lona 827 - 12/09/2013

6
lona.redeteia.com Opinião Colunistas Página 5 Voto secreto é abolido pela Câmara de Curitiba A Câmara Municipal de Curitiba aprovou ontem projeto que acaba com o voto secreto para parla- mentares. A aprovação só foi possível depois de três dias de análise do projeto no Regimente Interno da casa. O fim do voto secreto foi aprovado com 35 votos, dos 38 vereadores presen- tes. Página 3 “Ora, seria isso uma chantagem política? Sim, e as vésperas da corrida pre- sidencial co- meçar, ela vale muito”, Jorge Washington. Política Cultura? “No entanto, não se pode comemo- rar isso como um avanço. Inclusive, há até pontos a se lamentar quando se vê tanta come- moração.” “Infelizmente, in- cluir os cidadãos de causas nobres em um grupo de pessoas que não sabe bem o que quer não seria o correto.”, Isabelle Kolb O que fazem os estudantes de jor- nalismo depois de formados? Saiba por onde anda a ex -aluno Daniel Piva. Voto secreto Mascarados Por onde anda? Notícia Antiga No dia 12 de setembro de 2003, o mundo se despedia de Johnny Cash, um dos maiores músico dos Estados Unidos Edição 827 Curitiba, 12 de setembro de 2013 A prefeitura de Campo Lardo promove um projeto de conscientização sobre drogas em todas as escolas do município, o Pescô, Projeto Prevenção em Escolas e Comunidades. 40 escolas do município já receberam a equipe que, por meio de vídeos e palestras, procura inserir o tema nas salas de aula alertando os alunos sobre os riscos das drogas lícitas e ilícitas. Além da conversa com os alunos, são promovidas reuniões com os pais e professores. O Pescô tem parceria com 15 Comunidades Terapêuticas. Quando necessário, o projeto encaminha os usuários para essas comunidades. 230 pessoas já foram encaminhadas ao tratamento por meio desse projeto. Outros municípios têm solicitado a presença do projeto em suas escolas, como Balsa Nova, cujas escolas estaduais já receberam a visita do Pescô. Página 4 Prefeitura de Campo Largo Anderson Tozato/CMC

Upload: lona-2012

Post on 06-Mar-2016

233 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

TRANSCRIPT

Page 1: Lona 827 - 12/09/2013

lona.redeteia.com

Opinião

Colunistas

Página 5

Voto secreto é abolido pela Câmara de CuritibaA Câmara Municipal de Curitiba aprovou ontem projeto que acaba com o voto secreto para parla-mentares. A aprovação só foi possível depois de três dias de análise do projeto no Regimente Interno da casa. O fim do voto secreto foi aprovado com 35 votos, dos 38 vereadores presen-tes.

Página 3

“Ora, seria isso uma chantagem política? Sim, e as vésperas da corrida pre-sidencial co-meçar, ela vale muito”, Jorge Washington.

Política Cultura?“No entanto, não se pode comemo-rar isso como um avanço. Inclusive, há até pontos a se lamentar quando se vê tanta come-moração.”

“Infelizmente, in-cluir os cidadãos de causas nobres em um grupo de pessoas que não sabe bem o que quer não seria o correto.”, Isabelle Kolb

O que fazem os estudantes de jor-nalismo depois de formados? Saiba por onde anda a ex-aluno Daniel Piva.

Voto secreto Mascarados Por onde anda?

Notícia AntigaNo dia 12 de setembro de 2003, o mundo se

despedia de Johnny Cash, um dos maiores músico dos Estados Unidos

Edição 827 Curitiba, 12 de setembro de 2013

A prefeitura de Campo Lardo promove um projeto de conscientização sobre drogas em todas as escolas do município, o Pescô, Projeto Prevenção em Escolas e Comunidades. 40 escolas do município já receberam a equipe que, por meio de vídeos e palestras, procura inserir o tema nas salas de aula alertando os alunos sobre os riscos das drogas lícitas e ilícitas. Além da conversa com os alunos, são promovidas reuniões com os pais e professores.

O Pescô tem parceria com 15 Comunidades Terapêuticas. Quando necessário, o projeto encaminha os usuários para essas comunidades. 230 pessoas já foram encaminhadas ao tratamento por meio desse projeto. Outros municípios têm solicitado a presença do projeto em suas escolas, como Balsa Nova, cujas escolas estaduais já receberam a visita do Pescô.

Página 4

Prefeitura de Campo Largo

Anderson Tozato/CMC

Page 2: Lona 827 - 12/09/2013

2

Expediente

Ao saber do resul-tado da votação na manhã de ontem, na Câmara dos Verea-dores de Curitiba, que derrubou por unanimidade o voto secreto ao alterar o Regimento Interno da Câmara, a im-pressão é de vitória. No entanto, não se pode comemorar isso como um avan-ço. Inclusive, há até pontos a se lamentar quando se vê tanta comemoração.Há muitos motivos para analisar a si-tuação dessa forma.

O primeiro deles é que essa aprovação é apenas o primei-ro passo. Para aca-bar de vez com esse mecanismo torpe, é preciso mudar a Lei Orgânica do município, ou seja, não depende ape-nas da votação que aconteceu ontem, mas de um proces-so mais demorado e também passível de aprovação.O segundo motivo é o fato de que os ve-readores votavam secretamente em apenas três casos:

cassação e prefeito, cassação de verea-dor e veto de prefei-to. Obviamente que é muito salutar que se tenha derruba-do a votação secre-ta para esses casos, no entanto, alardear que agora não exis-te mais voto secreto na Câmara é super-valorizar uma atitu-de dos vereadores; torná-la muito mais importante do que realmente é.O terceiro e mais forte motivo diz res-peito à docilidade do brasileiro. A de-

finição do homem cordial, explicitada no brilhante Raízes do Brasil, de Sergio Buarque de Holan-da, é cada vez mais evidente nesses ar-roubos de come-moração que sur-gem com aprovação de leis óbvias que já deveriam vigo-rar há muito tempo no país. Fica claro como o brasileiro é dócil, pacífico, paca-to. Só que, em doses maiores, a docilida-de pode virar burri-ce. E é nesta última característica que,

Não é um avanço

Daniel PivaEu ingressei na faculdade em 2007 e me formei em 2010. Meu in-teresse sempre foi pela esfera espor-tiva e, embora te-nha estagiado em outras áreas (po-lítica e assessoria de impresa), foi nela que me de-diquei. Em 2010 iniciei um está-

gio de produtor na equipe de es-portes da Rádio Transamérica. Após me formar, fui efetivado e desde então pas-sei a ganhar es-paço na reporta-gem.Além da Tran-samérica, atuo como assessor de imprensa para al-

gumas empresas do segmento das artes marciais e abri uma empre-sa, a PGTM Co-municação, que tem como cliente alguns portais de outros eixos do Brasil, como o Terra.R e c e nt e m e n -te passei a fazer ‘freelas’ para o

jornal Tribuna do Paraná e ingres-sei na faculdade de Direito - já estou no terceiro período e tenho a ambição de con-ciliar as carreiras de jornalista e advogado.

Um desabafo de brasileiro desmotivadoIsabelle Kolb

mato. Já o contra argumento da OAB diz que esse projeto é inconstitucional e ilegal, uma vez que já existe liminar na Justiça que autoriza a polícia a abordar mascarados e solici-tar a identificação. Durante a audiên-cia, só puderam en-trar os que eram a favor da lei. Quem era contra, sem ser revistado pelos po-liciais, foi acusado de portar pedras nas mochilas e não pôde participar.Analisando todos os casos de protes-tos ocorridos em diversas cidades

brasileiras até ago-ra, voltamos ao ve-lho ditado de que “quem planta, co-lhe”. Infelizmente, incluir os cidadãos de causas nobres em um grupo de pes-soas que não sabe bem o que quer não seria o correto. Mas é o que acaba acon-tecendo. Visto que o alvo dos protestos é a política mal feita e sua disfarçada dita-dura sobre o povo, é de se esperar que aglomerados mal organizados, sem objetivos definidos, onde a destruição até de patrimônios privados está pre-

sente nas mãos de quem se acha no direito de militar em causa nenhuma, sejam alvo de mais repressão. Então: bem feito! Serve de lição! Isso mostra que ainda temos que cami-nhar muito para que nossos gri-tos sejam ouvidos. Mostra que não conseguimos nada. Ganhamos apenas mais uma condição para fazer a única coisa a que suposta-mente temos direi-to nas decisões do país: ir contra elas. Até nisso nos foi ti-rada a “liberdade”. É

nessa bagunça que deveríamos dar ou-vidos àqueles que militavam por suas causas antes desse surto repentino de mágoas reprimidas. No entanto, é pre-ciso escutar apenas os que querem reu-nir o povo e não os que querem classifi-car amadores e pre-gar, revoltados, suas ideologias de alto conhecimento.Sem hipocrisias. Esse não é um de-poimento de quem faz parte da velha escola dos protes-tantes. Também não é de quem é a favor da lei ou das repres-

sões. É de quem re-centemente ganhou um incentivo e que logo em seguida lhe foi arrancado. Os brasileiros não che-garam a um acordo e querem acordo com outros brasileiros. Querem se provar revoltados mais do que lutar. Querem ensinar reprimindo os ideais amadores dos principiantes. Em um país, onde mesmo o povo sen-do maior que o po-der em quantidade, Davi continuará derrubando Golias.

Por Onde Anda?

Reitor: José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto Pró-Reitora Acadêmica Marcia SebastianiCoordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira

Professora-orientadora: Ana Paula MiraEditores: Júlio Rocha, Lucas de Lavor e Marina GeronazzoEditorial: Da Redação

infelizmente, muitos político se apoiam.Em uma época de redes sociais e to-tal falta de privaci-dade, é no mínimo questionável que parlamentares ain-da possam esconder seus votos. Se pen-sar, então, no fato de que representam pessoas que votaram neles, e não têm um cargo no qual res-pondam apenas por eles mesmos, isso é ainda mais absurdo e incompreensível. É evidente que o voto

não pode ser secreto. É evidente que isso já deveria valer há muito mais tempo, no mínimo desde que vivemos em um regime democrá-tico e com eleições diretas. Em vez de comemorar, deve-ríamos lamentar que tudo isso só tenha ocorrido agora, em 2013.

Sem nenhuma no-vidade, o poder toma do povo outro direito: o de se ma-nifestar da forma que quiser. O proje-to de lei que proíbe os mascarados em manifestações po-pulares sem cunho cultural foi aprova-do nessa terça-feira (10) pela Assem-bléia Legislativa e tem 15 dias para ser sancionado ou veta-do pelo governador Sérgio Cabral. O ar-gumento é de que quem vai às ruas lutar por direitos apenas, sem vanda-lismo, não precisa vivenciar o anoni-

Page 3: Lona 827 - 12/09/2013

3

Fim do voto secreto na Câmara

Ainda faltam dois turnos de votação para mudança na Lei Orgânica e efetivar o voto aberto. O voto secreto se manteve para cassação de vereador e de prefeito. Quanto aos vetos do prefeito ainda causa controvérsias entre os vereadores

Foi aprovado , no início da tarde de ontem (11), o voto aberto na Câmara Municipal de Curi-tiba . A abolição do voto secreto foi dada depois de três dias de análise dos itens que compõem a mu-dança no Regimento Interno da casa. Para aprovação efetiva, será necessário mais um turno na votação e mais dois turnos para a abolição do voto secreto na Lei Orgânica. O presi-dente da casa, verea-dor Paulo Salamuni (PDT), considerou o dia “histórico” para casa evidenciando a transformação que a casa sofreu desde a liderança passada. Dos 38 vereadores, 35 estavam presentes e que votaram a fa-vor do voto aberto na casa. No total foram 31 artigos alterados no regimento e falta-ram mais 11, porém a sessão foi adiada para a próxima se-gunda-feira por falta de quórum (núme-ros de parlamentares necessários para a sessão). Um Projeto de Lei foi aprovado para avaliar alguns artigos específicos do regimento para análise mais criterio-sa. Uma das análises realizadas pelos ve-readores foi a figura do colégio de líderes, que agora institucio-nalizado e terá reu-

Lucas de Lavor

niões frequentes.As análises dos ar-tigos do novo regi-mento começaram no final da sessão plenária de segun-da-feira e logo foi in-terrompida para que desse continuidade na terça-feira. A mu-dança do regimen-to interno é apenas uma das alterações que precisa ser feita para que o voto aber-to seja efetivo, já que é previsto duas vota-ções para o regimen-to (já realizadas), e duas para a mudan-ça da Lei Orgânica da cidade (espécie de “Constituição” própria da cidade).

Mesmo que possa valer oficialmente, o vereador Serginho do Posto ressaltou que, por mais que fosse o voto secre-to até o momento, lembra que os votos sempre foram aber-tos. “Nós estamos apenas abrindo para que o cidadão tenha acesso e fiscalizar o parlamentar, de qualquer maneira sempre foi divulga-do (votos) pela im-prensa”. Durante a votação para o voto secreto, Serginho fez uma observação de que “eu acho que se o voto para a abolição do voto secreto fosse

secreto daria outro resultado”.Apenas três situações deverão continuar com o voto secreto são eles: cassação de vereador, cassação de prefeito e vetos ao prefeito. No caso dos vetos, a Câmara ain-da pretende instituir o voto aberto, contu-do alguns vereadores se mostraram con-tra. Jonny Stica (PT) diz que com muita dificuldade que um veto do prefeito será derrubado, alegan-do que os vereado-res podem se sen-tir “constrangidos”. Ademir Manfron (PP) e Jairo Marceli-no (PSD) manifesta-ram apoio a Stica.Essa é a segunda re-forma do regimen-to em menos de um ano. Ano passado, uma comissão se re-união especialmente para essa mudança, porém algumas fa-lhas foram percebi-das no decorrer do ano foram constadas pelos vereadores. Na segunda-feira, o ve-

reador Pedro Paulo disse que a casa já tinha em mente re-tirar o voto secreto e Salamuni completou dizendo “ Câmara de Vereadores de Curi-tiba ouve as vozes das ruas e entra em sintonia com as ma-nifestações do povo brasileiro”. Salamuni também considerou o dia histórico para a Câmara de vereado-res: “Foram três dias seguidos de análise e estamos bem além do horário, esse 11 de setembro será his-tórico para Curitiba”. Apenas às 13:10h que o voto aberto foi votado e extinto.Na segunda-fei-ra, apenas o fina da sessão plenária foi destinada à iniciar a discussão sobre a mudança no Regi-mento Interno. Po-rém, pouco antes do encerramento, o vereador Professor Galdino exigiu que seu pedido de dis-curso na tribuna fos-se cedido, foi quando reclamou da propa-

ganda que a Câmara de Vereadores fazem ao aderirem ao voto secreto nessa altura, já que sem os dois turnos de votação da Lei Orgânica, não há mudança efetiva, além de que, nor-malmente se altera a Lei Orgânica em primeira instância. Salamuni revidou fa-lando que a votação iria ocorrer de um modo ou de outro, e que o processo - dois turno de votação para o regimento e dois turnos para a Lei Orgânica – funciona como um todo e que não há tendências. O Projeto de Lei que retira o voto secreto da Lei Orgânica está em tramitação, pro-jeto proposto pelo Professor Galdino (PSDB) e conta com o apoio de mais 13 vereadores.

Vereadores aprovaram mudanças no Regimento Interno que extinguem o voto secreto

Anderson Tozato/CMC

Fern

ando

Fog

aça

Notícias do Dia

Page 4: Lona 827 - 12/09/2013

4 Geral

Prefeitura de Campo Largo promove projeto de prevenção às drogas40 escolas do município já foram visitadas; projeto tem parceria com 15 Comunidades Terapêuticas

A Prefeitura Mu-nicipal de Campo Largo promove, desde o início do ano, um projeto de conscientiza-ção sobre drogas lícitas, como ál-cool e tabaco, e i lícitas nas esco-las do município. Das 80 escolas da cidade, o Pescô, Projeto Preven-ção em Escolas e Comunidades, já esteve em 40 de-las e pretende al-cançar as demais até o f inal do ano. O Pescô é coor-denado pela Se-cretaria Munici-pal de Políticas Sobre Drogas e acontece em qua-tro etapas: na primeira, a equi-pe do Pescô apre-senta a proposta do projeto à equi-pe pedagógica da escola, depois, conversa com os pais dos alunos alertando sobre o tema. A terceira etapa consiste na apresentação de vídeos e palestras a todos os alunos e, por f im, o pro-jeto leva arte de rua aos estudan-tes, como música e grafite. Segundo o secre-tário municipal de Políticas So-bre Drogas, Car-los Weber, esse projeto tem como objetivo capaci-tar os jovens com informações, dis-tanciando-os das drogas, inserir a prevenção às dro-gas ao conteúdo do Plano de Tra-balho Docente (PTD) e orientar os pais dos alu-nos sobre como tratar desse as-sunto. “Nós apre-sentamos aos alu-nos os principais dados que ref le-tem a realidade

Jaqueline Baumel

do Brasil hoje, como no caso do álcool, que mata aproximadamen-te 40 pessoas por ano em acidentes nas estradas do país; queremos mostrar, também, que é possível se divertir longe das drogas”, explica. Ainda segundo o secretário, os es-tudantes têm se mostrado muito interessados nas palestras, inte-ragindo com a equipe do Pescô por meio de per-guntas sobre o tema.O Colégio Esta-dual Sagrada Fa-mília recebeu o Pescô na semana do dia 5 de agos-to. A equipe pas-sou por 53 salas de aula e realizou duas reuniões com pais e pro-fessores. A dire-tora, irmã Lucia Staron, conta que equipe pedagó-gica do colégio realiza, todo ano, palestras e ati-vidades sobre o tema. “O Pescô veio pra auxiliar um projeto que a escola tem. Po-rém, a gente pre-cisa contratar pa-lestrantes. Este ano fomos pre-senteados pela Secretaria Muni-cipal de Políti-cas Sobre Drogas, que trouxe as in-formações gratui-tamente”, conta. A diretora expli-ca que nos outros anos era necessá-rio reunir todos os alunos no sa-lão de eventos do colégio, o que ge-rava uma super-lotação. “A equi-pe do Pescô visita sala por sala por 50 minutos, o que é bem melhor do que reunir todos

os alunos em um só lugar.” Ainda segundo a dire-tora, as palestras tiveram uma boa aceitação por parte dos jovens, que se identif ica-

ram com o tema. Outra f inalida-de do projeto é o tratamento de usuários de dro-gas. “Nós f ize-mos parcerias com 15 Comuni-dades Terapêuti-cas para atender os dependentes químicos”, conta Weber. Quando necessário, o Pes-cô encaminha os

usuários para es-sas comunidades. “90% dos casos que chegaram até nós necessitan-do de internação foram recebidos por essas Comu-

nidades Terapêu-ticas parceiras. Na maioria dos casos, consegui-mos a internação em vagas sociais, gratuitas”, diz. Hoje, mais de 230 pessoas já foram encaminhadas ao tratamento por meio do projeto. Outros municí-pios têm se in-teressado pelo

projeto e entra-do em contato com a Prefeitura de Campo Lar-go solicitando a presença da equi-pe do Pescô. O projeto já esteve

em todos os co-légios estaduais de Balsa Nova e iniciou uma par-ceria com o Colé-gio Juventude do município: todas as terças-feiras, o Pescô promo-ve aulas de tea-tro gratuitas aos alunos. As peças serão apresenta-das em escolas de Campo Largo

e Balsa Nova. “O teatro é uma for-ma lúdica e di-vertida de ensi-nar a temática do projeto”, explica o secretário. No último dia 20,

os alunos do Co-légio Juventude apresentaram a primeira peça de teatro. A estreia aconteceu no au-ditório da Prefei-tura de Campo Largo.

Alunos de teatro do Colégio Juventude, de Balsa Nova, em sua primeira apresentação no auditório da Prefei-tura de Campo Largo.

Secretário municipal de Políticas Sobre Drogas, Carlos Weber, no Colégio Estadual Sagrada Família.

Page 5: Lona 827 - 12/09/2013

5Colunistas

Politicalizando

O último que sair apague a luz

Jorge Washington

A foto de Eduar-do Campos e Aécio Neves abraçados em um encontro em Re-cife, caiu como uma bomba no Planalto Central. Dil-ma Roussef ainda ten-tava sedu-zir Eduar-do Campos para uma p o s s í v e l aliança, e com isso des-fazer a candi-datura de C a m -

pos para a presidên-cia no ano que vem. Mas parece que o pe-dido não foi aceito. Muito pelo contrá-rio. Além de se can-

didatar, Campos ainda levou Aécio para o seu es-tado. Sim, um tucano c o m e ç a n d o

a ganhar ter-reno no Nor-deste. Proble-mas para o

PT? Por

ora não. Mas caso os dois resolvam se aliar realmente con-tra Dilma, isso sim prejudicará a pre-sidenta no futuro pleito.Nessa semana uma entrevista deixou outro ponto de in-terrogação em Dil-ma. A entrevista de Michel Temer (seu vice e presidente na-cional do PMDB), concedida ao Portal UOL, onde o mesmo declara que a alian-ça para 2014 ainda não esta fechada. Ora, seria isso uma chantagem política? Sim, e as vésperas da corrida presi-dencial começar, ela vale muito. Se recor-darmos a divisão da base aliada na CPI dos Portos e na di-visão dos royallites

do petróleo, quando ficou clara uma irri-tação do PMDB com a presidenta.Dilma sabe que sem o PMDB ela terá grandes dif iculda-des em sua reeleição. E mesmo reeleita, o problema na Câmara e no Senado Fede-ral serão imensas. O PMDB não tem um candidato próprio ao governo brasilei-ro, mas tem diversos caciques em todo o Brasil, o que o faz líder em governos, prefeituras, senado-res e deputados no Brasil. Abaixo do PMDB se encontra o PSDB. Sim, abaixo de seu maior aliado, encontra-se o seu maior rival. Caso se quebra a base, como o PT fará seus proje-tos? Ainda mais ago-

ra sem o crescente PSB, que hoje já tem mais prefeitos em capitais brasileiras que o próprio PT, e no ano que vem pro-mete eleger mais go-vernadores também.Nessa balança, o pa-pel de Lula pode ser a salvação petista. O seu apoio popu-lar é conhecido por todos, e ele sabe ne-gociar muito bem apoios (e patrocí-nio de campanha também, embora isso f ique para ou-tra coluna). Se Lula conseguir manter o PMDB e manter o cambaleante PSD ao seu lado, mesmo sem Eduardo Campos e Marina Silva juntos da base aliada, o PT ainda terá a maior parte da Câmara e Senado. Mas o preço

pode ser caro.Quem sabe a desis-tência de Lindbergh Farias ao governo do Rio de Janeiro, em favor de apoio ao candidato do gover-no José Eduardo Pé-zão. Ou quem sabe um controle maior as decisões da pre-sidenta pela Câma-ra e Senado (como ocorreu no f inal do segundo mandato de Lula). Será que o pe-dido será ainda mais ousado? Que tal o candidato da base aliada ser do PMDB em 2018? Uma elei-ção por outra. Por-que visivelmente o PMDB quer mais, e o PT hoje é refém de seu próprio poder adquirido.

Cultura?

Televisão de qualidade

Daniel Martini

As séries de televisão norte americanas vieram para ficar. Seja através do site Netflix, dos canais de televisão a cabo, ou até dos canais abertos que têm traduzido muitas das séries de sucesso para o português, o público dos seriados americanos vem rivalizando o das tradicionais telenove-las brasileiras. Em março deste ano, a produtora Martha Kaufman, cria-dora de uma das séries de maior sucesso de todos os tempos, o cultuado Friends, esteve no Bra-sil e falou com o jornal O Estado de São Paulo sobre a televisão brasilei-ra. Kaufman criticou a fórmula ultrapassada e repetitiva das novelas brasileiras, e disse que é preciso acordar e se pre-parar para um público

telespectador que, segun-do a autora, evoluiu.Será?Dois aspectos que sempre me irritaram em novelas, especialmente as globais, é que a fórmula delas é algo absurdamente evi-dente, e figurinos, maqui-agens e atuações por vez-es excelentes distraem o olhar do espectador, que não nota que a história é de uma estupidez prece-dida apenas pela novela anterior. O público é trat-ado como burro, mesmo. Não existe surpresa al-guma, nem reviravoltas mirabolantes que fazem você ficar impressionado com a criatividade dos idealizadores. E em pri-meira análise, as séries americanas são o oposto: elas são criativas, cheias de ação, com efeitos espe-ciais de qualidade incon-

testável, atuação de pri-meira, e histórias sempre originais e imprevisíveis. Será?Na verdade, o que acon-tece é que a fórmula de seriados é outra, mas tão óbvia quanto a fórmula noveleira. Os finais de episódio que te deixam, assim, na beira do sofá para saber mais do mes-mo. A proposta é oferecer um produto para um pú-blico que é levado a pen-sar que é inteligente (“Eu sabia que isto ia acontec-er!”), e deixa-lo curioso em relação a o que vai acontecer em seguida. (Mas péra lá: as novelas não fazem isto o tempo todo?) As séries dispõem de um orçamento pesa-do, e levam em conta as reações de seu público-alvo e os números de es-pectadores para serem

filmadas, continuadas, ou até interrompidas. (Mas péra lá: as novelas não fazem isto o tempo todo - 2?) Alguns diretores de séries são favoritos entre os telespectadores, e as séries são vendidas base-adas, muitas vezes, na fama que precede seus criadores. (Mas pera lá: as novelas não fazem isto o tempo todo - 3?) Já as novelas, produtos destinados a um público nacional, pouco interes-sado em profundidade de conteúdo oferecem, entre outros apelos comercias chulos, sexualidade ex-plícita, que normalmente encaixota a personagem feminina no seu velho es-tereótipo de mulher-ob-jeto (Mas pera lá: as séries não fazem isto o tempo todo?). Com estórias que são vividas por protago-

nistas masculinos e femi-ninos atraentes, que ou se envolvem afetivamente ou combatem uma ten-são sexual entre eles que é evidente na tela, as nove-las se repetem, uma após a outra, disfarçadas em maquiagens de contextos, culturas e épocas diferen-tes (Mas pera lá: as séries não fazem isto o tempo todo - 2?). O público cat-ivo de uma novela que se encerra no abraço calo-roso dos fãs rapidamente se organiza em torno da próxima novela. E trata logo de fidelizar-se rapi-damente à “nova” estória e aos “novos” persona-gens. (Mas pera lá: as séries não fazem isto o tempo todo - 3?)Obviamente, estou sendo injusto com muitos pro-gramas, tanto nacionais como internacionais, que

possuem qualidade e conteúdo. Faço isto por tentar provar um argu-mento. O meu argumen-to. Sou apreciador de boa televisão, que existe e é relativamente acessível. Mas acho que sou justo ao afirmar que seu públi-co é inexpressivo quando contraposto ao grande público. Será mesmo que a tele-visão brasileira não tem criatividade? Parou no tempo? Não soube acom-panhar o seu público? Ou será que Martha Kaufman expôs a hi-pocrisia americana auto engrandecida de que, quem faz televisão é o dinheiro?

Page 6: Lona 827 - 12/09/2013

6

NOTÍCIANTIGANo dia 12 de setem-bro de 2003, faleceu o cantor e compositor Johnny Cash, conhe-cido por seus fãs como “O Homem de Preto”. Em uma carreira que durou quase cinco dé-cadas ele foi para mui-tas pessoas a personi-ficação do country. Sua voz sepulcral e o distintivo som “boom chicka boom” de sua banda de apoio “Ten-nessee Three”, dão às canções o seu som característico. Des-de seus primórdios como um pioneiro do rockabilly e rock and

roll nos anos 50 até sua transformação em um representante in-ternacional da músi-ca country o levaram a uma reconquista da fama nos anos 90. Cash influenciou in-contáveis músicos e deixou um trabalho igualado apenas pe-los maiores artistas de sua época.Em 1999 Cash foi diagnosticado com Síndrome de Shy-Drager, uma doença neuro-degenerativa. Diagnóstico que mais tarde seria alterado para problemas no sis-

tema nervoso associa-dos à diabetes. Seu es-tado de saúde o forçou a encurtar uma turnê; ele foi hospitalizado em 1998 com grave pneumonia, que pre-judicou seus pulmões. Johnny Cash morreu devido ao diabetes aos 71 anos de idade enquanto estava hos-pitalizado no Baptist Hospital em Nashvil-le, Tennessee. Ele foi enterrado ao lado de sua esposa no Hen-dersonville Memory Gardens, perto de sua terra natal, Hender-sonville, Tennessee.

O que fazer em Curitiba?Exposição “Consiente do Inconsciente” no MASAC

De 8 de agosto a 3 de novembro, no Masac – Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba (Largo da Ordem - Setor Histórico), tem a exposição São Fran-cisco de Assis – O Homem Atemporal, com esculturas da artista plástica Nilva Rossi.

Museu de Arte Contemporânea

Até dia 23 de setembro no Museu de Arte Contem-porânea (Rua Desembargador Westphalen, 16) ficam as exposições “Cor, Cordis”, com obras do acervo do Museu de Arte Contemporânea do Paraná; e ax-posição “Lugar inComum”, das artistas Erica Kamini-shi, Julia Ishida e Sandra Hiromoto. Informações: (41) 3323-5328 e 3323-5337.

Teatro Novelas Curitibanas

De 23 de agosto a 29 de setembro, no Teatro Nove-las Curitibanas (Rua Carlos Cavalcanti,1222 – São Francisco), tem apresentação do Espetáculo teatral Cronópios da Cosmopista – Um antimusical psico-délico, do Coletivo Portátil do Theatro de Alumínio. Informações: (41) 3222-0355.