muros de berlim
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Instituto Superior de Engenharia de Lisboa
Departamento de Engenharia Civil
Processos de Construção e Edificações I
Paredes de Berlim(Monografia)
Monografia – Paredes de Berlim
Disciplina: Processos de Construção e Edificações I
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Monografia – Paredes de Berlim
Disciplina: Processos de Construção e Edificações I
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Instituto Superior de Engenharia de Lisboa
Departamento de Engenharia Civil
Processos de Construção e Edificações I
Paredes de Berlim(Monografia)
Docente:
Professor Carlos Manuel Martins
Aluna:
Marta Soraia Ribeiro Patrício
Nº 35724
3º ano – 5º Semestre do ano lectivo 2010/2011
Monografia – Paredes de Berlim
Disciplina: Processos de Construção e Edificações I
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Monografia – Paredes de Berlim
Disciplina: Processos de Construção e Edificações I
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ÍNDICE GERAL
1. Introdução 9
2. Campo de aplicação das paredes de Berlim 11
3. Metodologia construtiva 12
4. Materiais e Equipamentos utilizados 23
5. Vantagens e desvantagens 24
6. Caso prático da utilização da contenção definitiva tipo Berlim 26
7. Conclusão 31
8. Bibliografia 33
Monografia – Paredes de Berlim
Disciplina: Processos de Construção e Edificações I
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Monografia – Paredes de Berlim
Disciplina: Processos de Construção e Edificações I
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Disposição em planta de perfis metálicos verticais colocados ao longo de uma contenção periférica tipo Berlim 15
Figura 2 – Escavação do primeiro nível de painéis primários e banquetas para os painéis secundários
16
Figura 3 – Painéis primários executados e banquetas para os painéis secundários 18
Figura 4 – Esquema ilustrativo em corte da parede de Berlim construída 28
ÍNDICE DE Fotografias
Fotografia 1 – Execução da furacão 14
Fotografia 2 – Colocação do perfil vertical metálico 1 15
Fotografia 3 – Colocação do perfil vertical metálico 2 15
Fotografia 4 – Execução da viga de coroamento 16
Fotografia 5 – Escavação geral para a execução dos primeiro nível de painéis primários 17
Fotografia 6 – Preparação para betonagem dos painéis primários 18
Fotografia 7 – Negativo para a ancoragem 18
Fotografia 8 – Painéis primários executados com a localização para posicionamento da futura ancoragem
20
Fotografia 9 – Execução dos painéis secundários do primeiro nível 20
Fotografia 10 – 1º nível de painéis executado (painéis primários e secundários), ancoragem dos painéis primários já realizada e furacão dos painéis secundários para ancoragem 20
Fotografia 11 – Selagem dos cabos de ancoragem 21
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Fotografia 12 – Pormenor de uma cabeça de ancoragem 21
Fotografia 13 – Execução dos painéis 2 os do 2º nível 21
Fotografia 14 – Execução do 2º nível (painéis 1os e 2os) 21
Fotografia 15 – Furacão dos painéis secundários do 2º nível da parede para ancoragem 22
Fotografia 16 – Primeiro e segundo níveis da parede de Berlim finalizados 22
Fotografia 17 – Execução dos painéis secundários do terceiro nível da parede de Berlim 22
Fotografia 18 – Ancoragens do 3º nível de painéis da parede de Berlim 22
Fotografia 19 –Alçado da parede de Berlim existente na IC17 CRIL-Sublanço Buraca/Pontinha-Nó de Alfornelos 22
Fotografia 20 – Parede de Berlim em fase de finalização 28
Fotografia 21 – Rotura e levantamento do pavimento de uma divisão 29
Fotografia 22 – Deslocamento do topo de um edifício, patente na junta de dilatação 29
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1. Introdução
A presente monografia foi elaborada no contexto da disciplina de Processos de
Construção e Edificações I, cadeira integrante do 3º ano da Licenciatura de
Engenharia Civil do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa.
Como tema a abordar na presente monografia, optou-se por desenvolver um dos tipos
de contenções periféricas adoptadas na construção civil – as Contenções do tipo
Berlim. A escolha do tema a abordar deveu-se não só à importância deve tipo de
contenções no suporte de escavações urbanas em Portugal, mas também ao meu
interesse em adquirir maior conhecimento relativamente a este tipo de estruturas.
Considerando os objectivos da disciplina em que a presente monografia se insere, o
conteúdo desenvolvido na mesma não pretendeu abordar aspectos relacionados com o
dimensionamento destas estruturas, visando antes dar conhecimento acerca da
aplicabilidade deste tipo de solução (Capítulo 2), do processo construtivo associado
ao mesmo (Capítulo 3), dos equipamentos e materiais necessários à sua aplicação
(Capítulo 4) e ainda das vantagens e desvantagens da escolha da sua utilização
(Capítulo 5). No Capítulo 6 é feita referência a um caso real em que a execução
incorrecta de uma parede de Berlim acarretou danos graves em habitações adjacentes.
Por fim, no capítulo 7, efectua-se uma breve conclusão relativamente aos aspectos
desenvolvidos no âmbito do trabalho.
É ainda importante salientar que se procurou ao longo da presente monografia
acompanhar, sempre que possível, os conteúdos teóricos desenvolvidos com fotografias
ou figuras que permitam uma melhor compreensão dos aspectos abordados.
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2. Campo de aplicação das paredes de Berlim
Com o desenvolvimento dos meios urbanos assistiu-se à procura de novo espaço
para o crescimento das áreas edificadas, ao aumento da procura de espaços comerciais
e à expansão da rede de transportes terrestre, tendo-se verificando, por conseguinte, a
necessidade de criação de mais espaço, onde o existente já esta incontornavelmente
condicionado.
Como solução para estes problemas têm-se recorrido ao subsolo e à volumetria que
se torna disponível com a remoção de solo abaixo da cota superficial. Aliado às
operações de grandes escavações para a obtenção de maior espaço disponível, surgiu a
necessidade de estabilização do terreno circundante. Assim, com excepção de raros
casos em que as intervenções se realizam em locais isolados que não justificam a
adopção de técnicas mais complexas, na generalidade das situações, este tipo de
procedimentos é condicionado ou pela existência de estruturas adjacentes que
obrigatoriamente não podem ser afectadas ou de infra-estruturas cujos danos ou
simples interrupção do seu funcionamento se traduziria uma situação muito onerosa.
Para fazer face à questão da estabilidade do terreno adjacente a uma escavação, ao
longo dos anos têm sido adoptadas várias soluções de suporte, melhoradas
função da evolução da técnica e dos materiais disponíveis, as quais visam garantir,
dentro dos limites razoáveis, que a acção de escavação a desenvolver não perturba a
situação existente.
A contenção do tipo de Berlim é uma das soluções de suporte existentes e é uma
técnica aplicável em solos com características boas a médias e com pouca água no
subsolo. É uma solução frequentemente utilizada em Portugal, nomeadamente para a
contenção de escavações para túneis rodoviários e do metropolitano, passagens
desniveladas, parques de estacionamento sobre áreas públicas ou em caves de vários
níveis em terrenos urbanos.
O tipo de contenção em estudo consiste, genericamente, na instalação no terreno de
perfis metálicos verticais, geralmente da série HE, separados entre si a uma
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determinada distância, entre os quais são moldados painéis em betão armado. A
estabilização destas contenções é efectuada provisoriamente através de elementos
metálicos, tais como ancoragens e escoramentos, os primeiros instalados geralmente no
centro dos painéis.
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3. Metodologia construtiva
Previamente ao desenvolvimento das fases de construção propriamente ditas, é
necessário desenvolver-se um conjunto de operações prévias, as quais são
essenciais para o bom funcionamento das etapas seguintes. Deve ainda
estabelecer-se a plataforma de trabalho. Assim, antecipadamente à construção da
parede de Berlim deve:
Proceder-se ao reconhecimento do local, com vista à definição de
processos adequados para a remoção de eventuais obstáculos que
possam vir a intervir com o desenvolvimento das etapas construtivas
seguintes;
Assegurar uma superfície de trabalho mais ou menos horizontal, livre de
obstáculos, com altura suficiente para a operação dos equipamentos;
Drenagem adequada da superfície do terreno de forma a evitar eventuais
alagamentos no decorrer dos trabalhos resultantes de eventuais períodos
de precipitação;
Afastamento ou eliminação de todas as estruturas e ou redes enterradas ,
tais como redes de abastecimento de água e de esgotos,
telecomunicações, restos de fundações, raízes, que possam interferir com
os trabalhos a desenvolver, bem como as que possam afectar a
estabilidade do terreno durante as operações de escavação;
Recepção de materiais e máquinas , bem como a implantação e
piquetagem ou marcação das posições correctas onde serão colocados os
perfis da cortina;
Na eventualidade da escavação a realizar poder comprometer a
estabilidade de estruturas limítrofes, deverão ser efectuados os
necessários escoroamentos e ou reforços;
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Realizadas as operações prévias e estabelecida a plataforma de trabalho,
dá-se início à construção da parede de Berlim. As fases construtivas
desenvolvidas durante este tipo de contenção são descritas nos parágrafos
seguintes, apresentando-se igualmente, sempre que possível, fotografias tiradas
em contexto real, mais especificamente na obra da contenção periférica de Berlim
existente ao longo da via rodoviária “IC17 CRIL - Sublanço Buraca / Pontinha - Nó de
Alfornelos”.
Assim sendo, a primeira etapa para a construção de uma parede de Berlim, consiste
na execução de furos para colocação dos perfis verticais metálicos. A distância
entre furos pode variar com o terreno ou com as solicitações das construções
vizinhas.
Fotografia 1 – Execução da furacão
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Após a execução dos furos, procede-se à colocação dos perfis metálicos, soldados
topo a topo, com ajuda de uma grua. No fundo faz-se a selagem com calda de
cimento para garantir o encastramento no fundo. Serão os perfis metálicos que
resistirão ao esforço vertical produzido pelas ancoragens, peso das entivações e
pela componente vertical do impulso das terras e eventualmente a sobrecarga
provinda de edifícios vizinhos.
Nas 2 fotografias seguintes, pode observar-se a colocação sequencial de dois perfis
verticais metálicos na parede de Berlim construída na “IC17 CRIL - Sublanço Buraca
/ Pontinha - Nó de Alfornelos”. Por sua vez, a Figura 1 ilustra esquematicamente um
exemplo da disposição em planta de perfis metálicos de uma contenção do tipo
Berlim.
Fotografia 2 – Colocação do perfil vertical
metálico 1
Fotografia 3 – Colocação do perfil vertical
metálico 2
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Figura 1 – Disposição em planta de perfis metálicos verticais colocados ao longo de uma
contenção periférica tipo Berlim
Colocados os perfis verticais metálicos, é realizada a escavação da vala para a
execução da viga de coroamento. Segue-se à escavação da vala, a execução da
referida viga de coroamento, a qual tem por objectivo ligar os diversos perfis já
cravados no terreno.
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Fotografia 4 – Execução da viga de coroamento
Findada a execução da viga de coroamento dos perfis, procede-se à escavação
geral para a execução do primeiro nível de painéis primários. Esta escavação é
realizada deixando apenas a área correspondente à execução dos painéis primários
acrescida dos espaço necessário à implantação dos varões de espera para os
painéis secundários (laterais) e painel primário seguinte (cota inferior). Nas zonas
dos painéis secundários são deixadas banquetas, de forma a se garantir a
estabilidade da escavação (ver Fotografia 5).
Figura 2 – Escavação do primeiro nível de
painéis primários e banquetas para os painéis
secundários
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Fotografia 5 – Escavação geral para a execução dos
primeiro nível de painéis primários
Segue-se a execução dos painéis primários, etapa em que é montada a armadura
dos painéis, seguida de cofragem e, por fim, da betonagem dos painéis.
Assim, relativamente à montagem da armadura, é importante fazer referência à
amarração dos varões superiores da viga de coroamento à armadura dos painéis e
ao facto de que na zona inferior do painel é usual e aconselhável deixarem-se
varões de espera dentro de uma caixa de areia, a qual após a escavação do nível
seguinte se desmorona por acção da gravidade deixando visíveis os varões para
amarração do painel seguinte.
Relativamente à cofragem, para permitir a entrada do betão a parte superior desta
deve ser inclinada, resultando restos “cachimbos” de betão que são demolidos de
imediato aquando da execução das lajes.
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Previamente às operações de betonagem devem ser deixados negativos da
ancoragem (utilização de, por exemplo, um tubo de plástico), de forma a que exista
um furo que permita localizar o posicionamento da futura ancoragem (ver um
negativo em pormenor na Fotografia 7 e o posicionamento da futura ancoragem
após betonagem na Fotografia 8).
Nas zonas onde se realizam as ancoragens as armaduras podem ser reforçadas por
meio de contrafortes para evitar que se dê o fenómeno de punçoamento. Este
procedimento adopta-se, por exemplo, junto a avenidas de grande movimento onde
qualquer assentamento teria consequências bastante graves.
Fotografia 6 – Preparação para betonagem
dos painéis primários
Fotografia 7 – Negativo para a ancoragem
Por fim, a betonagem dos painéis, é a operação que finaliza a etapa de execução
dos painéis primários.
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Figura 3 – Painéis primários executados e
banquetas para os painéis secundários
Findada a execução dos painéis primários, realizam-se as ancoragens e a colocação
de escoras nos painéis primários. A ancoragem é essencialmente um elemento
estrutural que transmite uma força de tracção da estrutura principal a uma zona do
terreno adjacente, mobilizando a resistência ao corte desse terreno.
As ancoragens são aplicadas no terreno através de cabos de aço de alta resistência,
sendo efectuada a selagem destas ao terreno através de calda de cimento (à base
de água e cimento). A operação de selagem tem como objectivos a ligação da
armadura ao terreno na zona de amarração, a protecção contra a corrosão na zona
de amarração e ainda o preenchimento dos vazios do terreno que possam consentir
perda de calda envolvente, principalmente na zona de selagem. O processo de
ancoragem compreende as fases seguintes:
Perfuração dos furos para a colocação dos cabos de ancoragem (pode
ver-se no lado direito da Fotografia 10 a realização da perfuração de um
painel);
Colocação dos cabos de aço (conforme mostra a Fotografia 10, nos 8
primeiros painéis da sequência implementada);
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Selagem através da injecção da calda de cimento (primária e secundária)
– a sua injecção é feita de forma continua e sem interrupções na zona de
selagem até se obter a pressão de injecção adequada (ver Fotografia 11);
Aplicação do pré-esforço – o cabo de aço é sujeito a tensionamento,
sendo impedida a sua recuperação através da utilização de cunhas de
ancoragem. Normalmente o tensionamento dos cabos de ancoragem é
feita normalmente 7 dias após a ultima injecção de calda. Este período
pode no entanto ser reduzido para cerca de 4 quando aplicado o
acelerador de endurecimento da calda de cimento.
Terminada a execução dos painéis primários e efectuadas as ancoragens e
colocação de escoras nos painéis primários, estão reunidas as condições a remoção
das banquetas, ficando, por conseguinte, toda a plataforma ao mesmo nível (ver
Fotografia 8).
Fotografia 8 – Painéis primários executados com
a localização para posicionamento da futura
ancoragem
Removidas as banquetas, fica concluída a escavação do primeiro nível de painéis,
sendo executados em seguida os painéis secundários do primeiro nível, de forma
idêntica à enunciada para os painéis primários (ver Fotografia 9).
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Terminada a execução dos painéis secundários, são realizadas as ancoragens e a
colocação de escoras nestes painéis (ver Fotografia 10).
Fotografia 9 – Execução dos painéis
secundários do primeiro nível
Fotografia 10 – 1º nível de painéis
executado (painéis primários e
secundários), ancoragem dos painéis
primários já realizada e furacão dos
painéis secundários para ancoragem
Fotografia 11 – Selagem dos cabos de
ancoragem
Fotografia 12 – Pormenor de uma cabeça de ancoragem
Finalizado o primeiro nível da contenção definitiva, prossegue-se com a execução
da parede até à cota de fundação, adoptando em cada um dos níveis de escavação
previstos os procedimentos descritos anteriormente.
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Por fim, procede-se à escavação e à execução das sapatas dos painéis
correspondentes ao último nível, no caso de ser aplicável uma solução de fundação
superficial, ou realiza-se uma maciço de encabeçamento de estacas, no caso se ser
necessário uma fundação profunda. Concluídas as fases anteriores, procede-se à
desactivação das ancoragens estabelecidas.
Em seguida apresentam-se algumas fotografias que apresentam algumas das
etapas da construção dos 3 níveis de painéis que fizeram parte da parede de Berlim
existente, na já referida obra, “IC17 CRIL - Sublanço Buraca / Pontinha - Nó de
Alfornelos”.
Fotografia 13 – Execução dos painéis 2 os do
2º nível
Fotografia 14 – Execução do 2º nível (painéis
1os e 2os)
Fotografia 15 – Furacão dos painéis
secundários do 2º nível da parede para
Fotografia 16 – Primeiro e segundo níveis da
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ancoragem parede de Berlim finalizados
Fotografia 17 – Execução dos painéis
secundários do terceiro nível da parede de
Berlim
Fotografia 18 – Ancoragens do 3º nível de
painéis da parede de Berlim
Fotografia 19 –Alçado da parede de Berlim existente na IC17 CRIL-Sublanço
Buraca/Pontinha-Nó de Alfornelos
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4. Materiais e Equipamentos utilizados
Para a execução das fases construtivas referidas no capítulo anterior, é necessário um
conjunto de equipamentos e materiais, de entre os quais se destacam pela sua
importância os seguintes:
Trado para furacão dos espaços onde serão colocados os perfis verticais
metálicos. Quando em presença de solo rochoso o trepano é utilizado
para a colocação dos perfis ou para executar as ancoragens;
Perfis verticais metálicos da série HE , sendo por vezes utilizados perfis
com secções circulares;
Grua para auxilio da colocação dos perfis metálicos verticais;
Escavadora para as operações de escavação a realizar. Se o terreno for
rochoso a escavadora é equipada com um martelo;
Martelo pneumático para destruição do cachimbo da betonagem;
Especificamente para a realização das ancoragens são utilizados:
Equipamento de furacão;
Elementos de fixação e ancoragens – os elementos de fixação
existentes são de diversos tipos, porém têm de apresentar uma
composição e resistência apropriadas às forças e pressões e
pressões que são aplicadas tanto em fase de colocação como em
fase posterior, devendo suportar as acções do terreno, podendo
ou não ser agravadas na fase de colocação;
Ferramentas diversas de furacão tais como varas, martelo de
fundo de furo, martelo de superficie; “caisng”, bits de furacão;
Compressor ;
Calda de cimento ;
Bomba de injecção para a injecção da calda de cimento na zona
de selagem e misturadora de alta turbulência para a calda de
cimento, de forma a garantir a uniformidade na qualidade da
calda;
Bomba de água , se necessária;
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Equipamento de pré-esforço : Macaco hidráulico e bomba de pré-
esforço;
Máquina de soldar .
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5. Vantagens e desvantagens
Como em qualquer processo construtivo, as contenções de Berlim apresentam
vantagens e desvantagens na sua aplicação. Como vantagens da execução deste
tipo de contenção definitiva destacam-se as seguintes:
É uma solução com custos moderados quando o desnível de terras a
conter não é superior a cerca de 12 m e quando os terrenos a conter
apresentam média a elevada compacidade e/ou coesão;
Não exige grande área de estaleiro nem pessoal e tecnologia
especializada;
comparativamente a outros tipos de contenção, como sejam as paredes
moldadas, em lotes muito estreitos, as paredes de Berlim apresentam
vantagem, já que o equipamento utilizado pode operar em áreas com
pouco espaço;
Facilidade na execução da construção deste tipo de contenção,
permitindo bons rendimentos diários em área de parede;
Permitem em simultâneo a realização da escavação e a execução da
contenção;
Dispensam acabamentos finais relevantes, como os necessários por
exemplo em cortinas de estacas;
Por outro lado, a aplicação deste tipo de contenção definitiva apresenta como
principais desvantagens as seguintes:
possibilidade de poder ocorrer a descompressão dos terrenos durante as
operações de escavação, podendo acarretar, por conseguinte,
assentamentos em edifícios vizinhos;
não devem ser utilizadas em solos incoerentes ou de nível freático
interferente com a contenção;
a sua aplicação é relativamente limitada em termos de profundidade;
requerem espaço para além da escavação para as ancoragens:
a cravação dos perfis metálicos pode produzir vibrações indesejáveis.
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6. Caso prático da utilização da contenção definitiva tipo Berlim
No capítulo 3, foi apresentado o faseamento construtivo associado às contenções
de Berlim, ilustrando-se o processo com fotografias da sua aplicação em contexto
real, mais especificamente na contenção de terras na via rodoviária IC17 CRIL -
Sublanço Buraca / Pontinha - Nó de Alfornelos”. A aplicação deste tipo de estrutura
de suporte foi implementada com sucesso para os objectivos a que se destina, à
semelhança do que se verifica em grande parte das obras em que estas soluções
são aplicadas.
Porém, em algumas situações, a execução destas estruturas podem acarretar
prejuízos em áreas adjacentes à sua área de implementação, conforme foi já
referido como desvantagem do processo no capítulo 5, nomeadamente se os
procedimentos a adoptar para a sua execução não forem adequados. Assim, no
presente capítulo apresenta-se um exemplo de um caso real em que a incorrecta
execução da obra de contenção de Berlim, entre outros factores, acarretou sérios
danos nas habitações adjacentes à área em que a mesma foi implementada.
Em 1997, numa urbanização de Queluz, no concelho de Sintra, foi efectuada uma
escavação com cerca de 15 metros de altura para a construção de um silo-auto, o qual
visava resolver os problemas de estacionamento existentes na zona. Durante 2 anos a
escavação permaneceu a céu aberto, não tendo sido construída qualquer estrutura de
suporte que minimizasse a descompressão do maciço resultante da escavação e que
garantisse a segurança dos edifícios adjacentes.
Após 2 anos da abertura da escavação, foi decidido pelo Dono de Obra construir uma
contenção do tipo de Berlim para garantir a estabilidade dos terrenos e de toda a
urbanização. A parede de contenção periférica, com 4 níveis de painéis principais, não
foi construída de forma alternada, sendo o maciço escavado de uma única vez para
cada nível de painel, sem ser de forma faseada com painéis betonados alternados com
banquetas de maciço por escavar. Paralelamente, apenas se efectuaram ancoragens
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nos segundos e terceiros níveis de painéis, ficando os restantes desprovidos de
travamento.
Passados 3 meses do início das operações, a parede com 15 metros de altura e
aproximadamente 70 metros de desenvolvimento estava concluída. A Figura 4
apresenta um esquema da parede construída em corte, ilustrando a Fotografia seguinte
a contenção em fase de finalização.
Fotografia 20 – Parede de Berlim em fase de
finalização
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Figura 4 – Esquema ilustrativo em corte da parede de
Berlim construída
Durante os 2 anos em que a escavação esteve sem suporte, as habitações adjacentes
sofreram alguns danos, tais como ligeiros assentamentos das fundações dos edifícios,
fissurações nos revestimentos das paredes e pavimentos e de fendilhações nas
cantarias aplicadas.
No decorrer da construção da obra de contenção, o alívio de tensões provocado pela
escavação, associado ao ritmo acelerado de construção da parede e à forma como a
mesma foi executada, acarretaram a evolução rápida das fissurações e fendilhações já
registadas nos edifícios, e, ainda mais grave, levaram a cabo diversos escorregamentos
de terreno, tendo os edifícios contíguos à escavação sido seriamente danificados. Como
danos decorrentes da construção incorrecta da obra de contenção destacam-se os
seguintes:
assentamentos diferenciais nos edifícios;
fissurações;
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fendilhações;
rotura dos pavimentos térreos com aparecimento de calda de cimento;
inclinação de 6 cm no topo de um dos edifícios no sentido da escavação,
devido aos movimentos de terras (ver Fotografia 22).
Fotografia 21 – Rotura e levantamento do
pavimento de uma divisão
Fotografia 22 – Deslocamento do topo de
um edifício, patente na junta de dilatação
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7. Conclusão
O crescimento urbano e a necessidade de criação de mais espaço levou à crescente
utilização do subsolo para suprir as carências de espaço existentes. A utilização do
subsolo acarreta que se façam grandes escavações, as quais requerem, por
conseguinte, a estabilização do terreno circundante.
As contenções definitivas de Berlim são uma das soluções de suporte existentes e têm
vindo a ser frequentemente adoptadas no nosso Pais, em áreas com solos com
características boas a médias e com pouca água no subsolo.
São várias as etapas que consubstanciam a construção de uma parede de Berlim, sendo
o início desta obra marcado pela operação de furacão para a colocação de perfis
verticais metálicos, espaçados a uma determinada distância entre si e ligados
posteriormente através de uma viga de coroamento. Após a viga de coroamento, segue-
se a etapa de escavação, betonagem e eventual ancoragem ou escoramento de painéis
primários do primeiro nível, deixando-se banquetas no segundo nível. Executada esta
fase, a construção prossegue com a remoção das banquetas e execução dos painéis
secundários do primeiro nível, de forma idêntica aos painéis primários. Executa-se a
parede de contenção até à cota de fundação, adoptando em cada nível os
procedimentos descritos para o primeiro nível. A escavação e a execução das fundações
dos painéis correspondentes ao último nível e a desactivação das ancoragens
estabelecidas marcam o final da empreitada de construção da obra de suporte em
estudo.
Como vantagens deste tipo de contenção destaca-se o custo moderado associado à sua
execução, a sua adaptabilidade a zonas urbanas com pouco espaço e a dispensa de
acabamentos finais relevantes, como os requeridos noutras soluções, como sejam por
exemplo as cortinas de estacas. Por outro lado, a possibilidade de poder ocorrer a
descompressão dos terrenos durante as operações de escavação, com consequentes
assentamentos em edifícios vizinhos é a principal desvantagem associada às
contenções do tipo de Berlim.
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Por fim, importa ainda salientar que é de extrema importância a execução de estudos
geológicos e geotécnicos que procedam o projecto de escavações e contenções
periféricas, e a correcta execução das fases construtivas associadas à implementação
da contenção em apreço, de forma a se minimizarem as desvantagens associadas a
uma obra desta natureza, e, a evitar, por conseguinte, danos em habitações ou infra-
estruturas adjacentes como é o caso do exemplo descriminado no capítulo anterior.
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8. Bibliografia
FARINHA, M. B. (2005). Apontamentos de Processos de Construção e Edificações I.
Instituto Superior de Engenharia de Lisboa.
GAMBOA, M. (20009). Slides de apoio à disciplina de Processos de Construção e
Edificações I. Instituto Superior de Engenharia de Lisboa.
ROXO, JORGE M.C. (2000). Análise de uma (In)contenção Periférica em Paredes tipo
Berlim. VII Congresso Nacional de Geotecnia.
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