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Porque filosofar e porque filosofar sobre o direito
André Gualtieri de Oliveira Mestre em Filosofia e Teoria Geral do Direito
pela USP. Professor da Rede de Ensino LFG.
“Uma vida sem busca não é digna de ser vivida”.
(Sócrates)
“Pois os homens começam e começaram sempre a filosofar movidos pela admiração; no princípio,
admirados diante dos fenômenos surpreendentes mais comuns; depois, avançando pouco a pouco e
delineando problemas maiores, como as mudanças da lua e relativas ao sol e as estrelas, e a geração do
universo. Porém, o que se propõe um problema ou se admira, reconhece sua ignorância. De sorte que, se [os homens] filosofaram para fugir da ignorância, é claro que buscavam o saber em vista do conhecimento, e
não por alguma utilidade.” (Metafísica, Livro I, cap. 2, p. 982b).
“A razão pela qual o filósofo compara-se com o poeta é esta: ambos tem a ver com
a admiração”.
(Tomás de Aquino. Comentários à Metafísica de Aristóteles, I, 3)
“Ele é natureza dada e descritível, ao mesmo tempo em que está em busca de seu ser
verdadeiro, que nunca é dado nem pode ser descrito; ele é essencialmente razão e
linguagem razoável, ao mesmo tempo em que sempre está abaixo do nível da razão. Mais que isso, e bem pior: ele é até mesmo o ser que não
é, visto que ele é essencialmente seu próprio devir, e que esse devir não é um devir natural e
descritível, mas seu próprio fazer-se.” (Eric Weil. Lógica da Filosofia, p. 15)
“Torna-te quem tu és”
(Píndaro)
“Nenhuma resposta rigorosa seria possível à questão: o que é de direito, quid juris? Se não
dispuséssemos de alguma ideia do que é o direito, quid jus. Toda ciência do direito supõe uma certa concepção do direito, de seu objeto e de suas fontes; e cada ciência do direito só
valerá na exata medida do valor de seus princípios.”
(Michel Villey. Filosofia do direito: definições e fins do direito;os meios do direito. pp. 16-17)