lucifer luciferax ix 218

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    Abamah, Ahah, Tebu, TedistuRestum Abzu, abyssus, principium cosmogonicum masculinum, aqu magnae, Tebu, Abzu!

    Hibum Tiamat, Sarratum, Hubur, oceanus, serpens monstruosus, principium cosmogonicumfemininum, Tebu, Tiamat!

    Excerto da grande invocao dos Drages Primevos do Caos, por Pharzhuph

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    PrlusioVox Mortem, Mortiferum Poculum

    Por Pharzhuph

    Imersos sob milhas profundas de guas abissais estamos e os antigos Drages primevos do caos

    agitam-se em exaltao colrica.Lnguido prazer e extenuante dor movem as mos nossas pena e ao buril.

    O trabalho que o leitor tem em mos um marco na sinistra trajetria dessa modesta publicao.

    Celebra tambm o decesso do formato eletrnico e gratuito desse informe alfarrbio que traz luz s trevas e

    cegueira viso.

    Os assuntos nessa edio contidos manifestam o mortuoso mago de nossa sinistra explorao e

    sinalizam algo sobre prximos tempos vindouros.

    Nossos agradecimentos dirigem-se a todos aqueles que nos auxiliaram e que nos auxiliam em nossa

    modesta tarefa, dirigem-se tambm aos poucos e verdadeiros Irmos e Irms com quem sempre pudemos

    contar nessa solitria, nfima e banal no-existncia: Betopataca, Natt Haxa, Frater Asmodeus, RoderickTotentanz, Elaine C. (a.k.a. Soror Z), Danilo Coppini e Templo de Quimbanda Maioral Beelzebuth e Exu

    Pantera Negra, Ivan Schneider e Editora Coph Nia, Editora Capelobo, Francisco Facchiolo Lima

    (especialmente pelas ilustraes dos pontos riscados que ilustram as matrias relacionadas ao

    T.Q.M.B.E.P.N), Nstor Avalos (artista responsvel pela ilustrao que figura no texto Projeto Vivendo a

    Morte Atravs dos Espritos da Quimbanda), Thiago Septem (T.Q.M.B.E.P.N admirvel e talentoso msico

    que permitiu a utilizao de seus trabalhos), Flvio V. A. Necrovisceral e Torqverem, Emanuel Kronis e

    RNS, Izaltigae, Vulpekula, Ursus, Taijasa e Summum Heredis.

    Agradeo especialmente a todos os participantes do projeto Vivendo a Morte Atravs dos Espritos

    da Quimbanda promovido pela iniciativa do Templo de Quimbanda Maioral Beelzebuth e Exu PanteraNegra. Vossos relatos formaram um corpo nico de registros mgicos de incomparvel grandeza.

    Em sinistra fraternidade,Pharzhuph, Frater Nigrum Azoth

    [email protected]

    Esta obra est licenciada com umaLicenaCreative Commons Atribuio-NoComercial-SemDerivaes 4.0 Internacional.

    Atribuio Sem Derivaes Sem Derivados

    CC BY-NC-ND

    Esta a mais restritiva das licenas principais, s permitindo que outros faam download

    dos seus trabalhos e os compartilhem desde que atribuam crdito a voc, mas sem que

    possam alter-los de nenhuma forma ou utiliz-los para fins comerciais.

    - 3 -

    http://[email protected]/http://[email protected]/http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/http://[email protected]/
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    Index

    CapaBLAKE, William O Grande Drago Vermelho e a Besta do Mar (1805) Bico de pena e aquarela.

    NIETZSCHE, Friedrich W..Assim Falou Zaratustra. 5. Ed. So Paulo: Crculo do Livro, 1986. 334p.

    PrlusioVox Mortem, Mortiferum Poculum - 3 -

    Jaculari UmbramNigra Janua, por Pharzhuph

    - 5 -

    Epos BabylonicumAs Bases da Corrente Anticsmica - Mitologia Mesopotmica Antiga, o Enuma Elish, por Pharzhuph - 13 -

    Poetici DiiA Dama da Luz, por Gerald Massey - 21 -

    De Gangrna SiccaEntrevista Regurgimentao Necrovaginal Sangrenta, Splatter Death Metal - 22 -

    Index Librorum Prohibitorum - 27 -

    Ut Hostibus NocereturQuimbanda Brasileira e o Satanismo Anticsmico, por T.Q.M.B.E.P.N

    - 28 -

    Dignus Cantari

    Summum Heredis, por Taijasa - 35 -Aurati Imbres

    Entrevista Umbrarigae, Black Metal - 37 -

    Mortis HonorProjeto Vivendo a Morte Atravs dos Espritos da Quimbanda, por T.Q.M.B.E.P.N e Pharzhuph - 41 -

    Relatio GratiRelatos Projeto Vivendo a Morte Atravs dos Espritos da Quimbanda, Anonymus - 47 -

    Fiat Voluntas MeaAs Curtas do Reverendo, por Rev.moEurybiadis - 62 -

    Abi in Malum CruciatumEntrevista a Entidade Torqverem, Black Metal - 64 -

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    Jaculari UmbramNigra JanuaPor Pharzhuph

    Algum teor potico na tentativa de registrar velhos insights de natureza mstica no errante trajeto

    pela via sinistra. O fragmento ora apresentado foi composto de maneira no linear durante os anos de 1998e 2001.

    Captulo 0

    Verum et Mendacium

    E no havia espao ou tempo.

    Matria ou esprito.

    Instinto ou razo.E duas luzes vagavam em si prprias,

    Pois elas eram infinitas

    E o infinito era uno para com elas.

    Vaar adormecia os espaos incomensurveis

    Perdidos antes do incio dos tempos.

    Aquela que era a mais bela,

    E que a todo fulgor atraa,

    Desdobrou-se ento.

    Surgia um no-mundo,Um universo de absoluta escurido.

    Espelhavam-se umas nas outras, soberbas.

    E onde nada existia,

    Algo se tornou perceptvel, denso sem o ser.

    Ouviu-se ento:

    Que ele seja o deus do bem e que eu seja o deus do mal.

    Originalmente divididos, o meu poder igual.

    E uma chuva de astros cadentes precipitou-se por todos os espaos

    Conhecidos e desconhecidos,

    E no houve lugar aonde pudessem se esconder.

    Pois o infinito um para com Ela.

    Caos toma conta da mente.

    No h compreenso.

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    Jaculari UmbramNigra JanuaPor Pharzhuph

    Captulo 1

    Fides Tenebrarum

    A grande hora chega

    Anunciando a grande noite eterna.

    Astros cadentes e ascendentes cruzam e dividem os cus negros.

    H uma luz negra no horizonte.

    Gloriosa, nica e infinita! Amm!

    Cessam as palavras.

    Aqueles que de l vieram sentem e vem.Sabem de cus e de infernos.

    Sabem de altos e de baixos.

    Fundindo-se, s vezes, sem se misturarem,

    Sem se conhecerem.

    Penetram-se. Mesclam-se.

    . . .

    . . .

    Uma bela luz negra no horizonte

    Outrora se projetou sobre o infinito.E era ela tambm infinita.

    Trs so os princpios. Pesa e os conhecer.

    Quatro foram as emanaes sucessivas.

    Sendo uma em trs.

    E trs em uma.

    Trinta e dois so os caminhos.

    Sendo trinta e um em um.

    E um em trinta e um.

    O nove ser a clavcula.O sete a obra.

    E a bela luz incriadae infinita.

    Tornou perceptvel aos coraes de seus filhos

    Que ela o caminho que conduz glria

    E a glria mesma.

    Sansara, ROTA, INRI, vida e morte.

    Que tu no julgues o que desconheces.

    Procura aprender.

    Os smbolos falaro a ti.Contempla a experincia, ouve as vozes.

    Contempla silenciosamente aos ensinamentos. Os contempla,

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    Jaculari UmbramNigra JanuaPor Pharzhuph

    Antigos como o prprio tempo

    Aquecero o corao teu e teus olhos transbordaro lgrimas,

    Perdido em pranto ante o infinito!

    Tu s um Deus!

    No mais Mortal!

    Captulo 2

    Tenebrarun Ars Scientiae Summae Est Pulchrissima

    No h lugar. No h pessoa. No h circunstncia.

    Age conforme teu propsito! A LEI.

    Natural e consciente.

    Guia-te na noite eterna.

    Anjos guiaro e iluminaro os passos teus.

    Bendito sejas, filho da escurido magistral!

    Que teu dio se intensifique,

    Que teu dio destrua,

    Que teu dio mate.

    Que no haja descanso para teus inimigos.

    Malditas sejam as horas que os conceberam.

    Malditos sejam os teros que os geraram.

    Que a vida de teu inimigo seja longa,

    Cada instante de dor, Eterno.

    Que os campos sejam para eles perpetuamente incultos.

    Que os filhos de teus inimigos sejam doentes e malditos.

    Que nenhum sorriso de contentamento, alegria ou felicidade se forme na face do adversrio teu.

    Aprende e urde na arte do malefcio.

    Conta as estrelas do cu e os astros,

    Queima pio e assa ftida.

    Que teus crios sejam abenoados

    E teu verbo supremo!

    Que o sangue dos sacrifcios transborde tambm em teu clice.

    Rouba, mata, destri, aniquila, despedaa, corta, arranca, tira, deturpa, zomba e goza!

    Que tu, irmo meu, no te prendas a nada.

    Abjura, rompe e destri com toda a tua fora a toda espcie de grilho.

    Que no te compadeas,Que no temas,

    Que sejas invencvel! Amm!

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    Jaculari UmbramNigra JanuaPor Pharzhuph

    Que a tua presena seja nociva e teu hlito miasmtico.

    Que teus gestos sejam encantadores e dissimulados.

    Que ningum conhea os caminhos que levam ao corao teu.

    Que tu, irmo meu, sejas um com o Inferno! Amm!

    Que teu passado esteja morto jazendo no rquiem de teus sonhos e iluses.

    Que a fria dos atos teus seja extrema.

    Que conheas os ms da alma do mundo.

    Que saibas unir ao salitre o enxofre.

    1 Que possuas as Chaves das Portas da Morte.

    2 Que descanses e medites sob tua Sombra.

    3 Que lutes eternamente no Abismo.

    4 Que sejas o mais intoxicado e perverso dos homens.

    5 Que sejas eternamente remido por teu prprio esforo.

    6 E que tu, irmo meu, estejas sempre preso pelo amor infinito luz infinita e incriada da

    escurido, Modra Nect, nossa Me! Amm!

    Captulo 3

    Lilith Sibilus XXVIII

    Chegar o tempo em que a bela loto negra que tu carregas dentro de ti h de florescer.

    Reconhecer os sinais. Falaro a ti em sonhos profticos e visionrios e teu sono se tornar desperto.

    Vers a rvore da Vida e da Morte. Vers a rvore do Bem e do Mal. Tocars em ambas.

    Anjos e Mensageiros Dele te visitaro constantemente. Noite aps noite. O abenoaro e o levaro a

    lugares jamais por ti perscrutados, por sagradas terras de escurido.

    F, dio, sabedoria, disciplina e severidade.

    A primeira e nica se mostrar a ti.

    Scubos e harpias tu conhecers; ouvirs o pranto desesperado de legies de vidas por elasarrebatadas. Essas Crianas esto mortas. Outras mais devero calar.

    Homem, Mulher, Menino e Menina; os conhecer;

    Aqui h um sinal e uma provao, em meio oculta e em meio revelada.

    Recolhe bem as ddivas da experincia sagrada. Fala como a lpide.

    Estars vivo (?) perante os homens ordinrios do mundo, quando em verdade, tu estars morto!

    Morrendo verdadeiramente est a vida.

    Ns, ns somos pura Morte.

    Caminhars intacto por todas as terras,

    Pacficas ou em guerra.No te alcanaro.

    E no h e no haver poder algum,

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    Jaculari UmbramNigra JanuaPor Pharzhuph

    No firmamento ou no ter,

    Na terra ou debaixo dela,

    Sobre o rido solo ou nas guas,

    No ar giratrio ou no fogo precipitado,

    Ou conjuro ou maldio,

    Que no assistam s necessidades Tuas.

    Lembra-te: tu s um deus, no mais mortal.

    Captulo IV

    Inops Potentem Dum Vult Imitari Perit

    Da Invocao:

    Noite Me, guia-me agora nesta obra onde palavras no haviam de existir e, em verdade, no

    existem. Guia-me, Me eterna de loucura e redeno, conscincia do mais completo e nobre retorno.

    Fides Tenebrarum

    O dia e a noite no so mais para mim.

    O tempo tudo que no e nada significa.

    Alm do Bem e do Mal,

    Alm da Vida e da Morte,

    Acolho a mais bela das ddivas.

    Magnus Opus

    Tu lanars as palavras sobre o seio da terra e pelos espaos indefinidos

    Para que toquem o corao do semelhante teu.

    Sabers que em ti h algo que ELE,

    E que ELE mesmo est em ti... Em mim...

    Silncio inquebrantvel ento.

    Queimando no fundo de tuas entranhas a nix.

    Afia tua espada.

    Banha ela no sangue aguado do infiel.

    Ouve. V.

    Os raios e os troves do cu so por ELE e para ELE!

    O mar agitado e tempestuoso:

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    Jaculari UmbramNigra JanuaPor Pharzhuph

    Tu devers cont-lo,

    E, apaziguado, o levars dentro de um pequeno frasco

    Em tua algibeira de escamoteador.

    Ao abri-lo, maremotos se formaro conforme tua vontade tua verdadeira vontade.

    O nada, o nada e o nada mesmo.

    Junta por tua parte todas as foras.

    chegado o tempo de tua verdadeira morte.

    chegado o tempo da liberao final. Isenta-te.

    Desvencilha-te. Vence-te.

    E tu sers senhor da matria

    E do movimento ordenado.

    Cuida de encher o clice teu

    Com todos os vcios e paixes da humanidade

    E Medeia o Invejar!

    Tu s puro e para ti todas as coisas so e sero eternamente puras.

    tua razo e juzos: o abandono.

    Se assim as toca,

    Eis que murcham flores negras e espinhentas,

    Rosas e lotos.

    No procures por compaixo.

    No encontrars falsas virtudes aqui.

    Ou ests cego?

    Une e dispersa por tua vez.

    Se tu tens me compreendido, s ento senhor da verdadeira razo.

    Manipula habilmente a torrente de pensamentos que te salta,

    Apenas um pensamento,

    Alm disso,

    Nenhum pensamento.

    Admirao, temor e descrena.

    Talvez nem estejas aqui!

    Abandona a tudo e a todos,

    Voa pelo Abismo,

    Por ele e sobre ele, alma colossal,

    Entregas-te por completo escurido nossa Me.

    Crianas da amargura e outros mais te perturbaram,

    No os ouviu e no ouvirs outros.

    No ceders a nenhum dos falsos caprichos,Destri a tudo impiedosamente.

    Que no reste nada do passado.

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    Jaculari UmbramNigra JanuaPor Pharzhuph

    O captulo da destruio total se encerrar e tu sers formador e

    Senhor de um mundo todo teu.

    Sers a divindade abrasadora.

    No esclarecers nada

    Falars em tons melanclicos e viciosos,

    Mas em verdade no dirs nada.

    Leva-os a Busca.

    Eis que eterno embate comeou.

    Mritos: ters os teus prprios.

    Os fortes se levantaro e com eles legies faro estremecer as terras em que tu pisas.

    Felicidade e gozo eterno.

    E tu sabers quem sangue de teu sangue,

    Pois tuas origens esto no seio matriarcal da noite sinistra

    Modra Nect.

    Ests envenenado,

    Mas no sabes o que fazer com tanta peonha.

    Captulo V

    Vexxilla Regis Prodeunt Inferni I.XI.LXVI.L.V.X.N.O.X.

    Vencemos a vida. Trazemos e possumos os sinais e os significados da Morte.

    Fizemos da pena cinzel e buril. Rubras palavras vertem sobre o ouro.

    Tambm h a essncia daquilo que se chama dio, daquilo que jamais poder ser escrito.

    Sou aquele dos tempos esquecidos e dos espaos indefinidos.

    Caminho e ascendo por minha vontade.

    Os ps meus jamais tocaram o solo.

    Apareo a ti em uma carruagem de fogo, eu e minha comitiva.

    Ostento onze diademas cingindo a fronte minha.

    Trago em minha mo direita uma espada de duplo fio com a qual equilibro uma trplice esfera

    brilhante, auriluzente.

    Minha mo esquerda levo alada ao firmamento, escurecido por nuvens pestilentas e acinzentadas,

    sob o frio olhar minguante.

    Carrego um gozo maior do que o do amante e uma felicidade maior do que a do eremita do leito

    prpura.

    Meu rastro daninho e nele vegetal algum jamais h de brotar.O que me elevado se lanou por sobre os astros mais distantes e meu nome j se torna imperecvel.

    De Om a Ur percorri onze lguas. Gehenna.

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    Jaculari UmbramNigra JanuaPor Pharzhuph

    Tais clavculas no me pertencem, esto em mim e em meu igual.

    No so vrias, so uma.

    Tambm abrem cinquenta portas, mas no penses que as fechaduras e seus segredos so os mesmos:

    cinco raios esto eclipsados ao teu redor, oh Deus; teu Sol, teu Clice e tu mesmo entenders. Se tens

    conhecido as sete habitaes no estars perdido em tua busca. Ouve o que no pode ser dito.

    O vaticnio certo e a letra permanecer morta ao cego que l e ao surdo que escuta.

    tempo de velar, pois h no firmamento momento para tudo e para todo propsito.

    No h excluso, no, no h nada.

    O vaticnio certo: poucas estrelas no firmamento brilham e um Sol pode atrair e consumir a outro.

    Algumas (estrelas) luzem resplandecendo gloriosos raios aurifulgentes, violentos e h ceguidade. Sero

    negras ?!?! 0101

    NOX segue teu caminho e no te deixes desvanecer.H dentre vs, como nos cus noturnos, estrelas que se sobressaem.

    Tu deves responder a turba que agora em tua cabea se forma.

    Trago o segredo filosofal de minha prpria nix e uma bela rosa negra. Projetar-me-ei. Onze vezes se

    daro comigo como se deram por sobre os astros mais elevados.

    Meu nmero pode ser o quarenta, o quatro, o um, o nove. 45, 2, 30, 10, 1, 9, todos em um e 218.

    Ado Belial, astro errante, excntrico, eu que no me encontro em lugar algum, encontro minha

    absoluta imperfeio em todos os lugares. Atemporal, livre e nico.

    I. Minha vida est oculta (serpente) sob o facho ofuscante que se desprende de minha fronte cingidapor diademas. Desprende chama criadora que regenera e destri tudo ao meu redor. Tudo preso,

    encadeado por amor sem fim e f inominvel.

    Morte. Abismo. Escurido. Asas. Lpide. A. Plantei em meu seio a semente, acolhi a palavra; fizfrtil minha sinistra geratriz e, como progenitor, sou irmo de minha filha: somos quatro, cinco e onze.

    Sessenta e seis e um. OLcifer.

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    Epos BabylonicumMitologia Mesopotmica AntigaPor Pharzhuph

    As Bases da Corrente Anticsmica - Mitologia Mesopotmica Antiga, o Enuma Elish

    Uma das influncias fundamentais da Corrente 218 firma-se nos mitos primevos relatados no pico

    mesopotmico da criao, o Enuma Elish. O pico narra os eventos que culminaram na formao do

    cosmos, na hierarquia dos deuses, na criao do mundo e no advento da humanidade. Ao contrrio do que

    pode parecer numa primeira aproximao, a narrativa do Enuma Elish culmina na derrocada dos deuses

    primevos. As foras do mal e do caos so vencidas e, consequentemente, a ordem presente do universo

    estabelecida e a humanidade criada para servir aos deuses.

    No h consenso acadmico sobre quando o Enuma Elish foi escrito. Assume-se que razovel dizer

    que o pico tenha sido composto durante o perodo babilnico mdio (Cassita), entre 1651-1157 a.e.c.,

    porm h quem refute a datao e remeta a composio do pico a perodos que remontam dinastia

    acadiana Sargnica, entre 2400-2200 a.e.c.

    Tbua Cronolgica0F1

    Ano a.e.c. MesopotmiaIdioma

    referencialInveno da escrita

    5500Mesopotmia pr-histricaPerodo/Cultura de Ubaid

    Sumeriano

    4000Cultura GawraPerodo de Uruk (4000-3100)

    Escrita primitivamesopotmica e egpcia(3300-3200)

    3000Perodo Dinstico AntigoCidades-estados Sumerianas (3100-2390)

    2500 Dinastia Antiga

    Cuneiforme adaptadopara escrever idiomassemticos naMesopotmia e Sria

    2300 Dinastia Acdia (Sargnica) (2390-2210) Acadiano

    2200 Perodo Neo Sumeriano Sumeriano

    2000Perodo Babilnico Antigo (1950-1651)Perodo Assrio Antigo (1869-1837)

    Sumeriano eAcadiano

    1500Perodo Babilnico Mdio (Cassita) (1651-1157)Perodo Assrio Mdio (1350-1000)

    AcadianoAlfabeto Ugartico(1250)

    1000Perodo Neo BabilnicoImprio Neo Assrio (883-612)

    Alfabeto Fencio

    1Os perodos assrios descritos na tbua referem-se mais Mesopotmia setentrional. Os demais perodos referem-se mais ao sulda Mesopotmia.

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    Epos BabylonicumMitologia Mesopotmica AntigaPor Pharzhuph

    Os primeiros fragmentos do Enuma Elish foram encontrados em escavaes nas runas da livraria

    real de Assurbanipal, no stio arqueolgico de Nnive (prximo da atual cidade de Mossul, no Iraque) porvolta de 1851. Embora o texto tenha sido descoberto em verses similares, e tambm fragmentadas, em pelo

    menos outros trs stios arqueolgicos, a descoberta amide reputada ao proeminente arquelogo

    britnico Austen Henry Layard (1817-1894).

    Fisicamente o Enuma Elish constitudo por sete tbuas de argila sobre as quais foram gravados os

    caracteres em cuneiforme no idioma acdio. Cada tbua apresenta entre 115 e 170 linhas de texto. Partes

    de algumas tbuas so praticamente ilegveis devido aos danos que as mesmas sofreram pela ao do tempo.

    Por ser composto de sete tbuas o pico chamado por alguns escritores de As Sete Tbuas da Histria da

    Criao.

    O nome Enuma Elish significa aproximadamente quando, no alto. Sendo que enuma e elish soas duas primeiras palavras da primeira linha da primeira tbua.

    As comemoraes do ano novo babilnico incluam cerimnias onde o poema era recitado,

    especialmente a stima tbua que contm os nomes e as principais glorificaes a Marduk, que se tornaria

    posteriormente o deus patrono da Babilnia.

    O contedo referencial utilizado em nossas pesquisas descrito integralmente na bibliografia do

    presente trabalho. A maior parte dos trechos do Enuma Elish citados aqui foi traduzida e adaptada

    livremente para o nosso idioma com referencia nos trabalhos de Dr. Ephraim Avigdor Speiser 1F2, Stephanie

    Dalley2F3 e Leonard William King 3F4. Sempre que possvel, optamos por empregar a grafia das palavras tal

    como aparecem nos idiomas acadiano e sumeriano na literatura acadmica corrente, omitindo a acentuaoque no se enquadra na lngua portuguesa. Inclumos, quando necessrio, explicaes auxiliares,

    especialmente nos captulos posteriores.

    De acordo com o pico mesopotmico da criao, duas divindades primevas existiam antes do

    advento do cosmos. Elas eram e existiam antes de tudo. Seus nomes eram Tiamat e Apsu, os drages

    primevos do caos.

    Apsu, o primeiro, considerado o iniciador da criao. Ele a personificao mitolgica das guas

    que correm nos profundos mundos subterrneos, dos rios e da gua doce. Tiamat, tero e cteis do universo,

    a geratriz dos deuses e consorte de Apsu, ela a personificao das guas salgadas, dos mares e dos

    oceanos.O mito narra que os drages primevos do caos uniram seus vigorosos e intensos corpos, e, de dentro

    deles, emergiu o casal de deuses primordiais Lahmu e Lahamu. Quando Lahmu e Lahamu atingiram a

    maturidade, surgiu outro casal de deuses, Anshar e Kishar, os quais sobrepujaram Lahmu e Lahamu.

    2Dr. Ephraim Avigdor Speiser, notrio assiriologista e arquelogo, autor do livro Mesopotamian Origins. The basic population of theNear East, de 1930.3Stephanie Dalley autora do livro "Myths from Mesopotamia - Creation, the Flood, Gilgamesh, and Others", publicado pela OxfordUniversity Pressem 1989.4Leonard William King autor dos Volumes XII e XIII da obra "Luzac's Semitic Text and Translation Series" nomeadas "The SevenTablets of Creation. Vol.1 & Vol.2: English Translations, Transliterations, Glossary, Introduction, Suplementary [Babylonian and Assyrian]Texts", publicadas em 1902.

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    Epos BabylonicumMitologia Mesopotmica AntigaPor Pharzhuph

    Existem basicamente duas teorias sobre quem seriam os pais de Anshar e Kishar, a interpretao

    mais difundida que eram filhos de Lahmu e Lahamu, como corroborado pelo texto da terceira tbua do

    Enuma Elish, porm especula-se que poderiam ser filhos gerados por Tiamat e Apsu.

    O primognito de Anshar e Kishar foi o deus Anu, feito a imagem do deus Anshar. O nome Anu

    deriva da palavra An, que em sumeriano significa cu, firmamento; An tambm um dos nomes de Anu.

    An uma das divindades principais do panteo mesopotmico, frequentemente chamado rei dos deuses

    e pai, prgono de outros deuses e de inmeros demnios.

    A palavra An pode se referir ao cu em totalidade, ou aos nveis do firmamento presentes na

    geografia csmica da mesopotmia, onde An representa o nvel mais distante da superfcie terrestre.

    Diversos textos sumero-acadianos demonstram que os antigos mesopotmicos acreditavam que o universo

    formado por nveis ou camadas sobrepostas, separadas por algum tipo de espao vazio ou aberto. Wayne

    Horowitz, em seu livro Mesopotamian Cosmic Geography, expe a seguinte representao simplificada do

    universo mesopotmico:

    Pramo de AnuCu intermedirio

    FirmamentoSuperfcie terrestre

    Apsu, abismo primordial das guas doces que fluem sob a terra

    Submundo

    Seguindo a narrativa do Enuma Elish, Anu, rivalizando seus antepassados, gerou Nudimmud a sua

    semelhana. Nudimmud conhecido tambm por seus nomes Ea e Enki. Nudimmud era superior se

    comparado aos seus ancestrais, possua entendimento profundo sobre todas as coisas, era muito sbio, forte

    e belgero. dito que Ea no tinha rivais entre seus pares.

    Os deuses dessa gerao se agitavam constantemente no ventre de Tiamat e se divertiam

    ruidosamente dentro de Anduruna. A palavra Anduruna significa literalmente onde Anu habita e

    utilizada como sinnimo para certos nveis do cu em alguns textos de encantamentos mesopotmicos. No

    Enuma Elish o termo tende a caracterizar um espao delimitado onde os deuses se entretinham.O comportamento dos novos deuses incomodava Tiamat, mas mesmo assim ela os favorecia.

    Apsu estava enfurecido e convocou seu ministro Mummu 4F5para apresentar a questo sua consorte

    Tiamat. Apsu disse Tiamat: O curso que os novos deuses tomaram repugnante para mim. Os dias

    passam e eu no consigo mais descansar. s noites, no consigo mais dormir. Deixemos que a paz

    prevalea: eu devo abolir o curso dos novos deuses e destru-los. Assim poderemos descansar em paz..

    Tiamat se encheu de clera e redarguiu recriminando Apsu: Como poderamos permitir que perecessem

    aqueles criados por ns? Mesmo que o curso que tenham tomado seja desprezvel, deveramos ns toler-los

    pacientemente..

    5Em algumas interpretaes a matria primordial criada a partir da mistura das guas que compe os corpos de Tiamat e Apsu,da qual surge um terceiro elemento tipificado por Mummu.

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    Epos BabylonicumMitologia Mesopotmica AntigaPor Pharzhuph

    Mummu, o vizir, discordou veementemente de Tiamat e aconselhou Apsu a seguir adiante com o

    plano de dissolver e aniquilar sua prognie. Porm os novos deuses souberam do plano. Ea, cujoentendimento era superior, criou um poderoso encantamento e fez Apsu adormecer profundamente. Ea

    ento retirou o cinturo, a coroa e o manto radiante de Apsu, se vestiu com eles e assassinou Apsu e seu

    ministro Mummu.

    Divindades Principais no Enuma Elish

    Ea se vangloriou por ter eliminado seus inimigos e, junto com Dankina, sua amante e esposa, gerou

    Marduk dentro do corpo de guas doces de Apsu. No Enuma Elish dito que Marduk era poderoso desde

    seu incio e que era vestido com o manto de dez divindades.

    An, progenitor de Ea, reconhecia em Marduk a majestade dos deuses e a ele concedeu obsquiosque o tornaram mais poderoso. Ea gerou ondas poderosas que deixaram Tiamat inquieta e os outros deuses

    comearam a sofrer, pois no conseguiam mais descansar.

    Tiamat ouviu ento as queixas dos outros deuses e resolveu agir e vingar Apsu. Eles se aglomeraram

    e comearam a se preparar para a guerra. Tiamat gerou onze bestas demonacas para a batalha, gerou

    Qingu, seu filho e amante, e o colocou frente de sua armada como lder. Tiamat entregou a Tbua do

    Destino5F6para Qingu e fez com que ele a prendesse sobre o prprio peito dizendo: Tua expresso no ser

    alterada! A palavra tua ser lei! O que sair de tua boca extinguir o fogo! Teu veneno acumulado paralisar

    o poderoso!.

    6A tbua dos destinos ou tbuas do destino - e suas variantes - mencionadas na literatura mesopotmica antiga referem-se asuperfcies de argila nas quais eram gravados, em cuneiforme, os destinos e a sorte. Aquele que as possusse seria dotado depoderes supremos.

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    Epos BabylonicumMitologia Mesopotmica AntigaPor Pharzhuph

    O texto do Enuma Elish no suficientemente claro sobre quais divindades se queixaram Tiamat.

    O discurso indica que Tiamat concedeu poderes para que Qingu vencesse todos os deuses e prevalecessesobre Anukki.

    A palavra Anukki, nesse contexto, utilizada para designar o conjunto de jovens deuses que

    habitava o cu e que estavam sob o comando e gide de Anu. Amide, o termo Igigi utilizado como

    sinnimo para Anukki no Enuma Elish 6F7.

    Ea soube dos planos de Tiamat e resolveu se encontrar com Anshar para relatar o que estava

    ocorrendo e compartilhar sua preocupao. A narrativa de Ea profunda e detalhada, e deixou Anshar

    bastante perturbado. Ea aconselhado a procurar Tiamat e, atravs de seus feitios, tentar abrandar a fria

    catica do Antigo Drago, porm Ea teme e sabe que no poder enfrentar Qingu e os monstros de Tiamat.

    Ea retorna a Anshar e diz: Pai, o poder de Tiamat no posso combater. Fui ao encontro dela, mas meusencantamentos no se equiparam aos poderes Dela. No h quem possa desafi-la, aterrorizante como Ela .

    A coroa dela tem grande fora, o rugido dela jamais cessa e estrondoso demais para mim.. Anshar bradou

    furiosamente e enviou seu filho Anu ao encontro de Tiamat, porm o resultado foi o mesmo. Anu temeu e

    retornou avisando Anshar: Pai, voc no pode enlanguescer. Voc deve enviar outro ter com Ela. Voc

    deve dispersar os regimentos dela e lhe confundir o juzo. Faz isso antes que sobre ns Ela se imponha.

    Cabisbaixo, Anshar emudeceu. Diante dele estava congregado o Igigi, todos os Anukki. Ficaram por algum

    tempo calados e disseram: Esse nosso destino ento? No haver outro que possa enfrentar Tiamat?. Foi

    ento que Ea incitou Marduk a se aproximar de Anshar e se empenhar para se tornar o combatente que

    lutaria contra Tiamat. Marduk disse a Anshar: Pai, meu criador, regozija-te, alegra-te, pois em breve o teup pousar sobre o pescoo de Tiamat!.

    Anshar aceitou, porm Marduk imps condies que o tornariam hierarquicamente superior aos

    outros deuses e ainda mais poderoso, caso vencesse a batalha. Marduk disse a Anshar: Senhor e destino

    dos grandes deuses. Se realmente eu me tornar vosso heri. Se eu derrotar Tiamat e salvar vossas vidas.

    Renas ento o conselho. Imputa-me destino extraordinrio. Acomodai-vos alegremente juntos em Ubshu-

    ukkinakku7F8e que todos saibam: o que eu mesmo promulgar dever ser estabelecido sobre vs! Tudo aquilo

    que eu criar jamais poder ser alterado! O decreto dos lbios meus jamais poder ser revogado, nunca

    alterado!.

    Anshar enviou seu vizir Kakka ao encontro de Lahmu e Lahamu para que lhes contasse o que estavahavendo e eles se reuniram ao Igigi. Houve um intenso festejo e os deuses erigiram um magnfico santurio

    e proclamaram Marduk como seu superior, como seu rei. dito que os deuses o investiram com um cetro,

    o entronizaram e lhes deram uma arma invencvel para derrotar o adversrio. Os deuses disseram: V e

    ceife a vida de Tiamat! Deixe que o sangue dela se espalhe pelos ventos e que chegue at ns como sinal das

    boas novas!.

    Marduk fez um arco, flechas, uma aljava e trouxe consigo uma maa. Fez ele tambm uma rede para

    conter Tiamat.

    7 Anukki deriva do vocbulo acadiano anku, que significa eu e identificado com os vocbulos Anukk, Anunnakk eEnunnakk,que podem significar os deuses, a totalidade dos deuses, abrangendo tanto os deuses da terra quanto os deusesdos mundos inferiores. Igigi advm do termo acadiano Igig, que significa os dez grandes deuses ou os deuses dos cus.8Do acadiano, ubukkinnakkuou ubukkannakku: corte de assembleia dos deuses no cu.

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    Epos BabylonicumMitologia Mesopotmica AntigaPor Pharzhuph

    Seu corpo estava preenchido com uma chama ardente que, segundo o Enuma Elish, jamais se

    extinguiria. Ele ordenou os quatro ventos, vindos das quatro direes, de maneira que sua antagonista no

    pudesse escapar. O pico menciona que Marduk criou outros ventos e foras para causarem distrbio

    dentro do corpo de Tiamat, tais poderes seriam liberados enquanto ele se aproximasse de sua oponente os

    poderes eram: o vento destrutivo (imhullu 8F9), o temporal, o furaco, os quatro ventos, os sete ventos, o

    tornado e o vento que vir, mas que no pode ser enfrentado. Arnesou ao seu lado quatro combatentes

    incansveis e devastadores chamados: o Impiedoso, o Assassino, o Aniquilador e o Velocista. Marduk ento

    subiu em sua carruagem de tormenta brandindo sua arma invencvel 9F10 e partiu rumo a Tiamat.

    Marduk encontrou Tiamat enfurecida e se aproximou cautelosamente tentando descobrir a

    estratgia de Qingu para o combate, porm Qingu temeu ao notar a aproximao de seu oponente, de suas

    tropas e dos deuses que marchavam com ele. Tiamat permaneceu imvel e, dissimuladamente, disse a

    Marduk: Como poderosa a sua fora, Senhor dos Deuses! Todos eles agora se dirigem ao seu santurio

    para ocupar o lugar que seu.. Marduk redarguiu e o nimo de Tiamat se enfureceu de maneira selvagem,

    seus membros nferos se agitaram nas profundezas e ela recitou um encantamento. Um diante do outro a

    batalha comeou.

    Marduk lanou a rede sobre Tiamat e nela insuflou o vento destrutivo (imhullu) do qual ela no

    pde escapar, o ventre dela se distendeu e sua boca abriu largamente 10F11, Marduk disparou uma flecha que

    lhe trespassou o abdome, abriu-se ento uma enorme fenda no corpo de Tiamat e sua vida se extinguiu.

    Marduk ento dispersou a armada de Tiamat, prendeu suas bestas demonacas, matou Qingu e se apossou

    das Tbuas do Destino. Esmagou ainda o crnio de Tiamat com sua maa e espalhou seu sangue pelos

    ventos para avisar a Anshar e aos deuses do Igigi que havia sado vitorioso do combate.

    Desse momento em diante o pico comea a narrar como Marduk transitou da posio de heri dos

    deuses do Igigi para a condio de criador e ordenador do universo, tarefa na qual ele utilizou partes do

    corpo de Tiamat.

    dito que Marduk estendeu a imensido do firmamento; nivelou e mediu a extenso do corpo de

    Apsu; construiu grandes templos e deu residncia aos deuses Anu, Enlil e Ea. Ele criou a definio de

    tempo, projetou o ano e o dividiu em meses; os meses em semanas; as semanas em dias. A lua foi criada

    para marcar a durao do dia e da noite, como uma crescente joia noturna. As constelaes foram criadas e

    associadas aos deuses do Igigi, assim como os signos do zodaco.

    Com a cabea de Tiamat ele criou uma altssima montanha, de seus olhos vertem os rios Tigre e

    Eufrates. Com o fgado ele gerou a noo de altitude; com as costelas fez cavilhas. Em algumas

    interpretaes, o corpo de Tiamat foi partido basicamente em duas metades, das quais uma corresponde ao

    cu e outra terra. As armas das onze criaturas de Tiamat foram destrudas e elas foram amarradas,

    transformadas em imagens, e colocadas diante das portas do templo para que ningum jamais esquecesse o

    que havia ocorrido.

    9Do acadiano, imullu(m)ou anullu: forte vento destrutivo, tempestade.10Na linguagem potica sumero-acadiana o poder da inundao/dilvio utilizado como metfora para designar um forte poderblico. O termo traduzido aproximadamente como arma-dilvio na literatura relacionada. Referencia parte da 49 linha da 4tbua do Enuma Elish.11Em algumas tradues do Enuma Elish diz-se que a boca de Tiamat se abriu para tentar engolir Marduk durante a batalha.

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    Epos BabylonicumMitologia Mesopotmica AntigaPor Pharzhuph

    Em determinado momento Ea se dirigiu a Marduk e props: Permita-me misturar algum sangue e

    fazer alguns ossos. Permita-me criar o indivduo primevo: humanodever ser o nome dele. O trabalho dos

    deuses a ele ser reputado e ficaremos, ns, entregues ao cio. Permite-me mudar milagrosamente o curso

    dos deuses!. A proposta foi assentida por Marduk e pelos Anunnaki11F12. Ea, a partir do sangue de Qingu 12F13,

    formou os indivduos humanos e o trabalho pesado dos deuses foi atribudo humanidade.

    Os deuses do Igigi foram divididos e coube a cada um deles reinar sobre alguma parte da criao,

    sempre sob o domnio e a gide de Marduk. Em retribuio, os Anukki erigiram a cidade da Babilnia.

    Em escala cronolgica linear, a narrativa dos eventos no Enuma Elish ocorreram majoritariamente

    antes da formao do nosso universo. Podemos dizer que os eventos sucederam antes da apreenso do

    tempo, observando-o como durao relativa dos processos que criam em ns a ideia de presente, de passado

    e de futuro.

    No mito no h heris humanos: a contenda, o antagonismo e as disputas ocorrem entre os deuses

    criados a partir da unio dos drages primevos do caos, Apsu e Tiamat, aqueles que a tudo antecederam.

    Observa-se a presena dos seguintes estgios ou elementos distintos:

    a) Ato da criao, arranjo e organizao dos elementos primordiais [tipificados tambm pela

    criao dos deuses mais jovens];

    b) A presena de um ente, que em determinado momento, cria, arranja e organiza o universo

    fsico;

    c) O antagonismo e a rivalidade entre os deuses primevos e os deuses mais jovens;

    d) O antagonismo entre as foras masculinas e femininas;

    e) A separao dos elementos a partir de uma matria primeva j existente, gerada

    principalmente pela unio dos corpos de Tiamat e Apsu;

    f) A criao da humanidade para que a mesma sirva aos deuses mais jovens.

    O demiurgo do platonismo compartilha de caractersticas comuns a Marduk: um artfice ordenador

    de elementos caticos preexistentes, que culminaram na criao do cosmo, onde a concepo da

    humanidade um fato de menor relevncia.

    Em algumas seitas crists primitivas, baseadas no platonismo, e em algumas seitas gnsticas, odemiurgo uma espcie de ente que serve de intermedirio para Iav criar o mundo. Esse ente

    intermediador o subterfgio necessrio para que Iav no seja responsabilizado por aes ms e

    destrutivas, essenciais no mbito da criao. Marduk possui caractersticas similares, pois age primeiramente

    por incitao de Ea a Anshar, e o faz de maneira destrutiva e capciosa, com o objetivo de se tornar superior

    aos demais deuses.

    Lemos no texto do Enuma Elish que Marduk veste o manto de dez deuses. Na qabalah, o dez um

    dos nmeros atribudos ao Iav criador. o nmero do ciclo eterno: dez o valor gemtrico da letra yod

    (princpio), da qual todas as outras letras do alfabeto hebraico derivaram.

    12Deriva do vocbulo acadiano anku, sinnimo para Igigi e Anukki nesse contexto.13A escolha de Qingu como fonte de sangue para a formao do homem serviu tambm de expiao aqueles que se opuseram

    vontade dos deuses mais jovens.

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    Epos BabylonicumMitologia Mesopotmica AntigaPor Pharzhuph

    o nmero atribudo realidade, ordem, e cuja extenso delimita o mundo divino. Outra

    referencia ao nmero dez o termo Igigi 13F14, que advm do termo acadiano Igige significa os dez grandes

    deuses ou os deuses dos cus.

    Podemos dizer que a batalha pica entre Marduk e Tiamat tambm representa a transio social e

    cultural entre o matriarcado e o patriarcado.

    Em suma, Marduk representa os poderes csmicos que so combatidos pela Corrente 218, que, por

    sua vez, tipificada pelos drages primevos do caos e pelos onze poderes criados por Tiamat, ou seja, por

    Azerate.

    A Corrente 218 animada pelo hlito dos drages e pela fora das guas abissais que os compe.

    Resgata-se atravs dela o culto aos deuses mais antigos do caos com a inteno desimpedida de destruir a

    iluso do universo e a ordem atual. Trata-se de um movimento de foras caticas que possui o propsito de

    destruir o que a percepo comum dos indivduos apreendeu como universo-verdade. Destruio em

    escala micro e macrocsmica, desde o cerne do indivduo at o exterior.

    Referncias

    THOMPSON, R. Campbell. The Devils and Evil Spirits of Babylonia. Londres: Luzac & Co., 1903.

    (Luzac's Semitic Text and Translation Series).

    S.I., P. Antonius Deimel. Enuma Elis: Epos Babylonicum de Creatione Mundi. Roma: Sumptibus Pontificii

    Instituti Biblici, 1912.

    BLACK, Jeremy; GRENN, Anthony; RICKARDS, Tessa. Gods, Demons and Symbols of Ancient

    Mesopotamia. 4. ed. Londres: The British Meseum Press, 2004.

    BLACK, Jeremy; GEORGE, Andrew; POSTGATE, Nicholas. A Concise Dictionary of Akkadian. 2. ed.Wiesbaden: Harrassowitz Verlag, 2000.

    LEICK, Gwendolyn. A Dictionary of Ancient Near Eastern Mythology. 2. ed. Londres: Routledge, 2003.

    DALLEY, Stephanie. Myths from Mesopotamia: Creation, the Flood, Gilgamesh and Others. 4. ed.

    Londres: Oxford University Press, 2000.

    14Embora o termo signifique os dez grandes deuses, no h consenso sobre qual a quantidade de deuses que compe o Igigi.O Enuma Elish no faz meno precisa.

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    Poetici Dii

    The Lady of Light - A Dama da LuzPor Gerald Massey (1828-1907) 14F15

    STAR of the Day and the Night!Star of the Dark that is dying;

    Star of the Dawn that is nighing,Lucifer, Lady of Light!

    Still with the purest in white,Still art thou Queen of the Seven;Thou hast not fallen from Heaven

    Lucifer, Lady of Light!

    How large in thy lustre, how brightThe beauty of promise thou wearest !The message of Morning thou bearest,

    Lucifer, Lady of Light!

    Aid us in putting to flight.The Shadows that darken about us,

    Illumine within, as without, us,Lucifer, Lady of Light!

    Shine through the thick of our fight;Open the eyes of the sleeping;

    Dry up the tears of the weeping,Lucifer, Lady of Light!

    Purge with thy pureness our sight,Thou light of the lost ones who love us,

    Thou lamp of the Leader above us,Lucifer, Lady of Light!

    Shine with transfiguring might,Till earth shall reflect back as human

    Thy Likeness, Celestial Woman,Lucifer, Lady of Light!

    With the flame of thy radiance smiteThe clouds that are veiling the vision

    Of Woman's millennial mission,Lucifer, Lady of Light!

    Shine in the Depth and the Height,And show us the treasuries oldenOf wisdom, the hidden, the golden,

    Lucifer, Lady of Light!

    ESTRELA do Dia e da Noite!Estrela da Escurido que est morrendo;

    Estrela da Alvorada que est se aproximando,Lcifer, Dama da Luz!

    Ainda com o mais puro branco,Ainda s tu a Rainha dos Sete;

    Tu no caste dos CusLcifer, Dama da Luz!

    Quo imensa em tua luminncia, quo brilhanteA beleza da promessa tu vestes!

    A mensagem da Aurora Tu trazes,Lcifer, Dama da Luz!

    Ajudar-nos a dissipar.As Sombras que obscurecem sobre ns,

    Ilumina dentro, como fora, a ns,Lcifer, Dama da Luz!

    Resplandece atravs do cerne de nossa luta;Abra os olhos do adormecido;

    Seca as lgrimas daquele que chora,Lcifer, Dama da Luz!

    Purga com a pureza dos olhos teus,Tu, luz dos perdidos que nos amam,

    Tu, lmpada do Condutor acima de ns,Lcifer, Dama da Luz!

    Brilha em transformao poderosa,At que a terra reflita humana

    Tua Semelhana, Mulher Celestial,Lcifer, Dama da Luz!

    Com a chama de teu esplendor derrotaAs nuvens que encobrem a viso

    Da misso milenar da Mulher,Lcifer, Dama da Luz!

    Brilhar na Profundeza e no Alto,E mostrar-nos os antigos tesouros

    Da sabedoria, o oculto, o dourado,

    Lcifer, Dama da Luz!

    15LUCIFER: A Theosophical Magazine. Londres: George Redway, v. 1, n. 2, 14 out. 1887.

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    De Gangrna SiccaRegurgimentao Necrovaginal Sangrenta

    Como surgiu a Regurgimentao Necrovaginal Sangrenta? Qual o atual lineup e em quaisoutras bandas os membros tocam?

    A ideia de formar a banda surgiu em 2007 com o nosso baterista, Emanuel Kronis. No entanto, ele

    no conseguiu encontrar ningum para tirar o projeto do papel at 2013, quando o Ricardo Gore, nosso

    guitarrista, entrou na banda Incinerad, onde Emanuel tambm toca bateria. Como os dois possuam gostos

    parecidos, a princpio o RxNxS seria formado apenas com um guitarrista e um baterista. O Emanuel,

    todavia, analisando melhor a proposta, j conhecia o Marcosplatter e sabia da experincia e do

    conhecimento dele no gnero, convidando-o tambm para fazer parte da banda e comandar o baixo. E

    assim, em 2014, foi formado o primeiro rascunho da banda. A entrada do Leandro Ogrish aconteceu,

    tambm, depois de um convite do Emanuel. Os dois tocavam juntos em um projeto ainda em atividade,

    chamado Saligia. Como o Leandro faz um gutural mais grave, o Emanuel acreditou que isso pudesse ser

    encaixado na banda. O Leandro, ento, comeou a frequentar os ensaios do RxNxS e acabou sendo

    incorporado como o frontman da banda.

    A formao atual:

    Emanuel Kronis - bateria/vocal - tambm toca nas bandas Incinerad e Saligia.

    Ricardo Gore - guitarra/vocal - tambm toca nas bandas Incinerad e Remords Posthume.

    Marcosplatter - baixo/vocal - tem um projeto de one man band chamado Dicephalus.

    Leandro Ogrish - vocal.

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    De Gangrna SiccaRegurgimentao Necrovaginal Sangrenta

    Como vocs escolheram o nome Regurgimentao Necrovaginal Sangrenta?

    O nome de autoria do nosso baterista, Emanuel Kronis, e surgiu enquanto ele ouvia alguns sons

    do gnero, imaginando e pensando em coisas grotescas.

    Muitos de nossos leitores no conhecem bem os gneros musicais relacionados ao gore eu,inclusive. Vocs poderiam nos dizer a qual gnero a RNS pertence? Quais so esses gneros equais suas principais caractersticas?

    A banda pertence ao splatter death metal. um som sujo, bruto e coeso. Em sua maior parte, os

    temas de goregrind, splatter e afins tratam de assuntos polmicos e obscenos, alm de, tambm, seguiremuma linha mais tcnica, falando sobre tpicos de medicina e anatomia.

    Como tem sido a repercusso da banda nos shows e a recepo da demo? Vocs esperavam porisso?

    A repercusso nos shows e com o lanamento da demo foi bem maior - e melhor - do que

    imaginvamos. De certa forma, temos uma temtica, tanto sonora quanto visual, diferente da que o pblico

    da regio est acostumado e ouvir e ver. E isso, pelo menos o que achamos, ajudou na hora de chamar a

    ateno do pblico, impactando quem estivesse na casa, que no esperava ser tomado pela nossacarnificina.

    Vocs tm previso para o lanamento de algum trabalho (CD, LP, K7, etc.)? Como esto sendoos ensaios e gravaes? Quem est produzindo o som de vocs?

    O lanamento do nosso primeiro lbum est previsto para o incio de 2016 e j estamos em

    negociao com alguns selos. Sobre os ensaios, podemos dizer que so sempre produtivos e muito bem

    aproveitados, sempre regados com muita cerveja. E as nossas gravaes, que j esto concludas, bem como

    todo o trabalho de produo, ficaram a cargo do experiente Andr Diniz, do Elite Estdio, em Indaiatuba,So Paulo.

    Como as msicas so compostas? Quem escreve as letras e sobre o que elas falam?

    As msicas surgem de maneira natural. O Ricardo Gore ou o Marcosplatter sempre aparecem com

    alguma ideia de riff e o Emanuel encaixa algum blast beat ou uma levada que se adapte na bateria.

    Enquanto isso o Leandro Ogrish j pensa em algumas formas de encaixar e revezar os vocais e o som vai se

    estruturando e se desenvolvendo at tomar forma. Sobre as letras, elas geralmente so compostas pelo

    Ogrish, e os temas abordados so as podreiras em geral, como escatologia, doenas, assassinatos e demaiscoisas grotescas.

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    De Gangrna SiccaRegurgimentao Necrovaginal Sangrenta

    H quem diga que as letras das msicas so secundrias nesse gnero musical. O que vocs

    poderiam nos falar sobre isso?

    Nesse caso acreditamos que no possvel chegar em um consenso. Cada um tem sua opinio. No

    entanto, para a nossa msica, tentamos sempre deixar o som encaixado com as letras. Nada desvalorizado.

    No deixamos a letra em segundo plano para tentar tirar proveito unicamente do som. Nossa ideia

    disponibilizar um conjunto completo, uma cozinha muito bem organizada e tudo de maneira bem

    executada.

    Quais bandas influenciaram vocs e o que vocs tm escutado ultimamente?

    Ns sempre estamos em contato direto com diversas bandas, mas nem sempre voltadas ao death

    metal ou ao grind. Todos gostamos muito de diversas vertentes do metal, como heavy, thrash e black. No

    entanto, nossas principais influncias so Brujeria, Flesh Grinder, Impaled, Exhumed, Haemorrhage,

    NervoChaos, Disgorge (Mex), Desdominus, Krisiun... Alm de outras desgraceiras que sempre deixam o

    papai do cho feliz.

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    De Gangrna SiccaRegurgimentao Necrovaginal Sangrenta

    s vezes, ouvimos crticas sobre o cenrio underground da atualidade. O que o underground

    para vocs e qual a relao de vocs com ele?

    O underground um estilo de vida, uma filosofia. a nossa segunda casa. o metal por paixo,

    sem frescura e sem modismos. apoiar a cena independente se a banda que est tocando do seu amigo ou

    no. comprar materiais, frequentar os shows e depois tomar uma cerveja com a galera enquanto rola

    aquela troca de conhecimentos. Felizmente, nossa relao com a cena e especificamente com o

    underground sempre foi boa. Quem critica, talvez nunca tenha conhecido ou vivido essa experincia de

    verdade.

    Na opinio de vocs, porque to difcil viver de msica, especialmente em nosso pas?

    Viver de msica no difcil, vide os sucessos de sertanejo e ax e toda essa besteirada que chega ao

    mainstream e grande mdia, que so facilmente engolidas pela sociedade preguiosa - fsica e

    mentalmente. O difcil no Brasil viver de metal, de boa msica, com um som estruturado, letras crticas e

    cidas. E o motivo... Sinceramente, no sabemos responder. a cultura. Infelizmente.

    Vocs acham que o fato de muitas pessoas baixarem msicas gratuitamente pela Internet acabatornando mais superficial a admirao que as pessoas tm pela msica? Poderiam explicar, por

    favor?

    H casos e casos. Existem pessoas que vo baixar um lbum, ouvir, e ficar por isso mesmo. No

    entanto, tambm existem aquelas que vo baixar, demonstrar um real interesse e gostar de verdade,

    procurando a banda para poder adquirir o material fsico. Mas, como falamos, h casos e casos. Do mesmo

    modo que o lbum disponvel na internet tire, de certa forma, o apoio financeiro da banda, ele tambm

    serve para divulgaes onde talvez poderamos nunca chegar, caso a msica ficasse presa mdia fsica. E

    falando sobre a admirao, tambm temos uma dualidade. Aqui, ela pode acontecer tanto com quem

    apenas ouve o material baixado da internet ou por aqueles que compram o CD e frequentam os shows.

    difcil determinar as coisas nesse sentido, cada um cada um.

    Vocs tem tocado em vrios locais nos ltimos meses. Qual foi o momento mais marcante paravocs nessas apresentaes?

    At o momento, felizmente, podemos dizer que todos os nossos shows foram marcantes, com uma

    clara evoluo de todos os membros da banda. Sempre tivemos uma boa relao com os

    produtores/organizadores dos eventos e com o pblico, que sempre se mostrou recproco nossa energia

    em cima do palco. O apoio sempre constante e s temos a agradecer pelas experincias cada vez melhores

    em todos os lugares por onde j passamos e espalhamos um pouco de sangue.

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    De Gangrna SiccaRegurgimentao Necrovaginal Sangrenta

    Pelo menos um de vocs estudou para ser legista, certo? Algum de vocs tm (ou teve) algum

    contato prximo com a morte, com cheiro da doena ou com a dor (prpria ou de outrem)?Alguma experincia que possa nos relatar?

    Sim. Nosso baterista, Emanuel Kronis, estudou e trabalhou no Instituto Mdico Legal (IML) de

    Santo Andr, em So Paulo. Ele sempre teve contato direto com a morte, lidando com corpos de pessoas

    que morreram de todas as maneiras, como doenas, mortes naturais, pessoas carbonizadas e baleadas. O

    Leandro Ogrish, nosso vocalista, tambm tem um certo contato, j que jornalista policial e

    frequentemente tem que ir em alguma cena de crime, presenciando assassinatos de vrios tipos e vendo

    corpos de todas as maneiras e estados de decomposio.

    Regurgimentao Necrovaginal Sangrenta, eu sou um franco admirador da msica de vocs eagradeo muitssimo por nos concederem essa singular entrevista. O espao abaixo livre para

    vossa Regurgimentao Necrovaginal Sangrenta!

    Muito obrigado pelo apoio e pelo espao cedido no Lucifer Luciferax. Foi um prazer e uma honra

    participar da entrevista. Queremos deixar um salve urrado e um grande abrao a todos que acompanham o

    zine e a banda, nunca deixando a chama do underground se apagar. Quem quiser entrar em contato, seja

    para marcar algum show, adquirir material ou s trocar uma ideia mesmo, pode nos procurar pelo

    Facebook (www.facebook.com/regurgimentacao) ou pelo e-mail [email protected].

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    Index Librorum Prohibitorum

    Cabala, Qliphoth e Magia GoticaThomas Karlsson

    Cabala, Qliphoth e Magia Gotica uma obra sem igual na literatura ocultista contempornea,

    abrangendo filosofia, psicologia, religio e magia, resultado de muitos anos de estudo sobre os temas do

    ttulo. No se trata de uma simples introduo s artes mgicas, mas de uma abordagem profunda da

    filosofia cabalstica. Os mistrios da escurido e das Qliphoth, por tanto tempo reprimidos no misticismo

    ocidental, formam o tema central.Ao invs de negar e ignorar a Sombra, o autor revela, passo a passo, como se pode conhec-la para

    chegar a um conhecimento mais profundo do prprio Ser. Explorando a Sombra possvel transformar

    essa fora destrutiva em um poder criador.

    Alm do smbolo da rvore da vida com as suas dez Sephiroth e vinte e dois caminhos, que representam os

    diferentes aspectos da psique, este livro inclui o lado obscuro da cabala, as dez Qliphoth e os tneis que

    atravessam o lado noturno da existncia.

    O problema do mal, o simbolismo da queda de Lcifer e o processo de criao do ser humano so

    abordados sob a perspectiva cabalstica. O autor descreve diversos exemplos de rituais, meditaes,

    exerccios mgicos e correspondncias ocultas.Cabala, Qliphoth e Magia Gotica contm mais de 100 selos, ilustraes e obras de arte, alguns dos

    quais foram criados especificamente para esta obra. Tambm contm uma coleo nica de todos os sigilos

    demonacos do "Lemegeton: A Clavcula de Salomo" e do mal afamado "Grimorium Verum", os clssicos

    das artes negras.

    Esta nova edio, traduzida diretamente do original sueco, contm 5 captulos adicionais: "Prefcio"

    por Kennet Granholm, "A invocao do Drago", "Os quadrados mgicos", "Os sigilos qliphticos" e "Le

    Dragon Rouge".

    Onde adquirir:www.cophnia.com.br ou [email protected].

    Todos os direitos reservados Coph Nia 2006-2015

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    http://www.cophnia.com.br/http://www.cophnia.com.br/
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    Ut Hostibus NocereturQuimbanda Brasileira e o Satanismo Anticsmico, por T.Q.M.B.E.P.N

    O Culto aos Espritos Despertos Parte I

    Que V.S Maioral nos guie e no permita que nossas palavras corrompam a grandeza de Vossas legies.

    Iniciamos esse ensaio agradecendo novamente o convite dessa revista eletrnica que demonstra

    tratar-se de uma das poucas publicaes desprovidas de mesquinharia intelectual. Nosso estimado

    Pharzhuph tem erguido uma bandeira ecltica e edificante que tem sido fonte de apoio para todos os que

    comungam da Verdadeira Luz. Por tal motivo, acreditamos que certos assuntos de cunho esotrico e restrito

    podem ser vinculados a esse meio onde encontro terra frtil para germinar.

    Ambiciono que o idioma em que eu te falo

    Possam todas as lnguas declin-lo

    Possam todos os homens compreend-lo.Augusto dos Anjos

    O intuito desse ensaio estabelecer uma relao entre dois sistemas magsticos distintos que

    possuem razes em Tradies obscuras e que criaram novas portas visando transmutar conceitos

    estagnados. A Quimbanda Brasileira praticada dentro do Templo de Quimbanda Maioral Beelzebuth e Exu

    Pantera Negra trata-se de um conjunto de ideias e prticas magsticas onde a Tradio e a Evoluo

    caminham concomitantemente. Isso nos permite traar paralelos e alcanar respostas de forma terica,

    prtica e comparativa. Estabelecer relaes entre os Sistemas no significa segui-los como via evolutiva,tampouco, vincularmos ou camuflarmos o Culto de Exu dentro de outros parmetros.

    Entendemos que durante muitos anos a Quimbanda foi desenvolvida dentro de ambientes

    maculados, exotricos, no fundamentados e estagnados onde as pessoas sorviam a seiva amaldioada que

    escorre pelas razes da Arvore da Vida enquanto estigmatizavam seu nome. Em diversos locais a prtica se

    tornou um verdadeiro teatro movido pelo Ego de seus participantes limtrofes que usavam as mscaras de

    Exu para ocultarem sua sensibilidade rejeio e aos sentimentos de insegurana quanto auto-identidade.

    Lamentavelmente, muitos terreiros/templos/casas ainda vivem atrelados aos transtornos paranoicos,

    porm, V.S Maioral eclodiu sua primium-bivio itineris e expandiu a Quimbanda para dentro de crculos

    esotricos srios e dispostos a entrar em guerra contra a inrcia e a sandice que norteia o Culto de Exu.

    Sabemos que em nome da estabilidade de suas mentiras alguns indivduos insistem em proteger a forma de

    suas pedras cbicas, mas a Verdadeira Quimbanda sempre estar disposta a rachar essa pedra e dividir seus

    fragmentos entre as Almas gneas.

    Interpretamos a Quimbanda como uma via estrategicamente criada para produzir um embate

    interno e externo ao Sistema vigente atravs da quebra e modificao de conceitos ticos e morais e pelo

    direcionamento que os espritos do aos adeptos aptos s sendas da Sabedoria Proibida. Possibilitar

    evoluo atravs da Sabedoria e incitar o embate a valores ultrapassados e estagnados faz da Quimbanda

    uma via Lucifrica e Satnica que promove mudanas capazes de transformar as estruturas egoicas.

    Entretanto, no podemos confundir os traos paralelos com a prpria essncia do caminho espiritual. A

    Quimbanda uma via Lucifrica e Satnica, todavia, no pode ser confundida com Luciferianismo ou

    Satanismo.

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    Ut Hostibus NocereturQuimbanda Brasileira e o Satanismo Anticsmico, por T.Q.M.B.E.P.N

    A Quimbanda fruto de uma Tradio prpria que envolve histria, religiosidade, regionalismo e

    mescla cultural. Os fundamentos Satnicos e Luciferianos viventes em sua essncia esotrica agem como

    adjetivos, ou seja, como qualidades existentes, invisveis aos olhos profanos e ocultas sob as mscaras de

    Exu.

    Apesar de a Quimbanda ter sua construo particular, certos conceitos esto em concordncia com

    os divulgados pelo Satanismo Anticsmico. O processo comparativo que traamos neste ensaio visa

    corroborar com a quebra dos hipcritas valores enraizados de cunho alienador. Entendemos que

    informao gera mudanas internas que podem refletir externamente. Essas aes externas podem gerar

    mudanas nos fluxos pr-determinados pelo Sistema Escravista regente e de certa forma cria um embate s

    foras do Falso-Deus, cuja Corrente Anticsmica denomina Demiurgo. A Quimbanda Brasileira entende

    que esse embate ocorre de quatro formas diferentes:

    - Atravs da modificao alqumica interna dos adeptos;

    - Por meio de ritualsticas evocatrias e invocatrias especficas;

    - Pela emisso energtica ocorrida no processo de incorporao;

    - Atravs da ao individual e coletiva dos Mestres e Mestras que se encontram Assentados.

    Acreditamos que quando um adepto compreende essas quatro formas de embate e atravs de seu

    comportamento procura corroborar torna-se uma poderosa arma viva, um elemento extremamente perigoso

    capaz de desestruturar uma parcela do Sistema. Esse raio de ao varivel, porm, todos que se dispem

    guerra so considerados seres diferenciados.

    Quando iniciamos o projeto da Quimbanda Brasileira e construmos o T.Q.M.B.E.P.N fizemos de

    forma consciente, pois vamos claramente certas rachaduras dentro do Culto que possibilitavam a

    infiltrao gerando transformaes nas formas de pensamento e ao. Acreditvamos que certos conceitos

    eram to superficiais, errneos e estagnados que marcaram a Quimbanda como algo repulsivo, um culto

    onde no existia evoluo alguma, apenas uma possvel amenizao dos desejos atravs da exteriorizao da

    vontade. Sob nosso entendimento, satisfazer esses impulsos faz parte da Quimbanda, entretanto, focar o

    Culto apenas para cumprir um papel amenizador limita e condiciona a ao das Correntes Ocultas por trs

    da Mscara de Exu. As experincias contrastantes do nosso cotidiano criam efeitos colaterais e esses geram

    os desejos, porm, existem inmeras armadilhas que esto entre o prprio desejo e o processo de

    autoconhecimento. Sem o autoconhecimento toda funo de embate ao Sistema, cujo pilar sustentador a

    Sabedoria, torna-se equivocada e os adeptos acabam presos aos impulsos grosseiros.

    A evoluo dentro da Quimbanda algo notrio, porm, como estava muito atrelada Umbanda

    (salvo em raras excees), permaneceu marginalizada durante dcadas. As publicaes inerentes

    Quimbanda so conceitos e vises deturpadas vindas atravs da mente deformada daqueles que jamais

    entenderam a funo e o grau de Exu. As relaes e comparaes que tais escritores propagaram no se

    tratavam apenas de falta de compreenso, mas (sob nosso entendimento) de um erro proposital e limitador.

    Foi justamente nesse erro que enxergamos a fragilidade e, em nome da Luz Lucifrica, decidimos desfigurarintencionalmente alguns conceitos para posteriormente propagarmos a verdade acerca das foras cultuadas

    na Quimbanda.

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    Ut Hostibus NocereturQuimbanda Brasileira e o Satanismo Anticsmico, por T.Q.M.B.E.P.N

    Assim, traamos vrios paralelos at concebermos algo no esttico que pudesse alicerar essa

    transformao mantendo em nossas essncias as reais intenes resguardadas e guiadas pela fonte interna.

    Essa estratgia de infiltrao e corrupo retratada em algumas Ordens e Templos internacionais que

    propagam o Satanismo Anticsmico e tem como fundamento combater as energias do Aon atual atravs

    de uma profunda modificao e despertar interno. Essa mutao (Alquimia) transforma o adepto em um

    portal vivo e ativo para a ao das foras espirituais rebeldes ao Sistema Vigente. Entendemos que cada

    adepto desperto age como uma gota de veneno capaz de contaminar (no sentido de libertao) os

    reservatrios da massa cega que nada mais so do que poas de gua parada.

    A gota que pode envenenar visa destruio e reconstruo sob novos patamares energticos. Esse

    veneno tambm age como libertador, pois quando comea contaminar (atravs de diversos meios) faz com

    que algumas pessoas enclausuradas aos Sistemas estagnados tenham contato com os fortes impulsos

    libertadores e dem seus gritos de liberdade. Esse embate ocorre em razo da ao opressora emanada pelo

    Falso-Deus e seus agentes que ocultam e incitam a marginalizao todos os Cultos religiosos que no

    servirem-no como fonte energtica. A verdadeira essncia necrosfica da Quimbanda foi guardada durante

    anos por aqueles que conseguiram um despertar interno intenso o suficiente para escapar das emanaes

    provindas do FalsoDeus. Esses antepassados, mesmo desprovidos de literatura, tinham o real contato

    com os espritos e os separaram por Grupos, Reinos, afinidades e meios de ao. Mesmo com poucos

    recursos, deixaram-nos caminhos relevantes para uma nova gerao dar prosseguimento nesse legado.

    A histria da Quimbanda foi feita por pessoas cujas almas emanavam uma energia diferenciada.

    Essa fora denominada Chama Negra, ou melhor, a prpria essncia de Maioral, a energia que afeta a

    Criao atravs da emanao desperta de seu portador. Os homens e mulheres chamados de Chama Negra

    so regentes de seus sentimentos e abismos internos. Diferentes da grande massa, essas pessoas

    compreendem suas energias sombrias e as adaptam segundo suas necessidades. O Satanismo Anticsmico

    entende que a Chama Negra (ou Fogo Acausal) a fora catica que molda os Seres Nascidos do Fogo

    (Fireborns) fazendo-os transcender as limitaes causais do Ego. O Ego, segundo essa Corrente,

    condicionado apenas pela mente consciente, submissa s Leis do Cosmo, inimigo do Eu obscuro.

    Anticsmico pode ser resumido da seguinte maneira: Define-se como todas as formas legtimas de combate

    escravido imposta pelo Sistema Demirgico, livres de dualidade e conceitos morais, ticos e religiosos,

    cujo objetivo principal devolver ao Caos primordial todas as fagulhas usurpadas ilegitimamente na

    formao do Cosmo e de toda matria, destruindo as estruturas sefirticas, bem como findando os plos de

    energia sustentadores da farsa universal.

    Dentro dos ensinamentos da Corrente Anticsmica, entende-se que os portadores da Chama

    Negra so seres humanos que, apesar de possurem uma fora diferenciada, ainda enfrentam o escravista e

    cclico processo de reencarnao. Dessa maneira faz-se mister aos seguidores dessa Fonte de Sabedoria

    fornecerem energias para que os seres enclausurados espiritualmente incitem seus ncleos imortais de tal

    forma que se transformem em Nexions ou Poderosos Portais capazes de permitirem s potencias caticas

    (exteriores ao Cosmo) a manifestao nesse plano e a ao incisiva no processo de destruio do Sistema

    Escravista. A Quimbanda tambm tem essa funo, entretanto, faz uso de rituais necrosficos para que osPoderosos Mortos, denominados Exus e Pombagiras, sejam os condutores na busca pela Fonte de Luz.

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    Outra diferena que a Quimbanda oferta aos seus adeptos a oportunidade de escapar do cclico e

    escravista sistema de reencarnaes inserindo o adepto nas Colunas de Maioral.

    Dentre os conceitos citados nesse ensaio, destacou-se a figura do Quimbandeiro de Alma gnea,

    avesso aos padres que combate suas limitaes e barreiras morais. Esse adepto cuja Chama Negra fica

    evidente no processo evolutivo possui qualidades que grande parte da humanidade no tem. Essa diferena

    entre os tipos de homens fruto do estudo de seu comportamento, espiritualidade e relao social. Por

    mais que sejam os entraves que cerceiam a mente subversiva e inconformada com os ditames repressivos,

    o Chama Negra busca atravs da revolta aos preceitos dogmticos a libertao do estado de rebanho. Esse

    esprito sabe que no igual aos demais e sente o fogo do inconformismo consumi-lo incessantemente.

    Possui uma espcie de blindagem mental que incapacita aos inertes sistemas scio religiosos qualquer tipo

    de manipulao e tem como caracterstica principal a busca incessante pelos caminhos que conduzem

    Sabedoria Libertadora. De forma contrria, existem indivduos institucionalizados, inertes, adoradores

    dos prprios medos e barreiras psquicas, repletos de dogmas e conceitos morais enraizados, ignorantes,

    manipulveis, espiritualmente cegos e glidos interiormente.

    Essa diferena entre os homens no se trata de um discurso de separao por raa ou etnia,

    tampouco, alimenta o nazismo ou o apartamento por castas sociais. Partimos do pressuposto que nosso

    tr b lho espiritu l visa despertar queles que possuem a fagulha obscura adormecida presa nos vasos de

    barro ou invlucros materiais (corpos). Entendemos que transcrever a diferena entre os homens um

    ponto importante para elucidar o verdadeiro esprito Quimbandeiro e para isso apelamos ao Conhecimento

    do Satanismo Anticsmico. Desejamos usar um conhecimento esotrico alicerado para alcanarmos certas

    convices. Entendendo a natureza dos homens compreenderemos a natureza do Culto aos Exus e mais

    profundamente a prpria natureza de Exu.

    Os Trs tipos de Homem

    Um dos termos usados dentro da Gnose Anticsmica para diferenciar dois dos trs tipos de homens

    : Clayborne Fireborn.Clayborn um termo que designa os nascidos da argila, ou melhor, os descendentes da linhagem

    Admica (terra/barro vermelho). Segundo a Tradio Satnica, a raa do barro desprovida do Supremo

    Esprito/Essncia da Chama Negra, portanto, composta de seres escravizados, alienados e submetidos ao

    ordenamento demirgico. So seres que prestam reverncia e culto ao Deus Criador e mantenedor do

    Universo, o carcereiro de suas quintessncias que os aprisionou num contnuo estado de hipnose,

    cegueira e renascimento. Tais seres esto submetidos uma Roda Arcnica e no tm possibilidades de

    sorver o proibido nctar escarlate. Neste plano material, representam a grande maioria da humanidade.

    Fireborn um termo que designa os nascidos do fogo, ou melhor, os portadores da verdadeira

    fagulha espiritual/Azoth/Isfet. So seres que buscam a transcendncia do Ego-conscincia da dualidadedestruindo as amarras crmicas. Os Nascidos do fogo representam o embate ao sistema demirgico e ao

    mundo material, afinal, possuem inscries primais em suas fagulhas que podem ser despertas vida-aps-vida inacessveis ao bastardo Demiurgo.

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    Ut Hostibus NocereturQuimbanda Brasileira e o Satanismo Anticsmico, por T.Q.M.B.E.P.N

    So drages adormecidos, aptos a despertarem e guerrearem em busca do Eterno Aeon Obscuro! Os

    poucos Fireborns possuem espritos cujo pneuma provindo da prpria chama lucifrica e representamuma parcela muito nfima da humanidade.

    Ao estudarmos outras tradies, encontramos reciprocidade na cultura Indiana, mais precisamente

    nas escolas de Tantra Yoga. Tais ensinamentos tipificam o temperamento do homem de acordo com a

    predominncia de um Guna, ou melhor, na forma em que a natureza se manifesta em sua plenitude e

    qualidades. Da interao desses Gunas, a personalidade e o padro de pensamento dos homens, bem

    como a qualidade de suas aes formada. Os Gunas dividem-se em trs aspectos qualitativos:

    - Sattva: Derivado da palavra Sat (a verdade), tal Guna relaciona-se com a harmonia, pureza etranquilidade. Figurativamente o Sol do meio-dia;

    - Rajas: o prprio dinamismo que aciona os dois demais Gunas. Relaciona-se com a ao, omovimento e a violncia. Figurativamente o Sol Nascente;

    - Tamas: a inrcia, a imobilidade e a solidez. Figurativamente o Sol Poente.

    Apesar dos homens estarem sob a influncia desses trs Gunas, os mesmos se diferem na

    proporo que agem na vida dos mesmos. Dessas propores trs tipos de homem so encontrados:

    - Pashu-bhava: o arqutipo correspondente ao clayborn. Com influncia direta de Tamas, ohomem Pachu atolado mentalmente. Confuso, ignorante e esttico, completamente amarrado ao

    meio social e incapaz de efetuar um julgamento desprovido de parmetros pr-estabelecidos. Ignorante;

    pratica atos motivados pela cegueira e arca com suas costumeiras desiluses.

    - Vra-bhva: um arqutipo mediano, pois se encontra em constante guerra. Por ter umtemperamento explosivo e entender seus desejos como metas, est em constante atividade e movimento.

    Por ser um amante do poder e, em determinados casos, extremamente apegado s conquistas, o homem

    Vra pode ter uma tendncia escravido e cegueira espiritual. Todavia, se equilibrar seu temperamento

    com Sattva gerar energia e conquistas em amplos sentidos apaziguando suas buscas.

    - Divya-bhva: o arqutipo correspondente ao fireborn. Com influncia direta de Sattva, ohomem Divya inteligente, desprovido de barreiras dogmticas e apegos materiais. Apesar de ter coragem

    e aptido para qualquer batalha, sua inquietude apaziguada pela Sabedoria. Seu desenvolvimento

    espiritual, proporcionado pelo autocontrole das emoes, transformam-no num receptculo de foras.

    Aps a compreenso das influncias dos Gunas na personalidade dos homens, a Tradio

    Anticsmica acredita que entre o clayborn e o fireborn exista mais uma qualidade de ser humano. Essehomem est no limiar entre a cegueira espiritual e a Luz Lucifrica libertadora. O homem mediano, atravsda Vontade, do rduo Trabalho e da F pode cair nas graas de Lcifer para obter a Grande Sabedoria.

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    Ut Hostibus NocereturQuimbanda Brasileira e o Satanismo Anticsmico, por T.Q.M.B.E.P.N

    O homem mediano, chamado tambm como Psquico ou Ouvinte (termos usados pelaCorrente 218), por ter predisposio guerra, tem capacidade de sair da inrcia do sistema demirgico e

    despertar a centelha adormecida que reside em sua eternidade.

    Concluso

    Para completarmos esse primeiro ensaio, vamos resumir outro aspecto fundamental para que a

    realidade Exu possa ser vislumbrada dentro de um crculo mais obscuro e esotrico. Historicamente, o

    nome s j veio da frica estigmatizado com o Demnio Cristo Satans (Arqui-inimigo de Deus). No

    Brasil Colnia no seria diferente, ao contrrio, esse Ser Astral recebe caractersticas dos tambm

    perseguidos Deuses Indgenas e de alguns demnios trazidos pelos Jesutas e pelas bruxas e feiticeiros

    deportados pelo Santo Ofcio. O processo de sincretismo tratou de fazer com que o nome do rs s se

    tornasse Exu: Um ttulo para os espritos obscurecidos que adentravam no culto aos mortos praticados no

    Novo Territrio. Esses espritos em sua grande maioria no estavam conectados com V.S.Maioral, mas

    agiram como escravos, pois abriram portais para que os Poderosos Espritos pudessem transpassar os vus,

    adentrar pelas mesmas portas astrais que os demais espritos transpassavam e aos poucos, imporem certos

    conceitos que hoje vivenciamos com maior plenitude.

    Quando V.S. desejou, comeou separar esses espritos por afinidade. Maioral enxergou na ancestralidade

    africana a fora apropriada para edificar um culto prprio. Dessa forma, aproveitando-se de todo contexto

    histrico e poltico que essa terra vivia nasceu, de um nome incompreendido, uma das religies mais temidas da

    Terra: A Quimbanda. Quimbanda continua sendo o Sacerdote de Cura, mas essa cura no para doenas

    fsicas e espirituais, a cura da cegueira e domnio do Ego. a cura para uma doena que se chama

    escravido. (Coppini, Danilo.Quimbanda -O Culto da Chama Vermelha e Preta T.Q.M.B.E.P.N,

    Editora Capelobo- SP.)

    A Quimbanda foi uma resposta vinda atravs das foras externas. A verdadeira funo dessa gloriosa

    vertente foi criar um ambiente astral onde os espritos dos eleitos pudessem continuar em estado de guerra

    sem estar atrelados s sendas da reencarnao, ou seja, todo espirito com pr-disposio arrebanhado,

    conduzido e desperto para guerrear contra as emanaes do Falso-Deus.

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    Ut Hostibus NocereturQuimbanda Brasileira e o Satanismo Anticsmico, por T.Q.M.B.E.P.N

    Dessa forma, os Fireborns e os Ouvites, puderam ter Espritos afins para garantir suas evoluesatravs do culto da Quimbanda. Por isso, entendemos que os Clayborns que se envolvem com cultos comoa Quimbanda ou outra vertente afro-brasileira, possuem em seu enredo espritos de Clayborns(presos) e osFireborns, espritos despertos (livres), verdadeiros Mestres e Mestras. Aqui fica explicada a grande diferenana ao dos Exus e como o astral se modela de acordo com afinidades energticas.

    Finalizamos alegando que existem muitos laos que nos unem ao Tradicional Satanismo

    Anticsmico, porm, o mais relevante de todos essa escalada espiritual e a forma de infiltrao e

    envenenamento que est sendo feito por diversos Templos e Ordens. A Quimbanda cclica e renasce cada

    vez que um muro rachado no suporta a presso dos Sete Reinos de Maioral e cabe aos Verdadeiros

    Quimbandeiros continuarem desbravar os planos obscuros em busca de gnoses e foras inacessveis aos

    clayborns.

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  • 7/25/2019 Lucifer Luciferax IX 218

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    Dignus CantariSummum Heredis, por Taijasa

    Letras de composies do lbum Summum Heredis, gentilmente cedidas por Taijasa e Summum Heredis.

    Summum Heredis

    A rebelio comeouA ma foi mordida

    O fogo foi acesoA morte minhaA vida minha

    O discernimento meuO reino meu

    A chama no apagaHerdamos o conhecimento atravs da dor

    Pagamos pelo preo da vidaCom sofrimento

    Agora... minha chama est reluzente

    Pela serpente do den

    Pelo fogo de PrometeuSou fragmento de luzHerdeiro Supremo

    Os deuses gritam atravs de minha bocaOs mundos se cruzamO jarro transbordoue a peste se espalhou

    O caos consumir os mundosExtinguira os vermes

    Que se alimentam de restos

    Pela serpente do denPelo fogo de PrometeuSou fragmento de luzO Herdeiro Supremo

    Summum Heredis

    The rebellion has begunThe apple was bitten

    The fire was litThe death is mine

    The life is mine

    The discernment is mineThe kingdom is mine

    The flame doesnt offWe inherited the knowledge through pain

    we pay the price of lifeWith suffering

    Now ... my flame is gleaming

    By the serpent of Eden

    By the fire of PrometheusIm a fragment of light

    Summum Heredis

    The gods scream through my mouthThe worlds cross each other

    The jug overflowedand the pestilence has spread

    The chaos will consume the worldsShall exhaust the worms

    That feed on the remains

    By the serpent of EdenBy the fire of Prometheus

    Im a fragment of lightSummum Heredis

    https://www.facebook.com/SummumHeredis

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    https://www.facebook.com/SummumHeredishttps://www.facebook.com/SummumHeredishttps://www.facebook.com/SummumHeredis
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    Dignus CantariSummum Heredis, por Taijasa

    Ilustrao deAnderson Luciferopara a capa do lbum

    Onde os ventos cantam

    A noite caiA Lua sangra

    O cu est escuro e vermelhoDo alto da montanha

    tudo esta to pertoAs rvores danam

    Onde os ventos cantamEste o bero da essnciaOs ventos, a essncia, a escurido, o sangue...

    Somos um sO tudo e o nada

    Onde os ventos cantamMinha essncia ascende

    Caos microcsmicoA escurido oculta a luzOnde os ventos cantam

    meuSou eu

    Where the winds sing

    The night fallsThe Moon Bleeds

    The sky is dark and redFrom the top of the mountain

    everything is so close toThe trees dance

    Where the winds singThis is the cradle of the essenceThe winds, the essesnce, the darkness, the blood...

    We are only oneThe everything and nothing

    Where the winds singMy essence rises

    chaos microcosmicThe darkness hides the light

    Where the winds singIt is my

    I'm

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    Aurati ImbresEntrevista Umbrarigae, Black Metal

    Conte-nos como surgiu o Umbrarigae. Como Izaltigae, Vulpekula e Ursus se conheceram e sereuniram?

    Umbrarigae surgiu em meados de 2010 com o reencontro de Izaltigae e Vulpekula, antigos

    membros da banda Prgamo (1997-2006), em seguida juntou-se a ns o baterista Ursus, um velho

    conhecido, fechando assim nosso crculo de composies.

    Qual o significado do nome Umbrarigae?

    O significado literal composto por um trocadilho de Umbra (sombra em latim) e Arigae ou

    Aurigae (o que conduz, cocheiro em latim).

    Tambm nos baseamos na astronomia ligada estrela Epsilon Aurigae que cercada de mistrios

    sobre um objeto e a sombra que lhe acompanha.

    Em 2015 vocs finalizaram o lbum After Me, the Innocence que a primeira parte de umatrilogia. Qual o conceito por trs dessa trilogia? H mais trabalhos da banda (demos, coletnease/ou ensaios)?

    Queramos que nosso trabalho fosse original tambm no modo de seu lanamento, optamos pela

    trilogia para ditar as regras dos temas tratados em trs discos, porm isso no quer dizer que um lbum

    soar igual ao outro.

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  • 7/25/2019 Lucifer Luciferax IX 218

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    Aurati ImbresEntrevista Umbrarigae, Black Metal

    As composies do Umbrarigae abordam quais assuntos? Izaltigae centraliza a criao das letraspor algum motivo? Como as msicas so criadas?

    Apesar de cada membro ter seu papel no projeto, tudo acordado e dividido profissionalmente,

    pois seno o termo banda comea a cair. Por ser vocalista tenho facilidade em escrever os temas, por isso

    fiquei com esta funo to honrosa. No primeiro trabalho j tinha as letras prontas h vrios anos, e

    algumas musicas em processo. No abri mo de partes das letras serem limadas em prol do instrumental.

    Agora, no After Me, The Truth, estamos com nove msicas prontas, sem letras, assim farei o processo ao

    contrrio para que as letras trabalhem a favor do instrumental.

    As msicas nascem em um simples estdio na minha casa apelidado carinhosamente como

    "Cativeiro do Satans" e depois disso levamos para ensaiar no estdio fechado.

    A atual formao da banda Izaltigae, Vulpekula e Ursus. Em tempos passados houve outroguitarrista. Vocs pensam em recrutar novos membros? Em quais outros projetos musicais osmembros esto envolvidos?

    Sim, j tivemos alguns amigos envolvidos no projeto, mas acabamos no trio.

    Ideias para novos projetos no faltam, o problema tempo, ento tentamos focar no Umbrarigae e

    trazer algo realmente significante para o metal extremo sem perder o foco.

    Estamos a procura de mais um membro h tempos, mas realmente trabalhoso achar algum que

    encaixe na engrenagem do nosso tanque de guerra.

    Vocs so msicos bem experientes, porque no h shows do Umbrarigae (ainda)?

    No incio o que mais se quer subir em palcos. Isso importante, mas sinceramente, j passamos

    esta fase de empolgao com nossa antiga banda. Tornamo-nos exigentes no que diz respeito

    apresentao, qualidade do som, comprometimento de pblico e organizadores. chato em pensar que

    mais vale um bom ensaio de criao do que um show que s te deu dor de cabea e sem pblico pra

    divulgao.

    Isso no quer dizer que nunca vamos fazer shows, mas Bathory que o diga o to grande a banda se

    tornou em cair na estrada!

    Por isso tentaremos lanar nosso trabalho com qualidade e se estivermos no palco ser o mesmo

    requisito.

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  • 7/25/2019 Lucifer Luciferax IX 218

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    Aurati ImbresEntrevista Umbrarigae, Black Metal

    O que vocs pensam sobre o cenrio underground brasileiro atual, especialmente sobre o BlackMetal?

    Percebemos que ainda h a falta de camaradagem entre as bandas da mesma regio, onde alguns

    insistem em dizer que tem unio.

    Enfim, talvez isso seja processo natural para se reinventar do zero e acabar com os conceitos

    distorcidos que acrescentaram ao Black Metal, onde trocaram chocar em diverso e guerra por paz.

    Ocultismo, contracultura, satanismo, magia negra e questionamento religioso so peculiares aoBlack Metal. Vocs poderiam nos falar sobre as influncias filosficas de vocs? Falem-nos umpouco sobre essa aura de misantropia que encobre o Umbrarigae?

    Todas essas influencias esto dentro do Umbrarigae, no primeiro lbum trabalhamos a inocncia

    ligada ao mal e fantasia. Agora estamos juntando as peas da verdade de homens e animais para o After me,

    The Truth.

    Porm com o tempo de evoluo podemos resumir tudo em uma palavra: LIBERDADE!

    Nada dita as regras dentro da nossa msica, j temos mais regras e leis fora da banda do

    conseguimos aguentar.

    Cada membro da banda divide seu sentimento nas composies, mas isso s pode ser completo

    dentro de cada um.

    Depois que voc cria a msica ela no mais sua e sim de quem escuta, queremos passar este

    sentimento nico para cada indivduo que nos ouve.

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    Aurati ImbresEntrevista Umbrarigae, Black Metal

    Quais bandas os influenciaram e quais bandas atuais vocs tm ouvido (e gostado)?

    Poderamos citar s clssicos, mas ficaria bvio demais. Vamos de trabalhos "menos" conhecidos:

    Clandestine Blaze: lembra do quanto Darkthrone era foda? Isso cru e rspido em pleno 2015.

    Urfaust: todos aguardvamos um retorno do velho Burzum, isso cobre sua falta com apenas dois

    integrantes.

    Craft: mais matador quanto o novo Mayhem.

    Ancesion: pra ser um clssico tem que soar original.

    Aosoth: produo impecvel sem perder as origens.

    Chaos Invocation: bela surpresa na primeira audio.

    Leviathan: velho de guerra se renovando a cada trabalho.

    Triptykon: a evoluo do Celtic Frost.

    Thulcandra: tributo ao saudoso Dissection.

    Patria: o Brasil ainda no est acabado.

    Quantas vezes apreciamos imensamente um trabalho e nos decepcionamos nos prximos passos do

    criador. Isso no importa mais, aquele trabalho se transformou e agora seu!

    Agradeo profundamente aos Irmos Izaltigae, Vulpekula e Ursus por nos concederem essaindispensvel entrevista. Deixo o espao livre para suas palavras finais!

    Fico eternamente grato pelo seu espao, caro amigo, espero encontrar mais pessoas como voc nesta

    jornada, e posso falar com propriedade pelo tempo que te conheo, ser foda encontrar!

    Abrao!

    Izaltgae

    https://www.facebook.com/Umbrarigae-1388765358110225

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    https://www.facebook.com/Umbrarigae-1388765358110225https://www.facebook.com/Umbrarigae-1388765358110225https://www.facebook.com/Umbrarigae-1388765358110225
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    Mortis HonorVivendo a Morte Atravs dos Espritos da QuimbandaPor T.Q.M.B.E.P.N e Pharzhuph

    Pela honra de Maioral de Todos os Infernos!

    Refleti por dias sobre como abordar esse importante e poderoso ritual nas pginas da Lucifer

    Luciferax e optei por redigir parte do texto utilizando a primeira pessoal do singular, pois estive eu tambm

    imerso, enredado e comprometido com a profunda experincia mstica com a qual lidamos no decorrer dos

    rituais e de nossa trezena maldita.

    H muitos anos percorro a via sinistra do Caminho da Mo Esquerda e poucas vezes me deparei

    com um projeto coletivo de tamanha magnitude. Reunimo-nos em praticantes de dez pases, mais de

    trezentos indivduos iniciaram a primeira parte do projeto e pouco mais de um tero alcanou o segundo

    estgio. Como esperado, nem todos conseguiram partilhar da experincia sagrada com os poderosos

    Mestres Ancestrais.

    Atravs desse rito pude reencontrar minha essncia ancestral e reaver conscincia sobre minha

    verdadeira origem no seio dos antigos drages do caos primevo junto aos outros que de l procederam.

    Um processo alqumico de dissoluo, morte e ressurgimento. Uma ao continuada onde pudemos

    experimentar o excio, a dor agonizante do renascer, a profundeza do Abismo e o contato direto com noss