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PROPOSTA DE UMA FERRAMENTA DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO PARA O COMBATE AO INCÊNDIO URBANO INÊS LOUSINHA RIBEIRO BREDA Dissertação submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES CIVIS Orientador: Professor Doutor Miguel Jorge Chichorro Gonçalves Co-Orientador: Major Engenheiro Luís Pais Rodrigues Co-Orientador: Tenente-Coronel Engenheiro Vítor Martins Primo JUNHO 2010

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PROPOSTA DE UMA FERRAMENTA DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO PARA O COMBATE AO INCÊNDIO URBANO

INÊS LOUSINHA RIBEIRO BREDA

Dissertação submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de

MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL — ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES CIVIS

Orientador: Professor Doutor Miguel Jorge Chichorro Gonçalves

Co-Orientador: Major Engenheiro Luís Pais Rodrigues

Co-Orientador: Tenente-Coronel Engenheiro Vítor Martins Primo

JUNHO 2010

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MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2009/2010 DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

Tel. +351-22-508 1901

Fax +351-22-508 1446

! [email protected]

Editado por

FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

Rua Dr. Roberto Frias

4200-465 PORTO

Portugal

Tel. +351-22-508 1400

Fax +351-22-508 1440

! [email protected]

! http://www.fe.up.pt

Reproduções parciais deste documento serão autorizadas na condição que seja mencionado o Autor e feita referência a Mestrado Integrado em Engenharia Civil - 2007/2008 - Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2010.

As opiniões e informações incluídas neste documento representam unicamente o ponto de vista do respectivo Autor, não podendo o Editor aceitar qualquer responsabilidade legal ou outra em relação a erros ou omissões que possam existir.

Este documento foi produzido a partir de versão electrónica fornecida pelo respectivo Autor.

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Proposta de uma Ferramenta de Organização e Gestão para o Combate ao Incêndio Urbano

Ao meu querido Avô e Eng.º Joaquim Lousinha.

Que a visão de um Engenheiro Civil

seja sempre construir para os outros.

Alguns olham para o que existe e perguntam porquê?

Eu sonho com o que não existe e pergunto porque não?

George Bernard Shaw

Dramaturgo e Critico Irlandês

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AGRADECIMENTOS

Este trabalho reflecte mais do que o meu esforço e dedicação, embarca também o empenho de várias individualidades que tornaram as páginas que se seguem possíveis e inovadoras.

Em primeiro lugar expresso o meu sincero agradecimento ao meu orientador Professor Doutor Miguel Chichorro Gonçalves, por conseguir demonstrar vinte e quatro horas por dia a sua disponibilidade e o seu apoio a cada um dos estudantes que orientou.

Gostaria também de transmitir, de uma forma bastante sentida, o meu agradecimento ao Major Pais Rodrigues, 2ºComandante do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto, por acreditar neste projecto e me permitir desenvolve-lo disponibilizando-me todos os meios e contactos necessários. Ao trabalhar no Gabinete de Protecção Civil consegui desenvolver um trabalho focado, realista mas também enriquecido pela vivência e gosto que fui ganhando a cada momento que passei no Batalhão. “Vida por Vida” foram três palavras que se repetiram inúmeras vezes no meu pensamento e que mesmo hoje me deixam horas a reflectir na sociedade que me rodeia e na relação de cada um de nós com o próximo.

A Câmara Municipal do Porto teve um papel fundamental através do seu interesse na criação da ferramenta que proponho. A criação era prevista como uma evolução posterior ao desenvolvimento deste trabalho, mas com o Engenheiro Pedro David Pereira consegui tornar esta plataforma um objectivo real, colocando a Engenharia Civil ao serviço da Segurança Contra Incêndios Urbanos.

Agradeço também ao Tenente Coronel Vítor Primo por todo o apoio prestado desde o início, quando este projecto era apenas um pensamento, demonstrando sempre a sua disponibilidade e gosto em ajudar. Foi muito importante para mim perceber que a Autoridade Nacional de Protecção Civil está atenta e que aposta na sensibilização e formação dos mais jovens. A formação de cada um de nós nos temas abordados pela Protecção Civil é essencial que se consiga atingir a segurança de toda a sociedade.

Por mais que tente não consigo deixar de encarar este trabalho como o último ponto final daquela que foi a minha história nesta mui nobre Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Este pensamento leva-me a agradecer a todos aqueles que, embora não saibam, tiveram um papel determinante na construção do meu eu, fazendo com que fosse possível encarar este último desafio com força e determinação.

À minha Mãe por me transmitir esperança, ao meu Pai por me incutir trabalho e aos meus Irmãos, Eduardo e Filipa, por me ajudarem a crescer rodeada de alegria e sonhos. Ao Bruno Seixas pelo apoio incondicional, agradeço a sincera humildade e gosto em ajudar o próximo, valores que ultrapassam o mundo em que vivemos hoje, mas que são capazes de alimentar todas as pessoas com quem se cruza.

Aos meus colegas Paulo Vasconcelos, João Araújo, Salete Assunção e Hugo Vilas Boas que tive todo o gosto em acompanhar durante três anos na Associação de Estudantes e que me ensinaram todos os valores intrínsecos ao pensamento Juntos Somos Únicos. Sinto que os seus percursos serão brilhantes.

À Tuna Feminina de Engenharia, onde durante cinco anos tive a oportunidade de aprender inúmeras lições e neste último ano tive a felicidade de ser a sua representante, onde defrontei desafios que me incutiram o espírito de liderança necessário para enfrentar cada um deles. Aqui encontrei pessoas com personalidades opostas mas que juntas conseguiam enquadrar as suas opiniões e definir quais os melhores passos a seguir, entre elas menciono aquelas que mais me ensinaram a defender os meus valores: Isabel Pereira, Inês Lopes, Teresa Santos e Cátia Almeida.

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RESUMO A Segurança Contra Incêndio nos edifícios deve exigir uma correcta exploração e gestão das suas instalações. Deve ainda considerar as medidas de natureza passiva e activa, a definir e implementar nas fases de concepção, implementação e exploração dos edifícios. Na maior parte dos casos, a preocupação face à ocorrência do incêndio termina após a vistoria e a atribuição da licença de utilização, não havendo atenção por parte das entidades competentes na manutenção. Os equipamentos ficam abandonados e perdem a sua capacidade de actuação. Para além disso, os utentes, sem formação adequada, não sabem como actuar quando confrontados com um sinistro, passando a não existir uma primeira intervenção e deixando toda a responsabilidade na segunda.

A Nova Regulamentação Portuguesa remete para o tema da Gestão da Segurança contra incêndio, e exige a tomada de medidas na exploração e manutenção. Embora de uma forma menos profunda, comparativamente às Legislações Internacionais respectivas, o novo Regulamento de Segurança Contra Incêndio em Edifícios promove a prevenção através da formação dos utentes, de forma a permitir, em caso de incêndio, uma correcta e eficaz utilização dos equipamentos.

A gestão da intervenção dos meios humanos e físicos no combate ao incêndio pode ter um efeito muito importante no resultado final decorrente desse incêndio.

Deste modo faz-se um estudo de qual o tipo de informação necessária para a optimização do combate ao incêndio pelas entidades responsáveis. A organização dessa informação num suporte físico de fácil manejo é estruturada e implementada neste trabalho. Utiliza-se um Tablet-PC e um aplicativo desenvolvido para o efeito associados a uma interface composta por uma base de dados correspondente ao repositório de informação de segurança contra incêndio para cada edifício inserido numa malha urbana. Será apresentada a estruturação da informação bem como a sua aplicação em dois casos concretos. A implementação dependerá naturalmente do enriquecimento da base de dados que se prevê venha a ocorrer num futuro próximo atendendo à recente entrada em vigor da Nova Legislação de Segurança Contra Incêndio urbano em Portugal.

Esta metodologia de gestão garante assim: uma intervenção equacionada e eficaz pelos bombeiros, uma melhoria da comunicação destes com o responsável de segurança do edifício e a utilização desta metodologia como instrumento activo na manutenção das melhores condições de segurança contra incêndio dos edifícios.

PALAVRAS-CHAVE: Incêndio, Bombeiros, Gestão, Segurança, Base de Dados.

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ABSTRACT Fire safety systems in buildings require proper use and management in facilities. They also require measures of passive and active nature, witch define and implement the design and buildings management. In most cases, the concern of an occurrence of fire ends after a survey and the award of a license, with no attention from the authorities to maintenance. The equipment is consequently abandoned and it loses its ability to act. In addition, users without proper training do not know how to act when confronted with a claim, leaving all responsibility in the second intervention.

The New Portuguese legislation refers to the theme of fire safety management, and it demands the taking of action in the field of maintenance. New Fire Safety Regulations promote prevention through the education of users, to allow, in case of fire, a correct and effective use of equipment, even though this is performed at a rather shallow level, when compared to the respective International Laws.

Managing the intervention of human and physical resources on fire fighting can have crucial effect on the outcome of such fire.

For that reason, in order to know what kind of information would be necessary for the optimization of firefighting for the responsible entities a study was conducted. The organization of such information, which is implemented and structured in a physical and easy handling interface, is the purpose of this work. A Tablet-PC and a specially developed application in association with an interface that holds a database of all security information against fire for each building in an urban network were used. The way the information is structured and how it is implemented in a specific situation will also be presented. The establishment of the database will depend on its growth, which is expected to happen soon, given the recent Law against fire in Portugal.

This managing methodology guaranties: an effective and planned intervention by firefighters; an improvement in the communication between firefighters and the entities responsible for the building safety and assured by the use of this methodology itself an active instrument for management of fire safety in buildings.

KEYWORDS: Fire, Firefighters, Management, Security, Database.

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APRESENTAÇÃO DO TRABALHO

《 Os professores abrem a porta,

mas tens de entrar sozinho. 》

Provérbio Chinês.

1.1. INTRODUÇÃO

O aparecimento do fogo foi essencial para o desenvolvimento do ser humano e da civilização como é conhecida actualmente. Com o controlo sobre o fogo o Homem foi capaz de cozinhar os seus alimentos, de se aquecer, de ter iluminação depois do pôr-do-sol e de se proteger dos animais.

Ao longo do tempo, o Homem conseguiu fazer e controlar o fogo, a primeira fonte de energia da Humanidade, e assim conseguiu aquecer os alimentos, criar cerâmica endurecida e manipular metais como o bronze e o ferro.

No entanto, a história do fogo também se mostrou causa de grandes desastres desde o início dos tempos. A transição do fogo para o incêndio levou à destruição de cidades inteiras por acção acidental ou intencional.

Nas últimas décadas, ocorreram grandes desenvolvimentos na prevenção e combate, sendo que o avanço das tecnologias informáticas promoveu novas perspectivas e ambições. Actualmente, existem modelos matemáticos que, através de simulação por computador, permitem prever com bons resultados a evolução de um incêndio, a propagação das chamas e fumos e o comportamento dos materiais e das pessoas.

A modernização das técnicas de prevenção permitiram a diminuição do risco associado à probabilidade de incêndio. Paralelamente, a legislação tem vindo a desenvolver-se, impondo normas e regras mais rígidas que visam diminuir a probabilidade de ocorrência de incêndio.

A Segurança Contra Incêndio aparece como um novo tipo de investimento, onde só é atingido o sucesso quando nada ocorre. A necessidade da protecção contra incêndio só é entendida quando algo falha e ocorre um incêndio com proporções capazes de destruir de forma significativa o valor da área atingida.

A ténue linha do sucesso e insucesso não depende apenas dos materiais. Neste momento a separação é feita pelo comportamento humano face à segurança contra incêndio. A formação dos utilizadores e a adequada manutenção dos sistemas e equipamentos é fundamental, já que estas serão, nos próximos anos, as verdadeiras provas de evolução nacional no âmbito deste tema.

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A sociedade precisa de responder aos seguintes pontos:

• Legislação adequada e aplicável;

• Equipamentos de detecção e intervenção funcionais;

• Meios humanos preparados e treinados.

A Legislação Nacional tem sofrido alterações ao longo dos anos e apresenta-se actualmente com uma visão cada vez mais preventiva, apostando na gestão da Segurança Contra Incêndio em Edifícios (SCIE). A Nova Legislação eleva o patamar da SCIE e começa a reflectir aquilo que as Legislações Internacionais têm exigido nas ultimas décadas: a organização e a gestão da segurança.

Relativamente aos sistemas de detecção, protecção e combate a incêndio o seu desenvolvimento tem acompanhado os avanços nas áreas tecnológicas e científicas. A qualidade dos sistemas de detecção tem permitido accionar o alarme num período de tempo mais reduzido e aumentar a sua capacidade de indiferença face aos possíveis falsos alarmes. No entanto, este desenvolvimento não é útil nos casos onde a manutenção não existe. A funcionalidade dos equipamentos tem de ser verificada, caso contrário todos os mecanismos visíveis num determinado compartimento são um disfarce à segurança pública e induzam ao erro na consideração dos mesmos face ao combate. Em caso de emergência, os equipamentos disponíveis têm de representar uma certeza e não uma dúvida para quem os vai utilizar, sejam estes de primeira ou segunda intervenção.

Os meios humanos, entenda-se utentes, funcionários e responsáveis, necessitam de formação e de tomar consciência dos perigos que podem encontrar no caso da ocorrência de um sinistro. De outra forma, deixa de existir a primeira intervenção, o que leva a que os equipamentos que inicialmente lhe estão destinados estejam utilizados pela segunda intervenção.

Estes três pontos devem ser fortificados com o objectivo de tornar a SCIE uma realidade e não apenas uma exigência no licenciamento de edifícios. A Organização e Gestão da Segurança já foi prevista pela Legislação, agora procura-se a implementação da mesma.

1.2. APRESENTAÇÃO DO TEMA: FERRAMENTA DE GESTÃO

A Organização e Gestão da Segurança (OGS) tem marcado a Legislação relativa à SCIE a nível mundial. O seu papel é de facto determinante neste tema e tem de ser implementado o mais rapidamente possível em Portugal.

A partir da consulta de dicionários obtiveram-se as seguintes definições:

Organização – acto ou efeito de organizar; preparação; planeamento; disposição; ordenação; estrutura; constituição; composição; dar às partes de um corpo a disposição necessária para as funções a que se destina; maneira como as partes se compõem para executar certas funções a que se destina; antónimo: desorganização.

Gestão – acto de gerir (administrar, dirigir); conjunto de medidas de administração aplicadas durante um determinado período; utilização racional de recursos em função de um determinado projecto ou de determinados objectivos.

Segurança – afastamento de todo o perigo; confiança; tranquilidade resultante da ideia de que não há perigo a recear; antónimo: perigo, risco.

A Organização e Gestão da Segurança deve ser considerada uma prioridade pela gestão da instituição a proteger, seja ela um organismo público ou uma entidade privada.

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Os objectivos da OGS podem ser organizados em cinco categorias distintas:

• Protecção da Vida; • Preservação do Património Histórico Cultural; • Protecção do Ambiente; o Protecção de Bens Materiais; o Garantir a continuidade da actividade da organização em caso de ocorrência de uma

emergência.

Os pontos definidos com a simbologia “o” pretendem representar objectivos que não estão considerados na actual Legislação mas que foram incluídos na previsão da mesma e que devem ser considerados no âmbito do desenvolvimento deste trabalho.

A protecção da vida surge como um dos principais objectivos da segurança em geral. Numa abordagem mais particular, a SCIE pretende garantir que, no caso da ocorrência de um sinistro, os ocupantes serão alertados atempadamente, permitindo rapidamente a evacuação do edifício para o exterior ou local seguro, [1].

Nota-se que, para além da vida humana, poderá existir algum caso especial em que seja necessário salvaguardar a vida animal ou vegetal. Tome-se como exemplo clínicas veterinárias, lojas de animais, centros de investigação ligados à biologia ou zoologia e de uma forma geral qualquer local onde se encontram espécies animais ou vegetais raras ou de preservação imperativa, [1].

No caso do património histórico ou cultural, a preocupação abrange a protecção de monumentos, peças arquitectónicas de interesse histórico ou turístico, museus, castelos e igrejas. Nestes casos, para além do próprio edifício, torna-se ainda importante preservar o seu conteúdo, [1].

Ao analisar os variados produtos tóxicos que podem ser libertados na combustão presente num incêndio, verifica-se que podem causar significativos danos ambientais. Tal afirmação tem mais relevo quando o incêndio ocorre em fabricas e armazéns que possuem matérias perigosas quando libertadas para a atmosfera como petrolíferas, refinarias, industrias de produtos químicos, biológicos ou radioactivos, [1].

Relativamente à capacidade destrutiva de um incêndio urbano, a perda de bens materiais surge como uma consequência quase sempre inevitável e com uma atribuição financeira variável. Nesta categoria são considerados elementos como mobiliário, equipamento electrónico, obras de arte, matérias primas, produtos, livros e documentos. O valor patrimonial de todos os elementos contidos num compartimento não corresponde ao valor final de custos. No caso de um incêndio, a renovação desses elementos associada na maior parte das vezes à sua destruição (substituição ou reparação dos bens), aumenta os encargos por parte da entidade afectada, [1].

Existem ainda variados tipos de bens que devido às suas características, se tornam impossíveis de recuperar, como é o caso de obras de arte, peças raras ou únicas, e até mesmo objectos de carácter sentimental, [1].

Na ocorrência de um incêndio, a destruição pode impedir a continuidade do funcionamento da empresa afectada. Ao analisar a actual regulamentação de SCIE verifica-se que existe o cuidado de considerar locais de tipo F, de forma a definir uma maior preocupação com os compartimentos dos edifícios como: a torre de controlo de um aeroporto, o posto de segurança de um hospital, de uma estação de televisão ou rádio, de uma fábrica, ou de outro compartimento onde um incêndio ou emergência tenham consequências prejudiciais ao ataque da própria emergência ou à continuidade das actividades normalmente desenvolvidas, [1].

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Relativamente aos edifícios com actividades fora do conjunto considerado pelos locais de tipo F, a continuidade das suas actividades também pode ser indirectamente afectada pela destruição, perda ou tempo de recuperação dos locais de tipo F. Desta forma, a preocupação em garantir a continuidade de actividades de uma entidade não abrange apenas os casos mais problemáticos pois toda a sociedade empresarial pode ser atingida, [1].

1.3. INCÊNDIO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

1.3.1. NÍVEL INTERNACIONAL

1.3.1.1. Torre Windsor, Madrid

Em 1975, começa-se a construir no centro financeiro da cidade de Madrid um dos seus primeiros arranha-céus com 106 metros de altura e 32 andares. O edifício viria a ser completado em 1979 com uma estrutura mista de betão e armadura envolvido por uma fachada de vidro e alumínio. A estrutura apresentava variações ao longo da altura, sendo o edifício constituído por betão até ao vigésimo primeiro piso e por aço até ao trigésimo segundo, [2]. Tais condições levaram a que o incêndio da noite de 12 para 13 de Fevereiro de 2002 fosse verdadeiramente arrasador, Figura 1.1.

O incêndio prolongou-se por 20 horas desde o início da ocorrência até ao controlo. O foco inicial localizou-se no vigésimo primeiro piso às 23 horas. Os bombeiros foram chamados às 23 horas e 21 minutos, chegaram ao local em quatro minutos, e demoraram apenas cinco minutos a organizar os homens e os recursos, começando o combate às 23 horas e 30 minutos. Pela meia noite já todos os pisos acima do vigésimo primeiro estavam a arder. Os bombeiros decidem criar uma estratégia preventiva de forma a impedir a propagação das chamas para os edifícios adjacentes. Às 2 horas, o incêndio chega ao décimo sétimo piso, demorando cerca de seis horas até atingir o quarto piso, [2].

Na altura da ocorrência o edifício estava a ser renovado. Entre todos os elementos previstos para alteração encontravam-se por realizar a colocação de protecção ao fogo nos elementos estruturais de aço e a finalização de uma nova escada de emergência a sul do edifício, [3].

Apenas se pode prever qual seria o percurso das chamas caso todas as medidas de prevenção estivessem a ser correspondidas. No final da destruição, ficou a tentativa dos investigadores de explicar e analisar o comportamento dos materiais, [3].

Figura 1.1 – O incêndio na Torre Windsor, Madrid em 2002, [2].

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1.3.1.2. World Trade Center, Nova Iorque

World Trade Center1 (WTC), um complexo de sete edifícios localizado em Manhattan, Nova Iorque, construído de 1966 a 1973 e destruído a 11 de Setembro de 2001, Figura 1.2. De todos os edifícios que compunham o WTC, existem dois que se salientam pela sua altura e representatividade financeira mundial, são eles a Torre Norte (WTC 1) e a Torre Sul (WTC 2) – as Torres Gémeas. Três por cento dos escritórios de Manhattan situavam-se nestas torres, mas nem este facto foi suficiente para que durante a construção do WTC as medidas de SCIE fossem aplicadas de uma forma mais conservativa, [4].

A construção do WTC termina em 1970, começando a ser ocupado em 1972 pelas grandes empresas americanas. A 4 de Abril de 1973 dá-se a inauguração da edificação, não demorando muito tempo a atingir os cinquenta mil trabalhadores e duzentos mil visitantes diários. Perante estes valores seria de esperar que a Segurança Contra Incêndios, que inicialmente fora desviada, tivesse presente de uma forma consistente na prevenção. No entanto a prevenção não foi considerada como deveria ter sido, como exemplo apresenta-se o facto de não existir nenhum sistema de aspersores (sprinklers) associado aos compartimentos de nenhum dos edifícios do complexo WTC, [5].

A 13 de Fevereiro de 1975, a Torre Norte (WTC 1) foi alvo daquilo que inicialmente seria um pequeno incêndio, mas que acabou por se desenvolver ao longo de seis pisos. O foco estava localizado no 11º piso, no entanto o mau isolamento das linhas telefónicos e cabos de rede fez com que a propagação vertical das chamas fosse facilitada, chegando a atingir o 9º e o 14º piso. A maioria dos danos causados concentraram-se no 11º piso, onde as chamas foram alimentadas pelos armários, papeis, tinteiros e muitos outros equipamentos de escritório, [6].

A 11 de Setembro de 2001, dois Boeing 767 atingiram as Torres Norte e Sul com uma velocidade média de 500 milhas por hora2 num intervalo de tempo de dezassete minutos. Várias colunas pertencentes à estrutura principal das Torres foram destruídas, as explosões consecutivas e a propagação das chamas imediata. A natureza leve e oca da construção facilitou a expansão do combustível pelo o interior de cada edifício, gerando vários focos de incêndios em simultâneo e dificultando o combate às chamas por parte dos bombeiros. O peso da estrutura acima da área do choque era demasiado elevado para ser suportado pelas Torres. O desabamento de cada uma das Torres era uma consequência indiscutível numa análise estrutural, mas no instante do combate e do pedido de socorro, a queda de cada um dos edifícios foi inesperada e o fim da esperança para muitos, [6].

Figura 1.2 – O ataque às Torres Gémeas em 2001, Nova Iorque, [5].

1 Informalmente designadas por Trade Center ou Torres Gémeas. 2 Equivalente a 800 kilómetros por hora.

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1.3.2. NÍVEL NACIONAL

1.3.2.1. Chiado, Lisboa

O Chiado, situa-se em Lisboa entre o Bairro Alto e a Baixa Pombalina e trata-se de uma das zonas mais emblemáticas de toda a cidade. Parte dos motivos que levam a que este bairro assuma importância deve-se ao incêndio de 25 de Agosto de 1988, onde mais de dezoito edifícios do século XIII ao XX foram completa ou parcialmente destruídos, Figura 1.3.

Figura 1.3 – A propagação do grande incêndio do Chiado em 1988, Lisboa, [7].

Às três horas da manha, deflagrou um incêndio no edifício Grandella localizado na Rua do Carmo onde apenas era permitida a circulação pedonal. O edifício Grandella era constituído por blocos de pedra, chão de madeira e suportado por vigas e colunas de aço. Quando o incêndio foi detectado já todo o edifício se apresentava em chamas. A falta de circulação de pessoas durante a noite, a ausência de detecção automática e a despreocupação na construção, levaram a que as chamas envolvessem todo o Chiado num período de tempo muito reduzido, [8].

A combustibilidade dos materiais e ausência de compartimentação horizontal e vertical fizeram com que o consumo por parte das chamas fosse imediato. O incêndio aproveitou-se das aberturas do edifício para emitir uma grande quantidade de radiação que, ao ser recebida pelos edifícios do lado oposto da rua, permitiu que as chamas se espalhassem por uma grande extensão horizontal, [7].

O desespero era grande, a equipa de bombeiros insuficiente e o incêndio incontrolável. Apenas o edifício Mariola foi capaz de interromper a propagação das chamas. A sua construção em betão armado foi a verdadeira arma de combate para os bombeiros, [7].

A reconstrução de todo o Chiado ficou a cargo do Arquitecto Siza Vieira e prolongou-se por toda a década de 90. No entanto, após todas as recuperações e alterações no bairro, o arquitecto não conseguiu apagar o momento da história de Lisboa. Embora este incêndio tenha sido preponderante para a sociedade prestar atenção ao tema da SCIE, o Chiado sempre será relembrado pelo ano de 1988, [7].

1.4. JUSTIFICAÇÃO DO TEMA

Com este trabalho pretende-se que seja dado um novo passo no caminho da Organização e Gestão da Segurança contra incêndio urbano (OGS) através da proposta de uma Ferramenta capaz de alterar comportamentos e assegurar a informação relevante ao combate. Espera-se que, dependendo da forma como este instrumento for aproveitado e implementado, seja possível marcar a SCIE e alterar a forma como a sociedade a interpreta.

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De todos os objectivos da OGS existe um que pela sua dimensão humana deveria ser suficiente para criar uma reacção por parte dos utilizadores e uma vontade de prevenir a ocorrência de um incêndio – Protecção da Vida. Contudo, mesmo quando somado com todos os restantes objectivos, a sociedade sente-se protegida, quando não o está, revelando-se distante deste tema mesmo após as catástrofes Mundiais terem mostrado a face da destruição.

Segundo esse ponto de vista, a justificação do Tema presente nesta dissertação de Mestrado Integrado poderia ser representada por um só ponto: Responsabilidade Civil.

A origem de um incêndio num edifício é, na generalidade das vezes, causada directa ou indirectamente pelo homem. Cabe por isso a uma parte da sociedade agarrar nestes temas, que são esquecidos por muitos e relembrados de tempos em tempos a todos nós.

De todos os 4.698 incêndios registados na cidade do Porto, entre 1996 e 2006, 59% foram extintos pelos meios de segunda intervenção. O tema do combate ao incêndio é tratado neste trabalho tendo em conta que a segurança é um investimento e não um custo. O modo operativo seguido pela segunda intervenção deve ser fortificado e melhorado através da implementação de novas ferramentas de informação e organização, [9].

A ideia base subjacente à presente dissertação de Mestrado Integrado, enquadra a importância da Organização e Gestão da Segurança numa Ferramenta capaz de auxiliar as entidades competentes de segunda intervenção no combate ao incêndio urbano no município do Porto. Isto é, uma base de dados organizada que exige a gestão dos elementos relacionados com a segurança contra incêndio e que pode auxiliar os bombeiros no seu combate.

Este trabalho encontra-se disposto em seis capítulos, sendo que este primeiro tem como objectivo direccionar o leitor ao tema da Segurança Contra Incêndios em Edifícios e qual o seu enquadramento na sociedade.

No segundo capítulo, intitulado Enquadramento Histórico, descreve-se a história do combate ao incêndio e a sua evolução em vários pontos do mundo, dando especial atenção à origem do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto.

O terceiro capítulo, denominado Estado da Arte, pretende transmitir as várias frentes que envolvem o tema da segunda intervenção, isto é, a legislação que a define, as ferramentas informáticas disponíveis no mercado nesta área e como é que o Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto enfrentam a emergência.

O quarto capítulo, denominado Proposta de uma Ferramenta de Gestão e Organização, pretende descrever a concepção da plataforma informática aqui desenvolvida e o seu papel no modo operacional da central de comandos do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto.

No quinto capítulo, intitulado Aplicação da Ferramenta de Gestão e Organização, é desenvolvido o processo de utilização da plataforma na central de comandos na análise de dois casos de incêndio no Centro Histórico do Porto.

Por fim no sexto capítulo, denominado Conclusão e Desenvolvimentos Futuros, são expostos os aspectos positivos e negativos da ferramenta desenvolvida neste trabalho, indicando também quais os aperfeiçoamentos que podem ser realizados no Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto e no próprio programa de operação concebido neste trabalho.

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2

ENQUADRAMENTO HISTÓRICO � Se houver um general forte,

não haverá soldados fracos �

Provérbio Chinês

2.1. A EVOLUÇÃO DO HOMEM E A SUA ATITUDE FACE AO FOGO E AO INCÊNDIO

2.1.1. INTRODUÇÃO – ORIGEM E COMBATE AO INCÊNDIO

Segundo a mitologia grega o semideus Prometeus roubou o fogo do domínio dos Deuses e entregou-o aos homens. Ao assistir a tal adversidade, Zeus decide punir Prometeus condenando-o ao ataque diário de um abutre que lhe devoraria para toda a eternidade o fígado – único órgão do corpo humano que se regenera continuamente, Figura 2.1. Como consequência para os mortais, o fogo escapa ao domínio humano e quando transformado em incêndio, ceifa vidas e dele nasce a destruição.

a) b)

Figura 2.1 – a) Zeus, [10]; b) Castigo de Prometeus, [11].

A organização foi desde cedo uma necessidade para a continuidade da Humanidade, seja através da ordenação de meios, equipamentos ou pessoas. À medida que o fogo, utilizado para a evolução do homem, se tornou em cada vez mais situações de incêndio, o caos despertou a necessidade de defesas e espírito de sobrevivência. O incêndio só por si começou a promover o seu combate e, embora sendo realizado com meios arcaicos e homens sem formação, o medo e a destruição formaram um espírito de solidariedade não só entre vizinhos mas também entre populações.

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Segundo uma perspectiva histórica, o início do combate ao incêndio não é perfeitamente definido. Existe a possibilidade de se considerar Alexandria o berço da história do combate ao incêndio urbano através da aplicação de bombas manuais. No entanto, uma das primeiras medidas que se registou na história neste âmbito teve origem em Roma com Marco Licínio Crasso3 durante o século I aC.

Marco Crasso, com base nos seus conhecimentos militares, criou um serviço privado constituído por um grupo de homens, na sua maioria escravos, organizados pelos Triumviri Nocturni4. No ano 6 dC, Augusto5, Imperador de Roma, cansado de assistir às sucessivas derrotas por parte dos Triumvire Nocturni, decide encerrar o serviço privado e criar os Vigiles Urbani 6. Este novo grupo tinha como objectivo patrulhar as ruas e vigiar a população tentando diminuir a ocorrência de incêndio, passando assim a atenção para a prevenção e não só para o combate. Esta alteração de pensamento foi realmente necessária pois nesta altura os meios de combate eram escassos e a extinção das chamas difícil, fazendo com que o sucesso do combate fosse determinado pela prevenção, [12].

Com o passar dos anos, os Vigiles foram melhorando a sua capacidade organizativa criando grupos cada vez mais numerosos e competentes, mas nenhum deles foi suficiente para combater as chamas que atacaram Roma. De todos os grandes incêndios que afectaram a cidade, existe um que pela sua carga histórica e destrutiva deve ser salientado: o incêndio da noite de 19 de Julho de 64 dC. O foco iniciou-se a sudeste do Circo Máximo7 e durou cerca de cinco dias atingindo onze dos catorze distritos da cidade. Não é clara a origem do incêndio, mas alguns historiadores defendem que Nero8, Imperador de Roma na altura, pretendia reconstruir a cidade e que para isso precisava de destruir parte dela, enquanto que outros pensam que Nero precisava de se inspirar, o que justifica o mito de que Nero cantava enquanto Roma ardia, Figura 2.2, [12].

a) b)

Figura 2.2 – a) Nero, [13]; b) Uma das possíveis reacções de Nero face ao incêndio, [12].

3 Marco Licínio Crasso (115 aC – 53 aC) – General romano e politico influente, um dos homens mais ricos da época e actualmente classificado na lista das dez figuras históricas mais ricas de todo o Mundo - http://penelope.uchicago.edu/ Thayer/E/Roman/Texts/Plutarch/Lives/Crassus*.html, 20 de Abril de 2010. 4 Triumviri – nome dado ao conjunto de três Triumvir, homens responsáveis por algo de grande valor na cidade de Roma. No caso referido a palavra Nocturni remete para todo os assuntos relacionados com a segurança nocturna. 5 Gaius Julius Caesar Augustus (63aC – 14 dC) – Primeiro governador do Império Romano. Nascido com o nome de Gaius Octavius Thurinus, foi educado pelo seu tio-avô Júlio César a 44 aC, sendo oficialmente nomeado como Gaius Julius Caeser a 31 aC. Mais tarde, a 27 aC, o Senado concedeu-lhe o nome honorífico Augusto (“O Reverenciado”), tornando-se consequentemente o Gaius Julius Caeser Aufustus. Dada a variedade de nomes que lhe foi atribuído, é comum designa-lo por Otávio quando se refere a eventos entre 63 e 44 aC e por Augustus quando se trata de períodos após o ano de 27 aC - http://www.csun.edu/~hcfll004/nicolaus.html, 20 Abril 2010. 6 Também conhecidos por Spartoli ou simplesmente Vigiles. 7 Circo Máximo (em latim Circus Maximus, italiano Circo Massimo) - antiga arena e local de entretenimento na antiga Roma. Actualmente localizado entre a Colina Palatina e a Colina Aventina. 8 Nero Claudio César Augusto Germânico (em latim Nero Claudius Cæsar Augustus Germanicus) – Nasceu com o nome de Lúcio Domício Enobarbo a 15 de Dezembro de 37 dC, foi imperador romano de 13 de Outubro de 54 até à sua morte, a 9 de Junho de 68 - http://www.roman-emperors.org/nero.htm, 20 Abril 2010.

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2.1.2. INGLATERRA

Para além da organização do combate ao incêndio, o homem sentiu a necessidade de criar normas que estabelecessem medidas de protecção. Uma das normas mais antigas relativas à protecção contra incêndio data do ano de 872 e foi promulgada em Oxford, Inglaterra. Esta norma estabelecia a emissão de um toque de alerta cuja função residia na união de esforços para apagar qualquer incêndio que estivesse a ocorrer naquele momento. Mais tarde, o alarme foi implementado por toda a Inglaterra quer para o combate a incêndio quer para organização de revoltas, [14].

A cidade de Londres sofreu grandes incêndios em 798, 982, 989 e 1666. Este último, que ficou conhecido pelo Grande Incêndio de Londres, iniciou-se numa padaria em Pudding Lane e consumiu cerca de cinco quilómetros da cidade, deixando dezenas de milhares de desalojados. A catástrofe levou o governo a tomar a decisão de investir mais no sistema de protecção contra incêndio. As companhias de seguros começaram a inserir nos seus contratos pontos referentes à segurança contra incêndio, nos quais se responsabilizavam (dependendo do tipo de contrato) por danos de natureza incendiária. Para isso, as seguradoras formaram indivíduos responsáveis por vigiar as propriedades que estavam associadas aos contratos que envolviam o tema da Segurança Contra Incêndio. Assim, todos os edifícios que tinham de ser verificados eram identificados através de fire insurance marks9, Figura 2.3. Existiam diferentes tipos de marcas cada uma delas associada ao tipo de contrato. Estas marcas também podem ser encontradas nos Estados Unidos e na Austrália, [15].

Figura 2.3 – Uma das marcas que assinalavam as propriedades vinculadas ao contrato de Segurança Contra Incêndio, [15].

2.1.3. FRANÇA

Em França, o rei Saint Louis10 emitiu um Decreto de Lei, no ano de 1254, onde criou os guet bourgeois11. Este grupo permitia aos moradores de Paris terem os seus próprios elementos de segurança nocturna contra a criminalidade e incêndio, completamente distintos da segurança real. Os guet bourgeois terminaram as suas funções por ordem do rei Charles12, após a Guerra dos Cem Anos13, deixando a segurança publica a cargo da segurança real, [16].

9 Traduzido para português como: marcas de seguro contra incêndio. 10 Rei Luís IX (1214-1270) –Nascido a 25 de Abril de 1214, coroado rei de França de 1226 até à sua morte a 25 de Agosto de 1270 - Joinville, Jean de, La vie de saint Louis, ed. Noel L. Corbett. Sherbrooke: Naaman, 1977 Online-Book 11 Traduzido para português como os guardiões da burguesia. 12 Rei Carlos IX (1550-1574) – Nascido a 27 de Julho de 1550, coroado rei de França a 1560, faleceu no dia 30 de Maio de 1574 – F. Guizot, The History of France, Vol. III, London (1887) Online Book. 13 Guerra dos Cem Anos (em francês: Guerre de Cent Ans) – série de guerras no trono Francês que se prolongaram entre o período de 1337-1453 – Dunnigan, James F., and Albert A. Nofi. Medieval Life & The Hundred Years War, Online Book.

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2.1.4. PORTUGAL

Em Portugal, a origem dos bombeiros remonta a 23 de Agosto de 1395 com a apresentação da carta régia na qual D. João I14 promulga a organização do primeiro serviço de incêndio em Lisboa, citando: “E que em caso algum o fogo se levantasse – que Deus não queira, que todos os carpinteiros e calafates venham aquele lugar, onde cada um, com o seu machado, para haverem de atalhar o fogo; e que todas as mulheres que ao dito fogo acudirem, tragam um cântaro ou pote para carrear água para apagar o fogo”, Figura 2.4, [17].

a) b)

Figura 2.4. – a) D.João I, [18]; b) Carta Régia, [19].

No século XV, a Câmara de Lisboa promulga normas com o objectivo de prevenir incêndios com origem em lumes domésticos, fogueiras e manuseamento de pólvoras. A preocupação com a organização e prevenção começa a espalhar-se por todo o país, levando a Câmara do Porto a tomar algumas medidas, tais como:

• 14 de Julho de 1513 - “Eleger diversos cidadãos para fiscalizar se os restantes moradores da cidade apagavam o lume das cozinhas à hora indicada pelo sino da noite”.

• 9 de Setembro de 1612 – “ordenou que fossem notificados os carpinteiros da cidade de que iriam receber machados e outras pessoas de que entrariam na posse de bicheiros, para que, havendo incêndios, acudissem a ele com toda a diligência”.

2.1.5. ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Por esta altura, nos Estados Unidos da América, as autoridades também começavam a dar passos na prevenção e normalização. No ano de 1631, John Winthrop15, governador da cidade de Boston, torna ilegal o uso de chaminés de madeira e telhado de palha.

14 “O de Boa Memória” (1358-1433) – Nasceu em Lisboa a 11 de Abril de 1358, filho ilegítimo do rei D. Pedro I e Grão Mestre da Ordem de Avis, casou com D. Filipa de Lencastre e dela teve oito filhos, morre a 14 de Agosto de 1433 - Reis e Rainhas de Portugal, Texto Editora, 1997. Cd-Rom. 15 John Winthrop (1588-1649) – Nasceu a 12 de Janeiro de 1588, foi eleito governador da Baía de Massachusetts a 1629 e reeleito doze vezes após uma pausa entre 1639 e 1648. Faleceu a 26 de Março de 1649 - http://www.hup.harvard.edu/results-list.php?author=9184, 19 de Abril de 2010.

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Dez anos mais tarde, em New Amsterdam16, o governador Peter Stuyvesant17 nomeia quatro elementos, os fire wardens18, responsáveis por inspeccionar todas as chaminés e aplicar uma multa em caso de desrespeito das regras. Para que a sinalização do incêndio fosse imediata, a cidade passou também a ter um grupo designado por Rattle Watch19, cuja função era alertar os cidadãos mais próximos em caso de incêndio para que o combate fosse fortalecido. Em 1736 nasce em Filadélfia a Union Fire Company20, uma companhia voluntária, fundada por Benjamin Franklin, [20].

Como o serviço público de combate a incêndio surge apenas após a Guerra Civil Americana e as seguradoras pagavam bem a quem chegasse ao local de emergência, todos os elementos de combate privados competiam entre si de forma a responderem ao sinistro da melhor forma. Tal era a competição entre forças de segurança que era comum existirem marcos guardados para cada serviço de bombeiros, deixando este de ser utilizado em prol da segurança pública mas sim para uma determinada entidade privada “responsável” pelo combate, [21].

2.1.6. CONCLUSÃO

O combate ao incêndio urbano foi evoluindo ao longo de vários anos em todos os cantos do mundo. O medo da destruição gerou a união de esforços de toda a população e as incontáveis perdas que os incêndios foram somando traduziram-se numa necessidade ao seu combate. A sociedade teve de agir, tomando como principal medida a prevenção da propagação do incêndio.

Actualmente, o tema do combate ao incêndio urbano não assume tanta atenção por parte da sociedade. O medo da destruição que noutra hora tinha sido capaz de originar o combate ao incêndio, deixou de gerar em cada indivíduo o espírito de luta e precaução, fazendo com que a prevenção fosse desvalorizada e a manutenção dos equipamentos de combate desnecessária. A evolução do homem e dos equipamentos de combate foi-se comercializando e com ela a segurança do cidadão comum. Cabe agora a cada elemento dos bombeiros e a cada indivíduo que trabalha para que a prevenção e o combate sejam reais, mostrar-nos os valores que deveriam estar em cada um de nós, através da sua persistência, competência e coragem.

2.2. BOMBEIROS SAPADORES DO PORTO

A história do actual Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto reflecte a construção e adaptação às necessidades da sociedade portuense. Ao longo do tempo a destruição provocada pelos incêndios levou ao desenvolvimento dos meios de combate e ao apetrechamento desses meios humanos e materiais.

Na cidade do Porto, no início do século XV, existia um serviço de combate ao incêndio que, quer em equipamentos de combate quer em quantidade de homens, era manifestamente insuficiente para responder a toda a cidade. Em caso de incêndio, oito serventes conduziam uma bomba braçal, baldes e bacias. Os restantes homens tentavam circunscrever o incêndio com a ajuda de equipamentos como archotes, cabos, machados e gadanhos, Figura 2.5, [17].

16 Actualmente a cidade de Nova Iorque. 17 Peter Studyvesant (1612-1672) – originalmente designado por Pieter ou Petrus, figura bastante importante no início da história de Nova Iorque com o papel de director geral de serviço, morre em Agosto de 1672 - http://www.njcu.edu/programs/jchistory/Pages/S_Pages/Stuyvesant_Peter.htm, 19 de Abril de 2010. 18 Traduzido para Português como: os guardas do fogo. 19 O nome deve-se ao facto dos elementos pertencentes à equipa possuírem chocalhos (rattle), que eram um meio de sinalização quando observado (watch) o incêndio. 20 Designada também por Benjamin Franklin's Bucket Brigade em homenagem ao seu fundador.

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a) b)

Figura 2.5 – a) Bomba Braçal, [22]; b) Archotes ou lampiões de iluminação [23].

Todos os elementos humanos associados ao combate de incêndios tinham como mutualidade dos seus serviços a isenção de impostos e dispensa do serviço militar. No entanto, o provedor das armas do partido do Porto, o Tenente-Coronel Bento Félix da Veiga 21 não era a favor de tais benefícios o que levou o monarca desse período, o rei D. João V22 a promulgar uma provisão, Figura 2.6.a, [24].

No decreto de privilégios23 de D. João V datado de 29 de Janeiro de 1728, encontra-se a confirmação do serviço de incêndios e da respectiva companhia, «desde data não indicada havia uma bomba, servida por um certo número de homens, eleitos pela respectiva Câmara». Nesta ordenança real, o monarca contraria o provedor de armas do Porto ao sublinhar os privilégios em uso, escolha que gerou alguma polémica que se revelou necessária para incentivar as pessoas a juntarem-se à tarefa do combate ao incêndio. D. João V decreta ainda o nascimento da Companhia do Fogo e do seu comandante, o cabo José Azevedo «...cumprindo com as obrigações de tão arriscado emprego, tendo escolhido para elle a José de Azevedo, por ser o mais perito, e prompto com a sua pessoa e instrumentos seus, nos rebates do fogo...», Figura 2.6.b, [25].

a) b)

Figura 2.6 – a) D. João V, [26]; b) Decreto de Privilégios [23].

21 Governador de armas no ano 1728, não é certa a data de início de funções nesse cargo, ocupou até ao ano 1735 - REIS, Henrique Duarte Sousa – Apontamentos para a história do Governo Militar do Porto até ao século XIX. Porto: Publicações da Câmara Municipal do Porto. 22 “O Magnânimo” (1689 – 1750), filho de D. Pedro II e D Maria Sofia de Neuburgo, casou em 1708 com D Maria Ana de Áustria. À data da sua subida ao trono, Portugal encontrava-se envolvido na guerra da sucessão de Espanha. O seu reinado pautou-se por uma política geral de neutralidade face a conflitos internacionais. Executou reformas importantes nas quais se destaca a remodelação do exército, a reestruturação do ensino e ao incentivo do desenvolvimento de manufacturas na área da vidreira dos têxteis e do papel - Reis e Rainhas de Portugal, Texto Editora, 1997. 23 Diploma de privilégios concedido à Companhia de Fogo - Museu do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto.

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Ao longo dos anos, muitos foram os homens que se voluntariaram para fazer parte da companhia, aumentando os reforços humanos que esta possuía. Tal como os membros efectivos do combate, os voluntários podiam também usufruir dos privilégios referidos. Esta condição foi suficiente para gerar um descontrolo disciplinar, onde indivíduos estavam inscritos na companhia beneficiando das regalias que lhes ficavam associadas mas não participavam no combate. Ao tomar conhecimento desta situação, a Câmara resolve contratar equipas de operários responsáveis pela manobra e transporte das bombas ao local de incêndio.

Para que a comunicação e localização da ocorrência de sinistro fosse mais rápida e eficaz, foram colocados no exterior das Igrejas e Capelas da Cidade uma caixa de ferro fundido, designada por Caixa de Sinais, Figura 2.7.a. No interior desta caixa encontrava-se um manípulo com um cabo ligado ao badalo do campanário que permitia a emissão de toques. Para cada freguesia da cidade 24 existia um número de toques correspondente, gravado na tampa da caixa, Figura 2.7.b. No final do combate ao sinistro eram exercidas três badaladas, [17].

a) b)

Figura 2.7 – a) Caixa de Sinais, [23]; b) Inscrição correspondente ao número de toques correspondente a cada freguesia do município do Porto [23].

Para que o socorro ao sinistro fosse imediato, o primeiro elemento que chegasse ao local da ocorrência recebia uma recompensa em dinheiro de 4.000 réis. Assim, o maior obstáculo para extinguir o incêndio deixava de ser a rapidez do conhecimento do sinistro e passava a ser a falta de meios humanos para o abastecimento das bombas braçais, [17]. Neste período a cidade do Porto não possuía um sistema de canalização de água. A população era abastecida pelos aguadeiros, homens que ganhavam dinheiro a transportar água para as populações. Como a água é um bem necessário durante o combate, os aguadeiros tornaram-se responsáveis pelo transporte de barris ao local da ocorrência e pelo abastecimento das bombas, Figura 2.8. Como existia um pagamento face à prestação deste serviço e a comercialização da água era bastante rentável, a água acabou por se tornar um monopólio controlado pelos aguadeiros, [17].

24 Sé, Santo Ildefonso, Órfãs, Campanha, Bonfim, Santa Catarina, Aguardente, Paranhos, Lapa, Cedofeita, Palácio de Cristal, Carmo, Trindade, Praça D.Pedro, Misericórdia, S. Nicolau, Vila Nova de Gaia, Miragaia, Massarelos, Lordelo e Foz

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Figura 2.8 – Barris para o transporte de água pelos aguadeiros25.

Perante a falta de regulamentação disciplinar adequada, da formação técnica necessária, de comandantes conhecedores e de um manual de manobras, a eficácia do combate aos incêndios começou a ser posta em causa pela população. Tais acontecimentos levaram Guilherme Gomes Fernandes26 a fundar a Real Associação dos Bombeiros Voluntários do Porto, no ano de 1875, Figura 2.9.a. O seu currículo académico proporcionou-lhe um conhecimento global das metodologias e materiais usados na Europa, fazendo com que o respeito da cidade pelo Corpo de Bombeiros fosse imediato e os equipamentos facilmente conseguidos como por exemplo, a primeira caixa de primeiros socorros específica para os danos causados durante o combate ao incêndio, Figura 2.9.b. Uma vez que maior parte dos equipamentos foram adquiridos em França, Inglaterra e Alemanha, o Serviço de Incêndio Municipal ficou em desvantagem face a este Corpo de formação particular, [17].

a) b)

Figura 2.9 – a) Guilherme Gomes Fernandes, [26]; b) Caixa de primeiros socorros, [23].

25 Fotografia da autora: Museu do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto. 26 Guilherme Gomes Fernandes (1850-1902) - nasceu na Bahia a 6 de Novembro de 1850 e morreu em Lisboa a 31 de Outubro de 1902. Estudou em Inglaterra, França, Alemanha, Áustria e Bélgica, as melhores organizações para combate aos incêndios, com o intuito de aplicar nas corporações que chefiava. Em 1875 fundou a Real Associação dos bombeiros Voluntários do Porto cuja chefia começou em 1885 para a Companhia de Incêndios do Porto. Homem de extraordinária educação, dedicado a esta actividade, chegando a custear as despesas da deslocação dos nove participantes ao Congresso de Londres. As suas raras qualidades humanas, a competência e o desempenho demonstrado na sua vida de bombeiro justificaram que lhe tivesse sido conferida a mais alta das condecorações portuguesas, a Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

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O Presidente da Câmara do Porto, ao ver que o Serviço de Incêndio Municipal estava a ser ultrapassado, tenta melhorar o seu desempenho através da aquisição de novas máquinas e criando um regulamento interno. A cidade sentia-se protegida na área dos incêndios urbanos. A rigorosa disciplina militar e a respectiva instrução traduziram-se numa eficiência admirada por toda a população, [17].

No entanto, o Corpo de Bombeiros Voluntários continuava a alcançar os maiores feitos, levando a Câmara do Porto a convidar Guilherme Gomes Fernandes para comandar e reestruturar o Serviço de Incêndios da cidade, [17].

Em 1890 o respectivo serviço passa a designar-se por Corpo de Salvação Publica que, de acordo com a proposta de Guilherme Gomes Fernandes, apresentava os seguintes efectivos:

• 1 Comandante, Inspector do Serviço de Incêndios;

• 2 Comandantes de Brigada;

• 1 Médico;

• 1 Capelão;

• 1 Chefe de Secretaria;

• 2 Adjuntos do Chefe de Secretaria;

• 1 Porteiro;

• 2 Instrutores;

• 4 Comandantes de Companhia;

• 20 Chefes de Turno;

• 20 Bombeiros de 1º classe;

• 20 Bombeiros de 2ª classe;

• 20 Bombeiros de 3ª classe;

• 100 Bombeiros de 4ª classe;

• 16 Quarteleiros;

• 10 Cocheiros efectivos;

• 1 Banda de Música com Maestro;

• 28 Componentes.

O quartel principal encontrava-se na Praça de D. Pedro, na própria Câmara Municipal, organizado de forma a conjugar a sala de comando, a secretaria, a central telefónica, a escola de instrução, o ginásio e o depósito do material, Figura 2.10. A incorporação do pessoal também sofreu alterações: o recrutamento passou a ter instrução durante quatro meses onde era ensinada a nomenclatura e uso de todo o equipamento, no caso de acesso a cargos superiores os interessados eram submetidos a um concurso baseado nos temas referentes à instrução mas de uma forma mais pormenorizada e análise das competências organizativas, [23].

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Figura 2.10 – Material utilizado pelos bombeiros em 1890, [23].

Nesta época a carreira de Bombeiro não era profissional havendo apenas uma atribuição financeira e compensações face a esforços notáveis. Guilherme Gomes Fernandes elevou a instituição e tudo aquilo que um bombeiro representa, pelas suas palavras «a força de auctoridade que tenho tido e o pessoal não tivesse a certeza de que são irrevogáveis as minhas resoluções, não seria tão cega e passivamente obedecido e não poderia prestar o socorro com tanta presteza, pontualidade e acerto. São as únicas armas de que disponho para sustentar o meu prestígio», [17].

Durante a sua carreira, o Comandante Guilherme Gomes Fernandes viu a sua dedicação e esforços recompensados quando, graças à preparação atlética e a disciplina que foram impostas no Corpo de Salvação Pública do Porto, demonstrou ser capaz de atingir os primeiros lugares nos jogos internacionais de bombeiros, entre 1893 e 1900, sendo de salientar os de Londres, Lyon e Paris, [17].

O Comandante Guilherme Gomes Fernandes morre a 31 de Outubro de 1902, não chegando a assistir ao nascimento da tracção automóvel no combate contra incêndio. [23]

Em 1937, em consequência da Reforma Administrativa, o Corpo de Salvação Publica passou a intitular-se Batalhão de Sapadores Bombeiros, mas só a 27 de Setembro de 1946 o Decreto de Lei nº 35 857 atribui o nome que ainda hoje o identifica: Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto, [17].

Após a publicação do Decreto-Lei nº293/92, o Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto deixa de ser uma força baseada nos conceitos militares passando a reger-se segundo a legislação geral em vigor para o pessoal da administração local, [17].

A história dos Bombeiros Sapadores do Porto foi marcada, passo a passo, com firmeza e dedicação, passando por várias designações e funções, vários reis e líderes, mas sempre com o espírito de dever e compromisso. Tais características conseguiram transformar um grupo de pessoas numa equipa de homens, onde cada um deles se dispõe a ser Vida por Vida.

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3

ESTADO DA ARTE � De machados erguidos ao alto,

Arma branca da paz renascida,

O Bombeiro é o guerreiro da esperança,

Que luta e que avança,

Como Anjo da Vida. �

Hino da Liga dos Bombeiros Portugueses.

3.1. BOMBEIROS NACIONAIS E A SUA REGULAMENTAÇÃO

O enquadramento da função dos bombeiros através da legislação é essencial para perceber qual o seu papel na segurança pública. A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) publicou no site oficial27 uma compilação legislativa sobre Bombeiros, sendo esta edição revista e aumentada em 2009, Figura 3.1. De toda a compilação distinguem-se, no âmbito neste trabalho, os seguintes elementos legislativos:

• Lei nº 27/2006, de 3 de Julho – Lei de Bases da Protecção Civil;

• Decreto-Lei nº 134/2006, de 25 de Julho – Sistema Integrado de Operações de Protecção Civil;

• Decreto-Lei nº 75/2007, de 29 de Março – Lei Orgânica da Autoridade Nacional de Protecção Civil;

• Decreto-Lei nº 247/2007, de 27 de Junho – Regime Jurídico dos Corpos de Bombeiros;

• Decreto-Lei nº 48/2009, de 4 de Agosto – Regime Jurídico dos Bombeiros Portugueses;

• Portaria nº 247/2004, de 15 de Outubro – Equipas de Intervenção Permanente;

• Despacho do Secretário de Estado da Protecção Civil nº 15619/2008, de 5 de Junho – Equipas de Intervenção Permanente;

• Despacho do Secretário de Estado da Protecção Civil nº 14399/2009, de 26 de Junho – Terceira fase da constituição das Equipas de Intervenção Permanente;

• Despacho do Presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil nº 21638/2009, de 28 de Setembro – Especificações Técnicas de veículos e equipamentos operacionais dos Corpos de Bombeiros.

27 http://www.prociv.pt.

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Figura 3.1 – Logótipo da Autoridade Nacional de Protecção Civil, [28].

3.1.1. PROTECÇÃO CIVIL

A Protecção Civil tem como função prevenir riscos colectivos inerentes a situações de acidente grave28 ou catástrofe29, atenuando os seus efeitos, protegendo e socorrendo as pessoas e bens em perigo no caso da ocorrência dessas situações. Para isso a Protecção Civil definiu os seus principais objectivos que, de acordo com o Artigo 4.º da Lei nº27/2006, são os seguintes, [29]:

• Prevenir os riscos colectivos e a ocorrência de acidente grave ou de catástrofe deles resultante;

• Atenuar os riscos colectivos e limitar os seus efeitos no caso das ocorrências descritas na alínea anterior;

• Socorrer e assistir as pessoas e outros seres vivos em perigo, proteger bens e valores culturais, ambientais e de elevado interesse público;

• Apoiar a reposição da normalidade da vida das pessoas em áreas afectadas por acidente grave ou catástrofe.

A Protecção Civil é representada pela ANPC, uma entidade instituída em diploma próprio onde são definidas as suas funções e orgânica. A estrutura da protecção civil é desenvolvida ao nível nacional, regional e municipal de acordo com as necessidades e meios existentes em cada um dos níveis. De acordo com o Artigo 46.º da Lei nº27/2006 os agentes que representam a protecção civil são, [29]:

• Os Corpos de Bombeiros;

• As forças de segurança;

• As Forças Armadas;

• A autoridade marítima e aeronáutica;

• O INEM e demais serviços de saúde;

• Os sapadores florestais.

28 Acontecimento inusitado com efeitos relativamente limitados no tempo e no espaço, susceptível de atingir as pessoas e outros seres vivos, os bens ou o ambiente. – Lei nº 27/2006, de 3 de Julho – Lei de Bases da Protecção Civil, Artigo 3.º do nº1. 29 Acidente grave ou a série de acidentes graves susceptíveis de provocarem elevados prejuízos materiais e, eventualmente, vítimas, afectando intensamente as condições de vida e o tecido socioeconómico em áreas ou na totalidade do território nacional. – Lei nº 27/2006, de 3 de Julho – Lei de Bases da Protecção Civil, Artigo 3.º do nº2.

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Existem outras entidades mencionadas no mesmo Artigo com função de protecção e segurança mas que não são definidas como agentes30. No entanto, caso sejam contactadas pelos agentes de protecção civil, essas entidades devem prestar todo o auxílio para que existam todos os meios necessários à protecção civil. A articulação operacional entre os agentes e as entidades referidas é dada pelo Sistema Integrado de Operações de Protecção e Socorro (SIOPS)31, [30].

A ANPC tem como missão o planeamento, a coordenação e a execução da política de protecção civil, nomeadamente na prevenção e reacção a acidentes graves e catástrofes, na protecção e socorro das populações e na superintendência da actividade dos bombeiros. No âmbito da actividade dos Corpos de Bombeiros, a ANPC tem as seguintes atribuições, [31]:

• Orientar, coordenar e fiscalizar a actividade dos Corpos de Bombeiros;

• Promover e incentivar a participação das populações no voluntariado e todas as formas de auxílio na missão das associações humanitárias de bombeiros e dos Corpos de Bombeiros;

• Assegurar a realização de formação pessoal e profissional dos bombeiros portugueses e promover o aperfeiçoamento operacional do pessoal dos Corpos de Bombeiros;

• Assegurar a prevenção sanitária, a higiene e a segurança do pessoal dos Corpos de Bombeiros bem como a investigação de acidentes em acções de socorro.

Deve ainda ser referido que, em matéria de previsão e gestão de riscos, a ANPC tem como função proceder à regulamentação, licenciamento e fiscalização no âmbito da Segurança Contra Incêndio. O papel da ANPC na Segurança Contra Incêndio (SCI) passa também pela prevenção e formação da população, [31].

A ANPC é dirigida por um presidente, actualmente o Major-General Arnaldo Cruz, coadjuvado por três directores nacionais e pelo Conselho Nacional de Bombeiros, um dos órgãos consultivos da ANPC, [28].

Os serviços da ANPC dividem-se internamente em três direcções nacionais: planeamento de emergência; bombeiros; recursos de protecção civil. Para que seja assegurado o comando das diversas operações de socorro realizadas pela ANPC, foram constituídos dois níveis distintos de actuação, o nível nacional e o distrital32. O sistema organizativo da ANPC pode ser definido através da seguinte figura33, [28]:

30 Como por exemplo: Associações humanitárias de bombeiros voluntários; Serviços de segurança; Instituto Nacional de Medicina Legal; Instituições de segurança social; Instituições com fins de socorro e de solidariedade; Organismos responsáveis pelas florestas, conservação da natureza, indústria e energia, transportem, comunicações, recursos hídricos e ambiente; Serviços de segurança e socorro privativos das empresas públicas e privadas dos portos e aeroportos. – Lei nº 27/2006, de 3 de Julho – Lei de Bases da Protecção Civil, Artigo 46.º do nº3. 31 O SIOPS define-se pelo conjunto de estruturas, normas e procedimentos de natureza permanente com o objectivo de articular todos os agentes de protecção civil e o seu plano de operações. Neste sistema é ainda enquadrado o papel de todas as instituições necessárias para fazer face a acidentes graves e catástrofes, tendo em conta a sua coordenação com os agentes de protecção civil. - Decreto-Lei nº 134/2006, de 25 de Julho – Sistema Integrado de Operações de Protecção Civil; 32 Abreviadamente designados por CNOS (Comando Nacional de Operações de Socorro) e CDOS (Comando Distrital de Operações de Socorro). 33 O organograma completo referente à organização da ANPC encontra-se no Anexo A.

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Figura 3.2 – Sistema organizativo actual da ANPC.

Recentemente a Protecção Civil tem vindo a investir na formação da população mais jovem, criando plataformas informáticas34 onde se aprende de uma forma interactiva como agir em caso de inundações, sismos, ocorrência de incêndio em florestas, em casa ou na escola. Os folhetos referentes a algumas das campanhas desenvolvidas para crianças pela ANPC encontram-se no Anexo B, [28].

3.1.2. CORPO DE BOMBEIROS

O Corpo de Bombeiros é, de acordo com a definição apresentada no Decreto-Lei nº247/2007 de 27 de Junho, a unidade operacional, oficialmente homologada e tecnicamente organizada, preparada e equipada para o cabal exercício das missões previstas na Lei. Segundo o Regime Jurídico dos Corpos de Bombeiros, a missão relativa ao seu funcionamento consiste nos seguintes pontos, [32]:

• A prevenção e combate a incêndios;

• O socorro às populações, em caso de incêndios, inundações, desabamentos e, de um modo geral, em todos os acidentes;

• O socorro a náufragos e buscas subaquáticas;

• O socorro e transporte de acidentados e doentes, incluindo a urgência pré-hospitalar, no âmbito do sistema integrado de emergência médica;

• A emissão, nos termos da Lei, de pareceres técnicos em matéria de prevenção e segurança contra riscos de incêndio e outros sinistros;

• A participação em outras actividades de protecção civil, no âmbito do exercício das funções específicas que lhes forem cometidas;

• O exercício de actividades de formação e sensibilização, com especial incidência para a prevenção do risco de incêndio e acidentes junto das populações;

• A participação em outras acções e o exercício de outras actividades, para as quais estejam tecnicamente preparados e se enquadrem nos seus fins específicos e nos fins das respectivas entidades detentoras35;

• A prestação de outros serviços previstos nos regulamentos internos e demais legislação aplicável.

34 http://www.prociv.pt/clube/index.html. 35 Entidade pública ou privada, designadamente o município ou a associação humanitária de bombeiros que cria, detém ou mantém um corpo de bombeiros – Decreto-Lei nº247/2007, de 27 de Junho, Artigo 2º.

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A criação de um Corpo de Bombeiros pode ser promovida pelos Municípios, pelas associações humanitárias de bombeiros ou outras pessoas colectivas privadas que pretendem criar um corpo privativo de bombeiros. A extinção apenas pode ser promovida pelas entidades detentoras ou pela ANPC, sendo precedida de parecer da Câmara Municipal da área de actuação, das Juntas de Freguesia da área a proteger e da Liga Bombeiros Portugueses. Caso a Câmara Municipal tenha um parecer negativo relativamente à extinção o processo é arquivado e a missão do Corpo de Bombeiros é activada, [32].

A área de actuação é a área geográfica predefinida na qual um Corpo de Bombeiros opera regularmente e/ou é responsável pela primeira intervenção. Cada Corpo de Bombeiros tem a sua área de intervenção definida pela ANPC de acordo com o número e tipo de Corpos de Bombeiros num determinado município, [32].

O Artigo 7.º do Decreto-Lei em estudo define as espécies de Corpos de Bombeiros admitidos: profissionais, mistos, voluntários e privativos. Ao logo desse mesmo Artigo são descritas as características associadas a cada tipo de corporação e que podem ser ilustradas pela seguinte figura, [32]:

Figura 3.3 – Características de cada tipo de Corpo de Bombeiros.

Os bombeiros que trabalham num Corpo de Bombeiros Voluntário ou Misto são distribuídos por quatro tipos de quadros de pessoal distintos, [32]:

• Quadro de comando;

• Quadro activo;

• Quadro de reserva;

• Quadro de honra.

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O Quadro de comando é formado pelos elementos do Corpo de Bombeiros responsáveis pela organização e coordenação das actividades, incluindo a definição estratégica da missão a realizar no nível operacional, [32].

O Quadro activo é o conjunto de elementos aptos para a execução das actividades derivadas da missão, normalmente integrados em equipas que seguem as ordens dadas pelos graus hierárquicos superiores, de acordo com as normas e procedimentos estabelecidos, [32].

O Quadro de reserva é constituído pelos elementos do Corpo de Bombeiros que atinjam limite de idade para permanecer na sua categoria ou que, por não poderem integrar nenhum dos restantes quadros, tenham apresentado um requerimento ao comandante e lhes tenha sido dada aprovação, [32].

O Quadro de honra é integrado pelos elementos que com o seu zelo, dedicação, disponibilidade e humildade desempenharam, por um longo período de tempo e sem punição disciplinar, funções num Corpo de Bombeiros ou que adquiriram incapacidade por doença ou acidente durante o serviço prestado, [32].

Relativamente aos quadros dos Corpos de Bombeiros profissionais e os corpos privativos de bombeiros não existe por esta data nenhuma atribuição estrutural, devendo ser definido em breve em Decreto-Lei, [32].

3.1.3. BOMBEIROS PORTUGUESES

O Regime Jurídico dos Bombeiros Portugueses define bombeiro como o indivíduo que, integrado de forma profissional ou voluntária num Corpo de Bombeiros, tem por actividade cumprir as missões deste, nomeadamente a protecção de vidas humanas e bens em perigo, mediante a prevenção de outros serviços previstos nos regulamentos internos e demais legislação aplicável, [33].

Os deveres, direitos e regalias dos bombeiros dos quadros de comando e activo são enunciados pelo Decreto-Lei nº48/2009 de 21 de Junho nos Artigos 4.º 5.º e 6.º respectivamente, Figura 3.4.

Figura 3.4 – Deveres, Direitos e Regalias dos Bombeiros Portugueses.

No que diz respeito aos deveres dos bombeiros, o Regime Jurídico faz uma distinção entre os deveres dos bombeiros do Quadro activo e os deveres dos bombeiros do Quadro de comando. Assim sendo, os bombeiros do Quadro activo têm o dever de, [33]:

• Cumprir a Lei, o Estatuto e os regulamentos;

• Defender o interesse público e exercer as funções que lhe foram confiadas com dedicação, competência, zelo, assiduidade, obediência e correcção;

• Zelar pela actualização dos seus conhecimentos técnicos e participar nas acções de formação que lhe forem facultadas;

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• Cumprir as normas de higiene e segurança;

• Cumprir as normas de natureza operacional, com pontualidade e exercício efectivo das funções;

• Cumprir com prontidão as ordens relativas ao serviço emanadas dos superiores hierárquicos;

• Usar o fardamento e equipamento adequado às acções em que participe.

Por outro lado, com objectivos de gestão e organização do Corpo de Bombeiros, os bombeiros do Quadro de comando têm o dever de, [33]:

• Garantir a unidade do Corpo de Bombeiros;

• Velar e garantir a prontidão operacional;

• Assegurar a articulação operacional permanente com as estruturas de comando operacionais de nível distrital;

• Assegurar, nos termos da Lei, a articulação com o respectivo serviço municipal de protecção civil;

• Garantir a articulação operacional com os Corpos de Bombeiros limítrofes;

• Zelar pela segurança e saúde dos bombeiros;

• Planear e desenvolver as actividades formativas e operacionais;

• Elaborar as normas internas necessárias ao bom funcionamento do Corpo de Bombeiros, bem como as estatísticas operacionais;

• Garantir a articulação, com correcção e eficiência, entre o Corpo de Bombeiros e a respectiva entidade detentora.

Relativamente aos direitos dos bombeiros não existe distinção entre o tipo de Quadro. De acordo com o Artigo 5.º todos os bombeiros dos Quadros de comando e activo têm o direito a, [33]:

• Usar uniforme e distintivos nos termos da regulamentação própria;

• Receber condecorações pelo mérito e abnegação demonstrados no exercício das suas funções, nos termos de regulamento próprio;

• Beneficiar de regime próprio de segurança social;

• Receber indemnizações, subsídios e pensões, bem como outras regalias legalmente previstas, em caso de acidente de serviço ou doença contraída ou agravada em serviço;

• Frequentar cursos, colóquios e seminários tendo em vista a sua educação e formação pessoal, bem como a instrução, formação e aperfeiçoamento como bombeiro;

• Beneficiar de seguro de acidentes pessoais por acidentes ocorridos no exercício das funções de bombeiro;

• Beneficiar de vigilância médica de saúde através de inspecções médico-sanitárias periódicas e ainda da vacinação adequada, estabelecida para os profissionais de risco;

• Ter acesso a um sistema de segurança, higiene e saúde no trabalho organizado nos termos da Lei vigente, com as necessárias adaptações;

• Beneficiar da bonificação em tempo, para efeitos de aposentação ou reforma, relativamente aos anos de serviço prestado como bombeiro;

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• Ser integralmente ressarcido das comparticipações ou pagamentos a seu cargo das despesas que decorreram de acidente de serviço ou doença contraída ou agravada em serviço ou por causa dele.

Note-se que, pelo mesmo Decreto-Lei e respectivos Artigos, são ainda deveres e direitos do bombeiro os que resultam de outras Leis ou regulamentos aplicáveis.

Para além dos direitos e deveres dos bombeiros, este Decreto-Lei define as regalias resultantes da actividade dos bombeiros. Entre todas as regalias que são mencionadas destacam-se os seguintes pontos, [33]:

• Aos bombeiros dos corpos profissionais, mistos ou voluntários, é permitida a relevação de faltas às aulas motivadas pela comparência em actividade operacional quando requerida pelo comandante do Corpo de Bombeiros, e a possibilidade de realizarem os testes escritos a que não tenham podido comparecer devido ao cumprimento de actividade operacional;

• Aos bombeiros dos corpos profissionais, mistos ou voluntários, com pelo menos dois anos de serviço efectivo, podem ser cedidos por cada ano lectivo um total de cinco exames para além dos exames correspondentes à época normal e especial;

• Os descendentes de bombeiros com pelo menos quinze anos de serviço têm direito ao reembolso do valor da taxa de inscrição paga pela frequência do ensino superior público desde que tenham aproveitamento no ano lectivo anterior, salvo se se tratar de início de curso;

• O Tempo de serviço prestado pelos bombeiros profissionais a tempo inteiro beneficia do aumento de 15% para efeitos de aposentação;

• Do mesmo aumento beneficiam os subscritores da Caixa Geral de Aposentações e dos regimes de segurança social relativamente ao tempo de serviço prestado como bombeiro voluntário dos quadros de comando e activo com pelo menos cinco anos de serviço;

• Os bombeiros têm direito a assistência e patrocínio judiciário nos processos judiciais em que sejam demandados ou demandantes por factos ocorridos no âmbito do exercício de funções.

O Decreto-Lei n.º48/2009 de 4 de Agosto surgiu depois de serem ouvidas a Associação Nacional de Municípios Portugueses, a Associação Nacional de Freguesias, a Liga dos Bombeiros Portugueses e a Associação Nacional dos Bombeiros, sendo as duas últimas ouvidas a título facultativo.

3.1.4. EQUIPAS DE INTERVENÇÃO PERMANENTE

As Equipas de Intervenção Permanente (EIP) foram criadas para que, nos municípios de maior risco, os Corpos de Bombeiros Voluntários ou Mistos possam dispor de uma equipa capaz de responder às necessidades da população a tempo permanente através de acções como o combate a incêndio, o apoio em casos de inundações, desabamentos e todos os acidentes ou catástrofes em geral, [34].

Para garantir de forma clara os objectivos e organização das diversas EIP a Portaria n.º1358/2007 de 27 de Junho define a composição, as funções, a área de actuação associada a cada EIP e os prazos da entrega de planos e relatório de actividades da equipa.

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Uma EIP é composta por cinco elementos, todos eles associados ao Corpo de Bombeiros (voluntário ou misto), são eles, [34]:

• Um chefe de equipa, recrutado na estrutura de comando, de entre os oficiais bombeiros ou de entre chefes existentes no quadro activo;

• Quatro bombeiros, devendo dois deles possuir carta de condução com habilitação para conduzir veículos de pesados.

A EIP terá de assegurar a prestação do socorro numa determinada área de actuação. Nos municípios onde só existe uma EIP esta assume a responsabilidade por toda a área do município. Nos casos onde existe mais do que uma EIP, a área do município é dividida no número de partes correspondente ao número de EIP existentes. Tal divisão é definida pela câmara municipal local em conjunto com todas as cooperações envolvidas no combate. A intervenção da EIP fora do município é possível desde que exista um pedido de autorização da EIP aceite pelo presidente da câmara detentor da nova área de actuação, [34].

O Corpo de Bombeiros que está responsável por uma EIP tem o dever de apresentar anualmente (até ao dia 30 de Novembro), à Direcção Nacional de Bombeiros, um plano de actividades para o ano seguinte. Para além deste plano, deve ainda ser emitido um relatório anual de actividades correspondente ao ano transacto até ao dia 30 de Abril. A análise do plano de actividades e do relatório anual irá permitir definir o apoio financeiro necessário para o funcionamento da EIP, [34].

3.1.5. VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS OPERACIONAIS

O Despacho do Presidente da ANPC nº21638/2009, de 28 de Setembro define todas as especificações técnicas de veículos e equipamentos operacionais dos Corpos de Bombeiros no território continental e aplica-se a cada Corpo de Bombeiros voluntário, misto ou profissional.

Os veículos dos Corpos de Bombeiros, atendendo à natureza do equipamento que transportam, classificam-se em, [35]:

• Veículos de Socorro e Combate a Incêndios;

• Veículos de Apoio Logístico;

• Veículos com Meios Elevatórios;

• Veículos Técnicos de Socorro e Assistência;

• Veículos para a Protecção de Bens e do Ambiente;

• Veículos de Comando Operacional;

• Veículo para Operações Específicas;

• Veículos de Transporte de Pessoal;

• Veículos de Socorro e Assistência a Doentes.

Os Veículos de Socorro e Combate a Incêndios partem para o combate equipados com bomba de incêndio, tanque de água e outros equipamentos necessários para o salvamento e combate a incêndio. Nesta classificação enquadram-se os seguintes veículos, Figura 3.5, [35]:

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Figura 3.5 – Os diferentes tipos de Veículos de Socorro e Combate a Incêndio.

Os Veículos de Apoio Logístico têm como principal objectivo o transporte de equipamentos ou meios de apoio, extinção ou reforço. Esta categoria abrange o maior número de diferentes veículos existentes nas diferentes classificações chegando a atingir, segundo o despacho já referido, um total de sete viaturas distintas. Os nomes e características principais associadas a cada um dos veículos pertencentes a esta categoria podem ser apresentados pela seguinte figura, Figura 3.6, [35]:

Figura 3.6 – Os diferentes tipos de Veículos de Apoio Logístico.

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Os Veículos com meios Elevatórios são utilizados para salvamentos e actuação directa sobre as chamas. Para esta categoria existem apenas dois tipos de veículos: os veículos com escada giratória (VE) e os veículos com plataforma giratória (VP). Ambas as designações só estão completas com a colocação de um número de dois dígitos (que identificam o número de metros que atingem) à frente das suas siglas36, Figura 3.7, [35].

Figura 3.7 – Os diferentes tipos de Veículos com meios Elevatórios.

Os Veículos Técnicos de Socorro e Assistência estão equipados com material especial de localização, desencarceramento e salvamento, destinados a facilitar as operações de resgate e todas as que envolvam o risco de vidas humanas e bens, Figura 3.8, [35].

Figura 3.8 – Os diferentes tipos de Veículos Técnicos de Socorro e Assistência.

Os Veículos utilizados para a Protecção de Bens e do Ambiente são multifuncionais, transportando equipamento técnico especializado que permite realizar operações de controlo químico e ambiental no âmbito do risco biológico e radiológico. Esta categoria é constituída por dois tipos de veículos que se distinguem fundamentalmente pela sua Massa Total em Carga37, Figura 3.9, [35].

Figura 3.9 – Os diferentes tipos de Veículos para a Protecção de Bens e do Ambiente.

Os Veículos de Comando Operacional são equipados com meios de comunicação e materiais especializados que permitem o reconhecimento, a coordenação, o comando e o controlo de operações, Figura 3.10, [35].

36 Por exemplo: VE30 significa veículo com Escada Giratória de 30 metros. 37 Massa Total de Carga – abreviadamente designado por MTC, corresponde ao total da carga em ordem de marcha, com o veículo totalmente abastecido, incluindo toda a guarnição (90 kg por elemento), todo o equipamento do veículo e equipamento operacional – Despacho do Presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil nº 21638/2009, de 28 de Setembro, Artigo 2º.

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Figura 3.10 – Os diferentes tipos de Veículos de Comando Operacional.

Os Veículos para Operações Específicas têm como principal finalidade a intervenção em operações especiais ou de apoio, não enquadráveis em nenhum dos grupos anteriores, equipados com rádio de telecomunicações e todos os instrumentos e sinalética de emergência, Figura 3.11, [35]:

Figura 3.11 – Os diferentes tipos de Veículos para Operações Específicas.

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Os Veículos de Transporte de Pessoal são utilizados para o transporte de elementos do Corpo de Bombeiros e do seu equipamento individual em operações de socorro, Figura 3.12, [35].

Figura 3.12 – Os diferentes tipos de Veículos de Transporte de Pessoal.

Os Veículos de Socorro e Assistência a Doentes têm como principais objectivos a assistência, a estabilização e o transporte de doentes e sinistrados, Figura 3.13, [35].

Figura 3.13 – Os diferentes tipos de Veículos de Socorro e Assistência.

No Despacho do Presidente da ANPC nº21638/2009 são ainda definidas as normas para a correcta caracterização dos veículos de combate utilizados pelos diversos Corpos de Bombeiros nacionais. Para que a actividade logística seja simplificada é atribuído um número de quatro algarismos a cada Corpo de Bombeiros onde os dois primeiros identificam o distrito e os outros dois correspondem ao número sequencial do Corpo de Bombeiros existente, por ordem de antiguidade decrescente, no distrito.

Para identificar os veículos é atribuída uma numeração (número operacional) composta por um máximo de dez caracteres dispostos por três conjuntos, Figura 3.14.a, [35]:

• Um conjunto superior com o número do Corpo de Bombeiros;

• Um conjunto intermédio com as siglas da designação do tipo de veículo;

• Um conjunto inferior que identifica o número do veículo, por tipo, no Corpo de Bombeiros.

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O número operacional deve ser colocado em todos os veículos no tejadilho ou no capot, nas ilhargas e na retaguarda dos veículos, Figura 3.14.b. Na parte frontal os caracteres que constituem o número operacional devem ter 200 mm de altura, 120 mm de largura e espessura entre caracteres de 40 mm, levando a um polígono com 720 mm de altura por 640 mm de largura no máximo. Relativamente às ilhargas e retaguarda, as dimensões são diferentes, cada algarismo ou letra deve ter 100 mm de altura, 60 mm de largura e 20 mm de espessura entre cada um deles, gerando um polígono máximo de 360 mm de altura por 320 mm de largura, [35].

a) b)

Figura 3.14. – a) Exemplo de numeração38; b) Exemplo de localização da numeração39.

Para além da numeração e caracterização de cada veículo, deve ainda existir a indicação do tipo de serviço público. Para isso, a viatura deve ter a palavra “BOMBEIROS”, escrita ao contrário, em letras de 100 mm de cor branca na frente do veículo. Na retaguarda e painéis laterais a palavra “BOMBEIROS” deve ser aplicada com as mesmas características excepto o sentido do desenho. O nome do Corpo de Bombeiros deve ser inserido nas portas dianteiras, Figura 3.15, [35].

Figura 3.15 – Nome do Corpo de Bombeiros na porta dianteira40.

Todos os veículos devem ainda possuir um sistema de sinalização de marcha de emergência composto por, [35]:

• Um avisador sonoro electrónico de, pelo menos, dois tons, com uma potência máxima até 100 watts;

• Avisadores luminosos intermitentes, rotativos ou flash, de cor azul, e que permitam a identificação da viatura em 360º;

• Dois avisadores luminosos (flash), de cor azul ou branco, na zona frontal da viatura.

O Despacho do Presidente da ANPC nº21638/2009, de 28 de Setembro, torna bastante claro quais as exigências para que um veículo esteja preparado para o combate. Cada um dos tipos de veículos é rigorosamente classificado e especificado quanto aos equipamentos que nele se encontram. Todas estas características têm de ser verificadas diariamente por cada Corpo de Bombeiros.

38 Fotografia da autora: Casa das máquinas do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto. 39 Fotografia da autora: Casa das máquinas do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto. 40 Fotografia da autora: Casa das máquinas do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto.

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3.2. O FUNCIONAMENTO DO BATALHÃO DE SAPADORES BOMBEIROS

O Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto (BSB) apresenta-se com a missão de garantir a protecção de pessoas, de bens e do ambiente principalmente no Município do Porto, prevenindo as situações de perigo ou limitando as suas consequências, de acordo com padrões de elevada qualidade, rigor e profissionalismo, de forma a constituir-se uma unidade de referência em Portugal, Figura 3.16.

Figura 3.16 – Actual Batalhão dos Bombeiros Sapadores do Porto, [36].

Numa área de 20.000 m2, o BSB está aquartelado desde 25 de Fevereiro de 1959 na Rua da Constituição nº1418.41 O seu espaço foi organizado de forma a garantir uma maior funcionalidade e capacidade de resposta às ocorrências para as quais é designado. De todos os espaços existentes podem-se encontrar áreas com os seguintes objectivos: casa das máquinas, armazéns de equipamentos e materiais, central de comunicações, sala do comandante, museu, dormitórios, vestiários, casas de banho, lavandaria, zona de reparação e manutenção de veículos, secretaria, sala de convívio, cantina, cozinha, gabinetes de apoio, salas de formação, zona de treinos, entre outras. Todas estas áreas são necessárias e importantes para que o combate seja realizado com as melhores capacidades de intervenção, quer a nível de equipamentos quer a nível humano.

3.2.1. ORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE COMBATE

O papel do BSB não consiste apenas na intervenção em caso de emergência. Existem diversos gabinetes e serviços que enquadram o BSB na sua missão. A organização desta entidade pode ser representada pela Figura 3.1742, seguida pela descrição da missão de cada um dos sectores que a forma.

41 Para além do seu Quartel Sede, ou Estação Principal, o BSB tem ainda sobre o seu comando o Quartel nº1, situado na Rua do Loureiro (Sé) para reforço da protecção da Zona Histórica do Porto. 42 O organograma completo encontra-se no Anexo C.

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Figura 3.17 - Organograma representativo da organização interna do BSB.

No Gabinete Técnico são analisados projectos, fazendo-se o estudo do loteamento, arquitectura, projecto de segurança, vistorias, licenciamento, aprovação de planos de segurança e inspecções periódicas.

O Gabinete de Estudos e Formação está responsável pela execução de acções de sensibilização no âmbito da primeira intervenção, elaboração de planos prévios de intervenção, planificação da formação e instrução do BSB, realização de acções de formação a entidades externas e de exercícios de evacuação e simulacros.

O Gabinete de Protecção Civil tem como missão a elaboração de Planos de Emergência e sua permanente actualização, coordenação de acções de Protecção Civil de âmbito municipal em articulação com o BSB e outros agentes da Protecção Civil. Este gabinete deve ainda garantir a realização de acções de sensibilização destinadas à população e assegurar a operacionalidade da estrutura (Comissão Municipal de Protecção Civil) face a acidentes graves e catástrofes, como é o caso da execução do Plano Especial de Cheias.

Relativamente ao Gabinete Operacional, este tem como objectivos a coordenação e funcionamento da estrutura operacional do BSB, a elaboração e actualização do regulamento de funcionamento interno, a supervisão dos relatórios de saída para o combate e a realização dos relatórios anuais de actividades.

O Chefe Operacional tem a seu cargo toda a coordenação do serviço operacional do BSB, através da orientação e supervisão dos serviços realizados pelos chefes de prevenção, chefes de serviço e pelas guarnições presentes nas operações de emergência e socorro.

O Gabinete de Logística planeia e controla o orçamento atribuído ao BSB. Entre outros pontos, este gabinete deve dar resposta às requisições pedidas pelos diferentes serviços do batalhão, zelar pelo património do BSB, controlar depósitos, arrecadações, enfermaria e oficinas.

A Secção de Pessoal encarrega-se do planeamento e controlo das escalas de serviço, controlo de férias e gestão dos recursos humanos do BSB em estreita colaboração com o comando.

O Gabinete dos Motoristas controla as viaturas, depósitos de combustíveis e lubrificantes, e ainda a manutenção e conservação do material operacional.

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3.2.2. ORGANIZAÇÃO OPERACIONAL E EQUIPAMENTOS DISPONÍVEIS

Actualmente o BSB tem ao seu dispor no Quartel Sede um Quadro Orgânico de cento e oitenta homens e sessenta viaturas para combate43. Existem cinco equipas operacionais divididas em dois turnos diários e todos os dias tem prontas a sair as guarnições apresentadas na Tabela 3.1:

Tabela 3.1 – Representação de cada guarnição disponível no BSB44.

Cada tipo de guarnição está adequado a um determinado tipo de ocorrência. O Piquete é atribuído para o combate em caso de incêndio ou acidente. No caso de incêndio o número de veículos que parte para o combate varia entre dois ou três, dependendo da gravidade da ocorrência: VUCI com sete elementos, VE com dois elementos e em caso de necessidade parte também um VLCI com 3 elementos. Para a ocorrência de um acidente é chamado o VSAT com seis elementos, mas se o acidente exigir uma maior intervenção o VSAT é substituído por um VLCI com 3 elementos, um VUCI com 7 elementos e um VSAE com 2 elementos.

O Piquete Reduzido é enviado para o combate de pequenos fogos, fogos em mato, reforço do Piquete, prevenção e casos semelhantes. Consiste num veículo pronto-socorro (VUCI) com 4 a 5 elementos.

A guarnição de Pequenos Socorros tem como objectivos principais a abertura de portas, salvamento de animais e lavagem de ruas, através de um pronto-socorro (VLCI) ligeiro com 3 a 4 elementos dependendo do número de homens atribuídos ao turno operacional.

A Viatura de Mergulhadores é utilizada por uma equipa de três mergulhadores. Para além da viatura de mergulhadores (VAME), está também associada a esta guarnição uma embarcação.

O Auto-Tanque (VTTU) tem como funções o abastecimento de água às viaturas de socorro ou às populações quando necessário e tem capacidade para transportar dois elementos e nove mil litros. 43 São elas: 28 viaturas de combate a incêndio, 9 auxiliares, 2 viaturas de mergulhadores, 5 do serviço de saúde e 14 de transporte. 44 Fonte de informação: Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto.

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A Viatura de Espuma (VECI) é utilizada em incêndios especiais onde o uso de pó químico seco e espuma são vantajosos para o combate. Esta viatura, com capacidade para apenas dois elementos, contem um Sistema de Espuma Pressurizada45, um depósito com capacidade para cerca de mil kilogramas de pó químico seco e dezoito garrafas de CO2.

A Auto Grua (VETA) é aplicada nos casos em que seja necessário o levantamento de grandes pesos, tem uma capacidade máxima de vinte e cinco toneladas e transporta 3 elementos.

A cada veículo está associado o equipamento necessário para responder a determinado tipo de ocorrência. Todo o equipamento é verificado no início de cada turno através de uma ficha guardada em cada veículo de acordo com a listagem apresentada no Despacho nº 21638/2009, Anexo D.

O BSB foi formando ao longo do tempo um conjunto de materiais e equipamentos que possibilitam um combate organizado e uma capacidade de responder a vários tipos de ocorrências. De todo o equipamento que o BSB possui podem-se salientar: quatro embarcações, dezasseis moto-bombas, dezoito electro-bombas, três geradores eléctricos, dois geradores de espuma, seis ventiladores e três grupos de desencarceramento.

3.2.3. ACTUAÇÃO EM CASO DE EMERGÊNCIA

A missão do BSB, tal como já foi referido, é só uma: garantir a segurança de pessoas, dos bens e do ambiente na área do Município do Porto, com qualidade capaz de tornar o BSB uma unidade de referência nas áreas de prevenção e da prestação de socorro em Portugal. As principais tarefas decorrentes desta missão prendem-se com os objectivos comuns de um corpo de bombeiros, e são:

• Combater incêndios;

• Prestar socorro às populações em caso de incêndios, inundações, desabamentos, e em todos os acidentes, catástrofes ou calamidades;

• Prestar socorro a náufragos e buscas subaquáticas;

• Exercer actividades de socorro e transporte de sinistrados e doentes, incluindo urgência pré-hospitalar;

• Proteger contra a ocorrência de incêndio em edifícios públicos, de espectáculo, divertimento público ou outros mediante solicitação prestando nomeadamente serviços de vigilância;

• Emitir, nos termos da Lei, pareceres técnicos em matéria de protecção contra incêndio e outros sinistros;

• Exercer actividade de formação cívica, com especial incidência nos domínios da prevenção contra o risco de incêndio e acidentes domésticos;

• Prestar honras de Estado a entidades nacionais e estrangeiras de visita ao município.

O serviço prestado pelo Batalhão ao município ultrapassa o socorro e emergência, existem muitas actividades e projectos que dão resposta a todas as restantes tarefas intrínsecas à missão do BSB. No âmbito deste trabalho será dada atenção ao combate e modo de actuação do BSB desde o momento que recebem um pedido de socorro até ao regresso da equipa de combate ao Batalhão.

45CAFS - Compressed Air Foam System.

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A logística que envolve todo o processo de emergência é bastante complexa, com métodos de organização muito específicos, para que todos os equipamentos, veículos e elementos do BSB estejam prontos para o combate quando o pedido de socorro é dirigido à central de comunicações. A Figura 3.18 pretende esquematizar o modo operacional actual do BSB, tendo em conta o papel da central de comunicações, a equipa que parte para o combate e a relação entre ambos:

Figura 3.18 – Funções e relação entre a central de comunicações e a equipa de combate actual no BSB.

Para descrever como se trata a emergência dentro do Batalhão, deve-se começar por descrever o papel da central de comunicações.46 A central de comunicações é o espaço onde existem, em média, 3 homens responsáveis por dar o conhecimento de uma determinada ocorrência a todo Batalhão. Para que seja possível saber que o alerta foi respondido pelo Batalhão, a central de comunicações situa-se no topo da casa das máquinas, com visibilidade para todos os veículos tornando mais fácil definir a hora de saída dos mesmos para o local de emergência, Figura 3.19.

46 A central de comandos do BSB tem ao ser dispor dois telefones externos, um telefone de ligação ao serviço nacional de emergência e polícia, dois computadores (onde são efectuados os registos de cada ocorrência), uma impressora, um mapa da cidade do Porto à escala 1/15 000, dois mapas do Porto à escala 1/50 000, um altifalante e uma caixa de alarmes.

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Figura 3.19 – Visão da central de comunicações para a Casa das Máquinas47.

Quando ocorre um determinado sinistro, o cidadão presente tem o dever de informar as entidades competentes para que seja possível o combate ao mesmo. Um indivíduo pode informar a ocorrência de duas formas: pelo serviço nacional de emergência (112) ou através da linha directa do BSB na central de comunicações. Por outro lado, existem edifícios que possuem um sistema automático de detecção automática de incêndio que, caso seja activado, transmite um sinal para a central de comunicações com a localização da ocorrência. Sendo assim, o alarme dado para a central de comunicações pode ter três origens: o sistema automático de detecção automática de incêndio, o serviço nacional de emergência ou a pessoa que se encontra no local da ocorrência.

Ao atender a chamada proveniente do serviço nacional de emergência, a central de comunicações recebe informações base como: o local, o tipo de ocorrência e, caso existam, o número de feridos. As informações recolhidas pelo serviço nacional de emergência e transmitidas posteriormente à central podem ser mais ou menos completas, variando de acordo com o pedido de socorro e o tipo de ocorrência. Nos casos em que a chamada é feita directamente do local da ocorrência para a central de comunicações, a triagem fica a cargo dos elementos presentes na central, Figura 3.20. Ao receber a chamada de emergência, as informações imediatas pedidas pela central são: a localização e o número de telefone pelo qual a chamada está a ser realizada. Desta forma, caso a chamada termine antes da recolha de toda a informação, é possível restabelecer a ligação e continuar a recolher os dados necessários para iniciar o combate. Independentemente da origem da chamada recebida pela central de comunicações, cabe a esta definir, de acordo com a gravidade e recursos disponíveis para o combate, se a resposta será dada pelo BSB, pelos Bombeiros Voluntários ou por ambos.

Figura 3.20 – Equipamentos da Central de comunicações para triagem e emissão de alarme48.

Os Bombeiros Voluntários têm como principal função auxiliar o BSB, assumindo a responsabilidade do pedido de socorro em pequenos casos como abrir portas, transportar doentes ou acamados, limpar ruas. No Porto, existem duas entidades distintas de Bombeiros Voluntários são eles os Bombeiros Voluntários do Porto e os Bombeiros Voluntários Portuenses, cada um deles confinado a uma área de intervenção.

47 Fotografia da autora: Sala de Comandos do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto. 48 Fotografia da autora: Sala de Comandos do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto.

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Na central de comunicações existe um mapa do Porto à escala 1/15 000 onde o Porto é dividido nas duas áreas de intervenção dos Bombeiros Voluntários49, onde os Bombeiros Voluntários do Porto actuam na área este da cidade e os Bombeiros Voluntários Portuenses na área oeste, Figura 3.21. Caso seja necessário contactar os Bombeiros Voluntários, a central de comunicações do BSB terá de verificar qual a localização do sinistro no mapa da cidade para que consiga definir se a ocorrência será encaminhada para os Bombeiros Voluntários do Porto ou para os Portuenses.

Figura 3.21 – Mapa do município do Porto com a separação das áreas de actuação de cada Corpo de Bombeiros Voluntários e localização de todos os quartéis existentes50.

O combate por parte do BSB é dado a conhecer a todo o Batalhão presente através da emissão de um alerta dado pela central de comando. Para que seja garantida a atenção por parte de todo o Batalhão, é feito um comunicado pelo altifalante da central de comunicações onde é identificada a guarnição que partirá para o combate, antes de qualquer toque ou identificação do tipo de ocorrência.51 O tipo de toque emitido para o Batalhão é uma confirmação do que foi comunicado anteriormente. Cada tipo de toque corresponde a um tipo ou conjunto de veículos (guarnição), todos os toques são dados através da caixa de toques disponível na central de comunicações. Caso o BSB receba um pedido de socorro durante o período nocturno, o alerta sonoro é substituído por luzes vermelhas intermitentes que se encontram espalhadas por todas as instalações do Batalhão.

O veículo necessário para o combate é previamente escolhido pela central de comunicações de acordo com a recolha de dados da chamada de emergência recebida. A partir do momento que é emitido o comunicado no BSB todos os elementos activos para combate têm de se dirigir para o veículo nomeado com a maior brevidade possível. Enquanto os homens se estão a preparar para o combate, a central de comunicações vai indicando a localização da ocorrência pelo altifalante.

Os homens que têm a responsabilidade de se apresentar no combate foram previamente definidos pela Secção de Pessoal do BSB. Esta secção, entre outras funções já referidas, tem a responsabilidade de emitir para cada turno um comunicado com a indicação dos números que identificam cada um dos homens, a sua função específica e quais os veículos que lhes são associados, as escalas, Anexo E.

49 A linha que separa o Porto nas duas áreas de intervenção passa pelos seguintes locais: Ponte da Arrábida, Via de Cintura Interna, Boa Vista, Praça Mousinho de Albuquerque, Rua da Constituição, Rua Carlos Malheiro Dias, Avenida Fernão Magalhães. 50 Fotografia da autora: Sala de Comandos do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto. 51 Por exemplo, comunicado: “Atenção, será dado o alarme para o piquete reduzido!”

BV Portuenses BSB

BV Porto

BSB – Quartel nº1

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Uma vez que existe falta de homens no Batalhão, é comum encontrar escalas onde se repetem, para diferentes veículos, os mesmos homens. Nestes casos, após a saída de pelo menos um dos veículos a Secção de Pessoal deve reestruturar a distribuição de homens pelos diferentes veículos tendo em conta os homens existentes naquele instante. Assim, caso surja outra emergência, o Batalhão está preparado para responder com a mesma eficácia.

No final do combate, após a chegada ao Quartel, os veículos que estiveram em campo são verificados, apetrechados e colocados novamente na posição de saída. Enquanto isso, o chefe de serviço tem de preencher um relatório, iniciado pela central de comunicações no momento da recepção do pedido de socorro. Este relatório está actualmente em formato informático através do programa Oracle, Anexo F.

Os primeiros campos do relatório são preenchidos pela central de comunicações aquando da saída dos veículos para combate, o restante relatório é finalizado pelo chefe de serviço após o combate. Existe apenas um relatório por ocorrência, a sua execução tem extrema importância para questões legais, controlo de equipamentos e materiais utilizados, recolha de informação para ensinamento e aprendizagem, e ainda para a caracterização do município do Porto e a evolução dos diferentes tipos de ocorrência no mesmo.

3.2.4. ESTATÍSTICAS RELATIVAS AO BATALHÃO DE SAPADORES BOMBEIROS

Ao longo dos anos o BSB analisou os seus relatórios e organizou a informação neles contida para que fosse possível perceber quais os tipos de ocorrência mais frequentes as suas variações, Tabela 3.2.

Tabela 3.2 – Tipo e número de ocorrências de 2000 a 200952.

De acordo com a tabela apresentada o tipo de ocorrência mais frequente é o incêndio urbano, cujo número de ocorrências aponta para os 845 casos por ano, o que corresponde a uma média de 2,3 incêndios diários respondidos pelo Batalhão.

A Tese de Mestrado de Vítor Primo, intitulada “Análise estatística dos incêndios em edifícios no Porto, 1996-2006”, permitiu retirar mais conclusões referentes à caracterização do município do Porto no âmbito da Segurança Contra Incêndio e na actividade do BSB .

52 Fonte de informação: Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto.

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Segundo os resultados obtidos por Vítor Primo, 62,2% das chamadas recebidas na central de comunicações são de ligação directa, 36,38% são transferidas para o BSB através da central 112 e apenas 1,43% provêm de sistemas automáticos de detecção de incêndio53. De todos os alarmes recebidos na central de comunicações 12,9% foram falsos ou infundados54, o que corresponde a 32,55 alarmes falsos por ano, 3 saídas de socorro desnecessárias por mês, [9].

As horas do dia com maior número de ocorrências são as correspondentes à preparação de refeições quentes, do meio dia até à uma hora da tarde e das vinte horas às vinte e uma, sendo este último período o de maior destaque. Relativamente aos dias da semana não existem grandes variações no número de ocorrências. O mesmo não acontece quando são analisados os meses do ano, onde se detecta que nos meses mais frios existe um maior número de ocorrências, [9].

Na análise feita aos tipos de edifícios com maior número de ocorrências, verifica-se que a grande parte dos incêndios urbanos (55,49%) têm origem em edifícios de habitação, seguidos pelos edifícios devolutos (com 16%), [9].

A origem da ocorrência revelou ser de difícil identificação. Os resultados obtidos revelam que 34,14% das ocorrências tiveram origem indeterminada e 24,16% resultaram do descuido dos utilizadores, [9].

No trabalho de Vítor Primo conclui-se que a grande maioria dos incêndios tem origem na zona histórica e na freguesia de Campanhã, devendo por isso reforçar-se as medidas de formação e instrução nestas áreas, [9].

3.2.5. MANOBRAS INTERNACIONAIS DE BOMBEIROS

O Batalhão Sapadores Bombeiros do Porto tem realizado várias provas internacionais que permitem ter uma perspectiva de avaliação da prestação dos seus serviços a nível internacional. Para estas competições partem cerca de dez homens que representam todo o Batalhão num conjunto de provas de manobra, socorrismo, trabalho em equipa, entre outras. Os resultados internacionais obtidos foram:

• 1893 – Em Londres (Inglaterra), 2º. Prémio no Congresso Internacional; • 1894 – Em Lyon (França), 1º. Prémio no Congresso Internacional; • 1900 – Em Paris (França), 1º. Prémio no Campeonato do Mundo de Bombeiros; • 1985 – Em Völcklabruk (Áustria), Medalhas de Ouro e Prata; • 1989 – Em Varsóvia (Polónia), Medalhas de Ouro e Prata; • 1993 – Em Berlim (Alemanha), Medalhas de Ouro e Prata; • 1997 – Em Hërnning (Dinamarca), Medalhas de Prata e Cobre; • 2001 – Em Kuopio (Finlândia), Medalha de Ouro e Prata; • 2005 – Em Varazdin (Croácia), Medalhas de Ouro e Bronze e Taça colectiva; • 2009 – Em Ostrava (República Checa), Medalhas de Bronze.

O BSB tem demonstrado ao longo de cerca de cento e vinte anos resultados bastante motivadores que comprovam a sua qualidade e dedicação em serviço do município do Porto.

53 Existem cerca de cem edifícios ou estabelecimentos do concelho do Porto ligados por sistema automático de detecção de incêndio à central de comando do BSB. 54 Designa-se por alarme falso quando não existe nenhum indício de fogo que o justifique, e alarme infundado quando se verifica que existem ou existiram indícios de fenómenos relacionados com uma combustão inicial que não chegou a desenvolver-se o suficiente para se transformar num incêndio.

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3.3. PROGRAMAS EXISTENTES

A evolução das Tecnologias de Informação e Computadores e a criação de novas ferramentas informáticas permitiram a aplicação das novas tecnologias a vários serviços, entre eles o serviço da segurança e emergência. Para que se perceba como é que estas novas tecnologias têm intervindo na Segurança Contra Incêndio será exposto o modo de funcionamento de programas informáticos que são representativos de três áreas de investigação neste domínio.

3.3.1. IFFIRE

O IFFire é uma ferramenta de gestão concebida pela IFThen com o apoio da Microsoft. Trata-se de uma aplicação informática desenvolvida exclusivamente para as Corporações de Bombeiros com objectivos claros de organização e armazenamento de dados referentes a área administrativa e operacional, Figura 3.22, [37]

Figura 3.22 – Imagem de marca do IFFire, [37].

As principais funções deste programa são a organização de toda a informação referente a elementos como, [37]:

• Bombeiros;

• Viaturas;

• Alertas;

• Reservas;

• Facturação;

• Correspondência;

• Relatórios.

Cada um destes pontos contém um conjunto de fichas e opções que prevêem a organização e gestão de toda a informação referente ao mesmo. Uma vez que o IFFire foi projectado através de uma plataforma evolutiva está preparado para receber novos dados, informações e actualizações periódicas propostas por clientes. Este serviço pode ainda incluir a opção de assistência onde uma equipa credenciada, conhecedora do programa e do modo de operação dos bombeiros presta todo o tipo de esclarecimentos, [37].

Esta ferramenta possui mais de oitenta por cento da quota de mercado, sendo por isso líder no mercado português, [37]. Existem corporações cuja organização se baseia totalmente nesta plataforma, como é o caso dos Bombeiros Voluntários Portuenses que após o contacto se afirmaram bastante satisfeitos com o seu funcionamento e resultados.

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No entanto, a implementação deste produto não é gratuita. Embora o hardware necessário para o funcionamento desta aplicação seja bastante acessível55, a aquisição da plataforma e formação de utilização (de três horas) custa 1700 euros e no caso da empresa querer assinar o contrato de assistência e actualizações periódicas terá ainda de pagar 415,65 euros por ano, [37].

O IFFire é uma ferramenta evolutiva e presente no mercado português e, embora não tenha nenhuma acção directa no combate e modo de actuação no campo sinistrado, permite uma organização clara de uma corporação de bombeiros com fácil utilização e possibilidade de pedidos de assistência.

3.3.2. FIRE STUDIO 4.1

O Fire Studio 4.1 é uma ferramenta informática relacionada com o sistema de desenfumagem dos edifícios desenvolvida pela DigitalCombustion. Ao utilizar este programa o operador tem a possibilidade de simular a propagação dos fumos no caso da ocorrência de incêndio no interior de um edifício, através da introdução de uma imagem do mesmo e da definição das aberturas verticais e horizontais, Figura 3.23, [38].

Figura 3.23 – Exemplo de imagem resultante da aplicação do Fire Studio 4.1, [38].

Trata-se de um simulador com resultados bastante próximos da realidade e cuja utilização tem em vista a edição de vídeos com a possibilidade de criar simulações de acontecimentos como explosões, crescimento de fogo, fumo e vapores, sugerindo a aplicação do programa na instrução teórica.

No entanto, o hardware necessário para a implementação deste programa é bastante exigente, variando de acordo com a versão do programa a instalar. Uma vez que se trata de um programa bastante complexo para o utilizador, seria necessário recorrer a formações o que, somando ao preço do produto, elevaria o custo total para 1390 euros56, [38] A capacidade deste programa não justifica o investimento deste montante para uma cooperação de bombeiros pública.

3.3.3. NOTIFIRE

O Notifire é uma linha de ferramentas desenvolvidas pela Honeywell com objectivos de detecção e combate ao incêndio. Dos programas e equipamentos desenvolvidos podem-se salientar os seguintes, [39]:

55 Sistema operativo: Windows 95, Windows 98, Windows NT, Windows 2000, Windows 2003, Windows XP, Windows Vista ou superior; Características mínimas: Pentium II 300 e 64 MB Ram. 56 Aproximado do custo apresentado pela empresa de 1690 dólares.

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• Sistema de Detecção Avançada;

• Sistema de Comunicação de Emergência;

• Sistema de Resposta à Emergência.

O Sistema de Detecção Avançada (Intelligent Sensing ONYX) proporciona uma resposta rápida e inteligente no processo de análise de ocorrência de incêndio, reduzindo substancialmente a emissão de alarmes falsos. Trata-se de um detector de fumo com um laser incorporado extremamente sensível. Segundo a ficha do produto, as tecnologias sensoriais aplicadas a este sistema são completamente inovadoras na indústria da SCIE, Figura 3.24, [39].

Figura 3.24 – Imagem do detector de fumo desenvolvido pelo Notifire, [39].

No Sistema de Comunicação de Emergência existem várias séries de equipamentos que podem ser aplicados e dispostos de acordo com as exigências do edifício em análise produzindo os melhores resultados possíveis para esse caso individual. Este sistema tem a capacidade de, em situações de emergência, fornecer informações úteis para a evacuação em tempo real a todos os ocupantes de um edifício e, caso seja previsto pelo programa, avisar as pessoas que estão próximas da propriedade, Figura 3.25, [39].

Figura 3.25 – Alguns dos aparelhos que compõem o Sistema de Comunicação de Emergência, [39].

O Sistema de Resposta à Emergência (FirstVision ONYX) representa uma grande evolução no que diz respeito ao modo de operação dos bombeiros e tem como principal objectivo facilitar o combate aos bombeiros no caso da ocorrência de um incêndio urbano. Este produto é constituído por um Sistema de Comunicação de Emergência ligado a um sistema operativo onde, através de um programa, é gerada uma planta interactiva capaz de auxiliar os bombeiros no seu combate, [39].

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Para facilitar a interacção do programa com o seu utilizador, esta ferramenta é apresentada por um ecrã táctil com uma resposta rápida e utilização intuitiva. Através das plantas apresentadas pelo programa, os bombeiros podem saber a resposta a perguntas como: Onde está o incêndio? Nos locais onde os alarmes de fumo e de calor estão activos; Quando é que o incêndio começou? Desde que o primeiro alarme disparou; Qual é o percurso que o incêndio está a seguir? O mesmo que a sequência de detectores deu entrada no programa; Que meios de intervenção temos disponíveis nessa área? Aqueles que estão representados na planta, Figura 3.26, [39].

Figura 3.26 – Imagem do sistema de apoio aos bombeiros desenvolvido pelo Notifire, [39].

O Notifire tem evoluído bastante e a sua tecnologia poderia ser realmente útil. No entanto o custo destes equipamentos é bastante elevado e a maior parte dos sistemas apresentados exigem a presença de outros. Estes motivos tornam a aplicação dos produtos apresentados possível apenas para um pequeno mercado.

De todos os projectos desenvolvidos pelo Notifire, o Sistema de Resposta à Emergência é aquele que mais se relaciona com a actividade dos bombeiros e o seu modo de operação. Mas analisando o objectivo apresentado pela ferramenta e a sua coerência com o combate prestado pelos bombeiros, existem algumas reflexões que devem ser feitas. Esta ferramenta não facilita o combate no caso da ocorrência de incêndios urbanos, apenas consegue fornecer informações acerca dos edifícios onde está aplicado. Os bombeiros não têm conhecimento da existência do sistema nem do seu funcionamento, o que leva a que não o procurem e, no caso de serem informados no local da ocorrência acerca da sua localização, consigam chegar ao programa mas não saber como lidar com as informações que lhes são transmitidas.

Trata-se de uma ferramenta inovadora mas sem mercado que a consiga tornar realmente útil para o serviço prestado pelos bombeiros.

3.4. NOTAS FINAIS

O estudo e análise dos procedimentos de emergência seguidos pelo BSB levam a concluir que este tem conseguido dar resposta às necessidades do município do Porto. A estrutura organizativa do Batalhão e a vontade de melhorar o seu funcionamento através da projecção consecutiva de metas, permitiram ao BSB abraçar projectos inovadores e traçar vitórias diárias.

Mantendo a linha da evolução e inovação do BSB, existem várias áreas que poderiam ser melhoradas, umas para melhorar as relações externas do Batalhão e outras que se relacionam directamente com o combate e modo de operação.

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A manutenção e organização do museu seriam bastante interessante quer para o Batalhão quer para os visitantes que diariamente têm formações ou exemplificações no quartel. Associada ou não a essa medida, poderia também ser considerada a formação de uma biblioteca onde tanto a história como as novas bibliografias sobre o tema dos bombeiros e combate fossem colocadas ao dispor de actuais ou futuros bombeiros e estudiosos. Neste momento o BSB não possui nenhuma página oficial na internet, nos dias de hoje a criação desta plataforma poderia ser bastante interessante para dar a conhecer o seu trabalho e reunir novos recrutas.57

Partindo de um ponto de vista operacional várias metas poderiam ser traçadas, entre elas a criação de uma ferramenta de cálculo automático para a distribuição de escalas e turnos; a colocação de ecrãs que reproduzissem filmagens em tempo real das principais vias de comunicação do município do Porto; uma plataforma capaz de definir os trajectos do Batalhão até ao local de ocorrência tendo em conta os diferentes veículos atribuídos para o combate; um mapa interactivo com a indicação dos hidrantes existentes no local de ocorrência; uma plataforma que indicasse quais os edifícios mais problemáticos na rua onde ocorre determinado sinistro; um programa que permitisse aceder às plantas dos edifícios vistos como especiais, com informações capazes de ajudar o combate no interior do mesmo.

A alteração do modo de actuação em caso de emergência tem que ser muito bem estudado e acompanhado. Para que se consiga formar um programa completo e de fácil implementação é necessário existir um estudo bastante profundo de todos os procedimentos existentes durante a emergência. De referir ainda que a sua aplicação não deve ser muito distinta daquilo que é a norma no local em análise. Ao querer implementar uma plataforma num local onde o serviço abrange a emergência com período de trabalho de 24 horas por dia, onde não existe a possibilidade de encerramento, não pode existir uma alteração nas bases de actuação, deve apenas haver uma organização e gestão que permita reduzir o tempo de resposta dado pelo Batalhão.

Ao analisar o mercado não existe nenhum programa que se adapte às necessidades do BSB. Grande parte dos produtos disponíveis apenas permitem uma organização e gestão administrativa, e os restantes não podem ser aplicados a todo o município. Cabe por isso ao próprio BSB criar uma ferramenta capaz de melhorar a sua prestação no combate.

No seguimento deste trabalho será proposta uma ferramenta de Organização e Gestão da Segurança da segunda intervenção que, em conjunto com o BSB e a Câmara Municipal do Porto (CMP), foi estudada, concebida e criada de forma a conter todas as características necessárias para melhorar o combate e a intervenção no município do Porto.

57 Como exemplo apresenta-se a página oficial dos bombeiros profissionais da Florida que pode ser acedida através do seguinte endereço: http://www.floridafireprograms.com.

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PROPOSTA DE UMA FERRAMENTA DE GESTÃO E ORGANIZAÇÃO

� Alguns olham para o que existe e perguntam porquê?

Eu sonho com o que não existe e pergunto porque não?�

George Bernard Shaw

Dramaturgo e Critico Irlandês

4.1. INTRODUÇÃO

Tal como revela a história dos bombeiros portugueses, a operacionalidade dos Corpos de Bombeiros tem-se adaptado às exigências da sociedade, mas muito mais pode ser feito. Actualmente as novas tecnologias podem ser aproveitadas para melhorar a resposta por parte das entidades responsáveis pela segurança pública, nomeadamente no tema da SCIE. Este pensamento sugere a criação de uma Ferramenta de Organização e Gestão da Segurança para o combate ao incêndio urbano no município do Porto e adequada ao BSB.

A ferramenta informática que se idealiza neste trabalho enfrenta, como primeiro passo, a identificação de todas as informações que podem ser relevantes durante a actuação do BSB. Para isso foi fundamental perceber como é que a cidade se comporta face ao incêndio urbano, como é que o BSB responde a determinada ocorrência e como é que a CMP pode ajudar, Figura 4.1.

Para conhecer a cidade do Porto recorreu-se ao estudo desenvolvido por Vítor Primo, antigo Comandante do BSB e actual colaborador da ANPC. Nesse trabalho concluíram-se dois pontos que estão na base do projecto desenvolvido nesta Tese: 59% dos incêndios ocorridos entre 1996 e 2006 foram extintos pelos meios de segunda intervenção; o Centro Histórico do Porto tem um dos maiores números de ocorrências devendo por isso ser alvo de formações relativamente à forma de actuação dos meios de segunda intervenção.

O contacto directo com o BSB foi imprescindível para a concepção de uma ferramenta viável e realmente útil na intervenção dos bombeiros. O Major e 2ºComandante Luís Pais Rodrigues prestou todo o auxílio necessário para que o funcionamento do BSB fosse explicado e bem equacionado no desenvolvimento do programa, permitindo ainda a utilização dos resultados obtidos no estudo realizado na sua Tese de Mestrado, intitulada Segurança Contra Incêndio no Centro Histórico do Porto.

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A CMP apoiou este projecto disponibilizando um engenheiro geográfico e todas as informações já reunidas sobre o município, através do seu site e base de dados MipWeb58. Para além disso, demonstrou vontade em instalar no BSB todo o equipamento exigido para a implementação da ferramenta que aqui se apresenta.

Todo o trabalho foi desenvolvido no Gabinete de Protecção Civil nas instalações do BSB com reuniões semanais na CMP com o Eng.º Pedro David Pereira, para que fosse possível criar uma ponte entre as duas entidades no âmbito deste projecto.

A ferramenta que se idealiza e se desenvolve nesta Tese de Mestrado Integrado tem o nome GesFIRE e pretende garantir uma acção da segunda intervenção equacionada, tendo ainda em atenção a relação entre os bombeiros e a figura do responsável de segurança59 e do delegado de segurança. Como qualquer novo produto, esta plataforma pretende transparecer a palavra-chave: utilidade.

Figura 4.1 – As entidades que estão na base do GesFIRE.

4.2. PROGRAMA BASE

A CMP tem desenvolvido desde 2004 uma plataforma informática capaz de reunir toda a informação sobre o município (MipWeb) e que pode ser facilmente acedida através do site oficial da câmara municipal do Porto60, Figura 4.2.

Figura 4.2 – Acesso ao MipWeb através do site oficial da CMP, [40]. 58 Plataforma informática, disponível no site da CMP, onde é possível aceder a um mapa interactivo do município. 59 Pessoa individual ou colectiva responsável pela manutenção das condições de segurança contra risco de incêndio aprovadas e a execução das medidas de autoprotecção aplicáveis – Decreto-Lei nº220/2008, de 12 de Novembro. 60 http://www.cm-porto.pt/ 15 de Maio de 2010.

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O MipWeb é uma plataforma interactiva, de fácil utilização, onde são reunidas informações como:

• Envolvente do Concelho;

• Concelhos envolventes;

• Freguesias e suas limitações;

• Ruas e os seus sentidos;

• Limitação de cada edifício e respectivo número de polícia;

• Localização dos edifícios de património histórico;

• Identificação e informação de serviços públicos61.

Figura 4.3 – A plataforma MipWeb, [41].

Todas as informações que o mapa interactivo consegue transmitir ao seu utilizador estão listadas na Tabela de Conteúdos, representada no lado esquerdo da plataforma, Figura 4.3. A Tabela de Conteúdos permite ao utilizador seleccionar quais as características do mapa interactivo que pretende ou não visualizar. A Tabela de Resultados, localizada acima da Tabela de Conteúdos, tem como objectivo expor todas as soluções existentes em função de uma determinada pesquisa, possibilitando também a selecção dos resultados para a sua visualização no mapa.

A barra de ferramentas é constituída por ferramentas básicas e ferramentas personalizadas. As ferramentas básicas são: aproximar, afastar, movimentar o mapa, voltar à vista geral, voltar à vista anterior ou posterior, anular todos os pontos marcados pela pesquisa, aproximar pequenas áreas, seleccionar todos os pontos que representam uma determinada classificação, definir a distância entre dois pontos, visualizar a posição no mapa geral, indicar as informações que caracterizam determinado ponto, imprimir mapas com os elementos seleccionados na Tabela de Conteúdos e a escala da visualização, Figura 4.4.

61 Incluindo os seguintes temas: alojamento, comercio, restauração, cultura, desporto, educação, transportes, administração, religião, representação internacional, saúde, segurança, ambiente e turismo,

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Figura 4.4 – Representação das ferramentas básicas disponíveis na barra de ferramentas da plataforma MipWeb, [41].

As ferramentas personalizadas do MipWeb são as que se encontram no lado esquerdo da barra de ferramentas. A ferramenta “Pesquisas” permite uma busca ao mapa interactivo por topónimo ou por topónimo e número de polícia. A ferramenta “Tarefas” define o percurso de carro, a pé ou de autocarro tendo em conta um ponto de origem e outro de chegada, gerando uma linha representativa do trajecto no mapa e um itinerário na Tabela de Resultados. A opção “Ajuda” pretende esclarecer o utilizador pela definição de cada ferramenta e resultados obtidos pela sua aplicação, Figura 4.5.

Figura 4.5 – Representação das ferramentas personalizadas disponíveis na barra de ferramentas da plataforma MipWeb, [41].

O mapa interactivo do MipWeb tem por base o ArcGis, um programa usualmente utilizado em análises de Planeamento do Território e que permite a criação e sobreposição de um conjunto de desenhos (layers) geograficamente coordenados. Pode-se tomar como exemplo a Figura 4.3 onde estão sobrepostos vários layers, designados na Tabela de Conteúdos como informação base, são eles: limite do concelho do Porto; concelhos envolventes; freguesias do município; números de policia; vias de comunicação. Toda a informação que consta no MipWeb tem apenas como fim a consulta por parte do seu utilizador. Para que seja possível editar é necessário ter permissão da CMP, ter acesso ao ArcGis e proceder a eventuais alterações que posteriormente serão exportadas para o MipWeb.

A informação que consta no MipWeb é bastante útil para várias entidades municipais. No entanto, existem outros dados particulares de cada entidade que, com a organização que a plataforma MipWeb permite, poderiam simplificar a exposição e visualização do estado dos seus projectos. Para que todos os dados que constam no MipWeb fossem utilizados em prol de entidades municipais de uma forma mais específica, foi criado o GeoPorto. Esta plataforma dá a possibilidade, ao seu administrador, de editar a informação e ferramentas que quer ver disponíveis no seu próprio mapa interactivo. Trata-se de um MipWeb próprio onde, mesmo sem a capacidade de editar a informação, o utilizador tem a possibilidade de escolher quais as funções e bases de dados que quer ver no seu mapa. Várias entidades aderiram ao GeoPorto como é o caso do Projecto Porto Vivo.

4.3. CONCEPÇÃO DO GESFIRE

4.3.1. PROPOSTA DE FERRAMENTAS

O GeoPorto tem todo o potencial para ser a plataforma de armazenamento da base de dados do GesFIRE. Para isso a CMP colocou disponível um mapa interactivo no sistema GeoPorto designado por “GesFIRE – Gestão e Organização do Combate ao Incêndio Urbano”, Figura 4.6.a.

A aplicação GesFIRE apenas pode ser acedida pelos bombeiros representantes do comando do BSB, a respectiva central de comunicações e membros associados, neste caso os editores: membros do Gabinete de Protecção Civil do BSB, CMP e eu no âmbito deste projecto. Para aceder ao GeoPorto do BSB basta dirigir o cursor ao expositor lateral de Informação Geográfica e escolher a sequência: Segurança, Segurança Civil e GesFIRE, Figura 4.6.b.

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a) b)

Figura 4.6 – a) Plataforma GeoPorto, [42]; b) Acesso ao GeoPorto do BSB, [42].

Todo o conteúdo do GeoPorto foi desenvolvido de acordo com a análise efectuada ao modelo operacional do BSB. O estudo desenvolvido no BSB permitiu definir quais os pontos que podem melhorar o seu funcionamento a nível operacional e que se apresentam através da seguinte lista:

• Identificação da área dos Bombeiros Voluntários que actuam no município;

• Definição do local de ocorrência e risco associado ao mesmo;

• Definição do trajecto a seguir pela guarnição;

• Detalhes da zona envolvente ao local da ocorrência;

• Interior do edifício onde ocorre o sinistro e informações relevantes ao combate.

A concepção do GesFIRE divide-se em três grandes ferramentas personalizadas associadas a cada um dos pontos anteriormente identificados como propostas de melhoria no processo de actuação do BSB, Figura 4.7.a. A cada uma das ferramentas é atribuída um conjunto de base de dados, elementos de entrada de dados (input) e de saída de dados (output), todos eles relacionados para que cada ferramenta consiga fornecer à central de comunicações informações úteis e imediatas, Figura 4.7.b.

a) b)

Figura 4.7 – a) Fases que compõem o GesFIRE; b) Organização de cada uma das fases.

GESFIRE

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O BSB é um serviço de segurança público com um horário de funcionamento de 24 horas por dia. A concepção do programa tem de ter em conta a implementação, devendo por isso ser fácil de conjugar com a estrutura operacional actual do Batalhão. Com a implementação do GesFIRE, o modo de operação do BSB é complementado, através de uma plataforma que encaixa com o sistema operacional actual, gerando um conjunto de dados que dão resposta às necessidades que vão surgindo sequencialmente ao longo do processo do combate. Para que o papel de cada ferramenta que compõe o GesFIRE seja localizado no modelo operacional do BSB, representa-se Figura 4.8:

Figura 4.8 –Funções e relação entre a central de comunicações e a equipa de combate com a aplicação do GesFIRE no BSB.

As indicações que se encontram a tracejado representam tarefas que podem não ser efectuadas pela central de comunicações, caso o BSB possua um PDA62 em cada um dos veículos que representam o piquete (guarnição que é enviada no caso de incêndio). Nesse PDA o GeoPorto pessoal do BSB pode ser acedido e as ferramentas utilizadas pela própria equipa de combate.

62 Personal Digital Assistant – Assistente pessoal digital.

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4.3.2. LOCALIZAÇÃO E SELECÇÃO

Esta fase pretende simplificar o processo de identificação do local de ocorrência e da sua correspondência aos Bombeiros Voluntários do município do Porto. Em termos práticos esta ferramenta deve possibilitar que, ao ser introduzida a localização do sinistro, exista uma visualização do local, com as informações referentes aos bombeiros voluntários da zona e o risco associado ao topónimo.

4.3.2.1. Sistema de Entrada de Dados

O sistema de entrada de dados possibilita que o local de ocorrência seja identificado pela central de comunicações de uma forma simples e prática. Actualmente existem três tipos de informações que permitem que a central de comunicações reconheça o local sinistrado, são eles:

• Topónimo;

• Topónimo e número de polícia;

• Ponto de interesse63.

Estas três opções estarão disponíveis na ferramenta “Localização”, dando liberdade ao operador de seleccionar qual o tipo de informação que deve ser inserido.

Após a introdução dos dados, o mapa interactivo irá aproximar-se da zona que identifica o local de ocorrência caracterizando-a com a seguinte informação: ruas e respectivo nome, edifícios e pontos de interesse da zona com o correspondente número de policia. Assim o operador terá a oportunidade de, através da ferramenta “Selecção”, colocar um ponto (com o cursor) no local onde está a ocorrer o sinistro. Ao inserir o ponto que representa o local de ocorrência, o operador deverá preencher alguns dos seguintes campos de atributos:

• Identificação (preenchimento automático);

• Tipo de dado (preenchimento automático);

• Nome do emissor;

• Número de telefone;

• Tipo de ocorrência;

• Data do sistema (preenchimento automático).

A “Identificação” e o “Tipo de dado” são campos obrigatórios em todos os elementos criados com o objectivo de implementação no MipWeb e de preenchimento automático pelo sistema. O campo de “Identificação” é constituído por onze caracteres (código de freguesia, de grupo e de ordem) e permite a troca de informação entre a base de dados e o sistema de saída de dados (output). O “Tipo de dado” permite ao programa distinguir se se trata de um elemento do tipo ponto, linha ou área.

Ao contrário da selecção do ponto de ocorrência, o preenchimento destes campos não é obrigatório para a continuidade do programa. Trata-se de uma funcionalidade que possibilita a organização de dados, que mais tarde podem ser utilizados em estatísticas, mas que não condicionam o seguimento das restantes funcionalidades.

63 Entenda-se por Ponto de Interesse todos os locais de serviço público que envolvam como por exemplo áreas de: saúde, comércio, turismo, alojamento, restauração, cultura.

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A partir deste momento o local de ocorrência está perfeitamente definido e o sistema de saída de dados pode começar a funcionar.

4.3.2.2. Sistema de Saída de Dados

Ao clicar no ponto que identifica o local de ocorrência, o programa irá automaticamente gerar uma tabela de informação onde serão identificados os seguintes elementos:

• Bombeiros Voluntários responsáveis pela zona;

• Contacto dos Bombeiros Voluntários responsáveis pela zona;

• Contacto do Quartel nº1 caso o ponto se localize no Centro Histórico do Porto;

• Cor do risco associado ao topónimo mais próximo do ponto inserido;

• Ficha de Risco associada ao topónimo mais próximo do ponto inserido.

4.3.2.3. Base de Dados

Tendo em conta a entrada e saída de dados, a base de dados requerida para esta primeira ferramenta do GesFIRE tem de abranger os seguintes pontos:

• Definição georreferenciada da área de actuação dos Bombeiros Voluntários do Porto e respectivo quartel;

• Definição georreferenciada da área de actuação dos Bombeiros Voluntários Portuenses e respectivo quartel;

• Definição georreferenciada da área do Centro Histórico do Porto e Quartel nº1;

• Fichas de Risco e cor associadas a cada topónimo.

Para definir as áreas de actuação dos Bombeiros Voluntários e do Centro Histórico do Porto foi necessário utilizar o programa ArcGis64, onde foi inserido um conjunto sucessivo de pontos capazes de definir cada uma das áreas, Figura 4.9.

Figura 4.9 – Criação e definição das áreas em ArcGis.

64Para este estudo a CMP proporcionou ao BSB a versão 9.1. do ArcGis, dando o poder de edição do mapa interactivo do GesFIRE ao batalhão e aos seus editores.

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Através das ferramentas de edição do ArcGis o município do Porto foi dividido em três áreas: área de actuação dos BV do Porto, área de actuação dos BV Portuenses e a área do Centro Histórico do Porto, sendo que esta última coincide com a área dos BV do Porto. A cada área delimitada foi associado um ponto, representativo do quartel responsável pela actuação. Para além disso foi criado um outro ponto com a localização do BSB no município do Porto, como se pode verificar na Figura 4.10.

Figura 4.10 – Mapa com as diversas áreas de actuação dos bombeiros do Porto.

De notar que as ruas que limitam cada uma das áreas de actuação dos BV foram separadas pelo eixo de via, fazendo com que cada Corpo de Bombeiros Voluntários ficasse associado a cada um dos lados da rua. A área relativa ao Centro Histórico do Porto foi desenhada tendo em conta a definição atribuída pela UNESCO.

Para cada um dos pontos e áreas criados foi associado um conjunto de atributos que os caracterizam. Para cada área de actuação dos BV foram atribuídos os seguintes campos:

• Identificação;

• Tipo de dado;

• Corpo de Bombeiros;

• Data de actualização de dados.

Para o caso dos pontos que definem cada quartel, será associado um campo de preenchimento referente a:

• Identificação;

• Tipo de dado;

• Nome;

• Morada;

• Número de telefone;

• Data de actualização de dados.

O campo “Data de actualização de dados” tem dois objectivos, permitir ao operador conhecer a data de origem dos conhecimentos que lhe estão a ser transmitidos e estimular a actualização da base de dados pelo Gabinete de Protecção Civil do BSB de uma forma ordenada.

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Ao atribuir a cada área de actuação o campo “Corpo de Bombeiros”, a ferramenta conseguirá transmitir ao utilizador os dados do quartel (Nome, Morada, Número de Telefone, Data de Actualização) através do sistema de saída de dados.

Para além da informação referente ao Corpo de Bombeiros responsável pela actuação, o sistema de saída de dados pretende ainda fornecer as Fichas de Risco do topónimo em análise. As Fichas de Risco resultam do estudo desenvolvido na Tese de Mestrado do Major Luís Pais Rodrigues. Nesse estudo é analisado o risco de ocorrência de incêndio em cada rua do Centro Histórico do Porto tendo em conta a acessibilidade, a existência de água para o combate e o estado geral do edificado.

A fórmula que define o Grau de Risco é dada por, [43]: (4.1)

Em que,

GR - Grau de Risco;

A - Acessibilidade ao local;

B - Disponibilidade de água;

C - Estado geral de conservação do edificado.

A cada factor (A, B e C) foram atribuídos três valores de referência capazes de caracterizar de uma forma simples cada um dos factores. Cada valor está associado a uma classificação qualitativa, e pode-se representar pela Figura 4.11, [43]:

Figura 4.11 – Valores de referência de cada um dos factores que avaliam o Grau de Risco.

Ao substituir os valores de referência em cada um dos factores da fórmula anterior, o grau de risco obtém resultados que variam entre 4 a 36, gerando três níveis de risco associados a cores, onde quanto maior o valor do grau de risco, maior risco associado à rua em análise, Figura 4.12, [43]:

Figura 4.12 – Níveis de Risco associados aos valores do Grau de Risco, [43].

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Neste momento apenas existem Fichas de Risco associadas a topónimos que pertencem ao Centro Histórico do Porto definido pela UNESCO, portanto o sistema de output referente a estes dados (a cor e a própria Ficha de Risco) apenas estará operacional nos casos em que o ponto escolhido estiver inserido nessa área. Mais tarde poderão ser associadas novas Fichas de Risco ao GesFIRE resultantes do estudo do Gabinete de Protecção Civil do BSB. Actualmente este gabinete tem trabalhado na recolha de dados das ruas que se inserem na zona de protecção do Centro Histórico do Porto, analisando o grau de risco de cada topónimo e criando novas Fichas de Risco, Figura 4.13.

Figura 4.13 – Ficha de Risco da Rua de Afonso Martins Alho, [43].

4.3.3. DEFINIÇÃO DA ROTA

A ferramenta “Trajecto” pretende definir a rota desde o BSB até ao local de ocorrência de acordo com as acessibilidades e a sua adequação aos diversos tipos de veículos que partem para o combate.

4.3.3.1. Sistema de Entrada de Dados

Esta ferramenta já existe no MipWeb mas para ser aplicada no BSB foi reestruturada. O sistema de entrada de dados (input) foi simplificado para que o tempo de utilização da ferramenta “Definição da Rota” seja o mínimo possível. Para definir uma rota os dados necessários seriam a origem, o destino e o Tipo de Transporte. No entanto, esta ferramenta já define a origem, o BSB, e o destino, o ponto

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inserido na ferramenta “Selecção” na operação anterior. Desta forma, apenas terá de ser analisada a introdução do Tipo de Transporte.

No MipWeb é dada a opção ao utilizador de escolher o transporte: carro, autocarro e a pé. Contrariamente ao que é apresentado ao utilizador do MipWeb na secção “Tipo de Transporte”, o GesFIRE terá como opções:

• Veículo Ligeiro;

• Veículo Pesado;

• A pé.

4.3.3.2. Sistema de Saída de Dados

Ao escolher o “Tipo de Transporte” o GesFire irá produzir uma visualização onde é enquadrado o ponto de origem e o de destino. Entre esses pontos irá ser produzida uma linha com o percurso mais curto definido pela ferramenta. Para além da visualização do caminho a percorrer, a ferramenta “Trajecto” também irá fornecer um conjunto de indicações na Tabela de Resultados que descrevem a rota a seguir pelo tipo de transporte previamente escolhido.

Nem sempre será possível estacionar a viatura na rua onde se encontra o sinistro, pois algumas ruas apenas permitem a circulação pedonal. Desta forma foi decidido que a ferramenta deveria definir o trajecto até ao ponto mais próximo possível do local de ocorrência. Assim, os bombeiros que estão a dirigir-se para o combate sabem que o local onde estão a estacionar a viatura é o local mais próximo possível do ponto de destino. Esta situação será mais frequente quando o tipo de veículo escolhido for veículo pesado, porque nesses casos existe um maior número de ruas inacessíveis.

Para uma ocorrência em que a guarnição enviada para o combate seja o piquete, constituído por veículos pesados e ligeiros, o operador na central de comunicações terá de seleccionar ambos os tipos de veículos, gerando no mapa duas linhas (azul e vermelha). A linha azul representa o trajecto que o veículo ligeiro deve seguir, a linha vermelha apresenta o percurso que deve ser tomado pelo veículo pesado, quando as duas linhas são coincidentes são representadas pela cor verde.

4.3.3.3. Base de Dados

No MipWeb a rota fornecida pela ferramenta “Definição da Rota” tem em conta dois factores de base disponibilizados pela Direcção Municipal da Via Pública:

• Sentido da rua;

• Impedimentos de circulação.

Quando o “Tipo de Transporte” escolhido é “a pé”, não são considerados sentidos nem impedimentos. No caso da escolha do operador ser “carro”, a ferramenta tem em conta os sentidos e assume como impedimentos de circulação todas as ruas onde apenas é permitida a circulação pedonal.

No caso do GesFIRE a linha de pensamento é a mesma, mas o número de impedimentos aumenta. Para os casos onde são escolhidas as opções “a pé” ou “Veículo Ligeiro”, a solução será a mesma que o descrito anteriormente. No caso onde o tipo de transporte é “Veículo Pesado” a ferramenta associa a todas as ruas que não têm a largura suficiente para a passagem destes veículos um impedimento, isto é, considera que se trata de uma circulação pedonal face às necessidades do veículo pesado.

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Para conseguir programar esta ferramenta, a base de dados exigida é a compilação de todas as ruas onde a circulação por parte dos veículos pesados não é possível, com excepção das que já se incluem nos impedimentos de circulação corrente (ruas de circulação pedonal). Esta informação foi retirada do estudo realizado na Tese do Major Pais Rodrigues e abrange apenas o Centro Histórico do Porto.

4.3.4. DETALHES DA ZONA DE INTERVENÇÃO

A ferramenta “Detalhes da Zona de Intervenção” pretende definir quais os edifícios devolutos, edifícios públicos, hidrantes operacionais e informações disponibilizadas de edifícios de habitação que se localizam na zona onde está a ocorrer o sinistro.

4.3.4.1. Sistema de Entrada de Dados

Ao seleccionar a ferramenta “Detalhes da Zona de Intervenção” o operador apenas tem de definir qual o raio que, com centro no local de ocorrência definido anteriormente pela ferramenta “Selecção”, forma a circunferência delimitadora da zona de intervenção.

4.3.4.2. Sistema de Saída de Dados

O utilizador, ao inserir o valor do raio, irá gerar uma circunferência em torno do ponto definido pela ferramenta da primeira fase “Selecção”. Após a definição da zona de intervenção esta nova ferramenta irá indicar todas as informações que tem acerca do edificado e disponibilidade de água, são elas:

• Identificação e caracterização dos edifícios comuns ou devolutos;

• Caracterização de alguns pontos de interesse;

• Identificação e caracterização dos hidrantes.

4.3.4.3. Base de Dados

Para a ferramenta de “Detalhes da Zona de Intervenção” aborda-se a caracterização dos edifícios devolutos, edifícios comuns, pontos de interesse e hidrantes. Neste caso a base de dados precisa de ser submetida a algum tratamento de informação em ArcGis.

Os edifícios devolutos não estão representados no MipWeb, e a CMP não possui nenhum documento com a sua localização no município do Porto, apenas algumas das juntas de freguesia dispõem desta informação. Por esse motivo, a localização deste tipo de edifícios foi reunida através da informação existente na Tese de Mestrado do Major Pais Rodrigues. Assim, de acordo com a informação existente, foi introduzida no ArcGis a localização de todos os edifícios devolutos existentes no Centro Histórico do Porto. Os atributos escolhidos para cada um dos polígonos que definem cada edifício devoluto foram:

• Identificação;

• Tipo de dado;

• Propriedade;

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• Utilização-Tipo;

• Altura;

• Tipo de construção;

• Atravessamento de vigas meeiras;

• Data de actualização de dados.

No campo “Propriedade” será dada a opção de: Privada, Pública, Desconhecida ou outro (com possibilidade de edição). Para o campo “Utilização Tipo” as opções dadas abrangem todas as Utilizações-Tipo previstas pelo Decreto-Lei nº 220/2008, de 12 de Novembro, dando ainda a possibilidade de escolha da opção Desconhecido. A “Altura” não apresenta nenhuma opção sendo a única restrição deste campo a introdução de linguagem numérica. Pelo contrário, o campo referente ao “Tipo de Construção” remete a três opções de atribuição: Betão, Madeira ou outro (com possibilidade de edição). No caso de a opção escolhida nesse campo ser Madeira, o campo “Atravessamento de vigas meeiras” ficará activo e permitirá a escolha das opções: Sim, Não ou Desconhecido.

Assim, quando definido o raio, todos os edifícios devolutos que se encontram no interior da circunferência gerada irão ser sombreados a cinzento e quando clicados deverão criar um quadro com os seus atributos.

Os edifícios comuns são aqueles que, não pertencendo a nenhum tipo de serviço, podem fazer parte da base de dados GesFIRE através de informação auxiliar que melhora o combate ao incêndio. A possibilidade dada pelo GesFIRE em agregar à base de dados informação específica de edifícios deste tipo permite que esta ferramenta seja encarada de uma forma completamente inovadora.

Estes edifícios identificam-se por áreas e assumem o seguinte conjunto de atributos:

• Identificação;

• Tipo de dado;

• Propriedade;

• Utilização-Tipo;

• Altura;

• Efectivo;

• Tipo de construção;

• Atravessamento de vigas meeiras (vigas de madeira que atravessam vários edifícios);

• Contacto do Responsável de Segurança/Delegado de Segurança;

• Fichas do edifício;

• Data de actualização.

O campo “Contacto do Responsável de Segurança/Delegado de Segurança” possibilita o contacto entre o BSB e a figura do responsável de segurança ou delegado. As “Fichas do edifício” são um conjunto de ficheiros escritos ou desenhados que permitem ao BSB, no caso de um sinistro grave, planear e definir estratégias de combate no interior do edifício. Estas fichas devem ainda conter uma cópia do contracto efectuado entre o BSB e a entidade requerente, onde é descriminada a origem da informação (Plano de Segurança) e esclarecido que a função é aumentar o conhecimento do BSB perante um sinistro grave e não assegurar que o combate é realizado sem problemas.

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Os pontos de interesse já se encontram georreferenciados no MipWeb, (sendo utilizados na fase de “Localização”) restando apenas a definição dos atributos que caracterizam cada edifício. De acordo com a base de dados do suporte MipWeb os serviços que podem ser localizados são:

• Alojamento;

• Comércio;

• Restauração e Bebidas;

• Cultura;

o Desporto;

• Educação;

o Transportes;

• Administração;

• Religião;

• Representação internacional;

• Saúde;

• Segurança;

o Ambiente;

o Turismo.

A informação que se pretende fornecer ao operador deve ser apenas a necessária para que o combate seja melhorado, não devendo ser gerada informação que leve a uma leitura complicada. Assim sendo, nem todos estes serviços devem ser implementados no GesFIRE como elementos importantes na caracterização da zona de intervenção. Após uma análise cuidada e discutida com o 2ºComandante do BSB foram retirados os seguintes serviços: Desporto, Transportes, Ambiente e Turismo, assinalados anteriormente com a simbologia seguinte: �.

Cada um dos serviços introduzidos no GesFIRE será caracterizado por um ponto, legendado de acordo com o tipo de serviço, caracterizado pelos seguintes atributos:

• Identificação;

• Tipo de dado;

• Nome da entidade;

• Tipo de serviço;

• Telefone;

• Data de actualização.

Os campos “Nome da entidade” e “Telefone” têm como objectivo identificar e permitir o contacto entre o BSB e a entidade responsável pelo local, com vista a prevenir ou, caso seja necessário, iniciar procedimentos de evacuação. Tais decisões devem ser efectuadas após uma análise no teatro de operações comunicada posteriormente por rádio para a central de comunicações que, perante todas as informações que caracterizam os serviços existentes na zona de intervenção, consegue notificar todas as entidades que se encontram no local.

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Como existe a possibilidade de um ponto de interesse querer estar registado no GesFIRE com mais informação (tal como um edifício comum), a lista de atributos atrás definida deve ser acrescentada com os atributos em falta aqui mas presentes nos campos correspondentes aos edifícios comuns. Isto é, os edifícios comuns são associados a um conjunto de doze atributos mas apenas são todos preenchidos caso exista vontade por parte da entidade responsável pelo edificado.

Os hidrantes também já se encontram georreferenciados no MipWeb, são cerca de 6.200 pontos que se espalham por todo o município do Porto. Os seus atributos são:

• Identificação;

• Tipo de Dado;

• Código;

• Ponto de referência;

• Operacionalidade;

• Avarias;

• Data de actualização.

O campo “Código” pretende indentificar os hidrantes analisados pelo Gabinete de Protecção Civil e que constam na Base de Dados do mesmo. O seu preenchimento exige a diferenciação entre marco ou boca-de-incêndio e a atribuição de um número de série de cada um dos elementos. Para que a localização de cada um dos hidrantes seja descrita, e não apenas evidenciada no mapa interactivo, atribuiu-se a cada ponto o campo “Ponto de referência”, onde é descrito o/s número/s de polícia mais próximos. Como nem todos os hidrantes existentes no município se encontram operacionais, criou-se o campo “Operacional”, onde a central de comunicações terá a possibilidade de saber se o hidrante pode ou não ser utilizado para o combate. Caso o hidrante não se encontre operacional, o editor poderá descrever qual a anomalia no campo “Avarias”.

4.4. NOTAS FINAIS

O GesFIRE pretende ser uma ferramenta útil e de fácil utilização. A sua concepção teve em conta todas as etapas que o BSB segue após o conhecimento de uma determinada ocorrência, introduzindo apenas duas novas fases que complementam a acção dos bombeiros, o “Trajecto” e os “Detalhes da Zona de Intervenção”. A sua utilização por parte dos actuais bombeiros da central de comunicações é bastante acessível pois trata-se de uma pesquisa sequencial, que consegue responder às necessidades de cada etapa do combate. Quando os bombeiros precisam de saber uma informação esta é-lhes fornecida imediatamente e não antes, nem depois, de ser necessária.

A Tese de Mestrado Integrado aqui apresentada não pretende apenas propor uma ferramenta, mas sim um conjunto de ferramentas que através do GesFIRE vão ser capazes de aumentar a quantidade de informação disponibilizada ao BSB aquando de uma ocorrência. A base de dados necessária para que o GesFIRE seja implementado em pleno é vasta e exige uma equipa de trabalho, mas neste estudo já foram reunidas as informações que possibilitam o teste da proposta e que conseguem demonstrar que o GesFIRE é necessário, possível e útil, Tabela 4.1.

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Tabela 4.1 – Base de dados reunida para avaliar a capacidade do GesFIRE.

A criação do GesFIRE está a cargo da CMP através de um Caderno de Requisitos Técnicos elaborado por mim com base na concepção exposta neste trabalho e os objectivos a atingir no produto final, Anexo G. A data prevista para finalização é Novembro de 2010 havendo sempre a consciência de que se trata de um trabalho que pode alargar horizontes e que deve ser actualizado sempre que necessário.

A implementação do GesFIRE no que se refere a equipamentos e recursos humanos também já está a ser iniciada pelo BSB. A CMP está a introduzir na central de comunicações uma rede de fibra óptica, que irá permitir um acesso rápido e directo à rede da câmara, possibilitando a utilização da plataforma GeoPorto em todos os computadores existentes nessa sala do BSB. O Gabinete de Protecção Civil ficará encarregue de actualizar todos elementos caracterizados no GesFIRE. Por outro lado, o Gabinete Técnico pode participar no desenvolvimento desta ferramenta através da divulgação da mesma a cada uma das entidades responsáveis pelos projectos que são atribuídos ao gabinete. Destaca-se o exemplo da aprovação de Planos de Segurança destinada ao Gabinete Técnico e que facilmente podem ser associadas ao campo de atributo “Fichas do edifício” existente para edifícios comuns na base de dados do GesFIRE.

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APLICAÇÃO DA FERRAMENTA DE GESTÃO E ORGANIZAÇÃO

"O pessimista reclama do vento,

o optimista espera que ele mude,

o realista ajusta as velas."

Provérbio Chinês

5.1. INTRODUÇÃO

Todo o programa se resume na sua aplicação, à análise do ajuste entre o seguimento operacional existente e a alteração exigida pelo GesFIRE. A base de dados reunida através deste trabalho permite transmitir uma visão dos resultados previstos obtidos pelo GesFIRE e da sua plataforma tendo como base o programa actual do MipWeb.

Toda a actualização e validação da Base de Dados introduzida no GesFIRE estará a cargo do Gabinete de Protecção Civil e Gabinete Técnico do BSB. A Base de Dados reunida é suficiente para gerar algumas imagens da futura ferramenta GesFIRE mas não actualizada o suficiente para poder ser implementada hoje na central de comunicações do BSB. O grande objectivo na recolha de todas as informações importantes para o funcionamento do BSB é conseguir demonstrar que esta plataforma pode ser útil e a informação organizada e articulada de forma rápida e eficiente.

Assim sendo, a aplicação prevista do programa tem como propósitos auxiliar o entendimento do produto final e transmitir como é que as diferentes fases do programa se conjugam com o sistema de operação da central de comunicações. Para que a conjugação entre o GesFIRE e a central de comunicações seja transmitida da melhor forma, será descrito o papel de cada uma das fases no desenvolvimento operacional de dois casos fictícios, Figura 5.1.

Figura 5.1 – A implementação do GesFIRE e a sua conjugação operacional com a central de comunicações.

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5.2. APLICAÇÃO DO GESFIRE

Na central de comunicações o operador encontra-se preparado para receber uma chamada, o computador está com o GesFIRE ligado pronto para receber indicações. Neste momento o GesFIRE encontra-se com a sua vista geral, isto é, o mapa do município do Porto, a barra de ferramentas, a tabela de conteúdos e de resultados, Figura 5.2.

Figura 5.2 – Página Principal do GesFIRE.

5.2.1. PALÁCIO DA BOLSA

5.2.1.1. Localização e Selecção

O telefone toca, o operador atende e verifica que se trata de um pedido de socorro: incêndio no Palácio da Bolsa, o incêndio está visível no lado da Rua da Bolsa. Enquanto está ao telefone clica na ferramenta “Localização”, escolhe a opção de pesquisa “Ponto de Interesse” e escreve o local de ocorrência. O mapa interactivo faz uma aproximação a esse local e o operador, com a ferramenta “Selecção”, coloca um ponto no Palácio da Bolsa, na frente da Rua da Bolsa tal como indicado pelo pedido de socorro. Nesse instante é gerado um quadro de preenchimento que o operador poderá ou não completar com os atributos que caracterizam o local de ocorrência (nome do emissor, número de telefone e tipo de ocorrência). Relembra-se que os dados referentes aos campos identificação, tipo de dado e data do sistema são gerados automaticamente, encontrando-se com fundo cinzento, tal como pode ser demonstrado pela Figura 5.3.a. A partir deste momento a chamada de emergência pode terminar.

O operador, após clicar em “OK” no quadro de atributos, irá ter acesso a uma janela de saída de dados, onde é descrita a informação dos Bombeiros Voluntários associados ao ponto de ocorrência, o risco e a Ficha de Risco correspondentes à rua mais próxima do ponto inserido na ferramenta “Selecção” anteriormente. Uma vez que a rua pertence ao Centro Histórico do Porto a janela também inclui os dados relativos ao Quartel nº1, Figura 5.3b.

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a)

b)

Figura 5.3 – a) Quadro de atributos do local de ocorrência após a aplicação das ferramentas “Localização” e “Selecção”; b) Quadro de saída de informação correspondente ao local de

ocorrência após a aplicação das ferramentas “Localização” e “Selecção”.

Caso seja necessário, a Ficha de Risco pode ser apresentada através do quadro de saída de informação, basta que o operador clique em “Ver Ficha de Risco”, Figura 5.4. A visualização da Ficha de Risco não é essencial para que o operador decida a guarnição que deve partir para o combate, está presente com o objectivo de informação auxiliar.

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A simples análise do quadro de saída de informação é suficiente para que o operador consiga definir qual a guarnição do BSB que deve ser enviada para o local.

Figura 5.4 – Ficha de Risco da Rua da Bolsa, [43].

Para esta ocorrência foi definida a saída do piquete para o combate. O alarme correspondente à guarnição escolhida é emitido para o Batalhão e a localização da ocorrência transmitida a todo o BSB. Como se trata de um incêndio, os BV não vão ser contactados, mas o Quartel nº1 será informado da ocorrência para que possa analisar a sua disponibilidade no apoio do combate no local do sinistro.

5.2.1.2. Definição da Rota

Após ser comunicado ao BSB a localização do sinistro, o operador da central de comunicações clica na ferramenta “Definição de Rota” e, uma vez que se trata de um trajecto que vai ser percorrido por uma guarnição do tipo piquete, selecciona ambas as opções: “Veículo Pesado” e “Veículo Ligeiro” .

Na Tabela de Resultados será dado o itinerário a seguir mediante as duas opções escolhidas para o tipo de transporte. De forma a auxiliar, o mapa interactivo fará um enquadramento do ponto de origem e de destino, com o seu respectivo percurso. Caso seja necessário, o percurso pode ser transmitido a todos os veículos de combate através do rádio da central de comunicações, Figura 5.5.

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Figura 5.5 – Percurso do BSB até ao Palácio da Bolsa pela ferramenta “Definição da Rota” de acordo com as acessibilidades do Centro Histórico do Porto.

5.2.1.3. Detalhes da Zona de Intervenção

A preparação para o combate no local de ocorrência tem de ser rápida e eficiente. Enquanto os elementos em combate estacionam e analisam o sinistro no local, o operador da central de comunicações clica na ferramenta “Detalhes da Zona de Intervenção” e coloca o raio da zona que quer visualizar em pormenor. Dentro desse raio irão aparecer os pontos de interesse, marcos, edifícios devolutos e edifícios que foram inseridos na base de dados do GesFIRE por vontade das entidades que os representam. Para o caso em análise, o raio definido foi de 100 metros, Figura 5.6.

Figura 5.6 – Caracterização da zona envolvente ao local de ocorrência.

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Todos os elementos detectados por esta ferramenta são caracterizados com informações que pretendem aumentar o conhecimento dos elementos de segunda intervenção no teatro de operações. Para aceder à sua informação basta clicar no elemento ou aceder à Tabela de Resultados, onde estão expostos todos os dados localizados no interior do raio, Figura 5.7.

Figura 5.7 – Informação referente a um elemento no mapa interactivo.

De acordo com o GesFIRE o operador pode transmitir à equipa de combate:

• A posição exacta dos hidrantes operacionais mais próximos do local de ocorrência;

• Os edifícios devolutos existentes na zona não se encontram na envolvente directa do local de ocorrência;

• A localização e contactos caso necessário dos pontos de interesse mais relevantes nas imediações do sinistro: o próprio Palácio da Bolsa, o Hospital da Ordem de S. Francisco e a Igreja de S. Francisco.

Com todas as informações que o GesFIRE proporciona ao operador da central de comunicações, o chefe de operações poderá ser capaz de tomar decisões tendo como base dados de elementos importantes que caracterizam o teatro de operações.

5.2.2. HOTEL PESTANA

5.2.2.1. Localização e Selecção

A utilização deste conjunto de ferramentas para responder a um pedido de socorro a incêndio, dirigido ao BSB, para o Hotel Pestana, desenvolve-se da mesma forma que o caso analisado previamente. Por isso, tal como descrito no processo anterior, ao utilizar as ferramentas de “Localização” e de “Selecção”, o operador conseguirá obter no GesFIRE as saídas de dados previstas e representadas pelas Figuras 5.8. e 5.9.

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a)

b)

Figura 5.8 – a) Quadro de atributos do local de ocorrência após a aplicação das ferramentas “Localização” e “Selecção”; b) Quadro de saída de informação correspondente ao local de

ocorrência após a aplicação das ferramentas “Localização” e “Selecção”.

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Figura 5.9 – Ficha de Risco da Rua S. João Novo, [43].

5.2.2.2. Definição da Rota

Tendo sido o piquete a escolha para o combate ao incêndio, mais uma vez o operador irá seleccionar como necessário definir o trajecto para os veículos ligeiros e pesados. No entanto, uma das diferenças que surge na análise desta ocorrência está precisamente relacionada com o trajecto escolhido pela ferramenta. De acordo com a ferramenta “Definição de Rota”, o percurso mais perto desde o BSB até ao Hotel Pestana pode ser realizado pelos dois tipos de veículos, não havendo nenhum problema de acessibilidade ao longo do trajecto.

Para este caso, a Tabela de Resultados apenas irá apresentar um itinerário para ambos os veículos. Por sua vez, o mapa interactivo terá apenas uma cor para expor a rota pretendida, a cor verde, Figura 5.10.

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Figura 5.10 – Percurso do BSB até ao Hotel Pestana pela ferramenta “Definição da Rota” de acordo com as acessibilidades do Centro Histórico do Porto.

5.2.2.3. Detalhes da Zona de Intervenção

A ferramenta “Detalhes da Zona de Intervenção” aplica-se, tal com já foi explicado, com a introdução de um valor para o raio que descreve a circunferência de referência que apresenta como centro o local de ocorrência, neste caso o Hotel Pestana. Para a análise da zona de intervenção foi novamente inserido um raio de 100 metros, Figura 5.11.

Figura 5.11 – Caracterização da zona envolvente ao local de ocorrência pela aplicação da ferramenta “Detalhes da Zona de Intervenção”.

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Mas o operador presente na central de comunicações tem acesso a mais informação pois o Hotel Pestana, numa situação hipotética, disponibilizou a informação necessária para que o combate por parte da segunda intervenção fosse mais direccionado. Tal como previsto na concepção desta ferramenta, o Hotel Pestana será associado a um conjunto de atributos que o caracteriza, juntamente com todos os restantes elementos que se encontram no interior da circunferência definida, Figura 5.12.

Figura 5.12 – Informação referente ao Hotel Pestana.

De acordo com o GesFIRE o operador pode transmitir ao teatro de operações:

• A posição exacta dos hidrantes operacionais mais próximos do local de ocorrência;

• Os edifícios devolutos existentes na zona não se encontram na envolvente directa do local de ocorrência;

• A localização e contactos caso necessário dos pontos de interesse mais relevantes nas imediações do sinistro: o próprio Hotel Pestana e Museu do Infante D. Henrique,.

Os documentos que o Hotel Pestana disponibilizou ao BSB podem ter um papel interventivo na actuação e operação do combate. Neste caso apresenta-se apenas documentos desenhados: alçados, planta da cobertura, planta de piso, Figura 5.13.

HOTEL PESTANA PORTO ATRAVESSAMENTO DE VIGAS DE MIEIRA Não CONTACTO DO RESPONSÁVEL DE SEGURANÇA 918237556 FICHAS DE RISCO Ver DATA DE ACTUALIZAÇÃO 20/06/2010 SAIR

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a)

b) c)

Figura 5.13 – a) Alçado do Hotel Pestana da Praça da Ribeira; b)Planta de cobertura do Hotel Pestana; c) Planta do 1ºPiso do Hotel Pestana.

5.3. NOTAS FINAIS

O ponto que mais diferencia o sistema operacional actual e o exigido pelo GesFIRE é a existência da figura do operador, presente desde o contacto telefónico até à análise do local de ocorrência, tornando-se um membro activo no combate.

A central de comunicações é constituída por 3 elementos em média e dois computadores. Estes valores são suficientes para que, em situações de incêndio grave, sejam dadas as indicações necessárias pelo operador sem prejudicar a recepção de outras chamadas de emergência e acompanhamento pelo GesFIRE, caso seja necessário. Mas, de forma a aperfeiçoar e massificar a utilização do GesFIRE em qualquer incêndio urbano, pode ser associado a cada veículo um PDA onde o trajecto e a caracterização da envolvente do local podem ser acedidos pelo próprio chefe de operações que parte para o combate.

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O GesFIRE consegue responder de um forma simples e direccionada a todas as necessidades que surgem em campo. As necessidades que surgem são respondidas sequencialmente pelo GesFIRE, tornando-o uma plataforma útil passo a passo, onde o operador consegue interagir com o programa de forma intuitiva, Figura 5.14.

Figura 5.14 – O GesFIRE e o mecanismo que o suporta.

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CONCLUSÃO E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

"Água mole em pedra dura,

tanto bate até que fura."

Provérbio Latino

6.1. CONCLUSÕES

As consequências de cada um dos incêndios registados, não só no município do Porto mas em todo o mundo, marcaram mais do que pessoas ou locais. Pode-se referir que em inúmeros casos foram capazes de atingir gerações. A devastação e poder de destruição do incêndio criaram um espírito humanitário capaz de iniciar e definir a história dos bombeiros nacionais.

A Legislação Nacional enquadra a função dos bombeiros no âmbito da Protecção Civil. Nessa compilação é definido e caracterizado o papel que cada Corpo de Bombeiros deve seguir, assim como todos os veículos e equipamentos associados ao exercício da sua actividade.

Nenhum dos programas que aborda a Segurança Contra Incêndio revela as capacidades necessárias para se adaptar às características operacionais e financeiras do BSB enquanto serviço público. Aqueles que mais se aproximam da resposta pretendida pelo Batalhão, associam-se a serviços privados sem ter em conta a sua potencialidade na segurança pública em termos de SCIE.

A necessidade de criar uma plataforma capaz de inovar o combate por parte da segunda intervenção fez nascer o GesFIRE, um programa cuja utilização e edição é independente da CMP, estando apenas a cargo do próprio BSB.

O GesFIRE abrange três diferentes temas: a localização do sinistro, o trajecto a seguir pela guarnição e a envolvente do local de ocorrência. Todas as ferramentas acompanham o procedimento actual de emergência seguido pelo BSB, tornando o GesFIRE um programa especializado, não só no combate contra o incêndio urbano, mas em todos os tipos de ocorrências respondidas pelo BSB no município do Porto.

Este trabalho passava pelo estudo e concepção de uma ferramenta de apoio ao BSB. Mas o apoio dado pelo Batalhão, especialmente pelo Major Pais Rodrigues, juntamente com a aposta da CMP neste projecto, levaram a que não fosse conceptualizada uma ferramenta, mas sim três. Mais, com a ajuda do Eng.º Pedro David Pereira o GesFIRE já está a ser desenvolvido para que seja concluído em Novembro de 2010 e implementado em Fevereiro de 2011 na central de comando com uma base de dados totalmente actualizada.

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Proposta de uma Ferramenta de Organização e Gestão para o Combate ao Incêndio Urbano

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6.2. VANTAGENS E DESVANTAGENS

O GesFIRE é um programa fácil de implementar e que vem inovar o modo operacional do BSB. A separação em fases e ferramentas direccionadas para cada uma das necessidades que surgem ao longo do combate ao incêndio urbano, permite que esta plataforma seja útil e aplicável em qualquer tipo de ocorrência.

A aplicação do GesFIRE não exige a existência de um especialista técnico. Todas as ferramentas estão dispostas sequencialmente de acordo com a necessidade de resposta, permitindo uma utilização intuitiva por parte do operador. A informação que caracteriza cada elemento que consta no mapa interactivo surge sempre que se clica no mesmo, permitindo uma leitura simples e apenas quando necessária.

Com o GesFIRE o BSB tem ao seu dispor informações como: onde se localiza a ocorrência e quais os BV responsáveis por essa área de actuação, qual o trajecto a seguir de acordo com as acessibilidades e veículos disponíveis, quais as características de maior relevância na zona de intervenção.

O Gabinete de Protecção Civil do BSB terá a possibilidade de, com o GesFIRE, imprimir mapas do município do Porto com a localização de um ou mais dos seguintes elementos: edifícios devolutos, edifícios comuns, pontos de interesse, hidrantes, graus de risco, análise de acessibilidades.

O Gabinete Técnico do BSB, no âmbito das suas funções, pode facilmente divulgar e organizar as informações que podem ser associadas a cada edifício do tipo “edifício comum”. O facto do GesFIRE permitir que empresas ou entidades possam colocar ao dispor dos bombeiros toda a informação que caracteriza o seu edificado, como plantas de segurança, contacto do Responsável de Segurança/Delegado se Segurança, altura e utilização-tipo, entre outras, leva a que surjam três pontos positivos: a actual regulamentação comece a ser útil no combate através da partilha das medidas de autoprotecção com os meios de segunda intervenção, a intervenção nesses edifícios se torne especializada e o BSB tenha um contacto mais próximo entre a população e a sua missão. O BSB tem acesso à informação através do Gabinete Técnico, sabe o que é útil para o combate, e pode colocar fichas associadas a qualquer edifício.

A CMP disponibilizou não só o seu projecto MipWeb como também o investimento nos equipamentos necessários para que a implementação do GesFIRE seja bem sucedida. Este ponto faz realçar as desvantagens. Na verdade, o GesFIRE, de acordo com a forma com que foi criado, apenas pode ser implementado no BSB pois nenhum outro município possui o MipWeb (plataforma base do GesFIRE).

Cada ferramenta do GesFIRE foi estruturada de acordo com as necessidades do BSB, respondendo de forma imediata a questões que podem alterar o plano de combate em campo. Mas as ferramentas não são independentes umas das outras, caso uma não seja inserida correctamente a ferramenta seguinte não conseguirá ser executada.

Os resultados são expostos pelo programa de uma forma organizada, mas a sua fiabilidade apenas está garantida se a base de dados inserida for coesa e actualizada. Isto é, não se pode ter informação apenas de alguns elementos nem desactualizados, pois a utilização do GesFIRE corre o risco de começar a ser desvalorizada.

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Proposta de uma Ferramenta de Organização e Gestão para o Combate ao Incêndio Urbano

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6.3. DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

O BSB tem capacidade e potencial para vincar cada vez mais o seu papel na segurança do município. Para isso deve adoptar medidas como: a criação de um site oficial, a organização e manutenção do museu e biblioteca, a criação de uma ferramenta de cálculo para a distribuição de escalas e turnos. Neste momento o BSB já reuniu uma equipa responsável pela organização do museu e criação de uma biblioteca. O actual museu irá ser transferido para um novo compartimento e a sua manutenção conseguirá as condições necessárias para que os visitantes do Batalhão conheçam a riqueza da história que o persegue.

Relativamente ao GesFIRE, o seu limite será definido pela visão de cada um dos seus editores. Para além do desenvolvimento da base de dados e atenção constante a cada um dos elementos caracterizados na mesma, o GesFIRE pode tornar-se num programa onde:

• Os elementos que vão partir para o combate estejam associados a uma determinada ocorrência de acordo com as suas escalas e turnos;

• Os veículos podem ser associados a um sistema de localização geográfico com ligação ao GesFIRE, sendo possível visualizar a sua posição no mapa interactivo, gerando rotas de acordo com a sua localização naquele instante;

• As fichas associadas a cada edifício comum poderiam ser colocadas no GesFIRE apenas após a vistoria do mesmo, realizada por entidades competentes, no âmbito da Segurança Contra Incêndio.

A ligação entre o GesFIRE e a fiscalização exigida pela actual Legislação portuguesa será o próximo passo. Isto é, criar uma ferramenta que seja capaz de conter fichas automáticas de vistoría atribuídas a cada um dos edifícios (FisFIRE). Espera-se que esse projecto seja desenvolvido num futuro próximo no âmbito académico de uma forma visionária e capaz de auxiliar as entidades responsáveis na implementação da Nova Regulamentação de SCIE.

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Proposta de uma Ferramenta de Organização e Gestão para o Combate ao Incêndio Urbano

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Proposta de uma Ferramenta de Organização e Gestão para o Combate ao Incêndio Urbano

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BIBLIOGRAFIA

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[3] Fetcher, Ian. Borg, Audun. A Review of the state of the art, with a case stydy of Windsor Tower Fire. http://www.era.lib.ed.ac.uk/bitstream/1842/1987/1/Fletcher_concretefire_SIF06.pdf. 29 de Fevereiro de 2010.

[4] http://www.wtc.com. 10 de Março de 2010.

[5] http://news.bbc.co.uk/hi/english/static/in_depth/americas/2001/day_of_terror. 10 de Maio de 2010.

[6] Kean, Thomas. Hamilton, Lee. The 9/11 Commission Report. http://www.9-11commission.gov/report/911Report.pdf. 10 de Maio de 2010.

[7] Neves, I. Valente J. Study of the Chicago fire in Lisbon. 1995. https://webserv.dec.uc.pt/weboncampus/course/LEC/2003-2004/Crit%20Temp%20-%20FSJ.pdf. 10 de Março de 2010.

[8] Mendes, Tomás. Chiado ardeu há 17 anos. Jornal de Notícias, 25/08/2005, Lisboa.

[9] Primo, Vítor. Análise estatística dos incêndios em edifícios no Porto 1996-2006. Dissertação de Mestrado, LNEC-FCTUC, 2008.

[10] http://www.gutenberg.org/files/14994/14994-h/images/image1.png. 11 de Março de 2010.

[11] http://laliebrelibre.com.ve/w/wp-content/uploads/2008/06/prometeus.JPG. 11 de Março de 2010.

[12] Suetônio, Gaio. A vida dos doze césares. Ediouro, São Paulo, 1966.

[13] http://www.stcolmcilles.org/pupil%2520zone/Roman%2520Webpages/Images/Nero.jpg. 12 de Março de 2010.

[14] http://www.brigadamilitar.rs.gov.br/bombeiros/hist-mun.html. 15 de Março de 2010.

[15] http://www.moleseyhistory.co.uk/books/surrey/fireplaques/index.html. 15 de Março 2010.

[16] http://hubpages.com/hub/The-History-of-Firefighting. 17 de Março de 2010.

[17] Monografia Batalhão Sapadores do Porto. Loja Gráfica, Porto, 2003.

[18] http://www.dightonrock.com/Face_Joao_I.jpg. 21 de Março de 2010.

[19] http://www.bvespinho.com/CartaRegia.jpg. 21 de Março de 2010.

[20] http://www.firefightercentral.com/history/firefighting_in_colonial_ america.htm. 17 de Março de 2010.

[21] http://www.marinwoodfire.org/content/Firefighting_History/100099. 17 de Março de 2010.

[22] http://www.abvmangualde.com/IMAGENS/FOTOS/bomba_bracal.jpg. 20 de Março de 2010.

[23] Silva Noronha, Artur. Os momentos de ontem e os tempos de hoje. 2005. http://www.sapzone.com.pt/informa/hISTORIAL%20bsb.pdf. 20 Março.

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Proposta de uma Ferramenta de Organização e Gestão para o Combate ao Incêndio Urbano

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[24] Duarte Sousa, Henrique. Reis – Apontamentos para a história do Governo Militar do Porto até ao século XIX. Publicações da Câmara Municipal do Porto, Porto, 1956.

[25] Ferreira Lima, Henrique. Apontamentos para a História das Companhias de Incêndios. Edições Marânus, Porto, 1943.

[26] http://2.bp.blogspot.com/vmXZTidFB_0/s320/D.João%2BV.jpg. 18 de Março de 2010.

[27] http://api.ning.com/files/F-ZpmMxhIs1nqsI/Guilherme_Gomes_Fernandes.jpg. 22 de Março de 2010.

[28] http://www.prociv.pt. 21 de Fevereiro de 2010.

[29] Ministério da Administração Interna. Decreto-Lei n.o 27/2006, de 3 de Julho – Lei de Bases da Protecção Civil, 2006.

[30] Ministério da Administração Interna. Decreto-Lei n.o 134/2006, de 25 de Julho – Sistema Integrado de Operações de Protecção Civil, 2006.

[31] Ministério da Administração Interna. Decreto-Lei n.o 75/2007, de 29 de Março – Lei Orgânica da Autoridade Nacional de Protecção Civil, 2007.

[32] Ministério da Administração Interna. Decreto-Lei n.o 247/2007, de 27 de Junho – Regime Jurídico dos Corpos de Bombeiros, 2007.

[33] Ministério da Administração Interna. Decreto-Lei n.o 48/2009, de 4 de Agosto – Regime Jurídico dos Bombeiros Portugueses, 2009.

[34] Ministério da Administração Interna. Portaria n.o 247/2004, de 15 de Outubro – Equipas de Intervenção Permanente, 2004.

[35] Ministério da Administração Interna, Despacho do Presidente da Autoridade de Protecção Civil n.o 21638/2009, de 28 de Setembro – Especificações Técnicas de veículos e equipamentos operacionais dos Corpos de Bombeiros.

[36] http://fblog.noite.pt/fotos_utilizadores/g/u/ilhermino/fotos/25911_1142286899.jpg. 12 Abril de 2010.

[37] http://www.ifthensoftware.com/ ProdutoX.aspx? ProdID=4. 16 de Maio 2010.

[38] http://www.digitalcombustion.com. 16 de Maio de 2010.

[39] http://www.notifier.com/products/pages/noti-fire-net.htm. 16 de Maio de 2010.

[40] http://www.cm-porto.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=cmp.stories/7335. 25 de Maio de 2010.

[41] http://sigweb.cm-porto.pt/mipweb/MapViewer/SectionsViewer.aspx?id=0. 19 de Abril de 2010.

[42] http://vmapsig/geoporto/. 21 de Abril de 2010.

[43] Pais Rodrigues, Luís. Segurança Contra Incêndio no Centro Histórico do Porto. Dissertação de Mestrado, FEUP, 2009.

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ANEXO A Organização da

Autoridade Nacional de Protecção Civil

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ANEXO A

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ANEXO B Campanhas e iniciativas da

Autoridade Nacional de Protecção Civil

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AF

inc_escola_SabesF

azer 7/3/07 11:09 AM

Page 1

Com

posite

CM

YC

MM

YC

YC

MY

K

Incêndio

sna E

scola

Sabes o que fazer?

A r

egra é

1º Parar 2º D

eitar 3º R

olar

Escola

Sabes o que fazer se te deparares

com fum

o ou chamas?

· Em caso de incêndio nunca utilizes os elevadores.

Vai pelas escadas.

· Se houver fum

o anda agachado ou de gatas;perto do chão respiras m

elhor. Se puderes protege

a boca com um

pano, dep

referência húmid

o, erespira através dele.· S

e uma p

orta estiver

qu

en

te não

a abras,

pode haver fogo ou fumo

intenso do outro lado.

· Mesm

o que esteja friaabre-a com

cuidado, pois pode ser necessáriofechá-la rapidam

ente. Podes encontrar cham

asou fum

o a impedir a passagem

. Procura outra

sada.

· Tenta descer, em

vez ires para os and

aressuperiores, porque o fogo tem

tendência a subir.

· Se tiveres q

ue assinalar a tua presença

dirige-te para uma janela, ou outro local de onde

possas ser visto, grita e acena com algo bem

visível (ex.: uma peça de roupa).

· E se as roupas forem atingidas pelas cham

as?

- Não corras.

- Deita-te no chão e rola até as cham

as seapagarem

.

Os incêndios podem

serassustadores, m

as se souberes agir e m

antiveres a calma tudo será

muito m

ais fácil. Contam

os contigo.

Pa

ra m

ais in

form

açõ

es

con

sulta

a in

tern

et e

m:

ww

w.proteccaocivil.pt

SOCORRO

Lig

a112

PR

EV

EN

IR P

LA

NE

AR

SO

CO

RR

ER

Ministério da A

dministração Interna

Autoridade N

acional de Protecção C

ivil

Avenida do F

orte em C

arnaxide - 2794-112 Carnaxide

Tel.: 21 424 7100 Fax: 21 424 7180

e-mail: geral@

prociv.pt / Site: w

ww

.proteccaocivil.pt

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AF

inc_escola_SabesF

azer 7/3/07 11:09 AM

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Com

posite

CM

YC

MM

YC

YC

MY

K

Incêndio

sna E

scola

Sabes o que fazer?

É importante que a tua Escola tenha um

Plano de

Evacuação para que todos saibam o que fazer

em caso de incêndio. D

epois de feito, há que otreinar regularm

ente com os professores e colegas.

A prática perm

ite aperfeiçoá-lo de maneira a que,

numa situação de em

ergência, todos saiam do

edifício rapidamente e em

segurança.O

fogo só por si não é perigoso mas se sai fora

do nosso controlo, transforma-se em

incêndio edá origem

à libertação de gases e fumos tóxicos.

Um

incêndio na E

scola pod

e causar gravesproblem

as. Todo o cuidado é pouco. Respeita as

indicações sobre segurança e não danifiques osequipam

entos de combate a incêndios.

CO

LAB

OR

A.

Segue as recom

endaçõescontidas neste folheto

e treina-as com os teus

colegas e professores.

CO

MO

SA

IR· S

em te p

reocupares com

o material escolar,

deixa-o ficar onde estiver.· Em

fila indiana.· Encostado à parede.· P

asso apressado, mas sem

correr porque alguémpode cair e m

agoar-se. Silenciosam

ente, portanto,sem

gritar.· N

unca fiques parado junto a portas e escadasporque devem

estar livres para dar passagem.

· Se houver um

Sinaleiro cum

pre as suas indicações.E

le ajuda-te a id

entificar o melhor cam

inho.· D

irige-te para o Ponto de E

ncontro e não saiasde lá, seja por que m

otivo for, até te serem dadas

novas indicações pelo professor ou Direcção da

Escola.

Regra da evacuação

PID

A - O

RD

EIR

A - S

ILEN

CIO

SA

Se o professor não estiver quando o alarm

e tocar,ou se não te encontrares na sala de aula, não fiquesà espera. Vai para o P

onto de Encontro, respeitandotodas as regras de segurança.

Sinal de A

larme

Assim

que toca o alarme deve seguir-se a evacuação,

de forma rápida e sem

confusões.S

e detectares um fogo dá o alarm

e. PED

E AJU

DA

aum

adulto e nunca tentes apagá-lo se começar a ficar

fora de controlo. Aprende a usar os extintores.

EVA

CU

ÃO

· A coordena

o é feita pelo professor e um

alunoescolhido.

O aluno é o C

hefe de Fila, que vai à frente da fila.O

professor é o Cerra Fila, e é o últim

o a sair.· O

Sinaleiro é alguém

que se encontra nos pontoscríticos, com

o escadas e saídas. Segue sem

pre assuas indicações.· O

Ponto de E

ncontro é um local que a Escola já

tem com

binado, geralmente no exterior do edifício.

escola

Ponto

de Encontro

ELE

VAD

OR

EL

EV

AD

OR

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M P

age 1

Com

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CM

YC

MM

YC

YC

MY

K

Se m

oras

junto

a u

ma

flo

resta

Colabora com

a tua famlia na lim

peza de mato

volta da casa.

Diz-lhes para:

· guardarem em

lugar seguro alenha e os produtos inflam

áveis;

· terem em

local de fácil acessoalg

umas ferram

entas, com

oenxadas, pás ou m

angueiras,p

ara os ajud

ar no p

rimeiro

combate ao fogo.

Presta m

uitaatenção!

Nunca tentes apagar o fogose estiveres em

perigo. P

ede ajuda.

Sab

es qu

e as qu

eimad

as e os

foguetes causam m

uitos incndios na

floresta?

Avisa os teus fam

iliares e outros adultos paraN

UN

CA

fazerem q

ueimad

as, fog

ueiras ou

lançamento de foguetes sem

primeiro saberem

:

· quando o podem fazer (em

que meses);

· como

o fazer respeitando todas as regras deseguran

a.

Diz-lhes para pedirem

informações na C

âmara

Municipal, Junta de Freguesia, B

ombeiros, G

NR

ou PS

P.

Incêndio

sna Flo

resta

Sabes com

oos evitar?

PR

EV

EN

IR P

LA

NE

AR

SO

CO

RR

ER

Pa

ra m

ais in

form

açõ

es

con

sulta

a in

tern

et e

m:

ww

w.proteccaocivil.pt

Lig

a112

Não brinques

com o fogo.

Protege a floresta.

se v

ires f

ogo

ou a

vis

aos B

om

beir

os

Ministério da A

dministração Interna

Autoridade N

acional de Protecção C

ivil

Avenida do F

orte em C

arnaxide - 2794-112 Carnaxide

Tel.: 21 424 7100 Fax: 21 424 7180

e-mail: geral@

prociv.pt / Site: w

ww

.proteccaocivil.pt

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resta

. Aju

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rote

-la. E

vitar o

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cên

dio

s é u

ma

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e to

do

s. Se

gu

e a

srecom

endações que te damos e transm

ite-asaos teus fam

iliares e amigos.

CO

LAB

OR

A...

a protecção começa em

ti.

Com

o e

vit

ar u

m in

cêndio

· Não brinques com

fósforos e isqueiros.

· Se vires abandonada um

a caixa com fósforos

entrega-a a um adulto.

· Nunca acendas um

a vela sem um

adulto estarpor perto.

· Afasta qualquer cham

a da madeira, roupa ou

outro material que possa arder.

Cham

a a atenção dos teus amigos

para estes perigos.

Incêndio

sna f

loresta

Sabe

s com

o o

s evita

r?

Cuid

ado

s especiais q

uando

se fazum

a fogueira:

· nunca fazer fogueiras em dias de m

uito vento;

· remover as folhas secas;

· pôr um círculo de pedras em

redor do fogo;

· molhar bem

o local à volta;

· m

an

ter

po

r p

erto

u

mrecipiente com

água;

· vigiá-la atentamente;

· apagá-la muito bem

com água e terra.

Um

cigarro mal apagado pode causar um

grandeincêndio. S

ensibiliza os adultos para:

- não fumarem

na floresta;

- não deitarem cigarros pela janela do carro.

Se f

ores p

assear

na f

loresta

· Não atires para o chão vidros e outro tipo de

lixo.

· Nunca faças cham

as no interior de uma tenda

de campism

o.

· Leva sempre as refeições já preparadas.

· As fogueiras só d

evem ser feitas em

locaispróprios, e sob a vigilância de um

adulto.

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AF

inund_SabesF

azer 7/3/07 11:08 AM

Page 1

Com

posite

CM

YC

MM

YC

YC

MY

K

Inundações

Sabes

o que fazer?

PR

EV

EN

IR P

LA

NE

AR

SO

CO

RR

ER

Pa

ra m

ais in

form

açõ

es

con

sulta

a in

tern

et e

m:

ww

w.proteccaocivil.pt

Evacuação

Podes ter que sair de casa e ir com

a tua família

para um lugar m

ais seguro. Fica tranquilo. Se tal

acontecer é para vossa segurança.

Faz o que a família ou os B

ombeiros te pedirem

.A

gasalha-te e leva a mochila q

ue prep

araste.R

egressa a casa só quando te disserem que não

há perigo.

· Fica atento às recomendações

transm

itidas

pela

rádio

e

televisão.

· Não ocupes o telefone, excepto

em caso de em

ergência.

SOCORRO

Lig

a112

Inundações

cuid

ado

Choque

eléctrico

Contam

inação

Queda

num buraco

Ferimento

em destroços

Ministério da A

dministração Interna

Autoridade N

acional de Protecção C

ivil

Avenida do F

orte em C

arnaxide - 2794-112 Carnaxide

Tel.: 21 424 7100 Fax: 21 424 7180

e-mail: geral@

prociv.pt / Site: w

ww

.proteccaocivil.pt

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AF

inund_SabesF

azer 7/3/07 11:08 AM

Page 2

Com

posite

CM

YC

MM

YC

YC

MY

K

Um

a inundação pode ocorrer durante as chuvasintensas, quando os rios alagam

as margens,

as ondas do mar invadem

a terra, a neve derreterapidam

ente, os diques ou barragens não têmcapacidade para reter a água.

A inundação pode ir de alguns centím

etros até àaltura suficiente para cobrir o telhado de algum

ascasas. A

qualquer mom

ento pode arrastar árvores,pedras, autom

óveis e animais ou danificar casas

e pontes.

Segue as recom

endações que te damos e transm

ite--as aos teus fam

iliares e amigos.

CO

LAB

OR

A. A

protecção começa

em ti...e na tua casa!

Inundações

Sa

be

s o q

ue

faze

r?

· Avisa os adultos que é m

elhor não conduziremnum

a zona de inundação. Também

os carros podemser arrastados.

· Não brinques nem

nades nas águas da inundação,pode ser m

uito perigoso! A água pode esconder

buracos, ou outros perigos, e o seu nível subir tãodepressa que nem

dás por isso!

· Se tiveres m

esmo que te deslocar através da água

utiliza algo para te ajudar, como um

pau, bengalaou chapéu de chuva. N

ão andes descalço, podesm

agoar-te.

· Não fiques perto de cabos de electricidade que

estejam caídos no chão. P

odes ficar electrocutado.

· A água da inundação pode estar contam

inadacom

substâncias perigosas. Podes ficar doente se

a beberes ou se comeres alim

entos que estiveramem

contacto com ela.

· Procura abrigo num

sítio alto. Para pedires socorro

usa um pano, a lanterna a pilhas, ou aquilo que

tiveres à mão.

Se H

ouver

Tem

po...

Se a inundação não for repentina há tem

po parate preparares.

Ajuda a tua fam

ília.· P

õe numa m

ochila, protegido por sacos plásticos:

- rádio e lanterna a pilhas (com pilhas de reserva);

- os teus documentos pessoais (ex.: boletim

devacinas e bilhete de identidade);

- água, alimentos (bolachas, chocolate, etc.) e

agasalhos.

· Leva os teus livros e brinquedos para os pontosm

ais altos de casa.

· Solta os teus anim

ais domésticos, não os deixes

presos.

· Ajuda a preparar um

a reserva de água e alimentos

para 2 ou 3 dias e a guardá-los nas prateleiras mais

altas.

Enquanto a

inundação

dura...

· Fica junto dos adultos porque podes precisar deajuda.

· Resiste à curiosidade de ires ver o que se passa

pelas ruas. Não corras riscos desnecessários.

· Afasta-te das zonas inundadas para não seres

arrastado pela corrente.

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AF

seca_PouparA

gua 7/3/07 11:06 AM

Page 1

Com

posite

CM

YC

MM

YC

YC

MY

K

No ja

rdim

· Rega as p

lantas de m

anhãcedo ou à noite. S

e o fizeres àta

rde

a

á

gu

a

eva

po

ra-se

rapidamente com

o calor dosol.

· Há plantas que precisam

depouca água. Evita regá-las semnecessidade.

· Rega com

a água da lavagemde legum

es e fruta. Se possível usa

a água de poços ou ribeiros.

· Deixa crescer um

pouco a relva do jardim. A

ssimfica m

ais verde e necessita d

e menos água.

· Deves p

referir as plantas típ

icas da região

porque estão adaptadas ao clima.

· Quando lavares a bicicleta utiliza um

balde deágua em

vez da mangueira.

· Se tiveres piscina não a enchas em

época deseca.

Na R

ua

Se vires algum

a rotura de canalização pede aum

adulto para avisar os Serviços M

unicipalizadosda C

âmara ou outra entidade com

petente.P

RE

VE

NIR

PLA

NE

AR

SO

CO

RR

ER

Pa

ra m

ais in

form

açõ

es

con

sulta

a in

tern

et e

m:

ww

w.proteccaocivil.pt

SOCORRO

Lig

a112

Contam

os contigo.Toda a gotinha

que poupares...ajuda!

Seca

Vamos

poupar água?

Ministério da A

dministração Interna

Autoridade N

acional de Protecção C

ivil

Avenida do F

orte em C

arnaxide - 2794-112 Carnaxide

Tel.: 21 424 7100 Fax: 21 424 7180

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prociv.pt / Site: w

ww

.proteccaocivil.pt

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AF

seca_PouparA

gua 7/3/07 11:06 AM

Page 2

Com

posite

CM

YC

MM

YC

YC

MY

K

Casa d

e b

anho

· Evita tomar banho de im

ersão.

· No duche fecha a água enquanto te ensaboas.

Não dem

ores muito tem

po no chuveiro.

· Não deixes a água a correr enquanto lavas os

dentes ou as mãos.

· Avisa o teu p

ai e outros familiares p

ara nãodeixarem

a água a correr quando fazem a barba.

· Não uses a sanita com

o caixote do lixo!

· Um

autoclismo avariado pode desperdiçar m

uitaágua. D

eve ser arranjado.

torneir

as

· Não as deixes a pingar. Fecha-as bem

.

· Se não pararem

de pingar devem ser arranjadas.

cozin

ha

· Põe um

a garrafa de águano frigorífico. D

esta maneira

evitas gastar água até quesaia fresca da torneira.

· Quando ajudares a lavar

a loiça não deixes a águaa correr. Enche o lava--loiça e usa só a que fornecessária.

· As m

áquinas de lavar roupaou loiça devem

trabalhar sóquando estiverem

cheias.

Sa

bia

s qu

e m

ais d

e 70

% d

o n

osso

corp

o é

constituído por água? Não há vida sem

água.S

e ela acabar nós não sobrevivemos.

Antes de chegar às torneiras a água é captada,

dos rios ou do subsolo, e depois tratada, mas

po

de

ha

ver p

erío

do

s ma

is ou

me

no

s lon

go

se

m q

ue

ela

falta

e, en

tão

, tem

os u

ma

seca

.V

ários países sofrem com

a seca e o nossotam

bém pode ser afectado.

Sabes com

o poupar água?S

eg

ue

as re

com

en

da

çõe

s qu

e te

da

mo

s etransm

ite-as aos teus familiares e am

igos.S

e n

ão

a d

esp

erd

içare

s po

de

rás te

r ma

isam

anhã.Todos temos o dever

de economizar a água,

e não é só durante uma seca.

Desde já tu podes colaborar.

Vamos dizer-te com

o.

Seca

Vamos poupar água?

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AF

sismos_crian_preparado 7/3/07 11:03 A

M P

age 1

Com

posite

CM

YC

MM

YC

YC

MY

K

Se v

ives n

uma z

ona s

ísmica

... O Q

UE FA

ZER !

· Aprende a desligar a água, o gás e a electricidade.

· Coloca os objectos m

ais pesados nas prateleirasm

ais baixas das estantes.

· Não deixes os brinquedos

espalhados nos corredorese saídas.

· Cuidado com

os vidros!N

ão coloques a cama

junto de janelas.

· Em casa tem

sempre à

mão rádio e lanterna, com

pilhas de reserva, e uma

caixinha de primeiros socorros.

· Diz aos teus fam

iliares para terem em

casa:- um

extintor;- os m

edicamentos m

ais necessários;- reservas de água e com

ida (enlatada eem

balada).

PR

EV

EN

IR P

LA

NE

AR

SO

CO

RR

ER

Pa

ra m

ais in

form

açõ

es

con

sulta

a in

tern

et e

m:

ww

w.proteccaocivil.pt

SOCORRO

Lig

a112

Não ocupes o telefone,

excepto em caso

de emergência.

Sis

mos

Estás preparado?

Ministério da A

dministração Interna

Autoridade N

acional de Protecção C

ivil

Avenida do F

orte em C

arnaxide - 2794-112 Carnaxide

Tel.: 21 424 7100 Fax: 21 424 7180

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.proteccaocivil.pt

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AF

sismos_crian_preparado 7/3/07 11:03 A

M P

age 2

Com

posite

CM

YC

MM

YC

YC

MY

K

Logo a

pós o

sis

mo

· Corta im

ediatamente o gás, electricidade e

água porque pode haver fugas.

· Utiliza a lanterna a pilhas. N

ão acendas velas,fósforos ou isqueiros. N

ão ligues nem desligues

interruptores.

· Fica afastado de fios eléctricos soltos e nãotoques nos objectos m

etálicos que estejam em

contacto com eles.

· Não andes descalço porque podes m

agoar-te.

· A seguir ao prim

eiro abalo sísmico pode haver

outros abalos de menor intensidade (réplicas).

Fica atento à queda de objectos e:

- protege a cabeça e a cara. Usa um

casaco,m

anta ou capacete;

- afasta-te da praia, margens do rio ou do m

ar.P

ode haver um

a onda gigante (tsunam

i oum

aremoto).

Nunca uses E

LEVA

DO

RE

SS

ai pelas ES

CA

DA

S

Os sism

os do-se sem

aviso, por isso tensde agir com

grande rapidez.

Eles duram

poucos segundos, mas podem

ser muito assustadores!

Aprende a proteger-te e tudo ser

mais fcil.

Cum

pre as recomenda

es transmitidas pela

rdio.

Contar at

50 em

voz alta ajuda-te a ficarcalm

o.

Os sism

os co

nsiste

m e

m a

ba

los d

a cro

staterrestre. S

ão muito frequentes em

Portugal

mas a m

aioria não é sentida pelas pessoas.A

pesar de não os podermos prever ou im

pedirtu

po

de

s pro

teg

er-te. P

rep

ara

-te d

esd

e já

.S

egue as nossas recomendações e treina-as

com os teus fam

iliares e amigos.

CO

LAB

OR

A...a protecção com

eçaem

ti e na tua casa.

Sis

mos

Durante o

sis

mo

Vai para um lugar seguro...R

PID

O.

Protege-te:

· debaixo de uma m

esa pesada ou da cama;

· nos canto

s das salas o

u vo

s de p

ortas;

· ajoelha-te. Cobre a cara e a cabe

a com as

mos.

Estás preparado?

Afasta-te de:

· vidros;· janelas;· objectos que possam

cair;

· elevadores e escadas;· centro das salas.

Na r

ua

Vai para um local aberto.

Afasta-te de:

· postes de electricidade;· árvores;· candeeiros;· edifícios e m

uros.

· Caso estejas no rés-do-chão, e se a rua for larga

(mais larga d

o que a altura d

os préd

ios), sairapidam

ente e vai para o meio da rua.

Locais

com

muit

as p

essoas

(ex.: cinema e centro com

ercial)

· No corras para a saída. Todos têm

tendênciaa correr, o que está errado porque podem

magoar-

-se.

· Vai para um lugar seguro, rapidam

ente. Não saias

de lá antes do sismo term

inar.

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AF

inc_casa_SabesF

azer 7/3/07 11:09 AM

Page 1

Com

posite

CM

YC

MM

YC

YC

MY

K

A r

egra é

1º Parar

2º Deitar

3º Rolar

PR

EV

EN

IR P

LA

NE

AR

SO

CO

RR

ER

Pa

ra m

ais in

form

açõ

es

con

sulta

a in

tern

et e

m:

ww

w.proteccaocivil.pt

CO

LAB

OR

A, a protecção

começa em

ti e na tua casa.

SOCORRO

Lig

a112

Incêndio

sem

Casa

Sabes o que fazer?

O q

ue d

eves f

azer

se a

s t

uas r

oupas

com

eçarem

a a

rder

Se isto acontecer pára im

ediatamente.

Não corras. D

eita-te no chão, cobre a cara erola sobre o corpo até as cham

as se apagarem.

Se

pudere

s molha as tuas

rou

pas

para

evitar q

ue

fiquem em

chamas.

Ministério da A

dministração Interna

Autoridade N

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Avenida do F

orte em C

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Tel.: 21 424 7100 Fax: 21 424 7180

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AF

inc_casa_SabesF

azer 7/3/07 11:09 AM

Page 2

Com

posite

CM

YC

MM

YC

YC

MY

K

5 A

ntes de abrires uma porta verifica, com

a palma

da mão, se ela está quente.

Se estiver quente tenta encontrar outra sa

da porquehá fogo e fum

o do outro lado.

Se estiver fria tam

bém pode haver fogo e fum

o aim

pedir-te a passagem. P

or isso, abre-a com m

uitocuidado e pronto a fechá-la rapidam

ente.

6 S

e não conseguires sair em segurança procura

uma janela ou varanda de onde possas ser visto.

Para cham

ar a ateno

grita e acena com algo

(roupa, toalha, etc.).

7 U

sa sempre as escadas.

Nunca utilizes os elevadores.

Se for seguro tenta descer porque o incêndio tem

tendência a subir.

8 Q

uando estiveres

em segurança, já fora

de casa, pede ajuda aalg

uém. Lig

a para o

112

ou

a

vis

a

os

Bom

beiros.

9 D

epois de dares oalerta vai para o pontod

e

en

co

ntro

q

ue

combinaste com

a tuafam

ília.

10 Fica fora de casa. N

UN

CA

voltes atrás sejapor que m

otivo for.

Incêndio

s e

m c

asa

Sabes o que fazer?

Podes sentir-te assustado e confuso durante

um

incê

nd

io, m

as se

sou

be

res o

qu

e fa

zer

tud

o se

rá m

ais fá

cil. Pre

pa

ra-te. S

eg

ue

as

recomendações que te dam

os e treina-as comos teus fam

iliares e amigos.

Contam

os contigo.

Aqui tens

10 RE

GR

AS

DE

SE

GU

RA

Am

uito importantes.

Lembra-te delas sem

pre que houver um incêndio.

1N

unca corras perigo para tentar apagar o fogo.

2 P

õe em p

rática o plano

de fuga que treinaste com a

tua

fam

ília. S

ai d

e casa

rap

ida

me

nte

. N

ão

te

escondas. N

ão leves nada

contigo, deixa as tuas coisasonde estiverem

.

3A

nd

a d

e g

ata

s sehouver fum

o. Perto d

ochão

respiras m

elhor.

Sem

pre q

ue p

ud

eresprotege a boca com

ump

ano húmid

o e respira

através dele.

4 N

o corras se a tua roupa começar a arder.

Põe em

prática a regra PAR

AR

-DEITA

R-R

OLA

R.

Prepara e

trein

acom

a t

ua f

am

ília

- Com

o e quando utilizar um extintor

- Um

plano de fuga da vossa casaTentem

encontrar mais do que um

a saída paracada divisão. P

ode ser uma porta ou um

a janela.

- Um

ponto de encontro fora de casaEscolham

um local, fora de casa, para se reunirem

se houver um incêndio.

casaP

ontode E

ncontro

ELE

VAD

OR

ELE

VAD

OR

Exem

plo de plano de fuga

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AF

campo_criancas_passear 7/18/07 3:34 P

M P

age 1

Com

posite

CM

YC

MM

YC

YC

MY

K

PR

EV

EN

IR P

LA

NE

AR

SO

CO

RR

ER

Cam

po

ou M

ontanha

Passear

em segurança

8. N

ão te aventuresna neve· P

odes magoar-te se caíres.

· Na neve há buracos e fendas

para onde podes escorregar e ficar preso.

9. N

ão faças fogo· A

s fogueiras só podem ser acesas por adultos,

e em locais próprios.

10. Volta para trás se estiver m

autem

po· S

e o tempo piorar regressa

imediatam

ente peloscam

inhos marcados.

Lembra-te dos perigos do

mau tem

po.M

inistério da Adm

inistração InternaA

utoridade Nacional de P

rotecção Civil

Avenida do F

orte em C

arnaxide - 2794-112 Carnaxide

Tel.: 21 424 7100 Fax: 21 424 7180

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ww

.proteccaocivil.pt

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AF

campo_criancas_passear 7/18/07 3:34 P

M P

age 2

Com

posite

CM

YC

MM

YC

YC

MY

K

5. Vai bem

equipado· Transporta o que for necessário, de preferêncianum

a mochila, m

as evita excesso de peso.· C

alado: Usa sapatos ou botas com

solas antiderrapantes. Sandálias e

chinelos não são adequados.· Vestu

rio: Na m

ontanha o tempo

pode mudar subitam

ente. Levaagasalhos e im

permeável.

Não esq

ueças o boné, p

rotectorsolar, óculos de sol, um

a caixinhade prim

eiros socorros e um apito.

6. Leva água e alim

entos· É im

portante que leves muita água. A

que encontras pelo cam

inho, mesm

o que te pareça limpa, pode

não ser boa para beber.· O

s alimentos devem

ser leves mas açucarados

(energéticos). Também

se recomenda fruta.

7. Desconfia dos declives

· Não te aproxim

es desteslocais, podes escorregar ecair num

precipício.A

tenção! Podem

estarencobertos pelavegetação ou pelaneve.

2. O

tempo pode m

udar subitamente

· An

tes de p

artir info

rma-te d

as previsõ

esm

eteorológicas.· N

ão vás se houver suspeita de mau tem

po.

3. N

unca vás sozinho· P

odes perder-te.· E

m caso de acidente não há quem

chame por

socorro.· Vai acom

panhado, pelo menos com

2 pessoas.

4. D

iz a alguém para onde vais

· Diz a um

familiar ou am

igo qual é o teu percursoe a hora aproxim

ada de regresso. Se o grupo se

perder, ou alguém ficar ferido, é m

ais fácil seremencontrados.· Q

uando chegares não te esqueças de avisar.

Gostas de passear no cam

po ou na montanha,

no

Verã

o o

u n

o In

vern

o? E

ntã

o, a

pre

nd

e a

conhecer e respeitar as medidas de segurança.

Tom

a p

reca

uçõ

es m

esm

o q

ue

os p

ercu

rsos

sejam curtos e te pareçam

fáceis. Os acidentes

podem acontecer! Transm

ite aos teus familiares

e amigos as recom

endações que te damos.

CO

LAB

OR

A...

a protecção começa em

ti.

1. Estuda o percurso

Prevê as dificuldades

· Estuda bem

o percurso e escolhe-o de acordocom

a tua prep

aração física e conhecimentos

técnicos.· P

ensa nas dificuldades que podes encontrar. Anoite e o nevoeiro escondem

obstáculos. A chuva

e a neve podem tornar os cam

inhos diferentes em

ais difíceis. Durante um

a trovoadaos relâm

pagos podem ser

perigosos.

Cam

po

ou M

ontanha

Passear em

segurança

· Se tiveres

telemóvel,

confirma o

estado dabateria.

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ANEXO C Organização do

Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto

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ANEXO C

C - 1

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ANEXO C

C - 2

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ANEXO D Listagem do equipamento de um veículo do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto

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ANEXO D

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ANEXO D

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ANEXO D

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ANEXO D

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ANEXO E Escalas de Turnos do

Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto

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ANEXO E

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ANEXO E

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ANEXO F Relatório de Ocorrência do

Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto

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ANEXO F

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ANEXO F

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ANEXO G Relatório Técnico para a

Câmara Municipal do Porto

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ANEXO G

G - 1

CADERNO DE REQUISITOS TÉCNICOS Documento A

GESTÃO E ORGANIZAÇÃO DOS MEIOS DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

Management and Organization of fire safety

Inês Lousinha Breda [email protected]

RESUMOA gestão da intervenção dos meios humanos e materiais físicos no combate ao incêndio pode ter um efeito muito importante no resultado final decorrente desse incêndio. Deste modo faz-se um estudo de qual o tipo de informação necessário para a optimização do combate ao incêndio pelas entidades responsáveis. A organização dessa informação num suporte físico de fácil manejo é estruturada e implementada neste trabalho. Será apresentada a estruturação da informação bem como a sua aplicação num caso concreto. Esta metodologia de gestão garante assim: uma intervenção equacionada e eficaz pelos bombeiros, uma melhoria da comunicação destes com o responsável de segurança do edifício e a utilização desta metodologia como instrumento activo de manutenção das melhores condições de Segurança Contra Incêndio dos edifícios. PALAVRAS-CHAVE: Bombeiros, Base de Dados, Modo Operacional. ABSTRACT The organization of such information is implemented and structured in a physical and easy handling interface is the purpose of this work. We will present the way the information is structured and how it’s implemented in a specified situation. This managing methodology guaranties: an effective and

planned intervention by the firefighters, an improvement in the communication between the firefighters and the building safety responsible and the usage of this methodology as an active instrument for management of fire safety on buildings. KEYWORDS: Firefighters, Database, Mode Operational. 1. INTRODUÇÃO Com este trabalho pretende-se que seja dado um novo passo no caminho da Organização e Gestão da Segurança Contra Incêndio urbano através da proposta de uma Ferramenta capaz de alterar comportamentos e assegurar a informação relevante ao combate. De todos os objectivos da OGS existe um que pelo seu peso humano deveria ser suficiente para criar uma reacção por parte dos utilizadores e uma vontade de prevenir a ocorrência de um incêndio – A Protecção da Vida. O tema do combate ao incêndio é tratado neste trabalho tendo em conta que a segurança é um investimento e não um custo. O modo operativo seguido pela segunda intervenção deve ser fortificado e melhorado através da implementação de novas ferramentas de informação e organização.

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ANEXO G

G - 2

2. PROCESSO, MÉTODOS E TÉCNICAS A operacionalidade dos Corpos de Bombeiros tem se adaptado às exigências da sociedade, mas mais pode ser feito. Actualmente as novas tecnologias podem ser aproveitadas para melhorar a resposta por parte das entidades responsáveis pela segurança pública, nomeadamente no tema da Segurança Contra Incêndio. Este pensamento propõe a criação de uma Ferramenta de Organização e Gestão da Segurança, para o combate ao incêndio urbano no município do Porto e adequada ao Batalhão Sapadores Bombeiros, designada por GesFIRE.

Para isso dividiu-se a análise em três temas distintos, desenvolvidos através do apoio de uma plataforma informática constituida por um mapa interactivo:

1. Localização e Selecção Esta fase pretende simplificar o processo de identificação do local de ocorrência e da sua correspondência aos Bombeiros Voluntários do município do Porto. Em termos práticos esta ferramenta deve possibilitar que, ao ser introduzida a localização do sinistro, exista uma visualização do local, com as informações referentes aos bombeiros voluntários da zona e o risco associado ao topónimo.

2. Trajecto

Esta fase pretende definir a rota desde o BSB até ao local de ocorrência de acordo com as acessibilidades e a sua adequação aos diversos tipos de veículos que partem para o combate.

3. Detalhes da Zona de Intervenção

Esta fase pretende definir quais os edifícios devolutos, edifícios públicos, hidrantes operacionais e informações disponibilizadas de edifícios de habitação e serviço que se localizam na zona onde está a ocorrer o sinistram.

O GesFIRE pretende ser uma ferramenta útil e de fácil utilização. A sua concepção teve em conta todas as etapas que os bombeiros seguem

após o conhecimento de uma determinada ocorrência. A sua utilização por parte dos bombeiros é bastante acessível pois trata-se de uma pesquisa sequencial, que consegue responder às necessidades de cada etapa do combate. Quando os bombeiros precisam de saber uma informação esta é lhes fornecida imediatamente e não antes, nem depois, de ser necessária.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO O GesFIRE é um programa fácil de implementar e que vem inovar o modo operacional da segunda intervenção. A separação em fases e ferramentas direccionadas para cada uma das necessidades que surgem ao longo do combate ao incêndio urbano, permite que esta plataforma seja útil e aplicável em qualquer tipo de ocorrência de socorro. A aplicação do GesFIRE não exige a existência de um especialista técnico, todas as ferramentas estão dispostas sequencialmente de acordo com a necessidade de resposta, permitindo uma utilização intuitiva por parte do operador. O facto de o GesFIRE permitir que empresas ou entidades possam colocar ao dispor dos bombeiros toda a informação que caracteriza o seu edificado, como plantas de emergência, conntacto do responsável de segurança, altura e Utilização Tipo, leva a que surjam dois pontos positivos: a intervenção nesses edifícios se torne especializada e o BSB tenha um contacto mais próximo entre a população e a sua missão. Trata-se de uma ferramenta feita para os dias de hoje mas que possibilita a cada um dos seus editores aumentar a sua espicificidade de acordo com o local onde é aplicado. A visão de cada um dos seus editores permite que nesta ferramenta não existam limites para o conhecimento da zona de actuação de um corpo de bombeiros. Com o GesFIRE basta definir qual a base de dados que complementa a intervenção dos bombeiros e actuar tendo em conta a mesma.

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ANEXO G

G - 3

CADERNO DE REQUISITOS TÉCNICOS Documento B

CONCEPÇÃO DO GESFIRE, DO GEOPORTO À ACTUAÇÃO DO BSB

The concept of GesFire, from GeoPorto to the action of the BSB

Inês Lousinha Breda [email protected]

1. Concepção do GesFIRE 1.1. INTRODUÇÃO O GeoPorto tem todo o potencial para ser a plataforma de armazenamento da base de dados do GesFIRE. Para isso a CMP colocou disponível um mapa interactivo no sistema GeoPorto designado por “GesFIRE – Gestão e Organização do Combate ao Incêndio Urbano”.

A concepção do GesFIRE divide-se em três grandes ferramentas personalizadas associadas a cada um dos pontos anteriormente identificados como propostas de melhoria no processo de actuação do BSB (Figura 1.1). A cada uma das ferramentas é atribuída um conjunto de base de dados, elementos de entrada de dados (input) e de saída de dados (output), todos eles relacionados de forma a que cada ferramenta consiga fornecer à central de comandos informações úteis e imediatas. (Figura 1.2)

Figura 1.1. – Fases que compõem o GesFIRE.

Figura 1.2. – Organização de cada uma das Fases do GesFIRE.

O BSB é um serviço de segurança público com um horário de funcionamento de 24 horas por dia. A concepção do programa tem de ter em conta a implementação, devendo por isso ser fácil de conjugar com a estrutura operacional actual do Batalhão. Com a implementação do GesFIRE, o modo de operação do BSB é complementado, onde a plataforma criada encaixa com o sistema operacional actual, gerando um conjunto de dados que dão resposta às necessidades que vão surgindo, sequencialmente ao longo do processo do combate. Para que o papel de cada ferramenta que compõe o GesFIRE seja localizado no modelo operacional do BSB, representa-se a seguinte figura:

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ANEXO G

G - 4

Figura 1.3. –Funções e relação entre a central de comandos e a equipa de combate com a aplicação do GesFIRE no BSB.

BA

SE D

E D

AD

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GA

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DO

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ANEXO G

G - 5

1.2. LOCALIZAÇÃO E SELECÇÃO Esta fase pretende simplificar o processo de identificação do local de ocorrência e da sua correspondência aos Bombeiros Voluntários do município do Porto. Em termos práticos esta ferramenta deve possibilitar que, ao ser introduzida a localização do sinistro, exista uma visualização do local, com as informações referentes aos bombeiros voluntários da zona e o risco associado ao topónimo.

1.2.1. Sistema de Entrada de Dados O sistema de entrada de dados possibilita que o local de ocorrência seja identificado pela central de comandos de uma forma simples e prática. Actualmente existem três tipos de informações que reconhecem um local, são eles:

• Topónimo;

• Topónimo e número de polícia;

• Ponto de interesse1.

Estas três opções estarão disponíveis na ferramenta “Localização”, dando liberdade ao operador de seleccionar qual o tipo de informação que deve ser inserido.

Após a introdução dos dados, o mapa interactivo irá aproximar-se da zona que identifica o local de ocorrência caracterizando-a com a seguinte informação: ruas e respectivo nome, edifícios, pontos de interesse da zona e correspondente número de policia. Assim o operador terá a oportunidade de, através da ferramenta “Selecção”, colocar um ponto (com o cursor) no local onde está a ocorrer o sinistro. Ao inserir o ponto que representa o local de ocorrência, o operador deverá preencher alguns dos seguintes campos de atributos:

• Identificação GIS;

• Nome do emissor;

• Número de telefone;

1 Entenda-se por Ponto de Interesse todos os locais de serviço público que envolvam como por exemplo áreas de: saúde, comércio, turismo, alojamento, restauração, cultura.

• Tipo de ocorrência;

• Data do sistema (preenchimento automático).

Ao contrário da inserção do ponto, o preenchimento destes campos não é obrigatório para a continuidade do programa. Trata-se de uma funcionalidade que possibilita a organização de dados, que mais tarde podem ser utilizados em estatísticas, mas que não condicionam o seguimento das restantes funcionalidades.

A partir deste momento o local de ocorrência está perfeitamente definido e o sistema de saída de dados pode começar a funcionar.

1.2.2. Sistema de Saída de Dados Ao clicar no ponto que identifica o local de ocorrência, o programa irá automaticamente gerar uma tabela de informação onde serão identificados os seguintes elementos:

• Bombeiros Voluntários responsáveis pela zona;

• Contacto dos Bombeiros Voluntários responsáveis pela zona;

• Contacto do Quartel nº1 caso o ponto se localize no Centro Histórico do Porto;

• Cor do risco associado ao topónimo mais próximo do ponto inserido;

• Ficha de Risco associada ao topónimo mais próximo do ponto inserido.

1.2.3. Base de Dados Tendo em conta a entrada e saída de dados, a base de dados requerida para esta primeira ferramenta do GesFIRE tem de abranger os seguintes pontos:

• Definição georreferenciada da área de actuação dos Bombeiros Voluntários do Porto e respectivo quartel;

• Definição georreferenciada da área de actuação dos Bombeiros Voluntários Portuenses e respectivo quartel;

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ANEXO G

G - 6

• Definição georreferenciada da área do Centro Histórico do Porto e Quartel nº1;

• Fichas de Risco e cor associadas a cada topónimo.

Para definir as áreas de actuação dos Bombeiros Voluntários e do Centro Histórico do Porto foi necessário utilizar o programa ArcGis. Através das ferramentas de edição do ArcGis o município do Porto foi dividido em três áreas: área de actuação dos BV do Porto, área de actuação dos BV Portuenses e a área do Centro Histórico do Porto, sendo que esta última coincide com a área dos BV do Porto. A cada área delimitada foi associado um ponto, representativo do quartel responsável pela actuação. Para além disso foi criado um outro ponto com a localização do BSB no município do Porto. (Figura 1.4)

Figura 1.4. – Mapa com as diversas áreas de actuação dos bombeiros do Porto.

De notar que, as ruas que limitam cada uma das áreas de actuação dos BV foram separadas pelo eixo de via, fazendo com que cada Corpo de Bombeiros Voluntários ficasse associado a cada um dos lados da rua. A área relativa ao Centro Histórico do Porto foi desenhada tendo em conta a definição dada pela CMP.

Para cada um dos pontos e áreas criados foi associado um conjunto de atributos que os caracterizam. Para cada área de actuação dos BV foram atribuídos os seguintes campos:

• Identificação GIS;

• Corpo de Bombeiros;

• Data de actualização de dados.

Para o caso dos pontos que definem cada quartel, será associado um campo de preenchimento referente a:

• Identificação GIS;

• Nome;

• Morada;

• Número de telefone;

• Data de actualização de dados.

O campo “Data de actualização de dados” tem dois objectivos, permitir ao operador conhecer a data de origem dos conhecimentos que lhe estão a ser transmitidos e estimular a actualização da base de dados pelo Gabinete de Protecção Civil do BSB de uma forma ordenada.

Ao atribuir a cada área de actuação o campo “Corpo de Bombeiros”, a ferramenta conseguirá transmitir ao utilizador os dados do quartel (Nome, Morada, Número de Telefone, Data de Actualização) através do sistema de saída de dados.

Para além da informação referente ao Corpo de Bombeiros responsável pela actuação, o sistema de saída de dados pretende ainda fornecer as Fichas de Risco do topónimo em análise. Existem três níveis de risco com três cores correspondentes, verde, amarelo e vermelho de acordo com o aumento do valor do risco.

Neste momento apenas existem Fichas de Risco associadas a topónimos do Centro Histórico do Porto, portanto o sistema de output referente a estes dados (a cor e a própria Ficha de Risco) apenas estarão operacionais no caso do ponto escolhido estar inserido na área do Centro Histórico do Porto. Mais tarde poderão ser associadas novas Fichas de Risco ao GesFIRE resultantes do estudo do Gabinete de Protecção Civil do BSB.

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ANEXO G

G - 7

Figura 1.5. – Exemplo de uma Ficha de Risco.

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ANEXO G

G - 8

1.3. TRAJECTO A ferramenta “Trajecto” pretende definir a rota desde o BSB até ao local de ocorrência de acordo com as acessibilidades e a sua adequação aos diversos tipos de veículos que partem para o combate.

1.3.1. Sistema de Entrada de Dados Esta ferramenta existe no MipWeb mas ainda não está desenvolvida para o GeoPorto. De qualquer forma, foi tomado como ferramenta tipo a utiizada pelo MipWeb e reestruturada para ser aplicada no BSB. O sistema de input tem de ser simplificado para que o tempo de utilização da ferramenta “Trajecto” seja o mínimo possível. Para definir uma rota os dados necessários seriam a origem, o destino e o “Tipo de Transporte”. No entanto, esta ferramenta já define a origem, o BSB, e o destino, o ponto inserido na ferramenta “Selecção” na operação anterior. Desta forma, apenas terá de ser analisada a introdução do “Tipo de Transporte”.

No MipWeb é dada a opção ao utilizador de escolher o transporte: carro, autocarro e a pé. Contrariamente ao que é apresentado ao utilizador do MipWeb na secção “Tipo de Transporte”, o GesFIRE terá como opções:

• Veículo Ligeiro;

• Veículo Pesado;

• A pé.

1.3.2. Sistema de Saída de Dados Ao escolher o “Tipo de Transporte” o GesFire irá produzir uma visualização onde é enquadrado o ponto de origem e o destino. Entre esses pontos irá ser produzida uma linha com o percurso mais curto definido pela ferramenta. Para além da visualização do caminho a percorrer, a ferramenta “Trajecto” também irá fornecer um conjunto de indicações que descrevem toda a rota a seguir pelo tipo de transporte previamente escolhido.

Nem sempre será possível estacionar a viatura na rua onde se encontra o sinistro, pois algumas ruas apenas permitem a circulação

pedonal. Desta forma foi decidido que a ferramenta deveria definir o trajecto até ao ponto mais próximo possível do local de ocorrência. Assim, os bombeiros que estão a dirigir-se para o combate sabem que o local onde estão a estacionar a viatura é o local mais próximo possível do ponto de destino. Esta situação será mais frequente quando o tipo de veículo escolhido for veículo pesado, porque nesses casos existe um maior número de ruas inacessíveis.

Para uma ocorrência em que a guarnição enviada para o combate seja o piquete, constituído por veículos pesados e ligeiros, o operador na central de comandos terá de seleccionar ambos os tipos de veículos, gerando no mapa duas linhas (azul e vermelha). A linha azul representa o trajecto que o veículo ligeiro deve seguir, a linha vermelha apresenta o percurso que deve ser tomado pelo veículo pesado, quando as duas linhas são coincidentes são representadas pela cor verde.

1.3.3. Base de Dados No MipWeb a rota dada pela ferramenta “Trajecto” tem em conta dois factores de base disponibilizados pela Direcção Municipal da Via Pública:

• Sentido da rua;

• Impedimentos de circulação.

Quando o “Tipo de Transporte” escolhido é “a pé”, não são considerados sentidos nem impedimentos. No caso da escolha do operador ser “carro”, a ferramenta tem em conta os sentidos e assume como impedimentos de circulação todas as ruas onde apenas é permitida a circulação pedonal.

No caso do GesFIRE a linha de pensamento é a mesma, mas o número de impedimentos aumenta. Para os casos onde são escolhidas as opções “a pé” ou “veículo ligeiro”, a solução será a mesma que o descrito anteriormente. No caso onde o tipo de transporte é “veículo pesado” a ferramenta associa a todas as ruas que não têm a largura suficiente para a

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ANEXO G

G - 9

passagem destes veículos um impedimento, isto é, considera que se trata de uma circulação pedonal face às necessidades do veículo pesado.

Para conseguir programar esta ferramenta, a base de dados exigida é a compilação de todas as ruas onde a circulação por parte dos veículos pesados não é possível, com excepção das que já se incluem nos impedimentos de circulação corrente (ruas de circulação pedonal).

1.4. DETALHES DA ZONA DE INTERVENÇÃO A ferramenta “Detalhes da Zona de Intervenção” pretende definir quais os edifícios devolutos, edifícios públicos, hidrantes operacionais e informações disponibilizadas de edifícios de habitação que se localizam na zona onde está a ocorrer o sinistro.

4.3.4.1. Sistema de Entrada de Dados Ao seleccionar a ferramenta “Detalhes da Zona de Intervenção” o operador apenas tem de definir qual o raio que, com centro no local de ocorrência definido anteriormente pela ferramenta “Selecção”, forma a circunferência delimitadora da Zona de Intervenção.

4.3.4.2. Sistema de Saída de Dados O utilizador, ao inserir o valor do raio, irá gerar uma circunferência em torno do ponto definido pela ferramenta da primeira fase “Selecção”. Após a definição da zona de intervenção esta nova ferramenta irá indicar todas as informações que tem acerca do edificado e disponibilidade de água, são elas:

• Identificação e caracterização dos edifícios comuns ou devolutos;

• Caracterização de alguns pontos de interesse;

• Identificação e caracterização dos hidrantes.

4.3.4.3. Base de Dados Para a ferramenta de “Detalhes da Zona de Intervenção” a base de dados precisa de tratamento de informação em ArcGis.

Os edifícios devolutos não estão representados pela CMP em nenhuma das suas bases de dados, apenas algumas das juntas de freguesia dispõem desta informação. O Gabinete de Protecção Civil estará encarregue de organizar numa base de dados todos estes elementos. Os atributos escolhidos para cada um dos polígonos que definem cada edifício devoluto foram:

• Identificação GIS;

• Propriedade;

• Utilização-Tipo;

• Altura;

• Tipo de construção;

• Atravessamento de vigas meeiras;

• Data de actualização de dados.

No campo “Propriedade” será dada a opção de: Privada, Pública, Desconhecida ou outro (com possibilidade de edição). Para o campo “Utilização Pública” as opções dadas abrangem todas as Utilizações-Tipo previstas pelo Decreto-Lei nº 220/2008, de 12 de Novembro, dando ainda a possibilidade de escolha da opção Desconhecido. A “Altura” não apresenta nenhuma opção sendo a única restrição deste campo a introdução de linguagem numérica. Pelo contrário, o campo referente ao “Tipo de Construção” remete a três opções de atribuição: Betão, Madeira ou outro (com possibilidade de edição). No caso de a opção escolhida nesse campo for Madeira, o campo “Atravessamento de vigas meeiras” ficará activo e permitirá a escolha Sim ou Não.

Assim, quando definido o raio, todos os edifícios devolutos que se encontram no interior da circunferência gerada irão ser sombreados a cinzento e quando clicados deveram criar um quadro com os seus atributos.

Os edifícios comuns são aqueles que, não pertencendo a nenhum tipo de serviço, querem tornar disponíveis para o BSB a informação necessária para que o combate ao incêndio seja

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ANEXO G

G - 10

melhorado. Estes edifícios identificam-se por áreas e assumem o seguinte conjunto de atributos:

• Identificação GIS;

• Propriedade;

• Utilização-Tipo;

• Altura;

• Efectivo;

• Tipo de construção;

• Atravessamento de vidas meeiras;

• Contacto do Responsável de Segurança;

• Fichas do edifício;

• Data de actualização.

O campo “Contacto do Responsável de Segurança” possibilita o contacto entre o BSB e a figura do Responsável do Segurança. As “Fichas do edifício” são um conjunto de plantas de segurança que permitem ao BSB, no caso de um sinistro grave, planear e definir estratégias de combate no interior do edifício. Estas fichas devem ainda conter uma cópia do contracto efectuado entre o BSB e a entidade requerente, onde é descriminada a origem da informação e esclarecido que a função é aumentar o conhecimento do BSB perante um sinistro grave e não assegurar que o combate é realizado sem problemas.

Os pontos de interesse do município já se encontram georreferenciados no MipWeb, (tendo sido já utilizados nesta ferramenta na fase de “Localização”). Será apenas necessário transferir a localização de cada ponto e adaptar os campos dos atributos que os representam. De acordo com a base de dados do suporte MipWeb os serviços que podem ser localizados são:

• Alojamento;

• Comércio;

• Restauração e Bebidas;

• Cultura;

o Desporto;

• Educação;

o Transportes;

• Administração;

• Religião;

• Representação internacional;

• Saúde;

• Segurança;

o Ambiente;

o Turismo.

Mas a informação que se pretende fornecer ao operador deve ser apenas a necessária para que o combate seja melhorado, não devendo ser gerada informação que leve a uma leitura complicada. Assim sendo, nem todos estes serviços devem ser implementados no GesFIRE como elementos importantes na caracterização da zona de intervenção. Após uma análise cuidada e discutida com o 2ºComandante do BSB foram retirados os serviços de: Desporto, Transportes, Ambiente e Turismo.

Cada um dos serviços introduzidos no GesFIRE será caracterizado por um ponto, legendado de acordo com o tipo de serviço, caracterizado pelos seguintes atributos:

• Identificação GIS;

• Nome da entidade;

• Tipo de serviço;

• Telefone;

• Data de actualização.

Os campos “Nome da entidade” e “Telefone” têm como objectivo identificar e permitir o contacto entre o BSB e a entidade responsável pelo local, com vista a prevenir ou, caso seja necessário, iniciar procedimentos de evacuação. Tais decisões devem ser efectuadas após uma análise no teatro de operações comunicada posteriormente por rádio para a central de comandos que, perante todas as

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ANEXO G

G - 11

informações que caracterizam os serviços existentes na zona de intervenção, consegue notificar todas as entidades que se encontram no local.

Como existe a possibilidade de um edifício de serviço querer estar registado no GesFIRE com mais informação (tal como um edifício comum), a lista de atributos atrás definida deve ser acrescentada com os atributos em falta dos edifícios comuns. Isto é, os edifícios comuns são associados a um conjunto de doze atributos mas apenas são todos preenchidos caso exista vontade por parte da entidade responsável pelo edificado.

Os hidrantes também já se encontram georreferenciados no MipWeb, são cerca de 6.200 pontos que se espalham por todo o município do Porto. Os seus atributos são:

• Identificação GIS;

• Código;

• Ponto de referência;

• Operacionalidade;

• Avarias;

• Data de actualização.

O campo “Código” pretende indentificar os hidrantes analisados pelo Gabinete de Protecção Civil e que constam na Base de Dados do mesmo. O seu preenchimento exige a diferenciação entre marco ou boca-de-incêndio e a atribuição de um número de série de cada um dos elemento. Para que a localização de cada um dos hidrantes seja descrita, e não apenas evidenciada no mapa interactivo, atribuiu-se a cada ponto o campo “Ponto de referência”, onde é descrito o número/s de policia mais próximos. Como nem todos os hidrantes existentes no município se encontram operacionais, criou-se o campo “Operacional”, onde a central de comandos terá a possibilidade de saber se o hidrante pode ou não ser utilizado para o combate. Caso o hidrante não se encontre operacional, o editor

poderá descrever qual a anomalia no campo “Avarias”.

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ANEXO G

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ANEXO G

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CADERNO DE REQUISITOS TÉCNICOS Documento C

APLICAÇÃO DO GESFIRE, DO GEOPORTO À ACTUAÇÃO DO BSB

Aplication of GesFire, from GeoPorto to the action of the BSB

Inês Lousinha Breda [email protected]

1. Aplicação do GesFIRE 1.1. INTRODUÇÃO Todo o programa se resume à sua aplicação, à análise do ajuste entre o seguimento operacional existente e a alteração exigida pelo GesFIRE. A concepção do GesFIRE não é suficiente para fazer uma aplicação real do mesmo. No entanto, a base de dados aqui reunida permite transmitir uma visão dos resultados previstos obtidos pelo GesFIRE e da sua plataforma tendo como base o programa actual do MipWeb, alterado conforme a concepção do GesFIRE.

1.2. O GESFIRE Na central de comandos o operador encontra-se preparado para receber uma chamada, o computador está com o GesFIRE ligado pronto para receber indicações. Neste momento o GesFIRE encontra-se com a sua vista geral, isto é, o mapa do município do Porto, a barra de ferramentas, a tabela de conteúdos e de resultados.

Figura 1.1. – Panorama geral do GesFIRE.

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ANEXO G

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1.3. PALÁCIO DA BOLSA

1.3.1. Localização e Selecção

O telefone toca, o operador atende e verifica que se trata de um pedido de socorro: incêndio no Palácio da Bolsa, o incêndio está visível no lado da Rua da Bolsa. Enquanto está ao telefone clica na ferramenta “Localização”, escolhe a opção de pesquisa “Ponto de Interesse” e escreve o local de ocorrência. O mapa interactivo faz uma aproximação a esse local e o operador, com a ferramenta “Selecção”, coloca um ponto no Palácio da Bolsa, na frente da Rua da Bolsa tal como indicado pelo pedido de socorro. Nesse instante é gerado um quadro de preenchimento, que o operador poderá ou não completar, com os atributos que caracterizam o local de ocorrência (nome do emissor, número de telefone e tipo de ocorrência), tal como pode ser demonstrado pela figura 1.2. A partir deste momento a chamada de emergência pode terminar.

Figura 1.2. – Quadro de atributos do local de ocorrência após a aplicação das ferramentas “Localização” e “Selecção”.

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ANEXO G

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O operador, após clicar em “OK” no quadro de atributos, irá ter acesso a uma janela de saída de dados, onde é descrita a informação dos Bombeiros Voluntários associados ao ponto de ocorrência, o risco e a Ficha de Risco correspondentes à rua mais próxima do ponto inserido na ferramenta “Selecção” anteriormente. Uma vez que a rua pertence ao Centro Histórico do Porto a janela também inclui os dados relativos ao Quartel nº1.

Figura 1.3. - Quadro de saída de informação correspondente ao local de ocorrência após a aplicação das ferramentas “Localização” e “Selecção”.

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ANEXO G

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Caso seja necessário, a Ficha de Risco pode ser apresentada através do quadro de saída de informação, basta que o operador clique em “Ver Ficha de Risco”. No entanto, a visualização da Ficha de Risco não é essencial para que o operador decida a guarnição que deve partir para o combate. A simples análise do quadro de saída de informação é suficiente para que o operador consiga definir qual a guarnição do BSB que deve ser enviada para o local.

Figura 1.4. – Ficha de Risco da Rua da Bolsa.

Para esta ocorrência foi definida a saída do piquete para o combate. O alarme correspondente à guarnição escolhida é emitido para o Batalhão e a localização da ocorrência transmitida a todo o BSB. Como se trata de um incêndio, os BV não vão ser contactados, mas o Quartel nº1 será informado da ocorrência para que possa analisar a sua disponibilidade no apoio do combate no local do sinistro.

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ANEXO G

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1.3.2. Definição de Rota

Após ser comunicado ao BSB a localização do sinistro, o operador da central de comandos clica na ferramenta “Definição de Rota” e, uma vez que se trata de um trajecto que vai ser percorrido por uma guarnição do tipo piquete, selecciona ambas as opções: “Veículo Pesado” e “Veículo Ligeiro”.

Na Tabela de Resultados será dado o itinerário a seguir mediante as duas opções escolhidas para o tipo de transporte. De forma a auxiliar, o mapa interactivo fará um enquadramento do ponto de origem e de destino, com o seu respectivo percurso. Caso seja necessário, o percurso pode ser transmitido a todos os veículos de combate através do rádio da central de comandos.

Figura 1.5. – Percurso do BSB até ao Palácio da Bolsa pela ferramenta “Definição da Rota” de acordo com as acessibilidades do Centro Histórico do Porto

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ANEXO G

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1.3.3. Detalhes da Zona de Intervenção

A preparação para o combate no local de ocorrência tem de ser rápida e eficiente. Enquanto os elementos em combate estacionam e analisam o sinistro no local, o operador da central de comandos clica na ferramenta “Detalhes da Zona de Intervenção” e coloca o raio da zona que quer visualizar em pormenor. Dentro desse raio irão aparecer os pontos de interesse, marcos, edifícios devolutos e edifícios que foram inseridos na base de dados do GesFIRE por vontade das entidades que os representam. Para o caso em análise, o raio definido foi de 100 metros

Figura 1.6. – Caracterização da zona envolvente ao local de ocorrência.

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ANEXO G

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Todos os elementos detectados por esta ferramenta são caracterizados com informações que pretendem aumentar o conhecimento dos elementos de segunda intervenção no teatro de operações. Para aceder à sua informação basta clicar no elemento ou aceder à Tabele de Resultados, onde estão expostos todos os dados localizados no interior do raio.

Figura 1.7. – Informação referente a um elemento no mapa interactivo.

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ANEXO G

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