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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Departamento de Ciências Florestais
0112000 – Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Florestal
Natureza: Ensaio Técnico
Monitoramento do plantio de mudas florestais nativas exigido no
licenciamento da atividade de mineração no estado de São Paulo
Daniela Vicente Veras
Nº USP: 7605803
Orientador: Ricardo Ribeiro Rodrigues
Piracicaba, 19 de novembro de 2016
2
A minha “pituquinha” que me inspira diariamente...
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AGRADECIMENTOS
A Mata Atlântica,
A meus pais, Marco Antônio e Lélia Mary,
Ao professor Ricardo Ribeiro Rodrigues,
A Gisele Aparecida Tobaldini, Luiz Antonio Silva Jr e toda equipe do Departamento de
Solos/ESALQ,
Ao Danilo Albuquerque,
Ao Vitor Teixeira de Barros,
Ao Paulo Sergio Santana Alves,
Aos mineradores,
A CETESB,
E a ESALQ, por ser gloriosa!
4
RESUMO ...................................................................................................................................... 6
1. INTRODUÇÃO: ............................................................................................................. 7
2. PERGUNTAS DE PESQUISA ...................................................................................... 8
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 9
3.1 LICENCIAMENTO DA ATIVIDADE DE MINERAÇÃO NO ESTADO DE SÃO
PAULO ......................................................................................................................................... 9
3.2 RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA DE ÁREAS DEGRADADAS PELA MINERAÇÃO
11
3.3 MONITORAMENTO .................................................................................................... 13
3.4 SERVIÇOS ECOSISTÊMICOS .................................................................................... 15
4. METODOLOGIA ........................................................................................................ 18
4.1 AREA DE ESTUDO ...................................................................................................... 18
4.2 LEVANTAMENTO DE DADOS SECUNDÁRIOS ..................................................... 21
4.3 MONITORAMENTO: ................................................................................................... 24
4.3.1. AVALIAÇÃO DA FASE ESTRUTURAÇÃO DE DOSSEL ....................................... 25
4.3.1.1. ANALISE QUÍMICA DO SOLO .................................................................................. 25
4.3.1.2. COMPACTAÇAO DO SOLO ....................................................................................... 26
4.3.1.3. IDENTIFICAÇÃO BOTANICA.................................................................................... 27
4.3.2. AVALIAÇÃO DA FASE TRAJETÓRIA ECOLÓGICA .............................................. 27
4.3.2.1. MEDIÇÃO DE CAP ...................................................................................................... 27
4.3.2.2. CÁLCULO DE AREA BASAL (A.B.) .......................................................................... 27
4.3.2.3. DENSIDADE POPULACIONAL LENHOSA .............................................................. 27
4.4 SERVIÇOS ECOSSISTEMICOS .................................................................................. 28
5. RESULTADOS ............................................................................................................. 29
5.1. GERAIS ......................................................................................................................... 29
5.2. PARCELAS NA FASE DE ESTRUTURAÇÃO DO DOSSEL .................................... 31
5.2.1. ANALISE QUÍMICA DO SOLO DAS PROPRIEDADES MONITORADAS ............ 31
5.2.2. NÍVEL DE COMPACTAÇÃO DO SOLO .................................................................... 33
5.2.3. ESPÉCIES ARBÓREAS DE MAIOR PROJEÇÃO DE COPA .................................... 34
5.2.4. ESPÉCIES ARBÓREAS INVASORAS (H> 0,5M) ...................................................... 37
5.2.5. ESTIMATIVA VISUAL DA COBERTURA DO SOLO POR HERBÁCEAS
INVASORAS .............................................................................................................................. 39
5.2.6. ESTIMATIVA VISUAL DA CONSERVAÇÃO DO SOLO ........................................ 40
5.3. PARCELAS EM FASE DE TRAJETÓRIA ECOLOGICA .......................................... 41
5.3.1. INDIVÍDUOS LENHOSOS COM ALTURA SUPERIOR A 0,5M .............................. 41
5
5.3.2. CARACTERIZAÇAO DOS INDIVÍDUOS LENHOSOS COM CAP > 15 CM .......... 42
5.3.3. CÁLCULO DA ÁREA BASAL (m2/ hectare) ............................................................... 47
5.3.4. DENSIDADE POPULACIONAL LENHOSA (IND./HECTARE) ............................... 49
5.4. OFERTA DE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS PELOS PROJETOS DE
RESTAURAÇÃO MONITORADOS ......................................................................................... 50
5.4.1. CATEGORIA SUPORTE: MANUTENÇÃO DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA E
GENÉTICA ................................................................................................................................. 50
5.4.2. CATEGORIA PROVISÃO: PROVISÃO DE ALIMENTOS SILVESTRES ............... 51
5.4.3. CATEGORIA REGULAÇÃO: CONTROLE DE EROSÃO E ESTABILIZAÇÃO DE
SEDIMENTOS ........................................................................................................................... 54
5.4.4. CATEGORIA REGULAÇÃO: REGENERAÇÃO NATURAL ................................... 54
5.4.5. CATEGORIA: CULTURAL ......................................................................................... 54
6. CONCLUSÃO .............................................................................................................. 55
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................................... 57
ANEXOS: ................................................................................................................................... 61
ANEXO 1: DETALHAMENTO DO MONITORAMENTO NAS PROPRIEDADES .............. 62
1. FAZENDA SANTA MARTA ........................................................................................ 63
2. MINERAÇÃO CARAVITA .......................................................................................... 66
3. SITIO MARDIOLIV ...................................................................................................... 69
4. CHACARA EMPYREO ................................................................................................ 72
5. SITIO TAPERA ............................................................................................................. 74
6. SITIO SOLOARTE ........................................................................................................ 77
7. FAZENDA SÃO LUIZ .................................................................................................. 79
8. SITIO BOA ESPERANÇA DO IMPÉRIO .................................................................... 82
9. CERÂMICA MILANO .................................................................................................. 85
10. SITIO PILÕES ............................................................................................................... 88
ANEXO 2: CARACTERIZAÇÃO DAS ESPÉCIES ENCONTRADAS NO
MONITORAMENTO E CITADAS NA RESOLUÇÃO SMA 08, DE 31-01-2008 .................. 91
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RESUMO
Este ensaio técnico consiste no monitoramento de plantios florestais feitos em
Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais, os quais foram exigidos para o
licenciamento da atividade mineral no estado de São Paulo. Foi usada a metodologia
proposta pelo Principio Ecológico do Protocolo de Monitoramento para Projetos e
Programas de Restauração Florestal (PACTO PELA RESTAURAÇAO DA MATA
ATLANTICA, 2013), cujos indicadores incluem os indicadores usados na Resolução
SMA 32, de 03-04-2014 e indicadores sobre as condições do solo. De acordo com a
porcentagem da cobertura de copa nativa projetada na trena usada em campo, as
parcelas retangulares de 100m2 eram enquadradas na fase de Estruturação do Dossel
(cobertura inferior a 70%) ou na fase de Trajetória Ecológica (cobertura superior a
70%). No total, foram monitoradas 56 parcelas em plantios de diferentes idades, sendo
que 57,14% encontravam-se na fase de Estruturação do Dossel e 42,86%, na fase de
Trajetória Ecológica. O numero de parcelas definidos em cada propriedade era
equivalente ao tamanho da área de plantio, sendo que, para áreas entre 0,5 e 1 hectare, o
numero de parcelas era 5; e, em áreas com mais de 1 hectare, o numero de parcelas
correspondia a 5 + n parcelas (sendo n equivalente ao hectare adicional). Tal método de
definição de parcelas proporcionou um erro amostral inferior a 0,1. As parcelas foram
localizadas aleatoriamente em campo. Entre as parcelas em fase de Estruturação do
Dossel, todas apresentaram solos tóxicos (m% > 50%) e, em 81,25% das parcelas, o
solo estava compactado, sendo a média da resistência de penetração de 36,51 kgf/cm2,
com desvio padrão de 14,93. Também, em 87,5% destas parcelas, era alta a infestação por
gramíneas exóticas. Entre as parcelas em fase de Trajetória Ecológica, a média do Índice de
Shannon-Weaver foi de 2,65, com desvio padrão de 0,48, a média da Espécie-equivalente em
14,544, com desvio padrão de 6,39, indicando que os projetos não atendiam a exigência
da Resolução 08, de 31-01-2008 (vigente até 2014) que determinava o plantio de, no
mínimo, 80 espécies distintas. A área basal média foi de 23,89m2/hectare, com desvio
padrão de 17,58, sendo que em 47,06% das parcelas monitoradas, os valores da Área Basal
são inferiores aos valores de referência apresentados no trabalho de Suganuma &
Durigan (2015). A média da densidade populacional lenhosa nas parcelas em fase de
Trajetória Ecológica foi de 1725 indivíduos por hectare, com desvio padrão de 466,48; tal
densidade baseia-se no espaçamento de 3m x 2m usado em todos os plantios. No geral, 69,51%
das espécies levantadas no monitoramento são polinizadas por animais ou tem caráter
zoocórico. E apenas 50% das áreas de plantio, oferecem serviços ecossistêmicos da
categoria cultural. A implantação dos projetos de plantio sem um diagnóstico detalhado
da área, a falta de manejo ou o manejo inadequado são atividades que levaram ao
insucesso de muitos projetos de plantio, os quais, mesmo atendendo as exigências do
órgão ambiental licenciador, não contribuíram para a restauração ecológica das Áreas de
Preservação Permanente e Reservas Legais, nem mesmo garantiram a oferta de serviços
ecossistêmicos.
Palavras chaves: restauração ecológica, monitoramento, licenciamento
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1. INTRODUÇÃO:
Este Trabalho de Conclusão de Curso consiste em um ensaio técnico focando o
monitoramento do plantio de mudas florestais feito em Áreas de Preservação
Permanente (APP) e Reservas Legais (RL), exigido no licenciamento de atividades de
mineração em diferentes bacias hidrográficas do estado de São Paulo. Estas APP’s e
RL’s eram áreas degradadas por usos do solo anteriores à atividade de mineração, e cuja
recuperação é exigência padrão das etapas iniciais do processo de licenciamento do
empreendimento mineral.
No texto da exigência, cita-se a “recuperação”1 destas áreas, visando recriar
comunidades ecologicamente viáveis, assegurar a resiliência dos ecossistemas e ainda
resgatar os serviços ecossistêmicos, objetivos semelhantes aos da restauração ecológica
(Engel & Parrotta, in Kageyama et al, 2008).
Foram monitoradas dez áreas, com plantios de diferentes idades, usando a
metodologia de monitoramento apresentada no Principio Ecológico do Protocolo de
Monitoramento para Projetos e Programas de Restauração Florestal (Pacto pela
Restauração da Mata Atlântica, 2013).
A escolha do Protocolo de Monitoramento proposto pelo Pacto pela Restauração
da Mata Atlântica deu-se pela abrangência de seus indicadores (os quais são variáveis
que inferem a condição de critérios de avaliação, transmitindo informações relevantes -
PACTO, 2013), estando inclusos os indicadores definidos na Portaria CBRN 01, de 17-
01-2015 (Protocolo de Monitoramento de Projetos de Restauração Ecológica, conforme
Artigo 16 da Resolução SMA 32, de 3-4-2014) acrescidos por indicadores referentes às
condições do solo.
Com base no levantamento de dados secundários dos projetos de plantio e os
respectivos resultados do monitoramento em campo, foi possível identificar quais foram
os fatores de degradação, os filtros bióticos e abióticos e ainda os eventos e os
distúrbios que atuaram na trajetória ecológica assumida pelos projetos. Se houve
manejo ou se este foi adequado, qual foi o legado da legislação referente à recuperação
de áreas degradadas vigente na época da elaboração dos projetos e ainda fundamentar
possíveis recomendações para o manejo, visando reverter trajetórias de insucesso dos
projetos de restauração ecológica.
Também, quais serviços ecossistêmicos são oferecidos por estas áreas de plantio,
sejam tais serviços: manutenção da diversidade biológica e genética (categoria:
suporte), provisão de alimentos silvestres (categoria: provisão), controle de erosão e
estabilização de sedimentos, regeneração natural (categoria: regulação), apreciação da
natureza, recreação e aspectos culturais (categoria: cultural).
1 A recuperação objetiva apenas tornar a área degradada em área produtiva (Brancalion
et al, 2015).
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2. PERGUNTAS DE PESQUISA
Os projetos de recuperação de Áreas de Preservação Permanente e Reservas
Legais exigidos em processos de licenciamento da atividade de mineração no estado de
São Paulo têm contribuído para a restauração ecológica destas áreas?
Entre os serviços ecossistêmicos, quais foram viabilizados por estes projetos?
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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 LICENCIAMENTO DA ATIVIDADE DE MINERAÇÃO NO ESTADO DE
SÃO PAULO
A Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 170, inciso VI, estabelece a
defesa do meio ambiente como um princípio da atividade econômica. Em seu artigo
225, dá à sociedade o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado: bem de uso
comum, essencial à saúde, e à qualidade de vida. Especialmente, no inciso 2 deste
mesmo artigo, aquele que explorar recursos minerais é obrigado a recuperar o meio
ambiente degradado conforme as leis vigentes.
De acordo com o Tribunal de Contas da União (2007), cabe a atuação do Estado,
de forma a determinar limites e a preservar o bem comum: o meio ambiente, tendo o
licenciamento como um instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA
(Lei Federal 6.938, de 31-08-1981) cujo objetivo é agir preventivamente sobre a
proteção do bem comum e compatibilizar sua preservação com o desenvolvimento
socioeconômico em caso de atividades utilizadoras de recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidores, bem como as capazes, sob qualquer
forma, de causar degradação ambiental. Se tais atividades não estiverem licenciadas, é
crime (Lei Federal 9.605, de 12-02-1998).
A Resolução CONAMA 237, de 19-12-1997, define o licenciamento como um
procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a
localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades que,
sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. E ainda na cartilha elaborada
pela FIESP/CETESB/SMA (2006), cabe à licença ambiental, o papel de esclarecer ao
empreendedor quais são os fatores de degradação, os riscos existentes na sua atividade e
como podem ser controlados.
O processo de licenciamento ambiental é composto por três tipos de licenças,
ligadas às etapas do processo. Inicialmente, emite-se a Licença Prévia (LP),
correspondente a etapa inicial, quando o órgão licenciador atesta a viabilidade ambiental
e estabelece as exigências técnicas (fundamentadas no aparato legal vigente e definidas
como medidas de proteção ambiental). Depois de cumpridas tais exigências, é emitida a
Licença de Instalação (LI), regularizando a implantação do empreendimento e
condicionando o funcionamento do empreendimento a novas exigências, e em seguida
emite-se a Licença de Operação (LO) onde são determinados os métodos de controle
ambiental e as condições de operação do empreendimento.
De acordo com a Resolução SMA 4, de 22-01-1999, durante a etapa de LP do
processo de licenciamento do empreendimento de mineração, deve-se apresentar o
Relatório de Controle Ambiental e o Plano de Controle Ambiental. Atualmente, anexa à
apresentação do Relatório de Controle Ambiental e Plano de Controle Ambiental, deve-
se entregar Laudos de Fauna, de Flora e projeto de recuperação de áreas degradadas na
propriedade onde se localiza a jazida mineral. A Resolução SMA 50, de 30-05-95
dispensa a apresentação de EIA-RIMA para empreendimentos minerários cuja área
licenciada seja inferior a 100 hectares e a produção mensal, menor do que 5000m3.
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Especificamente, no caso da mineração, há uma série de leis, resoluções e
portarias que exigem a recuperação de áreas pela atividade mineral, sejam áreas
lavradas (exploradas mineralmente) ou áreas degradadas por outras ações antrópicas.
No estado de São Paulo, as Resoluções SMA 028, de 30-03-2010 e SMA 130, de
30-12-2010, condicionavam o licenciamento da atividade a trabalhos de revegetação,
preferencialmente em Áreas de Preservação Permanente (definidas na Lei Federal
12651, de 25-05-2012), com dimensões proporcionais à área de mineração e às escalas
do local definidas no mapa “Áreas Prioritárias para Incremento para Conectividade” do
Projeto Biota FAPESP. Tais Resoluções foram revogadas.
Até 2014, os projetos de revegetação deveriam estar de acordo com a Resolução
SMA 08, de 31-01-20082, a qual fixava a orientação para o reflorestamento heterogêneo
de áreas degradadas e dava as providências correlatas.
Entre as orientações, citava-se o plantio de 80 espécies, no mínimo, de espécies de
diferentes grupos sucessionais (pioneiras: pioneiras e secundárias iniciais; e não
pioneiras: secundárias tardias e climácicas), de espécies com caráter zoocórico e ainda
de espécies enquadradas em alguma categoria de ameaça de extinção. Também, era
necessário apresentar o cronograma e as propostas de manutenção e de monitoramento
do plantio por dois anos.
Em 2014, tal Resolução foi revogada e a Resolução SMA 32, de 03-04-2014
passou a estabelecer as orientações, diretrizes e critérios sobre restauração ecológica no
Estado de São Paulo, dando providências correlatas.
A partir daí, os projetos de restauração ecológica (não mais denominados projetos
de revegetação ou de reflorestamento heterogêneo) são compostos pelas seguintes
etapas: diagnóstico da área; proposta de Projeto de Restauração Ecológica; implantação
da metodologia e das ações previstas no Projeto (as quais variam de acordo com o
diagnostico, inclusive do entorno da área a ser restaurada); manutenção e
monitoramento do Projeto de Restauração Ecológica (baseado em indicadores
ecológicos definidos na portaria citada anteriormente e no anexo da resolução); e ainda
a conclusão do Projeto de Restauração Ecológica.
2 A lista das espécies encontradas durante o monitoramento e suas características de acordo com a
Resolução SMA 08, de 31-01-2008 segue anexa neste ensaio.
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3.2 RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA DE ÁREAS DEGRADADAS PELA
MINERAÇÃO
Há tempos o ser humano tem exercido influência nas condições da Natureza em
diferentes escalas (espaciais e temporais). Em paisagens antrópicas, o espaço geográfico
é formado pela interação entre as atividades humanas e os recursos naturais, formando
um espaço histórico composto por um mosaico de unidades da paisagem (Santos, 1997),
resultado das interações entre as atividades humanas e os processos naturais (Diegues e
Arruda, 2001).
O livro de Dean (1996) narra uma perspectiva de transformação da paisagem, a
conversão de paisagens florestais em paisagens agrícolas, que justifica a perda de
habitats e extinções em massa, especialmente pela redução drástica da área ocupada
pelo bioma Mata Atlântica em território brasileiro.
O documentário “A Lei da Água”, produzido por instituições e entidades
engajadas em alertar sobre os riscos socioambientais e econômicos eminentes com a
alteração da lei federal que protege a vegetação nativa (Lei 12651, de 25-05-2012),
aborda um breve histórico da preocupação com o ritmo intenso de desmatamento e suas
consequências danosas sobre os recursos naturais e a biodiversidade.
A constatação dos efeitos do desmatamento e da degradação dos recursos naturais
tem inspirado pesquisas que visam gerar conhecimentos e métodos para reverter o
histórico da destruição, restaurar ecossistemas e recriar paisagens florestais (Engel &
Parrotta, in Kageyama et al, 2008).
Restaurar tem como estratégias: recuperar as características da diversidade
biológica integrada à reconstituição da estrutura e do funcionamento do ecossistema
natural que referencialmente havia antes da degradação (Brancalion et al, 2015).
Proposta pela Society for Ecological Restoration - SER (2004), a definição mais
aceita de restauração ecológica é: “Restauração Ecológica é o processo de assistência
da recuperação de ecossistemas que têm sido degradados, danificados ou destruídos”.
Para Durigan (SMA, 2009), “restauração é o manejo para acelerar os processos
de sucessão”. Brancalion et al (2015) destacam o agente humano da restauração que
objetiva desencadear, facilitar ou acelerar processos de sucessão ecológica em
ecossistemas em restauração. No trabalho “Protocolo de Monitoramento para Projetos e
Programas de Restauração Florestal” (2013), se considera a dimensão socioeconômica
na definição de restauração ecológica.
A restauração ecológica inclui o processo natural de recuperação de uma
determinada localidade (caráter passivo) e ações humanas visando promover o processo
de sucessão ecológica em áreas e paisagens degradadas (caráter ativo).
De acordo com Gandolfi (2013), o processo de sucessão apresenta as seguintes
fases: Estruturação (composta pela ocupação das áreas; criação de um habitat florestal;
muitas espécies arbóreas), Consolidação (criação de um novo dossel e manutenção do
habitat) e Maturação (gradual acumulação que vai levar à criação de uma floresta
restaurada).
Durigan (in SMA, 2009) destaca a ação de filtros abióticos, bióticos e
socioeconômicos como importantes fatores na seleção das espécies que irão permanecer
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ou atuar nos ecossistemas, determinando o ritmo dos processos ecológicos. Engel &
Parrotta (in Kageyama et al, 2008) identificam barreiras para o processo de regeneração
natural de espécies florestais, tais como: ausência ou baixa disponibilidade de
propágulos; falhas no recrutamento de plântulas e jovens; fatores adicionais de estresse;
e falhas no estabelecimento de interações essenciais para a manutenção da integridade.
Brevilieri e Dieckow (in Parron, 2015) destaca a ciclagem biogeoquímica de
nutrientes do sistema solo-planta como uma importante condicionante para o sucesso do
projeto de restauração.
Também, deve-se considerar a influência de eventos e distúrbios aleatórios na
dinâmica e nos processos que estruturam e condicionam os ecossistemas, inviabilizando
prever a trajetória que os mesmos terão ao longo do tempo, podendo ocorrer estados
estacionários estáveis, ou trajetória regressiva, ou trajetórias progressivas (Gandolfi,
2015).
Segundo Valeri et al (2004), a alteração da cobertura vegetal tem influência direta
na fauna e, consequentemente, na dinâmica das populações vegetais quando se
consideram: controle de pragas, herbivoria, polinização, e dispersão. Daí a importância
de se pensar paisagens amigáveis para ecossistemas nativos e seus elementos bióticos
(Brancalion et al, 2013).
Os biomas brasileiros apresentam ecossistemas ricos em biodiversidade, a
importância de se adotar ecossistemas de referência considera o aspecto que os trópicos
abrigam uma alta diversidade (Gandolfi, in Barbosa 2015), e a conversão de
ecossistemas nativos em paisagens antropizadas tem causado a homogeinização de
biotas, havendo a perda da diversidade alfa e beta (Solar et al, 2015). Vale lembrar que
diversidade α (alfa) corresponde à diversidade biológica de um habitat, e diversidade β
(beta) mede a composição de espécies entre habitats (Barros, 2007).
Em áreas degradadas cuja resiliência esteja comprometida e não haja ecossistemas
remanescentes em paisagens similares ou próximas, é necessário adotar um ecossistema
como referência para, com o monitoramento, avaliar se o projeto de restauração resultou
em um ecossistema cuja estrutura e funcionamento assemelha-se ao ecossistema
almejado (próximo ao que se projeta ser de ocorrência natural na localidade a ser
restaurada).
A escolha do ecossistema de referencia complica-se principalmente quando se
considera a complexidade e a diversidade das florestas tropicais (Sansevero e Garbin,
2015). Em Brancalion et al (2015), apontam-se alguns dados que podem ser usados para
a definição do ecossistema de referencia, tais como: descrições ecológicas, listas de
espécies e mapas da área anteriores à degradação; fotografias em diferentes datas e
alturas do solo; detalhamento de ecossistemas conservados próximos a área; dados
ecológicos e botânicos de ecossistemas similares conservados; espécies de herbários e
de museus; relatos sobre a área; evidencias paleoecológicas da área.
13
3.3 MONITORAMENTO
Ao pesquisar o termo monitorar no Google, os significados associados ao verbo
são: 1. Vigiar, verificar (algo), visando a determinado fim. 2. Acompanhar o decurso de.
3. Rastrear, medir e/ou analisar (dados científicos levantados por aparelhagem
especifica); entre outros...
Quando estão ocorrendo processos e dinâmicas naturais, havendo a transformação
da paisagem derivada de projetos de restauração, o monitoramento do projeto deve
considerar a necessidade de diferentes variáveis de avaliação para confirmar a formação
de um ecossistema similar ao ecossistema de referência, e que tenha condições de se
manter ao longo do tempo (Bellotto et al in Barbosa, 2015)
Para monitorar uma área restaurada, é necessário o uso de indicadores, os quais
são variáveis que inferem a condição de critérios de avaliação, transmitindo
informações relevantes (Rodrigues et al, 2013). Conforme apontado por Durigan (in
SMA, 2009), entre as propriedades de um bom indicador, destacam-se:
1. Ser sensível a fatores que modificam o ecossistema;
2. Responder aos fatores que atuam sobre o ecossistema de forma previsível;
3. Possibilitar predições sobre os efeitos dos agentes de degradação ou sobre os
efeitos benéficos de práticas de manejo que venham a ser aplicadas;
4. Ser integrativo (representar, na medida do possível, outras variáveis mais
difíceis de medir);
5. Ter baixa variabilidade nas respostas aos fatores que representa.
Em processos de licenciamento no estado de São Paulo, o monitoramento adota
como base a Resolução SMA 32, de 03-04-2014, cujos indicadores são: I - cobertura do
solo com vegetação, em porcentagem; II - densidade de indivíduos nativos regenerantes,
em indivíduos por hectare; III - número de espécies nativas regenerantes com altura (h)
>50 cm e circunferência medida à altura do peito (CAP) <15 cm. Tal resolução dialoga
com a Lei Federal 12651, de 25-05-2012, prevendo casos em que é permitido o plantio
intercalado de espécies nativas com exóticas.
Com base no trabalho de Firkwski (1991), o uso de espécies exóticas na
composição da cobertura vegetal produz efeitos diretos na fauna, pela redução, aumento
ou alteração de dois atributos: alimento e abrigo, atribuindo o caráter “sumidouro” na
dinâmica das populações de animais silvestres, o que é prejudicial para o
restabelecimento da biodiversidade.
Para se avaliar e monitorar a biodiversidade, costumam-se usar os índices de
Shannon e de Simpson, os quais são baseados nas abundancias proporcionais das
espécies. O Índice de Shannon é utilizado em situações em que a comunidade inteira
não pode ser inventariada (Couto e Barbosa in Barbosa, 2011)
O fator edáfico tem vital importância em projetos de restauração, pois as
condições do solo estão associadas às condições de enraizamento, fertilidade e os
nutrientes disponíveis, nível de compactação, taxa de infiltração de água, suscetibilidade
a processos erosivos, entre outros (Gonçalves, in Kageyama et al, 2008).
Casagrande e Soares (in Barbosa, 2015) indicam o uso da matéria orgânica como
parâmetro para determinar e monitorar a qualidade do solo de um ecossistema; sendo
14
que a camada de 0 a 20 cm tem maior vulnerabilidade aos mecanismos de estabilização
da dinâmica das frações da matéria orgânica (Parron et al, 2015).
Parron (2015) elucida a associação do teor e a qualidade da matéria orgânica do
solo com a atividade microbiana edáfica, e consequentemente sua diversidade biológica,
enquanto a estabilidade desta matéria orgânica é consequência da dinâmica da atividade
microbiana, do tipo e da quantidade de resíduos vegetais e animais aportados na
superfície do solo e na rizosfera, e de outros atributos do solo, tais como tipo de argila,
textura e pH. Vale citar sua influencia em diversas propriedades físicas do solo, tais
como agregação, porosidade, densidade, retenção hídrica, potencial de infiltração e
lixiviação, resistência à erosão, entre outras.
Outro aspecto interessante consiste em avaliar a compactação do solo, cuja origem
deriva de propriedades intrínsecas do solo como textura e conteúdo de matéria orgânica
e de agua presente nos poros do solo; ou é causada por fatores externos como pisoteio
de animais e trânsito de veículos e implementos agrícolas (Franco et al, 2014).
A compactação tem ação direta no desenvolvimento do sistema radicular e na
infiltração da água no solo, fatores que agem na capacidade de resistir à ação de agentes
erosivos (Parron et al, 2015).
A estrutura da vegetação, medida pela cobertura vegetal, fornece informações
relevantes sobre as condições do ecossistema, além de fatores como sequestro de
carbono e proteção do solo e de recursos hídricos os quais estão vinculados a serviços
ecossistêmicos (Chaves et al, 2015).
De acordo com Couto e Barbosa (in Barbosa, 2011), o monitoramento de projetos
de restauração serve de base para verificar a prestação de bens e serviços dos
ecossistemas restaurados, visando a sobrevivência e o bem estar da humanidade.
Também, com base nos resultados do monitoramento, é possível reverter
trajetórias de não sucesso do projeto de restauração, indicando quais são as ações que
poderão corrigir a trajetória assumida (manejo adaptativo), e dai não perder o
investimento feito no projeto (Brancalion et al, 2015). O manejo adaptativo deve ser
aplicado até o momento que o ecossistema restaurado assuma trajetórias de
sustentabilidade, onde as relações e os ciclos ecológicos que mantem o ecossistema
aconteçam dinamicamente, sem intervenção humana.
15
3.4 SERVIÇOS ECOSISTÊMICOS
“Consideram-se serviços ambientais as funções
oferecidas naturalmente pelos ecossistemas, mantidas,
aprimoradas ou restauradas por ação do homem, visando
à conservação de condições ambientais adequadas para a
vida no Planeta.” (CBDS, 2014)
Os “serviços ambientais” correspondem aos benefícios ambientais resultantes de
intervenções intencionais da sociedade na dinâmica dos ecossistemas, e “serviços
ecossistêmicos” são os benefícios humanos derivados dos ecossistemas naturais
(Muradian et al, in Parron, 2015). Os termos serviços ambientais ou serviços
ecossistêmicos têm essenciais aproximadas durante a constatação dos mesmos em
campo, principalmente quando se considera um mito: ecossistemas naturais e a
“natureza intocada” (Diegues, 2000).
São classificados nas seguintes categorias: serviços de suporte (aqueles que
propiciam condições básicas para que os demais serviços sejam oferecidos); serviços de
provisão (os que geram bens diretos a humanidade); os serviços de regulação
(principalmente dos processos ecossistêmicos) e os serviços culturais (vinculados à
relação entre o modo de viver dos grupos sociais e ecossistemas e/ou recursos naturais).
Com base no trabalho de Longo (2014), na tabela 1, são descritos alguns dos
diversos serviços ecossistêmicos dentro de suas categorias:
Tabela 1: Detalhamento de serviço ecossistêmico na respectiva categoria
Categoria Serviço ecossistêmico Detalhamento
Suporte Formação do solo Processos naturais de formação do solo
Produção primaria Ciclagem de nutriente e disponibilidade
energética
Manutenção da diversidade biológica e
genética
Fornecimento diverso de abrigo,
alimentação e habitat. Processos
evolutivos e dinâmica ecológica.
Armazenamento de matéria e energia Sistema ecossistêmico contendo e
disponibilizando nutrientes, agua e energia
Provisão Provisão de água Reservatórios e estoques de agua para
consumo
Provisão de alimentos silvestres Elementos da fauna e flora comestíveis
Provisão de alimentos cultivados Viabilidade produtiva agrícola, pecuária e
da aquicultura
Provisão de recursos genéticos Potencial de uso de materiais genéticos
para diversos fins
Provisão de recurso bioquímicos Potencial de uso de componentes químicos
para fins diversos
Provisão de matéria prima Componentes bióticos e abióticos
utilizados como matéria prima
Regulação Regulação climática global Influencia da cobertura do solo e processos
biogeoquímicos no clima global
Regulação climática local Geração de microclimas favoráveis em escala local
Regulação da qualidade do ar Capacidade do ecossistema em filtrar
elementos tóxicos e químicos do ar
16
Prevenção de ameaças naturais Amortecimento de eventos extremos
Manutenção da drenagem, irrigação e
precipitação natural
Papel da vegetação nos processos e ciclos
hídricos
Controle de erosão e estabilização de
sedimentos
Papel da vegetação na estabilização da
estrutura do solo
Manutenção da qualidade da agua Processos bióticos e abióticos promovendo
a ciclagem da agua
Filtro de partículas de pó Controlar poluição atmosférica derivada
da suspensão de partículas do solo
Atenuação da poluição sonora Controle dos níveis de ruídos
Polinização Abundancia e eficácia de agentes
polinizadores
Regeneração natural Presença de fontes de sementes e
propágulos na paisagem
Controle biológico de vetores de pragas
e doenças
Controle de populações de vetores de
enfermidades através de relações tróficas
Cultural Apreciação da natureza Qualidade estética da paisagem
Recreação Atrativos turísticos e oportunidade para
atividades recreacionais
Aspectos culturais Atribuição de valores culturais e
espirituais para elementos paisagísticos e
biológicos
Aspectos do conhecimento Características educacionais e científicas
com valores e interesses especiais
Fonte: Longo, 2014, adaptado.
Parron e Garcia (in Parron et al, 2015) alertam o fato de que 15 dos 24 serviços
ecossistêmicos em nível global estão em intenso declínio, similar a 63% dos benefícios
gerados pelos ecossistemas apontados por Bircha et al (in Parron, 2015); tornando
urgente a gerencia da relação entre a sociedade e o mundo natural (Sanchez, 2013). Dai
a introdução dos “serviços ambientais” na formulação de politicas públicas brasileiras e
nas discussões de uso e ocupação do solo.
A Lei Federal de proteção da vegetação nativa (Lei 12651, de 25-05-2012) aborda
“serviços ambientais” em seu Artigo 41, sendo considerados os serviços: sequestro, a
conservação, a manutenção e o aumento do estoque e a diminuição do fluxo de carbono;
a conservação da beleza cênica natural; a conservação da biodiversidade; a conservação
das águas e dos serviços hídricos; a regulação do clima; a valorização cultural e do
conhecimento tradicional ecossistêmico; a conservação e o melhoramento do solo; e a
manutenção de Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito,
passíveis de pagamento ou incentivo.
Complementando a lei de proteção de vegetação nativa, Aguiar et al (in Parron,
2015) indicam alguns outros serviços prestados pelas áreas riparias: filtração de
sedimentos, nutrientes e pesticidas agrícolas, estabilização das margens dos rios,
armazenamento de água, recarga de aquíferos e manutenção do equilíbrio térmico dos
ecossistemas aquáticos, contribuição da conservação do solo e da biodiversidade para o
provimento de inimigos naturais para o controle de pragas, para o fornecimento de
abrigo e alimentos para animais polinizadores e dispersores de sementes e também
atuam como corredores para dispersão de espécies em ambientes fragmentados,
filtragem e decomposição de fontes de poluição difusa de nutrientes, estabilização de
17
inundações. Entretanto, a oferta de tais serviços varia conforme a dimensão das faixas
de vegetação, com o estado de desenvolvimento das árvores e arbustos, com a época do
ano e ainda com a diversidade de plantas.
O destaque dado à prestação serviços ecossistêmicos (ou ambientais) dependentes
da dimensão das faixas florestais ao longo dos cursos de água também é focado na Nota
Técnica nº 12/2012/GEUSA/SIP-ANA3 (figura 1), alertando sobre a necessidade de se
ampliar o tamanho das faixas a serem restauradas, previsto na Lei Federal 12.651, de
25-05-2012, para garantia dos serviços esperados pelas áreas riparias.
Figura 1: Relação entre a dimensão da faixa de cobertura florestal ao longo de corpos de água e
a oferta de serviços ecossistêmicos.
Fonte: Nota Técnica nº 12/2012/GEUSA/SIP-ANA
No trabalho de Salemi et al (2011), comparando diferentes paisagens (florestais e
não florestais) e relacionando a cobertura vegetal com processos erosivos, foi apontado
que em matriz formada por pastagem, 40% do escoamento direto era devido ao
escoamento superficial hortoniano, enquanto em matriz florestal, 60% do escoamento
direto era causado por escoamento superficial de áreas saturadas (maior capacidade de
infiltração em áreas florestadas e maior estabilidade a vazão dos corpos de água).
Ainda, os autores apontam que o fluxo de base torna-se cada vez menor com o aumento
da degradação do solo.
Em relação ao solo, vale destacar o trabalho de Maia & Parron (in Parron et al,
2015), associando o teor de matéria orgânica à qualidade do solo, e como esta matéria
orgânica atua na prestação de serviços como serviços de provisão, regulação e de
suporte.
Apesar da Lei de proteção da vegetação nativa, há considerável distancia entre o
senso comum da sociedade brasileira e o reconhecimento dos serviços ecossistêmicos
prestados pelas áreas protegidas (Parron e Garcia, in Parron et al, 2015).
Desafortunadamente, a conservação da biodiversidade, regulação da água, e regulação
climática ainda não estão inclusas nas relações de mercado.
3 Disponível em http://arquivos.ana.gov.br/imprensa/noticias/20120509_NT_n_012-2012-
CodigoFlorestal.pdf
18
4. METODOLOGIA
4.1 AREA DE ESTUDO
Foram monitoradas dez áreas localizadas em diferentes bacias hidrográficas no
estado de São Paulo (Figura 2 e Tabela 2), onde houve o plantio de mudas para
recuperação da cobertura florestal em áreas protegidas: Áreas de Preservação
Permanente e Reservas Legais. O plantio foi exigência de processos de licenciamento
da extração e beneficiamento mineral com diferentes datas, dai os plantios terem
diferentes idades entre as áreas monitoradas (Tabela 2).
Em tais processos, não foi necessária a apresentação de EIA-RIMA4 para o
licenciamento da atividade de mineração (de acordo com a Resolução CONAMA 010,
de 06-12-1990 e a Resolução SMA 47, de 13-11-2006), apenas o Licenciamento
Simplificado que exige a apresentação de PCA: Plano de Controle Ambiental, MCE:
Memorial de Caracterização do Empreendimento, e RAD: Recuperação de Área
Degradada.
A atividade de mineração está presente há mais de 20 anos em todas as
propriedades, sendo sua principal atividade econômica, mesmo quando consorciada a
atividades agropecuárias.
Nestas propriedades, as Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais
encontravam-se degradadas devido a usos do solo anteriores à mineração, e cujo nível
de degradação distinguia-se entre as propriedades.
Para localizar as áreas onde houve a execução dos projetos de recuperação, foram
consultados os processos de licenciamento, os projetos de recuperação (quando
disponibilizados) e ainda teve-se a orientação do minerador em campo. Em relação às
áreas de Reserva Legal, estas estão localizadas nas plantas que compõem o processo de
Licenciamento.
Com o uso do software ArcGis 10.2.2, foram desenhadas: a trena em campo (a
partir do ponto de GPS), a localização das áreas de plantio, os cursos de agua e
respectivas Áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal.
Os plantios foram realizados sob diferentes responsabilidades técnicas e equipes
de execução, além de diferentes tratamentos de solo e atividades de implantação.
Os projetos entre fevereiro de 2008 e abril de 2014 tiveram que se basear na
Resolução SMA 08, de 31-01-2008.
4 Estudos de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto sobre Meio Ambiente
19
Figura 2: Localização das propriedades das áreas de plantio monitoradas no estado de São Paulo
Fonte: Google Earth, adaptado.
20
Tabela 2: Dados sobre as áreas de plantios e as atividades minerais licenciadas na respectiva propriedade
Propriedade Município Clima (Koppen)
(CEPAGRI/UNICAMP) Bacia hidrográfica Atividade mineral
Área de
plantio
(hectares)
Data do plantio Definição
Fazenda Santa
Marta
Santa Cruz da
Conceição Cwa Rio Mogi Guaçu
Extração de areia pelo
método de cava 2,22 2003 Reserva Legal
Mineração
Caravita São Pedro Aw Rio Piracicaba
Extração de areia pelo
método de dragagem 1,5
Década de 90,
século XX
APP e Reserva
Legal
Sitio
Mardioliv Leme
Aw
Rio Mogi Guaçu
Extração de argila 3,1 2013 APP e Reserva
Legal
Chacara
Empyreo Cwa
Produção de artigos
cerâmicos 1,5 2013 Reserva Legal
Sitio Tapera Itu Cwa Rio Sorocaba e
Médio Tiete Extração de argila 2,8 2010
APP e Reserva
Legal
Sitio Soloarte Laranjal
Paulista Cwa Rio Sorocaba Extração de argila 1,2 2001
APP e Reserva
Legal
Fazenda São
Luiz Monte Mor Cwa Rio Capivari
Extração de argila e
produção de artigos
cerâmicos
3,7 2009 APP
Sitio Boa
Esperança do
Império
Elias Fausto Cwa Rio Capivari Extração de argila 2,8 2012 APP
Cerâmica
Milano Monte Mor Cwa Rio Capivari
Extração de argila e
produção de artigos
cerâmicos
1,8 2005 e 2015 APP e Reserva
Legal
Sitio Pilões Porto Feliz Cwa Rio Sorocaba Extração de basalto e
beneficiamento de brita 0,6 2013 Reserva Legal
21
4.2 LEVANTAMENTO DE DADOS SECUNDÁRIOS
Para levantar informações pertinentes para o monitoramento foram usados
diferentes trabalhos disponíveis na internet, além da consulta aos processos de
licenciamento de onde derivaram os plantios.
No anexo da Resolução SMA 08, de 31-01-2008, há informações sobre o
Ecossistema e a Região de ocorrência natural das espécies citadas em seu texto.
Também informa a classe sucessional (ou grupo ecológico), a categoria de ameaça (em
relação à extinção, publicada na lista da Resolução SMA 48, de 22-09-2004), e a
síndrome de dispersão das espécies.
O Projeto SINBIOTA/FAPESP (disponível no site: http://sinbiota.biota.org.br)
fornece informações sobre a cobertura vegetal original (fitofisionomia) e suas condições
atuais no estado de São Paulo, viabilizando comparar se as espécies plantadas nas áreas
estão de acordo com a fitofisionomia original (ecossistema de referencia) das áreas de
plantio.
O site IBGE/Cidades dá informações sobre a história de formação dos municípios,
as quais foram complementadas pelos sites das prefeituras dos mesmos.
Para o levantamento das datas dos plantios, foram consultados os processos de
licenciamento junto a CETESB (órgão ambiental licenciador no estado de São Paulo)
além de entrevistas não estruturadas com os proprietários das áreas de plantio.
Vale ressaltar que neste ensaio, as atividades minerais são empreendidas pelos
próprios proprietários das áreas onde se encontram as jazidas minerais, o que facilitou a
oportunidade de realizar o monitoramento5.
Importante frisar que o histórico de uso do solo em cada propriedade muitas vezes
era desconhecido pelo minerador, os quais relataram serem antigas áreas agrícolas.
5 Para a exploração mineral, o minerador (sujeito da exploração) não precisa ser o proprietário da área
onde se localiza a jazida (Decreto Lei 227, de 28-02-1967), uma vez que os recursos minerais são bens da
União (Constituição Federal de 1988) e a autarquia federal DNPM-Departamento Nacional de Produção
Mineral é responsável pela gestão e a fiscalização da atividade mineral.
22
Tabela 3: Dados secundários pertinentes para o monitoramento das áreas de plantio
Propriedade Vegetação original
(Atlas SINBIOTA) Matriz (paisagem)
Tipo de Solo
(Oliveira, 1999) Uso histórico do solo regionalmente
Fazenda Santa
Marta Floresta Estacional Plantio de cana de açúcar
Neossolo quartzarenico
em associação com
Latossolo vermelho
amarelo
- inicio do século XIX, introdução de culturas de
cana de açúcar, milho, feijão, e posteriormente café
- culturas com mais de mil hectares em 2015: cana
de açúcar, milho, pecuária, laranja e silvicultura
(IBGE Cidades)
Mineração
Caravita Floresta Estacional Pastagem e expansão urbana Gleissolo háplico
- inicio do século XVIII: criação de pousos para
viajantes
- século XIX: cultura do café e chegada de
imigrantes italianos,
- culturas com mais de mil hectares em 2015: cana
de açúcar, pecuária, silvicultura (IBGE Cidades).
Sitio Mardioliv
Floresta Estacional
Cana de açúcar
Argissolo vermelho
amarelo em associação
com Neossolo litólico - século XIX: região produtora de café.
- culturas com mais de mil hectares em 2015: cana
de açúcar, milho, laranja, soja (IBGE Cidades) Chácara
Empyreo
Industrialização e cultivo de soja
e de cana de açúcar
Latossolo vermelho em
associação com
Latossolo vermelho
amarelo
Sitio Tapera Contato Savana/
Floresta Ombrófila Expansão urbana e pastagem
Argissolo vermelho
amarelo
- inicio no século XVII: culturas de cana de açúcar e
de algodão;
- século XIX e inicio do século XX, a região torna-
se importante produtora de café, e polo industrial.
- culturas com mais de mil hectares em 2015: cana
de açúcar e silvicultura (IBGE Cidades)
Sitio Soloarte Contato Savana/
Floresta Ombrófila Expansão urbana Latossolo vermelho
- século XVII: formação de pousos para tropeiros
- ate meados do século XX: as culturas do café,
algodão, milho e feijão eram dominantes.
– culturas com mais de mil hectares em 2015: milho
e pecuária (IBGE Cidades).
23
Propriedade Vegetação original
(Atlas SINBIOTA) Matriz (paisagem)
Tipo de Solo
(Oliveira, 1999) Uso histórico do solo regionalmente
Fazenda São
Luiz
Contato Savana/
Floresta Ombrófila Expansão urbana
Argissolo vermelho
amarelo em associação
com cambissolo
haplico
-antes do século XVI: aldeamento indígena na região
- séculos XVIII: cultivo de cana de açúcar
- século XIX: cultivo de café
– culturas com mais de mil hectares em 2015: milho
e cana de açúcar (IBGE Cidades).
Sitio Boa
Esperança do
Império
Contato Savana/
Floresta Ombrófila
Cana de açúcar e remanescentes
florestais Latossolo vermelho
- século XIX: estação ferroviária
– cultura com mais de mil hectares em 2015: cultura
da cana de açúcar (IBGE Cidades)
Cerâmica
Milano
Contato Savana/
Floresta Ombrófila Expansão urbana
Argissolo vermelho
amarelo em associação
com Cambissolo
haplico
-antes do século XVI: aldeamento indígena na região
- séculos XVIII: cultivo de cana de açúcar
- século XIX: cultivo de café
– culturas com mais de mil hectares em 2015: milho
e cana de açúcar (IBGE Cidades).
Sitio Pilões Contato Savana/
Floresta Ombrófila
Cana de açúcar e remanescentes
florestais Latossolo vermelho
-antes do século XVI: aldeamento indígena na região
- séculos XVII e XVIII: importante porto fluvial e
cultivo de cana de açúcar
- século XIX: cultivo de café
– culturas com mais de mil hectares em 2015: feijão,
milho e cana de açúcar (IBGE Cidades).
24
4.3 MONITORAMENTO:
Para monitorar as áreas de recuperação, foi usado o Principio Ecológico do
Protocolo de Monitoramento para Projetos e Programas de Restauração Florestal (Pacto
pela Restauração da Mata Atlântica, 2013).
Entre seus indicadores, busca-se no monitoramento: a caracterização da cobertura
vegetal, a diversidade biológica das espécies arbóreas cultivadas, a estrutura da
vegetação (mensurar CAP e área basal), e as condições físicas e químicas do solo.
Para cada projeto de restauração, o numero de parcelas foi definido conforme a
área onde houve efetivo plantio. Para áreas entre 0,5 e 1 hectare, o numero de parcelas
era 5; em áreas com mais de 1 hectare, o numero de parcelas correspondia a 5 + n
parcelas (sendo n equivalente ao hectare adicional).
As parcelas são de 100m2 (4m x 25m), retangulares, e foram distribuídas de modo
aleatório, direcionadas em sentido Norte, utilizando-se uma bussola.
Para se calcular o erro amostral (diferença entre o resultado amostral e o valor
populacional), foi usada a formula (IME/ USP):
ɛ = Z √p(1-p)/ n
Sendo: n = tamanho da amostra; Z = nível de confiança escolhido (entre 0,1); p =
proporção do evento na população (proporção conhecida previamente, em que 0 ‹ p ‹ 1);
(1-p) = complemento de p; e ɛ = erro amostral. Adotou-se o grau de confiança em 95%
no cálculo
Com uso de GPS Garmim GPSMAP 62S Handheld GPS Navigator foram
tomadas as coordenadas no datum WGS_1984_UTM_Zone_23S do ponto inicial da
parcela (onde era fixada a trena para a delimitação de 25 metros) para poder localiza-las
no Google Earth.
Com o uso do software ArcGis 10.2.2, foram mapeados: as parcelas, a localização
das áreas de plantio, os cursos de água e respectivas Áreas de Preservação Permanente e
as áreas de Reserva Legal.
Com o uso de trena e de uma vara de madeira, foi estimada a cobertura florestal
das áreas monitoradas. Inicialmente, esticou-se 25 metros de trena no comprimento
central da parcela. Para evitar a influência da rota solar e do deslocamento da projeção
de sombra, com o auxilio da vara de madeira traçava-se os limites da projeção
perpendicular da copa florestal nativa sob a trena, evitando-se as copas de espécies
arbóreas invasoras. Dai somavam-se os comprimentos cobertos pela copa nativa e
estabelecia a proporção em relação ao comprimento total da trena: 25 metros (Figura 3).
Onde a cobertura florestal foi menor que 70%, as áreas foram enquadradas na
“Fase de Estruturação de Dossel”, e onde a cobertura foi maior que 70%, as áreas foram
enquadradas na “Fase de Trajetória Ecológica”. Cada Fase apresenta indicadores
específicos.
25
Figura 3: Esquema de estimativa da cobertura de copa em parcelas retangulares.
Fonte: “Protocolo de Monitoramento para Programas e Projetos de Restauração Florestal” /
Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, 2013.
4.3.1. AVALIAÇÃO DA FASE ESTRUTURAÇÃO DE DOSSEL
Os dados levantados no monitoramento de áreas na fase “Estruturação do Dossel”
são:
- análise química da coleta de amostra de solo, por área.
- medição do nível de compactação do solo, por parcela.
- identificação e registro das espécies arbóreas de maior projeção de copa (5-10
espécies), por parcela.
- identificação e contagem dos indivíduos de espécies arbóreas invasoras com
altura superior a 0,5m, por parcela.
- estimativa visual da cobertura do solo por herbáceas invasoras, classificando em
“parcela limpa” quando a cobertura estava no intervalo de 0 a 15%, “parcela de media
infestação” quando estava entre 15-50% e “parcela de alta infestação” quando estava
acima de 50%.
- estimativa visual da conservação do solo
4.3.1.1. ANALISE QUÍMICA DO SOLO
Com o objetivo de se verificar se as condições edáficas estavam atuando como
filtros dessas áreas em processos de restauração (p. ex. fertilidade e de toxidez do solo),
foram coletadas amostras da camada de 0-20 cm do solo com o uso do trado holandês.
Foi extraída uma porção de solo no ponto inicial e no ponto final de cada parcela
na fase de estruturação do dossel, misturando as porções totais das parcelas para então
preparar a amostra a ser analisada.
O método de analise química da amostra foi baseado no método proposto pelo
Instituto Agronômico de Campinas (IAC), utilizado no Laboratório de Analise de Solos
da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Este método inclui as seguintes
análises (Camargo et al, 2009):
- medição de pH.
- medição de acidez trocável (Al).
26
- medição da acidez potencial (H +Al).
- determinação de cátions trocáveis: Ca, Mg, K
- determinação de teor de P
- valores da soma de bases (S), da capacidade de troca de cátions (T) e da
porcentagem de saturação em bases (V)
Com base no site do IAC, os valores foram classificados em:
Tabela 4: Classificação dos fatores analisados do solo
Muito baixo Baixo Médio Alto Muito alto
4.3.1.2. COMPACTAÇAO DO SOLO
Para avaliar se o grau de compactação do solo das áreas em restauração, em
função de serem áreas agrícolas, mediu-se a resistência de penetração do solo com o uso
de penetrômetro de impacto, modelo IAA/ PLANALSUCAR – STOLF KAMAQ, cujo
aparelho tem as seguintes características:
- peso que provoca impacto: 4kg,
- curso de queda livre: 400mm,
- cone com angulo solido de 30º e 12,8mm de diâmetro da base,
- diâmetro da haste que penetra no solo: 9,5mm.
Em campo, este ensaio de avaliação da compactação do solo padronizou a
medição em 5 impactos, basicamente. No caso de solos não compactados, o calculo
baseou-se no numero de impactos realizados para a penetração total da haste.
Para calcular a resistência de penetração do solo (ou nível de compactação), foi
usada a formula de STOLF (1991):
R = 5,6 + 6,89 N
Sendo R: a resistência do solo medida em kgf/cm2, e N: o número de impactos/dm
(derivado do uso do aparelho).
Com base no exposto por Perumplal e Mantovani (1994) sobre o uso de aparelhos
para medir a resistência do solo, as idas a campo ocorreram em dias ensolarados e, no
mínimo, em dois dias posteriores a última ocorrência de chuva, para evitar dados de
resistência tendenciosos, pois quanto maior o teor de umidade do solo, menor é a
resistência de penetração.
Para avaliar se o solo da área monitorada encontra-se, ou não, compactado, o
trabalho de Franco et al (2014) indica o limiar de 2000 kPa (equivalente a 20,4
kgf/cm2), valores abaixo deste valor representam solos que não comprometem o
crescimento radicular. No Protocolo de Monitoramento para Projetos e Programas de
Restauração Florestal, o valor de referencia é de 25 kgf/cm2.
27
4.3.1.3. IDENTIFICAÇÃO BOTANICA
Foram coletados ramos jovens das espécies não identificadas em campo (uso de
tesoura de poda e podão), sendo feitas exsicatas do material vegetativo. Anotaram-se
também características que auxiliaram na identificação como: presença de látex, caráter
aromático, entre outras observações.
Nos casos de arvores altas, inviabilizando a coleta de ramos para a identificação,
foram feitas fotografias com o uso de câmera digital Fujifilm FinePIX S2800HD.
Para a comparação e identificação dos materiais botânicos, foram usados os
trabalhos de Lorenzi (1999, 2002 e 2009), Souza e Lorenzi (2012), Lorenzi et al (2003),
Ramos et al (2008), além do herbário virtual Reflora do Jardim Botânico do Rio de
Janeiro (disponível no site: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/).
4.3.2. AVALIAÇÃO DA FASE TRAJETÓRIA ECOLÓGICA
O monitoramento das áreas em restauração em fase de “Trajetória Ecológica”
consistiu de:
- contar os indivíduos lenhosos com altura superior a 0,5m, classificando-os nas
classes: I (CAP < 15 cm); e II (CAP > 15 cm), por parcela.
- identificar e medir o CAP dos indivíduos lenhosos com CAP > 15 cm, por
parcela.
- calcular a área basal (m2/ hectare), por parcela.
- calcular a densidade populacional lenhosa (indivíduos/hectare), por parcela.
4.3.2.1. MEDIÇÃO DE CAP
Com o uso de fita métrica, foi medido o tamanho do perímetro do caule ou de
suas bifurcações do caule dos indivíduos lenhosos com mais de meio metro de altura,
As medidas foram feitas na altura de 0,5m para indivíduos lenhosos com menos de 1,3
m de altura e na altura do peito (aproximadamente, 1,3m) para os indivíduos maiores.
4.3.2.2. CÁLCULO DE AREA BASAL (A.B.)
Para o cálculo da área basal, adotou-se o critério de tratar o caule, e suas
bifurcações, como cilíndricos e a medida do CAP como a base do cálculo na seguinte
expressão (Silva, 1079):
A.B. = Σ ((CAP2) / 4π
4.3.2.3. DENSIDADE POPULACIONAL LENHOSA
A densidade populacional lenhosa foi calculada com base no número de
indivíduos lenhosos da parcela (com 100m2), multiplicado por cem, extrapolando a área
monitorada em um hectare.
28
4.4 SERVIÇOS ECOSSISTEMICOS
Para avaliar os serviços da categoria suporte cujo beneficio consiste na
manutenção da diversidade biológica e genética, usaram-se os resultados dos cálculos
dos índices de heterogeneidade da diversidade biológica, tais como Índice de Shannon-
Weaver (H’), e Espécie Equivalente (SH’), relacionando valores mais elevados destes
índices com maior potencial da prestação de tal serviço. Para o calculo destes índices,
foram usadas as seguintes formulas:
Índice de Shannon – Weaver (H’): H’ = - Σ pi. Ln pi
Sendo pi = abundância relativa (proporção) da espécie i na amostra (pi = ni/N);
ni = número de indivíduos da espécie i e N= Número de indivíduos total da amostra
Espécie equivalente (SH’): SH’= eH’
, medido em espécies.
Entretanto, apesar de uma ampla bibliografia relacionar a importância da riqueza e
da diversidade biológica com serviços ecossistêmicos, não foram localizados trabalhos
que indicassem parâmetros minuciosos que permitissem vincular os índices de
heterogeneidade aos serviços ecossistêmicos.
Para avaliar os serviços da categoria provisão cujo beneficio consiste na provisão
de alimentos silvestres, foi avaliado o numero de espécies encontrado nas parcelas que
tem caráter zoocórico em sua síndrome de dispersão e polinização por insetos. Para
encontrar tais informações, foram consultados os trabalhos de Carvalho (2003, 2006,
2008, 2010), Lorenzi (1998, 2002 e 2009) e o Anexo da Resolução SMA 08, de 31-01-
2008
Para a categoria regulação, cujo beneficio é o controle de erosão e estabilização de
sedimentos, durante o monitoramento em campo, observou-se havia processos erosivos
ocorrendo na área de plantio. Outro fator relevante foi a quantidade de matéria orgânica
diagnosticada na analise do solo das parcelas em fase de estruturação do dossel, uma
vez que a matéria orgânica esta associada a capacidade de resistir a ação de agentes
erosivos (Maia e Parron, in Parron, 2015).
Também na categoria regulação e o beneficio ser a ocorrência da regeneração
natural, foi feita uma estimativa visual da densidade de indivíduos regenerantes
(plântulas e plantas jovens) nas parcelas durante o monitoramento em campo.
Na categoria: cultural, tem-se:
- beneficio: apreciação da natureza, avaliado visualmente no nível de formação de
paisagem florestal e por resultados da entrevista não estruturada do minerador.
- benefícios: recreação e aspectos culturais, avaliados a partir da localização de
indícios ou vestígios de usos espirituais (oferendas, por exemplo) ou recreativos
(equipamentos de pesca, por exemplo) na área de plantio durante o monitoramento em
campo e por resultados da entrevista não estruturada do minerador.
29
5. RESULTADOS
5.1. GERAIS
Foram monitoradas 56 parcelas distribuídas em 10 propriedades onde há extração
mineral (objeto do licenciamento). A representatividade do esforço amostral do
monitoramento com o número de parcelas de 100m2 proporcional ao tamanho da área
de plantio foi alta, uma vez que os valores calculados para o erro amostral (ε) são
menores que 0,1 (Tabela 4).
Tabela 5: Áreas de plantio, número de parcelas e erro amostrais do monitoramento.
Propriedade Área de
plantio (m2)
No de
parcelas
Área
monitorada (m2)
ε Z (%)
Fazenda Santa Marta 22200 6 600 0,006289 0,95
Mineração Caravita 15000 5 500 0,007626 0,95
Sitio Mardioliv 31000 7 700 0,005334 0,95
Chácara Empyreo 15000 5 500 0,007626 0,95
Sitio Tapera 28000 6 600 0,005616 0,95
Soloarte 12000 5 500 0,00849 0,95
Fazenda São Luiz 37000 7 700 0,004892 0,95
Sitio Boa Esperança do Império 28000 5 500 0,005626 0,95
Milano 18000 5 500 0,006982 0,95
Sitio Pilões 6000 5 500 0,011742 0,95
Nas propriedades, foram encontradas as seguintes situações: plantio total com
parcelas na mesma fase, ou plantio total com parcelas em fases distintas, ou plantios
com diferentes idades. No total, 57,14% das parcelas monitoradas encontrava-se na Fase
de Estruturação do Dossel, e 42,86% na Fase de Trajetória Ecológica (Tabela 6).
Tabela 6: Localização georreferenciadas parcelas e respectivas fases no processo
sucessional da restauração ecológica.
Coordenadas WGS_84
Propriedade Parcela Fuso E S Fase Data do plantio
Fazenda Santa
Marta
1 23K 240347 7546526 Trajetória Ecológica
2003
2 23K 240124 7546486 Estruturação do Dossel
3 23K 240064 7546331 Estruturação do Dossel
4 23K 240013 7546318 Trajetória Ecológica
5 23K 239954 7546279 Estruturação do Dossel
6 23K 239851 7546201 Trajetória Ecológica
Mineração
Caravita
1 23K 205979 7500048 Estruturação do Dossel
Década de 90,
século XX
2 23K 206064 7499983 Estruturação do Dossel
3 23K 206102 7499808 Trajetória Ecológica
4 23K 206079 7499762 Trajetória Ecológica
5 23K 206136 7499662 Trajetória Ecológica
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30
Coordenadas WGS_84
Propriedade Parcela Fuso E S Fase Data do plantio
Sitio Mardioliv 1 23K 247263 7537123 Trajetória Ecológica
2013
2 23K 247080 7536781 Estruturação do Dossel
3 23K 247067 7536761 Estruturação do Dossel
4 23K 247107 7536724 Estruturação do Dossel
5 23K 247038 7536783 Estruturação do Dossel
6 23K 247000 7536817 Estruturação do Dossel
7 23K 247028 7536826 Trajetória Ecológica
Chácara
Empyreo
1 23K 254770 7540012 Trajetória Ecológica
2013
2 23K 254773 7540030 Trajetória Ecológica
3 23K 254792 7540044 Trajetória Ecológica
4 23K 254712 7540026 Trajetória Ecológica
5 23K 254680 7540015 Trajetória Ecológica
Sitio Tapera 1 23K 254832 7413535 Estruturação do Dossel
2010
2 23K 254806 7413648 Estruturação do Dossel
3 23K 254799 7413741 Estruturação do Dossel
4 23K 254800 7413864 Trajetória Ecológica
5 23K 254800 7413990 Estruturação do Dossel
6 23K 254962 7414155 Trajetória Ecológica
Sitio Soloarte 1 23K 210024 7450705 Trajetória Ecológica
2001
2 23K 210081 7450708 Trajetória Ecológica
3 23K 210113 7450697 Trajetória Ecológica
4 23K 210154 7450689 Trajetória Ecológica
5 23K 210153 7450649 Trajetória Ecológica
Fazenda São
Luiz
1 23K 254792 7540044 Estruturação do Dossel
2009
2 23K 266653 7461785 Estruturação do Dossel
3 23K 266625 7461918 Estruturação do Dossel
4 23K 266488 7462027 Estruturação do Dossel
5 23K 266787 7462705 Estruturação do Dossel
6 23K 267178 7462642 Estruturação do Dossel
7 23K 267174 7462596 Estruturação do Dossel
Sitio Boa
Esperança do
Império
1 23K 263569 7450893 Estruturação do Dossel
2012
2 23K 263493 7450676 Estruturação do Dossel
3 23K 263513 7450546 Trajetória Ecológica
4 23K 263514 7450467 Trajetória Ecológica
5 23K 263587 7450800 Estruturação do Dossel
Cerâmica
Milano
1 23K 267660 7464116 Trajetória Ecológica
2005 2 23K 267661 7464028 Trajetória Ecológica
3 23 267611 7463865 Estruturação do Dossel
4 23K 267133 7464080 Estruturação do Dossel 2015
5 23K 267080 7464003 Estruturação do Dossel
Sitio Pilões 1 23K 235246 7428417 Estruturação do Dossel
2013
2 23K 235213 7428932 Estruturação do Dossel
3 23K 235173 7428926 Estruturação do Dossel
4 23K 235180 7428858 Estruturação do Dossel
5 23K 235080 7428772 Estruturação do Dossel
31
5.2. PARCELAS NA FASE DE ESTRUTURAÇÃO DO DOSSEL
32 parcelas monitoradas foram enquadradas na fase de Estruturação do Dossel,
pois a cobertura da trena pelo dossel florestal foi menor a 70%, dai sendo realizadas a
análise química da coleta de amostra de solo, a medição do nível de compactação do
solo, a identificação e registro das espécies arbóreas de maior projeção de copa, a
identificação e contagem dos indivíduos de espécies arbóreas invasoras com altura
superior a 0,5m, a estimativa visual da cobertura do solo por herbáceas invasoras e
ainda a estimativa visual da conservação do solo (indicadores desta fase).
5.2.1. ANALISE QUÍMICA DO SOLO DAS PROPRIEDADES
MONITORADAS
Com base nos resultados (Tabela 7), constatou-se que em todas as propriedades os
solos encontram-se tóxicos para o desenvolvimento das mudas florestais (solos álicos,
com m% ≥50%, Ronquim, 2010). Tais solos estão bastante intemperizados (Alleoni e
Camargo, 1995).
Também, podem ser classificados como solos ácidos (pH < 6) (Ronquim, 2010), o
que inclusive compromete a biota edáfica, dai a necessidade de se realizar a correção do
solo através do uso de calcário.
A fertilidade dos solos nas parcelas encontra-se de media a muito baixa,
comprometendo a disponibilidade de nutrientes principais e de elementos traços
necessários para o crescimento e desenvolvimento do plantio florestal.
De acordo com Ronquim (2010), entre importantes propriedades do teor de
matéria orgânica do solo, vale destacar a capacidade de aumentar o poder tampão do
solo e diminuir os perigos de desequilíbrios minerais causados por uma adubação
arbitrária. Outras importantes propriedades da matéria orgânica indicadas por Maia e
Parron (in Parron, 2015) são: principal fonte de energia e nutrientes para a atividade
microbiana do solo, ação cimentante que influencia propriedades físicas do solo (por
exemplo: agregação, porosidade, densidade, retenção hídrica, potencial de infiltração e
lixiviação, resistência à erosão).
Nas amostras, o valor do teor de matéria orgânica entre as parcelas teve grande
variação, sendo 50% do solo das áreas de plantio com parcelas em fase de Estruturação
do Dossel apresenta teor alto de matéria orgânica, enquanto os outros 50% apresenta
teores baixos a muito baixos.
Em relação ao fósforo, em 80% das propriedades monitoradas, encontram-se solos
com teores muito baixos deste nutriente. Esta deficiência compromete o crescimento e o
desenvolvimento das mudas irreversivelmente, pois o elemento atua na respiração, na
fotossíntese, na síntese de ácido nucléico e de proteína e dai ser perceptível a
diminuição na altura da planta, atraso na emergência das folhas e redução na brotação e
desenvolvimento de raízes secundárias, na produção de matéria seca e na produção de
sementes (Grant et al, 2001). Entretanto, o fosforo é um elemento que facilmente torna-
se indisponível para as plantas, seja por sua fixação na reação com o Alumínio, seja por
sua percolação, ou mesmo pelas perdas de solo por processos erosivos.
32
Tabela 7: resultados da análise química do solo nas propriedades monitoradas
amostra Al
(mmolc.dm-3
)
H + Al
(mmolc.dm-3
)
M.O.
(g.dm-3
) Ph
Mg
(mmolc.dm-3
)
P
(mmg.dm-3
)
Ca
(mmolc.dm-3
)
K
(mmolc.dm-3
) SB T% V% m%
continental 3,69 6,2 29,85 5,8 15,20 8,15 21,74 4,25 41,19 47,39 86,92 141,19
tapera 14,05 5,5 26,96 4,9 4,34 7,43 6,15 3,50 14,00 19,50 71,79 114,00
da mata 3,37 6,5 19,26 4,9 2,35 7,61 5,38 1,04 8,77 15,27 57,44 108,77
sta marta 40,21 4,4 4,17 4,2 5,97 5,10 0,55 4,96 11,48 15,88 72,29 111,48
uniporto 1,82 6,4 14,45 5,1 6,52 3,12 17,13 0,36 24,00 30,40 78,95 124,00
caravita 1,70 7,0 2,89 5,3 2,53 5,46 4,06 0,83 7,43 14,43 51,48 107,43
milano 1,86 6,1 34,67 5,1 18,46 16,07 33,38 3,23 55,07 61,17 90,03 155,07
mardioliv 2,26 6,1 32,10 4,8 13,39 20,56 24,71 3,50 41,60 47,70 87,21 141,60
Obs.: representatividade da classificação dos teores analisados:
Muito baixo Baixo Médio Alto Muito alto
33
5.2.2. NÍVEL DE COMPACTAÇÃO DO SOLO
De acordo com Durigan (in SMA, 2009), o nível de compactação do solo consiste
em um filtro abiótico do processo de restauração ecológica, pois influencia
negativamente no crescimento e desenvolvimento do sistema radicular das mudas, além
de determinar as relações entre ar, água e temperatura do solo que influenciam as
condições de vida das plantas (Alleoni e Camargo, 2006).
Franco et al (2014) justifica a compactação do solo por processos naturais
relacionados com a água no solo e com as propriedades intrínsecas do solo como textura
e conteúdo de matéria orgânica. Outra justifica dá-se pelo pisoteio de animais e trânsito
de veículos e implementos agrícolas.
No Protocolo de Monitoramento elaborado pelo Pacto da Restauração da Mata
Atlântica, o valor de referencia para o monitoramento é fixado em 25 kgf/cm2, acima
deste valor, a compactação atua como filtro abiótico e compromete o processo de
restauração ecológica.
Das 32 parcelas, apenas 18,75% apresentam resultados inferiores a 25 kgf/cm2
(destacadas em amarelo na Tabela 8), sendo que destas 18,75%, 33,34% (* na Tabela
abaixo) correspondem a parcelas em solos hidromórficos (brejos cuja cobertura vegetal
é dominada por gramíneas).
Tabela 8: Resultados da resistência de penetração (compactação do solo) das parcelas
em fase de Estruturação do Dossel
Propriedade Parcela Resistência de Penetração (kgf/cm2)
Fazenda Santa Marta 2 36,918
3 34,308
5 36,918
Mineração Caravita 1 27,131
2 24,739
Sitio Mardioliv 2 68,236
3 63,017
4 63,017
5 54,814
6 58,6
Sitio Tapera 1 32,1
2 37,498
3 31,118
5 39,709
Fazenda São Luiz 1 21,623
2 26,479
3 23,176
4 22,005
5 28,567
6 63,017
7 32,1
34
Propriedade Parcela Resistência de Penetração (kgf/cm2)
Sitio Boa Esperança do Império 1 7,626*
2 9,653*
5 28,567
Cerâmica Milano 3 29,359
4 44,378
5 46,129
Sitio Pilões 1 31,118
2 36,918
3 32,1
4 37,498
5 40,05
Considerando todas as parcelas, a média da resistência de penetração é de
36,5151875 kgf/cm2, com desvio padrão de 14,92805691 (Gráfico 1).
Gráfico 1: distribuição normal dos resultados de compactação do solo nas parcelas em
fase de Estruturação do Dossel
5.2.3. ESPÉCIES ARBÓREAS DE MAIOR PROJEÇÃO DE COPA
Na fase de Estruturação do Dossel, entre as espécies arbóreas de maior projeção
de copa, foram encontradas espécies de crescimento rápido, espécies rusticas além de
espécies de crescimento lento (enquadradas como climácicas ou secundarias tardias em
grupos sucessionais), sendo que as espécies de crescimento rápido têm maior frequência
(Tabela 9).
Na Tabela 9, as espécies classificadas no grupo sucessional “P” (pioneiras)
correspondem a espécies de crescimento rápido, qualificadas como pioneiras e
secundárias iniciais; as espécies classificadas como “NP” (não pioneiras) correspondem
às espécies secundárias tardias e climácicas.
35
Tabela 9: Identificação e caracterização dos indivíduos arbóreos de maior projeção de
copa nas parcelas em fase de Estruturação do Dossel
Propriedade Parcela Maior projeção de copa CAP (Cm) Grupo
Sucessional
Fazenda Santa
Marta 5 Solanum mauritianum Scop. 15 P
Mineração
Caravita 1 Acacia plumosa Lowe 5 P
2 Acacia plumosa Lowe 4 P
Sitio Mardioliv
5
Inga uruguensis Hook. & Arn. 4 P
Cordia ecalyculata Vell. 12 P
Psidium guajava L. 5 P
Lithraea molleoides (Vell.) 5 P
Inga uruguensis Hook. & Arn. 3 P
Cordia ecalyculata Vell. 8 P
Inga uruguensis Hook. & Arn. 3 P
Inga uruguensis Hook. & Arn. 8 P
Anacardiaceae 5
Cecropia sp 6 P
Schinus terebinthifolius Raddi 9 P
6
Euphorbiaceae 14
Inga uruguensis Hook. & Arn. 17;20 P
Inga uruguensis Hook. & Arn. 16;14 P
Tabebuia chrystricha 8;7 P
Lithraea molleoides (Vell.) 5 P
Alchornea sp 37 P
Sitio Tapera
1
Trichilia pallens C.DC. 7; 5,5 NP
Trichilia pallens C.DC. 20 NP
Trichilia pallens C.DC. 9 NP
Vochysiaceae 9; 8
Brosimum gaudichaudii Trécul 12 NP
Trichilia pallens C.DC. 22 NP
3
Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera 51 P
Fabaceae 16;13;15
Aspidosperma cylindrocarpon Müll. Arg. 22;24;15;31;22;
30 NP
Fabaceae 16;13
Aspidosperma cylindrocarpon Müll. Arg. 12;20;22;10;9 NP
Handroanthus albus (Cham.) Mattos 12 P
36
Propriedade Parcela Maior projeção de copa CAP (Cm) Grupo
Sucessional
Fazenda São Luiz
2
Croton urucurana Baill. 5 P
Croton urucurana Baill. 5,5 P
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. 3,5 P
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. 4 P
Croton urucurana Baill. 18;23;33 P
3
Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera 28;50 P
Enterolobium contortisiliquum (Vell.)
Morong 105;82 P
Schinus terebinthifolius Raddi 10;12 P
Croton urucurana Baill. 32;36 P
Croton urucurana Baill. 17 P
5
Inga uruguensis Hook. & Arn. 37;55;50;58;18;49 P
Cecropia sp 4 P
Croton urucurana Baill. 23 P
Annonaceae 54
Croton urucurana Baill. 7 P
Aegiphila sellowiana Cham. 9;11 P
Aegiphila sellowiana Cham. 7 P
Aegiphila sellowiana Cham. 11 P
Annonaceae 58
Inga uruguensis Hook. & Arn. 7;6;6;8,5;7;8;10 P
Inga uruguensis Hook. & Arn. 6 P
Inga uruguensis Hook. & Arn. 13 P
Aegiphila sellowiana Cham. 7;7;8,5 P
Cecropia sp 22 P
Inga uruguensis Hook. & Arn. 11;9 P
6
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. 14;4;3,5;5;3,5;8 P
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. 8;10;5 P
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. 8;10;4,5;6 P
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. 13;8;10 P
Trichilia hirta L. 7 NP
Erythrina falcata Benth. 58;37;39 P
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. 4 P
Baccharis dracunculifolia D.C. 7;9;5 P
Schinus terebinthifolius Raddi 7 P
Erythrina falcata Benth. 56;59 P
Handroanthus sp 4;3
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. 14;7;10;10;13 P
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. 8;11;8;7 P
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. 5;17;11 P
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. 8;11;7 P
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. 5;9;14;4;8 P
7 Fabaceae 5;5
Handroanthus sp 5;4
37
Propriedade Parcela Maior projeção de copa CAP (Cm) Grupo
Sucessional
Fazenda São Luiz
7
Baccharis dracunculifolia D.C. 8;7,5 P
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. 15 P
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. 8;6;5 P
Fabaceae 39;5
Alchornea triplinervia (Spreng.)
Müll.Arg. 22;22 P
Erythrina falcata Benth. 12,5 P
Sitio Boa
Esperança Do
Império
1 Cecropia sp 11 P
Melastomataceae 6,5
5 Schizolobium parahyba (Vell.) Blake. 15 P
Cerâmica Milano
3
Apocynaceae 8
Caesalpinoideae 9;11
Psidium guajava L. 5 P
Psidium guajava L. 6 P
Apocynaceae 5;6;4
Apocynaceae 9;7;7,5;5;6;4,5;7;6
Rubiaceae 13
Acacia scandens 15 P
Sitio Pilões
1
Hymenaea courbil L. 10 NP
Myrsine ferruginea Spreng. 6,5 P
Ceiba sp 7
2 Cecropia sp 17 P
3
Myrsine ferruginea Spreng. 4 P
Cecropia sp 12 P
Centrolobium tomentosum Guillem. ex
Benth. 5,5 P
4 Cedrela fissilis Vell. 20,5 P
5.2.4. ESPÉCIES ARBÓREAS INVASORAS (H> 0,5M)
Para a definição das espécies arbóreas invasoras, foi consultada a portaria
municipal de São Paulo (Portaria 154/09 – SVMA) a qual disponibiliza a “Lista de
Espécies Vegetais Exóticas Invasoras do Município de São Paulo”.
Apesar da fitofisionomia original do município de São Paulo ser Floresta
Ombrófila Densa e as fitofisionomias das áreas monitoradas serem Floresta Estacional
Semidecidual ou ecótono formado pelo contato entre Cerrado e Floresta Ombrófila
(Atlas SINBIOTA/ FAPESP), não foram localizadas Listas Oficiais de Espécies da flora
exóticas para o estado de São Paulo ou mesmo nacional para serem usadas como
referencia.
As espécies listadas na portaria municipal são espécies exóticas, inclusive nas
áreas monitoradas, e também foram observadas nas regiões deste monitoramento.
Entretanto, a cobertura vegetal dominante nas parcelas em fase de Estruturação do
Dossel era formada por gramíneas invasoras.
Particularmente, no caso do eucalipto (Tabela 10), o minerador acusou o cultivo
deste na propriedade para produção de lenha (usada para a queima do artigo cerâmico
38
na olaria) ou derivado de incentivos governamentais de reflorestamentos anteriores à
década de 90 do século XX.
Vale citar que espécies como Leucaena leucocephala, Phyllostachys sp, Morus
sp. e Spathodea campanulata foram observadas em algumas propriedades do
monitoramento, porem não estavam localizadas nas parcelas.
Tabela 10: Identificação e mensuração das espécies arbóreas invasoras localizadas nas
parcelas em fase de Estruturação do Dossel
Propriedade Parcela Arbóreas Invasoras CAP (Cm)
Fazenda Santa Marta 2 não há -
3 não há -
5 não há -
Mineração Caravita 1 não há -
2 não há -
Sitio Mardioliv 2 não há -
3 não há -
4 não há -
5 não há -
6 não há -
Sitio Tapera 1 não há -
2 não há -
3 não há -
5 não há -
Fazenda São Luiz 1 não há -
2 não há -
3 não há -
4 não há -
5 não há -
6 não há -
7 Eucalytus sp. 48
Sitio Boa Esperança do Império 1 não há -
2 não há -
5 não há -
Cerâmica Milano 3 Não há -
4 não há -
5 não há -
Sitio Pilões 1 não há -
2 não há -
3 não há -
4 não há -
5 Eucalyptus sp 20,4
Eucalyptus sp 17
Eucalyptus sp 15
Eucalyptus sp 22,5
39
5.2.5. ESTIMATIVA VISUAL DA COBERTURA DO SOLO POR
HERBÁCEAS INVASORAS
A estimativa visual permite atribuir o caráter dominante para determinado tipo de
cobertura vegetal. Quando a cobertura vegetal dominante consiste em gramíneas
exóticas invasoras, o caso de 87,5% das parcelas em fase de Estruturação do Dossel
(Tabela 11), esta cobertura é qualificada como um fator de degradação (Rodrigues e
Leitão Filho, 2009, e Brancalion et al, 2015), que inibe o crescimento e o
desenvolvimento de espécies arbóreas, especialmente considerando o ciclo de vida curto
das gramíneas, formando rapidamente o banco de sementes, e a competição por
nutrientes do solo, agua e luz.
Tabela 11: Resultados das estimativas visuais da cobertura por herbáceas invasoras.
Propriedade Parcela Cobertura por herbáceas
Fazenda Santa Marta 2 Parcela com alta infestação
3 Parcela com alta infestação
5 Parcela com alta infestação
Mineração Caravita 1 Parcela com alta infestação
2 Parcela com alta infestação
Sitio Mardioliv 2 Parcela com alta infestação
3 Parcela com alta infestação
4 Parcela com alta infestação
5 Parcela limpa
6 Parcela de média infestação
Sitio Tapera 1 Parcela com alta infestação
2 Parcela com alta infestação
3 Parcela com alta infestação
5 Parcela com alta infestação
Fazenda São Luiz 1 Parcela com alta infestação
2 Parcela com alta infestação
3 Parcela com alta infestação
4 Parcela com alta infestação
5 Parcela com alta infestação
6 Parcela com alta infestação
7 Parcela com alta infestação
Sitio Boa Esperança Do
Império 1 Parcela com alta infestação
2 Parcela com alta infestação
5 Parcela com alta infestação
Cerâmica Milano 3 Parcela com alta infestação
4 Parcela limpa
5 Parcela limpa
Sitio Pilões 1 Parcela com alta infestação
2 Parcela com alta infestação
3 Parcela com alta infestação
4 Parcela com alta infestação
5 Parcela com alta infestação
40
5.2.6. ESTIMATIVA VISUAL DA CONSERVAÇÃO DO SOLO
Visualmente, é possível localizar processos erosivos e solo descoberto para
avaliar a conservação do solo. Os meios usados para realizar esta estimativa foram o
monitoramento em campo e análise de imagens aéreas, dai os seguintes resultados
(Tabela 12):
Tabela 12: Monitoramento visual da conservação do solo nas parcelas em fase de
Estruturação do Dossel
Propriedade Parcela Conservação do solo
Fazenda Santa Marta 2 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
3 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
5 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
Mineração Caravita 1
Solo parcialmente descoberto, desbarrancamento na margem
do ribeirão Araquá.
2 Solo parcialmente descoberto, desbarrancamento na margem
do ribeirão Araquá.
Sitio Mardioliv 2 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
3 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
4 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
5 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
6 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
Sitio Tapera 1 Solo parcialmente descoberto, formação de erosão laminar.
2 Solo parcialmente descoberto, formação de erosão laminar.
3 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
5 Solo parcialmente descoberto, formação de erosão laminar.
Fazenda São Luiz 1 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
2 Solo parcialmente descoberto, erosão linear incipiente.
3 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
4 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
5 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
6 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
7 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
Sitio Boa Esperança
do Império 1 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
2 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
5 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
Cerâmica Milano 3 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
4 Solo parcialmente descoberto, erosão laminar incipiente.
5 Solo parcialmente descoberto, erosão laminar incipiente.
Sitio Pilões 1 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
2 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
3 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
4 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
5 Coberto por gramíneas, sem processos erosivos.
41
A cobertura vegetal composta por gramíneas em áreas de declividades suaves tem
inibido processos erosivos. Os processos erosivos observados em campo derivam de
trilhas traçadas pelo gado (erosão linear) ou da compactação do solo (erosão laminar).
5.3. PARCELAS EM FASE DE TRAJETÓRIA ECOLOGICA
Para o monitoramento das parcelas em fase de Trajetória Ecológica, onde a
cobertura da trena pela projeção da copa dos indivíduos arbóreos nativos foi maior que
70%, avaliam-se os seguintes indicadores: contagem e classificação dos indivíduos
lenhosos com altura superior a 0,5m, identificação e mensuração dos indivíduos
lenhosos com CAP > 15 cm, cálculo da área basal (m2/ hectare) e da densidade
populacional lenhosa (indivíduos/hectare).
5.3.1. INDIVÍDUOS LENHOSOS COM ALTURA SUPERIOR A 0,5M
Os indivíduos lenhosos com altura superior a 0,5m são enquadrados nas classes: I
(CAP < 15 cm); e II (CAP > 15 cm) e os resultados do monitoramento das parcelas em
fase de Trajetória Ecológica encontram-se na Tabela 13.
Na Resolução SMA 32, de 03-4-2014, os critérios altura (h < 0,5m) e
circunferência a altura do peito (CAP < 15 cm) são considerados na inclusão de
indivíduos arbóreos para qualifica-los como “regenerantes”, ou seja, indicam a
formação de florestas jovens. Observa-se que em 79,17% das parcelas, entre os
indivíduos lenhosos com altura superior a 0,5m, o numero de indivíduos regenerantes é
superior (Tabela 13).
Tabela 13: Classificação e quantificação de indivíduos lenhosos com altura superior a
0,5m nas parcelas em fase de Trajetória Ecológica.
Propriedade Parcela Classe I Classe II Data do plantio
Fazenda Santa Marta
1 3 14 Década 00
4 7 10 Década 00
6 2 18 Década 00
Mineração Caravita
3 21 9 Década 90
4 8 14 Década 90
5 5 9 Década 90
Sitio Mardioliv 1 0 7 2013
7 2 12 2013
Chácara Empyreo
1 3 16 2013
2 15 2 2013
3 10 4 2013
4 17 7 2013
5 16 7 2013
Sitio Tapera 4 1 13 Década 00
6 3 9 Década 00
42
Propriedade Parcela Classe I Classe II Data do plantio
Sitio Soloarte
1 5 12 Década 00
2 6 8 Década 00
3 2 14 Década 00
4 4 13 Década 00
5 0 12 Década 00
Sitio Boa Esperança do
Império
3 5 14 Década 10
4 9 11 Década 10
Cerâmica Milano 1 3 14 Década 00
2 8 10 Década 00
5.3.2. CARACTERIZAÇAO DOS INDIVÍDUOS LENHOSOS COM CAP >
15 CM
A caracterização dos indivíduos lenhosos com CAP superior a 15cm, o que lhes
qualifica como regenerantes, consiste na identificação das espécies e os valores medidos
do CAP (Tabela 14).
Tabela 14: Valores dos indivíduos arbóreos (espécie ou família botânica) com CAP
superior a 15 cm nas parcelas em fase de Trajetória Ecológica
Propriedade Parcela ID CAP (cm)
Fazenda Santa Marta 1 Solanaceae 41;35;72;29
Casearia sylvestris 37;13;29;42;23,5
Anadenanthera macrocarpa 70;48
Solanaceae 28;34;39;20
Solanaceae 24;28;19;21
Monimiaceae 32
Cedrela odorata 34;24,5;32;19;14;21;14
Luehea divaricata 20
Syagrus romanzoffiana 69
Anadenanthera macrocarpa 116,5
Anacardiaceae 110
Melastomataceae 17
Sapindaceae 45;34
Solanaceae 18;21;32;34
4 Anadenanthera macrocarpa 43
Cecropia sp 60
Syagrus romanzoffiana 55
Syagrus romanzoffiana 85
Syagrus romanzoffiana 94
Sapindaceae 57
Sapindaceae 36,5
Cecropia sp 18
Anadenanthera macrocarpa 32
Cecropia sp 41
43
Propriedade Parcela ID CAP (cm)
Fazenda Santa Marta 6 Syagrus romanzoffiana 59
Fabaceae 49
Solanaceae 23;8;9
Anadenanthera macrocarpa 24
Syagrus romanzoffiana 58
Myrtaceae 23,4
Monimiaceae 91
Luehea divaricata 36
Syagrus romanzoffiana 58
Syagrus romanzoffiana 59,5
Sapindaceae 34;37
Anadenanthera macrocarpa 16,5
Syagrus romanzoffiana 78
Anadenanthera macrocarpa 37
Anadenanthera macrocarpa 43
Anadenanthera macrocarpa 30
Schizolobium parahyba 69
Mineração Caravita 3 Schinus terebinthifolia 18;7;9;7
Ceiba sp. 150
Schinus terebinthifolia 25;8;32;20;32;20
Jacaratia spinosa 24
Guarea guidonia 69
Enterolobium contortisiliquum 18
Fabaceae 49
Anarcadiaceae 9;8;4;5;7
4 Anarcadiaceae 18;28;38;33
Aspidosperma tomentosum 25
Anarcadiaceae 69
Ceiba sp. 108
Schizolobium parahyba 55
Anarcadiaceae 24;29;24;31;34
Anarcadiaceae 33
Schizolobium parahyba 105
Schizolobium parahyba 61
Ceiba sp. 109
Schizolobium parahyba 59
Anarcadiaceae 20
Anarcadiaceae 31;25;35;36
5 Ceiba sp. 117
Handroanthus chrysotrichus 30
Anarcadiaceae 15;29
Psidium guajava 16
Anarcadiaceae 21
Psidium guajava 17
Psidium guajava 10;13;16
44
Propriedade Parcela ID CAP (cm)
Sitio Mardioliv 1 Inga uruguensis 16;13
Inga uruguensis 30;35;32
Inga uruguensis 16;16,5
Inga uruguensis 19,5
Lithraea molleoides 24
Inga uruguensis 22;17,5;23;16
Cordia ecalyculata 18
7 Inga uruguensis 13;11;18;12
Inga uruguensis 19;10;15;13
Inga uruguensis 16;10;16
Inga uruguensis 17;20
Inga uruguensis 17;14;17
Inga uruguensis 19;17
Inga uruguensis 19;9;19;16
Inga uruguensis 11;21;20
Inga uruguensis 17;21;19
Inga uruguensis 21;25;20
Inga uruguensis 18;13;12;23
Inga uruguensis 11;18;20
Chácara Empyreo 1 Schinus terebinthifolius 31
Solanaceae 19
2 Fabaceae 26
Cecropia sp 18
Solanaceae 16
Solanaceae 23
3 Cordia ecalyculata 29;8;30;22
4 Bixa orellana 29
Bixa orellana 17;14;14;15
Solanaceae 29
Cassia leptophylla 43;45
Cassia leptophylla 22
Cassia leptophylla 48
5 Sapotaceae 20
Solanaceae 17
Malvaceae 21;17
Chorisia speciosa 37
Malvaceae 37
Malvaceae 32
Malvaceae 21
Sitio Tapera 4 Aspidosperma cylindrocarpon 22
Aspidosperma cylindrocarpon 10;18
Aspidosperma cylindrocarpon 17
Aspidosperma cylindrocarpon 66
Aspidosperma cylindrocarpon 27; 33
Vochysiaceae 17
45
Propriedade Parcela ID CAP (cm)
Sitio Tapera
4 Aspidosperma cylindrocarpon 61; 30; 17; 19
Vochysiaceae 21
Aspidosperma cylindrocarpon 50;35;10
Aspidosperma cylindrocarpon 69;30
Aspidosperma cylindrocarpon 30;16;25;18
Aspidosperma cylindrocarpon 53;39
6 Casearia obliqua Spreng. 21
Gochnatia polymorpha 53
Solanum argenteum 34
Gochnatia polymorpha 42
Gochnatia polymorpha 38;42
Guarea guidonia 15;17
Gochnatia polymorpha 26, 31
Euphorbiaceae 17
Fabaceae 20
Sitio Soloarte 1 Aloysia virgata 33
Anacardeaceae 65;34;13
Anacardeaceae 41
Ceiba sp 110;108
Terminalia triflora 28
Erythrina speciosa 16
Anacardeaceae 19
Aspidosperma cylindrocarpon 28
Cedrela odorata 39;27
Acacia polyphylla 29;27;26;28
2 Lithrea molleoides 19;21
Hymeneae courbaril 24
Copaifera langsdorffii 68
Myrtaceae 24;17;13;9
Luehea candicans 22
Fabaceae 75;43
Luehea candicans 84;68
Aspidosperma subincanum 31
3 Acacia polyphylla 21
Handroanthus heptaphyllus 102
Luehea candicans 112
Aloysia virgata 104;68;80
Amoreira 20
Hymeneae courbaril 16
Albizia sp 70;41;34;19
Terminalia argentea 17
Ceiba sp 54
Ceiba sp 47;85
Ceiba sp 34
Albizia sp 38;45;40
46
Propriedade Parcela ID CAP (cm)
Sitio Soloarte
3 Cedrela fissilis 20
Fabaceae 54;58
4 Guapira opposita 25;29;27;27
Amoreira 26;26;11
Machaerium brasiliense 25;12
Guapira opposita 60;51
Guapira opposita 45;32;77
Rutaceae 17
Aspidosperma subincanum 18
Ceiba sp 83
Schinus terebinthifolius 36;52;20;31
Aspidosperma subincanum 45
Tabebuia roseo alba 83
Pouteria sp. 56
Pouteria sp. 16;13;6;7
5 Nectandra cissiflora 67;89
Fabaceae 47;41
Aspidosperma subincanum 38;71;19;9
Ceiba sp 40
Ceiba sp 28
Nectandra cissiflora 61;41
Cedrela odorata 55
Schinozolobium parahyba 17
Fabaceae 47;44
Fabaceae 35
Acacia polyphylla DC 26
Sitio Boa Esperança do
Império
3 Schinus terebinthifolius 25;20;16;24;32;31
Aspidosperma cylindrocarpon 60
Aspidosperma cylindrocarpon 22;23;13
Aspidosperma cylindrocarpon 25
Aspidosperma cylindrocarpon 43;37
Aspidosperma cylindrocarpon 36
Solanum mauritianum 17
Aspidosperma cylindrocarpon 42;26;13
Aspidosperma cylindrocarpon 18;13
Aspidosperma cylindrocarpon 31
Aspidosperma cylindrocarpon 34
Aspidosperma cylindrocarpon 25
Aspidosperma cylindrocarpon 29
Aspidosperma cylindrocarpon 21;14
4 Aspidosperma cylindrocarpon 39
Aspidosperma cylindrocarpon 51
Aspidosperma cylindrocarpon 26;15
Aspidosperma cylindrocarpon 24
Aspidosperma cylindrocarpon 35
47
Propriedade Parcela ID CAP (cm)
Sitio Boa Esperança do
Império
4 Aspidosperma cylindrocarpon 64
Aspidosperma cylindrocarpon 45
Aspidosperma cylindrocarpon 64
Aspidosperma cylindrocarpon 60
Aspidosperma cylindrocarpon 62
Cerâmica Milano 1 Inga uruguensis 42;26;41;37;42
Croton urucurama 53
Bignoneaceae 26
Bignoneaceae 42;46
Bignoneaceae 18
Caesalpinia echinata 31;11;17
Cariana estrelensis 16;10
Inga uruguensis 24
Inga uruguensis 22;42;28;46;31
Cariana estrelensis 17
Inga uruguensis 40;24;46;16
Inga uruguensis 65;25;19;16;21;24;54;62;31;53
Inga uruguensis 68;50;56;35;41
Schinus terebinthifolius 27;16
2 Cariana estrelensis 27
Cariana estrelensis 43;43
Schinus terebinthifolius 30
Tabebuia roseo alba 46
Psidiun guajava 16
Schinus terebinthifolius 33;14
Schizolobium parahyba 44
Tabebuia roseo alba 48
Tabebuia roseo alba 30
Rubiaceae 18;17;16;13
Inga uruguensis 20;23;31;31;17;17;11;11;29
5.3.3. CÁLCULO DA ÁREA BASAL (m2/ hectare)
A área basal foi calculada a partir dos valores dos CAP’s medidos nas parcelas em
fase de Trajetória Ecológica, lembrando que se considera o formato geométrico da
seção medida como um circulo perfeito, e CAP equivale a 2πR e a AB, a πR2.
Na Tabela 15, estão os resultados dos valores obtidos no monitoramento das
parcelas em fase de Trajetória Ecológica e as respectivas datas de plantio, o que permite
comparar com o trabalho de Suganuma & Durigan (2015) sobre Florestas Estacionais
em áreas riparias, onde são apresentados valores de área basal como referencia para a
avaliação do desenvolvimento da floresta, e ainda o tempo estipulado para que projetos
de restauração atinjam tais valores (Tabela 16).
48
Tabela 15: Área basal calculada por parcela em fase de Trajetória Ecológica, e
respectiva data de plantio.
Propriedade AB (m2/hectare) Data do plantio
Fazenda Santa Marta
55,29 Década 00
25,75 Década 00
36,60 Década 00
Mineração Caravita
29,23 Década 90
50,51 Década 90
14,07 Década 90
Sitio Mardioliv 5,54 2013
8,78 2013
Chácara Empyreo
1,53 2013
4,54 2013
2,71 2013
8,51 2013
8,63 2013
Sitio Tapera 23,77 Década 00
8,54 Década 00
Sitio Soloarte
32,49 Década 00
22,55 Década 00
63,46 Década 00
36,75 Década 00
32,30 Década 00
Sitio Boa Esperança do Império 17,57 Década 10
20,20 Década 10
Sitio Milano 47,30 Década 00
16,87 Década 00
Tabela 16: Valores de Área Basal em diferentes ecossistemas de referencia para
projeção de projetos de restauração ecológica (Suganuma & Durigan, 2015)
Ecossistema de referencia Área Basal (m2/hectare) Tempo para restauração
Floresta antiga 31,7 + 4,6 15
Floresta degradada 20,5 + 2,6 8
Floresta secundaria 24,7 + 1,6 10
É possível comparar os resultados das parcelas cujo plantio tem idade superior a 8
anos com os valores de referencia apresentados no trabalho de Suganuma & Durigan,
(2015). Em 47,06% das parcelas monitoradas, os valores da Área Basal são inferiores
aos valores de referencia, ou seja, não atingiram valores esperados.
Outros valores que podem ser usados como referencia de avaliação consistem nos
valores definidos na Resolução CONAMA 29, de 07-12-1994, na qual são apresentados
diversos parâmetros para o diagnostico de fragmentos florestais no domínio da Mata
Atlântica em seus respectivos estágios de regeneração. Um destes parâmetros refere-se à
área basal a qual, em estágio inicial de regeneração, varia entre 2 até 10m²/ha, em
estágio médio, varia entre 10 a 18m²/ha e, em estagio avançado, é superior a 18m²/ha.
Dai, tem-se que 33,33% das parcelas em fase de Trajetória Ecológica encontram-se em
49
estagio inicial de regeneração, 12,5% em estagio médio de regeneração e 54,17% em
estágio avançado de regeneração. Porem vale salientar que área basal é apenas um
parâmetro e para o diagnostico de uma formação florestal, é necessário avaliar mais de
um parâmetro definido na resolução.
Os valores da Resolução CONAMA são menores que os valores no trabalho de
Suganuma & Durigan (2015), porem esta diferença vem a proteger os remanescentes, já
que para o corte, a supressão e a exploração da vegetação considera-se o estágio de
regeneração da floresta e, especialmente, tais atividades são mais restritas nos estágios
médio e avançado de regeneração (Lei Federal 11.428, de 22-12-2006).
5.3.4. DENSIDADE POPULACIONAL LENHOSA (IND./HECTARE)
Nos projetos de plantio apresentados junto ao órgão licenciador, foi usado o
espaçamento de 3m x 2m em todos projetos. A média da densidade populacional
lenhosa nas parcelas me fase de Trajetória Ecológica foi de 1725 indivíduos por hectare,
com desvio padrão de 466,48 (Tabela 17). Nas áreas onde a densidade foi menor,
possivelmente não houve replantio e onde a densidade foi maior, houve a chegada de
propágulos ou eram arvores remanescentes que foram mantidas no local.
Tabela 17: Densidade populacional lenhosa nas parcelas em fase de trajetória ecológica
e respectivas idades
Densidade (indivíduos/ha) Data do
plantio Propriedade Parcela Classe I Classe II Total
Fazenda Santa Marta 1 300 1400 1700 Década 00
4 700 1000 1700 Década 00
6 200 1800 2000 Década 00
Mineração Caravita 3 2100 900 3000 Década 90
4 800 1400 2200 Década 90
5 500 900 1400 Década 90
Sitio Mardioliv 1 0 700 700 2013
7 200 1200 1400 2013
Chácara Empyreo 1 300 1600 1900 2013
2 1500 200 1700 2013
3 1000 400 1400 2013
4 1700 700 2400 2013
5 1600 700 2300 2013
Sitio Tapera 4 100 1300 1400 Década 00
6 300 900 1200 Década 00
Sitio Soloarte 1 500 1200 1700 Década 00
2 600 800 1400 Década 00
3 200 1400 1600 Década 00
4 400 1300 1700 Década 00
5 0 1200 1200 Década 00
Sitio Boa Esperança
do Império
3 500 1400 1900 Década 10
4 900 1100 2000 Década 10
Cerâmica Milano 1 300 1400 1700 Década 00
2 800 1000 1800 Década 00
50
A densidade dos indivíduos da Classe II foi classificada com base nos valores de
referencia de densidade de regenerantes nativos, apresentados na Resolução SMA 32,
de 03-04-2014 para Floresta Ombrófila, Floresta Estacional e matas ripárias em Cerrado
(Tabelas 18 e 19), tendo-se que 62,5% das parcelas apresentam densidade “critica” e
37,5% estão adequadas.
Tabela 18: Valores de referencia de densidade de indivíduos nativos regenerantes por
hectare para avaliação de projetos de restauração ecológica de acordo com sua idade e
respectivos níveis de adequação segundo Resolução SMA 32, de 03-04-2014.
Tempo de
implantação do
projeto (anos)
Densidade de indivíduos regenerantes nativos (ind./ha)
Nível de adequação
Critico Mínimo Adequado
3 - 0 a 200 Acima de 200
5 0 a 200 Entre 200 e 1000 Acima de 1000
10 0 a 1000 Entre 1000 e 2000 Acima de 2000
15 0 a 2000 Entre 2000 e 2500 Acima de 2500
20 0 a 3000 Entre 2500 e 3000 Acima de 3000
Tabela 19: Qualificação da densidade de indivíduos lenhosos nativos regenerantes por
hectare com base na Resolução SMA 32, de 03-04-2014
Nível de adequação
Critico Mínimo Adequado
5.4. OFERTA DE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS PELOS PROJETOS DE
RESTAURAÇÃO MONITORADOS
5.4.1. CATEGORIA SUPORTE: MANUTENÇÃO DA DIVERSIDADE
BIOLÓGICA E GENÉTICA
Para avaliar a oferta deste serviço ecossistêmico, foram usados os índices de
heterogeneidade: Índice de Shannon-Weaver (H’), e Espécie Equivalente (SH’),
calculados com base nos resultados de cada propriedade, o que permite comparar os
resultados entre os projetos monitorados (Tabela 20), sendo N = numero total de
indivíduos com CAP >0,5m.
Tabela 20: Resultados dos índices de heterogeneidade: Índice de Shannon-Weaver
(H’), e Espécie Equivalente (SH’) dos plantios nas propriedades monitoradas.
Propriedade N H' SH'
Fazenda Santa Marta 33 2,745084819 15,56593417
Mineração Caravita 33 2,970985424 19,51113686
Sitio Mardioliv 17 2,0992928 8,160396838
Chácara Empyreo 48 3,080882452 21,77761162
Sitio Tapera 18 2,399204296 11,01440869
Sitio Soloarte 51 3,275854756 26,46583764
Fazenda São Luiz 25 2,58797638 13,30282449
Sitio Boa Esperança do Império 16 2,426015132 11,3137085
Cerâmica Milano 22 2,5393674 12,67165235
Sitio Pilões 8 1,732867951 5,656854249
51
O Índice de Shannon – Wearver médio é 2,65392 (com desvio padrão de 0,48139)
(Gráfico 2), a Espécie equivalente média em 14,544 (com desvio padrão de 6,39308)
(Gráfico 3).
Gráfico 2: Distribuição normal dos valores do Índice de Shannon – Weaver obtidos no
monitoramento
Gráfico 3: Distribuição normal dos valores de Espécie – equivalente obtidos no monitoramento.
Considerando a Resolução SMA 08, de 31-1-2008, que fixava o valor de 80
espécies a serem cultivados em projetos de reflorestamento heterogêneo de áreas
degradadas com o objetivo de recuperar a diversidade biológica das formações de
Floresta Ombrófila, de Floresta Estacional Semidecidual e de Cerradão, os valores
obtidos no monitoramento apontam diversidades baixas, não prestando serviço
ecossistêmico de manutenção da diversidade biológica e genética.
5.4.2. CATEGORIA PROVISÃO: PROVISÃO DE ALIMENTOS
SILVESTRES
Para avaliar a prestação deste serviço ecossistêmico, forma levantadas as espécies
arbóreas cuja síndrome de dispersão e o vetor de polinização são dependentes da fauna.
Das espécies levantadas no monitoramento, 69,51% têm estas características de
interatividade com a fauna local, ou seja, são atrativas para a fauna (Tabela 21).
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,5 2 2,5 3 3,5
Índice de Shannon
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
0 5 10 15 20 25 30
Espécie - equivalente
52
Tabela 21: Espécies levantadas no monitoramento cuja síndrome de dispersão e o vetor de polinização são dependentes da fauna
(atrativas para a fauna)
Espécie Atrativa para fauna Espécie Atrativa para fauna
Acacia plumosa - Erythrina speciosa Andr. -
Acacia polyphylla DC - Eugenia candolleana DC -
Acacia scandens Willd. - Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera sim
Aegiphila integrifolia (Jacq.) Moldenke sim Guapira opposita (Vell.) Reitz sim
Aegiphila sellowiana Cham. sim Guarea guidonia (L.) Sleumer sim
Albizia sp - Handroanthus albus (Cham.) Mattos sim
Alchornea sp sim Handroanthus chrysotrichus (Mart. Ex DC) Mattos sim
Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll.Arg. sim Handroanthus heptaphyllus (Vell.) Mattos sim
Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) Juss. - Handroanthus sp sim
Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan - Hymenaea courbaril L. sim
Aspidosperma cylindrocarpon Müll.Arg. sim Inga uruguensis Hook & Arn. sim
Aspidosperma subincanum Mart. sim Jacaratia spinosa (Aubl.) A. D.C sim
Aspidosperma tomentosum Mart. - Lithraea molleoides (Vell.) Engl. sim
Baccharis dracunculifolia DC - Lonchocarpus guilleminianus (Tul.) Malme -
Bauhinia forticata - Luehea candicans Mart. & Zucc. sim
Bixa orellana L. sim Luehea divaricata Mart. & Zucc. sim
Brosimum gaudichaudii Trécul sim Machaerium brasiliense Vogel -
Cabralea canjerana (Vell.) Mart. sim Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. -
Caesalpinia echinata Lam. sim Myrcia guianensis (Aulbl.) DC -
Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. sim Myrsine ferruginea Sprengel sim
Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze sim Nectandra cissiflora Nees sim
Caryocar brasiliense Cambess. sim Ocotea pulchella (Nees) Mez sim
Casearia obliqua Spreng. sim Pouteria sp. sim
53
Espécie Atrativo para fauna Espécie Atrativo para fauna
Casearia sylvestris Sw. sim Psidium guajava L. sim
Cassia leptophylla Vogel sim Qualea sp -
Cecropia sp sim Rollinia sp. sim
Cedrela fissilis Vell. sim Schinus molle L. sim
Cedrela odorata L. sim Schinus terebinthifolius Raddi. -
Ceiba sp sim Schizolobium parahyba (Vell.) Blake -
Centrolobium tomentosum Mart. ex Benth. sim Solanum argenteum Dunal -
Chorisia speciosa A.St.-Hill. sim Solanum mauritianum -
Citharexylum myrianthum Cham. sim Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman sim
Colubrina glandulosa Perkins sim Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Standl. sim
Copaifera langsdorffii Desf. sim Tabebuia roseo alba (Ridley) Sandwith sim
Cordia ecalyculata Vell. sim Tecoma stans(L.) Juss. ex Kunth sim
Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud. sim Terminalia argentea Mart. -
Croton urucurana Baill. - Terminalia triflora (Griseb.) Lillo -
Diatenopteryx sorbifolia Radlk. sim Trichilia pallens C.DC sim
Dilodendron bipinnatum Radlk. - Trichilia sp. sim
Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong - Trichilia hirta L. sim
Erythrina falcata Benth. sim Zanthoxylum riedelianum Engl. sim
54
De acordo com Carvalho (2003, 2006, 2008 e 2010), os principais vetores de
polinização são insetos (especialmente abelhas), aves (especialmente beija-flores), e
mamíferos (especialmente morcegos).
Em relação ao serviço ecossistêmico, a oferta de alimento para diversos nichos
proporciona condições necessárias para a existência de níveis da cadeia trófica no local.
Porem vale frisar o trabalho de Jordano et al (2006, in Duarte et al, 2006) citando
intensas relações de parentesco entre árvores de fragmentos isolados (o que se aplica a
projetos de plantio isolados) e os problemas relacionados a estas relações na perspectiva
conservacionista.
5.4.3. CATEGORIA REGULAÇÃO: CONTROLE DE EROSÃO E
ESTABILIZAÇÃO DE SEDIMENTOS
Considerando que 57,14% das parcelas monitoradas encontravam-se na Fase de
Estruturação do Dossel e os resultados apresentados nas: Tabela 11 (Resultados das
estimativas visuais da cobertura por herbáceas invasoras), Tabela 7 (Resultados da
análise química do solo nas propriedades monitoradas) e Tabela 12 (Monitoramento
visual da conservação do solo nas parcelas em fase de Estruturação do Dossel), atribui-
se a qualidade insatisfatória para a prestação deste serviço ecossistêmico,
principalmente a baixa capacidade de infiltração da água em solos cuja cobertura
vegetal é composta dominantemente por gramíneas (Salemi et al, 2011) e em solos
compactados (81,25% dos solos nestas parcelas).
5.4.4. CATEGORIA REGULAÇÃO: REGENERAÇÃO NATURAL
A regeneração natural não tem ocorrido nas parcelas em fase de Estruturação do
Dossel, pois a cobertura vegetal dominada por gramíneas exóticas inibe tal processo de
regeneração.
Nas parcelas em fase de Trajetória Ecológica, como base nos resultados da
densidade populacional lenhosa (Tabela 17) e na observação em campo da ocorrência
de plântulas e plantas jovens, 58,33% das parcelas apresentam o processo de
regeneração natural.
Em geral, apenas 25% dos projetos de plantio oferecem o serviço ecossistêmico
de regulação cujo beneficio é a ocorrência do processo de regeneração natural.
5.4.5. CATEGORIA: CULTURAL
A prestação dos serviços ecossistêmicos da categoria cultural foi classificada por
critérios de inclusão ou exclusão (sim/não), sendo que das dez propriedades
monitoradas, 50% oferecem o beneficio de apreciação da Natureza formando paisagem
florestal; 40% garantem o beneficio recreação (as áreas são usadas para atividades para
motocross e ciclismo, instalação de rancho de pesca) e também 40% garantem o
beneficio dos aspectos culturais, especificamente como cenário para rituais religiosos
(Tabela 22).
55
Tabela 22: Oferta de serviços ecossistêmicos da categoria cultural nas propriedades
onde houve o plantio monitorado
Serviço ecossistêmico: categoria cultural
Propriedade Apreciação da natureza Recreação Aspectos culturais
Fazenda Santa Marta Sim Não Não
Mineração Caravita Não Não Não
Sitio Mardioliv Não Não Não
Chácara Empyreo Sim Sim Sim
Sitio Tapera Não Não Não
Sitio Soloarte Sim Sim Sim
Fazenda São Luiz Sim Sim Sim
Sitio Boa Esperança do Império Não Não Não
Cerâmica Milano Sim Sim Sim
Sitio Pilões Não Não Não
6. CONCLUSÃO
Os projetos de plantio florestal para o cumprimento de exigência durante o
licenciamento da atividade de mineração foram elaborados com base na legislação
relacionada à recuperação de áreas degradadas vigente na época, porem, em tais
projetos não constavam diagnósticos detalhados da situação da área a ser restaurada o
que seria fundamental para a elaboração minuciosa das atividades silviculturais
necessárias para o sucesso do plantio.
Durante a implantação, não houve tratamento do solo, também a distribuição das
espécies no campo não intercalou espécies pioneiras com espécies não pioneiras,
comprometendo a sustentabilidade do plantio. Fatores de degradação como dominância
de gramíneas exóticas, herbivoria e pisoteio pelo gado, e a ocorrência de fogo
esporádica comprometeram o projeto em muitas propriedades, indicando a ausência de
manejo ou manejo inadequado.
A Resolução SMA 08, de 31-01-2014, que exigia o plantio de 20% de espécies
zoocóricas nativas da vegetação regional e de, no mínimo, 5% de espécies nativas da
vegetação regional, enquadradas em alguma das categorias de ameaça (vulnerável, em
perigo, criticamente em perigo ou presumivelmente extinta) foi observada nos
resultados do monitoramento, dai a importância da legislação orientar a elaboração de
projetos de restauração ecológica.
A interação planta-fauna é vital para a sustentabilidade da floresta, porem, a
dependência por abelhas para a polinização torna as espécies arbóreas vulneráveis
quando se considera a alarmante situação destes insetos diante sua grande mortandade
devido ao uso intensivo de defensivos agrícolas. Dai a sugestão de estimular a
melicultura em áreas de restauração e a adoção de práticas agroecológicas.
Por mais que os órgãos licenciadores elaborem exigências, fundamentadas no
aparato legal vigente, para mitigar os impactos ambientais das atividades econômicas,
estes órgãos estão sujeitos a politicas publicas e aos princípios de gestão governamental
em exercício.
56
Ao se exigir recuperar áreas degradadas em processos de licenciamento,
principalmente áreas protegidas, potencialmente, cria-se uma demanda por projetos que
recuperariam serviços ecossistêmicos e ainda proporcionaria mosaicos mais
heterogêneos nas paisagens com matrizes diversificadas. Porem, se tem observado que a
execução destas exigências não tem tido os efeitos esperados, sendo apenas praticas
para atendimento imediato, sem haver o comprometimento do restaurador em reverter
ecossistemas degradados em ecossistemas funcionais, próximos a referencia para a área
da restauração.
Mesmo sendo necessário apresentar relatórios do plantio ao longo do
licenciamento da atividade mineral (inclusive na renovação das licenças), o minerador
não se responsabiliza pela recuperação de áreas degradadas anteriores a sua atividade,
tomando medidas pontuais que atendem exigências do órgão licenciador porem não
contribuem com a restauração ecológica ao longo do tempo (por exemplo, aplicação de
herbicida apenas no momento da elaboração do relatório de plantio); também, priorizam
outras atividades econômicas presentes na propriedade, mesmo que esta seja fator de
degradação (criação de gado, por exemplo).
O monitoramento de projetos de restauração ecológica é um meio eficiente para se
obter informações das áreas em restauração, sendo possível elaborar estratégias e
recomendações que facilitam a restauração e convertem trajetórias regressivas ou
estacionarias em trajetórias evolutivas.
57
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61
ANEXOS:
ANEXO 1: DETALHAMENTO DO MONITORAMENTO NAS PROPRIEDADES
ANEXO 2: CARACTERIZAÇÃO DOS INDIVÍDUOS LENHOSOS COM ALTURA
SUPERIOR A 0,5M ENCONTRADOS NAS PROPRIEDADES MONITORADAS,
CONSIDERANDO O ECOSSISTEMA DE REFERENCIA (ATLAS SIBIOTA/
FAPESP), OS RESULTADOS DE CAMPO E AS ESPÉCIES CITADAS NA
RESOLUÇÃO SMA 08, DE 31-01-2008
62
ANEXO 1: DETALHAMENTO DO MONITORAMENTO NAS PROPRIEDADES
63
1. FAZENDA SANTA MARTA
Figura 4: Detalhamento da área em restauração na Fazenda Santa Marta, integradas a microbacia hidrográfica do ribeirão Cachoeirinha, Santa Cruz da
Conceição – SP.
64
Tabela 23: Resultados do monitoramento das parcelas em fase de Estruturação do Dossel na área em restauração ecológica na Fazenda Santa
Marta, Santa Cruz da Conceição - SP
Indicador Verificador Condições encontradas
Parcela 2 Parcela 3 Parcela 5
Cobertura de copa % trena coberta pela projeção de
copa de árvores não invasoras 0 0 4,8
Cobertura de herbáceas
invasoras e superdominantes
Estimativa visual da cobertura
de solo pelas herbáceas
Parcela com
alta infestação
Parcela com alta
infestação
Parcela com alta
infestação
Espécies nativas de
recobrimento
Numero de espécies - - 1
Cobertura de copa (m2) - - 1,32
Espécies arbóreas invasoras Identificação - - -
Densidade (ind./hectare) - - -
Fertilidade e textura do solo Analise química Solo ácido e alumínico
Textura Média Média Média
Compactação do solo Resistência de penetração
(kgf/cm2)
36,918 34,308 36,918
Conservação solo Presença de processos erosivos Não Não Não
Boas práticas agrícolas - - -
Outros filtros Limitações visíveis - - -
Ocorrência de fogo Histórico e avaliação visual Não Não nao
Presença de gado e isolamento Cercamento Sim Sim Sim
Presença de Gado Não Não Não
Formigas cortadeiras e outros
herbívoros Avaliação visual Não Não Não
65
Tabela 24: Resultados do monitoramento das parcelas em fase de Trajetória Ecológica na área em restauração ecológica na Fazenda Santa
Marta, Santa Cruz da Conceição - SP
Indicador Verificador Condições encontradas
Parcela 1 Parcela 4 Parcela 6
Cobertura de copa % trena coberta pela projeção de
copa de árvores não invasoras (%) 91 84 100
Densidade de indivíduos de
menor porte
Numero de ind. de espécies não
invasoras com altura (H) ≥ 0,5 m e
CAP < 15 cm
3 7 2
Densidade de indivíduos de
maior porte
Numero de ind. de espécies não
invasoras por com CAP ≥ 15 cm. 14 10 18
Área Basal
Soma das medidas das áreas
basais de indivíduos de espécies
não invasoras (m2/ hectare)
5374,47 2503,61 3557,71
Numero de espécies não
invasoras por projeto de
restauração
Número total de espécies e
morfoespécies regionais 12 9 11
Número total de espécies e
morfoespécies exóticas
Espécies arbóreas invasoras Identificação - - -
Densidade (ind./hectare) - - -
66
2. MINERAÇÃO CARAVITA
Figura 5: Localização das parcelas (traços em vermelho) e detalhamento da área em restauração na Mineração Caravita, São Pedro – SP
67
Tabela 25: Resultados do monitoramento das parcelas em fase de Estruturação do Dossel na área em restauração ecológica na Mineração
Caravita, São Pedro - SP
Indicador Verificador Condições encontradas
Parcela 1 Parcela 2
Cobertura de copa % trena coberta pela projeção de
copa de árvores não invasoras (%) 6 3,2
Cobertura de herbáceas
invasoras e
superdominantes
Estimativa visual da cobertura de
solo pelas herbáceas Parcela com alta infestação Parcela com alta infestação
Espécies nativas de
recobrimento
Numero de espécies 1 1
Cobertura de copa (m2) 0,5625 0,4
Espécies arbóreas
invasoras
Identificação - -
Densidade (ind./hectare) - -
Fertilidade e textura do
solo
Analise química Solo alumínico e pobre em matéria orgânica e fertilidade
Textura Arenosa Arenosa
Compactação do solo Resistência de penetração
(kgf/cm2)
27,131 24,739
Conservação solo Presença de processos erosivos Sim Sim
Boas práticas agrícolas - -
Outros filtros Limitações visíveis Alteração do leito do ribeirão Araquá
Ocorrência de fogo Histórico e avaliação visual Não nao
Presença de gado e
isolamento
Cercamento Não Não
Presença de Gado Sim sim
Formigas cortadeiras e
outros herbívoros Avaliação visual Não Não
68
Tabela 26: Resultados do monitoramento das parcelas em fase de Trajetória Ecológica na área em restauração ecológica na Mineração Caravita,
São Pedro - SP
Indicador Verificador Condições encontradas
Parcela 3 Parcela 4 Parcela 5
Cobertura de copa % trena coberta pela projeção de
copa de árvores não invasoras (%) 93 96 72
Densidade de indivíduos de
menor porte
Numero de ind. de espécies não
invasoras com altura (H) ≥ 0,5 m e
CAP < 15 cm
21 8 5
Densidade de indivíduos de
maior porte
Numero de ind. de espécies não
invasoras por com CAP ≥ 15 cm. 9 14 9
Área Basal
Soma das medidas das áreas
basais de indivíduos de espécies
não invasoras (m2/ hectare)
2841,35 4910,89 1389, 83
Numero de espécies não
invasoras por projeto de
restauração
Número total de espécies e
morfoespécies regionais 18 8 7
Número total de espécies e
morfoespécies exóticas
Espécies arbóreas invasoras Identificação - - -
Densidade (ind./hectare) - - -
Observações: devido a enchentes frequentes e, consequentemente, alteração do leito do ribeirão Araquá (curso de água que limita a
propriedade em sua porção leste), o minerador relata que a erosão e o encharcamento das margens comprometeram grande parte do plantio.
Entretanto, no momento de campo, foram encontrados equinos e gado pastando na área de restauração, também vestígios de trafego de veículos e
maquinário pesado vinculado à atividade de extração mineral.
69
3. SITIO MARDIOLIV
Figura 6: Localização das parcelas (polígonos em vermelho) e detalhamento da área em restauração na Reserva Legal do Sitio Mardioliv, na micro bacia do
Córrego do Jacu, Leme – SP
70
Tabela 27: Resultados do monitoramento das parcelas em fase de Estruturação do Dossel na área em restauração ecológica no Sitio Mardioliv,
Leme - SP
Indicador Verificador Condições encontradas
Parcela 2 Parcela 3 Parcela 4 Parcela 5 Parcela 6
Cobertura de copa
% trena coberta pela
projeção de copa de árvores
não invasoras (%)
0 0 0 16 49
Cobertura de herbáceas invasoras e
superdominantes
Estimativa visual da
cobertura de solo pelas
herbáceas
Parcela de
alta
infestação
Parcela de
alta
infestação
Parcela de
alta
infestação
Parcela limpa Parcela de media
infestação
Espécies nativas de recobrimento Numero de espécies - - - 7 5
Cobertura de copa (m2) - - - 0,035 10,59
Espécies arbóreas invasoras Identificação - - -
Densidade (ind./hectare) - - -
Fertilidade e textura do solo Analise química Solo ácido e alumínico.
Textura Argiloso Argiloso Argiloso Media Media
Compactação do solo Resistência de penetração
(kgf/cm2)
68,236 63,017 63,017 54,814 58,6
Conservação solo
Presença de processos
erosivos Sim Não Não Não não
Boas práticas agrícolas Não Não Não Não não
Outros filtros Limitações visíveis Não Não Não Não não
Ocorrência de fogo Histórico e avaliação visual Não Não Não Não não
Presença de gado e isolamento Cercamento Não Não Não Não não
Presença de Gado Não Não Não Não Não
Formigas cortadeiras e outros
herbívoros Avaliação visual Não Não Não Não Não
71
Tabela 28: Resultados do monitoramento das parcelas em fase de Trajetória Ecológica na área em restauração ecológica no Sitio Mardioliv,
Leme - SP
Indicador Verificador Condições encontradas
Parcela 1 Parcela 7
Cobertura de copa % trena coberta pela projeção de
copa de árvores não invasoras (%) 71 92
Densidade de indivíduos de
menor porte
Numero de ind. de espécies não
invasoras com altura (H) ≥ 0,5 m e
CAP < 15 cm
0 2
Densidade de indivíduos de
maior porte
Numero de ind. de espécies não
invasoras por com CAP ≥ 15 cm. 2 12
Área Basal
Soma das medidas das áreas
basais de indivíduos de espécies
não invasoras (m2/ hectare)
5,54 853,47
Numero de espécies não
invasoras por projeto de
restauração
Número total de espécies e
morfoespécies regionais 3 2
Número total de espécies e
morfoespécies exóticas
Espécies arbóreas invasoras Identificação - -
Densidade (ind./hectare) - -
Observações: a baixa diversidade biológica e a distribuição das espécies em campo sem considerar dinâmicas sucessionais são fatores que
se contrapõe a Resolução SMA 08/08, vigente na época do plantio. Outros aspectos notáveis foram: a falta de manejo adequado para a condução
do projeto de restauração ecológica daí a alta infestação por gramíneas (o sombreamento do solo pelo bambuzal justifica a parcela “limpa”), e a
compactação do solo argiloso. Historicamente, a área sul de recuperação era uma antiga área de lavra, que, quando encerrada, houve o
planeamento do solo e a introdução de cultivo de milho, nesta área há touceiras Bambusa vulgaris cuja folhagem formando a camada de
serapilheira inibe o crescimento de gramíneas.
Há poucos dias antes da ida a campo, o minerador aplicou herbicida na área em restauração.
72
4. CHACARA EMPYREO
Figura 7: Localização das parcelas (traços em vermelho) e da Reserva Legal na Chácara Empyreo, município de Leme - SP
73
Tabela 29: Resultados do monitoramento das parcelas em fase de Trajetória Ecológica na área em restauração ecológica na Chácara Empyreo,
Leme - SP
Indicador Verificador Condições encontradas
Parcela 1 `Parcela 2 Parcela 3 Parcela 4 Parcela 5
Cobertura de copa % trena coberta pela projeção de
copa de árvores não invasoras (%) 72 74,5 73 87 81
Densidade de indivíduos de
menor porte
Numero de ind. de espécies não
invasoras com altura (H) ≥ 0,5 m e
CAP < 15 cm
3 15 10 17 16
Densidade de indivíduos de
maior porte
Numero de ind. de espécies não
invasoras por com CAP ≥ 15 cm. 16 2 4 7 7
Área Basal
Soma das medidas das áreas
basais de indivíduos de espécies
não invasoras (m2/ hectare)
148,62 441,19 263,19 827,69 138
Numero de espécies não
invasoras por projeto de
restauração
Número total de espécies e
morfoespécies regionais 9 9 6 9 10
Número total de espécies e
morfoespécies exóticas - - - - 1
Espécies arbóreas invasoras Identificação
Tecoma
stans
Tecoma
stans
Tecoma
stans
Tecoma
stans -
Densidade (ind./hectare) 5 4 5 5 -
Observação:
As parcelas 1, 2 e 3 estão localizadas em um antigo plantio de eucalipto, conduzido pelo sistema de talhadia para fornecer lenha ao forno da
Cerâmica localizada na propriedade; o projeto de restauração consiste então na formação de sub-bosque deste eucaliptal (onde foi encontrada a
jiboia da foto), porem a colheita da madeira por motosserra afeta o processo de regeneração deste sub-bosque. Importante frisar que nesta área
foram localizados diversos vestígios de fauna silvestre (tocas, ossada, indícios de predação de aves), também herbáceas da família Piperaceae
dispersadas por morcegos. As demais parcelas estão em plantios convencionais.
74
5. SITIO TAPERA
Figura 8: Localização da área de plantio, das parcelas (traços em vermelho), da Reserva Legal e da APP no Sitio Tapera, município de Itu – SP.
75
Tabela 30: Resultados do monitoramento das parcelas em fase de Estruturação do Dossel na área em restauração no Sitio Tapera, Itu - SP
Indicador Verificador Condições encontradas
Parcela 1 Parcela 2 Parcela 3 Parcela 5
Cobertura de copa
% trena coberta pela
projeção de copa de árvores
não invasoras (%)
12 0 15 0
Cobertura de herbáceas
invasoras e
superdominantes
Estimativa visual da
cobertura de solo pelas
herbáceas
Parcela de alta
infestação
Parcela de alta
infestação
Parcela de alta
infestação
Parcela de alta
infestação
Espécies nativas de
recobrimento
Numero de espécies 3 - 4 -
Cobertura de copa (m2) 4 - 3,5 -
Espécies arbóreas
invasoras
Identificação - - - -
Densidade (ind./hectare) - - - -
Fertilidade e textura do
solo
Analise química Solo alumínico, ácido, pobre em matéria orgânica e em fertilidade
Textura Media/ argilosa Media/ argilosa Media/argilosa Media/argilosa
Compactação do solo Resistência de penetração
(kgf/cm2)
32,1 37,498 31,118 39,709
Conservação solo
Presença de processos
erosivos sim sim sim sim
Boas práticas agrícolas não não não não
Outros filtros Limitações visíveis
Ocorrência de fogo Histórico e avaliação visual sim sim sim sim
Presença de gado e
isolamento
Cercamento não não não Não
Presença de Gado sim sim sim sim
Formigas cortadeiras e
outros herbívoros Avaliação visual sim sim sim sim
76
Tabela 31: Resultados do monitoramento das parcelas em fase de Trajetória Ecológica na área em restauração no Sitio Tapera, Itu - SP
Indicador Verificador Condições encontradas
Parcela 4 Parcela 6
Cobertura de copa % trena coberta pela projeção de
copa de árvores não invasoras (%) 86 78
Densidade de indivíduos de
menor porte
Numero de ind. de espécies não
invasoras com altura (H) ≥ 0,5 m e
CAP < 15 cm
1 3
Densidade de indivíduos de
maior porte
Numero de ind. de espécies não
invasoras por com CAP ≥ 15 cm. 13 9
Área Basal
Soma das medidas das áreas
basais de indivíduos de espécies
não invasoras (m2/ hectare)
2310,95 137,01
Numero de espécies não
invasoras por projeto de
restauração
Número total de espécies e
morfoespécies regionais 3 8
Número total de espécies e
morfoespécies exóticas - -
Espécies arbóreas invasoras Identificação - -
Densidade (ind./hectare) - -
Observação:
A exigência de recuperação da área foi também feita pelo Ministério Publico, devido ao assoreamento do curso de água derivado da extração de
argila na propriedade. A antiga lavra tornou-se uma gigantesca voçoroca. Além do plantio, o minerador fez o retaludamento da antiga lavra.
77
6. SITIO SOLOARTE
Figura 8: Localização das parcelas (traços me vermelho) na área em restauração: Área de Preservação Permanente do Rio Sorocaba, do Sitio Soloarte no
município de Laranjal Paulista – SP.
78
Tabela 32: Resultados do monitoramento das parcelas em fase de Trajetória Ecológica na área em restauração ecológica no Sitio Soloarte,
Laranjal Paulista - SP
Indicador Verificador Condições encontradas
Parcela 1 Parcela 2 Parcela 3 Parcela 4 Parcela 5
Cobertura de copa
% trena coberta pela projeção de
copa de árvores não invasoras
(%)
100 100 100 100 96
Densidade de indivíduos de
menor porte
Numero de ind. de espécies não
invasoras com altura (H) ≥ 0,5 m
e CAP < 15 cm
5 6 2 4 -
Densidade de indivíduos de
maior porte
Numero de ind. de espécies não
invasoras por com CAP ≥ 15 cm. 12 8 14 13 12
Área Basal
Soma das medidas das áreas
basais de indivíduos de espécies
não invasoras (m2/ hectare)
3158,22 2192,29 6169,54 3572,39 3139,72
Numero de espécies não
invasoras por projeto de
restauração
Número total de espécies e
morfoespécies regionais 12 9 11 10 9
Número total de espécies e
morfoespécies exóticas - - - - -
Espécies arbóreas invasoras Identificação - - - - Phyllostachys aurea
Densidade (ind./hectare) - - - - 30000
Observação:
Na parcela 5, há abundancia de bambu da espécie Phyllostachys aurea.
79
7. FAZENDA SÃO LUIZ
Figura 9: Localização das parcelas (traços em vermelho) na área em restauração da Fazenda São Luiz, na microbacia do Córrego Aterrado, município de
Monte Mor – SP.
80
Tabela 33: Resultados do monitoramento das parcelas em fase de Estruturação do Dossel na área em restauração ecológica na Fazenda São Luiz,
Monte Mor - SP
Indicador Verificador Condições encontradas
Parcela 1 Parcela 2 Parcela 3 Parcela 4 Parcela 5 Parcela 6 Parcela 7
Cobertura de copa
% trena coberta pela
projeção de copa de
árvores não invasoras
(%)
0 4 12 0 20 32 24
Cobertura de
herbáceas invasoras
e superdominantes
Estimativa visual da
cobertura de solo
pelas herbáceas
Parcela de
alta
infestação
Parcela de
alta
infestação
Parcela de
alta
infestação
Parcela de
alta
infestação
Parcela de
alta
infestação
Parcela de
alta
infestação
Parcela de
alta
infestação
Espécies nativas de
recobrimento
Numero de espécies - 1 2 - 5 6 6
Cobertura de copa
(m2)
- 0,5 15 - 19,5 24 22
Espécies arbóreas
invasoras
Identificação - - - - - - -
Densidade
(ind./hectare) - - - - - - -
Fertilidade e textura
do solo
Analise química Solo acido, alumínico, baixa fertilidade e muito baixo teor de matéria orgânica
Textura Media Media Media Media Media Media Media
Compactação do
solo
Resistência de
penetração (kgf/cm2)
21,623 26,479 23,176 22,005 28,567 63,017 32,1
Conservação solo
Presença de
processos erosivos Sim Sim Sim Sim Não Não Não
Boas práticas
agrícolas Não Não Não Não Não Não Não
Outros filtros Limitações visíveis Colheita de madeira pela comunidade local - - -
Ocorrência de fogo Histórico e avaliação
visual Sim Sim Sim Sim Não Não não
81
Presença de gado e
isolamento
Cercamento não não não não não Não Não
Presença de Gado sim sim sim sim sim Sim sim
Formigas cortadeiras
e outros herbívoros Avaliação visual sim sim sim sim sim sim sim
Observação:
A fazenda São Luiz é vizinha à área de intensa expansão urbana do município, sendo área de colheita de madeira (para lenha) pela comunidade
local, local de rituais religiosos e ainda área de pastagem de gado de terceiros. A ocorrência de incêndio é corriqueira.
No final da década de 90, houve o plantio de eucalipto nas áreas hoje definidas como Reserva Legal, com o objetivo de fornecer lenha ao forno
da cerâmica. Com a exigência de plantio de essências nativas, na área próxima a cerâmica o plantio de nativas ocorreu no sub bosque do
eucaliptal.
82
8. SITIO BOA ESPERANÇA DO IMPÉRIO
Figura 10: Localização da área de plantio e da APP do Córrego do Stein no Sitio Boa Esperança do Império
83
Tabela 34: Resultados do monitoramento das parcelas em fase de Estruturação do Dossel na área em restauração ecológica no Sitio Boa Esperança
do Império, Elias Fausto - SP
Indicador Verificador Condições encontradas
Parcela 1 Parcela 2 Parcela 3
Cobertura de copa
% trena coberta pela projeção de
copa de árvores não invasoras
(%)
12 0 8
Cobertura de herbáceas
invasoras e
superdominantes
Estimativa visual da cobertura de
solo pelas herbáceas Parcela de alta infestação Parcela de alta infestação Parcela de alta infestação
Espécies nativas de
recobrimento
Numero de espécies 2 - 1
Cobertura de copa (m2) 4 - 3
Espécies arbóreas
invasoras
Identificação
Densidade (ind./hectare)
Fertilidade e textura do
solo
Analise química Solo com CTC baixa, ácido e alumínico.
Textura Argilosa Argilosa Argilosa
Compactação do solo Resistência de penetração
(kgf/cm2)
7,626 9,653 28,567
Conservação solo Presença de processos erosivos Não Não Não
Boas práticas agrícolas Não Não Não
Outros filtros Limitações visíveis Solo encharcado -
Ocorrência de fogo Histórico e avaliação visual Não não sim
Presença de gado e
isolamento
Cercamento Não Não não
Presença de Gado Não Não não
Formigas cortadeiras e
outros herbívoros Avaliação visual Não Não sim
84
Tabela 35: Resultados do monitoramento das parcelas em fase de Trajetória Ecológica na área em restauração ecológica no Sitio Boa Esperança do
Império, Elias Fausto - SP
Indicador Verificador Condições encontradas
Parcela 3 Parcela 4
Cobertura de copa % trena coberta pela projeção de
copa de árvores não invasoras (%) 80 84
Densidade de indivíduos de menor porte
Numero de ind. de espécies não
invasoras com altura (H) ≥ 0,5 m e
CAP < 15 cm
5 9
Densidade de indivíduos de maior porte Numero de ind. de espécies não
invasoras por com CAP ≥ 15 cm. 14 11
Área Basal
Soma das medidas das áreas
basais de indivíduos de espécies
não invasoras (m2/ hectare)
1707,78 1963,43
Numero de espécies não
invasoras por projeto de restauração
Número total de espécies e
morfoespécies regionais 5 6
Número total de espécies e
morfoespécies exóticas 1 1
Espécies arbóreas invasoras Identificação - -
Densidade (ind./hectare) - -
Observações:
O plantio foi feito em 2012, e em 2014 ocorreu um incêndio na área comprometendo as mudas. Em 2015, houve o replantio, sendo feito
apenas o coroamento das mudas, sem eliminar a mato-competição na área de recuperação. As espécies exóticas Spathodea campanulata e
Drepanostachyum falcatum são abundantes na área de recuperação, porem não estavam nas parcelas definidas em sorteio.
O solo pouco compactado está em locais onde o solo encontra-se saturado de agua, havendo calhas de drenagem além do escoamento
superficial nas respectivas parcelas.
85
9. CERÂMICA MILANO
Figura 11: Localização da área em restauração, das parcelas (traços em vermelho) da Reserva Legal e da APP do Córrego do Aterrado na Cerâmica Milano.
86
Tabela 36: Resultados do monitoramento das parcelas em fase de Estruturação do Dossel na área em restauração ecológica na Cerâmica Milano,
Monte Mor - SP
Indicador Verificador Condições encontradas
Parcela 3 Parcela 4 Parcela 5
Cobertura de copa
% trena coberta pela projeção de
copa de árvores não invasoras
(%)
8 0 0
Cobertura de herbáceas
invasoras e
superdominantes
Estimativa visual da cobertura de
solo pelas herbáceas Parcela de alta infestação Parcela limpa Parcela limpa
Espécies nativas de
recobrimento
Numero de espécies 5 7 7
Cobertura de copa (m2) 13 0,5 0,5
Espécies arbóreas
invasoras
Identificação
Densidade (ind./hectare)
Fertilidade e textura do
solo
Analise química Solo distrófico
Textura Media/ arenosa Media Media
Compactação do solo Resistência de penetração
(kgf/cm2)
29,359 44,378 46,129
Conservação solo Presença de processos erosivos Não Não Não
Boas práticas agrícolas Sim Sim sim
Outros filtros Limitações visíveis - - -
Ocorrência de fogo Histórico e avaliação visual sim Não não
Presença de gado e
isolamento
Cercamento Sim Não não
Presença de Gado Sim Não não
Formigas cortadeiras e
outros herbívoros Avaliação visual não Sim sim
87
Tabela 37: Resultados do monitoramento das parcelas em fase de Trajetória Ecológica na área em restauração ecológica na Cerâmica Milano,
Monte Mor - SP
Indicador Verificador Condições encontradas
Parcela 1 Parcela 2
Cobertura de copa % trena coberta pela projeção de
copa de árvores não invasoras (%) 92 84
Densidade de indivíduos de
menor porte
Numero de ind. de espécies não
invasoras com altura (H) ≥ 0,5 m e
CAP < 15 cm
3 8
Densidade de indivíduos de
maior porte
Numero de ind. de espécies não
invasoras por com CAP ≥ 15 cm. 14 10
Área Basal
Soma das medidas das áreas
basais de indivíduos de espécies
não invasoras (m2/ hectare)
4620,13 1639,85
Numero de espécies não
invasoras por projeto de
restauração
Número total de espécies e
morfoespécies regionais 7 9
Número total de espécies e
morfoespécies exóticas 1 1
Espécies arbóreas invasoras Identificação - -
Densidade (ind./hectare) - -
Observação:
As parcelas na fase de Estruturação do Dossel cuja cobertura por herbáceas foram qualificadas como limpas correspondem a plantios exigidos
como meio de atenuar o efeito de borda do fragmento florestal encontrado na propriedade. Tais plantios foram feitos em 2015.
O plantio nas demais parcelas foi feito na primeira década do atual século (tem mais de dez anos). O minerador contou que na época do
plantio, era comum encontrar gado na área de recuperação, levando-o a isolar a área e dai o crescimento e desenvolvimento das mudas no local onde
se encontram as parcelas em fase de Trajetória Ecológica.
88
10. SITIO PILÕES
Figura 12: parcelas (traços vermelhos) na área em restauração no polígono da Reserva Legal do Sitio Pilões, município de Porto Feliz – SP
89
Tabela 38: Resultados do monitoramento das parcelas em fase de Estruturação do Dossel na área em restauração ecológica no Sitio Pilões, Porto Feliz - SP
Indicador Verificador Condições encontradas
Parcela 1 Parcela 2 Parcela 3 Parcela 4 Parcela 5
Cobertura de copa % trena coberta pela projeção de
copa de árvores não invasoras (%) 22 12 16 12,5 0
Cobertura de
herbáceas invasoras e
superdominantes
Estimativa visual da cobertura de
solo pelas herbáceas
Parcela de
alta
infestação
Parcela de
alta
infestação
Parcela de
alta
infestação
Parcela de
alta
infestação
Parcela de alta
infestação
Espécies nativas de
recobrimento
Numero de espécies 3 1 3 1 -
Cobertura de copa (m2) 14 9 12 9 -
Espécies arbóreas
invasoras
Identificação -
Densidade (ind./hectare) -
Fertilidade e textura do
solo
Analise química Solo com fertilidade e teor de matéria orgânica baixos
Textura Argilosa Argilosa Argilosa Argilosa argilosa
Compactação do solo Resistência de penetração
(kgf/cm2)
31,118 36,918 32,1 37,498 40,05
Conservação solo Presença de processos erosivos Não Não Não Não Não
Boas práticas agrícolas Sim Sim Sim Sim Não
Outros filtros Limitações visíveis - - - - Eucalipto
Solo encharcado
Ocorrência de fogo Histórico e avaliação visual Não Não Não Não Não
Presença de gado e
isolamento
Cercamento Sim Sim Sim Sim sim
Presença de Gado Não Não Não Não Não
Formigas cortadeiras e
outros herbívoros Avaliação visual Sim Sim Sim Sim sim
90
Observação:
O plantio foi exigência da Resolução SMA130/10, a qual foi revogada. A área de recuperação corresponde à área de Reserva Legal, sendo
anteriormente área de bota fora (local de deposição do top soil descartado na atividade mineral).
Está circundado pela APP do Córrego dos Pilões, a qual está conectada ao Corredor Ecológico da região, e também por antigo plantio de
eucalipto, o qual tinha como objetivo conter processos erosivos no top soil depositado no local.
O plantio de eucalipto tem mais de 20 anos.
A parcela 5 encontra-se no sub-bosque do plantio silvicultural, porem houve alta mortalidade do plantio de essências nativas apesar dos
eucaliptos não formarem dossel fechado (as copas são ralas). O solo no local é encharcado.
91
ANEXO 2: CARACTERIZAÇÃO DAS ESPÉCIES ENCONTRADAS NO
MONITORAMENTO E CITADAS NA RESOLUÇÃO SMA 08, DE 31-01-2008
Siglas usadas: Biomas / Ecossistemas: RES – Vegetação de Restinga; MAN –
Manguezal; FOD – Floresta Ombrófila Densa, FOM / ALT – Floresta Ombrófila Mista
e Floresta Ombrófila Densa Altomontana; FES – Floresta Estacional Semidecidual; MC
- Mata Ciliar; MP – Mata Paludosa; FED – Floresta Estacional Decidual; CER –
Cerrado. Regiões Ecológicas: LS – Litoral Sul; LN – Litoral Norte; SE – Sudeste; CE –
Centro; SO – Sudoeste; NO – Noroeste.
92
Tabela 39: Caracterização das espécies encontradas no monitoramento e citadas na Resolução SMA 08, de 31-01-2008.
Anexo da Resolução SMA 08 de 31/01/08
id grupo
sucessional Ocorrência natural
Caráter
zoocórico
categoria de
ameaça
(Lista de
2004)
Acacia polyphylla DC PIONEIRA RES (LN) FOD (LS/LN/SE) FES (SE/CE/SO/NO) MC (SE/CE) FED
(CE) CER (SO)
Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) A. Juss. PIONEIRA FOD (SE) FES (SE/CE/NO) MC (SE/CE) FED (CE) CER (SO)
Anadenanthera macrocarpa Benth. NÃO
PIONEIRA FES (CE/NO) MC (CE)
Aspidosperma cylindrocarpon Müll. Arg. NÃO
PIONEIRA FOD (LS) FES (CE/SO/NO) MC (CE/SO) MP (CE) FED (CE)
Aspidosperma subincanum NÃO
PIONEIRA FES (CE/NO)
Aspidosperma tomentosum Mart. NÃO
PIONEIRA FOD (SE) FES (CE) CER (SE/CE/SO/NO)
Bauhinia forficata Link. PIONEIRA FOD (LS/SE) FES (SE/CE) MC (CE)
Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze NÃO
PIONEIRA
FOD (LS/LN/SE) FES (SE/CE/NO/SO) MC (CE/SO) MP (CE/SO)
CER (SO)
Quase
ameaçada
Casearia obliqua Spreng. NÃO
PIONEIRA RES (LS) FOD (LS/LN/SE) FOM/ALT (SE) FES (CE) MC (CE) sim
Casearia sylvestris Sw. PIONEIRA RES (LS/ LN) FOD (LS/LN/SE) FES (CE/SO/NO) MC (CE/SO) MP
(CE) CER (CE/SO) sim
Cassia leptophylla Vogel NÃO
PIONEIRA FOD (SE) FES (CE)
Cedrela fissilis Vell. NÃO
PIONEIRA FOD (LS/LN/SE) FES (SE/CE/SO/NO) MC (CE/SO) MP (CE)
Quase
ameaçada
Cedrela odorata L. NÃO
PIONEIRA FOD (LS/SE) FES (NO) MC (NO) MP (CE)
Quase
ameaçada
Centrolobium tomentosum Guillemin ex Benth. NÃO RES (LS) FOD (SE) FES (SE/CE/SE/NO) MC (SE/CE)
93
PIONEIRA
Chorisia speciosa A. St. - Hil. NÃO
PIONEIRA FOD (SE) FES (SE/CE/SO/NO) MP (CE/SO)
Citharexylum myrianthum Cham. PIONEIRA RES (LN) FOD (LS/LN/SE) FES (CE) MC (CE) MP (CE) sim
Colubrina glandulosa Perkins NÃO
PIONEIRA FOD (LN/SE) FES (SE/CE/SO/NO) MC (SE/CE/SO/NO) sim
Copaifera langsdorffii Desf. NÃO
PIONEIRA
FOD (LS/LN/SE) FES (SE/CE/SO/NO) MC (CE/SO) MP (CE/SO)
FED (CE) sim
Quase
ameaçada
Cordia ecalyculata Vell. NÃO
PIONEIRA
RES (LN) FOD (LN/SE) FOM/ ALT (SE) FES (CE/SO/NO) MC
(CE/SO) CER (CE) sim
Quase
ameaçada
Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud. NÃO
PIONEIRA FOD (LS/SE) FES (SE/CE/SO/NO) MC (CE)
Croton urucurana Baill. PIONEIRA FOD (LS/SE) FES (CE/SO/NO) MC (CE/SO)
Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong PIONEIRA FOD (SE) FES (SE/CE/SO/NO) MC (CE/SO)
Erythrina speciosa Andr. PIONEIRA RES (LS/LN) FOD (LN/SE)
Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera PIONEIRA FOD (SE) FOM/ALT (SE) FES (CE/SO/NO) MC (CE) MP (SO) CER
(CE/SO/NO)
Guapira opposita (Vell.) Reitz NÃO
PIONEIRA
RES (LS/LN) FOD (LS/LN/SE) FES (CE/NO) MC (SE) MP (CE) FED
(CE)CER (CE/SO) sim
Guarea guidonia (L.) Sleumer NÃO
PIONEIRA FOD (LS/LN/SE) FES (SE/CE/SO/NO) MC (CE/SO) MP (CE/SO) sim
Quase
ameaçada
Inga uruguensis Hook. & Arn. PIONEIRA FOD (SE) FES (CE/CE) MC (CE) sim
Jacaratia spinosa (Aubl.) A. DC. NÃO
PIONEIRA FOD (SE) FES (SE/CE/SO/NO) sim
Lithraea molleoides (Vell.) PIONEIRA FOD (SE) FOM/ALT (SE) FES (CE) MC (CE) MP (SO) CER (CE/SO) sim
Lonchocarpus guilleminianus (Tul.) Malme NÃO
PIONEIRA RES (LN) FOD (LN/SE) FES (CE) MC (SE/CE)
Luehea candicans Mart. & Zucc. NÃO
PIONEIRA CER (NO)
Machaerium brasiliense Vogel NÃO
PIONEIRA RES (LN) FOD (LN/SE) FES (CE/SO) MC (CE/SO) MP (SO)
94
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. NÃO
PIONEIRA
RES (LN) FOD (LS/LN/SE) FES (SE/CE/SO/NO) MC (SE/NO) MP
(CE) FED (CE)
Nectandra cissiflora Nees NÃO
PIONEIRA FES (SO/NO) MC (SO/NO) CER (SO/NO) sim Em perigo
Ocotea pulchella (Nees) Mez NÃO
PIONEIRA
RES (LS/LN) FOD (LS/LN/SE) FOM/ ALT (SE) FES (CE) MC (CE)
CER (CE/NO) sim
Qualea sp NÃO
PIONEIRA
Schizolobium parahyba (Vell.) Blake PIONEIRA RES (LN) FOD (LS/LN/SE) FES (CE) MC (CE)
Schinus terebinthifolius Raddi PIONEIRA RES (LS/LN) FOD (LS/SE) FES (CE) MC (SO) MP (CE) CER (CE) sim
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman NÃO
PIONEIRA
RES (LS/ LN) FOD (LS/LN/SE) FES (CE/SO/NO) MC (CE/SO) MP
(CE/SO) CER (CE/SO) sim
Tabebuia roseo alba (Ridley) Sandwith NÃO
PIONEIRA FES (NO) FED (CE)
Terminalia argentea Mart. & Zucc. PIONEIRA FES (NO) MC (CE)
Terminalia triflora (Griseb.) Lillo NÃO
PIONEIRA FOD (LS/SE) FES (SE/CE/NO) MC (CE/SO) MP (CE) FED (CE)