posicionamento do utente em contexto de urgências
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ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DO PORTO
Curso de Licenciatura em Enfermagem
POSICIONAMENTO DO CLIENTE COM ALTERAÇÕES DA MOBILIDADE
Joana Vanessa Coutinho Coelho
Porto, 2015
Porto, 2015
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ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DO PORTO
Curso de Licenciatura em Enfermagem
POSICIONAMENTO DO CLIENTE COM ALTERAÇÕES DA MOBILIDADE
Professor Orientador: Sofia Nunes
Autor: Joana Vanessa Coutinho Coelho ep4139
Porto, 2015
PENSAMENTO
“ O mínimo que se espera de um hospital é que não faça mal ao doente”.
Florence Nightingale
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ÍNDICE GERAL
NOTA INTRODUTÓRIA.............................................................................................................5
1. AS ALTERAÇÕES NA MOBILIDADE..................................................................................7
As consequências da alteração da mobilidade..................................................................7
Alterações No Sistema Nervoso......................................................................................8
Alterações No Sistema Respiratório................................................................................8
Alterações No Sistema Cardiovascular............................................................................8
Alterações No Sistema Gastrointestinal..........................................................................9
Alterações No Sistema Urinário......................................................................................9
Alterações No Sistema Musculosquelético...................................................................10
Alterações No Sistema Tegumentar..............................................................................11
Úlceras de pressão............................................................................................................11
Classificação..................................................................................................................11
Etiologia........................................................................................................................12
Localizações anatómicas frequentes das úlceras de pressão........................................14
Prevenção das úlceras de pressão.................................................................................15
Posicionamento do utente no leito..................................................................................16
Decúbito Dorsal.............................................................................................................19
Decúbito Lateral............................................................................................................20
Decúbito Ventral...........................................................................................................21
Decúbito Semiventral....................................................................................................21
2. A ERGONOMIA E A MECÂNICA CORPORAL DO ENFERMEIRO NA MOBILIZAÇÃO DO UTENTE.................................................................................................................................23
3. POSICIONAMENTO DO UTENTE NO LEITO COM ALTERAÇÕES DA MOBILIDADE - UM ASPETO FUNDAMENTAL NOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM..............................................26
CONCLUSÃO..........................................................................................................................30
BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................32
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NOTA INTRODUTÓRIA
A presente monografia é elaborado em contexto do ensino clínico opcional em
meio hospitalar do 4ºano do Curso de Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de
Enfermagem do Porto, realizado no serviço de urgências do Centro Hospitalar de Vila Nova
de Gaia/Espinho de 17/11/2014 a 6/02/2015.
Desde o início deste ensino clínico que me apercebi que a maioria dos utentes que
recorre ao serviço de urgência são idosos: a maioria destes por agudização de doenças
crónicas previamente existentes. Apercebi-me também que devido, em grande parte a
essas doenças crónicas, a maioria dos idosos apresentam alterações na mobilidade. A par
disso, pessoas que sofrem acidentes (de viação, de trabalho) também são frequentes no
serviço de urgência. Constatei por isso que grande parte dos utentes que cuidei tinham
alterações de mobilidade ou estavam totalmente incapazes de se mobilizarem.
Assim sendo, propõe-se então a demostrar como a imobilidade pode afetar o
estado de saúde da pessoa em especial o sistema tegumentar, explicar a génese das úlceras
de pressão, esclarecer de que forma é possível prevenir as úlceras de pressão, elucidar a
importância e as diferentes forma de posicionar o cliente no leito tendo em conta as
condições disponíveis no serviço de urgência e mostrar de que forma podem os
enfermeiros prevenir lesões músculo-esqueléticas provenientes da mobilização dos
utentes.
A nível estrutural esta monografia desenvolve-se ao longo de três capítulos. O
primeiro capítulo intitula-se “As Alterações na Mobilidade” e inclui as principais causas da
imobilidade, as alterações causadas pela imobilidade nos diferentes sistemas corporais, as
alterações no sistema tegumentar – as úlceras de pressão, a prevenção das úlceras de
pressão e ainda os posicionamentos do utente no leito. O segundo capítulo é “A Ergonomia
e a Mecânica Corporal do Enfermeiro na Mobilização do Utente” onde são abordados os
princípios da ergonomia e a mecânica corporal na mobilização dos utentes e as lesões
musculosqueléticas vindouras da atividade profissional. O terceiro capítulo
“Posicionamento do Utente no Leito com Alterações da Mobilidade - Um Aspeto
5
Fundamental nos Cuidados de Enfermagem” onde se desenvolve uma reflexão
crítica tendo em conta o contexto do ensino clínico sobre os capítulos anteriores.
Todo o trabalho foi elaborado tendo por base pesquisa bibliográfica em livros e
artigos científicos vistos em bases de dados como a Ebsco Host, B-on e Scielo. Não
obstante, é exibida uma reflexão crítica que expõe as vivências ao longo do ensino clinico
relativamente é temática escolhida de modo a entender as principais discrepâncias entre a
teoria e a prática.
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1. AS ALTERAÇÕES NA MOBILIDADE
Segundo (MARQUES, 2011) ultimamente quer em Portugal, quer na europa tem-se
comprovado baixos níveis de natalidade e de mortalidade. O declínio destes dois
parâmetros demográficos associados aos progressos da medicina e da tecnologia tem vindo
a traduzir-se num envelhecimento da população aumentando, de forma global, os anos de
vida. Todavia, nem sempre estes anos de vida traduzem ausência de problemas de saúde,
independência ou funcionalidade: verifica-se que com o avançar da idade a incidência de
doenças crónicas e/ou agudização dessas doenças crónicas pré-existentes aumentam. De
facto o aumento de doenças crónicas não transmissíveis e o aumento de situações de
morbilidade por acidentes (de trabalho, de viação…) são os principais fatores concorrentes
para a diminuição da autonomia e da mobilidade determinando situações de dependência.
A perda da mobilidade – a imobilidade – caracteriza-se pela perda de capacidade
funcional, pela supressão dos movimentos articulares e, pela incapacidade de mudança
postural decorrente, geralmente de doenças crónico-degenerativas, de doenças agudas
graves, incapacidade ou inatividade (FERNANDES et al.,2013). Independentemente da
definição, a imobilidade causada por doenças crónico-degenerativas ou por acidentes,
compromete as atividades de vida diária e as suas necessidades psicossociais básicas
fundamentais ao ser humano (Fricke, in ORDEM DOS ENFERMEIROS, 2014).
As consequências da alteração da mobilidade
Quando se é incapaz de mover o corpo ou uma parte dele, num período temporal
mais ou menos longo, ocorrerão complicações decorrentes dessa imobilidade. Silva et al
7
(2010) declaram que a imobilidade afeta o sistema nervoso, musculosquelético,
gastrointestinal, urinário, cardiovascular, respiratório e tegumentar, sendo a duração da
8
imobilidade proporcional ao risco de complicações vindouras da mesma
(FROWNFELTER in SILVA e MEIJA, 2012).
Alterações No Sistema Nervoso
Nem sempre a situação clínica que leva a pessoa à imobilidade tem causas
neurológicas. Todavia este sistema pode ser afetado tendo em conta que a imobilidade
poderá causar privação sensorial e psicossocial levando a diversas alterações (atrofia, perda
das funções mentais – desuso cognitivo) por diminuição da estimulação cognitiva. Dessas
diversas alterações poderá verificar-se confusão, desorientação, ansiedade, depressão e
alteração do padrão de sono. Não obstante, a imobilidade tem como consequências ainda
alterações do equilíbrio e alterações da coordenação motoras (Hoeman S., 2000).
Alterações No Sistema Respiratório
As alterações respiratórias provocadas, inicialmente, pela imobilidade provêm da
restrição do movimento do tórax quando a pessoa se encontra em decúbito dorsal e das
alterações de perfusão nos pulmões induzidas pela gravidade, provocando alguns
desequilíbrios entre a perfusão e a ventilação. Há uma progressiva diminuição na amplitude
de movimentos torácicos e a respiração torna-se mais superficial e rápida. Este facto
associado à ineficácia do movimento ciliar e à fraqueza progressiva dos músculos
abdominais induzida pela falta de mobilidade prejudicam o mecanismo da tosse levando a
uma acumulação de secreções propícia ao desenvolvimento de infeções (como pneumonias
de estase) e de atelectasias de absorção (FERNANDES et al.,2013).
Alterações No Sistema Cardiovascular
9
A nível do sistema cardiovascular a imobilidade causa diminuição do
volume circulante, concentração do sangue nas extremidades e diminuição da resposta
autónoma que por sua vez tem como consequência um défice no retorno venoso,
diminuindo o débito cardíaco, a disponibilidade de oxigénio e diminuindo também a
pressão arterial. A imobilidade irá ainda causar estase venosa, que aliada à diminuição do
fluxo sanguíneo, aumenta a viscosidade do sangue favorecendo a probabilidade de
formação de trombos e êmbolos (FERNANDES et al., 2013). Tem-se verificado relação direta
entre a frequência de trombose venosa profunda (TVP) e o repouso no leito. (DeLisa,2002
in ORDEM DOS ENFERMEIROS, 2014). Há ainda como consequência da imobilidade no
sistema cardiovascular a hipotensão ortostática – quando a imobilidade é temporária. Isto
acontece pela diminuição dos reflexos neurovasculares e a pela hipotonia crescente das
veias dos membros inferiores (Soares, 2001 in ORDEM DOS ENFERMEIROS 2014).
Alterações No Sistema Gastrointestinal
A ingestão, a digestão e a eliminação são as principais funções que a
imobilidade afeta a nível do sistema gastrointestinal. Segundo Hoeman S., 2000 o stress
vindouro de um período de tempo prolongado no leito pode dar origem a estase e
distensão gástrica, dispepsia e anorexia e ainda a diarreia ou obstipação. A obstipação, em
casos de alterações da mobilidade, pode ainda estar relacionada com uma nutrição
deficiente, com diminuição da força dos músculos abdominais e do diafragma por desuso,
com a alteração da posição em que defeca e com a perda de privacidade. Por sua vez, a
obstipação poderá ainda causar cefaleias, distensão abdominal, fecalomas, flatulência,
desidratação, alterações da respiração, entre outras.
Alterações No Sistema Urinário
Em posição de decúbito irá existir uma maior dificuldade na drenagem da urina,
uma vez que o auxílio da força da gravidade é menor e não é tão fácil aumentar a pressão
10
abdominal (Hoeman S., 2000). Estes dois fatores poderão conduzir a estase urinária e
consequente formação de litíase. Por outro lado o enfraquecimento dos músculos
abdominais por desuso não permitem que exista um relaxamento completo dos músculos
do soalho pélvico levando a que haja, para além de estase urinária, retenção urinária ou
esvaziamento incompleto (DeLisa, 2002 in ORDEM DOS ENFERMEIROS, 2014). A estase
urinária associada à litíase constitui um meio favorável à proliferação bacteriana motivo
pelo qual a ocorrência de infeções do trato urinário é frequente em pessoas com alterações
da mobilidade (Hoeman S., 2000).
Alterações No Sistema Musculosquelético
Segundo (DITTMER e TEASELL in FERNANDES et al.,2013) o efeito mais evidente da
imobilização prolongada é a perda da força muscular. A ORDEM DOS ENFERMEIRO
preconiza de facto que o sistema musculosquelético é de facto o mais afetado pelas
alterações da imobilidade havendo para além de diminuição de força muscular (por perda
da massa muscular e atrofia) contraturas e osteoporose. Existem estudos em voluntários
saudáveis que comprovam que a atrofia muscular inicia-se logo nas primeiras horas de
imobilidade em 22% dos indivíduos e que por cada dia de repouso a força do quadríceps
diminui entre 1% a 1,5% (Fan, et al., 2009 in ORDEM DOS ENFERMEIROS, 2014). A força da
gravidade e a contração muscular são os dois fatores mais relevantes a nível de estimulação
mecânica óssea. Aquando a pessoa se encontra em decúbito a força que a gravidade exerce
nos ossos é diminuída em cerca de 83%. Este último facto associado à diminuição
progressiva da força muscular traduz-se em perda da densidade do osso por aumento da
eliminação de cálcio e da atividade osteoclástica e pela diminuição da atividade
osteoblástica levando à osteoporose e ao aumento do risco de fraturas (DeLisa,2002 in
ORDEM DOS ENFERMEIROS, 2014). Nas articulações verifica-se diminuição da fluidez do
líquido sinovial e propagação do tecido fibroso e gorduroso, o que provocando aderências
entre intra-articulares (DeLisa,2002 in ORDEM DOS ENFERMEIROS, 2014). Essas alterações
do sistema musculosquelético comprometem o individuo na realização das atividades
de vida diária.
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Alterações No Sistema Tegumentar
A imobilidade continuada causada por doença crónica, aguda, agudização de
doença crónica ou alterações do sistema musculosquelético provenientes das mesmas
causas, promove o contacto direto da pessoa com as superfícies de apoio (cama, cadeiras,
almofadas) gerando pontos onde a pressão externa é maior que a pressão capilar levando à
oclusão do fluxo sanguíneo e consequente isquemia dos tecidos subjacentes tornando a
pessoa propensa ao desenvolvimento de úlceras de pressão (FERNANDES et al.,2013).
A imobilidade nem sempre pode ser evitada, mas alguns dos seus efeitos adversos
podem ser evitados mediante intervenção terapêutica (FARIAS e NETO in SILVA e MEIJA,
2012) como é o caso das úlceras de pressão.
Úlceras de pressão
Definidas como “dano, inflamação ou ferida da pele ou estruturas subjacentes
como resultado da compressão tecidular e perfusão inadequada” pelo International Council
of Nurses, (ICN, 2011) e como “uma lesão localizada da pele e/ou tecido subjacente,
normalmente sobre uma proeminência óssea, em resultado da pressão ou de uma
combinação entre esta e forças de torção” pelo European Pressure Ulcer Advisory Panel e o
National Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP\NPUAP, 2009), as úlceras de pressão são
uma consequência no sistema tegumentar da imobilidade.
Classificação
A NPUAP e a EPUAP (2009) conceberam um sistema de classificação comum para
classificar as úlceras de pressão atualmente usada pela comunidade internacional. Nesta
classificação estão descritas quatro categorias: Categoria I: Eritema não branqueável - pele
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intacta com rubor não branqueável aquando aplicada pressão. Normalmente localiza-se em
proeminências ósseas; Categoria II: Perda parcial da espessura da pele - Perda parcial de
espessura da pele com presença ferida superficial em forma de flitena aberta ou fechada,
sem crosta ou equimose; Categoria III: Perda total da espessura da pele – pode-se visualizar
o tecido adiposo subcutâneo contudo os ossos, tendões ou músculos não se encontram
expostos nem lesionados; Categoria IV: Perda total da espessura dos tecidos – existe
exposição de osso, tendão e/ou músculo. Regra geralmente são cavitárias e fistulosas.
Etiologia
É certo que a imobilidade não é o único fator predisponente à génese das úlceras
de pressão. Contudo, a imobilização favorece maior contacto com superfícies de apoio que
exercem sobre os tecidos moles pressões externas, tensões tangenciais/cisalhamento e
fricções que ocorrem normalmente em simultâneo. Estas forças externas suprimem o fluxo
sanguíneo da região levando à hipoxia, isquemia e, possivelmente, mais tarde necrose da
zona em questão (Duque e et al., 2009 in Pini, 2012).
De facto a suscetibilidade que um individuo apresenta para desenvolver úlceras de
pressão dependem quer de fatores extrínsecos (relacionados com fatores ambientais), quer
de fatores intrínsecos (relacionados com a condição fisiológica da pessoa) a imobilidade, a
incontinência, a idade, o estado nutricional, a má perfusão/oxigenação tecidular, os efeitos
de medicamentos e as doenças crónicas (Andrade et al., 2010; Alves, 2011 in Pini, 2012).
Relativamente aos fatores extrínsecos destacam-se a pressão, as forças de fricção,
forças de torção, humidade e a medicação. A fricção é uma força criada quando duas
superfícies se movem, uma contra a outra criando atrito como acontece quando a pessoa
não tem um apoio adequado e desliza ao longo do leito. Já as forças de torção são definidas
como forças resultantes da ação conjunta da força da gravidade, da fricção e da pressão:
por exemplo quando a pessoa se encontra em semi-fowler à medida que o corpo se move
mediante a força da gravidade, os componentes internos (o esqueleto) também se move
nesse sentido mas a pele e os tecidos moles superficiais não se movem (Duque et al., 2009).
Ainda como fator extrínseco descreve-se a humidade em excesso. A humidade em excesso
pode ser proveniente de sudorese abundante, de incontinência urinária e/ou fecal, de
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secagem da pele após os cuidados de higiene imprópria ou de feridas exsudativas. Este
fator conduz à maceração dos tecidos e à consequente diminuição da resistência da pele
(Baranovsky &Ayello, 2006; Morison et al 2004; Soldevilla & Torra,2004 in Pini, 2012). Para
além dos fatores extrínsecos acima descritos a medicação com propriedades sedativas,
analgésicas e os corticosteroides também contribui para a génese das úlceras de pressão, já
que reduzem a eficácia do sistema imunitário, a perceção sensorial e a mobilidade
(EPUAP&NPUAP, 2009).
Quanto aos fatores intrínsecos destacam-se a idade (o envelhecimento), a
mobilidade, o estado nutricional, a perfusão tecidular, a incontinência urinária/fecal e o
peso corporal. O envelhecimento tem como consequência a redução dos processos
metabólicos, a diminuição da velocidade de cicatrização, a diminuição da espessura e
elasticidade da pele (Dealey, 2006; Mota et al., 2010 in Pini, 2012) e aumento da
probabilidade de desenvolver doenças crónicas (diabetes mellitus, insuficiência renal e
vascular, doenças oncológicas, etc…) que predispõem a formação de úlceras de pressão
(Bryant, 2000 in Pini, 2012). A mobilidade é também um importante fator intrínseco
concorrente para o aparecimento de úlceras de pressão. A incapacidade de mobilização
com consequente redução da frequência de alternância de decúbitos afeta o alívio das
zonas de pressão, predispõe à fricção e às forças de torção e, além disso, provoca estase na
circulação periférica. Não obstante, uma nutrição deficiente também constitui um dos
fatores intrínsecos para a geração das úlceras de pressão. Segundo a literatura um pobre
estado nutricional está associado à geração de úlceras de pressão, uma vez que levam a
uma redução da mobilidade, à apatia e depressão e à diminuição da imunocompetência.
Outro dos fatores intrínsecos constitui a perfusão tecidular. Uma deficiente irrigação
sanguínea periférica resulta em hipoxia e anoxia e isquemia dos tecidos. Este fator pode
estar associado à vasoconstrição periférica consequentes de doenças cardiovasculares,
doenças hepáticas, insuficiência renal, lesões ortopédica ou mesmo uso de medicação
(Duque et al., 2009). A incontinência urinária/fecal constituem um dos fatores intrínsecos
na génese das úlceras de pressão, já que causam maceração cutânea que por sua vez causa
úlceras de pressão (Duque et al , 2009). A par dos outros fatores intrínsecos o peso corporal
é também um deles. As pessoas emagrecidas, com menor quantidade de gordura localizada
sobretudo nas proeminências ósseas estão mais suscetíveis à pressão. Por outro lado, as
pessoas obesas, pela sua dificuldade de mobilização vêm o seu risco de lesões tecidulares
aumentadas devido ao “posicionamento por arrastamento”.
14
Localizações anatómicas frequentes das úlceras de pressão
Não existe consenso absoluto quanto às localizações mais frequentes das úlceras
de pressão. Há estudos que afirmam que essas localizações estão intrinsecamente ligadas
aos fatores de risco citados previamente sendo as úlceras de pressão mais frequentes na
região sagrada, nos calcâneos e nos trocânteres (Baranosky & Ayello, 2005; Soldevilla &
Torra, 2004 in Pini, 2012). Outros estudos afirmam úlceras de pressão localizam-se mais
frequentemente nas regiões isquiática (24%), sacrococcígea (23%), trocantérica (15%),
calcâneos (8%), maleolar lateral (7%), cotovelos (3%), occipital (1%)e escapula, estando
estas localizações relacionadas com a posição adotada pela pessoa (Connor, 2005 in Pini,
2012).
Prevalência das úlceras de pressão
A evidência científica sugere que a prevalência das úlceras de pressão permanece
elevada. Os hospitais nacionais estimam a ocorrência de úlceras de pressão em cerca de
11,5% dos utentes sendo que esta prevalência tendem ser maior em pessoas com
tetraplegia, em idosos e em pessoas em estado crítico (Ferreira, Miguéns, Gouveia, &
Furtado, 2007 in ORDEM DOS ENFERMEIROS, 2014). Segundo o relatório de contas de 2013
do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, relativamente ao Serviço de Urgências
verifica-se que o número de atendimentos seguidos de internamento aumentou
relativamente ao ano anterior. Neste relatório consta que as causas que mais levam os
clientes às urgências são doença (78,4%) (o que incluí agudização de doença crónicas
previamente diagnosticadas) e quedas (6,1%), perfazendo estas duas causas um total de
84,5%. Segundo a bibliografia os acidentes, as doenças agudas, as doenças crónicas e a
agudização das mesmas são os principais fatores que conduzem as pessoas a situações de
imobilidade e também à predisposição de fatores extrínseco e intrínsecos ao aparecimento
de úlceras de pressão.
15
Prevenção das úlceras de pressão
Lima e colaboradores (2009) desenvolveram um estudo onde se conclui que as
úlceras de pressão são o segundo maior risco de segurança de internamentos hospitalares
(23,6%). Segundo Schub & Barous (2014) 95% das úlceras de pressão poderiam ser
prevenidas.
As úlceras de pressão constituem um problema sério, podem causar dor severa,
celulite, septicémia, carcinoma das células escamosas e até morte: têm repercussões quer a
nível de mortalidade quer a nível de morbilidade (Schub & Barous, 2014) e podem
aumentar o tempo de internamento hospitalar. Além disso, as úlceras de pressão têm
representado um indicador de qualidade dos cuidados de enfermagem já que as suas são
decisivas na sua prevenção (Gunningberg & Stotts, 2008 in Pini, 2012). São diversos os
motivos que justificam a pertinência da prevenção das úlceras de pressão. A prática
preventiva revela-se menos dispendiosa e diminui o sofrimento das pessoas (Matos, 2012).
As diretrizes provindas da EPUAP para a prevenção de UP abordam várias
recomendações baseadas em evidência científica neste âmbito. Entre elas encontram-se a
avaliação do grau de risco de desenvolvimento de úlceras de pressão, e a composição de
planos de cuidados que contenham mudanças de decúbito/ mobilizações de acordo com o
grau de risco avaliado.
Identificar os clientes em risco de desenvolverem úlceras de pressão é o melhor
modo de modo a delinear estratégias adequadas para impedir a lesão esses tipos de lesões.
Existem várias escalas de avaliação de risco para úlceras de pressão. A nível mundial e
também em Portugal, desde que foi traduzida e validada para a população nacional em
2001, a Escala de Braden é a mais utilizada por ser considera pela EPUAP&NPUAP (2009)
que, até ao presente, dispõe de maior fiabilidade, aceitabilidade, segurança, simplicidade e
menor custo.
A avaliação da pele e de sinais de úlcera de pressão também se considera uma ação
importante na prevenção de úlcera de pressão. Deve examinar-se a presença de zonas de
rubor, calor, edema e/ou tumefação (EPUAP & NPUAP, 2009).
16
Nas medidas de prevenção são ainda aconselhados cuidados com a pele É
recomendada a utilização de emolientes para hidratar a pele seca e produtos barreira para
proteger a pele da exposição à humidade excessiva, caso não seja possível eliminar a causa
dessa humidade. A técnica de massagem nas zonas expostas a mais pressão, está
atualmente contraindicada na presença de inflamação e também onde exista a
possibilidade de haver vasos sanguíneos danificados ou pele frágil sobe pena de aumentar
os danos (EPUAP & NPUAP, 2009).
A nutrição é outro dos fatores a ter em conta. É preconizado que se deve avaliar o
estado nutricional de todos os indivíduos em todas as instituições de saúde e caso
necessário este sejam encaminhados para o nutricionista. A subnutrição é um fator de risco
reversível no desenvolvimento de úlceras de pressão. É ainda fortemente recomendado
que se ofereça suplementos nutricionais com alto teor proteico, como complemento da
dieta, a indivíduos em risco nutricional e de úlceras de pressão, devido a doença aguda ou
crónica: segundo a bibliografia, os suplementos diminuem significativamente o
desenvolvimento de úlceras de pressão (EPUAP & NPUAP, 2009).
As superfícies de apoio onde uma pessoa permanece mais ou menos imóvel
também constituem uma preocupação a ter em consideração. A superfície de apoio
adequada deve ter em consideração vários fatores como o nível de mobilidade da pessoa e
as circunstâncias da prestação de cuidados, já que estas superfícies alteram a pressão
exercida sobre o corpo (EPUAP & NPUAP, 2009. As superfícies de apoio/ equipamentos de
redistribuição de pressão podem ser subdivididas em duas categorias: alta e baixa
tecnologia (Cullum, 2001 in Marques, 2012). Os dispositivos de baixa tecnologia ou
estáticas adaptam-se à forma do corpo, redistribuindo o peso evitando pontos de pressão
específicos. Nesta categoria incluem-se dispositivos fabricados com água, ar, espumas
especiais de poliuretano, entre outros. Quanto aos dispositivos de altas tecnologias são
consideradas superfícies dinâmicas e incluem colchões de pressão alterna onde as
localizações anatómicas do corpo que suportam o peso variam através da insuflação e
esvaziamento das várias secções do sistema de suporte (Ousey, 2005 in Marques, 2012)
Posicionamento do utente no leito
17
Um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento de úlceras de pressão, é
exatamente a pressão exercitada pelo contacto com superfícies de apoio devido a condição
de mobilidade reduzida/imobilidade da pessoa. Sabe-se que estas lesões podem
desenvolver-se num curto período de tempo - em alguns casos em pouco mais de duas
horas (Rocha et al.2006 in Pini, 2012).
O posicionamento tem como objetivo contrariar esse fator: modificando os “pontos
de pressão” para que a pressão seja aliviada e redistribuída evitando sujeitar determinada
área à fricção ou às forças de torção. Citando a CIPE posicionar é: “colocar alguém ou
alguma coisa em determinada posição (ICN, 2011) e integra uma das diversas intervenções
usadas para prevenir as úlceras de pressão. É usualmente considerado uma das estratégias
mais relevantes e eficientes para a prevenção de úlceras de pressão provado através de
evidência científica com grandes estudos aleatórios com resultados claros (e baixo risco de
erro) (EPUAP & NPUAP, 2009).
A prevenção das úlceras de pressão através do posicionamento poderá ser
conseguido através de um regular e correto reposicionamento do indivíduo,
independentemente de estar acamado ou sentado e de acordo com as suas características
pessoais (Ferreira, Miguéns, Gouveia, & Furtado, 2007 in Pini, 2012). Para além do caracter
preventivo o posicionamento promove o conforto e a capacidade funcional do indivíduo.
Devido às características individuais e fatores extrínsecos envolvidos para o
aparecimento de úlceras de pressão não há consenso sobre os intervalos de
reposicionamento. Assim sendo a alternância de decúbitos deve respeitar condição global
da pessoa: o que inclui tolerância dos tecidos à pressão, nível de mobilidade do indivíduo e
as superfícies de apoio em uso. O reposicionamento de alguém que se encontre num
colchão de não redistribuição de pressão deve ser mais frequente comparativamente a
alguém que se encontre num colchão de espuma viscoelástica (EPUAP & NPUAP, 2009).
Assim sendo, segundo a Ordem dos Enfermeiros (2014), qualquer que seja o
posicionamento adotado, deve ir de encontro aos seguintes princípios gerais:
Delinear a alternância de decúbitos tendo em conta tanto o nível de imobilidade da
pessoa, como as superfícies de apoio usadas como a sua situação clínica (condição
clínica global, objetivos do tratamento e condições da pele);
Incentivar a pessoa a colaborar nos posicionamentos na medida da sua condição
(mesmo que só possa oferecer ajuda mínima);
18
Garantir o conforto, a distribuição equitativa do peso e o alinhamento corporal de
modo a que as tensões articulares e musculares sejam reduzidas;
Uso de movimentos suaves e firmes evitando “arrastar” a pessoa de modo a não
criar forças de fricção e/ou tração extra;
Avaliar a pele, de modo a perceber que o tempo de alternância de decúbitos
necessita de ser reajustado;
Impedir que a pessoa esteja posicionada diretamente sobre dispositivos médicos
(sondas, sistemas de drenagem, etc.) também para não criar pontos de pressão
extra;
Manter sempre a privacidade da pessoa.
De forma genérica os posicionamentos podem ser designados como: decúbito
dorsal; decúbito semidorsal (direito ou esquerdo); decúbito lateral (direito ou esquerdo);
decúbito ventral; decúbito semiventral (direito/esquerdo. Na prática clínica o decúbito
ventral e semiventral não é muitas vezes utilizado (ORDEM DOS ENFERMEIROS, 2014).
Para além dos princípios gerais já citados anteriormente os
posicionamentos/alternância de decúbitos devem ainda passar por algumas etapas
comuns:
Explicar o procedimento à pessoa e/ou familiares.
Esclarecer que irá ser posicionada, qual o objetivo e de que forma isso irá suceder.
De modo a respeitar os princípios éticos obtendo o seu consentimento e
promovendo a sua colaboração e envolvimento (mediante as suas possibilidades).
Preparar o ambiente físico.
o Usar farda que permita uma total liberdade de movimentos;
o Observar o local, avaliar a existência de espaço suficiente;
o Verificar se o piso se encontra escorregadio (presença de água ou outra
substância que diminua as forças de atrito;
o Verificar a existência de equipamentos que possam auxiliar o
posicionamento (trapézio, resguardos, etc…);
19
o Reunir material necessário: almofadas de textura moldável, apropriadas ao
posicionamento a executar; superfície de apoio de acordo com o nível de
mobilidade da pessoa e contexto da prestação de cuidados (funcionalidade
e compatibilidade).
Decúbito Dorsal
Explicar procedimento à pessoa e/ou familiares;
Preparar o ambiente físico;
Mobilizar pessoa de modo a que fique centrada na cama com a parte posterior do
corpo em contacto com a superfície de apoio;
Posicionar a cabeça e o pescoço sobre uma almofada de modo a evitar a flexão do
pescoço;
Posicionar os membros superiores paralelamente ao corpo, com os cotovelos em
extensão, antebraço em pronação e ligeira dorsiflexão do punho;
Posicionar os membros inferiores com a articulação coxofemoral em extensão.
Pode-se colocar pequenas almofadas nas regiões aquilianas para que os calcâneos
não estejam expostos a pressão;
Posicionar os pés em ângulo reto de modo a prevenir o pé equino;
Verificar alinhamento da pessoa segundo o seu eixo sagital.
Decúbito Semidorsal
Explicar procedimento à pessoa e/ou familiares;
Preparar o ambiente físico;
20
Mobilizar pessoa de modo a que fique centrada na cama com a parte posterior do
corpo em contacto com a superfície de apoio;
Posicionar membro superior do lado do decúbito com a articulação escapulo-
umeral em ligeira abdução e rotação interna com a mão apoiada na cama, flexão do
cotovelo e antebraço em supinação;
Posicionar membro superior do lado oposto ao decúbito com a articulação
escapulo-umeral em ligeira abdução cotovelo em ligeira flexão, punho em posição
neutra, dedos em extensão, todo o membro apoiado na almofada;
Posicionar membro inferior do lado do decúbito na base da cama, com coxofemoral
e joelho em ligeira flexão e tibiotársica em posição neutra;
Posicionar membro inferior do lado oposto ao decúbito apoiado na almofada.
Posicionar a articulação coxofemoral e o joelho em extensão ou ligeira flexão
apoiado na almofada, posicionar articulação tibiotársica em posição neutra;
Verificar alinhamento da pessoa segundo o seu eixo sagital.
Decúbito Lateral
Explicar procedimento à pessoa e/ou familiares;
Preparar o ambiente físico;
Posicionar a cabeça da pessoa sobre uma almofada, com volume ajustado à altura
do seu ombro;
Posicionar o membro superior do lado do decúbito com a articulação escapulo-
umeral abdução e rotação externa e cotovelo em flexão com antebraço apoiado na
cama.
Posicionar o membro superior do lado do oposto ao decúbito ao longo do corpo ou
flexão da escapulo-umeral fazendo um ângulo de aproximadamente 90º. Membro
apoiado em almofada com pronação do antebraço, punho e dedos em extensão.
21
Posicionar o membro inferior do lado contrário ao decúbito de modo a articulação
coxofemoral e joelho formam um ângulo de 90º. A tibiotársica deve estar em
posição neutra, para que o trocânter, joelho e maléolo externo se encontrem no
mesmo plano (podem estar apoiados em almofadas);
O membro inferior do lado do decúbito fica apoiado na cama com ligeira flexão do
joelho e a tibiotársica em posição neutra;
Verificar alinhamento da pessoa segundo o seu eixo sagital.
Decúbito Ventral
Explicar procedimento à pessoa e/ou familiares;
Preparar o ambiente físico;
Posicionar a cabeça e cintura escapular da pessoa (se não houver contraindicação),
virando-a para um dos lados. Se necessário, colocar uma pequena almofada.
Posicionar os membros superiores em extensão e adução ou com abdução e
rotação externa da articulação escapulo-umeral;
Posicionar os membros inferiores em extensão e ligeira abdução da articulação
coxofemoral, flexão do joelho, pés apoiados numa almofada, para que os dedos
não fiquem a tocar na base da cama;
Verificar alinhamento da pessoa segundo o seu eixo sagital.
Decúbito Semiventral
Explicar procedimento à pessoa e/ou familiares;
Preparar o ambiente físico;
22
Aplicar almofadas desde a articulação escapulo umeral até aos pés;
Virar a pessoa de decúbito dorsal para ventral;
Posicionar a cabeça da pessoa, virando-a para um dos lados. Se necessário, colocar
uma pequena almofada;
Posicionar o membro superior, do lado do decúbito, extensão da escapulo-umeral,
cotovelo, punho e dedos em extensão apoiados na cama;
Posicionar o membro superior, do lado oposto ao decúbito, em abdução do ombro,
flexão do cotovelo extensão do punho e dedos;
Posicionar o membro inferior do lado do decúbito extensão do coxofemoral e joelho,
apoiado na base da cama;
Posicionar o membro inferior, do lado oposto ao decúbito apoiado em almofada com
coxofemoral a 45º, flexão do joelho, tibiotársica em posição neutra;
Verificar alinhamento da pessoa segundo o seu eixo sagital.
23
2. A ERGONOMIA E A MECÂNICA CORPORAL DO ENFERMEIRO NA
MOBILIZAÇÃO DO UTENTE
Para cuidar das pessoas, e em especial, de pessoas com mobilidade alterada, dando
resposta às suas necessidades e prevenindo as consequências provenientes da sua
condição (como as úlceras de pressão anteriormente referidas), os enfermeiros procedem a
intervenções como os posicionamentos que podem ser penosos por requererem grande
esforço físico (Zanon & Marziale, 2000; Alexandre, 2007). O facto deste tipo de
procedimentos requerem um grande esforço físico, serem executadas inúmeras vezes e em
ambientes com pouco espaço, onde o mobiliário não facilita, torna-os perigosos, capazes
de causarem lesões musculosqueléticas. (Alexandre, 2007)
De facto lesões musculosqueléticas provenientes da atividade laboral são o
problema de saúde ocupacional mais frequente na Europa: 24% dos trabalhadores refere
lombalgias e 22% dores musculares (OSHA A. E., 2007). Os enfermeiros têm uma das
maiores taxas de incidência de lesões musculosqueléticas: 13 em cada 100 enfermeiros são
afetados por estas lesões (BLS, 2003 in Capelo, 2011). É estimado que cerca de 12% dos
enfermeiros que abandonam a atividade profissional em cada ano o façam por causa das
lesões músculo-esqueléticas (Collins, Wolf, Bell, & Evanoff, 2004; A. Nelson, 2006 in
Capelo,2011).
A movimentação de doentes é apontada como o maior fator de risco para as lesões
musculosqueléticas nos enfermeiros, principalmente lombalgias (Alcouffe, et al., 1999;
Buckle, 1987; Buxdorf & Sorock, 1997; Daraiseh, et al., 2003; Elders & Burdorf, 2001; I.
Engkvist, et al., 2001; Feng, et al., 2007; French, Flora, Ping, Bo, & Rita, 1997; Harkness, et
al., 2003; Jensen, 1990a; Kraus, et al., 1997; B. D. Owen, 1989; B. D. Owen & Damron, 1984;
Retsas & Pinikahana, 2000; Smedley, et al., 1995, 1997; Smith, et al., 2006; Stobbe,
Plummer, Jensen, & Attfield, 1988; Yassi, et al., 1995; Y. Yip, 2001 in Capelo, 2011). Deve se
ter em especial atenção aos enfermeiros das urgências já que estes desempenham tarefas
24
físicas ainda mais complexas, por fazerem face a situações não planeadas e inesperadas
(Hignett, 1996 in Capelo, 2011).
As lesões musculosqueléticas vindouras da atividade profissional afetam a saúde
dos trabalhadores (podem afetar diversas zonas corporais como o pescoço, o ombro, e a
coluna vertebral), reduzem a produtividade, e aumentam o absentismo podendo até causar
incapacidade profissional crónica. Assistir clientes com mobilidade reduzida é indissociável
dos cuidados de enfermagem, pelo que é imperioso perceber como o profissional pode
executar essas tarefas em segurança.
Usar de forma correta as estruturas corporais – boa mecânica corporal - amplia a
sua eficácia e economiza energia. Segundo Potter & Perry (2006) a mecânica corporal
consiste nos esforços coordenados dos sistemas músculo-esquelético e nervoso para
manter o equilíbrio, a postura e o alinhamento do corpo nas diversas atividades,
promovendo a utilização mais eficaz da energia muscular.
Marziela e Rabazzii (2000) focam a ergonomia no trabalho de enfermagem como
um dos fatores mais importantes na prevenção das lesões músculo-esqueléticas. Entende-
se por ergonomia a relação entre o ser humano e o seu ambiente de trabalho e inclui o
desenho dos equipamentos em uso e o posto de trabalho, as formas como as atividades
são executada, a comunicação, o grau de insalubridade, a iluminação, e a temperatura
(Cavassa, 1997 in Marziela e Rabazzii, 2000).
Segundo COUTO (1995), através da aplicação. Em contexto hospitalar, a ergonomia
centra-se no aperfeiçoamento das condições de trabalho para os profissionais de saúde e
no aperfeiçoamento da assistência aos clientes (Capelo, 2011).
Estudos efetuados no âmbito dos aspetos ergonómicos e posturais na mobilização
de utentes em relação à ocorrência de cervicodorsolombalgias nos enfermeiros
demonstraram que grande parte das lesões ocorridas se devem à inadequação de
mobiliários e equipamentos empregados nas atividades bem como a adoção de posturas
incorretas pelos trabalhadores (Alexandre et al.1991; Alexandre & angerami,1993;
Alexandre, 1998).
Contudo nem sempre é dado a este aspeto a importância que ele tem o que acaba
por contribuir para a génese de lesões músculo-esqueléticas (Alexandre & Rogante, 2000).
25
Para evitar as lesões musculosqueléticas que tanto afetam os enfermeiros é
necessário aplicar alguns princípios básicos aquando as técnicas de mobilização, quer
existam ou não disponíveis meios auxiliares (OSHA, 2003; Alexandre, 2007):
Procurar sempre que possível auxilio de uma segunda pessoa;
Posicionar-se o mais próximo do cliente previamente ao inicio da atividade;
Incentivar a colaboração do cliente no decorrer do processo, ainda que esta possa
ser mínima;
Conservar uma postura adequada durante a execução da tarefa. Na realização de
esforços, preservar a região dorso-lombar direita, fletir os joelhos impedindo a
inclinação anterior do tronco a um ângulo superior a 10º e pôr a força nos
músculos dos membros inferiores.
Precaver movimentos de rotação e flexão da coluna, preservar o alinhamento
corporal, a postura do tronco e a posição dos pés na direção do movimento a
realizar.
Segurar firmemente o cliente;
Usar vestuário que permita total amplitude de movimentos e calçado fechado que
minimize o risco de lesão durante as mudanças de direção.
Para além das recomendações acima descritas, segundo Nordin, Alexandre e
Campello (1997) é importante quando utilizar novas abordagens para encarar e atenuar os
sintomas provenientes da atividade profissional entre elas tem-se:
Praticar exercício físico com regularidade;
Executar exercícios específicos para alongamento da coluna vertebral;
Precaver a obesidade e o tabagismo;
Usar posições, colchões e travesseiros apropriados durante o sono;
Proceder a técnica de relaxamento.
26
3. POSICIONAMENTO DO UTENTE NO LEITO COM ALTERAÇÕES DA
MOBILIDADE - UM ASPETO FUNDAMENTAL NOS CUIDADOS DE
ENFERMAGEM
Logo no primeiro dia de ensino clínico onde me encontro, o ensino clínico em meio
hospitalar no serviço de urgência do centro hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho,
deparei-me com uma organização totalmente diferente daquela que tinha imaginado
aquando me vi no papel de utente, onde só visualizava uma pequena parte do que era
realmente um serviço de urgência. O serviço de urgência neste hospital está dividido em
várias áreas físicas como a pneumologia, a ortopedia, a pequena cirurgia, a área laranja de
observação médica, o internamento da área laranja, a OBS e a área verde/sala de
enfermagem sem esquecer a sala de emergência. Contudo, em todas as essas áreas, com
diferentes finalidades, apercebi-me que a maioria das pessoas eram idosas ou
apresentavam a sua mobilidade reduzida ou nula devido a doença aguda, doença crónica
ou doença crónica agudizada.
De facto, os dados estatísticos de 2012 do relatório de contas deste hospital
comprovam que os motivos mais frequentes pelos quais as pessoas recorrem ao serviço de
urgência são a doença e o trauma e que o número de internamentos antecedidos de
recurso ao serviço de urgência tem aumentado, contribuindo ainda mais para a
imobilidade. Estes factos aliado às horas de espera pelo atendimento, ao tempo que
passam nas áreas de observação, aos poucos recursos materiais (macas em deficiente
estado de conservação, falta de almofadas, superfícies de apoio de baixa tecnologia, etc..) e
um grande número de tarefas a realizar em tempo reduzido pelo baixo rácio de
enfermeiros-utentes fez-me pensar nas consequências da imobilidade. As pessoas nesta
situação para além da causa que as levou ao hospital sofrem das consequências dessa
mesma imobilidade/mobilidade reduzida.
27
A imobilidade acarreta consequências negativas em todo o corpo humano:
alterações no sistema nervoso, alterações no sistema respiratório, alterações no sistema
cardiovascular, alterações no sistema gastrointestinal, alterações no sistema urinário,
alterações no sistema musculosquelético e alterações no sistema tegumentar.
Uma das consequências que mais impacto tem na vida e bem-estar das pessoas e
poderia, na maioria dos casos, ser evitada são as alterações no sistema tegumentar: as
úlceras de pressão. As úlceras de pressão têm implicações não só físicas (dor, celulite,
septicémia) como psicológicas financeiras e sociais e há estudos que comprovam que 95%
dos casos poderiam ser evitados. A incidência destas lesões representam um indicador de
qualidade dos cuidados de enfermagem já que as são os enfermeiros detentores de um
papel decisivo na sua prevenção A prevenção das úlceras de pressão tem custos inferiores
ao tratamento (que nem sempre se chega a concretizar) e reduz substancialmente o
sofrimento do utente – “Então porque não fazê-lo?”.
Assim sendo pareceu-me importante explorar estas questões num serviço de
urgência pois normalmente as consequências negativas da imobilidade surgem curtos
períodos – as alterações do sistema tegumentar podem iniciar-se após duas horas.
Ao longo da pesquisa que efetuei para realizar a presente monografia encontrei as
diretrizes da European Pressure Ulcer Advisory Panel e do National Pressure Ulcer Advisory
Panel que continham diversas estratégias para a prevenção de úlceras de pressão. Entre
essas estratégias continha: a identificação de utentes com risco de úlcera de pressão
(avaliação do risco de úlcera de pressão); a avaliação da pele e dos sinais de úlcera de
pressão; a referenciação ao nutricionista de pessoas em risco de desenvolver úlceras de
pressão e oferta de suplementos nutricionais proteicos; a escolha de uma superfície de
apoio (colchão) adequada; reposicionamento frequente do individuo. Sendo consideradas a
escolha da superfície de apoio e o reposicionamento frequente do individuo as estratégias
mais eficazes na prevenção de úlceras de pressão.
Pelo que tenho experienciado no serviço de urgência não é efetuada avaliação dos
utentes com risco de úlcera de pressão, talvez por teoricamente se supor que um utente
permaneça pouco tempo no serviço de urgência. A não avaliação dos utentes com risco de
úlcera de pressão não permite um atendimento das necessidades individualizado e
personalizado podendo por em causa as restantes medidas de prevenção. Por outro lado,
nunca verifiquei referenciação de nenhum doente ao nutricionista nem administração de
28
suplementos proteicos. Talvez pelo mesmo motivo de não se avaliar o risco de úlcera de
pressão – suposta permanência por curtos períodos de tempo no serviço de urgência.
Contudo o que realmente se verifica é que há utentes (em especial no internamento da
área laranja) que permanecem aí por vários dias. Outras das diretrizes que não é respeitada
é a escolha adequada da superfície de apoio. Isto acontece porque, de forma simples, não
há como escolher. As superfícies de apoio são de baixa tecnologia e iguais para todos os
utentes quer tenham ou não diferentes riscos de úlcera de pressão. Quanto ao
reposicionamento verifica-se que este é tido em consideração, mas apenas nos utentes
internados na área de observação médica e observação cirúrgica, no internamento da área
laranja e na OBS. Estas alternâncias de decúbitos dependem muitas vezes do tempo
disponível dos enfermeiros (que num serviço de urgência é escasso) e esquecem por vezes
as pessoas com imobilidade que por terem pulseira verde ou amarela se encontram horas
no corredor à espera de observação médica. Também pelo tempo escasso nem sempre a
avaliação da pele e dos sinais de úlcera de pressão é efetuado corretamente.
Sendo, como já foi referido anteriormente, a superfície de apoio e os
reposicionamentos os fatores que mais contribuem para a prevenção de úlceras de
pressão, e não havendo como alterar o fator “superfícies de apoio” no serviço de urgência,
o reposicionamento toma especial importância.
Assim sendo, os posicionamentos (a par das transferências dos utentes) assumem
um papel indissociável na prática de enfermagem. Contudo estas intervenções podem
revelar-se penosas devido às características do utente (obeso, agitado…), do espaço físico
(falta de espaço, piso escorregadio, macas avariadas…) e devido às características
intrínsecas da tarefa (força empregada e repetibilidade). Essas características em conjunto
com posturas menos corretas que os enfermeiros assumem no seu decorrer levam a lesões
musculosqueléticas, reduzem a produtividade, e aumentam o absentismo profissional. De
facto, não é raro ouvirmos um enfermeiro a “queixar-se” de lesões musculosqueléticas. A
bibliografia comprova que os enfermeiros são o grupo profissional mais afetado por lesões
musculosqueléticas provenientes da atividade profissional por fazerem face a situações não
planeadas e inesperadas. É possível evitar tudo isto através do uso de uma boa mecânica
corporal e ergonomia. A junção da mecânica corporal e da ergonomia permitem não só
evitar lesões músculo-esqueléticas vindouras da atividade profissional como também
posicionar o utente de forma mais correta e confortável. Isto nem sempre se verifica, creio
eu, que mais uma vez por falta de tempo e de espaço no serviço de urgência.
29
Como refere Florence Nightingale “O mínimo que se espera de um hospital é que
não faça mal ao doente”. Não é esperado que se vá ao hospital tratar de um problema de
saúde e se saia de á ainda pior. Infelizmente isto nem sempre corresponde à realidade. Já
pode observar vários utentes em internamento para observação médica que
desenvolveram úlceras de pressão durante esse internamento. Por outro lado também não
é esperado que a atividade profissional de uma pessoa afete a sua saúde. Doenças
causadas pela atividade profissional podem diminuir a motivação e a capacidade de
trabalho, podendo no caso de enfermagem traduzir-se em menor qualidade dos cuidados
de enfermagem. A melhor forma de evitar ambas as situações acima expostas é sem dúvida
procurar o conhecimento da sua prevenção aplicando à prática mediante o que as
condições permitirem. É de toda a importância que se garantam os melhores cuidados de
enfermagem ás pessoas sem que isso tenham impacto na saúde dos profissionais.
30
CONCLUSÃO
Com esta monografia, desejava-se demostrar como a imobilidade pode afetar o
estado de saúde da pessoa em especial o sistema tegumentar, explicar a génese das úlceras
de pressão, esclarecer de que forma é possível prevenir as úlceras de pressão, elucidar a
importância e as diferentes forma de posicionar o cliente no leito tendo em conta as
condições disponíveis no serviço de urgência e mostrar de que forma podem os
enfermeiros prevenir lesões músculo-esqueléticas provenientes da mobilização dos
utentes.
Para isso, procedeu-se à análise bibliográfica da temática e posteriormente à
comparação dessa teoria com o que foi vivenciado durante o ensino clínico
Ao terminar a monografia, conclui-se que os objetivos foram atingidos.
Verifica-se que de facto a imobilidade pode afetar os diversos sistemas corporais do
organismo. Entre todos os sistemas corporais confirma-se que as alterações do sistema
tegumentar – as úlceras de pressão - são das consequências que mais impacto tem na
qualidade de vida das pessoas, quer a nível físico, quer a nível emocional, quer a nível
financeiro. Para além disso existem estudos que comprovam que 95% das úlceras de
pressão poderiam ser evitadas. Atendendo ao contexto do serviço de urgência – poucos
recursos materiais, poucos recursos humanos, pouco tempo, situações emergentes e
inesperadas – bem como às diretrizes europeias no que diz respeito à prevenção de úlceras
de pressão conclui-se que o posicionamento em alternância de decúbitos tem um papel
fundamental nesse objetivo. Pelo que vivenciei esta prática já esta implementada do
serviço, contudo há utentes, como os que estão à espera de ser vitos nos corredores que
não são abrangidos por ela e nem sempre pode ser executada de forma correta devido ao
espaço existente e à adoção de posturas menos corretas por parte do enfermeiro.
Confirma-se ainda que as lesões músculo-esqueléticas provenientes das mobilizações de
utentes são elevadíssimas entre os enfermeiros e podem causar diversos problemas de
31
saúde aumentando o nível de absentismo e comprometendo a capacidade de trabalho.
Todavia estas lesões nos enfermeiros também poderiam ser evitadas casos os princípios de
ergonomia e mecânica corporal fossem respeitados.
É da responsabilidade dos enfermeiros a prevenção da doença e promoção da
saúde: é da responsabilidade dos enfermeiros evitar as complicações provenientes da
condição que é a imobilidade. Nem sempre isso pode ser executado nas condições mais
favoráveis mas o ideal é garantir-se os melhores cuidados de enfermagem sem que isso
tenham impacto na saúde dos profissionais.
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