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MANUAL TÉCNICO DE METODOLOGIA CIENTÍFICA: como desenvolver pesquisas e redigir trabalhos em cursos de graduação e pós-graduação Elaborado pela profª Drª Graziella Ribeiro S. Moura BAURU 2012

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Page 1: Manual de Metodologia

MANUAL TÉCNICO DE METODOLOGIA CIENTÍFICA: como desenvolver pesquisas

e redigir trabalhos em cursos de graduação e pós-graduação

Elaborado pela profª Drª Graziella Ribeiro S. Moura

BAURU – 2012

Page 2: Manual de Metodologia

MANUAL TÉCNICO DE METODOLOGIA CIENTÍFICA: como desenvolver pesquisas

e redigir trabalhos em cursos de graduação e pós-graduação

Elaborado pela profª Drª Graziella Ribeiro S. Moura

BAURU – 2012

Manual Técnico de Metodologia

Científica apresentado à Faculdade de

Tecnologia de Bauru como orientação

didática aos estudantes e pesquisadores.

Page 3: Manual de Metodologia

SUMÁRIO

RESUMO INFORMATIVO OU SÍNTESE NBR 14724/2011- APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS REDAÇÃO DE TRABALHO ACADÊMICO-CIENTÍFICO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO RELATÓRIO TÉCNICO-CIENTÍFICO MODELOS DE CAPA, FOLHA DE ROSTO E SUMÁRIO SUMÁRIO COMO REALIZAR CITAÇÕES EM DOCUMENTOS SEGUNDO A NBR 10 520/2002 MODELOS DE CITAÇÕES (autor/data) E REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS REGRAS DAS REFERÊNCIAS (NBR 6023/2002) OUTROS MODELOS DE CITAÇÕES: autor(data) OUTRAS CITAÇÕES MODELO DE CITAÇÕES: sistema numérico MODELO DE DESENVOLVIMENTO DE TRABALHOS NUMERAÇÃO PROGRESSIVA TIPOS DE PESQUISA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ESTRUTURA DE PROJETO DE PESQUISA PROJETO DE PESQUISA MODELO DE PROJETO ALGUNS EXEMPLOS PARA REDAÇÃO DE PROJETOS E RELATÓRIOS EXEMPLO DE CONTEXTUALIZAÇÃO EXEMPLO DE JUSTIFICATIVA EXEMPLO DE FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA EXEMPLO DE OBJETIVO EXEMPLO DE PROBLEMA ARTIGO CIENTÍFICO ESTRUTURA DO ARTIGO CIENTÍFICO (NBR 6022/2003) MODELO DE ARTIGO MODELOS DE RESUMOS MODELO DE RESUMO EXPANDIDO MODELO DE RELATÓRIO ESTRUTURA DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC) MODELO DE INTRODUÇÃO O SEMINÁRIO TÉCNICAS DE ORATÓRIA ORIENTAÇÕES BÁSICAS PARA A PRÁTICA DE APRESENTAÇÃO ORAL MODELO DE TRABALHO ACADÊMICO RELATÓRIO DE AULA FORMATAÇÃO DE TRABALHOS NO WORD A PESQUISA CIENTÍFICA (ORIENTAÇÕES) EXEMPLOS DE PLANEJAMENTO DE PESQUISA REDAÇÃO DE TEXTO CIENTÍFICO 1 O emprego de citações e referências

2 2 7 7 7 7 10

11 14 17 19 19 20 22 24 24 24 25 26 27 30

35 35 35 35 36 36 37 37 38 42 45 46 48 50 53 54

54 56

60 65 67 67 72 72

Page 4: Manual de Metodologia

2 Técnicas de redação de texto científico 3 Revisão da literatura ou revisão bibliográfica 3.1 Exemplo de revisão da literatura 4 Exemplos de redação de itens 4.1 Justificativa 4.2 Problema 4.3 Objetivos 4.4 Resumos 4.5 Material e métodos ou procedimentos 4.6 Resultados 4.7 Discussão 4.7.1 Exemplo de discussão separada dos resultados 4.8 Conclusão 4.9 Elementos pré-textuais 4. 10 Exemplos de texto científico (Artigo, Trabalho de Graduação, Monografia, Dissertação, Tese) 4.10.1 Exemplo de Trabalho de Graduação (Pesquisa de Campo) 4.10.2 Exemplo de Trabalho de Graduação (Pesquisa Bibliográfica) CRIME DE PLÁGIO COMO SE PREPARAR PARA UMA ENTREVISTA DE EMPREGO ELABORAÇÃO E REDAÇÃO CORRETA DE CURRÍCULO 1 Exemplo de um currículo COMPORTAMENTO NA EMPRESA ETIQUETA DIGITAL BIBLIOGRAFIA BIBLIOGRAFIA DE METODOLOGIA CIENTÍFICA

75 76 77 82 82 83 83 84 84 84 84 84 84 88 88 88 88

123 140 141 142 142 144 145 147 149

Page 5: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 2

RESUMO INFORMATIVO OU SÍNTESE

O resumo ou síntese é a elaboração de um texto que reúne as principais

ideias do autor lido. Porém, na graduação os estudantes devem ir além, ou seja, o resumo técnico-científico ou acadêmico necessita ser elaborado pelo aluno fazendo uso de palavras próprias, apoiadas pelas ideias dos autores consultados. O texto do graduando precisa exprimir suas argumentações e posicionamento crítico em relação às obras lidas.

A leitura de material impresso consultado requer esforço e empreendimento intelectual do leitor. Faz-se necessário realizar uma interpretação destes materiais consultados, desenvolver um certo “diálogo” com o texto lido. Esta interpretação é uma capacidade cognitiva que exige ler nas entrelinhas e inferir a partir de conhecimentos prévios e experiências anteriores com relação ao assunto que se está lendo.

NBR 14724/2011 – APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS OB =obrigatórios OP= opcionais Elementos pré-textuais: Capa – OB Resumo em língua vernácula – OB Folha de rosto –OB Resumo em língua estrangeira – OB Folha de aprovação – OB (PARA O TCC) Lista de ilustrações - OP Errata (OP) Lista de tabelas – OP Dedicatória – OP Lista de abreviaturas e siglas – OP Agradecimentos – OP Lista de símbolos - OP Epígrafe - OP Sumário - OB Elementos textuais: Introdução (deve constar: caracterização do problema/ delimitação do assunto – objeto de estudo e objetivos. Quando o trabalho for um relatório de pesquisa também devem constar, além destes itens: justificativa, referenciais teóricos, pergunta da pesquisa/ problema (quando houver), hipóteses – objetivos, procedimentos metodológicos). Desenvolvimento: parte principal que detalha o assunto. Nesta parte devem conter as citações, alíneas, notas de rodapé, siglas, inserção de tabelas, quadros e/ou gráficos, ilustrações e/ou fotos. Exemplos após a conclusão. Conclusão (apresenta conclusões pontuais dos principais resultados do trabalho correspondentes aos objetivos e hipóteses do estudo). NÃO aceita citação de autores. É inteiramente pessoal. Elementos pós-textuais: Referências: Conjunto de TODOS os autores citados no texto e SOMENTE os que foram citados (NBR 6023/2002). Ordem alfabética ou numérica. Espaço simples ao escrevê-las e espaço duplo entre uma referência e outra. OB Glossário : lista de palavras e seus significados (ordem alfabética). OP

Page 6: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 3

Apêndice: Textos elaborados pelo autor do trabalho que não cabem no corpo. Ex: modelo do instrumento da pesquisa de campo. OP Anexo: Textos NÃO elaborados pelo autor do trabalho, ou seja, textos extraídos de outros autores. Recomenda-se indicar a fonte (referência). OP Índice: Lista de lugares, palavras, fatos.

Page 7: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 4

EXEMPLOS DE ITENS DO DESENVOLVIMENTO CITADOS ANTERIORMENTE: Quando necessitar fazer enumerações use ALÍNEAS. Exemplo:

Destacando o potencial das redes eletrônicas para a educação, Moran (1998a)

apresenta seus possíveis usos pedagógicos:

a) na divulgação do conhecimento;

b) na pesquisa;

c) no apoio ao ensino;

d) na comunicação pessoal.

TÍTULOS e subtítulos (sempre alinhados à esquerda). Títulos em letras maiúsculas. Subtítulos - minúsculas.

1 O FÍGADO

1.1 As partes do fígado

1.1.1 Funcionamento do órgão

(Ver NBR 6024/2003 – Numeração progressiva). NOTA DE RODAPÉ

As notas de rodapé podem ser explicativas quando servem para expor um comentário, uma explicação mais específica ou um conceito os quais não cabem no corpo do trabalho. Não podem ser muito extensas. Devem ser escritas com letras em tamanho menor e em espaço simples. Exemplo:

A pesquisa foi desenvolvida no Centro de Estudos e Pesquisas Literários1 e teve

como objetivo..........................................

SIGLAS: A primeira vez em que uma sigla aparecer no seu trabalho, escreva-a por extenso em seguida a sigla. Depois, pode-se escrever somente a sigla. Exemplo:

No cenário atual, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) pode ser

um grande aliado da população...................................................................................

Para o governo federal, o FGTS....................................................................... 1 Este centro visa à disseminação de pesquisas e estudos na área da literatura nacional e também internacional.

Localiza-se na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Page 8: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 5

TABELAS, GRÁFICOS E QUADROS

A tabela 1 mostra.....................................

Tabela 1 – nome (letras tamanho menor e em espaço simples)

Fonte:

O quadro a seguir (não escreva quadro abaixo)....................

Quadro 1 – nome (letras tamanho menor e em espaço simples)

Fonte:

A seguir apresentam-se os gráficos.....................................................

Gráfico 1 – nome (letras tamanho menor e em espaço simples)

0

50

100

1°Trim

2°Trim

3°Trim

4°Trim

Leste

Oeste

Norte

Fonte:

FOTOS, DESENHOS, FIGURAS...: deve-se escrever a palavra designativa, com letras em tamanho menor e em espaço simples. Exemplo:

Page 9: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 6

Figura 1 – Estrela

Fonte: EXEMPLO:

APÊNDICE A – Formulário de observação do aparelho de eletrocardiograma

Expor

ANEXO A – Quadros representativos do eletrocardiograma

Expor

FONTE: (escrever a referência do material). Apresentação: Margens do anverso – superior e esquerda 3 cm/ Inferior e direita 2 cm. Margens do verso – superior e direita 3 cm/inferior e esquerda 2 cm. Espaço entre linhas 1,5; exceto: natureza do trabalho, citações diretas com recuo, notas de rodapé, referências. Paginação: As páginas são contadas a partir da folha de rosto e numeradas a partir da primeira folha textual, no caso a introdução. O numeral deve ser o próximo da sequência numérica segundo a contagem, no canto superior direito (anverso) e no canto superior esquerdo (verso).. Letras: times new roman ou arial tamanho 12; tamanho menor (11) para citações diretas com recuo, nomes de gráfico, tabelas e quadros, notas de rodapé. Papel A4 branco ou reciclado. Impressão em preto – coloridas apenas as ilustrações. Errata: Folha Linha Onde se lê Leia-se

Page 10: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 7

REDAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS-CIENTÍFICOS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC)

RELATÓRIOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS

Além de todas as normas técnicas da ABNT, a redação de trabalhos acadêmico-científicos deve respeitar outras regras como:

Extensão

Confiabilidade

Clareza e objetividade

Norma padrão da língua (acentuação, ortografia, pontuação, concordância....)

Conclusão

Estética

Leitura do texto - revisão

Elementos de coesão (assim, dessa forma, entretanto, por um lado, em primeiro lugar...)

Impessoalidade do texto: recomenda-se a 3ª pessoa do impessoal (exceto a justificativa). Manter a opção até o final do texto.

Coesão entre os parágrafos.

Escrever um texto pensado. Montar um roteiro sequenciado.

Dar conceitos e explicações concluídas.

Iniciar os parágrafos com uma ideia sua.

Os capítulos (referenciais teóricos) necessitam da citação indireta dos autores para dar suporte, esclarecimentos e explicações às ideias próprias.

Excesso de citação é prejudicial. Evite as citações diretas. Se necessário usá-las não ultrapasse 1/3 da folha.

MODELOS DE CAPA, FOLHA DE ROSTO E SUMÁRIO

PRÓXIMAS PÁGINAS

Page 11: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 8

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE BAURU

GRAZIELLA RIBEIRO S. MOURA

(mais de um autor – escrever em ordem alfabética)

NOVAS TECNOLOGIAS EM SISTEMAS BIOMÉDICOS: um levantamento bibliográfico

BAURU - 2009

Page 12: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 9

GRAZIELLA RIBEIRO S. MOURA

(mais de um autor – escrever em ordem alfabética)

NOVAS TECNOLOGIAS EM SISTEMAS BIOMÉDICOS: um levantamento bibliográfico

Relatório de pesquisa apresentado como requisito parcial da disciplina Metodologia Científica do Curso de Tecnologia em Sistemas Biomédicos da Fatec – Bauru, sob a orientação da profª Drª Graziella Moura.

BAURU – 2009

Page 13: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 10

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................08

CAPÍTULO 1

CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE MARCAS......................................................11

1.1 Evolução da Marca..............................................................................................13

1.2 Regulamentação das marcas no Brasil...............................................................16

1.3 Classificação das marcas: no Direito e no Marketing..........................................20

1.4 Aspectos contábeis na valoração das marcas.....................................................24

CAPÍTULO 2

METODOLOGIA APLICADA: delineamento..............................................................28

2.1 Público-alvo..........................................................................................................29

2.2 Instrumentos adotados.........................................................................................29

CAPÍTULO 3

RESULTADOS E DISCUSSÃO DA PESQUISA DE CAMPO....................................30

CAPÍTULO 4

TILIBRA: a empresa com a marca mais reconhecida na cidade de Bauru...............36

CONCLUSÃO............................................................................................................47

REFERÊNCIAS..........................................................................................................49

Page 14: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 11

COMO REALIZAR CITAÇÕES EM DOCUMENTOS SEGUNDO A NBR

10520/2002

O QUE É UMA CITAÇÃO? Menção de uma informação extraída de outra fonte. As citações podem ser: diretas, indiretas, citação da citação. SISTEMA DE CHAMADA AUTOR-DATA: EXEMPLO: CITAÇÃO DIRETA (quando copiada do texto ATÉ 3 LINHAS)

Segundo Andrade (1999, p. 15): “[...] o sistema médico-cirúrgico faz a correção

ou a retirada de órgãos afetados por doença ou acidentes.”

Obs: O sinal [...] indica que houve uma supressão, um acréscimo ou um comentário que

não foram escritos no texto (na citação).

VARIAÇÃO: “[...] o sistema médico-cirúrgico faz a correção ou a retirada de órgãos afetados por

doença ou acidentes.” (ANDRADE, 1999, p.15).

CITAÇÃO DIRETA COM MAIS DE 3 LINHAS

Nossa experiência nos leva a crer que o engenheiro biomédico necessita do auxílio de profissionais da área da saúde para poder propor soluções e novas técnicas que efetivamente venham auxiliar o diagnóstico e tratamento de doenças pulmonares. (LIMA, 1988, p. 89).

Variação Lima (1988, p. 89) assevera que

Nossa experiência nos leva a crer que o engenheiro biomédico necessita do auxílio de profissionais da área da saúde para poder propor soluções e novas técnicas que efetivamente venham auxiliar o diagnóstico e tratamento de doenças pulmonares.

OBS: Alinhamento nas margens direita e esquerda

Page 15: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 12

CITAÇÃO INDIRETA (paráfrase – escrito com suas palavras). EXEMPLO: Para Barollo (1988) o tecnólogo em sistemas biomédicos gerencia, planeja,

implanta e mantém equipamentos médico-hospitalares.

VARIAÇÃO:

O tecnólogo em sistemas biomédicos gerencia, planeja, implanta e mantém

equipamentos médico-hospitalares. (BAROLLO, 1988).

CITAÇÃO DA CITAÇÃO

DIRETA:

Barollo (1986 apud LIMA, 1988, p. 36) assinala que: “o tecnólogo em sistemas

biomédicos supervisiona e coordena equipes de manutenção de equipamentos médico-

hospitalares.”

VARIAÇÃO:

“O tecnólogo em sistemas biomédicos supervisiona e coordena equipes de

manutenção de equipamentos médico-hospitalares.” (BAROLLO, 1986 apud LIMA,

1988, p. 36).

CITAÇÃO DA CITAÇÃO

INDIRETA

De acordo com Possas (2000 apud COSTA, 2005) o curso de Tecnologia em

Sistemas Biomédicos permite várias possibilidades de atuação profissional.

VARIAÇÃO:

O curso de Tecnologia em Sistemas Biomédicos permite várias possibilidades de

atuação profissional. (POSSAS, 2000 apud COSTA, 2005).

Page 16: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 13

VARIAÇÃO: INDICAÇÃO DE VOLUME.

EXEMPLO:

Grisa (2004, v. 3) ressalta ainda que o tecnólogo em sistemas biomédicos é

responsável também pela segurança dos equipamentos.

VARIAÇÃO:

O tecnólogo em sistemas biomédicos é responsável também pela segurança dos

equipamentos. (GRISA, 2004, v. 3).

ATENÇÃO: ADOTAR UM DOS SISTEMAS: NUMÉRICO OU AUTOR-DATA PARA O TEXTO TODO.

Page 17: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 14

MODELOS DE CITAÇÕES (autor/data) E REFERÊNCIAS Quando a obra lida: * FOR LIVRO E TIVER UM AUTOR: Segundo Silveira (2007) as notas de rodapé servem para explicar, informar ou

referenciar.

* FOR LIVRO TIVER DOIS E TRÊS AUTORES:

Para Severino e Cruz (2006) os estudantes devem aprender metodologia

científica desde o ensino médio.

De acordo com Almeida, Floriano e Valle (1999)........................................

* FOR LIVRO E TIVER MAIS DE 3 AUTORES: Bryan et al (2000) afirmam que as normas devem ser respeitadas. * FOR UMA REVISTA (PERIÓDICO) OU JORNAL – SEGUE A MESMA FORMA DOS AUTORES DE LIVROS: Castro (2001) concorda com demais estudiosos que quanto mais se pesquisa,

mais conhecimento se produz.

Conforme Soares e Morgan (2003) as referências devem ter espaço duplo entre si. * FOR RETIRADA DE SITE: SEGUE A MESMA FORMA DOS AUTORES DE LIVROS: Antunes et al (2005) acrescentam que os textos de internet são duvidosos.

Aceitar somente de base de dados.

* FOR EXTRAÍDO DE PERIÓDICO DA BASE DE DADOS – segue a regra da revista e acrescenta o modelo de site: Os estudos de Caldeira (2002) afirmam que as referências devem ser escritas

em espaço simples.

* TIVER OUTO AUTOR CITADO NELA. Ex: O livro é do Oliveira e ele cita a Parreira:

Page 18: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 15

As normas da ABNT devem ser estudadas e seguidas à risca, assevera Parreira

(apud OLIVEIRA, 2004).

* TIVER VÁRIOS CAPÍTULOS ESCRITOS POR AUTORES DIFERENTES: De acordo com Moura e Ribeiro (2003) as citações podem ser numéricas. * TIVER MAIS DE UM VOLUME: Sobre apresentação de relatórios Amadeus, Gregory e Thomaz (1998, v. 2)

mencionam que há autores discordantes.

* TIVER AUTOR COM SOBRENOME: Filho, Neto, Junior...

Para Costa Filho (v. 3, 1997) só escrevemos nas referências os autores que

foram citados no corpo do texto.

* TIVER COLEÇÃO: Ferreira (2008) contesta afirmações de que o espaço entre as linhas deve ser 1,5 cm. * NÃO TIVER AUTOR: INICIA-SE PELO TÍTULO (caixa alta) Conforme AS NORMAS técnicas (2007) para separar uma referência da outra

usamos espacejamento duplo.

* NÃO TIVER TÍTULO: (inicia-se pela primeira palavra - caixa alta)

OS SISTEMAS biomédicos (2003)............ * FOR UMA ASSOCIAÇÃO, EMPRESA...: Para a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2005) o sumário é

elemento obrigatório.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2002).............

* FOR TESE, DISSERTAÇÃO, TRABALHO DE GRADUAÇÃO, TCC, ETC.

Page 19: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 16

Segundo Silva (2000) os softwares podem auxiliar na montagem de trabalhos... * FOR UM DVD Para APARELHOS médicos (1999) ................ * FOR UMA FOTO: Os estudos de Gomes (2004) ressaltam..................... * TIVER NOME COMPOSTO:

Na interpretação de Cás e Perri-Laffon (2010) na introdução deve conter o objetivo do trabalho. * FOR ÓRGÃO DO GOVERNO: Segundo Brasil (2005, v. 3) os Parâmetros visam direcionar propostas. OBS: No caso de São Paulo: Segundo São Paulo (2006) as referências devem ser escritas em espaço

simples.

* FOR UMA LEI: Para Brasil (1988) a educação é direito de todos e dever do Estado. * TIVER ORGANIZADOR OU COORDENADOR:

Todos os trabalhos devem ter introdução, desenvolvimento e conclusão, afirma

Araújo Neto (2009).

*TIVER EDIÇÃO: Conforme Vieira (1998) a edição é referenciada como 2.ed. após o título.

Page 20: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 17

REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). RDC 32. Dispõe sobre a certificação compulsória dos equipamentos elétricos sob regime de Vigilância Sanitária e dá outras providências. Brasília, 2002. ALMEIDA, J.; FLORIANO, P.; VALLE, M. Técnicas de pesquisa. Rio de Janeiro: Summus, 1999. AMADEUS, S.; GREGORY, P. S.; THOMAZ, E. Compreender as normas técnicas. Brasília: Letros, 1998. 2 v. ANTUNES, J. et al. Textos digitais. Disponível em: <http://www.estudesempre.com.br//20072>. Acesso em: 23 set. 2009. APARELHOS médicos. Produção de Julia Arantes. Rio de Janeiro: Ceravi, 1999. 1 CD. ARAÚJO NETO, C. de (Org.). Como elaborar trabalhos acadêmicos. 5. ed. São Paulo: Ática, 2009. AS NORMAS técnicas. Disponível em: <http://www.estudesempre.com.br//20072>. Acesso em: 30 jun. 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724 - Informação e documentação – Trabalhos acadêmicos – Apresentação. Rio de Janeiro, 2005. BRASIL. Ministério da Educação. Propostas curriculares para sistemas biomédicos. Brasília, DF, 2005. 3 v.

______.Constituição Federal.Art. 208, Título XI, Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF,1988. BRYAN, C. et al. Cientific Methodology. New York: Trous, 1997.

Page 21: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 18

CALDEIRA, C. da S. Normas técnicas. Revista Brasileira de estudos pedagógicos, Botucatu, ano XII, n. 23, p. 20-24, dez. 2002. Disponível em: <http://www.estudesempre.com.br//20072>. Acesso em: 15 mar. 2009. CÁS, D. da; PERRI-LAFFON, V. Manual de trabalhos acadêmicos científicos. São Paulo: Jupela, 2010. (Coleção Amigos dos Estudantes). CASTRO, J. Como pesquisar. Ciência e Tecnologia, Bauru, v. 15, n. 4, p. 45-48, ago./set. 2001. COSTA FILHO, J. da. Como normatizar trabalhos acadêmicos. São Paulo: EPU, 1997. 3 v. FERREIRA, O. Apresentação de trabalhos: norma 14.724/2005. Porto Alegre: Artmed, 2008. (Coleção Primeiros Passos). GOMES, T. M. Sistemas eletromedicos. 2004. 1 fotografia. MOURA, G. R. S.; RIBEIRO, T. G. Aprendendo citações. In: TRAVASSOS, S. (Org.) As normas da ABNT. Porto Alegre: Artmed, 2003. OLIVEIRA, C. H. A. Normas da ABNT: estudar para aprender. 4. ed. Belo Horizonte: Unis, 2004. OS SISTEMAS biomédicos. Manual. Rio de Janeiro: Editora da UERJ, 2003. SÃO PAULO (Estado). Diretrizes estaduais para normatização de trabalhos. Diário Oficial da União, Poder executivo, São Paulo, 10 nov. 2006. Seção 1, p. 453. SEVERINO, J.; CRUZ, A. Métodos. 2. ed. São Paulo: FTD, 2006. SILVA, K. C. Aplicativos tecnológicos para desenvolvimento de monografias: um estudo de caso. 2000. 156 f. Dissertação (Mestrado em Sistemas de Informação) – Faculdade de Tecnologia de Bauru, Bauru.

Page 22: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 19

SILVEIRA, C. Metodologia científica: normas e métodos. São Paulo: FTD, 2007. SOARES, L.; MORGAN, C. A. Como mencionar referências. Jornal Universitário, Bariri, ano X, n.20, p. 15, out. 2003. VIEIRA, S. C. Manual técnico. 3.ed. São Paulo: FTD, 1998. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

REGRAS DAS REFERÊNCIAS (NBR 6023/2002) *Referências são o conjunto de obras citadas no trabalho. Somente as que foram citadas. *Podem ser numéricas ou em ordem alfabética. *O espaço para escrevê-las é simples e duplo entre uma referência e outra. Para a NBR 14724/11, o espaço entre elas deve um espaço simples em branco. *O alinhamento só ocorre na margem esquerda. Na direita não. *Se optar por colocar as páginas deve ser em todas. *Se optar por escrever os nomes dos autores por extenso deve ser em todas. *Os títulos devem ser sublinhados, negritados ou em itálico. Adotar uma forma única para todas. Se escolher sublinhado o traço deve ser contínuo. Ex: Sistemas Médicos.

OUTROS MODELOS DE CITAÇÕES: autor (data)

As citações também podem ser escritas no final dos parágrafos conforme NBR

10520/02. Exemplos:

As notas de rodapé servem para explicar, informar ou referenciar. (SILVEIRA,

2007).

Os estudantes devem aprender metodologia científica desde o ensino médio.

(SEVERINO; CRUZ, 2006).

........................................(ALMEIDA; FLORIANO;VALLE, 1999).

As normas devem ser respeitadas. (BRYAN et al, 2000).

Quanto mais se pesquisa, mais conhecimento se produz. (CASTRO, 2001).

As referências devem ser bem estudadas. (SOARES; MORGAN, 2003).

Os textos de internet são duvidosos. Aceitar somente de base de dados.

(ANTUNES et al, 2005).

Page 23: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 20

Alguns estudos se referem à normatização. (CALDEIRA, 2002).

As normas da ABNT devem ser estudadas e seguidas à risca. (PARREIRA apud

OLIVEIRA, 2004).

As citações podem ser numéricas. (MOURA; RIBEIRO, 2003).

Sobre apresentação de relatórios há autores que são discordantes. (AMADEUS;

GREGORY; THOMAZ, 1998, v.4).

Só escrevemos nas referências os autores que foram citados no corpo do texto.

(COSTA FILHO, 1997).

Para separar uma referência da outra usamos espacejamento duplo. (AS

NORMAS técnicas, 2007).

....................(OS SISTEMAS biomédicos, 2003).

O sumário é elemento obrigatório. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS, 2005).

.............................................................................(APARELHOS médicos, 1999).

Na introdução deve conter o objetivo do trabalho. (DA CÁS; PERRI-LAFFON,

2010).

Os Parâmetros visam direcionar propostas. (BRASIL, 2005, v. 3).

Todos os trabalhos devem ter introdução, desenvolvimento e conclusão.

(ARAÚJO NETO, 2009).

OBS: NESTES CASOS AS REFERÊNCIAS SEGUEM AS MESMAS REGRAS. ----------------------------------------------------------------------------------------------------

OUTRAS CITAÇÔES

* Locais com mesmo nome: acrescentar o estado: Viçosa, MG. * Mesmo sobrenome – obras diferentes - USAR A ORDEM ALFABÉTICA. Exemplo:

Para Figueiredo (2003), Mello (2000) e Santos (2004) o tecnólogo pode atuar em

policlínicas..................

O tecnólogo também pode atuar em policlínicas. (FIGUEIREDO, 2003; MELLO,

2000; SANTOS, 2004).

Page 24: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 21

* Mesmo sobrenome – inicial do nome diferente. Exemplo: Antonio Souza e Tadeu

Souza são autores da mesma obra.

Para Souza, A. e Souza, T. (2007) os equipamentos.....................ou

Os equipamentos estavam quebrados. (SOUZA, A.; SOUZA, T., 2007).

Mesmo sobrenome e inicial do nome também igual – na mesma obra:

O tecnólogo também pode atuar em clínicas médicas. (TOLEDO, MAURO;

TOLEDO, MARÍLIA, 1998).

Variação:

Para Toledo, Mauro e Toledo, Marília (1998) as clínicas devem absorver grande

parte dos tecnólogos.

Mesmos autores com obras em diferentes anos: Segundo Gama e Viana ( 2000, 2005) VARIAÇÃO: ...........(GAMA; VIANA, 2000, 2005)

Page 25: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 22

MODELO DE CITAÇÕES: sistema numérico

AS CITAÇÕES TAMBÉM PODEM SER APRESENTADAS PELO SISTEMA NUMÉRICO. EXEMPLOS:

Na introdução deve conter o objetivo do trabalho. (1) Todos os trabalhos devem ter introdução, desenvolvimento e conclusão. (2)

Os tecnólogos em sistemas biomédicos devem seguir normas técnicas da ABNT ou Anvisa para equipamentos médicos. (3)

REFERÊNCIAS

(1) SILVEIRA, C. Metodologia científica: normas e métodos. São Paulo: FTD, 2007. (2) DA CÁS, D.; PERRI-LAFFON, V. Manual de trabalhos acadêmicos científicos. São Paulo: Jupela, 2010. (Coleção Amigos dos Estudantes). (3) BRASIL. Ministério da Educação. Propostas curriculares para sistemas biomédicos. Brasília, DF, 2005. 3 v. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

OBS: NO SISTEMA NUMÉRICO AS REFERÊNCIAS SEGUEM A ORDEM NUMÉRICA

DOS AUTORES CITADOS E NÃO A ORDEM ALFABÉTICA. OUTRO EXEMPLO:

Na introdução deve conter o objetivo do trabalho. 1

Todos os trabalhos devem ter introdução, desenvolvimento e conclusão. 2

Page 26: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 23

Os tecnólogos em sistemas biomédicos devem seguir normas técnicas da ABNT

ou Anvisa para equipamentos médicos. 3

REFERÊNCIAS

1 SILVEIRA, C. Metodologia científica: normas e métodos. São Paulo: FTD, 2007.

2 DA CÁS, D.; PERRI-LAFFON, V. Manual de trabalhos acadêmicos científicos. São Paulo: Jupela, 2010. (Coleção Amigos dos Estudantes). 3 BRASIL. Ministério da Educação. Propostas curriculares para sistemas biomédicos. Brasília, DF, 2005. 3. v. OBS: ESTE SISTEMA NUMÉRICO NÃO ADMITE NOTA DE RODAPÉ.

Page 27: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 24

MODELOS DE DESENVOLVIMENTO DE TRABALHOS

NUMERAÇÃO PROGRESSIVA

DESENVOLVIMENTO

Os aparelhos auditivos estão em avanço constante. As recentes

descobertas têm demonstrado que, num futuro próximo, as pessoas com deficiência

auditiva poderão fazer uso de equipamentos mais eficazes, é o que afirma Davis

(2009).

CAPÍTULO 1 APARELHOS AUDITIVOS

1.1 As mais recentes descobertas

Os aparelhos auditivos estão em avanço constante. As recentes

descobertas têm demonstrado que, num futuro próximo, as pessoas com deficiência

auditiva poderão fazer uso de equipamentos mais eficazes.

Estudos como o de Levis e Davis (2007, p. 54) confirmam: “ até 2020 a

tecnologia dos aparelhos avançará expressivelmente.”

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A TECNOLOGIA DOS APARELHOS AUDITIVOS

1 As mais recentes descobertas

Os aparelhos auditivos estão em constante avanço. Muitas pesquisas têm

sido

desenvolvidas com o intuito de melhorar a funcionalidade destes equipamentos.

(DAVIS; LEVIS, 2007).

Nas referências: a) Use a ordem alfabética (último sobrenome); b) Alinhe somente na margem esquerda; c)

Dê espaço simples para escrever cada uma e espaço duplo entre uma e outra; d) Use

Page 28: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 25

negrito OU itálico OU sublinhado nos títulos. Em subtítulos não; e) Escreva os 1º nomes dos autores por extenso ou abreviados. Adote uma única forma para todas.

TIPOS DE PESQUISA

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Pesquisa bibliográfica é a etapa da investigação em que o pesquisador faz a busca dos referenciais teóricos pertinentes à questão-problema de seu estudo. Essa busca é realizada em materiais como livros, periódicos e jornais científicos impressos ou digitais localizados em bibliotecas ou em base de dados.

Normalmente, ao proceder a pesquisa bibliográfica, o pesquisador realiza a revisão da literatura que significa identificar os estudos já desenvolvidos na área com relação ao seu problema de pesquisa.

A pesquisa bibliográfica dá origem à fundamentação teórica dos trabalhos e relatórios e pode receber também o nome de: revisão da literatura, embasamento teórico, referencial teórico ou revisão bibliográfica.2 A fundamentação teórica tem a função de possibilitar a sustentação da teoria estudada em sua pesquisa. Deve estar em conformidade com o problema (pergunta da pesquisa), objetivos e hipóteses. Esta etapa deve servir de base para analisar, interpretar e discutir os dados da investigação. A redação deste item nos relatórios exige a citação de autores, seja de forma indireta ou direta. (Prefira a forma indireta). Para isto, é necessário utilizar as orientações estabelecidas pela NBR 10520/02 (Citações em trabalhos acadêmicos).

2 Para aprender como se escreve uma revisão da literatura leia exemplos de TCCs nesse manual.

Page 29: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 26

ESTRUTURA DE PROJETO DE PESQUISA Folha de rosto Projeto de Pesquisa apresentado à Faculdade de Tecnologia de Bauru –Curso de Tecnologia em Sistemas Biomédicos, sob a orientação do prof. Dr. ............

AUTOR

TÍTULO: subtítulo

Bauru - 2009

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......

1.1 Tema-problema.....

1.2 Hipótese................

1.3 Objetivos...............

1.4 Justificativa...........

2 REFERENCIAL

TEÓRICO.............

Continuar............

Idem ao corpo do

trabalho

3

1 INTRODUÇÃO

1.1 Tema-problema

1.2 Hipótese

1.3 Objetivos

1.4 Justificativa

7

2 REFERENCIAL

TEÓRICO

8

3 MATERIAL E

MÉTODOS

9

4 MATERIAL E

MÉTODOS

5 CRONOGRAMA

10

REFERÊNCIAS

Seguir NBR 6023/02

Page 30: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 27

PROJETO DE PESQUISA Folha de rosto (título) Sumário 1 INTRODUÇÃO

1.1 Problema de pesquisa: Inicialmente deve-se contextualizar o tema. Expor

algumas considerações sobre o assunto.

Caracterização do problema: Qual é o papel da Biologia no modelo biomédico

existente?

1.2 Hipótese: Acredita-se que a Biologia enquanto ciência da vida tem papel

preponderante no desenvolvimento da medicina, pois os conhecimentos dela

provenientes são essenciais para a atuação da área médica.

1.3 Objetivos

1.3.1 Geral: Analisar o papel que a Biologia exerce na área biomédica atualmente

compreendendo sua função no curso de Tecnologia em Sistemas Biomédicos.

1.3.2 Específicos: a) se tiver deve expor. À vezes os objetivos são somente específicos.

1.4 Justificativa

(Expor as razões, preocupações, relevância e contribuições do estudo – texto

pessoal – não há citações).

O modelo biomédico durante muitos anos pautou-se pela visão reducionista e

mecanicista da vida, encontrando seus principais postulados nas teorias newtoniana e

cartesiana.

Page 31: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 28

Este modelo de conduta da medicina vem demonstrando sinais de esgotamento,

pois não assegura totalmente a solução dos inúmeros problemas que a vida

contemporânea começa a despontar.

A Biologia enquanto ciência da vida tem um papel fundamental neste processo.

Este contexto revela a importância de se realizar um estudo que possa demonstrar e

suscitar a reflexão sobre os caminhos e descaminhos da Biologia enquanto área do

conhecimento para um curso que se destina a cuidar da saúde da

população.........................................................

2 REFERENCIAL TEÓRICO

(Expor o assunto – texto informativo - resumo – paráfrases - citar os autores.

Base teórica: O ponto de mutação – Fritjof Capra)

Ainda encontra-se no pensamento da sociedade ocidental uma forte crença de

que o ser humano pode ser comparado a uma máquina. Até meados do século XX, a

visão mecanicista da vida teve forte influência no modo de pensar e organizar a

sociedade. Mas graças ao desenvolvimento científico, a fragmentação das

especialidades, principalmente na área médica, vem se tornando uma tendência cada

vez menos aceita.

As teorias científicas dos séculos passados, representadas especialmente pelos

grandes filósofos Descartes e Newton, contaminaram as concepções de mundo da

época.(CAPRA,1982). ............................................................................................

3 MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo será uma pesquisa do tipo bibliográfica que buscará o

referencial teórico em fontes impressas como livros, periódicos e jornais científicos, bem

como em materiais digitais por meio da busca em base de dados como Bireme,

Medline, entre outras.

Os dados teóricos serão coletados em função dos objetivos e organizados

posteriormente para análise.

Page 32: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 29

3. 1 Análise dos resultados

A análise dos resultados será realizada por meio da interpretação criteriosa dos

dados, fazendo uso dos conhecimentos obtidos por meio da coleta de dados. Estes

conhecimentos originarão uma base teórica capaz de responder à questão-problema da

pesquisa, confirmando ou rejeitando a hipótese elaborada.

4 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO (exemplo)

Levantamento bibliográfico 1° semestre de 2009

Redação do projeto 2° semestre de 2009

Inicio da coleta de dados 1° semestre de 2010

Análise e discussão dos resultados 2° semestre de 2010

Redação final do relatório (TCC) e

defesa

1° semestre de 2011

REFERÊNCIAS

Seguir NBR 6023/02 (orientações das aulas) Use a ordem alfabética (último sobrenome) - Alinhe somente na margem esquerda - Dê espaço simples para escrever cada uma e espaço duplo entre uma e outra - Use negrito OU itálico OU sublinhado nos títulos - Escreva os 1º nomes dos autores por extenso ou abreviados. Adote uma única forma para todas - Subtítulos não são sublinhados, nem negritados, nem em itálico.

Page 33: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 30

MODELO DE PROJETO

LETÍCIA SCALONE

DEFICIÊNCIAS RELACIONADAS À SEGURANÇA NO SETOR DE GASES

MEDICINAIS EM ESTABELECIMENTO ASSISTENCIAL DE SAÚDE

BAURU – 2010

Projeto de Pesquisa apresentado à Faculdade de Tecnologia de Bauru – Curso de Tecnologia em Sistemas Biomédicos, sob a orientação da Professora Drª. Fernanda Raimunda de Abreu.

Page 34: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 31

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 3

1.1 Problema de pesquisa................................................................................

3

1.2 Hipótese/s...................................................................................................

3

1.3 Objetivo/s....................................................................................................

3

1.4 Justificativa.................................................................................................

3

2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................

4

3 MATERIAL E MÉTODOS..............................................................................

5

4 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO.................................................................

5

5 REFERÊNCIAS.............................................................................................

6

Page 35: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 32

1 INTRODUÇÃO

1.1 Problema de pesquisa

“Deficiências relacionadas à segurança no setor de Gases Medicinais em

Estabelecimento Assistencial de Saúde”. Por que isto ocorre?

1.2 Hipóteses

Não cumprimento de normas e leis aplicadas ao setor de Gases

Medicinais;

Falta de comprometimento por parte de profissionais envolvidos, de

alguma forma com o setor, principalmente em relação às ferramentas e

equipamentos de trabalho;

Falta de equipamento e ferramentas para o setor em questão.

1.3 Objetivos

Apontar à Instituição Hospitalar, no caso a seus colaboradores, a

importância do setor de Gases Medicinais para o hospital;

Identificar normas e leis que não se aplicam ao setor como deveriam, a

fim de conscientizar todas as pessoas envolvidas direta e indiretamente

sobre riscos à segurança de funcionários e pacientes relacionados a tais

falhas.

1.4 Justificativa

O tema de pesquisa para o Trabalho de Graduação se faz importante devido ao

desconhecimento, principalmente por parte de funcionários ligados ao setor, seja de

forma direta ou indireta, de uma Instituição Hospitalar sobre a grande importância do

setor de Gases Medicinais para o Hospital.

As falhas nas normas e leis que se aplicam, ou que deveriam ser aplicadas ao

setor, devem ser do conhecimento de todos os colaboradores, principalmente para o

grande risco à segurança em geral e também para o risco aos pacientes, no caso de

falta de ferramentas e equipamentos relacionados ao setor, podendo ocasionar óbitos.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Page 36: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 33

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a descrição

básica do sistema de fornecimento de gases medicinais, a previsão de consumo desses

gases e a determinação básica dos espaços necessários para as centrais dos mesmos

deverão estar contida no desenvolvimento de programa básico das instalações

especiais do estabelecimento. (ANVISA, 2002). Os equipamentos de fornecimento ou

geração dos gases deverá fazer parte do projeto básico de arquitetura. Após a

elaboração do pré-projeto, será necessária a confirmação do dimensionamento da

central de gases medicinais. Os sistemas de abastecimento e os ambientes onde estão

instaladas as centrais deverão ser obedecidos corretamente, assim como as distâncias

mínimas entre tanques e/ou cilindros e adjacências. Tubulações, válvulas reguladoras

de pressão, manômetros e outras válvulas que fazem parte da central devem ser

construídos com materiais adequados ao tipo de gás com o qual irão trabalhar e

também deverão ser instalados a fim de resistir às pressões específicas. Sistemas de

alarmes e monitorização deverão ser identificados e instalados em locais que permitam

sua observação de forma constante e total. As centrais de suprimento com cilindros e

suprimento com tanques criogênicos devem atender às especificações de maneira

correta.

Conexões roscadas e de engate rápido para postos de utilização devem atender

as condições mínimas exigíveis conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT, 1992).

Válvulas planas para cilindros de uso medicinal usadas para acondicionamento e

transporte deverão ser padronizadas de acordo com ABNT (1992). Os formatos e

dimensões dos bocais de cilindros utilizados para armazenamento de gases

comprimidos, liquefeitos ou dissolvidos sob pressão deverão seguir a padronização

estabelecida pela ABNT (2008).

3 MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa, para coleta de dados, que será utilizada para compor o Trabalho de

Graduação ocorrerá na Associação Hospitalar de Bauru – Hospital de Base em

Bauru/SP.

Page 37: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 34

Será feita a vistoria para observação do cumprimento ou descumprimento das

normas e leis aplicadas ao setor de Gases Medicinais nos seguintes setores: 1º frente

ímpar, composto por seis quartos; 1º frente par, composto por nove quartos; 1º meio,

composto por oito quartos, sendo um deles pediátrico; 1º fundos par, composto por

cinco quartos; 1º fundos ímpar, composto por cinco quartos; 2º frente par, composto por

nove quartos; 2º frente ímpar, composto por nove quartos; 3º frente par, composto por

seis quartos; e 3º frente ímpar, composto por sete quartos.

4 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Agosto/10 a Outubro/10 – Levantamento Bibliográfico

Novembro/10 – Redação do Projeto de Pesquisa

Dezembro/10 – Coleta de Dados

Janeiro/11 a Fevereiro/11 – Análise dos Dados

Março/11 a Maio/11 – Dissertação do Trabalho de Graduação

Junho/11 – Entrega e defesa do Trabalho de Graduação

5 REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Resolução – RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Disponível em: <http://www.anvisa.org.br>. Acesso em: 30 ago. 2011. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 11906. Conexões roscadas e de engate rápido para postos de utilização dos sistemas centralizados de gases de uso medicinal sob baixa pressão – Especificação. Rio de Janeiro, 1992. ______.NBR 12510. Válvulas planas de cilindros para gases medicinais - Sistema de pinos de indicadores de segurança – Padronização. Rio de Janeiro, 1992. ______. NBR 11725. Conexões e roscas para válvulas de cilindros para gases. Rio de Janeiro, 2008.

Page 38: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 35

ALGUNS EXEMPLOS PARA A REDAÇÃO DOS PROJETOS E RELATÓRIOS

EXEMPLO DE CONTEXTUALIZAÇÃO

O avanço da medicina tem acontecido de forma morosa ao longo da história da

humanidade, embora as conquistas do último século tenham sido muito significativas e

fundamentais para seu aperfeiçoamento. Inicialmente, eivada de superstições, mitos e

preconceitos foi, durante muito tempo, considerada como bruxaria.

Ultrapassado o período mágico e o do empirismo sedimentou-se na Ciência

transformando-a no baluarte para sua afirmação e reconhecimento no contexto social,

fazendo da experimentação controlada condição essencial para sua

validade...................................

EXEMPLO DE JUSTIFICATIVA

Este projeto justifica-se não só pela atualidade e complexidade do seu tema,

como pelo método adequado para analisá-lo.

Discutir como integrar princípios administrativos com conceitos de medicina

veterinária é uma das grandes preocupações dos profissionais da área com vistas ao

atendimento às exigências e necessidades do cliente....................

Analisar as funções de todo o pessoal envolvido, o papel da enfermagem

veterinária, a estrutura necessária a um trabalho de qualidade são, de grande

relevância.....................................

EXEMPLO DE FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Entender a universidade a partir dos parâmetros das exigências que lhe são

feitas pela sociedade dos dias de hoje e do novo século que se inicia é o grande

desafio de qualquer planejador estrategista.

Para Baldridge (1983) os objetivos da universidade são vagos e difusos,

impedindo uma avaliação segura do que, de fato, agrega na formação de seus alunos.

Atende a uma clientela com necessidades diferenciadas..................................................

Page 39: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 36

EXEMPLO DE OBJETIVOS

GERAL: abrangente, amplo, alcança-se no final da pesquisa. Exemplos de verbos:

compreender, analisar, avaliar, explicar, conhecer...

ESPECÍFICO: menos abrangente, atinge-se no decorrer da pesquisa. Exemplos de

verbos: relacionar, descrever, identificar, verificar, traduzir, enumerar, observar,

experimentar, nomear, coletar...

GERAL:

Compreender a atuação da Medicina Biomolecular nos dias de hoje.

ESPECÍFICOS:

Proceder ao levantamento bibliográfico que fundamenta o estudo;

Discutir a validade e pertinência científica dos protocolos de Medicina

Biomolecular.

EXEMPLO DE PROBLEMA

Os profissionais de fonoaudiologia têm encontrado dificuldades para exercer sua

profissão, integrando quadros funcionais de instituições de saúde ou na prestação de

serviços como autônomos.

Questão-problema/delimitação: Quais seriam as causas da dificuldade de

colocação dos profissionais de fonoaudiologia no mercado de trabalho atual?

Hipótese: Parte-se da premissa de que os egressos de fonoaudiologia não estão

sendo bem preparados para o mercado de trabalho.

Adaptado de VIANNA, I. O. de A. Metodologia do trabalho científico: um enfoque

didático da produção científica. São Paulo: Epu, 2001.

Page 40: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 37

ARTIGO CIENTÍFICO

ESTRUTURA DO ARTIGO (NBR 6022/2003)

TÍTULO (centralizado) Autor/es ( à direita)

RESUMO

Este item é obrigatório e deve conter nesta ordem: contextualização da temática abordada, o problema em questão, tipo de estudo (pesquisa), objetivos, metodologia, resultados (quando for uma pesquisa), conclusão, tudo bem suscinto. Não deve ultrapassar 250 palavras (NBR 6028/03). ABSTRACT: (resumo em inglês) PALAVRAS-CHAVE: separadas por ponto. KEYWORDS: (palavras-chave em inglês) INTRODUÇÃO (normalmente escreve-se juntamente com a fundamentação teórica). FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (pode ser incluída na introdução) MÉTODO estes itens podem ser inexistentes RESULTADOS E DISCUSSÃO em artigos teórico-bibliográficos CONCLUSÕES (devem expor os principais resultados em função da problemática, hipóteses (quando houver) e objetivos. NBR 14724/05. REFERÊNCIAS (NBR 6023/02)

Page 41: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 38

MODELO DE ARTIGO

CRIANÇAS COM DIFICULDADES EM RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS MATEMÁTICOS: avaliação de um programa de intervenção

Graziella Ribeiro Soares Moura

RESUMO (Delimitação do tema)

Compreender questões-problema de matemática não é tarefa fácil para muitas

pessoas. Esta prática requer o desenvolvimento de uma série de capacidades

cognitivas. O presente estudo teve como objetivos elaborar, aplicar e avaliar um

programa de intervenção com crianças de 4ª série do Ensino Fundamental que

apresentavam dificuldades na compreensão e resolução de problemas matemáticos.

(método) O delineamento experimental foi de comparação entre grupos, um grupo

experimental e um grupo controle. O estudo consistiu de um pré-teste, um programa de

intervenção e um pós-teste e pós-teste postergado. Os resultados dos pós-teste e pós-

teste postergado foram superiores aos resultados do pré-teste do grupo experimental e

do grupo controle indicando melhora no desempenho dos estudantes que participaram

do programa. Demonstrou-se, com estes dados, que a intervenção utilizada foi

eficiente.

ATENÇÃO: as palavras em colorido estão servindo como indicadores. Não aparecem na redação do resumo. Observe o recuo de um tab no início do parágrafo. NBR Resumo = 6028/2003. Palavras-chave: Educação Especial. Matemática. Resolução de problemas aritméticos. ABSTRACT: Keywords: INTRODUÇÃO

Doutora em Educação Especial pela Universidade Federal de São Carlos (UFScar). Docente do Instituto de Ensino

Superior de Bauru, da Universidade do Sagrado Coração, da Faculdade de Tecnologia de Bauru e da rede pública

oficial do Estado de São Paulo.

Page 42: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 39

Sabe-se que a aprendizagem escolar é uma das práticas sociais mais

importantes no mundo atual. A aprendizagem escolar pressupõe o desenvolvimento de

inúmeras capacidades sejam elas cognitivas, motoras, afetivas, atitudinais, cuja

aquisição se pretende promover por meio do processo de escolarização.

A aprendizagem normal acontece de forma integrada no aluno, no seu

pensamento, sentimento, ações e verbalizações. Quando se manifestam dissociações e

a pessoa não é portadora de disfunções orgânicas, pode-se inferir que dificuldades de

aprendizagem estejam se instalando. Quanto mais tempo uma dificuldade de

aprendizagem permanece sem reconhecimento, mais provavelmente os problemas

aumentam, causando frustração, reduzindo o estímulo, a autoconfiança e o entusiasmo

pela escola.

Dessa forma, se faz imprescindível uma ação imediata que possa remediar

esses problemas. Os docentes costumeiramente relatam que encontram certas

limitações ao oferecer atividades diferenciadas que atinjam o foco da dificuldade da

criança, por isso, programas de intervenção são sempre uma possibilidade de

conquistar melhorias acadêmicas para essa população.

No caso da disciplina matemática, um dos eixos fundamentais é o

desenvolvimento das capacidades relacionadas à resolução de problemas. A educação

matemática pode proporcionar um conjunto de técnicas e de algoritmos de cálculo

concretos para a realização da atividade de resolução de problemas matemáticos e faz

sentido quando dota os estudantes de um conjunto de ferramentas gerais e específicas

para tal atividade. Aprender a solucionar problemas matemáticos torna a pessoa

independente e autônoma desenvolvendo nela o espírito desafiador e encorajador

frente às circunstâncias problemáticas que a vida lhe oferece.

È nesse sentido que se justifica uma proposta de ensino para pessoas que não

dispõem de capacidades necessárias e adequadas para a prática de resolução de

problemas, pois elas precisarão desse conhecimento para superar as situações

desafiadoras que se apresentam na sociedade atual.

As atividades de intervenção se revelam importante instrumento de modificação

de comportamento; as experiências de aprendizagem são o instrumento para promover

conhecimentos e desenvolvimento. No caso da resolução de problemas, essas

Page 43: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 40

atividades auxiliam os estudantes a desenvolver a capacidade de estratégia cognitiva

ao organizar soluções novas para os problemas, a utilizar diversos meios para controlar

o próprio pensamento e os processos de aprendizagem. Como condições internas, tem-

se a recuperação de conceitos e regras relevantes e como condições externas a

descrição verbal e oferecimento de situações variadas para exercer a estratégia.

(COLL, PALACIOS, MARCHESI, 1996; FONSECA, 1995; MAYER, 1992).

Outra justificativa está no fato de que as crianças submetidas a intervenções

pedagógicas adequadas, enriquecidas em termos de processo de ensino e

aprendizagem, adquirem informação e podem superar suas dificuldades modificando

cognitivamente seu potencial dinâmico de aprendizagem. (FONSECA, 1995).

Continua.................................... FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (pode ter um título)

Em se tratando da resolução de problemas muitas são as capacidades

envolvidas. No que se refere a problemas escritos é necessário considerar o aspecto da

leitura e compreensão de enunciados lingüísticos que comportam uma linguagem

também matemática. Ao ler o enunciado a pessoa deve compreender o que está sendo

expresso e a partir desta informação verbal escrita estabelecer relações matemáticas,

elaborar estratégias e planos de ação e tomar decisões escolhendo a melhor opção, ou

seja, aquela que dará o melhor resultado.

Segundo Mayer (1992) a compreensão do enunciado matemático é o primeiro

passo para a sua resolução. Para compreender a questão a pessoa precisa traduzir a

linguagem expressa em informações matemáticas e isto requer três tipos de

conhecimentos: a) lingüísticos, b) semânticos, c) esquemáticos. Estes conhecimentos

ajudam o solucionador a compreender a tarefa, permitindo o registro da sua

representação em termos matemáticos e a elaboração de um plano para a resolução.

O primeiro tipo de conhecimento, o lingüístico, faz referência à linguagem na qual

está redigido o problema. É a compreensão do conteúdo do enunciado expresso na

língua materna. No caso de textos matemáticos, como o de problemas aritméticos, este

enunciado escrito contém relações entre esta linguagem e informações matemáticas.

Page 44: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 41

Os aspectos lingüísticos envolvidos na resolução de problemas matemáticos

foram estudados por alguns autores. Para Brown (1953) a linguagem matemática

possui aspectos internos, receptivos e expressivos, assim como acontece com outras

formas de comportamento simbólico. Uma criança inicialmente assimila e integra as

experiências não-verbais; depois aprende a associar os símbolos numéricos a

experiências não-verbais, em seguida, aprende a associar os símbolos numéricos à

experiência e, finalmente, expressa as idéias de quantidade, espaço e ordem usando a

linguagem matemática.

Continua............................

CONCLUSÃO

A diversificação de procedimentos utilizada na intervenção intensificou a idéia de

que em sala de aula os professores devem selecionar um conjunto amplo de recursos,

os quais correspondam ao ensino que está sendo proposto de forma a atingir os

diferentes estilos de aprendizagem existentes. Aplicar diferentes estratégias de ensino

seria uma opção interessante para culminar em sucesso de aprendizagem.

A avaliação da intervenção indica que um ensino intensivo que afete exatamente

as dificuldades das crianças pode melhorar consideravelmente a aprendizagem. É

necessário buscar incentivo e estímulos para as crianças

Continua.................................

ATENÇÃO: A conclusão não pode ser maior do que o corpo do trabalho.

REFERÊNCIAS

BROWN, C. The teaching of secondary mathematics. Nova York: Harper e Bross, 1953. COLL, C.; PALÁCIOS, J.; MARCHESI, A. (Orgs). Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia da educação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1996. FONSECA, V. da. Dificuldades de aprendizagem. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. MAYER, R. E. Thinking, problem solving, cognition. New York: W. H. Freeman and Company, 1992.

Page 45: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 42

MODELOS DE RESUMO

RESUMO 1

APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA ESCOLAR

Graziella Ribeiro Soares Moura3

Roberta Ribeiro Soares Moura Padoan4 Talita Ribeiro Soares Moura5

RESUMO

As tecnologias vêm invadindo o cenário educacional. Inúmeros materiais tecnológicos como softwares, CDs, DVDs adentraram o mercado com o intuito de modernizar o processo de ensino e aprendizagem escolar que possa ir além dos tradicionais quadro-negro e giz. Há de se considerar que o computador configura-se como uma poderosa ferramenta de estímulo e motivação para alunos desta faixa etária ao se disporem a aprender matemática. Estudos indicam que esta disciplina parece um pouco penosa para muitas crianças e um recurso tecnológico pode auxiliar consideravelmente no prazer dos estudantes em aprender matemática. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi elaborar um material didático por meio do uso da tecnologia computacional para auxiliar o aprendizado da matemática de estudantes do ensino fundamental. Os procedimentos metodológicos foram os seguintes: as autoras reuniram seus conhecimentos específicos (respectivamente em Pedagogia, Ciência da Computação e Arquitetura) e desenvolveram um CD com atividades matemáticas para alunos de 7 a 8 anos. Este CD contém atividades diversificadas de matemática que desenvolvem capacidades como: memória, atenção, cálculo mental, raciocínio, cálculos aritméticos, relações aditivas e multiplicativas, todas de forma lúdica e prazerosa. Aplicando-se este CD em 2006 durante quatro semanas em aulas de matemática, para 128 alunos divididos em cinco classes de 1ª e 2ª séries, de cinco escolas particulares do município de Bauru. Os resultados indicaram que os estudantes demonstraram maior interesse pela matemática, pois todos, sem exceção, realizaram os exercícios do CD com entusiasmo. Concluiu-se, portanto, que a utilização de um ambiente informatizado contribui com o desenvolvimento da motivação por parte dos estudantes em aprender matemática. Palavras-chave: Educação matemática. Aprendizagem matemática. Atividades matemáticas. Tecnologia de ensino.

3 Pedagoga, doutora em Educação Especial (UFScar), Docente do IESB, da FATEC, da USC e da rede

pública do estado de São Paulo. 4 Bacharel em Ciências da Computação (Unesp), especialista em Docência do Ensino Superior. Docente

do IESB, UNIP e do Preve Objetivo (Bauru). 5 Bacharel em Arquitetura e Urbanismo (Unesp).

Page 46: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 43

RESUMO 2

AS CONDIÇÕES DE ACESSIBILIDADE DAS ESCOLAS DE BAURU: um estudo

preliminar

Graziella Ribeiro S. Moura6

Laís Cáceres dos Santos7 Larissa Cáceres dos Santos8

Tiffani Loyani Cortez dos Santos9

RESUMO

O decreto-lei n° 5296 de 2004 determina que em cinco anos todos os locais

públicos estejam em condições acessíveis para todas as pessoas. Sendo a escola um dos locais mais frequentados pelos indivíduos de uma sociedade, há necessidade de averiguar como os prédios escolares estão se adaptando a esta nova lei. Se a palavra de ordem atualmente é promover uma educação igualitária, no sentido de apresentar aos estudantes todos os meios de acesso, os prédios escolares necessitam, com urgência, adaptar-se às regras gerais de acessibilidade da Norma Brasileira (NBR) 9050 de 2004. O objetivo desta pesquisa foi verificar as condições atuais de acessibilidade de algumas escolas do município de Bauru e a existência de projetos de adaptações regulamentadores, segundo a NBR 9050/2004. O presente estudo foi realizado em cinco escolas de ensino fundamental da cidade de Bauru e caracterizou-se como uma pesquisa de campo, utilizando-se como técnica a observação direta, por meio de um protocolo orientador desta NBR que expõe as condições de acessibilidade. Os resultados encontrados com relação a cada um dos itens investigados mostraram que as unidades escolares encontram-se distantes do modelo ideal de atendimento às pessoas com e sem necessidades especiais, portanto, concluiu-se que as escolas estão aquém de oferecer uma estrutura física de boa qualidade, fato este, que legitima a exclusão das pessoas com necessidades especiais.

Palavras-chave: Acessibilidade. Educação Especial. Tecnologia para acessibilidade. Necessidades especiais. Normas técnicas de acessibilidade.

RESUMO 3

6 Pedagoga, doutora em Educação Especial (UFScar). Docente do IESB, da FATEC , da USC e da rede pública do

estado de São Paulo. [email protected].. 7 Aluna do Curso de Pedagogia do IESB.

8 Aluna do Curso de Pedagogia do IESB.

9 Aluna do Curso de Pedagogia do IESB.

Page 47: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 44

A PRÁTICA DA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS MATEMÁTICOS: elementos

para discussão

Graziella R. S. Moura

RESUMO

A solução de problemas matemáticos é um dos conteúdos escolares mais importantes desde a infância. Este artigo teve o intuito principal de realizar uma revisão bibliográfica acerca da prática de solução de problemas matemáticos, especificamente a respeito de problemas aritméticos. Buscou conhecer o quer algumas pesquisas com crianças e jovens evidenciaram sobre esta temática, pontuando algumas ideias que podem servir como apoio teórico-prático a professores da Educação Básica. Por meio da análise realizada foi possível concluir que os problemas matemáticos são alicerces da matemática escolar e seu ensino não pode ser negligenciado, sob pena de prejudicar o desenvolvimento das capacidades de raciocínio, inferência, lógica, enfrentamento de situações e criação de estratégias necessárias a todo ser humano em formação. Palavras-chave: Aprendizagem. Matemática. Solução de problemas matemáticos.

Page 48: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 45

MODELO DE RESUMO EXPANDIDO (2 folhas – imprimir frente e verso)

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE BAURU

TECNOLOGIA EM SISTEMAS BIOMÉDICOS

TÍTULO

Autor/es

Nome da disciplina

Profª da disciplina

Palavras-chave (separadas por ponto)

1 INTRODUÇÃO (expor o objetivo do resumo e problematizar o tema)..................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 2 DESENVOLVIMENTO ( obrigatório conter citações de autores. Pode conter metodologia, resultados e discussão)................................................................................................................. 3 CONCLUSÃO (texto pessoal. Expor principais resultados).................................................... 4 REFERÊNCIAS (todos os autores citados no desenvolvimento – seguir ordem alfabética)................................. (FORMATAÇÃO = idem trabalhos acadêmicos)

Page 49: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 46

MODELO DE RELATÓRIO

CAPA

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE BAURU

Autor/es

TÍTULO DO RELATÓRIO: subtítulo

Bauru -2010

Page 50: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 47

FOLHA DE ROSTO ( idem trabalhos acadêmicos) SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO (problematizar o tema- citar autores na introdução no sistema numérico. Usar parágrafos 2 OBJETIVOS 3 DESCRIÇÃO DA AULA – RELATAR 3.1 Parte experimental (não obrigatório) 4 RESULTADOS 5 CONCLUSÃO REFERÊNCIAS (em ordem numérica – todos os autores citados na introdução)

Page 51: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 48

ESTRUTURA DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC) Ver modelos Guia da Fatec (pdf)

CAPA, FOLHA DE ROSTO, FOLHA DE APROVAÇÃO – Modelo Manual da Fatec. DEDICATÓRIA, AGRADECIMENTOS, EPÍGRAFE (opcionais) RESUMO – com palavras-chave (150 a 500 palavras). Recomenda-se parágrafo único. ABSTRACT – com keywords SUMÁRIO (idêntico ao corpo do trabalho) HISTÓRICO (quando necessitar) INTRODUÇÃO (ver modelo nesse manual) CAPÍTULOS (1, 2, 3...). Este item engloba os subtítulos que devem ser numerados. Exemplo: CAPÍTULO 1 - SISTEMA URINÁRIO

1.1 Rim 1.1.1 Funcionamento do rim MATERIAL E MÉTODO (este item deve descrever detalhadamente como a pesquisa foi realizada. Quando de campo inclui local, participantes, tamanho da amostra, tempo e a explicação de como o estudo foi realizado e os materiais utilizados). RESULTADOS: (este item apresenta de forma lógica e sistemática os resultados do estudo, os quais podem ser apresentados por meio de tabelas, gráficos, quadros, entre outros). DISCUSSÃO (esta etapa consiste em interpretar logicamente os dados/resultados à luz da teoria estudada que se encontra redigida na fundamentação teórica – capítulos. Este item visa produzir um conhecimento a partir das relações que o pesquisador faz da teoria e do estudo desenvolvido. Permite realizar inferências e ampliar o saber no campo em estudo. É necessário que o pesquisador adote uma linha de raciocínio e apresente argumentos claros e consistentes, com o intuito de produzir uma nova teoria. É importante nesta etapa que o autor busque sustentar sua argumentação, trazendo a esta redação os posicionamentos dos autores citados no referencial teórico – capítulos). CONCLUSÕES: Item pessoal, não aceita citação de autores. Deve apresentar os resultados do estudo condizentes com a questão-problema proposta, as hipóteses e os objetivos. Neste item podem ser feitas recomendações e sugestões para novos estudos. Texto coeso. REFERÊNCIAS (NBR 6023/02)

Page 52: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 49

APÊNDICE A – (item opcional – material elaborado pelo autor do TCC) ANEXO A – (item opcional – material de outro autor – recomenda-se escrever a fonte de onde foi extraído). EXEMPLO:

APÊNDICE A – Formulário de observação do aparelho de eletrocardiograma

ANEXO A – Quadros representativos do eletrocardiograma

FONTE: (escrever a referência do material).

Page 53: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 50

MODELO DE INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

(Contextualização – breve explanação sobre a questão-problema)

Marca é um componente importante e, por muitas vezes, determinante para a

economia das empresas. Por esse motivo, muitas empresas estão procurando calcular

o valor econômico de suas marcas através de diferentes metodologias alicerçadas em

teorias financeiras, de marketing e contábeis com a intenção de lançar posteriormente o

resultado obtido em seus Balanços Patrimoniais.

Valorização de uma marca consiste em todo o trabalho, investimento e cuidado

que a empresa tem com sua marca. Valoração de uma marca significa transformar esse

investimento e esse resultado subjetivo proporcionado pela marca em um valor

econômico que possa ser registrado entre os ativos financeiros da empresa, ou seja,

atribuir um valor econômico para fins contábeis. A valorização e a valoração da marca

seriam registradas, mas o foco da pesquisa era saber se a empresa mais apontada

pela população valora e lança em seu Balanço Patrimonial o valor de sua marca.

(NEGRÃO, 2001). Apontar as ideias dos autores principais que fundamentam o estudo

– suscintamente. NÃO FAÇA CITAÇÕES DIRETAS NA INTRODUÇÃO, SOMENTE

INDIRETAS.

(Justificativa)

Aprendendo conceitos durante o Curso, algumas reflexões foram suscitadas

sobre a importância da inclusão do valor econômico das marcas, reflexões estas que

impulsionaram este estudo. Compreender a importância que uma marca traz à empresa

consiste em promover este empreendimento, por isso é de fundamental relevância

adquirir conhecimentos que possam maximizar as condições de promoção de uma

marca e sua inserção no balanço patrimonial da empresa.

(Problema)

Diante dessa atual preocupação em se estimar o valor econômico de uma

marca, procurou-se descobrir através da realização de uma pesquisa de campo na

cidade de Bauru, qual a marca empresarial bauruense mais apontada pela população

Page 54: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 51

da cidade? De posse dessa informação, desejou-se saber se a empresa que detivesse

a marca com o maior número de citações na amostra populacional pesquisada utilizava

alguma metodologia para calcular o valor econômico de sua marca e se os detentores

lançavam esse valor em seu Balanço Patrimonial.

(Objetivos)

A intenção da pesquisa de campo foi de revelar a marca que primeiro aparece

para a maioria dos entrevistados, de retratar qual é a marca empresarial bauruense que

aparece mais forte na lembrança dos habitantes da cidade e, a partir daí, averiguar se a

empresa que foi mais reconhecida pela população, reconhece o valor de sua marca.

Esse reconhecimento da marca por parte da empresa pode apresentar duas vertentes

distintas: valorizar e valorar a marca.

(Material e método)

A metodologia do trabalho ocorreu por meio de pesquisa bibliográfica e pesquisa

de campo, através de um protocolo de pesquisa de opinião e de um roteiro de

entrevista. Os resultados foram analisados segundo a teoria de Barbetta (1998) e para

a interpretação dos dados quantitativos quando da entrevista empregou-se a

Hermenêutica. (ALVES, 1991).

O estudo desenvolveu-se a partir da seguinte estrutura: O Capítulo 1 tratou sobre

o conceito de marca, regulamentação das marcas no Brasil, a classificação das marcas

no Direito Brasileiro e nas principais teorias do Marketing e os principais aspectos

contábeis utilizados na valoração das marcas. No Capítulo 2 foi apresentada a pesquisa

de campo realizada com uma amostra da população bauruense e sua análise através

do método quantitativo a partir de um tratamento estatístico das respostas. Ainda neste

capítulo, foi identificada a marca de empresa bauruense mais apontada pela população

da amostra pesquisada. No Capítulo 3, através de entrevista com representante da

empresa foi respondida a questão principal do trabalho: a empresa mais apontada pela

população bauruense lança em seu Balanço Patrimonial o valor econômico de sua

marca? E outras questões relevantes, tais como, se já foi realizada alguma pesquisa

sobre valor de marca e se a empresa tinha noção de ser a mais reconhecida pela

sociedade bauruense.

Page 55: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 52

Ainda que quando se fale em marca, muitas pessoas imaginem, à primeira vista,

se tratar de um trabalho de marketing, essa pesquisa teve o foco financeiro, já que o

objetivo principal era saber se a empresa mais apontada pela população faz a

valoração da marca e lançamento em Balanço Patrimonial. Para se chegar a essa

resposta, desenvolveu-se uma pesquisa de campo que acabou por revelar informações

relevantes sobre a sociedade bauruense e depoimentos reais sobre o processo de

construção de uma marca bem sucedida e reconhecida.

(Parágrafo concluinte)

Espera-se, com a realização da presente pesquisa, a apresentação de um

panorama sobre a visão da população bauruense sobre as marcas empresariais da

cidade e da empresa bauruense que possui a marca mais reconhecida pela cidade e se

esta empresa está acompanhando a crescente tendência econômica mundial de cálculo

e posterior lançamento em Balanço Patrimonial do valor econômico de sua marca.

Adapatado de SAWAMURA, M. Y. O.; ZANATA, R. L.; PIMENTA, V. B. A marca empresarial bauruense mais apontada pela população e o reconhecimento de seu valor econômico. 2005. 57 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Tecnologia em Gestão de Finanças). Instituto de Ensino Superior de Bauru, Bauru.

OBS: O texto introdutório deve ter os parágrafos sequenciados. As palavras contextualização, justificativa, problema etc foram escritas no intuito de exemplificar, mostrando como se escrevem. Não constam do texto.

Page 56: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 53

O SEMINÁRIO

O Seminário é uma técnica de apresentação oral muito utilizada nos meios acadêmicos. Um seminário deve ser organizado quando pessoas se reúnem para discutir um mesmo assunto. Exemplo: Seminário sobre o Meio ambiente; Seminário sobre Biomedicina, etc. Nas faculdades, os professores geralmente solicitam que os alunos formem grupos para a realização destes seminários. Cada grupo deve conter um coordenador, escolhido pelo docente ou pelos próprios estudantes. Este coordenador deve marcar as reuniões para estudo do tema, conduzir o grupo e registrar todas os conhecimentos obtidos, bem como as situações ocorridas. No final da apresentação deve entregar ao professor responsável uma avaliação por escrito do desempenho do seu grupo durante a realização dos estudos e do seminário. Cada grupo deve entregar previamente (mínimo uma semana) uma síntese do assunto que será abordado para que os colegas tomem conhecimento do tema e se preparem para a discussão. Ao final de cada apresentação, os grupos devem abrir um espaço para que todos os demais componentes dos grupos comentem o assunto, bem como, façam questionamentos que devem ser respondidos pelos integrantes do grupo expositor. Se forem utilizar material audiovisual, este deve ser conciso e nunca ser lido para a plateia. Este material deve servir apenas como guia. A explanação oral precisa ser bem articulada e garantir que todos estejam ouvindo. Dominar o assunto é fundamental para o sucesso da exposição.

Outras informações sobre apresentações orais estão expostas a seguir.

Page 57: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 54

TÉCNICAS DE ORATÓRIA

ORIENTAÇÕES BÁSICAS PARA A PRÁTICA DE APRESENTAÇÃO ORAL

Para falar em público é necessário: * Ter persuasão * Dominar o território e o ouvinte * Ter estilo próprio * Ter ficha mental * Ter bom desempenho * Selecionar as principais informações. * Organizar uma sequência lógica para sua apresentação. * Lembrar-se do tempo disponível. * Persuadir as pessoas * Demonstrar que sabe o conteúdo. Ser convicto. * Manter contato visual com todos. * Pronunciar bem as palavras. * Falar com mãos e expressões faciais. * Ocupar o centro da sala de preferência OBS: Este tempo é variável: pode ser 15, 20, 30 minutos...

Page 58: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 55

* Evite mãos no bolso e para trás, braços cruzados, ficar de costas e ser prolixo. * Não fale rápido nem muito devagar. Fale claramente. A tonalidade da voz deve ser mais forte para as informações mais importantes. * Não use gírias nem jargões. * Conheça o público. * Estabeleça desde o início as regras da apresentação (perguntas durante ou no final). * Prepare com antecedência o ambiente (luz, data-show, microfone...). * Vista-se de acordo. * Saiba ouvir. * O texto do material audiovisual NUNCA deve ser lido pelo apresentador. * Use tópicos nos slides. * É importante treinar a capacidade de síntese oral. NÃO É ACONSELHÁVEL: * Expor recursos que requeiram escuridão total por muito tempo. * Escondam o apresentador. * Quando utilizar slides pense no tempo que cada um exige. * Cuidado para não cansar a plateia. Use poucas informações. * A ortografia deve ser impecável. * Fontes para slides: Times New Roman, Arial, Bookman Old Style, Garamond. * Sugestão: Fonte 36 (títulos) X Fonte 28 (corpo) – Variável dependendo do tamanho do local. * Escolha bem as cores que vai usar. Algumas cansam o olho do participante * Leve sempre dois pen drives, CDs… * Peça para um colega manusear os equipamentos. * Vídeos têm que ser usados por pouco tempo. * A apresentação é para todo o público presente. Não fixe os olhos em uma ou algumas pessoas. * Olhe para todos!! E...SUCESSO!

Page 59: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 56

MIODELO DE TRABALHO ACADÊMICO SIGA AS NORMAS ENSINADAS (14724/2011)

Título

APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICO-CIENTÍFICOS: normas técnicas (o trabalho deve conter obrigatoriamente os itens a seguir)

Capa Folha de rosto Sumário Introdução Desenvolvimento (capítulos) Conclusão Referências

Page 60: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 57

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE BAURU

AUTOR (NOME COMPLETO CAIXA ALTA) centro

TÍTULO (CAIXA ALTA): subtítulo (minúsculas – separado por dois pontos) centro

BAURU - ANO

Page 61: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 58

AUTOR (nome completo – caixa alta)

TÍTULO (caixa alta): subtítulo (minúsculas)

Trabalho acadêmico apresentado como requisito parcial da disciplina Metodologia da Pesquisa Científico-Tecnológica do Curso de Tecnologia em Sistemas Biomédicos da Fatec-Bauru, sob a orientação da profª Drª Graziella Moura

BAURU – ANO

Page 62: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 59

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

MUDAR DE FOLHA PORQUE É OUTRA SEÇÃO

Primeira folha a ter número de página - normalmente 3 canto superior direito. Contar a

partir da folha de rosto e numerar.

Após terminar seu trabalho escreva a introdução. Ela deve apresentar a

temática abordada, e os objetivos do trabalho. Exemplo:

As normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para

trabalhos acadêmicos são um conjunto de regras prescritas para direcionar a

elaboração e redação de qualquer tipo de atividade acadêmica. Esta normatização

necessita ser respeitada , pois além de ser uma determinação oficial, padroniza as

atividades proporcionando um bom entendimento por parte daqueles que têm contato

com os materiais.

O objetivo deste trabalho foi..........................................................................

DESENVOLVMENTO (em outra folha)

Iniciar aqui o seu texto com um tab do computador em todos os inícios de

parágrafos. A partir dele você deve seguir as instruções dadas em sala de aula. Esse item normalmente requer citações.

Escreva um texto pensado.

CONCLUSÃO (em outra folha)

A conclusão é pessoal e deve evidenciar o alcance dos objetivos do trabalho. Não tem citação de autor.

REFERÊNCIAS (em outra folha) Conforme explicado em sala. NBR 6023/2002. Ordem alfabética. Alinhadas na margem esquerda somente (sem recuo). Espaço simples para escrevê-las e espaço duplo para separar uma da outra. Títulos sublinhados ou negritados ou em itálicos. Títulos de revista e jornal são grifados. Utilize o modelo de citações e referências da professora (manual). EXEMPLO:

Page 63: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 60

COSTA-RENDERS, M.; BRITO JUNIOR, S.; SILVEIRA, P. Manual de metodologia. São Paulo: Ática, 2006. Livro com 3 autores LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. M. Técnicas de trabalhos acadêmicos. 3. ed.São Paulo: EPU, 2005. Livro com 2 autores e edição MOURA, G. R. S. et al. Guia prático de normatização. Bauru, SP: Edusc, v. 1, 2008. Livro com mais de 3 autores e volume SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico.4.ed. Rio de Janeiro: Sumus, v. 3, 1998. (Coleção Estudos). Livro com edição, volume, coleção ATENÇÃO: As partes em colorido devem ser apagadas para que você faça o seu trabalho. Elas servem como orientação. Margens anverso: esquerda e superior 3 cm. Direita e inferior 2 cm. Margens do verso: esquerda e inferior 2 cm. Direita e superior 3 cm. Espaço entre as linhas 1,5 cm. Letra 12 e fonte times ou arial. Texto justificado à direita e esquerda, com recuo de 1 tab à esquerda no início dos parágrafos. Papel A4 branco e tinta preta. Impressão no verso a partir da introdução ( se preferir). Páginas: contar a partir da folha de rosto e numerar na introdução com o numeral da sequência contada. Numerais do anverso – canto superior direito. Numerais do verso – canto superior esquerdo.

Proibido copiar – o texto tem de ser seu. Professora não aceita trabalhos imensos com cópias de livros e sites bem como de colegas. Utilizar este modelo para todos os trabalhos. Dúvidas? Consulte as normas e o manual. BOM TRABALHO!

RELATÓRIO DE AULA – A SEGUIR

Page 64: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 61

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE BAURU

AUTOR (nome completo – caixa alta)

TÍTULO DO RELATÓRIO (caixa alta): subtítulo (minúsculas)

BAURU - ano

Page 65: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 62

AUTOR (nome completo – caixa alta)

TÍTULO DO RELATÓRIO (caixa alta): subtítulo (minúsculas)

Relatório de aula apresentado como requisito parcial da disciplina Metodologia da Pesquisa Científico-Tecnológica do Curso de Tecnologia em Sistemas Biomédicos da Fatec-Bauru, sob a orientação da profª Drª Graziella Moura.

BAURU - ano

Page 66: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 63

SUMÁRIO

(mudar os numerais de acordo com o seu relatório e paginar a partir da folha da introdução –canto superior direito. Manter as letras iguais este modelo. Caso seu relatório não tenha a parte 3.1 deve retirar também do sumário, pois este tem de

ser igual ao corpo)

1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................3

2 OBJETIVOS...................................................................................................................3

3 DESCRIÇÃO DA AULA..................................................................................................3

3.1 Parte experimental......................................................................................................3

4 RESULTADOS...............................................................................................................3

5 CONCLUSÃO.................................................................................................................3

6 REFERÊNCIA................................................................................................................4

Page 67: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 64

1 INTRODUÇÃO

No dia 22 de agosto durante a aula de Biologia freqüentamos o laboratório e

aprendemos sobre o conteúdo de Biologia molecular. Este ramo da biologia é muito

importante porque conforme Brito (2000) nos auxilia na compreensão do sistema

molecular do corpo humano e seu funcionamento, deveras necessário para o curso em

questão.........................problematizar o tema – citar pelo menos um autor.

2 OBJETIVOS

Reconhecer o mecanismo molecular dos seres vivos humanos.

Aplicar.......... começar sempre com verbo no infinitivo

Descrever...........

3 DESCRIÇÃO DA AULA

A aula iniciou-se com a professora fazendo uma explanação oral juntamente com

a demonstração de slides sobre o que é uma molécula, quais suas funções no corpo

humano e como agem.......................relatar detalhadamente a aula.

3.1 Parte experimental se a aula teve experimento relatar neste item. Se inserir figuras,

quadros...tem que ser conforme ensinado: nome precedido de numeral, com letra

menor...ver manual.

4 RESULTADOS

A aula demonstrou que................apontar os resultados da parte experimental.

Caso não tenha tido esta parte ir direto para a conclusão.

5 CONCLUSÃO

Page 68: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 65

Concluiu-se nesta aula que a Biologia molecular é um ramo da biologia que

trata................................

6 REFERÊNCIA caso tenha citado mais de um colocar em ordem alfabética e escrever

referências (no plural). Seguir a norma. Espaço simples para escrevê-las e duplo para

separar uma referência da outra. EX:

BRITO, C. de. Biologia molecular. São Paulo: Ethos, 2000.

ATENÇÃO

Basta alterar este texto para o seu. Não há motivos para erros. Margens: esquerda e superior 3cm

Direita e inferior 2cm.

Espaço de 1,5 entre as linhas. Fonte times ou arial

Pode imprimir no verso a partir da página 3 – introdução.

O relatório deve ser curto. No máximo 3 folhas. Proibido copiar – o texto tem de ser seu.

Professora não aceita trabalhos imensos com cópias de livros e sites. Utilizar este modelo para todos os relatórios.

FORMATAÇÃO DE TRABALHOS NO WORD Seguir a sequência

1.Para formatar margens clicar em: Layout da página Margens Margens personalizadas (digitar os numerais: esquerda e superior = 3cm. Direita e inferior = 2cm) - OK 2.Para inserir numeração nas páginas clicar em: Inserir Número de página

Page 69: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 66

Formatar número de página ( digitar o numeral) Número de página Início da página Número sem formatação (3- canto superior direito) 3.Para inserir notas de rodapé: Clicar em Referências em seguida inserir nota de rodapé. 5.Espaço entre as linhas Início – parágrafo 6.Folha Layout da página – tamanho (A4) 7.Inserir tabela Inserir – tabela – digitar números de coluna e linhas 8. Para digitar o sumário é necessário inserir uma tabela sem bordas Inserir – tabela – digitar números de coluna e linhas Bordas – sem bordas 9. Para inserir natureza do trabalho (folha de rosto) Inserir – caixa de texto – desenhar caixa de texto Com o botão direito clicar formatar caixa de texto – cor – branca ou sem cores.

Page 70: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 67

A PESQUISA CIENTÍFICA (ORIENTAÇÕES) A Ciência pode ser considerada como conhecimento racional, certo e confiável que busca a verdade. Para acontecer utiliza-se do método científico que se constitui um processo metódico e rigoroso para solução de problemas. São dois os métodos clássicos de fazer ciência: o dedutivo e o indutivo. O método dedutivo possui algumas premissas e a conclusão lógica, exemplo: P 1: Todo homem é mortal. P 2: Marcos é mortal C : Marcos é homem. O método indutivo parte de premissas que induzem a uma conclusão não lógica, exemplo: Todos os dias eu vejo um pássaro azul. No 30° dia do mês eu concluo que todos os pássaros são azuis. Segundo Popper (apud OTTONI, 2009) a pesquisa necessita ser colocada à prova. Uma das funções da pesquisa científica é falsear uma teoria, e quanto mais ela resistir mais forte ela será, mais confiável e certa de ser verdadeira. Toda pesquisa requer um planejamento prévio que denominamos Projeto de Pesquisa. Este projeto deve seguir algumas etapas importantes como: a) definição da questão-problema; b) levantamento de hipóteses – quando houver; c) justificativa do estudo; d) delimitação dos objetivos da investigação; e) referencial teórico abordado; f) método que será utilizado para efetivar a pesquisa e a coleta de dados; g) cronograma de execução do trabalho; h) referências – fontes citadas no trabalho. A seguir apresenta-se um exemplo de projeto.

EXEMPLOS DE PLANEJAMENTO DE PESQUISA

Nº 1 Problema: Como tornar a internet mais veloz? Hipóteses:

Através da implantação de.....

Através de melhoramentos na rede de telefonia local.

Justificativa: A rede mundial de computadores é, atualmente, uma das maiores

ferramentas de comunicação, seja no meio corporativo, acadêmico e social. A velocidade com que atua faz diferença nesses setores, uma vez que, no meio empresarial, pode reduzir deslocamentos para reuniões e ampliar o tempo disponível para os negócios... Objetivo: Incrementar a rede de telefonia local de forma a maximizar a velocidade da internet. Pesquisa de campo/experimental Nº 2 Problema: O descarte correto e sustentável dos dispositivos de computadores. Justificativa:

Page 71: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 68

O meio ambiente é uma das maiores riquezas dos seres humanos e a preocupação com seu equilíbrio deve ser parte integrante do sistema educacional, empresarial, social e religioso.

A tendência à sustentabilidade não deve ser vista simplesmente como um modismo, e sim, como uma prática mais do que necessária para o equilíbrio social, é vital.

Algumas pessoas encontram dificuldades em preservar o meio ambiente, principalmente no que se refere ao descarte do lixo eletrônico que, hoje em dia, revela-se como um dos principais poluidores do ambiente.... Objetivos:

Realizar um levantamento bibliográfico sobre os componentes eletrônicos dos

microcomputadores.

Estudar e apresentar formas corretas de destinar o lixo dos computadores.

Pesquisa bibliográfica Nº 3 Problema: O desempenho profissional dos técnicos, tecnólogos e enfermeiros pode melhorar com a participação em treinamentos? Hipótese: Os profissionais da saúde podem apresentar melhor desempenho em suas funções após participação em atividades de aprimoramento profissional. Justificativa: A saúde é uma das áreas mais importantes da sociedade e, todo e qualquer empreendimento nesse sentido, pode fazer a diferença entre a saúde e a doença da população. Senso assim, quanto mais conhecimento os profissionais da saúde adquirem, melhor atuam em seus ofícios, garantindo a qualidade dos serviços e o atendimento cada vez mais aprimorado. Objetivos: Implantar, aplicar e avaliar um curso de aprimoramento para profissionais da saúde. Pesquisa de campo – ação – intervenção. Nº 4 Problema: Criação de um equipamento X. Justificativa: Há alguns anos, a mídia vem influenciando consideravelmente a população no referente à prevenção de doenças e o cuidado com a saúde. O aumento do número de pessoas que se submetem a exames clínicos preventivos contra diversas doenças, como o câncer, por exemplo, demonstra maior preocupação das pessoas com relação a sua saúde. Infelizmente, mesmo com a tecnologia avançada, para a realização de alguns exames são utilizados aparelhos que causam desconforto aos pacientes como......Sendo assim, a fabricação de equipamentos que tragam menor dor ou desconforto aos usuários faz-se necessário no contexto atual.

Page 72: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 69

Objetivo: Criar e/ou adaptar um equipamento para reduzir o desconforto dos pacientes no momento do exame. Pesquisa experimental Nº 5 Problema: Implantação de um banco de dados para o setor de engenharia clínica de um hospital. Justificativa: A tecnologia da informação vem sendo a grande colaboradora em todos os segmentos sociais, principalmente nos setores profissionais. Ela é capaz de contribuir com a organização do patrimônio e no gerenciamento de equipamentos hospitalares, pois a cada dia, a informatização dos processos se torna mais presente nas diversas atividades humanas. Objetivos: Desenvolver, implantar e avaliar um banco de dados para o setor de engenharia clínica de um hospital. Pesquisa experimental/campo Nº 6 Problema: Desenvolvimento de um programa computacional/software que mede a quantidade de calorias ingeridas por uma pessoa em cada refeição. Justificativa: A tecnologia da informação tem possibilitado à sociedade mais conhecimento sobre os diversos tipos de assuntos, principalmente os relacionados à saúde humana, com isso, as pessoas têm se preocupado mais com a prevenção e os cuidados com a saúde. Além do conhecimento, a Tecnologia da Informação assegura equipamentos e aparelhos tecnológicos que podem melhorar as condições de vida das pessoas, principalmente, daquelas com doenças crônicas como diabetes e hipertensão. Nesse sentido, é importante pensar no quanto um programa de computador que meça a quantidade de calorias ingeridas em cada refeição pode ser útil principalmente para as pessoas obesas ou com sobrepeso... Objetivos: Desenvolver e avaliar um programa computacional que mede a quantidade de calorias consumidas por uma pessoa em cada refeição diária. Pesquisa experimental Nº 7 Problema: Em que setores de atuação profissional encontram-se os egressos dos cursos de Tecnologia em Saúde/ Banco de Dados/ TI/ Redes de Computadores? Hipótese: Acredita-se que existam formados nos cursos...atuando em todos os segmentos permitidos por lei. Justificativa: Os cursos de graduação têm uma finalidade bastante clara definida nos termos da legislação educacional que é a de preparar e formar os estudantes para exercerem uma profissão.

Page 73: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 70

Tem o ensino superior o objetivo de entregar ao mercado de trabalho, bons profissionais, competentes, habilidosos e responsáveis. Nesse contexto, é importante conhecer onde atuam esses estudantes egressos dos cursos de....para compreender se a finalidade do ensino superior está sendo alcançada... Objetivo: Localizar os segmentos de atuação profissional dos alunos egressos dos cursos de.... Pesquisa de campo Nº 8 Problema: Um aplicativo computacional pode melhorar a aprendizagem da matemática de crianças do ensino fundamental? Hipótese: Acredita-se que um aplicativo computacional, pode facilitar e melhorar o desempenho em matemática de crianças em idade escolar. Justificativa: O ensino escolar passou por grandes modificações ao longo do tempo. Antigamente, o modelo tradicional fazia uso única e exclusivamente do quadro-negro e do giz. Hoje, os professores podem se beneficiar das novas tecnologias que invadiram o cenário mundial e a escola não pode ficar à margem dessa inovação. Uma tecnologia que está a favor do processo de ensino e aprendizagem é o computador. Programas computacionais, softwares e aplicativos podem ser ferramentas cruciais para aumentar o rendimento escolar dos estudantes, bem como motivá-los a estudar. Sendo assim, esse estudo mostra-se relevante, uma vez que pretende verificar a eficácia de um aplicativo no processo de aprendizagem escolar... Objetivos:

Avaliar o desempenho em matemática de estudantes após atividades com o

aplicativo computacional.

Comparar o rendimento desses alunos em atividades convencionais (papel e

lápis) e com o aplicativo.

Reconhecer se houve maior motivação dos alunos durante as atividades com

o computador.

Pesquisa participante/campo Nº 9 Problema: Um programa de ensino estruturado e específico pode maximizar a aprendizagem de resolução de problemas aritméticos de crianças com dificuldades escolares? Hipótese: Se bem aplicado, um programa de ensino elaborado especificamente para sanar as dificuldades de resolução de problemas matemáticos pode maximizar a aprendizagem de crianças com dificuldades. Justificativa:

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Manual Técnico de Metodologia Científica 71

A escola tem como principal objetivo transmitir o conhecimento e assegurar que esse saber seja apropriado pelos estudantes. Assim, a aprendizagem das pessoas é a razão da existência da escola, por isso, necessita garantir a todos os alunos essa condição. Infelizmente, existem nas escolas crianças com dificuldades em aprender e, atualmente, a disciplina que apresenta maior índice de baixo rendimento é a matemática. Essa pesquisa se faz importante na medida em que visa estudar um procedimento capaz de reduzir o baixo percentual de aprendizado infantil em matemática no Brasil. Objetivos: Elaborar, aplicar e avaliar um programa de intervenção pedagógica com crianças que apresentam dificuldades em resolução de problemas aritméticos. (Pesquisa experimental) Nº 10 Problema: As escolas brasileiras estão adaptadas para atender as pessoas com necessidades especiais? Hipótese: Acredita-se que as escolas brasileiras não apresentam as condições necessárias para garantir acesso às pessoas com necessidades especiais. Justificativa: Todas as pessoas têm os mesmos direitos conforme o texto da Constituição Federal de 1988. Esses direitos incluem a moradia, educação, lazer, entre outros. Infelizmente, é comum perceber locais públicos sem acesso a pessoas com necessidades especiais... A legislação em vigor exige que as escolas estejam adaptadas para atender qualquer pessoa, seja ela, cadeirante, cega, surda...

Esta pesquisa preocupa-se em revelar as condições de acessibilidade das escolas, uma vez que é direito de todos... Objetivos:

Identificar as condições de acessibilidade de escolas de ensino fundamental.

Propor modificações às escolas de forma que atendam aos dispositivos

legais.

Pesquisa de campo.

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Manual Técnico de Metodologia Científica 72

REDAÇÃO DE TEXTO CIENTÍFICO

1 O emprego de citações e referências Escrever um texto científico requer reflexão, muita leitura e certa dose de

treino e técnica. Muitos estudantes redigem seus trabalhos como se fabrica uma

colcha que foi confeccionada com inúmeros retalhos de tecidos, ou seja, cada

parágrafo de seu trabalho consiste na transcrição de trechos de autores de obras. O

correto é que o autor do trabalho escreva, ele mesmo, o texto usando em

determinados momentos, algumas citações dos autores lidos como forma de

sustentar e reforçar as ideias expostas no trabalho. As formas de citações em textos

estão descritas na Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) 10520/2002.

As referências são definidas como a lista exposta no final do trabalho que

contém a descrição completa das obras consultadas e citadas no texto. Somente

devem constar da lista de referências as obras citadas. O padrão para esta

exposição está na NBR 6023/2002.

A seguir demonstra-se alguns exemplos de como escrever um texto

acadêmico-científico conforme explicitado no parágrafo anterior:

Corpo do trabalho:

A sociedade atual encontra-se em um nível elevado de consumo da

tecnologia a qual deve servir para contribuir com a melhoria das condições de vida

das pessoas. Vivemos num ambiente poluidor e poluído de gases tóxicos e de

ruídos cada vez mais alucinantes o que pode trazer como consequências doenças e

ansiedade.

O contingente de pessoas doentes em função da poluição ambiental vem se

tornando constante dia a dia. Percebemos nos noticiários que reuniões e

conferências para tratar dos problemas ambientais acontecem em todos os países,

mas na prática, poucas mudanças são sentidas e visualizadas.

Faz-se necessário que os municípios, estados e União adotem normas

específicas para cada tipo de poluição e que determinem prazos para adaptações

destas normas e estabeleçam formas eficazes de fiscalização é o que declara Brasil

(2011, art. 11, p. 2): “o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) deverá

Page 76: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 73

coordenar estudos e trabalhos relativos a qualquer revisão necessária aos limites

máximos de emissão e prazos previstos nesta Resolução”.

Corpo do trabalho

Todo profissional da saúde deve ser preparado e treinado nas academias

para o desenvolvimento correto de seu ofício. Trabalhar com a saúde humana ou

animal requer inúmeros cuidados que vão desde o simples ato de lavar as mãos até

o perfeito manuseio de aparelhos, objetos e equipamentos mais sofisticados sob

pena de causar algum dano à vida da pessoa ou do animal.

Infelizmente o que ocorre, muitas vezes, é que o profissional atua sem os

comportamentos adequados o que pode interferir nas condições de saúde dele e do

paciente. Sendo assim, muitas normas vêm surgindo para que casos de

contaminação sejam reduzidos no país e a manipulação consciente dos

medicamentos, artefatos e instrumentos do setor de saúde seja colocada em prática.

Procurando o bem estar da população a AGÊNCIA NACIONAL DE

VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA) lançou uma nova resolução sobre boas práticas

farmacêuticas que pode dirimir casos de patologias causadas por formas

inadequadas de utilização de equipamentos conforme é possível analisar:

Para fins desta Resolução, entende-se por Boas Práticas Farmacêuticas o conjunto de técnicas e medidas que visam assegurar a manutenção da qualidade e segurança dos produtos disponibilizados e dos serviços prestados em farmácias e drogarias, com o fim de contribuir para o uso racional desses produtos e a melhoria da qualidade de vida dos usuários. (ANVISA, 2009, p.1).

Corpo do trabalho

Os profissionais da área da saúde são alvo constante de lutas na esfera

judicial por indenizações requeridas em decorrência de acidentes de trabalho, quer

sejam por acometimentos patológicos ou oriundos de dificuldades físico-motoras.

No Brasil existem regulamentações emitidas pelo Ministério do Trabalho que

determinam as normas para a segurança no trabalho e essas normas devem ser

seguidas à risca pelos mantenedores e administradores das organizações e pelos

profissionais que exercem funções nesses órgãos, sejam eles públicos ou privados.

Os centros universitários e agências que desenvolvem pesquisas necessitam

estar adaptados às normas vigentes de segurança tanto no âmbito da infra-estrutura

Page 77: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 74

predial como nas ações referentes a contaminações. Os espaços onde as atividades

laborais são desenvolvidas requerem todo tipo de equipamento e instrumento

adequados para garantir a segurança e a perfeita saúde de seus funcionários.

Estes insumos nem sempre são de alta complexidade. Produtos e objetos

simples podem fazer a diferença entre estar sadio e enfermo e isso pode ser

entendido claramente nas considerações de Brasil (2005) quando afirma que todo

local exposto a agentes biológicos deve ter lavatório com água corrente exclusivo

para mãos, sabonete líquido, toalha descartável e lixeira que se abra sem a

necessidade de toque manual.

Corpo do trabalho

Nem todas as pessoas são conscientes sobre a importância do cumprimento

de normas padronizadas por especialistas. Há de se considerar extremamente

necessário o desenvolvimento de uma cultura e do hábito de compreender e aplicar

estas regras.

Seguir normas técnicas pode ser penoso, mas em todos os segmentos

profissionais estas regras existem e têm de ser legitimadas. Os profissionais de

todas as áreas precisam ser instruídos durante sua formação acadêmica sobre a

importância e necessidade do uso e aplicação das normas oficiais.

Existem muitos objetos, aparelhos e equipamentos da área da saúde capazes

de prejudicar a saúde humana se não forem bem manipulados pelos profissionais e

se não tiverem as condições físicas adequadas como, por exemplo, o uso das

seringas hipodérmicas. Os requisitos de montagem destes aparelhos devem seguir

uma conicidade de 6% (Luer) o que se pode observar em ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT, 2003).ISO

594-1:203

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). RDC n° 44, de 17 de agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Disponível em: <http://www.anvisa.org.br>. Acesso em: 4 set. 2011.

Page 78: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 75

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO 594 – 1 -Montagem cônica com conicidade de 6% (Luer) para seringas, agulhas e outros equipamentos médicos - Parte 1: Requisitos gerais. Rio de Janeiro, 2003. BRASIL. Ministério do meio ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. CONAMA. Resolução n° 432, de 13 de julho 2011. Estabelece novas fases de controle de emissões de gases poluentes por ciclomotores, motociclos e veículos similares novos e dá outras providências. Brasília, DF. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=654>. Acesso em: 13 dez. 2011. ______. Ministério do Trabalho. NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde. Brasília, DF, 2005. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D3226A41101323B5152AF4497/nr_32.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2011.

2 Técnicas de redação de texto científico

Todo processo científico, ou seja, todo conhecimento produzido pela ciência

necessita ser comunicado à sociedade e comunidade científica. A redação científica

é uma das formas de comunicação deste conhecimento. Um texto científico bem

escrito requer muita reflexão prévia sobre o assunto e dedicação intensa em leituras.

Para escrever bem o primeiro passo é saber o que é e como se faz pesquisa. Sem

compreensão de como uma investigação é feita e sem entendimento sobre ciência e

método científico a dificuldade é grande e os resultados podem não ser satisfatórios.

A redação de um texto científico depende do tipo de pesquisa que foi

realizada. Existem basicamente três tipos de pesquisa: a) pesquisa sem hipóteses;

b) pesquisa com hipóteses; c) pesquisa de causa e efeito.

A pesquisa sem hipóteses é descritiva. Caracteriza-se por descrever

estruturas, situações, ocorrências (variáveis).Exemplo: numa pesquisa sobre a

distribuição de renda no país, o importante é escrever por que ela é necessária e

mostrar a literatura que sustenta esta descrição.

A pesquisa com hipóteses testa a relação entre duas ou mais variáveis e faz

associações. Exemplo: sempre que ando com um guarda-chuva as solas dos

sapatos ficam molhadas. Existe uma associação entre as duas variáveis, o que me

leva a hipotetizar que está chovendo, mas não há interferência, pois uma variável

não causa a outra (sola molhada não é causa do guarda-chuva aberto e vice-versa).

Page 79: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 76

A pesquisa de causa e efeito caracteriza-se pela interferência, por uma

intervenção, ou seja, ação sobre algo. Exemplo: Se A causa G, entre A e G existe

um mecanismo de interferência (B, C, D, E, F).

Um texto científico deve ter bases científicas que são a base empírica e a

base literal. Tanto o texto empírico quanto o literal devem se conversar a todo

instante. A redação deve ser coesa e coerente na defesa de suas ideias e

argumentos.

Muitas vezes, as pessoas inexperientes acrescentam muitas informações

desnecessárias no texto, normalmente porque não têm clareza do que é importante

e fundamental. O manuscrito tem de ter informações e conceitos necessários e

suficientes e ser escrito de forma clara, objetiva e com sequência lógica.

Um bom texto deve iniciar com a escrita do resumo (prévio) e seguir os itens:

conclusão que é a essência do trabalho, os resultados, os procedimentos utilizados

que levaram aos resultados, a discussão, a introdução e o título. Essa sequência

pode ajudar os iniciantes escritores. Por que a conclusão deve ser escrita antes de

todos os demais itens? Um exemplo: quando vou viajar (destino) devo saber como é

o clima daquela região para que eu possa levar roupas e calçados adequados. Devo

pensar também se vou a lazer ou a trabalho, tudo isso vai direcionar a arrumação da

mala, o trajeto que farei (procedimentos, método) e os resultados da minha viagem.

Vale ressaltar que na introdução devem estar bem claros os objetivos da

pesquisa e a justificativa, bem como o problema a ser solucionado. Se houver

hipóteses, estas devem aparecer logo abaixo do problema como afirmações e não

perguntas.

Antes de iniciar a redação é necessário analisar bem os dados e concluir

fazendo uma explanação oral para confirmar se houve compreensão. Somente

depois iniciar a redação do texto.

Extrair conclusões próprias

3 Revisão da literatura ou revisão bibliográfica

Esse tipo de texto traz, em sua escrita, evidências de outras pessoas

(autores). Para redigir esse texto devemos elaborar nossos resultados e nossas

conclusões com base nos textos alheios que dizem respeito ao assunto em questão.

É necessário que o autor do manuscrito encaminhe suas próprias conclusões a

Page 80: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 77

partir da literatura existente. Apenas expor citações e demonstrações não tem

utilidade alguma.

3.1 Exemplo de revisão da literatura

Os resultados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB)

que avalia o rendimento dos estudantes brasileiros do Ensino Fundamental

indicaram que o desenvolvimento de habilidades básicas em matemática vem se

revelando insuficiente. A análise dos resultados feita por meio de uma escala única

de desempenho no ano de 2003 mostrou que os alunos de 4ª série apresentaram

habilidades ainda elementares para quem estava finalizando a primeira etapa do

Ensino Fundamental. Os estudantes apresentaram dificuldades nas operações

aritméticas e em solução de problemas simples e complexos. Segundo os

procedimentos estatísticos, em alguns estados brasileiros, como no estado de São

Paulo, não houve diferença entre as médias durante 2001 e 2003.

Em 2003, de um total de 100%, 11,5% dos estudantes da 4ª série estavam no

estágio muito crítico e 40, 1% no estágio crítico. Apenas 6,4% encontravam-se no

estágio adequado de competências e habilidades matemáticas estabelecidas pelos

pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (INEP).10

O SAEB destaca ainda que, no estado de São Paulo, a média do

desempenho em Matemática dos estudantes da 4ª série foi obtendo queda durante

os anos. Enquanto em 1995 a média era de 198,8 pontos, em 2005 ficou em 187,1.

Com relação às competências, de 2001 a 2003 a média no estágio muito crítico

aumentou dois pontos percentuais e no estágio crítico cerca de três pontos,

permanecendo quase estável no estágio adequado, ou seja, houve uma queda de

apenas sete décimos.

A avaliação realizada pelos órgãos superiores da educação durante cinco

anos demonstra que o desempenho dos estudantes do Ensino Fundamental no

Brasil não tem sido satisfatório.

Não só nos exames a prática da solução de problemas é enfatizada. No dia a

dia, somos constantemente desafiados matematicamente, ou seja, estamos

10

Segundo o INEP, no estágio muito crítico o aluno não transpõe comandos operacionais próprios da idade em

uma representação matemática adequada. No estágio crítico consegue desenvolver algumas habilidades

matemáticas básicas de compreensão de problemas aquém das exigidas pela série. No estágio adequado

consegue realizar operações aritméticas e interpretam e solucionam problemas de forma competente.

Page 81: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 78

expostos a situações em que temos de aplicar nosso raciocínio matemático desde o

mais simples até o mais complexo.

A solução de problemas é uma forma superior de aprendizagem e torna a

pessoa capaz de obter ideias novas independentemente de outras. (KLAUSMEIER;

GOODWIN, 1977) por isso deve ser entendida como um conteúdo procedimental

escolar e ensinada aos alunos. (COLL, 2000; ZABALA, 1998). É um domínio

necessário para todo ser humano, pois possibilita desenvolvimento da autonomia,

reflexão e tomada de decisão.

A solução de problemas é uma atividade complexa que requer,

primeiramente, a compreensão do que está posto para ser resolvido. (MAYER,

1992; POLYA, 1994; POZO, 1998; STERNBERG, 2000). Em problemas com

enunciados escritos essa compreensão está relacionada a unidades semânticas,

sintáticas e léxicas, ou seja, unidades não matemáticas que necessitam ser

interpretadas e traduzidas em linguagem matemática.

A falta de domínio da compreensão daquilo que se lê, muitas vezes interfere

na resolução correta de problemas matemáticos escolares e do dia-a-dia.

Atualmente é comum encontrar crianças em idade escolar denominadas como

crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem.

Estas dificuldades podem estar no campo na leitura ou não. Analisando as

considerações de alguns autores elas estão mais no âmbito da compreensão da

leitura. (CIASCA, 2003; DOCKRELL; MCSHANE, 2000; FONSECA, 1995;

GARGIULO, 2003; GERBER, 1996; HALLAHAN, 2000; HENLEY, 1999; JOHNSON;

MYKLEBUST, 1983; PASSERI, 2003).

Alguns problemas no aprendizado podem não estar na própria criança e sim

no processo de ensino ministrado na escola. Muitos estudantes não adquirem esta

capacidade com eficiência o que pode causar problemas na interpretação de

enunciados das diversas disciplinas acadêmicas. Em um estudo com universitários,

Brito et al (1994) evidenciaram que a compreensão da leitura é mais importante para

se chegar à solução do que as outras variáveis presentes no processo de solução

de problemas como a compreensão da natureza do problema e habilidades

matemáticas específicas (flexibilidade de pensamento matemático, habilidade de

alcançar passos de uma solução e memória específica para elementos

matemáticos). Em outro estudo, De Luca (1991) observou resultados similares sobre

Page 82: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 79

a influência da compreensão da leitura na tarefa de resolução. Alunos cujos

problemas foram apresentados por meio de equações matemáticas obtiveram

melhores resultados em sua resolução do que aqueles, cujo material foi apresentado

com linguagem verbal. Segundo o autor, a linguagem matemática facilitou a

recuperação mnemônica e a aplicação de conceitos já aprendidos em novas

situações-problema.

Estudos utilizando intervenções pedagógicas oferecem resultados eficazes

aos problemas investigados. Wearne e Hiebert (1988) realizaram um experimento

com alunos de quarta, quinta e sexta séries do Ensino Fundamental, testando o

desenvolvimento das duas primeiras fases de seu modelo de simbolização.11 A

resolução de problemas multiplicativos envolvendo número decimal, aprendida

anteriormente por uma parte dos participantes, foi utilizada como conteúdo.

O estudo desenvolveu-se em pequenos grupos e, numa segunda etapa, nas

próprias classes dos alunos. Um pré-teste antecedeu a intervenção, avaliada por um

pós-teste seis semanas após sua realização. Os estudos evidenciaram forte

correlação entre o uso da análise semântica dos problemas e a capacidade em

solucioná-los, a partir de uma intervenção pedagógica específica. Os melhores

resultados obtidos pelos alunos que não se submeteram ao ensino formal do

conteúdo, sugeriram aos autores a influência negativa do ensino escolar prévio

sobre o desempenho dos que o vivenciaram. Os dados indicaram certa dificuldade

em ensinar processos semânticos em situações-problema para alunos que

vivenciaram um ensino com ênfase nos procedimentos de cálculos matemáticos.

A compreensão da leitura é uma prática que deve ser adquirida pelas

crianças desde pequenas, ainda na educação infantil e se aperfeiçoar durante a

alfabetização e os primeiros anos escolares. Se ao aluno for garantida uma

escola de qualidade, quanto mais avançar em sua escolaridade melhor leitor será

no futuro e muito mais capaz de compreender todo tipo de material escrito com

criticidade e elaboração de ideias próprias.

A literatura sobre compreensão de leitura aponta que para ser bem

realizada necessita que o leitor faça uso dos significados, inferências e ativação

dos conhecimentos prévios. (BARTLETT, 1932; BAUMANN, 1984; BRANDÃO,

1998; HANSEN; PEARSON, 1983; OAKHILL, 1984; STEFFENSEN, JOAGG-

11

Forma de representação em linguagem matemática de certos cálculos e operações. Exemplo: 23+5 = 28.

Page 83: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 80

DEV; ANDERSON, 1987). Essa compreensão é necessária tanto para textos

linguísticos quanto para textos matemáticos.

Neste conjunto de estudos a leitura é concebida como um processo de

construção de significados que se dá através da interação dinâmica entre o leitor, o

texto e o contexto da situação de leitura. Os estudos têm demonstrado que as

experiências e o conhecimento que os leitores trazem para a leitura de um texto

exercem forte influência sobre como eles compreendem e lembram-se do texto.

(STEFFENSEN, JOAGG-DEV; ANDERSON, 1987).

Crianças com dificuldades de compreensão da leitura são deficientes na

construção de inferências quando lêem. Oakhill (1984) em um de seus estudos, deu

uma série de histórias curtas para serem lidas a crianças com boa compreensão e

com compreensão deficiente e, no final de cada história foi formulado um conjunto

de perguntas de compreensão. As perguntas elaboradas eram do tipo literais (com

informações explícitas no texto) e do tipo inferenciais (cujas respostas estavam

implícitas). As perguntas foram formuladas duas vezes: na primeira vez, sem terem

acesso ao texto, as crianças eram solicitadas a responder de memória; na segunda

vez com a reapresentação do texto, as perguntas eram repetidas e as crianças

solicitadas a consultar o texto antes de responder. Com relação às crianças com

compreensão deficiente, as crianças com boa compreensão tiveram bom

desempenho ao responder de memória nos dois tipos de perguntas. No entanto,

quando o texto ficou disponível, as crianças com boa compreensão só tiveram bom

desempenho nas questões inferenciais, tendo os dois grupos apresentado poucos

erros nas questões literais.

Verificou-se que as crianças com compreensão deficiente podem examinar o

texto para recuperar informações que estão declaradas explicitamente, entretanto,

acham difícil recuperar informações que requeiram o uso de inferência. Esses

resultados indicam que as crianças com dificuldades em compreensão são menos

capazes de inferir e usar o conhecimento geral relevante quando leem uma história.

O fracasso na extração de inferências evita que o leitor forme uma representação

integrada do significado textual, fato que prejudica a compreensão.

Além da compreensão semântica, os esquemas representam função

importante na prática de solução de problemas. Os esquemas se constituem

conhecimentos anteriores representados na memória. A teoria dos esquemas

Page 84: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 81

pressupõe que existem estruturas de recordações na memória para situações

recorrentes que são vivenciadas e que uma importante função dos esquemas é

construir representações das novas situações vividas (STERNBERG, 1992).

Bartlett (1932) propôs a teoria de esquemas para descrever o que ocorre

quando as pessoas tentam compreender materiais escritos. Ele sugeriu que os

leitores, em seus esforços para entenderem, complementam e acrescentam

significados ao material apresentado, com outras informações provenientes de sua

própria experiência.

Hansen e Pearson (1983) em seus estudos sugerem que os esquemas têm

funções importantes na compreensão. Eles formam um quadro de referência para a

classificação dos conceitos presentes no texto. Quanto maior o quadro de

referência, maior será a probabilidade de que os conceitos serão classificados e

ficarão disponíveis para subsequente recuperação na memória de longo prazo.

Os autores investigaram a aplicabilidade das noções teóricas de esquemas

para a compreensão de informações inferenciáveis. Foram sujeitos de um estudo,

bons leitores de 2ª série do Ensino Fundamental com fortes e fracos esquemas de

conhecimento sobre aranhas. Os alunos liam um texto sobre aranhas e respondiam

a questões do tipo “por que”, que se referiam a informações apresentadas

explicitamente e a um conhecimento que, necessariamente, tinha que ser inferido a

partir do texto. Verificou-se um efeito significativo do conhecimento prévio no

responder às questões que envolviam informações inferenciais, mas não sobre o

responder às questões cujas informações necessárias para respostas que estavam

explicitamente no texto.

O ato de compreender textos escritos pode não ser uma tarefa fácil, mas os

seres humanos são plenamente capazes de realizar esta tarefa. Quanto mais as

pessoas estão expostas a materiais escritos de boa qualidade, mais aprenderão a

entender a mensagem expressa nos manuscritos. Nesse sentido a escola tem uma

missão árdua, mas possível, que é a de fazer com que seus frequentadores

adquiram condições intelectuais favoráveis à realização do ato de ler e interpretar e

neste ato estão presentes a capacidade de inferir e atribuir significados às palavras

e frases num contexto específico.

Com relação às inferências e significados, Brandão (1998) concluiu que a

compreensão de texto de histórias é uma atividade de solução de problema.

Page 85: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 82

Enquanto a produção de texto implica a “tradução” do conhecimento em palavras, a

compreensão requer traduzir as palavras em conhecimento, em que este processo

de tradução de palavras em informação, ideia, significado é tarefa de natureza

cognitiva e linguística. Seu estudo focalizou a natureza da tarefa de compreensão

apresentada ao sujeito e as habilidades requeridas na compreensão. A

pesquisadora evidenciou que, para as pessoas combinar informações entre

sentenças, como ocorre em um texto, é preciso que as informações das primeiras

sentenças, ou aquelas presentes no início de um enunciado, estejam disponíveis em

algum lugar da memória. Assim, avaliar a memória verbal se justifica devido ao fato

de que a compreensão da história envolve o armazenamento de informações na

memória de curto termo.

Em outro momento a história apresentada às crianças foi dividida em três

blocos que versavam sobre situação-problema, resolução do problema,

consequência/conclusão. Concluiu que a maior dificuldade das crianças se encontra

na parte de resolução da situação-problema e que para as pessoas compreenderem

textos é preciso atribuir significados, criar uma rede de relações entre os

enunciados, integrando as informações nele contidas e as partes que compõem

esse mesmo texto, fazer inferências, reconhecer e selecionar informações

relevantes e ainda, acionar conhecimentos de mundo e conhecimentos linguísticos.

Excerto extraído de MOURA, G. R. S. Crianças com dificuldades em resolução de problemas matemáticos: avaliação de um programa de intervenção. 2007. 156 f. Tese (Doutorado em Educação Especial) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.

4 Exemplos de redação dos itens 4.1 Justificativa

O avanço da medicina tem acontecido de forma morosa ao longo da história

da humanidade, embora as conquistas do último século tenham sido muito

significativas e fundamentais para seu aperfeiçoamento. Inicialmente, eivada de

superstições, mitos e preconceitos foi, durante muito tempo, considerada como

bruxaria.

Ultrapassado o período mágico e o do empirismo sedimentou-se na Ciência

transformando-a no baluarte para sua afirmação e reconhecimento no contexto

Page 86: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 83

social, fazendo da experimentação controlada condição essencial para sua

validade.........................

Este projeto justifica-se não só pela atualidade e complexidade do seu tema,

como pelo método adequado para analisá-lo.

Discutir como integrar princípios administrativos com conceitos de medicina

veterinária é uma das grandes preocupações dos profissionais da área com vistas

ao atendimento às exigências e necessidades do cliente....................

Analisar as funções de todo o pessoal envolvido, o papel da enfermagem

veterinária, a estrutura necessária a um trabalho de qualidade são, de grande

relevância........................

4.2 Problema

Os profissionais de fonoaudiologia têm encontrado dificuldades para exercer

sua profissão, integrando quadros funcionais de instituições de saúde ou na

prestação de serviços como autônomos. Sendo assim quais seriam as causas da

dificuldade de colocação dos profissionais de fonoaudiologia no mercado de trabalho

atual? Parte-se da premissa de que os egressos de fonoaudiologia não estão sendo

bem preparados para o mercado de trabalho.

Adaptado de VIANNA, I. O. de A. Metodologia do trabalho científico: um enfoque didático da produção científica. São Paulo: Epu, 2001.

4.3 Objetivos GERAL: abrangente, amplo, alcança-se no final da pesquisa. Exemplos de verbos:

compreender, analisar, avaliar, explicar, conhecer...

ESPECÍFICO: menos abrangente, atinge-se no decorrer da pesquisa. Exemplos de

verbos: relacionar, descrever, identificar, verificar, traduzir, enumerar, observar,

experimentar, nomear, coletar...

GERAL:

Compreender a atuação da Medicina Biomolecular nos dias de hoje.

ESPECÍFICOS:

Proceder ao levantamento bibliográfico que fundamenta o estudo;

Discutir a validade e pertinência científica dos protocolos de Medicina

Biomolecular.

Page 87: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 84

4.4 Resumos (ver p. 42)

4.5 Material e método ou procedimentos: este item deve descrever

detalhadamente como a pesquisa foi realizada. Quando de campo inclui local, participantes, tamanho da amostra, tempo e a explicação de como o estudo foi realizado e os materiais utilizados. As técnicas, os delineamentos e a amostragem levam aos dados e estes aos resultados.

4.6 Resultados: este item apresenta de forma lógica e sistemática os resultados

do estudo, os quais podem ser apresentados por meio de tabelas, gráficos, quadros, entre outros. São dos dados que se extraem os resultados que levam às interpretações e conclusões.

4.7 Discussão: esta etapa consiste em interpretar logicamente os

dados/resultados à luz da teoria estudada que se encontra, às vezes, redigida na fundamentação teórica/revisão bibliográfica – capítulos. Este item visa produzir um conhecimento a partir das relações que o pesquisador faz da teoria e do estudo desenvolvido. Permite realizar inferências e ampliar o saber no campo em estudo. É necessário que o pesquisador adote uma linha de raciocínio e apresente argumentos claros e consistentes, com o intuito de produzir uma nova teoria. É importante nesta etapa que o autor busque sustentar sua argumentação, trazendo a esta redação os posicionamentos dos autores citados no referencial teórico – capítulos. A redação deste texto requer um diálogo constante entre a literatura e os resultados obtidos, por isso é necessária, em alguns trechos, a citação dos autores que sustentam a teoria. OBS: De preferência, a discussão deve ser redigida separadamente do item resultados.

4.7.1 Exemplo de discussão separada dos resultados CAPÍTULO 3 - RESULTADOS

Os dados foram analisados de forma quantitativa e tratados mediante um

teste paramétrico de hipóteses. O teste estatístico t de student foi escolhido para

comparar a diferença entre: 1) as médias dos pré-testes do grupo experimental e do

grupo controle; 2) as médias dos pré e pós-teste do grupo controle; 3) as médias dos

pré e pós-teste do grupo experimental; 4) as médias do pós-teste dos grupos

experimental e controle; 5) as diferenças entre as médias do pré e o pós-teste do

grupo controle e do experimental; 6) as médias do pós-teste e pós-teste postergado

do grupo controle; 7) as médias do pós-teste e pós-teste postergado do grupo

experimental; 8) as médias do pós-teste postergado dos grupos controle e

experimental.

Page 88: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 85

A identificação da melhora do desempenho do grupo experimental realizou-se

a partir da comparação dos resultados deste grupo nos três testes (pré, pós-teste e

pós-teste postergado). Para assegurar que os resultados foram devidos à

intervenção e não a outras variáveis, as médias do grupo experimental foram

comparadas com as do grupo controle. A seguir são apresentadas as análises das

médias obtidas pelos grupos controle e experimental em todos os contrastes citados

anteriormente.

O gráfico 3 mostra as pontuações médias dos grupos controle e experimental no pré-

teste e no pós-teste.

Gráfico 3 – Médias das pontuações obtidas - GC e GE

5,67,8 8,1

36,8

0

5

10

15

20

25

30

35

40

GC GE GC GE

po

ntu

açõ

es

Pré-teste Pós-teste

Fonte: Graziella Moura

Os dois grupos apresentaram uma pontuação bem pequena no pré-teste. A

pontuação média do grupo experimental foi, no entanto, ligeiramente superior, e

essa diferença foi estatisticamente significativa (t= - 2,6; p = 0,01). .

Analisando as médias dos pós-testes dos dois grupos (experimental e

controle), o teste t de student mostra que a diferença entre elas é estatisticamente

significativa (t= -29,3; p = 0,001).

Observando-se o gráfico 3, nota-se que a pontuação média do grupo controle

no pós-teste foi superior à pontuação média no pré-teste. Essa diferença é

estatisticamente significativa (t = -3,9; p < 0,001). No entanto, apesar de haver

aumento na pontuação do grupo de controle, este aumento é pequeno em relação

ao aumento verificado para o grupo experimental (como veremos a seguir).

Continua..........................

Page 89: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 86

CAPÍTULO 4 - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Da análise dos gráficos podem-se extrair diversas reflexões acerca do objeto

estudado. Acredita-se ser interessante comentar inicialmente a questão do pré-teste

dos grupos controle e experimental. O ideal é que não houvesse diferença no pré-

teste entre os grupos, no entanto, há que se considerar que as crianças

selecionadas deveriam apresentar escores de 0 a 16 pontos num total de 40. A

escolha aleatória por sorteio determinou algumas crianças com pontuações

ligeiramente maiores no grupo experimental. O fato é que o pós-teste identificou

uma melhora significativa deste grupo, mesmo ele tendo apresentado ligeira

pontuação maior no pré-teste, ao passo que, o grupo controle não obteve uma

porcentagem alta de aumento na pontuação no pós-teste. Os gráficos possibilitam

visualizar uma nítida melhora no desempenho do grupo experimental, quando se

comparam seus resultados com os do grupo controle, ou mesmo quando se observa

a mudança de desempenho dos participantes desse grupo entre o pré e o pós-teste

(gráficos 16 e 17, Apêndice F), o que denota, sem dúvida alguma, que a intervenção

produziu resultados positivos.

Um ponto fundamental pode ser verificado nos gráficos 12 e 13 (Apêndice F).

Os estudantes do grupo experimental apresentaram, no pré-teste, maior

heterogeneidade em suas características, ao contrário dos estudantes do grupo

controle. Já no pós-teste, como se vê nos gráficos 14, 15, 16 e 17 (Apêndice F), o

grupo que passou pela intervenção tornou-se totalmente homogêneo, enquanto que

o grupo sem intervenção apresentou maior heterogeneidade. Esta homogeneidade

do grupo experimental é um ponto importante, pois indica que a intervenção

possibilitou que todos apresentassem progresso, de modo que os alunos passaram

a ter características de aprendizagem e condições cognitivas mais semelhantes.

Entende-se, portanto, que a instrução fornecida aos estudantes do grupo

experimental produziu efeitos benéficos com relação à aprendizagem de resolução

de problemas matemáticos.

Os gráficos mostraram no pré-teste pequenas diferenças entre os participantes

e, particularmente uma diferença sutil, embora estatisticamente significativa, entre as

médias do grupo experimental e do grupo controle. Isto já era esperado mesmo

considerando que todas as crianças participantes do estudo tinham a mesma idade

(10 anos) e já haviam cursado, no mínimo as 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino

Page 90: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 87

Fundamental, pois as capacidades cognitivas dos estudantes são muito diferentes.

Conforme afirmam Chi e Glaser (1992) as pessoas se distinguem em seus modos de

raciocinar, pensar e também de resolver problemas. É preciso que todos aprendam a

partir das capacidades que têm e não esperar que todos sejam iguais.

Estas diferenças podem ser decorrentes de diversos fatores inclusive do

sistema de ensino escolar vigente. Nem todos os professores aplicam procedimentos

didáticos apropriados para os diversos conteúdos escolares, o que pode indicar a falta

de homogeneidade entre o conhecimento dos alunos. A maturidade biológica

(neurológica) da pessoa, as experiências de aprendizagem percebidas, as atitudes,

valores e condições emocionais envolvidas no processo de aprendizagem ao longo

dos anos também exercem influência neste processo.

Ao observar as médias do grupo controle nos dois testes (pré e pós, gráfico

14 , Apêndice F), como também a diferença entre a pontuação média dos dois

grupos (gráfico 4, p. 70 ), pode-se inferir que poucas crianças melhoraram suas

capacidades de resolução de problemas, o que indica ser pouco provável que o

ensino utilizado pelas professoras das classes tenha surtido efeito de melhora na

aprendizagem. Esta mínima melhora pode ser atribuída ao tempo de permanência

na escola que, embora apresente um ensino deficitário, possibilitou a alguns

estudantes que aumentassem seus conhecimentos, pois certamente os alunos não

deixaram de estar expostos a questões problemas matemáticos em sala de aula.

Importante salientar que, apesar da média do grupo controle no pós-teste

postergado ter sido superior à média no pós-teste, este aumento não é relevante.

Analisando o processo de ensino escolar é possível admitir que com o passar do

tempo, no caso do postergado, as crianças tivessem uma melhora em suas

capacidades para resolver problemas, porém insignificante, comparando-se com o

grupo que obteve a intervenção. Isto parece demonstrar que as atividades aplicadas

pelo programa podem ter favorecido a aprendizagem e maximizado a pontuação do

grupo experimental. Em contrapartida, os estudantes que ficaram submetidos

apenas aos exercícios convencionais das professoras não apresentaram melhora

significativa.

Continua...................

Page 91: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 88

4.8 Conclusão: Item pessoal, não aceita citação de autores. Deve apresentar os

resultados do estudo condizentes com a questão-problema proposta, as hipóteses e os objetivos. Neste item podem ser feitas recomendações e sugestões para novos estudos. Texto coeso e claro. Não pode repetir o mesmo texto já exposto nos resultados. Tem relação, mas as palavras devem ser outras.

4.9 Elementos pré-textuais: É comum que autores de trabalhos confundam agradecimentos com dedicatória, mas existe diferença. Os agradecimentos significam o item em que a autoria expressa sua gratidão àqueles que contribuíram, de certa forma, com o trabalho, agradecendo o esforço e a dedicação das partes envolvidas.

A dedicatória é um item em que o autor da obra oferece seu material a alguém. No caso de trabalhos de pesquisa, é comum que esta oferta seja feita a quem tem relação com o assunto em questão. A epígrafe consiste num trecho escrito por outra pessoa de forma ipsis litteris (literal) cuja finalidade é indicar o assunto, a inspiração ou os sentimentos do autor da obra. Este trecho tem de ser breve e ter obrigatoriamente um conteúdo relacionado diretamente com o assunto do trabalho. Vale ressaltar que os agradecimentos, a dedicatória e a epígrafe são itens opcionais nos trabalhos.

4.10 Exemplos de texto científico (Artigo, Trabalho de Graduação, Monografia, Dissertação, Tese). 4.10.1 Exemplo de Trabalho de Graduação (Pesquisa de Campo)

Page 92: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 89

INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE BAURU – IESB

CURSO DE PEDAGOGIA

Daiely Aparecida de Jesus

APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA COMPUTACIONAL NO PROCESSO DE ENSINO

E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA ESCOLAR: análise de sua contribuição

BAURU – 2011

Page 93: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 90

DAIELY APARECIDA DE JESUS

APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA COMPUTACIONAL NO PROCESSO DE ENSINO

E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA ESCOLAR: análise de sua contribuição

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Instituto de Ensino Superior de Bauru IESB, para obtenção do título de Pedagogo, sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Graziella Ribeiro Soares Moura.

BAURU - 2011

Page 94: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 91

DAIELY APARECIDA DE JESUS

APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA COMPUTACIONAL NO PROCESSO DE ENSINO

E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA ESCOLAR: análise de sua contribuição

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Instituto de Ensino Superior de Bauru IESB, para obtenção do título de Pedagogo

Aprovado em: ______/ ______/ ____

Orientador (a):

Prof.ª Dr.ª Graziella Ribeiro Soares Moura

Banca Examinadora:

Prof. XXXX

Instituição:

Prof. XXXX

Instituição:

Page 95: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 92

Dedico Esse estudo a todos os professores,

que em prol da aprendizagem de seus alunos, não cessam em buscar recursos e ferramentas

que auxiliem nesse processo.

Page 96: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 93

AGRADECIMENTOS

A Deus, porque dotou-me de sabedoria, inteligência, disposição, saúde e

oportunidade de realizar essa pesquisa.

Aos meus pais Nelson e Conceição, por todo o apoio concedido e por terem

me educado para caminhar em busca dos meus sonhos.

Ao meu querido e amado Bruno C. Ferreira Godinho, pelo apoio sem

medidas em todos os momentos, pelo incentivo de todos os dias e por me fazer

sempre acreditar que posso atingir meus objetivos.

A minha orientadora, professora Dra. Graziella Ribeiro Soares Moura que

me ensinou a pesquisar e a elaborar esse trabalho, sempre disposta a contribuir

com toda sua sabedoria intelectual me tornou uma pessoa mais dedicada e capaz. A

você, professora Graziella, o meu imenso carinho, afeição e profunda gratidão.

A professora Roberta Padoan, a arquiteta Talita Ribeiro Soares Moura e ao

amigo Eolimar Victoria da Silva, por terem contribuído imensamente na realização

desse estudo.

A professora Sirlei S. Polidoro Campos, por toda dedicação e paciência.

As escolas, professores e alunos que colaboraram e participaram da

realização dessa pesquisa, a todos vocês minha enorme gratidão.

A todos os meus queridos professores do curso de Pedagogia da Instituição

de Ensino Superior de Bauru, sem os quais eu nada seria. A todos, deixo um

saudoso “Obrigado” e a certeza de terem marcado para sempre a minha vida.

Aos queridos docentes da banca examinadora, por todas as sugestões e

contribuições que vieram enriquecer esse trabalho.

Page 97: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 94

As escolas devem se preocupar com a questão da informática na

educação, porque está em evidência que o contato moderado e orientado da

criança com o computador, em situações de ensino-aprendizagem, contribui

para o seu melhor desenvolvimento cognitivo e intelectual, em especial no que

diz respeito ao raciocínio lógico e formal, a capacidade de pensar com o rigor e

sistematicidade, a habilidade de inventar ou encontrar soluções para os

problemas.

(MARQUES; CAETANO, 2002, p. 137)

Page 98: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 95

RESUMO

Problemática abordada O avanço da tecnologia impõe a escola questionamentos sobre métodos e

ferramentas, no processo de aprendizagem dos alunos, de forma que não seja mais possível ignorar essa realidade. Neste contexto, questiona-se Problema: um aplicativo computacional direcionado aos conteúdos matemáticos pode maximizar a aprendizagem e motivar os alunos a aprender? Esse estudo teve como objetivos: avaliar a influência que um aplicativo computacional exerceu sobre a aprendizagem matemática em alunos do 4º ano do Ensino Fundamental; verificar a adequação das atividades utilizadas para a faixa etária das crianças; identificar quais foram as dificuldades apresentadas; comparar o desempenho dos alunos nos exercícios realizados tanto pelo aplicativo computacional quanto de forma convencional (papel e lápis), observando se houve motivação durante a atividade. A metodologia teve como técnica a observação sistemática e formulário de observação estruturado que foi realizado durante a aplicação dos exercícios. O estudo consistiu da aplicação das atividades matemáticas primeiramente de forma convencional e, posteriormente por meio do aplicativo computacional. Com os resultados verificou-se que o aplicativo computacional exerceu influência de motivação e interesse nos alunos participantes e identificou-se também que as dificuldades apresentadas nas duas etapas estavam relacionadas a resolução de problemas, tais como: cálculo, raciocínio, lógica e interpretação do enunciado. Concluiu-se que, após comparar-se a aplicação das duas etapas, o desempenho dos alunos foi maior por meio do aplicativo computacional. Palavras–chave: Educação Matemática. Ensino e aprendizagem. Aplicativo computacional.

Page 99: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 96

SUMÁRIO (suprimido)

INTRODUÇÃO

Problemática Antigamente a forma de leitura das pessoas dava-se por

meio de livros impressos, bem como jornais e revistas. O homem registrava

todas as suas anotações em dezenas de papéis que ficavam armazenados em

gavetas e armários. As indústrias emitiam suas notas fiscais manualmente e

controlavam o débito de seus clientes por fichas. As crianças brincavam no

quintal e assistiam a desenhos na televisão.

Atualmente, esse cenário vem se modificando cada vez mais, pois

livros, jornais, revistas ou qualquer outro tipo de documento são facilmente

acessados por meio da internet de forma mais versátil e rápida. As empresas

possuem softwares que auxiliam em todo seu funcionamento, desde a entrada

da mercadoria, até sua revenda ao consumidor e administração das despesas

internas, dispensando inúmeras pilhas de papéis. As crianças, por sua vez,

brincam e jogam pela internet e muitas vezes não saem mais para brincar no

quintal de suas casas.

Na sociedade, o avanço tecnológico é aparente. Nos bancos, por

exemplo, a tradicional fila deu lugar à senha, alguns ônibus públicos não

possuem mais cobradores de passagem é utilizado um computador para

reconhecer o cartão de pagamento dos passageiros, o envio de cartas

pessoais é substituído muitas vezes pelo e-mail, do disquete passou-se ao CD

e agora o mais utilizado é o pen-drive. Todas essas características

demonstram que a tecnologia é crescente a cada dia.

Justificativa A era digital em que a sociedade contemporânea está

inserida, faz das gerações que nela crescem pessoas imersas no mundo

virtual. Muitas crianças, hoje, vivem num cotidiano altamente informatizado e

aquelas que não convivem diretamente com aparelhos digitais os percebem no

dia a dia da sociedade atual. Nesse contexto, umas das inovações no sistema

de ensino moderno deve ser a introdução de artefatos tecnológicos, como por

exemplo, o computador, o uso da internet, das redes sociais, entre outros,

utilizando-os de forma adequada e reflexiva.

Page 100: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 97

No processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos escolares, em

geral e de matemática, em especial, dada a sua necessidade e a relevância

desse conhecimento no cotidiano, poderia ser adotada a prática de utilização

de um material informatizado nas escolas que pudesse inovar e contextualizar

a aprendizagem, com o intuito de minimizar as dificuldades, melhorar a

aprendizagem dos alunos e motivá-los a aprender.

Esse aspecto contribui para que o conhecimento aprendido pelos

alunos seja o mais próximo da realidade. Referencial teórico Analisando as

considerações de Santaló (2001) por estar o mundo em que vivemos em

constante mudança a escola precisa se prevenir e acompanhar esse ritmo,

adaptando ensino e metodologia, para que não haja um distanciamento entre a

escola e a realidade causando desmotivação.

Justificativa Este estudo teve sua gênese na preocupação da

aprendizagem da matemática e na relevância de se incorporar o uso das

tecnologias decorrentes dos constantes avanços nesse setor. Conforme Brasil

(2001) os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), destacam como o uso do

computador esta cada vez mais se tornando um recurso didático indispensável,

devido as possibilidades de utilização ao processo de ensino e aprendizagem e

de sua presença marcante na sociedade, destacando que o uso do deste

equipamento, além de contribuir para a aprendizagem, estimula o

desenvolvimento de habilidades, tais como, levar o aluno a aprender com os

seus erros, aprender com os colegas, trocar e comparar suas realizações.

Problema Nessa perspectiva tem-se o seguinte questionamento: um

aplicativo computacional direcionado aos conteúdos matemáticos pode

maximizar a aprendizagem dos alunos e motivá-los para aprender?

Como hipótese, dada a intensa incorporação da informática no meio

social, acredita-se que a utilização de aplicativos informatizados pode ser um

valioso recurso para melhorar o aprendizado da matemática e a motivação dos

alunos em sala de aula.

Os objetivos traçados para esse estudo foram: a) avaliar a influência

que um aplicativo computacional exerceu sobre a aprendizagem da matemática

em alunos do 4º ano do ensino fundamental; b) verificar a adequação dos

exercícios utilizados para a faixa etária (entre 9 e 10 anos); c) identificar quais

foram as dificuldades apresentadas pelos estudantes; d) comparar o

Page 101: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 98

desempenho dos alunos nos exercícios realizados de forma convencional

(papel e lápis) e pelo aplicativo computacional observando se houve motivação

durante a realização de ambas as atividades.

Metodologia O presente estudo teve como principal fonte de coleta de

dados a pesquisa de campo realizada em duas etapas. A primeira, com a

aplicação de cinco atividades de matemática de forma convencional (usando

papel e lápis) em 71 alunos do 4º ano do Ensino Fundamental e na segunda

etapa os mesmos exercícios realizados por meio de um aplicativo

computacional, na mesma amostra de participantes, buscando-se comparar o

desempenho dos alunos nas duas etapas.

A técnica ministrada foi de observação sistemática, com utilização de

um formulário de observação estruturado durante a realização dos exercícios.

A coleta de dados ocorreu em duas escolas do município de São Manuel/SP

durante os meses de junho a agosto de 2011. A análise foi feita de forma

quantitativa apresentando-se quadros e gráficos para a visualização dos

resultados.

Dessa forma, estruturou-se o presente trabalho em quatro capítulos.

No primeiro enfocou-se a importância e a necessidade do conhecimento

matemático, bem como a contextualização e o significado da matemática fora

do ambiente escolar, alguns aspectos pertinentes ao processo de ensino e

aprendizagem, como por exemplo, uma breve análise de alguns conteúdos

escolares e novas perspectivas ao processo de ensino e aprendizagem. No

segundo, demonstrou-se o uso da tecnologia na educação e apontou o

computador como ferramenta de aprendizagem.

No terceiro, apresentou-se o universo onde foi aplicada a pesquisa,

demonstrando a cidade, a quantidade de participantes, o período em que foi

aplicado e qual foi à metodologia empregada. No quarto, apresentou-se uma

análise detalhada dos resultados obtidos em cada exercício nas duas etapas

da pesquisa e posteriormente uma análise comparativa do desempenho dos

alunos nas duas etapas. Por último, apresentou-se a conclusão desse trabalho

com o parecer sobre o enriquecimento da pesquisa para á área educacional e

demonstrando como ela pode ser útil para a aprendizagem da matemática.

Page 102: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 99

A tecnologia se faz presente na sociedade e a escola é uma instituição

social que tem como objetivo propiciar uma educação de qualidade e

contextualizada, sendo assim o material tecnológico precisa ser inserido nas

disciplinas escolares, como um recurso didático do professor que auxilie na

aprendizagem e motivem os alunos a aprender.

(Os capítulos devem sempre figurar em outra folha)

CAPÍTULO 1

A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

1.1 Necessidade e importância da matemática

A necessidade da matemática no âmbito da vida humana pode ser

encontrada desde o simples fato de olhar as horas no relógio, até uma

administração completa das despesas pessoais.

Analisando as considerações de Moura (2007) as atividades

enfrentadas pelas crianças nas aulas de matemática são muito válidas e úteis,

pois proporcionam aprimoramento do raciocínio, da autonomia desenvolvendo

competências para enfrentar inúmeras situações-problemas no cotidiano.

No dia-a-dia a todo instante contamos com a matemática precisamos

desde calcular o tempo, o troco das compras até os empreendimentos mais

sofisticados, como, por exemplo, prever a meteorologia.

Sendo a matemática um conhecimento importante, a escola como

responsável pela propagação deste conhecimento deve ter um ensino

adequado. Ao lidar com situações-problema, o ser humano torna-se capaz de

desenvolver habilidades necessárias para o seu crescimento cognitivo e

pessoal de forma que sua inteligência vai se aprimorando. Nunes (2002, p. 16)

afirma que “um dos temas mais discutidos na educação nos últimos cinquenta

anos é a relação entre a educação matemática e o desenvolvimento da

inteligência”, demonstrando que a matemática contribui para uma evolução

interior do ser humano, assim sendo, a missão de ensinar essa disciplina é a

de proporcionar essas qualificações.

Segundo Borrões (1998, p.12, grifo do autor) “[...] para cada indivíduo o

poder matemático inclui o desenvolvimento da autoconfiança pessoal.”

Percebe-se que aprender matemática é mais do que conhecer estruturas

Page 103: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 100

numéricas, envolve uma mudança interior no indivíduo, desperta sua

inteligência e proporciona autoconfiança, ou seja, traz segurança para tomar

iniciativas além de contribuir para o crescimento individual dos alunos.

Diante da importância do conhecimento matemático, deve-se analisar a

necessidade de melhorias nessa disciplina escolar que vem demonstrando por

meio de dados estatísticos a insuficiência do aprendizado dos alunos. Uma

avaliação realizada a cada três anos é o Programme for Internacional Student

Assessment (PISA), que avalia o desempenho de estudantes na faixa etária de

quinze anos em diversos países. No ano de 2009 em leitura, o Brasil alcançou

412 pontos, em ciências naturais foram 405 pontos e em matemática alcançou

386 pontos. Percebe-se em matemática a menor quantidade de pontos

atingidos. Em um ranking geral de 65 países o Brasil foi classificado na 53ª

posição em leitura e ciências naturais e em 57ª posição em matemática,

ficando abaixo da média estipulada pela Organisation for Economic Co-

operation and Development (OECD) em todos os requisitos. Em matemática, a

média estipulada pela OECD é de 496 pontos, o Brasil alcançou 386, ao passo

que a China, primeiro colocado no ranking, alcançou 600 pontos em

matemática é aproximadamente o dobro do que atingiu o Brasil. (OECD, 2010).

Os resultados do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar de São

Paulo (SARESP) no ano de 2010 também revelaram dados insatisfatórios

sobre o ensino da matemática, 29% dos alunos que realizaram o exame,

matriculados no 5º ano do Ensino Fundamental e 57,7% dos alunos

matriculados na 3ª série do Ensino Médio apresentaram médias insuficientes.

Ressaltando que o Ensino Médio é a última etapa da educação básica

percebe-se que mais da metade dos alunos possui grande defasagem em

matemática. Os dados também revelaram que com relação ao 5º ano do

Ensino Fundamental, apenas 25,7% dos alunos encontravam-se no nível

considerado adequado e apenas 3,6% dos alunos do 3º ano do Ensino Médio

concluíram a educação básica em nível adequado. (SARESP, 2010).

Analisando esses dados fica clara a necessidade de mudanças na

escola e na aprendizagem da matemática, contudo para que hajam essas

modificações é preciso primeiramente conhecer o seu significado e a

contextualização abrangente que ela possui com outras disciplinas e com a

vida diária.

Page 104: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 101

1.2 Contextualização e significado da matemática

É facilmente aceitável a premissa de que o mundo atual não caminha

e muito menos evolui sem ter como alicerce as formulações matemáticas.

Se a matemática é uma forma de conhecimento importante, pois além

de desenvolver o raciocínio estimula a expansão da inteligência, da autonomia

levando o indivíduo ao desenvolvimento de competências, a aprendizagem

precisa ser contextualizada e ter significado com a vida do aluno. (MOURA,

2007).

Analisando as informações de Barron (1991 apud BORRÕES, 1998) a

aprendizagem já não é mais entendida como uma mera recepção de

conhecimentos dispostos em sala de aula, mas sim, como construções

realizadas mediante estímulos que provocam um questionamento, um senso

de investigação nos alunos, portanto o ensino da matemática em sala de aula

precisa denotar funcionalidade, demonstrar sua utilização no cotidiano gerando

assim a curiosidade e a recepção positiva dos alunos.

Nesse contexto, as escolas precisam proporcionar uma aprendizagem

contextualizada e motivadora, pois analisando as considerações de D’Ambrosio

(1996) do ponto de vista da motivação contextualizada, a matemática que se

ensina hoje nas escolas é morta.

A inexistência de contextualização e significado no ensino da

matemática gera diversas consequências negativas no aprendizado dos

alunos, bem como sua receptividade ao se falar dessa disciplina, gerando

sempre aversão e pessimismo. Zunino (1995) relata que muitas crianças

afirmam que a matemática é a disciplina que menos gostam na escola

demonstrando o pensamento errôneo e a falta de contextualização no ensino.

A matemática não deve ser vista pelos alunos como uma disciplina à parte, na

qual muitas vezes aprendem conteúdos que não serão mais utilizados,

conforme Zunino (1995) em uma pesquisa realizada com professores fica

evidente que os docentes destacam a matemática como uma disciplina

instrumental que auxilia no entendimento de outras disciplinas e que ela é

completa por ser exata. Ainda segundo a autora (1995, p. 07) em sua pesquisa

um docente afirmou que “as crianças tinham que saber para que serve o que

se ensina na escola. Não se deve ensinar assim [...] longe da realidade” e que

Page 105: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 102

“[...] a utilidade da matemática ultrapassa os muros da escola”. Sendo assim, é

evidente que para os alunos gostarem e sentirem prazer em aprender essa

disciplina, eles precisarão conhecer primeiro a sua dimensão.

“A matemática escolar deve assegurar a todos, principalmente para

aqueles com mais dificuldades, que aprendam a matematizar os eventos do

cotidiano das pessoas, ou seja, relacionar os aspectos da realidade aos

elementos matemáticos.” (MOURA, 2007, p.102). Assim sendo, ao entenderem

essa dimensão que interliga a matemática a atos involuntários e imperceptíveis

do cotidiano - não percebe que está usando conhecimento matemático - é que

os envolvidos no processo educacional passam a entendê-la, a estabelecer

relações entre a matemática aprendida dentro da escola e a matemática

utilizada no cotidiano.

Neste contexto torna-se importante conhecer de que forma precisa

acontecer o ensino e a aprendizagem da matemática na escola.

(REVISÃO DA LITERATURA)

1.3.1 Alguns conteúdos da matemática escolar

1.3.1.1 O sistema de numeração decimal

O sistema de numeração decimal é utilizado para se conhecer as

estruturas e entender a resolução das operações. Analisando as considerações

de Espinosa (2009) esse conteúdo é fundamental para que os alunos não

desenvolvam sérios problemas de aprendizado.

Revisando a literatura, encontra-se o estudo de Brandt, Camargo e

Rosso (2004) em que os autores investigaram a compreensão de alunos do

segundo ciclo do Ensino Fundamental sobre o valor posicional presente no

sistema de numeração decimal. Participaram 137 crianças de duas escolas

estaduais de Ponta Grossa, no qual foram submetidas a testes escritos,

registros de observação e entrevistas.

Os autores analisaram na investigação que as crianças relatavam os

números e a sequência correta, conseguiam ligar os nomes e as quantidades e

resolviam as operações, no entanto não sabiam explicar a forma com a qual

solucionaram aquele problema revelando incompreensão sobre o sistema de

numeração decimal.

A pesquisa parece apontar que embora as crianças pesquisadas

saibam solucionar as operações, não sabem explicar a forma com a qual

Page 106: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 103

chegaram ao resultado; observa-se que a criança possivelmente resolve por

mecanização e não por compreensão sobre o assunto em questão.

Na mesma linha de pensamento, o estudo de Espinosa (2009) buscou

identificar as dificuldades relacionadas aos números decimais e apresentar

algumas propostas para superar essas dificuldades. O autor aplicou um

questionário com 16 alunos entre 5ª e 6ª série, do Colégio de Aplicação da

Universidade Federal do Rio Grande do Sul. As questões foram classificadas

como conceituais, de representação e de ordem.

O autor concluiu que os alunos possuem várias dificuldades de

conceito, representação do número decimal e do posicionamento dos números.

Uma das causas, verificadas por Espinosa (2009), pode ser o fato de os

professores não darem a devida atenção a certas partes desse conteúdo,

necessárias a aprendizagem, acarretando a compreensão incompleta. Uma

proposta para superar algumas dificuldades, segundo o autor, seria a aplicação

de exercícios mais contextualizados e também priorizar a compreensão, o

entendimento, as relações e não a memorização de regras.

A pesquisa de Espinosa (2009) novamente parece apontar que os

alunos possuem dificuldades sobre o conceito do sistema de numeração

decimal e que em sala de aula o professor precisa ter como primordial o

entendimento e não apenas a aplicação de regras prontas e acabadas.

No mesmo sentido o estudo realizado por Rosas e Selva (2011)

consistiu do método de observação de 14 aulas de matemática sobre o sistema

de numeração decimal e sobre a prática da professora, pelo livro didático.

Foram realizadas duas entrevistas com a professora da sala, uma antes e a

outra após a observação. As autoras concluíram que apesar da preocupação

da professora em relação ao aprendizado dos alunos ela seguia de forma

seqüencial o livro didático, que possuía o conteúdo reduzido, utilizando

principalmente exercícios repetitivos e com aplicação de regras e modelos.

Novamente a pesquisa parece apontar que o sistema de numeração

decimal não vem sendo trabalhado de forma adequada, sendo explorado mais

a memorização do que a compreensão.

1.3.1.2 Cálculo mental

Page 107: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 104

O cálculo mental, como o próprio nome destaca, proporciona ao aluno

que o realiza a reflexão mental para se solucionar um problema.

Vários estudos relatam a importância de se abordar exercícios que

envolvam o cálculo mental, entre eles encontra-se o estudo de Bonanno (2007)

sobre cálculo operatório multiplicativo em alunos de 5ª série do Ensino

Fundamental.

O estudo de Bonanno (2007) consistiu de questões envolvendo

cálculos mentais e escritos contendo as operações matemáticas de divisão e

multiplicação; além das questões aplicadas a autora realizou posteriormente

uma entrevista buscando coletar dados mais concisos sobre o tema em

questão. Os participantes foram 21 alunos de uma escola estadual. Uma das

conclusões relatadas pela autora foi a de que o melhor desempenho dos

alunos ocorreu em multiplicações envolvendo as tabuadas do 1, 2, 3, 4 e 5.

Outra consideração da autora foi a de que alguns alunos seguem

regras determinadas pelos professores, por exemplo, a autora observou que ao

perguntar quanto era 965x0 o aluno respondeu que o resultado era zero, pois a

professora dizia que todo número multiplicado por zero é zero. Esses dados

parecem apontar que os pesquisados possuem dificuldades com cálculo

mental e principalmente com multiplicações que não estejam entre 1, 2, 3, 4 e

5. Outro aspecto alarmante é indicado quando o aluno só consegue explicar

que 965x0=0 por uma regra estipulada pela professora nas aulas, não

conseguindo explicar realmente o significado.

Bonanno (2007) também concluiu que no espaço amostral da sua

pesquisa o desempenho na resolução de situações-problemas foi pouco

satisfatório e que uma das causas pode ser a falta de compreensão da própria

situação, destacando que alguns alunos nem tentaram solucionar os

problemas, pois muitas questões foram deixadas em branco.

Em outra pesquisa realizada por Guimarães e Freitas (2010) foram

verificadas as contribuições de uma prática regular de cálculo mental em

alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental. O estudo consistiu da

aplicação de 44 atividades distribuídas em sistema de numeração decimal,

operações aditivas e multiplicativas. O aluno participante era de uma escola

particular de Campo Grande/MS que cursava o 4º do Ensino Fundamental no

segundo semestre de 2007 e o 5º ano em 2008. A escolha por esse aluno

Page 108: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 105

seguiu como critério suas notas em educação matemática, sendo entre 7,5 e

8,0. Os autores relatam que durante o estudo perceberam que as médias não

demonstravam o nível real de aprendizado do aluno, tendo em vista as

dificuldades apresentadas por ele.

Os autores verificaram que aos poucos o aluno expandiu suas

estratégias munindo-se de outras das quais usava sem perceber, elaborando

formas de resolução diversificadas dos algoritmos estruturados aprendidos na

escola, essa evolução foi sentida pelo aluno que adquiriu mais confiança em si

mesmo. Por fim, os autores concluíram que as atividades de cálculo mental

fizeram com que o participante reorganizasse e aumentasse o conhecimento

numérico, fazendo-o analisar a melhor forma de obter o resultado. Os autores

relataram que a progressão evidenciada pelo aluno durante as atividades

levam a afirmação de que a resolução de problemas por meio do cálculo

mental exercita os conhecimentos relativos ao sistema de numeração decimal.

A pesquisa parece apontar para os benefícios de se trabalhar

atividades que envolvam o cálculo mental, visto que proporcionam ampliação

do conhecimento relativo ao sistema numérico, estimulam o desenvolvimento

de novas estratégias para se obter o resultado e faz com que o aluno se torne

mais confiante, ao conseguir atingir os resultados esperados.

1.3.2 Novas perspectivas ao processo de ensino e aprendizagem

Buscando a interação da matemática sistematizada com a matemática

funcional, poderiam ser utilizadas ferramentas diversificadas que

enriquecessem o aprendizado do aluno, por meio de um ensino que não se

mantivesse restrito a forma convencional utilizando-se lousas, livros e giz.

Segundo o PCN (BRASIL, 2001), vários outros recursos didáticos têm um

papel essencial no ensino, e o uso de computadores está entre eles; contudo

ressalta que o uso desses equipamentos, precisa ser direcionado a situações

que trabalhem a reflexão, a análise, que são o alicerce da matemática.

De acordo com as considerações de Marques e Caetano (2002), esse

recurso pode auxiliar o professor em sua missão de ensinar, além de adicionar

a esse processo uma forma mais criativa e inovadora. No ponto de vista do

aluno, pode provocar motivação e abrir novas descobertas, visto que esses

alunos encontram-se em uma sociedade diferente da época de seus pais. “É o

Page 109: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 106

fascínio com a novidade que apresenta vários desafios, tornando o computador

uma ferramenta muito útil no processo de ensino-aprendizagem”. (MARQUES;

CAETANO, 2002, p. 132).

Nesse contexto, a escola precisa conhecer o uso da tecnologia em

meio a educação, objetivando um ensino qualificado, contextualizado, pois as

profundas transformações tecnológicas não poderão mais ser ignoradas pelas

unidades escolares. Analisando as considerações de Marques e Caetano

(2002) o uso do computador precisa se tornar um diferencial e demonstrar o

indício de uma escola de qualidade, pois a informática proporciona flexibilidade

e união de práticas e teorias, os alunos podem elaborar diferentes opções,

resultados e podem realizar pesquisas e estudos. Os autores argumentam que

o uso da informática contribui para aprendizagem e para o progresso

pedagógico da escola.

Seguindo a mesma linha de pensamento, Tornaghi (2010, p. 24)

enfatiza: “a tecnologia seria uma espécie de ferramenta que nos permitiria dar

aulas com maior eficiência”. Assim sendo, percebe-se uma nova perspectiva

ao processo de ensino e aprendizagem, por isso torna-se relevante conhecer o

uso da tecnologia na educação e analisar se há preocupação, por parte dos

poderes públicos, em elaborar projetos que visem implementar essa tecnologia.

OBS: O capítulo 2 foi extraído deste material.

Page 110: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 107

CAPÍTULO 3

UNIVERSO DE PESQUISA E METODOLOGIA

3.1 Universo de Pesquisa: a escola

O estudo ocorreu em duas escolas públicas do município de São

Manuel/SP, em salas de aula e no laboratório de informática no período de aula

dos alunos participantes. Com o intuito de não atrapalhar os conteúdos e as

aulas dos professores esses horários foram discutidos e analisados pela

pesquisadora e pelos docentes. Priorizou-se o horário de aula dos alunos, pois

não havia outras possibilidades de horários em que as crianças pudessem

participar.

Um acordo foi firmado entre a pesquisadora e as instituições, por meio

de um termo de consentimento livre e esclarecido, no qual ficou garantido o

sigilo quanto às informações pessoais dessas escolas. A análise dos

resultados foi feita em conjunto, não havendo distinção entre as escolas, que

receberam nomes fictícios de escola A e escola B.

A escola A está localizada em um bairro ao leste da cidade de São

Manuel e abrange as etapas educacionais de Educação Infantil até o 5.º ano

do Ensino Fundamental. Sua estrutura física não é muito ampla, contudo

satisfaz a clientela de alunos. Os participantes dessa instituição totalizaram 50

alunos matriculados no 4.º ano do Ensino Fundamental, sendo uma sala no

período da manhã e a outra no período da tarde.

A escola B abrange as etapas de escolaridade do 1º ao 5º ano do

Ensino Fundamental, possui ampla estrutura e se encontra instalada ao centro

de São Manuel/SP, por isso atende alunos de diversos bairros. Participaram

dessa instituição 21 alunos matriculados no 4º ano do Ensino Fundamental no

período da tarde.

Portanto, os participantes do estudo totalizaram 71 alunos, com idade

entre 9 e 10 anos, regularmente matriculados no 4º do Ensino Fundamental.

No entanto, foi constatado que 5 alunos participantes possuíam dificuldades

acentuadas de aprendizagem não sendo possível analisar os seus resultados

nesse estudo, por isso foram relatados os resultados de 66 alunos

participantes.

Page 111: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 108

3.2 Metodologia

3.2.1 Tipo de pesquisa

3.2.1.1 Pesquisa Bibliográfica

O presente estudo utilizou a pesquisa bibliográfica, buscando na

revisão da literatura autores, livros, artigos em revistas, dissertações, teses e

com o auxílio da internet dados relativos ao tema em questão. Segundo

Marconi e Lakatos (2010), a pesquisa bibliográfica abrange a consulta de

trabalhos já realizados respectivos ao assunto que se deseja estudar. Esse tipo

de pesquisa não se restringe apenas a transcrição do que já foi explorado

pelos autores, mas sim a interpretação e análise, criando novos conhecimentos

e definições.

3.2.1.2 Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo foi utilizada com o intuito de investigar um

fenômeno e buscar respostas para as questões pertinentes a este estudo. Esse

tipo de pesquisa não deve ser confundido com a mera coleta de dados, pois

exige controle adequado de forma que se alcancem os objetivos previamente

estabelecidos. Um dos pré-requisitos para a elaboração de uma pesquisa de

campo é a pesquisa bibliográfica, pois assim, sabe-se quais foram os estudos

relativos ao tema, possibilitando por meio do referencial teórico, a elaboração

dos aspectos gerais para a aplicação da pesquisa. (MARCONI; LAKATOS,

2010)

3.2.2 Técnicas de pesquisa

O presente estudo teve como técnica de pesquisa a observação

sistemática e como instrumento utilizado um formulário de observação

estruturado (vide apêndice A e apêndice B, p. 69 - 70). Analisando as

considerações de Marconi e Lakatos (2010) a observação é uma técnica de

pesquisa que utiliza os sentidos para se obter fatos da realidade e não se

restringe apenas ao ver e ouvir, mas a interpretação e análise dos aspectos

pertinentes ao estudo, por isso exigem um contato direto do pesquisador.

Seguindo a mesma linha de pensamento pode-se analisar em Cás (2008) que

Page 112: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 109

a observação é uma técnica preparada sistematicamente, objetivando coletar

dados de forma minuciosa.

Nessa técnica de pesquisa é possível analisar nas considerações de

Marconi e Lakatos (2010) pontos desfavoráveis em que o método de

observação pode ser rápido, mas também demorar muito; as atitudes

espontâneas dos participantes podem não ser captadas, aspectos pessoais e

de ocorrência diária podem não estar ao alcance do pesquisador e a existência

de outros aspectos que podem interferir no estudo. Contudo, as autoras

destacam os pontos favoráveis, no qual o método de observação possibilita

estudo direto e de forma satisfatória sobre diversos fenômenos; os dados

podem ser obtidos por meio de atitudes no comportamento favorecendo a

evidência dos dados o que pode não ocorrer em outros instrumentos de

pesquisa como o questionário e a entrevista.

A observação sistemática é controlada, planejada por meio de

questões previamente organizadas pelo pesquisador, permitindo que no

momento do estudo seja possível verificar exatamente os pontos a serem

analisados para se alcançar os objetivos da pesquisa, porém esse controle não

deve ser tão rigoroso já que as situações na observação podem se modificar.

(MARCONI; LAKATOS, 2010).

O procedimento realizado para coleta de dados aconteceu entre os

meses de junho a agosto de 2011 e foram aplicados cinco exercícios de

matemática utilizando duas etapas, primeiramente a forma convencional (papel

e lápis) e posteriormente utilizando um aplicativo computacional em 71 alunos

do 4º ano do Ensino Fundamental de duas escolas municipais de São

Manuel/SP.

As cinco atividades de matemática foram criadas pela pedagoga e

professora Dr.ª Graziella Ribeiro Soares Moura, a ideia original do aplicativo

computacional, foi desenvolvido pela bacharel em Ciências da Computação e

professora Roberta Padoan e pelo estudante de Tecnologia em Redes de

Computadores Eolimar Victoria da Silva e a parte gráfica foi produção da

arquiteta Talita Ribeiro Soares Moura

Durante a aplicação desses exercícios, nas duas etapas, buscou-se

verificar por meio de um formulário de observação estruturado (vide apêndice A

e apêndice B, p. 69 - 70) os seguintes itens: a) a influência que um aplicativo

Page 113: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 110

computacional exerce sobre a aprendizagem da matemática em alunos do 4º

ano do Ensino Fundamental; b) a adequação dos exercícios utilizados para a

faixa etária (entre 9 e 10 anos); c) as dificuldades apresentadas pelos

participantes; d) o desempenho dos alunos na realização das duas etapas da

pesquisa, observando se houve motivação durante a realização dos exercícios.

Para se obter dados precisos, a pesquisa foi realizada em pequenos

grupos de 5 a 7 alunos, após o término desse grupo, outros alunos eram

chamados e assim sucessivamente até que todos os alunos tivessem realizado

os exercícios.

Após três dias contados da realização da etapa de forma convencional,

novamente foram aplicados na mesma amostra de participantes, os cinco

exercícios de matemática, contudo o método utilizado foi um aplicativo

computacional. Optou-se pelo mesmo universo de pesquisa e os mesmos

exercícios, objetivando comparar o desempenho dos alunos durante a

realização dos exercícios de forma convencional e por meio do aplicativo

computacional. Os computadores utilizados ficavam localizados no laboratório

de informática das respectivas escolas A e B.

3.2.2.1 Aplicação do teste piloto

Inicialmente, estabeleceu-se um contato prévio com a diretora da

escola A, no qual a pesquisadora explicou todo o procedimento para a

realização da pesquisa, bem como seus objetivos. Dessa forma, foi concedida

a autorização para a realização do estudo, por meio de um termo de

consentimento livre e esclarecido. Assim, marcou-se uma data para a

realização do teste piloto.

O teste piloto foi aplicado, com o intuito de verificar a compreensão, a

clareza e o entendimento dos alunos quanto à linguagem explorada nas

atividades. Os participantes foram quatro alunos do 4º ano do Ensino

Fundamental da Escola A. Analisando as considerações de Marconi e Lakatos

(2010) esse teste é aplicado em uma pequena amostra na qual o estudo será

realizado; sua utilização tem a finalidade de testar os instrumentos da

pesquisa, antes de ser aplicada, buscando analisar se esses instrumentos

condizem com o alcance dos objetivos estipulados bem como averiguar até

que ponto estarão livres de erros e falhas.

Page 114: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 111

Após a aplicação do teste piloto, foi possível verificar que os alunos

compreenderam as atividades, demonstrando seu entendimento e

comprovando a clareza com as quais as atividades foram propostas, levando a

conclusão de que os procedimentos poderiam ser desenvolvidos.

3.3 Tratamento dos dados

Analisar os dados significa estabelecer relações entre o material

coletado e as propostas do estudo, buscando respostas para os

questionamentos do pesquisador. (MARCONI; LAKATOS, 2010).

Os dados deste estudo seguem a apresentação da análise quantitativa

e considerando as afirmações de Cás (2008) essa análise busca evidenciar de

forma numérica os elementos coletados na pesquisa, sendo realizada por meio

de ligação com as hipóteses e objetivos buscando verificar a comprovação de

ambos e possibilitando a elaboração de uma teoria.

Os resultados das duas etapas da pesquisa, ou seja, pela forma

convencional (papel e lápis) e pelo aplicativo computacional foram

apresentados utilizando-se quadros com as respectivas respostas e os valores

em porcentagem de erros e acertos. Após as análises das duas etapas (forma

convencional e aplicativo computacional) foi realizada uma comparação entre

as etapas utilizando-se gráficos setoriais, visando demonstrar com clareza os

dados alcançados e proporcionar ampla visão do desempenho dos alunos

participantes.

Assim sendo, o capítulo a seguir irá demonstrar todos os resultados

obtidos pela coleta de dados e por meio de uma análise quantitativa será

perceptível a observação de resultados surpreendentes.

Page 115: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 112

CAPÍTULO 4

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 Resultados e discussões utilizando a forma convencional (papel e

lápis) de aplicação dos exercícios

4.1.1 Cálculo mental

O exercício demonstrado na figura 01, Cálculo mental teve como

objetivo aplicar as três operações matemáticas (adição, subtração e

multiplicação) solicitando do aluno o conhecimento dos respectivos conceitos

matemáticos e favorecendo o desenvolvimento do raciocínio, pois o aluno

precisava compreender que o resultado de cada operação deveria ser utilizado

no cálculo seguinte, alcançando dessa forma o resultado correto. A atividade

foi aplicada de forma convencional (papel e lápis).P primeiramente estipulou-se

um tempo máximo de 10 minutos para que os alunos tentassem solucionar os

problemas sozinhos. Depois de transcorrido o tempo estipulado, houve a

intervenção da pesquisadora que explicou todos os exercícios. Os participantes

não tiveram tempo limite para o término.

Figura 01 – Cálculo mental (forma convencional)

Fonte: Produtores do aplicativo e autora

Page 116: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 113

Quadro 01 – Cálculo Mental (forma convencional)

QUADRO 01 - CÁLCULO MENTAL

%

ACERTOS 26 39,40 %

ERROS 40 60,60 %

TOTAL 66 100 %

Fonte: A autora

Analisando o quadro 01 verifica-se que 60,60% dos participantes

erraram o exercício de cálculo mental, ao passo que apenas 39,40%

acertaram, demonstrando que não atingiram os objetivos estipulados para essa

atividade.

Verificou-se que o exercício foi adequado a faixa etária dos

participantes (entre 9 e 10 anos), pois observou-se que eles conheciam as

operações matemáticas (adição, subtração e multiplicação).

As dificuldades apresentadas nesse exercício foram problemas de

cálculo. Os alunos erravam cálculos simples em alguma das operações no

decorrer do exercício e, por isso, acabaram errando o resultado final. Alguns

alunos mesmo após a explicação da pesquisadora demonstraram não entender

que o resultado de uma operação deveria ser utilizado no cálculo seguinte.

Verificam-se em Guimarães e Freitas (2010) as contribuições de se

praticar atividades que utilizem como técnica o cálculo mental, isso porque

esses exercícios exigem conhecimentos e domínios das propriedades

matemáticas, corroborando para que o aluno abandone suas técnicas

cristalizadas na escola e adquira novas técnicas, assim sendo exercícios

regulares de cálculo mental propiciam ampliação e criação de novas formas de

realizar o cálculo. Pode-se inferir, com base nesses resultados, que os alunos

participantes carecem de práticas que utilizem o cálculo mental, tendo em vista

a enorme porcentagem de erros.

Os resultados negativos demonstram que os alunos que erraram o

exercício (60,60%) possuem dificuldades na resolução de problemas. Bonanno

(2007) também verificou em seu estudo que a capacidade de resolução de

Page 117: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 114

situações-problemas foi pouco satisfatória. Observando-se os resultados

insuficientes dos exames externos e os dados obtidos nesse exercício, pode-se

suspeitar que dificilmente os resultados dessas avaliações irão mudar.

4.1.2 Escrevendo Numerais

Para alcançar a resposta correta do exercício demonstrado na figura

02, Escrevendo Numerais, o aluno deveria compreender a ligação entre

diversas operações matemáticas, percebendo que um mesmo resultado pode

ser comum e possuir inúmeras possibilidades de cálculos. O procedimento

realizado foi igual ao demonstrado na figura 01.

Figura 2 – Escrevendo numerais (forma convencional)

Fonte: Produtores do aplicativo e autora

Quadro 02 – Escrevendo numerais (forma convencional)

QUADRO 02 - ESCREVENDO NÚMERAIS

Há várias maneiras de escrever os números, vamos tentar?

RESPOSTAS OBTIDAS QTDE %

REALIZOU UM TIPO DE OPERAÇÃO 51 77,30%

REALIZOU DUAS OU MAIS OPERAÇÕES 5 7,60%

NÃO REALIZOU NENHUMA OPERAÇÃO 10 15,10%

TOTAL 66 100% Fonte: A autora

O exercício demonstrou-se adequado à faixa etária dos alunos, pois

eles conheciam as operações solicitadas. Nessa atividade poderiam ser

Page 118: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 115

utilizadas as quatro operações matemáticas (adição, subtração, multiplicação e

divisão).

Analisando-se os resultados percebe-se que uma das dificuldades

apresentadas foi a interligação das operações matemáticas, pois 77,30%

responderam ao exercício utilizando apenas uma operação. A pesquisadora

observou que a adição foi a mais utilizada. Os alunos que responderam a duas

ou mais operações foram 7,60%. Observou-se nesse resultado que as

operações de subtração e multiplicação foram as mais aplicadas.

Analisando que 15,10% não realizaram nenhuma operação, percebe-

se que a dificuldade apresentada pode estar relacionada à interpretação do

enunciado. Esse resultado vem ao encontro das considerações de Taxa (1996)

quando, em seu estudo, a autora indica que muitos dos participantes

apresentaram dificuldades de leitura e escrita, por isso considera que

solucionar um problema implica compreender o enunciado e estabelecer

relações com a matemática. Seguindo a mesma linha de pensamento Moura

(2007) destaca que ao ler o enunciado o aluno precisa entender a informação

transmitida verbalmente, relacionando o material lido com as informações

matemáticas existentes no texto, refletindo e criando estratégias para obter a

melhor forma de alcançar o resultado e, por essa razão, o ensino e a

aprendizagem devem estar focados na compreensão e não na mecanização.

Tendo em vista a dificuldade de interpretação do enunciado, verifica-se

nos resultados do PISA que os estudantes possuem dificuldades em leitura,

pois o Brasil foi classificado na 53ª posição em um ranking de 65 países,

alcançando 412 pontos e ficando abaixo da média estipulada de 493 pontos.

4.1.3 Pinte as fichas

Além de solicitar a resolução das operações matemáticas, o exercício

demonstrado na figura 03, Pinte as fichas, buscou extrair do aluno o

conhecimento respectivo a colocação de resultados na ordem crescente.

Percebeu-se o estímulo que o exercício proporcionou para aplicação do

raciocínio e da lógica, pois era preciso compreender que o preenchimento das

cores nos quadrados em branco não era aleatória, mas sim que dependia

diretamente dos resultados obtidos nas operações matemáticas. O

Page 119: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 116

procedimento realizado foi igual aos exercícios anteriores na forma

convencional.

Figura 03 – Pinte as fichas (forma convencional)

Fonte: Produtores do aplicativo e autora Quadro 03 – Pinte as fichas (forma convencional)

QUADRO 03 - PINTE AS FICHAS

RESPOSTAS OBTIDAS QTDE %

ACERTOU OS RESULTADOS E A 36 54,50%

ORDEM CRESCENTE

ACERTOU OS RESULTADOS, ERROU 11 16,70%

A ORDEM CRESCENTE

NÃO CONCLUIU CORRETAMENTE NENHUMA 19 28,80%

PARTE DO EXERCÍCIO

TOTAL 66 100% Fonte: A autora

Novamente verificou-se a adequação da atividade para a faixa etária

das crianças (entre 9 e 10 anos), pois os participantes sabiam realizar as

operações solicitadas.

Analisando as informações apresentadas no quadro 03 foi possível

verificar que 54,50% dos alunos participantes concluíram com o êxito a

atividade, de forma que responderam corretamente as duas partes solicitadas

Page 120: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 117

no enunciado. Os alunos que acertaram apenas a primeira parte do exercício

totalizaram 16,70%, assim pode-se afirmar que esses participantes não

souberam colocar os resultados em ordem crescente.

Verificou-se que 28,80% dos alunos participantes não concluíram

nenhuma parte do exercício. A pesquisadora observou que nesse resultado

constaram resultados em branco e cálculo errado na resolução das operações,

consequentemente resultados incorretos no momento de colocar em ordem

crescente, sendo essas as dificuldades apresentadas. Bonanno (2007) relata

em sua pesquisa que alguns alunos não conseguem solucionar o problema

porque não compreendem a situação, nesse contexto uma parcela nem tenta

solucionar e acaba deixando em branco.

OBS: PARTE DOS RESULTADOS DESTE ESTUDO FOI SUPRIMIDA DESTE MODELO.

Page 121: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 118

CONCLUSÃO

Apontar as respostas do problema

se atingiu os objetivos

e confirmou ou não as hipóteses.

Conclui-se esse estudo evidenciando que o computador apresentou

bons resultados ao ser utilizado como ferramenta de aprendizagem em aulas

de matemática.

Essa perspectiva aliou vários fatores positivos para a escola, como por

exemplo, sua contextualização com a realidade, o emprego de ferramentas que

despertaram motivação, a obtenção de possibilidades mais amplas de

aprendizagem e a percepção do erro pelo aluno.

Tendo em vista a faixa etária dos alunos participantes, foi possível

constatar algumas dificuldades que já deveriam ter sido superadas, o que

demonstra a necessidade de uma mudança no ensino da matemática. Essas

dificuldades sintetizadas entre raciocínio, lógica, cálculo e interpretação do

enunciado denotaram que um dos grandes problemas na educação

matemática encontra-se na resolução de situações-problemas, cabendo ao

professor abordar de forma diversificada exercícios que estimulem o

desenvolvimento dessas competências.

O uso do computador demonstrou o efeito motivacional que essa

tecnologia provocou nos participantes. Ao despertar a curiosidade e o interesse

os alunos se sentiram mais dispostos a solucionarem os problemas, sendo

inegável não concluir que essa tecnologia ajudou amplamente o processo de

aprendizagem.

O trabalho realizado em pequenos grupos, como no caso desse

estudo, certamente proporcionou um trabalho individualizado e mais rápido se

comparado ao trabalho com uma sala de aproximadamente 30 alunos, no

entanto, isso não pode se tornar uma barreira; ao professor compete à

responsabilidade de buscar recursos e ferramentas em prol da aprendizagem

de seus alunos e à escola cabe oferecer um trabalho atualizado e

contextualizado com a realidade em que se encontra.

Nessa perspectiva, diversificar as aulas de matemática torna-se

fundamental para a aprendizagem e a superação das dificuldades dos alunos;

Page 122: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 119

nesse contexto o aplicativo mostrou-se uma forma bastante eficiente e

motivadora. A hipótese inicial foi confirmada, o aplicativo computacional

demonstrou-se um valioso recurso que melhorou a aprendizagem dos alunos e

os motivou a aprender.

A comparação entre as etapas desse estudo deixou claro que o

desempenho dos alunos foi superior ao realizar os exercícios computacionais

concluindo que essa tecnologia pode auxiliar o professor no processo de

ensino e aprendizagem, assim sendo, o poder público precisa entender essa

importância e fornecer subsídios, investimentos e destinar verbas para a

aquisição de equipamentos tecnológicos nas unidades escolares, uma vez que

a inserção dessa tecnologia se faz cada vez mais presente.

O estudo sugere que as dificuldades dos estudantes em matemática

podem estar nos recursos utilizados para se ensinar os conteúdos durante as

aulas, pois notou-se que os alunos souberam realizar bem os exercícios a

partir do material informatizado, o que demonstra que a dificuldade não tinha

origem no raciocínio matemático e sim no material didático que estava sendo

utilizado.

Recomendação Acredita-se na possibilidade de novas pesquisas nessa

área, sugerindo uma investigação que utilize o aplicativo antes da forma

convencional ou somente o aplicativo. Recomenda-se buscar o motivo pelo

qual a porcentagem de acertos utilizando o computador foi superior do que na

forma convencional já que o raciocínio é o mesmo em qualquer etapa.

Page 123: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 120

REFERÊNCIAS

Dissertação BONANNO, Aparecida de Lourdes. Um estudo sobre o cálculo operatório no campo multiplicativo com alunos de 5ª série do ensino fundamental. 2007. 129 f. Dissertação (Mestrado profissional em educação) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: <http://www.pucsp.br/pos/edmat/mp/dissertacao/aparecida_lourdes_bonanno.pdf>. Acesso em: 22 set. 2011. Revista BRANDT, Célia Finck; CAMARGO, Joseli Almeida; ROSSO, Ademir José. Sistema de numeração decimal: operatividade discente e implicações para o trabalho docente. Zetetiké, Unicamp, v. 12, n. 22, p. 89-124, jul./ dez. 2004. Disponível em:< http://www.fe.unicamp.br/zetetike/viewissue.php?id=9>. Acesso em: 26 set. 2011. Material do governo BRASIL. Resultados IDEB Índice de desenvolvimento da Educação Básica. 2009. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000013798.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2011. ______. SAEB-2005 primeiros resultados: médias de desempenho do SAEB/2005 em perspectiva comparada. 2007. Disponível em: <http://www.oei.es/quipu/brasil/saeb2005.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2011. ______. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: matemática. Brasília: MEC/SEF, 2001. Autor de capítulo de livro: CARRAHER, Terezinha Nunes; CARRAHER, David Willian; SCHLIEMANN, Analúcia Dias. A matemática na vida cotidiana: psicologia, matemática e educação. In: ______. (Orgs.). Na vida dez, na escola zero. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2006. CÁS, Danilo da. Manual teórico-prático para elaboração metodológica de trabalhos acadêmicos. São Paulo: Jubela Livros, 2008. TCC ESPINOSA, Carlos Eduardo. Números decimais: dificuldades e propostas para o ensino e o aprendizado de alunos de 5ª e 6ª séries. 2009. 77 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Matemática) – Universidade Federal

Page 124: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 121

do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2009. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/18228/000728048.pdf?sequence=1>. Acesso em: 16 out. 2011. Revista GUIMARÃES, Sheila Denize.; FREITAS, José Luiz Magalhães. Contribuições de uma prática regular de cálculo mental para a aprendizagem de conceitos matemáticos nos anos iniciais. Educação Matemática Pesquisa, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 292-309, 2010. Disponível em: <http://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/3542/3307>. Acesso em: 25 set. 2011. Órgão do governo INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS (INEP). Ministério da Educação: Brasília. Disponível em: <http://www.inep.gov.br>. Acesso em: 30 set. 2011. SARESP 2010: Resultados gerais das redes municipais. 2010. Disponível em:<http://saresp.fde.sp.gov.br/2010/pdf/Resultados_gerais_da_Redes_Municipais.pdf> Acesso em: 14 ago. 2011.

NESSE MODELO FORAM SUPRIMIDAS ALGUMAS REFERÊNCIAS. NO TRABALHO DEVEM EXISTIR TODOS OS AUTORES CITADOS.

Page 125: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 122

APÊNDICE A – Formulário de observação individual - etapa de forma convencional

FORMULÁRIO DE OBSERVAÇÃO INDIVIDUAL

ETAPA DE FORMA CONVENCIONAL

CATEGORIA I

1. OS EXERCÍCIOS REALIZADOS DEMONSTRARAM

ADEQUAÇÃO A FAIXA ETÁRIA DAS CRIANÇAS?

CASO ALGUM NÃO TENHA SIDO, DESCREVER O MOTIVO,

E O EXERCÍCIO.

CATEGORIA II

2. QUAIS FORAM AS DIFICULDADES APRESENTADAS?

DESCREVER EM CADA EXERCÍCIO

1 -

2 -

3 -

4-

5-

CATEGORIA III

3. O ALUNO DEMONSTROU ALGUM DOS ITENS ABAIXO NA

RESOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS

MOTIVAÇÃO ( )

INTERESSE ( )

CATEGORIA IV

4. QUAL FOI O TEMPO ESTIMADO NA RESOLUÇÃO COMPLETA

DOS EXERCÍCIOS?

Fonte: Elaboração própria da autora

OS DEMAIS APÊNDICES FORAM SUPRIMIDOS.

Page 126: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 123

4.10.2 Exemplo de Trabalho de Graduação (Pesquisa Bibliográfica)

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE BAURU (FATEC)

DIÓGENES DOS SANTOS

ENGENHARIA CLÍNICA: desafios de sua implantação

Bauru - 2011

Page 127: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 124

DIÓGENES DOS SANTOS

ENGENHARIA CLÍNICA: desafios de sua implantação

Trabalho de Graduação apresentado à Faculdade de Tecnologia de Bauru – Curso em Tecnologia em Sistemas Biomédicos para a obtenção do titulo de Tecnólogo. Orientador: Prof. Luiz Roberto Madureira Íorio.

Bauru - 2011

Page 128: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 125

DIÓGENES DOS SANTOS

ENGENEHRIA CLÍNICA: desafios de sua implantação

Trabalho de Graduação apresentado à Faculdade de Tecnologia – Curso de Tecnologia em Sistemas Biomédicos para a obtenção do titulo de Tecnólogo. Bauru, 5 de agosto de 2011.

Orientador: ________________________________________________________

Prof. Luiz Roberto Madureira Ìorio. Docente da FATEC – Faculdade de Tecnologia de Bauru

Membros: __________________________________________________________

Profª Ms. Adriana Sierra A. A. Barbosa Docente da FATEC – Faculdade de Tecnologia de Bauru

__________________________________________________________

Profª Ms. Maria Aline L. S. Thobias Docente da FATEC – Faculdade de Tecnologia de Bauru

Page 129: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 126

RESUMO

Problemática abordada A Engenharia Clínica surgiu no Brasil no início da

década de oitenta e iniciou-se com o objetivo principal ligado a aspectos

financeiros, devido aos elevados custos de manutenção. Hoje ela desempenha

um papel fundamental para as instituições de saúde. Mesmo com mais de três

décadas, de sua existência, ainda hoje existem vários desafios a serem

superados na implantação de um setor de Engenharia Clínica. Este trabalho

teve como objetivo buscar respostas para conseguir superar os desafios da

implantação de uma Engenharia Clínica. Método O trabalho foi feito através de

pesquisa bibliográfica, consultando-se diversos artigos e manuais relacionados

ao assunto, que resultou em responder todas as hipóteses levantadas nesse

trabalho. Os resultados indicaram que o responsável pela implantação do setor

de engenharia clínica tem um longo caminho a seguir sendo necessário que ele

seja muito bem preparado e esteja ciente que o setor exige manutenção

constante. Concluiu-se, ao contrário do que muitos pensam, que uma boa

manutenção traz investimentos e melhorias para as instituições hospitalares.

Palavras-chave: Engenharia clínica. Implantação. Desafios.

Page 130: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 127

ABSTRACT

The Clinical Engineering has emerged in Brazil in the early eighties, began

with the primary purpose connected with financial aspects, due to high

maintenance costs, today it plays a key role in health institutions. Even with

more than three decades of its existence, there are still many challenges to

overcome in the implementation of a sector of Clinical Engineering. This work

aimed to seek answers to be able to overcome the challenges of implementing

a Clinical Engineering. The work was done through literature, was found several

articles and manuals related to the subject, which resulted in answering all the

assumptions made in this work.

Keywords: Clinical Engineering. Implementation. Challenges.

Page 131: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 128

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 7

CAPÍTULO 1 – HISTÓRICO DA ENGENHARIA CLÍNICA ..................................................... 8

CAPÍTULO 2 - PROCESSOS CLASSIFICATÓRIOS ........................................................... 10

2.1 Elaborações do inventário .............................................................................................. 10

2.2 Codificações dos equipamentos .................................................................................... 12

2.2.1 Codificações do equipamento por unidade ................................................................. 12

2.2.2 Codificações do equipamento por tipo de intervenção ................................................ 13

2.3 Classificações dos equipamentos .................................................................................. 13

2.3.1 Grupo de risco ............................................................................................................ 13

2.3.2 Sistema fisiológico ...................................................................................................... 14

2.3.3 Especialidade clínica .................................................................................................. 14

2.3.4 Principio de funcionamento ......................................................................................... 14

CAPÍTULO 3 – ESPECIFICAÇÕES DO GRUPO DE MANUTENÇÃO ................................. 15

3.1 Definições do local de manutenção ............................................................................... 15

3.2 Tipos de contrato de manutenção .................................................................................. 16

3.2.1 Contrato por períodos determinados ........................................................................... 16

3.2.2 Contrato sobre demanda ............................................................................................ 17

3.3 Perfil e cálculo da equipe de manutenção ...................................................................... 17

3.3.1 Perfil do colaborador para equipe ............................................................................... 17

3.3.2 Cálculo da equipe de manutenção .............................................................................. 17

CAPÍTULO 4 - DEFINIÇÕES DE DIMENSIONAMENTO E INFRA-ESTRUTURA .............. 19

4.1 Dimensionamentos do setor .......................................................................................... 19

4.2 Definições de infra-estrutura da equipe de manutenção ............................................... 20

4.2.1 Ferramentas de uso individuais .................................................................................. 20

4.2.2 Ferramentas de uso comum ....................................................................................... 20

CAPÍTULO 5 - DEMOSTRAÇÕES DE CUSTOS, ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO

DA PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO ................................................................................... 21

5.1 Organizações dos custos de implantação ..................................................................... 21

5.1.1 Custos fixos ................................................................................................................ 21

5.1.2 Custos variáveis .......................................................................................................... 21

5.2 Elaborações da proposta ............................................................................................... 21

5.2.1 Rápida descrição ........................................................................................................ 22

5.2.2 Descrições detalhadas ............................................................................................... 23

5.3 Apresentações da proposta .......................................................................................... 24

Page 132: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 129

CAPÍTULO 6 - METODOLOGIA DE ESTUDO ..................................................................... 25

CAPÍTULO 7 - RESULTADOS ............................................................................................. 26

CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 27

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 28

ANEXO A – Ferramentas de uso individual ......................................................................... 29

ANEXO B –Ferramentas de uso comum.............................................................................. 35

(sempre em outra folha)

INTRODUÇÃO

Problematização Mediante as constantes renovações tecnológicas na área

médica e a vasta diversidade dos equipamentos eletromédicos, se faz

necessário um setor especializado para gerir toda essa tecnologia. Para suprir

essa necessidade criou-se nas instituições de saúde o setor de engenharia

clínica, embora já existente há algum tempo no Brasil, este ainda possui vários

desafios a serem superados na sua implantação, dentro de um

estabelecimento assistencial de saúde. Dentre eles podemos citar: a) Falta de

documentação dos equipamentos existentes na instituição; b) Dificuldade na

formação de uma boa equipe de trabalho; c) Falta de espaço físico na

instituição; d) Capital reduzido para investimentos; e) Convencimento da

administração da instituição a fazer a implantação.

Esse trabalho de pesquisa teve por objetivo dar respostas aos desafios

(acima citados) que a implantação de um setor de engenharia clínica

proporciona que vai desde a elaboração do inventário, cálculo da equipe,

dimensionamento do setor, demonstração dos custos de implantação até a

elaboração e apresentação da proposta. Justificativa Essa pesquisa se faz

importante devido às dificuldades encontradas na implantação de um setor de

engenharia clínica, devido à inexistência de material do tipo em bases de

dados públicas e também para maiores esclarecimentos a respeito do assunto

para os profissionais que estão ingressando nessa área.

A metodologia usada para realização dessa pesquisa foi a pesquisa

bibliográfica, em foram analisados diversos artigos e manuais sobre o assunto

e resultou na confecção desse trabalho que possui 7 (sete) capítulos. No

primeiro enfoca-se mais o histórico da engenharia clínica e o porquê de seu

Page 133: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 130

surgimento. No segundo, são demonstrados os métodos de confecção do

inventário, codificação e classificação dos equipamentos. No terceiro, são

apresentadas algumas especificações de manutenção, tais como, local que

será realizada a manutenção, tipos de contratos externos e cálculo da equipe

de manutenção. No quarto, são abordadas as definições gerais de

dimensionamento e infra-estrutura necessárias para o grupo de manutenção.

No quinto, são expostos os custos de implantação e abordada também a

elaboração e apresentação da proposta. No sexto, é indicado o tipo pesquisa

feita e onde foram encontradas as referências usadas. Finalmente, no sétimo,

são abordados os resultados dessa pesquisa e verificadas todas as hipóteses

levantadas no trabalho. Devem aparecer na introdução.

CAPÍTULO 1 – HISTÓRICO DA ENGENHARIA CLÍNICA

Iniciar com um texto seu.

Desde o surgimento do primeiro setor de Engenharia Clínica (EC), no

início da década de setenta, nos Estados Unidos, visava-se apenas garantir à

segurança dos pacientes. No Brasil só veio surgir no início da década de

oitenta, deixando um atraso muito grande em relação ao EUA. Aqui ela se

iniciou com seu objetivo principal ligado a aspectos financeiros, devido aos

elevados custos de manutenção, hoje ela desempenha um papel fundamental

para a instituição de saúde. Atualmente com as constantes renovações

tecnológicas na área médica, faz-se cada vez mais crescer a presença de

engenheiros, tecnólogos e técnicos especializados, para realizar, do

gerenciamento à manutenção dessas novas tecnologias. 1

Para abrigar esses profissionais criou-se a EC, que é um dos ramos da

engenharia biomédica. Na engenharia biomédica são aplicados métodos de

ciência exata e engenharia no campo das ciências médicas, para o estudo de

bioengenharia, com a crescente evolução da tecnologia, fez com que ela

atuasse também no desenvolvimento de instrumentais e sua adequação

quanto sua utilização no meio médico-hospitalar, dando origem a EC. Esta

passou a se dedicar também ao gerenciamento de equipamentos médicos,

instrumentos e sistemas, garantindo a segurança e qualidade nos serviços

prestados ao paciente. 1,2

Page 134: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 131

Com o crescente número de atendimentos nos Estabelecimentos

Assistenciais de Saúde (EAS), e a diversidade de tecnologia empregada

nesses atendimentos, se faz necessário estabelecer um grupo de EC, pois

através de desenvolvimento de programas, ela pode gerenciar todo o parque

tecnológico da instituição. O custo com manutenção hospitalar gira em torno de

cinco a dez por cento do total de gastos da EAS, com a implantação de um

setor de EC, visa-se diminuir esse percentual, na casa de três a sete por cento.

A EC pode induzir a uma utilização mais aprimorada do equipamento,

visando aumentar sua vida útil e garantir a segurança do paciente, pois ela é

responsável por gerenciar todo o ciclo de vida do parque tecnológico, desde

sua aquisição, recebimento, treinamento, manutenção e até mesmo a

desativação de um, equipamento. 3,4

A redução de custos ocorre devido a programas de gerenciamentos

empregados na EAS pela EC, as maiores reduções ocorrem na: a) Aquisição

de novos equipamentos: são feitos estudos de viabilidade e elaboração

precisa de contratos de compra( no caso de EAS privadas) e licitações( EAS

públicas); b) Manutenção dos equipamentos: devido a programas de

Manutenção Preventiva (MP), onde é possível prolongar a vida útil dos

equipamentos e evitar a Manutenção Corretiva (MC); c) Treinamento: dos

usuários, para operar o equipamento de maneira correta e do pessoal da

manutenção, para melhorar a prestação de serviço;

Outras reduções podem ser conseguidas também com programas de

gerenciamentos de risco, investigação de acidentes e construção ou reforma

de espaço físico. 5

Escrever um texto próprio.

O gerenciamento de risco quanto à segurança elétrica, no meio hospitalar,

vem cada vez mais adquirindo grande importância, pois as conseqüências que

acidentes causado por descargas elétricas podem ser muito prejudiciais, tanto

para o profissional da saúde quanto para o paciente. Mas é praticamente

impossível eliminar totalmente o risco do choque, portanto são estabelecidos

os limites controlados pela técnica empregada, ou seja, todas as técnicas têm

suas tolerâncias de risco. Outros benefícios que um setor de EC proporciona

para o EAS são: a) Redução de tempo de equipamento parado; b) Avaliação

da veracidade dos orçamentos; c) Os contratos de manutenção são melhores

Page 135: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 132

elaborados e controlados; d) Os equipamentos passam a ter melhor qualidade

técnica.

Todas essas reduções e benefícios são medidos através de indicadores de

desempenho, implantados pelo próprio setor de EC, isso tudo para tornar o

gerenciamento do setor o mais transparente possível e justificar todos os

onerosos investimentos envolvidos. 2

CAPÍTULO 2 – PROCESSO CLASSIFICATÓRIO

A implantação de uma EC não é tarefa fácil, cabe ao responsável, seja ele

um engenheiro ou tecnólogo, traçar as diretrizes de implantação, pois ela

envolve um investimento financeiro razoável, tanto para a aquisição de

recursos materiais e humanos. É necessário elaborar uma proposta de

trabalho, com detalhamentos de metas a serem atingidas, justificativas para os

recursos materiais e humanos e prazos para cumprimentos dos objetivos. Para

conseguir montar essa proposta o responsável deve conhecer muito bem todo

o parque tecnológico que irá gerenciar. Para iniciar a elaboração da proposta

de trabalho devem-se conseguir o maior número de informações do parque

tecnológico, para isso deve-se fazer o inventário.

Efetuar o inventário é uma tarefa relativamente simples, porém em alguns

casos é uma tarefa muito trabalhosa, dependendo a quantidade do parque

tecnológico, mas deve ser bem aproveitada, pois ele dará dados para que se

possa elaborar a proposta de implantação. 5

2.1 Elaborações do inventário

Esse processo relativamente simples, mas em muitos casos, demorado,

dependendo da quantidade do parque tecnológico, é de fundamental

importância, pois através dele se obterá as informações quanto à quantidade e

qualidade dos equipamentos existentes na EAS. Deve-se montar um formulário

para efetuar o cadastro dos equipamentos, nele deve conter no mínimo alguns

campos básicos e obrigatórios tais como; setor em que o equipamento se

encontra / tipo de equipamento / nome do fabricante / modelo / nº de série / nº

do patrimônio / codificação do equipamento. Além desses itens obrigatórios no

Page 136: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 133

formulário pode conter outros itens, que ajudarão na formação de uma base de

dados, para auxiliar o gerenciamento. No modelo de formulário da figura 1,

além dos campos obrigatórios há diversos outros itens que serão importantes

para o gerenciamento do parque tecnológico e essenciais para auxiliar na

definição da equipe de manutenção, portanto deve-se aproveitar essa

oportunidade e extrair o máximo de informação possível sobre cada

equipamento.

Figura 1 – Modelo de formulário para cadastro de equipamento.

Fonte: CALIL, S.J.; TEIXEIRA, M. S. Gerenciamento de manutenção de equipamentos hospitalares.

Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude _cidadania_volume 11.pdf.> Acesso em: 12 fev. 2011

Page 137: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 134

A tarefa mais difícil é conseguir processar toda essa informação colhida,

pois é com ela que será feito todo o planejamento de gestão e deverá ser

usada como argumento para a proposta de implantação. 4

CAPÍTULO 3 – ESPECIFICAÇÕES DO GRUPO DE MANUTENÇÃO

3.1 Definições do local para realização da manutenção

Um grupo de EC por sí só, não consegue dar conta da manutenção de todo

o parque tecnológico de uma EAS, por meio de serviços internos. Por esse

motivo deve-se avaliar alguns itens para decidir quais equipamentos farão

parte do programa de manutenção interna e quais farão parte da manutenção

externa; a) Existência de pessoal treinado para efetuar a manutenção de cada

tipo e modelo de equipamento; b) Existência de documentação técnica

referente ao equipamento a receber a manutenção; c) Existência de

equipamentos de calibração para avaliação do equipamento após a

manutenção; d)Proximidade do fabricante ou represente técnico do

equipamento; e) Possibilidade de aquisição de peças originais.

Outra ferramenta que se pode utilizar para auxiliar na decisão entre

manutenção interna ou externa é o quadro de atribuições, conforme quadro 1.

Quadro 1 – Método classificatório de manutenção interna.

Fonte: CALIL, S.J.; TEIXEIRA, M. S. Gerenciamento de manutenção de equipamentos hospitalares.

Disponivel em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude _cidadania_volume11.pdf.> Acesso em: 12 fev. 2011

Page 138: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 135

O quadro 1 é um método que consiste em atribuir uma pontuação para

cada parâmetro técnico ( grupos III, IV, V e VI ) que envolve o equipamento.

Com o intuito, através de soma algébrica determinar, caso ele alcance a

pontuação mínima de treze pontos, estará dentro do programa de manutenção

interna, caso não atinja ele ficará no grupo de manutenção externa.

Tanto os serviços de manutenção interna e externa devem ser baseados

nos recursos existentes tantos os de materiais como os humanos, caso não o

tenha o hospital tende a fazer contratos de manutenção externa, para que

possa assim manter o funcionamento e a qualidade em seu parque

tecnológico. Com o grupo de EC está em fase de implantação deve-se optar

por realizar a manutenção interna somente de equipamentos de baixa

complexidade e deixar os de média e alta para manutenção externa. A

definição a respeito da complexidade é dada assim; a) Baixa: são

equipamentos que não apresentam grande dificuldade para manutenção e a

mão de obra para sua execução não precisa ser especializada; b) Média: são

equipamentos que necessitam de mão de obra com formação básica e

treinamento mais adequado para realizar o reparo; c) Alta: são equipamentos

que necessitam de mão de obra qualificada e com treinamento especializado,

para realizar o reparo.

A manutenção em equipamentos de alta e média complexidade deve-se

deixar para etapas posteriores, quando os técnicos estiverem mais

familiarizados com esses equipamentos. 5

CONTINUA......................

Page 139: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 136

CAPÍTULO 6 – METODOLOGIA DO ESTUDO E RESULTADOS

O presente estudo foi do tipo bibliográfico, onde foram consultadas

diversas bases de dados tais como: a) SCIELO; b) BIREME; c) LILACS..

Mesmo em poucos artigos e manuais que foram encontrados sobre o assunto,

pôde-se ter boa dimensão sobre a temática abordada. Nos artigos estudados,

encontraram-se várias abordagens, referindo-se a importância da implantação

do setor de Engenharia Clínica em um estabelecimento assistencial de saúde.

Já nos manuais o foco maior era na parte prática da implantação, o que

proporcionou, na junção de todo esse material um grande aproveitamento na

execução desse trabalho.

6.1 Resultados Após ter analisado todo o material encontrado a respeito da implantação de

um setor de Engenharia Clínica, pode-se encontrar as respostas para os

questionamentos que foram feitos neste trabalho. E assim conseguir superar

todos os desafios que a implantação de um setor de Engenharia Clínica

proporciona:

a) Falta de documentação dos equipamentos existentes na instituição;

para superar esse problema deve-se realizar o inventário, pois o fazendo, terá

um registro quantitativo e qualitativo de todos os equipamentos existentes no

parque tecnológico da instituição;

b) Dificuldade na formação de uma boa equipe de trabalho; para conseguir

formar uma boa equipe deve-se primeiramente classificar todo o parque

tecnológico da instituição e definir quais equipamentos farão parte do programa

de manutenção interna. Feito isso, deve-se efetuar o cálculo do total de

hora/ano, necessárias para manutenção de todo o parque tecnológico e dividir

esse valor pelo total de hora/ano que um colaborador efetivamente trabalha. O

resultado desse cálculo é o número necessário de colaboradores para compor

a equipe de manutenção;

c) Falta de espaço físico na instituição; o setor de Engenharia Clínica

necessita de um espaço físico razoavelmente grande, mas no início de sua

implantação podem-se iniciar os trabalhos de manutenção em um espaço

mínimo de trinta e sete metros quadrados e mais aproximadamente nove

metros quadrados por colaborador. Deve-se fazer um plano de ampliação

Page 140: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 137

progressiva, assim com o passar do tempo o setor será ampliado

gradativamente.

d) Capital reduzido para investimentos; para se conseguir trabalhar com um

capital reduzido de investimento deve-se montar um cronograma de

desembolso, assim a instituição pode efetuar o desembolso para o

investimento, parceladamente;

e) Convencimento da administração da instituição a fazer a implantação;

esse é o item mais fundamental de todo o processo de implantação, pois caso

a pessoa responsável pela elaboração e apresentação da proposta de

implantação, não tiver domínio total sobre o assunto, pode-se não conseguir

sua aprovação. Por isso a proposta deve ser muito bem redigida e apresentada

de maneira clara e objetiva, apontando todos os itens pertinentes ao assunto e

abordando também a importância do setor para aumento da qualidade dos

serviços prestados. Devem ser utilizados recursos áudio visuais para facilitar a

apresentação e cabe ao apresentador ter domínio total de tudo que for

apresentado.

Page 141: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 138

CONCLUSÃO

Responder ao problema, hipóteses e objetivos.

Após todo esse estudo, chega-se à seguinte conclusão: que os desafios da

implantação de um setor de Engenharia Clínica são muitos e para vencer todos

eles, o responsável pela implantação terá um longo caminho a seguir. Portanto

é essencial que ele seja muito bem preparado e esteja ciente que o setor ainda

é visto como o vilão das finanças de uma instituição de saúde. Por isso, é

necessário que ele acompanhe todo o processo, desde o inventário até a

apresentação da proposta para a diretoria e tenha em mente que o setor, ao

contrário que muitos pensam, não traz gastos, mas investimentos e com o

passar dos anos trarão inúmeros benefícios para a EAS. Com o setor

implantado a tendência é que a qualidade aumente, desde o atendimento ao

cliente/paciente, nas realizações de procedimentos e inclusive na manutenção

dos equipamentos médicos hospitalares.

Recomendação A pesquisa pode se estender para outros campos como a

criação de um processo eficiente de inventário para que haja mais organização

nos hospitais e melhorias neste setor.

Page 142: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 139

REFERÊNCIAS 1 ANTONIO, E. Aspectos da engenharia clínica. Disponível em: <http://174.122.19.66/~trabalho/viewtopic.php?f=26&t=632>. Acesso em: 30 fev. 2011. 2 GOMES, L.; DALCOL, P. O papel da engenharia clínica nos programas de gerenciamento de equipamentos médicos:estudo em duas unidades hospitalares. Disponível em: <http://www.ha b2001.sld.cu/arrepdf/00131.pdf .> Acesso em: 20 fev. 2011.

3 RAMÍREZ, E.F.F. Implantação de serviço de engenharia clínica no Hurnp/Uel. Disponível em:<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/ semexatas/article/view/1537/1287>. Acesso em: 10 fev. 2011.

4 BRASIL. Ministério da Saúde. Equipamentos médicos-hospitalares e o gerenciamento da manutenção. Brasília, DF, 2002. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/equipamentos_ger en- ciamento1.pdf.> Acesso em: 25 fev. 2011.

5 CALIL, S. J.; TEIXEIRA, M. S. Gerenciamento de manutenção de equipamentos hospitalares. Local, ano. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_cidadania_vo lume11.pdf.> Acesso em: 12 fev. 2011.

OBS: FORAM SUPRIMIDOS ALGUNS CAPÍTULOS DESTE ESTUDO.

Page 143: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 140

CRIME DE PLÁGIO

Professor, aluno de graduação ou pós-graduação, pesquisador seja qual

for a condição da pessoa esta deve entender que um trabalho de pesquisa

sério, que segue o rigor científico e metodológico deve estar revestido de uma

considerável postura ética. Aquele que se propõe a desenvolver um trabalho

científico necessita agir com respeito quanto às fontes pesquisadas, às ideias

consultadas, os conceitos e conclusões alheias que se recorreu para a

elaboração de seu trabalho. Isto é o mínimo que a pessoa deve exigir de si

mesma.

A produção de conhecimento é o maior legado que uma sociedade pode

ter, por isso deve ser calcado na lisura e decência, sem violação de produção

intelectual, isto é uma obrigação e um dever de toda pessoa que intenta

investigar e fazer ciência.

A consciência ética deve ser desenvolvida nos primeiros anos

acadêmicos. O aluno precisa habituar-se à ideia de que a construção de

conhecimentos é uma prática social consciente e ética e os professores devem

ser os primeiros e principais colaboradores desta empreitada.

A tecnologia é a grande aliada dos pesquisadores, no entanto, esta

“facilidade” que ela proporciona não pode, em hipótese alguma, banalizar a

produção científica, pelo contrário, deve auxiliar a pesquisa e os estudantes no

exercício de suas atividades acadêmico-científicas.

Nesse sentido é que o plágio se manifesta no meio acadêmico como um elemento nefasto e originário de atitudes ilícitas, antiéticas, desrespeitosas e, principalmente, criminosas. O ALERTA! Jamais cometa plágio. Se tiver dúvidas consulte um especialista. Você só terá a ganhar com isso. (VER MATERIAL COMPLEMENTAR encaminhado via e-mail e no site ou acesse www.cnpq.br)

Page 144: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 141

COMO SE PREPARAR PARA UMA ENTREVISTA DE EMPREGO Muitos jovens quando se deparam com um compromisso profissional sentem-se temerosos no momento da entrevista, seja com o funcionário do setor de recursos humanos, seja com o próprio futuro chefe. É muito importante que adotem algumas posturas, pois estas farão grande diferença entre conquistar a vaga pretendida e não conquistá-la. A seguir apresentam-se algumas práticas fundamentais: a) Desde a entrada no local da entrevista, a pessoa já está sendo avaliada, portanto a postura e educação devem começar na porta. Cumprimente as pessoas e principalmente o entrevistador. b) Jamais chegue atrasado. O ideal é antecipar-se pelo menos uns 10 minutos do horário marcado. Se houve um imprevisto, não deve alongar-se nas justificativas. Somente pedir desculpas, basta, mas atrasos não convêm, em hipótese alguma. c) Conheça um pouco da empresa a qual está pleiteando a vaga. Isso ajudará no diálogo, nas respostas e na indumentária. d) A vestimenta deve ser adequada. Para as mulheres é proibido o uso de saias acima do joelho, roupas transparentes e decotadas, muitas bijuterias e exageradas, unhas muito longas, com esmaltes de cores excitantes e com motivos carnavalescos. Os cabelos compridos e soltos devem estar bem penteados e, se presos, sempre com presilhas discretas. Usar um salto pequeno (rasteirinhas não convêm). Saltos mais altos somente quando a vaga exigir. Pouca maquiagem é o ideal; nada de usar batons e sombras de cores extravagantes. Os homens devem vestir camisa social, terno e gravata somente quando a ocasião permitir, do contrário a camisa deve ser sempre com manga, bem passada. A calça pode ser jeans desde que em bom estado (nunca use aquelas com rasgos e desbotadas). Os sapatos impecáveis (engraxados e limpos). Deve-se evitar tênis, exceto quando a vaga exige este tipo de calçado. Os cabelos devem estar bem limpos e cortados assim como as unhas. O uso do perfume ou loções é importante, mas deve ser na medida certa – bem pouco. e) Ser honesto e verdadeiro. Nunca dizer aquilo que não é, nem no currículo, tampouco na entrevista. f) Ouça o entrevistador com atenção e seja interessado. Não fique olhando no relógio, nem para a janela. Fale em bom tom, articulando bem as palavras (evite os vícios de linguagem). Termine as frases. g) Fique calmo e demonstre segurança. Mantenha contato visual com quem fala. Seja natural, não use frases prontas. h) As expressões faciais e gestuais são importantes, no entanto, não podem ser exageradas. i) Nunca comente depreciativamente sobre o chefe ou a empresa anterior. Saiba pedir desculpas se cometer algum erro. j) Jamais use gírias, nem linguagem muito informal. A formal em exagero também não combina, exceto em alguns casos. Piadas não convêm, mas se o entrevistador fizer alguma, sorria como ele. k) Prepare-se para responder tudo sobre seu currículo e algumas perguntas bastante comuns como: Por que escolheu esta empresa? Por que saiu da última empresa? O que espera deste emprego? Por que acha que merece esta vaga? Consegue produzir ao ser pressionado? Como? Se não compreender

Page 145: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 142

alguma pergunta, peça desculpas e solicite que repita. Dê respostas plausíveis. É comum que haja um tempo para o entrevistado perguntar, então aproveite para questionar sobre a empresa, a vaga desejada, o mercado de trabalho nesta área. l) Despedir-se com elegância e educação.

ELABORAÇÃO E REDAÇÃO CORRETA DE CURRÍCULO

Currículo é um resumo de sua trajetória profissional e acadêmica. Um bom currículo deve apresentar três elementos básicos: verdade, eficiência e simplicidade. Não devemos escrever no currículo habilidades que não temos, eventos dos quais não participamos, trabalhos que não realizamos. É muito importante termos o comprovante de tudo o que está no currículo. Muitas empresas exigem os documentos comprobatórios anexos ao currículo, portanto se você participar de algum evento deve ter o certificado ou uma declaração de participação. O mesmo acontece com o emprego. É necessário ter o registro correto na sua carteira profissional ou um documento que comprove o exercício daquele trabalho, no período correto. Lembre-se que qualquer atividade profissional ou acadêmica pode ser inserida no seu currículo, por isso, nunca se esqueça de comprová-las.

Um currículo precisa ser eficiente, ou seja, indica aquilo que é necessário para aquela vaga. Escreva tudo que julgar importante, sempre com veracidade. Sua redação necessita ser clara, direta e objetiva. Todo currículo também deve ser simples e ter cerca de duas folhas. Normalmente os profissionais são abarrotados de trabalhos e não gostam de ler longos currículos.

1 Exemplo de um currículo NOME COMPLETO Brasileiro, estado civil, idade Rua ..................................... Cidade - estado Telefone: ( ) / E-mail: Objetivo

Escrever qual é objetivo deste currículo. Pleitear qual vaga? ÁREA: Indicar a área e/ou função (detalhar, se for o caso). PERÍODO: indicar os horários e dias da semana ( se necessário) FORMAÇÃO

Escreva em tópicos sua formação acadêmica. Não se esqueça de mencionar o curso de Tecnologia em Sistemas Biomédicos e/ou Banco de Dados ou Rede de Computadores.

Inicie pela mais recente (ordem decrescente).

Page 146: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 143

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

Exponha as experiências mais importantes para a vaga pleiteada. Comece, também, pela mais recente e vá decrescendo. Exemplos:

2004-2008 – Rocha & Rodrigues Investimentos Cargo: Analista Financeiro. Principais atividades: Análise técnica de balanço patrimonial, análise de custo...... Responsável pelo projeto e implantação de processos pertinentes a área. Redução de custos da área de 40% após conclusão.

2001-2003 – ABRA Tecnologia da Informação Cargo: Assistente Financeiro

Principais atividades: Contas a pagar e a receber, controle do fluxo de caixa, pagamento de colaboradores, consolidação do balanço mensal.

2000-2001 - FIAT Automóveis Estágio extracurricular com duração de 6 meses junto ao Departamento de Custeio.

QUALIFICAÇÕES E ATIVIDADES PROFISSIONAIS

Exponha as mais importantes para a vaga pleiteada. Comece, também, pela mais recente e vá decrescendo. Exemplos:

Inglês – Fluente (Number One, 7 anos, conclusão em 2001).

Experiência no exterior – Residência em Londres durante 6 meses (2004).

Curso Complementar em Gestão de Investimentos de Renda Variável (2004).

Curso Complementar em Direito Empresarial (2007).

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

Exemplos:

Premiado com o título de Aluno Destaque da graduação – Menção Honrosa (2003)

Disponibilidade para mudança de cidade ou estado

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

Page 147: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 144

COMPORTAMENTO NA EMPRESA

Infelizmente, hoje, muitas crianças estão crescendo e se tornando jovens sem compreender bem os seus limites. Acreditam que podem tudo, muitas vezes, porque não foram educadas para saber viver em sociedade. É necessário aprendermos a nos comportar em qualquer lugar e cada local tem sua especificidade. No trabalho alguns comportamentos são cruciais para sua manutenção.

As empresas, atualmente, procuram profissionais com o seguinte perfil:

Que executam bem o seu trabalho;

Que procuram se aperfeiçoar realizando cursos, participando de

eventos, pesquisando. Algumas empresas se preocupam com a

realização de cursos técnicos e não com a escola (faculdade ou

universidade que estudou).

Que sabem se comunicar bem; são corteses e educados;

Que são assíduos, pontuais e com boa aparência;

Que preservam o meio ambiente contendo o desperdício;

Que sabem trabalhar em equipe;

Que sabem gerenciar seus conflitos pessoais de forma que não

atrapalhem suas tarefas profissionais;

Que sabem gerenciar os conflitos e lidar com as adversidades que

surgem nas organizações;

Que fazem seu marketing pessoal, mas sem exageros;

Que investem em sua saúde;

Que são adaptáveis a novas situações, flexíveis, versáteis e resilientes;

Que expõem suas ideias e respeitam as ideias alheias.

Atualmente as empresas pesquisam se o candidato ou o funcionário participam de redes sociais e vasculham sua vida nestes espaços, por isso, é muito importante não escrever “bobagens” nestes recursos digitais, como: “Nossa, cara...bebi até cair no churrasco de sábado!” Cuidado com sua imagem. Ela é muito preciosa.

A todo o momento os funcionários das empresas são avaliados, portanto, atente-se para os comportamentos fundamentais de um bom profissional. Atrasar-se 5 minutos um dia é desculpável, mas todos os dias pode passar a imagem de descomprometimento. Isto é válido não só para o trabalho, mas também para seus compromissos acadêmicos e pessoais. Não se acostume a chegar atrasado em suas aulas. Mostre a seus professores que é interessado pelas aulas e não realize apenas aquilo que é solicitado. Vá

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Manual Técnico de Metodologia Científica 145

além, busque, pesquise e, assim como seu chefe, seus professores podem acreditar mais em seu potencial.

Seja disciplinado no trabalho e na escola. Não acumule serviço e nunca deixe para realizar os trabalhos e estudar para provas na véspera. Vá se preparando aos poucos e seja muito disciplinado. Disciplina é uma das maiores virtudes do aluno e profissional. Tenha zelo e presteza por tudo o que fizer realizando suas tarefas com carinho e amor. Faça o que gosta e, se não der, procure amar o que faz!

ETIQUETA DIGITAL A vida moderna exige o domínio de novas tecnologias, isto requer novos comportamentos e uma nova etiqueta. Não é porque o telefone móvel e os correios eletrônicos se tornaram ferramentas indispensáveis que podemos tudo com eles e por eles. Principalmente nos meios acadêmicos e profissionais deve-se ter muita cautela com a utilização destes equipamentos.

Principais dicas dos correios eletrônicos:

E-mails com poemas, piadas, assuntos pouco interessantes são

absolutamente inconvenientes, portanto, deve-se evitar sua emissão

para qualquer pessoa.

Ao escrever um e-mail, sempre cumprimente a pessoa com um Oi,

Olá...As expressões bom dia, boa tarde e boa noite podem não coincidir

com o horário que o destinatário está lendo, portanto, fica incoerente.

Não se deve acreditar no modismo do “internetês”. Mensagens, seja

para quem for, devem apresentar a grafia correta segundo os padrões

da língua portuguesa. Nada de “kkkkkk”, “bjs”, “rrrrrrrrr”...

É fundamental receber a confirmação de e-mails, principalmente os mais

importantes. Deve-se ter o cuidado de não encaminhar mensagens sem

que o destinatário tenha um tempo suficiente para lê-las. Exemplo: O

superior ou o chefe emite e-mails aos seus funcionários às 17h do dia 22

marcando uma reunião para as 9 horas da manhã do da seguinte. As

pessoas não têm obrigação de ler e-mails a todo o momento. Há de se

ter etiqueta, cautela e educação. Este tipo de mensagem deve ser

encaminhada com, no mínimo, 7 dias de antecedência. Neste caso e em

situações com importância considerável deve-se adotar o uso do

telefone.

No seu local de trabalho a utilização da internet, das redes sociais e dos

correios eletrônicos deve ser exclusivamente corporativa. Consiste em

grande mau hábito ficar de bate-papo pessoal no horário de trabalho.

Page 149: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 146

Não é nada elegante enviar uma mensagem para uma lista enorme de

pessoas de seus contatos, porque esta lista vai para a caixa de todos e

estas pessoas são desconhecidas umas das outras. Isso pode soar

como uma invasão de privacidade, pois, seu endereço eletrônico chega

a pessoas que você não conhece e, portanto, não devem ter seu

endereço. É o mesmo que o endereço de nossa residência. Não

mencionamos para quem não queremos.

Também é falta de educação enviar e-mails, mesmo para parentes e

amigos, com mensagens e textos com assuntos irrelevantes e

desinteressantes para as pessoas, principalmente se estiverem

anexadas.

Deve-se procurar escrever mensagens breves, sintetizando aquilo que

deseja comunicar.

Não escrever a mensagem com letras maiúsculas; pode parecer que

está gritando, exemplo: OI, TUDO BEM? ESTOU EM CASA......

Duvidar de tudo o que aparece na rede, qualquer mensagem pode ser

suspeita.

Nos blogs, facebooks e twitters, não pode aparecer nada alusivo ao seu

trabalho. Jamais escreva frases relacionadas aos seus colegas e seu

chefe.

Caso tenha que adotar alguma frase ou foto para identificação, estas

devem ser discretas. Observe a vestimenta que usa na foto e se a frase

escolhida não compromete você.

É educado e respeitoso responder as mensagens que recebe. Se estiver

muito atarefado pode emitir um sinal automático de recebimento e/ou

escrever que logo mais irá responder. Não convém escrever que está

viajando ou em qualquer lugar que seja para justificar a demora, por

uma questão de segurança.

Mensagens eletrônicas devem ser enviadas somente aos interessados a

elas. Cuidado para não encaminhar respostas de e-mails para todos da

lista (“responder para todos”), sendo que eles não precisarão daquela

informação.

Nunca se esqueça de que o contato físico é ainda mais importante do

que a tecnologia. Converse pessoalmente com as pessoas.

Alunos não devem encaminhar e-mails aos professores sem que eles

autorizarem, principalmente aqueles que não dizem respeito a assuntos

acadêmicos. Melhor conversar pessoalmente na escola.

Page 150: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 147

Principais dicas para o uso de telefones celulares:

É terminantemente proibido o uso do telefone celular em locais públicos:

salas de aula, bibliotecas, igrejas, cinemas, casas de shows, teatros,

entre outros.

Jamais fale ao celular conduzindo um veículo.

Evite atender a ligações pessoais no ambiente corporativo; somente

quando extremamente necessário.

Não fale alto ao celular em hipótese alguma. Ninguém precisa conhecer

o seu assunto. Isto é bem deselegante.

Na maioria dos espaços públicos seu celular deve manter-se no modo

vibrador ou silencioso, principalmente em consultórios médicos, escolas,

ônibus coletivos, repartições de trabalho, entre outros. A campainha

normalmente é irritante para as demais pessoas.

Não escolha campainhas com sons espalhafatosos e inconvenientes

como brecadas de carro, crianças chorando ou gemidos.

É bastante deselegante atender ao telefone enquanto se conversa com

alguém. Se for necessário atender, pergunte à pessoa se pode retornar

a ligação mais tarde e retorne mesmo.

Não fique olhando a todo instante para o celular na companhia de outras

pessoas. Pode parecer desconsideração com elas, por estar com pressa

ou querendo ir embora.

Acostume os parentes e amigos a telefonarem em horários apropriados.

Eles devem saber quando está em reuniões, em consultas médicas, no

trabalho etc.

Sinais de recebimento de mensagens também são inoportunas em

ambientes públicos.

Lembre-se de que o celular não é o elemento mais importante de sua

vida.

BIBLIOGRAFIA CURSO on line. Disponível em: <http://www.gilsonvolpato.com.br/redacao_cientifica.php>. Acesso em: 20 nov. 2011.

Page 151: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 148

ENTENDENDO o conceito de currículo. Disponível em:<http://www.guiadacarreira.com.br/artigos/carreira/curriculo-simples-eficiente/>. Acesso em: 4 jan. 2012. ETIQUETA digital ensina a se comportar no trabalho. Disponível em: <http://mulher.terra.com.br/noticias/0,,OI3476668-EI1377,00-Etiqueta+digital+ensina+a+se+comportar+no+trabalho.html>. Acesso em: 5 jan. 2012. ENTREVISTA de emprego parte dois: mais dez dicas para se sair bem durante a entrevista. Disponível em: <http://www.efetividade.net/2007/02/05/entrevista-de-emprego-parte-2-10-dicas-para-se-sair-bem-durante-a-entrevista>. Acesso em: 3 jan. 2012. NEVES, R. O manual da etiqueta digital, 2007. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,EDG76190-6077-0,00.html>. Acesso em: 5 jan. 2012. OTTONI, H. Karl Popper e filosofia da ciência. Disponível em: <http://bulevoador.haaan.com/2010/03/8937/>. Acesso em: 5 dez. 2011. OS 10 MANDAMENTOS da etiqueta no celular. Redação do InfoWorld/EUA, 19 abr. 2007. Disponível em: <http://idgnow.uol.com.br/mobilidade/2007/04/18/idgnoticia.2007-04-18.3191146142/paginador/pagina_2>. Acesso em: 6 jan. 2012. PLÁGIO é crime, 2010. Disponível em: <http://www.institutohipnologia.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=115:lei-de-plagio-no-brasil&catid=5:gerais&Itemid=13>. Acesso em: 2 jan. 2012. PRINCIPAIS dicas de etiqueta digital, 2007. Disponível em: <http://www.secth.com.br/si/site/011021>. Acesso em: 5 jan. 2012. RELATÓRIO da Comissão de Integridade de Pesquisa do CNP. Disponível em: <http://www.cnpq.br/normas/lei_po_085_11.htm>. Acesso em: 2 jan. 2012. VOLPATO, G. L. Curso on line. Disponível em: <http://www.gilsonvolpato.com.br/redacao_cientifica.php>. Acesso em: 10 dez. 2011, 11 dez. 2011, 15 dez. 2011, 20 dez. 2011.

Page 152: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 149

BIBLIOGRAFIA DE METODOLOGIA CIENTÍFICA ANASTASI, A. Testes psicológicos: teoria e aplicação. São Paulo: Herder – Universidade de São Paulo, 1972. ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia científica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

ANDRÉ, M. E. D. A. de; LUDKE, M. Pesquisas em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: Epu, 1986.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: Informação e documentação - Citações em documentos – Apresentação. Rio de Janeiro, 2002. ______. NBR 10719 - Apresentação de relatórios técnico-científicos. Rio de Janeiro, 1989. ______. NBR 6023 - Informação e documentação – Referências - Elaboração. Rio de Janeiro, 2002. ______. NBR 6028 -Informação e documentação - Resumo – Apresentação. Rio de Janeiro, 2003. ______. NBR 14724 - Informação e documentação – Trabalhos acadêmicos – Apresentação. Rio de Janeiro, 2011. ______. NBR 15287 - Informação e documentação – Projeto de Pesquisa – Apresentação. Rio de Janeiro, 2005. ______. NBR 6022 - Informação e documentação – Artigo em publicação periódica científica impressa – Apresentação. Rio de Janeiro, 2003.

BARBETTA, P. A. Estatística aplicada às ciências sociais. 2. ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 1998.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1997.

BARROS, A. J. da S.; LEHFELD, N. A. de S. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

Page 153: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 150

CÁS, D. da. Manual teórico-prático para elaboração de trabalhos acadêmicos. São Paulo: Jubela, 2008. CERVO, L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. São Paulo: Makron-Books, 1996.

COZBY, P. C. Métodos de pesquisa em ciências do comportamento. São

Paulo: Atlas, 2003.

FIORIN, J. L. Elementos de análise do discurso. São Paulo: Contexto, 2005.

GALLIANO, A. G. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Arbra,

1986.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica.7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999. MARTINS, G. de A. Manual para elaboração de monografias e dissertações. São Paulo: Atlas, 2000. MORGAN, C. Como estudar. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1972.

SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. 12. ed. Belo Horizonte: Interlivros, 2010.

SCHLITTLER, J. M. M. Como fazer monografias. Campinas: Sevanda, 2008.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2010.

Page 154: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 151

THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 4. ed. São Paulo: Cortez,

1988.

VIEIRA, S.; HOSSNE, M. S. Metodologia científica para a área da saúde. São Paulo: Campus, 2001.

VOLPATO, G. L. Cursos on line. Disponível em: <http://www.gilsonvolpato.com.br/redacao_cientifica.php>. Acesso em: 20 fev. 2011. ______. Bases teóricas para redação científica. São Paulo: Cultura acadêmica, 2007.

______. Ciência: da filosofia à publicação. São Paulo: Cultura acadêmica, 2007.

______. Dicas para redação científica. São Paulo: Cultura acadêmica, 2010. ______. Pérolas da redação científica. São Paulo: Cultura acadêmica, 2010. ______. Publicação científica. São Paulo: Cultura acadêmica, 2008.

Page 155: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 152

ANEXO A- Exercício de citação e referências ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Autor: Roberto de Almeida Moura, Carlos Wado, Adhemar Purchio, Terezinha Verrastro Título: Biologia Local : São Paulo Editora: Cortez Edição: 12ª Ano: 1998 O resumo é um item obrigatório no artigo científico. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Autor: Eva Maria Lakatos, Maria Andrade Marconi Local : São Paulo Editora: Atlas Edição : 4ª Título: Técnicas de pesquisa Ano: 1999 O resumo possui embaixo palavras-chave que indicam o seu conteúdo e devem ser separadas por ponto. Exemplo: Palavras-chave: Ambiente. Educação ambiental. Práticas de ensino. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Autor: Antonio Joaquim Severino Local : São Paulo Editora: Cortez Título: Metodologia do trabalho científico Ano: 1986 Nunca esquecer que devemos substituir tópicos por alíneas. Exemplo: o artigo deve conter: a) resumo; b) introdução; c) desenvolvimento; d) conclusão; e) referências. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Autor: Antonio Carlos Gil Local : São Paulo Editora: Atlas Título: Como elaborar projetos de pesquisa Edição: 2ª Ano: 2002 O projeto de pesquisa é obrigatório para todos os pesquisadores que desejam desenvolver pesquisas. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Autores: Larissa de Souza, Lais de Souza n° 12 edição: 34 páginas:15 a 18 Título do artigo: As condições de acessibilidade nas escolas de Bauru: um estudo preliminar Local: Bauru Revista: Educação ano: 2009 período: fevereiro a abril O resumo dos artigos deve conter: a) descrição da problemática abordada; b) objetivos; c) método; d) resultado. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Autor: Pedro da Costa Rodrigues site: www.bioenergia.com.br Título: A energia a serviço da vida Acesso: 20 de março de 2009 Não se deve pesquisar textos de sites duvidosos, tampouco basear suas pesquisas em textos de dicionários virtuais como Wikipédia. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Autor: Bento Vasconcellos n° 58 volume: 4 página: 9 Título: A tecnologia em equipamentos de mamografia

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Manual Técnico de Metodologia Científica 153

Jornal: Tecnologia em destaque Local: Curitiba data: 12 de setembro de 2006 Os textos para referenciar trabalhos científico-acadêmicos devem ser extraídos de livros ou periódicos científicos. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Autores: Hernandes Carvalho e Carla Collares-Bizoto Local: Barueri, SP Ano: 2005 Título: Células: uma abordagem multidisciplinar Editora: Manole A redação de um trabalho não pode ser cópia fiel dos autores lidos. Se isto acontecer está configurada uma situação de plágio (crime previsto na lei de direitos autorais). ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Autor: Célio Castanho Tese de doutorado em Medicina ano: 2007 Local: Botucatu Instiruição: Universidade Estadual Paulista número de folhas = 174 Título: Desenvolvimento de um aplicativo para monitoramento de aparelhos sensoriais: um estudo de caso. Ao crime de plágio cabe indenização e detenção. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Associação Brasileira de Cardiologia Local: Brasília Manual sobre técnicas de laboratório Editora: Ática Ano: 2004 Os títulos das seções dos trabalhos devem ser sempre com caixa alta e escritos no centro da folha quando não forem numerados. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Autor: Olivio Novaski volume: 1 Editora: EPU Local: São Paulo Título: O microscópio eletrônico Ano: 1980 Coleção: Primeiros Passos Os títulos sumário, introdução, conclusão, referências devem ser sempre escritos no centro da folha. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Autor: Vicente Chiaverini Editora: Pearson Education do Brasil Local: São Paulo Título: Tecnologia mecânica edição: segunda Ano: 1986 O número de páginas deve ser escrita a partir da introdução. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Autor: Vicente Chiaverini Editora: Pearson Education do Brasil Título: Mecânica agrícola Local: São Paulo Ano: 1986 Deve-se começar a contar as páginas a partir da folha de rosto. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Autor: John Russel Filho volume: 4 Editora: Pearson Makron Books Local: São Paulo Título: Química geral edição: quarta Ano: 1994

Page 157: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 154

Todos os títulos e subtítulos (numerados) devem ser escritos alinhados à margem esquerda da folha, sem recuo. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Autores: Arlindo Silva, Carlos Tavares Ribeiro, João Dias, Luis Souza Editora: Lidel edição: sétima Local: Lisboa Título: Desenho técnico moderno Ano: 2004 Os subtítulos são obrigatoriamente escritos com letras minúsculas. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Constituição Federal (1988) artigo 196 Local: Brasília Autor: Flávio de Campos Editora: Ediouro ano: 1994 Título: Emendas constitucionais Textos que não têm autor devem ser citados pela primeira palavra do título em caixa alta. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Capítulo: As hemácias Autor do capítulo: João Guimarães Título do livro: Bioquímica Local : Belo Horizonte Editora: Jupela Autor do livro: Juarez Barbosa de Mello ano: 2000 Se a primeira palavra for monossílabo devemos citar as duas primeiras em caixa alta. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Autor: Luiza Arantes (organizadora) Título: Produção industrial Ano: 2001 Editora: Ática Local: São Paulo Só escrevemos nas referências as obras citadas no texto. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Título: Os lipídeos Revista: Biologia molecular ano: 2005 Local: Salvador Centro de Pesquisas Médicas Nas citações diretas (copiadas) é obrigatória a citação da página. Exemplo: Castro (2000, p. 34). ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Autores: Suzane Godói e Paula Silvia Torres página 9 Jornal Enfoque Regional Local: Bariri Título: Técnicas operacionais Data: 22 de junho de 2007 ano: VII número: 14 Os trabalhos devem sempre ser escritos com as palavras de quem o escreve. Nunca copiar trechos completos. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Autor: Marcio Lucio Ribeiro foto: Os retirantes Local: Rio de Janeiro Ano: 1999 O itens do sumário devem ser idênticos ao que está escrito no corpo do trabalho. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Nas referências:

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Manual Técnico de Metodologia Científica 155

Use a ordem alfabética (último sobrenome); b) Alinhe somente na margem esquerda; c) Dê espaço simples para escrever cada uma e espaço duplo ou simples entre uma e outra; d) Use negrito OU itálico OU sublinhado nos títulos. Em subtítulos não; e) Escreva os 1º nomes dos autores por extenso ou abreviados. Adote uma única forma para todas.

ANEXO B – Texto para estudo

O PAPEL DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMO AUXÍLIO À

ENGENHARIA E GESTÃO DO CONHECIMENTO Giuvania Terezinha Lehmkuhl

Carla Rosana Veiga

Gregório Jean Varvakis Rado

© Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, Nova Série, São Paulo, v.4, n.1, p. 59-67, jan./jun. 2008.

1 INTRODUÇÃO

O contexto mundial vive permanentemente submetido às implicações

decorrentes de grandes transformações nos cenários políticos, econômicos e

tecnológicos; trazendo como conseqüência direta à necessidade dos diversos atores

sociais encontrarem as estratégias mais adequadas a este ambiente de constantes

mudanças.

A informação, nesse novo cenário, passa a ser considerada um recurso essencial

nas tomadas de decisões. Para Beck (2007, p. 148): “atualmente, toda empresa está

envolta com amplos e diversos tipos de informação e, para competir neste contexto

dinâmico, o segredo do sucesso é a agregação de valor a partir do acesso, do tratamento,

da utilização e da disseminação da informação”.

A partir dessa premissa o gerenciamento do conhecimento na empresa será o

mais importante patrimônio. A distribuição da informação precisará de um novo modelo

de tecnologia de informação e gestão. Uma Empresa inserida na sociedade da

informação e do conhecimento deverá conseguir tirar vantagens do uso das modernas

tecnologias da informação porque isso resultará em competitividade.

2 O AMBIENTE COMPUTACIONAL

Embora não exista um conceito formado sobre o que vem a ser um ambiente

computacional, a revisão bibliográfica seletiva sobre o tema possibilitou perceber que

um ambiente computacional integra os recursos de um “Sistema de Informação”. Esse

Sistema, segundo O´Brien (2003), é formado por: Dados; Redes; Hardware; Software e

Pessoas. No conceito de Turban et al (2003, p. 45)

Um sistema de informação – SI, coleta, processa, armazena, analisa e

dissemina informações com o propósito especifico. Como qualquer outro

sistema, um sistema de informação abrange entradas (dados) saídas

(relatórios, cálculos), processa essas entradas e saídas e gera saídas que são

enviadas para o usuário ou outros sistemas. É possível incluir um mecanismo

de resposta feedback – que controle a operação. E como qualquer outro

sistema, um sistema de informação opera dentro de um ambiente.

Com o intuito do melhor posicionamento acerca do papel do ambiente

computacional nas organizações, desenvolveu-se a figura 1, onde está demonstrada a

posição do ambiente computacional como parte integrante do ambiente organizacional,

as tecnologias de informação que integram o Ambiente Computacional e, como esse

Page 159: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 156

ferramental tecnológico interage com os usuários possibilitando a criação, a

disseminação, a utilização e a proteção do conhecimento, que segue:

Figura 01- Ambiente Computacional

Fonte: Créditos dos autores (2007)

Page 160: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 157

ANEXO C – Texto para estudo

São Paulo em Perspectiva

versão impressa ISSN 0102-8839

São Paulo Perspec. v.14, n.,4 São Paulo, out./dez. 2000

http://dx.doi.org/10.1590/S0102-88392000000400016

METRÓPOLE SUSTENTÁVEL?

Não é uma questão urbana

Yoshiya Nakagawara Ferreira Professora de Pós-Graduação em Meio Ambiente e

Desenvolvimento da Universidade Estadual de Londrina

Resumo: As raízes culturais e o processo capitalista no mundo contemporâneo

desenharam a atual configuração socioespacial. A degradação da qualidade

ambiental exige novas posturas éticas,

fundadas em uma ética do futuro. O atual quadro da problemática ambiental deve

ser pensado, assim, na relação com a condição cultural e o desenvolvimento

sustentável.

Palavras-chave: Metrópole. Meio ambiente. Cultura e ética.

Sustentabilidade. Educação ambiental.

A vida humana na face da terra tem sido

transgredida em todos os níveis e formas, desde as últimas décadas do século XX. As aceleradas

transformações socioeconômicas e culturais, que afetam nosso planeta, têm rompido com todos os

padrões e comportamentos éticos. A perplexidade constante tem dificultado até a compreensão das

contradições e fenômenos nunca antes imaginados. O desdobramento dessas mudanças ocorre em todos os

níveis e para quase todos os habitantes da terra, indistintamente.

Page 161: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 158

O homem metropolitano, premido pelo exíguo e

poluído espaço, que sempre é dos outros, pelo limitado tempo que é obrigado a viver, pelo sonho

que não é mais colorido, pela velocidade dos

acontecimentos e pela irreversibilidade sentida e vivida no cotidiano, certamente, se sente mais

impotente, mais amargo e menos criativo.

Entender uma metrópole brasileira pode guardar algumas semelhanças com as metrópoles latino-

americanas, porém, as identificações com as metrópoles norte-americanas, européias ou

japonesas tomam outra dimensão, assim como os desdobramentos socioespaciais guardam diferentes

relações, principalmente no que se refere às formas

de uso do solo, à composição e renda da população e às infra-estruturas coletivas disponíveis para a

população. Certamente, decifrar ou entender a metrópole brasileira contemporânea não é a mesma

coisa que compreender uma metrópole em um outro contexto sociopolítico. Um outro fator que pode influir

diz respeito à questão da gênese, evolução e processo migratório para as regiões metropolitanas.

No caso latino-americano, embora dentro do mesmo processo capitalista do sistema-mundo, a importância

das transformações do mundo agrário (BRUNER; SANTOS, 1997; MARTINE, 1987; NAKAGAWARA,

1981) assume um papel fundamental na análise do viver metropolitano.

A atual crise da macroestrutura tem influências poderosas tanto a nível territorial como em termos

social, político ou cultural. Assim, a crise do capitalismo hoje possui desdobramentos territoriais

em vários níveis, que se refletem em todos os setores de atividade e no cotidiano das pessoas.

Historicamente, há vários exemplos que podem ser citados, como a crise religiosa do renascimento, que

implicou uma crise dos valores morais e estéticos, significando uma ruptura essencial com a visão de

mundo humanista-renascentista.

No território brasileiro, ocorreram grandes

transformações agrícolas e agrárias nas décadas de 60 e 70 que afetaram a relação entre uso e posse da

terra. A "modernização agrícola", favorecendo as culturas destinadas à exportação e às agroindústrias,

como trigo, soja, cana-de-açúcar e milho, estimulou

Page 162: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 159

a concentração fundiária e o aumento na utilização

de maquinários agrícolas, influindo fortemente nas relações de trabalho. Quase 30 milhões de pessoas

deixaram o campo entre 1960 e 1980, acelerando o

processo de urbanização e "inchando" metrópoles e cidades de tamanho médio entre 100 a 500 mil

habitantes.

Entretanto, a geração de empregos nas cidades, tanto nas indústrias como nos setores de serviços, foi

insuficiente para absorver essa massa demográfica, mais a população ativa que crescia sempre de forma

avassaladora. Sendo a metrópole uma grande receptora, pode-se supor a desordem crescente que

se estabelece, não só pela dificuldade do poder

público no acompanhamento do crescimento das periferias, mas principalmente pela complexidade

relacionada aos alojamentos e condições de trabalho, no processo de excludência social cada vez mais

expressivo no mundo capitalista. A dita "modernização agrícola" tem o seu reverso na

"modernização conservadora", expressão já consagrada nas análises sociais e econômicas. No

ambiente urbano, o mundo rural e o mundo urbano convivem lado a lado, superpondo-se, anulando-se,

complementando-se, criando urgências nunca entendidas pelos administradores públicos, e o

homem recém-migrado vai perdendo a sua identidade, agora, membro cada vez mais temporário

do locus urbano. O lugar, tão importante para a

experiência humana, torna-se apenas uma estratégia para viver o hoje, nunca o amanhã.

Estabelecem-se, assim, na natureza estrutural dos

conflitos urbanos, mais conflitos sociais, com grandes dimensões espaciais. O agigantamento das

metrópoles passa a interessar aos estudiosos e aos governantes. Como entendê-la? Como ordená-la?

Nas academias e nas instituições públicas ou privadas muito se tem escrito sobre as metrópoles, assim

como exercícios de elocubrações estatísticas também recheiam a historiografia metropolitana. O homem

metropolitano, este ser manipulável e manipulado pelo processo capitalista e pelas circunstâncias

determinadas historicamente, segue o seu estreito caminho sem ter tempo de refletir qual é o melhor

rumo.

Page 163: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 160

Este artigo, não traz nenhum embate teórico ou

metodológico, pois são sempre muitas as contribuições nesse sentido, principalmente na

temática urbana. Entretanto, aliando-se à consciência

ético-ambiental iniciada a partir da ameaça de hecatombe nuclear global, pretende-se fazer aqui

uma abordagem mais cultural.

Hoje, são sentidos os efeitos trágicos dos agrotóxicos, da perda da biodiversidade, da extinção

das espécies, da degradação ambiental e da perda da qualidade de vida. Estamos em crise permanente.

Nas metrópoles, já não se permite pensar em descansar em uma praça, nem durante o dia. Nos

ônibus e metrôs, há o risco de agressões, assaltos e

medo permanente. As crianças não podem mais brincar nas ruas, os adultos não têm nem o direito de

sonhar com um bom trabalho e os velhos não possuem mais espaço nas urbi. Afinal, são velhos...

Somos uma civilização do lixo do doméstico ao

atômico. Há 50 anos, seria uma ficção hilariante

pensar que o homem não saberia como se desfazer do lixo produzido por ele mesmo. Colocá-lo no navio,

qual fantasma errando pelo mundo, sem lugar para o seu destino, entre outras "curiosidades" absurdas.

Desejamos isso? Buscamos isso?

Além dos absurdos e é preciso que se diga, que se

escreva, porque o homem está ficando cada vez mais

surdo, mais indiferente ao seu próximo , tem-se

uma crise/mudança que se avoluma hoje: a dos

grandes sistemas explicativos (científicos e filosóficos) de mundo, englobando crise do

"capitalismo" (a crise socioambiental é a maior crise do que se pode chamar de "capitalismo" e põe o

modelo econômico atual em xeque), crise das relações humanas dentro do mundo do trabalho e no

mercado, da família patriarcal, das culturas locais

diante da globalização, dos ideários comunistas, de todos os ramos de conhecimento, crise de identidade,

crise da velocidade e fragmentação das redes de linguagem e discursos. (PELIZZOLI, 1999).

Problemas ambientais, hoje, são nossos problemas

socioambientais. Fatalmente, onde quer que o homem esteja, numa aldeia montanhosa, longe da

civilização, ou "espremido" nos trens dos subúrbios,

Page 164: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 161

todos serão mais ou menos afetados. Para o filósofo

e ecólogo Pelizzoli (1999), o conceito-chave para a superação está no desenvolvimento sustentável. Este

conceito deve ser levado às últimas consequências.

Além disso, "o novo modelo desejado só se efetivaria quando do revolvimento e reversão de toda uma

estrutura institucional política e pública, empresarial, estilos de socialização obsoletos, e na base de uma

ética, a florescer dentro de um processo de reestruturação socioeconômica mais equilibrado e

justo, permeado sempre pelo caráter da educação (ambiental) para a cidadania". Essa seria a ética do

futuro: trabalhar pensando no "sujeito-comunidade".(PELIZZOLI, 1999, p.8).

Não há conclusão a ser apresentada, apenas a sensibilização que se pretendeu colocar em palavras

e, invocando a responsabilidade inadiável e irrevogável do papel do educador, a conscientização

da quase barbárie social e ambiental do mundo contemporâneo, sem pensar nas gerações futuras.

Porém, emprestando o termo de Pelizzoli (1999, p. 10): "não sejamos os profetas da desesperança que

não fazem mais do que legitimar o desespero, aumentar o pânico narcísico, e valerem-se

hipocritamente da situação".

Page 165: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 162

ANEXO D- Texto para estudo

Estudos Avançados versão impressa ISSN 0103-4014

Estud. av. vol.25, n.71, São Paulo, jan./abr. 2011

http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142011000100005

DOSSIÊ SÃO PAULO, HOJE

SÃO PAULO, CENTRO E PERIFERIA: a retórica ambiental e os limites da política urbana

Maria Lucia Refinetti Martins

RESUMO

O texto, referenciando-se na Região Metropolitana de São Paulo,

coloca um foco na questão ambiental urbana, onde o ambiente

não consiste apenas em dinâmicas e processos naturais, mas

inclui as relações entre estes e as dinâmicas e os processos

sociais. Duas situações extremas expressam a questão: os

assentamentos precários nas franjas periféricas junto aos

mananciais e em áreas ambientalmente sensíveis e áreas

centrais, consolidadas, que perdem população, mas têm

potencial de adensamento. A partir desse ponto, são discutidos

os projetos urbanos formulados para a área central do município

de São Paulo, núcleo da Região Metropolitana. Evidencia-se,

então, que a inserção da dimensão ambiental na questão

urbana, de modo que não seja apenas retórica, traz à luz as próprias limitações das políticas urbanas.

Palavras-chave: Meio ambiente urbano. Desenho urbano. Conflitos socioambientais. Política urbana.

Os primeiros resultados do censo 2010 apontam 19.672.582

habitantes na Região Metropolitana, formada por São Paulo e

outros 38 municípios. O conjunto da região que forma esse

aglomerado registrava, em 1940, 1.568.045 habitantes.

Calculada a diferença, evidencia-se uma cidade nova, de mais

de 18 milhões de habitantes, erguida em 70 anos. A maior taxa

de crescimento anual ocorreu na década de 1950. Desde então,

as taxas vêm caindo, mas, ainda assim, o 0,97% da última

década representa mais de 190 mil novos habitantes por ano. Uma nova cidade média a cada ano!

Page 166: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 163

Esse quadro, que se consubstancia num assentamento

predominantemente precário e informal, vem gerando uma

quantidade de tensões urbano-ambientais na região, assim

como no conjunto das grandes cidades brasileiras. As condições

nacionais não são, no entanto, diversas do cenário existente nas

cidades latino-americanas de um modo geral, onde se

constatam um aprofundamento da pobreza e a precariedade do

padrão de urbanização em amplas parcelas do território urbano.

Em 1990, havia cerca de 111 milhões de moradias informais

(favelas e loteamentos informais) na América Latina. Em 2001,

eram 127 milhões. No Brasil, entre 1991 e 2000, houve um

aumento de 22,5% do número de favelas. Enquanto os

domicílios cresceram 1,01% em todo o país, os domicílios em favelas cresceram 4,18%.

No Brasil, ainda que nos anos recentes esse quadro tenha

apresentado alguma recuperação e o acesso a bens de consumo

pela população mais pobre tenha significativamente ampliado, a

maioria dos brasileiros, especialmente nas grandes cidades, não

encontra oferta de solução de moradia adequada, nem pelo

mercado, nem pelos programas públicos, acabando banida da

condição de cidadania, tanto pela condição econômica quanto

pelas restrições urbanísticas e ambientais. A consequência é que

a população se instale em loteamentos irregulares, ocupações

informais e favelas, justamente nos lugares ambientalmente

mais frágeis, "protegidos por lei", portanto desconsiderados pelo

mercado imobiliário formal - assim como em edifícios que se

tornam obsoletos, perdem valor de locação, terminam

abandonados e se transformam em cortiços e ocupações, com qualidade precária.

Nesses termos, urge discutir o conceito e a especificidade do

meio ambiente urbano, observando a tensão entre

assentamento urbano e meio ambiente em todas as suas

dimensões. Cumpre aprofundar-se no entendimento da relação

entre o homem (sociedade) e a natureza, visando encontrar na

teoria os fundamentos das normas e políticas públicas

dicotomizadas entre "naturais" e "artificiais", que passaram a

entender as atividades humanas como necessariamente

destrutivas da natureza. Dentro dessa análise se poderá

explorar o papel que o "urbano" vem desempenhando na

relação homem e natureza.

É nesses termos que cabe aprofundar o debate sobre a forma da

cidade do século XXI, densidade e condições ambientais do

assentamento nas grandes concentrações urbanas, e

desenvolver alternativas de desenho urbano que contemplem

objetivos ambientais e sociais.

Existem, sim, para tanto, alguns princípios expressos em

diretrizes de desenvolvimento urbano e em planos diretores,

mas não se traduzem em forma e desenho urbano, pouco

avançando no sentido de compreender melhor o enlace entre

economia e produção do espaço urbano, e consequentemente

forma urbana. Enunciados nos vigentes "instrumentos de

planejamento" e da "reforma urbana", colocam em foco

objetivos quanto ao desenvolvimento urbano, mas estão longe

Page 167: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 164

de aproximar-se de qualquer imagem de configuração urbana. A

cidade em sua forma física permanece com poucas utopias e sem uma forma física que expresse e materialize tais objetivos.

Meio ambiente urbano

A persistente permanência e ampliação da irregularidade dos

assentamentos urbanos particularmente em áreas

ambientalmente sensíveis leva à clara identificação de que a

questão ambiental urbana - o avanço sobre áreas

ambientalmente sensíveis e protegidas - é intrinsecamente

associada à questão da moradia, à falta de oportunidades e de alternativas.

Pensar o tema ambiental nas grandes cidades brasileiras implica

discutir a questão do modelo de desenvolvimento e de

desenvolvimento urbano. É fundamental assumir que, sem forte

investimento e prioridade ao desenvolvimento social, será

impossível conseguir condições ambientais minimamente

razoáveis, ainda que toda a poluição industrial seja

rigorosamente controlada - o que já vem progressivamente

ocorrendo, especialmente em decorrência das exigências do

mercado internacional quanto à certificação de qualidade. De

qualquer forma, a dimensão do problema exige que a reflexão

sobre padrões, patamares mínimos, adensamento e

intensificação do uso do solo ou extensão horizontal, bem como

a distribuição dos ônus das opções adotadas sejam seriamente encaradas.

O presente texto, referenciando-se na Região Metropolitana de

São Paulo, procura focar a questão ambiental urbana, em que o

ambiente não consiste apenas em dinâmicas e processos

naturais, mas inclui as relações entre esses e dinâmicas e processos sociais.

Assim, o debate começa por avaliar o que seja o ambiental nas

cidades. A cidade é uma das mais significativas criações da

civilização, ao mesmo tempo que representa uma das mais

impactantes formas de apropriação e transformação da natureza, sendo considerada mesmo seu completo antagonismo.

Presentemente vem sendo atribuída a condição de questão

ambiental a problemas sociais urbanos, particularmente a

habitação precária em área de risco, a insalubridade, as

enchentes e os alagamentos no Brasil - e em nosso caso, na

Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).

Esse "sentimento" poderia ser interpretado como expressão de

uma tendência à intermediação entre uma visão radical

preservacionista e aquela que defende a urbanização sem

restrições. Poderia expressar o reconhecimento da existência de

imbricação entre aspectos sociais, ambientais e urbanos e,

consequentemente, da necessidade de adoção de novas

políticas, tecnologias e formas de produção e gestão do espaço

diferenciadas das práticas correntes. Mas as aparências param

por aí. Se os desastres ambientais, na escala local e global, são

Page 168: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 165

percebidos como consequência de uma ação inadequada no

tratamento da natureza, não se coloca em evidência a relação

dessa forma com o modo de produção e com os padrões determinados pela sociedade de consumo.

Na RMSP, diante dos conflitos urbano-ambientais atuais, o que

se verifica é que, se, por um lado, as políticas urbanas parecem

incorporar a questão ambiental, por outro, o discurso ambiental

vem sendo frequentemente utilizado pelos governos, por

empresas, instituições e mesmo pela opinião pública para

sustentar práticas e projetos que mais têm acirrado os conflitos

sociais e injustiças ambientais do que enfrentado

adequadamente a questão ambiental. Isso tem se mostrado

particularmente nas áreas de proteção aos mananciais e em

áreas protegidas de um modo geral, bem como em áreas de risco.

A compreensão das relações entre a sociedade, bem como da

relação entre cidade e natureza, passa certamente pela

articulação da ecologia política à produção do espaço urbano de

forma a relacionar práticas sociais a formas de apropriação e

uso de espaços urbanos e da natureza. Implica a aproximação

do campo das ciências sociais com o da arquitetura e urbanismo

de forma que situações concretas do espaço urbano possam

tanto incorporar como contribuir com as formulações teórico-práticas.

São necessários novos paradigmas que orientem uma prática

voltada a conciliar a intervenção sobre o espaço como a

qualidade ambiental. Essa construção, por sua vez, deverá

considerar as especificidades, as contradições e os conflitos do

contexto social brasileiro, e, no caso em questão, do processo

de reprodução espacial da periferia paulista e de suas áreas

centrais, onde persistem imóveis subaproveitados, áreas precarizadas e perda de população.

Por outro lado, cabe observar que, do ponto de vista funcional

da cidade, a ordem espacial da indústria não vale mais, assim

como as mudanças climáticas evidenciam que o ambiente físico

da "terra da garoa" não existe mais, prevalecendo altas

temperaturas e chuvas torrenciais ao lado de invernos mais rigorosos.

Inserir a questão ambiental de fato na esfera urbana implica

garantir para todos adequada condição de assentamento.

Implica evidenciar que o modo inadequado de tratamento dado

à natureza é parte da relação dessas condições com o modo de

produção e o padrão pautado pela sociedade de consumo.

Implica consequentemente reconhecer as limitações das políticas urbanas.

Page 169: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 166

ANEXO E – Textos mal escritos (Sem título)

Sinceridade de criança Era uma época de "vacas magras". Morava só com meu

filho, pagando aluguel, ganhava pouco e fui convidada para a festa de aniversário de

uma grande amiga. O problema é que não tinha dinheiro “messmoooooo”. Fui a uma

relojoaria à procura de uma pequena jóia, ou bijouteria mesmo, algo assim, e pedi à

balconista:- Queria ver alguma coisa bonita e barata, para uma grande amiga! Ela me

mostrou algumas peças realmente caras, que na época eu não podia pagar. Então eu

pedi:- Posso ver o que vc tem, assim... alguma coisa mais baratinha? e a moça me

trouxe um pingente folheado à ouro...bonito e barato. Eu gostei e levei. Quando

chegamos ao aniversário, (eu e meu filho) fomos cumprimentar minha amiga, que ao

abrir o presente disse:- Nossa, muito obrigada!!!!! que coisa linda!!!!! E meu filho na

sua inocência de criança bem pequena, sem saber bem o que significava a expressão

"baratinha" completou:-E era a mais baratinha que tinha!!!.

Fonte: http://www.slideshare.net/sergio.srav/exemplo-de-texto-mal-escrito.

LEGALIZAR É PRECISO

A maconha tem sido discutida ao longo dos anos. É uma substância prejudicial,

sobretudo à saúde, além de provocar a dependência química e causar distúrbios nos

sentidos. A legalização desta pode ser benéfica ao combate do tráfico.

Apesar de criticarem afirmando o possível incentivo do uso através da

legalização. Grande parte da população sabe o quanto essa droga é prejudicial. Assim,

só os usuários e os anônimos usaram livremente.

Entretanto, na livre comercialização devem impor leis com a quantidade do uso.

Os infratores que ultrapassarem, serão como delinqüentes. A imagem mostrada por

estes certamente não influenciará novos consumidores.

É provável ainda que essa tal liberdade traga uma diminuição da violência.

Muitos jovens não se envolveram mais com o tráfico. Traficantes perderam seus

privilégios da sua principal droga a "maconha".

Portanto, é preciso legalizar a maconha para visar os benefícios que trarão a

sociedade. Afinal, a liberdade é uma das possíveis soluções de acabar com o poder do

tráfico.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/redacao/ult4657u280.jhtm

IGNORNADO EVIDÊNCIAS

Aquecimento global, terremotos, furacões, enchentes [enchentes:] palavras não

muito novas mais. [novas, mas] No começo do ano, no Brasil, as chuvas ficam mais

intensificas [intensas,] mais [mas] um [uma] conseguencia nos estados [consequências

no estado] do Rio de Janeiro, por [Janeiro. Por] ser uma região cheia de morros,

deixou varias vitimas [várias vítimas] e milhares de desabrigados. Especialista disse

[Especialistas disseram] que tudo isso pode ser evitado com investimento em

tecnologia e informações para as pessoas. Mais [Mas] do que adianta palavras se o

principal ninguém faz?

São Paulo, apontados pra [apontada por] muitos como uma grande potencia

[potência] industrial e econômica do Brasil, também é uma das principais cidades

atingida com forte [atingidas por fortes] chuvas e enchentes.Todo ano, quando chega a

Page 170: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 167

época de chuva, á [há] alagamentos em várias partes de cidades, deixando muitos

moradores isolados, sem poder sair de suas casa [casas] .Os governantes encaram isso

com [como] algo fora do normal e não tem [alegam não ter] como combater a

natureza. Mais [Mas] os moradores tem [têm] sua parcela de culpa, quando jogando

[jogam] lixo na rua em entope [rua, entupindo] os bueiros, assim [pois assim] a água

fica parada, sem ter pra [para] onde escorrer. E realmente não tem [há] como combater

aos [os] fenômenos climático mais a [climáticos, mas há] como evitar mais danos.

Evitar metidas provisórias e fazer [danos: substituir medidas provisórias por] um

projeto de longo prazo de benefício a todos.Investir [todos; investir] em infraestrutura,

ocupação urbana, tecnologia são base para o começo. ?Mas então, já que resposta é

tão evidente, por que em todos esse ano [esses anos] nada foi feito?? Fonte: http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/redacao/ignorando-evidencias.jhtm

Page 171: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 168

ANEXO F– Texto para estudo

COMO ESTUDAR12

Nereide Saviani13

Estudar não é apenas ler. O fato de ser ter devorado com avidez um

livro - seja por achá-lo interessante, seja por se ter pressa em dar conta de seu conteúdo - não significa tê-lo estudado. Esse tipo de leitura, é, ainda, superficial. Em geral, tira-se pouco proveito de imediato e, caso não se retorne ao texto, muita coisa se perderá alguns dias após a leitura.

Estudar é bem diferente. Significa compreender o que se leu, meditar sobre os pontos principais, reter o fundamental. Por isso, o estudo requer tempo bem maior que a simples leitura. Mas seus resultados são mais profundos e duradouros.

O estudo exige várias leituras. Num primeiro momento, é importante fazer uma leitura geral, atenta, para se ter uma visão de conjunto do texto. Geralmente, essa primeira leitura suscita a necessidade de consultar o dicionário, ou anotações de aulas/palestras, ou até mesmo outras obras que estejam ao alcance e que sejam importantes para o entendimento do texto. No entanto, não convém interromper a leitura para essa consulta, salvo nos casos em que o desconhecimento de algum termo ou fato comprometa a compreensão geral, tornando impossível ou muito difícil o prosseguimento do estudo.

Mas, mesmo durante a primeira leitura, é útil assinalar as passagens consideradas mais importantes e fazer anotações ( no próprio texto e às suas margens). Isto nos permite voltar com maior facilidade aos pontos principais ou nos chama a atenção para a necessidade de retomar/aprofundar idéias expressas pelo autor. É importante, então, termos sempre lápis e caderno à mão, para assinalar ou anotar palavras desconhecidas, trechos importantes, dúvidas que surgem, pontos a serem pesquisados em outra fontes, etc...

Num segundo momento, volta-se ao texto, agora para uma leitura mais pausada, buscando sua compreensão, parágrafo a parágrafo, localizando as idéias principais e as secundárias, tentando reconstruir o processo do pensamento do autor e captar a estrutura do texto.

Num terceiro momento, cuida-se da interpretação do texto, buscando explicitar os pressupostos que justifiquem a posição do autor, fazer

12

Este texto é uma composição de excertos, com algumas alterações, de “Orientações para o estudo”

(publicado em anexo à apostila Introdução ao estudo do Socialismo Científico, CEPS – Centro de

Estudos e Pesquisas Sociais, São Paulo, 1987, mimeogr.) e de “Estudo Individual, reflexão coletiva”

(matéria publicada em A Classe Operária, nº 161, 9 de julho de 1998 – p. 6).

13

Professora Doutora em Educação – PUC/SP. Membro da Comissão Nacional de Formação do PCdoB.

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Manual Técnico de Metodologia Científica 169

comparações e associações das idéias contidas no texto com outras do mesmo autor e de outros autores; formar opinião e tomar posição diante das idéias o autor. Neste caso, a volta ao texto não será necessariamente um nova leitura (parágrafo a parágrafo), mas um reportar-se apenas aos trechos ainda não totalmente entendidos, ou aos que contenham idéias centrais ou aos que mais chamaram atenção.

Depois da interpretação vem o quarto momento, o da problematização, que consiste no levantamento e discussão de questões explícitas e/ou implícitas no texto. Finalmente, a síntese pessoal, o quinto momento: a retomada do texto, com discussão, reflexão, crítica e tomada de posições pessoais.

Esses dois últimos momentos poderão ou não exigir nova(s) leitura (s) do texto como um todo (ou trechos), dependendo de como se desenvolveram os momentos anteriores e do registro que deles foi feito, e variando, também, conforme o grau de complexidade do texto.

Os momentos que se sucedem à primeira leitura exigem mais que as assinalações e anotações feitas no próprio texto ou às suas margens. Requerem um registro mais sistematizado, através de fichamentos, resumos, resenhas.

Podem-se destacar três tipos de fichamento14:

1. FICHAMENTO TEXTUAL - é o que capta a estrutura do texto, percorrendo a seqüência do pensamento do autor e destacando: idéias principais e secundárias; argumentos, justificações, exemplos, fatos etc., ligados às idéias principais. Traz, de forma racionalmente vizualizável - em itens e de preferência incluindo esquemas, diagramas ou quadro sinóptico - uma espécie de “radiografia” do texto.

2. FICHAMENTO TEMÁTICO - reúne elementos relevantes (conceitos, fatos, idéias, informações) do conteúdo de um tema ou de uma área de estudo, com título e subtítulos destacados. Consiste na transcrição de trechos de texto estudado ou no seu resumo, ou, ainda, no registro de idéias, segundo a visão do leitor. As transcrições literais devem vir entre aspas e com indicação completa da fonte (autor, título da obra, cidade, editora, data, página). As que contêm apenas uma síntese das idéias dispensam as aspas, mas exigem a indicação completa da fonte. As que trazem simplesmente idéias pessoais não exigem qualquer indicação.

3. FICHAMENTO BIBLIOGRÁFICO - consiste em resenha ou comentário que dê idéia do que trata a obra, sempre com indicação completa da fonte. Pode ser feito também a respeito de artigos ou capítulos isolados, a arquivado segundo o tema ou a área de estudo.

14

Cf. SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez/Autores

Associados, 2000. 21ª ed.

Page 173: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 170

O fichamento bibliográfico completa a documentação textual e temática e representa um importante auxiliar do trabalho de estudantes e professores.

Eis, em síntese, os passos a serem seguidos no estudo:

LER – integralmente e com entendimento (visão de conjunto)

IDENTIFICAR – o tema

DESTACAR – as idéias principais.

LOCALIZAR – argumentos, fundamentações, justificações, exemplos ligados às idéias principais.

ANOTAR – dúvidas, impressões, associações, etc., despertadas pelo texto, bem como passagens que chamaram atenção.

FORMULAR – questões cujas respostas se encontrem no texto e/ou questões por ele suscitadas.

RESUMIR – construir um texto sucinto, que contenha as idéias mais importantes do texto estudado.

ESQUEMATIZAR – elaborar um quadro ou sinopse que permita visualizar a estrutura, o planejamento do texto, expondo suas idéias centrais.

INTERPRETAR – comparar/associar as idéias do autor (com as pessoais, do leitor; com outras do mesmo autor; com as de outros autores).

CRITICAR – formar opiniões próprias a respeito das idéias do autor, fazer apreciações e juízo pessoal do texto.

Dependendo do tempo de que se dispõe e da familiaridade maior ou

menor que se tenha com o texto ou tema, é possível deter-se em uns passos mais que em outros, ou “queimar” alguns, desde que não se perca de vista a necessidade de aprofundamento, para assimilação das idéias e adequado posicionamento pessoal. O importante é compreender todo o significado daquilo que se lê e refletir sobre o que se estuda, pois só assim é possível dele nos apropriarmos, aplicando-o de maneira viva às mais diversas situações.

Finalmente, alguns lembretes para a elaboração e cumprimento do plano de estudo individual:

1. Definir o que estudar e selecionar a bibliografia correspondente, determinando por onde começar.

2. Fazer o levantamento do tempo disponível e predeterminar um horário.

3. Cuidar para a garantia de algumas condições básicas para o estudo:

Concentração – evitar ou procurar isolar os elementos de dispersão

disciplina e organização:

providenciar antecipadamente todo o material necessário (livro, caderno, lápis, dicionário etc...)

Page 174: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 171

cumprir o horário planejado

fazer anotações e fichamentos

não deixar de ler índices, prefácios, tabelas, notas de rodapé, etc...

ESTUDO INDIVIDUAL, REFLEXÃO COMPARTILHADA

Sempre que se enfatiza a importância do estudo, fala-se da necessidade

de “fazer cursos”. Estes, sem dúvida, ajudam a “organizar as idéias”, traçar as linhas gerais da teoria e seus temas básicos. Contribuem para nossa formação teórica, ideológica e política, assim como palestras, seminários e outras situações de debates.

No entanto, nada substitui o estudo individual. Ele é indispensável à preparação e aprofundamento dos temas tratados, contribuindo para o aproveitamento dos cursos e participação em discussões.

É preciso, porém, empenhar-se para enfrentar desafios. Quando não se tem o hábito de estudo, fica-se impressionado ao pegar um livro. Pensa-se que só pode ser lido por quem freqüentou escola durante muitos anos. No início surgem muitas dúvidas e dificuldades, mas com o prosseguimento do estudo começa-se a compreender melhor os textos e a assimilá-los. Acima de tudo é necessário ter vontade de aprender e não desistir diante dos primeiros obstáculos.

Daí a importância do estudo individual planejado, permanente, metódico. Que tal assumir um compromisso com o estudo? E se experimentarmos encará-lo como uma tarefa a ser cumprida com o mesmo rigor que todas as outras? Para isto, nada melhor que estabelecer (e seguir) um plano de estudo individual. As dificuldades iniciais irão diminuir aos poucos, com paciência e dedicação.

Mas, convém não fechar-se em si mesmo! É melhor levar as dúvidas e dificuldades individuais para discussão no coletivo. Companheiros mais experientes ajudarão os principiantes. O plano individual terá mais resultado se conjugado a um plano coletivo. Uma boa prática é a formação de grupos de estudo, segundo o interesse por algum tema ou livro, procurando-se garantir o debate organizado, dirigido por um roteiro comum. E persistir na reflexão e no debate.

Cada grupo pode organizar sessões de estudo, na periodicidade

considerada conveniente. Elege-se um coordenador e um secretário. Os participantes apresentam/discutem dúvidas, fazem comentários e decidem se devem voltar ao texto individualmente e realizar novas sessões. Quando necessário, solicita-se a presença de alguém que tenha mais acúmulo, para expor aspectos que facilitem a compreensão do texto e para auxiliar a dirimir dúvidas ou reorientar o estudo.

Page 175: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 172

É importante que o grupo estabeleça prazos para divulgação dos avanços da reflexão compartilhada. Por exemplo, apresentação de seminários, produção de artigos, monografias, resenhas etc. É este o sentido do estudo programado.

Page 176: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 173

ANEXO G – Resenha

RESENHA CRÍTICA: O MÉTODO CIENTÍFICO

Page 177: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 174

ALVES-MAZZOTTI, Alda J., GEWANDSZNAJDER, Fernando. O método nas ciências naturais e sociais; pesquisa quantitativa e qualitativa. 2. ed. São Paulo, Pioneira, 1999. 203 p.

1. CREDENCIAIS DOS AUTORES:

Alda Judith Alves Mazzotti é bacharel licenciada em Pedagogia, bacharel em Psicologia, Psicóloga, mestre em Educação, doutora em Psicologia da Educação, professora titular de Psicologia da Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e leciona a disciplina de Metodologia da Pesquisa em cursos de graduação e pós-graduação desde 1975. Outras obras: ALVES-MAZZOTTI, Alda J., (1994). Do trabalho à rua: uma análise das representações sociais produzidas por meninos trabalhadores e meninos de rua. In Tecendo Saberes. Rio de Janeiro: Diadorim-UFRJ / CFCH. _________ . (1996). Social representations of street children, resumo publicado nos Anais da Terceira Conferência Internacional sobre Representações Sociais, realizada em Aix-em- Provence. Fernando Gewandsznajder é licenciado em Biologia, mestre em Educação, mestre em Filosofia e doutor em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Outras obras: GEWANDSZNAJDER, Fernando. O que é o método científico. São Paulo: Pioneira,1989. _________. A aprendizagem por mudança conceitual: uma crítica ao modelo PSHG. Doutoramento em Educação. Faculdade de Educação da UFRJ, 1995

2. RESUMO DA OBRA:

O livro é constituído de duas partes, cada uma delas sob a responsabilidade de um autor,

traduzindo sua experiência e fundamentação sobre o método científico, em abordagens

que se complementam.

Na primeira parte, GEWANDSZNAJDER discute, em quatro capítulos, o método nas

ciências naturais, apresentando conceitos básicos como o da lei, teoria e teste

controlado.

No capitulo inicial há uma visão geral do método nas ciências naturais e um alerta

sobre a não concordância completa entre filósofos da ciência sobre as características do

método científico. Muitos concordam que há um método para testar criticamente e

selecionar as melhores hipóteses e teorias. Neste sentido diz-se que há um método

cientifico, em que a observação, a coleta dos dados e as experiências são feitas conforme

interesses, expectativas ou idéias preconcebidas, e não com neutralidade. São formuladas

teorias que devem ser encaradas como explicações parciais, hipotéticas e provisórias da

realidade.

O segundo capítulo trata dos pressupostos filosóficos do método científico,

destacando as características do positivismo lógico, segundo o qual o conhecimento

factual ou empírico deve ser obtido a partir da observação, pelo método indutivo, bem

como as críticas aos positivistas, cujo objetivo central era justificar ou legitimar o

conhecimento científico, estabelecendo seus fundamentos lógicos e empíricos.

A partir das críticas à indução, o filósofo Karl Popper (1902- 1994) construiu o

racionalismo crítico, sua visão do método cientifico e do conhecimento em geral, dizendo

Page 178: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 175

que ambos progridem através de conjecturas e refutações, sendo que a tentativa de

refutação conta com o apoio da lógica dedutiva, que passa a ser um instrumento de

crítica.

Apoiados em sua visão da história da ciência, Thomas Kuhn ( 1922- 1996) , Lakatos

e Feyerabend, entre outros, criticam tanto Popper quanto os indutivistas, alegando que

sempre é possível fazer alterações nas hipóteses e teorias auxiliares quando uma previsão

não se realiza.

Kuhn destaca o conceito de paradigma como uma espécie de “teoria ampliada”,

formada por leis, conceitos modelos, analogias, valores, regras para a avaliação de teorias

e formulação de problemas, princípios metafísicos e “exemplares”. Tais paradigmas

orientam a pesquisa cientifica; sua força seria tanta que determinaria até mesmo como

um fenômeno é percebido pelos cientistas, o que explica por que as revoluções

cientificas são raras: em vez de abandonar teorias refutadas, os cientistas se ocupam com

a pesquisa cientifica orientada por um paradigma e baseada em um consenso entre

especialistas.

Nos períodos chamados de “Revoluções Cientificas”, ocorre uma mudança de

paradigma; novos fenômenos são descobertos, conhecimentos antigos são abandonados e

há uma mudança radical na prática cientifica e na “visão de mundo” do cientista.

A partir do final dos anos sessenta, a Escola de Edimburgo, defende que a avaliação

das teorias cientificas e seu próprio conteúdo são determinados por fatores sociais.

Assume as principais teses da nova Filosofia da Ciência e conclui que o resultado da

pesquisa seria menos uma descrição da natureza do que uma construção social.

O terceiro capítulo busca estimular uma reflexão crítica sobre a natureza dos

procedimentos utilizados na pesquisa cientifica. Destaca que a percepção de um

problema deflagra o raciocínio e a pesquisa, levando-nos a formular hipóteses e a realizar

observações.

Importantes descobertas não foram totalmente casuais, nem os cientistas

realizavam observações passivas, mas mobilizavam-se à procura de algo, criando

hipóteses ousadas e pertinentes, o que aproxima a atividade cientifica de uma obra de

arte.

Visando apreender o real, selecionamos aspectos da realidade e construímos um

modelo do objeto a ser estudado. Mas isto não basta: há que se enunciar leis que

descrevam seu comportamento. O conjunto formado pela reunião do modelo com as leis e

as hipóteses constitui a teoria cientifica.

A partir do modelo, que representa uma imagem simplificada dos fatos, pode-se

corrigir uma lei, enunciando outra mais geral, como ocorreu com Lavoisier, que

estabeleceu os alicerces da química moderna.

No quarto capÍtulo, GEWANDSZNAJDER conclui a primeira parte da obra,

comparando a ciência a outras formas de conhecimento, mostrando que tal distinção nem

sempre é nítida e, que aquilo que atualmente não pertence à ciência, poderá pertencer

Page 179: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 176

no futuro.

Apresenta críticas a áreas cujos conhecimentos não são aceitos por toda a

comunidade cientifica, como: paranormalidade, ufologia, criacionismo, homeopatia,

astrologia.

Na maioria das vezes, o senso comum, formado pelo conjunto de crenças e

opiniões, limita-se a tentar resolver problemas de ordem prática.

Assim, enquanto determinado conhecimento funcionar bem, dentro das finalidades

para as quais foi criado, continuará sendo usado. Já o conhecimento cientifico procura

sistematicamente criticar uma hipótese, mesmo que ela resolva satisfatoriamente os

problemas para os quais foi concebida. Em ciência procura-se aplicar uma hipótese para

resolver novos problemas, ampliando seu campo de ação para além dos limites de

objetivos práticos e problemas cotidianos.

Na segunda parte do livro, Alves-Mazzotti discute a questão do método nas ciências

sociais, com ênfase nas metodologias qualitativas, analisando seus fundamentos. Coloca

que não há um modelo único para se construir conhecimentos confiáveis, e sim modelos

adequados ou inadequados ao que se pretende investigar e que as ciências sociais vêm

desenvolvendo modelos próprios de investigação, além de propor critérios para orientar o

desenvolvimento da pesquisa, avaliar o rigor dos procedimentos e a confiabilidade das

conclusões que não prescindem de evidências e argumentação sólida.

O capítulo cinco analisa as raízes da crise dos paradigmas, situando historicamente

a discussão sobre a cientificidade das ciências sociais. Enfatiza fatos que contribuíram

para estremecer a crença na ciência, como os questionamentos de Kuhn, nos anos

sessenta, sobre a objetividade e a racionalidade da ciência e a retomada das críticas da

Escola de Frankfurt, referentes aos aspectos ideológicos da atitude cientifica dominante.

Mostra que os argumentos de Kuhn, relativos à impossibilidade de avaliação

objetiva de teorias cientificas, provocaram reações opostas, a saber: tomados às ultimas

conseqüências, levaram ao relativismo, representado pelo “vale tudo” de Feyerabend e

pelo construtivismo social da Sociologia do Conhecimento. De outro lado, tais argumentos

foram criticados à exaustão, visando indicar seus exageros e afirmando a possibilidade de

uma ciência que procure a objetividade, sem confundi-la com certeza.

E ainda, diversos cientistas sociais, mobilizados pelas críticas à ciência tradicional

feitas pela Escola de Frankfurt, partindo de outra perspectiva, procuravam caminhos para

a efetivação de uma ciência mais compromissada com a transformação social.

Em tal contexto, adquirem destaque nas ciências sociais, os modelos alternativos

ao positivismo, como a teoria crítica, expondo o conflito entre o positivismo e a visão

dialética. Esgotado o paradigma positivista, adquire destaque, na década de setenta, o

paradigma qualitativo, abrindo espaço para a invenção e o estudo de problemas que não

caberiam nos rígidos limites do paradigma anterior.

A discussão contemporânea propõe compromisso com princípios básicos do método

cientifico, como clareza, consenso, linguagem formalizada, capacidade de previsão,

Page 180: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 177

conjunto de conhecimentos que sirvam de guia para a ação(modelos).

A análise das posições indica flexibilização dos critérios de cientificidade,

preocupação com clareza do discurso cientifico permitindo crítica fundamentada,

explicação e não apenas descrição dos fenômenos.

O capítulo seis apresenta aspectos relativos ao debate sobre o paradigma qualitativo

na década de oitenta.

Inicialmente caracteriza a abordagem qualitativa por oposição ao positivismo, visto

muitas vezes de maneira ingênua.

Wolcott denuncia a confusão na área, Lincoln e Guba denominam o novo paradigma

de construtivista e Patton capta o que há de mais geral entre as modalidades incluídas

nessa abordagem, indicando que seguem a tradição compreensiva ou interpretativa.

3. CONCLUSÃO DA RESENHISTA:

De um modo geral, os autores apóiam-se em diversos estudiosos para emitir

suas conclusões. Numa das poucas oportunidades em que declara suas próprias idéias,

GEWANDSZNAJDER nos lembra que a decisão de adotar uma postura crítica, de procurar a

verdade e valorizar a objetividade é uma decisão livre. Alerta-nos que determinadas

escolhas geram conseqüências que poderão ser consideradas indesejáveis pelo sujeito ou

pela comunidade. Supondo, num exemplo extremo, que se decida “afrouxar” os padrões

da crítica a ponto de abandonar o uso de argumentos e a possibilidade de corrigir-se os

próprios erros com a experiência, não mais distinguiríamos uma opinião racional,

conseqüência de ponderações, críticas e discussões que consideram diferentes posições,

de um simples preconceito, que se utiliza de conceitos falsos para julgar pessoas pelo

grupo a que pertencem, levando a discriminações.

Também aqui sua conclusão apóia-se em um autor: “Finalmente como diz Popper,

se admitimos não ser possível chegar a um consenso através de argumentos, só resta o

convencimento pela autoridade. Portanto, a falta de discussão crítica seria substituída por

decisões autoritárias, soluções arbitrárias e dogmáticas – e até violentas – para se decidir

uma disputa” (pág 64).

Com este discurso, incentiva-nos a reagir à acomodação e falsa neutralidade,

mostrando nossa responsabilidade em tudo que fazemos e criamos, pois a decisão final

será sempre um ato de valor e pode ser esclarecida pelo pensamento, através da análise

das conseqüências posições de determinada decisão.

Respaldando, ainda, suas opiniões em autores de peso, destaca que a história da

ciência mostra que nas revoluções científicas não há mudanças radicais no significado de

todos os conceitos, sendo utilizada uma linguagem capaz de ser compreendida por ambos

os lados.

Enfatiza que a maioria dos problemas estudados pelos cientistas surge a partir de

um conjunto de teorias científicas que funciona como um conhecimento de base. E é este

conhecimento de base que procura nos fornecer, deixando claro que a formulação e

Page 181: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 178

resolução de problemas só podem ser feitas por quem tem um bom conhecimento das

teorias científicas de sua área. Completa dizendo que um bom cientista não se limita a

resolver problemas, mas também formula questões originais e descobre problemas onde

outros viam apenas fatos banais, pois “os ventos só ajudam aos navegadores que têm um

objetivo definido”.(pág. 66)

Alves – Mazzotti, esclarece que os teórico-críticos enfatizam o papel da ciência na

transformação da sociedade, apesar da forma de envolvimento do cientista nesse processo

de transformação como objeto de debate. Complementa com a posição de diferentes

autores sobre cientistas sociais, parceiros na formação de agendas sociais através de sua

prática científica, sendo esse envolvimento e a militância política questões distintas.

Enfatiza que a diferença básica entre a teoria crítica e as demais abordagens qualitativas

está na motivação política dos pesquisadores e nas questões sobre desigualdade e

dominação que, em conseqüência, permeiam seus trabalhos.

Coerente com essas preocupações, a abordagem crítica é essencialmente

relacional: busca investigar o que ocorre nos grupos e instituições relacionando as ações

humanas com a cultura e as estruturas sociais e políticas, procurando entender de que

forma as redes de poder são produzidas, mediadas e transformadas. Parte do pressuposto

de que nenhum processo social pode ser compreendido de forma isolada, como instância

neutra, acima dos conflitos ideológicos da sociedade. Ao contrário, estão sempre

profundamente ligados, vinculados, às desigualdades culturais, econômicas e políticas que

dominam nossa sociedade.

Os autores concluem que coexistem atualmente diferentes linhas filosóficas acerca

da natureza do método cientifico, o que também é válido em relação aos critérios para

avaliação das teorias cientificas. Concordam, também, que a pesquisa nas ciências sociais

se caracteriza por uma multiplicidade de abordagens, com pressupostos, metodologias e

estilos diversos.

Finalmente, deixam claro que o uso do método científico não pode ser considerado

de maneira independente dos conceitos ou das bases teóricas, implícita ou

explicitamente, envolvidos na pesquisa.

4. CRÍTICA DA RESENHISTA:

A obra fornece subsídios à nossa pesquisa científica, à medida que trata dos

principais autores/protagonistas da discussão/construção do método cientifico na história

mais recente, reportando-se a esclarecimentos mais distantes sempre que necessário.

Com sólidos conhecimentos acerca do desenrolar histórico, os autores empenham-se

em apresentar clara e detalhadamente as circunstâncias e características da pesquisa

cientifica, levando-nos a compreender as idéias básicas das várias linhas filosóficas

contemporâneas, bem como a descobrir uma nova maneira de ver o que já havia sido visto,

estudado.

Page 182: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 179

É uma leitura que exige conhecimentos prévios para ser entendida, além de diversas

releituras e pesquisas quanto a conceitos, autores e contextos apresentados, uma vez que as

conclusões emergem a partir de esclarecimentos e posições de diversos estudiosos da ciência

e suas aplicações e posturas quanto ao método científico.

Com estilo claro o objetivo, os autores dão esclarecimentos sobre o método cientifico

nas ciências naturais e sociais, exemplificando, impulsionando reflexão crítica e discussão

teórica sobre fundamentos filosóficos. Com isso auxiliam sobremaneira a elaboração do nosso

plano de pesquisa.

Os exemplos citados amplamente nos auxiliam na compreensão da atividade científica

e nos possibilitam analisar e confrontar várias posições, a fim de chegarmos à nossa própria

fundamentação teórica, decidindo-nos por uma linha de pesquisa. Mostram-nos a imensa

possibilidade de trabalhos que existe no campo da ciência, além de nos encaminhar para

exposições mais detalhadas a respeito de determinados tópicos abordados, relacionando

autores e bibliografia específicas.

Finalmente, com o estudo dessa obra, podemos amadurecer mais, inclusive para

aceitar e até solicitar crítica rigorosa, que em muito pode enriquecer nosso trabalho.

5. INDICAÇOES DA RESENHISTA:

A obra tem por objetivo discutir alternativas e oferecer sugestões para estudantes

universitários e pesquisadores, a fim de que possam realizar, planejar e desenvolver as

próprias pesquisas, na graduação e pós-graduação, utilizando-se do rigor necessário à

produção de conhecimentos confiáveis. É de grande auxilio, principalmente, àqueles que

desenvolvem trabalhos acadêmicos no campo da ciência social.

Não se trata de um simples manual, com passos a serem seguidos, mas um livro que

apresenta os fundamentos necessários à compreensão da natureza do método científico, nas

ciências naturais e sociais, bem como diretrizes operacionais que contribuem para o

desenvolvimento da atitude crítica necessária ao progresso do conhecimento.

Joana Maria Rodrigues Di Santo é Psicopedagoga experiente, com atuação significativa em

Psicopedagogia Institucional, Coordenadora de Ensino Médio e Fundamental, Supervisora

aposentada do Município de São Paulo, Mestre em Educação, profere palestras e assessora diversas

escolas.

Page 183: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 180

ANEXO H – Modelo de Trabalho acadêmico

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE BAURU

AUTOR (NOME COMPLETO CAIXA ALTA) centro

TÍTULO (CAIXA ALTA): subtítulo (minúsculas – separardo por dois pontos) centro

BAURU - ANO

Page 184: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 181

AUTOR (nome completo – caixa alta)

TÍTULO (caixa alta): subtítulo (minúsculas)

Trabalho acadêmico apresentado

como requisito parcial da

disciplina Metodologia da

Pesquisa Científico-Tecnológica

do Curso de Tecnologia em

Sistemas Biomédicos sob a

orientação da profª Drª Graziella

Moura

BAURU - ANO

Page 185: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 182

SUMÁRIO Observe este sumário. Respeite a norma. Subtítulos são sempre com

minúsculas.Não há ponto separando numeral de letra. NÃO ESQUEÇA DE PAGINAR.

INTRODUÇÃO....................................................................................................3 1 TREINANDO AS CITAÇÕES: utilize as citações anexas 1.1 Citação direta com menos de três linhas (site)............................................. 1.2 Citação direta com mais de três linhas (revista)........................................... 1.3 Citação indireta (livro com mais de 3 autores).............................................. 1.4 Citação indireta (com dois autores).............................................................. 1.5 Citação da citação: citação indireta (apud)...................................................

2 COMO INSERIR FIGURAS E OUTROS

2.1 Figura...........................................................................................................

2.2 Quadro..........................................................................................................

2.3 Tabela...........................................................................................................

CONCLUSÃO.......................................................................................................

REFERÊNCIAS.....................................................................................................

.

O SUMÁRIO TEM DE ESTAR EM CONFORMIDADE COM O CORPO

DO TRABALHO E AS PÁGINAS TAMBÉM.

Page 186: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 183

INTRODUÇÃO Primeira folha a ter número de página - normalmente 3 canto superior direito.

Contar a partir da folha de rosto e numerar.

Após terminar seu trabalho escreva a introdução. Ela deve apresentar

a temática abordada, e os objetivos do trabalho. Exemplo:

As normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT) para trabalhos acadêmicos são um conjunto de regras prescritas para

direcionar a elaboração e redação de qualquer tipo de atividade acadêmica.

Esta normatização necessita ser respeitada, pois além de ser uma

determinação oficial, padroniza as atividades proporcionando um bom

entendimento por parte daqueles que têm contato com os materiais.

O objetivo deste trabalho foi....................................................................

Page 187: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 184

Iniciar aqui o seu texto com um tab do computador em todos os inícios de parágrafos. Este item é o desenvolvimento. A partir dele você deve seguir as instruções dadas em sala de aula. Você irá escrever aqui as citações que estão no final (anexas) seguindo a forma solicitada em cada uma. 1 TREINANDO AS CITAÇÕES: utilize as citações anexas 1.1 Citação direta com menos de três linhas (site)

1.2 Citação direta com mais de três linhas (revista)

1.3 Citação indireta (livro com mais de 3 autores) 1.4 Citação indireta (com dois autores) 1.5 Citação da citação: citação indireta (apud)

2 COMO INSERIR FIGURAS E OUTROS

2.1 Figura

Inicie anunciando a figura. Ex:

A figura a seguir mostra como...........

Figura 1 – nome ( letra 11 – espaço simples)

Inserir a figura e nomeá-la conforme explicado em sala – NBR 14724/11

Fonte:

2.2 Quadro

Inicie mencionando o quadro. Ex:

O quadro 1 mostra como...........

Quadro 1 – nome (letras 11 – espaço simples – quadro tem traços em

todos os lados).

Inserir o quadro e nomeá-lo conforme explicado em sala – NBR

14724/11

Fonte:

2.3 Tabela

Inicie mencionando a tabela. Ex:

A tabela 1 indica a quantidade............

Inserir a tabela e nomeá-la conforme explicado em sala – NBR 14724/11

Tabela 1 – nome (letra 11 – espaço simples). Tabela não tem traços nas

laterais.

Page 188: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 185

Inserir a tabela e nomeá-la conforme explicado em sala – NBR 14724/11

Fonte:

CONCLUSÃO MUDAR DE FOLHA PORQUE É OUTRA SEÇÃO

A conclusão é pessoal e deve evidenciar o alcance dos objetivos do trabalho. Não tem citação de autor.

REFERÊNCIAS

Conforme explicado em sala. NBR 6023/2002. Ordem alfabética. Alinhadas na margem esquerda somente (sem recuo). Espaço simples para escrevê-las e espaço duplo ou simples para separar uma da outra. Títulos sublinhados ou negritados ou em itálicos. Títulos de revista e jornal são grifados. Utilize o modelo de citações e referências da professora (manual). UTILIZE AS REFERÊNCIAS UTILIZADAS NO DESENVOLVIMENTO (ANEXAS). ATENÇÃO: As partes em colorido devem ser apagadas para que você faça o seu trabalho. Elas servem como orientação. Margens: esquerda e superior 3 cm. Direita e inferior 2 cm. Espaço entre as linhas 1,5 cm. Letra 12 e fonte times ou arial. Texto justificado à direita e esquerda, com recuo de 1 tab à esquerda no início dos parágrafos. Papel A4 branco e tinta preta. Impressão no verso a partir da introdução ( se preferir). Páginas: contar a partir da folha de rosto e numerar na introdução com o numeral da sequência contada. Dúvidas? Consulte as normas e o manual. BOM TRABALHO!

Page 189: Manual de Metodologia

Manual Técnico de Metodologia Científica 186

ANEXO A – Citações e referências que deverão ser usadas no desenvolvimento

(citação indireta- paráfrase)

Autores: Danilo Da Cás, Joaquim Severino, Eva Lakatos e Antonio Carlos Gil

Título: Métodos e técnicas de pesquisa Local: Rio de Janeiro ano: 2004

Editora: Jubela volume: 3 Coleção: Primeiros Passos Subtítulo:

aplicações

Nos trabalhos, a dedicatória, os agradecimentos e a epígrafe são itens opcionais

escritos no canto inferior direito da folha.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------

(citação indireta –paráfrase)

Autores: Joana Fonseca e Carlos Alberto Dias Filho Edição = 12ª ano: 2003

Título: Fundamentos de metodologia científica. Local: São Paulo Editora: Atlas

O título de um trabalho deve ser escrito com letras maiúsculas e o subtítulo

(quando houver) com letras minúsculas seguido de dois pontos.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

(citação direta com até 3 linhas)

Autor: Celso Collares-Bizotto (Organizador) livro: Técnicas de pesquisa

Autor do capítulo: Sérgio de Freitas Junior site: www. trabalhoscientificos.com.br

Acesso: 20 de agosto de 2009 Título do capítulo: Como elaborar trabalhos acadêmicos

As citações diretas com mais de três linhas devem ser recuadas 4 cm da margem

esquerda, sem aspas, em espaço simples e letra menor do que 12.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

(citação direta com mais de 3 linhas)

Autor: Flávio Machado, Laureci Machado, Paulo Siqueira Páginas: 48 a 52

Título: O Trabalho de Conclusão de Curso Subtítulo: estrutura

Revista: Ciência e Pesquisa Local: Porto Alegre ano: 2001

Centro Brasileiro de Pesquisa edição: 14 número: 70

Período: julho a dezembro

No início do parágrafo o sobrenome do autor aparece com letras minúsculas

seguido do ano e no final o nome aparece entre parênteses com letras maiúsculas

seguido do ano. Todos os trabalhos devem ser justificados na margem direita (exceto o

item referências) e na esquerda deve-se obedecer o recuo de 1 tab no início dos

parágrafos.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

(citação indireta - paráfrase)

Autora: Sonia de Andrade ano: 2003 Tese de doutorado em Ciências

Humanas

Ano: 2008 Local: São Carlos número de folhas: 159

Instituição: Universidade Federal de São Carlos Título: A pesquisa em educação Subtítulo: análise de estudos qualitativos

Local: São Paulo

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Manual Técnico de Metodologia Científica 187

A mesma obra considerada fonte para determinado assunto pode ser secundária

para outro. Segundo Ruiz (1991) algumas obras de Platão são fontes secundárias.