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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS

39

FACULDADES INTEGRADAS PITGORAS

CARLOS EDUARDO SALES ALVESGENILDE MARTINSANLISE DA PREVENO A ACIDENTE DE TRABALHO E DOENAS OCUPACIONAIS (EM UMA EMPRESA DE)DA EMPRESA X NA CIDADE DE MONTES CLAROS/MG

MONTES CLAROS/MG

2013CARLOS EDUARDO SALES ALVES

GENILDE MARTINSANLISE DA PREVENO A ACIDENTE DE TRABALHO E DOENAS OCUPACIONAIS DA EMPRESA X NA CIDADE DE MONTES CLAROS/MG

Monografia apresentada s Faculdades Integradas Pitgoras, como requisito parcial para obteno do ttulo de Bacharel em Engenharia de Produo.

Orientador: Prof.MONTES CLAROS/MG

2013FACULDADES INTEGRADAS PITGORASA Monografia ANLISE DA PREVENO A ACIDENTES DE TRABALHO E DOENAS OCUPACIONAIS DA EMPRESA X NA CIDADE DE MONTES CLAROS/MG apresentada pelos acadmicos Carlos Eduardo Sales Alves e Genilde Martins, como exigncia para obteno do grau de Bacharel em Engenharia de Produo, foi julgada _________________ por todos os membros da Banca Examinadora e _____________, em sua forma final pela Coordenao de Monografia.Montes Claros MG ___/____/2013Banca Examinadora

_______________________________________

Professor:

_______________________________________

Professor:

_______________________________________

Professor Aos meus pais, raiz profunda, exemplo de amor e determinao. Aos meus irmos pelo apoio incondicional, de amor e dedicao. A principalmente a Deus, fonte de fora, inspirao e esperana.

Agradecimentos

Esta monografia no poderia ter sido concretizada sem uma inspirao maior. Obrigado, meu Deus, pelos bons pensamentos que me inspirou, notadamente nos momentos de ansiedade e cansao.

Aos nossos pais, por nos ensinarem a perseverana na busca do conhecimento.

Aos nossos irmos, pessoas certas nas horas incertas.

Aos nossos filhos, razo no nosso viver e inspirao para a realizao deste trabalho.

As nossas esposas pelo apoio e compreenso nesta longa e rdua caminhada.

Aos colegas da graduao, pelo apoio em toda a caminhada, por me incentivar todo o tempo para concluso dos estudos.

Agradeo ainda ao orientador, que aceitou a rdua e paciente tarefa de me orientar, dividindo o seu excepcional conhecimento sobre o assunto e despendendo parte valiosa do seu tempo. Banca Examinadora, pela ateno dispensada a este trabalho.

O nico lugar onde o sucesso vem antes do trabalho no dicionrio.(Einstein, 1981)RESUMO

Palavras-chave:ABSTRACT

Keywords: SUMRIORESUMO

1. INTRODUO

1.1 Problema

1.2 Objetivo Geral

1.2.1 Objetivos especficos

1.3 Justificativa

1.4 Metodologia

1.5 Estrutura do trabalho

2 ORIGEM E EVOLUO DA SEGURANA DO TRABALHO E DA RELAO DE TRABALHO E EMPREGO

2.1 Origem e evoluo da segurana do trabalho no mundo

2.2 Origem e evoluo da segurana do trabalho no Brasil

2.3 Da relao de trabalho e da relao de emprego

2.3.1 Relao de trabalho

2.3.2 Relao de emprego

3 ACIDENTES DE TRABALHO E DOENAS OCUPACIONAIS

3.1 Conceito de acidentes de trabalho

3.2 Acidente de trabalho e concausa

3.3 Acidente de trabalho e causalidade indireta

3.4 Responsabilidade civil do empregador

3.4.1 Responsabilidade civil objetiva

3.4.2 Responsabilidade civil subjetiva3.4.3 Danos morais e materiais decorrente de acidente de trabalho e doena ocupacional

4 SEGURANA E MEDICINA DO TRABALHO NA PREVENO DE ACIDENTES

4.1 Normas de segurana e medicina do trabalho

4.1.1 Deveres do empregador e empregado

4.1.2 Servios especializados em segurana e medicina do trabalho (SESMT)

4.1.3 Comisso Interna de preveno de Acidentes (CIPA)

4.1.4 Equipamento de proteo individual (EPI)

4.1.5 Exames mdicos admissional, demissional, peridico, retorno ao trabalho e mudana de funo

4.1.6 Programa de preveno a riscos ambientais

4.1.7 Programa de preveno a riscos ambientais

4.1.8 Programa de preveno a riscos ambientais

4.1.9 Programa de preveno a riscos ambientais

5. A PESQUISA: METODOLOGIA, RESULTADOS E DISCUSSO

5.1 A metodologia de pesquisa

5.2 Apresentao e anlise dos resultados da pesquisa

CONSIDERAES FINAIS

REFERNCIAS

APNDICE

1 INTRODUOO presente trabalho tem por objeto aprofundar os conhecimentos sobre a Segurana e Medicina do trabalho e sua contribuio na preveno de acidentes. Os acidentes no trabalho podem ocorrem sem leso, com leso ou serem fatais. Por isso, estes tipos de acidentes so objetos de estudo de um setor que, entre outras denominaes, intitula-se de segurana e sade no trabalho.

O acidente , por definio, um evento negativo e indesejado do qual resulta uma leso pessoal ou dano material. Essa leso pode ser imediata (leso traumtica) ou mediata (doena profissional). Assim, caracteriza-se a leso quando a integridade fsica ou a sade so atingidas.

Entretanto, o acidente do trabalho definido como: ocorrncia imprevista e indesejvel, instantnea ou no relacionada com o exerccio do trabalho, de que resulte ou possa resultar leso pessoal. (ABNT NBR: 14280).

Nesse seara, o gerenciamento dos riscos associados ao trabalho fundamental para a preveno de acidentes. Isso requer pesquisas, mtodos e tcnicas especficas, monitoramento e controle.

Portanto, os conceitos bsicos de segurana e sade devem estar incorporados em todas as etapas do processo produtivo, do projeto operao. Essa concepo ir garantir inclusive a continuidade e segurana dos processos, uma vez que os acidentes geram horas e dias perdidos.Assim relevante que as empresas dedicam-se a esse assunto em suas mais variadas vertentes , envolvendo uma grande diversidade de profissionais e busquem condies seguras e saudveis no ambiente de trabalho, visando a proteo e preservao da vida em um ambiente de trabalho que oferea condies dignas de trabalho

1.1 Problema

A empresa X na cidade de Montes Claros/MG Quais utilizados corretamente as medidas de preveno a acidentes de trabalho e doenas ocupacionais previstas na CLT e normas regulamentadoras?

1.2 Objetivo Geral

Verificar se os meios utilizados na preveno a acidentes de trabalho e doenas ocupacionais obedecem a previso das Normas Regulamentadoras do Ministrio do Trabalho e Emprego.

1.2.1 Objetivos especficos

Examinar os mtodos utilizados pela empresa para diminuir os riscos de acidente de trabalho e doenas ocupacionais;

Investigar se as empresas fornecem aos seus empregados equipamentos de segurana para a atividade laboral;

Analisar se a empresa adota as normas regulamentadoras previstas pelo Ministrio da Trabalho e Emprego

1.3 Justificativa

A Segurana do Trabalho um tema de grande relevncia no s para a XXXXXX, mas tambm para os mais diferentes ramos de atividades laborativas. Dessa forma, a ocorrncia de acidentes de trabalho est associada a custos hospitalares, perdas materiais, despesas previdencirias e grande sofrimento para a as vitimas e seus familiares.O trabalho sempre se fez e vai fazer parte do cotidiano do individuo em sociedade, quer seja o trabalho coletivo ou individual, a fim de suprir suas necessidade para garantir a sobrevivncia.

Alm disso, a relevncia social e jurdica do tema esta em demonstrar que as ocorrncias de acidentes de trabalho e doenas ocupacionais nas empresas atuantes na rea de XXXX uma realidade sanvel, uma vez que disponibilizados os equipamentos de proteo e utilizados de forma adequada e cotidianamente pelos trabalhadores, haver uma reduo considervel no ndice de acidente de trabalho e doenas ocupacionais.

.

1.4 Metodologia

A metodologia utilizada e a bibliogrfica, pois o trabalho foi desenvolvido co base em material j elaborado, constitudo principalmente de livros, artigos cientficos, com o intuito de demonstrar as causas de preveno contra acidente de trabalho e doenas ocupacionais na empresa XXXX.

A pesquisa foi realizada no perodo de outubro de 2013. Sendo aplicada uma entrevista ao mdico do Trabalho e o Tcnico de Segurana do Trabalho para analisar os meios utilizados para preveno a acidentes de trabalho e doenas ocupacionais da empresa X na cidade de Montes Claros/MG.

Quanto meios a pesquisa classificou-se em bibliogrfica, porque visa-se um conhecimento terico acerca do assunto analisado, realizado atravs de levantamentos em diversas literaturas atravs de livros, revistas e artigos.

A pesquisa documental realiza-se atravs de documentos, manuais e desenhos disponveis na empresa e a pesquisa de campo faz-se atravs de um importante instrumento para avaliar a pesquisa bibliogrfica e documental, pois ela faz-se necessria medida que torna-se fundamental a verificao do objetivo proposto pela pesquisa.Assim, para a elaborao deste trabalho utilizou-se entrevistas, contendo perguntas direcionadas ao Mdico do Trabalho e Tcnico de Segurana do Trabalho, buscando mostrar os meios utilizados para preveno a acidentes de trabalho e doenas ocupacionais da empresa X na cidade de Montes Claros/MG.1.5 Estrutura do trabalho

Este trabalho estrutura-se em quatro captulos. Dessa forma, no primeiro capitulo deste trabalho faz-se um apanhado geral da problemtica levantada, dos objetivos geral e especficos, relevncia da pesquisa e a metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho.

No segundo captulo realiza-se um breve histrico sobre a origem e evoluo da Segurana do Trabalho e da Relao de trabalho e emprego, fazendo um apanhado desde a poca pr histrica, da Revoluo Industrial at chegar na Consolidao das Leis Trabalhistas no Brail (CLT). Alm de diferenciar as relaes de emprego e trabalho e os requisitos para caracterizao do empregado.O terceiro captulo aborda os conceitos de acidentes de trabalho, bem como as doenas de natureza ocupacional. E tambm a previso legal dos acidentes de trabalho e concausa e da causalidade indireta. Fazendo uma breve analise dos conceitos de responsabilidade civil do empregador, bem como os danos materiais e morais decorrentes de acidentes de trabalho e doenas ocupacionais.J no quarto capitulo indica-se toda a metodologia aplicada nesta pesquisa, que se classificou quanto aos fins em descritiva e quanto e aos meios em bibliogrfica, documental e de campo. Na pesquisa de campo faz-se um estudo de caso na empresa de medio na cidade de Montes Claros/MG.2 ORIGEM E EVOLUO DA SEGURANA DO TRABALHO E DA RELAO DE TRABALHO E EMPREGONeste captulo analisa-se a evoluo histrica da segurana do trabalho no mundo e no Brasil, fazendo um apanhado desde a poca pr histrica, da Revoluo Industrial at chegar na Consolidao das Leis Trabalhistas no Brasil (CLT). Alm de diferenciar as relaes de emprego e trabalho e os requisitos para caracterizao do empregado.2.1 Origem e evoluo da segurana do trabalho no mundoDesde a poca pr histrica o homem j se preocupava com a segurana. Essa preocupao com a segurana existia bem antes de Cristo, apesar da quase totalidades dos trabalhos serem desenvolvidos manualmente.

Conforme Reis (2009, p.1):

A preocupao com a segurana e a sade dos trabalhadores no algo recente, pelo contrrio, dados histricos mostram que ela existe desde o sculo IV a.C., quando Hipcrates descobriu a origem das enfermidades que acometiam os trabalhadores das minas e, mais tarde, Aristteles cuidou do atendimento e da preveno dessas doenas. Tambm no sculo IV a.C., Plato descobriu algumas doenas do esqueleto comuns a determinados trabalhadores no exerccio de sua profisso.

No sculo XVIII e XIX a Inglaterra foi palco do surgimento da Revoluo Industrial, cujo marco foi o surgimento da mquina de fiar. Visto que at o advento das primeiras mquinas de fiao e tecelagem, o arteso era dono dos seus prprios meios de produo. Entretanto, as novas formas de organizao social e as exigncias do mercado, atravs do alto custo das mquinas impossibilitaram o domnio dos meios de produo pelos artesos. Segundo Scaldelai et al (2010, p.22):

Com o advento das primeiras mquinas de fiao e tecelagem, o arteso perdeu o domnio dos meios de produo. As mquinas j comeavam a substituir o artfice, numa produo muitssimo superior do homem. A mo de obra necessria para a manipulao das mquinas era facilmente garantida pelas famlias pobres, sendo aceitos como trabalhadores homens, mulheres e crianas, no importando sade nem quaisquer outros requisitos.Nesta fase, houve uma evoluo no ambiente de trabalho, proporcionada pela facilidade de comrcio entre alguns pases, bem com a livre concorrncia e a necessidade da produo em srie e em grande escala, ocasionado um aumento considervel do nmero de acidentes e doenas ocupacionais de trabalho.

Conforme Bosi (2009, p.21):

Os operrios nessa poca trabalhavam alm de suas capacidades fsicas e psquicas. A durao do trabalho era alm do que o ser humano podia suporta, e os salrios no correspondiam ao menos em lei, ao mnimo para a sobrevivncia, podendo ser o pior possvel. A dignidade humana no faziam parte dos interesses dos administradores industriais.A improvisao das fbricas e a mo de obra constituda no s de homens, mas tambm de mulheres e crianas, sem quaisquer restries quanto ao estado de sade, desenvolvimento fsico passaram a ser uma constante. Nos ltimos momentos do sculo XVIII, o parque industrial da Inglaterra passou por uma srie de transformaes as quais, se de um lado proporcionaram melhoria salarial dos trabalhadores, de outro lado, causaram problemas ocupacionais bastante srios.Ainda segundo Bosi (2009, p.22):

Nesta fase, houve uma evoluo no ambiente de trabalho, com a facilidade de comercio entre pases, bem como com a livre concorrncia e a necessidade da produo em srie e em grande escala, ocorrendo assim houve um aumento considervel no nmero de acidentes e doenas ocupacionais de trabalho, explorava-se muito o trabalho humano, pois as prioridade eram a produo e crescimento econmico.

Assim, gradativamente os empregadores estipulavam as normas e condies de trabalho a serem cumpridas pelo empregado, sem nenhum embasamento jurdico, fuando a seu bel prazer as diretrizes que deveriam ser seguidas na relao de emprego.Segundo Scaldelai et al (2010, p.2):

O empregador estabelecia as condies de trabalho a serem cumpridas pelos empregados. No existindo qualquer regulamentao nas relaes de trabalho, o contrato resultava do livre acordo das partes e, na realidade, era o patro que fixava as diretrizes e dava por terminada a relao de emprego ou modificava conforme sua vontade e seu livre arbtrio. Os patres fixavam, sem restries, a durao diria de trabalho. Tomavam a liberdade de ,conforme suas prprias necessidade e interesses, definir o nmero de horas de trabalho, sem distino entre adultos, menores e mulheres, e sequer entre atividades penosas ou no.

Esse quadro de abandono em que se encontrava as relaes de emprego propiciou o surgimento das primeiras leis de proteo ao trabalho no mundo e a Inglaterra foi o bero da lei que limitou a jornada diria de trabalho.

Ainda para Scaldelai et al (2010, p.3):

Na Inglaterra, em 1802, criou-se a lei de amparo aos operrios, dispondo sobre o trabalho de aprendizes paroquianos nos moinhos. Essa lei limitava a 12 horas de trabalho dirio a carga horria desses menores, que eram indigentes recolhidos pelo servio de proteo, que os exploravam.Em 1819 foi criada, outra lei, proibindo o trabalho de menores de 9 anos e limitando a 12 horas a jornada de menores at 16 anos.(...) Em 1908, foi estabelecida a jornada diria de 8 horas; em 1910, foi criada a folga de meio dia por semana aos comercirios, e, em 1912, o Cdigo de Leis Trabalhistas, ampliado sempre por estatutos especiais e portarias administrativas.Isto posto, diante do quadro em que se encontrava as relaes de trabalho comearam a surgir diversos acidentes e enfermidades agravadas pelo ambiente profissional, propiciando assim o nascimento de leis que efetivassem esses direitos trabalhistas e garantissem a proteo dos direitos humanos advindos da relao trabalhista.2.2 Origem e evoluo da segurana do trabalho no Brasil

As leis destinadas a proteo do trabalho, no decorrem de persistncia dos trabalhadores, aqui h a inexistncia de luta, no havendo associaes fortes, com o intuito de busca de melhorias.Para Bosi (2009, p.26):Na poca do imprio, poderia encontrar dispositivos concernentes a Direito do Trabalho, mas que no vigoravam com a evoluo. Surgiu uma fase, em que o Brasil se desenvolveu praticamente da agricultura e nesta fase o Estado no podia intervir nas relaes, deixando correr a livre negociao, s era possvel interferncia para dar efetividade aos contratos.

Apesar do surgimento de algumas leis que faziam previso de direitos como frias e durao do trabalho, foi somente em 1914 que surgiu o primeiro projeto de lei sobre acidente de trabalho.Para Bosi (2009, p.26):

A partir da, foram surgindo leis, das quais houve concesso de direitos aos trabalhadores, como: frias, durao do trabalho etc. Mas foi em 1904, que surgiu o primeiro projeto de lei sobre acidente de trabalho, que foi apresentado por Medeiros e Albuquerque, o que j era bastante avanado, pois dizia o dispositivo que as indenizaes seriam em dobro, se ficasse provado que o patro no tinha na sua fbrica os aparelhos protetores, que a lei exigia. E da em diante foi surgindo outras leis referentes a acidente de trabalho.

Nesse sentido, percebe-se que diversos projetos de leis foram criados na tentativa de aprimorar a proteo ao trabalhador, almejando por melhores condies de vida para os trabalhadores.

Segundo Scaldelai et al (2010, p.4):

Quatro anos depois da Revoluo de 1930, que levou Getlio Vargas ao poder, foi promulgada a terceira Constituio do pas. Com pouqussima participao popular, a Carta Magna adotou medidas de proteo ao trabalhador. Regulamentou-se o trabalho da mulher e do menor e a jornada diria de 8 horas, institui-se o salrio mnimo, foram reconhecidos os sindicatos e centralizados os servios mdicos de sade. Em junho de 1934, o Decreto n 24.637 apenas classifica as indenizaes por tipo de acidente.Porm, somente em 1943, que surge a Consolidao das Leis Trabalhistas (CLT), determinando vagamente a propaganda contra o perigo de acidentes de trabalho, e regulamentando diversos conceitos como empregado e empregador, alm de acentuar as relaes de trabalho e emprego.2.3 Da relao de trabalho e da relao de empregoO trabalho nasceu em Roma, e o servio prestado na poca era trocado por determinada mercadoria para o trabalhador. E dividiu-se nas formas de locatio operarum, locatio operis e locatio rei.

Para Azevedo (2001, p.57):Em Roma surgiu o que foi chamado pelo professor Joo Rgis Teixeira de semente primitiva rudimentar do contrato individual de trabalho, ou seja, a locatio rei, locatio operarum e locatio operis. As duas ltimas modalidades mencionadas transformaram-se, na Idade Moderna, em locao de servios e em empreitada, respectivamente.

A relao de emprego surgiu com a revoluo do emprego, onde os trabalhadores trabalhavam por salrios. Entretanto, com o nascimento dessa relao de emprego houve a substituio do trabalho manual pelo trabalho com mquinas, causando o desemprego.Conforme Martins (2008, p.5):

Da nasce uma causa jurdica, pois os trabalhadores comearam a reunir-se, a associar, para reivindicar melhores condies de trabalho e de salrios, diminuio das jornadas excessivas (os trabalhadores prestavam servios por 12, 14 ou 16 horas dirias) e contra explorao de menores e mulheres.

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Durante o feudalismo, os senhores feudais fornecima proteo poltica e militar aos seus servos, que prestavam servio na terra do senhor feudal.Azevedo (2001), na Idade Mdia passou-se para o regime do colonato, em que havia a predominncia do trabalho agrrio e economia latifundiria, com a fixao do trabalhador no campo, de onde retirava sua prpria subsistncia, pagando elevados tributos aos ento senhor feudal.

Diferentemente, nas corporaes de ofcio existiam dois graus, que se classificavam nos mestre e aprendizes , posteriormente surge um novo grau, que o dos companheiros.Segundo Martins (2008, p.4):

Os mestres eram os proprietrios das oficinas, que j tinham passado pela proa da obra mestra. Os companheiros eram trabalhadores que percebiam salrios dos mestres. Os aprendizes eram os menores que recebiam dos mestres o ensino metdico do ofcio ou profisso. Havia nessa fase da histria um pouco mais de liberdade ao trabalhador, os objetivos, porm, eram os interesses das corporaes mais do que conferir qualquer proteo aos trabalhadores.

Porm, em 1789, com a Revoluo Francesa foram extintas as corporaes de ofcio, por serem consideradas incompatveis com o ideal de liberdade humana. Conforme (Martins, 2008, p.5):

Em 1791, logo aps a Revoluo Francesa, houve na Frana o nicio da liberdade contratual. O Decreto dAllarde suprimiu de vez as corporaes de ofcio, permitindo a liberao do trabalho. A Lei Le Chapelier, de 1791, proibia o restabelecimento das corporaes de ofcio, o agrupamento de profissionais e as coalizes, eliminando as corporaes de cidados.

O direito social do trabalho s foi reconhecido atravs da Revoluo Francesa de 1848, posteriormente, com a Revoluo Industrial surgiu a relao de emprego, originando os salrios, que seriam pagos como compensao da mo de obra dos trabalhadores.Segundo Nascimento (2005, p.60):

O direito do trabalho vive atualmente um conflito entre suas concepes, a protecionista, acusada de hipergarantista, de afetar o desenvolvimento econmico e a livre iniciativa, e a reformista que defende a flexibilizao das leis e a reavaliao, no plano terico, dos seus princpios e funes, pondo a flexibilizao como uma polmica reao contrria a rigidez da legislao tutelar do trabalhador.

Portanto, percebe-se que na relaes de trabalho os empregados tem vantagens com relao ao empregador devido a sua situao de vulnerabilidade em relao ao empregador.2.3.1 Relao de trabalhoA relao de trabalho aquela estabelecida entre dois sujeitos, onde compete a cada um deles definir a execuo de determinada atividade. Para sua caracterizao imprescindvel a existncia da pessoalidade.

Neto (2007, p.35-36):

E aquela que se estabelece entre dois sujeitos, onde um pede ao outro a execuo de um trabalho qualquer mediante um acordo voluntrio ou por imposio coercitiva. Exemplos: a escravido; o trabalho no remunerado de um voluntrio em servios sociais a pessoas carentes; um emprego pblico; o cirurgio-dentista que executa um tratamento num paciente etc.

Alm disso, a relao de trabalho compreende qualquer vnculo jurdico, que tenha a finalidade de executar uma obrigao de fazer, realizado pelo ser humano. Azevedo (2001, p.65) entende que:

A relao de trabalho possui carter genrico e abarca todo e qualquer vnculo jurdico que tenha por objeto uma obrigao de fazer, consubstanciada em trabalho humano. A relao de trabalho gnero e engloba, pois, vrias espcies, tais como a relao de emprego, o trabalho autnomo, a empreitada, a locao de servios, o trabalho eventual, o trabalho avulso, o trabalho prestado por profissional liberal, o artfice, o representante comercial, a relao de trabalho temporrio, entre outros.

Portanto, diversas so as formas da relao de trabalho, porm no temos a presena de todos os requisitos caracterizadores da relao de emprego, sendo portanto, um gnero , do qual a relao de trabalho uma espcie.2.3.2 Relao de emprego

A relao de emprego o vinculo jurdico estabelecido entre as partes, de um lado empregado, pessoa fsica, e de outro o empregador, que pode ser pessoa fsica ou jurdica.Azevedo (2001, p.65) conceitua:

A relao de emprego , pois, espcie da relao de trabalho e corresponde prestao de trabalho de forma subordinada por uma determinada pessoa fsica a um destinatrio, que poder ser pessoa fsica ou jurdica.

Para a configurao da relao de emprego, imprescindvel o preenchimento de alguns requisitos como, a pessoalidade, habitualidade, subordinao e onerosidade.Para Saad (2000, p.109):

A anlise do conceito de contrato de trabalho nos leva s seguintes concluses: a) O prestador de servio sempre uma pessoa fsica. Assume o empregado uma obrigao de carter pessoal e no lhe permitido transferi-la a um terceiro. b) O servio prestado tem de ser remunerado. Se apenas benvolo, isto , sem a contraprestao do salrio, prefigura a impossibilidade jurdica de formar-se um contrato de trabalho. c) A prestao de servios no deve ser eventual. Por entender-se obrigatoriamente aos fins da empresa, o trabalho h de ser permanente ou pelo menos por tempo determinado nos termos da lei. d) O tomador de servios o empregador tanto pode ser pessoa fsica como jurdica. e) A prestao de servios tem de obedecer s determinaes do empregador. Inexistindo essa subordinao jurdica, fica invivel a celebrao do contrato de trabalho.O art. 3 da Consolidao das Leis Trabalhistas (CLT) considera-se empregado toda pessoa fsica que prestar servios de natureza no eventual a empregador, sob a dependncia deste e mediante salrio. A relao de emprego o contrato de trabalho ou de prestao de servio que se configura como uma relao formal de trabalho e que define obrigaes de um empregado perante seu empregador de maneira subordinada. Esse contrato feito com o consentimento de ambas as partes, e o vnculo empregatcio, que a relao de emprego em si determina aprestao dos devidos servios dando em troca uma remunerao ao trabalhador. Essa relao necessariamente de trabalho subordinado, no eventual e pessoal.

Neto (2007, p.36) entende que:

A relao de trabalho entre um contratante especifico empregador - o contratado o empregado, onde o segundo presta, pessoalmente, ao primeiro, um trabalho mediante subordinao voluntria e contraprestao financeira, de modo continuado, por tempo determinado ou indeterminado.

Assim, como conseqncia do reconhecimento do vnculo empregatcio, verifica-se a existncia de um contrato individual de trabalho que pode ser expresso ou tcito. Isto posto, verifica que a relao de emprego gera ao empregado o reconhecimento do vnculo e consequentemente a anotao da sua carteira de trabalho, ficando sujeito a invalidao quando realizado de forma irregular.Portanto, os conceitos sobre relaes de trabalho e emprego, bem como os requisitos indispensveis para a caracterizao do empregado so importantes para a compreenso dos acidentes de trabalho.3 ACIDENTES DE TRABALHO E DOENAS OCUPACIONAIS

Neste captulo analisa-se os conceitos de acidentes de trabalho, bem como as doenas de natureza ocupacional. Assim como aborda-se a previso legal dos acidentes de trabalho e concausa e da causalidade indireta. Tambm analisa-se os conceitos de responsabilidade civil do empregador, bem como os danos materiais e morais decorrentes de acidentes de trabalho e doenas ocupacionais.3.1 Conceito de acidentes de trabalho

O art. 19 da Lei n 8.213 de 24 de julho de 1991 define como acidente de trabalho

Art. 19. acidente de trabalho aquele que ocorre pelo exerccio do trabalho a servio da empresa ou pelo exerccio do trabalho dos segurados especiais, provocando leso corporal ou perturbao funcional que cause a morte ou a perda ou reduo permanente ou temporria da capacidade para o trabalho.

Desta forma, como bem explicitado pelo art. 19 da Lei n 8.213/91, acidente de trabalho todo aquele ocorrido no exerccio das funes laborais ou quando o trabalhador encontra-se sob a responsabilidade ou subordinao da empresa, gerando leses temporrias ou definitivas, reduo para capacidade do trabalho ou atm mesmo a morte.

O acidente de trabalho s se configura, caso exista o nexo de causalidade entre trabalho e acidente. A respeito Martins (2006, p. 128):

preciso que, para existncia do acidente do trabalho, exista nexo entre o trabalho e o efeito do acidente. Esse nexo de causa-efeito trplice, pois envolve o trabalho, o acidente, com a conseqente leso, e a incapacidade, resultante da leso. Deve haver nexo causal entre o acidente e o trabalho exercido.

A legislao previdenciria equiparou as doenas do trabalho a acidentes de trabalho, sendo consideradas doenas equiparadas a acidentes de trabalho. Para Garcia (2007, p.18):

Conforme o art. 20 da Lei n 8.213/1991 consideram-se acidentes de trabalho as seguintes entidades mrbidas: I doena profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exerccio do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relao elaborada pelo Ministrio do Trabalho e da Previdncia Social.; II doena do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em funo de condies especiais em que o trabalho realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relao mencionada no inciso I.Segundo Oliveira (2008) existe uma diferenciao entre doena profissional e doena do trabalho. A doena profissional aquela peculiar a determinada atividade ou profisso, tambm chamada doena tpica do trabalho. Por outro lado, a doena do trabalho atpica do trabalho, pois apesar de igualmente ter origem na atividade laboral, no est vinculada necessariamente a alguma profisso.

Segundo Garcia (2007, p. 19-20):

De acordo com o 1. Do art. 20 da Lei n 8.213/1991, no so consideradas doenas do trabalho: a) doena degenerativa; b) a inerente a grupo etrio; c) a que no produza incapacidade laborativa; d) a doena endmica adquirida por segurado habitante de regio em que ela se desenvolva, salvo comprovao de que resultante de exposio ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.Portanto percebe-se que, enquanto as doenas profissionais so decorrentes de trabalho peculiar exercido, as doenas do trabalho decorrem de condies especiais de trabalho desempenhado.Para Morais (2011, p.59):

Diante dos significados especficos de doena profissional e doena do trabalho, a denominao doenas ocupacionais passou a ser adotada como o gnero mais prximo que abrange as modalidades das doenas relacionadas com o trabalho. A Norma Regulamentadora -7 da Portaria n. 3.214/78, que regulamenta o Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional, faz referncia s doenas ocupacionais ou patologias ocupacionais, como vocbulo gnero. Para evitar a expresso doena profissional ou do trabalho, prefervel englob-las na designao genrica de doenas ocupacionais.[...]Dessa forma, a doena ocupacional no tem causa ou efeito imediato, diferentemente do acidente de trabalho, ela pode levar anos para ser desencadeada, e surge como conseqncia das condies do ambiente e do tipo de trabalho, ocasionado transtornos fsicos ou psicolgicos. 3.2 Acidente de trabalho e concausaO art. 21, inciso I, da Lei 8.213/1991 prev a chamada concausa, ou seja, quando o acidente ou a doena do trabalho no so as nicas causas para a incapacidade ou a morte do segurado, mas contriburam diretamente para isso.Desde o Decreto-lei n 7.036/44 admite-se em nosso ordenamento a teoria das concausas. A Lei n 8.213/91 traz em seu artigo 21 previso expressa neste sentido:Art. 21. Equiparam-se tambm ao acidente do trabalho, para os efeitos desta Lei: I o acidente ligado ao trabalho que, embora no tenha sido a causa nica, haja contribudo diretamente para a morte do segurado, para a reduo ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido leso que exija ateno mdica para a sua recuperao.

Portanto, percebe-se que, a figura da concausalidade apesar de no ser a causa nica que contribui para o acidente, quando associado a outro fator leva ao resultado final, que a incapacidade, leso ou morte.3.3 Acidente de trabalho e causalidade indireta chamada causalidade indireta as hipteses que embora ocorram no local de trabalho, no esto diretamente relacionadas com a atividade profissional, encontram-se elencadas no art. 21, II, III e IV da Lei 8.213/91. Art. 21.Equiparam-se tambm ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: (...); II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horrio do trabalho, em conseqncia de:a) ato de agresso, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa fsica intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;c) ato de imprudncia, de negligncia ou de impercia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razo; e) desabamento, inundao, incndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de fora maior;III - a doena proveniente de contaminao acidental do empregado no exerccio de sua atividade; IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horrio de trabalho: a) na execuo de ordem ou na realizao de servio sob a autoridade da empresa; b) na prestao espontnea de qualquer servio empresa para lhe evitar prejuzo ou proporcionar proveito; c) em viagem a servio da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitao da mo-de-obra, independentemente do meio de locomoo utilizado, inclusive veculo de propriedade do segurado; d) no percurso da residncia para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoo, inclusive veculo de propriedade do segurado.Portanto, existem trs espcies de acidentes com causalidade indireta: as que ocorrem no local e no horrio de trabalho; as que ocorrem fora do horrio de trabalho, por exemplo, o acidente de trajeto ou de percurso; e as que ocorrem no perodo de repouso e alimentao do trabalhador.A Lei 8.213/91 equipara a acidente do trabalho certas circunstncias, tais como os acidentes in itinere, unicamente para fins de concesso de benefcios Previdencirios, salvo quando ocorrerem por culpa do empregador, caso em que este ser responsabilizado nos moldes da responsabilidade civil.

Assim, o empregado vtima de acidente do trabalho est protegido sob dois aspectos: o da Previdncia Social e o da Responsabilidade Civil do Empregador, sempre que este agir com culpa ou que o acidente decorrer do risco normal da atividade.3.4 Responsabilidade civil do empregador

A palavra "responsabilidade" origina-se do latim, "re-spondere", que consiste na idia de segurana ou garantia da restituio ou compensao. Como bem pondera (Lopez, 1986, 56-58) A responsabilidade a obrigao de reparar um dano, seja por decorrer de uma culpa ou de uma outra circunstancia legal que a justifique, como a culpa presumida, ou por uma circunstancia meramente objetiva.Isto posto, o acidente de trabalho, bem com a doena profissional ou do trabalho podem acarretar leses de ordem material e moral, passando a ser devida a respectiva indenizao pelo empregador quando violado o direito de personalidade do empregado.

3.4.1 Responsabilidade civil objetiva

A responsabilidade civil objetiva pauta-se na reparao do dano ocasionado, independentemente da culpa, tendo correlao somente entre a ao e o dano. justificada pela teoria do risco, vez que toda pessoa que se prope a desempenhar qualquer tipo de atividade cria um risco para terceiro, devendo ser suportado o dano e repar-lo, ainda que a conduta seja isenta de culpa.

Segundo Gonalves (2007, p.30):

Quando isso acontece, diz-se que a responsabilidade legal ou objetiva, porque prescinde da culpa e se satisfaz apenas com o dano e o nexo de causalidade. Esta teoria, dita objetiva, ou do risco tem como postulado que todo dano indenizvel, e deve ser reparado por que a ele se liga por um nexo de causalidade, independentemente de culpa. Preceitua o artigo 927 do Cdigo Civil de 2002, em seu pargrafo nico, que haver obrigao de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Porm, nos casos de responsabilidade civil objetiva, no h necessidade de comprovao da culpa, para gerar a reparao ao dano, pois havendo nexo com relao ao, essa obrigao poder ser exigida.3.4.2 Responsabilidade civil subjetivaA responsabilidade civil subjetiva, ao contrrio da objetiva, funda-se na comprovao de culpa. Havendo o dano, a reparao deve ser exigida por parte que incorreu na culpa.

Conforme Gonalves (2007, p.30), diz-se ser subjetiva a responsabilidade quando se esteia na idia de culpa. A prova da culpa do agente passa a ser pressuposto necessrio do dano indenizvel.

O fundamento da responsabilidade civil subjetiva esta previsto no Cdigo Civil de 2002 em seu artigo 186, que prev que aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano a outrem ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito.Frisa-se, ento que a relao de causalidade deve estar diretamente ligada ao dano, uma vez que, mesmo que haja o dano e este no esteja ligado ao do agente, no h razo de ser da reparao, pois, caso contrrio, utilizar-se-ia de meios para imputar responsabilidade a outrem, almejando ser reparado.

Nesse sentido, prev o art. 7, XXVIII, parte final, da Constituio Federal de 1988 dispondo sobre o seguro contra acidentes de trabalho a cargo do empregador, sem excluir a indenizao a que est obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

Portanto, diante do texto da norma constitucional entende-se que, a obrigao de repara o dano ser de responsabilidade subjetiva, uma vez que menciona a ocorrncia do dolo ou culpa.

3.4.3 Danos morais e materiais decorrente de acidente de trabalho e doena ocupacional

O dano pode ser conceituado como o prejuzo causado pessoa, ou seja, a leso a bem o interesse jurdico, podendo ser de ordem material ou moral.Assim pode-se conceituar dano moral como a leso a direitos extrapatrimoniais da pessoa, violando a honra, a dignidade, a intimidade, a imagem ou outros direitos de personalidade. J o dano material, refere-se a violao de direitos patrimoniaisPara Garcia (2007, p.80):

O dano moral pode ser direto ou indireto: o primeiro resulta da violao especifica de bem imaterial, causando sofrimento, dor psquica vtima ou desrespeitando a dignidade da pessoa humana; o ltimo advm da leso a bem patrimonial (do que decorre dano material direto), mas que acaba por causar um menoscabo a direito extrapatrimonial.Portanto, o dano moral trabalhista aquele ocorrido no mbito do contrato de trabalho, no seu bojo e em razo da sua existncia, envolvendo os dois plos desta relao jurdica, o empregador e o empregado.Por isso, quando ocorrer o dano de ordem moral ou material, desde que esteja presente o nexo de causalidade e o dolo ou a culpa, surge o dever de indenizar. Nessa ordem, responsabilidade civil a obrigao de responder pelas conseqncias jurdicas decorrentes do ato ilcito praticado, reparando assim o prejuzo causado.4 SEGURANA E MEDICINA DO TRABALHO NA PREVENO DE ACIDENTESNeste captulo

4.1 Normas de segurana e medicina do trabalho

A Revoluo industrial foi um marco na elaborao de normas que determinassem condies mnimas de trabalho, onde tais devem ser cumpridas pelo empregador.No Brasil, diversas constituies tentavam regulamentar os direitos dos trabalhadores relativos a assistncia tcnica e sanitria.

Para Abraho (2008, p. 74):

No Brasil, a Constituio de 1934 tratava do direito do trabalhador assistncia mdica e sanitria; na Constituio de 1937 tratava do direito a assistncia mdica e higinica; na Constituio de 1946 tratava do direito higiene e segurana do trabalho; a Constituio de 1967 tambm tratava do direito higiene e segurana do trabalho.

A Segurana Medicina do Trabalho, que antes de 1977 era conhecida como higiene e segurana do trabalho ganhou uma nova roupagem aps a edio da Lei n 6514, que alterou substancialmente os artigos 154 a 201 da CLT.Assim a segurana e medicina do trabalho so o ramo do Direito do Trabalho responsvel em oferecer condies de proteo sade e a integridade fsica do trabalhador no local laboral, bem como propiciar um local de trabalho seguro.4.1.1 Deveres do empregador e empregadoO sistema jurdico brasileiro prev uma srie de normas relativas a segurana e medicina do trabalho, estabelecendo deveres ao empregador e ao emprego.Assim como fixando as atribuies dos rgos de fiscalizao do trabalho.

Os artigos 157 e 158 da CLT disciplinados pelo NR n 1, que versam sobre os deveres dos empregadores e empregados relativamente as normas de segurana e medicina do trabalho.

Art. 157. Cabe s empresas: I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurana e medicina do trabalho; II - instruir os empregados, atravs de ordens de servio, quanto s precaues a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenas ocupacionais; III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo rgo regional competente; IV - facilitar o exerccio da fiscalizao pela autoridade competente. Pargrafo nico. Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: a) observncia das instrues expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior; b) ao uso dos equipamentos de proteo individual fornecido pela empresa. Art. 158. Cabe aos empregados: I - observar as normas de segurana e medicina do trabalho, inclusive as instrues de que trata o item II do artigo anterior; II - colaborar com a empresa na aplicao dos dispositivos deste Captulo.

Nesse sentido, o empregador deve adotar as medidas preventivas de acidentes, levando-se em considerao que a gravidade e continuidade dos fatos pode acarreta a resciso indireta do contrato de trabalho, alm da responsabilidade civil, criminal e administrativa.Por isso, todo empregado deve respeitar as normas relativas a segurana e medicina do trabalho, visto que, a partir do momento em que o empregado tem cincia das condutas que deve ou no praticar no local de trabalho, pode ter como conseqncia a punio dos seus atos, levando-se em considerao a gravidade da sua conduta.

Esse tambm o entendimento de Martins (2003, p.190):

As instrues expedidas aos empregados devem ser feitas por escrito, como se denota no inciso II, ao usar a expresso ordens de servio. Isso quer dizer tambm que o empregado s poder ser punido se tiver conhecimento da instruo determinada pelo empregador. O ideal que a empresa comunique ao empregado se as instrues pertinentes segurana e medicina do trabalho quando da sua admisso.Outro documento de grande relevncia para a questo preventiva do trabalho a NR n 1, que traz um resumo das responsabilidade bsicas do empregador quanto aplicao da legislao. Portanto a alegao do desconhecimento da legislao no isenta o empregador de seu cumprimento.

1.7. Cabe ao empregador:a) cumprir e fazer cumprir as disposies legais e regulamentares sobre segurana e medicina do trabalho;b) elaborar ordens de servio sobre segurana e sade no trabalho, dando cincia aos empregados por comunicados, cartazes ou meios eletrnicos. c) informar aos trabalhadores: I - os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;II - os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa; III - os resultados dos exames mdicos e de exames complementares de diagnstico aos quais os prprios trabalhadores forem submetidos; IV - os resultados das avaliaes ambientais realizadas nos locais de trabalho.d) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalizao dos preceitos legais e regulamentares sobre segurana e medicina do trabalho. e) determinar os procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou doena relacionada ao trabalho.1.8. Cabe ao empregado:a) cumprir as disposies legais e regulamentares sobre segurana e sade do trabalho, inclusive as ordens de servio expedidas pelo empregador; 1.8.1. Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento do disposto no item anterior.1.9. O no cumprimento das disposies legais e regulamentares sobre segurana e medicina do trabalho acarretar ao empregador a aplicao das penalidades previstas na legislao pertinente.1.10. As dvidas suscitadas e os casos omissos verificados na execuo das Normas Regulamentadoras - NR sero decididos pela Secretaria de Segurana e Medicina do Trabalho - SSMT.

Isto posto, o cumprimento do que esta disposto na lei e nas normas regulamentadoras so fundamentais para a preveno de acidentes e doenas ocupacionais.4.1.2 Servios especializados em segurana e medicina do trabalho (SESMT)As empresas, conforme as normas expedidas pelo Ministrio do Trabalho e emprego, esto obrigadas a manter servios especializados em segurana e em medicina do trabalho.Tendo a finalidade da promoo a sade e da proteo a integridade do trabalhador no local de trabalho.O artigo 162 da CLT trata dos servios sobre os Servios Especializados em Segurana e Medicina do Trabalho nas empresas SESMT, disciplinado pela NR n 4.

Art. 162 - As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministrio do Trabalho, estaro obrigadas a manter servios especializados em segurana e em medicina do trabalho. (Pargrafo nico - As normas a que se refere este artigo estabelecero: a) classificao das empresas segundo o nmero de empregados e a natureza do risco de suas atividades; b) o numero mnimo de profissionais especializados exigido de cada empresa, segundo o grupo em que se classifique, na forma da alnea anterior; c) a qualificao exigida para os profissionais em questo e o seu regime de trabalho; d) as demais caractersticas e atribuies dos servios especializados em segurana e em medicina do trabalho, nas empresas.Assim tanto as empresas privadas quanto as pblicas, que tenham empregados regidos pela CLT, devero ter servios especializados em segurana e medicina do trabalho.Nesse sentido a NR n4 estabelece a obrigatoriedade das empresas pblicas e privadas, que possuam empregados regidos pela CLT, de organizarem e manterem em funcionamento, Servios Especializados em Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho SESMT, com a finalidade de promover a sade e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho, conforme previso dos itens 4.1, 4.4 e 4.11 da NR n 4.

4.1. As empresas privadas e pblicas, os rgos pblicos da administrao direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judicirio, que possuam empregados regidos pela Consolidao das Leis do Trabalho - CLT, mantero, obrigatoriamente, Servios Especializados em Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a sade e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.(...) 4.4. Os Servios Especializados em Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho devero ser integrados por Mdico do Trabalho, Engenheiro de Segurana do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Tcnico de Segurana do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, obedecendo o Quadro II, anexo.(*) Subitem 4.4 (...) 4.11. Ficar por conta exclusiva do empregador todo o nus decorrente da instalao e manuteno dos Servios Especializados em Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho.(...)

Portanto, ressalta-se que o dimensionamento do SESMET, vincula-se a gradao do risco da atividade principal e ao nmero total de empregados do estabelecimento, e no existe nenhuma subordinao entre este e a CIPA, porm h necessidade de colaborao entre estes grupos para a elaborao de programas prevencionistas conjuntas.4.1.3 Comisso Interna de preveno de Acidentes (CIPA)

obrigatria a constituio de Comisso Interna de Preveno de Acidentes (CIPA), de conformidade com as instrues expedidas pelo Ministrio do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas, conforme previso do artigo 163 e 164 da CLT.Art. 163 - Ser obrigatria a constituio de Comisso Interna de Preveno de Acidentes (CIPA), de conformidade com instrues expedidas pelo Ministrio do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas. Pargrafo nico - O Ministrio do Trabalho regulamentar as atribuies, a composio e o funcionamento das CIPA (s). Art. 164 - Cada CIPA ser composta de representantes da empresa e dos empregados, de acordo com os critrios que vierem a ser adotados na regulamentao de que trata o pargrafo nico do artigo anterior. 1 - Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, sero por eles designados. 2 - Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, sero eleitos em escrutnio secreto, do qual participem, independentemente de filiao sindical, exclusivamente os empregados interessados. 3 - O mandato dos membros eleitos da CIPA ter a durao de 1 (um) ano, permitida uma reeleio 4 - O disposto no pargrafo anterior no se aplicar ao membro suplente que, durante o seu mandato, tenha participado de menos da metade do nmero de reunies da CIPA. 5 - O empregador designar, anualmente, dentre os seus representantes, o Presidente da CIPA e os empregados elegero, dentre eles, o Vice-Presidente.Tanto as empresas privadas quanto as pblicas que possuam empregados regidos pela CLT so obrigadas a constituir a CIPA, devendo o seu nmero de integrantes ser proporcional ao nmero de funcionrios da empresa, havendo paridade entre representantes de empregados e empregadores.Dessa forma, a NR n 5 refora a idia acima exposta, estabelecendo a obrigatoriedade das organizao das empresas pblicas e privadas manuteno e funcionamento da CIPA, conforme estabelecido nos itens 5.1, 5.6, 5.6.1 e 5.6.2 da NR n 5.5.1 A Comisso Interna de Preveno de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a preveno de acidentes e doenas decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatvel permanentemente o trabalho com a preservao da vida e a promoo da sade do trabalhador. 5.6 A CIPA ser composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alteraes disciplinadas em atos normativos para setores econmicos especficos. 5.6.1 Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes sero por eles designados.5.6.2 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, sero eleitos em escrutnio secreto, do qual participem, independentemente de filiao sindical, exclusivamente os empregados interessados.

Assim, a CIPA tem como objetivo, a preveno de acidentes e doenas decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatvel permanentemente o trabalho com a preservao da vida e a promoo da sade do trabalhador.4.1.4 Equipamento de proteo individual (EPI)

A empresa obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteo individual (EPI) adequado ao risco e em perfeito estado de conservao e funcionamento, s podendo ser colocado a venda com a aprovao do Ministrio do Trabalho, conforme disciplina o art. 166 e 167 da CLT.

Art. 166 - A empresa obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteo individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservao e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral no ofeream completa proteo contra os riscos de acidentes e danos sade dos empregados. Art. 167 - O equipamento de proteo s poder ser posto venda ou utilizado com a indicao do Certificado de Aprovao do Ministrio do TrabalhoAlm disso, a NR n 6 estabelece e define os tipos de EPIs a que as empresas esto obrigadas a fornecer a seus empregados, sempre que as condies de trabalho exigir, com a finalidade de resguardar a sade e integridade fsica dos trabalhadores. Para Arajo (2007,p. 209):

Caber ao empregado atender, em complemente s exigncias desta NR, as normas internas da companhia. Ao aceitar o trabalho, estes documentos passam a fazer parte do contrato de trabalho do empregado. No caber a ele escolher se deve ou no seguir os procedimentos da empresa.

Ressalte-se que, o empregado dever tambm assinar o termo de responsabilidade pelo EPI, cabendo a ela a sua guarda e conservao, devendo notificar o empregador quando alguma eventualidade impossibilitar o seu uso.4.1.5 Exames mdicos adimissional, demissional, peridico, retorno ao trabalho e mudana de funoOs artigos 168 e 169 da CLT tratam sobre os exames mdicos admissional, demissional e peridico, a NR n 7 disciplina a matria acrescentando os exames de retorno ao trabalho e mudana de funo.Art. 168 - Ser obrigatrio exame mdico, por conta do empregador, nas condies estabelecidas neste artigo e nas instrues complementares a serem expedidas pelo Ministrio do Trabalho: I - a admisso; II - na demisso; III - periodicamente. 1 - O Ministrio do Trabalho baixar instrues relativas aos casos em que sero exigveis exames:a) por ocasio da demisso;b) complementares. 2 - Outros exames complementares podero ser exigidos, a critrio mdico, para apurao da capacidade ou aptido fsica e mental do empregado para a funo que deva exercer. 3 - O Ministrio do Trabalho estabelecer, de acordo com o risco da atividade e o tempo de exposio, a periodicidade dos exames mdicos. 4 - O empregador manter, no estabelecimento, o material necessrio prestao de primeiros socorros mdicos, de acordo com o risco da atividade. 5 - O resultado dos exames mdicos, inclusive o exame complementar, ser comunicado ao trabalhador, observados os preceitos da tica mdica.Art. 169 - Ser obrigatria a notificao das doenas profissionais e das produzidas em virtude de condies especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as instrues expedidas pelo Ministrio do Trabalho.

Alm do exame mdico como medida preventiva, existe a obrigatoriedade do exame mdico, todo estabelecimento dever ser equipado com materiais necessrios a primeiros socorros. Conforme Martins (2003, p.169): O material de primeiros socorros obrigatrio no apenas nas industrias, mas tambm no comrcio, nas empresas de servio etc. Dever ser mantido em cada estabelecimento do empregador se este tiver mais de um.

Assim a partir da constatao de doena ocupacional dever o empregador encaminhar o empregado ao Instituo Nacional do Seguro Social (INSS).

A NR n 7 estabelece a obrigatoriedade de elaborao e implementao, por parte de todos os empregadores e instituies que admitam trabalhadores como empregados do Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional (PCMSO).

Outro ponto relevante, com relao ao exame admissional que ser realizado antes de o empregado iniciar suas atividades na empresa, o exame mdico de retorno ao trabalho ser feito no primeiro dia em que o empregado voltar a empresa. Sendo o exame de mudana de funo necessrio somente quando ocorrer alterao de risco na funo de empregado.Portanto, o atestado de sade ocupacional deve ser preenchido de forma mais completa, de modo a no deixar dvidas quanto ao risco existente.

4.1.6 Programa de preveno a riscos ambientais

A NR n 9 estabelece a obrigatoriedade de elaborao e implementao, por parte de todos os empregadores e instituies que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Preveno de Riscos Ambientais PPRA, visando preservao da sade e da integridade fsica dos trabalhadores, conforme demonstrado nos itens 9.1.1 e 9.1.5 da NR n 9:9.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade da elaborao e implementao, por parte de todos os empregadores e instituies que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Preveno de Riscos Ambientais - PPRA, visando preservao da sade e da integridade dos trabalhadores, atravs da antecipao, reconhecimento, avaliao e consequente controle da ocorrncia de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em considerao a proteo do meio ambiente e dos recursos naturais. 9.1.5 Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agentes fsicos, qumicos e biolgicos existentes nos ambientes de trabalho que, em funo de sua natureza, concentrao ou intensidade e tempo de exposio, so capazes de causar danos sade do trabalhador.

Isto posto, percebe-se que o PPRA um programa de higiene ocupacional que deve ser elaborado para servir de base ao PCMSO, pode ser usado para a implementao de aes que visem eliminao ou neutralizao da insalubridade.4.1.7 Insalubridade

Os artigos 189 a 197 da CLT tratam sobre a insalubridade e a NR n 15 disciplina essa matria. Conforme redao dos artigos 189 e 191 da CLT.

Art. 189 - Sero consideradas atividades ou operaes insalubres aquelas que, por sua natureza, condies ou mtodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos sade, acima dos limites de tolerncia fixados em razo da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposio aos seus efeitos.(...) Art . 191 - A eliminao ou a neutralizao da insalubridade ocorrer: I - com a adoo de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerncia; II - com a utilizao de equipamentos de proteo individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerncia. Pargrafo nico - Caber s Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada a insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminao ou neutralizao, na forma deste artigo. Dessa forma, os trabalhadores que laboram em atividades insalubres tm direito a perceber adicional de insalubridade, este a ser fixado de acordo com o grau da atividade exercida, independentemente de medida que diminua o risco, considerando ser dever do empregador propiciar melhores condies ao trabalhador.4.1.7 Periculosidade

Os artigos 189 a 197 da CLT tratam sobre a periculosidade e a NR n 16 disciplina essa matria. Alm disso, destaca-se aqui o artigo 193 da CLT:Art. 193. So consideradas atividades ou operaes perigosas, na forma da regulamentao aprovada pelo Ministrio do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou mtodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposio permanente do trabalhador a:I - inflamveis, explosivos ou energia eltrica;II - roubos ou outras espcies de violncia fsica nas atividades profissionais de segurana pessoal ou patrimonial. 1 - O trabalho em condies de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salrio sem os acrscimos resultantes de gratificaes, prmios ou participaes nos lucros da empresa. 2 - O empregado poder optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido. 3 Sero descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza eventualmente j concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo.Assim a periculosidade diferencia da insalubridade, pois neste h um fator biolgico ao qual o trabalhador est exposto, aquele h um risco relativo atividade exercida.

Para Martins (2003, p.214):

O adicional de periculosidade devido para quem tenha contato permanente com inflamveis ou explosivos em condies de risco acentuado. A regulamentao que trata das condies perigosas no local de trabalho a NR 16 da Portaria n 3.214/78.A NR n 16 regulamenta as atividade e as operaes legalmente consideradas perigosas, estipulando as recomendaes prevencionistas correspondentes e deve ser atestada mediante percia, pelo engenheiro ou mdico do trabalho.4.1.8 Normas complementaresAlm das normas analisadas acima, a CLT prev a criao de disposies complementares, especificas para atividades especificas.

Conforme previso do art. 200 da CLT:

Art . 200 - Cabe ao Ministrio do Trabalho estabelecer disposies complementares s normas de que trata este Captulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre: I - medidas de preveno de acidentes e os equipamentos de proteo individual em obras de construo, demolio ou reparos; II - depsitos, armazenagem e manuseio de combustveis, inflamveis e explosivos, bem como trnsito e permanncia nas reas respectivas; III - trabalho em escavaes, tneis, galerias, minas e pedreiras, sobretudo quanto preveno de exploses, incndios, desmoronamentos e soterramentos, eliminao de poeiras, gases, etc. e facilidades de rpida sada dos empregados;(....);VII - higiene nos locais de trabalho, com discriminao das exigncias, instalaes sanitrias, com separao de sexos, chuveiros, lavatrios, vestirios e armrios individuais, refeitrios ou condies de conforto por ocasio das refeies, fornecimento de gua potvel, condies de limpeza dos locais de trabalho e modo de sua execuo, tratamento de resduos industriais;VIII - emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas sinalizaes de perigo. Pargrafo nico - Tratando-se de radiaes ionizantes e explosivos, as normas a que se referem este artigo sero expedidas de acordo com as resolues a respeito adotadas pelo rgo tcnico. Portanto, a partir deste artigo verifica-se que para cada um de seus incisos existe uma Norma Regulamentadora aplicvel: para o inciso I existe a NR n 18; inciso II, NR n 20; inciso III, NR n 19 e 22; inciso IV, NR n 23; inciso V, NR n 20; inciso VI, NR n 15 e 16; inciso VII, NR n 24; inciso VIII, NR n 26.5. A PESQUISA: METODOLOGIA, RESULTADOS E DISCUSSO

5.1 A metodologia de pesquisa

5.2 Apresentao e anlise dos resultados da pesquisa

CONSIDERAES FINAIS

REFERNCIAS

APNDICE

AZEVEDO, Jackson Chaves de. Curso de Trabalho. 2001, p.56 ( Locatio rei significa cesso de uso e gozo de uma coisa em troca de determinada retribuio, locatio operarum retribuio em troca de trabalho, locatio operis retribuio em troca de resultado do servio).