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www.formaturismo.com.br
Qualquer um te leva!
A Melhor Viagem da Sua Vida
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af_anuncio_202x266mm_mulher_faculdade.pdf 1 14/05/12 10:52
colabs
Ano 1 - Edição nº1
Impressão: LeografAuditoria: Baker Tilly
Rua General Jardim, 846, 5º andar
Vila Buarque - São Paulo - SP
CEP 01223-010 tel.: 3125 0200
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Distribuida gratuitamente nos
principais campi do Brasil, em
cerca de 300 instituições de ensino.
Murilo Oliveira - #offreader - l i teratura@offl ine.com.br
Ane Macedo - #offreader - l i teratura@offl ine.com.br
Melissa Cabral – #fotografia – fotografia@offl ine.com.br
Giovanna Offer – #moda – moda@offl ine.com.br - #crônicas - cronicas@offl ine.com.br
Jonas Falasco - #capa - Privacidade, em termos – jonas@omarsonffl ine.com.br
Letícia Iambasso – #culturaurbana - A arte de rua não pode acabar
Thomas Omarsson – #games - Diablo – [email protected]
Patricia Palhares - #teatro - Vida de artista – teatro@offl ine.com.br
Tiago de Freitas – #esporte - Rugby – esporte@offl ine.com.br
Jefferson Melo – #games - Games – Artistas da Hora do café
Micael Bretas – #cinema - Sobre ser e fazer nos f i lmes – cinema@offl ine.com.br
Renata Longhi - #memes – Comparti lhe com moderação - memes@offl ine.com.br
Karina Cerdeño Martelotta - #cotidiano – O tal do t imming - cotidiano@offl ine.com.br
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São vocês que fazem a offline link:
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Publisher Comercial
Planejamento e Criação Financeiro
Recepção
Serviços geraisOperações
Edição
Arte
Redação
Rodrigo Clemente Fabíola ToschiAline PereiraPatrícia PalharesMayara Clemente
Representante DFUlysses [email protected] 9975 6660
Felipe AbramidesFlavio Guariglia Neto Murilo Oliveira
Reinaldo BuozoFabio Fernandes
Nilza Merçês
Luciana FerreiraAndrea Chap ChapNatalia Costa
Jonas Falasco
Uirá PeixeiroIgor BusquetsNat de AbreuThomas OmarssonLeonardo Flauzino
Fábio Noro
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editorial sumário
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Offreader Vida de artista
Compartilhe com moderação Retrato Falado
Privacidade na web Rugby
Artista na hora do café
Cinema: Sobre ser e fazer nos filmes
Cotidiano
Crônicas
Boom Design
Depoimentos do Enem
Vista a alma pelo lado de fora
Cia de Talentos
Diablo 3: ele está de volta
A arte não pode acabar
É com muito prazer que apresentamos a offline-link,
irmã mais nova da revista offline, já conhecida por
muitos universitários em todo Brasil.
Criamos a offlink, apelido carinhoso (sem bulling),
para te dar dicas de tudo o que rola nas universidades, as
melhores dicas até chegar lá e o que fazer quando chegar.
Assim você já fica ligeiro com as “tiradas”, aprende a
separar o que é brincadeira e o que não é na hora do trote.
Te daremos dicas de como se vestir, se comportar,
economizar. Qual música é legal ouvir e qual disco
comprar. Se livro é sua paixão, temos outros apaixonados
que lhe trarão as melhores dicas de livros e esperam que
você também dê as suas.
Quer ver um filme? Nós temos as melhores sugestões,
os maiores clássicos, os diretores mais renomados,
os atores e as atrizes mais aclamados. E o melhor de
tudo isso é que você ainda pode falar pra gente o que
faltou. Criamos hashtags, pois queremos falar com
você, queremos que você #pelamordedeusassista a um
clássico, mas também nos recomende um.
Ah, mas você curte mais ir ao teatro? Sem problemas!
Recrutamos atrizes envolvidas com o palco que sempre
pegam a fila antes para dizer o que vale ou não a pena,
quanto pagar, onde fica e qual é o melhor dia para assistir.
É apaixonado por internet e redes sociais? Temos as
melhores dicas de memes para você se divertir, trabalhar
ou simplesmente se perder na internet.
Por falar em internet, nosso novo site, totalmente
colaborativo, está no ar, complementando semanalmente
o conteúdo que você confere todo mês na revista.
Você recebeu esta edição e agora faz parte de um grupo
de pessoas que está compartilhando nossa paixão, orgulho,
felicidade, empenho e amadurecimento. Este exemplar é
um marco na nossa história. Esperamos que seja também
um marco na história de todos que nos acompanham.
Agora vem a parte mais da hora do rolê... Você também
pode escrever pra gente e ter sua matéria publicada na
revista e no site da revista, além de interagir no Twitter e
Facebook com nossas #hashtags.
E aí, o que achou? Vem com a gente que é sucesso!
Grande abraço,
Jonas Falasco
editor
E sse livro é pra quem já se deu mal naquela
entrevista de emprego ou dinâmica
de grupo e não conseguiu o estágio/
trabalho tão desejado. Serve até para quem já
está empregado e quer aparecer positivamente
em situações complicadas como apresentações
de negócios ou falar em público. O interessante
desse livro é que ele é rápido para ler e ainda vem
com exercícios para auto avaliação e pequenos
roteiros para seguir nas várias situações que o
dia a dia de trabalho proporciona.
E não são apenas dicas de como fazer. O livro
dá exemplos de posturas que podem prejudicar
você em uma reunião ou apresentação. É
interessante ver como um simples sorriso
na hora certa, ficar na postura correta ou
exemplificar os seus dados de uma maneira
eficiente pode ajudar a passar uma mensagem
e a entrar em conexão com o seu público. Com
esse tipo de material disponível, só vai passar
por alguma situação desconfortável no trabalho
quem não se interessar pelo assunto.
Ela foi tão “sem noção” quanto o pai. Um dos
traços em comum é que ambos acreditavam
fielmente em suas convicções, sua forma de
amor lhes parecia da mais pura.. .
Até que ponto nossos prazeres, preocupados
em inflar nossos egos são capazes de ir? Até a
destruição?... A família Tudor mostra o quanto
isso parece complexo porém, na execução pode
ser mais simples do que imaginamos. O resultado,
“borá” conferir em A TRISTEZA DA RAINHA.
Suzannah Dunn. Editora Recor. 246pgs.
U m Romance de análise social, nunca foi o
meu gênero e, para ser sincera, quase desisti
da leitura, mas algo me fez continuar, e não
foi o meu lado guerreira, mas o tema obrigatório do
mês, e lá foi “mou”, e viva L’Amour.
A estrutura fragmentada dos personagens até o
cap. 127 torna a leitura cansativa. Após este capítulo,
encontra-se o fio condutor da minha curiosidade,
foi o suficiente para não conseguir largar o livro.
Descobri uma leitura prazerosa, leve e genuína em
seu jogo de movimentações sincronizadas .
O resultado do bom trabalho de Nicholas
Sparks lhe rendeu 3,4 milhões de livros
vendidos em 6 meses. Ele criou uma narrativa
dialogada sobre família, amizade, amor,
amadurecimento, e o grande enigma de hoje,
perdoar e recomeçar.
Simplesmente, qualquer descrição que eu
coloque aqui não vai exprimir a beleza que
existe neste livro. Se permita, A ÚLTIMA
MÚSICA. De Nicholas Sparks. Editora. Novo
Conceito. 400pgs.
P ara que você tenha uma visão das loucuras
que o amor pode prazerosamente te
oferecer, recomendo este livro.
Um romance ficcional com perfil histórico
sobre a rainha Maria Tudor, então devemos
considerar a opinião do historiador Will
Duran, quando se refere à mesma: “Em relação
a Maria I, pode-se dizer algumas palavras
complacentes. Dor, doença e muitas injustiças
sofridas deformaram seu espírito.
Por essa opinião já é possível ter uma noção
breve da narrativa do livro. E muito mais te
aguarda! Pelo livro será possível observar o
quanto a negação de um amor pode ser fatal e
levar pessoas incríveis a histórias medíocres.
A história de Maria sanguinária não havia
chamado tanto a minha atenção até então. De
uma maneira precisa Suzanna captou o lado
frágil, feminino e sonhador de Maria e “recriou”
os fatos, me fez ter a curiosidade de rever mais
uma vez a história desta nobre família.
Suzanna, retratando a história da sociedade
em si, por meio dos olhos do relojoeiro Sr.
Rafael, que deixara a Espanha e seguira para a
Inglaterra com a missão de projetar um relógio
de sol, (presente do rei Felipe da Espanha a sua
esposa) um homem sábio e diplomático, que
com o olhar de um estrangeiro mostra como
eram os hábitos ingleses, suas inquietações
políticas, os costumes dentro e fora das
cortes. Ele conhece e observa os hábitos da
rainha (sempre a distância), a partir dessas
observações se cria um panorama psicológico
sobre a fé,fanatismo, amor, família e desejos da
rainha Maria Tudor.
N esse livro conhecemos toda a famosa
história de Steve Jobs e começamos a
entender os motivos de sua obssessão
pelo trabalho e principalmente como os
aparelhos da Apple se tornaram objetos de
devoção pelo mundo. Mas o que eu mais gostei
aqui, foi conhecer o outro lado de Steve Jobs.
Sim, aquele cara que revolucionou o mundo
não gostava de tomar banho, fazia umas dietas
malucas e deixava todos os seus funcionários
malucos com seu incrível “campo de distorção
de realidade”. Durante a leitura acompanhamos
histórias críticas da vida do fundador da Apple,
como a sua demissão da empresa que criou, seu
relacionamento com os filhos e sua luta contra
o câncer. No entanto podemos ver também
como se deu a criação da Pixar, a sua volta
vitoriosa ao comando da Apple e como foram
os processos de criação dos iPods, iPhones,
iPads e dos computadores Mac. O autor Walter
Isaacson entrevistou diversas pessoas que
conviveram com Jobs e teve cerca de 40 sessões
de entrevista com ele durante 2 anos.
Esse livro foi lançado pouco tempo após a
morte de Steve Jobs, o que me leva a crer que no
mínimo Steve teve a chance de ler um rascunho
(fato que o autor nega). Mas lendo o livro, você
vai entender o por quê desse pensamento. Com
base em todo o controle que Steve Jobs exercia
sobre suas criações e tudo a seu respeito, fica
difícil acreditar de fato que o livro foi lançado
sem o aval do personagem principal.
Como se Tornar um Comunicador Fora de Série
(Timothy J. Koegel)
Steve Jobs – A Biografia (Walter Isaacson)
A Última Música
A Tristeza da Rainha
offreader
Ane Macedo
Murilo Oliveira
texto (pg esq):
texto (pg dir):
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Esse é só um exemplo, mas são muitos os erros que se comete
quando se mistura redes sociais e balada. Por isso, listei aqui
algumas dicas para você não errar:
Os viciados em redes
sociais podem falar
o que quiserem, mas
sempre que eu vejo um
post do tipo “TENDO
A MELHOR NOITE
DA MINHA VIDA”
no Facebook, algo não
parece convincente. Se
está tudo TÃO incrível,
por que diabos você
pegou o maldito
celular?
Imagine a seguinte cena: durante o mo-
mento mais romântico do filme, em que
o lindo casal se reencontra na frente da
Torre Eiffel após uma série de problemas,
os dois se beijam e.. . ele para pra dar
check-in. Combina? Não, né.
Compartilhecom Moderação
6. Bloqueie a marcação do seu nome em fotos e posts: é perigoso deixar sua vida nas mãos de amigos, especialmente se estiverem alcoo-lizados. Você pode ser marcado em uma foto dançando de um jeito ri-dículo, por exemplo, ou tageado em um check-in que revela para todo mundo que sua noitada, no fim das contas, foi num bufê infantil .
3. Não use seu mural para combinar a saída: todo mundo tem algum amigo no Facebook só por educação (ou a mãe, em muitos casos). Aí o que acontece: você deixa todos os seus planos lá, para todo mundo ver, e depois não sabe por que aquele amigo mala sempre “esbarra” com você em todo lugar, ou porque sua mãe acha que você é alcoólatra. REFLITA.
4. Não publique fotos: é sem-pre válido avaliar as fotos da noitada só no dia seguinte, quando seu senso crítico está mais aguçado. Se ressaca moral já pesa, imagine ressaca virtual. É MELHOR EVITAR.
Agora, se você discorda de tudo isso e ado-ra fazer uma (ou todas) as coisas acima, só tenho uma coisa a dizer: ME ADD, porque eu adoro ler esse tipo de posts. Beijos!
1. Não minta: essa é a regra número 1 para quem ainda nem saiu (nem vai sair) de casa. Já vi gente postar no “face” algo do tipo “INDO PRA NIGHT, UHULL” e, logo em seguida, colocar o pijaminha e ir para o sofá assistir a fi lminho com os pais - ou pior, com os gatos.
2. Não banque o carente: é ar-riscadíssimo postar algo do tipo “alguém afim de uma balada hoje?”. Você corre o sério risco de ninguém responder e aí virar o #foreveralone da timeline dos seus amigos.
5. Não faça invejinha: foto do chopena sexta à tarde, foto do mar na segunda de manhã...quem publica pensa: “Morram de inveja, perdedores”. Eu penso: “IH, TÁ ENTEDIADO”. Sério.
7. Não beba e tuite: posts com erro de digitação, DM para o ex-namorado, frases sem sentido, entupir a timeline dos seus amigos com um relato minuto a minuto da noite.. . PRECISO FALAR MAIS? 8. Não exagere na ressaca: postar
“bom dia, Brasil” às 15 horas não reforça quanto você se divertiu na noite anterior. Na verdade, parece que você não tem programa para o domingo. Mesmo.
9. Não desabafe na timeline: indiretas para alguém que lhe deu um fora na balada, do tipo “tem gente que se acha, aff”, ou depressão de domingo, como “sentindo falta de um certo alguém”, acabam com toda a moral que você construiu cumprindo os 8 itens acima. Melhor evitar.
10. Piadas internas deveriam permanecer assim – internas: tagear a amiga num post e falar “SUA LOUCA, KKKKKKK RACHEI DE RIR ONTEM” não deixa seus amigos curiosos sobre o que aconteceu na noite anterior. Eles vão é se perguntar se já é hora de bloquear você.
memes
[email protected] Longhitexto:
13
Na era do compartilhamento, em que atualizar
o perfil nas redes sociais com suas atividades
cotidianas é prática comum, um grande espaço
para a discussão é aberto sobre um “direito” reivindicado
por todos: a privacidade.
Vivemos em uma sociedade em que a maioria das pes-
soas foi acostumada a tomar conta da vida alheia, o que foi
potenciado por reality shows e redes sociais, que estimulam
pessoas a curtir e compartilhar sobre suas vidas e, ao mes-
mo tempo, ver o que acontece na vida dos outros.
Essa é uma herança do costume, de respeito e de valo-
res distorcidos que nos influencia desde crianças. Nove-
las da emissora global, reality shows, mulheres seminuas
e humor barato, por exemplo, são referências principais
em nossas vidas. Então, para quem se acostumou a pen-
sar do jeito errado, correto lhe parece.
É fato que sempre houve busca pelo respeito ao
próprio espaço, para que cada um pudesse fazer o que
quisesse da vida sem ser questionado, ridicularizado
ou descoberto. Na internet, um território ainda sem lei,
muitos usuários ainda se sentem à vontade para barba-
rizar do jeito que bem entendem, pois se acham seguros
ao manter o anonimato. Atrás da tela, todo bunda-mole
é “o cara”, invade computadores como se não deixasse
rastro e destrói reputações simplesmente por se achar o
“bonzão” de alguma maneira. Porém, sem computador,
não é nada.
Ainda nas redes sociais, vemos, em contrapartida, o
crescente número de compartilhamentos de momentos
privados, como postar um vídeo, fazer check-in no fours-
quare ou tweetar o que está acontecendo naquele instan-
te. É um paradoxo no mínimo curioso, pois, na maioria
dos casos, pessoas abrem mão de sua privacidade para
tentar aparecer cada vez mais nas redes e, consequente-
mente, ser reconhecido ou ter seus 15 minutos de fama,
seja em qual mídia for.
Muitos internautas não sabem, mas, assim que criam
um perfil em algum e-mail, estão presos a uma rede que
rastreia e armazena todos os seus hábitos, escolhas, lo-
cais de acesso e preferências de consumo. Quem nunca
procurou algo no Google e, assim que acessou o e-mail,
“coincidentemente” encontrou ofertas relacionadas à
busca efetuada anteriormente? É isso aí. Seus dados es-
tão guardados, e você está sendo rastreado.
As redes sociais nos colocam no filme Janela indis-
creta, de Alfred Hitchcock. Estamos sempre sentados em
nossas cadeiras, observando as pessoas de nossas janelas
(monitores se preferir), sem nos dar conta de que tam-
bém estamos sendo observados e julgados e podemos ser
alcançados pelo vizinho da janela em frente.
Para entender um pouco melhor o comportamento
do ser humano, entrevistamos a psicóloga Carolina Ste-
ffen, que nos esclareceu algumas dúvidas.
OffLine: Carol, qual é o conceito de privacidade?
Carol Steffen: A palavra privacidade tem sua origem no
latim privatus, que significa pertencente a si mesmo, co-
locado à parte, fora do coletivo ou do grupo. Atualmen-
te o verbete é utilizado para fazer referência à ideia de
intimidade. Uma pessoa busca privacidade quando não
quer que determinado aspecto de sua vida seja compar-
tilhado, torne-se público.
OffLine: De que maneira os meios de comunica-
ção influenciam o dia a dia das pessoas? Qual
é a interferência da mídia em nosso cotidiano?
Carol Steffen: Atualmente vivemos em uma sociedade
centrada nos meios de comunicação de massa. As mídias
deixaram de ser meras comunicadoras para se tornar
grandes formadoras de opinião. Muitas vezes a própria
capa
[email protected] Falasco texto:
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Carol Steffen: A presença incisiva de realidade nos conte-
údos de mídia, os reality shows, ilustra a nossa necessidade
de controle social. O dito popular “ver e ser visto” ilustra
bem o momento pelo qual passamos. Queremos saber o
que os outros fazem, mas principalmente temos uma ânsia
de controle dessas ações. É esse mix poderoso que move os
reality shows: além de se observar o que é feito, geralmente
se pode votar escolhendo por fim um ganhador.
O Big Brother, pai dessa ideia, ganhou seu nome em
homenagem ao livro 1984, de George Orwell, no qual
o governo controla seus cidadãos através de câmeras, e
esse dispositivo de controle é batizado de Big Brother.
Orwell anteviu com maestria nosso movimento social. As
câmeras nos celulares, o uso de tablets, as redes sociais
são incríveis dispositivos da máxima “ver e ser visto”.
Exercitamos nosso narcisismo documentando compulsi-
vamente tudo o que possa ajudar a construir aquilo que
queremos parecer. Ao mesmo tempo satisfazemos nossa
pulsão voyeurista monitorando o que fazem os outros.
OffLine: Assim como os reality shows, as mídias so-
ciais dão total liberdade para que as pessoas se ex-
ponham e fiquem por dentro de tudo o que acontece
no cotidiano de qualquer um em seu círculo social.
Podemos definir a frequência de compartilhamento
e visualizações como voyeurismo?
Carol Steffen: Voyeurismo, pela definição da Classifi-
cação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde – CID 10, é um transtorno da pre-
ferência sexual que consiste em “tendência recorrente ou
persistente de observar pessoas em atividades sexuais ou
íntimas como o tirar roupa. Isto é realizado sem que a pes-
soa observada perceba de o sê-lo, e conduz geralmente à
excitação sexual e masturbação”.
Hoje existem componentes voyeurs presentes socialmen-
te, contudo isso não significa que somos de fato voyeurs.
Assistir a reality shows não altera a maneira como o indi-
víduo se excita sexualmente, portanto não configura um
transtorno de preferência sexual.
OffLine: O vazamento de fotos da atriz Carolina
Dieckmann causou verdadeiro alvoroço na mí-
dia e na sociedade, e, como ela estava nua nas
fotos, aparentemente é um caso de voyeurismo.
Como podemos interpretar o caso? O que pode
ter estimulado o rapaz a hackear o computador
da atriz? Curiosidade, maldade, busca por po-
der ou simplesmente o desejo de ridicularizá-la?
Carol Steffen: Carolina Dieckmann recentemente teve
sua privacidade violada. O que motivou a pessoa que re-
alizou essa violação só saberíamos se ele declarasse seus
motivos (afinal, podem ser tantos...). Penso, no entanto,
que a brecha para que isso seja feito se explica cultural-
mente, o mercado para que haja paparazzi, revistas de
fofoca a perder de vista e pessoas postando todo tipo de
intimidade via foto ou texto existe como parte da nossa
cultura. Acho o aplicativo Instagram um ótimo exemplo
disso. As fotos que são tiradas já tem como finalidade o
compartilhamento via rede (fato pelo qual Sônia Abraão
enfrentou uma saia-justa). Não acredito que se possa
entrar no mérito de julgar quanto o autor do vazamento
das fotos no caso Carolina Dieckmann é bom ou mau.
O que podemos é questionar o nosso movimento como
sociedade de consumo e promover esse tipo de invasão
de privacidade.
No caso de Carolina Dieckmann, todos sabemos que
suas fotos foram roubadas e jogadas na rede. O resulta-
do desse roubo foi o compartilhamento indiscriminado
em todos os portais do país, inclusive nos maiores e mais
renomados. Porém, o que ninguém conta, independen-
temente do tamanho do portal, é que quem compartilha
essas fotos na internet é cúmplice do crime cometido.
A atriz, embora seja bonita, símbolo sexual e gere an-
tipatia por sua arrogância, ainda é um ser humano, tem
pai e mãe, filhos e marido. Não acompanhei a carreira,
mas sei que trabalhou anos para construir a imagem, o
respeito e a reputação que tem.
Coloque-se no lugar da pessoa. Seria muita sacana-
gem trabalhar tanto, durante anos, e lembrarem de você
por causa de umas fotos que um imbecil roubou do seu
computador. Imagina o que os filhos dessa mulher de-
vem estar ouvindo, o jeito que ela deve ser olhada, o que
o marido tem de passar.
Para terminar a conversa, imagine se isso acontecesse
com sua mãe, sua irmã ou sua namorada? Elas, e conse-
quentemente você, serão o motivo da piada ou talvez do
desejo. Nesse caso você também compartilharia?
função educativa familiar é delegada à mídia.
Isso faz com que valores internalizados primi-
tivamente pelas crianças possam acabar sur-
gindo em função de uma novela em detrimento
à influência de seus pais. Ou seja, questões que
normalmente seriam privativas dentro da fa-
mília se tornam da esfera coletiva.
O escritor francês Guy Debord nomeou nos-
sa sociedade há algumas décadas de “socieda-
de do espetáculo”, fazendo menção à maneira
como nosso modo de produção capitalista
transformou a importância do ser na impor-
tância do ter. Queremos ter tudo o que vemos
na televisão para aí sim ser alguma coisa na
vida. A transformação de ser em ter, algumas
décadas após Debord, pode ser extrapolada em
parecer. “Sou visto, logo existo”, teoriza o psi-
canalista Antonio Quinet. Não basta mais ape-
nas ter, ou talvez nem seja mais preciso ter, é
necessário parecer ter ou ainda aparecer.
OffLine: Por que a vida das celebridades
desperta tanto interesse nos espectadores?
Carol Steffen: O mito de Narciso, bastante
explorado na psicanálise, apresenta um jovem
rapaz enamorado pela sua imagem a ponto de
morrer por ela. Passamos a vida procurando o
enamoramento de Narciso nas diversas ima-
gens que nos são apresentadas diariamente.
Buscamos nelas tudo aquilo que gostaríamos de
parecer. É este o papel das celebridades, encar-
nar nossos ideais. Nas revistas mulheres veem
uma pele que jamais conseguirão ter, homens
admiram grandes figurões aos quais talvez ja-
mais consigam se equiparar e assim por diante.
Sendo assim, ninguém está de fato apaixonada
pelo Justin Bieber, e sim pelo que ele represen-
ta, pela tentativa de encontrar nele tudo o que se
julga estar faltando em si mesmo e dessa forma
se tornar uma pessoa “completa”.
OffLine: Todo início de ano o país não fala de
outra coisa a não ser do Big Brother Brasil.
Isso mostra que o brasileiro é intrometido e
gosta de tomar conta da vida alheia?
Carolina Steffen Psicóloga C.R.P.: 06/[email protected]. consultório: 11 2367 9809
capa
[email protected] Falascotexto:
17
T endo você o trabalho dos sonhos – ou
não – durante a correria do dia a dia
sempre há o momento daquela pausa pro café,
do cigarrinho ou mesmo do almoço – se você
ainda tem a sorte de ser apenas estudante,
acredite, esses 5 minutinhos são os melhores do
dia. Nessas brechas diárias uma nova febre vem
se alastrando pelos celulares e tablets afora.
Com a ideia simples de transmitir uma
palavra através de desenhos, o aplicativo Draw
Something virou mania entre entusiastas de
tecnologia, Van Goghs frustrados e designers
entediados.
Draw Something Manual de Usuário
A boa sacada do Draw Something não é
apenas ser uma desculpa para desenhar, mas
a experiência social que a produtora OMGPOP
proporciona. Durante seu primeiro acesso é
possível conectar-se ao seu Facebook e jogar
com todos seus amigos que também estão
cadastrados no aplicativo – faça o teste, serão
muitos.
A partir de então a brincadeira começa. Você
recebe a opção de escolher entre três palavras
disponíveis, divididas entre Fácil, Médio e
Difícil e, a partir de então, basta soltar os
dedos e desenhar. Seu amigo receberá então seu
desenho e terá que adivinhar o que ele significa
através de letras embaralhadas. Para cada
acerto ambos jogadores recebem moedas que
podem ser usadas para adquirir mais cores de
tinta – você começa com quatro – e bombas que
podem ser usadas para trocar palavras durante
a escolha inicial ou excluir algumas letras
enquanto você tenta adivinhar a arte alheia.
Infelizmente, Draw Something está apenas
em inglês, ou seja, um conhecimento mínimo
do idioma do Tio Sam é necessário. Muitas
vezes, a maior dificuldade é saber se quem
está recebendo o desenho conhece aquele
determinado termo no bendito idioma.
E o que eu desenho?
As palavras aleatórias sugeridas ao
desenhista vão desde de termos simples como
‘carro’ ou ‘ bruxa’ até nomes de celebridades
como ‘John Lennon’ e ‘Snoop Dog’ e até mesmo
gírias e siglas em inglês como OMG, BFF ou
Douchebag.
A tela pequena dos celulares pode ser um
dificultador para termos mais complexos – muitos
vezes até o tamanho do dedo pode atrapalhar
a execução de sua Monalisa. Obviamente, aos
portadores de tablets Android ou iPads tudo fica
mais fácil graças ao tamanho do display. Só fica
mais difícil escondê-lo no bolso quando você
tentar escapar pro banheiro só pra checar se mais
alguém te mandou algum desenho.
Do borrão ao Picasso
Enquanto alguns tentam traduzir palavras
com alguns poucos rabiscos e manchas de
tinta, não é difícil encontrar por aí desenhos
dignos de capa de revistas. E os exemplos
não são poucos. O site Art of Draw Somehting
(http://artofdrawsomething.com) reúne uma
galeria com centenas de imagens enviadas
pelos próprios usuários. Dá pra perder um bom
tempo xeretando as artes alheias – e até tendo
idéias para suas próximas sessões artísticas.
O futuro dos rabiscos
Draw Something é realmente um fenômeno.
Já ultrapassou os 50 milhões de downloads,
divididos entre a plataforma IOS – vulgo
iPhone/iPad – e Android. Não apenas isso: mais
de 5 bilhões de desenhos já foram transmitidos
pelo joguinho em poucos meses. Toda essa
atenção atraiu a gigante Zynga, responsável
por jogos sociais de sucesso como Farmville
que acabou adquirindo a produtora OMGPOP
pela bagatela de 180 milhões de dólares.
Quem diria que um “Imagem e Ação” de celular
valeria tanto, não?
Dicas
- Caso nenhuma das três palavras parecem
interessantes ou acessíveis – lembre-se sempre
de pensar em quem vai receber seu desenho – o
ideal é usar uma das bombas a disposição para
trocá-las, mas lembre-se: seu arsenal é limitado.
- Apesar de seu inglês ter certas limitações, o
aplicativo o ajuda a treinar e ampliar seu vocabulário.
- Você começa com um número limitado de
cores, então o ideal é investir em adquirir mais
cartelas de cores com suas moedas de jogo.
- Que inveja dos desenhos por aí. Meus dedos
parecem vassouras no iPhone, diz Roberto
Rocha. Para aqueles que realmente pretendem
se especializar na coisa, há canetas especiais
para serem usadas em celulares Touch. Mas
cuidado: os preços podem assustar.
- Sim, é dar uma enganada no aplicativo.
Caso nada faça sentido no desenho e você não
consiga abstrair palavra alguma, uma manobra
é marcar as letras dadas e em seguida reiniciar
o aplicativo. Quando você recarregá-lo só se
repetiram as letras corretas, enquanto as outras
serão preenchidas aleatoriamente. Ou seja, vai
bastar apenas desembaralhá-las.
E você? Já se tornou um artista do Draw
Something? Capture seus melhores desenhos
e envie para nós. Quem sabe você não acaba
aparecendo no blog da OffLine, não é?
teatro
[email protected] Marselha de Sousatexto:
19
Sobre ser e fazer“- O que você está querendo mesmo fazer com a sua vida?
- Por que sempre tem que ser ‘o que você vai fazer?’, ‘o que
ele vai fazer?’, ‘Meu Deus, o que ele vai fazer?’. Fazer, fazer
e fazer. Por que a questão não é ‘quem eu sou?’
- Porque, Maxwell, o que você faz define quem você é.
- Não, tio Teddy, quem você é define o que você faz.”
O diálogo é do controverso filme Across
the Universe . Controverso porque as
pessoas amam ou odeiam o filme. Eu,
pessoalmente gostei muito. A história parece
uma colagem de clichês que só servem para
preencher espaços vazios entre as músicas
dos Beatles. A direção de arte e a fotografia
são de primeiro nível, também para mascarar
a fraqueza do argumento. Mas, funcionou
comigo. Gostei das versões das músicas, e
fiquei deleitado com o espetáculo visual, sem
precisar de mais nada. E ainda tem algumas
pérolas perdidas no meio do roteiro. O que você
faz define quem você é, ou quem você define
o que você faz? Particularmente nesse filme o
lado do mal é o que defende o trabalho duro,
a carreira, o estudo formal. O lado do bem é a
liberdade, a possibilidade de dirigir a vida para
o que mais parecer estar afinado com os desejos
e as características natas.
O ponto defendido pelo filme funciona muito
bem para os artistas, o grupo retratado. Em
primeiro lugar se é um artista, depois é que se
produz arte. Mas para um artista, essa questão
nem existe, porque ele não se imagina fazendo
outra coisa. Um filme recente, ganhador do
Oscar, “O Artista” (ah, vá!), passa por essa
questão recorrente. O personagem, nos anos 30,
perde o emprego porque não quer fazer filmes
falados. No entanto, ao longo de toda a trama,
nem se cogita que ele arrumasse outra profissão.
Claramente seria o reencontro com a carreira,
ou a morte. Porque, afinal, ele é um artista!
Com ou sem arte, o cinema vive cheio de
histórias que dizem “você não pode fugir do
que você é”, de maneira positiva ou negativa.
O Palhaço mostra a busca de um... palhaço,
cheio de questionamentos sobre o que mais
poderia fazer da vida, e sobre como seria estar
em outra situação. A Noiva Assassina de Kill
Bill bem que tenta levar uma vida normal, mas
como o próprio Bill a lembra em certa altura,
ela não é uma abelha operária. Ela é uma abelha
assassina e renegada.
Do outro lado do espectro, temos filmes como
A procura da felicidade. Claro que é importante
para o filme “quem é” o personagem do Will
Smith. No entanto é igualmente claro que o
foco é o trabalho, e principalmente o trabalho
duro. Ao fim do filme o personagem se encontra
em uma posição em que ele foi evidentemente
definido pelo que ele fez.
Dom Vito Corleone de O Poderoso Chefão
é outra “vítima das circustâncias”. Seu filho
Michael também. Ambos viram chefes da máfia
por uma aparente falta de opção, e uma vez
dentro do crime, encontram dificuldade em
sair. Todos os atos de pai e fi lho vão lentamente
definindo quem eles são. No primeiro filme,
a mudança do personagem do Al Pacino é
espantosa. Mais espantosa é sua sutileza, o que
faz o espectador não perceber a extensão das
escolhas do personagem e como essas escolhas
o transformam pouco a pouco.
Esse mês corro o risco de parecer repetitivo,
mas quando eu lembrei, não tive como deixar
de implorar por um filme:
Do Mundo Nada Se Leva .
Mais um filme em preto
e branco do Frank Capra.
Aqui ele encontra outra
forma de abordar o seu
tema recorrente: “o que é
realmente valioso?”. Um
homem (Lionel Barrymore,
avô da Drew) tem uma
casa onde mora todo tipo
de gente que passa o dia
fazendo aquilo que ama. Um é inventor, uma é
dançarina e todos parecem loucos e anormais.
A casa está sendo ameaçada por um empresário
do ramo imobiliário que comprou todos os
outros imóveis da região para a construção de
um empreendimento. O problema maior é que a
fi lha do dono da casa está apaixonada pelo filho
do empresário.
Os atrativos do filme são os que sempre
fazem Frank Capra ser o nome acima do título:
o humor e principalmente a simplicidade, a
profundidade e a inventividade com que temas
tão fundamentais são abordados.
A questão do filme é clichê, quando começa,
você imagina como termina. As surpresas são
poucas. No entanto, os fi lmes do Capra são
exemplos de situações em que o importante as
vezes não é o lugar para onde se está indo, mas
o caminho até lá. Não é o que você faz, mas a
maneira como você faz.
Nos filmespelamordedeusassista#
Jerry Maguire é definido pelo que fez.
Will de Gênio Indomável , pelo que é. A Dama
de Ferro pelo que fez (e se esforça para isso),
o maestro Andrey Simonovich Filipov de
O Concerto pelo que ele é.
É importante saber que essa não é uma linha
rígida, e enquadrar um filme em uma ou em outra
categoria é uma decisão pessoal e arbitrária.
Provavelmente muitos de vocês estão discordando
e torcendo o nariz. Mas também, muitos devem
ter desistido de ler quando eu resolvi explicar
porque Across the universe é controverso.
Então, afinal, quem tem razão? O Maxwell
ou o tio Teddy? Se decidirmos que toda a
sabedoria do mundo está nos filmes - e eu
tenho a tendência de pensar assim - como será
possível chegar a uma conclusão? Existem
exemplos animadores e deprimentes tanto de
pessoas definidas pelos seus atos, quanto de
atos definidos pelo tipo de pessoa.
O que eu consigo identificar em comum nas
histórias de sucesso, é a paixão. Ela pode ser
natural, ou se desenvolver, mas para dar certo,
a paixão precisa existir. Fazendo o que se gosta
ou gostando do que se faz, me parece que que o
importante é fazer apaixonadamente.
Eu, pessoalmente, prefiro ficar com a conclusão
que o próprio Across the universe oferece:
“- Não, tio Teddy, quem você é define o que
você faz. Certo Jude?
- Bom certamente não é o quê você faz.. .
… Mas a maneira como você faz. ”
Esse é o espaço onde eu rogo para que você
veja um filme, e eu coloco minha credibilidade
em jogo apostando que, se você se dispuser de
verdade a seguir a minha recomendação, você
vai gostar muito da experiência. Se ainda assim
você não gostar, pode me mandar uma carta que
eu devolvo em dobro o dinheiro que você gastou
comprando a revista.
cinema
[email protected] Bretas texto:
21
XII I I
VIII IX X
XI
ll
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ll l l l l l l l
l l l l l l l l l l l l l l l l l l
VVV lllllllllllllll
Não. E justamente por este motivo é que a
relação entre Dexter e Emma, casal protagonista
do livro Um Dia, de David Nicholls, é tão
conturbada. Eles se gostam e sabem disso,
mas não estão juntos porque não têm o mesmo
timing. Têm um sentimento em comum que é
despertado em momentos diferentes. Vivem
a chance e o momento de ficar juntos e não
percebem, não aproveitam.
Deixar passar o instante certo pode ser erro
fatal. Se demorar um minuto, talvez o perca. É
como esperar o dia clarear para acender a luz
ou tomar o sorvete depois que derreteu.
A história por trás do “você demorou tanto
que agora eu nem quero mais!” e daquele
momento em que a gente se pega, após uma
discussão, pensando “aai, eu deveria ter dito
isso! Por que não falei?”. Porque perdeu o
timing da coisa. Perdeu, playboy.
Quem dera ser possível ajustar o dito-cujo
como um ponteiro de relógio e sem horário
de verão para confundir. Mas o timing é tão
abstrato quanto um quadro de Kandinsky. É
questão de percepção, mesmo. De pegar no ar,
antes que se vá.
Pensando por esse lado, seria bom se
tivéssemos a vida de Bill Murray no filme Feitiço
do Tempo: acordar e o dia ser exatamente igual
ao anterior, com os mesmo acontecimentos se
repetindo nos mínimos detalhes. Chega uma
hora em que, de tanto vivenciar os mesmos
momentos, ele sabe a hora certa de agir e a
coisa certa a dizer.
Deixar passar o momento é como perder o
ônibus, só que pior: não dá pra ficar parado no
mesmo ponto e é bem capaz que não passe outro.
Pelo menos, não para o mesmo destino.
- E por que não agora?
(.. .)
- Eu sinto que o nosso momento passou, só isso.
(. . .)
- Meu timing não é muito bom, né?
cotidiano
[email protected] Cedeño Martelotatexto:
Q uando eu estava na 7ª série, acreditava
que todas as pessoas que queriam
muuuito algo conseguiam. O Lucas,
menino por quem eu era apaixonadinha na sala,
brigava comigo em todas as aulas de história,
momento em que eu resolvia expressar minha
opinião. Dizia sempre: “Você vive num mundo
cor-de-rosa, um mendigo não deve conseguir
as coisas tão fáceis como você”. Passou-se o
tempo, e eu comecei a mudar meu pensamento,
vi que o tal garoto tinha lá seus motivos para
pensar assim, e o mundo não é algo tão simples
assim. Envolve todo um sistema complexo e
grandes situações desanimadoras por trás de
todos os sonhos.
Agora – depois de sete anos! – acho que
voltei para aquela ideia não tão absurda quanto
imaginava há um tempo.
Sério, não me julguem. Eu sei de todas as
dificuldades das pessoas, que nada é tão fácil
quanto parece, etc., mas dá para chegar lá. Claro
que alguns sonhos são mais viáveis que outros.
Ir para a Lua com certeza é bem mais difícil que
conseguir emprego numa agência X ou viajar o
mundo conhecendo peixes exóticos, mas não é
impossível. Para se realizar, os sonhos dependem
do esforço e da vontade de cada um, de quanto a
pessoa está disposta a abrir mão de determinadas
coisas para conseguir a outra. É tudo questão de
planejar, correr atrás e acreditar.
E eu me recuso a acreditar que isso que
estou dizendo (ou escrevendo) não é real.
Prefiro acreditar no lado cor-de-rosa da vida,
no Renato Russo e seu “quem acredita sempre
alcança” e coisas assim. Senão, que graça teria?
Eu sei, há vezes em que desejamos muito algo,
fazemos de tudo para dar certo, colocamos toda
a nossa força de trabalho e de vontade, e... não
rola. É frustrante e, na real, bem triste. Mas não
é o fim – ainda bem! Não dá para simplesmente
desacreditar na vida e matar um sonho. Às vezes
precisamos quebrar a cara para ficar mais fortes,
aprender truques e outras maneiras de fazer
a mesma coisa. Ou, quem sabe, ver que não é
sua praia mesmo e começar a almejar outros
caminhos. Não dá para saber que trilho irá
percorrer, mas, com certeza, serão aqueles que
trarão aprendizados e histórias para contar. Às
vezes, pensaremos em desistir, em jogar tudo para
o alto, em sair correndo, em gritar o mais alto que
conseguirmos, para chegar ao final e ver que lindo
começo temos pela frente. Porque, pelo pouco
que sei da vida, é assim com todo mundo. Quando
conseguimos o que queremos, imediatamente
já temos outros sonhos para traçar e colocar em
prática. Não nos contentamos com quase nada,
então não me contento com pessoas abdicando de
realizações (só se for para ter outras) e achando
tudo difícil, tudo confuso, tudo longe, tudo cinza.
O.k., as coisas podem ser difíceis, mas mesmo
assim são fáceis. Porque, quando amamos aquilo
que queremos fazer, por mais árduo que seja
o percurso, ele será também lindo. Cheio de
vitórias, sorrisos e amor. Então, não me venha
dizer que é impossível, que não é igual para todo
mundo ou aquele milhão de desculpas que você
vai arrumar só para deixar de batalhar. Porque,
para mim, é só preguiça e medo. E eu já estou de
saco-cheio de pessoas assim.
crônicas
[email protected]çãotexto:
23
O MELHOR DA ARQUITETURA, DESIGN & ARTEEvento reúne arquitetos, designers, artistas e empresários de diversas partes do mundo
São Paulo, junho de 2012 – Criatividade e
inovação são ingredientes fundamentais e
fazem a diferença no mundo da arquitetura e
do design integrados à arte. Para isso ser mostrado,
se fazer presente e ser ampliado, Beto Cocenza
idealizou o BOOMSPDESIGN – Fórum Internacional
de Arquitetura, Design e Arte, que acontece entre
os dias 22 e 24 de agosto, no Centro Universitário
Belas Artes de São Paulo e no D&D Shopping.
O desenvolvimento de ideias inovadoras em
arquitetura e design toma novas formas, encanta
os brasileiros a cada dia e se torna um dos motores
da economia criativa, gerando novos negócios
e desenvolvendo talentos. O crescimento desse
mercado é cada vez maior e demanda criatividade,
inovação e desenvolvimento de objetos diferenciados
com design, qualidade e funcionalidade.
A preocupação na produção de design com
menos impacto na natureza é constante entre os
participantes do evento, e a importância de mudar o
pensamento de todos quanto à utilização de materiais
sustentáveis também é forte no BOOMSPDESIGN.
Por isso, o evento é referência em trazer nomes
consagrados do mercado nacional e internacional,
como Sérgio Rodrigues, Dror Benshetrit, Karim
Rashid, Harry Allen, Arne Quinze, Ruy Ohtake,
Marcio Kogan, Craig Robins, Todd Bracher, Rui
Amaral, entre outros.
Este ano, para a quinta edição do evento,
figuram entre os profissionais Jurgen Mayer,
Fernando Romero, Rodrigo Loeb, Rodrigo
Ohtake, Maarten de Ceulaer, Marcelo Faisal,
Fernanda Feitosa, Andrew Kramer e ainda o
Designer Homenageado, o inglês Tom Price.
Além dos renomados artistas nacionais e
internacionais, o BOOMSPDESIGN abre espaço
para novos talentos, como CipóDesign – alunos do
curso de Design de Produto da Belas Artes –, Notus
Design, Valerie Ciriades, entre outros. Durante
o evento, exposições simultâneas acontecem no
Museu da Casa Brasileira (Todd Bracher), no
Centro Universitário Belas Artes de São Paulo e
no D&D Shopping. As palestras serão realizadas
nos mesmos locais. A exposição de Todd Bracher,
pela primeira vez na América Latina, é realizada
pelo Museu da Casa Brasileira em parceria com
o BOOMSPDESIGN e tem o patrocínio da home
store Etna. Peças de mobiliário, utensílios de
cozinha e luminárias, além de painéis fotográficos
e vídeos com imagens referentes ao processo
criativo e a reflexões de origem formal de seus
projetos fazem parte da exposição. A curadoria e
a montagem da exposição ficam à cargo do alemão
Albrecht Bangert, reconhecido internacionalmente
por diversas exposições na área do design. Para
Beto Cocenza, “o BOOMSPDESIGN é um projeto
que apresenta novas ideias, um propagador de
conceitos criativos; e aproxima profissionais,
executivos, universitários e interessados nos
temas. Provoca no mercado questionamentos
e ações inspiradoras. Gera um círculo virtuoso
de negócios, entre idealizar, criar, produzir e
comercializar. O design, a arquitetura e a arte são
grandes alavancas de marcas e de consumo, oferece
oportunidades diferenciadas de investimento e faz
crescer um novo mercado”.
Patrocínio: Centro Universitário Belas Artes
de São Paulo, D&D Shopping, Hansgrohe, Ornare
e VIALIGHTDESIGN
Apoio Master: Mekal e Viking
Apoio: Amoreira, Coletivo Amor De Madre,
Pororoca Design e By Kamy,
BOOMSPDESIGN – 5º Fórum Internacional
de Arquitetura, Design e Arte
Data: 22 de agosto, das 14h às 18h30
Local: Centro Universitário Belas Artes de São Paulo
Endereço: Rua José Antônio Coelho, 879 – Vila Mariana
Datas: 23 e 24 de agosto, das 9h às 18h30
Local: D&D Shopping – WTC Teatro
Endereço: Av. das Nações Unidas, 12.555
Inscrições:
R$ 400,00 para profissionais
R$ 200,00 estudantes
Informações: 11 3887-8606
Site: www.boomspdesign.com.br
Boom Design
[email protected]çãotexto:
Depoimentosdo Enem
O i meu nome é Ailton Barros, tenho 22
anos e graças ao Enem estou realizando
meu sonho de fazer uma faculdade –
estou cursando o 6º período de engenharia de
produção na Universidade Candido Mendes
(UCAM–Niterói).
Tudo começou no fim de 2007 quando eu
encerrava o Ensino Médio. Fiz a prova sem saber
quais cursos escolher. Antes a prova consistia
em menos questões que hoje em dia, e penso que
isso atrapalha bastante o aluno por ser cansativo
resolver mais de cem exercícios, incluindo textos
enormes, em dois dias. Acabei ganhando uma
bolsa para biologia marinha. Como na época não
trabalhava e tinha acabado o Ensino Médio, fui
cursar mesmo sem ser o que queria, apenas pela
oportunidade. Permaneci dois períodos.
Em 2008, cursando biologia, fiz novamente
a prova do Enem, obtive pontuação acima da
média do Brasil e coloquei na inscrição para ser
selecionado o curso de engenharia de produção.
Consegui outra bolsa e mudei de curso para
iniciar já no segundo semestre de 2009.
O Enem abriu as portas para a faculdade, e desde
então venho usufruindo esse mérito. Já estou estagiando
na TIM e construindo minha carreira profissional
confiante de que terei um futuro promissor.
Então, diferentemente do que muitos dizem,
de muitos mitos, boatos e até mentiras, essa
prova funciona, mas claro que para aqueles que
querem e fazem acontecer!!!!
Em 2003, quando estava no 3º ano do
Ensino Médio, prestei o Enem e vestibular da
Unesp para o curso de Comunicação Social –
Habilitação em Relações Públicas, no campus
de Bauru–SP.
Nessa época, o Enem tinha apenas 63
questões de assuntos gerais que teoricamente
abrangiam ensinamentos recebidos até o Ensino
Médio. A prova era muito simples – para não
dizer simplista.. . – e fácil também. Era muito
comum pessoas que gabaritavam ou certavam
quase todas as questões. Eu mesmo acertei 61
(LoL) e não me considero nenhum gênio.
Hoje a prova é muito mais estruturada e
assemelha-se mais à experiência do vestibular,
fazendo parte da preparação do vestibulando
para as provas pelas quais passará.
Todo o processo de vestibular e universidades
precisaria ser revisto em nosso país. Na
verdade, a educação deveria melhorar desde a
base, mas isso já é outra história.. .
Bom, a gestão da prova era melhor, ou
pelo menos esse processo não tinha tanta
visibilidade, pois não eram comuns esses
escândalos envolvendo a prova e outras
questões relacionadas à sua aplicação.
Acredito que a melhoria da prova (falta
melhoria no processo) ajuda os estudantes em
vários aspectos, e só o fato de ter algo como
o Enem já é positivo, pois muitos estudantes
conseguem entrar em universidades públicas
com a ajuda dele. Pode ser questionável para
alguns, assim como o são as cotas, mas são
paliativos que se tornaram necessários, até que
levantemos dos sofás e façamos algo diferente
pela nossa educação.
Paulo Vieira
Paulo Vieira, 23 anos, formou-se em 2010 em Rádio
e TV na Metodista como bolsista 100% do Prouni.
Na sua época, o Enem possuía 60 e poucas
questões, bem mais tranquilo do que é hoje, mas
ainda assim bem concorrido. Sua média foi 75 e
já garantiu vaga na faculdade que queria. Uma
oportunidade única para ele, que nunca teria
condições de pagar a mensalidade da facul.
Hoje já formado, Paulo trabalha no projeto
Parceiro do SP da TV Globo. Sua parceira Aline
também é bolsista do Prouni na Faculdade
Anhembi e passou pelo mesmo esquema de
aprovação que ele.
Thaís Cestille
Em toda essa longa carreira estudantil ,
já realizei o Enem duas vezes. Em 2010, tive
de conciliar os estudos para o Enem e outros
vestibulares e os estudos para a conclusão
do Ensino Médio. Nessa primeira tentativa
de ingresso na graduação, não obtive bons
resultados. Em 2011, realizei a prova pela
segunda vez já com certa experiência adquirida
em relação a vestibulares, pois, quando se
presta vestibular pela segunda vez, você vai
para a prova já sabendo quais são os erros que
não devem ser cometidos, como, por exemplo,
perder a calma e não saber administrar o tempo
de realização da prova.
Sim, muitos estudantes reclamam da
quantidade de questões do Enem em relação ao
tempo destinado à sua resolução. De fato você
tem que realizar uma espécie de leitura dinâmica
das questões, principalmente no segundo dia
de prova, que, além das 90 questões, também
exige que os estudantes redijam um texto
dissertativo-argumentativo.
No entanto, deveriam ser revistos alguns
pontos do Enem, principalmente quanto à
maneira como é cobrado o conteúdo nas questões,
pois na maioria há um pequeno texto que serve
de base para responder à questão, o que torna a
realização da prova extremamente cansativa.
Mas todo esse esforço mental teve sua
importância. Com a nota obtida no exame de
2011, fui aprovada no curso de design gráfico
na UTFPR, e parte da nota também foi utilizada
para minha aprovação no curso de expressão
gráfica na UFPR, o qual estou cursando. Acho
que toda experiência em relação ao vestibular
é valida, por isso meu conselho aos estudantes
é que já no segundo ano do Ensino Médio
realizem as provas tanto do Enem quanto das
instituições de ensino nas quais pretendem
ingressar, pois dessa maneira no ano seguinte
já irão para as provas com conhecimento
prévio de como elas ocorrem e de que maneira
tal instituição cobra o conteúdo. E, claro,
recomendo manter uma rotina de estudos no
decorrer do ano de realização do Enem e de
outros vestibulares, para que assim sejam
alcançados bons resultados!
Ailton Barros Gustavo Ferreira
Enem
[email protected]çãotexto:
27
E stava na Paulista sem blusa de frio
adequada para o vento que parecia
cortar, marcava 12°C, mas parecia
estar 6°. Tinha marcado de encontrar com meu
namorado na frente do metrô consolação, porém,
não marcamos um horário. Era 21h, esperava
a 5 minutos, dizendo para mim mesmo “estou
observando as pessoas”, o que não deu muito
resultado; quem sabe um pouco de inspiração.
Apaguei o cigarro, fui comprar caneta e
papel em uma banquinha qualquer – o que
não deveria acontecer, pois estava voltando da
faculdade.. . Não tinha ido, na verdade. Fui pra
Livraria Cultura, começar qualquer livro com
a capa atrativa – segui para o Mc’ Donalds e
sentei para escrever. Essa sou eu, escrevendo
um texto que talvez você esteja lendo, ou que
ninguém nunca vai ler. Ok, isso não vem ao
caso, o causo mesmo que eu quero falar é que
namoro a 3 anos e 3 meses, todos dizem fofuras
ao nosso respeito, coisas do tipo “como vocês
se conseguem?” ou “vocês são tão lii indos
juntos!”, pra falar a verdade a 1° pergunta sou
eu que as vezes faço a mim mesma. Mesmo
porque, como imaginar um relacionamento tão
longo assim? Não imagina que iria aconteceu.
Pois é, aconteceu.
Foi no fim de novembro de 2008. Conheci
o Lucky em uma fase crítica da vida: acabado
de terminar uma espécie de namoro, saindo
sozinha pela primeira vez para um lugar
consideravelmente longe e outras coisas típicas
de adolescentes revoltados que estão afim de
conhecer tudo de uma vez só. Então, eu conheci
um que fiquei de vez.
Eu me lembro dos detalhes de sua roupa e
nosso diálogo tosco até hoje, mas para época
parecia o máximo. Ambos com 14 anos, ele de
jeans, All Star rasgado, blusa de moletom cinza
com estampa de caveira, cabelo compridinho
com umas mechas roxas e um boné com
botons. Isso fez eu me aproximar, conhecer, me
interessar. Querendo ou não, o visual dele dizia
algo que me chamava atenção, junto com a voz
na minha cabeça dizendo que iríamos nos dar
bem. Sim, nos demos, até demais.
Irei dizer: a primeira coisa que me fez sentir
atraída foram as roupas, o cabelo, o estilo e só
depois, o pacote de quem ele era. Sabe aquela
frase – maravilhosa, diga-se de passagem – da
All Star? “Use a alma pelo lado de fora”, então é
isso que acontece com nossas roupas. Um pouco
da nossa identidade está exposta, atraindo ou
desviando olhares.
Eu sei que vocês também são assim, olham
para alguém e tem mais ou menos vontade de
conversar, de se aproximar. Não como uma
forma de rotular e nem mesmo como quem diz
“o importante do presente não é o embrulho” e
coisas assim, mas como um traço, bem definido,
de sua personalidade. Ligando ou não para
moda, todo mundo se veste e tenta transparecer
um pouco de si, mesmo que seja imperceptível.
No mês dos namorados, não vou dizer para
você usar determinada roupa para atrair a
pessoa dos sonhos, ou fantasias sexuais para
apimentar a relação, digo para vocês prestarem
atenção nos sinais que o corpo dá, para observar
as pessoas ao seu redor. A roupa pode dizer e
diz sim, muito sobre nós, mas não nos define.
Podemos encontrar a pessoa da nossa vida
enquanto estamos de pijama e cara de sono
comprando pão da padaria e o sujeito achar
aquilo a coisa mais sexy do mundo! Não sei se
quando tem que acontecer, acontece. Só sei que
precisamos olhar ao nosso redor com um pouco
menos de pretensão.
Ou não. Sou só uma estudante que cabula a aula
e deve estar atrasada para o encontro – sem hora
marcada – com o namorado que está esperando do
outro lado da calçada.
Vou sair do quentinho e enfrentar o frio gélido,
com mais um cigarro, um sorriso me esperando
e de olhos bem abertos para quem está ao
meu redor.
moda
[email protected] Offer texto:
29
I nteresses vitais são os traços que surgem
na infância e permanecem relativamente
estáveis ao longo da vida, ainda que com
diferentes manifestações em momentos diversos.
A maioria das pessoas tem de um a três desses
interesses vitais profundos. É obvio que eles não
podem, isolados, determinar exatamente em que
tipo de carreira a pessoa se enquadrará melhor.
Mas identificar-se com esses traços pode ser um
exercício importante e servir de norte na hora de
discutir o futuro profissional.
De acordo com os psicólogos e diretores do
Programa de Desenvolvimento de Carreira do MBA
da Harvard Business School, James Waldroop
e T. Buttler, é possível identificar nas pessoas
a manifestação do que eles chamaram de oito
interesses vitais profundos.
Estes interesses muitas vezes são confundidos
com manias, mas não é exatamente isso.
Estamos falando de interesses específicos que
se manifestam naturalmente e para os quais os
pais devem dar atenção especial. Por exemplo,
é comum ouvirmos os pais comentarem: “Esse
meu filho tem mania de computador. Ele monta
e desmonta tudo como se fosse um quebra-
cabeça”. Talvez não se trate de uma mania,
talvez seja sim um interesse vital e vale muito a
pena prestar atenção a isso!
Em paralelo, que o professor nunca passou
pela experiência de identificar certa aptidão
em seu aluno? Quantos não se surpreenderam
com o garoto que parece totalmente alheio às
discussões em sala de aula e de repente se sai
com o um raciocínio brilhante e original? E, nas
empresas, não acontece com certa frequência
que alguém em cargo de chefia diga: “Fulano,
em vez de fazer seu trabalho no departamento
pessoal, vive conversando com os vendedores,
absorvendo tarefas que não são sua obrigação”.
Será que este não é um cara com interesse
vital pelas atividades comerciais e que está ali
totalmente subaproveitada atrás de cálculos de
folha de pagamento? Conhecer um pouco sobre
esses interesses pode fazer a grande diferença na
carreira das pessoas, e o mais importante é notar
que elas próprias nem sempre se dão conta de algo
que, para quem está de fora, pode parecer óbvio.
Estamos aqui falando de autoconhecimento
e oferecendo uma espécie de lente de aumento
para ajudar os jovens a acertar em suas escolhas
e tenham alguns elementos mais concretos para
ajudar nesse momento. Pensar sobre os interesses
vitais é uma das formas de refletir sobre a
escolha profissional e é importante considerar
a premissa para o sucesso profissional: fazemos
melhor o que gostamos de fazer!
Hoje o mercado está cada vez mais aberto
às diferentes graduações e mais importante
do que escolher a profissão é pensar com o
que você tem vontade de trabalhar no futuro,
ou seja, analisar quais são as possibilidades
de atuação que a profissão possibilita. “Foi
pensando nisso que desenvolvemos na Cia de
Talentos POC Escolha Profissional (Programa
de Orientação de Carreira), pois escolha
profissional vai muito além de testes e respostas
prontas. Visa trabalhar com os objetivos
pessoais e profissionais, sonhos, identificação
de interesses e habilidades e explora as
possibilidades do mercado de trabalho”,
esclarece Bruna Tokunaga Dias, gerente da Cia
de Talentos Carreira.
Aplicação de tecnologia
Administração de pessoas e relacionamento
Análise quantitativa
Aconselhamento
Desenvolvimento de teorias e pensamento conceitual
Influência por meio de linguagem e ideias
Produção criativa
Controle empreendedor
Estes são os oito interesses vitais identificados pelos pesquisadores do Programa de Desenvolvimento de Carreira do MBA da Harvard Business School. Quais desses são interessantes para você?
cia de talentos
www.ciadetalentos.com.brDM - Cia de Talentostexto:
31
E u me lembro que, na terça feira, dia
quinze de maio, todos os gamers
aguardavam ansiosos, após muito
tempo, o lançamento do jogo mais esperado
do ano: Diablo 3!
Muitos brasileiros, inclusive eu, ficaram
acordados até as quatro da madrugada de
terça esperando a liberação dos servido-
res. Depois disso, meu amigo, foram horas
de pura jogatina, e é claro, enfrentando al-
guns problemas de conexão e de rede, que já
foram solucionados.
Posso afirmar que está difícil conciliar a
faculdade, trabalho e o Diablo , já que chego
em casa depois das onze da noite. Mas, como
todo amante de games, sacrifico algumas ho-
ras de sono em prol desse vício.
Bom, chega de papo furado, vamos agora
ao que interessa. Como todos vocês sabem,
ou deveriam saber (sim, Diablo deveria ser
ensinado na escola), Diablo 3 é a continu-
ação de Diablo 2 e Diablo (ah, jura?), jo-
gos que foram lançados na década de 90 e
no começo dos anos 2000. Ambos os jogos
De cima para baixo: O Barbarian, Wizard, Demon Hunter, Monk e o Witch Doctor
revolucionaram o modo de jogo de RPG, ou
roleplaying game, que consiste na construção
de um personagem, de melhorar seus atribu-
tos e equipá-lo; e sua narrativa envolvente
cativou seus jogadores. Não é preciso dizer
que quem jogava, jogava muito Diablo . Pode
perguntar, ninguém vai te dizer que deu uma
jogadinha e parou.
Agora veremos o que o último jogo desta
franquia nos trouxe de bom. Basicamente,
para começar, é importante dizer que Diablo
3 está longe de ser um jogo inovador. Ele se-
gue a mesma linha de seus antecessores, po-
rém com um gráfico e animações muito boas,
ou seja, exatamente o que os fans queriam.
Mas calma, o jogo contém várias coisas no-
vas e bem interessantes.
Vamos começar pelos personagens. São
cinco classes heróis diferentes, que podem
ser tanto masculinos ou femininos, depen-
dendo da escolha do jogador. Como todo
jogo de RPG, temos o guerreiro forte, que
carrega armas e armaduras pesadas e vai pra
porrada sem medo, o Barbarian . Como de
costume, sempre existe o mago, que controla
elementos como, fogo, gelo, eletricidade, en-
tre outros; o Wizard . Para completar a lista
dos clássicos que não podiam faltar, temos
o arqueiro, que é chamado de Demon Hun-
ter . As outras duas classes restantes são bas-
tante novas no universo de Diablo, e menos
comuns em jogos de RPG em geral. Temos
o Monk , um monge que usa artes marciais
e mantras sagrados para acabar com seus
inimigos; e o Witch Doctor , uma espécie de
shaman, que mistura técnicas de voodoo com
magia negra para vencer seus oponentes.
Os desenvolvedores de Diablo 3 , se utili-
zaram de alguns conceitos e artimanhas de
outros jogos do portfólio da empresa, como o
World of Warcraft por exemplo. Muitos ain-
da torcem o nariz para isso, mas a realidade
é que o que é bom é para ser copiado mesmo,
ainda mais se o os elementos que serviram
de inspiração vêm de um produto da empresa
onde você trabalha.
games
[email protected] Omarssontexto:
33
Gameplay de Diablo 3
As edições antigas: Diablo e Diablo 2, lançadas em 1996 e em 2000, respectivamente
Chegando com tudo: Diablo 3 é lançado em duas versões, a de colecionador e a comum
O que mais chamou atenção nessa questão
da similaridade com o World of Warcraft, é
que cada personagem tem a sua fonte de poder
para usar suas habilidades e magias. Nas ver-
sões antigas de Diablo, a única fonte de poder
era a mana. Entenda isso como um combustí-
vel finito que seu personagem tem para usar
suas habilidades especiais, e que se recupera
lentamente com o tempo porém, pode ser re-
cuperado rapidamente se você fizer o seu per-
sonagem beber uma poção. Em Diablo 3, cada
personagem tem uma fonte de poder que tem
a ver com suas características. Como a mana
está relacionada à poderes mágicos, apenas os
personagens que usam de fato poderes mági-
cos possuem esse tipo de fonte de poder. O
Barbarian, por exemplo, que usa apenas gol-
pes fortes e brutais, depende de um sistema
de rage, que se recupera quando o persona-
gem ataca seus inimigos, e se consome quan-
do habilidades especiais são usadas.
Outro sistema muito interessante, é o sis-
tema de build , ou da construção das habili-
dades do personagem. Antigamente, quando
se escolhia uma habilidade, ela estava es-
colhida para sempre, e não se podia voltar
atrás. Vale lembrar que existiam várias ha-
bilidades, e só se podia investir em algumas.
Por isso, era possível criar com uma mesma
classe de personagem, vários estilos de luta.
Por exemplo: um guerreiro mais focado em
ataque, um outro focado em defesa, etc. Isso
era bem legal, porém o seu personagem fica
engessado, ou seja, caso alguém quisesse ex-
plorar seu personagem de uma maneira dife-
rente, era preciso começar um outro do zero.
Agora ficou diferente, e melhor, na minha
opinião. Cada personagem pode aprender
todas as habilidades disponíveis para ele.
Porém possui uma limitação de quantas
pode usar. Quando o personagem evolui o
suficiente é possível usar até seis habilida-
des simultaneas. Além disso, cada habilidade
possui várias sub-habilidades. Tratam-se de
melhorias diferentes, que o jogador pode ati-
var quando quiser para moldar seu herói ao
seu estilo. Essas sub-habilidades são chama-
das de runas , e novamente, apenas uma runa
pode ser ativada por vez.
Outros elementos inéditos no mundo de
Diablo que merecem destaque, é a Auction
House , ou casa de leilões, onde o jogador
pode comprar itens de outros jogadores
e tentar vender os seus. Existe também a
Novo sistema de builds facilita a jogabilidade
possibilidade de fazer itens, o que é exce-
lente, pois você nunca ficará totalmente sem
equipamentos bons ou rasoáveis.
O único ponto negativo, na minha opi-
nião, é o multiplayer , que nunca foi o forte
do jogo, mas nesta versão, o número de joga-
dores por sala diminuiu de oito para quatro,
o que diminuiu um pouco a emoção de jogar
um monte de gente junta, e ver aquela ba-
gunça generalizada.
Como o jogo foi lançado há muito pouco
tempo, não deu para escrever muitas coisas,
apenas um resumão geral do que está acon-
tecendo nesse mundo diabólico de Diablo 3.
E para os que leram o texto e não entenderam
nada, dêem uma conferida nesse jogo, vai sa-
ber se a pessoa que você está afim joga, aí vo-
cês já tem um assunto em comum e, acredi-
te, conversas sobre Diablo rendem, e muito.
PS. Quem quiser, me manda o Battle Tag no
email que se encontra no topo da primeira
página da matéria.
games
[email protected] Omarssontexto:
35
prefeitura que resultou na publicação do decreto, e para
tocar mais algumas vezes mais na Av. Paulista. Sorte dos
cariocas, que hoje podem ouvir o som da sua guitarra e
apreciar sua música. São Paulo perdeu um grande artista
que mostrava que a cor da cidade não era cinza.
O segundo é o Projeto de Lei 1096/11 do deputado
federal Vicente Cândido (PT). “A presença deles no espaço
urbano encanta as pessoas e incentiva a integração social.
Além disso, valoriza nossa cultura e favorece a criação de
empregos e distribuição de renda”, justifica.
Apesar das salas de cinema, teatros, museus, centros
culturais e outras opções de lazer, São Paulo ainda carece
de conteúdo cultural e artístico. Principalmente para
as pessoas com menor fonte de renda e de regiões da
periferia. A arte de rua, ou arte urbana, é gratuita e quem
contribui está valorizando o trabalho daquele artista
e recompensando-o não porque foi obrigado, mas sim
porque gostou do viu e ouviu como arte.
Depois de ser preso e ter seus instrumentos musicais
apreendidos, Rafael se mudou para o Rio de Janeiro
e lá passou a tocar no bairro da Lapa. Retornou para
São Paulo em algumas ocasiões, como a reunião com a
“Todo artista tem de ir aonde o povo está”.
Rafael Pio, músico e professor, estava
seguindo exatamente o que o verso da
canção Nos Bailes da Vida, de Milton Nascimento, diz
quando passou pelo momento mais crítico da arte de rua
de São Paulo.
Enquanto tocava sua guitarra em frente ao Shopping
Center 3 da Av. Paulista em 16 de dezembro de 2010
foi abordado por policiais que pediram a ele para que
desligasse a guitarra e a caixa de som. Após negar-se a parar
de tocar, Pio foi jogado violentamente ao chão e algemado.
“Eu perguntei: Porque eu não posso tocar? Eu não
estou fazendo mal pra ninguém, estou respeitando o
limite de decibéis. Eu tenho o direito de tocar minha
guitarra onde eu quiser! Eu sou cidadão, pago meus
impostos! Está na Constituição!”, relata Pio.
O motivo, claro, era injusto. A arte e os artistas urbanos
da cidade de São Paulo estavam condicionados no final
do ano de 2010 a serem vistos como camelôs irregulares.
Assim, eram expulsos, presos e tinham instrumentos de
trabalho apreendidos pelos policiais que trabalhavam na
Operação Delegada da prefeitura da cidade.
A operação tem como objetivo fiscalizar o trabalho
de vendedores ambulantes nas ruas e coibir a atividade.
Entretanto, como muitos artistas de rua vendiam
produtos de seu trabalho ou passavam o chapéu passaram
a também serem alvos da intervenção da policial.
Após a injustiça que aconteceu com Rafael, um
grupo no Facebook, intitulado de RMB – Repúdio a
Proibição dos Músicos e Artistas de Rua em São Paulo,
foi criado por ativistas, artistas e simpatizantes, com o
objetivo de lutar contra a expulsão dos artistas urbanos
das ruas do centro e de toda capital. Muitas reuniões
foram realizadas com representantes da prefeitura para
discutir a possibilidade da regularização da atividade
artística nas ruas da cidade.
Em julho de 2011 o prefeito Gilberto Kassab publicou o
Decreto número 52.504, que regularizou as apresentações
e devolveu aos artistas o direito da manifestação cultural
em espaços públicos, como defende o Artigo 5º da
Constituição Federal: “é livre a expressão da atividade
intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença”.
“Esta abertura da Prefeitura foi muito importante,
devolvendo pela assinatura do decreto os direitos de
expressão aos artistas de rua. Com este estímulo, a cidade
fica mais alegre, mais festiva e mais organizada”, explica
Celso Reeks, representante dos artistas e articulador do
movimento nas reuniões com a prefeitura.
Atualmente, há dois projetos de lei em tramitação
que são favoráveis às atividades da arte urbana e que
pretende reforçar o atual decreto e permitir a venda de
materiais de divulgação. O primeiro de número 489/11é
de autoria conjunta entre os vereadores Alfredinho
(PT), Floriano Pesaro (PSDB), Ítalo Cardoso (PT), Jamil
Murad (PCdoB), José Police Neto (PSD) e Netinho de
Paula (PCdoB).
Cultura
[email protected]ícia Silvia Iambassotexto:
37
S atyros Satyrycon é um espetáculo
direcionado para maiores de 18 anos e se
divide em três partes. Embora participar
de cada uma possa trazer uma experiência
distinta, juntas, “A Trincha” Satyricon” e
“Suburra” levam o espectador a experimentar
diferentes sensações sobre o mesmo tema. A
instalação “Trincha”, há um Jesus que bebe
cerveja e promete conceder todos os desejos
dos espectadores. Neste mundo surreal,
A Companhia de Teatro Os Satyros moderniza o clássico Satyricon
de Petrônio. Um texto de 68 d.C que tanto fez sucesso no final da
década de 60, nos cinemas, dirigido por Federico Fellini.
encontra-se todos os tipos de figura: homens
bem vestidos jogando escravos de jó com seus
celulares e comendo isopor, passando por uma
cigana transexual que garante descobrir como
será o futuro ao ler as mãos dos visitantes.
Terminada a visita à instalação, começa
“Satyricon”, o pano de fundo é um triângulo
amoroso entre três ex-escravos, em uma
Roma, onde todos estão corrompidos, seja pelo
sexo, pelo dinheiro ou pela mera arrogância.
Como é a experiência de fazer além do
espetáculo a Instalação e a balada encenada?
offline: É uma experiência nova e muito
especial,a reação do público foi maravilhosa na
estréia em Curitiba e aqui em São Paulo também.
O público ainda não entende bem,eles esperam
um espetáculo “tradicional”. Após o término,
percebem que apesar de independentes,as
partes se completam e são essenciais para o
entendimento do projeto. A Trincha é uma
instalação cênica que mistura o submundo da
Roma Antiga com o submundo de São Paulo
hoje e o submundo individual,o que está por
trás das aparências. A Suburra é a festa dos
escravos,com intervenções e textos ácidos
o público se identifica com os escravos do mundo
moderno,como nos prostituímos em nossos
empregos,em nossos relacionamentos,etc.
Como você fez para entrar para a
Companhia?
offline: No início de 2002 telefonei para o
escritório do Satyros ,disse que fazia faculdade
de artes cênicas e que queria uma oportunidade.
A companhia estava produzindo o espetáculo
“O terrível Capitão do Mato” de Martins
Pena,fiz uma leitura teste,passei e estou aqui
até hoje,coisas do destino.
Quais são as delícias e as dores de ser ator?
offline: A vida é feita de delícias e de dores,por
medo das dores,as pessoas se acomodam em
situações e atitudes que a principio parecem
seguras mas, a dor é inevitável.
Ser ator é se entregar a vida, a correnteza
que nos leva a lugares maravilhosos e a lugares
tenebrosos. Fazemos o processo inverso,
procuramos a dor,onde ela está, como
reagimos a situações onde aparentemente não
tem saída,no final descobrimos que a saída
estava ao lado. Quando realmente não há
solução, solucionado está.
“Suburra” é o nome do local onde ficavam os
prostíbulos da Roma Antiga, é o “lugar onde
o mijo é menos amarelo”, esta terceira parte
é a balada encenada. “Para nós, é uma sátira
aos ‘escravos modernos’ e a forma com que se
‘vende’ o corpo em troca do salário de cada
dia”, explica Rodolfo Garcia Vazquez diretor do
espetáculo.
Por fim, uma entrevista com o ator Marcelo
Jacob que está há 10 anos na Companhia e ficou
em processo, ou seja, ensaiando por 9 meses até
a estreia do espetáculo no Festival de Curitiba,
no final de março deste ano.
Por que Satyricon de Petrônio?
offline: Gostamos de trabalhar as profundezas
do ser humano,autores malditos como Marques
de Sade, Oscar Wild e outros. Petrônio está
entre eles com certeza,o texto é de uma
contemporaneidade impressionante,o ser
humano evoluiu muito cientificamente e
tecnologicamente mas a essência é a mesma.
Existem muitas coisas em comum entre a Roma
Antiga e a São Paulo de hoje.
Como foi o processo pra vc?
offline: Gosto muito da direção do Rodolfo,
ele permite que o ator crie o tempo inteiro. No
início nenhum de nós sabe o que vai acontecer,
o espetáculo surfge aos poucos, com muito
trabalho, muitas discussões e principalmente
improvisações, com essa base o espetáculo é
construído. Trabalhamos muito com situações
limite,como é viver a beira do abismo.
Como foi a construção do personagem?
offline: Meu personagem é um garoto de
programa, trambiqueiro, que vive de pequenos
golpes com o amigo Encólpio. Tivemos que
entrevistar garotos de programa,visitar os
lugares que frequentam ,tentamos entrar em
um mundo fechado. A prostituição masculina
é diferente, é mais difícil conseguir uma
entrevista, uma conversa, só pagando. Aos
poucos os personagens surgem, é natural.
teatro
[email protected] Marselha de Sousatexto:
39
É comum uma estranha reação quando
pensamos em discutir fotografia, es-
tamos tão acostumados a ser passivos
que discutirmos uma imagem parece pretensio-
so demais. Comecemos então mudando todas
as regras, discutindo o que não foi discutido,
pensar o que não foi pensado e analisar o que
já foi dito (quem sabe não melhoramos as teo-
rias?!). Estar preparado para mudar é o começo
de tudo.
Estivemos por anos acostumados relacionar
fotografia com um papel sensibilizado pela luz
o qual nos mostrava lembranças de um passado
remoto. As boas e velhas recordações as quais
nos deparamos ao nos afogar em uma caixa de
fotografias antigas. Hoje nem isso possuímos,
lotamos HD com milhares delas. Em seu forma-
to digital remetemos fotografia a nossa pasta
“Imagens” e as milhares que existem nela. Mas
falta ponderar o que ela realmente significa
imageticamente para nós. Sua significância pic-
tórica claramente impactante sobre nós. Sobre
até nossas atitudes.
Mudar de atitude diante da câmera é um fato
que nós leva a pensar: o que te intimida ? Você
mesmo? Ver-se a olhos nus o que você luta para
esconder? Estar ali , diante de um registro que o
tempo não evapora. Acostumados e censurados
pelo tempo, não temos tanta vergonha em viver,
afinal tudo passa e ninguém lembra depois.
A imagem não, ela estará ali , lembrando da-
quilo, daquela, daquele de toda e qualquer situ-
ação fotografada rumo ao “eterno”.
Vivemos em uma sociedade onde criar e viver
personagens se faz essencial ( isso requer cria-
tividade o que pode ser saudável mediante a um
mundo tão massacrante ).
É lírico imaginar um mundo dos sonhos que
pode existir através das imagens. Constrói-se
na imagem, recortar do mundo humano o que
lhe é essencial a uma simplicidade feliz. Diante
ou atrás das câmeras inserimos esse contexto,
firmar olhares que nem o espelho do seu quarto
viu, escolher ângulos que sua imaginação pal-
pitou. E isso não é existir? Isso não é viver?
Eu ando achando que isso mantém muitos sor-
risos vivos e corações pulsantes. Ser livre na
imagem, ser livre de si, da sociedade, da mídia
e principalmente do conceito que atribuímos à
fotografia e a tudo.
Para toda metamorfose, uma borboleta, mas
a espera de sua pomposa chegada nos deixa
perder sua mudança, não saboreamos a transi-
ção. Foi isso que quis propor nessa seqüência
de imagens. O que não é meu, o que não pos-
suo e a construção disso e ao mesmo tempo a
retirada. A cor e sua ausência, o que quase não
vi, enquanto tentava ler os olhos. Não assisti o
processo, apenas o sentia. Assim, a tradução do
sentimento bruto no olhar.
fotografia
[email protected] Cabraltexto:
41
O rugby é um dos esportes mais tradicionais
do planeta, mas aqui no Brasil, ele não
é nada popular. O mistério que paira,
principalmente sobre as regras da modalidade,
é uma das maiores barreiras para que isso
ocorra. Porém, os universitários estão pregando
uma verdadeira revolução na categoria, não só
por acompanharem campeonatos, mas também
por jogarem o nobre esporte.
O rugby possui uma história muito grande
que conta com diversas lendas sobre a criação
do esporte. Fatos históricos indicam que, na
Idade Media, existia um esporte muito parecido
com o rubgy. Enfim, não há como entender
como esse esporte começou, mas sem duvidas,
da para entender que nunca vai acabar. Como
o futebol, o rugby desperta paixões por todo o
globo, sendo um fenômeno muito intrigante a
ausência de popularidade do esporte no país.
Isso está mudando. Em 1966, houve a
primeira disputa, entre as escolas Oswaldo Cruz
(Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo) e Horácio Lane (Escola de Engenharia
da Universidade Mackenzie), que deu o início a
esse espírito universitário do esporte. Os jovens
universitários do país estão apostando cada
vez mais nesse esporte, seja acompanhando os
campeonatos ou ainda jogando. Atualmente,
temos diversos times que nasceram através de
iniciativas das atléticas, como os Rottweilers
da Comunicação - PUCSP ou ainda os Javalis
do Direito - Mackenzie. Algumas equipes ainda
se sentem mais encorajadas e preparadas, e
acabam disputando torneios profissionais como
a Liga Paulista de Rugby.
O esporte tende a crescer ainda mais no
Brasil, em 2016 teremos a volta do rugby aos
Jogos Olímpicos. A modalidade já foi disputada
em quatro edições anteriores, mas agora parece
que é a hora do rugby, o Rio de Janeiro pode
presenciar o despertar de um gigante!
Quer descobrir como jogar Rugby? Fale
com o pessoal de sua atlética ou entre no
site da Confederação Brasileira de Rugby:
www.brasilrugby.com.br
esportes
[email protected] de Freitastexto:
ENSINO COM UM “Q” A MAIS.Q DE QUALIDADE.
Qualidadeé mostrar resultados
Através do Banco Metropolitano de Empregos e Estágios (BME&E), a FMU efetiva, em média, a contratação demais de 14 estudantes por dia.