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Lançado Programa Especial de Segurança em Barragens de Rejeitos Lançado Programa Especial de Segurança em Barragens de Rejeitos Comissão de Infraestrutura do Senado discute mineração no IBRAM Mais de 270 expositores já adquiriram estandes na EXPOSIBRAM 2009 Comissão de Infraestrutura do Senado discute mineração no IBRAM Mais de 270 expositores já adquiriram estandes na EXPOSIBRAM 2009 Lagoa de Rejeitos, na Mina de Brucutu (MG) Edu Simões/Vale Maio/Junho de 2009 Ano IV - nº 25 Mineração indústria da

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Page 1: Mineração indústria daregistrou o valor de US$ 5,8 bilhões. Ou seja, nos últimos quatro anos evoluiu 28,5% anuais. No período foi observada a melhor performance da indústria

Lançado Programa Especial de Segurança

em Barragens de Rejeitos

Lançado Programa Especial de Segurança

em Barragens de Rejeitos

Comissão de Infraestrutura do Senado discute

mineração no IBRam

mais de 270 expositores já adquiriram estandes na

ExPoSIBRam 2009

Comissão de Infraestrutura do Senado discute

mineração no IBRam

mais de 270 expositores já adquiriram estandes na

ExPoSIBRam 2009

Lagoa de Rejeitos, na Mina de Brucutu (MG)

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maio/Junho de 2009ano IV - nº 25Mineração

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EXPEDIENTE Indústria da Mineração - Informativo do Instituto Brasileiro de mineração

DIREToRIa ExECUTIVa: Presidente: Paulo Camillo Vargas Penna / Diretor de assuntos minerários: Marcelo Ribeiro Tunes / Diretor de assuntos ambientais: Rinaldo César MancinCoNSELHo DIREToR: Presidente: Roberto Negrão de Lima / Vice-Presidente: César Weinschenck de Faria

Produção: Profissionais do Texto – [email protected] / Jorn. Resp.: Sérgio Cross (MTB3978)Textos: Carolina Cascão / Tiragem: 10 mil

Sede: SHIS QL 12 Conjunto 0 (zero) Casa 04 – Lago Sul – Brasília/DF – CEP 71630-205Fone: (61) 3364.7272 / Fax: (61) 3364.7200 – E-mail: [email protected] – Portal: www.ibram.org.br

IBRam-amazônia: Av Gov. José Malcher, 815 s/ 313/14 – Ed. Palladium Center – CEP: 66055-260 – Belém/PAFone: (91) 3230.4066/55 – E-mail: [email protected]

IBRam - mG: Rua Alagoas, 1270, 10º andar, sala 1001, Ed. São Miguel, Belo Horizonte/MG – CEP 30.130-160 Fone: (31) 3223.6751 – E-mail: [email protected]

Sugestões? Basta enviar um e-mail para [email protected]

EDITORIAL

arcelormittal lança produtosO Centro de Serviços de Aços Especiais foi o destaque da ArcelorMittal (associada ao IBRAM),

na 12ª edição da FEIMAFE - Feira Internacional de Máquinas-Ferramentas e Sistemas Integrados de Manufatura, que aconteceu em maio, em São Paulo. A empresa apresentou a linha customizada de produtos e soluções em aço, produzidas a partir das especificações dos clientes, como barras trefiladas, polidas, retificadas, lixadas, descascadas e blanques. Os visitantes também puderam es-clarecer dúvidas sobre a inspeção de defeitos em linha, acabamentos, corte, chanfro e polimento. Mais informações nos sites www.arcelormittal.com/br ou www.feimafe.com.br/Home

Deputado do RJ propõe criação de

Frente Parlamentar em Defesa da mineração

O Presidente da Comissão de Minas e Energia da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro - ALERJ, De-putado Glauco Lopes (PSDB), propôs a criação de uma Frente Parlamentar em Defesa da Mineração. A proposta ainda será colocada em votação no plenário da Assembléia Legislativa e, se aprovada pela maioria dos 70 Deputados Estadu-ais, a Frente será estabelecida. De acordo com Glauco Lopes, toda decisão relativa ao minério é tomada em Brasília e esta centralização nem sempre atende às ne-cessidades fluminenses. A Frente atuará, portanto, como porta-voz do Estado do RJ. Mais informações podem ser obtidas no site www.alerj.rj.gov.br.

IBRam recebe Frente Parlamentar

em Defesa da Infraestrutura

Nacional

O IBRAM recebeu em maio, em sua sede, em Brasília (DF), Senadores e Deputados, da Frente Parlamentar em Defesa da Infraestrutura Nacio-nal. Esses parlamentares, indepen-dentemente do partido, se reuniram com os membros do Conselho Dire-tor e a Diretoria-Executiva do IBRAM para aprofundar o conhecimento e debater os temas de interesses da mi-neração, principalmente em relação à infraestrutura. A Frente é presidida pelo Deputado Federal José Otávio Germano (PP/RS) e tem como Vice-Presidente da Área de Mineração o Deputado Federal Luiz Fernando Faria (PP/MG), ambos ex-Presidentes da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.

O Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho) foi comemorado pela indústria da mineração como poucos setores o fizeram. Naquela data começou a operar o Programa Especial de Segurança em Barragens de Rejeitos, lançado um dia antes, em Belo Horizonte (leia textos às páginas 15, 16, 17, 18 e 19).

A iniciativa do IBRAM é mais um gesto significativo da mineração brasileira em seu compromisso com a sustentabilidade de suas ações, uma resposta aos críticos que ainda insistem em enxergar a atividade - tão essencial à vida moderna - como prejudicial à socie-dade. Importante ressaltar que, a partir do conjunto de ações de capacitação, previstas neste Programa, muitos setores produtivos (além da mineração) e também integrantes do poder público aperfeiçoarão as condições necessárias a assegurar maior segurança na gestão de barragens de rejeitos. Ainda sobre o tema sustentabilidade, este Jornal traz entrevista com Franklin Feder, Presidente da Alcoa, que aborda as experiências daquela companhia.

No campo político, o IBRAM segue em seu compromisso de levar às autoridades o pano-rama presente e futuro da mineração, de modo a reivindicar providências ao setor, bem como participar ativamente das discussões, nos mais diferentes fóruns, sobre medidas legais que vêm sendo tomadas. São exemplos as reuniões com a Comissão de InfraEstrutura do Senado e com a Frente Parlamentar em Defesa da Infraestrutura Nacional. O IBRAM, em conjunto com outras entidades empresariais, também merece destaque nos debates que resultaram no decreto sobre Compensação Ambiental, também mecionado nesta publicação.

Além disso, importante ressaltar que passa de 270 o número de expositores confirma-dos para a próxima EXPOSIBRAM, em setembro. Mais uma prova que a mineração tem dado sinais positivos de que está superando os efeitos da crise financeira internacional.

Um passo importantíssimo em direção à sustentabilidade

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As estatísticas da indústria mineral do Pará indicam uma produção de US$ 12,3 bilhões em 2008. Isso representa um avanço de 44,7% se comparado com o ano anterior. Para o IBRAM, responsável pelos indicadores da indústria mineral paraense, trata-se de um recorde na atual década.

Em 2005, a indústria mineral paraense registrou o valor de US$ 5,8 bilhões. Ou seja, nos últimos quatro anos evoluiu 28,5% anuais. No período foi observada a melhor performance da indústria extrativa, que avançou 34,1% anuais. Já a de transformação cresceu 19,1% ao ano.

Sobre o desempenho de 2008, ana-lisando-se por setor, a indústria extrativa teve a maior participação, com quase 66% da produção. A de transformação obteve 34,3%. Na divisão por commodities, o mi-nério de ferro continua liderando o ranking, respondendo por 41,4% da produção,

seguido pela alumina (13,8%), alumínio (12%), bauxita (8%) e cobre (7,8%).

Os indicadores refletem um mercado aquecido que perdurou até setembro de 2008, quando evoluiu a crise financeira mundial, que ainda persiste. Contudo, Paulo Camillo Penna, Presidente do IBRAM, está otimista. Para ele, os resultados da mineração no Pará, em especial, demonstram o vigor e a importância da atividade para o Estado, ainda que em um cenário de forte retração econô-mica. “É muito importante que o Governo do Estado e municípios mineradores perma-neçam mobilizados para o atendimento da retomada da demanda mundial por minérios, o que deve ocorrer em curto prazo”.

O bom desempenho da indústria mine-ral nesta década tem repercutido positiva-mente também na distribuição do Produto Interno Bruto (PIB) do Pará. Considerando os dados de 2005, quando o valor pro-

Indústria mineral do Pará tem produção recordeProdução paraense aumentou 44,7% em 2008

Projeto florestal de carbono ganha força nas negociações climáticasUm projeto que pode desencadear

bilhões de dólares para os países pobres, prevendo ações para salvar florestas, deve ser incluído no novo pacto climáti-co. A afirmação é de Yvo de Boer, Chefe do Secretariado de Mudanças Climáticas da ONU. Segundo ele, questões como a constituição de fundos financeiros ainda precisam ser resolvidas.

Apesar disso, de Boer afirma que o apoio ao esquema que recompen-saria os países em desenvolvimento

duzido pela indústria mineral foi de US$ 5,8 bilhões e o PIB de US$ 22,2 bilhões, a participação do setor foi de 26%.

PIB

Já em 2006, o PIB saltou para US$ 25,4 bilhões, sendo que a indústria mineral con-tribuiu com a fatia de 27,6%. Estimando o PIB do Pará, em 2007, em cerca de US$ 28 bilhões, a participação da indústria mineral obteve novo aumento para 28,6%. Já em 2008, não foi diferente, com um PIB da or-dem de US$ 35 bilhões, a fatia da indústria mineral passou a 35,1%.

Contribuições

Atualmente, dez municípios contribuem com os principais bens produzidos no Pará: Parauapebas, Barcarena, Marabá, Canaã dos Carajás, Oriximiná, Ipixuna do Pará, Paragominas, Itaituba, Breu Branco e Floresta do Araguaia. O município de Parauapebas responde por 46,3% do total produzido, puxado pelo minério de ferro, que, sozinho, responde por 41,7% do valor produzido no Pará. Já Barcarena, onde há a efetiva participação da alumina e alumínio, o percentual é de 27%. O terceiro, Marabá, responde por 8,5% (ferro-gusa e manganês), seguido de Canaã dos Carajás (7,8%), com o minério de cobre.

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por preservar e replantar as florestas está crescendo. É uma notícia muito impor-tante, visto que somente o desmatamento contribui com cerca de 20% das emissões antrópicas (pela ação do homem) de gases do efeito estufa.

Chamado de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), o pro-jeto tem o objetivo de aumentar a cobertura florestal e, assim, promover a absorção das emissões de dióxido de carbono provenientes da queima de combustíveis fósseis.

Delegados de aproximadamente 200 países se encontrarão na capital di-namarquesa no final do ano para tentar chegar a um acordo sobre o sucesso do Protocolo de Quioto, e o REDD tem sido um dos principais enfoques das discus-sões que antecipam o encontro.

As estimativas variam, mas os lucros anuais com o REDD poderiam alcançar entre US$ 5 a US$20 bilhões, de acordo com a ONU.

Com informações da Reuters

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o sr. acredita que o mercado de alumínio terá bons resultados, mesmo diante do atual cenário econômico mundial?

Os resultados da indústria do alumínio estão atrelados aos preços internacionais, que são cotados pela London Metal Exchange (Bolsa de Metais de Londres). Como esses preços subitamente caíram a níveis muito baixos, num período de apenas 60 dias, no final do ano passado, é de se prever que

ENTREVISTAFranklin Feder – Presidente da alcoa américa latina e caribe

Franklin Feder, nascido em Nova York, em março de 1951, é Presidente da Alcoa América Latina e Caribe. Mudou-se para o Brasil com apenas 4 anos de idade. Formou-se, em 1972, em Administração de Empresas, na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. No mesmo ano, concluiu MBA em Lausanne, na Suíça. Feder começou a trabalhar na Alcoa, em 1990, como Diretor de Planejamento e, em seguida, como Diretor Financeiro. Entre 1999 e 2001, transferiu-se para os Estados Unidos e trabalhou na organização de Desenvolvimento Corporativo da Alcoa, em Pittsburgh. Franklin atuou também em outras empresas, como a Booz Allen & Hamilton, Adela Investment Company e Technomic Consultores.

só se recuperarão gradualmente durante os próximos meses. Essa situação, inevita-velmente, se refletirá, de maneira negativa, nos resultados do setor.

No entanto, mesmo após pouco mais de 120 anos de produção comercial, o alu-mínio mostra um potencial enorme de crescimento. Os motivos desse otimismo são inerentes às características do metal, ou seja, sua reciclabilidade, sua leveza, sua capacidade de moldagem. Os ciclos

econômicos mundiais podem interromper por um ou outro ano esta tendência de crescimento, mas ela é irreversível.

Qual o principal ponto positivo que o sr. destaca sobre o acordo entre a alcoa e a China (saída da Shining Prospect – empresa resultado da parceria com a Chinalco)?

A principal vantagem dessa saída foi a ge-ração de caixa para a Alcoa no momento

“os valores da alcoa devem sempre estar presentes nas tomadas de decisões dos

negócios e nas ações de todos os funcionários”

Franklin Feder nasceu em Nova York mas, mudou-se para o Brasil ainda criança

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mais grave da crise financeira mundial, em que a conservação e geração de recursos financeiros eram absoluta prioridade.

A Alcoa tem um relacionamento histórico com a indústria do alumínio da China. Como exemplo, participamos ativamente do IPO da Chalco, anos atrás. O caso da Shining Prospect - a sua formação e a saída da Alcoa dessa entidade em condições mui-to favoráveis - é apenas mais um exemplo desse relacionamento exemplar.

a alcoa é exemplo em sustentabilidade. o que a companhia tem priorizado para se destacar?

A sustentabilidade é nossa prioridade, parte integrante da estratégia da Alcoa há muitos anos e está em tudo o que a companhia faz, porque reflete a visão, os valores, os princípios e o sistema de gestão por ela ado-tados. A Alcoa não age pensando somente no presente, mas no legado que pretende deixar para as gerações futuras.

A companhia se preocupa com os interesses das sociedades onde atua, cria e participa de conselhos comunitários, pois é a sociedade quem, de fato, legitima o trabalho da empre-sa, em todas as suas unidades. Cada vez mais a Alcoa faz parcerias e adota medidas que têm como base o tripé da sustentabilidade: o desenvolvimento social e econômico das comunidades onde atua, cuidados com o meio ambiente e o sucesso financeiro.

Os valores da companhia são refletidos em ações, e ela tem sido inúmeras vezes reco-nhecida e premiada, no Brasil e no mundo, por instituições, órgãos governamentais, publicações, entre outros, certificando seu compromisso pela sustentabilidade. A Alcoa foi eleita, agora, pela quinta vez consecuti-va, uma das empresas mais sustentáveis do mundo no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça e é uma das fundadoras da Parceria Americana pela Ação Climática (United States Climate Action Partnership - USCAP), uma associação composta por im-portantes companhias e ONGs ambientais norte-americanas, que lutam pela redução significativa das emissões de gases causa-dores do efeito estufa.

o município de Juruti (no Pará), onde a empresa instala uma unidade de mineração, tem recebido muitos investimentos, que estão contribuindo para o desenvolvimento local. Como a alcoa tem atuado na região?

A Alcoa atua em Juruti em constante parce-ria com a comunidade, organizações sociais e o poder público locais. Desde o início das atividades do empreendimento, ao final de

da Alcoa, que se soma a todas as ações em andamento, decorrentes de requisitos legais para a implantação da Mina de Juruti (Planos de Controle Ambiental, Matriz de Compensação Coletiva do Assentamento Socó I) e as iniciativas voluntárias da Alcoa (Agenda Positiva), que são viabilizadas por investimentos sócio-ambientais de vários milhões de reais e por profunda dedicação dos Alcoanos à cidadania de Juruti.

O projeto vem sendo trabalhado com êxito. E, além do Sistema de Indicadores de Sus-tentabilidade e do Fundo Juruti Sustentável (FUNJUS), que já teve sua primeira proposta de funcionamento apresentada, o projeto conta também com o Conselho Juruti Sus-tentável (CONJUS), um espaço público de diálogo entre as diversas partes interessadas no desenvolvimento local.

Nossa expectativa é de que esse modelo, uma vez integralmente testado e implemen-tado, se configure como um bem público, ao alcance e a serviço de toda a sociedade.

a alcoa foi novamente classificada em primeiro lugar como a empresa mais ética do mundo no setor de mineração e metalurgia pelo Covalence Ethical Ranking, Instituto com sede em Genebra, que avalia a reputação de companhias multinacionais. o que é feito nesse sentido?

Essa classificação reconhece que a Alcoa é percebida mundialmente como uma em-presa que preza a integridade, a excelência, a ética, a qualidade e a transparência em todas as suas atividades. Para a empresa, é preciso fazer as coisas de forma correta. Os valores devem sempre estar presentes nas tomadas de decisões dos negócios e ações de todos os funcionários, estendendo-se aos fornecedores, clientes, parceiros e co-munidades onde atua.

Nos últimos três anos a Alcoa se uniu a um grupo de empresas que trabalham com a metodologia do GLN-Global Leadership Ne-twork para identificar, junto a funcionários, clientes, fornecedores, representantes do Governo e ONGs, as questões de sustentabi-

"dialogar oFerece uma oportunidade valiosa

de construção de relações de conFiança"

2005, a empresa sempre procurou ouvir a sociedade e dialogar com seus represen-tantes para elaborar e implementar uma agenda de desenvolvimento sustentável no município paraense e na região. Antes do início da implantação do projeto foram realizadas várias reuniões preliminares e audiências públicas com lideranças comu-nitárias, instituições públicas e privadas e outras partes interessadas, em Juruti, San-tarém e Belém, das quais participaram até seis mil pessoas.

Após uma série de pesquisas e discussões com uma equipe multidisciplinar, incluin-do pesquisa de campo e levantamento da realidade local e regional, foi elaborado o Projeto Juruti Sustentável, pelo GVCes - Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas, pelo FUNBIO - Fundo Brasileiro para a Biodiversidade e pela Alcoa. Esse projeto visa a atender aos três aspectos do tripé de sustentabilidade, vislumbrando o desenvolvimento regional: respeito ao meio ambiente, responsabili-dade social e sucesso econômico. Identifi-cada como uma das aspirações da própria comunidade de Juruti, a implementação desse modelo é uma iniciativa voluntária

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lidade mais relevantes que, portanto, preci-sam ser englobadas pelas estratégias e ações da companhia. A partir dessa abrangente pesquisa, foi definida a matriz de susten-tabilidade da Alcoa no Brasil. Nessa matriz estão definidos seis temas centrais: acesso a energia e seu uso eficiente, desenvolvimento local e regional, gestão e desenvolvimento de pessoas, estratégia das relações do trabalho, gestão de resíduos e emissões, conservação e biodiversidade - todos interligados por dois temas verticais: diálogo com partes interes-sadas e transparência e responsabilidade.

Ao atuarmos com transparência e respon-sabilidade, entendemos que é essencial construir uma relação de longo prazo com nossos públicos estratégicos. Dialogar oferece uma oportunidade valiosa de construção de relações de confiança. E atuando de ma-neira ética, reforçamos nossa liderança na condução de negócios, aumentando nosso compromisso com a integridade e com a responsabilidade socioempresarial.

E quanto às questões ambientais? o que a alcoa tem feito para contribuir com o desenvolvimento socioambiental?

Temos inúmeros exemplos. Em Poços de Caldas-MG, São Luís-MA e Tubarão-SC, onde a Alcoa tem fábricas, e possui parques am-bientais, visando a preservação da natureza. Esses parques promovem atividades como palestras, oficinas de educação ambiental para crianças, desenvolvimento de projetos com universidades e passeios em trilhas, além da preservação de espécies nativas.

Em Juruti-PA, a Alcoa valoriza e incentiva outros projetos ambientais importantes. Um deles é o Programa de Apoio à Conservação

da Biodiversidade da Amazônia, lançado em 2007. Conduzido pela organização ambien-talista Conservação Internacional (CI-Brasil), pela Alcoa Foundation e pela Alcoa no Brasil, o programa terá a duração de cinco anos e receberá R$ 2 milhões das instituições par-ceiras. O objetivo principal é colaborar com a implementação das unidades de conservação nesta região, estratégia indicada como sendo a mais eficiente para proteger a biodiversi-dade e conter o desmatamento em áreas de grande dinâmica social e econômica, segundo muitos estudos de referência.

O programa está aberto a contribuições de outras instituições. Pretende-se, até 2012, criar um fundo no valor estimado de R$ 60 milhões para proteger e viabilizar o funcio-namento das unidades de conservação na região, onde está o Parque Nacional da Ama-zônia, que também recebeu investimentos por meio desse Programa. A iniciativa é reco-nhecida pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará - SEMA.

Em Poços de Caldas-MG, onde a Alcoa possui uma fábrica, foi iniciado, em junho de 2006, um programa para modernizar seu processo de produção de alumínio e contribuir para a sustentabilidade. Essa tecnologia irá reduzir ainda mais a emissão dos gases causadores do efeito estufa na produção de alumínio - em particular dos gases chamados perfluorcarbonos - PFC. Denominado New Soderberg, o projeto prevê investimentos de US$ 150 milhões para a modernização dos 288 fornos eletro-líticos e melhoria operacional dos sistemas em um prazo de dez anos.

“a alcoa Foi eleita, pela quinta vez consecutiva, uma das empresas mais sustentáveis do mundo, no

Fórum econômico mundial de davos, na suíça”

Em 16 meses de operação-piloto, os es-pecialistas monitoraram constantemente o desempenho operacional de seis cubas, que registraram ótimos indicadores. A redução de emissões de gases PFC acontece por meio da diminuição da ocorrência dos cha-mados “efeitos anódicos” - fenômenos que ocorrem durante o processo de produção do alumínio metálico. Nas cubas-piloto, a incidência foi reduzida em mais de 50%. A emissão dos gases PFC foi minimizada na mesma proporção.

O projeto da Alcoa em Poços de Caldas faz parte do Programa de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa. É uma iniciativa glo-bal da empresa, que busca ganhos potenciais em cada trabalho ou processo produtivo, não apenas na redução de emissões, mas também em impactos institucionais e financeiros. Esta atuação traz também outros benefícios, como evitar o desperdício de matéria-prima e dimi-nuir a quantidade de resíduos descartados.

A companhia estabeleceu a meta global de, até 2010, reduzir as emissões de gases causa-dores do efeito estufa a nível 25% inferior ao registrado em 1990. Esse objetivo foi atingido em 2003, sete anos antes do previsto no cro-nograma e essa redução foi mantida apesar do crescimento contínuo da produção. No Brasil, a Alcoa aderiu ao Pacto de Ação em Defesa do Clima, um acordo que visa limitar e fazer cessar o aquecimento global causado pelos gases de efeito estufa.

A conservação dos recursos naturais e biodi-versidade e a gestão ambiental de resíduos, efluentes e emissões são dois temas estra-tégicos para a Companhia e em constante evolução, demonstrando o compromisso da Alcoa com as atuais e futuras gerações.

ENTREVISTA – CONTINuAçãO

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segurança e saÚde

PROGRAMA ESPECIAL DE SEGuRANçA E SAÚDE OCuPACIONAL NA MINERAçãO

ATuALIDADES

GTT01 (Grupo Técnico de Trabalho) - Legislação: o grupo vem acompanhando sistematicamente os projeto de lei relacionados à Segurança e Saúde Ocupacional - SSO que tramitam no Congresso Nacional. Dessa forma, mantém-se atualizadas as empresas mantenedoras do programa com informações importantes sobre SSO. Por iniciativa do GTT01, estará disponível na Área Restrita/MinerAÇÃO, no site do IBRAM (www.ibram.org.br), a partir do mês de junho, toda a legislação sobre SSO (estadual e federal) para livre consulta. Os benefici-ários serão os participantes do Programa MinerAÇÃO.

GTT02 - PGR e Cultura em SSo: o grupo avançou muito nos trabalhos e está em fase de encerramento do protocolo sobre gestão de riscos.

GTT03 - Emergências e análise de acidentes: o grupo está desenvolvendo o protocolo para Brigada de Emergências. A contratação dos trabalhos relativos ao desenvolvimento de “Análises e Investigação de Acidentes” está em andamento.

No mês de abril o grupo fez uma visita à mina Cuiabá, em Nova Lima (MG), no intuito de conhecer as peculiaridades de minas subterrâneas - extração de ouro.

GTT04 - Processos Críticos: o grupo finalizou os trabalhos “Serviços em eletricidade” e “Trabalho em altura”. O próximo tema a ser desenvolvido é um assunto considerado crítico dentro da mineração: “Veículos - leves, médios e pesados”.

GTT05 - Higiene e Saúde ocupacional: o grupo encontra-se em fase de elaboração do Programa de Higiene e Saúde Ocupacional. A previsão é que, até agosto de 2009, o trabalho esteja concluído.

GTT06 - Gestão de Contratadas: o grupo está con-cluindo o trabalho que vem sendo desenvolvido desde 2008. Dentre as finalizações, estão as descrições técnicas relaciona-das com o checklist elaborado, como a forma de gerenciar os terceirizados (qualquer serviço que normalmente se terceiriza na mineração, inclusive maquinário) pelas empresas. No documento estão incluídos conceitos técnicos para melhor orientar os participantes.

BOAS PRÁTICAS

CóDIGo DE PRáTICaS

Os coordenadores do MinerAÇÃO criaram o Código de Práticas-IBRam como forma de alinhar os produtos que vêm sendo criados para o programa. As regras dos trabalhos estão agora afinadas com as premissas da ABNT e ISO.

CooRDENaDoRa Do mINERaÇÃo DIVULGa PRoGRamaA AMES - Associação Mineira de Engenharia de Segurança promoveu no final de maio, no Expominas, em Belo Horizonte (MG), o XVI CONSIN - Congresso Nacional sobre Segurança Integral. Simultaneamente, aconteceu o 10º COBES - Congresso Brasileiro de Engenharia de Segurança.

Na ocasião, a Coordenadora do Programa MinerAÇÃO, Cláu-dia Pellegrinelli, foi debatedora na mesa-redonda “Desafios da Gestão de Riscos e da Segurança do Trabalho na Mineração e na Siderurgia”, da qual participaram como palestrantes os engenheiros Fernando Antônio Cláudio, da Vale e Hermano Gomes Machado, da AngloGold Ashanti (empresas associadas ao IBRAM).

A especialista apresentou o MinerAÇÃO a toda a platéia e re-gistrou vários interessados em conhecer melhor o programa. O Coordenador do GTT06, Glaucio Mendonça, da Alcoa, também ministrou palestra sobre Gestão de Contratadas.

CâmaRa aPRoVa PL Em PREVENÇÃo Da LERA Câmara dos Deputados aprovou, em 20 de maio, o Projeto de Lei 4.347/98, de autoria do Deputado Walter Pinheiro (PT-BA), cujo foco é estabelecer diretrizes para uma política de preven-ção e defesa dos trabalhadores, em relação aos trabalhos com movimentos repetitivos. O projeto pretende estabelecer normas de prevenção da saúde dos trabalhadores contra as Lesões por Esforços Repetitivos (LER). Segundo sua justificativa, “o problema tem retirado do mercado jovens trabalhadores, no auge da ca-pacidade laborativa, fazendo aumentar os custos da previdência social, a médio e longo prazo, das próprias empresas”.

PaíS GaSTa R$ 981 mILHõES Com LER Em BaNCáRIoSO Ministério da Previdência Social gastou R$ 981,4 milhões entre 2000 e 2005 para pagar o auxílio-doença a 25,08 mil bancários afastados do trabalho por doenças causadas por movimentos repetitivos. Cada um desses trabalhadores ficou um ano e meio afastado, em média. Essas estatísticas colocam os bancos em primeiro lugar no ranking dos Dort (Distúrbios Osteomuscula-res Relacionados ao Trabalho), que inclui doenças da coluna, tendinite, bursite e LER. Esses distúrbios já são a segunda maior causa de doenças entre os trabalhadores do País.

Os números explicam também por que o governo aumentou, há alguns anos, de 1% para 3%, o percentual que os bancos reco-lhem mensalmente sobre a folha de pagamento para financiar o seguro de acidentes do trabalho, benefício pago pela Previdên-cia Social aos trabalhadores afastados por motivo de doenças ligadas ao trabalho. De acordo com os dados da Previdência, para cada grupo de 10 mil trabalhadores, 520 bancários foram afastados por Dort entre 2000 e 2004.

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mais de 270 expositores já adquiriram estandes na ExPoSIBRam 2009

Até agora, a Exposição Internacional de Mineração – EXPOSIBRAM 2009 já tem participação assegurada de 274 expositores – que já adquiriram 317 de um total de 449 estandes disponíveis. O evento acontecerá entre os dias 21 e 24 de setembro, em Belo Horizonte (MG), simultaneamente ao 13º Congresso Brasileiro de Mineração (CBM), que tem como tema “Mineração e o Novo Cenário Socioeconômico”.

A área total abrange 13.864 m2. Expositores de outros países também já confirmaram presença e participação nos pavilhões internacionais: África do Sul, Alemanha, Austrália, Canadá, Chile, Estados Unidos e Itália.

Os interessados em participar das discussões acerca das estratégias do setor de mineração diante do novo contexto socioeconômico mundial podem se inscrever pelo site www.exposibram.org.br.

Veja lista dos conferencistas confirmados

anthony andrews• , Presidente do Prospectors and Developers Association of Canada – PDAC (Canadá)anthony Hodge• , Presidente do Conselho Mundial de Mineração e Metais – ICMM (Reino Unido)Bob Carter• , Gerente de Assuntos Corporativos da VALE-INCO (Canadá)Braulio Pikman• , ERM do Brasil Ltda. – Environmental Resources Management Carlos augusto Vilhena Filho• , Pinheiro Neto AdvogadosCecília Balby• , Geógrafa USP, consultora ambiental e socialChristine Copley• , Diretora de Programa de Desenvolvimento Sustentável do Conselho Mundial de Mineração e Metais – ICMM (Reino Unido)Cláudia Pellegrinelli• , Coordenadora do Programa Especial SST do Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAMContra-almirante Francisco Carlos ortiz de Hollanda Chaves• , Secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar – SECIRM Cristina Campos Esteves• , Procuradora Jurídica do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPMDeming Whitman• , Presidente da AMIRA Internacional (Austrália)Evaristo Eduardo de miranda• , Diretor da EMBRAPA Monitoramento por Satélite Gilberto mascarenhas meira• , Gerente-Geral de Logística da Votorantim MetaisJames otto• , Especialista em Direito Minerário e Recursos Naturais (Estados Unidos)Jan Klawitter• , Chefe Divisão de Mineração e Metais, Fórum Econômico Mundial (Suíça)Jeff Parschley• , Geólogo Chefe da SRK Consulting (EUA)João augusto Hilário de Souza• , Gerente de Engenharia de Minas da Coffey Mining João Carlos Ferraz• , Diretor de Planejamento do BNDES Joaquim Pimenta D’ávila• , Pimenta D’Ávila Consultoria Ltda, membro da The International Commission on Large Dams (ICOLD)

John mcEndoo• , Diretor de Saúde e Segurança do Trabalho da AngloGold Ashanti (África do Sul)Jorge Soto• , Diretor de Saúde e Segurança do Trabalho da BRASKEMJorge muñiz Ziches• , Muñiz, Ramirez, Pérez-Taiman & Luna-Victoria Abogados (Peru)José otavio Carneiro de Carvalho• , Vice-Presidente Executivo do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento – SNICJosé de Freitas mascarenhas• , Presidente do Conselho de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria – CNI Juarez Rabelo• , Diretor de Mineração da Usiminas Karlis Jansons• , Diretor de Geotécnica da SNC-Lavalin, membro da Comissão de Barragens do Canadá (Canadá)marcel Pineau• , Vice-Presidente de Recuperação Ambiental e Geotecnia da SNC-Lavalin (Canadá)marco antonio Fujihara• , Diretor do Instituto Totummaria de Lourdes Fortes álvares da Silva• , Diretora Técnica da ECM S.A. Projetos Industriaismaria Sulema Pioli• , Especialista em Desenvolvimento Sustentável da Environmental Resources Management – ERM mário Cicareli Pinheiro• , Diretor da Potamos Engenharia e Hidrologia Ltda.miguel antonio Cedraz Nery• , Diretor-Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPMoscar José Tessari• , Sócio Diretor da GEOST Consultoria Ltda.Patrícia Helena Gambogi Boson• , Especialista em Recursos Hídricos da Federação das Indústrias de Minas Gerais – FIEMGPaul Gray• , Analista de Commodities do Goldman Sachs (Reino Unido)Paul michael Hollesen• , Vice-Presidente de Meio Ambiente e Relações com Comunidades, AngloGold Ashanti (África do Sul)Paulo Fernando Bahia Guimarães• , Chairman para América do Sul – GRD MinprocPaulo Castellari-Porchia• , Diretor do Centro de Excelência da Anglo American (Reino Unido)Paulo César abrão• , Diretor da Geoconsultoria

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Paulo Ricardo Behrens da Franca• , Gerência Geral de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos Sul, VALEPaulo Safady Simão• , Presidente da Câmara Brasileira da Indústria de Construção – CBICRafael Vergara• , Sócio Carey y Cia. Ltda. Abogados (Chile)Richard Court• , Chairman da GRD Minproc, Ex-Primeiro Ministro da Austrália Ocidental (Austrália)Roberto Villas-Bôas• , Pesquisador do Centro de Tecnologia Mineral – CETEMRodolpho Tourinho• , ex-Senador e ex-Ministro das Minas e Energia do BrasilSérgio Barroso• , Secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas GeraisSérgio medici de Eston• , Escola Politécnica, Dpto. de Engenharia de Minas e de Petróleo da Universidade de São Paulo – USP Silvia Calou• , Diretora-Executiva da Associação Brasileira das Concessionárias de Energia – ABCEVanessa Empinotti• , Analista de Meio Ambiente da Confederação Nacional da Indústria – CNIVicente de Paulo Galliez Filho• , Diretor Jurídico da Anglo American Brasil Ltda.Vicente Humberto Lôbo Cruz• , Diretor de Mineração da Bunge FertilizantesWilson Nélio Brumer• , Presidente do Conselho da Usiminas

Além das conferências e debates, os participantes aproveitam para conhecer as últimas novidades do setor mineral na EXPOSIBRAM

mais informações pelo telefone: (31) 3444.4794site oFicial eXposiBram: www.exposibram.org.br

TaBELa DE ESPaÇoS (preço por m²)

Somente área

Montagem básica

"Chave na mão"

Área externa

descoberta

categoria Início TérminoMínimo

de 18 m2

Obrigatório até 16 m2

Opcionalaté 16 m2

Mínimo de 100 m2

Associados e Patrocinadores

16/04/09 10/09/09 585,00 670,00 715,00 255,00

Ex-expositores 16/04/09 10/09/09 630,00 715,00 760,00 275,00

Demais 16/04/09 10/09/09 630,00 715,00 760,00 275,00

descrição dos tipos de áreasSomente área:• disponível para estandes acima de 18m². Área demarcada no piso do pavilhão, sem qualquer elemento de montagem. A infraestrutura de energia e hidráulica será cobrada separadamente e deverá ser solicitada por meio de formulário disponível no Manual do Expositor.

área com montagem básica:• obrigatória para estandes de até 16m². Inclui forneci-mento de carpete, divisórias brancas, iluminação com spot light a cada 3m2 de área montada, tomada de 500w por estande e nome da empresa expositora em placa padronizada na testeira.

área com “Chave na mão”:• opcional para estandes de até 16m². Estão incluídos itens da “área com montagem básica”, e ainda, mobiliário de acordo com a dimensão do estande.

área externa descoberta:• disponível para aquisição acima de 100m². Será demarcada no piso, sem elemento de montagem.

Formas de participação dos eventos

PaTRoCINaDoRES (cotas diamante, ouro, prata e bronze)

Diamante 2 cotas de R$ 200.000,00 cada

Ouro 4 cotas de R$ 120.000,00 cada

Prata 6 cotas de R$ 50.000,00 cada

Bronze 8 cotas de R$ 30.000,00 cada

taXas de inscrições Até 10/07/09* Até 11/09/09* No local

Associados R$ 550,00 R$ 770,00 R$ 990,00

Não associados R$ 770,00 R$ 1.100,00 R$ 1.430,00

Membros de Universidades(1) R$ 330,00 R$ 385,00 R$ 440,00

Profissionais Seniores(2) R$ 330,00 R$ 385,00 R$ 440,00

Estudantes(3) R$ 165,00 R$ 220,00 R$ 275,00

Inscrição para 1 dia R$ 255,00 R$ 365,00 R$ 470,00

* Valores para pagamento através de boleto bancário emitido no ato da inscrição através do site: www.exposibram.org.br.

(1) Universidade: destina-se a professores, mestrandos e doutorandos (mestrandos e doutorandos deverão anexar comprovante junto à ficha de inscrição).

(2) Profissional Sênior (acima de 60 anos de idade): enviar cópia da carteira de identidade junto com a ficha de inscrição.

(3) Estudante de nível técnico ou universitário das áreas de Engenharia de Minas e Metalurgia, Geologia, Direito e Meio Ambiente: deverá anexar comprovante escolar junto à ficha de inscrição.

obs.: a taxa de inscrição inclui almoço no local do Congresso (dias 22, 23 e 24/9) e pasta contendo o CD-ROM com as palestras recebidas.

ExPoSIBRam 2009

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Debate no 12º CBM (esq./dir.): Murilo Ferreira, da Vale, William Waack, moderador, Jones Belther, da Votorantim Metais e Antenor da Silva, da Yamana Gold

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O mineral caulim – argila branca da Amazônia – está muito presente no cotidia-no. É geralmente usado na fabricação de papéis e pílulas de remédios. A novidade é a utilização deste mineral em cosméticos também. Uma linha de produtos de beleza à base de caulim foi lançada recentemente no mercado, resultado de uma parceria firmada entre a Chamma Amazônia e a Imerys Rio Capim Caulim (associada ao IBRAM). Esses cosméticos, dermatologicamente testados, são compostos também dos frutos buriti e açaí, reforçando o uso industrial dos produtos típicos da região Norte. A linha de cosméticos contém sabonete, creme para máscara facial e esfoliante corporal.

“Nos cosméticos, o caulim traz exce-lentes benefícios e sensações para a pele. A argila branca é muito benéfica. Quando estávamos em fase de testes, o resultado foi bastante positivo. O retorno do público tem sido melhor do que o esperado. Em fevereiro a linha foi lançada no mercado e já é suces-

so de vendas. Enquanto isso, continuamos as pesquisas para utilizar o caulim também em outros produtos de beleza”, explica a empresária Fátima Chamma, ressaltando que o mineral usado na fabricação dos produtos é fornecido pela Imerys RCC de acordo com a demanda de produção.

Ela explica que o sabonete tem a função de renovação celular e ativa a hidratação; a máscara facial clareia, nutre e remove o excesso de oleosidade da pele, também renovando as células mortas; já o esfoliante corporal proporciona uma leve esfoliação, clareando e amaciando a pele, além de ter função nutritiva e de antienvelhecimento.

Para Milton Costantin, Diretor-Presi-dente da Imerys, a parceria agrega valor aos recursos naturais da região e à minera-ção com responsabilidade. “A Chamma é uma empresa paraense que, assim como a Imerys RCC, valoriza o meio ambiente e a mão de obra local. Firmar essa parceria

representa também reforçar o compromisso com a sustentabilidade, além de mostrar ao público que o caulim está muito mais presente na natureza e no cotidiano do que podemos imaginar”, afirma.

O Caulim

Matéria-prima do beneficiamento da Imerys, o caulim é um mineral argiloso branco, não inflamável, não tóxico e que não apresenta reatividade química. Na empresa, 99% do caulim produzidos são destinados à indústria de papel para a fabricação de papéis especiais e comuns, tornando-os mais branco e opaco, o que facilita a impressão. Um dos diferenciais do caulim extraído na mina da Imerys RCC, em Ipixuna do Pará, é a brancura, pois tem alto teor de pureza. As características naturais nobres do caulim da IRCC resultam em alta qualidade para a indústria de papéis, firmando seus produtos como referência no mercado mundial.

Com várias aplicações na indústria, como já citadas, o caulim é componente de medicamentos, cerâmicas, materiais de higiene, porcelanas e filtros catalisadores para controle de poluição.

Marcas investem na maquiagem mineral

A abertura de novo e importante merca-do para o caulim na indústria de cosméticos, a maquiagem mineral, chega ao Brasil depois de chamar a atenção em outros países.. E deverá aguçar, em especial, o interesse do público feminino. O principal alvo do pro-duto - teoricamente - são as mulheres com peles sensíveis, que costumam sofrer com os ativos químicos presentes na maquia-gem tradicional. Feita a partir de pigmentos minerais e sem (ou com pouca) adição de componentes químicos, a maquiagem

mineração contribui também para a Indústria cosmética

A atividade mineral cada vez mais próxima da população

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Visitante do estande da Imerys na EXPOSIBRAM Amazônia (Exposição Internacional de Mineração), realizada em 2008 em Belém (PA), experimenta os produtos da Chamma Amazônia

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mineral é a aposta de empresas como a americana Revlon, a alemã Artdeco e a brasileira Contém 1g. A principal vantagem desse novo produto, segundo os fabricantes, é ser livre de talco, fragrância e outros com-ponentes artificiais, comuns na maquiagem tradicional e que podem prejudicar a pele. Com consistência de pó, a versão mineral permite uma cobertura suave e aveludada. Uma das desvantagens é o preço: em geral, entre 10% e 20% superior ao da maquiagem tradicional, o que cria dificuldades para a substituição dos produtos que já estão no mercado pela versão mineral.

“Por vir da natureza, ela é inerte e tem baixo potencial de irritabilidade da pele”, diz Angel Lizárraga, Diretor-Executivo da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC) sobre a maquiagem mineral. “Outro benefí-cio é para o ambiente: desde que certificadas pelos órgãos competentes, a extração e a produção desses cosméticos apresentam menor impacto ambiental”, acrescenta. Segundo Lizárraga, as linhas minerais são a resposta do segmento de maquiagem à crescente valorização dos produtos feitos com base nos recusos naturais. A novidade, de acordo com o executivo, foi um dos principais temas da última In Cosmetics, em Munique (Alemanha), uma das feiras mais importantes do setor.

A marca Contém 1g investiu R$ 2 milhões para lançar sua primeira linha de cosméticos minerais no início de 2009. “Conheci a novi-dade há dois anos, nos Estados Unidos, por meio da marca americana Bare Escentuals”, diz Rogério Rubini, Presidente da Contém

1g. A empresa lançou uma variedade de 14 produtos, entre bases, corretivos e pós faciais, cujas fórmulas contêm dióxido de titânio, óxidos de ferro e de zinco, oxicloreto de bismuto e mica, entre outros. A matéria-prima vem dos Estados Unidos e o preço final da base, por exemplo, é R$ 70. Para o segundo semestre, a Contém 1g prepara o lançamento dos refis da linha - que deverá ser ampliada em breve.

Depois de um ano e meio de experiência no mercado americano, a Revlon lançou no Brasil, em abril, a coleção ColorStay Mi-neral, com quatro produtos, que, além de componentes minerais, também possuem a propriedade de longa duração - o pó da linha, por exemplo, dura cerca de 16 horas no rosto. “Eles são indicados até para as peles mais sensíveis, por não obstruir os poros”, afirma Raissa Tange, Gerente de Produto da Revlon dentro da Frajo Internacional, distribuidora dos produtos da Revlon e da Artdeco no Brasil. Outro benefício, de acor-do com Raissa, é auxiliar a cicatrização da pele, graças aos ingredientes quartzo rosa, madrepérola e topázio.

A marca alemã Artdeco foi uma das pioneiras. Há cerca de um ano lançou uma base mineral em pó nos mercados europeu e brasileiro simultaneamente. “A empresa aposta muito na linha Pure Minerals e tem um laboratório específico para o desenvol-vimento destes artigos”, diz Cláudia Duarte, Gerente de Marketing da Frajo e responsável pela marca Artdeco no Brasil. Segundo a

empresa, a Pure Minerals é capaz de prover ao organismo os minerais essenciais à saúde, como zinco, magnésio, potássio e sódio. “Eles podem ser absorvidos pela pele”, acres-centa. A gama da Artdeco já tem base, pó, sombra e blush. Até o fim do ano, chegam batons e lápis de olho e boca.

Reticente quanto às vantagens alarde-adas pelos fabricantes da maquiagem mi-neral, a Natura prefere manter a tendência pró-vegetal, que vem seguindo há algum tempo. “Nas maquiagens ditas minerais, o que acontece é a substituição de minerais quimicamente tratados por outros brutos”, diz Mônica Gregori, Diretora de Unidade de Negócios de Maquiagem da Natura. “Nossa intenção é usar cada vez mais com-ponentes vegetais”, afirma. Tanto é assim que 68% das formulações das maquiagens da empresa são de origem vegetal.

Com informações do Valor Econômico

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Estande da Imerys Rio Capim Caulim na EXPOSIBRAM Amazônia atraiu visitantes com tratamentos de estéticaO caulim é usado na produção de papéis e pílulas de remédios

Sabonete, máscara facial e esfoliante corporal produzidos a partir do caulim

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O grupo de trabalho Topo de Morro do Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama (órgão do Ministério do Meio Ambiente – MMA) analisou, no final de maio, a proposta que define conceitos para aplicação da Resolução Conama nº 303/02, que trata sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanen-te (APP) de ‘topo de morro’ e de ‘linha de cumeada’. Enquanto o Ministério Público (MP) de São Paulo defendia a manutenção desta resolução, o Ibama e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-cimento (Mapa) sugeriam uma norma conceitualmente mais clara.

A minuta, apresentada pelo Ibama, propõe o esclarecimento de conceitos acerca de interpretação sobre manutenção da biodiver-sidade em topo de morro. Para o representante do Ibama, existem dificuldades de aplicação da resolução atual.

De acordo com a proposta conjunta do Mapa e Ibama sobre o inciso IV (sobre definição de morro) do art. 2 ficou estabelecido que a amplitude de relevo (altura) deve ter entre 50 e 300 metros e encosta com declividade superior a 30% na linha de maior declividade.

Os itens V, VI e VII da minuta não foram analisados, diante das fortes divergências e discussões. O MP foi enfático ao defender que o texto original permite a melhor interpretação à criação das APPs em topos de morro e fez duras críticas às propostas do Ministério da Agricultura, entre elas, a de que o objetivo da Pasta é o de reduzir as áreas de preservação.

O Mapa defendeu a supressão do conceito de “linha de cumea-da”, porque ele não existe no Código Florestal e já estaria contempla-do na definição de outros conceitos. Diante dos impasses, a análise detalhada do texto será feita na próxima reunião do GT – ainda sem data definida – após os três órgãos enviarem análises da aplicação dos cálculos e metodologias envolvidas nas propostas de cada um. No total, o GT vai examinar nove aplicações (três métodos aplicados a três áreas, uma sugerida por cada órgão).

Gestão de recursos hídricos

aNa CoNCEDE oUToRGa PaRa CoNSTRUÇÃo Da HIDRELéTRICa DE JIRaU

• A Agência Nacional de Águas (ANA) concedeu outorga para a construção da hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira. O Consórcio Energia Sustentável Brasil (Enersus), liderado pela empresa franco-belga Suez, vencedor da licitação, tem prazo de 120 dias para apresentar o projeto básico da eclusa, que deverá ser construída oportunamente, e o programa de monitoramento da hidrelétrica (níveis e qualidade da água e sedimentos).

PLaNo DE RECURSoS HíDRICoS Do ToCaNTINS-aRaGUaIa

• Durante audiência pública na Comissão de Desenvolvi-mento Regional e Turismo (CDR) do Senado Federal, o Diretor-presidente da ANA, José Machado, defendeu a implementação do Plano Estratégico de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica dos rios Tocantins e Araguaia.

• O documento foi elaborado pela ANA ao longo de dois anos, envolvendo ampla participação de diversos atores das seis unidades federativas banhadas pela bacia: Pará, Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Maranhão e Distrito Fe-deral. Ele prevê investimentos de R$ 3,8 bilhões até 2025 e se apoia em algumas diretrizes, como por exemplo, a necessidade de instituir um programa de saneamento básico para a região.

PRoGRama ESPECIaL DE RECURSoS HíDRICoS FoRTaLECE a GESTÃo DaS áGUaS

• Aconteceu em maio, a reunião do Programa Especial de Recursos Hídricos – PERH, na sede do IBRAM, em Brasília, para debater um novo delineamento para o Programa, enfatizando o caráter inovador e participativo que per-meia a gestão das águas no País.

• Um dos trabalhos será consolidar a rede de gestão de recursos hídricos do segmento da mineração, a partir da identificação e fortalecimento da participação dos associados ao IBRAM nos fóruns do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SINGREH.

• Importante frisar que o IBRAM vem estreitando sua re-lação com a Confederação Nacional da Indústria – CNI no que tange a gestão das águas e a consolidação do papel da indústria na formulação da Política Nacional de Recursos Hídricos.

Grupo de Trabalho Topo de morro analisa

novos conceitos

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Desde o ano 2000, quando a compen-sação ambiental foi instituída pelo artigo 36 da Lei nº 9.985 (18/07/2000), a chama-da “Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC”, o IBRAM, na defesa dos legítimos interesses do setor mineral, iniciou uma série de ações para contestar muitas questões prejudiciais à indústria da mineração.

Uma delas era a indefinição de um limite máximo para essa compensação, já que o percentual mínimo estava fixado em 0,5% “dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento”. Agora, por meio do novo Decreto (nº 6.848, de

IBRam e o setor produtivo comemoram novos dispositivos do Decreto de Compensação ambiental

O Brasil importa 80% dos fertilizantes que utiliza na produção agrícola, o corresponden-te a US$ 3,4 bilhões anuais em divisas (exceto a importação de insumos). Segundo dados do IBRAM, a importação dos insumos de fertili-zantes (cloreto de potássio, enxofre e fosfatos de cálcio) somam US$ 5,1 bilhões. No total, a importação de fertilizantes e de insumos de fertilizantes representaram, em 2008, US$ 8,5 bilhões. O custo da importação do potássio e da rocha fosfática (minerais básicos do produto) se multiplicou 10 vezes em 5 anos. Essa situação aliada à política de expansão dos biocombustíveis líquidos a base de soja e de cana-de-açúcar exigirá a importação de mais fertilizantes, o que representa um quarto do custo agrícola. Atualmente, o Brasil é o 4º maior importador do mundo.

Cetem coordena pesquisa de minerais alternativos para uso na indústria de biocombustíveis líquidos

Para enfrentar a crise que se avizinha nes-se setor estratégico para o País, o Governo Federal desenvolve, sob a coordenação do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), uni-dade de pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia, o projeto “Estudo prospectivo relativo aos agrominerais e seus usos na produção de biocombustíveis líquidos com visão de longo prazo”.

O projeto tem como objetivo dar suporte e sustentabilidade ao grande aumento previs-to da produção brasileira de biocombustíveis líquidos com base no ano de 2035, identifi-cando as rochas e os minerais alternativos com potencialidade para uso na indústria de biocombustíveis líquidos e sua localização geográfica no Brasil. O estudo apresentará

14/05/2009), publicado em 15 de maio, dispositivos foram estabelecidos para a re-gulamentação da compensação ambiental, de forma clara e objetiva.

Assim, o próprio empreendedor poderá, por exemplo, calcular nitidamente o valor da compensação ambiental. Isso ampliou a segurança jurídica e financeira dos pro-jetos de mineração, segundo o Diretor de Assuntos Ambientais do IBRAM, Rinaldo Mancin. “A judicialização pode ser reduzida por conta do novo dispositivo”.

Outro ponto positivo do Decreto é que os investimentos em meio ambiente

(parcela significativa dos investimentos ambientais em projetos de mineração) se-rão abatidos da base de cálculo referente à compensação ambiental.

O novo Decreto reflete as contribuições do setor produtivo, resultado de um trabalho conjunto e articulado, iniciado há 9 anos, entre o IBRAM e outras entidades, tais como a Confederação Nacional da Indústria – CNI, Instituto Brasileiro de Siderurgia – IBS, Rede Energia, Sindicato Nacional da Indústria do Cimento – SNIC e lideranças empresariais.

Acesse o novo Decreto (nº 6.848, de 14/05/2009) no site do IBRAM.

sugestões para rotas tecnológicas alternativas visando o seu aproveitamento.

Além do Cetem, participam do estudo a Embrapa Cerrados; a Universidade Federal de São Carlos (UFScar); a Rede Inter-uni-versitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa); a Rede de Pesquisa de Rochas Silicatadas de Fonte de Potássio; o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e o Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM) e Rede de Agricultura de Pesquisa do Biodiesel (RBTB).

Com informações da Assessoria de Imprensa do Cetem

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Dentre as diversas iniciativas ambientais desenvolvidas pela Mineração Rio do Norte – MRN (associada ao IBRAM), uma das mais importantes é o programa de reabilitação de áreas lavradas, que se torna cada vez mais aprimorado. A empresa – que comemora 30 anos de atividades em 2009 - já acu-mulou o plantio de 7,4 milhões de mais de 80 espécies nativas da Amazônia, somando 4 mil hectares de áreas reflorestadas. Por ano, o horto florestal da empresa produz meio milhão de mudas para serem usadas no reflorestamento. Outras 150 mil são compradas das comunidades próximas a Porto Trombetas.

“Após o plantio das mudas, essas áreas são incluídas nos programas de monitoramento de flora e fauna, realizados por pesquisa-dores de diversas universidades brasileiras. Por meio dessas pesquisas, podemos avaliar a efetividade do método de reflorestamento das áreas mineradas. Elas também permitem

mRN celebra 30 anos com mais de 7 milhões de árvores plantadas

o desenvolvimento de novas tecnologias ambientais”, explica o Engenheiro Florestal da MRN, Gentil Sousa.

Apenas no ano passado, a MRN investiu R$ 22,9 milhões em ações de controle am-biental. A empresa, certificada desde 2001 na norma ISO 14001, garante a destinação ambientalmente adequada dos resíduos industriais gerados nas suas atividades e nas empresas terceirizadas.

Banco genético de Castanheiras

Outro destaque ambiental da MRN é o projeto do Banco de Germoplasma de Castanheiras, que teve início em 2004 e é uma parceria com Ibama e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). A Castanheira é um dos principais recursos do extrativismo amazônico. O comércio e indústria geram renda para os povos ex-trativistas e promovem a conservação da

floresta. A MRN incorpora ao refloresta-mento o plantio de mudas de castanheiras de diversas partes da Amazônia, formando, assim, um banco genético. São catalogados itens como sementes, pólen, tecidos ou in-divíduos cultivados, para a conservação de amostras da variabilidade genética de dife-rentes populações de castanheiras. “Com o auxílio das informações desse banco, estão sendo desenvolvidos estudos que buscam a melhoria genética da espécie, a fim de proporcionar maior produção, qualidade e menor tempo para a frutificação”, destaca a Gerente de Meio Ambiente da MRN, Milena Moreira.

As castanheiras plantadas foram coleta-das em dez regiões da Amazônia brasileira. No total, foram visitados 31 diferentes castanhais e coletadas 14 mil sementes de 229 árvores matrizes.

Educação ambiental

Em Porto Trombetas (PA), por exemplo, é desenvolvido o Projeto Jardim Somando Verde, que incentiva os moradores a culti-var e manter limpos os jardins nas fachadas de suas residências. Eles recebem adubo orgânico produzido na Unidade de Triagem e Compostagem, local onde o lixo úmido das casas vira adubo. “Os moradores têm participação fundamental na qualidade do adubo produzido. Ao selecionar bem o lixo antes de descartá-lo, eles contribuem com a coleta seletiva, colaboram com o meio ambiente e ganham um composto orgânico”, explica Denise Nunes, Coordenadora do Projeto. Além disso, a MRN trata a água e o esgoto de Trombetas. Essas são algumas das iniciativas que garantem ao núcleo urbano a certificação na norma ISO 14001.

Com as comunidades vizinhas, um dos exemplos de projetos ambientais desenvol-vidos pela MRN é o Pé-de-Pincha, que visa à conservação de espécies de quelônios da Amazônia, como a tartaruga, o tracajá e o pitiú.

MRN

Mudas que são usadas no reflorestamento

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IBRam lança com sucesso o Programa Especial de Segurança

em Barragens de RejeitosNo dia 4 de junho, um dia antes das comemorações referentes ao Meio Ambiente, o IBRAM lançou o Programa Especial de Segurança em Barragens de Rejeitos, em Belo Horizonte. Trata-se de uma iniciativa fundamental lançar um programa como este , diz o Presidente do Instituto, Paulo Camillo Vargas Penna. “É preciso administrar adequadamente as barragens de rejeitos no Brasil. É uma questão preocupante. Com apenas dois dias na presidência no IBRAM, vivenciei o rompimento de uma barragem de rejeitos e suas graves consequencias para a sociedade”, afirmou.

Segundo o Presidente do IBRAM, dois episódios sucessivos de rompimento de barragens marcaram a mineração em Minas Gerais, o que impulsionou a atual direção do IBRAM, a criar o Programa, que vem sendo discutido desde 2007. É uma resposta da indústria de mineração, preocupada em reduzir os riscos socioambientais e econômicos decorrentes de acidentes nas estruturas de barragens.

“As barragens de rejeitos são um ‘calca-nhar de Aquiles’ para a mineração, pois são raros os casos de processos minerais condu-zidos a seco. O uso da água é uma constante nas atividades, assim como a presença de re-jeitos. As técnicas modernas de deposição em pastas e liquefação ainda têm custos elevados, o que as distanciam muito, especialmente, da pequena mineração.”

O Secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, José Carlos Carvalho, destacou, no lançamento do Programa, que é preciso ter cuidado ao elaborar uma gestão de barragens, de forma a minimizar e evitar danos ambien-tais. “Temos problemas de controle em barra-gens. Não existe risco zero em nada. Embora Minas Gerais seja reconhecida nacionalmente como exemplo de boa gestão de barragens, sofremos dois grandes acidentes nos últimos anos. Precisamos continuar trabalhando para avançar e evoluir”, disse.

Barragem Itabiruçu, em Itabira (MG) - exemplo de segurança em barragem. O vertedouro para extravasamento de vazão de cheias dimensiona uma provável enchente máxima.

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Visão da Comissão mundial de Grandes Barragens (ICoLD)

“Em que pese toda a evolução da engenharia e das técnicas construtivas, os acidentes em barragens de rejeitos continuam insistentemente a ocorrer, com consequências indesejáveis para a imagem do setor de mineração. Além desses acidentes, ocorrem também muitos outros incidentes, estes sim, muito mais numerosos, onde não se verifica a ocorrência de rupturas, mas ocorre o vazamento de sólidos para jusante com conseqüências variáveis.

As causas destes acidentes incluem, na grande maioria dos casos, situações já resolvidas pela tecnologia disponível e as deficiências decorrem da não aplicação de ações voltadas a garantir a segurança de estruturas.”

O Programa Especial desenvolvido pel o IBRAM inclui cursos de capacitação para profissionais dos setores de mineração (e de outros segmentos produtivos e do setor públi-co) sobre as melhores práticas para a gestão de segurança em barragens. O treinamento traz uma proposta inovadora, ao utilizar a plataforma do e-learning (educação à distân-cia). Os cursos de treinamento são divididos em três módulos: treinamentos para Diretores e Gerentes, Engenheiros, e Supervisores de Operação. Para participar, o interessado deve acessar o site www.ibram.org.br/barragens-derejeitos e se cadastrar. Após isso, um link será enviado ao e-mail registrado.

“Mostraremos nos cursos as consequ-ências dos acidentes, apresentando casos de gestões mal-sucedidas e reforçaremos a necessidade de utilização de equipes espe-cializadas. Não dá para improvisar. Não se pode brincar com esse assunto. É um proble-ma que traz consequências muito graves”, desabafou o Coordenador do Programa, Joaquim Pimenta de Ávila.

O Presidente da Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM), José Cláudio Jun-queira Ribeiro, aprovou o projeto do IBRAM e destacou os avanços do programa de gestão das barragens. Porém, ele deixou claro que, mesmo com todos os estudos e análises,

os riscos não estão esgotados. “Acidentes sempre podem ocorrer, mas, com o trabalho que temos feito e essa nova contribuição do IBRAM podemos reduzir as probabilidades de rompimentos das barragens”. afirmou.

Mineração é responsável por 500 barragens em Minas Gerais

Atualmente, Minas Gerais têm 600 barra-gens, de acordo com a FEAM. Desse número, 500 são do setor de mineração. Essa Funda-ção é a responsável pela gestão e acompa-nhamento da estabilidade das barragens de rejeitos no Estado.

Ainda segundo dados deste órgão, em Minas Gerais existem 62 barragens de rejeitos e resíduos em empreendimentos industriais e minerários que podem oferecer algum tipo de risco e precisam de intervenções para melhorar a estabilidade. Em 2006, eram 55 estruturas comprometidas. Neste período, as barragens cadastradas pela FEAM passaram de 606 para 661. Dessas, 73, não tinham concluído os estu-dos sobre a estabilidade das estruturas - cerca de 12% do total. Já em 2008, as barragens sem esse processo caíram para 33 (5%).

O motivo para não terem sido concluídos os estudos sobre a estabilidade das 33 bar-ragens mineiras, segundo a FEAM, deve-se

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Vista aérea da barragem da mina Sossego, no Pará

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Da esquerda para direita: Secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado de MG, José Carlos Carvalho, Diretor de Assuntos Minerários do

IBRAM, Marcelo Ribeiro Tunes e o Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna.

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ao fato de não haver dados e documentação técnica, como projetos e plantas topográficas, das estruturas analisadas.

Em 2003, o Sistema Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais (Sisema), por meio da Fundação, começou o Programa de Gestão de Barragens, que fez um diagnóstico dessas construções. A iniciativa visa aperfeiçoar a gestão e reduzir a probabilidade de acidentes. “São feitos monitoramentos das barragens e analisadas as condições de segurança, que são de responsabilidade exclusiva do empreende-dor”, disse a Diretora de Qualidade e Gestão Ambiental da FEAM, Zuleika Torquetti. As empresas que ainda apresentam falhas têm até setembro para se adequarem às normas de segurança. O descumprimento pode gerar multa e até a suspensão das atividades.

Conscientizar sobre a importância de gestão

Para o Coordenador do Programa Especial do IBRAM, Joaquim Pimenta de Ávila, a cons-cientização sobre a importância da gestão de segurança em barragens de rejeitos é de ex-trema importância também para os negócios, pois, do contrário, isso pode acarretar sérios danos econômicos a empresa também. Para a gerência da mina, por exemplo, a gestão de segurança é importante para que seja conduzido o entendimento sobre técnicas de disposição de rejeitos e segurança de barragens e de qualidade na implantação. Para a área operacional da mina, é necessário o entendimento sobre o funcionamento das diversas estruturas do sistema.

“A boa gestão de barragens de rejeitos é importante não só para as questões ambien-tais, mas também para os negócios da empre-sa. Com esse projeto, pretendemos minimizar a ocorrência de acidentes no setor”, explica o Presidente do IBRAM, Paulo Camillo.

Para o Diretor de Assuntos Minerários do IBRAM, Marcelo Ribeiro Tunes, o ponto-chave para o sucesso do Programa é que a alta administração de cada empresa esteja consciente da necessidade de promover a gestão eficiente das barragens de rejeitos para assegurar e ampliar a competitividade de seu negócio. “Acreditamos que não existe gestão eficiente sem o suporte de recursos

financeiros da administração”, afirmou. O Diretor de Assuntos Ambientais do IBRAM, Rinaldo Mancin, acrescenta que, inclusive, o primeiro módulo do Programa é destinado justamente ao treinamento para Diretores e Gerentes das empresas e objetiva ampliar a compreensão dos líderes empresariais sobre a importância da gestão de barragens para as suas atividades.

O Programa do IBRAM possui alguns as-pectos relevantes. Dentre os princípios estão operação estruturada, atenção especial aos aspectos ambientais, avaliação e gestão per-manente de riscos e a adoção de um plano de ações emergenciais e de fechamento.

Joaquim Pimenta de Ávila explicou etapas do Programa

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Secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado de MG, José Carlos Carvalho, durante pronunciamento no lançamento do Programa

Barragem em Carajás (PA)

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por paulo camillo vargas penna*

O compromisso com a sustentabili-dade por parte do setor produtivo é crescente; cada vez mais surgem

exemplos de empresas pequenas, médias e de grande porte que investem recursos subs-tanciais para promover um relacionamento profícuo entre a atividade empresarial, o meio ambiente e a sociedade. Um novo passo nesta direção está sendo dado pela indústria da mineração, um dos pilares do sistema produtivo nacional e segmento de destaque em várias economias municipais e estaduais Brasil afora.

O mais interessante é que a iniciativa dos mineradores pretende também gerar bene-fícios e conhecimento para outros setores produtivos – indústria química, de papel e celulose, usinas de álcool etc. – e também aos órgãos reguladores do Poder Público, e não apenas aos seus pares. Trata-se do Programa Es-pecial de Segurança em Barragens de Rejeitos, conduzido pelo IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração, a partir da iniciativa das empresas de mineração reunidas nesta agremiação.

É preciso compreender que a mineração e muitas outras atividades empresariais ne-cessariamente geram resíduos ou rejeitos em seus processos produtivos, que precisam ser separados e armazenados de forma adequa-da. Como esses setores fazem uso de água em suas etapas de produção – muitos, inclusive,

a reutilizam várias vezes –, constituem barra-gens para conter tais rejeitos.

As barragens são empreendimentos que devem ser monitorados permanentemente pelas empresas e pelos órgãos fiscalizadores, pois, apesar de todo o rigor e tecnologia apli-cados na sua construção, estão sujeitos a inci-dentes e acidentes, bem como a fenômenos naturais extremos. Minas Gerais, Rio de Ja-neiro e outros Estados, como alguns do Norte do País, já vivenciaram sérias consequências causadas por rompimentos de barragens de rejeitos, com interrupção do fornecimento de água e energia elétrica, com a inundação de propriedades e até óbitos.

A ruptura é uma situação extrema, que além das causas listadas, gera também pre-juízos imensos à competitividade e à imagem das empresas, inclusive com aplicação de severas multas ambientais. Muitas dessas empresas não conseguem retomar o mesmo ritmo de produção e outras fecham as portas. Portanto, afirma-se que do lado empresarial não há ações intencionais de sujeitar seus em-preendimentos ao desastre ambiental, social e econômico – o que não significa dizer que estejam isentos de responsabilidades.

Especialistas apontam que a maioria dos acidentes e incidentes decorre da falta da aplicação de tecnologias já consagradas por parte de empresas e também por falhas na fiscalização do Poder Público. Há espaço, portanto, para aperfeiçoar o papel desem-

penhado pelos dois lados envolvidos direta-mente na questão.

A iniciativa do Programa vem justamente contribuir para reforçar um dos pontos cruciais para o sucesso de uma barragem de rejeitos, que é a sua dinâmica de gestão, por meio da capacitação dos dirigentes e de profissionais nos vários níveis operacionais das companhias mineradoras e de outros setores interessados, bem como dos representantes dos órgãos públicos municipais, estaduais e federais. O Programa, que é lançado neste mês de junho, também abrirá possibilidades de acesso às novas tecnologias e a modernas práticas de monitoramento de barragens de rejeitos, além de intercâmbio de informações sobre experi-ências bem-sucedidas nessa área.

O Programa Especial de Segurança em Barragens de Rejeitos guarda em si mensa-gem de que a sustentabilidade empresarial figura com evidência não somente nos discursos, mas igualmente na prática da mineração moderna.

A partir do lançamento, as empresas de mineração e dos demais setores poderão rea-firmar perante todos que realmente estão com-prometidas com a sustentabilidade, por meio de um gesto simples: aderir voluntariamente ao Programa e, assim, buscar a melhoria de sua competitividade e de seu relacionamento com o meio ambiente e a sociedade.

*Presidente do ibram

Barragens de rejeitos: resgate de um compromisso com a sustentabilidade

ARTIGO

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Assim como outros setores produtivos, esta indústria evoluiu, com grande preocupação com a sustentabilidade socioambiental de suas operações e incorporando esta variável como mais um diferencial competitivo de seus produtos, muitos dos quais comercializados em mercados globais . A atividade minerária trans-forma o subsolo de terras, de rios, lagos e até

Em 5 de junho, quando é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, a indústria da mineração pôs em prática seu mais recen-te projeto – de uma série – que demonstra o compromisso desta importante atividade empresarial com a sustentabilidade. Trata-se do Programa Especial de Segurança em Barragens de Rejeitos, que pretende ampliar a capacidade do setor produtivo de gerir com mais segurança estruturas importantes para sua atividade, que são as barragens de rejeitos.

Este Programa representa, também, um grande avanço do setor mineral em susten-tabilidade, já que, embora tenha sido desen-volvido a partir da iniciativa das mineradoras associadas ao IBRAM, é aberto a indústrias de outros segmentos que, assim como a minera-ção, utilizam barragens para conter os rejeitos dos processos produtivos, como as usinas de álcool, a indústria química, a de papel e celulose, entre tantas outras. Além disso, até mesmo os órgãos fiscalizadores do Poder Público poderão se beneficiar das técnicas que serão ministradas pelo Programa. É mais um importante passo da atividade que resgata seu real valor para a sociedade.

Ao longo de muitos anos, a mineração carrega o estigma de ser considerada por boa parte da opinião pública como “agressora” do meio ambiente. Em grande parte, esta fama é indevida, uma vez que esta mesma opinião pública desconhece como ocorrem os pro-cessos desenvolvidos em uma mineradora; a atividade minerária empresarial é facilmente confundida pelos leigos com o garimpo – muitas vezes uma ação clandestina.

É evidente que a mineração, no passado, deixou rastros de sua ação na natureza, visto que, à época, não dispunha de regulamentação, nem de tecnologias que permitissem minimizar ainda mais seus impactos no meio ambiente – como ocorre atualmente. No entanto, nos tempos modernos, a mineração tem avançado para reverter este quadro com firmes atitudes.

mineração brasileira homenageia Dia mundial do meio ambiente com

novas ações de sustentabilidadeEstabelecido em 1976, o IBRAM sempre

propugnou por se ter uma indústria mineral brasileira baseada nos ditames do desenvol-vimento sustentável e no uso das melhores práticas de segurança e saúde ocupacional dos trabalhadores a ela dedicados, tudo com vistas à melhoria de vida da sociedade em geral e em particular, das comunidades onde haja atividade mineraria, especialmente as populações mais próximas e diretamente relacionadas com as minas.

O IBRAM assumiu a dianteira em pro-jetos que mesclam o respeito à natureza e ao homem. São iniciativas do Instituto, por exemplo, o Programa Especial de Recur-sos Hídricos – PERH e o Programa Espe-cial de Segurança e Saúde ocupacional da mineração – mineraÇÃo. O primeiro envolve as companhias mineradoras nos planejamentos necessários à implantação de políticas que assegurem harmonia entre a atividade produtiva e as bacias hidrográfi-cas. O segundo é voltado para a segurança e saúde dos trabalhadores em mineração, que contribui para a redução dos acidentes de trabalho.

O IBRAM também participa de várias outras frentes e fóruns, onde se discutem a harmonização da atividade produtiva em ambientes importantes para o homem, como as florestas, as terras indígenas, as cavidades naturais subterrâneas, o leito dos oceanos, a faixa de fronteira etc.

A mineração brasileira está consciente de que a sustentabilidade é característica essencial de sua atividade e um caminho sem volta, que deve ser internalizado nas estratégias de negócios das mineradoras, e o IBRAM trabalha para que cada vez mais seus associados [que representam mais de 85% do PIB Mineral brasileiro] se unam a este esforço, que só tem a gerar ainda mais riquezas ao País, além da proporcionada pelos próprios minerais.

oceanos em riquezas e desenvolvimento. O uso da água como insumo básico em seus processos produtivos é outra característica da mineração. Estes são alguns exemplos importantes de como este setor depende intrinsecamente dos recur-sos naturais para obter outros recursos naturais, que são os minérios, matérias-primas de bens de consumo que são produzidos pela indústria a toda a sociedade.

Em um planeta cada vez mais atento às formas de intervenção das atividades em-presariais no meio ambiente, a indústria da mineração responde com medidas voltadas à sustentabilidade. São milhões e milhões de reais investidos anualmente, seja nos projetos de mineração, seja em programas governa-mentais ou da iniciativa privada que não guardem relação direta com a atividade.

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Como forma de aproximar ainda mais a mineração do Poder Legislativo – e manter com os parlamentares um diálogo perma-nente –, o IBRAM recebeu em maio, na Casa da Mineração, em Brasília, integrantes da Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal. Nesta reunião, o Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna, apresentou o cenário da mineração brasileira, citando os principais entraves que impedem a evolução do setor e, ainda, a previsão dos investimentos no Brasil. Estiveram presentes, o Presidente da Comissão, Senador Fernando Collor de Mello (PTB/AL) e os Senadores Neuto de Conto (PMDB/SC), Serys Slhessarenko (PT/MT) e Eduardo Suplicy (PT/SP).

No encontro, foram discutidos quatro pontos cruciais para a atividade minerária no Brasil, como a mineração em cavernas, que recentemente, no final de 2008, foi

Comissão de Infraestrutura

do Senado debate

mineração no IBRam

motivo de novo decreto presi-dencial, o que torna possível a exploração consciente nas cavi-dades naturais subterrâneas que não tenham grande relevância. Os outros temas debatidos foram a mineração no mar, onde segun-do o Diretor de Assuntos Minerá-rios do IBRAM, Marcelo Ribeiro Tunes, pode-se encontrar ouro, diamante, pedras coradas, carvão mineral, fosfato, cobalto, dentre outros. A questão da faixa de fronteira – de imensa importância para a mineração bra-sileira –, também foi assunto debatido, pois mesmo as empresas nacionais encontram

inúmeras dificuldades para se estabelecerem na área. E, por último, a mineração de urânio foi citada pelo dirigente do IBRAM. “Temos a 6ª maior reserva mundial de urânio. Poderíamos ser a 3ª se a legislação permitisse investir um pouco mais. A flexibi-lização que aconteceu com o petróleo poderia também se repetir com o urânio”, afirma Paulo Camillo.

Fernando Collor lembrou que os críticos da energia atômica atribuem ao minério alto índice de poluição, mas ponderou que o rejeito atômico representa bem menos risco do que milhares de hectares de floresta quei-mada. Ele colocou a Comissão de Serviços de Infraestrutura à disposição para a discussão dos marcos regulatórios da mineração.

O Presidente do IBRAM aproveitou para comentar o número grande de empregos que a mineração proporciona no País: mais de 2 milhões diretos (161 mil na indústria de extração mineral).

Da esquerda para a direita: Conselheiros do IBRAM, Edmundo Paes Mercer (Minerações Brasileiras Reunidas S.A.) e Carlos Anísio Figueiredo (Vale); Senador Eduardo Suplicy, Presidente do IBRAM, Paulo Camillo, Senadora

Serys Slhessarenko, Presidente da Anepac, Eduardo Machado, Rodolpho Tourinho (ex-Senador).

Paulo Camillo, Presidente do IBRAM, apresentou o cenário atual da mineração aos senadores

Mineração e Poder Legislativo se encontraram para debater os entraves da mineração brasileira

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