BIOGRAFIA DA AUTORA

A biografia da autora é o seu próprio livro! É nele que descreve a sua infância, as

consequências dos acontecimentos dessa época dolorosa e como conseguiu

recuperar depois de todo o sofrimento por o que passou.

Para alcançar a felicidade e a segurança que sempre desejou, vai ter de lidar com o passado e os segredos que tem desde que era criança, o livro é contado na primeira pessoa, e anya peters é o seu pseudónimo.

FICHA DO LIVRO

Autor(a) : Anya peters Título : abandonada Nº de páginas : 280 Nº de capítulos : 24 Editor : ideias de ler Ano de publicação : 2008

IDEIAS PRINCIPAIS DO LIVRO

Separação da mãe verdadeira á nascença

Crescimento doloroso Rejeição pelo tio e pelos irmãos Maus-tratos e violações sofridas Revelação Abandono da parte da mamã Sem-abrigo Diário na internet Reflexão sobre os sem-abrigo

EXCERTOS PREFERIDOS

“A mamã nunca foi pessoa de baixar as armas. Pelas histórias que nos contou, ficámos a saber que, ainda em criança, já era teimosa e indomável e que estava constantemente em guerra com o seu próprio pai. Descrevia-se a si mesma como a «ovelha negra da família», «firme e forte», «uma lutadora». (…) Não era e não estava propriamente preparada para o monstro em que o meu tio se tornava depois de uma inteira a beber cerveja e vodka. Ela simplesmente não queria ser uma vítima.” Pág. 26

CURIOSIDADES

Anya peters escreveu a sua história num blogue, tal como descreve o livro. Hoje em dia mantém o blogue, quase em forma de diário. O seu blogue: http://wanderingscribe.blogspot.com

Para contar a história desta obra, é necessário contar a história de um blogue, intitulado Wandering Scribe, da autoria de uma sem-abrigo que vivia no seu carro. Aí, a autora (sem nome) contava a dificuldade do seu quotidiano, o que significa ser-se sem-abrigo, rejeitada pela sociedade, ao mesmo tempo que procurava sobreviver com a dignidade possível que um ser humano necessita. Não tardou até que esse blogue chamasse a atenção da BBC e do New York Times, e daí até conseguir um contrato para a escrita do livro foi um pequeno passo. No livro, agora assinado, Anya Peters conta a história da vida que a levou até ao presente que relata no blogue, com contornos na sua maioria chocantes e com poucos momentos felizes.

Anya, abandonada pela mãe, cresce com os tios, a quem chama “mamã” e “papá”, sem nunca sentir verdadeiramente o amor que qualquer criança merece. Violada pelo tio a partir dos seis anos de idade, cresce num ambiente psicológica e fisicamente violento, até que decide virar as costas ao mundo e perseguir uma vida melhor, nem sempre o conseguindo. O passado que teve, aliado a um orgulho muito próprio, levam a que rejeite qualquer ajuda que lhe seja estendida. O livro surge como uma história verídica, mas se de facto o é ou não, é algo impossível de saber. Se Anya é uma pessoa ou uma personagem é o tema de um aceso debate na Internet, que dificilmente encontrará uma resposta. Se esta se trata de uma história de ficção, irá inevitavelmente

levar à quebra do seu peso emocional, mas se conseguir alhear-se dessa polémica, encontrará em “Abandonada” um livro

intenso e comovente, que dificilmente conseguirá

largar.

PONTOS FORTES: História extremamente comovente,

capaz de facilmente levar o leitor às lágrimas.

Dá uma visão realista do mundo dos sem-abrigo e do seu passado, tantas vezes ignorado.

Fornece também uma visão do interior da alma de uma criança que sofreu os piores abusos possíveis.

Final surpreendente com a revelação da identidade do verdadeiro pai.

Independentemente da veracidade da história, está contado de uma forma

bastante realista e poderosa, o que o torna um livro interessante de se ler e difícil de pousar.

PONTOS FRACOS: Será difícil afastar o fantasma da

verdade desta história: terá o mesmo peso se for ficção?

As opções de vida da autora são no mínimo questionáveis: terá razão para lamentar a sua sorte se rejeitou toda a ajuda que na realidade sempre existiu?

O destino do tio constitui uma falha na história, com a autora a afirmar que não sabe se foi de facto preso pelos abusos cometidos, algo inexplicável dada a sua idade.