer com o menino Deus no Natal.
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MEU NATAL INESQUECÍVEL Por Mirian Menezes de Oliveira
Caros amigos,
Se Papai Noel existe, podem ter certe-za de que nem sempre aparece convencio-nalmente. Muitas vezes, assume disfarces diversos, como se humano fosse. E não é?!
Pois... foi no natal de 1977... Tinha dez anos na época. Como pode isso? Lem-brar-me do natal de 77?! Parece que foi on-tem! (Desculpem-me, mas a frase banal faz-se necessária!)
Pois foi no natal de 1977, quando, por alguns momentos, pensei que nem teria um natal.
Papai estava doente (Ah, que sauda-des do velho, que nem chegou a envelhe-cer!)... Estava doente da alma, tamanha era a depressão! Tornou-se um papai noel às avessas: estava magro, olhos fundos, cabe-los ralos; só a barba branca aproximava-o do bom velhinho. Arrastava-se pela casa, sem vontade de viver.
Eu era muito pequena... não entendia muito dessas coisas... Só sei que doía em mim! Era dor sem tradução: dessas que “fincam” lá dentro e em nós constroem mo-rada. Sabia que havia algo diferente naque-le ano... justamente, naquele ano, em que uma colega de escola esclareceu-me, raci-onalmente, sobre a inexistência de papai noel.
Duplo sofrimento! Papai Noel não existia e papai também parecia não mais existir... Estava sumindo nas nuvens. Qua-se não sentia mais sua presença!
Mamãe permanecia calada... Seu so-frimento era embutido. Não haveria festa alguma! Com a ausência de papai noel, a despensa tornou-se minguada... a escas-sez tomou conta de tudo e somente os brin-quedos dariam ao natal... um toque de na-tal! (Foram comprados com antecedência... antes da grande nuvem residir sobre nossa casa!)
Morríamos com meu pai, que, na ver-
dade, só veio a falecer anos depois, no car-naval de 1985...
Grande tristeza se apossava da famí-lia! A nuvem cobria a todos... Meus olhos choviam tanto, que tive medo de morrer na enchente de minha vida.
(...)
De repente, como num passe de má-gica... brechas se abriram nas nuvens...
Cinco pessoas (sem face agora!) des-ceram de um carro bem grande e foram en-trando na sala de casa, com caixas de do-ces, de alimentos, de bebidas e outras coi-sinhas mais! Três rapazes e duas moças diziam-se colegas de trabalho de papai, mas eu podia jurar que eram papais noéis disfarçados... (Uma delas até alisou meus cabelos, distribuindo-me balas!)
Esse natal foi, realmente, inesquecí-vel, principalmente, porque depois de mui-tos meses, vi meu pai sorrir... e o aspecto daquele sorriso, embora tímido e fraco, as-semelhava-se à estrela-guia, que cruzou o céu, antes de Jesus nascer.
Natal de 77! Há muito o que lembrar!
Graças às emoções vividas, rompi o casulo e virei borboleta, com muita dor! A partir de tudo aquilo, “adolesci”... Hoje, Fê-nix sinto-me “mutante”...
“Adolesci”, amadureci, cresci... Acho até que envelheci! ... Mas a menina de dez anos ainda está em mim, por isso, permito-me acreditar em papai noel.
FELIZ NATAL! QUE DEUS OS ABENÇOE!
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AGENDA DO VARAL
∗ Abertas as inscrições para o III Prêmio Varal do Brasil de Lite-ratura a partir de 1o de dezembro.
∗ Até fim de novembro estamos recebendo textos para o Con-curso da Orelha e da Capa do livro Varal Antológico 5. Tam-bém fotos e artes para o Concurso da Capa do mesmo livro.
∗ Até fim de dezembro estamos recebendo textos para o livro Varal Antológico 5.
∗ Até 10 de dezembro estamos recebendo textos para a edição de janeiro da revista Varal que trará tema livre.
∗ Inscrições para o Salão do Livro de Genebra estão abertas (para autografar e para enviar livros).
∗ Até 25 de janeiro estaremos recebendo textos para a edição de março da revista Varal que terá a Mulher como tema.
∗ Está sempre aberto o espaço no blog do Varal para divulga-ção de seus textos, sua arte, seus convites e eventos cultu-rais.
Toda informação: [email protected]
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Tributo a Minha Avó Por Nilda Dias Tavares Elegante e orgulhosa nos seus sessenta anos, com a sua inseparável bengala preta com castão pratea-do, minha avó Ana parecia uma figura saída de algum castelo francês, das histórias que eu lia quando menina. Seus cabelos totalmente brancos estavam sempre impecavelmente arrumados e presos por uma tra-vessa de prata, presente do vovô Paulo. Seus olhos verdes, grandes como duas esmeraldas, teimavam sempre em revelar as emoções que vovó queria esconder. Suas roupas sóbrias e elegantes inspiravam respei-to e admiração a todos que a conheciam. Era uma mulher forte que sofrera perdas terríveis, mas mantendo-se firme como uma rocha, manti-nha a família unida. Muito cedo aprendi com meus pais a admirar e amar vovó Ana. Meu pai era um professor alegre e carismático. Criado em um orfanato sem conhe-cer seus pais, apaixonou-se imediatamente pelo carinho de vovó Ana. Ele costumava brincar com minha mãe dizendo: -Só me casei com você pra ficar com “mãe Ana. Em 1959, com catorze anos, perdi meus pais em um acidente de automóvel e vim para esta casa morar com vovó Ana. Ela era mãe da minha mãe e sofreu tanto quanto eu a morte dos meus pais, a quem ela amava profundamente e perdeu tão pre-maturamente. Eu nunca tinha visto vovó chorar, mas seus olhos eram a testemunha muda da dor que ela escondia. A princípio, unidas pela dor, nos amparamos uma na outra, mas, com o passar dos dias os conflitos de gerações afloraram inevitável e fortemente. Vovó Ana tinha ideias pré-concebidas sobre quase tudo, incluindo bailes, minissaias, “Rock and Roll” e namorados. Como era de se esperar, rebe-lei-me. Quando vovó me comprava roupas comportadas, eu usava mini-saias ou jeans. Quando me proibia de usar maquiagem, eu levava tudo na bolsa e usava no banheiro da escola. Fazia pirraças todo o tempo, queria mostrar que era adulta e ninguém devia me controlar. Queria liberdade.
Tenho certeza, que naquela época eu transformei a vida de vovó Ana num verdadeiro furacão. Mas, as coisas foram se ajeitando com o passar do tem-po e com a paciência e o carinho da minha avó, eu aprendi a ceder de vez em quando para manter a nossa paz. Ela cedeu muitas vezes também. Vovó Ana era uma pessoa séria, mas atenciosa e bondosa e eu só a via rir com vontade, junto aos netos. Não era uma pessoa fria, pois cercava de amor toda a família. Ajudava inúmeras obras as-sistenciais, mas, não permitia que comentássemos com ninguém. Aos dezesseis anos, no Natal de 1961, eu queria dar a minha avó um presente todo especial, algo que falasse do meu amor, do quanto ela me havia ajudado a superar a perda dos meus pais e também pedir perdão por todas as vezes que eu fiz uma verdadeira revolução em sua vida. Encontrei num antiquário o caderno mais lindo que eu já tinha visto! Na capa havia um camafeu de madrepérola e em volta, violetas pequeninas adornavam toda a capa. Escrevi no caderno todas as palavras que eu não disse, todas as desculpas que eu não pedi e todo o amor e gratidão que eu sentia. Colei fotos antigas comigo, vovó e meus pais, coloquei uma rosa en-tre as páginas e assinei meu nome: Mariana! De-pois, botei tudo em uma linda caixa desenhada com rosas amarelas e amarrei com um grande laço de fita branca. Ficou lindo! O dia 24 de dezembro começou com a chegada dos meus tios e primos e a alegria contagiando a todos. O espírito do Natal pairava no ar! Enquanto vovó e as tias cuidavam da preparação da ceia, meus tios arrumavam o quintal e o jardim com mil lâm-padas que piscavam alegremente. Eu, minhas quatro primas e dois primos, enfeitá-vamos com bolas coloridas a árvore de Natal, ar-rumávamos os presentes e a decoração da casa. Parecíamos formigas agitadas cuidando de um formigueiro. A noite chegou e todos elegantemente vestidos, nos sentamos à mesa. Como sempre fazíamos, demo-nos nossas mãos e fizemos uma oração de agradecimento a Deus, por estarmos juntos e por todas as bênçãos recebidas. (Segue)
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Fechei os olhos e pedi a Deus, que meus pais esti-vessem em um lugar bem bonito, de preferência, que tivesse um balanço em um jardim, como o que tínhamos em nossa casa. A ceia transcorreu animada e alegre e quando ter-minamos, fizemos a tradicional troca de presen-tes. Recebi muitos presentes e também dei presentes para todos, mas deixei de propósito o da minha avó por último. Como que adivinhando, vovó também deixou o meu presente por último. Abraçou-me fortemente, depois abriu a delicada caixa que eu lhe havia dado. Vovó Ana olhou o caderno com um brilho intenso nos olhos verdes, pediu licença e retirou-se para o quarto. Eu sabia que ela queria ter as suas emoções sem que nin-guém visse. Só então abri o presente de vovó Ana e com grande surpresa, vi que era um caderno an-tigo, com a foto de uma jovem muito parecida com a minha mãe, mas, não podia ser minha mãe, pois seus olhos eram verdes e os da minha mãe eram castanhos, como os meus. Estava trancado. Tinha uma fechadura dourada e no cantinho, havia uma corrente com uma chave, também douradas. Era um diário. O diário de vo-vó Ana. A jovem linda na capa era a vovó bem mocinha. A emoção tomou conta de todos naquela sala. Meus tios enxugaram as lágrimas disfarçadamente ao perceber a falta que minha mãe fazia naquele momento. A alegria e espontaneidade da minha mãe, sempre brincando, sempre de bom-humor, nos fazia imensa falta! Todos, compreendemos que aquele diário seria dela, se estivesse viva. A saudade nos envolveu a todos naquele instante! Fiquei assustada e confusa: eu não merecia aquele diário! Não havia feito nada para merecê-lo. Corri para o meu quarto carregando aquele tesou-ro que vovó Ana havia guardado por tanto tempo e comecei a folhear aquelas páginas amareladas pelo passar dos anos. Meu coração batia descompassado e a emoção fazia minhas mãos tremerem! O diário começava pelo dia 4 de fevereiro de 1915. Vovó comemorava 15 anos. Ali, naquelas páginas, estavam registradas todas as dúvidas, mágoas, vaidades e rebeldias de uma adolescente, que como toda adolescente, pensava ser o centro do universo.
Ali estava também a jovem grávida que se entre-gara ao amor sem reservas e viu seu amado partir e partir também seu coração. Ali estava o casa-mento com um jovem oficial do exército, que as-sumiu a paternidade da minha mãe e por amor a minha avó nunca deixou que ninguém soubesse a verdade. Vovô Paulo foi o homem mais amoroso que eu conheci e naquele momento, eu descobri que ele era também o maior coração do mundo. Ali estava toda a carga emocional que a jovem Ana sofrera. Vovó Ana guardou aquele segredo por toda vida. Ali estavam também registrados todos os momen-tos felizes: o nascimento de cada um dos filhos e netos. Todos os Natais, aniversários, e todas as reuniões tão felizes em família que vovó tanto apreciava. Estava também toda a dor. A traição do homem que amara, a morte dos seus pais, a morte da mi-nha mãe, que morreu sem conhecer a verdade so-bre o seu nascimento. A morte do vovô Paulo. Vovó Ana e vovô Paulo tiveram mais três filhos e todos tiveram o mesmo amor. Eles eram para mim o modelo de casal, sempre carinhosos e atenciosos um com o outro e com a família toda. Viveram felizes por 40 anos, quando um câncer levou vovô Paulo. Ali estava toda a dor e o desespero da perda do companheiro a quem ela amara por 40 anos. Ali estavam as lágrimas que vovó nunca deixou que ninguém visse. Mas ali estava também, toda a alegria e esperança que ela depositava na minha vinda para esta casa. A neta que ela amava e que compensaria a falta da filha que o destino lhe tirou. Lendo aquele diário, compreendi que eu não pre-cisava dizer o quanto eu a amava e nem pedir per-dão: Ela sabia. Ela compreendia. Ela havia sido uma jovem como eu. Seus cuidados às vezes exa-gerados eram para me proteger. Não queria que eu sofresse. Passei a noite acordada lendo aquele diário. Eu estava fascinada pela verdadeira história da minha avó. Como vovó poderia adivinhar que a filha que tan-to amava, partiria antes de receber o seu diário? (Segue)
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Cada linha foi escrita para ela. Era para minha mãe que vovó havia guardado todos aqueles senti-mentos. Todas as lágrimas ali guardadas. Eram para minha mãe, todas as emoções contidas naque-las páginas. E que orgulho eu sentia por tê-las re-cebido! Eu sempre amei a minha avó, mas naquele mo-mento eu a compreendia muito mais. Era como se de repente, minha avó tivesse deixado de ser santa e se transformado em ser humano. Em uma simples mulher: pecado e virtude. Quando o dia amanheceu, arrumei-me e fui para a sala. Aos poucos a família foi se preparando para o café e eu estava impaciente, queria abraçar mi-nha avó, dizer-lhe tantas coisas. Fui até seu quarto e vovó estava sentada em frente ao espelho, seus cabelos completamente brancos, delicadamente penteados contrastando com os seus enormes olhos verdes. Estava linda, como sempre! Não precisamos dizer nada. Só nos abra-çamos com força, contendo as lágrimas que queri-am cair... Tudo foi dito naquele abraço. O Natal passou, outros Natais vieram e se foram. E os anos se sucederam. Vovó Ana e eu vivemos juntas, dividindo todos os momentos. Quando eu me formei, vovó Ana estava lá. Quando me casei, vovó Ana estava no altar, mara-vilhosa em seu vestido longo. A cada tropeço do meu caminho, era para vovó Ana que eu corria. Eram os seus conselhos que me guiavam. Vovó Ana nos deixou em 1972, aos 72 anos. Mor-reu dormindo, calma e serena como sempre viveu. Nunca falamos sobre os nossos presentes no Natal de 1961... Não foi preciso. Os Natais nunca mais foram os mesmos e a famí-lia aos poucos, foi se distanciando. Restaram as lembranças que moram nesta casa até hoje. Guardei o segredo de vovó Ana, enquanto meus tios viveram... Não queria que julgassem minha avó por não ter lhes contado o seu segredo. Este ano farei 60 anos e percebi que o meu tempo está se esgotando. Por isso, resolvi escrever a his-tória de vovó Ana, como um tributo a uma mulher que foi para mim, um exemplo de coragem, amor, fé, bondade e integridade.
Em algumas ocasiões eu me olho ao espelho e ve-jo refletida a imagem da vovó Ana, de olhos casta-nhos... Aí, me lembro que sou eu, dentro do espe-lho. Em datas especiais, eu sinto a presença dela junto a mim, sinto seu perfume de alfazema e sei que ela está comigo. Até breve, vovó Ana, eu já estou indo.
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É Natal
Por Nilda Dias Tavares
É Natal... O Amor aflorando Nos corações que seguem acreditando,
Num mundo de paz e solidariedade. É noite de sonho, de festa e poesia, São momentos de intensas alegrias,
Quando o ar impregna-se de musicalidade.
É quando Jesus abençoa do céu, As crianças que vêm no Papai Noel, Um representante de Nosso Senhor. E a paz que transborda dos corações,
Transforma o mundo com doces canções... Comemora o nascer do próprio amor.
E no ar há um perfume sutil de amor
Renovando as bênçãos de Nosso Senhor Iluminando a Terra com Sua Luz. E ouve-se então a canção do além,
Quando os Anjos de Deus pronunciam: Amém! É aniversário do próprio Jesus.
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Aldravia ao pescador
Por Oliveira Caruso
pescador
paciência
para
conseguir
seu
fruto
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Pequeno Conto de Natal sincero
Por Otacílio Monteiro
Dizem os antigos, mesmo sem saber que o dizem, que em qualquer cantinho desse mundão de Deus, seja nos fundões de Minas, no Saara ou em Paris, costuma cruzar o céu, a qualquer hora do dia, uma estrela sorridente.
Não são todos que a veem. Isso pede pureza d'alma, coisa que não se aprende, não se compra e nem se aluga.
Uma dica aos desapercebidos: Quando nasce uma paixão, um amor ou amizade, é que brilha a tal estrela. Assim dizem os antigos, das mais diferentes formas.
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HISTÓRIAS QUE APRENDEMOS SOBRE O NATAL
Por Loreni Fernandes Gutierrez
Comemorado na antiguidade em datas diferentes, por não se saber com exatidão a data do nasci-mento de Cristo, somente no século IV é que o 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial de comemoração. Na Roma antiga o início do inver-no era comemorado no dia 25 de dezembro. Acre-dita-se aí numa relação com a oficialização do Na-tal. Contam que as antigas comemorações do Na-tal duravam até 12 dias, tempo em que os três Reis Magos, guiados por uma estrela, chegaram a Belém para presentear Jesus. Árvores de Natal e outras decorações natalinas são montadas no iní-cio de dezembro e desmontadas em 06 de janeiro, dia dos Santos Reis (simbolicamente é como se se desfizesse os indícios do nascimento de Cristo, para que os soldados de Herodes não o encontras-sem). No Brasil já se montam enfeites natalinos no início de novembro, como fazem muitos euro-peus. O que vale é o espírito natalino de cada um! Cronologicamente, o Natal é uma data importante para o Ocidente, marcando o ano 1 da nossa histó-ria. Diz a lenda que quando Cristo nasceu, todas as árvores lhe deram presentes. Apenas o pinheiro nada tinha para oferecer. Então as estrelas do céu, solidárias, colocaram em cada galho do pinheiro estrelinhas miúdas e brilhantes: Foi o mais lindo presente que o menino Jesus recebeu. Ainda, se-gundo a lenda, o pinheiro, única árvore que per-manece verde sob a neve, foi escolhido como sím-bolo do natal em decorrência de sua forma trian-gular, representando a Santíssima Trindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo. Noticiam que a primeira árvore de Natal foi montada por Marti-nho Lutero, na Alemanha, em 1530. Caminhando numa noite pela floresta, ele ficou impressiona-do com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa, utilizando algodão, figuras de estrelas e velas acesas para mostrar à família a cena que presenciara na floresta. E a tradição da árvore de Natal foi se expandindo. No Brasil, país de maio-
ria cristã, as árvores de Natal estão presentes em diversos lugares. Além da beleza da decoração, simbolizam alegria, paz e esperança. O presépio também é uma importante decoração natalina, simbolizando o nascimento de Cristo, numa manjedoura. Segundo contam, cabe a São Fran-cisco de Assis a tradição de montar presépios. Músicas natalinas, singelas, complementam o evento. Origem e tradição de Papai Noel. Di-zem que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu em Pata-ra, Ásia Menor (atual Turquia), no ano 280 d.C. Bondoso, ajudava as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas de ouro próximos às cha-minés das casas. Foi canonizado pela Igreja Cató-lica, após relatos de milagres a ele atribuídos. Em meados do século XIII, a comemoração do dia de São Nicolau passou a ser em 06 de dezembro, data de seu falecimento e sua figura a ser relacionada com as crianças, para as quais deixava presentes. Foi a contrarreforma católica que transferiu o dia da entrega dos presentes para o dia de Natal, em homenagem a Jesus. Mas, em alguns países da Europa ainda se comemora, com a entrega de pre-sentes, o dia de São Nicolau. Dizem que a associ-ação da imagem de São Nicolau ao Natal teve início na Alemanha, espalhando-se depois pelo mundo. No Brasil recebe o nome de Papai Noel; Estados Unidos, Santa Claus e, em Portugal, Pai Natal. Até o final do século XIX, Papai Noel era representado com uma roupa de inverno, mar-rom. Em 1881, graças a uma campanha publici-tária da Coca-cola, o bom velhinho passou a ser visto com roupa de inverno nas cores vermelha e branca (cores do refrigerante) e, na cabeça, um gorro vermelho com pompom branco. E assim o vemos por aí... Impressionante como nos torna-mos melhores na época do Natal, quando aflora, em nossos corações, a criança que ainda acredi-ta em Papai Noel. Não importa quem somos, de onde viemos ou para onde vamos - todo final de ano nos contagiamos com a aura de fraternidade que, rememorando o nascimento de Cristo, se faz presente em nós. Quem sabe um dia ela nos contagie para sempre! Imprescindível, apenas, que não nos esqueçamos do aniversariante deste dia!
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Carta de um velho amigo
Lisboa, 30 de Dezembro de 2013
Amigo Tempo,
Espero que esta missiva te encontre bem disposto e de boa saúde!
Deves estar a pensar há quantas luas não falas comigo, ora eu não te sei responder pois a memória já me falha mas como ainda sei escrever qualquer coisita, aqui te dedico estas letras embora reumáticas e cansadas. Andas por aí, a passear nas curvas da aurora, a espreitar pelas esquinas, a lançar-me pragas por que ainda cá ando mas não páras para me cumprimentar, nem para me dizer onde vais, nem por quê, pelo quê, sem mais quê.
Ontem adormeci no banco do jardim e ninguém me acordou quando caí adormecido. Nes-ta altura não há cidade, só silêncio e chuva. Passaste por mim e não me disseste que estava a cair, sem destino num sono profundo
a seguir à refeição esquecida. Despertei sem me conseguir levantar sozinho e felizmente lá apareceu o Fortunato que me pegou como pôde, também ele coxo, trôpego e artrítico mas com bom aparato sempre alguém repara e uma senhora simpática lá se dispôs para pegar nos dois velhos tontos e colocá-los no seu lugar. Bem te vi ali, claramente a rires-te na minha cara, a mostrar-me o quadro da minha infân-cia, a correr pelos campos atrás dos animais cheio de vigor e de uma força que não se sente no músculo, que não se sabe se é pouca, se muita, se sem medida, que apenas es-tá lá na celeridade da vida!
Pois bem, dizem que se passou o Natal e é hora de renovar votos para o novo ano. Que me dizes tu disso? Sabes bem que foste inventado para nos guiarmos e não cairmos das balizas da convenção para fora, vá-se lá o homem desorientar!... E agora, que planei-as para o novo ano?
Não haja dúvida, estás velho, camarada, e eu, cá por mim, ainda não tenho votos para imaginar. Pensei que escrever a carta me ajudasse a desvendá-los. Queres dar uma aju-dinha? Leva-me ou mantém-me mas caso queiras responder a esta carta, fá-lo só em 2014, que eu vou celebrar noutra dimensão ou no centro de dia!
Sempre teu,
Um velho amigo
Por Paula Alves
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Natal 2014
Estimado amigo,
Espero que esta resposta não te encontre desiludido com tamanho atraso.
Há um ano escrevias ao teu amigo Tempo e, ele, pouco amigo, só hoje consegue “pôr a escrita em dia”.
Cedi às pressões do mundo e como tal andei veloz nas encostas da pressa e da distra-ção. Não me preocupei em saber se a tua saúde te folga, não me sentei no banco de jar-dim contigo e com o Fortunato e não disse à senhora que passava que eu ficaria contigo a jogar mais uma mão de sueca.
Lamento e não peço desculpa por que não a tenho.
Venho apenas comunicar-te que, no entanto, não me esqueço, aqui me sento, aqui te es-cutaria. Hoje, nesta data marcada pelos homens, sei que tens o gosto de não estar no jardim.
Nasceu-te um neto e tu celebras de joelhos no chão a brincar com ele sob os sorrisos da família.
Folgo em saber que, hoje, estarás tu distraído e não terás tempo para me ler.
Folgo em saber que hoje sou eu esquecido.
Votos de um preenchido Ano Novo.
O teu amigo Tempo
Por Paula Alves
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Ingredientes Rende: 1 bolo
• 200 g de tâmaras cortadas em tiras
• 50 g de nozes picadas
• 50 g de amêndoas em lascas
• 50 g de damasco cortado em tiras
• 3 colheres (sopa) de rum
• 120 g de manteiga
• 200 g de açúcar
• 1 pitada de sal
• 3 ovos
• 350 g de farinha de trigo
• 2 colheres (chá) de fermento em pó
• 1 xícara de leite
• Cobertura
• 500 g de creme de leite fresco
• 3 colheres (sopa) de açúcar
300 g de frutas cristalizadas picadas
Modo de preparo Preparo:30mins › Cozimento: 1hora › Pronto em:1hora30mins
1. Coloque os frutos secos para macerar no rum e pré-aqueça o forno em temperatura média (180ºC).
2. Numa tigela, bata a manteiga com o açúcar, uma pitada de sal e os ovos, até virar um creme esbranquiçado. Acrescente os frutos já macerados. Reserve.
3. Peneire a farinha com o fermento e junte à mistura de ovos, alternando com o leite. Misture e mexa até for-mar uma massa homogênea.
4. Unte e enfarinhe uma forma de 25 a 30 cm de diâmetro e despeje a massa nela. Leve para assar por cerca de uma hora ou até um palito espetado no bolo sair limpo.
5. Cobertura. Bata o creme de leite com o açúcar, até virar um chantilly.
Cubra o bolo com esse chantilly e distribua as frutas cristalizadas picadas por cima.
BOLO DE NATAL Fonte: h&p://allrecipes.com.br/
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Dezembro
Por Nato Matos
Noite. Veem-se luzes,
Agarram-se esvoaçantes sentimentos,
Tem-se invólucros coloridos,
Amores ocultos presentes, ou solitários.
Luzidios natais. Dezembro.
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Em Busca da Paz
Por Regina Mércia Sene Soares
Nossa paz cresce pela vida!
Se continuarmos a restaurar as nossas forças
É o balsamo dos corações aflitos
Onde o amor procura a caricia!
Das benditas horas de saudades
Revendo as imagens dos segredos
Que estão em nossas entranhas...
Onde o desencontro espera que a vida!
Ofereça esperança e nos leve
Por uma estrada a caminho da luz
Bendita seja essa luz!
A estrada que caminhamos
Para encontrá-la esta guardada
Num recanto distante...
Escondendo-se com carinho
O vislumbre de um sagrado amor
No qual as palavras são sublimes
E se perderam no tempo!
Em busca da luz...
Que protege os segredos
Mais puros e preciosos
Que traz a paz!
A ressurreição e a vida
Que bate a nossa porta
Trazendo a alegria
De Jesus Salvador!
Porque é Natal!
Regina Régia
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Feliz Natal
Por Regina Mércia Sene Soares
Que o verdadeiro sentimento
De Natal toque nossos corações
Nossas vidas e que nossos
Corações pulsem no mesmo
Ritmo de nossa vida diária
Neste Natal devemos colocar
Mais um tijolinho na construção
De nossa vida e devemos pedir
Ao Menino Jesus que nos dê
Esperança, Amor, Fraternidade
E que faça este mundo melhor
Para que possamos realizar todos
Os sonhos de nossa vida e que
Procuremos viver sempre com
Alegria de termos sempre
Ao nosso lado o nosso
Querido Jesus!!!
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Uma Janela Nada Virtual
Por Rovana Chaves
Semana que antecede o Natal, e lá esta-
va eu. Mais uma vez de mudanças. Trocar de lu-
gar onde morar já não é algo tão estranho assim
pra mim. Isso acontece sempre desde quando de-
cidi sair da pequena cidade do interior onde mo-
rei, denominada de Porto Feliz, para a Capital.
Essa mudança aconteceu em virtude de mercado
de trabalho.
Sou formado em Ciências da Computação, inclu-
sive fiz especialização na área. E sabe como é,
este campo profissional encara algumas dificulda-
des em cidades muito pequenas. Já em maiores,
as chances de se chegar a uma estabilidade são
melhores. Pois bem... Uma semana antes do Natal
deste ano, estou eu ocupando um novo aparta-
mento. Confesso a você que gostei do bairro. É
um lugar calmo, e isso me traz doces lembranças
de minha infância, e por que não dizer de minha
adolescência também. Moro no terceiro andar.
Pelas janelas da minha mais nova morada, posso
ver várias paisagens, lugares muito bonitos mes-
mo que sejam ao longe. E a visão de maior proxi-
midade que tenho é a de uma pequena praça, e de
vários prédios lado a lado.
Meus familiares decidiram vir até minha nova
casa para fazermos a ceia de Natal, já que se tor-
naria muito difícil eu ir até lá, em virtude de eu
estar montando e reorganizando meu novo lar. E
é exatamente na noite de Natal que o que havia de
mais mágico aconteceu: Eu me apaixonei.
Havia já alguns anos que este homem de
vinte e nove anos não se apaixonava. Tudo bem...
O motivo você pode achar que é sempre o mes-
mo, mas resolvi me fechar um pouco, devido aos
tombos que levei em romances em vão. Optei por
curar as feridas do coração, e se surgisse alguém
legal, até tentaria encarar, afinal de contas, sem-
pre pode acontecer o inesperado, não é?
E assim foi... Estávamos nos abraçando e
desejando Feliz Natal, quando de repente por so-
bre o ombro de minha mãe, olho diretamente para
a janela de um prédio que fica a cerca de cinco
metros de distância de onde eu moro. Vejo uma
mulher encantadora, de sorriso doce, expressões
calmas que denotavam a ideia de alguém muito
carinhosa, sorridente e simplesmente incrível.
Sabe aquele negócio de amor a primeira vista?
Bem, não seria exatamente isso que aconteceu
comigo, mas foi algo parecido. Afinal de contas,
ela nem sabia que eu existia.
A partir daquela noite, procurei de todas
as maneiras saber mais dela. Detalhe: pela janela
do apartamento. Percebi que ela gosta muito de
cores alegres, já que sua sala é pintada em tons
neutros, mas a decoração basicamente é lilás, em
vários tons, e branca. Cheguei a fazer mímicas
para ver se chamava a sua atenção pela janela,
mas o que consegui foi fazer a senhora de cerca
de uns setenta anos de idade – sua vizinha – mor-
rer de rir e ficar sem entender nada sobre meus
gestos.
Fiz novas tentativas. Pensei sobre as jane-
las virtuais que são mais familiares para mim.
Tentar algo por meio delas. Mas, não encontrei
muitas opções, pois sequer sabia o nome da mo-
ça! Confesso a você que eu estava sentindo uma
imensa dificuldade em lidar com essas janelas
reais... Talvez mais até do que as digitais. Outra
foi colocar um cartaz na minha janela pedindo
para que a moça morena do terceiro andar entras-
se em contato, me escrevendo um e-mail.
(Segue)
Edição Especial de Natal e Ano Novo 2014 /15
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Mas... de nada adiantou. Colei pelo lado
de fora, por ele ser maior do que a proporção da
minha janela, mas choveu. Resultado: o cartaz
molhou e caiu.
Outra tentativa foi atirar um bilhete com
bodoque. Mas... não chegou nem perto. Pois o
vento levava para longe. Já cansado de insistir,
pensei em fazer plantão na frente do seu prédio.
Mas dei azar, porque naquele final de semana ela
não apareceu: talvez tenha ido viajar.
Quando tudo parecia perdido, e eu já não
tinha mais nem a cozinha abastecida, pois minhas
concentrações oscilavam entre entrar em contato
com ela e meu trabalho, percebi que não tinha ab-
solutamente nada para matar a fome, e então, fui
ao mercado. Chegando lá, após encher a cesta
com os alimentos que me faltavam, fui até a ses-
são de livros. Encontrei um livro de poemas da
autora Florbela Espanca, o qual há tempos eu pro-
curava e não achava. E no exato momento em que
pego o exemplar, uma mão feminina também pe-
ga-o. Adivinha quem era? A vizinha!!
Naquele instante eu já não sabia mais o
que fazer, se pegava o livro, se a deixava pegar, se
pronunciava pelo menos um "oi", ou algo do gê-
nero. Fiquei em estado de choque. O momento
parou para mim, afinal de contas eu estava diante
da moça pela qual meu coração bateu mais forte,
mesmo que estivéssemos separados por alguns
metros de distância, podendo observá-la por este
tempo todo somente pela janela.
Mais do que depressa, deixei que ela pe-
gasse o livro, e palavras gaguejadas soltaram-se
com dificuldade:
- Olá, como vai? Meu nome é Eduardo.
Sou seu vizinho de prédio. Você também mora no
terceiro andar, mas no Edifício Escala, certo?
Inacreditável... Mas ela estava olhando
para mim. Abriu um sorriso delicado e respondeu:
- Sim, de fato moro neste Edifício. Você
mora onde?
- Moro no Prédio Orquídea. Sabe qual é?
- Sei sim, claro! Afinal de contas ele tem o
nome da minha flor favorita. Mas, pode levar o
livro de Florbela, eu levarei outro exemplar nou-
tra oportunidade. Eu venho buscando há tempos
este exemplar, pois sou uma leitora nata de suas
produções.
- Sem problemas, pode ficar com ele.
Também aprecio muito suas escritas, é uma das
poucas escritoras que leio. Eu não sabia que você
gostava tanto assim de ler, pois geralmente quan-
do a vejo, está entretida nas janelas do computa-
dor, ou ainda com o olhar vago para a paisagem...
Naquele momento ela ficou quieta. Acre-
dito eu, que pensando sobre como eu sabia de
seus hábitos, e como eu sabia que ela ficava va-
gando pelas janelas virtuais ou pela janela de seu
apartamento. Foi então que ela disse:
- Mas, como você sabe que eu faço isso?
Moro sozinha, e nunca percebi alguém me obser-
vando assim ...
- Me desculpe linda moça, mas desde a
noite de Natal fiquei absolutamente encantado por
você. A partir daquele momento mágico, tentei de
várias maneiras chamar sua atenção para poder-
mos entrar em contato. Inclusive saí na segunda
noite após o natal, pelas janelas virtuais pergun-
tando em chats se alguém era minha vizinha, que
naquela dada noite estaria vestindo uma blusa
branca. Mas todas as tentativas foram em vão.
Fico muito feliz de poder falar com você aqui,
pessoalmente. Neste momento tão inesperado.
Os olhos castanhos e grandes daquela lin-
da moça de pele alva como a lua ficaram ainda
mais brilhantes. Ela sorriu, pegou o exemplar de
Florbela e disse:
(Segue)
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- Eu não sabia que eu tinha um admirador com tamanho empenho! Quem sabe então, pos-
samos nos conhecer melhor, e apreciar a leitura deste exemplar, juntos?
Fiquei mais uma vez sem ação, mas sem pensar duas vezes, é claro que aceitei o convite. E
foi só quando ela já estava saindo do supermercado, que me dei por conta que devia perguntar o
seu nome, depois de ter me declarado sobre meu sentimento. Foi então que ela virou-se, delicada-
mente, com os cabelos soltos balançando pelo ar e disse:
- Sarah!
Nome delicado, simples, tendo como um dos significados ser envolvente. De fato, ela fazia
jus ao nome, já que mesmo sem ter trocado uma palavra sequer com ela até aquele momento, eu já
estava envolvido por ela.
É... E quem diria que eu estaria aqui hoje tentando mais uma vez um relacionamento. Todo
esperançoso, com o coração apaixonado e radiante como se eu fosse um adolescente em contato
com seu primeiro amor! Ora ora ora... sempre há tempo para tudo. Sempre há tempo para tentar
outra vez seguir um caminho que complete ainda mais a felicidade que carregamos dentro de nós
mesmos.
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Natal
Por Silvio Parise
Todo cristão sabe
que o Natal é uma festa sagrada
e, contanto, sendo assim,
indiferentes à grana,
festejam sem pensar em poupança
devido a grande fé que têm no Senhor.
Portanto, graciosamente, anualmente festejam
o nascimento do filho de Deus
com presentes, jantares e orações
praticadas dentro e fora das igrejas,
Natal das eternas consagrações,
como também felicitações,
festa cujo amor e paz revela-nos
sua profunda beleza e grandeza.
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NOITE ILUMINADA
Por Simone Pessoa
Noite. Nos arredores do shopping center, José pernoita na surrada esteira de pa-
pelão, que um dia embalou um eletrodoméstico, ofuscado pela chuva de estrelas que
reluz nas árvores circunvizinhas e evidencia o buraco negro da exclusão. O ruge-ruge
frenético dos transeuntes carregados de sacolas cheias de presentes e o som contínuo
de canções natalinas que ecoam das lojas acalentam o sono daquele mendigo. Sonhou
que era um cidadão bem apessoado. Barba e cabelo cortados, vestia calça e camisa
bem passadas e calçava tênis da moda, um desses com amortecedores. Dirigia um au-
tomóvel vermelho lustroso, ao lado da mulher: uma loura exuberante. Ao chegar em ca-
sa, foi recebido com entusiasmo pelos filhos bem nutridos. Antes da ceia farta, a família
unida pôs-se a montar a árvore de natal que se erguia até o teto. Porém, no instante de
acionar o pisca-pisca para ver o brilho da árvore, foi acordado bruscamente pelo foco
da lanterna de um segurança que fazia a ronda naquele quarteirão e ordenava sua saí-
da.
A menos de uma quadra dali, outro José chegava em seu apartamento numa ex-
travagante camioneta de luxo (com tração nas quatro rodas, que nunca utilizou). Não foi
recebido pela mulher, que por essas horas acotovelava-se fanática nas catedrais do
consumo ultimando as compras para as festas de final de ano. Já os filhos, nem perce-
beram a chegada do pai por estarem entorpecidos em seus mundos virtuais. Improvi-
sou um sanduíche duplo e tomou um refrigerante para incrementar seu sobrepeso na
sala de jantar, onde uma árvore de natal jazia esquecida no fundo do baú. Em seguida,
do alto do seu vigésimo andar, apreciou o mar de luzes que se estendiam sob a varan-
da.
Enquanto isso, seu marginalizado xará – refugo social - vagueava pela cidade
buscando um lugar à sombra da noite iluminada. Finalmente encontrou sossego na pe-
numbra de um estacionamento deserto onde só ouvia o ronco de seu estômago vazio.
Contemplando o firmamento sem estrelas, aquietou-se e voltou a adormecer, dessa
vez, sem sonho algum.
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Cinco Anos de Varal
Por Sonia Nogueira
Varal é uma corda estendida, esticada, que acomoda em
seu percurso centenas de cordéis abraçando letras divulgando
arte. É assim o Varal do Brasil, fundado pela brasileira, residente
em Genebra, Suíça, Jacqueline Aisenman. Inventou de divulgar a
Literatura sem Frescura, mas de um frescor contagiante, que pro-
voca cada escritor a postar seus textos, pendurados no varal vir-
tual.
Cinco anos faz o Varal, revista Online. Mãos artesãs e se-
quiosas das palavras digitam com sabedoria, verso e prosa, que
voam num clique para além-fronteiras. Arte e literatura, sedentas
de um olhar apaixonado para saborear cada fragmento da mente
silenciosa, oculta na palavra ou tela.
A palavra, essa força universal, criou asas no mundo virtual.
Um clique substitui a longevidade do transporte aéreo ou terres-
tre, contudo, sem intenção de isolar o livro, mas com segundas e
terceiras intenções de acelerar informações, criar hábito de leitu-
ra, alimentar a mente, fomentar informações e sabedoria.
Cinco natais atravessou o Varal do Brasil. Cada escritor
descreve esta data natalina na esperança de recomeçar, reconci-
liar o amor, treinar o perdão, falar de Jesus. O mundo reverencia
a história e perpetua o criador e junto o Varal segue no decorrer
de cada ano até o limite que será infinito, visto que a palavra, a
maior invenção do século, siga rumos longínquos, porque foi in-
ventada para ser eterna como a vida.
Feliz natal.
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O VARAL DO BRASIL AGRADECE A PARTICIPAÇÃO
DE TODOS OS
AUTORES DESTA EDIÇÃO E DE TODAS AS EDIÇÕES
REALIZADAS DESDE NOVEMBRO DE 2009!
É VOCÊ, QUE ESCREVE COM O SEU CORAÇÃO QUE
TRANSFORMA NOSSA REVISTA EM ALGO ESPECIAL DENTRO
DA LITERATURA BRASILEIRA E PORTUGUESA. VOCÊ, COM SUAS EMOÇÕES, PINTA O
MUNDO COM AS CORES DAS EMOÇÕES E FAZ DELE UM
LUGAR
MELHOR PARA SE
VIVER!
OBRIGADA!
FELIZ NATAL, FELIZ 2015!
III PRÊMIO
VARAL DO BRASIL
DE LITERATURA 2015!
Venha participar!
Peça o regulamento através de nosso e-mail
Ou leia em nosso site:
www.varaldobrasil.com
Inscrições abertas a partir de 1o de dezembro!
Textos infantis
Contos, crônicas e poemas!
Venha!
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TORTA DE AMEIXA COM RECHEIO DE NOZES
Receita enviada por Thereza Toscano
2 xícaras de açúcar
2 xícaras de farinha de trigo
2ovos
2 colheres de sopa de fermento
1 xícara ou uma lata pequena de ameixas pretas picadas
1 colher de chá de baunilha
100 g de manteiga ou margarina
1 xícara de água fervente
Bater a manteiga com o açúcar, os ovos e as ameixas na batedeira. Acrescentar os outros ingredientes.
Por último, acrescentar a água fervente. Continuar a bater.
Forma redonda, untada e enfarinhada.
Assar.
Depois de fria e desenformada, abra ao meio e molhe com a calda de ameixa. Use o recheio abaixo. Tampe com a outra metade e cubra com mais recheio. Decore com ameixas e nozes moídas.
RECHEIO E COBERTURA.
1 lata de leite condensado
2 colheres de sopa de nozes moídas ou bem picadas
1 colher cheia de manteiga.
Leve ao fogo até o ponto de brigadeiro mole.
Obs. Se quiser mais quantidade, dobre a receita deste recheio.
Sirva gelada.
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ENCONTRO COM O PAPAI NOEL
Por Vera Salbego
QUANDO EU TINHA CINCO ANOS
SONHAVA COM O NATAL.
POIS COM ELE VINHA O PAPAI NOEL.
VELHINHO BONZINHO...
QUE TRAZIA NOSSOS BRINQUEDOS.
ATÉ FUGI, PARA ENCONTRÁ-LO.
NAQUELA NOITE.
EM QUE ELE CHEGAVA.
NAQUELA LOJA TRADICIONAL
DE MINHA CIDADE NATAL.
ENQUANTO MINHA BABÁ NAMORAVA
MEU AMIGO BETO E EU
APROVEITAMOS O DESCUIDO.
E FOMOS AO ENCONTRO
DA MAGIA DO NATAL.
CRIANÇAS FELIZES
PARTEM ATRÁS DO SONHO
INFANTIL.
ONDE O BOM VELHINHO
TRAZ A FIGURA
DA PAZ!
E NO CORAÇÃO DA CRIANÇA
UM MUNDO DE BRINCADEIRA
E O GOSTO DOCE DE NATAL.
HOJE, EU VEJO.
AS CRIANÇAS SEM ILUSÃO ALGUMA
DA IMAGEM DO PAPAI NOEL.
APENAS NOS SEUS ROSTOS
A IMAGEM DA REALIDADE.
UM MUNDO CONSUMISTA.
E A PUREZA DO SONHO DE NATAL
NÃO TEM O MESMO SABOR.
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Feliz Ano Novo
Por Vivian de Moraes
Sinto-me eufórica esta noite
Não vou dormir
Vou escrever até o amanhecer
E quando raiar o dia
Vou andar de bicicleta
Colher flores num terreno baldio
Colocar na minha cestinha
E tirar umas fotos do meu novo cabelo
Também vou me lembrar dos meus amigos
Com excitação inigualável
Pensando o quanto estou próxima deles
Mesmo que estejam do outro lado do mundo
Amanhã cedo vou ligar a internet
Vou mandar presentes virtuais para quem amo
Vou deixar beijos de saudade e tentar explicar para meus amigos [americanos
O que é ter saudade
Vou também ver o riso de uma criança
E as lágrimas de uma mãe que não ama seu filho
E vou dar a ela uma nova esperança desejando-lhe um bom dia
Vou fazer ginástica, vou estudar francês
Vou desenhar gatos espreguiçando-se
E vou manter um riso meio nervoso, mas divertido
Tudo isso, e mais um pouco, vou fazer como treino
Para o ano que está chegando
O ano que eu quero para mim e desejo para você
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Reflexões sobre a manhã do primeiro dia do ano
Por Wadad Naief Kattar
Acordo neste primeiro dia de janeiro, sem o barulho da chuva no telhado. Abro a janela do sobrado e vislumbro o horizonte à distância. A temperatura está amena, seca, depois de vários dias chuvosos. Os bairros ( quatro que avisto do ponto onde estou) ainda estão sem movimento. Muita gente ainda dorme o 31 de dezembro ou ainda não se refez da comemoração da passagem de ano.
Agradeço a Deus, a oportunidade de iniciar um novo ano. Como todos os espe-rançosos decentes, meus desejos são para um mundo menos cruel, mais pacífico, mais humano.
Ligo o rádio na cozinha e ouço a en-trevista de um saudosista que se referia a um tempo em que se andava a cavalo e de bicicleta pelos campos onde hoje existem asfalto e prédios. De um tempo em que até os bandidos famosos ( e quem não se lembra de meia dúzia deles e de suas faça-nhas ?) eram um pouco român'cos. Esca-lavam prédios, roubavam jóias e saíam sem molestar ninguém. E quem possuía jóias? Os ricos, àquela época, ricos mes-mo, cujo furto não fazia diferença em suas vidas.
Interesso-me pela entrevista. Sento-me para tomar café, trazendo o radinho mais perto. Falou de um deles, em evidên-cia àquela época, que por mo'vos pesso-ais e óbvios, decidiu matar um delegado. Escondeu-se, aguardando a chegada do mesmo. E foi embora, sem nada fazer, en-
ternecido ao ver o desafeto acariciar os ca-belos louros da ne'nha que o recebeu à porta. Fato este contado pelo próprio meli-ante durante uma entrevista.
Tudo é passado. O progresso a'ngiu tudo e a todos e facilitou nossa vida. Mas o asfalto cobriu nosso roman'smo, nossa vontade de conversar à porta à noite e in-fluiu em nossa generosidade. A quem pe-de água ou comida, servimos por entre a grade do portão.
Hoje, morremos por mo'vos banais: por não termos dinheiro, porque nossa ca-ra não agradou ao bandido, ou porque ele a'ra à esmo, por deleite.
Tudo mudou. Há alguns anos, desligá-vamos a campainha durante a madrugada do 1º de janeiro para podermos dormir, porque as crianças vinham "desejar bom ano", para ganhar moedas. Havia um ritu-al. No dia 31 de dezembro, Mnhamos o cui-dado de ajuntar moedas para distribuir à garotada que vinha durante todo o dia.
Sinto falta disso. Hoje, ninguém bateu à minha porta para desejar bom ano. E não desligamos a campainha. Será que não pedem, por que podem tomar o dinheiro quando quiserem? Ou os novos tempos acabaram com o roman'smo e an'gos ri-tuais próprios de cada data?
Ainda assim, neste primeiro dia do ano, oro pedindo paz, trabalho, saúde e todas aquelas coisas que desejamos, com muita saudade daquele tempo. O mundo era melhor, então!
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Adeus Ano Velho... a Deus, o Ano Novo!
Por Rogério Araújo (Rofa)
Todo fim de ano e inicio de outro é a mesma coisa: fazemos avaliações e plane-jamentos que sequer são iniciados, quanto mais concretizados. E, por que isso aconte-ce ano após ano? Por uma razão muito simples: tudo o que foi “pensado” não foi colo-cado nas mãos de Deus!
Tem uma famosa música de final de ano que diz “Adeus ano velho, feliz ano no-vo. Que tudo se realize no ano que vai nascer. Muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender...”. Bonitas palavras, mas não parece faltar alguma coisa para estar comple-ta? Sim! Falta a atuação de Deus no ano vindouro.
Todos parecem dar importância extrema às necessidades materiais e pouco “lembram” daquelas espirituais e emocionais da vida. O dinheiro pode comprar todas as coisas materiais, mas não vale nada no que diz respeito à vida espiritual, bastando a fé em Jesus e também o amor dos outros que requer um gesto de coração para fluir. Quanta gente rica por ai é a pessoa mais infeliz porque dá importância somente ao que se obtêm pelo poder do “vil metal” (grana, “dim-dim”)?
É preciso dar “adeus”, sim, ao ano de 2014 que passou, tendo a certeza que foram 365 dias de oportunidades nem sempre bem aproveitadas por nós, pela nossa falta de tempo para nos dedicarmos ao que realmente importa nesta vida.
E o que mais nos deixará de alma lavada para o novo tempo a ser vivido é po-der fazer metas sim, mas colocando-as no altar do Senhor, dedicando a Deus o Ano novo!
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10Pratostradicionaisdaceia
deNatalPeru, rabanada e nozes...conheça a história dessas delícias que compõem o tradicional jan-tar natalino
Fonte: http://viajeaqui.abril.com.br/
Biscoitos de gengibre
Muitas histórias cercam o a real origem dos bis-
coitos de gengibre e mel, ingredientes principais
dos “pequenos homenzinhos natalinos”. Uma de-
las remete ao século 15, na Europa, onde já havia
a tradição de construir casas e bonequinhos de
pão de mel – fato que inspirou, séculos mais tar-
de, os irmãos Grimm a criarem o famoso conto
João e Maria.
Outras histórias atestam que os biscoitos natali-
nos foram criados nesta mesma época, por mon-
ges que 'nham acesso aos ingredientes principais
para criar os bonecos. Já outra corrente de pes-
quisadores aposta em uma versão inglesa, em
que a rainha Elizabeth I, em uma de suas festas,
disse aos cozinheiros para confeccionarem pe-
quemos homens com o rosto de cada convidado.
O que se sabe, com certeza, é que o um 'po rudi-
mentar de pão de mel já exis'a por volta do sécu-
lo 10 e era consumida na região que hoje perten-
ce ao território russo. Chamado de "pryaniki", o
bolo era cons'tuído de uma mistura de farinha,
mel e suco de frutas, mas o mel cons'tuía quase
metade de todos os outros ingredientes.
Peru assado
Um dos pratos mais famosos da ceia de Natal, o
peru tem sua origem relacionada aos povos que
habitavam o con'nente americano pouco antes
do “descobrimento” pelos europeus. Natural das
florestas da América do Norte, a ave já era do-
mes'cada e criada pelos astecas e pelos índios
americanos há tempos, sendo tratada com um
verdadeiro prêmio quando uma tribo dominava
outro território
Feito em banquetes, o peru era servido acompa-
nhado por cebolas, alho-poró e um molho a base
de pimenta. A ave (que até então se chamava
“galinha da Índia”) foi levada para o velho con'-
nente e em pouco tempo subs'tuiu o cisne, o
ganso e o pavão como ave oficial da ceia natalina
Panetone
Não se sabe muito sobre a origem do bolo de fru-
tas cristalizadas, mas é fato que ele nasceu na
Itália. Uma das possibilidades mais aceitas é a de
que o primeiro panetone saído de um dos fornos
das diversas padarias de Milão, em meados de
1400 d.C.
De acordo com esta história, que já ganhou status
de lenda, um jovem padeiro, apaixonado pela fi-
lha de seu patrão, elaborou uma versão rudimen-
tar do bolo doce para impressioná-lo.
(Segue)
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A inicia'va deu certo e a receita fez o maior su-
cesso entre os clientes do lugar, que pediam in-
sistentemente pelo “Pani de Toni” (pão do Toni).
Com o tempo, a palavra evoluiu para
“pana&ón” (vocábulo milanês) e depois para
“panetone” (italiano).
Após passar por diversas transformações ao lon-
go dos séculos, o ”pão do Toni” ganhou o seu as-
pecto atual no século 18, com o formato circular
e a disposição das frutas cristalizadas. Há tam-
bém variações feitas com chocolate, sorvete e
também panetones salgados.
Nozes e Castanhas
A associação entre o Natal e as nozes remonta às
espécies de nogueira na'vas da Europa e Ásia,
que costumam soltar seus frutos no fim do outo-
no e começo do inverno. Devido à facilidade de
seu armazenamento e valor calórico, acabaram
se tornando alimentos bastante consumidos para
quem pretender suportas temperaturas extrema-
mente baixas. Es'ma-se que as nozes façam par-
te da dieta dos humanos desde os primórdios da
espécie.
Contos de Natal, como O quebra-nozes, de
Ernst Theodor Amadeus Hoffmann, publicado em
1881, ajudaram a popularizar a fruto seco aos
quatro cantos do mundo. No Brasil, as mesas de
Natal incluem nas receitas dos pratos variantes
nacionais, como a castanha-do-pará, que é servi-
da com outros 'pos de castanhas.
Bolinho de bacalhau
Assim como outros pratos que compõem a ceia
brasileira, o bolinho de bacalhau tem sua origem
atrelada aos colonizadores da América, neste ca-
so, os portugueses. Considerado uma das heran-
ças da culinária mediterrânea, o pe'sco já era
consumido em larga escala há pelo menos dois
séculos atrás.
Feito com batata e lascas do peixe, que é farta-
mente encontrado nos mares da região, o boli-
nho teve sua primeira versão oficial documenta-
da em 1904, no livro Tratado de Cozinha e Copa,
escrito pelo oficial português Carlos Bandeira de
Melo, que adotava o pseudônimo de Carlos Ben-
to de Maia .
(Segue)
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Frutas
Servir frutas e usá-las para decorar a mesa natali-
na é uma das variações de um costume an'go,
adotado na Roma an'ga para homenagear o
“solsMcio de inverno” – a noite mais longa do
ano, quando a Terra a'nge o ponto mais distante
do sol. No hemisfério norte, esse fenômeno
acontece por volta do dia 25 de dezem-
bro. Tâmaras, uvas e pêssegos eram banhadas
em ouro para ornamentar a casa. Hoje, com a
variedade de frutas vendidas no verão brasileiro,
a ceia ganhou uma variedade tremenda de cores
e sabores.
Leitão assado
Homens assam leitões em ocasiões especiais
desde a fundação do Império Romano. Porém, o
comércio destes animais só teve inicio no século
8, devido, provavelmente, a uma superpopula-
ção em diversos pontos da região conhecida hoje
como península ibérica e também da Itália.
Por conter muita gordura acumulada, geralmen-
te o suíno era consumido no inverno, quando as
pessoas precisavam de uma alimentação mais
forte. Outra vantagem atribuída à alimentação
do animal neste período é a conserva de sua car-
ne, que poderia ser feita na própria banha do
leitão.
Rabanada
A receita feita com pães, leite e ovos, que hoje é
apreciada em nove entre dez ceias, foi criada pa-
ra recuperar mulheres após o parto. Natural da
península ibérica, o doce foi caindo no gosto do
povo aos poucos, sendo que no começo do sécu-
lo 20 se tornou um alimento comum nas taber-
nas de Madri, na Espanha.
Acompanhado de vinho, a rabanada também é
muito associada aos períodos religiosos, como a
quaresma, talvez pela falta de carne no cardápio.
Seus primeiros registros históricos são datados
do século 14, em Portugal, e foram feitos pelo
poeta espanhol Juan del Encina. Já a primeira
receita documentada pertence ao livro de Fran-
cisco Mar'nez Mon'ño, servidor da Coroa Real
da Espanha no período .
(Segue)
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Salpicão
Raros são os pratos da ceia do brasileiro que, de
fato, nasceram em solo tupiniquim. Um destes
escassos exemplos é o salpicão, que contrarian-
do a regra, nasceu como conhecemos bem aqui
no Brasil.
O nome da salada veio da palavra salpicón, co-
mum na culinária mexicana e francesa, que é o
ato de preparar um ou mais ingredientes crus ou
cozidos em um determinado 'po de molho. Já
em Portugal, a palavra salpicão é atribuída a um
'po de embu'do.
A versão atual deste prato no Brasil tem seus pri-
meiros registros em meados da década de 50.
Entre as variações conhecidas ao paladar brasi-
leiro, os ingredientes que correntemente são
atribuídos ao prato são: a maionese, cenouras,
batatas, pimentão de varias cores, carne de fran-
go ou peru, salsão e pimenta, além de frutas co-
mo abacaxi, cereja, maçã verde e uva passa.
Vinho
Uma das mais an'gas bebidas da humanidade, o
vinho tem seus primeiros relatos retratados na
China, quase seis mil anos antes de Cristo. Po-
rém, o auge de seu consumo aconteceu na Idade
Média, quando a forte influência da Igreja Católi-
ca baniu até mesmo a cerveja da Alemanha
(considerada bárbara) para que o vinho fosse
adotado como bebida oficial para as celebrações
cristãs.
Pode parecer estranho, mas a origem da ceia de Natal remete a tempos anteriores a Jesus e dos registros bíblicos do novo tes-tamento. Constantemente atribuído ao nasci-mento do Cristo católico, o banquete natali-no (em versão rudimentar) era preparado por povos pagãos em comemoração ao solstício de inverno, antes mesmo do império Roma-no.
Coincidentemente, a noite mais longa do ano no hemisfério norte geralmente aconte-ce entre os dias 22 e 25 de dezembro, dia do Natal. Nesta festa do solstício, os alimen-tos eram servidos entre os cidadãos da al-deia, que também os usavam para presente-ar os seus entes queridos.
Os alimentos que hoje fazem parte da ceia brasileira têm diversas origens. O peru assa-do, por exemplo, é uma herança dos índios da América do Norte, enquanto que a raba-nada e o bolinho de bacalhau, por sua vez, vieram com os patrícios portugueses.
Por Anderson Estevan
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NATAL É JESUS
Cada Natal em nós renasce Nova imagem do Senhor A repetir por milênios Ele é o nosso Salvador Semeou a paz e a unidade Agindo como um pastor Aos homens de boa vontade Serviu ao Pai, seu Senhor Venceu a dor e a injustiça Sofreu injúria o seu apreço Salvou irmãos corpo e alma Deu a vida como preço
Por Iolanda Martha Beltrame
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Em nome do pai,
Em nome dos homens
E do sagrado,
Eu te saúdo.
Ave, Iluminada!
Sim, mulher!
Eu sei que a festa é dele.
Sei que luzes se acendem
Em todos os cantos,
Igrejas, praças,
Em todos os lares,
Para celebrar o aniversário
Do teu filho amado.
Quero louvar-te
Pela garra e coragem,
Quando naquele dia
Num momento de prece,
Ouviste a profecia:
“Darás a luz ao filho de Deus!”
Mulher cheia de graça,
Não negaste tua missão.
Mesmo sozinha
Esperaste com fé,
O menino predestinado.
Sentindo o momento,
Explosão do divino,
Elevaste em oração
Os teus sentimentos.
A natureza Divina
Revelou-se em teu ventre
Mostrando-nos um Deus
Cheio de humanidade.
-E pela primeira vez
A terra contemplou
Uma Estrela Guia-
Tua presença no presépio
Me faz refletir
Sobre compaixão,
Solidariedade,
-Chamas de amor-
Legado que nos deixaste.
Salve Rainha!
Grande Iniciada!
Deusa!
Serás sempre louvada.
Existe natal
Por que és a Mãe,
Aquela que deu a luz,
Ao grande Mestre-Jesus!
Por Elena Mattos
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Sob a égide da esperança: revigorando nossa essência!
Por Elinalva Oliveira
Em cada nova viagem que faço, confirmo a vastidão desse universo, esse lugar, obra divina e acolhedora recheada de tamanha beleza, segredos de uma civiliza-ção que precedeu a esta, outros seres que trataram de deixar vestígios por meio das memórias fincadas no tempo. Compara-se ao nosso viver tendo em nosso co-ração o lugar sagrado que comporta sentimentos mil: de amor, saudades doidas, lembranças preservadas, alegrias declaradas, emoções e desejos contidos em ca-da ser abatido pela dor, ou será pelo sofrimento levando ao desamor?
E na imensidão desse vale, esqueçamos as lágrimas, sigamos tecendo nossa exis-tência, com os fios resistentes e coloridos, juntando-os, desatando nós, enlaçando outros, completando esse trançado, emaranhados talvez, compondo e trilhando essa vida, sustentadas e revigoradas por novas forças, novos valores, expressa-dos na alegria do encontro com tantos iguais a nós, repletos de emoções, triste-zas, desencantos e, saudades. Mesmo assim sigamos amando, nos permitindo renascer em outros amores, buscando ouvir belas canções, empreender novo ser-vir, que nos alenta, assim, seremos fortes, isso irá revigor nosso ser.
Por isso, se a incompreensão das fatais realidades, vier ao seu encontro, não a deixe que se instale em sua vida, lute, desbanque esse mal estar e, assim, conti-nuemos a bordar nossa história com fios dourados, o dourado que é luz, riqueza e poder trazido pela imensa claridade do Sol, buscando forças partindo para outras vias que nos reencante, reavivando a chama para que a felicidade se faça presen-te, afastando de nós, a dor, a ausência daquilo que nos entristece para buscar o que nos dar alento.
E nessa efêmera passagem pela vida, aceitemos a felicidade, conforme ela vem a nós, embora que momentânea. Voltemos nosso olhar para outras paisagens, para outros caminhos, novas emoções, alegremos o nosso eu sofrido, sufocando a terrí-vel melancolia traduzida em saudade que teima em nos maltratar. Mesmo assim, mostremos fortaleza, busquemos ânimo para nossas vidas, empreendendo novos projetos, sejamos ousados e passemos a colorir a vida com os mais belos matizes existentes nesse planeta, afastando os dias cinza de nosso eu. Sejamos felizes, seguindo o curso da história acreditando que vale a pena viver.
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É N ATAL
Por Marilina Baccarat de Almeida Leão
Hoje, não quero falar da tristeza, que, vez ou outra, invade nossas almas, ou, sequer, do que vem por aí... Hoje, quero falar do Natal. Mas, daquele Natal, no sentido mais amplo, mais abrangente, mais transformador. Gostaria de dar um abraço muito apertado em cada um de vocês, meus amigos e amigas, que têm me mandado suas mensagens de um feliz Natal, com muito amor e pensamentos bons. Na forma desse amor, gostaria de acarinhar cada cabeça e encostar a mi-nha em cada ombro, ser como um polvo de mil braços e abraçar apertado ca-da corpo, cada um, que tem me deixado tão feliz e emocionada, a cada vez que leio as mensagens. Quero dizer-lhes que não percam a esperança, o Natal renova nossos sen-timentos, mas, para isso, temos que lutar e enfrentar, pois que muito ainda terá que ser feito. Quem sabe o Natal será surpreendente! O que nos cabe é ter esperança, enxergar um caminho, que possa ser per-corrido com a força, que temos em nós e mais o amor e união, que o Natal nos traz...Ele, de novo, que temos recebido, como dádiva, por podermos ter mais um Natal em nossas vidas. Não vamos pensar que este poderá ser o último Natal, vamos imaginar, sim, que todos nós estaremos juntos, lado a lado, celebrando mais um Natal e muitos, que ainda virão pela frente. Que cada palavra, cada frase, cada demonstração de agradecimento, pelo Natal, estejam aos pés da minha árvore iluminada ou entre seus galhos enfei-tados, pendurados como prendas, alegrando o meu Natal. Olhem para o Natal e entreguem-se ao amor. Ao amor por si mesmos, principalmente, e deixem vir, entrar o espirito do Natal, tomar conta de todos os espaços, o amor por todos e tudo. O Natal é um bálsamo curativo da de-sesperança, poderoso, que faz brotar todos os bons sentimentos... Que o Natal de cada um de vocês, meus amigos, seja cercado de um amor verdadeiro, cheio de luz, celebrado com muita PAZ e UNIÃO. FELIZ NATAL!
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É NATAL!
Por Marta Eliane S. de Carvalho
TODO ANO PARECE TUDO SEMPRE IGUAL,
QUANDO CHEGA A ÉPOCA DO NATAL.
TUDO FICA ENFEITADO E HARMONIOSO
E TODO MUNDO MAIS GENEROSO.
SEMPRE TROCAMOS PRESENTES
COM NOSSOS AMIGOS E PARENTES,
MAS O VERDADEIRO SENTIDO DO NATAL,
PARECE ESTAR CADA VEZ MAIS AUSENTE.
QUANDO NOSSO SENHOR
NOS DEMONSTROU
SEU GRANDE AMOR
NOS ENVIANDO SEU FILHO
O SALVADOR,
NOS ENSINOU O VERDADEIRO AMOR.
NÃO APENAS UMA CONFRATERNIZAÇÃO MUN-DIAL
MAS O GRANDE AMOR FRATERNAL,
NO DIA A DIA, DEVE SER O NOSSO NATAL.
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Ao fabricante de Papai Noel
Por Varenka de Fátima Araújo
Que a bem dos seus direitos
preciso urgente de dizer: Sr fabricante
precisamos de um Papai Noel
com muito empenho, enorme saco cheio
de sapatos, chinelos, roupas, cobertores,
de chocolates, fitas de várias cores
que façam laços de fraternidade
Não importa os salgados, vinhos, perus
em mesas fartas em tremendas festas
muitos no meio da multidão, estão só
raivosos, rasgando a história verdadeira
Silêncio Sr. Fabricante! Pode continuar fabricando
de improviso, vai o meu recado:
o Papai Noel era um velhinho muito bom
sem ambição que distribuiu brinque para às crianças.
É preciso que todos saibam, como eu amava Papai Noel,
tenho uma certa urgência de dizer: Feliz Natal
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Participe de nossas atividades, entre pela porta da frente no mundo literário europeu!
29o Salão Internacional do Livro e da Imprensa de Genebra, Suíça
29 de abril a 3 de maio de 2015
Informe-se! Inscreva-se!
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PEQUENA HISTÓRIA DE NATAL
Por Bete França Jufer
Aconteceu há alguns anos na Suíça, na cidade de Uster, cantão de Zurique. Em uma escola primá-ria. Li no jornal local, já faz muito tempo, e o fato foi tão bonitinho que não me esqueci.
Era época de Natal e naquela escola, mesmo que leiga, como na maioria das escolas de países cristãos, as crianças prepararam um teatrinho, encenando o nascimento de Jesus.
Muito bem ensaiado, com delicados cânticos na-talinos, versinhos, roupas adequadas.
Havia até um burrinho, composto de um cober-tor marrom sobre dois pais de alunos, com uma cestinha em cima, pra menina que representava Nossa Senhora sentar-se de lado, enquanto o que fazia o papel de São José puxava o animalzinho improvisado.
O casal de crianças ia com o burrinho pelo gran-de palco da escola, lentamente, e pedia hospeda-gem em diferentes hospedarias. Ninguém tinha um lugarzinho para eles. Tudo lotado, e Maria em estado de gravidez muito avançado!
A plateia, composta de pais e professores, seguia o desenrolar da peça, feliz com o desempenho das crianças. Até que algo inusitado aconteceu.
Um menino que representava um dos hoteleiros, muito compadecido, não aguentou tanta tristeza, e quando São José e Nossa Senhora se aproxi-maram de seu albergue pedindo abrigo, ele per-mitiu que eles entrassem e se hospedassem lá, dizendo:
-Tenho lugar sim, podem entrar!
Isso, naturalmente, estava fora do programa, e deixou o pequeno São José muito bravo, pois de repente ele não sabia mais o que fazer, o que di-
zer, provocando um bate-boca entre os dois ato-res.
Nesse momento subiu ao palco o pai da criança hoteleira, um senhor italiano, que se desculpou e explicou num alemão meio limitado, mas com-preensível, que desde o começo seu filho não queria mesmo fazer esse papel, estava sofrendo em estar entre aqueles que recusavam ajuda à Sagrada Família.
Com sua alma infantil, decidiu, de improviso, mudar as coisas!
A plateia aplaudiu carinhosamente a sensibilida-de da criança e a peça seguiu seu curso - como sempre.
Jesus nasceu na manjedoura - como sempre.
Impossível mudar.
Como todos sabemos, naquela noite distante de 25 de dezembro, a verdadeira noite de Natal, em Belém, um astro resplandecente, com uma cauda majestosa, brilhou muito, muito forte, indicando a chegada do Redentor.
Esta estrela ainda brilha nos corações dos que creem, indicando que Cristo está entre nós, dan-do-nos força na caminhada, iluminando nossos dias e nossas noites - como sempre. Para sempre.
Feliz Natal!
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Natal Por Elosia Menezes Pereira
Com magia.
Para nossa alegria
Nasceu Jesus!
Jesus desceu lá do céu
Foi no Natal que nasceu; Alegria e felicidade eu devo
sentir,
Pois Ele nos veio remir
Sobem louvores ao céu profundo:
Jesus nasceu! É Natal! Na manjedoura esteve quem
salvou o mundo, Quem ama os fracos, quem
perdoa o mal.
Num só pensamento
Viveremos aquele momento
A festa que nos seduz Nos lembra Jesus na cruz
Dia de festa, de alegria sem igual
Festejamos Seu nascimento no Natal
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2014 – Passagem - 2015
E no profundo silêncio que a noite envolve,
vê-se o ser humano tocado por um sentimento do que é mais nobre de significados:
A celebração do ser que em si traz, espelhado
num menino, envolto em simplicidade
e que nasce ampliado no coração dos homens...
E podemos todos nos reunir em Belém...É Natal!
E juntos, para lá vamos, compondo o corpo de luz do universo,
Levando no peito o amor e nossas conquistas que reverberam nossas memórias
Através da historia...
E ao longo das eras vimos traçando caminhos, carregando propósitos, novos desafios que se abrem a mil possibilidades diante da vida, na ma-cro dimensão do Ser...
Façamos a caminhada das novas descobertas, sem medos.
O universo está aí, bem dentro de ( você) , de nós...
E as estrelas falam no silêncio... Elas nos reco-nhecem nas partículas que delas herdamos.
Há mais vida, há mais organização do que suspei-tamos.
Cada astro, cada estrela, cada lua, cada sol, cada um de nós... tem seu lugar.
Aquietemo-nos... Ouçamos, interior adentro, to-da a beleza que se faz riqueza quando nos pomos a ouvir o que diz o coração. ..
Ouçamos nossas vibrações pessoais...
Algo novo, oculto, calmo, silencioso, nasce da inteligência do coração.
Desde a eternidade, o trazemos em nosso pulso evolucionário.
Em ritos de passagem, de dentro pra fora vai se instalando uma revolução silenciosa e lenta numa conspiração global, espiritual, como se células se espalhassem em cada canto do Planeta em novas
transformações.
E comungando talentos e dons anônimos, pode-mos todos participar de cada cultura do mundo, se espalhando pelas cidades, vilas e vales, tribos e ilhas.
E se revelam todos os mistérios que buscamos entender, sem quase nunca compreender...
E acariciados pelos sentidos, ouçamos nossos sons, sintamos em cada movimento, nossa luz irradiando a verdade, vibrando a energia que aco-lhe e soma fraternidade.
Façamos mudanças, novos caminhos, nem sem-pre fáceis, ao encontro de novos olhares, ilumina-dos de boa vontade e bondade na construção do mundo novo em redes múltiplas de amor e solida-riedade. Sem fronteiras, ricas de verdades límpi-das, singelas, transparentes plantadas no coração maior de cada um.
Num sopro inspiramos a força que vem do cos-mos, exalando cuidado , investindo no delicado, colaborando por um mundo melhor, num plano maior...
Seja esta a religião do século 21...transpondo mais um degrau da evolução ao encontro de uma novo estado de consciência.
E harmonizados, impregnados pelo Divino, vi-bremos em uníssono com a luz pela Paz, inspiran-do cada som, cada melodia, desta orquestra de dons e talentos em celebração.
Feliz Natal! Feliz Ano Novo!
Por Gaiô (Maria Aparecida de Rezende Gaiofatto)
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MENSAGEM DE NATAL:
Natal é um momento singular de amor, de ternura e de amizade; uma opor-tunidade para lembrar do nascimento de um cara incrível e revolucionário que nos ensinou que o amor e a amizade são mais importantes e que so-mente através do amor podemos construir um mundo melhor. Então, Natal tem que ser um dia para renascermos no amor a nós mesmos e, apesar das nossas imperfeições, podermos brilhar neste mundo como estrelas no firmamento, sermos felizes sem perder de vista a consciência da nossa hu-manidade e do lugar de responsabilidade que ocupamos neste planeta.
MENSAGEM DE ANO NOVO:
Que sempre uma nova luz surja em sua visa, significando uma novidade fe-liz para os anos futuros. Que você encontre a verdadeira liberdade ao en-frentar o dia-a-dia, ao fazer suas escolhas, aperfeiçoando-se sempre na ar-te de bem viver neste planeta. Que a consciência de que estamos vivendo e morrendo a cada dia dê um sentido maior à sua existência e às suas ações no mundo. Que você seja amado e valorizado pelo ser especial que você é.
Por Isis Dias Vieira
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PRESENTE DE NATAL
Por Luciane Mari Deschamps
Betina era a boneca mais linda do mundo! Tinha no rostinho de borracha a expres-são das crianças felizes. Usava um vestido de flores miúdas e coloridas, com rendas na barra da saia e nas manguinhas fofas. Os cabelos loiros e lisinhos eram presos em duas partes, com laços vermelhos de cetim. Betina representava as meninas de um grupo es-pecial de crianças bem tratadas e nutridas, pois tinha as bochechas grandes e rosadas. Trazia um sorrisinho meigo no rosto angelical.
A boneca chegou numa noite de Natal, embrulhada em um papel de presente ver-de, todo cheio de Papais-Noéis sorridentes. Foi comprada em um Shopping Center recém-inaugurado, na ala sul da cidade, e disputadíssima entre três mães muito preocupadas em realizar o desejo de consumo de uma filhinha mimada.
O nome Betina já veio da fábrica. Era o nome de uma atriz famosa de uma novela infantil de um canal de televisão que sempre estava em audiência. Para alegria das pe-quenas fãs, a atriz foi “transformada” em brinquedo que foi desejado de uma hora para outra, depois de um anúncio publicitário na TV. Aliás, depois de muitas propagandas de variados brinquedos.
A menina que a ganharia na manhã de Natal a quis logo que soube do lançamen-to. A garotinha nem mais brincava com bonecas. Suas atividades estavam relacionadas a celulares, internet, redes sociais e jogos eletrônicos. Já estava “grande” demais para brin-car com bonecas! Imagine, já tinha cinco anos! Era uma mocinha!
Betina foi desembrulhada com a euforia desejosa de todas as crianças. Foi admira-da e levada no colo para ser exibida na casa dos avós e primos. No início da conversa dos parentes, as atenções até foram voltadas a ela, mas isso logo mudou quando todos resolveram falar dos artistas e da novela das nove que começou em substituição àquela que Betina, a atriz, era a personagem principal. Mesmo a dona da boneca não falava mais do brinquedo que ganhara. Logo ficou bem interessada pelo jogo eletrônico do pri-mo um ano mais velho do que ela.
A bonequinha de vestido florido e rostinho de anjo ficou jogada no sofá enquanto as crianças se divertiam em disputar a próxima fase. Somente foi recolhida dali na hora da saída por um dos adultos da casa. Betina era só mais um brinquedo e não tinha nada de especial e atraente para a menina que a esquecera no sofá da casa dos avós em um dia de Natal.
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É Natal!
Por Anna Ribeiro
N oite de muitas esperanças
O mundo grita por Paz!
I grejas em correntes de amor
T antos hinos e louvores
Em oração ao senhor
D eus em graças abençoai
E sta corrente de Fé
N atal do menino
A bençoado sejas!
T antos amores e ternuras
A legrias de puros desejos
L indo seja seu NATAL !!!
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Minha Prece de Natal
Por Yara Darin
Senhor,
Verta o Teu olhar bondoso, benevolente
Aos nossos fraternos irmãos desprotegidos
Fortaleça-os no espírito e na devoção
Para um novo renascer no Altíssimo.
Nunca os desampare na fiel quietação
Para toda e verdadeira fé em Ti
Tire-os da amargura e total solidão
Intensifica de júbilo o interior de cada vida
Confiança e compreensão aos seus corações.
Senhor,
Que haja paz entre os homens sobre a Terra
Lares aconchegados, sem conflitos , sem sofrimentos
Uma luz na escuridão aos menos afortunados
Não nos desampare na coragem e na disciplina
Plena de sabedoria no mundo espiritual .
Inunda nossos corações de irmandade
Esperança e crença em dias melhores
Faze-nos merecedores da Tua benignidade
Desperta em todos a compaixão e a caridade.
Senhor,
Perdoa os meus pensamentos injustos
Por vezes meu silêncio e omissão
Declaro a Ti minha sincera gratidão
Na graça ,na glória e nas alturas
Por Teu imenso Amor , sem igual
Porque hoje é Natal!
Amém.
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NATAL DE OUTRORA
Quantas recordações o Natal nos trás, de quando éramos crianças. A família feliz e as crianças esperando o ano todo para que ele chegasse. Contávamos os meses e quando chegava setembro, junto com a primavera chegava a esperança... O Natal estava perto, faltam só três meses, parece que tudo se iluminava. Nem era tanto pelos presentes, mas sim, pela felicidade e alegria de estarmos todos juntos, minha mãe e o meu pai, minhas irmãs, as minhas avós e meus tios, ainda não tínhamos primos. Era uma verdadeira comemoração de um aniversário, o do Menino Jesus, uns abraçando os outros, desejando um feliz Natal, com aquele ar de alegria. O Me-nino estava sempre presente no presépio em sua manjedoura... Nossa família era grande, nem precisava convidar mais pessoas, a casa já ficava cheia de gente ale-gre e feliz. Ir á igreja, ao culto no dia de Natal era infalível, a minha mãe nunca dei-xava de ir. Naquele dia o agradecimento pela vida, saúde, paz e felicidade era espe-cial ao Menino que acabava de vir a esse mundo... “Bate os sinos pequeninos, sinos de Belém, já nasceu o Deus Menino para o nosso bem”. Aonde passávamos ouvia-se as músicas de bem vindo, ao Menino.. Hoje já não se houve quase mais essas músicas natalinas... Mas, a lembrança desse tempo permanece em nossos cora-ções... Agora tudo é diferente, tudo é muito rápido, quando se vê O Natal já foi, e logo já está de volta, nem dá tempo para sentir uma saudade boa... ou contar os meses... Tem pessoas que festejam o Natal sem nem saber que é um aniversário, e muito menos sabem de quem é. Só sabem que é dia de receber presentes e às ve-zes retribuir até o dia 06/01... Um abraço a todos e um feliz Natal....
Por Carmen Di Moraes
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Mais uma vez
Por Silvio Parise
Mais uma vez sem surpresas vejo
outro ano seu fim chegar,
ciclo que para mim acho perfeito,
embora o ano não tenha sido espetacular.
E assim, mais uma vez,
verei um novo ano chegar,
realmente repleto de esperança,
pois esse ano que agora está terminando
foi verdadeiramente conturbado
porque faltou-lhe bonança
juntamente com o sempre desejado bem estar.
Contanto, mais uma vez,
um novo ano está chegando,
espero que seja repleto
de novas oportunidades, bom senso e amor
pois, é exatamente isso que está faltando
para então, mais uma vez celebrarmos
a sua vinda com todo fulgor.
Edição Especial de Natal e Ano Novo 2014 /15
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Receita para Festas de Fim de Ano
Por Alexandra Magalhães Zeiner
Porções mágicas de Paz,
Diversas misturas de Amor,
Solidariedade e união,
De formas e tamanhos variados,
Sem esquecer um especial componente:
Gratidão infinita,
Recitada em prece diária,
Criando cores, artes e palavras,
De dentro para fora,
No aqui e agora,
Pelo que foi, é e será,
Para cada ser vivo,
Habitante do planeta azul,
Astro-lar no Universo,
Mãe Terra.
Imagem by NASA/JPL-Caltech/R. Hurt (SSC-Caltech)
Edição Especial de Natal e Ano Novo 2014 /15
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O Natal Que Desejamos
Por Luiz Manoel
Desejamos celebrar O Natal com muita luz Em espírito de amor
Na presença de Jesus A proclamar Glória a Deus A cantar de braços dados
A desejar Paz na Terra Todos serão convidados Vamos celebrar o Natal Ao redor de nossa mesa
Farta de bons sentimentos Desejamos a fé renovar
Com nossas vozes em hino Ao lado de anjos cantar
Bem-vindo Jesus Menino
Edição Especial de Natal e Ano Novo 2014 /15
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Um Sonho de Natal
Por Maria Angela Manzi da Silva
Noite mágica e bela! O céu pontilhado de estrelas...
Na rua, um menino cansado e triste ofe-recia doces aos passantes, que apressados mal ouviam o que ele dizia.
Precisava vender seus doces. A mãe os havia feito com tanto esmero e carinho, na esperança de ganhar um pouco de dinheiro para juntos festejarem o Natal. No entanto, ele nada havia vendido.
Estava triste, pois se lembrava dos ir-mãos menores, esperando pelos presentes que não ganhariam. Os sonhos afugentados pela realidade nua e fria.
- Senhor compra um doce.
- Moça leva um doce.
Nada. A noite avançava. Já não havia quase ninguém nas ruas. Todos estavam em suas casas, para festejar a noite de Natal com a família. Uma chuva fina começou a cair, molhando sua roupa. Os pingos da chu-va se misturaram às lágrimas que caiam aos borbotões.
Cansado, sem coragem de voltar para casa, sentou-se na soleira de uma porta e, sem perceber, adormeceu.
Acordou, com a porta sendo aberta, e uma linda moça, sorrindo, perguntou-lhe: - Ei garoto, o que você está fazendo aí?
O menino, assustado, respondeu de-pressa: - Não se preocupe moça, eu já vou sair. Mas, ela, solidária, com pena do meni-no, pegou sua mão e o convidou a entrar.
Lá dentro, extasiado, ele viu a reluzente árvore e, debaixo dela, um menino com seus braços abertos, parecendo lhe sorrir. Viu, também, um jovem, de roupa vermelha, colo-cando vários pacotes em um grande saco vermelho. Era o Papai Noel! E não era so-nho, ele era real, de verdade!
O garoto não sabia o que dizer. Pergun-taram-lhe onde morava, mas ele não queria dizer. Sua família era muito pobre, a casa muito simples ficava tão longe. Mas, insisti-ram bastante e ele acabou contando.
O casal quis levá-lo até sua casa. Che-
garam a um bairro distante, com casas sim-ples, quase às escuras. Havia poucas luzes nas ruas de terra, esburacadas. Chegaram buzinando, cantando, e toda a vizinhança, curiosa, foi saindo de suas casas e se acer-cando do carro. Ainda sonolentas, as crian-ças não entendiam o que estava acontecen-do.
O casal começou a distribuir presentes a todas as pessoas que estavam ali. A ale-gria tomava conta daquelas crianças e seus olhos brilhavam ao abrir aqueles embrulhos de papel brilhante, com grandes e coloridos laços.
O menino não cabia em si de contenta-mento, juntamente com seus irmãos e as pessoas da vila. Parecia ser ele o responsá-vel por toda aquela alegria.
Naquela noite, as estrelas do céu brilha-ram mais, talvez refletindo a luz do olhar da-quelas crianças felizes. Foi uma noite mágica e inesquecível.
Aquele casal realizou sonhos e o menino presenciou um verdadeiro milagre de Natal...
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É Natal!
Por Rosangela Calza
Os sinos repicam alegremente,
Crianças brincam contentes,
E esperam, ansiosas, pelo melhor momento:
A hora de abrir seus presentes.
É Natal!
As estrelas de seu melhor brilho se vestem,
Os homens aos céus por tudo agradecem humildemente.
Uma criança solitária faz sua prece:
Ao lado da cama quer encontrar um presente.
É Natal!
Pinheirinhos enfeitados,
Festas pra todo lado...
Presentes, presentes e mais presentes...
É tanta celebração que tantos do mais importante se esquecem
Jesus...
A razão de o Natal ser comemorado:
pra própria festa Ele não é convidado.
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ARROZ DE BRIGADEIRO
Receita enviada por Vó Fia
Um quilo de arroz
Duzentos e cinquenta gramas de ameixa preta sem caroços picadas
Duzentos e cinquenta gramas de azeitonas verdes sem caroço picadas
Um prato raso de batatas fritas
Três maçãs verdes com a casca em cubinhos
Duas colheres de sopa de suco de limão
Cento e cinquenta gramas de manteiga
Meio quilo de farinha de mandioca branca
Um copo grande de molho de tomates temperado com caldo de galinha, cebola ralada, alho e cebolinha verde.
PREPARO
Prepare o arroz bem solto e firme e reserve; molhe os cubos de maçã com o suco de limão, aqueça a manteiga e junte as frutas e a batata frita e mexa um pouco para secar a umidade, junte a farinha e mexa para tor-rar um pouquinho, tempere com sal e pimenta do reino e reserve; coloque o arroz em uma vasilha grande e junte o molho de tomate e misture bem e junte a farofa de frutas e misture novamente. Na hora de misturar é pre-ciso que todos os componentes estejam bem quentes. Esse prato serve 20 porções e pode servir quente ou frio.
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FESTAS
Natal chegando...chuva caindo
Povo alegre...comprando
Com dinheiro ou sem dinheiro
Paga agora ou em janeiro.
Aniversário de Jesus
Alguém se lembra?
Claro pois está na agenda
Se olhar para ela
Se lembra...se lembra...
Passou o Natal
Ano Novo vai chegar
Vai ter nova festa
Voltem a comprar e comprar.
Ainda não acabou
Dia de Reis vem logo ali
As folias estão nas ruas
Dançando cantando acolá e aqui
Novamente vamos gastar e dançar ...e rezar?
Por Maria Aparecida Felicori {Vó Fia}
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Natal definitivo
Por Carlos Alberto Carneiro Souza
E no céu
Um brilho inimaginável
De seu azul
Uma dourada estrela
Surgiu e ascendeu
De um estranho contentamento
O espírito natalino reviveu
A todos invadiu
O endurecimento d’alma
Se desfez em dança
Brincadeira
Sorriso infantil
O alimento se transformou
Como mágica
Se multiplicou
Se espalhando aos quatro cantos
Saciando toda fome derradeira
E a todo doente curando
Mesmo de uma vida inteira
E o natal se fez plenamente
Em todo momento presente
E a paz e o amor
Insurgiu
Contaminando definitivamente
As Américas, a Europa, a África, a Ásia, o Oriente Médio
Enfim , todos os confins da Terra
E fez de seu berço esplêndido...
O Brasil.
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ESPERANÇA
Por Deidimar Alves Brissi
A tempestade passa A noite amanhece O deserto é finito A semente cresce
O esterco aduba A tragédia ensina O pântano é fértil
A dor doutrina
O fogo renova A exaustão segura A pedra constrói O veneno cura
Em tudo há esperança!
Imagem by Mikael Lunar
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Outra vez é Natal
Por Jania Souza
Os dias correm velozes.
A cada momento passam a sensação de uma pressa desenfreada para chegar a um evento muito especial.
Sem se perceber, despertar-se.
Surpresa!
Outra vez é Natal.
O tempo tem pressa de revelar aos huma-nos a importante necessidade de celebrar a salvação.
A redenção com o Eterno.
Lembra: Em Belém, no céu, cantam anjos. Na manjedoura, repousa a razão.
Razão do existir, do ser, do estar.
Razão do vir, do permanecer.
O sentido.
Paz e amor...
Na construção de uma nova era, de uma nova consciência, que já dura há dois mil e quatorze anos.
Ufa!...
O tempo tem pressa.
A humanidade ignora.
Pensa que Natal é apenas uma festa do consumo, do glamour, do gasto perdulário, da superficialidade.
Esquece que a pressa do tempo é para tornar o Natal diário.
Acontecimento palpável ao acordar, ao relacionar-se, ao trocar bons fluídos em toda e em qualquer parte.
Espalhar-se em famílias, em lares, em empresas.
Saltitar nas ruas e até em bares, pubs, restaurantes, shoppings, cinemas.
Em qualquer evento em que a gentileza seja a premissa maior do relacionamento, do confraternizar-se, do compartilhar.
Outra vez é Natal.
As árvores enfeitam-se com corações e ações de fraternidade, de amor, de compaixão.
Revela-se enfim a cara do mundo dantes normalmente fantasiada com a máscara do egoísmo, da maldade, da violência macabra, adornando em jornais, revistas, livros, pas-quins e até em obras ditas infantis com mor-didas vampirescas, bombas atômicas, pedofilia, discriminação, corrupção, escravidão, vícios, mercados ilícitos de al-mas, corpos, mentes, corações.
Outra vez é Natal.
Tempo de purificação.
O velho renova-se. Adquiri novo significado. Descobre a gratidão.
Perdoa-se e concede perdão.
O tempo tem pressa.
Pressa de revelar a cada ser vivente que Natal se comemora todo dia no ninho de cada coração.
Olhos abrem-se. Brilham.
Bocas sorriem. Cantam louvores. Sussurram bênçãos. Consolam.
Estendem-se as mãos.
Renasce a esperança.
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Pequeno milagre de Natal Por Sandra Nascimento
No shopping, Roberta subiu apressada a escada rolante pelo lado de descer. Entrou numa loja de brinquedos que já estava quase fechando e conseguiu encontrar um foguete branco que ainda naquela semana precisava decolar. Saiu feliz com o brinquedo embrulhado em papel de ursos e de-pois buscou uma padaria para comprar ovos, cane-la, licor, açúcar e café. Tinha muita gente por ali, as filas estavam enormes e o cansaço já formigava em suas pernas. Depois dos papos na fila do caixa, conseguiu ajeitar a carga e rumar para casa, num ônibus que demorou quase duas horas para chegar ao destino. Saltou no ponto final e caminhou por ruas estreitas, até avistar o portão de sua casa, que de tão azul parecia exibir a tinta fresca. Entrou com muitos cuidados para não perturbar o silêncio. Um jardinzinho cheirava à terra molhada, por con-ta das chuvas ligeiras de verão que visitavam a noite. Na sala, o aroma de camomila aguçava o paladar. Sorriu para a mãe – dona Doroteia –, e foi convidada a sentar: “Vem tomar um chá e comer alguma coisinha.”
– O Pedro dormiu? – perguntou. – Sim, faz pouco. Pão com manteiga e um chazinho foi a ceia
do dia. – Você está bem, mãe? – Agora estou melhor, mantendo o controle
da dor com os remédios. A conversa estava amistosa, mas logo ela
subiu ao quarto para beijar o filho adormecido. De-pois desceu, viu o jornal das onze na TV e de can-sada dormiu no sofá. Acordou no dia seguinte, quando o sol já visitava a sala e, assim que tomou o banho merecido, foi ajudar dona Doroteia, que há horas estava em pé ocupada com roupas e va-rais. Fez café, esquentou leite e começou a prepa-rar rabanadas – suculentas e açucaradas.
– Toma cuidado com esse braço, mãe, não vai quebrar de novo. – bradou Roberta da cozinha.
– Não corro esse risco, filha. De repente, a escada rangeu repetidas ve-
zes. Pedrinho acordara e descia correndo para ver a mãezinha. E que festa fizeram nesse encontro cheio de pulos, abraços, beijos e tantas histórias pra contar.
– Hoje a mamãe vai ficar em casa. – disse Roberta
– A que horas chega o Natal, mamãe? – Logo, logo, filhinho, logo mais. Mas ali mesmo, a mesa já estava servida
com o doce mais gostoso do Natal. E depois Pedro passaria o dia se escondendo atrás de cortinas e dentro de armários, para que a mãe o achasse e
acontecesse o festival de abraços. Aquele era um dia para estar junto, quase um milagre, momentos intensos que compensavam ausências e distâncias tão comuns no dia a dia.
– Depois que o Natal chegar, nós podere-mos subir num foguete e visitar os planetas, ma-mãe?
– Poderemos sim, Pedro, mas antes precisa-mos varrer o quintal e molhar as plantas.
– Mas e se chover, mãe, não precisa molhar nada não.
– Precisa sim, Pedrinho, os vasinhos meno-res não ficam lá fora, precisamos cuidar deles, va-mos dividir o trabalho.
E foram mexer com flores e varrer quintal, enquanto dona Doroteia organizava a casa e orna-va um pinheiro natural com luzes e laços. No pe-queno quintal, o menino regava as plantas e se mo-lhava o quanto podia.
– Se continua assim te deixo de molho, me-nino. – avisava a mãe.
E antes que pudesse juntar as mesas, arru-mar as cadeiras e acender o forno de barro para assar pães e bolos, Roberta apanhou o filho molha-do e o deixou brincando numa banheira bem re-dondinha, cheia de água quente.
Quando a noite chegou, trouxe a tia Amé-lia, o tio Eduardo com a viola e tio Lula com as crianças. Nesse momento, dona Doroteia já termi-nava a caprichada salada de bacalhau. E enquanto pães e bolos eram retirados do forno, o tio Lula procurava o azeite e sacava a rolha de um vinho para regar a ceia.
– Venha Pedrinho, deixa a mamãe amarrar os cadarços e pentear os seus cabelos, porque ago-ra já é Natal e todos nos esperam.
– Ele já entrou na sala, mamãe? – pergun-tou o menino. E a mãe apenas sorriu.
Minutos após, seguiram para o quintal onde os parentes já faziam a festa. Era sempre assim, com o Natal ressurgiam a dança, o canto, tantas conversas, brincadeiras e piadas. E para a alegria de todos tinha sorvete. Perto da meia noite, a luz da árvore de Natal iluminou presentes, meninos e um papai Noel – que mais uma vez reviveu o seu realismo maravilhoso.
Altas horas, e Pedrinho abraçado ao brin-quedo novo foi levado, pela mãe, à sua caminha. Seguindo o coração, Roberta decidiu permanecer ao lado do filho, e na quietude do quarto, através da janela semiaberta, eles sentiram a brisa leve e contemplaram as estrelas cintilantes. Suave, o aca-lanto da noite encantou a ambos. E lentamente o sono irresistível foi envolvido pela paz.
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LUPA CULTURAL
Por Rogério Araújo
(Rofa)
A vida como uma
“roda de poesias”...
Por Rogério Araújo (Rofa) *
Estive presente num evento informal
promovido pelo “Portal do Poeta Brasileiro”,
na casa de uma escritora, onde encerrou com
algo que nunca havia presenciado e que foi
de um resultado surpreendente.
A chamada “roda de poesias”, onde
poetas e escritores presentes fazem como se
fosse um “repente”, que é cantado, com as
poesias que são iniciadas e construídas na
hora, de improviso, por outros.
O que vi na hora foi um “poemão”, feito
sem prévia organização, nascer de um encon-
tro de poetas e escritores de toda parte do
Brasil e alguns doe exterior. Interessantíssimo
observar o produto final que sequer foi anota-
do por ninguém para virar um novo livro...
A emoção, o bom humor, o desprendi-
mento... são características a serem destaca-
das. E, para alguns, ainda a interpretação que
valeriam um “Oscar” pela atuação. Uma prova
que nem sempre de quem escreve não é so-
cial e gosta de escrever no silêncio...
Como seria bom se, na vida, pudésse-
mos viver, assim, como uma “roda de poesi-
as”, compartilhando o que se passa conosco
com outro que completa o que nos falta e
prossegue ideias que iniciamos e por aí vai...
Diversas personalidades já falaram da
importância de escrever em suas vidas e não
custa destacar algumas dessas frases para
enriquecer esse vasto tema de uma formação
relâmpago de frases e versos para o cotidiano
nosso...
Darcy Ribeiro disse que “Escrever é
ter coisas para dizer”. Quem não tem o que
dizer, falará muito e dirá pouco. E o escritor,
muitas vezes, faz o contrário: escreve pouco
e diz muito.
Clarice Lispector afirmou: “Eu escre-
vo como se fosse salvar a vida de alguém.
Provavelmente a minha própria vida”. E quem
escreve sente-se assim mesmo, inquieto, co-
mo se necessitasse soltar o que tem dentro
de si através da escrita, para poder viver.
Roland Barthes polemizou com uma
grande verdade: “Escrever é sacudir o sentido
do mundo”. E não é mesmo? O que seria do
mundo se não existissem quem escrevesse
para que pudesse ao menos pensar no que
leu, mesmo que alguns leiam e nem enten-
dam, ou melhor, nem pensem...
(Segue)
Edição Especial de Natal e Ano Novo 2014 /15
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Margaret Atwood foi categórica
quando disse que “Escrever é deixar uma
marca. É impor ao papel em branco um sinal
permanente, é capturar um instante em for-
ma de palavra”. Que bela afirmação! O mo-
mento sagrado de escrever, inspirado, para
pôr no papel ou na tela do computador a in-
quietação sobre algo que precisa ser produ-
zido e cada um tem sua “marca registrada”,
seja amado ou odiado, mas tem.
Carlos Drummond de Andrade sol-
tar essa pérola sobre o que ele mesmo fazia:
“pinterestEscritor: não somente uma certa
maneira especial de ver as coisas, senão
também uma impossibilidade de as ver de
qualquer outra maneira”. Que foi “picado” por
esse inseto chamado “escritor” jamais será o
mesmo e se contentará em ficar quieto, sem
escrever. Sua maior necessidade é expurgar
o que está dentro de si em palavras.
E para encerrar as citações sobre o
tema, Dady Malene resumiu bem sua função:
“Escrever é mandar recado. Ler, entender o
recado”. Quem escreve manda inúmeros
“recados” que somente serão assimilados ou
entendidos por quem no mínimo LER e de-
pois, mesmo que seja com muito esforço,
PENSA. Pois quem apenas passa os olhos
num texto, sem fixa-lo, é como quem ouve
algo desatento: entra por um ouvido e sai pe-
lo outro.
Enfim, que o “ofício” de escrever seja
entendido de diversas maneiras na vida. E
que possa, de repente, seja como uma “roda
de poesias” feita na hora, com as situações
cotidianas. Nem que seja na mente de quem
lê algo e constrói ideias ou mesmo discorda
do que leu. Isso é “interagir” em sua essên-
cia. É o feedback do escritor ainda que nun-
ca ouvido, mas pelo menos feito na mente do
leitor.
Essa é a “paixão” de quem escreve.
Só quem faz, sabe o que é isso. As pessoas
de fora até chamam de loucura ou de aliena-
ção. É, simplesmente, ser um canal de cone-
xão com o “mundo das ideias” para que leve
quem lê à refletir e viver melhor num mundo
onde tudo é supérfluo e visto com a síndro-
me do “deixa para lá”...
Vamos continuar na árdua missão de
escrever e deixar para os leitores o
“julgamento” e que cumprimento do objetivo
seja realizado ou não.
Um forte abraço do Rofa!
* Escritor, jornalista, autor do lançamento e livro-
duplo “O super-herói do Natal” e “Presentão do Na-
tal”, para o público infanto-juvenil, ilustrado e colori-
do, de “Crônicas, poesias e contos que u te con-
to...” (Literarte), lançado na 23ª Bienal Internacional
do Livro de São Paulo, em 2014 e de “Mídia, bênção
ou maldição?” (Quár'ca Premium, 2011); colunista do
“Jornal Sem Fronteiras”; par'cipações em diversas
antologias no Brasil e exterior; vencedor de prêmios
literários e culturais; membro de várias academias
literárias brasileiras e mundiais.
O que achou da coluna “Lupa Cultural” e deste texto?
Contato: [email protected]
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De Natais e Perus
Por Julia Rego Ando pelas ruas da cidade e me deparo com um shopping center todo enfeitado para o Natal. Sur-preendo-me, consulto o calendário para saber se estou perdida no tempo, e constato que ainda fal-tam quatro meses. Papai Noel tem chegado mais cedo em nossas vidas. Antigamente o Natal demorava muito para chegar. Lembro-me que, quando criança, passava o ano inteiro, e como parecia longo, à espera do dia em que o bom velhinho chegaria trazendo o brinquedo que pedira. Esforçava-me por me comportar bem para que meu pedido fosse atendido, o que nem sempre acontecia, para decepção minha. O mês de dezembro era sempre o que eu mais gos-tava. Trazia-me uma sensação gostosa de felicida-de plena. A tranquilidade nos preparativos para a grande ceia, o acompanhar o peru engordando no quintal da casa para ser embebedado de véspera, a compra dos enfeites coloridos, das frutas cristali-zadas, das amêndoas, nozes, figos, castanhas do Pará, sem falar na toalha de mesa vermelha, usada natais após natais, que trazia apliques de anjos ce-lestiais azuis com suas trombetas, anunciando o nascimento do Menino Jesus... Tudo isso me en-chia de alegria e expectativa para aguardar a festa mais bonita do ano. Nessa época, o ambiente parecia ser tomado por uma áurea encantada que envolvia a todos com sentimentos de verdadeiro amor ao próximo. A lista de presentes era grande, e todos escolhidos com muito carinho para fazer alguém feliz, pelo menos naquela noite. Os cartões que enviávamos e recebíamos em profusão traziam imagens, sons e mensagens inesquecíveis. Íamos à Missa do Galo, sempre celebrada à meia-noite, para depois degus-tarmos com muita cerimônia a ceia preparada den-tro de um ritual que jamais será resgatado. Depois as crianças iam “dormir” a contragosto para que o Papai Noel pudesse colocar o presente nos sapati-nhos, estrategicamente, arrumados na janela ou embaixo da cama. Aquele tempo me traz grande nostalgia. Quando me deparo com os enfeites tecnológicos, e tão an-tecipadamente, expostos nas vitrines das lojas e nos corredores dos grandes centros comerciais,
não sinto mais o espírito natalino da minha época de infância, ao contrário, sinto cheiros e sabores impregnados de amor ao capital. Ao invés de uma doce e calma espera pelo Natal, percebo pressa e artificialidade. As pessoas se atropelam em busca de uma lembrancinha qual-quer, apenas para os mais chegados, preferindo presentear a si próprio com roupas e objetos de marca, realizando sonhos de consumo patrocina-dos pelo décimo-terceiro salário. As crianças não mais vivem a emoção da surpresa quando recebi-am os presentes. Elas mesmas escolhem os mais modernos brinquedos entre choros e sapateados cheios de vontades. As ceias caracterizam-se por perus congelados e os pratos sorteados pelos nu-merosos parentes que quase se estapeiam, dispu-tando uma dura e ressecada coxa da ave. Hoje ninguém tem mais tempo para nada. A corre-ria e as mil atribuições do dia a dia impostas pela sociedade contemporânea nos deixaram cegos para a vida e para o verdadeiro sentido do Natal. E as-sim ele chega sem que percebamos o quanto de felicidade deixamos para trás quando trocamos a essência humana pela necessidade de, apenas, con-sumir ao invés de, simplesmente, celebrar. Mais uma vez contemplo as luzes de led em dife-rentes modelos e formatos do vazio Natal contem-porâneo, e continuo tendo a certeza de que conti-nuo preferindo os antigos pisca-piscas que, humil-demente, enfeitavam o pinheiro verde coberto de algodão na sala da nossa casa. O presépio, embai-xo, não nos fazia esquecer que, naquele dia Jesus, estava nascendo para o mundo.
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Magia de celebrar
Por Sergio Eduardo Del Corso
“Tempo de reflexão,
indagar o que diz a alma,
florescer essências,
satisfazer ansiedades,
coroar transformações.
Comunhão de seres,
iguais valores,
união em cores.”
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Luz Do Amor
Por Maria Socorro de Sousa
Neste Natal celebremos com luz
A luz do nosso olhar
Olhemos para a Estrela que guia
Ilumina os caminhos, nosso andar
Luz que conquista Belém de Judá
Traz Boas Novas de grande alegria
Glória a Deus nas alturas,
Paz na terra,
Boa vontade para com os homens
Alegremo-nos com grande júbilo
Ofertemos o nosso tesouro em dádivas:
Ouro, incenso e mirra
Ao menino Jesus
A Luz do mundo
Haja muitas luzes
No Ano Novo 2015
Cantemos um Novo cântico
Harmonia, Força e Fé
Espalhemos as Boas Novas
Alegrem-se e regozijem-se as Nações
Sabeis que o Senhor é Deus
Luz do Amor
Deus é Fiel.
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NATAL DE 2014 Por Odenir Ferro
Como deveríamos nos comedir, dentro de mais e mais enleios materiais – já tão fartos em nossos convívios sociais – que não sabe-ríamos nem ao menos, através deles, redes-cobrirmo-nos, quanto ser tão humanos emo-cionais que somos...!
Neste Natal, devemos pedir o que, ao mitigo Papai Noel? “Que ele nos conceda as bem-aventuranças de nos reencontrarmos com o Grande Mestre Jesus Cristo?!”
“Quais são as pessoas humanas – que na atualidade –, estão vivenciando, experimen-tando e até criando, num crescimento expo-nencial os reais valores virtuais, e, verdadei-ros – dentro dos exemplos deixados na His-toria da Humanidade – pelo nosso Grande Mestre Jesus Cristo?”
“Nós estaríamos prontos para comemorar os Festejos Natalinos em mais este final de ano”?
– Mas, estaríamos realmente aptos, para – em mais este ano –, ao de novo consagrá-Lo em nossas vidas, dentro dos nossos mais profundos sentimentos, dentro da alma do nosso coração, para aceitar a plenitude finita da nossa presença física aqui no planeta, enquanto nos estagiamos para avançarmos rumo à plenitude da Eternidade – que Ele, em sua sabedoria e benevolência creditou a todos nós?!”
Enquanto ele meditava, o dia vinha clarean-do. Final de madrugada, primeiro dia do mês de Outubro. No silencio do quarto, ele se pôs a refletir mais, e mais, ainda. E, dentro de muitas conclusões e inconclusos pensamen-tos sobre a fé, os ensinamentos, a história pessoal de vida – conciliando-se com a His-tória Geral da Humanidade – pode sentir, pensar, intuir, sobre Jesus... E eu posso lhes dizer que:
“Ele pensou profundamente no quanto o Mestre Jesus o ampara. Dentro da sua atua-lidade existencial. Mas também soube dis-cernir dentro de si, a dolorosa potencialidade de sentir e ressentir, sobre o quanto a Huma-nidade está se flagelando, corrompendo-se e vivendo em meios supérfluos de encanta-mentos proporcionados por inumeráveis ti-pos de vícios e artifícios. Cujos preços, em todos os átimos de momentos que se pas-sam, estão ficando mais e mais, a cada vez mais, caros, fatídicos, trágicos... A incompre-ensão e a falta de respeito pelo nosso próxi-mo estão estampadas nos reflexos e nos preâmbulos dos mais íntimos âmagos da nossa alma...!”
Quando ouviu um barulho, ele se levantou, saindo repentinamente, do seu transe medi-tativo. E, logo em seguida, foi até a entrada da casa. Instintivo, logo percebeu ser o baru-lho da motocicleta do entregador de jornais.
“E em meio a tudo isto, o que dizermos do Amor que deveríamos nutrir pelo nosso gran-de Mestre Jesus?”
“O que dizermos sobre os laços fraternais, ou, sobre os valores pessoais mais íntimos – aqueles que se constituem dentro do nosso amor próprio?” Prosseguiam nos diálogos espirituais que os Anjos, invisíveis para ele, mas presentes aos seus envolvimentos lite-rários continuavam freneticamente, a dialo-garem entre si. E ele, compenetrado como estava, enquanto se dirigia até a porta princi-pal da casa, conseguia – em forma de intui-ção e de motivada inspiração – captar alguns relances desta conversa espiritual. Pois que estava, e muito, sintonizado com a magia do universo ao seu redor.
(Segue)
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Abriu a porta com cuidado. Recolheu o jornal. E deixou-o do seu lado, sobre a impressora, tão logo regressou ao seu quarto. O computa-dor permanecia desligado. O ventilador, tam-bém. Já de manhãzinha, podia sentir o calor.
“Ao nota-lo assim, sem que ele nos notasse, pudemos, claramente, percebermos, no quan-to ele estava apreensivo e decepcionado com tudo. Ou quase tudo, ao que se referisse aos assuntos da Humanidade. E assim, prosse-guia ele, enquanto deixava a câmera de filma-gem ligada. De vez em quando ele olhava pa-ra o monitor, para se certificar de que tudo estava sendo registrado. Ele tinha por hábito, gravar a sua imagem, e depois verbalizar os seus pensamentos... Registrados... Pondo entonação teatral aos seus sentimentos. E depois de analisar o material, transformá-lo em literatura poética.”
Foi desta forma, que compulsivamente, ele escreveu a Mensagem de Natal, que nós co-mo, colaboradores Universais, “assopramos” dentro da sua alma, tornando o seu espirito mais envolvente com as dimensões paranor-mais deste mundo em que todos nós, ho-mens, anjos, e todos os reinos animais e ve-getais, espirituais ou não, vivemos...
Querido Papai Noel:
“Sei que através do seu mito universal secu-lar, o senhor está mais próximo de Nosso Se-nhor Jesus Cristo”. Assim sendo, venho hu-mildemente pedir-te para que nos conceda a graça da sabedoria de podermos em oração, compartilharmos as nossas aflições coletivas, no tocante aos nossos envolvimentos socio-culturais. Sinto que estamos vivenciando as comodidades dos benefícios materiais, e es-tamos ausentes, a cada momento que se pas-sa, dos nossos verdadeiros valores espiritu-ais, valores emocionais... Aqueles valores que nos fazem vibrar de felicidade o nosso cora-ção, pelos nossos gestos mais simples, em relação ao nosso próximo!
Neste Natal, desejo que haja uma conciliação definitiva e harmônica com o Nosso Senhor Jesus Cristo, e contigo, meu querido Papai
Noel! Como o senhor é um sábio conselheiro e amigo das crianças, tive a ideia de pedir-lhe, para que lhes ensine o quanto foi, é e se-rá sempre valorosa a Vida e Obra do Nosso Grande Mestre Jesus Cristo, deixada através de inúmeros e sábios ensinamentos, para to-dos nós, seres humanos habitantes deste Pla-neta Terra.
“E... Assim sendo, meu querido Papai Noel, estes festejos natalinos, começarão a terem mais e mais, a cada vez mais, graduados va-lores de intensidades emocionais, espiritu-ais... E, que será, dentro do nosso cotidiano, no ano vindouro, após os festejos, imensa fonte de inspiração de luz, motivando-nos a vivenciarmo-nos todos, como verdadeiros ir-mãos, dentro desta carismática e feliz realida-de que sempre está a motivarmo-nos a se-guirmos avante, em frente, sempre de cabeça erguida, enfrentando os enleios da vida. Po-dendo assim, desta forma, darmos prossegui-mento a trajetória da nossa história pessoal, marcando-a com todos os aparatos divinais que a verdadeira sabedoria das palavras dei-xadas pelo nosso grande mestre Jesus Cristo, ainda sobrevive dentro das fagulhas dilace-rantes do amor de cada um de nós, indo de encontro da luz, da esperança, do amor pro-fundo e verdadeiro que porventura pudermos compartilhar com os nossos irmãos!”
Grande abraço, meu querido Papi Noel!
Ps.: Espero, amorosamente, a visita em mi-nha casa, do nosso Grande Mestre Jesus! E, é claro, a sua, meu querido e bom velhinho!
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ACREDITAR É UM DOM!
ACREDITE NO BEM, ACREDITE NO BOM!
CONFIE EM VOCÊ E NO UNIVERSO!
TENHA UM FELIZ NATAL E UM ANO DE 2015 PLENO DE REALIZAÇÕES!
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A LITERATURA DE JACQUELINE AISENMAN
Márcio Almeida
Com que leveza escreve Jacqueline Aisenman! Com que estilo viscoso atrai o leitor para contextualizar a imagética do seu pensamento! Com que nobreza ela trata a Literatura! Em meio a tanto experimentalismo e distorções que sangram talen-tos em vão, de rebuscamentos sôfregos da linguagem, de psi-cologismos que esvaziam o ser humano de sua essência até a medula do nada, - esta autora é simples com profundidade, mergulha onde a gente é por ser o que é e traz a verdade de cada um no que somos de humanidade.
Informações sobre os livros:
Karaokê a capela
Escrevo porque é mais simples do que falar. É mais
simples do que muita coisa. E quando não escrevo é como
se sangrasse PA dentro numa hemorragia interna preen-
chendo todas as frestas que não têm como conter tanto
sangue. Escrevo porque é a minha vida e a minha vida é sol-
tar de mim o que só sai escrevendo. (...) Antes de soltar de
mim as palavras, tenham elas o peso das âncoras. Sejam
elas banhadas no mel. Possam elas ancorar seguras no co-
ração de quem me ouve. (...) A pior palavra é a que você
não quer ouvir. (...) Não existem palavras silenciosas. No
momento exato em que você decidiu ser algo mais do que a
sua imagem no espelho, os seus gestos irão tocar alguém.
Isto é vida. (...) As palavras saem do fundo da mente ou do
fundo ventre. De quem mente ou de quem sente. As pala-
vras soam, zoam, passam, vibram, voam...(...) No meu silên-
cio encontram-se palavras que não querem vida: não que-
rem sair, não querem dizer, não querem tornarem-se vivas.
No meu silêncio as emoções circulam sem se fazer notar. E
dentro dele, do meu silêncio, consigo exis'r sem a ameaça
dos ecos. (...) Palavras devem ser bênçãos, jamais maldi-
ções. (Jacqueline Aisenman)
Edição Especial de Natal e Ano Novo 2014 /15
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