por “um outro mundo”: minionu abre sua 20ª ediÇÃo … · 2019. 10. 24. · rodrigo corrêa...

PRIMAL TIMESMINIONU.COM.BR COMITÊ DE IMPRENSA

JORNAL IMPRESSO | MINIONU - O MAIOR MODELO INTERNACIONAL DAS NAÇÕES UNIDAS NO MUNDOEDIÇÃO 01

OUTUBRO - 2019

A CADA HISTÓRIA, UM NOVO COMEÇO!

POR “UM OUTRO MUNDO”: MINIONU ABRE SUA 20ª EDIÇÃO DANDO

CONTINUIDADE AO SEU LEGADO COMO AGENTE DE MUDANÇA

PRIMAL TIMESJORNAL IMPRESSO | MINIONU - O MAIOR MODELO INTERNACIONAL DAS NAÇÕES UNIDAS NO MUNDO2

UMA NOVA HISTORIA SE INICIA!

Por Pedro Mercês,

Nos últimos anos, nossa sociedade tem mudado cada vez mais rápido. Nos tempos em que vivemos, nunca as práticas democráticas e o diálogo se mostraram tão importantes. A cada novo ano, o MINIONU reflete sobre seu papel pedagógico e social. Este ano em que comemoramos 20 anos de existência, é certamente o mais importante de nossa história. Uma preparação que envolveu horas e horas de estudo, dedicação e comprometimento começa a tomar forma. A cada ano todas as nossas expectativas são renovadas e superadas com a empolgação que percebemos dos delegados para que a simulação tenha sucesso. A cada novo começo de MINIONU uma nova historia começa a ser escrita. O MINIONU 20 anos está começando. Nossa caminhada continua. Diante dos desafios, nos fazemos presentes. Nossa missão é tocar o coração de cada vez mais pessoas e permitir que esta ideia, de tolerância e diálogo, se multiplique em cada um de nós. É tempo de MINIONU. É tempo de aprender. Pois uma nova história começa agora.

EDITORIAL

13/10 - DOMINGO

09h – 12h – 1 sessão12h – 14h – Intervalo14h – 18h – 2 sessão18h15 – 19h15 – MINIONU Cultural*

14/10 - SEGUNDA-FEIRA

09h – 12h – 3 sessão12h – 14h – Intervalo13h – 14h – Reunião com os chefes de delegação 14h – 18h – 4 sessão

15/10 - TERÇA-FEIRA

09h – 12h – 5 sessão 12h – 13h – Intervalo13h – 15h – Fechamento de Comitês15h – 15h30 – Encerramento

PROGRAMAÇÃO

Diretor: Pedro Mercês

Diretores Assistentes: Brunno Victor, Beatriz Pessoa Aguiar, Isabella Tolentino e Marina Mascarenhas.

Diagramador:Willan Enery

Monitores de Textos:Renata Neila Marques, Maria Isabel Garcia, Maria Eugenia Jones, Matheus Coutinho, Rafaela Padilha, Heloisa Victoria, Juliana Brito e Rafaela

Fotógrafos:Adler Stahl Costa, Beatriz Goes, Gregory Fernandes

Mídia & comunicação:Beatriz Iglesias, Ana Carolina Diniz

INTEGRANTES PRIMAL TIMES

MINIONU TVPRIMAL @MINIONUOFICIAL @IMPRENSAMINIONU

PARCEIROS

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Por “Um Outro Mundo”: MINIONU Abre Sua 20ª Edição Dando Continuidade ao seu

Legado como Agente de MudançaAbertura do MINIONU 20 ANOS ressaltou que o evento é uma grande oportunidade de exercício de humanidade, tolerância e de resiliência

Após quase um ano de preparação, nada mais justo que uma cerimônia de abertura a altura do esforço realizado. Em sua edição comemorativa, que marca 20 anos do projeto, o MINIONU dá início à sua maior edição já feita, contando com 27 comitês internos, 256 membros na equipe e mais de 1200 delegados de vários estados do Brasil. A trajetória de sucesso do projeto fez com que ele chegasse nessa edição como um dos modelos intercolegiais das Nações

como a resiliência. Nesse sentido disse ser necessário diariamente saber “levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima”. Finalizou seu discurso dando boas vindas a todos e dizendo que a 20ª edição do projeto deve ser uma “grande oportunidade de exercício de humanidade, tolerância e resiliência”.

Rodrigo Corrêa Teixeira, Coordenador Geral do MINIONU 20 anos e uma grande referência

vez mais como humanidade”, disse Rodrigo. Complementou dizendo que o MINIONU se tornou sinônimo de transformar, e que consiste num

movimento, que se move em diálogo com a sociedade e com uma educação libertária, tão defendida por Paulo Freire.

Assim, o MINIONU é também é um espaço de resistência, onde ninguém caminha

..sozinho, de modo que cada ser humano propicia a entrada para outro universo e outras perspectivas de vida. O discurso do coordenador é encerrado com uma menção ao teórico Boaventura de Sousa Santos sobre a necessidade de criarmos

um mundo novo, repensando e reformulando as estruturas nas quais a ordem atual se baseia. Segundo Rodrigo, neste sentido, “um outro mundo é urgentemente necessário”.

Além desse momento inicial de pronunciamentos, a cerimônia contou também com homenagens a antigos participantes do projeto, como aos ex-coordenadores do MINIONU, os professores Chyara Sales Pereira e Júlio Buere. Foram condecorados

CHYARA PEREIRA SALES: A 20ª EDIÇÃO DO PROJETO DEVE SER UMA

“GRANDE OPORTUNIDADE DE EXERCÍCIO DE

HUMANIDADE, TOLERÂNCIA E RESILIÊNCIA”

RODRIGO TEIXEIRA: ‘‘É NECESSÁRIO CRIARMOS UM MUNDO NOVO, REPENSANDO

E REFORMULANDO AS ESTRUTURAS NAS QUAIS A ORDEM ATUAL SE BASEIA.’’

Unidas mais conhecidos do país e o maior do mundo em número de participantes.

Marcando o início da cerimônia, Chyara Pereira Sales, Chefe de Departamento e Coordenadora do Colegiado do curso de Relações Internacionais, ressaltou a importância da tolerância na conjuntura atual em que vivemos, e que esse é um valor que deve sempre ser buscado, assim

dentro do projeto, deu continuidade e agradeceu a toda a cooperação ativa envolvida na realização do evento e discursou acerca da importância do MINIONU como um agente transformador. Ao longo dos anos o projeto vem tocando a vida de milhares de pessoas e mudando cada indivíduo, assim como suas sensibilidades mais delicadas. “O projeto nos torna diferentes, ao mesmo tempo em que nos une e conecta cada

Professor Rodrigo Teixeira


também os Secretários Gerais de edições passadas, Fernando Santana (2010), Vinicius Tavares de Oliveira (2012), Carolina Cristina Cordeiro Fernandino (2016), Lucas Mendes Corrêa Leite (2017) e Marina Paula Oliveira (2018). Por último, foi

ressaltada a importância de alguns dos antigos funcionários notáveis: Matheus Maciel e Maria Cristina Ditz. Ex-estagiários acadêmicos: Luis Pereira e Christyane Martins.

Um dos grandes momento da noite foi proporcionado pelas falas da convidada especial Gina Vieira Ponte de Albuquerque. Gina, graduada em Letras – Português e Respectivas Literaturas pela Universidade Católica de Brasília (2000) – e atualmente mestranda do Programa de Pós-Graduação em Linguística, é autora e executora do Projeto Mulheres Inspiradoras, o que foi um dos pontos centrais de sua palestra.

A palestrante iniciou sua fala contando um pouco de sua trajetória pessoal. Gina cresceu numa família humilde, que sempre tratou a educação como algo sagrado. Porém, desde cedo sentiu as marcas do racismo, que opera como um sistema de opressão, sobretudo nas escolas. Gina disse, com muita emoção, que sua vida se transformou quando, com 8 anos de idade, foi acolhida pela professora Creusa, que a inspirou a tomar a decisão mais importante de sua vida: não querer mais ser invisível. A partir disso, Gina ressignificou sua percepção de si mesma; estudou para ser professora e adotou como seu objetivo de vida ajudar jovens de comunidades carentes e em situação de vulnerabilidade.

Nesse caminho, Gina se chocou

com o comportamento de meninas muito novas que eram expostas desde muito cedo à condutas de hipersexualização. Isso é o reflexo da sociedade extremamente machista na qual vivemos, em que “afetos são colonizados, emoções são construídas desde que nascemos”. A partir disso, Gina decidiu que queria conversar com as meninas da escola em que trabalhava, de modo a buscar reduzir a objetificação das mulheres.

É formulado, então, o projeto “Mulheres Inspiradoras”. Inicialmente ela buscou apresentar outros modelos de mulheres e outras referências para seus estudantes, o que a fez colocar seus alunos em contato com livros de diversas autoras importantes, como, por exemplo, Anne Frank, Malala Yousafza, Carolina Maria de Jesus e Cristiane Sobral. “O patriarcado vem escondendo as histórias dessas grandes mulheres; devemos resgatá-las”. A grande mensagem que ela queria passar é que as mulheres, independente de quem forem e de onde vierem, devem ser protagonistas de suas próprias vidas. Na segunda etapa do projeto, Gina pediu aos alunos que entrevistassem e escrevessem sobre as mulheres inspiradoras de suas próprias vidas. Identificando que as mulheres fazem

uma revolução silenciosa, decidiu que queria tornar suas trajetórias visíveis através de um esforço de dar voz ao silêncio.

Gina ficou conhecida pela sua atuação no projeto, por ser uma grande defensora da educação e por acreditar em seu potencial transformador e em seus efeitos na direção da igualdade étnico-racial e de gênero. Com o projeto “Mulheres Inspiradoras”, ela recebeu diversos prêmios de educação e direitos humanos, como o 4º Prêmio Nacional de Educação em Direitos Humanos e o I Prêmio Ibero-americano de Educação em Direitos Humanos, pelo qual atua como embaixadora.

A conversa de Gina foi sucedida pelo discurso da atual Secretária Geral, Marcela Barros Nichthauser, que pode ser encontrado na íntegra na página 4 cerimônia. Por fim, a cerimônia foi encerrada com o pocket show de Mariana Freitas e Pedro Braga, que montaram um repertório com uma diversidade de ritmos e origens, como sul africano, brasileiros e folk estadunidense. O aclamado show, em sintonia com as palestras, refletiram os princípios do MINIONU, que devem ser celebrados em uma edição comemorativa.

TEXTO: Brunno Victor Freitas CunhaIsabella Magalhães Tolentino

MARCELA NICHTHAUSER: É PRECISO “FAZER DESSA

OPORTUNIDADE UM MOMENTO PARA QUE NOSSA

VOZ ECOE MUDANÇAS”

Professora Chyara Pereira


Ter a função de representar o MINIONU em seus 20 anos de existência não é uma tarefa fácil. São 20 anos de diversas histórias sendo escritas e diversos caminhos aqui foram traçados. O MINIONU, ao longo de sua existência, sempre trabalhou para acolher jovens de todos os lugares do Brasil, jovens dotados de diversas bagagens culturais e com um sonho: construir um mundo melhor.

Ao longo de sua história o MINIONU, acolheu as diferenças, e plantou sementes de mudança. Em um mundo onde as desigualdades assolam, as intolerâncias são vangloriadas, o MINIONU serve como espaço para ecoar vozes de jovens que não estão dispostos a se calar frente as atrocidades que têm ocorrido.

Já estive, ao longo de minha formação acadêmica, no papel de delegada, assistindo ao discurso de abertura de outro secretário geral que por aqui passou, e trazendo comigo a inquietação e o desejo da mudança. Me impressionei na época e ainda continuo a me impressionar com o poder que

DISCURSO DA SECRETARIA GERAL

tem os jovens, e com o frescor que estes trazem, em meio a ruídos dos velhos tempos. Me impressiono com os educadores, que acreditam em nossa formação e nos estimulam a seguir nossos sonhos e são os amplificadores de nosso potencial. Estamos aqui para fazer mudança e para nos mudarmos.

Assumimos ao longo dos dias de simulação a responsabilidade de representar atores internacionais e de atuarmos para a produção de resoluções das mais variadas áreas. Em um mundo onde muitos governos têm se mostrado cada vez mais vaidosos e as disputas imperam, somos muitas vezes a voz da razão. Somos chamados por quem traz o olhar de fora do ambiente do MINIONU de utópicos, românticos, ou crianças.

Esta visão não poderia ser mais errada. Trazemos o frescor da inovação, e do olhar da simplicidade em um mundo de vaidades. Assumimos o lado dos oprimidos e não nos silenciamos diante das desigualdades. Eu falo aqui com jovens, que espero que ao longo destes dias de MINIONU

aprendam com as diferenças e que saiam daqui mudados. Falo aqui com jovens que espero encontrar daqui a muitos anos, nas mais variadas áreas, ecoando as vozes do que aprenderam no MINIONU em suas vidas, o MINIONU é também uma formação humana, uma formação de afeto e de aceitação.

Em um mundo, onde muitas vezes a neutralidade é complacente com a intolerância, somos o eco, da mudança. Temos o papel de ao longo destes dias de simulação, gritar por aqueles que não podem usar a voz. Ser o barulho que incomoda, e instiga a transformação. O MINIONU é o eco, a voz, é grito de vários jovens que anseiam pela mudança e que tem em suas mãos o futuro.

Saio daqui feliz, sabendo que como uma fênix, um MINIONU renascerá ano que vem e continuará seu papel transformador e dando amplitude a mais jovens. É um prazer poder recebê-los em nossa casa para comemorar nossos 20 anos. Espero que façam dessa uma oportunidade para que a voz de vocês ecoe a mudança, novas ideias. O MINIONU irá ecoar esperança no silêncio das indiferenças.

Eu, Marcela Nichthauser juntamente com a comissão organizadora com a qual sem nada seria possível, Jardel, Pedro, Lorran, Anadir, Bárbara, Victor, Joelton Professor Rodrigo e demais colegas de equipe, declaro aberto o MINIONU 20 anos!

TEXTO: Marcela Nichthauser


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O PROCESSO QUE NOS TROUXE ATÉ AQUI

20º MINIONUApesar do evento ocorrer durante os quatro dias do

feriado em outubro, a preparação da equipe acontece durante todo o ano, envolvendo mais de 200 alunos. A equipe conta com a participação de graduandos de Relações Internacionais, Comunicação Social e Psicologia. Confira no infográfico as etapas do processo:

FORMAÇÃO DA COMISSÃO ORGANIZADORA E EQUIPES COMITÊS

-Eleição para Secretário Geral e através de edital selecionam os estagiários.-Divulgação dos projetos de comitês aprovados-Seleção dos diretores assistentes

INÍCIO DOS TRABALHOS E PRODUÇÃO ACADÊMICA

-Divulga-se o calendário de trabalho-Começam os treinamentos aos sábados-Inicio da produção de guias de estudos e dossiês

DIVULGAÇÃO E CRIAÇÃO DA IDENTIDADE VISUAL

-Criação e definição da identidade visual que será utilizado em todos materiais da edição-Período de divulgar as informações da edição-Correção dos Guias de Estudos


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7CREDENCIAMENTO DA EQUIPE E REALIZAÇÃO DA MELHOR EDIÇÃO

-Chegou o feriado! Aproveitem o 20º MINIONU

MINIONU PREVIEW E DIVULGAÇÃO DOS BLOGS DE COMITÊS

-Realização do MINIONU Preview-Criação e divulgação dos blogs de comitês-Escolha da diretoria de Logistica e da equipe de Crise e Intervenção

REUNIÕES DECISIVAS E RECEPÇÃO DOS VOLUNTÁRIOS

-Academêmicos dos primeiros períodos se tornam voluntários com novas ideias-Definição: workshops e agendas de trabalho-Montagem dos kits para delegados e equipe

PERÍODO DE SOLICITAR AS ISENÇÕES E REALIZAR AS INSCRIÇÕES

-Tabela com atores/representações é divulgada-No mês de abril as escolas públicas podem solicitar isenções da taxa de inscrição-Inscrições acontecem na 1ª semana de maio


CINCO ANOS DE DEDICAÇÃO AO MINIONUA TRAJETÓRIA E VISÃO DE VICTOR NASCIMENTO SOBRE O PROJETO

Victor Nascimento possui 23 anos e é formado em Relações Internacionais pela PUC Minas. Esta edição comemorativa de 20 anos do MINIONU é a sua quinta participação. Ao longo destes cinco anos, Victor esteve em diversas funções, as quais foram fundamentais para sua visão sobre o maior modelo intercolegial da América Latina. Em conversa com nossa equipe, o atual Colaborador de Pós-Graduação nos contou sobre sua trajetória e as expectativas que têm para a edição.

“Eu venho de Barbacena no interior de Minas Gerais. Estudei toda a vida no Colégio Imaculada Conceição, escola que há muitos anos é parceira do MINIONU, sempre enviando delegados interessados e empolgados com a experiência. Me lembro de ter tido a oportunidade de vir ao modelo como delegado, mas devido à compromissos da época não consegui participar. Depois de todos esses anos e de ver a importância que o projeto tem, se pudesse voltar no tempo, com certeza faria uma escolha diferente”.

Victor se mudou para Belo Horizonte em 2015 por ocasião do início do curso de Relações Internacionais na PUC Minas. “Não imagino minha trajetória no curso separada do MINIONU. Para mim ambas as experiências se complementam e o projeto para os alunos da graduação é uma excelente oportunidade de entender como as negociações em instituições multilaterais funcionam na prática”. Ao longo de três anos, Victor participou do MINIONU como voluntário, Diretor Assistente e Diretor, sempre no comitê simulado em espanhol. “Sou muito grato aos meus pais Ana Paula e Rogério por me incentivarem a estudar línguas. Assim como aprendi muito

com o MINIONU, acredito que reforçar a relevância do comitê em espanhol tenha sido uma de minhas contribuições para o projeto”. Ao longo desses anos em comitês internos, muitas pessoas foram importantes. Victor destaca seus diretores em 2015, Marina Viana e Pedro Diniz. Em 2016, sua parceira e diretora assistente Mariane Costa. E em 2017 seus diretores assistentes Laura Costa e Bernardo Faria. Além destes amigos, outros membros da equipe também foram importantes, como Guilherme Junglaus, Matheus Souza, Christyane Martins e Yasmin Guedes.

O ano de 2018 trouxe consigo

‘‘...ESTAR COMO COLABORADOR NA

EDIÇÃO DOS 20 ANOS É UM PRIVILÉGIO.

SOU GRATO A CADA UM DOS MEMBROS

DA COMISSÃO...’’


uma nova e desafiadora responsabilidade para Victor: ocupar o cargo de Estagiário Acadêmico da 19ª edição do MINIONU. “Cada experiência teve um papel em minha formação pessoal e profissional e sem dúvida, ser o Estagiário Acadêmico foi um divisor de águas nas minhas escolhas que estavam por vir”. Ao longo de um ano trabalhando na “salinha”, Victor destaca a importância de seus parceiros: Marina Oliveira, Secretária Geral; Amanda Buarque, Estagiária Administrativa; Marcos Toledo, Estagiário de Projetos; Joelton Lima, Bárbara Costa e Luiz Pereira, funcionários administrativos. “E é claro que não posso deixar de agradecer ao professor Rodrigo Teixeira, que sempre

acreditou em meu trabalho, me ensinou e ensina lições que levarei para toda vida”.

Com a formatura em 2018 e o ingresso no mestrado em Relações Internacionais em 2019, Victor embarcou em uma nova etapa no MINIONU. “Estar como colaborador na edição dos 20 anos é um privilégio. Sou grato a cada um dos membros da Comissão pela experiência maravilhosa que tive ao longo deste ano”. Victor destaca as funcionárias Anadir Gabriel e Bárbara Costa; a Secretária Geral Marcela Nichthauser, e

os estagiários Pedro Mercês, Lorran Silva e Jardel Almeida.

Depois de todos esses anos e experiências pelo MINIONU, quando perguntado sobre suas expectativas para esta edição, Victor é categórico: “em todos estes anos, talvez nunca o MINIONU tenha se mostrado tão necessário. Falta contato humano na nossa geração, falta afetividade e diálogo que não seja por meio de uma tela eletrônica. O MINIONU estimula jovens a saírem de suas casas e de suas bolhas sociais a descobrirem um novo mundo e novas realidades. Meu desejo é que o MINIONU seja sempre essa ponte, sempre um espaço onde diferentes vozes sejam ouvidas, onde a tolerância impere e a diversidade resista”.

TEXTO: Victor Nascimento

‘‘...EM TODOS ESTES ANOS,

TALVEZ NUNCA O MINIONU TENHA

SE MOSTRADO TÃO NECESSÁRIO...’’


BRUMADINHO UMA HÍSTORIA

Meu nome é Marina Oliveira e sou Mineira de Brumadinho. Fui Secretária Geral do MINIONU no ano de 2018. Eu fui criada romantizando o barulho do trem. Desde pequena, desenhava o trem que passava pela minha cidade. Sem perceber, eu chamo tudo o que é bom de “trem”. Eu fui criada pra falar com orgulho do minério, do ferro e das coisas boas que eles me trouxeram. Eu nunca estranhei esses buracos nas montanhas e serras da minha cidade. O trem sempre chegou vazio e saiu cheio, sem trazer nada em troca. Formei-me em Relações Internacionais na PUC-Minas no dia 24 de janeiro de 2019. Meu sonho era trabalhar na Vale. No dia 25 de janeiro, às 12:28h, eu vi a Vale matar rio, matar peixe e matar gente. Nesse dia, eu comecei a problematizar os impactos de uma mineração irresponsável, que coloca o lucro acima da vida.

Foram soterradas 272 pessoas, dezenas de casas, hortas, rio, animais, vegetações, culturas etc. Desde então, tenho atuado por meio da Arquidiocese de Belo

Horizonte como articuladora social das comunidades atingidas. Meu trabalho é acompanhar as comunidades, identificar as demandas, dar os encaminhamentos possíveis e sangrar junto. 20 famílias ainda esperam encontrar os corpos de seus familiares para se despedir. As buscas ainda não terminaram. Dezenas de agricultores atingidos não tiveram qualquer suporte até hoje. Muitas comunidades estão sem água por causa da contaminação dos rejeitos da barragem. O aumento da taxa de suicídio e índice de depressão

são reais. A população aumentou o consumo de ansiolíticos e antidepressivos exponencialmente.

Enquanto isso, são gastos milhões de reais em publicidade sem concluir as reparações, indenizações e compensações. Eles se preocupam apenas com a bolsa de valores. Eles não querem ser responsabilizados criminalmente pelo o que fizeram, pois estariam criando parâmetros internacionais para crimes minerários. Eles querem continuar cometendo crimes com impunidade. Eles gostam de comprar e controlar todo

...A PERGUNTA QUE EU ME FAÇO É: PARA

QUEM DEVO GRITAR? PARA O ESTADO?

PARA A VALE? PARA A ONU? QUEM VAI

NOS AJUDAR?...

“

’’


o território.

O Estado? Coitado. Preso na minério-dependência, não consegue sequer apoiar os atingidos de maneira justa. Em setembro deste ano, participei de um evento da ONU para falar de Brumadinho, no Chile. Lá estava a representante da VALE falando sobre direitos humanos e sustentabilidade. Eles participam destes espaços para se referenciar e pegar o carimbo de responsabilidade social para continuar atuando de forma irresponsável. Mas nós também temos que estar lá, para garantir que nossos gritos não sejam silenciados.

A pergunta que eu me faço é: para quem devo gritar? Para o Estado? Para a VALE? Para a ONU? Quem vai nos ajudar? Os interesses financeiros envolvidos são muito poderosos. Quem dera existisse uma receita para a reconstrução de uma cidade. Acostumaram-se a romper barragens: Mariana, Brumadinho... Mas uma cidade nunca estará pronta para se ver coberta de lama.

Chamam o que aconteceu de acidente, de evento. Evento pra mim é festa. Acidente pra mim é quando a gente se queima fritando ovo em casa. O que aconteceu na minha cidade é um crime. Crime porque haviam provas que relatavam a instabilidade da barragem; porque houve pressão para que se atestasse o laudo de estabilidade; porque o refeitório e prédio administrativo ficavam logo embaixo da barragem; porque as rotas de fuga assinalas

pelo relatório de risco estavam erradas. Ou seja, quem correu para os pontos que eram considerados seguros, está hoje soterrado.

Para quem gritar? Hoje, eu escolho gritar para vocês: delegadas e delegados do MINIONU. Vocês, que serão os próximos engenheiros, advogados, deputados. Eu não acredito neles, mas eu acredito em vocês. Eu já fui e continuo sendo uma de vocês. Eu tenho o privilégio de viver a conversão real e profética, orientada pelo impacto de um crime contra as várias formas de vida. Espero que muitas

outras pessoas possam também se converter. A gente não pode beber, comer e respirar minério.

A gente pode mudar. É trabalho de gerações e gerações. Mas a gente pode. Porque se eu aprendi que o “trem” é bom, daqui pra frente eu vou ensinar que ele é ruim. E eu jamais, jamais, vou deixar de estranhar os buracos que fizeram nas montanhas, na minha cidade e no meu coração. O trem é ruim. Ele levou nossas riquezas embora. Ele matou nosso rio. Ele levou nossos amigos à força. Ele destroçou nossa cidade. TEXTO: Marina Oliveira


Gina Vieira Professor Rodrigo Teixeira e Marina Olievira

Mariana Freitas e Pedro Braga

por “um outro mundo”: minionu abre sua 20ª ediÇÃo … · 2019. 10. 24. · rodrigo corrêa...

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