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PREVISÃO DAS RECEITAS PÚBLICAS: UM ESTUDO UTILIZANDO O MODELO KOYCK NAS RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS DOS MUNICÍPIOS MAIS POPULOSOS DO ESTADO DA BAHIA
RESUMO
A previsão das receitas é parte fundamental no processo orçamentário, tornando-se um instrumento que subsidia os gestores públicos para tomada de decisões visando uma adequada execução orçamentária. Está pesquisa tem por objetivo verificar a eficácia do Modelo Koyck na previsão das receitas públicas dos municípios mais populosos do Estado da Bahia, comparando-o ao modelo adotado pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF). Para coleta dos dados foram analisadas as previsões realizadas pelos municípios pesquisados no período do exercício de 2000 a 2011. Para isso foi necessário à realização de uma pesquisa quantitativa que utiliza dados estatísticos voltados para econometria, com característica documental, onde foram analisados os documentos das previsões das receitas orçamentários dos municípios pesquisados, através do sitio do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia – TCM-BA. Os resultados da pesquisa demonstraram que o modelo Koyck proporcionou eficácia nas previsões das receitas orçamentárias, comparado ao modelo adotado pelos municípios que está mais suscetível a erros. O percentual de erro médio dos municípios presentes nesta pesquisa, utilizando a metodologia proposta pela SOF, obteve um erro médio de 13,21%, comparado ao modelo Koyck que teve um percentual de erro médio de 8,87%. Observa-se que a metodologia utilizada por Koyck obteve eficácia em 104 (cento e quatro) dos 144 (cento e quarenta e quatro) períodos projetados. Conclui-se que a metodologia de Koyck é eficaz na previsão das receitas públicas nos municípios populosos do Estado da Bahia. Portanto, é preciso o desenvolvimento de novas pesquisas na área para melhoria das tomadas de decisões dos gestores e para uma apropriada previsão das receitas públicas.
Palavras-Chave: Orçamento Público; Previsão das Receitas; Secretaria de Orçamento Federal; Modelo Koyck.
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01– Número da população dos Municípios Pesquisados 30
Gráfico 02– Margem de erro médio das previsões das receitas em % 46
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LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Receitas Arrecadadas por ano dos municípios Pesquisados 31
Tabela 02 – Cidades Analisadas 33
Tabela 03 – Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Salvador 35
Tabela 04 – Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Feira de Santana 36
Tabela 05 – Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Vitoria da Conquista 37
Tabela 06– Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Camaçari 38
Tabela 07 – Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Itabuna 39
Tabela 08 – Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Juazeiro 39
Tabela 09 – Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Ilhéus 40
Tabela 10 – Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Lauro de Freitas 41
Tabela 11 – Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Jequié 42
Tabela 12 – Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Alagoinhas 43
Tabela 13 – Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Teixeira de Freitas 44
Tabela 14 – Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Barreiras 45
Tabela 15 – Resultados por Ano 47
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LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 1 22
Equação 2 22
Equação 3 23
Equação 4 23
Equação 5 23
Equação 6 25
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LDO - Lei de Diretrizes Orçamentária
LOA- Lei orçamentária Anual
LRF - Lei de Responsabilidade Fiscal
PPA - Plano Plurianual
SOF - Secretaria de Orçamento Federal
UNEB - Universidade do Estado da Bahia
TCM – BA - Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ......................................................................................... 8
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................................... 11
1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 11
1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................. 11
1.3.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 11
1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 11
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 13
2.1 RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS .......................................................................... 13
2.1.1 Previsão da Receita Pública .......................................................................... 15
2.2 MODELO KOYCK ............................................................................................... 16
2.3 SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL – SOF NA PESPECTIVA DA
PREVISÃO DAS RECEITAS PÚBLICAS .................................................................. 19
2.4 PUBLICAÇÕES RECENTES SOBRE A LINHA DE PESQUISA ......................... 21
3. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS .............................................................. 23
3.1 ESCOLHAS DA TIPOLOGIA ............................................................................... 23
3.2 AMOSTRAS DA PESQUISA ............................................................................... 23
3.3 HIPÓTESES ........................................................................................................ 25
4. ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................................ 27
4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS CIDADES ANALISADAS ........................................... 27
4.2 ANÁLISE DOS ERROS MÉDIO NA PREVISÃO DAS RECEITAS DOS
MUNICÍPIOS ............................................................................................................. 28
4.2.1 Resultados dos 12 municípios para identificação da melhor Metodologia
para Previsão. .......................................................................................................... 28
4.2.2 Resultados da melhor Metodologia para Previsão nas cidades
analisadas ............................................................................................................... 40
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4.2.3 Desempenho das Metodologias por ano analisado .................................... 41
4.3 RESULTADOS DE TESTES DAS HIPOTESES ................................................. 43
4.3.1 Teste de Hipótese H1 “Existência de erros nas Previsões das Receitas
Orçamentárias” ....................................................................................................... 43
4.3.2 Teste de Hipótese H2 “Espaço amostral de tempo maior para realização de
Previsão”.................................................................................................................. 44
5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 45
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 48
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1. INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
O Estado utiliza ferramentas para atender as necessidades sociais, e com o
crescimento acelerado da população, a complexidade da urbanização, aumento das
funções administrativas e dentre outras causas, fica cada vez evidente a
preocupação dos gestores públicos em saber administrar e gerenciar os recursos
que serão destinados à sociedade. Diante desta dificuldade os administradores
públicos não conseguem fornecer serviços de qualidade para os cidadãos, ficando
evidente que é preciso melhorar a forma de arrecadação e aplicação dos recursos
para um bom desempenho da gestão.
Com o intuito de fornecer informações para os órgãos da administração
pública direta e indireta para a alocação dos recursos, a contabilidade pública torna-
se um instrumento de grande relevância para evidenciação de fatos relacionados à
arrecadação de receitas e vinculação das despesas, bem como para o controle da
execução contábil, financeira e orçamentária.
Para Bezerra Filho (2008) a contabilidade pública é uma Ciência Contábil que
tem a função de controlar o patrimônio público e evidenciar suas variações,
fornecendo informações para os gestores, para subsidiar as tomadas de decisões.
É através desta concepção que surge a importância do orçamento público,
por ser uma lei formal onde prevê a receitas (arrecadação de imposto e
contribuições) e fixa as despesas (gastos com obras e prestação de serviços). É
utilizado como peça fundamental para controlar a administração tornando-se
relevante para o processo de gestão, planejamento e estabelecer diretrizes para
entidade além servir como instrumento de avaliação, controle e responsabilização do
gestor público.
O orçamento público para Scarpin e Slomski (2005, p.27) “é uma peça
constante do planejamento operacional”. Para os autores o orçamento é um controle
fundamental para a compreensão do grau de desempenho atingido, e se os
resultados almejados estão situados com o que foi planejado.
Com o advento da Lei Complementar 101/2000 - Lei de Responsabilidade
Fiscal – LRF tornou-se obrigatório para as entidades públicas uma transparência na
forma de previsão e arrecadação das receitas pública, bem como o controle dos
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gastos públicos. Neste sentido a LRF torna-se eficaz para que os planos de ações
governamentais que estão dentro do orçamento, sejam alcançados de forma
eficiente na hora de sua execução, e assim atender com boa qualidade as
necessidades da população.
Além da LRF outro instrumento que contribui para os processos de natureza
orçamentária e na prestação de qualidades dos serviços públicos, o controle
gerencial mostra-se indispensável para o gerenciamento da administração publica,
onde fornece informações para uma melhor tomada de decisões na hora da
aplicação dos recursos públicos, bem como na realização das previsões das receitas
orçamentárias.
O controle gerencial ajuda na adequação das previsões das receitas, uma vez
que, os gestores procuram o melhor caminho para tomar decisões capazes de
realizar planos estratégicos para o futuro, onde sua função é minimizar os riscos de
dívidas futuras que venha prejudicar a entidade pública. Segundo Frezatti et al.
(2009) o controle gerencial desenvolve atividades capazes de assegurar que os
planos gerenciais sejam atingidos pela organização.
Diante deste contexto, surge um grande impasse na realização adequada do
orçamento público, pois os gestores precisam estar atentos à previsão das receitas
públicas. De acordo com a Lei 4.320/1964 (BRASIL, 1964) é responsabilidade da
gestão fiscal uma correta estimativa e arrecadação das receitas, para que se
possam desenvolver os planos de ações do governo.
As receitas orçamentárias são fontes de recursos arrecadados para os cofres
públicos, que o Estado utiliza através de planos e ações elaborados de acordo com
a Lei de Orçamento anual – LDO, para atender a uma finalidade: o bem estar social.
Nesta perspectiva, surge a necessidade de uma boa elaboração para
realização das previsões das receitas, utilizando métodos capazes de estimar
adequadamente informações aos gestores para que se possa realizar uma
arrecadação de receitas suficientes no período do exercício. Ao desenvolver
métodos que preveem a estimativa da receita que será arrecadada no exercício
seguinte, os gestores precisam estar cientes que se a previsão da receita for
eficiente, terá uma grande contribuição para o planejamento dos gastos e eficiência
nos serviços.
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A previsão das receitas está diretamente ligada ao fato de ser projetada em
conformidade com as normas e técnicas legais constantes na LRF , que diz no seu
art. 12:
As previsões de receitas observarão as normas e técnicas legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preço, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de calculo e premissas utilizadas.
A projeção para a realização das previsões de receitas é realizada com auxilio
de dados estatísticos e matemáticos. Sob aspecto do âmbito federal, o modelo para
as projeções das receitas orçamentárias discorrerá de séries históricas de
arrecadações de anos anteriores, assim fornecerão informações precisas quanto ao
valor exato que será arrecadado no ano seguinte do exercício.
A Secretaria de Orçamento Federal – SOF adota uma metodologia voltada
para realizar as projeções de receitas. Esse procedimento consiste em dados
estatísticos calculados através de fórmulas que preverá o quanto será arrecadado
no período desejado pela entidade. Conforme o manual de SOF, o modelo utilizado
está em cumprimento com a LRF e adotado em todas as entidades de administração
públicas, sejam de ente Federal, Estadual ou Municipal.
A SOF é um órgão que exerce a função de alocar recursos e controle das
contas públicas, contribuindo para que haja uma transparência no processo
orçamentário, além de garantir um direcionamento para melhorar a efetividade para
que os objetivos traçados pela administração pública sejam alcançados.
No entanto, outras metodologias podem ser adotadas para previsão das
receitas públicas, desde que sejam eficazes quanto à sua aplicabilidade. O modelo
desenvolvido por Koyck em 1954, é uma dessas metodologias que pode contribuir
para um melhor desempenho nas estimativas das receitas, pois esse modelo utiliza
metodologias realizadas por meio de métodos estatísticos, que prevê os resultados
de valores econômicos futuros através de dados de eventos passados.
Estudos realizados adotando o modelo Koyck descrevem que sua
metodologia é utilizada através de uma regressão linear bivariada em conjunto com
as técnicas da Econometria, tornando-se um excelente instrumento para previsão de
resultados econômicos e estimativas das receitas. (ZONATTO et al. , 2012).
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A previsão das receitas públicas é realizada através das demonstrações
mensais das receitas arrecadas de anos anteriores, é de suma importância à
realização de uma estimativa correta para que a arrecadação futura seja suficiente e
não venha ocasionar problemas nas prestações de serviços para sociedade.
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA
Considerando que outras metodologias podem ser adotadas para a eficácia
da previsão das receitas públicas, tem-se o seguinte problema de pesquisa: De que
forma o modelo Koyck pode contribuir para a eficácia nas previsões das receitas
públicas dos municípios mais populosos do Estado da Bahia, comparado ao modelo
adotado pela Secretaria de Orçamento Federal?
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo geral
Assim o objetivo geral do estudo é verificar a eficácia do modelo Koyck na
previsão das receitas públicas dos municípios mais populosos do Estado Bahia,
comparado ao modelo adotado pela Secretaria de Orçamento Federal.
1.3.2 Objetivos específicos
Analisar o desempenho do modelo Koyck na previsão das receitas públicas
nos anos de 2000 a 2011;
Verificar como é realizada a previsão das receitas orçamentarias através da
metodologia adotada pela SOF.
1.4 JUSTIFICATIVA
A relevância deste trabalho tem por finalidade demostrar a utilização de
metodologias capazes de proporcionar melhorias no processo de gestão e na
previsão das receitas públicas, bem como, subsidiar os gestores da administração
pública na escolha do melhor caminho para tomada de decisões futuras.
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Diante disto, este estudo justifica-se pela relevância do tema e a escassez da
pesquisa, em que existem poucos trabalhos voltados para a temática. Esta pesquisa
busca contribuir para o desenvolvimento de metodologias que possam ser adotadas
pelos órgãos da administração pública Municipal, onde proporcionarão uma melhor
previsão das receitas públicas e eficiência nos serviços públicos.
Estudo realizado pelos autores Zonatto et al. (2012) descreve que o modelo
adotado pela SOF está mais suscetível a erros nas previsões, comparado ao modelo
Koyck que proporcionou melhores estimativas na pesquisa realizada no Estado do
Rio Grande do Sul.
A realização desta pesquisa no Estado da Bahia torna-se relevante para
demonstrar que a utilização do modelo Koyck pode proporcionar uma melhor
eficácia, comparado ao modelo adotado pela SOF na previsão das receitas públicas
deste Estado, além de contribuir no processo de planejamento e gestão para futuras
estimativa de receitas, e assim, ser realizada de forma eficiente e eficaz a sua
arrecadação e alocação dos recursos.
Assim, espera-se que esta pesquisa auxilie os gestores da Administração
Pública Municipal para desenvolvimento e conhecimento de novas metodologias
capazes de substanciar no controle dos gastos públicos e no melhor desempenho
da arrecadação em relação à previsão realizada.
Também poderá contribuir para a realização de futuras pesquisas voltadas
para a temática, contribuindo assim, para o desenvolvimento em nível acadêmico,
em que auxilia os estudantes graduandos, professores e pesquisadores do curso de
Ciências Contábeis e área fins para o conhecimento do estudo realizado. Além de
proporcionar à população a prestação de serviços de qualidade para o bem estar
social.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS
É crescente a pressão por parte da sociedade para que os gestores
municipais gerenciem com eficiência e sejam eficazes quanto à alocação dos
recursos destinados para atender as necessidades de interesse coletivo. (SANTOS;
ALVES, 2009).
Diante dessa afirmação, Cruz et al. (2009) conceituam que o orçamento
público surgiu através de lutas políticas e sociais, com objetivo de disciplinar as
ações do governo e exigir um planejamento do como seriam alocados os recursos
financeiros e obtenção de receitas para cobrir gastos do governo.
É evidente que haja um controle financeiro para assegurar que os gastos
públicos estão sendo realizados de acordo com o planejado no orçamento. Segundo
Santos et al. (2012) o orçamento contribui para gestão e transparência nos gastos
públicos da administração, em que é preciso uma adequada elaboração.
Para Silva et al. (2008) a realização do orçamento público é um documento
relevante para a administração pública, cabendo a contabilidade registrar os fatos e
atos ocorridos na execução orçamentária. Cruz et al. (2009) salienta que o
orçamento, também reflete na distribuição do poder econômico e político da
sociedade. Diante disso é preciso que ocorra uma correta previsão das receitas
orçamentárias, pois elas são os recursos para o financiamento relacionados à
atividade financeira do Estado.
As receitas públicas servem de instrumento para ingressos de recursos
financeiros, pertencem ao Estado e são utilizadas para execução orçamentária, com
a finalidade de atender as necessidades públicas através de ações e programas
desenvolvidos pelo governo.
Conforme a LRF 101/2000 (BRASIL, 2000) é necessário que haja um
equilíbrio na receita arrecadada e a despesa realizada, para que assim, haja um
controle. Para Costa (2011), é adequado realizar uma correta projeção das receitas
orçamentárias para que as despesas possam ser fixadas de acordo com Lei de
Orçamentária Anual e para a sua execução, ficando evidente a função da previsão
das receitas para alocação das despesas públicas.
As receitas orçamentárias estão contidas dentro do planejamento do
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orçamento da administração pública, onde é feita a previsão de quanto será
arrecadado no ano seguinte com base no plano plurianual e respeitando a Lei de
Diretrizes Orçamentária que será aprovada pelo poder legislativo. Para Bogoni et al.
(2010) é através do planejamento que a gestão terá um suporte técnico com auxilio
de instrumentos operacionais, tais como a lei do Plano Plurianual (PPA) , Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA), para que se tenha
condições para a execução orçamentária no sentido de alcançar as metas e
objetivos da gestão.
Scarpin e Slomski (2005) ressaltam que para elaboração da LOA a previsão
da receita bem com a fixação da despesa não poderá conter dispositivo estranho
para sua execução, precisando ser compatível com o PPA e a LDO.
Rocha (2008) enfatiza que a LRF assume substancialmente papel
fundamental para que a sociedade mantenha-se informada quanto à aplicação dos
recursos, assim como os processos de previsão de receitas orçamentária estejam de
acordo com lei no orçamento para haja a execução orçamentária. A LRF trouxe
avanços no tratamento das finanças públicas, em especial no envolvimento entre o
equilíbrio de receitas e despesas orçamentárias, na transparência da gestão e
controle dos financiamentos e investimentos (SANTOS, 2012).
Santiago e Duarte (2006) reforçam a ideia de que é necessário um profundo
conhecimento das receitas que será arrecadada para que os planos de governo
possam se concretizar e o orçamento seja fundamental para elaboração do
planejamento e a realização dos programas e ações do governo.
Nesta perspectiva, Cruz et al. (2009) afirmam que as ações do poder público
em todos entes da esfera governamental são planejados por meio do orçamento
público, em que torna a arrecadação das receitas obrigatórias e a execução das
despesas (gastos públicos) que contribuem para melhoria na área social.
Além do processo do planejamento, as receitas passam por estágios em que
evidencia seu comportamento facilitado para que os gestores tenham o
conhecimento de como será os ingressos dos recursos.
Segundo Machado (2002), entende-se que as fases das receitas estão
relacionadas ao sistema contábil em que são registradas e são divididas em três
fases. Na primeira será realizada uma previsão das receitas para arrecadação de
recursos, sendo fundamental para o processo orçamentário; na segunda fase, é o
lançamento onde o Estado impõe ao cidadão a contribuir, através da aplicação de
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tributos para sociedade. A arrecadação é a ultima fase, em que é reconhecida a
receita, onde são caracterizadas as entradas de recursos financeiros para os cofres
públicos.
É preciso uma correta elaboração orçamentária para arrecadação desses
recursos financeiros, que deverá está em conformidade com os dispositivos
constantes na LRF.
2.1.1 Previsão da Receita Pública
A previsão das receitas públicas torna-se um grande instrumento capaz de
substanciar a elaboração do orçamento, sendo de grande relevância para o
processo orçamentário governamental, assim, Costa (2011, p.14) define que a
previsão das receitas “é parte integrante do processo orçamentário, exercendo um
importante papel para gestão financeira”.
A pesquisa de Santiago e Duarte (2006) define que a previsão é um processo
que fortalece a administração pública para elaborar o orçamento mais próximo da
realidade e da necessidade para fixação de futuras despesas. Os autores retratam
que a estimativa de receitas é um dos fatores que contribui para o equilíbrio das
contas públicas. Rocha (2008) reforça a ideia de que a previsão contribui para o
equilíbrio das contas da administração pública, seja de ente Federal, Estadual ou
Municipal, procurando dimensionar a capacidade governamental para fixar a
despesa.
Estudos realizados por Gonçalves (1998) e Costa (2011) sobre as técnicas de
previsão, ressaltam que existem duas formas para sua realização: as qualitativas e
quantitativas. Contudo, esta pesquisada tratará apenas das técnicas quantitativas,
onde segundo os autores, este método está ligado a equações matemáticas e
estatísticas, enfocando modelos econométricos por regressão, que tem a função de
estimar o nível de desempenho a ser atingido, baseado em dados passados que
permanecem constantes para uma correta projeção.
O governo federal adota uma metodologia para as projeções e estimativas de
receitas, segundo SOF (2013). Esse método procura adaptar o comportamento de
arrecadação de exercícios financeiros anteriores das receitas orçamentarias, e
assim projetar para ano seguinte, com recursos de modelos estatístico e
matemáticos.
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Conforme Zonatto e Hein (2013) as previsões orçamentárias possibilitam ao
gestor público constatar os recursos que são necessários para atender as
necessidades do ente público, e subsidiar o gestor para identificar recursos
necessários para novos investimentos. Ainda segundo os autores estas previsões
devem ser pautadas em dados fidedignos e assim legitimar zelo do gestor público
através de sua elaboração.
A previsão orçamentária projetada por metodologias, capazes de estimar
corretamente dados que podem proporcionar eficácia nos recursos públicos
destinados à população, deve ser planejada adequadamente para que a estimativa
não venha ocasionar uma deficiência na futura arrecadação, provocando um déficit
orçamentário. Esta situação pode acontecer quando o município arrecada menos do
que o previsto. Para Zonatto e Hein (2013, p.103) “uma previsão eficaz, torna-se
possível um planejamento adequado, que por consequência irá proporcionar uma
maior transparência na aplicação dos recursos públicos”.
Rocha (2008) define na sua linha de pesquisa realizada no Estado do Rio
Grande do Norte sobre o nível eficiência da previsão e arrecadação das receitas
públicas. Para este, a previsão de receitas torna-se de qualidade quando são
escolhidas boas técnicas de estimação para elaboração do orçamento, devendo ser
adequada a realidade de cada ente de federação. Segundo Liebel (2004), as
previsões são indispensáveis para a tomada de decisões por parte dos gestores que
dependem das receitas públicas para realização dos programas do governo,
afirmando ainda, que uma previsão aprimorada pode substanciar um orçamento
mais realista.
Diante do exposto a previsão é um processo metodológico ancorado por
ferramentas estatísticas, em que se utilizam de técnicas de eventos passados e
modelagens econométricas, para que se possam atingir previsões que atendam a
uma correta arrecadação futura.
2.2 MODELO KOYCK
Desenvolvido por Leendert Marinus Koyck nos anos de 1954, este modelo
utiliza dados estatísticos de defasagem distribuídos de forma econométrica para
estimar resultados econômicos. O modelo Koyck foi desenvovoldo na pesquisa de
Franses e Oest (2004), em que os autores utilizam o modelo para estabelecer a
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ligação entre as vendas e publicidades, envolvendo variáveis possíveis de fazer uma
comparação das vendas atuais em função de níveis de publicidade atuais e
passados. A transformação de Koyck, como é citada pelos autores foi utilizada para
estimar o nível de eficiencia da publicidade em relação às vendas.
Assim Pineda (1999 Apud Cunha et al. 2013) descreve que o modelo Koyck é
uma regressão linear bivariada que possibilita a estimação de resultado econômicos,
com base nos resultados de períodos anteriores, podendo ser um modelo capaz de
realizar previsões.
Para Martins (2010), o modelo koyck utiliza parâmetros simples para a
realização de projeções, facilitando a realização da estimativa sem perder a sua
estrutura durante o processo de simplificação. Já para Franses e Oest (2004), a
aplicação do modelo na prática de mercado é mais complicada, em que as
estimativas por parâmetros requerem imposição de restrições de parâmetro na rotina
de estimativa mais adequada.
O modelo Koyck adota uma metodologia voltada para econometria, que está
relacionada à metodos matemáticos e estatísticos, que busca conceitos econômicos,
além de utilizar ferramentas de regressão linear multipla. Segundo Ravines (2006), a
transformação de koyck envolve uma restrição paramétrica que deve ser analisada
por razões de sua eficiência e, em segundo lugar, a sua estatística. O autor ressalta
que ao utilizar os modelos de defasagens distribuídas, pode ser necessário assumir
que com a passagem tempos os efeitos dos valores passados podem diminuir.
De acordo com Martins (2010), o Koyck adota a seguinte formula para
realização de estimativas econômicas:
t = i+1t+ i +t
i=0
Equação (1)
A fórmula sofre algumas alterações para uma melhor compreensão da
literatura relacionada ao modelo Koyck, passando a apresentar-se é da seguinte
forma:
Yt = α + β1 t + β1λXt-1+ β1λ2
xt-2+...+β 1 λnt-n +... ɛt
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Equação (2)
Tomando como base a equação acima, e multiplicando toda a mesma por, λ
obtém-se:
λYt-1= λα + λβ1 t-1 + β1 λ2t-2 + ... β1 λ
n-1t-n-1 . +.. +λɛt-1.
Equação (3)
Logo após essa modificação a equação será subtraída apara facilitar o cálculo
dos coeficientes, obtendo-se:
Yt - λYt-1= α(1-λ)+ β1 t + ɛt - λɛt-1
Equação (4)
Dessa forma, depois de formulada a equação, obtém-se a seguinte
expressão:
Yt = α* + λYt-1 + β1 t + ɛ*t
Equação (5)
Sendo que α* = (1- λ) e ɛ*t = ɛt - λɛt-1;
Yt = Valor que se pretendente estimar
α*= Relacionado ao nível de série
t = Variável do tempo
Yt-1 = Valor executado
β1 = relação com a variável independente para cálculo do valor estimado
λ = Controla a influencia do valor registrado, para o período seguinte.
Segundo Martins (2010), esse procedimento foi apresentado por Koyck,
sendo normalmente chamado de transformação de Koyck. O modelo apresentado é
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uma excelente ferramenta para realização de previsão de receitas públicas que
possibilita obter resultados futuros através de cálculos estatísticos.
Existem várias pesquisas voltadas para a utilização desta metodologia em
que busca dentro do modelo da econometria estimar por meio de uma regressão
linear bivariada, a utilização de variáveis que podem chegar a um resultado
econômico que satisfaçam as projeções futuras. Alguns estudos foram
desenvolvidos utilizando o modelo Koyck para análise das relações sobre
publicidade e vendas, economia e agricultura entre outros. Muitos autores em sua
pesquisa retratam que esse modelo pode proporcionar melhores estimativas e
auxiliar os gestores nas projeções futuras. (RAVINES, 2006; MARTINS, 2010;
CUNHA et al. 2013; LEMGRUBER, 1975; FRANSES; OEST, 2004).
Para Lemgruber (1975), a transformação do modelo Koyck traz resultado
satisfatório e encorajador através de métodos de estimação e de estrutura de
retardos distribuídos geometricamente, sem exigir perda nos graus de liberdade e
assim contribuir para a tomada de decisões.
2.3 SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL – SOF NA PESPECTIVA DA
PREVISÃO DAS RECEITAS PÚBLICAS
Para melhor transparência no processo orçamentário da União e em todas as
instâncias do governo, a SOF desenvolve estratégicas para melhorar a efetividade e
o acompanhamento do planejamento e execução orçamentária, garantido com
clareza para sociedade que os compromissos traçados pelo orçamento serão
alcançados.
Conforme o Manual da SOF (2012), a principal atividade desenvolvida pelo
órgão e a coordenação e elaboração do orçamento geral da União, bem como o
acompanhamento de execução e equilíbrio das contas públicas.
Santiago e Duarte (2011) conceituam que para o equilíbrio dessas contas
públicas é preciso que haja uma previsão das receitas capazes de tornar a gestão e
o processo orçamentário eficiente. O autor salienta que a previsão das receitas leva
em contas as suas próprias origens. Assim, os gestores precisam criar suas próprias
metodologias que permitam o conhecimento das receitas no processo de previsão.
A SOF determina em seu manual especifico para elaboração das previsões
das receitas a seguinte posição:
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No âmbito federal, a metodologia de projeção de receitas busca assimilar o comportamento da arrecadação de determinada receita em exercícios anteriores, a fim de projetá-la para o período seguinte, com o auxílio de modelos estatísticos e matemáticos. A busca do modelo dependerá do comportamento da série histórica de arrecadação e de informações fornecidas pelos órgãos orçamentários ou unidades arrecadadoras envolvidos no processo (SOF, 2012).
Diante do exposto, fica evidente que é obrigação da SOF as projeções para
estimativa de receitas, cabendo ao órgão uma correta previsão, para que não
acarrete um déficit na arrecadação da receita. Para Costa (2011), o ente público é
quem estabelece a melhor forma de estimar as receitas. Ainda segundo o autor,
para se projetar essa estimativa é preciso que a metodologia utilizada esteja de
acordo com a espécie da receita orçamentária e avaliado ao modelo matemático
mais adequado conforme série histórica de arrecadação.
A metodologia para projeções conforme o manual é bastante simples e adota
um modelo incremental na previsão das receitas. A metodologia considera como
base de arrecadação o período de recolhimento de exercícios anteriores. A
metodologia pode ser traduzida pela seguinte fórmula:
Pm (t) = A m (T-1) * (1+EP) * (1+EQ) * (1+EL)* (1 + EE)
Equação (6)
Pm (t) = Previsão da Receita mensal no tempo t. (receita estimada)
Am = Arrecadação Mensal
(T-1) = Período anterior
(1+EP) = Variação de Preços - índice de correção da receita por elevação ou queda
de preços;
(1+EQ) = Variação de Quantidade - índice de crescimento real ou decrescimento da
economia
(1+EL) = Efeito Legislação - índice de variação da receita por alteração na legislação;
(1+EE) = Variação do erro na projeção
A previsão realizada pela SOF é feita por sazonalidade, sendo assim, a
projeção dependerá do comportamento da arrecadação ao longo dos meses, e da
serie histórica da arrecadação de outros períodos. A SOF usa como base de cálculo
a arrecadação individualizada mês a mês e faz a estimação para os respectivos
21
meses do ano seguinte, obtendo dessa forma, uma projeção sazonalizada.
2.4 PUBLICAÇÕES RECENTES SOBRE A LINHA DE PESQUISA
O Quadro 01 apresenta um resumo dos principais artigos voltados para a temática do estudo, sendo evidenciados o objetivo, problema e resultados encontrados dos artigos pesquisados.
Quadro 1 – Publicações recentes sobre a linha de pesquisa
Autores Titulo do Artigo Temática abordada e Resultados Encontrados
SCARPIN, Jorge Eduardo; SLOMKI, Valmor. (2000)
A precisão das receitas orçamentárias antes e após a Lei de Responsabilidade Fiscal.
A pesquisa tem por objetivo analisar os orçamentos públicos em uma cidade de médio porte para determinar se a relação entre a receita orçamentária prevista e realizada. Os resultados apresentados mostram que houve uma melhora do relacionamento entre as receitas previstas e as realizadas no período após a implementação da LRF.. Os autores recomendam que seja necessária uma pesquisa mais aprofundada para a verificação das razões que levaram a administração pública a este superdimensionamento da previsão de receitas
SANTANA, Ed Wilson Fernandes de; et al. (2007)
Eficácia Orçamentária Municipal: Os Impactos Produzidos Pela Lei de
Responsabilidade Fiscal.
O Estudo tem como objetivo verificar se os mandamentos da LRF, atrelados a política de planejamento estão sendo utilizados como forma de assegurar que o planejado e orçado se concretize ou se o orçamento ainda continua sendo encarado, por muito, como uma “peça de ficção”, devido à sua pouca utilização na prática.
Os municípios paraibanos não foram impactados pelas normas impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, quando comparado o exercício financeiro de 1999 com o exercício de 2001. Já no exercício de 2004 observou-se que houve diferença, estatisticamente significante, entre o nível de eficácia orçamentária na variação entre as despesas fixadas e as despesas executadas.
CASTANHO, Bernardino Josafat da Silva; HESPANHA BRASIL, Gutemberg; SAMOHYL,
Robert Wayne. (2011)
Previsão de receitas Tributárias: O ICMS do Estado do Espírito Santo
A pesquisa está voltada para uma analise da série temporal da arrecadação do ICMS do Estado do Espírito Santo, no período de 2000 a 2009 e elaborar previsões utilizando modelos econométricos e de séries temporais visando à escolha de um modelo de previsão que melhor se ajuste às características econômicas do ICMS no Estado.
Os resultados da pesquisa concluem que os modelos econométricos utilizados no estudo, apesar das dificuldades de desenvolvimento apresentadas, podem ser aplicados tanto no médio quanto no longo prazo para definição de políticas e planejamento governamental, desde que as variáveis causais sejam relevantes e bem identificadas e existam dados na qualidade e quantidade necessárias.
22
PESSOA, Filipe de Morais Cangussu; CORONEL, Daniel Arruda; LIMA, João Eustáquio de. (2013)
Previsão de arrecadação de ICMS para o estado de Minas Gerais: Uma comparação entre modelos ARIMA e ARFIMA.
A pesquisa tem por objetivo modelar a série de ICMS do Estado de Minas Gerais visando fornecer um modelo apropriado de previsão da série. Utilizou-se como metodologia de análise modelos auto regressivos integrados de médias móveis (ARIMA) e, posteriormente, foi considerada a presença de memória longa mediante modelos auto regressivos fracionários integrados de médias móveis (ARFIMA) com o objetivo de comparar o desempenho de um e outro.
Os critérios de informação CIA e CIB indicaram os modelos ARIMA e ARFIMA como os de melhor ajuste. Na comparação de ambos, o modelo ARIMA superou o modelo ARFIMA nos critérios de desempenho RQEMP, EAMP e CDT, enquanto o modelo ARFIMA foi melhor no critério EAMPP. Os modelos estimados tiveram um bom ajuste aos dados e se mostraram ferramentas úteis para prever valores futuros da série de ICMS.
ZONATTO, Vinicius Costa da; HEIN, Nelson.(2013)
Eficácia da previsão de receitas no orçamento dos municípios Gaúchos: uma investigação empírica dos exercícios de 2005 a 2009
Utilizando a análise de clusters.
Analisaram a eficácia da previsão de receitas no orçamento dos municípios gaúchos no período compreendido entre os exercícios de 2005 e 2009
Concluem que as previsões realizadas pela maioria dos municípios em estudo não foram eficazes. Por consequência, tornou-se necessário aos gestores públicos a realização de ajustes no planejamento realizado, bem como, o reestabelecimento das previsões orçamentárias realizadas e a realocação de recursos, a fim de se evitar penalidades ao gestor, conforme estabelece a Lei de Responsabilidade Fiscal.
ZONATTO, Vinicius Costa da; RODRIHUES JUNIOR, Moacir Manoel; TOLEDO FILHO, Jorge Ribeiro de.(2013)
Aplicação do modelo de Koyck na previsão de Receitas Públicas: uma análise das previsões orçamentárias realizadas
Pelos dez maiores municípios em população no Estado do Rio Grande do Sul.
Verificaram o desempenho do Modelo de Koyck na previsão das receitas públicas dos dez maiores municípios em população do Estado do Rio Grande do Sul, frente ao modelo de previsão atual utilizado por estes municípios.
Os resultados encontrados mostram que, no período analisado (2005 a 2009), o erro médio destes municípios, utilizando-se a metodologia estabelecida pela Secretaria do Orçamento Federal (2010), foi de 14,26%, enquanto que o percentual de erro médio evidenciado a partir da aplicação do modelo Koyck foi de 6,13%. Mesmo não se dispondo de dados históricos de períodos anteriores ao analisado, aos quais os municípios dispunham quando da realização de suas previsões, observa-se que o método de Koyck proporcionou melhores estimativas de receitas.
Fonte: Elaborado pelo autor
23
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 ESCOLHAS DA TIPOLOGIA
Esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de utilizar o modelo Koyck na
previsão das receitas orçamentárias dos municípios mais populosos do estado da
Bahia, com o intuito de comparar este modelo com o adotado pela SOF, frente à
previsão orçamentária. Para alcançar os objetivos deste estudo, foi necessário
realizar uma pesquisa descritiva. Conforme Gil (1996), este tipo de pesquisa
descreve características de determinada população ou fenômeno ou estabelece
relações entre as variáveis.
Quanto à abordagem do problema, a pesquisa está configurada a uma
analise quantitativa. De acordo com Raipp e Beuren (2009), a pesquisa quantitativa
caracteriza-se pela utilização de dados estatísticos, tanto na coleta quanto no
tratamento do estudo. Este estudo buscou verificar a contribuição do modelo Koyck
quanto à eficácia na previsão das receitas orçamentárias dos 12 maiores municípios
baianos.
O procedimento de coleta de dados da pesquisa caracteriza-se como
documental. Segundo Gil (1996), esse tipo de análise são realizados em materiais
que não receberam um tratamento analítico ou que ainda podem ser reelaborados
de acordo com o objeto da pesquisa. O estudo trata os relatórios emitidos pelo
Tribunal de Contas do Estado da Bahia para averiguação da realização de como são
feitas a previsão das receitas públicas dos municípios mais populosos, seguindo
uma ordem decrescente.
Além destas metodologias, foi realiza uma pesquisa bibliográfica em artigos
periódicos, livros, leis, normas e dissertações com o objetivo de enriquecer a
fundamentação teórica e resolver o problema de pesquisa.
3.2 AMOSTRAS DA PESQUISA
O estudo da previsão das receitas públicas foi realizado em 12 municípios do
Estado da Bahia, junto com dados extraídos do sitio do TCM- Tribunal de Contas
dos Municípios. O Estado segundo o IBGE possui 417 municípios, sendo o maior da
região Nordeste. Para o estudo a seleção da amostra foi composta das cidades mais
24
populosas, totalizando 12 cidades amostradas, sendo: Salvador; Feira de Santana;
Vitoria da Conquista; Camaçari; Itabuna; Juazeiro; Ilhéus; Lauro de Freitas; Jequié;
Teixeira de Freitas; Alagoinhas e Barreiras. O Gráfico 01 mostra a composição das
cidades na ordem descrente quanto ao número da população no ano de 2013.
Gráfico 01 – Número da população dos Municípios pesquisados
Fonte: Elaborado pelo autor com base dos dados do IBGE. *Estimativa da populçção do ano de 2013 - IBGE
Buscou-se averiguar a projeção utilizada pela SOF para a realização da
previsão das receitas públicas dos municípios pesquisados. Sendo assim, realizou-
se um levantamento das prestações de contas anuais dos relatórios disponíveis no
sitio do TCM – BA no período de 2000 a 2011, em que foram extraídos os valores da
previsão e arrecadação das receitas. Através dos dados dos relatórios, foi possível
realizar uma nova estimativa nas receitas orçamentárias, utilizando o modelo Koyck.
Vale ressaltar, que não foi possível realizar novas estimativas para o ano de
2012, visto que no portal do TCM – BA, até a presente data da realização desta
pesquisa, não foram encontrados dados suficientes para a realização da pesquisa
no referido ano, ressaltando que não foram divulgadas as contas do governo no
período citado pelos municípios desta pesquisa.
O modelo Koyck trabalha com dados de eventos passados no espaço
temporal no qual se quer prever no futuro. A previsão das receitas orçamentárias foi
25
realizada nesta pesquisa através de informações baseada nos resultados dos anos
2000 a 2011 dos municípios pesquisados. Para a realização desta previsão será
utilizada uma análise estatística de regressão, com base dos coeficientes adotados
pelo modelo Koyck. Desta forma, a previsão realizada de cada município deste
estudo, foi da seguinte forma descrita na Tabela 01:
Tabela 01: Receitas Arrecadadas por ano dos Municípios Pesquisados
Fonte: Elaborado pelo autor
Para resposta do problema da pesquisa, as projeções dos respectivos
municípios foram recalculadas com base nos anos analisados, através de uma
analise de regressão de acordo com o modelo Koyck. Depois de realizadas as novas
projeções os resultados encontrados foram comparados com a projeção realizada
pela metodologia adotada pela Secretaria de Orçamento Federal, utilizada pelos
municípios analisados nesta pesquisa.
3.3 HIPÓTESES
Foram propostas hipóteses que subsidiam os questionamentos do estudo
com a finalidade de alcançar os objetivos e o alinhamento do problema da pesquisa.
Duas hipóteses nortearam o desenvolvimento desta pesquisa, sendo:
A primeira hipótese, denominada H1, estabelece que existem erros nas
Ano da Previsão Receita arrecada dos anos compreendidos entre:
2000 1998 a 2000
2001 1999 a 2000
2002 1999 a 2001
2003 1999 a 2002
2004 1999 a 2003
2005 1999 a 2004
2006 1999 a 2005
2007 1999 a 2006
2008 1999 a 2007
2009 1999 a 2008
2010 1999 a 2009
2011 1999 a 2010
26
previsões orçamentárias realizadas pelos municípios em estudo que adotam a
metodologia realizada pela SOF, comparado a outros modelos de defasagem
distribuídos (ARDL) utilizados para realizar previsão orçamentária.
A sustentação dessa hipótese está ancorada no fato de quando se realiza a
previsão de receitas por estimativa ela está suscetível a erros por sazonalidade por
utilizar um período de dados históricos insuficiente. A utilização de outra metodologia
para a realização de nova previsão, pode comprovar a hipótese por se tratar de
modelos econométricos auto regressivos capazes de diminuir os erros de previsão
das receitas.
A Segunda Hipótese - H2 - estabelece que quanto mais dados de eventos
passados forem utilizados para realizar a previsão, maior terá uma projeção
adequada para a execução de receitas.
Espera-se que ao utilizar períodos maiores de arrecadação de anos
anteriores para realizar as projeções das receitas públicas com o modelo proposto
pela pesquisa, a previsão esteja pautada em dados fidedignos capazes de
proporcionar aos gestores melhores previsões das receitas que serão arrecadadas
nos próximos anos.
O modelo proposto pela pesquisa utiliza a metodologia de Koyck, que
trabalha com modelo auto regressivo e equação linear bivariada, capaz de realizar
uma estimação baseada em dados de eventos passados maiores que o adotado
pela SOF, proporcionado eficácia nas previsões das receitas públicas.
Estudo realizado por Zonatto et al. (2012) descreve que o método de Koyck é
uma excelente ferramenta de previsão e auxilio para tomada de decisões, que utiliza
com base a técnica de Regressão Linear Múltipla, em que pode utilizar de um
grande número de observações com dados de eventos passados, possibilitando a
minimização dos efeitos da sazonalidade e os erros nas previsões das receitas
orçamentárias.
As hipóteses apresentadas serão comprovadas ou rejeitadas, conforme
dados das contas dos municípios citados na pesquisa e pelo novo modelo adotado
neste estudo para a realização de novas previsões de receitas.
27
4. ANÁLISE DOS DADOS
Neste capitulo são apresentados os resultados da pesquisa. Inicialmente são
tratados os dados coletados da caracterização dos municípios pesquisados e em
seguida, os resultados encontrados através da aplicação da metodologia de Koyck
nas receitas públicas. Por fim, os resultados das hipóteses obtidos pela utilização de
técnicas estatísticas por meio dos dados coletados.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS CIDADES ANALISADAS
A metodologia proposta pela pesquisa busca analisar as previsões das
receitas públicas das 12 (dozes) maiores cidades em população do Estado da Bahia.
A análise iniciou pela coleta de dados, conforme o objetivo traçado pela pesquisa
que é verificar a eficácia do modelo Koyck na previsão das receitas públicas nos
municípios, comparado ao modelo adotado pela Secretaria de Orçamento Federal.
Após os dados coletados, seguiu-se na analise dos resultados.
Inicialmente, os municípios analisados estão discriminados na Tabela 02, sua
caracterização é apresentada quanto ao número da população e a área da unidade
territorial, sendo que os municípios ocupam 4,94% da população do Estado da
Bahia.
Tabela 02: Cidades Analisadas
Município População
2010
Área da unidade
Territorial (km2)
% da População do Estado
% da Área do
Estado
Salvador 2.675.656 693 19,09% 0,12%
Feira de Santana 556.642 1.338 3,97% 0,24%
Vitoria da Conquista 306.866 3.357 2,19% 0,59%
Camaçari 242.970 785 1,73% 0,14%
Itabuna 204.667 432 1,46% 0,08%
Juazeiro 197.965 6.501 1,41% 1,15%
Ilhéus 184.236 1.760 1,31% 0,31%
Lauro de Freitas 163.449 57 1,17% 0,01%
Jequié 151.895 3.227 1,08% 0,57%
Alagoinhas 141.949 752 1,01% 0,13%
Teixeira de Freitas 138.341 1.164 0,99% 0,21%
Barreiras 137.427 7.859 0,98% 1,39%
Total 5.102.063 28.125 36,39% 4,94%
Fonte: IBGE
28
Vale ressaltar que o Estado da Bahia, segundo o IBGE possui 417
municípios. É relevante destacar que a amostra desta pesquisa concentra-se em
36,39% da população do Estado, contribuindo fortemente com o crescimento
econômico e financeiro.
Salvador é a cidade que possui o maior número em população tendo
aproximadamente 19,09% de habitantes. Por ser a capital do Estado, tem fortes
influências na arrecadação das receitas públicas do mesmo, sendo o maior em
arrecadação de impostos municipais.
Em relação à área territorial dos municípios desta pesquisa, concentra-se
aproximadamente de 4,94% do território total do Estado, fato que não dificulta o
desenvolvimento desta pesquisa, visto que os municípios são os maiores em
população do Estado da Bahia, onde contribuem fortemente com crescimento
econômico do estado.
4.2 ANÁLISE DOS ERROS MÉDIO NA PREVISÃO DAS RECEITAS DOS
MUNICÍPIOS
Após análise da configuração dos 12 (dozes) maiores municípios baianos em
população, prosseguiu-se com a aplicação do modelo Koyck nas informações
coletadas da previsão orçamentária destes municípios. As informações geradas pela
análise e os resultados encontrados a partir da aplicação da metodologia do modelo
Koyck previstos nos valores das receitas dos anos de 2000 a 2011, foram
comparadas com a previsão realizadas pelos municípios.
De posse dos resultados da análise dos 12 municípios, foram discriminados
os erros auferidos a partir da aplicação do Koyck comparado aos erros da
metodologia utilizada pelos municípios. Nas tabelas abaixo serão evidenciados os
resultados referentes de cada município desta pesquisa, analisando a melhor
metodologia para previsão das receitas dos anos analisados.
4.2.1 Resultados dos 12 municípios para identificação da melhor Metodologia
para Previsão.
Os resultados da analise da previsão orçamentária da cidade de Salvador são
evidenciados na Tabela 03. Nesta tabela estão discriminadas a previsão e
29
arrecadação das receitas na utilização das duas metodologias tanto de Koyck
quanto adotada pelo município.
Tabela 03: Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Salvador
Ano Receita
Estimada – SOF
Receita Estimada –
Koyck
Receita Arrecadada
Erro da Prev. realizada pelo
Município.
Erro da prev. do Modelo
Koyck
% erro Municip.
% erro Koyck
Melhor previsão
2000 1.104.000.000 952.079.000 840.296.095,29 -263.703.904,71 -111.782.904,7 -23,89% -11,74% Koyck
2001 985.152.000 945.080.000 926.232.758,00 -58.919.242,00 -18.847.242 -5,98% -1,99% Koyck
2002 1.249.569.000 1.333.099.000 1.022.732.339,03 -226.836.660,97 -310.366.661 -18,15% -23,28% SOF
2003 1.194.349.000 1.223.788.000 1.080.316.426,00 -114.032.574,00 -143.471.574 -9,55% -11,72% SOF
2004 1.503.638.000 1.355.890.000 1.220.413.718,90 -283.224.281,10 -135.476.281,1 -18,84% -9,99% Koyck
2005 1.493.488.000 1.382.896.000 1.352.581.368,75 -140.906.631,25 -30.314.631,25 -9,43% -2,19% Koyck
2006 2.004.508.000 1.564.877.000 1.729.278.473,00 -275.229.527,00 164.401.473 -13,73% 10,51% Koyck
2007 2.313.074.000 2.417.321.000 2.242.131.611,00 -70.942.389,00 -175.189.389 -3,07% -7,25% SOF
2008 2.842.898.000 2.519.591.000 2.573.007.359,00 -269.890.641,00 53.416.359 -9,49% 2,12% Koyck
2009 2.903.253.000 2.697.219.000 2.741.264.926,00 -161.988.074,00 44.045.926 -5,58% 1,63% Koyck
2010 3.638.455.000 2.794.628.000 3.006.497.420,56 -631.957.579,44 211.869.420,6 -17,37% 7,58% Koyck
2011 3.882.218.000 3.123.576.000 3.609.076.397,40 -273.141.602,60 485.500.397,4 -7,04% 15,54% SOF
Fonte: Resultados da Pesquisa
Conforme a Tabela 03 referente ao município de Salvador, é apresentada as
diferenças das estimadas das receitas entre a metodologia de Koyck e da SOF
adotada pelo município. Ainda nessa tabela são demonstradas as diferenças em
relação aos erros médios de previsão das receitas realizada pelas duas
metodologias. É possível verificar que o município tem um percentual de erro
elevado no ano de 2000, que é de 23,89 pontos percentuais, comparado ao erro
médio do modelo Koyck, que é de 11,74 pontos percentuais, uma diferença de
12,15% de erro na previsão.
É relevante destacar que no ano de 2001 a previsão realizada pelo município
teve um valor abaixo relacionado ao do ano anterior, isso devido ao valor
arrecadado em 2000, que serve de base para estimativa deste ano. De acordo com
relatório de gestão do município essa queda tanto na previsão quanto na
arrecadação do ano de 2001, ocorreu porque o município estava se adequando a
LRF, bem como o uso de técnicas capazes de realizar uma projeção nas receitas
que não estivesse de acordo com a lei.
De modo geral, os resultados encontrados na análise da previsão das receitas
do município dos anos evidenciados na Tabela 03 apontam que os erros médios do
percentual do município possuem um valor médio de 11,83%, comparada ao modelo
30
Koyck que erro o percentual da previsão é de 8,79%, com diferença mínima de 3,04
pontos percentuais.
Mas ao analisar a previsão por ano, o modelo Koyck proporcionou melhores
estimativas. Dos 12 anos analisados entre o período de 2000 a 2011, o modelo
Koyck obteve melhor previsão em 8 (oito) anos, contra 4 (quatro) anos da previsão
adotada pelo município. Configurando assim, que neste município o modelo Koyck
proporcionou melhor previsão.
Na Tabela 04 são evidenciados os resultados referentes às estimativas e
arrecadação do município de Feira de Santana.
Tabela 04: Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Feira de Santana
Ano Receita
Estimada – SOF
Receita Estimada -
Koyck
Receita Arrecadada
Erro da prev. realizada pelo
Município
Erro da prev. do modelo
Koyck
% erro município
% erro Koyck
Melhor previsão
2000 104.115.000 ---- ---- ------ ---- ----- ---- ----
2001 111.600.000 127.487.000 125.685.076,79 14.085.076,79 -1.801.923,21 12,62% -1,41% Koyck
2002 183.700.000 149.355.000 135.236.516,18 -48.463.483,82 -14.1184.83,82 -26,38% -9,45% Koyck
2003 209.578.188 158.798.000 153.405.170,05 -56.173.017,95 -5.392.829,95 -26,80% -3,40% Koyck
2004 217.487.297 235.172.000 219.090.391,24 1.603.094,24 -1.608.1608,76 0,74% -6,84% SOF
2005 257.048.273 255.784.000 268.455.793,71 11.407.520,71 12.671.793,71 4,44% 4,95% SOF
2006 287.534.235 312.578.000 297.020.382,43 9.486.147,43 -15.557.617,57 3,30% -4,98% SOF
2007 364.765.640 344.589.000 359.561.647,43 -5.203.992,57 14.972.647,43 -1,43% 4,35% SOF
2008 424.102.426 465.129.000 436.285.313,46 12.182.887,46 -28.843.686,54 2,87% -6,20% SOF
2009 456.889.603 489.716.000 438.243.049,34 -18.646.553,66 -51.472.950,66 -4,08% -10,51% SOF
2010 483.096.636 512.818.000 519.448.324,07 36.351.688,07 6.630.324,07 7,52% 1,29% Koyck
2011 637.653.683 581.978.000 566.575.163,10 -71.078.519,90 -15.402.836,9 -11,15% -2,65% Koyck
Fonte: Resultados da Pesquisa
Neste bloco da pesquisa observa, que a Tabela 04 demonstra que a melhor
previsão para estimativas das receitas é a metodologia adotada pelo município, em
que dos 11 (onze) anos analisados desta cidade, a metodologia do modelo Koyck
proporcionou melhores estimativas em apenas 5 (cinco) anos (2001, 2002, 2003,
2010 e 2011), em relação a estimativa do município que conforme a tabela trouxe
melhores estimativas. Vale ressaltar que ao calcular o erro médio dos anos das
previsões das receitas o modelo Koyck possui um percentual de erros de 5,09%,
diferente dos erros médios encontrados com utilização da metodologia adotada pelo
município que é de 9,21%, uma diferença de 4,12% de erros médios de previsão.
Esse fato justifica-se que no ano 2003, houve uma grande diferença no
percentual de erros entre o modelo Koyck e a estimativa realizada pelo município,
31
que é 23,40%. Nesse ano a metodologia de Koyck apresentou uma melhor
estimativa das receitas, diminuindo os erros de previsão. No ano anterior (2002), a
metodologia de Koyck ofereceu uma melhor estimativa, com uma diferença de
16,93%. É relevante destacar que no ano de 2000 não teve valores da arrecadação
do ano, o Tribunal de Contas não divulgou os valores referente à arrecadação do
ano 2000, neste mesmo ano as contas do governo deste município foram rejeitadas,
encontrando irregularidades em relação ao Balanço Orçamentário, em que estão
discriminadas as receitas arrecadadas.
Desta forma a metodologia que proporcionou eficácia nas previsões das
receitas públicas em relação ao cálculo do erro médio foi o modelo Koyck. Ao
analisar por ano o modelo adotado pelo município obteve a melhor previsão.
A tabela 05 analisa os resultados da cidade de Vitoria da Conquista.
Tabela 05: Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Vitoria da Conquista
Ano Receita
Estimada – SOF
Receita Estimada -
Koyck
Receita Arrecadada
Erro da prev. realizada pelo
município
Erro da prev. do modelo
Koyck
% erro Munic.
% erro Koyck
Melhor Previsão
2000 129.199.826,00 99.077.000 80.967.924,23 -48.231.901,77 -18.109.075,77 -37,33% -
18,28% Koyck
2001 -------- 101.002.000 93.015.105,54 93.015.105,54 -7.986.894,46 --- -7,91% ----
2002 122.878.300,00 107.295.000 103.887.881,19 -18.990.418,81 -3.407.118,81 -15,45% -3,18% Koyck
2003 124.303.754,84 124.915.000 117.728.788,54 -6.574.966,30 -7.186.211,46 -5,29% -5,75% SOF
2004 215.099.670,89 195.444.000 164.426.788,20 -50.672.882,69 -31.017.211,8 -23,56% -
15,87% Koyck
2005 208.233.434,44 206.879.000 196.519.017,26 -11.714.417,18 -10.359.982,74 -5,63% -5,01% Koyck
2006 208.465.053,25 217.099.000 187.482.891,73 -20.982.161,52 -29.616.108,27 -10,07% -
13,64% SOF
2007 222.959.581,41 257.097.000 223.589.081,75 629.500,34 -33.507.918,25 0,28% -
13,03% SOF
2008 260.156.154,46 269.839.000 276.458.981,35 16.302.826,89 6.619.981,35 6,27% 2,45% Koyck
2009 304.646.184,00 281.002.000 273.981.300,79 -30.664.883,21 -7.020.699,21 -10,07% -2,50% Koyck
2010 317.837.363,77 353.744.000 317.994.085,23 156.721,46 -35.749.914,77 0,05% -
10,11% SOF
2011 343.255.857,34 370.849.000 380.168.595,99 36.912.738,65 9.319.595,99 10,75% 2,51% Koyck
Fonte: Resultados da Pesquisa
Identifica-se que os erros médios da previsão das receitas deste município em
relação à metodologia de Koyck e a adotada pelo município, apresentou uma
diferença de erros médios de 2,99 pontos percentuais. Sendo que a metodologia
desenvolvida por Koyck ofereceu um melhor desempenho nas previsões de 8,35%
erros médio, já a estimativa realizada pelo município teve um percentual de erros
médio de 11,34%. Observa-se que no ano de 2000 as duas metodologias utilizadas
para a previsão das receitas obtiveram o percentual de erros elevados. A diferença
32
de erros médios entre as metodologias foi de 19,05%, em que o modelo Koyck
proporcionou eficácia na previsão comparado ao modelo utilizado pelo município.
Na Tabela 06 são evidenciados os resultados do município de Camaçari. A
Tabela 06 demonstra as receitas do município de Camaçari e os resultados
encontrados utilizando as metodologias desta pesquisa.
Tabela 06: Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Camaçari
Ano Receita
Estimada - SOF
Receita Estimada –
koyck
Receita Arrecadada
Erro da prev. realizada pelo
município
Erro da prev. do modelo
Koyck
% erro município
% erro Koyck
Melhor
previsão
2000 171.500.000,00 213.875.000 206.972.126,46 35.472.126,46 -690.2873,54 20,68% -3,23% Koyck
2001 233.083.066,00 242.562.000 248.989.411,83 15.906.345,83 642.7411,83 6,82% 2,65% Koyck
2002 276.471.978,00 258.348.000 238.809.412,17 -37.662.565,83 -19.538.587,83 -13,62% -7,56% Koyck
2003 292.658.640,00 269.389.000 235.861.869,25 -56.796.770,75 -33.527.130,75 -19,41% -
12,45% Koyck
2004 292.715.979,00 319.241.000 288.168.824,55 -4.547.154,45 -31.072.175,45 -1,55% -9,73% SOF
2005 298.667.688,00 349.255.000 354.658.448,15 55.990.760,15 5.403.448,15 18,75% 1,55% Koyck
2006 353.103.918,91 380.901.000 408.760.186,24 55.656.267,33 27.859.186,24 15,76% 7,31% Koyck
2007 438.743.519,75 481.538.000 479.611.646,74 40.868.126,99 -1.926.353,26 9,31% -0,40% Koyck
2008 487.653.594,00 510.955.000 534.669.689,65 47.016.095,65 23.714.689,65 9,64% 4,64% Koyck
2009 556.566.183,00 598.265.000 476.062.671,91 -80.503.511,09 -12.220.2328,1 -14,46% -
20,43% SOF
2010 559.688.312,00 619.461.000 609.053.369,14 49.365.057,14 -10.407.630,86 8,82% -1,68% Koyck
2011 614.861.039,75 639.209.000 690.495.507,86 75.634.468,11 51.286.507,86 12,30% 8,02% Koyck
Fonte: Resultados da pesquisa
Na cidade de Camaçari, ao serem analisados os resultados encontrados, as
previsões das receitas públicas obteve-se o melhor desempenho com a aplicação do
modelo Koyck, que proporcionou melhores estimativas, cerca de 80% dos anos
analisados. No ano de 2000, período em que a LRF foi promulgada para que
houvesse um equilíbrio orçamentário nas contas de todos os entes federais, o
modelo Koyck obteve um menor erro médio em comparação à estimativa realizada
pelo município, tendo uma diferença média de erros de 17,45 pontos percentuais,
evidenciando que o município não possui ferramentas suficientes para prever a
realidade do município. As técnicas utilizadas para as estimativas precisam estar
compatíveis com a capacidade de arrecadação do município. Assim o modelo Koyck
possui técnicas econométricas capazes de realizar estimativas nas receitas do
município.
Conforme tabela 07, são demonstrados os resultados referentes à Cidade de
Itabuna.
33
Tabela 07: Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Itabuna
Ano Receita
Estimada – SOF
Receita Estimada –
Koyck
Receita Arrecadada
Erro da prev realizada pelo
município
Erro da prev do modelo
Koyck
% erro munic.
% erro Koyck
Melhor previsã
o
2000 82.134.000,00 73.229.000 60.195.118,77 -21.938.881,23 -13.033.881,23 -26,71% -17,80% Koyck
2001 92.946.300,00 81.983.000 77.515.049,48 -15.431.250,52 -4.467.950,52 -16,60% -5,45% Koyck
2002 101.094.000,00 108.529.000 100.610.282,48 -483.717,52 -7.918.717,52 -0,48% -7,30% SOF
2003 134.000.000,00 119.273000 106.129.518,65 -27.870.481,35 -13.143.481,35 -20,80% -11,02% Koyck
2004 170.000.000,00 164.639.000 146.857.845,24 -23.142.154,76 -17.781.154,76 -13,61% -10,80% SOF
2005 180.000.000,00 169.592.000 153.789.799,66 -26.210.200,34 -15.802.200,34 -14,56% -9,32% Koyck
2006 168.459.400,00 173.289.000 175.686.724,16 7.227.324,16 2.397.724,16 4,29% 1,38% Koyck
2007 198.828.100,00 219.477.000 199.117.100,33 289.000,33 -20.359.899,67 0,15% -9,28% SOF
2008 248.081.920,00 229.297.000 228.575.302,43 -19.506.617,57 -721.697,57 -7,86% -0,31% Koyck
2009 249.508.061,84 237.829.000 170.348.722,19 -79.159.339,65 -67.480.277,81 -31,73% -28,37% Koyck
2010 280.117.164,72 241.539.000 190.715.224,13 -89.401.940,59 -50.823.775,87 -31,92% -21,04% Koyck
2011 401.624.000,00 285.090.000 251.433.272,59 -150.190.727,41 -33.656.727,41 -37,40% -11,81% Koyck
Fonte: Resultados da Pesquisa
Ao verificar os resultados da pesquisa na cidade de Itabuna, conforme a
Tabela 07, a diferença entre a receita estimada pelo município comparada a
metodologia de Koyck, que trata de dados econométricos auto regressivo, observa-
se que este modelo proposto pela pesquisa adequa-se a realizar melhores previsões
das receitas para este município. A metodologia de Koyck ofereceu melhor índices
estimados, se comparado a metodologia utilizada pelo município que é de 6,02
pontos percentuais, o que não chega ser um erro muito elevado comparado a outros
resultados realizados por alguns municípios desta pesquisa. Observa-se que o
Koyck possui um erro médio de 11,15 pontos percentuais e já a metodologia
utilizada pelo município o erro médio tem aproximadamente 17,17 pontos
percentuais.
São apresentados os resultados da cidade de Juazeiro, conforme
demonstrado na Tabela 08.
Tabela 08: Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Juazeiro
Ano Receita
Estimada – sof
Receita Estimada -
koyck
Receita Arrecadada
Erro da prev realizada pelo
municp
Erro da prev do modelo
koyck
% erro municip
% erro koyck
melhor previsão
2000 61.158.100,00 719.220.00 49.031.284,18 -12.126.815,82 -22.890.715,82 -19,83% -
31,83% SOF
2001 58.904.700,00 74.875.000 56.524.225,71 -2.380.474,29 -18.350.774,29 -4,04% -
24,51% SOF
2002 87.929.000,00 79.319.000 77.330.992,77 -10.598.007,23 -1.988.007,23 -12,05% -2,51% Koyck
2003 106.826.327,00 87.514.000 89.190.536,81 -17.635.790,19 1.676.536,81 -16,51% 1,92% Koyck
2004 107.152.800,00 118.927.000 128.870.671,32 21.717.871,32 9.943.671,32 20,27% 8,36% Koyck
Continua
34
Conclusão
Tabela 8: Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Juazeiro
Ano Receita
Estimada – sof
Receita Estimada –
koyck
Receita Arrecadada
Erro da prev realizada pelo
municp
Erro da prev do modelo
koyck
% erro municip
% erro koyck
melhor previsão
2005 125.733.790,00 124.565.600 129.440.657,32 3.706.867,32 4.875.057,32 2,95% 3,91% SOF
2006 142.260.000,00 140.836.000 138.159.623,38 -4.100.376,62 -2.676.376,62 -2,88% -1,90% Koyck
2007 162.482.000,00 157.822.000 148.772.336,72 -13.709.663,28 -9.049.663,28 -8,44% -5,73% Koyck
2008 235.849.500,00 200.914.000 217.805.604,72 -18.043.895,28 16.891.604,72 -7,65% 8,41% SOF
2009 ----- ----- ___ ------ ------ -- - ------
2010 300.043.250,00 250.871.000 260.224.731,32 -39.818.518,68 9.353.731,32 -13,27% 3,73% Koyck
2011 327.900.000,00 300.577.000 313.248.523,40 -14.651.476,60 12.671.523,4 -4,47% 4,22% Koyck
j Fonte: Resultados da Pesquisa
De acordo com dados contidos na Tabela 08, referentes ao município de
Juazeiro, as variáveis indicam que a metodologia utilizada pela SOF aponta um erro
médio de 10,21%, enquanto que é o modelo Koyck utilizado nesta pesquisa, o erro
médio é de 8,82%, uma diferença mínima de 1,39 pontos percentuais.
Verifica-se que no ano de 2009 não possui dados para realização de
projeções para estimar as receitas no período, conforme pesquisado no TCM-BA.
Os dados estão indisponíveis por ordem judicial, prejudicando assim realização da
pesquisa no ano de 2009 nesse município.
O modelo Koyck demostrou através dos dados a melhor metodologia,
comparado ao do município que apresentou o bom desempenho em apenas 4
(Quatro) anos (2000, 2001, 2005 e 2008) dos 11(onze) anos analisados desta
cidade.
Os resultados da cidade de Ilhéus são evidenciados na Tabela 09,
demonstrando a margem de erros das metodologias utilizadas na pesquisa.
Tabela 09: Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Ilhéus
Ano Receita
Estimada – SOF
Receita Estimada -
koyck
Receita Arrecadada
Erro da prev realizada pelo
municp
Erro da prev do modelo
koyck
% erro municip
% erro koyck
Melhor previsão
2000 92.230.000,00 70.978.000 65.031.922,41 -27.198.077,59 -5.946.077,59 -29,49% -8,38% Koyck
2001 98.000.000,00 79.855.000 75.038.036,27 -22.961.963,73 -4.816.963,73 -23,43% -6,03% Koyck
2002 110.600.000,00 88.915.000 97.919.173,38 -12.680.826,62 9.004.173,38 -11,47% 10,13% Koyck
2003 138.267.560,00 102.759.000 92.425.517,03 -45.842.042,97 -10.333.482,97 -33,15% -10,06% Koyck
Continua
35
Conclusão
Tabela 9: Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Ilhéus
Ano Receita
Estimada – SOF
Receita Estimada -
Koyck
Receita Arrecadada
Erro da prev. realizada pelo
município
Erro da prev. do modelo
Koyck
% erro município
% erro koyck
melhor previsão
2004 144.701.000,00 133.471.000 108.012.764,34 -36.688.235,66 -25.458.235,66 -25,35% -19,07% Koyck
2005 160.100.000,00 141.790.000 119.122.295,53 -40.977.704,47 -22.667.704,47 -25,60% -15,99% Koyck
2006 145.845.387,00 151.217.000 132.211.243,06 -13.634.143,94 -19.005.756,94 -9,35% -12,57% SOF
2007 160.500.000,00 159.873.000 136.629.614,34 -23.870.385,66 -23.243.385,66 -14,87% -14,54% Koyck
2008 181.887.000,00 169.591.000 177.510.893,43 -4.376.106,57 7.919.893,43 -2,41% 4,67% SOF
2009 234.857.639,03 190.539.000 190.718.100,12 -44.139.538,91 179.100,12 -18,79% 0,09% Koyck
2010 258.343.402,93 200.715.910 206.209.897,04 -52.133.505,89 5.493.987,04 -20,18% 2,74% Koyck
2011 289.344.611,28 213.916.000 226.003.992,40 -63.340.618,88 12.087.992,4 -21,89% 5,65% Koyck
Fonte: Resultados da pesquisa
A Tabela 09 apresenta os resultados da cidade de Ilhéus, a melhor previsão
segundo demostrado na tabela é a metodologia desenvolvida por Koyck (1954). Esta
vem demonstrando nos resultados dos municípios anteriores a melhor metodologia
para uma adequada previsão das receitas. Trata-se de uma metodologia que utiliza
dados de eventos passados no espaço amostral de tempo maior, que o adotado
pelo município que utiliza apenas os três últimos anos de arrecadação. A
metodologia de Koyck utiliza uma regressão linear bivariada com técnicas da
econometria, já a metodologia do município são técnicas para cálculo de regressão
simples e curto espaço amostral, e pode acarretar erros nas previsões das receitas e
apresentando um déficit na arrecadação. Conforme essa tabela, a diferença de erros
médios entre as duas metodologias foi de 10,5 pontos percentuais, em que o modelo
Koyck tem a aproximadamente 9,16% de erros percentuais, e a SOF uma média de
19,66% de erros na previsão.
Na tabela 10 encontra-se a análise dos resultados da Cidade de Lauro de
Freitas, referente os erros médios da previsão.
Tabela 10: Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Lauro de Freitas
Ano Receita
Estimada – SOF
Receita Estimada -
Koyck
Receita Arrecadada
Erro da prev. realizada pelo
municp.
Erro da prev. do modelo
Koyck
% erro municip
% erro koyck
Melhor previsão
2000 85.930.000,00 66.790.000 53.848.510,42 -32.081.489,58 -12.941.489,58 -37,33% -19,38% Koyck
2001 79.260.000,00 77.312.000 55.636.247,55 -23.623.752,45 -21.675.752,45 -29,81% -28,04% Koyck
2002 86.890.000,00 82.519.000 67.569.028,22 -19.320.971,78 -14.949.971,78 -22,24% -18,12% Koyck
2003 80.030.000,00 91.529.000 70.458.012,40 -9.571.987,60 -21.070.987,6 -11,96% -23,02% SOF
Continua
36
Conclusão
Tabela 10: Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Lauro de Freitas
Ano Receita
Estimada – SOF
Receita Estimada -
koyck
Receita Arrecadada
Erro da prev realizada pelo
municp
Erro da prev do modelo
koyck
% erro municip
% erro koyck
Melhor previsão
2004 102.280.000,00 10.9759.000 8.543.351,56 -93.736.648,44 -101.215.648,4 -91,65% -92,22% SOF
2005 119.117.000,00 112.576.000 105.335.669,23 -13.781.330,77 -7.240.330,77 -11,57% -6,43% Koyck
2006 133.500.000,00 125.382.000 128.394.594,84 -5.105.405,16 3.012.594,84 -3,82% 2,40% Koyck
2007 153.101.805,00 151.876.000 167.231.568,02 14.129.763,02 15.355.568,02 9,23% 10,11% SOF
2008 239.975.576,00 193.644.000 207.277.130,15 -32.698.445,85 13.633.130,15 -13,63% 7,04% Koyck
2009 263.236.000,00 229.617.000 217.161.588,37 -46.074.411,63 -12.455.411,63 -17,50% -5,42% Koyck
2010 269.979.000,00 243.946.000 251.330.013,51 -18.648.986,49 7.384.013,51 -6,91% 3,03% Koyck
2011 320.696.118,00 289.392.000 298.677.015,28 -22.019.102,72 9.285.015,28 -6,87% 3,21% Koyck
Fonte: Resultados da Pesquisa
Na cidade de Lauro de Freitas a Tabela 10 demonstra os resultados da
pesquisa, apresentando a melhor previsão de acordo a metodologia proposta. Ao
analisar a coluna de erros médios de previsão dos municípios, constatou-se que o
percentual de erros chegou a 21,87%, enquanto que o modelo Koyck tem
aproximadamente um percentual de erros de 18,20%, uma diferença de 3,67 pontos
percentuais, de uma metodologia comparada com a outra. É relevante destacar que
ambos têm uma margem de erros bem alta.
No ano de 2004, ocorreu um elevado índice de percentual de erros nas duas
metodologias, isso devido um déficit de arrecadação que ocorreu no mesmo ano. A
previsão da receita foi auto estimada comparada a arrecadação. Segundo o parecer
do TCM – BA, ao analisar as contas da cidade, houve irregularidades no relatório
apresentado ao órgão fiscalizador, bem como ao não cumprimento da Lei 4.320/64 e
Lei Complementar de 101/2000, referente a previsão e arrecadação orçamentária.
Mesmo com índice erros elevados no ano de 2004, o modelo Koyck pode
proporcionar melhores estimativas das receitas no município.
A Tabela 11 verifica os resultados da pesquisa referente ao município de
Jequié.
Tabela 11: Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Jequié
Ano Receita
Estimada – SOF
Receita Estimada –
Koyck
Receita Arrecadada
Erro da prev. realizada pelo
município
Erro da prev. do modelo
Koyck
% erro municip
% erro koyck
Melhor previsão
2000 41.816.000,00 51.879.000 45.176.501,49 3.360.501,49 -6.702.498,51 8,04% -
12,92% SOF
2001 55.931.150,00 59.297.000 60.814.010,56 4.882.860,56 1.517.010,56 8,73% 2,56% Koyck
2002 65.250.760,00 69.301.000 66.781.530,63 1.530.770,63 -2.519.469,37 2,35% -3,64% SOF
2003 78.551.590,00 75.267.000 69.241.389,17 -9.310.200,83 -6.025.610,83 -11,85% -8,01% Koyck
Continua
37
Conclusão
Tabela 11: Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Jequié
Ano Receita
Estimada – sof
Receita Estimada –
koyck
Receita Arrecadada
Erro da prev. realizada pelo
município
Erro da prev. do modelo
koyck
% erro municip
% erro koyck
Melhor previsão
2004 73.789.200,00 81.490.000 90.385.184,82 16.595.984,82 8.895.184,82 22,49% 10,92% Koyck
2005 86.646.418,00 90.191.000 103.183.255,69 16.536.837,69 12.992.255,69 19,09% 14,41% Koyck
2006 82.603.765,00 105.918.000 119.023.575,95 36.419.810,95 13.105.575,95 44,09% 12,37% Koyck
2007 131.611.234,80 128.059.000 150.162.922,09 18.551.687,29 22.103.922,09 14,10% 17,26% SOF
2008 148.463.799,00 151.298.000 167.366.353,55 18.902.554,55 16.068.353,55 12,73% 10,62% Koyck
2009 189.484.339,00 174.295.000 163.086.765,24 -26.397.573,76 -11.208.234,76 -13,93% -6,43% Koyck
2010 200.461.191,00 186.712.000 178.513.671,59 -21.947.519,41 -8.198.328,41 -10,95% -4,39% Koyck
2011 209.104.500,00 200.527.000 203.874.098,64 -5.230.401,36 3.347.098,64 -2,50% 1,67% Koyck
Fonte: Resultados da Pesquisa
Ao analisar os resultados encontrados no município de Jequié a partir de
aplicação da metodologia do modelo Koyck, a tabela demonstra a receita estimada
por Koyck e pelo município, onde é possível verificar a metodologia que pode
proporcionar melhores estimativas das receitas, através dos cálculos realizados com
técnicas de regressão linear bivariada ou simples no caso da metodologia utilizada
pelo município, evidenciados na coluna de erros de percentual para cada
metodologia utilizada.
Segundo essa Tabela o modelo Koyck tem uma margem de erros de
aproximadamente de 8,7% pontos percentuais, diferente da metodologia do
município, que é de 14,23% pontos percentuais, sinalizando que o modelo Koyck foi
a melhor previsão no município referente aos 12 (doze) anos pesquisados.
Observa-se que a Tabela 12 são evidenciadas as análises dos resultados
encontrados do município de Alagoinhas.
Tabela 12: Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Alagoinhas
Ano Receita Estimada –
SOF
Receita Estimada -
Koyck
Receita Arrecadada
Erro da prev. realizada pelo
Munic.
Erro da prev. do modelo
Koyck
% erro municip
% erro Koyck
Melhor previsão
2000 42.000.000,00 30.714.000 31.593.907,38 -10.406.092,62 879.907,38 -24,78% 2,86% Koyck
2001 37.350.000,00 35.913.000 37.109.751,84 -240.248,16 119.6751,84 -0,64% 3,33% SOF
2002 47.759.225,00 54.166.000 49.598.226,22 -1.839.001,22 -4.567.773,78 3,70% -8,43% Koyck
2003 48.753.590,00 59.371.000 55.741.506,55 6.987.916,55 -3629493,45 14,33% -6,11% Koyck
2004 65.143.062,00 71.329.000 65.143.062,00 0,00 -61.859,38 0,00% -8,67% SOF
2005 75.542.900,00 85.949.000 83.744.391,94 8.201.491,94 -2.204.608,06 10,86% -2,57% Koyck
2006 98.631.607,00 96.125.000 93.059.529,65 -5.572.077,35 -3.065.470,35 -5,65% -3,19% Koyck
2007 119.427.609,00 112.638.000 106.659.290,74 -12.768.318,26 -5.978.709,26 -10,69% -5,31% Koyck
2008 118.044.059,00 129.227.000 136.278.240,58 18.234.181,58 7.051.240,58 15,45% 5,46% Koyck
2009 140.908.297,00 134.682.000 123.698.180,86 -17.210.116,14 -10.983.819,14 -12,21% -8,16% Koyck
Continua
38
Conclusão
Tabela 12: Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Alagoinhas
Ano Receita Estimada –
SOF
Receita Estimada -
Koyck
Receita Arrecadada
Erro da prev. realizada pelo
Munic.
Erro da prev. do modelo Koyck
% erro municip
% erro
Koyck
Melhor previsão
2010 161.103.060,00 149.825.000 151.924.177,04 -9.178.882,96 2.099.177,04 -5,70% 1,40% Koyck
2011 182.778.408,00 163.538.000 172.598.552,39 -10.179.855,61 9.060.552,39 -5,57%
5,54% Koyck
Fonte: Resultados da Pesquisa
Nota-se que a Tabela 12, em que são analisados os erros da previsão da
cidade de Alagoinhas, no ano de 2004 a receita estimada pelo município, não
apresenta erros na sua previsão, evidenciando que estimação foi eficaz quanto à
sua arrecadação, mas ao realizar um cálculo para previsão de receitas realizada por
estimativa ela está suscetível a erros que neste caso tem-se duvidas quanto a
veracidade do fato, se o município realmente fez a previsão correta. Ao analisar o
parecer do TCM – BA, o mesmo informou que o município mostrou-se compatível
com valor previsto constante no Orçamento e com a capacidade de arrecadação do
município, e evidencia que a técnica utilizada pelo município está em obediência às
normas constitucionais, e nos dispositivos constantes na lei 4.320/64 e na lei
Complementar nº 101/2000.
Ao analisar a melhor previsão para o município, modelo Koyck proporcionou
melhores estimativas, com uma margem de erros de 5,08%. Diferente do erro do
município, que é de 8,82%.
Na Tabela 13 é analisado o resultado referente à cidade de Teixeira de
Freitas.
Tabela 13: Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Teixeira de Freitas
Ano Receita Estimada –
SOF
Receita Estimada -
Koyck
Receita Arrecadada
Erro da prev. realizada pelo
munícipio
Erro da prev. do modelo
Koyck
% erro munic.
% erro Koyck
Melhor previsão
2000 32.302.000,00 30.247.000 29.101.066,38 -3.200.933,62 -1.145.933,62 -9,91% -3,79% Koyck
2001 33.513.240,00 38.915.000 34.435.342,92 922.102,92 -4.479.657,08 2,75% -11,51% SOF
2002 38.366.000,00 42.217.000 41.727.122,74 3.361.122,74 -489.877,26 8,76% -1,16% Koyck
2003 42.658.865,00 45.912.000 46.804.528,33 4.145.663,33 892.528,33 9,72% 1,94% Koyck
2004 50.141.922,00 63.512.000 60.659.696,64 10.517.774,64 -2.852.303,36 20,98% -4,49% Koyck
2005 56.610.039,00 69.315.000 66.126.526,69 9.516.487,69 -3.188.473,31 16,81% -4,60% Koyck
2006 76.782.000,00 79.316.000 76.040.751,35 -741.248,65 -3275248,65 -0,97% -4,13% SOF
2007 94.887.000,00 110.653.000 106.282.240,18 11.395.240,18 -4.370.759,82 12,01% -3,95% Koyck
Continua
39
Conclusão
Tabela 13: Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Teixeira de Freitas Ano Receita
Estimada – SOF
Receita Estimada -
Koyck
Receita Arrecadada
Erro da prev. realizada pelo
munícipio
Erro da prev. do modelo
Koyck
% erro munic.
% erro Koyck
Melhor previsão
2008 106.150.000,00 122.628.000
116.612.590,05 10.462.590,05 -6.015.409,95 9,86% -4,91%
Koyck
2009 128.650.000,00 129.513.000 135.672.234,55 7.022.234,55 6.159.234,55 5,46% 4,76% Koyck
2010 157.370.000,00 137.287.000 135.905.348,13 -21.464.651,87 -1.381.651,87 -13,64%
-1,01% Koyck
2011 167.500.000,00 145.389.000 164.813.304,77 -2.686.695,23 19.424.304,77 -1,60% 13,36% SOF
Fonte: Resultados da Pesquisa
Para análise da cidade de Teixeira de Freitas a Tabela 13 demonstra no ano
de 2004 que a metodologia utilizada pelo município acarretou um elevado erro na
previsão da receita, com diferença em relação ao modelo Koyck de 16,49%. Com
relação ao erro médio do município, o mesmo apresentou um percentual de erro de
aproximadamente de 9,37 pontos percentuais. O modelo Koyck por possuir
melhores ferramentas para projeções das receitas obteve um erro médio de 4,96
pontos percentuais, comprovando assim que a melhor metodologia para o município
é o modelo Koyck.
Os resultados referentes à cidade de Barreira encontram-se na tabela 14.
Tabela 14: Análise dos erros médios na Previsão das Receitas do Município de Barreiras
Ano Receita Estimada –
SOF
Receita Estimada -
Koyck
Receita Arrecadada
Erro da prev. realizada
pelo munic.
Erro da prev. do modelo
Koyck
% erro munic.
% erro Koyck
Melhor previsão
2000 53.480.000,00 57.896.000 61.194.238,45 7.714.238,45 3.298.238,45 14,42% 5,70% Koyck
2001 61.931.114,00 62.792.000 53.116.832,60 -8.814.281,40 -9.675.167,4 -14,23%
-15,41% SOF
2002 64.730.000,00 64.518.000 60.264.313,39 -4.465.686,61 -4.253.686,61 -6,90% -6,59% Koyck
2003 62.773.260,00 67.288.000 66.568.039,23 3.794.779,23 -719.960,77 6,05% -1,07% Koyck
2004 68.909.125,00 81.539.000 77.091.186,32 8.182.061,32 -4.447.813,68 11,87% -5,45% Koyck
2005 72.361.088,00 83.917.000 81.746.852,29 9.385.764,29 -2.170.147,71 12,97% -2,59% Koyck
2006 101.538.445,00 89.597.000 93.847.918,19 -7.690.526,81 4.250.918,19 -7,57% 4,74% Koyck
2007 108.802.024,53 100.529.000 107.147.462,02 -1.654.562,51 6.618.462,02 -1,52% 6,58% SOF
2008 109.734.400,00 119.729.000 129.437.197,52 19.702.797,52 9.708.197,52 17,95% 8,11% Koyck
2009 140.500.000,00 127.567.000 133.869.973,53 -6.630.026,47 6.302.973,53 -4,72% 4,94% SOF
2010 144.225.893,92 13.9817.000 179.349.029,34 35.123.135,42 39.532.029,34 24,35% 28,27% SOF
2011 161.533.001,19 158.589.000 221.039.843,79 59.506.842,60 62.450.843,79 36,84% 39,38% SOF
Fonte: Resultados da Pesquisa
No período analisado da cidade de Barreiras, percebe-se que o modelo Koyck
também proporcionou melhores estimativas nas receitas. Não houve muita diferença
nos erros médio das projeções realizada pelo município e o modelo Koyck.
40
Conforme a Tabela 14 os erros médios das projeções do município é de 13,28
pontos percentuais, enquanto o modelo Koyck é de 10,73 pontos percentuais, com
uma diferença media de 2,55 pontos percentuais. Vale destacar que a margem de
erro entre as duas metodologias não teve uma grande diferença, visto que a cidade
procurou adequar-se a LRF, adotado técnicas para manter o equilíbrio orçamentário.
Os resultados encontrados evidenciam e comprovam que o modelo pode
torna-se uma ferramenta eficaz para as projeções das receitas futuras.
4.2.2 Resultados da melhor Metodologia para Previsão nas cidades analisadas.
Procedeu-se na analise da melhor previsão para os municípios. Nesta etapa
consistiu em analisar a melhor estimativa para cada cidade. O gráfico 02 apresenta
a margem de erro das duas metodologias realizadas nas receitas dos municípios.
Gráfico 02: Margem de erros médios das receitas dos municípios analisados
Fonte: Resultados da pesquisa/ Elaborado pelo Autor
De maneira geral, verificou-se que os municípios possuem uma margem de
erros muito elevada, principalmente na cidade de Lauro de Freitas, onde percentual
tem aproximadamente 21,87%. A média percentual de erros dos resultados
41
encontrados das previsões realizadas é de 22,08%. Desta forma, pode-se verificar
que o erro médio do modelo Koyck é de 8,87%, em comparação ao modelo
recomendado pelo Estado que tem em médio de erro de 13,21%, um diferencial de
4,34 pontos percentuais.
Analisando os resultados do Gráfico 02, torna-se possível identificar através
do percentual da margem de erros o modelo Koyck proporcionou melhores
previsões a cada município pesquisado, em que houve uma diminuição no erros
médios em comparação ao modelo adotado pelo municípios. Por meio da aplicação
do modelo Koyck, os erros de percentuais da previsão das receitas de cada
município diminuíram em relação ao modelo adotado pelos municípios. Apenas no
município de Juazeiro, que as metodologias obtiveram um equilíbrio de erros, com
uma diferença mínima de 1,39 pontos percentuais. Nos demais municípios, a
metodologia da aplicação do modelo Koyck trouxe melhores resultados.
Verificou-se que o modelo proposto pela Secretaria de Orçamento Federal -
SOF está mais suscetível a erros por sazonalidade no período amostral dos
municípios analisados nesta pesquisa. Os resultados alcançados sugerem que com
a utilização da metodologia de Koyck nas previsões das receitas públicas reduzem
os erros percentuais que trazem um desequilíbrio orçamentário.
Tais resultados demostraram que o modelo Koyck proporcionou melhor
previsão das receitas públicas nos 12 dozes maiores municípios do Estado da Bahia
analisando nesta pesquisa.
4.2.3 Desempenho das Metodologias por ano analisado
A Tabela 15 evidencia os resultados da metodologia que proporcionou
melhores previsões em cada ano analisado e do município pesquisado.
Tabela 15: Resultados por Ano
Cidade 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Salvador Koyck Koyck SOF SOF Koyck Koyck Koyck SOF Koyck Koyck Koyck SOF
Feira de Santana
_____ Koyck Koyck Koyck SOF SOF SOF SOF SOF SOF Koyck Koyck
Vitoria da Conquista
Koyck Koyck Koyck SOF Koyck Koyck SOF SOF Koyck Koyck SOF Koyck
Camaçari Koyck Koyck Koyck Koyck SOF Koyck Koyck Koyck Koyck SOF Koyck Koyck
Continua
42
Conclusão
Tabela 15: Resultados por Ano
Cidade 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Juazeiro SOF SOF Koyck Koyck Koyck SOF Koyck Koyck SOF _____ Koyck Koyck
Ilhéus Koyck Koyck Koyck Koyck Koyck Koyck SOF Koyck SOF Koyck Koyck Koyck
Lauro de Freitas
Koyck Koyck Koyck SOF SOF Koyck Koyck SOF Koyck Koyck Koyck Koyck
Jequié SOF Koyck SOF Koyck Koyck Koyck Koyck SOF Koyck Koyck Koyck Koyck
Alagoinhas Koyck SOF Koyck Koyck SOF Koyck Koyck Koyck Koyck Koyck Koyck Koyck
Teixeira de Freitas
Koyck SOF Koyck Koyck Koyck Koyck SOF Koyck Koyck Koyck Koyck SOF
Barreiras Koyck SOF Koyck Koyck Koyck Koyck Koyck SOF Koyck SOF SOF SOF
Fonte: Resultado de Pesquisa
Analisando a Tabela 15 é possível verificar que o modelo Koyck em cada ano
analisado teve um desempenho superior, em comparação ao método adotado pelos
municípios. Apenas no ano de 2007, que o modelo adotado pelos municípios teve
um melhor desempenho, este fato explica-se pelo advento do crescimento do
Estado após crise mundial, em que o governo tomou proporções para o combate à
sonegação de receita, manutenção do equilíbrio fiscal, implantação de projetos de
modernização e qualificação dos servidores para uma gestão transparente (BAHIA
FINANÇAS E TRIBUTOS – SEFAZ, 2007). Verifica - se que o modelo Koyck obteve
um melhor desempenho nas previsões das receitas em 11 anos dos municípios
analisados.
Observa-se que o modelo Koyck foi eficaz, quanto à previsão orçamentária
dos municípios por utilizar técnicas econométricas com equações de regressão
linear bivariada e modelo auto regressivo capazes de projetar previsões por espaço
amostral maior que o modelo adotado pelo município. Sendo assim, torna-se um
instrumento para uma correta previsão orçamentária.
De forma geral, o resultado da pesquisa evidencia que o modelo Koyck pode
proporcionar melhores previsões das receitas. Foram analisados 144 períodos
projetados pelos municípios, e o modelo Koyck ofereceu melhores estimativas em
cento e quatro (104), uma média 72,2% dos períodos analisados, comprovando
assim a sua eficácia frentes ao modelo adotado pela Secretaria de Orçamento
Federal.
43
4.3 RESULTADOS DE TESTES DAS HIPOTESES
4.3.1 Teste de Hipótese H1 “Existência de erros nas Previsões das Receitas
Orçamentárias”
Com o objetivo de testar as hipóteses elaboradas neste estudo, inicialmente
utilizou-se o modelo Koyck proposto por esta pesquisa, comparando-o com o
modelo adotado pelos municípios para a realização de previsão das receitas
orçamentárias.
O modelo Koyck adota uma metodologia voltada em métodos estatísticos e
matemáticos, capazes de realizar uma projeção de receitas com menores erros por
sazonalidade, por utilizar um modelo auto regressivo com defasagem distribuída, em
que correlaciona a variáveis independentes Xt (variáveis do tempo) com a variáveis
dependente Yt ( valor que se pretende estimar).
A proposta da hipótese H1 estabelece que existam erros nas previsões
orçamentárias realizadas pelos municípios em estudo que adota a metodologia
realizada pela SOF comparando-a a outros modelos de defasagem distribuídos
(ARDL) utilizados para realizar previsão orçamentária. A possibilidade da utilização
do modelo Koyck para realização de previsão de receitas nestes municípios era para
comprovar se existem erros na metodologia utilizada pela SOF. Para essa finalidade
foram formuladas as seguintes hipóteses, nula e afirmativa:
H10 – Não existem erros nas previsões orçamentárias realizadas pelos
municípios em estudo que adota a metodologia realizada pela SOF comparado a
outros modelos de defasagem distribuídos (ARDL) utilizados para realizar previsão
orçamentária;
H11- Existem erros nas previsões orçamentárias realizadas pelos municípios
em estudo que adota a metodologia realizada pela SOF comparado a outros
modelos de defasagem distribuídos (ARDL) utilizados para realizar previsão
orçamentária;
Pode-se verificar que através dos resultados desta pesquisa que o modelo
Koyck, ao realizar as previsões das receitas, teve um erro médio de 8,87%,
enquanto que o modelo proposto pela Secretária de Orçamento Federal obteve um
erro médio nas previsões de 13,21 dos 12 (doze) maiores municípios em população
do Estado da Bahia. Logo, a hipótese de nulidade H10 foi rejeitada. A Hipótese H1
44
através dos resultados encontrados nesta pesquisa foi corroborada, o modelo
adotado pela SOF possui erros quanto às projeções realizadas para estimar as
receitas futuras.
4.3.2 Teste de Hipótese H2 “Espaço amostral de tempo maior para realização de
Previsão”
A H2 sustenta que quanto mais dados de eventos passados forem utilizados
para realizar a previsão, maior será a probabilidade de se ter uma projeção
adequada para execução de receitas. Com esse propósito, foram formuladas as
seguintes Hipóteses, nula e afirmativa:
H20 – Não existe relação entre o espaço amostral de tempo maior para uma
adequada projeção para execução das receitas.
H21 – Quanto maior dados de eventos passados forem utilizados para realizar
a previsão, maior terá uma projeção adequada para execução das receitas.
Com o objetivo de testar as hipóteses com as variáveis utilizadas neste
estudo, optou-se utilizar a metodologia de Koyck, que adotada um modelo voltado
para econometria com dados estatísticos que serve de instrumento para realização
de uma correta previsão, além de utilizar um espaço de tempo amostral maior de
que o adotado pela SOF, que a metodologia utilizada pelos municípios desta
pesquisa.
Diante dos resultados encontrados nesta pesquisa com a utilização da
metodologia de Koyck para responder as hipóteses, o modelo Koyck demostrou que
ao utilizar o período histórico de arrecadação de receitas maior, as projeções futuras
tornam-se adequada para a realidade dos municípios. Logo, a hipóteses H20 de
nulidade foi rejeitada, enquanto que a H2 foi confirmada através da evidência dos
resultados desta pesquisa.
Os resultados apresentados das hipóteses corroboraram com o estudo
realizado por Zonatto et al. (2012). Em sua pesquisa os autores realizam uma
comparação com a metodologia de Koyck e a metodologia adotada pelos municípios
mais populosos do Rio Grade do Sul. Os autores chegam à conclusão de que a
aplicação de modelos dinâmicos como o modelo Koyck proporcionam aos gestores
melhores previsões, por considerar os efeitos das variáveis indexadas pelo tempo,
quanto maior o espaço amostral de tempo, melhores previsões das receitas.
45
5. CONCLUSÃO
Com o intuito de proporcionar o bem estar social, os administradores públicos
procuraram utilizar ferramentas capazes de alocar os recursos públicos de forma
que possam obter um melhor resultado, a um menor custo. Para que tenha um
resultado satisfatório o Estado precisa realizar um adequado planejamento
orçamentário, principalmente quanto à realização de adequada previsão das receitas
públicas.
Esta pesquisa teve o objetivo de verificar a eficácia do modelo Koyck nas
receitas orçamentárias dos municípios mais populosos do Estado da Bahia. O
modelo trabalha com dados estatísticos e matemáticos voltados para econometria,
que busca relacionar conceitos econômicos com modelo estatísticos tendo o objetivo
de prever acontecimentos futuros. É um modelo auto regressivo com defasagens
distribuídas, capazes de utilizar um espaço de tempo maior para a realização das
projeções das receitas orçamentárias.
Foram analisadas as receitas das 12 (dozes) maiores cidades em população
do Estado da Bahia: Salvador; Feira de Santana; Vitoria da Conquista; Camaçari;
Itabuna; Juazeiro; Ilhéus; Lauro de Freitas; Jequié; Alagoinhas; Teixeira de Freitas e
Barreiras, que abrangem 36,39% da população do Estado.
Para alcançar o objetivo, inicialmente coletou-se junto ao sitio do Tribunal de
Contas dos Municípios os valores referentes às previsões orçamentárias, no período
comprometido de 2000 a 2011, visto que não foram divulgados valores relativos ao
ano de 2012. Foram analisadas as previsões orçamentárias realizadas pelos
municípios e logo em seguida a aplicação do modelo Koyck nas receitas
orçamentárias dos municípios pesquisados, verificando os novos erros das
previsões orçamentárias no período analisado.
Os resultados demonstraram que o erro médio dos municípios presentes
nesta pesquisa, utilizando a metodologia proposta pela Secretaria de Orçamento
Federal, foi de 13,21%, comparado ao modelo Koyck, que teve um percentual de
erro médio de 8,87%. Observa-se que a metodologia utilizada pelo modelo Koyck
proporcionou eficácia nas previsões das receitas orçamentárias em 104 (cento e
quatro) dos144 (cento e quarenta e quatro) períodos projetados.
Os achados desta pesquisa comprovam que o objetivo do estudo foi
alcançado. A metodologia proposta pelo estudo proporcionou eficácia nas previsões
46
das receitas públicas nas doze maiores cidades em população do Estado da Bahia e
contribui para que os gestores possam realizar uma melhor previsão e melhoria no
processo orçamentário.
Quanto ao problema que norteou este trabalho foi possível concluir que o
modelo Koyck contribui para eficácia das receitas orçamentárias, além de contribuir
com a utilização de metodologia de modelo auto regressivos e equações lineares
bivariadas, proporcionando um resultado satisfatório nas previsões orçamentárias. O
modelo ao elaborar as previsões orçamentárias utiliza dados de espaço amostral
maior que o proposto pela Secretaria de Orçamento Federal, comprovando a sua
eficácia em diminuir os erros por sazonalidade quanto uma previsão adequada para
a realidade do município.
Em relação às hipóteses formuladas, os resultados encontrados corroboram
as mesmas, visto que, ao realizar uma estimativa com espaço de tempo maior,
melhor será a projeção realizada e ao adotar a utilização de novas metodologias é
eficaz pra diminuição de erros por sazonalidade nos municípios pesquisados.
Esta pesquisa busca contribuir para a utilização de uma nova metodologia
capaz de subsidiar os gestores para uma melhor tomada de decisões quanto à
previsão das receitas públicas.
Este estudo pode contribuir para que os gestores públicos tenham o
conhecimento de novas metodologias capazes de oferecer um melhor desempenho
na arrecadação das receitas públicas. O mesmo pode também subsidiar nos
processos de planejamento e gestão para futuras estimativas, com desenvolvimento
de metodologias eficazes para proporcionar ao gestor a melhor tomada de decisão
quanto a uma correta execução orçamentária.
A limitação da pesquisa dá-se pela extensão do espaço amostral analisado.
As previsões realizadas nos municípios estão disponíveis no portal eletrônico do
Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia a partir de 2000, fazendo com que o
período amostral limite-se a menor projeção temporal para investigação da
pesquisa. Além de que em alguns anos pesquisados neste estudo não foram
encontrados valores referente à arrecadação e previsão das receitas.
Estudos futuros são imprescindíveis para investigar e avaliar novas
metodologias capazes de contribuir para eficiência e eficácia da execução
orçamentária e para o planejamento da previsão das receitas públicas, além de
47
enriquecer pesquisas voltadas para área temática deste artigo, proporcionando uma
maior discussão no contexto contábil relacionados à área da previsão orçamentária,
para que os gestores públicos possam tomar as melhores decisões quanto o
processo orçamentário.
Recomenda-se realizar outras pesquisas voltadas para o estudo das
previsões das receitas públicas. Observa-se que existem poucos trabalhos sobre a
temática e o desenvolvimento de pesquisas futuras irá contribuir na melhoria do
processo orçamentário, bem como para uma melhor previsão das receitas. Além de
tornar oportuno o uso de novas metodologias para contribuição da área temática.
48
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