manifesta - urantia-gaia...maom e o mestre dos mestres, jesus 1 de nazar e. p or outro lado, m uitas...

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  • 1.2.2.1 Manifesta�~oes superiores e inferioresdo poder . . . . . . . . . . . . . . . . . 171.2.2.2 Medos relaionados ao poder . . . . . . 181.3 Integra�~ao interior harmoniosa . . . . . . . . . . . . . 191.3.1 Conheimento ompleto da pr�opria pessoalidade 191.3.2 Controle dos v�arios elementos da personalidade 201.3.3 A desoberta ou ria�~ao de um entro uni�ador 221.3.4 A forma�~ao ou reonstru�~ao da personalidadeem torno do novo entro . . . . . . . . . . . . . 232 O Ato da Vontade 272.1 Aspetos da vontade - Roberto Assagioli . . . . . . . . . 312.1.1 Vontade forte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 322.1.2 Vontade h�abil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 322.1.3 A boa vontade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 352.1.4 A vontade transpessoal . . . . . . . . . . . . . . 372.2 Qualidades da vontade . . . . . . . . . . . . . . . . . . 382.2.1 Energia - for�a din^amia - intensidade . . . . . 382.2.2 Comando - ontrole - disiplina . . . . . . . . . 392.2.3 Conentra�~ao - direionalidade - aten�~ao - foo 402.2.4 Determina�~ao segura - deis~ao - resolu�~ao - pron-tid~ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 412.2.5 Persist^enia - resist^enia - pai^enia . . . . . . 412.2.6 Iniiativa - oragem - arrojo . . . . . . . . . . . 422.2.7 Organiza�~ao - integra�~ao - s��ntese . . . . . . . . 42ii

    O Ato da Vontade, Psioss��ntese(Roberto Assagioli)

    Trabalho de Psiologia Transpessoal(Rita Felietti)

    Pesquisado na Internet

  • Sum�ario0 Introdu�~ao 11 Psioss��ntese - Roberto Assagioli 71.1 Assagioli e sua artogra�a . . . . . . . . . . . . . . . . 81.1.1 Inonsiente inferior . . . . . . . . . . . . . . . 91.1.2 Inonsiente m�edio . . . . . . . . . . . . . . . . 91.1.3 Inonsiente superior ou superonsiente . . . . 101.1.4 Campo de onsi^enia . . . . . . . . . . . . . . 101.1.5 Eu onsiente ou ego . . . . . . . . . . . . . . . 111.1.6 Eu superior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111.1.7 Inonsiente oletivo . . . . . . . . . . . . . . . 121.2 Considera�~oes sobre o diagrama . . . . . . . . . . . . . 121.2.1 Carater��stias dos tipos de amor . . . . . . . . 141.2.1.1 Manifesta�~oes superiores e inferioresdo amor . . . . . . . . . . . . . . . . . 151.2.1.2 Medos relaionados ao amor . . . . . . 161.2.2 Carater��stias dos tipos de poder . . . . . . . . 17i

  • 2 CAP�ITULO 0. INTRODUC� ~AOsuas vidas que a aproximaram ou afastaram da realiza�~ao do seu idealde vida.Utilizando os estudos do psi�ologo italiano Roberto Assagioli , a\Psioss��ntese" [2℄ e o \Ato da Vontade" [1℄ omo fundamenta�~aote�oria deste trabalho, sabe-se que �e poss��vel superar a vis~ao determi-nista do homem omo um onjunto de for�as ompetitivas sem nenhumentro. Basta analisar os asos pr�atios de pessoas que onseguiramdesenvolver a sua \vontade" em um momento de rise ou amea�a ouainda para alan�ar um alto ideal e aquelas que ome�aram om boasinten�~oes, mas se afastaram totalmente do aminho tra�ado.Ao longo da hist�oria da humanidade e da sua evolu�~ao no Pla-neta Terra, pode ser veri�ada que os homens que se destaaram porterem realizado avan�os ient���os, pol��tios, eon^omios, espirituaistinham uma s�erie de qualidades que os levaram ao suesso na obten�~aode resultados pelo seu Ato de Vontade, tais omo a perseveran�a, afortaleza, a prud^enia, a justi�a, a alegria, o onheimento e o amor.Muitos an^onimos e outros onheidos por suas onquistas s~ao os exem-plos para todos onseguirem os seus objetivos ou sua miss~ao de vida, amaioria om sua ontribui�~ao individual para o avan�o oletivo. Paraitar alguns temos Leonardo da Vine, Charles Darwin, Thomas Ed-son, Mozart, Beethoven, Einstein, Franiso de Assis, Gandhi, MadreTereza de Calut�a, Irm~a Dule, Chio Xavier, Dag Hammarskjold,Henry Ford, Nelson Mandela, sem falar dos grandes mestres que fun-daram religi~oes omo Zoroastro, Conf�uio, Mois�es, Maom�e e o mestredos mestres, Jesus1 de Nazar�e.Por outro lado, muitas pessoas e grupos t^em metas e planos, mastem di�uldade em implement�a-los pelo seu grau de evolu�~ao, ondi�~oessoiais, eon^omias e familiares, mas prinipalmente por n~ao terem ad-quirido as virtudes neess�arias e, muitas vezes, se desviam do aminhotra�ado, gerando des^animo e desren�a �a sua volta. Muitos exemplos1\Livro de Urantia", p�agina 1321, Parte IV: \A Vida e os Ensinamentosde Jesus".

    2.3 Est�agios da vontade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 432.3.1 O prop�osito, objetivo ou meta . . . . . . . . . . 442.3.2 Delibera�~ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 452.3.3 Esolha e deis~ao . . . . . . . . . . . . . . . . . 462.3.4 A�rma�~ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 462.3.5 Planejamento e elabora�~ao de um programa . . 472.3.6 Dire�~ao da exeu�~ao . . . . . . . . . . . . . . . 483 Outras Vis~oes sobre a Vontade 493.1 Vontade de Shopenhauer preede a vontade de Assagioli 493.2 O extraordin�ario poder da vontade . . . . . . . . . . . . 513.3 O poder da vontade espiritual . . . . . . . . . . . . . . 554 Reex~oes sobre Quest~oes 634.1 Prinipal fator de suesso apontado . . . . . . . . . . . 634.2 Considera�~oes Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 674.3 Question�ario . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 714.4 Bibliogra�a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

    iii

  • iv

    Cap��tulo 0

    Introdu�~aoO ser humano est�a em onstante evolu�~ao, realizando suessivamentemuitas potenialidades latentes. Cada um pode ser onstantementeonfrontado por esolhas e deis~oes, om a onsequente responsabi-lidade que elas aarretam. Isso leva ao desenvolvimento dos valores�etios, est�etios, inteletuais e religiosos na soiedade. O despertar deada ser para a busa de um signi�ado na vida aontee atrav�es deerros e aertos.A neessidade de adquirir uma onsi^enia lara das motiva�~oes quedeterminam as deis~oes e esolhas e o reonheimento da profundidadee seriedade da vida humana, do lugar que a ansiedade oupa nela edo sofrimento preisa ser enfrentado. A evolu�~ao �e obrigat�oria, maspode se dar pelo amor ou pela dor.Este trabalho de Psiologia Transpessoal pretende investigar e ana-lisar quais s~ao os fatores ou qualidades individuais, que interferempara o resultado positivo ou negativo das metas individuais e oleti-vas. Com entrevistas e question�arios a pessoas de diversos segmentospro�ssionais, pol��tios e religiosos, vai veri�ar quais os aspetos posi-tivos e negativos foram relevantes para ertas situa�~oes marantes em1

  • 6 CAP�ITULO 0. INTRODUC� ~AO 3na vida pol��tia, soial e religiosa s~ao divulgados pela m��dia, sem fa-lar nas guerras loais ou mundiais do s�eulo passado, algumas aindaontinuando no atual s�eulo omo a Faixa de Gaza, entre palestinos ejudeus e no Iraque om a invas~ao norte-ameriana.Da mesma forma, ainda existem muitos problemas, que por n~aoestarem diretamente ligados a ada um e aos seus pa��ses deixam grandeparte das pessoas a pensarem que isto n~ao �e om elas. Assim, a fome na�Afria, om rian�as e adultos esqu�alidos, quando h�a tanto desperd��iode alimentos em outras regi~oes. �As vezes, apenas para aumentar ospre�os, os produtores jogam fora toneladas de alimentos fora . . .E ainda, os ostumes em algumas partes do mundo que deixamas mulheres em pleno s�eulo XXI tolhidas em sua liberdade, j�a queentre outras oisas, preisam andar om a abe�a e o rosto sempretampados om as buras quando saem �as ruas, sendo que muitas queaprenderam desde pequena que isto �e normal, n~ao relamam e aeitampassivamente. Como tamb�em ainda n~ao aordaram alguns gruposque matam baleias ou foas, elefantes ou animais om peles, apenaspara utiliza�~ao de seus produtos de deora�~ao ou enfeite do homem,exterminando esta e outras esp�eies de animais, que a�nal, deveriampoder onviver harmoniamente neste planeta.Estes exemplos, a n��vel mundial e naional, portanto, no maro, sejapelo lado positivo ou negativo, tem suas orrela�~oes om situa�~oes pes-soais, dos indiv��duos, no miro. Partindo do prin��pio que a maioriados seres humanos deseja a feliidade e t^em objetivos de melhoria dassuas ondi�~oes materiais e espirituais, quais s~ao os fatores ou qualida-des individuais, que interferem para o resultado positivo ou negativodas metas individuais e oletivas? Quais aspetos da vontade forte,vontade h�abil, boa vontade e vontade transpessoal e as qualidades ne-ess�arias �a vontade, entre elas, a energia, disiplina, onentra�~ao, de-termina�~ao, pai^enia, oragem, integra�~ao preisam ser desenvolvidasem ada desa�o que o homem enfrenta no deorrer de sua exist^enia?

  • 4 CAP�ITULO 0. INTRODUC� ~AOPara eslareer tais questionamentos estrutura-se a monogra�a emtr^es ap��tulos:No Cap��tulo I, este trabalho apresenta de forma resumida a ar-togra�a de Roberto Assagioli, a \Psioss��ntese" [2℄, uma psioterapiade orienta�~ao transpessoal, que trouxe uma perep�~ao da realidade.A nova vis~ao baseia-se na onsi^enia do estado de inter-rela�~ao e in-terdepend^enia essenial de todos os fen^omenos - f��sios, biol�ogios,psiol�ogios, soiais e ulturais.No Cap��tulo II, tamb�em om o m�edio italiano Roberto Assagioli,o enfoque sobre a desoberta da vontade, um dos pontos importantesde sua obra, trazendo para a psiologia a possibilidade de superar avis~ao determinista do homem. A revela�~ao de que o Self e a vontadeest~ao intimamente ligados pode mudar a onsi^enia da pessoa sobresi pr�opria.No Cap��tulo III, mostram-se outras vis~oes sobre o tema da vontadeom os �l�osofos Pietro Ubaldi [10℄ e Carlos Aveline [4℄, que seguem amesma linha transpessoal, de Roberto Assagioli. Em seguida, as id�eiasde outro �l�osofo do s�eulo XIX, Arthur Shopenhauer, que foi um dosprimeiros a desenvolver este assunto n~ao somente referente ao homem,omo tamb�em �a natureza, talvez de uma forma mais materialista oupessimista, mas ujos pensamentos inu��ram grandes pensadores dahist�oria da humanidade, omo Freud, Wagner e outros.E no Cap��tulo IV, os resultados quantitativos e qualitativos do ques-tion�ario elaborado para reex~ao, anexado omo Ap^endie, mostrandoser a vontade e a perseveran�a, os elementos primordiais para o alanedos objetivos pessoais e oletivos.Este estudo visa fortaleer a id�eia de que o ser humano est�a sem-pre evoluindo em dire�~ao �a Luz, om o aux��lio do Amor e do Poder,om exemplos pr�atios de aminhadas individuais dos diversos est�agiosde aprimoramento humano, at�e alan�ar o estado b�udio ou de bemaventuran�a.

    5A ontribui�~ao desse trabalho �e a de identi�ar os obst�aulos indivi-duais para a evolu�~ao soial e espiritual, tra�ando um paralelo om asqualidades e ferramentas neess�arias. Dessa forma, a Psioss��ntese e oAto da Vontade, trabalhos do m�edio italiano Roberto Assagioli, s~aom�etodos e�azes para o aprimoramento individual e oletivo, saindoada vez mais das experi^enias negativas, que afastam os homens dassuas metas omo a a�rma�~ao b��blia, \desejo fazer o bem, no entanto,fa�o o mal".Para proessar o Ato da Vontade �e preiso que aquele que assim odeseje em qualquer �area do onheimento humano, hegando ao �apiedo enontro om sua Alma, ou o asamento alqu��mio entre a Mat�eria eo Esp��rito, desenvolva a disiplina, a adaptabilidade, a for�a, o perd~ao,a toler^ania, et. Alguns sarif��ios, omo o signi�ado desta palavra,\sagrado of��io", ser~ao neess�arios para superar os obst�aulos paraalan�ar o objetivo de auto-supera�~ao ou bem maior, oloando empr�atia a�~oes altru��stas ou realizando a s��ntese.

  • 10 CAP�ITULO 1. PSICOSS�INTESE - ROBERTO ASSAGIOLIonsi^enia. �E omposta por mem�orias reentes, pensamentos e senti-mentos, elabora�~ao riativa de informa�~oes da vida do dia-a-dia. Con-tudo, pode-se ainda, deliberada e onsientemente, desloar pensa-mentos e sentimentos (omo a fome no meio da tarde). Isto �e diferentede reprimi-los omo �e feito no inonsiente inferior.

    1.1.3 Inonsiente superior ou superonsienteO reposit�orio das nossas aspira�~oes mais elevadas, intui�~oes e ener-gia espiritual, inluindo \insights" art��stios, �los�o�os, ient���os ou�etios e os impulsos, a�~oes e desejos altru��stas1. Isto �e a fonte derel^ampagos de inspira�~ao e aonde �e experieniado um sentimento deliga�~ao om o verdadeiro Eu. �E a fonte dos sentimentos superiores,omo o amor inondiional, do g^enio e dos estados de ontempla�~ao,ilumina�~ao e ^extase.1.1.4 Campo de onsi^enia�E usado para designar a parte da personalidade de que se t^em uma per-ep�~ao direta. O uxo inessante de sensa�~oes, imagens, pensamentos,sentimentos, desejos e impulsos imediatos que podem ser observados,analisados, julgados e atuados sobre eles em qualquer momento. Est�aem onstante mudan�a e �e inueniado pelo Inonsiente M�edio. Istoest�a ligado �a apaidade de uma pessoa estar presente na experi^eniade ada momento.1\Livro de Urantia", p�agina 1131, Doumento 103: \A Realidade daExperi^enia Religiosa", Item 103.2: \A Religi~ao e o Indiv��duo", Par�agrafo 10.

    Cap��tulo 1

    Psioss��ntese - Roberto Assagioli

    A Psioss��ntese �e uma abordagem para o auto-resimento, que foidesenvolvida pelo psiquiatra italiano Roberto Assagioli (1888-1974)por volta de 1910, e que vem evoluindo at�e os dias de hoje.Um dos pontos importantes de sua obra foi trazer a \vontade" paraa psiologia. Com seus estudos, foi poss��vel superar a vis~ao determi-nista, omo um onjunto de for�as ompetitivas sem nenhum entro,mas que em um determinado momento de rise ou amea�a e pela aber-tura de onsi^enia para a neessidade de evolu�~ao inerente do homem�e apaz de desobrir a sua vontade.A Psioss��ntese, no seu arabou�o te�orio e metodol�ogio, prop~oeuma re-edua�~ao �a luz da onsi^enia, possibilitando a onex~ao om oEU Superior, em que o Self e a Vontade est~ao:\A revela�~ao de que o Self e a Vontade est~ao intimamente liga-dos pode mudar a onep�~ao da pessoa sobre si pr�opria e sobreo mundo. Ela v^e que �e um sujeito vivo, um agente dotadoom o poder de esolher, relaionar e gerar mudan�as em suapr�opria personalidade, em outras pessoas, nas irunst^anias.E esta onsi^enia leva ao sentimento de totalidade, seguran�a7

  • 8 CAP�ITULO 1. PSICOSS�INTESE - ROBERTO ASSAGIOLIe �a alegria" (ASSAGIOLI [3℄, Revista Psyhology Today 1931).Este proesso est�a embasado em uma onep�~ao do ser humanoem sua realidade viva e onreta. Este onheimento �e b�asio parao aprofundamento te�orio e pode ser apresentado atrav�es do seguintediagrama.1.1 Assagioli e sua artogra�aSegundo o autor, trata-se naturalmente de um quadro estrutural,est�atio, quase \anat^omio", da onstitui�~ao interna do homem, queao mesmo tempo deixa de fora o seu aspeto din^amio, que �e o maisimportante e essenial. Como em toda a i^enia, passos graduais eaproxima�~oes progressivas devem ser dados. Eis o mapa proposto:

    Figura 1.1: Fonte: A Psioss��ntese

    1. Inonsiente Inferior2. Inonsiente M�edio3. Inonsiente Superior ou Supraonsiente

    1.1. ASSAGIOLI E SUA CARTOGRAFIA 94. Campo da Consi^enia5. Self Consiente ou \Eu Pessoal"6. Self Superior ou \Eu Superior"7. Inonsiente ColetivoAs linhas do modelo s~ao pontilhadas demonstrando que elas n~aos~ao limites r��gidos e que existe uxo entre elas.1.1.1 Inonsiente inferiorRepresenta os automatismos biol�ogios e mem�orias individuais: a)as atividades psiol�ogias elementares que dirigem a vida do orpo,a oordena�~ao inteligente de fun�~oes orporais; b) os instintos fun-damentais e os impulsos primitivos; ) muitos omplexos arregadosde intensa emo�~ao; d) sonhos e imagina�~ao de uma esp�eie inferior;d) proessos parapsiol�ogios inferiores e n~ao ontrolados; e) v�ariasmanifesta�~oes patol�ogias, omo fobias, obsess~oes, ompuls~oes e fal-sas ren�as paran�oides e, ainda, f) o passado individual na forma demem�orias h�a muito esqueidas e partes reprimidas, por exemplo: araiva. Pode ser uma fonte de problemas, armazenando a�~oes reprimi-das, ontrolando as a�~oes, mantendo algumas pessoas prisioneiras doseu passado.1.1.2 Inonsiente m�edio�E formado por elementos psiol�ogios semelhantes aos da onsi^eniahumana em proesso de aordamento e podem ser tranquilamenteaessados. Nesta regi~ao interior s~ao assimiladas as v�arias experi^enias,elaboradas e desenvolvidas as atividades mentais e imaginativas o-muns, numa esp�eie de gesta�~ao psiol�ogia antes de virem �a luz da

  • 14 CAP�ITULO 1. PSICOSS�INTESE - ROBERTO ASSAGIOLItrole sobre elas. Sub-personalidades s~ao um onjunto de pensamentos,sentimentos, posturas f��sias, que podem lan�ar m~ao de v�arias formasde manifesta�~ao opostas ou exludentes om formas de manifesta�~aode outras sub-personalidades ou de outras pessoas para satisfazer aneessidades mal trabalhadas do ego.A sa��da dessa esraviza�~ao �e via proesso de identi�a�~ao e desin-denti�a�~ao, onde o \eu" fortaleido proura atender a neessidadeque deu origem a sub-personalidade e possibilita que ela expresse asua qualidade, que �e uma emana�~ao da ess^enia. A neessidade �etransultural. O amor tem v�arias neessidades que preisam ser aten-didas para manifestar o amor. Estas neessidades s~ao atendidas pelasformas de express~ao. As formas de express~ao s~ao relativas ao ambi-ente, �a ultura, ao paradigma e aos pap�eis. Elas s~ao transmiss��veis,orrig��veis e podem ser transformadas.Em uma determinada situa�~ao, tendo o Centro o ontrole de todasas suas partes, pode at�e utilizar uma sub-personalidade, se naquelemomento ela �e �util. E por este uso ser onsiente, tem-se o ontrole.Caso ontr�ario, se for �a sub-personalidade que �zer a esolha, ela uti-lizar�a o Centro para se manifestar e ter�a o ontrole. O Centro �e olugar de maiores perspetivas. Dependendo do n��vel de onsi^enia, avis~ao da realidade ser�a mais ampliada ou parial, favoreendo ou n~aoas suas esolhas.As sub-personalidades, ao prourar atender as suas neessidadespodem ser divididas em dois grupos b�asios: tipos de amor e tipos depoder.1.2.1 Carater��stias dos tipos de amor� Desejo de ser aeito, aprovado, ser amado;� Evita onito e ompeti�~ao;

    1.1. ASSAGIOLI E SUA CARTOGRAFIA 111.1.5 Eu onsiente ou egoEste �e o entro da onsi^enia, o ponto onde a pessoa est�a onsientede si pr�opria omo um \Eu" e o qual mant�em-se o mesmo para al�emdo onstante uxo �a sua volta formado por sensa�~oes, pensamentos esentimentos vari�aveis. Muitas pessoas n~ao experieniam este \Eu" deuma maneira laramente de�nida, mas quanto mais trabalham sobresi pr�oprias mais estar~ao em ontato om o mesmo. Este \Eu" �eo ponto de autoonsi^enia2 pura. Frequentemente onfundido om apersonalidade onsiente aima desrita, na realidade �e muito diferentedela. Isto pode ser apurado pelo uso de uidadosa introspe�~ao.1.1.6 Eu superiorO eu superior �e o o eu mais elevado, espiritual, e real3. Um ponto depuro Ser, n~ao afetado por nenhuma experi^enia onsiente. O \Eu" doEu Consiente �e uma reex~ao deste e, pode ser desrito omo trans-pessoal ou Esp��rito. Pode-se n~ao estar onsiente dele ou pode-se teraesso a ele atrav�es de uma longa pr�atia espiritual ou atrav�es de ex-peri^enias espirituais espont^aneas. O \Eu" onsiente est�a geralmenten~ao somente submerso no inessante uxo do onte�udo psiol�ogio eparee desapareer ompletamente quando a pessoa adormee, quandodesmaia, quando est�a sob o efeito de um anest�esio ou nar�otio, ouem estado hipn�otio. E quando desperta, o \Eu" reaparee miste-riosamente, n~ao se sabe omo ou quando - um fato que examinadode perto �e realmente desonertante e perturbador. Isso leva-nos asupor que o reapareimento do \Eu" onsiente ou \Ego" se deve �aexist^enia de um entro permanente, de um \Eu" verdadeiro situado2\Livro de Urantia", p�agina 31, Doumento 1: \O Pai Universal", Item1.7: \O Valor Espiritual do Coneito de Pessoalidade", Par�agrafo 6.3\Livro de Urantia", p�agina 1193, Doumento 108: \A Miss~ao e o Mi-nist�erio dos Ajustadores do Pensamento", Item 108.6: \Deus no Homem",Par�agrafo 6.

  • 12 CAP�ITULO 1. PSICOSS�INTESE - ROBERTO ASSAGIOLIal�em ou aima daquele. Esse \Eu" est�a aima do uxo da orrentemental, n~ao sendo afetado por ela nem pelas ondi�~oes orporais; eo \Eu" onsiente pessoal deve ser onsiderado meramente omo umreexo: sua proje�~ao no ampo da personalidade.

    1.1.7 Inonsiente oletivoA linha exterior do oval do diagrama deve ser vista omo \delimita-dora", mas n~ao omo \divisora". Pode ser interpretada omo an�aloga�a membrana que delimita uma �elula, a qual permite o onstante eativo inter^ambio om o orpo todo a que a �elula pertene. Os pro-essos de \osmose psiol�ogia" prosseguem o tempo todo, om outrosseres humanos e om o ambiente ps��quio geral. Este �ultimo orres-ponde ao que Jung hamou de \inonsiente oletivo", mas ele n~aode�niu laramente este termo, em que inlui elementos de naturezasdiferentes, at�e opostas, notadamente, estruturas araias primitivas eatividades superiores, dirigidas para o futuro, de um ar�ater super-onsiente. Isto pode ser hamado o aldo da experi^enia oletiva dafam��lia, ultura e humanidade no geral. Isto inuenia de modo sutil,omo por meio de imagens arquet��pias e as modas e movimentos dotempo.1.2 Considera�~oes sobre o diagramaO diagrama preedente ajuda a oniliar os seguintes fatos: a aparentedualidade entre o \eu" pessoal, quando este n~ao toma onsi^enia doverdadeiro \Eu" e a real unidade e uniidade do \Eu". Inonsientedessa uniidade, muitas vezes vai-se em busa de liberdade e satisfa�~ao,para se livrar de sua luta interior, jogando-se de abe�a numa vida deatividade febril, exita�~ao onstante, emo�~ao tempestuosa e temer�ariaaventura.

    1.2. CONSIDERAC� ~OES SOBRE O DIAGRAMA 13A aparente dualidade, a aparente exist^enia de dois \eus" aonteeporque o \eu" pessoal n~ao toma geralmente onheimento do outro,hegando mesmo ao ponto de negar a exist^enia dele. Ao passo que ooutro, o verdadeiro \Eu", est�a sempre presente e n~ao se revela direta-mente �a onsi^enia. Mas, na realidade n~ao existem dois \eus", duasentidades independentemente e separadas. O \Eu" �e uno, manifesta-se em diferentes graus de onsi^enia e auto-realiza�~ao. A reex~aoparee ser auto-existente, mas na realidade, n~ao tem substanialidadeaut^onoma. Por outras palavras, n~ao �e uma nova e diferente luz, masuma proje�~ao de uma fonte luminosa.Na vida otidiana, todos s~ao limitados e atados de mil maneiras -presas de ilus~oes e fantasmas, esravos de omplexos irreonheidos,empurrados de um lado para outro por inu^enias externas, ofusadose hipnotizados por apar^enias enganadoras. N~ao admira que, numtal estado o homem se mostre frequentemente insatisfeito, inseguro evari�avel em seu estado de esp��rito, em seus pensamentos e a�~oes.Com um sentimento intuitivo de que �e \uno" e, no entanto, des-obrindo que est�a \dividido em si mesmo", ele �a perplexo e n~aoonsegue entender-se e nem entender os outros. N~ao ausa surpresa,o fato de que o homem n~ao se onhee e nem se entende, n~ao tenhaautoontrole e esteja ontinuamente envolvido em seus pr�oprios errose fraquezas; que tantas vidas sejam fraassadas ou, pelo menos, este-jam limitadas e entristeidas por doen�as do orpo e do esp��rito, ouatormentadas por d�uvidas, des^animo e desespero. N~ao admira queo homem em sua busa apaixonada e ega de liberdade e satisfa�~ao,se rebele violentamente, por vezes, tente sustar seu tormento inte-rior, jogando-se de abe�a em uma vida de atividade febril, exita�~aoonstante, emo�~ao tempestuosa e temer�aria aventura.Uma das formas de ompreender esta onfus~ao �e trazer a luz daonsi^enia estas partes internas, que Assagioli (1927) hama de sub-personalidades, que est~ao oultas no inonsiente, mas que reagem ins-tintivamente nas situa�~oes do otidiano, sem que se tenha nenhum on-

  • 18 CAP�ITULO 1. PSICOSS�INTESE - ROBERTO ASSAGIOLI� Humildade - humilha�~ao� Franqueza - maledi^enia� Coragem - pretens~ao� Assertividade, Auto-A�rma�~ao - imposi�~ao� Intelig^enia, Conheimento - apego a estar erto� Responsabilidade - ulpa� Ordem - desorganiza�~ao ou ordem r��gida� Controle - domina�~ao� Individualidade, Auto-express~ao - individualismo, ego��smo� Dinamismo - auto-su�i^enia� Pot^enia - onipot^enia, impot^enia, prepot^enia� Foo, Direionalidade - onfus~ao� Determina�~ao - obstina�~ao1.2.2.2 Medos relaionados ao poder� Medo de �ar sem poder� Medo de perder o ontrole� Medo de ser desrespeitado� Medo de ser desaatado� Medo de ser subjugado� Medo de ser humilhado� Medo de amar

    1.2. CONSIDERAC� ~OES SOBRE O DIAGRAMA 15� Proura se adaptar aos outros;� Orienta-se por ideais ooperativos;� Tend^enia a se subordinar;� �E apaziguador, reoniliat�orio;� O emoional pode ser obst�aulo ao seu raional;� Reprime suas tend^enias agressivas;� Trabalho - situa�~ao em que submete e inibe seus impulsos am-biiosos;� Amor = depend^enia (depende do outro para dar sentido a suavida);� Sexo = intimidade;� Solu�~ao m�agia = ter um ompanheiro amoroso o faz se sentirpoderoso.1.2.1.1 Manifesta�~oes superiores e inferiores do amor� Amor - apego� Aeita�~ao - rejei�~ao� Uni~ao - fus~ao, mistura� Entrega - auto-sarif��io� Reeptividade - submiss~ao, passividade� Altru��smos, Compaix~ao - sentimentalismo� Con�an�a - deson�an�a, indisrimina�~ao

  • 16 CAP�ITULO 1. PSICOSS�INTESE - ROBERTO ASSAGIOLI� Aolhimento - possessividade, i�ume� Completude, Preenhimento - indiferenia�~ao� Coopera�~ao - subservi^enia� Auto-Estima - subestima� Admira�~ao - inveja� Conex~ao - isolamento, di�uldade de estabeleer limites e dizern~ao� Perd~ao - ulpa� Seguran�a - inseguran�a� Sensibilidade ao externo - depend^enia do ambiente e do ou-tro para se sentir amado, aeito, adequado, ompetente, apro-vado, et.1.2.1.2 Medos relaionados ao amor� Medo de rejei�~ao� Medo do abandono� Medo do isolamento� Medo da solid~ao� Medo de se expressar autentiamente� Medo de ferir os outros� Medo de deepionar os outros

    1.2. CONSIDERAC� ~OES SOBRE O DIAGRAMA 171.2.2 Carater��stias dos tipos de poder� Desejo de ter prest��gio, ontrole e autoridade sobre os outros;� Considera onito e ompeti�~ao algo natural;� Proura fazer om que os outros se adaptem a ele;� Orienta-se por id�eias ompetitivas. Tend^enia a se sobressair;� Proura vener sempre;� Ausa para n~ao ser ulpabilizado;� O seu raional pode ser obst�aulo ao seu emoional;� Reprime suas tend^enias afetivas;� O trabalho funiona omo meio para sua auto-a�rma�~ao;� Amor = utilidade \o outro me interessa se representar mais po-der para mim";� Sexo = domina�~ao;� Solu�~ao M�agia = ser reonheido omo o poderoso o faz sesentir amado.1.2.2.1 Manifesta�~oes superiores e inferiores do poder� Poder - rebeldia� For�a - rigidez/apatia, agress~ao, viol^enia� Firmeza - dureza� Autoridade - autoritarismo

  • 22 CAP�ITULO 1. PSICOSS�INTESE - ROBERTO ASSAGIOLIA psian�alise demonstrou que o poder dessas imagens e omplexosreside prinipalmente no fato de n~ao se ter onsi^enia delas, e de n~aoos reonheer omo tal. Quando estas imagens ou omplexos s~ao des-masarados, ompreendidos e resolvidos em seus elementos, deixamfrequentemente de obear as pessoas; em todo o aso elas estar~aomais aptas a defender-se ontra eles. Deve-se riar uma dist^ania psi-ol�ogia, entre as pessoas e estas imagens ou omplexos, mantendo-os,por assim dizer, a uma erta dist^ania, para que elas possam, ent~ao,examinar serenamente a sua origem, sua natureza e - sua estupidez!Isto n~ao signi�a a supress~ao ou repress~ao das energias inerentes nessasmanifesta�~oes, mas o seu ontrole a �m de que possam ser redireio-nadas para anais onstrutivos; atividade riativa de v�arias esp�eies;reonstru�~ao da personalidade, ontribuindo para a psioss��ntese pes-soal. Mas para que isso possa ser feito, �e neess�ario partir do entro,devendo estabeleer e proporionar e�i^enia ao prin��pio uni�a-dor e ontrolador da vida.

    1.3.3 A desoberta ou ria�~ao de um entro uni�adorCom base no que foi esrito aima aera da natureza e do poder do\Eu", n~ao �e dif��il assinalar teoriamente omo alan�ar essa �nali-dade. O que tem de ser realizado �e a expans~ao da onsi^enia pessoalat�e que se integre na onsi^enia do \Eu" - a asens~ao. A uni~ao do\eu" inferior om o superior. Mas, isso, que se expressa t~ao failmenteem palavras, �e na verdade um tremendo empreendimento. Constituium esfor�o grandioso, mas ertamente �arduo e demorado e nem todosest~ao preparados para isso. Mas entre o ponto de partida na plan��ieda onsi^enia ordin�aria e o pio refulgente da auto realiza�~ao existemfases intermedi�arias, plat^os em v�arias altitudes em que um homempode desansar ou at�e �xar moradia, se a falta de for�as o impedirde ontinuar a esalada ou a sua vontade preferir dar a�� por �nda aasens~ao.

    1.3. INTEGRAC� ~AO INTERIOR HARMONIOSA 191.3 Integra�~ao interior harmoniosaUma analogia utilizada por Assagioli (1927) que favoree a ompre-ens~ao do proesso de identi�a�~ao e desindenti�a�~ao das sub-persona-lidades e o reonheimento das neessidades e qualidades, �e o da or-questra. Os m�usios s~ao as sub-personalidades; a orquestra �e a per-sonalidade; o maestro, o \eu" pessoal ou o ego; e o ompositor �e oSelf ou o eu divino4. �A medida que os m�usios v~ao se aprimorando,a partitura vai sendo expressa de aordo om o que o ompositor de-seja. Cada m�usio pode se desenvolver para atingir o m�aximo do queo ompositor idealizou. Quanto mais o ego sintoniza-se om o Self,mais pr�oximo ele enontra-se dele. A Unidade oorre quando o ego eo Self forem um s�o. Quando onseguir espelhar a verdadeira ess^enia,alan�ou a ilumina�~aoUma das alternativas poss��veis para resolver este problema entralda vida humana, urar sua enfermidade fundamental, libert�a-lo dessaesravid~ao e realizar uma harmoniosa integra�~ao interior, uma verda-deira realiza�~ao do \Eu" e um relaionamento orreto om os outros�e proposta pela Psioss��ntese, por meio de tr^es est�agios:1.3.1 Conheimento ompleto da pr�opria pessoalidadePara algu�em onheer-se realmente �e neess�ario efetuar um invent�ariodos elementos que formam o ser onsiente, om uma extensa ex-plora�~ao das vastas regi~oes do inonsiente. Tem-se que penetrar o-rajosamente no po�o do inonsiente inferior, a �m de desobrir asfor�as sombrias que espreitam e amea�am - os \fantasmas", as ima-gens anestrais ou infantis que obeam ou sileniosamente dominam,os medos que paralisam, os onitos que exaurem as energias. E al�emdestas, vai tamb�em desobrir a poderosa fonte da for�a vital: aquela4\Livro de Urantia", p�agina 1234, Doumento 112: \A Sobreviv^enia daPessoalidade", Item 112.5: \A Sobreviv^enia do Eu Humano", Par�agrafo 12.

  • 20 CAP�ITULO 1. PSICOSS�INTESE - ROBERTO ASSAGIOLIque Assagioli (1927) hama eros, que n~ao india somente a sexuali-dade, mas a fonte que ele ompara ao fogo de um vul~ao. Esta busapode ser empreendida pela pr�opria pessoa, mas �e realizada failmenteom a ajuda de outra.As regi~oes do Inonsiente M�edio e Superior devem ser igualmenteexploradas. Desse modo, pode-se desobrir dentro de si, apaidadesat�e ent~ao ignoradas, as verdadeiras voa�~oes, potenialidades maiselevadas que prouram expressar-se, mas que frequentemente s~ao re-pelidas e reprimidas por falta de ompreens~ao, por meio do medo e dopreoneito. �E poss��vel desobrir a imensa reserva de energia ps��quiaque normalmente est�a latente.

    1.3.2 Controle dos v�arios elementos da personalidadeNo momento que se desobrem estes elementos �e preiso tomar possedeles e adquirir o ontrole. O m�etodo mais e�az �e o da desindenti-�a�~ao, que se baseia em um prin��pio psiol�ogio fundamental quepode ser assim formulado: O ser humano �e dominado por tudoaquilo om que o eu se identi�ou. E pode dominar e ontro-lar tudo aquilo do qual se desidenti�ou. �E o proesso de auto-identi�a�~ao que onsiste em progressivas identi�a�~oes e desidenti-�a�~oes: para experimentar e ompreender profundamente, preisaidenti�ar-se, para tomar posse e, posteriormente, desidenti�ar-se.N~ao �e poss��vel desidenti�ar-se daquilo no qual n~ao se est�a identi�-ado. Esta �e a verdade para todos os n��veis do inonsiente. Nesseprin��pio reside o segredo da esravid~ao ou da liberdade.Quando que algu�em se identi�a om uma fraqueza, um defeito, ummedo ou qualquer emo�~ao ou impulso pessoal, pode �ar limitado ouparalisado. Toda a vez que admite \eu estou desenorajado" ou \estouirritado", �a mais e mais dominado pela depress~ao ou ira. Aeitandoestas limita�~oes, oloa em si mesmo os grilh~oes.

    1.3. INTEGRAC� ~AO INTERIOR HARMONIOSA 21Se pelo ontr�ario, diante das mesmas situa�~oes, puder dizer: \Umaonda de desenorajamento est�a tentando submergir-me" ou \um im-pulso de �olera est�a tentando subjugar-me", a situa�~ao �a bem dife-rente. T^em-se ent~ao duas for�as que se defrontam: de um lado o \eu"vigilante e do outro o poder do inonsiente que impele ao des^animoou ira. E se o \eu" vigilante n~ao se submete a esta invas~ao, ele pode,objetiva e ritiamente, examinar estes impulsos de des^animo ou ira;pode averiguar a origem deles, prever seus efeitos delet�erios e pereberat�e que ponto s~ao infundados.Este exame �e muitas vezes su�iente para sustar um ataque defor�as e vener a batalha. Enontra-se isso no inonsiente inferior.Como ele �e o mais intrigante para muitas pessoas, n~ao pode ser esque-ido aquele oletivo e superior para quem quer um aminho espirituale de verdadeiro Servi�o. Quando se desobrem qualidades transpes-soais, deve-se identi�ar, para onhe^e-las e express�a-las na vida dodia a dia, mais integradas que sejam, deve-se tamb�em desidenti�ar-separa �ar no aminho evolutivo e n~ao no orgulho espiritual.Mas mesmo quando estas for�as no ��ntimo s~ao temporariamentemais fortes, quando a personalidade onsiente �e, no ome�o, sobrepu-jada pela viol^enia delas, o \eu" vigilante n~ao �e realmente onquistado.Ele pode retirar-se para um reduto interior e a�� preparar-se e aguar-dar o momento favor�avel ao ontra-ataque. Ele pode perder algumasbatalhas, mas se n~ao se render, o resultado n~ao est�a omprometido ea vit�oria ser�a obtida no �nal.Depois, de repelir um a um os ataques que prov^em do inonsi-ente inferior, pode-se apliar um m�etodo mais fundamental e deisivo;enfrentar as ausas profundas desses ataques e ortar as ra��zes da di-�uldade. Este proedimento pode ser dividido em duas fases:1. A desagrega�~ao das imagens ou omplexos perniiosos2. O ontrole e utiliza�~ao das energias assim liberadas

  • 26 CAP�ITULO 1. PSICOSS�INTESE - ROBERTO ASSAGIOLI 1.3. INTEGRAC� ~AO INTERIOR HARMONIOSA 23Os estados intermedi�arios subentendem novas identi�a�~oes. Oshomens e as mulheres que n~ao puderam atingir seu verdadeiro \Eu",em sua ess^enia pura, podem riar uma imagem e um ideal de perso-nalidade aperfei�oada e adequada ao alibre deles, ao seu est�agio dedesenvolvimento e ao seu tipo psiol�ogio; e, por onseguinte, podemtornar esse ideal prati�avel na vida real. �E aqui que a desidentia�~ao�e partiularmente importante para que, ao �nal, um ideal elevado n~aose torne uma ilus~ao.Esses \modelos ideais" impliam omo �e evidente, rela�~oes vitraisom o mundo exterior e om outros seres humanos; logo subentendemerto grau de extrovers~ao. Mas existem pessoas que s~ao extrovertidasnum grau extremo e hegam a projetar, por assim dizer, o entro vitalde sua personalidade fora delas pr�oprias.Esta proje�~ao no exterior do pr�oprio entro da pessoa, essa exentri-idade (na aep�~ao etimol�ogia da palavra) n~ao deve ser subestimada.Embora n~ao represente o aminho mais direto ou a realiza�~ao suprema,pode apesar das apar^enias, onstituir de momento uma forma satis-fat�oria de auto-realiza�~ao indireta. Nos melhores asos, n~ao se perderealmente no objeto externo mas, liberta-se desse modo dos interessesego��stas e das limita�~oes pessoais; ele realiza-se por meio do ideal ouser externo. Este �ultimo onverte-se num elo indireto, mas verdadeiro,num ponto de onex~ao entre o homem pessoal e o seu \Eu" superior,o qual �e reetido e simbolizado nesse objeto.

    1.3.4 A forma�~ao ou reonstru�~ao da personalidade emtorno do novo entroAo ser enontrado ou riado, o Centro Uni�ador pode-se onstruirem torno dele uma nova personalidade - forte, uni�ada5, oerente e5\Livro de Urantia", p�agina 1101, Doumento 100: \A Religi~ao na Ex-peri^enia Humana", Item 100.7: \O Apogeu da Vida Religiosa".

  • 24 CAP�ITULO 1. PSICOSS�INTESE - ROBERTO ASSAGIOLIorganizada.Dessa forma realiza-se a psioss��ntese, que tamb�em tem diversosest�agios. O primeiro ponto essenial �e deidir o plano de a�~ao e for-mular o \programa interior". O objetivo �e a visualiza�~ao da �nalidadea ser alan�ada - ou seja, a nova personalidade a ser desenvolvida - eter uma etapa lara das v�arias tarefas que isso aarreta.Em algumas situa�~oes, pode se ter uma vis~ao n��tida do prop�ositodesde o in��io. Surge a possibilidade de formar um quadro laro de simesmas, tal omo pretendem vir a ser. Este quadro deve ser realista eaut^entio e n~ao uma \imagem idealizada". Ummodelo ideal, genu��no edin^amio, failita a tarefa ao eliminar inertezas e equ��voos, onentraas energias e utiliza o grande poder sugestivo e riador de imagens.Outras apresentam uma onstitui�~ao psiol�ogia mais pl�astia, vi-vem espontaneamente, t^em di�uldade de formular tal programa, emonstruir de aordo om tal modelo. Eles tendem a se deixar guiarpelo Esp��rito interior ou pela vontade de Deus, ampliando o anal deomunia�~ao por meio da aspira�~ao e da devo�~ao e deixando a rit�eriodivino a deis~ao do que devem vir a ser.Ambos os m�etodos s~ao e�azes e ada um �e apropriado ao tipoorrespondente. Mas �e onveniente onheer, apreiar e usar ambos,em erta medida para evitar limita�~oes e exageros de ada m�etodo,orrigindo e enriqueendo um om os elementos tomados do outro.Desta forma, quem segue o primeiro m�etodo deve ter o uidado paran~ao fazer um \quadro ideal" exessivamente r��gido; deve estar dispostoa modi��a-lo ou ampli�a-lo. E quem segue o segundo m�etodo devetomar uidado para n~ao se tornar exessivamente passivo ou negativo,aeitando omo inspira�~oes superiores ertas sugest~oes que na verdades~ao determinadas por for�as, desejos e anseios inonsientes.Os \modelos ideais" ou imagens ideais que pode-se riar s~ao nu-merosos, mas podem dividir-se em dois grupos prinipais. O primeiro�e formado de imagens representativas de um desenvolvimento harmo-1.3. INTEGRAC� ~AO INTERIOR HARMONIOSA 25nioso, de uma perfei�~ao pessoal e espiritual irreto�avel. O segundogrupo representa a e�i^enia espeializada. Neste aso, a �nalidade �eo desenvolvimento m�aximo de uma aptid~ao ou qualidade orrespon-dente �a linha partiular de auto express~ao e ao papel ou pap�eis soiaisque o indiv��duo esolheu.Uma vez feita �a esolha da forma ideal ome�a a psioss��ntesepr�atia, a onstru�~ao efetiva da nova personalidade. Esse trabalhopode ser dividido em tr^es partes prinipais:Utiliza�~ao das energias dispon��veis: estas s~ao as for�as li-bertadas pela an�alise e desintegra�~ao dos omplexos inonsientes etend^enias latentes, que existem em v�arios n��veis psiol�ogios. Talutiliza�~ao requer a transmuta�~ao de muitas dessas for�as inonsien-tes, o que �e possibilitado pela plastiidade e imutabilidade inerentenelas. Esse �e um proesso que est�a ontinuamente oorrendo.Desenvolvimento dos aspetos da personalidade que est~aode�ientes ou inadequados para os �ns que deseja-se atingir. Esse de-senvolvimento pode oorrer de duas maneiras: por meio da evoa�~ao,auto-sugest~ao, a�rma�~ao riativa ou pelo treinamento met�odio defun�~oes subdesenvolvidas (mem�oria, imagina�~ao, vontade).Coordena�~ao e subordina�~ao das v�arias energias e fun�~oespsiol�ogias, a ria�~ao de uma s�olida organiza�~ao da personalidade.Esse ordenamento apresenta analogias interessantes e sugestivas omo de um modelo moderno, om v�arios agrupamentos de idad~aos emomunidades, lasses soiais, pro�ss~oes, of��ios, e os diferentes esal~oesde funion�arios muniipais, distritais, estaduais e estatais.Este �e roteiro do proesso pelo qual a psioss��ntese �e realizada. Mas�e importante deixar laro que todos os v�arios est�agios e m�etodos aimamenionados est~ao intimamente inter-relaionados.

  • 30 CAP�ITULO 2. O ATO DA VONTADEfun�~ao diretriz e reguladora; equilibra e utiliza onstrutivamente todasas demais energias do ser humano, sem nuna reprimir nenhuma delas.Um exemplo sobre o desempenho da vontade �e o do timoneiro de umnavio, que o leva ao seu urso, mantendo-se na dire�~ao erta apesardos ventos e orrentezas. A for�a de que neessita para segurar o leme�e inteiramente diferente da que propulsiona o navio pelo mar afora,seja ela proveniente dos geradores, dos ventos nas velas ou do esfor�odos remadores.Outra forma de resist^enia prov�em da tend^enia geral �a in�eria,geralmente presente, que permite que o lado omodista da naturezaassuma o ontrole e deixe que os impulsos internos ou as inu^eniasexternas dominarem a personalidade. Essa tend^enia pode ser resu-mida omo \uma relut^ania de se dar ao trabalho" ou de pagar opre�o exigido por um empreendimento ompensador. O treinamentoda vontade neessita de esfor�os e persist^enia, requeridos para o de-senvolvimento de qualquer qualidade, seja f��sia ou mental. Tal es-for�o �e mais que ompensador, pois a utiliza�~ao da vontade est�a nabase de qualquer atividade e quanto mais desenvolvida h�a de melhorara e��aia de todos os empreendimentos futuros.Segundo de�ni�~ao do Prof. Cal�o, em seu artigo sobre a vontade naEnilop�edia,\ . . . a atividade volitiva est�a intimamente ligada �a onsi^eniado Eu, omo entro ativo e uni�ador de todos os elementosda vida ps��quia. O Eu, a prin��pio obsura subjetividade,ponto de refer^enia de toda experi^enia ps��quia, a�rma-segradualmente �a medida que se distingue, omo fonte de ati-vidade, de ada um dos seus elementos espe���os (sentimen-tos, tend^enias, instintos, id�eias). A vontade �e preisamenteessa atividade do Eu, que �e uma unidade situada aima damultipliidade de seus onte�udos e que substitui a a�~ao pr�eviaimpulsiva, fraion�aria e entr��fuga daqueles onte�udos. Eu evontade s~ao termos orrelatos; o Eu existe na medida em que

    Cap��tulo 2

    O Ato da Vontade

    A vontade �e o prin��pio ativo do \EU", n~ao uma fun�~ao ps��quia.Ela dirige, regula as fun�~oes ps��quias de modo riativo, individuale �unio a ada momento. Desta forma, pode-se a�rmar que as sub-personalidades t^em desejos e impulsos, vis~ao de mundo limitada, es~ao omandadas pelo desejo de serem amadas e aeitas. As sub-personalidades n~ao tem vontade, n~ao esolhem, apenas reagem.A experi^enia da vontade aontee em tr^es fases: a primeira �e oreonheimento de que a vontade existe; a segunda, �e a onstata�~aode ter uma vontade e a tereira que a torna mais ompleta e efetiva,�e de \Ser" uma vontade.A experi^enia do \querer" pode manifestar-se durante uma rise,uma amea�a ou de modos mais tranquilos e sutis. Durante as horasde medita�~ao e sil^enio, ao examinar om aten�~ao as motiva�~oes, nosmomentos de delibera�~ao e deis~ao reetida, �as vezes uma \voz" sutil,mas intelig��vel se faz ouvir e inita a determinada linha de a�~ao. �Eum impulso diverso, dos impulsos e motivos otidianos, que prov^em do^amago, do entro do ser omo uma ilumina�~ao interior que nos tornaonsientes da realidade da vontade.27

  • 28 CAP�ITULO 2. O ATO DA VONTADETodavia o modo mais simples e frequente de desobrir a pr�opria von-tade �e por meio da a�~ao e da luta determinada. Ao realizar um esfor�of��sio ou mental, ou em oasi~oes de luta ativa ontra um obst�aulo, oude onfronta�~ao om for�as opostas, sente-se que uma for�a aparee;�e a energia interior que proporiona a experi^enia do querer.A desoberta da vontade e, mais ainda, a tomada de onsi^eniaque o Self e a vontade est~ao intimamente ligados pode aonteer omouma genu��na revela�~ao e pode modi�ar a autoonsi^enia de umapessoa e toda a sua atitude em rela�~ao a si mesmo, a outras pessoas eao mundo.Na realidade, esta experi^enia est�a impl��ita na onsi^enia hu-mana. �E o que a distingue dos animais, que s~ao onsientes, mas n~aoonsientes de si pr�oprios. A mente animal n~ao alan�ou a dignidadeda vontade1, e n~ao experimenta a supraonsi^enia, ou a onsi^eniada onsi^enia2. Os animais t^em perep�~ao e reagem emoionalmente�as situa�~oes, mas n~ao sabem, nem perebem, omo os seres huma-nos. A autoonsi^enia humana pode estar distorida por diversosonte�udos do ego e relaiona-se normalmente om a fun�~ao predo-minante ou om o foo da onsi^enia e om o papel que a pessoadesempenha na vidaAlgumas pessoas identi�am-se om os seus orpos e sensa�~oes efunionam omo se fossem os pr�oprios orpos. Outros se identi�amom os sentimentos, experimentando e desrevendo seu estado de serem termos afetuosos e r^eem que seus sentimentos onstituem a parteentral e mais ��ntima de si mesmos, enquanto que os pensamentos eas sensa�~oes s~ao perebidos om mais distantes e at�e separados. Osque se identi�am om a pr�opria intelig^enia, v^eem-se omo estruturas1\Livro de Urantia", p�agina 710, Doumento 62: \As Ra�as na Aurorado Homem Primitivo", Item 62.7: \O Reonheimento do Mundo omo SendoHabitado", Par�agrafo 3.2\Livro de Urantia", p�agina 1435, Doumento 130: \A Caminho deRoma", Item 130.4: \O Disurso sobre a Realidade", Par�agrafo 9.

    29inteletuais e onsideram os sentimentos e sensa�~oes em segundo plano.Muitos identi�am-se om um papel que desempenham e viveniam asi mesmos em termos desse papel, tais omo a \m~ae", o \marido", a\esposa", o \estudante", o \homem de neg�oios", a \professora" et.Essa identi�a�~ao om apenas uma parte da personalidade podeser interessante por um tempo, mas tem desvantagens para a ompre-ens~ao do \EU", que prov�em do fato de saber-se quem �e, do profundosenso de auto-identi�a�~ao om o esp��rito3 eterno. Por outro lado,ao exluir ou dereser a import^ania das demais partes da persona-lidade, a express~ao �a limitada a apenas uma fra�~ao do que poderiaser, o que pode gerar frustra�~ao e sentimentos de inaptid~ao e insu-esso. O atleta que envelhee e perde a sua for�a f��sia, a atriz ujabeleza f��sia se esvai, ou a m~ae de �lhos residos que a deixaram ou oestudante que deixa a esola para enfrentar uma s�erie de responsabi-lidades pro�ssionais, s~ao exemplos que podem produzir rises gravese at�e dolorosas.O envelheimento, doen�as e morte s~ao passagens que mostram atransitoriedade da vida e a neessidade de busa do Self, e requerum \renasimento", envolvendo toda a personalidade e despertandoo verdadeiro \EU", mais ompleto e harm^onio. Este proesso quemuitas vezes aontee sem a partiipa�~ao da vontade, pode ser reali-zado por meio de um proesso deliberado de desidenti�a�~ao e auto-identi�a�~ao. Por meio dele ganha-se a liberdade e a fauldade deesolha para se identi�ar de qualquer aspeto da personalidade se-gundo o que for mais apropriado em ada situa�~ao. O objetivo �eaprender a dominar, dirigir e a utilizar todos os elementos e aspetosda personalidade.A verdadeira fun�~ao da vontade n~ao �e atuar ontra os impulsosda personalidade e for�ar a realiza�~ao de prop�ositos. A vontade tem3\Livro de Urantia", p�agina 1295, Doumento 118: \O Supremo e o�Ultimo - o Tempo e o Espa�o", Item 118.1: \Tempo e Eternidade", Par�agrafo2.

  • 34 CAP�ITULO 2. O ATO DA VONTADE(suset��vel a inu^enias, omo um amontoado de �lmes virgens) In-onsiente \estruturado" ou \ondiionado" (reex~oes, omplexos eonitos, pode ser representado omo um �lme j�a exposto). As novasimpress~oes n~ao permaneem em ondi�~ao est�atia. Elas agem em n�os,s~ao for�as vivas que estimulam e evoam outras, de aordo om as leispsiol�ogias.O inonsiente absorve ontinuamente impress~oes do ambiente psi-ol�ogio. Assimila, respira subst^anias psiol�ogias uja natureza de-termina se seus efeitos ser~ao ben�e�os ou prejudiiais. As v�ariasfun�~oes psiol�ogias interagem e interpenetram-se, mas a vontade est�aem ondi�~oes de dirigir esta intera�~ao, esta interpenetra�~ao. A posi�~aoentral da vontade proporiona-lhe supremaia por meio do seu po-der regulamentador, mas esse poder, por sua vez, �e governado porleis psiol�ogias. Ignorar essas leis signi�a esperdi�ar ou arrisar-se aempregar mal o poder inerente da vontade, por sua posi�~ao entral.Segundo Assagioli existem algumas leis sobre o funionamento daVontade:Lei I - As imagens ou id�eias e quadros mentais tendem a produzir asondi�~oes f��sias e os atos exteriores que lhe orrespondem.Lei II - As atitudes, movimentos e a�~oes tendem a evoar imagense id�eias orrespondentes, e estas, por sua vez (segundo a lei se-guinte) evoam ou intensi�am emo�~oes ou sentimentos orres-pondentes.Lei III - As id�eias e imagens tendem a despertar emo�~oes e sentimen-tos que lhe orrespondem.Lei IV - As emo�~oes e impress~oes tendem a despertar e a intensi�arid�eias e imagens que lhe orrespondem.Lei V - As neessidades, ��mpetos, impulsos e desejos tendem a des-pertar id�eias e emo�~oes orrespondentes. As imagens e id�eias,2.1. ASPECTOS DA VONTADE - ROBERTO ASSAGIOLI 31tem sua apaidade espe���a de a�~ao, que �e a vontade; e avontade s�o existe omo atividade distinta e aut^onoma do Eu"(CAL�O [6℄, 1945, pag 80).

    Assagioli (1927) utilizou tr^es ategorias - ou dimens~oes - para des-rever a vontade: aspetos, qualidades e est�agios. A primeira atego-ria, a dos aspetos, �e a mais b�asia e representa as faetas que se podereonheer na vontade plenamente desenvolvida. A segunda atego-ria, a das qualidades, refere-se �a maneira de express~ao da vontade ema�~ao. Os est�agios da vontade espei�am omo se desenrola, desde oin��io at�e o �m o ato da vontade.

    2.1 Aspetos da vontade - Roberto AssagioliNa Psioss��ntese �e importante disriminar entre a disposi�~ao baseadaem motiva�~ao inonsiente e a verdadeira vontade do eu pessoal. Apsiologia do s�eulo XIX baseava-se essenialmente no aspeto ons-iente da personalidade e ignorava as for�as inonsientes que Freud,Jung e outros enfatizaram.Existe uma \vontade inonsiente" do Eu superior, a qual tendesempre a harmonizar a personalidade om o prop�osito global do Euespiritual4. Uma das metas da psioss��ntese espiritual �e fazer dessa\vontade inonsiente" do Eu espiritual uma experi^enia onsiente.Para isso, �e preiso onheer os aspetos da vontade delineados porAssagioli (1927): a vontade forte, a vontade h�abil, a boa vontade e avontade transpessoal.4\Livro de Urantia", p�agina 1487, Doumento 134: \Os Anos deTransi�~ao", Item 134.4: \Soberania Divina e Soberania Humana", Par�agrafo7.

  • 32 CAP�ITULO 2. O ATO DA VONTADE2.1.1 Vontade forte\Em primeiro lugar �e preiso reonheer que a vontade existe,depois que ada homem pode ter uma vontade, e, �nalmente,que ele pode se tornar essa vontade, resumindo: um ego quesabe querer" (ASSAGIOLI [1℄, 1927).Depois �e preiso desenvolver essa vontade, tornando-a su�iente-mente forte para que se adapte �as suas m�ultiplas utiliza�~oes, em todosos dom��nios da vida. A for�a �e apenas um aspeto da vontade, disso-iada dos demais, pode ser, e n~ao raro realmente �e, ine�az e prejudi-ial �a pr�opria pessoa e aos outros. Ao desenvolver a for�a de vontade,tem-se onsi^enia de que um ato de vontade ont�em su�ientementeintensidade para levar avante o seu projeto.2.1.2 Vontade h�abilA habilidade onsiste na apaidade de obter os resultados desejadosom o menor disp^endio poss��vel de energia. A �m de utilizar maise�azmente a vontade deve-se ompreender a pr�opria onstitui�~ao in-terna e tomar onheimento de diferentes fun�~oes, impulsos, desejos,h�abitos padronizados e das rela�~oes entre eles, de modo que a qualquertempo pode-se ativar e usar estes aspetos, pois a qualquer momentoj�a tendem a produzir a a�~ao espe���a. �E importante lembrar que avontade �e apaz de realizar seus des��gnios, ontando que n~ao ontesomente om a sua for�a, mas igualmente om a sua habilidade. Esta�e apaz de estimular, regular e dirigir todas as demais fun�~oes e for�asdo ser, a �m de que elas possam onduzir a um objetivo predetermi-nado. Compreendendo isto, podem-se esolher os meios e estrat�egiasmais pr�atias e e�ientes, que eonomizem mais esfor�os para onduzirao objetivo desejado.�E importante itar algumas das fun�~oes psiol�ogias mais abran-gentes: Sensa�~ao - Emo�~ao - Sentimento - Impulso/Desejo - Ima-2.1. ASPECTOS DA VONTADE - ROBERTO ASSAGIOLI 33gina�~ao - Pensamento - Intui�~ao - Vontade. A Vontade est�a pr�oxima doSELF e tem uma posi�~ao entral sobre as demais fun�~oes psiol�ogias,regulando-as e dirigindo-as. Para o psi�ologo Jung (1915) as quatroprinipais, que ele denominou de a \B�ussula da Psique" s~ao:Raz~ao - termo desritivo de pensamento, sentimentos e a�~oes queest~ao de aordo om atitudes baseadas em valores objetivos, estabe-leidos por experi^enia pr�atia, por meio da reex~ao. Segundo Jung(1910), o pensamento �e o proesso mental daquilo que �e perebido e osentimento, �e a fun�~ao psiol�ogia que avalia ou julga o valor de algumaoisa ou algu�em e n~ao apresenta manifesta�~oes f��sias ou �siol�ogiastang��veis.Emo�~ao - Rea�~ao involunt�aria, devido a um omplexo ativo, queenvolve o afeto, rea�~oes emoionais maradas por sintomas f��sios edist�urbio no pensamento, que rompe muitas vezes om o omponentedo julgamento (bom X mau, gosto X n~ao gosto). Os omplexos s~aoid�eias arregadas de sentimentos, que, om o orrer do tempo, se au-mulam ao redor de determinados arqu�etipos, \m~ae", \pai", por exem-plo. Quando estes omplexos se onstelam, fazem-se invariavelmentepelo afeto, sendo relativamente aut^onomos.Intui�~ao - �e a fun�~ao irraional, uja apreens~ao vem do inons-iente. A intui�~ao pode reeber informa�~oes de dentro (ex. um vis-lumbre de insight de origem desonheida) ou ser estimulada pelo queoorre a outrem.Sensa�~ao - �e fun�~ao psiol�ogia que perebe a realidade imediatapor meio dos sentidos f��sios. �E uma fun�~ao irraional, perebendo osfatos onretos sem fazer julgamento sobre o que signi�am e sobre oseu valor.Os relaionamentos entre essas fun�~oes s~ao omplexos, mas existemduas esp�eies de intera�~ao, a que oorre meaniamente e as que s~aoinueniadas, governadas e dirigidas pela vontade. Isso leva a onside-rar a diferen�a entre o que se pode hamar de inonsiente \pl�astio"

  • 38 CAP�ITULO 2. O ATO DA VONTADETranspessoal, no sentido de transender as limita�~oes da onsi^enia\normal" e da vida, n~ao se manifestam apenas na busa e na vontadede enontrar signi�ado e ilumina�~ao. Existem outros tipos de trans-end^enia que s~ao experimentados pelos tipos de ser humano que lheorresponde: Transend^enia atrav�es do amor transpessoal - Trans-end^enia atrav�es da a�~ao transpessoal - Transend^enia atrav�es dabeleza e Transend^enia atrav�es da realiza�~ao do SELF. Esses modosde transend^enia podem ser expressos tamb�em em termos de vontade,de vontade fundamental de transender as limita�~oes da personalidadepor meio da uni~ao om algu�em ou algo maior e mais elevado. Maisexatamente: em todos esses modos enontramos a uni~ao do amor e avontade.Assagioli (1927) se refere �as qualidades omo a express~ao da von-tade. Ao estudar as arater��stias apresentadas pelos que \que-rem", pode-se enontrar um grande n�umero de qualidades, que existemtamb�em, em erta medida, em ada ser humano e que se neess�ario,podem ser despertadas e passar da lat^enia �a manifesta�~ao. As quali-dades da vontade s~ao: energia - for�a din^amia - intensidade; omando- ontrole - disiplina; onentra�~ao - direionalidade - aten�~ao - foo;determina�~ao segura - deis~ao - resolu�~ao - prontid~ao; persist^enia- resist^enia - pai^enia; iniiativa - oragem - arrojo; organiza�~ao -integra�~ao - s��ntese.2.2 Qualidades da vontade2.2.1 Energia - for�a din^amia - intensidadeEsta qualidade �e a mais forte arater��stia natural da \for�a de von-tade". Quando a vontade �e utilizada de forma tir^ania, opressiva eproibitiva, pode ter efeitos desastrosos tanto ao sujeito, quanto a suasmetas. O mau uso dela produz violenta rea�~ao, que leva a um outro

    2.1. ASPECTOS DA VONTADE - ROBERTO ASSAGIOLI 35por sua vez (segundo a lei I), estimulam a�~oes orrespondentes.Lei VI - A aten�~ao, o interesse, as a�rma�~oes e repeti�~oes refor�amas id�eias, imagens e forma�~oes psiol�ogias nas quais elas est~aoentradas.Lei VII - A repeti�~ao das a�~oes intensi�a a ompuls~ao de prosseguirom a reitera�~ao delas e torna sua exeu�~ao mais f�ail e perfeita,at�e que elas possam ser exeutadas inonsientemente.Lei VIII - Todas as v�arias fun�~oes e suas m�ultiplas ombina�~oesem omplexos e sub-personalidades, adotam meios de realizarseus objetivos sem que disso tomemos onsi^enia, independen-temente de e at�e ontra a nossa vontade onsiente.Lei IX - Anseios, impulsos, desejos e emo�~oes tendem a exigir ex-press~ao e preisam manifestar-se.Lei X - As energias psiol�ogias enontram express~ao: 1- diretamente(desarga, atarse), 2- indiretamente, por meio de atos simb�olios,3 - por meio de um proesso de transmuta�~ao.2.1.3 A boa vontadeMesmo quando a vontade �e dotada de for�a e habilidade nem sempre�e satisfat�oria, podendo se tornar uma arma noiva se dirigida a �nsmaldosos. A boa vontade, portanto, al�em de desej�avel, �e fundamen-talmente inevit�avel. Aprender a esolher o objetivo erto �e aspetoessenial do treinamento da vontade. �E neess�ario, para o bem estargeral e individual, que a vontade seja boa, ao mesmo tempo, que fortee h�abil.Nesta etapa do desenvolvimento da vontade, o que se leva em ontas~ao as intera�~oes do homem: om a fam��lia, om os ompanheiros detrabalho e om a soiedade em geral. Seus relaionamentos s~ao muitos

  • 36 CAP�ITULO 2. O ATO DA VONTADEe diversos. �E um grande esfor�o de vontade substituir ompeti�~aopor oopera�~ao; onito por arbitragem e aordo. O ^exito destastentativas depende da harmoniza�~ao gradual das vontades envolvidasem que os diferentes objetivos individuais podem ajustar-se ao ��rulode uma solidariedade humana mais ampla. Existem dois m�etodos pararealizar esta tarefa:1. elimina�~ao dos obst�aulos (ego��smo, egoentrismo, falta de om-preens~ao para om o pr�oximo);2. o ininterrupto desenvolvimento e express~oes de uma boa von-tade. (Conheimento da onstitui�~ao geral do ser humano, in-vestiga�~ao das diferen�as psiol�ogias existentes entre grupos deindiv��duos, empatia).O perigo da vontade desenfreada �e a ar^enia de ora�~ao, podendoser fria, severa e mesmo ruel. Mas, por outro lado, o amor destitu��dode vontade pode tornar a pessoa d�ebil, sentimental, exessivamenteemoional, al�em de ine�az. Uma das prinipais ausas das desordensdos dias atuais �e a falta de amor por parte dos que t^em vontade efalta de vontade por parte dos que s~ao bons e arinhosos. Mas o de-sequil��brio entre amor e vontade, pode aentuar-se ainda mais pelasdiferen�as de qualidade, natureza e dire�~ao existente entre estes doissentimentos. O amor sendo atrativo, magn�etio e extrovertido tendea ligar e unir. A vontade, por outro lado, sendo din^amia, tende a sera�rmativa, separativa, dominadora, bem omo estabeleer relaiona-mentos de depend^enias.Normalmente, o amor �e onsiderado omo algo espont^aneo e inde-pendente da vontade, algo que na realidade, \aontee" at�e mesmoontra a vontade individual. Por mais verdadeiro que isto seja noin��io de um relaionamento afetivo, ultivar um amor humano, gra-ti�ante, duradouro e riativo �e uma verdadeira arte. O amor n~ao �esimplesmente uma quest~ao de sentimento, uma ondi�~ao ou disposi�~ao2.1. ASPECTOS DA VONTADE - ROBERTO ASSAGIOLI 37afetiva. O amar bem exige tudo o que �e neess�ario para a pr�atiade qualquer arte, ou mesmo de uma atividade humana, isto �e, umaadequada medida de disiplina, pai^enia e persist^enia. Todas estasqualidades pertenem �a vontade.

    2.1.4 A vontade transpessoalOs tr^es aspetos da vontade aqui menionados onstituem as ara-ter��stias da vontade para o ser humano \normal" e s~ao su�ientespara a sua auto-realiza�~ao e para levar uma vida intensa e �util. Isso,ali�as, representa o objetivo da psioss��ntese pessoal e interpessoal.Mas existe outra dimens~ao. Embora muitos n~ao tenham onsi^eniadela e heguem a negar-lhe a exist^enia - existe outra esp�eie de per-ep�~ao, uja realidade foi testemunhada pela experi^enia direta degrande n�umero de indiv��duos, no deorrer da Hist�oria. A dimens~aoem que funiona essa onsi^enia pode ser hamada \vertial". Nopassado, era geralmente onsiderada omo pertenendo ao dom��nio daexperi^enia religiosa5 ou \espiritual", mas hoje vai ganhando ada vezmaior reonheimento, omo ampo v�alido de investiga�~ao ient���a.Este �e o dom��nio ou dimens~ao da vontade transpessoal que �e avontade do Self transpessoal. �E igualmente o ampo de relaionamentointerno de ada indiv��duo, entre a vontade do Self pessoal e a vontadedo Self Transpessoal. Este relaionamento onduz �a maior intera�~aoentre eles e, eventualmente, �a fus~ao do pessoal om o transpessoal edesta ao relaionamento om a realidade �ultima, o Self Universal, quese inorpora e demonstra a Vontade Universal e Transendente. Oanseio pelo transendente, muitas vezes se manifesta omo um \vazioexistenial", que n~ao �e nenhuma neurose.As aspira�~oes e a vontade do eu pessoal, bem omo a atra�~ao do Self5\Livro de Urantia", p�agina 1129, Doumento 103: \A Realidade daExperi^enia Religiosa".

  • 42 CAP�ITULO 2. O ATO DA VONTADE2.2.6 Iniiativa - oragem - arrojoS~ao qualidades de raiz duplas. Uma delas �e o reonheimento de quea plena e duradoura seguran�a �e fundamentalmente uma ilus~ao. N~aoexiste seguran�a ompleta na vida, nem f��sia, nem �naneira e nemde qualquer outro tipo. Portanto, o anseio de seguran�a a qualquerpre�o, frustra-se a si pr�oprio.Outro inentivo �a oragem �e o reale e o est��mulo proporionadopelo perigo, o qual frequentemente traz onsigo um sentimento de la-reza e de vida intensa, apaz de riar verdadeira expans~ao da onsi^eniae mesmo um estado de ^extase. O riso, �e laro, n~ao deve ser temer�arioe imprudente. Aqui existe o perigo do exesso e do riso desneess�arioque n~ao teria prop�osito, a n~ao ser pela exita�~ao emoional que pro-poriona. O riso aeito om oragem se justi�a e s�o onv�em quandotem uma �nalidade bem pensada e de alto valor - mas nuna omoum �m em si mesmo.2.2.7 Organiza�~ao - integra�~ao - s��nteseEssas qualidades da vontade s~ao, em erto sentido, as mais importan-tes, pois habilitam-na a preenher sua �unia fun�~ao espe���a. Essafun�~ao e o seu modo de operar, podem ser eslareidos por meio deuma analogia om o orpo em estado saud�avel. O orpo evidenia aoopera�~ao inteligente de ada elemento, desde as �elulas at�e os gran-des sistemas funionais, tais omo o respirat�orio, o digestivo, e assimpor diante. Existe uma intera�~ao omplexa e um equil��brio m�utuo daatividade das gl^andulas end�orinas, reguladas pelo sistema nervoso,a �m de riar ondi�~oes de equil��brio m�utuo e mant^e-las, a despeitode todos os impatos perturbadores do mundo externo. O orpo �e,portanto, um organismo uni�ado, uma unidade funional de partesdiversas inont�aveis - �e uma demonstra�~ao perfeita de unidade na di-versidade.

    2.2. QUALIDADES DA VONTADE 39extremo, isto �e, a tend^enia �a reusa de qualquer esp�eie de ontroleou disiplina de impulsos, exig^enias, desejos, aprihos, levando a umulto da \espontaneidade" desenfreada. Uma adequada ompreens~aoda vontade inluiria, portanto, uma apreia�~ao lara e equilibrada desua natureza dupla: existem dois p�olos diferentes, mas n~ao ontra-dit�orios. De um lado, o \elemento poder", que deve ser reonheido,avaliado e, se neess�ario, refor�ado e depois sabiamente apliado. Aomesmo tempo, �e preiso reonheer que existem atos volitivos que n~aoexigem obrigatoriamente esfor�o.

    2.2.2 Comando - ontrole - disiplinaEsta qualidade da vontade est�a intimamente ligada �a primeira, por-que omando e ontrole exigem energia e esfor�o e porque um dosprinipais usos da energia da vontade �e exerer ontrole sobre outrasfun�~oes psiol�ogias. Controle n~ao signi�a repress~ao ou supress~ao. Arepress~ao implia numa ondena�~ao inonsiente ou em medo (ou emambos) e o esfor�o onsequente de impedir o aoramento do materialreprimido do inonsiente para a onsi^enia. Supress~ao �e a onsientee violenta elimina�~ao do material perebido indesej�avel, impedindo as-sim a sua express~ao. O ontrole orreto, no entanto, signi�a a regu-lamenta�~ao da express~ao visando a uma utiliza�~ao dirigida e ons-trutiva das energias biol�ogias e psiol�ogias. Na pr�atia, portanto, oontrole sensato �e quase sempre o oposto absoluto da repress~ao e dasupress~ao.�E um erro pensar que toda espontaneidade e expressividade s~aosempre boas e que um ontrole �e sempre mau e indesej�avel. H�adiversos signi�ados para o autoontrole6, ou inibi�~ao, e algunsdeles s~ao absolutamente desej�aveis e saud�aveis. Controle n~ao6\Livro de Urantia", p�agina 1609, Doumento 143: \Atravessando a Sa-maria", Item 143.2: \A Li�~ao da Mestria sobre Si Pr�oprio".

  • 40 CAP�ITULO 2. O ATO DA VONTADEpreisa signi�ar frustra�~ao ou ren�unia a uma neessidade ougrati�a�~ao b�asia. O resultado de todo esse ontrole, disi-plina e treinamento �e a onquista do omando, que signi�ao m�aximo de e�i^enia e o mais intenso e duradouro senso deseguran�a, satisfa�~ao e alegria (MASLOW [8℄, 1970, p�ag. 76).

    2.2.3 Conentra�~ao - direionalidade - aten�~ao - fooA onentra�~ao �e uma qualidade da vontade, uja falta pode tornarine�az uma vontade forte; ao passo que a sua aplia�~ao pode om-pensar uma \relativa debilidade de voltagem" ou poder da vontade.Esta qualidade atua exatamente omo uma lente que enfeixa os raiosde sol, onentrando-os ou intensi�ando o seu alor.A onentra�~ao �e onsequ^enia da aten�~ao, que pode ser \invo-lunt�aria", no sentido de produzir-se �as vezes por uma neessidade ouinteresse prevaleente. Mas se o objeto da aten�~ao n~ao �e atraente ou\interessante" por si mesmo, a aten�~ao preisa de uma onentra�~ao�rme e intenional, al�em de um esfor�o persistente.A aten�~ao onentrada pode ser exeritada em tr^es ampos ou esfe-ras de realidade. Pode ser dirigida para fora, omo quando se observaum objeto, ao estudar um assunto ou realizar uma a�~ao. Pode tamb�emser dirigida para dentro, quando se utiliza para adquirir onsi^enia eanalisar estados psiol�ogios subjetivos: os pensamentos, fantasias ouimpulsos. E, por �m, pode ser dirigida para o alto, quando o entro daonsi^enia, o \Eu" dirige sua ontempla�~ao interior para os proessosmais elevados e supra-onsientes do Self Transpessoal.Essa �ultima esp�eie de onentra�~ao �e neess�aria para levar a efeitoa atividade interior de medita�~ao e para manter o estado de on-templa�~ao. Um ostume importante e pr�atio na efetiva�~ao de atosvolunt�arios de onentra�~ao, ombinados om ontrole, onsiste emmanter lara e onstantemente no ampo da onsi^enia as imagens2.2. QUALIDADES DA VONTADE 41e id�eias das a�~oes que se quer realizar. As imagens ou quadros men-tais tendem a produzir as ondi�~oes f��sias e os atos externos que lhesorrespondem.

    2.2.4 Determina�~ao segura - deis~ao - resolu�~ao - pron-tid~aoEsta qualidade da vontade �e demonstr�avel prinipalmente no est�agiode delibera�~ao. A falta de deis~ao e resolu�~ao �e uma das fraquezas, dossistemas demor�atios, os quais a delibera�~ao tende a ser um proessosem �m. �E preiso, por�em, ter o uidado de n~ao onfundir prontid~ao erapidez om impulsividade. Esta n~ao delibera oisa alguma, pula, porassim dizer o est�agio da delibera�~ao. Deliberar, portanto, �e impor-tante, mas sem muita demora, pois n~ao deidir �e tamb�em uma deis~aoe pode se revelar a pior delas.

    2.2.5 Persist^enia - resist^enia - pai^eniaPara tarefas de longo prazo s~ao indispens�aveis a persist^enia e umprop�osito inabal�avel, mais ainda do que a energia. Em situa�~oesde poua energia, pode-se utilizar a t�enia do \pouo e sempre".Isto �e realizar o trabalho em suaves presta�~oes, interrompendo-o omper��odos urtos e frequentes de repouso, ao primeiro sinal de fadiga.A persist^enia pode se apresentar omo tenaidade, resist^enia oupai^enia. Veri�ou-se que a reusa em aeitar sofrimentos pode, n~aoraro, riar ondi�~oes neur�otias, ao passo que a generosa aeita�~ao desofrimentos inevit�aveis (resist^enia) leva ao disernimento, ao amadu-reimento e ao progresso. A pai^enia �e outra forma de persist^enia efaz parte de uma vontade plenamente desenvolvida.

  • 46 CAP�ITULO 2. O ATO DA VONTADEnatural dos v�arios passos a serem adotados, e da oasi~ao em que devempassar do projeto iniial, por meio do programa, para a realiza�~ao doobjetivo.2.3.3 Esolha e deis~aoA delibera�~ao deve ser seguida da esolha de um objetivo determi-nado, e a deis~ao de abandonar os demais. �E preiso onsiderar asonsequ^enias do ato proposto. Trata-se de um exer��io de preis~ao,exige uma reex~ao uidadosa e disernimento psiol�ogio, em espeialquando h�a envolvimento de outras pessoas. N~ao tomando esses ui-dados, as palavras e atos podem muito bem produzir efeitos muitodiferentes do que iniialmente proposto.

    2.3.4 A�rma�~aoO omando \Fiat" da vontade - a esolha ou deis~ao devem ser on-�rmados pela a�rma�~ao que ativa e estimula as energias din^amiase riativas que devem assegurar a onseu�~ao do objetivo. O que est�aimpl��ito na a�rma�~ao da vontade �e um senso ou estado de erteza.Ela tem dois aspetos: a f�e e a onvi�~ao. A f�e que leva a um estado deerteza requer, antes de tudo, a f�e em si mesmo, isto �e, no Self real, aess^enia do Ser. A onvi�~ao �e, por natureza, mental: ela �e alan�adatanto por via da raz~ao omo pela aeita�~ao inteletual de uma intui�~aoreonheida omo algo que est�a em harmonia om a verdade.Na experi^enia viva, a f�e e a onvi�~ao oexistem e meslam-se empropor�~oes variadas. De sua ombina�~ao resulta a erteza. Para serefetiva, a a�rma�~ao tem que ser vigorosa, deve possuir forte potenialdin^amio ou intensidade. A a�rma�~ao pode ser onsiderada um o-mando, dado por uma autoridade. Tal autoridade pode provir de umaposi�~ao de responsabilidade ou de alguma fun�~ao exterior no mundo,2.3. EST �AGIOS DA VONTADE 43Qual �e o prin��pio uni�ador que torna isso poss��vel? Sua natu-reza real esapa: s�o pode-se ham�a-la de vida; mas algo pode-se dizerquanto �as suas qualidades e modos de operar. Elas t^em reebido v�ariosnomes: oordena�~ao, intera�~ao ou s��ntese org^ania. Esta qualidade davontade opera de v�arios modos. Primeiro, omo sinergia interior, o-ordenando as v�arias fun�~oes psiol�ogias: ela �e a for�a uni�adora quetende para a psioss��ntese pessoal e nos habilita para a sua realiza�~ao.Ela tamb�em age no n��vel transpessoal e funiona no sentido da uni-�a�~ao do entro pessoal da onsi^enia ou do \eu", ou ego, om o SelfTranspessoal, onduzindo �a orrespondente oopera�~ao harm^onia davontade pessoal om a Vontade Transpessoal (psioss��ntese transpes-soal ou espiritual).A opera�~ao das leis de oopera�~ao e s��ntese �e evidente, n~ao s�o noreino intrapessoal omo tamb�em o largo ampo das rela�~oes interpes-soais, desde o asal at�e os demais grupos soiais e, �nalmente, a todaa humanidade. Suas express~oes t^em sido hamadas de v�arios modos:empatia, identi�a�~ao, amor, vontade soial. Ela tende a transendera oposi�~ao entre o indiv��duo e a soiedade e entre a polaridade ego��smoX abnega�~ao. Quer o oneba omo ser divino ou energia �osmia -o Esp��rito que labora sobre e no interior de toda a ria�~ao est�a lhedando uma forma ordenada, harmonia e beleza, unindo todos os seres(alguns de boa vontade, mas a maioria ega e rebelde) uns aos outrospor meio de la�os de amor e - de forma lenta e sileniosa, mas forte eirresist��vel - dando realidade �a Suprema S��ntese7.

    2.3 Est�agios da vontadeCom o intuito de alan�ar o mais alto grau da vontade em sua jornadapara alan�ar a pr�opria Vontade Universal, para sua asens~ao progres-7\Livro de Urantia", p�agina 643, Doumento 56: \A Unidade Universal",Item 56.8: \O Uni�ador Supremo".

  • 44 CAP�ITULO 2. O ATO DA VONTADEsiva por meio da realiza�~ao da for�a, da habilidade, da bondade e dauniversalidade, existem seis fases ou est�agios. Eles s~ao iguais aos elosde uma orrente e o desempenho de um ato de vontade ser�a mais oumenos bem suedido e e�az segundo o ^exito e e��aia de ada umdos est�agios de sua exeu�~ao.2.3.1 O prop�osito, objetivo ou metaBaseados na avalia�~ao, motiva�~ao e inten�~ao, a prinipal arater��stiado ato da vontade �e a exist^enia de um prop�osito a ser alan�ado.Mas enquanto essa vis~ao permaneer no ampo da imagina�~ao n~ao �eainda uma vontade em a�~ao. O alvo deve primeiro ser avaliado e de-terminado, preisa, al�em disso, despertar motiva�~oes, que engendramimpulso, a inten�~ao de o atingir. A pr�opria palavra \motivo" indiaalgo de ativo e din^amio. Os motivos s~ao despertados pelos valoresemprestados �as metas perseguidas.Outro modo de indiar estes relaionamentos �e o seguinte: os moti-vos e inten�~oes s~ao baseados em avalia�~oes, as avalia�~oes por sua vez,s~ao dadas pelo alvo ou prop�osito atribu��do �a pr�opria vida e por suarealiza�~ao. Portanto, uma oisa que ajuda a oloar a vontade em fun-ionamento �e ter uma onep�~ao positiva do signi�ado e prop�osito dapr�opria vida, admitir antes de mais nada, que a vida tem um prop�ositoe que este �e signi�ativo; depois que este prop�osito �e positivo, ons-trutivo, valioso - em uma palavra, que �e bom.Observa-se quase sempre que, ao lado dos motivos humanit�ariossurgem outros, tais omo a ambi�~ao, a vaidade, o desejo de ser lou-vado, a soliita�~ao da aprova�~ao alheia, a auto-a�rma�~ao entre outros.N~ao ser�a, portanto, apropriado emitir julgamentos \bons" ou \maus",\elevados" ou \inferiores" em sentido absoluto. Tudo �e relativo aoindiv��duo, ao seu est�agio de evolu�~ao, �as irunst^anias ambientais,al�em de outros fatores. O que pode ser bom para um pode ser maupara outro.

    2.3. EST �AGIOS DA VONTADE 45Ao desejar levar a efeito o primeiro est�agio do ato da vontade deveter laramente seus objetivos e prop�ositos. Avaliar�a, depois de exa-minados, estes objetivos e, no proesso de avalia�~ao, examinar�a suasmotiva�~oes, tentando tomar onsi^enia das que permaneem inonsi-entes. Trata-se da veri�a�~ao da vantagem do que �e onsiderado omoobjetivo. Os motivos, depois de examinados, devem ser despertados eusados.De outro modo, a esolha dos motivos e a an�alise do Self permane-eriam apenas aad^emios. As energias psiol�ogias devem ser postasem movimento e utilizadas om a inten�~ao lara de servir a um bemmaior, devem ser passadas em revista e ombinadas, a �m de que avontade possa efetivamente prosseguir om a a�~ao que levar�a do obje-tivo �a realiza�~ao. Sem o dinamismo das motiva�~oes, n~ao importa qu~aolaros e proveitosos sejam estes objetivos, pode areer de ��mpeto, eontinuar a ser um sonhador, em vez de autor de um ato de vontade.2.3.2 Delibera�~aoComo existem muitos objetivos poss��veis, ertamente n~ao se pode atin-gir a todos ao mesmo tempo. Tem que ser feita, portanto, uma es-olha, determinar qual entre as metas poss��veis �e a prefer��vel. Essadetermina�~ao �e fun�~ao da Delibera�~ao, na qual os diversos alvos,a possibilidade de realizar, a quest~ao de saber se s~ao aonselh�aveis equais as onsequ^enias que deles adviriam, e todos os fatores relevantespreisam ser mantidos na lembran�a e examinados.Assim, os primeiros passos no proesso de delibera�~ao onsistemem ver laramente, em propor plenamente o problema e em formularas alternativas que se defrontam, em onsiderar o aminho a trilhare o resultado que advir�a da op�~ao de ada uma das alternativas. Aseguir, vem a apreia�~ao, a partir de um ponto de vista realista, dapossibilidade de poder realizar o prop�osito, ou prop�ositos, e da oasi~aoapropriada para a a�~ao. Neste est�agio, deve-se estabeleer a sequ^enia

  • 50 CAP�ITULO 3. OUTRAS VIS ~OES SOBRE A VONTADEde partida de novas aspira�~oes, sempre obstadas e sempre em luta porsua realiza�~ao: \Viver �e sofrer".Mas, apesar de todo seu profundo pessimismo, a �loso�a de Sho-penhauer [7℄ (1819) aponta algumas vias para a suspens~ao da dor.Num primeiro momento, o aminho para a supress~ao da dor enontra-se na ontempla�~ao art��stia. A ontempla�~ao desinteressada dasideias seria um ato de intui�~ao art��stia e permitiria a ontempla�~aoda vontade em si mesma, o que, por sua vez, onduziria ao dom��nioda pr�opria vontade.Na arte, a rela�~ao entre a vontade e a representa�~ao inverte-se, aintelig^enia passa a uma posi�~ao superior e assiste �a hist�oria de suapr�opria vontade; em outros termos, a intelig^enia deixa de ser atrizpara ser espetadora. A atividade art��stia revelaria as id�eias eternaspor meio de diversos graus, passando suessivamente pela arquitetura,esultura, pintura, poesia l��ria, poesia tr�agia, e, �nalmente, pelam�usia. Em Shopenhauer (1819), pela primeira vez na hist�oria da�loso�a, a m�usia oupa o primeiro lugar entre todas as artes. Libertade toda refer^enia espe���a aos diversos objetos da vontade, a m�usiapoderia exprimir a Vontade em sua ess^enia geral e indifereniada,onstituindo um meio apaz de propor a liberta�~ao do homem, emfae dos diferentes aspetos assumidos pela vontade.No homem a vontade �e algo de que ele tem onsi^enia omo von-tade de viver e ao mesmo tempo onsi^enia de permanente insa-tisfa�~ao om o que ele �e. Depois do onheimento da vontade, �e oonheimento da sua insatisfa�~ao om o que faz, de modo que a �uniasalva�~ao �e a supera�~ao da vontade de viver. Para anular a vontade,Shopenhauer aponta a ren�unia, omo fazem os santos, e o nirvanada �loso�a hindu (budismo e bramanismo). Ele prop~oe uma santidaderist~a que �e meio aminho para o nirvana hindu.

    2.3. EST �AGIOS DA VONTADE 47mas �e essenial e espeialmente uma qualidade interior, uma realidadeinterna, psiol�ogia ou espiritual. Quem quer que a exer�a sente, ver-dadeiramente, ou sabe que a possui, e tamb�em aqueles aos quais �edirigida o perebem imediatamente. Essa autoridade pode e deve serexerida partiularmente sobre as energias e fun�~oes psiol�ogias dointerior de ada pessoa, energias e fun�~oes que devem ser utilizadas a�m de onseguir nosso prop�osito.

    2.3.5 Planejamento e elabora�~ao de um programaAp�os a a�rma�~ao, �e preiso elaborar uidadosamente um plano eum programa. Eles devem se basear na onsidera�~ao e sele�~ao dosv�arios meios e fases da exeu�~ao do plano no tempo, segundo as ir-unst^anias, ondi�~oes e possibilidades. Ao se onsiderar um programa�e importante onsiderar a sua pratiabilidade. Um erro frequente �eoneber planos e programas uja magnitude exige apaidades, ir-unst^anias e reursos situados muito al�em do alane de quem osdeseja realizar. A onstru�~ao de planos grandiosos �e muito agrad�avele at�e fasinante, omo todos sabem por experi^enia. Ao ompreenderque um plano �e ambiioso demais, �e preiso estar disposto a reonheereste fato, embora j�a se tenha dado in��io ao programa. �E preiso estarpreparados para ajustar as aspira�~oes e programas ao que �e raional ea aeitar alegremente as possibilidades reais. Isso leva a outra regra deplanejamento: o estabeleimento sempre que poss��vel, da oopera�~aoadequada, evitando a duplia�~ao das atividades e otimizando reursos.A quarta regra do planejamento onsiste em reonheer, distinguir edar sequ^enia adequada �as v�arias fases, que s~ao respetivamente, aformula�~ao, a programa�~ao, a estrutura�~ao, a realiza�~ao de projetos,o modelo ou projeto-piloto.

  • 48 CAP�ITULO 2. O ATO DA VONTADE2.3.6 Dire�~ao da exeu�~aoEsta �e uma tarefa espe���a da vontade, uja fun�~ao pr�opria n~ao �e le-var a efeito a exeu�~ao diretamente. A vontade pode e deve fazer umuso habilidoso das outras fun�~oes e energias orporais e psiol�ogiasda personalidade, do pensamento e da imagina�~ao, da perep�~ao eda intui�~ao, dos sentimentos e dos impulsos, bem omo dos �org~aosf��sios da a�~ao. Essa dire�~ao deve inluir uma onstante supervis~aoda exeu�~ao. A vontade, a prin��pio, onvoa ou onlama as v�ariasfun�~oes neess�arias para a realiza�~ao de seu prop�osito e lhes d�a ins-tru�~oes, ordens e omandos de�nidos. Mas a vontade deve tamb�emsupervisionar as atividades das v�arias fun�~oes, observar o desenvolvi-mento do programa e veri�ar se est�a seguindo a dire�~ao erta. Issoenvolve uma �rme subordina�~ao dos v�arios meios para se alan�ar oprop�osito subjaente e uma onstante adapta�~ao deles �as mudan�asde irunst^anias e ondi�~oes.

    Cap��tulo 3

    Outras Vis~oes sobre a Vontade

    3.1 Vontade de Shopenhauer preede a von-tade de Assagioli

    No sistema de Shopenhauer (1788-1860), �l�osofo pessimista em suavis~ao do mundo, a vontade �e a �ultima e mais fundamental for�a da na-tureza, que se manifesta em ada ser no sentido da sua total realiza�~aoe sobreviv^enia. A vontade �e a raiz metaf��sia do mundo e da ondutahumana; ao mesmo tempo, a fonte de todos os sofrimentos. Sua �lo-so�a �e, assim, profundamente pessimista, pois a vontade �e onebidaomo algo sem nenhuma meta ou �nalidade, um querer irraionale inonsiente.Sendo um mal inerente �a exist^enia do homem, ela gera a dor,neess�aria e inevitavelmente, aquilo que se onhee omo feliidadeseria apenas a interrup�~ao tempor�aria de um proesso de infeliidadee somente a lembran�a de um sofrimento passado riaria a ilus~ao deum bem presente. Para Shopenhauer, o prazer �e momento fugaz deaus^enia de dor e n~ao existe satisfa�~ao dur�avel. Todo prazer �e ponto49

  • 54 CAP�ITULO 3. OUTRAS VIS ~OES SOBRE A VONTADEloa�~oes e onforme as suas arater��stias, hegando ada qual a to-as os pontos nevr�algios do outro sistema de for�as. Veri�a-se dessaforma, uma rede de impulsos, um ol�oquio de perguntas e respostas,um ontato sutil por radia�~ao que de longe liga e une no mesmo traba-lho: na Terra, o homem que n~ao quer evoluir e ser salvo, e nos C�eus,Deus que quer sua evolu�~ao e reden�~ao. E assim os dois sistemas defor�as se exitam um ao outro e se expliam omo ai do �eu o mere-ido e fatal destino. Esta �e a t�enia do fen^omeno da reti�a�~ao doerro. Eis o jogo de for�as. Por meio dele o mal volta �a fonte que ogerou. E isso explia o porqu^e de: quem faz o mal o faz a si mesmo.A onsequ^enia mais importante da Lei de Causa e Efeito �e queos erros ometidos no passado s~ao as ausa dos sofrimentos atuais, epodem ser orrigidos, signi�ando a liberta�~ao da dor. Quando umhomem inteligente entende a t�enia deste fen^omeno, �e l�ogio que n~aodeseje outra oisa sen~ao orrigir os seus erros, para se libertar de suastristes onsequ^enias. Quem ompreende o verdadeiro signi�ado detudo, n~ao ai mais no erro de julgar que tem mais valor o que possui doque aquilo que �e. As qualidades boas ou negativas, n~ao pere��veis omo orpo f��sio, antes insepar�aveis da individualidade, �e que onstruir~aoa vida futura.Tudo o que ada homem reebe na vida n~ao �e um �m em si mesmo,objetivando o seu gozo, mas sim um instrumento de experi^enia, apren-dizado e evolu�~ao. O sentido do Serm~ao da Montanha, de Cristo,inompreens��vel para a psiologia humana, torna-se bem laro paraquem entendeu a fun�~ao equilibradora da Lei de Deus2. �E l�ogio aindaque aquele que julga ser objetivo de tudo somente a satisfa�~ao, n~aoest�a em ondi�~ao de ompreender o verdadeiro signi�ado do jogo davida. Mas, se no mundo existe tanta luta pelas oisas materiais, iston~ao deixa tamb�em de ter seu sentido e utilidade, embora no seu n��velinferior de evolu�~ao.2\Livro de Urantia", p�agina 1588, Doumento 141: \Come�ando o Tra-balho P�ublio", Item 141.2: \A Lei de Deus e a Vontade do Pai".

    3.2. O EXTRAORDIN �ARIO PODER DA VONTADE 513.2 O extraordin�ario poder da vontadeUbaldi (1982) [10℄ a�rmou que a personalidade humana foi onstru��dano passado, pelos pensamentos e atos que longamente repetidos, oma t�enia dos automatismos, se tornaram h�abitos. O resultado dasatividades humanas passadas enontra-se esrito, em s��ntese, em adatipo individual. As qualidades e instintos atuais s~ao o resultado dehist�orias vividas, possuindo uma veloidade adquirida na dire�~ao queeles representam e, por isso, a n~ao ser que sejam orrigidas em outradire�~ao, signi�a possuir um impulso e uma tend^enia a ontinuar damesma forma no futuro, o fen^omeno onheido por destino.Uma parte do ser humano �e ainda ompletamente animal, pois est�aentregue ao subonsiente. Como aontee quando se domestiam osanimais, que se aostumam a viver em um ambiente diferente do seuambiente natural, adquirindo assim, novos h�abitos, novas qualidadese instintos, o mesmo aontee om o homem, om o mesmo m�etodo detransmiss~ao para o subonsiente. Trata-se de um trabalho me^anio,autom�atio, espont^aneo, n~ao sendo um produto reexo da intelig^eniae da vontade. Con�ado ao subonsiente, que de tudo vai tomandonota, absorvendo ou reagindo, onstitui esfor�o de adapta�~ao, funda-mental para a vida defender-se e prosseguir. �E da profundidade dosubonsiente que, depois, tudo o que ali foi impresso pela longa re-peti�~ao, volta �a superf��ie em forma de instintos e qualidades, que seir~ao sobrepondo aos que j�a ada ser possui, lan�ando-os em dire�~aodiferente.O primeiro motor de tudo isso �e a vontade, que assim pode livre-mente impulsionar a evolu�~ao, dirigida pela sua livre esolha. Perteneao homem ent~ao o poder de se onstruir omo quiser. �E l�ogio, por-tanto, que perten�a ao homem a responsabilidade e as onsequ^eniasdessa esolha. Mas, �e l�ogio tamb�em, que num fato assim t~ao impor-tante omo o da evolu�~ao, a esolha do aminho, o seu desenvolvimentoe o ponto de hegada n~ao possam ser on�ados ao aaso ou �a vontade

  • 52 CAP�ITULO 3. OUTRAS VIS ~OES SOBRE A VONTADEde uma riatura que nada sabe, al�em dos problemas do momento e doseu pequeno mundo. Isto seria por em riso o resultado �nal do imensotrabalho reonstrutor do universo, trabalho grande demais para ser en-tregue ao apriho e ignor^ania de ada ser humano. Neste resultado�ultimo a riatura n~ao pode inuir, pois pertene s�o a Deus, resultadoem que tudo n~ao pode ser sen~ao absoluto, determin��stio, fatal.Ao lado da vontade do homem, �a qual n~ao �e permitido atingir sen~aoos resultados que lhe dizem respeito, isto �e, a onstru�~ao do indiv��duo,h�a outra vontade, �xando os limites dentro dos quais, esta pode mover-se para que seja poss��vel hegar, em qualquer aso, qualquer que sejaa obra do homem, a resultados de