maioria dos municípios prefere pagar 13 nesta edição ... · colocada na praça dos três poderes...

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Publicação da Confederação Nacional de Municípios – dezembro de 2012 – Maioria dos Municípios prefere pagar 13 o de uma vez – Picuí transforma lixão em parque ecológico – Carros terão chip eletrônico a partir de janeiro de 2013 Nesta edição:

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Page 1: Maioria dos Municípios prefere pagar 13 Nesta edição ... · colocada na Praça dos Três Poderes no dia limite para a decisão, 30 de outubro. Para decepção geral, ocorreu o

Publicação da Confederação Nacional de Municípios – dezembro de 2012

– Maioria dos Municípios prefere pagar 13o de uma vez– Picuí transforma lixão em parque ecológico – Carros terão chip eletrônico a partir de janeiro de 2013

Nesta edição:

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2dezembro de 2012

Municipalismo forte se fazcom a participação de todos

Agora só em 2013. Congresso Nacional deixou

para o ano que vem a decisão sobre a distribuição

dos recursos pago pela exploração do petróleo no

território brasileiro com todos do Estado e Municí-

pios. Menos com toda a pressão feita pela Confede-

ração Nacional Municípios (CNM), pelos prefeitos e

demais gestores municipais e pelos governadores

dos 24 Estados não favorecidos, o ano de 2012 fecha

sem a justiça na partilha dos royalties.

“É lamentável a irracionalidade de um proces-

so que vai garantir mais um ano, pelo menos, de

concentração de recursos em apenas dois Estados

[Rio de Janeiro e Espírito Santo]”, disse o presidente

da CNM, Paulo Ziulkoski, sobre a não definição da

medida. Segundo o líder municipalista, os Municí-

pios contavam com término do processo este ano,

e a distribuição por um novo critério já em 2013.

Isso poderia ter acontecido, se a presidente da

República, Dilma Rousseff, não tivesse sancionado

a lei aprovada pelo Congresso Nacional com vetos

favoráveis a apenas dois Estados. Após o texto ter

sido aprovado pelo Plenário da Câmara dos Depu-

tados, a CNM e os milhares de Municípios lançaram

a campanha “Sanciona Dilma”. A expectativa era

de que a presidente fosse fazer justiça e viabilizar

os benefícios obtidos pelos recursos dos royalties à

população. Com essa esperança, uma faixa com fo-

tos de diversas mobilizações locais foi

colocada na Praça dos Três Poderes no

dia limite para a decisão, 30 de outubro.

Para decepção geral, ocorreu o

contrário, o texto do Congresso foi san-

cionado na forma da Lei 12.734/2012

– dos royalties – com diversos vetos.

Inclusive ao artigo 3o, que previa a

nova regra de partilha entre os en-

tes federados. A maior indignação

do movimento municipalista foi a

justificativa usada para tal decisão.

“Preservar os contratos em vigor e as receitas dos

Estados produtores de petróleo.”

No mesmo dia, a CNM divulgou nota lamen-

tando a decisão e lançando grande campanha

nacional para que o veto fosse derrubado pelo

Congresso. Na publicação, Ziulkoski manifestou

a seguinte opinião: “o veto manterá o privilégio

injustificado de dois Estados e 30 Municípios, que

receberão, até o final da década, R$ 201 bilhões,

enquanto o restante do País, ou seja, 170 milhões de

brasileiros, que receberão apenas R$ 17 bilhões. É,

portanto, inaceitável, a perpetuação deste modelo

que promove tamanha concentração de recursos”.

O novo movimento recebeu o apoio de go-

vernadores, parlamentares, vereadores, gestores

municipais e da população em geral. Para colocar

o veto em análise no Congresso, os parlamentares

votaram um requerimento de urgência. A matéria

foi colocada na pauta, mas uma liminar do ministro

carioca, Luiz Fux, impediu que o legislativo votasse

o veto, antes de analisar todos os outros.

Manobras políticas foram feitas pelos líderes

que apoiavam a votação. Porém, o impasse jurí-

dico fez com que os trabalhos fossem cancelados,

e uma nova sessão fosse marcada para o dia 5 de

fevereiro de 2013.

“O Brasil é uma república em frangalhos. Ter-

minamos o ano com crise federativa sem prece-

dentes marcada por conflitos entre os entes fe-

derados e os poderes. É preciso repensar o País”,

concluiu Ziulkoski.

• O artigo 20 da CF/1988 diz que o petróleo é propriedade da União.

Estados e Municípios confrontantes têm direito a um recurso especial,

mas não há determinação de quanto seria esse recurso.

• Não há quebra de contratos, pois eles são assinados entre a Agên-

cia Nacional do Petróleo (ANP) – representante do governo federal

– e as empresas concessionárias. É o resultado do contrato que será

modificado. A concessionária não será afetada de nenhuma maneira.

Por isso, a disputa não deve ir para a Justiça como defendem alguns

(inclusive a presidente Dilma).

• Direito adquirido: não existe o argumento de direito adquirido, como

alega o RJ. Tudo pode ser mudado por lei ordinária.

• O governo federal precisa de uma legislação para iniciar a exploração

do Pré-sal em todo território descoberto.

Royalties

Dilma veta justiça na partilha dos royalties e impede melhorias para 170 mi brasileiros em 2013

ARGUMENTOS

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Municipalismo forte se fazcom a participação de todos

3dezembro de 2012

Royalties

Dilma veta justiça na partilha dos royalties e impede melhorias para 170 mi brasileiros em 2013

CRONOlOGiA DOS ACONTECiMENTOS NESTE ANO

19/12/2012 – Após suspensa a sessão conjunta da Câmara e do Senado

para votação dos mais de 3 mil vetos, inclusive o da distribuição dos royalties,

o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), informou que a

sessão não iria mais ser retomada por causa de impasse jurídico, uma próxima

sessão foi adiada para 2013. Antes do anúncio, Maia estava reunido com o pre-

sidente do Senado e do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), a vice-presidente

do Congresso, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), e os líderes partidários

para definir os critérios da votação.

18/12/2012 – A Advocacia do Senado protocolou pedido de reconsidera-

ção da liminar e com agravo de instrumento da decisão do ministro Luiz Fux.

Os líderes favoráveis à matéria planejaram votar os vetos pendentes em blo-

cos, durante sessão única, no dia 19, caso o

STF não se pronunciasse.

17/12/2012 – Sessão marcada pe-

lo presidente do Congresso, José Sarney

(PMDB-AP), para o dia 18, e veto da dis-

tribuição dos royalties na pauta para apre-

ciação. O ministro do Supremo Tribunal Fe-

deral (STF), Luiz Fux, concedeu liminar em

Mandado de Segurança (MS) que impediu

o Parlamento de analisar o veto dos royal-

ties, antes de apreciar os 3.060.

12/12/2012 – Em sessão conjunta da Câmara e do Senado, o pedido de ur-

gência para a apreciação do veto ao artigo 3o do projeto – que estabelece o novo

critério de partilha – foi votado e aprovado por 348 deputados e 61 senadores.

5/12/2012 – Nota assinada pelos 24 governadores e pela CNM de apoio

à luta de distribuição dos recursos é publicada em jornal de grande circulação

da Capital Federal. No mesmo dia, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-

-AP), recebe representante da CNM e dos governadores. Na ocasião, ele agen-

da a sessão do dia 12 para votação do requerimento de urgência e a do dia 19

para apreciação do veto.

4/12/2012 – Um grupo de governadores se reuniu na manhã do dia 4,

em Brasília, e decidiram trabalhar em conjunto pela derrubada do veto. Eles

elegeram um representante para comunicar a presidente Dilma da posição.

3/12/2012 – Edição extra do Diário Oficial da União (DOU), que circulou na

noite do dia 3 de dezembro, publicou a Medida Provisória (MP) 592/2012. Por

meio da mensagem 522 da Presidência da República, foi divulgado veto parcial

ao projeto que trata da redistribuição dos royalties. Destinado ao presidente do

Senado, o documento descrevia as justificativas da presidente para os vetos.

30/11/2012 – Sancionado o projeto dos royalties – na forma da Lei

12.734/2012 – com 21 vetos, inclusive ao artigo 3o. O anúncio foi feito durante

coletiva de imprensa com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; a mi-

nistra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti; e o ministro da Educação, Aloízio

Mercadante. A presidente Dilma usou todos os dias regimentais para a resposta.

No dia 30 de novembro, a CNM colocou uma grande faixa em frente ao Palácio

do Planalto, com a reivindicação da maioria dos Municípios “Sanciona Dilma”.

27/11/2012 – A CNM lança a campanha “Sanciona, Dilma”, com apoio

das entidades estaduais e microrregionais. Centenas de Municípios se mobili-

zaram solicitando que a verba dos royalties

do petróleo e gás contemple todo o Brasil.

O movimento foi acertado durante mobi-

lização permanente no Congresso no dia

13 de novembro.

6/11/2012 – O Plenário da Câmara dos

Deputados, em sua maioria absoluta, ouviu

o apelo da CNM e de centenas de prefeitos,

e aprovou em três votações o Projeto de Lei

(PL) 2.565/2011, oriundo do Senado e que

distribui, democraticamente, os royalties do petróleo para todos os Municípios

e os Estados brasileiros. O projeto aprovado por 286 deputados favoráveis e 124

contrários foi encaminhado para sanção presidencial.

O projeto aprovado pela Câmara foi o Projeto de Lei do Senado (PLS)

448/2011 de autoria do senador Wellington Dias (PT-PI), elaborado com au-

xílio de técnicos da CNM. O projeto deveria ter sido votado pela Câmara antes

do recesso de 2010 e início de 2011, conforme acordo feito pelos presidentes

das duas Casas. A quebra deste acordo protelou por quase um ano a votação

pelo Plenário da Câmara.

Como resultado de uma mobilização da CNM, em 19 de outubro de 2011,

ficou acertado entre os presidentes do Senado e da Câmara que o projeto se-

ria votado no Senado e, depois, na semana seguinte, pelos deputados. O PL

2.565/2011 foi, então, aprovado no Senado Federal e enviado à Câmara, onde

ficou trancada por diversos meses.

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4dezembro de 2012

Municipalismo forte se fazcom a participação de todos

A iniciativa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) em qualificar

os prefeitos e os demais administradores municipais para os próximos quatro

anos de mandato foi elogiada por participantes de todos os quatro cantos do

Brasil. Nesta edição, veja os depoimentos de alguns.

“Todos estávamos apreensivos com o que vamos

encontrar, e a CNM nos mostrou os caminhos.

A gente precisa desse apoio, principalmente nas

áreas abordadas, como Finanças, no incremento

de renda e nas alternativas de arrecadação.”Christiano Beltrão, prefeito eleito de ilha das Flores (SE).

“Falar de mudança é bom. O difícil é mudar. Se o

prefeito seguir essas regras [da CNM], o resulta-

do é positivo. Parabéns à CNM por esse trabalho

maravilhoso.”Maria Sebastiana, prefeita eleita para o 3o mandato em João Alfredo (PE).

“Tinha uma visão de que tudo que nos era ofere-

cido era bom. Temos de tomar cuidado, planejar

e não cair em situações indesejáveis, como a Lei

ficha suja. Foi isso que eu aprendi.”Antônio Júnior, prefeito eleito para o 2o mandato em itabaiana (PB).

“Foi de suma importância para mim, que estou

iniciando na vida pública. O que estou vendo aqui

é novo em termos de administração.”Manoel luís, prefeito eleito de lago-inha do Piauí (Pi).

“O curso é construtivo e o conteúdo é o que a

gente vai conviver no dia a dia. O presidente

[Ziulkoski] é atencioso com os prefeitos. Fiquei

impressionado com as conquistas do movimen-

to, que vem crescendo.”Arlindo Garrote, prefeito eleito de Es-trela de Alagoas (Al).

“Hoje, para evitar problemas, é preciso ter conhe-

cimento. Todo ano existem mudanças, então, não

há experiência completa. Por isso a importância do

seminário, principalmente do painel de legislação.”Marta Vanderlei, prefeita eleita de ibiapina (CE).

“Atribuo uma importância muito grande a es-

sa iniciativa. O prefeito tem de estar atento, e a

CNM vem no sentido de orientar a não cometer

erros. Com as dificuldades financeiras, mais do

que nunca precisamos desse aporte.”Neto lino, prefeito reeleito de lagoa da Confusão (TO)

“Valeu a pena ter vindo. As palestras contribuíram

para algumas decisões que vou ter de tomar da-

qui para frente. Toda a realidade dos Municípios

foi relatada.”Jorge Diogo, atual vice e prefeito eleito de Brasilândia (MS).

“O encontro foi de suma importância. Trouxe oito

pessoas que vão ser parte do meu governo pa-

ra eles tomarem conhecimento e errar menos.

Também foi bom interagir, buscar informações.”Reinaldo Candido, prefeito eleito de Goiatuba (Go).

“Traz novidades, mais informações, desperta o

senso da responsabilidade para que a gente possa

pôr em prática a gestão pública baseada em leis.”Joel Franco, prefeito reeleito de Cajari (MA).

“Estou saindo daqui compreendendo o que não

sabia. E o melhor ainda foi a coletânea.”Asiel Araújo, prefeito eleito de Alta Flo-resta (MT).

Eventos

Novos Gestores

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Municipalismo forte se fazcom a participação de todos

5dezembro de 2012

Diversos desafios devem ser enfrentados

pelos prefeitos no Brasil pela escassez de re-

cursos para Educação, Infraestrutura, Geração

de emprego e renda. Mas nenhum é tão gra-

ve e frequente como a Saúde pública. Após

centenas de entrevistas com gestores de 26

Estados, durante o seminário Novos Gestores,

a Agência de Notícias da Confederação Nacio-

nal de Municípios (CNM) constatou que este é

um problema da maioria, um desafio nacional.

Tanto os atuais prefeitos, como aqueles

que ainda devem assumir a prefeitura, rela-

taram à Agência CNM quais as dificuldades

no setor. E não apenas financeiro. Segundo

os entrevistados, há falta de profissionais,

principalmente de médicos. Os salários são

absurdos. No Amazonas, por exemplo, alguns

pagam até R$ 35 mil, por três, quatro dias de

trabalho. Em outros Estados, durante as pa-

lestras, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski,

questionava os prefeitos qual o valor pago por

eles aos médicos do Programa Saúde da Fa-

mília (PSF). As respostas variavam entre R$

9, 15 e 22 mil.

Na Bahia, primeiro Estado onde o semi-

nário foi promovido, os prefeitos lamentavam

o fato de montarem uma equipe do PSF e de-

pois serem trocados por outras prefeituras.

“A gente monta a equipe e vem outro pre-

feito e oferece R$ 100 a mais. Aí, eles se mu-

dam, principalmente para as cidades maiores.

É uma guerra no interior”, conta o vice-prefeito

de Itagimirim (BA).

E as dificuldades não param na contrata-

ção de profissionais. Outros depoimentos mos-

tram as preocupações com o fornecimento de

medicamentos, com destaque para os de alto

custo. Os Municípios, de acordo com os gesto-

res, acabam sendo obrigados pela justiça local

a pagar medicamentos aos cidadãos que não

possuem condições de comprá-los. Para obe-

decer a juízes, os chefes do poder municipal

cedem e arcam com a compra com recursos

próprios. O custeio desses medicamentos não

é atribuição dos Municípios.

Além dos remédios e da escassez de pro-

fissionais, mais uma questão piora a situação

da Saúde pública: o financiamento do setor.

Mesmo com altos investimentos, a demanda

da população é ainda maior. “A Saúde tem sido

um câncer para a gestão pública dos peque-

nos Municípios”, disse o prefeito reeleito de

Novo Horizonte do Norte (MT), João Oliveira.

Ao longo de todo o Novos Gestores, a

CNM destacou a luta pela regulamentação

da Emenda 29, que determina os porcentu-

ais mínimos que União, Estados e Municípios

devem aplicar em Saúde. Ocorre que a luta foi

em vão, por falta de apoio dos parlamentares.

A lei foi sancionada sem a imposição do mí-

nimo da União, e o resultado disso é o subfi-

nancimento do setor, por parte do governo

federal, e os altos investimentos municipais

para mantê-lo. Apesar de a maioria aplicar

mais de 22% – a lei pede 15% –, ainda não

é suficiente.

“A Saúde está na UTI”, avalia o prefeito de

Vila Boa (GO), Hélio Raimundo. “É o maior de-

safio dos próximos anos”, completou. “Fiquei

assustado com o piso dos agentes de saúde”,

afirma Gustavo Albuquerque, prefeito eleito

de Jenipapo dos Vieiras (MA). “Como se faz

saúde se não existe dinheiro? É difícil pensar

positivamente”, lamenta o gestor de Acopiara

(CE), Francisco Vilmar.

Estes são os agouros que esperam os fu-

turos administradores municipais, que devem

manter a saúde dos munícipes, mesmo que o

setor esteja “falido”, na opinião deles. E se os

investimentos aumentarem mais por parte

das prefeituras, as demais áreas da adminis-

tração ficam prejudicadas.

Saúde

Saúde, um problema nacional

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6dezembro de 2012

Municipalismo forte se fazcom a participação de todos

Entre dezenas de dicas passadas no Novos

Gestores, o Boletim CNM selecionou algumas de-

las para os prefeitos. Confira:

CUlTURAA apresentação concentrou-se, principalmente,

no Sistema Nacional de Cultura (SNC), que tanto

gera dúvidas aos gestores. A CNM esclarece que a

adesão ao Sistema não é obrigatória por parte do

ente municipal. Mas ressalta que essa pode ser

uma ajuda ao desenvolvimento da atividade. Caso

o prefeito decida aderir, deve criar uma estrutura

na prefeitura – secretaria, diretoria ou departa-

mento. Além disso, é preciso haver planejamento

cultural, com fundo financiador e conselho mu-

nicipal. A principal dica é: trabalhe a cultura local

com ênfase na realidade do Município e da região.

DESENVOlViMENTO SOCiAlAs informações deste painel foram em torno da

Política Nacional de Assistência Social e o Sistema

Único de Assistência Social (Suas). A CNM alertou

que o Suas é obrigatório. E no financiamento das

ações deve haver participação da União, dos Estados

e dos Municípios. Além disso, para o bom funcio-

namento dos centros de assistência e amparo aos

cidadãos, a Confederação lembrou a necessida-

de de um plano, um fundo e um conselho ativos.

A regra é: monte sua equipe de referência da As-

sistência Social observando também as demandas

de seu Município! Não assuma responsabilidades

a mais. Para a CNM, as ações contribuem para o

desenvolvimento da sociedade.

EDUCAçãOA apresentação, claro, foi voltada à Educação

básica, com destaque para o ensino infantil e fun-

damental, que são responsabilidades do Município.

Com o intuito de mostrar a importância deles nes-

ta área, a CNM fez a comparação entre matrículas

dos níveis básico/fundamental, médio e superior.

Os desafios para os próximos quatro anos: mais

matrículas e qualidade no ensino. As metas são

alfabetizar na idade certa das crianças e melhorar

o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

(Ideb). Para isso, a entidade indica atenção espe-

cial ao transporte e à merenda escolar, à manuten-

ção de prédios e equipamentos, à valorização dos

profissionais de ensino, isso tudo com a utilização

de metas e indicadores, e à luta por mais recursos

oriundos da União.

JURíDiCO – TEMAS FUNDAMENTAiS PARA ADMiNiSTRAçãO MUNiCiPAl

Este painel apresentou questões jurídicas

importantes. Leis que devem ser seguidas des-

de a posse do prefeito até a entrega do mandato.

A primeira dica é para que os gestores lutem pela

autonomia do Município na condição de ente da

Federação, não assumindo deveres de Estados e

União. A CNM aconselhou também: jamais assine

um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Aos

prefeitos, foram explicados os princípios da admi-

nistração pública e como é feita a transição de go-

vernos. Para a transição, é preciso conhecer o Plano

Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a Lei

Orçamentária Anual, a Folha de Pagamento dos

servidores, as dívidas, as finanças, os contratos e

os convênios, os tributos, o patrimônio, a arreca-

dação e os processos judiciais. A recomendação

para que a administração corra bem, é para que

os prefeitos escolham secretários e gestores com

conhecimento na área em que vão atuar. Um dos

pontos altos desta palestra diz respeito ao nepo-

tismo. Os participantes puderam saber quem pode

ou não ser nomeado para cargos de confiança no

poder público municipal. Também houve a expla-

nação sobre o controle de despesas, a transparên-

cia exigida em lei, o controle interno, as regras de

licitação e as falhas mais comuns cometidas pelos

chefes do Executivo municipal.

MEiO AMBiENTEAs recomendações da CNM foram a respeito

de como iniciar a gestão ambiental no Município.

A entidade incentiva a criação de leis e a capaci-

tação de técnicos. Explica que é preciso fazer uma

avaliação local, votar leis municipais e criar, as-

sim como em outras áreas, o conselho e o fundo

municipal. Para obter êxito, a administração deve

fiscalizar, controlar e monitorar áreas ambientais.

Também promover pesquisas científicas, capaci-

tação tecnológica e educação ambiental. Nessa

apresentação, foram mostradas algumas boas

práticas. Projetos de Municípios e microrregiões

que resultaram em mais agilidade na liberação

de licenciamento, desburocratizaram serviços,

abaixaram custos, mantiveram recursos no Mu-

nicípio, possuem técnicos com conhecimento da

região, promovem fiscalização mais educativa do

que punitiva, entre outros benefícios.

Novos Gestores

Conhecimento: algumas lições para os Novos GestoresAg

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MODERNizAçãO DE GESTãOE TECNOlOGiA

Neste painel, a CNM incentiva o planejamento

que resulta em economicidade. Aos prefeitos, foi

apresentado o Urbem, um sistema de cadastros

informatizado desenvolvido pela CNM. O Cida-

deCompras, ferramenta de pregão eletrônico que

também gera economia nas compras municipais.

O Portal municipal e o E-Município – e-mails cor-

porativos – são criados pela CNM como um canal

de comunicação seguro. A lei da transparência,

a importância da divulgação das ações locais e

as práticas internacionais também foram temas

abordados.

POlíTiCAS URBANAS, HABiTAçãO E SANEAMENTO

O significado de pacto federativo abriu os deba-

tes em torno deste painel. Aos prefeitos foi mostra-

do que, no Congresso brasileiro, os parlamentares

instituem as políticas para o desenvolvimento das

cidades. Essas são executadas em sua maioria pelo

ente municipal, que, para isso, demanda emendas

parlamentares. A CNM alertou sobre o planejamen-

to que evite o crescimento desordenado, os prazos

para o cumprimento do plano de Saneamento e,

também, o bom exemplo dado pelos Municípios

do Amazonas – 97% deles possuem o Plano Mu-

nicipal de Resíduos Sólidos. Ainda, neste painel,

detalhes a respeito da defesa civil nos Municípios,

o que cabe ao ente municipal em caso de desastres

naturais. Para resolver tantas questões, com pou-

cos recursos, a Confederação indica criatividade.

SAúDEO painel de Saúde estava entre os mais espe-

rados pelo público que participavam do evento.

Este é o setor em que mais existe demandas da

sociedade. As explanações iniciais abordaram o

papel dos Municípios no funcionamento do Sis-

tema Único de Saúde (SUS). A CNM apresentou

dados que mostram: o financiamento do setor é

feito essencialmente pelas prefeituras, prova dis-

so é a média anual aplicada pelos Municípios, que

cresce a cada ano e ultrapassa o mínimo de 15%

estabelecido em lei. Enquanto isso, os valores de

Estados e União vão na contramão, decaem ou se

mantêm. Aos prefeitos, também foi feito o alerta

para os inúmeros pisos salariais de profissionais de

saúde que tramitam no Congresso e podem exone-

rar ainda mais o setor. Pois, em categorias como de

enfermeiros, por exemplo, os maiores contratantes

são as prefeituras. Assim como na palestra inicial,

quando o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, abor-

da o subfinancimento de programas federais, es-

te painel aponta qual o custo médio do Saúde da

Família (R$ 32 mil) e o quanto os Municípios re-

almente recebem do governo federal (R$ 9 mil).

Os principais conselhos são para que o gestor tenha

cuidado com os acordos e pactuações, faça avalia-

ções periódicas da saúde local, tome cuidado com

as despesas de pessoal, regulamente os serviços

de saúde do Município, lembre-se que quantidade

de serviços não significa qualidade, entre outros.

TRâNSiTO E MOBiliDADEA municipalização do trânsito foi o tema abor-

dado. É necessário que o chefe do Executivo crie

uma estrutura especial para este setor – secreta-

ria, diretoria ou departamento. A municipalização

é obrigatória e não opcional. Os Municípios devem

fazer a jurisdição das vias, fiscalizar, aplicar penali-

dades, sinalizar e trabalhar a Educação no Trânsito.

Em todos os eventos, uma dica foi sempre repeti-

da: com a gestão de trânsito eficaz, os Municípios

podem até aumentar a receita com a cobrança do

Imposto Sobre Propriedades de Veículos Automo-

tores (IPVA) e induzir os munícipes a emplacar os

veículos no Município onde moram. Na questão de

Mobilidade, as orientações são para que os gestores

planejem antes de qualquer obra, façam os planos

diretores, ciclovias, preocupem-se com a ocupação

do espaço urbano, com as atividades econômicas

e com os transportes.

TURiSMOA CNM defende os benefícios do desenvolvimento

da atividade turística, que pode resultar em geração

e distribuição de renda, melhorias na infraestrutura

local, preservação dos patrimônios natural e cultu-

ral, aumento da arrecadação de impostos e, muitas

vezes, na atração de investimentos externos. Para

desenvolver esta área da administração, a CNM re-

comenda que haja um departamento de Turismo,

que não precisa obedecer a um formato rígido e

que seja levado em conta o tamanho do Município,

os recursos disponíveis para orçamento, a impor-

tância do desenvolvimento do setor como econo-

mia consolidada, a capacidade do setor privado e

a possibilidade de captar recursos não fiscais para

fomentar a atividade turística.

Municipalismo forte se fazcom a participação de todos

7dezembro de 2012

Novos Gestores

Conhecimento: algumas lições para os Novos GestoresAg

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8dezembro de 2012

Municipalismo forte se fazcom a participação de todos

Com criatividade e iniciativa, agentes de desenvolvimento em diferentes

pontos do país vêm contribuindo para a eficiência da gestão pública. Como

uma síntese dos avanços, três encontros regionais entre outubro e novembro,

realizados pela CNM em parceria com o Sebrae, dedicaram espaço para os ADs

exporem práticas que podem ser replicadas.

Entre as centenas de boas experiências que vêm melhorando o ambiente

empreendedor, foi destacada a de Tupãssi (PR), onde o agente de desenvolvi-

mento Válter Martins vibra com os ganhos de conectar a Sala do Empreende-

dor à era digital. O Facebook, por exemplo, serve para divulgar pela internet os

produtos do artesanato local. Em troca de e-mails, até mesmo a formalização

de empreendedores é facilitada. A tecnologia também se reflete na emissão

de nota eletrônica, vantagem compartilhada com outras cidades retratadas

no mesmo painel.

Roberto Freitas, de Sorocaba (SP), apresentou o trabalho e as conquistas

de um Município que apostou nos agentes de desenvolvimento como peças

fundamentais para o crescimento. Com 587 mil habitantes, Sorocaba treinou

21 funcionários e nomeou 13 agentes, dos quais oito com dedicação exclusiva.

Em 2012, até o encontro regional ocorrido em Belo Horizonte (20/11), já ha-

via realizado cinco mutirões, que formalizaram mais de 800 empreendedores

individuais e atenderam 2 mil pessoas em tendas.

Analista de sistemas, Pablo dos Santos Silva criou uma ferramenta que

ajuda a conhecer e acompanhar os empreendedores locais de Santana do Ipa-

nema (AL). O Cadastro e Acompanhamento das Empresas (CAE) pode produzir

relatórios por nome, segmento, código, bairro, atividade, porte e situação, entre

outros filtros. Também dispõe de recurso de pesquisa avançada. A cidade tem

colhido os resultados do trabalho minucioso: de 2010 a 2012, a formalização

deu um salto de 317%.

“O papel do agente é ser a vanguarda do desenvolvimento local susten-

tável”, lembrou a socióloga Tania Zapata, diretora técnica do Instituto de As-

sessoria para o Desenvolvimento Humano (IADH), palestrante dos encontros

realizados em Belo Horizonte (regiões Centro-Oeste e Sudeste) e em Fortale-

za (Norte e Nordeste). O evento da Região Sul, que abriu a série de encontros,

ocorreu em Curitiba.

Quase 60% dos Municípios fizeram a opção de pagar o 13o salário dos seus

servidores em parcela única, conforme mostrou pesquisa da Confederação Na-

cional de Municípios (CNM). De acordo com os dados obtidos até o dia 19 de

dezembro, 1.254 Municípios já haviam pagado o beneficio este ano, e 3.881

afirmaram que fariam o dia 20 de novembro e 430 declaram dificuldades em

honrar este compromisso.

Pelos dados da Confederação, a quantidade de gestores com problemas

para fazer o pagamento é maior desde 2006. O quadro mudou a tendência de

redução nos atrasos dos últimos anos. E isso pode ser explicado pela grave crise

financeira enfrentada pela administração municipal neste final de mandato.

No geral, os Municípios tem usado o 1% adicional ao Fundo de Participação

dos Municípios (FPM) para este pagamento.

O estudo feito com a maioria dos Municípios brasileiros indica que o bene-

fício pago até esta quinta-feira, 20 de dezembro, representa injeção adicional

de R$ 10,1 bilhões de economia neste final de ano.

Desenvolvimento Local

Encontros regionais destacam agentes de desenvolvimento

Finanças

Maioria dos Municípios prefere pagar 13o de uma vez

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Page 9: Maioria dos Municípios prefere pagar 13 Nesta edição ... · colocada na Praça dos Três Poderes no dia limite para a decisão, 30 de outubro. Para decepção geral, ocorreu o

Municipalismo forte se fazcom a participação de todos

9dezembro de 2012

A partir de janeiro do ano que vem, os auto-

móveis emplacados no território nacional terão

chips eletrônicos. O sistema de monitoramento

deve ser instalado no vidro juntamente com as

placas dianteira e traseira no momento do em-

placamento do veículo. Nos demais veículos, em

circulação, a adaptação será providenciada pelos

Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans).

Entre outros aspectos, o sistema vai possibilitar

a localização de carros furtados; evitar a clonagem;

e possibilitar melhor fiscalização de velocidade

média dos automóveis e a circulação em locais e

horários em que ela for proibida.

A nova medida também deve facilitar o cruza-

mento de dados dos veículos, em relação às obri-

gações dos proprietários, como o licenciamento

anual e o pagamento de impostos e de multas.

Outra expectativa é de que aumente a segurança

de cargas e diminua filas em pedágios, por meio da

abertura automática de cancelas pela leitura do chip.

Trânsito

identificação de veículos por chips deve aumentar a segurança

Instituído pelo Sistema Nacional de Identifi-

cação Automática de Veículos (Siniav), o chip vai

reunir informações como placa, marca, modelo, cor

e ano de fabricação dos veículos. Apesar de ter sido

criado em 2006 pela Resolução 212 do Conselho

Nacional de Trânsito (Contran), só começará a ser

instalado em 2013. A previsão do Departamento

Nacional de Trânsito (Denatran) é de que até 30

de junho de 2014 a implantação esteja concluída.

O monitoramento em tempo real objetiva facili-

tar o controle e a fiscalização do tráfego no território

brasileiro. A resolução também prevê modernizar

a tecnologia dos equipamentos e procedimentos

empregados na prevenção, na fiscalização e na

repressão ao furto e ao roubo de veículos e cargas.

A tecnologia usada como base do sistema en-

volve investimentos de aproximadamente R$ 5 mi-

lhões para o seu desenvolvimento. Ela deve seguir

dois princípios básicos: a privacidade e a segurança

do cidadão e a identificação de veículos irregulares,

que possam de alguma forma colocar em risco o

trânsito e a segurança pública.

Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador

de Microinformática do Ministério da Ciência, Tec-

nologia e Inovação, Henrique Miguel, explicou que

o mecanismo funciona a partir de um sistema de

radiofrequência e emissão de sinais por antenas

espalhadas pelas cidades e rodovias. Estes sinais

são captados por um pequeno chip que integra a

placa eletrônica a ser instalada no para-brisa dos

veículos de passeio e em outros locais específicos,

no caso de motocicletas e carretas.

“É uma espécie de tag eletrônico que vai per-

mitir o controle do tráfego em tempo real. Ao ser

acionado, o chip enviará dados do veículo às antenas

que, por sua vez, enviarão as informações para as

centrais de processamento, que verificarão a situa-

ção do veículo analisado. A tecnologia desenvolvi-

da é bastante complexa e representa uma solução

segura e barata, que pode ser reproduzida”, disse.

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10dezembro de 2012

Municipalismo forte se fazcom a participação de todos

Os Municípios que não fizerem a adesão ao Sistema Nacional de Cultura

não vão conseguir obter dinheiro para a Cultura. A condição para acesso aos

recursos está prevista na Proposta de Emenda a Constituição 34/2012 aprovada

na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. A emenda foi promulgada pe-

la presidente da República, Dilma Rousseff, no dia 29 de novembro deste ano.

O texto acrescenta o artigo 216–A na Constituição Federal para institui o

Sistema Nacional de Cultura (SNC). Este estabelece as responsabilidades e as

competências da União, dos Estados e dos Municípios com a área. Também

institui novo modelo de gestão por meio do Plano Nacional de Cultura (PNC).

Para não perder a possibilidade de conquistar verba destinada ao desenvol-

vimento da Cultura local, até o dia 5 de novembro, mais de 1.316 Municípios já

haviam feito adesão ao Sistema por meio do Acordo de Cooperação Federativa.

Os números são do governo.

Ao ponderar a realidade dos dados de investimento na área, o presidente

da CNM, Paulo Ziulkoski pondera: “não resolve aprovar mais uma lei, ou im-

plantar um plano, se não houver mais recursos por parte da União para inves-

tir nos Municípios”.

Ziulkoski se refere aos números da Secretaria do Tesouro Nacional – Finan-

ças do Brasil (STN-Finbra) de 2011. De acordo com os dados, os Municípios in-

vestiram R$ 4.305.265,109 da Receita Corrente Líquida (RCL) em Cultura. Só

que ao verificar a aplicação individual, 3.189 dos Municípios aplicaram menos

de 1% da Receita, o que representa 57,3% do total de prefeituras. Os demais

aplicaram 1% ou mais da RCL. Assim, a media nacional de gastos com a Cul-

tura foi de 1.2 % da Receita.

Apesar de reconhecer a necessidade de um meio para mudar a realidade

acima, a CNM aconselha que o gestor municipal busque entender bem todos

os pontos do PNC para evitar dificuldades posteriores a adesão. Isso porque, ao

aderir ao Sistema, à população passa a deter direitos garantidos pela Consti-

tuição, o que obriga o gestor a estruturar um plano para cumprir as obrigações

decorrentes e ligadas ao PNC e SNC.

A DiSTRiBUiçãO POR REGiõES

Região UF MunicípiosCentro-Oeste 4 144

Norte 6 130Nordeste 8 400Sudeste 2 324

Sul 3 308Total 23 1.306

Fonte: Ministério da Cultura.

Cultura

Adesão ao Sistema será condicionante para acesso a recursos

A CNM defende a implantação de políticas públicas que promo-va o desenvolvimento da Cultura em todos os Municípios brasileiros. A entidade destaca que a área é parte integrante e indispensável para o desenvolvimento econômico, social e humano local. Além de ser ge-rador trabalho, renda e inclusão social.

Porém, a estrutura constitucional estabelece para ente federado a prerrogativa de organizar e prestar os serviços públicos de interesse local, de acordo com a real necessidade e a legislação local. Assim não compete a legislação federal estabelecer a organização administrativa a ser utilizada para a prestação do serviço até porque, ao faze-lo não irá considera as reais necessidade regionais.

Essa questão, além das dificuldades financeiras enfrentadas pelos Municípios, tem sido mostrada pela CNM durante encontro do Conselho Nacional de Política Cultural, das comissões nacionais e de legisladores.

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Municipalismo forte se fazcom a participação de todos

11dezembro de 2012

Após fazer um diagnóstico detalhado da re-

alidade local em relação ao crack e outras drogas,

a prefeitura de Picuí (PB) começou a desenvolver

medidas para mudar o quadro. A criação de um

parque ecológico onde anteriormente existia um

lixão é um exemplo. Em entrevista à Agência de

Notícias da Confederação Nacional de Municípios

(CNM), o prefeito Buba Germano falou como con-

seguiu desenvolver os projetos durante um perí-

odo tão complicado de administração municipal.

Em Brasília, para receber um prêmio por polí-

ticas sustentáveis, o prefeito falou das iniciativas.

No espaço revitalizado, a prefeitura dispôs de um

núcleo de apoio à criança e ao adolescente, uma

quadra poliesportiva, um anfiteatro, uma pista de

bicicross e um espaço para a capacitação do profes-

sor. Ele vai encerrar o mandato no final deste ano,

e, com a participação da comunidade, iniciou uma

grande mudança social.

Segundo contou o prefeito, quando o gover-

no federal sinalizou o primeiro programa de apoio

a políticas públicas voltadas ao enfretamento do

crack, a prefeitura criou o Conselho Municipal dos

Direitos da Criança e do Adolescente e o Núcleo de

Apoio à Criança e ao Adolescente envolvido com

Álcool e Drogas (Nacad). A partir da iniciativa, con-

seguiu o patrocínio do Programa Amigo de Valor

e começou a fazer o levantamento da situação.

“Em cima deste diagnóstico, foi identificado

que, aproximadamente, 4% das nossas crianças e

adolescente já tinham algum tipo de envolvimento.

Ou com álcool, ou droga ou pisicotrópico, ou crack,

ou maconha”. O prefeito informou que a faixa etária

do grupo é de sete a 17 anos, mas, se incluir os pais,

o número chega a 11%. “Para resolver o problema

identificado, foi criado o Nacad, que é um espaço

físico onde as famílias das crianças em vulnerabili-

dade são atendidas e têm oportunidade de serem

incluídas socialmente”, relatou.

O convênio da prefeitura com o Programa de

um banco vai completar três anos. De acordo com

Germano, até agora a prefeitura não obteve nenhum

tipo de ajuda financeira do governo federal. “O ente

federado maior deveria, nessas políticas articula-

das, estar atento a esse tipo de atividade. O esforço

maior é do Município”, mencionou.

Ele exemplifica sua afirmação: “pra você vê

[sic], um Município pequeno como Picuí consegue

criar um projeto como este. Aí você vê o governo

gastando um horror de dinheiro com as olimpíadas

para criar centros poliesportivos, mas quem está

oferecendo inclusão social não tem aporte finan-

ceiro de nenhum real para a atividade”.

O prefeito também disse que, quando foi

lançado o programa Crack, é Possível Vencer, a

prefeitura tentou convênio para investir recursos

financeiros no combate às drogas na região, mas

a resposta foi que Picuí não se enquadra em ne-

nhum dos critérios.

Mesmo sem a ajuda do governo federal, o Mu-

nicípio tem avançado nas ações e já tem registrado

os resultados. “As famílias já foram identificadas e

as crianças já estão sendo atendidas”, confirmou.

“Como o usuário é matriculado na rede, criamos o

parque ecológico de uso múltiplo com um centro

de capacitação do professor e o Núcleo de apoio à

criança. É um complexo que envolve todas as áre-

as”, resumiu o gestor.

Segundo Germano, a prefeitura fica em alerta

para os editais das instituições bancárias que pro-

põem investir recursos em projeto de Municípios.

Assim, somando com recursos próprios, eles já in-

vestiram quase R$ 1 milhão em ações que atendem,

principalmente, à comunidade que está nesta faixa

de vulnerabilidade ao uso de drogas.

Observatório do Crack

Picuí transforma lixão em espaço de enfrentamento as drogas

ANTES

AGORA

Fotos

: Pref

eitura

de Pi

cuí

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12dezembro de 2012

Municipalismo forte se fazcom a participação de todos

Mais de 4.414 prefeitos e agentes municipais

de 26 Estados foram capacitados, 19 cidades per-

corridas entre os dias 17 de outubro e 12 de de-

zembro, em todas as quatro regiões do País. Este

é o balanço do ciclo de seminários Novos Gestores

2013-2016, promovido pela Confederação Nacio-

nal de Municípios (CNM).

Pela quarta vez após uma eleição municipal,

as equipes técnicas da Confederação foram mobi-

lizadas a levar conhecimento, informações e di-

cas aos escolhidos como representantes do Poder

Executivo Municipal. Prefeitos eleitos e reeleitos,

com e sem nenhuma experiência, ouviram da CNM

os cuidados que devem ser tomados quando se

está no comando de uma prefeitura. Na oportu-

nidade, a entidade mostrou, também, boas prá-

ticas municipais para incentivar outros gestores.

O público presente nos 19 eventos foi for-

mado por prefeitos, prefeitas, vices, vereadores,

chefes de gabinete, assessores e secretários. En-

tre eles, figuras públicas que deixaram cargos em

outros poderes para assumir o Executivo, como

o ex-presidente do Tribunal de Contas de Minas

Gerais, Antônio Carlos, agora eleito para coman-

dar Barbacena (MG), e o então deputado federal

Laurez Moreira, eleito prefeito de Gurupi (TO).

Até mesmo os prefeitos eleitos de distritos

que serão considerados perante a lei como Mu-

nicípios só a partir do dia 1o de janeiro de 2013

prestigiaram os seminários. João Pizzio, eleito em

Pinto Bandeira (RS); Ivan da Cruz, eleito em Paraíso

das Águas; Antônio Honorato, de Pescaria Brava

(SC); e Décio Gomes, de Balneário Rincão (SC).

Para aprender a fazer gestão, alguns parti-

cipantes se deslocaram milhares de quilômetros

para assistir aos painéis do Novos Gestores, como

o prefeito de Buritis, Toninho Correa, que saiu de

Rondônia para Poconé, no interior do Mato Grosso.

Assim como Toninho, a CNM registrou a presença

de prefeito gaúcho no evento de Fortaleza (CE),

do Acre no encontro de Teresina (PI) e de minei-

ros e cariocas em Guarapari (ES).

Na quase totalidade dos seminários, o pre-

sidente da CNM, Paulo Ziulkoski, fez questão de

abrir os eventos e contar a história do movimento

municipalista e as conquistas dos últimos anos.

Sempre elogiado pelos prefeitos pela atuação

frente à Confederação, Ziulkoski, em todas as

apresentações, ressaltava a importância deles nas

lutas da entidade. “Sozinha, a CNM não é nada,

não faz nada. A Confederação é de vocês”, dizia.

Para dar continuidade a todo o conteúdo

oferecido nos seminários, a CNM preparou um

conjunto de livros. Quatorze ao todo, um de ca-

da área da administração pública municipal. Eles

formam a coletânea entregue exclusivamente aos

prefeitos e às prefeitas, mas que pode ser acessada

por todos os agentes por meio da página da CNM

na internet. A intenção é fazer dos livros um ma-

nual de gestão, algo que eles possam consultar

em caso de dúvidas e seguir as recomendações

neles publicadas.

Assim como na edição anterior do Boletim

CNM, quando a Agência CNM ouviu depoimentos

dos participantes, os elogios a essa iniciativa con-

tinuaram nos outros Estados. “Contribuiu muito

para algumas decisões que terei de tomar daqui

para frente”, avaliou o novo gestor de Brasilân-

dia (MS). “Eles nos alertaram sobre vários pon-

tos, para nós não errarmos. Nos ensinaram [sic]

a tomar o primeiro passo para a administração,

para mim, principalmente, nos processos licita-

tórios”, contou o prefeito eleito para o primeiro

mandato em Darcinópolis (TO).

O Boletim CNM é uma publicação da Confederação Nacional de Municípios. Todo o conteúdo pode ser copiado, distribuído, exibido e reproduzido livremente, desde que seja citada a fonte.

Presidente:PauloRobertoZiulkoski•Diretora-Técnica: Elena Garrido • Jornalista responsável:TairoArrial•Reportagens: Erika Braz, Michelle Horovits, Raquel Montalvão

e Tâmara Ramos. Colaboradores:ÁreasTécnicasdaCNM•Fotos: AgênciaCNM•Diagramação: ThemazComunicaçãoLtda.•Revisão: Keila Mariana de A. Oliveira

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