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APOIO AO PLANEJAMENTO E GESTÃO DAS ATIVIDADES DE PESQUISA E INOVAÇÃO NA SUCEN PRODUTO 2 - Diretrizes para Modelo de Gestão da Pesquisa e da Inovação na SUCEN CAMPINAS, SETEMBRO DE 2010

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APOIO AO PLANEJAMENTO E GESTÃO DAS ATIVIDADES DE PESQUISA E

INOVAÇÃO NA SUCEN

PRODUTO 2 - Diretrizes para Modelo de Gestão da Pesquisa e da Inovação na SUCEN

CAMPINAS, SETEMBRO DE 2010

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APRESENTAÇÃO

O presente projeto propôs três Produtos a serem desenvolvidos, baseados na

perspectiva de orientar as ações de pesquisa e inovação na Sucen. Os produtos

dizem respeito: 1. ao levantamento e análise do contexto de desenvolvimento das

pesquisas em controle de endemias em âmbito nacional e internacional; 2. à

proposta de um modelo para o planejamento e a gestão das atividades de pesquisa

na Sucen; e 3. à capacitação da Sucen em gestão da pesquisa e da inovação.

Este documento apresenta, em forma de tópicos, os principais resultados

alcançados com o desenvolvimento do Produto 2 do projeto em referência -

Diretrizes para modelo de gestão da pesquisa e da inovação na SUCEN.

O presente documento está organizado em quatro partes:

1. Introdução e atividades desenvolvidas no âmbito do Produto 2

2. Atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Sucen: diagnóstico

e proposições de planejamento e gestão

2.1 Diagnóstico da pesquisa, desenvolvimento e inovação na Sucen

i. análise da organização e da estrutura de pesquisa da Sucen

ii. levantamento e análise das competências técnico-científicas internas

2.2 Proposições para a ampliação e efetividade das atividades de pesquisa,

desenvolvimento e inovação na Sucen

iii. a análise dos níveis estratégico, tático e operacional no que tange as

atividades de pesquisa da Sucen

iv. proposições de ações a partir da análise dos níveis estratégico, tático e

operacional

v. as proposições para ampliação e efetividade das atividades de pesquisa,

desenvolvimento e inovação na Sucen

3. Considerações finais

4. Referências Bibliográficas

5. Anexos

1. INTRODUÇÃO E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ÂMBITO DO PRODUTO 2

O Produto 2 é a parte central do projeto em questão, dado que seu objetivo é

justamente o de levantar e analisar as estruturas e a gestão de P&D e inovação na

Sucen e o de propor diretrizes e ações para uma melhor organização dessas

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instâncias e atividades. Ele foi realizado durante praticamente todo o processo de

desenvolvimento do trabalho e está baseado em dois subprodutos:

Subproduto 2.1 - diagnóstico da pesquisa, desenvolvimento e inovação na

Sucen, com:

i. análise da organização e da estrutura de pesquisa da Sucen; e

ii. levantamento e análise das competências técnico-científicas internas, a partir

do mapeamento dos projetos e da produção científica dos pesquisadores da Sucen

(com apresentação de indicadores técnico-científicos), do mapeamento das redes

de cooperação atuais e das linhas e temas de conhecimento das “unidades” de

pesquisa da Sucen.

Subproduto 2.2 - proposições para a ampliação e efetividade das

atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação na Sucen, com:

iii. a análise dos níveis estratégico, tático e operacional no que tange as atividades

de pesquisa (dentre outras) da Sucen;

iv. proposições de ações a partir da análise dos níveis estratégico, tático e

operacional e

v. as proposições para ampliação e efetividade das atividades de pesquisa,

desenvolvimento e inovação na Sucen – a partir das ações em planejamento e

programação das atividades de pesquisa; acompanhamento e avaliação dos

resultados da pesquisa; e formação de redes para a pesquisa.

A metodologia desenvolvida para a realização do Produto 2 esteve baseada no

levantamento e análise de documentos institucionais da Sucen (relatórios de

atividades, portarias e decretos, organograma, site institucional, entre outros), no

levantamento de informações relativas às estruturas e instâncias dedicadas à

pesquisa e ao controle, no levantamento de informações sobre projetos e produção

científica, no levantamento das competências técnico-científicas e das colaborações

institucionais, na participação de reunião da Comissão Científica, em entrevistas

com pesquisadores, servidores administrativos e chefe de gabinete da atual gestão

da Superintendência (ver informações no Anexo 1) e, finalmente, nas reuniões

realizadas na Sucen, seja com o Grupo Executor, o Grupo Orientador ou com uma

maior parcela dos pesquisadores da casa em outras ocasiões (painel sobre

elementos críticos para a pesquisa na Sucen, exercício de cenários, mini-cursos e

outros; ver relação e descrição no Produto 3).

Assim sendo, parte da informação coletada está baseada em fontes secundárias de

dados e parte substantiva está baseada em fontes primárias, a partir das

entrevistas, reuniões e exercícios junto a servidores da casa. As entrevistas foram

essenciais, sem dúvida, para um melhor entendimento dos trabalhos realizados

pela instituição, assim como da constituição, composição e evolução das instâncias

relacionadas à pesquisa.

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Na sequência são apresentados os principais resultados no que tange as atividades

de pesquisa na Sucen (2.1) e, posteriormente, são discutidas as estratégias e

ações (2.2) para o alcance das diretrizes propostas, seguidos pelas considerações

finais, referências bibliográficas e anexos.

2. ATIVIDADES DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO DA SUCEN: DIAGNÓSTICO E PROPOSIÇÕES DE PLANEJAMENTO E GESTÃO

Subproduto 2.1 - diagnóstico da pesquisa, desenvolvimento e inovação na Sucen

Este subproduto está dividido em duas partes: i. a pesquisa na Sucen; e ii. as

competências técnico-científicas internas e as relações de cooperação, e as

implicações para a organização da pesquisa.

i. A pesquisa na Sucen: estruturas e instâncias

duas estruturas abrigam as “unidades de pesquisa”1 da Sucen – DCV e

CLRDC (com uma pesquisadora lotada na DOT); tais unidades encontram-se

localizadas em todo o território paulista, com alguns laboratórios na capital,

mas a maioria no interior do Estado (sendo que vários destes junto aos

Serviços Regionais);2

a constituição das unidades de pesquisa (laboratórios, especialmente) esteve

mais atrelada a questões históricas (de incidência de endemias – malária,

chagas, esquistossomose e outros) e de competências de pesquisadores

nesses locais, do que à programação da pesquisa com base em decisões

estratégicas de desenvolvimento de estudos de vetores, ou de endemias ou

de agentes etiológicos;

há uma certa divisão de trabalho e complementaridade entre os laboratórios

de pesquisa, mas isso passa mais pela iniciativa individual dos pesquisadores

do que por uma decisão estratégica de programação da pesquisa;

esse cenário tem implicações diretas nos trabalhos de pesquisa – no que

respeita às temáticas, ao estado-da-arte, à densidade e escopo, ao

financiamento e à interação das diferentes unidades envolvidas com

pesquisa na Sucen. Dentre as implicações destacam-se:

1 Laboratórios, centros, núcleos e regionais com pesquisadores lotados foram considerados

“unidade de pesquisa” para facilitar as discussões. 2 A capilaridade pode sim ser a maior riqueza da Sucen; mas, se em pequenas e

compactadas estruturas (de pesquisa ou não) a coordenação de atividades e das decisões

faz-se essencial, que o diga numa estrutura grande, diversificada e descentralizada, com

apenas parte do organograma implementada e com parte de sua atuação – as ações locais

de controle – sob a atribuição dos municípios. Ou seja, o desafio é que a capilaridade e a

descentralização gerem riqueza e complementaridade entre pesquisa, rotina e controle e

não replicação ou lacunas de atividades e conhecimento.

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o ausência de diretrizes mais contundentes à pesquisa reforça o caráter

não coordenado e individual das escolhas de temas e linhas de

pesquisa,

o os projetos têm tamanho reduzidos quanto ao aporte de recursos,

principalmente financeiros, mas também humanos e materiais,

o a troca de informação e conhecimento entre pesquisadores, assim

como entre as unidades envolvidas com pesquisa, é contingente e

não sistemática – fazendo-se supor que poderia ser maior, mais

frequente e mais proveitosa do que é;

essa situação se agrava em uma instituição em que os perfis de

competências são essencialmente complementares (identificação/taxonomia,

análises e diagnósticos, coletas, treinamentos e capacitação, e as ações de

vigilância e do próprio controle, entre outras atividades);3

as competências internas de pesquisa são orientadas, na maior parte tempo,

para o atendimento das demandas advindas das ações de rotina e controle;

diante deste quadro, o pesquisador científico se vê na circunstância de ter

que executar atividades de nível técnico, ocupando um tempo precioso da

pesquisa, subutilizando suas competências e perdendo a oportunidade de

exercer liderança e buscar excelência na pesquisa;

há lacunas nos canais e fluxos das informações e conhecimentos entre Nível

Central (sede), CLRDC e DCV, e entre as próprias unidades de pesquisa da

DCV e os SR a que estão atreladas - com replicação de trabalho e, portanto,

com deseconomias de escala e escopo do conhecimento;

a falta de articulação interna se reflete em dificuldade de inserção da

instituição no sistema de saúde do ESP e no de pesquisa e desenvolvimento

no Estado e no país;

as instâncias que permitem a troca de experiências, informação e

conhecimento entre os “unidades” de pesquisa e os servidores em geral, são

bem vistas e avaliadas: a Comissão Científica4, os Encontros técnico-

3 Na realidade, um dos temas mais discutidos na literatura pertinente aos Estudos Sociais

de Ciência e Tecnologia se remete às definições sobre e as relações entre pesquisa básica,

pesquisa aplicada, desenvolvimento experimental e inovação. Tais discussões apontam a

dificuldade de se definir as fronteiras entre essas atividades, dada a própria dinâmica do

processo e o reforço de uma ação frente a outra ação, num movimento evolucionário não

linear, mas interativo entre essas ações (ver Stokes, 1994). Essa seria, na verdade, a

essência das atividades de pesquisa, desenvolvimento e controle da Sucen: efetivos

feedbacks entre essas diferentes atividades, as mesmas alimentando umas às outras com

os resultados obtidos via trabalhos de identificação, análises e diagnósticos, coletas,

catalogações, classificações, treinamentos e capacitação, e as ações de vigilância e do

próprio controle. 4 Os pontos positivos apontados pelos PqCs entrevistados quanto à atuação da CC é que a

mesma vem estabelecendo uma orientação às atividades de pesquisa (com maior aderência

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científicos, o Jornal Vector5, os Grupos de Pesquisa do DGP/CNPq6, e os

Núcleos de Estudos – Febre Maculosa7 e Leishmaniose8;

mas, não há um núcleo de estudos da Dengue (apesar desta endemia

também fazer parte do Eixo Prioritário V da SES e das atividades referentes

a essa ela terem se iniciado, nos anos 80, com um arranjo diferente de

outros trabalhos de controle de endemia entre os atores envolvidos, o que

não se apresenta como núcleo de estudo como os dois outros existentes),

endemia que mobiliza grande parte das atividades da Sucen (seja pesquisa,

seja especialmente controle), fazendo que grande parte de todo o aparato da

instituição (desde recursos humanos até materiais – permanentes e de

consumo – e financeiros) se voltem para essa ação (no âmbito de uma lógica

discutida mais adiante, a possibilidade de organização de um grupo ou

núcleo deve ser considerada);

a infra-estrutura física para o desenvolvimento das atividades de pesquisa é,

em geral, compatível com o escopo e o estado-da-arte da investigação

realizada pela instituição;

à missão da instituição) e que permite um maior conhecimento das atividades de pesquisa

por todos os pesquisadores (circulação da informação). Quantos aos pontos a serem

refletidos encontram-se o número excessivo de etapas para apresentação e aprovação de

projetos e a necessidade de ter uma atuação mais estratégica. 5 Os Encontros Técnico-Científicos e o Jornal Vector têm tido papel importante como

instâncias para a promoção dessas trocas de experiências e de resultados observáveis das

atividades de pesquisa. Por sua vez, os Núcleos de Estudos vêm fortalecendo as relações

intra-institucionais (entre laboratórios e unidades internas da Sucen) e interinstitucionais

(entre a Sucen e outros atores do sistema de C&T e de pesquisa do ESP e da federação), ou

seja, têm imprimido uma dinâmica de interação entre atores de dentro e de fora da

instituição. 6 São 8 grupos de pesquisa formalizados no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq

(DGP/CNPq), como visto no Produto 1 deste trabalho, em duas grandes áreas do

conhecimento – Ciências da Saúde e Ciências Biológicas, tocando em 3 áreas do

conhecimento (Saúde Coletiva, Parasitologia e Bioquímica). 7 Em 2008 foi criado o Núcleo de Estudos de Doenças Transmitidas por Carrapato na Sucen,

o qual envolve o SR05, a CLRDC (Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular) e a DCV

(Estatística e Educação). Este núcleo foi instituído para se constituir “numa instância de

referência técnica e normativa e de coordenação das ações e políticas públicas para

prevenção, controle e pesquisa (Jornal Vector, 4). As discussões atuais giram em torno de

inquérito sorológico de animais hospedeiros, envolvendo o Instituto Adolfo Lutz e a CVE;

têm um banco de dados sobre carrapatos a partir de fichas de notificação e os estudos se

voltam para bioecologia, epidemiologia, bioambiente dos vetores. 8 O Núcleo de Estudos de Leishmaniose Visceral foi criado oficialmente em 2009 para o

desenvolvimento de estudos e pesquisas em LV, sem deixar de olhar a rotina. As áreas de

estudo são a entomologia e epidemiologia e agrupa pesquisadores da DCV (Epidemiologia e

Educação), da SR05 (Campinas e Mogi-Guaçu), SR09, SR10 e da CLRDC

(Imunoepidemiologia). O Núcleo participa do Comitê de Leishmaniose Visceral do ESP,

criado pela CCD e os outros membros são o Instituto A. Lutz, o Instituto Pasteur, a CVE e a

própria CCD; tem como parceiros a USP e o CCZ, com convênio com o MS para testes-

diagnóstico.

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mas hoje, tão importante quanto a infra-estrutura e os recursos humanos e

materiais para pesquisa é a infra-estrutura em hardware, software e redes

de TI – aspecto que deve receber atenção especial dos dirigentes da Sucen,

dado ser este o ponto mais fragilizado da instituição e o mais mal avaliado

pelos PqCs;

a modernização e ampliação de um sistema / rede que receba, armazene e

forneça informações coletadas, tratadas, analisadas, catalogadas,

classificadas, diagnosticadas, investigadas etc. dos servidores da casa – um

repositório de tudo que é produzido na Sucen (ou seja, desde “dados

brutos”, passando por análises e relatórios, até artigos publicados em

revistas indexadas, teses, dissertações etc.) e que possa ser acessado por

qualquer servidor (e parte disso, por qualquer cidadão), a qualquer

momento e de qualquer parte do mundo -, é não apenas desejável, mas

imprescindível para uma instituição de pesquisa do século XXI;

o mesmo se diz em relação à infra-estrutura de rede mais robusta que

permita a conexão da instituição com os sistemas estadual e federal de

saúde e um portal de atendimento mais dinâmico e atualizado às demandas

da sociedade em geral;

esse sistema de rede, na verdade, refletiria uma daquelas que pode vir a ser

uma das mais importantes atividades da Sucen: a geração e a

disponibilização de informações e conhecimentos em controle de vetores e

de endemias, baseadas nas atividades de pesquisa da instituição,

transformando a Sucen num centro (físico e virtual) de inteligência em

controle de vetores e de endemias;9

mas, há dificuldade da instituição de redimensionar as ações de controle

(intervenção), tanto pela falta de estrutura dos atores que deveriam ter se

qualificado e instrumentalizado para assumir as atividades antes exercidas

pela Sucen (municípios e a própria SES) – e isso depois de mais de 20 anos

-, como pela própria cultura da instituição (e seus recursos humanos,

9 Esse ideia, em parte, vem ao encontro de aspectos já discutidos anteriormente, senão

veja-se: Conforme destaca Almeida, o avanço da descentralização da produção das

informações em saúde tende a provocar mudanças no papel atribuído aos usuários do

sistema de informação nos níveis federal e estadual, que devem assumir a condução de

atividades relativas à gerência do sistema de informação e suporte técnico aos Municípios.

Vale ressaltar que, apesar de toda a inovação tecnológica a ser incorporada ao sistema de

informação, da padronização das rotinas e dos incentivos financeiros que se possam

garantir aos Estados e Municípios, para que seja implementado e ampliado o uso do Sinan,

nada disso é sustentável sem uma política de gestão da informação e sem a capacitação

técnica do profissional de saúde. A valorização do papel da informação epidemiológica na

definição das políticas públicas da Saúde se reflete, diretamente, na qualidade dos sistemas

de informação, tornando-os importantes instrumentos dos processos de planejamento,

tomada de decisões e atuação nos seus distintos níveis de competência, em consonância

com os pressupostos do setor (Almeida, 1998, apud Laguardia et al (2004)).

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materiais e orçamentários), criada há quase 80 anos tendo como papel

central o “controle de vetores biológicos, hospedeiros intermediários e

artrópodes incômodos e peçonhentos”;

esse cenário está atrelado à própria identidade da Sucen; senão, veja-se: a

Sucen é uma Autarquia vinculada à Secretaria da Saúde do Estado de São

Paulo que tem por finalidade promover o efetivo controle das doenças

transmitidas por vetores e hospedeiros intermediários no Estado de São

Paulo, realizando pesquisas e atividades necessárias ao avanço dos

conhecimentos científicos e tecnológicos e cooperando com os governos

municipais, como executores das ações locais de controle, conforme

disposições constitucionais, como também assistindo-os no controle de

artrópodes peçonhentos e incômodos e outros animais envolvidos na cadeia

epidemiológica das doenças transmitidas por vetores;

com o processo de descentralização das atividades até então sob sua

responsabilidade, a Sucen deixou de exercer a atividade de ações locais de

controle – passando estas à responsabilidade dos municípios - e procurou

exercer de forma mais explícita as atividades de pesquisa. Entretanto, na

prática isso não se verifica totalmente desta forma – a Sucen é

frequentemente chamada para executar a atividade de ações locais de

controle e, especialmente em períodos de grande incidência de endemia

(como a dengue), vê-se o aparato da instituição voltado a dar conta das

infestações. ... a política da Instituição para a sustentabilidade dos

programas e integração da área de controle de vetores ao SUS tem sido

apoiar o processo de municipalização das ações preventivas destas

enfermidades, atuando de forma complementar, na execução de atividades

sob sua responsabilidade e suplementar, na insuficiência de recursos para o

município executar suas atribuições (Sucen, 2008);

neste sentido, é fundamental salientar, aqui, que entre as referidas

“complementaridades”, ou seja, a execução das atividades sob sua

responsabilidade legal e as ações desempenhadas em caráter suplementar,

as quais se referem a um papel, diga-se, “residual” nas ações diretas de

controle, a parcela dos esforços (humanos, materiais e financeiros) que se

voltam a essas últimas não deveria ser de tal monta a comprometer a

execução das primeiras;

não tendo seu trabalho de pesquisa, controle, treinamento e supervisão

respaldado por ações concretas na ponta dos serviços, sua identidade é

difusa mesmo entre seus pesquisadores:

o alguns, poucos, acreditam que a maior competência da Sucen está

nas atividades de controle,

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o outros, a maioria, acreditam que a Sucen tem sua diferença na

pesquisa e deve se voltar fortemente a essa atividade (inclusive para

conseguir respaldar as atividades de suporte ao controle),

o outros ainda enfocam o papel de agente gerador e difusor de

conhecimento e informações em controle de vetores e de endemias

(neste caso, aparece mais como um desejo que um reconhecimento),

e em relação a como a Sucen é vista ou identificada pela sociedade e pelo

sistema de saúde, as opiniões dos PqCs também divergem – para uns, a

Sucen é vista como instituição de pesquisa, para outros instituição de

combate/controle de endemias e, mais radicalmente, “instituição que passa

veneno”, “do mata-mosquito”;

assim, ter uma missão institucional clara e que esta seja não apenas

compreendida por todos os seus servidores, mas o guia para o trabalho de

toda a instituição é condição sine qua non para o sucesso de qualquer

organização – ou seja, para que a mesma seja reconhecida pelos pares e

pela sociedade como entidade que responde às demandas e abre

oportunidades para, no caso da Sucen, a melhoria das condições de vida de

toda a população;

essa discussão está fortemente relacionada com as competências internas da

instituição e com a forma de agrupamento das atividades desenvolvidas,

tema do item a seguir.

ii. Competências técnico-científicas internas e relações de cooperação:

implicações para a organização da pesquisa

O levantamento das competências técnico-científicas da Sucen – e suas parcerias –

foi realizado a partir de três diferentes conjuntos de informações:

1. da produção bibliográfica dos pesquisadores da Sucen por meio do CV Lattes

destes no Diretório do CNPq (de 1970 a agosto de 2007),

2. do banco de projetos da própria Sucen (de 1997 a 2010) e

3. de documentos (impressos e eletrônicos), entrevistas e reuniões sobre as

linhas e áreas de pesquisa (por unidade de pesquisa e por outro tipo de

agrupamento – por endemia, por vetor e por agente etiológico).

Os dois primeiros (1 e 2) são apresentados no item a; o último (3) no item b.

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a) competências técnico-científicas e redes de cooperação – a produção

científica e as relações institucionais na Sucen

as competências técnico-científicas da Sucen foram observadas e são aqui

apresentadas por duas maneiras - via produção bibliográfica de seus

pesquisadores com levantamento junto à Plataforma Lattes (pelo CV Lattes

de cada PqC da Sucen, entre a década de 1970 e agosto de 2010) e via

banco de projetos da Sucen de 1997 a 2010,

a análise da produção bibliográfica foi realizada a partir dos 42

pesquisadores ativos da Sucen, lotados em 18 unidades de pesquisa, dentre

laboratórios e Serviços Regionais que possuem atividades de pesquisa. Deste

universo, 4 pesquisadores não compõem a amostra, dado que 2 deles não

possuem CV no Diretório de Currículo Lattes do CNPq e outros 2 não tiveram

registro de publicação, somando 38 pesquisadores,

a análise do currículo Lattes dos 38 pesquisadores ocorreu a partir de

informações extraídas dos seguintes campos referentes ao item de

“Produção Bibliográfica”:

o artigos completos publicados em periódicos

o artigos aceitos para publicação o livros e capítulos de livros publicados o textos publicados em jornais e revistas

o trabalhos completos publicados em anais de congressos o resumos expandidos publicados em anais de congressos

o resumos publicados em anais de congressos o artigos publicados em anais de congressos

essa busca resultou no total de 1.691 registros; a produção bibliográfica está

concentrada em resumos de anais de congresso (que representam 59,4% do

total) e artigos completos em periódicos (que somam 33,6%), especialmente

em revistas editadas no ESP por universidades e/ou instituições de pesquisa

(Quadro 1).

Quadro 1 – Produção bibliográfica dos pesquisadores da Sucen por diferentes itens, de 1970 a ago. 2010

Descrição % N

Resumos publicados em anais de congressos 59,4 1.005

Artigos completos publicados em periódicos 33,6 551

Textos em jornais de notícias revistas 2,3 39

Trabalhos completos publicados em anais de congressos 2,0 34

Capítulos de livros publicados 2,6 27

Resumos expandidos publicados em anais de congressos 1,0 17

Livros publicados organizados ou edições 1,7 12

Artigos aceitos para publicação 0,4 6

Total 100 1.691

Fonte: Plataforma Lattes, acessada em 20 de agosto de 2010

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quanto à distribuição dos registros de publicação dos pesquisadores na série

histórica que se inicia na década de 1970, observa-se que há um aumento

na produtividade dos pesquisadores a partir da década de 1980, o que,

segundo a publicação Sucen 30 anos (2006) representa o momento em que

houve ingresso de novos técnicos e pesquisadores na instituição (Tabela 1).

Tabela 1 – Distribuição dos registros bibliográficos por unidades de pesquisa, Sucen, década de 70 a 2010 (ago.)

Obs.: os registros bibliográficos por unidade de pesquisa foram levantados a partir dos CV

Lattes dos pesquisadores e foram alocados em sua unidade de pesquisa atual.

Fonte: Plataforma Lattes, acessados em 20 de agosto de 2010

este resultado apresenta redundâncias geradas a partir de co-autoria entre

pesquisadores da instituição; assim, quanto aos artigos completos

publicados em periódicos foram contabilizados 590 artigos; no entanto,

devido à co-autoria, que gerou dupla contagem de uma mesma publicação, o

valor real é de 421 artigos,

ou seja, 28,6% dos artigos em periódicos são em co-autoria interna10,

realizada especialmente intra-laboratórios. Por exemplo, os pesquisadores do

SR05 possui pelo menos 5 artigos publicados em conjunto com o Laboratório

10 A metodologia usada constituiu em elaborar uma lista com todos os artigos publicados

em periódicos a partir do CV Lattes dos 38 PqCs da Sucen; a partir daí, verificou-se a co-

autoria interna à instituição. Se um pesquisador não registrou em seu CV Lattes um artigo

em co-autoria com um colega da Sucen, esta publicação não foi considerada neste

levantamento de co-autoria. Ex.: o artigo Programa de controle da Doença de Chagas,

BEPA, 2006, escrito por Wanderley, D.; Carvalho, M. E.; Silva, R. A.; Barbosa, G. é contado

como co-autoria entre quatro pesquisadores de duas unidades de pesquisa diferentes.

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de Parasitose por Flagelado, que faz parte da SR05 (Campinas); o

Laboratório de Marília possui pelo menos 9 artigos entre pesquisadores da

mesma unidade. Outros pesquisadores estabelecem parcerias para escrever

artigos com seus pares de outros laboratórios, como é o caso das co-

autorias entre os Laboratórios de Imunoepidemiologia e de Bioquímica e

Biologia Molecular, assim como Imunoepidemiologia e Malacologia; o

Laboratório de Imunoepidemiologia também apresenta produção científica

com a área de Educação, Epidemiologia e o Laboratório de Parasitoses,

as publicações registradas no período foram veiculadas em 114 diferentes

meios, dentre os quais periódicos institucionais, revistas, informes, boletins

etc., sendo que a maior parte é de circulação nacional. Do total, 6 periódicos

somam 56% do total de artigos (Quadro 2).

Quadro 2 – Principais periódicos das publicações da Sucen, dec. de 70 a 2010 ago

Periódico N.

artigos %

Revista de Saúde Pública / Journal of Public Health 64 15

Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 60 14

Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 43 10

Cadernos de Saúde Pública (FIOCRUZ), Rio de Janeiro 27 6,5

Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 27 6,5

BEPA 16 4

Outros 184 44

Total 421 100

Fonte: Plataforma Lattes acessada em 20 de ago 2010 e Portal Capes em 01 de agosto

o português é a língua utilizada em aproximadamente 60% dos artigos,

seguido do inglês, com quase 40%; há publicações em outros idiomas, como

o espanhol, mas que somam menos de 1%,

foi também possível levantar os principais temas das publicações dos PqCs

no período em questão11 – as publicações com os temas epidemiologia e

entomologia são as mais frequentes (Quadro 3).

11

A metodologia usada foi a seguinte: levantou-se as palavras-chave dos títulos dos artigos

publicados em periódicos a partir do CV Lattes dos 38 PqCs da Sucen e fez-se a análise.

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Quadro 3 – Principais temas das publicações, Sucen, década de 70 a 2010 (ago.)

Tema N

Epidemiologia 96

Entomologia 79

Controle 59

Malacologia 36

Resistência 34

Diagnóstico 28

Parasitologia 28

Outros 18

Biologia Molecular 15

Antimaláricos 12

Ixodologia 8

Geoprocessamento 6

Educação 2

Total 421

realizando a contagem da frequência dos termos mais recorrentes nos títulos

de toda a produção bibliográfica da Sucen, desde a década de 1970 até os dias atuais, por pares de palavras, observa-se que a doença de chagas e a dengue (identificadas por meio do par de palavras aedes aegypti) são os

termos mais recorrentes, além da atividade de controle (Tabela 2),

Tabela 2 – Frequência de termos nos títulos das produções bibliográficas da instituição de 1970 a 2010, segundo o Lattes

Frequência Pares de palavra

139 doença chagas

89 aedes aegypti

66 programa controle

61 controle doença

58 plasmodium falciparum

57 state brazil

52 aedes albopictus

46 diptera culicidae

45 leishmaniose tegumentar

44 leishmaniose visceral

43 vigilância entomológica

41 chagas pcdch

40 rio preto

40 panstrongylus megistus

a análise acima foi complementada pela contagem de palavras simples, representada pela nuvem na figura abaixo. O intuito é demonstrar que nem

sempre o nome da doença figura no título da publicação, que ora pode estar se referindo ao vetor, ao agente etiológico, ao hospedeiro ou outros temas. A pesquisa na Sucen abrange grande parte do território paulista, com

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14

análises municipais e regionais que são fundamentais para o controle de doenças, aspecto que fica evidente nesta análise (Figura 1, gerada a partir

do programa Wordle12).

Figura 1 - Publicações da Sucen a partir da contagem de pares de palavras

dos 38 pesquisadores analisados, 8 deles são responsáveis por

aproximadamente 50% do total de publicação de artigos em periódicos da

instituição. Tão conhecer importante o número de artigos é buscar saber o

impacto de tais publicações, ou seja, saber quantas vezes elas foram citadas

por outros autores. O índice H oferece um cálculo aproximado que pode ser

utilizado para tal finalidade. Em especial para a Sucen, devido ao perfil dos

veículos das publicações, optou-se por utilizar a base de dados do Google

Scholar para consulta de citações (ver Anexo 2),

a partir da busca por citações dos artigos publicados pelos pesquisadores da

Sucen registrados no Google Scholar, observa-se que apenas 2

pesquisadores não possuem índice-h, ou seja, o índice é igual a zero; 4

pesquisadores registraram o maior índice da instituição: 11, o que

representa que cada um deles publicou pelo menos 11 artigos que foram

citados, cada um deles, pelo menos 11 vezes (as áreas desses artigos são

entomologia, biologia molecular, epidemiologia, diagnóstico e

monitoramento da malária, bioecologia de vetores e ecologia de moluscos);

dez pesquisadores possuem índice-h entre 1 e 2 e outros 8 com índices

entre 3 e 4 (Gráfico 1).

12 Programa aberto desenvolvido por Jonathan Feinberg, acessível por meio do site

www.wordle.net. O programa contabiliza a frequência de palavras, destacando as mais

repetidas pelo tamanho da letra; as cores e a ordenação não são relevantes para a análise.

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15

Gráfico 1 – Índice-h dos pesquisadores da Sucen segundo número de citações de

artigos no Google Scholar

Fonte: Plataforma Lattes e Google Scholar, acessados em 20 de ago 2010

a média geral dos índices-h dos pesquisadores da instituição foi de 4,7,

dentre os pesquisadores das unidades a maior média foi registrada no

Laboratório de Culicídeos (8), seguido pela média dos pesquisadores do

SR05 (7,5) e pelos Laboratórios de Imunoepidemiologia e Malacologia

(ambos 7,0) (Tabela 2).

Tabela 2 – Índice H das unidades de pesquisa da Sucen segundo Google Scholar

Unidades de pesquisa H Index

Laboratório de Culicídeos - SR03 8

SR05 7,5

Laboratório de Imunoepidemiologia 7

Laboratório de Malacologia 7

Laboratório de Parasitoses por Flagelados - SR05 6,3

Laboratório de Malária 5,5

Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular 5,3

Epidemiologia 5,2

Laboratório Anofelinos - SR06 5

Laboratório de Simulídeo 5

Laboratório de Vetores - SR 08 4,5

Laboratório Entomologia Médica 3,7

Núcleo de avaliação e pesquisa - SR11 3

SR02 3

Educação 2

SR10 1,5

Estatística 1

Laboratório Leishmaniose - SR 09 1

Média Geral 4,7

Fonte: elaboração própria a partir do Google Scholar

a competência técnico-científica da instituição foi analisada também a partir

de um banco de dados de projetos da Sucen com informações de 167

projetos que iniciaram entre 1997 a 2010, com média de 12 projetos por

ano, considerando a data em que foram iniciados,

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16

em 2006 foi registrado um salto no número de projetos num total de 25;

entre 2007 e 2008 houve quebra no ritmo de crescimento do número de

projetos na instituição, com retomada nos anos subsequentes (Gráfico 2).

Gráfico 2 – Número de projetos na Sucen, 1997 a 2010 (anos de início)

os projetos têm duração média de 2,7 anos13; 41% do total tem duração de

2 anos, 28% de 3 anos e 11% de 4 anos,

todos os 12 projetos que tiveram no máximo um ano de duração têm o

financiamento atribuído à instituição; os com maior tempo de duração, de 3

a 4 anos, foram financiados por instituições de fomento como Fapesp e

Finep,

os dados sobre financiamento dos projetos da instituição não estão

completos devido à falta de sistematização anterior para registro de valores

e de desembolso. A partir da base de dados, 126 dos projetos têm a fonte

indicada; no entanto, os valores estão disponíveis apenas para 59% do total.

Assim, a análise dos valores médios dos projetos foi feita a partir da amostra

de 97 projetos,

o valor total dos projetos da amostra soma, aproximadamente, R$ 4,2

milhões (deflacionado para o ano-base de 2010, o valor chega a R$ 4,9

milhões);

a principal fonte de financiamento dos projetos da amostra é a Fapesp que,

no período, apoiou pelo menos 17 projetos, sendo que parte deles

ultrapassou o valor de R$ 300 mil; o valor total disponibilizado pela Fapesp

nos projetos da amostra representa 58% do total,

13 Dos 164 projetos, 9 não tinham registro do ano de término do projeto, não sendo

possível precisar a duração; os projetos nessa situação foram excluídos do cálculo

apresentado.

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a Sucen representa 26% do total investido14; o CNPq figura como outra

importante fonte de financiamento, com 8% do total do valor com 5 projetos

apoiados; a Finep apoiou 7 projetos com montante de aproximadamente R$

250 mil (Tabela 3).

Tabela 3 – Origem do financiamento dos Projetos da Amostra (97), R$, 1997–2010 Instituição N. projetos Valores Correntes

FAPESP 18 2.440.828,61

Sucen 55 1.091.325,99

CNPq 5 340.750,65

FINEP 7 180.556,20

FAMERP 3 51.937,88

Universidade Nova de Lisboa 1 48.402,64

FUNASA 2 23.873,00

CESP 1 12.331,60

CEMIG 1 9.366,70

Instituto Butantan 1 6.520,00

IAL 1 6.411,25

USP 1 3.000,00

FESIMA 1 2.895,40

Total 97 4.215.304,52

Fonte: Sucen

Obs: Outros projetos foram apoiados por agências nacionais ou internacionais ao

participarem de convênios, mas os valores repassados à Sucen não foram identificados, não

entrando, portanto, nesse conjunto de dados. Alguns dos valores acima representam a

contrapartida da instituição do projeto financiado.

com exceção dos projetos financiados pela FUNASA, todos os demais que

tiveram aporte financeiro de outras instituições ocorreram nos anos 2000,

com maior frequência a partir do ano de 2002 e com destaque para o ano de

2006,

2006, além de ter registrado o maior número de projetos, foi também o de

maior captação de recursos, somando aproximadamente R$ 1,0 milhão, com

projetos custeados pela Sucen por meio de editais, pela FAMERP e,

principalmente, pelo CNPq e Fapesp que, neste ano, juntas, financiaram

aproximadamente R$ 800 mil para os projetos, em especial nas áreas de

malacologia e malária (Gráfico 3).

14 O financiamento da Sucen foi registrado em alguns projetos como contrapartida, sendo

que o valor total dos projetos nem sempre é contabilizado. Dessa forma, os valores totais

podem ser menores que os valores reais anuais ou podem não representar o total do

financiamento.

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Gráfico 3 – Número e valor dos projetos (total deflacionado, ano-base julho de 2010), por ano, Sucen, de 1998 a 2010 (n=97)

no que se refere às parcerias externas à Sucen, parte dos projetos é

realizada em parceria com outras instituições de pesquisa e universidades:

foram registrados 89 projetos realizados em parcerias, sendo que 7 projetos

possuíam mais duas instituições parceiras e 16 deles com duas instituições

parceiras,

os projetos que são financiados pela Fapesp registram maior incidência de

parcerias externas do que os demais que são financiados por outras agências

ou pela Sucen,

as universidades são as principais parceiras da Sucen nos projetos - chegam

a representar 72% do total de parceiros, seguidas pelas organizações

públicas de pesquisa, que são 16% do total,

órgãos do governo, como secretarias municipais, são 11% das 89 parcerias

registradas e apenas uma empresa privada foi registrada,

as universidades são na maior parte públicas estaduais, ainda que haja

registro de universidades privada e internacionais (Califórnia, Flórida e

Lisboa) (Gráfico 4).

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Gráfico 4 – Perfil das instituições parceiras da Sucen em projetos de 1997 a 2010

a maior parceira externa da Sucen é a USP, em especial a Faculdade de

Saúde Pública e o Instituto de Medicina Tropical (Quadro 4).

Quadro 4 – Instituições parceiras dos projetos da Sucen Instituições N

USP Total 40

USP

USP/FSP 11

USP/IMT 6

USP/FMVZ 9

USP/FCF 3

USP/IB 3

USP/ICB 3

USP /FM 2

USP 1

USP/EEL 1

USP/IQ 1

UNICAMP 5

UNESP 4

UFES 1

UFMG 1

UFSCar 1

UNIT 1

FAMERP 5

PUC/RS 2

ICB/UFMG 1

Universidade da Califórnia 1

Universidade da Flórida 1

Universidade Nova de Lisboa 1

Instituto Butantan 6

IAL 3

Fiocruz 4

CCZ/SP 3

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CVE 2

CCD 1

Secretaria Municipal de Saúde e Higiene de SJRP 2

Secretaria da Saúde do Município de Campinas 1

INS 1

Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde 1

MERCATOR - ENGENHARIA 1

quanto às parcerias internas na Sucen identificadas no banco de projetos, o

quadro é o seguinte: há 17 projetos com parcerias, sendo que 9 deles com

mais de uma unidade (1 projeto com 3 unidades; 4 projetos com 3

unidades; 4 projetos com 2 unidades),

a maior parte delas ocorreu entre o Laboratório de Imunoepidemiologia e

outras 10 unidades, com mais frequência com o Laboratório de Vetores da

SR08, que por sua vez realiza trabalhos com outras seis unidades,

quanto aos resultados dos trabalhos dos projetos, menos da metade (mais

exatamente, 45,7% dos 164 projetos registrados) apresentou resultados.

Dentre os estes, aparecem:

o em relação às publicações:

a maior parte das publicações foi de artigos em periódicos

nacionais e internacionais, que juntos somaram 73 artigos,

resumos expandidos e trabalhos completos publicados em anais

de eventos dentro e fora do país somam 52 registros,

além de outros 47 resumos em anais,

o os projetos contribuíram também para a formação de recursos

humanos da Sucen: 16 pesquisadores tiveram seus mestrados

originados a partir das pesquisas realizadas, assim como outros 6 que

desenvolveram suas teses de doutorado (Tabela 4).

Tabela 4 – Perfil da produção científica como resultado dos projetos de pesquisa, 1997 - 2010

Tipo de Publicação N

Artigos em periódicos Internacionais 21

Nacionais 52

Resumos expandidos e trabalhos completos em anais Internacionais 11

Nacionais 41

Resumos em anais Internacionais 23

Nacionais 24

Livros e Capítulos 2

Mestrado 16

Doutorado 6

Especialização 3

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observa-se que a grande maioria dos projetos que resultaram em

publicações foi realizada com auxílio financeiro de agências de fomentos,

principalmente Fapesp e CNPq, além de contarem com parceiros externos,

fortemente representado pelas universidades, como USP e FAMERP,

as publicações em co-autoria, analisadas pelo conjunto de projetos,

complementam as indicações que foram apontadas quando da análise dos

CV Lattes do PqCs da Sucen: a Epidemiologia possui maior interação com as

demais unidades, assim como o Laboratório de Imunoepidemiologia e

Entomologia Médica, áreas mais transversais do conhecimento. Entretanto,

são baixos os números de co-autoria e os pesquisadores da Sucen publicam

principalmente junto com pesquisadores da mesma unidade. Na Figura 2, o

tamanho dos quadrados revela, proporcionalmente, o número de co-autorias

por unidade de pesquisa, assim como as setas indicam com quem as

mesmas mais publicam; por sua vez, o arco acima do símbolo da unidade

demonstra a publicação inter-unidade.

Figura 2 – Mapeamento das interações entre unidades da Sucen via co-autoria em

artigos completos publicados em periódicos Fonte: elaboração própria a partir do banco projetos da Sucen, 1997 e 2010

aliando a este mapa o método de contagem de palavras de artigos, os artigos da Epidemiologia revelam que esta área tem se dedicado, especialmente, ao estudo da doença de chagas (Figura 3),

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Figura 3 – Perfil da publicação da área da Epidemiologia via contagem de palavras em artigos

o Laboratório de Imunoepidemiologia, assim como a Epidemiologia, representa um nó na rede interna da Sucen; isso porque se relaciona com

outras unidades da instituição por meio de co-autorias. Essa ligação com outras unidades fica expressa na contagem de palavras dos artigos (Figura

4). Os temas, ainda que diversificados em relação às endemias e vetores, são principalmente de diagnóstico e soroepidemiologia em doenças como chagas, malária, esquistossomose,

Figura 4 – Perfil da publicação do Laboratório Imunoepidemiologia via contagem de palavras em artigos

o Anexo 3 apresenta o perfil das publicações de todas as unidades de

pesquisa da Sucen.

b) competências técnico-científicas em vetores, agentes etiológicos e

endemias

Como dito acima, foi realizado um outro levantamento para a análise das

competências técnico-científicas da Sucen, via linhas e áreas de pesquisa, como

apresentado a seguir.

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no que tange o mapeamento global das competências técnico-científicas da

Sucen, o levantamento realizado, a partir das “unidades” vinculadas à

pesquisa, permitiu a identificação do quadro geral apresentado abaixo

(Quadro 5),

Quadro 5 – Principais competências técnico-científicas nas unidades de pesquisa da Sucen

Unidade da Sucen Principais competências

Laboratório de Bioquímica e

Biologia Molecular

Mapeamento e taxonomia de vetores (técnicas

moleculares, Biomphalaria)

Relação vetores – hospedeiros (esquistossomose)

Relação vetores – agente etiológico (Febre Maculosa)

Identificação de áreas de transmissão (F. Maculosa)

Infectividade de vetor (malária)

Laboratório de

Imunoepidemiolologia

Sorodiagnóstico (malária, doença de Chagas,

esquistossomose e leishmaniose)

Estudos soroepidemiológicos de malária simiana;

Estudos de hábito alimentar (triatomíneos e

flebotomíneos)

Laboratório de Entomologia

Médica

Pesquisa básica em ecologia e biologia de mosquitos

Taxonomia de vetores silvestres

Identificação e monitoramento de áreas de ocorrência de

vetores silvestres

Laboratório de Malacologia Taxonomia de moluscos

Distribuição geográfica

Identificação de Áreas de Transmissão

Bioecologia de moluscos (Biomphalaria e outros

moluscos de interesse epidemiológico)

Laboratório de Malária (IMT) Diagnóstico de malária

Sensibilidade do Plasmodium falciparum a antimaláricos

usuais e novos fármacos

Aspectos genéticos da resistência a antimaláricos

Identificação e caracterização molecular de parasitos

(Plasmodium spp)

Laboratório de Simulídeo Hábito alimentar de triatomíneos e Aedes

Epidemiologia de malária

Pesquisa em controle de simulídeos

Laboratório Leishmanioses

(SR09, Araçatuba)

Bioecologia de flebotomíneos

Epidemiologia e controle das leishmanioses

Laboratório Anofelinos

(SR06, Araraquara)

Taxonomia de Anopheles

Laboratório de Chagas /Lab.

de Parasitoses por

Flagelados (SR05, M. Guaçu)

Biologia de triatomíneos

Taxonomia de triatomíneos

Parasitologia de triatomíneos

Laboratório de Febre

Maculosa /Lab. de

Parasitoses por Flagelados

(SR05, M. Guaçu)

Taxonomia de Amblyomma spp e outros carrapatos;

Relação vetores-hospedeiros;

Distribuição geográfica (vetores e endemia);

Identificação de áreas de transmissão

Laboratório de

Leishmanioses /Lab. de

Parasitoses por Flagelados

(SR05, M. Guaçu)

Bioecologia de flebotomíneos

Capacidade e competência vetorial (Lutzomyia)

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Laboratório de Culicídeos

(SR03, Taubaté)

Biologia e Ecologia de culicideos de ambiente urbano e

de transição

Pesquisa em epidemiologia e controle de doenças

transmitidas por vetor de ambiente urbano e de

transição

Laboratório de Vetores

(SR08, S. José do Rio Preto)

Pesquisa em epidemiologia e controle da dengue

Bioecologia de Aedes spp

Núcleo de Avaliação e

Pesquisa /Lab. de

Resistência (SR11, Marília)

Resistência a inseticidas (Aedes)

Entomologia aplicada

Manutenção de insetário (Aedes)

Sede (SR02, São Vicente) Taxonomia de Aedes

Manutenção do Insetário (Aedes)

Sede (SR05, Campinas) Epidemiologia (Chagas, Esquistossomose, Dengue, LVA e

Febre Maculosa)

Bioecologia de Amblyomma spp

Sede (SR10, Presidente

Prudente)

Estudos epidemiológicos (Chagas, Dengue, LTA)

Avaliação de serviço de saúde

Departamento de Controle de

Vetores (DCV, São Paulo)

Temas transversais: educação, epidemiologia e

estatística (trabalhos em Chagas, FMB, Leishmaniose e,

especialmente, Dengue)

Fonte: elaboração própria

a análise dessas competências técnico-científicas internas permitiu a

identificação de três clusters ou agrupamentos, não necessariamente

excludentes, em termos de seus principais focos: a) competências técnico-

científicas com foco no vetor; b) competências técnico-científicas com foco

no agente etiológico; e c) competências técnico-científicas com foco em

endemias;

no que respeita o foco no vetor, a Sucen reúne um grande espectro de

competências técnico-científicas. De maneira geral, levando-se em conta a

instituição como um todo, identificam-se principalmente competências

focadas nos seguintes vetores ou grupos de vetores: várias espécies de

Amblyomma e alguns outros gêneros de carrapatos, Aedes aegipti e A.

albopictus, Anopheles sp, Biomphalaria e outros moluscos de interesse para

doenças endêmicas, Culex spp, várias espécies de Lutzomyia, diversas

espécies de Triatoma e outros gêneros de barbeiros;

essas competências em matéria de vetores abrangem as seguintes

especialidades de pesquisa: taxonomia, epidemiologia, relação vetor-

hospedeiro, infectividade e competência vetorial, distribuição geográfica,

identificação de áreas de transmissão, bioecologia e hábito alimentar, além

de pesquisa em controle de vetores (Figuras 5 e 6).

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Figura 5 – Competências focadas em vetores nos Laboratórios da CLRDC

Figura 6 – Competências focadas em vetores nas unidades da DCV

as “áreas de sombreamento” (nas duas figuras) são as de competências

comuns, o que coloca a questão um tanto óbvia - até que ponto existe

complementaridade e cooperação entre essas competências?;

no que respeita o foco no agente etiológico, pôde-se identificá-las para três

grupos desses agentes: Plasmodium spp, Tripanossoma cruzi e T. chagasi e

Rickettsias. Essas competências dizem respeito às seguintes especialidades:

infectividade e competência vetorial, sorodiagnóstico, imunoepidemiologia,

parasitologia e identificação molecular, competências encontradas

fundamentalmente nos laboratórios da CLRDC (Figura 7).

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Figura 7 – Competências técnico-científicas da Sucen com foco nos agentes

etiológicos

no que respeita o foco em endemias, as competências foram agrupadas em

duas categorias: competências técnico-científicas em doenças do Eixo

Prioritário V da SES e competências técnico-científicas para as demais

endemias:

o em relação às competências técnico-científicas da Sucen em doenças

do “Eixo Prioritário V” (Leishmaniose Visceral, Febre Maculosa e

Dengue), seguem:

no caso da Leishmaniose Visceral (Quadro 6), foram mapeadas

competências técnico-científicas em sete unidades da Sucen:

nos Laboratórios de Leishmanioses de Araçatuba (SR09) e de

Mogi Guaçu (SR05), no SR05 (Campinas), no Laboratório de

Imunoepidemiologia, no SR10 (Presidente Prudente), na DCV

(Epidemiologia, Estatística e Educação) e recentemente no

SR11 (Marília);

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Quadro 6 – Competências técnico-científicas da Sucen: Leishmaniose Visceral SR 09 – Laboratório de Leishmanioses (Araçatuba)

- Bioecologia de flebotomíneos

- Epidemiologia e controle de leishmanioses

Lab. de Parasitoses por Flagelados (Mogi Guaçu – SR05)

- Bioecologia de flebotomíneos

- Capacidade e competência vetorial de Lutzomyia

SR 05 – Campinas

- Epidemiologia

Laboratório de Imunoepidemiologia

- Estudo de hábito alimentar de flebotomíneos

SR 11 – Marília (inclusão recente)

- Dosagem e efetividade do controle químico (a desenvolver)

DCV

- Epidemiologia

- Educação

SR 10 – Presidente Prudente

- Epidemiologia

- Controle

no que tange à Febre Maculosa (Quadro 7), as competências

identificadas estão localizadas em quatro instâncias da Sucen:

no Laboratório de Febre Maculosa de Mogi Guaçu (SR05), no

SR05 (Campinas), no Laboratório de Bioquímica e Biologia

Molecular e na DCV (Educação e Estatística);

Quadro 7 – Competências técnico-científicas da Sucen: Febre Maculosa Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular

- Relação agente etiológico-vetores

- Identificação de áreas de transmissão

Lab. de Parasitoses por Flagelados (Mogi Guaçu SR 05)

- Taxonomia de Amblyomma spp e outros carrapatos

- Relação vetores-hospedeiros

- Distribuição geográfica

- Identificação de áreas de transmissão

SR 05 – Campinas

- Bioecologia de vetores

- Epidemiologia

DCV

- Educação

- Estatística

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no que se refere à Dengue (Quadro 8), foram identificadas

competências técnico-científicas em oito unidades da Sucen: no

Laboratório de Culicídeos de Taubaté (SR03), no Laboratório de

Resistência a Inseticidas de Marília (SR11), no Laboratório de

Vetores de São José do Rio Preto (SR08), no Laboratório de

Entomologia Médica, no SR05 (Campinas), na DCV (Estatística,

Educação e Epidemiologia), no SR02 (São Vicente) e no

Laboratório de Simulídeos;

Quadro 8 – Competências técnico-científicas da Sucen: Dengue Laboratório de Culicídeos (Taubaté – SR03)

- Bioecologia de culicideos de ambiente urbano e de transição (Aedes

spp)

- Pesquisa em epidemiologia e controle da dengue

Laboratório de Resistência a Inseticidas (Marília – SR11)

- Resistência de Aedes spp a inseticidas

- Entomologia aplicada (Aedes spp)

Laboratório de Vetores (S. J. do Rio Preto – SR08)

- Epidemiologia e controle

- Bioecologia de Aedes spp

Laboratório de Entomologia Médica

- Bioecologia de Aedes spp

- Taxonomia de Aedes spp

SR 05 – Campinas

- Epidemiologia

- Controle

SR 02 – São Vicente

- Manutenção de insetário

- Taxonomia de Aedes

Laboratório de Simulídeos (Caraguatatuba)

- hábito alimentar de Aedes

DCV

- Educação

- Estatística

- Epidemiologia

o em relação às competências técnico-científicas da Sucen em outras

endemias - Malária, Esquistossomose Mansônica e Doença de Chagas,

tem-se:

no caso da Malária (Quadro 9), as competências técnico-

científicas são encontradas em cinco unidades da instituição: no

Laboratório de Malária (localizado no IMT), no Laboratório de

Bioquímica e Biologia Molecular, no Laboratório de

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Imunoepidemiologia, no Laboratório de Entomologia Médica e

no Laboratório de Anofelinos de Araraquara (SR06);

Quadro 9 – Competências técnico-científicas da Sucen: Malária Laboratório de Malária (IMT)

- Diagnóstico laboratorial (Plasmodium spp)

- Diagnóstico laboratorial de casos autóctones (Plasmodium vivax e P.

malariae)

- Caracterização de cepas de Plasmodium spp

- Resistência de Plasmodium falciparum a antimaláricos

- Genética molecular de resistência a antimaláricos

- Pesquisas sobre casos não humanos (peixes, pinguins)

Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular

- Epidemiologia da malária

- Infectividade de vetor

- Malária simiana

- Identificação de Anopheles por PCR

Laboratório de Imunoepidemiologia

- Sorodiagnóstico de malária

- Soroepidemiologia de malária simiana

Laboratório de Entomologia Médica

- Bioecologia de vetores

- - Taxonomia de vetores silvestres

- Identificação e monitoramento de áreas de ocorrência do vetor

Laboratório de Anofelinos (Araraquara – SR06))

- Taxonomia de Anopheles

no que diz respeito à Esquistossomose Mansônica (Quadro 10),

foram identificadas competências técnico-científicas em quatro

unidades da instituição: no Laboratório de Malacologia (em duas

linhas - uma na sede outra no DPE), no Laboratório de

Bioquímica e Biologia Molecular, no Laboratório de

Imunoepidemiologia e no SR05 (Campinas).

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Quadro 10 – Competências técnico-científicas da Sucen: Esquistossomose Laboratório de Malacologia (CLRDC)

- Bioecologia de moluscos (Biomphalaria e outros moluscos de interesse epidemiológico)

Laboratório de Malacologia (DPE)

- Taxonomia de moluscos

- Distribuição geográfica

- Identificação de áreas de transmissão

Laboratório de Imunoepidemiologia

- Sorodiagnóstico de esquistossomose

Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular

- Mapeamento e taxonomia de vetores

- Relação vetores-hospedeiros

SR 05 – Campinas

- Epidemiologia

em se tratando da Doença de Chagas (Quadro 11), foram

identificadas competências técnico-científicas em seis unidades

de pesquisa: no Laboratório de Chagas de Mogi-Guaçu (SR05),

no Laboratório de Imunoepidemiologia, no SR10 (Presidente

Prudente), no SR05 (Campinas) e na DCV (Epidemiologia).

Quadro 11 – Competências técnico-científicas da Sucen: Doença de Chagas Laboratório de Chagas (Mogi-Guaçu)

- Biologia de triatomíneos

- Taxonomia de triatomíneos

- Parasitologia em triatomíneos

Laboratório de Imunoepidemiologia

- Estudos sorodiagnósticos de Chagas

SR 10 – Presidente Prudente

- Epidemiologia

SR 05 – Campinas

- Epidemiologia

DCV

- Epidemiologia

percebe-se que a Sucen possui diferentes arranjos para o desenvolvimento

de suas atividades de pesquisa e controle e que não há um modelo claro de

organização da pesquisa na instituição – tanto pelo fato das unidades

fazerem parte de duas estruturas diferentes (DCV e CLRDC, além de parte

substantiva destas fazer parte da estrutura dos SR), como pelo fato de sua

organização se dar de diferentes formas: por endemia (malária, ...) por

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vetor (culicídeo, simulídeo ...), por área do conhecimento (biologia

molecular, bioquímica, entomologia ...), por atividades transversais

(estatística, educação, epidemiologia), entre outros,

esse quadro confunde os pares, dificulta a construção de uma identidade da

instituição e o reconhecimento de seu trabalho pela sociedade, além de

demonstrar um perfil não interdisciplinar das atividades de pesquisa (mesmo

que este exista na instituição, apesar de débil, o que vai contra o caráter

multidisciplinar desta atividade),

entretanto, mais do que a transformação das estruturas físicas, de

organograma e de nomenclatura (mas que não deve deixar de ser revista

em algum momento), o que interessa é a forma de articulação das unidades

envolvidas com a pesquisa na instituição,

os levantamentos realizados, como visto acima, apontam a pouca interação

interna no que respeita a pesquisa, mesmo com a grande diversidade e

complementaridade entre os temas de pesquisa com os quais a instituição

trabalha e tem competência; por sua vez, os Núcleos de Estudos (e outras

instâncias de interação) têm se mostrado uma forma de organização da

pesquisa que tem conseguido agrupar competências dispersas para se

atingir um objetivo proposto e que, portanto, maiores efetividade e eficiência

podem ser alcançadas se a organização destas atividades for revista,

as análises demonstram que a organização da pesquisa por endemias é uma

das que mais agregaria as diversas competências da instituição, dado o

próprio quadro de capilaridade, relações intrainstitucionais e conhecimento

hoje existente,

a partir dos argumentos expostos acima, acredita-se que essa organização

possa se dar via constituição de redes de competências em endemias; essa

organização, porém, não deve inibir ou desconsiderar outras competências e

necessidades de organização para o desenvolvimento das pesquisas e do

controle na instituição – sugere-se, aliás, que o modelo seja revisto com

alguma periodicidade, justamente para averiguação da sua efetividade,

essa proposta está melhor desenvolvida no item subsequente, que trata do planejamento da pesquisa – e assim das redes de colaboração.

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SUBPRODUTO 2.2 - PROPOSIÇÕES PARA A AMPLIAÇÃO E EFETIVIDADE DAS

ATIVIDADES DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO NA SUCEN

Este subproduto está dividido em três partes: iii. a análise dos níveis estratégico,

tático e operacional no que tange as atividades de pesquisa (dentre outras) da

Sucen; iv. as proposições de ações a partir da análise dos níveis estratégico, tático

e operacional e v. as proposições para ampliação e efetividade das atividades de

pesquisa, desenvolvimento e inovação na Sucen – planejamento, programação,

avaliação da pesquisa e redes de colaboração.

iii. a análise dos níveis estratégico, tático e operacional nas atividades de pesquisa na Sucen

a gestão e o planejamento das atividades de pesquisa e inovação têm

especificidades, não devendo seguir manuais de gestão que servem,

geralmente, a organizações típicas das sociedades, que visam o lucro e a

competitividade frente a seus concorrentes,

as considerações e premissas a serem observadas para essa tarefa é objeto

de estudos recentes da literatura voltada à gestão e também àquela voltada

à dinâmica e à organização das atividades de CT&I.15 Como colocado no

Produto 1 deste trabalho, ... este contexto está permeado pela incerteza

quanto aos resultados das atividades de pesquisa, desenvolvimento e

inovação (ex ante não é possível afirmar se um novo conhecimento, técnica,

aparato, dispositivo etc. será socialmente apropriado(a) e virará uma

inovação), pelos riscos das atividades, mas também pelas oportunidades

abertas e mesmo a serem construídas. A gestão da pesquisa,

desenvolvimento e inovação se apresenta, em linhas gerais, como uma

ferramenta que tem condições de minimizar tais entraves e favorecer

oportunidades (Produto 1, p. 8).

O planejamento e a gestão das atividades de pesquisa, desenvolvimento e

inovação podem ser analisados a partir de três níveis - estratégico, tático e

operacional:

o nível estratégico - orienta as diretrizes institucionais de médio e

longo prazo; é a definição de grandes estratégias institucionais; leva

em consideração as demandas e os programas definidos por

instâncias superiores (no caso da Sucen, pelo MS, pela SES, pela CCD,

por exemplo), assim como orientações da pesquisa e o

aproveitamento de oportunidades;

o nível tático – define como a instituição se organiza para atender as

diretrizes estratégicas, para empreender atividades e processos para

15 Algumas dessas considerações e premissas podem ser apreciadas em texto apresentado

no Anexo 4, Planejando e gerenciando CT&I, de autoria de A. Bin e S. Salles-Filho, do

GEOPI/DPCT, a partir de trabalhos e disciplinas que têm se debruçado sobre essa temática.

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que permitam o alcance dessas diretrizes. É no plano tático que se

definem caminhos necessários para se chegar aos objetivos

estratégicos (como programas, projetos e ações); e

o nível operacional – é o plano da execução das atividades e ações

definidas no nível tático, ou seja, a o desenvolvimento de projetos e

de serviços

esse processo é permeado por metas e definido no tempo e inclui o

acompanhamento e a avaliação para a retroalimentação do sistema (Figura

8)

Figura 8 – Níveis de Planejamento e Gestão

num primeiro momento, vai-se analisar o planejamento e gestão das

atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Sucen – e seus

pontos fortes e fracos -, a partir dos três níveis descritos acima, seguida, no

item subsequente, das proposições. As ações necessárias para fortalecer

e/ou reavaliar aspectos hoje em uso na Sucen são apresentadas na

sequência.

Pontos fortes que encerram as atividades da Sucen, sob o aspecto da

pesquisa

Nível estratégico

1. Elevada legitimidade da temática social que envolve as atividades da

instituição

2. Experiência em temas de controle de endemias

3. Competências técnico-científicas com conhecimento do objeto de trabalho

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consequências

• Instituição central no sistema de C&T e no sistema de saúde para dar

suporte às ações de controle de vetores no ESP

• Instituição importante no sistema de C&T e no sistema de saúde para dar

suporte às ações de controle de endemias no ESP

Nível tático

4. Fortalecimento da Comissão Científica (CC)

5. Sistematização e revisão dos Encontros técnico-científicos

6. Oficialização e fortalecimento de Núcleos de Estudos

7. Organização e implantação do NIT-Sucen (potencial)

consequências

• Maior direcionamento e institucionalidade às atividades de pesquisa

• Ampliação das instâncias de suporte à pesquisa e dos canais de comunicação

entre pesquisadores / assistentes de pesquisa e outros

• Maior socialização interna das ações de pesquisa

Nível operacional

8. Capilaridade da instituição no ESP

9. Interfaces temáticas com municipalidades e com órgãos de pesquisa em

saúde

10.Interrelação entre pesquisa e serviço

11.Autonomia de trabalho

consequências

• Alcance dos trabalhos da Sucen por todo o ESP

• Conhecimento do território paulista e das especificidades do mesmo

• Facilidade para trabalho de campo

Pontos fracos que encerram as atividades da Sucen, sob o aspecto da

pesquisa

Nível estratégico

1. Dificuldade de antecipar as pressões que a dinâmica das endemias exerce

sobre as competências técnico-científicas e ações estratégicas

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2. Percepção diferenciada e não convergente dos pesquisadores sobre a missão

institucional e, consequentemente, sobre o papel da pesquisa na Sucen e da

Sucen na pesquisa

3. Fragmentação da coordenação operacional da pesquisa (CLRDC e DCV)

causas e consequências (e suas retroalimentações)

• Ausência de diretrizes estratégicas (institucionais) claras

• Dificuldade de planejamento e coordenação das atividades de pesquisa

• Referência difusa para pesquisadores e dispersão das ações

• Dificuldade de fortalecimento institucional (marca Sucen)

Nível tático1

4. Mecanismos difusos de programação da pesquisa e de alocação de recursos

(humanos, materiais e financeiros)

consequências

• Ausência de programação institucional da pesquisa

• Dificuldade de priorização e de alocação de recursos

• Dispersão e fragmentação das atividades de pesquisa

• Debilidade de articulação e sinergia entre pesquisa e pesquisa e controle

• Dificuldade de captação de recursos financeiros institucionais

• Dificuldade de articulação com outras entidades de pesquisa

Nível tático2

5. Acompanhamento, avaliação de projetos e realimentação da programação

não sistematizados

consequências

• Ausência de realimentação institucional dos resultados

• Reforço da dispersão e fragmentação das atividades de pesquisa

• Lacunas de informação sobre resultados e impactos

Nível operacional

6. Práticas da administração direta

7. Acompanhamento de processos internos não informatizados

8. Procedimentos únicos para o uso e execução de recursos orçamentários e

extra-orçamentários e para recursos para pesquisa e outras atividades

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consequências

• Menor agillidade relativa dos processos

• Liberação truncada de recursos

• Dificuldade de controle da informação (resultados, recursos utilizados etc.)

• Dificuldade de acesso e uso da informação interna

iv. proposições de ações a partir da análise dos níveis estratégico, tático e

operacional

Nível estratégico

Obter constante compromisso da instituição (do Superintendente a todos os

servidores) com sua missão

Garantir maior espaço nas instâncias de governança do sistema de saúde e

do sistema de C&T no ESP

Garantir maior espaço no sistema de saúde e de C&T em nível federal

Criar condições (a partir de outras ações) para que a Sucen seja um centro

de referência em informação e conhecimento em controle de endemias e de

vetores

Elaborar Plano Diretor para a pesquisa (e posteriormente para a Sucen como

um todo)

Instituir planejamento institucional sistemático, seguindo: o alinhamento da

missão e atividades da Sucen; a revisão da inserção e articulação com o

sistema de saúde

Adotar a cultura da prospecção sistemática da dinâmica das endemias no

território e no tempo (realizar sistematicamente exercícios de prospecção,

com o intuito de acompanhar a fronteira do conhecimento nos temas de

pesquisa da Sucen, refletir sobre o futuro dos mesmos e do próprio papel da

Sucen no sistema de CT&I e de saúde do ESP e do país)

Criar e implantar uma política de propriedade intelectual e de transferência

de tecnologia

Ampliar e fortalecer o caráter estratégico da política de comunicação

institucional

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Nível tático

Consolidar as instâncias de interação – Comissão Científica, Encontros

Técnico-científicos, Núcleos de estudos, grupos de pesquisa certificados pelo

CNPq e Jornal Vector. Recomenda-se:

o CC: dar caráter mais estratégico à Comissão Científica e menos

operacional; ações voltadas para o direcionamento e planejamento

das atividades de pesquisa e menos para as operações práticas e

rotineiras

o ETC: rever o formato; formar GTs para discutir temas da fronteira do

conhecimento (tomar um caso – uma organização nacional ou

internacional – para ser analisada e discutida; ver Produto 1)

o Núcleos de Estudos - dar maior organicidade aos mesmos e maior

status

o Grupos de Pesquisa - revisão dos grupos cadastrado no DGP/CNPq (se

refletem a realidade da pesquisa hoje na Sucen: temas, parcerias,

resultados, entre outros)

o Jornal Vector - ter suas edições disponibilizadas na página da Sucen

(na web) para uma maior circulação do mesmo

Criar o NIT-Sucen e dar a ele a missão de formular, implementar e dar

suporte à Política de propriedade intelectual e de transferência de tecnologia

da Sucen; seu trabalho deve apoiar e ser apoiado pela CC

Reformular e fortalecer os canais de informação da Sucen, especialmente a

rede de informática (intra e internet), para que receba, analise, traduza,

armazene e disponibilize diversos tipos de conhecimento para os servidores

da casa, os pares e para a sociedade em geral

Instituir mecanismo de programação da pesquisa, coordenado e flexível,

com metas de crescimento e ganhos de escala

Combinar características inerentes à produção de conhecimento (liberdade,

criatividade, incerteza, acaso) com condições mais adequadas de gestão

Ampliar e diversificar as fontes de financiamento e os processos de captação

e geração de recursos

Instituir mecanismo de acompanhamento e avaliação da pesquisa

Definir objetivos da avaliação dos resultados da pesquisa

Implantar método para a avaliação dos resultados da pesquisa e

desenvolvimento, com indicadores e métricas

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Nível operacional

Sensibilizar os servidores (em seus diversos níveis hierárquicos) a respeito

da natureza das contribuições da pesquisa para a efetividade, eficácia e

eficiência no cumprimento da missão da instituição

Criar instâncias que possibilitem a real utilização do potencial de cooperação

serviço-pesquisa

Criar sistemática processual que incorpore os planos estratégico, tático e

operacional

Dar transparência e otimizar os caminhos processuais

Implantar gestão de processos (com diferenciação para as atividades de

pesquisa, com prioridade a esta)

Implantar gestão de projetos

Melhorar a infra-estrutura de rede computacional e de TIC para apoiar e

agilizar as ações relacionadas à gestão e à pesquisa e para que a Sucen seja

um centro de referência em informação e conhecimento de pesquisa em

endemias

Outras proposições

Repensar os nomes das "unidades" de pesquisa na Sucen, para que as

mesmas espelhem as reais atividades desenvolvidas, considerando o caráter

interdisciplinar da atividade de pesquisa

Uniformizar nomes dos laboratórios, dos núcleos de estudos, dos grupos de

pesquisa e mesmo das instâncias superiores e passar a adotá-los

oficialmente, em todos os documentos (desde notificações, até artigos

científicos, passando por ofícios e portarias), sejam impressos, sejam

digitais, com o intuito de dar maior identidade às atividades da Sucen

Homogeneizar os termos e conceitos usados: pesquisa, controle,

intervenção, vigilância, rotina e que os mesmos sejam adotados e

entendidos igualmente por todos os servidos e em todos os documentos

oficiais

Homogeneizar citações científicas; num primeiro momento, todos os PqCs e

assistentes de pesquisa usarem as normas da ABNT; num 2o momento,

fazer estudo bibliográfico de citação - desde nomes dos PqCs, até das

unidades em que estão lotados (em português e em inglês), dentre outras

instâncias

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Manter banco de dados de projetos atualizado, exigindo que cada PqC que

encaminhar projeto para a CC esteja com seu CV Lattes atualizado ou

mesmo o próprio banco

Usar banco de dados de projetos de forma estratégica, para fazer estudos

prospectivos (cenários, monitoramento), a partir do levantamento (ou

atualização) das competências técnico-científicas internas

Diante deste quadro – cuja tentativa foi a de separar as questões em nível

hierárquico para o seu planejamento e realização, seguem proposições para a

efetivação de vários dos aspectos levantados.

v. proposições para ampliação e efetividade das atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação na Sucen

o planejamento e a programação, assim como o acompanhamento e a

avaliação das atividades de pesquisa na Sucen devem levar em consideração

os níveis de ação estratégico, tático e operacional,

como dito, o nível estratégico orienta as diretrizes e as grandes estratégias

institucionais; o nível tático define como a instituição se organiza para

atender as diretrizes estratégicas; e no nível operacional são executadas as

atividades e ações definidas no nível tático - para complementar e

retroalimentar esse quadro, são necessárias ações de acompanhamento e

avaliação dessas atividades.

Planejamento e programação da pesquisa

o planejamento da pesquisa está estritamente relacionado com as

diretrizes estratégicas da instituição,

as estratégias são formuladas por meio de processos formais e

sistemáticos e são formadas a partir de aspectos deliberados (realização

de intenções explícitas, como para responder a um programa de governo)

e aspectos emergentes (reconhecimento e aprendizado, como a

capacitação em uma área do conhecimento),

o planejamento, portanto, deve considerar as diretrizes estratégicas

formuladas e formadas a partir de diferentes percepções, pensando o

futuro, com alguma extrapolação do passado; o conjunto de estratégias

será uma combinação não preditível entre o que foi formalizado e as

necessidades emergentes,

por isso, o fato de se formalizar a estratégia por meio de um plano não

deve significar que a trajetória está definida - a formalização do processo

é importante, mas não pode ser uma camisa de força; há que se ter

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algum raio de manobra para se acomodar necessidades ou oportunidades

não vislumbradas e para corrigir rotas,

o processo deve ser compartilhado, pois a separação entre quem planeja

e quem executa reduz as possibilidades de compromissos para se antever

o futuro,

um dos instrumentos formalizadores das diretrizes estratégicas é o Plano

Diretor - PD (de uma organização e/ou de um centro de pesquisa e/ou de

uma área; neste caso, a área de pesquisa da Sucen):

o o PD é um documento que deve conter uma Síntese do Diagnóstico

e das Perspectivas de Futuro (as indicações de como realizar esse

levantamento e análise são apresentadas abaixo), deve conter a

Visão de Futuro ou Visão Estratégica da organização (situação que

a organização deseja alcançar no longo prazo), considerando a

Missão (o propósito da existência da organização), a Visão (forma

como a organização deseja ser vista pela sociedade) e os Valores

(posturas e atitudes que a organização deve ter para o

desenvolvimento de suas atividades),

o além disso, o PD deve expor os Objetivos definidos para o período

em questão – geralmente (mas, não necessariamente) 4 anos,

explicitando os fins, os propósitos e as intenções, sejam

estratégicos (de longo prazo), sejam específicos (de médio e curto

prazo), assim como as Metas (ou seja, a quantificação dos

objetivos),

o o PD (da pesquisa) deve ser elaborado e coordenado pela

Comissão Científica,

a transformação das Diretrizes Estratégicas contidas no PD para a

formalização das ações se dá via programação da pesquisa e, portanto,

pela passagem do nível estratégico para o nível tático,

o geralmente a formalização da programação é realizada em planos

de trabalho; sugere-se aqui a realização de Planos Anuais de

Trabalho (PAT), ou seja, no final de cada ano é realizado um

balanço e elaborada a programação da pesquisa para o ano

subsequente, ao que se chama PAT, podendo ser consideradas

como prioridades aspectos como: o quadro de endemias que se

aventa, políticas governamentais, a busca de oportunidades, entre

outros elementos,

o percebe-se assim, que um certo grau de incerteza cerca o PAT;

porém, a ideia é justamente reduzir ao mínimo esse grau, para não

se ficar ao “sabor dos ventos”, ao mesmo tempo que é

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imprescindível algum raio de manobra para enfrentar

adversidades,

o o PAT indica as linhas de pesquisa e pode induzir programas e

projetos de pesquisa em determinados temas e sob determinado

modelo – como o trabalho de pesquisa organizado em de redes de

cooperação (como será visto abaixo),

o o PAT seria coordenado pela CC e operacionalizado pelo NIT-

Sucen,

a transformação da programação da pesquisa em ação é feita via

elaboração e desenvolvimento de programas e/ou projetos e/ou

plataformas (e outros) de pesquisa; é a passagem do nível tático para o

nível operacional,

o para a implementação das ações (programas e/ou projetos e/ou

plataformas), pode-se adotar o modelo de chamadas específicas ou

editais internos ou o modelo de “balcão” de entrada de propostas

(é o que se conhece por demanda induzida - chamadas que

detalham o que se quer - e demanda espontânea – por fluxo

contínuo ou não); mas o processo pode também combinar as duas

coisas,

o dois aspectos são importantes: i. qualquer que seja o modelo, as

ações devem fortemente contemplar as prioridades do PAT; ii. A

intenção é que se dê densidade às atividades de pesquisa e que

haja complementaridade ou fechamento de lacunas do

conhecimento (por isso a ênfase em projetos que se organizem em

redes de pesquisa),

o assim, dados os objetivos ou diretrizes estratégicas e dado o plano

de ações (PAT), selecionam-se as atividades e projetos que terão

recursos humanos, materiais e financeiros alocados para o

cumprimento das metas estipuladas (Figura 9)

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Figura 9 – Modelo de Planejamento e Programação da pesquisa nos níveis

estratégico, tático e operacional

as formas de priorização dos temas e projetos devem considerar análises

multicritérios, por exemplo: via definição de critérios, pesos e

ponderações; via pareceres conclusivos (pelos pares), entre outros, não

sendo estes excludentes,

por fim, mas não menos importante, segue o processo de

acompanhamento e avaliação;

o este pode se servir de diferentes instrumentos e ferramentas,

como a Gestão de Portafólio de Projetos; o PMI PMBOK (Project

Management Body of Knowledge); MsProject; considerar o match

entre metas e resultados esperados; e o Quadro Lógico (ilustrado

abaixo)

Elementos do

projeto

Indicadores Meios de

verificação

Condicionantes

Objetivo

Objetivos

específicos

Resultados

Atividades

de uma forma ilustrativa, o sistema seria o apresentado abaixo (Figura 10),

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Figura 10 – Modelo simplificado do Planejamento e Programação da pesquisa

Realização de diagnóstico dos contextos interno e externo para

considerações das perspectivas de futuro

três ferramentas são muito usadas para esse fim: análise SWOT, exercício

de cenários e de benchmark (referências para melhores práticas)

SWOT: princípio – examinar uma organização e os fatores que afetam seu

futuro; fazer um diagnóstico da situação para aumentar as forças e diminuir

ou eliminar as fraquezas (internamente) e antever e aproveitar as

oportunidades e enfrentar as ameaças (externamente) (Figura 11)

Figura 11 – Análise SWOT

cenários: permite a identificação de diferentes possibilidades sobre o que

está por vir; seu produto principal são as indicações de como agir em

diferentes situações (ver em documento à parte, o exercício de cenários

realizado para a Sucen – O Futuro da Sucen em 10 anos),

benchmark: sua utilidade está em analisar como estão se organizando e o

que estão fazendo as instituições congêneres em outros lugares; quais as

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melhores práticas de instituições congêneres (ou não) que têm tido sucesso

e que podem se aplicar à instituição.

Formação e organização da pesquisa em redes

uma das formas que a pesquisa pode se organizar na Sucen é em redes

(especialmente sob o modelo de chamadas específicas e editais internos – as

chamadas induzidas); na verdade, acredita-se que, preferencialmente, a

pesquisa deve se organizar desta forma na Sucen,

a proposição de planejamento das atividades de pesquisa vai se basear,

portanto, na organização de redes de competências em endemias, como

disposto acima; inicia-se a discussão com uma breve conceituação sobre

redes para pesquisa,

a formação de arranjos de pesquisa em redes tem sido uma maneira para

conceber e implementar projetos técnico-científicos complexos em

ambientes de rápida mudança em termos do conhecimento envolvido,

são características desses arranjos em redes: a) a organização do trabalho

por meio de metas ou objetivos; e b) a plasticidade ou flexibilidade na

mobilização de competências técnico-científicas para alcançá-los,

as redes permitem: a) complementaridade de ativos e competências; b)

economias de escala em PD&I; c) partilha de riscos; d) redução dos custos

de informação; e) redução de duplicação de esforços; f) redução dos custos

de transação (custos envolvidos na realização de “contratos” – tanto custos

operacionais e jurídicos, como custos para se precaver de ações

oportunistas), entre outros aspectos (Dias, Bonacelli, Mello, 2008),

uma rede de pesquisa é formada a partir de um objetivo, ou seja, para se

atingir um objetivo ou uma meta estipulada ou uma fase intermediária de

um programa ou projeto (de pesquisa, no caso); há um coordenador do

projeto (um pesquisador da Sucen, por exemplo) que no momento de sua

elaboração (desejavelmente) ou mesmo no momento da

implementação/desenvolvimento do mesmo busca a participação de outras

unidades de pesquisa da própria instituição e/ou de grupos de outras

organizações, considerando as competências e experiências que precisa

agregar para conduzir o projeto ou programa de pesquisa,

neste sentido, pode-se pensar em articulações internas de competências (no

caso, interiores à própria Sucen) e em articulações externas (com

instituições nacionais e internacionais de diversas naturezas),

uma vez o objetivo atingido, ou uma etapa alcançada, a rede pode se

reconfigurar – com atores deixando a participação, outros passando a

integrar a rede,

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as redes podem ser mais ou menos abrangentes, de acordo com seus

objetivos, as competências articuladas e o alcance de sua atuação (territorial

e institucional),

a pesquisa de ponta em CT&I tem sido feita, contemporaneamente, cada vez

mais por meio desse tipo de arranjo flexível, integrando competências das

mais diversas instituições,

exemplificando a partir do Núcleo de Estudo da Leishmaniose Visceral da

Sucen, o qual envolve diferentes unidades de pesquisa da instituição (e

mesmo atores externos), há a possibilidade de novas competências serem

necessárias durante a execução do projeto original e outras podem deixar de

ser imprescindíveis com o avanço das etapas do programa; atingido o

objetivo inicial proposto, pode-se levantar outras preocupações

(estabelecidas justamente pelas descobertas apresentadas com a evolução

do conhecimento) e se valer da rede já estabelecida e/ou integrá-la com

outros parceiros, ou seja, outras competências técnico-científicas,

organizacionais, entre outras,

verificou-se, a partir de levantamento feito no primeiro relatório desta

pesquisa (Produto 1), que a organização da pesquisa em rede na área de

controle de endemias é bastante usual no contexto internacional, sendo

essas redes, no mais das vezes, de ampla abrangência interinstitucional e

transcontinental;

foi constatada alguma participação da Sucen em redes, nacionais e

internacionais, embora não se possa dizer que este tipo de articulação seja

típico da instituição,

verificou-se, em geral, a carência de uma maior articulação das

competências da Sucen, tanto no âmbito interno à instituição, como no

âmbito externo, com distintos graus de necessidade entre os agrupamentos

de competência mencionados no item anterior,

assim, a proposta é que este arranjo seja preferencialmente considerado

como uma forma de organizar as atividades de pesquisa da Sucen, de

maneira a responder e a antecipar demandas, a partir da institucionalização

do planejamento, programação e priorização de temas de pesquisa;

esta decisão deve estar a cargo da Direção da Instituição, suportada

institucionalmente pela Comissão Científica, que deve passar a ter um papel

mais estratégico de planejamento, programação e priorização das atividades

de pesquisa, possibilitando que líderes despontem, que as competências

científicas se integrem (intra e interinstitucionalmente) e, especialmente,

que a pesquisa na Sucen ganhe organicidade e densidade,

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o Anexo 5 apresenta uma Proposição para Operacionalização de Redes de

Pesquisa, cujo documento traz também a Análise dos resultados do exercício

de validação das instituições internacionais e nacionais em controle de

endemias, com indicações para a formação de potenciais redes de pesquisa

pela Sucen.

Ilustrando as proposições sobre programação e redes de pesquisa a partir de um exemplo fictício

a Comissão Científica (com o apoio da Superintendência) prioriza como

uma das linhas de pesquisa do PAT para 2011 (a partir do PD 2011 –

2014 que tem como objetivo estratégico a capacitação e o fortalecimento

da Sucen em novos conhecimentos e ferramentas com base em

modernas tecnologias para a pesquisa em controle de endemias), a

capacitação da Sucen em geoprocessamento para o controle de

endemias,

as justificativas se voltam para o fato do controle de endemia ser tema

de pesquisa da Sucen e o geoprocessamento ser um sistema que integra

as análises habituais com a possibilidade de visualização e análise gráfica

oferecidas por mapas [pelos quais] os casos de dengue podem ser

localizados, a área em torno do caso pode ser delimitada com o raio

desejado, facilitando o trabalho de campo. Pode-se também associar a

estes casos suas informações epidemiológicas além de outras, tais como,

sociais e ambientais capazes de influenciar a expansão da doença. Por

estas características trata-se de ferramenta valiosa a ser testada no

controle desta endemia (Lima et al., 2002),

mais explicitamente, os aspectos que justificam tal diretriz giram em

torno da formação desta competência no âmbito da instituição,

resgatando uma incipiente tentativa existente no passado (com

laboratórios, pesquisadores envolvidos com essa temática e colaboração

com outras instituições de pesquisa), de um cenário de arrefecimento de

epidemia de dengue e de leishmaniose visceral no ESP em curto e médio

prazo e do uso de um instrumento mais moderno, rápido e eficiente para

as atividades de pesquisa em controle nesta temática,

definida essa linha como uma das linhas de pesquisa do PAT 2011, a

Comissão Científica pode se apoiar no NIT-Sucen para o desenvolvimento

de um trabalho de monitoramento sobre a temática em foco: o estado-

da-arte no tema de geoprocessamento para controle de endemias (no

mundo e no Brasil), onde estão sendo desenvolvidos e aplicados os

estudos, se há redes de colaboração formadas, fontes de financiamento

possíveis, requisitos necessários para a integração em redes e para a

obtenção de recursos, possíveis instituições para a realização de pesquisa

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em redes (com o levantamento das competências neste temas nas

mesmas), dentre outros,

no nível tático são definidas as ações que vão resultar em como a

instituição deve se organizar para atender a diretriz estratégica; neste

caso, a Comissão Científica pode definir como estratégia para o

cumprimento do PAT 2011, o modelo de chamada interna para

apresentação de projetos com o objetivo de capacitar a Sucen no tema

de geoprocessamento para controle de endemias,

a chamada interna deve apresentar claramente e preferencialmente os

seguintes elementos:

o Tema da chamada

o Objetivo da chamada

o Objetivos específicos (tópicos para se atingir o objetivo específico)

o Produtos esperados

o Quem está habilitado (obs.: podem ser somente as unidades

internas da Sucen ou podem ser outras organizações de pesquisa, órgãos de governo, empresas etc.; depende do objetivo da

chamada)

o Parcerias desejáveis

o Prazos de execução

o Valor total da chamada

o Valores mínimos e máximos por projeto

o Critérios de seleção e seus pesos

o Como será feita a avaliação

o Itens financiáveis

voltando ao exemplo da capacitação da Sucen no tema de

geoprocessamento para controle de endemias, uma das exigências da

chamada pode ser que os projetos sejam organizados sob o modelo de

rede de competências,

são duas fases de apresentação de propostas: a partir da chamada da

CC, grupos apresentam uma proposta “simples” de projeto (quase uma

carta de intenções); os projetos aprovados nesta etapa (um, dois ou três

...), recebem um apoio financeiro da CC para o detalhamento deste

(seguindo muito de perto o modelo da fase 1 do Programa de Políticas

Públicas da Fapesp), para que este(s) seja(m) i. apresentado(s) a uma

agência de financiamento, ii. Responda(m) a um edital ou chamada de

um órgão de fomento, iii. participe(m) de uma rede internacional etc. e

assim sejam desenvolvidos no âmbito de um programa de uma agência

de fomento ou uma instituição paragovernamental, com sua continuidade

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financiada por uma destas vias, buscando dois objetivos maiores, quais

sejam - capacitar a instituição na área de geoprocessamento de controle

de endemias (via, preferencialmente, formação ou participação em redes

de pesquisa) e dar densidade e organicidade à pesquisa na Sucen,

neste caso, a CC deve contar um recursos orçamentário (ou extra-

orçamentário) para custear a chamada (ou “fase 1 do projeto”),

selecionado um ou mais projetos, é no nível operacional que será ou

serão executados os mesmos; a Comissão Científica deve criar uma

instância de acompanhamento e avaliação destes (no âmbito da própria

CC ou designando um grupo de PqCs para essas tarefas), a qual deve se

basear em indicadores (quantitativos, mas também qualitativos), por

exemplo: técnico-científicos, de criação de capacitação e competências

(científicas, organizacionais, relacionais, entre outras), garantindo que os

resultados (parciais ou finais) obtidos e a avaliação realizada servirão

para retroalimentar os níveis estratégico e tático do processo.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O planejamento e a programação da pesquisa são mais do que ferramentas; são

instrumentos que fazem com que uma instituição “se repense” com frequência –

se auto avalie, corrija rotas, reveja prioridades, crie oportunidades ...

A gestão da pesquisa, desenvolvimento e inovação permite que uma instituição

que tem como uma de suas atividades principais (senão a principal) a investigação

tenha em suas mãos a possibilidade de intervir e fomentar, com método e critério,

seu futuro.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Almeida, M. F. Descentralização de sistemas de informação e o uso das

informações a nível municipal. Informe Epidemiológico do SUS (1998), 3: 27-34, apud Laguardia et al. Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan): desafios no desenvolvimento de um sistema de informação em saúde.

Epidemiologia e Serviços de Saúde 2004; 13(3): 135 – 147

Dias, E. L.; Bonacelli, M. B. M.; Mello, D. L. A dinâmica da pesquisa em redes:

avanços e desafios do seqüenciamento genético da vassoura de bruxa e do eucalipto. Liinc em Revista, v.4, n.1, março 2008, Rio de Janeiro, p.120-137 http://www.ibict.br/liinc

Lima, V. L. C.; Andrade, V. R.; Restitutti, C.; Carmo, R. L. Figueiredo, L. T. Utilização do Geoprocessamento para Análise de Inquérito Soroepidemiológico

para Dengue. In V Congresso Brasileiro de Epidemiologia, 2002, Curitiba.

Jornal Vector, 4, Sucen,

Sucen, Relatório de Atividades 2008, Sucen, 2008

Stokes, D. E. O quadrante de Pasteur: a ciência básica e a inovação tecnológica. Campinas, Editora. Unicamp, 2005, p.15 a 49.

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5. ANEXOS

ANEXO 1 – ENTREVISTAS SUCEN

Seguem informações das entrevistas realizadas junto a servidores da Sucen.

Pesquisadores entrevistadosN. de pesquisadores

entrevistados

SR05

SR06

Mogi Guaçu

Araraquara

Cláudio Casanova

Vera Lúcia C. C. Rodrigues

Celso Eduardo de Souza

Eduardo S. Bergo

4

SR05 Campinas

Virgília L. C. de Lima

Renata C. Mayo Borba

Maria José C. P. Alves

Osias Rangel

4

DCV São Paulo

Cristina Sabbo

Gerson Laurindo Barbosa

Lúcia de Fátima Henriques Ferreira

Márcia Moreira Holcman

Marisa Pereira

Ricardo Mario C. Ciaravolo

Rubens Antonio da Silva

Vera Lucia C. Neves

Dalva Wanderley

9

SR08

SR09

S. J. Rio Preto

Araçatuba

Rubens P. Cardoso Jr.

Margareth Dibbo

Lilian A. C. Rodas

Marluce M. Guirado

4

SR02 São Vicente

Danae T. N. Conversani

Maria de Fátima Domingos

Rosa Ma. Barreiro

3

CLRDC São Paulo

Roseli Tuan

Adriano P. dos Santos

Ana Maria R. C. Duarte

Horácio M. S. Teles

Fernanda Ohlweiler

Rosa Maria Tubaki

Regiane Maria Tironi

Luis Felipe Mucci

Maria Esther de Carvalho

Izilda Curado

Silvia Maria di Santi

Karin K. Hildebrand

Vera Neves

13

SR11

SR10

Marília

Presidente Prudente

Juliana T. de Deus

Maria de L. da Graça Marcoris

Susy Mary P. Sampaio

Umberto C. Pessotto

3

SR03

CLRDC

Taubaté

Caraguatatuba

Gisela R. A. M. Marques

Marylene de B. Arduino

Maria Stela Branquinho Beaudoin

3

Administração e

Chefia de

Gabinete São Paulo

Osório Luiz Moreto

Carlos Alberto Dias Bisoni

Osmar Mikio Moriwaki

3

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Entrevistas - Sucen

Unidades Sucen

Total de servidores entrevistados

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ANEXO 2 – CÁLCULO DO ÍNDICE-H POR MEIO DO GOOGLE SCHOLAR

Enquanto a produtividade de um autor é mensurada de forma corrente, referente à

somatória de produção ao longo de um determinado período ou em toda sua

carreira, o impacto e a relevância de tais produções técnico-científicas, por sua vez,

podem ser calculados a partir do Índice-h. Tal índice é calculado a partir do número

de publicações de um autor e as citações destas em outros trabalhos. Um cientista

tem um índice-h se o número h de publicações Np tiver pelo menos h citações cada

e que as demais publicações (Np – h) não tiver mais de h citações cada (Hirsch,

2007). Ou seja, um pesquisador terá o índice h igual a 60, caso tenha 60

publicações que tenham sido citadas pelo menos 60 vezes cada uma. O índice

normaliza a produção em função do número de citações e evita distorções

causadas por publicações singulares que são frequentemente citadas. Esse índice

revela que um autor, além de publicar artigos, precisa ser reconhecido pelos pares,

ou seja, precisa ser citado por outros acadêmicos. As citações podem ser buscadas

em bases indexadas, como o Institute for Scientific Information (ISI),

disponibilizado na internet por meio da Web of Science, assim como a Elsevier, por

meio da ferramenta Scopus. Essas bases indexam revistas de alto impacto, não

considerando muitas publicações nacionais ou regionais e temas caros para países

diversos (para mais informações, consultar Harzing e van der Wal, 2008). Por

essas características e considerando o perfil das publicações da Sucen

(principalmente em português, em veículos de alcance nacional e mesmo regional),

optou-se por realizar a análise a partir do uso do Google Scholar.

O Google Scholar é uma ferramenta de busca lançada em 2004 que permite que

uma pesquisa seja realizada utilizando-se como base de dados trabalhos

acadêmicos, literatura escolar, jornais de universidades e artigos variados, a partir

de palavra-chave (no presente caso, a busca foi realizada pelo título de artigos

publicados em periódicos pelos 38 pesquisadores da Sucen). Essa busca mais

abrangente, incluindo citações não apenas em publicações de revistas indexadas,

ou seja, uma busca mais indiscriminada, contribui para apresentar uma fotografia

do impacto atual e recente das publicações. Assim, a metodologia foi a seguinte:

num primeiro momento, foram extraídos os dados da produção bibliográfica de 38

PqCs da Sucen; posteriormente, foi elaborada um lista apenas com os títulos dos

artigos completos publicados em periódicos; a partir desta lista foram buscadas

suas citações utilizando-se o Google Scholar (scholar.google.com.br). Exemplo: o

artigo Life cycle and host especificity of Amblyomma triste under laboratory

conditions, publicado na Revista Experimental and Applieded Acarology por

pesquisadores da Sucen, quando buscado no Google Scholar aparece com 9

citações (ou seja, o mesmo foi citado 9 vezes). Este número foi usado para indicar

o índice-h das unidades de pesquisa da Sucen, a partir dos autores dos artigos.

BIBLIOGRAFIA

Hirsch, J. E. Does the h index have predictive power. PNAS, vol.4, n.49, dec. 2007

Harzing, A. W. K. e van der Wal, R. Google Scholar as a new source for citation analysis.

Ethics in Science and Environmental Politics. vol.8, jan. 2008

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ANEXO 3 – PERFIL DAS PUBLICAÇÕES DA SUCEN POR NUVENS DE PALAVRAS

Foi realizada a contagem da frequência de palavras dos títulos da produção

bibliográfica da Sucen (via CV Lattes de 38 PqCs), considerando suas unidades de

pesquisa. Foi utilizado o software Wordle, programa de código aberto desenvolvido

por Jonathan Feinberg, acessível por meio do site www.wordle.net. O programa

contabiliza a frequência de palavras, destacando as mais repetidas pelo tamanho

da letra. Pelo site é possível construir nuvens de palavras de forma simples e com

a possibilidade de controlar a configuração e formatação das imagens, alterando o

padrão de cores e a distribuição. É possível também alterar o idioma da análise, a

fim de excluir palavras não relevantes, como conjunções, preposição e verbos de

ligação, bem como o limite de palavras a serem exibidas.

A seguir serão apresentadas as nuvens geradas para cada uma das unidades de

pesquisa da Sucen (em alguns momentos, há uma desagregação maior, como no

caso da DCV).

EDUCAÇÃO – DCV

18 ENTRADAS, 1 PESQUISADOR

Na Educação, percebe-se que, ao analisar a frequência das palavras, o termo “avaliação” e

“participação” se destacam. A “prevenção” provavelmente é o foco dos estudos para

educação da população com relação ao controle das endemias.

EPIDEMIOLOGIA – DCV

291 ENTRADAS, 5 PESQUISADORES

A área de Epidemiologia é a que concentra maior número de pesquisadores e de registros

de referência bibliográfica na base de dados analisada. Os temos são bastante variados,

com destaque para “programa” de “controle” da doença de “chagas”, que separadamente

representam os termos mais recorrentes. A “leishmaniose” figura como uma endemia em

que também é dedicada parte da atenção dos pesquisadores, principalmente no município

de “Araçatuba”.

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ESTATÍSTICA – DCV

55 ENTRADAS, 2 PESQUISADORES

A Estatística, outra área da DCV que foi analisada separadamente, tem a característica de

ser uma temática transversal de pesquisa na instituição. O número de palavras encontradas

é alto, mas a frequência é baixa, o que representa que diversos temas são abordados pelos

pesquisadores lotados nessa área. “Indicadores” de endemias são o foco da pesquisa,

sendo que as principais doenças estudadas são dengue (“aedes”), chagas e leishmaniose.

Outras doenças figuram no quadro (DST/AIDS, por exemplo), ainda que não sejam foco da

instituição; devem surgir no histórico do pesquisador e por isso aparecem no levantamento.

LABORATÓRIO DE ANOFELINOS - SR06

17 ENTRADAS, 1 PESQUISADOR

O Laboratório possui registros de um pesquisador. Sua publicação é bastante

calcada no estudo sobre as espécies de anofelinos: Nyssorhynchus, Diptera,

Darlingi etc.

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LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA E BIOLOGIA MOLECULAR

103 ENTRADAS, 3 PESQUISADORES

O Laboratório possui pesquisadores bastante produtivos e com grande parte das

publicações em inglês. A ixodologia é tema de muitas pesquisas, o que faz com que

o “amblyomma” “cajannense”, uma espécie de carrapatos, sejam om termom mais

frequentes nas publicações dessa unidade, assim como a bactéria “rickettsia”,

responsável pela febre maculosa. Outras endemias como esquistossomose também

geram artigos, o que pode ser constatado ao se notar que “biomphalaria” e

“tenagophila”, hospedeiros do Schistosoma mansoni, têm destaque na figura

abaixo.

LABORATÓRIO DE CULICÍDEOS - SR03

101 ENTRADAS, 2 PESQUISADORES

Mosquitos e pernilongos são estudados nessa unidade que fica localizada em

Taubaté. Esses insetos são vetores de diversas doenças e por isso os estudos

realizados nessa unidade concentram-se em desvendar a sua ecologia,

compreendendo quais os hábitos, os “criadouros” e os “recipientes” para sua

reprodução, estudando inclusive a incidência em “bromélias” e no “litoral”. As

principais espécies estudadas são “aedes” “aegypti” e “aedes” “albopictus”,

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conhecido como “skuse”.

LABORATÓRIO DE IMUNOEPIDEMIOLOGIA

120 ENTRADAS, 2 PESQUISADORES

Esta unidade de pesquisa da Sucen, bastante integrada às demais, possui uma

série de trabalhos em co-autoria com outras unidades da instituição. O seu tema,

estudar a transmissão e a epidemiologia das doenças, e a pró-atividade dos

pesquisadores da unidade fazem com que haja grande diversidade nos temas

publicados, sendo possível identificar termos de quase todas as doenças foco de

atenção da Sucen e de seus vetores e agentes. “Malária”, “chagas”, “triatomíneos”,

“plasmodium”, “schostosomiasis” são os que possuem mais destaque, juntamente

com “soroepidemiologia” e “imunofluorescência”, técnicas para diagnósticos.

LABORATÓRIO DE MALACOLOGIA

113 ENTRADAS, 2 PESQUISADORES

O laboratório de malacologia é bastante concentrado em pesquisas em caramujos,

de espécie “biomphalaria” (“mollusca”: “planorbidae”), hospedeiros do

“schistosoma” “mansoni”, responsável pela “esquistossomose”. Os trabalhos são

concentrados na distribuição dessas espécies.

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LABORATÓRIO DE MALÁRIA

204 ENTRADAS, 2 PESQUISADORES

O Laboratório possui grande produtividade, concentrada no agente “plasmodium”

“falciparum” e “plasmodium” “vivax” causador da malária. Há pesquisas também

na área de estudos de “antimaláricos”.

LABORATÓRIO DE SIMULÍDEOS

51 ENTRADAS, 2 PESQUISADORES

São dois pesquisadores da amostra da produção bibliográfica, pois foi incluída uma

técnica que tem atividades de pesquisa e que, portanto, tem relevância para a

descrição da produção científica da unidade de pequisa. Assim, as principais

pesquisas estão relacionadas à epidemiologia de malária, “plasmodium” “vivax” e

“falciparum”; também são realizadas pesquisa no controle de “simulium”, “diptera”.

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LABORATÓRIO DE VETORES - SR 08

76 ENTRADAS, 2 PESQUISADORES

As pesquisas deste Laboratório focam a região em que está localizado, e

principalmente, o município de “São José do Rio Preto”, “Catanduva” e “Mirassol”.

As publicações são concentradas na ecologia e “controle” de “aedes” “aegypti” e

“aedes” “Albopictus”.

LABORATÓRIO ENTOMOLOGIA MÉDICA

63 UNIDADES, 3 PESQUISADORES

Os pesquisadores deste Laboratório trabalham com a identificação e a ecologia dos

vetores de doenças transmitidas por “mosquitos”, “anopheles” “diptera”, dentre

outras espécies ”silvestres”, considerando a incidência em “mata” e outros

“reservatórios”, como em áreas de “porto”.

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LABORATÓRIO DE LEISHMANIOSE - SR 09

20 ENTRADAS, 2 PESQUISADORES

A unidade tem centrado esforços na pesquisa sobre a “leishmaniose” “americana” e

“visceral”, sendo que esta com maior intensidade, dadas as palavras “lutzomya”

“longipalpis”, espécie de vetor transmissor da doença. A epidemiologia da doença é

estudada considerando a incidência dos termos “distribuição” “geográfica” e “área”

“urbana”, além de “mortalidade” e “transmissão”. Algumas cidades são

investigadas mais intensamente como “São José do Rio Preto” e “Araçatuba”, focos

da doença. Ainda que apareça Leishmaniose, há também publicações com a

temática da dengue, dada a incidência de “aedes” “aegypti”, como ocorre na maior

parte das unidades em que tais termos são bastante recorrentes nas publicações.

LABORATÓRIO DE PARASITOSE POR FLAGELADOS – MOGI GUAÇU

20 ENTRADAS, 3 PESQUISADORES

Essa unidade congrega três grandes temas, tanto que para a análise de

competências eles foram desmembrados a fim de oferecer maior riqueza de

informações. Três endemias são foco de publicações dos pesquisadores lotados

nessa unidade da SR05: “chagas”, “flebotomíneos” e “febre” “maculosa”.

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Os termos que se referem às publicações em Doença de Chagas aparecem junto

aos vetores da doença: “triatomíneos”, “triatoma”, “hemiptera”, “sordida”

“reduviidae” “panstrongylus” “megistus”. A grande variedade de espécies de

barbeiros reflete a pesquisa realizada ao longo dos anos com auxílio de um

insetário estruturado da unidade. Os termos “psychodidae”, “lutzomia”,

“longipalpis” se referem à doença “leishmaniose” e aos seus vetores e agentes. Por

fim, o termo “amblyomma” faz menção ao vetor da febre maculosa, tema também

pesquisado na unidade.

NÚCLEO DE AVALIAÇÃO E PESQUISA - SR11

52 ENTRADAS, 2 PESQUISADORES

Esta unidade de pesquisa da Sucen realiza testes de resistência e “suscetibilidade”

de “aedes” “aegypti” e outros insetos a diferentes “inseticidas”. O “monitoramento”

do ciclo de vida dos insetos à aplicação das substâncias pode ser útel para ações de

controle.

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SR02 – SÃO VICENTE

08 ENTRADAS, 1 PESQUISADOR

A produção bibliográfica dessa unidade de pesquisa apresenta muitos termos

variados e com pouca repetição. São publicados artigos e resumos focados na

incidência de endemias como a “leishmaniose” “americana” e “tegumentar” e dos

agentes causadores da dengue e da doença de chagas na região do “Litoral” “Sul”,

da “Baixada” “Santista”.

SR05 – CAMPINAS

78 ENTRADAS, 2 PESQUISADORES

A Sede da Regional possui pesquisadores e técnicos que realizam pesquisa de

forma produtiva. Os principais temas de publicação, segundo a contagem de

palavras demonstrada na nuvem são: “esquistossomose”, febre “maculosa” e

“dengue”. O município de “Campinas” é o principal foco das análises e dos estudos,

principalmente em assuntos relacionados á “vigilância” ”epidemiológica” e controle.

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SR 10 – PRESIDENTE PRUDENTE

65 ENTRADAS, 2 PESQUISADORES

Os pesquisadores da unidade de Presidente Prudente estão centrados em

atividades de pesquisa em temas mais variados que as demais unidades,

principalmente em função da formação dos pesquisadores lotados. Além de

pesquisas em epidemiologia da dengue, os pesquisaores se dedicam a temas de

análise do “sistema” de “saúde”, do “SUS”, discutindo as “politicas”, a

“participação” social, a “equidade” na prestação de serviços e assistência, dentre

outros.

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ANEXO 4 - PLANEJANDO E GERENCIANDO CT&I**

Pretende-se, na sequência, responder as três questões colocadas que são de

particular importância para a discussão sobre planejamento e gestão das atividades

de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I):

(i) Por que planejar e gerenciar processos de CT&I?;

(ii) Quais elementos tornam o planejamento e a gestão dos processos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) distintos de demais formas de planejamento e gestão no âmbito organizacional?; e

(iii) Quais as premissas que devem ser levadas em conta para fazer planejamento e gestão dos processos de PDI?

I. POR QUE PLANEJAR E GERENCIAR PROCESSOS DE CT&I?

A resposta reflete o fato de que o desenvolvimento científico, tecnológico e a

inovação compõem a base fundamental de agregação de valor na sociedade

contemporânea, na medida em que lidam com a criação e apropriação do

conhecimento16. O entendimento destes processos como processos sociais e sua

associação com a criação e distribuição da renda justificam sua relação com o

aumento da competitividade, crescimento e com a legitimidade das organizações

envolvidas no empreendimento de tais atividades, assim como com perspectivas

mais amplas de desenvolvimento econômico e social.

Todavia, não há garantias de que, a priori, a direção e a forma empreendidas para

a execução das atividades, assim como a opção de coordenação selecionada para

estruturar a interação entre os atores (divisão de trabalho e fluxos de

conhecimento), serão as melhores escolhas/decisões.

O elemento de intencionalidade e o caráter não aleatório associados a tais

processos levam, portanto, à necessidade de emprego de mecanismos de

planejamento e gestão por parte dos atores envolvidos, como forma de incentivar

estas atividades e de buscar a melhor maneira de executá-las. Ressalta-se, no

entanto, que esta melhor forma possível deve ser entendida a partir do contexto e

dos limites institucionais em que tais processos estão engendrados e que se

expressam, no âmbito micro, a partir das rotinas e hábitos organizacionais e no

âmbito macro, nas ditas “regras do jogo”.

Nelson (1991) afirma que para uma organização tornar-se competitiva a partir da

16 J. Schumpeter, em sua obra Capitalism, Socialism and Democracy, de 1942, indica que o

aspecto essencial do capitalismo é seu caráter dinâmico e evolutivo, ligado aos processos

de inovação que culminam na criação de novos produtos e processos, abertura de novos

mercados, desenvolvimento de novas fontes de suprimento de matéria-prima ou outros

insumos e em mudanças nas formas de organização industrial. Neste sentido, as

organizações inovam em busca de vantagens competitivas (ou ainda para defender sua

posição competitiva), já que ao fazê-lo adquirem uma posição temporária que permite a

elas a obtenção de lucros (ou demais vantagens) extraordinários em relação a seus

concorrentes. Assim, a concorrência por meio das inovações se estabelece como o mais

importante tipo de competição que caracteriza os modelos de organização industrial.

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inovação, ela precisa ter uma estratégia razoavelmente coerente que defina e

legitime a maneira como ela se organiza e se governa, de forma a criar bases

sustentáveis para tomar decisões e barganhar os recursos para criar ou adquirir as

competências necessárias. Nelson (2006) complementa o argumento,

apresentando o planejamento e a gestão como formas de evitar redundâncias e

desperdícios (apesar destes serem elementos intrínsecos ao sistema capitalista),

assim como de estimular economias de escala e escopo associadas aos processos

de desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação.

Ainda que se possa justificar a importância do planejamento e da gestão de CT&I

no âmbito micro, ressalta-se que a inovação, sob a perspectiva evolucionista, é um

processo que envolve vencedores e perdedores. No caso das firmas, a ideia de

vencedores e perdedores pode ser facilmente relacionada ao jogo concorrencial, de

forma que os vencedores sejam associados com as firmas mais lucrativas e aptas a

sobreviver e os perdedores com as firmas menos lucrativas, que se vêem

obrigadas a alterar sua estratégia ou mesmo a sair da competição.

No caso de outros tipos de organização, tais como as sem fins lucrativos e as

públicas, a ideia de vencedores e perdedores adquire um significado distinto, já

que a própria inovação possui um significado diferenciado pelo fato de não estar

relacionada à lucratividade, mas sim ao cumprimento de sua missão institucional.

Esta diferenciação, entretanto, não implica imaginar que as organizações públicas e

as privadas sem fins lucrativos não estejam submetidas permanentemente a um

processo seletivo, no qual elas podem evoluir positivamente ou sucumbir (ou

ficarem estagnadas). Elas, como quaisquer outras organizações vivas, estão

imersas em ambientes seletivos específicos com critérios e indicadores específicos,

ainda que diferentes dos critérios e indicadores de uma empresa (Salles-Filho et

al., 2000).

Neste sentido, mesmo que todas as organizações envolvidas com processos

inovativos empreendam esforços em termos de planejamento e gestão, buscando

uma estratégia ótima, algumas terão sucesso e outras não. Assim, mesmo

procurando coordenar atividade de planejamento e gestão, ambientes

evolucionários permanentemente indicam uma tensão intrínseca entre a pressão

seletiva para uma melhor alocação de recursos e uma geração inevitável e

necessária de tentativas e erros e processos de busca por inovação (Dosi e

Orsenigo, 1988; Pavitt, 2006).

II. QUAIS ELEMENTOS TORNAM O PLANEJAMENTO E A GESTÃO DOS PROCESSOS DE

PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO (PDI) DISTINTOS DE DEMAIS FORMAS DE

PLANEJAMENTO E GESTÃO NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL?

Para responder essa segunda questão, deve-se atentar para as especificidades

deste processo no caso da CT&I.

Quatro elementos são destacados: (1) a indeterminação dos resultados da

pesquisa, desenvolvimento e inovação (PDI); (2) o perfil dos profissionais

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envolvidos com tais processos e a cultura organizacional que decorre de sua

atuação; (3) a multi-institucionalidade e a complexidade de sistemas não

lineares, dinâmicos e adaptativos; e (4) a lógica das economias de escopo

associadas à produção do conhecimento. A seguir, cada um dos elementos é

descrito e analisado em termos de suas implicações para o planejamento e gestão

de PDI.

A indeterminação é o principal elemento abordado para caracterizar a

especificidade dos processos de PDI. Stokes (2005) afirma que a pesquisa

desenvolve-se por meio de escolhas e que estas escolhas, que antecedem as

decisões de investimento, balizam-se nos objetivos pretendidos e não nos

resultados conhecidos (já que obviamente eles não são conhecidos de antemão).

Assim, são decisões que atendem às necessidades de planejamento e que exigem

avaliações ex-ante, enquanto apenas o julgamento ex-post é capaz de, no devido

tempo, indicar de maneira mais segura qual pesquisa provou ter de fato

contribuído para o avanço do conhecimento em um determinado campo do

conhecimento.

Kay (1988) e Coombs et al. (1989) afirmam que esta indeterminação inerente à

pesquisa e à inovação decorre de aspectos tecnológicos, de mercado e também de

aspectos igualmente não previsíveis, característicos do contexto econômico mais

geral. Além disso, os autores indicam que o nível de indeterminação não é

homogêneo para todos os tipos de pesquisa e de inovação, havendo variação entre

os extremos nos quais se localizam a pesquisa básica e inovação radical (alto nível

de indeterminação) e as melhorias técnicas incrementais (baixo nível de

indeterminação).

Vale, no entanto, para os propósitos aqui enunciados, destacar que ainda que a

indeterminação seja um diferencial importante dos processos de PDI, a incerteza

que dá origem a esta indeterminação é uma característica geral de qualquer

atividade humana, uma vez que o que está por ser feito é, por definição, incerto. A

diferença dos processos de PDI é que lidam com uma indeterminação fundada em

atividades que não foram ainda testadas. É neste sentido que podem ser

considerados mais indetermináveis que atividades que já foram anteriormente

realizadas e testadas, embora tudo o que se refira ao futuro seja incerto.

É possível, nesta linha, afirmar que o planejamento e a gestão em PDI envolvem

fundamentalmente a avaliação e a tomada de decisões sob condições de incerteza

e elevada indeterminação quanto aos resultados, decisões estas que dizem respeito

à direção e à forma de execução dos processos de desenvolvimento científico e

tecnológico e da inovação, assim como à estrutura de coordenação para balizar a

interação entre os variados atores que deles participam.

A discussão de Coombs et al. (1989) indica que qualquer escolha em planejamento

e gestão da pesquisa e da inovação envolve uma avaliação a partir de um conjunto

de critérios que contemplam a variedade e a complexidade características dos

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processos de CT&I. Nelson e Winter (1982) apresentam, por exemplo, critérios

relevantes para a determinação da alocação de recursos em projetos de P&D no

âmbito do planejamento tecnológico. Mas é preciso ter muita atenção neste

particular. De acordo com os autores, não há padrões para as decisões acerca

desta alocação, embora (argumenta-se aqui) seja sim possível haver diretrizes

para os procedimentos a adotar. Manuais de gestão, neste sentido, pouco ajudam

àquele que precisa usar ferramentas de gestão próprias a processos

indetermináveis. Melhor lidar com diretrizes e premissas.

A análise da aplicação da economia dos custos de transação à PDI indica ainda

alguns critérios abrangentes e relevantes para a definição de estruturas de

governança. Estes critérios são também importantes para distinguir a direção dos

processos de PDI, o que equivale a dizer que são também adequados para a

identificação dos problemas científicos que serão atacados, das tecnologias que

serão exploradas e/ou ainda dos produtos, processos ou métodos que deverão ser

desenvolvidos (inovados). Assim, ainda que balizadas por critérios, as decisões

tomadas no âmbito das atividades de planejamento e gestão de PDI serão sempre

apostas (Howells e James, 2001).

O segundo elemento que diferencia o planejamento e a gestão em processos de

CT&I de outros processos de planejamento e gestão no âmbito organizacional é o

perfil dos profissionais envolvidos, assim como a cultura fortemente derivada

das regras, normas e valores associados à criação do conhecimento que tais

profissionais compartilham.

Segundo Jain e Triandis (1997), o pessoal envolvido com pesquisa é altamente

capacitado e socialmente distinto, pois possui elevado nível de criatividade,

curiosidade e iniciativa autônoma, características estas fundamentais para

trabalhar em atividades intelectuais que exigem bastante persistência. São

também, na interpretação Mertoniana, intrinsecamente céticos, o que os torna

particularmente questionadores de qualquer assunto.

Quanto às regras, normas e valores derivados do ethos da investigação científica e

do desenvolvimento tecnológico compartilhados pelos profissionais envolvidos com

a criação do conhecimento e que caracterizam uma cultura organizacional

diferenciada, dois são de particular interesse para o planejamento e gestão de

atividades de CT&I: (i) os imperativos de reconhecimento no âmbito das

instituições científicas e de pesquisa; e (ii) a necessidade constante de

comunicação interna e externa, ambas relacionadas com o elemento de geração de

idéias fortemente associado às atividades científicas e tecnológicas.

No caso do cientista e do pesquisador, entendido como aqueles que trabalham

essencialmente com atividades de P&D, a necessidade de reconhecimento na

comunidade científica, obtida por meio de publicações e encontros presenciais (tais

como congressos) é latente. Coombs et al. (1989) afirmam que para esses

profissionais a reputação e a satisfação da curiosidade intelectual são, em geral,

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mais importantes que o retorno financeiro, seja ele pessoal, seja da organização.

Daí a afirmação do autor de que uma estrutura de gestão em organizações de

pesquisa não acadêmicas (privadas ou públicas) deve assegurar incentivos que

garantam o reconhecimento de seus pesquisadores na comunidade, permitindo a

interação com pares por meio da literatura ou de forma presencial ou que, pelo

menos, compensem a eventual perda deste reconhecimento.

Esta questão é frequentemente tratada sob a perspectiva do afastamento

intrínseco entre os objetivos individuais dos cientistas e os objetivos da

organização (Jain e Triandis, 1997). Seu reflexo é, em geral, a existência de

conflitos entre cientistas e gestores, nos quais os primeiros reivindicam que a

execução da pesquisa esteja centrada nos princípios do ethos científico, que haja

liberdade para sua condução e que as relações de autoridade estejam baseadas em

um status profissional, enquanto os gestores possuem, em geral, visões mais

“utilitaristas”, induzem o estabelecimento de padrões e baseiam sua autoridade em

posições burocráticas e relações hierárquicas de poder.

No caso dos engenheiros, este afastamento não se verifica com tanta força, já que

o reconhecimento destes profissionais está geralmente associado com o

desenvolvimento e apropriação de novas tecnologias, interesse este compartilhado

pelos gestores. Mesmo assim, na atividade de PDI esses profissionais precisam

igualmente de certa liberdade de trabalho e reconhecimento na medida em que

estão buscando elementos técnicos ainda não totalmente conhecidos e

desvendados.

A necessidade de comunicação interna e externa que caracteriza o ethos da

investigação científica e do desenvolvimento tecnológico compartilhado pelos

profissionais envolvidos com a criação do conhecimento é também um elemento de

grande importância no delineamento de estruturas de gestão de CT&I. No caso da

comunicação interna, ressalta-se a necessidade de relacionamento entre os

diferentes participantes de uma equipe de trabalho ou projeto como forma de

promover as interações e feedbacks característicos de um processo não linear de

inovação, além da troca de idéias para a resolução de problemas específicos.

A comunicação interna é particularmente interessante para evitar redundâncias,

fomentar a geração de novos insights e ajustar a interação de áreas

funcionalmente distintas, como P&D, marketing e produção ou ainda entre a P&D e

o planejamento corporativo, de forma a minimizar conflitos (tais como aqueles que

ocorrem frequentemente entre gestores e pesquisadores).

No caso da comunicação externa, trata-se essencialmente do estabelecimento de

canais de relacionamento com a comunidade científica, com os usuários (Jain e

Triandis, 1997) e também com outras organizações que possam servir como fonte

ou como consumidora do conhecimento gerado ou ainda como parceira para o

desenvolvimento conjunto. Recentemente, com a expansão das abordagens

abertas (como open innovation), este tipo de comunicação torna-se ainda mais

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importante, dado o aumento da permeabilidade dos fluxos de conhecimento e a

intensificação da participação de diferentes atores no processo de criação de

conhecimento.

Embora tenha se caracterizado o perfil do profissional envolvido com CT&I a partir

do ethos do desenvolvimento científico e tecnológico, com ênfase nas

especificidades dos pesquisadores, a noção de que a inovação não tem apenas

caráter tecnológico e também de que ela exige outros tipos de atividades que não

apenas aquelas diretamente relacionadas à pesquisa e desenvolvimento, permite

ampliar a análise para discutir um perfil profissional que esteja associado à

promoção da inovação a partir de uma perspectiva mais ampla.

Finalmente, cabe ressaltar que ainda que existam características gerais deste perfil

profissional envolvido com CT&I, especialmente em seu componente P&D, e de

uma cultura organizacional adequada para pesquisa e para inovação, não há como

descartar as características particulares, relacionadas com a evolução das regras e

padrões internos de cada organização e de sua co-evolução com estruturas

institucionais mais amplas. Neste sentido, o grau de especificidade do objeto

importa e muito nas definições da abordagem e dos instrumentos de planejamento

e gestão de PDI.

O terceiro elemento de diferenciação entre o planejamento e a gestão em

processos de CT&I e outros processos de planejamento e gestão no âmbito

organizacional é a perspectiva da multi-institucionalidade, na identificação da

lógica coletiva de execução de atividades de PDI e das tendências recentes e

crescentes de colaboração inter-organizacional e aumento dos fluxos de

conhecimento.

O diferencial que daí decorre é a necessidade de considerar, no âmbito do

planejamento e gestão, uma análise do ambiente externo que não se restrinja aos

componentes macro-institucionais, mas que seja capaz de considerar as relações

que se estabelecem ou que podem ser estabelecidas entre as distintas

organizações. Cabe, neste sentido, o destaque para três tipos principais de

relações, considerando suas devidas intersecções: aquelas que se estabelecem por

meio de estruturas de governança para mediação das transações associadas com a

criação e apropriação do conhecimento (compra, venda, licenciamento,

transferência, parcerias etc.); aquelas que se estabelecem a partir dos papéis

institucionalmente delimitados de distintos atores no desempenho de funções

específicas no âmbito dos sistemas de CT&I; e, finalmente, aquelas que derivam da

compreensão do caráter seletivo deste ambiente institucional.

O quarto elemento que diferencia o planejamento de PDI é o da necessidade

intrínseca de exploração das economias de escopo ligadas à produção do

conhecimento. A capacidade de criar conhecimento novo acerca de um assunto

está diretamente ligada às condições de aprendizado dos envolvidos. A troca de

conhecimento entre as pessoas tem, inescapavelmente, a capacidade de produzir

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mais conhecimento. Como se sabe, se duas pessoas discutindo um assunto

intercambiam seus conhecimentos específicos, o resultado será sempre maior que

a soma das partes. Ao se adquirir um conhecimento, imediatamente é possível

formular um novo conhecimento, antes inexistente, que será diferente da soma das

idéias originais. O mais interessante é que este processo pode ser virtualmente

infinito: a fadiga física e mental, as limitações cognitivas dos participantes e o

conhecimento original existente entre os envolvidos (as condições de partida) são

os fatores que definirão a produção de mais ou menos conhecimento acerca de um

determinado objeto. Organize-se bem este processo e o resultado poderá ser

otimizado.

Esta é a principal razão teórica para o crescimento dos esquemas de pesquisa em

redes, consórcios e em projetos conduzidos com vários outros tipos de cooperação:

acelera-se e amplia-se a capacidade de um certo grupo de pessoas (pesquisadores)

produzir soluções ou encontrar caminhos para a busca de alternativas frente a

problemas e a oportunidades.

Os modelos recentes de open innovation não são mais do que a busca pelas

economias de escopo inerentes ao processo de produção de conhecimento. O

mesmo pode-se dizer das redes sociais e das comunidades de prática e de

interesse. São todos arranjos que buscam ampliar e acelerar as possibilidades de

se chegar a um objetivo.

Assim, o grande desafio do planejamento e da gestão de PDI está justamente em

conseguir desenvolver ferramentas que sejam organizadoras e otimizadoras desses

processos. Em outras palavras, é por meio da ampliação da eficiência e da

efetividade da produção de conhecimento que as organizações hoje podem criar

grandes diferenciais competitivos no tema da inovação.

Em resumo, indeterminação dos resultados, perfil dos profissionais,

multiinstitucionalidade de sistemas complexos e exploração de economias de

escopo colocam os elementos centrais para o planejamento e a gestão de CT&I.

III. QUAIS AS PREMISSAS QUE DEVEM SER LEVADAS EM CONTA PARA FAZER

PLANEJAMENTO E GESTÃO DOS PROCESSOS DE PDI?

Uma vez definidos os elementos centrais que distinguem o planejamento e a

gestão de CT&I, parte-se para a resposta da terceira questão. Em linhas gerais,

pode-se afirmar que a premissa básica para guiar o planejamento e a gestão em

CT&I é a congregação de coordenação e controle com liberdade: coordenação e

controle para que as organizações sejam capazes de mobilizar sua base de

conhecimento interno, assim como bases de conhecimento externas, de formas

distintas, para lidar com novas oportunidades de forma eficiente, eficaz, efetiva e

alinhada aos objetivos organizacionais mais amplos; e liberdade para garantir a

autonomia necessária em ambientes criativos e a experimentação de novas

soluções (Betz, 1987; Jain e Triandis, 1997; Sapienza, 2004).

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Trata-se, portanto, de estabelecer um sistema de decisões para coordenação e

controle que seja compatível com as tradições da comunidade de pesquisa (Nelson,

1996) e que seja capaz de promover a inovação, o que, segundo Betz (1987),

ocorre com uma estrutura que ofereça direcionamentos, mas que deve

necessariamente ser flexível.

BIBLIOGRAFIA

BETZ, F. Managing Technology: competing through new ventures, innovation, and

corporate research. New Jersey: Prentice-Hall, Inc., 1987.

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JAIN, R.K.; TRIANDIS, H.C. Management of Research and Development Organizations:

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London: Pinter Publishers, 1988. pp. 282-294.

MERTON, R. K. The Sociology of Science. Chicago: The University of Chicago Press, 1973.

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Campinas: Editora da Unicamp, 2006.

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PAVITT, K. Innovation Process. In: FAGERBERG, J.; MOWERY, D.C.; NELSON, R.R. (Eds.)

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SALLES-FILHO, S. et al. Ciência, tecnologia e inovação: a reorganização da pesquisa pública

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SAPIENZA, A.M. Managing Scientists: leadership strategies in scientific research. 2nd Ed.

New Jersey: Wiley-Liss, Inc., 2004.

SCHUMPETER, J.A. Capitalismo, socialismo e democracia. Rio de Janeiro: Zahar Editores

S.A., 1984.

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José Emílio Maiorino. Campinas: Editora da Unicamp, 2005.

** trecho extraído de documento não publicado Fundamentos do planejamento e da gestão de pesquisa, desenvolvimento e inovação, de autoria de A. Bin e S.

Salles-Filho, 2008.

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ANEXO 5 – PROPOSIÇÃO PARA OPERACIONALIZAÇÃO DE REDES DE PESQUISA

a proposta de “Estratégia gerencial para operação da pesquisa em redes da

Sucen” apresenta os elementos fundamentais para a organização dessas

atividades, mas suficientemente aberta para aperfeiçoamentos e

implementação no âmbito da instituição (mesmo porque, como já dito, nem

todas as atividades de pesquisa da Sucen necessitam, necessariamente, se

organizar em redes),

a estratégia para a articulação das competências técnico-científicas da Sucen

deve compreender diretrizes gerais para a tomada de decisão sobre “para

quê” (quais objetivos principais gerais), “com quem” (identificação geral de

parcerias – parceiros elegíveis, além da identificação de “parceiros

estratégicos” da instituição) e “como” (formas gerais aceitáveis de

articulação),

o estabelecimento das diretrizes estratégicas deve incorporar o

conhecimento prospectivo nas dimensões:

o visão de futuro das endemias (“cenários epidemiológicos” para o

Estado de São Paulo e para o Brasil, por exemplo; os estudos

prospectivos, aliás, podem e devem passar a fazer parte do elenco das

atividades da instituição, organizada e realizada pela CC com apoio do

NIT-Sucen e mesmo outras instâncias (Núcleos de Estudos, por

exemplo) – definindo uma divisão de trabalho entre as instâncias

envolvidas),

o visão de futuro sobre a instituição (pensar o papel da Sucen em cada

um desses cenários),

o visão de futuro sobre as necessidades da Sucen em termos de

competências (diagnóstico sobre quais competências são necessárias

levando em conta os dois itens anteriores, decisão estratégica sobre

quais dessas competências fortalecer, internalizar ou “buscar fora da

instituição”),

o visão de futuro sobre as necessidades da pesquisa da Sucen em

termos de recursos financeiros (pode-se pensar em “estratégias de

captação de recursos externos”),

os parceiros estratégicos seriam objeto de uma busca, sendo que os critérios

para sua seleção poderiam incluir: aqueles com atuação complementar à da

Sucen; aqueles com excelência nas áreas de atuação da Sucen (e que

portanto podem contribuir para o fortalecimento das competências da Sucen

nestas áreas) e aqueles que se constituem em referência em matéria de

pesquisa em controle de vetores e/ou controle de endemias,

o gerenciamento deste processo articulado às competências técnico-

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científicas internas e externas da Sucen devem compreender mediações

tanto top-down quanto bottom-up:

o as mediações top-down dizem respeito à implementação das diretrizes

estratégicas em termos de medidas operacionais,

o as mediações bottom-up referem-se à retroalimentação das decisões

estratégicas, tendo em vista a experiência e o aprendizado das

“unidades” de pesquisa da Sucen e dos pesquisadores científicos,

particularmente, em termos de operação em rede,

devem ser consolidadas informações gerenciais que permitam a agilidade

das articulações num nível operacional; neste caso, as tarefas são:

o constituição do Observatório da Pesquisa em Controle de Endemias (e

de Vetores) da Sucen,

o disponibilização rotineira de informações sobre as parcerias em

andamento e sobre ações de parceiros potenciais,

o sistematização das informações sobre formas de articulação possíveis

(contratos, convênios etc.),

o observação: seguindo a proposta, as perspectivas organizadoras

enfatizam a pesquisa por endemias (e menos as pesquisas por

vetores),

com relação ao Observatório da Pesquisa em Controle de Endemias (e de

Vetores) da Sucen, integrariam suas tarefas:

o constituição de elencos de palavras-chave para pesquisa sobre o

estado da arte em controle de endemias (controle de vetores),

o identificação das informações relevantes para entradas em banco de

dados sobre instituições parceiras potencialmente elegíveis (como por

exemplo: endemia, vetor, agente etiológico, entomologia, taxonomia,

sorodiagnóstico, soroepidemiologia, epidemiologia, bioecologia do

vetor, relação vetor-hospedeiro, relação vetor-agente etiológico e

outras; identificação de formas de colaboração, por exemplo:

pesquisador visitante, pesquisa conjunta, pesquisa de campo,

treinamento, aperfeiçoamento ou desenvolvimento de métodos de

investigação, análise de dados, troca de materiais; possibilidades de

financiamento etc.),

o pesquisa em sítios da internet com instrumento buscador (Google, por

exemplo),

o pesquisa sistemática em links sobre instituições parceiras em sítios de

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instituições atuantes em saúde pública, controle de endemias e áreas

afins no Brasil,

o pesquisa sistemática em links sobre instituições parceiras em sítios de

instituições atuantes em saúde pública, controle de vetores e áreas

afins no exterior,

o pesquisa no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq,

o pesquisa nos sites das instituições, com levantamento de informações

como as mencionadas mais acima,

o pesquisa semi-sistemática nos periódicos da área de saúde pública e

áreas afins com elevada pontuação no sistema Qualis (cf. listagem

destes periódicos nos anexos do relatório referente ao Produto 1 desta

pesquisa),

o constituição de banco de dados para consulta pelos pesquisadores

científicos,

o essas atribuições ficariam a cargo da Comissão Científica e/ou do NIT-

Sucen,

no domínio desta presente pesquisa, essas tarefas de “observatório” foram

executadas e permitiram um levantamento extensivo de informações a

respeito de instituições atuantes em pesquisa em endemia e em controle de

endemias nas esferas nacional e internacional (ver Produto 1),

os resultados desse levantamento foram submetidos a um exercício de

validação por grupos de pesquisadores da Sucen, sendo que os respondentes

foram os seguintes grupos: Dengue, Marília, Malária, Leishmaniose Visceral e

Educação,

no documento que segue são apresentados os resultados do exercício de

validação, para o âmbito internacional; entretanto, a interpretação desses

resultados (tanto para o conjunto da instituição, como para as endemias em

foco) foi prejudicada devido à participação limitada dos PqCs na validação,

recomenda-se a consideração da metodologia e das formas de análise – aqui

propostas -, uma vez que constituem uma exemplificação para a atuação do

Observatório da Pesquisa em Controle de Endemias (e de Vetores) da Sucen,

o exercício revelou a necessidade de se construir o compromisso

institucional, no nível técnico-científico em especial, a fim de que se viabilize

a adoção de uma estratégia de planejamento, gestão e programação da

pesquisa na Sucen,

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duas funções poderiam ser desempenhadas pelo NIT-Sucen:

o o monitoramento de editais das principais agências de fomento em

CT&I, nacionais e internacionais,

o a sistematização de informações sobre Propriedade Intelectual (PI) e

Transferência de Tecnologia (TT),

num nível mais operacional, as tarefas devem estar voltadas às decisões

específicas quanto à construção e operação das redes, levando em conta as

diretrizes estratégicas gerais (objetivos da cooperação, parceiros elegíveis,

formas de articulação aceitáveis e as respectivas considerações temporais

sobre a cooperação, entre outros) e a missão institucional da Sucen.

as funções de acompanhamento e avaliação das atividades em rede seriam

desempenhadas no âmbito de uma equipe designada pela Comissão

Científica e devem fazer parte deste processo com o intuito de subsidiar o

“sistema” a partir da: identificação das lacunas e desafios para atuação em

rede; identificação das principais competências técnico-científicas da Sucen

na matéria em questão; identificação de possíveis novos parceiros (nacionais

e internacionais); avaliação das tarefas e da divisão do trabalho;

acompanhamento dos trabalhos e avaliação dos resultados alcançados;

averiguação do cronograma de trabalhos; avaliação e divulgação de

resultados; retroalimentação do sistema.

ANÁLISE DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO DE VALIDAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES

INTERNACIONAIS E NACIONAIS EM CONTROLE DE ENDEMIAS

os resultados da validação das possíveis parcerias internacionais permitem

sua identificação segundo graus de prioridade: prioridade máxima (para a

instituição e para dois grupos de respondentes) e prioridade alta para três

grupos de respondentes (Quadro 1);

Quadro 1 – Classificação de possíveis instituições internacionais parceiras por graus de prioridade, segundo exercício de validação por grupos de PqCs da Sucen

Prioridade máxima para o nível da Instituição (Sucen)

Instituições que obtiveram maior pontuação por todos os respondentes

- TDR, Research and Training in Tropical Diseases, da OMS;

- Divisão de Controle em Doenças Tropicais, da OMS;

- Projeto de Doenças Transmissíveis da OPAS;

Prioridade máxima para dois grupos de respondentes

- National Center for Emerging and Zoonotic Infectious Diseases (NCEZID) – Educação e

Malária

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- South-South Initiative for Tropical Diseases Research (SSI-TDR) – Marília e

Leishmanioses

Prioridade alta para três grupos de respondentes

- National Center for Emerging and Zoonotic Infectious Diseases (NCEZID) – Educação,

Malária e Dengue

- Instituto Pasteur (França) – Marília, Malária e Dengue

- National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAD) - Leishmaniose, Malária e

Educação

Fonte: elaboração própria

as possíveis instituições parceiras consideradas de prioridade máxima são

classificadas em dois grupos: as de prioridade máxima para a instituição

(que obtiveram maior pontuação por todos os grupos de respondentes) e as

de prioridade máxima para dois grupos de respondentes;

em se considerando a unanimidade das respostas, as instituições

consideradas prioridades máximas - que obtiveram a maior pontuação por

todos os respondentes (a TDR, a Divisão de Controle em Doenças Tropicais

da OMS e o Projeto de Doenças Transmissíveis da OPAS) - poderiam ser

consideradas instituições parceiras estratégicas para a Sucen e, como tais,

suas atuações devem ser melhor exploradas com vistas futuras

colaborações;

o alguns PqCs da Sucen já desenvolveram trabalhos em parcerias com

estas Instituições e suas experiências devem ser consideradas como

fontes de informações valiosas para o estudo de possíveis parcerias no

futuro;

observa-se que foram indicadas duas instituições como prioridades máximas

para cooperação por dois grupos de respondentes:

no caso da Educação e da Malária: o National Center for

Emerging and Zoonotic Infectious Diseases (NCEZID);

no caso de Marília e Leishmanioses: a SSI – TDR – South-South

Initiative for Tropical Diseases Research;

o nestes casos, é possível supor que existam proximidades de interesse

entre esses dois grupos da Sucen (Educação e Malária; e Marília e

Leishmanioses) que poderiam ser articuladas quando da busca das

referidas instituições para eventual formação das redes;

o um primeiro passo “gerencial” (no nível tático, portanto), seria a

discussão entre os dois grupos de interessados dentro da Sucen,

tendo como meta a definição de objetivos das parcerias, da

Page 74: PRODUTO 2 Diretrizes para Modelo de Gestão da Pesquisa e da … · 2012-11-29 · O presente projeto propôs três Produtos a serem desenvolvidos, ... os principais resultados alcançados

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identificação de elementos estratégicos para as colaborações com as

referidas instituições parceiras potenciais (identificação das áreas,

temas, pesquisadores etc.);

três instituições foram apontadas como de alta prioridade por três grupos de

PqCs:

o National Center for Emerging and Zoonotic Infectious Diseases

(Educação, Malária e Dengue);

o Instituto Pasteur, França (Marília, Malária e Dengue);

o National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAD)

(Leishmaniose, Malária e Educação)

as mesmas observações feitas com relação à proximidade de interesses e

sobre os “passos gerenciais” do nível anterior de prioridade se aplicam aqui;

os resultados da validação também permitiram identificar prioridades

máximas de parcerias assim indicadas por grupos individuais de PqCs,

indicadas no Quadro 2, abaixo;

Quadro 2 – Possíveis instituições internacionais parceiras classificadas como de “prioridade máxima” para a grupos específicos de PqCs, segundo exercício de

validação por grupos de PqCs da Sucen

Educação

- IUPE (International Union for Health Promotion and Education)

- Johns Hopkins University

- Fundação Calouste Gulbenkian

- TropIKA.net - Tropical Diseases Research to Foster Innovation & Knowledge Application

Leishmaniose

- Center for Applied Entomology and Parasitology, University of Keele, Inglaterra

Marília

- Caribbean Epidemiology Centre - CAREC (Agência Governamental de Controle)

- Instituto Pasteur, França

há que se considerar as especificidades das pesquisas nas áreas de

especialidade da Sucen, de modo que podem fazer sentido as priorizações

por grupos de PqCs, conforme indicado no quadro acima,

por outro lado, é bastante possível que outros grupos estejam interessados

nestas mesmas instituições, de modo que, novamente, somos levados a

pensar na necessidade primordial da criação e/ou fortalecimento de redes

internas de cooperação, a partir das quais o conhecimento sobre as

instituições potencialmente parceiras pode ser mais facilmente alcançado.