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4 UNIVERSIDADE TUIUTU DO PARANA Valter Luiz de Oliveira RELATO HISTORICO DA AUDITORIA E SUA APLICACAO NO SUS E NAS OPERADORAS DE SAUDE SUPLEMENTAR CURITIBA 2009

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UNIVERSIDADE TUIUTU DO PARANA

Valter Luiz de Oliveira

RELATO HISTORICO DA AUDITORIA E SUA APLICACAO NO S US E

NAS OPERADORAS DE SAUDE SUPLEMENTAR

CURITIBA

2009

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RELATO HISTÓRICO DA AUDITORIA E SUA APLICAÇÃO NO SU S E

NAS OPERADORAS DE SAÚDE SUPLEMENTAR.

CURITIBA

2009

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Valter Luiz de Oliveira

RELATO HISTÓRICO DA AUDITORIA E SUA APLICAÇÃO NO SU S E

NAS OPERADORAS DE SAÚDE SUPLEMENTAR.

CURITIBA

2009

Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Auditoria e Gestão em Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito para a obtenção do título de especialização. Orientador: Prof ª Izabel Gondro de Camargo

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TERMO DE APROVAÇÃO

Valter Luiz de Oliveira

RELATO HISTÓRICO DA AUDITORIA E SUA APLICAÇÃO NO SU S E

NAS OPERADORAS DE SAÚDE SUPLEMENTAR.

Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do título de especialização, no curso de Auditoria e Gestão em Saúde da Universidade Educacional Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 21 de abril de 2010.

Curso de Auditoria e Gestão em Saúde

Universidade Tuiuti do Paraná

Orientador: Profª Izabel Gondro de Camargo

Univers idade Tuiut i do Paraná

Membro da Banca Examinadora Univers idade Tuiut i do Paraná

Membro da Banca Examinadora Univers idade Tuiut i do Paraná

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................06

1.1 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................07

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................... .......................................................08

2.1 CONCEITOS DE AUDITORIA...............................................................................08

2.2 HISTÓRICO DA AUDITORIA NO MUNDO ..........................................................09

2.3 HISTÓRICO DA AUDITORIA NO BRASIL............................................................09

2.4 HISTÓRICO DA AUDITORIA NA SAÚDE NO BRASIL.........................................10

2.5 HISTÓRICO DA AUDITORIA NO SUS .................................................................11

2.6 HISTÓRICO DA AUDITORIA NA SAÚDE SUPLEMENTAR................................ 13

3.CONCEITO DE AUDITORIA MÉDICA..................... ............................................... 17

3.1 CONCEITO DE AUDITORIA DE ENFERMAGEM ................................................17

3.2 COMPETÊNCIAS DO AUDITOR ......................................................................... 18

3.3 ATRIBUTOS E HABILIDADES PESSOAIS DO AUDITOR .................................. 19

3.4 CÓDIGO DE ÉTICA DO AUDITOR...................................................................... 20

4 TIPOS DE AUDITORIA............................... ............................................................ 22

4.1 AUDITORIA PROSPECTIVA OU AUDITORIA PRÉVIA....................................... 22

4.2 AUDITORIA CONCORRENTE............................................................................. 23

4.3 AUDITORIA RETROSPECTIVA........................................................................... 23

5 ATIVIDADES DO AUDITOR EM SERVIÇOS DE CONSULTORIA E COMO

ASSESSORIA NA OPERADORA ............................ ................................................. 25

6 CONCLUSÃO ........................................ ................................................................. 27

REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO .......................... ...................................................29

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RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo realizar um levantamento histórico da auditoria desde seu início na Contabilidade até sua atuação na área da Saúde, no SUS e na Saúde Suplementar, ressaltando os tipos de auditorias, suas características, importância na racionalização dos custos e no aprimoramento da qualidade dos serviços de saúde, salientando também as competências e atividades do Auditor. Foi utilizado o método de pesquisa de revisão bibliográfica buscando artigos em sites, livros, material de aulas, etc., ressaltando o que os autores falam desse assunto desde a história e sua evolução, do inicio da sua aplicação até a abrangência nos dias de hoje na área da saúde. Identificou-se que relatos da história dão a origem em 2600 a.C. e que à partir do Séc.XII essa técnica foi denominada de auditoria sendo na Inglaterra sua maior aplicação inicial. Sua prática se dava na Contabilidade onde os profissionais praticam a auditoria através da conferência das contas e do registro da escrita contábil. No Brasil essa técnica veio através da instalação, de empresas estrangeiras que estavam acostumadas a essa prática, e subseqüente começaram adotar em empresas nacionais. Com a necessidade de regulação a auditoria veio a ser aplicada na Saúde, primeiramente Saúde Pública pela necessidade de maior controle da aplicação de recursos públicos, pelo aprimoramento dos serviços de saúde e por sua vez a Saúde Suplementar seguiu esse caminho, utilizando a prática da auditoria nas suas redes e conveniados, para sanar suas contas, ter sobrevivência e competitividade no mercado, sendo mais abrangentes ainda na atualidade, assessorando a gestão em planejamento e estratégias. A auditoria evoluiu da tão somente prática contábil, para um novo nicho de mercado, o da saúde, da conferência de contas para o assessoramento da gestão em diversas situações, seja na estratégia ou no planejamento, seja no aprimoramento da qualidade dos serviços prestados como também da seleção dos seus conveniados. Sendo assim a gestão pode usufruir desse “braço de apoio” chamado de Auditoria, criando oportunidades para esses profissionais aplicarem os seus conhecimentos técnicos a fim de contribuir para a melhoria geral da organização, obtendo assim, benefícios que transformaram em vantagem competitiva na sua atuação no mercado.

Palavras-chave: atuação, características, serviços de saúde, auditor.

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ABSTRACT A historical survey of the audit since its inception in Accounting until her performance in the area of Health, the SUS and Health Supplements, highlighting the types of audits, their characteristics, the importance of streamlining costs and improving quality of services health, emphasizing also the skills and activities of the Auditor. Used the method of seeking review of research articles on websites, books, classroom materials, etc.. emphasizing what the authors speak of this subject from the history and evolution, the beginning of its application to the extent today in its application in healthcare. Identified that reported the story give it to rise in 2600 BC and that from the twelfth century this technique was named audit in England and its biggest initial application, that his practice took place in the accounting practice where the professional audit through the Conference of accounts, record an entire book writing, revising or applying this technique conferência.No Brazil came through the installation here of foreign companies were accustomed to this practice, and subsequently began adopting national companies. With the evolution of the audit came to be applied in Health, Public Health primarily by the need to better control the application of public resources, the improvement of health services in turn to Supplemental Health followed this same path, using the practice of auditing in their networks and have agreements to remedy their accounts, to have survival and competitiveness in the market, and broader still today in advising on planning and management strategies. The audit has evolved from merely in accounting practice, for a broader scope, the conference account for advising management in various situations, whether in strategy or planning, or in improving the quality of services as well as the selection of their covenants, among other diverse applications. Thus management can take advantage of this "support arm" called Audit, creating opportunities for these professionals to apply their knowledge to the general improvement of the organization, thereby obtaining the benefits that will turn into a competitive advantage in its market performance. Keywords: performance, characteristics, health services, auditor.

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1 INTRODUÇÃO

“A auditoria tem o seu conceito vindo da Contabilidade, ciência cujos

profissionais praticam a Auditoria.” (MENDES, 2009).

“Auditoria significa o mesmo que revisão, perícia, intervenção ou exame de

contas ou de toda uma escrita, periódica ou constantemente, eventual ou

definitivamente” (MOTTA, 1992).

Para Mendes (2009), na saúde a auditoria surgiu na década de 70 com a

criação do Ministério da Previdência tendo como objetivo a auditoria médica e

administrativa das contas a serem pagas dos usuários do INPS. A partir da década

de 80 foi consolidada a auditoria médica como atividade necessária para todas as

modalidades de assistência e na década de 90 foi criado no país o Sistema Nacional

de Auditoria.

Ainda para Mendes (2009) o Sistema de Saúde Suplementar acabou

adotando o mesmo caminho da auditoria seguido pelo SUS.

De acordo com Caleman, (1998) tem como premissa a “avaliação da

qualidade, da atenção com base na observação direta, registro e história clínica do

cliente”

Segundo Motta, Leão e Zagatto (2005), a Auditoria é uma necessidade para

se elevar os padrões técnicos, administrativos e éticos dos profissionais da área da

saúde, bem como a melhoria das condições hospitalares, visando em conjunto, um

melhor atendimento à população quer seja do Sistema Único de Saúde, quer seja

para os beneficiários do Sistema de Saúde Suplementar.

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1.1JUSTIFICATIVA

Nesse estudo sobre a auditoria, o objetivo é mostrar as suas funções, os seus

processos e principalmente o papel da auditoria na Saúde, através da identificação

dos conceitos, origem, evolução histórica da auditoria no SUS, à aplicação da

auditoria nas Operadoras de Saúde Suplementar e ainda, o papel do Auditor e suas

competências.

É certa a necessidade de analisar a trajetória da auditoria que surgiu tão

somente da contabilidade pura, abrangendo a área da saúde onde esta evoluindo na

atualidade para a prestação de assessorias e consultoria ao gestor da saúde,

atuando no planejamento estratégico, no dimensionamento dos serviços

credenciados e no aprimoramento da qualidade.

A manutenção permanente de uma estrutura qualificada de auditoria trará

benefícios e vantagens que farão com que as instituições prestem um serviço de

qualidade e sobrevivam no mercado.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 CONCEITOS DE AUDITORIA

Segundo a AUDIBRA - Instituto dos Auditores Internos do Brasil (1991), a

auditoria consiste no exame analítico e pericial que seguem o desenvolvimento das

operações contábeis desde o seu início até o balanço.

Auditoria significa o mesmo que revisão, perícia, intervenção ou exame de

contas ou de toda uma escrita, periódica ou constantemente, eventual ou

definitivamente. (MOTTA, 1992).

Com base em Crepaldi (2000), defini-se auditoria como uma técnica contábil

que por meio de procedimentos específicos que lhe são peculiares, aplicados no

exame de registros e documentos, inspeções e na obtenção de informações e

confirmações, relacionadas com o controle de patrimônio de uma entidade –

pretende, ao auditar, obter elementos de convicção que permitam julgar se os

registros contábeis foram efetuados de acordo com os Princípios Fundamentais da

Contabilidade e se as demonstrações contábeis deles decorrentes refletem

adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do

período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas,

elabora-se o planejamento de auditoria, para que os testes realizados referentes às

demonstrações contábeis atendam os objetivos contidos nos programas de trabalho

consoante a fidedignidade e confiabilidade do questionário de avaliação dos

controles internos e revisão analítica da situação financeira e patrimonial da

empresa auditada.

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De acordo com SOMAP – Sociedade dos Médicos Auditores do Paraná a

auditoria na área médica consiste em uma atividade multidisciplinar que dentro de

um sistema de saúde, engloba todo o processo de gerenciamento da atividade

médica, tendo como objetivo, uma melhora progressiva na qualidade da assistência

médica ao paciente, permanecendo fiel aos princípios médicos, éticos e contratuais.

2.2 HISTÓRICO DA AUDITORIA NO MUNDO

A origem histórica da auditoria se dá na área contábil, cujos fatos e registros

historiam do ano 2600 A.C., porém, é a partir do século XII D.C. que essa técnica

recebeu o nome de auditoria, constatando-se na Inglaterra o seu maior

desenvolvimento. (KURCGANT, 1991)

Segundo relatos de Cruz (1989), Franco e Marra (1982), a auditoria teve seu

início na Inglaterra, devido às necessidades de confirmação dos registros contábeis

pelo surgimento das grandes empresas e da taxação do imposto de renda, pois a

Inglaterra era quem dominava os mares, como também controlava o comércio

mundial.

2.3 HISTÓRICO DA AUDITORIA NO BRASIL

Segundo Cruz (1989), Franco e Marra (1982), no Brasil o surgimento do

mercado de auditoria está relacionado com influências específicas, entre as quais:

1. Instalação de filiais e subsidiárias de firmas estrangeiras;

2. Necessidade de financiamentos de empresas brasileiras através de entidades

internacionais;

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3. crescimento dos negócios(necessidade de capital de giro e investimentos

fixos), descentralização e diversificação de atividades econômicas;

4. evolução do mercado de capitais;

5. criação das normas de auditoria para instituições financeiras, determinadas

pelo Banco Central do Brasil;

6. criação da CVM – Comissão de Valores Mobiliários

7. promulgação da Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404) em 1976.

Conforme Almeida (1996) pode-se dizer que a auditoria deu início no Brasil

devido às instalações das filiais das empresas estrangeiras, que estavam habituadas

ao controle interno de suas operações. Seguindo o exemplo dessas empresas, os

dirigentes nacionais mudaram seus hábitos gerencias e começaram a adotar a nova

técnica, a qual foi aperfeiçoada culminando com o estabelecimento da Lei 4.728/65,

que obrigava a prática da auditoria governamental no Brasil.

2.4 HISTÓRICO DA AUDITORIA NA SAÚDE NO BRASIL

Segundo Motta, Leão e Zagatto (2005), em 1976 o INAMPS, Instituto

Nacional de Previdência Social, deu início à auditoria paralela em seus hospitais

próprios e de terceiros conveniados, procurando o acompanhamento e o controle

formal técnico dos seus serviços com ampla abrangência por meio da auditoria

médico-assistencial, que envolve a qualidade do serviço prestado e seus resultados

e a revisão técnica e administrativa de contas médicas.

Na opinião desses autores, a auditoria médica surge a fim de garantir o cumprimento

de normas e padrões de atendimentos, regulamentações e melhoria continua da

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qualidade, pretendendo com isso ajustar questões operacionais e assegurar o

cumprimento de preceitos éticos e legais.

2.5 HISTÓRICO DA AUDITORIA NO SUS

Motta, Leão e Zagatto (2005) relatam que, a assistência à saúde, até a

criação do Sistema Único de Saúde, no âmbito federal, era prestada pelo Ministério

da Previdência e Assistência Social através do Instituto Nacional de Assistência

Médica da Previdência Social. Havia, nessa estrutura, o setor de controle e

avaliação que revisava prontuários médicos, boletins de produção e supervisionava

estabelecimentos de saúde contratados. Não existia a estrutura de auditoria, embora

algumas ações, impropriamente ditas de controle e avaliação, fossem de auditoria.

O Sistema Nacional de Auditoria foi instituído pela Lei nº 8.689, de 27 de julho de

1993, que extinguiu o INAMPS e atribuiu competência ao Ministério da Saúde para

essa função. Essa Lei, em seu art. 6º, consolida o SNA pelo seguinte texto: “Fica

instituído no âmbito do Ministério da Saúde, o Sistema Nacional de Auditoria (SNA)

de que tratam o Inciso XIX do art. 16 e o § 4º do art.33 da Lei nº 8.080, de 19 de

setembro de 1990” (BRASIL, 1990,) o SUS teve sua implantação dificultada pela

amplitude de sua abrangência, todo o território nacional. A tentativa dos dirigentes

de corrigir distorções no âmbito do SUS e contemplar necessidades na área da

saúde tem como resultado a extensa legislação editada pelo Ministério da Saúde,

além da Constituição Federal e inúmeras Leis e Decretos relativos à saúde. Em 29

de setembro de 1995, o Decreto Federal nº 1.651 regulamenta o Sistema Nacional

de Auditoria (SNA) no âmbito do SUS, e em seu art. 2º, conceitua controle, avaliação

e auditoria, conformando-os no SNA.

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As atividades de controle e avaliação faziam, então, parte do SNA como se

fizessem conjunto com as de auditoria. O Decreto 1651/95, art. 5º, estabelece as

competências para as três esferas de governo, relativas ao SNA, sendo que para o

estado, no item c, estabelece controlar, avaliar e auditar os serviços sob sua gestão.

Contudo, estabelece para o nível federal, no item c, e para o nível municipal, no item

b, controlar, avaliar e auditar os serviços sob sua gestão. (BRASIL, 1995).

Entretanto, os termos ‘sob sua gestão’ nem sempre estão postos de forma

esclarecedora.

As competências mostradas acima, relativas à auditoria, são repetitivas e até

sobrepostas. O Decreto citado estabelece para as três esferas de governo, controlar,

avaliar e auditar “serviços sob sua gestão”. No Decreto, as competências são

atribuídas às esferas de governo pela gestão dos serviços e não pelo território.

Contudo, a NOB/SUS/01/96 refere que a gestão é circunscrita geograficamente,

quando cita que o gestor do sistema municipal de saúde é o “responsável pelo

controle, pela avaliação e pela auditoria dos prestadores de serviços de saúde,

situados em seu município”. (BRASIL, 1996, p.10).

A auditoria no SUS consiste no exame sistemático e independente dos fatos

obtidos através da observação, medição, ensaio ou de outras técnicas, de uma

atividade, elemento ou sistema, para verificar a adequação aos requisitos

preconizados pelas leis e normas vigentes e determinar se as ações de saúde e

seus resultados estão de acordo com as disposições planejadas (Manual de Normas

de Auditoria – MS).

Ainda de acordo com Motta, Leão e Zagatto (2005), historicamente, as

práticas, as estruturas e os instrumentos de controle, avaliação e auditoria das

ações de saúde estiveram, predominantemente, associados ao faturamento. Eles

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também ressaltam que a auditoria no SUS, além do faturamento, refere-se à

comprovação da qualidade da atenção à saúde, ao uso da verba pública no

financiamento da atenção a saúde e a veracidade da informação em seus sistemas

uma vez que a informação é a base para o estabelecimento de políticas, planos e

programas de saúde e de acompanhamento do sistema.

Segundo esses autores essa visão está relacionada a uma história mais

recente de financiamento à saúde, que deixa de ser, exclusivamente, por produção,

criando novos mecanismos voltados à gestão descentralizada do sistema.

Motta, Leão e Zagatto (2005) afirmam que o processo de auditoria tem como

finalidade aferir a preservação dos padrões estabelecidos, avaliar objetivamente os

componentes dos processos administrativos, determinando a conformidade dos

elementos de um sistema ou serviço, verificando o cumprimento das normas e

requisitos estabelecidos com vistas a proporcionar ao auditado a oportunidade de

aprimorar os processos sob sua responsabilidade em busca da melhoria progressiva

da assistência à saúde, ou seja, busca paralelamente trazer o conhecimento sobre a

qualidade, a quantidade, o custo, a aplicação dos recursos e os gastos da atenção à

saúde.

2.6 HISTÓRICO DA AUDITORIA NA SAÚDE SUPLEMENTAR

Motta, Leão e Zagatto (2005) relatam que, devido às modificações,

desenvolvimento e incorporações tecnológicas, os hospitais estavam num mercado

em que para sua auto-sustentação, precisariam aumentar as suas receitas,

diminuindo seus custos. Com tudo isso e devido à precariedade do sistema público,

houve a proliferação da saúde privada, conduzidas pelas Operadoras de Planos de

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Saúde, trazendo uma maior necessidade de controle e regulação desses processos,

através da figura do médico auditor. Essa regulação veio através de uma normativa

do Conselho Nacional de Saúde Suplementar – CONSU, que é a Resolução nº 8, de

três de novembro de 1998, artigo 1º, onde a regra autoriza o controle tanto no

momento da demanda como no da utilização dos serviços assistenciais, exigindo

diversos princípios que deverão ser observados.

Dois anos depois, a Lei 9.961 de 28 de janeiro de 2000, que criou e deu

poderes à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), agência reguladora

destes serviços que tem por finalidade institucional promover a defesa do interesse

público na assistência suplementar à saúde, regulando as operadoras setoriais,

inclusive quanto às suas relações com prestadores e consumidores, contribuindo

para o desenvolvimento das ações de saúde. A ANS tem competências que vão

além de estabelecer as características gerais dos instrumentos contratuais utilizados

na atividade das operadoras e de fixar critérios para os procedimentos de

credenciamento e descredenciamento de prestadores de serviço às operadoras.

A ANS, de acordo com o artigo quarto desta Lei Federal, tem as seguintes

competências:

II - estabelecer as características gerais dos instrumentos contratuais

utilizados na atividade das operadoras; ...

IV - fixar critérios para os procedimentos de credenciamento e

descredenciamento de prestadores de serviço às operadoras;

V - estabelecer parâmetros e indicadores de qualidade e de cobertura em

assistência à saúde para os serviços próprios e de terceiros oferecidos

pelas operadoras; ...

XV - estabelecer critérios de aferição e controle da qualidade dos serviços

oferecidos pelas operadoras de planos privados de assistência à saúde,

sejam eles próprios, referenciados, contratados ou conveniados; ...

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XXI - monitorar a evolução dos preços de planos de assistência à saúde,

seus prestadores de serviços, e respectivos componentes e insumos; ...

XXIV - exercer o controle e a avaliação dos aspectos concernentes à

garantia de acesso, manutenção e qualidade dos serviços prestados, direta

ou indiretamente, pelas operadoras de planos privados de assistência à

saúde;

XXV - avaliar a capacidade técnico-operacional das operadoras de planos

privados de assistência à saúde para garantir a compatibilidade da

cobertura oferecida com os recursos disponíveis na área geográfica de

abrangência;

XXVI - fiscalizar a atuação das operadoras e prestadores de serviços de

saúde com relação à abrangência das coberturas de patologias e

procedimentos;

XXVII - fiscalizar aspectos concernentes às coberturas e o cumprimento da

legislação referente aos aspectos sanitários e epidemiológicos, relativos à

prestação de serviços médicos e hospitalares no âmbito da saúde

suplementar; ...

XXXVI - articular-se com os órgãos de defesa do consumidor visando a

eficácia da proteção e defesa do consumidor de serviços privados de

assistência à saúde, observado o disposto na Lei no 8.078, de 11 de

setembro de 1990;

XXXVII - zelar pela qualidade dos serviços de assistência à saúde no

âmbito da assistência à saúde suplementar.

A auditoria no SUS têm como objetivo contribuir para a qualidade da

assistência à saúde prestada à população e na busca do cumprimento dos princípios

fundamentais do SUS: universalidade, equidade, integralidade e, sobretudo o

princípio da economicidade na utilização dos recursos financeiros envolvidos.

KLUTHCOVSKY, (2009).

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Já na Saúde Suplementar, o objetivo é também, dar o suporte técnico aos

gestores para elaboração de pacotes, pareceres de tabelas de taxas e diárias

hospitalares, emissão de pareceres técnicos de procedimentos e visitas na rede

credenciada – Qualidade, ou seja, tem seu inicio na central de liberação e atinge até

a identificação de distorções nas contas médico-hospitalares, para fins de

pagamentos, promovendo correções e buscando um aperfeiçoamento do

atendimento médico-hospitalar ou ambulatorial da sua rede de prestadores de

serviços. (MENDES, 2009)

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3 CONCEITO DE AUDITORIA MÉDICA

A SOMAP - Sociedade dos Médicos Auditores do Paraná, auditoria médica é

um instrumento de cidadania que viabiliza a assistência médica de qualidade, a um

valor justo, baseada na melhor evidência científica disponível na Medicina.

A Resolução 1614/2001, CFM, define a auditoria medica como ato médico

que se encontra sob a égide do preceituado no Código de Ética Médica que controla

e avalia os recursos e procedimentos adotados em tratamentos médicos, visando

sua resolubilidade e melhoria na qualidade da prestação dos serviços.

As atividades do médico auditor são caracterizadas basicamente pelos

serviços de verificação e recomendação de procedimentos médicos solicitados,

conferência e análise das cobranças realizadas pelos prestadores de serviços

médicos credenciados. Num âmbito mais amplo, caracterizam a auditoria em saúde

como um procedimento não-contábil, realizados por profissionais treinados, um

amplo conhecimento e uma vasta experiência profissional, pois, trata-se de uma

atividade estratégica de avaliação contínua e assessoramento da gestão de todos os

serviços médico-hospitalares, avaliando sempre, dentro dos princípios éticos e

legais a economicidade, adequação e qualidade dos serviços prestados. (MOTTA,

LEÃO E ZAGATTO, 2005)

3.1 CONCEITO DE AUDITORIA DE ENFERMAGEM

Auditoria de enfermagem é avaliar continuamente a qualidade da assistência

de enfermagem prestada ao paciente, desde a internação até a alta. (MENDES,

2009).

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Conforme normatização do COREN, COFEN 266/2001, São atividades do

enfermeiro auditor, mensurar a qualidade da assistência prestada ao paciente e

analisar os custos gastos com essa assistência pela observação da veracidade dos

dados por meio do prontuário e visitas in loco, tendo como ferramentas para analise,

os indicadores de qualidade como por exemplos: registro de enfermagem,

sistematização da assistência de enfermagem, normas, rotinas e protocolos de

enfermagem.

3.2 COMPETÊNCIAS DO AUDITOR

Segundo a AUDIBRA – Instituto dos Auditores Internos do Brasil (1991) o

Auditor deve possuir uma associação de conhecimentos, habilidades e experiências

condizentes com as responsabilidades da auditoria.

Fazem parte de suas competências:

• O Profissionalismo: zelo, diligência, habilidade e julgamento profissional, sigilo

de informações (inclusive do relatório), confidencialidade e discrição.

• Os Procedimentos sistemáticos: metodologias e procedimentos sistemáticos,

documentados, definidos e consistentes.

• Critérios: estabelecidos preliminarmente, definido entre auditor e cliente e

comunicado ao auditado.

• Levantamento de Evidencias: informações coletadas, analisadas,

interpretadas e documentadas, a serem comparadas com os critérios.

• Constatações da auditoria: resultantes da comparação entre as evidências e

os critérios.

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• Confiabilidade: há um elemento de incerteza (limitação no tempo e de

recursos) que deve ser levado em consideração na conclusão da auditoria. As

evidências devem ser significativas (isoladas ou em conjuntos).

• Emitir relatórios: identificados, com objetivos e critérios claros, período de

realização, sumário do processo de auditoria, conclusões.

3.3 ATRIBUTOS E HABILIDADES PESSOAIS DO AUDITOR:

MENDES (2009), em sua aula de auditoria nos planos de saúde mencionou

algumas atribuições e habilidades do auditor, conforme segue:

1. - Capacidade de expressar claramente conceitos e idéias, escrita e

oralmente;

2. - habilidades de relacionamento que contribuam para a execução eficaz e

eficiente da auditoria, tais como, diplomacia, tato e capacidade de escutar;

3. - capacidade de manter suficientemente independência e objetividade, que

permita cumprir com as responsabilidades de auditor;

4. - habilidades de organização pessoal necessárias para a execução eficaz e

eficiente da auditoria;

5. - capacidade de fazer julgamentos fundamentados, com base em evidências

objetivas;

6. - capacidade de reagir, com sensibilidade, às convenções e cultura da

empresa em que a auditoria estiver sendo realizada.

7. - ser ético, perceptivo, observador, versátil, buscando sempre estar atualizado

em seus conhecimentos.

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3.4 CÓDIGO DE ÉTICA DO AUDITOR

• Código de Ética Médica

Resolução CFM nº 1.246/88

Novo Código de Ética Médica

Resolução CFM 1.931/2009

• Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem

Resolução COFEN 311/2007

O conceito de Ética segundo PAGANINI (2009), é um orientador de

comportamento que conduz para um agir consciente e correto, dentro dos padrões

sócios-culturais.

Para a construção e o aprimoramento do pensamento ético exige uma

reflexão crítica sobre o comportamento humano, interpretação, investiga valores,

princípios e o comportamento moral. A capacidade de valorar uma ação e aceitá-la

indica e caracteriza o senso e consciência moral das pessoas, bem como a sua

própria liberdade, uma vez que indicam suas disposições e escolhas, tanto na vida

pessoal como profissional.

De acordo com Mendes (2009), tanto o medico auditor, como o enfermeiro

auditor, devem sempre estar por dentro dos preceitos do código de ética, pois ele é

o norteador das ações praticadas, sendo a disciplina que trata do que é bom ou

mau, certo ou errado, do que é dever moral e obrigação.

Motta, Leão e Zagatto (2005), informam ainda que o trabalho de auditoria

médica e de enfermagem são reconhecidos e lícitos do ponto de vista ético.

Portanto, é dever da direção da instituição auditada respeitar o exercício profissional

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do auditor dentro dos limites estabelecidos pela ética, bem como fornecer

adequadas condições de trabalho para esses profissionais, sendo evidente que a

direção da instituição deverá cientificar-se junto aos conselhos regionais de

enfermagem e de medicina dos auditores que atuam na instituição e se porventura

cometerem algum ilícito ético, deve a direção denunciá-lo aos conselhos.

O novo código de ética médica, Resolução 1.931/2009 CFM, tem em seu

conteúdo um capítulo que trata das ações da auditoria e perícia médica, vetando

ações que venham ferir a ética médica nas funções de auditor e perito.

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4 TIPOS DE AUDITORIA

Mendes (2009), destaca na sua aula de auditoria nos planos de saúde, os

tipos de auditoria conforme segue:

4.1 AUDITORIA PROSPECTIVA OU AUDITORIA PRÉVIA

Segundo Mendes (2009) é aquela com caráter preventivo procurando detectar

situações de alarme para evitar problemas, exemplos:

• Auditoria de Liberação Prévia, dando suporte médico e técnico a Central de

Liberação de Benefícios da Operadora de Saúde constituem o processo

segundo o qual é recebida uma solicitação de tratamento ou de SADT

(Serviço Auxiliar de Diagnóstico e Tratamento), em seguida, é nesta etapa da

auditoria que procede-se alguns controles que podem incluir a comprovação

da existência daquele usuário no convênio; a cobertura ou não daquele

procedimento pelo contrato vigente; análise da pertinência ou não do

procedimento solicitado mediante análise de dados clínicos e/ou laboratoriais;

sendo ao final autorizado ou não o procedimento solicitado.

• Perícias pré-operatórias médica, odontológica, psicológica, exames médicos

ou odontológicos periciais físicos e/ou documentais em pacientes.

• É o processo de verificação da veracidade dos fatos de uma solicitação ou

cobrança, sendo geralmente associada ao exame físico do periciado. A

perícia prévia, ocorre antes da realização do procedimento, e neste caso

geralmente tem como finalidade de constatar a pertinência e adequação do

procedimento solicitado para aquele usuário específico.

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4.2 AUDITORIA CONCORRENTE

Mendes (2009), descreve que é quando acontece durante um fato ou

processo para acompanhar a execução das atividades e garantir a qualidade de

atendimento e procedimentos, exemplos:

• Visitas hospitalares Médico e Enfermeiro – Quando é solicitado ao auditor,

médico ou Enfermeiro, que se dirija ao hospital para tomar conhecimento das

condições de um usuário internado constatando, mediante verificação de

dados do prontuário médico e/ou exame clínico, a realidade e pertinência de

situações como: cobertura do contrato para aquele procedimento;

constatação da realização de procedimento ou tratamento; tipo de

acomodação em que o usuário está internado; pertinência do tratamento ou

procedimento instituído; emitindo autorização ou prorrogação (ou

indeferimento) para continuidade de tratamento custeado pelo convênio. A

solicitação de visita hospitalar pode ocorrer como rotina (sempre que ocorre

uma internação) ou apenas para casos considerados fora dos padrões

usuais.

• Auditoria hospitalar prontuário e\ou Leito), acompanhamento do enfermeiro

auditor durante o internamento Hospitalar – prestador de serviços.

4.3 AUDITORIA RETROSPECTIVA

Ainda, segundo, Mendes (2009), é aquela que avalia os resultados e corrige

as falhas, exemplos:

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• Perícia Pós Operatória, exames médicos ou odontológicos periciais físicos

e/ou documentais em pacientes; realizada a posteriore, tendo por objetivo a

constatação da realização de um procedimento que foi cobrado.

• Análise de Contas Hospitalares in Loco, auditoria das cobranças dos

procedimentos médicos realizados, na sede do prestador de serviços.

• Análise de Contas Médica/Odontológica e Hospitalares na OPS, auditoria das

cobranças dos procedimentos médicos realizados, na sede da operadora.

É o processo de análise dos prontuários médicos (ou boletins de atendimento)

mediante confrontação com a respectiva conta hospitalar com a finalidade de

verificar a adequação dos itens e/ou valores cobrados com os efetivamente

realizados e/ou contratados; ou ainda verificação da adequação do tratamento

instituído para aquele caso, confrontando a história clínica com a evolução, os

exames e as anotações da enfermagem.

• Recursos de glosas – é o processo segundo o qual o auditor, diante de uma

glosa recebida, analisa e avalia a necessidade ou oportunidade de

elaboração de argumentação médica ou administrativa com a finalidade de

anular ou suspender os efeitos da referida glosa. Por outro lado, constitui

também no recebimento dessa argumentação por parte de um credenciado

analisando a pertinência da argumentação mantendo ou desconsiderando a

glosa, ao final do processo. Muitas vezes os auditores das empresas

(prestadora de um lado e financiadora do outro) podem se reunir com o

objetivo de esclarecer dúvidas e/ou negociar essa glosa chegando, ao final, a

um acordo.

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5. ATIVIDADES DO AUDITOR EM SERVIÇOS DE CONSULTORIA E COMO

ASSESSORIA NA OPERADORA

Mendes (2009), em sua apresentação na aula de Auditoria nos planos de

saúde, comentou sobre outras atividades do auditor relacionadas a consultoria e

assessoria nas operadoras, entre elas destacam-se:

1. Dimensionamento da Rede – atividades de manutenção e avaliação

periódica da rede de atendimento, própria ou credenciada.

2. Estabelecimento de Regras e Protocolos – é o processo pelo qual se

estabelece as regras de utilização, as carências, o que será ou não

considerado como preexistência, tipos de regras de credenciamento e/ou

descredenciamento, protocolos internos para autorização de tratamentos

ou procedimentos, autorizações para inclusão de novos procedimentos ou

técnicas. Opina ainda (ou propõe) sobre tabelas de procedimentos

adotadas, adoção de “pacotes” para determinados procedimentos,

exclusões ou inclusões contratuais, etc.

3. Avaliação de Custos/Gastos – o auditor avalia os custos e gastos do plano

de saúde. Esta avaliação pode ser feita objetivando o todo, ou

segmentada de acordo com o interesse do momento. Pode ser feita por

tipo de contrato, ou por procedimento ou ainda focalizando determinado

credenciado ou conveniado. Esta segmentação é útil permitindo comparar

os resultados com outros planos, ou com outros conveniados ou contratos,

a fim de estabelecer ou detectar desvios no padrão de conduta.

4. Controle Estatístico – constitui a análise das estatísticas do plano de

saúde, que pode contemplar dados epidemiológicos e administrativos, tais

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como: incidência de doenças na população de cobertura, detectando focos

e causas de problemas de saúde; estatísticas de custos do plano, por

doença, por credenciado ou ainda por usuário; estatísticas internas de

número de glosas ou porcentagem de glosas, número de consultas por

usuário/ano, número de exames por consulta, média de permanência etc..

A análise destes dados pode orientar a implementação de alguma medida.

5. Aspecto ético e legal – constitui o processo segundo o qual a auditoria

levanta suspeita ou detecta, procedimentos que estão sendo solicitados ou

realizados e que possam estar infringindo aspectos éticos ou legais,

evitando ou impedindo que os mesmos sejam realizados e custeados pela

sua organização.

6. Controle de qualidade – é quando o auditor avalia a qualidade do

atendimento prestado aos seus usuários realizando visitas aos

prestadores (para credenciamento ou visitas periódicas), entrevistas com

usuários ou pesquisas usando questionários de avaliação do atendimento

ou ainda relativas às expectativas ou à visão dos usuários. Pode também

ser realizado mediante análise de estatísticas e dados de atendimento,

etc.. Além de dados gerais, podem usar dados e informações específicos

para um determinado procedimento ou um determinado credenciado, ou

ainda, referentes a uma área específica de uma empresa ou aspecto de

um contrato.

7. Entrevista Qualificada, entrevista médica com o beneficiário para elaborar

a “CPT” cobertura parcial temporária.

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6 CONCLUSÃO

Essa revisão bibliográfica nos revela um breve relato histórico da origem e

evolução da Auditoria, seus conceitos, suas aplicações, a importância cada vez

maior dos seus processos na Saúde do SUS e na Saúde Suplementar, as diversas

atividades do auditor, que no início era focada na contabilidade pura, na conferência

de registro e históricos contábeis. Conclui-se que as modificações ocorridas no

sistema de saúde estatal e privado, mostrou aos gestores de organizações de saúde

a necessidade de implantar e intensificar a regular através do trabalho da auditoria

no processo de prestação de assistência médico-hospitalar para que possa

aprimorar todos os controles que envolvem a gestão da saúde e sua

sustentabilidade financeira. Hoje, além da conferência, controle e avaliação das

contas médico-hospitalares, a Auditoria serve de suporte técnico aos gestores,

assessorando no dimensionamento e manutenção da rede credenciada, na

elaboração de contratos com prestadores e na avaliação da qualidade dos serviços

prestados sejam eles próprios, referenciados, credenciados ou conveniados. Vale

ressaltar que a auditoria realizada por profissionais treinados e com experiência é

fator relevante para o assessoramento da administração sempre dentro dos

princípios éticos e legais a fim de garantir a prestação da assistência com qualidade

e a sobrevivência da instituição. A auditoria torna-se a vantagem competitiva das

instituições nos dias de hoje quando mantém um controle e uma avaliação contínua

sobre seus serviços prestados, sejam eles próprios ou não.

O administrador na área da saúde deve buscar atualização e estar atento às

necessidades de abrangências e suporte à gestão prestado pelos profissionais

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ligados à área da auditoria, criando oportunidades participativas nas estratégias de

gestão, no planejamento, na implementação e execução de treinamentos

continuados para a qualificação de todos os envolvidos na prestação de serviços de

saúde.

O gestor que perceber a auditoria como setor de Staff na sua organização,

poderá usufruir dos benefícios que a auditoria traz em sua prática, colaborando para

o desenvolvimento da qualidade dos serviços em saúde, racionalização dos

gastos/custos, proporcionando vantagem competitiva para a organização.

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