ministÉrio pÚblico do estado do rio de janeiro 3ª promotoria de...
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EXMO. DR. JUIZ DE DIREITO DA 14ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA
CAPITAL.
IC 9329
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO,
pelas Promotorias de Justiça que esta subscrevem, no uso de
suas atribuições legais, com fulcro no artigo 129, III, da
Constituição Federal; na Lei 7.347/85; no artigo 25, IV, b,
da Lei 8.625/93; nos artigos 34, inciso I, alínea “g”, e
inciso VI, alínea b, da Lei Complementar estadual 106/2003;
na Lei 8.429/92 e no artigo 846 e seguintes do Código de
Processo Civil vem propor
AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
C/C DESCONSTITUIÇÃO DE ATOS ADMINISTRATIVOS
em face de:
1. ADRIANA DEXHEIMER, brasileira, CPF 014.891.817-41, RG
08495168-0, filha de Luiz Felipe de Matos Dexheimer e
Norma Regina Dexheimer, Técnico Administrativo do
Ministério Público, matrícula 3778, lotada na Sub
Procuradoria Geral de Justiça de Atribuição Originária
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Institucional e Judicial, residente na Rua Amaral,
127, apt. 102, Tijuca, Rio de Janeiro;
2. ADRIANA FREITAS DA COSTA MOTA, brasileira, CPF n.º
140.637.478-4, nascida em 30/10/1970, residente no
mesmo endereço de LUIZ FERNANDO PAZ DA MOTA, na Rua
Indaiaçu, n.º 08, Andaraí, Rio de Janeiro;
3. ADRIANA MATHEUS LOPES, brasileira, CPF n.º
445.995.777-9, técnico administrativo do Ministério
Público do Estado do Rio de Janeiro, matrícula 3837,
lotada na Diretoria de Licitações e Contratos do
Ministério Público, residente na Rua General Urquiza,
110, Apt. 102, Bairro 25 de Agosto, Duque de Caxias;
4. ALESSANDRA DA SILVA PEREIRA, brasileira, CPF n.º
773.039.376-0, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 4471, residente na Av. Presidente
Roosevelt, 1985, Saracuruna, Duque de Caxias;
5. ALEX SANDRO DOS SANTOS GOMES, brasileiro, CPF n.º
471.498.270-2, residente na Rua Dez, n.º 35, casa 03,
Caioaba, Nova Iguaçu;
6. ALEXANDRE ALVES SOARES, brasileiro, CPF n.º
367.013.673-8, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 3782, lotado na Secretaria das
Promotorias de Justiça de Belford Roxo, residente na
Rua Valdinar Marques Castanheira, Vilar dos Teles,
Nova Iguaçu;
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7. ALEXANDRE DE SOUZA DA SILVA, brasileiro, residente na
Rua Ronda Alta, Numero 80, Lote 23, Quadra 19,
Guaratiba, Rio de Janeiro;
8. ALEXANDRE SUISSO ANDRADE, brasileiro, CPF n.º
111.552.447-02, ex-Técnico de Notificações e Atos
Intimatórios do Ministério Público, matrícula 3723
(exonerado ex-officio), residente na Rua Manaus, Lote
09, Q.210, Jardim Gramacho, Duque de Caxias;
9. ALINE MARQUES FERRARO, brasileira, CPF n.º
112.125.117-00, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 3867, lotada na Coordenação do
CRAAI Angra dos Reis, residente na Rua Ouro Branco,
367, apt. 201, Vila Valqueire, Rio de Janeiro;
10. ALUÍSIO GOMES DA SILVA, brasileiro, servidor público
lotado no MP/RJ, CPF 027.286.687-36, residente na Rua
Albino Imparato, 697/101, Parque Felicidade, Duque de
Caxias;
11. ANA CRISTINA PORTUGAL MOREIRA, brasileira, CPF n.º
852526.117-34, RG 63337570 IFP/RJ, irmã de LUIZ
ROBERTO PORTUGAL MOREIRA, residente na Rua Virtude,
285, casa 01, Mesquita, Rio de Janeiro;
12. ANA MARIA LOPES VASCONCELOS, brasileira, CPF n.º
514.154.870-8, técnico administrativo do Ministério
Público, matrícula 4412, lotada na Secretaria Das
Promotorias de Justiça da Infância e Juventude
(Matéria Não Infracional), residente no mesmo endereço
de MARIO RIBEIRO VASCONCELOS JR., na Rua Jornalista
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Geraldo Rocha, n.º 695, apt. 101, Jardim América,
Duque de Caxias;
13. ANDERSON DO NASCIMENTO SARDINHA, brasileiro, CPF
n.º 117.294.675-2, nascido em 23/01/70, residente na
Rua Gerardo Braga, 12, Guaratiba, Rio de Janeiro;
14. ANDERSON PINTO DOS SANTOS, brasileiro, CPF n.º
855.814.470-2, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 4138, lotado na Secretaria das
Promotorias de Justiça de Angra dos Reis, residente na
Rua Ipanema, n.º 4164, Copacabana, Duque de Caxias;
15. ANDRÉ GOMES DA SILVA, brasileiro, CPF n.º
930.275.578-9, nascido em 24/11/1981, residente na Rua
Albino Imparato, Lt13 Qd 120, Guanabara, Duque de
Caxias;
16. ANDREA PINTO SERRALVA, brasileira, CPF n.º
427.659.574-6, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 3787, lotada na Diretoria
Administrativa, residente na Rua Joao Alfredo, 60,
Apt. 603, Tijuca, Rio de Janeiro;
17. ANTONIO CARLOS JARDIM DE BARRAGAN, brasileiro, CPF
n.º 519.454.979-2, nascido em 08/06/76, residente no
mesmo endereço de CRISTIANE DOMINGUES, na Rua Noronha
Torrezão, 181, apt. 908, bloco 3, Santa Rosa, Niterói;
18. ANTÔNIO CLAUDIO DO NASCIMENTO, brasileiro, RG n.º
53611 PMERJ, CPF n.º 012.509.357-84, filho de Antônio
José do Nascimento e Maria das Neves Amorim do
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Nascimento, casado com CARLA ALEXANDRA DO NASCIMENTO,
Técnico em Notificações e Atos Intimatórios do
Ministério Público, matrícula 3719, lotação
desconhecida, residente na Av. Comendador Teles, 3841,
apt. 303, Vilar dos Teles, São João de Meriti;
19. ANTONIO MARTINS NETO, brasileiro, CPF n.º
998.541.273-7, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 3807, lotado na Coordenação do
CRAAI Nova Iguaçu, residente na Rua José Seabra, 32,
Pilar, Duque de Caxias;
20. BERTO DE ARAÚJO FERNANDES SILVA, brasileiro, CPF n.º
100.008.717-45, filho de Berto João Fernandes e Marly
de Araújo Fernandes, técnico administrativo do
Ministério Público, matrícula 3768, lotado na
Secretaria das Promotorias de Justiça da Infância e
Juventude (Matéria Não Infracional) do Foro Regional
de Campo Grande, residente na Rua Japoarã, 1190,
Ricardo de Albuquerque, Rio de Janeiro;
21. BRUNO CESAR FIOCK POLASTRI, brasileiro, RG n.º
08939185-8 IFP/RJ, CPF n.º 082.806.167-05, Técnico
Administrativo do Ministério Público, matrícula 3805,
lotado na Secretaria das Promotorias de Justiça de
Nova Iguaçu, residente na Rua São José do Rio Preto,
Lote 03, Quadra B, Cidade dos Meninos, Duque de
Caxias;
22. BRUNO GIOVANI GOMES DE SOUZA, brasileiro, CPF n.º
868.005.770-3, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 3806, lotado na Secretaria das
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Promotorias de Justiça de Belford Roxo, residente na
Estrada do Amapá, 116, Parque Barão do Amapá, Duque de
Caxias;
23. BRUNO HUGUENIN MACHADO, brasileiro, CPF n.º
577.561.472-0, técnico administrativo do Ministério
Público do Estado do Rio de Janeiro, matrícula 4483,
lotado na Secretaria das Promotorias de Justiça de São
Fidélis, residente na Rua Ernesto de Andrade, n.º 08,
quadra 46, sobrado, Campo Grande;
24. CARLA ALEXANDRA LIMA QUEIROZ DO NASCIMENTO,
brasileira, CPF n.º 033.207.887-60, RG n.º 09.009.133-
1 IFP/RJ, filha de Luiz Carlos Rodrigues de Queiroz e
Janete Lima de Queiroz, casada com ANTÔNIO CLÁUDIO DO
NASCIMENTO, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 3777, lotada na Secretaria das
Promotorias de Investigação Penal da 3ª Central de
Inquéritos, Núcleo Duque De Caxias, residente na Av.
Comendador Teles, 3841, apt. 303, Vilar dos Teles, São
João de Meriti;
25. CARLOS ALBERTO DA SILVA MACHADO, brasileiro, CPF n.º
755.642.897-49, ex-Técnico Administrativo do
Ministério Público (exonerado ex officio), residente
na Rua Ernesto de Andrade, n.º 08, Oiticica2, Campo
Grande;
26. CARLOS ALBERTO RODRIGUES CARVALHO, brasileiro,
CPF n.º 804.145.837-87, nascido em 24/04/63, casado
com ROSANI LEITE DE CARVALHO, residente na Rua Buenos
Aires, 25/201, São Lucas, Volta Redonda;
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27. CARLOS EDUARDO DA SILVA GAMA, brasileiro, CPF n.º
442.715.676-2, nascido em 04/09/1976, residente na Rua
14 de julho, n.º 16, Parque Felicidade, Duque de
Caxias;
28. CARLOS EDUARDO MARQUES SILVEIRA, brasileiro, CPF n.º
104.929.527-79, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 4127, lotado na Secretaria das
Promotorias de Justiça de Nova Iguaçu, residente na
Rua Emilio Guadagny, n.º 1717, Centro, Mesquita;
29. CARLOS HENRIQUE PINTO SEIXAS, brasileiro, CPF n.º
495.362.147-68, técnico administrativo do Ministério
Público, matrícula 3809, lotado na Coordenadoria do
Centro Integrado de Apuração Criminal, residente na
Rua Augusto Nunes, n.º 342, apt. 401, Todos os Santos;
30. CELIA MARIZE FERREIRA, brasileira, CPF n.º
817.489.770-4, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 4473, lotada na Secretaria da
Promotoria de Justiça de São João da Barra, residente
na Rua Richard Strauss, 31, Jardim América, Duque de
Caxias;
31. CHRISTIANO SANTOS DO COUTO, brasileiro, CPF n.º
712.366.172-9, nascido em 07/01/76, residente na Rua
Irineu Brito, 75, Magalhães Bastos, Rio de Janeiro;
32. CÍNTIA DE OLIVEIRA LIMA, brasileira, CPF n.º
896.542.670-7, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 3811, lotada na Secretaria das
Promotorias de Justiça de Nova Iguaçu, residente na
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Rua Alberto de Oliveira, Lote 08, Quadra 19, Beira-
Mar, Duque de Caxias;
33. CLAUDIO SILVA DOS SANTOS, brasileiro, CPF n.º
910.729.875-7, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 4482, lotado na Secretaria das
Promotorias de Justiça de Barra Mansa, residente na
Rua Maestro Joaquim Maegele, n.º 14, Oiticica 2, Rio
de Janeiro;
34. CRISTIANA LAGE MATTOS VIEIRA, brasileira, CPF n.º
986.403.997-00, nascida em 02/10/1969, residente no
mesmo endereço que MARCELO CALDAS MATTOS VIEIRA, na
Rua Sá Ferreira, 227/105, Copacabana, Rio de Janeiro;
35. CRISTIANE DOMINGUES PEREIRA, brasileira, nascida em
18/08/77, residente na Rua Noronha Torrezão, 181, apt.
908, bloco 3, Santa Rosa, Niterói;
36. CRISTIANE PALMEIRA DE MELLO, brasileira, CPF n.º
214.155.170-6, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 3869, lotada na Secretaria das
Promotorias de Justiça de Nova Iguaçu, residente na
Rua Andorinha das Casas, 84, Taquara, Rio de Janeiro;
37. CRISTINA GONÇALVES DE OLIVEIRA, brasileira, CPF n.º
933.667.527-34, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 4454, lotada na Secretaria das
Promotorias de Justiça de Macaé, residente na Rua
Tenente Coronel Amado, n.º 352, apt. 205, Centro,
Macaé;
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38. DIEGO CASSIANO JESUS DE ALMEIDA, brasileiro, CPF n.º
108.577.177-66, residente na Rua Albino Imparato, 250,
Vila Guanabara, Duque de Caxias;
39. DIRCELEIA JOSÉ DA SILVA, brasileira, CPF 726.509.973-
7, nascida em 13/5/1976, técnico administrativo do
Ministério Público, matrícula 3812, com lotação no
CRAAI Niterói, residente na Rua Nossa Senhora das
Mercês, n.º 185, apt. 1006, Fonseca, Niterói;
40. EDENILSON VIEIRA DA SILVA, brasileiro, CPF n.º
541.335170-4, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 4096, lotado na Secretaria das
Promotorias de Tutela Coletiva- Cidadania, residente
na Rua Felinto Macedo, 17, casa 01, Jardim Alcântara,
São Gonçalo ou Av. Sernambetiba, 3500, Bloco 01, apt.
205, Barra da Tijuca;
41. EDUARDO DOS SANTOS, brasileiro, RG n.º 099364424
IFP/RJ, CPF n.º 068.773.137-20, casado com MICHELE
ZAVA DOS SANTOS, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 3889, lotado na Diretoria de
Serviços Auxiliares, residente na Rua Luís Sá, 305,
Bloco 01, Apartamento 303, Portuguesa, Ilha do
Governador;
42. EDUARDO GOMES DA SILVA JÚNIOR, brasileiro, CPF n.º
885.432.975-4, nascido em 09/01/1980, residente na Rua
Albino Imparato, Lt13, Qd 120, Guanabara, Duque de
Caxias;
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43. EDUARDO PEREIRA DE ALBUQUERQUE, brasileiro, CPF n.º
234.818.573-, ex-Técnico Administrativo do Ministério
Público (exonerado a pedido), residente na Rua
Marechal Antônio de Sousa, 1622, casa, Jardim América,
Duque de Caxias;
44. EDUARDO VIANNA DA SILVA, brasileiro, CPF n.º
442.256.671-7, Técnico Superior Processual do
Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro,
matrícula 3949, com lotação na Assessoria de Proteção
Integral à Infância e à Juventude, residente na Rua
Vicente de Sousa, n.º 11, apt. 102, Botafogo;
45. ELAINE MARIA DA SILVA PINHEIRO, brasileira, CPF n.º
004.449.677-02, RG 08547164-7, Técnico Administrativo
do Ministério Público, matrícula 4258, lotada na
Secretaria das Promotorias de Justiça de São João de
Meriti, residente na Rua Diamantina, 538, Jardim Leal,
Duque de Caxias;
46. EMERSON ALBERTO FERREIRA, brasileiro, CPF n.º
722.604.670-9, Técnico De Notificações e Atos
Intimatórios do Ministério Público, matrícula 3718,
com lotação na Coordenação Do CRAAI Duque de Caxias,
residente na Rua Richard Strauss, 31, Jardim América,
Duque de Caxias;
47. ERICA FERREIRA TRAVASSOS VIANNA DA SILVA, brasileira,
CPF 809.244.179-0, Técnico Superior Processual do
Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro,
matrícula 4321, com lotação no 1º Centro de Apoio
Operacional das Procuradorias de Justiça, residente no
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mesmo endereço de EDUARDO VIANNA DA SILVA, na Rua
Vicente de Sousa, n.º 11, apt. 102, Botafogo;
48. FABIANO BERNARDE, brasileiro, CPF n.º 752.376.179-8,
Técnico Administrativo do Ministério Público,
matrícula 4472, lotado na Gerência de Zeladoria,
residente na Rua Atlântica, 78, Jardim Nova Era, Nova
Iguaçu;
49. FABIO PINTO DIAS, brasileiro, CPF n.º 214.154.270-7,
nascido em 17/08/1972, residente na Rua Andorinha das
Casas, 84, Taquara, Rio de Janeiro;
50. FELIPE JULIAN DE ASSIS ROCHA, brasileiro, CPF
808.791.478-3, técnico administrativo do Ministério
Público, matrícula 4937, lotação desconhecida,
residente na Rua Carlos Gomes, 21, casa, Centro,
Arraial do Cabo;
51. GEANE GOMES DA SILVA, brasileira, RG n.º 20.607.891-7
DETRAN, CPF 106.835.947-10, Técnico Administrativo do
Ministério Público, matrícula 3828, lotada na
Secretaria das Promotorias de Investigação Penal da 1ª
Central de Inquéritos, residente na Rua Hilário
Ribeiro, n.º 104, apt. 102, Praça da Bandeira, Rio de
Janeiro;
52. GISELE CABRAL RODRIGUES, brasileira, CPF n.º
908.034.377-3, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 4104, lotada na Secretaria das
Promotorias de Justiça da Infância e Juventude
(Matéria Não Infracional) residente na Rua Felinto
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Macedo, 17, casa 01, Jardim Alcântara, São Gonçalo ou
Av. Sernambetiba, 3500, Bloco 01, apt. 205, Barra da
Tijuca;
53. GLAUCIA RUAS BACELLAR DA SILVA, brasileira, CPF n.º
520.220.277-6, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 4840, lotada na Diretoria de
Recursos Humanos, residente na Rua Engenheiro Augusto
Bernacchi, 143/302, Brás de Pina, Rio de Janeiro;
54. JACKSON ALVARENGA BAPTISTA, brasileiro, CPF n.º
956.227.057-20, filho de Francisco Freire Baptista e
Flordelice Alvarenga Baptista, nascido em 12/03/1967,
residente na Av. Professor João Brasil, 150, Apt. 301,
Bloco 04, Fonseca, Niterói ou Rua Nossa Senhora das
Mercês, n.º 185, apt. 1006, Fonseca, Niterói;
55. JACQUELINE ALVARENGA BAPTISTA, brasileira, CPF n.º
134.894.170-7, filha de Francisco Freire Baptista e
Flordelice Alvarenga Baptista, Técnico Administrativo
do Ministério Público, matrícula 3848, lotada na
Secretaria das Promotorias de Investigação Penal da 1ª
Central de Inquéritos, residente na Rua Antônio Silva,
34, apt. 503, Fonseca, Niterói;
56. JARBAS ALVES DA SILVA, brasileiro, CPF n.º
897.786.427-53, ex-Técnico Administrativo do
Ministério Público (exonerado a pedido), residente na
Rua Profª Glória Borges (ou Rua Granada), n.º 110,
Bl60, apt. 203, Vigário Geral, Rio de Janeiro;
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57. JEAN MARCEL NUNES ATTIE, brasileiro, CPF n.º
103.311.697-11, residente na Rua Grajaú, 292, Grajaú,
Rio de Janeiro;
58. JHONATAN SANTOS DE OLIVEIRA, brasileiro, CPF
105.926.297-59, Técnico em Notificações e Atos
Intimatórios do Ministério Público, matrícula 3716,
lotado no CRAAI Campos, residente na Rua Francisco
Rangel de Abreu, Centro, São Francisco do Itabapoana;
59. JOCELINI ALVARENGA BAPTISTA, brasileira, CPF n.º
189.808.179-4, filha de Francisco Freire Baptista e
Flordelice Alvarenga Baptista, Técnico Administrativo
do Ministério Público, matrícula 3824, lotada na
Secretaria das Promotorias de Justiça da Infância e
Juventude (Matéria Infracional), residente na Rua
Antônio Silva, 34, apt. 503, Fonseca, Niterói;
60. JONATHAN SILVA DO NASCIMENTO, brasileiro, CPF n.º
935.352.171-8, técnico administrativo do Ministério
Público, matrícula 4292, lotado na Secretaria das
Promotorias de Justiça de Macaé, residente na Rua
Deputado Sá Rego, lote 05, quadra 16,Vila São Luiz,
Duque de Caxias;
61. JONES ALVARENGA BAPTISTA, brasileiro, CPF n.º
956.227.137-49, filho de Francisco Freire Baptista e
Flordelice Alvarenga Baptista, Técnico Administrativo
do Ministério Público, matrícula 3823, lotado na
Secretaria das Promotorias de Justiça de Execuções
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Penais, residente na Rua Antônio Silva, 34, apt. 503,
Fonseca, Niterói;
62. JORGE PAULO DE ASSIS ROCHA, brasileiro, CPF n.º
990.922.477-15, técnico administrativo do Ministério
Público do Estado do Rio de Janeiro, matrícula 4943,
lotação desconhecida, com endereço na Rua Boston,
s/n.º, Lt. 32, Qd.F, Jardim Califórnia, São João de
Meriti;
63. JOSÉ AUGUSTO GOMES DA SILVA, brasileiro, CPF n.º
305.308.173-3, nascido em 02/01/1977, residente na Rua
Clovis Arrault, 110, Parque Fazendinha, Campos dos
Goytacazes ou na Rua Antônio Manoel, n.º 219,
Alphaville, Campos dos Goytacazes;
64. JULIANA PEREIRA DA SILVA, brasileira, CPF n.º
756.160.677-0, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 3772, lotada na Secretaria das
Promotorias de Justiça de Queimados, residente na Rua
Josefina, n.º 663, Santa Elias, Mesquita;
65. JULLIANA MOURA DE MATTOS MATHEUS LOPES, brasileira,
CPF n.º 730.093875-2, casada, técnico administrativo
do Ministério Público, matrícula 3821, lotada na
Secretaria das Promotorias de Justiça de Nova Iguaçu,
residente na Rua Conquista, 250, casa, Ilha do
Governador;
66. JUREMA PACHECO MARQUES, brasileira, CPF n.º
678.915.784, nascida em 11/03/1969, residente na Rua
M I N I S T É R I O P Ú B L I C O D O E S T A D O D O R I O D E J A N E I R O 3 ª P R O M O T O R I A D E J U S T I Ç A D E T U T E L A C O L E T I V A D E
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15
Antônio de Freitas, 115, casa 2, Itatiaia, Duque de
Caxias;
67. LEANDRO AMARO DE ALMEIDA, brasileiro, CPF n.º
101.249.927-81, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 3783, lotado Secretaria das
Promotorias de Justiça da Infância e Juventude
(Matéria Infracional), residente na Rua Julio de
Mesquita, s/n.º, lote 14, fundos, Parque Felicidade,
Duque de Caxias;
68. LEONARDO DE ABREU COSTA, brasileiro, CPF n.º
053.313.337-88, filho de Francisco de Abreu Costa,
Técnico Administrativo do Ministério Público,
matrícula 3803, lotado na Secretaria das Promotorias
de Investigação Penal da 1ª Central De Inquéritos,
residente na Rua Japoarã, n.º 474, casa 05, fundos,
Ricardo de Albuquerque, Rio de Janeiro;
69. LUCIANA SOUZA SABINO, brasileira, CPF n.º
134.655.370-0, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 3786, lotada na Assessoria de
Controle da Economicidade, residente na Rua João do
Amaral S. Filho, 86, BL.38, apt. 505, Engenho da
Rainha, Rio de Janeiro;
70. LUIZ CARLOS CRUZ LIMA, brasileiro, CPF n.º
769.765.807-00, nascido em 17/12/1962, com endereço na
Rua Caibar Chutel, 1015, Vila Itamarati, Duque de
Caxias ou Rua Ana Cândida de Paiva, n.º 42, Centro,
São Sebastião da Bela Vista, Minas Gerais;
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16
71. LUIZ FERNANDO PAZ DA MOTA, brasileiro, CPF n.º
813.583.427-68, nascido em 10/10/1964, residente no
mesmo endereço de ADRIANA FREITAS DA COSTA MOTA, na
Rua Indaiaçu, n.º 08, Andaraí, Rio de Janeiro;
72. LUIZ ROBERTO PORTUGAL MOREIRA, brasileiro, irmão de
ANA CRISTINA PORTUGAL MOREIRA, residente na Rua
Virtude, 285, casa 01, Mesquita, Rio de Janeiro;
73. MARCELO AUGUSTO GOMES RIBEIRO, brasileiro, CPF
n.º 755389.379-0, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 3788, lotado na Secretaria das
Promotorias de Justiça Cíveis e de Família, residente
na Rua Pacheco Jordão, 76, Higienópolis, Rio de
Janeiro;
74. MARCELO CAETANO TAVARES GOMES, brasileiro, CPF
n.º 378.433.075-4, Técnico Administrativo do
Ministério Público, matrícula 4129, lotado na
Secretaria da Promotoria de Justiça de Mangaratiba,
residente na Av. Brasil, n.º 19.972, apt. 102, Coelho
Neto;
75. MARCELO CALDAS MATTOS VIEIRA, brasileiro, CPF n.º
993.646.707-87, nascido em 08/03/1967, residente na
Rua Sá Ferreira, 227/105, Copacabana, Rio de Janeiro;
76. MARCELO DA SILVA FONSECA, brasileiro, CPF n.º
075.619.647-73, RG n.º 530.631-0, expedida pelo M.D.,
filho de Paulo da Fonseca e Cleonice Silva da Fonseca,
Técnico Administrativo do Ministério Público,
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17
matrícula 3794, residente na Rua João Ribeiro, casa
63, Centenário, Duque de Caxias;
77. MARCELO DA SILVA LISBOA, brasileiro, CPF n.º
884.664.427-15 ou 040.295.597-86 ou 015.311.457-60,
Ex-Técnico de Notificações e Atos Intimatórios do
Ministério Público (exonerado ex-officio), filho de
Clébio Lisboa e Creuza Wanda da Silva, residente na
Rua Piauí, n.º 86, apt. 201, Paulicéia, Duque de
Caxias;
78. MARCELO GOMES DA SILVA, brasileiro, nascido em
11/06/1968, residente na Rua Prof. Manoel Ferreira,
62, P. Corrientes, Campos;
79. MARCELO NUNES ATTIE, brasileiro, CPF n.º
908.594.727-87, residente na Rua Urbano Duarte, 35,
apt. 201, Tijuca, Rio de Janeiro;
80. MARCIO CAVALCANTI PAZ, brasileiro, CPF n.º
363.742.670-6, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 4466, lotado na Secretaria das
Promotorias de Justiça de Petrópolis, residente na Rua
Atlântica, 119, Jardim Nova Era, Nova Iguaçu;
81. MARCIO DA SILVA FONSECA, brasileiro, CPF n.º
075.921.277-50, RG n.º 11.427.383-2 expedida pelo IFP,
filho de Paulo da Fonseca e Cleonice Silva da Fonseca,
Técnico Administrativo do Ministério Público,
matrícula 3795, residente na Rua João Ribeiro, casa
63, Centenário, Duque de Caxias;
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18
82. MARCOS CORREA DOS SANTOS, brasileiro, CPF n.º
984.370.627-72, nascido em 9/5/1973, Técnico em
Regulação de Serviços de Transportes Terrestres da
ANTT, com lotação em AREAL, Estado do Rio de Janeiro,
residente na Rodovia Washington Luiz, 18.660, apt.
102, bloco 1, Parque Santa Lúcia, Duque de Caxias;
83. MARIA CÉLIA ALVES DE ANDRADE, brasileira, RG
06615269-5 IFP/RJ, CPF n.º 792.252.417-04, irmã gêmea
de REGINA ALVES DE ANDRADE, filha de Sebastião Cardoso
de Andrade e Anatália Alves, Técnico Administrativo do
Ministério Público, matrícula 3791, lotada na
Secretaria das Promotorias de Justiça de Duque de
Caxias, residente na Rua Raul Pompéia n.º 520, casa
03, Engenho do Porto, Duque de Caxias;
84. MARIA INÊS BRITO DE CASTRO, brasileira, CPF n.º
393.198.731, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 4458, lotada na Gerência de
Comunicação, residente na Rua Carlos Pacheco Avila,
Apt. 204, Coelho Neto, Rio de Janeiro;
85. MARIANA DE LIMA MOTA, brasileira, CPF n.º
128.840.097-79, residente na Rua C, Bloco 99, Apt.
202, São Francisco De Paula, Nova Iguaçu;
86. MARIO RIBEIRO VASCONCELOS JÚNIOR, brasileiro, CPF n.º
729.362.574-0, técnico administrativo do Ministério
Público, matrícula 3810, lotado na Secretaria das
Promotorias de Justiça Criminais, residente na Rua
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Jornalista Geraldo Rocha, n.º 695, apt. 101, Jardim
América, Duque de Caxias;
87. MICHELE ZAVA DOS SANTOS, brasileira, CPF n.º
072.611.847-80, RG n.º 108.933.607 DETRAN/RJ, casada
com EDUARDO DOS SANTOS, Técnico Administrativo do
Ministério Público, matrícula 3802, lotada na
Coordenadoria de Modernização Organizacional,
residente na Rua Luís Sá, 305, Bloco 01, Apartamento
303, Portuguesa, Ilha do Governador;
88. MICHELLE BARBOSA DA SILVA, brasileira, CPF n.º
105.585.077-51, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 3866, lotada no 7º Centro de Apoio
Operacional das Promotorias de Investigação Penal da
1ª Central de Inquéritos, residente na Praça Saiqui,
143/201, Vila Valqueire;
89. MIRIAN QUEIROZ BRAGA, brasileira, CPF n.º
920.707.877-53, ex-Técnico Administrativo do
Ministério Público (exonerada a pedido), residente na
Travessa Antônio Lopes, 60, Jardim América, Duque de
Caxias;
90. MONICA FERREIRA, brasileira, CPF n.º 004.091.527-14,
RG 082826090 IFP/RJ, funcionária da UFRJ lotada no
NCE, residente na Rua Augusto Nunes, 342, apt. 203,
Todos os Santos, Rio de Janeiro;
91. NADIA DE JESUS MARTINS, brasileira, CPF n.º
567.196.047-91, RG 44183580 IFP/RJ, casada, filha de
Adahyr Martins e Ogarite de Jesus Martins, residente
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na Rua Silvio Rocha, 85, casa, Vila Dagmar, Belford
Roxo;
92. PATRICIA DE SEIXAS CABRAL, brasileira, CPF n.º
052.945.487-47, RG 118483890 IFP/RJ, nascida em
06/07/1980, residente na Rua Mauricia Borges, 333,
Banco de Areia, Mesquita;
93. PAULA ROSAS JAQUES, brasileira, CPF n.º 104.493.307-
02, Técnico Administrativo do Ministério Público,
matrícula 4225, lotada na Secretaria do GATE- Grupo de
Apoio Técnico Especializado, residente na Rua Galvani,
n.º 560, apt. 304, Vila da Penha, Rio de Janeiro;
94. PAULO GEOVANE DE JESUS, brasileiro, CPF n.º
559.179.774-1, residente na Rua Rio Morto, 4C, Vargem
Grande, Rio de Janeiro;
95. PRISCILA SILVA PEREIRA, brasileira, CPF n.º
115.841.357-27, RG 020.519.875-7, ex-Técnico
Administrativo do Ministério Público (exonerada ex
officio), em união estável com MARCELO DA SILVA
LISBOA, residente na Rua Piauí, n.º 86, apt. 201,
Paulicéia, Duque de Caxias ou na Alameda La Fontaine,
n.º 36, Jardim Primavera, Duque de Caxias;
96. PRISCILA SUISSO DE CARVALHO, brasileira, CPF n.º
101.199.377-51, ex-Técnico Administrativo do
Ministério Público, matrícula 3775 (exonerada ex-
officio), residente na Rua Marechal Bento Manoel, 79,
Bairro XXV de Agosto, Duque de Caxias;
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97. RAFAEL FERREIRA DE OLIVA, brasileiro, CPF n.º
984.140.476-1, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 4902, lotado na Diretoria de
Recursos Humanos, residente na Av. Ten. Coronel Muniz
Aragão, 83, Rua E, Casa 115, Freguesia, Jacarepaguá;
98. REGINA ALVES DE ANDRADE, brasileira, RG 06615273-7
IFP/RJ, CPF n.º 792.253.817-00, irmã gêmea de MARIA
CÉLIA ALVES DE ANDRADE, filha de Sebastião Cardoso de
Andrade e Anatália Alves, ex- Técnico Administrativo
do Ministério Público (exonerada ex officio),
residente na Rua Raul Pompéia n.º 520, casa 03,
Engenho do Porto, Duque de Caxias;
99. REGINALDO GOMES DA SILVA, brasileiro, RG 119.217.487
IFP/RJ, CPF n.º 084.590.747-65, casado, filho de Rita
Gomes da Silva, técnico de notificação e atos
intimatórios do Ministério Público, lotado no CRAAI
Itaperuna, residente na Rua Francisco Leal, 560,
Jardim Leal, Duque de Caxias;
100. RENATA DAMASCO DEXHEIMER, brasileira, CPF n.º
014.810.347-23, RG n.º 08471403-9 expedida IFP/RJ,
filha de José Heriberto Aguiar Damasco e Carmen Silvya
Braz Damasco, casada com WAGNER DEXHEIMER, Técnico
Administrativo do Ministério Público, matrícula 3789,
lotada na Secretaria das Promotorias de Justiça de
Niterói, residente na Alameda São Boaventura, n.º
1029, apt. 502, Bloco 3, Fonseca, Niterói;
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101. RENATA TAVARES DA SILVA, brasileira, Técnico
Administrativo do Ministério Público, matrícula 3765,
lotada na Secretaria das Promotorias de Investigação
Penal da 1ª Central de Inquéritos;
102. RICARDO ALEXANDRE MATEUS DE SOUZA, brasileiro,
CPF n.º 796.170.479-5, nascido em 14/02/1978,
residente na Rua Santo Amaro, n.º 12, Vila Operária,
Duque de Caxias;
103. RODRIGO MATHEUS LOPES, brasileiro, CPF n.º
919.443.079-9, casado, técnico administrativo do
Ministério Público, matrícula 04275, lotado na
Secretaria das Promotorias de Duque de Caxias,
residente no mesmo endereço de JULLIANA MOURA DE
MATTOS MATHEUS LOPES, na Rua Conquista, 250, casa,
Ilha do Governador, Rio de Janeiro;
104. ROGERIO ALVES DA SILVA, brasileiro, CPF n.º
444.959.475-4, ex-Técnico Administrativo do Ministério
Público (exonerado ex officio), residente na Rua
Palmerinda P. Leite (Antiga Rua Alvorada), Lt35 Qd5,
Bairro Trezentos, São João de Meriti;
105. ROMANTIEZER THEODORO GOMES DA SILVA, brasileiro,
CPF n.º 910.197.873-0, nascido em 3/3/1983, Oficial de
Justiça do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro, residente na Rua Elpideo, n.º 668, Centro,
Mesquita;
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23
106. RONALD DA SILVA LISBOA, brasileiro, CPF n.º
006804.477-17, RG 08226857-4 IFP/RJ, filho de Clébio
Lisboa e Creusa Vanda da Silva, Técnico Superior
Processual do Ministério Público, matrícula 3627,
lotado no 1º Centro de Apoio Operacional das
Procuradorias de Justiça, residente na Rua Teodoro da
Silva, 929, apt. 202, Vila Isabel, Rio de Janeiro;
107. ROSANI LEITE CARVALHO, brasileira, CPF n.º
650.030.397-00, nascida em 25/10/68, residente na Rua
Buenos Aires, 25/201, São Lucas, Volta Redonda;
108. ROSE MARY RIBEIRO BRANDÃO, residente na Rua Bom
Jardim, 92, Cordovil, Rio de Janeiro;
109. SANDRO BARROS DOS SANTOS, brasileiro, CPF n.º
994.804.172-0, nascido em 26/06/1982, Técnico
Administrativo do Ministério Público, matrícula 4224,
lotado na Diretoria Administrativa, residente na Rua
Tomás Lopes, 815/203, Vila da Penha, Rio de Janeiro;
110. SERGIO LUIS DOS SANTOS DULFIS, CPF n.º
810.122.257-04, residente na Rua Silvio Rocha, 85,
casa, Vila Dagmar, Belford Roxo;
111. SIMONE DA SILVA ALMEIDA BERNARDE, brasileira, CPF
n.º 531.936.570-5, Técnico Administrativo do
Ministério Público, matrícula 4248, lotada na
Secretaria das Promotorias de Investigação Penal da 3ª
Central de Inquéritos, Núcleo Nova Iguaçu, com
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endereço na Av. Getúlio Vargas, 2022, apt. 215, Bloco
B, Grupo 9, Centro, Nilópolis;
112. SIMONE PINTO DA ROCHA, brasileira, CPF n.º
723.659.370-2, nascida em 14/4/1977, residente na Rua
Augusto Nunes, 411, casa 02, Todos os Santos, Rio de
Janeiro ou na Rua Coração de Maria, n.º 72, bloco 2,
Apt. 204, Méier;
113. SIRLEI FELICIANO DE SOUSA MELO, brasileiro, CPF
n.º 231.958.773-0, nascido em 14/04/74, residente na
Rua Dona Joaquina Sampaio, 340, Fundos, Vila Iracema,
Nova Iguaçu;
114. TACIANNE JESUS DE ALMEIDA, brasileira, CPF n.º
987.035.878-0, Técnico Superior Processual do
Ministério Público, matrícula 4092, lotada na
Secretaria das Promotorias de Investigação Penal da 1ª
Central de Inquéritos, residente na Rua Traiporanga,
n.º 250, Vila Guanabara, Duque de Caxias;
115. TAIS DE VASCONCELOS BARRETO, brasileira, CPF n.º
125.263.347-56, Técnico Administrativo do Ministério
Público, matrícula 4255, lotada na Secretaria das
Promotorias de Investigação Penal da 3ª Central de
Inquéritos, Núcleo Nova Iguaçu, residente na Rua
Engenheiro Henrique Lussack, n.º 376, casa 01, Centro,
Mesquita;
116. TEMIS ILMA DE ASSIS ROCHA, brasileira, CPF
122.293.657-70, técnico administrativo do Ministério
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Público, matrícula 4945, lotada na Secretaria das
Promotorias de Justiça de São João da Barra, residente
na Rua Pedro Correia, 48, Centro, Duque de Caxias;
117. THAIS BAETA PEREIRA LIMA, brasileira, CPF n.º
117.174.427-73, nascida em 20/8/1987, com endereço no
mesmo local de LUIZ CARLOS, na Rua Caibar Chutel,
1015, Vila Itamarati, Duque de Caxias;
118. VAGNER NUNES PEREIRA, brasileiro, CPF n.º
073.775.517-20, RG n.º 093.167.146 IFP/RJ, técnico
administrativo do Ministério Público, matrícula 3825,
lotado na Secretaria das Promotorias de Justiça de São
Gonçalo, residente na Rua Itaperuna, n.º 360, casa,
Trindade, São Gonçalo;
119. VANDA ROSA CUNHA SILVEIRA, brasileira, CPF n.º
902.459.570-3, nascida em 3/11/1982, com endereço na
Rua Independência, 238, Fundos, Senhor do Bonfim,
Duque de Caxias;
120. VANESSA CRISTINA FONSECA DA ARAÚJO, brasileira,
CPF n.º 889.248.672-1, Técnico Administrativo do
Ministério Público, matrícula 4894, lotada na
Diretoria de Recursos Humanos, residente na Rua
Rodolfo Chambelland, 806, Jardim América, Duque de
Caxias;
121. VANIA ELIANE PEREIRA DE ALBUQUERQUE, brasileira,
CPF n.º 990.386.257-15, ex-Técnico Administrativo do
Ministério Público (desligada), residente na Rua
M I N I S T É R I O P Ú B L I C O D O E S T A D O D O R I O D E J A N E I R O 3 ª P R O M O T O R I A D E J U S T I Ç A D E T U T E L A C O L E T I V A D E
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Marechal Antônio de Sousa, 1622, casa, Jardim América,
Duque de Caxias;
122. VERONICA DOS SANTOS ALVES PACHECO, brasileira,
CPF n.º 087.042.267-71, RG n.º 0121804975 IFP/RJ,
casada, filha de Francisco Alves Luz e Elizabete
Monteiro dos Santos, Técnico em Notificações e Atos
Intimatórios do Ministério Público, lotada na
Coordenação do CRAAI Duque de Caxias, residente na Rua
Gavião, 01/101, Ilha do Governador, Rio de Janeiro;
123. WAGNER DEXHEIMER, brasileiro, CPF n.º
011.079.747-71, RG n.º 08495169-8 IFP/RJ, filho de
Luiz Felipe de Matos Dexheimer e Norma Regina
Dexheimer, casado com RENATA DAMASCO DEXHEIMER,
Técnico em Notificações e Atos Intimatórios do
Ministério Público, matrícula 3722, lotado na
Coordenação do CRAAI São Gonçalo, residente na Alameda
São Boaventura, n.º 1029, apt. 502, Bloco 3, Fonseca,
Niterói;
124. WAGNER QUINTANILHA DA SILVA, brasileiro, RG
10435769-4 IFP/RJ, CPF n.º 080.793.527-12, filho de
Jessé Dutra da Silva e Lilia Quintanilha da Silva,
Técnico Administrativo do Ministério Público,
matrícula 4170, lotado na Secretaria das Promotorias
de Justiça de Angra dos Reis, residente na Rua Manoel
Duarte, 623, casa 02, Bar dos Cavaleiros, Duque de
Caxias;
125. WALLACE FERNANDES MACHADO JÚNIOR, brasileiro, CPF
n.º 868.962.279-9, técnico administrativo do
M I N I S T É R I O P Ú B L I C O D O E S T A D O D O R I O D E J A N E I R O 3 ª P R O M O T O R I A D E J U S T I Ç A D E T U T E L A C O L E T I V A D E
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Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro,
matrícula 4481, lotado nas Secretarias das Promotorias
de Justiça de Volta Redonda, residente na Rua Arnaldo
Servulo da Rocha, n.º 295, Campo Grande;
Da distribuição por dependência
Em primeiro plano, destaca este órgão de execução
que tramita, neste mesmo Juízo, a ação civil pública
tombada sob o número 0363526-74.2011.8.19.0001, que trata
do mesmo concurso que é objeto da presente demanda.
Na aludida ação civil pública, também fundada na
mesma investigação que sustenta a presente demanda (IC
9329), o Ministério Público imputa a 36 (trinta e seis)
réus a prática de ato de improbidade administrativa
consistente na fraude ao concurso público promovido para o
preenchimento dos cargos do quadro permanente dos serviços
auxiliares do Ministério Público do Estado do Rio de
Janeiro promovido em 2007.
Tal ação civil pública se fundamentou na análise
efetuada pelo setor de Tecnologia em Investigação e Análise
no Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do
Ministério Público- COTEC-LD, através da qual foi detectado
que 32 (trinta e dois) aprovados no mencionado certame
apresentaram idênticas respostas em todas as questões da
prova- aí incluídos os mesmos erros e os mesmos acertos-
logrando, com isso, a sua classificação entre a 722ª e a
758ª posições.
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Outro elemento de prova que fundamentou a
referida demanda adveio do resultado da intersecção das
investigações promovidas pelo MPE- com foco no concurso
para o quadro de serviços auxiliares do MPRJ- e pelo MPF-
com enfoque nos concursos para preenchimento dos cargos de
policial rodoviário federal e agente regulador da ANTT-
Agência Nacional de Transportes Terrestres, eis que todos
estes certames foram promovidos pelo NCE/UFRJ- Núcleo de
Computação Eletrônica da UFRJ.
Segundo apurado na esfera federal, através de um
funcionário do NCE- que também participou da equipe de
envelopamento do concurso para o MPRJ- alguns candidatos-
cujos nomes se repetiram no concurso para o MPRJ- obtiveram
antecipadamente as provas para preenchimento dos cargos de
analista e policial rodoviário federal.
No âmbito federal, os fatos foram, inclusive,
objeto de denúncia, a qual descreveu que, no dia
04/12/2007, o servidor do NCE/UFRJ JOSÉ AUGUSTO BARBOSA
subtraiu a prova que seria aplicada no concurso para a
Polícia Rodoviária Federal, repassando-a, através de SALES
XIMENES DE ARAGÃO e ALUÍSIO GOMES DA SILVA, a JAYTH
RODRIGUES MAURÍCIO.
Ora, JOSÉ AUGUSTO BARBOSA também integrou a
equipe do NCE contratada para integrar a equipe de
impressão das provas do MPRJ. Por sua vez, SALES XIMENES e
ALUISIO GOMES DA SILVA também lograram a sua aprovação para
o cargo de TNAI- TÉCNICO EM NOTIFICAÇÕES E ATOS
INTIMATÓRIOS do MPRJ. Por fim, JAYTH RODRIGUES MAURÍCIO
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apresentou gabarito idêntico aos outros 31 (trinta e um)
candidatos demandados.
Neste sentido, há indícios suficientes para crer
que a mecânica empregada na esfera federal para fraudar o
concurso tenha sido a mesma daquela utilizada no concurso
do MPRJ, o que motivou a ação civil pública proposta
anteriormente a essa.
Pois bem.
Tendo prosseguido as apurações do IC 9329 a fim
de aprofundar outras notícias que davam conta da fraude no
mencionado concurso, em 10 de abril de 2012 foi produzido o
relatório n.º 002 pela Divisão de Laboratório de Combate à
Lavagem de Dinheiro e à Corrupção da Coordenadoria de
Segurança e Inteligência do Ministério Público, onde foi
realizado o exame probabilístico dos resultados encontrados
e relatados no Relatório Preliminar n.º 001, que não só
serviu de fundamento à demanda anterior, como, igualmente,
embasa a presente.
Assim, diante do que estabelece o artigo 17,§5º
da Lei 8429/92, por evidente conexão probatória entre os
fatos abordados em ambas as ações civis públicas, requer o
Ministério Público que esta ação seja distribuída em
dependência à anterior.
Das investigações e das provas colhidas
A presente ação civil pública se fundamenta
também nas peças colhidas na investigação do inquérito
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civil 9329 (MGP 2008.00166940), deflagrado em virtude de
representação, anônima, recebida pelo serviço de Ouvidoria
do Ministério Público em 02 de abril de 2008, onde se
noticiava que o concurso de oficial de justiça do Tribunal
de Justiça do Rio de Janeiro (sic), realizado em 2006
(sic), teria sido fraudado, eis que candidatos ali
aprovados teriam adquirido antecipadamente o gabarito da
prova.
Ocorre que, posteriormente, com a evolução das
investigações, verificou-se que o representante, na
realidade, se referia ao concurso promovido pelo Ministério
Público do Estado do Rio de Janeiro, destinado ao
preenchimento dos cargos de técnico administrativo (TA),
técnico superior administrativo (TSAD) e técnico em
notificações e atos intimatórios (TNAI)1, lançado através
do edital publicado no DOERJ de 22 de novembro de 2006.
Vale registrar que a imprecisão técnica quanto à
nomenclatura do cargo, utilizada pelo representante, tem
sua razão de ser. Como não é difícil perceber, aos olhos de
um leigo parece não haver diferença entre um oficial de
justiça e um técnico de notificações.
Durante a tramitação deste expediente, foram
realizados diversos contatos telefônicos- ao que se
acredita, pelo mesmo representante anônimo- ocasiões em
que, paulatinamente, eram fornecidos maiores detalhes dos
fatos objeto da investigação.
1 Edital fls. 539/544 do Inquérito Civil
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Destes dados, merece destaque, para o propósito
desta demanda, a notícia de que os beneficiários da fraude
residiriam em Duque de Caxias, notadamente na localidade
conhecida como Vila Paulicéia, e que a prova teria sido
obtida por MARCELO DA SILVA LISBOA e por um indivíduo,
identificado como XIMENES, junto a um funcionário da
gráfica que as imprimira2, identificado como “coroa de
cabeça branca”, que seria residente em Vila São Luiz,
também em Duque de Caxias, ao preço de R$20.000,00 (vinte
mil reais). Destaque-se, que, em relação a MARCELO LISBOA,
apontava o representante ser o “uma pessoa ignorante”, ou
seja, sem condições de passar em um concurso, e que seria
detentor de vários CPFs3, além de diversas passagens pela
polícia4.
No decorrer das investigações, veio aos autos a
cópia do expediente administrativo MP 2007.00045861,
instaurado pela Presidência da Comissão do Concurso para
Ingresso no Quadro Permanente dos Serviços Auxiliares do
Ministério Público com fundamento na representação 29574,
recebida em 26 de abril de 2007, pelo setor de ouvidoria do
Ministério Público.
Na referida notícia, o representante,
identificado como Marcelo de Bastos Leuzzi, solicitava a
investigação do Ministério Público acerca do concurso 2007.
Eis o seu teor:
“Prezados Senhores,
2 Fls. 03, 08, 83 do inquérito civil
3 Fls. 06 do inquérito civil
4 Fls. 10 do inquérito civil
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Participei do recente concurso para o
quadro de servidores do MPERJ (nível médio) e
desde o início considerei o processo de seleção um
tanto quanto injusto, já que o graud e dificuldade da
prova extrapolou os limites do que costumamos ver
em provas de nível de 2º grau, beneficiando, ao meu
ver, principalmente àqueles formados em Direito.
Mas, isso faz parte do processo, ainda que
considere injusto.
O que não parece justo e lícito são as
coincidências que constatei na lista de aprovados.
Observem que os candidatos listados e agrupados
abaixo parcem pertencer a uma mesma família, além
de suas notas, quando não iguais, passarem muito
próxima disso, inclusive nas notas por matéria.
15º ADRIANA DEXHEIMER 35,00 43,75 11,25 90,0
27º RENATA DAMASCO DEXHEIMER 35,00 41,25 12,50 88,75
28º MARIA CELIA ALVES DE ANDRADE 33,75 42,50 12,50
88,75
36º REGINA ALVES DE ANDRADE 33,75 42,50 11,25 87,50
31º MARCELO DA SILVA FONSECA 32,50 43,75 12,50 88,75
32º MARCIO DA SILVA FONSECA 32,50 43,75 12,50 88,75
61º JOCELINI ALVARENGA BAPTISTA 33,75 40,00 11,25 85,00
62º JONES ALVARENGA BAPTISTA 33,75 40,00 11,25 85,00
87º JACQUELINE ALVARENGA BAPTISTA 33,75 38,75 11,25
83,75
153º JACKSON ALVARENGA BAPTISTA 33,75 36,25 11,25
81,25
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Solicito, portanto, se possível, que sejam
tomadas as providências necessárias no sentido de
verificar a legalidade de tais coincidências.”
A partir da mencionada representação, foram
juntadas aos autos do referido administrativo um número
expressivo de representações, todas igualmente recebidas
pelo serviço de ouvidoria, nas quais, reiteradamente, os
denunciantes apontam a coincidência de sobrenomes e notas
entre os candidatos aprovados.
Em diligências nos referidos autos foram ouvidos
aqueles cujos nomes estavam apontados nas denúncias, bem
como expedida requisição ao Núcleo de Computação Eletrônica
da UFRJ- responsável pela realização do certame- diante da
coincidência de sobrenomes apontadas nas representações.
Também foram apensados ao expediente MP
2007.00045861 os expedientes MPRJ 2007.00051796 (contendo a
resposta do NCE), MPRJ 2007.00057510 (contendo a cópia da
representação, dirigida ao Ministério Público Federal, onde
se noticiava a mesma identidade de sobrenomes que era
objeto do expediente MP 2007.00045861) e o expediente MPRJ
2007.00068516 (cuidando de representação, recebida pela
ALERJ- Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro,
abordando a mesma coincidência de sobrenomes anteriormente
apontada).
Ato contínuo, em 19 de junho de 2007, foi o
referido expediente arquivado pelo Exmo. Sr. Procurador
Geral de Justiça à época, Dr. Marfan Martins Vieira.
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Posteriormente, em 08 de julho de 2008, foi
recebida outra representação anônima pelo sistema de
ouvidoria do Ministério Público, a qual se relatava o
seguinte:
“Dr. Marfan,
Chegou ao meu conhecimento que
alguns aprovados no último concurso de
servidores do MP tinham conhecimento prévio
das questões da prova. Segundo me foi
informado, os candidatos irmãos com
sobrenome DEXHEIMER, dentre outros que
desconheço os nomes, estão nessa situação.
Inclusive, depositam mensalmente
parte de seus salários na conta de quem lhes
entregou o gabarito, suspeitando-se que seja
um funcionário do NCE/UFRJ. Esses depósitos
seriam efetuados pelo período de um ano.
Peço ao senhor, em nome dos que não
conseguiram a aprovação por meio honesto,
que investigue tais fatos.”5
Apesar de endereçada à Chefia Institucional do
Ministério Público, a referida representação foi
diretamente juntada nos autos da investigação do 9329.
Os elementos narrados nas denúncias anônimas
acima descritas foram paulatinamente sendo conferidos por
outras fontes, a fim de que não pesasse qualquer dúvida
sobre a legitimidade das apurações que pudessem ser, em
tese, invocadas em função do anonimato da representação
inaugural.
5 Fls. 46 do inquérito civil
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Assim, foi verificado que, de fato, MARCELO
LISBOA, seu irmão, RONALD LISBOA, sua companheira, PRISCILA
DA SILVA PEREIRA, assim como XIMENES- posteriormente
identificado como SALES XIMENES DE ARAGÃO- e diversas
pessoas com sobrenome DEXHEIMER e ALVARENGA BAPTISTA foram
aprovados no certame do Ministério Público.
Comunicado o fato à 3ª Central de Inquéritos, a
7ª PIP requisitou à DRACO- Delegacia de Repressão às Ações
Criminosas Organizadas a instauração do inquérito policial
para apuração dos fatos, originando-se, assim, o IP 032/08.
Através do aludido inquérito policial restou
confirmada a informação, concedida pelo denunciante anônimo
nas presentes investigações, sobre a efetiva existência de
quatro CPFs pelo ora demandado MARCELO DA SILVA LISBOA, e,
em relação ao irmão de MARCELO, RONALD DA SILVA LISBOA,
foram localizados dois CPFs, tendo sido, ambos, aprovados
no concurso mencionado, respectivamente, para os cargos de
TNAI (MARCELO) e TSP (RONALD).
É importante dizer que, com fundamento no
referido inquérito policial, foi determinada a quebra do
sigilo telefônico de alguns dos envolvidos na fraude,
documentação à qual as Promotorias de Tutela Coletiva de
Cidadania tiveram acesso legítimo em virtude de decisão
proferida pelo r. Juízo Criminal competente6.
Como resultado da referida diligência, foi
constatado o contato telefônico entre MARCELO DA SILVA
LISBOA e ALUÍSIO, pessoa envolvida nas fraudes e demandado
não só na ação civil pública anteriormente proposta em
relação ao mesmo certame, mas, igualmente, nesta demanda,
eis que, conforme constatado, se trata de pessoa com o
6 Anexo VI do IC
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mesmo sobrenome de outros 7 (sete) aprovados no concurso do
MPRJ.
Importante considerar, ainda, que partindo das
informações das diversas representações encaminhadas ao
Ministério Público ao longo de todas as investigações, foi
possível detectar a assombrosa aprovação de candidatos
ostentando vínculo de parentesco ou conjugal, além de
residentes em Duque de Caxias, notadamente no Jardim
Paulicéia, local apontado pelo representante anônimo como o
epicentro de toda a fraude.
Com efeito, só entre os aprovados, 159 (cento e
cinquenta e nove) pessoas residem no Município, sendo que
14 (quatorze) delas residem no próprio Parque Paulicéia7.
Somado a isso, em alguns casos, estes mesmos
candidatos, muitas vezes além de serem parentes ou casados,
apresentaram gabaritos idênticos ou muito próximos da
identidade, ou colheram notas idênticas em algumas das
disciplinas do concurso, ou, ainda, repartem o mesmo
endereço residencial ou o eletrônico. Tudo isso, como não
pode escapar sequer a menos atenta observação, em total
inversão das regras probabilísticas.
Ora, pelo cenário acima descrito já existiriam
elementos suficientes para colocar em xeque a lisura do
concurso e, por outro lado, conferir justa causa para o
ajuizamento da presente ação civil pública.
7 Fls. 41/48 do relatório COTEC-LD, apenso 2010.00897477
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No entanto, o Ministério Público, atento à sua
responsabilidade, foi além, prosseguindo na colheita de
provas que demonstrassem a fraude promovida no certame,
fato que, inclusive, motiva o ajuizamento da presente ação
em época tão posterior ao próprio concurso.
Foi, assim, que, no curso das investigações,
tomou-se conhecimento de que o mesmo grupo que havia,
possivelmente, participado das fraudes no concurso para o
MPRJ também teria atuado em dois outros concursos,
realizados quase que simultaneamente pelo NCE/UFRJ- Núcleo
de Computação Eletrônica da UFRJ, para os cargos da Polícia
Rodoviária Federal e para a ANTT- Agência Nacional de
Transportes Terrestres.
Diante da natureza federal dos concursos para a
Polícia Rodoviária Federal e para a ANTT, houve a
intersecção das investigações desenvolvidas no âmbito de
ambos os Ministérios Públicos, tanto Federal quanto
Estadual, que vem trabalhando conjuntamente desde então.
É essencial destacar a enorme contribuição das
peças encaminhadas pelo MPF para a formação de um cenário
mais detalhado sobre o concurso do MPRJ, revelando-se a
ligação entre os elementos até então esparsamente
recolhidos pela investigação aqui conduzida e confirmando,
em alguns pontos, o que já se apurava nas Promotorias de
Cidadania.
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Com efeito, a partir dos elementos que eram
fornecidos pelo denunciante anônimo nos autos do expediente
9329- acima já destacados- bem como pelos dados obtidos
junto ao MPF e, por fim, no que toca à própria evolução de
elementos e meios investigativos colocados à disposição
deste órgão de execução,- veja-se, a respeito, detalhado o
Relatório Preliminar 001, elaborado pelo setor de
Tecnologia em Investigação e Análise no Combate à Corrupção
e à Lavagem de Dinheiro do Ministério Público- COTEC-LD,
contendo o cruzamento de dados relativos ao parentesco,
proximidade no endereço residencial, identidade de
gabaritos, além da adoção de outros parâmetros- foram
obtidos graves indícios de fraude no concurso para
provimento dos cargos do Ministério Público de 2007.
A análise efetuada pelo setor técnico da COTEC-LD
detectou que alguns demandados apresentaram idênticas
respostas em porcentagem acima de 90% em todas as questões
da prova, - aí incluídos os mesmos erros e mesmos acertos-
logrando, com isso, a sua aprovação e classificação para os
cargos de técnico administrativo (TA), técnico superior
administrativo (TSAD), técnico superior processual (TSP) e
técnico de notificações e atos intimatórios (TNAI).
Ora, considerando que o universo total dos
candidatos era de 57.278, e que a prova era composta de 80
(oitenta) questões, subdivididas em 5 opções de marcação
(letras A a E), do ponto de vista
estatístico/probabilístico, a coincidência detectada é
matematicamente inexplicável.
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Note-se que, apesar de terem sido aplicadas duas
provas, de tipos diferentes (1 e 2), para os cargos de TA,
foi percebido pela COTEC-LD que os exames divergiam,
apenas, na ordem das questões, razão pela qual foi adotada
a cautela de converter a ordem das questões da Prova 2 para
a mesma ordem das questões da Prova 1 e, consequentemente,
converter a ordem das respostas dos candidatos que
realizaram a prova 2 (fls. 17 do relatório constante do
expediente 2010.0897477).
Para além da obviedade deste argumento
aritmético, sobre este ponto é de se destacar como elemento
para a propositura da presente demanda a informação colhida
junto ao NCE-Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ, pelo
Ministério Público Federal nas investigações do
procedimento MPF/PR/RJ n.º 1.30.012.000523/2008-98, e
encartada às fls. 148/152 do expediente registrado sob o
protocolo 2010.00569150, em apenso às investigações
principais, relativas ao concurso para o provimento das
vagas da ANTT:
“Com efeito, o NCE/UFRJ procedeu a
eliminação de 105 (cento e cinco) candidatos
que fizeram a prova escrita na unidade SUAM-
Centro Universitário Augusto Mota- situada à
Av. Paris, 72, Bonsucesso, cidade do Rio de
Janeiro, concernente ao cargo TREG11-
Especialista em Regulação de Serviços de
Transportes Terrestres- Serviços de
Transportes Terrestres. Não houve eliminação
em quaisquer outros cargos/cidades.
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A rigor, a eliminação dos
candidatos teve como base um software cuja
finalidade é voltada à identificação de cola
no resultado das provas objetivas de
concursos públicos; o programa identifica
coincidência nas marcações dos cartões-
resposta dos candidatos. Caso seja
identificada semelhança anormal entre as
marcações de cartões-resposta de candidatos,
faz-se a separação dos mesmos e, a seguir,
procede-se a observação de outros elementos
que nos permitam concluir ter havido, ou
não, fraude no concurso público.
Os elementos que ensejam a
demonstração de utilização de meios ilícitos
classificados como fraude são: marcação do
cartão-resposta- sobretudo a marcação das
alternativas tidas como erradas, grau de
parentesco entre os candidatos cuja marcação
seja coincidente, endereço dos candidatos
cuja marcação seja coincidente, local de
prova dos candidatos cuja marcação seja
coincidente- unidade, cidade, prédio e sala.
Frise-se que todos os critérios de
análise são objetivos, sendo que a situação
de cada coincidência é aferida uma a uma, de
modo a evitar injusta eliminação de
candidatos. Dessa forma, não houve
eliminação de candidatos que, à primeira
vista, aparentam ser fraudadores, como, por
exemplo, nas hipóteses de candidatos que
residam e façam prova em Unidades da
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Federação diferentes e/ou candidatos que
concorram a cargos diferentes.” (destaques
acrescentados)
Não difere disso a notícia constante de fls.
117/125 do mesmo expediente 2010.00569150, apenso às
investigações principais, também oriunda do NCE, em
resposta à requisição oriunda do Ministério Público Federal
(ofício PR/RJ/MPF/ARC n.º 728/09):
“Com efeito, o software denominado
Sherlock, que tem por escopo a aferição de
coincidência em cartões-resposta, foi
desenvolvido pelos funcionários do NCE/UFRJ,
destinando-se à verificação de fraudes em
concursos públicos.
O programa faz o cotejo da marcação dos
cartões-resposta de todos os candidatos de
determinado concurso, visando identificar
coincidências anormais, sob o ponto de vista
estatístico. A anormalidade verificada pelo
programa, friso, não está na marcação das
respostas tidas como certas, mas sim nas
respostas tidas como erradas.”
Ressalte-se, no ensejo, que o mesmo NCE afirma a
fls. 219/221 dos autos principais,“que o Sherlock considera
como anormalidade as coincidências superiores a 66% (...)”.
Logo, o programa especializado na detecção de
fraudes considera anormalidade -e parte para a eliminação
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42
dos respectivos candidatos- quando existem coincidências
superiores a 66%, e assim fez o NCE ao eliminar 105
candidatos no referido concurso ao provimento de cargos de
TREG11, da ANTT!
No caso sub examen, o índice de “coincidência”
entre as respostas foi igual ou acima de 97,5%, e chegou a
alcançar, em alguns casos, 100% das respostas, considerando
a justaposição não só dos acertos de cada candidato como
até mesmo a identidade de erros dos mesmos, sendo prova
suficiente da fraude perpetrada.
Inicialmente, o enfoque de tais análises do NCE
foram, diretamente, os concursos promovidos para
preenchimento de cargos federais, cujas conclusões, por
óbvio, servem como uma luva à presente demanda.
Com efeito, a identidade de percentual de
coincidência de respostas, acima de 97,5% dos acertos e dos
erros em tantas provas não é indício de fraude, mas sim
prova suficiente dela, o que bastaria para a procedência do
pedido – até porque se a correção de provas dos concursos
feitos pelos réus tivesse utilizado o mesmo software
utilizado pelo NCE os réus teriam sido automaticamente
excluídos, sem sequer necessidade desta ação judicial.
Há, porém, mais.
Por força de requisição oriunda do Ministério
Público Federal, os dados dos candidatos para provimento de
vagas do cargo de Técnico Administrativo (TA), do
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Ministério Público Estadual, também foram submetidos ao
software de cruzamento de dados visando à detecção de
fraudes em sede de concursos públicos.
Como resultado desta providência, foram
identificados pelo NCE 17 (dezessete) candidatos em
situação passível de eliminação, dado o elevadíssimo grau
de coincidência de opções de resposta tidas como erradas.
São eles os ora demandados: MARIO RIBEIRO VASCONCELOS
JÚNIOR; CÍNTIA DE OLIVEIRA LIMA; ROGÉRIO ALVES DA SILVA;
JOCELINI ALVARENGA BAPTISTA; JONES ALVARENGA BAPTISTA;
JAQUELINE ALVARENGA BAPTISTA; VAGNER NUNES PEREIRA; MARCELO
CAETANO TAVARES GOMES; ANDERSON PINTO DOS SANTOS; BRUNO
CESAR FIOCK POLASTRI; BRUNO GIOVANI GOMES DE SOUZA; EDUARDO
DOS SANTOS; MICHELE ZAVA DOS SANTOS; ROSE MARY RIBEIRO
BRANDÃO; ALEX SANDO DOS SANTOS GOMES, JEAN MARCEL NUNES
ATTIE E MARCELO NUNES ATTIE.
Para além disso, as denúncias anônimas no curso
das investigações do inquérito civil 9329 (MPRJ
2008.00166940) já davam conta de que o vazamento da prova
não teria ocorrido na elaboração das questões, mas, sim, na
impressão das provas. Esta informação está respaldada na
constatação de que as notas obtidas pelos candidatos
classificados, e ora demandados, não eram exatamente
idênticas ao gabarito oficial, mas idênticas entre si.
Outra manifestação de que o vazamento ocorreu na
etapa posterior à elaboração das questões é o fato de que,
em alguns casos, em apenas algumas das disciplinas as notas
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são idênticas. Significa dizer: o candidato não obteve a
prova por inteiro, mas teve acesso apenas às questões de
determinada disciplina, às quais repartiu com seus
parentes, amigos ou vizinhos, colhendo, ao final, notas
idênticas.
Ora, por esta simples observação já se intui que,
se fraude houve no certame, esta não atingiu a banca ou a
equipe responsável pela elaboração intelectual das
questões. Com toda a certeza, o vazamento ocorreu em
momento posterior, durante as etapas de impressão e
acondicionamento nos envelopes.
Nessa linha de investigação, foram empreendidas
diligências que enfocassem possíveis coincidências entre os
integrantes das equipes de envelopamento e impressão e os
candidatos aprovados.
Foi, então, que a investigação desenvolvida no
Ministério Público Federal e a análise levada a efeito pela
COTEC-LD se complementaram para apontar os agentes públicos
do NCE ADRIANO BARROS DA SILVA e JOSÉ AUGUSTO BARBOSA, que
integraram, respectivamente, a equipe de envelopamento e
impressão das provas TAMBÉM PARA O CONCURSO DO MP/RJ,
conforme se vê da listagem encartada às fls. 101/103 dos
autos principais, como os possíveis responsáveis pelo
vazamento antecipado das questões do certame.
Consoante narrou a denúncia ofertada pelo
Ministério Público Federal (fls. 316/330 do volume II do
IC), no que tange ao Concurso para provimento dos cargos da
Polícia Federal, ocorrido em dezembro de 2007, no dia
04/12/2007, o servidor do NCE/UFRJ JOSÉ AUGUSTO BARBOSA
subtraiu a prova que seria aplicada no concurso para a
Polícia Rodoviária Federal, repassando-a, através de SALES
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XIMENES DE ARAGÃO e ALUISIO GOMES DA SILVA, a JAYTH
RODRIGUES MAURÍCIO.
Ora, considerando que JAYTH RODRIGUES MAURÍCIO
foi identificado pela COTEC-LD como um dos 32 candidatos no
concurso do Ministério Público de 2007 que apresentaram
gabaritos idênticos na prova de técnico administrativo e,
considerando que JOSÉ AUGUSTO BARBOSA (na mesma época em
que cometeu igual fraude no concurso para Polícia Federal!)
também integrou a equipe designada para a fiscalização da
impressão das provas para o concurso do MPRJ, é de se
concluir que há indícios suficientes de que a mecânica do
grupo tenha sido a mesma anteriormente empregada no
concurso para Polícia Federal.
Vale o registro de que JAYTH, JOSÉ AUGUSTO
BARBOSA e ADRIANO BARROS DA SILVA figuram como demandados
na outra ação civil pública já ajuizada, sendo certo que
JOSÉ AUGUSTO também consta como réu em ação criminal
ajuizada pelo Ministério Público Federal relativamente à
fraude perpetrada no concurso para preenchimento dos cargos
da Polícia Rodoviária Federal.
Outro elemento de prova a ser considerado é que
tanto SALES XIMENES DE ARAGÃO, quanto ALUÍSIO GOMES DA
SILVA, também participaram do concurso MPRJ/2007, logrando,
nada mais nada menos, do que a 22ª e a 13ª posições,
respectivamente, para o cargo de técnico de notificações e
atos intimatórios (TNAI).
Por outro lado, a participação de ADRIANO na
subtração das provas se revelou pelo cruzamento de dados
efetuado pela COTEC-LD, onde foi detectado que ADRIANO
reside na Rua Fonseca Telles, n.º 113, ao passo que o então
candidato e posteriormente aprovado no certame SANDRO
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GONÇALVES PINTO, um dos integrantes do grupo que apresentou
gabarito absolutamente idêntico, reside na mesma Rua
Fonseca Telles, n.º 113. Diferenciam-se, ambos, apenas,
pelo número do apartamento, já que ADRIANO reside no 207,
ao passo que SANDRO, no 103.
Também foi apurado que o demandado JOSÉ AUGUSTO
BARBOSA reside no mesmo bairro, em rua muito próxima, de
ALUÍSIO GOMES DA SILVA, ambos no mesmo bairro de Duque de
Caxias (v. fls. 48 do relatório COTEC-LD expediente
2008.00166940)
Tal coincidência de endereços não pode ser
descartada como elemento de convencimento, sendo,
inclusive, um dos dados considerados pelo NCE para apontar
suspeita de fraude em concursos públicos, conforme já
esclarecido acima.
Ora, como já foi e ainda segue demonstrado, para
além da coincidência absoluta de gabaritos, há indícios
suficientes para supor que este foi obtido através dos
mencionados agentes públicos, ambos contratados pelo NCE
para compor a equipe que deveria, em última análise, zelar
pelo sigilo das informações recebidas.
Desta forma, é inquestionável que, se há
elementos que apontem que houve vazamento anterior, e, por
outro lado, que os ora demandados apresentaram gabaritos no
nível de coincidência que é ora descrito, também é crível
que tenham se beneficiado da fraude que ora é narrada.
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Por fim, e para coroar toda a investigação
desenvolvida pelo Ministério Público no inquérito civil que
instrui a presente demanda, a Divisão de Laboratório de
Combate à Lavagem de Dinheiro e à Corrupção da
Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério
Público (CSI-LAB), juntamente com o GATE- Grupo de Apoio
Técnico Especializado, elaborou o Relatório n.º 002, que
calculou as probabilidades de ocorreram as referidas
coincidências nos grupos de candidatos, os quais foram
anteriormente individualizados no Relatório Preliminar nº
001 da COTEC-LD.
É importante registrar que o Relatório n.º 002
teve por foco, primordialmente, as marcações nas respostas
erradas, excluindo-se os padrões idênticos nas respostas
certas. Assim justificou a Coordenadoria:
“É de se ressaltar que, em que pese o Relatório nº 001 ter
relatado a existência de padrões idênticos de respostas certas e
erradas, ou seja, grupo de candidatos com os mesmos erros e
acertos, os cálculos elaborados no presente relatório levarão em
consideração tão somente as marcações idênticas nas
respostas erradas, tal como se fossem as apostas aleatórias nas
loterias acima exemplificadas. Optou-se por excluir os padrões
idênticos nas respostas certas, para evitar que referida
semelhança seja justificada pela realização dos mesmos cursos
ou de um estudo em conjunto.
Ainda que tal fato tenha ocorrido, isto é, um determinado
grupo de candidatos tenha estudado em grupo por vários meses
nos mesmos cursos, realizado os mesmos exercícios, etc, ela
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seria plausível para justificar os mesmos acertos. Mas não os
mesmos erros, afinal, ninguém estuda para errar nem para ter os
mesmos erros do colega do grupo.
Dessa forma, as respostas erradas foram analisadas como
sendo um universo de questões à parte. Considerou-se, dessa
forma, que a prova continha tão somente essas questões, tal
como se fosse uma cartela da Loteca, em que os candidatos se
valeram da sorte e escolheram uma em cada cinco alternativas.
Não é possível adotar esse critério para analisar as respostas
corretas, pois, como mencionado acima, é preciso trabalhar com a
possibilidade de os candidatos investigados terem, de fato,
estudado e acertado por mérito.
É diferente quando a análise recai exclusivamente sobre o
erro, que pode ser decorrente da dúvida, da escolha aleatória, do
“chute”, do “não saber”, do “não ter como prever a resposta certa”,
exatamente como ocorre nas loterias, em que o apostador
escolhe aleatoriamente um resultado, já que ele não tem como
prevê-lo.
Então, no universo de questões erradas serão levadas em
consideração as marcações idênticas feitas por determinados
grupos de candidatos. Nesse particular, pouco importa se eles
marcaram a resposta certa ou errada, mas apenas se eles
apresentaram as mesmas combinações de respostas.”
Para concluir que:
“Em consonância com os critérios adotados para a
elaboração dos resultados acima, constatou-se que as chances
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de dois candidatos marcarem as mesmas respostas e
apresentarem o mesmo gabarito são de:
1 em 25, se for considerado que houve 1 questão
assinalada de maneira idêntica;
1 em 625, se for considerado que houve 2 questões
assinaladas de maneira idêntica;
1 em 15.625, se for considerado que houve 3 questões
assinaladas de maneira idêntica;
1 em 390.625, se for considerado que houve 4 questões
assinaladas de maneira idêntica;
1 em 9.765.625, se for considerado que houve 5 questões
assinaladas de maneira idêntica;
1 em 244.140.625, se for considerado que houve 6
questões assinaladas de maneira idêntica;
1 em 6.103.515.625, se for considerado que houve 7
questões assinaladas de maneira idêntica;
1 em 152.587.890.625, se for considerado que houve 8
questões assinaladas de maneira idêntica;
1 em 3.814.697.265.625, se for considerado que houve 9 questões assinaladas de maneira idêntica;
1 em 95.367.431.640.625, se for considerado que houve
10 questões assinaladas de maneira idêntica;
1 em 2.384.185.791.015.620, se for considerado que
houve 11 questões assinaladas de maneira idêntica;
1 em 59.604.644.775.390.600, se for considerado que
houve 12 questões assinaladas de maneira idêntica;
1 em 1.490.116.119.384.770.000, se for considerado que
houve 13 questões assinaladas de maneira idêntica;
1 em 37.252.902.984.619.100.000, se for considerado que
houve 14 questões assinaladas de maneira idêntica;
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1 em 931.322.574.615.479.000.000, se for considerado
que houve 15 questões assinaladas de maneira idêntica;
1 em 23.283.064.365.387.000.000.000, se for considerado
que houve 16 questões assinaladas de maneira idêntica;
1 em 582.076.609.134.674.000.000.000, se for
considerado que houve 17 questões assinaladas de maneira
idêntica;
1 em 14.551.915.228.366.900.000.000.000, se for
considerado que houve 18 questões assinaladas de maneira
idêntica.
Em uma análise comparativa, as chances de 02 pessoas
determinadas e previamente escolhidas, apostando
independentemente, acertarem as 6 dezenas da Mega Sena em
um mesmo concurso, são de 1 para 2.506.390.078.099.600 de
jogos possíveis.
Relativamente ao concurso do Ministério Público, o nível de
dificuldade para dois candidatos apresentarem um determinado
gabarito de forma idêntica se assemelha ao concurso da Mega
Sena a partir de 11 questões assinaladas de maneira idêntica, na
medida em que as chances de essa combinação ocorrer eram de
1 para cada 2.384.185.791.015.620 de gabaritos.
Considerando que 78 candidatos apresentaram 11 ou mais
gabaritos idênticos (11 ou mais erros idênticos) e que a média de
ganhadores da Mega Sena é de 0,3 ganhador por concurso,
concluiu-se que o Concurso do MP proporcionou 78 “ganhadores
da Mega Sena” em um único “sorteio”. Dessa forma, ganhar na
Mega Sena ficou mais fácil do que selecionar as mesmas
alternativas em 11 ou mais questões aplicadas no referido
certame.
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51
Por fim, cumpre esclarecer que a presente análise
concentrou-se exclusivamente nos candidatos aprovados que
responderam de forma idêntica a todas as respostas (mesmos
erros e acertos). Portanto, ainda que tenham apresentado
vínculos conjugais, de parentesco ou ainda que residam no
mesmo endereço/Município, os candidatos que não apresentaram
um padrão em suas respostas que indicasse uma identidade de
erros e acertos com os grupos de pessoas ora analisados não
foram mencionados no presente estudo.”
A partir desse referencial, foram calculadas as
probabilidades de ocorrerem as coincidências nos grupos de
candidatos que estão relacionados mais abaixo da presente
inicial, de forma a demonstrar os graves indícios da fraude
perpetrada no certame.
É bom que se diga que o relatório n.º 02 apenas
considerou dados objetivos, ou seja, a marcação idêntica de
respostas erradas. No entanto, suas conclusões ainda ganham
mais credibilidade se for considerada a espantosa
coincidência de tantos parentes, maridos, esposas,
companheiros, vizinhos, amigos e conhecidos lograrem sua
aprovação no certame do Ministério Público.
Igualmente vale o registro que, para o grupo de
32 pessoas que foi demandado na ação civil pública
anteriormente proposta, concluiu o relatório n.º 002:
“Um grupo de 32 pessoas com respostas
idênticas em todas as questões (mesmos erros e mesmos
acertos) também foi relacionado no item III.2, D, do
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Relatório Preliminar nº 001. Nesse contexto, constatou-se
que os referidos candidatos apresentaram as mesmas
combinações de respostas em 20 questões erradas. Não
apenas erraram as mesmas questões, mas também
marcaram as mesmas alternativas, sendo que a
probabilidade de isso ocorrer, para cada um deles, isto é,
as chances de eles apresentarem aquela combinação eram
de 1 para cada (5^20)^32, o que resulta em um número
cuja grandeza não foi possível expressar.
A partir da lista elaborada no item III.2, D, aferiu-se
que Sirlei Feliciano de Sousa Melo e Christiano Santos
do Couto, os quais apresentaram os mesmos erros em 20
questões, também foram relacionados no item III.2, E,
como integrantes do grupo de 12 ex-PM’s aprovados para
os cargos de Técnico Administrativo (TA) ou Técnico de
Notificações e Atos Intimatórios (TNAI), os quais
responderam de forma idêntica a todas as questões,
mesmo tendo realizado provas diferentes (prova 1 e prova
2), além de residirem em Duque de Caxias.
Ademais, Antônio Claudio do Nascimento e
Carlos José Trindade Lima, classificados em 4º e 5º
lugares, respectivamente, ao cargo de TNAI, também foram
mencionados no grupo de 12 ex-PM’s aprovados (item
III.2, E). Nesse sentido, aferiu-se que os referidos
candidatos obtiveram as mesmas notas em todas as
disciplinas, consequentemente, a mesma nota final.
Dessa forma, no universo de 6 questões erradas,
eles apresentaram as mesmas combinações, sendo que a
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probabilidade de isso ocorrer, para cada um deles, era de 1
em cada 244.140.625 combinações possíveis (5 ^ 6)².”
Considerando que estes 32 (trinta e dois)
candidatos já figuram como demandados na ação civil pública
anteriormente proposta, está patente a conexão probatória
que em tudo recomenda a reunião de processos para
julgamento conjunto.
No mais, diante de tão graves indícios da prática
de fraude no concurso público mencionado, não cabe outra
alternativa ao Ministério Público senão o ajuizamento da
presente demanda, sendo certo, por outro lado, que a
exclusão administrativa dos demandados, a despeito do envio
de cópias à Administração, ainda não foi efetivada.
DA VINCULAÇÃO ENTRE OS CANDIDATOS
De forma mais detida, passa-se a discorrer acerca
da vinculação entre os candidatos, apurada ao longo das
investigações.
GRUPO 1: MARCELO DA SILVA LISBOA, RONALD DA SILVA LISBOA e
PRISCILA SILVA PEREIRA
Vale registrar que, desde o início, este foi o
grupo que sempre esteve no foco das investigações, uma vez
que as denúncias anônimas sempre davam conta de que o
vazamento das questões teria sido originado com MARCELO,
que teria contado com o auxílio de seu irmão, RONALD, para
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solucionar as questões e, com isso, ilicitamente obterem
alguma vantagem patrimonial.
Segundo as notícias dos autos, MARCELO e RONALD
venderam a prova a WAGNER DEXHEIMER, ADRIANA DEXHEIMER e
RENATA DAMASCENO DEXHEIMER8, todos membros da mesma
família, e também ora demandados na presente ação.
Registre-se que MARCELO é casado com PRISCILA, e
irmão de RONALD, tendo sido todos os três aprovados no
concurso, alcançando, respectivamente, a 12ª, 6ª e 199ª
posição para os cargos de Técnico de Notificações e Atos
Intimatórios (TNAI), Técnico Superior Processual (TSP) e
Técnico Administrativo (TA) e apesar de regularmente
nomeados e empossados, somente RONALD ainda está em
exercício, tendo sido os outros dois exonerados ex officio.
E não é só: além de casados, MARCELO e PRISCILA
ainda colheram a mesmíssima nota nas disciplinas de Língua
Portuguesa e Informática, sendo que os três demandados
apontados neste tópico residem em Duque de Caxias,
município apontado pelo representante anônimo como o berço
de toda a fraude que é abordada ao longo da presente peça.
Ora, como não se ignora, a coincidência de notas
entre dois candidatos com vínculo conjugal e de um
terceiro, com vínculo de parentesco consanguíneo, são fatos
que, por si só, já são capazes de levantar suspeitas sobre
a aprovação destes três candidatos.
8 Fls. 47 do Inquérito Policial DRACO 32/08 (anexo VI, volume II)
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Entretanto, tal coincidência ainda ganha maior
consistência quando somada a todos os outros elementos
descritos no decorrer desta peça, os quais formam um
cenário que permitem concluir, acima de qualquer dúvida
razoável, na culpabilidade dos envolvidos.
Consoante restou apurado no decorrer das
investigações, MARCELO LISBOA é detentor de, ao menos,
quatro CPFs9, e RONALD, dois CPFs, fatos que, isolados, já
os levariam à perda do cargo por inidoneidade moral.
Como ressaltou a autoridade policial10
“Durante as investigações foram
encontrados pelo menos quatro CPF´s
distintos em nome de MARCELO, o que
demonstra uma prática direcionada para
abertura de contas, levantamentos de
empréstimos e financiamentos através de
documentos falsos, o que talvez possa ser
caracterizado como crime de estelionato.”
Todavia, não satisfeito com isso, MARCELO,
durante o período de seu estágio probatório, foi exonerado
do cargo ocupado por conduta incompatível com o exercício
do cargo de Técnico de Notificações e Atos Intimatórios
(TNAI), além da sua reprovação na avaliação de sua
eficiência, notadamente quanto aos aspectos de qualidade do
trabalho e conhecimento técnico apresentado.
Asseverou a Comissão Permanente de Inquérito
Administrativo, no expediente MPRJ 2008.0017997411:
9 Anexo VI, volume II do Inquérito Civil
10 Inquérito Policial n.º 32/2008
11 Fls. 680/740 do Inquérito Civil
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“Verifica-se que o investigado não domina os
princípios e conhecimentos mais comezinhos
da expressão em língua portuguesa. Tal
conhecimento é peça essencial do trabalho a
ser efetuado pelo investigado em sua função
de Técnico de Notificações e Atos
Intimatórios(...)
Efetivamente, os autos dão conta de que o
investigado não atende aos mencionados
fatores e subfatores, tendo séria
dificuldade de expressão escrita, ignorando
por completo o correto uso da crase, a
existência da próclise, da mesóclise e da
ênclise (colocação pronominal), a
concordância verbo-nominal, além de exibir
total incapacidade de exposição clara e
coerente de ideias, com construção frasal
truncada e incoerente.”
Ora, tanto MARCELO, quanto PRISCILA, obtiveram
nota 27,50 na prova objetiva de Língua Portuguesa, em uma
prova que contava com 30 questões e cuja pontuação máxima
era 37,50.
Desta forma, partindo da constatação de que ambos
erraram, apenas, 8 (oito) questões no certame, isto seria,
a princípio, incompatível com a incapacidade técnica que
viria a ser manifestada por MARCELO no manejo da língua
portuguesa, item destacado no procedimento administrativo
da sua exclusão.
Entretanto, esta deficiência, exibida no curso
das funções, nada mais é do que o reflexo do despreparo do
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demandado para o concurso, conferindo verossimilhança à
notícia de que o mesmo fraudou o certame.
Outro elemento a ser considerado é o resultado na
interceptação das conversas telefônicas, autorizadas
judicialmente no bojo do Inquérito Policial n.º 32/08, às
quais o Ministério Público da Tutela Coletiva teve acesso,
legitimamente, após requerimento de extensão do sigilo
formulado diretamente em Juízo12.
Restou comprovado, naquela oportunidade, o
contato entre MARCELO e ALUÍSIO, assim consignando a
autoridade policial em seu relatório:
“MARCELO e ALUISIO se falam no dia
24/08/2008, 14:03:41h, e o primeiro
comenta que quando foi assinar as
férias entregaram um ofício para ele se
apresentar na DRACO, na terça-feira.
Que procurou saber do que se tratava e
foi informado que era a respeito da
“fraude em concurso” e foi informado
também que outras pessoas haviam
recebido os mesmos ofícios. MARCELO
afirma que “vai lá na condição de
convidado”. No dia seguinte, às
19:03;46h, MARCELO pergunta a XIMENES
se este recebeu um telefonema
cancelando a ida à DRACO e informa que
recebeu um fax desmarcando o
apontamento.”
Na própria escuta, é assim transcrito o diálogo:
12
Requerimento fls. 414/429 do Inquérito Civil e correspondente deferimento às fls. 22 do Anexo VI,
volume I ao Inquérito Civil
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“Marcelo diz que foi assinar as férias
e deram um ofício para se apresentar na
DRACO, terça-feira, comenta que
procurou saber no MP sobre de que se
tratava, a coordenadora que entregou
falou que era em relação à FRAUDE EM
CONCURSO e que chegaram vários ofícios
para pessoas diferentes. Aluísio
orienta para ir com advogado para
orientar. Marcelo diz que vai lá porque
não deve nada e vai lá na condição de
convidado e comenta que tinha um outro
funcionário recebendo também, ficou sem
jeito de perguntar, com certeza deve
ser a mesma coisa e pergunta se Aluisio
recebeu. Aluisio diz que não recebeu e
vai perguntar aos colegas do serviço se
está chegando para todo mundo ou para
algumas pessoas. Marcelo diz que no
grupo de plantão dele não tem ciência
que alguém recebeu e diz que no plantão
anterior foi Wagner.”
Por sua vez, através da escuta relativa ao
telefone da residência de MARCELO e PRISCILA, no dia
24/08/2008, às 19:43:44h, é detectado um diálogo entre
ambos, onde PRISCILA “reclama de MARCELO por ele haver dito
à irmã dela “que poderia ser preso”. Ela argumenta que a
família dela não precisa ficar sabendo de certas coisas,
pois “não está acostumada com gente trambiqueira”. MARCELO
continua a conversa dizendo que “um ano depois eles me
chamaram”. PRISCILA então afirma ter recebido ligação de
uma mulher que recomendou cuidado ao falar com a mesma ao
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telefone, pois o telefone da interlocutora estaria sendo
“grampeado”. MARCELO exige que ela se afaste de amizades
comprometedoras em seu local de trabalho, pois “as paredes
do MP têm fone, têm escuta”. PRISCILA então diz que fala
pouco com CARLA,que trabalha na Secretaria, mas MARCELO
deseja que o relacionamento dela no trabalho fique ainda
amais restrito. Ele diz que PRISCILA entrou no MP aprovada.
PRISCILA ainda fala que teve uma conversa com outro homem
sobre uma prisão e mostra-se preocupada com a possibilidade
de MARCELO “ser chamado lá.”
Também foi assinalado pelo relatório
policial produzido pelo Setor de Inteligência Eletrônica da
Polícia Civil que:
“A linha 21 7845-8715 também é utilizada por
MARCELO, da qual também foi possível extrair algumas
informações que não haviam sido detectadas até o
presente momento. MARCELO informa que é PM
reformado, sendo inclusive portador de arma de fogo
enquanto nas atividades de Oficial de Justiça. Outras
coisas soltas no contexto são informadas, como a placa de
um carro que seria usado por MARCELO- LCK 5041, cuja
consulta no sistema INFOSEG não retornou qualquer
cadastro para essa ocorrência, levantando suspeitas a
respeito da situação e procedência desse veículo. Outro
assunto mencionado é o recebimento de uma comissão de
dois ponto zero que será paga ao invés de uma três ponto
zero, mas que não podemos assegurar de que se trata
esse pagamento. Essa conversação ocorreu entre
MARCELO E VINICIUS, no dia 20/08/2008, às 18:07:36h.
em seguida, no mesmo dia, às 18:38:42h, MARCELO avisa
a WAGNER sobre o recebimento dos “dois ponto zero”.”
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É importante ressaltar, que, na transcrição da
própria conversação, o teor do diálogo foi o seguinte:
“Conversa suspeita: Vinicius avisou que sairá 2 ponto zero,
em vez de 3 ponto zero, conforme era previsto.
Interlocutores combinam encontro para tratarem do que
Vinicius pode fazer “em cima dos vinte”, o mais rápido
possível, “porque todo mundo quer” (transcrição do diálogo
de 20/08/2008 às 18:11:11)13
E, posteriormente, no diálogo ocorrido na mesma
data, às 18:41:00h:
“Marcelo avisa a Wagner que Vinicius manda
avisar que “sairá dois ponto zero, em vez
dos três ponto zero que eram previstos”.
Embora o valor seja menor que o esperado,
Marcelo comemora “receber a comissão” para
pagar despesas.” 14
Através desta simples transcrição, está
confirmada a aliança entre os demandados MARCELO, PRISCILA,
ALUÍSIO e WAGNER, conectando-os, também, na fraude
perpetrada no concurso para o Ministério Público, havendo
indícios suficientes para a propositura da presente ação em
relação a tais demandados.
GRUPO 2 : JACQUELINE ALVARENGA BAPTISTA, JOCELINI ALVARENGA
BAPTISTA, JONES ALVARENGA BAPTISTA, JACKSON ALVARENGA
BAPTISTA, DIRCELEIA JOSE DA SILVA, VAGNER NUNES PEREIRA
Vale registrar, logo em primeira mão, que
JACQUELINE, JOCELINI, JONES e JACKSON são irmãos, prestaram
13
Anexo VI, volume II do IC 14
Anexo VI, volume II do IC
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concurso para o mesmo cargo de técnico administrativo e
obtiveram exatamente a mesma nota final no concurso, com
isso se classificando, respectivamente, nas 87ª, 62ª, 61ª e
153ª posições.
JACQUELINI, JOCELINI, JONES, DIRCELEIA e VAGNER,
todos se encontram em exercício no Ministério Público.
Deste grupo, apenas JACKSON não compõe o quadro funcional
ativo do Ministério Público, eis que, apesar de convocado
posteriormente, em reclassificação, declinou formalmente de
sua posse, muito embora tenha logrado a sua classificação
na 153ª posição, e, portanto, dentro do número já convocado
pela instituição, que abrangeu os aprovados até a 548ª
colocação.
E mais.
Além de terem obtido a mesma nota, consoante
detectado pela COTEC-LD, JOCELINI e VAGNER responderam,
identicamente, a todas as questões, aí considerados os
mesmos erros e mesmos acertos. Tal coincidência foi
confirmada pelo relatório do NCE, onde foi enfocado,
diretamente, o concurso do Ministério Público.
Segundo, ainda, o Núcleo de Computação Eletrônica
da UFRJ, a marcação do cartão-resposta de JOCELINI, JONES,
JAQUELINE e VAGNER é rigorosamente a mesma em 77 (setenta e
sete) das 80 (oitenta) questões da prova objetiva, tendo
eles marcado as mesmas opções de resposta, seja para as
opções certas, seja para as erradas, fato que, sob o ponto
de vista estatístico/probabilístico, é impossível.
Também foi apurado pelo NCE que, em relação a
JONES e JAQUELINE, havia apenas uma marcação divergente
(relativa à questão 41), e que, em relação a JONES e
JOCELINI, havia apenas duas diferenças de marcação
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(relativas às questões 69 e 78) e, ainda, que, em relação a
JOCELINI e JAQUELINE, havia, apenas, três marcações
divergentes. Tais divergências foram assim interpretadas
pelo NCE:
“Nas três questões onde não houve
coincidência exata da marcação entre os três
candidatos, verifica-se um comportamento curioso.
Na questão n.º 41, os dois primeiros [JOCELINI E
JONES] marcaram a opção de resposta “D”, enquanto
o terceiro [JAQUELINE] marcou a opção de resposta
[“C”]. Na questão n.º 69, os dois últimos
[JAQUELINE E VAGNER] marcaram a opção de resposta
“A”, enquanto o primeiro [JOCELINI] marcou a
opção de resposta “E”. Na questão n.º 78, os dois
últimos [JAQUELINE E VAGNER] marcaram a opção de
resposta “B”, enquanto o primeiro [JOCELINI]
marcou a opção de resposta “E”. O comportamento
em destaque muito parece uma tentativa vã dos
candidatos de despistar a banca examinadora,
pois, da forma como se deu as marcações, dois
candidatos obtiveram a mesma pontuação final,
enquanto um fica com um ponto a menos;
Essa inversão de resposta em
determinadas questões, com marcação igual para
uns e diferente para outros e vice-versa, pode
configurar uma tentativa de despiste da banca
examinadora.” (os trechos entre [] foram
acrescentados ao original para melhor
esclarecimento)
Tal marcação diferenciada, em algumas questões
explica a diferente classificação dos candidatos.
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Mas as coincidências não param por aí.
JOCELINI, JONES e JAQUELINE fizeram inscrição,
para o mesmo cargo, provavelmente no mesmo dia/hora, dada a
sequência de seus números de inscrição (9753524, 9754296 e
9755179), o que foi interpretado pelo NCE como uma
tentativa ou intenção de serem alocados nos mesmos
local/prédio/sala, o que lograram conseguir, já que fizeram
prova na mesma sala, no mesmo prédio, no mesmo local:
Universidade Salgado de Oliveira, Niterói, Bloco B, andar
3.15
Por sua vez, ainda segundo o constatado pelo NCE,
VAGNER, além da coincidência da marcação com JOCELINI,
apresentou coincidência em 78 (setenta e oito) das questões
com JONES e em 77 (setenta e sete) coincidências em relação
a JAQUELINE, além de, igualmente, ter feito prova no mesmo
local: Universidade Salgado de Oliveira, Niterói, Bloco B.
Por seu turno, JACKSON e DIRCELEIA, fazendo crer
em uma possível relação conjugal, residem no mesmo endereço
(Rua Nossa Senhora das Mercês, n.º 185, apt. 1006, Fonseca,
Niterói) e indicaram o mesmo email ao Ministério Público
Em suma, não fosse a identidade de gabaritos
estatisticamente inviável -elemento suficiente para anular
a admissão dos demandados ao serviço público-, a ela ainda
se somam o critério do parentesco (existente entre
JACQUELINE, JOCELINI, JONES e JACKSON) e a identidade de
endereço real (de JOCELINI, JONES e JAQUELINE e de JACKSON
e DIRCELEIA) e eletrônico (de JACKSON e DIRCELEIA), bem
como a proximidade das residências e das classificações
15
Fls. 122 do apenso 2010.00569150
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obtidas pelos demandados, todos para o mesmo cargo, tendo
prestado exame no mesmo local de prova.
Mas não foi só isso.
Para colocar acima de qualquer dúvida de que a
coincidência acima é matematicamente inexplicável, o estudo
que avaliou a chance de que Jocelini Alvarenga e Vagner
Nunes Pereira terem apresentado as mesmas marcações, nas 11
questões analisadas, são 1 em 2.384.185.791.015.620, ou
seja, 1 chance em 2 quatrilhões trezentos e oitenta e
quatro trilhões cento e oitenta e cinco bilhões setecentos
e noventa e um milhões quinze mil e seiscentos e vinte de
gabaritos possíveis. O referido resultado é semelhante às
chances de 02 apostadores acertarem as 6 dezenas da Mega
Sena em um mesmo Concurso (2.506.390.078.099.600).
Para tal dupla, assim concluiu o relatório:
“No item III.2, A, nº 1 do Relatório Preliminar nº 001, foram
relacionados dois candidatos ao cargo de Técnico Administrativo, os
quais responderam de forma idêntica a todas as questões, isto é,
apresentaram os mesmos erros e acertos.
Relativamente ao universo de questões erradas, vale ratificar
que se optou por tratá-las como um universo à parte, tal como se fosse
um prova composta somente por essas questões.
Nesse contexto, aferiu-se que Jocelini Alvarenga Baptista (62º
lugar) e Vagner Nunes Pereira (63º lugar) apresentaram as mesmas
combinações de respostas em 11 questões erradas. Não apenas
erraram as mesmas questões, mas também marcaram as mesmas
alternativas.
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Ou seja, naquele universo de 11 questões, Jocelini Alvarenga
Baptista marcou a seguinte combinação: a-b-c-d-b-c-a-e-e-c-d. Os
cálculos para elaborar as probabilidades da candidata escolher a
referida combinação, considerando que são 11 questões com cinco
alternativas cada, serão feitos a partir da operação 5 ^ 11 (cinco elevado
a 11, como na Loteca), o que equivale a dizer que ela terá 1 chance em
48.828.125 combinações para ter aquele gabarito. Portanto, essas são
as chances de 01 pessoa apresentar o referido gabarito.
Porém, é preciso considerar ainda que houve um 2º candidato,
Vagner Nunes Pereira, com idêntica combinação de respostas
apresentada por Jocelini Alvarenga.
Dessa forma, se a chance de Jocelini apresentar um
determinado gabarito é X, (sendo X = 5^11), a probabilidade de duas
pessoas terem esse mesmo gabarito será X².
Deve-se admitir, nesse caso, que os dois candidatos
responderam às opções independentemente um do outro. Sabe-se da
Teoria Estatística que a probabilidade de ocorrerem 2 eventos
independentes, simultaneamente, é representada pelo produto das 2
probabilidades, calculadas individualmente.
Nesse contexto, o cálculo 5 ^ 11 deverá ser elevado ao
quadrado, da seguinte forma: (5^11)², operação que resultará em
2.384.185.791.015.620.
Ante o exposto, conclui-se que as chances de eles terem
apresentado as mesmas marcações nas 11 questões analisadas são 1
em 2.384.185.791.015.620, ou seja, 1 chance em 2 quatrilhões
trezentos e oitenta e quatro trilhões cento e oitenta e cinco bilhões
setecentos e noventa e um milhões quinze mil e seiscentos e vinte de
gabaritos possíveis.
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O referido resultado é semelhante às chances de 02
apostadores acertarem as 6 dezenas da Mega Sena em um mesmo
Concurso (2.506.390.078.099.600).
Registre-se, por fim, que no universo de 5.614 aprovados no
concurso, há a possibilidade de existirem outros candidatos com
idêntica combinação de respostas apresentadas por Jocelini
Alvarenga Baptista e Vagner Nunes Pereira. Contudo, por não terem
apresentado parentesco por consanguinidade, vínculo conjugal e por
afinidade (critérios de análise adotados no Relatório nº 001), não foram
objeto de estudo no presente relatório.
Repita-se: não foram objeto desta análise. Todavia, cumpre
esclarecer que a fórmula matemática adotada no presente estudo leva
em consideração a possibilidade de outras pessoas terem apresentado
o mesmo gabarito que Jocelini Alvarenga Baptista e Vagner Nunes
Pereira.
A linha de raciocínio traçada acima é idêntica à adotada para os
grupos de candidatos especificados em seguida. Por isso, optou-se por
não reproduzi-la e tratar apenas das probabilidades em si.”
Ora, conjugando-se os elementos acima descritos-
identidade absoluta ou quase de respostas na prova;
eliminação em outro concurso público; parentesco;
identidade de endereços entre cinco candidatos aprovados-
constituem dados suficientes para o ajuizamento da presente
demanda, bem como para a procedência do respectivo pedido.
GRUPO 3: FELIPE JULIAN DE ASSIS ROCHA, JORGE PAULO DE ASSIS
ROCHA, TEMIS ILMA DE ASSIS ROCHA, MARCOS CORREA DOS SANTOS,
VANDA ROSA CUNHA SILVEIRA, LUIZ CARLOS CRUZ LIMA, THAIS
BAETA PEREIRA LIMA
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Conforme apurado no curso das investigações todos
estes demandados prestaram concurso para o cargo de Técnico
Administrativo do Ministério Público do Estado do Rio de
Janeiro, sendo todos aprovados e classificados, nas
seguintes posições: LUIZ CARLOS (437ª); JORGE PAULO (468ª);
MARCOS CORREA (469ª); FELIPE JULIAN (470ª); VANDA ROSA
(473ª); TEMIS ILMA (474ª) e THAIS (806ª.
Segundo detectado pela COTEC-LD, FELIPE JULIAN,
JORGE PAULO, MARCOS CORREA DOS SANTOS e VANDA ROSA
responderam identicamente a todas as questões (mesmos erros
e mesmos acertos), o que resultou na sua classificação,
quase que sequencial, entre a 468ª e a 473ª posições.
E as coincidências não param por aí.
JORGE PAULO, FELIPE JULIAN e TEMIS ILMA são
irmãos, tendo obtido a mesma nota final no certame, sendo
que estes três demandados se encontram em atividade no
âmbito do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro
desde 07/12/2010, data de sua posse.
E, também na mesma esteira do já descrito, LUIZ
CARLOS, ao se inscrever no concurso, indicou o mesmo
endereço que FELIPE JULIAN, embora conste, na rede INFOSEG,
que seu endereço é o mesmo de THAIS (Rua Caibar Chutel,
1015, Vila Itamarati, Duque de Caxias), com quem, também,
compartilha o email.
Tal coincidência de endereços não pode ser
descartada como elemento de convencimento, sendo,
inclusive, um dos dados considerados pelo NCE para apontar
suspeita de fraude em concursos públicos, conforme já
esclarecido acima.
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Por sua vez, LUIZ CARLOS e THAIS responderam de
forma idêntica 78 das 80 questões da prova (ou seja,
identidade de marcações em 97,5% das questões), alcançando,
respectivamente, a 437ª e a 806ª posições para o cargo de
TÉCNICO ADMINISTRATIVO.
MARCOS CORREA, de seu turno, logrou sua
aprovação para o cargo de técnico de regulação de serviços
de transportes terrestres da ANTT, tendo sido nomeado
através da Portaria n.º 19, de 16 de janeiro de 2009.
Outro elemento de prova a ser considerado é que
FELIPE JULIAN, JORGE PAULO e VANDA ROSA foram eliminados do
concurso da ANTT 2008 por suspeita de fraude, sendo que
esta última, apesar de ter logrado a 473ª colocação no
certame, e designada para estágio experimental em
07/06/2010, foi eliminada posteriormente, eis que a mesma
foi presa em operação desencadeada em Cambuci, Promotoria
onde se encontrava lotada.
Segundo informações obtidas, esta ex-servidora
ainda figura como ré no processo 09.2010.8.19.0013/2010,
que tramita na Vara Única de Cambuci, por suposta fraude a
caráter competitivo de procedimento licitatório c/c
formação de quadrilha.
Em suma, não fosse a identidade de gabaritos
estatisticamente inviável -elemento suficiente para anular
a admissão dos demandados ao serviço público-, a ela ainda
se somam o critério do parentesco (existente entre JORGE
PAULO, FELIPE JULIAN e TEMIS ILMA) e a identidade de
endereço real e eletrônico (de LUIZ CARLOS e THAIS BAETA e
de LUIZ CARLOS E FELIPE JULIAN), bem como a proximidade das
classificações obtidas pelos demandados.
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Não fosse suficiente isso, a prova dos candidatos
Felipe Julian, Jorge Paulo de Assis Rocha, Marcos Correa
dos Santos e Vanda Rosa Cunha Silveira também foi objeto de
análise pelo referido Relatório Preliminar n.º 02, tendo
concluído que:
“No item III.2, A, nº 2, foram relacionados quatro candidatos ao cargo
de Técnico Administrativo, Felipe Julian de Assis Rocha, Jorge Paulo
de Assis Rocha, Marcos Correa dos Santos e Vanda Rosa Cunha
Silveira, que responderam errado a 18 questões de forma idêntica.
Apresentaram, portanto, a mesma combinação de respostas.
Considerando que são 04 candidatos com respostas idênticas, a
fórmula deverá ser (5 ^ 18) elevada à 4ª potência, isto é, (5 ^ 18)^4, o
que resulta em 1 chance em mais de
211.758.236.813.575.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.0
00 de gabaritos possíveis.
Ante o exposto, conclui-se que as chances de eles terem
apresentado as mesmas marcações nas 18 questões analisadas são de
1 chance em
211.758.236.813.575.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.0
00 de gabaritos possíveis.
Além da coincidência de erros, os referidos candidatos também
apresentaram residências no Município de Duque de Caxias, razão pela
qual integraram a lista de 159 pessoas aprovadas que residem naquele
Município, a qual segue detalhada no item III.2, C.1 do Relatório
Preliminar nº 001.”
Em relação a Luiz Carlos Cruz Lima e Thais Baeta Pereira Lima,
concluiu o mesmo relatório que:
“Relativamente ao item III.2, A, nº 2, vale ainda registrar que
Luiz Carlos Cruz Lima e Thais Baeta Pereira Lima apresentaram as
mesmas combinações de alternativas em 15 questões assinaladas
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(questões erradas), sendo que a probabilidade de isso ocorrer é de (5 ^
15)², ou seja, 1 chance em cada 931.322.574.615.479.000.000 de
combinações possíveis.
Ademais, os referidos candidatos também apresentaram
residências no Município de Duque de Caxias, razão pela qual
integraram a lista de 159 pessoas aprovadas que residem naquele
Município, a qual segue detalhada no item III.2, C.1 do Relatório
Preliminar nº 001.”
Ora, conjugando-se os elementos acima descritos-
identidade absoluta ou quase de respostas na prova;
eliminação em outro concurso público; parentesco sanguíneo;
identidade de endereços entre candidatos aprovados-
constituem dados suficientes para o ajuizamento da presente
demanda, bem como para a procedência do respectivo pedido.
GRUPO 4: REGINALDO GOMES DA SILVA, ALUISIO GOMES DA SILVA,
ROMANTIEZER THEODORO GOMES DA SILVA, ANDRÉ GOMES DA SILVA,
EDUARDO GOMES DA SILVA JÚNIOR, MARCELO GOMES DA SILVA, JOSÉ
AUGUSTO GOMES DA SILVA, GEANE GOMES DA SILVA, PAULO GEOVANE
DE JESUS, DIEGO CASSIANO JESUS DE ALMEIDA, TACIANNE JESUS
DE ALMEIDA, NADIA DE JESUS MARTINS, SERGIO LUIS DOS SANTOS
DULFIS
Todas as pessoas acima listadas, excetuadas NADIA
e SERGIO, lograram a sua aprovação e classificação no
concurso do Ministério Público, se posicionando entre a-
excelente- 13ª colocação (ALUISIO GOMES DA SILVA) e a 1372ª
(MARCELO GOMES DA SILVA). Entretanto, destes, somente
ALUISIO (TNAI), REGINALDO (TNAI), TACIANNE (TSP) e GEANE
(TA) se encontrem, efetivamente, em exercício no Ministério
Público.
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Em primeiro lugar, não é muito difícil notar a
inexplicável coincidência de sobrenomes na listagem acima.
Com efeito, das 12 (doze) pessoas listadas, 11 (onze)
possuem o mesmo sobrenome (oito pessoas com o sobrenome
GOMES DA SILVA e três com o sobrenome JESUS).
Tal coincidência não é casual, tendo sido apurado
que ALUISIO e REGINALDO são irmãos, assim como DIEGO e
TACIANNE.
Não por coincidência, também, ALUISIO e REGINALDO
prestaram concurso para o mesmo cargo, de TÉCNICO DE
NOTIFICAÇÕES E ATOS INTIMATÓRIOS (TNAI) do Ministério
Público.
Note-se, ainda, que JESUS é o apelido de família
de uma das integrantes da equipe de impressão e
envelopamento das provas, NÁDIA DE JESUS MARTINS, que, por
sua vez, reside no mesmo endereço de SERGIO LUIS DOS SANTOS
DULFIS, que também integrou a equipe de envelopamento do
concurso do Ministério Público.
Não fosse só isso, ANDRÉ, PAULO e DIEGO
responderam de forma idêntica a todas as questões (mesmos
erros e mesmos acertos), logrando a sua classificação no
certame, respectivamente, na 484ª, 485ª e 487ª posições
para o mesmo cargo, de TÉCNICO ADMINISTRATIVO. E, embora
não constem da listagem fornecida pela Secretaria Geral de
Administração do Ministério Público como servidores
atualmente em atividade, sua colocação permitiria isso, eis
que, como já se disse ao longo desta peça, foram convocados
os candidatos classificados até a 548ª posição.
ALUISIO, ANDRÉ, DIEGO, TACIANNE e EDUARDO residem
na Rua Traiporanga, Vila Guanabara, Duque de Caxias, também
conhecida como Rua Albino Imparato, localizada no Parque
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Paulicéia, local apontado pelo denunciante anônimo nas
investigações como o local de origem da fraude.
A poucos metros de distância reside JOSÉ AUGUSTO
BARBOSA, um dos integrantes da equipe de impressão das
provas.
Por fim, mas não menos importante, vale registrar
que ALUISIO GOMES DA SILVA e JOSÉ AUGUSTO BARBOSA já
constam como réus na ação civil pública 0363526-
74.2011.8.19.0001, sem mencionar a imputação que pesa sobre
os mesmos na ação penal pública ofertada pelo Ministério
Público Federal, no que tange ao concurso para provimento
dos cargos da polícia federal, ocorrido em dezembro de
2007.
Narra a peça acusatória que, no dia 04/12/2007, o
servidor do NCE/UFRJ JOSÉ AUGUSTO BARBOSA subtraiu a prova
que seria aplicada no concurso para Polícia Rodoviária
Federal, repassando-a, através de SALES XIMENES DE ARAGÃO e
ALUISIO GOMES DA SILVA a JAYTH RODRIGUES MAURÍCIO.
Ora, considerando a matematicamente improvável
coincidência de sobrenomes dentre os aprovados (GOMES DA
SILVA e JESUS), além da identidade de respostas entre os
candidatos (ANDRÉ, PAULO GEOVANE e DIEGO CASSIANO), ainda
devem ser somados a tais elementos a narrativa constante da
denúncia ofertada pelo Ministério Público Federal16.
Vale registrar que, embora ALUISIO GOMES DA SILVA
já figure como demandado na ação civil pública
anteriormente proposta pelo Ministério Público, o fato é
que se lhe é imputado, na presente oportunidade, ter
beneficiado os demais candidatos componentes do grupo acima
16
Fls. 316/330 do Inquérito Civil
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enunciado, diverso do abordado na primeira ação civil
pública proposta.
Em relação a este grupo vale destacar, ainda, em
relação a André Gomes da Silva, Diego Cassiano Jesus de
Almeida e Paulo Geovane de Jesus, as conclusões alcançadas
pelo Relatório n.º 02:
“O grupo de candidatos listados no item III.2, A, nº 3, quais
sejam André Gomes da Silva, Diego Cassiano Jesus de
Almeida e Paulo Geovane de Jesus responderam errado a 18
questões de forma idêntica. Registre-se que os dois primeiros
residem no Parque Paulicéia, Duque de Caxias, conforme lista
dos candidatos aprovados anexada no item III.2, C.1 do
Relatório Preliminar nº 001.
Nesse contexto, se as chances de um candidato
apresentar uma determinada combinação de resposta é X
(sendo X = 5^18), a probabilidade de 03 candidatos
apresentarem esse mesmo gabarito será X³, isto é, (5^18)³. , o
que equivale a dizer que essas pessoas teriam 1 chance em
55.511.151.231.257.800.000.000.000.000.000.000.000 de
combinações possíveis, de apresentarem as coincidências
apuradas em suas respostas.”
GRUPO 5: JULIANA PEREIRA DA SILVA, PATRICIA DE SEIXAS
CABRAL, TAIS DE VASCONCELOS BARRETO, ANA CRISTINA PORTUGAL
MOREIRA, LUIZ ROBERO PORTUGAL MOREIRA, CARLOS EDUARDO
MARQUES SILVEIRA
Deste grupo, JULIANA, TAIS, LUIZ ROBERTO e CARLOS
EDUARDO lograram aprovação para o cargo de TÉCNICO
ADMINISTRATIVO (TA), respectivamente, na 9ª, 205ª, 3393ª e
146ª classificações, sendo que somente LUIZ ROBERTO não se
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encontra em exercício no Ministério Público, eis que a sua
classificação não foi suficiente para garantir sua nomeação
e posse dentro do período de validade do certame.
Restou apurado que ANA CRISTINA, uma das pessoas
responsáveis pelo envelopamento das provas, é irmã de LUIZ
ROBERTO, aprovado na 3393ª posição para o cargo de TA
(TÉCNICO ADMINISTRATIVO) e residem, ambos, no mesmo
endereço, na Rua Virtude, 285, casa 01, Mesquita, Rio de
Janeiro.
Por sua vez, o endereço dos irmãos PORTUGAL
MOREIRA está localizado a 270 (duzentos e setenta) metros
de distância das residências de TAÍS VASCONCELOS e CARLOS
EDUARDO MARQUES SILVEIRA, que, por sua vez, estão
localizadas na mesma Rua (Rua Emilio Guadagni ou Guadagny),
também em Mesquita.
Em Mesquita, aliás, se localizam as residências
de JULIANA PEREIRA DA SILVA e PATRICIA DE SEIXAS CABRAL, a
primeira aprovada na nada desprezível 9ª colocação para o
cargo de TÉCNICO ADMINISTRATIVO (TA), e, a segunda,
integrante da equipe de envelopamento das provas. E mais:
não apenas moram no mesmo bairro em Mesquita (Banco de
Areia), mas suas casas distam, apenas, 200 metros.
GRUPO 6:LEANDRO AMARO DE ALMEIDA, ALEXANDRE ALVES SOARES,
MARIA CELIA ALVES DE ANDRADE E REGINA ALVES DE ANDRADE
Deste grupo, todos lograram aprovação, obtendo a
classificação entre a 19ª (ALEXANDRE ALVES SOARES) e a 36ª
colocações (REGINA ALVES DE ANDRADE). Excetuado por REGINA,
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todos se encontram em exercício no Ministério Público, no
cargo de TÉCNICO ADMINISTRATIVO (TA).
Salta aos olhos, mais uma vez, a identidade de
sobrenomes entre os aprovados, tendo sido descoberto no
curso das investigações que MARIA CELIA e REGINA são irmãs
gêmeas, tudo indicando que sejam primas de ALEXANDRE.
ALEXANDRE, por sua vez, respondeu, identicamente
(mesmos erros e mesmos acertos) que LEANDRO, respostas que,
submetidas ao exame de probabilidade, assim concluiu a
Divisão de Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro:
“No item III.2, A, nº 5, constam 4 candidatos ao cargo de Técnico
Administrativo, sendo que dois deles, Alexandre Alves Soares (19º
lugar) e Leandro Amaro de Almeida (20º lugar), responderam de
forma idêntica a todas as questões. Nesse contexto, eles tiveram os
mesmos 9 erros. As chances dos referidos candidatos apresentarem
idêntica combinação de respostas eram de 1 em 3.814.697.265.625 (=
(5 ^ 9)²).”
Mais uma vez se confirma a informação, fornecida
pelo denunciante anônimo, de que a origem do esquema
descrito no corpo da presente inicial tem seu ponto central
em Caxias. MARIA CELIA, REGINA e LEANDRO residem naquela
cidade, ao passo que ALEXANDRE reside em São João de
Meriti, município vizinho.
GRUPO 7: CARLOS ALBERTO DA SILVA MACHADO, WALLACE FERNANDES
MACHADO JÚNIOR, BRUNO HUGUENIN MACHADO E CLAUDIO SILVA DOS
SANTOS
No que toca a este grupo, todos prestaram
concurso para o mesmo cargo, qual seja, de TÉCNICO
ADMINISTRATIVO (TA), obtendo as mesmas notas em todas as
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disciplinas e logrando se classificar entre a 342ª e a 351ª
posições. Excetuado por CARLOS, todos os outros três se
encontram em exercício nos quadros do Ministério Público.
Mais uma vez, se desenha a igualdade de apelidos
de família, que, neste caso, tal como nos demais, não é
fruto de mera coincidência. Conforme detectado no curso das
apurações, CARLOS ALBERTO é pai de BRUNO e indicaram como
endereço residencial o mesmo de CLAUDIO.
Aliás, todos residem no mesmo Bairro (Campo
Grande) e obtiveram as mesmas notas em todas as
disciplinas, e, consequentemente, a mesma nota final,
levando o Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro e à
Corrupção a assim concluir:
“No item III.2, A, nº 6, foram relacionados quatro candidatos, sendo que
três deles, Carlos Alberto da Silva Machado, Wallace Fernandes
Machado Júnior e Cláudio Silva dos Santos apresentaram as
mesmas notas em todas as questões objetivas. Nesse sentido, eles
erraram de forma idêntica 13 questões. As chances de isso ocorrer
eram em 1 em 1.818.989.403.545.860.000.000.000.000, isto é, (5^13)³.”
Por seu turno, WALLACE, além de possuir o mesmo
sobrenome (MACHADO), juntamente com BRUNO e CLAUDIO foi
eliminado do concurso para preenchimento dos cargos no
âmbito da ANTT 2008, por suspeita de fraude.
Ora, mais uma vez, além da inexplicável
coincidência de sobrenomes entre os aprovados, em que todos
obtiveram as mesmas notas em todas as disciplinas, somado
ao fato da identidade de endereços residenciais, e a
eliminação anterior em concurso público federal (ANTT
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77
2008), também se põe em xeque a sua aprovação no concurso
do Ministério Público.
GRUPO 8: JHONATAN SANTOS DE OLIVEIRA E VERONICA DOS SANTOS
ALVES PACHECO
No que tange a esta dupla, foram ambos aprovados
em 1º e 2º lugares para o cargo de TÉCNICO EM NOTIFICAÇÕES
E ATOS INTIMATÓRIOS (TNAI), com notas muito próximas e
ambos se encontram em exercício no Ministério Público.
Tal e qual nos casos anteriores, mais uma vez se
evidencia a identidade de sobrenomes. E tal e qual nas
anteriores hipóteses, esta coincidência não foi fruto do
acaso: conforme detectado pela COTEC-LD, JHONATAN e
VERONICA são irmãos pela parte materna (ELIZABETE MONTEIRO
DOS SANTOS).
GRUPO 9: MARCELO DA SILVA FONSECA E MARCIO DA SILVA FONSECA
No que tange a esta dupla, foram ambos aprovados
em 31º (MARCELO) e 32º (MARCIO) lugares para o cargo de
TÉCNICO ADMINISTRATIVO (TA), tendo obtido a mesma nota em
todas as disciplinas e, consequentemente, a mesma nota
final. Ambos se encontram em exercício no Ministério
Público.
Tal e qual nos casos anteriores, mais uma vez se
evidencia a identidade de sobrenomes. E tal e qual nas
anteriores hipóteses, esta coincidência não foi fruto do
acaso: conforme detectado pela COTEC-LD, MARCELO e MARCIO
são irmãos gêmeos.
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Outro dado a ser considerado é que ambos residem
no mesmo endereço, qual seja, Rua João Ribeiro, 63, em
Duque de Caxias, município que é apontado tantas vezes ao
longo desta peça como origem de toda a fraude no certame do
Ministério Público.
Em relação a essa dupla, assim se pronunciou o
exame probabilístico:
“Os candidatos Marcelo Silva da Fonseca e Márcio Silva da Fonseca,
abordados no item III.2, A, nº 8, obtiveram as mesmas notas em todas as
disciplinas, consequentemente, a mesma nota final. Dessa forma, no
universo de 6 questões erradas, eles apresentaram as mesmas
respostas, sendo que a probabilidade de isso ocorrer é (5 ^ 6)², ou seja, 1
chance em cada 244.140.625 de combinações possíveis.
Além da coincidência de erros, os referidos candidatos também
residem em Duque de Caxias. Em vista disso, integraram a lista de 159
pessoas aprovadas no certame que residem naquele Município,
abordada no item III.2, C.1 do Relatório Preliminar nº 001.”
GRUPO 10: ADRIANA DEXHEIMER, WAGNER DEXHEIMER, RENATA
DAMASCO DEXHEIMER
Quanto a este trio, todos foram aprovados no
concurso do Ministério Público, logrando ADRIANA e RENATA,
respectivamente, as excelentes 15ª e 26ª posições para o
cargo de TÉCNICO ADMINISTRATIVO (TA) ao passo que WAGNER
alcançou a notável 7ª colocação para o cargo de TÉCNICO EM
NOTIFICAÇÕES E ATOS INTIMATÓRIOS (TNAI).
Infelizmente, mais uma vez a coincidência de
sobrenomes se apresenta. E, também, mais uma vez, está
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afastado o acaso nesta hipótese: ADRIANA E WAGNER são
irmãos, sendo que WAGNER e RENATA são casados, conforme
informações obtidas pela COTEC-LD (Casamento Livro B-Aux12
Folha: 72 Termo:2872 Município: Niterói UF:RJ).
Além de casados, WAGNER E RENATA obtiveram,
inexplicavelmente, a mesma nota em todas as disciplinas e,
consequentemente, a mesma nota final. Por sua vez, Adriana
e Renata apresentaram gabaritos idênticos em 77 das 80
questões aplicadas, levando a Divisão da Coordenadoria de
Segurança e Inteligência a assim se pronunciar:
“No item III.2, A, nº 9, foram relacionados dois candidatos ao cargo de
Técnico Administrativo, Adriana Dexheimer e Renata Dexheimer os
quais apresentaram gabaritos idênticos em 77 das 80 questões
aplicadas. Nesse sentido, cada uma também apresentou os mesmos 8
erros contabilizados. As chances de isso ocorrer eram em 1 em cada
152.587.890.625 combinações possíveis (5 ^ 8)².”
Não fosse suficiente isso, ainda se confirma a
informação, obtida através do denunciante anônimo que tanto
contribuiu para o desenrolar das presentes apurações, de
que a família de sobrenome DEXHEIMER teria efetuado
depósito na conta corrente de um indivíduo conhecido como
“cabeça branca”, que tudo aponta para ser JOSÉ AUGUSTO
BARBOSA, réu na ação civil pública anteriormente proposta
(0363526-74.2011.8.19.0001).
GRUPO 11: ADRIANA MATHEUS LOPES, RODRIGO MATHEUS LOPES E
JULLIANA MOURA DE MATOS M. LOPES
No que tange a este trio, todos prestaram o mesmo
concurso para o cargo de TÉCNICO ADMINISTRATIVO (TA) do
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Ministério Público, logrando as nada insignificantes 59ª
(JULLIANA), a 75ª (ADRIANA) e a 228ª (RODRIGO)
classificações, se encontrando TODOS em exercício no
Ministério Público.
Mais uma vez a matematicamente inexplicável
coincidência de sobrenomes, tantas vezes destacada ao longo
da presente peça, se apresenta entre os aprovados deste
grupo. E mais uma vez, também, isso não é obra do acaso:
ADRIANA e RODRIGO são irmãos, sendo que este último é
casado com JULLIANA (Casamento Livro 32BE, Folha 123,
Termo: 9853, Município: Rio de Janeiro).
E não é só.
ADRIANA e JULLIANA obtiveram notas finais
idênticas, além de terem colhido a mesma média nas demais
disciplinas do concurso. Por sua vez, ADRIANA e RODRIGO,
além de irmãos, obtiveram a mesma nota em Língua
Portuguesa.
E, também, reforçando o que já se discorreu no
curso da presente petição inicial, o Município de Duque de
Caxias se destaca: a família de RODRIGO é oriunda daquela
cidade, município onde reside ADRIANA.
Ora, conjugando-se todos os fatos acima
enunciados (parentesco, residência em Duque de Caxias,
notas finais muito próximas e obtidas em virtude de notas
parciais idênticas), tudo aponta no sentido de que também
estes demandados obtiveram a prova em caráter antecipado,
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burlando o princípio da igualdade que deve haver entre
todos os candidatos.
GRUPO 12: CARLOS HENRIQUE PINTO SEIXAS, MARIO RIBEIRO
VASCONCELOS JÚNIOR, ANA MARIA LOPES VASCONCELOS, SIMONE
PINTO DA ROCHA, MONICA FERREIRA
Quanto a este grupo, CARLOS HENRIQUE, MARIO
RIBEIRO e ANA MARIA fizeram o concurso para o cargo de
TÉCNICO ADMINISTRATIVO (TA), logrando, respectivamente, as
47ª, 48ª e 283ª posições, encontrando-se, os três,
atualmente em exercício no âmbito do Ministério Público.
Por sua vez, SIMONE foi classificada na excelente 20ª
colocação para o cargo de TÉCNICO SUPERIOR ADMINISTRATIVO
(TSA), sendo desconhecidas as razões pelas quais a mesma
não se encontra em atividade no Ministério Público.
De seu turno, mais uma vez se desenha o
parentesco entre os aprovados: MARIO e ANA MARIA são irmãos
e, além disso, obtiveram exatamente a mesma nota em Língua
Portuguesa.
De outro lado, também, neste caso, a absoluta
identidade de gabaritos se apresenta: conforme detectado
pela COTEC-LD, MARIO e CARLOS HENRIQUE responderam de forma
idêntica a todas as questões (mesmos erros e mesmos
acertos), fazendo com que o exame probabilístico concluísse
que:
“No item III.2, A, nº 12, foram relacionados dois candidatos, Carlos
Henrique Pinto Seixas (47º lugar para o cargo de TA) e Mário Ribeiro
Vasconcelos Júnior (48º lugar para o cargo de TA), os quais
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apresentaram idêntica combinação de respostas para as mesmas 11
questões. Portanto, as chances de terem o mesmo gabarito eram de 1
em 2.384.185.791.015.620 combinações, ou seja, (5 ^ 11)².”
Neste caso, há indícios suficientes de que o
vazamento da prova tenha se dado por fonte diversa, eis que
MONICA FERREIRA, uma das funcionárias responsáveis pelo
envelopamento das provas, reside no mesmo prédio de CARLOS
HENRIQUE, localizado na Rua Augusto Nunes, 342, Todos os
Santos. Enquanto MONICA reside no 203, CARLOS HENRIQUE
reside no 401.
Por sua vez, SIMONE, que possui o mesmo apelido
de família de CARLOS HENRIQUE (“Pinto”), reside no n.º 411,
casa 02, da mesma Rua Augusto Nunes.
Ora, somadas todos os elementos acima, não resta
a menor dúvida acerca da existência de indícios suficientes
de que, também neste caso, tais servidores obtiveram
antecipadamente as questões da prova.
GRUPO 13: ROGÉRIO ALVES DA SILVA, MARIO RIBEIRO VASCONCELOS
JÚNIOR, CÍNTIA DE OLIVEIRA LIMA, WAGNER QUINTANILHA DA
SILVA, JARBAS ALVES DA SILVA, MIRIAN QUEIROZ BRAGA,
JONATHAN SILVA DO NASCIMENTO, EDUARDO PEREIRA DE
ALBUQUERQUE, VANIA ELIANE PEREIRA DE ALBUQUERQUE
Quanto a este grupo, é de se ressaltar, logo em
primeiro plano, que o nome de MÁRIO RIBEIRO VASCONCELOS JR.
se repete, apontando, seguramente, na existência de um
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ajuste prévio entre os candidatos para fraudar o concurso
em questão.
Todos os integrantes deste grupo fizeram o
concurso para o mesmo cargo no âmbito do Ministério
Público, qual seja, o de TÉCNICO ADMINISTRATIVO (TA),
logrando a sua aprovação na 65ª (ROGÉRIO), 48ª (MÁRIO
RIBEIRO), 49ª (CÍNTIA), 154ª (WAGNER), 246ª (JARBAS), 245ª
(MIRIAN), 249ª (JONATHAN), 247ª (EDUARDO) e 318ª (VANIA
ELIANE) posições. Destes, MARIO RIBEIRO, CÍNTIA, WAGNER e
JONATHAN se encontram em exercício no Ministério Público.
Nesta hipótese, mais uma vez se anuncia a
improvável coincidência de gabaritos.
Conforme detectado pela COTEC-LD, MIRIAN E
JONATHAN responderam de forma idêntica a todas as questões
(mesmos erros e mesmos acertos), ao passo que WAGNER e
ROGÉRIO responderam de forma idêntica 79 das 80 questões da
prova (ou seja, 98,75% das questões). A análise de
probabilidade deste fenômeno ocorrer foi assim analisada
pela Divisão de Laboratório:
“Os candidatos Mirian Queiroz Braga e Jonathan Silva do
Nascimento, abordados no item III.2, A, nº 13, responderam de forma
idêntica a todas as questões, de modo que apresentaram os mesmos
erros e acertos. Dessa forma, no universo das 16 questões erradas, eles
apresentaram as mesmas combinações, sendo que a probabilidade disso
ocorrer era de 1 em cada 23.283.064.365.387.000.000.000 (5 ^ 16)², ou
seja, 1 chance em mais de 23 sextilhões de gabaritos possíveis.
Registre-se que Jonathan Silva do Nascimento também reside no
Município de Duque de Caxias, razão pela qual foi relacionado no item
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III.2, C.1 do Relatório Preliminar nº 001 como sendo uma das 159
pessoas aprovadas que residem naquele Município.”
Por sua vez, a coincidência de cartões-resposta
entre MÁRIO RIBEIRO VASCONCELOS JR. e ROGÉRIO ALVES DA
SILVA restou confirmada pelo NCE, que apontou:
“Os cartões resposta dos
candidatos MARIO RIBEIRO VASCONCELOS JÚNIOR
e ROGÉRIO ALVES DA SILVA possuem 79 (setenta
e nove) coincidências na prova objetiva. A
única divergência diz respeito à marcação do
gabarito da questão n.º 06.”17
Já em relação a MÁRIO e CÍNTIA, concluiu o NCE:
“Os cartões resposta dos candidatos MÁRIO
RIBEIRO VASCONCELOS JÚNIOR e CÍNTIA DE
OLIVEIRA LIMA possuem 78 (setenta e oito)
coincidências. As duas divergências dizem
respeito à marcação do gabarito das questões
n.º 42 e 78”18
E, estabelecendo definitivamente a relação entre
ROGÉRIO, MÁRIO e CÍNTIA, disse o NCE:
“Os cartões-resposta dos candidatos Cíntia
de Oliveira Lima e Rogério Alves da Silva
possuem 77 (setenta e sete) coincidências.
As três divergências dizem respeito à
17
Fls. 123 do apenso 2010.00569150 18
Fls. 123 do apenso 2010.00569150
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marcação do gabarito das questões n.º 06, 42
e 78”19
Ora, se qualquer coincidência acima de 66% das
respostas é considerada anormal, nem há o que se discorrer
quando esta identidade chega às raias dos 100%.
E, ainda que assim não fosse, não se pode deixar
de mencionar a mesma nota final obtida por JARBAS, MIRIAN,
JONATHAN e EDUARDO em todas as disciplinas, bem como a
coincidência das mesmas notas destes com VANIA ELIANE no
que tange às provas de “Língua Portuguesa” e “Demais
Disciplinas”.
Ora, tais coincidências são matematicamente
inexplicáveis e consubstanciam prova suficiente para o
ajuizamento da presente demanda. Entretanto, apurou-se
mais.
JARBAS E MIRIAN residem no mesmo endereço, além
de haverem indicado o mesmo email de contato
([email protected]), patenteando o liame entre ambos.
Por sua vez, WAGNER e ROGERIO, para além da
coincidência assombrosa de respostas acima descrita, também
indicaram o mesmo email de contato
([email protected]), além de residirem em Duque de
Caxias, município que, desde o início das investigações, é
apontado como o berço de toda a fraude perpetrada.
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Fls. 123 do apenso 2010.00569150
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Por fim, mas não menos importante, é de assinalar
a identidade de sobrenomes entre ROGERIO e JARBAS (ALVES DA
SILVA), que fecha o círculo de ligação entre todos estes
demandados.
GRUPO 14: EDUARDO DOS SANTOS E MICHELE ZAVA DOS SANTOS
No que toca a esta dupla, ambos lograram a
aprovação no concurso, sendo classificados,
respectivamente, na 39ª e na 40ª colocação para o cargo de
TÉCNICO ADMINISTRATIVO (TA), estando os dois em exercício.
Igualmente neste caso a coincidência de
sobrenomes não é um capricho da sorte. EDUARDO e MICHELE
são casados (Livro BB00016 Folha:57, Termo: 5358,
Município: Belford Roxo UF:RJ), e, como tal, residem no
mesmo endereço: Rua Luis Sá, 305, Bloco 1, apt. 303,
Portuguesa, Ilha do Governador.
O mais grave e mais indicativo de que estes dois
obtiveram a prova em caráter antecipado é que, também neste
caso, ambos responderam de forma idêntica a todas as
questões (mesmos erros e mesmos acertos), em uma
coincidência matematicamente inexplicável:
“As chances de Eduardo dos Santos e Michele Zava dos Santos,
especificados no item III.2, A, nº 14, de apresentarem a mesma
combinação de respostas para as 10 questões que erraram eram de 1
em 95.367.431.640.625, o que equivale a (5 ^ 10)².”
E não apenas a COTEC-LD detectou a identidade de
respostas. Também o NCE, ao utilizar o programa Sherlock,
chegou ao mesmo resultado: a marcação dos cartões-resposta
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dos candidatos é rigorosamente a mesma no universo das 80
(oitenta) questões da Prova Objetiva, tendo eles marcado as
mesmas opções de resposta, seja para as opções certas, seja
para as erradas, fato que, sob o ponto de vista
estatístico/probabilístico, é inviável.
E as coincidências também não pararam por aí.
Os candidatos fizeram inscrição, para o mesmo
cargo, provavelmente no mesmo dia/hora, já que receberam os
números de inscrição 9494197 e 9494316, interpretado pelo
NCE, especialista na detecção destas fraudes, como “uma
tentativa ou intenção de serem alocados nos mesmos
local/prédio/sala.”
E, não por coincidência, apesar de residirem na
Ilha do Governador, consoante apurado pela COTEC-LD, suas
famílias são de Duque de Caxias e Belford Roxo, o que
constitui um elemento a mais a ser considerado na fraude
acima descrita.
GRUPO 15: EDENILSON VIEIRA CABRAL E GISELE CABRAL RODRIGUES
No que toca a estes demandados, ambos prestaram o
mesmo concurso para o cargo de TÉCNICO ADMINISTRATIVO (TA),
logrando a sua aprovação e classificação, respectivamente,
na 143ª e 144ª posições, estando, atualmente, em exercício
no âmbito do Ministério Público.
No entanto, também a sua aprovação está maculada
pela fraude. Isto porque ambos responderam identicamente a
todas as questões (mesmos erros e mesmos acertos), mais uma
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vez, em uma matemática inexplicável, conforme concluiu o
exame probabilístico:
“Da mesma forma, a probabilidade de Edenilson Vieira da Silva (143º lugar) e
Gisele Cabral Rodrigues (144º lugar), especificados no item III.2, A, nº 15, de
apresentarem o mesmo gabarito referente às 14 questões que erraram de
forma idêntica era de 1 em 37.252.902.984.619.100.000, o que equivale a 1
chance em mais de 37 quintilhões de gabaritos possíveis (5 ^ 14)².”
Não por coincidência, EDENILSON E GISELE são
casados entre si, além de terem indicado o mesmo email para
contato ([email protected]), prova suficiente da
ligação entre ambos.
GRUPO 16: CARLA ALEXANDRA LIMA QUEIROZ DO NASCIMENTO E
ANTÔNIO CLAUDIO DO NASCIMENTO
Em relação a essa dupla, restou apurado que se
trata de um casal, que logrou, respectivamente, a 14ª e a
4ª classificação para os cargos de TÉCNICO ADMINISTRATIVO
(TA) e TÉCNICO DE NOTIFICAÇÕES E ATOS INTIMATÓRIOS (TNAI),
e, embora tenham se candidatado a cargos diferentes,
obtiveram a mesma nota final, assim como igual nota parcial
em Informática.
Segundo detectado pela COTEC-LD ambos são casados
segundo certidão do livro:34ª, Folha:51, Termo:0001981700
Município: São João de Meriti UF: RJ, sendo que apenas
CARLA ALEXANDRA se encontra em exercício no Ministério
Público, tendo sido sua posse em 17/01/2008.
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ANTÔNIO CLÁUDIO, assim como ALUISIO GOMES DA
SILVA e SALES XIMENES DE ARAGÃO, é ex-policial militar, o
que revela o ponto de ligação entre os três, conectando um
dos componentes deste grupo a outro grupo já abordado ao
longo da presente peça.
GRUPO 17: EDUARDO VIANNA DA SILVA, ERICA FERREIRA TRAVASSOS
VIANNA DA SILVA
No que toca a EDUARDO VIANNA DA SILVA e ÉRICA
FERREIRA TRAVASSOS VIANNA DA SILVA, ambos se encontram em
exercício no Ministério Público, no cargo de TÉCNICO
SUPERIOR PROCESSUAL (TSP), tendo se classificado,
respectivamente, na 126ª e na 150ª posições do concurso.
Enquanto a posse de EDUARDO ocorreu em 18/03/08, a de ÉRICA
ocorreu em 16/01/09.
Mais uma vez, restou apurado que ambos são
casados (certidão de casamento livro: B-4ª, Folha 110EV,
Termo 10101, Município: Paracambi, UF RJ), e obtiveram
notas finais muito próximas, em razão da identidade de
notas em “Língua Portuguesa” e “Demais Disciplinas”.
Foi apurado pela COTEC-LD que forneceram o mesmo
endereço, na Ilha do Governador. Entretanto, checado o
INFOSEG, foi detectado que, antes de se mudar para a Ilha,
EDUARDO residia em Duque de Caxias, na Rua Marquês do
Herval, 353, Apt. 401, Jardim XXV de Agosto, Município que,
ao longo da presente peça é reiteradamente apontado como
origem de toda a fraude.
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GRUPO 18: ALEXANDRE SUISSO ANDRADE, PRISCILA SUISSO DE
CARVALHO
Quanto a ALEXANDRE SUISSO e PRISCILA SUISSO,
nenhum dos dois se encontra em exercício no âmbito do
Ministério Público, tendo sido ambos exonerados ex-officio,
a despeito do fato de que tenham se classificado,
respectivamente, no 8º lugar para TÉCNICO DE NOTIFICAÇÕES E
ATOS INTIMATÓRIOS (TNAI) e no 12º lugar para TÉCNICO
ADMINISTRATIVO (TA).
Ora, mais uma vez se desenha a identidade de
sobrenomes, sendo que ambos residem em Duque de Caxias:
Priscila no Bairro XXV de Agosto e Alexandre, em Jardim
Gramacho.
Também, não por coincidência, ambos obtiveram a
mesma nota na disciplina “Informática”.
Por oportuno, vale ressaltar que, em relação a
ALEXANDRE SUISSO, houve a instauração de procedimento
administrativo disciplinar contra o servidor (Processo
Administrativo n.º 2009.00284936), a fim de apurar falta
disciplinar consistente em descumprimento da rotina
administrativa de entrega das notificações, função
primordial do Técnico em Notificações e Atos Intimatórios
(TNAI), assim como possível lavratura de certidão falsa20.
Também neste caso, à semelhança do anteriormente
narrado em relação ao demandado MARCELO LISBOA, a qualidade
do serviço prestado pelo demandado evidencia o seu
20
Expediente 2009.00284936 (Anexo V, volumes I e II)
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despreparo para o concurso, incompatível com a sua
colocação em 8º lugar no certame, evidenciando, por outro
lado, a fraude que ora lhe é imputada.
GRUPO 19: EMERSON ALBERTO FERREIRA, ELAINE MARIA DA SILVA
PINHEIRO, CELIA MARIZE FERREIRA
Quanto a EMERSON ALBERTO FERREIRA, ELAINE MARIA
DA SILVA PINHEIRO E CELIA MARIZE FERREIRA, todos se
encontram em exercício no Ministério Público, sendo que o
primeiro no cargo de TÉCNICO DE NOTIFICAÇÕES E ATOS
INTIMATÓRIOS (TNAI) e as outras duas, no cargo de TÉCNICO
ADMINISTRATIVO (TA), em razão de terem se classificado, no
concurso, respectivamente, na 3ª, 208ª e 347ª colocações.
Vale registrar que, neste caso, a nota obtida em
“Informática” foi a mesma para os três.
E, mais uma vez, se apresenta a coincidência de
sobrenomes entre candidatos aprovados, qual seja, FERREIRA.
E, tal e qual nos casos anteriores, esta não deriva do
acaso: EMERSON E CELIA são irmãos, ao passo que EMERSON e
ELAINE indicaram o mesmo email de contato
([email protected]), comprovando-se, assim o liame entre
os três.
Não suficiente isso, a ora demandada ELAINE
PINHEIRO foi ouvida no curso das investigações do IC que
aparelha a presente ação civil pública, tendo a mesma
declarado ter lecionado no Curso Progressão, em que uma das
filiais se localiza em Caxias, mais precisamente na Rua
Piratini, 12 - Centro - Caxias - RJ.
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Neste ponto, as investigações do Ministério
Público Federal forneceram um dado relevante às
investigações que sustentam a presente ação civil pública.
Consoante consignado pelo Procurador da República
nos autos do Inquérito Policial destinado à apuração das
fraudes que se noticiava em relação ao Concurso da Polícia
Rodoviária Federal de 2007, o Curso Progressão enviou um
ofício ao Ministério Público Federal comunicando que a
filial teria sido procurada por um indivíduo, identificado
como FERNANDO VALENTIM, oferecendo a prova que seria do
concurso federal investigado. Segundo o relatório, o Curso
teria se negado a adquirir a prova e a teria repassado às
autoridades competentes. Assim consta do relatório
elaborado pelo MPF:
“Na documentação juntada, importante
salientar o ofício encaminhado pelo
Curso Progressão, onde se noticiou que
no dia 07 de dezembro de 2007, por
volta das 17h e 30 minutos, compareceu
ao curso o senhor chamado FERNANDO
VALENTIM (Tel 9290-9242/2756-2879 email
[email protected]), que já
ministrou aulas naquela instituição
como instrutor autônomo, oferecendo uma
suposta prova que seria do concurso da
PRF 2007, e que o responsável pelo
curso, apesar de ter se negado a
adquirir a prova, conseguiu ter acesso
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à mesma, tendo a repassado para as
autoridades competentes.”21
Ora, não por coincidência, o Curso Progressão se
localiza em Caxias- local reiteradamente apontado como
origem de toda a fraude perpetrada e objeto da presente
ação civil pública, e, possivelmente, ponto de conexão
entre os candidatos aprovados no certame do Ministério
Público objeto da presente ação civil pública.
Por outro lado, especificamente em relação à
própria demandada ELAINE, se a mesma lecionou no referido
curso, e este foi indicado como um local onde fora
oferecida, à venda, a prova da PRF, é possível concluir,
sem muito esforço, que a mesma mecânica ocorreu no presente
caso.
GRUPO 20: RENATA TAVARES SILVA, BERTO DE ARAÚJO FERNANDES,
LEONARDO ABREU COSTA
Quanto a BERTO, LEONARDO E RENATA TAVARES, todos
se encontram em exercício nos cargos de TÉCNICO
ADMINISTRATIVO (TA), para o qual lograram sua aprovação em
5º, 41º e 2º lugares, tendo os três alcançado a mesma nota
em “informática”. Já BERTO e LEONARDO, forneceram o mesmo
email de contato ([email protected]), além de terem
obtido a mesma nota em “Informática” e em “Demais
Disciplinas”.
Vale registrar que BERTO e LEONARDO foram alvo de
denúncia anônima no sítio da polícia civil, onde se
21
Fls.100 do expediente 2010.00569150
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asseverou que “para serem aprovados no processo seletivo,
eles fizeram parte de um esquema, onde pagaram uma quantia
em dinheiro a funcionários do NCE (Núcleo de Computação
Eletrônica) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de
Janeiro)”
Ora, a representação formulada tem detalhes muito
específicos, que demonstram conhecimento verdadeiro da
fraude perpetrada, cujo conteúdo, somado a outros elementos
de prova, não deixam margem a dúvidas acerca da
irregularidade que é descrita ao longo da presente peça.
Demais disso, a ligação entre estes três
aprovados vem do fato de que residem na mesma Rua (Japoarã,
em Ricardo de Albuquerque), nos números 1086, 1190 e 474,
casa 05.
GRUPO 21: ADRIANA FREITAS DA COSTA MOTA E LUIZ FERNANDO PAZ
DA MOTA
No que toca a ADRIANA FREITAS DA MOTA e LUIZ
FERNANDO PAZ DA MOTA, embora aprovados e classificados,
respectivamente, na 911ª (Luiz Fernando) e na 958ª
(Adriana) colocações, com a mesma nota final, nenhum dos
dois se encontra em exercício no Ministério Público.
Mas a coincidência de sobrenomes, mais uma vez,
se explica por um vínculo objetivo, eis que ambos são
casados (casamento Livro: BO 272, Folha: 264, Termo: 26004
08, Município: Rio de Janeiro UF: RJ).
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GRUPO 22: CRISTIANE DOMINGUES PEREIRA E ANTONIO CARLOS
JARDIM DE BARRAGAN
Quanto a CRISTIANE DOMINGUES e ANTONIO CARLOS
BARRAGAN, ambos foram aprovados para o cargo de TÉCNICO
SUPERIOR ADMINISTRATIVO(TSA), respectivamente, na 287ª e
373ª posições. A despeito disso, não foram empossados no
cargo, em razão da sua classificação, eis que, para tal
cargo, foram convocados apenas os candidatos aprovados até
a 108ª posição.
Entretanto, isto não desfaz a constatação de que
ambos, casados (conforme casamento Livro:BX5, Folha 140,
Termo 1760, Município de São Gonçalo, UF:RJ), não por
coincidência, obtiveram a mesma nota em Língua Portuguesa.
GRUPO 23: CARLOS ALBERTO RODRIGUES CARVALHO, ROSANI LEITE
CARVALHO; MARCELO CALDAS MATTOS VIEIRA, CRISTIANA LAGE
MATTOS VIEIRA
Foi detectado pela COTEC-LD que CARLOS ALBERTO e
ROSANI e MARCELO CALDAS MATTOS VIEIRA e CRISTIANA LAGE são
dois casais aprovados no certame do Ministério Público.
Em relação aos casais CARLOS ALBERTO E ROSANI e
MARCELO e CRISTIANA, a coincidência não se limita ao
vínculo matrimonial, eis que cada par obteve a mesma nota
na prova de “Língua Portuguesa”.
GRUPO 24: SANDRO BARROS DOS SANTOS E PAULA ROSA JAQUES
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No que tange a esta dupla, ambos se encontram em
exercício no cargo de Técnico Administrativo do Ministério
Público (TA), para o qual lograram a aprovação e
consequente classificação, respectivamente, nas 169ª e 170ª
posições. Restou constatado que ambos responderam de forma
idêntica a todas as questões (mesmos erros e mesmos
acertos), cuja probabilidade foi assim calculada pela CSI-
LAB:
“Os candidatos Sandro Barros dos Santos (169º lugar para o cargo de
TA) e Paula Rosas Jaques (170º lugar), abordados no item III.2, B, nº
1, por residirem no mesmo endereço, responderam de forma idêntica a
todas as questões, de modo que apresentaram os mesmos erros e
acertos. Dessa forma, no universo das 15 questões erradas, eles
apresentaram idêntico padrão de resposta, sendo que a probabilidade
disso ocorrer era de 1 em cada 931.322.574.615.479.000.000 (5 ^ 15)²,
ou seja, 1 chance em mais de 930 quintilhões de combinações
possíveis.”
Tal e qual nas hipóteses anteriores, mais uma vez
se comprovou o liame entre ambos, eis que residem no mesmo
endereço, qual seja, Rua Galvani, 560, Apt. 304, Vila da
Penha, Rio de Janeiro.
GRUPO 25: ALINE MARQUES FERRARO E MICHELLE BARBOSA DA SILVA
No que tange a esta dupla, ambos se encontram em
exercício no cargo de Técnico Administrativo do Ministério
Público (TA), para o qual lograram a aprovação e
consequente classificação, respectivamente, nas 106ª
(ALINE) e 105ª (MICHELLE) posições. Restou constatado que
ambas responderam de forma idêntica a todas as questões
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(mesmos erros e mesmos acertos), cuja probabilidade foi
assim calculada:
“As chances de Michelle Barbosa Silva (105º lugar) e Aline Marques Ferraro
(106º lugar), especificadas no item III.2, B, nº 2, apresentarem o mesmo
gabarito referente às 14 questões que erraram de forma idêntica eram de 1 em
37.252.902.984.619.100.000 ((5^14)², o que equivale a 1 chance em mais de
37 quintilhões de combinações possíveis.”
Tal e qual nas hipóteses anteriores, mais uma vez
se comprovou o liame entre ambos, eis que residem no mesmo
bairro, Vila Valqueire. Enquanto MICHELLE reside na Rua
Ouro Branco, n.º 367, apt. 201, ALINE reside na Praça
Saiqui, n.º 143, apt. 201.
GRUPO 26: BRUNO CESAR FIOCK POLASTRI, ANTÔNIO MARTINS NETO
E BRUNO GIOVANI GOMES DE SOUZA
No que tange a estes três, todos se encontram em
exercício no cargo de Técnico Administrativo do Ministério
Público (TA), para o qual lograram a aprovação e
consequente classificação, respectivamente, nas 43ª (BRUNO
CESAR), 44ª (BRUNO GIOVANI) e 45ª (ANTÔNIO) posições.
Restou constatado, pela COTEC-LD que BRUNO CÉSAR
e ANTÔNIO, responderam de forma idêntica a todas as
questões (mesmos erros e mesmos acertos), ao passo que,
consoante apurado pelo NCE, a marcação dos cartões-resposta
de BRUNO CÉSAR e BRUNO GIOVANI é rigorosamente a mesma no
universo das 80 (oitenta) questões da prova objetiva, tendo
marcado as mesmas opções de resposta, seja para as opções
certas, seja para as erradas, fato que, sob o ponto de
vista estatístico/probabilístico, é inviável.
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Em relação a tal coincidência, assim concluiu a
CSI-LAB:
“No item III.2, B, nº 3, foram relacionados dois candidatos, Bruno
Cesar Fiock Polastri (43º lugar para o cargo de TA) e Antônio Martins
Neto (45º lugar para o cargo de TA), moradores do Município de Duque
de Caxias, os quais apresentaram idêntica combinação de respostas
para as mesmas 11 questões. Portanto, as chances de terem o mesmo
gabarito eram de 1 em 2.384.185.791.015.620 em combinações
((5^11)²).”
Tal e qual nas hipóteses anteriores, mais uma vez
se comprovou o liame entre todos, eis que residem em Duque
de Caxias, município de residência de grande parte do
número de demandados nesta ação e que, não por
coincidência, foi apontada como local de origem da fraude
de todo o certame.
GRUPO 27: ALESSANDRA DA SILVA PEREIRA E JUREMA PACHECO
MARQUES
No que tange a esta dupla, apenas ALESSANDRA se
encontra em exercício no cargo de Técnico Administrativo do
Ministério Público (TA), para o qual logrou a aprovação na
345ª posição.
Quanto a JUREMA, embora tenha logrado aprovação
na 345ª posição- e, com isso, dentro do número de
convocados- não se tem conhecimento da razão pela qual a
mesma não integra os quadros administrativos do Ministério
Público.
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Entretanto, isto não afasta a constatação de que
ambas responderam de forma idêntica a todas as questões
(mesmos erros e mesmos acertos), que a análise
probabilística assim concluiu:
“No item III.2, B, nº 4, foram relacionados dois candidatos ao cargo de
TA, Alessandra da Silva Pereira e Jurema Pacheco Marques,
moradoras do Município de Duque de Caxias, as quais responderam
errado a 17 questões de forma idêntica. Apresentaram, portanto, a
mesma combinação de respostas. As chances de algo semelhante
acontecer eram de 1 em 582.076.609.134.674.000.000.000 ((5^17)²,
que resulta em 1 chance em mais de 580 sextilhões de gabaritos
possíveis.”
Tal e qual nas hipóteses anteriores, mais uma vez
se comprovou o liame entre ambos, eis que residem em Duque
de Caxias, município de residência de grande parte do
número de demandados nesta ação e que, não por
coincidência, foi apontada como local de origem da fraude
de todo o certame.
GRUPO 28: CARLOS EDUARDO DA SILVA GAMA E RICARDO ALEXANDRE
MATEUS DE SOUZA
No que tange a esta dupla, nenhum dos dois se
encontra em exercício no cargo de Técnico Administrativo do
Ministério Público (TA), eis que sua aprovação e
classificação na 834ª (CARLOS EDUARDO) e 835ª (RICARDO
ALEXANDRE) não permitiu a sua respectiva convocação.
Mais uma vez, a identidade de gabaritos se
apresenta: ambos responderam, identicamente, a todas as
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100
questões (mesmos erros e mesmos acertos), sendo que ambos
residem no mesmo bairro, em JARDIM AMÉRICA, EM DUQUE DE
CAXIAS. A coincidência de gabaritos foi avaliada desta
forma pela CSI-LAB:
“Da mesma forma, no item III.2, B, nº 5, foram relacionados dois
candidatos ao cargo de TA, Carlos Eduardo da Silva Gama e Ricardo
Alexandre Mateus de Souza, moradores do Município de Duque de
Caxias, que responderam errado a 18 questões de forma idêntica.
Apresentaram, portanto, a mesma combinação de respostas. A
probabilidade de algo semelhante acontecer era de 1 em
14.551.915.228.366.900.000.000.000 ((5^18)², que resulta em 1 chance
em mais de 14 septilhões.”
GRUPO 29: GLAUCIA RUAS BACELLAR DA SILVA E VANESSA CRISTINA
FONSECA DE ARAÚJO
No que tange a esta dupla, ambas se encontram em
exercício no cargo de Técnico Administrativo do Ministério
Público (TA), para o qual lograram aprovação e respectiva
classificação na 449ª (GLAUCIA) e 451ª (VANESSA) posição.
Mais uma vez, a identidade de gabaritos se
apresenta: ambas responderam, identicamente, a todas as
questões (mesmos erros e mesmos acertos), sendo que ambas
residem no mesmo bairro de DUQUE DE CAXIAS, JARDIM AMÉRICA
(Rua Atílio Parim, n.º 356 e Rua Rodolfo Chambelland, n.º
806, respectivamente).
O mesmo cálculo de probabilidade utilizado para a
dupla anterior- Carlos Eduardo da Silva Gama e Ricardo
Alexandre Mateus de Souza, foi utilizada neste caso, eis
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101
que ambas apresentaram o mesmo padrão de resposta em 18
questões, assim concluindo a CSI-LAB:
“Da mesma forma, no item III.2, B, nº 5, foram
relacionados dois candidatos ao cargo de TA, Carlos Eduardo da Silva
Gama e Ricardo Alexandre Mateus de Souza, moradores do
Município de Duque de Caxias, que responderam errado a 18 questões
de forma idêntica. Apresentaram, portanto, a mesma combinação de
respostas. A probabilidade de algo semelhante acontecer era de 1 em
14.551.915.228.366.900.000.000.000 ((5^18)², que resulta em 1 chance
em mais de 14 septilhões.
Idêntica análise foi apurada para o grupo de candidatos listados
no item III.2, B, nº 6, quais sejam Gláucia Ruas Bacellar da Silva e
Vanessa Cristina Fonseca de Araújo, residentes no bairro Jardim
América, Rio de Janeiro, na medida em que elas também apresentaram
um mesmo padrão de resposta em 18 questões.”
GRUPO 30: FABIO PINTO DIAS E CRISTIANE PALMEIRA DE MELLO
No que tange a esta dupla, ambos se encontram em
exercício no cargo de Técnico Administrativo do Ministério
Público (TA), para o qual lograram aprovação na 82ª (FABIO)
e 108ª (CRISTIANE) colocação.
Mais uma vez, a identidade de gabaritos se
apresenta: ambos responderam, identicamente, a 77 das 80
questões (mesmos erros e mesmos acertos em 96,25% das
questões), colhendo, com isso, notas coincidentes nas
provas objetivas de “Informática” e “Demais Disciplinas”. E
em relação a essa dupla, assim foi calculada a
probabilidade da identidade acima assinalada:
M I N I S T É R I O P Ú B L I C O D O E S T A D O D O R I O D E J A N E I R O 3 ª P R O M O T O R I A D E J U S T I Ç A D E T U T E L A C O L E T I V A D E
D E F E S A D A C I D A D A N I A – N Ú C L E O C A P I T A L
102
“Os candidatos relacionados no item III.2, B, nº 7, Fábio Pinto Dias e
Cristiane Palmeira de Mello, residentes no mesmo endereço no bairro
de Jacarepaguá, responderam de forma idêntica a 77 questões das 80
para o cargo de TA. Nesse universo, apresentarem a mesma
combinação de respostas para as 10 questões que erraram. Portanto,
as chances de terem o mesmo gabarito eram de 1 em
95.367.431.640.625 combinações ((5 ^ 10)²).”
E, também mais uma vez, o gabarito quase que
idêntico revela outra coincidência: ambos residem no mesmo
endereço, a saber, Rua Andorinha das Casas, 84, Taquara,
Jacarepaguá, apontando no sentido de uma possível relação
conjugal.
GRUPO 31: MARCELO CAETANO TAVARES GOMES E ANDERSON PINTO
DOS SANTOS
Relativamente a esta dupla, a coincidência de
gabaritos não foi detectada pela COTEC-LD, mas pelo NCE.
Com efeito, em virtude da requisição do
Ministério Público Federal nos autos do Procedimento
Administrativo MPF/PR/RJ n.º 1.30.012.000782/2007-38, os
cartões resposta referentes ao concurso para o cargo de
Técnico Administrativo (TA) do MPRJ, realizado em 2007, foi
submetido ao software de cruzamento de dados destinado à
coincidência de marcações.
Consoante informado pelo NCE, a marcação dos
cartões-resposta de MARCELO CAETANO e ANDERSON é
rigorosamente a mesma no universo das 80 (oitenta) questões
da prova objetiva, tendo marcado as mesmas opções de
resposta, seja para as opções certas, seja para as erradas,
M I N I S T É R I O P Ú B L I C O D O E S T A D O D O R I O D E J A N E I R O 3 ª P R O M O T O R I A D E J U S T I Ç A D E T U T E L A C O L E T I V A D E
D E F E S A D A C I D A D A N I A – N Ú C L E O C A P I T A L
103
fato que, sob o ponto de vista estatístico/probabilístico,
foi asseverado pelo NCE, peremptoriamente, ser inviável.
Destaque-se, por fim, que Anderson é mais um
morador de Duque de Caxias, município repetidamente citado
no corpo da presente peça.
GRUPO 32: MARCIO CAVALCANTI PAZ, FABIANO BERNARDE e SIMONE
DA SILVA ALMEIDA BERNARDE
No que toca a este grupo, todos se encontram no
exercício do cargo de TÉCNICO ADMINISTRATIVO (TA) no âmbito
do Ministério Público, tendo alcançado as respectivas
classificações em 198º (SIMONE), 335º (MARCIO) e 346º
(FABIANO) lugares.
Consoante detectado pela COTEC-LD, MARCIO e
FABIANO obtiveram a mesma nota final, tendo respondido de
forma idêntica em 68 das 80 questões apresentadas (ou seja,
85% das respostas, entre erros e acertos).
Embora tais coincidências já fossem suficientes
para provar a fraude descrita, a verdade é que elas não
param por aí.
SIMONE e MARCIO residem no mesmo endereço, na Rua
Atlântica, 119, Jardim Nazareth, Nova Iguaçu. Por sua vez,
FABIANO reside na mesma rua, mas em número diverso, ou
seja, Rua Atlântica, 78, Jardim Nazareth, Nova Iguaçu.
GRUPO 33: LUCIANA SOUZA SABINO, ANDREA PINTO SERRALVA,
MARCELO AUGUSTO GOMES RIBEIRO; ANDERSON DO NASCIMENTO
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D E F E S A D A C I D A D A N I A – N Ú C L E O C A P I T A L
104
SARDINHA, RAFAEL FERREIRA DE OLIVA; ALEXANDRE DE SOUZA DA
SILVA E MARIANA DE LIMA MOTA; CRISTINA GONÇALVES DE
OLIVEIRA E MARIA INES BRITO DE CASTRO
Neste tópico foram reunidas todas as hipóteses em
que se detectou identidade de respostas, ou seja, os mesmos
erros e os mesmos acertos que, como se disse,
independentemente de outros elementos, já é suficiente para
comprovar a fraude.
Quanto a LUCIANA, ANDREA e MARCELO AUGUSTO, os
três se encontram em exercício no cargo de Técnico
Administrativo do Ministério Público (TA), para o qual
lograram aprovação, respectivamente, nas nada desprezíveis
23ª (LUCIANA), 24ª (ANDREA) e 25ª (MARCELO AUGUSTO)
colocações.
Conforme detectado pela COTEC-LD, os três
apresentaram respostas absolutamente idênticas (mesmos
erros e mesmos acertos), cujo exame de probabilidade
concluiu que:
“Os candidatos Luciana Souza Sabino, Andrea Pinto Serralva e
Marcelo Augusto Gomes Ribeiro, classificados em 23º, 24º e 25º para
o cargo de TA, apresentaram gabaritos idênticos nas 80 questões
aplicadas. Nesse sentido, eles também apresentaram idêntico padrão
de resposta em 8 questões. As chances de apresentarem os mesmos 8
erros eram de 1 para cada 59.604.644.775.390.600 combinações
possíveis (5 ^ 8)³.”
Por sua vez, da dupla ANDERSON e RAFAEL, somente
este último se encontra em exercício no cargo de Técnico
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D E F E S A D A C I D A D A N I A – N Ú C L E O C A P I T A L
105
Administrativo do Ministério Público (TA), muito embora
ambos tenham logrado suas respectivas aprovações na 448ª
(ANDERSON) e 453ª (RAFAEL) colocações.
Conforme detectado pela COTEC-LD, os dois
apresentaram respostas absolutamente idênticas (mesmos
erros e mesmos acertos), que teve sua análise
probabilística assim calculada:
“Dois candidatos ao cargo de TA, Anderson do Nascimento Sardinha
e Rafael Ferreira de Oliva, responderam errado a 18 questões de
forma idêntica. Apresentaram, portanto, a mesma combinação de
respostas, sendo que as chances de algo semelhante acontecer eram
de 1 em 14.551.915.228.366.900.000.000.000 ((5 ^ 18)², o que resulta
em 1 chance em mais de 14 septilhões.”
No que toca a CRISTINA e MARIA INÊS, ambas se
encontram em exercício no cargo de Técnico Administrativo
do Ministério Público (TA), para o qual lograram aprovação
e classificação na 323º (CRISTINA) e 325º (MARIA INÊS)
lugar.
Conforme detectado pela COTEC-LD, as duas
apresentaram respostas absolutamente idênticas (mesmos
erros e mesmos acertos), cuja análise probabilística
demonstrou que:
“Cristina Goncalves de Oliveira e Maria Inês Brito de Castro,
classificadas em 323º e 325º lugares ao cargo de TA, apresentaram
idêntico gabarito em 16 questões, ou seja, a mesma combinação de
respostas. As chances de algo semelhante acontecer eram 1 em
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106
23.283.064.365.387.000.000.000 ((5 ^ 16)², o que resulta em 1 chance
em mais de 23 sextilhões de combinações possíveis de gabaritos.”
Por fim, quanto a ALEXANDRE e MARIANA, nenhum dos
dois se encontra em exercício no Ministério Público, muito
embora tenham sido aprovados e classificados em 1116º
(ALEXANDRE) e 1112º (MARIANA) lugares.
Conforme detectado pela COTEC-LD, os dois
apresentaram respostas absolutamente idênticas (mesmos
erros e mesmos acertos), cujas chances são as seguintes:
“Alexandre de Souza da Silva e Mariana de Lima Mota
apresentaram as mesmas combinações de respostas em 20
questões. Não apenas erraram as mesmas questões, mas
também marcaram as mesmas alternativas, sendo que a
probabilidade de isso ocorrer é de 1 em cada
9.094.947.017.729.280.000.000.000.000 (5 ^ 20)², ou seja, 1
chance em mais de 9 octilhões de combinações possíveis.”
GRUPO 34: JEAN MARCEL NUNES ATTIE E MARCELO NUNES ATTIE
Consoante identificado pelo programa Sherlock, do
NCE, a marcação dos cartões-resposta dos candidatos é
rigorosamente a mesma no universo das 80 (oitenta) questões
da Prova Objetiva, tendo eles marcado as mesmas opções de
resposta, seja para as opções certas, seja para as erradas,
fato que, sob o ponto de vista estatístico/probabilístico,
é inviável.
Através deste expediente, os candidatos obtiveram
as mesmas pontuação e colocação final, e, muito embora não
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D E F E S A D A C I D A D A N I A – N Ú C L E O C A P I T A L
107
se encontrem em exercício no Ministério Público, isso não
afasta a constatação quanto à fraude perpetrada.
Mais uma vez, esta coincidência de respostas não
está isolada: ambos são parentes, diante da identidade de
sobrenomes, além de suas inscrições terem sido feitas,
provavelmente, no mesmo dia e hora (9773185 e 9775137),
fato que permitiu ao NCE concluir que “pode significar uma
tentativa ou intenção de serem alocados nos mesmos
local/prédio/sala de prova”.
Além disso, foram detectadas outras
coincidências, quais sejam: os candidatos se inscreveram
para o mesmo cargo/local/vaga, residem em bairros
contíguos.
GRUPO 35: ROSE MARY RIBEIRO BRANDÃO E ALEX SANDRO DOS
SANTOS GOMES
Em relação a tais candidatos, o programa Sherlock
identificou que ambos marcaram o cartão resposta,
rigorosamente, com as mesmas opções de resposta certa e
errada, e apresentaram, apenas, duas marcações diferentes
dos candidatos JEAN MARCEL e MARCELO ATTIE, atestando o
liame entre todos para burlar o concurso em questão.
Segundo o NCE, “essa inversão de resposta em
determinadas questões, com marcação igual para uns e
diferente para outros e vice-versa, pode configurar uma
tentativa de despiste da banca examinadora”.
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GRUPO 36: SIRLEI FELICIANO DE SOUSA MELO e CHRISTIANO
SANTOS DO COUTO
Tratam-se de candidatos aprovados para o mesmo
cargo de TÉCNICO ADMINISTRATIVO (TA), tendo alcançado,
respectivamente, na 733ª (SIRLEI) e 737ª (CHRISTIANO)
colocações, não integrando os quadros do Ministério Público
em razão de suas classificações.
Inobstante isso, consoante constatado pela COTEC-
LD, SIRLEI e CRISTIANO, ambos ex-policiais militares,
responderam de forma idêntica a todas as questões, o que é
matematicamente inexplicável.
DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS AFRONTADOS:
A imposição de concurso público para a
investidura em cargos públicos de provimento efetivo
objetiva dar concretude às normas constitucionais que
pregam a isonomia, impessoalidade e moralidade no setor
público, dentre outras, como decorrência lógica do
princípio republicano.
Como a res é pública, todos devem ter igualdade
de condições em geri-la, ou seja, o acesso aos cargos
públicos deve ser guiado pela isonomia material. Qualquer
privilégio ou tratamento diferenciado – caso não se
sustente na igualdade material, como na hipótese de reserva
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D E F E S A D A C I D A D A N I A – N Ú C L E O C A P I T A L
109
de vagas para os deficientes – a determinados concorrentes
é vedado.
Todavia, na presente hipótese, ocorreu justamente
o inverso histórico das conquistas republicanas: o critério
da impessoalidade não foi observado em relação aos réus
citados.
Incorporando a visão axiológica esboçada acima, a
Constituição da República Brasileira de 1988, não só
preceitua expressamente a exigência inafastável de concurso
público para a investidura em cargos públicos de provimento
efetivo – artigo 37, inciso II, como também estabelece as
diretrizes principiológicas específicas em relação às quais
estas escolhas estão submetidas: impessoalidade,
moralidade, eficiência, publicidade e legalidade. Exercem a
função de princípio limitativo e padrão de conformidade de
atuação dos agentes públicos no exercício de atividade
administrativa, ou seja, na gestão da coisa pública.
A impessoalidade prega que na gestão da coisa
pública devem prevalecer os interesses gerais, aqueles
concernentes à coletividade, ou seja, o significado de
público compreendido através de numa visão rosseauniana. A
impessoalidade consiste numa orientação de caráter
compulsório dirigida ao agente público no sentido de que
não sejam adotadas quaisquer decisões de cunho pessoal,
sejam elas fundadas em suas crenças ou em seus interesses,
no exercício da função pública.
Sobre o tema, sintetiza André Ramos Tavares22:
22
Curso de Direito Constitucional, São Paulo: Editora Saraiva, 2003, p. 966.
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“Consoante o princípio da impessoalidade, a atividade da
Administração deve ser neutra, objetivando exclusivamente a
realização do interesse de todos, jamais de uma pessoa ou
um grupo em particular”. (o grifo não consta no original)
Seguindo este raciocínio, Lúcia Valle Figueiredo
adverte23:
“A ação administrativa, repetimos, deve desenvolver-se
tendo em vista os critérios do bom andamento do serviço
público, do melhor para o interesse público a tutelar.
Favoritismos ou desfavoritismos estão proscritos.” (o grifo
não consta no original).
As lições de Francisco Lobello de Oliveira
Rocha24 trilham a mesma linha de raciocínio:
“A inserção deste princípio na ordem constitucional
brasileira revela uma preocupação do legislador em impor
limites a uma tendência, que talvez decorra da própria
natureza humana de utilizar-se das prerrogativas do cargo
que se ocupa em benefício próprio. É necessário, de uma vez
por todas, afastar as interferências privadas no interesse
público: o favorecimento de parentes, amigos,
correligionários etc”. (o grifo não consta no original)
Abraçando este norte, o princípio da moralidade
administrativa representa uma outra diretriz constitucional
autônoma a ser observada nos concursos públicos.
23
Curso de Direito Administrativo, São Paulo: Editora Malheiros, 2004, p. 62. 24
Regime jurídico dos concursos públicos, São Paulo: dialética, 2006, p. 35.
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111
Embora receba uma roupagem jurídica, o
significado de moralidade é primitivamente extraído da
Filosofia. Em síntese, a moral diz respeito a valores de
correção que devem embasar as relações estudadas pelos
diversos e específicos ramos das ciências sociais, dentre
eles, o Direito.
Welter25 ministra o seguinte ensinamento:
“A moralidade administrativa, que nos propomos estudar, não
se confunde coma moralidade comum; ela é composta de regras
de boa administração, ou seja: pelo conjunto de regras
finais e disciplinares suscitadas, não só pela distinção
entre o Bem e o Mal; mas também pela idéia geral de
administração e pela idéia de função administrativa”.
Em outras palavras: a moral jurídica distingue-se
da moral comum, ainda que a primeira se valha do
significado mais abrangente da segunda para formular seu
conceito, o qual, por estar compreendido em uma determinada
área do conhecimento – jurídica -, deve voltar-se a este
âmbito de intervenção e pautar-se em conteúdos que
concretizem seu objeto de estudo. Assim, as regras de
conduta do bem agir devem ser extraídas das normas
jurídicas, principalmente aquelas tidas como bases
fundamentais do ordenamento jurídico.
Neste sentido, a moralidade administrativa exige
que a atuação do agente público deve primar não só por
princípios éticos, pela moral pública, como também pelos
25
Le Contrôle Jurisdictionel de la Moralité Administrative APUD FIGUEIREDO, Lucia Valle, Curso de
Direito Administrativo, São Paulo: Editora Malheiros, 2004, p. 62.
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112
ideais de justiça, imparcialidade e boa-fé, sem as quais o
ato praticado não contará com a validade jurídica esperada.
Por tais motivos, escrevem Nelson Nery Costa e
Geraldo Magela Alves26:
“A noção de moralidade teve
responsabilidade da doutrina francesa,
entendendo-a como o conjunto de regras
tiradas da disciplina interior da
Administração, reconhecendo-a como uma
instituição finalisticamente orientada,
no sentido de que seus agentes, além de
estarem submetidos à forma da lei,
devem ter uma conduta profissional
dentro dos padrões morais correntes. A
moralidade administrativa está
relacionada com a finalidade pública e,
por conseguinte, não basta se observar
os aspectos de lei formal, mas também
se no ato ou processo administrativo
existe um compromisso com a honestidade
e o interesse público”.
Acrescenta Francisco Lobello de Oliveira Rocha27:
“O princípio da moralidade significa,
portanto, a vinculação da norma aos
valores e princípios morais que
motivaram sua promulgação e, por
conseguinte, a vinculação do
26
Constituição Anotada e Explicada, Rio de Janeiro: Editora Forense, 2003, p. 120. 27
Regime jurídico dos concursos públicos, São Paulo: Dialética, 2006, p. 44.
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113
administrador a estes. Quer dizer que
se a norma não cumpre suas finalidades,
esvazia-se, restando-lhe apenas a
aparência de ilicitude”.
O mesmo doutrinador adverte:
“Assim, conforme a lição de Odete
Medauar, „em geral, a percepção da
imoralidade administrativa ocorre no
enfoque contextual; ou melhor, ao se
considerar o contexto em que a decisão
será tomada. A decisão, em regra,
destoa do contexto, destoa do conjunto
de regras de conduta norteadoras da
disciplina geral norteadoras da
Administração”.
A hipótese vertente confere plausibilidade a este
ensinamento, vez que o contexto no qual se desenrolou o
concurso em análise, somando as inúmeras irregularidades
apontadas, forma um conjunto que retrata a violação à
moralidade administrativa. Observamos que não tratamos de
irregularidades pontuais, relacionadas a um ou outro
aspecto do concurso, mas de um repertório de anomalias que
conjugadas destoam dos valores morais que devem orientar a
conduta administrativa.
Por sua vez, o emprego da moral jurídica deve vir
acompanhado da eficiência administrativa.
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Nos dizeres de Inocêncio Mártires Coelho, Gilmar
Ferreira Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco28, a
eficiência administrativa pode assim ser conceituada:
“Introduzido no texto da Constituição
de 1988 pela Emenda n° 19/98, esse
princípio consubstancia e exigência de
que os gestores da coisa pública não
economizem esforços no desempenho dos
seus encargos, de modo a otimizar o
emprego dos recursos que a sociedade
destina para a satisfação de suas
múltiplas necessidades; numa palavra,
que pratiquem a „boa administração‟ de
que falam os publicistas italianos”.
Como constatado, o princípio da eficiência enfoca
prioritariamente os fins visados e efetivamente
concretizados pelo agente público. Esta norma objetiva
perquirir se os atos praticados foram úteis aos fins
preordenados.
Desta forma, a eficiência administrativa não é
medida apenas pela avaliação da presteza, dedicação ou
rendimento funcional do agente público ou pela eficácia
matemática ou formal produzida pelo ato em si. Um ato
administrativo apenas será eficiente se o resultado
alcançado refletir também o interesse público envolto na
questão. Há um requisito de cunho material.
28
Curso de Direito Constitucional, São Paulo: Editora Saraiva, 2008, p. 834.
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115
In casu, ambos os enfoques restaram desatendidos,
vez que os réus não demonstraram, por intermédio de um
processo objetivo e imparcial, que detinham capacitação
para o exercício do cargo de técnico administrativo, pela
que a presteza e a satisfação técnico-jurídica do trabalho
estão comprometidas.
Sobre este ponto, acentua Fabrício Muraro
Novais29:
“O princípio do concurso público, ao
prestigiar a impessoalidade e o mérito,
tem-se preparado a fortalecer o
princípio da eficiência da
Administração Pública, haja vista que
esse processo acabam sendo selecionados
– em regra – aqueles candidatos que
melhor se prepararam. Diz-se em regra
porque, em determinados concursos, por
falhas e deficiências no processo
seletivo, isso não se verifica”.
O caso em exame reflete a hipótese lançada pelo
doutrinador: a deficiência no processo seletivo acabou por
comprometer também o princípio da eficiência.
Por fim, o princípio da legalidade integraliza o
conjunto normativo constitucional que mede a validade dos
atos e processos administrativos.
29
Dicionário Brasileiro de Direito Constitucional, Obra coletiva de coordenação de DIMOULIS,
Dimitrius, São Paulo: Editora Saraiva, 2007, p. 61.
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116
Celso Antônio Bandeira de Mello lança o seguinte
conceito30:
“Por isso mesmo, é o princípio basilar
do regime jurídico-administrativo, já
que o Direito Administrativo (pelo
menos aquilo que como tal se concebe)
nasce com o Estado de Direito: é uma
conseqüência dele. É o fruto da
submissão do Estado à lei. É em suma: a
consagração da idéia de que a
Administração Pública só pode ser
exercida na conformidade da lei e que,
de conseguinte, a atividade
administrativa é atividade sublegal,
infralegal consistente na expedição de
comandos complementares à lei”.
Em resumo, o princípio da legalidade impõe que os
atos e processos administrativos encontrem fundamentos em
uma norma legal específica que lhe garanta a legalidade
objetiva31, a qual estará sempre orientada para determinada
finalidade que traduza o interesse público.
Seguindo este raciocínio, o princípio da
legalidade subordina os atos administrativos, ao definir os
critérios materiais que disciplinam a atuação dos agentes
estatais. Deste modo, o ato administrativo que contrariar a
norma legal é inválido, insuscetível de produzir efeitos.
30
Curso de Direito Administrativo, São Paulo: Malheiros Editores, 1998, p. 58. 31
COSTA, Nelson Nery e outro, Constituição Federal Anotada e Explicada, Rio de Janeiro: Editora
Forense, 2003, p. 119.
M I N I S T É R I O P Ú B L I C O D O E S T A D O D O R I O D E J A N E I R O 3 ª P R O M O T O R I A D E J U S T I Ç A D E T U T E L A C O L E T I V A D E
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117
Nesta linha são os ensinamentos de Hely Lopes
Meirelles32:
“No Direito Público o que há de menos
relevante é a vontade do administrador.
Seus desejos, suas ambições, seus
programas, seus atos, não têm eficácia
administrativa, nem validade jurídica,
se não estiverem alicerçados no direito
e na Lei. Não é a chancela da
autoridade que valida o ato e o torna
respeitável e obrigatório.”
Conjugando estas diretrizes genéricas que pautam
a conduta do agente público e os preceitos específicos em
nível constitucional relacionados à obrigatoriedade dos
concursos públicos, Márcio Barbosa Maia e Ronaldo Pinheiro
de Queiroz33, assim conceituam este mecanismo de seleção:
“processo administrativo especial,
externo, ampliativo e concorrencial,
que visa a selecionar e recrutar
pessoas, atendidos os requisitos
legais, para assumir os cargos ou
empregos públicos vagos na estrutura
administrativa estatal, mediante a
realização de provas ou provas e
títulos, atendida a ordem de
classificação final dos candidatos”.
32
Direito Administrativo Brasileiro, 25ª edição atualizada por Eurico de Andrade Azevedo e outros, São
Paulo: Malheiros Editores, 2000, p. 92. 33
O Regime Jurídico do concurso Público e seu Controle Jurisdicional, São Paulo: Editora Saraiva,
2007, p. 15.
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Diante da narrativa factual que iniciou esta peça
e outras considerações já tecidas neste tópico, observamos
que todas as normas comentadas foram desatendidas, eis que
as provas foram obtidas de modo ilícito, acarretando a
aprovação no certame em prejuízo do critério meritório,
demonstrada a coincidência do elemento subjetivo, ou seja,
restou evidenciada a intencionalidade de todos os réus no
sentido de fraudar o referido certame.
DA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Como já ressaltado, as condutas dos réus
representam inegável violação aos princípios da legalidade,
impessoalidade, igualdade, moralidade e eficiência
administrativas, do que resulta a caracterização de
improbidade administrativa, nos termos e para os fins do
artigo 37, parágrafo 4º da Constituição da República (“Os
atos de improbidade administrativa importarão a suspensão
dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
penal cabível”).
Em nível infraconstitucional, como não se ignora,
cuidou a Lei 8429/92 de disciplinar não só as sanções
aplicáveis aos ímprobos como também, e principalmente, as
hipóteses numerus apertus, que caracterizam a denominada
improbidade administrativa. Assim, no artigo 9º o
legislador cuida daqueles atos que importam em
enriquecimento ilícito do agente; no artigo 10 dos que
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causam dano ao patrimônio público; e, finalmente, no artigo
11 descreve a lei as condutas que importam violação aos
princípios da Administração Pública.
O último dispositivo prevê que:
“Art. 11. Constitui ato de improbidade
administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública
qualquer ação ou omissão que viole os
deveres de honestidade, imparcialidade,
legalidade e lealdade às instituições,
e notadamente:
I – praticar ato visando fim proibido
em lei ou regulamento ou diverso
daquele previsto, na regra de
competência;
(...)”.
A propósito dos princípios da Administração
Pública, ressalta o art. 4º da mencionada lei que "Os
agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são
obrigados a velar pela estrita observância dos princípios
da legalidade, impessoalidade e moralidade no trato dos
assuntos que lhe são afetos", o que significa que incorre
em ato de improbidade administrativa, sujeitando-o às
sanções previstas no art. 12, o agente público que
transgride os princípios explicitados no art. 37 da
Constituição Federal.
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Justifica-se a posição do legislador ao tipificar
a violação aos princípios que regem a Administração
Pública, erigindo-a à categoria de ato de improbidade
administrativa (art. 11), na medida em que referidos
princípios apresentam-se na condição de mandamentos
normativos nucleares e superiores do sistema jurídico que
orientam e direcionam a elaboração das regras jurídicas.
Celso Antônio Bandeira de Mello ressalta a sua importância
basilar ao asseverar que:
“Violar um princípio é muito mais grave
que transgredir uma norma. A desatenção
ao princípio implica ofensa não apenas
a um específico mandamento obrigatório
mas a todo o sistema de comandos. É a
mais grave forma de ilegalidade ou
inconstitucionalidade, conforme o
escalão do princípio atingido, de seus
valores fundamentais, contumélia
irremissível a seu arcabouço lógico e
corrosão de sua estrutura mestra. Isto
porque, com ofendê-lo, abatem-se as
vigas que o sustém e alui-se toda a
estrutura neles esforçada” (Elementos
de Direito Administrativo, Editora
Revista dos Tribunais).
Alinhando-se no mesmo sentido, temos a doutrina
de Wallace Paiva Martins Júnior, para quem:
“A violação de princípio é o mais grave
atentado cometido contra a
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Administração Pública, porque é a
completa e subversiva maneira frontal
de ofender as bases orgânicas do
complexo administrativo. Grande
utilidade fornece a conceituação do
atentado contra os princípios da
Administração Pública como espécie de
improbidade administrativa, na medida
em que inaugura a perspectiva de
punição do agente público pela simples
violação de um princípio, para
assegurar a primazia dos valores
ontológicos da Administração Pública,
que a experiência mostra tantas e
tantas vezes ofendidos à míngua de
qualquer sanção” (Probidade
Administrativa. São Paulo: Saraiva,
2002, p. 224).
Em resumo, conclui-se que os agentes públicos
demandados, ao violarem os comandos contidos no art. 37 da
Constituição Federal, infringiram a principiologia regente
dos atos da Administração Pública (art. 11 da Lei n.º
8.429/92), do que deve decorrer a incidência das sanções
previstas no art. 12 da Lei n.º 8.429/92.
Do pedido de obtenção dos dados de comunicações telefônicas
Considerando que, no caso concreto, há a
necessidade de prova do liame entre os demandados, além
daqueles já demonstrados no curso da presente peça,
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necessária se faz a vinda dos registros das comunicações
efetuadas entre eles.
Os requisitos autorizadores da medida estão
presentes. A “fumaça do bom direito” (fumus boni juris),
que segundo VICENTE GRECO FILHO34 “é a probabilidade ou a
possibilidade da existência do direito invocado”, está
caracterizada. Nos autos há indícios suficientes dos atos
ímprobos praticados.
O “perigo da demora” (periculum in mora), que se
caracteriza, segundo HUMBERTO THEODORO JÚNIOR35, com a
“plausibilidade do dano”, também está presente. Com a vinda
dos dados pertinentes às interlocuções telefônicas travadas
entre os demandados, mais reforço ganha a tese ministerial
exposta no decorrer da presente demanda.
Assim, requer o Ministério Público, a decretação
liminar inaudita altera parte, da obtenção dos registros de
comunicações telefônicas entre os demandados (ligações
internas e internacionais, assim como mensagens de texto e
outras formas de comunicação disponíveis), ocorridas no
período de 22 de novembro de 2006 (data do início do
concurso) até 31 de dezembro de 2008 (ano em que foi
instaurado o inquérito policial na DRACO-IE), expedindo-se
ofícios às seguintes empresas, não se descartando acerca do
requerimento para outras operadoras que porventura venham a
ser levantadas posteriormente:
1) TELERJ CELULAR S/A (VIVO), CGC 02330506/0001-94, situada
à Praia de Botafogo, 501, 7º andar, Torre do Pão de Açúcar,
Botafogo, Rio de Janeiro, RJ;
34 Direito Processual Civil Brasileiro, p.154, S.Paulo, Saraiva, 1994. 35 Processo Cautelar, p.78, S.Paulo, LEUD, 1987.
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2) ATL - Algar Telecom Leste S/A (Claro), CNPJ
02.445.817/0001-07, situada na Rua Mena Barreto, 42,
Botafogo, Rio de Janeiro, RJ;
3) TIM BRASIL SERVIÇOS E PARTICIPAÇÕES S/A (TIM CELULAR
S/A), CNPJ 04.206.050/0001-80, situada na Av. República do
Chile, 500, 25º andar, Centro, Rio de Janeiro, RJ;
4) TNL PCS S/A (Oi), CNPJ 04.164.616/001-59, situada na Rua
Jangadeiros, 48, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ;
5) EMBRATEL, com endereço na Avenida Presidente Vargas, n°
1.012, 9° andar, P3, Centro, Rio de Janeiro/RJ, CEP 20071-
910;
6)NEXTEL, com endereço na Av. Presidente Vargas 3131 - 1 s
1204 sl. 1102, Cidade Nova, Rio de Janeiro, RJ, CEP: 20299-
900;
Da imperiosa necessidade de afastamento do sigilo bancário
De outro lado, faz-se também necessário, para
rastrear as operações transcorridas entre os réus, o
afastamento de seu sigilo bancário.
Convém ressaltar que há notícia nos autos de que
candidatos envolvidos nas fraudes teriam depositado valores
nas contas correntes de outros candidatos responsáveis pelo
vazamento das provas, além de outros envolvidos na fraude,
tudo a justificar o afastamento do seu sigilo bancário.
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Relembre-se, para tanto, a representação, já
citada no início da presente peça, na qual se relatava “que
alguns aprovados no último concurso de servidores do MP
tinham conhecimento prévio das questões da prova. Segundo
me foi informado, os candidatos irmãos com sobrenome
DEXHEIMER, dentre outros que desconheço os nomes, estão
nessa situação. Inclusive, depositam mensalmente parte de
seus salários na conta de quem lhes entregou o gabarito,
suspeitando-se que seja um funcionário do NCE/UFRJ. Esses
depósitos seriam efetuados pelo período de um ano. Peço ao
senhor, em nome dos que não conseguiram a aprovação por
meio honesto, que investigue tais fatos.”36
A justificar o afastamento da privacidade
patrimonial dos demandados é possível afirmar, a partir da
narrativa até aqui feita, a existência de interesse público
relevante e superior, sendo a medida ora pleiteada capaz de
ratificar, em sua inteireza, a vantagem patrimonial ilícita
que foi objeto das diversas notícias anônimas carreadas às
investigações.
Cumpre deixar consignado que a “quebra” do sigilo
bancário, em hipótese como esta, sequer de longe configura
desrespeito ao direito à privacidade e à inviolabilidade de
dados assegurados na Constituição da República, orientando-
se neste sentido a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal relativamente ao tema:
“Esta Corte tem admitido a quebra do sigilo
bancário quando há interesse público
relevante, como o da investigação criminal
36
Fls. 46 do inquérito civil
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fundada em suspeita razoável de infração
penal” (STF, 1ª Turma, RMS 23002/RJ, Rel.
Min. Ilmar Galvão, DJU 27.11.1998, p. 59).
No mesmo sentido, a jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça é pacífica e remansosa com relação à
possibilidade de afastamento dos sigilos bancário com
vistas à obtenção de informações para instruir ação civil
pública:
“AÇÃO CAUTELAR (EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS
BANCÁRIOS). LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO
PÚBLICO ESTADUAL. PROVIDÊNCIAS
INVESTIGATÓRIAS URGENTES E PREPARATÓRIAS
PARA O INQUÉRITO CIVIL E AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ARTS. 5º, X E XII, 37,
127 E 129. LEI 4.595/64 (ART. 38). LEI
7.347/85. LEI 4.728/65 (ART. 4º, PAR. 2º) E
LEI 8.625/93 (ARTS. 25 E 26).
A parla de relevante interesse público e
social, ampliou-se ao âmbito de atividades
do Ministério Público para realizar
atividades investigatórias, alicerçando
informações para promover o inquérito e ação
civil pública (CF, arts. 127 e 129, III, -
Lei 7.347/85, arts. 1º e 5º).
O sigilo bancário não é um direito absoluto,
quando demonstradas fundadas razões, podendo
ser desvendado por requisição do Ministério
Público em medidas e procedimentos
administrativos, inquéritos e ações,
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mediante requisição submetida ao Poder
Judiciário.
A „quebra de sigilo‟ compatibiliza-se com a
norma inscrita no art. 5º, X e XII, das CF,
consonante a jurisprudência do STF.
Não constitui ilegalidade ou abuso de poder,
provimento judicial aparelhando o Ministério
Público na coleta de urgentes informações
para apuração de ilícitos civis e penais”
(STJ, 1ª Turma, ROMS/GO, Rel. Min. Milton
Luiz Pereira, DJU 25.08.1998, p. 11).
“Assentada orientação dos Tribunais, quanto
à legitimidade da quebra do sigilo bancário,
quando indispensável à apuração de delito
funcional com envolvimento de valores
públicos” (STJ, Corte Especial, Ag. Reg. em
Inq. 205/AP, Rel. Min. José Dantas, DJU
17.08.1998, p. 3).
O Egrégio Superior Tribunal de Justiça vem
reconhecendo a relatividade do direito à privacidade,
quando demonstrada a necessidade da quebra do sigilo
fiscal, semelhantemente ao presente caso:
“Os elementos constantes das declarações de
bens revestem-se de caráter sigiloso que não
deve ser afastado senão em situações
especiais em que se patenteie relevante
interesse da administração da Justiça” (STJ,
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3ª Turma, REsp 83824/BA, Rel. Min. Eduardo
Ribeiro, DJU 17.05.1999, p. 194).
Presente, portanto, interesse público idôneo a
autorizar o afastamento do sigilo bancário, esta deve ser a
solução adotada a fim de que possa ser resguardada a
eficácia da responsabilização que se busca nesta ação, não
sendo demais relembrar que ao teor do § 2º do artigo 16 da
Lei nº 8.429/1992, “Quando for o caso, o pedido [de
seqüestro de bens] incluirá a investigação, o exame e o
bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras
mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e
dos tratados internacionais”.
A fim de operacionalizar o requerimento de quebra
do sigilo bancário dos demandados, requer o Ministério
Público seja determinado ao Banco Central do Brasil o
encaminhamento, diretamente ao Juízo, de todos os dados
disponíveis no Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro
Nacional (CCS), no prazo de 10 (dez) dias,
preferencialmente em arquivo magnético, referentes às
pessoas físicas demandadas nesta ação.
Sucessivamente à determinação contida no
parágrafo anterior, requer-se seja ordenado a cada
instituição financeira a apresentação das informações
relacionadas à movimentação financeira dos demandados, no
prazo de 30 (trinta) dias, e, em especial:
a) Enviar em meio magnético, em formato compatível com a
planilha “Excel”, os extratos de todas as operações
financeiras mencionadas no § 1º do art. 5º da Lei
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Complementar n. 105/2001, notadamente de pagamentos
efetuados em moeda corrente ou em cheques, emissão de
ordens de crédito ou documentos assemelhados; resgates
em contas de depósitos à vista ou a prazo, inclusive
de poupança; contratos de mútuo; descontos de
duplicatas, notas promissórias e outros títulos de
crédito ou de quaisquer outras operações de natureza
semelhante que venham a ser autorizadas pelo Banco
Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários ou
outro órgão competente;
b) Enviar cópia do cadastro de abertura da conta, cartões
de autógrafos e demais documentos existentes no dossiê
da conta corrente, observando se as cópias são de boa
qualidade, plenamente legíveis;
Quanto ao período a ser abrangido pela descoberta
da movimentação financeira acima requerida, a fim de
garantir a proporcionalidade da medida, pugna-se no sentido
de que seja deferida pelo período compreendido entre o
início do período de inscrição no certame, 11/12/2006, até
três meses após a data da posse no concurso, ou três meses
após a data da designação de estágio experimental da
primeira leva do concurso (16/07/2007), para aqueles que, a
despeito de toda a fraude, sua classificação não permitiu a
sua convocação.
Considerando a diversidade de situações que se
apresenta entre os candidatos- já que somente alguns
demandados foram empossados na mesma data- a fim de que a
medida alcance sua máxima eficiência, passa o Ministério
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Público a discriminar, em relação a cada demandado, a data
de alcance da quebra a ser eventualmente deferida:
1. JULLIANA MOURA DE MATTOS MATHEUS LOPES, de 11/12/2006
até 11/08/09;
2. LUIZ ROBERTO PORTUGAL MOREIRA, de 11/12/2006 até
11/12/2006 até 16/10/07;
3. CARLA ALEXANDRA LIMA QUEIROZ DO NASCIMENTO, de
11/12/2006 até 17/04/08;
4. ERICA FERREIRA TRAVASSOS VIANNA DA SILVA, de
11/12/2006 até 16/04/09;
5. JACKSON ALVARENGA BAPTISTA de 11/12/2006 até 16/10/07;
6. MARCOS CORREA DOS SANTOS, de 11/12/2006 até 16/10/07;
7. LUIZ CARLOS CRUZ LIMA, 11/12/2006 até 16/10/07;
8. THAIS BAETA PEREIRA LIMA, de 11/12/2006 até 16/10/07;
9. ROMANTIEZER THEODORO GOMES DA SILVA, de 11/12/2006 até
16/10/07;
10. ANDRÉ GOMES DA SILVA, de 11/12/2006 até 16/10/07;
11. EDUARDO GOMES DA SILVA JÚNIOR, de 11/12/2006 até
16/10/07;
12. MARCELO GOMES DA SILVA, de 11/12/2006 até
16/10/07;
13. JOSÉ AUGUSTO GOMES DA SILVA, de 11/12/2006 até
16/10/07;
14. PAULO GEOVANE DE JESUS, de 11/12/2006 até
16/10/07;
15. DIEGO CASSIANO JESUS DE ALMEIDA, de 11/12/2006
até 16/10/07;
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16. NADIA DE JESUS MARTINS, de 11/12/2006 até
16/10/07;
17. SERGIO LUIS DOS SANTOS DULFIS de 11/12/2006 até
16/10/07;
18. PATRICIA DE SEIXAS CABRAL, 11/12/2006 até
16/10/07;
19. ANA CRISTINA PORTUGAL MOREIRA, de 11/12/2006 até
16/10/07;
20. SIMONE PINTO DA ROCHA, 11/12/2006 até 16/10/07;
21. MONICA FERREIRA, de 11/12/2006 até 16/10/07;
22. ADRIANA FREITAS DA COSTA MOTA, de 11/12/2006 até
16/10/07;
23. LUIZ FERNANDO PAZ DA MOTA, de 11/12/2006 até
16/10/07;
24. CRISTIANE DOMINGUES PEREIRA, de 11/12/2006 até
16/10/07;
25. ANTONIO CARLOS JARDIM DE BARRAGAN, de 11/12/2006
até 16/10/07;
26. CARLOS ALBERTO RODRIGUES CARVALHO, de 11/12/2006
até 16/10/07;
27. ROSANI LEITE CARVALHO, de 11/12/2006 até
16/10/07;
28. MARCELO CALDAS MATTOS VIEIRA, de 11/12/2006 até
16/10/07;
29. CRISTIANA LAGE MATTOS VIEIRA, de 11/12/2006 até
16/10/07;
30. JUREMA PACHECO MARQUES, de 11/12/2006 até
16/10/07;
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31. CARLOS EDUARDO DA SILVA GAMA, de 11/12/2006 até
16/10/07;
32. RICARDO ALEXANDRE MATEUS DE SOUZA, 11/12/2006 até
16/10/07;
33. FABIO PINTO DIAS, de 11/12/2006 até 16/10/07;
34. ANDERSON DO NASCIMENTO SARDINHA, de 11/12/2006
até 16/10/07;
35. ALEXANDRE DE SOUZA DA SILVA, de 11/12/2006 até
16/10/07;
36. MARIANA DE LIMA MOTA, de 11/12/2006 até 16/10/07;
37. JEAN MARCEL NUNES ATTIE, de 11/12/2006 até
16/10/07;
38. MARCELO NUNES ATTIE, de 11/12/2006 até 16/10/07;
39. ROSE MARY RIBEIRO BRANDÃO, de 11/12/2006 até
16/10/07;
40. ALEX SANDRO DOS SANTOS GOMES, de 11/12/2006 até
16/10/07;
41. SIRLEI FELICIANO DE SOUSA MELO, de 11/12/2006 até
16/10/07;
42. CHRISTIANO SANTOS DO COUTO, de 11/12/2006 até
16/10/07;
43. MARCELO DA SILVA LISBOA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
44. RONALD DA SILVA LISBOA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
45. JACQUELINE ALVARENGA BAPTISTA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
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46. JOCELINI ALVARENGA BAPTISTA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
47. JONES ALVARENGA BAPTISTA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
48. DIRCELEIA JOSÉ DA SILVA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
49. VAGNER NUNES PEREIRA, de 11/12/2006 até 17/04/08;
50. ALUÍSIO GOMES DA SILVA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
51. GEANE GOMES DA SILVA, de 11/12/2006 até 17/04/08;
52. JULIANA PEREIRA DA SILVA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
53. LEANDRO AMARO DE ALMEIDA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
54. ALEXANDRE ALVES SOARES, de 11/12/2006 até
17/04/08;
55. MARIA CÉLIA ALVES DE ANDRADE, de 11/12/2006 até
17/04/08;
56. REGINA ALVES DE ANDRADE, de 11/12/2006 até
17/04/08;
57. JHONATAN SANTOS DE OLIVEIRA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
58. VERONICA DOS SANTOS ALVES PACHECO, de 11/12/2006
até 17/04/08;
59. MARCELO DA SILVA FONSECA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
60. MARCIO DA SILVA FONSECA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
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D E F E S A D A C I D A D A N I A – N Ú C L E O C A P I T A L
133
61. ADRIANA DEXHEIMER, de 11/12/2006 até 17/04/08;
62. WAGNER DEXHEIMER, de 11/12/2006 até 17/04/08;
63. RENATA DAMASCO DEXHEIMER, de 11/12/2006 até
17/04/08;
64. ADRIANA MATHEUS LOPES MELLO, de 11/12/2006 até
17/04/08;
65. CARLOS HENRIQUE PINTO SEIXAS, de 11/12/2006 até
17/04/08;
66. MARIO RIBEIRO VASCONCELOS JÚNIOR, de 11/12/2006
até 17/04/08;
67. ROGERIO ALVES DA SILVA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
68. CÍNTIA DE OLIVEIRA LIMA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
69. EDUARDO DOS SANTOS, de 11/12/2006 até 17/04/08;
70. MICHELE ZAVA DOS SANTOS, de 11/12/2006 até
17/04/08;
71. ANTÔNIO CLAUDIO DO NASCIMENTO, de 11/12/2006 até
17/04/08;
72. ALEXANDRE SUISSO ANDRADE de 11/12/2006 até
17/04/08;
73. PRISCILA SUISSO DE CARVALHO, de 11/12/2006 até
17/04/08;
74. EMERSON ALBERTO FERREIRA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
75. RENATA TAVARES DA SILVA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
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134
76. BERTO DE ARAÚJO FERNANDES, de 11/12/2006 até
17/04/08;
77. LEONARDO DE ABREU COSTA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
78. ALINE MARQUES FERRARO, de 11/12/2006 até
17/04/08;
79. MICHELE BARBOSA SILVA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
80. BRUNO CESAR FIOCK POLASTRI, de 11/12/2006 até
17/04/08;
81. ANTONIO MARTINS NETO, de 11/12/2006 até 17/04/08;
82. BRUNO GIOVANI GOMES DE SOUZA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
83. CRISTIANE PALMEIRA DE MELLO, de 11/12/2006 até
17/04/08;
84. LUCIANA SOUZA SABINO, de 11/12/2006 até 17/04/08;
85. ANDREA PINTO SERRALVA, de 11/12/2006 até
17/04/08;
86. MARCELO AUGUSTO GOMES RIBEIRO, de 11/12/2006 até
17/04/08;
87. EDUARDO VIANNA DA SILVA de 11/12/2006 até
18/06/08;
88. REGINALDO GOMES DA SILVA, de 11/12/2006 até
04/09/08;
89. TACIANNE JESUS DE ALMEIDA, de 11/12/2006 até
19/10/08;
90. EDENILSON VIEIRA DA SILVA, de 11/12/2006 até
12/11/08;
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135
91. CARLOS EDUARDO MARQUES SILVEIRA, de 11/12/2006
até 25/12/08;
92. MARCELO CAETANO TAVARES GOMES, de 11/12/2006 até
25/12/2008;
93. ANDERSON PINTO DOS SANTOS, de 11/12/2006 até
03/01/2009;
94. GISELE CABRAL RODRIGUES, de 11/12/2006 até
11/01/09;
95. VANIA ELIANE PEREIRA DE ALBUQUERQUE, de
11/12/2006 até 24/01/09;
96. WAGNER QUINTANILHA DA SILVA, de 11/12/2006 até
29/01/09;
97. CELIA MARIZE FERREIRA, de 11/12/2006 até
15/03/09;
98. PRISCILA DA SILVA PEREIRA, de 11/12/2006 até
16/04/09;
99. TAÍS DE VASCONCELOS BARRETO, de 11/12/2006 até
16/04/09 ;
100. RODRIGO MATHEUS LOPES, de 11/12/2006 até
16/04/09;
101. JARBAS ALVES DA SILVA, de 11/12/2006 até
16/04/09;
102. MIRIAN QUEIROZ BRAGA, de 11/12/2006 até 16/04/09;
103. JONATHAN SILVA DO NASCIMENTO, de 11/12/2006 até
16/04/09;
104. EDUARDO PEREIRA DE ALBUQUERQUE, de 11/12/2006 até
16/04/09;
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136
105. ELAINE MARIA DA SILVA PINHEIRO, de 11/12/2006 até
16/04/09;
106. SANDRO BARROS DOS SANTOS, de 11/12/2006 até
16/04/09;
107. SIMONE DA SILVA ALMEIDA BERNARDE, de 11/12/2006
até 16/04/09;
108. PAULA ROSA JAQUES, de 11/12/2006 até 01/05/2009;
109. ANA MARIA LOPES VASCONCELOS, de 11/12/2006 até
23/06/09;
110. CRISTINA GONÇALVES DE OLIVEIRA, de 11/12/2006 até
25/08/2009;
111. CARLOS ALBERTO DA SILVA MACHADO, de 11/12/2006
até 16/09/09;
112. WALLACE FERNANDES MACHADO JÚNIOR, de 11/12/2006
até 16/09/09;
113. BRUNO HUGUENIN MACHADO, de 11/12/2006 até
16/09/09;
114. CLAUDIO SILVA DOS SANTOS, de 11/12/2006 até
16/09/09;
115. ALESSANDRA DA SILVA PEREIRA, de 11/12/2006 até
16/09/09;
116. MARCIO CAVALCANTI PAZ, de 11/12/2006 até
16/09/09;
117. FABIANO BERNARDE, de 11/12/2006 até 16/09/09;
118. MARIA INÊS BRITO DE CASTRO, de 11/12/2006 até
16/09/09;
119. VANDA ROSA CUNHA SILVEIRA, de 11/12/2006 até
07/09/10;
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137
120. GLAUCIA RUAS BACELLAR DA SILVA, de 11/12/2006 até
06/01/2011;
121. VANESSA CRISTINA FONSECA DE ARAÚJO, de 11/12/2006
até 11/02/11;
122. RAFAEL FERREIRA DE OLIVA, de 11/12/2006 até
11/02/11;
123. FELIPE JULIAN DE ASSIS ROCHA, de 11/12/2006 até
07/03/11;
124. JORGE PAULO DE ASSIS ROCHA, de 11/12/2006 até
07/03/11;
125. TEMIS ILMA DE ASSIS ROCHA, de 11/12/2006 até
07/03/11;
Do pedido de afastamento cautelar dos demandados
Inobstante a fraude tenha se perpetrado há alguns
anos, diante dos firmes elementos de prova colhidos no
curso da instrução do inquérito civil que aparelha a
presente inicial, não se pode permitir que a ilegalidade na
investidura dos réus se perpetue através da sua manutenção
nos cargos ocupados ilicitamente.
Com efeito, a manutenção dos servidores públicos
em seus cargos possibilita que novos atos ilícitos sejam
praticados, pondo em risco a instrução processual, o
funcionamento do serviço público, pois é fato que todos os
servidores arrolados na ação continuam investidos de todas
as prerrogativas que acompanham o desempenho de seus
cargos, tais como o acesso a informações privilegiadas,
M I N I S T É R I O P Ú B L I C O D O E S T A D O D O R I O D E J A N E I R O 3 ª P R O M O T O R I A D E J U S T I Ç A D E T U T E L A C O L E T I V A D E
D E F E S A D A C I D A D A N I A – N Ú C L E O C A P I T A L
138
bancos de dados e sistemas informatizados do Ministério
Público.
Cabe o registro que alguns dos servidores
demandados se encontram lotados em posições chaves na
estrutura do Ministério Público. É o caso, por exemplo, de
ADRIANA DEXHEIMER, que ocupa cargo na alta cúpula da
Procuradoria Geral de Justiça, mais precisamente na
Subprocuradoria Geral de Atribuição Originária
Institucional e Judicial, assim como de MICHELLE ZAVA DOS
SANTOS, que se encontra lotada na Coordenadoria de
Modernização Organizacional e LUCIANA SABINO, cuja lotação
pertence à Assessoria de Controle da Economicidade do MPRJ.
Ou, ainda, de ERICA FERREIRA e RONALD LISBOA, que se
encontram lotados junto ao 1º Centro de Apoio Operacional
às Procuradorias de Justiça. E, também, de GEANE, TACIANNE,
RENATA TAVARES, LEONARDO ABREU, MICHELLE BARBOSA, que estão
lotadas na 1ª Central de Inquéritos. Ou, ainda, de GLAUCIA
RUAS, VANESSA CRISTINA e RAFAEL FERREIRA DE OLIVA, todos
lotados no Departamento de Recursos Humanos do MPRJ, local
de tramitação de toda a documentação pertinente aos
servidores.
A relação dos servidores acima serve, apenas,
como exemplo, eis que, ocupando postos chave para a
administração, coloca-se em risco a própria instrução da
presente demanda.
Entretanto, não se descarta que a manutenção dos
outros servidores demandados também representa um risco
iminente às funções ministeriais diárias, sobretudo se for
considerado o efeito que esta ação terá sobre os mesmos.
M I N I S T É R I O P Ú B L I C O D O E S T A D O D O R I O D E J A N E I R O 3 ª P R O M O T O R I A D E J U S T I Ç A D E T U T E L A C O L E T I V A D E
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A medida ora requerida encontra seu respaldo no
disposto no parágrafo único do artigo 20 da Lei 8429/92,
que prevê:
Art. 20 - A perda da função pública e a
suspensão dos direitos políticos só se
efetivam com o trânsito em julgado da
sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou
administrativa competente poderá determinar
o afastamento do agente público do exercício
do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração, quando a medida se fizer
necessária à instrução processual.
Além disso, tal providência é também amplamente
admitida pela jurisprudência pátria, como se vê das
seguintes ementas:
INQUÉRITO Nº 569 - TO (2007⁄0170824-2)
RELATOR : MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA
REQUERENTE : J P
REQUERIDO : E A
EMENTA
PROCESSO PENAL. INQUÉRITO. MEMBROS DO PODER
JUDICIÁRIO. SUSPEITA DE CRIMES DE CORRUPÇÃO
ATIVA E PASSIVA E FORMAÇÃO DE QUADRILHA.
AFASTAMENTO CAUTELAR DO CARGO.
I. Na presença de indícios suficientes da
materialidade dos delitos de corrupção ativa
e passiva, além da formação de quadrilha
envolvendo membros do poder judiciário,
cumpre afastá-los cautelarmente dos cargos
que ocupam como forma de garantia da ordem
pública.
II. Afastamento dos magistrados da função
judicante pelo prazo de 180 dias.
III. Decisão monocrática do Relator
homologada pela Corte Especial.
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140
Inq 558 / GO
INQUÉRITO
2007/0094391-9
Relator(a)
Ministra NANCY ANDRIGHI (1118)
Órgão Julgador
CE - CORTE ESPECIAL
Data do Julgamento
16/06/2010
Data da Publicação/Fonte
DJe 11/11/2010
Ementa
PROCESSO PENAL. INQUÉRITO. MEMBROS DO PODER
JUDICIÁRIO. SUSPEITA DE FORMAÇÃO DE
QUADRILHA PARA MANIPULAÇÃO DE DECISÕES
JUDICIAIS. AFASTAMENTO CAUTELAR DO CARGO.
POSSIBILIDADE.
- Havendo suficientes indícios da
materialidade dos delitos de corrupção ativa
e passiva, cumpre determinar, por ocasião do
recebimento da denúncia, o afastamento
cautelar do cargo de membros do Poder
Judiciário. Precedentes.
- Ainda que, na hipótese dos autos, não
tenha havido o oferecimento da denúncia, há
de se considerar a gravidade dos fatos que
as provas angariadas apontam, comprometendo
o exercício da função judicante e de todo o
Poder Judiciário – detentor do monopólio da
jurisdição – em sua dignidade e, sobretudo,
na segurança e na confiança que a sociedade
deve ter no conteúdo das suas decisões.
Especificamente em relação aos membros do
TRE/MT, o risco de dano é ainda maior, por
se tratar de ano eleitoral, especialmente
considerando que o início do período de
propaganda já se avizinha.
- O afastamento se impõe como forma de
garantia da ordem pública, circunstância
que, em hipóteses extremas, poderia
justificar até mesmo a prisão preventiva dos
investigados, em qualquer fase do inquérito
policial ou da instrução criminal, nos
termos dos arts. 311 e 312 do CPP. A
situação dos autos não exige a adoção de
medida tão drástica, uma vez que a garantia
da ordem pública pode ser obtida com o mero
afastamento das autoridades em questão.
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141
Pedido acolhido, para determinar o
afastamento das autoridades.
DOS PEDIDOS FINAIS
Por todo o exposto, requer o Ministério Público a
Vossa Excelência que se digne receber a presente inicial,
determinando-se a sua autuação com os documentos que a
instruem, bem como:
01. Deferimento das liminares de obtenção dos
registros de comunicações telefônicas efetuadas
entre os demandados, bem como seu afastamento
cautelar e de quebra de seu sigilo bancário;
02. A notificação dos requeridos para oferecer
manifestação por escrito, nos termos do art. 17, §
7º, da Lei 8.429/92;
03. A notificação do Estado, diante do que dispõe o
Art. 17, §3º, da Lei 8429/92;
04. O recebimento da inicial e citação dos Réus para
responder aos termos da presente, no prazo legal,
sendo, ao final, julgado procedente o pedido para
acolher a pretensão ora deduzida, condenando os
Réus às sanções do art. 12, III da Lei 8.429/92, na
forma do parágrafo único do mesmo dispositivo, ou
seja, aí incluídas a perda de cargo e inabilitação
para o serviço público.
M I N I S T É R I O P Ú B L I C O D O E S T A D O D O R I O D E J A N E I R O 3 ª P R O M O T O R I A D E J U S T I Ç A D E T U T E L A C O L E T I V A D E
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142
Protesta pela produção de todos os meios de prova
admitidos, em especial prova documental suplementar.
Atribui-se à presente causa o valor de R$
100.000,00 (cem mil reais).
Por fim, para fins do artigo 39, inciso I do
Estatuto Processual Civil, receberá as intimações no
seguinte endereço: Avenida Nilo Peçanha, nº 26, 4º andar,
Centro, Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro, 25 de abril de 2012.
Alexandra Paiva d´Ávila Melo
Promotora de Justiça