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Noções de Direito Previdenciário

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Noções de Direito Previdenciário

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O Instituto IOB nasce a partir da experiência de mais de 40 anos da IOB no desenvolvimento de conteúdos, serviços de consultoria e cursos de excelência.

Por intermédio do Instituto IOB, é possível acesso a diversos cursos por meio de ambientes de aprendizado estruturados por diferentes tecnologias.

As obras que compõem os cursos preparatórios do Instituto foram desenvolvidas com o objetivo de sintetizar os principais pontos destacados nas videoaulas.

institutoiob.com.br

Noções de Direito Previdenciário - 3ª ed. / Obra or-ganizada pelo Instituto IOB - São Paulo: Editora IOB, 2013.

ISBN 978-85-63625-76-2

Informamos que é de inteira responsabilidade do autor a emissão

dos conceitos.Nenhuma parte desta publicação

poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização do Instituto IOB.

A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº

9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Código Penal.

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Sumário

Capítulo 1 – Teoria Geral do Direito Previdenciário, 71. Origem e Evolução da Seguridade Social, 72. Origem e Evolução da Seguridade Social (Continuação), 83. Conceito de Seguridade Social – Relação Jurídica, 94. Saúde, 105. Assistência Social, 116. Previdência Social, 13

Capítulo 2 – Princípios Constitucionais da Seguridade Social, 151. Universalidade da Cobertura, 152. Irredutibilidade do Valor dos Benefícios, 163. Financiamento: Da Equipe na Forma de Participação, 174. Gestão Democrática, 18

Capítulo 3 – Legislação Previdenciária, 201. Legislação Previdenciária, 202. Interpretação da Legislação Previdenciária, 21

Capítulo 4 – Regime Geral de Previdência Social, 231. Regime Geral de Previdência Social, 23

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2. Disciplina Constitucional – I, 243. Disciplina Constitucional – II, 25

Capítulo 5 – Regime Geral de Previdência Social – Beneficiários, 271. Segurados Obrigatórios – Empregado, 272. Segurados Obrigatórios – Empregado Doméstico e Trabalhador

Avulso, 293. Segurados Obrigatórios – Contribuinte Individual, 324. Segurados Obrigatórios – Segurado Especial – I, 335. Segurados Obrigatórios – Segurado Especial – II e Segurado

Facultativo, 346. Filiação e Inscrição dos Segurados, 357 Perda e Manutenção da Qualidade de Segurado, 368. Dos Segurados Obrigatórios – Dependentes – I, 389. Dos Segurados Obrigatórios – Dependentes – II, 3810. Dos Segurados Obrigatórios – Dependentes – III, 39

Capítulo 6 – Regime Geral de Previdência Social – Benefícios e Serviços, 41

1. Benefícios e Serviços, 412. Período de Carência, 423. Salário de Benefício – I, 434. Salário de Benefício – II, 445. Auxílio-doença – I, 456. Auxílio-doença – II, 467. Auxílio-acidente, 478. Aposentadoria por Invalidez, 489. Aposentadoria por Idade, 4910. Aposentadoria por Tempo de Contribuição, 4911. Aposentadoria Especial, 5012. Benefícios: Salário-maternidade – I, 5113. Benefícios – Salário-maternidade – II, 5514. Salário-família, 5915. Pensão por Morte, 6016. Auxílio-reclusão, 6117. Abono Anual. Serviço Social. Reabilitação Profissional, 6218. Acumulação de Benefícios, 63

Capítulo 7 – Contagem Recíproca de Tempo de Contribuição, 651. Contagem Recíproca de Tempo de Contribuição, 652. Justificação Administrativa, 663. Conselhos da Previdência Social, 67

Capítulo 8 – Financiamento da Seguridade Social, 691. Contribuições da Seguridade Social, 69

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2. Orçamento da Seguridade Social, 713. Salário de Contribuição – Conceito, 724. Salário de Contribuição – Parcelas Excludentes, 735. Contribuição dos Segurados – I, 746. Contribuição dos Segurados – II, 767. Contribuição dos Segurados – III, 778. Contribuição das Empresas, 829. Contribuição das Empresas – RAT e Adicional de RAT, 8310. Contribuições das Empresas – Substituições, 8411. Contribuição de Produtor Rural Pessoa Jurídica. Concursos de

Prognósticos, 85

Capítulo 9 – Financiamento da Seguridade Social – Outras Questões, 871. Obrigações Acessórias, 872. Certidão Negativa de Débito, 88

Capítulo 10 – Assistência Social, 901. Assistência Social – Loas – I, 902. Assistência Social – Loas – II, 92

Gabarito, 93

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Capítulo 1

Teoria Geral do Direito Previdenciário

1. Origem e Evolução da Seguridade Social

1.1 Apresentação

Nesta unidade, será abordada como foi a origem e evolução da Previ-dência Social dentro do contexto que se tem, hoje, de Seguridade Social. Tem como meta dar um panorama geral sobre a evolução da Previdência Social no mundo e no Brasil.

1.2 Síntese

Tem-se que previdência social é uma ação pública destinada a amparar a população de modo a substituir ou reforçar a remuneração nos casos em que esta deixa de ser recebida em decorrência de algum risco social, definido em lei.

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Inglaterra e Alemanha foram os países que começaram, desde cedo, a se preocupar com a questão da proteção social.

A Lei Eloy Chaves de 1923 foi o primeiro texto normativo a instituir, oficial-mente, no Brasil, a Previdência Social, com a criação de caixas de aposentado-rias e pensões para os ferroviários. Foi estabelecida, em cada uma das empresas de estrada de ferro existentes na ocasião, uma caixa de aposentadoria e pensões (custeio) para os respectivos empregados. Mais tarde, ainda na década de 30, registra-se a criação de alguns institutos de aposentadorias e pensões, de âmbito nacional, nas quais foram englobados trabalhadores de uma mesma atividade. Foram os chamados IAP.

Em 1960, a Lei nº 3.807/1960 – LOPS (Lei Orgânica da Previdência Social) uniformizou a legislação previdenciária dos diversos institutos previdenciários.

Em 21/11/1966, foi criado o INPS onde foi centralizada a organização da Previdência Social.

Exercício

1. (Cespe – Advogado Pleno – Paraná Previdência – 2007) Julgue o item seguinte: O Decreto Legislativo nº 4.682, de 24/01/1923 – fa-mosa Lei Eloy Chaves – é considerado, pela maioria dos autores, o marco inicial da previdência social no Brasil, tendo determinado a criação de uma caixa de aposentadoria e pensões para os emprega-dos em empresas de estrada de ferro.

2. Origem e Evolução da Seguridade Social (Continuação)

2.1 Apresentação

Esta unidade dará continuidade sobre a evolução da Previdência Social no Brasil. Vai tratar do Sinpas e do modelo de Seguridade Social trazido pela Constituição de 1988.

2.2 Síntese

Em 1977, foi instituído o Sistema Nacional de Previdência Social e Assis-tência Social – SINPAS – com objetivo de integrar as ações governamentais no setor. Era composto pelo INPS – Instituto Nacional de Previdência Social,

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9responsável pela concessão e manutenção das prestações previdenciárias; INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social, responsável pela assistência médica; IAPAS – Instituto de Administração Fi-nanceira da Previdência Social, responsável pela arrecadação, fiscalização, e cobrança das contribuições destinadas ao custeio da previdência e assistência social; CEME – Central de Medicamentos, distribuidora de medicamentos gratuitamente ou a baixo custo; FUNABEM – Fundação do Bem-Estar do Me-nor, executora da política no setor; LBA – Fundação Legião Brasileira de As-sistência, responsável pela prestação de assistência médica às pessoas carentes; DATAPREV – Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social.

A Constituição de 1988, pela primeira vez, trouxe o conceito de Seguridade Social. PREVIDÊNCIA SOCIAL, ASSISTÊNCIA E SAÚDE passam a inte-grar o conceito amplo de seguridade social.

Em outubro de 2004, foi criada a Secretaria da Receita Previdenciária, passando o INSS a ter atribuição apenas para concessão e manutenção dos benefícios previdenciários.

Em maio de 2007, a Secretaria da Receita Federal do Brasil passou a ter a atribuição de arrecadar, cobrar e fiscalizar todos os tributos federais, incluindo as contribuições previdenciárias.

Exercício

2. (Cespe – Analista – TRT – 21ª Região – 2010) – Julgue o item seguinte: Com a criação do Instituto Nacional do Seguro Social, foram unifica-dos, nesse instituto, todos os órgãos estaduais de previdência social.

3. Conceito de Seguridade Social – Relação Jurídica

3.1 Apresentação

Esta unidade abordará o conceito de Seguridade Social trazido pela Constituição Federal de 1988 (art. 194 da CF).

3.2 Síntese

A Seguridade Social brasileira, como prevê a Constituição de 1988, no art. 194, caput, é um conjunto integrado de ações nas áreas de previdência social, assistência social e saúde.

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O termo “seguridade” foi trazido pelo constituinte de 1988, a partir do ter-mo espanhol “seguridad”. Por isso, em Portugal, fala-se em “segurança social”.

O que se tem a registrar é que não estão incluídos no rol da Seguridade Social todos os direitos sociais. Outros, como saúde, moradia são considerados direitos sociais, mas não integram o conjunto de ações da Seguridade Social.

A saúde é um direito constitucional garantido a todos e não exige contribui-ção prévia. Não se requer do beneficiário do serviço de saúde a comprovação de que contribuiu efetivamente para o Sistema da Seguridade Social.

A assistência social, também, não exige contribuição prévia, mas somente será prestada a quem dela necessitar conforme dispõe o art. 203 da CF/1988.

A previdência social exige contribuição prévia, terá filiação obrigatória e será organizada sob a forma de regime geral. A previdência social é o único pilar da Seguridade Social que exige contribuição para que se tenha benefício e serviço e a filiação (vínculo) ao sistema previdenciário é compulsória na me-dida em que a pessoa exerce atividade remunerada.

Exercício3. (Cesgranrio – Técnico Previdenciário – INSS – 2005) A seguridade

social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a assegurar os direitos relativos a:I – saúde;II – educação;III – habitação;IV – assistência social;V – previdência social.Estão corretos os itens:a) IV e V, apenas.b) I, II e V, apenas. c) I, IV e V, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV, apenas.

4. Saúde

4.1 Apresentação

Esta unidade abordará sobre a saúde dentro do contexto trazido pela Constituição Federal de 1988 (arts. 196 a 200 da CF).

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4.2 Síntese A saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante polí-

ticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promo-ção, proteção e recuperação (art. 196).

Não está o serviço de saúde sujeito à contribuição prévia do beneficiário. Ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierar-

quizada e constituem um sistema único – SUS. Como algumas atribuições do SUS previstas no art. 200 da CF, podem ser citadas: o controle e fiscalização de pro-cedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde, ações de vigilância sanitária e epidemiológica, participação na formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; fiscalização e inspeção de alimentos para consumo humano e colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

A Constituição evidenciou, ainda, a possibilidade de assistência à saúde pela iniciativa privada, podendo as instituições privadas participar de forma complementar do SUS, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. Entretanto, é vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com objetivo de lucro (art. 198 da CF). Veda, também, a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estran-geiros na assistência à saúde no país, salvo exceções previstas em lei.

Exercício4. (Esaf – Técnico da Receita Federal – 2006) De acordo com a Cons-

tituição Federal de1988, as instituições poderão participar do Sistema Único de Saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direi-to público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos, podendo elas participar de forma: a) alternativa;b) supletiva;c) complementar;d) contributiva;e) suspensiva.

5. Assistência Social

5.1 Apresentação

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Esta unidade abordará sobre a assistência social dentro do contexto trazi-do pela Constituição Federal de 1988 (arts. 203 e 204 da CF).

5.2 Síntese

A assistência social está disposta na CF, nos arts. 203 e 204. Pelo art. 203, é possível perceber que a assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição.

A assistência social se preocupa com eventos, como a maternidade, a ques-tão da integração e reintegração ao mercado de trabalho, idosos, dentre outros.

O art. 203 da CF diz que a assistência social garantirá o benefício de um salário mínimo ao idoso e ao deficiente que não tiverem condições de prover seu próprio sustento, atendendo aos requisitos da lei.

O primeiro requisito é que a pessoa seja idosa, tendo a partir de 65 (sessenta e cinco) anos de idade.

Quanto ao deficiente, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

Há, ainda, a exigência da lei de que a renda per capita familiar (renda da família dividida pelo número de seus integrantes) deve ser inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo. Entretanto, em 2013, o STF julgou a inconstitucio-nalidade do artigo, dizendo que os critérios para aferir o grau de miserabilidade pode ser outro, e não somente este critério objetivo.

É preciso verificar quem é o responsável pela gerência, pela formulação de políticas assistenciais. Quanto às execuções das ações, têm-se os governos em âmbito federal, estadual e municipal.

O parágrafo único do art. 204 dispõe:“Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a pro-

grama de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:

I – despesas com pessoal e encargos sociais;II – serviço da dívida;III – qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos inves-

timentos ou ações apoiados.”Embora a assistência social independa de contribuição prévia, os benefícios

e serviços da assistência social, quando criados, estendidos ou majorados, de-vem ter a correspondente fonte de custeio total.

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Exercícios

5. O benefício de prestação continuada é a garantia de 1 (um) salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com 70 (setenta) anos de idade ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida pela sua família.

6. Pelo fato de serem concedidos independentemente de contribuição, os benefícios e serviços prestados na área de assistência social pres-cindem da respectiva fonte de custeio prévio.

7. Considere-se que técnicos da Secretaria de Fazenda de determinado estado estejam preparando o orçamento para o próximo ano e pe-çam a José Carlos que elabore proposta para gastos em programas voltados para a promoção social. Considere ainda que José Carlos calcule que o estado deva aplicar R$ 500.000,00 em programas desse tipo, correspondentes à parcela, estipulada em lei, da receita tribu-tária líquida, estimada em R$ 100 milhões. Nesse caso, a proposta de José Carlos é correta, pois os estados devem vincular 0,5% (zero vírgula cinco por cento) de sua receita tributária líquida a programas de apoio à inclusão e promoção social.

6. Previdência Social

6.1 Apresentação

Esta unidade abordará a Previdência Social dentro do contexto trazido pela Constituição Federal de 1988 (arts. 201 e 202 da CF).

6.2 Síntese

A Previdência Social visa assegurar aos respectivos beneficiários os meios disponíveis de manutenção, uma vez presentes os riscos sociais básicos do tra-balho, como incapacidade, idade avançada, morte, encargos familiares. Será:

- organizada sob a forma de regime geral: vai haver um regime geral de previdência social, abrangendo trabalhadores rurais e urbanos num só sistema;

– de caráter contributivo: o segurado da Previdência Social deverá pagar contribuição para a manutenção do sistema previdenciário;

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– de filiação obrigatória: significa que aqueles que venham a exercer ativi-dade remunerada lícita deverão obrigatoriamente se filiar à Previdência Social;

- organizada de modo a se ter a preservação do equilíbrio financeiro e atuarial.

O art. 202 traz a possibilidade de qualquer pessoa ingressar na previdência complementar, que é de natureza facultativa. É de fundamental importância perceber que a adesão à previdência complementar nunca excluirá a vincula-ção obrigatória dos trabalhadores ao regime básico.

Exercício

8. (Analista – TRT – 21ª Região – Cespe – 2010) – Julgue o item se-guinte: O regime de previdência privada tem como características ser facultativo e de natureza complementar.

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Capítulo 2

Princípios Constitucionais da Seguridade Social

1. Universalidade da Cobertura

1.1 Apresentação

Esta unidade falará sobre três dos princípios da Seguridade Social, pre-vistos no art. 194, parágrafo único da CF/1988. São trazidos como obje-tivos a serem alcançados pelo sistema de Seguridade Social.

1.2 Síntese

O princípio da universalidade da cobertura e do atendimento significa que todas as espécies de infortúnios e riscos sociais básicos devem ser cobertos pelo Sistema de Seguridade Social por meio de seus benefícios e serviços e atender a todas as pessoas residentes no território nacional, sem distinções, inclusive quanto aos estrangei-ros residentes no país, que também fazem jus aos benefícios da Seguridade Social.

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O princípio da uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais ordena que as populações urbana e rural devem possuir os mesmos direitos a título de seguridade social. Os segurados e depen-dentes urbanos e rurais devem ter o mesmo tratamento. É interessante salientar que a Constituição Federal de 1988 igualou os direitos das populações urbanas e rurais pela primeira vez. A partir de então, urbanos e rurais estão filiados ao Regime Geral de Previdência Social, não havendo mais um sistema de previ-dência urbana e outro rural.

O princípio da seletividade é voltado ao legislador no sentido de cobrir as necessidades mais essenciais e planejar, para o futuro, a cobertura das demais, visando alcançar a Seguridade Social ideal. Ao traçar os benefícios e serviços mais fundamentais e necessários à população, o legislador define os requisitos que devem ser preenchidos para a obtenção do benefício e aquele que se en-quadrar nos requisitos da lei poderá ter a proteção social. “A distributividade consagra que, após cada pessoa ter contribuído com o que podia, dá-se a cada um de acordo com suas necessidades” (CUNHA, 1999). Como exemplo, tem--se o salário-família, o auxílio-reclusão e os benefícios de valor mínimo.

Exercício9. (Magistratura – Tribunal do Trabalho – 21ª Região – 2010) A Consti-

tuição Federal de 1988, em sua visão humanista e social, guardou um capítulo exclusivo para a Seguridade Social, ali indicando uma série de princípios. Dentre esses, tem-se o princípio da seletividade e distri-butividade na prestação dos benefícios e serviços. É correto afirmar que é hipótese de aplicação concreta deste princípio o benefício de: a) auxílio-doença;b) pensão por morte;c) aposentadoria por tempo de contribuição;d) salário-família;e) auxílio-acidente.

2. Irredutibilidade do Valor dos Benefícios

2.1 Apresentação

Esta unidade falará sobre o princípio (objetivo da Seguridade Social) da irredutibilidade do valor dos benefícios, de forma a não haver redução nominal e real.

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2.2 Síntese

A previsão da irredutibilidade do valor dos benefícios preceitua que não haverá nenhuma redução efetiva dos valores nominais dos benefícios. Não po-derá, também, haver redução real, se combinado com o que dispõe o art. 201, § 4º, também, da CF/1988.

O art. 7º, em seu inciso IV, veda a vinculação do salário mínimo para qual-quer fim. Não se pode vincular o valor do benefício ao número de salários mínimos, tampouco vincular o seu reajustamento com aquele praticado em relação ao salário mínimo. Esse entendimento, inclusive, já está pacificado pe-rante o Supremo Tribunal Federal (STF).

O art. 201, § 4º, da CF/1988 garante o reajustamento dos benefícios previ-denciários de modo a preservar-lhes o poder aquisitivo. Mas, nesse caso, deixou a cargo do legislador ordinário a escolha do critério e dos índices a serem apli-cados para tal reajustamento. O índice deve refletir a inflação no período de modo que o valor do benefício seja corrigido.

O que se tem, nos últimos anos, é que o salário mínimo vem sofrendo um au-mento acima do índice inflacionário, havendo ganhos reais. Já os benefícios pagos pela Previdência Social vêm tendo aumentos de acordo com o índice inflacionário escolhido pelo legislador ordinário, de modo a garantir a preservação do seu valor real. Trata-se de uma política governamental que pretende conceder àqueles de ren-da mínima ganhos maiores que a inflação para melhorarem suas condições de vida.

Atenção ao fato de que esse princípio diz respeito aos benefícios, enquanto os três vistos na unidade anterior dizem respeito aos benefícios e serviços.

Exercício10. (Cespe – Procurador Federal – 2006) – Julgue o item: O princípio

da irredutibilidade do valor dos benefícios é alcançado, entre outras medidas, mediante aplicação do índice de reajuste concedido anual-mente ao salário mínimo, de maneira uniforme a todos os benefícios pagos pelo Regime Geral de Previdência Social.

3. Financiamento: Da Equipe na Forma de Participação

3.1 Apresentação

Esta unidade falará sobre os princípios da diversidade da base de finan-ciamento e da equidade na forma de participação do custeio, previstos no art. 194, parágrafo único da CF/1988.

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3.2 Síntese O princípio da diversidade da base de financiamento determina que o siste-

ma de seguridade social não terá uma única fonte de tributação.Como prova disso, verifica-se que o art. 195 da Constituição traz diversas pos-

sibilidades de tributação para que sejam criadas as contribuições que vão custear a Seguridade Social. Este artigo elenca, em seus incisos I a IV, como financiadores, as empresas, os empregadores e as entidades equiparadas a empresas, na forma da lei, cujas contribuições podem incidir sobre a folha de salários e demais rendimen-tos pagos ou creditados a qualquer título a pessoas que lhe prestam serviços, sobre a receita ou o faturamento e sobre o lucro; os trabalhadores e demais segurados do regime geral de previdência social; os concursos de prognósticos e o importador ou a quem a lei a ele equiparar. Além das possibilidades já expressamente delineadas pelo constituinte, restou a possibilidade da União criar novas fontes de custeio da seguridade social, obedecidas as regras impostas pelo art. 195, § 4º da CF/1988.

O princípio da equidade na forma de participação do custeio da seguridade social que está atrelado aos preceitos da igualdade e da capacidade contribu-tiva preceitua que o financiamento da seguridade social deve ser mais justo à medida que aqueles que apresentarem maior capacidade econômica devem ter maior ônus no custeio do sistema de proteção social.

Uma aplicação desse princípio encontra-se presente no art. 195, § 9º da CF, em que há a previsão das contribuições das empresas terem suas “alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utiliza-ção intensiva de mão de obra, do porte da empresa, ou da condição estrutural do mercado de trabalho”.

Exercício11. (Cespe – 2009) – Julgue o item: Segundo o princípio da equidade,

quanto maiores forem as possibilidades de sinistro que determinada ati-vidade acarrete, maior será o tributo social. Com base nesse princípio, a CF prevê que as contribuições sociais devidas pelo empregador, pela empresa e pela entidade a ela equiparada na forma da lei poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, regra que não se aplica à base de cálculo.

4. Gestão Democrática

4.1 Apresentação

Esta unidade falará sobre os princípios constitucionais da gestão democrática, da solidariedade e da preexistência do custeio da seguridade social.

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4.2 Síntese

A gestão da Seguridade Social deverá ser democrática, descentralizada, me-diante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos emprega-dores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

O princípio da solidariedade, encontrado no art. 195 da CF/1988, determi-na que a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (...).

Significa que a responsabilidade pela manutenção do sistema da segurida-de social é compartilhada entre o Estado e a sociedade civil. O princípio da preexistência do custeio (art. 195, § 5º, CF) dispõe que: nenhum benefício ou serviço da Seguridade Social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. Isso quer dizer que para se criar, ampliar ou estender um benefício ou um serviço prestado pelo sistema da Seguridade Social deve haver, antes, a previsão da fonte dos recursos que custeará esse novo benefício ou serviço.

Registre-se que o benefício terá a preexistência do custeio sempre, muito embora os beneficiários da Saúde e da Assistência Social não têm a obrigação de contribuírem previamente para o recebimento dos benefícios. A fonte de re-cursos deverá existir previamente, não significando, por outro lado, que quem vai receber o benefício terá que ter vertido alguma contribuição para tal.

Exercício

12. (Procurador do Trabalho – MPT – 2006) A respeito da seguridade social, assinale a alternativa INCORRETA. a) destina-se a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência

e à assistência social;b) um de seus objetivos é o caráter democrático e descentralizado da

administração, mediante gestão tripartite, com participação dos tra-balhadores, dos empregadores e do governo nos órgãos colegiados;

c) estão incluídas como fontes de recursos para a seguridade social as contribuições sociais da receita de concurso de prognósticos e do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar;

d) a seguridade é um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade.

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Capítulo 3

Legislação Previdenciária

1. Legislação Previdenciária

1.1 Apresentação

Serão abordados, nesta unidade, o conceito de legislação previdenciária e a fonte do direito previdenciário.

1.2 Síntese

Entende-se como legislação previdenciária “o conjunto de normas e atos administrativos referentes ao funcionamento do sistema securitário”. Neste conjunto, estão as leis, as medidas provisórias, os decretos, os tratados interna-cionais e as normas complementares.

As matérias relativas à seguridade social são tratadas, em regra, por lei or-dinária. Apenas nos casos expressamente dispostos na Constituição Federal

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21exigiu-se o tratamento da matéria por lei complementar, conforme se verifica nos arts. 195, § 4º, 196, § 3º, 201, § 1º e 202.

Na área securitária é muito comum a utilização da medida provisória; no entanto, é bom frisar que matérias que exigem a regulamentação por lei com-plementar não poderão ser objeto de medida provisória, em face da vedação prevista no art. 62, § 1º, inciso III do Texto Maior.

Como fonte maior do Direito Previdenciário tem-se a Constituição Fede-ral. São consideradas, também, fontes do direito a Emenda Constitucional, as leis complementar, ordinária e delegada, as medidas provisórias, os decretos legislativos, as resoluções do Senado Federal e os atos administrativos norma-tivos (instrução normativa, ordem de serviço, circular, orientação normativa, portaria, etc.).

Em matéria previdenciária, a jurisprudência tem desempenhado papel ex-tremamente importante, principalmente em se tratando de benefícios previ-denciários.

Exercício

13. Poderá a União criar contribuições para a expansão da seguridade social por medida provisória?

2. Interpretação da Legislação Previdenciária

2.1 Apresentação

Nesta unidade, serão abordados os principais métodos de interpretação da legislação previdenciária.

2.2 Síntese

A interpretação de uma norma se dá quando se quer saber o que ela quer dizer. Na busca da interpretação mais adequada, o intérprete utiliza-se de va-riados processos, tais como:

a) método gramatical ou literal: vai-se buscar o sentido da norma jurídica a partir do significado das palavras que estão no seu texto.

b) método histórico ou genético: o intérprete deve examinar os elementos, as circunstâncias e as causas que implicaram na criação da lei. A análise que se faz é no sentido de saber o que levou aquela lei ser criada.

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c) método teleológico ou finalístico: a interpretação teleológica da lei se faz perguntando o que o legislador quis buscar, atingir com a sua cria-ção; qual seria o seu objetivo a alcançar com a nova lei.

d) método lógico ou sistemático: “a interpretação se faz partindo do enten-dimento de que todas as regras jurídicas devem ter, entre si, um nexo, pois são parte de um só sistema jurídico” (ABREU; RODRIGUES, 2003). A norma deve ser interpretada considerando a sua existência dentro do ordenamento jurídico como um todo.

A interpretação pode ser, ainda, classificada em autêntica, jurisprudencial e doutrinária. A autêntica é aquela em que o legislador elabora outra lei mera-mente interpretativa da lei anterior. A interpretação jurisprudencial é feita pe-los órgãos do Poder Judiciário para resolver as questões aos mesmos submetidas. Por fim, a interpretação doutrinária é aquela feita pelos estudiosos da Ciência Jurídica em seus trabalhos doutrinários.

Exercício

14. O que significa interpretar a lei previdenciária de forma autêntica?

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Capítulo 4

Regime Geral de Previdência Social

1. Regime Geral de Previdência Social

1.1 Apresentação

Nesse bloco de conteúdo, será abordado como foi idealizado o Regime Geral de Previdência Social pelo constituinte e sua diferença em relação ao regime próprio de previdência dos servidores públicos.

1.2 Síntese

A expressão “sistema previdenciário” abrange dois tipos de regimes: regimes públicos e regime privado.

São regimes públicos: Regime Geral de Previdência Social (RGPS), o regime previdenciário próprio dos servidores públicos civis e o regime pre-videnciário próprio dos militares. O regime privado é a previdência comple-mentar, prevista no art. 202 da CF.

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O Regime Geral de Previdência Social é a regra e vai contemplar aqueles que exercem atividade remunerada, de acordo com os termos da lei. Terá fi-liação obrigatória, caráter contributivo e deverá manter o equilíbrio financeiro e atuarial. O RGPS está disposto na Lei nº 8.213/1991, cujo regulamento é Decreto nº 3.048/1999.

O Regime Próprio de Previdência Social deve contemplar pelo menos os benefícios de aposentadoria e pensão por morte e se destina aos servidores pú-blicos efetivos dos entes federativos. É a exceção porque se o ente federativo não criar o RPPS para seus servidores, eles pertencerão ao RGPS. Já os servi-dores que ocupam exclusivamente cargo em comissão são segurados do RGPS.

Servidores que estão vinculados ao RPPS não podem se filiar ao RGPS como segurados facultativos, porém, se exercerem atividade remunerada que os filiem obrigatoriamente ao RGPS, eles pertencerrão aos dois regimes e con-tribuirão para ambos.

Exercício

15. (Cespe – DPU – 2010) Suponha que João, servidor público federal aposentado, tenha sido eleito síndico do condomínio em que reside e que a respectiva convenção condominial não preveja remunera-ção para o desempenho dessa função. Nesse caso, João pode filiar--se ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS) na condição de segurado facultativo e formalizar sua inscrição com o pagamento da primeira contribuição.

2. Disciplina Constitucional – I

2.1 Apresentação

Esse bloco de conteúdo irá tratar de algumas regras trazidas pela CF/1998 acerca do RGPS, previstas no art. 201 da Carta Magna.

2.2 Síntese

As contingências geradoras das necessidades que terão cobertura previden-ciária estão enumeradas nos incisos I a V do art. 201: doença, invalidez, morte e idade avançada; proteção à maternidade, especialmente à gestante; prote-ção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; salário-família e

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25auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; e pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e de-pendentes, observado o disposto no § 2º, ou seja, a renda mensal de qualquer um desses benefícios nunca será inferior a um salário mínimo.

A CF determina que nenhum benefício que substitua o salário de con-tribuição ou o rendimento do trabalhador poderá ter valor mensal inferior ao salário mínimo. Garante, também, que todos os salários de contribuição utilizados no cálculo da renda mensal do benefício serão corrigidos mone-tariamente.

Outra disposição constitucional extremamente importante é a que proíbe que pessoa filiada a regime próprio de previdência se filie também ao regime geral como segurada facultativa. Com a EC nº 20/1998, essa permissão acabou e virou expressa proibição, que está no § 5º do art. 201, que expressamente veda a filiação ao RGPS, como segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência.

Exercício

16. (Cespe – Médico Perito – INSS – 2010) Julgue o item: Lucas entrou no gozo de aposentadoria pelo RPPS em 16/11/2009. Nessa situa-ção, Lucas poderia ter optado por filiar-se ao RGPS na qualidade de segurado facultativo, mediante ato volitivo de inscrição e pagamento da primeira contribuição.

3. Disciplina Constitucional – II

3.1 Apresentação

Esse bloco de conteúdo dará continuidade às disposições constitucionais acerca do RGPS previstas no art. 201 da CF/1988.

3.2 Síntese

A Constituição garante aos aposentados do regime geral o pagamento de gratificação natalina, com base nos proventos do mês de dezembro de cada ano.

O benefício de aposentadoria também está garantido na Constituição Fe-deral. Está no § 7º do art. 201, com a redação da EC nº 20/1998, em duas situa-

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ções: por tempo de contribuição e por idade. São dois tipos de aposentadoria com requisitos distintos.

A CF garante a contagem do tempo de contribuição trabalhando no RGPS para o RPPS ou vice-versa para fins de aposentadoria, onde os regimes de pre-vidência se compensarão financeiramente. É o princípio da comutatividade. Outra disposição que merece atenção é o relativo à inclusão previdenciária. O art. 201 da CF em seus §§ 12 e 13 traz a possibilidade de promover a inclusão dos trabalhadores de baixa renda e daqueles que, sem renda própria, se dedi-quem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência à previdência. Para facilitar a inclusão dessas pessoas, a CF prevê a redução de alíquotas e prazos de carência de contribuição no RGPS.

Exercício

17. (Cespe – INSS – 2008) Julgue o item: A grande preocupação com os hipossuficientes tem sido característi-

ca marcante da seguridade social brasileira, como pode ser demons-trado pela recente alteração, no texto constitucional, de garantias para inclusão dos trabalhadores de baixa renda, bem como daqueles que se dediquem, exclusivamente, ao trabalho doméstico, sendo--lhes oferecido tempo de contribuição, alíquotas e prazos de carên-cia inferiores.

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Capítulo 5

Regime Geral de Previdência Social – Beneficiários

1. Segurados Obrigatórios – Empregado

1.1 Apresentação

Esta unidade abordará sobre o segurado obrigatório do RGPS na qualidade de empregado. Procurará demonstrar em que situações a pessoa poderá ser assim qualificada, nos termos do art. 11, I da Lei nº 8.213/1991.

1.2 Síntese

O empregado é segurado obrigatório do RGPS. A lei previdenciária fez incluir pessoas na qualidade de empregado além daquelas que, de fato, teriam vínculo empregatício com a empresa ou o empregador, merecendo destaque:

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– aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;

- o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado no exterior, em sucursal ou agência de em-presa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede e administração no País. Nesse caso, pode ser brasileiro ou estrangeiro, não importa a nacionalidade;

– o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efe-tivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio. Esse caso trata de brasileiro que trabalha para a União no exterior para tais organismos;

- o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. É o caso daquele que não ocupa cargo efetivo;

– o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social. É o vereador, por exemplo;

– o menor aprendiz é o único segurado do RGPS que é aceito com a idade entre 14 e 16 anos.

Exercício

18. (Cesgranrio – Técnico Previdenciário – INSS – 2005) Antônio Wa-las, devido a sua notória experiência no mercado financeiro, recebeu proposta para ser diretor-empregado de um grande banco de investi-mentos, com direito a participação direta nos resultados da empresa. Caso Antônio aceite a proposta, sua inscrição no Regime Geral de Previdência Social será:a) obrigatória, como empregado.b) obrigatória, como contribuinte individual.c) obrigatória, como segurado especial.d) facultativa, por ter deixado de ser segurado obrigatório.e) facultativa, como associado eleito para cargo de direção remu-

nerada.

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2. Segurados Obrigatórios – Empregado Doméstico e Trabalhador Avulso

2.1 Apresentação

Esta unidade trata do bloco de conteúdo de mais dois segurados obriga-tórios do RGPS – o empregado doméstico e o trabalhador avulso (arts. 11, II e VI, da Lei nº 8.213/1991 e 9º, VI, do Decreto nº 3.048/1999, respectivamente).

2.2 Síntese

1. Empregado DomésticoA legislação previdenciária caracteriza como empregado doméstico aquela

pessoa física que presta serviços de natureza contínua, mediante remuneração, à pessoa física ou família, no âmbito residencial desta, em atividade não lucrativa.

Observem que esse segurado, além das características típicas do emprega-do, deverá exercer o trabalho em ambiente familiar e em atividade não lucra-tiva, trabalhando para o chamado empregador doméstico, que pode ser pessoa física ou família.

Registra-se que o conceito de ambiente familiar é mais amplo do que a simples residência da família.

Assim, podem ser citados como empregados domésticos a babá, o caseiro da casa de fim de semana, a cozinheira, o motorista particular, o piloto de avião particular, ou a cuidadora de idosos.

Agora, é imperioso destacar, mais uma vez, a finalidade não lucrativa da atividade desenvolvida para a caracterização do trabalhador doméstico.

Assim, a empregada doméstica que ajuda sua patroa a confeitar bolos de aniversários, os quais serão comercializados, deixa de ser doméstica e deverá ser enquadrada como empregada.

Empregado doméstico:

– Trabalho doméstico para pessoa física ou unidade familiar.– Caráter não eventual.– Atividades sem fins lucrativos.

Os empregados domésticos têm sua inscrição feita por meio da apresen-tação de documento que comprove a existência de contrato de trabalho. A inscrição é feita diretamente no INSS ou, mesmo, através da Internet pelo site <www.previdenciasocial.gov.br>.

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Como o direito ao depósito do FGTS passou a ser estendido a todos os empregados domésticos, com a nova redação do parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal, trazida pela Emenda Constitucional nº 72/2013, a inscrição do empregado doméstico poderá ser feita nos moldes da inscrição do segurado empregado. Mas, ainda, depende de regulamentação.

Importante informar que em abril de 2013, foi publicada a Emenda Cons-titucional nº 72, estendendo ao empregado doméstico o direito ao benefício do salário-família, dentre outros direitos trabalhistas.

A referida emenda constitucional deu nova redação ao parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal, in verbis:

Art. 7º “(...)Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos

os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições es-tabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.”

Mas, não se pode deixar de ressaltar que, os direitos previdenciários que fo-ram estendidos ao empregado doméstico dependem, ainda, de regulamentação.

A concessão do salário-família não será imediata, aguardando até o fecha-mento desta edição, lei regulamentadora.

2. Segurado Trabalhador AvulsoO art. 11, VI, da Lei nº 8.213/1991, dispõe:“Como trabalhador avulso: quem presta, a diversas empresas, sem vínculo

empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos no Regulamento”.Já o Decreto nº 3.048/1999, no seu art. 9º, VI, dispõe:“Como trabalhador avulso – aquele que, sindicalizado ou não, presta servi-

ço de natureza urbana ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do órgão gestor de mão de obra, nos termos da Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, ou do sindicato da categoria, assim considerados:

a) o trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, confe-rência e conserto de carga, vigilância de embarcação e bloco;

b) o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério;

c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios);d) o amarrador de embarcação;e) o ensacador de café, cacau, sal e similares;f) o trabalhador na indústria de extração de sal;g) o carregador de bagagem em porto;

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31h) o prático de barra em porto;i) o guindasteiro ej) o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em

portos;”.Veja que o trabalhador avulso é aquele que presta serviço de natureza ur-

bana ou rural a empresas, sempre com a intermediação obrigatória do sindicato para os não portuários ou Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) para os trabalhadores portuários. Caso não haja essa intermediação, o trabalhador não poderá ser tido como avulso.

É interessante destacar que a intermediação do sindicato é obrigatória, mas o trabalhador avulso não precisa ser, necessariamente, sindicalizado. Mesmo o trabalhador não sindicalizado poderá ser captado pelo sindicato ou OGMO e vir a prestar serviço na qualidade de avulso.

Este não possui vínculo empregatício com a empresa, tampouco com o sindicato ou OGMO; seu trabalho tem caráter eventual.

As atividades desenvolvidas pelo trabalhador avulso estão elencadas no art. 9º do Decreto nº 3.048/1999, cuja lista é TAXATIVA, uma vez que vinculou a intermediação, nos termos da Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993.

Esse trabalhador não poderá ser confundido com o trabalhador temporário, com o trabalhador autônomo ou com o cooperado de cooperativa de trabalho. Estes são enquadrados em outras categorias de segurados e não preenchem os requisitos de trabalhador avulso.

Embora o trabalhador avulso exerça atividade de caráter eventual, tendo a intermediação do sindicato ou o OGMO com a empresa tomadora do serviço, ele tem assegurado todos os direitos previstos para os empregados no art. 7º, XX-XIV, da CF/1988. Assim, terá direito a férias, décimo terceiro salário, depósito do FGTS, etc.

Trabalhador avulso:

• Trabalhodecarátereventual.• Paraempresasurbanasoururais.• Aintermediaçãofeitapelosindicatoouórgãogestorde

mão de obra é OBRIGATÓRIA.• Nãoprecisaserotrabalhadoravulsosindicalizado.• AlistadeatividadesconstantesnoDecretonº 3.048/

1999 é TAXATIVA.

Exercício

19. (Técnico do INSS – 2003 – Cespe) Julgue se a assertiva está correta ou incorreta: Trabalhador avulso é aquele que presta serviços sem

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vínculo empregatício, de natureza urbana ou rural, a diversas em-presas, com ou sem a intermediação de sindicato ou órgão gestor de mão de obra.

3. Segurados Obrigatórios – Contribuinte Individual

3.1 Apresentação

Esta unidade vai tratar sobre o segurado obrigatório denominado contri-buinte individual (art. 11, V, Lei nº 8.213/1991 e art. 9º, V do Decreto nº 3.048/1999) no que diz respeito ao seu enquadramento no RGPS.

3.2 Síntese

O segurado contribuinte individual não possui uma característica comum, sólida, o que vem explicar o caráter residual do mesmo, sendo chamado por alguns especialistas de segurado residual. Merecem destaque os seguintes con-tribuintes individuais:

– a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área supe-rior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de em-pregados ou por intermédio de prepostos;

– o garimpeiro; o ministro de confissão religiosa (padres, pastores, etc.); o titular de firma individual, o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio-gerente e o sócio-cotista que recebam remu-neração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação;

– o síndico ou administrador eleito de condomínio, desde que recebam remuneração. Nesse caso, se for isento da taxa condominial, também será contribuinte individual;

– o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial inter-nacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social. Nesse caso, o brasileiro vai trabalhar diretamente para o organis-mo oficial internacional;

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33– aquele que exerce atividade por conta própria, os cooperados de tra-

balho e de produção e o MEI – microempreendedor individual. (grifo nosso)

Exercício

20. (Cespe – Técnico INSS – 2008) Célia, professora de uma univer-sidade, eventualmente, presta serviços de consultoria na área de educação. Por isso, Célia é segurada empregada pela atividade de docência e contribuinte individual quando presta consultoria. Nessa situação, Célia tem uma filiação para cada atividade.

4. Segurados Obrigatórios – Segurado Especial – I

4.1 Apresentação

Esta unidade vai tratar do enquadramento do segurado especial no RGPS (art. 11, VII da Lei nº 8.213/1991 e art. 9º, VII do Decreto nº 3.048), com as alterações trazidas pela Lei nº 11.718/2008.

4.2 Síntese

O segurado especial é aquela pessoa física que exerce atividades de agrope-cuária, pesca artesanal e de extrativismo vegetal, desde que exercidas individual-mente ou em regime de economia familiar. Não precisa ser, necessariamente, o proprietário da terra. Pode ser meeiro, arrendatário, parceiro, possuidor.

Regime de economia familiar é a atividade em que o trabalho dos mem-bros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua de-pendência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes.

Em relação à atividade agropecuária, a lei exige que o tamanho do imóvel rural seja inferior ou igual a quatro módulos fiscais, não havendo essa exigência para as atividades de pesca e extrativismo vegetal.

O segurado especial pode exercer suas atividades com o auxílio da famí-lia, assim entendida cônjuge e filhos maiores de 16 anos. E, nesse caso, todos

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os membros que participam da atividade vão ser, também, qualificados como segurados especiais. Poderá utilizar-se de empregados contratados por prazo determinado ou de trabalhador eventual, em épocas de safra, à razão de, no máximo, 120 (cento e vinte) pessoas/dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho.

Exercício

21. (Esaf – Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil – 2009) – Tendo em vista a classificação dos segurados obrigatórios na legislação pre-videnciária vigente, assinale a assertiva incorreta: a) Como empregado – a pessoa física residente no imóvel rural

ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, indi-vidualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros a título de mútua colabo-ração.

b) Como trabalhador avulso – quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos em Regulamento.

c) Como contribuinte individual – o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração.

d) Como empregado – o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucur-sal ou agência de empresa nacional no exterior.

e) Como contribuinte individual – o sócio solidário, o sócio de in-dústria, o sócio-gerente.

5. Segurados Obrigatórios – Segurado Especial – II e Segurado Facultativo

5.1 Apresentação

Nesta unidade, serão abordadas as atividades que o segurado especial poderá exercer sem que ele perca a condição de especial e, também, a qualificação do segurado facultativo do RGPS.

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5.2 Síntese

Merecem destaque algumas situações ou atividades em que o segurado es-pecial poderá se encontrar e, mesmo assim, não será descaracterizado como especial, previstas no art. 11, § 9º da Lei nº 8.213/1991:

– a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação ou como-dato, de até 50% (cinquenta por cento) de imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 (quatro) módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva atividade, individualmente ou em regime de economia familiar; a exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com hospedagem, por não mais de 120 (cento e vinte) dias ao ano; a associação em cooperativa agropecuária; exercício de atividade remunerada em período de entressafra ou do de-feso, não superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no ano civil; exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de or-ganização da categoria de trabalhadores rurais; exercício de mandato de vereador do Município em que desenvolve a atividade rural ou de dirigente de cooperativa rural constituída, exclusivamente, por segura-dos especiais; atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social.

O segurado facultativo vai se filiar ao RGPS por ato de vontade e deverá ter mais de 16 anos, não ser segurado obrigatório em RPPS ou no RGPS e fazer sua inscrição juntamente com o pagamento sem atraso da primeira contribuição. São exemplos, a dona de casa, o presidiário, o estudante e o síndico não remunerado.

Exercício

22. (Cespe – Analista INSS – 2008) Julgue o item seguinte: Regina é ser-vidora pública, titular de cargo efetivo municipal. Nessa situação, caso deseje melhorar sua renda quando chegar o momento de se aposen-tar, Regina poderá filiar-se ao regime geral da previdência social.

6. Filiação e Inscrição dos Segurados

6.1 Apresentação

Nesta unidade, serão abordados os conceitos de filiação e inscrição dos segurados no RGPS, bem como a forma como elas se darão.

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6.2 Síntese

A FILIAÇÃO é o vínculo que se estabelece entre pessoas que contribuem para a previdência social e esta, do qual decorrem direitos e obrigações. A INSCRIÇÃO é o ato pelo qual o segurado é cadastrado no RGPS por meio de comprovação de dados pessoais e outros elementos necessários e úteis à sua caracterização.

A inscrição do empregado é feita diretamente pela empresa com sua ins-crição no FGTS, na qual o trabalhador recebe a numeração de seu PIS. O trabalhador avulso tem sua inscrição feita pelo preenchimento dos documen-tos que o habilitem ao exercício da atividade e pelo cadastramento e registro no sindicato ou órgão gestor de mão de obra. Os empregados domésticos têm sua inscrição feita por meio da apresentação de documento que comprove a existência de contrato de trabalho. A inscrição é feita diretamente no INSS ou pela internet. O contribuinte individual vai ser inscrito no RGPS pela apresen-tação de documento que caracterize a sua condição ou o exercício de atividade profissional, liberal ou não. Essa inscrição é feita diretamente no INSS ou pela internet ou, ainda, pela empresa tomadora de seu serviço.

A inscrição do segurado especial será feita de forma a vinculá-lo ao seu res-pectivo grupo familiar e conterá, além das informações pessoais, a identificação da propriedade em que desenvolve a atividade e a que título, se nela reside ou o município onde reside e, quando for o caso, a identificação e a inscrição da pessoa responsável pela unidade familiar (Lei nº 11.718).

Já no caso do segurado facultativo, a filiação ao RGPS vai se dar somente após a sua inscrição e o pagamento da primeira contribuição previdenciária sem atraso.

Exercício

23. (Cespe – Técnico – INSS – 2003) Julgue o item seguinte: A inscri-ção é o ato pelo qual o segurado é cadastrado no RGPS, por meio de comprovação de dados pessoais e outros elementos.

7 Perda e Manutenção da Qualidade de Segurado

7.1 Apresentação

Esta unidade tratará do “período de graça” dos segurados do RGPS previsto no art. 15 da Lei nº 8.213/1991 e art. 13 do Decreto nº 3.048/1999.

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7.2 Síntese

O segurado poderá ficar, ainda, vinculado ao RGPS mesmo sem contribuir na ocorrência das hipóteses descritas nos artigos acima referidos. Esse prazo em que ele mantém a qualidade de segurado é chamado de período de graça. Vejamos os prazos:

• sem limite de prazo para o segurado que se encontre em período de gozo de benefício;

• até doze meses após a cessação do benefício por incapacidade ou após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada ou estiver suspenso ou licenciado sem remu-neração – o prazo será prorrogado para vinte e quatro meses para o segurado que tiver pago mais de 120 contribuições mensais sem interrupção que cause a perda da qualidade de segurado; os prazos mencionados serão acrescidos de doze meses para o segurado que comprovar, perante o Ministério do Trabalho, a condição de desem-pregado depois dos primeiros 12 meses de período de graça, ou trinta e seis meses para o segurado ou servidor que tenha desvinculado de regime próprio previdenciário, com mais de 120 contribuições men-sais sem perda da qualidade de segurado que comprove a condição de desempregado depois dos primeiros vinte e quatro meses do período de graça;

• até doze meses após cessar o isolamento para o segurado portador de doença de segregação compulsória;

• até doze meses após o livramento para o segurado detido ou recluso;• até três meses após o licenciamento para o segurado incorporado ao

serviço militar obrigatório das Forças Armadas;• até seis meses após a cessação das contribuições para o segurado facul-

tativo.

Exercício

24. (Cespe – Técnico – INSS – 2008) Julgue o item seguinte: Alzira, estudante, filiou-se facultativamente ao regime geral de previdência social, passando a contribuir regularmente. Em razão de dificulda-des financeiras, Alzira deixou de efetuar esse recolhimento por oito meses. Nessa situação, Alzira não deixou de ser segurada, uma vez que a condição de segurado permanece por até doze meses após a cessação das contribuições.

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8. Dos Segurados Obrigatórios – Dependentes – I

8.1 Apresentação

Nesta unidade, serão estudados os Segurados Obrigatórios, sendo abor-dados aqui os dependentes.

8.2 SínteseOs dependentes estão dispostos na Lei nº 8.213/1991. Na primeira classe, te-

mos o cônjuge, companheiro(a), filhos menores não emancipados, dentre outros. É preciso ressaltar que foi incluído filho que possui deficiência intelectual

ou mental no inciso I do art. 16 da referida lei.Dentro dessa classe, temos que falar que a dependência econômica entre

os membros é presumida, ou seja, não há necessidade de ser comprovada a dependência em relação ao segurado.

Dentro da mesma classe há situação do companheiro(a). Sua comprovação se faz por meio de documentos elencados no art. 22 do Decreto nº 3.048.

Quanto à união estável homoafetiva, é necessário lembrar que o companheiro(a) pode ser dependente.

Filhos entre vinte e um e vinte e quatro anos que estiverem cursando ensi-no superior não integrarão a classe de dependentes do Regime Geral, embora possam ser dependentes dentro da legislação referente ao Imposto de Renda.

Filhos inválidos pertencem à primeira classe de dependentes e tal invalidez será atestada pela perícia médica da Previdência Social.

Exemplo: Filho se acidenta e fica inválido aos dezoito anos e assim perma-nece até os vinte e cinco anos, quando seu pai vem a falecer. Será beneficiário de pensão por morte.

9. Dos Segurados Obrigatórios – Dependentes – II

9.1 Apresentação

Nesta unidade, serão estudados os segurados obrigatórios, dando conti-nuidade ao estudo dos dependentes.

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9.2 SínteseO filho inválido não perde qualidade de dependente enquanto for inválido.O filho que possui deficiência intelectual ou mental que o torne incapaz

pertence à primeira classe, dividindo com outros membros e ganhando benefícios, uma vez que apresenta uma deficiência que o torna incapaz.

Ex-cônjuge e ex-companheiro pertencem à primeira classe quando pos-suem direito à pensão alimentícia.

Contudo, o STJ tem entendimento diverso. A Súmula nº 336 entende que: “A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade eco-nômica superveniente.”

Equiparam-se à condição de filho o menor sob tutela e o enteado, desde que comprovem depender do segurado mediante declaração escrita feita pelo próprio segurado. Ressalte-se que se trata de menor sob tutela e não sob guarda.

Os dependentes de segunda classe são os pais. Só terão direito ao benefício não havendo dependentes na primeira classe.

A terceira classe é composta pelo irmão menor de vinte e um anos ou in-válido e agora também o irmão que possui deficiência mental ou intelectual que o torne incapaz. No caso do irmão, nota-se que os dependentes de terceira classe também precisam comprovar dependência.

Irmão inválido: A invalidez deve ser atestada pela perícia médica da Pre-vidência Social e deve ter ocorrido antes do irmão ter completado vinte e um anos e antes que haja causa de emancipação.

Exercício25. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condi-

ção de dependentes do segurado o: cônjuge, a companheiro, o com-panheiro e o filho não emancipado de qualquer condição, menor de 21 anos de idade ou inválido.

10. Dos Segurados Obrigatórios – Dependentes – III

10.1 Apresentação

Nesta unidade, serão estudados os segurados obrigatórios, sendo finaliza-do estudo acerca dos dependentes.

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10.2 Síntese

Há três classes de dependentes, conforme já estudado em unidade ante-rior. Os dependentes terão sua inscrição feita no momento do requerimento do benefício.

Perdem a qualidade de dependente, por exemplo, o cônjuge no momento do divórcio sem que haja direito à prestação alimentícia.

No caso do filho inválido, uma causa de emancipação não retira a qualidade de dependente: colação em grau superior.

Os pais perdem a qualidade quando falecem. Os irmãos perdem a qualidade quando completam vinte e um anos ou

quando há causa de emancipação, exceto colação em grau superior.Exemplos: Paulo é casado com Sofia e possui dois filhos: um de cinco anos

e outro de dezesseis. O filho de cinco anos já veio com determinada invalidez. Paulo falece. Seus dependentes são: cônjuge, filho menor de vinte e um anos ou inválidos. Assim, o benefício será dividido em partes iguais.

A partir do momento que o filho de dezesseis anos completa vinte e um anos, o benefício será dividido em duas partes iguais.

O filho inválido, completando vinte e um anos, não perderá a qualidade, uma vez que a invalidez persistiu até o fato gerador (morte do segurado).

Sofia casa-se novamente. Neste caso, não perderá a qualidade de depen-dente no Regime Geral.

Outro exemplo: Paulo possui ex-cônjuge e deve pagar pensão alimentícia na razão de 20% de sua remuneração. A ex-cônjuge integra o rol de dependen-tes de Paulo.

Se Sofia morre, bem como seu filho inválido, o benefício fica somente com a ex-esposa no valor integral.

Se Paulo tivesse uma mãe que dependesse economicamente, ela não po-deria ser dependente, uma vez que existem beneficiários dependentes da pri-meira classe.

Exercício

26. Paulo é, de forma comprovada, dependente economicamente de seu filho, Juliano, que, em viagem a trabalho, sofreu um acidente e veio a falecer. Juliano à época do acidente era casado com Raquel. Nessa situação, Paulo e Raquel poderão requerer o benefício de pensão por morte, que deverá ser rateado entre ambos. Certo ou errado?

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Capítulo 6

Regime Geral de Previdência Social – Benefícios e Serviços

1. Benefícios e Serviços

1.1 Apresentação

Esta unidade traz os períodos de carência exigidos para o segurado obter determinados benefícios do RGPS.

1.2 Síntese

O RGPS traz como benefício dos segurados: auxílio-doença, auxílio-aci-dente, salário-família, salário-maternidade, aposentadorias por invalidez, por idade, por tempo de contribuição e especial. Para os dependentes têm-se os benefícios de pensão por morte e auxílio-reclusão.

O período de carência representa o número mínimo de contribuições men-sais vertidas para que o beneficiário faça jus ao benefício a partir do transcurso

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do primeiro dia dos meses de suas competências. No caso do segurado espe-cial, a carência corresponde ao tempo mínimo de efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, igual ao número de meses necessário à concessão do benefício. Exigem período de carência alguns benefícios dos segurados:

– auxílio-doença: 12 contribuições mensais;– aposentadoria por invalidez: 12 contribuições mensais;– por idade, por tempo de contribuição e especial: 180 contribuições

mensais;– salário-maternidade: 10 contribuições mensais para as seguradas facul-

tativa, contribuinte individual e especial. (grifo nosso)Nos casos de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez cuja incapaci-

dade for gerada por acidente de qualquer natureza e doenças especificadas em lista do MPS, são isentos de carência.

Exercício

27. (Cespe – Magistratura do Trabalho – 21ª Região – 2010) Leia a as-sertiva abaixo e, a seguir, marque a alternativa correta:O período de carência, quanto ao auxílio-doença, é: a) exigível em qualquer caso;b) inexigível no infortúnio laboral;c) exigível na moléstia profissional;d) inexigível nas moléstias graves;e) nenhuma das alternativas está correta.

2. Período de Carência

2.1 Apresentação

Esta unidade continua a abordar sobre o período de carência a que o segurado deverá cumprir para obter benefícios do RGPS.

2.2 Síntese

São isentos de carência, também: “o salário-maternidade para as segura-das empregada, doméstica e trabalhadora avulsa; o salário-família, o auxílio--acidente e os benefícios dos dependentes.”

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43O período de carência é contado, para o segurado empregado e trabalhador

avulso, da data da filiação ao RGPS (CONTRATO DE TRABALHO e RE-GISTRO NO SINDICATO ou ÓRGÃO GESTOR) e, para os demais, da data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem atraso.

Se ocorrer a perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa data são aproveitadas para efeito de nova relação jurídica previdenciária e concessão de benefício. Para isso, o segurado deve contribuir com, no míni-mo, 1/3 do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido, contadas a partir da nova vinculação ao RGPS.

Essa exigência não vale mais para os casos de aposentadoria por idade, es-pecial e por tempo de contribuição, visto que a perda da qualidade de segurado não importa para a concessão dessas aposentadorias, desde que cumprida a carência mínima exigida para o benefício – 180 contribuições mensais.

Exercício

28. (Cespe – Magistratura Federal – 5ª Região – 2009) Julgue o item de questão: Em regra, independe de carência a concessão das seguintes prestações: pensão por morte, auxílio-reclusão, aposentadoria por invalidez e auxílio-acidente.

3. Salário de Benefício – I

3.1 Apresentação

Nesta unidade, será abordado o conceito de salário de benefício e sua aplicação no cálculo do valor dos benefícios.

3.2 Síntese

Salário de benefício é o valor básico utilizado para cálculo da renda men-sal dos benefícios de prestação continuada de auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadorias por invalidez, por idade, por tempo de contribuição e especial.

– para o auxílio-doença e o auxílio-acidente e para as aposentadorias por invalidez e especial, o salário de benefício consiste na média aritmética simples dos maiores salários de contribuição, correspondente a 80% de todo o período contributivo;

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– para as aposentadorias por idade, tempo de contribuição: é a média aritmética simples dos maiores salários de contribuição corresponden-te a 80% de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator pre-videnciário.

F = Tc x a x [1 + (Id + Tc x a)]Es 100F = Fator PrevidenciárioTc = Tempo Contribuição até o momento da aposentadoriaA = Alíquota de contribuição correspondente a 0,31Id = Idade no momento da aposentadoriaEs = Expectativa de sobrevida no momento da aposentadoriaFator Previdenciário:

Exercício

29. (Cespe – 2009) Julgue o item: O fator previdenciário consiste em uma fórmula aritmética que considera os fatores idade e expectati-va de sobrevida do segurado, exclusivamente por ocasião do pedi-do de aposentadoria, e se destina a fixar o tempo de contribuição remanescente para o segurado poder aposentar-se por tempo de serviço.

4. Salário de Benefício – II

4.1 Apresentação

Nesta unidade , se analisará o fator previdenciário e abordará sobre o cálculo da renda mensal inicial dos benefícios que utilizam a técnica do salário de benefício.

4.2 Síntese

Vê-se que o fator previdenciário utilizado para o cálculo do salário de benefício das aposentadorias por idade e por tempo de contribuição leva em considera-ção a idade ao se aposentar, o tempo de contribuição e a expectativa de sobre-vida no momento da aposentação. Avaliando a fórmula do fator previdenciário, temos que, quanto maiores o tempo de contribuição e a idade do segurado ao se aposentar, maior será o valor do fator previdenciário e, maior, portanto, o

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45valor do salário de benefício. Quanto menor for a expectativa de sobrevida do segurado, maior o fator previdenciário e maior o valor do salário de benefício.

A renda mensal inicial do benefício – RMI – é, em outras palavras, o valor inicial que terá o benefício previdenciário. Os benefícios abaixo têm sua RMI calculada com aplicação de percentual, sobre o salário de benefício, conforme tabela abaixo:

auxílio-doença = 91% do salário de benefício (91% SB)auxílio-acidente = 50% do salário de benefício (50% SB)aposentadoria por invalidez = 100% salário de benefício (100% SB)aposentadoria por tempo de contribuição = 100% salário de benefício (100% SB)aposentadoria especial: 100% salário de benefício (100% SB)aposentadoria por idade: 70%, mais 1% para cada grupo de 12 contribuições mensais até o máximo de 30%, totalizando 100% do salário de benefício.

Exercício

30. (Cespe – INSS – 1997) Julgue o item: A renda mensal inicial do benefício de aposentadoria por idade corresponde a 80% do salário debenefício do segurado, mais 1% deste por grupo de doze contri-buições mensais, até o máximo de 20%.

5. Auxílio-doença – I

5.1 Apresentação

Esta unidade abordará os requisitos para a concessão do auxílio-doença (fato gerador, carência, valores).

5.2 Síntese

O auxílio-doença é concedido a todos os segurados que ficarem incapacita-dos para o trabalho ou para atividades habituais por mais de 15 dias consecuti-vos. A incapacidade deverá ser avaliada pela perícia médica do INSS.

Esse benefício exige carência mínima de 12 contribuições mensais, salvo no caso de acidente de qualquer natureza e doenças graves descritas no RPS. Seu salário de benefício não utiliza o fator previdenciário e a RMI será de 91% do SB.

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O auxílio-doença pode ser classificado em acidentário ou previdenciário. O primeiro decorre de acidente do trabalho previsto nos arts. 19, 20 e 21 da Lei nº 8.213/1991. O segundo decorre de qualquer causa que não for considerada acidente do trabalho. A empresa é obrigada a comunicar o acidente do trabalho do segurado ao INSS por meio da CAT. Mas, caso não tenha sido feita a CAT, a perícia médica do INSS poderá caracterizar o benefício como de natureza acidentária e, nesse caso, a empresa poderá recorrer da decisão.

Exercício

31. (FGV – Analista Judiciário – Tribunal Regional Federal 2ª Região – 2007) Julgue o item de prova: Em regra, o auxílio-doença, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a noventa e um por cento do salário de benefício.

6. Auxílio-doença – II

6. Apresentação

Esta unidade continuará a tratar sobre o auxílio-doença acidentário ou previdenciário, trazendo a data do início em que é devido e as causas de cessação.

6.2 Síntese

O auxílio-doença acidentário garante ao empregado a estabilidade provisó-ria por 12 meses após o retorno às atividades. O auxílio-doença é devido:

– para o empregado, a partir do 16º dia da incapacidade e os 15 primeiros dias cabe ao empregador pagar ao empregado o salário;

– para os demais, inclusive o doméstico, a partir da data do início da in-capacidade, se requerido dentro de 30 dias do início da incapacidade;

– para todos os segurados, na data do requerimento se requerido após o 30º dia do afastamento da atividade.

No gozo do auxílio-doença, o empregado encontra-se licenciado do traba-lho. O segurado ficará sujeito à perícia médica a cargo da Previdência Social e não poderá rejeitar os processos de reabilitação profissional prescritos e trata-mentos dispensados, exceto transfusão de sangue e cirurgia. O auxílio-doença pode cessar pela recuperação total do segurado, pela concessão de auxílio-aci-dente ou pela concessão de aposentadoria por invalidez.

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Exercício

32. (Juiz do Trabalho – 21ª Região – 2010 – Cespe) Julgue o item de prova: A percepção do auxílio-doença acidentário é requisito obriga-tório para que o acidentado obtenha a estabilidade no emprego.

7. Auxílio-acidente

7.1 Apresentação

Nesta unidade, será abordado o benefício de auxílio-acidente, no que diz respeito à concessão, valor, cessação e natureza jurídica (art. 86 da Lei nº 8.213/1991 e art. 104 do Decreto nº 3.048/1999).

7.2 Síntese

O auxílio-acidente é concedido apenas para os segurados empregado, tra-balhador avulso e especial.

Art. 74.Fato gerador: diagnóstico de sequelas, após consolidação das lesões decor-

rentes de acidente de qualquer natureza, que impliquem em redução da habi-tual capacidade laborativa do segurado. O benefício tem natureza indenizató-ria, por ter o segurado perdido parte da sua capacidade laborativa em função de um acidente qualquer. Não precisa ser acidente do trabalho.

Não exige carência mínima de contribuições mensais.No cálculo do seu salário de benefício, não se aplica o fator previdenciá-

rio e a RMI corresponde a 50% do salário de benefício e poderá ser pago em valor inferior ao salário mínimo. O auxílio-acidente cessa com o óbito do se-gurado ou quando lhe é concedida aposentadoria. O seu pagamento começa a partir do dia seguinte em que cessa o auxílio-doença. Cabe concessão de auxílio-acidente oriundo de qualquer acidente ocorrido durante o período de graça.

Exercício

33. (Esaf – Auditor Fiscal – 2002) Com relação ao auxílio-acidente e suas características, assinale a opção incorreta.a) Benefício instantâneo.b) Devido ao segurado.

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c) Caráter indenizatório.d) Vinculado a sequelas consolidadas.e) Extinção do benefício pelo óbito do segurado.

8. Aposentadoria por Invalidez

8.1 Apresentação

Nesta unidade, será abordada a aposentadoria por invalidez quanto à pos-sibilidade de concessão, valor, início do pagamento e demais características (arts. 42 a 45 da Lei nº 8.213/1991 e arts. 43 a 50 do Decreto nº 3.048/1999).

8.2 SínteseÉ concedida a todo segurado que ficar para o trabalho e insuscetível de rea-

bilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência. Via de regra, a causa incapacitante preexistente à filiação do segurado constitui fator impeditivo da concessão do benefício, exceto quando a doença ou lesão invocada sobrevier ao segurado por motivo de progressão ou agravamento dessas causas.

Sua renda mensal inicial corresponde a 100% do salário de benefício do segurado, o qual não sofre a multiplicação do fator previdenciário.

O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assis-tência permanente de outra pessoa será acrescido de 25%, ainda que o valor do benefício ultrapasse o limite máximo legal.

Está o aposentado por invalidez sujeito à perícia médica e ao processo de reabilitação profissional.

Será devida para o empregado, a partir de 16º dia da incapacidade, quan-do não vier precedida do auxílio-doença. Caso contrário, será devida a partir da cessação do auxílio-doença. Para os demais segurados, a aposentadoria por invalidez será devida a partir da data do início da incapacidade, se requerida dentro do prazo de 30 dias do início da incapacidade.

O segurado que retornar à atividade voluntariamente terá seu benefício cancelado, a partir da data do retorno.

Exercício

34. (Cespe – Procurador Federal – 2010) Julgue o item: Por apresenta-rem pressupostos fáticos e fatos geradores distintos, não há vedação legal à cumulação da pensão por morte de trabalhador rural com o benefício de aposentadoria por invalidez.

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9. Aposentadoria por Idade

9.1 Apresentação

Esta unidade tratará da aposentadoria por idade aos segurados do RGPS.

9.2 Síntese

A aposentadoria por idade para ser concedida exige: idade de 65 anos, se homem, e 60 anos, se mulher e carência mínima de 180 contribuições men-sais. Para os trabalhadores rurais e garimpeiros que trabalhem, comprovada-mente em regime de economia familiar, o limite de idade será reduzido em 05 anos: 55 anos para a mulher, 60 anos para o homem. CUIDADO: professores e professoras não têm redução na idade para esse benefício.

No caso do segurado especial, a carência exigida é de 180 meses de exercício efetivo na atividade rural, imediatamente anteriores à data do requerimento do benefício.

O fator previdenciário no cálculo dessa aposentadoria é OPCIONAL. O benefício será devido ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a

partir da data do desligamento do emprego, quando requerido até 90 dias depois dela; ou da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerido após 90 dias do desligamento. Para os outros segurados, será devida a partir da data do requerimento. (MK CONTABILIDADE, 2009)

Mesmo tendo perdido a qualidade de segurado, poderá a pessoa ser aposentada por idade, caso venha a comprovar a idade e a carência mínima de contribuições.

Exercício35. A aposentadoria por idade extingue, obrigatoriamente, o contrato de

trabalho?

10. Aposentadoria por Tempo de Contribuição

10.1 Apresentação

Esta unidade abordará sobre os requisitos para a concessão da aposenta-doria por tempo de contribuição e quais seriam os segurados que teriam direito a ela. Deve-se conferir as disposições previstas nos arts. 56/63 do Decreto nº 3.048/1999.

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10.2 SínteseA aposentadoria por tempo de contribuição será concedida ao segurado

que contar com 35 anos de contribuição, homem e 30 de anos de contribui-ção, se mulher, além da carência mínima de 180 contribuições mensais. Os professores e professoras de ensino infantil, fundamental e médio poderão se aposentar tendo uma redução de 05 anos no tempo de contribuição exigido.

“Agora, é vedada a conversão de tempo de serviço de magistério, exercido em qualquer época, em tempo de serviço comum para fins de aposentadoria.” (art. 61)

Não têm direito a esse benefício: o segurado especial, salvo se vier a con-tribuir facultativamente, nos moldes do contribuinte individual; os segurados individuais e facultativos que optarem por contribuir pelo regime simplificado, na alíquota de 11% sobre o salário de contribuição.

O salário de benefício utiliza, obrigatoriamente, o fator previdenciário no seu cálculo e a renda mensal inicial corresponde a 100% do salário de benefício apurado.

“A data de início da aposentadoria por tempo de contribuição será fixada da mesma maneira elencada para as aposentadorias por idade e especial.” (art. 54)

A perda da qualidade de segurado não é considerada para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição, desde que cumprida a carência mí-nima e os demais requisitos da lei.

Exercício36. (Magistratura – Tribunal do Trabalho – 21ª Região – 2010) Assinale

qual dos benefícios abaixo não produz, obrigatoriamente, qualquer alteração no curso do contrato de trabalho: a) auxílio-doença;b) auxílio-doença acidentário;c) aposentadoria por invalidez;d) salário-maternidade ;e) aposentadoria por tempo de contribuição.

11. Aposentadoria Especial

11.1 Apresentação

Esta unidade abordará sobre os requisitos para a concessão da aposenta-doria especial e quais seriam os segurados que teriam direito a ela (arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213/1991 e 64 a 70 do Decreto nº 3.048/1999).

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11.2 Síntese

A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo segu-rado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social, do tempo de trabalho perma-nente, não ocasional nem intermitente, exercido em condições especiais que pre-judiquem a saúde ou a integridade física do segurado durante 15, 20 ou 25 anos de contribuição. É chamada de aposentadoria por tempo de contribuição mitigado.

Têm direito somente o empregado, o trabalhador avulso e os cooperados de produção e de trabalho. Não é aposentadoria para o segurado especial.

A carência mínima exigida é de 180 contribuições mensais e sua renda mensal é de 100% do salário de benefício que não tem a aplicação do fator previdenciário.

A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário denominado Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou enge-nheiro de segurança do trabalho.

Pode haver a conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum que dar-se-á de acordo a tabela prevista no RPS. Mas é vedada a conversão de tempo comum em especial.

Exercício

37. (Cespe – Técnico – INSS – 2008) Julgue o item: Leandro, segu-rado da previdência social, recebe adicional de periculosidade da empresa em que trabalha. Nessa situação, a condição de Leandro é suficiente para que ele esteja habilitado ao recebimento de aposen-tadoria especial, cujo tempo de contribuição é mitigado.

12. Benefícios: Salário-maternidade – I

12.1 Apresentação

Nesta unidade, será abordado o salário-maternidade.

12.2 Síntese1. Fato geradorO salário-maternidade encontra suporte constitucional nos arts. 7º, XVIII e

201, II, ambos da CF/1988:

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Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que vi-sem à melhoria de sua condição social:

XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 120 dias.”

Art. 201. “A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:

(...)II – proteção à maternidade, especialmente à gestante”.O salário-maternidade será devido quando acontecer uma das seguintes

situações:• parto, assim considerado aquele que ocorrer a partir do 6º mês ou 23ª

semana de gestação;• adoção de criança1;• guarda judicial para fins de adoção de criança até oito anos de idade2 e• aborto não criminoso.Em relação ao evento do parto, a segurada terá direito ao salário-maternida-

de mesmo no caso de haver natimorto. Lembre-se que o fato que gera direito ao benefício do salário-maternidade é o parto, e não a criança viva.

Na adoção, é indispensável que conste na nova certidão de nascimento da criança o nome da segurada adotante, não sendo devido o salário-maternidade se contiver no documento apenas o nome do cônjuge ou companheiro.

No caso da guarda judicial de criança, é necessário que no termo de guarda conste o fim para adoção e o nome da segurada que deterá a guarda judicial.

O salário-maternidade é devido à segurada adotante ou que detém a guarda judicial para fins de adoção, independentemente de a mãe biológica ter rece-bido o mesmo benefício quando do nascimento da criança.

No que diz respeito ao aborto para fins de concessão do benefício, a segu-rada deverá comprová-lo mediante atestado médico com informação do CID específico, indicando que o aborto ocorreu espontaneamente.

É imperioso esclarecer que o salário-maternidade será devido, também, em casos em que a segurada não tiver exercendo atividade, mas tiver no período de graça, ou seja, permanecendo com o vínculo no RGPS.

Nos casos de demissão de empregada gestante, a pedido ou por justa causa, será concedido o benefício pelo INSS, conforme dispõe o parágrafo único do

1. Ação Civil Pública nº 5019632-23.2011.404.7200/SC em que o INSS foi condenado a conceder o salário-maternidade, nos casos de adoção e guarda judicial para fins de adoção, independentemente da idade da criança. A sentença encontra-se em grau de recurso de apelação. Mais tarde, o art. 71-A da Lei nº 8.213/1991 foi alterado, passando o salário-maternidade a ser concedido por 120 dias nos casos de adoção e guarda judicial para fins de adoção.

2. Idem, item 17.

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53art. 97 do Decreto nº 3.048/1999. Já a demissão de empregada gestante sem justa causa não dará ensejo à concessão do benefício, cabendo ao empregador indenizar a empregada, uma vez que esta possui estabilidade provisória desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.

Veja o quadro elucidativo:

Situação da empregada gestante Direito ao salário-maternidade

Demissão a pedido. Terá direito ao benefício.

Demissão por justa causa. Terá direito ao benefício.

Demissão sem justa causa. NÃO terá direito ao benefício.

Caso a aposentada retorne a exercer atividade abrangida pelo RGPS, ela terá direito ao salário-maternidade, caso venha a ocorrer uma das situações que geram direito ao benefício. A segurada vai poder acumular a sua aposentadoria com o salário– maternidade, concedido em relação à nova atividade do RGPS, atendendo-se à carência mínima de contribuições, se for o caso.

2. Seguradas contempladasSerão contempladas todas as seguradas que, cumprida a carência mínima,

terão direito à percepção do salário-maternidade quando ocorrer um dos even-tos acima.

As seguradas contribuintes individual e facultativa passaram a ter direito a esse benefício somente após a Lei nº 9.876/1999. Antes, o benefício era con-cedido apenas às empregadas, trabalhadoras avulsas, empregadas domésticas e seguradas especiais.

3. CarênciaO salário-maternidade exige carência mínima de contribuições mensais,

apenas para as seguradas contribuintes individual, facultativa e especial. Para as duas primeiras, a carência mínima exigida é de 10 contribuições mensais e, para a segurada especial, a carência mínima é de 10 meses de exercício efetivo, na atividade rural, imediatamente anteriores à data do fato gerador do benefí-cio, ainda que descontínuos.

Para as empregadas, domésticas e trabalhadoras avulsas não é exigida carên-cia mínima de contribuições.

4. Renda mensal inicialO valor do salário-maternidade não é calculado pela técnica do salário de

benefício. A sua renda inicial é apurada levando-se em consideração a qualida-de da segurada, a saber:

a) Para a empregada: será igual a sua remuneração devida no mês do seu afastamento, sujeita ao limite máximo correspondente à remuneração dos Mi-nistros do STF. Esse limite passou a valer em 29.05.2002.

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b) Para a trabalhadora avulsa: será a remuneração equivalente a um mês de trabalho, sujeita ao limite máximo correspondente à remuneração dos Ministros do STF. Mesmo que a trabalhadora não tenha trabalhado durante todos os dias no mês, seu benefício corresponderá ao valor de um mês de trabalho.

c) Para a empregada doméstica: será o valor correspondente ao seu último salário de contribuição. E, conforme dispõe o art. 28 da Lei nº 8.212/1991, o salário de contribuição da empregada doméstica é aquele valor que estiver registrado na CTPS.

d) Para a contribuinte individual e a segurada facultativa: será 1/12 da soma dos 12 últimos salários de contribuição, apurados em período de cálculo não superior a 15 meses. Vale dizer que os 12 últimos salários de contribuição serão buscados para o cálculo do salário-maternidade no período de 15 meses ante-rior à data do fato que gerou o direito ao benefício.

Caso o cálculo do benefício seja inferior a um salário-mínimo, as seguradas não poderão receber valor menor, devendo ser pago a elas o salário-mínimo.

e) Para a segurada especial: será o valor de um salário-mínimo.No caso de empregos concomitantes ou de atividade simultânea, o salário-

-maternidade será devido para cada atividade, observando a forma de cálculo para cada enquadramento da segurada. Vale dizer que, se a segurada exercer duas atividades e contribuir para cada uma delas, será devido um salário-ma-ternidade em relação a cada atividade exercida, observando-se as regras acima dispostas para cada qualidade de segurada.

Se houver parto de mais de uma criança, isso não faz gerar mais de um salário-maternidade.

5. Do período do benefícioO benefício será devido durante 120 dias no caso de parto, com início até

28 dias anteriores ao do parto e 91 dias depois dele, considerando, inclusive, o dia do parto. Essa regra não é rígida, podendo a segurada receber o benefício por 120 dias após o parto.

Em casos excepcionais, os períodos de repouso anterior e posterior ao par-to podem ser aumentados de mais duas semanas, mediante atestado médico específico3.

Nos casos de adoção e guarda judicial para fins de adoção de criança, o salário-maternidade será devido às seguradas, pelo prazo de 120 dias, indepen-dentemente da idade da criança (0 a 12 anos).

Em caso de aborto espontâneo (não criminoso) a segurada terá direito ao salário-maternidade por duas semanas.

3. Art. 93, § 3º, Decreto nº 3.048/1999.

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Exercícios

38. Julgue se a assertiva está correta ou incorreta: Rute, professora em uma escola particular, impossibilitada de ter fi-

lhos, adotou gêmeas recém-nascidas, cuja mãe falecera logo após o parto e que não tinham parentes que pudessem cuidar delas. Nessa situação, Rute terá direito a dois salários-maternidade.

39. Julgue se a assertiva está correta ou incorreta: Helena, grávida de nove meses de seu primeiro filho, trabalha em

duas empresas de telemarketing. Nessa situação, Helena terá direito ao salário-maternidade em relação a cada uma das empresas, mesmo que a soma desses valores seja superior ao teto dos benefícios da pre-vidência social.

13. Benefícios – Salário-maternidade – II

13.1 Apresentação

Nesta unidade, continuará a ser abordado o salário-maternidade.

13.2 Síntese

6. Do pagamento do salário-maternidadeO salário-maternidade é um benefício previdenciário garantido a todas as

seguradas que cumprirem as exigências da lei e será pago da seguinte forma:• no caso da empregada gestante, a empresa lhe pagará o benefício e,

após, será reembolsada do valor quando do recolhimento das suas con-tribuições previdenciárias. Ela fará a compensação dos valores pagos à empregada com as contribuições a pagar.

Essa regra não vale, entretanto, para a empregada do microempreendedor individual que receberá o benefício diretamente da Previdência Social.

7. Da extensão da licença-maternidadeUma questão importante a ser abordada refere-se à extensão da licença-

-maternidade para seis meses após o advento da Lei nº 11.770/2008.A referida lei criou o Programa Empresa Cidadã com o objetivo de prorro-

gar por 60 (sessenta) dias a duração da licença-maternidade da empregada que tiver parto ou adotar criança. Com a prorrogação, a licença-maternidade terá o período de 180 dias.

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A finalidade do programa seria garantir o aleitamento materno exclusivo durante os seis primeiros meses de vida, como recomenda a Organização Mun-dial de Saúde.

Para haver essa prorrogação da licença-maternidade é necessário que a em-presa faça a adesão ao programa e a empregada solicite ao empregador, até o final do primeiro mês após o parto ou adoção.

As empresas optantes pelo Simples Nacional não são incluídas nesse pro-grama e, portanto, suas empregadas não terão direito à prorrogação.

No entanto, é imperioso destacar que o período de prorrogação que se inicia após o término dos 120 dias gozados de licença-maternidade não dará direito à empregada de receber salário-maternidade como benefício da Previdência Social.

Na verdade, durante os 60 dias de prorrogação da licença-maternidade, a empregada receberá da própria empresa o valor da sua remuneração e, nesse caso, não será entendido como benefício previdenciário.

As despesas com a remuneração da empregada que tiver sua licença-mater-nidade prorrogada serão da empresa empregadora e poderão ser deduzidas no imposto de renda da pessoa jurídica.

No período da prorrogação e recebimento da remuneração paga pela em-presa, a empregada não poderá exercer qualquer atividade remunerada e a criança não poderá ser mantida em creche ou organização similar.

8. Outras questões do salário-maternidadeComo já dito, o salário-maternidade é considerado salário de contribuição.Com isso, sobre o seu valor incidirá a contribuição previdenciária dos segurados

e das empresas, à exceção do salário-maternidade recebido pela segurada especial.Vale dizer que se as seguradas, exceto a especial, receberem salário-ma-

ternidade, sobre este valor incidirá a contribuição previdenciária, a qual será descontada e repassada para os cofres da União. As empresas e o empregador doméstico continuam tendo de recolher a sua contribuição a título de contri-buinte, incidente sobre o valor do salário de contribuição das empregadas.

No caso da segurada especial, não vai haver incidência de contribuição previdenciária, em razão da contribuição dessa segurada incidir sobre o valor da receita bruta da comercialização da produção.

Com o entendimento de que o salário-maternidade integra o conceito de salário de contribuição, o tempo recebido desse benefício é contado como tem-po de contribuição, inclusive para efeito de carência mínima de contribuições exigida para a concessão de alguns benefícios.

No entanto, não podemos deixar de registrar o recente entendimento do Superior Tribunal de Justiça de que o salário-maternidade é parcela indeniza-tória e, portanto, não sofre incidência de contribuição previdenciária4.

4. REsp nº 1322945/DF. Recurso Especial 2012/0097408-8. Relator(a) Ministro Napoleão Nunes Maia Filho (1133). Órgão Julgador: Primeira Seção. Data do julgamento: 27/02/2013. Data da Publicação/Fonte: DJe 08/03/2013.

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57O salário-maternidade não poderá ser acumulado com benefício por inca-

pacidade – auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. Caso a segurada este-ja recebendo auxílio-doença e ocorra uma das situações que enseja a concessão do salário-maternidade, o primeiro benefício será suspenso. Se, ao término do salário-maternidade, a incapacidade temporária persistir e a segurada não pu-der retornar ao trabalho, esta terá o seu benefício reativado.

O salário-maternidade poderá ser recebido cumulativamente com o auxí-lio-acidente, dada a natureza indenizatória deste último. Não poderá ser rece-bido, no entanto, o salário-maternidade com o seguro-desemprego.

Quadro Resumo – Salário-maternidade:

Beneficiárias Todas as seguradas.

Requisitos

• Parto,inclusivedenatimorto.• Adoçãoouguardajudicialparafinsdeadoçãodecrian-

ças.• Abortonãocriminoso.Condenação do INSS a conceder o benefício, independen-temente da idade da criança adotada na ACP nº 5019632-23.2011.404.7200/SC pelo prazo de 120 dias.Alteração na redação do art. 71-A da Lei nº 8.213/1991 pela MP nº 619/2013.

Carência

• Empregada,empregadadomésticaetrabalhadoraavulsa= Não há carência mínima exigida.

• Contribuinteindividual,seguradafacultativa=10con-tribuições mensais.

• Nocasodeseguradaespecial,acarênciaéde10mesesde efetivo exercício na atividade, imediatamente anterio-res à data do requerimento do benefício.

Período de recebimento

• Parto=120dias,podendoiniciar28diasantesdoparto.• Abortonãocriminoso=duassemanas.• Adoçãoouguardajudicialparafinsdeadoçãodecrian-

ça = 120 dias.Condenação do INSS a conceder o benefício, independen-temente da idade da criança adotada na ACP nº 5019632-23.2011.404.7200/SC pelo prazo de 120 dias.Alteração na redação do art. 71-A da Lei nº 8.213/1991 pela MP nº 619/2013.

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Beneficiárias Todas as seguradas.

Renda mensal inicial – valor

• Paraaempregada=valordaúltimaremuneração,limi-tado ao teto do ministro do STF.

• Para a trabalhadora avulsa = remuneração equivalentea um mês de trabalho, limitado ao teto do ministro do STF.

• Paraempregadadoméstica=oúltimosaláriodecontri-buição, sujeito ao limite máximo correspondente.

• Para a contribuinte individual e facultativa = 1/12 dasoma dos últimos 12 salários de contribuição apurados em período não superior a 15 meses, limitado o valor ao teto máximo do salário de contribuição. Não poderá ser pago em valor inferior ao salário-mínimo.

• Paraaseguradaespecial=umsalário-mínimo.

Data de início do benefício (DIB)

• Nocasodeparto=28diasantesOUapartirdodiadoparto.

• noscasosdeabortonãocriminoso,adoçãoeguardajudi-cial para fins de adoção de criança = a partir da data do requerimento.

Pontos importantes

Caso, no parto, ocorra nascimento de natimorto, haverá pa-gamento de salário-maternidade.Se houver nascimento de um ou mais filhos, será pago ape-nas um salário-maternidade.Se a mãe biológica, segurada do RGPS, tiver recebido salá-rio-maternidade, não há problema para conceder o benefí-cio à adotante.O salário-maternidade não pode ser acumulado com bene-fício por incapacidade (auxílio-doença e aposentadoria por invalidez).

Cessação do benefício

• Nocasodeparto=após120diasdoiníciodobenefício.• Nocasodeabortonãocriminoso=apósduassemanas.• Nocasodeadoçãoouguardajudicialparafinsdeado-

ção = após 120 dias do início do benefício.

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14. Salário-família

14.1 Apresentação

Esta unidade abordará o salário-família devido a alguns segurados.

14.2 Síntese

O salário-família é devido aos trabalhadores de baixa renda, nos termos do art. 201 da CF/1988.

É possível perceber a incidência do princípio da seletividade, bem como do princípio da distributividade.

O salário-família será devido ao segurado empregado e trabalhador avulso considerados de baixa renda que tiverem filhos menores de 14 (quatorze) ou inválidos.

A EC nº 72 trouxe alteração ao parágrafo único do art. 7º, sendo estendi-do aos empregados domésticos o direito ao salário-família. Contudo, depende ainda de regulamentação por lei, para que este direito seja realmente aplicado.

É preciso entender que se equiparam a filhos, o enteado e o menor sob tutela.

Tal benefício não exige carência mínima de contribuições e será pago pela empresa, que será reembolsada quando do recolhimento das contribuições pre-videnciárias.

Ainda, se pai e mãe forem segurados do RGPS, ambos terão direito à cota do benefício pago pela empresa.

Os valores do salário-família não são calculados pela técnica do salário de benefícios, mas são valores fixos, dependendo da faixa de salário de contribui-ção que aquele segurado se encontra.

Quando o empregado ou trabalhador avulso estiver em gozo de auxílio--doença, de aposentadoria por invalidez ou por idade, a previdência social pagará o benefício. Se o empregado se aposentar por tempo de contribuição ou especial, ao completar 65 (sessenta e cinco) anos (homem) ou 60 (sessen-ta) anos (mulher) e tiver as condições para concessão do benefício, poderão obtê-lo.

Salário-família não é um benefício que substitui o salário de contribuição. Desta forma, seus valores, sendo inferiores ao salário mínimo, não ofendem ao princípio previsto no art. 201, § 2º, da Constituição Federal.

A lei dispõe que a empresa deve guardar os comprovantes pelo prazo de 10 (dez) anos. Todavia, hoje este prazo é de cinco anos.

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Exercícios40. Rubens e sua esposa Amélia têm, juntos, dois filhos, trabalham e são

segurados do Regime Geral da Previdência Social, além de serem considerados trabalhadores de baixa renda. Nessa situação, o salário--família somente será pago a um dos cônjuges.

41. (INSS-2008-Cespe) Dalila, que é empregada doméstica e segurada do Regime Geral da Previdência Social, tem três filhos, mas não recebe salário-família. Nessa situação, apesar de ser considerada trabalhadora de baixa renda, Dalila não tem o direito de receber esse benefício.

15. Pensão por Morte

15.1 Apresentação

Nesta unidade, será estudado o Regime Geral de Previdência Social, sen-do abordada a pensão por morte.

15.2 Síntese

A pensão por morte é um benefício que deve ser avaliado junto com a qualidade de dependentes.

Ocorre quando o falecido segurado possuir dependentes. O indivíduo se-gurado, mesmo não estando mais na qualidade de segurado, se já tiver preen-chido as condições para aposentadoria, poderá haver concessão de pensão por morte.

Outra situação é a questão dos dependentes em relação ao ex-cônjuge e ex-companheiro.

A lei aplicável em relação à pensão por morte é aquela vigente no momento do fato gerador.

Quanto ao valor da pensão por morte, este depende. Se o segurado era aposentado, o valor é equivalente ao valor da aposentadoria.

Esse benefício é dividido em partes iguais a todos os dependentes. Caso um dos dependentes perca a qualidade, sua quota-parte é dividida entre os outros dependentes.

Quando o filho e o irmão que possuem deficiência intelectual ou mental exercerem trabalho ou atividade remunerada, sua quota-parte sofrerá redução em 30% enquanto estiverem exercendo atividade remunerada.

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61A pensão é devida desde o óbito quando o benefício é requerido no prazo

de trinta dias, contados do óbito. Quando se tratar de menores de dezesseis anos ou absolutamente incapazes, o benefício será pago desde o óbito.

O benefício cessa quando cessa a qualidade de dependente.Não há possibilidade que haja mais de uma pensão por morte ao mesmo

cônjuge ou companheiro, ressalvado o direito de opção pela mais vantajosa.

Exercício42. Caio, segurado do Regime Geral da Previdência Social, divorciou-

-se de Dora, em julho de 1999, ficando ajustado que pagaria uma pensão alimentícia no valor de 20% do seu salário. Em janeiro de 2003, Caio casa-se com Ana e, fruto da relação, nasce Márvio. Com o falecimento de Caio em agosto de 2004, quem tem direito ao rece-bimento de pensão por morte, na qualidade de seu dependente? a) Ana, somente.b) Márvio, somente.c) Ana e Márvio, somente.d) Dora e Márvio, somente.e) Dora, Ana e Márvio.

16. Auxílio-reclusão

16.1 Apresentação

Esta unidade abordará sobre as condições necessárias para a concessão do auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados do RGPS. Tratará, ainda, do valor do benefício e outras características.

16.2 Síntese

O auxílio-reclusão é benefício aos dependentes de segurado de baixa renda que for recolhido à prisão para cumprir pena em regime fechado ou semiaber-to. Para isso, o segurado preso não poderá estar recebendo auxílio-doença, apo-sentadorias, abono de permanência em serviço ou remuneração de empresa. (art. 201, CF)

Seu valor corresponde a 100% do valor da aposentadoria por invalidez que teria direito o segurado na data do recolhimento à prisão e deverá ser rateado em partes iguais para os dependentes da mesma classe.

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O dependente que estiver recebendo o benefício deverá apresentar ao INSS uma declaração da unidade carcerária onde estiver preso o segurado a cada 03 meses. Caso o segurado preso fuja, o benefício será suspenso e, se o segurado for novamente preso, dentro do período de graça, o auxílio-reclusão será reativado.

O auxílio-reclusão será pago aos dependentes a partir:– da data do recolhimento à prisão, quando requerido por maior de 16

anos, até o 30º dia da prisão ou requerido por menor de 16 anos, até 30 dias após completar essa idade;

– da data do requerimento quando superado o prazo acima mencionado.Equipara-se à condição de recolhido à prisão, a situação do maior de 16 e

menor de 18 anos que se encontre internado em estabelecimento educacional ou congênere, sob custódia do Juizado da Infância e da Juventude (art. 201 da CF).

Exercício

43. Julgue o item: Não será devida a concessão de auxílio-reclusão quan-do o recolhimento à prisão ocorrer após a perda da qualidade de segurado.

17. Abono Anual. Serviço Social. Reabilitação Profissional

17.1 Apresentação

Esta unidade tratará sobre o abono anual devido aos beneficiários do RGPS, do serviço social e da reabilitação profissional oferecidos para os segurados e dependentes.

17.2 Síntese

O abono anual é a chamada gratificação natalina paga aos beneficiários que tiverem recebido durante o ano, auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentado-ria, pensão por morte ou auxílio-reclusão e salário-maternidade. O seu valor é calculado, no que couber, conforme a gratificação natalina dos trabalhadores, tomando-se como a base a renda mensal do benefício no mês de dezembro de cada ano.

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63O serviço social é prestado a segurados e dependentes com a finalidade

de esclarecer aos beneficiários seus direitos sociais e os meios de exercê-los, e de orientá-los sobre o processo de solução dos problemas decorrentes de sua relação com a Previdência Social.

O serviço de habilitação e reabilitação profissional é prestado para que as pessoas possam voltar ao trabalho e ao convívio social. Inclui o fornecimen-to de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de auxílio para locomoção quando possibilitem atenuar a perda ou redução da capacidade funcional; a reparação ou substituição dos equipamentos mencionados, desde que desgas-tados pelo uso normal ou por ocorrência estranha à vontade do beneficiário; o transporte do acidentado do trabalho, quando for necessário.

As empresas com 100 empregados ou mais estão obrigadas a preencher de 2% a 5% dos seus cargos mediante contratação de beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiência habilitadas.

Exercício

44. (Cespe – Médico Perito INSS – 2010) Julgue o item: Excluído o transporte do acidentado, ainda que necessário, o serviço de reabili-tação profissional compreende o fornecimento de aparelho de próte-se, órtese e instrumentos de auxílio para locomoção quando a perda ou redução da capacidade funcional puder ser atenuada por seu uso, bem como dos equipamentos necessários à habilitação e reabilita-ção social e profissional.

18. Acumulação de Benefícios

18.1 Apresentação

Esse bloco de conteúdo abordará em que situações os benefícios do RGPS não podem ser recebidos cumulativamente (art. 124, Lei nº 8.213/1991 e art. 167, RPS).

18.2 Síntese

Benefícios que não podem ser acumulados:– aposentadoria e auxílio-doença. Se o aposentado voltar a trabalhar e

ficar incapacitado por mais de 15 dias consecutivos não terá direito ao auxílio-doença;

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– mais de uma aposentadoria. Ainda que volte a contribuir não poderá ter mais de uma aposentadoria dentro do RGPS;

– salário-maternidade e auxílio-doença. Caso a segurada esteja em gozo de auxílio-doença, ao conceder o salário-maternidade o auxílio-doença é suspenso e se após a cessação do salário-maternidade persistir a inca-pacidade, o auxílio-doença será reativado;

– mais de um auxílio-acidente. No caso de haver novas sequelas, pode-se optar pelo de maior valor;

– e mais de uma pensão deixada por cônjuge ou companheiro. O pensio-nista pode optar pela mais vantajosa;

– auxílio-acidente e auxílio-doença se a causa for a mesma. Se as causas que ensejaram os dois benefícios forem diferentes é permitida a cumulação;

– auxílio-acidente e aposentadoria. O primeiro cessa com a concessão do segundo, salvo direito adquirido em face de legislação anterior.

Exercício

45. Tereza é casada com João, segurado do RGPS. Ela recebe pensão por morte deixada por seu filho que veio a falecer enquanto traba-lhava numa obra. Caso João venha a falecer, Tereza poderá receber a pensão de João juntamente com a deixada por seu filho?

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Capítulo 7

Contagem Recíproca de Tempo de Contribuição

1. Contagem Recíproca de Tempo de Contribuição

1.1 Apresentação

Esse bloco de conteúdo abordará sobre o reconhecimento da filiação ao RGPS e a possibilidade de computar tempo contribuído na iniciativa pri-vada para o serviço público ou vice-versa (arts. 94 a 99, Lei nº 8.213/1991 e arts. 121 a 134, RPS).

1.2 Síntese

O segurado poderá ter reconhecido, em qualquer época, o tempo de exer-cício de atividade anteriormente abrangida pela previdência social. Isso se de-nomina reconhecimento da filiação. O reconhecimento de filiação no período

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em que o exercício de atividade remunerada não exigia filiação obrigatória à previdência social somente será feito mediante indenização das contribuições relativas ao respectivo período. No caso do segurado contribuinte individual poderá ele, se quiser, recolher contribuições relativas a período anterior à sua inscrição, desde que comprovado o exercício de atividade remunerada no res-pectivo período.

Para fins de obtenção de benefício no regime geral de previdência, é pos-sível computar o tempo de contribuição na administração pública; da mesma forma, no serviço público, pode ser computado o tempo de contribuição para o Regime Geral de Previdência Social. É a contagem recíproca de tempo de contribuição. É emitida uma certidão de tempo de contribuição nos moldes do art. 130 do RPS.

Atente para esta regra importante: não é permitida a contagem recíproca de tempo de serviço público com o de atividade privada, quando se tratar de perío-dos concomitantes. Devem ser observadas as regras trazidas no art. 127 do RPS.

Exercício

46. (Cespe – Técnico – INSS – 2008) Julgue o item: Renato era servidor municipal vinculado a regime próprio de previdência social havia 16 anos, quando resolveu trabalhar na iniciativa privada, em 1999. Nessa situação, o tempo de serviço prestado por Renato em outro regime é contado como tempo de contribuição, desde que haja a devida comprovação, certificada pelo ente público instituidor do re-gime próprio.

2. Justificação Administrativa

2.1 Apresentação

Esse bloco de conteúdo disporá sobre dois assuntos bastante interessantes e solicitados em concursos públicos, a justificação administrativa e os insti-tutos de decadência e prescrição em relação aos benefícios previdenciários.

2.2 Síntese

A justificação administrativa constitui recurso utilizado para suprir a falta ou insuficiência de documento ou produzir prova de fato ou circunstância de

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67interesse dos beneficiários, perante a previdência social. Não será, porém, ad-mitida a justificação administrativa quando o fato a comprovar exigir registro público de casamento, de idade ou de óbito, ou de qualquer ato jurídico para o qual a lei prescreva forma especial.

Para comprovação de tempo de serviço ou de contribuição, não será ad-mitida prova exclusivamente testemunhal, salvo nos casos de caso fortuito ou força maior.

Da decisão da autoridade competente do INSS que considerar eficaz ou ineficaz a justificação administrativa, não cabe recurso.

Diz o art. 103 que os beneficiários do RGPS têm o prazo decadencial de 10 anos para requerer a revisão do ato de concessão do seu benefício ou do seu indeferimento.

No entanto, a prescrição está prevista no parágrafo único do art. 103: 5 anos para o ajuizamento de ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social.

Não corre a prescrição contra menores, incapazes e ausentes, na forma prevista no Código Civil.

Já o art. 103-A da Lei nº 8.213/1991 dá à Previdência Social o prazo de 10 anos para anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para seus beneficiários, contando-se o prazo da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé ou fraude.

Exercício

47. (Cespe – MPE/ES – 2010) Julgue o item: A partir da Lei nº 10.839/2004, que deu nova redação ao art. 103 da Lei nº 8.213/1999, prescreve em dez anos, a contar da data em que deveria ter sido paga, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quais-quer restituições ou diferenças devidas pela previdência social.

3. Conselhos da Previdência Social

3.1 Apresentação

Nesse bloco de conteúdo, serão tratados os Conselhos Nacional de Previdência Social – CNPS e de Recursos da Previdência Social – CRPS.

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3.2 Síntese

O CNPS atua no acompanhamento e na avaliação dos planos e programas que são realizados pela administração, na busca de melhor desempenho dos serviços prestados à clientela previdenciária. É o órgão superior de deliberação colegiada, que tem como membros seis representantes do Governo Federal e nove representantes da sociedade, dos quais três representantes dos emprega-dores, três representantes dos trabalhadores em atividade e três representantes dos aposentados e pensionistas.

Os membros do CNPS e seus respectivos suplentes são nomeados pelo Pre-sidente da República.

O CRPS é um órgão colegiado, integrante da estrutura do Ministério da Previdência Social, que funciona como um tribunal administrativo e tem por função básica mediar os litígios entre segurados e o INSS, conforme dispuser a legislação e a Previdência Social.

O CRPS é formado por 4 (quatro) Câmaras de Julgamento – CaJ, locali-zadas em Brasília – DF, que julgam em segunda e última instância matéria de benefício, e por 29 (vinte e nove) Juntas de Recursos – JR nos diversos estados que julgam matéria de benefício em primeira instância. Há o Conselho Pleno com a competência para uniformizar a jurisprudência previdenciária mediante enunciados.

Exercício

48. Julgue o item: É vedado ao INSS escusar-se de cumprir, no prazo regimental, as diligências determinadas pelas unidades julgadoras do CRPS, bem como deixar de dar efetivo cumprimento às suas deci-sões definitivas, reduzir ou ampliar o seu alcance, ou executá-las de modo que contrarie ou prejudique seu evidente sentido.

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Capítulo 8

Financiamento da Seguridade Social

1. Contribuições da Seguridade Social

1.1 Apresentação

Esse bloco de conteúdo abordará as contribuições sociais que vão finan-ciar a Seguridade Social à luz da CF/1988.

1.2 Síntese

O art. 195 da CF dispõe que a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das contribuições sociais elencadas nos incisos I a IV .

As contribuições discriminadas no próprio art. 195 da CF podem ser cria-das pela União por meio de lei ordinária ou mesmo de medida provisória. São tributos da espécie de contribuição social. Além das contribuições já

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discriminadas na CF, a União poderá criar outras novas para o custeio da Seguridade Social desde que obedeça a três requisitos:

– as novas contribuições devem ser instituídas por lei complementar;– devem respeitar ao princípio da não cumulatividade; e– não podem ter fato gerador ou base de cálculo das contribuições sociais

já discriminadas na Constituição Federal.Todas as contribuições que vão financiar a Seguridade Social (já discrimi-

nadas ou novas) somente poderão ser cobradas após decorridos 90 dias da data da publicação da lei que as instituiu ou as modificou. Trata-se do princípio da noventena ou prazo nonagesimal, anterioridade mitigada.

As contribuições previstas no art. 195, I, “a” e II são chamadas de previ-denciárias, vez que seus recursos somente são utilizados para o pagamento de benefícios do RGPS.

Exercício

49. (Fundação Carlos Chagas – Técnico Judiciário – TRF/4ª Região – 2009) Considere as seguintes assertivas a respeito da seguridade social:I. As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios des-tinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, integrando o orçamento da União.II. São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabe-lecidas em lei.III. A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade so-cial, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou cre-ditícios.IV. Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado ou majorado sem a correspondente fonte de custeio total, mas poderá, no entanto, ser estendido.De acordo com a Constituição Federal, está correto o que consta APENAS ema) II, III e IV.b) I, II e III. c) II e III. d) III e IV. e) I e II.

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2. Orçamento da Seguridade Social

2.1 Apresentação

Nesse bloco de conteúdo, se tratará da composição do orçamento da segu-ridade social no âmbito federal, conforme previsto na Lei nº 8.212/1991. Essa lei traz o plano de custeio da seguridade social.

2.2 Síntese

No âmbito federal, segundo o art. 11 da Lei nº 8.212/1991, o orçamento da Seguridade Social é composto por receitas da União, receitas das contribuições sociais e receitas de outras fontes.

A contribuição da União é constituída por recursos adicionais do Orçamen-to Fiscal que estão fixados na Lei orçamentária anual e a União é responsável pela cobertura de eventuais insuficiências financeiras da Seguridade Social, quando decorrentes do pagamento de benefícios de prestação continuada da Previdência Social. As receitas das contribuições sociais serão abordadas em outras unidades.

As receitas de outras receitas fontes são as multas, a atualização mone-tária e os juros moratórios, as demais receitas patrimoniais, industriais e fi-nanceiras, juros decorrentes de aplicações financeiras, as doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais, 50% dos valores obtidos e aplicados na forma do parágrafo único do art. 243 da CF/1988 (bens apreendidos em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins), 40% do re-sultado dos leilões dos bens apreendidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Além dessas receitas, 45% do que é arrecadado com o DPVAT é destinado ao SUS para custeio da assistência médico-hospitalar dos segurados vitimados em acidente de trânsito, 5% são repassados mensalmente ao Coordenador do Sistema Nacional de Trânsito para aplicação exclusiva em programas de pre-venção de acidentes.

Exercício

50. Julgue o item: A arrecadação obtida com o leilão de todos os bens apreendidos em razão do tráfico ilícito de drogas é destinada à Segu-ridade Social.

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3. Salário de Contribuição – Conceito

3.1 Apresentação

Nesse bloco de conteúdo, será abordado o conceito de salário de contri-buição para cada tipo de segurado.

3.2 Síntese

Salário de contribuição “É a expressão que quantifica a base de cálculo da contribuição previdenciária dos segurados da previdência social” (Ibrahim).

Para isso, tem-se o conceito para os diversos tipos de segurados:I – para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma

ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês (...) (art. 28, Lei nº 8.212/1991);

II – para o empregado doméstico: a remuneração registrada na CTPS;III – para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou

mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observado o limite máximo;

IV – para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observado o limite máximo.

Há que se atentar para o fato de que o valor do salário de contribuição não pode ultrapassar o limite máximo determinado pelo MPS. O que exceder tal limite não terá incidência de contribuição previdenciária. O segurado especial não contribui sobre o salário de contribuição.

Exercício

51. (Esaf – Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil – 2005) Para os segurados empregados e trabalhadores avulsos, entende-se por salá-rio de contribuição: a) a remuneração auferida, sem dependência da fonte pagadora,

em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição.

b) o valor recebido pelo cooperado, ou a ele creditado, resultante da prestação de serviços a terceiros, pessoas físicas ou jurídicas, por intermédio da cooperativa.

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73c) o valor por eles declarado, observados os limites mínimo e máxi-

mo do salário de contribuição.d) vinte por cento do valor bruto auferido pelo frete, carreto ou trans-

porte, não se admitindo a dedução de qualquer valor relativo aos dispêndios com combustível e manutenção do veículo, ainda que parcelas a este título figurem discriminadas no documento.

e) a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim en-tendida a totalidade dos rendimentos que lhe são pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês.

4. Salário de Contribuição – Parcelas Excludentes

4.1 Apresentação

Nesta unidade, será estudado o financiamento da Seguridade Social, sendo abordadas aqui as parcelas excludentes.

4.2 SínteseAs parcelas que são excluídas do salário de contribuição estão previstas no

art. 28, § 9º, da Lei nº 8.212/1991:Benefícios do RGPS, com exceção do salário-maternidade. Contudo, em

2013, o STJ entendeu que o salário-maternidade é parcela indenizatória.O vale-transporte, quando pago tanto em ticket, quanto em pecúnia, não

constitui salário de contribuição.O vale-alimentação, se pago de acordo com a legislação específica, tam-

bém não integra o conceito de salário de contribuição.Em relação à participação de lucros e resultados, se pagos de acordo com

a legislação específica, não integram o salário de contribuição. Se for pago de forma diversa, terá incidência. Se for pago em até 2 (duas) parcelas anuais, não integrará o salário de contribuição. Se pago de forma diversa, passará a integrar o salário de contribuição.

Quanto às férias, se forem usufruídas dentro do tempo de contrato de trabalho, integrarão o conceito de salário de contribuição. O STJ e o STF entendem que sobre o terço constitucional de férias não há incidência de contribuição previdenciária, ainda que as férias sejam usufruídas. Em 2013, o STJ entendeu que os valores das férias usufruídas não terão incidência de contribuição previdenciária.

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Outra parcela não integrante é a complementação do auxílio-doença. Caso seja feito para todos os empregados não terá incidência do salário de contribui-ção; se for apenas para alguns empregados, então, terá.

Previdência privada, planos de saúde e planos odontológicos, quando não forem disponibilizados a todos os empregados, integrarão o salário de contribuição.

O valor relativo ao plano educacional ou bolsa de estudos, para que não haja incidência de contribuição previdenciária, é preciso que o valor não seja utilizado em substituição ao salário e que o valor mensal da bolsa não supere a 5% (cinco por cento) da remuneração do segurado ou a uma vez e meia do salário mínimo mensal.

Ainda, auxílio-babá e auxílio-creche não integram salário de contribuição.O vale-cultura não será parcela integrante do salário de contribuição.As diárias de viagem, quando ultrapassarem 50% (cinquenta por cento) do

valor total da remuneração do segurado, integrarão o salário de contribuição, pelo valor integral, não apenas pelo excesso.

O art. 22, § 13, da Lei nº 8.212/1991 dispõe: “Não se considera como remuneração direta ou indireta, para os efeitos

desta Lei, os valores despendidos pelas entidades religiosas e instituições de ensino vocacional com ministro de confissão religiosa, membros de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa em face do seu mis-ter religioso ou para sua subsistência desde que fornecidos em condições que independam da natureza e da quantidade do trabalho executado.”

Exercício

52. (Técnico do INSS-2008-Cespe) A empresa em que Maurício traba-lha paga a ele, a cada mês, um valor referente à participação nos lucros, que é apurado mensalmente. Nessa situação, incide contri-buição previdenciária sobre o valor recebido mensalmente por Mau-rício a título de participação nos lucros.

5. Contribuição dos Segurados – I

5.1 Apresentação

Nesta unidade, será estudado o financiamento da Seguridade Social, sendo abordada aqui a contribuição dos segurados.

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5.2 Síntese

Os segurados empregados, trabalhadores avulsos e empregados domésticos possuem alíquotas que variam de acordo com a sua contribuição (8, 9 e 11%, dependendo da faixa de salário de contribuição).

Contribuinte individual possui alíquota básica de 20% sobre o salário de contribuição.

Segurado facultativo possui alíquota básica de 20% sobre o salário de con-tribuição.

Quanto ao empregado e trabalhador avulso, o empregador fica com a res-ponsabilidade de reter a contribuição. Se não fizer esse repasse, comete crime de apropriação indébita.

Ressalta-se que, por terem contribuições retidas, gozam de presunção de recolhimento.

O empregador doméstico retém a contribuição e repassa aos cofres. Além da retenção, contribui como empregador com outro percentual (12% sobre o salário de contribuição).

Caso a doméstica esteja em gozo de salário-maternidade, não precisa reter os 8%, mas deve pagar os 12% como empregador.

Contribuinte individual que vai exercer atividade por conta própria ou prestan-do serviço à pessoa física, irá recolher sua própria contribuição no valor de 20%.

Segurado facultativo: Também recolhe sua contribuição na alíquota de 20%, porém, quem escolhe seu salário é ele mesmo.

Exercícios

53. O empregador doméstico é obrigado a arrecadar a contribuição do segurado empregado doméstico a seu serviço e a recolhê-la, assim como a parcela a seu cargo, salvo durante o período da licença-ma-ternidade da empregada doméstica.

54. (CEF – 2010 – Cespe) – Considere que Roberto seja titular de firma individual que atua na área de desenvolvimento de websites corporativos e que, nessa condição, preste serviços a diversas pes-soas jurídicas, recebendo, por cada trabalho, o valor de R$ 1.500,00. Considere, ainda, que, no mês de janeiro de 2010, Roberto tenha prestado serviços a 4 empresas e que tenha recebido à vista por tais serviços. Nessa situação hipotética, será considerado salário de con-tribuição a totalidade dos rendimentos auferidos por Roberto duran-te o mês de janeiro.

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6. Contribuição dos Segurados – II

6.1 Apresentação

Nesta unidade, será estudado o financiamento da Seguridade Social, sendo abordada aqui a contribuição dos segurados.

6.2 Síntese

A Lei nº 10.666/2003 trouxe como novidade a obrigação das empresas em reterem contribuição de alguns segurados, como é o caso de contribuintes in-dividuais, na alíquota de 11%.

É preciso ressaltar que neste caso, quanto ao contribuinte individual, este não precisa complementar com 9% a fim de que atinja a alíquota de 20%.

O trabalhador só complementaria quando no mês em que prestar o serviço, a remuneração sobre a qual teve retida contribuição não chegou o ter o valor de um salário mínimo.

Exemplo: Paula prestou serviço no valor de R$ 400,00 e a empresa retém 11%. Nesse caso, Paula terá que complementar sua contribuição de 20% sobre a diferença de um salário mínimo, menos os R$ 400,00 que já houve a retenção.

Ainda, o § 3º do art. 3º da Lei nº 10.666/2003 dispõe: “O disposto neste arti-go não se aplica ao contribuinte individual, quando contratado por outro con-tribuinte individual equiparado a empresa ou por produtor rural pessoa física ou por missão diplomática e repartição consular de carreira estrangeiras, e nem ao brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo.”

A forma de contribuição do microempreendedor individual é diferente. Até maio de 2011, contribuía com 11% sobre um salário mínimo. Contudo, com a Lei nº 12.470/2011, deve recolher alíquota no valor de 5%, não podendo se aposentar por tempo de contribuição.

Exercício

55. (Magistratura do Trabalho – Paraná – 2009) A missão diplomática está excluída da obrigação de arrecadar a contribuição do con-tribuinte individual, cabendo ao contribuinte recolher a própria contribuição.

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7. Contribuição dos Segurados – III

7.1 Apresentação

Esta unidade continuará tratando das contribuições dos segurados.

7.2 Síntese

1. Contribuinte Individual – regime de inclusão previdenciáriaO contribuinte individual que se inscrever no regime especial de inclusão

previdenciária recolherá sua contribuição, aplicando a alíquota de 11% sobre o valor de um salário-mínimo.

Para isso, ele deverá ser considerado trabalhador de baixa renda, não poderá prestar serviço à empresa ou entidade equiparada e não terá direito a se aposen-tar por tempo de contribuição.

O regime de inclusão previdenciária tem fundamento no art. 201, § 12, da Constituição Federal e seu custeio está previsto no art. 21, § 2º, da Lei nº 8.212/1991.

Para fins de aposentadoria, o segurado somente poderá se aposentar por invalidez ou por idade.

2. O Microempreendedor Individual (MEI)O microempreendedor individual é o empresário individual, nos termos do

art. 966 do Código Civil, que tenha auferido, nos anos-calendários até 2011, receita bruta de até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais) e, a partir de janeiro e 2012, receita bruta anual de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais),5 optante pelo Simples Nacional e que não apresente impedimento legal pela opção dessa sistemática.

A contribuição do MEI, na qualidade de contribuinte individual, é de 5% sobre o valor de um salário-mínimo.

Com essa forma de contribuição, o MEI não poderá se aposentar por tem-po de contribuição.

Se no futuro, o MEI verificar o desejo de se aposentar por tempo de contri-buição, deverá complementar a contribuição mensal mediante o recolhimento da diferença entre a alíquota de 20% e o valor antes recolhido (11% ou 5%), acrescido dos juros de mora, conforme dispõe o art. 21, § 3º, da Lei de Custeio, alterado pela MP nº 529/2011, convertida na Lei nº 12.470/2011.

5. Alteração trazida pela Lei Complementar nº 139/2011.

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Veja o quadro abaixo com as principais formas de contribuição dos contri-buintes individuais:

Contribuinte Individual AlíquotaResponsável pelo

Recolhimento

Contribuinte individual que pres-ta serviços por conta própria.

20%* Contribuinte individual.

Contribuinte individual que pres-ta serviços a outro contribuinte individual equiparado à empresa ou a produtor rural ou à missão diplomática e repartição consular de carreira estrangeira.

20% Contribuinte individual.

Contribuinte individual que opta pelo regime especial de inclusão previdenciária (base de cálculo = um salário-mínimo).

11% Contribuinte individual.

Contribuinte individual que pres-ta serviços às empresas em geral (inclusive as optantes pelo Sim-ples Nacional).

11%**Alíquota de contribuição a ser descontada (retida) pela empresa.

Contribuinte individual que pres-ta serviços à entidade beneficente e assistência social isenta das con-tribuições sociais.

20%Alíquota de contribuição a ser descontada (retida) pela entidade beneficente.

Cooperado de trabalho que presta serviço para pessoas jurídicas.

11%Alíquota de contribuição a ser descontada (retida) pela Cooperativa de trabalho.

Cooperado de trabalho que presta serviço para pessoas físicas.

20%Alíquota de contribuição a ser descontada (retida) pela Cooperativa de trabalho.

MEI – Microempreendedor In-dividual (base de cálculo = um salário-mínimo).

5% Recolhimento próprio.

* A alíquota do transportador rodoviário autônomo é de 20% sobre uma base reduzida que corresponde a 20% do valor total do frete.

** O contribuinte individual contratado por pessoa jurídica obrigada a proceder à arreca-dação e ao recolhimento da contribuição por ele devida, cuja remuneração recebida ou

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79creditada no mês, por serviços prestados a ela, for inferior ao limite mínimo do salário de contribuição, é obrigado a complementar a sua contribuição mensal, diretamente, mediante a aplicação da alíquota de 20% sobre o valor resultante da seguinte diferença: (salário-mínimo) – Remuneração mensal.

3. Contribuição do Segurado Facultativo3.1. A contribuição básicaA contribuição do segurado facultativo será de 20% sobre seu salário de

contribuição e será recolhida pelo próprio segurado até o dia 15 do mês subse-quente ao mês da competência.

O segurado poderá escolher, a cada mês, o valor do seu salário de contribui-ção, observando apenas que não poderá ser inferior ao valor do salário-mínimo nem superior ao valor máximo fixado pela Previdência Social.

Contribuição no regime especial de inclusão previdenciáriaO segurado facultativo, quando considerado de baixa renda, poderá,

também, nos moldes do art. 21, § 2º, I, da Lei nº 8.212/1991, fazer opção pelo regime especial de inclusão previdenciária. Assim, deverá recolher 11% sobre o valor de um salário-mínimo e não poderá se aposentar por tempo de contribuição.

São concedidas, ao segurado facultativo, as aposentadorias por idade e por invalidez, o auxílio-doença e para os seus dependentes a pensão por morte e o auxílio-reclusão.

O caso das donas de casaAs donas de casa que se dedicam exclusivamente ao trabalho doméstico

poderão se inscrever no RGPS como segurada facultativa, conforme previsão do art. 11 do Decreto nº 3.048/1999. Nesse caso, terá sua contribuição previ-denciária recolhida na alíquota de 20% sobre o salário de contribuição por ela escolhido.

No entanto, dentro do programa especial de inclusão previdenciária, o se-gurado facultativo sem renda própria que se dedique exclusivamente ao traba-lho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencente à família de baixa renda poderá optar por recolher com uma alíquota menor sobre o limite mínimo mensal do salário de contribuição (salário-mínimo). Conforme dispõe o art. 21, § 2º, II, “b”, da Lei nº 8.212/1991, a alíquota será de 5% sobre o salário-mínimo.

Para que isso seja possível, a família deverá estar inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e a renda mensal total não pode superar dois salários-mínimos.

Vale lembrar que com essa forma de contribuição, não lhes é assegurado o benefício da aposentadoria por tempo de contribuição.

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Observe a tabela abaixo:

Contribuição do segurado facultativo Alíquota

Valor por ele declarado. 20%

Segurado facultativo que opta pelo regime especial de inclusão previdenciária.

11% sobre um salário-mínimo.

Segurado facultativo sem renda própria que se dedica exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência pertencente à família de baixa renda.

5% sobre um salário-mínimo.

4. Da Contribuição do Segurado EspecialO segurado especial tem uma forma diferente de contribuir para o sistema

da Seguridade Social em relação aos demais segurados, amparada pelo art. 195, § 8º, da Constituição Federal, in verbis:

§ 8º – “O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pesca-dor artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resul-tado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.”

A contribuição do segurado especial não incidirá sobre o salário de contri-buição, mas sobre a receita bruta da comercialização da sua produção.

Assim, sendo sua contribuição incidente sobre a receita auferida com a ven-da da produção, seja em qual época ocorrer, ele estará coberto pela previdência social, ainda que a contribuição não venha a acontecer mensalmente.

A contribuição do segurado especial será, portanto, de 2,1% sobre a recei-ta bruta, proveniente da comercialização da sua produção. Desse percentual, 0,1% é para o custeio do SAT (Seguro de Acidente do Trabalho).

Além da contribuição de 2,1% sobre a receita bruta da venda da produção, o segurado especial pagará um acréscimo de 0,2% para o Senar (Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Rural).

É importante explicar que integram a produção os produtos de origem ani-mal ou vegetal, em estado natural ou submetidos a processos de beneficiamen-to ou industrialização rudimentar, conforme descritos no art. 25, § 3º, da Lei nº 8.212/1991.

Caso o segurado especial venda sua produção para empresa adquirente, consumidora, ou consignatária, ou cooperativa, ou, ainda, para pessoa física, não produtor rural, que adquire produção para venda, no varejo, a consumidor pessoa física, essas pessoas ficam com a obrigação de realizar a retenção da contribuição do segurado especial e recolher para a União, até o dia 20 do mês seguinte à operação.

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81A empresa ou cooperativa adquirente, consumidora ou consignatária da

produção, fica obrigada a fornecer ao segurado especial cópia do documento fiscal de entrada da mercadoria, constando, além do registro da operação reali-zada, o valor da respectiva contribuição previdenciária6.

Quando o grupo familiar a que o segurado especial estiver vinculado não tiver obtido, no ano, por qualquer motivo, receita proveniente de comerciali-zação de produção, deverá comunicar a ocorrência à Previdência Social. Da mesma forma, quando o segurado especial tiver comercializado sua produção do ano anterior exclusivamente com empresa adquirente, consignatária ou cooperativa, tal fato deverá ser comunicado à Previdência Social pelo respec-tivo grupo familiar.

O segurado especial somente terá a obrigação de recolher diretamente sua contribuição, caso comercialize sua produção diretamente, no varejo, ao consu-midor pessoa física, a outro produtor rural pessoa física ou a outro segurado espe-cial. Deverá pagar sua contribuição até o dia 20 do mês subsequente ao da venda.

Não se pode deixar de lembrar que o segurado especial poderá contratar em-pregados por um determinado período do ano civil (120 dias/pessoa/ano), sem que isso acarrete a sua descaracterização como segurado especial. Com isso, ele terá de proceder à retenção da contribuição de seus empregados e recolhê-la até o dia 20 do mês seguinte ao da competência, antecipando o pagamento para o dia útil imediatamente anterior, caso o dia 20 caia fora de expediente bancário.

Por último, não se pode deixar de informar que o segurado especial poderá, facultativamente, contribuir nos moldes do contribuinte individual. Vale dizer que, mesmo sem deixar de ser segurado especial, poderá ele vir a contribuir com 20% sobre o salário de contribuição escolhido e, nesse caso, poderá obter benefícios apurados como se contribuinte individual fosse (a aposentadoria por tempo de contribuição é um exemplo).

Importantíssimo dizer que o segurado especial não fica dispensado de sua contribuição como especial, nem se desfilia como tal. Apenas contribuindo fa-cultativamente, nos moldes de contribuinte individual, poderá, se atendidas as condições legais, ter direito aos benefícios previdenciários calculados na forma em que é feita para os demais segurados, e não pelo valor do salário-mínimo.

Veja a tabela abaixo:

Discriminação da contribuição do segurado especial Alíquota

Parcela básica sobre a comercialização da produção rural. 2,0%

SAT/GILRAT sobre a comercialização da produção rural. 0,1%

Senar sobre a comercialização da produção rural. 0,2%

6. Art. 30, § 7º, Lei nº 8.212/1991.

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Exercício

56. (MPE/ES – 2010 – Cespe) Julgue se a assertiva está correta ou incorreta:

O trabalhador rural, na condição de segurado especial, está sujeito à contribuição obrigatória sobre a produção rural comercializada, que lhe garante, entre outros benefícios, aposentadoria por invalidez, aposentadoria por idade e aposentadoria por tempo de contribuição.

8. Contribuição das Empresas

8.1 Apresentação

Trata esse bloco de conteúdo das contribuições das empresas. Mas, para isso, apresenta o conceito que a lei previdenciária dá à empresa e entida-de equiparada a ela.

8.2 Síntese

O art. 15 da Lei nº 8.212/1991 dispõe que empresa é a firma individual ou sociedade que assume o risco da atividade econômica urbana e rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos entidades da administração pública direta, indireta e fundacional. E como entidade equiparada, o con-tribuinte individual em relação a segurado que lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras. (ne-grito nosso)

Sobre a remuneração de empregados, avulsos e contribuintes individuais, vai recolher 20% de contribuição. Vai ser sobre o total sem qualquer limitação. No caso de bancos comerciais e outras empresas previstas no art. 22, § 1º da lei de custeio, o percentual será de 22,5%.

Quando for tomado pela empresa serviço por intermédio de cooperativa de trabalho, a empresa deverá recolher 15% sobre o valor da nota fiscal ou fatura de serviço. Essa contribuição é da empresa que tomou o serviço e não da coo-perativa de trabalho.

A data do vencimento dessa contribuição está prevista no art. 30, I, b, da Lei nº 8.212, ou seja, até o dia 20 do mês subsequente ao da competência.

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57. (Cespe – Técnico – INSS – 2003) Julgue o item: As contribuições previdenciárias das empresas incidem sobre a remuneração paga, de-vida ou creditada aos segurados e demais pessoas físicas a seu serviço, com ou sem vínculo empregatício.

9. Contribuição das Empresas – RAT e Adicional de RAT

9.1 Apresentação

Esta unidade abordará o enquadramento das empresas nas alíquotas dos riscos ambientais do trabalho RAT e também a definição de atividade preponderante para efeitos da contribuição do RAT. Tratará, também, da contribuição que financia a aposentadoria especial – adicional de RAT.

9.2 SínteseA contribuição do RAT ou SAT incide apenas sobre a remuneração paga,

devida ou creditada aos segurados empregados ou trabalhadores avulsos. Não se incluem os pagamentos feitos a contribuintes individuais, porque contri-buinte individual não tem direito a benefícios por acidente de trabalho.

As alíquotas são fixadas de acordo com o grau de risco de acidentes do tra-balho da atividade preponderante da empresa. Se o risco for considerado leve, alíquota será de 1%; se o risco for considerado médio será de 2%; e 3% se o risco for considerado grave. Poderão sofrer redução de até 50% ou aumento de até 100%, conforme o desempenho da empresa aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção – FAP (art. 202-A, RPS).

Diz o RPS que atividade preponderante é a atividade que ocupa, na em-presa, o maior número de segurados empregados e de trabalhadores avulsos.

Para o financiamento da aposentadoria especial de 15, 20 e 25 anos de contribuição, a empresa e as cooperativas de produção deverão recolher o adi-cional de RAT que corresponde a 12, 9, ou 6%, respectivamente, sobre a re-muneração de empregados e trabalhadores avulsos e cooperados de produção sujeitos a condições especiais de trabalho. No caso dos cooperados de trabalho, a empresa tomadora do serviço deverá recolher 9, 7 ou 5%, quando o segurado tiver direito à aposentadoria especial de 25, 20 ou 15 anos de contribuição. Não é a cooperativa de trabalho que paga, mas a empresa que contrata o serviço.

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58. (Cespe – Analista INSS – 2008) Julgue o item: Lucas é beneficiá-rio de aposentadoria especial em razão de ter trabalhado exposto a agentes nocivos durante um período que, de acordo com a lei pertinente, lhe garantiu o referido direito. Nessa situação, as des-pesas relativas ao pagamento da aposentadoria de Lucas devem ser custeadas com recursos arrecadados pela cobrança do seguro de aci-dente de trabalho.

10. Contribuições das Empresas – Substituições

10.1 Apresentação

Continua esse bloco de conteúdo a tratar de contribuição previdenciária das empresas e dos empregadores. Nesse caso, aquelas que substituem as contribuições previstas no art. 22, I e II da Lei nº 8.212/1991.

10.2 Síntese

As associações desportivas que mantêm equipe profissional de futebol vão pagar, em substituição às contribuições previstas no art. 22, I e II, Lei nº 8.212/1991, 5% sobre a receita bruta decorrente dos espetáculos despor-tivos de que participem em todo território nacional em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e de transmissão de espetáculos desportivos.

A contribuição é retida na fonte; depois, é recolhida pela entidade promo-tora do espetáculo (até dois dias úteis seguintes ao espetáculo) e pela empresa ou entidade que repassar recursos a título de patrocínio (até o dia 20 do mês subsequente).

Os produtores rurais, pessoas físicas, bem como os consórcios desses produ-tores, na qualidade de empregadores vão recolher, em substituição às contri-buições referidas acima, 2,1% sobre a receita bruta da comercialização da sua produção. Nesse caso, as empresas adquirentes, consignatárias e cooperativas devem reter e recolher a contribuição. Dos 2,1%, 0,1% dirige-se à substituição da contribuição do RAT ou SAT.

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59. (Esaf – Ministério da Fazenda – 2009) A respeito da base de cálculo e contribuintes das contribuições sociais, analise as assertivas abaixo, assinalando a incorreta.a) Remuneração paga, devida ou creditada aos segurados e demais

pessoas físicas a seu serviço, mesmo sem vínculo empregatício – EMPRESA.

b) Receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo território nacional – PRODUTOR RURAL PESSOA JURÍDICA.

c) Incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural – SEGURADO ESPECIAL.

d) Salário de contribuição dos empregados domésticos a seu servi-ço – EMPREGADORES DOMÉSTICOS.

e) Incidentes sobre seu salário de contribuição – TRABALHA-DORES.

11. Contribuição de Produtor Rural Pessoa Jurídica. Concursos de Prognósticos

11.1 Apresentação

Nesse bloco de conteúdo, será abordado de que forma os produtores rurais pessoas jurídicas contribuirão para a Previdência Social, bem como de que forma incidirá a contribuição sobre a receita dos concursos de prognósticos.

11.2 Síntese

Quando se tratar de empregador rural, pessoa jurídica, as contribuições previstas no art. 22, I e II da Lei nº 8.212/1991 serão substituídas pela prevista no art. 25 da mesma, fazendo incidir 2,6% sobre a receita bruta da comer-cialização da produção. Isso vale, também, para o caso das agroindústrias, exceto, quando se dedicarem à carcinicultura, piscicultura, suinocultura e avicultura ou forem cooperativas. Nesses casos, contribuirão nos moldes do art. 22 da lei citada.

A contribuição sobre a receita de concursos de prognósticos está prevista no art. 26 da Lei nº 8.212/1991.

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Consideram-se concursos de prognósticos todos e quaisquer concursos de sorteios de números, loterias, apostas nos âmbitos federal, estadual, do Distrito Federal e municipal.

A receita da Seguridade Social, nesse caso, é a receita líquida dos concur-sos, entendida como o total da arrecadação, deduzidos os valores destinados ao pagamento de prêmios, de impostos e de despesas com a administração.

Exercício

60. (Cespe – Procurador – INSS – 1998) O empregador rural pessoa fí-sica contribui para a seguridade com o equivalente a 2,5% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção e com 0,1% sobre essa mesma base de cálculo para custeio das prestações por acidente de trabalho.

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Capítulo 9

Financiamento da Seguridade Social – Outras Questões

1. Obrigações Acessórias

1.1 Apresentação

Esse bloco de conteúdo abordará o conceito de obrigações acessórias, co-mentando sobre as principais elencadas no art. 32 da Lei nº 8.212/1991.

1.2 Síntese

A Lei de Custeio da Seguridade Social instituiu determinadas obrigações acessórias que devem ser cumpridas, sob pena de haver a lavratura do auto de infração e o pagamento de multas.

Vejam algumas delas em relação às empresas e empregadores:– inscrever, no RGPS, os segurados empregados e os trabalhadores avul-

sos a seu serviço, bem como os contribuintes individuais contratados sem vínculo empregatício e os sócios cooperados, no caso de cooperati-vas, se ainda não inscritos;

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– elaborar folha de pagamento mensal da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, de forma coletiva por es-tabelecimento, por obra de construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente totalização e resumo;

– lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições sociais a cargo da empresa, as contribuições sociais previdenciárias descontadas dos segu-rados, as decorrentes de sub-rogação, as retenções e os totais recolhidos;

– declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, na forma, prazo e condições estabelecidos por esses órgãos, dados relacionados a fatos gerado-res, base de cálculo e valores devidos da contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS ou do Conselho Curador do FGTS – GFIP. Os valores confessados na GFIP constituem confissão de dívida.

Exercício

61. (Esaf – Ministério da Fazenda – 2009) Assinale a assertiva que não contém uma obrigação acessória das contribuições destinadas à Se-guridade Social.a) Elaboração da folha de pagamento.b) Dever de prestar informações.c) Lançamento dos fatos geradores das contribuições.d) Pagamento da contribuição social.e) Dever do Cartório de comunicar óbitos.

2. Certidão Negativa de Débito

2.1 Apresentação

Nesse bloco de conteúdo, se tratará da certidão negativa de débito em relação às contribuições previdenciárias e em que casos vai ser exigida a sua apresentação.

2.2 Síntese

Há situações em que o sujeito passivo da relação de custeio tem que com-provar que está em dia com o recolhimento das contribuições previdenciárias,

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89ou seja, que não tem débitos. Precisa, então, apresentar uma Certidão Negativa de Débitos, a CND, fornecida pelo órgão competente.

Algumas situações elencadas no art. 47 da Lei nº 8.212/1991:– quando a empresa vai contratar com o Poder Público ou receber bene-

fícios ou incentivo fiscal ou de crédito que o Poder Público concede;– quando vai alienar ou onerar, a qualquer título, de bem imóvel ou de

direito a ele relativo;– quando o proprietário, pessoa física ou jurídica, de obra de construção

civil, for averbar a obra no registro de imóveis.A prática de qualquer ato sem a apresentação da CND nas hipóteses em

que ela é exigida acarreta a responsabilidade solidária dos contratantes e do oficial que lavrar ou registrar o instrumento. E mais: a lei prevê que esse ato será nulo para todos os efeitos.

Exercício

62. Julgue a assertiva: É exigida Certidão Negativa de Débito em relação à Seguridade Social da pessoa física que alienar bem imóvel.

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Capítulo 10

Assistência Social

1. Assistência Social – Loas – I

1.1 Apresentação

Nesta unidade, será estudada a assistência social, sendo abordados os benefícios de prestação continuada.

1.2 Síntese

O benefício social de prestação continuada é aquele concedido a idosos e deficientes, que não tenham condições de prover seu próprio sustento ou que sua família não tenha tais condições.

Este benefício está previsto na Lei nº 8.742/1993, a qual sofreu alterações importantes.

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91Trata-se de um benefício de natureza assistencial e, portanto, o beneficiário

não precisa contribuir para o sistema de seguridade social para que o benefício seja concedido.

Hoje, por delegação da União, quem é responsável por sua concessão, aná-lise e revisão é o INSS, em razão de sua estrutura prévia.

O primeiro beneficiário é o idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais e o segundo é o deficiente. Seu conceito foi alterado em 2011 e hoje significa aquele que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, inte-lectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obs-truir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

É preciso observar que impedimento de longo prazo é aquele que se dá por pelo menos 2 (dois) anos.

Tanto os idosos quanto os deficientes devem comprovar renda per capita familiar inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo. Família, segundo a lei, será composta por cônjuge, mãe, pai, padrasto, madrasta, irmãos solteiros que vivem sob o mesmo teto, filhos e enteados solteiros e menores tutelados.

Esta renda per capita familiar não entra no cálculo da remuneração que o deficiente aufere na condição de aprendiz.

O Estatuto do Idoso estabelece que o benefício recebido pelo idoso para o cálculo de benefício também de outro idoso não integra no cálculo da renda per capita familiar.

O STJ vem decidindo que a condição de miserabilidade pode ser com-provada por outras provas admitidas em direito. O STF, em 2013, julgou uma Reclamação proposta pelo INSS, considerando inconstitucional a condição da renda per capita inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo ser condição para a concessão do benefício.

Ainda, determinadas rendas não entram para o cálculo, tais como benefícios assistenciais de natureza eventual e temporária.

Faz-se necessário observar que o fato de o beneficiário estar abrigado em asilos ou estabelecimentos congêneres não impede a concessão do benefício.

Por fim, observa-se que, por se tratar de um benefício assistencial, não gera-rá pensão por morte ou abono anual. Ainda, o benefício pode sofrer suspensão, cessação e até mesmo revisão.

O deficiente, se for exercer atividade remunerada na condição de aprendiz, poderá conviver com o benefício pelo prazo de 2 (dois) anos. No entanto, se for exercer atividade remunerada fora da condição de aprendiz, seu benefício será suspenso.

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2. Assistência Social – Loas – II

2.1 Apresentação

Nesta unidade, será estudada a assistência social, sendo abordados os benefícios de prestação continuada.

2.2 Síntese

O benefício será cessado quando não existirem mais as condições que le-varam o beneficiário a ter o benefício de prestação continuada. No caso dos idosos, é ter uma renda per capita superior a ¼ (um quarto) do salário mínimo. No caso do deficiente, também, havendo a renda per capita superior a ¼ (um quarto) do salário mínimo ou, ainda, a comprovação de que não comporta mais a condição de deficiente.

No caso do deficiente, quando este desenvolve capacidades cognitivas, motoras, e a realização de atividade não remunerada de habilitação e reabili-tação, tal fato não irá constituir causa de suspensão ou cancelamento de seu benefício.

Quanto à suspensão do benefício, no caso de beneficiário que exerce ati-vidade remunerada, haverá a suspensão (no caso do deficiente). O deficiente poderá vir a exercer atividade remunerada, inclusive como microempreen-dedor individual, isso será causa de suspensão. Faz-se necessário entender que quando o deficiente vier a exercer atividade remunerada na condição de aprendiz, o benefício não será suspenso nos primeiros 2 (dois) anos. Passados os 2 (dois) anos, se continuar na condição de aprendiz, o benefício assistencial será suspenso.

É importante dizer que o benefício de prestação continuada pode hoje ser recebido conjuntamente com pensão de natureza indenizatória.

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Gabarito

1. Correto. De fato, a Lei Eloy Chaves criou a caixa de aposen-tadoria e pensões para os empre-gados de empresas de estrada de ferro e é considerada o marco inicial da previdência social no Brasil. Porém, antes dela, houve algumas expressões de proteção social no país, como as Santas Casas de Misericórdia, o Mon-tepio dos Servidores do Estado na época do Império, a Previ do Banco do Brasil.

2. Errado. A criação do INSS deu--se em função do novo modelo de previdência social trazido pela Constituição Federal de 1988. Houve a fusão do INPS e

Iapas, passando, na época da sua criação, a cuidar do Regime Ge-ral de Previdência Social e arre-cadar, cobrar e fiscalizar as con-tribuições previdenciárias. Mais tarde, em 2007, as contribuições previdenciárias passaram a ficar sob a administração da Receita Federal do Brasil.

3. Letra C (art. 194, caput, da CF/1988). Observa-se que, ape-sar de educação e habitação se-rem direitos sociais previstos no art. 6º da Constituição Federal, eles não fazem parte do conjunto integrado de ações da Segurida-de Social; somente previdência social, saúde e assistência social.

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4. Letra C (art. 199, § 1º, da CF). Apesar de a saúde ser um direito constitucional garantido a todos, ser um dever do Estado prestá--lo, a iniciativa privada não está impedida de proporcionar assis-tência à saúde.

5. Incorreta.6. Incorreta.7. Incorreta.8. Correto. O Regime Geral de

Previdência Social terá filiação obrigatória e vinculará o indiví-duo como segurado do regime quando o mesmo vier a exercer atividade remunerada, nos ter-mos da lei previdenciária. Já o regime de previdência privada é de natureza facultativa, parti-cipando dele apenas as pessoas que quiserem e, também, de na-tureza complementar, vez que o ingresso na previdência privada não exime o segurado de contri-buir para o regime geral de pre-vidência quando se enquadrar como segurado obrigatório (art. 202 da CF/1988).

9. Letra D. O salário-família é con-cedido somente aos segurados considerados de baixa renda (art. 201, IV, da CF).

10. Errado (arts. 7º, IV e 201, § 4º, ambos da CF/1988). Os bene-fícios serão reajustados de acor-do com o índice inflacionário escolhido pela lei e não pelo índice aplicado ao reajuste do salário mínimo.

11. Errado. Nesse caso, a base de cálculo poderá ser, também,

diferenciada (art. 195, § 9º, da CF/1988).

12. Letra B. O erro é que a gestão da Seguridade Social é quadriparti-te e não tripartide, como diz a assertiva B.

13. Não. Em face do disposto do art. 195, § 4º, da CF/1988, as con-tribuições sociais para custeio da Seguridade Social devem ser criadas por lei complementar, SEMPRE. E as matérias que exigem lei complementar não podem ser objeto de medida provisória.

14. Significa elaborar outra lei para interpretar a lei anterior.

15. Errado. Como João é servidor pú-blico federal efetivo, está vincula-do a regime próprio de previdên-cia e não poderá se filiar como segurado facultativo do RGPS.

16. Errado. Lucas é segurado do RPPS e não poderá ser segurado facultativo do RGPS (art. 201, § 5º, da CF/1988).

17. Errado. Em verdade, há dois erros na assertiva. O primeiro, quando diz “que se dediquem ao trabalho doméstico” porque tem que ser de família da baixa renda. O segundo, quando diz que “oferecido tempo de contri-buição... inferiores”. O art. 201, § 13 possibilita somente alíquo-tas e prazos de carência menores e não tempo de contribuição.

18. Letra A. O diretor empregado é qualificado como emprega-do (art. 11, I, “a”, da Lei nº 8.213/1991).

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9519. Errado.20. Correta. Como Célia exerce,

também, atividade por conta própria (presta consultoria) é, também, contribuinte indivi-dual (art. 11, V, “h”, da Lei nº 8.213/1991).

21. Letra A. A qualificação correta para a assertiva A é de segurado especial (art. 11, VII, da Lei nº 8.213/1991).

22. Errada. Como Regina já per-tence a regime próprio de pre-vidência social, não poderá se filiar como segurada facultativa no RGPS (arts. 12 e 13, ambos da Lei nº 8.213/1991 e 11, § 2º, do Decreto nº 3.048/1999).

23. Correta. A inscrição é o ato de for-malização da filiação no RGPS (arts. 17 da Lei nº 8.213/1991, e 18 do Decreto nº 3.048/1999).

24. Errada. O segurado facultativo permanece na qualidade de segu-rado por 6 (seis) meses, após a ces-sação de suas contribuições (art. 15, VI, da Lei nº 8.213/1991). O erro da questão está quando coloca o período de graça de 12 (doze) meses para o facultativo.

25. Correta.26. Errado.27. Letra B. Nos casos de acidente

de qualquer natureza (inclui--se, também, o acidente do tra-balho), não se exige carência mínima de contribuições para a concessão do auxílio-doença.

28. Errado. A aposentadoria por invalidez depende da carência mínima de 12 (doze) contribui-

ções mensais, salvo nos casos de acidente e doenças graves na forma da lei.

29. Errado. A fórmula do fator pre-videnciário utiliza três variáveis: idade ao se aposentar, tempo de contribuição no momento do requerimento da aposentadoria e expectativa de sobrevida do segurado.

30. Errado. A RMI corresponde a 70% (setenta por cento) do sa-lário de benefício mais 1% (um por cento) deste por grupo de doze contribuições mensais, até o máximo de 30% (trinta por cento).

31. Correto. A natureza acidentária ou previdenciária do auxílio--doença não traz diferenças quanto ao valor do benefício. Sua RMI é a mesma, ou seja, 91% (noventa e um por cento) do salário de benefício.

32. Correto. A garantia de emprego por 12 (doze) meses para o em-pregado somente é dado ao segu-rado empregado que tiver recebi-do auxílio-doença acidentário.

33. Letra A. O auxílio-acidente não é instantâneo. Ele é concedido após a cessação do auxílio-doen-ça quando se verificar que as sequelas irreversíveis implicam na redução da capacidade labo-rativa do segurado.

34. Correto. A aposentadoria por in-validez é concedida ao segurado e a pensão por morte, ao depen-dente. Uma mesma pessoa pode figurar na qualidade de segurado

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e dependente do RGPS e, por-tanto, receber os dois benefícios.

35. Não. O segurado pode conti-nuar no emprego porque não há qualquer causa impeditiva nesse sentido. Caso não se desligue do emprego poderá ter salário--família, salário-maternidade e reabilitação profissional, atendi-dos os requisitos legais.

36. Letra E. O aposentado por tem-po de contribuição não precisa se desligar do emprego, pode-rá continuar trabalhando, não causando qualquer alteração no contrato de trabalho.

37. Errado. A percepção de adicio-nal de insalubridade ou periculo-sidade não é condição suficiente para caracterizar a atividade em condições especiais e conceder a aposentadoria especial.

38. Incorreta.39. Correta.40. Incorreta.41. Correta.42. Letra E.43. Correta. Para a concessão do be-

nefício, exige-se que o recolhi-mento à prisão ocorra quando a pessoa encontrar-se vinculada ao RGPS, mesmo se for dentro do período de graça.

44. Errado. A reabilitação profissio-nal inclui o transporte do aci-dentado quando for necessário.

45. Sim. Nesse caso, poderá haver a cumulação, vez que não se trata de pensão deixada por cônjuges/companheiros.

46. Correto (art. 130 do Decreto nº 3.048/1999).

47. Errado. O prazo prescricional é de 5 (cinco) anos (art. 103, parágrafo único, da Lei nº 8.213/1991).

48. Correto. O INSS não pode dei-xar de cumprir decisão proferi-da pelo CRPS (art. 308, § 2º, do Decreto nº 3.048/1999).

49. Letra C. A assertiva I está erra-da porque as receitas dos outros entes federativos não integram o orçamento da União e a asserti-va IV está errada quando diz que o benefício poderá ser estendido sem a correspondente fonte de custeio (art. 195, § 5º, da CF). As demais estão corretas (vide art. 195 da CF).

50. Errado. Somente 50% (cin-quenta por cento) dos valores obtidos vão integrar o orçamen-to da Seguridade Social no âm-bito federal (art. 27, VI, da Lei nº 8.212/1991).

51. Letra E (art. 28, I, da Lei nº 8.212/1991).

52. Correta.53. Errada.54. Errada.55. Certa.56. Errada.57. Correto. Exatamente, sobre a

remuneração de empregados, trabalhadores avulsos e contri-buintes individuais. Esses dois últimos não possuem vínculo empregatício com a empresa.

58. Errado. O custeio da aposen-tadoria especial se faz com a contribuição adicional do RAT prevista no art. 57, §§ 6º e 7º,

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97da Lei nº 8.213/1991 e art. 202, § 1º, da RPS.

59. Letra B. Essa assertiva está in-correta. Trata-se, no caso, de contribuição das associações desportivas que mantêm equipe profissional de futebol.

60. Errado. O caso refere-se ao pro-dutor rural pessoa jurídica.

61. Letra D. A obrigação de pagar tributos é chamada de obriga-ção tributária principal. Todas as outras de fazer ou não fazer são acessórias ou instrumentais.

62. Errada. No caso de alienação de bem imóvel, somente é exigida tal CND de empresa.

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