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Liber PPP

PseudolivrodePseudomagia

Pseudoca ó tica

Introdu çã o à Experimenta çã o M á gica eProtocolos de Magia

Ian Morais

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Dedicado a todos os buscadores solit ários da magia

“N ã o tema a solid ã o. S ó caminha verdadeiramente sozinho aqueleque se tranca dentro de si mesmo.”

H.

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PREF Á CIO

Liber PPP n ão é um livro b ásico, nemintermedi ário ou avan çado. E ao mesmo tempo é tudo isso.

Os protocolos, tema principal do livro, s ão uma forma de ver amagia dentro de um novo ângulo, ainda assim de formadescomplicada e natural. O objetivo do livro é mostrar comoalgumas pr áticas podem ser desmontadas, entendidas eremontadas de acordo com a criatividade do magista. Isso facilitae abre a mente do leitor para as novas possibilidades de cria ção.

Os cao ístas v ão se sentir em casa, principalmente os iniciantes.Lá, vemos o al ém do b ásico t ão ensinado, passamos dos t ãobatidos sigilos e servidores e vamos para um universo maisextenso e com infinitas possibilidades.

Iniciantes na magia, poder ão ter um bom apoiovendo um pouco da teoria b ásica e explica ção sobre o que é magia.Logo ap ós isso, um bom n úmero de diversas t écnicas para facilitarentendimento e tamb ém a ideia de constru ção dos pr ópriosprotocolos.

Yuri Motta.

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Índice

Introdução : Porque este Livro foi Escrito ................................ 6

O que Ma!ia ......................................................................... 11"ivis#es Equivocadas da Ma!ia ........................................ 13E$%eri&entação &'!ica: Introdução (os Protoco)os de Ma!ia .................................................................................................. 2*

"iferenciando u&a + cnica de u& ,iste&a ........................ 23O -ue são Protoco)os e Para que ,erve& ................................ 2

"efiniç#es /'sicas .............................................................. 2E)e&entos 0'sicos dos %rotoco)os ....................................... 2"iferenciando %rotoco)os de servidores e si!i)os ................ 31E$e&%)os de uti)i ação de %rotoco)os ................................. 32

Lin as de %rotoco)os ................................................................ 3( 5o&%osição de u& Protoco)o .............................................. 3E$e&%)ificando os E)e&entos de 7or&ação de u& Protoco)o.................................................................................................. 46

( 7onte de Ener!ia .............................................................. 4

Lin a da Meta&a!ia 8 Os Protoco)os dos 12 ,i!nos .......... 45 ave de evocação: Yantras9 Mudras e Mantras ................. 3Yantra9 Mudra e Mantra de (ssinatura ................................ Meta&a!ia: Yantras de 5o&ando ........................................ 6

Porque Mostrar &eus Protoco)os ............................................. 6*O Protoco)o do 5 rcu)o de ,a) ............................................. 62O Protoco)o da ;<nese de Mundos ..................................... 65r=nicas de ;<ndia > ( ?ist@ria de Mic)i ........................... 6

O Aos'rio dos Protoco)os ................................................... Aitua) de (tivação de Protoco)os ,i&%)es ..........................

Bota fina)9 O0ri!ado Leitor ...................................................... *

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Introdu ção : Porque este Livro foi Escrito

A maioria das pessoas nunca se disp õe aescrever um livro porque tal ato é algo que nos faz dar a cara atapa, n ão s ó para quem entende do assunto sobre o qual o livroversa, como por todas as gera ções vindouras. O que falamos podeser esquecido, pode ser distorcido, j á o que escrevemos podepassar incont áveis s éculos sem altera ções. Um texto que voc êescreva e disponibilize, mesmo que apenas na internet, estar ásempre depondo contra ou a favor do seu conhecimento.

N ão irei fornecer minha biografia ocultistaporque n ão pretendo que ela se sobreponha ao que vou escrever,mas preciso falar como minha vida ocultista se originou e seguiuat é à escrita deste livro. Lembro-me de ter me interessado pormagia desde muito jovem, pois cresci em um ambiente de interior

relacionado à crendices, simpatias, benzimentos e sortil égios. Masposso afirmar que tenho pr áticas de teor mag ístico desde crian ça.N ão era nada demais, coisas simples relacionadas a aprender adirecionar inten ções boas ou ruins a um determinado alvo. Aosmeus 14 anos comprei meu primeiro Tarot, tamb ém n ão eranenhum super Tarot, era um conjunto dos 22 arcanos menoresque vinham em uma revista simples em bancas de jornais. Masaquele baralho junto com um livro de S ão Cipriano eram como o

meu tesouro m ágico.Mas eu ainda sabia poucas coisas e resolvi

investigar. Aos 15 anos eu passei a criar meus pr óprios feiti ços,utilizando os mecanismos que via nos feiti ços que conhecia. At éent ão, eu achava que magia era uma coisa pr é-determinada, s ófuncionava se soub éssemos uma receita exata descoberta em

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tempos antigos. Ent ão, para mim, quando inventava minhaspr óprias magias eu estava sendo um revolucion ário.

Com 17 anos conheci a Magia do Caos, e aquelecontato inicial foi para mim uma verdadeira revolu çãocopernicana. Percebi que minhas inven ções de magia eram algoviável e existiam mais pessoas por a í fazendo a mesma coisa e eusó n ão sabia disso porque n ão dispunha de acesso a um neg óciochamado internet.

Foi por essa época que observando as t écnicasde magia do caos, percebi que todas as magias inventadas porpessoas a partir da manipula ção de alguma for ça existentepossu ía elementos b ásicos. Eu poderia ter buscado algum estudosobre tais elementos, mas como eu j á os utilizava, resolvi eumesmo criar minha teoria acerca do eram eles.

Escrevia no papel minhas t écnicas mas a ideiasobre aqueles elementos s ó ficou na imagina ção.

Quando tive minha experi ência com Reiki astécnicas me fascinaram. Mergulhei ent ão em busca de t écnicas devárias culturas, v ários estilos de magia. Á rabe, hindu, oriental.Foi ent ão que foi surgindo e se solidificando a teoria dosprotocolos de magia.

Eu nunca havia associado minhas t écnicas aisso, mas desde meus 15 para 16 anos eu tinha sonhos com umlugar interessante onde as pessoas tinham poderes m ágicosdiversos. Aprendi a dormir mentalizando aquele local para sonharde novo. Eu conseguia mergulhar na terra e enxergar atrav

és dela

quando estava l á. E as t écnicas de magia l á eu lembro seremchamadas de ordens ou protocolos.

Foi s ó durante meus estudos reikianos quenotei que uma coisa tinha tudo a ver com a outra e resolvi daresse nome às minhas t écnicas. Desde ent ão toda t écnica ou

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pr ática nova que desenvolvo, procuro verificar como cadaelemento de constitui ção de um protocolo se manifesta nasmesmas.

Passaram-se alguns anos at é eu come çar afalar aos meus amigos magistas mais pr óximos acerca dosprotocolos. Eu tinha dificuldades em explicar oralmente a teoria eat é mesmo a pr ática, ent ão passei a escrever algumas coisas. Otempo me levou a ver que podia transformar isso em um livro edivulgar os protocolos para quem possa se interessar.

Ent ão, c á est á o Liber PPP, que basicamentefala sobre protocolos de magia e minhas ideias gerais sobre comoa magia se manifesta. Um volume pequeno, sint ético, fornecendodiretrizes b ásicas e algumas t écnicas de diferentes n íveis. Esselivro n ão explica tudo com rela ção aos protocolos, mas fornece comcerteza uma forte base para quem se interesse e deseje praticar.

Agrade ço antecipadamente os que sedispuserem a ler este volume e mais ainda os que abrirem umlugar nas suas pr áticas m ágicas para experimentar os protocolos.

N ão é uma teoria fechada nem um c írculo de pr áticas s ólido. S ãoprinc ípios b ásicos que deixo em aberto para quem desejar seaprofundar e criar suas t écnicas e claro, testar as minhas e meinformar que resultados obteve, com o intuito de sempreaperfei çoar.

Voc ê pode ver esse volume como um livro demagia gen érico, com algumas t écnicas que voc ê pode testar. Comoum guia para iniciantes, porque ele elenca alguns princ ípiosbásicos ou apenas como o grim ório pessoal de um magista, queresolveu publicizar suas experi ências.

Esta obra se divide em tr ês partes, a parte umapresenta os conceitos gerais de magia e minhas opini ões pessoaisacerca deles. A parte dois trata da teoria dos protocolos de forma

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geral, seus princ ípios, elementos constituidores e etc e por fim, aparte tr ês apresenta alguns protocolos pr áticos que voc ê podeutilizar ou usar como base para criar os seus.

Boas pr áticas a todos,

Ian Morais.

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Parte I Magia

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O que é Magia

A Magia, o pr óprio nome possui uma carga desedu ção t ão poderosa, que eu gosto de as vezes pronunciar apenaspara ouvir o som que o mesmo provoca. Magia, para mim, é a artede interagir e manipular as for ças desconhecidas da natureza,interiores e exteriores ao homem, isso em sentido estrito. Emsentido amplo, e eu gosto desse sentido amplo, Magia é tudo quedá um “tapa na cara” da realidade institu ída, ou seja, que mostrao que est á sob o v éu do que as pessoas acham que é real. Desseponto de vista, a apari ção de uma fada é magia, a cria ção de umservidor é magia, o acesso a um outro plano atrav és da medita çãoé magia, at é um milagre realizado por um religioso é magia.

Creio que a magia possua dois processosbásicos, interno e externo. Em primeiro lugar, voc ê precisa

acreditar internamente na magia, desenvolver sua mente, seu ser,para entender e acessar as for ças desconhecidas, para ent ãointeragir com elas. O poder de um “mago” se resume a doisfatores: talento X estudo. Alguns nascem com pr é disposi ção paraa coisa, mas n ão estudam e nunca desenvolvem, outros nascemsem praticamente nenhuma inclina ção, mas se interessam e v ãolonge.

O poder m ágico ent ão, se d á por uma

conjuga ção de dois processos: desenvolvimento interno e o acessoà energias externas (sem contar no acesso às energias internastamb ém, algumas pessoas possuem energias internas superpotentes e devem us á-las com bom planejamento paradesenvolver ainda mais seu poder m ágico).

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Considerando a magia como possuidora deelementos exteriores ao indiv íduo, podemos afirmar que ela podeocorrer independente de sua vontade. A magia pode lhe atingir

quando voc ê menos esperar. Ela pode cham á-lo para desvendarseus mist érios. Ela pode envolver sua vida at é voc ê n ão terescolha sen ão explor á-la. Ela esta na natureza, quer voc ê queira,quer n ão. Esta na floresta, nas águas, no ar, na vida que pulsapor todas as partes.

Esta nos deuses, em Deus. Acho esta Magiamuito mais interessante, mais iluminadora e real que aquela quese resume a t écnicas mentais para desenvolver a vontade

individual. Por isso considero a maioria das ordens t ão pobres deobjetivos. N ão me empolgam, reduzem a magia à manipula ção davontade humana, d ão uma supervaloriza ção ao homens,considerando-o grande demais. Sou contra isso, acho que paracrescer, o primeiro passo é reconhecer-se pequeno.

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Divis ões Equivocadas da Magia

No decorrer da hist ória sempre estiverampresentes as ordens inici áticas, grupos que cont ém ensinamentosvelados acerca das leis ocultas e que as repassam para aquelesque s ão considerados aptos. Com o advento da internet, muita

coisa antes considerada secreta, de dif ícil acesso a todos, agoraest á exposta para quem quiser aprender. Isso fez com queproliferassem ocultistas, ou pseudoocultistas por toda parte. Issoé desej ável? Ou ser á que foge ao objetivo inicial das antigasordens? Vou tentar dar minha opini ão pessoal.

Eu creio que essa populariza ção foi necess áriapara a magia encarar um novo momento da hist ória dahumanidade, a abertura religiosa e filos ófica. Ou seja, a evolu çãogradativa para uma condi ção geral de toler ância aos preceitosreligiosos e filos óficos de todas as pessoas, que nasce pelo mundo,apesar de estar longe de ser regra geral. Enfim, o renascimento doocultismo ocidental, dado na passagem da idade moderna para acontempor ânea, mudou radicalmente a estrutura das velhasordens de magia.

Uma das consequ ências destas mudan çasradicais foi a divis ão da magia em faces diferentes e opostas.Magia Branca e Magia Negra s ão apenas um exemplo. Umadivis ão bastante conhecida é a do Caminho da M ão Direita (RHP)e Caminho da M ão Esquerda (LHP). A divis ão entre LHP e RHPpara mim é equivocada pelo seguinte motivo: fala-se que adiferen ça b ásica entre tais caminhos é que o RHP se baseia em

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“seja feita a vossa vontade” ou seja, a utiliza ção da magia para obem alheio, um caminho de auto sacrif ício e dedica ção ao pr óximo;

já o LHP seria baseado em “seja feita a minha vontade”, ou seja, a

utiliza ção da magia com um fim ego ísta, de eleva ção e satisfa çãodo pr óprio eu. Dividir a magia de forma t ão grosseira n ão fazsentido algum porque a filosofia pessoal do magista vai muitoal ém da quest ão entre se a minha vontade ou da dos outros deveprevalecer. É uma quest ão entre qual o objetivo central da magia,para que ela existe.

Na magia encontramos dois caminhos, de umlado temos a via da ascens ão, ou seja, atrav és da magia o ser

humano alcan çar um estado superior de compreens ão, com o fimde ajudar na evolu ção de todas as pessoas, comparo-a à busca pelailumina ção no budismo e pela santidade no cristianismo. Com isson ão quero dizer que a magia n ão passa de uma religi ão, o queseria uma tolice do tamanho de uma gal áxia, quero dizer apenasque a supera ção da condi ção natural do ser humano, que seria aconsci ência total sobre quem somos e o consequente despertar dospoderes inerentes à nossa verdadeira natureza, pode ser

alcan çado atrav és da magia e da religi ão, a diferen ça é queatrav és da magia voc ê sabe o que est á procurando, faz uma buscaobjetiva, e atrav és da religi ão essa busca é turvada por dogmas,que mais destroem que constroem, e quando a religi ão escraviza ohomem no fundamentalismo, est á pondo definitivamente porterra seu verdadeiro objetivo. O preceito b ásico dessa linha é“conhece-te a ti mesmo”.

Por outro lado, temos o segundo objetivo, quepõe a magia instrumento de poder. Considero que essa via é bemresumida na frase “faze o que tu queres”. Qual o caminho correto?

Ora, se somos seres em uma busca, significaque ignoramos muitas coisas sobre a real natureza humana e areal natureza do universo, posso estar parecendo precipitado, mas

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diante disso creio que posso afirmar que fazer tudo que eu queron ão é exatamente uma boa ideia. Creio que “conhece-te a timesmo” para “entender seus desejos e realiza-los na medida em

que isso seja bom para voc ê e o mundo” seria uma coisa maislógica. N ão faz sentido, portanto, fazer tal divis ão e colocar unsmagistas de um lado e outros magistas do outro. Porque n ãoposso conhecer a mim mesmo e fazer o que eu quero? Porque n ãoum sorvete napolitano ao inv és de apenas baunilha ou apenasmorango?

Enfim, o caminho da m ão direita como “sejafeita a vossa vontade” e o caminho da m ão esquerda (que

preconceito com os canhotos), como “seja feita a minha vontade” éuma divis ão t ão tola que n ão entendo como é t ão difundida, talvezpara desviar nossa aten ção da verdadeira divis ão da magia.

Justificando minha cr ítica, n ão h á o que sefalar em oposi ção à minha vontade e a vossa vontade, por doisargumentos principais:

1. é imposs ível estabelecer qual é a minha

vontade sem que eu conhe ça a mim mesmo;2. é imposs ível estabelecer a vossa vontade,

sem que eu conhe ça a real natureza humana;

Conclus ão: n ão posso dizer que fa ço a minhavontade ou a dos outros, se eu n ão sei nem estabelecer quevontades seriam essas. Minhas vontade é minha mesmo? N ão é seuma obsessor espiritual ou de uma entidade que invoquei dosplanos inferiores? Sua vontade

é sua mesmo? N

ão estaria sua

vontade viciada? E mais: sacrificar-se pelos outros é uma coisaboa? Os outros QUEREM que eu me sacrifique por eles? Se elesn ão querem, ao me sacrificar n ão estou fazendo a vossa vontade esim a minha. Ser á que meu auto sacrif ício n ão é apenas minhaforma ego ísta de impor minha vontade sobre os outros e ainda

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dizer que fiz a vontade deles? A divis ão LHP e RHP parte dafal ácia l ógica do falso dilema, ao estabelecer o pressuposto de queminha vontade deve necessariamente ser oposta à vontade alheia.

Poxa, n ão podemos todos nos dar bem?Outra quest ão importante é que as pessoas

ditas da m ão esquerda costumam ser associadas com o egoismo.Muitas vezes os que se dizem m ão esquerda est ão apenasquerendo expressar uma op ção de viv ência m ágica voltada para avaloriza ção do eu, e n ão para a supress ão. Ou seja, o defensor dam ão esquerda pode ser apenas um humanista e um um servo domaligno encarnado.

Enfim, eu posso fazer a sua vontade, a minhavontade, e todos podem ficar felizes. Quem disse que essasvontade precisam ser opostas? A real quest ão é se eu tenho amagia como instrumento para a ascens ão ou como instrumentosde domina ção. É muito f ácil fazer algu ém escolher entre m ãoesquerda e m ão direita dizendo que é apenas uma quest ão de quevontade deve ser feita. Quem se importa com a vontade dosoutros? Pensa o jovem ocultista. Al ém do mais, é muito f ácil fazerminha vontade, é s ó pensar nos meus desejos e realiza-los, melhordo que ficar pensando sobre o que diabos o ser humano querafinal.

A quest ão fica muito mais f ácil quandoperguntamos se voc ê deseja a magia como forma de ascender, ouseja, de superar o a condi ção comum do ser humano (o que n ãosignifica ser bonzinho o tempo todo), ou como instrumento de

domina ção, de atender apenas aos desejos mais baixos do instintohumano, degradando o mago ao inv és de constru í-lo. É uma penavermos inclusive grandes ocultistas confundindo preceitos t ãosimples, mas é compreens ível, é mais f ácil repetir o que foi ditoantes por tantos, que parar para pensar e fazer seu pr ópriocaminho.

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Ser papagaio é mais simples do que usar acabe ça. É por isso que defendo uma magia livre, que preze aintelig ência do ser humano e n ão sua capacidade para se

submeter ao que foi estabelecido como certo antes dele. A magiado Caos em seus pressupostos b ásicos nos possibilita isto. O Caosnos chama a olhar atrav és do v éu da m ão esquerda e da m ãodireita, e entender que eu quero minhas duas m ãos exatamenteonde elas est ão. N ão nasci com ambas para desprezar uma epraticar tudo apenas com a outra. Ambidestria nunca deixou deser uma coisa interessante.

Outra dicotomia que considero falsa e que émuito alardeado é a oposi ção entre magia do caos e magiatradicional. Dizem alguns que tradicional é a magia das receitasprontas, dos rituais gravados em pedra em grim órios antigos e amagia do caos é a magia livre e criativa, voltada a usar todas asexpress ões da psiqu ê, do simbolismo e da realidade para alcan çarefeitos m ágicos.

Ora, a chamada magia tradicional seria amagia das ordens mais antigas, solidificadas e a magia do caos foium movimento voltado à revolucionar essas formas de praticarmagia.

É de uma ignor ância que beira ao rid ículo dizerque toda a magia pode ser enquadrada em uma dessas divis ões.Onde estariam ent ão os elementos de magia hindu? E magiaárabe? E magia oriental? E se eu quero criar algo novo mas n ãoacredito nos ditames do caotismo?

Essa tentativa de bipartir a magia é t ão burraquanto um bipartidarismo pol ítico. Querer obrigar as pessoas apensar de uma forma ou de outra, quando a magia existe paralibertar o homem. Libertemos nossa mente, aprisionar-se emconceitos criados em terras estrangeiras. Como posso me deixarcegamente pelos conceitos de magia criados por magistas que n ão

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conhecem nossa umbanda, nossos batuques, nosso candombl é,nosso catimb ó, nossa jurema, nosso velhos costumes e rituais detradi ção cat ólica. Quem s ão eles para dizer que nossa magia é isso

ou aquilo. Eu me levanto e digo que n ão aceito tais conceitua ções.Para mim, tudo isso e muito mais é magia, se é tradicional ouca ótica, que me importa? O que importa é que eu sinto a energiade todas essas pr áticas.

Voc ê é livre para concordar comigo ou n ão,respeito as opini ões alheias. Voc ê pode praticar qualquer tipo demagia e dizer que é tradicional ou cao ísta. Pode se dizer um magodo caos apenas porque acha o t ítulo bonito. Pode se dizer

tradicionalista apenas porque sua av ó lhe ensinou que as coisasantigas s ão melhores, ou porque voc ê acha estiloso usar capa eespada.

Enfim, “se eu quero e voc ê quer, tomar banhode chap éu, ou esperar papai noel, ou discutir Carlos Gardel.” Fazo que tu queres e me deixa continuar meu livro. Vamos manternossa opini ão, respeitando a dos outros, pois o segredo daevolu ção é a diversidade, se todo mundo fosse igual, nuncair íamos a lugar nenhum.

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Parte II

Teoria

dos

Protocolos

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Experimenta ção m ágica: Introdu ção Aos Protocolos de

Magia

Existem duas formas b ásicas de algu ém evoluirseu n ível de conhecimento: o estudo e a experi ência. Nenhuma é

superior a outra, s ão equivalentes e complementares entre si. Oestudo sem a experi ência se torna est ático, crescendo apenasdentro daquilo que est á gravado no papel, a experi ência sem oestudo perde fundamento e se torna dif ícil de difundir para al émda esfera de conhecimento pessoal de quem a teve. Na magiaesses dois conceitos s ão muito importantes, uma vez que o quedefine se algu ém é um mago ou um estudante de ocultismo éexatamente a forma como ele enriquece seu conhecimento acerca

de magia. O mago lida com estudo e experi ência, o estudante deocultismo preocupa-se em apenas acumular conhecimento arespeito. Essa é inclusive uma excelente quest ão para quem est áiniciando ou est á no meio do caminho refletir a respeito. O quevocê quer com a magia? Apenas entende-la? Estud á-la? Ou voc êpretende praticar a magia, sentir a magia, ser a magia? Se voc êescolheu a primeira op ção, n ão é algo que o diminua, cada um élivre para conduzir seus conhecimentos para onde sua consci ênciao dirige. Mas se voc ê escolheu a segunda op ção, preze sempre pormanter um equil íbrio entre estudo e pr ática.

E o que é experimenta ção m ágica? A experimenta ção m ágica vai al ém da pr ática regular da magia. Omago comum pratica aquilo que est á nos livros e nas tradi ções,aquilo que algu ém descobriu e escreveu como se faz. O mago

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experimentador vai al ém disso, ele busca novas formas de realizara magia, novos caminhos m ágicos para trilhar. Alguns diriam queo mago comum que falo é o mago tradicional e o mago

experimentador seria o mago do caos. N ão concordo com isso peloseguinte fato: muitos que se dizem cao ístas s ão na verdade magoscomuns, apenas praticam os conhecimentos j á estabelecidos pormagos do caos que vieram antes deles.

O cara que desenvolveu a forma de criarservidores, ou de criar sigilos, era um experimentador, os que s ópraticam o que ele ensinou s ão magos comuns, mesmo sendomagos do caos. Isso é at é um contrassenso, considerando que éprop ósito da magia do caos voc ê desenvolver sua pr ópria magia,usando os elementos que lhe convierem e se mostrem eficazes.

Digamos que esses prop ósitos maiores docao ísmo sejam sim princ ípios da experimenta ção m ágica, mas comuma an álise mais apurada, vemos que nem todos os magos docaos realmente o seguem. Falar que nada é verdadeiro e tudo épermitido é ótimo para criticar as cren ças alheias e os quechamam de magos tradicionais, mas na hora de arrega çar asmangas, colocar a massa cinzenta pra funcionar e fazer suapr ópria magia, alguns cao ístas tossem, olham para o lado efingem que o assunto n ão é com eles.

A experimenta ção m ágica possui v ários n íveis,você pode apenas testar de uma ora ção em latim funciona se fortraduzida para portugu ês. Se o ritual para convocar o deus dotrov ão grego funciona para o deus do trov ão n órdico. Se a vela

branca pode substituir a vela azul em um ritual. Pode ir maisal ém, criando um alfabeto m ágico particular e o usando nos seusrituais. Criar uma forma diferente de elaborar sigilos, ou de criarservidores. Ou pode realmente chutar o balde, criando uma novaforma de manifestar a magia no mundo, um novo sistema demagia, uma nova escola e etc.

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A experimenta ção tamb ém pode se dar a partirda reformula ção de paradigmas existentes, interagindo entre siou com elementos completamente diferentes. Tamb ém podendo

partir do desenvolvimento de paradigmas completamente novos.Porque a magia deve evoluir? Porque devemos

nos dedicar à experimenta ção m ágica pra produzir novosconhecimentos em magia? Simples, nada no mundo foi feito paraser est ático, ainda mais a magia, que é revolucion ária por si s ó aodar ao homem a fun ção de compreender e interagir com ouniverso e as for ças que o rodeiam, n ão aceitando passivamenteas respostas pr é-fabricadas que lhes forem fornecidas. Aos que

acham que tudo que havia para ser descoberto na magia j á o foi,eu digo que se todos os magos do passado pensassem assim, apr ópria magia teria morrido antes mesmo de nascer. Queremossempre melhorar, seja de sal ário, seja em conhecimento, seja decarro, seja de emprego, é o que impulsiona o homem a evoluir, e oque evolui o pr óprio planeta. Porque a magia deveria serdiferente?

Esclarecido o que é a experimenta ção m ágica,posso agora falar dos protocolos de magia. Os protocolos s ão umaforma de experimenta ção m ágica na qual venho trabalhando. N ãose trata de nada revolucion ários nem nunca antes visto natelevis ão, é apenas uma sistematiza ção de alguns conceitosespa ços de forma a permitir o uso de tal sistema para criar novasmaneiras de praticar magia, ou como alguns podem ver, praticarvelhas formas de magia adaptando-as a novos elementos que omago deseje usar.

N ão se trata de nada complicado, de in ício podeser dif ícil separa-los de outros sistemas como os sigilos ou at émesmo os servidores, por ém, superada esse etapa inicial osmesmos podem ser converter em um elemento útil para utiliza çãonas mais diversas pr áticas e para os mais diversos fins.

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Protocolos podem ser classificados como mapas.Imagine a magia como um territ ório selvagem e n ão desbravado,seja onde for que voc ê entre, nunca saber á onde vai chegar. Os

protocolos seriam mapas, que ao serem seguidos, te levar ãocertamente a um lugar pr é-determinado. Traduzindo, imagineque voc ê realiza um ritual para se conectar com seu animalancestral ou uma divindade qualquer, esse ritual segue umconjunto de passos, para alcan çar um determinado fim, se ao finaldesse ritual, voc ê conseguisse gravar o caminho que ele percorreupara alcan çar o resultado e o gravasse de alguma forma, voc êteria um protocolo.

Protocolos tamb ém s ão em s íntese uma receita.Digamos que o universo é uma cozinha imensa, com in úmerasenergias diferentes interagindo. A combina ção de uma certaenergia com outra gera um efeito X, a combina ção com umaterceira energia j á cria a energia Y. Quando voc ê pega um certoconjunto de ingredientes e mistura, cria um prato. Se gostou doprato voc ê anota a lista do ingredientes e a forma como foipreparado. Protocolos s ão exatamente a mesma coisa, mas

relacionado à pr áticas m ágicas. Se voc ê reuniu determinadosingredientes m ágicos e chegou a um efeito, anota que elementosusou e a forma como foram utilizados para poder alcan çar o efeitotantas vezes deseje no futuro ou fornecer a receita para queoutros possam vir a utiliz á-la.

Diferenciando uma T écnica de um Sistema

Quando falamos em experimenta ção m ágica émuito comum a confus ão entre t écnica e sistema. Tal distin çãopara alguns pode ser considerada sem sentido, mas como estamosprocurando construir uma forma sistem ática para ver a magia de

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modo a facilitar o dom ínio sobre a mesma, consideroimprescind ível faz ê-la.

Uma t écnica é um conjunto de instru ções parase realizar determinado efeito. Por exemplo: uma t écnica de fazerbolo ensina como misturar os ingredientes, a temperatura corretapara assar e a forma onde se deve depositar a massa para que sechegue a um determinado tipo de bolo.

Um sistema é um conjunto de regras gerais queprocuram explicar de forma fechada um determinado tema.Exemplo, o sistema m étrico decimal, é um conjunto de regras queprocura nos ensinar como realizar medi ções dos mais diversostipos. A palavra sistema pressup õe um conjunto de fatores queinteragem entre si de forma harm ônica, independendo de fatoresexternos para funcionar. Lembrando que independe de fatoresexternos para funcionar, por ém, isso n ão significa que um sistemapara ser considerado como tal n ão interaja com quaisquer fatoresexternos.

Qual a aplica ção de tais conceitos na magia e,

especialmente, na experimenta ção m ágica. Ora, uma t écnica é umfeiti ço, um ritual, um efeito m ágico. Um sistema é toda umaforma de explicar e gerar tais feiti ços, tais rituais e tais efeitosm ágicos.

A Umbanda pode ser considerada uma sistema.Uma oferenda para o Caboclo Sete Flechas é uma t écnica dosistema umband ístico. Os servidores podem ser considerados umsistema. Um servidor voltado a ajudar voc ê a estudar para ovestibular é uma t écnica do sistema dos servidores. Dentro daMagia ent ão, podemos dizer que um sistema é uma elenco detécnicas e pr áticas afins conjugado a um conjunto de explica çõessobre como tais t écnicas funcionam e que energias utilizam.

Feita tal distin ção, na esperan ça de que todos

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entenderam, podemos ent ão afirmar que uma t écnica é maissimples de ser criada. Voc ê pode criar um servidor s ó seu, umsigilo s ó seu, um protocolo s ó seu, ou uma oferenda para uma

entidade que s ó voc ê conhe ça. No entanto, criar todo um sistema,ou seja, um conglomerado de t écnicas aliado a regras sobre comofuncionam é algo bem mais complexo.

H á quem diga que mago é quem cria t écnicas efeiticeiro quem apenas as utiliza. Dificilmente quem realizapr áticas m ágicas passa a vida inteira sem criar ao menos umpequeno ritual pr óprio. H á ainda quem classifique como mago ocriador de sistemas e de feiticeiro quem apenas cria ou utiliza

técnicas de sistemas j á estabelecidos.

Particularmente n ão concordo com nenhumadas duas classifica ções. Primeiro porque procurar rotular todos osmagistas utilizando um crit ério pessoal é no m ínimo ir ônico paraquem se diz praticante de uma arte que busca a liberta ção do sere da mente (magia). Segundo porque acredito que a maioria daspessoas n ão cria seus pr óprios sistemas n ão por falta decapacidade, mas apenas porque j á alcan çam todos os resultadosque desejam no uso de sistemas j á existentes.

Enfim, se eu alcan ço minha realiza ção pessoale espiritual dentro do sistema umbandista ou cao ísta: qual o malde passar minha vida utilizando apenas ele? Acredito que osinventores de sistemas s ão movidos pela necessidade de construiralgo que n ão encontraram em sistemas que estudaram. Ouapenas para testar os pr óprios limites de tais sistemas. N ão h á

nada de errado nem em criar um sistema todo dia nem em usarapenas sistemas alheios durante a vida toda. A única coisa erradaé julgar, é querer anular a individualidade alheia querendo impornossas verdades ocultistas aos demais praticantes.

Este livro procura explicar como constru í oSistema dos Protocolos. Que n ão pretende revolucionar nada nem

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se mostrar melhor que qualquer outro. Apenas foi a forma queencontrei de fazer as coisas com base na experi ência e nosrecursos de que dispunha.

Como n ão apresento apenas as t écnicas ou seumecanismo de funcionamento, mas procuro mostrar como ela podeser constru ída e desconstru ída, alguns poderiam considerar osprotocolos uma tentativa de explicar outros sistema. Claro,considerando seu car áter cao ísta, ele n ão se prende a apenas umavis ão de mundo. É poss ível construir t écnicas protocolares tendopor base o sistema umbandista ou o sistema de servidores ou desigilos ou hermetista. S ão muitas as possibilidades. Usando os

princ ípio que eu utilizo para os protocolos, voc ê pode construir seupr óprio sistema pessoal e utiliz á-lo da forma que melhor lheaprouver. Tamb ém pode mudar um mecanismo ou outro econstruir algo completamente diferente. Enfim, se nenhumatécnica ou mesmo o pr óprio sistema n ão lhe interessarem, talvezinteresse ver a forma como foi constru ído. Em última an álise, esselivro antes de ensinar t écnica, pretende ser um chamado àexperimenta ção m ágica.

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O Que s ão Protocolos e Para que Servem

Defini ções B ásicas

Falar de protocolos é basicamente descreveruma f órmula para a produ ção de certos resultados m ágicos. Osprotocolos n ão s ão uma inven ção, como j á foi esclarecido antes. Naverdade, s ão apenas a sistematiza ção de uma determinada formade produzir magia, que j á é utilizada h á muito tempo e presenteem praticamente todos os sistemas de magia conhecidos. Voc êprovavelmente sabe realizar v ários protocolos, se j á praticamagia. Por ém, voc ê pratica protocolos prontos, que algu ém criouem algum momento do passado. Se voc ê pratica o Caos, j á deveter em algum momento criado seu pr óprio protocolo, ou at é maisde um.

Usando a defini ção cl ássica, protocolo s ãopadr ões estabelecidos. Se voc ê quer fazer um jardim, existempadr ões, protocolos estabelecidos que voc ê deve seguir para criarum ambiente lotado de belas roseiras. Se voc ê quer fazer magia,pode seguir protocolos previamente estabelecidos, feiti ços,padr ões, formas de realizar as coisas que foram previamentetestadas, aprovadas e registradas para uso na posteridade. Ou

você pode procurar entender como um padr ão é estabelecido econstruir os seus pr óprio padr ões, dividindo-os com amigosmagistas, com companheiros de ordem ou guardando-os apenaspara si. Assim nasce um protocolo, a partir do momento em queum mago cria dentro da magia um padr ão para alcan çar algumefeito.

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Refazendo uma analogia que utilizeianteriormente, é como se a magia fosse um selva, ou uma grandemetr ópole, na qual um m ínimo passo em falso e voc ê pode se

perder, protocolos s ão seus mapas, os trajetos que voc ê registroupara chegar em determinados locais. Voc ê pode n ão saber ondeficam todos os restaurantes da cidade, mas provavelmente sabeque descendo 6 quadras à esquerda de sua casa e mais duas àdireita, voc ê chegar á em um local que serve uma excelente salada.Ou sabe que pegando determinada avenida, uma hor á chegar á emum ótimo restaurante japon ês. Esses dois trajetos s ão seusprotocolos. Ressaltando que se chama protocolo, n ão o resultado,

mas o caminho tra çado para chegar at é ele. Voc ê pode materializar em um s ímbolo gr áfico

a sensa ção energ ética que te faz entrar em estado alfa, e pronto,você tem um protocolo. Tamb ém pode criar um mantra que tragaat é voc ê de forma imediata a energia do seu anjo guardi ão, e voc êtem outro protocolo. Pode ainda utilizar uma certa posi ção dasm ãos (mudra) e pronunciar uma frase previamente estabelecida,para evocar os efeitos de um feiti ço realizado previamente, e voc ê

já tem mais um protocolo. Voltaremos às utilidades e aplica çõesdos protocolos em um t ópico espec ífico para isso ainda neste texto.

Elementos b ásicos dos protocolos

Esclarecido exatamente qual a natureza dos

protocolos, é preciso dissecar seus elementos b ásicos, ou seja,aquilo que é necess ário para que um protocolo seja criado. Essa éuma quest ão n ão muito f ácil de ser definida, porque n ão h áapenas um conceito de protocolo, e ap ós cada um aprofundar-sena cria ção de seus pr óprios protocolos, ir á notar que os elementosque elencarei podem ser esticados ou mitigados de acordo com a

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situa ção em espec ífico. Enfim, n ão é uma receita de bolo, é apenasum recurso did ático porque precisamos de um ponto de partida.São tr ês os elementos b ásicos de constitui ção dos protocolos, que

passo a explicar:1. Manifesta ção multidimensional da magia:

esse é o primeiro elemento e provavelmente o mais óbvio de todos.Considerando que dimens ões s ão n íveis de percep ção, qualquerforma de magia poderia ser considerada multidimensional, ent ãoporque colocar isso como o primeiro requisito dos protocolos? Pelofato de que em rela ção aos protocolos essa manifesta çãomultidimensional é algo que salta aos olhos, t ão importante a

ponto de ser necess ária essa repeti ção. Para evocar umdeterminado protocolo à dimens ão em que voc ê se encontra, eleprecisa estar previamente constitu ído em uma outra dimens ão.Em outras palavras, esse requisito significa que protocolos n ãosão criados instantaneamente, eles necessitam de preparo. Parausar um mapa para chegar a algum local, voc ê precisa ter o mapapreviamente desenhado, se for desenhando o mapa a medida quecaminha, n ão o estar á seguindo e sim o criando. Fazer com que o

protocolo esteja manifestado multidimensionalmente éexatamente seguir o processo de desenhar o mapa, paraposteriormente poder us á-lo como guia.

2. Fonte de poder: ora, um protocolo gera umefeito m ágico, logo, utiliza energia. Essa energia precisa sair dealgum lugar. Seu protocolo pode estar conectado a uma divindade,

uma entidade dos mundos inferiores, um anjo, uma egr égora ouat é um servidor que voc ê mesmo criou. Essa ser á sua fonte depoder, sua base de alimenta ção.

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3. Chave de ativa ção/evoca ção: por fim, parausar o seu protocolo em qualquer situa ção, no ato de sua cria çãovocê precisa estabelecer a sua chave. A chave do protocolo pode

ser uma frase no estilo “abracadabra”, um mantra, uma posi çãocorporal ou das m ãos (mudra), um desenho tra çado no ar, ouvários outros elementos que sua imagina ção permitir, assim comoa combina ção de v ários elementos.

Darei agora um exemplo de protocoloexplicando onde cada um dos requisitos acima se caracteriza, parafacilitar a compreens ão. Usei um protocolo simples que eu chamode protocolo de prote ção do C írculo de sal (sim, eu gosto de nomesgrandes). É realmente um protocolo simples e pr ático de serealizar. Digamos que voc ê tenha um altar que utiliza parahonrar entidades que te protegem, e decide usar um instrumentopara que a energia daquele altar possa te proteger nas maisdiversas situa ções do dia a dia, quando voc ê estiver sendo atacadovampiricamente, ou sentir que energia ruins das mais diversaspodem estar afetando voc ê. Voc ê decide que protocolos s ão umaboa forma de fazer isso.

Primeiro voc ê precisa de um espa ço emespec ífico no seu altar para o protocolo, voc ê arranja umacaixinha de vidro e coloca ela em cima do altar. Pega um pouco desal e faz um c írculo dentro daquela caixa. Consagra o c írculo desal para proteg ê-lo sempre que for necess ário, e solicita àsmesmas entidades presentes naquele altar que alimentem seu

círculo de prote ção com a energia delas (nota: o sal por ser umelemento de limpeza por excel ência, pode ser usado para criar umcírculo assim sem outra fonte de alimenta ção al ém dele pr óprio,depende de suas convic ções). Voc ê ent ão cria a chave de evoca çãoe a grava no protocolo, voc ê define que a energia do c írculo ir á sematerializar lhe protegendo quando voc ê juntar às m ãos em

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prece e falar “venha a mim c írculo de sal”. A materializa çãomultidimensional foi estabelecida no ritual de cria ção doprotocolo, ao tra çar o c írculo de sal consagrado e seguir os demais

passos. A fonte de energia foi definida ao escolher o elemento sal,que possui energias que geram prote ção m ágica e ao conectar ocírculo com a energia das entidades que regem o altar. A chave deativa ção é mista, m ãos em prece e a frase “venha a mim c írculo dosal”. Juntando os tr ês elementos, voc ê possui seu primeiroprotocolo prontinho para uso.

Diferenciando protocolos de servidores e sigilos

A grande dissemina ção de sigilos e servidoresentre os caoistas levou a uma esp écie de engessamento daimagina ção de muitos praticantes de magia. Contrariando ospr óprio princ ípios b ásicos da magia do caos, muitos dos seusadeptos se recusam a reconhecer uma t écnica que n ão se encaixeem nada pr é-estabelecido. N ão é o caso dos protocolos, como j ádeixei claro, n ão s ão uma coisa nova, é apenas a sistematiza ção dealgumas coisas bem antigas, de modo a possibilitar ao uso dosmesmos princ ípios que as geraram para criar novos efeitosm ágicos. Por ém, apesar de os protocolos terem pontos em comumcom v ários sistemas, eles possuem caracter ísticas que osdiferenciam claramente dos servidores e sigilos.

Vejamos, um servidor é uma entidade “viva”,

um ser dotado de um n ível limitado de percep ção e intelig ênciaencarregado de determinadas tarefas. J á o protocolo é apenas ummapa para determinado efeito, n ão possui vida pr ópria nemexecuta nenhuma tarefa por contra pr ópria sem interven ção deuma pessoa. J á dos sigilos é muito mais f ácil diferenciar, umprotocolo n ão precisa “ser esquecido” para funcionar. O sigilo, em

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uma defini ção grosseira, funciona como um instrumento para quea energia do seu subconsciente trabalhe a seu favor para atingirdeterminado fim, o uso dos protocolos é algo imensamente mais

amplo, podendo ser usado como chave de evoca ção m ágica, comoinstrumento de ativa ção de um objeto m ágico, etc. Por fim, o sigilotende a possuir um fim, que ao ser alcan çado, faz com que percasua utilidade. Protocolos, a rigor, tendem a ser permanentes, umavez desenhado o mapa, ele tende a ser v álido por muito tempo.

Se formos estabelecer um n ível decomplexidade, poder íamos dizer que os protocolos s ão maiscomplexos que os sigilos e menos complexos que os servidores,

embora isso seja relativo, pois dependendo de que tipo deprotocolo voc ê ir á elaborar, ele se tornar á mais complexo que umservidor, e um sigilo tamb ém pode possuir mais complexidade queum protocolo simples. Um diferen ça b ásica de protocolos parasigilos e servidores, é que os dois últimos possuem uso cont ínuo,uma vez criado o sigilo e o servidor existir ão at é que seja desfeitosou at é que atinjam seu objetivo. J á o protocolo fica “adormecido”at é que sua chave de ativa ção seja utilizada. Tratando-se de um

conceito mais amplo, protocolos abarcam v árias formas de sigilose servidores em sua defini ção.

Exemplos de utiliza ção de protocolos

1. Selamento de um objeto m ágico: voc ê criou

uma varinha m ágica para seu uso pessoal, e gostaria se proteg ê-lada influ ência da energia de pessoas estranhas que possam vir atoc á-la ou at é mesmo roub á-la de voc ê. Ent ão, no ato de confec çãode varinha, voc ê cria um protocolo para selar a energia dela. Elafuncionar á como um objeto qualquer, um mero peda ço de madeirasem energia, a menor que algu ém a segure com firmeza e diga

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“operari” (operar/funcionar em latim), essa chave de ativa ção fazcom que a energia da varinha possa circular livremente peloobjeto, permitindo seu uso em pr áticas m ágicas.

A experi ência é a m ãe do aprendizado,portanto, para fixar melhor as formas de utilizar protocolos, passoa expor alguns exemplos de utilidade que eles podem ter no dia adia de um mago. Voc ê talvez j á tenha utilizado algumas dessasformas em suas pr áticas, n ão ser á algo estranho pois protocolos,digo mais uma vez, n ão s ão algo novo.

2. Uma c írculo de magos cria um servidorpoderoso destinado a prote ção m ágica de seus membros. Esseservidor lidar á com energias bastante intensas e sua utiliza çãoprecisa ser protegida de diversas formas. O c írculo cria ent ão umprotocolo de evoca ção do servidor. S ó poder á evoc á-lo o membroque passar por uma inicia ção para ser reconhecido pelo servidor etra çar um s ímbolo de evoca ção à entidade no ar e repetir seumantra de evoca ção. Ao ser desligado do grupo, o membro podeser “desiniciado” no uso do servidor, ficando imposs ível para eleusar o protocolo de evoca ção.

3. Voc ê é muito ligado a uma entidade doastral, que pode realizar os mais diversos efeitos m ágicos,costumando voc ê realizar rituais para cada efeito que gostariaque a entidade realizasse. Voc ê ent ão registra 3 efeitos b ásicospara os quais costuma utilizar a entidade, e os sela em 3protocolos diferentes. Quando quer evocar cada um, utiliza achave convencionada dizendo “primeiro protocolo da entidade X”,

“segundo protocolo da entidade X” ou “terceiro protocolo daentidade X”, n ão esquecendo de zelar pelo relacionamento com aentidade para manter os protocolos v álidos.

4. Voc ê é bruxo e segue determinado pante ão,onde cada divindade possui uma fun ção espec ífica. Cadadivindade possui tamb ém sua pr ópria energia. Voc ê costuma

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realizar rituais para evocar a energia de cada divindade, quandoprecisa de inspira ção para escrever, energia para o amor e etc.Ent ão voc ê estuda a fundo as divindades que segue e decide criar

protocolos de evoca ção para as energias de cada uma. Voc êexperimenta a melhor forma at é alcan çar o melhor resultadoposs ível e ainda escreve um pequeno livro de instru ções para queseus irm ãos de cren ça tamb ém possam usar os protocolos que voc êcriou para entrar em contato com a energia de cada deus.

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Linhas de protocolos

Por suas naturezas, os protocolos podem serdivididos em linhas. Essa divis ão é meramente did ática, servepara melhor visualizar as utilidades dos protocolos e tamb émdirecionar o mago que decidir utilizar esses instrumentos,conduzindo-o a desenvolver protocolos na área que mais lheagrada. Nas minhas experi ências pessoais, j á trabalhei com asseguintes linhas de protocolos principais:

1. Metamagia: os protocolos de metamagiadestinam-se a auxiliar a pr ópria pr ática ou aprendizado de outrasformas de magia. Como exemplo temos os protocolos de selamentode objetos m ágicos ou de conex ão de um grupo com sua egr égora.

2. Protocolos de Evoca ção: destinam-se acriar formas de conex ão do usu ário com determinadas energias,sejam de divindades, de elementais, de esp íritos ou entidadesdiversas.

3. Protocolos de defesa m ágica: diversosinstrumentos destinados a bloquear ou refletir os efeitosnegativos de energias das mais diversas origens sobre seu usu árioe sobre outras pessoas.

4. Al ém dessas, h á várias outras: como osprotocolos sagrados (destinados a utilizar a energia da f é),protocolos draconianos (magia dos drag ões), protocolos daconsci ência (visando facilitar o acesso aos estados alterados),dentre v árias outras, sendo que cada usu ário pode aprender os

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princ ípios b ásicos e criar seus pr óprio protocolos seguindo suaspr óprias linhas de interesse.

Antes de qualquer coisa, é imperioso salientarque as linhas de protocolos s ão apenas um recurso did ático com ofim de tornar mais f ácil a compreens ão dos diversos usos quepodemos fazer desses instrumentos m ágicos. Nem de longe aslinhas aqui s ão as únicas poss íveis. Voc ê pode criar uma linha deprotocolos exclusiva para voc ê, exclusiva para seu c írculo deamigos magos, ou exclusiva para uma ordem. Tamb ém pode criarlinhas para cada área de seu interesse, protocolos dos santos,protocolos dos anjos, protocolos ligados a cartas do Tarot.

Procuraremos falar sobre v árias dessas possibilidades emseparado. Esclarecido isso, passemos a falar de cada uma daslinhas principais, que s ão linhas gen éricas e servem paraenquadrar uma vasta gama de protocolos.

Protocolos de Metamagia

A Metamagia é a linha com a qual mais iremostrabalhar, porque quem lida com magia est á sempre procurandonovas formas de tornar suas tarefas mais f áceis de executar. A metamagia s ão o grupo de protocolos voltados a melhorar apr ópria pr ática da magia. S ão aqueles protocolos voltados acapta ção e manipula ção de energia, selamento e cria ção deinstrumentos m ágicos. A import ância da metamagia adv ém do

fato de que voc ê n ão poder á ser um bom praticante de magia sen ão domina a magia da magia, ou seja, se n ão conhece osinstrumentos necess árias à pr ópria pr ática da magia, o que incluisímbologia, manipula ção energ ética, estados alterados deconsci ência e etc.

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Evoca ção

Os protocolos de evoca ção talvez sejam os maistrabalhosos, embora alguns de defesa m ágica disputem um p áreoduro com eles. O nome evoca ção é meramente exemplificativo, n ãoé taxativo. O objeto de pr ática desta linha n ão s ão evoca ções nosentido estrito, e sim no sentido amplo. Na verdade s ão todos osprotocolos que criam uma ponte entre o campo energ ético dopraticante e outro campo energ ético. V ários protocolos demetamagia s ão tamb ém de evoca ção. Como exemplo podemos

citar os protocolos de intera ção elemental. Ao mesmo tempo queinteragir com a energia dos elementos ajuda a pr ática da m ágia, épor si s ó uma esp écie de evoca ção. Em virtude disso podemosdizer que nosso primeiro objeto de estudo efetivamente ter á a vercom essas duas primeiras linhas.

Defesa M ágica

A defesa m ágica n ão é uma mera linha deprotocolos. É uma doutrina, uma filosofia de vida, um modo de vera magia. Em qualquer sistema de magia existem as pr áticasrelacionadas com a defesa m ágica, o combate a ataques, aanula ção de influencias externas e etc. Os protocolos maisperigosos talvez sejam os que se enquadram nessa linha.

Outras linhas de Protocolos

Como j á foi falado mais de uma vez, essas tr êslinhas principais s ão apenas exemplos. As possibilidades de

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linhas de protocolos s ão praticamente ilimitadas, podendoinclusive cada um desenvolver a sua pr ópria linha. A presenteclassifica ção tem apenas o intuito de dar uma vis ão geral do que

são essas pr áticas m ágicas, e explicar o que é poss ível fazer comelas. Por ém, apenas falar indefinidamente sobre eles n ão tornar áningu ém um praticante, e é este o momento em que se faz atransi ção da teoria para a pr ática. A teoria est á longe de seesgotar, mas a partir de agora ela ser á acompanhada da pr ática,de forma íntima e praticamente indissol úvel.

Voc ê est á sendo convidado a praticar osprotocolos, fazer uso deles, registar os resultados e comunicar.Fornecer dicas, informa ções que voc ê descobrir com suas pr áticas.

A ideia aqui n ão é voc ê absorver o conhecimento de algu ém que odet ém por completo, porque eu tenho apenas em m ãos uma fa íscado que s ão os protocolos, com mais pessoas praticando tais fa íscaspodem ser convertidas em uma fogueira.

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A Composi ção de um Protocolo

Antes de falar passo a passo como estabelecerum protocolo é preciso dissertar de forma exaustiva sobre comoeles se comp õem. Isso implica em criar uma s érie de classifica çõese divis ões entre os protocolos, com intuito did ático, ou seja, de

deixar claro como eles se constituem. Para alcan çar tal objetivo, ocaminho a ser seguido é analisar cada elemento dos protocolos eelencar todas as formas pelas quais podem se apresentar:

1. Manifesta ção Muldimensional da Magia

Considerando que quem est á lendo aqui j ápassou pelos textos anteriores, n ão nos cabe definir novamente oque seria cada elemento, basta expor suas diferentes formas decaracteriza ção. Falar em manifesta ção multidimensional é tocarem um ponto caro à magia, o conceito de dimens ão. O que é umadimens ão? Dimens ões s ão n íveis de percep ção. Nosso mundo n ãoé 3D, ou 2D ou 4D, n ós que o percebemos assim. Isso significa queas demais dimens ões que formam o universo, al ém das 3 as quaisestamos acostumados, est ão ao nosso redor o tempo todo, n ósapenas n ão as percebemos com nossos sentidos b ásicos. O que n ãosignifica que n ão possamos us á-las ou interagir com elas.

O que queremos dizer ao falar damultidimensionalidade da magia? Simples, que a magia est á al émdas limita ções b ásicas das nossas 3 dimens ões b ásicas. Fazendo

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uma analogia, digamos que voc ê queira cortar um p ão, e para issousa uma faca de mesa, essa faca de mesa é um recurso de 3D,agora se voc ê realiza um ritual para criar um servidor que o

auxiliar á nos estudos, est á utilizando um recurso que est á al émda 3ª dimens ão. Note que no caso do servidor, apesar de ele em siser um recuso que est á acima da terceira dimens ão, por seucriador ser algu ém que se encontra fisicamente nesta dimens ão,elementos da mesma foram usados em sua cria ção. Em algummomento voc ê usou recursos da terceira dimens ão para criar oservidor que se encontra em dimens ão diversa. Esse recurso podeter sido sua varinha m ágica, seu pr óprio corpo, o recipiente do

servidor, dentre outros. É isso que torna o servidor um elementomultidimensional, ele possui um recipiente da terceira dimens ão,foi criado usando elementos desta dimens ão, assim como poralgu ém que possui seu corpo f ísico na mesma, mas por suascaracter ísticas, ele supera a dimens ão de onde saiu.

O exemplo acima funciona perfeitamente comos protocolos. Eles podem possuir um ve ículo f ísico para suamanifesta ção, s ão criados por um ser que possui o corpo f ísico na

terceira dimens ão, por ém, por suas caracter ísticas b ásicas, elestranscendem sua dimens ão de origem. Esta é a raz ão pela qualum servidor, assim como um protocolo pode ignorar o espa ço e otempo, dependendo do criador e da forma de cria ção. Assim comopodem atuar a n ível mental, a n ível astral, dentre outros n íveis.

Passado esse momento inicial de explica ção,que pode n ão ter sido claro o suficiente, passo a dar exemplossobre como se d á essa manifesta ção multidimensional da magia.Quanto a ela um protocolo pode ser:

Protocolo com ve ículo f ísico em terceira dimens ão:o exemplo cl ássico é o c írculo de sal, para invoc á-lo voc ê precisater em algum lugar da realidade f ísica, o seu c írculo de salmontado, sempre a disposi ção para ser invocado.

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Protocolo com ve ículo em outra dimens ão: s ãoconstru ções que existem apenas a n ível mental, astral, no sonhar,ou em outro plano. Voc ê pode criar apenas mentalmente uma

âncora para determinado sentimento, ou determinada energiainterna sua, e invocar em si essa âncora atrav és de um processoprotocolar. Um exemplo seria quem possui o dom/maldi ção domau olhado, e sela essa habilidade atrav és de um protocolo paraevitar causar dano às pessoas, podendo liber á-la usando o mesmoprotocolo se achar necess ário. Tamb ém é o caso de quem constr óiapenas em outra dimens ão um protocolo sem utilizar um ve ículode 3D, um exemplo, digamos que voc ê tenha uma bom

desenvolvimento mental e resolva criar seu c írculo de sal apenasna casa astral que voc ê construiu para ir visitar durante ossonhos. Ou ent ão que voc ê tenha acesso a um plano ang élicoatrav és dos sonhos e construa l á o seu c írculo m ágico, pedindo aosanjos para guard á-lo.

Protocolos sem ve ículos: esses s ão aquelesprotocolos que n ão possuem quaisquer ve ículos, nem nestadimens ão nem em nenhuma outra. Um exemplo cl ássico seria o

seguinte: digamos que voc ê visite uma outra dimens ão cheias dedrag ões e conseguiu se tornar amigo de um, cria ent ão umprotocolo para evoc á-lo nesta dimens ão, sem usar nenhum objetof ísico. Lembrando que n ão devemos confundir ve ículo f ísico comforma de ativa ção, no caso do drag ão, a pessoa usaria um mantrapara evoc á-lo, o mantra n ão é o ve ículo f ísico do protocolo, e simsua chave de evoca ção.

Essa manifesta ção multidimensional é ent ão,algo inerente aos protocolos, s ão elementos que est ão sempretransitando entre dimens ões. Entender isso é algo essencial n ãosó para o presente estudo, mas creio que para toda a pr áticam ágica e espiritual de forma geral, uma vez que somos porexcel ência seres multidimensionais.

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2. Fonte de Poder

Uma regra que aprendi ao longo do meucaminho na magia e que levo muito a s ério para identificar se algovale ou n ão a pena é a seguinte: nunca acredite em um poder sen ão fica claro de onde vem. Se te ensinam a usar uma magia, umatécnica, sem dizer de onde vem a energia que a faz funcionar, n ãoacredite, n ão siga. Ou a energia é algo que pode comprometer voc êou ela simplesmente n ão existe e a t écnica em quest ão n ão passa

de um efeito placebo para enganar os incautos. Ent ão, se eu sigoesse princ ípio e lhes afirmo que protocolos funcionam, é imperiosoque fique explicado de onde eles tiram energia para funcionar.

Dependendo do protocolo, ele pode precisar demais ou menos energia para ser ativado. H á aqueles maissimples, como um protocolo para selar uma varinha, onde a meraenergia que o mago libera ao usar a chave do protocolo j á o fazfuncionar, tornando-o um protocolo com gasto energ ético m ínimo,h á aqueles que exigem grandes quantidades de energia, comoseria o protocolo para evocar uma entidade de grande poder e h á oque poderia ser chamado de protocolos de energia vari ável, ouprotocolos resistidos, que s ão aqueles em que o n ível de energiautilizado ir á depender da vulnerabilidade, necessidade ouhabilidade do alvo. Se voc ê pretende curar algu ém atrav és de umprotocolo, a energia utilidade depender á da necessidade dopaciente, se est á usando um protocolo de vampiriza ção, a energiadepender á da vulnerabilidade, e se est á usando um protocolo deataque direto, a energia depender á da habilidade do alvo paracontra atacar ou defender-se.

Falamos da quantidade de energia, mas o focodo t ópico é de onde vem essa energia, podemos classificar os

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protocolos quanto às suas fontes de energia da seguinte forma:

Protocolos ativados por energia pessoal: comose deduz logicamente pela leitura do nome, estes s ão os protocolosque s ão ativados com sua pr ópria energia. O poder deles élimitado ao n ível de desenvolvimento do mago na libera ção deenergia pessoal para a magia. Os protocolos mais simples n ãoexigem que o mago busque uma forma externa de energia. É comoimaginar que os protocolos s ão como cargas, para levantar 10kilos voc ê n ão procura nenhuma for ça externa para ajudar, se ocaso é levantar 2000 kilos, seria o caso de procurar um guindaste.

Protocolos ativados por energias de elementaisartificiais ou egr égoras: Voc ê pode criar um servidor apenas como fim de alimentar um protocolo, o servidor por sua vez, teria afun ção de acumular energia de alguma fonte espec ífica paradisponibilizar sempre que seu protocolo se tornar necess ário.Existem casos especiais onde isso pode ser recomendado, quefuturamente trataremos de abordar. H á tamb ém a possibilidadede se criar um protocolo ligado a uma egr égora em espec ífico,nesse caso ele utilizar á a for ça dessa egr égora para funcionar.

Protocolos energizados por entidades evocadas:alguns protocolos mais poderosos, ou apenas alguns nos quais ocriador preferir essa forma de energiza ção, podem ser conectadosa uma entidade, que pode ser seu guia, um anjo, uma divindade equalquer outra entidade com a qual voc ê tenha familiaridadesuficiente para fazer uso de sua energia.

Protocolos conectados a fontes de energiaelementais: nada impede que voc ê crie protocolos espec íficos queevoquem elementais da natureza, e que, portanto, utilize aenergia desses seres.

H á várias combina ções de usos de energiasentre os tipos elencados acima, e outros modos que embora

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pare çam diferentes, acabam se encaixando neles. Duas coisasdevem ser ditas ainda sobre energiza ção. Primeiro, um protocolousado para concentrar ou sugar energia n ão é alimentado pela

energia que suga, antes de come çar a sugar, ele usa algumaenergia para se tornar ativo, apenas para que n ão confundam.Segundo, muito cuidado deve se ter com o tipo de energiautilizado, se for usar a sua, prud ência, sua energia é preciosa. Sefor usar energia externa, mais prud ência ainda, para n ão fugir docontrole, e muito respeito quando for usar a energia de algumaentidade.

3. Chave de Evoca ção

Apesar de os dois elementos anterioresmostrarem uma grande vastid ão de possibilidades deconfigura ção, s ão as chaves de evoca ção que realmente semostram mais ecl éticas. A chave é aquele elemento que torna oseu protocolo execut ável, é o meio de destravar o efeito que eleencerra. Guardar a chave do seu protocolo, seja pessoal, seja deuma ordem, é uma forma de evitar que utilizem as energias quevocê trabalhou para ter acesso. Por outro lado, trabalhar bem achave é a melhor maneira de tornar o uso dos protocolos discreto eefetivo, e tamb ém tornar mais f ácil seu compartilhamento se foresse o seu desejo. Para n ão fugir a regra da enumera ção, vouelencar v árias possibilidades de chaves de evoca ção/ativa ção,lembrando que o mais comum é que um protocolo possua mais deuma chave combinada, apesar de nada impedir que se utilizeapenas uma chave, se for o suficiente para tornar efetiva aevoca ção:

1. S ímbolos gr áficos: Um yantra/emblema,que pode ser visualizado ou tra çado no ar, assim como desenhado

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em papel ou qualquer outra superf ície.

2. Sons: mantras, m úsicas, qualquer som quevocê associe ao protocolo para traz ê-lo a atividade.

3. Posi ção corporal: um determinado mudra,posi ções das m ãos, dos bra ços, do corpo todo. Um exemplo cl ássicoseria a posi ção flor de l ótus para evocar um protocolo de aux ílio àmedita ção, ou a posi ção de prece para ativar um protocolo deevoca ção a alguma entidade.

4. Movimentos corporais: parecido com o itemanterior, por ém n ão é uma posi ção parada e sim um movimento

com o corpo. Pode ser uma forma de sauda ção, um movimentocom os dedos, como um estalar, para evocar algum protocolosimples, ou at é mesmo um dos complicados, a depender do gosto ehabilidade do mago.

5. Ato: o protocolo pode ser evocado atrav ésde um ato, uma determinada a ção que o mago configura paraativ á-lo quando for realizada. Um exemplo seria um protocolo quepode ser invocado 12 vezes apenas, pelo seu ritual de cria ção,sendo cada vez ativada pela quebra de uma conta de vidro. Outroato seria um protocolo programado para ser evoca ção atrav és dareza de um ter ço, do rasgamento de um papel, da quebra de umpeda ço de pau, s ão muitas as possibilidades.

6. Deixo neste último item como um apelo asua criatividade. Use a imagina ção, voe lentamente nas asas dosseus del írios mentais e crie novas formas de ativa ção. Talvez umadeterminada forma seja criada apenas para um protocolo emespecial. N ão se limite para o que foi escrito aqui, seja a magia,deixe a magia lhe preencher.

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Exemplificando os Elementos de Forma ção de umProtocolo

Existem muitas formas de fontes de energia, dechaves de ativa ção e de manifesta ções multidimensionais deprotocolos. Iremos fornecer um exemplo de cada um apenas àt ítulo de aux ílio ao praticante iniciante, ou como forma deesclarecimento a quem n ão entendeu com clareza os conceitos. A quem pretende praticar protocolos, aconselho bastante que prestemuita aten ção nestes exemplos. A falta de observ ância sobre acorreta disposi ção de algum deles pode ser a causa da falha demuitos protocolos que voc ê venha a tentar utilizar.

Voc ê construiu um protocolo e n ão obtevequalquer resultado? Ser á que sua fonte de energia funcionou?Ser á que a chave de evoca ção falhou? Ser á que n ão foi seu ve ículo

f ísico do protocolo que continha alguma falha? Todas essasperguntas precisam ser feitas antes que voc ê sentencie queprotocolos n ão funcionam e deixe de aproveitar os benef ícios queuma ou outra t écnica poderia lhe fazer.

Certa vez eu conversava com um praticante demagia do caos iniciante que dizia que servidores n ãofuncionavam. Ent ão perguntei a ele que elementos s ão necess árioà constru ção de um servidor. Ele n ão soube nem come çar aexplicar. Ser á que essa pessoa tinha habilidade t écnica paraconstruir um servidor? Ele n ão obteve resultados porqueservidores n ão funcionam ou porque ele sequer se deu ao trabalhode entender como um funcionava antes de se aventurar a faz ê-lo?

A honestidade intelectual sempre deve ser

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valorizada. A palavra de algu ém acerca de algo funcionar ou n ãodeve ser ouvida apenas na medida em que tal algu ém entendeucomo o algo funcionava, p ôs em pr ática e n ão obteve resultados.

Voc ê n ão vai saber se a água est á fria ou quente antes de pularnela. E n ão confie na palavra de quem est á sequinho do lado dapiscina. Pule e sinta voc ê mesmo.

A Fonte de Energia

Como j á é do conhecimento de todos, osprotocolos precisam de 3 elementos b ásicos, uma magiamanifestada multidimensionalmente, uma fonte de energia e umachave de ativa ção. Antes de come çar a fazer protocolos precisamoster esses tr ês ingredientes em m ãos. A manifesta çãomultidimensional da magia é esperado que todos os que j ápraticam alguma forma de magia, todo mundo j á deve ter feito umfeiti ço, uma ora ção de prote ção, confeccionado algum objetom ágico, feito um ritual qualquer, etc. Enfim, mesmo que n ãotenha feito, exemplos s ão o que n ão faltam, portanto, todo mundosabe fazer a magia, falta aprender como fornecer energia aoprotocolo e como desenvolver uma chave de ativa ção.

A chave de ativa ção ser á trabalhadaposteriormente, quando, por exemplo, desenvolveremos nossoalfabeto de ideogramas. Come çaremos falando da fonte deenergia.

A pr ática da magia pressup õe um m ínimo dedom ínio sobre a manipula ção e intera ção com as energias douniverso. Apesar de poucas coisas serem dif íceis de dar certezaneste meio, eu digo sem medo de errar que n ão é poss ível setornar um praticante de magia sem desenvolver um treinamentobásico nesse campo. Inclusive, é importante ressaltar que este é

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um erro b ásico de iniciantes, partem para a realiza ção de rituais,evoca ções e invoca ções, dentre outras coisas, sem sequer estudarcomo fornecer energia para essas coisas funcionarem. Magia é

como um neg ócio, voc ê pode possuir um bom projeto, mas oprojeto n ão basta, voc ê precisa de dinheiro para investir, m ão deobra qualificada, dentre outros elementos para fazer as coisasdarem certos. Ser um mago é conciliar todos esses fatores. Oequil íbrio e a harmoniza ção é um requisito b ásico para opraticante, podendo ent ão ser estabelecido que sem tais fatoresqualquer caminho a ser trilhado na magia se encontrar á travado.

Ora, estando claro a imprescindibilidade de tal

fator, como ent ão desenvolv ê-lo? A resposta é que existem v árioscaminhos, e muito provavelmente voc ê já pelo menos arriscou-se atrilhar algum deles. Talvez voc ê tenha praticado pranayama ou osexerc ícios da obra de Franz Bardon, talvez um guia b ásico demagia do caos onde primeiramente era ensinando como meditar eentrar em estados alterados de consci ência. S ão m étodos v álidos eé recomend ável que, se n ão for treinar, voc ê pelo menos aprendaas defini ções b ásicas de cada um. Por ém, estamos aqui falando de

protocolos, e como existem v ários caminhos para desenvolver acria ção da fonte de energia, nada mais adequado que come çarmoscom uma fonte diretamente ligada aos protocolos.

Apesar de algumas defini ções soares um poucocomplicadas, protocolos s ão simples na pr ática. E o m étodo defonte que passo a apresentar é igualmente simples, podendo serconsiderado simples demais para alguns, mas eu pe ço que n ão osubestimem, porque ele busca uma conex ão energ ética de raiz,primal, e nada que é primitivo deve ser subestimado. A linha deprotocolos voltados possibilitar o uso de outros protocolos sechama linha de metamagia. Apresentaremos primeiramente osprotocolos dos 12 signos.

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Linha da Metamagia - Os Protocolos dos 12 Signos

A natureza possui diversos elementos. Nanossa concep ção ocidental mais comum podemos citar terra, fogo,água e ar. Tais elementos representam manifesta ções da energiauniversal e a harmoniza ção e manipula ção da energia dosmesmos é buscada em diversas escolas de magia e talvez seja aforma mais limpa, potente e efetiva de intera ção energ ética.

Para lidar com as energias elementais primeirovocê precisa saber de um detalhe b ásicos, umas s ão opostas as

outras, apesar de todas juntas formarem um todo. Como s ãoopostas, voc ê n ão pode simplesmente sair treinando a intera çãocom todas elas, pois sem o devido cuidado isso, mesmo que serealize, pode lhe trazer s érios problemas.

Deve-se ent ão buscar uma intera ção paulatinacom as for ças elementais. Para isso voc ê precisa descobrir as suasafinidades elementais naturais. A primeira afinidade elementalrecebemos logo ao nascer, todo mundo possui um signo do zod íacode acordo com sua data de nascimento, cada signo pertence a umdos 4 elementos, esse elemento é nossa primeira liga ção ocultacom estas energias t ão preciosas. Para descobrir de qual elementoé o seu signo, veja a rela ção abaixo:

FOGO: Á ries – Le ão - Sagit ário

TERRA: Touro - Virgem – Capric órnio

AR: G êmeos - Libra - Aqu ário

Á GUA: C âncer - Escorpi ão - Peixes

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Sabemos que existem outras classifica ções deelementos, como a oriental que inclui o elemento madeira, e asclassifica ções que incluem a luz e as trevas como energiaselementais. N ão as estamos ignorando, apenas precisamos de umponto de partida o mais simples poss ível. É da simplicidade quesão constru ídas as coisas complexas. Ap ós dominar a energiaelemental do seu signo solar, signo ascendente e signo lunar, voc êpode flertar com outros tipos de energias, baseado nos mesmosprinc ípios.

Existem v árias formas de entrar em sintoniacom uma energia. Voc ê pode passar por uma inicia ção, seja feitapor si mesma ou por algu ém, pode utilizar uma medita ção voltadapara aquele elemento, uma medita ção diante de uma vela acesa,ou de um copo de água, como exemplo. Tamb ém pode meditarusando um yantra que represente aquele s ímbolo, um mudra,uma dan ça. Enfim, qualquer um com alguma vivencia de pr áticasm ágicas ou esot éricas j á viu algo do tipo.

No nosso caso, n ão iremos buscar umaintera ção direta com cada um dos quatro elementos e sim umaconex ão profunda com a energia do nosso signo solar, que por suavez possui uma profunda conex ão com um determinado elemento,assim chegaremos ao elemento. Para os que n ão entendem oporque disso, digamos que voc ê queira pedir um favor a umapessoa, que voc ê conhece, mas n ão tem intimidade, por ém voc êtem um grande amigo que é um grande amigo dessa pessoa, qual

o melhor caminho para receber seu favor? Claro que é atrav és doseu grande amigo. O elemento é a pessoa a quem voc ê quer pediro favor e o seu signo é o seu grande amigo que é amigo tamb ém dacitada pessoa. Aos que entenderam de primeira a analogia, meperdoem se explico as coisas em duplicidade, possuo umaverdadeira mania de procurar ao m áximo me fazer compreendido,

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tenho um verdadeiro pavor de achar que escrevi algo paraningu ém entender patavinas.

A quest ão é como chegar a essa intera ção. Oprimeiro passo é identificar o seu signo solar, o que com certezatodos sabem, ap ós isso identifique qual a energia elemental dele.Ent ão voc ê seguir á os seguintes passos:

1. Identifique s ímbolos do seu signo e doelemento do qual ele faz parte, a imagem a seguir pode serutilizada.

2. Medite visualizando o s ímbolo do elemento juntamente com o s ímbolo do seu signo, que seguem:

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3. Medite visualizando a energia do seuelemento vindo at é voc ê e lhe preenchendo, banhando-lhe comouma cachoeira, penetrando por seus chacras e lhe energizando,pode usar outra visualiza ção de sua prefer ência, o objetivo éafinar a sua liga ção com essa energia. Apresente-se a essa energiacomo um filho dela, a energia é sua m ãe, pois voc ê nasceu sob ainfluencia dela, n ão tenta domin á-la como um conquistador,procure compartilh á-la como um filho comunga com o que

pertence a sua m ãe.4. Ap ós sentir os resultados da t écnica, voc ê

criar á um emblema unindo seu yantra de assinatura com ossímbolos do signo e do elemento, o mais simples poss ível para serf ácil de visualizar. Esse emblema ser á usado para evocar aenergia sempre que ela se fizer necess ária, e é recomend ável que

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você medite regularmente utilizando o emblema, parafamiliarizar-se o m áximo poss ível. Utilize essa t écnica para ativarprotocolos simples, para que sua energia seja reposta da melhor

forma poss ível ap ós o uso dela em protocolos.

Chave de evoca ção: Yantras, Mudras e Mantras

A chave de evoca ção é talvez o elemento quepossua mais possibilidades. Voc ê pode criar uma forma todaparticular de ativar seus protocolos ou pode usar qualquer uma j áexistente.

Ao criar um protocolo voc ê talvez j á se sintatentado a associar um s ímbolo gr áfico a ele (yantra). Taissímbolos gr áficos podem ser constru ídos utilizando os mesmosm étodos dos sigilos. O mesmo pode ser feito para a cria ção de ummantra de ativa ção.

Um exemplo: quem é reikiano entender á bem.No Reiki temos os chamados s ímbolos de Reiki. Existe um s ímbolochamado Hon Sha Ze Sho Nen que tem o papel de quebrar abarreira do espa ço-tempo na utiliza ção da energia. Ou seja, ap ós autiliza ção do s ímbolo, a energia emitida pode ser direcionada parao passado ou o futuro ou para algu ém que n ão se encontrapr óximo fisicamente.

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O Hon Sha Ze Sho Nen é um protocolo, seencaixa perfeitamente em todas as defini ções de um protocolo. OMantra Hon Sha Ze Sho Nen repetido tr ês vezes é uma chave deativa ção. O ato de desenhar no ar seu s ímbolo gr áfico(reproduzido abaixo), é tamb ém uma chave de ativa ção. Ent ãoeste protocolo combina duas chaves simult âneas, conferindomaior for ça mental ao ato.

Outra esp écie de chave de ativa ção que utilizo

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são os mudras. Mudras s ão gestos corporais, posi ções de m ãos ebra ços, etc. Um mudra pode ser utilizado para cifrar a ativa ção deum protocolo, ao ser, por exemplo, utilizado na sua confec ção e

primeira ativa ção.Outra possibilidade é a utiliza ção de um

mesmo mudra toda vez que se for evocar um protocolo. Ele servir ácomo focalizador da mente. Ou seja, a partir do momento que voc êfizer aquele gesto com as m ãos, sua mente saber á que voc êevocar á uma energia e automaticamente passar á a focalizar-seneste ato. É essa a forma que particularmente utilizo mudras.

Apenas um protocolo meu tem um mudra pr óprio.

Um exemplo de mudra simples é a posi ção deprece com as m ãos, t ão comum em imagens cat ólicas e em pessoasrezando.

Yantra, Mudra e Mantra de Assinatura

Assine seus protocolos criando um Yantrapr óprio para isso. Esse Yantra servir á como um bloqueio para queoutras pessoas n ão utilizem suas manifesta ções f ísicas de umprotocolo. Tal Yantra pode ser criado a partir do seu nome, de umnome mag ístico ou de algum s ímbolo que voc ê utilize como algopessoal. Ser á sua marca her áldica m ágica, com a qual voc ê vaigravar a fogo suas posses mag ísticas.

Voc ê tamb ém pode criar um mantra pessoal,que pode ser apenas a pron úncia do seu yantra pessoal ou apron úncia do seu nome arcano.

O mudra de assinatura j á expliquei acima.Seria uma posi ção de m ãos que voc ê utiliza para focalizar a mentepara ativa ção de protocolos. Tal posi ção pode servir de assinatura

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tamb ém, criando um elemento a mais para fazer com que seusparceiros astrais ou servidores, por exemplo, estranhem quemevoc á-los sem utiliz á-la.

Metamagia: Yantras de Comando

Citei em um texto anterior que haveriam doiselementos essenciais para come çar a passar protocolos pr áticospara todos. O primeiro era uma t écnica de controle energ ético, nocaso, a intera ção elemental com o uso dos signos do zod íaco.

Aquela t écnica é apenas um exemplo, uma forma de come ço paraaqueles que ainda n ão dominam essa parte da magia. Da mesmaforma, os yantras de comando s ão apenas uma alternativa para atransforma ção de comandos mentais em s ímbolos, havendo quemprefira utilizar os seus pr óprios. A vantagem dos yantras aquidescritos é exatamente que eles foram organizados de forma aauxiliar o uso de protocolos, ent ão s ão diretamente mais úteis queum s ímbolo meramente adaptado.

Quando se cria ou utiliza um protocolo, voc êusa comandos, ordens, pode ser uma ordem para a energia ficarselada, uma ordem para liber á-la, uma ordem para o protocolo sedissipar, uma ordem para o protocolo se fazer presente e etc. Usaruma esp écie de alfabeto criado para esse fim é melhor do que tertrabalho elaborando novos para cada protocolo que criar. Essesímbolos podem ser criados gerando yantras a partir da escrita do

respectivo comando ou a partir de uma forma gr áfica que suamente associe com o comando. Voc ê pode usar a sua l íngua m ãeou uma l íngua morta como o latim. O latim faz com que acompreens ão dos conceitos seja efetiva por faladores de qualqueridioma, al ém do fato de que, pelo fato de ser uma l íngua morta, acarga de significa ção de cada palavra permanecer á imut ável. Mas

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opto por fornecer selos usando palavras em portugu ês por ser aminha l íngua m ãe. Se a utilidade dos yantras n ão tiver ficadoclara o suficiente, ela ficar á quando se observar o uso dos mesmos

na cria ção pr ática de protocolos. Por hora, é necess ário que elessejam observados e compreendidos.

Exercite-se criando yantras de comando paraas ordens abaixo. Utilize a escrita da ordem em portugu ês, latim,ingl ês ou outra l íngua que melhor lhe aprouver. Tamb ém podeutilizar s ímbolos que lembrem o comando. Exemplos ser ão dadosem cada caso.

Evocar: É um dos comandos mais b ásicos,trata-se de fazer o protocolo vir at é voc ê, se fazer presente ao seulado. Caso cl ássico é o protocolo do c írculo de sal, voc ê o mant émconstru ído em um lugar seguro. Ao sentir necessidade da prote çãodo mesmo, evoca-o atrav és deste yantra. Utilize s ímbolos quelembrem um chamado, uma convoca ção.

Despedir: Realizado seu efeito desejado, é horado protocolo recolher-se. Tal é a fun ção deste comando. Utilizesímbolos relacionados à despedidas, à adeus. Uma analogiainteressante seria uma m ão mostrando as costas como quemchama para evocar e a mesma m ão mostrando a palma paradespedir.

Liberar: Estando voc ê com a mentaliza ção do

protocolo correta na mente ou seu ve ículo f ísico preparado, é horade fazer seu protocoloco abrir-se, sair de sua pris ão. A evoca çãoassemelha-se à libera ção, mas as duas tem uma diferen ça b ásica.

Voc ê evoca quando est á longe do ve ículo f ísico do protocolo elibera quando est á pr óximo mas o protocolo n ão est á manifestado.Evoca ções basicamente s ão usadas para protocolos com ve ículos

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f ísicos e libera ções para todos os tipos, incluindo estes.

Selar: O oposto de liberar, é o yantra queprocura fazer a energia liberada de um protocolo retornar ao seurecipiente ou se tornar inativa. Em caso de protocolos comve ículos f ísicos, esse comando tem a fun ção de tranc á-lonovamente no referido ve ículo.

Permane ça: Esse é um comando acess ório, n ãotão importante quanto os outros dois primeiros, masindispens ável quando nos referimos a alguns protocolos. Ele tem

a fun ção de fortalecer a perman ência da manifesta ção de umprotocolo. Um exemplo, quando j á estamos com um protocolomanifestado, usamos esse comando para fortalecer sua energia ouimpedir que ela se desfa ça.

Evanes ça: Tem a fun ção oposta ao comando depermanecer. Sua principal diferen ça, junto com seu comando par,para os demais yantras é que os dois s ão utilizados em protocolos

já ativos, enquanto os outros possuem exatamente a fun ção deativar protocolos.

Por fim, gostaria de informar que essescomandos podem ser usados em protocolos e magias alheiasdiversas, dependendo do n ível de treinamento do utilizados.

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Parte III

Protocolos

Pr á ticos

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Porque Mostrar meus Protocolos

Se eu exponho uma teoria e n ão digo como aaplico na pr ática, é no m ínimo exigir demais do leitor incentiv á-loa praticar. Em virtude disto, esta última parte deste volume sedestina a elencar alguns protocolos que eu mesmo utilizo,mostrando passa a passo como foram constru ídos e como podemser utilizados.

Voc ê pode utiliz á-los apenas como modelos paracriar seus protocolos e pode, claro, fazer uso deles. No final dolivro est ão meus dados de contato, fique a vontade para relatar osresultados que obteve, ser á muito enriquecedor para minhaexperi ência com magia protocolar a informa ção sobre como cadauma das t écnicas de manifesta ao ser utilizada por diferentespessoas.

Antes de tudo, é importante frisar que osprotocolos s ão bem mais numerosos do que os contidos aqui epossuem formas de manifesta ção tamb ém diferentes. O elenco detécnicas aqui fornecido n ão é muito grande. Isso se deve ao fato deque este volume tem a fun ção principal de apenas apresentar osprotocolos. Tenho a inten ção de lan çar outros escritos detalhandotécnicas de defesa m ágica, cura, metamagia e muitas outras,dependendo de muitas coisas, por exemplo, a recep ção do material

pelo seu p úblico-alvo.

A única coisa que pe ço a quem ler este materialé: pense grande. Se achar essas t écnicas fracas, invente algumasmais fortes. Se ach á-las simples, complique-as. Elas me foram esão muito úteis e tenho uma verdadeira rela ção de afeto com

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alguns protocolo descritos aqui. Espero que sejam úteis para voc êscomo s ão para mim.

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O Protocolo do C írculo de Sal

O presente protocolo é um dos mais gen éricosque existem e foi escolhido como o primeiro exemplo a ser dadopara o grupo por dois motivos principais. O primeiro é que ele éf ácil de fazer e f ácil de entender e o segundo é que sua utilidade éuniversal, qualquer pessoa, mesmo um n ão-magista, pode fazeruso do presente protocolo ou por ele ser beneficiado, todo mundo

já esteve em uma situa ção em que precisou se defender oudefender algu ém da a ção de for ças energ éticas negativas.

Este protocolo pode ser criado utilizandoapenas a sua pr ópria energia ou voc ê pode criar uma conex ão comuma entidade com a qual tenha afinidade, seja um anjo, umsanto, um caboclo ou orix á, qualquer entidade que possa forneceralguma esp écie de prote ção a voc ê. Se usar apenas a sua energia,chame-o apenas de protocolo do c írculo de sal, se contar com oapoio de alguma entidade, junte o nome da entidade ao nome datécnica, talvez C írculo de Prote ção S ão Miguel, ou C írculo deProte ção do Elemento Á gua, C írculo de Prote ção de Thor e por aivai.

Material Necess ário:

1. Um local para guardar o ve ículo f ísico doseu protocolo, pode ser uma caixa de sapato, uma caixinha devidro, um cantinho do seu altar ou at é mesmo uma sala inteira

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onde voc ê construa o protocolo.

2. Sal.

3. Se for conectar a alguma entidade, umaoferenda para a entidade ou algo que se ligue a ela pararepresentar e concentrar sua energia.

Este protocolo consiste em um c írculo feito desal, que é um elemento de defesa, acrescido dos demais elementosque comp õem o protocolo. Forneceremos duas formas diferentes,uma para quem usar á a pr ópria energia, outro para quemutilizar á a liga ção com uma entidade ou for ça elemental.

1. O c írculo de sal usando a pr ópria energia

Pegue o recipiente onde ficar á o seu protocolo edesenhe dois c írculos, um dentro do outro. A parte de dentro ser áo campo de prote ção do protocolo, o espa ço entre os c írculos ser á

onde voc ê colocar á sua energia e os s ímbolos que caracterizam oprotocolo.

Cubra as duas linhas com sal, tomando cuidadopara n ão ficar brecha alguma.

1. Testemunho (ex: papel com nome e data denascimento da pessoa a quem se dirige o protocolo).

2. Sal

3. Recipiente de pl ástico, vidro ou madeira(evitar recipientes met álicos)

Modus operandi:

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• Realizar banimento, para afastar energiasnegativas do ambiente onde ser á constru ído o protocolo.

• Fazer um c írculo de sal no recipienteescolhido.

• Utilizar um “signo” m ágico paraprogramar a perman ência/dura ção do protocolo(colocalo em cima).Uma sugest ão seria o s ímbolo do infinito (o famoso 8 deitado oulemniscato).

• Criar um s ímbolo de invoca ção que dever áser colocado em baixo do recipiente.

• Símbolo pessoal que deve ser colocado dolado direito(ex: s ímbolo criado com o nome do magista).

• Consagra ção a S ão Miguel Arcanjo.

• símbolo da trilha do protocolo que deve sercolocado do lado esquerdo.

Observa ções finais:

Ap ós ter criado o protocolo sagrado, guarda-loem um lugar seguro com boas vibra ções(ex:altares).

Ativa-lo somente quando se sentir amea çado oupara proteger algu ém.

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O Protocolo da G ênese de Mundos

Creio que dificilmente encontraremos umprotocolo t ão trabalhoso quanto este, embora hajam alguns quecheguem bem perto. Esse protocolo possui m últiplas finalidades,ele se enquadra na linha raiz porque a fun ção dele é facilitar apr ática de outros protocolos, e, porque n ão dizer, facilitar o uso damagia de forma geral. Trata-se, em suma, de um poderosoexerc ício de visualiza ção criativa, aplicado em v ários planos,

medita ção, literatura, visualiza ção, dentre outras. Aspossibilidades para algo como ele s ão realmente t ão grandes quesozinho, este protocolo pode constituir todo um sistema.

Talvez o atributo mais importante a ummagista seja a criatividade. A realidade é uma pris ão e a magianos ensina a quebrar as grades da mesma. Se voc ê n ão é capaz deusar sua mente para fugir das limita ções da realidade, paravisualizar eventos que o senso comum diga que s ão imposs íveis,posso afirmar com seguran ça que voc ê n ão ser á um bom mago, àdespeito de toda a minha disposi ção de geralmente n ão imporrótulos às pessoas.

O protocolo de g ênese de mundos podeconstituir sozinho um sistema porque na realidade ele j á existecomo um sistema e possui diversos nomes diferentes, algunschamam de t écnicas de visualiza ção outros de proje ção mental.

São todas as t écnicas que utilizam a visualiza ção de umarealidade alternativa como forma de solucionar algum problema.

Lembre de suas brincadeiras de inf ância,bandido e pol ícia. Filmes como Ponte para Terab ítia tamb émajudam a entender o conceito. Enfim, procure criar uma realidadeapenas sua, um lugar apenas seu na sua mente. Pode ser um

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planeta distante em que os habitantes s ão jegues falantes. Ou ummundo de cavaleiros jedai. Pode ser algo mais simples como umpa ís de magos no meio do pac ífico.

Mas claro que eu coloquei isso como umprotocolo, ent ão a coisa vai um pouco mais fundo do que apenasimaginar.

Para que voc ê entenda perfeitamente qual oobjetivo deste protocolo, precisa entender como uma realidadealternativa pode servir de bateria para suas magias. Vamoscolocar como exemplo a Terra M édia de Tolkien. Ela é um mundoalternativo onde certas coisas acontecem, existem v ários livrosdescrevendo essas coisas. É um mundo que funciona de formaindependente do nosso, tem um motor gerador pr óprio. Se Tolkienfosse um magista poderia ter programado a Terra M édia paradirecionar para seus rituais as energias geradas por ela, que s ãograndes em virtude dos milh ões de leitores que andam por a í como mundo dele na mente.

Mas eu n ão estou propondo que voc ê invente

uma nova Terra M édia e se torne um escritor best seller apenaspara usar magia. Estamos falando de algo muito particular, acria ção de uma realidade alternativa s ó sua. N ão vou dar nenhumexemplo porque é realmente algo muito particular que s ó suamente deve criar. Explicarei apenas que benef ícios a t écnica ir áproporcionar.

A nossa mente é um motor de energia depropor ções desconhecidas. Ningu ém faz ideia do potencial totalque nossa mente possui nem quais s ão os limites de seus poderes.Este protocolo é uma forma segura de canalizar sua energiamental para seu pr óprio uso.

Quando voc ê construir uma realidadealternativa na mente que funcione de forma aut ônoma ela se

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desenvolver á sozinha. Voc ê cria um reino habitado por magosdivididos em duas fac ções, escreve em papel as caracter ísticasbásicas e quando menos esperar essa realidade estar á se

desenvolvendo sozinha. Sem que voc ê perceba sua mente ser áassaltada por novos eventos que ocorrer ão em seu mundoparticular.

Voc ê pode assumir um personagem nessemundo. Voc ê é, por exemplo, o mago pr íncipe herdeiro do trono,filho do rei atual, que precisa lutar muito para realmente herdaro trono do seu pai. É algo semelhante a um RPG, mas onde voc êmesmo cria o cen ário.

Sua energia mental alimentar á este mundo, equando ele passar a desenvolver eventos de forma aut ônoma elereproduzir á essa energia, criando uma energia pr ópria.

Voc ê pode criar um protocolo de acesso a essaenergia para usar em rituais. Pode usar visualiza ções desta outrarealidade como forma de atingir estados alterados de consci ência.Pode viajar para l á apenas como forma de se divertir.

Algumas ideias:

1. Crie no seu mundo um mar de descarrego,um local para onde voc ê pode direcionar suas energias negativas;

2. Crie uma hospedaria guardada porseguran ças on íricos que protegem o sono de quem l á dorme deinflu ências externas. V á dormir nessa hospedaria toda noite.

3. Crie uma loja de guloseimas que recarregamenergia ps íquica. Ser á uma excelente forma de sua menterecarregar a si pr ópria.

4. Crie uma piscina natural da eterna juventude, como forma de recarregar as for ças tamb ém.

5 Crie objetos de poder e construa seus

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equivalentes em nossa realidade.

6. Exercite caracter ísticas suas que considereque precisam de um refor ço: como timidez. Crie um personagemsuper extrovertido na sua realidade alternativa e procuresincronizar-se com ele quando, no mundo real, precisar deixar atimidez de lado.

7. Seja ousado e se torne o Deus do seu mundo. Alterando as coisas que desejar e vendo a hist ória sob o ponto devista de v ários personagens. Lembrando sempre que a principalfun ção de um Deus é manter o equil íbrio do mundo, ent ão n ãomude tudo o tempo todo, crie estabilidade. Seguran ça.

8. Voc ê pode escrever contos sobre eventos queocorreram no seu mundo ou com seu personagem. Divulgue seuscontos com seus amigos, na internet, ao ler os contos o mundo setorna real na cabe ça de mais pessoas e assim fica mais forte suavisualiza ção.

Com o intuito de dar um exemplo coloco aseguir uma descri ção do meu metamundo, G êndia, seguido de umconto que se passa no mesmo.

Gêndia é um planeta com tr ês grandes massasde terra habitada, com habitantes variando da civiliza ção àselvagens tribais. H á pouca intera ção entre os mesmos, com rarasexce ções. A caracter ística mais importante desse planeta é queseu plano material possui um intercambio claro e marcante comoutros planos, como os planos espirituais, a ponto de todos essesplanos serem considerados por seus habitantes uma realidade s

ó,

ao contr ário da Terra, onde os tratamos como mundos diferentes.

Uma consequ ência desse fato é a presen çamarcante de magia que proporciona a manifesta ção de diversosefeitos f ísicos imediatos, e a conviv ência com seres do planoet érico, drag ões e fa éricos, seres de planos de baix íssima vibra ção,

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os faces sombrias, e seres h íbridos entre dois planos, osmeiassombra, criados a partir de humanos possu ídos por seresdas faces sombrias.

A sociedade é estruturada em tr ês divis õesprincipais: as pessoas comuns, seres humanos sem o despertarm ágico, que vivem nos campos, pequenos aglomerados urbanos ouinseridos nas grandes cidades mantidas pela segunda classe quesão aqueles despertos para a magia, lidar com a magia éconsiderada uma habilidade oriunda da pr ópria evolu çãoespiritual, quem n ão é mago é porque precisa ir e voltar v áriasvezes at é aprender a ser. A evolu ção na magia n ão éacompanhada de evolu ção moral, h á seres com altos poderesm ágicos e nenhum puder em fazer coisas ruins. Assim comonascem pessoas com tanto poder m ágico que n ão conseguemcontrolar, e eles possuem inclusive um nome especial.Dificilmente um filho de mago nasce sem a habilidade, e senascer, de cedo é ensinado a despertar, a magia n ão é consideradauma quest ão de sangue, mas sim heran ça espiritual, ent ão umfilho de dois n ão-magos que se saiba que é a reencarna ção de um

feiticeiro muito poderoso, desde logo é tido como algu ém poderosoe respeitado como seria seu eu anterior em algumas tradi ções. Osmagos se estruturam em ordens, e h á várias ordens rivais, asordens dominam a ci ência, e medicina e at é a religi ão, as sedes dealgumas ordens d ão origem a cidades.

Cr ônicas de G êndia – A Hist ória de Micli

Era cansativo para ele o simples fato de ter quesair do local que fora preparado para que ele passasse todo otempo, era como exigir de um velho cansado que novamente

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agisse como se fosse d écadas mais novo. Ele n ão era velho, pelomenos seu corpo n ão era, possui apenas 21 anos, mas a velhice deque estava acometido n ão era a corporal, era o incr ível cansa ço

mental que se sente quando se est á tentando viver em meio apessoas que n ão entendem nem um d écimo de suas ideias emotiva ções. Era assim que o Micli vivia se sentindo, imagine-setentando ensinar a um grupo de babu ínos no ções de filosofia eciência e far á uma ter á uma boa no ção da dificuldade que eletinha com a ordem que o protegia e adorava, os Filhos de Itz,conhecidos popularmente como a Ordem da Santa Morte.

Tal ordem se dizia diretamente sucessora da

velha ordem sacerdotal do deus da morte do imp ério Natharaya,cujo verdadeiro nome s ó seus seguidores conhecem, mas écomumente chamado de Micli, nome usado para se referir aosavatares do Deus reencarnam seguidamente para guiar a ordem.Desde a queda do imp ério, durante a grande invas ão dos Shards,os filhos de Itz acharam que Micli nunca mais encarnaria entreeles, pois n ão lhes era mais poss ível fazer os imensos rituais desacrif ícios necess ários para agrad á-lo a ponto de ele enviar um

avatar. Muitas vidas eram ceifadas na ponta de seus imponentespunhais de obsidiana para trazer ao mundo uma encarna ção doMicli, que os guiava e orientava por um grande tempo, e aomorrer, recome çavam novamente os rituais para que o Deusnovamente os presenteasse com uma encarna ção.

Na verdade sobraram pouqu íssimos membrosda orgulhosa ordem sacerdotal de Micli com a violentapersegui ção dos conquistadores, b árbaros inferiores que n ãocompreendiam os valores do infinito e destru íram tantas pr áticasque eram realizadas para agradar os deuses e evitar o fim domundo. Mas n ão foram destru ídos por completo, salvaram seusritos, muitos objetos sagrados e armas e se esconderam porséculos, primeiramente em áreas b árbaras, e posteriormenteagregando-se ás cidades que foram surgindo, que serviram como

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ótima forma de prote ção. Foi ficando cada vez mais dif ícil poisapenas leg ítimos descendentes dos Natharayas podiam sermembros, e o n úmero ia diminuindo cada vez mais,

principalmente devido à miscigena ção. E tudo isso era agravadopelo fato de h á muito tempo n ão receberem nenhum sinal doSenhor do Mundo inferior, o deus da morte, a quem serviam.Por ém, certo dia receberam um sinal, ap ós muito tempo o senhorrespondeu aos clamores e anunciou um novo Micli, foi um soprode vida para todos, pois j á contavam com a extin ção em poucasgera ções. Ap ós o primeiro sinal consultaram os or áculos paradeterminar onde e quando nasceria o pr óximo Micli, e qual n ão foi

o espanto de todos, ao verem que era um mesti ço, filho de umsacerdote da ordem com uma mesti ça lavadeira. V ários serevoltaram e n ão quiseram aceitar, mas era inquestion ável, ossinais do senhor do submundo n ão era pass íveis de engano, ogaroto nasceu e foi aceito como Senhor por todos.

Quem quer que tivesse d úvidas sobre aautenticidade da encarna ção, teve total certeza quando o garotocresceu, era exatamente como os registros dos Micli anteriores, as

mesmas habilidades, os mesmos poderes. Havia apenas umaúnica diferen ça, disse ele que tinha vindo para colocar a ordemem uma nova era, deviam a partir de agora aceitar membros dequalquer ra ça, pois s ó assim sobreviveriam para cumprir osdes ígnios do grande deus. Aceitaram, e isso valeu a sobreviv ênciada Ordem de Itz. Por ém, n ão era a única grande transforma çãopor qual teriam que passar.

O Micli que fez essa grande mudan ça, partiu devolta aos 74 anos de idade, deixou para tr ás uma ordem deseguidores bem maior, formada por Natharays, outras etnias denativos de Selgaor e inclusive, pessoas de v árias na ções Shards eat é mesmo de Povos Xam ânicos. Quando partiu, come çaramsecretamente os novos rituais para convocar um novo Micli, massó haveriam de obter resposta novamente quase 300 anos depois.

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E dessa vez, a surpresa seria maior ainda. A ordem a esse tempose espalhara por Selgaor e Lasmianer, onde, apesar de havertantos descrentes, algumas pessoas importantes eram adeptas do

Senhor da Morte, e no local onde antes se ergueu a grandeCapital Natharaya, Nathattlan, agora havia a cidade sede daOrdem Kale, fundada pelos invadores do imp ério, onde, porincr ível que pare ça, muitas pessoas cultuavam uma vers ãomoderna do velho senhor da morte. Ent ão, o impacto n ão foi t ãosevero quando os sinais indicaram que o novo Micli teria comom ãe uma descendente dos Shards invasores, ela era bastanteimportante na ordem por ser esposa de um dos membros mais

importantes, que havia falecido poucos meses antes deixando-agr ávida, gr ávida de um avatar. Um novo Micli ia chegar, em tr êsmeses, n ão havia muito tempo para se acostumar com a id éia.

Todos estavam completamente acostumadoscom as mudan ças trazidas pelo último Micli, portanto as novas eprofundas mudan ças que o novo traria, foram recebidas com igualestranheza.

Aos 3 anos de idade, ele j á sabia que todos oconsideravam muito especial, e sabia porque, suas primeirasfrases j á demonstravam uma imensa superioridade intelectual.

Aos 5 anos ele foi apresentado a V ó Nanda, uma velha membro daordem que n ão estava mais em atividade, mas que era a pessoamais qualificada para faz ê-lo dar um salto no seu entendimento enas suas capacidades, ela era uma parteira, parteira de esp íritos.Ele precisava trazer a tona toda a capacidade de sua alma parapoder desempenhar sua miss ão, isso aconteceria naturalmente nodecorrer da vida, mas, quanto antes, melhor.

A velha o fez mergulhar dentro de si pr ópriopara achar respostas para suas perguntas, o sentido de suamiss ão. Ele é muito grato a ela at é hoje. Ao concluir, se tornouperfeitamente apto a fazer aquilo por que viera, custasse o que

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custasse.

Lembrou a primeira vez que os membros sereuniram para lhe ouvir. Muitos dos presentes eram idosos e n ãoimaginavam que teriam a sorte de ver Micli encarnado antes departirem, parecia irreal, e todos os presentes consideravam-seseres de imensa sorte por presenciarem aquele momento. Mas ascoisas que o Micli viera fazer n ão agradariam a todos.

— Filhos de Itz, leais seguidores a tantosséculos, aqueles corajosos o suficiente para abra çarem a morte aoinv és de dela fugir — Come çou ele em seu discurso — Sei quemuito sofreram todo esse tempo e eu estive sempre de vosso lado,as transforma ções e adapta ções pelas quais tiveram que passar,n ão foram das mais f áceis. Mas saibam, que a morte é arautasuprema da transmuta ção, o universo precisa estar sempremudando, renascendo, e para renascer, precisa morrer, voc êssabem que nada morre, apenas passa a ser outra coisa, quetamb ém ir á mudar e mudar, nos infinitos c írculos. V ós pois, queservem a morte, n ão devem temer a mudan ça, pelo contr ário,devem t ê-la como algo sublime, que os faz evoluir, e tudo que n ãoevolui, acaba esquecido no tempo, ent ão, s ó morre realmente,aquele que se nega a morrer, porque sem morrer voc ê jamais seadaptar á a novos ambientes. Voc ês sabem, que o Micli nunca vemem v ão, nenhuma das vezes que vim antes foi em v ão, eu vimpara trazer mudan ças, que ir ão mudar os Filhos de Itz, etorn á-los aptos a sobreviverem toda uma era. Ser ão mudan çasprofundas, mas que de forma alguma abalar á os princ ípios daordem, pelo contr ário, vim para restaurar os costumes quefizeram de voc ês os honrados seguidores do Senhor da Morte.Quando vim da última vez, a Ordem estava para ser extinta,minha miss ão foi alterar alguns costumes para resguardar suasobreviv ência, qualquer outra coisa que tivesse feito al ém disso,teria condenado os Filhos de Itz para sempre. Ent ão, da últimavez, n ão pude restaurar os verdadeiros costumes dos adeptos de

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Micli, por isso retornei. Fico ora triste, e ora verdadeiramenteindignado ao ver como o contato com outras ordens atrav és dessesséculos alterou a forma de agir de voc ês. De sacerdotes guerreiros

corajosos da antiguidade, tornaram-se apenas mais um grupo decovardes que sacrificam aquelas pessoas que n ão podem sedefender. Onde est á a honra e o m érito nisso? Micli se envergonhaprofundamente cada vez que lhe é oferecido um mendigo ouindigente em um altar. Ou quando lhe oferecem um escravocomprado no infecto mercado negro. Isso deve mudar, para que euvolte a ter orgulho daqueles que me seguem. Por isso, venholembr á-los os velhos costumes, velho lembr á-los como um homem

mata e como um homem deve morrer. A partir de agora, ser ãoconsiderados traidores, e ca çados e exterminados, todos aquelesque realizarem sacrif ícios sem m érito. S ó pode realizar umsacrif ício, aquele que ca çar e capturar uma pessoa digna de sersacrificada, algu ém que tenha poder igual ao seu, algu ém quetenha coragem e bravura, que por seus meios voc ê enfrente ecapture com vida. Ser á que esqueceram a velha li ção dosancestrais? Quando voc ê sacrifica algu ém, absorve os v ícios evirtudes daquele algu ém, Os Filhos de Itz passaram s éculosabsorvendo a energia de medrosos, covardes, inocentes eindefesos, e isso n ão ser á mais tolerado, pelo pr óprio bem de voc êse pela honra do Senhor a quem servem. N ão sacrifiquem em v ão,isso apenas traz m ás energias sobre voc ês. Sacrifiquem apenasaqueles de quem tiverem orgulho de absorver a ess ência, comofaziam os antigos. Que cada sacrif ício seja motivo de grandehonra, de grande satisfa ção para aquele que o realizar, que tenhauma raz ão de ser, e n ão seja apenas algo autom ático como umaobriga ção religiosa. Isso n ão é um conselho, isso é uma ordem,porque voc ês s ão o seguidores de Micli, e como tal, devem fazer ascoisas da forma que Micli Ordena. Quem descumprir essespreceitos, dever á ser ca çado e eliminado, porque n ão ser á maisum Filho de Itz, e sim um renegado. Acredito que por hoje j á foi osuficiente, absorvam os ventos da mudan ça, antes que ele os

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arranque de suas terras e os sacudam às margens da hist órias.Que a noite toque suavemente suas frontes e as trevas exterioreslhe fa çam enxergar a luz dentro de si. At é breve.

Isso era algo constante em sua vida, ás vezesparava e simplesmente tudo que j á havia acontecido passavacomo um filme, jamais esquecia nada, nem mesmo o m ínimoacontecimento do mais insignificante dos seus dias, ou noites, poiso Micli, como avatar do senhor das trevas, jamais vira a luz dodia, e isso era-lhe t ão natural quando o é para uma pessoa comumtrabalhar durante o dia e dormir a noite. Claro que limitava seusmovimentos, sempre precisava estar em locais especialmente

preparados para ele, totalmente vedados da luz do dia. E quandoprecisava sair, n ão lhe era muito c ômodo.

Por isso naquele dia seu humor n ão estava dosmelhores, al ém de precisar sair, o motivo n ão era nada divertido.Garuanos, sempre causando problemas, isso foi contra todas asimensas cautelas do conselho da Ordem, mas ele resolveu irencontrar pessoalmente os representantes da Ordem dos 7 Dias,vários ao seu lado para dar seguran ça, como se ele precisassemesmo ser protegido, como se a morte precisasse ter medo dealguma coisa.

Saiu de seus aposentos na cidade de Garupoucas horas ap ós o anoitecer, usando tr ês carruagens, em um iaele com seus seguran ças mais pr óximos, e nos outros dois, maisalguns para servir de refor ço. O encontro se daria em um velhocastelo abandonado nos arredores da cidade. Parecia ser um

campo neutro, mas n ão era, o lugar em si pertencia aos Filhos deItz, indiretamente. O palco estava preparado, faltava apenas osartistas e o show.

Muitas pessoas na rua estranharam aquelastr ês carruagens id ênticas seguindo umas as outras em grandevelocidade, mas ele n ão se importou nem um pouco, as pessoas

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tem o direito de achar estranho o que quer que queiram assimconsiderar, e isso n ão lhe dizia respeito. Ao chegarem aos terrenosdo castelo, havia algu ém para recepcion á-los, era um membro da

ordem, ele orientou o Micli e sua comitiva a seguirem por umaescada localizada no lado esquerdo do imenso castelo, e seguirempor um t únel de tamanho consider ável. Chegaram em um amplosal ão branco com rodap é de m ármore verde, havia do lado direitouma discreta recep ção, esquerdo apenas paredes de pedra e oacesso a um largo corredor e ao centro duas imensas portas quedavam para um audit ório, o pr óprio sal ão em si possu ía v áriaspoltronas forradas com peles, como se fosse destinado a reuni ões

informais e momentos de espera.Havia uma pessoa na recep ção, era uma jovem

adepta, quase a mesma idade do Micli, ela levantou-seapressadamente e falou:

— Eles j á est ão esperando, est á tudo pronto.

— Obrigado, Ellen. — Respondeu diretamenteo Micli, o que fez a jovem ter um imenso sobressalto de surpresa,

tanto por ele falar com ela assim de forma t ão informal, quantopor lembrar seu nome.

A maioria dos que o acompanhavam sedistribu íram de forma uniforme pelo sal ão, apenas 3 entraramcom ele, estes eram membros efetivos e importantes da Ordem,especialmente escolhidos para aquela situa ção, motivo que osdeixava imensamente honrados.

Passaram pelas largas portas de madeira emdire ção a porta que ficava ao fim do corredor, estava fechada.Primeiro, um dos acompanhantes a abriu, deixando que os outrosdois entrassem cada um de um lado do Micli. Era uma sala detamanho m édio e confort ável, ao centro havia uma grande mesaoval, com cerca de 12 cadeiras ao seu redor, as paredes estavam

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nuas, sem pinturas ou tape çarias de qualquer tipo. A um cantohavia uma elegante mesa de m ármore onde haviam v ários tiposde bebida. Esses foram os detalhes que primeiro chamaram a

aten ção do Micli, s ó depois ele reparou as tr ês pessoas sentadasna mesa oval, eram dois homens e uma mulher, todos vestidos deforma que deixava obviamente claro que eram habitantes dacidade de Garu, roupas pr óprias para as grandes altitudes onde acidade era localizada, estando a ponto de ter uma severa crise desuor naquele ambiente subterr âneo e quente.

A mulher era velha e vestia um vestido pretoque lembrava as vestes de s éculos passados, possu ía muitas rugas

e n ão usava nenhuma maquiagem, na cabe ça, um t ípico chap éuusado por damas garuanas que sa íra de moda h á algumasdécadas e que apenas a rainha poderia usar sem que a taxassemde brega. Dos homens um aparentava mais de 70 anos, sendo queo único sinal que conservava se juventude eram os olhos v ívidos eprofundamente interessados no ambiente ao redor. O outro eraum rapaz que n ão teria mais de 30 anos e parecia n ão estar muitoconfort ável no local. Al ém deles, havia uma simp ática velhinha

uniformizada de copeira que estava servindo-lhes bebidas. Assim que o Micli entrou, todos se levantaram

e esperaram que ele se dirigisse a um dos p ólos da mesa, o que elefez, ao seu lado sentou-se Castres, o membro da ordem quesegurou a porta para os outros entrarem, ele era como umasecret ário, e iria traduzir o que Micli falasse para os presentesentenderem. Os outros dois, ficaram de p é por tr ás da cadeira doMicli. Assim que os rec ém chegados se acomodaram, os que j á seencontravam l á tamb ém sentaram-se, eram os membros da 7dias, o senhor de idade, que parecia estar no comando, foi oprimeiro a falar:

— Desejamos uma boa noite ao Senhor, érealmente uma grande honra sermos recebido. Eu me Chamo

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Arthur, essa senhora ao meu lado é minha esposa Annenn, aolado dela est á Pater, um de nossos mais jovens e talentososmembros. Como deve saber, n ós tamb ém somos uma organiza ção

que o veneramos, apesar de n ão contar com sua presen ça f ísica.— Suposta presen ça f ísica. — Acrescentou o

rapaz jovem, o que provocou um olhar de reprova ção dos outros.— Entenda Senhor, n ão podemos chegar aqui e considerar quealgu ém é um Deus apenas porque uma Ordem descendente de

Abor ígenes o considera como tal.

Houve um movimento de indigna ção de Castr ése um dos jovens que estavam de p é, que entenderamperfeitamente o que disse o rapaz ingl ês. O Micli tamb émpercebeu, n ão era dif ícil ler no rapaz o que rondava-lhe ospensamentos, mas ele fez apenas um movimento de m ãos e osoutros dois imediatamente voltaram ao normal:

— Apenas traduza Castr és.

Castr és traduziu procurando amenizar aspalavras ásperas que foram proferidas, enquanto a mulherexplicava:

— Alguns dos nossos jovens n ão entendemcertas coisas antigas, veneramos ao senhor da morte e ohonramos com o que ele precisa de n ós, mas n ão sabemos se oSenhor é mesmo um avatar dele, n ão viemos para negar, nempara afirmar, viemos para saber o que tem a nos dizer.

Castr és prontamente traduziu para o Micli, que

respondeu:— Voc ê afirma que seu grupo honra o Senhor

da Morte com o que ele precisa de voc ês, o que o Senhor da Morteprecisaria de mortais?

A velha ficou surpresa com a pergunta, mas

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respondeu prontamente:

— O Senhor j á deve saber, oferecemos-lhe osangue, derramamos sangue em sua honra para que assimcaiamos nas suas gra ças.

Castr és traduziu e ele mesmo ficou surpresoquando o Micli come çou a rir enquanto falava:

— O maior erro de sua ra ça é achar que osDeuses precisam de voc ês. Acredite, eles n ão precisam, nenhumdeles. E eu sei o que voc ês fazem, posso ver claramente asimagens em cada uma de suas mentes, crian ças, de Yghatur n ão

é? Voc ês traficam crian ças negras para oferecerem em seusaltares. É uma boa estrat égia?

Pela primeira vez todos se espantaram com aforma como Micli falou, o velho precisou tomar um longo trago docopo de vinho que estava a sua frente, e todos quiseram falar aomesmo tempo, mas ele fez com que se calassem e falou:

— Sim Senhor, é uma boa estrat égia, ningu ém

lá sente falta delas, e ningu ém em Garu se importa, as vezestemos alguns problemas legais, mas nada que um pouco de ouron ão resolva. Qual o sistema que utilizam aqui? Ser á um sistemamelhor? O que Sacrificam?

— Entendo — Falou pausamente o Micli. — Aqui n ão sacrificamos mais pessoas, atualmente sacrificamosabutres.

A rea ção foi imediata e nem mesmo o velhoconseguiu segurar os v ários coment ários:

— Abutres? — Falou o jovem — Isso é umapiada, pensei que pelo menos tivessem alguma seriedade.

— Senhor? — Perguntou a velha senhora —Que propriedade m ágica teria um abutre?

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Arthur acalmou os ânimos de outros e sedirigiu a Castr és:

— Por favor, gostar íamos apenas que o senhorexplicasse a quest ão dos abutres.

Castres voltou-se incr édulo para o Micli erepetiu o que Arthur disse, a resposta foi imediata:

— Sinto que n ão tenham feito a associa çãológica correta senhores, saibam que matar um abutre simboliza aextirpa ção de algo que entrava o desenvolvimento do mundo, oque gera muitas energias boas para beneficiar quem o faz.

Ao ouvirem a tradu ção do que o Micli fala,todos ficaram surpresos, era óbvio que realmente havia umsentido profundo, aquilo parecia realmente ter vindo de umaintelig ência superior. Annen pediu a palavra, e se dirigindo aoMicli, falou:

— Voc... O Senhor falou algo sobre ler as coisasem n ós, por acaso possui alguma capacidade telep ática?

— Eu possuo muitas capacidades Annen —Respondeu o Micli, e a maioria delas prefiro n ão nomear. Masconsigo ver sim, eu vejo os sacrif ícios que j á realizou, que Arthurrealizou, vejo que at é o jovem Pater j á fez alguns sacrif ícios. Vejocomo se sentem em rela ção ás v ítimas, n ão v êem-se sacrificandoseres humanos, para voc ês, as criancinhas negras s ão comoanimais, é esse o valor que lhes atribuem. Se voc ês criaturasmortais est úpidas condenadas a padecerem a morte conseguemconsiderar um ser completamente id êntico a voc ês como umanimal? Porque acham que o Senhor da Morte receber á esse sercomo se fosse um ser humano?

Castres hesitou em traduzir o que Micli falara,

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mas jamais ousaria alterar alguma palavra, e o que disseproduziu imenso impacto nos garuanos. Agora n ão era apenasPater, os outros estavam visivelmente desconfort áveis em estar

ali, diante da vacila ção de Arthur, Pater tomou a palavra e falou:— Acho que houve um engano, n ão h á

afinidades de pensamento entre nossas ordens, estamos saindoagora, com sua licen ça.

Fez que ia levantar, e os outros oacompanharam, mas por algum motivo fizeram apenas o gestoinicial e voltaram a sentar novamente, por ém, sua express ão erade um imenso susto e n ão de algu ém que havia resolvidopermanecer no recinto. Pater abriu a boca como para vociferar umxingamento, mas n ão saiu voz alguma.

— Senhores. — falou o Micli usando comperfei ção o idioma da velha Viskoya, ainda utilizado em Garu. —

Acredito que n ão havia hora mais oportuna para isso acontecer.Perdoem n ão lhes ter falado diretamente at é agora, mas n ão meacho em posi ção de discutir com moscas como voc ês, al ém do que,

n ão tenho l á muitos entretenimentos e fingir que n ão os entendiafoi algo realmente divertido.

Os tr ês agora mal moviam os olhos, os corposestavam completamente paralisados. Nisso, o Micli se levantou,deu um amplo sorriso, soltou o sobretudo de forma que seu peitoficasse completamente exposto e puxou da cintura uma pequenaadaga de obsidiana.

— Olhem isso — Disse segurando a adaga —Rel íquia de tempo passados. No tempo antigo, ela serviu paraceifar a vida de muitos homens, era a época em que apenashomens era dignos de serem sacrificados, um tempo em quehaviam muitos bravos, honrados e poderosos homens, este é olegado do sacrif ício. Legado que voc ês tra íram, ao sacrificar

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pessoas indignas e desmerecedoras de serem sacrificadas. Voc êssão os abutres, e hoje essa l âmina eliminar á abutres, para que osvalores dos homens de honra continuem de p é. Claro que isso n ão

precisa ser feito por minhas m ãos, é apenas um acontecimentonatural da mudan ça de era. Mas existe um abutre que n ão possoperdoar, aquele que vasculha a carni ça e diz fazer isso em meunome.

Todos os que estavam o acompanhando,inclusive Castr és, apenas observavam. O Micli, ent ão, dirigiu aovisitante que estava mais pr óximo, Arthur.

— Arthur, velho Arthur. Alguma vez pensouem como iria morrer? Tenho certeza que ap ós tanto tempo deconviv ência voc ê e Annen pensaram como seria bom semorressem os dois juntos. Eu sou a morte Arthur, estouconcedendo-lhe esse desejo — Disse enquanto cortava a gargantados dois mais velhos com um único movimento da adaga.

O Sangue dos dois se espalhou, uma parteconsider ável jorrando no peito nu do Micli e tamb ém manchando

seu sobretudo. Faltava apenas Pater, o Micli aproximou-se dele eacariciou seu rosto ternamente.

— Jovem Pater, poderia ter sido um homemvaloroso com a educa ção correta, mas se tornou uma crian ça malcomportada. Sabe, eu realmente n ão gostei da forma como sedirigiu a mim, foi realmente muito, muito ofensivo. Por isso lhedarei um pr êmio, sei que voc ê é muito fascinado por essa hist óriade sacrif ícios, sabe como os velhos ancestrais dos Filhos de Itzsacrificavam suas v ítimas? Vou lhe ensinar, n ão era essa coisapiedosa de cortar a garganta.

Ao falar isso, Micli abriu a parte superior dasvestes do Jovem, deixando-o com o peito exposto. Limpou a adagado sangue dos outros percorreu a ponta da mesma pelo peito do

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rapaz, provocando um leve arranh ão.

— Bem aqui abre-se o corpo, e arranca-se ocora ção para fora com as pr óprias m ãos. Entendeu jovem?

Pater n ão podia responder, mas de repentesentiu os movimentos do corpo voltando. Nem mesmo acreditouque aquilo estava acontecendo, pensava que poderia peg á-los desurpresa quando o Micli falou:

— N ão ache que isso est á fora dos meus planos.— Disse enquanto com um aceno das m ãos, desfez a magia quemantinha Pater preso a cadeira, o que o fez desabar de quatro no

ch ão pelo efeito surpresa. — Te ensinei como um homem morre,agora v á, corra, estou lhe dando uma chance de viver.

Pater n ão esperou segunda ordem, saiudesabaladamente em dire ção a porta, passando desesperado pelostr ês membros da Ordem e a velhinha que servia as bebidas, quetamb ém era uma membro da ordem disfar çada. O Micli ent ão,dirigiu-se a um dos seus acompanhantes e entregou sua adaga,falando:

— Acabei de ensinar aquele rapaz como umhomem morre, v á atr ás dele e ensine-o como um homem ca ça.

O rapaz pegou a adaga, o que era consideradouma grande honra, usar uma arma que pertencia ao pr óprio

Avatar, e saiu rapidamente no rastro do ingl ês. Ap ós concluirtudo, a imensa vivacidade que tomou conta do Micli naquelesmomentos de repente o abandonou, e ele voltou novamente a ter

aquele ar de quem estava pensando em algo muito distante.Castr és se aproximou dele cautelosamente e falou:

— O Senhor concluiu? Deseja retornar agora,quer fazer algo antes?

— Quero retornar sim Castr és. Preciso tomar

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um banho, tenho mais um encontro essa noite.

— Mais um encontro? O Senhor n ão haviafalado. Quantos de n ós ir á precisar?

— Nenhum Castr és, voc ês n ão estar ãopresentes, apenas me leve para casa.

Castr és convivia com Micli tempo suficientepara n ão fazer perguntas adicionais, Apenas deu sinais para oque cada um dos rapazes presentes devia fazer e passou aprovidenciar o retorno. Enquanto isso, o Micli pensava noencontro que teria logo mais, ele esperava que acontecesse, mastalvez a outra parte n ão fosse capaz de chegar no local onde sedaria.

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O Ros ário dos Protocolos

Provavelmente este é o protocolo maiscomplexo que ser á apresentado neste escrito. Ele misturapraticamente todos os conceitos apresentados at é aqui. Ele écomplexo mas n ão é complicado de realizar. E sua utilidade éfacilmente compreendida tamb ém.

O Ros ário dos Protocolos é um ter ço, ou ros ário,ou seja um colar de contas, onde cada conta é uma chave para aativa ção de um dos seus protocolos pessoais. Para facilitar oentendimento, enumerarei o material necess ário e os passos deconfec ção do objeto para depois dar v ários exemplos de utiliza ção.

Material necess ário:

O mais indicado é voc ê confeccionarcompletamente o seu ros ário. Utilizar um colar ou ros ário deorigem religiosa pode n ão ser interessante pela energia com quetal objeto j á vir á carregado. Um objeto m ágico confeccionado pelopr óprio dono conter á suas energias em cada pequeno elemento, ouseja, ter á o m ínimo de influ ência externa. Ent ão voc ê podecomprar contas de madeira (acho as melhores) de pedra ou outromaterial natural ( é bom evitar materiais sint éticos, mas vai do

gosto e das habilidades de cada um).

Outra coisa interessante é usar um m étodo deconfec ção que permita a f ácil inser ção de novas contas, porquevocê ir á criar protocolos novos para colocar no seu ros ário. Umaboa visita a uma boa loja de material para bijuterias e semijoias

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resolver á todos os seus problemas.

2. Compre contas todas do mesmo tamanho euma conta maior para ser o centro dos protocolos. O meu ros árioparticular é da seguinte forma. Ele possui uma contra grande nocentro, onde est á meu yantra pessoal. Do lado direito da contagrande est ão contas com os yantras de comando (abrir, selar,manifestar, etc). E do lado direito est ão contas representativasdos meus protocolos. Os dois lados s ão unidos por outra contagrande de car áter religioso pessoal, que fica no lado oposto à contado yantra pessoal. As contas de comando e dos protocolos s ão demesmo tamanho, levemente menores que as duas grandes.

Mas voc ê n ão precisa se ater a esse formato. Voc ê pode colocar seu yantra de comando no centro e colocar seusprotocolos dos dois lados, colocando protocolos do lado esquerdo edireito de acordo com suas afinidades. Pode tamb ém n ão colocaras contas dos yantras de comando, usando s ó as contas dosprotocolos e visualizando no ar os yantras de comando.

3. Como confeccionar: Ser um artes ão de

objetos m ágicos exige muita aten ção. N ão basta simplesmenteseguir os passos. Voc ê precisa entender que at é seu estadoemocional durante a confec ção ir á afetar o resultado final. Creioque tais advert ências n ão s ão t ão necess árias porque épraticamente senso comum em todo o mundo ocultista/esot érico opapel das emo ções nas pr áticas m ágicas e meditativas de modogeral. É bom que voc ê compre contas de madeira j á furadas.Procure resgardar o manuseio do seu ros ário a si pr óprio, é um

objeto destinado a evoca ção de protocolos por voc ê, e apenas voc ê. A excessiva contamina ção dele com energias alheias podecomprometer sua efic ácia. Voc ê pode criar seu ros ário em formade um discreto colar ou pulseira, de forma a poder andar com eleem qualquer situa ção.

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Utiliza ção do Ros ário dos Protocolos:

1. Manipule seus protocolos utilizando oros ário. Seguro a conta de um yantra de comando, exemplo (abrir)e em seguida a conta de um protocolo, exemplo (c írculo de sal)como uma forma r ápido de evoc á-lo. Para fazer um protocolo serdesativado realize o procedimento oposto.

2. Atrele a ativa ção de um protocolo autiliza ção de um ros ário espec ífico. Voc ê pode tornar o ros ário aúnica chave de acesso a um protocolo, dificultando a utiliza ção

deste por pessoas que n ão seja voc ê. Em utiliza ção de protocolosgrupais, atrele a utiliza ção das t écnicas do grupo à presen ça deuma determinada conta de acesso nos ros ários dos membros.

3 Transforme as contas em ve ículos f ísicos deprotocolo. É uma utiliza ção interessante. Tornando a conta apr ópria manifesta ção f ísica de um protocolo é uma forma de t ê-losempre com voc ê.

4 Atrele a exist ência do protocolo à pr ópriaexist ência da conta. Isso pode ser feito com servidores tamb ém e émais interessante fazer isso se as contas forem os pr ópriosve ículos f ísicos. Realizado este procedimento com sucesso, adestrui ção de um protocolo pode ser realizada atrav és da meradestrui ção de sua conta de evoca ção.

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Ritual de Ativa ção de Protocolos Simples

Esse ritual foi elaborado apenas para servir deparadigma para leitores iniciantes que n ão fazem a m ínima ideiade como dar vida a um protocolo. Quaisquer elementos do mesmopodem ser alterados por aqueles que voc ê já utiliza com sucessoem ativa ção de sigilos e servidores, apenas para citar umexemplo. Alguns protocolos n ão exigem qualquer ritual deativa ção, depende muito do tipo.

Material Necess ário: Sal, água, incenso, vela.

Procedimento:

Prepare o altar com todos os elementos emcima, deixe o aroma do incenso invadir o ambiente, é bom evitar

uma ativa ção onde o objeto fique diretamente no ch ão, para evitaruma intera ção com as energias tel úricas.

Manter a varinha (fonte) a ser ativada pr óximaao altar.

Tra çar um c írculo de prote ção.

Sal e água (se n ão já feito como parte daproje ção do c írculo)

Fa ça o seguinte:

1. Levante a pe ça com as duas m ãos,colocando-a na altura dos seus olhos e diga: (NOME DOPROTOCOLO) eu sou fulano, eu te ergo para me proteger sempreque for chamado e proteger a quem eu desejo sempre que for

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invocado. (DIGA ESSAS PALAVRAS TRA Ç ANDO O s ímbolo DOSEU NOME EM CIMA DO PROTOCOLO)

Medite sobre a pe ça, na sua hist ória econstru ção, nos prop ósitos que tem para ela; Concentrando-se nola ço que est á construindo entre voc ê e ela.

Aspirja a pe ça com sal (representando terra)

Aspirja ela com água (representando água)

Passe a pe ça pela fuma ça do incenso(representando o ar)

Passe ela pelo ou sobre a vela ou o altarflamejante (representando o fogo)

Mantenha a pe ça para cima, apontada paracima, e comande: Te levarei nos meus caminhos, como uma partede mim. Sou grato por esse momento, grato por estarmos aqui.(pode falar outras coisas que achar necess ário dizer para a fonte).

Coloque uma fotografia sua no centro doprotocolo assim que ativa-lo e deixe-a la por pelo menos 24 horas.Se desejar pode deixa-la la permanentemente.

Abra o c írculo antes de sair dele.

Nota: uma entidade pode ser invocada se oprotocolo for ligado a ela.

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Nota final, Obrigado Leitor

Acho que todo livro deveria ter uma nota comoesta. Em um mundo de tantos entretenimentos sedutores, voc êparou para ler um livro, parab éns. E esse livro foi exatamente omeu, MUITO OBRIGADO.

Todo escritor é um pouco palha ço, n ão existeisso de escrever sem ligar se as pessoas v ão gostar ou n ão. Todoescritor quer ser lido. Alguns querem causar pol êmica, outrosquerem encantar. Mas n ão h á aquele que escreve apenas para

guardar seus escritor em uma gaveta e nunca levar a p úblico.Considerando que este é um livro que trata de

magia, voc ê provavelmente é um magista ou aspirante a magista.Neste caso, desejo muita luz e muitas realiza ções no seu caminho.Nunca desista, n ão é um caminho f ácil, mas é recompensador eal ém do mais, fascinante.

Deixo aqui meu e-mail para contatos, cr íticas,

sugest ões para pr óximos escritos, elogios e qualquer outra coisaque voc ê deseje falar que n ão atente contra a moral, os bonscostumes e as leis do pa ís.

Namast ê.

Ian [email protected]

[email protected] lt bl t