octreÓtido no tratamento de angiectasias …
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Cardoso M.F., Branco J.C., Anapaz V., Lourenço L.C., Oliveira A.M., Rodrigues C.G., Carvalho R., Martins A., Reis J.
XXX Reunião Anual do NGHD
21/11/2015
OCTREÓTIDO NO TRATAMENTO DE ANGIECTASIAS GASTROINTESTINAIS DIFUSAS
Identificação
• Sexo masculino
• 66 anos
• Caucasiano
• Reformado (operário da construção civil)
• Emigrado na Suíça até Abril/2014
CASO CLÍNICO
Antecedentes Pessoais
• Fibrilhação auricular com RVL; portador de PMD desde 2007
• Plastia mitral + tricúspide cirúrgica em 2005
• Embolia pulmonar sub-segmentar em 2010
• Hipertensão pulmonar multifactorial
• Hipertensão arterial
• Insuficiência Cardíaca NYHA 2-3
• DPOC tabágica
• Medicação habitual: furosemida, espironolactona, omeprazol, lisinopril +
hidroclorotiazida, salmeterol + fluticasona, tiotrópio, ferro oral, acenocumarol
Evolução até 2014
2004 2005 2007 2008 2010
APC APC APC APC
Cego
Cólon ascendente
Cólon transverso
Cego
Duodeno
Cego Duodeno
VCE: múltiplas angiectasias
do delgado
APC de 24 angiectasias do
delgado proximal
Hipertensão Pulmonar por regurgitação
mitral e tricúspide graves
Eco-Dopper abdominal: dilatação das
veias supra-hepáticas, fígado de estase,
espessamento das paredes vesiculares,
arterialização do fluxo da veia porta
Plastia mitral+tricúspide
História da Doença Actual
Anemia ferropénica em análises de rotina: Hb 5.4 g/dL Sem perdas hemáticas visíveis Hipocoagulado com acenocumarol: INR 2.0
Janeiro/2015
EDA
Colonoscopia
• Pequena angiectasia do corpo gástrico, não termocoagulada
• Termocoagulação com árgon-plasma de 4 angiectasias do cego e cólon ascendente
História da Doença Actual
Hb 6.3 g/dL (anterior 8.6 g/dL)
Março/2015
Termocoagulação com árgon-plasma de angiectasia gástrica
Pedida enteroscopia por cápsula para decisão terapêutica
Discussão com Cardiologista assistente: relação risco/ benefício favorável à manutenção de hipocoagulação com acenocumarol
h
Síndrome de Rendu-Osler-Weber?
Critérios de Curaçao
1. História de epistáxis
2. Telangiectasias mucocutâneas
3. Envolvimento visceral: angiectasias gastrointestinais
AngioTC e Doppler abdominal sem evidência de MAVs pulmonares
ou hepáticas; sem pesquisa de MAVs cerebrais
4. História familiar
< 2 critérios diagnóstico improvável
× ×
×
História da Doença Actual
Hb 6.9 g/dL (anterior 10.8 g/dL) Abril/2015
Enteroscopia por cápsula (I)
Múltiplas angiectasias infracentimétricas dispersas ao longo de todo o intestino delgado
História da Doença Actual
Enteroscopia por cápsula (II)
Cego/cólon: observadas pelo menos 2 angiectasias grandes, objectivando-se, num segmento, hemorragia activa
História da Doença Actual
Colonoscopia - APC
Termocoagulação com Árgon-Plasma de 6 angiectasias do cego/ cólon ascendente
História da Doença Actual
Hb 7.3 g/dL (anterior 8.2 g/dL) Manteve Hb 7.2 g/dL após 1UCE
Maio/2015
Angiectasias gastrointestinais difusas refractárias à terapêutica endoscópica
Início de terapêutica com Octreótido LAR IM 20 mg/ mês
Evolução em 2015
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
11,0
jan-15 fev-15 mar-15 abr-15 mai-15 jun-15 jul-15 ago-15 set-15 out-15
Hem
ogl
ob
ina
(g/d
L)
UC
E Fe
rro
O
ctre
óti
do
ferro oral
600 mg ev 1000 mg ev 1000 mg ev 1000 + 1000 mg ev
20 mg 20 mg 20 mg 20 mg 20 mg 20 mg
AP
C
APC
(cego + CA)
APC
(cego + CA)
APC
(estômago)
Conclusão
Este caso ilustra a eficácia do octreótido intramuscular no
tratamento de angiectasias gastrointestinais difusas
refractárias à terapêutica endoscópica, num doente
particularmente difícil de abordar dada a necessidade de
hipocoagulação