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As perguntas cruciais a serem respondidas na crise
Live com Craig Groeschel - 02/04/2020:
A CRISE ATUAL E OS LÍDERES
Pressão extra sobre os líderes - sentem as próprias preocupações e as das pessoas que
lidera - empregos, saúde, relações. Neste momento a liderança é ainda mais importante.
Realismo e esperança
Não é a primeira crise na história do mundo, nem será a última. Nós vamos conseguir
atravessar juntos - em todo o mundo, vamos superar essa crise.
É preciso estarmos preparados para as crises pois inevitavelmente vamos enfrentá-las.
Saiba que pelo menos a cada uma década, enfrentará uma. Parece que o mundo vai
acabar, há medo em toda parte. Muitos não levam a sério enquanto outros lidam como
sendo o fim do mundo. O que estamos passando agora é real e desafiador, mas lembre-
se: vamos superar. Como líderes, o que fazemos? Lideramos os tempos difíceis.
OPORTUNIDADES NA CRISE
Cada grande crise cria problemas inesperados, mas também oportunidades sem
precedentes. Como líderes não deixe os problemas ocultarem as oportunidades. Hoje
temos mais oportunidades do que tínhamos há 2 semanas.
3 tipos de oportunidades:
1. Práticas - poder resolver problemas que não havia tratado anteriormente. Agora
tem uma desculpa para voltar atrás e resolver.
2. Financeiras - se tem a capacidade de investir, terá um ganho financeiro maior. Se
conseguir caminhar rapidamente, terá novas oportunidades de negócios e de gerar
valor para as pessoas.
3. Missionárias - mostrar que se importa com as pessoas. Como líderes temos os
recursos para ajudar as pessoas de diversas formas. E muitas estão mais abertas e
receptivas para a ajuda, inclusive a espiritual.
PENSAR NO LONGO PRAZO, MAS TOMAR DECISÕES NO CURTO PRAZO
Quando montar o plano, deixe um pouco de lado as expectativas de acertar e ter o plano
perfeito. Costumamos ter planos para 12 meses, mas atualmente, não conseguimos
mais prever o que acontecerá nas próximas 4 semanas. Com esta crise, você não
conseguirá pensar em um futuro tão longe, então não se culpe por isso.
Pense no longo prazo com realismo - o cenário não é bom e pode piorar. Se for
conservador, terá mais chances de superar. Ao mesmo tempo, permita-se ficar
agradavelmente surpreso com as boas notícias.
Durante a crise, ao tomar decisões, pense no curto prazo. Não tome as decisões para o
longo prazo agora - pense semana a semana, não mais mês a mês. É preciso ser rápido,
ágil. E sem expectativas muito altas.
4 NÍVEIS DE EFICÁCIA
Líderes têm muitas decisões a tomar e têm muita tensão. Seu maior desafio durante a
crise é direcionar a atenção da equipe para o lugar certo, focar as atividades em um
resultado desejado.
Dentro disso, o seu desafio mais difícil é focar a sua própria atenção e energia na direção
correta, pois têm muitas pessoas puxando em diversas direções. O que é urgente acaba
gritando mais alto do que o que é importante. E se estivermos sempre atendendo o que
é urgente, inevitavelmente, vamos sacrificar o que é importante.
Os 4 níveis de eficácia para definir onde focar sua atenção:
1. Absolutamente essencial para a missão
Se não fizer o que está nesse nível, o barco afunda. É crucial para a missão acontecer.
2. Muito importante e estratégico
São as atividades e prioridades que têm grande importância para a organização. Mas
não necessariamente são essenciais. Se não for feito, o barco não vai afundar.
3. Significativo, mas não vital
4. Demandas externas e prioridades baixas
Pode ser significativa, mas para alguém externo. São demandas de pessoas que não
estão entendendo a missão.
Como fazer (envolva sua equipe no exercício)
1. Escreva tudo o que faz em uma semana normal. São as coisas corriqueiras, que
faz o tempo todo.
2. Depois distribua entre os 4 níveis.
Exemplo do Craig
Lista de atividades da semana: Liderar reuniões, supervisão do conselho, podcasts,
visitar congregações, treinamentos, atendimento pastoral, mentoria de outros pastores,
oficinas, visão geral do orçamento da igreja, analisar métricas da igreja, escrever livros,
conferências, aprovação das mídias sociais, responder e-mails, gravar vídeos e conteúdo
para os grupos pequenos.
Atividades Nível 1- criar mensagens e oferecer direção de liderança.
Mais ninguém pode fazer essas coisas por ele.
Dica: se tiver 5 ou mais coisas no nível 1, está errado. O ideal é 1 ou 2. A importância não é
medida com quanto você faz, mas pela importância que o pouco que você faz tem.
Atividades Nível 2 - podcasts e lives.
São importantes porque alcançam as pessoas distantes do mundo (como essa live para
os brasileiros). Mas não são críticas para a missão da igreja dele.
Atividades Nível 3 - um currículo de vídeo, aprovar mídias sociais, mesas redondas.
Atividades Nível 4 - todo o resto.
É o que todo mundo está pedindo, ouvir as pessoas, demandas externas e que todos
querem uma resposta imediata. É prioridade para elas, não para você. Se como líder
você está focado em atividades do nível 4, nunca conseguirá maximizar sua liderança.
Não deixe as prioridades do nível 4 tirarem sua atenção da sua eficácia no nível 1.
Direcione sua atenção para o nível 1.
Como líder, quase tudo o que você faz tem que ser essencial (nível 1) e, no máximo,
importante (nível 2). Delegue o resto. Como líder lute por isso com todas as suas forças.
PERGUNTAS
Ÿ Qual a sua prioridade no momento de crise?
Depende do seu contexto, do seu negócio. No meu caso, como igreja, tínhamos 3 horas
para juntar 3.000 pessoas online. Como levar nossa igreja de um culto presencial para
remoto. Era a prioridade número 1. Essa era nossa prioridade e continua sendo. Ontem
convidei toda a igreja para se tornarem influenciadores nas mídias sociais. Ensinamos
como fazer essa influência evangélica e conectar pessoas espiritualmente. Dependendo
do seu negócio podem ser muitas coisas, mas sempre irá refletir aquilo que precisa fazer
para manter a missão andando, manter o pulmão respirando.
Ÿ Qual o protocolo correto para empoderar nossos líderes durante o COVID?
1. Empoderar e confiar nos líderes, que as vezes nem foram preparados em tempo.
Temos tido que jogar as pessoas no meio do fogo.
2. Em 3 semanas, de 3.000 para 20.000 igrejas usando a plataforma online.
3. Diminuir as expectativas e não buscar a perfeição. Confiar nas pessoas mais do que
nunca. Elas não vão acertar de cara.
Para empoderar e delegar: diminuir as expectativas e confiar nas pessoas.
Coloque os parâmetros que a pessoa precisa se adequar, dar os limites e desafiar a criar
dentro deles. Pessoas são o melhor ativo que temos neste momento. Nem todos estarão
preparados, mas muitos vão surpreender você. É hora de arriscar.
Ÿ Como fazer (envolva sua equipe no exercício)
Depende do momento do seu negócio. No caso do Craig - 80% oportunidade e 20%
resolução de problemas. Tivemos a sorte de estarmos bem estruturados e num
cenário financeiro positivo.
Não tem muitos problemas na igreja, estão focando energia na produtividade. Se
tiver uma situação grave, cuide do problema. Ainda assim, busque oportunidade,
para recriar e reinventar. Mas não fique buscando enriquecer, pense primeiro em
sobreviver. E olhe os horizontes.
Ÿ Gerenciamento do medo - quais as 3 coisas para se manter positivo e motivado
durante a crise?
A sua meta não é ser só positivo, mas confiante.
Positivo - um pouco inocente, excessivamente otimista e pode não refletir a verdade.
Confiança - nós líderes lideraremos numa situação muito negativa. Não dá pra trazer
um falso otimismo, ou usar a fé positiva. Mas muitos vão ficar desempregados, alguns
morrerão. Então precisamos ser confiantes, assegurando que todos chegaremos bem
no final.
As vezes precisa só da fé para prosseguir. Quando se sentir abatido, não se sinta mal por
isso. Há pressão sim na liderança e você terá que ajudar as pessoas. Permita-se sofrer, ter
dificuldade particularmente. Mesmo no corporativo, seja real. Você é humano. Por outro
lado, não fique chorando no meio de todo mundo.
Encontrar no meio do caminho - ser realista, as pessoas estão com medo, mas
confiante de que tomará a s decisões corretas, confiante na equipe e que farão o que é
correto. Ver a situação de forma adequada.
Ÿ Como faz o processo de discipulado na liderança?
Quando as pessoas vão à igreja, querem ser necessárias, fazer a diferença e criar uma
relação. O desenvolvimento dos discípulos acontece envolvendo isso, para que cresçam
nesse sentido. Não é dar informação sobre a bíblia, mas criar relacionamento,
desenvolver os discípulos ao longo da vida, no contexto cotidiano, ajudando as pessoas
a se sentirem úteis, fazendo a diferença.
Jesus, confiou, empoderou, deu feedback, preparou e depois disse a eles o que fazer -
não como fazer.
Ÿ O que a igreja deve fazer para atingir a próxima geração e acordá-los para a
liderança?
Os líderes mais velhos muitas vezes são críticos com os mais novos. Então é muito difícil
confiar nas pessoas que você critica. Se quer empoderar a nova geração, tem que confiar
e ver o que é bom e está certo nesta geração. Se eles sabem que eu acredito neles, eles
vão confiar também em mim. E isso também te mantém mais jovem. Dê a eles liderança,
dê contato.
Sempre pressione os jovens. Eles precisam da sua sabedoria, e você precisa da energia
deles. Quando reconhecemos o valor um do outro, é muito melhor.
Não critique - destaque o que há de bom.
CONCLUINDO
Como líderes, deem-se a permissão de sofrer e sentir a dor. Mas também permitam-se
confiar que foram escolhidos para estar nesta função neste tempo.
As pessoas terem sido pegas de surpresa não significa que você seja um líder ruim. Cada
organização tem sua época, momento, contexto e passará pela crise de formas
diferentes.
E se a sua organização fracassar neste momento, lembre-se que pode aprender. Vamos
superar.
Lembre-se que Deus está com você e dá sabedoria aos que pedem.
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