projeto de um portão elétrico
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Dimensionamento de portão elétrico.TRANSCRIPT
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1. O Projeto O presente trabalho consiste no projeto de um portão elétrico deslizante. Para isso, deve-se transferir o torque de um motor elétrico de 4 pólos para uma árvore através de uma transmissão por correia. Da árvore, o torque é transmitido a um par de engrenagens de corrente. O carrinho do portão, que anda sobre um trilho, é preso a esta corrente por uma haste, assim, com a rotação do motor, a árvore põe-se em movimento, provocando a translação do carrinho e, conseqüentemente, o portão abre-se ou fecha-se dependendo do sentido de rotação do motor. As figuras 1a e 1b mostram esquematicamente o mecanismo em questão.
Figura 1a: Mecanismo do portão elétrico (motor, transmissão por correia e transmissão por corrente).
Figura 1b: Detalhe da transmissão por corrente e do acoplamento entre corrente e carrinho.
Os dados de projeto são:
Motor: elétrico de 4 pólos;
2
Distância entre centros da transmissão por correia: 1200mm; Relação de transmissão para a correia: 3,7; Relação de transmissão para a corrente: 1,0; Diâmetros primitivos das engrenagens de corrente: 220mm; Comprimento do portão: 12m; Peso do portão: 1000kgf; Velocidade de abertura e fechamento do portão: 6,0m/min.
Deve-se executar: Todos os cálculos de projeto necessários; Desenho de conjunto da árvore com a polia e a engrenagem de corrente; Desenho de conjunto do eixo do motor com sua polia.
2. Memorial de Cálculo 2.1. Cálculo da Força Necessária para Mover o Portão
( ) ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ ⋅+⋅⋅+⋅=
DkdGQW 2
0µβ
onde: W : força de atrito (N) β : coeficiente que leva em consideração o estado do trilho (adm) Q : peso do portão (N)
0G : peso dos carrinhos (N) µ : coeficiente de atrito nos mancais das rodas (adm) d : diâmetro dos mancais das rodas (m) k : coeficiente de atrito de rolamento (m) D : diâmetro da roda de translação (m) Admite-se: 4,1=β e 1,0=µ (mancal de deslizamento); mk 4105 −⋅= Dados: NkgfQ 98001000 == ; NkgfG 98100 == (peso dos dois carrinhos somados);
mcmd 02,02 == ; mcmD 1,010 ==
NW 7,415= É importante ressaltar que o número de carrinhos utilizados para apoiar o portão não influencia o valor da força necessária para arrastá-lo. O importante é que seja computado o peso total dos carrinhos em 0G . 2.2. Dimensionamento da Transmissão por Corrente Dados: 0,1=i e mmdd 22021 == Tensão na corrente: WT =1 NT 7,4151 =
Escolha da corrente: 6rup
adm
FF = 16 TFrup ⋅= kgfFrup 5,254=
Utilizar-se-á uma corrente simples (série européia) DIN 8187 do fabricante Rex cujo modelo é 05-B1. Seus parâmetros mais importantes são: mmt 53,9"8
3 == ; kgfFrup 1000= ; mkgG /40,0= .
3
Dentes:⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
=
Zsen
tdº180
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
=
dtarcsen
Z º180 5,7221 == ZZ dentesZZ 7321 ==
Diâmetros primitivos: ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
=
Zsen
tdº180
mmdd 5,22121 ==
Velocidade linear: smmv /1,0min/6 ==
Velocidade angular: d
v⋅==
221 ωω srad /903,021 ==ωω
Momento na engrenagem motora: 2
111
dTM ⋅= mNM .0,461 =
Adota-se uma distância entre centros mmmA 1212470 >=
Número de elos: ( )
AtZZZZ
tANe ⋅⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛
⋅−
++
+⋅
=2
1221
222
πelosNe 2690= (número par de elos,
portanto não é necessário usar grampos) Comprimento da corrente: tNL e ⋅= mmmL 64,2525636 == Potência na corrente: 11 ω⋅= MNcorrente WNcorrente 5,41= Admitindo o rendimento da corrente 98,0=correnteη
Potência no eixo:corrente
correnteeixo
NN
η= WNeixo 4,42=
2.3. Dimensionamento da Transmissão por Correia Dados: 7,3=i ; mmA 1200= ; srad /903,02 =ω e WN 4,422 =
Velocidade angular na polia motora: 2
1
ωω
=i 21 ωω ⋅= i srad /34,31 =ω
Momento na polia movida: 2
22 ω
NM = mNM .95,462 =
Momento na polia motora: 1
2
MM
i ≅i
MM 2
1 ≅ mNM .69,121 =
Escolha da correia:
4
Potência projetada: 2211 ωω ⋅=⋅= MMN HPWN 057,039,42 ==
Rotação do eixo mais rápido: πω⋅⋅
=2
60 11n rpmn 9,311 =
Entrando-se com estes dados num gráfico de seleção de correias, pode-se afirmar que uma única correia tipo A é suficiente. Escolhe-se o diâmetro primitivo mmd 1001 = da polia motora.
Diâmetro primitivo da polia movida: 1
2
dd
i = 12 did ⋅= mmd 3702 =
Comprimento da correia: ( ) ( )Add
ddAL⋅−
++⋅+⋅=42
22
1212
π mmL 5,3153=
A correia mais próxima é a A-120 da Gates, com mmL 3080= .
Recalcula-se os diâmetros: ( ) ( )A
ididAL
⋅−
++⋅⋅+⋅=4
11
22
221
1π mmd 4,901 =
12 did ⋅= mmd 6,3342 =
Ângulos de abraçamento: Addsen
⋅−
=⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ −
22º180 121α ⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛
⋅−
⋅−=Addarcsen
22º180 12
1α
º3,1681 =α
12 º360 αα −= º7,1912 =α Com º38=β (ângulo de cunha) e 25,0=µ (coeficiente de atrito entre a correia e a polia), verifica-se o escorregamento:
( )2
1211
dTTM ⋅−=
1
112
2dM
TT⋅
−=
Lei de Euler: ( )2/
2
1 βαµ
seneTT ⋅
≤ , mas pode-se ajustar 1T até admTT =1 . Assim:
( )2/
1
12β
αµsen
adm
adm e
dMT
T ⋅
≤⋅
−
O valor numérico de admT para a correia escolhida não é fornecido no catálogo do fabricante, portanto não foi possível verificar o escorregamento. No entanto, acredita-se que não haverá este tipo de problema, já que a potência transmitida é relativamente pequena. Admite-se o rendimento de correia de 96,0=correiaη
Potência do motor: correia
motorNN
η= WNmotor 16,44=
O motor trifásico de 4 pólos escolhido para mover o sistema é o 112M da linha F da Weg, com potência nominal de motorNkW >>6,2 e rendimento de 77%. Assim:
5
motor
motoreletr
NN
η= WNeletr 35,57= (potência consumida pelo motor)
Freqüência elétrica do motor: P
fn ⋅=
601
601 Pn
f⋅
= , onde P é o número de pares de pólos do
motor. Hzf 06,1= Para fornecer a rotação desejada, deverá ser usado um inversor de freqüência, mais conhecido como “inverter”, para transformar a freqüência da rede (60Hz) na freqüência calculada (1,06Hz). 2.4. Verificação da Vida dos Rolamentos Segundo o catálogo de rolamentos da NSK, a força no eixo devido à transmissão por corrente pode ser calculada por:
correng
eixocorrente d
MP
,
2 ⋅= NPcorrente 3,415=
De acordo com o mesmo catálogo, a força no eixo devido à transmissão por correia pode ser calculada da mesma maneira utilizando-se um fator de correção de 2,5, fator este que leva em consideração a pré-tensão na correia.
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛ ⋅⋅=
polia
eixocorreia d
MP
25,2 NPcorreia 6,701=
Assim, o eixo está sujeito às forças e reações dos mancais indicadas na figura 2.
Figura 2: Esforços solicitantes no eixo (RA e RB são as reações dos mancais de rolamento).
Fazendo o equilíbrio de forças em y:
0=Σ yF 03,4156,701 =−++ BA RR 3,286−=+ BA RR
6
Fazendo o equilíbrio de momentos em z no ponto A:
0, =Σ AzM 0317,03,415184,0138,06,701 =⋅−⋅+⋅− BR NRB 7,1241= NRA 0,1528−=
Usar-se-á um par de rolamentos rígidos de uma carreira de esferas, mais especificamente o modelo 6206 da SKF. Os parâmetros mais importantes desse rolamento são: kNC 3,20= ; kNC 2,110 = ;
mmd 30= ; mmD 62= ; mmB 16= e kgm 2,0= ).
Verificação da vida do rolamento: 3
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=
PCL
Se eFF
radial
axial < radialFP =
Se eFF
radial
axial > axialradial FYFXP ⋅+⋅=
onde e , X e Y são dados pelo fabricante.
Como não há carregamento axial: radialFP =3
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛=
radialFCL
Para o rolamento A: 9,2344=AL milhões de rotações Para o rolamento B: 6,4369=BL milhões de rotações Assim, 9,2344== ALL milhões de rotações, o que equivale a mais de 135 milhões de operações de abertura ou fechamento do portão. Com isso, pode-se afirmar que os rolamentos terão vida infinita nesta aplicação. 2.4. Verificação da Vida em Fadiga do Eixo O eixo que se pretende construir, já com suas dimensões características, está esboçado na figura a seguir. A figura 3 mostra, também, os esforços aos os quais o eixo está submetido.
Figura 3: Dimensões do eixo e seus esforços solicitantes
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O diagrama de esforços solicitantes do eixo em questão é exibido na figura 4. É importante ressaltar que os momentos fletores que atuam sobre o eixo são alternados, já que o eixo encontra-se em rotação e as forças estão paradas em relação a um referencial inercial.
Figura 4: Diagrama de momento fletor do eixo.
Analisando a geometria do eixo e seu diagrama de momento fletor, pode-se concluir que a seção mais crítica para uma falha em fadiga é a seção imediatamente à esquerda do mancal A (onde existe um rebaixo e o momento fletor é máximo e igual a 91,21 N.m). É importante ressaltar, também, que existe um momento torçor constante de módulo igual 46,95 N.m em no trecho entre a polia e a engrenagem de corrente, já que o eixo transmite o torque da transmissão por correia à transmissão por corrente. Lei de Goodman:
fadut
meq
corre
a
S ησ
σσ 1,
,
=+ , onde
( )⎥⎥⎦
⎤
⎢⎢⎣
⎡⋅⋅+⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ ⋅
⋅+⋅⋅⋅⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
⋅= 2
2
2,
3, 4
38
132afT
aafFaFafF
correcorre
a TkdF
kMkd σπσ
σ
( )⎥⎥⎦
⎤
⎢⎢⎣
⎡⋅⋅+⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ ⋅
⋅+⋅⋅⋅⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
⋅= 2
2
23,
43
8132
mfTam
fFaFmfFutut
meq TkdF
kMkSdS π
σ
Para o eixo em questão, onde só há momento fletor alternado e momento torçor médio, a Lei de Goodman fica:
8
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
⋅
⋅⋅+
⋅⋅
⋅=
ut
mfT
corre
fafF
fad STkMk
d 23321
,3 σπη
O material escolhido para o eixo é o aço ABNT 1040, que possui MPaSut 590= .
erbacorre Skkk ⋅⋅⋅=,σ
ute SS ⋅= 504,0 MPaSe 4,297=
ak : fator de condição superficial
Para um eixo usinado: 265,051,4 −⋅= uta Sk 922,0=ak
bk : fator de tamanho
Para mmd 5179,2 ≤≤ : 1133,0
62,7
−
⎟⎠
⎞⎜⎝
⎛=
dkb 863,0=bk
rk : fator de confiabilidade
Para uma confiabilidade de 90%: 897,0=rk
MPacorre 23,212, =σ (válida não só nesta secção como também em toda a extensão do eixo)
fFk : fator de concentração em fadiga para momento fletor ( )11 −⋅+= tMfF kqk
q : sensibilidade ao entalhe (obtido graficamente a partir de utS e r , raios de arredondamento dos rebaixos do eixo). Considerando mmr 5,0= , obtém-se 66,0=q
Mtk : fator de concentração de tensão para momento fletor (obtido graficamente a partir de
071,12830
==dD e 0179,0
285,0==
dr ). Obtém-se 25,2=tMk
( )11 −⋅+= tMfF kqk 825,1=fFk
fFk : fator de concentração em fadiga para momento torçor
( )11 −⋅+= tTfT kqk q : sensibilidade ao entalhe: 66,0=q
Ttk : fator de concentração de tensão para momento torçor (também obtido graficamente a partir de
071,1=dD e 0179,0=
dr ). Obtém-se 6,1=tTk
( )11 −⋅+= tTfT kqk 396,1=fTk
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Agora já se pode calcular fadη : ⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
⋅
⋅⋅+
⋅⋅
⋅=
ut
mfT
corre
fafF
fad STkMk
d 23321
,3 σπη
45,2=fadη
Como 145,2 >=fadη , o eixo tem vida infinita nesta aplicação. Por precaução, a mesma verificação deve ser feita para a secção transversal onde a chaveta da polia encontra-se posicionada. Apesar de o momento fletor ter um módulo pequeno(10,65 N.m), as concentrações de tensões são grandes devido a profundidade do rasgo no eixo. Não se pode esquecer, também, que além deste momento fletor alternado, o eixo está sujeito a um momento torçor médio de 46,95 N.m.
fFk : fator de concentração em fadiga para momento fletor ( )11 −⋅+= tMfF kqk
q : sensibilidade ao entalhe (obtido graficamente a partir de utS e r , raio de arredondamento do rasgo de chaveta). Considerando mmr 175,3= , obtém-se 83,0=q
Mtk : fator de concentração de tensão para momento fletor (obtido graficamente a partir de
14,1825,22
26==
dD e 139,0
825,22175,3
==dr ). Obtém-se 5,1=tMk
( )11 −⋅+= tMfF kqk 415,1=fFk
fFk : fator de concentração em fadiga para momento torçor
( )11 −⋅+= tTfT kqk q : sensibilidade ao entalhe: 83,0=q
Ttk : fator de concentração de tensão para momento torçor (também obtido graficamente a partir de
14,1=dD e 139,0=
dr ). Obtém-se 2,1=tTk
( )11 −⋅+= tTfT kqk 166,1=fTk
Agora já se pode calcular fadη : ⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
⋅
⋅⋅+
⋅⋅
⋅=
ut
mfT
corre
fafF
fad STkMk
d 23321
,3 σπη
71,7=fadη
Como 171,7 >=fadη , esta secção é ainda menos crítica que aquela analisada anteriormente e o eixo realmente tem vida infinita nesta aplicação.
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2.5. Dimensionamento das Chavetas do Eixo O diâmetro da secção do eixo onde as chavetas serão fixadas é inmmd 02,126 == . Para
"1615=d a "8
31=d , pode-se utilizar uma chaveta quadrada com mmL 35,6"41 == (largura da
chaveta) e mmP 175,3"81 == (profundidade do rasgo da chaveta).
O material escolhido para as chavetas é o aço ABNT 1010 ( MPaesc 180=σ e MParup 320=σ ). Calcula-se, então, o comprimento mínimo da chaveta:
eixo
eixoeixo
NM
ω= e, também,
2dFM chaveixo ⋅=
2dF
Nchav
eixo
eixo ⋅=ω
eixo
eixochav d
NF
ω⋅⋅
=2
NFchav 3612=
Da Resistência dos Materiais: 322 ⋅
== escescadm
σττ MPaadm 52=τ
CLF admchav ⋅⋅= τL
FC
adm
chav
⋅=τ
mmmC 11011,0 ==
Utilizar-se-á chavetas com mmC 20= 3. Bibliografia Consultada
NORTON, R. L.; Projeto de Máquinas – Uma Abordagem Integrada. Editora Bookman. 2ª edição. São Paulo, 2004.
MANFÉ, G.; POZZA, R.; SCARATO, G.; Desenho Técnico Mecânico – Volume 2. Editora Hemus.
MANFÉ, G.; POZZA, R.; SCARATO, G.; Desenho Técnico Mecânico – Volume 3. Editora Hemus.
RUDENKO, N.; Máquinas de Elevação e Transporte. Editora LTC. Rio de Janeiro, 1976. 425p.
Notas de aula da disciplina PME 2421 – Elementos de Máquinas II, ministrada pelo Prof. Dr. Marcelo Alves em 2006.
Notas de aula da disciplina PMR 2371 – Elementos de Máquinas I, ministrada pelo Prof. Dr. Gilberto Souza em 2004.
Catálogo online de rolamentos SKF. Disponível em: www.skf.com.br. Acesso em: 14/05/2006.
Catálogo online de rolamentos NSK. Disponível em: www.nsk.com.br. Acesso em: 14/05/2006.
Catálogo online de anéis elásticos Tecnofix. Disponível em: www.tecnofix.com.br. Acesso em: 14/05/2006.
Catálogo de engrenagens para correntes de transmissão da IBAF. Catálogo de correias de transmissão da Gates. Catálogo de correntes de transmissão da Rex. Catálogo de motores trifásicos da linha F da Weg.