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Pesquisa organizada pelo CERIS junto a presbíteros de todo o BrasilTRANSCRIPT
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
PERFIL DO PRESBÍTERO
BRASILEIRO
Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais
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CERIS
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
Índice
1.Introdução............................................................................................................. 3
2.Metodologia.......................................................................................................... 5
2.1 Tabulação dos dados................................................................................... 7
3.Perfil dos presbíteros a partir dos resultados da pesquisa............................. 8
3.1 Identificação.................................................................................................. 8
3.2 Vivência e Prática Religiosa......................................................................... 10
3.3 Formação e Condições de Vida................................................................... 13
3.4 Integração Psico-afetiva............................................................................... 15
3.5 Relação com o laicato e o diocese.............................................................. 22
4.Considerações Finais.......................................................................................... 25
Anexo 1: Tabulação dos Dados............................................................................. 29
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1.Introdução
Temos vivido tempos de mudanças, tempos de crise, tempos de desafios.
Com a crise da modernidade ou período pós-moderno1, marcado por processos que se
interpenetram: globalização, neo-liberalismo, crise do sujeito, pluralismo em todos os
campos: religioso, cultural, étnico; a ousadia de abraçar as novas perguntas e o desafio
de respondê-las não com os velhos paradigmas, mas a partir da construção de novas
perspectivas e possibilidades de ação, está colocado para as instituições.
A crise, como afirma Giddens (2002), é constitutiva da própria modernidade2,
entendida “não como uma mera interrupção, mas como um estado de coisas mais ou
menos permanente”3. Esta crise afeta as instituições sociais e numa relação direta, os
indivíduos, como indica aquele autor “as transformações introduzidas pelas instituições
modernas se entrelaçam de maneira direta com a vida individual, e portanto com o eu”.
Dentro da Igreja Católica, o Concílio Vaticano II foi o marco da ampla entrada
dos princípios modernos, como alguns autores preferem chamar de “aggiornamento” e/ou
“abertura das janelas da igreja à modernidade”. Desde aí, vêm ocorrendo mudanças na
compreensão e vivência da missão. Atualmente, com as transformações ocorridas no
cenário sociorreligioso a consciência da necessidade de responder às interpelações
postas por essa realidade torna-se mais intensa. Nesse processo, encontramos a
identidade, a vivência e a missão dos presbíteros sendo xecadas, revisadas e em
processo de transformação. Para Cozzens4, a grande transformação no presbiterato
ocorreu sobremaneira com o Vaticano II através da passagem do modelo cultual ao
modelo de servo-líder (possibilitado pela compreensão da pessoa do presbítero como
membro do Povo de Deus). Para ele, ocorreram, pelo menos, quatro mudanças de
paradigma na vivência presbiteral :
1 Para um estudo sobre modernidade e pós-modernidade há uma extensa bibliografia, onde asabordagens têm se dado nas diversas disciplinas: sociologia, psicologia, teologia etc. Em relação aosestudos que inter-relacionam modernidade e vivencia cristã, vida religiosa podemos citar as publicaçõesrecentes de LIBÂNIO, João Batista. Igreja Contemporânea. Encontro com a Modernidade. São Paulo:Edições Loyola, 2000. OLIVEIRA, José de Lisboa M. de. Viver os votos em tempos de pós-modernidade.Desafios para a vida consagrada. São Paulo: Edições Loyola, 2002. (2 ed)
2 Anthony Giddens, sociólogo inglês, intitula este momento em que vivemos como “alta modernidade oumodernidade tardia”. Conferir: GIDDENS, Anthony. Modernidade e Identidade. Rio de Janeiro: JorgeZahar Ed., 2002.
3 Idem. (p.19) 4 COZZENS. Donald B. A face mutante do sacerdócio. Reflexão sobre a crise de alma do sacerdote. São
Paulo: Edições Loyola, 2001.
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1. do púlpito à participação;
2. de pregador clássico a portador do mistério;
3. do estilo solitário ao ministério colaborativo;
4. de uma espiritualidade monástica a uma espiritualidade secular.5
Frente a este panorama, a Comissão Nacional dos Presbíteros solicitou ao
CERIS uma pesquisa que pudesse traçar o perfil do presbiterato a partir da investigação
de alguns temas centrais na vida dos sacerdotes: vivência e prática religiosa; formação e
condições de vida; aspectos da vida psico-afetiva e relação com o laicato e igreja local.
5 Idem. p. 24.
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2.Metodologia
A pesquisa sobre o perfil do presbítero brasileiro foi realizada por meio de
amostragem probabilística. Inicialmente optou-se pela divisão do contingente presbiteral
brasileiro em dois grupos distintos: presbíteros seculares (ou diocesanos) e presbíteros
dos institutos (ou religiosos). Esta divisão foi feita com o objetivo de obter dois perfis
distintos e comparáveis. Este tipo de procedimento é denominado estratificação. Nestes
dois estratos foram selecionadas amostras aleatórias simples. Ou seja, os presbíteros de
cada estrato foram escolhidos por meio de um sorteio onde todos tinham chances iguais
de seleção. Utilizou-se como base para o processo de estratificação e seleção, o
cadastro do CENSO ANUAL DA IGREJA CATÓLICA NO BRASIL (CAICBr) de 20026. No
anexo I apresentam-se as fórmulas utilizadas para calcular as diversas quantidades que
serão apresentadas na tabulação dos dados.
O tamanho da amostra foi determinado, principalmente, pelos custos
inerentes a uma pesquisa de âmbito nacional, e pelo volume de dados a ser tratados
(digitados, tabulados, validados etc.). Optou-se pela seleção de 11% do total de
presbíteros em cada grupo (diocesano e religioso). Ao todo, 1831 presbíteros foram
selecionados – 1078 diocesanos e 753 religiosos. A coleta de dados foi feita através de
questionário enviado pelo correio aos endereços que constavam do cadastro do CAICBr.
Juntamente com o questionário foi enviado um envelope selado e endereçado ao CERIS
para facilitar o retorno dos questionários, sem custos para o informante. A tabela a seguir
apresenta o contingente presbiteral por estratos e o tamanho da amostra em cada
estrato.
Tabela 1: Estratificação e tamanho da amostra
Estrato Descrição Total (Nh)7 Amostra (nh) Fração amostral1 Presbíteros diocesanos 9.793 1.078 0,112 Presbíteros religiosos 6.841 753 0,11
Total - 16.634 1.831 0,11
Fonte: CAICBr – 2002.
Considerados os procedimentos adotados, os resultados da pesquisa seriam
válidos para o conjunto de presbíteros brasileiros, não fosse pelo alto índice de não
resposta ao questionário. Até o prazo final para devolução dos questionários - maio de
6 Os dados são referentes à informações prestadas para 2001.7 Foram considerados os presbíteros que na data do levantamento possuíam residência conhecida.
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2003 - aproximadamente 30% do total de presbíteros (considerados os dois estratos)
havia respondido a pesquisa. O prazo de entrega foi prorrogado até a primeira quinzena
de agosto. Para tentar minimizar o problema da não resposta e qualificá-la, foi feita uma
amostra entre os presbíteros que não responderam a pesquisa. Estes presbíteros foram
contatados por telefone num esforço para que enviassem ao CERIS o questionário
respondido.
As informações de causa de não resposta obtidas neste contato foram
classificadas em três categorias:
• Causa 1: não foi possível fazer o contato, pois o presbítero havia mudado de
endereço, ou encontrava-se em viagem ao exterior.
• Causa 2: falecimento, doença, encontram-se afastados do trabalho pastoral.
• Causa 3: negam-se a responder, ou informaram que responderiam, mas não o
fizeram.
Com base nestas categorias foi feita a tabulação das causas por estrato, para
os contatos estabelecidos. A tabela a seguir apresenta os resultados.
Tabela 2: Levantamento de causas para não resposta
Causas Causas %Estrato 1 2 3 1 2 3 Total
Presbíteros Diocesanos 76 18 41 0,56 0,13 0,3 135Presbíteros Religiosos 18 2 24 0,41 0,05 0,55 44
Total 94 20 65 0,53 0,11 0,36 179
Fonte: CERIS 2003.
Percebe-se que muitos são os padres que, de alguma forma, negaram-se a
responder ao questionário da pesquisa. Ao final do levantamento foram respondidos 758
questionários, correspondendo a aproximadamente 41% do total de presbíteros
selecionados. Com o objetivo de inferir, a partir deste volume de respostas, para o
conjunto de não informantes, foram feitas duas hipóteses:
– os presbíteros que se negaram a responder, ou não responderam por motivos tais
quais os da causa 2, não podem ser considerados representados entre o conjunto de
informantes; e
– os presbíteros que não puderam ser contatados têm um comportamento (perfil) que
pode ser descrito segundo as respostas que foram dadas, uma vez que não
responderam pelo motivo de não terem recebido o questionário.
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A partir destas duas hipóteses a amostra efetivamente coletada (41% do total
pretendido) passa a representar uma parcela do contingente presbiteral. Para determinar
esta parcela utilizou-se da seguinte fórmula:
N h novo =N h− nhnrnh pnr N h
onde
N h novo - tamanho da população do estrato h a qual se pode estender os resultados
da pesquisa
nhnr - número de não informantes no estrato h na amostra
nh - número total de presbíteros selecionados no estrato h
pnr - proporção de presbíteros nas categorias de causa 2 e 3 no estrato h
N h - tamanho da população de presbíteros no estrato h
Com base nos dados apresentados nas tabelas 1 e 2, e calculando o novo
tamanho do estrato, pode-se considerar que os resultados que serão apresentados são
válidos para o perfil de aproximadamente 71% do contingente presbiteral ou 11737 (7339
presbíteros diocesanos e 4398 presbíteros religiosos) presbíteros brasileiros. Os
resultados não podem ser estendidos aos presbíteros que se negaram a responder, que
faleceram ou estão afastados dos trabalhos pastorais – 29% do contingente total.
2.1 Tabulação dos dados
Os resultados serão apresentados para cada um dos estratos – presbíteros
diocesanos e presbíteros religiosos – e para o total do contingente presbiteral. As tabelas
apresentam:
– estimativa da característica (proporção ou média); e
– erro padrão para as estimativas dos perfis de cada estrato.
O erro padrão corresponde a variação esperada para a estimativa da
característica (proporção ou média) devido ao fato de se estar trabalhando com uma
amostra e não um censo (investigação de todo o universo de interesse – presbíteros).
Através do erro padrão, pode se calcular a margem de erro para a estimativa da
característica: com o nível de significância de 5% a margem de erro é igual a 1,96 vezes
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o erro padrão, para mais ou para menos.
Em algumas tabelas os percentuais não somam 100%. A diferença existente
é devida ao arredondamento dos percentuais para uma casa decimal, e é da ordem de
0,1%.
No decorrer do texto, algumas tabelas serão apresentadas de forma
ilustrativa, o conjunto delas, no entanto, estará disponível no anexo 1. Optou-se por esta
organização para dar maior agilidade à leitura do relatório. Apresentaremos uma análise
dos dados tendo em conta que outras possíveis leituras poderão ser realizadas mediante
a riqueza de informações que a pesquisa recolheu.
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3. O perfil dos presbíteros a partir dos resultados da pesquisa
3.1 Identificação
Segundo os dados do Censo Anual da Igreja Católica no Brasil/CERIS, temos
um contingente presbiteral de 16.634, sendo 9.793 integrantes do clero diocesano e
6.841 do clero religioso8. Em estudo recente sobre a composição do contingente
presbiteral no Brasil, Ruiz (2002)9 indica um aumento da participação dos padres do clero
secular no período de 40 anos, entre 1960 a 2000, que passou de 41,5% do total para
54,1%.
Na presente pesquisa, a idade média dos presbíteros brasileiros é de 51
anos, sendo que o clero diocesano é um pouco mais jovem do que o religioso, tendo
respectivamente a idade média de 48 anos e de 56 anos10.
Considerando o tempo de ordenação, o clero diocesano é mais jovem, tem
em média 18 anos, já, os religiosos possuem 27 anos em média de ordenação. No
conjunto, o clero brasileiro possui uma média total de 22 anos de presbiterato.
A maioria das vocações sacerdotais são provenientes da zona rural, 56% dos
presbíteros, seguida da zona centro urbana que soma 30% delas. É pequeno o índice de
presbíteros que nasceram na periferia urbana, somente 13%. Temos um pequeno
diferencial na localidade de nascimento entre o clero diocesano e o religioso. Neste
último, 61% tem como origem a zona rural e 26% o centro urbano. Entre o clero
diocesano, 53% nasceram na zona rural enquanto 33% no centro urbano. Observa-se
portanto, que parece haver uma tendência de crescimento de presbíteros seculares
8 Dados CERIS 2001/2002.9 RUIZ, Evandro. Dinâmica Populacional e Igreja Católica no Brasill: 1960-2000. Caderno CERIS, Ano 2,
n.3. Rio de Janeiro: CERIS/Paulus; São Paulo: Loyola, 2002.10 Nossa pesquisa confirma os dados de RUIZ (2002), em seu estudo sobre o contigente presbiteral no
período de 1960 e 2000: “a partir de 1985 o processo anterior de envelhecimento cedeu lugar a umrejuvenescimento, motivado pela renovação do efetivo de padres seculares, principal fator decrescimento atual do contingente: sua idade média caiu de 50,7 para 47,9. E mesmo que a idade médiados padres do clero regular continuasse a subir após o período da crise (“crise dos anos 70”), o ritmo deenvelhecimento desacelerou-se: de 6,5 anos entre 1970 a 1985, para 2,1 anos entre 1985 e 2000”.Acrescenta que “o contingente presbiteral da Igreja no Brasil, que envelheceu pouco mais de cinco anosao longo de quinze anos anteriores a 1985, remoçou quase dois anos ao longo dos quinze anossubseqüentes”. O autor conclui sua análise sobre a evolução da idade média dos presbíteros apontandoque: “a tendência predominante nos últimos anos e que continua em curso é a de seu rejuvenescimento.”Op. cit. (p.41)
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provenientes dos municípios caracterizados como centro urbano.
Em relação à nacionalidade do clero, temos 84% brasileiros e 15%
estrangeiros. Fato este, também verificado no estudo de Ruiz (2002)11 que aponta um
crescimento de 21,5% da participação dos brasileiros na formação do clero entre os anos
1960 e 2000, passando nesta época de 59,1% para 80,6% do seu efetivo .
Em nossa pesquisa, o índice de brasileiros no clero diocesano é de 92% e o
do religioso, 73%. Esse dado também é verificado no estudo supracitado, demonstrando
que a participação dos brasileiros (natos ou naturalizados) no clero diocesano foi a que
mais aumentou. Para Ruiz (2002), este fato ocorre devido ao trabalho das igrejas locais
no aumento “de agentes institucionais próprios” (p.39). É interessante a observação
desse autor de que o contingente presbiteral da Igreja no Brasil “vem evoluindo no
sentido de se tornar crescentemente secular, predominantemente autóctone e, hoje,
tendencialmente mais jovem.” (p.42)
O clero brasileiro está concentrado em duas regiões brasileiras: sudeste
(45%) e sul (25%). A presença do clero nas regiões nordeste (16%) e centro-oeste (9%) é
relativamente pequena. A região norte é a que mais sente a ausência do clero, com
apenas 3% do seu total.
A presença do clero diocesano é maior do que o religioso na região sudeste
(respectivamente 47% e 42%) e região nordeste (respectivamente 20% e 11%), em
contrapartida, o religioso possui um maior contingente na região sul (30%) do que o
diocesano (22%), o mesmo ocorre na região centro-oeste, onde o clero religioso possui
12% e o diocesano 8%12.
11 Idem.12 Ruiz (2002), em seu estudo, a partir das séries históricas do banco de dados do CERIS, ao constatar
uma presença menor do clero religioso se comparada a do diocesano na região nordeste, faz umaanálise provocadora afirmando que esta presença “ tem pouco a ver com a fragilidade das respectivasigrejas e muito mais com a dificuldade dos institutos religiosos no Brasil de assumirem maisdecididamente o desafio do nordeste”. Op. Cit. (p.38)
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3.2 Vivência e Prática Religiosa
A pesquisa procurou identificar os motivos que levaram os pesquisados à
opção pelo presbiterato e a sua avaliação atual dessa opção, assim como, mapear sua
vivência e prática religiosa a partir dos aspectos ligados à espiritualidade e à atuação
pastoral.
Opção Presbiteral
Os padres foram solicitados a assinalar a principal motivação que os levou à
opção sacerdotal, em um rol de 13 opções (ver anexo 1). A grande maioria assinalou a
opção “serviço a Deus e aos irmãos” (58%). Todas as demais opções tiveram índices
abaixo de 10%, a única com esse percentual, é a “desordem ou a falta de estrutura
familiar”. As opções “amor aos pobres” e o “desejo de lutar contra as injustiças sociais”
tiveram índices baixos, respectivamente 5% e 2%, o que demonstra que a “opção
preferencial pelos pobres” compromisso da Igreja conclamado em Puebla13 (1979) não
tem sido força motriz para as vocações. É interessante observar que duas opções não
foram escolhidas nem pelo clero diocesano nem pelo religioso, ou seja, “o desejo de viver
uma vida santa” e a “possibilidade de ampliar seus conhecimentos”.
Quase a totalidade do clero (94%) ao avaliar a própria opção, confirmaria sua
opção presbiteral. O desejo de mudança de opção foi sinalizado por 4% do clero
dioceano que optaria pelo serviço à igreja como leigo (2%), ou como diácono (1%) ou,
ainda, pelo casamento (1%); entre o clero religioso todas essas opções receberam
indicação de 1% do seu contingente, em cada uma delas.
Espiritualidade
Um traço característico na opção pela vida religiosa é o compromisso com a
vivência da espiritualidade que deveria servir de fundamento para a ação evangelizadora.
Nas últimas décadas, com o aumento populacional e o crescimento dos desafios
pastorais, o risco do ativismo e da sobrecarga de compromissos na vida dos sacerdotes,
13 Conferência Latino Americana dos Bispos, Puebla, 1979 .
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muitas vezes, têm sido apontadas como obstáculos ao cultivo da espiritualidade.
A espiritualidade tem sido considerada como força motriz para 57% do clero,
sendo que 34% apontaram a necessidade de ser melhor cultivada. Entre o clero
diocesano e o religioso encontramos índices diferenciados quanto a avaliação da vivência
da espiritualidade: os dados expressam que enquanto 40% do clero diocesano acredita
que a espiritualidade precisa ser melhor cultivada (40%); entre os religiosos, a proporção
dos concordam com essa afirmação, cai para 27%. A consideração da espiritualidade
como força motriz é mais indicada entre os religiosos (67%) do que entre os diocesanos
(52%).
As celebrações eucarísticas são consideradas como um dos principais
valores que animam a vida espiritual dos padres (67%). Outro valor que os padres
consideram importante são as atividades que exercem em seu ministério (56%), assim
como o ideal que os motivou para o ingresso ao sacerdócio (46%). As orações,
meditações e leituras individuais são assinaladas por 40%.
Os três primeiros valores que animam a vida espiritual dos sacerdotes
apontados acima são percentualmente semelhantes tanto no clero diocesano quanto no
religioso. As diferenças de valoração se encontram no que diz respeito as orações,
meditações e leituras individuais que servem como impulso para a vida espiritual dos
religiosos (51%) mais do que aos dos diocesanos (34%); as amizades dentro da
comunidade paroquial são mais apontadas pelo clero diocesano (22%) do que pelo
religioso (14%) assim como o relacionamento com o clero (diocesano, 16% e o religioso,
4%). Já a luta por justiça e igualdade social recebe uma valorização percentualmente
semelhante entre os dois cleros (diocesanos e religiosos, 25% e 22% respectivamente).
Segundo Lorscheider14 o presbítero deve ser um “homem de oração:
interiorizar a Palavra de Deus dentro do contexto que vive e exerce o seu ministério.” De
acordo com a pesquisa, a prática da oração é vivenciada por 96% do clero, sendo que
2% dos padres diocesanos não a possuem e, entre os religiosos, 1%. As condições que
se tornam mais favoráveis para a prática da oração segundo os presbíteros são as
celebrações eucarísticas (74% entre os diocesanos e 72% entre os religiosos), a Liturgia
das Horas (51% entre os diocesanos e 46% entre os religiosos), e em momentos
comunitários (37% entre os diocesanos e 41% entre os religiosos).
14 LORSCHEIDER, Aloísio. O perfil espiritual e pastoral do presbítero hoje. In: Revista EclesiásticaBrasileira - REB. Fasc. 246, abril, 2002. Petrópolis/RJ: Vozes, 2002.
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A vivência diária da espiritualidade entre os padres está marcada
principalmente pela missa (87%), Liturgia das Horas (64%), meditação (48%), leituras de
cultivo espiritual (44%), oração do terço (42%) e leitura orante da Palavra de Deus (41%).
Atuação Pastoral
Dos padres informantes, 70% estão atuando em pastorais diversas, 22%
estão envolvidos em atividades administrativas, 14% na pregação ou direção espiritual
e/ou em atividades missionárias e 13% em formação de seminaristas. A presença dos
padres nos movimentos sociais é muito pequena (8%), assim como são poucos os que
trabalham como assessores (8%) e/ou estão atuando como professores de colégios e
universidades (7%) e/ou na pesquisa teológica (4%).
Encontramos uma maior presença dos diocesanos nas atividades pastorais
(76%) do que os religiosos (60%) e em atividades administrativas (25%) enquanto a
participação dos religiosos é de 17% nesse tipo de atividade; por outro lado, nas
atividades missionárias os religiosos estão em maior número (21%) do que os diocesanos
(11%).
Apenas no Âmbito Eclesial
Dos padres informantes, 66% têm como maior atividade no campo eclesial a
atuação paroquial e aproximadamente 15%, indicaram que atuam em diversas atividades
eclesiais de maneira igualitária. Poucos são os que atuam em CEB's (5%) e em outros
movimentos (1%).
A maioria dos padres diocesanos têm na paróquia sua atividade principal
(71%), 11% deles atuam em várias atividades eclesiais de maneira igualitária e, não
houve menção de atuação no Movimento de Renovação Carismática e/ou Conferência
dos Religiosos do Brasil/Comissão Nacional do Clero. Entre os religiosos, 58% atuam em
paróquia, sendo que 22% informaram que atuam em diversas atividades, tais como
movimentos, organismos diocesano, arquidiocesano e regionais de maneira igualitária.
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3.3 Formação e Condições de Vida
Formação no Seminário
A avaliação da formação recebida no seminário foi considerada, de uma
maneira geral, como sendo boa nos aspectos humano-afetivo, espiritual, comunitário,
intelectual e pastoral e, majoritariamente, insatisfatória no campo técnico-administrativo.
Considerando cada campo de formação temos a seguinte avaliação: no
humano afetivo, 41% do clero consideram boa a formação recebida e 32% como regular;
no espiritual, 57% consideram-na boa e 24%, excelente; no campo comunitário, 51%
avaliam a formação como boa e 23% consideram-na regular; no intelectual, 58% a
avaliam como boa, sendo que 28% consideram-na excelente; no pastoral, 43%
consideram-na boa e 26%, regular; no técnico-administrativo, 45% do clero consideram-
na insatisfatória e 31%, regular.
De uma maneira geral, o clero diocesano expressou-se mais crítico em
relação à formação recebida no seminário do que o religioso. Com exceção para a
formação no campo pastoral, onde os religiosos expressaram maior insatisfação do que
os diocesanos quando considerado os índices de regular, 33% e insatisfatório 8%. Esses
dados indicam uma necessidade de melhorar o programa de formação do clero,
principalmente nos seminários diocesanos.
Formação Permanente
58% dos padres procuram estar em constante atualização e 40% atualizam-
se quando possível. Esta atualização se dá sobretudo através de leitura de jornais e
revistas (74%), de leitura de livros (68%), de cursos promovidos pela diocese (48%),
jornais televisivos (42%) e conferências e palestras (36%). É relativamente baixo o índice
dos que utilizam a Internet como meio de atualização (15%).
O dado que sobressai quando se compara os diocesanos e os religiosos, é a
participação em cursos promovidos pela diocese: entre os religiosos essa forma de
atualização ocorre para 30%, entre os diocesanos o índice é de 60%. Esse dado pode ser
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justificado pela formação dos religiosos através dos próprios Institutos.
Quanto à participação em cursos oferecidos aos presbíteros,
aproximadamente 43% afirmaram que esta participação é ocasional e 39% participam
sempre. Entre os diocesanos a participação nesses cursos é maior do que entre os
religiosos, 47% e 27% respectivamente; por conseguinte, a proporção é inversa, quando
se trata de uma freqüência ocasional (53% e 37% respectivamente). Observa-se ainda
que são os religiosos os que mais se atualizam através de cursos particulares.
Sustentabilidade
Menos da metade dos entrevistados, 45% dos padres, sentem-se
suficientemente amparados em caso de doença, velhice, impedimento ao trabalho e/ou
aposentadoria. 31% acreditam estar relativamente amparados. No conjunto, 22%
afirmam não possuir garantia suficiente.
A avaliação neste aspecto do sentir-se amparado é muito distinta entre o
clero diocesano e o religioso. Os religiosos majoritariamente avaliam que estão
suficientemente amparados (77%) por suas congregações, apenas 19% deles
consideram-se relativamente amparados. Entre os diocesanos, o sentimento de falta de
garantia é bem maior, apenas 27% responderam que estão suficientemente amparados,
contra 39% que consideram-se relativamente amparados e 34%, sem garantia suficiente.
É importante que o tema da sustentabilidade receba uma atenção especial por parte das
dioceses, a fim de que se desenvolvam mecanismos que permitam garantir ao seu clero
um sentimento de segurança e amparo quanto ao futuro.
A sustentação do clero vem basicamente de seu trabalho na paróquia (57%).
13% do clero se sustenta a partir de outras fontes e 10% vive de aposentadoria. Entre o
clero diocesano, 69% dos padres se sustentam com recursos provenientes de seu
trabalho na paróquia. Entre os religiosos, 37% têm seus proventos do trabalho paroquial
e 29% de outras fontes.
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3.4 Integração Psico-afetiva
A integração psico-afetiva não é algo dado à pessoa, mas é sempre uma
busca cotidiana de manutenção do equilíbrio a fim de se obter a integridade da
identidade. Por sua vez, a identidade é uma construção psicossocial, uma realidade em
contínua formação.
A pesquisa procurou verificar o nível de realização dos presbíteros como uma
das ferramentas que contribuem para pensar a dimensão psico-afetiva. Para a maioria, a
experiência do presbiterato é realizadora e cheia de sentido (72%); para 21%, é
realizadora em alguns aspectos e para 5% é difícil. Como nosso estudo não é qualitativo,
não podemos aprofundar esses dados, mas citamos algumas respostas que os padres
escreveram no questionário sobre esse item, embora não tenham sido formuladas
questões abertas. Um padre que assinala que sua experiência no presbiterato é difícil,
justifica sua resposta:
“Por estar sempre submisso, recortado”. (diocesano)
Outro que opta pela opção realizadora e cheia de sentido, faz a seguinte
ressalva:
“Mas, às vezes árdua demais...” (diocesano)
Cabe notar que na pesquisa realizada por Edênio Valle15 o grau de realização
varia de acordo com o tempo de ordenação. Nesse estudo de Valle (2004) o grupo que
possui entre 16 a 20 anos de ordenação é o que demonstra um pouco mais reticente
quanto ao sentimento de realização.
Relacionamento Interpessoal
A necessidade de manutenção de vínculos de amizade na vida presbiteral
tem sido destacada por alguns autores. Cozzens (2001)16 por exemplo, considera que o
15 VALLE, Edênio (org). Padre você é feliz? Uma sondagem psicossocial sobre a realização pessoal dos
presbíteros do Brasil. São Paulo: Edições Loyola, 2004.16 COZZENS (2001), op. Cit.
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padre se encontra em perigo se não possui amigos próximos e íntimos (cf. p.52), além de
considerar que esta capacidade de manter amizades próximas e sinceras entre homens,
mulheres, sacerdotes e leigos, é uma das características de um sacerdote celibatário
saudável (cf. p.52s).
Os padres, em nosso estudo, afirmam possuir amigos: aproximadamente
44% avaliam que possuem poucos amigos, mas estes são verdadeiros; 41% acreditam
que possuem muitos amigos verdadeiros; dados que evidenciam que os padres
percebem-se como pessoas que possuem amizades e as valorizam. É o clero religioso
que mais afirma possuir muitos amigos verdadeiros (46%).
O clero tem uma avaliação muito positiva de si quando questionados sobre
suas relações inter-pessoais, 36% dos padres se consideram comunicativos, 35%
atenciosos, 26% próximos e afetivos e 24%, espontâneos. Aproximadamente, 20%
definem-se como tímidos e 25% como cautelosos nas relações interpessoais, o que
revela alguma dificuldade desses padres no convívio; aspecto que merece atenção já que
a vivência do sacerdócio é eminentemente relacional. Lisboa (2000)17, numa perspectiva
da antropologia teológica afirma que “saber relacionar-se, conviver com os outros, é
requisito básico para que se possa ser considerado verdadeiramente humano” (p.66).
O relacionamento do clero entre si é considerado por aproximadamente 44%
dos informantes como bem integrado e aproximadamente, 41% o considera amigável.
Lazer
A maioria do clero tem o hábito de cultivar tempo para o lazer (83%) sendo
que alguns afirmaram que não o cultivam (15%). Estar com os amigos (52%), visitar a
família (46%), ler (39%), ouvir música (37%) e praticar esportes (30%) são as principais
formas de vivência lúdica dos padres.
Entre os padres diocesanos, estar com os amigos (56%) e visitar a família
(54%) são as atividades lúdicas mais mencionadas; entre os religiosos também
destacam-se o encontro com os amigos (47%) e a leitura (41%).
Ir ao teatro, tocar instrumentos e/ou compor e assistir shows musicais ou de
dança são atividades lúdicas pouco vivenciadas pelos padres.
17 OLIVEIRA ( 2000), Op. Cit.
CERIS
18
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
Relacionamento com mulheres
A discussão sobre as relações de gênero tem suscitado há algumas décadas
vários estudos e reflexões18. O modo como os sacerdotes se relacionam com as
mulheres é sempre um tema delicado, porque tem sido associado à sexualidade; também
é um tema que a Igreja vem abordando com alguma dificuldade. Neste sentido, falar de
relacionamento com as mulheres implica tratar da questão da afetividade e da
sexualidade, tema caro no universo sacerdotal pela condição celibatária que a própria
opção do presbiterato exige. Alguns autores têm contribuído para o enfrentamento dessa
questão19.
A pesquisa procurou investigar as opiniões dos padres quanto ao
relacionamento com as mulheres. Procurou-se avaliar este relacionamento a partir da
formulação de algumas afirmações sobre as quais eles deveriam responder se
concordavam ou discordavam. 90% do conjunto de informantes concordam que a
convivência com as mulheres tem se dado de forma madura e respeitosa. 12% avaliam
que a convivência com mulheres tem sido difícil pelo risco do envolvimento afetivo.
A possibilidade do envolvimento afetivo com mulheres é considerada remota
para 55% dos padres, mas não para 35%. Da mesma forma, 50% dos padres nunca se
envolveram afetivamente com uma mulher na condição de presbíteros, porém 41% já
viveram este tipo de experiência em algum momento de sua vida presbiteral. 16%
declararam que a convivência com as mulheres foi difícil pelo envolvimento afetivo no
passado. Não há diferenças relevantes de opiniões entre o clero religioso e o diocesano.
Esses dados revelam que o tema do celibato necessita de maior aprofundamento na vida
sacerdotal.
18 Ver ROHDEN, F. (1996) “Feminismo do Sagrado: uma reencenação romântica da diferença” Rev.Estudos Feministas, Vol.4, Rio de janeiro: IFCS/UFRJ. RIBEIRO, Z. F.(1998) A mulher e seu corpo:magistério eclesiástico e renovação da ética. Aparecida, SP: Editora Santuário. LAPENTA,V.H. (1997) "Avivência entre o masculino e o feminino na vida religiosa - chaves de leitura". Convergência n. 307. Riode Janeiro: CRB. MENNE, F.(1980) "Ética sexual eclesiástica e papéis dos sexos na Igreja". A mulhernuma estrutura eclesial masculina. Concilium 154. Petrópolis. Vozes
19 Conferir os seguintes estudos: RIBEIRO, Lúcia & LUÇAN, Solange. Entre (in) certezas e contradições:práticas reprodutivas entre mulheres das Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica: o caso deNova Iguaçu. Rio de Janeiro: Nau, 1997. Ver ainda RIBEIRO, Lúcia. Sexualidade e Reprodução. O queos padres dizem e o que deixam de dizer. Petrópolis/RJ: Vozes, 2001. LIMA, Lana Lage da G. . “Sexo esacerdócio na Igreja Católica”. In: LIMA, Lana Lage da G. [alli] . História & Religião. Rio de Janeiro:FAPERJ/Mauad, 2002.
CERIS
19
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
Dificuldades Pessoais
Quando os padres passam por alguma dificuldade no campo afetivo (crise
vocacional, sexualidade, relações interpessoais etc.) recorrem geralmente a um padre
amigo (37%) ou a Deus (20%). Há outros que recorrem: ao confessor (8%); a um diretor
espiritual (6%); a amigos/as leigos/as (4%), e ao bispo (1%).
Alguns padres declararam que nunca passaram por dificuldades no campo
afetivo (4%), outros, quando encontram-se em dificuldades, não recorrem a ninguém
(5%), assim como não costumam procurar pessoas da família para partilhar seus
problemas pessoais.
Celibato
O celibato20, condição inerente à opção presbiteral, tem sido alvo de críticas e
proposições de revisão, principalmente diante de escândalos sobre pedofilia e abuso
sexual, como os que foram divulgados amplamente pela imprensa, na Igreja de
Boston/EUA em abril de 2002. Não se pode vincular atos de perversão sexual com a
opção pelo celibato; mas antes, esta opção deve resultar numa experiência saudável de
vida, sem negar a sexualidade21. Em seu estudo sobre os votos na pós-modernidade,
Lisboa (2001)22 afirma
Tenho a mais absoluta convicção de que o atual estilo geral de profissão dos
três votos de castidade, pobreza e obediência não diz mais nada para o
homem e a mulher dos nossos dias. Por isso é fundamental refundar a
20 Segundo Medeiros (2002) “o celibato religioso de clérigos, religiosos e religiosas é norma estabelecida noII Concílio de Latrão (1139) e que se mantém como regra na Igreja Católica para todos os que ingressamna vida religiosa consagrada.” In: FERNANDES, Sílvia Regina A. & SOUZA, Luiz Alberto G. Desafios docatolicismo na cidade. Pesquisa em regiões metropolitanas brasileiras. São Paulo, Paulus, 2002 p. 211
21 Magalhães (2003) quanto à sexualidade afirma: “ser e existir se dão através do corpo. É nele que a vidae o prazer acontecem. Cada pessoa é o seu corpo. Sem ele, não existe vida humana. As experiênciasvividas com o corpo desde a fase intra-uterina são cumulativas e constitutivas do ser humano. A negaçãodo valor do corpo é a negação dos processos pelos quais ele passa, é a negação da livre expressão dasexualidade e de sua construção.” In: MAGALHÃES, Cristiane Ferreira. Prazer!? O que é isso?Monografia de Especialização em Sexualidade Humana. Rio de Janeiro: Universidade Estácio de Sá,2003.
22 LISBOA (2001). Op. cit. p. 40.
CERIS
20
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
maneira de assumir e de viver cotidianamente esses três compromissos. Uma
maneira nova que toque aquele ou aquela que foi seriamente afetado pelo
fenômeno da pós-modernidade. Um jeito diferente, com um significado
antropológico empolgante (cf. VC, 87).” p. 40
As opiniões dos padres a respeito do celibato, é que ele é importante para a
vivência da vocação (48%) e é assumido com serenidade e alegria (41%). No entanto,
42% dos padres - percentual expressivo - concordam que o celibato deveria ser
facultativo para o clero diocesano. 14% declararam que o celibato já foi fonte de crises,
mas atualmente é bem vivenciado, sendo que 10% afirmam que ele dificulta a vivência da
vocação e gera crises pessoais.
A afirmativa de que o celibato é importante para a vivência religiosa teve
maior adesão do clero religioso (56%) do que o diocesano (44%). O celibato como fator
que dificulta a vivência da vocação e gerador de crise é avalizado por 13% do clero
diocesano e, percentualmente quase a metade, pelo religioso, 6%. Com índices próximos
(42% e 44%) o clero diocesano e religioso concordam que o celibato deveria ser
facultativo para o clero diocesano.
A opinião da população metropolitana sobre este tema foi apurada pela
pesquisa Desafios do Catolicismo na Cidade23. entre os católicos das regiões
metropolitanas, 33,1% são a favor do casamento para padres e freiras e 34,5% são
contra esta possibilidade, num total de 3.513 pessoas católicas entrevistadas; dados que
expressam uma divisão de opinião entre os católicos urbanos quanto ao celibato
religioso24.
Vivência Sacerdotal
Realização pessoal não é algo que possa ser medido por números e índices.
Entretanto, foi solicitado aos presbíteros que dessem uma nota para sua realização
pessoal no sacerdócio a fim de servir como termômetro à sua vivência pessoal da opção
presbiteral. A nota média dada pelo clero foi 8,2, sinalizando uma boa avaliação da
23 FERNANDES, & SOUZA ( 2001), op. cit.24 MEDEIROS (2002). Op. Cit. p. 211s
CERIS
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Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
vivência pessoal dos presbíteros, ainda que não seja plena.
Avaliando a motivação, dedicação e entusiasmo no ministério, 60% do clero
sente-se motivado, 32% muito motivado e 5% pouco motivado. As opiniões são
semelhantes tanto para o clero religioso quanto para o diocesano.
Homossexualismo
O homossexualismo desde o início da década de 90 deixa de ser considerado
como doença mental, por ocasião da revisão e publicação da 10ª edição da Classificação
Internacional de Doenças – CID 10 conjuntamente com a Organização Mundial de
Saúde/OMS, órgão da ONU (Organização das Nações Unidas). No Brasil, o Conselho
Federal de Medicina, desde 1985, não considera mais o homossexualismo como desvio
sexual.
Na Igreja Católica a prática da homossexualidade é considerada como anti-
natural e, por este motivo, condenada. Na Declaração do Conselho Permanente da
Conferência Episcopal Francesa de 199825, afirma que
Não há equivalência entre a relação de duas pessoas de mesmo sexo e a
formada por um homem e uma mulher. Só esta última pode ser qualificada
como de casal, porque implica a diferença sexual na dimensão conjugal, na
capacidade do exercício da paternidade e da maternidade. A
homossexualidade, é evidente, não pode representar este conjunto simbólico.
Em relação a este tema a pesquisa apresentou cinco afirmativas sobre as
quais os padres foram solicitados a opinar. Temos então as seguintes opiniões:
1. 68% dos padres concordam que a homossexualidade é uma patologia que
precisa ser tratada; no entanto, 24% discordaram desta afirmativa;
2. 63% discordam de que a homossexualidade é uma forma aceitável de
vivenciar a própria sexualidade, sendo que, 23% concordam com esta
afirmação;
25 MEDEIROS (2002). Op. Cit. p. 209
CERIS
22
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
3. 69% concordam que é uma orientação sexual que deveria ser vivida na
castidade, 17%, ao contrário, discordam;
4. 44% discordam que a homossexualidade é um sintoma claro de falha na
formação familiar, quase o mesmo índice, 42% concordam com essa
afirmativa;
5. 62% discordam de que a homossexualidade é uma negação da vontade
de Deus para o ser humano, 19% concordam com esta premissa.
Analisando a partir destes posicionamentos podemos afirmar que os padres,
de uma maneira geral, avaliam a homossexualidade como patologia que precisa de
tratamento, discordam que seja aceita como uma forma de vivência da sexualidade, e
concordam que deva ser vivida na castidade. As opiniões se dividem quanto a
consideração de ser a homossexualidade um sintoma de falha na formação familiar. As
demais opiniões se assemelham tanto para o clero religioso quanto para o diocesano.
A opinião dos católicos metropolitanos é de concordância com o
posicionamento do clero em relação à homossexualidade: 60,6% são contrários e 10%
são a favor26. Dados que expressam um posicionamento que está em descompasso com
o debate da sociedade quanto à orientação sexual.
26 Conferir MEDEIROS (2002). Op. cit. p. 210.
CERIS
23
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
3.5 Relação com o laicato e com a diocese
Visão e relacionamento com leigos
Desde que o Concílio Vaticano II (1962) proclamou que “toda a Igreja é
missionária e a obra da evangelização é um dever fundamental do povo de Deus27”, a
consciência da importância do papel do laicato na Igreja tem crescido e, segundo o
Documento 62 da CNBB – Missão e Ministérios dos Cristãos Leigos e Leigas, cresce
também a reflexão sobre a validade permanente deste mandato missionário nas
Conferências Episcopais Latino-Americanas de Puebla (1979) e Santo Domingo (1992) e
na Encíclica Redemptoris Missio (1990)28.
Nestes quarenta anos de Vaticano II, os leigos vêm ampliando sua
participação na Igreja através dos movimentos e pastorais, assumindo alguns ministérios,
na sua própria articulação (Conferência Nacional dos Leigos – CNL), e na formação
teológica. No entanto, é necessário avançar no debate sobre a participação dos leigos
bem como nas práticas eclesiais que formulem modos de participação mais autônomos.
Na pesquisa, solicitamos aos padres que avaliassem sua relação com o
laicato e, de uma maneira geral, esta avaliação é muito positiva; 52% a consideram
próxima e respeitosa, 33% solidária na missão. Para 5%, a relação com os leigos se dá
de forma distante, porém fraterna, e para 4%, formal na relação pastor-comunidade.
Num rol de 7 opções, os padres foram solicitados a escolher 3 (três) que
melhor definissem sua visão sobre a pessoa do leigo/a. Temos as seguintes opiniões:
1. 75% consideram que é necessário oferecer formação ao leigos;
2. 51% consideram que “há muito discurso sobre o protagonismo dos leigos,
mas os leigos ainda são dependentes do padre”;
3. 43% concordam que a “maioria do clero procura estimular e valorizar o
trabalho do leigo/a”;
27 Segundo o Documento da CNBB, n°. 62, Missão e Ministérios dos Cristãos Leigos e Leigas (1999): “Anoção de Povo de Deus exprime a profunda unidade, a comum dignidade e a fundamental habilitação detodos os membros da Igreja à participação na vida da Igreja e à corresponsabilidade na missão. Antes detoda e qualquer diferenciação carismática e ministerial, está a condição cristã, que é comum a todos osmembros da Igreja.” E o número 71 acrescenta “Faz parte desta condição comum – dada pela fé,esperança e caridade e pelos sacramentos do batismo, da crisma e da eucaristia – a participação de todoo Povo de Deus nas funções profética, sacerdotal e real de Cristo.”
28 Documento da CNBB, n 62 , n.° 50.
CERIS
24
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
4. 29% consideram que “é uma relação onde há co-responsabilidade com o
trabalho pastoral”;
5. 24% acreditam que “os leigos estão sendo cada vez mais protagonistas de
sua ação eclesial”;
6. 24%, consideram que a relação com os leigos “é ainda uma relação onde
ocorrem muitas disputas”;
7. 16% indicam que a “maioria do clero não procura estimular e valorizar o
trabalho do leigo/a” .
Podemos analisar a partir deste quadro de opiniões que há uma visão
predominante de que os leigos precisam de formação, que seu protagonismo ainda é
mais discursivo do que real, ainda existindo uma relação de dependência do clero.
Em nível nacional, poucas são as atividades na Igreja que são
predominantemente e exclusivamente realizadas por leigos/as como há as que são
realizadas por sacerdotes. Neste sentido, a pesquisa revela que para 59% dos
entrevistados, embora os leigos assumam a maioria das tarefas, os padres sempre
colaboram. Segundo 18% dos informantes, são os padres que assumem a maioria das
atividades, sendo os leigos/as, colaboradores.
Se por um lado, estes dados podem revelar uma integração e participação
colaborativa no ministério, por outro, em vista dos dados já mencionados sobre a visão
sobre o laicato, pode ser sinal de pouca confiança na condução das atividades pelos
leigos.
As atividades que, na realidade de inserção dos padres, são realizadas
exclusivamente por leigos/as são: as celebrações da Palavra (58%); as atividades
sociais29 (45%); a liderança de movimentos espirituais (42%); a liderança pastoral (41%);
a organização de campanhas comunitárias e mutirões (38%); a participação em
associações locais ou centros comunitários (37%); no Conselho Paroquial (37%); em
atividade de formação (30%).
29 O CERIS realizou uma pesquisa nacional em parceria com a ANAMEC – Associação Nacional dasMantenedoras das Escolas Católicas, a fim de identificar as atividades sociais realizadas pelas paróquiase instituições sócio-educativas, o resultado deste estudo foi publicado em 2000, pelas Edições Loyola sobo título “Obras sociais da Igreja Católica. Atividades das instituições socioeducativas e das paróquias”.Este estudo evidencia a atuação predominante do laicato como responsável pela ação social da IgrejaCatólica no Brasil (conf. p. 68).
CERIS
25
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
Relação com a diocese
Para 53% do presbiterato o relacionamento com o bispo de sua diocese é
próximo, sendo que, aproximadamente, 34% o consideram ocasional. Para 10% do
clero, a relação com o bispo é considerada distante. Entre os padres diocesanos, pelo
vínculo próprio com a diocese, observou-se uma maior proximidade com o bispo do que
entre os do clero religioso (61% e 41% respectivamente).
Avaliando a linha pastoral adotada na diocese em que os presbíteros estão
inseridos temos as seguintes opiniões: 38% avaliam que ela atende aos anseios do povo
e 32% acreditam que ela é provocadora e suscita engajamento. 31% dos presbíteros
afirmaram que a linha pastoral é com alguma freqüência revista e atualizada e 22%
afirmaram que no momento atual está sendo revista. Já para 18%, ela é formal e não
provoca engajamento e para 12% dos padres, a linha pastoral diocesana não atende aos
anseios do povo. Olhando cuidadosamente as respostas, não encontramos uma maioria
que acredite que a linha pastoral de sua diocese atenda aos anseios do povo. Estes
dados provocam a reflexão sobre a missão mesma da igreja neste mundo cada vez mais
marcado pela pluralidade e exclusão.
CERIS
26
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
4. Considerações Finais
Como vimos, a pesquisa traz importantes luzes para a compreensão da
situação dos presbíteros na Igreja católica do Brasil. Não se pode, entretanto, cair no
risco de realizar uma leitura dos extremos a partir dos altos ou baixos índices, mas
aprofundar a análise sobre as tendências manifestas nos números “do meio”, ou seja,
nas respostas que, embora não sendo majoritárias, evidenciam realidades que podem
contradizer, confirmar, ou claramente indicar novas percepções sobre a realidade
presbiteral.
Vale dizer que a resistência de muitos em responder à pesquisa, como
observou-se no capítulo metodológico, já é por si só reveladora. O quê os padres não
querem dizer? Ou ainda, por quê não querem dizer? Um primeiro “problema” que
identificamos a partir de escritos em alguns questionários é o da identificação. Alguns
padres que atenderam às várias solicitações do CERIS de resposta ao questionário, o
fizeram com ressalvas evitando preencher devidamente os campos de data de
nascimento e ordenação. O que se pode extrair desse dado? A não resposta em muitos
casos vinha justificada pela discordância com a pesquisa em si, ou da formulação de
algumas questões; enfim os padres encontraram várias justificativas para não dizer. Não
haveria aqui baixa credibilidade na proposta de conhecimento do corpo presbiteral para
que se avance na reflexão sobre o mesmo; ou a não identificação estaria relacionada a
algum tipo de receio em manifestar a própria opinião diante das autoridades eclesiais?
Faremos aqui alguns comentários com o intuito de contribuir para posterior
aprofundamento.
A experiência do presbiterato é realizadora para a maioria dos entrevistados,
mas é considerada difícil para 5%, como vimos no texto acima. Observando nos dois
estratos da pesquisa (religiosos e diocesanos), são os diocesanos que indicam maior
índice de dificuldade (7% contra 3% dos religiosos que marcaram esta opção). Neste
sentido, vale a pena aprofundar sobre quais aspectos reside ou em que consiste a
dificuldade da vivência presbiteral para os diocesanos.
No conjunto dos padres entrevistados esta formação humano afetiva é
considerada insatisfatória para aproximadamente 17%. Mais uma vez fica evidente que a
dimensão humana do presbítero merece atenção e reflexão que produza mudanças
CERIS
27
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
efetivas.
No campo pastoral 60% do clero sentem-se bem formados ou preparados
para o enfrentamento dos desafios pastorais e 10% deles declararam que a formação
nesse campo é insatisfatória. Vimos que os padres estão atuando em regiões que
apresentam muitos desafios à Igreja. São áreas de grande concentração populacional e
que trazem consigo todas as contradições do urbano. Trabalhar as dimensões da
alteridade (valorização do outro em suas diferenças), do trabalho conjunto e co-
responsável com os leigos, sem fortalecer a idéia de centralidade da figura do sacerdote,
nos parece fundamental. Trata-se de demonstrar abertura e ser de fato aberto às
mudanças socio-culturais, onde a dimensão religiosa é apenas mais uma na mentalidade
do homem e da mulher modernos.
Vale a pena observar detidamente os dados sobre as relações de gênero ou
mais especificamente sobre a experiência dos padres no relacionamento com as
mulheres. Um aspecto que apresenta índice baixo, mas não menos preocupante do
ponto de vista da missão e vocação presbiteral, é que para aproximadamente 5% dos
presbíteros a convivência com mulheres não tem se dado de forma madura e respeitosa.
Além disso, 35% do conjunto de sacerdotes não considera remota a possibilidade de
envolver-se afetivamente com uma mulher e aqui, não se faz a distinção entre padres
diocesanos ou religiosos. Este dado pode ser considerado natural sabendo-se que o
sacerdote é um homem. Contudo, a confirmação de que eles não consideram remota a
possibilidade de envolvimento afetivo com mulheres confirma a importância de se
trabalhar mais detidamente esse aspecto na formação (consistência e clareza da opção
celibatária), pois o presbítero é um homem em constante relação. Torna-se ainda,mais
premente debruçar-se sobre este tema quando a pesquisa aponta que 41% dos padres já
se envolveram afetivamente com uma mulher em algum momento de sua vida presbiteral.
Sobre o homossexualismo, além dos dados já vistos queremos chamar a
atenção para o fato de que 17% do clero não concordam com a idéia de que o
homossexualismo seja vivido na castidade e 23% acreditam que é uma forma aceitável
de vivência da sexualidade. Aqui as opiniões de diocesanos e religiosos se assemelham
e colocam pra Igreja um novo desafio diante de um tema controverso para a sociedade
em geral e de parecer definitivo do ponto de vista da teologia moral. A opinião desta
parcela do clero revela a penetração da mentalidade pós-moderna no corpo clerical que
CERIS
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Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
parece apostar na idéia de que os indivíduos devem escolher a própria orientação sexual
baseados em critérios subjetivos. Suas opiniões revelam a existência de novos contrastes
entre a norma e a vivência cotidiana, pois os sujeitos em condição de modernidade
avançada “não aceitam passivamente condições externas de ação”, mas tendem a
realizar o chamado processo reflexivo já indicado pelos teóricos da modernidade30.
Temos aqui novos impasses e novas questões.
Em relação à motivação pessoal no ministério sacerdotal os padres
demonstraram estar bastante motivados. Esse dado revela que a Igreja conta com um
contingente presbiteral que procura “vestir a camisa” da instituição embora se manifeste
de modo mais crítico em relação a algumas situações. Assim, compreende-se que é esse
mesmo contingente que poderá, a partir de sua vivência e de suas questões, contribuir
para o amadurecimento da reflexão sobre o papel do presbítero na sociedade brasileira.
30 Giddens, A. Op. Cit. p.162
CERIS
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Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
Equipe Responsável:
Katia Maria Cabral Medeiros –Mestre em Psicossociologia
Marcelo Pitta – Mestre em PesquisaSocial e Amostragem
Sílvia Regina Alves Fernandes-Socióloga
Rio de Janeiro, novembro de 2003.
CERIS
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Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
Anexo 1
Tabulação dos Dados
CERIS
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Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
TABULAÇÃO DOS DADOS
Os resultados serão apresentados para cada um dos estratos – presbíteros
diocesanos e presbíteros religiosos – e para o total do contingente presbiteral. As tabelas
apresentam:
– estimativa da característica (proporção ou média); e
– erro padrão.
Em algumas tabelas os percentuais não somam 100%. A diferença existente
deve-se apenas ao arredondamento dos percentuais para uma casa decimal, e são da
ordem de 0,1%.
I- IDENTIFICAÇÃO
TS1: Idade média do contingente presbiteral
Característica Presbíteros Diocesanos Presbíteros Religiosos Total
Idade média 48,8 56,8 51,7977
Erro padrão 14,19 15,7 -
TS2: Média de anos como presbítero
Característica Presbíteros Diocesanos Presbíteros Religiosos Total
Média de anos 18,8 27,3 21,9851
Erro padrão 14,8 16,98 -
TS3: Localidade de nascimento
Característica Presbíteros Diocesanos Presbíteros Religiosos Total
Zona rural 53,0% 61,0% 56,0%
Erro padrão 2,3% 2,8% -
Centro urbano 33,0% 26,0% 30,4%
Erro padrão 2,2% 2,5% -
Periferia urbana 14,0% 12,0% 13,3%
Erro padrão 1,6% 1,9% -
Sem informação 0,0% 1,0% 0,4%
CERIS
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Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
TS4: Residência por grandes regiões brasileiras
Característica Presbíteros Diocesanos Presbíteros Religiosos Total
Norte 2,4% 5,4% 3,5%
Erro padrão 0,7% 1,3% -
Nordeste 20,0% 11,0% 16,6%
Erro padrão 1,9% 1,8% -
Sudeste 47,0% 42,0% 45,1%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Sul 22,0% 30,0% 25,0%
Erro padrão 1,9% 2,7% -
Centro-Oeste 8,3% 12,0% 9,7%
Erro padrão 1,3% 1,9% -
Sem informação 0,2% 0,3% 0,2%
TS5: Nacionalidade
Característica Presbíteros Diocesanos Presbíteros Religiosos Total
Brasileiro 92,0% 73,0% 84,9%
Erro padrão 1,3% 2,6% -
Estrangeiro 8,0% 27,0% 15,1%
Erro padrão 1,3% 2,6% -
CERIS
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Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
II – VIVÊNCIA E PRÁTICA RELIGIOSA
TS6: Assinale a principal motivação que o levou à opção sacerdotal (permitida apenas uma opção):
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Trabalho na Igreja, instituição divina 7,0% 3,4% 5,7%
Erro padrão 1,2% 1,1% -
O serviço a Deus e aos irmãos 59,0% 57,0% 58,3%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
O desejo de atender a um sonho de sua familia 0,4% 0,7% 0,5%
Erro padrão 0,3% 0,5% -
O desejo de lutar contra as injustiças sociais 3,7% 0,3% 2,4%
Erro padrão 0,9% 0,3% -
Dificuldades de conseguir emprego 2,2% 1,7% 2,0%
Erro padrão 0,7% 0,8% -
O amor aos pobres 3,7% 9,1% 5,7%
Erro padrão 0,9% 1,7% -
O desejo de viver uma vida santa 0,2% 0,3% 0,2%
Erro padrão 0,2% 0,3% -
A possibilidade de ampliar seus conhecimentos 0,0% 0,3% 0,1%
Erro padrão 0,0% 0,3% -
A desordem ou a falta de estrutura familiar 10,0% 11,1% 10,4%
Erro padrão 1,4% 1,8% -
A realização de um desejo de infância 7,0% 10,7% 8,4%
Erro padrão 1,2% 1,8% -
O testemunho de algum religioso/a 0,4% 1,0% 0,6%
Erro padrão 0,3% 0,6% -
O testemunho de um santo/santa 0,9% 0,0% 0,6%
Erro padrão 0,4% 0,0% -
O testemunho de um leigo/a 5,7% 4,4% 5,2%
Erro padrão 1,1% 1,2% -
CERIS
34
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
TS7: Atualmente, considera que sua espiritualidade presbiteral (permitida apenas uma opção):
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Tem sido força motriz para a vivência como sacerdote 52,0% 66,8% 57,5%
Erro padrão 2,3% 2,7% -
Precisa ser melhor cultivada 39,6% 26,8% 34,8%
Erro padrão 2,3% 2,6% -
Tem sido árida e difícil de vivenciar 6,3% 3,0% 5,1%
Erro padrão 1,1% 1,0% -
Sem informação 0,6% 3,4% 1,6%
TS8: Avaliando a opção presbiteral, você (permitida apenas uma opção):
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Confirmaria sua ordenação 94,8% 94,3% 94,6%
Erro padrão 1,0% 1,3% -
Serviria à Igreja como leigo 1,7% 1,0% 1,4%
Erro padrão 0,6% 0,6% -
Serviria à Igreja como diácono 0,7% 1,0% 0,8%
Erro padrão 0,4% 0,6% -
Teria optado pelo casamento 1,1% 1,0% 1,1%
Erro padrão 0,5% 0,6% -
Sem informação 1,7% 2,7% 2,1%
TS9: O Sr. possui a prática da oração?
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Sim 95,4% 97,0% 96,0%
Erro padrão 1,0% 1,0% -
Não 2,4% 1,3% 2,0%
Erro padrão 0,7% 0,7% -
Sem informação 2,2% 1,6% 2,0%
CERIS
35
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
TS10: Se sim, que momentos considera mais favoráveis à sua oração (permitidas várias opções)?
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Sempre 32,0% 34,9% 33,1%
Erro padrão 2,2% 2,8% -
Nas celebrações eucarísticas 74,1% 71,8% 73,2%
Erro padrão 2,0% 2,6% -
Na Liturgia das Horas 50,9% 45,6% 48,9%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Em momentos comunitários 37,0% 40,9% 38,5%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Quando sente necessidade 20,2% 12,8% 17,4%
Erro padrão 1,9% 1,9% -
TS11: Indique as opções que fazem parte de sua prática espiritual diária (permitidas várias opções):
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Leituras de cultivo espiritual 41,5% 50,7% 44,9%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Leitura orante da Palavra de Deus 43,0% 37,9% 41,1%
Erro padrão 2,3% 2,8% -
Meditação 43,0% 57,4% 48,4%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Movimento para cultivo da espiritualidade 9,6% 5,7% 8,1%
Erro padrão 1,4% 1,3% -
Oração do terço 42,2% 41,9% 42,1%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Liturgia das Horas 61,3% 69,8% 64,5%
Erro padrão 2,3% 2,7% -
Ofício divino das comunidades 7,2% 9,1% 7,9%
Erro padrão 1,2% 1,7% -
Missa 86,3% 88,3% 87,0%
Erro padrão 1,6% 1,9% -
Outra 10,9% 8,4% 10,0%
Erro padrão 1,5% 1,6% -
CERIS
36
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
TS12: Assinale as principais atividades que realiza (máximo permitido de duas opções):
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Pastorais diversas 76,3% 60,1% 70,2%
Erro padrão 2,0% 2,8% -
Atividades Missionárias 11,0% 21,0% 14,7%
Erro padrão 1,5% 2,4% -
Pregador ou diretor espiritual 13,0% 17,0% 14,5%
Erro padrão 1,6% 2,2% -
Professor em colégios ou universidades 7,0% 7,0% 7,0%
Erro padrão 1,2% 1,5% -
Pesquisador em teologia,... 4,0% 5,0% 4,4%
Erro padrão 0,9% 1,3% -
Formador de seminaristas 12,0% 17,0% 13,9%
Erro padrão 1,5% 2,2% -
Capelania 6,0% 8,0% 6,7%
Erro padrão 1,1% 1,6% -
Atividades administrativas 25,0% 17,0% 22,0%
Erro padrão 2,0% 2,2% -
Assessorias 8,0% 8,0% 8,0%
Erro padrão 1,3% 1,6% -
Movimentos sociais 9,0% 8,0% 8,6%
Erro padrão 1,3% 1,6% -
CERIS
37
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
TS13: Apenas no âmbito eclesial, sua maior atuação encontra-se (permitida apenas uma opção):
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Na paróquia 71,3% 58,4% 66,5%
Erro padrão 2,1% 2,9% -
Na CEB 5,0% 6,0% 5,4%
Erro padrão 1,0% 1,4% -
No RCC 0,4% 0,7% 0,5%
Erro padrão 0,3% 0,5% -
Em outros movimentos 0,7% 3,0% 1,6%
Erro padrão 0,4% 1,0% -
Na arquidiocese, diocese, regional CNBB, ... 6,5% 2,0% 4,8%
Erro padrão 1,2% 0,8% -
CRB, CNC,... 0,0% 1,3% 0,5%
Erro padrão 0,0% 0,7% -
Atua em várias atividades eclesiais de maneira igualitária 10,9% 21,5% 14,9%
Erro padrão 1,5% 2,4% -
Sem informação 5,2% 7,0% 5,9%
TS14: Quais dos seguintes valores mais animam a sua vida espiritual (máximo permitido de três opções)?
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
O ideal que motivou seu ingresso para o sacerdócio 45,0% 48,0% 46,1%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
As amizades dentro da comunidade paroquial 22,0% 14,0% 19,0%
Erro padrão 1,9% 2,0% -
O relacionamento com o clero 16,0% 4,0% 11,5%
Erro padrão 1,7% 1,1% -
As orações, meditações e leituras individuais 34,0% 51,0% 40,4%
Erro padrão 2,2% 2,9% -
As atividades que exerce como padre 57,0% 56,0% 56,6%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
As celebrações eucarísticas 68,0% 67,0% 67,6%
Erro padrão 2,2% 2,7% -
A luta por justiça e igualdade social 25,0% 22,0% 23,9%
Erro padrão 2,0% 2,4% -
Outros 3,0% 6,0% 4,1%
CERIS
38
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Erro padrão 0,8% 1,4% -
III – FORMAÇÃO E CONDIÇÕES DE VIDA
TS15: Como o senhor avalia a sua formação recebida no Seminário?
- Humano afetiva
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Excelente 5,9% 11,1% 7,8%
Erro padrão 1,1% 1,8% -
Boa 38,0% 47,0% 41,4%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Regular 34,1% 29,9% 32,5%
Erro padrão 2,2% 2,7% -
Insatisfatória 20,2% 10,7% 16,6%
Erro padrão 1,9% 1,8% -
Sem informação 1,7% 1,4% 1,6%
- Espiritual
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Excelente 20,4% 30,2% 24,1%
Erro padrão 1,9% 2,7% -
Boa 56,5% 59,1% 57,5%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Regular 18,0% 8,1% 14,3%
Erro padrão 1,8% 1,6% -
Insatisfatória 3,7% 1,3% 2,8%
Erro padrão 0,9% 0,7% -
Sem informação 1,3% 1,4% 1,3%
- Comunitária
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Excelente 15,9% 20,8% 17,7%
Erro padrão 1,7% 2,4% -
CERIS
39
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Boa 48,3% 57,0% 51,6%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Regular 26,1% 19,1% 23,5%
Erro padrão 2,0% 2,3% -
Insatisfatória 8,0% 1,7% 5,6%
Erro padrão 1,3% 0,8% -
Sem informação 1,7% 1,4% 1,6%
- Intelectual
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Excelente 26,1% 31,5% 28,1%
Erro padrão 2,0% 2,7% -
Boa 60,2% 55,0% 58,3%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Regular 10,4% 10,1% 10,3%
Erro padrão 1,4% 1,7% -
Insatisfatória 0,9% 2,0% 1,3%
Erro padrão 0,4% 0,8% -
Sem informação 2,4% 1,4% 2,0%
- Pastoral
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Excelente 18,5% 15,1% 17,2%
Erro padrão 1,8% 2,1% -
Boa 44,6% 42,3% 43,7%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Regular 23,3% 32,6% 26,8%
Erro padrão 2,0% 2,7% -
Insatisfatória 11,3% 8,4% 10,2%
Erro padrão 1,5% 1,6% -
Sem informação 2,4% 1,7% 2,1%
- Técnico-administrativa
CERIS
40
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Excelente 3,7% 2,7% 3,3%
Erro padrão 0,9% 0,9% -
Boa 17,4% 14,4% 16,3%
Erro padrão 1,8% 2,0% -
Regular 27,4% 39,3% 31,9%
Erro padrão 2,1% 2,8% -
Insatisfatória 48,7% 39,6% 45,3%
Erro padrão 2,3% 2,8% -
Sem informação 2,8% 4,1% 3,3%
TS16: Costuma atualizar-se?
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Sim 56,1% 61,4% 58,1%
Erro padrão 2,3% 2,8% -
Sim, quando possível 41,5% 37,6% 40,0%
Erro padrão 2,3% 2,8% -
Não 0,9% 0,3% 0,7%
Erro padrão 0,4% 0,3% -
Sem informação 1,5% 0,7% 1,2%
TS17: Como costuma atualizar-se (permitidas várias opções)?
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Leitura de jornais e revistas 74,3% 74,5% 74,4%
Erro padrão 2,0% 2,5% -
Jornais televisivos 45,2% 36,6% 42,0%
Erro padrão 2,3% 2,8% -
Conferências e palestras 35,0% 37,6% 36,0%
Erro padrão 2,2% 2,8% -
Leitura de livros 66,3% 71,5% 68,2%
Erro padrão 2,2% 2,6% -
Cursos promovidos pela diocese 60,2% 29,9% 48,8%
Erro padrão 2,3% 2,7% -
Cursos particulares 19,1% 28,2% 22,5%
Erro padrão 1,8% 2,6% -
CERIS
41
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Internet 15,7% 15,4% 15,6%
Erro padrão 1,7% 2,1% -
Outros meios de comunicação 20,0% 14,4% 17,9%
Erro padrão 1,9% 2,0% -
TS18: Costuma participar de cursos de formação oferecidos aos presbíteros (permitida apenas uma opção)?
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Sim, ocasionalmente 37,0% 52,7% 42,9%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Sim, sempre 47,2% 26,5% 39,4%
Erro padrão 2,3% 2,6% -
Não, por falta de tempo e/ou recursos 1,3% 2,7% 1,8%
Erro padrão 0,5% 0,9% -
Não, porque os considera pouco produtivos 2,8% 2,3% 2,6%
Erro padrão 0,8% 0,9% -
Não, por outros motivos 2,6% 14,1% 6,9%
Erro padrão 0,7% 2,0% -
Não são oferecidos em sua diocese 8,3% 0,3% 5,3%
Erro padrão 1,3% 0,3% -
Sem informação 0,9% 1,3% 1,0%
TS19: Ao encarar o caso de doença, velhice, impedimento ao trabalho, aposentadoria, o senhor se
considera hoje (permitida apenas uma opção):
CERIS
42
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Suficientemente amparado 27,2% 76,8% 45,8%
Erro padrão 2,1% 2,4% -
Relativamente amparado 39,1% 18,5% 31,4%
Erro padrão 2,3% 2,3% -
Sem garantia suficiente 33,5% 3,0% 22,1%
Erro padrão 2,2% 1,0% -
Sem informação 0,2% 1,7% 0,8%
TS20: Sua sustentação material provém(permitida apenas uma opção):
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Trabalho na paróquia 69,3% 36,6% 57,0%
Erro padrão 2,2% 2,8% -
Trabalho na capelania 1,7% 2,3% 1,9%
Erro padrão 0,6% 0,9% -
Celebrações de missa 2,6% 3,0% 2,7%
Erro padrão 0,7% 1,0% -
Exercício de aulas em Universidades/escolas 4,1% 5,0% 4,4%
Erro padrão 0,9% 1,3% -
Atividades profissionais 1,1% 4,4% 2,3%
Erro padrão 0,5% 1,2% -
Ajuda da família 0,7% 1,0% 0,8%
Erro padrão 0,4% 0,6% -
Aposentadoria 10,2% 10,4% 10,3%
Erro padrão 1,4% 1,8% -
Outras fontes 4,3% 28,9% 13,5%
CERIS
43
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Erro padrão 0,9% 2,6% -
Sem informação 5,7% 8,4% 6,7%
CERIS
44
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
IV – INTEGRAÇÃO PSICO-AFETIVA
TS21: O presbiterato é para o senhor uma experiência (permitida apenas uma opção):
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Realizadora e cheia de sentido 69,3% 76,5% 72,0%
Erro padrão 2,2% 2,5% -
Difícil 6,7% 3,0% 5,3%
Erro padrão 1,2% 1,0% -
Realizadora em alguns aspectos 23,0% 18,5% 21,3%
Erro padrão 2,0% 2,3% -
Frustrante 0,0% 0,3% 0,1%
Erro padrão 0,0% 0,3% -
Sem informação 0,9% 1,7% 1,2%
TS22: O senhor se considera prioritariamente, uma pessoa (permitida apenas uma opção):
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Que possui poucos amigos, mas estes são verdadeiros 45,9% 40,3% 43,8%
Erro padrão 2,3% 2,8% -
Que possui muitos conhecidos, mas não tem amigosverdadeiros 10,0% 5,0% 8,1%
Erro padrão 1,4% 1,3% -
Que possui muitos amigos verdadeiros 38,0% 46,3% 41,1%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Que não cultiva amizades 1,3% 1,7% 1,4%
Erro padrão 0,5% 0,8% -
Que tem dificuldades para relacionar-se 4,1% 4,0% 4,1%
Erro padrão 0,9% 1,1% -
Sem informação 0,7% 2,6% 1,4%
CERIS
45
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
TS23: Como é o seu relacionamento com a maioria dos colegas de sacerdócio (permitida apenas uma
opção)?
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Bem integrado 44,8% 42,3% 43,9%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Pouco integrado 12,0% 10,4% 11,4%
Erro padrão 1,5% 1,8% -
Isolado 2,0% 1,0% 1,6%
Erro padrão 0,7% 0,6% -
Amigável 38,9% 44,0% 40,8%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Difícil 1,7% 0,7% 1,3%
Erro padrão 0,6% 0,5% -
Sem informação 0,7% 1,6% 1,0%
TS24: Costuma cultivar tempo para o lazer?
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Sim 84,3% 81,2% 83,1%
Erro padrão 1,7% 2,3% -
Não 14,8% 16,1% 15,3%
Erro padrão 1,7% 2,1% -
Sem informação 0,9% 2,6% 1,5%
CERIS
46
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
TS25: Se sim, quais as atividades que regularmente o senhor pratica (permitidas várias opções)?
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Cinema 20,7% 17,8% 19,6%
Erro padrão 1,9% 2,2% -
Teatro 5,2% 5,7% 5,4%
Erro padrão 1,0% 1,3% -
Esportes 30,4% 29,9% 30,2%
Erro padrão 2,1% 2,7% -
Ouvir música 38,7% 35,9% 37,7%
Erro padrão 2,3% 2,8% -
Visitar a família 53,5% 34,2% 46,3%
Erro padrão 2,3% 2,8% -
Tocar instrumento e/ou compor 6,5% 8,7% 7,3%
Erro padrão 1,2% 1,6% -
Encontrar-se com amigos 56,1% 46,6% 52,5%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Assistir televisão 33,7% 27,5% 31,4%
Erro padrão 2,2% 2,6% -
Assistir shows musicais ou de dança 9,3% 6,4% 8,2%
Erro padrão 1,4% 1,4% -
Outras atividade 22,6% 23,5% 22,9%
Erro padrão 2,0% 2,5% -
Ler 38,5% 40,6% 39,3%
Erro padrão 2,3% 2,8% -
CERIS
47
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
TS26: Nas relações inter-pessoais, o senhor se considera (máximo permitido de duas opções):
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Tímido 16,7% 23,2% 19,1%
Erro padrão 1,7% 2,4% -
Comunicativo 36,3% 36,2% 36,3%
Erro padrão 2,2% 2,8% -
Próximo e afetivo 26,0% 27,0% 26,4%
Erro padrão 2,0% 2,6% -
Inseguro 4,0% 4,0% 4,0%
Erro padrão 0,9% 1,1% -
Cauteloso 26,0% 25,0% 25,6%
Erro padrão 2,0% 2,5% -
Atencioso 35,0% 37,0% 35,7%
Erro padrão 2,2% 2,8% -
Espontâneo 27,0% 21,0% 24,8%
Erro padrão 2,1% 2,4% -
TS27: Marque com um X sua opinião sobre as afirmações abaixo, considerando sua experiência pessoal:
Concorda
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Sua convivência com as mulheres tem se dado de formamadura e respeitosa 92,2% 87,6% 90,5%
Erro padrão 1,3% 1,9% -
Sua convivência com as mulheres tem sido difícil, pois hásempre o risco de envolvimento afetivo 11,7% 14,4% 12,7%
Erro padrão 1,5% 2,0% -
Enquanto padre, sua convivência com mulheres nopassado, foi difícil devido ao envolvimento afetivo 16,5% 15,4% 16,1%
Erro padrão 1,7% 2,1% -
A possibilidade de o senhor envolver-se afetivamente comuma mulher é remota 55,7% 55,7% 55,7%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
O senhor, na condição de padre, nunca envolveu-seafetivamente com uma mulher 50,7% 51,3% 50,9%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
CERIS
48
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
Discorda
Característica PresbíterosDiocesanos
PresbíterosReligiosos
Total
Sua convivência com as mulheres tem se dado de formamadura e respeitosa 4,1% 6,0% 4,8%
Erro padrão 0,9% 1,4% -
Sua convivência com as mulheres tem sido difícil, pois hásempre o risco de envolvimento afetivo 78,7% 72,8% 76,5%
Erro padrão 1,9% 2,6% -
Enquanto padre, sua convivência com mulheres nopassado, foi difícil devido ao envolvimento afetivo 74,6% 73,5% 74,2%
Erro padrão 2,0% 2,6% -
A possibilidade de o senhor envolver-se afetivamente comuma mulher é remota 35,9% 34,9% 35,5%
Erro padrão 2,2% 2,8% -
O senhor, na condição de padre, nunca envolveu-seafetivamente com uma mulher 42,2% 39,9% 41,3%
Erro padrão 2,3% 2,8% -
* a soma das percentagens das duas tabelas é 100 a menos da falta de resposta.
TS28: Ao vivenciar dificuldades no campo afetivo (crise vocacional, sexualidade, relações inter-pessoais
etc...) o senhor recorre, na maioria das vezes (permitida apenas uma opção):
Característica PresbíterosDiocesanos
PresbíterosReligiosos
Total
A ninguém 5,2% 6,7% 5,8%
Erro padrão 1,0% 1,5% -
A um padre amigo 41,7% 30,5% 37,5%
Erro padrão 2,3% 2,7% -
A Deus 17,4% 24,5% 20,1%
Erro padrão 1,8% 2,5% -
A amigos/as leigos/as 5,0% 4,0% 4,6%
Erro padrão 1,0% 1,1% -
Ao bispo 2,6% 0,0% 1,6%
Erro padrão 0,7% 0,0% -
A um diretor espiritual 5,2% 8,1% 6,3%
Erro padrão 1,0% 1,6% -
Ao seu confessor 7,0% 10,1% 8,2%
Erro padrão 1,2% 1,7% -
A alguém da família 0,2% 0,0% 0,1%
Erro padrão 0,2% 0,0% -
Nunca passou por dificuldades nesse campo 2,8% 6,4% 4,1%
CERIS
49
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
Característica PresbíterosDiocesanos
PresbíterosReligiosos
Total
Erro padrão 0,8% 1,4% -
Sem informação 12,8% 9,8% 11,7%
TS29: Sobre o celibato, o senhor considera que (máximo permitido de duas opções):
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
É importante para a vivência de sua vocação 43,9% 56,4% 48,6%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
É um peso 3,3% 3,0% 3,2%
Erro padrão 0,8% 1,0% -
Dificulta a vivência da vocação e gera crises pessoais 13,0% 6,0% 10,4%
Erro padrão 1,6% 1,4% -
É assumido com serenidade e alegria 40,0% 45,0% 41,9%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Já foi fonte de crises, mas atualmente é bem vivenciado 14,0% 15,0% 14,4%
Erro padrão 1,6% 2,1% -
Deveria ser facultativo para o clero diocesano 42,0% 44,0% 42,7%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Prefere não opinar 7,0% 6,0% 6,6%
Erro padrão 1,2% 1,4% -
TS30: Que nota, de 1 a 10, daria para sua realização pessoal no sacerdócio?
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Média 8,3 8,28 8,2925
Erro padrão 1,57 1,31 -
TS31: Olhando para sua motivação, dedicação e entusiasmo no ministério, o senhor se percebe atualmente
(permitida apenas uma opção):
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Motivado 58,9% 62,1% 60,1%
Erro padrão 2,3% 2,8% -
Muito motivado 32,2% 33,6% 32,7%
Erro padrão 2,2% 2,7% -
CERIS
50
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Pouco motivado 6,3% 3,4% 5,2%
Erro padrão 1,1% 1,1% -
Nada motivado 0,0% 0,3% 0,1%
Erro padrão 0,0% 0,3% -
Sem informação 2,7% 0,6% 1,9%
TS32: Sobre o homossexualismo, marque as opções de acordo com seu ponto de vista:
Concorda
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
É uma patologia que precisa ser tratada 70,0% 66,1% 68,5%
Erro padrão 2,1% 2,7% -
É uma forma aceitável de vivenciar a própria sexualidade 22,2% 24,8% 23,2%
Erro padrão 1,9% 2,5% -
É uma orientação sexual que deveria ser vivida nacastidade 70,0% 68,8% 69,6%
Erro padrão 2,1% 2,7% -
É um sintoma claro de falha na formação familiar 46,7% 35,2% 42,4%
Erro padrão 2,3% 2,8% -
É uma negação da vontade de Deus para o ser-humano 21,7% 16,4% 19,7%
Erro padrão 1,9% 2,1% -
Discorda
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
É uma patologia que precisa ser tratada 23,9% 24,5% 24,1%
Erro padrão 2,0% 2,5% -
É uma forma aceitável de vivenciar a própria sexualidade 67,0% 57,4% 63,4%
Erro padrão 2,2% 2,9% -
É uma orientação sexual que deveria ser vivida nacastidade 17,2% 17,1% 17,2%
Erro padrão 1,8% 2,2% -
É um sintoma claro de falha na formação familiar 43,7% 45,6% 44,4%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
É uma negação da vontade de Deus para o ser-humano 63,5% 60,7% 62,5%
CERIS
51
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Erro padrão 2,2% 2,8% -
* a soma das percentagens das tabelas é 100 a menos da falta de informação
CERIS
52
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
V – RELAÇÃO COM O LAICATO E COM A IGREJA
TS33: Levando em conta seu relacionamento com os leigos, como o senhor classificaria tal relação
(permitida apenas uma opção)?
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Próxima e respeitosa 53,5% 51,3% 52,7%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Solidária na missão 31,1% 36,2% 33,0%
Erro padrão 2,2% 2,8% -
Distante porém fraterna 5,2% 6,7% 5,8%
Erro padrão 1,0% 1,5% -
Formal na relação pastor-comunidade 5,9% 1,7% 4,3%
Erro padrão 1,1% 0,8% -
Em geral, com dificuldades 1,7% 2,0% 1,8%
Erro padrão 0,6% 0,8% -
Sem informação 2,6% 2,0% 2,4%
CERIS
53
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
TS34: Em sua comunidade paroquial, indique tarefas que sejam realizadas exclusivamente por leigos/as
(permitidas várias opções):
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Celebrações da Palavra 65,7% 47,0% 58,7%
Erro padrão 2,2% 2,9% -
Conselho Paroquial 40,2% 32,6% 37,4%
Erro padrão 2,3% 2,7% -
Atividades de formação 33,3% 25,5% 30,4%
Erro padrão 2,2% 2,5% -
Liderança pastoral 47,2% 31,2% 41,2%
Erro padrão 2,3% 2,7% -
Organização de campanhas comunitárias e mutirões 43,9% 30,2% 38,8%
Erro padrão 2,3% 2,7% -
Participação em associações locais ou centroscomunitários 43,0% 29,2% 37,8%
Erro padrão 2,3% 2,6% -
Liderança de movimentos espirituais 47,6% 34,6% 42,7%
Erro padrão 2,3% 2,8% -
Atividades sociais 47,0% 42,6% 45,4%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Não há tarefas realizadas exclusivamente por leigos/as 6,3% 8,1% 7,0%
Erro padrão 1,1% 1,6% -
Embora leigos assumam a maioria das tarefas, o padresempre colabora 60,4% 57,0% 59,1%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Embora os padres assumam a maioria das tarefas, osleigos colaboram 18,9% 19,1% 19,0%
Erro padrão 1,8% 2,3% -
CERIS
54
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
TS35: Como o senhor avalia seu relacionamento com o bispo de sua diocese (permitida apenas uma
opção)?
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Próximo 61,3% 40,9% 53,7%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Distante 10,7% 6,7% 9,2%
Erro padrão 1,4% 1,5% -
Ocasional 25,9% 47,3% 33,9%
Erro padrão 2,0% 2,9% -
Indiferente 1,5% 2,0% 1,7%
Erro padrão 0,6% 0,8% -
Sem informação 0,7% 3,0% 1,6%
TS36: Avaliando a linha pastoral adotada em sua Diocese, quais das opções abaixo correspondem mais à
sua realidade (máximo permitido de duas opções)?
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
Atende aos anseios do povo 38,0% 38,3% 38,1%
Erro padrão 2,3% 2,8% -
É provocadora e suscita engajamento 37,0% 24,0% 32,1%
Erro padrão 2,3% 2,5% -
Não atende aos anseios do povo 13,0% 12,8% 12,9%
Erro padrão 1,6% 1,9% -
É formal e não provoca engajamento 17,0% 20,0% 18,1%
Erro padrão 1,8% 2,3% -
Não costuma ser revista e atualizada 6,0% 6,0% 6,0%
Erro padrão 1,1% 1,4% -
É com alguma freqüência revista e atualizada 30,0% 33,0% 31,1%
Erro padrão 2,1% 2,7% -
No momento atual está sendo revista 26,0% 17,0% 22,6%
Erro padrão 2,0% 2,2% -
CERIS
55
Perfil do Presbítero Brasileiro Maio/2004
TS37: Sobre a pessoa do leigo/a na Igreja, o senhor considera que (máximo permitido de três opções):
Característica Presbíteros
Diocesanos
Presbíteros
Religiosos
Total
A maioria do clero procura estimular e valorizar o trabalhodo leigo/a 46,3% 38,9% 43,5%
Erro padrão 2,3% 2,8% -
A maioria do clero não procura estimular e valorizar otrabalho do leigo/a 16,7% 16,1% 16,5%
Erro padrão 1,7% 2,1% -
É ainda uma relação onde ocorrem muitas disputas 25,0% 23,0% 24,3%
Erro padrão 2,0% 2,4% -
É uma relação onde há co-responsabilidade com otrabalho pastoral 31,0% 28,0% 29,9%
Erro padrão 2,2% 2,6% -
Há muito discurso sobre o protagonismo dos leigos, masos leigos ainda são dependentes do padre 52,0% 50,0% 51,3%
Erro padrão 2,3% 2,9% -
Os leigos estão sendo cada vez mais protagonistas desua ação eclesial 26,0% 22,0% 24,5%
Erro padrão 2,0% 2,4% -
É necessário oferecer formação aos leigos 75,0% 76,0% 75,4%
Erro padrão 2,0% 2,5% -
CERIS
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