olissipo - revista de lisboa

32
Novembro 2015 nº1 Mensal Portugal Distribuição Gratuita O ARCO DA LUZ VIDEOMAPPING EM LISBOA A CIDADE ATRATIVA PARA ESTUDANTES INTERNACIONAIS HÁ MAIS DE 500 ANOS DEU-SE O INÍCIO AOS DESCOBRIMENTOS 0,00 EUR RESTAURANTES OS 10 MELHORES DE LISBOA

Upload: catarina-m

Post on 25-Jul-2016

218 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

A revista foi desenvolvida aplicando conteúdos de design editorial. Aqui o importante foi desenvolver o nome, marca da revista e o design de cada página. Os textos têm direitos de autor o que está mencionado na ficha técnica da mesma.

TRANSCRIPT

Page 1: OLISSIPO - Revista de Lisboa

Novembro 2015 nº1 MensalPortugal Distribuição Gratuita

O ARCO DA LUZ VIDEOMAPPING EM LISBOA

A CIDADE ATRATIVA PARA ESTUDANTES INTERNACIONAIS

HÁ MAIS DE 500 ANOS DEU-SE O INÍCIO AOS DESCOBRIMENTOS

0,00

EU

R

RESTAURANTESOS 10 MELHORES DE LISBOA

Page 2: OLISSIPO - Revista de Lisboa

2 Novembro 2015 OLISSIPO

FICHA TÉCNICA

Todos os conteúdos desta revista sejam eles, textos, ilustrações ou fotos, são da exclusiva responsabi-lidade de Ana Catarina Olhicos Mourão.Todos os autores e participantes, desta revista fizeram-no de consciente, autorizando explicitamente a reprodução dos seus textos e imagens (sejam elas fotografias, retratos, ilustrações,etc.).Esta revista é um projeto para a Unidade Curricularde Design de Comunicação, parte integrante da Licenciatura em Design, do IADE – Crative University, executador sob a orientação do Professor Carlos Rosa.Prestaram colaboração nesta edição os autores

abaixo.

ADAPTAÇÕES DE:

ILUSTRAÇÕES DE:

FOTOGRAFIAS ORIGINAIS DE:

FOTOGRAFIAS EDITADAS DE:

[cm-lisboa.pt] [Fotografia das páginas 18 e 19][Autor Desconhecido, tumblr.com] Fotografia da página 15]

FICHA TÉCNICA / CRÉDITOS

[wikipédia] [Texto das páginas 4 e 5][Pedro Leitão, Claro Botelho] [Textos das páginas 6,7,8 e 9][patrimoniocultural.pt; wikipédia; torrebelem.pt] [Textos das páginas 10 e 11][mosteirojeronimos.pt] [Textos da página 12][lisboando.pt; pasteisdebelem.pt] [Textos das páginas 14 e 15][studyinlisbon.pt] [Textos das páginas 16 e 17][quartodasbrincadeiras.pt; guiadacidade.pt] [Textos da página 19][cm-lisboa.pt] [Textos da página 21][citi.pt] [Textos das páginas 22, 23 e 24][nit.pt] [Texto da página 25][lisbonlux.com] [Textos das páginas 26 e 27][observador.pt] [Textos das páginas 28 e 29]

[Fotocomposição, Biblioteca Nacional / Maria Keil] [Ilustração das páginas 6 e 7][Selo, Maria Keil] [Ilustração das páginas 6][Ilustração, Maria Keil] [Ilustração da página 7][Livro Ilustrado, Maria Keil, Fnac] [Ilustração da página 7][Ilustração para capa de Livro, Maria Keil] [Ilustração da página 9][Ilustração “Folhas Caídas II”, Maria Keil] [Ilustração da página 9][Ilustrações, “Folhas Caídas”, Maria Keil] [Ilustração da página 9][CityBreaksLisboa] [Ilustração da página 10][Louis Michel van Loo] [Ilustração da página 24]

[Selo, Maria Keill] [Fotografia da página 6][Azulejo, Estação de Metro, Maria Keil] [Fotografia da página 6][Azulejo, Metro Campo Pequeno, Maria Keil] [Fotogra-fia da página 7][Fotografia, Revista Visão] [Fotografia da página 8][Autor desconhecido, Pinterest] [Fotografia da página 10][LisbonSecrets.com] [Fotografia da página 10][Janeau, Flickr] [Fotografia da página 11][Autor Desconhecido, Pinterest] [Fotografia da página 11][Paulo Dykes] [Fotografia da página 11][City Guide Lisbon] [Fotografia da página 11][Gudrun Krinzinger] [Fotografia da página 12][Grotciv, Flickr] [Fotografia da página 12][Artista Desconhecido, Pinterest] [Fotografia da página 12][Joriavlis, Flickr] [Fotografia da página 12][listofpictures.blogspot.in] [Fotografia da página 12][alma-portuuesa.tumblr.com] [Fotografia da página 12][amorycanela] [Fotografia da página 13][poutperfection.com] [Fotografia da página 14][yu.mmy] [Fotografia da página 15][Ana Almeida] [Fotografia da página 15][Rui Rebelo] [Fotografia das páginas 16 e 17][ipl.pt] [Fotografia da página 17][studyinlisbon.pt] [Fotografia da página 17][guiadacidade.com] [Fotografias da página 18 e 19] [cm-lisbon.pt] [Fotografia das páginas 20 e 21][observador.pt] [Fotografia da página 22][joao74’s Bucket] [Fotografia da página 23][ordemengenheiros] [Fotografia da página 24][Edible Queens] [Fotografia da página 25][saveur.com] [Fotografia da página 25][ELEVEN] [Fotografia da página 23][Altis Belém] [Fotografia da página 23][lisbonlux.com] [Fotografias da página 23 e 24][zoodzinski] [Fotografia da página 28][tecmundo.com.br] [Fotografia da página 29][RENOVATIO] [Fotografia da página 29]

Page 3: OLISSIPO - Revista de Lisboa

3 Novembro 2015 OLISSIPO

EDITORIAL

ENTREVISTA

CONHECER A CIDADE

GASTRONOMIA E TRADIÇÃO

GUIA DO ESTUDANTE

LISBOA PARA CRIANÇAS

CONHECIMENTO E INOVAÇÃO

VALORES HISTÓRICOS

ARTIGO DE OPINIÃO

CURIOSIDADES

ÍNDICE

ÍNDICEAs 7 colinas de Lisboa: Colinas São Vicente, Sant’Ana, Santa Catarina, Santo André, São Roque, São Jorge e Chagas.

Pintura, Desenho, Ilustração, Azulejo, Design Gráfico, Tapeçaria, Cenografia entre outros são muitas das áreas que deram origem a diversificadas e vastas obras realizadas por MariaPires da Silva Keil do Amaral.

Muitos dos principais pontos turísticos concentram-se em Belém, como tal é necessário culturalizar-se antes de se entrar qualquer lugar e partir para a aventura. Hoje vamos lá e vamos à Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos.

Os famosos Pastéis de Belém são o símbolo máximo dapastelaria portuguesa e foram inventados, na Antiga Confeitaria de Belém, sendo servidos desde 1837.

A cidade atrativa para estudantes internacionais. Lisboa é o maior polo universitário e de investigação do país, com mais de140.000 estudantes inscritos no ensino superior.

Integrado no Parque Florestal de Monsanto, do ParqueRecreativo da Serafina avista-se do miradouro uma vista privilegiada sobre a cidade, áreas relvadas e ar-borizadas como as zonas de Campolide e Amoreiras e boa parte da zona norte de Lisboa.

Um espetáculo de videomapping animou o Terreiro do Paço todas as noites, às 19, 20 e 21 horas de 14 a 23 de Dezembro de 2014, e, este ano repete-se!

A nova cidade, exemplar único do urbanismo das Luzes, foi planeada com régua e compasso pela Razão. (...) É a razão em pedra. Sem desvios nem fantasia.

Abriu no Terreiro do Paço um quiosque com chimney cake. Não sabe o que é? Nós explicamos.

TOP 10 - Melhores restaurantes em Lisboa

Há 25 anos o “jogo de computador” era visto como um opositor ao estudo e a um futuro promissor. Hoje estamos exactamente perante um cenário contrário. A indústria dos jogos está bem e precisa de gente.

Page 4: OLISSIPO - Revista de Lisboa

4 Novembro 2015 OLISSIPO

AMEIX

LUMIAR

CARNIDE

BENFICA

SÃO DOMINGOSDE BENFICA

CAMPO GRANDE

CAMPOLIDE

SÃO FRANCISCOXAVIER

SANTA MARIADE BELÉM

AJUDA ALCÂNTARA

SANTOCONTESTÁVEL

PRAZERES

LAPA

SANT-VELH

SANTISABEL

SANTA CATARINA

LISBOACidade das 7 colinas

”Diz a lenda popular e romântica que a cidade de Lisboa foi fundada tal como Roma numa povoação rodeada de sete colinas.

Atualmente o Bairro de Alfama e o Convento de São Vicente de Fora fazem parte da Colina de S. Vicente cujo pertence à Zona do centro Histórico da Capital.

COLINA DE SÃO VICENTE

O Mosteiro das Freiras Dominicanas de Nossa Senhora da Anunciada ficava nesta colina que agora fica o Largo da Anunciada e localiza-se a Oeste do Castelo. Mosteiro de nome e largo de nome que, junto dele em 1539, depois dos frades Agostinhos o cederem por troca às freiras, transferiram-se para este local da sua primitiva fundação na Costa do Castelo mesmo no topo da mesma colina.

COLINA SANT’ANA

Nome atribuído devido à Igreja que nele edificaram os marinheiros da rota da Índia em louvor às Chagas de Cristo que corresponde atualmente à área que se situa o Largo do Carmo e a área envolvente.

COLINA DE CHAGAS

Do Camões até à Calçada do Combro é uma antiga freguesia do cocelho de Lisboa e é aqui que se localiza o museu da Farmácia.

COLINA DE SANTA CATARINA

EDITORIAL

STA. JUSTA

TOREL

STA LÚZIA

Page 5: OLISSIPO - Revista de Lisboa

5 Novembro 2015 OLISSIPO

AMEIXOEIRA

CHARNECA

SANTA MARIA DOS OLIVAIS

CAMPO GRANDE

SÃO JOÃO DE BRITO

MARVILA

BEATO

ALTO DO PINA

SÃO JOÃODE DEUS

ALVALADE

NOSSA SENHORADE FÁTIMA

SÃOSEBASTIÃO

DAPEDREIRA

SÃOJORGE DEARROIOS PENHA

DE FRANÇA

SÃO JOÃO

PA

SANTOS-O--VELHO

SANTAENGRÁCIA

SÃO PAULO

MERCÊS

SÃOMAMEDE

CORAÇÃO DE JESUS

SANTAISABEL

PENASÃO JOSÉ

ANJOS

GRAÇA

SANTA JUSTA

SÃO VICENTE DE FORA

SANTO ESTÊVÃO

SÃOMIGUEL

CASTELO

MADALENA

SÃO CRISTÓVÃO

E SÃO LOURENÇOSOCORRO

SÃONICOLAU

MÁRTIRES

SACRAMENTO

ANCARNAÇÃO

Também chamada de “Colina do Castelo”, é a mais alta das 7, que na verdade é a colina da Graça mas o autor da lenda terá esquecido, e, é onde fica o atual Castelo de São Jorge onde se pensa que apareceu o primeiro povoado que deu origem a Lisboa. Nesta colina e por baixo do Castelo apareceram vestígios do ópido romano. O Alcácer árabe estava instalado e foi aí que se construiu o castelo do tempo da Reconquista que ainda hoje existe. Abrange atualmente os bairros da Mouraria, Castelo e parte do de Alfama.

COLINA DE SÃO JORGE

Em 1147, D. Afonso Henriques aproveitou as qualidades estratégicas da região e instalou as suas tropas para organizar a cidade. Com o terramoto de 1551 que fez sair muitos moradores da cidade antiga estes escolheram as colinas da Graça e de Santo André por serem muito altas.Nas regiões menos ocupadas e de “melhores ares” instalaram-se famílias nobres e adquiriram quintas onde construíram casas de campo que mais tarde deram lugar a grandes palácios que se localizam ao longo das calçadas da Graça e Santo André.

COLINA DE SANTO ANDRÉ

Situa-se aqui o Bairro Alto e o Miradouro de São Pedro de Alcântara que por sua vez é confundida como colina de São Pedro de Alcântara, que na verdade, nunca existiu pois essa designação é apenas nome de uma Rua e de um Jardim.

COLINA DE SÃO ROQUE

SRA. DO MONTE

CASTELO

SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA

EDITORIAL

Page 6: OLISSIPO - Revista de Lisboa

6 Novembro 2015 OLISSIPO

MARIA KEILEntrevista a

Pintura, Desenho, Ilustração, Azulejo, Design Gráfico, Tapeçaria, Cenografia entre outros são muitas das áreas que deram origem a diversificadas e vastas obras realizadas por Maria Pires da Silva Keil do Amaral.Portuguesa, nasceu a 9 de Agosto de 1914 e vem morrer em Lisboa a 10 de Junho de 2012. Maria Keil, assim conhecida, foi uma pintora e ilustradora portuguesa pertencendo à 2ª geração de pintores modernistas portugueses. É destacada de modo particular a sua intensa atividade como ilustradorae desempenhou um papel importante na renovação do azulejo contempo-râneo em Portugal. O Museu da Presidência da República organizou uma exposição de algumasobras e em Lisboa, a autora não deixou de ser homenageada, pois foi colocado seu nome à biblioteca em Lumiar por ser uma grande pioneira do design.A entrevista segue-se de maneira informal mas essencial entre Maria Keil, Pedro Leitão e Clara Botelho, o entrevistador, que define pontos da sua vida enquanto artista.

© S

elo,

Mar

ia K

eil

PEDRO LEITÃO: NASCEU EM SILVES. VEIO PARA LISBOA PARA ESTUDAR NAS BELAS ARTES?

Maria Keil: Eu tinha feito a Escola Industrial em Silves e foi o professor de Desenho, Samora Barros, que convenceu a minha família a mandar--me estudar para Lisboa. Vim morar para casa dum tio.

PL: NA SUA FAMÍLIA HAVIA LIGAÇÃO ÀS ARTES OU A MARIA FOI A PRIMEIRA?

MK: Ninguém tinha nada a ver comas artes. Eu desde pequena que fazia bonecos e houve um conjunto decircunstâncias que facilitaram a minha vinda para as Belas Artes, aconteceu…

PL: ESTUDOU NAS BELAS ARTES, MAS NÃO

ACABOU O CURSO. PODE EXPLICAR COMO FOI?

MK: Fiz os três anos preparatórios, nas Belas Artes, depois um ano de Pintura, com o Professor Veloso Salgado. Esses três anos davam acesso aos três cursos – Pintura, Escultura e Arquitectura.

PL: MAS, DE QUALQUER MANEIRA, NÃO ACABOU O CURSO…

MK: O ensino de pintura nas Belas Artes nessa altura era muito antiquado, muito académico. Havia também seis alunos de Arquitectura e um deles era o Chico (Francisco Keil do Amaral). Namorámos, depois casámos, foi ele que me influenciou para largar o curso. Depois do casamento é que comecei realmente a aprender, fora das Belas Artes. O Veloso Salgado era um bom professor, mas o principal aprendi-o com os pintores das relações do meu marido.

PL: COMO FOI ESSE PRINCÍPIO?

MK: Era difícil fazer qualquer coisa. Nessa altura havia amigos ligados ao grafismo, aos cartazes, era umacoisa nova por cá. O Tom, o Zé Rocha, por exemplo, trabalhavam naquilo com muita competência e influen-ciaram-me. Depois fui para Paris com aequipa que fez a Exposição Internacional de 1937, o meu marido é que projetou o pavilhão português, a equipa eram aquelas pessoas todas, o Bernardo Marques, o Carlos Botelho e a Beatriz, o Fred Kradolfer, o Tom…

ENTREVISTA

Page 7: OLISSIPO - Revista de Lisboa

7 Novembro 2015 OLISSIPO

© F

otoc

ompo

siçã

o, B

iblio

teca

Nac

iona

l / M

aria

Kei

l

PL: FOI A EXPOSIÇÃO EM QUE APARECEU A GUERNICA DO PICASSO?

MK: Sim, era uma coisa fantástica, estava no Pavilhão espanhol. O Picasso já era famoso, mas naquela altura estava também ali tudo o que era novo e estava a começar. Eu nunca tinha saído de Portugal, aprendi muito. Sair das Belas Artes e conhecer aquelas pessoas e aquelas coisas todas, foi um arejo.

PL: QUANDO VOLTOU PARA PORTUGAL, PINTOU MUITO?

MK: Não me considero uma pintora. A minha obra de pintura são sobretudo quatro ou cinco retratos. Fui uma operária das artes. Desenhei e pintei para governar a vida e ajudar a pagar as despesas…

PL: ENTÃO SE NÃO SE DEFINE COMO PINTORA, O QUE É QUE ACHA QUE FEZ DE MAIS IMPORTANTE?

MK: Acho que a minha áreamais válida foi o azulejo. E no azulejo, omais importante foi o Metropolitanode Lisboa. O meu marido era projectista das estações e havia pouco dinheiro para as fazer, iam ficar todas em cimento, uma obra pobre e feia. Ele estava triste com isso e pediu-me ajuda. Éramos amigos dos donos da fábrica Viúva Lamego e eles apreçaram azulejos de padrão, que era um acabamento barato.

Trabalhar em azulejo é apaixonante, mas havia um grande desprezo pelos azulejos de padrão, uma coisa pintada pelo operário. O trabalho erarevestir paredes de 40, 50 metros, cada estação com um motivo bem diferente, estudar aqueles padrões de maneira a gerar conjuntos com ritmo, originais. Isto na primeira fase do Metropolitano, nos finais dos anos 50.

PL: O METROPOLITANO FOI A SUA PRIMEIRA EXPERIÊNCIA DE AZULEJO?

MK: Eu já tinha alguma experiência, tinha feito um projeto para a aerogare de Luanda, tinha feito o painel da Infante Santo, ao lado dos dos outros, o Botelho, o Pomar, o Sá Nogueira. Mas no Metropolitano a coisa era em grande escala, empenhei-me imenso. Por exemplo, na estação dos Restauradores eram só dois azulejos-tipo, que emolduravam, definiam umas linhas, enquadravam uns azulejos de figura avulsa, aqui e ali havia um azulejo decor diferente, deu um trabalhão a pensar e a organizar. Depois não pagaram quase nada por aquilo… Não tem nada a ver com o que aconteceu agora com as estações novas.

PL: ENTÃO E A ILUSTRAÇÃO, COMO SURGE NO SEU PERCURSO?

MK: Eram pedidos que me faziam. Ora para publicidade, ora vinhetas para identificação dos capítulos, obras gráficas que se consideravam menores. Era trabalho para ganhar a vida…

PL: ENTÃO E A ILUSTRAÇÃO, COMO SURGE NO SEU PERCURSO?

MK: Eram pedidos que me faziam. Ora para publicidade, ora vinhetas para identificação dos capítulos, obras gráficas que se consideravam menores. Era trabalho para ganhar a vida…

©Az

ulei

jo, E

staç

ão d

e M

etro

, Mar

ia K

eil

©Ilu

stra

ção,

Mar

ia K

eil

©Li

vro

Ilust

rado

, Mar

ia K

eil,

Fnac

©Ilu

stra

ção,

Mar

ia K

eil

ENTREVISTA

Page 8: OLISSIPO - Revista de Lisboa

8 Novembro 2015 OLISSIPO

PL: MAS IA PINTANDO, ENTRETANTO?

MK:Em pintura a óleo, o que gostei mesmo de fazer foram os retratos. Fiz uma vez um retrato do Abel Manta e foi muito engraçado, pintámos os retratos um do outro em simultâneo. Foi feito numa tarde.

PL: ALÉM DA PUBLICIDADE E DESSES TRABALHOS

GRÁFICOS, COMEÇOU A ILUSTRAR LIVROS.

MK:As ilustrações surgiram por pedidos de amigos. Ainda agora, tenho umlivro da Matilde Rosa Araújo para ilustrar e estou sem conseguir começar porque não tenho condições de trabalho na minha casa, que está em obras. Lá na residência onde vivo ainda me arranjaram um espaço, mas não me sinto inspirada. É uma casa luxuosa, muito imponente, prefiro vir para ojardim e aí é que faço desenhos. Quando para lá fui morar desenhei oscedros, as pessoas que lá moram, depois um dia o dono da “Ler Devagar” viu aquilo e organizou uma exposição lá na livraria. Ficou bonita…

PL: FAZ DISTINÇÃO ENTRE TRABALHAR PARA CRIANÇAS E PARA ADULTOS?

MK: É sempre uma questão de entrar no que está escrito. Eu não costumo estilizar. Há ilustradores que deformam, é a maneira de fazer deles, por exem-plo eu gosto imenso do trabalho da Fragateiro e ela desproporciona as figuras.

Fazem cabeças grandes, ou bracinhosmuito pequenos, espetam três cabelinhos na cabeça… Eu respeito sempre a proporção.

PL: MAS AQUI (MOSTRA UMA ILUSTRAÇÃO COM BRUXAS) OU AÍ NO DESENHO DOS CUG MELOS, AS FIGURAS ESTÃO DISTORCIDAS. E ESTA BALEIA A TOMAR BANHO NA BANHEIRA…

MK:Ah, mas aí é a minha imaginação, eu nunca vi nenhuma bruxa, os Cug Melos são personagens inventadas que se escondem debaixo dos cogumelos… As baleias não tomam banho na banheira…

PL: NÃO DESPROPORCIONA A FIGURA HUMANA.

MK: A figura humana, faço-a realista.

PL: É FÁCIL ILUSTRAR, SAI-LHE À PRIMEIRA?

MK: Isso varia. Há uma época em que eu gosto menos do meu dese-nho, nos anos 40. É tudo muito duro e formal, por exemplo, como no livro da Irene Lisboa. Era o estilo da época…

CLARA BOTELHO: MAS DEPOIS ENCONTROU UM ESTILO MAIS PESSOAL…

MK: Sim, depois o estilo fica mais pessoal. Percebia-se isso na exposição que fizeram, na Biblioteca Nacional. Aqueles trabalhos que lá estiveram expostos, ofereci-os todos à Biblioteca Nacional.

PL: POR FALAR EM BIBLIOTECAS, JÁ TEM ALGUMA COM O SEU NOME?

MK: Foi uma amabilidade que me fizeram…

CB: TEM SIM, É UMA DAS BIBLIOTECAS MUNICIPAIS DE LISBOA, UMA BIBLIOTECA INFANTIL, ALI PARA OS LADOS DO PAÇO DO LUMIAR…

MK: Mas eu acho que isso me dá uma responsabilidade, não sei se lhe dou a devida atenção. Eu levo as coisas muito a sério…

PL: QUANDO TEM UMA ENCOMENDA PARA ILUSTRAR UM LIVRO, COMO É?

MK: Primeiro tenho que ler o livro, claro. Depois, depende um bocado da relação que tenho com o autor. A primeira ilustração que fiz foi para a Irene Lisboa. Depois fiz para o José Rodrigues Miguéis, em gravura, foi uma experiência em película estragada que depois foi fotografada.

PL: FICA MUITO PRESA AO TEXTO?

MK: Sim, muito. O texto é apoio, mas também é limitação, porque não se pode inventar.

PL: ILUSTRA PARA OS OUTROS MAS TAMBÉM TEM TRABALHOS ESCRITOS E ILUSTRADOS POR SI. É MAIS FÁCIL OU MAIS DIFÍCIL?

MK: É diferente. Quando eu escrevo também começo pelo texto. Trabalhar para os outros pode ser mau porque em certas alturas a encomenda tem prazos e não está a sair bem, não dá tanto jeito.

PL: JÁ LHE ACONTECEU NÃO GOSTAR DE ALGUM TEXTO? JÁ LHE ACONTECEU RECUSAR POR CAUSA DISSO?

MK: Já me aconteceu não gostar, mas não me lembro de recusar. Se não gosto tanto de um texto, faço um esforço.

© F

otog

rafi

a, R

evis

ta V

isão

©Az

ulej

o, M

etro

Cam

po P

eque

no, M

aria

Kei

l

ENTREVISTA

Page 9: OLISSIPO - Revista de Lisboa

9 Novembro 2015 OLISSIPO

PL: CONHECIA OS AUTORES TODOS? TEVE PROBLEMAS COM AUTORES?

MK: Na maioria dos casos conhecia os autores. E eles costumam aceitar bem o que eu faço.

PL: ESTÃO AQUI TRÊS EDIÇÕES DA “NOITE DENATAL”, DE SOPHIA DE MELLO BREYNER, A PRIMEIRA ILUSTRADA POR SI E AS OUTRAS MAIS RECENTES, COM ILUSTRADORES DIFERENTES. O QUE ACHA DISSO? MK: Acho que está certo, é uma renovação. Só tinha importância se fosse na mesma época, mas quando passou tempo ou é outro editor, é natural. Há vários livros nessas condições. Às vezes é por motivos comerciais…

CB: ANTES DO 25 DE ABRIL, ILUSTROU MANU-AIS PARA O ENSINO PRIMÁRIO. QUER CONTAR

SOBRE ISSO?

MK: Os livros estiveram pouco tempo em circulação, depois de 1974 foram retirados, porque tinham muitas referências do antigo regime, coisas sobre as colónias, procissões…

PL: TEVE PROBLEMAS COM ISSO, ALGUÉM ACHOU QUE A MARIA COLABORAVA COM O

GOVERNO [REGIME] ANTERIOR?

MK: (Ri-se) Não, ora essa! Eles precisavam de nós mas sabiam quem nós éramos. Nós, gráficos, éramos poucos e todos anti-regime. Todos trabalhámos para o SNI, por exemplo.

PL: AINDA PINTA? QUAL FOI O ÚLTIMO QUA-DRO QUE PINTOU?

MK: O último foi aqui há meia dúzia de anos, uma coisa pessoal. Eu não sou uma pintora…

PL: MAS FEZ EXPOSIÇÕES DE PINTURA.

MK: Duas ou três individuais. Expus os retratos e sempre foram bem aceites. Mas tenho pinturas que fiz e nunca hei-de expor, são coisas pessoais.

PL: VÊ DIFERENÇAS RELEVANTES NA FORMA COMO A ILUSTRAÇÃO ERA TRATADA NOUTRO TEMPO E NOS DIAS DE HOJE, A NÍVEL DO RECONHECIMENTO ARTÍSTICO?

MK: Agora já se reconhece, há exposições, salões, os trabalhos e os artistas são mais bem tratados. E há tanta coisa bonita por aí… Olhem, eu colecciono convites para exposições, desde há imenso tempo até agora, aquilo merecia ser mostrado. Dá para ver como as coisas foram evoluindo, o que se expunha e se expõe e também os próprios convites, a maneira de fazer trabalho gráfico. Se houvesse alguém interessado em organizar, eu dava isso para uma exposição.

PL: OBRIGADO, MARIA KEIL!

MK: Eu também agradeço por se terem lembrado de mim.

Maria Keil realizou, gratuitamente, a decoração azulejar de todas as estações do Metropolitano de Lisboa inaugurado em finais de 1959. Mas quatro anos depois desta entrevista, em 2009, voltaria a trabalhar no Metropolitano, desta vez com o arquitecto Tiago Henriques, na extensão da estação de S. Sebastião da Pedreira, para a qual fizera os primeiros painéis, em 1959.

© Il

ustr

açõe

s, “F

olha

s Ca

ídas

”, M

aria

Kei

l

© Il

ustr

ação

par

a ca

pa d

e Li

vro,

Mar

ia K

eil

© Il

ustr

ação

“Fo

lhas

Caí

das

II”, M

aria

Kei

l

ENTREVISTA

Page 10: OLISSIPO - Revista de Lisboa

10 Novembro 2015 OLISSIPO

CONHECER A CIDADE

BELÉMDescobrir

Muitos dos principais pontos turísticos concentram-se em Belém, como tal é necessário culturalizar-se antes de se entrar qualquer lugar e partir para a aventura. Hoje vamos lá e vamos à Torre de Belém e o Mosteiro dosJerónimos.

1

2

10

3

9

45

78

6

Clube Naval

Praça do Imprério

Palácio de Belém

Torre de BelémPadrão dos DescobrimentosMosteiro dos JerónimosCentro Cultural de BelémVieira PortuenseMuseu da EletricidadeMuseu dos CochesPastéis de BelémMuseu da Marinha /PlanetárioMuseu da Arte Popoular

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

1 3

©Au

tor

desc

onhe

cido

, Pin

tere

st

1. Mosteiro dos Jerónimos

2. Padrão dos Descobrimentos

3. Torre de Belém

4. Centro Cultural de Belém

5. Planetário

6. Museu dos Coches

7. Palácio da Ajuda

8. Marina

Percurso obrigatório

Há mais de 500 anos deu-se o início aos Descobrimentos.

“”

©Li

sbon

Secr

ets.c

om ©

City

Brea

ksLi

sboa

Page 11: OLISSIPO - Revista de Lisboa

11 Novembro 2015 OLISSIPO

TORRE DE BELÉM

Um local de grande valor simbólico para o nosso país, do qual partiram frágeis aventureiros nas suas caravelasem busca do desconhecido.Perdura até hoje uma das provas da magnitude desta vontade de conquista, o Mosteiro dos Jerónimos, na Praçado Império, um dos mais belos mo-numentos da capital, a par com a Torre de Belém, outro monumento de excelência arquitetónica do período manuelino, foram ambos reconhecidos como Património Cultural da Humanidade pela UNESCO .

BELÉM A Torre de Belém é um dos monumentos mais expressivos da cidade de Lisboa. Construída estrategicamente na margem norte do rio Tejo entre 1514 e 1520, sob orientação de Francisco de Arruda, a Torre de Belém é uma das joias da arquitetura do reinado de D. Manuel I. O monumento faz uma síntese entre a torre de menagem de tradição medieval e o baluarte, mais largo, com a sua casamata onde se dispunham os primeiros dispositivos aptos para resistir ao fogo de artilharia. Ao longo do tempo a Torre de Belém foi perdendo a sua função de defesada barra do Tejo e, a partir da ocupação filipina, os antigos paióis deram lugar a masmorras. Nos quatro pisos da torre,

©Ja

neau

, Flic

kr

©Au

tor

Des

conh

ecid

o, P

inte

rest mantêm-se a Sala do Governador, a Sala dos Reis, a Sala de Audiências e,

finalmente, a Capela com as suas características abóbadas quinhentistas.A decoração da Torre ostenta a simbologia própria do manuelino – cor-das que envolvem o edifício rematando em elegantes nós, esferas armilares, cruzes da Ordem Militar de Cristo e elementos naturalistas.

©Ci

ty G

uide

Lis

bon

©Pa

ulo

Dyk

es

CONHECER A CIDADE

Page 12: OLISSIPO - Revista de Lisboa

12 Novembro 2015 OLISSIPO

MOSTEIRO DOS JERÓNIMOSPerto do local onde o Infante D. Henrique, em meados do séc. XV, mandou edificar uma igreja sobre a invocação de Sta. Mariade Belém, quis o rei D. Manuel I construir um grande Mosteiro. Para perpetuar a memória do Infante, pela sua grande devoção a Nossa Senhora e crença em S. Jerónimo, D. Manuel I decidiu fundar em 1496, o Mosteiro de Sta. Maria de Belém, perto da cidade de Lisboa,junto ao rio Tejo. Doado aos monges da Ordem de S. Jerónimo, é hoje vulgarmente conhecido por Mosteiro dos Jerónimos.O Mosteiro é um referente cultural que

© G

udru

n Kr

inzi

nger

não escapou nem aos artistas, cronistas ou viajantes durante os seus cinco séculos de existência. Foi acolhimentoe sepultura de reis, mais tarde de poetas. Hoje é admirado por cada um de nós, não apenas como uma notável peçade arquitetura mas como parte integrante da nossa cultura e identidade. O Mosteiro dos Jerónimos foi declarado Monumento Nacional em 1907 e, em 1983, a UNESCO classificou-o como “Património Cultural de toda a Humanidade” como transcrito na página anterior.

© G

rotc

iv, F

lickr

©al

ma-

port

uues

a.tu

mbl

r.com

© J

oria

vlis

, Flic

kr

©lis

tofp

ictu

res.b

logs

pot.i

n

©Ar

tist

a D

esco

nhec

ido,

Pin

tere

st

CONHECER A CIDADE

Page 13: OLISSIPO - Revista de Lisboa

13 Novembro 2015 OLISSIPO

GASTRONOMIA E TRADIÇÃO

© a

mor

ycan

ela.

com

PASTÉIS DE BELÉM

Page 14: OLISSIPO - Revista de Lisboa

14 Novembro 2015 OLISSIPO

GASTRONOMIA E TRADIÇÃO

PASTÉIS DE NATADe Belém

Um“monumento gastronómico” que poucos perdem... e muitos repetem!

Os famosos Pastéis de Belém são o símbolo máximo da pastelaria portuguesa e foram inventados, na Antiga Confeitaria de Belém, sendo servidos desde 1837.Embora o pastel de nata seja a estrela da casa, também se servem outros doces: marmelada, bolo-rei caseiro, entre outras delícias. Hoje em dia, a receita original é um dos segredos da Fábrica dos Pastéis de Belém. Tradicionalmente, comem-se quentes,polvilhados de canela e açúcar em pó.

PASTEL DE NATA, UMA DAS 7MARAVILHAS DA GASTRONOMIA

© p

outp

erfe

ctio

n.co

m

Assim o consideraram em 2011 e aovisitar a casa de Belém dá para constatarporquê. As estatísticas de produção dos pastéis são fascinantes: são produzidosmais de 20 mil pastéis por dia, havendoaté um recorde de 55 mil pastéis produzidos num único dia. É quase desnecessário dizer que asfilas de espera poderão ser enormes. Felizmente, o serviço é rápido e emprincípio deverá esperar entre 15-30

Page 15: OLISSIPO - Revista de Lisboa

15 Novembro 2015 OLISSIPO

minutos (dependendo da época e hora do dia), atéque possa finalmente sentar-se e provar um pastel. Alternativamente pode simplesmente pedir ao balcãoprincipal pastéis para levar (pode ir comê-los nos espaços verdes de Belém e/ou em frente ao Tejo). Um verdadeiromotivo de orgulho nacional, é quase “crime gastronómico” passar por Lisboa e não comer uns pastéis de Belém!

RESUMIDA HISTÓRIA DOS PASTÉIS DE BELÉMNo século XIX, mesmo ao lado do Mosteiro dos Jerónimos, havia uma refinaria de cana-de-açúcar associada a umapequena loja com produtos variados. Em 1934, no seguimento da revolução Liberal de 1820,extinguem-se todas as ordens religiosas, encerrando-seassim o mosteiro. Consequentemente, e numa tentativa de encontrar um ganha-pão, algum clérigo ou trabalhador o mosteiro começou a produzir e vender uns pastéis nessa mesma loja. Estas iguarias ficaram rapidamente conhecidas como “pastéis de Belém”.

No início os pastéis foram postos à venda numa refinariade açúcar situada próximo do Mosteiro dos Jerónimos. Em 1837 foram inauguradas as instalações num anexo, então transformado em pastelaria, a “A antiga confeitariade Belém”. Tanto a receita original como o nome “Pastéisde Belém” estão patenteados.A receita ultra-secreta, pertencente ao mosteiro, foi transmitida a mestres pasteleiros que abriram as portas do estabelecimento em 1837. A elaboração dos pastéis continua ainda hoje a se-guir meticulosamente a mesma receita, num espaço com o nome apropriado: “Oficina do Segredo“… e quem os produz não só assina um termo de confidenciali-dade como tem de prestar juramento!

© A

na A

lmei

da

GASTRONOMIA E TRADIÇÃO

© Y

u.m

my

Page 16: OLISSIPO - Revista de Lisboa

16 Novembro 2015 OLISSIPO

LISBOAA cidade atrativa para estudantes internacionais ”“

Lisboa apresenta inúmeras vantagens para o estudante em diferentes fases do seu percurso académico. Embora seja uma cidade com séculos de história tem um ambiente cosmopolita e vibrante, uma população hospitaleira, um clima ameno e luminoso. Única capital europeia onde se pode ir surfar na hora do almoço, é uma cidade criativa, empreendedora e sustentável, com um custo vida baixoe considerada uma das mais seguras da Europa.Os vários programas de intercâmbio académicos, fruto de um mundo cada vez mais globalizado, trouxeram novos

A popularidade e atractividade da cidadede Lisboa entre os estudantes Erasmus tem aumentado de forma muito expressiva,passando de 2.133 alunos em 2007 para 3.130 em 2010.De 2004 a 2012, o número total de estudantesestrangeiros na Região de Lisboa (ciclo completo e programas de mobilidade) teve umaumento superior a 30%, tendo-se registado em2012/2013 quase 14 mil inscritos.O crescente prestígio das universidades, aliado ao nível de vida e às boas condiçõesclimatéricas, culturais e sociais de Lisboa, têmcontribuído para tornar a região cada vez mais atrativa.

ENSINO SUPERIOR EM LISBOA

Lisboa é o maior polo universitário e de investigação do país, com mais de140.000 estudantes inscritos no ensino superior

desafios às cidades de acolhimento. Receber estudantes e investigadores estrangeiros é mais doque apenas abrir portas e dar alojamento e formação académica aos que nos visitam, é também enviar com cada um deles “cartões de visita” que serão distribuídos nos seus países de origem. Lisboa é o maior polo universitário e de investigação do país, com mais de 140.000 estudantes inscritos no ensino superior, mais de 15.000 investigadores, recebendo anualmente mais de 13.000 estudantes internacionais e mais de 3.000 estudantes ao abrigo do programa Erasmus, contando com mais de uma dezena de incubadoras, e espaços de aceleração de empresas, dispersos por toda a cidade.

GUIA DO ESTUDANTE

Page 17: OLISSIPO - Revista de Lisboa

17 Novembro 2015 OLISSIPO

ENSINO SUPERIOR EM PORTUGALA mobilidade de estudantes é um fenómeno relativamente recente, fruto de uma globalização cada vez mais abrangente, de umacrescente facilidade de deslocações e de umdesenvolvimento tecnológico que aproximaoutros países e culturas.O fluxo de estudantes estrangeiros paraPortugal tem vindo a aumentar, sendo derealçar um grande acréscimo no número deestudantes oriundos do resto do mundo, superior ao dos provenientes da UE 27. Contudo, o fluxo de saída de estudantes portugueses para a UE 27 tem vindo a diminuir, ainda que de forma ligeira.A abolição de fronteiras na União Europeiaveio fomentar a mobilidade entre os seus membros, sendo igualmente percetível umclaro crescimento de programas de mobilidade intercontinental.Em Portugal, em particular a partir de2008/09, verifica-se um crescimento dos estudantes oriundos da Europa e daAmérica (principalmente Brasil), a par de um crescimento constante, mas em menor escala,da Ásia. No ano lectivo 2012/13 entraram em Portugal 10.535 alunos oriundos da Europa, 9.673 da América e 2.156 da Ásia.O continente africano, com o qual existem laços históricos que explicam a sua preponderância ao longo dos anos, apresenta uma diminuiçãodo crescimento (8 332 alunos em 2012/13). Este facto poderá dever-se à crescente oferta de instituições de ensino superior nestes países.

© ip

l.pt

©Ru

i Reb

elo

© s

tudy

inlis

bon.

pt

Page 18: OLISSIPO - Revista de Lisboa

18 Novembro 2015 OLISSIPO

LISBOA PARA CRIANÇAS

VISTA DO MIRADOURO

PARQUE DOS ÍNDIOS

PARQUE INFANTIL ©

guia

daci

dade

.com

Page 19: OLISSIPO - Revista de Lisboa

19 Novembro 2015 OLISSIPO

LISBOA PARA CRIANÇAS

ALTO SERAFINA DAParque Recreativo do Alto da Serafina

Integrado no Parque Florestal de Monsanto, do Parque Recreativo da Serafina avista-se do miradouro uma vista privilegiada sobre a cidade, áreas relvadas e arborizadas como as zonas de Campolide e Amoreiras e boa parte da zona norte de Lisboa.O Parque Recreativo do Alto da Serafina (PRAS), ou Parque dos Índios como também é conhecido, é um lugar que disponibiliza um conjunto de atrações para os mais novos e para os seus pais. É uma zona vedada destinada arecreio com restaurantes e respetivas esplanadas, parque aventura, parque, parques infantis (insufláveis, escorregas, baloiços, etc) e circuito de condução infantil, excelente para os miúdos andarem de bicicleta, trotinete e patins, um labirinto e uma área com as famosas tendas de índios, e, ainda, escola de trânsito, parque de merendas com vasto conjunto de equipamentos lúdicos para diferentes faixas etárias. E por fim zonas de relvados, inúmeras árvores e arbustos e a presença de água na Praça dos Ciprestes convidam a um passeio por esta área.

©gu

iada

cida

de.c

om

Um grande parque cheio de espaço onde não falta a luz do sol, agora que osdias bonitos estão a chegar, mas com árvores para proteger do calor. O Parque do Alto da Serafina, também conhecido por Parque dos Índios, noparque florestal de Monsanto, é um dos sítios mais lindos de Lisboa que os miúdos certamente vão adorar conhecer (ou revisitar). Agora que os dias se tornarammais longos, também o horário do parque passou a prolongar-se até às 20h00, pelo que mesmo durante a semana se pode dar lá um pulinho. O único inconveniente é não ser facilmente acessível para quem não tiver carro. Mas quem for, irá deparar-se com escorregas e baloiços adequados para crianças mais pequeninas, incluindo bebés, e outros também para as mais crescidas, em dois recintos muito próximos um do outro. Ali há também um espaço com várias teepees (tendas de índio) onde eles adorarão brincar aos tiroteios e às escondidas, especialmente aqueles miúdos que sonham com histórias do este Selvagem. E não podemos esquecero labirinto em estacas de madeira, ou o parque de merendas ideal para piqueniques, ou os insufláveis onde a criançada gosta de pular, e também um circuito de condução para andar de bicicleta ou trotinete, enquanto se aprendem sinais de trânsito. Enfim, são muitas aventuras possíveis para um dia bem passado, longe da confusãoda cidade, onde há sempre vontade de voltar.

©gu

iada

cida

de.c

om

Page 20: OLISSIPO - Revista de Lisboa

20 Novembro 2015 OLISSIPO

VIDEOMAPPINGno Terreiro do Paço

©cm

-lis

boa.

pt

Page 21: OLISSIPO - Revista de Lisboa

21 Novembro 2015 OLISSIPO

Um espetáculo de videomapping animou o Terreiro do Paço todas as noites, às 19, 20 e 21 horas de 14 a 23 de Dezembrode 2014, e, este ano repete-se! O espectáulo, designado “Fábrica dos Desejos”, teve a sua “première” no dia 14 de dezembro, contando desde logocom uma audiência entusiasta de muitos milhares de lisboetas e de visitantes. Projetado na fachada do Arco da Rua Augusta e também com uma inédita projeção de 360.º sobre a estátua de D. José I, pretendeu trazer o espírito natalícioao centro da cidade, contando uma história passada por um grupo de crianças lisboetas desafiadas a tornar realidade desejos universais como o Amor, a Felicidade, a Amizade e a Paz.Tratou-se de uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, ATL e EGEAC, produzida por OCUBO, assinada pelos criadores Nuno Maya e Carole Purnelle, contando com a participação artística dos músicos Boss AC, Francisco Rebelo e Manuel Faria e de dois bailarinos da Companhia Nacional de Bailado.O “Desejo de Natal” é personificado por Fernando Alvim, as ilustrações são de André Letria, e dois bailarinos da Companhia Nacional de Bailado gravaram passos de dança por entre janelas, arcadas e portas da praça. A direção áudio está a cargo de Manuel Faria (Trovante), complementada pela música original de Boss AC e de Francisco Rebelo, que criaram cinco temas originais para a banda sonora do espetáculo.Paralelamente, o Terreiro do Paço apresentou outros motivos de interesse, como o Mercado de Natal, uma pista de patinagem no gelo, um carrocel e um comboio de Natal para os mais pequenos. Cativando a boa vontade deste período festivo, a Árvore Solidária, em parceria com a Cáritas, promoveu recolha de fundos para o combate à pobreza infantil.

ARCO DA LUZ“ ”

Page 22: OLISSIPO - Revista de Lisboa

22 Novembro 2015 OLISSIPO

RECONSTRUÇÃOda cidade de Lisboa

A nova cidade, exemplar único do urbanismo das Luzes, foi planeada com régua e compasso pela Razão. (...) É a razão em pedra. Sem desvios nem fantasia.(Saraiva, José Hermano, Guerra, Maria Luísa, Diário da História de Portugal, Madrid, Seleções do Reader’s Digest,Maio de 1998, p.305 )

Foi com o terramoto de 1755 que o Marquês de Pombal adquiriu plena oportunidade de se afirmar como homem providencial ao lado do rei, estatuto que, até à morte do monarca, não mais perderia. Pombal acabaria, aliás, por substituir, na prática, o rei em todos os assuntos de Estado.Para que fosse possível reedificar a cidade no mesmo local em que se encontrava, foi proibida a construção de casas novas na parte antiga, pelo que os seus moradores se viram obrigados a viver em barracas, sendo o exemplo dado pela nobreza e mesmo até pela família real. Carvalho e Melo incumbe, então, oengenheiro-mor Manuel da Maia de uma série de projetos a submeter às considerações do monarca. Foi assim que se pensou fazer a reconstrução nosmoldes da cidade antiga, quer com o alargamento das ruas, quer diminuindo a altura dos prédios. No entanto, ficou decidido, mais tarde, proceder a umareedificação baseada num plano novo que tivesse em consideração o estilo e a segurança dos edifícios.

VALORES HISTÓRICOS

após o terramoto de 1755

©ob

serv

ador

.pt

Mapa da cidade em 1650

Page 23: OLISSIPO - Revista de Lisboa

23 Novembro 2015 OLISSIPO

Deste grandioso projeto, o Marquês de Pombal incumbiuo arquiteto Eugénio dos Santos. O plano por este apresentadointroduz um traçado extremamente interessante, que seprolonga até S. Paulo, ao Convento de S. Francisco e, a norte, à igreja de S .Roque. O traçado aprovado alinha o lado poente das duas grandes praças do Rossio e do Terreiro do Paço, este agora com o dobro da dimensão do primeiro e totalmente regular. A uni-las encontram-se duas grandes ruas de quarteirões homogéneos, sendo os três últimos do lado do rio transversais e os restantes longitudinais. Os prédios passam a ter quatro andares e são maioritariamente erguidos por burgueses e ocupados por artífices que Pombal circunscreve às suas ruas. As novas ruas são dotadas de passeios, de modo a facilitar a circulação, são largas e arejadas, tendo as principais sessenta palmos de largura e quarenta as restantes.

Garantia-se, assim, a «liberdade de ar e luz» bem ao gosto dos novos urbanistas. O Marquês de Pombal trouxera, aliás, de Viena, ideias próprias acerca do urbanismo que mais convinha aplicar na capital. Os blocos habitacionais eram todos bastante semelhantes, distinguindo-se as fachadas apenas por certos pormenores estruturais ou decorativos, consoante a zona. As fachadas dos edifícios nas ruas principais exibiam portais com bandeiras, rodapés, janelas de sacada, com varandins no primeiro piso, vergas eáguas-furtadas decoradas. As fachadas das mais importantes ruas secundárias ficavam privadas de varandim e de alguns requintes decorativos. As restantes fachadas não tinham sequer janelas de sacada e os vãos eram desprovidos de coração. grande fachada desta Lisboa reconstruída será, porém,o Terreiro do Paço, que exibe uma monumentalidade única em

Maquete da cidade antes do terramoto

VALORES HISTÓRICOS

©jo

ao74

’s Bu

cket

Page 24: OLISSIPO - Revista de Lisboa

24 Novembro 2015 OLISSIPO

toda a cidade. Esta é a única zona da Baixa a receber arcadas. O arco monumental que Eugénio dos Santosprevê para o acesso à Rua Augusta (o qual só será construído no séc. XIX e de forma bastante diferente ) retoma a memória de arcos triunfais efémeros erguidos no séc. XVI. Apesar disso, a nova praça constitui no geral, um exemplo de rutura com o passado, revelando-se como símbolo da racionalidade da nova arquitetura lisboeta, que valoriza a simplicidade e a eficácia aliadas à maior economia de meios possível.É principalmente a burguesia quevai, não só ocupar, como tambémcustear a nova cidade, sendo esta também a sua praça, onde se situam a Bolsa, a Alfândega, os tribunais e os serviços públicos. Em 1759 começa, já, a utilizar-se o nome que esta viria a receber oficialmente: «Praça doComércio». Dominada pelo racionalismo e pelasnovas ideias iluministas de felicidade e harmonia do homem com a natureza,

©or

dem

enge

nhei

ros.p

t

Reconstração após terramoto

Marquês de Pombal

a do homem com a natureza, a Lisboa pombalina apresentará, igualmente, soluções técnicas bastante eficazes. O peso da engenharia militar naconstrução da nova cidade traduz-seno facto de a planta da Baixa lisboeta lembrar um acampamento militar. Para evitar fogos introduziram-secorta-fogos e passou a deixar-se uma distância calculada entre os prédios. Vinte anos após a catástrofe, o aspeto da Baixa lisbonense era já outro.A admirável inteligência de SebastiãoJosé de Carvalho e Melo transpareceem todo o seu enérgico esforço reconstrutivo da cidade de Lisboa. Não se limita a conceber a vasta obra de reedificação de umanova cidade sob um plano de beleza e grandiosidade que contrasta como velho burgo de ruas tortuosas eestreitas ainda patente nos bairros queconseguiram resistir à violência do sismo. Mais do que isso, Pombal impõe-se à «tendência do menor esforço», cujopropósito seria construir novamente aLisboa anterior ao terramoto.

©Lo

uis

Mic

hel v

an L

oo

Page 25: OLISSIPO - Revista de Lisboa

25 Novembro 2015 OLISSIPO

NOVOS BOLOS ENROLADOS Terreiro do Paço

Abriu no Terreiro do Paço um quiosque com chimney cake. Não sabe o que é? Nós explicamos.

No quiosque da Sweet Rolls há vários rolos onde a massa, feita com farinha de trigo, é colocada a levedar por uns minutos. Depois segue para um forno rotativo durante dez minutos, onde é cozido.Pode prová-lo apenas com açúcar ou com canela, noz, coco, petitas de chocolate ou coloridas ou cacau em pó. Todas estas variantes custam 2€. A mais cara, 2,50€, é provável que seja também a mais pedida. Está coberta com Nutella.O quiosque da Sweet Rolls fica no interior da estação fluvial do Terreiro do Paço, que tem também correspondência com o metro, na linha azul. A estação tem um café, um espaço da Marmita, um com gelados e ainda a Waffelaria — é mesmo ao seu lado que fica o Sweet Rolls.

©Ed

ible

Que

ens

©sa

veur

.com

O Terreiro do Paço está a transformar-se numa zona proibida para quem está de dieta. Depois da chegada da carrinha dasBolas da Praia, com bolas de Berlim de vários recheios, abriu um quiosque com chimney cake, em Lisboa, na segunda--feira, 16 de novembro.As origens do bolo chaminé não são certas,mas parece que surgiu na Transilvânia, atual Roménia, no séc. XIII. Agora é em feiras, festivais e eventos de street food que estes bolos estão à venda em toda aEuropa. Há países que o servem com torrão ou caramelo, como a Suécia ou a República Checa.À estação fluvial do Terreiro do Paço, juntoao Tejo, chegou a versão húngara, que é bem mais simples.

CURIOSIDADES

Page 26: OLISSIPO - Revista de Lisboa

26 Novembro 2015 OLISSIPO

CURIOSIDADES

RESTAURANTESem Lisboa

TOP 10

Para jantares de luxo, estrelas Michelin ou cozinha criativa de autor, estes são os dez restaurantes que deve procurar em Lisboa. É uma lista que pode mudar a qualquer momento, devido a novas aberturas ou encerramentos, ou simplesmente porque a qualidade se altera, mas neste momento é aqui que se têm algumas das refeições mais especiais e memoráveis na cidade:

Há quem viaje de propósito até Lisboapara jantar neste restaurante. Abriu em 1958, e foi premiado com uma estrela Michelin em 2013, em reconhecimento do talento do chef José Avillez, que fez renascer o espaçoem 2012. Avillez tem outros restaurantes na cidade, mas é aqui que apresenta uma cozinha portuguesa criativa de vanguarda com a sua assinatura.

Este restaurante no topo do Parque Eduardo VII, com vista panorâmicada cidade, é mais uma das estrelas Michelin de Lisboa. Na sua elegante sala são servidos pratos de cozinha mediterrânica, da autoria do talentoso chef Joachim Koerper.

Estando localizado no ponto de partida das muitas viagens dos navegadoresportugueses, este restaurante reconhecidocom uma estrela Michelin acrescentaalgum exotismo à cozinha portuguesa. O oriente está sempre presente, começando pela decoração, que inclui uma imagem da chegada dos portuguesesao Japão. A carta muda duas vezes por ano para usar apenas produtos da época, e há uma vasta seleção devinhos.

BELCANTO

ELEVEN

FEITORIA

1

2

3

©EL

EVEN

©lis

bonl

ux.c

om ©

ALTI

S BE

LÉM

Page 27: OLISSIPO - Revista de Lisboa

27 Novembro 2015 OLISSIPO

CURIOSIDADES

O chef Ljubomir Stanisic mistura a inovação e o humor nos seus menus de degustação, usando produtos que encontra no Mercado da Ribeira. Garante por isso a frescura e a surpresaem cada prato, sem esquecer um dos mais emblemáticos, o “Estendal do Bairro” - bacalhau que chega à mesa preso por molas.

É um dos restaurantes mais badalados de Lisboa, e não só porser o restaurante do ator John Malkovich. Tem sido uma “escola”para muitos jovens chefs, muitos deles hoje alguns dos talentosmais promissores da cidade. Serve cozinha portuguesa contemporânea, em mesas viradas para o Tejo, num espaço cheio de estilo.

É um restaurante de petiscos e não só, apresentando o que há de mais genuíno da cozinha portuguesa, através da criatividadee da experiência do conhecido chef Vitor Sobral. Apesar daqualidade, não se trata de um restaurante de luxo, e o ambienteé descontraído.

Instalado num antigo convento do século XVII, com mesas colocadas no claustro, este belo restaurante começou por seinspirar na cozinha belga, mas hoje concentra-se mais na gastronomia portuguesa, usando produtos de qualidade.

É provavelmente o restaurante mais caro da cidade. É o restaurantedo hotel Ritz Four Seasons, com um toque parisiense na decoraçãoe na cozinha. Os almoços são servidos num buffet variado, enquanto ao jantar há uma carta de cozinha internacional com uma forte inspiração francesa.

Fica no topo de um dos edifícios mais altos de Lisboa (o HotelSheraton), e por isso oferece uma vista panorâmica sobre a cidade. A carta muda regularmente, mas apresenta sempre uma cozinha criativa e uma boa seleção de vinhos.

Mudam-se os tempos e mudam-se os chefs, mas o que nãomuda é um dos espaços mais grandiosos da cidade e a excelência na cozinha. É o restaurante mais antigo de Lisboa (e um dos mais antigos do mundo), tendo aberto, encerrado e reaberto várias vezes desde 1784. Entre os espelhos da sala dourada, serve-se cozinha portuguesa contemporânea.

100 MANEIRAS

BICA DO SAPATO

TASCA DA ESQUINA

A TRAVESSA

VARANDA

PANORAMA

TAVARES

4

5

6

7

8

9

10

©lis

bonl

ux.c

om

©lis

bonl

ux.c

om

©lis

bonl

ux.c

om

©lis

bonl

ux.c

om

©lis

bonl

ux.c

om

©lis

bonl

ux.c

om

©lis

bonl

ux.c

om

Page 28: OLISSIPO - Revista de Lisboa

28 Novembro 2015 OLISSIPO

Jogos de Computador

Há 25 anos o “jogo de computador” era visto como um opositor ao estudoe a um futuro promissor. Hoje estamosexactamente perante um cenário contrário. A indústria dos jogos estábem e precisa de gente.

©zg

odzi

nski

Eu tive um Spectrum… há mais ou menos 25 anos.Credo! Já passaram 25 anos.Um dos meus melhores amigos, comquem eu brincava muito, esse malandro, tinha um Commodore Amiga. Alta tecnologia na altura, final dos anos 80 início dos 90. Disquetes! Disquetescheiinhas de jogos. Lembro-me que na altura fiquei muito aborrecido, paranão dizer lixado, com os meus pais! Então vão comprar-me um computador com leitor de cassetes?O meu pai até foi radiotelegrafistaquando cumpriu o serviço militar.

Sensivelmente a meio dos anos 70 trabalhava com a chamada “tecnologiade ponta”. Portanto deveria ser uma pessoa mais sensível aos avanços da tecnologia e ter-me assim comprado qualquer coisa mais avançada… umcomputador com disquetes, diria eu. E não.Acabou por me comprar um Spectrum. Na realidade eu nem precisava daquilo… vendi-lhe a ideia, estúpida por sinal, que era importantíssimo para a escolae, olha, nem para a escola nem parajogar. E lá ia eu para casa do Marinho jogar Arkanoid e Kick Off no seu Amiga. Que belas tardes! E passados todos estes anos somos confrontados com o boom da indústriados jogos. Passou a ser uma profissão credível, ambicionada e desejada… imagine-se dizer isto aos meus avós ou até mesmo aos meus pais há 25 anos. Hoje é normal para um miúdo de 17, 18 anos pensar em seguir umacarreira no desenvolvimento de jogos.Ir até para a Universidade e fazer um curso superior em “Games”. E começamos, talvez tarde, a ter ambiente mental para que isto aconteça.

LOADASPAS ASPAS ENTER

Page 29: OLISSIPO - Revista de Lisboa

29 Novembro 2015 OLISSIPO

ARTIGO DE OPINIÃO

Há 25 anos o “jogo de computador” era visto como um opositor ao estudoe a um futuro promissor. Seria absolutaignorância? Talvez sim, talvez não…Hoje estamos exactamente perante um cenário contrário. A indústria dosjogos está bem e recomenda-se! Melhor: a indústria dos jogos está bem e precisa de gente! Melhor ainda: a indústria dos jogos ainda nem arrancou a sério e já se diz que o futuro é o “mobile”! “Games” para “mobile”. Imagine-se.Li por aí que em 2020 a União Europeiavai deixar por preencher mais de 900mil vagas na área das tecnologias e que só em Portugal serão cerca de 15 mil.

Eu, como designer de formação, olho para isto como uma oportunidade para designers e para a “malta da tecnologia”. Dou é por mim a questionar a recorrente “vaca fria” da velha e cada vez mais actual e pertinente guerra entre design e tecnologia. Estará o design cada vez mais tecnológico? Ou será a tecnologia que cada vez mais tem que integrar o design? E os “Games”? Serão o quê? Design?Tecnologia? Ou conteúdo? Sim alguém tem que “desenhar” a narrativa… Enfim! O que sei é que a Forbes estima que em 2017 o mercado dos jogos estará muito mais musculado e crescerá para 70 mil milhões de

euros! E dou comigo a pensar que há (apenas)25 anos eu (só) tive um Spectrum, que tinha um fantástico leitor de cassetes. Mas não esqueço o Amiga do meu amigo Marinho!

©te

cmun

do.c

om.b

r

Page 30: OLISSIPO - Revista de Lisboa

30 Novembro 2015 OLISSIPO

©RE

NO

VATI

O

Page 31: OLISSIPO - Revista de Lisboa

31 Novembro 2015 OLISSIPO

Page 32: OLISSIPO - Revista de Lisboa

32 Novembro 2015 OLISSIPO