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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK: Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro Eduardo Batista da Silva Frederico Morgan Izadora Brito Ferreira Jorge Luis de Oliveira Rodrigues Pedro Felipe de Candida Renato Cerski Lavratti Período Noturno Administração - Comércio Exterior SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP 2009

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Page 1: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA

CURSO DE COMÉRCIO EXTERIOR

REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK: Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração

de ouro

Eduardo Batista da Silva Frederico Morgan

Izadora Brito Ferreira Jorge Luis de Oliveira Rodrigues

Pedro Felipe de Candida Renato Cerski Lavratti

Período Noturno Administração - Comércio Exterior

SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP 2009

Page 2: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

Eduardo Batista da Silva

Frederico Morgan Izadora Brito Ferreira

Jorge Luis de Oliveira Rodrigues Pedro Felipe de Candida

Renato Cerski Lavratti

REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK: Estudo exploratório dos impactos

para uma empresa do ramo de extração de ouro

Projeto de trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Administração e Economia da Universidade Metodista de São Paulo como requisito final para a obtenção do grau de bacharel em Administração com ênfase em Comércio Exterior.

Orientador: Prof. Luiz Carlos Marquesi

SÃO BERNARDO DO CAMPO 2009

Page 3: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

Eduardo Batista da Silva Frederico Morgan

Izadora Brito Ferreira Jorge Luis de Oliveira Rodrigues

Pedro Felipe de Candida Renato Cerski Lavratti

REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK: Estudo exploratório dos impactos

para uma empresa do ramo de extração de ouro

Projeto de trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Administração e Economia da Universidade Metodista de São Paulo como requisito final para a obtenção do grau de bacharel em Administração com ênfase em Comércio Exterior.

Orientador: Prof. Luiz Carlos Marquesi

Área de concentração

Data da defesa: XX de XXXX de 2009

Resultado: _____________________

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. ______________________________

Universidade Metodista de São Paulo

Prof. Dr. ______________________________

Universidade Metodista de São Paulo

Prof. Dr. ______________________________

Universidade Metodista de São Paulo

Page 4: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

FICHA CATALOGRÁFICA

R263

Regime aduaneiro especial drawback: estudo exploratório

dos

impactos para uma empresa do ramo de extração de

ouro /

Eduardo Batista da Silva et al.. 2009.

80 f.

Monografia (graduação em Comércio Exterior) --

Faculdade de Administração e Economia da Universidade

Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2009.

Orientação: Luiz Carlos Marquesi

1. Regime aduaneiro - Drawback 2. Comercio exterior

I. Silva, Eduardo Batista da

CDD

382.1

Page 5: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, pela sua benção.

À família pelo apóio e por sempre nos apoiar.

Aos nossos orientadores Professor Luiz Carlos Marquesi e Professora Edilene de

Oliveira Pereira Garcia pela parceria, experiência, inteligência, preparo,

profissionalismo, advertência, diretrizes, determinação, coragem, tudo para nosso

crescimento em todas as áreas, nos impulsionando para a conclusão desse

trabalho.

À Universidade Metodista de São Paulo por toda a infra-estrutura e presteza.

Aos professores que passaram seus conhecimentos com alta qualificação e

diferenciada competência.

À empresa Yamana Gold por viabilizar a coleta de dados, concedendo-nos

informações valiosas.

Aos integrantes do grupo por disponibilizar de grande parte de seu tempo e

compartilhar de seus conhecimentos e habilidades para a conclusão do trabalho.

E por fim a todos aqueles amigos, conhecidos e colegas que compartilharam em

momentos importantes para conclusão deste trabalho.

Page 6: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

RESUMO

Nesta investigação serão expostas as diversas características do regime

aduaneiro especial drawback e de que forma as empresas exportadoras podem

utilizá-lo como ferramenta de redução de custo e maior competitividade de seus

produtos no mercado externo. Para uma melhor compreensão do tema foi

realizada uma investigação como objetivo de identificar o impacto deste regime

especial aduaneiro nos custos de importação da empresa Yamana Gold, que

utiliza esse beneficio para importação de um material utilizado na extração do ouro

que posteriormente é exportado.

Como base de compreensão deste tema, foi descrito de uma forma breve, a

história recente do comércio exterior brasileiro bem como a influência da

globalização no comportamento mercadológico em âmbito mundial e como ela tem

acirrado a concorrência e aumentado a necessidade das empresas em encontrar

incentivos que as tornem mais competitivas, sendo o drawback um dos principais

utilizados atualmente no Brasil. Abordou- se as diferenças entre as três

modalidades principais do regime que são a de suspensão, isenção e restituição e

como cada uma delas vem sendo utilizadas pelas empresas para redução de

seus custos de importação. Os benefícios desse regime aduaneiro especial são

verificados diretamente nos tributos, que podem ser suspensos, isentos ou

restituídos dependendo da modalidade requerida pelo beneficiário desde de que a

mercadoria importada para beneficiamento no país, geralmente insumos

Page 7: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

matérias primas, sejam destinadas à exportação. Os impostos em questão são o

II (Imposto de Importação), IPI (Imposto sobre produtos Industrializados), PIS

(Programa de Integração Social), COFINS (Contribuição para o Financiamento da

Seguridade Social), ICMS (Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de

Mercadorias e Sobre Prestação de Serviço de Transporte Interestadual e

Intermunicipal e de Comunicação) e AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação

da Marinha Mercante). A concessão do drawback cuja competência cabe ao

DECEX compreendido os procedimentos exigidos, que é basicamente o

compromisso de exportar. Uma abordagem que merece destaque, é o fato do

produto a ser exportado e que foi produzido com insumos ou materiais importados

sob o beneficio do drawback terão um custo menor, já que os impostos incidentes

na importação não serão repassados ao produto final, traduzindo em maior

competitividade deste produto no mercado externo.

Palavras-chave - Drawback, comércio exterior, exportação, regime aduaneiro

especial, isenção de tributos.

Page 8: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

ABSTRACT

In this investigation will be exposed to various characteristics of the special

customs drawback and how exporting companies can use it as a tool for cost

reduction and increased competitiveness of their products in foreign markets. For a

better understanding of the subject was carried out research aimed to identify the

impact of the special customs duty on import costs of the company Yamana Gold,

which uses that benefit for the import of a material used in the extraction of gold

which is subsequently exported.

As a basis for understanding this issue was described in a brief, recent history of

foreign trade and the influence of globalization on market behavior around the

world and how it has stirred increased competition and the need for companies to

find incentives that make them more competitive, and is the main drawback of

currently used in Brazil. Discussed the differences between the three main

modalities of the scheme, which is the suspension, exemption and refund and how

each is being used by companies to reduce their import costs. The benefits of this

special customs are scanned directly into tax, which may be suspended, free or

returned depending on the type requested by the beneficiary provided that the

goods imported for processing in Brazil, usually inputs and raw materials are

intended for export. The taxes in question are the II (Import Tax), IPI (Tax on

Industrialized Products), PIS (Social Integration Program), COFINS (Contribution

for Financing Social Security), ICMS (Tax Operations Relating to Movement of

Goods and service provision of Interstate and Intermunicipal Transportation and

Communication) and AFRMM (Freight Surcharge for the Renewal of the Merchant

Navy). The grant of drawback which are the responsibility of DECEX understood

the required procedures, which is basically a commitment to export. One approach

that deserves mention is the fact the product to be exported and that has been

produced with inputs and materials imported under the benefit of drawback will

Page 9: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

cost less because the taxes on importation will not be passed to the final product,

resulting in higher competitiveness of this product in foreign markets.

Key words - drawback, foreign trade, exportation, special customs regime, tax

exemption.

Page 10: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

RESUMEN

Se están expuestos en esta investigación las diversas características del sistema

de aduana especial drawback y como las empresas lo pueden utilizarlo como

instrumento de reducción de costos y aumento de competitividad de sus productos

en el mercado externo.

Para comprender mejor este tema fue realizada una investigación con el objetivo

de identificar los impactos del drawback en los costos de importación de la

empresa Yamana Gold Inc, que se lo utiliza de este beneficio con la importación

de un artículo utilizado en el proceso de extracción de oro que posteriormente es

exportado.

Como apoyo para la comprensión al respecto del tema, se fue descrita de forma

breve, la historia reciente del comercio exterior brasileño y también la influencia de

la globalización en el comportamiento del mercado mundial y como se la ha

intensificado la competencia y aumentado la necesidad que tienen las empresas

en buscar incentivos que las tornen mas competitivas siendo el drawback un de

los más importantes utilizados en Brasil.

Se ha acercado a las diferencias entre las tres modalidades del drawback, que son

suspensión, exención y restitución y, se los han utilizado para reducción de los

cargos de importación por las empresas.

Los beneficios del sistema de aduanal especial drawback se ha demostrado

directamente el los encargos que pueden ser suspensos, exentos y restituidos

dependiendo de la modalidad que se solicita el beneficiario siempre que la

mercadería importada para utilización en el país, en general insumos e materias

primas, sean destinadas a la exportación.

Los impuestos en cuestión son: II (Impuesto de Importación), IPI (Impuesto sobre

productos Industrializados), PIS (Programa de integración Social), COFINS

(Contribución para o Financiamiento da Seguridad Social), ICMS (Impuesto Sobre

Page 11: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

operación Relativas à Circulación de Mercaderías e Sobre Prestación de Servicio

de Transporte Ínter estadual e Intermunicipal e de Comunicación) e AFRMM

(Adicional a el Frete para Renovación da Marinea Mercante).

La concesión del drawback es de competencia del DECEX. Una abordaje que

merece destaque es el facto del producto a ser exportado y que fueron producidos

con los insumos importados con el beneficio del drawback van a tener un costo

mas pequeño, pues los impuestos incidentes no van a ser repasados para el

producto final traduciendo más competitividad del producto en el mercado externo.

Palabras clave - drawback, comercio exterior, régimen especial de aduana, exención de tributos.

Page 12: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Análise da Importação sem a utilização do Drawback.............................52

Figura 2 Análise da Importação com a utilização do Drawback.............................53

Gráfico 1 Participação do Drawback nos Regimes de

Tributação...............................................................................................................38

Gráfico 2 Importação sob o Regime Drawback......................................................39

Gráfico 3 Evolução do Crescimento Drawback frente ao Comércio Exterior.........40

Gráfico 4 Participação do Drawback sobre a Importação e a Exportação.............41

Gráfico 5 Índice de Agregação Importação e Exportação......................................42

Gráfico 6 Participação da Exportação sob o Regime de Drawback sobre a

Exportação Total.....................................................................................................43

Gráfico 7 Empresas Exportadoras..........................................................................44

Gráfico 8 Drawback utilizado por Segmento...........................................................45

Gráfico 9 Total dos Impostos..................................................................................57

Gráfico 10 Custo Total da Importação....................................................................58

Page 13: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Importação sob o Regime Drawback.......................................................38

Tabela 2 Participação do Drawback sobre a Importação e a Exportação..............40

Tabela 3 Índice de Agregação................................................................................42

Tabela 4 Participação da Exportação sob o Regime Drawback.............................42

Tabela 5 Empresas Exportadoras versus Empresas que utilizam o Drawback.....44

Tabela 6 Exportação por Segmentos.....................................................................45

Tabela 7 Análise dos Impostos Incidentes sobre a Importação sem a utilização do

Drawback................................................................................................................55

Tabela 8 Análise da importação com a utilização do Drawback.............................56

Page 14: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

LISTA DE ABREVIAUTURAS

AFRMM – ADICIONAL AO FRETE PARA RENOVAÇÃO DA MARINHA

MERCANTE.

I.I – IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO.

ICMS – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE

MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE

INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO.

I.P.I – IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS.

COFINS – CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE

SOCIAL.

PIS – PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL.

FUNCEX - FUNDAÇÃO CENTRO DE ESTUDOS DE COMÉRCIO EXTERIOR.

PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO.

SECEX - SECRETARIA DE COMÉRCIO EXTERIOR.

RECOF - REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DE ENTREPOSTO INDUSTRIAL

SOB CONTROLE INFORMATIZADO.

CAMEX - CÂMARA DE COMÉRCIO EXTERIOR.

DECEX – DEPARTAMENTO DE COMÉRCIO EXTERIOR.

SECEX – SECRETARIA DE COMÉRCIO EXTERIOR.

SISCOMEX – SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR

Page 15: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

MDIC – MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO DE INDÚSTRIA E COMÉRCIO.

CFOP – CÓDIGOS FISCAIS DE OPERAÇÕES E PRESTAÇÕES

RE – REGISTRO DE EXPORTAÇÃO.

RUD – RELATÓRIO UNIFICADO DE DRAWBACK.

CNPJ – CADASTRO NACIONAL DE PESSOA JURÍDICA.

NCM – NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL.

AC – ATO CONCESSÓRIO DE DRAWBACK.

NF – NOTA FISCAL DE VENDA.

BNDES - BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E

SOCIAL.

DI – DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO.

CIF – CUST INSURACE AND FREIGHT (CUSTO, SEGURO E FRETE).

FOB – FREE ON BOARD (LIVRE A BORDO).

RFB – RECEITA FEDERAL DO BRASIL.

DAC – DEPOSITO ADIANTADO CERTIFICADO.

BM&F - BOLSA DE MERCADOS E FUTUROS.

Page 16: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...............................................................................................1

1.1 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA, JUSTIFICATIVA, RELEVÂNCIA E

QUESTOES DA PESQUISA...............................................................................4

1.2 OBJETIVO DO ESTUDO..............................................................................5

1.2.1 Objetivo Geral.......................................................................................5

1.2.2 Objetivo Específico................................................................................5

1.3 JUSTIFICATIVA DO TEMA...........................................................................6

2. REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................8

2.1 ASPECTOS GERAIS DO DRAWBACK........................................................8

2.1.1 Drawback Eletrônico...........................................................................11

2.1.2 Procedimento para Obtenção do Drawback.......................................12

2.1.3 Roteiro para Preenchimento do Pedido de Drawback........................14

2.1.4 Documentos Comprobatórios..............................................................15

2.1.5 Exportação Vinculada ao Regime de Drawback.................................17

2.2 MODALIDADE DE DRAWBACK.................................................................19

2.2.1 Modalidade Suspensão.......................................................................19

2.2.1.1 Operações Especiais na Modalidade Suspensão.................22

2.2.1.2 Drawback Genérico...............................................................22

2.2.1.3 Drawback Sem Cobertura Cambial.......................................22

2.2.1.4 Drawback Solidário................................................................23

2.2.1.5 Drawback para Produtos Agrícolas.......................................23

2.2.1.6 Drawback Interno ou Verde-Amarelo....................................23

2.2.1.7 Drawback para Fornecimento no Mercado Interno...............24

Page 17: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

2.2.1.8 Procedimentos para Obtenção do Drawback

Suspensão.........................................................................................25

2.2.2 Modalidade Isenção............................................................................27

2.2.2.1 Operações Especiais na Modalidade Isenção.......................29

2.2.2.2 Drawback Intermediário.........................................................30

2.2.2.3 Drawback para Embarcação.................................................30

2.2.2.4 Drawback Isenção.................................................................30

2.2.2.5 Importação Vinculada ao Regime de Drawback Modalidade

Isenção..............................................................................................33

2.2.3 Modalidade Restituição.......................................................................35

2.2.3.1 Drawback Restituição............................................................36

2.3 DESVANTAGENS DO REGIME ESPECIAL ADUANEIRO DRAWBACK........36

2.4 VANTAGENS DO REGIME ESPECIAL ADUANEIRO DRAWBACK...............37

2.5 DRAWBACK E A ECONOMIA BRASILEIRA....................................................37

2.6 FERRAMENTAS DE PROTEÇÃO CAMBIAL...................................................46

2.6.1 Hedge..................................................................................................46

2.6.2 Hedge de Venda.................................................................................47

2.6.3 Hedge de Compra...............................................................................47

2.6.4 Hedge Feitos em Corretoras de Câmbio.............................................48

3. METODOLOGIA.................................................................................................49

3.1 TIPO DE PESQUISA........................................................................................49

3.2 TECNICA DE COLETA DE DADOS.................................................................50

3.3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA................................................................50

4. RESULTADOS....................................................................................................52

Page 18: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

4.1 ANÁLISE DE RESULTADOS...........................................................................52

4.2 ANÁLISE DE CUSTOS DA EMPRESA YAMANA GOLD.................................54

4.2.1 Análise de Rentabilidade.....................................................................54

5. DISCUSSÃO.......................................................................................................59

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................60

LIMITAÇÕES DA PESQUISA.................................................................................61

INDICAÇÕES PARA PESQUISAS FUTURAS.......................................................62

REFERÊNCIAS......................................................................................................63

ANEXO 1 Minas de Extração no Brasil..................................................................65

ANEXO 2 Documentos...........................................................................................67

APÊNDICE A Modelo de Entrevista.......................................................................80

Page 19: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

1

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho trata do regime aduaneiro especial denominado

drawback, criado com intuito de incentivar as exportações através de suspensão,

isenção ou restituição de tributos incidentes sobre insumos importados utilizados

na industrialização de produtos destinados à exportação. Para um melhor

entendimento sobre o assunto é importante apresentarmos um contexto geral à

história recente do comércio exterior no Brasil que vem apresentando,

especialmente nos últimos oito anos, dados estatísticos que podem ser

considerados como uma evolução.

Segundo Averbug (1999), durante a segunda metade do século passado o

país assumiu políticas de comércio exterior ora protecionistas ora mais liberais, de

maneira a administrar questões internas como déficits na balança comercial,

vulnerabilidade de segmentos industriais, controle de preços, flutuações no

câmbio, questões políticas e diplomáticas. No primeiro período, entre 1957 e 1988,

a estrutura tarifária no Brasil caracterizou-se principalmente pela proliferação de

regimes especiais de importações e de barreiras não-tarifárias e por uma

expressiva estabilidade das alíquotas. O autor avalia que a década de 90 foi palco

de mudanças significativas na política de comércio exterior brasileira, o período se

caracterizou por um processo de abertura comercial abrangente, que se iniciou no

governo Collor e se estendeu até o governo Fernando Henrique, marcado pela

criação do Mercosul e início do Plano Real no ano de 1995.

Com uma só penada o Plano Collor derrubou vários mitos e obstáculos

que há anos entrevavam o comércio exterior brasileiro. A própria CACEX

(Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil), que era o símbolo do

sistema restritivo – em particular quanto às importações – foi sacrificada e

absorvida pelo novo Departamento Nacional de Comércio Exterior

(DECEX). Evidentemente que a competente equipe técnica da CACEX

formará a estrutura básica do órgão. Como por encanto, de um dia para o

outro, foram eliminados os odiosos programas de importação e a lista de

produtos que não podiam ser importados. (Oliveira, 1992, p. 35)

Page 20: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

2

Durante esse período de abertura do mercado interno para os produtos

importados, que teve como base a redução gradativa das alíquotas de importação

e políticas cambiais, a indústria nacional se viu obrigada a investir alto na

modernização do processo produtivo, na qualidade e no lançamento de novos

produtos no mercado. As empresas que queriam permanecer no mercado tiveram

que rever seus métodos administrativos e organizacionais, reduzir os custos de

gerenciamento, terceirizar setores e investir pesado na automação para maior

capacidade produtiva. Toda essa modernização era necessária para que as

empresas se tornassem mais competitivas, tanto no mercado interno quanto no

mercado externo.

O impacto das reformas estruturais promovidas ao longo da década de

1990 (liberalização comercial, privatização), teria introduzido fortes

elementos de pressão competitiva no ambiente produtivo doméstico, com

resultados expressivos em termos de aumento de produtividade das

firmas brasileiras. (RIBEIRO e MARKWALD, 2005).

Apesar da política liberal promovida com o Plano Collor ter incentivado as

importações, as exportações brasileiras por sua vez não atingiram todo o seu

potencial, fato este que resultou em um buraco na balança comercial brasileira,

com as importações superando consideravelmente as exportações principalmente

durante a segunda metade da década de 90, arrochando a economia.

Segundo dados da FUNCEX (Fundação Centro de Estudos de Comércio

Exterior), mesmo com a expansão significativa das exportações brasileiras nos

últimos anos que acumulou superávits entre 2003 e 2008, a sua

representatividade no PIB ainda atinge baixos percentuais se compararmos com

países desenvolvidos, o que demonstra a possibilidade do Brasil de expandir

ainda mais as suas exportações elevando a sua participação no comércio

internacional. Hoje o país tem como meta representar 1,25% deste comércio até o

ano de 2010.

Page 21: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

3

Atualmente pode-se afirmar que o mundo vive um cenário de constante

transformação influenciada pela globalização, por fatores ambientais e surgimento

de novas tecnologias. Esse processo de integração econômica, social, cultural e

política de escala global podem ser definido também como um fenômeno de

expansão capitalista que tem sua viabilização baseada nas melhorias dos meios

de comunicação entre os paises e barateamento dos meios de transportes

traduzidos em um aumento acirrado da concorrência no mercado internacional.

Essa nova ordem econômica vem evoluindo de forma rápida levando o mundo a

estreitar cada vez mais os espaços reservados à concorrência, gerando uma

crescente necessidade das empresas em repensarem alguns tradicionais

conceitos de comércio buscando aprimorar a qualidade de seus produtos e

serviços, reduzir custos, captar novas tecnologias, desenvolver novos parceiros

comerciais e usar as ferramentas de incentivos as exportações disponibilizadas

pelo governo, tudo isso objetivando maior competitividade nos principais mercados

externos. É nesse contexto que os regimes aduaneiros especiais de estímulo às

exportações cumprem os seus papeis, são ferramentas importantes para

consolidação dos produtos brasileiros no mercado internacional, sendo o

drawback o mais utilizado atualmente.

Diante do cenário apresentado o drawback tem sido importante como um

regime aduaneiro especial que permite às empresas se tornarem mais

competitivas através da importação de peças, componentes, matérias-primas e

outros insumos, com suspensão ou isenção de tributos alfandegários, para

fabricar produtos destinados à exportação. Mais adiante, no capítulo de revisão de

literatura, os conceitos envolvidos neste regime serão abordados de forma mais

ampla.

Page 22: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

4

1.1 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA, JUSTIFICATIVA, RELEVÂNCIA E

QUESTÕES DA PESQUISA

A questão principal desta pesquisa é estudar o impacto causado pelo regime

aduaneiro especial drawback no custo final dos produtos em comparação com

aqueles que não utilizam este benefício.

O estudo deste assunto justifica-se e encontra relevância no atual momento

caracterizado pela globalização e pela busca de eficiência por meio de inovações

tecnológicas, em que as empresas sentem-se pressionadas em tornar os seus

produtos mais competitivos e em algumas situações até obrigadas a adquirirem

insumos que ainda não são produzidos no país. Outro fator é a falta de

competitividade no que diz respeito à qualidade, preço e incapacidade de

produção em larga escala de alguns produtos nacionais com relação a produtos

estrangeiros. Segundo Fensterseifer (2000), o novo ambiente competitivo

caracteriza-se por uma forte intensificação da concorrência em função da abertura

dos mercados, formação de blocos econômicos, constantes mudanças

tecnológicas, redução do ciclo de vida dos produtos, altos níveis de incerteza,

fracionamento do mercado e novas exigências dos mercados em termos de

qualidade, variedade, inovação e customização. Segundo Coutinho Ferraz (1995,

p.72), “desta perspectiva atual, surge à importância da competitividade, a qual

deve ser entendida como a capacidade da empresa de formular e implementar

estratégias concorrências que lhe permitam conservar, de forma duradoura, uma

posição sustentável no mercado”.

A importação beneficiada pelo regime de drawback tem estimulado o

aumento da competitividade das empresas exportadoras no Brasil e é visto

atualmente como o mecanismo mais utilizado e o mais importante no estímulo às

exportações.

O objetivo precípuo do drawback é promover o incremento das exportações, pela possibilidade de maior colocação da produção nacional no mercado externo, o que, evidentemente, irá traduzir-se no

Page 23: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

5

desenvolvimento de determinados setores produtivos do país. (RATTI, 2002, p.374).

Segundo dados da SECEX (Secretaria de Comércio Exterior), o drawback

responde por 30% dos regimes suspensivos de desoneração tributária superando

o Recof (Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle

Informatizado) e a Zona Franca de Manaus sendo que a participação das

exportações amparadas por esse regime, quando comparadas às exportações

totais, situa-se na faixa de 25% a 30% atingindo todos os segmentos industriais,

desde a agroindústria até os bens de capital e de consumo.

Nesse contexto em que a atividade exportadora é vital para o organismo

brasileiro, a existência e o uso de um regime especial de comércio exterior que

incentive essas ações são de extrema importância. Dessa forma, são necessários

estudos que analisem o comportamento das empresas com relação ao impacto

em seus produtos pela utilização do regime aduaneiro especial drawback, tal

como se propõe por meio desta pesquisa.

1.2 OBJETIVO DO ESTUDO

1.2.1 Objetivo Geral

O objeto geral da investigação é analisar o comportamento de uma

organização com relação ao impacto em seus produtos pela utilização do regime

aduaneiro especial drawback.

1.2.2 Objetivo Específico

Page 24: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

6

Identificar os benefícios diretos e indiretos que a utilização do regime

aduaneiro especial drawback tem trazido para a empresa estudada.

O estudo será realizado a uma empresa multinacional canadense atuante na

indústria da extração de ouro que utiliza o regime aduaneiro especial drawback na

importação de xantato, um produto utilizado no processo de extração deste

minério.

1.3 JUSTIFICATIVA DO TEMA

O estudo deste assunto é uma área de investigação de grande importância,

pois no atual momento caracterizado pela globalização e pela busca de eficiência

por meio de inovações tecnológicas, as empresas sentem-se pressionadas em

tornar os seus produtos mais competitivos e em algumas situações até obrigadas

a adquirirem insumos que ainda não são produzidos no país. Outro fator é a falta

de competitividade internacional no que diz respeito à qualidade, preço e

incapacidade de produção em larga escala de alguns produtos nacionais com

relação a produtos estrangeiros.

Segundo Fensterseifer (2000), o novo ambiente competitivo caracteriza-se

por uma forte intensificação da concorrência em função da abertura dos

mercados, formação de blocos econômicos, constantes mudanças tecnológicas,

redução do ciclo de vida dos produtos, altos níveis de incerteza, fracionamento do

mercado e novas exigências dos mercados em termos de qualidade, variedade,

inovação e customização.

Desta perspectiva atual, surge à importância de competitividade, a qual deve ser entendida como a capacidade da empresa de formular e implementar estratégias concorrências que lhe permitam conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no mercado. (COUTINHO FERRAZ, 1995)

Page 25: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

7

O objetivo precípuo do drawback é promover o incremento das

exportações, pela possibilidade de maior colocação da produção nacional

no mercado externo, o que, evidentemente, irá traduzir-se no

desenvolvimento de determinados setores produtivos do país. (RATTI,

2002, p. 374)

A importação beneficiada pelo regime de drawback tem estimulado o

aumento da competitividade das empresas exportadoras no Brasil e é visto

atualmente como o mecanismo mais utilizado e o mais importante no estímulo às

exportações. Segundo dados da SECEX (Secretária de Comércio Exterior), o

drawback corresponde por 30% dos regimes suspensivos de desoneração

tributária superando o Recof (Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial

sob Controle Informatizado) e a Zona Franca de Manaus sendo que a participação

das exportações amparadas por esse regime, quando comparadas às exportações

totais, situa-se na faixa de 25% a 30% atingindo todos os segmentos industriais,

desde a agroindústria até os bens de capital e de consumo.

Nesse contexto em que a atividade exportadora é vital para o organismo

brasileiro, a existência e o uso de um regime especial de comércio exterior que

incentive essas ações são de extrema importância. Dessa forma, o presente

estudo tem como objetivo geral analisar o comportamento de uma determinada

empresa com relação ao impacto em seus produtos pela utilização do regime

aduaneiro especial drawback.

Page 26: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

8

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 ASPECTOS GERAIS DO DRAWBACK

Este capítulo apresenta uma revisão da literatura existente sobre o regime

aduaneiro especial drawback para que se compreenda a diferença entre os

conceitos técnicos envolvidos nas diferentes modalidades do regime de drawback.

Será utilizado como referência principal o Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de

2009, a portaria nº 36, de 22 de novembro de 2007 e a portaria nº 25 de 27 de

novembro de 2008 que regulamentam a administração das atividades aduaneiras

e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior.

Serão utilizados também como fonte de pesquisa, alguns artigos científicos e

citações de autores especializados neste tema.

O drawback em seu sentido tradicional significa reembolso dos direitos

alfandegários e vem a ser o retorno, no todo ou em parte, dos direitos

cobrados sobre a entrada de produtos estrangeiros no país, os quais

serão objeto de reexportação no seu estado original, ou sobre importação

de matéria-prima ou produtos semimanufaturados que serão utilizados na

produção de artigos manufaturados nacionais a serem exportados.

Considera-se também, drawback o retorno de taxas e impostos internos

cobrados sobre produtos nacionais que serão objetos de exportação ou

sobre determinadas matérias-primas que entram em sua

composição.(RATTI, 2002, p.374)

De acordo com o Capítulo V do novo regulamento aduaneiro instituido pelo

decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009, o regime de drawback é considerado

um incentivo à exportação e pode ser aplicado nas modalidades de suspensão,

isenção ou restituição dos impostos devidos na importação, sendo eles o II

(Imposto de Importação), IPI (Imposto sobre produtos Industrializados), PIS

(Programa de Integração Social), COFINS (Contribuição para o Financiamento da

Page 27: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

9

Seguridade Social), ICMS (Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de

Mercadorias e Sobre Prestação de Serviço de Transporte Interestadual e

Intermunicipal e de Comunicação) e AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação

da Marinha Mercante). O regime aduaneiro especial de drawback foi criado pelo

Decreto-Lei n° 37 do ano de 1966 e está instituído pelo Decreto nº 6.759 , de

05.02.2009, e suas normas vinculadas às operações reproduzidas na Portaria

Secex nº 25, de 27.11.2008 (D.O.U. de 28.11.2008).

Segundo Marcio Luiz Marieto, 23/03/2004

(http://www.administradores.com.br) o regime aduaneiro especial de drawback é

um instrumento de estímulo às exportações que permite, às empresas brasileiras,

o aperfeiçoamento e a modernização de seus produtos, permite aos fabricantes /

exportadores, importar insumos (matérias-primas, matérias secundárias,

embalagens, partes e peças) destinados à fabricação, beneficiamento ou

composição de um outro produto a exportar, ou que já foram exportados, sem

impostos e taxas. O objetivo precípuo do drawback é promover o incremento das

exportações, pela possibilidade de maior colocação da produção nacional no

mercado externo, o que, evidentemente, irá traduzir-se no desenvolvimento de

determinados setores produtivos do país. Outro objetivo desse incentivo é dar

maior competitividade ao produto exportado.

O Art. 384 do decreto 6.759 institui que o regime de drawback poderá ser

concedido à mercadoria importada para beneficiamento no País e posterior

exportação, matéria-prima, produto semi-elaborado ou acabado, utilizados na

fabricação de mercadoria exportada, ou a exportar, peças, partes, aparelho e

máquina complementar de aparelho, de máquina, de veículo ou de equipamento

exportado ou a exportar, mercadoria destinada à embalagem, acondicionamento

ou apresentação de produto exportado ou a exportar, desde que propicie

comprovadamente uma agregação de valor ao produto final ou animais destinados

ao abate e posterior exportação. O regime poderá ainda ser concedido para

matéria-prima e outros produtos que, embora não integrando o produto exportado,

sejam utilizados na sua fabricação em condições que justifiquem a concessão ou

para matéria-prima e outros produtos utilizados no cultivo de produtos agrícolas ou

Page 28: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

10

na criação de animais a serem exportados, definidos pela Câmara de Comércio

Exterior.

O benefício do regime de drawback não será concedido, segundo o Art. 54

da portaria n° 25, na importação de mercadoria utilizada na industrialização de

produto destinado ao consumo na Zona Franca de Manaus e em áreas de livre

comércio localizadas em território nacional, exportação ou importação de

mercadoria suspensa ou proibida, exportações conduzidas em moedas não

conversíveis, inclusive moeda-convênio, contra importações cursadas em moeda

de livre conversibilidade e importação de petróleo e seus derivados, exceto coque

calcinado de petróleo.

Compete ao DECEX à concessão do regime de drawback, compreendidos

os procedimentos que tenham por finalidade sua formalização, bem como o

acompanhamento e a verificação do adimplemento do compromisso de exportar.

Segundo Francavilla (2002), a concessão do benefício drawback é realizada

através de um Ato Concessório que estabelece as condições a serem cumpridas

pelo contribuinte que o solicita. O contribuinte se exime destas obrigações

tributárias quando da importação de insumos que serão utilizados na fabricação

de produtos destinados à exportação. Cabe aos órgãos responsáveis regularizar o

regime de drawback, sendo o DECEX (Departamento de Operações de Comércio

Exterior), e os artigos 51 a 54 da Portaria SECEX 36/2007 que estabelecem se o

beneficio será ou não concedido.

A utilização do regime drawback será registrada no documento

comprobatório da exportação. Na concessão do regime serão desprezados os

subprodutos e os resíduos não exportados, quando seu montante não exceder de

cinco por cento do valor do produto importado. Na hipótese de mercadoria isenta

do imposto de importação ou cuja alíquota seja zero, poderá ser concedido o

regime relativamente aos demais tributos devidos na importação.

As controvérsias relativas aos atos concessórios do regime de drawback

serão dirimidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e pela Secretaria de

Comércio Exterior, no âmbito de suas competências.

Page 29: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

11

2.1.1 Drawback Eletrônico

O drawback eletrônico é uma sistemática informatizada concebida pela

SECEX com o objetivo de ter um maior controle das operações de drawback. Esse

sistema permite o controle ágil e simplificado dessas operações, pois opera de

módulo próprio integrado ao SISCOMEX.

Antes de ser implantado o sistema passou por um período de teste de 7

(sete) meses, por mais de 2,8 mil empresas. De acordo com a SECEX o sistema

foi bem aceito, pois, foram mais 300 consultas por e-mail e uma média de 60

ligações por mês de interessados em trabalhar com o drawback eletrônico.

(Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – Brasília, DF,

2001. Disponível no site do Ministério de Desenvolvimento: Implantado em

01.11.2001 com o objetivo de maximizar a operacionalização do regime, o sistema

possui como vantagens a segurança das informações, maior controle na

operação, redução dos custos, agilidade e automaticidade, tendo como principais

funções:

O registro de todas as etapas do processo de concessão do drawback

em documento eletrônico (solicitação, autorização, consultas, alterações,

baixa); tratamento administrativo automático nas operações

parametrizadas; e acompanhamento das importações e exportações

vinculadas ao sistema. (Disponível no Website da Receita Federal)

Para os interessados em utilizar o sistema será necessário uma habilitação

que será concedida aos representantes legais das empresas, com autorização de

operar na exportação. Para os atuais usuários habilitados no Perfil Exportados do

Siscomex, não será necessário nenhuma providência.

Page 30: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

12

2.1.2 Procedimentos para obtenção de Drawback

De acordo com os Artigos. 60 e 61 da portaria nº 25 de 27 de novembro de

2008, as empresas interessadas em operar no Regime de Drawback, nas

modalidades de suspensão e isenção, deverão estar habilitadas em operar em

comércio exterior nos termos, limites e condições estabelecidos na legislação

pertinente. O Regime de Drawback poderá ser concedido à empresa industrial ou

comercial. No caso de empresa comercial, o Ato Concessório de Drawback será

emitido em seu nome, que, após realizar a importação, enviará a respectiva

mercadoria, por sua conta e ordem, a estabelecimento industrial para

industrialização, sob encomenda, devendo a exportação do produto ser realizada

pela própria detentora do Ato Concessório de Drawback. Industrialização sob

encomenda é a operação em que o encomendante remete matéria-prima, produto

intermediário e material de embalagem para processo de industrialização,

devendo o produto industrializado ser devolvido ao estabelecimento remetente dos

insumos.

O Art. 62 desta mesma portaria diz que a concessão do Regime poderá ser

condicionada à prestação de garantia, limitada ao valor dos tributos suspensos de

pagamento, a qual será reduzida à medida que forem comprovadas as

exportações. A habilitação ao Regime de Drawback far-se-á mediante

requerimento da empresa interessada, será abordado adiante de forma detalhada

os procedimentos para requerimento do drawback para cada modalidade.

Segundo a Portaria SECEX nº 36, de 22/11/2007, Art. 63, a habilitação ao

Regime de Drawback far-se-á mediante requerimento da empresa interessada,

sendo que na modalidade suspensão ele é feito por intermédio de módulo

específico Drawback do Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX) e

na modalidade isenção por meio de formulário próprio. Na modalidade isenção,

deverá ser utilizada os seguintes formulários, disponíveis nas dependências

bancárias habilitadas ou confeccionados pelos interessados, observados os

padrões especificados:

Page 31: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

13

I - Pedido de Drawback; ( anexo 1)

II - Aditivo ao Pedido de Drawback; ( anexo 2)

III - Anexo ao Ato Concessório ou Aditivo; ( anexo 3)

IV - Relatório Unificado de Drawback. (anexo 4)

Art. 60. As empresas interessadas em operar no regime de drawback,

nas modalidades de suspensão e isenção, deverão estar habilitadas em

operar em comércio exterior nos termos, limites e condições

estabelecidos na legislação pertinente. (Disponível na Web do Ministério

do Desenvolvimento)

Segundo o Art. 62, para a empresa obter a habilitação ao regime de

drawback deverá ocorrer mediante requerimento da empresa interessada, sendo

na modalidade suspensão, por intermédio de módulo específico drawback do

SISCOMEX, disponível na WEB, na página eletrônica do Ministério do

Desenvolvimento, ou na modalidade isenção, isto é feito por meio de formulário

próprio que estão disponíveis em bancos habilitados ou pode ser confeccionado

pelos próprios interessados observando os padrões especificados:

a. apresentação gráfica;

b. gramatura;

c. seqüenciamento;

d. cores;

e. número e destinação das vias;

f. gabaritos totais dos formulários;

g. gabaritos parciais dos campos.

Segundo o Art. 62, na avaliação do pedido de drawback, serão levados em

conta a agregação de valor e o resultado da operação.

O resultado da operação é estabelecido pela comparação do valor total das

importações, incluídos o preço da mercadoria no local de embarque no exterior e

as parcelas de seguro e frete, com o valor líquido das exportações no local de

embarque deduzido das parcelas de comissão de agente e eventuais descontos.

Page 32: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

14

Quando feito o pedido de drawback, a indústria ou a comercial exportadora

deverá fornecer os valores estimados para seguro, frete, comissão de agente,

eventuais descontos e outras despesas.

A validade do ato concessório de drawback será comparado com o ciclo do

bem a exportar, o pagamento dos tributos poderá ser suspenso por prazo de até 1

(um) ano, prorrogável por mais um ano.

No caso da mercadoria ser destinada a produção de longo prazo de

fabricação, a suspensão poderá ser concedida por prazo compatível com o de

fabricação e exportação do bem, até o limite de 5 (cinco) anos.

Todos os prazos de suspensão de que trata este artigo terão como termo

final a data limite estabelecida no ato concessório de drawback para a efetivação

das exportações vinculadas ao regime.

Não é permitido a alteração do titular do ato concessório salvo casos

resguardados por lei.

Art. 79. Somente será admitida a alteração de titular de ato concessório

de drawback no caso de sucessão legal, nos termos da legislação

pertinente, mediante apresentação de documentação comprobatória do

ato jurídico. (Disponível no Website do Ministério do Desenvolvimento)

2.1.3 Roteiro para preenchimento do pedido de Drawback

De acordo com o ministério do desenvolvimento, os formulários de pedido do

drawback devem seguir o formato a seguir.

No formulário pedido de drawback, na modalidade isenção, fica dispensado o

preenchimento dos campos a seguir indicados:

I - pedido de drawback: campo 11 e 23 - preço unitário;

II - anexo ao ato concessório ou aditivo: campo 9 - preço unitário.

Page 33: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

15

No caso de importação ou exportação feita em moeda conversível diferente

do dólar norte-americano, também terão que informar nos campos 15 e 27 do

formulário pedido de drawback, o valor em dólar norte-americano da importação e

da exportação.

“Art. 5º No drawback Intermediário deverá ser consignado, no campo 22 do pedido

de drawback, além da discriminação do produto intermediário, a indicação do

produto final em que foi utilizado.” (Disponível na Web do Ministério do

Desenvolvimento)

2.1.4 Documentos comprobatórios

De acordo com o ministério do desenvolvimento, os documentos

comprobatórios que deverão ser apresentados para comprovar que a mercadoria

importada pelo regime especial aduaneiro são os seguintes.

Os documentos que comprovam as operações vinculadas ao Regime de

Drawback são os seguintes:

I - declaração de importação (DI); ( anexo 5)

II - registro de exportação (RE) averbado; (anexo 6)

III - nota fiscal de venda no mercado interno, contendo o correspondente

código fiscal de operações e prestações – CFOP.

a) nas vendas internas, com fim específico de exportação pode haver 4 situações

sendo a 1 de empresa industrial beneficiária do Regime para empresa comercial

exportadora constituída na forma do Decreto -Lei n° 1.248, de 1972, a empresa

deverá manter em seu poder cópia da 1ª via da nota fiscal junto com a declaração

de recebimento do produto sem avarias, a segunda é de empresa industrial

Page 34: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

16

beneficiária do Regime para empresa de fins comerciais habilitada a operar em

comércio exterior. Já no terceiro modo de empresa industrial beneficiária do

regime para fornecimento no mercado interno, a empresa deverá manter em seu

poder cópia da 1ª via da nota fiscal e por ultimo nas vendas internas de empresa

industrial beneficiária do regime para fornecimento no mercado interno, a empresa

deverá manter em seu poder cópia da 1ª via da nota fiscal - via do destinatário -

contendo declaração original do recebimento em boa ordem do produto,

observado o disposto nos anexos “C” e “D” desta Portaria;

b) nas vendas internas, nos casos de drawback intermediário, a empresa

beneficiária do regime deverá manter em seu poder:

1. segunda via - via do emitente - da nota fiscal de venda do fabricante -

intermediário;

2. cópia da primeira via - via do destinatário - de nota fiscal de venda da

empresa industrial à empresa comercial exportadora, nos termos do Decreto-Lei

no 1.248, de 1972;

3. cópia da primeira via -via do destinatário- de nota fiscal de venda da

empresa industrial à empresa de fins comerciais habilitada a operar em comércio

exterior, observado o disposto no Anexo “I” desta Portaria.

IV – nota fiscal de venda emitida pelo fornecedor da mercadoria a ser

incorporada em produto a ser exportado, com a observância dos requisitos formais

pertinentes e aqueles dispostos no Anexo “T” desta Portaria.

(Fls. 29 da Consolidação das Portarias SECEX, até 14/09/2009).

Já nos casos de venda para empresa de fins comerciais habilitada a operar

em comércio exterior, para empresa industrial ou para industrial-exportadora,

deverão manter os RE’s averbados em seu poder. Esses RE’s deverão estar

indicados no módulo específico drawback do SISCOMEX ou no RUD da

beneficiária do ato concessório, conforme a modalidade.

Page 35: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

17

2.1.5 Exportação vinculada ao Regime Drawback

Segundo o ministério do desenvolvimento as exportações vinculadas ao

regime de drawback estão sujeitas ao tratamento administrativo das normas gerais

em vigor.

Um mesmo RE não pode ser utilizado para comprovar dois ou mais atos

concessórios de uma mesma empresa e é obrigatório vincula-lo ao ato

concessório quando efetivado.

Quando o ato concessório envolver importação sem cobertura cambial, a

parcela relativa ao insumo importado deverá ser consignada no campo 09 –L

(esquema de pagamento total/valor sem cobertura cambial) e o valor do

pagamento da exportação (valor total menos a parcela sem cobertura cambial)

deverá ser preenchido no campo 09 -C ou 09-D.

O valor total do campo 24 (dados do fabricante) deve ser igual ao campo 18 -

b (preço total no local de embarque) do RE.

Quando houver a participação de produto - intermediário, a industrial-

exportadora deverá consignar no campo 24 do RE o CNPJ do fabricante, o NCM

do produto intermediário, A unidade federativa onde foi fabricado, o numero do AC

do fabricante intermediário, a quantidade utilizada no produto final e o valor do

produto intermediário utilizado convertido em dólares pela taxa de cambio para

compra ptax do dia útil anterior a emissão da NF.

A industrial-exportadora deverá atrelar no campo 24, além dos dados

relativos ao fabricante-intermediário seu próprio CNPJ, NCM do produto final,

Unidade federativa onde está localizada, número do AC de drawback e o valor

correspondente entre a diferença no preço no local de embarque e a parcela ao

produto intermediário.

Quando a detentora do RE for empresa de fins comerciais que atue na

exportação devera informar no campo 24 os dados relativos ao fabricante-

intermediário e a empresa industrial a empresa deverá ainda informar seu próprio

CNPJ, NCM do produto final, Unidade federativa onde está localizada, valor entre

Page 36: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

18

a diferença do preço total no local de embarque e a venda no mercado interno da

empresa industrial convertido em dólares pela taxa de cambio para compra ptax

do dia útil anterior a emissão da NF.

Se a beneficiaria do Ato concessório for empresa de fins comerciais atuante

na exportação, devera informar no campo 24 do RE seu próprio CNPJ, NCM do

produto exportado, unidade federativa onde está situada, número do Ato

concessório, quantidade do produto e o preço do produto no local de embarque

(campo 18B) do produto exportado.

No caso de venda no mercado interno com fim específico de exportação, a

empresa de fins comerciais que atue na exportação deverá obrigatoriamente

consignar, no campo 25 (observações/exportador) do RE, o número da nota fiscal

da empresa industrial.

Quando se tratar de produto que for exportado em vários embarques para

montagem no destino final, deve ser informar no RE, a NCM do produto objeto do

ato concessório de drawback e ainda consigna no campo 25 o seguinte

“Embarque parcial de mercadoria destinada, exclusivamente, à montagem no

exterior de - quantidade e identificação do produto -, objeto do ato concessório de

drawback, modalidade suspensão, nº______________, de __________ .”

No caso de devolução ao exterior da mercadoria importada no amparo do

regime, sem cobertura cambial, no RE deverá ser consignado:

I - campo 2: 99.199

II - campo 25:

“Devolução ao exterior, sem cobertura cambial, de mercadoria importada ao

amparo da Declaração de Importação nº _________, de ________, vinculada ao

ato concessório de drawback nº __________, de__________, conforme disposto

no art. 144 da Portaria SECEX nº_____ -indicar nº e data desta Portaria -”.

Page 37: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

19

No caso da devolução ao exterior de mercadoria importada no amparo do

regime, com cobertura cambial, no RE deverá ser consignado:

I - campo 2: 80.000

II - campo 25:

“Devolução ao exterior, com cobertura cambial, de mercadoria importada ao

amparo da Declaração de Importação nº _________, de ________, vinculada ao

ato concessório de drawback nº __________, de __________, conforme disposto

no art. 143 da Portaria SECEX nº _____ -indicar o nº e data desta Portaria-”.

2.2 MODALIDADES DE DRAWBACK

De acordo com o decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009, a portaria nº

36, de 22 de novembro de 2007 e a portaria nº 25 de 27 de novembro de 2008 o

regime especial aduaneiro drawback pode ser apresentado em três modalidades

básicas que serão descritas a seguir.

2.2.1 Modalidade Suspensão

A modalidade suspensão é o benefício concedido ao importador que permite

importar uma mercadoria com a desoneração de todos os impostos incidentes

nesta operação, desde que essa mercadoria faça parte do processo produtivo ou

componha parte do produto final destinado à exportação havendo a necessidade

de comprovação da exportação.

Page 38: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

20

A modalidade Suspensão está caracterizada por se vincular a compromisso futuro de exportação, desta forma, tem que ser solicitada anteriormente à ocorrência da importação, da produção e da exportação do produto que será aplicado o insumo importado. De forma que, o produto importado que sofreu a suspensão deverá participar da produção do produto a ser exportado. (Disponível no Website Spiner)

De acordo com a PORTARIA Nº 25, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2008, o

regime aduaneiro especial drawback, na modalidade suspensão, permite a

importação de peças, componentes, matérias-primas e/ou outros insumos com

suspensão dos tributos de II, IPI, PIS, COFINS, ICMS e AFRMM.

A modalidade suspensão está vinculada ao compromisso de futura

exportação, deve ser pleiteada antes da importação dos insumos. O

prazo de cumprimento do compromisso de exportar é de um ano,

podendo ser prorrogado por igual período. Em caso de bens de longo

período de fabricação, o prazo máximo é de cinco anos. Para habilitar-se

ao benefício, a empresa deve apresentar formulário específico

denominado "Pedido de Drawback", que dará origem ao Ato Concessório

no qual é fixado o prazo de cumprimento. Na chegada da importação, a

empresa firma um Termo de Responsabilidade junto à Receita Federal

para a suspensão dos impostos. (Disponivel no Website Jus Navigandi)

Segundo o Art 384 do regulamento aduaneiro, o regime de drawback, nesta

modalidade de suspensão, também poderá ser concedido à importação de

matérias-primas, produtos intermediários e componentes destinados à fabricação,

no País, de máquinas e equipamentos a serem fornecidos no mercado interno, em

decorrência de licitação internacional contra pagamento em moeda conversível

proveniente de financiamento concedido por instituição financeira internacional, da

qual o Brasil participe, ou por entidade governamental estrangeira ou, ainda, pelo

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, com recursos captados

no exterior. (Lei no 8.032, de 1990, art. 5o, com a redação dada pela Lei no

10.184, de 12 de fevereiro de 2001, art. 5o).

Page 39: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

21

Para uma abordagem mais técnica, o Art. 386 do regulamento aduaneiro

institui que a concessão do regime, na modalidade de suspensão, é de

competência da SECEX, devendo ser efetivada, em cada caso, por meio do

SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior) que é um sistema

informatizado responsável por integrar as atividades de registro, acompanhamento

e controle das operações de comércio exterior. A concessão do regime terá como

base os registros e as informações prestadas no SISCOMEX pelo solicitante que

por sua vez equivale ao Ato Concessório de drawback. Quando constar no ato

concessório do regime a exigência de prestação de garantia, esta só alcançará o

valor dos tributos suspensos e será reduzida à medida que forem comprovadas as

exportações. Para a concessão do regime serão analisados os fluxos financeiros

de importação e exportação, bem como, a compatibilidade entre a mercadoria

importada e aquelas a exportar.

Segundo o Art. 389 do regulamento aduaneiro, as mercadorias admitidas no

regime, na modalidade de suspensão, deverão ser integralmente utilizadas no

processo produtivo ou na embalagem, acondicionamento ou apresentação das

mercadorias a serem exportadas. O excedente de mercadorias produzidas ao

amparo do regime, em relação ao compromisso de exportação estabelecido no

respectivo ato concessório, poderá ser consumido no mercado interno somente

após o pagamento dos tributos suspensos dos correspondentes insumos ou

produtos importados, com os acréscimos legais devidos.

A PORTARIA Nº 25, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2008 institui que o regime

de drawback, na modalidade de suspensão, poderá ser concedido à importação

de matérias-primas, produtos intermediários e componentes destinados à

fabricação, no País, de máquinas e equipamentos a serem fornecidos no mercado

interno, em decorrência de licitação internacional, contra pagamento em moeda

conversível proveniente de financiamento concedido por instituição financeira

internacional, da qual o Brasil participe, ou por entidade governamental

estrangeira ou, ainda, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

Social, com recursos captados no exterior.

Page 40: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

22

2.2.1.1 Operações especiais na Modalidade Suspensão

O Comunicado DECEX nº 21/97, alterado pelo Comunicado DECEX nº 2 da

SECEX, estende o benefício a algumas operações especiais, sendo assim, a

modalidade suspensão é aplicada às operações de Drawback Genérico,

Drawback Sem Cobertura Cambial, Drawback Solidário, Drawback para Produtos

Agrícolas ou Criação de Animais, Drawback verde-amarelo e Drawback para

Fornecimento no Mercado Interno.

Em ambas as modalidades, isenção e suspensão, temos ainda duas

operações especiais o Drawback Intermediário e o Drawback para Embarcação.

2.2.1.2 Drawback Genérico

O Drawback Genérico admite a discriminação genérica da mercadoria a

importar e seu respectivo valor, dispensadas a classificação na Nomenclatura

Comum do Mercosul (NCM) e a quantidade, contudo, a importação da mercadoria

fica limitada ao valor aprovado no Ato Concessório de Drawback.

2.2.1.3 Drawback sem cobertura Cambial

O drawback sem cobertura cambial é determinado pelo não pagamento,

parcial ou total da importação, de forma que, o pagamento de divisas, referente à

exportação, corresponderá à diferença entre o valor total da exportação e o valor

da parcela sem cobertura cambial da importação.

Page 41: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

23

2.2.1.4 Drawback Solidário

O drawback solidário ocorre na existência da participação solidária de duas

ou mais empresas industriais vinculadas a um único contrato de exportação.

2.2.1.5 Drawback para Produtos Agrícolas

O drawback para produtos agrícolas ou criação de animais é concedido para

importações de matéria-prima e demais produtos utilizados no cultivo dos produtos

agrícolas, tais como, frutas, sucos, polpa de frutas e algodão não cardado nem

penteado, ou criação de animais (frutas, algodão não cardado, camarões, carnes

e miudezas de frangos ou suínos), cuja destinação é a exportação.

2.2.1.6 Drawback Interno ou Verde-Amarelo

O drawback interno, também conhecido como verde-amarelo caracteriza-se

pelo regime especial que conjuga importações, com o tratamento conferido pelo

Decreto-Lei nº 37, de 1966 e Decreto nº 4543, de 2002, e aquisições no mercado

interno para incorporação em produto a ser exportado, de que trata o § 1º do art.

59 da Lei nº 10.833, de 2003. Permite que as empresas adquiram no mercado

interno, com suspensão do IPI, matérias-primas, componentes, bens

intermediários, matérias de embalagens, entre outros, para serem utilizados na

fabricação do produto final a ser obrigatoriamente exportado.

Os fornecimentos dos insumos deverão conter, nas respectivas Notas Fiscais, a correta identificação e a citação do número do processo atribuído ao “Plano de Exportação”, bem como que a suspensão do IPI

Page 42: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

24

está sendo feita de acordo com o artigo primeiro do Decreto nº 541/92. (GARCIA, 1994, p. 168)

O exportador brasileiro terá mais um benefício fiscal à sua disposição: o chamado “Drawback Verde-Amarelo”, que consiste na a suspensão do IPI, PIS e COFINS, nas aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, no mercado interno, por beneficiário do regime aduaneiro especial de drawback. O ato concessório do Drawback Verde-Amarelo será específico, ficando vedada a transferência para outros atos concessórios e para outros regimes aduaneiros especiais, bem como a conversão de atos concessórios concedidos em qualquer tempo para o verde-amarelo. (Disponível no Website Portal Tributário)

2.2.1.7 Drawback para fornecimento no Mercado Interno

O drawback para fornecimento no mercado interno caracteriza-se pela

importação de matérias-primas, produtos intermediários e componentes

destinados à industrialização de máquinas e equipamentos no país, a serem

fornecidos no mercado interno, em decorrência de licitação internacional, contra

pagamento em moeda conversível proveniente de financiamento concedido por

instituição financeira internacional, da qual o Brasil participe, ou por entidade

governamental estrangeira, ou ainda, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico (BNDES), com recursos captados no exterior, de acordo com as

disposições constantes do art. 5º da Lei nº 8.032, de 12 de abril de 1990, com a

redação dada pelo art. 5º da Lei nº 10.184, de 12 de fevereiro de 2001.

O drawback intermediário é concedido a empresas denominadas fabricantes-

intermediários, que importam mercadoria para industrialização de produto

intermediário a ser fornecido a empresas industriais-exportadoras e utilizado na

industrialização de produto final destinado à exportação, nesta operação poderá

ser utilizada uma mesma exportação para comprovar o Ato Concessório de

drawback do fabricante-intermediário e da industrial-exportadora,

proporcionalmente à participação de cada um no produto final exportado e, o

Conforme disposto no § 2º do art. 1º da Lei nº 8.402, de janeiro de 1992,

Page 43: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

25

O drawback para embarcação refere-se à importação de mercadoria para

industrialização de embarcação e venda no mercado interno.

2.2.1.8 Procedimentos para obtenção do Drawback Suspenção

De acordo com o regulamento aduaneiro, a empresa deverá preencher o

respectivo pedido no módulo específico drawback do SISCOMEX e poderá ser

exigido a apresentação de documentos adicionais, caso a organização que esteja

solicitando o pedido não apresentar os documentos exigidos no prazo máximo de

30 dias corridos, esse pedido pode ser negado.

Art. 386. A concessão do regime, na modalidade de suspensão, é de competência da Secretaria de Comércio Exterior, devendo ser efetivada, em cada caso, por meio do SISCOMEX. (Regulamento Aduaneiro de Fevereiro de 2009)

Ainda de acordo com o regulamento aduaneiro, a concessão do regime é

feita com base nos registros e nas informações prestadas, no SISCOMEX,

conforme estabelecido pela Secretaria de Comércio Exterior. Esse registro

informatizado da concessão tem validade para todos os efeitos legais no âmbito

do ato concessório.

Para o desembaraço aduaneiro da mercadoria será exigido o termo de

responsabilidade em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil

para ser aceita no regime de drawback.

O pedido na modalidade de suspensão do regime drawback é concedido pela

Secretaria de Comercio Exterior com base na analise financeira dos fluxos das

importações e exportações e da compatibilidade das mercadorias importadas e

aquelas a serem exportadas.

Art. 389. As mercadorias admitidas no regime, na modalidade de suspensão, deverão ser integralmente utilizadas no processo produtivo ou na embalagem, acondicionamento ou apresentação das mercadorias a serem exportadas.

(Regulamento Aduaneiro de Fevereiro de 2009)

Page 44: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

26

Segundo o art. 389 do regulamento aduaneiro, caso haja excedente de

mercadorias produzidas ao amparo do regime, poderá ser consumida no mercado

interno, mas somente após o pagamento dos tributos suspensos dos insumos ou

produtos importados, com os acréscimos legais devidos. Ou ficam sujeitas aos

seguintes procedimentos.

a) devolução ao exterior ou reexportação;

b) destruição, sob controle aduaneiro;

c) destinação para consumo das mercadorias remanescentes, com o

pagamento dos tributos suspensos e dos acréscimos legais devidos;

Para controle e analise de fraudes a Secretaria de Comércio Exterior poderá

estabelecer condições ou requisitos específicos para a concessão do regime,

inclusive a apresentação dos cronogramas de exportação.

Parágrafo único. Na hipótese de descumprimento das condições e dos requisitos estabelecidos, o regime poderá deixar de ser concedido nas importações subseqüentes, até o atendimento das exigências. (Regulamento Aduaneiro de Fevereiro de 2009)

A Secretaria da Receita Federal do Brasil e a Secretaria de Comércio Exterior

poderão, em suas competências editar os atos normativos para a inclusão ou

desabilitação de implementações nesta Seção.

A empresa devera solicitar a comprovação das importações e exportações

vinculadas ao regime, através do módulo específico de drawback do SISCOMEX,

na opção “enviar para baixa”, no prazo de até 60 (sessenta) dias contados a partir

da data limite para exportação.

O Sistema fará a transferência automática dos RE averbados e devidamente

vinculados ao ato concessório no momento da efetivação dos REs, e das DIs

vinculadas ao regime, para a comprovação do Ato Concessório, caso a empresa

seja de fins comerciais e de drawback intermediário devera acessar a opção

correspondente para associar o registro de exportação à NF.

Page 45: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

27

Art. 4º Somente será aceito para comprovação do regime, modalidade

suspensão, RE contendo, no campo 2-a, o código de enquadramento

constante da tabela de enquadramento da operação do SISCOMEX-

Exportação, quando de sua efetivação, bem como as informações

exigidas no campo 24 - dados do fabricante. (Disponível no Website do

Ministério do Desenvolvimento)

Sistema irá realizar a comprovação automática se os valores e quantidades

forem idênticos ao realizado pela empresa no compromisso assumido. Não é

permitida a inclusão AC no campo 24, bem como no campo 2 -a de código de

enquadramento de drawback, após a averbação do registro de exportação, salvo

os casos de transferência de titularidade aprovados pelo DECEX (alterado pela

Portaria SECEX n° 06, de 31 de março de 2009).

Pode caso necessário fazer alterações através do SISCOMEX por meio de

processo administrativo para alterar dados no campo 24 desde que seja mantido o

código de enquadramento do drawback.

Para a comprovação serão utilizadas as datas de desembaraço da DI, a de

averbação do RE e da emissão da NF, dentro da data de validade do Ato

Concessório. Não serão aceitos para comprovação, RE que possua um único

CNPJ vinculado a mais de um Ato Concessório de Drawback.

2.2.2 Modalidade Isenção

O drawback isenção é uma modalidade diferenciada, pois ela se caracteriza

pela isenção de impostos desde que a empresa já tenha importado insumos e/ou

matérias primas para a produção de um produto que foi exportado, desta forma a

empresa poderá solicitar o ato concessório de drawback isenção. Nesta

modalidade, a empresa poderá importar insumos com isenção de tributos, em

Page 46: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

28

quantidade e qualidade equivalentes, destinados à reposição de insumos

anteriormente importados utilizados na industrialização do produto exportado.

A isenção é utilizada para reposição dos estoques dos insumos utilizados

na fabricação dos produtos, em quantidade e qualidade equivalente, aos

já exportados. A modalidade isenção ocorre em momento oposto ao da

suspensão, pois sua solicitação se dá após a importação, fabricação e

exportação do bem final. O pedido de drawback é feito mediante a

comprovação da exportação. Após a reposição do estoque os insumos

importados poderão ser utilizados livremente pela empresa.” (Disponível

no Website Spiner)

A princípio, o limite máximo para a importação de insumos para reposição de

estoque, com isenção de tributos, será de até 2 (dois) anos a contar da data de

registro da primeira Declaração de Importação (DI) utilizada para a comprovação

da aquisição no exterior dos insumos a importar.

O drawback isenção, diferente das outras modalidades, não há a intenção de

exportar a mercadoria, e sim de consumi-la no mercado interno.

Isso se verifica porque, nessa modalidade a empresa beneficiária

inicialmente importa as mercadorias para seu próprio consumo no

mercado interno, sem qualquer intenção de exportar, logo pagando todos

os impostos. (CASTRO, 1998, p. 151)

A modalidade isenção é aplicada à operação do drawback para Reposição

de Matéria-Prima Nacional, que consiste na importação de mercadoria para

reposição de matéria-prima nacional utilizada em processo de industrialização do

produto exportado, visando beneficiar a indústria exportadora ou o fornecedor

nacional, e para atender a situações conjunturais de mercado

A partir da segunda importação é possível importar o produto para que seja

reposto o estoque sem a incidência dos impostos, pois os mesmos já foram pagos

na primeira importação, porém se a quantidade do produto importado pela

Page 47: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

29

segunda vez ultrapassar a quantidade do produto importado pela primeira vez, os

impostos irão incidir sobre a quantidade que foi excedida na segunda importação.

Como se verifica, o direito ao drawback na modalidade isenção ocorre a

partir da realização da exportação do produto final e desde que tenha

sido utilizada a mercadoria importada anteriormente, com pagamento de

impostos.(CASTRO, 1998, p. 152)

O drawback isenção somente isentará o II (Imposto de Importação), o IPI

(Imposto sobre produtos Industrializados), o PIS (Programa de Integração Social),

o COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e o AFRMM

(Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante), na primeira

importação os impostos incidente ao produto importado deverão ser pagos,

somente não será isentado o ICMS (Imposto Sobre Operações Relativas à

Circulação de Mercadorias e Sobre Prestação de Serviço de Transporte

Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação).

Para fim de caracterização do drawback, a nova importação será

realizada com a isenção de pagamento de II, IPI, ICMS e AFRMM, por se

constituir na reposição de estoques de mercadorias importadas

anteriormente, com pagamento de impostos, e que foram utilizadas no

produto exportado. CASTRO, 1998, p. 152)

2.2.2.1 Operações especiais na Modalidade Isenção

Conforme mencionado na modalidade suspensão, em ambas as

modalidades, isenção e suspensão, temos duas operações especiais o drawback

intermediário e o drawback para embarcação.

Page 48: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

30

2.2.2.2 Drawback Intermediário

O drawback intermediário é concedido a empresas denominadas fabricantes-

intermediários, que importam mercadoria para industrialização de produto

intermediário a ser fornecido a empresas industriais-exportadoras e utilizado na

industrialização de produto final destinado à exportação, nesta operação poderá

ser utilizada uma mesma exportação para comprovar o Ato Concessório de

drawback do fabricante-intermediário e da industrial-exportadora,

proporcionalmente à participação de cada um no produto final exportado e, o

drawback para embarcação refere-se à importação de mercadoria para

industrialização de embarcação e venda no mercado interno, conforme disposto

no § 2º do art. 1º da Lei nº 8.402, de janeiro de 1992.

2.2.2.3 Drawback para embarcação

O drawback para embarcação refere-se à importação de mercadoria para

industrialização de embarcação e venda no mercado interno, conforme disposto

no § 2º do art. 1º da Lei nº 8.402, de janeiro de 1992.

2.2.2.4 Drawback Isenção

Segundo Castro (1998), a concessão do drawback na modalidade isenção,

está sujeita a algumas regras. A primeira delas é que o valor CIF da mercadoria

não poderá ultrapassar 40% do valor FOB da mercadoria.

A Secex é o órgão competente para a concessão do regime de Drawback

Isenção. O beneficiário deverá comprovar a exportação de bens em cuja

Page 49: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

31

produção tenha utilizado mercadorias importadas em quantidade e valor

iguais aos que se pleiteia a isenção. O total da importação das

mercadorias deve ser, comparativamente, de 40% em relação ao valor

líquido das exportações, sempre se considerando os preços CIF no local

de embarque no exterior e o valor FOB líquido (sem comissão de agente

e outras deduções) local de exportação. (Disponível no Website do

Banco do Brasil)

Estará sujeito também à análise de idoneidade da empresa interessada em

fazer o drawback, criando assim uma ferramenta para evitar possíveis fraudes e

controlar os benefícios oferecidos. A empresa também não poderá ter nenhum

pedido de drawback pendente das comprovações necessárias para o beneficio.

De acordo com Castro (1998) o ato concessório da modalidade isenção será

dado pela SECEX (Secretaria de Comércio Exterior), no qual habilitará a empresa

a importar matérias primas para a reposição de estoques com a isenção dos

impostos. Este ato concessório tem a validade máxima de 2 anos, sendo

concedido pela primeira vez com a validade de 1 ano e prorrogável por mais 1

ano.

Outrossim, após a autorização para a importação da mercadoria sob

drawback, o prazo para o embarque no exterior dos produtos

beneficiados será de um ano, a contar da data da emissão do Ato

Concessório, passível de prorrogação por igual período, conforme as

peculiaridades de cada caso. (Castro, 1998)

O ato concessório estando vencido não acarreta a perda do benefício, desde

que a mercadoria tenha sido embarcada antes do ultimo dia do prazo de validade

do ato concessório, caso o contrário o benefício será perdido e os impostos terão

de ser pagos com juros e multa.

Segundo FRANCAVILLA (2002) ,o pedido do ato concessório do drawback

isenção deverá ser feito junto à dependência do Banco do Brasil habilitada a

conduzir o regime. Deverão ser comprovadas as importações realizadas para que

seja analisado junto ao pedido do ato concessório. A declaração de importação

Page 50: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

32

(DI) apresentada para a comprovação das importações, não deverá ter a data do

registro de 2 anos antes do pedido do ato concessório.

Todo e qualquer pedido de alteração do ato concessório deverá ser feito

mediante um formulário de aditivo ao pedido de drawback. O pedido será

analisado quando for feito no último dia do prazo de validade do ato concessório

ou no primeiro dia útil subseqüente, caso a validade tenha caído em um dia não

útil.

Na habilitação do regime de drawback na modalidade isenção, utiliza-se da

DI com data de registro não anterior a 2 (dois) anos da data de apresentação do

pedido de drawback.

De acordo com o decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009, a portaria nº

36, de 22 de novembro de 2007 e a portaria nº 25 de 27 de novembro de 2008 a

concessão do regime é de competência da Secretaria de Comércio Exterior,

devendo a empresa comprovar a exportação do produto beneficiado, fabricado,

complementado ou acondicionado que tenha utilizado mercadorias importadas

equivalentes, em qualidade e quantidade, àquelas para as quais estão sendo

pedido a isenção.

A empresa deverá indicar a classificação na NCM, a descrição, a quantidade

e o valor da mercadoria a ser importada e do produto a ser exportado, em moeda

conversível a preços unitários.

O regime será concedido mediante ato concessório do qual constarão:

I - valor e especificação da mercadoria exportada;

II - especificação e classificação fiscal na Nomenclatura Comum do

Mercosul das mercadorias a serem importadas, com quantidades e os valores

respectivos, estabelecidos com base na mercadoria exportada;

III - valor unitário da mercadoria importada, utilizada no beneficiamento,

fabricação, complementação ou acondicionamento da mercadoria exportada.

O valor do produto exportado corresponde ao valor líquido da exportação,

assim o preço total no local de embarque (campo 18 -b do RE), deduzidas as

parcelas relativas da comissão de agente, descontos e eventuais deduções.

Page 51: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

33

A Secretaria de Comércio Exterior irá periodicamente verificar a atualização

das relações importação-exportação dos atos normativos ou específicos que

expedir para produto ou produtos, e poderá suspender a aplicação de atos

concessórios para atender os interesses da economia nacional a qualquer

momento. Sendo que a mesma estabelecera prazo para a habilitação ao regime.

Para Habilitação nesta modalidade, as empresas utilizaram o RUD para

identificar os documentos eletrônicos registrados no SISCOMEX, relativos as

importações e exportações vinculadas ao regime ficando dispensada de

apresentar documentos impressos.

A data do registro DI devera ser indicado no RUD para comprovação das

importações já realizadas, e o RE não pode ser utilizado em mais de um pedido de

drawback.

Caso o produto importado tenha alíquota zero no Imposto de importação, o

regime pode ser concedido para os outros tributos devidos na importação.

Art. 401. Na concessão do regime serão desprezados os subprodutos e os resíduos não exportados, quando seu montante não exceder de cinco por cento do valor do produto importado. (Regulamento Aduaneiro de Fevereiro de 2009)

Se tiver alguma divergência relativa aos Atos Concessórios do regime

drawback serão analisados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil ou pela

Secretaria de Comercio Exterior cada uma no âmbito de sua competência.

2.2.2.5 Importação vinculada ao Regime de Drawback – Modalidade Isenção

De acordo com o ministério do desenvolvimento as importações vinculadas

ao regime especial aduaneiro deve seguir o procedimento abaixo.

As importações vinculadas ao ato concessório de drawback estão sujeitas a

licenciamento automático previamente ao despacho aduaneiro se solicitado antes

Page 52: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

34

do embarque no exterior. O licenciamento obedecerá as normas gerais de

importação e devera ser prestado todas as informações exigidas no

preenchimento do licenciamento de importação, principalmente na parte de

negociação relativa aos campos de regime de tributação:

I - o código relativo ao regime tributário - isenção, conforme tabela do

sistema;

II - o código da fundamentação legal - drawback, conforme tabela do

sistema;

III - o número da agência do Banco do Brasil S.A. centralizadora do ato

concessório de drawback;

IV - o número do ato concessório de drawback - no formato dddd-aa-

nnnnnn-v;

a) dddd: 04 dígitos para a agência emissora;

b) aa: 02 dígitos para o ano da emissão;

c) nnnnnn: 06 dígitos para o número do ato concessório de drawback,

completando com zero os dígitos não utilizados;

d) v: 01 dígito verificador.

Quando se tratar de solicitação de licenciamento amparando a transferência

de mercadoria depositada sob regime aduaneiro de entreposto na importação,

deverá obrigatoriamente ser consignado na tela “complemento - informações

complementares” o seguinte “A mercadoria objeto deste licenciamento se encontra

depositada sob regime aduaneiro de entreposto na importação. A beneficiária está

ciente de que a transferência da mercadoria depende de autorização da Receita

Federal do Brasil - RFB”.

Caso o licenciamento amparando a transferência de mercadoria sob depósito

alfandegado certificado - DAC, deverá consignado na tela “complemento -

informações complementares” o seguinte “A mercadoria objeto deste

licenciamento se encontra em depósito alfandegado certificado -DAC-.

Transferência para o regime aduaneiro especial de drawback com base no

disposto no artigo 497, do Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009.” (alterado

pela Portaria SECEX n° 02, de 18 de fevereiro de 2009)

Page 53: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

35

Já no caso de substituição de mercadoria importada ao amparo do regime de

drawback, deve-se obrigatoriamente consignar na tela “complemento -

informações complementares” do licenciamento de importação o seguinte:

“Substituição ao amparo da Portaria nº -indicar o nº e data desta Portaria -, do

Secretário de Comércio Exterior, de mercadoria importada por meio da declaração

de importação nº __________,vinculada ao ato concessório de drawback nº

__________, de __________.”

Caso o ato concessório de drawback seja emitido com exigência de

prestação de garantia devera ser consignado na tela “complemento - informações

complementares” do licenciamento de importação o seguinte:

“A beneficiária está ciente do disposto no § 4º do art. 386 do Decreto 6.759, de 5

de fevereiro de 2009.” (alterado pela Portaria SECEX n° 02, de 18 de fevereiro de

2009).

Quando o preenchimento da DI vinculada a modalidade de isenção, deverá

ter no campo “informações complementares” da tela “complemento”, o número da

Adição da DI que amparou a importação original e do ato concessório de

drawback correspondente.

2.2.3 Modalidade Restituição

Essa modalidade de drawback é muito pouco utilizada, pois ela difere das

outras modalidades no que se refere a redução de custos na importação da

matéria prima, pois os impostos deverão ser pagos integralmente para que se haja

a restituição dos mesmos. Esta modalidade somente restituirá o II (Imposto de

Importação) e o IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados).

Para que seja restituído esses impostos, é necessário a importação de uma

matéria prima com todos os impostos pagos integralmente, porém não poderá ser

importada novamente. Sendo assim a Secretaria da Receita Federal emitirá uma

certificação de crédito com os valores do II (Imposto de Importação) e do IPI

Page 54: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

36

(Imposto Sobre Produtos Industrializados) válida por 90 dias para que seja abatida

em importações futuras.

Esta modalidade é pouco utilizada devido ao prazo de validade do ato

concessório, da morosidade do processo e da burocracia que é praticada para a

concessão do benefício, tornando assim uma modalidade pouco benéfica à

importação realizada.

2.2.3.1 Drawback Restituição

A concessão desse regime é de competencia da Secretaria da Receita

Federal do Brasil e pode ser total ou parcial a restituição dos tributos pagos na

importação da mercadoria. Para usufruir do regime, o interessado devera

comprovar a exportação do produto o qual foi beneficiado, fabricado

complementado ou acondicionado e tenha utilizado insumos importados na

referida fabricação.

Essa restituição do valor correspondente aos tributos pode ser feita mediante

crédito fiscal, a ser utilizado em qualquer importação posterior (Decreto-Lei no 37,

de 1966, art. 78, § 1o).

Art. 399. Na modalidade de restituição, o regime será aplicado pela unidade aduaneira que jurisdiciona o estabelecimento produtor, atendidas as normas estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, para reconhecimento do direito creditório. (Regulamento Aduaneiro de Fevereiro de 2009)

2.3 DESVANTAGENS DO REGIME ESPECIAL ADUANEIRO DRAWBACK

Bruno Ratti aponta que para aplicação do drawback faz-se necessário um

sistema bastante rigoroso por parte das autoridades com o intuito de evitar fraudes

Page 55: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

37

o que demanda regulamentação de alta complexidade com inúmeras exigências a

serem preenchidas, além de sujeitar a empresa interessada a uma inspeção

periódica por parte dos agentes do governo. Essas inspeções periódicas podem

comprometer a confidencialidade dos processos de produção envolvidos nos

produtos a serem beneficiados pelo regime. Muitas vezes, propositadamente ou

acidentalmente, o drawback transforma-se em subvenção disfarçada à

exportação, em virtude de dificuldades na determinação do montante a ser

retornado. Essas dificuldades surgem especialmente quando o material importado,

que entra na composição de determinado produto, não pode ser medido

diretamente. Nesses casos índices de conversão arbitrários são estabelecidos

para determinar quais as reais quantidades utilizadas na fabricação.

2.4 VANTAGENS OBTIDAS COM O USO DO DRAWBACK

Redução dos custos de produção; Melhor qualidade do seu produto;

Aperfeiçoamento das tecnologias; Maior participação nos mercados; Conquista de

novas frentes de trabalho, através da exportação; Utilização mais eficiente da

capacidade da produção; Aproveitamento dos incentivos que o governo concede,

como financiamentos específicos e amparo em todas as etapas do processo de

produção e comercialização.

2.5 DRAWBACK E A ECONOMIA BRASILEIRA

Ao longo dos anos o Drawback teve um crescimento significativo em relação

aos demais regimes de tributação e, conforme o gráfico 1 podemos observar o

crescimento em sua utilização sendo considerado um dos mais importantes

estímulos às exportações respondendo por em média 30% dos regimes

Page 56: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

38

suspensivos na importação, superando o Regime Aduaneiro Especial de

Entreposto Industrial sob Controle Informatizado (Recof) e a Zona Franca de

Manaus.

Gráfico 1 Participação do Drawback nos Regimes de Tributação

A utilização do Drawback proporciona a redução nos custos do produto final,

pois a empresa deixa de pagar alguns impostos que são obrigatórios na

importação, dessa forma conseguem melhorar a qualidade de seus produtos e

conseqüentemente conseguem também maior participação no mercado e novas

frentes de trabalho através das exportações. Essa realidade pode ser observada

no gráfico 2 onde mostra que as importações amparadas pelo regime cresceram

na ultima década 215%, tendo alcançado em 2007 US$ 10,3 bilhões e no gráfico 3

que mostra o crescimento das exportações estimuladas pelas importações que

utilizam o Drawback.

Tabela 1

Importação sob o Regime Drawback

Page 57: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

39

IMPORTAÇÃO SOB O REGIME DE DRAWBACK

3.256 3.1773.840

4.367 4.2035.008

6.284

7.197

9.066

10.272

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Fonte: Siscomex RFB/SECEX US$ MILHÃO

Gráfico 2 Importação sob o regime Drawback

Fonte: Siscomex RFB/SECEX

Page 58: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

40

EVOLUÇÃO DO CRESCIMENTO DO DRAWBACK FRENTE AO

COMÉRCIO EXTERIOR

0

50

100

150

200

250

300

350

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2006 2007

Fonte: Siscomex RFB/Secex

IND

ICE

DRAWBACK

IMPORTACAO

EXPORTACAO

Gráfico 3 Evolução do Crescimento do Drawback frente ao Comercio Exterior

Fonte: Siscomex RFB/SECEX

Na figura 4 abaixo, o Gráfico mostra a participação do Drawback sobre a

importação e a exportação sendo pouco representativo, a importação variou de

5% a 10% na década, tendo alcançado em 2008 os 7% já a exportação se

manteve sem muita variação.

Tabela 2

Participação do Drawback sob a importação e a exportação

Page 59: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

41

PARTICIPAÇÃO DO DRAWBACK SOBRE A IMPORTAÇÃO E A EXPORTAÇÃO

(US$)

5,34

%6,

44% 6,

88%

7,85

%8,

90%

10,3

6%

10,0

0%

9,78

%9,

92%

8,52

%

7,24

%

6,36

%6,

62%

6,97

%

6,79

%6,

95%

6,84

%

6,50

%

6,07

% 6,59

%

6,39

%

6,33

%

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Fonte: Siscomex RFB/SEcex e Sistema Alice

DRAWBACK IMPORTAÇÃO DRAWBACK EXPORTAÇÃO

Gráfico 4 Participação do Drawback sobre a importação e a exportação

Fonte: Siscomex RFB/SECEX e Sistema Alice

Ao analisarmos o índice de agregação em relação aos valores importados e

exportados descriminados na Figura 5 foi encontrado um índice médio de 20% no

período de 2004 a 2007, isto é, para cada dólar importado são exportados cinco

dólares.

Page 60: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

42

Tabela 3

Índice de agregação

Gráfico 5 Índice de Agregação

As exportações beneficiadas pelo regime de Drawback apresentaram

crescimento superior às exportações realizadas sem o mecanismo: 77% contra

62%, de 2004 a 2007.

De acordo com a Figura 6, o Gráfico mostra a participação das exportações

amparadas pelo regime, quando comparada às exportações totais situa-se na

faixa de 25% a 30%, de fato que em 2007, mais de US$ 45 bilhões foram

exportados por drawback num universo de US$ 160 bilhões.

Tabela 4

Participação da exportação sob o regime Drawback

Page 61: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

43

25.72496.678

36.106118.529

41.992137.470

36.106160.649

27.309

111.096

0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 160.000 180.000

2004

2005

2006

2007

2008 ( Jul )

PARTICIPAÇÃO DA EXPORTAÇÃO SOB O REGIME DE DRAWBACK

SOBRE A EXPORTAÇÃO TOTAL

exportação sob drawback exportação total

Fonte:Siscomex RFB/Secex e Sistema Alice ,

Gráfico 6 Participação da exportação sob o regime de Drawback sobre a

exportação total

Fonte: Siscomex RFB/SECEX e Sistema Alice

O número de empresas que utilizam o Drawback vem crescendo lentamente,

na figura 7 de acordo com o Gráfico desde 2002 esse número cresceu 72% ao

atingir 2.283 empresas em 2007, porém, é pouco significativo quando comparado

ao número de empresas exportadoras em 2007 de 20.889.

Page 62: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

44

Tabela 5

Empresas exportadoras X Empresas que utilizam Drawback

Gráfico 7 Empresas exportadoras

Fonte: Siscomex RFB/SECEX e Sistema Alice

Drawback é utilizado por todos os seguimentos industriais, atingindo desde a

agroindústria até os bens de capital e de consumo.

A Figura 8 mostra que dentre as 25 mil operações já encerradas desde 2001,

os setores de máquinas, calçados e eletro-eletrônicos foram os maiores

beneficiários do regime.

Page 63: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

45

Tabela 6

Exportação por segmentos

632 906 7091.775

903

3.858

7511.534308

14.211

DRAWBACK UTILIZADO POR SEGMENTO

Siderurgia

Têxtil

Vestuário

Calçados

Plásticos

Máquinas

Automotivo

Eletrônicos

Hortícolas

Demais

Gráfico 8 Drawback utilizado por segmento Fonte: Sistema Alice e Siscomex RFB/SECEX

Fonte: Sistema Alice e Siscomex RFB/SECEX

Page 64: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

46

2.6 FERRAMENTAS DE PROTEÇÃO CAMBIAL

Para o drawback ter a rentabilidade esperada é necessário tomar cuidado

com a variação cambial da moeda negociada para que não se tome prejuízo na

importação feita pelo regime espedial aduaneiro ao invés de se obter lucro pela

suspensão, isenção ou restituição dos impostos incidentes na mercadoria

importada.

Existem algumas ferramentas que podem ser usadas para se protejer destes

riscos que estamos sujeitos numa importação, essa proteção pode ser feita

através de um Hedge.

2.6.1 Hedge

O Hedge é um instrumento de proteção cambial que visa a proteção parcial

ou total de grandes variações na taxa de cambio da moeda negociada.

[...] visa proteger operações financeiras contra o risco de grandes variações no preço de determinado ativo. Em finanças, uma estratégia de hedging consiste em realizar um determinado investimento com o objetivo específico de reduzir ou eliminar o risco de outro investimento ou transação. (Disponivel no Website Wikipedia)

Os mercados futuros tem muita participação de hedgers que visam proteger a

empresa total ou parcialmente dos riscos incorridos nas operações financeiras

utilizadas. Este risco pode estar em diversas formas como a taxa de cambio, preço

de commodity entre outros.

Seu objetivo é usar esses mercados para reduzir determinado risco que possam estar expostos. Esse risco pode se referir ao preço do petróleo, à taxa de câmbio, ao nível de preços do mercado de ações ou a qualquer outra variável. O hedge perfeito é aquele que elimina completamente o risco. (HULL, 2005, p.91 )

Page 65: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

47

2.6.2 Hedge de venda

Segundo HULL (2005), o hedge de venda envolve a posição vendida em

contratos futuros. É apropriado quando o hedger já possui o ativo e espera vendê-

lo em algum momento futuro.

Nesse caso o hedge funcionaria da seguinte forma. A empresa que deseja

exportar a mercadoria, para se proteger dos riscos da operação, realiza um hedge

de venda, para isso ela deverá adotar a posição vendida em contratos futuros e

realizar a operação junto à Bolsa de Mercados e Futuros (BM&F).

A empresa estudada utilizaria esta ferramenta para se proteger da variação

cambial que poderia trazer um possível prejuízo na venda do produto final. A

empresa venderia os dólares futuros a uma taxa negociada junto à BM&F e

fecharia um contrato de cambio de hedge. Se na data da liquidação a taxa de

cambio for maios que a negociada na operação de hedge a empresa estará

eliminando o risco de perder dinheiro com a variação, ja se a taxa de cambio for

baixa a empresa estara perdendo com a variação cambial de acordo com a

posição do contrato futuro negociada.

2.6.3 Hedge de compra

O hedge de compra é utilizado quando a empresa sabe que no futuro ela terá

de comprar determinado produto para atender uma possível demanda ou um

contrato estabelecido com outra empresa.

O hedge de compra funciona da seguinte forma. A empresa que irá comprar

uma mercadoria futura para dar continuidade à sua produção irá até a BM&F fazer

um hedge no preço futuro desta mercadoria, feito isso a empresa eliminará o risco

de perder dinheiro caso o preço dessa mercadoria sofra um aumento no futuro e

estara ganhando dinheiro em relação ao contrato futuro, ja se o preço da

Page 66: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

48

mercadoria cair no futuro a empresa estara perdendo dinheiro em relação à

posição futura negociada.

A empresa estudada utilizaria o hedge de compra em uma operação para

comprar o material utilizado no processo produtivo de seu produto final que é

importado sob o regime de drawback, dessa forma ela elimina o risco de pagar

mais caro, caso o preço desse material suba, e corre o risco de perder dinheiro,

caso o preço deste material caia futuramente.

2.6.4 Hedge feitos em Corretoras de Câmbio

Geralmente as empresas procuram corretoras de cambio para realizar suas

transações internacionais, fechamentos de cambio de compra e de venda,

contratos de hedge, entre outras operações.

Quando a empresa procura uma corretora para ralizar este tipo de operação

ela esta ciente de que ocorrerá um custo, porém o custo dessas operações feitas

pela corretora é um custo muito baixo, dependendo do volume de operações

realizadas por esta empresa.

O custo das operações é cobrado mediante uma taxa de corretagem

negociada entre a empresa e a corretora, assim a corretora se responsabiliza por

todas as negociações a serem feitas para a realização da operação financeira

solicitada pela empresa.

No caso do hedge, a corretora vê qual é o melhor canal para realizar a

operação, se é por meio de bancos ou se é diretamente na BM&F, e realiza a

operação. A empresa só terá o trabalho de conferir se o hedge esta feito conforme

negociado com a corretora e assinar os contratos de cambio.

Page 67: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

49

3 METODOLOGIA

O objeto de estudo será a empresa Yamana gold Inc, de origem canadense,

especializada na produção de ouro, desenvolvimento de técnicas exploratórias e

mapeamentos de terrenos para exploração de metais preciosos no Brasil, Chile,

Argentina, México e América Central. Formada em 2003, a Yamana gold teve seu

perfil de atuação dramaticamente alterado nos últimos 5 anos, seu numero de

colaboradores subiu de 12 para 8.700 e possui hoje nove minas de extração

localizados em 7 países da única existente no inicio de suas operações em 2003

no Canadá.

Nos últimos 2 anos a Yamana obteve destaque no mercado internacional

com a aquisição da Meridion Gold e Nothern Orion Resources por $4.8 bilhões

tendo hoje sua capacidade de produção total estimada em 1 milhão de onças de

ouro por ano e baixo custo de produção de aproximadamente $182,00 por onça

equivalente de ouro.

A partir de 2008 a empresa focou na política de crescimento orgânico e

sustentável de longo e curto prazo e planeja continuar investindo nas minas que já

possui e seguir sua expansão nas Américas através de constante

desenvolvimento de suas técnicas exploratórias e mapeamento de novas minas

de exploração.

Atualmente a Yamana Gold Inc concentra suas principais instalações de

extração no Brasil possuindo 6 minas localizadas no país sendo elas: Chapada

(Goiás), Jacobina (Bahia), Fazendo Brasileiro (Bahia), São Vicente (Fronteira da

Bolívia), São Francisco (50km da Bolívia), Santa Luz (Bahia).

3.1 TIPO DE PESQUISA

Opta-se pelo o tipo de pesquisa exploratória por proporcionar a melhor

compreensão do assunto discutido no trabalho.

Page 68: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

50

3.2 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS

Para a coleta de dados optou-se por uma entrevista realizada com o

responsável pela a área de drawback da empresa estudada.

A pesquisa foi aplicada pelos autores do trabalho para se analisar o processo

utilizado pela empresa, de maneira clara e objetiva com perguntas sobre o tema e

maneiras utilizadas para conseguir assim a compreensão de todos.

Também foi utilizado a pesquisa bibliográfica para a coleta de informações

referentes ao regime especial aduaneiro estudado, onde foi consultado diversos

livros e sítios de internet para a obtenção de informações sobre o drawback.

3.3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A Yamana Gold é uma empresa de mineração que iniciou suas atividades de

exportação de minério concetrado de cobre em fevereiro de 2007 para a américa

do norte.

Como estratégia de negócio a empresa começou a utilizar o regime especial

aduaneiro drawback que se deu após o credenciamento da empresa a pedido do

DECEX para poder solicitar o ato concessório que daria o direito da empresa

importar insumos e matérias primas com a desoneração dos impostos incidentes

na importação. A empresa teve de contratar uma outra empresa credenciada pelo

DECEX para emitir um laudo técnico, para a Yamana Gold ser credenciada e

poder solicitar o ato concessório para realizar suas importações.

A Yamana Gold, utilizou essa estratégia de importar uma matéria prima ou

insumo com o benefício do regime especial aduaneiro, afim de aumentar os seus

lucros. Com essa estratégia a empresa aumentou seu lucro em uma taxa que gira

em torno dos 70%.

Page 69: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

51

Uma possível desvantagem seria observada pela empresa nessa estratégia,

seria se caso a empresa não comprovasse a importação, a mesma teria de pagar

todos os impostos que foram desonerados na importação com multa, juros e

correções monetárias, o que tornaria muito caro e elevaria muito o custo do

produto final.

A modalidade mais utilizada pela a empresa Yamana Gold é a modalidade

Suspensão, que desonera todos os impostos incidentes na importação.

A empresa opta por essa modalidade tendo em vista que a exportação é feita

após a utilização dos insumos e matérias primas que compõem o produto final e

tambem que não seria interessante para a empresa utilizar outra forma

modalidade de drawback.

A Yamana Gold é uma empresa que movimenta muitas toneladas utilizando o

drawback, atualmente o ato concessório da empresa permite que ela importe 272

toneladas a um custo FOB de US$ 749.000.000,00.

Para a empresa o drawback gera uma redução nos custos de produção dos

produtos, possibilitando que a empresa tenha uma manobra maior com relação ao

preço do produto final, por se tratar de extração de minério.

Dessa maneira a yamana gold ganhou reconhecimento internacional e

mercado dentro da América do Norte.

Page 70: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

52

4 RESULTADOS

4.1 ANÁLISE DE RESULTADOS

Figura 1

Análise da importação sem a utilização do Drawback

Fonte: (Elaborado pelo Autor, 2009)

Page 71: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

53

Aqui temos um exemplo dos custos de uma importação feita pela a Yamana

Gold sem a utilização do regime aduaneiro especial de drawback.

Nesse caso a empresa deverá pagar todos os impostos incidentes em uma

importação normal, são eles II, IPI, PIS, COFINS, ICMS e AFRMM.

Desta forma a importação deste produto se torna muito cara e pouco rentável

para a empresa, pois a tributação é muito alta em cima desta importação.

Figura 2

Análise da importação com a utilização do Drawback

Page 72: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

54

Fonte: (Elaborado pelo Autor, 2009)

Já neste exemplo, temos uma importação feita pela a mesma empresa com o

mesmo produto e na mesma quantidade, porém desta vez a empresa esta

utilizando o drawback.

Utilizando este benefício a empresa pode importar a mercadoria com os

impostos incidentes desonerados, desta forma torna o produto mais barato,

afetando o custo de produção do produto final destinado à exportação.

4.2 ANALISE DE CUSTOS DA EMPRESA YAMANA GOLD

Todo o processo de importação resulta em custos, a empresa estudada visa

a diminuição deles fazendo a importação utilizando do regime de drawback, desta

forma ela reduz o custo no que se refere à impostos incidentes na compra da

mercadoria utilizada no processo produtivo de seu produto final.

Veremos qual a rentabilidade da utilização deste regime pela empresa, e

teremos a idéia de qual é o impacto causado no custo final de seu produto, dessa

forma seu produto pode chegar com preços competitivos no mercado

internacional.

4.2.1 Análise de Rentabilidade

A seguir veremos todos os custos operacionais que irão ocorrer na

importação do produto utilizado pela empresa.

Temos uma importação com o regime de drawback suspensão e sem o

regime de drawback dessa forma podemos comparar se é ou não vantajoso a

utilização deste regime em uma importação e poderemos ver quanto a empresa

irá economizar utilizando ou não o regime.

Page 73: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

55

Aqui temos uma importação sem a utilização do regime de drawback, note

que os impostos incidentes acrscenta um total de R$75.727,18 no custo do

produto

Tabela 7

Analise dos impostos incidentes sobre a importação sem a utilização do Drawback

CALCULO SEM DB.

VALOR DA MERCADORIA R$ 97.988,16

FRETE R$ 4.721,51

CFR R$ 102.709,67

IMPOSTOS

II R$ 18.642,54

IPI R$ 12.221,22

PIS R$ 2.383,71

COFINS R$ 10.979,53

TX.SISCOMEX R$ 40,00

ICMS R$ 30.279,80

AFRMM R$ 1.180,38

TOTAL DOS IMPOSTOS R$ 75.727,18

VALOR TOTAL DA IMPORTAÇÃO R$ 178.436,85

Fonte: (Elaborado pelo Autor, 2009)

O custo total desta importação seria de R$178.436,85 sendo que

R$75.727,18 seria só de impostos incidentes nessa importação, representa

42,44% do custo total da importação.

Podemos ver que é pouco vantajoso utilizar desta importação, pois os

impostos incidentes são muito altos e um incide sobre o outro, tendo assim um

custo muito elevado na importação desta mercadoria.

Page 74: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

56

Aqui podemos ver a importação com a utilização do regime de drawback

suspensão, note que os impostos incidentes estão suspensos somente é cobrada

a taxa da utilização do sistema Siscomex que é da importancia de R$40,00.

Tabela 8

Analise da importação com a utilização do Drawback

CALCULO COM DB.

VALOR DA MERCADORIA R$ 97.988,16

FRETE R$ 4.721,51

CFR R$ 102.709,67

IMPOSTOS

II R$ -

IPI R$ -

PIS R$ -

COFINS R$ -

TX.SISCOMEX R$ 40,00

ICMS R$ -

AFRMM R$ -

TOTAL DOS IMPOSTOS R$ 40,00

VALOR TOTAL DA IMPORTAÇÃO R$ 102.749,67

Fonte: (Elaborado pelo Autor, 2009)

O custo total da importação utilizando o regime de drawback é de

R$102.749,67 sendo R$40,00 de impostos incidentes na importação. Nesse caso

os impostos incidentes representam apenas 0,04% do custo total da importação.

Page 75: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

57

75.727,18

40,00

0,00

10.000,00

20.000,00

30.000,00

40.000,00

50.000,00

60.000,00

70.000,00

80.000,00

Total dos Impostos

Impostos incidentes sem

o uso do Drawback

Impostos incidentes com

o uso do Drawback

Fonte: (Elaborado pelo Autor, 2009)

Gráfico 9 do Total de Impostos

Tendo por base esses cálculos podemos ver uma economia de R$75.727,18

na importação com a utilização do regime de drawback essa economia representa

27,49% da importação com a utilização do drawback, como veremos no grafico

abaixo.

Page 76: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

58

102.749,67

178.436,85

0,00

20.000,00

40.000,00

60.000,00

80.000,00

100.000,00120.000,00

140.000,00

160.000,00

180.000,00

Custo Total da Importação

Importação com uso do

Drawback

Importação sem o

Drawback

Fonte: (Elaborado pelo Autor, 2009)

Gráfico 10 Custo total da Importação

Page 77: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

59

5 DISCUSSÃO

O drawback é um incentivo à exportação criado pelo o governo brasileiro a

fim de extimular as exportações com a desoneração de impostos incidentes em

uma importação de matéria prima ou de insumos que participam do processo

produtivo de um produto destinado à exportação.

Desta forma empresas que utilizam deste beneficio tem a oportunidade de

colocar os seus produtos de forma competitiva no mercado externo, para

concorrer com os produtos de diversas nacionalidades e até mesmo os produtos

do país importador.

A Yamana Gold utiliza este benefício justamente por ele desonerar impostos,

deixando o seu custo de produção mais baixo e possibilitando a empresa colocar

seu produto final a preços mais competitivos no mercado externo.

A empresa conseguiu aumentar sua lucratividade de forma considerável

utilizando apenas uma modalidade do drawback, não necessitando utilizar outra

para obter uma lucratividade maior, pois a modalidade utilizada é a mais completa

no que diz respeito à desoneração de impostos.

Page 78: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

60

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da apresentação teórica e dos resultados obtidos através de analise

financeira de custos, concluímos que o drawback é um incentivo à exportação

lucrativo e que permite a empresa não só colocar os seus produtos de forma

competitiva no mercado externo, mas tambem reduzir os custos da produção dos

seus produtos com a desoneração dos impostos incidentes na importação de

matérias primas e insumos.

Após a analise de custos relacionados aos impostos incidentes em uma

importação, II, IPI, PIS, COFINS, ICMS e AFRMM observamos que estes

representavam um grande percentual do custo total da importação de insumos e

materias primas para a confecção de produtos destinados à exportação. Com

estes impostos desonerados a empresa consegue não só colocar os produtos

finais com um preço mais competitivo no mercado com o tambem ganhar novos

mercados, podendo obter um nivel maior de negociação com seus clientes.

A empresa Yamana Gold utiliza deste benefício pois é mais lucrativo e

interessante a ela no ambito que se refere a dimunição de custo, maior

aproveitamento do seu capital em investimentos e maquinarios e na expansão e

ganho de mercado externo de maneira competitiva.

Utilizando apenas a modalidade suspensão, a empresa aumentou o seu lucro

em uma taxa que gira em torno dos 70%, portanto para a Yamana Gold, é

extremamente rentável utilizar deste incentivo para a importação de insumos e

materias primas utilizados no processo produtivo de seus produtos destinados à

exportação, e para a balança comercial extritamente necessario para aumetar seu

superavit.

Desta forma concluimos que o regime aduaneiro drawback e um incentivo

realmente importante e necessario para o desenvolvimento e crescimento do

nosso comercio exterior, é uma otima ferramenta para abrir portas neste mundo

globalizado em que vivemos , onde preço e qualidade andam lado a lado

competindo entre si e prevalencendo o equilibrio entre fatores.

Page 79: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

61

LIMITAÇÕES DA PESQUISA

A empresa estudada, segundo sua representante, possui restrições na liberação

de algumas informações relativas aos processos de importação e exportação

beneficiados pelo drawback. Não foi possível a realização de uma investigação

mais aprofundada e prolongada sobre todo o processo de drawback realizado pela

Yamana Gold Inc, mas sim obter uma visão geral suficiente para alcançar o

objetivo inicial no qual a investigação foi fundada.

A entrevista de apenas uma pessoa é um fator limitante da pesquisa, apesar ser a

responsável pelo assunto investigado. Não houve a possibilidade de agendar

novas entrevistas com o objetivo de complementar eventuais informações.

Page 80: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

62

INDICAÇÕES PARA PESQUISAS FUTURAS

A pesquisa foi aplicada ao regime aduaneiro especial drawback, utilizando como

objeto de estudo a empresa Yamana Gold Inc, atuante na exploração e

beneficiamente de metais preciosos. Sugere-se portanto aplicar a mesma

pesquisa para outras industrias buscando maior generalidade nos resultados.

Seria interessante também a realização de uma investigação com

acompanhamento maior e presencial, de forma que o pesquisador pudesse

verificar in loco cada passo do processo.

Outra indicação que pode ser interessante para um pesquisa futura refere-se à

possibilidade de realizar essa pesquisa em um setor industrial mais diversificado

que utilize com mais intensidade o benefício do drawback na importação de

inúmeras matérias primas para composição do produto final a ser exportado

abrangido uma maior utilização do regime e suas modalidades.

Page 81: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

63

REFERÊNCIAS

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COUTINHO, L.G., FERRAZ, J. C., eds. Estudo de competitividade da indústria brasileira. Campinas: Papirus, 1995.

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FRANCAVILLA, Enrico. O drawback suspensão genérico e a vinculação física. As peculiaridades do benefício e os equívocos da fiscalização. Jus Navigandi, Teresina, ano 4, n. 43, jul. 2000. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=1345>. Acesso em: 16 abr. 2009.

Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior, [2003?]. Dispónivel em http://www.funcex.com.br/janela.asp?tp=1&xcd=9. Acesso em 01 Nov. 2009.

GARCIA, Luiz Martins. Exportar: rotinas e procedimentos, incentivos e formação de preços – 4. Ed. p. 168 – São Paulo: Aduaneiras, 1994)

HULL, John C. Fundamentos dos Mercados Futuros e de Opções – 4ª Ed. – São Paulo – Bolsa de Mercadorias e Futuros, 2005

Hedge. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. [S.l.]: Wikimedia Foundation, 2006. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Hedge>. Acesso em 21 out. 2009.

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior Secretaria de Comércio Exterior: Portaria Nₒ 11, de 25 de Agosto de 2004. Disponível em: <http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivo/legislacao/portarias/secex/2004/prtSECEX11_2004.pdf>. Acesso em 25 maio 2009.

Ministerio da Fazenda, Disponivel em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/aduana/Drawback/regime.htm>. Acesso em: 18 out. 2009.

Page 82: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

64

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior Secretaria de Comércio Exterior, Dispónivel em <http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_1253564487.pdf>. Acesso em 19 de set. 2009.

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior Secretaria de Comércio Exterior, Dispónivel em <http://www.mdic.gov.br/sitio/interna/noticia.php?area=5&noticia=3838>. Acesso em 15 de set. 2009.

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Page 83: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

65

ANEXO 1 – Minas de extração no Brasil

Chapada

Jacobina

Page 84: REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DRAWBACK-Estudo exploratório dos impactos para uma empresa do ramo de extração de ouro

66

Fazenda Brasileiro

São Vicente

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ANEXO 2 – Documentos

Pedido de Drawback

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Pedido de Anexo ou Aditivo ao Ato Concessório

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Pedido de Alteração do Ato Concessório

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RUD – Relatório Unificado de Drawback

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Pedido de Alteração do Registro de Exportação

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Exemplo de Declaração de Importação

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APÊNDICE A – Modelo de Entrevista