o povo brasileiro - resenha

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Centro Universitário Belas Artes de São Paulo Nomes: Alessandra Rios, Camila Amaral, Débora Machado, Diego da Silva, Luiz Felipe Fernandez. Publicidade e Propaganda – AN4PP Ronaldo Mathias O povo Brasileiro (Formação e sentido do Brasil) O capitulo “O Enfrentamento dos Mundos” descreve com alguns detalhes o caos ocorrido em 1.500 durante o período da colonização, que repercute em nós brasileiros uma personalidade extremamente “solidária/ conformista”. A chegada dos portugueses ao Brasil deixou os índios maravilhados e, eles que até então não conheciam gente diferente da deles, não possuíam discernimento para interpretar a vinda do “branco” em seu território, tampouco as conseqüências dessa descoberta, por isso a maneira mais aceitável de entender aquele momento foi voltar-se ao misticismo: assim os portugueses que aqui chegaram foram tratados como reis, ou melhor, deuses. Deuses que vieram do mar, da natureza. Já para os lusitanos esse momento era o reconhecimento de uma parte do Éden perdida nos tempos. O povo português ocupou a terra dos nativos, explorando dela tudo o que lhe interessava, por meio do trabalho escravo indígena. Como método de “pacificação”, os jesuítas utilizaram das missões religiosas e, através dessa ferramenta, impuseram a cultura portuguesa, desmerecendo seus costumes, crenças e obrigando-os a falar uma língua estranha. Nesse processo de aculturação, os choques mais marcantes foram os trazidos pela catequização; conceitos como pecado,

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Page 1: O Povo Brasileiro - Resenha

Centro Universitário Belas Artes de São PauloNomes: Alessandra Rios, Camila Amaral, Débora Machado, Diego da Silva, Luiz Felipe Fernandez.Publicidade e Propaganda – AN4PPRonaldo Mathias

O povo Brasileiro (Formação e sentido do Brasil)

O capitulo “O Enfrentamento dos Mundos” descreve com alguns detalhes o caos

ocorrido em 1.500 durante o período da colonização, que repercute em nós brasileiros

uma personalidade extremamente “solidária/ conformista”.

A chegada dos portugueses ao Brasil deixou os índios maravilhados e, eles que

até então não conheciam gente diferente da deles, não possuíam discernimento para

interpretar a vinda do “branco” em seu território, tampouco as conseqüências dessa

descoberta, por isso a maneira mais aceitável de entender aquele momento foi voltar-

se ao misticismo: assim os portugueses que aqui chegaram foram tratados como reis,

ou melhor, deuses. Deuses que vieram do mar, da natureza. Já para os lusitanos esse

momento era o reconhecimento de uma parte do Éden perdida nos tempos.

O povo português ocupou a terra dos nativos, explorando dela tudo o que lhe

interessava, por meio do trabalho escravo indígena. Como método de “pacificação”, os

jesuítas utilizaram das missões religiosas e, através dessa ferramenta, impuseram a

cultura portuguesa, desmerecendo seus costumes, crenças e obrigando-os a falar

uma língua estranha.

Nesse processo de aculturação, os choques mais marcantes foram os

trazidos pela catequização; conceitos como pecado, distinção entre bom e ruim, a

existência do Deus que pune passou a fazer parte da vida dos índios.

As índias serviam de reprodutoras, as pré-geradoras da raça que hoje

conhecemos por brasileira. Os homens caçavam, pescavam, juntavam toras de pau-

brasil e serviam aos portugueses.

Existia um “encantamento dos índios pelos portugueses”, ou melhor, pelas

ferramentas que estes utilizavam, pelas armas, muito superiores aos seus arcos e

flechas, pelos adornos, colares, espelhos e possibilidade de aventura que o convívio

entre índios e brancos proporcionava o que não havia em suas pacatas tribos. Isso fez

com que os índios se corrompessem e se voltassem uns contra os outros,

enfraquecendo ainda mais os laços entre as tribos, que passaram a se desfazer

rapidamente. Essa era a intenção do povo português.

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Esse processo acabou se tornando fatal para eles. A tristeza tomou conta dos

índios e muitos se deixaram morrer em suas redes, foram vários os resistentes e

fugitivos que lutaram bravamente pela sua cultura e sua terra, embora não tenham

vencido.

O que favoreceu primeiramente a imposição colonial foi à inferioridade intelectual

do índio, e custou mais trabalho aos jesuítas na pregação missionária. E apesar de

estarem em número superior, não possuíam estrutura alguma para combater os

colonos, pois não tinham estratégias organizacionais e armas poderosas. Mas o

grande problema não foi o desfavorecimento das armas ou da quantidade de

guerreiros x colonos, pois os índios eram maiores em número. O que definitivamente

exterminou os indígenas foram as enfermidades trazidas pelos colonizadores e

jesuítas.

O agravante foi o conflito de interesses entre os padres das companhias e os

colonos, onde ambos possuíam um projeto para atingir os objetivos impostos pela

Coroa. Os padres das companhias passaram a ver os índios como donos da terra,

tinham direito a sobreviver se abandonassem suas heresias para se incorporar ao

rebanho de Deus. Mas ainda sim continuavam sendo vistos como gado humano, o que

bastou para justificar a escravidão.

O papel dos jesuítas foi o de “amansadores” de índios, primeiramente aceito sem

resistências, para tarde se arrependeram, incentivando a revolta dos índios contra os

colonos. Finalmente tentaram aplicar no Brasil, um projeto de reconstrução da vida

social de índios que dera certo no Paraguai, mas sem muito sucesso aqui. Muitos

foram os índios que se lançaram a essas guerras e perderam suas vidas,

principalmente contagiados pelas doenças que traziam os jesuítas, mesmo não sendo

suas intenções.

Embora com o propósito de salvar a alma dos índios, os jesuítas deviam prestar

contas e obediência à Cora portuguesa. Foi assim que Marquês de Pombal expulsou

os jesuítas do Brasil, começando por São Paulo, a seguir Maranhão e por último Grão-

Pará. Entregaram as missões aos colonos, e deixaram os índios sem seu último

“amparo”. Dessa forma estereotipou-se o personagem “jesuíta” que saiu como “o

grande vilão” da história, pois não conseguiram salvar a alma dos índios, nem mesmo

suas vidas.