quebradas (aula 07 de maio 2013)

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Page 1: Quebradas   (aula 07 de maio 2013)

Universidade das Quebradas

Linguagem e Expressão

Page 3: Quebradas   (aula 07 de maio 2013)

“Senti uma emoção que nunca tinha sentido antes. Foi a primeira vez que vi uma orquestra ao vivo e adorei. Agora vou procurar sempre ir. Tirei várias fotos para dividir esse momento com a minha família.”

Edna Costa, em post sobre o 9º Ensaio Aberto da Orquestra Petrobras Sinfônica

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Page 5: Quebradas   (aula 07 de maio 2013)

Dando um exemplo

Quem diz isso cai num raciocínio elitista segundo o qual“o povo” não precisa de certas coisas, que seriam “muitofinas”, “eruditas”. “O povo”, como qualquer outra classesocial, tem direito a todos os níveis da experiênciahumana. Isso ficou provado na Venezuela (antes docoronel Chávez) quando se começou um movimento deeducação musical voltado para as classes mais humildes.Dali surgiram realidades notáveis como a OrquestraSimon Bolivar e seu carismático maestro GustavoDudamel, hoje titular da Sinfônica de Los Angeles.

(O Globo, 05/05/13)

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Page 6: Quebradas   (aula 07 de maio 2013)

Por mais egoístas que consideremos os seres humanos, existem claramentecertos princípios em sua natureza que os levam a ter participação no destinodos outros, e para eles fazem mesmo a felicidade destes outros ser umanecessidade, embora não tirem disso nenhuma outra vantagem a não ser oprazer de testemunhar. Um princípio desta espécie é a piedade ou a compaixão,o sentimento que experimentamos pela miséria de outros logo que a vejamos,ou logo que nos seja descrita vivamente de modo que possamos senti-la. O fatode muitas vezes sentirmos desgosto porque outras pessoas estão cheias dedesgosto é uma realidade por demais patente para que precisemos deexemplos para prová-la; pois este sentimento, como todos os outros afetosprimitivos do ser humano, não está de forma alguma restrito aos virtuosos eaos que têm sentimentos humanos, embora talvez estes o possam viver commais sensibilidade, mas até mesmo a pessoa mais grosseira, o desprezadormais endurecido das leis da comunidade não está inteiramente desprovidodeste sentimento.

Adam Smith. Teoria dos sentimentos morais.

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Page 7: Quebradas   (aula 07 de maio 2013)

Entrevista com José Outeiral, autor do livro “Ensaios sobre amaldade”.

Revista O Globo - Quais são as questões que você discutenesses ensaios sobre a maldade?José Outeiral - A primeira questão está na banalização daviolência. O que a filósofa alemã Hannah Arendt diz é que aviolência age de tal forma no ser humano, que não deixaregistro simbólico, não sustenta a memória. Fica um registroquase sensorial, uma angústia difusa. Tanto que a palavragenocídio só surge na Segunda Guerra. Antes, os turcosaniquilaram os armênios e praticamente não restoumemória dessa barbárie. O avanço da tecnologia de guerrasurge em paralelo com a destruição traumática da memória.É por isso que o Museu do Holocausto é necessário, paraque torne isso vivo, para que não se esqueça. Algosemelhante ocorre com jovens brasileiros que vivem sóviolência e barbárie. Viver é não viver, não existir e nãopensar.

(Revista O Globo - 25/06/06)

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Page 8: Quebradas   (aula 07 de maio 2013)

A condescendência com que os brasileiros têm convivido com a corrupçãonão é propriamente algo que fale bem de nosso caráter. Conviver econdescender com a corrupção não é, contudo, praticá-la, como queria umlíder empresarial que assegurava sermos todos corruptos.

Somos mesmo?

Um rápido olhar sobre nossas práticas cotidianas registra a amplitude e aprofundidade da corrupção, em várias intensidades. Há a pequena corrupção,cotidiana e muito difundida. É, por exemplo, a da secretária da repartiçãopública que engorda seu salário datilografando trabalhos “para fora”,utilizando máquina, papel e tempo que deveriam servir à instituição. Oschefes justificam esses pequenos desvios com a alegação de que os saláriospúblicos são baixos. Assim, estabelece-se um pacto: o chefe não luta pormelhores salários de seus funcionários, enquanto estes, por sua vez, não“funcionam”. O outro exemplo é o do policial que entra na padaria do bairroem que faz ronda e toma de graça um café com coxinha. Em troca, garanteproteção extra ao estabelecimento comercial, o que inclui, eventualmente, aliquidação física de algum ladrão pé-de-chinelo.

PINSKY, Jaime/ELUF, Luzia Nagib. Brasileiro(a) é assim mesmo. Ed. Contexto.

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