olaria tradicional alentejana
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Na olaria e pintura, o Alentejo oferece uma interessante diversidade.
Os Barros da Flor da Rosa cumprem todos os requisitos para
merecerem a classificação de "artesanato”: utilizam a matéria-prima
da região, que se cava nas chamadas "barreiras”, e mantêm os
processos tradicionais de produção.
Estão representados por uma seleção de 14 peças utilitárias, cada
uma com a sua forma e função, em exposição permanente no Posto
de Turismo.
A Olaria Pedrada de Nisa é única no Alentejo.
Depois de as peças de barro vermelho estarem moldadas, são decoradas com desenhos
onde se incrustam pequeníssimas pedras de quartzo recolhidas na Serra de S. Miguel.
No que respeita à olaria utilitária e decorativa, embora haja produção em vários locais, são
três os grandes nomes de referência: Redondo, Viana do Alentejo (hoje com menor
expressão) e S. Pedro do Corval, o maior centro oleiro da Península Ibérica.
O barro utilizado pelos oleiros de Viana do Alentejo era
retirado de umas barreiras situadas na Herdade dos
Baiões, a 3 km da vila.
Pertencia esta propriedade à família Cabral, que há
bastantes anos tinha doado o barro aos oleiros de Viana,
mediante o pagamento por parte deste de um foro, em
peças de barro.
Depois esta herdade transformou-se numa U.C.P.,
continuando os oleiros a usufruir dos mesmos direitos
sobre o barro.
A argila é cavada nas barreiras e transportada em carroças para as diversas olarias.
Aqui, onde o ambiente tem um aspeto particular, dado pela humidade, pela lama e pela
fraca iluminação, começa a preparação do barro.
O processo utilizado pelos oleiros (à exceção de um, que já utilizava uma máquina para o
efeito) é o tradicional, bastante rudimentar, e que passamos a descrever de seguida.
O barro é exposto ao sol para que se possa partir mais facilmente em pequenos bocados
(«migalhar o barro»).
Sobre a argila partida é deitada água, de preferência com um regador, para que esta seja
totalmente absorvida.
É usual fazer-se esta operação ao fim do dia, para que durante a noite o barro vá amolecendo.
Seguidamente, o barro é amassado com a mão e colocado num monte.
O leiro sobe para ele e, colocando um pé ao centro, servindo de apoio, roda no sentido dos
ponteiros do relógio, esmagando os bordos com o calcanhar, que progressivamente se vai
enterrando.
Logo que a espessura do barro atinge 5 cm aproximadamente, o oleiro dá por terminada esta fase
do trabalho.
Passa de seguida À detecção de
impurezas e corpos estranhos, utilizando
para o efeito a sua própria mão que faz
passar por pequenos blocos de barro.
Todo este trabalho de preparação do
barro demora cerca de hora e meia, e a
partir desta última operação o barro está
pronto a ser trabalhado na roda.
Roda de Oleiro
Preparação
Amassar, noções de plasticidade ótima e forma inicial de acordo com o tipo de peça a realizar
Conformação
domínio sensitivo do centro, peso do corpo, posição das mãos e dos braços; noções de velocidade e humidade
relativa
Subir e descer
homogeneização e orientação das partículas no sentido de rotação; Técnicas de abertura e preparação do fundo
A puxada
subir e definir a parede, técnica da pinça e a duas mãos
Forma
abrir e fechar, técnica da chave, definição da curva, bojo, cintura de segurança, corte e nivelamento.
Acabamento
polimento e definição da curva, desbaste, corte; fretes e boleado, colagem de partes rodadas.
Todas as peças serão entregues depois da primeira cozedura.