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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO-SUED
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL-PDE
LUIZA WANDERLEIA PETRECHEN
ARTIGO /PDE
A TABUADA DE FORMA LÚDICA NO 6º ANO
Trabalho de conclusão de atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional. PDE – 2014.
Orientadora: Soliane Moreira
PITANGA - PARANÁ
2015
A TABUADA DE FORMA LÚDICA NO 6º ANO
Autora: Luiza Wanderleia Petrechen1
Orientador: Soliane Moreira 2
RESUMO
Este artigo é resultado da aplicação do Projeto de Intervenção Pedagógica, intitulado “ A tabuada de forma lúdica no 6º ano”, aplicado com alunos do 6º ano, ensino Fundamental – Séries Finais, da Escola Estadual Tiradentes, município de Pitanga, no ano de 2014, durante os meses de fevereiro a julho. O trabalho realizado teve como objetivo trabalhar a tabuada de forma lúdica, visto que a tempos a tabuada vem sendo trabalhada como um conjunto de números a serem decorados e se faz necessário essa mudança no processo ensino aprendizagem nas aulas de matemática. Nesse sentido iremos destacar formas diferenciadas para auxiliar no ensino da tabuada, destacando a utilização de materiais concretos para a formação de conceitos, bem como o uso de jogos para trabalhar e melhorar a compreensão desse conteúdo contribuindo para que a aprendizagem da disciplina se torne mais efetiva. Também traz o resultado da Produção Didática pedagógica trabalhada nas aulas, durante a implementação do Projeto, através das ações desenvolvidas.
PALAVRAS CHAVE: Tabuada, lúdico, jogos
1 INTRODUÇÃO
Segundo Araújo (2005), o número elevado de estudantes reprovados e com
dificuldade na apropriação dos conceitos matemáticos, tornou-se uma preocupação
para os pais e educadores de matemática. Desta forma, percebemos que as
dificuldades de aprendizagem e a consequente reprovação estão intimamente
ligadas ao processo de ensinar e aprender.
1 Graduada em Matemática. Professora PDE 2014.2 Graduada em Matemática. Especialista em Educação Especial – Libras e Ensino de Matemática. Professora da colaboradora do departamento de Letras da Unicentro.
Nessa conjuntura, averiguamos a necessidade de analisar as influências
pedagógicas que nos permitam compreender, superar ou minimizar as dificuldades
do processo ensino aprendizagem da tabuada, tema este que se mostra ainda com
muitas interrogações aos professores da atualidade.
Nesse sentido, fazemos o seguinte questionamento: Quais as metodologias
mais adequadas para a superação ou minimização das dificuldades de
aprendizagem da tabuada?
Para tanto, trazemos no presente artigo um referencial teórico subsidiando o
tema em questão, bem como, trazer uma perspectiva metodológica de jogos e
recreação para ensinar conceitos presentes na matemática básica para alunos do 6º
ano do ensino fundamental a partir da realidade cotidiana dos estudantes.
2 DESENVOLVIMENTO
A Matemática tem como principal objetivo, facilitar a vida do ser humano,
sendo um instrumento para compreender, comparar, agir sobre grandezas,
quantidades e espaços. Na pré-história o homem entendia bem disso. Mas com o
passar do tempo ao sistematizar a matemática como ciência a ser ensinada e
aprendida, as dificuldades começaram a surgir, a relação ciência e realidade passou
a se dissolver. Um ponto importante a destacar é que essa abertura chegou à
educação, devido a tendências pedagógicas direcionadas por diferentes momentos
políticos na História.3
Assim, podemos evidenciar que a memorização mecânica e a transmissão
inquestionável de conteúdos estiveram presentes em boa parte da História da
Educação. É nessa conjuntura, que podemos encontrar como um dos
encaminhamentos metodológicos a decoreba da tabuada.
3 Jeferson Kotokovski de Morais. http://tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/05/O-ENSINO-DA-
TABUADA-DO-TRADICIONAL-AO-LUDICO.pdf .Acesso em 16 de jun.2014
Antigamente quantas vezes foi utilizada a palmatória para castigar alunos que
não tinham a tabuada na “ponta da língua”? Mas será que faz sentido o simples fato
de decorar a tabuada de números sem perceber a relação entre eles?
O tempo passou, mas ainda encontramos nos dias atuais profissionais
conservadores, somente disfarçando metodologias, mas utilizando princípios
puramente tradicionais. Por isso, a necessidade de destacar algumas possibilidades
que irão auxiliar o aluno a incorporar o conhecimento. 4
A utilização dos jogos na sala de aula pode ser um recurso metodológico e
eficaz no sentido motivador do ensino-aprendizagem da matemática.
Consequentemente, os jogos matemáticos como um recurso didático, são capazes
de promover um ensino mais interessante e um aprendizado mais dinâmico, fazendo
com que as aulas tornem-se mais atrativas e desafiadoras, mostrando que a
Matemática pode ser interessante e facilitadora no entendimento dos conteúdos
matemáticos.
GRANDO (2000 p. 24) ressalta que:
Ao analisarmos os atributos e/ou características do jogo que pudessem justificar sua inserção em situações de ensino, evidencia-se que este representa uma atividade lúdica, que envolve o desejo e o interesse do jogador pela própria ação do jogo, e mais, envolve a competição e o desafio que motivam o jogador a conhecer seus limites e suas possibilidades de superação de tais limites, na busca da vitória, adquirindo confiança e coragem para se arriscar.
Com isso, o jogo não tem só o poder de tornar as aulas mais dinâmicas, mas
sim, ser útil para que o professor seja capaz de identificar as principais dificuldades
dos seus alunos, servindo de diagnóstico de aprendizagem.
A utilização dos jogos como metodologia para o ensino e aprendizagem na
sala de aula, vem acontecendo de forma lenta, pois os alunos precisam de tempo
para se acostumar às novas metodologias. Torna-se necessário que o professor
seja um mediador da construção da aprendizagem quando utilizá-los, pois deve ser
criado um ambiente onde os alunos devem criar, ousar, desafiar e comprovar.
4 2 Jeferson Kotokovski de Morais .http://tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/05/O-ENSINO-DA-
TABUADA-DO-TRADICIONAL-AO-LUDICO.pdf . Acesso em 16 de jun. 2014.
Segundo Grando (2000, p.28):
“O professor de Matemática se apresenta como um dos grandes responsáveis pelas atividades a serem desenvolvidas em sala de aula. Portanto qualquer mudança necessária a ser realizada no processo ensino-aprendizagem da matemática estará sempre vinculada à ação transformadora do professor”.
Desta maneira, percebe-se que o interesse na adequação de novos métodos
pedagógicos visando o aprendizado dos alunos deverá partir do professor, seguindo
da escola e dos alunos.
O JOGO COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM NO ENSINO DA
MATEMÁTICA
O uso dos jogos como ferramenta de aprendizagem no ensino de matemática
tem como objetivo, fazer com que os educandos aprendam o conteúdo de maneira
diferenciada onde, será despertado o interesse do aluno envolvido.
Segundo Alves (2001, p.22), utilizar os jogos como método de ensino, tem
sido alvo de muitas pesquisas, porém, a maioria dessas giram em torno dos
primeiros anos do ensino fundamental, deixando de lado nos anos finais do
fundamental.
O ato de brincar segunda a mesma autora, era uma atividade para crianças e
adultos. Ela também enfatiza que todas as crianças deveriam estudar a matemática
de maneira atrativa, para isso sugere os jogos como prática pedagógica.
Alves (2001, p.22) também se baseia em Rosseau para defender que, é de
grande valia dar a oportunidade de ensino livre e espontâneo, assim será um ensino
que gera interesse com alegria e descontração.
Kishimoto (1994, apud. ALVES, 2001), destaca que a diversificação dos jogos
ocorreu a partir do movimento científico do século XVIII, propiciando a criação, a
adaptação e a popularização dos jogos no ensino.
Alves (2001, p.20), afirma que a educação através de atividades lúdicas
estimula significativamente as relações cognitivas, afetivas sociais, além de
proporcionar atitudes de critica e criação nos educandos que se envolvem nesse
processo.
Para Alves (2001, p.21), a importância da matemática de um modo geral é
irrefutável, porém, a qualidade do ensino dessa área de conhecimento se encontra
em um nível muito baixo. Portanto a necessidade de se trabalhar com jogos como
um método facilitador de aprendizagem, ou seja, usá-los como uma ferramenta
pedagógica de trabalho.
Notamos que, para o ensino da matemática, que se apresenta como uma das áreas mais caóticas em termos da compreensão dos conceitos nela envolvidos, pelos alunos, o elemento jogo se apresenta com formas específicas e características próprias, propícias a dar compreensão para muitas das estruturas matemáticas existentes e de difícil assimilação(GRANDO, 1995 apud ALVES 2001, p. 22).
Alves (2001, p.21) assegura que, o professor deve assumir o papel de
incentivador, facilitador, mediador do conhecimento dos alunos, bem como,
mediador das ideias dispostas pelos alunos durante a ação pedagógica, visando
sempre o crescimento do educando enquanto indivíduo que vive em sociedade. Os
jogos podem ser utilizados para inserir, amadurecer conteúdos e preparar o
educando para aprofundar os itens já trabalhados, no entanto, devem ser escolhidos
e preparados com cuidado como o objetivo de levar o educando a adquirir conceitos
matemáticos de modo significativo e concreto.
Segundo Borin:
Outro motivo para a introdução de jogos nas aulas de matemática é a possibilidade de diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos alunos que temem a Matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la. Dentro da situação de jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a motivação é grande, notamos que, ao mesmo tempo em que estes alunos falam Matemática, apresentam também um melhor desempenho e atitudes mais positivas frente a seus processos de aprendizagem (BORIN 1996,p.9).
Através dos jogos além de o aluno aprender, ele passa a se socializar com os
demais, pois a maioria dos jogos envolve duas ou mais pessoas, sendo assim cada
um vai procurar elaborar estratégias para a resolução do problema tentando ganhar
o jogo.
Para Piaget,
Os jogos mais significativos à medida que a criança se desenvolve, ele proporciona um aprendizado, pois a partir da livre manipulação de materiais variados, ela possa a reconstruir objetos, reinventar as coisas, o que já exige uma adaptação mais completa. (PIAGET, 1993, p. 158)
Essa adaptação consiste me mostrar que os jogos transformam pouco a
pouco a criança e o adolescente, pois ao trabalhar com o lúdico, irá ocorrer uma
evolução interior, onde eles perceberão que o jogo e o trabalho fazem parte de um
mesmo meio, o ensino-aprendizagem.
O RACIOCÍNIO MULTIPLICATIVO E APLICAÇÃO DA TABUADA ATRAVÉS DOS
JOGOS
O número elevado de estudantes reprovados e com dificuldade na
apropriação dos conceitos matemáticos tornou-se uma preocupação para os pais e
educadores de matemática. Desta forma, percebemos que as dificuldades de
aprendizagem e a consequente reprovação estão intimamente ligadas ao processo
de ensinar e aprender (ARAÚJO, 2005).
Como já mencionado anteriormente, ainda evidenciamos as marcas da
Escola Tradicional, as quais são muito presentes nos dias de hoje. O “decoreba” da
tabuada é uma evidência disso.
Vale ressaltar que a aprendizagem sem significado, faz apenas com que o
aluno, mecanicamente, tente lembrar-se de números soltos e insignificantes para
sua realidade. A multiplicação foi criada para facilitar e agilizar os cálculos para o ser
humano.
Necessita-se um novo repensar no ensino do princípio multiplicativo, pois
muitos dos educandos, inclusive nos dias atuais, sentem muita dificuldade em
aprender, compreender e empregar a tabuada.
Segundo Volpato (2002), os jogos são as formas mais originais que a criança
tem de se relacionar e se apropriar do mundo. É brincando que ela se relaciona com
as pessoas e objetos ao seu redor, aprendendo todo o tempo com as experiências
que pode ter. (VOLPATO, 2002, p. 100).
COMPREENDENDO O PROCESSO DA TABUADA
O fundamental dentro do processo ensino-aprendizagem é a alteração de
"como ensinar" para "como os alunos aprendem” e “o que faço para favorecer este
aprendizado". (CHAGAS, 2001).
Para tanto, devemos entender que os conteúdos direcionam a
metodologia ensino-aprendizagem onde se priorizam a construção individual e a
coletiva. Com isso, oportunizamos circunstâncias em que os educandos farão a
interação com o objeto do conhecimento e estabelecerão suas hipóteses para que
estas sejam, posteriormente, confirmadas ou reformuladas.
Biaggi, diz:
"não é possível preparar alunos capazes de solucionar problemas ensinando conceitos matemáticos desvinculados da realidade, ou que se mostrem sem significado para eles, esperando que saibam como utilizá-los no futuro"(Biaggi 2000, p.103-113).
Percebe-se que os primeiros passos a serem dados é compor a Educação
Matemática no modelo tradicional, escolhendo marchar por um contexto mais
construtivista, com usos de novas metodologias e estratégias de trabalho, onde os
alunos possam analisar um determinado problema para que, passem a compreendê-
lo e resolvê-lo.
Quando se pensa utilizar metodologia diferenciada e moderna para o ensino
da Matemática, logo nos reportamos como mudar o ensino da Tabuada, quando
tantos pregam que decorar a tabuada seria o ideal, porém bem sabe-se, que para
que aja uma aprendizagem de fato, se faz necessário a compreensão do processo
da tabuada.
O Currículo Básico, 1990, aponta como concepção de ensino:
[...] aprender Matemática é mais do que manejar fórmulas, saber fazer contas ou marcar x nas respostas: é interpretar, criar significados, construir seus próprios instrumentos para resolver problemas, estar preparado para perceber estes mesmos problemas, desenvolver o raciocínio lógico, a capacidade de conceber, projetar e transcender o imediatamente possível. (PARANÁ,1990, p.66)
Quando trabalhamos os jogos com materiais concretos se procura sanar
dificuldades de forma lúdica, buscando estabelecer sentidos para a aprendizagem
que ocorre em sala de aula, detectando onde está às dificuldades de aprendizagem
dos educandos, ou na ação da prática pedagógica, se necessário mudá-la para que
haja de fato uma aprendizagem significativa.
Fonseca afirma que:
Os jogos e desafios extrapolam os objetivos matemáticos, favorecem o desenvolvimento moral, social e emocional. Apresentam situações problemas, onde as crianças são desafiadas a utilizar seus esquemas mentais na construção da resolução. São atividades que instrumentalizam a criança para desenvolver sua habilidade de pensar. Propiciam a construção de regras, a utilização de combinações matemáticas, a cooperação entre o grupo e a tomada de decisões. (FONSECA, 1997, p.59)
Para tanto, o professor adota então dois papeis: o de desenvolver seu papel
de pesquisador e se compromete usar sua habilidade de observador, para aproveitar
as situações casuais ocorridas no dia-a-dia da sala de aula, problematizando-as,
para torna-las significativas no ensino da Matemática, pois na vida estamos sempre
fazendo escolhas matemáticas e usando
3 METODOLOGIA
As atividades foram desenvolvidas na Escola Estadual Tiradentes – EF, do
município de Pitanga com alunos do 6º Ano do Ensino Fundamental, com o objetivo
de ensinar a tabuada através de jogos. O trabalho foi realizado em 32 aulas, através
de uma unidade didática.
Os jogos são formas lúdicas de chamar a atenção dos alunos. O uso de jogos
e curiosidades no ensino da Matemática tem o objetivo de fazer com que os alunos
realmente aprendam e se interessem pelos conteúdos matemáticos, mudando a
rotina da classe. A aprendizagem através de jogos, como trilha, labirinto, palavras
cruzadas, memória e outros permitem que o aluno faça da aprendizagem um
processo interessante e até divertido.
Para tanto, foi utilizado alguns jogos que auxiliaram os educandos na
aprendizagem da tabuada, como jogo do bingo, jogo do tabuleiro, jogo da tabuada,
dominó da tabuada, dentre outros. Também foram utilizadas atividades digitalizadas
e xerocadas como: caça- resultados, quadro da tabuada, quebra-cabeça da
tabuada, desafios, dentre outros, as quais foram trabalhadas ao longo da
implementação.
Num outro momento, os alunos foram divididos em duplas, levados para o
laboratório de informática, onde tiveram acesso a jogos da tabuada online.
Foram utilizados materiais disponíveis na escola como: multimídia, computador,
sulfite, dentre outros.
4 DISCUSSÕES E RESULTADOS
Inicialmente, é de grande valia relatarmos aqui, algumas descobertas que os
próprios alunos do 6º ano obtiveram ao terem contato com a tabuada de forma dife-
renciada.
A primeira aula teve como objetivo principal, apresentar aos alunos o projeto
desenvolvido no PDE e dialogar sobre as principais dificuldades encontradas no
ensino aprendizagem.
Nesse momento foi realizado a apresentação do projeto para a turma de
implementação, seguida de conversa com os alunos sobre o que é PDE, o objetivo
de desenvolver esse projeto, o que é o material didático e o porquê da pesquisa. Foi
aplicada uma avaliação – pré-teste antes de iniciar com as atividades desta
produção didático-pedagógica, para verificar os conhecimentos prévios sobre as 4
operações
Nas próximas três aulas, que teve como objetivo resolver situações
problemas envolvendo as 4 operações. Foi apresentado o livro “A família
Gorgonzola” através de slides, em seguida os alunos responderão situações
problemas envolvendo questões relacionadas ao livro, que envolve as 4 operações.
Em seguida os alunos responderam questões relacionadas com o livro “Os
problemas da Família Gorgonzola”, que subsidiou o pré-teste.
Na aula seguinte foi trabalhado a tabuada do nove, onde o professor iniciou
pedindo aos alunos que seguissem algumas instruções: Pensar em um número de 1
a 9 e escrever num papel (sem que ninguém veja), multiplicar esse número que
pensaram por 9, somar os algarismos do resultado dessa multiplicação, diminuir de
5. Desse resultado final corresponda conforme indicado (1 – a; 2 – b ; 3 – c; 4 –d ; 5
– e), o número correspondente escreve o nome de um país, a quinta letra desse
país escreva o nome de um animal. A professora nesse momento tentou adivinhar
qual o nome do país e o nome do animal. Resultado: Na sua maioria o país deveria
ser Dinamarca e o animal será Macaco.
Nas duas próximas aulas foi trabalhado com o material dourado, tendo como
objetivo reconhecer o valor numérico das peças do Material Dourado. A partir daí, foi
apresentado aos alunos o Material Dourado, explicando o valor numérico das peças,
seguido de atividades relacionadas ao material, compreendendo as classes das
unidades de milhar, das centenas, das dezenas e unidades.
Os alunos realizaram as atividades com comprometimento e dedicação, pois
eram atividades diferenciadas de seu cotidiano.
Mais duas aulas, onde foi trabalhada a troca da base 10, com o objetivo do
aluno estabelecer agrupamento do sistema de numeração e a troca correspondente
ao valor numérico. Nessas aulas foi explicado aos alunos que toda vez que juntar 10
cubinhos que valem 10 unidades, ele deverá trocar por uma barra que vale uma
dezena, 10 barras troca-se por 1 placa que vale 1 centena e 10 placas troca-se por 1
cubo que vale uma unidade de milhar.
Em seguida os próprios alunos manipularam essas peças fazendo as trocas
necessárias e respondendo as atividades.
Figura1 – Material douradoFonte: http://erikavecci.blogspot.com.br/2011/10/cartaz-material-dourado.html
Os alunos acharam muito interessante, pois não entendiam o porque das
diferentes formas do material.
Nas próximas três aulas, foi trabalhado operações de adição com o objetivo
de compreender as classes da unidade de milhar, centena, dezena e unidade e
resolver operações de adição e subtração. Nessa aula os alunos estavam bem
entusiasmados, pois receberam folhas de papel, para que cada aluno construísse
sua “calculadora”. A atividade consistiu em demonstrar para o aluno o que realmente
acontece quando dizemos para ele, “vai um, vai dois, etc.”, ou “empresta um”. Para
isso ele desenhou um círculo no papel, o maior que pode e dividiu-o em, ao menos,
quatro partes. Chamará as partes de U (unidade), D (dezena), C (centena) e M
(unidade de milhar). Após os alunos construírem suas “calculadoras”, o professor
solicitou que eles realizem algumas operações simples de adição. Para isso, deu a
cada um cerca de dez feijões e pediu que eles os jogassem sobre o círculo, e
anotassem o número obtido. Ex: Caiu 3 no U, 4 no D, 1 no C e 2 no M. Então ele
tem 2.143 ou caiu 1 no U, 3 no D, 4 no C e 2 no M. Então ele tem 2.431.
Posteriormente o professor distribui a eles mais alguns feijões, e pediu que
fizessem a soma entre os números obtidos, fazendo uso da “calculadora de feijões”.
Para isso eles deixaram no círculo os feijões da última jogada e acrescentaram os
da primeira (2.143), cada valor correspondente a sua ordem. Depois, somaram os
feijões em cada parte do círculo. Ex: 2453+4769. Nesse caso, o aluno distribuiu as
quantidades de feijões correspondentes a cada algarismo dos números dados
fazendo as conversões:
- UNIDADES: (3 + 9) = 12, tira 10 daqui e acrescenta 1 na casa das
dezenas;
- DEZENAS: (6 + 5) = 11, mais 1 que veio das unidades tem-se 12. Tira 10
daqui e acrescenta 1 na casa das centenas;
- CENTENAS: (4 + 7) = 11, mais 1 que veio das dezenas tem-se 12. Tira 10
daqui e acrescenta 1 na casa das unidades de milhar;
- MILHAR: (2 + 4) = 6, mais 1 que veio das centenas tem-se 7; Resultado:
7.222
Nas próximas três aulas foi realizado o trabalho com a tabuada com objetivo
de resolver operações de multiplicação sem utilizar a tabuada. As atividades
realizadas consistiam em escolher uma operação de multiplicação. Usando-se o
algarismo do primeiro termo para traçar linhas diagonais de baixo para cima e da
esquerda para a direita. Depois faz o mesmo com o segundo termo, mas com os
traços no sentido contrário para que as linhas se cruzem. Agora os alunos contaram
os pontos em que as linhas se cruzaram e anotaram o valor de cada conjunto de
intersecções. Nesse momento ficou evidente, que os alunos não entendiam o
processo da tabuada e partir daí, conseguiram realizar as operações com mais
facilidade, apresentando menos dificuldades. A cada aula, os alunos esperavam por
novidades.
Ao realizar o bingo da tabuada, os alunos se divertiram muito e participaram
ativamente da aula.
Na próxima aula os alunos foram levados para o laboratório de informática,
onde tiveram contato com alguns jogos de tabuada, o primeiro jogo foi a tabuada do
Dino, disponível no site http://www.escolagames.com.br/jogos/tabuadaDino/.
Posteriormente, os alunos tiveram acesso ao site http://jogoseducativos24.com.br/Jogo-
calculatabuada.aspx. Este jogo de tabuada que tem por objetivo acertar os valores de
cada copo de limonada vendida aos clientes.
Foram momentos de muito trabalho, mas gratificante, pois os alunos
demonstraram interesse em cada atividade realizada.
4.1 O Grupo de Trabalho em Rede (GTR)
O GTR - Grupo de Trabalho em Rede é um trabalho desenvolvido com um
grupo de professores, que tem como suporte o MOODLE (ambiente de
aprendizagem virtual) cuja finalidade é promover a integração, a troca de
experiências e a capacitação dos docentes da rede pública estadual, e está dividido
em 3 módulos:
1º módulo: Aprofundamento teórico, onde os professores cursistas realizaram 5
atividades.
2º Módulo: Projeto de intervenção pedagógica na escola e produção didático-
pedagógica.
3º Módulo: Implementação do projeto de intervenção pedagógica na escola.
No primeiro módulo os professores realizaram atividade de glossário, fórum
de discussões simples, diário, fórum de discussões com inserção de tópicos.
Neste módulo tiveram a oportunidade de ler alguns artigos disponibilizados
pelo professores PDE, pertinentes ao tema, os quais subsidiaram as atividades.
No segundo módulo tiveram o primeiro contato com o Projeto de Intervenção
Pedagógica e Produção Didática Pedagógica. Este foi o momento de familiarizaram
dos documentos que nortearam o trabalho e assim puderam através de fórum e
diário contribuir com sugestões e algumas adaptações que acharam necessário
devido cada escola ter uma realidade diferente.
No terceiro módulo, os professores cursistas tiveram a oportunidade de
compartilhar experiências já vividas em seu cotidiano utilizando a tecnologia
disponível na escola. Contribuíram através de plano de ação, onde propuseram uma
situação problema, seguida de estratégias de ação e resultados esperados.
Também compartilharam plano de trabalho docente, contemplando em suas aulas a
utilização das TICs disponíveis na escola.
O GTR é um momento de capacitação e ao mesmo tempo de
compartilhamento de experiências vivenciadas pelos professores em seu dia a dia.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando a história da Matemática, bem como seus avanços e
aplicabilidade, entende-se que se faz necessário repensar formas de ensinar,
buscando alcançar uma aprendizagem significativa com diferentes estratégias de
trabalho. Os jogos, a utilização do material dourado e das tecnologias disponíveis na
escola são estratégias que estimulam a atenção, a concentração, a aplicação e
reflexão de diferentes metodologias, que oportunizam o cálculo mental e por sua vez
também auxiliam no processo de memorização.
Além disso, verificou-se que os alunos tiveram uma aprendizagem
significativa, pois os mesmos executaram todas as atividades com muito
entusiasmo, disciplina, pois ficou evidente a importância de o professor sair um
pouco da rotina, para que os mesmos tenham maior interesse nas aulas de
matemática.
Isso também contribui para um aprendizado também com relação ao respeito
às regras, honestidade, humildade e diversos outros valores que se busca
desenvolver ao interagir socialmente de forma harmônica.
Neste artigo, constam várias alternativas de trabalho com a tabuada,
buscando viabilizar este trabalho com o intuito de fortalecer a aprendizagem da
multiplicação, especificamente, a tabuada, com objetividade e de forma divertida.
6 REFERÊNCIAS
ALVES, Eva Maria Siqueira. A ludicidade e o ensino da matemática: Uma prática possível. Campinas, SP: Papirus, 2001.
ARAÚJO, V.R.N. A filosofia da educação matemática na formação dos professores do ensino fundamental e médio. 80 f. Monografia (Especialização em Educação Matemática) - Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 2005.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática/ Secretaria da Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
BIAGGI, Geraldo Vitória. Uma nova forma de ensinar matemática para futuros administradores: uma experiência que vem dando certo. Revista de Ciências da Educação. XXXX, v. XX, p. 103-113. 2000.
BORIN, J. Jogos e resolução de problemas: uma estratégia para as aulas de matemática. São Paulo – SP: IME-USP, 1996.
CHAGAS, Elza Marisa P. de Figueiredo. Educação matemática na sala de aula: Problemáticas e possíveis soluções. Revista Partes, ano II, Julho de 2001, nº XV.
FONSECA, S. Metodologia de Ensino: Matemática. Belo Horizonte: Editora Lê S/A, Minas Gerais, 1997.
GRANDO, R. C.A, O Conhecimento Matemático e o Uso dos Jogos na Sala de Aula. Campinas SP, 2000. Tese de Doutorado. Faculdade de Educação, UNICAMP
VOLPATO, G. Jogo, Brincadeira e Brinquedo: usos e significados no contexto escolar e familiar. Florianópolis: Cidade Futura, 2002
SITES CONSULTADOS
______Jogos matemáticos, com material concreto, como suporte para a compreensão e memorização da tabuada no 6º ano da Escola Estadual Francisco Inácio de Oliveira. Disponível em http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2012/2012_uenp_mat_pdp_maria_benedita_do_nascimento.pdf. Acesso em 29 de jun.2014.
______ A Utilização de Jogos Matemáticos no Ensino Fundamental. Disponível em http://www.unucet.ueg.br/biblioteca/arquivos/monografias/Lorrana.pdf. Acesso em 29 de jun.2014.
______ O Jogo no Ensino e Aprendizagem da Matemática. Disponível em http://www.uesb.br/mat/semat/seemat2/index_arquivos/co5.pdf . Acesso em 29 de jun.2014.
______ O Ensino da Tabuada: do tradicional ao lúdico. Disponível em http://tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/05/O-ENSINO-DA-TABUADA-DO-TRADICIONAL-AO-LUDICO.pdf . Acesso em 16 de jun. 2014