neoglaziovia variegata (arruda) mez

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DANIELA GARCIA SILVEIRA MICROPROPAGAÇÃO E VARIABILIDADE GENÉTICA DE POPULAÇÕES NATURAIS DE CAROÁ [Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez]. FEIRA DE SANTANA BAHIA 2009

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Page 1: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

DANIELA GARCIA SILVEIRA

MICROPROPAGAÇÃO E VARIABILIDADE GENÉTICA DE

POPULAÇÕES NATURAIS DE CAROÁ

[Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez].

FEIRA DE SANTANA – BAHIA

2009

Page 2: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA

MICROPROPAGAÇÃO E VARIABILIDADE GENÉTICA DE

POPULAÇÕES NATURAIS DE CAROÁ

[Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez].

DANIELA GARCIA SILVEIRA

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Botânica da Universidade

Estadual de Feira de Santana como parte

dos requisitos para a obtenção do título de

Doutor em Ciências - Botânica.

ORIENTADOR: PROF. DR. José Raniere Ferreira de Santana (UEFS)

CO-ORIENTADOR: DRA. Fernanda Vidigal Duarte Souza (Embrapa)

FEIRA DE SANTANA – BA

2009

Page 3: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

Ficha catalográfica: Biblioteca Central Julieta Carteado

Silveira, Daniela Garcia S587m Micropropagação e variabilidade genética de populações

naturais de caroá [Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez] / Daniela

Garcia Silveira. – Feira de Santana, Bahia, 2009.

172 f.: il.

Orientador: José Raniere Ferreira de Santana

Co-orientadora: Fernanda Vidigal Duarte Souza Tese (Doutorado em Botânica)– Programa de Pós – Graduação em

Botânica, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, 2009.

1. Bromeliaceae. 2. Cultura de tecidos. 3. Germinação de

sementes. 4. Extração de fibras. 5. Aclimatização. 6. Anatomia foliar. I. Santana, José Raniere Ferreira de. II. Souza, Fernanda Vidigal Duarte. III. Universidade Estadual de Feira de Santana. IV. Departamento de Ciências Biológicas. V. Título.

CDU: 582.564

Page 4: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez
Page 5: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

Aos meus filhos, Mariana e Marcius, por tudo que representam

em minha vida: a alegria, a paz e a certeza de que a vida é especial.

A meu esposo e companheiro, Nininho,

por todos esses anos de carinho e incentivo;

Aos meus pais por tudo e sempre.

Page 6: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

...”Leve na sua memória, para o resto da vida, as coisas boas que

surgiram nas dificuldades. Elas serão uma prova de sua capacidade e

lhe darão confiança diante de qualquer obstáculo”.

Chico Xavier

Page 7: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

AGRADECIMENTOS

A elaboração de uma tese não é um trabalho que se pode fazer sozinho. Várias

pessoas contribuíram para que essa pesquisa chegasse ao fim. Por isso, aqui

deixo meus agradecimentos a todos que, direta ou indiretamente, colaboraram

comigo para a realização desse trabalho.

Em especial, quero lembrar alguns que estiveram ao meu lado em todos os

momentos, principalmente quando o caminho parecia mais árduo.

Em primeiro lugar agradeço a DEUS, cuja centelha divina habita em meu ser e

que, durante todo o tempo manteve acesa minha FÉ na realização desse

trabalho.

Ao Professor Dr. José Raniere Ferreira de Santana pela valiosa orientação,

atenção, colaboração e principalmente, pela confiança demonstrada durante

esses anos para a realização desse trabalho. Agradeço por participar

efetivamente de todas as etapas e decisões, dividindo as pequenas vitórias e

enfrentando os problemas. Obrigada pelas conversas e incentivo a minha vida

profissional, pela amizade e oportunidades!

A Pesquisadora Dra. Fernanda Vidigal Duarte Souza que me ajudou nesse

trabalho, desde a idealização até a sua finalização, participando efetivamente com

suas palavras de incentivo, compreensão e, principalmente, pelas observações e

orientações precisas para a realização dessa tese. Ao longo desses quatro anos

de doutorado, tive a oportunidade e o privilégio de renovar meus conhecimentos e

vivenciar novas situações, que se tornaram lições valiosas para minha vida.

Obrigada por ter sido durante todo o tempo minha orientadora, amiga e

principalmente, pelo exemplo de vida.

Page 8: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

A Professora Dra. Claudineia Pelacani, pelos ensinamentos, amizade, confiança,

disponibilidade, sugestões e principalmente pela orientação, durante a primeira

etapa desse trabalho. Meu mais sincero obrigada.

Ao Pesquisador Dr. Antonio Souza pela transmissão de conhecimentos, atenção,

incentivo, apoio e amizade. Obrigada pelo exemplo de amor à pesquisa!

Ao Pesquisador Dr. Carlos Ledo pela ajuda inestimável nas análises estatísticas

dos dados. Obrigada também pela amizade.

Ao Pesquisador Dr. Edson Perito e a Professora Dra. Cláudia Carneiro pelas

sugestões, disponibilidade, colaboração e amizade.

A Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, pelo suporte técnico e possibilidade

de realizar este trabalho.

A Cooperativa Regional de Artesãs Fibras do Sertão (COOPERAFIS) pelo

excelente trabalho que vem desenvolvendo no Nordeste da Bahia, pelo incentivo

e apoio, essenciais para a realização deste trabalho. Obrigada pelo carinho e

confiança!

Ao BNB e a FAPESB, por terem apoiado o projeto que resultou nesse trabalho.

A CAPES, pela concessão da bolsa de estudos durante o curso.

Ao Senhor José Elias (Seu Zé), proprietário do sítio em Valente (BA), que além de

conceder as plantas e frutos, me ajudou a conhecer mais o caroá, com sua rica

vivência na Caatinga. Obrigada pela amizade e pelo carinho!

Aos funcionários do Laboratório de Cultura de Tecidos da Embrapa, Tânia,

Honorato, Osvaldo, Keuder e Fiuza, que me acompanharam desde minha

graduação até o doutorado, dando auxílio, apoio e carinho. Muito obrigada pela

nossa amizade!

Page 9: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

Aos amigos do Laboratório de Cultura de Tecidos da Embrapa, Ádila, Sandra,

Juracy, Hilo, Taliane, Mariane, Meire, Elaine, João Paulo, Paulo Vidal, Karine,

Kelly, Celma, Moema, Nagela, Leia, Fred, Helder e Mariana, pelo ótimo convívio,

ajuda e companheirismo. Obrigada pelas alegrias e confiança!!!

Aos amigos do Laboratório de Biologia Molecular da Embrapa, Kátia, Vânia,

Epaminondas, Raimundão, Helison, Lívia, Paulinho, Welder, Marise, Gean

Capinan, Daniela, Juliana e Lourenço, que me receberam com carinho e me

deram todo o suporte para a realização do trabalho nesse laboratório.

Ao funcionário de campo da Embrapa, Benedito Conceição „Catacome‟, pela

ajuda, carinho e amizade.

A amiga Kátia Leão, que está sempre comigo, dando-me força, incentivo e apoio

em todos os momentos, alegres e tristes, da minha vida. Obrigada amiga por

tudo!

As amigas, Cristina Nepomuceno e Sandra Queiroz, pelo companherismo,

carinho e pelas boas e acolhedoras conversas.

Aos amigos, Selma Diamantino e Francisco Pinheiro, que me ajudaram na coleta

das plantas.

Aos Pesquisadores da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Janay Serejo,

Tatiana Junghans, José Renato Cabral, Sebastião de Oliveira, Paulo Ernesto

Meissner, Eduardo Chumbinho, Claudio Leone, pela atenção, convívio e amizade.

A equipe de professores, funcionários e estudantes dos laboratórios do Horto

Florestal da UEFS, pela convivência e colaboração ao longo desses quatro anos

de doutorado. Janilza, Solange, Alone, Ana Paula Rios, Cimile e Ivana, muito

obrigada!

Aos meus filhos e ao meu esposo que me entenderam e me ajudaram, cada um

do seu jeitinho, a realizar essa etapa da minha vida. EU AMO VOCÊS!!!

Page 10: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

Aos meus pais e minhas irmãs, pelo carinho e apoio.

E a todos os meus familiares que estão presentes em todos os momentos da

minha vida.

MUITO OBRIGADA!!!

Page 11: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS

INTRODUÇÃO GERAL 1

Capítulo 1. 9

Resposta germinativa de sementes de caroá [Neoglaziovia

variegata (Arruda) Mez] à temperatura e estresse osmótico.

Capítulo 2. 27

Micropropagation and in vitro conservation of Neoglaziovia

variegata (Arruda) Mez, a fiber producing bromeliad from

Brazil.

Capítulo 3. 41

Development of micropropagated shoots and plants of caroá

[Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez)] in different

substrates.

Capítulo 4. 60

Enraizamento in vitro e aclimatização de mudas

micropropagadas de caroá [Neoglaziovia variegata (Arruda)

Mez].

Capítulo 5. 81

Anatomia foliar de caroá [Neoglaziovia variegata (Arruda)

Mez] sob diferentes condições de cultivo.

Capítulo 6. 105

Variabilidade genética de populações naturais de caroá por

meio de marcadores RAPD.

CONCLUSÕES GERAIS 128

Page 12: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

RESUMO 130

ABSTRACT 132

ANEXOS 134

Page 13: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

1

INTRODUÇÃO GERAL

A Caatinga é encontrada em cerca de 70% do Nordeste Brasileiro,

apresentando clima quente e precipitação média anual de 300 a 800 mm, com

época de estiagem que se estende, em média, por seis a sete meses. Essa

região é composta de árvores e arbustos baixos com características xerofíticas,

abrigando várias espécies da família Bromeliaceae, dentre as quais pode-se

destacar a Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez, conhecida vulgarmente como

caroá ou crauá (Figura 1 A) (Xavier, 1982). Essa espécie é nativa da Caatinga e

apresenta grande importância econômica para o Nordeste, pois sua fibra (Figura

1 B) se presta à industrialização (Bernades, 1999) e a produção de diversos

artesanatos.

Na primeira metade do século passado, entre os anos 30 a 50, as fibras de

caroá produziram um fino linho com padronagens belíssimas que foi bastante

usado pela sociedade da época, inclusive pelo então Presidente Getúlio Vargas.

Sua exploração, no entanto, foi abandonada no início da década de 50, com o

surgimento do nylon sintético importado dos Estados Unidos (Ribeiro, 2007).

Xavier (1982) e Ribeiro (2007) relataram que os estudos com essa espécie

iniciaram no século XIX, mais precisamente no ano de 1810, a pedido do Príncipe

Regente e do governador da Província da Paraíba, Fernando Delgado Freire de

Carvalho, ao naturalista paraibano Manoel de Arruda Câmara, que descreveu

botanicamente essa espécie. Vários estudos e incentivos do Governo Federal

daquela época à industrialização das fibras do caroá não obtiveram êxito, pois

não foi possível competir com a fibra sintética.

Atualmente, as fibras do caroá voltaram a ser uma das principais fontes de

emprego e renda para diversas famílias nordestinas com a fabricação de produtos

artesanais como chapéus, bolsas, tapetes, entre outros produtos, que são

vendidos em feiras e lojas da região (Figura 1 C, D e E). Contudo, a associação

de artesãs da Bahia (COOPERAFIS) vem divulgando os produtos do caroá em

eventos nacionais que são realizados em todo o Brasil, impulsionando assim a

importância econômica dessa espécie no Nordeste, principalmente na economia

baiana, destacando-se a geração de trabalho e renda com o artesanato.

Page 14: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

2

Figura 1. Processo artesanal da fibra de caroá [N. variegata (Arruda) Mez]: planta

de caroá na Caatinga (A), fibras de caroá secando ao sol (B), trabalho manual

com a fibra (C) e produto final com a fibra de caroá (D, E).

O uso dessa fibra é feito desde o século passado de forma extrativista visto

que esta espécie ainda não apresenta nenhum sistema de cultivo. Ribeiro (2007)

relata que o caroá ocupava em 1942 uma área de 27 milhões de hectares,

segundo relatório do Ministério da Agricultura daquele ano, o que equivale a 1/3

das terras do Semi-Árido e que, com toda a devastação sofrida na Caatinga,

possivelmente ainda dispõe de 20% das reservas nativas do caroá, cerca de 5

milhões de hectares. Contudo, nas áreas em que há maior concentração de

artesãs, como exemplo nos municípios de Valente e Araci (BA) onde se localiza a

COOPERAFIS (Cooperativa Regional de Artesãs Fibras do Sertão), está

ocorrendo o desaparecimento dessa planta, obrigando as artesãs a irem cada vez

mais longe realizar a coleta. A causa pode ser devida tanto ao sistema de corte

adotado pelas artesãs nestas comunidades, como a própria devastação da

Caatinga pelas atividades agropecuárias na região, que entendem o caroá como

uma planta invasora e sem valor comercial.

A preocupação das artesãs da COOPERAFIS com o desaparecimento do

caroá nas suas comunidades serviu como ponto de partida para que a espécie

C D E

A B

Page 15: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

3

voltasse a ser estudada, visando principalmente à geração de conhecimentos que

possam subsidiar o estabelecimento de um sistema de cultivo e produção. O

cultivo sistematizado do caroá evitará o extrativismo predatório, como também a

atividade produtiva das artesãs não será colocada em risco, além de se tornar

mais organizada e com capacidade de expansão e planejamento. No entanto, um

dos passos fundamentais no estabelecimento de um sistema de cultivo e

produção se constitui no desenvolvimento de um método de propagação eficiente

para obtenção de mudas sadias.

Apesar de o caroá ser uma espécie nativa e de uso econômico, as

tentativas de cultivo não obtiveram muito sucesso até agora, sendo um dos

principais problemas observados, a baixa taxa de propagação desta planta. O

caroá se reproduz tanto por sementes quanto pelo desenvolvimento de gemas e

rizomas laterais, porém sua propagação é prioritariamente assexuada. As plantas

apresentam folhas listradas (Figura 2 A e B) que chegam a medir de 2 a 3 metros

de comprimento, sendo envolvidas por uma cutícula impermeável que é protegida

por acúleos nas bordas (Ribeiro, 2007). As flores são protegidas por brácteas com

coloração viva (Figura 2 B e C) e frutos em bagas suculentas (Figura 2 D e E)

(Smith & Downs, 1979). Contudo, suas sementes são difíceis de serem

encontradas, pois animais e pássaros alimentam-se tanto das bagas verdes

quanto das maduras (Xavier, 1982), dificultando a coleta na época ideal da

maturação dos frutos.

Fráguas et al. (2002) relataram que a propagação sexuada das

bromeliáceas apresenta limitações, como a demora na maturação das sementes

somada ao baixo poder germinativo de algumas espécies. Por outro lado, é

preciso considerar que a propagação via sementes é de extrema importância para

a manutenção da variabilidade genética das populações naturais. Sendo assim,

os estudos sobre germinação e fisiologia de sementes tornam-se fundamentais

para a utilização e exploração de forma racional das espécies nativas (Perez et

al., 2001) e também para os objetivos conservacionistas.

Page 16: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

4

Figura 2. Detalhe da planta de caroá [N. variegata (Arruda) Mez]: folha variegata

(A), visão da inflorescência (B, C), frutos imaturos na infrutescência (D) e frutos

imaturos e maduros na infrutescência (E).

O uso de técnicas de cultura de tecidos em Bromeliáceas para a

propagação de algumas espécies tem proporcionado resultados muito superiores,

em relação ao número de plantas obtido, quando comparados aos métodos

convencionais de produção de mudas (Pierik et al., 1984; Mercier & Kerbauy,

1995). Dessa forma, o desenvolvimento de protocolos de micropropagação para a

obtenção em larga escala de plantas sadias é passo importante para o cultivo

racional do caroá.

Por outro lado, alguns aspectos precisam ser considerados para a

propagação em larga escala de caroá: não existem variedades definidas e que

possam ser reconhecidas ou ligadas a diversos atributos para caracterizar

qualidade de fibra ou mesmo produtividade; a coleta das plantas para seu uso é

feita de forma indiscriminada e totalmente aleatória. Dessa forma a clonagem em

larga escala de determinados genótipos, sem conhecimentos adicionais sobre

A B

C D E

Page 17: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

5

características de qualidade da fibra, além de causar erosão genética, pode

promover o uso de genótipos com fibras de baixa qualidade. Em vista disso, a

utilização de sementes como explantes se constitui em uma estratégia

interessante, tanto para propósitos de conservação, mantendo assim, a

variabilidade das populações naturais, onde cada semente será uma planta matriz

(Rech Filho et al., 2005), quanto para os sistemas de cultivo a serem

implementados.

Souza et al. (2006) relatam que apesar das técnicas de micropropagação

proporcionarem resultados muito superiores à propagação convencional,

principalmente em bromeliáceas, algumas limitações têm sido observadas, como

o longo tempo necessário para a aclimatização das plantas, onerando, dessa

forma todo o processo. Com isso, estudos envolvendo essa etapa são

necessários para a obtenção de um protocolo eficiente de produção de mudas.

Adicionalmente, o conhecimento da anatomia das plantas nas diferentes

condições de cultivo, in vitro, ex vitro (fase de aclimatização) e in vivo, é uma

ferramenta valiosa para o entendimento desse processo de adaptação da fase

heterotrófica para autotrófica, fornecendo subsídios que permitam melhorar a

aclimatização dessas plantas (Barboza et al., 2006) e baixar o custo das plantas

obtidas.

Finalmente, e considerado de relevada importância, estão os estudos que

permitem o conhecimento da estrutura e distribuição da variabilidade genética das

populações naturais dessa espécie. A redução drástica da ocorrência dessa

planta em todo o Nordeste demanda estudos urgentes que possam subsidiar a

elaboração de estratégias de conservação genética deste germoplasma e o

estabelecimento da exploração econômica de forma racional.

O uso de marcadores moleculares vem auxiliando estes estudos em

diversas espécies, proporcionando resultados interessantes. Dentre os diversos

tipos de marcadores atualmente disponíveis, a técnica de RAPD („Random

Amplified Polimorphic DNA‟), desenvolvida por Williams et al. (1990), mostra-se

como uma ferramenta poderosa para a análise da diversidade genética molecular

em populações naturais de plantas (Ferreira & Grattapaglia, 1998; Cavallari,

2004). Essa técnica é considerada uma metodologia de fácil e rápida aplicação

em relação às outras técnicas moleculares, além de apresentar baixo custo e não

ser influenciada por condições ambientais (Ferreira & Grattapaglia, 1998).

Page 18: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

6

Em vista do que foi exposto e considerando a importância econômica desta

espécie, assim como os escassos estudos existentes, o objetivo desse trabalho

foi desenvolver um protocolo de produção de mudas micropropagadas a partir de

plântulas germinadas in vitro, envolvendo estudos sobre a germinação das

sementes in vivo e in vitro, aclimatização e anatomia foliar em diferentes

ambientes de cultivo, além de estudar a variabilidade genética em populações

naturais de caroá do Estado da Bahia.

Page 19: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

7

REFERÊNCIAS BIBILOGRAFICAS

BARBOZA, S.B.S.C.; GRACIANO-RIBEIRO, D.; TEIXEIRA, J.B.; PORTES, T.A.;

SOUZA, L.A.C. Anatomia foliar de plantas micropropagadas de abacaxi.

Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.41, p.185-194, 2006.

BERNARDES, N. As Caatingas. Revista Estudos Avançados, v.13, n.36, p.69-

78, 1999.

CAVALLARI, M.M. Estrutura genética de populações de Encholirium

(Bromeliaceae) e implicações para sua conservação. 2004. 92p. Dissertação

(Mestrado), Universidade de São Paulo, Piracicaba.

FERREIRA, M.E.; GRATTAPAGLIA, D. Introdução ao uso de marcadores

moleculares em análise genética. Brasília, DF: Embrapa/CENARGEN, 1998.

220p.

FRÁGUAS, C.B.; PASQUAL, M.; DUTRA, L.F.; CHAGAS, E.A. Desenvolvimento

„in vitro‟ de plântulas de bromélia: sacarose e concentrações do meio MS. Revista

Científica Rural, v.7, n.2, p.55-63, 2002.

MERCIER, H.; KERBAUY, G.B. Importance of tissue culture tecnique for

conservation of endangered Brazilian bromeliads from Atlantic rain forest canopy.

Selbyana, v.16, n.2, p.147-149, 1995.

PEREZ, S.C.J.G.A.; FANTI, S.C.; CASALI, C.A. Influência da luz na germinação

de sementes de canafístula submetidas ao estresse hídrico. Bragantia,

Campinas, v.60, n.3, p.155-166, 2001.

PIERIK, R.L.M.; STEEGMANS, H.H.M.; HENDRIKS, J. Vegetative propagation of

Nidularium fulgens Lem. „in vitro‟. Netherlands Journal Agriculture Science,

v.32, p.101-106, 1984.

Page 20: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

8

RECH FILHO, A.; DAL VESCO, L.L.; NODARI, R.O. LISCHKA, R.W.; MULLER,

C.V.; GUERRA, M.P. Tissue culture for the conservation and mass propagation of

Vriesea reitzii Leme and Costa, a bromeliad threatened of extinction from the

Brazilian Atlantic Forest. Biodiversity and Conservation, Netherlands, v.14,

p.1799-1808, 2005.

RIBEIRO, M.B. Fibrocultura: O semi árido é o paraíso das fibras vegetais. In:

RIBEIRO, M.B. (Ed.). A potencialidade do semi-árido brasileiro. Brasília:

Manoel Bomfim Ribeiro, 2007, p.121-136.

SMITH, L.B.; DOWNS, R.J. Flora Neotropica. Monograph 14., Part 3,

Bromelioideae (Bromeliaceae). Hafner Press, New York, USA. 1979.

SOUZA, F.V.D.; COSTA, M.A.P.C.; SILVA NETO, H. P. Aclimatização. In: Souza

A.S.; Junghans T.G. (eds.) Introdução à micropropagação de plantas. Cruz das

Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. 2006, p.131-140.

XAVIER, L.P. O caroá. 2 ed. Natal: EMPARN. 1982. 270p. (EMPARN.

Documentos. 7. ESAM. Coleção Mossoroense, 247).

WILLIAMS, J.G.; KUBELIK, A.R.; LIVAK, K.J.; RAFALSKI, J.A.; TINGEY, S.V.

DNA polymorphisms amplified by arbitrary primers are useful as genetic markers.

Nucleic Acids Research, v.18, p.6531-6535, 1990.

Page 21: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

9

CAPÍTULO 1

Resposta germinativa de sementes de caroá [Neoglaziovia variegata

(Arruda) Mez] à temperatura e estresse osmótico1

1 Artigo submetido para publicação no periódico Ciência e Agrotecnologia em setembro de 2008.

Page 22: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

10

RESUMO

O caroá é uma Bromeliaceae nativa da Caatinga brasileira cujas fibras retiradas das folhas,

geram trabalho e renda para diversas famílias nordestinas com a fabricação de vários

produtos artesanais. A propagação ocorre por rizomas laterais e sementes, as quais essas

podem servir como alimento para muitos animais e pássaros. Diante de sua importância

econômica regional, a planta do caroá tem sido coletada na Caatinga de forma extrativista,

já tendo praticamente desaparecida em algumas regiões da Bahia. Esse trabalho foi

desenvolvido com o objetivo de avaliar o efeito da temperatura e da restrição de água na

germinação de sementes de caroá. A germinabilidade foi avaliada sob as temperaturas de

25, 30, 34 e 37 °C, sendo que a temperatura mais favorável à germinação foi utilizada no

ensaio seguinte, combinando com diferentes soluções-teste de PEG. A temperatura de

30°C foi a melhor e a germinação decresceu com a diminuição do potencial osmótico do

meio. As sementes de caroá germinaram até o potencial de -0,6 MPa.

Termos para indexação: Bromeliaceae, germinação, estresse abiótico, IVG.

Page 23: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

11

Germinative response of Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez seeds

ABSTRACT

Caroá [Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez] is a native Bromeliaceae of the Brazilian

savanna used as source of fiber, generating work and income for several Northeastern

families with the production of the craft products. The specie can be propagated from

lateral rhizomes and seeds, which these may serve as food for different animals. In

function of the economical importance, the plant of the caroá has been collected in the

savanna indiscriminately having disappeared practically in some areas of Bahia State,

Brazil. The objective of this research was to study the hydric restriction effect on the seed

germination of caroá, as proposal of establishing a cultivation system and more rational

production. The temperature tested were 25, 30, 34 e 37 °C. The best temperature was used

with different concentration of PEG. The temperature of 30 °C was the best for seed

germination. The seed did not germinate in osmotic potential above -0.6 MPa.

Index terms: Bromeliaceae, germination, abiotic stress, IVG.

Page 24: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

12

INTRODUÇÃO

O caroá [Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez] é uma Bromeliaceae nativa do

estrato baixo da Caatinga Brasileira. Apresenta folhas listradas e flores protegidas por

brácteas com coloração viva e frutos em bagas suculentas (SMITH & DOWNS, 1979).

Suas sementes são difíceis de serem encontradas, pois animais e pássaros alimentam-se das

bagas verdes e principalmente das maduras (XAVIER, 1982), dificultando a coleta na

época ideal da maturação dos frutos (SILVEIRA et al., 2009).

Na Região Nordeste do Brasil, principalmente no Estado da Bahia, as fibras

retiradas das folhas dessa espécie são geradoras de trabalho e renda para diversas famílias

com a fabricação de vários produtos artesanais. Contudo, plantas do caroá têm sido

coletadas diretamente na Caatinga de forma extrativista, sem nenhuma sistematização de

cultivo, estando praticamente escassas em algumas regiões da Bahia.

Essa bromeliácea ainda é pouca estudada, havendo necessidade de desenvolver um

método de propagação eficiente para obtenção de mudas sadias, constituindo-se assim o

primeiro passo para o estabelecimento de um sistema de cultivo e produção, a fim de se

evitar o extrativismo predatório (SILVEIRA et al., 2009). O uso de sementes é

fundamental para iniciar esses trabalhos de cultivo, como também é de suma importância

para a conservação de espécies ameaçadas. Segundo RECH FILHO et al. (2005) a

utilização de sementes mantem a variabilidade das populações naturais, onde cada semente

será uma planta matriz. Desse modo, tornam-se fundamentais os estudos sobre germinação

das sementes para a utilização e exploração de forma racional das espécies nativas (PEREZ

et al., 2001).

O processo germinativo se inicia com a absorção de água por embebição, porém, há

necessidade de que a semente alcance um nível adequado de hidratação, o qual permita a

reativação dos seus processos metabólicos (FONSECA & PEREZ, 2003). Contudo, as

condições ambientais tais como suprimento de água, temperatura, substrato, composição

de gases e luz para determinadas espécies, devem estar favoráveis (CARVALHO &

NAKAGAWA, 2000). O grau de exigência desses fatores é variável entre as espécies e

determinado pelo genótipo e pelas condições ambientais prevalecentes durante a

germinação das sementes (MAYER & POLJAKOFF-MAYBER, 1989).

A temperatura tem sido considerada como um dos principais fatores responsáveis

tanto pela porcentagem final de germinação como pelo Índice de Velocidade de

Germinação (IVG), por afetar especialmente a velocidade de absorção de água e a

Page 25: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

13

reativação das reações metabólicas, fundamentais aos processos de mobilização de

reservas e a retomada de crescimento do embrião (BEWLEY & BLACK, 1994). As

sementes de diferentes espécies apresentam faixas distintas de temperatura para a

germinação. Dentro dessas faixas, a temperatura ótima propicia a mais alta porcentagem de

germinação dentro do menor espaço de tempo (MAYER & POLJAKOFF-MAYBER,

1989) e para a maioria das espécies essa temperatura está entre 20 a 30 ºC (MARCOS

FILHO, 1986).

A deficiência hídrica é o fator limitante de maior significância na sobrevivência e

crescimento inicial de plantas. Durante o processo germinativo a água atua como agente

estimulador promovendo o amolecimento do tegumento, facilitando a penetração do

oxigênio e aumentando o volume do embrião, além de estimular as atividades metabólicas

básicas, favorecendo o crescimento do eixo embrionário (MARCOS FILHO, 1986). Sob

condições de restrição hídrica, a embebição das sementes é bastante influenciada,

inviabilizando a seqüência dos eventos germinativos. Por outro lado, o excesso de umidade

no meio, em geral, provoca decréscimo na germinação, uma vez que impede a difusão do

oxigênio, reduzindo todo o processo metabólico resultante (BORGES & RENA, 1993).

Vários estudos estão sendo realizados envolvendo a resposta germinativa das sementes à

variação da disponibilidade hídrica no meio empregando-se solução de polietilenoglicol

(PEG) para simular os efeitos da deficiência hídrica nas plântulas (SILVA et al., 2005).

Este polímero não penetra nas células, não é degradado e não causa toxidez ao embrião,

devido ao seu alto peso molecular (HASEGAWA et al., 1984).

Este trabalho objetivou-se avaliar a resposta germinativa de sementes de caroá

[Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez], uma espécie endêmica do semi-árido, sob

diferentes temperaturas e condições de restrição hídrica no meio de cultivo.

Page 26: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

14

MATERIAL E MÉTÓDOS

O trabalho experimental foi conduzido entre os meses de abril a junho de 2008, no

Laboratório de Germinação de Sementes da Unidade Experimental do Horto Florestal da

Universidade Estadual de Feira de Santana, BA. As sementes de caroá foram coletadas no

mês de fevereiro de 2008 oriundas de plantas cultivadas em telado na Embrapa Mandioca e

Fruticultura Tropical, localizada no município de Cruz das Almas, BA.

Inicialmente, uma amostra de 100 sementes foi retirada ao acaso e utilizada para

obtenção de medidas biométricas e conteúdo de água (%). Considerou-se como

comprimento a medida entre a base e o ápice da semente; largura, a medida mais larga em

contraposição ao comprimento; e espessura, a medida mais larga em contraposição à

largura. O grau de umidade foi determinado em método estufa a 60 ºC, após as amostras

atingirem peso constante.

Antecedendo todos os ensaios de germinação, as sementes foram imersas em

solução de Fungicida Derosal a 0,1%, 1 minuto e, em seguida, imersas em hipoclorito de

sódio comercial a 1% por 10 minutos, sendo, por último, lavadas em água destilada.

Com a finalidade de obter uma temperatura onde a taxa máxima de germinação em

menor tempo médio fosse obtida, sementes assépticas de caroá foram distribuídas em

placas de Petri, contendo três folhas de papel Germitest, sendo duas usadas como base e

uma para cobrir as sementes, e umedecidas com água destilada na proporção de 2,5 vezes a

massa do papel. Este conjunto foi disposto em câmaras de germinação ajustadas nas

temperaturas constantes de 25, 30, 34 e 37 °C, fotoperíodo de 12 horas.

Diariamente foram realizadas observações quanto ao número de sementes

germinadas, usando como critério a emissão da radícula com 2,0 mm de comprimento. Ao

final do décimo sétimo dia após iniciado o ensaio, foram determinadas a porcentagem de

germinação (%G), tempo médio (dias), velocidade média (dias-1

) e o Índice de Velocidade

de Germinação (IVG).

Restrição hídrica na germinação de caroá

A capacidade das sementes de caroá em germinar sob condições de baixa

disponibilidade hídrica no meio foi avaliada mediante a exposição das sementes em

diferentes soluções-teste de polietilenoglicol (PEG 6000). As soluções-teste nos diferentes

potenciais osmóticos (0,0; -0,2; -0,4; -0,6; -0,8; -1,0; -1,2 e -1,4 MPa) foram preparadas de

acordo com VILELLA et al. (1991), sendo estabelecida a temperatura de 30 oC.

Page 27: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

15

Para cada conjunto de placa de Petri + sementes foi adicionado um volume de 9 mL

de solução-teste por placa, e colocados em câmara de germinação à 30 ºC. A cada intervalo

de 48 horas, as sementes eram transferidas para outras placas contendo novas soluções-

teste para garantir níveis constantes dos potenciais osmóticos. As sementes ficaram

mantidas nestas condições durante um período de dez dias consecutivos, sendo as

avaliações realizadas diariamente. Foram determinadas todas as variáveis do ensaio

anterior.

Visando avaliar a influência das soluções osmóticas nas sementes, especialmente

pela exposição em potenciais mais negativos, sementes germinadas e não-germinadas, em

cada tratamento, foram transferidas para outras placas contendo água destilada e foram

mantidas nas mesmas condições de temperatura e fotoperíodo, por um período adicional de

dez dias. O número de sementes transferidas para água que conseguiu germinar foi

calculado ao final do ensaio e os dados expressos em porcentagem relativa.

Para as sementes germinadas e transferidas para a água destilada, foram

determinados: o número de plântulas normais (%), os comprimentos da parte aérea e da

raiz (cm) e a massa seca das plântulas normais como medidas indicativas do vigor.

Nos ensaios de germinação o delineamento foi inteiramente casualizado sendo a

unidade experimental composta por 25 sementes por placa, com três a quatro repetições

por tratamento. A porcentagem de sementes germinadas foi transformada (x + 0,5)0,5

, para

que seguissem uma distribuição normal (STEEL & TORRIE, 1980). As diferenças de

médias dos parâmetros foram analisadas pelo teste de Tukey, em nível de 5% de

significância e/ou regressão utilizando o programa estatístico SISVAR 4.3 (FERREIRA,

1999).

Page 28: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

16

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As sementes de caroá (Neoglaziovia variegata) utilizadas nos ensaios

apresentaram conteúdo de água de 9,79%, comprimento médio de 0,36±0,01 mm, largura

de 0,28±0,02 mm e espessura média de 0,19 mm. Essas dimensões são importantes, pois,

antecipadamente, tem-se uma idéia de que para a confecção de lotes homogêneos há

necessidade de se fazer uma prévia classificação, uma vez que o tamanho da semente pode

influenciar no seu vigor.

Quanto à resposta germinativa das sementes, todas as temperaturas testadas

promoveram a germinação (Tabela 1). As temperaturas constantes de 30 a 37 ºC foram as

que promoveram as maiores porcentagens de sementes germinadas, diferindo

significativamente das mantidas a 25 oC (61,0%). Muitas espécies tropicais germinam

entre as temperaturas de 10 °C a 40 °C, embora algumas espécies apresentem germinação a

45 °C (BORGHETTI, 2005). Sementes de Aechmea distichantha Lemaire, uma bromélia

nativa da Mata Atlântica, apresentaram alta germinabilidade em temperaturas constantes

de 15 a 35 °C sob luz contínua (MERCIER & GUERREIRO FILHO 1990). Já as sementes

de Aechmea nudicaulis (L.) e Streptocalyx floribundus (Martius ex Schultes f.) Mez, duas

bromélias de restinga, germinaram na faixa ótima de temperatura entre 15 e 40 °C

(PINHEIRO & BORGHETTI, 2003). Essa mesma faixa foi obtida na germinação das

sementes de Dyckia tuberosa (Vell.) Beer, uma bromélia do cerrado, sendo as temperaturas

cardeais, a mínima situada entre 10 e 15 ºC e a máxima entre 40 e 45 ºC, determinadas pela

ausência de germinação a 10 e 45 °C, tanto na luz como no escuro (VIEIRA et al., 2007).

Trabalho realizado por SILVEIRA et al. (2009) com germinação in vitro de sementes de

Neoglaziovia variegata oriundas de frutos imaturos e maduros em sala de crescimento com

temperatura controlada (27 ± 1 °C), apresentaram taxas de germinação de até 100% na

presença da luz e de 60% na ausência da luz.

Page 29: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

17

Tabela 1. Valores médios de germinação (G), tempo médio de germinação (TMG),

velocidade média de germinação (VMG) e índice de velocidade de germinação (IVG) de

sementes de caroá [Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez] submetidas a diferentes

temperaturas. Médias de quatro repetições.

Temperatura ºC G (%) TMG (dias) VMG (dias-1

) IVG

25 61,0 b* 12,0 c 0,08 c 1,3 c

30 99,0 a 8,4 a 0,12 a 3,0 a

34 96,0 a 9,8 b 0,10 b 2,6 b

37 98,0 a 9,9 b 0,10 b 2,6 b

*Médias seguidas pela mesma letra minúscula dentro das colunas não diferem estatisticamente entre si pelo

teste de Tukey a 5 % de probabilidade

A germinação de sementes está condicionada às condições climáticas e também ao

local de origem das espécies. Assim, espécies encontradas no bioma Caatinga, como N.

variegata, geralmente produzem sementes que requerem altas temperaturas para

germinarem. Entretanto, quando extremamente elevadas, as temperaturas podem ser

prejudiciais à germinação de algumas espécies provavelmente por causarem desnaturação

de proteínas essenciais ao processo germinativo (DOUSSEAU et al., 2008). Contudo, para

as sementes de caroá as temperaturas até 37 °C não influenciaram negativamente na

porcentagem de germinação e nos parâmetros cinéticos deste processo. Segundo

BORGHETTI (2000), o requerimento de temperaturas elevadas para as sementes

germinarem parece estar envolvido diretamente com a atividade das enzimas relacionadas

com esse processo. Esta relação pode ser verificada não apenas pela germinabilidade da

espécie, mas também por outras variáveis cinéticas, tais como, tempo e velocidade média

de germinação e o IVG, em cada temperatura de incubação.

O maior tempo médio de germinação das sementes de caroá foi observado quando a

temperatura de incubação foi mais baixa (25 oC), requerendo 12 dias para que o processo

ocorresse. O aumento da temperatura do meio de incubação proporcionou uma maior

velocidade do processo germinativo, consequentemente a protrusão da radícula ocorreu

num menor tempo médio. A temperatura de 30 oC foi a que proporcionou as melhores

condições (temperatura ótima) para que a germinação das sementes de caroá atingisse

taxas elevadas (99,0%) num período de tempo mais curto (8,4 dias) (Tabela 1). Resultados

semelhantes foram encontrados por VIEIRA et al. (2007) que obtiveram as maiores

velocidades de germinação para Dyckia tuberosa (Vell.) Beer nas temperaturas entre 30 e

Page 30: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

18

35 °C com o menor tempo médio de germinação. Já PINHEIRO & BORGHETTI (2003)

encontraram para A. nudicaulis e S. floribundus temperaturas ótimas no intervalo entre 20

e 30 °C.

Efeito da restrição hídrica na germinação de sementes

Observou-se que a germinação das sementes foi influenciada negativamente pela

disponibilidade de água no meio de incubação. A taxa de germinação e o IVG atingiram os

maiores valores quando as sementes eram mantidas em água destilada (controle),

decrescendo até o potencial de -0,6 MPa (Figura 1 A e 1D). A partir de -0,8 MPa houve

restrição total da absorção de água pelas sementes de caroá, inibindo completamente a

germinação. Estes resultados corroboram com SILVA et al. (2005) trabalhando com

sementes de faveleira (Cnidosculus juercifolius) em diferentes potenciais osmóticos (0,0 a

-1,3 MPa) com PEG 6000, observaram uma resposta germinativa até -0,7 MPa, indicando

que o limite de tolerância desta espécie se situa entre -0,7 e -0,9 MPa. Este comportamento

pode ser explicado porque quando há restrições na disponibilidade hídrica, a absorção de

água pela semente se torna lenta (STEFANELLO et al., 2006). A semente inicia a

germinação e, não havendo água suficiente para a sua continuidade, pode haver o

impedimento da emissão da raiz primária ou até a morte do embrião, conseqüentemente,

reduzindo a percentagem de germinação final (STEFANELLO et al., 2006), uma vez que o

PEG 6000 não produz efeitos tóxicos no metabolismo celular (HASEGAWA et al., 1984).

A restrição hídrica para as sementes de caroá afetou negativamente o tempo médio

de germinação (0,0 a -0,6 MPa). Verificou-se um aumento de dias requerido para que o

processo germinativo ocorresse à proporção que o potencial osmótico diminuía (Figura 1

B). Para a velocidade média de germinação, praticamente, não houve alterações entre os

diferentes potenciais testados (Figura 1 C). Contudo, essa velocidade foi menos afetada

pela baixa disponibilidade hídrica no meio de incubação do que a capacidade germinativa

das sementes de caroá, uma vez que não se observou redução significativa nos potenciais

em que ocorreram à germinação. BEWLEY & BLACK (1994) relataram que a restrição

hídrica do meio provoca atraso na germinação das sementes e, como estas são bastante

heterogêneas em suas respostas, a germinação pode ser distribuída no tempo e no espaço

permitindo que, em condições naturais, esse processo ocorra somente quando as plântulas

encontrarem condições ambientais adequadas ao seu estabelecimento e desenvolvimento.

Verificou-se que ocorreu recuperação da germinação das sementes para todos os

potenciais testados, principalmente naqueles em que não havia sido detectado nenhuma

Page 31: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

19

protrusão da radícula (-0,8 a -1,4 MPa) (Figura 1A). A resposta germinativa das sementes

depois de transferidas para água foi significativamente influenciada pelo potencial

osmótico da solução de PEG inicial. A taxa de germinação relativa variou de 90,0 a 49,0%

para as sementes não germinadas, sendo esses valores encontrados para as soluções de -0,4

e -1,4 MPa, respectivamente (Tabela 2). A sensibilidade das sementes ao estresse hídrico

pode ser influenciada por diferentes fatores ambientais, como luz, temperatura, teor de

oxigênio, etc., que variam durante o processo de embebição. Além disso, sob condições de

estresse, muitas espécies possuem a habilidade de entrar em dormência secundária (PEREZ

et al., 2001). Assim, a dormência assume importância ecofisiológica por ser uma estratégia

que permite às sementes manterem o vigor e a viabilidade por um período prolongado de

tempo para germinarem quando as condições do ambiente se tornarem mais favoráveis

(BEWLEY & BLACK, 1994).

Figura 1. Porcentagem de germinação (A), tempo médio (B), velocidade média (C) e

índice de velocidade de germinação – IVG (D) de sementes de caroá [Neoglaziovia

variegata (Arruda) Mez] submetidas a diferentes soluções de polietilenoglicol (PEG 6000).

Média de três repetições.

A B

C D

Page 32: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

20

Tabela 2. Número de sementes transferidas e taxa germinação (%) relativa de sementes de

caroá [Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez] após transferência para água destilada.

Em relação ao vigor das plântulas obtidas de caroá, observou-se que o número de

plântulas normais, o comprimento da parte aérea e da raiz principal, assim como a massa

seca total foram influenciados negativamente pela exposição prévia das sementes a

diferentes soluções osmóticas (PEG 6000). As maiores reduções no número de plântulas

normais e da massa seca total das plântulas de N. variegata ocorreram após exposição nos

potenciais mais negativos (-1,0 a -1,4 MPa) (Figura 2A e 2D). Os comprimentos da parte

aérea e da raiz mostraram-se mais sensitivos à redução da disponibilidade hídrica no meio,

devido principalmente, ao efeito imediato da água em proporcionar o crescimento das

plântulas. Dentre os diversos fatores ambientais capazes de influenciar o processo

germinativo de sementes, a (in) disponibilidade de água é um dos mais importantes. Esta

condição é vista como um fator limitante ao início da germinação de sementes, assim como

está envolvida, direta ou indiretamente em todas as demais etapas do metabolismo

subseqüente, seguindo a ativação do ciclo celular e conseqüentemente crescimento

(ROCHA, 1996, DE CASTRO et al., 2000). Para muitos autores este estádio inicial de

desenvolvimento é o mais crítico.

Potencial osmótico

(MPa)

Nº Sementes e Germinação (%)

após transferência para água

0 5 (87,0)

-0,2 5 (80,0)

-0,4 10 (90,0)

-0,6 18 (91,0)

-0,8 23 (92,0)

-1,0 23 (92,0)

-1,2 19 (76,0)

-1,4 12 (49,0)

Page 33: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

21

Figura 2. Número de plântulas normais (A), comprimento da parte aérea (B), comprimento

da raiz (C) e massa seca das plântulas normais (D) de Neoglaziovia variegata, após

transferência para água.

A B

C D

Page 34: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

22

CONCLUSÕES

1. A temperatura de 30 oC foi a que proporcionou as melhores respostas de

germinação das sementes de caroá.

2. A germinação das sementes de caroá foi responsiva à redução dos potenciais

osmóticos do meio de incubação, apresentando o limite máximo de tolerância a -0,6 MPa.

3. A viabilidade das sementes foi mantida após a recuperação das sementes em

água, mesmo sob potenciais mais negativos.

Page 35: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

23

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Page 39: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

27

Capítulo 2

Micropropagation and in vitro conservation of Neoglaziovia variegata

(Arruda) Mez, a fiber producing bromeliad from Brazil1

1 Artigo aceito para publicação no periódico Brazilian Archives of Biology and Technology em julho

de 2007.

Page 40: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

28

RESUMO

Neoglaziovia variegata é uma espécie de Bromeliaceae nativa da caatinga,

utilizada para extração de fibras e uma das matérias-primas mais utilizadas para o

trabalho artesanal da Região Nordeste da Bahia. Esta planta tem sido coletada de

forma extrativista, sem nenhuma sistematização de cultivo, gerando intensa

pressão antrópica e colocando esta espécie entre as ameaçadas. Essa espécie

se reproduz tanto por sementes quanto pelo desenvolvimento de gemas e

rizomas laterais. As sementes do caroá, no entanto, são difíceis de serem

encontradas, pois animais e pássaros alimentam-se das bagas verdes e

principalmente das maduras, dificultando a coleta na época ideal da maturação

dos frutos. Adicionalmente as taxas de multiplicação na natureza são baixas,

produzindo poucas mudas por planta matriz. Em vista disso, o desenvolvimento

de um método de propagação eficiente, que permita a obtenção de mudas sadias

a serem plantadas, se constitui no primeiro passo para o estabelecimento de um

sistema de cultivo e produção, a fim de se evitar o extrativismo predatório. A

micropropagação por meio da cultura de tecidos é uma ferramenta valiosa na

produção de plantas em larga escala. Vale destacar ainda que a utilização de

sementes como explantes para dar início á micropropagação se constitui em uma

estratégia a ser considerada para propósitos de conservação, mantendo assim, a

variabilidade das populações naturais, onde cada semente será uma planta

matriz. Essa é uma estratégia interessante em espécies onde ainda não existe um

sistema de cultivo, pois mantém a variabilidade genética natural, evitando dessa

forma a intensificação da erosão genética causada pelo extrativismo acelerado ou

pela seleção de poucos genótipos. Em vista do exposto, o objetivo desse trabalho

foi avaliar a germinação in vitro de sementes de caroá e estabelecer um protocolo

de micropropagação com vistas a produção de plantas em larga escala e à

conservação in vitro dessa espécie. Utilizou-se sementes de frutos maduros e

imaturos, que foram cultivadas em meio de cultura MS na presença e ausência de

luz, ambas em salas de crescimento com temperatura controlada (27 ± 1°C). As

plântulas germinadas in vitro foram multiplicadas em meio MS suplementado com

as combinações de 0,05 e 0,50 µM de ANA e 2,2 e 4,4 µM de BAP e de CIN,

constituindo oito tratamentos e um controle, no qual as plântulas foram cultivadas

no mesmo meio sem a presença dos reguladores de crescimento. Realizou-se a

Page 41: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

29

aclimatização direta dos brotos originados do tratamento ANA (0,5 µM) + BAP

(4,4 µM) e das plantas do tratamento ANA (0,5 µM) + CIN (2,2 µM) em sete

substratos [areia lavada (T1); Ecoterra® (T2); fibra de coco (T3); fibra de coco +

Plantmax® (T4); Plantmax® (T5); vermiculita (T6); vermiculita + Plantmax® (T7)].

Para a conservação in vitro dessa espécie, foram coletadas inflorescências de

três diferentes localidades no município de Valente (BA). As sementes

permaneceram por 60 dias em meio MS sob fotoperíodo de 16 horas com

densidade de fluxo de fótons de 22 E.m-2.s-1 e temperatura de 27 1 ºC. Após

esse período, dez plântulas provenientes de cada inflorescência dos três locais

coletados foram subcultivadas e depois mantidas nas condições in vitro de

conservação do Banco de Germoplasma de Abacaxi e Bromélias da Embrapa

Mandioca e Fruticultura Tropical (fotoperíodo de 12 horas, com densidade de

fluxo de fótons de 22 E.m-2.s-1 e temperatura 22 1 ºC). As melhores

porcentagens de germinação aos 60 dias, foram obtidas com sementes incubadas

em presença de luz, resultando em taxas de germinação de 100% e 80% para

sementes oriundas de frutos maduros e imaturos, respectivamente. Após cinco

subcultivos, a maior taxa de multiplicação foi obtida no tratamento ANA (0,5 µM) +

BAP (4,4 µM) com a produção de 60,58 brotos/explante. Para o número de raízes,

o meio suplementado com ANA (0,5 µM) + CIN (2,2 µM) apresentou uma média

de 37,03, valor significativamente superior aos demais tratamentos. A

aclimatização das plantas apresentou resultados diferenciados em relação aos

substratos testados. Plantmax® (T5) favoreceu o maior desenvolvimento dos

brotos (35,59%) oriundos do meio enriquecido com BAP, enquanto o substrato

Ecoterra® (T2) promoveu maior crescimento nas plantas oriundas do meio com

CIN (37,72%) que apresentavam raízes. A conservação dessa espécie sob

temperatura de 22°C possibilitou a redução do crescimento, quando comparada

às condições normais de cultivo in vitro.

Page 42: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

30

Micropropagation and in vitro conservation of Neoglaziovia variegata

(Arruda) Mez, a fiber producing bromeliad from Brazil12

1 Part of Thesis of the first author 2 Capítulo aceito para publicação na revista Brazilian Archives of Biology and Technology ** Author for correspondence

Daniela Garcia Silveira1; Fernanda Vidigal Duarte Souza

2**; Claudinéia Regina Pelacani

3; Antonio da

Silva Souza2; Carlos Alberto da Silva Ledo

2, José Raniere Ferreira de Santana

3

1Doctorate Student in Botany by the State University of Feira de Santana, 44031-460, Feira de Santana, BA,

Brazil, 2Embrapa Cassava and Tropical Fruits, 44380-000, Cruz das Almas, BA, Brazil, 3Plant Tissue

Culture Laboratory at the Botanical Garden Experimental Unit, State University of Feira de Santana,

44055-000, Feira de Santana, BA, Brazil

ABSTRACT

Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez is a Bromeliaceae native to the Caatinga, used for fiber extraction in the Northeast Region of Brazil. The antropic activity has place this species among the

threatened ones. The objective of the work was to establish an in vitro propagation and

conservation of caroá. Seeds were cultivated in MS medium in the presence or absence of light. In vitro germinated seedlings were multiplied in MS medium supplemented with the combinations

0.05 and 0.50 µM NAA and 2.2 and 4.4 µM BAP and KIN. The best percentages of germination

were obtained with the seeds incubated in the presence of light. The highest multiplication ratio

was obtained for the NAA (0,5 µM) + BAP (4,4 µM) treatment and the number of roots, with NAA (0.5 µM) + KIN (2.2 µM). Plant acclimatization presented differentiated results regarding the

substrates tested. The conservation was established.

Key words: Acclimatization, Bromeliaceae, Fiber extraction, In vitro preservation, Seedling production.

INTRODUCTION

The Bromeliaceae family is composed by 51

genus and more than 3500 species (Coffani Nunes 2002), all native from the tropical and

subtropical zones of the American continent,

except for the Pitcairnia feliciana species,

found in Africa (Padilha 1978; Reitz 1983). Brazil detains the largest genetic variability

of this family, which vegetates in very humid

places, such as the Mata Atlântica ecosystem (Reitz 1983) and even in very arid regions

such as the Caatinga (Andrade-Lima 1981;

Xavier 1982).

Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez is a species which belongs to this family and is

native to the lower stratum of the Brazilian

Caatinga. It has striped leaves, flowers protected by bracts with bright coloration and

fruits as juicy berries (Smith and Downs

1979; Plantas do Nordeste 2004). This species is known in the Northeast Region of

Brazil as caroá and constitutes one of the

most used raw material for use in

craftsmanship in the region, generating jobs

and income for many families. Its leaves are used in fiber extraction which is used for

manufacturing string, hats, purses, rugs,

hammocks, fishing nets and fabrics. The caroá plant, however, has been collected

directly in the Caatinga in extrativism

manner, without any systematization of

cultivation, having practically disappeared in some regions. This can be explained by the

cutting system of the leaves adopted by the

craftswomen and especially by the devastation of the Caatinga for the

development of agriculture and cattle raising

activities in the region, where caroá is

considered a weed and without any commercial value.

Although this species reproduces by seeds, its

propagation is mainly asexual by the development of buds and lateral rhizomes.

The caroá seeds are hard to be found because

animals and birds feed on the green and especially mature berries (Xavier 1982),

hindering the collection of the fruits at the

ideal maturation period. In addition, the

sexual propagation of bromeliads, generally

Page 43: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

31

present limitations such as the long period of

seed maturation and the low germination

rates of some species (Fráguas et al. 2002).

Seed germination and in vitro multiplication of bromeliads from tissue culture techniques

are in general, much superior, when

compared to conventional methods (Pierik et al. 1984; Mercier and Kerbauy 1995). The

use of seeds as explants is an interesting

strategy for the conservation purposes, maintaining therefore, the variability of

natural populations, whereas each will

constitute a mother plant (Rech Filho et al.

2005). In species where a cultivation system does not yet exist, maintaining the natural

genetic variability, avoiding the

intensification of genetic erosion caused by accelerated extrativism or by the selection of

few genotypes, is very important. For such,

the development of micropropagation protocols from seeds is an alternative for

conservation of these species in vitro

germplasm banks. Additionally, it can be

used for the production at commercial level, contributing for the production of a high

number of plantlets with better agronomic

performance due to the quality of the plants obtained by this technique. The development

of an efficient propagation method, which

enables the obtainment of healthy plantlets to

be planted, constitutes the first step towards the establishment of a cultivation and

production system avoiding predatory

extrativism. The objectives of the present work were to evaluate the in vitro

germination of caroá seeds and establish a

micropropagation protocol aiming large scale production of plants and in vitro

conservation.

MATERIAL AND METHODS

The work was carried out at the Plant Tissue

Culture Laboratory and greenhouse at

Embrapa Cassava and Tropical Fruits, located in Cruz das Almas, Bahia, Brazil.

In vitro germination The seeds used in this study were taken from

the mature and immature fruits from

inflorescences collected in Valente county, a

semi-arid region of Caatinga in Bahia state, where caroá plants occurs naturally. The

seeds were washed in a water and detergent

solution and rinsed three times in distilled

water. The desinfestation procedure was

carried out under aseptic conditions, in sterile

laminar flow hood, with a solution of 70 %

ethanol for five minutes and later in a 1:1 solution of commercial bleach (2% of active

chlorine) with deionized water for 20

minutes. After each treatment, three successive washes with autoclaved distilled

water were carried out.

For the seed inoculation, test tubes (25 x 150 mm) containing 15 mL of MS (Murashige

and Skoog, 1962) medium supplemented

with 30 g/L of sucrose, solidified with 2 g/L

Phytagel , pH adjusted at 5.8 and autoclaved at 121°C for 20 minutes, were used. The seeds remained for 60 days under a

photoperiod of 16 h with photon flow density

of 22 E.m-2.s

-1 and in the absence of light,

both in growth chamber with controlled

temperature (27 ± 1 °C). During this period, the beginning of seed germination from the

rootlet was observed and after 60 days the

cumulative germination and the ratio of germination (%) of all treatments were

evaluated.

The experimental design was in random

blocks in factorial scheme 2 (presence and absence of light) x 2 (stages of maturation of

fruits), with 25 repetitions per treatment.

Micropropagation of adventitious shoots

and plant development

Plantlets obtained with medium average of 4 cm

in the previous experiment were used as explants for the establishment of this

experiment and distributed in a complete

random design, in factorial scheme 2 [α-

naphthaleneacetic acid (NAA) concentrations]

x 4 [cytokinins: 6-benzylaminopurine (BAP) and kinetin (KIN) in two concentrations] + 1

(additional treatment – control), with eight

repetitions per treatment. All the combinations between the

concentrations of NAA (0.05 µM and 0.5)

with 2.2 and 4.4 µM of BAP and KIN in MS

culture medium supplemented with 30 g/L of sucrose, solidified with 2 g/L of Phytagel

®,

pH 5,8 and sterilized at 121°C, were

analyzed. The additional treatment served as the control group, since the plantlets were

cultivated in the same medium in the absence

of growth regulators. The multiplication was carried out in five sub

cultivations of buds and shoots, and the

longitudinal subdivision of shoots was

Page 44: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

32

conducted whenever possible. Sub

cultivations were carried out in intervals of

35 days and the plants maintained under

temperature conditions of 27 1 ºC, 16 h of

photoperiod and light intensity of 22 E.m-

2.s

-1.

For each sub cultivation, the number of shoots and roots of the nine treatments were

evaluated. In order to correct the deviations

in the normal distribution, log (x + 10) was applied for the data obtained from the

variables evaluated in the five sub

cultivations.

Acclimatization of micropropagated plants

Shoots and caroá plants originated from the

fifth sub cultivation in MS medium with NAA (0.5 µM) + BAP (4.4 µM) and NAA

(0.5 µM) + KIN (2.2 µM) were used as

explants for the acclimatization trials. Material originated from the BAP treatment

were considered as shoots, since there was no

root formation, and those originated from the KIN treatment, which developed a root

system, were considered as plants.

The number of leaves (NL) and height of

plant surface (PS), before transferring to test tubes (5 x 20 cm) (initial evaluation) and

after 150 days of acclimatization in

greenhouse (final evaluation), and the survival ratio (SR), were evaluated. For the

NL variable, in order to correct the deviations

in the normal distribution, the transformation

log (x + 10), was applied. The experimental design was in complete blocks in subdivided

plot scheme with 20 repetitions. The plots

contained the following treatments: shoots originated from the NAA (0.5 µM) + BAP

(4.4 µM) treatment and plants from the NAA

(0.5 µM) + KIN (2.2 µM) treatment and by the substrates [washed sand (T1); Ecoterra

®

(T2); coconut fiber (T3); coconut fiber +

Plantmax® (T4); Plantmax

® (T5); vermiculite

(T6); vermiculite + Plantmax® (T7)]. The sub

plots were formed by both periods of

evaluation.

The substrate averages were compared by the Scott-Knott test at 5% probability and the

explants averages and evaluations were

calculated by the Tukey test at 5% probability. The geometric growth ratio (r)

between both periods of evaluation was

calculated for both variables given by the

expression r = tf iV / V 1 100 , in

percentage; whereas Vf refers to the

evaluation in the final period, Vi refers to the

evaluation in the initial period and t refers to

the period, in months, between the evaluations.

In vitro conservation In order to establish an in vitro conservation

protocol for this species, inflorescences from

three different places in Valente county (BA) were collected. For the seed inoculation, test

tubes (25 x 150 mm) containing 15 mL of

MS medium supplemented with 30 g/L of

sucrose, solidified with 2 g/L of Phytagel , pH adjusted at 5.8 and autoclaved at 120 °C for 20 minutes, were used.

The seeds were maintained in this medium

for 60 days under a photoperiod of 16 h and

photon flow density of 22 E.m-2

.s-1 and

temperature of 27 1 ºC. After this period, ten plantlets originated from each

inflorescence from the three locations were sub cultivated in fresh medium and

inoculated in test tubes (25 x 150 mm)

containing 20 mL of culture medium. Each 10 plants of one location made up the

repetitions of one access in the Pineapple and

Bromeliad in vitro Germplasm Bank at Embrapa Cassava and Tropical Fruits,

following all the basic premises for the

introduction of new access in the collections

(Norms SIBRAGEN).

RESULTS AND DISCUSSION

In vitro germination

The seeds from the mature fruits began to emit the first rootlets between the 10

th and

17th day and finalized between the 30

th and

40th day in the presence and absence of light,

respectively (Figure 1). Seeds originated from immature fruits required a larger period

of time in order to germinate, which occurred

between the 15th and 40

th days after seed

inoculation in the presence of light. However,

in the absence of light, the germination began

on the 20th

day, extending until the 45th

day.

These results indicated that the presence of light accelerated the beginning of seed

germination, regardless of the stage of seed

maturation. In a work reported for Neoregelia bahiana (Ule) L. B. Sm. (Bromeliaceae)

seeds, the germination was obtained between

the sixth day of establishment, extending

Page 45: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

33

until the 22nd

day in the presence of light with

a photoperiod of 16 h (Bellintani et al. 2005).

Droste et al. (2005) working with Vriesea

gigantea Gaudich. and V. philippocoburgii Wawra seeds, obtained germination

responses after eight days after inoculation

under the same photoperiod. In fact, seed germination of Bromeliaceae took into

consideration not only the environamental

conditions but also the species. The interaction of both the factors

(luminosity and stage of fruit maturation) in

the in vitro germination capacity of caroá

seeds can be observed in Figure 1. The best germination percentages were obtained with

incubated seeds in the presence of light

resulting in germination rates of 100 and 80% for the seeds originated from mature and

immature fruits, respectively. In the absence

of light, the germination of seeds was reduced, reaching a ratio of 60 and 48%, for

the seeds originated from mature and

immature fruits, respectively.

Regardless of the stage of seed maturation, light requirement for germination

stimuliation in caroá seeds seemed to be a

preponderant factor for this species. The phytochrome present in the seed is

responsible for the absorption of light. In the

presence of the light treatment, it rapidly

reacts from the inactive to the active form;

however, this reaction is slower in the dark, decreasing seed germination (Zaidan and

Barbedo 2004). According to Socolowski &

Takaki (2004) seeds with phytochrome A can germinate under light and darkness

conditions and if just phytochrome B is

present the seeds germinate only in presence of light.

Some native bromeliads that occur in the

Restinga ecosystems produce seeds that

require light for germination (Pinheiro and Borghetti 2003). The percentage of

germination obtained in caroá was, however,

similar to the results obtained with Ananas ananassoides (Baker L. B. Sm) (91.2%), in

the presence of light with a 12 h photoperiod

(Figueiredo et al. 2003) and with V. gigantea (93,9%), with a 16 h photoperiod (Droste et

al. 2005).

The germination of caroá seeds demonstrated

to be efficient since it generated whole plantlets in a period of two months, resulting

a large number of independent plants in the

fruit maturation stage (Figure 3a and 3b).

Figure 1. In vitro cumulative germination of N. variegata (Arruda) Mez seeds originated from mature (MF) and immature fruits (IMF) in the absence and presence of light.

Micropropagation of adventitious shoots

and plant development

The multiplication of the shoots occurred in

all the treatments, whereas the NAA and BAP combination in the medium provided a

higher shoot production compared to the association of NAA and KIN (Table 1). The

maximum multiplication ratio was observed

for the NAA (0.5 µM) + BAP (4.4 µM) treatment, with an average of 60.58

Page 46: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

34

adventitious shoots per explant after five sub

cultivations (Figure 2). Similar results were

obtained with other bromeliads such as those

reported by Barboza et al. (2004) that obtained greater amount of buds from

„Smooth Cayene‟ pineapple in culture

medium containing NAA + BAP in comparison to medium supplemented with

NAA + KIN. Other pineapple

micropropagation works reported greater ratios of proliferation using BAP and

cytokinin in concentrations which varied

from 4.4 to 9.9 µM in combination with

NAA (Hirimburegama and Wijesinghe 1992; Macêdo et al. 2003). For the

micropropagation of Cryptanthus sinuosus

(L.B. Smith), an extinct endemic Bromeliaceae from Brazil, the best results

were obtained in MS medium without plant

regulators, or whenever 2.2 µM of BAP and 0.05 µM of NAA was added (Arrabal et al.

2002), whereas other combinations seemed

inhibitory for the shoot development.

Although the addition of NAA and BAP might seem to favor shoot formation in

bromeliads, it should be pointed out that,

depending on the endogenous levels of these regulators in the explants, the responses

obtained could be undesirable indicating the

need for optimization and protocol

adjustment for each target species (Mercier

and Kerbauy 1997; Hirimburegama and Wijesinghe 1992; Karp 1995).

The effect of different combinations of the

phytoregulators, NAA, BAP and KIN, in the number of roots of micropropagated caroá

shoots after five sub cultivations can be

observed in Table 1. The media supplemented with 0.5 NAA presented the

best results in the formation of roots during

the multiplication phase, except for the

medium with 2.2 µM of BAP. The largest number of roots was obtained with the NAA

(0.5 µM) + KIN (2.2 µM) treatment, which

provided an average of 37.03 roots per plant; a significantly superior value compared to the

other combinations (Table 1 and Figure 2).

Kukulczanka and Czastka (1989), propagating various species from the

Bromeliaceae family, in vitro, in RM

medium, obtained rooted shoots using NAA

+ KIN, while the combination NAA + BAP promoted the formation of a greater number

of adventitious shoots; a result similar to the

one obtained in this work.

Table 1. Number of adventitious shoots and of roots in the micropropagation of caroá [N. variegata (Arruda) Mez] after five sub cultivations carried out every 35 days.

Number of shoots

NAA (µM)

BAP (µM) Kinetin (µM)

2.2 4.4 2.2 4.4

0.05 15.825 aA* 18.975 bA 6.257 Bb 10.725 bAB 0.5 11.729 bC 60.575 aA 28.525 Ab 21.375 aB

Control 5.902

Number of roots

NAA (µM)

BAP (µM) Kinetin (µM) 2,2 4,4 2,2 4,4

0.05 4.075 aB 1.400 bB 8.971 Ba 13.050 bA

0.5 3.000 aC 4.200 aC 37.025 aA 17.500 aB

Control 6.536 *Averages followed by the same lower case letters in the column and capital letters in the lanes do not differ

statistically among themselves by the Tukey test at 5% probability.

As far as the morphology of the shoots was

concerned, all the treatments provided normal shoots, without any apparent

abnormality. However, the presence of BAP,

although provided a greater ratio of multiplication, induced the formation of

small shoots and few roots, making the

separation difficult during the transplantation

(Figure 3). On the other hand, the presence of

kinetin provided the formation of well

defined shoots with roots. In many reports regarding Bromeliaceae micropropagation,

this problem was observed in combinations

of BAP with dosages greater than or equal to 4.4 µM and NAA with dosages superior or

equal to 2.5 µM (Macêdo et al. 2003;

Barboza et al. 2004). In order to evaluate the

real efficiency of a micropropagation

Page 47: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

35

protocol for a determined species or variety,

the system should be evaluated as a whole,

not observing only the multiplication ratios,

but also the time needed to obtain the entire plant, as well as the effect of the composition

of the culture medium used in the period of

acclimatization.

Acclimatization

The percentage of shoot survival and plants varied from 70 to 100%, whereas the ones

originated from MS medium containing NAA

(0.5 µM) + KIN (2.2 µM), presented higher

ratios in almost all treatments (Figure 2). The

smallest ratio of survival was detected in the substrate containing coconut fiber and

Plantmax®, regardless of the origin of the

plants (culture medium).

Figure 2. Survival of micropropagated shoots of caroá [N. variegata (Arruda) Mez] 150 days of acclimatization in different substrates: washed sand (T1); Ecoterra

® (T2); coconut fiber (T3);

coconut fiber + Plantmax®

(T4); Plantmax® (T5); vermiculite (T6); vermiculite + Plantmax

® (T7).

At 150 days of acclimatization, there was a

significant increase in the number of leaves

of the shoots developed in the Ecoterra®

(T2), Plantmax® (T5) and vermiculita +

Plantmax®

(T7) substrates in comparison to

the other treatments, regardless of the origin

of the plants (culture medium). However, the largest growth ratio of this variable was

observed in the T7 substrate (9,81%),

opposite of what was registered for the

substrates in T3, T4 and T6 (Table 2). The report of a negative growth, such as the one

observed in these treatments, occurred due to

the presence of dry leaves in the shoots and the lack of emission of new leaves, since the

leaves considered in the evaluation of the

variable were green ones. The presence of coconut fiber in two of these treatments

indicated a negative effect of this component

in this result which could be explained by the

high C/N ratio of this substrate, demanding,

therefore, the enrichment with N for better

initial development of the plants (Carrijo et

al. 2004). It would be worth mentioning that the substrate that registered the higest

mortality of plants in the initial phase of

acclimatization contained coconut fiber.The growth ratio regarding the height of the plant

surface, considering the in vitro culture

medium in which these plants were produced

is shown in Table 3. It was noticed that Plantmax

® favored better development of

shoots (35.59%) originated from the medium

enriched with BAP (T5), whereas Ecoterra®

substrate (T2) promoted better growth in the

plants originated from the medium with KIN

(37,72%) that presented roots (Figure 3). Ecoterra

® was a substrate with high organic

matter content, which could have favored the

adherence and better root development, not

0 20 40 60 80 100

Survivel (%)

T1

T2

T3

T4

T5

T6

T7

Su

bst

rate

s

NAA (0,5 µM) + BAP (4,4 µM) NAA (0,5 µM) + KIN (2,2 µM)

Page 48: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

36

always functional, when taken from

laboratory conditions. Plantmax®, however,

presented the most adequate properties for

the acclimatization of shoots without roots, probably due to its capacity of water

absorption and retention, good aeration and

draining, avoiding the accumulation of humidity and shoot base rot. Substrate is the

factor that mostly affects the rooting and

plays an important role, especially in the species of difficult rooting. According to

Couvillon (1998), an ideal substrate retains

enough water to avoid the dryness of the base

of the stake and once saturated, has adequate porous space to facilitate the rooting and

avoid the development of the diseases. On

the other hand, the adequate substrate should

be available in good quantity and be easy to

handle and cheap (Faria et al. 2001).

These results showed significant differences between the growth ratios observed in the

best treatments, regardless of the presence or

absence of roots, and demonstrated the possibility to acclimatize caroá shoots

without the need of an in vitro stage of

rooting. This implied in the reduction of work and cost in the process as a whole,

considering that the in vitro multiplication

ratio in the NAA (0.5 µM) + BAP (4.4 µM)

medium were much superior than those registered in the medium enriched with KIN.

Table 2. Number of leaves from micropropagated caroá [N. variegata (Arruda) Mez] shoots from

the initial period (0 days) and final (150 days) from acclimatization and growth ratio in different substrates.

Substrate Inicial (1st day) Final (150 days) Growth rate (%)

T1 7.575 aA* 8.000 bA 1.84

T2 7.750 aB 9.703 aA 7.78

T3 7.375 aA 6.543 cB -3.91

T4 6.750 aA 6.571 cA -0.89

T5 7.325 aB 8.897 aA 6.70

T6 6.975 aA 5.842 cB -5.74

T7 7.175 aB 9.500 aA 9.81 *Averages followed by the same lower case letters in the columns and capital letters in the lanes do not differ

statistically among themselves by the Scott-Knott and Tukey test, respectively, at 5% probability. T1 =

washed sand, T2 = Ecoterra®, T3 = coconut fiber, T4 = coconut fiber + Plantmax®, T5 = Plantmax®, T6 =

vermiculite, T7 = vermiculite + Plantmax®.

Table 3. Height (cm) of plant surface of micropropagated caroá shoots [N. variegata (Arruda)

Mez] originally multiplied in the presence of NAA (0.5 µM) + BAP (4.4 µM) and NAA (0.5 µM) +

KIN (2.2 µM) during the initial period (0 days) and final (150 days) of acclimatization and growth

ratio in different substrates.

Substrate NAA + BAP NAA + KIN

Initial

(0 days)

Final

(150 days)

Growth

rate (%)

Initial

(0 days)

Final

(150 days)

Growth

rate (%)

T1 1.950 aB* 2.795 bA 12.75 2.360 aB 3.371 bA 12.62

T2 2.465 aB 3.956 aA 17.08 2.045 aB 5.342 aA 37.72

T3 1.815 aA 1.775 cA -0.74 2.310 aA 2.621 cA 4.30

T4 1.735 aB 2.207 cA 8.35 2.615 aA 2.728 cA 1.42

T5 1.725 aB 4.300 aA 35.59 2.030 aB 3.840 bA 23.67

T6 1.460 aB 2.789 bA 24.08 2.240 aB 3.380 bA 14,70

T7 2.065 aB 4.010 aA 24.76 1.945 aB 3.525 bA 21.92 *Averages followed by the same lower case letters in the columns and capital letters in the lanes do not differ

statistically among themselves by the Scott-Knott and Tukey tests, respectively, at 5% probability. T1 = washed sand, T2 = Ecoterra®, T3 = coconut fiber, T4 = coconut fiber + Plantmax®, T5 = Plantmax®, T6 =

vermiculite, T7 = vermiculite + Plantmax®.

Page 49: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

37

Figure 3. Stages of germination, micropropagation and acclimatization of caroá [N. variegata

(Arruda) Mez]: (a) fruits during inflorescence; (b) plantlet after 60 days of inoculation in culture medium; (c) sub cultivated plantlet in culture medium; (d) adventitious shoots originated from

media with and without regulators; (e) small shoots without roots originated from

micropropagation medium with NAA (0.5 µM) + BAP (4.4 µM); (f) developed plants from the medium supplemented with NAA (0.5 µM) + KIN (2.2 µM); (g) plants at 150 days of

acclimatization originated from culture media mentioned earlier in the coconut fiber substrate and

(h) Ecoterra®.

e

g h

d NAA+ BAP NAA+ KIN

Contro

l

c

f

a b

Page 50: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

38

In vitro conservation

Plants were maintained in vitro conservation

conditions to the Pineapple and Bromeliad

Germplasm Bank (temperature of 22 1 ºC, photoperiod of 12 h and light intensity of 22

E.m-2

.s-1

). Decrease in the growth ratios was

monitored with the use of controls cultivated under the incubation conditions in the growth

chambers (temperature of 27 1 ºC, photoperiod of 16 h and light intensity of 22

E.m-2

.s-1

). Incubated caroá plants in lower temperatures presented a rate of growth inferior

to the controls, demonstrating the effect of the temperature on the growth. This result was

similar to the in vitro conservation of

pineapple, another plant from the Bromeliaceae family (Souza et al. 2006a). Despite the

differences in response regarding time and in

vitro conservation of different bromeliads,

some varieties were being preserved for a period of one or two years (Souza et al. 2006b).

ACKNOWLEDGEMENTS

We wish to thank CAPES for the doctorate scholarship and BNB and FAPESB for the

financial support.

RESUMO

Neoglaziovia variegata é uma Bromeliaceae nativa da Caatinga, usada para

extração de fibras na Região Nordeste do

Brasil. A atividade antrópica coloca esta

espécie entre as ameaçadas. O objetivo deste trabalho foi estabelecer uma propagação e

conservação in vitro de caroá. Foram cultivadas

sementes em meio MS na presença ou ausência de luz. Plântulas germinadas in vitro foram

multiplicadas em meio MS suplementado com

as combinações de 0,05 e 0.50 µM de NAA e 2.2 e 4.4 µM de BAP e KIN. Foram obtidas as

melhores porcentagens de germinação com

sementes incubadas na presença de luz. A taxa

de multiplicação mais alta foi obtida no tratamento NAA (0,5 µM) + BAP (4,4 µM) e, o

número de raízes, com NAA (0.5 µM) + KIN

(2.2 µM). Aclimatização das plantas apresentou resultados diferenciados em relação aos

substratos testados. A conservação dessa

espécie sob temperatura de 22°C possibilitou a redução do crescimento quando comparada às

condições normais de cultivo in vitro.

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Page 53: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

41

CAPÍTULO 3

Development of micropropagated shoots and plants of caroá [Neoglaziovia

variegata (Arruda) Mez)] in different substrates1

1 Artigo submetido para publicação no periódico Acta Horticulturae em dezembro de 2008.

Page 54: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

42

RESUMO

Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez é uma Bromeliaceae nativa da

Caatinga Nordestina e cuja fibra é usada para confecção de produtos artesanais,

como bolsas, tapetes e chapéus, dentre outros. Entretanto, o extrativismo

predatório e a atividade antrópica têm colocado esta espécie entre as ameaçadas

de extinção demandando estratégias que possam minimizar esse risco. A

produção de mudas em larga escala reduziria o extrativismo indiscriminado e

poderia subsidiar o cultivo racional dessa espécie. As técnicas de cultura de

tecidos como a germinação de sementes imaturas e a multiplicação in vitro se

constituem em ferramentas interessantes para a produção de plantas em nível

comercial, propiciando a produção de um número elevado de mudas sadias, em

qualquer época do ano. No entanto, dentre as etapas da micropropagação a

aclimatização pode se constituir em uma limitação e tornar-se crítica para o êxito

do processo. Em bromeliáceas, de uma forma geral, essa etapa tem sido longa,

onerando o processo e dificultando a compra desse tipo de muda (Rodrigues et

al., 2004; Ferreira et al., 2007). Vários fatores podem influenciar o comportamento

das plantas micropropagadas durante a aclimatização, desde condições

estabelecidas no processo in vitro, ou seja, na fase de produção das plantas,

assim como o tipo de substrato usado para a adaptação das microplantas à

condição autotrófica. Considerando que o sistema radicular adventício produzido

in vitro é, em geral, pouco ramificado, quebradiço e isento de pêlos radiculares,

com raízes pouco funcionais na absorção de água e nutrientes durante a

aclimatização, a eliminação dessa etapa seria desejável sob o ponto de vista

econômico, já que quanto maior a permanência da planta na sala de cultura,

maiores serão os gastos com energia e mão-de-obra. Em vista do exposto, o

objetivo desse trabalho foi determinar um substrato adequado para o

desenvolvimento de brotos e plantas de caroá micropropagadas sem terem

passado pela etapa de enraizamento in vitro. Foram aclimatizados brotos sem

raízes e plantas com raízes (oriundas da fase de multiplicação) provenientes de

dois meios de cultura: Meio 1: MS + 0,5 µM de ANA (ácido naftalenoacético) + 4,4

µM de BAP (6-benzilaminopurina) e Meio 2: MS + 0,5 µM de ANA + 2,2 µM de

CIN (cinetina). O meio 1 deu origem a brotos sem a presença de raízes, enquanto

o meio 2 deu origem a plantas que durante o processo de multiplicação formaram

Page 55: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

43

raízes. Esses dois produtos, brotos (ausência de raizes) e plantas (presença de

raízes) foram os explantes de partida para o experimento realizado. O

delineamento experimental foi inteiramente casualizado no esquema de parcela

subdividida no tempo, com 20 repetições. As parcelas foram constituídas pelos

tratamentos: brotos (Meio 1) e plantas (Meio 2) aclimatizados nos seguintes

substratos: [areia lavada (T1); Ecoterra® (T2); fibra de coco (T3); fibra de coco +

Plantmax® (1:2) (T4); Plantmax® (T5); vermiculita (T6); vermiculita + Plantmax®

(1:2) (T7)]. As subparcelas foram formadas por três períodos de avaliação:

período 1 (antes da transferência dos explantes para tubetes), período 2 (aos 150

dias de aclimatização) e período 3 (após 210 dias de aclimatização). Avaliou-se o

número de folhas e altura da parte aérea nos três períodos. A taxa de

sobrevivência, número de raízes, comprimento da maior raiz, a massa seca da

parte aérea e da raiz foram avaliados no período 3. A sobrevivência dos brotos e

plantas durante os 210 dias de aclimatização variou de 65% a 100%, sendo que

as plantas (Meio 2), apresentaram as taxas mais altas em quase todos os

tratamentos, provavelmente devido à presença das raízes. Por outro lado, os

substratos Plantmax® (T5), vermiculita + Plantmax® (T7) e areia (T1) foram os que

apresentaram as maiores taxas de sobrevivência (95% a 100%) para ambos,

plantas ou brotos, tendo favorecido principalmente, a aclimatização dos brotos

sem raiz. Aos 150 dias de aclimatização houve aumento significativo do número

de folhas nos substratos Ecoterra® (T2), Plantmax® (T5) e vermiculita + Plantmax®

(T7), enquanto aos 210 dias o melhor substrato foi o Ecoterra® (T2) comparando-

se com os demais tratamentos, independentemente da origem do que foi

aclimatizado, brotos ou plantas. O desenvolvimento dos brotos foi favorecido pelo

cultivo nos substratos Ecoterra® (T2), Plantmax® (T5) e vermiculita + Plantmax®

(T7), enquanto que para as plantas, o substrato que promoveu o melhor resultado

para altura da parte aérea foi o Ecoterra® (T2). Na variável massa seca da parte

aérea, as plantas (Meio 2) apresentaram maiores médias em relação aos brotos

(Meio 1), proporcionadas pelo uso do substrato Ecoterra® (T2). Para os brotos,

entretanto, não houve diferença estatística desse substrato em relação ao

Plantmax® (T5) ou à vermiculita + Plantmax® (T7). A maior média para o número

de raízes foi observada no substrato fibra de coco (T3) com as plantas que já

apresentavam raízes (CIN), enquanto que para os brotos (BAP) os melhores

resultados foram obtidos nos substratos Plantmax® (T5), vermiculita (T6) e

Page 56: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

44

vermiculita + Plantmax® (T7). Contudo, no que se refere ao comprimento da maior

raiz e da massa seca da raiz, independente do tipo de explante, o maior

comprimento de raiz foi obtido no substrato Ecoterra® (T2), que não diferiu

estatisticamente do tratamento Plantmax® (T5). Os resultados obtidos evidenciam

que independente das duas fontes de citocininas utilizadas no meio de cultura

para a micropropagação dessa espécie, é possível sua aclimatização nos

substratos Ecoterra® e Plantmax® sem a necessidade de uma etapa de

enraizamento in vitro, ainda que as plantas que foram multiplicadas no meio de

cultura com CIN, já apresentassem raízes quando foram aclimatizadas. Isso

implica na redução de trabalho e custo do processo como um todo, considerando-

se que as taxas de multiplicação in vitro no meio ANA-BAP foram muito

superiores às registradas no meio enriquecido com CIN. No entanto, o tempo de

aclimatização dessas plantas, 210 dias, ainda é considerado longo, problema que

também ocorre com o abacaxi e outras bromeliaceaes, ressaltando, dessa forma

a necessidade de otimizar essa etapa.

Page 57: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

45

ABSTRACT

Caroá (Neoglaziovia variegata) is a native Bromeliaceae of Caatinga used for fiber

extraction in the Northeast region of Brazil. The anthropic activity put this species among

the threatened ones. The work aimed to determine a substrate adapted for an efficient

development of shoots and plants of caroá produced in vitro that were not submitted to the

in vitro rooting stage. Shoots without roots and rooting plants (during the multiplication

phase) were obtained from two culture media: MS with 0.5 µM of NAA (naphtaleneacetic

acid) and 4.4 µM of BAP (6-benzylaminopurine) and MS supplemented with 0.5 µM of

NAA and 2.2 µM of KIN (kinetin). These shoots and plants were acclimatizated in the

following substrates: washed sand, Ecoterra®, coconut fiber, coconut fiber + Plantmax

®,

Plantmax®, vermiculite and vermiculite + Plantmax

®. The best results for direct

acclimatization of shoots and plants of caroá were obtained with Ecoterra® and Plantmax

®

substrates. On the other hand, the results showed the necessity to make a study on

production cost of these in vitro plants, considering the different situations presented in this

work.

keywords: Bromeliaceae, acclimatization, tissue culture, fiber extraction.

Page 58: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

46

INTRODUCTION

Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez is a native ground-dwelling bromeliad of the

Caatinga (dry-land) region of Brazil that is commonly known as caroá. Its leaves supply

fibers that are widely used in making twine and handcrafts such as hats, sacks, rugs,

hammocks, fishing nets, and clothes, thus generating work and income for many families

in that region. The caroá plant is harvested directly from nature in the caatinga, without

any systematized replanting, and, consequently, has practically disappeared from a number

of regions, leaving this species threatened with extinction.

The first step in establishing a system of cultivation and production to avoid the

predatory harvesting of wild plants is to develop an efficient method of generating healthy

planting stock. A micropropagation protocol for producing planting stocks of caroá has

been successfully developed, but the subsequent growth of the plants during

acclimatization is very slow, and a considerable amount of time is required until the plant

is finally ready to be cultivated (Silveira et al., 2009).

Acclimatization is one of most important (and limiting) phases in the entire process

of micropropagation - and one of the most critical factors involved in plant hardening is in

vitro rooting. Adventitious root systems produced in vitro are generally poorly branched,

fragile, and do not have root hairs - thus being only minimally functional in the absorption

of water and nutrients during acclimatization (Hoffmann et al., 2001). The success of

acclimatization depends on having plants that developed heterotrophically under

conditions of high humidity make a successful transition to autotrophy under conditions of

moderate to low humidity (Zimmerman, 1988).

Bromeliads, in general, require a long period of acclimatization, which drives up

the production costs of the planting stock and makes their commercialization much more

difficult (Souza Junior et al., 2001). This difficulty has generated a series of research

programs involving species of this family that sought to elucidate the factors that influence

the acclimatization period and to find solutions that can minimize this long developmental

phase (Rodrigues et al., 2004; Silva et al., 2006).

The substrate is a fundamental factor in the growth and development of

micropropagated plants, and it is determinant in the acclimatization of these plants. One of

the greatest difficulties encountered by producers has been to find an adequate substrate for

the development of micropropagated bromeliads (Rodrigues et al., 2004).

Page 59: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

47

The present work therefore evaluated the acclimatization of shoots and plantlets of

caroá in different substrates to determine the most efficient conditions for producing

micropropagated planting stocks for this species.

Page 60: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

48

MATERIAL AND METHODS

The shoots and plantlets used here were derived from micropropagation

experiments with caroá that evaluated different media culture (Silveira et al., 2009). The

results of these experiments indicated that two media culture provided the best in vitro

multiplication rates: Medium 1 - MS (Murashige and Skoog, 1962) + 0.5 µM NAA

(naphthalene acetic acid) + 4.4 µM BAP (6-benzylaminopurine); and Medium 2 - MS +

0.5 µM NAA + 2.2 µM KIN (kinetin). Medium 1 produced shoots without roots, while

Medium 2 produced plantlets with roots during the multiplication phase (without the

necessity of a distinct rooting phase). In order to facilitate the explanation of the results,

shoots are defined as the plant material originating from M1 (without root formation),

while plantlets are defined as the planting stock produced in M2 (with roots).

The experimental design involved all possible combinations of the two different

explants with seven substrates, with 20 repetitions each, using sprouts originating from the

NAA-BAP treatment (Medium 1) and plantlets from the NAA-KIN treatment (Medium 2)

in the following substrates: washed sand (T1); Ecoterra®

(T2); coconut fiber (T3); coconut

fiber + Plantmax® (1:2) (T4); Plantmax

® (T5); vermiculite (T6); and vermiculite +

Plantmax® (1:2) (T7). Three evaluation periods were performed: period 1 - (0 day, before

transferring the explants to the acclimatization), period 2 - (after 150 days of

acclimatization), and period 3 - (after 210 days of acclimatization). All cultivation was

undertaken in misting greenhouse beds.

The numbers of leaves (NL) and height of the aerial portion of the plant (HAP)

were evaluated at each period (0, 150, and 210 days), while the final survival rate (FSR),

the number of roots (NR), the length of the largest root (LLR), the dry weight of the aerial

portion (DWAP), and the dry weight of the root (DWR) were evaluated only at the end of

period 3. The variables HAP, DWAP, and DWR were square root transformed in order to

correct for deviations in the normal distribution of the data.

The averages related to the substrates were grouped using the Scott-Knott test at a

5% probability level, and the averages of the shoots and plantlets and of the other variables

evaluated were compared by the Tukey test at a 5% probability of error. It was calculated

the geometric growth rates (r) for the evaluation periods of 0 to 150 days, 0 to 210 days,

and 150 to 210 days for the variable APA, using the expression r = tf iV / V 1 100 ,

Page 61: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

49

where Vf refers to the final evaluation period, Vi to the initial evaluation period (in

percentages), and t to the period in months between the evaluations.

Page 62: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

50

RESULTS AND DISCUSSION

The survival of the shoots and plantlets during the 210 days of acclimatization

varied from 65% to 100%, with the plantlets originated in Medium 2 demonstrating the

highest survival rates in almost all of the substrates. The lowest survival rate was seen in

the substrate composed of coconut fiber + Plantmax® with both shoots (without roots) and

plantlets (with roots) (Figure 1). On the other hand, the substrates Plantmax® (T5),

vermiculite + Plantmax® (T7), and sand (T1) produced the highest survival rates (95% to

100%) for both plantlets and shoots, indicating that the lack of roots is not a limiting factor

for the survival of these explants. Plantmax® has a high absorption capacity and can hold a

great deal of water, and it has good aeration and drainage that avoid the accumulation of

excess humidity and rotting at the base of the sprout - very important factors in the initial

phase of hardening of these micropropagated plants. Vermiculite is an inert material that

does not deteriorate and has good aeration and water retention capacity (Gonçalves, 1992).

The 100% survival rate in sand, independent of the presence or not of roots, was an

unexpected result. In spite of the fact that sand has aeration and drainage propertied

favorable to root development, our results did not coincide with those reported by Souza

Junior et al. (2001). These researchers acclimatizated plantlets of pineapple (another type

of bromeliad) on a sand substrate and observed a seriously depressed survival rate (35%),

especially when compared with Plantmax® (100% survival). The results reported here with

caroá suggest that aeration and sufficient watering (humidity) are determinant factors for

the survival of this species during acclimatization.

Page 63: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

51

Fig. 1. Survival of micropropagated shoots and plantlets of caroá [N. variegata (Arruda)

Mez] after 210 days of acclimatization in different substrates: washed sand (T1); Ecoterra®

(T2); coconut fibers (T3); coconut fibers + Plantmax®

(T4); Plantmax® (T5); vermiculite

(T6); vermiculite + Plantmax® (T7).

In terms of the numbers of leaves, significant differences in relation to the

substrates were only noted during the course of the temporal evaluations: after 150 days of

acclimatization there were significant increases in the numbers of leaves on both shoots

and plantlets growing in the substrates Ecoterra® (T2), Plantmax

® (T5), and vermiculite +

Plantmax®

(T7); while at 210 days, only the Ecoterra®

(T2) maintained an increase in the

numbers of leaves in comparison with the other treatments (Table 1). This latter substrate

was the only one that demonstrated growing averages in terms of the number of leaves

during the three evaluation periods. The inert substrates, such as sand (T1), coconut fiber

(T3), and vermiculite (T6), did not produce significant leaf growth (actually demonstrating

leaf loss during the evaluation periods) - indicating the importance of the presence and

availability of nutrients during the formation of the aerial portion in the acclimatization

period.

Although Plantmax®

(T5) has adequate concentration of N (present in its

component organic material), and high available P (1.311 mg.L-1

), K (1.870 mg.L-1

), and

Ca + Mg levels (31.43 ME -100cc

) (Couto et al., 2003), Ecoterra (T2) demonstrated a better

performance in terms of leaf growth. Ferreira et al. (2007), studying the effects of different

substrates on the development of the bromeliad Neorogelia cruenta (R. Graham) L. B.

Smith during 300 days, observed that Plantmax® produced the largest numbers of leaves in

Page 64: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

52

comparison with the other substrates tested (soil+sand and soil+sand+rice hulls) after 120

days of acclimatization. Moreira et al (2006), however, found that after 90 days of

acclimatization, micropropagated pineapple plants (cv. Pérola) grown in Plantmax®

showed unexceptional results when compared with organic compost, soil + manure, or soil

+ manure + Plantmax®.

Table 1. Average numbers of leaves on micropropagated shoots and plantlets of caroá [N.

variegata (Arruda) Mez] after three acclimatization periods in different substrates.

Substrate Period 1

(0 day)

Period 2

(150 days)

Period 3

(210 days)

T1 7.575 aAB* 8.000 bA 7.225 cB

T2 7.750 aC 9.703 aB 10.486 aA

T3 7.375 aA 6.543 cB 6.400 dB

T4 6.750 aA 6.571 cA 6.428 dA

T5 7.325 aB 8.897 aA 7.949 cB

T6 6.975 aA 5.842 cB 5.921 dB

T7 7.175 aC 9.500 aA 8.725 bB

*Averages followed by the same lower case letter in the same column belong to the same group by the Scott-

Knott test at a 5% probability level; averages followed by the same upper case letter in the same line do not

differ statistically by the Tukey test at a 5 % probability level. T1 = washed sand, T2 = Ecoterra®, T3 =

coconut fiber, T4 = coconut fiber + Plantmax®, T5 = Plantmax®, T6 = vermiculite, T7 = vermiculite + Plantmax®.

Table 2 presents the data referring to the heights of the shoots and plantlets during

the three evaluation periods. Shoot development was favored by cultivation in Ecoterra®

(T2), Plantmax® (T5), and vermiculite + Plantmax

® (T7), while the aerial portion of the

plantlets grew best in Ecoterra® (T2). To facilitate the understanding of these results, the

data is presented in the form of geometric increases in the height of the aerial portions of

the plants during the intervals of 0 to 150 days and 0 to 210 days (Table 3) - which allows

the expression of their real growth during these evaluation periods. It can be seen that the

Plantmax®

substrate promoted the highest growth rate and total growth for the shoots (0 to

210 days), while the best result for plantlets was obtained with Ecoterra®. Ferreira et al.

(2007) reported that Plantmax®

provided the greatest gains in height for micropropagated

plantlets of Neorogelia cruenta (R. Graham) L. B. Smith) during 300 days of

acclimatization. On the other hand, the acclimatization of micropropagated plants of

pineapple using Plantmax®

did not result in significant height gains (Moreira et al., 2006).

Souza Junior et al. (2001) reported that plant height is usually a determinant

variable in defining the suitability of transplanting young plant stock to the field. However,

this variable is not sufficient in itself, as the numbers and the sizes of the leaves also

provide extremely important information about the readiness of the plants - as these organs

Page 65: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

53

determine the photosynthetic capacity of the stock and are fundamental to their survival

and full development (Moreira et al., 2006).

Table 2. Average heights (cm) of the aerial portions of micropropagated shoots and

plantlets of caroá [N. variegata (Arruda) Mez] during the three periods of acclimatization

on different substrates.

Substrate SHOOTS PLANTLETS

Period 1

(0 day)

Period 2

(150 days)

Period 3

(210 days)

Period 1

(0 day)

Period 2

(150 days)

Period 3

(210 days)

T1 1.950 bC* 2.795 bB 3.325 bA 2.360 aC 3.735 bB 4.340 bA

T2 2.465 aC 3.955 aB 5.933 aA 2.045 aC 5.342 aB 7.494 aA

T3 1.815 bB 1.775 cB 2.731 cA 2.310 aB 2.621 cAB 3.152 dA

T4 1.735 bC 2.207 cB 3.264 bA 2.615 aB 2.728 cB 3.714 cA

T5 1.725 bC 4.300 aB 5.484 aA 2.030 aC 3.840 bB 4.685 bA T6 1.460 bC 2.789 bB 3.811 bA 2.240 aC 3.380 bB 4.390 bA

T7 2.065 aC 4.010 aB 5.050 aA 1.945 aC 3.525 bB 4.420 bA

*Averages followed by the same lower case letter in the same column belong to the same group by the Scott-

Knott test at a 5% probability level; averages followed by the same upper case letter in the same line do not

differ statistically by the Tukey test at a 5 % probability level. T1 = washed sand, T2 = Ecoterra®, T3 =

coconut fiber, T4 = coconut fiber + Plantmax®, T5 = Plantmax®, T6 = vermiculite, T7 = vermiculite +

Plantmax®.

Table 3. Geometric growth rate (%) of the aerial portion of micropropagated sprouts and

plantlets of caroá [N. variegata (Arruda) Mez] growing in different substrates.

Substrate SHOOTS PLANTLETS

0 to 150

days

150 to 210

days

0 to 210

days

0 to 150

days

150 to 210

days

0 to 210

days

T1 7.08 10.06 7.92 9.62 7.80 9.09

T2 9.92 22.48 13.37 21.17 18.44 20.39

T3 -0.44 24.04 6.01 2.56 9.66 4.54

T4 4.93 21.61 9.45 0.85 16.68 5.14

T5 20.04 12.93 17.97 13.60 10.46 12.69 T6 13.82 16.89 14.69 8.58 13.97 10.09

T7 14.19 12.22 13.63 12.63 11.98 12.44

Substrates: T1 = washed sand, T2 = Ecoterra®, T3 = coconut fiber, T4 = coconut fiber + Plantmax®, T5 =

Plantmax®, T6 = vermiculite, T7 = vermiculite + Plantmax®.

Evaluations performed after 210 days of acclimatization (Table 4) indicated that the

numbers of roots (NR) and the dry weight of the aerial portions of the plantlets (DWAP)

varied among the different substrates and according to the type of explant. The largest

average number of roots was observed using the coconut fiber substrate (T3) with plantlets

that had produced some roots before being transplanted (KIN), while Plantmax® (T5),

Page 66: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

54

vermiculite (T6), and vermiculite + Plantmax®

(T7) gave the best results with the originally

rootless sprouts (BAP).

In relation to the dry weight of the aerial portion (DWAP), plantlets demonstrated

better results in almost all of the treatments as compared to shoots, with the best overall

result being seen with Ecoterra®. The DWAP value obtained with this substrate (0.898g)

was greatly superior to the others, for both the plantlets and the shoots.

The fact that plantlets demonstrated not only the largest number of roots, but the

largest dry mass (thus the greatest overall growth of roots), is most probably due to the pre-

established root system brought with them from the multiplication phase in the medium

with KIN. Although roots generated in vitro tends to function poorly, the subsequent

growth once rhizogenesis has been initiated in vitro will favor the growth of the plantlets in

the acclimatization phase. Shoots, the other hand, need to develop the entire root system

during their ex vitro acclimatization; this demands more time, and results in less overall

development as compared to the plantlets.

The largest principal root lengths were observed with the Ecoterra® (T2) substrate

for both types of explants, with statistically similar results being seen with Plantmax® (T5)

(Table 5). To the dry weight of the root (DWR) the best results were obtained with

Ecoterra® (T2), Plantmax

® (T5) and vermiculite+Plantmax

® (T7) for both types of explants

(Table 5). The planting substrate greatly influences the architecture of the root system and

this is of overwhelming importance in the aeration and adherence of these plant organs

(Hoffmann et al., 2001). An adequate substrate must have good water retention capacity,

optimal pore volumes occupied by gases, and an adequate diffusion rate for oxygen

(Hartmann and Kester, 1990). Nunes (2000) reported that coconut powder is an excellent

organic material for substrate mixtures due to its ability to retain humidity and to aerate the

culture medium, in addition to its growth stimulating properties. The results reported here,

however, were not very positive for pure coconut fiber if the development of the whole

plant was considered, and not just the root system.

Page 67: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

55

Table 4. Averages of the numbers of roots (NR) and the dry weight of the aerial portion

(DWAP) of micropropagated shoots and plantlets of caroá [N. variegata (Arruda) Mez]

grown in NAA (0.5 µM) + BAP (4.4 µM) or in NAA (0.5 µM) + KIN (2.2 µM) after 210

days of acclimatization in different substrates.

Substrate NR DWAP (g)

SHOOTS PLANTLETS SHOOTS PLANTLETS

T1 4.100 bA* 5.000 bA 0.114 bA 0.163 cA

T2 3.900 bB 6.500 bA 0.371 aB 0.898 aA

T3 3.000 bB 8.500 aA 0.059 bB 0.172 cA

T4 3.000 bB 5.800 bA 0.079 bA 0.133 cA

T5 5.400 aA 6.400 bA 0.229 aA 0.272 bA

T6 4.700 aA 5.200 bA 0.119 bB 0.237 bA

T7 5.800 aA 6.500 bA 0.274 aA 0.270 bA

*Averages followed by the same lower case letter in the same column belong to the same group by the Scott-

Knott test at a 5% probability level; averages followed by the same upper case letter in the same line do not

differ statistically by the Tukey test at a 5 % probability level. T1 = washed sand, T2 = Ecoterra®, T3 =

coconut fiber, T4 = coconut fiber + Plantmax®, T5 = Plantmax®, T6 = vermiculite, T7 = vermiculite +

Plantmax®.

Table 5. Average lengths of the largest root (LLR) and dry weight of the roots (DWR) of

micropropagated shoots and plantlets of caroá [N. variegata (Arruda) Mez] after 210 days

of acclimatization in different substrates.

Substrate LLR (cm) DWR (g)

T1 5.360 c* 0.067 b

T2 10.785 a 0.129 a

T3 2.885 d 0.017 c

T4 4.390 c 0.017 c

T5 10.330 a 0.111 a

T6 7.770 b 0.047 b

T7 8.900 b 0.112 a

*Averages followed by the same lower case letter in the same column belong to the same group by the Scott-

Knott test at a 5% probability level. T1 = washed sand, T2 = Ecoterra®, T3 = coconut fiber, T4 = coconut fiber + Plantmax®, T5 = Plantmax®, T6 = vermiculite, T7 = vermiculite + Plantmax®.

Considering all of the variables analyzed in the present work, it can be seen that of

the seven substrates utilized, T2 (Ecoterra®

), T5 (Plantmax®), and T7

(vermiculite+Plantmax®) favored the greatest overall growth of the shoots and promoted ex

vitro root growth. With plantlets, however, which already had a certain degree of root

system development before initiating acclimatization, the best growth results were

obtained using Ecoterra® and Plantmax

®. These latter two substrates gave good results for

both shoots and plantlets, probably due to their high nutrient content and good aeration

qualities. According to Couvillon (1998), an ideal substrate is one that retains sufficient

water to avoid desiccation of the base of the explant, but which also has adequate pore

Page 68: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

56

spaces that facilitate rooting and avoid diseases. Hartmann and Kester (1990) noted that the

principal effects of any substrate will be manifested by the plant roots, but will also be

reflected in the growth of the aerial portion. Commercial substrates help guarantee the

repeatability of research results and the commercial production of plantlets due to

uniformity in their chemical compositions and physical properties (Hoffmann et al., 2001).

Studies undertaken by Skrebsky et al. (2006) verified that Plantmax® demonstrated

favorable values for density, water retention, total porosity, aeration space, water

availability, and easily available water. Neto et al. (1999) noted, however, that although

Plantmax® demonstrated excellent physical characteristics, it was still necessary to

complement it with additional nutrients in order to obtain high-quality stock plants.

Even though our results indicated that it is possible to stimulate ex vitro rooting in

shoots obtained through micropropagation, the presence of a pre-formed root system

greatly favors development of plantlets within the same time frame. Interestingly, while

Medium 2 (NAA-KIN) promoted root formation in vitro (without the necessity of a rooting

phase) and generated plantlets that demonstrated the best development during

acclimatization, it had a multiplication rate significantly lower than that of Medium 1

(NAA-BAP) (which produced sprouts without roots). As such, it will be necessary to

closely evaluate the real overall costs of generating explants in vitro all the way through to

final field planting in order to be able to determine which process is most economically

efficient: rooting during the in vitro phase of multiplication, establishing a specific phase

for in vitro rooting, or direct acclimatization of sprouts without roots.

Page 69: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

57

CONCLUSIONS

1. Plantlets originating from Medium 2 (NAA-KIN) demonstrated better development than

shoots produced in Medium 1 (NAA-BAP) that were acclimated prior to root formation.

2. The substrates Ecoterra and Plantmax®

promoted the greatest growth and development

for both kind of explants during the acclimatization phase.

3. The time required for full acclimatization of the plantlets (210 days) is still very long,

indicating the need for developing new techniques and undertaking more detailed studies

of production costs.

Page 70: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

58

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Page 72: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

60

CAPÍTULO 4

Enraizamento in vitro e aclimatização de mudas micropropagadas de caroá

(Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez)1

1 Artigo submetido para publicação no periódico Plant Cell Culture & Micropropagation em janeiro

de 2009.

Page 73: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

61

RESUMO

Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez pertence à família das Bromeliáceas e é largamente

usada para a extração de fibras na Região Nordeste do Brasil, constituindo-se em atividade

econômica importante para famílias da Região pela confecção de produtos artesanais.

Atividades antrópicas têm causado perdas severas na espécie. Para otimizar a produção de

plantas in vitro avaliou-se o efeito da interação entre ANA (0,0 µM; 0,5 µM e 5,3 µM) e

CIN (0,0 µM, 2,2 µM e 4,4 µM) no meio de cultura MS, visando estabelecer um protocolo

para enraizamento in vitro e, posteriormente, a aclimatização ex vitro das plantas no

substrato Plantmax®. Verificou-se que a presença de ANA no meio de cultura MS é de

fundamental importância na aceleração do processo de enraizamento in vitro de caroá e

que a aclimatização das mudas originados dos meios com a presença da ANA foram os que

apresentaram os melhores resultados para as variáveis analisadas.

Termos para indexação: Bromeliaceae, cultura de tecidos, fibras vegetais.

Page 74: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

62

In vitro rooting and aclimatization of micropropagated plants from caroá

(Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez)

ABSTRACT

Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez belongs to Bromeliacea family and is wide used for

fiber extraction in the Northeast Region of Brazil constituting a very important economical activity

for several Northeastern families with the manufacturing of artisanal products. Anthropic

activity has been caused important losses in this species demanding strategies to plant

production. To optimize the in vitro production of plants from Caroá the effect of

interaction between NAA (0,0 µM; 0,5 µM e 5,3 µM) and KIN (0,0 µM, 2,2 µM e 4,4 µM)

in MS media with the aim to established a rooting protocol was evaluated. The

acclimatization on in vitro plants was carried out in Plantmax®. The evaluations showed

that the NAA in media culture is fundamental to in vitro rooting of caroá plants and

promoted the best results in evaluated parameters.

Index terms: Bromeliaceae, tissue culture, fibers plants.

Page 75: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

63

INTRODUÇÃO

Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez é uma espécie de Bromeliaceae, nativa do

estrato baixo da Caatinga e conhecida na Região Nordeste do Brasil como caroá. Suas

fibras já foram usadas para produção de linho no século passado e atualmente são usadas

na confecção de produtos artesanais, gerando empregos e renda para famílias da Região

Nordeste (Barros, 1941; Ribeiro, 2007).

A coleta predatória e a falta de um sistema de produção organizado têm causado

perdas significativas na espécie e em algumas regiões o caroá já pode ser considerado

como espécie ameaçada de extinção. Planta de propagação prioritariamente vegetativa,

ainda que possa ocorrer de forma sexuada, possui taxa de multiplicação baixa, o que se

constitui em uma limitação para a produção de mudas e, conseqüentemente para o

estabelecimento de cultivos racionais.

Desde 2005 estudos vêm sendo realizados com vistas ao desenvolvimento de um

protocolo de propagação de caroá que permita a obtenção de mudas sadias, constituindo-se

no primeiro passo para o estabelecimento de um sistema de cultivo e produção, a fim de se

evitar o extrativismo predatório. A micropropagação do caroá mostrou-se possível, quando

a partir de plântulas germinadas in vitro, milhares de plantas foram produzidas (Silveira et

al., 2009a). No entanto, dentre as etapas dessa técnica, o enraizamento in vitro e posterior

transferência dos brotos enraizados para condições ambientais são as mais críticas. Nesse

momento, ocorre a transição do heterotrofismo para o autotrofismo, em condições ex vitro

(Sciutti & Morini, 1993), havendo um número expressivo de espécies vegetais

micropropagadas que não sobrevive nesse período (Hararika, 2003), devido ao sistema

radicular adventício produzido in vitro ser, em geral, pouco ramificado, quebradiço e

isento de pêlos radiculares, com raízes pouco funcionais na absorção de água e nutrientes

durante a aclimatização (Hoffmann et al., 2001).

Page 76: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

64

Na fase de enraizamento in vitro, diversas auxinas, isoladamente ou em

combinação, podem ser utilizadas para a maioria das espécies (Bosa et al., 2003),

principalmente em espécies ornamentais, pois as características de interesse comercial são

mantidas (Tagliacozzo, 1998). Contudo, diversas espécies, principalmente as herbáceas,

enraízam facilmente in vitro, em meio básico sem reguladores de crescimento ou com

baixa concentração de auxinas (Anderson, 1984). Além disso, Gupta (1986) e Barboza et

al. (2004) referem-se à adição de citocinina como favorável ao enraizamento. Nesse

contexto, Hartmann & Kester (1990) apontam a necessidade de estudos para determinar o

melhor regulador e a concentração ideal, visto que as espécies respondem de forma

diferenciada.

O caroá, à semelhança de outras plantas da família Bromeliaceae, necessita de um

longo período de aclimatização, demandando estudos que possam melhorar o desempenho

das plantas nesta etapa e tornar o processo mais eficiente. A indução da rizogênese in vitro

pode auxiliar na melhoria desse processo.

Em vista do exposto e visando otimizar a produção de mudas de caroá, objetivou-se

avaliar o efeito de reguladores de crescimento que pudessem favorecer o enraizamento in

vitro e, posteriormente, a aclimatização de plantas de caroá.

Page 77: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

65

MATERIAL E MÉTODOS

Para a avaliação do enraizamento in vitro, utilizou-se como explantes brotos e

plantas de caroá provenientes do quinto subcultivo em meio de cultura MS (Murashige &

Skoog, 1962) com 0,5 µM de ANA (ácido naftalenoacético) + 4,4 µM de BAP (6-

benzilaminopurina), MS com 0,5 µM de ANA + 2,2 µM de CIN (cinetina) e MS com 0,5

µM de ANA + 4,4 µM de CIN (Silveira et al., 2009a). Considerou-se como broto o

explante oriundo do tratamento com BAP, pois não havia presença de raízes e, como

plantas, o que foi originado do tratamento com CIN, que apresentavam um sistema

radicular desenvolvido durante a etapa de multiplicação. Contudo, essas raízes foram

eliminadas, limpando-se a base das plantas antes de serem introduzidas nos diferentes

meios de cultura.

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial

3x3x3 (meios de multiplicação x concentrações de ANA x concentrações de CIN) com 25

repetições por tratamento. Foram analisadas todas as combinações entre concentrações de

ANA (0,0 µM; 0,5 µM e 5,3 µM) e CIN (0,0 µM, 2,2 µM e 4,4 µM) em meio de cultura

MS suplementado com 30 g/L de sacarose, solidificado com 2 g/L de Phytagel®

, pH 5,8 e

esterilizado a 120 °C.

Os explantes foram incubados sob condições de temperatura de 27 1 ºC,

fotoperíodo de 16 horas e densidade de fluxo de fótons de 22 E.m-2

.s-1

. Após 60 dias de

cultivo, avaliou-se a taxa de enraizamento (TE), o número de folhas (NF), altura da parte

aérea (APA), o número de raízes (NR) e o comprimento da maior raiz (CMR). Nas

variáveis NF, APA e CMR aplicou-se a transformação raiz quadrada e na variável NR

utilizou-se log (x + 10) a fim de se corrigir desvios na distribuição normal dos dados.

Page 78: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

66

Para a etapa de aclimatização as mudas obtidas do experimento de enraizamento in

vitro foram transplantadas em tubetes contendo o substrato Plantmax®

e mantidas em

estufa sob nebulização durante 210 dias.

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em esquema de parcela

subdividida no tempo, com 25 repetições. As parcelas foram constituídas pelos tratamentos

do experimento anterior e as subparcelas foram formadas por três períodos de avaliação:

período 1 (antes da transferência dos explantes para tubetes), período 2 (aos 90 dias de

aclimatização) e período 3 (após 210 dias de aclimatização). Essas avaliações foram

realizadas nesses períodos visando obter uma melhor distribuição das leituras para

observar o desenvolvimento das mudas.

Nos três períodos avaliou-se o número de folhas (NF) e altura da parte aérea

(APA). As variáveis taxa de sobrevivência (TS), comprimento da maior raiz (CMR), massa

seca da parte aérea (MSPA) e massa seca da raiz (MSR) só foram estudadas no período 3.

A variável número de raízes (NR) foi avaliado nos períodos 1 e 3. Nas variáveis APA,

MSPA e MSR aplicaram-se a transformação raiz quadrada a fim de se corrigir desvios na

distribuição normal dos dados.

As médias referentes aos tipos de meios foram camparadas pelo teste de Scott-

Knott a 5% de probabilidade e as médias dos explantes e das variáveis avaliadas foram

comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.

Page 79: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

67

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A resposta rizogênese variou de 80% a 100%, sendo que as plantas oriundas do

meio MS com ANA (0,5 µM) + CIN (2,2 e 4,4 µM) apresentaram taxas de enraizamento

mais altas em todos os tratamentos (Figura 1). As menores taxas de enraizamento (84%,

88% e 80%) foram registradas com os brotos nos tratamentos 1, 2 e 3, respectivamente, os

quais só continham a cinetina no meio de cultura, com exceção do tratamento 1 que foi

usado como testemunha, não contendo nenhum regulador de crescimento. Estudos com

enraizamento in vitro de brotos de abacaxi provenientes do meio com ANA + BAP

realizado por Barboza et al. (2004) obtiveram 12% de enraizamento in vitro quando

cultivados no meio com a presença de cinetina.

FIGURA 1. Enraizamento in vitro de brotos e plantas micropropagados de caroá [N.

variegata (Arruda) Mez] após 60 dias cultivados em meio MS com as diferentes

combinações de ANA e Cinetina: ANA (0,0 µM) + CIN (0,0 µM) (T1); ANA (0,0 µM) +

CIN (2,2 µM) (T2); ANA (0,0 µM) + CIN (4,4 µM) (T3); ANA (0,5 µM) + CIN (0,0 µM)

(T4); ANA (0,5 µM) + CIN (2,2 µM) (T5); ANA (0,5 µM) + CIN (4,4 µM) (T6); ANA

(5,3 µM) + CIN (0,0 µM) (T7); ANA (5,3 µM) + CIN (2,2 µM) (T8); ANA (5,3 µM) +

CIN (4,4 µM) (T9).

Page 80: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

68

Esses resultados evidenciam a necessidade da presença da auxina no meio de

cultura para obtenção de taxas mais elevadas no enraizamento in vitro dos brotos de caroá,

corroborando com os resultados que foram encontrados no enraizamento in vitro de

explantes de Vriesea cacuminis L.B.Smith (Bromeliaceae) proveniente de meios de cultura

com BAP ou GA3 (Mendes et al., 2007).

A maior formação de folhas foi observada nos brotos de caroá em relação às plantas

oriundas do meio MS com ANA (0,5 µM) + CIN (2,2 e 4,4 µM) (Tabela 1). O maior

número de folhas dos brotos (15,88) foi obtido no meio com ANA (5,3 µM) + CIN (2,2

µM), apesar deste valor não diferir estatisticamente quando este explante foi cultivado no

meio com a mesma concentração de ANA sem a presença da cinetina (14,92). As plantas

também apresentaram comportamento semelhante nessa variável, pois as maiores médias

foram obtidas na ausência de cinetina no meio de cultura.

Na Tabela 1 observa-se que o meio com a maior concentração de ANA (5,3 µM)

sem a presença de cinetina foi o mais eficiente para as variáveis altura da parte aérea e

número de raízes. Contudo, a altura mais expressiva (4,16cm) foi verificada nas plantas

provenientes do meio de multiplicação ANA + CIN (2,2 µM) e para o número de raízes os

brotos oriundos do meio ANA + BAP (4,4 µM) apresentaram a maior quantidade de raízes

(8,80).

Com relação ao comprimento da maior raiz (Tabela 1) o meio sem reguladores de

crescimento proporcionou a melhor resposta para brotos e plantas, exceto para as plantas

provenientes do meio de multiplicação ANA + CIN (4,4 µM) que apresentaram o maior

comprimento na presença de 0,5 µM de ANA. Entretanto, esse tratamento não diferiu

estatisticamente do meio de cultura sem reguladores (Testemunha).

Em geral observou-se que houve uma diminuição do comprimento das raízes

conforme o aumento da concentração de ANA no meio de cultura (Tabela 1). Silva et al.

Page 81: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

69

(2007) obtiveram resultados semelhantes utilizando a auxina, ácido idol-butírico (IBA), no

enraizamento in vitro de Aloe vera L. Salisbury & Roos (1991) relataram que existe

necessidade da presença de auxina na fase de indução do sistema radicular, porém o

aumento da concentração de ANA ou IBA no meio pode ocasionar a inibição completa do

crescimento radicular.

TABELA 1. Valores médios do número de folhas (NF), altura (cm) da parte aérea (APA),

número de raízes (NR) e comprimento da maior raiz (CMR) das plantas de caroá

[Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez] após 60 dias de enraizamento in vitro.

NF

Meio de Multiplicação

ANA + BAP (4,4 µM) ANA + CIN (2,2 µM) ANA + CIN (4,4 µM)

CIN

(µM)

ANA (µM)

0 0,5 5,3 0 0,5 5,3 0 0,5 5,3

0 9,32aC* 11,20aB 14,92aA 10,75aA 10,16aA 10,56aA 9,12aB 9,76aB 10,24aA

2,2 7,92bB 8,36bB 15,88aA 9,16bA 8,72bA 9,28aA 7,68bB 7,68bB 9,52abA

4,4 8,00bB 9,52bA 9,84bA 6,38cB 7,60bA 7,72bA 7,60bA 8,40bA 8,60bA

APA

Meio de Multiplicação

ANA + BAP (4,4 µM) ANA + CIN (2,2 µM) ANA + CIN (4,4 µM)

CIN

(µM)

ANA (µM)

0 0,5 5,3 0 0,5 5,3 0 0,5 5,3

0 2,78aA 3,08aA 3,08aA 3,26aB 3,50aB 4,16aA 3,34aA 3,34aA 3,71aA

2,2 1,96bA 2,29abA 2,12bA 3,14aA 2,60bA 3,16bA 1,99bB 2,01bB 3,52bA

4,4 2,32abAB 1,94aB 2,66abA 2,01bB 2,34bAB 2,81bA 1,96bA 2,15bA 2,42bA

NR

Meio de Multiplicação

ANA + BAP (4,4 µM) ANA + CIN (2,2 µM) ANA + CIN (4,4 µM)

CIN (µM)

ANA (µM) 0 0,5 5,3 0 0,5 5,3 0 0,5 5,3

0 4,52aB 4,96aB 8,80aA 4,04aB 3,36aB 7,95aA 4,08aB 4,52aB 7,52aA

2,2 2,28bB 3,60abB 7,80aA 3,40aB 3,08aB 5,96aA 4,00abA 3,48aB 6,64aA

4,4 1,84bB 2,84bB 7,84aA 3,24aA 3,60aA 4,15bA 2,56bA 2,95aAB 4,32bA

CMR

Meio de Multiplicação

ANA + BAP (4,4 µM) ANA + CIN (2,2 µM) ANA + CIN (4,4 µM)

CIN

(µM)

ANA (µM)

0 0,5 5,3 0 0,5 5,3 0 0,5 5,3

0 5,01aA 4,75abA 2,63abB 4,53aA 3,61aB 2,30aC 3,37aA 3,78aA 1,86aB

2,2 3,27bB 4,80aA 2,09bC 3,43bA 3,41aA 2,54aB 2,74abA 2,15bAB 1,83aB

4,4 2,87bB 3,93bA 3,32aAB 2,52cA 3,65aB 2,33aA 2,48bA 2,69bA 1,99aA

*Médias seguidas pela mesma letra minúscula dentro das colunas e maiúscula nas linhas em cada tipo de

explante não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.

Page 82: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

70

Com base nesses resultados verifica-se que a presença de ANA no meio de cultura

MS é de fundamental importância na aceleração do processo de enraizamento in vitro de

caroá, tanto para os explantes provenientes dos meios com BAP e cinetina. Muitos autores

em estudos com outras espécies de Bromeliaceaes observaram resultados similares com o

uso de ANA no meio (Pierik, 1984; Mercier & Kerbauy, 1992, 1993; Barboza et al., 2004;

Mendes et al., 2007). Em geral, o aumento na concentração de auxinas adicionadas ao

meio de cultura, com o propósito de induzir enraizamento, é favorável até uma

determinada concentração, a partir do qual o efeito pode se tornar contrário, sendo

influenciada pela espécie, pelo tipo de explante e da concentração de auxina endógena que

o tecido utilizado possui (Mendes et al., 2007). Sendo assim, a formação de raízes dos

explantes de caroá cultivados em meio sem reguladores de crescimento, provavelmente

ocorreu devido ao acúmulo de auxinas endógenas provenientes das folhas e principalmente

das gemas. Segundo Coll et al. (1988) a parte aérea da planta é fonte de intensa produção

de auxina que, ao ser translocada para base, estimula a rizogênese.

Na aclimatização das mudas enraizadas in vitro com o substrato Plantmax®

observou-se que após 210 dias de aclimatização a taxa de sobrevivência variou de 72 a

100% para as mudas multiplicadas em meio ANA + BAP (4,4 µM), sendo que as menores

taxas foram obtidas nos tratamentos em que a cinetina estava presente no meio de

enraizamento, exceto no tratamento 2. Já para as mudas multiplicadas dos meios ANA +

CIN (2,2 e 4,4 µM) a taxa de sobrevivência foi de 80 a 100%, apresentando as maiores

taxas nas plantas que foram cultivadas sem ANA e com a menor concentração de cinetina

(Figura 2).

Page 83: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

71

FIGURA 2. Sobrevivência das mudas de caroá [N. variegata (Arruda) Mez] originadas de

diferentes meios de multiplicação e enraizadas in vitro em diferentes tratamentos após 210

dias de aclimatização. T1: ANA (0,0 µM) + CIN (0,0 µM); T2: ANA (0,0 µM) + CIN (2,2

µM); T3: ANA (0,0 µM) + CIN (4,4 µM); T4: ANA (0,5 µM) + CIN (0,0 µM); T5: ANA

(0,5 µM) + CIN (2,2 µM); T6: ANA (0,5 µM) + CIN (4,4 µM); T7: ANA (5,3 µM) + CIN

(0,0 µM); T8: ANA (5,3 µM) + CIN (2,2 µM); T9: ANA (5,3 µM) + CIN (4,4 µM).

Na Tabela 2 pode-se observar que as maiores médias do número de folhas foram

obtidas nos períodos 1 e 2 para todos os tratamentos dos três tipos de explantes

provenientes do meio de multiplicação (brotos e plantas), ocorrendo uma diminuição dessa

variável no período 3. Contudo, as mudas enraizadas no meio ANA (0,5 µM) + CIN (0,0

µM) (T4) foram as que apresentaram as maiores médias para todos os explantes após os

210 dias de aclimatização. Essa diminuição do número de folhas também foi observada na

aclimatização direta dos brotos de caroá utilizando o substrato Plantmax®, isso pode ser

devido a uma deficiência na disponibilidade e aporte de nutrientes, precisando assim uma

adubação foliar para ajudar no desenvolvimento das mudas (Silveira et al., 2009b).

A altura da parte aérea (APA) das mudas de caroá apresentou resultados

semelhantes para os três tipos de explantes provenientes dos diferentes meio de

Page 84: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

72

multiplicação (Tabela 2). Aos 210 dias de aclimatização obteve-se as maiores médias para

essa variável, sendo que as mudas enraizadas no tratamento 4 foram as que mais se

destacaram independentemente do meio de multiplicação utlizado. Apesar que as mudas

originadas dos meios ANA + CIN (2,2 e 4,4 µM) apresentaram a maior média nos

tratamentos 7 e 8 respectivamente, porém não diferiram estatisticamente da média do

tratamento 4.

TABELA 2. Valores médios do número de folhas (NF) e altura (cm) da parte aérea (APA)

de mudas de caroá [N. variegata (Arruda) Mez] originadas de diferentes meios de cultura e

enraizadas in vitro em diferentes tratamentos em três períodos da aclimatização.

NF

Meio de Multiplicação

Tratamento

ANA+BAP (4,4 µM) ANA+CIN (2,2 µM) ANA+CIN (4,4 µM) Períodos de avaliação (dias)

0 90 210 0 90 210 0 90 210 T1 9,32cB* 10,61aA 6,83bC 10,75aA 11,33aA 7,60bB 9,12aA 9,68bA 7,08bB

T2 7,92dA 8,00bA 6,50bB 9,16bB 10,24bA 7,36bC 7,68bB 8,88cA 6,24bC

T3 8,00dAB 8,60bA 7,54aB 6,38dB 7,65dA 6,00cB 7,60bA 8,25cA 6,39bB

T4 11,20bA 10,08aB 8,20aC 10,16aA 11,13aA 8,80aB 9,76aB 11,30aA 8,00aC

T5 8,36dB 10,04aA 7,24aB 8,72bA 9,60cA 5,95cB 7,68bB 8,95cA 6,66bB

T6 9,52cA 8,12bB 6,29bC 7,60cB 9,35cA 6,35cC 8,40bB 9,95bA 6,73bC

T7 14,92aA 8,96bB 6,28bC 10,56aA 10,00bA 7,13bB 10,24aA 9,31bA 7,59aB

T8 15,88aA 8,75bB 5,60bC 9,28bA 9,28cA 6,72cB 9,52aB 10,83aA 7,37aC

T9 9,84cA 10,15aA 6,70bB 7,72cB 9,29cA 6,79cB 8,60bA 9,40bA 6,92bB

APA

Meio de Multiplicação

Tratamento

ANA+BAP (4,4 µM) ANA+CIN (2,2 µM) ANA+CIN (4,4 µM) Períodos de avaliação (dias)

0 90 210 0 90 210 0 90 210 T1 2,78aB 3,27aB 5,43bA 3,26bB 2,75bB 5,88aA 3,34aA 2,56aB 3,92bA

T2 1,96bC 2,83aB 4,62cA 3,14cB 2,63bB 5,24bA 2,00bB 1,96bB 3,55cA

T3 2,32bB 2,46bB 5,11bA 2,01dB 2,11bB 4,45bA 1,96bB 1,57bB 3,18cA

T4 3,08aB 3,06aB 6,16aA 3,50bB 2,91bA 6,35aA 3,34aB 2,97aB 5,47aA

T5 2,29bC 3,03aB 5,69aA 2,60cB 2,64bB 4,53bA 2,01bB 2,01bB 3,72cA

T6 1,94bB 2,14bB 4,55cA 2,34dB 2,69bB 4,50bA 2,15bB 1,97bB 4,35bA

T7 3,08aC 2,36bB 5,25bA 4,16aB 4,13aB 6,92aA 3,71aB 2,71aC 5,29aA

T8 2,12bB 1,75cB 3,72dA 3,16bB 2,60bC 4,82bA 3,52aB 3,03aB 6,20aA

T9 2,66aB 2,93aB 6,04aA 2,81cB 2,62bB 4,57bA 2,42bB 2,26aB 4,17bA

*Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas pertencem ao mesmo grupo pelo teste de Scott-

Knott a 5% de probabilidade e pela mesma letra maiúscula nas linhas não diferem estatisticamente entre si

pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade. T1: ANA (0,0 µM) + CIN (0,0 µM); T2: ANA (0,0 µM) + CIN

(2,2 µM); T3: ANA (0,0 µM) + CIN (4,4 µM); T4: ANA (0,5 µM) + CIN (0,0 µM); T5: ANA (0,5 µM) +

CIN (2,2 µM); T6: ANA (0,5 µM) + CIN (4,4 µM); T7: ANA (5,3 µM) + CIN (0,0 µM); T8: ANA (5,3 µM)

+ CIN (2,2 µM); T9: ANA (5,3 µM) + CIN (4,4 µM).

Page 85: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

73

Na variável número de raízes as mudas originadas dos meios de multiplicação

apresentaram respostas similares, sendo que no período 1 as maiores médias foram obtidas

no meio de enraizamento T7 (Tabela 3). Contudo, aos 210 dias observou-se aumento dessa

variável nos tratamentos 1 a 6 e uma diminuição nos tratamentos 7 a 9. O maior número de

raízes (8,00) foi observado no tratamento 1 para os explantes originados do meio com

ANA-BAP, contudo esse valor não diferiu estatisticamente dos demais tratamentos. Para

as mudas provenientes do meio de multplicação ANA + CIN (2,2 µM) a maior média foi

no tratamento 4 (6,20), não tendo diferença também entre os tratamentos. Já as mudas do

explante 3 apresentaram os melhores resultados nos tratamentos 4 e 8 com os valores de

5,60 e 6,50, respectivamente. Coll et al. (1988) relataram que o crescimento acelerado das

raízes pode retardar o desenvolvimento da parte aérea, devido o crescimento ativo do

sistema radicular necessitar de substâncias orgânicas translocadas da parte aérea para a

base, comprometendo, assim, o desenvolvimento do caule e das folhas.

TABELA 3. Valores médios do número de raízes de mudas de caroá [N. variegata

(Arruda) Mez] originadas de diferentes meios de cultura e enraizadas in vitro em diferentes

tratamentos em dois períodos da aclimatização.

Meio de Multiplicação

Tratamento

ANA+BAP (4,4 µM) ANA+CIN (2,2 µM) ANA+CIN (4,4 µM) Períodos de avaliação (dias)

0 210 0 210 0 210 T1 4,52bB* 8,00aA 4,34cA 5,60aA 4,08bA 2,90bA

T2 2,28cB 6,70aA 3,40cA 5,00aA 4,00bA 3,30bA

T3 1,84cB 5,80aA 3,23cA 4,50aA 2,56cB 4,30bA

T4 4,96bA 6,10aA 3,36cB 6,20aA 4,52bA 5,60aA

T5 3,60bA 5,00aA 3,08cB 5,30aA 3,48cA 3,80bA

T6 2,84cB 4,90aA 4,15cB 4,00aA 2,95cA 4,60bA

T7 8,80aA 5,60aB 7,95aA 4,80aB 7,52aA 4,30bA

T8 7,80aA 5,70aB 5,96bA 4,40aA 6,64aA 6,50aA

T9 7,84aA 6,50aA 3,60cA 3,80aA 4,32bA 4,20bA *Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas pertencem ao mesmo grupo pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade e pela mesma letra maiúscula nas linhas não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade. T1: ANA (0,0 µM) + CIN (0,0 µM); T2: ANA (0,0 µM) + CIN (2,2 µM); T3: ANA (0,0 µM) + CIN (4,4

µM); T4: ANA (0,5 µM) + CIN (0,0 µM); T5: ANA (0,5 µM) + CIN (2,2 µM); T6: ANA (0,5 µM) + CIN (4,4 µM); T7: ANA (5,3 µM) + CIN (0,0 µM); T8: ANA (5,3 µM) + CIN (2,2 µM); T9: ANA (5,3 µM) + CIN (4,4 µM).

Page 86: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

74

As variáveis que só foram analisadas no terceiro período da avaliação apresentaram

diferenças entre os tratamentos e as mudas provenientes dos diferentes meios de

multiplicação (Tabela 4). A maior média para o comprimento da maior raiz foi observada

nas mudas do meio ANA + CIN (4,4 µM) (14,470 cm) no meio de enraizamento T4,

porém nesse tratamento as mudas não diferiram estatisticamente entre si. No que se refere

a massa seca da parte aérea, o melhor resultado foi obtido no meio de enraizamento sem a

presença dos reguladores (T1) para as mudas provenientes de ANA-BAP, sendo que esse

tratamento não foi diferente estatisticamente do tratamento com a presença de 0,5 µM de

ANA na ausência da cinetina (T4). Para a massa seca da raiz as mudas provenientes do

meio ANA + CIN (2,2 µM) foram as que apresentaram o maior valor no meio de

enraizamento T4 não diferindo dos tratamentos 1 e 7, todos sem a presença de cinetina.

Com esses resultados observa-se que as mudas provenientes dos diferentes meios

de multiplicação apresentaram resposta diferenciada na aclimatização com o substrato

Plantmax®, apesar que a aclimatização dos explantes originados dos meios de

enraizamento com a presença de ANA foram os que apresentaram os melhores resultados

para as variáveis analisadas neste trabalho.

Page 87: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

75

TABELA 4. Médias de comprimento da maior raiz (CMR) e massa seca da parte aérea (MSPA) e da raiz (MSR) de mudas micropropagadas

de caroá [N. variegata (Arruda) Mez] enraizadas in vitro em diferentes tratamentos e aclimatizadas em substrato após 210 dias.

Tratamento

CMR MSPA MSR

Meio de Multiplicação

ANA+BAP

(2,2 µM)

ANA+CIN

(2,2 µM)

ANA+CIN

(4,4 µM)

ANA+BA

P (2,2 µM)

ANA+CIN

(2,2 µM)

ANA+CIN

(4,4 µM)

ANA+BA

P (2,2 µM)

ANA+CIN

(2,2 µM)

ANA+CIN

(4,4 µM)

T1 13,030aA* 12,710aA 6,570cB 1,345aA 0,471bB 0,234cB 0,159aA 0,136aA 0,023bB

T2 12,050aA 10,880aAB 7,080cB 0,560bA 0,502bA 0,186cB 0,092bA 0,120bA 0,017bB

T3 10,840bA 9,260bA 6,980cB 0,717bA 0,354bAB 0,156cB 0,056bA 0,081bA 0,056bA

T4 12,390aA 13,770aA 14,470aA 1,101aA 0,876aAB 0,516bB 0,083bB 0,202aA 0,122aAB

T5 12,040aA 11,690aA 6,640cB 0,735bA 0,328bB 0,222cB 0,083bA 0,083bA 0,026bB

T6 9,620bA 11,690aA 7,180cB 0,368cA 0,361bA 0,320cA 0,057bA 0,073ba 0,043bA

T7 13,230aA 13,330aA 8,840cB 0,971bA 0,763aA 0,500bA 0,142aAB 0,148aA 0,078bB

T8 8,300bAB 6,780bB 10,940bA 0,156cC 0,446bB 0,865aA 0,059bB 0,042bB 0,137aA

T9 12,410aA 7,900bB 9,310cAB 0,789bA 0,422bA 0,387cA 0,187aA 0,081bB 0,074bB

*Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas pertencem ao mesmo grupo pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade e pela mesma letra maiúscula nas

linhas não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade. T1: ANA (0,0 µM) + CIN (0,0 µM); T2: ANA (0,0 µM) + CIN (2,2 µM); T3: ANA

(0,0 µM) + CIN (4,4 µM); T4: ANA (0,5 µM) + CIN (0,0 µM); T5: ANA (0,5 µM) + CIN (2,2 µM); T6: ANA (0,5 µM) + CIN (4,4 µM); T7: ANA (5,3 µM) + CIN (0,0

µM); T8: ANA (5,3 µM) + CIN (2,2 µM); T9: ANA (5,3 µM) + CIN (4,4 µM).

Page 88: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

76

CONCLUSÕES

1. Para o enraizamento in vitro de caroá, a presença da auxina aumenta a taxa de

enraizamento.

2. A presença de cinetina influencia de forma negativa no alongamento das plantas

e no número de raízes.

3. As mudas enraizadas in vitro independentes da origem do explante apresentam

sucesso na aclimatização quando se utiliza o substrato Plantmax®.

Page 89: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

77

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Page 93: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

81

CAPÍTULO 5

Anatomia foliar de caroá [Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez] sob

diferentes condições de cultivo1

1 Artigo submetido para publicação no periódico Pesquisa Agropecuária Brasileira em dezembro

de 2008.

Page 94: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

82

RESUMO

O caroá é uma espécie nativa da região nordeste do Brasil, largamente explorada pelo valor

comercial de suas fibras. No entanto, a coleta é realizada de forma extrativista levando a

espécie ao risco de extinção. A necessidade de sistematização do cultivo tem estimulado

uma série de estudos com essa espécie, incluindo a propagação de plantas in vitro para a

propagação massal, porém algumas limitações são observadas, principalmente na etapa de

aclimatização. O objetivo deste estudo foi analisar aspectos anatômicos de folhas de caroá

oriundas de plantas cultivadas em diferentes condições ambientais (in vivo, in vitro e

durante a fase de aclimatização). Para a análise comparativa foram usadas folhas de plantas

cultivadas in vivo (coletadas diretamente na Caatinga), in vitro e na fase de aclimatização

(3 a 6 meses depois da aclimatização), as quais foram seccionadas transversalmente e

analisadas em microscópio óptico. A análise de estômatos e escamas foi realizada através

de microscopia eletrônica de varredura. Folhas oriundas de plantas in vitro e aclimatizadas

apresentaram estruturas básicas, como hipoderme, parênquima aqüífero, parênquima

clorofilado e fibras, às das plantas coletadas em seu ambiente natural, porém com

variações no tamanho, número e morfologia de algumas delas. As variações estruturais,

espessura da cutícula, formato dos tricomas e formato das células do parênquima aqüífero,

foram relacionadas às condições especiais às quais as plantas foram submetidas, devido às

diferentes condições ambientais que determinam o seu desenvolvimento.

Termos para indexação: Bromeliaceae, micropropagação, aclimatização, Caatinga.

Page 95: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

83

Leaf anatomy of Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez under different conditions of

culture

ABSTRACT

Caroá is a native species from the Northeast Region of Brazil, widely explored due to the

commercial value of its fibers. However, plants are collected in extractive way, leaving this

species at risk of extintion. The need of an affective production system for this culture has

stimulated a number of studies with this species including the definition of an efficient

migropropagation system for large-scale production of plants. But limitations has been

observed, mainly in acclimatization The aim of this study was analyse the anatomical

aspects of caroá leaves collected from plants cultured under different environmental

conditions (in vivo, in vitro or during acclimatization stage). For a comparative analysis

were used leaves of plants grown in vivo (collected directly in the Caatinga), in vitro and

in the process of acclimatization (3 to 6 months after acclimatization), which were

sectioned transversely and examined under optical microscope. Condition visualization of

structures as scales and stomats a scanning electronic microscope was used. Leaves from in

vitro and the acclimatizated plants showed similar structures as hypodermis, aquiferous

parenchyma, photosynthetic parenchyma e fíbers with the plants from the field condition,

even so with variations in the size, number and format of some structures. The structural

variations detected as the cuticle thickness, format of the trichomes and of the aquiferous

parenchyma cells were due to the environmental conditions from each one determining the

development of certain structures.

Index terms: Bromeliaceae, micropropagation, acclimatization, Caatinga.

Page 96: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

84

Introdução

O caroá, Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez, é uma planta pertencente à família

Bromeliaceae de ocorrência na Região Nordeste do Brasil e largamente explorada pelo

valor comercial de sua fibra (Bernades, 1999). No entanto, essa exploração não se baseia

num sistema de cultivo estabelecido e sim em atividade extrativista que, ao longo dos anos,

certamente contribuiu para esta espécie diminuir em algumas regiões do Nordeste da Bahia

(Ribeiro, 2007). Sua fibra é utilizada na manufatura de barbantes, chapéus, bolsas, tapetes,

redes de pesca e tecidos, gerando renda e emprego para famílias de baixa renda. Desta

forma, é importante o desenvolvimento de estudos que subsidiem a definição de sistemas

de cultivo e uso sustáveis para o caroá, garantindo sua sobrevivência como espécie e como

fonte de trabalho e renda de muitas famílias na Caatinga Nordestina.

O caroá se reproduz tanto por sementes quanto pelo desenvolvimento de gemas e

rizomas laterais (Xavier, 1982), porém seu desenvolvimento vegetativo é lento,

necessitando de um longo tempo para a obtenção de um grande número de plantas. A

necessidade de sistematizar o cultivo de caroá tem impulsionado uma série de estudos,

dentre os quais o estabelecimento de sistemas eficientes de produção de mudas por meio da

multiplicação in vitro (Silveira et al., 2009).

Ainda que as técnicas de micropropagação proporcionem resultados muito

superiores à propagação convencional, principalmente em bromeliáceas, algumas

limitações têm sido observadas, como o longo tempo necessário para a aclimatização das

plantas (Souza et al., 2006). O conhecimento da anatomia das plantas nas diferentes

condições de cultivo, in vitro, ex vitro (fase de aclimatização) e in vivo, é uma ferramenta

valiosa para o entendimento desse processo de adaptação da fase heterotrófica para

Page 97: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

85

autotrófica, fornecendo subsídios que permitam melhorar a aclimatização dessas plantas

(Barboza et al., 2006).

Estudos comparativos da anatomia foliar entre ambientes heterotróficos (in vitro) e

autotróficos (fase de aclimatização) foram realizados em Ananas comosus (L.) Merril

(Barboza et al., 2006) e em Fragaria x ananassa Duch. (Calvete et al., 2002) verificando-

se diferenças para algumas estruturas, como a espessura da cutícula, no ambiente in vitro e

ex vitro. Nesse contexto, Calvete et al. (2002) relataram que na maioria das plantas

cultivadas in vitro a expessura da cutícula é reduzida devido às condições de alta umidade

relativa (90 a 100%).

As plantas micropropagadas precisam de um período de aclimatização para

adaptarem-se às condições de cultivo em campo, devido à dificuldade de transição do

mecanismo heterotrófico para autotrófico (Barboza et al., 2006). Mudanças fenotípicas

podem também se expressar morfologicamente, sendo, portanto, passíveis de serem

estudadas através da anatomia foliar, tendo como base as condições ambientais (Reeve &

Sherman, 1993).

Em ensaios preliminares, observou-se que a aclimatização do caroá, semelhante ao

que ocorre com outras bromeliáceas, é bastante lenta, ao redor de 210 dias (D.G. Silveira,

dados não publicados). Como não há relatos sobre a anatomia foliar dessa espécie, e

visando verificar a existência de diferenças anatômicas entre as condições ambientais, o

objetivo desse trabalho foi identificar diferenças estruturais entre plantas oriundas de

diferentes condições ambientais com a caracterização anatômica de folhas de caroá

cultivadas in vivo, in vitro e durante a fase de aclimatização.

Page 98: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

86

Material e Métodos

O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Micromorfologia Vegetal da

Universidade Estadual de Feira de Santana. O cultivo in vitro e a aclimatização das plantas

foram realizados no Laboratório de Cultura de Tecidos da Embrapa Mandioca e

Fruticultura Tropical.

Plântulas de caroá provenientes da germinação das sementes in vitro em meio MS

(Murashige & Skoog, 1962) (Figura 1A) foram utilizadas como material inicial a

multiplicação in vitro (Silveira et al., 2009). Após o período de estabelecimento, efetuou-se

o primeiro subcultivo para o meio de multiplicação MS com 0,5 µM de ácido

naftalenoacético (ANA) + 4,4 µM de 6-benzilaminopurina (BAP) suplementado com 30

g.L-1

de sacarose e solidificado com 2 g.L-1

de Phytagel®. As culturas foram mantidas em

sala de crescimento com temperatura controlada (27 ± 1 °C) sob fotoperíodo de 16 horas

com densidade de fluxo de fótons de 22 E.m-2

.s-1

, sendo realizados cinco subcultivos em

intervalos de 30 dias. Para a aclimatização, as plantas foram transferidas do meio de

cultivo para tubetes com substrato Plantmax®, onde permaneceram durante seis meses em

estufa sob nebulização.

Para a análise comparativa das características anatômicas através da microscopia

ótica, foram coletadas folhas em porções inferiores das plantas desenvolvidas durante a

fase do cultivo in vitro (folhas retiradas da planta ainda no meio de cultivo), durante a

aclimatização ex vitro (com três e seis meses de crescimento em estufa) e in vivo (plantas

coletadas em seu ambiente natural no município de Valente, BA). As folhas foram fixadas

em FAA 50 (formaldeído ácido acético glacial) e posteriormente transferidas para etanol a

50%. Cortes transversais foram obtidos à mão livre, com auxílio de lâmina de barbear, a

partir da região mediana e do bordo das folhas, sendo em seguida corados em solução

Page 99: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

87

aquosa de safranina a 0,1% e azul de astra a 0,1% (Bukatsch, 1972). Lâminas

semipermanentes foram preparadas usando-se glicerina 50% cobrindo-se com lamínula. As

fotomicrografias foram realizadas com câmera digital Olympus acoplada em microscópio

de luz transmitida, Zeiss Axioskop 2.

Para observações ao microscópio eletrônico de varredura (MEV), porções da região

mediana de folhas de plantas cultivadas in vitro e in vivo foram fixadas em FAA e

desidratadas em série etílica crescente, sendo em seguida secas ao ponto crítico através de

CO2 líquido (Horridge & Tamm, 1969). As amostras (faces abaxial e adaxial) foram então

afixadas em suporte metálico e submetidas à metalização com ouro, em metalizador Baltec

modelo FCD050 e CPD030, sendo então, examinadas e eletromicrografadas em

microscópio eletrônico de varredura, modelo LEO, 1430 VP.

Page 100: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

88

Resultados e Discussão

As folhas de caroá apresentaram variação na espessura da cutícula, conforme o

ambiente de cultivo ao qual foram submetidas. A cutícula das folhas de plantas cultivadas

em condições de ambiente natural (in vivo) apresentou-se bastante desenvolvida nas duas

faces da epiderme (Figura 4 A, D, E e G), quando comparadas com as folhas oriundas das

outras condições de cultivo. Nas folhas in vitro observou-se uma fina camada de cutícula

sobre a epiderme uniestratificada das faces adaxial e abaxial (Figura 1 B e D). Nas plantas

com três e seis meses, já durante o período de aclimatização, as folhas apresentaram

epiderme recoberta pela cutícula, sendo que houve um crescente aumento da espessura da

cutícula em relação ao período de aclimatização para ambas as faces (Figura 2 A e C e

Figura 3 A e C, respectivamente).

As folhas das plantas cultivadas in vitro apresentaram cutícula mais fina, pois seu

espessamento não foi estimulado pela elevada umidade contida no recipiente. Com a

diminuição da disponibilidade de água e o aumento crescente da intensidade da luz nas

plantas aclimatizadas (três e seis meses), a necessidade de evitar perdas de água e manter a

integridade da planta proporcionou o desenvolvimento gradativo de uma camada mais

espessa de cutícula. Nas plantas que se desenvolveram desde o inicio em seu ambiente

natural, observou-se visualmente que a cutícula era mais espessa, devido, principalmente,

às condições de rusticidade em que as plantas de caroá ocorrem na natureza, considerando

os longos períodos de estiagem da Caatinga. Segundo Juniper & Jeffree (1983), Mauseth

(1988) e Santiago et al. (2001) o aumento da espessura da cutícula é uma das respostas das

plantas a ambientes secos afetada pela intensidade da luz e pela disponibilidade da água.

Oliveira et al. (2008) observaram em plantas de curauá, uma bromélia produtora de fibras,

Page 101: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

89

que o espessamento da parede epidérmica foi mais espesso quando cultivados a 100% de

radiação fotossinteticamente ativa (RFA) quando comparados a outras RFA.

Tricomas foram detectados por toda a extensão de revestimento nas duas faces da

folha dos três ambientes analisados (Figura 1 B, C e F, Figura 2 A e C, Figura 3 A, Figura

4 E e Figura 5 A, B e C). Observou-se também tricomas com formas diferenciadas em

folhas da plantas in vitro e in vivo. Em folhas de plantas cultivadas in vivo há presença de

tricomas escamiformes distribuídos em ambas as faces foliares (Figura 5 B e C)

apresentando pedículos inseridos em pequenas depressões (Figura 5 C e D) e na folha do

caroá in vitro foram observados tricomas peltados (Figura 5 A). Segundo Silva et al.

(2005) a morfologia dos tricomas pode variar de acordo com as condições oferecidas às

plantas. As escamas são estruturas geralmente achatadas e multicelulares que têm a

capacidade de absorver água e sais da atmosfera (Alquini et al., 2003), sendo que estas só

foram encontradas nas plantas in vivo, podendo estar relacionadas às variações

macroclimáticas, onde se tem um ambiente com maior exposição à luz solar e pouca

disponibilidade de água. Aoyama & Sajo (2003), Proença & Sajo (2004) e Sousa et al.

(2005) em estudos realizados em bromeliáceas também observaram a presença de escamas

nas folhas das plantas cultivados in vivo.

Page 102: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

90

Figura 1. A: Plântula micropropagada de caroá [Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez]. B-

F. Secções transversais da folha in vitro. B: Aspecto geral do mesófilo diferenciado na

região do eixo central; C: Face abaxial da folha; D: Detalhe da epiderme abaxial; E:

Mesofilo dorsiventral no eixo central da folha, F: Bordo foliar. (hi=hipoderme; ponta de

seta=cutícula; seta=tricoma; pa=parênquima aqüífero; pc=parênquima clorofiliano;

fv=feixe vascular; fi=fibras; es=estômato; cl=cloroplastos).

Page 103: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

91

Figura 2. Secções transversais em folha de caroá [Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez]

após três meses de aclimatização. A: Visão geral do mesofilo diferenciado na região

central e no bordo foliar; B: Detalhe da epiderme abaxial; C: Detalhe do parênquima

clorofiliano; D: Visão do mesofilo dorsiventral no eixo central da folha mostrando a

distribuição dos feixes vasculares e fibras no parênquima clorofiliano; E: Detalhe do feixe

vascular. (Ponta de seta=cutícula; seta=tricoma; pa=parênquima aqüífero; pc=parênquima

clorofiliano; fv=feixe vascular; fi=fibras; hi=hipoderme; es=estômato; cl=cloroplastos).

Page 104: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

92

Figura 3. Secções transversais em folha de caroá [Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez]

aos seis meses de aclimatização. A: Aspecto geral do mesofilo foliar; B: Detalhe dos

parênquimas aqüífero e clorofiliano; C: Visão do mesofilo diferenciado na região do eixo

central; D: Visão da distribuição dos feixes vasculares e das fibras no parênquima

clorofiliano; E: Detalhe do feixe vascular. (Ponta de seta=cutícula; seta=tricomas;

pa=parênquima aqüífero; pc=parênquima clorofiliano; fv=feixe vascular; fi=fibras;

es=estômato; cse=câmara subestomática; hi=hipoderme; cl=cloroplastos).

Page 105: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

93

Figura 4. Secções transversais em folha de caroá in vivo [Neoglaziovia variegata (Arruda)

Mez]. A: Visão do mesofilo foliar mostrando a distribuição dos feixes vasculares e das

fibras; B: Detalhe do feixe vascular na região do eixo central; C: Detalhe da fibra na região

do eixo central; D: Visão da face adaxial mostrando a hipoderme e as células do

parênquima aqüífero; E: Visão da face abaxial mostrando o detalhe do estômato e da

câmara subestomática; F: Detalhe do parênquima clorofiliano com os cloroplastos e as

fibras; G: Visão do eixo central mostrando os parênquimas aqüífero e clorofiliano. (ponta

de seta=cutícula; pa=parênquima aqüífero; pc=parênquima clorofiliano; fv=feixe vascular;

fi=fibras; hi=hipoderme; es=estômato; cse=câmara subestomática; seta=tricomas =;

cl=cloroplastos).

Page 106: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

94

Figura 5. Eletromicrografias de folhas de plantas de caroá [Neoglaziovia variegata

(Arruda) Mez] cultivadas in vitro e in vivo. A: Visão geral dos tricomas peltados

escamiformes na face adaxial da folha in vitro; B: Vista geral dos tricomas escamiformes da

face abaxial da folha in vivo; C: Detalhe dos tricomas escamiformes (te) e suas cavidades de

inserção (ponta de seta) na face adaxial da folha in vivo; D: Face abaxial da folha in vitro,

mostrando distribuição dos estômatos (seta), detalhes dos tricomas peltado (tp) e cavidades

de inserções dos tricomas (ponta de seta) na epiderme; E: Detalhe do estômato na face

abaxial da folha in vitro; F: Estômato em depressão na face abaxial da folha in vivo.

Page 107: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

95

As folhas do caroá são hipoestomáticas, independentemente do ambiente de cultivo.

Os estômatos estão distribuídos em fileiras paralelas longitudinais (Figura 5 D),

apresentando câmara subestomática (Figura 2 B, Figura 3 D e Figura 4 E). Os estômatos

estão situados em depressões (criptas estomáticas) nas plantas in vivo (Figura 5 F), sendo

esta uma característica xeromórfica, porém essas depressões são pouco acentuadas nas

plantas in vitro (Figura 5 E). Esses resultados estão de acordo com Barboza et al. (2006)

que observaram em folhas de abacaxizeiro a presença de estômatos somente na face

abaxial, independentemente dos ambientes estudados (in vitro e em casa de vegetação) com

a presença de câmara subestomática. Parkhust (1978) relata que estômatos restritos à

superfície abaxial configura uma característica comum em plantas de regiões úmidas, mas

nas bromeliáceas, essa característica não parece estar relacionada a aspectos ecológicos,

pois os diferentes representantes da família ocupam habitats diversos e estão sujeitos a

condições distintas de umidade, temperatura e luminosidade (Proença & Sajo, 2004).

A hipoderme está presente em ambas as faces da folha. Nas plantas cultivadas in

vivo e sob condições de aclimatização verificou-se que a hipoderme é constituída por mais

de uma camada de células (Figura 4 D e Figura 2 B, respectivamente), enquanto que nas

condições in vitro observou-se uma hipoderme simples, com uma única camada de células

(Figura 1 B e C). Madison (1977) relatou que a hipoderme tem a função de armazenar

água, exercendo papel importante na economia de calor, especialmente nas plantas

epifíticas com metabolismo ácido crassuláceo. Além disso, a presença de hipoderme dupla

nas folhas das plantas in vivo de caroá pode ser atribuída à maior exposição à luz estando

de acordo com as observações feitas por Espírito Santo & Pugialli (1998). Entretanto, a

presença da hipoderme nas folhas in vitro de caroá não poderia ser relacionada a nenhum

desses fatores, pois essas plantas estão submetidas a condições de baixa luminosidade e

alta umidade. Contudo, como as plantas nesses ambientes estão em desenvolvimento foliar

Page 108: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

96

pode estar ocorrendo um padrão diferenciado para a proliferação e

crescimento/diferenciação da região subdérmica.

Nas plantas in vivo, o mesofilo é do tipo dorsiventral, sendo verificada uma

diminuição do número de camadas de células do parênquima aquífero nos bordos foliares

(Figura 4 A e F). As células dessa hipoderme são verticalmente alongadas e maiores do

que as do parênquima clorofiliano, com paredes delgadas (Figura 4 D). Nessas plantas

também se observa um parênquima bem desenvolvido em relação às outras condições de

cultivo (in vitro e aclimatização) podendo estar relacionado com o estado hídrico da planta,

pois, na primeira condição a disponibilidade de água é relativamente menor. Py (1969)

relatou que as células desse tecido, quando em condições de deficiência hídrica, suprem as

necessidades de água da planta, contraindo-se e recuperando-se posteriormente, quando em

condições adequadas de suprimento de água. De acordo com Brighigna et al. (1984), a

água absorvida pelas escamas é armazenada no parênquima aqüífero, que protege a região

clorofiliana contra a intensa luminosidade, favorecendo a fotossíntese e evitando a perda

de água através dos canais de aeração.

Nas folhas em condições in vitro e aclimatizadas, foi observado mesofilo

dorsiventral no eixo central e homogêneo na região do bordo foliar (Figura 1 A, E e F,

Figura 2 A e Figura 3 A). Nas condições in vitro (Figura 1 B, E e F) e com três meses de

aclimatização (Figura 2 A e D), a lâmina foliar é constituída por células de formato

arredondado com paredes anticlinais delgadas com leves ondulações nos parênquimas

aqüífero e clorofiliano, sendo que as células do parênquima aqüífero apresentam-se com

maior tamanho. Já nas plantas com seis meses de aclimatização, as células do parênquima

aqüífero apresentaram formato alongado com paredes anticlinais delgadas e retas (Figura 3

B e C). Nas duas condições de cultivo observou-se a ocorrência da redução do tamanho e

do número de camadas de células do parênquima aqüífero desde a região central da folha

Page 109: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

97

até a região do bordo foliar (Figura 1 A, Figura 2 A e Figura 3 A), onde se encontra um

parênquima clorofiliano homogêneo. Cloroplastos encontram-se distribuídos em todas as

células do parênquima clorofiliano nos três ambientes de cultivo (Figura 1 C, Figura 2 E,

Figura 3 E e Figura 4 F).

Os feixes vasculares são colaterais e dispostos em uma única série, apresentando

tamanho variado, com grande quantidade de fibras junto ao floema e xilema nas três

condições de cultivo (Figura 2 A e D, Figura 3 B e D e Figura 4 A e G), sendo distribuídos

no parênquima clorofiliano na região do eixo central da folha e bordo foliar. Os feixes

vasculares de maior calibre são envolvidos por bainha de células esclerificadas de

tamanhos diferenciados que aparecem entre o xilema e o floema (Figura 1 C, Figura 2 E e

Figura 3 E), entretanto, observou-se na folha in vivo uma camada de células

parenquimáticas, menores do que as células do parênquima clorofiliano, que circundam

essas células (Figura 4 B). Grupos de fibras, não associados aos feixes vasculares, foram

encontrados em folhas nos três ambientes, sendo que foi observado um número crescente

de fibras comparando-se as folhas das plantas cultivadas in vitro, aclimatizada e in vivo,

respectivamente (Figura 2 C e D, Figura 3 B e D e Figura 4 A e G).

Os feixes vasculares de maior calibre das folhas in vivo apresentam-se

completamente circundados pela bainha de células esclerificadas que, segundo Sajo et al.

(1998), corresponde à endoderme. Van der Merwe et al. (1994) afirmaram que as

extensões dessa bainha nos feixes vasculares desempenham importante papel na

distribuição de água no mesofilo, além de oferecer sustentação e proteção aos tecidos

vasculares.

A maior quantidade de fibras nas folhas in vivo pode estar relacionada às condições

ambientais dessa planta, pois Pyykkõ (1966) relatou que a presença de fibras no mesofilo

está relacionada à exposição das plantas a uma luminosidade intensa e a ambientes secos.

Page 110: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

98

As fibras aparecem na região abaxial do parênquima clorofiliano como observado em

algumas espécies brasileiras de Aechmea (Souza et al., 2005), em posição nivelada ou

abaixo dos feixes vasculares. Segundo Py (1969), os cordões de fibras são típicos de

algumas espécies da família das bromeliáceas, como foi observado por Barboza et al.

(2006) em plantas de abacaxi. Além disso, os feixes de fibras das plantas in vivo são

circundados pela bainha parenquimática (endoderme) como foi observado nos feixes

vasculares no presente trabalho.

As folhas das plantas in vitro são geralmente finas, tenras e fotossinteticamente

pouco ativas, não necessitando de estruturas anatômicas eficientes. Já na fase de

aclimatização, observou-se que a planta foi se adaptando com o aumento do tempo (três e

seis meses de aclimatização) a essa condição ambiental, exigindo o melhor funcionamento

das suas estruturas, e assim, pode-se afirmar que as folhas mais jovens tornaram-se

similares àquelas de plantas crescidas no campo. Estes resultados estão de acordo com

Barboza et al. (2006) que relataram que as variações estruturais são decorrentes das

condições do ambiente, demonstrando plasticidade fenotípica.

O cultivo in vitro fornece à planta condições favoráveis, sem a necessidade de

realização de fotossíntese, de busca por água, assim como um ambiente de umidade

extremamente elevada. Essas condições criam uma planta que necessita posteriormente de

um período de adaptação para o ambiente externo. A duração desse período será

proporcional às diferenças observadas na espécie durante o cultivo in vitro e em condições

naturais. Muitas espécies de bromeliáceas, dentre as quais está o caroá, são plantas

xerófilas, que vivem em ambientes de extrema rusticidade, altas temperaturas e com longos

períodos de estiagem, o que explica caracteres anatômicos para resistir a essas condições,

que não existem durante o cultivo in vitro, dificultando, portanto, a aclimatização dessas

plantas.

Page 111: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

99

Com base nos resultados pode-se observar que as condições de cultivo e a idade das

plantas alteram a anatomia foliar, tornando-as mais aptas a resistirem a estresses hídricos,

com o desenvolvimento dos tricomas, espessamento da cutícula, hipoderme mecânica de

maior número de camadas no parênquima aquífero (acúmulo de água) e a quantidade das

fibras. Sendo assim, uma estratégia que poderia ser proposta para reduzir o tempo de

aclimatização dessas plantas seria a indução de estresses na fase final do cultivo in vitro. A

redução nas fontes de sacarose poderia melhorar o funcionamento do aparato

fotossintetizante, assim como o aumento de temperatura e de luminosidade poderiam

provocar um adensamento nas estruturas que protegem a planta contra perda de água,

como é o caso da cutícula, ainda na fase in vitro.

Page 112: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

100

Conclusões

1. Folhas das mudas de caroá nas três condições estudadas, in vitro, ex vitro e in vivo,

apresentam as estruturas básicas: hipoderme, parênquima aqüífero, parênquima clorofilado

e fibras semelhantes, porém, as mudas das condições in vivo têm essas estruturas mais

desenvolvidas.

2. As variações estruturais na espessura da cutícula, no formato dos tricomas e no formato

das células do parênquima aqüífero das plantas mantidas nos ambientes in vitro, ex vitro e

in vivo demonstram plasticidade fenotípica nessa espécie.

Page 113: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

101

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105

CAPÍTULO 6

Variabilidade genética de populações naturais de caroá por meio de

marcadores RAPD1

1 Artigo aceito para publicação no periódico Pesquisa Agropecuária Brasileira em fevereiro de

2009.

Page 118: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

106

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar a variabilidade genética entre e dentro de populações

de caroá, por meio de marcadores RAPD. Foram analisados 180 genótipos de caroá

coletados em três locais em cada um dos municípios Guanambi, Juazeiro e Valente, BA.

As dissimilaridades genéticas entre os genótipos foram calculadas pelo coeficiente de

Jaccard e foram utilizadas para análise de agrupamento dos genótipos pelo método

UPGMA. Os componentes de variância atribuída às diferenças entre as três populações

(municípios), entre locais dentro de municípios e entre indivíduos dentro de locais foram

estimados. Foi observado um elevado polimorfismo entre as populações de caroá. As

dissimilaridades genéticas entre os genótipos variaram de 0,08 a 0,95 com média de 0,44.

A análise de variância molecular mostrou que 56,47% da variação total foi explicada pela

variação entre indivíduos dentro de locais. A variação entre municípios foi de 17,41% do

total, enquanto entre locais dentro municípios foi 26,12%. Existe variabilidade genética

entre e dentro das populações de caroá, que pode ser explorada visando à conservação e

exploração comercial da espécie.

Termos para indexação: Neoglaziovia variegata, Bromeliaceae, divergência genética,

marcadores moleculares.

Page 119: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

107

Genetic variability estimated among caroá populations through RAPD markers

ABSTRACT

The objective of this work was to quantify the genetic variability among populations of

caroa, using RAPD markers. A high polymorphism was observed among the caroa

populations, fact that it can be resulted of the action and of the interactions of a series of

evolutionary mechanisms. The genetic dissimilarities among all of the genotypes ranging

from 0.08 to 0.95 with average of 0.44. The molecular analysis of variance showed that

56.47% of the total variation was explained by the variation among individuals inside of

places. The variation among cities was of 17.41% of the total, while among places inside

cities were in 26.12%. These results can serve how subsidize for the collection,

characterization and conservation of the germoplasm of caroá. Future researches can be

accomplished seeking to confirm the variability observed with molecular markers

contemplates also in the quality of the fiber, fundamental for the improvement of the

conditions of life of Caatinga families.

Index terms: Neoglaziovia variegata, Bromeliaceae, genetic divergence, molecular

markers.

Page 120: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

108

Introdução

Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez, conhecida vulgarmente como caroá, é uma

bromeliácea endêmica da Caatinga, distribuída por todo o semi-árido do Nordeste

brasileiro (Ribeiro, 2007). Essa espécie já teve papel importante na economia nordestina na

primeira metade do século passado, a partir da produção de fibra por indústrias têxteis,

porém sua exploração foi abandonada com o surgimento das fibras sintéticas (Ribeiro,

2007). Atualmente, as fibras do caroá voltaram a ser uma das principais fontes de emprego

e renda para diversas famílias nordestinas com a fabricação artesanal de chapéus, bolsas,

entre outros produtos.

O uso em larga escala de forma extrativista desde o século passado, juntamente

com a devastação da Caatinga para desenvolvimento de atividades agropecuárias resultou

na redução drástica do caroá, havendo necessidade urgente de estudos para elaborar

estratégias de conservação genética desta espécie. Atualmente, o conhecimento da

estrutura genética de populações naturais de plantas é uma etapa fundamental para a

realização de programas conservacionistas, nos quais os dados gerados podem ser

utilizados para definir unidades de conservação e prioridades para o manejo de recursos

genéticos (Mamuris et al., 2001), além de ser fundamental para o estabelecimento de

formas de exploração econômica racional (Lacerda et al., 2001). Os rápidos avanços na

área de biologia molecular têm fornecido uma série de novos métodos para estudos

genéticos de populações naturais. Contudo, até o momento, nenhuma pesquisa foi

publicada sobre o uso de marcadores moleculares para estimar a diversidade genética em

caroá. Dessa forma, a caracterização da variabilidade entre e dentro das populações

naturais dessa espécie podem trazer subsídios para a implantação de estratégias de

conservação e de programas de melhoramento genético.

Page 121: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

109

Entre os marcadores moleculares, a técnica de RAPD - “random amplified

polymorphic DNA”, desenvolvida por Williams et al. (1990), mostra-se como uma

ferramenta útil para a análise da diversidade genética molecular em populações naturais de

plantas.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a variabilidade intra e interpopulacional de

caroá, por meio de marcadores RAPD, visando subsidiar futuras atividades de coleta,

caracterização, conservação e uso dessa espécie.

Page 122: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

110

Material e Métodos

Foram coletadas três populações de caroá em três municípios Guanambi, Juazeiro e

Valente, BA (Tabela 1). Cada população foi representada por 60 indivíduos. Em cada

município foi realizada a coleta dos genótipos em três locais distintos, com 20 amostras

cada (Tabela 1). A distância entre esses locais variou entre 1 a 20 km, dependendo da

disponibilidade do material e a distância entre as plantas coletadas variou de 1 a 5 m; não

foram coletadas plantas da mesma touceira.

Tabela 1. Coordenadas geográficas e altitude dos locais de coleta das três populações de

caroá [Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez] no Estado da Bahia. Cruz das Almas (BA).

Municípios Locais Coordenadas geográficas Altitude (m)

Guanambi 1 14° 27' 06,1‟‟S e 43° 02' 38,1‟‟W 552

2 14° 26' 38,2‟‟S e 43° 02' 16,9‟‟W 559

3 14° 17' 39,1‟‟S e 42° 41' 19,9‟‟W 586

Juazeiro 1 9° 5‟ 52,5”S e 40° 28‟ 33,9”W 395

2 9°4‟34,26”S e 40° 19‟ 3,54W 376

3 9° 32‟ 10,62”S e 40°27‟3,24”W 401

Valente 1 11°20‟27,5‟‟S e 39°27‟33,2‟‟W 376

2 11°20‟20,9‟‟S e 39°27‟39,1‟‟W 356

3 11°20‟28,8‟‟S e 39°27‟27,8‟‟W 340

O DNA genômico dos 180 genótipos foi extraído de folhas jovens, utilizando o

método CTAB (Doyle & Doyle, 1990). A avaliação da quantidade e qualidade do DNA foi

realizada mediante análise comparativa das amostras em géis de agarose 0,8%, corados

com brometo de etídio, sendo as amostras diluídas em TE e padronizadas em 10 ng L-1

.

Uma pré-seleção de 48 iniciadores foi realizada em seis genótipos, e os mais

polimórficos foram aplicados na população. As reações de amplificação foram

completadas para o volume final de 16 µL, contendo: KCl 50 mM, Tris-HCl 10 mM (pH

8,3), MgCl2 3 mM, 100 M de cada um dos dNTPs (dATP, dTTP, dGTP, dCTP), 0,4 M

de cada iniciador, 15 ng de DNA e uma unidade de Taq DNA polimerase.

Page 123: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

111

As reações foram realizadas em termociclador Perkin Elmer modelo 9700 de acordo

com a seguinte programação: 3 min a 94oC, 40 ciclos a 94

oC por 30 segundos, 35°C por 30

segundos e 72°C por 1 min, incluindo uma extensão final de 3 min a 72oC.

Os produtos da amplificação foram separados por eletroforese horizontal a 100V

por 2 horas com gel de agarose a 1,5% e corados com brometo de etídio. Os fragmentos

amplificados foram avaliados como ausência (0) e presença (1). A dissimilaridade

genética entre os 180 genótipos foi calculada a partir do coeficiente de Jaccard (1908).

As dissimilaridades genéticas foram utilizadas para a análise de agrupamento dos

genótipos pelo método UPGMA - unweighted pair group method with arithmetic averages,

por meio do programa NTSYS-pc (Rohlf, 2000). O dendrograma foi gerado com base na

matriz de distâncias no programa MEGA4 (Tamura et al., 2007). O método de

reamostragens (“bootstrap”) foi realizado para verificar se o número de marcadores foi

suficiente para determinar com precisão as estimativas de dissimilaridade genética entre

os genótipos, utilizando o programa GQMol (Cruz & Shuster, 2004).

A segunda análise foi realizada no programa Structure 2.2 (Pritchard et al., 2000)

que se fundamenta no modelo bayesiano gerando uma distribuição posterior com base na

cadeia de Markov, que identifica a presença de estrutura na população, bem como a

proporção do genoma de cada acesso advindo de outros grupos. Para essa análise foi

considerado o modelo de informação a priori da população para a definição dos grupos e

freqüências alélicas independentes. Considerou-se, em todas as análises efetuadas um

“burn-in” período de 10.000 interações, seguido de 100.000 interações Monte Carlo

Markov Chain.

Os componentes de variância atribuída às diferenças entre as três populações

(municípios), entre locais dentro de municípios e entre indivíduos dentro de locais foram

estimados utilizando o programa Arlequin ver 3.0 (Excoffier et al., 1992). As

Page 124: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

112

significâncias dos componentes de variâncias foram obtidas por meio de 10.000

permutações.

Page 125: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

113

Resultados e Discussão

Os 36 iniciadores selecionados (Tabela 2) geraram 501 produtos de amplificação,

sendo 93% polimórficos e com média de 13 bandas por iniciador. O iniciador OPD-09

amplificou o maior número de bandas (19), enquanto o menor número ocorreu no iniciador

OPD-10 (5 bandas).

Tabela 2. Produtos da amplificação de 36 iniciadores RAPD em três populações de caroá

coletadas em três municípios do Estado da Bahia. Cruz das Almas (BA).

Iniciador Seqüência

(5‟ 3‟)

Total de bandas

amplificadas

Número bandas

polimórficas

% de

polimorfismo

OPA-10 GTGATCGCAG 12 11 92

OPAF-03 GAAGAAGGCA 17 16 94

OPAF-04 TTGCGGCTGA 14 13 93

OPAF-11 ACTGGGCCTC 10 10 100

OPAF-13 CCGAGGTGAC 10 9 90

OPAG-11 TTACGGTGGG 15 15 100

OPAG-14 CTCTCGGCGA 13 12 92

OPAL-03 CCCACCCTTG 14 13 93

OPAL-05 GACTGCGCCA 15 14 93

OPAL-06 AAGCGTCCTC 16 14 87

OPAN-01 ACTCCACGTC 16 16 100 OPAN-03 AGCCAGGCTG 14 13 93

OPAN-06 GGGAACCCGT 12 12 100

OPAO-05 TGGAAGCACC 15 15 100

OPAO-07 GATGCGACGG 16 16 100

OPB-13 TTCCCCCGCT 8 8 100

OPB-17 AGGGAACGAG 11 10 91

OPD-09 CTCTGGAGAC 19 17 89

OPD-10 GGTCTACACC 5 5 100

OPD-18 GAGAGCCAAC 14 12 86

OPF-04 GGTGATCAGG 12 11 92

OPF-06 GGGAATTCGG 11 10 91

OPG-05 CTGAGACGGA 18 16 89 OPG-06 GTGCCTAACC 16 15 94

OPG-13 CTCTCCGCCA 14 13 93

OPG-15 ACTGGGACTC 17 16 94

OPH-18 GAATCGGCCA 17 15 88

OPI-02 GGAGGAGAGG 11 10 91

OPI-03 CAGAAGCCCA 16 14 87

OPI-18 TGCCCAGCCT 18 17 94

OPL-14 GTGACAGGCT 14 14 100

OPR-04 CCCGTAGCAC 11 10 91

OPR-05 GACCTAGTGG 18 17 94

OPR-06 GTGTACGGCA 17 16 94 OPR-16 CTCTGCGCGT 15 14 93

OPR-19 CCTCCTCATC 8 2 80

Total 501 467

Média 14 13 93

Page 126: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

114

Na análise de reamostragens, 315 bandas foram suficientes para uma estimativa

precisa da variabilidade genética entre os 180 genótipos de caroá. A correlação entre a matriz

com todas as 467 bandas e a matriz com 315 bandas foi de 0,95, com valor de estresse (E) de

0,047 (Figura 1). De acordo com Kruskal (1964), um valor de E0,05 é indicativo de uma

excelente precisão nas estimativas.

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

0 100 200 300 400 500

Marcadores RAPD

Correlação

Estresse

Figura 1. Análise de reamostragem para uma precisa estimativa da variabilidade genética

em caroá estimada por meio de marcadores RAPD. Cruz das Almas (BA).

Em trabalhos realizados com outras espécies da família do caroá (Bromeliaceae)

verificou-se, também, que existe uma grande variação em relação ao número de bandas

polimórficas geradas pela amplificação de iniciadores RAPD, resultando em altas taxas de

polimorfismo. Costa et al. (2002) caracterizaram geneticamente o curauá (Ananas

erectifolius), uma bromeliácea produtora de fibra utilizada na indústria automobilística, por

meio de sete iniciadores RAPD, que geraram 104 bandas, destas 76% foram polimórficas.

Page 127: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

115

Pereira & Kerr (2001) genotiparam doze genótipos de abacaxizeiro por meio de 11

iniciadores RAPD obtendo 79 bandas polimórficas. Cavallari et al. (2006) avaliaram

populações naturais de três espécies do gênero Encholirium, bromélias ameaçadas de

extinção e endêmicas do Brasil, e obtiveram aproximadamente 60 bandas polimórficas

geradas por cinco iniciadores RAPD, representando 90% do total de bandas. Gottardi et al.

(2001) genotiparam plantas matrizes do abacaxizeiro cv. Smooth Cayene com 43

iniciadores RAPD que amplificaram 777 bandas, das quais 99% foram polimórficas.

O elevado polimorfismo detectado nas populações de caroá analisadas neste

trabalho pode ser resultado da ação e das interações de mecanismos evolutivos e

ecológicos, entre eles a seleção natural e o fluxo gênico. Essa espécie ainda é pouco

estudada, sabe-se que ela se propaga principalmente por via assexuada, pelo

desenvolvimento de gemas e rizomas laterais formando densos agrupamentos, e apresenta

floração nos meses de outubro a dezembro, sendo polinizada preferencialmente por

pássaros (Leal et al., 2006) e que em cada planta abre-se de duas a três flores por dia com

duração de 12 horas (Leal et al., 2006), possuindo um sistema sexual hermafrodita

(Machado & Lopes, 2004). A inflorescência do caroá é simples, com escapo ereto e flores

protegidas por bractéas com coloração viva contendo três sépalas e três pétalas e frutos em

bagas suculentas (Smith & Downs, 1979). Com base nessas informações e no elevado

polimorfismo encontrado neste trabalho, é possível inferir que essa espécie apresenta

sistema reprodutivo preferencialmente alógamo. Sendo assim, seu germoplasma deve ter

sofrido baixa pressão de seleção, o que pode garantir ganhos genéticos significativos com a

seleção (Oliveira et al., 2007). Vale ressaltar que os locais onde as plantas de caroá foram

coletadas fazem parte da Caatinga baiana, ainda que esses municípios estejam distantes

entre si cerca de 300 km (Juazeiro a Valente), 650 km (Guanambi a Juazeiro) e 800 km

(Guanambi a Valente).

Page 128: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

116

As dissimilaridades genéticas entre os 180 genótipos de caroá variaram de 0,08 a

0,95 com média de 0,44 (Tabela 3). Os menores valores de dissimilaridade foram

registrados entre os genótipos coletados no município de Juazeiro (0,12). A maior

dissimilaridade genética foi observada entre genótipos coletados nos municípios de

Guanambi (0,52) e Valente (0,60). O local 2, do município de Juazeiro, foi o que

apresentou a maior variabilidade genética entre todos os seis locais de coleta (0,16 a 0,90),

com média de 0,41. Para os municípios de Guanambi e Valente, maior variabilidade

genética foi observada nos locais 2 e 1, respectivamente. Estas diferenças podem estar

associadas, de certa forma, a mutações ocorridas no germoplasma nos locais de coleta,

como também a reprodução sexual ocasional gerando novos genótipos que são mantidos e

propagados vegetativamente e devido ao efeito do ambiente, em especial diferenças na

fertilidade do solo e clima.

Page 129: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

117

Tabela 3. Análise de dissimilaridade intra e interpopulacional de caroá (Neoglaziovia variegata) em três municípios do Estado da Bahia,

considerando os locais de coleta. Cruz das Almas, 2008.

Município Local 1 Local 2 Local 3 Média

Méd Min Max Méd Min Max Méd Min Max Méd Min Max

Guanambi 0,58 0,36 0,85 0,56 0,23 0,83 0,60 0,32 0,88 0,52 0,22 0,88

Juazeiro 0,61 0,36 0,87 0,41 0,16 0,90 0,52 0,30 0,85 0,44 0,12 0,90

Valente 0,70 0,43 0,95 0,68 0,50 0,89 0,82 0,50 0,95 0,60 0,35 0,95

Total 0,44 0,08 0,95

Page 130: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

118

Por meio do dendrograma das dissimilaridades genéticas com base em marcadores

RAPD (Figura 2), é possível observar a formação de grupos em razão dos municípios de

coleta do germoplasma, com exceção de 18 genótipos que formaram agrupamentos fora

dos municípios onde foram coletados.

No município de Valente foi observada a formação de agrupamentos em razão dos

locais de coleta, o que permite inferir que os genótipos coletados nesses locais apresentam

diferenças genéticas. Nos municípios de Juazeiro e Guanambi, comportamento semelhante

foi observado, porém com alguns genótipos formando agrupamentos fora do seu local de

coleta (Figura 2). Pelos resultados, os marcadores RAPD utilizados neste trabalho foram

eficientes em separar os genótipos de caroá em função dos municípios e seus respectivos

locais de coleta.

Figura 2. Dendrograma gerado pelo programa MEGA4 com base na matriz genética de

467 bandas polimórficas de RAPD em 180 genótipos de caroá (Neoglaziovia variegata)

coletados em três municípios baianos: Guanambi (genótipos de 1 a 60), Juazeiro

(genótipos de 61 a 120) e Valente (genótipos de 121 a 180). Em cada município foram

coletadas amostras em três locais diferentes, sendo Local 1 (circulo cheio), Local 2

(triângulo vazio) e Local 3 (triângulo cheio).

Page 131: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

119

A utilização do modelo com base em distância e em estatística bayesiana por meio

do programa Structure permitiu identificar os mesmos grupos, além de permitir a

identificação de relações de parentescos entre os indivíduos avaliados. Dos 180 indivíduos

avaliados, 63 possuem ancestral em outras populações. No município de Guanambi, nove

genótipos apresentaram parte do seu genoma semelhante ao observado em Juazeiro, com

variação de aproximadamente 5 a 100% (Figura 3). Isso justifica o agrupamento dos

indivíduos 3, 4, 13, 29, 41, 42,47, 54 e 57 juntamente com a população de Juazeiro.

Em relação ao município de Juazeiro, foram identificados 23 genótipos com fração

do genoma pertencendo às populações de Valente e 26 genótipos com genoma da

população de Guanambi (Figura 3). Essa população é essencialmente formada de uma

mistura das populações de Guanambi e Valente confirmando a maior variabilidade

genética identificada neste município (Figura 2).

Em relação ao município de Valente, foram identificados cinco genótipos com

fração do genoma pertencendo à população de Juazeiro (Figura 3).

Page 132: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

120

Figura 3. Estrutura genética das populações de caroá (Neoglaziovia variegata), em razão

dos municípios de coleta. Guanambi (cor vermelha = 1 a 60), Juazeiro (cor verde = 61 a

120) e Valente (cor azul = 121 a 180). Os genótipos (1 a 180) estão representados no eixo

X por barras verticais cujo tamanho é proporcional (eixo Y) a população a que pertence. O

número entre parênteses representa os municípios de coleta (1 = Guanambi, 2 = Juazeiro e

3 = Valente).

O caroá, apesar de ser propagado principalmente por via vegetativa, apresentando

hábito clonal formando densos agrupamentos e morfologia uniforme, apresentou um

número elevado de diferentes genótipos, sendo contrastante com a aparente reduzida

participação da reprodução sexuada na formação das populações. Resultados similares

foram constatados por Cavallari et al. (2006) que obtiveram elevada variabilidade genética

em três espécies de Encholirium, uma bromeliácea endêmica dos campos rupestres da

Cadeia do Espinhaço. Contudo, em uma das espécies os autores observaram uma floração

regular durante todo o ano, facilitando o fluxo gênico entre as populações; porém nas

Page 133: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

121

outras espécies, a floração ocorreu de forma irregular, com poucos indivíduos em antese ao

mesmo tempo, o que teria contribuído para limitar o fluxo gênico.

Em relação ao caroá, as inflorescências dessa espécie são difíceis de serem

observadas devido a sua utilização como alimento para animais e pássaros (Xavier, 1982).

Entretanto, o surgimento das flores só ocorre em um período do ano e com a abertura de

duas a três flores por dia em cada inflorescência, o que pode dificultar a propagação sexual

da espécie.

No caso da baixa dissimilaridade genética observada entre a maioria dos genótipos

da população de Valente, é possível que tenha ocorrido em decorrência de cruzamentos

entre indivíduos aparentados ou mesmo pela autofecundação (Souza, 2002). Além disso,

populações dessa localidade passam por problemas sérios de exploração extrativista, e

muitos animais, principalmente caprinos, alimentam-se das bagas verdes e maduras,

diminuindo assim, a possibilidade da ampliação da variabilidade genética nessa região.

Chung et al. (1999), trabalhando com uma espécie da família Anacardiacea afirma que a

dispersão de sementes e pólen é determinante para a estrutura genética espacial dentro de

populações, fato que pode justificar a separação entre as populações de caroá, obtida por

meio de marcadores RAPD.

A análise molecular da variância (AMOVA) mostrou que 56,47% da variação total

foi explicada pela variação entre indivíduos dentro de locais. A variação entre municípios

foi de 17,41% do total, enquanto entre locais dentro municípios foi de 26,12% do total

(Tabela 4). Em razão da grande distância existente entre os municípios pode-se dizer que

houve um fluxo gênico moderado, provavelmente devido ao fluxo entre várias populações

intermediárias que não foram amostradas, uma vez que os municípios da Caatinga baiana

são centros de origem do caroá. Cavallari et al. (2006) observaram resultados semelhantes

Page 134: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

122

em Encholirium subsecundum (Bromeliaceae) no quais as populações foram coletadas

numa distância média de 117 km.

Tabela 4. Resultados da análise molecular de variância (AMOVA) na população de caroá

coletada em três municípios do Estado da Bahia. Cruz das Almas (BA).

FV GL SQ Variância CV (%)

Entre municípios 2 2419,64 2

a = 12,97 ** 17,41

Entre locais dentro municípios 6 2587,93 2

b = 19,46 ** 26,12

Entre indivíduos dentro locais 171 7195,30 2

c = 42,08 ** 56,47

Total 179 12202,87 2

= 74,51

** Significativo a 1% de probabilidade.

Por meio dos resultados é possível sugerir novas coletas em Juazeiro, uma vez que

esse município apresenta maior variabilidade genética, e novas coletas nos outros

municípios, devido às análises genéticas terem mostrado que cada indivíduo tem seu

próprio perfil molecular, que varia com a sua distribuição geográfica.

Estes resultados podem servir também, como subsidio para a coleta, caracterização

e conservação do germoplasma de Neoglaziovia variegata,; para novas estratégias de

caracterização desse germoplasma, em especial visando confirmar se a variabilidade

observada com marcadores moleculares reflete também na qualidade da fibra, fundamental

para a melhoria das condições de vida de muitas famílias da Caatinga brasileira, em

especial no Estado da Bahia.

Page 135: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

123

Conclusões

1. Existe variabilidade genética entre e dentro das populações de caroá, que pode ser

explorada visando à conservação e exploração comercial da espécie.

2. São necessárias, no mínimo, 315 bandas de RAPD para uma precisa estimativa da

variabilidade genética entre os entre os 180 genótipos.

Page 136: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

124

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Page 140: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

128

CONCLUSÕES GERAIS

1. A temperatura de 30 oC foi a que proporcionou as melhores respostas de

germinação das sementes de caroá.

2. A germinação das sementes de caroá foi responsiva à redução dos potenciais

osmóticos do meio de incubação, apresentando o limite máximo de tolerância a -

0,6 MPa.

3. A viabilidade das sementes foi mantida após a recuperação das sementes em

água, mesmo sob potenciais mais negativos.

4. As melhores porcentagens de germinação com sementes in vitro foram obtidas

na presença de luz.

5. A taxa de multiplicação mais alta foi obtida no tratamento ANA (0,5 µM) + BAP

(4,4 µM) e, o número de raízes, com ANA (0.5 µM) + CIN (2.2 µM).

6. Independentemente das fontes de citocininas utilizadas no meio de cultura para

a micropropagação dessa espécie, é possível sua aclimatização nos substratos

Ecoterra® e Plantmax® sem a necessidade de uma etapa de enraizamento in vitro.

7. O tempo de aclimatização das mudas de caroá, 210 dias, ainda é considerado

longo, necessitando otimizar essa etapa.

8. Para o enraizamento in vitro de caroá, a presença da auxina aumenta a taxa de

enraizamento.

9. A presença de cinetina influencia de forma negativa no alongamento e no

número de raízes das plantas de caroá.

10. As mudas enraizadas in vitro, independente do tipo de explante, apresentaram

sucesso na aclimatização no substrato Plantmax®.

Page 141: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

129

11. Folhas das mudas de caroá nas três condições estudadas, in vitro, ex vitro e

in vivo, apresentam as estruturas básicas: hipoderme, parênquima aqüífero,

parênquima clorofilado e fibras semelhantes, porém, as mudas das condições in

vivo têm essas estruturas mais desenvolvidas.

12. As variações estruturais na espessura da cutícula, no formato dos tricomas e

no formato das células do parênquima aqüífero das plantas mantidas nos

ambientes in vitro, ex vitro e in vivo demonstram plasticidade fenotípica nessa

espécie.

13. Existe variabilidade genética entre e dentro das populações de caroá, que

pode ser explorada visando à conservação e exploração comercial da espécie.

14. São necessárias, no mínimo, 315 bandas de RAPD para uma precisa

estimativa da variabilidade genética entre os entre os 180 genótipos.

15. Os marcadores RAPD são eficientes para a classificação dos genótipos de

Caroá em função dos municípios e locais de coleta.

Page 142: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

130

RESUMO

Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez é uma bromélia nativa da Caatinga

usada para extração de fibras na Região Nordeste do Brasil. Atualmente essas

fibras têm sido usadas para a confecção de produtos artesanais gerando renda e

emprego para muitas famílias dessa Região. Contudo, um extrativismo predatório

no último século vem causando importantes perdas genéticas no pool genético

dessa espécie. O objetivo desse trabalho foi o desenvolvimento de um protocolo

de produção de plantas in vitro, incluindo diversos estudos correlatos, como a

germinação in vivo e in vitro de sementes, aclimatização das plantas produzidas,

anatomia de folhas em diferentes condições de cultivo e o uso de marcadores

moleculares para avaliação da variabilidade genética em populações naturais de

caroá no Estado da Bahia. Para os estudos de germinação in vivo diferentes

temperaturas foram avaliadas (25, 30, 34 e 37 °C). A temperatura de 30 °C

proporcionou os melhores resultados e foi usada em um novo experimento com

diferentes concentrações de PEG. Os resultados desse experimento mostraram

que as sementes não germinam em potencial osmótico acima de -0.6 MPa. Por

outro lado, os ensaios de germinação in vitro foram realizados em meio MS sob

condições de escuro e em presença de luz. As plântulas germinadas in vitro foram

multiplicadas em meio MS suplementado com as combinações de 0,05 e 0,50 µM

de ANA e 2,2 e 4,4 µM de BAP e de CIN, constituindo oito tratamentos e um

controle, no qual as plântulas foram cultivadas no mesmo meio sem a presença

dos reguladores de crescimento. As melhores porcentagens de germinação foram

obtidas com sementes incubadas na presença de luz e as maiores taxas de

multiplicação no meio com ANA (0,5 µM) + BAP (4,4 µM), assim como o maior

número de raízes foi proporcionado pelo tratamento com ANA (0.5 µM) + CIN (2.2

µM). Visando a otimização do protocolo de produção de plantas in vitro de caroá

avaliou-se o efeito da interação entre diferentes concentrações de ANA (0,0 µM;

0,5 µM and 5,3 µM) e CIN (0,0 µM, 2,2 µM e 4,4 µM) para o estabelecimento de

um sistema de enraizamento in vitro eficiente. A aclimatização dessas plantas foi

realizada utilizando-se o substrato Plantmax®. As avaliações mostraram que a

adição de ANA ao meio de cultura é fundamental para o enraizamento das

plantas in vitro, tendo promovido os melhores resultados para os parâmetros

avaliados. Por outro lado, brotos e plantas produzidos in vitro e que não foram

Page 143: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

131

submetidos a uma fase específica de enraizamento foram avaliados. Esses brotos

e plantas foram aclimatizados nos seguintes substratos: areia lavada, Ecoterra®,

fibra de coco, fibra de coco + Plantmax®, Plantmax®, vermiculita, vermiculita +

Plantmax®. Os melhores resultados para aclimatização foram obtidos nos

substratos Ecoterra® e Plantmax®. Uma das limitações na micropropagação de

bromélias é o longo período de aclimatização das microplantas. Dessa forma, o

estudo anatômico de folhas em diferentes etapas do cultivo pode gerar subsídios

para a superação deste problema. Foram avaliados os aspectos anatômicos de

folhas de caroá, oriundas de seu ambiente natural (Caatinga), de folhas oriundas

de plantas in vitro, assim como de folhas de plantas em etapa de aclimatização.

As folhas foram seccionadas e observadas em microscópio óptico. A análise de

estômatos e escamas foi realizada através da microscopia eletrônica de

varredura. Folhas oriundas de plantas in vitro e aclimatizadas apresentaram

estruturas básicas, como hipoderme, parênquima aqüífero, parênquima clorofilado

e fibras, às das plantas coletadas em seu ambiente natural, porém com variações

no tamanho, número e morfologia de algumas delas. As variações estruturais,

espessura da cutícula, formato dos tricomas e formato das células do parênquima

aqüífero, foram relacionadas às condições especiais às quais as plantas foram

submetidas, devido às diferentes condições ambientais que determinam o seu

desenvolvimento. Finalmente foi quantificada a variabilidade genética entre

populações de caroá coletadas, usando-se marcadores moleculares do tipo

RAPD. Observou-se um elevado polimorfismo entre as populações de caroá, fato

que pode ser resultado da ação e das interações de uma série de mecanismos

evolutivos. As dissimilaridades genéticas entre todos os genótipos variaram de

0,08 a 0,95 com média de 0,44. A análise molecular da variância mostrou que

56,47% da variação total foi explicada pela variação entre indivíduos dentro de

locais. A variação entre municípios foi de 17,41% do total, enquanto que entre

locais dentro municípios ficou em 26,12%. Estes resultados podem servir como

subsidio para a coleta, caracterização e conservação do germoplasma de Caroá.

Page 144: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

132

ABSTRACT

Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez is a native Bromeliad of Caatinga. It is

used for fiber extraction in the Northeast Region of Brazil. Nowadays these fibers

have been used for artisanal products generate that jobs and income to several

families from Northeast Region. However, the anthropic activity from this species

has been caused important losses in genetic pool of this species since the last

century. The objctive of this work was the development of a protocol for in vitro

plant production, that includes several correlated studies such as germination in

vivo and in vitro of seeds, acclimatization of plants, anatomy of leaves in different

growing conditions and the use of molecular markers to evaluate the genetic

variability in natural populations of caroá in Bahia State. Different temperatures

such as 25, 30, 34 e 37 °C were evaluated for germination in vivo. The

temperature of 30 °C promoted the best germination rate and was used with

different concentration of PEG in another experiment. The results of this

experiment showed that the seed did not germinate in osmotic potential above -0.6

MPa. On the other hand, the in vitro germination seeds were carried in MS media

under light and dark condition. In vitro germinated seedlings were multiplied in MS

medium supplemented with the combinations of different concentration of NAA

(0,05, 0.50 µM) x BA (2.2, 4.4 µM) x KIN (2.2, 4.4 µM). The best percentages of

germination were obtained with the seeds incubated in the presence of light and

the highest multiplication ratio was obtained for the NAA (0,5 µM) + BAP (4,4 µM)

treatment. The highest number of roots occurred with NAA (0.5 µM) + KIN (2.2

µM). In order to optimize the protocol of plants of caroá, the effect of interaction

between different concentrations of NAA (0,0 µM; 0,5 µM and 5,3 µM) and KIN

(0,0 µM, 2,2 µM e 4,4 µM) in MS was evaluated for establishment of an efficient in

vitro rooting system. The acclimatization of this plant was accomplished by using

Plantmax® substrate. The evaluations showed that the addition of the NAA in

culture media is fundamental to in vitro plant rooting and promotes the best results

for the evaluated parameters. On the other hand, shoots and plants of caroá

produced in vitro that were not submitted to the in vitro rooting stage were

evaluated. These shoots and plants were acclimatized in the followed substrates:

washed sand, Ecoterra®, coconut fiber, coconut fiber + Plantmax®, Plantmax®,

vermiculita, vermiculita + Plantmax®. The best results for direct acclimatization

Page 145: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

133

were obtained with Ecoterra® and Plantmax® substrates. One of the limitations in

the micropropagation of bromeliads is the long period of acclimatization. In this

context, leaf anatomy studies are important to give subsidies to overcome this

problem. Anatomical aspects of caroá leaves were carried with plants grown under

different environmental conditions (in vivo, in vitro or during acclimatization stage).

For a comparative analysis leaves collected directly in Caatinga, leaves from in

vitro plants and leaves from plants under acclimatization process were used and

sectioned transversely and observed under optical microscope. The analysis of

stomats and scales was performed using scanning electron microscopy. Leaves

from in vitro and the acclimatized plants showed similar structures as hypodermis,

aquiferous parenchyma, photosynthetic parenchyma and fibers to the plants from

field condition, but with variations in the size, number and format of some

structures. Structural variations such as cuticle thickness, shape of trichomes as

well of the aquifer parenchyma cells were related to the special conditions in which

plants were submitted due to the different environmental conditions that determine

their development. Finally was quantified the genetic variability among populations

of caroá, using RAPD markers. A high polymorphism was observed among the

caroá populations, fact that it can be resulted by action and by interactions of a

series of evolutionary mechanisms. The genetic dissimilarities among all of the

genotypes varied from 0.08 to 0.95 with average of 0.44. The molecular analysis

of variance showed that 56.47% of the total variation was explained by the

variation among individuals within locations. The variation among cities was of

17.41% of the total, while among locations, within cities were 26.12%. These

results can support collection, characterization and conservation of the

germoplasm of caroá.

Page 146: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

134

ANEXOS

Page 147: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

135

REVISTA CIÊNCIA E AGROTECNOLOGIA

Editora UFLA – Universidade Federal de Lavras – E-mail: [email protected]

Normas para Publicação de Artigos Científicos

1. Os conceitos e afirmações contidos nos artigos serão de inteira

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Page 148: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

136

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páginas. Todos os autores deverão enviar e-mail concordando com a publicação

para o seguinte endereço eletrônico: [email protected]. Qualquer alteração na

ordem dos autores deverá ser notificada mediante concordância de todos os

autores (inclusive do autor excluído).

5. O artigo científico deverá conter os seguintes tópicos: a) TÍTULO,

suficientemente claro, conciso e completo, evitando palavras supérfluas.

Recomenda-se começar pelo termo que represente o aspecto mais importante do

trabalho, com os demais termos em ordem decrescente de importância. Deve ser

apresentada a versão do título para o idioma inglês; b) NOME(s) DO(s)

AUTOR(es) EM LETRAS MAIÚSCULAS, no lado direito, um nome debaixo do

outro, e no rodapé da primeira página , deverão vir a formação acadêmica e o

endereço profissional completo de todos os autores, com e-mail e no máximo com

6 (seis) autores; c) RESUMO (de acordo com NBR6028 da ABNT). O resumo não

deve ultrapassar a 250 (duzentos e cinqüenta) palavras e não possuir parágrafos.

Após o Resumo deve-se incluir TERMOS PARA INDEXAÇÃO (palavras-chave),

diferentes daqueles constantes do título e separados por vírgula. Os termos para

indexação devem estar descritos na forma maiúscula e minúscula, serem

expressões que identifiquem o conteúdo do artigo, ser indicadas entre 3 e 5; d)

TÍTULO EM INGLÊS; ABSTRACT, incluindo, em seguida, INDEX TERMS

(tradução para o inglês do resumo); e) INTRODUÇÃO (incluindo a revisão de

literatura); f) MATERIAL E MÉTODOS; g) RESULTADOS E DISCUSSÃO

(podendo conter tabelas e figuras); h) CONCLUSÕES; e i) REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.

6. RODAPÉ: Deve constar formação, titulação, endereço comercial completo (rua,

número, bairro, Cx. P., cep, cidade, estado) e e-mail de todos os autores.

7. AGRADECIMENTOS: ao fim do texto e, antes das Referências Bibliográficas,

poderão vir os agradecimentos a pessoas ou instituições. O estilo, também aqui,

deve ser sóbrio e claro, indicando as razões pelas quais se fazem os

agradecimentos.

8. TABELAS E QUADROS: deverão ser feitos no Word e inseridos após citação

dos mesmos dentro do próprio texto, salvo em doc.

Page 149: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

137

9. CASO O ARTIGO CONTENHA FOTOGRAFIAS, GRÁFICOS, FIGURAS,

SÍMBOLOS E FÓRMULAS, ESSAS DEVERÃO OBEDECER ÀS SEGUINTES

NORMAS:

9.1 Fotografias deverão ser apresentadas em preto e branco, nítidas e com

contraste, inseridas no texto após a citação das mesmas e também em um

arquivo à parte, salvas em extensão “TIFF” ou “JPEG” com resolução de 300 dpi.

9.2 Figuras deverão ser apresentadas em preto e branco, nítidas e com contraste,

inseridas no texto após a citação das mesmas e também em um arquivo à parte,

salvas em extensão “TIFF” ou “JPEG” com resolução de 300 dpi. As figuras

deverão ser elaboradas com letra Times New Roman, tamanho 10, sem negrito;

sem caixa de textos e agrupadas.

9.3 Gráficos deverão ser inseridos no texto após a citação dos mesmos, e

também em um arquivo à parte. Esses deverão ser elaborados preferencialmente

em Excel, com letra Times New Roman, tamanho 10, sem negrito, salvos em

extensão XLS e transformados em TIFF ou JPG, com resolução de 300 dpi.

9.4 Símbolos e Fórmulas Químicas deverão ser feitas em processador que

possibilite a formatação para o programa Page Maker (ex: MathType, Equation),

sem perda de suas formas originais.

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: a partir do Volume 18, Número 1 de

1994, a normalização das referências bibliográficas é baseada na NBR6023/2002

da ABNT. A exatidão das referências constantes da listagem e a correta citação

no texto são de responsabilidade do(s) autor(es) do artigo.

Orientações gerais:

- Devem-se apresentar todos os autores do documento científico (fonte);

- O nome do periódico deve ser descrito por extenso, não deve ser abreviado;

- Em todas as referências deve-se apresentar o local de publicação (cidade), a ser

descrito no lugar adequado para cada tipo de documento;

- As referências devem ser ordenadas alfabeticamente e “alinhadas à margem

esquerda”, conforme NBR6023/2002 (ABNT, 2002, p.3).

- Deve-se deixar espaçamento simples nas entrelinhas e duplo entre as

referências.

EXEMPLIFICAÇÃO (TIPOS MAIS COMUNS):

ARTIGO DE PERIÓDICO:

Page 150: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

138

DINIZ, E.R.; SANTOS, R.H.S.; URQUIAGA, S.S.; PETERNELLI, L.A.;

BARRELLA, T.P.; FREITAS, G.B. de. Crescimento e produção de brócolis em

sistema orgânico em função de doses de composto. Ciência e Agrotecnologia,

Lavras, v.32, n.5, p.1428-1434, set./out. 2008.

LIVRO:

a) livro no todo:

FERREIRA, D.F. Estatística multivariada. Lavras: UFLA, 2008. 672p.

b) Parte de livro com autoria específica:

BERGEN, W.G.; MERKEL, R.A. Protein accretion. In: PEARSON, A.M.; DUTSON,

T.R. Growth regulation in farm animals: advances in meat research. London:

Elsevier Science, 1991. v.7, p.169-202.

c) Parte de livro sem autoria específica:

JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Tecido muscular. In: ______. Histologia

básica. 11.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 524p.

DISSERTAÇÃO E TESE:

FERREIRA, W.C. Estabelecimento de mata ciliar em áreas degradada e

perturbada. 2006. 133p. Dissertação (Mestrado em Manejo Ambiental)-

Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2006.

Nota: “A folha é composta de duas páginas: anverso e verso. Alguns trabalhos,

como teses edissertações são impressos apenas no anverso e, neste caso,

indica-se f.” (ABNT,NBR6023/2002, p. 18).

TRABALHOS DE CONGRESSO E OUTROS EVENTOS:

COUTINHO, L.L.; GABRIEL, J.E.; ALVARES, L.E. Controle molecular do

desenvolvimento da musculatura esquelética. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL

DE GENÉTICA E MELHORAMENTO ANIMAL, 12., 1999, Viçosa, MG. Anais...

Viçosa, MG, 1999. p.355-376.

DOCUMENTOS ELETRÔNICOS:

As obras consultadas online são referenciadas conforme normas específicas para

cada tipo de documento (monografia no todo e em parte, trabalho apresentado

em evento, artigo de periódico, artigo de jornal, etc.), acrescidas de informações

sobre o endereço eletrônico apresentado entre braquetes (< >), precedido da

expressão “Disponível em:” e da data de acesso ao documento, precedida da

expressão “Acesso em:”.

Page 151: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

139

Nota: “Não se recomenda referenciar material eletrônico de curta duração nas

redes” (ABNT, NBR6023/2000, p. 4). Segundo padrões internacionais, a divisão

de endereço eletrônico, no fim da linha, deve ocorrer sempre após barra (/).

Monografia (acesso online):

a) livro no todo

TAKAHASHI, T. (Coord.). Tecnologia em foco. Brasília, DF: Socinfo/MCT, 2000.

90 p. Disponível em: <http//www.socinfo.org.br>. Acesso em: 22 ago. 2000.

b) parte de livro

TAKAHASHI, T. Mercado, trabalho e oportunidades. In: ______. Sociedade da

informação no Brasil: livro verde. Brasília, DF: Socinfo/MCT, 2000. cap.2, p. 13-

24. Disponível em: <http://www.socinfo.gov.br>. Acesso em: 22 ago. 2000.

c) Parte de congresso, seminário, etc.

GIESBRECHT, H.O. Avaliação de desempenho de institutos de pesquisa

tecnológica: a experiência de projeto excelência na pesquisa tecnológica. In:

CONGRESSO ABIPTI, 2000, Fortaleza, CE. Gestão de institutos de pesquisa

tecnológica. Fortaleza, CE: Nutec, 2000. Disponível em:

<http://www.abipti.org.br>. Acesso em: 01 dez. 2000.

d) Tese

OLIVEIRA, A.H. Erosão hídrica em florestas de eucalipto na região sudeste do

Rio Grande do Sul. 2008. 62p. Dissertação (Mestrado em Ciência do Solo)-

Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2008. Disponível em:

<http://bibtede.ufla.br/tede//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1382>. Acesso

em: 24 nov. 2008.

Artigo de periódico (acesso online):

JASPER, S.P.; BIAGGIONI, M.A.M.; RIBEIRO, J.P. Avaliação do desempenho de

um sistema de secagem projetado para os pequenos produtores rurais. Ciência e

Agrotecnologia, Lavras, v.32, n.4, p.1055-1061, jul./ago. 2008. Disponível em:

<http://www.editora.ufla.br/revista/32_4/(04)%20Artigo%204193.pdf>. Acesso em:

25 nov. 2008.

CITAÇÃO: PELO SISTEMA ALFABÉTICO (AUTOR-DATA) (baseado na ABNT,

NBR10520/2002).

Dois autores - Silva & Leão (2008) ou (Silva & Leão, 2008).

Três ou mais autores - Ribeiro et al. (2008) ou (Ribeiro et al., 2008).

Page 152: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

140

Obs.: Quando forem citados dois autores de uma mesma obra deve-se separá-los

pelo sinal & (comercial).

Se houver mais de uma citação no mesmo texto, deve-se apresentar os autores

em ordem cronológica crescente, por exemplo: Souza (2004), Pereira (2006),

Araújo (2007) e Nunes Júnior (2008); ou: (Souza, 2004; Pereira, 2006; Araújo,

2007; Nunes Júnior, 2008).

11. A Editora UFLA notificará o autor do recebimento do original e,

posteriormente, o informará sobre sua publicação.

12. Processo para publicação: os artigos submetidos para publicação são

encaminhados ao Conselho Editorial para que seja verificado se está apresentado

de acordo com as normas editoriais. Posteriormente, o artigo é encaminhado a (2)

dois consultores „ad hoc‟ para emitirem seus pareceres. Se aprovado por ambos,

o artigo é re-enviado aos autores para as correções (se necessário). Após

corrigido, retorna aos consultores para verificarem se as sugestões foram

atendidas para emissão do parecer final. O não cumprimento das solicitações dos

consultores implicará na devolução do artigo ao autor. Finalmente, o artigo é

encaminhado para correções de Nomenclatura Científica, Inglês, Referências

Bibliográficas e Português. A seguir o artigo é encaminhado para editoração e

publicação. Os artigos serão publicados em ordem de aprovação.

Page 153: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

141

BRAZILIAN ARCHIVES OF BIOLOGY AND TECHNOLOGY

Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR) – E-mail:[email protected]

Instructions for Authors

Submission of papers

Brazilian Archives of Biology and Technology publishes original research papers,

Short notes and Review articles in English in the interdisciplinary areas of

biological sciences and engineering/technology. Submission of paper implies that

it has not been published or being considered for publication elsewhere. Care

should be taken to prepare a compact manuscript with precision in presentation,

which will help authors in its acceptance. All the papers are subjected to review by

referees.

Manuscript

Three copies of the single-spaced typed manuscript (maximum 12 pages for

original and review articles and 2-4 pages for short notes) on a high grade A-4 size

paper (210x297 mm), with margins (left 25, right 20, superior and inferior 30 mm)

should be prepared. This should be divided under the following headings:

ABSTRACT, INTRODUCTION, MATERIALS AND METHODS, RESULTS,

DISCUSSION, ACKNOWLEDGEMENTS, RESUMO, REFERENCES. These

headings should be typed in bold upper case (12 font). For review articles, authors

should make their own headings along with Abstract and Introduction.

Title

The title (18 font, bold) of the paper should clearly reflect its contents. It should be

followed by the name(s) of author(s) with expanded initials (12 font, bold) and the

address(s) (italic, 10 font) of the institution(s) where the work has been carried out.

ABSTRACT

Each paper should be provided with an abstract (italic) of 100-150 words,

describing briefly on the purpose and results of the study. It should be prepared as

concisely as possible.

Key words

Authors should provide three to six key words that will be used in indexing their

paper.

INTRODUCTION

Page 154: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

142

This should describe the background and relevant information about the work. It

should also state the objective of the work.

MATERIALS AND METHODS

Authors must take care in providing sufficient details so that others can repeat the

work. Standard procedures need not be described in detail.

RESULTS AND DISCUSSION

Results and Discussion may be presented separately or in combined form

(authors may decide easier way for them). Preliminary work or less relevant

results are not to be described. The reproducibility of the results, including the

number of times the experiment was conducted and the number of replicate

samples should be stated clearly.

RESUMO

An abstract of the paper should also be prepared in Portuguese and placed before

the list of References. Authors from other than Latin American countries can seek

the help of Editor's office to prepare Portuguese resumo of their papers.

REFERENCES

References in the text should be cited at the appropriate point by the name(s) of

the author(s) and year (e.g. Raimbault & Roussos, 1996; Raimbault et al., 1997).

A list of references, in the alphabetic order (10 font), should appear at the end of

the manuscript. All references in the list should be indicated at some point in the

text and vice versa. Unpublished results should not be included in the list.

Examples of references are given below.

In journals:

Pandey, A. (1992), Recent developments in solid state fermentation. Process

Biochem., 27, 109-117

Thesis:

Chang, C. W. (1975), Effect of fluoride pollution on plants and cattle. PhD Thesis,

Banaras Hindu University, Varanasi, India

In books:

Tengerdy, R. P. (1998), Solid substrate fermentation for enzyme production. In-

Advances in Biotechno-logy, ed. A. Pandey. Educational Publishers & Distributors,

New Delhi, pp. 13-16 Pandey, A. (1998), Threads of Life. National Institute of

Science Communication, New Delhi

In conferences:

Page 155: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

143

Davison, A. W. (1982), Uptake, transport and accumulation of soil and airborne

fluorides by vegetation. Paper presented at 6th International Fluoride Symposium,

1-3 May, Logan, Utah

Tables and Figures

Tables and figures, numbered consecutively with Arabic numerals must be

inserted at appropriate place in the text. These should be used to present only

those data, which can not be described in the text

Units and Abbreviations

The SI system should be used for all experimental data. In case other units are

used, these should be added in parentheses. Only standard abbreviations for the

units should be used. Full stop should not be included in the abbreviation (e.g. m,

not m. or rpm, not r.p.m.). Authors should use '%' and '/' in place of 'per cent' and

'per'.

INSTRUCTIONS FOR AUTHORS

Manuscript lay-out

It is suggested that authors consult a recent issue of the journal for the style and

layout. Except the title, abstract and key words, entire text should be placed in two

columns on each page. Footnotes, except on first page indicating the

corresponding author (8 font) should not be included. The entire manuscript

should be prepared in Times New Roman, 11 font (except reference list, which

should be in 10 font).

Spacing

Leave one space between the title of the paper and the name(s) of the author(s),

and between the headings and the text. No space should be left between the

paragraphs in the text. Leave 0.6-cm space between the two columns.

Electronic submission

Manuscript should be accompanied by a diskette indicating the name and version

of the word processing programme used (use only MS Word 6/7 or compatible).

Referees

When submitting the manuscript authors may suggest up to three referees,

preferably from other than their own countries, providing full name and address

with email. However, the final choice of referees will remain entirely

with the Editor.

Page charges and reprints

Page 156: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

144

There will be no page charges. Reprints can be ordered up on acceptance of the

paper.

Manuscripts and all correspondence should be sent to the Editor:

Prof. Dr. Carlos R. Soccol

Brazilian Archives of Biology and Technology

Rua Prof. Algacyr Munhoz Mader 3775-CIC 81350-010

Curitiba-PR, Brazil

Fax +55-41-247 67 88

Email:[email protected]

Page 157: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

145

PLANT CELL CULTURE & MICROPROPAGATION

Editora UFLA – Universidade Federal de Lavras – E-mail:[email protected]

Normas para Publicação de Artigos e Comunicações Científicas

1. SUBMISSÃO:

Cada trabalho deverá ter no máximo 14 páginas e junto do mesmo deverá

ser encaminhado ofício dirigido ao Editor Chefe da revista, solicitando a

publicação do artigo. Esse ofício deverá conter o pedido de apreciação na revista

ao editor chefe, a declaração de ser um trabalho original e não ter sido submetido

a nenhuma outra revista, ser assinado por todos os autores, constar o

endereço completo, telefone e e-mail de todos. Qualquer inclusão, exclusão ou

alteração na ordem dos autores, deverá ser notificada mediante ofício assinado

por todos os autores (inclusive do autor excluído).

Originais: quatro vias impressas em e uma via em CDR, com texto e ilustrações

e gráficos. Das 4 vias impressas apenas 1 deve conter os nomes completos dos

autores e rodapé na primeira página.

Processador de texto: Word for Windows (version 98, 2000, XP ou 2003).

Redigido em português, inglês ou espanhol

Espaçamento do texto: Duplo. Margens: esquerda (3cm), direita (2cm), inferior e

superiores (2,5cm). Cabeçalho e Rodapé (2,5cm).

Papel: formato A4.

Fonte: Times New Roman, tamanho 12.

Número de páginas: até 14 páginas, numeradas consecutivamente, incluindo as

ilustrações.

Tabelas: devem fazer parte do corpo do artigo e ser apresentadas no módulo

tabela do Word. O título deve ficar acima.

Gráficos, Figuras e Fotografias: devem ser apresentados em preto e branco,

nítidos e com contraste, escaneados, inseridos no texto após a citação dos

mesmos e também em um arquivo à parte, salvos em extensão “tif” ou “jpg”, com

resolução de 300 dpi. Os gráficos devem vir também em excel, com letra Times

New Roman, tamanho 10, sem negrito; sem caixa de textos e agrupadas. em

arquivo à parte.

Page 158: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

146

Símbolos e Fórmulas Químicas: deverão ser feitos em processador que

possibilite a formatação para o programa Page Maker, sem perda de suas formas

originais.

2. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO

2.1. O artigo científico deve ser apresentado na seguinte seqüência:

TÍTULO

Suficientemente claro, conciso e completo, evitando-se palavras supérfulas, em

letras maiúsculas, centralizado, em negrito, em português e inglês.

AUTORES

Máximo de 6 autores

Nomes completos sem abreviação, com chamada para nota de rodapé da

primeira página em apenas 1 das 4 vias do manuscrito

Rodapé deve conter: titulação – instituição a que o autor está filiado – endereço

da instituição – CEP – cidade, estado – endereço de e-mail, do respectivo autor.

RESUMO

Deve condensar, em um único parágrafo, o conteúdo, expondo objetivos,

materiais e métodos, os principais resultados e conclusões em não mais do que

250 palavras. De acordo com as normas da NBR6028

Termos para indexação : no mínimo de três e máximo de cinco. Não devem

repetir os termos que se acham no título, podem ser constituídas de expressões

curtas e não só de palavras e devem ser separadas por vírgula. Se possível,

extraídas do vocabulário: Thesagro – Thesaurus Agrícola Nacional, desenvolvido

pela CENAGRI (indicação da revista “Plant Cell Culture & Micropropagation”

para evitar o uso de vários sinônimos como termos de indexação).

ABSTRACT

Além de seguir as recomendações do resumo, não ultrapassando 250 palavras,

deve ser uma tradução próxima do resumo.

Index terms: representam a tradução das palavras-chave para a língua inglesa.

INTRODUÇÃO

Deve apresentar uma visão concisa do estado atual do conhecimento sobre o

assunto, que o manuscrito aborda e enfatizar a relevância do estudo, sem

constituir-se em extensa revisão e, na parte final, os objetivos da pesquisa. Deve

incluir a revisão de literatura.

MATERIAL E MÉTODOS

Page 159: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

147

Esta seção pode ser dividida em subtítulos, indicados em negrito.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Podem ser divididas em subseções, com subtítulos concisos e descritivos, e

conter tabelas e figuras.

CONCLUSÕES

Finalizar com os resultados de acordo com os objetivos do trabalho

AGRADECIMENTOS

Se for o caso ao fim do texto, e antes das Referências Bibliográficas, a pessoas

ou instituições. O estilo, também aqui, deve ser sóbrio e claro, indicando as

razões pelas quais se fazem os agradecimentos

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Devem seguir as normas para citação no texto e na seção própria.

2.2. A comunicação científica deve ser apresentada na seguinte seqüência:

TÍTULO

Suficientemente claro, conciso e completo, evitando-se palavras supérfluas, em

letras maiúsculas, centralizado, em negrito, em português e inglês.

AUTORES

Máximo de 6 autores

Nomes completos sem abreviação, com chamada para nota de rodapé da

primeira página em apenas 1 das 4 vias do manuscrito

Rodapé deve conter: titulação – instituição a que o autor está filiado – endereço

da instituição – CEP – cidade, estado – endereço de e-mail, do respectivo autor.

RESUMO

Deve condensar, em um único parágrafo, o conteúdo, expondo objetivos,

materiais e métodos, os principais resultados e conclusões em não mais do que

250 palavras. De acordo com as normas da NBR6028.

Termos para indexação : no mínimo de três e máximo de cinco. Não devem

repetir os termos que se acham no título, podem ser constituídas de expressões

curtas e não só de palavras e devem ser separadas por vírgula. Se possível,

extraídas do vocabulário: Thesagro – Thesaurus Agrícola Nacional, desenvolvido

pela CENAGRI (indicação da revista “Plant Cell Culture & Micropropagation”

para evitar o uso de vários sinônimos como termos de indexação)

ABSTRACT

Page 160: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

148

Além de seguir as recomendações do resumo, não ultrapassando 250 palavras,

deve ser uma tradução próxima do resumo.

Index terms: representam a tradução das palavras-chave para a língua inglesa.

Texto: sem subdivisão, porém com introdução, material e métodos, resultados e

discussão (podendo conter tabelas e gráficos e conclusão subentendidas.

AGRADECIMENTOS

Se for o caso ao fim do texto, e antes das Referências Bibliográficas, a pessoas

ou instituições. O estilo, também aqui, deve ser sóbrio e claro, indicando as

razões pelas quais se fazem os agradecimentos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Devem seguir as normas para citação no texto e na seção própria.

3. CASO O ARTIGO CONTENHA FOTOGRAFIAS, GRÁFICOS, FIGURAS,

SÍMBOLOS E FÓRMULAS, ESSAS DEVERÃO OBEDECER ÀS SEGUINTES

NORMAS:

3.1 Fotografias deverão ser apresentadas em preto e branco, nítidas e com

contraste, inseridas no texto após a citação das mesmas e também em um

arquivo à parte, salvas em extensão “TIFF” ou “JPEG” com resolução de 300

dpi.

3.2 Figuras deverão ser apresentadas em preto e branco, nítidas e com

contraste, inseridas no texto após a citação das mesmas e também em um

arquivo à parte, salvas em extensão “TIFF” ou “JPEG” com resolução de 300

dpi. As figuras deverão ser elaboradas com letra Times New Roman, tamanho

10, sem negrito; sem caixa de textos e agrupadas.

3.3 Gráficos deverão ser inseridos após citação dos mesmos, dentro do próprio

texto, elaborado preferencialmente em Excel, com letra Times New Roman,

tamanho 10, sem negrito; sem caixa de textos e agrupadas.

3.4 Símbolos e Fórmulas Químicas deverão ser feitas em processador que

possibilite a formatação para o programa Page Maker (ex: MathType, Equation),

sem perda de suas formas originais.

OBS: A formatação correta é parte imprescindível para que o trabalho seja

devidamente protocolado. Caso este não esteja nas normas, o mesmo será

recusado.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: as referências bibliográficas devem ser

citadas conforme a NBR6023/2002 da ABNT.

Page 161: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

149

A exatidão das referências constantes da listagem e a correta citação no

texto são de responsabilidade do(s) autor(es) do artigo.

4.1. Orientações gerais:

- Deve-se apresentar todos os autores do documento científico (fonte);

- O nome do periódico deve ser descrito por extenso, não deve ser abreviado;

- Em todas as referências deve-se apresentar o local de publicação (cidade), a ser

descrito no lugar adequado para cada tipo de documento;

- As referências devem ser ordenadas alfabeticamente.

4.2. Exemplificação (tipos mais comuns):

ARTIGO DE PERIÓDICO:

VIEIRA, R. F.; RESENDE, M. A. V. de. Épocas de plantio de ervilha em Patos de

Minas, Uberaba e Janaúba, Minas Gerais. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.

24, n. 1, p. 74-80, jan./mar. 2000.

LIVRO:

a) livro no todo:

STEEL, R. G. D.; TORRIE, J. H. Principles and procedures of statistics. New

York: McGraw-Hill Book, l960. 481 p.

b) Parte de livro com autoria específica:

FLEURY, J. A. Análise ao nível de empresa dos impactos da automação sobre a

organização da produção de trabalho. In: SOARES, R. M. S. M. Gestão da

empresa. Brasília: IPEA/IPLAN, 1980. p. 149-159.

c) Parte de livro sem autoria específica:

MARTIM, L. C. T. Nutrição de bovino de corte em confinamento. In: ______.

Confinamento de bovino de corte. 2. ed. São Paulo: Nobel, 1986. cap. 3, p. 29-

89.

DISSERTAÇÃO E TESE:

GONÇALVES, R. A. Preservação da qualidade tecnológica de trigo (Triticum

aestivum L.) e controle de Rhyzopertha dominica (F.) durante o

armazenamento em atmosfera controlada com Co2 e N2. 1997. 52 f.

Dissertação (Mestrado em Ciência dos Alimentos) – Universidade Federal de

Lavras, Lavras, 1997.

MATIOLI, G. P. Influência do leite proveniente de vacas mastíticas no

rendimento de queijo frescal. 2000. 55 p. Dissertação (Mestrado em Ciências

dos Alimentos) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2000.

Page 162: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

150

Nota: “A folha é composta de duas páginas: anverso e verso. Alguns trabalhos,

como teses e dissertações são impressos apenas no anverso e, neste caso,

indica-se f.” (ABNT, NBR6023/2002, p. 18).

TRABALHOS DE CONGRESSO E OUTROS EVENTOS:

SILVA, J. N. M. Possibilidades de produção sustentada de madeira em floresta

densa de terra firme da Amazônia brasileira. In: CONGRESSO FLORESTAL

BRASILEIRO, 6., 1990, Campos do Jordão. Anais... Campos do Jordão:

SBS/SBEF, 1990. p. 39-45.

DOCUMENTOS ELETRÔNICOS:

As obras consultadas online são referenciadas conforme normas específicas para

cada tipo de documento (monografia no todo e em parte, trabalho apresentado

em evento, artigo de periódico, artigo de jornal, etc.), acrescidas de informações

sobre o endereço eletrônico apresentado entre braquetes (< >), precedido da

expressão “Disponível em:” e da data de acesso ao documento, precedida

da expressão “Acesso em:”.

Nota: “Não se recomenda referenciar material eletrônico de curta duração nas

redes” (ABNT, NBR6023/2000, p. 4). Segundo padrões internacionais, a divisão

de endereço eletrônico, no fim da linha, deve ocorrer sempre após barra (/).

Monografia (acesso online):

a) livro no todo

TAKAHASHI, T. (Coord.). Tecnologia em foco. Brasília: Socinfo/MCT, 2000. 90

p. Disponível em: <http//www.socinfo.org.br>. Acesso em: 22 ago. 2000.

b) parte de livro

TAKAHASHI, T. Mercado, trabalho e oportunidades. In: ______. Sociedade da

informação no Brasil: livro verde. Brasília: Socinfo/MCT, 2000. cap. 2, p. 13-24.

Disponível em: <http://www.socinfo.gov.br>. Acesso em: 22 ago. 2000.

c) Parte de congresso, seminário, etc.

GIESBRECHT, H. O. Avaliação de desempenho de institutos de pesquisa

tecnológica: a experiência de projeto excelência na pesquisa tecnológica. In:

CONGRESSO ABIPTI, 2000, Fortaleza. Gestão de institutos de pesquisa

tecnológica. Fortaleza: Nutec, 2000. Disponível em: <http://www.abipti.org.br>.

Acesso em: 01 dez. 2000.

d) Tese

Page 163: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

151

SILVA, E. M. Arbitrariedade do signo: a língua brasileira de sinais (LIBRAS).

1997. 144 p. Dissertação (Mestrado em Lingüística Aplicada e Estudo de Língua)

- Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1997. Disponível em:

<http://www.terra.com.br/virtualbooks/ freebook/port/did/ teses.htm>. Acesso em:

28 nov. 2000.

Artigo de periódico (acesso online):

RESENDE, A. M. G. Hipertexto: tramas e trilhas de um conceito contemporâneo.

Informação e Sociedade, Recife, v. 10, n. 1, 2000. Seção Educação. Disponível

em: <http://www.informaçãoesociedade.ufpb.br/>. Acesso em: 30 nov. 2000.

CITAÇÃO: PELO SISTEMA ALFABÉTICO (AUTOR-DATA) (conforme ABNT,

NBR10520/2002)

Dois autores - Steel & Torrie (1960) ou (STEEL & TORRIE, 1960).

Três ou mais autores - Valle et al. (l945) ou (VALLE et al., 1945).

Obs.: Quando forem citados dois autores de uma mesma obra deve-se separá-los

pelo sinal & (comercial).

5. O EDITOR CHEFE NOTIFICARÁ O AUTOR DO RECEBIMENTO DO

ORIGINAL E, POSTERIORMENTE, O INFORMARÁ SOBRE SUA

PUBLICAÇÃO. OS ARTIGOS QUE NECESSITAREM DE MODIFICAÇÕES

SERÃO DEVOLVIDOS AO AUTOR PARA A DEVIDA REVISÃO.

6. OS ARTIGOS NÃO APROVADOS SERÃO DEVOLVIDOS.

7. OS ARTIGOS SERÃO PUBLICADOS EM ORDEM DE APROVAÇÃO.

8. O NÃO-CUMPRIMENTO DESSAS NORMAS IMPLICARÁ NA DEVOLUÇÃO

DO ARTIGO AO AUTOR.

9. OS CASOS OMISSOS SERÃO RESOLVIDOS PELA COMISSÃO

EDITORIAL.

10. O ARTIGO DEVERÁ SER ENVIADO PARA:

Plant Cell Culture & Micropropagation

Universidade Federal de Lavras

Depto. de Biologia - Setor de Fisiologia Vegetal

Caixa Postal: 3037

37200-000 – Lavras – MG – BRAZIL

Page 164: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

152

ACTA HORTICULTURAE

GENERAL INFORMATION

ISHS Publication Policy All oral presenters, including invited and key-note

speakers, must submit a manuscript for the Acta Horticulturae. If this is not

agreed to by the author(s), the work can be presented as a poster. Authors of

posters are welcomed to submit their manuscript for Acta Horticulturae but

posters cannot be published as such. The manuscript should be submitted a few

weeks before the symposium starts or at the symposium in order to avoid

unnecessary delay in the reviewing process and editing of the Acta Horticulturae

volume.

Submission of a manuscript implies that the work described has not been

published before (except in form of an abstract or as part of a published lecture,

review or thesis); that it is not under consideration for publication elsewhere; that

its publication has been approved by all co-authors, if any, as well as - tacitly or

explicitly - by the responsible authorities at the institution where the work was

carried out.

The copyright to an article submitted for publication is transferred to the

International Society for Horticultural Science (for U.S. government

employees: to the extent transferable) effective if and when the article is accepted

for publication. The author warrants that his/her contribution is original and that

he/she has full power to make this grant. The author signs for and accepts

responsibility for releasing this material on behalf of any and all co-authors. The

copyright transfer covers the exclusive right to reproduce and distribute the article,

including reprints, translations, photographic reproductions, microform, electronic

form (offline, online) or any other reproductions of similar nature.

An author may self-archive an author-created version of his/her article on his/her

own website. He/she may also deposit that version on his/her institution's and

funder's (funder-designated) repository at the funder‟s request or as a result of a

legal obligation, including his/her final version, provided it is not made publicly

available until after 12 months of official publication. He/she may not use the

publisher's PDF version which is posted on www.actahort.org for the purpose of

self-archiving or deposit. Furthermore, the author may only post his/her version

provided acknowledgement is given to the original source of publication and a link

Page 165: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

153

is inserted to the published article on ISHS's website. The link must be

accompanied by the following text: "The original publication is available at

www.actahort.org".

Important elements of the publisher's role in the scientific communication process

are reviewing, recognition and consistent quality assurance. In order to guarantee

that the requirements of these elements are fully met, control of the dissemination

of the final article is necessary. Permitting an article to be published elsewhere on

public servers without a clear connection to the final article can potentially confuse

readers who use the article for their own research and will not be in the interest of

science. The transfer of copyright from the author to the publisher assists ISHS to

protect the mutual interests of both the author/researcher and the publisher.

Articles disseminated via www.actahort.org are indexed, abstracted and

referenced by many abstracting and information services, bibliographic networks,

subscription agencies, library networks and consortia.

Length of the Printed Paper

All symposium verbal and poster presentations are eligible for publication in the

proceedings if a suitable manuscript is prepared according to this ISHS Authors

Guide and submitted on time to the Convener of the meeting. The convener will

send the manuscript to the Editorial Board for reviewing.

Manuscripts should be as concise as possible in order to reduce to a minimum the

number of pages of Acta Horticulturae. As a general rule the maximum

recommended length of an invited paper is 16 pages and of a submitted oral paper

or poster is 8 pages, including figures and tables. An average page of text will

contain about 800 words. Manuscript reviewers will cut unnecessary information

and will advise on the number of pages each manuscript should have taking into

account its content and characteristics. For any length over the recommended

number of pages the convener will have the right to charge 75,- euro per additional

page.

Language

English is the official language of Acta Horticulturae. However, if the original

contribution is presented at a bilingual symposium, a manuscript in Spanish or

French is also acceptable, provided it includes a one page extended abstract in

English. An abstract in French or Spanish can be added to manuscripts in English.

Spelling

Page 166: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

154

ISHS has no preference whether English or American spelling is used although

uniformity within each paper is required. Latin words or phrases are in italics, with

the exception of very common expressions such as "i.e.," "e.g.," "et al.," "in vitro,"

"ex vitro" and "etc. The expression "etc." for "and so forth" should be used only

with series, such as 1, 2, 3, etc.

Units

Use the metric system exclusively. Use abbreviation L for liter, mg/L for

milligram(me) per liter, ml for milliliter, and t for tonne (metric ton). SI units can be

used where appropriate.

Font and Type Size

Use Times New Roman font exclusively. Titles are printed in 14 point but the rest

of the manuscript, including tables should be 12 point. When italic typeface is

required use italic type, not underline.

Plant Names

Scientific names are to be included for all plant species and are to be in italic font

except for the abbreviations “var.”, “subsp.”, “f.”, etc. which indicate rank at

infraspecific level (e.g., Cedrus libani subsp. atlantica, Phytophthora parasitica var.

nicotianae).

Author citation should only be used when helpful for historical or taxonomic

reasons, and then it should only be used when the name is first mentioned in the

body of the text (do not use author citation in the abstract or title). Author names

are to abbreviated in accordance with the international standard provided by

Brummitt, R.K., & Powell, C.E., “Authors of Plant Names”, Royal Botanic Gardens,

Kew 1992. An on-line version of this work may be consulted via

http://www.rbgkew.org.uk/data/authors.html.

Common names may be used for well-known plants once the scientific name has

been provided (e.g., apple, pear, potato, rose, tomato).

Cultivated varieties which are the product of selection and/or breeding are to be

referred to as “cultivars” and not “varieties”. Cultivar names are to be written in

accordance with the International Code of Nomenclature for Cultivated Plants. The

current (2004) edition is obtainable from ISHS via

http://www.actahort.org/books/647.In particular, the part of a name which

denotes the cultivar is it be placed within single quotation marks. The abbreviation

Page 167: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

155

“cv.” is not to be used within a name (e.g., Malus ×domestica „Golden Delicious‟,

not Malus ×domestica cv. Golden Delicious).

If indicating hybrid status, the multiplication symbol should be used before the

name of the genus or the species epithet as appropriate (e.g., ×Cupressocyparis

leylandii, Mentha ×piperita), or within the formula denoting the hybrid (e.g., Mentha

aquatica × M. spicata). If the multiplication symbol is not available in your font set,

use the letter “x” in lower case, but leave a space between it and the word to which

it should be applied (e.g., x Cupressocyparis leylandii, Mentha x piperita). Neither

the multiplication symbol nor the letter “x” are to be in italics.

Use the letter “x” to indicate a cross such as “red x yellow” and for the term “by” in

measurements (2 cm x 4 cm). Use italic n and x when indicating sporophytic or

basic chromosome number (e.g., 2n=4x = 48).

Headings Ranks and Format

Papers contain one to four headings, all aligned at the left hand margin, as follows:

RANK ONE Use boldface and all capital letters. Use a space before this rank but

subsequent paragraph(s) continue without a space. Subsequent paragraphs within

this section are indented without spaces between paragraphs. Headings such as

INTRODUCTION, MATERIALS AND METHODS, RESULTS, DISCUSSION are

Rank one headings. Do not use a period after this heading.

Rank Two This heading subdivides RANK ONE headings, thus there must be at

least two or more Rank Two subheads. Titles are boldface with the first letter of

important words in capital letters and the others in lower case. Rank Two headings

are separated by a space above the heading as in RANK ONE headings. No

period after Rank Two headings. The paragraph starts on the first line after the

Rank Two heading and is indented.

1. Rank Three. This heading may be used to divide Rank Two headings. Initiate

this heading with Arabic numerals (1,2,3 etc.). with numbers and title in boldface

with the beginning of each word in capital letters. The subheading ends with a

period. The paragraph continues on the same line. Do not separate this heading

with blank lines.

Rank Four. This heading subdividing Rank Three headings will be used rarely.

Align left, end with a period, and continue on same line. The font is italic, non-

boldface, with the beginning of each word in capital letters. Do not separate with

blank lines.

Page 168: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

156

Paper

Use first quality white paper for your printout. The printable area on your sheet of

paper is strictly fixed (15.3 x 23.5 cm = 6.02 x 9.25 inches) irrespective of paper

size. For A4 size paper this printable area is obtained by entering following margin

settings in the "page set-up" of your word-processor: top: 2.7 cm (1.06"); bottom:

3.5 cm (1.38"); left: 2.8 cm (1.10"); right: 2.9 cm (1.14")

Papers should be printed preferably on laser-writers but Ink-jet printers also give

satisfactory results. Papers produced on a type-writer will not be accepted.

Spacing and Indentations

The final text should be single spaced but a double spaced manuscript may be

submitted for editing by the convener. Titles of subheadings should not be

underlined. Text should be "justified" in order to fill the entire printable area.

Provide a hanging indent (0.6 cm) on the second line of the Keywords and

Literature Cited references. First lines of all paragraphs should have a 1.25 cm

indentation except those that immediately follow rank three and rank four

subheadings. Do not include blank lines between paragraphs within a section.

ORGANIZATION OF A RESEARCH PAPER

Title

Titles are printed in boldface in 14 point type. If the paper is in Spanish or French

with extended English abstract, (see Language above) the title is in boldface in

English and not in boldface for other languages. Use capital and lower case for the

first word in the titles except for articles ("a" and "the"), prepositions ("of," "in" "on."

"during," "between"), and conjunctions ("and" and "but"), except when they are the

first word. Gene symbols, which normally begin with lower case letters are not

capitalized in titles nor is the first word of specific epithets in binomials. Do not

include authorities for binomials in titles. Keep titles as concise as possible.

Binomials will be in boldface Italics.

Bylines

The byline under the title includes the name of author(s) (without titles) and

affiliations. The given name of authors may be either written out in full or listed by

initials. Initials are followed by a period. If two initials are listed, do not include a

space between them but provide a space before the family name. The family

name is always presented after the given name, even for those countries that use

a different sequence (Spanish names are alphabetized by the paternal family

Page 169: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

157

name. Accents should be kept in names so as not to violate their spelling rules).

The affiliation or address of author is included below the name. The address of the

author may be in the language of the country, but spell out the country name in

English. For multi-authored papers keep the affiliation of each author separately;

when space permits, these can be listed side by side; if not, underneath each

other. If there are two authors, separate the author name by "and," e.g. A.B. Smith

and C.D. Jones; three authors would be A.B. Smith, C.D Jones and E.F. Brown.

Do not use footnotes in the bylines. Footnotes should be avoided in bylines. They

might be appropriate when there are two departments in one institution.

Journal Paper Numbers

Journal paper numbers, or reference numbers, if needed, are placed in the

Acknowledgement section (see below).

Keywords

This is a rank 2 heading followed by colon (Keywords: apple, pear). List five to

seven key words not used in the title. Remember that electronic search engines

focus on Title and Keywords. The second line of keywords is a hanging indent (0.6

cm).

Abstract

Use a rank 2 heading for Abstract. An abstract in English, limited to 200-300

words in a single paragraph, all boldface, is required in all cases. Indent the first

line of the abstract. The abstract should contain a concise but comprehensive

statement of the problem and results. The entire abstract should be in boldface.

The title and abstract will be freely available on the ISHS website and should be

considered an advertisement for the paper as it may be all that most viewers will

read. Thus, it should be carefully and accurately written.

Introduction

This should include a statement of the problem, a brief survey of previous work,

and the scope and purpose of the investigation. References to previous work

should be included.

Materials and Methods (Experimental Procedures)

This section should be included in papers describing experiments but may not be

required in review papers. Describe concisely the plant materials, the growing

technique, methods used, and lay-out of experiments. Include the name of all

Page 170: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

158

chemicals and compounds. An indication of the statistical methods used to

analyze data should be included

Results and Discussion

This is the heart of the paper. The section(s) may either be presented as a single

section or divided into separate Results and Discussion sections. If separate,

describe experimental results in the Results section and reserve interpretations,

speculations, and conclusions for the Discussion section. At the end of the paper

attempt to answer questions formulated in the introduction and conclude with a

summary of results and an assessment of future research or prospects.

Acknowledgements

This is reserved for journal paper numbers, source of funding, and name of

project, if required. Acknowledgement of help from colleagues or professional

associates is appropriate but avoid acknowledgement of routine secretarial help or

family members.

Citations and Literature Cited

1. Format. Citations to references in the text are listed chronologically surrounded

by parentheses with the following format: (Peters, 1950; Jones and Smith, 1990;

Brown et al., 1999a). If there are two authors with the same name that have

published in the same year, initials may be used to avoid confusion. Note: "et al."

is used for three or more authors.

Citations to personal communications include the surname or initials of the person

and are only to be included within the text, not in the Literature Cited section. The

date is optional. Thus: (A.B. Peters, pers. commun.) or (A.B. Peters, pers.

commun., 2001).

Consider Literature Cited as a Rank 2 heading,. Literature cited should only

include references used in the paper. List the authors in alphabetical order, letter

by letter, and in chronological order for publications of the same author(s). Do not

use a comma before "and" after the penultimate author. Do not use an issue

number if the journal uses consecutive numbers for each volume. In the format

that follows, note that in all cases the given name or initials follow the family name.

Journal Paper:

Navazoi, J.P. and Simon, P.W. 2001. Diallel analysis of high carotenoid content in

cucumber. J. Amer. Soc. Hort. Sci. 126:100-104.

Page 171: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

159

Van Os, E. and Benoit, F. 1999. Stare of the art of Dutch and Belgian greenhouse

horticulture and hydroponics. Acta Hort. 481:765-767

Book:

Darrow, G.M. 1966. The Strawberry: History, Breeding and Physiology. Holt,

Rinehart and Winston, New York.

Chapter in Book:

Daubeny, H.A. 1996. Brambles. p.109-190. In: J. Janick and J.N. Moore (eds.),

Fruit Breeding, Vol. 3, Nuts. Wiley, New York.

Chapter in Conference Proceedings:

Aviram, M. and Fuhrman, B. 1998. Tomato lycopene and (-carotene inhibit LDL

oxidation. Proc. Tomato and Health Seminar. Pamplona, Spain 25-28 May. p. 45-

52.

Website:

Food and Agricultural Organization. 2002. www.fao.org

2. Abbreviations. Do not abbreviate single word journals. Do not abbreviate

states or provinces of countries. When in doubt do not abbreviate. Commonly

used abbreviations are as follows:

Tables and Figures

Tables and figures are normally included at the end of the article in that sequence.

Prefix the table section with the word Tables and the figure section with the word

Figures. Captions are provided directly above each table and below each figure

with hanging indents. They are numbered consecutively with Arabic numbers, and

aligned with the width of the Table or Figure, or to the full width of the page if the

figure or table occupies more than half of the width of the page. Thus, Table 1,

Table 2 etc. and Fig. 1, Fig. 2. etc. If the table or figure is not original, give the

source at the end of the caption, e.g. Source: Jones et al. 2001.

1. Tables. Use tables sparingly. Titles of tables go above the table. Place all

headings to the center of their column. The size of the table should not exceed the

standard page width and length, but tables may be placed portrait or landscape

format. Solid lines are used in the heading and in the bottom of the table but are to

be avoided in the body, but, if necessary, use dotted lines. The units of the data

must be indicated in parentheses in the table headings. If table footnotes are

needed, use superscript Arabic numbers 1, 2, 3, etc. The sources of tables should

be in the caption (see model).

Page 172: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

160

Proper format for tables in Acta Horticulturae should include 4 parts:

(1) caption, (2) masthead, (3) body, and (4) footnotes. This can best be

demonstrated with two examples, listed as Table 1 and Table 2 in the sample

article file.

Caption. The caption should be understandable without recourse to the paper

itself. The caption has only the first word capitalized (except for proper names) and

ends in a period. The caption may be more than a single sentence. The source of

the table, if necessary to include, is indicated in the caption (see Table 2).

Masthead. In general, tables are best read up and down. Each column of the table

must be explained by a masthead heading. The masthead is enclosed top and

bottom by two lines extending to the each edge of the table (see Table 1 and 2).

Horizontal lines within the masthead can be used to separate groups under a

common heading (see Table 2). The units of each column need to be clearly

indicated, e.g., No. fruit; Fruit wt. (g); Harvest index (%). Masthead headings

should be located on the bottom of the masthead cell.

Body. Avoid internal lines in the body of the table. Center values under the

masthead heading. Use rounding to avoid unwarranted precision. Means may be

separated by using lower case letters (5% significance) or upper case letters (1%

significance). Indicate statistical tests and significance by footnotes, preferably

superscript 1, 2, 3, etc. [If letters are used, start at the end of the alphabet (z, y, x,

etc.).] The body of the table is enclosed in a line.

Footnotes. Footnotes go underneath the body of the table. Put each footnote on a

separate line.

2. Figures. Titles of figures go underneath the figure. Figures may be submitted

electronically but provide a hard copy since resolution may be imperfect. If a figure

is outsized it may be reduced photographically. Be sure to include clear, sharp

pictures. Figures, graphs and drawings normally should be all in black and white,

not color. Color photographs can only be printed after a special agreement with

the conveners and ISHS Secretariat and there will be a charge to authors.

ARTICLE SUBMISSION

See sample article provided for format. Submit a hard copy (printout preferably

on A4 size paper) as well as an electronic version of the article in a commonly

used word processor format (preferably MSWord or alternatively WordPerfect).

Page 173: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

161

For print-technical reasons and to ensure accurate reproduction of your figures,

graphs or pictures in Acta Horticulturae, please provide, in addition to the Word

document, the original images you "placed" into your Word Document, i.e. in the

file type in which they were created; in other words please include a separate

(electronic) copy of any picture-, image- or other graphic object files in high

resolution and also add the source files for charts, tables etc. that you used in your

article.

Most common acceptable file formats are:

jpg, eps, tiff or psd (at a resolution of 300 dpi)

original Adobe Illustrator (.ai or eps file)

Note: Powerpoint or Excel files are acceptable if you used these programs to

create the original figure or graph.

Note: Typically, files of less than 150 dots per inch do not reproduce well when

printed (even if they look good on your computer screen!) so please mind the

resolution of your figure/graph file.

Page 174: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

162

PESQUISA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA

Embrapa - E-mail: [email protected]

Instruções para Submissão de Trabalhos

Os trabalhos enviados à PAB devem ser inéditos e não podem ter sido

encaminhados a outro periódico científico ou técnico. Dados publicados na forma

de resumos, com mais de 250 palavras, não devem ser incluídos no trabalho.

São considerados, para publicação, os seguintes tipos de trabalho: Artigos

Científicos, Notas Científicas, Novas Cultivares e Artigos de Revisão, este último

a convite do Editor.

Os trabalhos publicados na PAB são agrupados em áreas técnicas, cujas

principais são: Entomologia, Fisiologia Vegetal, Fitopatologia, Fitotecnia,

Fruticultura, Genética, Microbiologia, Nutrição Mineral, Solos e Zootecnia.

O texto deve ser digitado no editor de texto Word, em espaço duplo, fonte Times

New Roman, corpo 12, folha formato A4, margens de 2,5 cm, com páginas e

linhas numeradas.

APRESENTAÇÃO DO ARTIGO CIENTÍFICO

O artigo científico deve ter, no máximo, 20 páginas, incluindo-se as ilustrações

(tabelas e figuras), que devem ser limitadas a seis, sempre que possível.

A ordenação do artigo deve ser feita da seguinte forma:

Artigos em português – Título, autoria, endereços institucionais e eletrônicos,

Resumo, Termos para indexação, título em inglês, Abstract, Index terms,

Introdução, Material e Métodos, Resultados e Discussão, Conclusões,

Agradecimentos, Referências, tabelas e figuras.

Artigos em inglês – Título, autoria, endereços institucionais e eletrônicos, Abstract,

Index terms, título em português, Resumo, Termos para indexação, Introduction,

Material and Methods, Results and Discussion, Conclusions, Acknowledgements,

References, tables, figures.

Artigos em espanhol – Título, autoria, endereços institucionais e eletrônicos,

Resumen, Términos para indexación; título em inglês, Abstract, Index terms,

Introducción, Material y Métodos, Resultados y Discusión, Conclusiones,

Agradecimientos, Referencias, cuadros e figuras.

Page 175: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

163

O título, o resumo e os termos para indexação devem ser vertidos fielmente para

o inglês, no caso de artigos redigidos em português e espanhol, e para o

português, no caso de artigos redigidos em inglês.

Título

* Deve representar o conteúdo e o objetivo do trabalho e ter no máximo 15

palavras, incluindo-se os artigos, as preposições e as conjunções.

* Deve ser grafado em letras minúsculas, exceto a letra inicial, e em negrito.

* Deve ser iniciado com palavras chaves e não com palavras como "efeito" ou

"influência".

* Não deve conter nome científico, exceto de espécies pouco conhecidas; neste

caso, apresentar somente o nome binário.

* Não deve conter subtítulo, abreviações, fórmulas e símbolos.

* As palavras do título devem facilitar a recuperação do artigo por índices

desenvolvidos por bases de dados que catalogam a literatura.

Nomes dos autores

* Grafar os nomes dos autores com letra inicial maiúscula, por extenso, separados

por vírgula; os dois últimos são separados pela conjunção "e", "y" ou "and", no

caso de artigo em português, espanhol ou em inglês, respectivamente.

* O último sobrenome de cada autor deve ser seguido de um número em

algarismo arábico, em forma de expoente, entre parênteses, correspondente à

respectiva chamada de endereço do autor.

Endereço dos autores

* São apresentados abaixo dos nomes dos autores, o nome e o endereço postal

completos da instituição e o endereço eletrônico dos autores, indicados pelo

número em algarismo arábico, entre parênteses, em forma de expoente.

* Devem ser agrupados pelo endereço da instituição.

* Os endereços eletrônicos de autores da mesma instituição devem ser separados

por vírgula.

Resumo

* O termo Resumo deve ser grafado em letras minúsculas, exceto a letra inicial,

na margem esquerda, e separado do texto por travessão.

* Deve conter, no máximo, 200 palavras, incluindo números, preposições,

conjunções e artigos.

Page 176: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

164

* Deve ser elaborado em frases curtas e conter o objetivo, o material e os

métodos empregados na pesquisa, os resultados e a conclusão.

* O objetivo deve estar separado da descrição de material e métodos.

* Não deve conter citações bibliográficas nem abreviaturas.

* O final do texto deve conter a principal conclusão, com o verbo no presente do

indicativo.

Termos para indexação

* A expressão Termos para indexação, seguida de dois-pontos, deve ser grafada

em letras minúsculas, exceto a letra inicial.

* Os termos devem ser separados por vírgula e iniciados com letra minúscula.

* Devem ser no mínimo três e no máximo seis, considerando-se que um termo

pode possuir duas ou mais palavras.

* Não devem conter palavras que componham o título.

* Devem conter o nome científico (só o nome binário) da espécie estudada.

Introdução

* A palavra Introdução deve ser centralizada na página e grafada com letras

minúsculas, exceto a letra inicial, e em negrito.

* Deve ocupar, no máximo, duas páginas.

* Deve apresentar a justificativa para a realização do trabalho, situar a importância

do problema científico a ser solucionado e estabelecer sua relação com outros

trabalhos publicados sobre o assunto.

* O último parágrafo deve expressar o objetivo, de forma coerente com o descrito

no início do Resumo.

Material e Métodos

* A expressão Material e Métodos deve ser centralizada na página e grafada em

negrito; Os termos Material e Métodos devem ser grafados com letras minúsculas,

exceto as letras iniciais.

* Deve ser organizado, de preferência, em ordem cronológica.

* Deve apresentar a descrição do local, a data e o delineamento do experimento,

e indicar os tratamentos, o número de repetições e o tamanho da unidade

experimental.

* Deve conter a descrição detalhada dos tratamentos e variáveis.

* Deve-se evitar o uso de abreviações ou as siglas.

Page 177: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

165

* Os materiais e os métodos devem ser descritos de modo que outro pesquisador

possa repetir o experimento.

* Devem ser evitados detalhes supérfluos e extensas descrições de técnicas de

uso corrente.

* Deve conter informação sobre os métodos estatísticos e as transformações de

dados.

* Deve-se evitar o uso de subtítulos; quando indispensáveis, grafá-los em negrito,

com letras minúsculas, exceto a letra inicial, na margem esquerda da página.

* Pode conter tabelas e figuras.

Resultados e Discussão

* A expressão Resultados e Discussão deve ser centralizada na página e grafada

em negrito; Os termos Resultados e Discussão devem ser grafados com letras

minúsculas, exceto a letra inicial.

* Deve ocupar quatro páginas, no máximo.

* Todos os dados apresentados em tabelas ou figuras devem ser discutidos.

* As tabelas e figuras são citadas seqüencialmente.

* Os dados das tabelas e figuras não devem ser repetidos no texto, mas

discutidos frente aos apresentados por outros autores.

* Dados não apresentados não podem ser discutidos.

* Não deve conter afirmações que não possam ser sustentadas pelos dados

obtidos no próprio trabalho ou por outros trabalhos citados.

* As chamadas às tabelas ou às figuras devem ser feitas no final da primeira

oração do texto em questão; se as demais sentenças do parágrafo referirem-se à

mesma tabela ou figura, não é necessária nova chamada.

* Não apresentar os mesmos dados em tabelas e em figuras.

* As novas descobertas devem ser confrontadas com o conhecimento

anteriormente obtido.

Conclusões

* O termo Conclusões deve ser centralizado na página e grafado em negrito, com

letras minúsculas, exceto a letra inicial.

* Devem ser apresentadas em frases curtas, sem comentários adicionais, com o

verbo no presente do indicativo, e elaboradas com base no objetivo do trabalho.

* Não podem consistir no resumo dos resultados.

* Devem apresentar as novas descobertas da pesquisa.

Page 178: Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez

166

* Devem ser numeradas e no máximo cinco.

Agradecimentos

* A palavra Agradecimentos deve ser centralizada na página e grafada em

negrito, com letras minúsculas, exceto a letra inicial.

* Devem ser breves e diretos, iniciando-se com "Ao, Aos, À ou Às" (pessoas ou

instituições).

* Devem conter o motivo do agradecimento.

Referências

* A palavra Referências deve ser centralizada na página e grafada em negrito,

com letras minúsculas, exceto a letra inicial.

* Devem ser de fontes atuais e de periódicos: pelo menos 70% das referências

devem ser dos últimos 10 anos e 70% de artigos de periódicos.

* Devem ser normalizadas de acordo com as normas vigentes da ABNT.

* Devem ser apresentadas em ordem alfabética dos nomes dos autores,

separados por ponto-e-vírgula, sem numeração.

* Devem apresentar os nomes de todos os autores da obra.

* Devem conter os títulos das obras ou dos periódicos grafados em negrito.

* Devem conter somente a obra consultada, no caso de citação de citação.

* Todas as referências devem registrar uma data de publicação, mesmo que

aproximada.

* Devem ser trinta, no máximo.

Exemplos:

Artigos de Anais de Eventos (aceitos apenas trabalhos completos)

AHRENS, S. A fauna silvestre e o manejo sustentável de ecossistemas florestais.

In: SIMPÓSIO LATINO-AMERICANO SOBRE MANEJO FLORESTAL, 3., 2004,

Santa Maria. Anais. Santa Maria: UFSM, Programa de Pós-Graduação em

Engenharia Florestal, 2004. p.153-162.

Artigos de periódicos

SANTOS, M.A. dos; NICOLÁS, M.F.; HUNGRIA, M. Identificação de QTL

associados à simbiose entre Bradyrhizobium japonicum, B. elkanii e soja.

Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.41, p.67-75, 2006.

Capítulos de livros

AZEVEDO, D.M.P. de; NÓBREGA, L.B. da; LIMA, E.F.; BATISTA, F.A.S.;

BELTRÃO, N.E. de M. Manejo cultural. In: AZEVEDO, D.M.P.; LIMA, E.F. (Ed.). O

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167

agronegócio da mamona no Brasil. Campina Grande: Embrapa Algodão;

Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2001. p.121-160.

Livros

OTSUBO, A.A.; LORENZI, J.O. Cultivo da mandioca na Região Centro-Sul do

Brasil. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste; Cruz das Almas: Embrapa

Mandioca e Fruticultura, 2004. 116p. (Embrapa Agropecuária Oeste. Sistemas de

produção, 6).

Teses e dissertações

HAMADA, E. Desenvolvimento fenológico do trigo (cultivar IAC 24 - Tucurui),

comportamento espectral e utilização de imagens NOAA-AVHRR. 2000.

152p. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

Fontes eletrônicas

EMBRAPA AGROPECUÁRIA OESTE. Avaliação dos impactos econômicos,

sociais e ambientais da pesquisa da Embrapa Agropecuária Oeste: relatório do

ano de 2003. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2004. 97p. (Embrapa

Agropecuária Oeste. Documentos, 66). Disponível em:

http://www.cpao.embrapa.br/publicacoes/ficha.php?tipo=DOC&num=66&ano=2004.

Acesso em: 18 abr. 2006.

Citações

* Não são aceitas citações de resumos, comunicação pessoal, documentos no

prelo ou qualquer outra fonte, cujos dados não tenham sido publicados.

* A autocitação deve ser evitada.

Redação das citações dentro de parênteses

* Citação com um autor: sobrenome grafado com a primeira letra maiúscula,

seguido de vírgula e ano de publicação.

* Citação com dois autores: sobrenomes grafados com a primeira letra maiúscula,

separados pelo "e" comercial (&), seguidos de vírgula e ano de publicação.

* Citação com mais de dois autores: sobrenome do primeiro autor grafado com a

primeira letra maiúscula, seguido da expressão et al., em fonte normal, vírgula e

ano de publicação.

* Citação de mais de uma obra: deve obedecer à ordem cronológica e em seguida

à ordem alfabética dos autores.

* Citação de mais de uma obra dos mesmos autores: os nomes destes não

devem ser repetidos; colocar os anos de publicação separados por vírgula.

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168

* Citação de citação: sobrenome do autor e ano de publicação do documento

original, seguido da expressão "citado por" e da citação da obra consultada.

* Deve ser evitada a citação de citação, pois há risco de erro de interpretação; no

caso de uso de citação de citação, somente a obra consultada deve constar da

lista de referências.

Redação das citações fora de parênteses

* Citações com os nomes dos autores incluídos na sentença: seguem as

orientações anteriores, com os anos de publicação entre parênteses; são

separadas por vírgula.

Fórmulas, expressões e equações matemáticas

* Fórmulas, expressões, símbolos ou equações matemáticas, escritas no editor de

equações do programa Word, devem ser enviadas também em arquivos

separados, no programa Corel Draw, gravadas com extensão CDR.

* No texto, devem ser iniciadas à margem esquerda da página e apresentar

tamanho padronizado da fonte Times New Roman.

* Não devem apresentar letras em itálico ou negrito.

Tabelas

* As tabelas devem ser numeradas seqüencialmente, com algarismo arábico, e

apresentadas em folhas separadas, no final do texto, após referências.

* Devem ser auto-explicativas.

* Seus elementos essenciais são: título, cabeçalho, corpo (colunas e linhas) e

coluna indicadora dos tratamentos ou das variáveis.

* Os elementos complementares são: notas-de-rodapé e fontes bibliográficas.

* O título, com ponto no final, deve ser precedido da palavra Tabela, em negrito;

deve ser claro, conciso e completo; deve incluir o nome (vulgar ou científico) da

espécie e das variáveis dependentes.

* No cabeçalho, os nomes das variáveis que representam o conteúdo de cada

coluna devem ser grafados por extenso; se isso não for possível, explicar o

significado das abreviaturas no título ou nas notas-de-rodapé.

* Todas as unidades de medida devem ser apresentadas segundo o Sistema

Internacional de Unidades.

* Nas colunas de dados, os valores numéricos devem ser alinhados pelo último

algarismo.

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169

* Nenhuma célula (cruzamento de linha com coluna) deve ficar vazia no corpo da

tabela; dados não apresentados devem ser representados por hífen, com uma

nota-de-rodapé explicativa.

* Na comparação de médias de tratamentos são utilizadas, no corpo da tabela, na

coluna ou na linha, à direita do dado, letras minúsculas ou maiúsculas, com a

indicação em nota-de-rodapé do teste utilizado e a probabilidade.

* Devem ser usados fios horizontais para separar o cabeçalho do título, e do

corpo; usá-los ainda na base da tabela, para separar o conteúdo dos elementos

complementares.

* Fios horizontais adicionais podem ser usados dentro do cabeçalho e do corpo;

não usar fios verticais.

* As tabelas devem ser editadas em arquivo Word, usando os recursos do menu

Tabela; não fazer espaçamento utilizando a barra de espaço do teclado, mas o

recurso recuo do menu Formatar Parágrafo.

Notas de rodapé das tabelas

* Notas de fonte: indicam a origem dos dados que constam da tabela; as fontes

devem constar nas referências.

* Notas de chamada: são informações de caráter específico sobre partes da

tabela, para conceituar dados. São indicadas em algarismo arábico, na forma de

expoente, entre parênteses, à direita da palavra ou do número, no título, no

cabeçalho, no corpo ou na coluna indicadora. São apresentadas de forma

contínua, sem mudança de linha, separadas por ponto.

* Para indicação de significância estatística, são utilizadas, no corpo da tabela, na

forma de expoente, à direita do dado, as chamadas ns (não-significativo); * e **

(significativo a 5 e 1% de probabilidade, respectivamente).

Figuras

* São consideradas figuras: gráficos, desenhos, mapas e fotografias usados para

ilustrar o texto.

* Só devem acompanhar o texto quando forem absolutamente necessárias à

documentação dos fatos descritos.

* O título da figura, sem negrito, deve ser precedido da palavra Figura, do número

em algarismo arábico, e do ponto, em negrito.

* Devem ser auto-explicativas.

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170

* A legenda (chave das convenções adotadas) deve ser incluída no corpo da

figura, no título, ou entre a figura e o título.

* Nos gráficos, as designações das variáveis dos eixos X e Y devem ter iniciais

maiúsculas, e devem ser seguidas das unidades entre parênteses.

* Figuras não-originais devem conter, após o título, a fonte de onde foram

extraídas; as fontes devem ser referenciadas.

* O crédito para o autor de fotografias é obrigatório, como também é obrigatório o

crédito para o autor de desenhos e gráficos que tenham exigido ação criativa em

sua elaboração.

* As unidades, a fonte (Times New Roman) e o corpo das letras em todas as

figuras devem ser padronizados.

* Os pontos das curvas devem ser representados por marcadores contrastantes,

como: círculo, quadrado, triângulo ou losango (cheios ou vazios).

* Os números que representam as grandezas e respectivas marcas devem ficar

fora do quadrante.

* As curvas devem ser identificadas na própria figura, evitando o excesso de

informações que comprometa o entendimento do gráfico.

* Devem ser elaboradas de forma a apresentar qualidade necessária à boa

reprodução gráfica e medir 8,5 ou 17,5 cm de largura.

* Devem ser gravadas no programa Word, Excel ou Corel Draw (extensão CDR),

para possibilitar a edição em possíveis correções.

* Usar fios com, no mínimo, 3/4 ponto de espessura.

* No caso de gráfico de barras e colunas, usar escala de cinza (exemplo: 0, 25,

50, 75 e 100%, para cinco variáveis).

* Não usar negrito nas figuras.

* As figuras na forma de fotografias devem ter resolução de, no mínimo, 300 dpi e

ser gravadas em arquivos extensão TIF, separados do arquivo do texto.

* Evitar usar cores nas figuras; as fotografias, porém, podem ser coloridas.

NOTAS CIENTÍFICAS

* Notas científicas são breves comunicações, cuja publicação imediata é

justificada, por se tratar de fato inédito de importância, mas com volume

insuficiente para constituir um artigo científico completo.

APRESENTAÇÃO DE NOTAS CIENTÍFICAS

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* A ordenação da Nota Científica deve ser feita da seguinte forma: título, autoria

(com as chamadas para endereço dos autores), Resumo, Termos para

indexação, título em inglês, Abstract, Index terms, texto propriamente dito

(incluindo introdução, material e métodos, resultados e discussão, e conclusão,

sem divisão), Referências, tabelas e figuras.

As normas de apresentação da Nota Científica são as mesmas do Artigo

Científico, exceto nos seguintes casos:

* Resumo com 100 palavras, no máximo.

* Deve ter apenas oito páginas, incluindo-se tabelas e figuras.

* deve apresentar, no máximo, 15 r eferências e duas ilustrações (tabelas e

figuras).

NOVAS CULTIVARES

* Novas Cultivares são breves comunicações de cultivares que, depois de

testadas e avaliadas pelo Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA),

foram superiores às já utilizadas e serão incluídas na recomendação oficial.

APRESENTAÇÃO DE NOVAS CULTIVARES

Deve conter: título, autoria (com as chamadas para endereço dos autores),

Resumo, título em inglês, Abstract, Introdução, Características da Cultivar,

Referências, tabelas e figuras. As normas de apresentação de Novas Cultivares

são as mesmas do Artigo Científico, exceto nos seguintes casos:

* Resumo com 100 palavras, no máximo.

* Deve ter apenas oito páginas, incluindo-se tabelas e figuras.

* deve apresentar, no máximo, 15 r eferências e quatro ilustrações (tabelas e

figuras).

* A introdução deve apresentar breve histórico do melhoramento da cultura,

indicando as instituições envolvidas e as técnicas de cultivo desenvolvidas para

superar determinado problema.

* A expressão Características da Cultivar deve ser digitada em negrito, no centro

da página.

* Características da Cultivar deve conter os seguintes dados: características da

planta, reação a doenças, produtividade de vagens e sementes, rendimento de

grãos, classificação comercial, qualidade nutricional e qualidade industrial,

sempre comparado com as cultivares testemunhas.

OUTRAS INFORMAÇÕES

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• Não há cobrança de taxa de publicação.

• Os manuscritos aprovados para publicação são revisados por no mínimo dois

especialistas.

• O editor e a assessoria científica reservam-se o direito de solicitar modificações

nos artigos e de decidir sobre a sua publicação.

• São de exclusiva responsabilidade dos autores as opiniões e conceitos emitidos

nos trabalhos.

• Os trabalhos aceitos não podem ser reproduzidos, mesmo parcialmente, sem o

consentimento expresso do editor da PAB.

• Contatos com a secretaria da revista podem ser feitos por telefone:

(61)3448-4231 e 3273-9616, fax: (61)3340-5483, via e-mail:

[email protected] ou pelos correios: Embrapa Informação Tecnológica,

Pesquisa Agropecuária Brasileira – PAB, Caixa Postal 040315, CEP 70770-

901 Brasília, DF.