não confundamos amar com o fato de estar acostumado a viver com alguém. se muitos casamentos...
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Não confundamos amar
com o fato de estar
acostumado a viver com
alguém.
Se muitos casamentos
perduram longos e
longos anos, nem sempre
é por amor, mas porque
se acostumaram a viver
juntos, porque se dão
bem e porque é mais
cômodo não mudar a
situação.
Quando a relação se quebra, quando um dos dois toma finalmente a
coragem de dizer "acabou" os dois sofrem.
Mas não é um sofrimento causado pela perda de um
amor, pois o amor já se perdeu há muito.
O que causa o sofrimento é ter que encarar a
realidade, a família, os amigos e de ter que se olhar no espelho e se
dizer:
"- preciso recomeçar."
O que causa o sofrimento é a sensação de ter feito
alguma coisa da vida que não deu certo e isso nos
faz sentir o quanto somos falíveis.
Muitas pessoas gostam de comodismo.
É melhor não mudar nada.
Assim, não ganhamos nada e nada perdemos.
Há casais que se habituam tanto a estar juntos que no
fim acabam se parecendo até fisicamente, como irmãos.
É a amizade que os une, a fraternidade e por isso estão
juntos.
Se se sentem felizes dessa forma, bom para os dois.
São pessoas que não pedem muito da vida e se contentam
com o que têm.
Outros mantém as aparências, mas interiormente são infelizes.
Só que preferem ser infelizes a vida toda que ter que assumir
que alguma coisa morreu daqueles sonhos do início.
Uma verdadeira relação de amor que perdura a vida toda, é coisa
rara.
Vemos muitos casais sorridentes, tranqüilos, mas só eles sabem o que se passa por detrás da porta
quando estão em casa.
Muitos se surpreendem
quando ouvem falar de
certas separações e até
criticam, mas essas
pessoas não sabem o
que vai dentro dos
corações, não conhecem
as dúvidas, brigas,
noites mal dormidas,
lágrimas derramadas e
infelicidades
acumuladas.
A vida não é uma linha reta
e sem pedras.
É um caminho sem voltas
sim, sem dúvida, mas à
frente há sempre novas
direções.
Deus não nos constituiu juízes
de ninguém.
Ele nos fez amigos.
E amigos entendem,
amigos se dão as
mãos, amigos
oferecem ombros,
amigos respeitam as
decisões dos outros e
desejam a felicidade
para eles acima de
tudo.
Antes de julgar, ore.
Antes de falar, reflita.
Não defendo aqui o divórcio, nem as separações.
Defendo, sim, o direito das pessoas serem felizes e o livre arbítrio delas, sem que tenham que suportar, além das dores já
vividas, olhares acusadores.
Todo mundo tem direito à felicidade, todo mundo tem o
direito de reconhecer que tomou o mau caminho e que quer
mudar de direção.
Ninguém deve ser condenado à
perpetuidade porque um dia o coração falou mais alto que a razão e ele estava errado.
Mas a todos deve ser dado
o direito de recomeçar.
Créditos:
Texto: Letícia Thompson
Imagens: Getty Images
Formatação: Mara Lúcia
Música:
Somewhere in my Soul - Ernesto Cortazar
Maio/2006
Site da autora:
http://www.leticiathompson.net/
Ao repassar, por favor, não modifique e nem retire os créditos.