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2 Relatório de Actividades 2012
ÍNDICE
I. Introdução _______________________________________________________________
II. Órgãos Sociais e Estatutários _________________________________________________
III. Evolução do Sector _________________________________________________________
IV. Actividades Desenvolvidas __________________________________________________
1. Fiscalidade ___________________________________________________________________
2. Enquadramento Regulatório _____________________________________________________
3. Iniciativas de Auto-Regulação ____________________________________________________
4. Divulgação e Promoção dos Sectores Representados__________________________________
5. Actividade Formativa ___________________________________________________________
6. Representação Institucional ______________________________________________________
7. Representatividade, Organização e Estrutura Interna da APFIPP _________________________
V. Perspectivas ______________________________________________________________
VI. Estatísticas do Sector _______________________________________________________
VII. Lista das Associadas ________________________________________________________
3
5
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59
64
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80
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88
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91
3 Relatório de Actividades 2012
INTRODUÇÃO
Apesar das dúvidas sobre a continuidade do Euro e da manutenção dos países que compõem actualmente a moeda única, o ano de 2012 fica marcado pelo compromisso assumido pelo Presidente do BCE, Mário Draghi, de tudo fazer para salvar o Euro. Com esta posição assumida pelo Banco Central Europeu, os investidores acalmaram e a confiança voltou aos mercados financeiros. Os mercados accionistas reagiram em alta, terminando o ano com um desempenho bastante positivo e, nas obrigações, sobretudo no segmento da dívida pública, a redução das yields verificada neste ano permitiu valorizações bastante acima daquelas que, historicamente, estes instrumentos financeiros costumam proporcionar. O ano fica ainda marcado nos países do Sul da Europa pela austeridade. Com a pressão dos mercados a provocar, nos últimos anos, o aumento das yields da dívida pública, vários países viram-se na necessidade de implementar fortes medidas de contenção da despesa e de aumento da receita. Estas medidas tiveram o efeito esperado no que diz respeito à redução do deficit orçamental mas, ao mesmo tempo, levaram a uma significativa redução do consumo privado e da actividade económica e, consequentemente, a um abrandamento do crescimento que provocou o aumento da taxa de desemprego para níveis cada vez mais preocupantes. Em Portugal, as medidas de austeridade implementadas pelo Governo permitiram acompanhar as metas acordadas com a Troika e passar nas várias avaliações efectuadas no âmbito do programa de ajuda celebrado em 2011. No entanto, os cortes no rendimento das famílias, por via do aumento dos impostos, e o crescimento do desemprego para níveis alarmantes têm provocado um agravamento do descontentamento popular e da contestação à política governativa. Apesar da conjuntura económica adversa, que cria óbvias dificuldades à capacidade de poupança das famílias, o mercado de Gestão de Activos e de Fundos de Pensões português beneficiou do interesse dos aforradores e da recuperação que se registou nos mercados financeiros nacionais e internacionais e, no final de 2012, o total de activos sob gestão era superior ao que se verificava no final do ano anterior. Ao nível da política regulatória europeia, o ano 2012 continuou a ser marcado por uma intensa actividade, sendo vários os projectos legislativos em discussão, com impacto nos segmentos de Gestão de Activos e de Fundos de Pensões. Destes, destacam-se os processos de revisão da DMIF – Directiva dos Mercados e Instrumentos Financeiros, da Directiva IORP (sobre Fundos de Pensões) e da Directiva UCITS (UCITS V e UCITS VI), o processo de implementação da nova Directiva de Gestores de Fundos de Investimento Alternativos (AIFMD, no acrónimo em inglês), bem como a iniciativa PRIPS - Packaged Retail Investment Products, que visa garantir um maior grau de harmonização e normalização das informações a divulgar aos pequenos investidores, quaisquer que sejam os instrumentos financeiros em causa. Em termos de política regulatória nacional, o principal destaque vai para o projecto de transposição da Directiva UCITS IV, ainda por concluir. Ao nível regulamentar, destacam-se a introdução de novas regras na comercialização de Produtos Complexos e a implementação de novos requisitos no seio dos Fundos do Mercado Monetário (processo concluído já em 2013).
I
4 Relatório de Actividades 2012
Adicionalmente, foram concluídas ou continuam em discussão várias iniciativas promovidas pelo Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, no sentido de dinamizar o mercado imobiliário nacional, nomeadamente, no que se refere ao mercado de arrendamento e às intervenções de reabilitação urbana. No que respeita à actividade interna da Associação, no ano de 2012, a promoção e o estímulo da poupança privada, em particular a poupança de longo de prazo destinada à reforma, manteve-se como uma das prioridades na agenda da APFIPP, com várias iniciativas desenvolvidas ao longo do ano, destacando-se, por exemplo, a participação nas comemorações do Dia Mundial da Poupança e a promoção de um Estudo sobre a Sustentabilidade dos Sistemas de Segurança Social em Portugal. Em simultâneo, foi dada continuidade à divulgação do Indicador de Poupança, desenvolvido em colaboração com a Universidade Católica Portuguesa e à atribuição de Certificados de Responsabilidade para a Reforma a Planos de Pensões de Contribuição Definida, financiados através de Fundos de Pensões, cujas características correspondem àquelas que são consideradas as boas práticas do mercado. No seguimento da certificação como entidade formadora, acreditada pela DGERT - Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, a APFIPP prosseguiu a sua actividade formativa, tendo realizado, em 2012, um total cinco acções de formação, que totalizaram 38 horas e que contaram com 132 formandos. Ao nível da divulgação de elementos estatísticos destaca-se o início da divulgação do Índice de Fundos APFIPP / IPD, que visa conferir maior visibilidade internacional à Indústria nacional de Fundos de Investimento Imobiliário. Ao longo do presente Relatório é descrita, com maior detalhe, a actividade da APFIPP em
2012, assim como é analisada a evolução dos quatro sectores de actividade que representa e
os desafios que estes devem vencer.
A Direcção da APFIPP
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ÓRGÃOS SOCIAIS E ESTATUTÁRIOS
Órgãos Sociais
Mesa da Assembleia Geral Representante
Presidente Refundos – S. G. de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A. Dr. Vítor Paranhos Pereira
Vogal Banif Gestão de Activos – S. G. de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A. Dr. Luís Souto
Vogal Barclays Wealth Managers Portugal – S. G. de Fundos de Investimento
Mobiliário, S.A.
Dra. Ana Guimarães1
Direcção Representante
Presidente BPI Gestão de Activos – S. G. de Fundos de Investimento, S.A. Dr. José Veiga Sarmento
Vogal Caixagest – Técnicas de Gestão de Fundos, S.A. Dr. João Faria
Vogal ESAF – Espírito Santo Fundos de Investimento Mobiliário, S.A Dr. Fernando Coelho
Vogal F&C Portugal – Gestão de Patrimónios, S.A. Dr. João Santos
Vogal Futuro – S. G. de Fundos de Pensões, S.A. Dr. José Luís Leitão
Vogal Millennium BCP Gestão de Activos – S. G. de Fundos de Investimento, S.A. Dr. Rui Alexandre Lopes2
Vogal Santander Asset Management – S. G. de Fundos de Investimento Mobiliário,
S.A.
Dr. Joaquim Calça e Pina3
Conselho Fiscal Representante
Presidente Selecta – S. G. de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A. Dr. José António de Mello
Vogal BBVA Gest – S. G. de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A. Dra. Carla Soares
Vogal Silvip – S. G. de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A. Sr. João José Reis
Vogal
Suplente Sonaegest – S. G. de Fundos de Investimento, S.A.
Dra. Maria do Rosário
Campos
1 A Dra. Ana Guimarães passou a representar a Barclays Wealth Managers Portugal – S.G.F.I.M., S.A. na Mesa da Assembleia Geral da APFIPP a partir de 10 de Janeiro de 2013, tendo antes a representação sido assegurada pela Dra. Maria João Teixeira.
2 O Dr. Rui Alexandre Lopes passou a representar a Millennium BCP Gestão de Activos – S.G.F.I., S.A. na Direcção da APFIPP a partir de 13 de Fevereiro de 2013, tendo antes a representação sido assegurada pelo Dr. Acácio Piloto.
3 O Dr. Joaquim Calça e Pina passou a representar a Santander Asset Management – S.G.F.I.M., S.A. na Direcção da APFIPP a partir de 18 de Janeiro de 2013, tendo antes a representação sido assegurada pelo Dr. José Eduardo de Bettencourt.
II
6 Relatório de Actividades 2012
Órgãos Estatutários
Comissão Consultiva dos Fundos de Investimento Mobiliário Representante
Presidente BPI Gestão de Activos – S. G. de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A. Dr. João Pratas
Membro Banif Gestão de Activos – S. G. de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A. Dra. Helena Lima
Membro Barclays Wealth Managers Portugal – S. G. de Fundos de Investimento
Mobiliário, S.A.
Dra. Ana Guimarães4
Membro BBVA Gest - S. G. de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A. Dr. Mário Sena
Membro Caixagest – Técnicas de Gestão de Fundos, S.A. Dr. Fernando Maximiano
Membro Crédito Agrícola Gest – S. G. de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A. Dr. Sérgio Contreiras
Membro Dunas Capital – Gestão de Activos, S. G. de Fundos de Investimento
Mobiliário, S.A.
Dr. Leonardo Mathias
Membro ESAF – Espírito Santo Fundos de Investimento Mobiliário, S.A. Dr. Rameschandra Kakoo
Membro Millennium BCP Gestão de Activos – S. G. de Fundos de Investimento, S.A. Dr. Pedro Casquinho
Membro Montepio Gestão de Activos – S. G. de Fundos de Investimento, S.A. Dr. Miguel Carreira Luís
Membro MNF Gestão de Activos - S. G. de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A. Eng.º Luís de Freitas
Membro Patris Gestão de Activos - S. G. de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A. Dr. Luís Cameira
Membro Popular Gestão de Activos - S. G. de Fundos de Investimento, S.A. Dr. José Belmar da Costa
Membro Santander Asset Management - S. G. de Fundos de Investimento Mobiliário,
S.A. Dra. Sandra Baltazar
4 A Dra. Ana Guimarães passou a representar a Barclays Wealth Managers Portugal – S.G.F.I.M., S.A. na Comissão Consultiva dos
F.I.M. da APFIPP a partir de 18 de Fevereiro de 2013, tendo antes a representação sido assegurada pela Dra. Eliane Amaral.
7 Relatório de Actividades 2012
Comissão Consultiva dos Fundos de Investimento Imobiliário Representante
Presidente ESAF – Espírito Santo Fundos de Investimento Imobiliário, S.A. Dr. José Manuel Salgado
Membro Banif Gestão de Activos – S. G. de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A. Dr. Alexandre dos Santos5
Membro BPI Gestão de Activos - S. G. de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A. Dr. Manuel Puerta da Costa
Membro BPN Imofundos – S. G. de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A. Dr. Luís Miguel Faria
Membro Finivalor - S. G. de Fundos de Investimento, S.A. Dr. Vítor Menezes
Membro Fundger – S. G. de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A. Dr. João Faria6
Membro Fundiestamo – S. G. de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A. Dr. António Morgado7
Membro Interfundos - Gestão de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A. Dr. José Maria da Cunha
Membro Millennium BCP Gestão de Activos – S. G. de Fundos de Investimento, S.A. Eng.º António Pena do
Amaral
Membro MNF Gestão de Activos - S. G. de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A. Dr. António Aranha
Membro Popular Gestão de Activos - S. G. de Fundos de Investimento, S.A. Dr. José Belmar da Costa
Membro Refundos - S. G. de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A. Dr. Vítor Paranhos Pereira
Membro Santander Asset Management, S. G. de Fundos de Investimento Mobiliário,
S.A.
Dr. Bruno Pinheiro
Membro Selecta - S. G. de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A. Dr. José António de Mello
Membro Silvip – S. G. de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A. Dr. Pedro Sáragga Leal
Membro Sonaegest - S. G. de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A. Dra. Maria do Rosário
Campos
Membro Square Asset Management - S. G. de Fundos de Investimento Imobiliário,
S.A.
Dr. Mário Tomé
Membro TDF - Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A. Eng.º David Pereira Cardoso8
5 O Dr. Alexandre dos Santos passou a representar a Banif Gestão de Activos – S.G.F.I.M., S.A. na Comissão Consultiva dos F.I.I. da
APFIPP a partir de 7 de Maio de 2012, tendo antes a representação sido assegurada pelo Dr. Luís Carita.
6 O Dr. João Faria passou a representar a Fundger – S.G.F.I.I., S.A. na Comissão Consultiva dos F.I.I. da APFIPP a partir de 1 de
Fevereiro de 2013, tendo antes a representação sido assegurada pelo Eng.º Jorge Madeira.
7 O Dr. António Morgado passou a representar a Fundiestamo – S.G.F.I.I., S.A. na Comissão Consultiva dos F.I.I. da APFIPP a partir
de 7 de Janeiro de 2013, tendo antes a representação sido assegurada pelo Eng.º Filipe Amado.
8 O Eng.º David Pereira Cardoso passou a representar a TDF – S.G.F.I.I., S.A. na Comissão Consultiva dos F.I.I. da APFIPP a partir de
20 de Março de 2012, tendo antes a representação sido assegurada pelo Arq.º Manuel Vieira Pereira.
8 Relatório de Actividades 2012
Comissão Consultiva das Gestoras de Patrimónios Representante
Presidente Orey Financial – Instituição Financeira de Crédito, S.A. Dr. Rogério Celeiro
Membro BMF – Sociedade Gestora de Patrimónios. S.A. Dr. António Bustorff
Membro BPI Gestão de Activos – S. G. de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A. Dr. José Veiga Sarmento
Membro Caixagest – Técnicas de Gestão de Fundos, S.A. Dr. Luís Martins
Membro Crédito Agrícola Gest – S. G. de Fundos de Investimento Mobiliários, S.A. Dr. Sérgio Contreiras
Membro Dunas Capital – Gestão de Activos – S. G. de Fundos de Investimento
Mobiliário, S.A.
Dr. Nuno Miguel Pinto
Membro ESAF – Espírito Santo Gestão Patrimónios, S.A. Dr. Rameschandra Kakoo
Membro F&C Portugal – Gestão de Patrimónios, S.A. Dr. Paulo Figueiredo
Membro Grow Investimentos – Gestão de Patrimónios, S.A. Dra. Ana Ferreira dos Santos
Membro Montepio Gestão de Activos – S. G. de Fundos de Investimento, S.A. Dr. Miguel Carreira Luís
Membro MNF Gestão de Activos - S. G. de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.. Dr. João Lino de Castro
Membro Patris Gestão de Activos - S. G. de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A. Dr. Luís Cameira
Membro Santander Asset Management - S. G. de Fundos de Investimento Mobiliário,
S.A.
Dr. Nuno Miguel Henriques
9 Relatório de Actividades 2012
Comissão Consultiva dos Fundos de Pensões Representante
Presidente PensõesGere – S. G. de Fundos de Pensões, S.A. Dr. Valdemar Duarte
Membro Banif Açor Pensões - S. G. de Fundos de Pensões, S.A. Dr. Armando Bandeira
Membro BBVA Fundos - S. G. de Fundos de Pensões, S.A. Dra. Adelaide Cavaleiro
Membro BPI Vida e Pensões – Companhia de Seguros, S.A. Dra. Isabel Semião
Membro CGD Pensões - S. G. de Fundos de Pensões, S.A. Dra. Marta Magalhães
Membro ESAF – Espírito Santo Fundos de Pensões, S.A. Dra. Elisabete Azevedo
Membro Futuro – S. G. de Fundos de Pensões, S.A. Dra. Alice Pinto
Membro Previsão – S. G. de Fundos de Pensões, S.A. Dr. Vítor Sequeira
Membro Santander Pensões – S. G. de Fundos de Pensões, S.A. Dra. Natália Ribeiro
Membro SGF – S. G. de Fundos de Pensões, S.A. Dr. José Manuel Pinhão Rodrigues
Membro Sociedade Gestora dos Fundos de Pensões do Banco de Portugal, S.A. Dr. Joaquim Martinez da Silva9
Conselho Consultivo
Membros da Direcção
Presidente da Comissão Consultiva dos Fundos de Investimento Mobiliário
Presidente da Comissão Consultiva dos Fundos de Investimento Imobiliário
Presidente da Comissão Consultiva das Gestoras de Patrimónios
Presidente da Comissão Consultiva dos Fundos de Pensões
9 O Dr. Joaquim Martinez da Silva passou a representar a Sociedade Gestora dos Fundos de Pensões do Banco de Portugal, S.A.
na Comissão Consultiva dos F.P. da APFIPP a partir de 11 de Julho de 2012, tendo antes a representação sido assegurada pela Dra.
Helena Adegas.
10 Relatório de Actividades 2012
EVOLUÇÃO DO SECTOR
O ano 2012 foi um ano em que se registou uma grande indefinição e incerteza, tanto a nível
económico como a nível político.
Até Junho, a maior questão que preocupava os mercados financeiros estava relacionada com
a continuidade do Euro e a saída ou não de algum dos países da moeda única.
A incerteza quanto ao desfecho das eleições gregas e à eventual necessidade de resgate por
parte de outros países europeus, como Espanha e Itália constituiu o principal foco de atenção,
dos agentes económicos e opinion-makers.
Com os gregos a darem a vitória eleitoral ao Partido Nova-Democracia, e a promessa do
recém-empossado Presidente do BCE, Mário Draghi, de tudo fazer para garantir a
continuidade do Euro, as dúvidas dissiparam-se e a confiança regressou aos mercados
financeiros.
Em paralelo, as principais economias mundiais mostravam evidências de um desempenho
superior ao antecipado.
Esse desempenho, no entanto, acabou por não se concretizar, na sequência do abrandamento
económico registado nos dois últimos trimestres do ano.
Em Portugal, o Governo foi conseguindo passar com sucesso as várias avaliações efectuadas
pela Troika no âmbito do programa de ajuda celebrado em 2011, mas o aumento das medidas
de austeridades impostas aos portugueses, a recessão económica e o crescimento galopante
do desemprego levaram ao crescimento do descontentamento popular e da contestação à
política governativa.
O abrandamento económico nos países da Zona Euro e a consequente redução de receitas
fiscais levaram vários países europeus a anunciar medidas de austeridade para diminuir os
deficits orçamentais, com o objectivo de cumprir os limites fixados no Tratado Europeu, por
um lado e, por outro, mitigar os receios dos mercados financeiros e manter as yields da dívida
soberana em níveis comportáveis.
Estas medidas permitiram, assim, que quase todos os países registassem uma redução nos
seus deficits públicos. No entanto, são vários os que ainda não cumprem a meta de 3%
prevista nas regras europeias. Para além dos países intervencionados (Grécia, Irlanda e
III
11 Relatório de Actividades 2012
Portugal), destacam-se a Espanha, com um défice orçamental de 8%, em 2012, o Reino Unido
(5,4%) e a França (4,5%).
Evolução dos Deficits Orçamentais na Europa (% PIB)
A consequência imediata das medidas de austeridade adoptadas, para além da redução dos
desequilíbrios orçamentais foi a retracção do consumo e, por essa via, o abrandamento
económico.
Vários países entraram em recessão, sendo Portugal um dos mais afectados, com o PIB a
recuar 3,2%, em 2012. Pior, só a Grécia, cujo PIB caiu 6,4%.
Também Espanha e Itália, duas das maiores economias europeias, viram o produto interno
contrair-se, em 1,4% e 2,2%, respectivamente.
Pela positiva destacam-se, para além dos EUA e do Japão, que cresceram, respectivamente,
2,2% e 1,9%, as economias dos países da Europa de Leste, como a Letónia (5,3%), a Lituânia
(3,6%) e a Estónia (3,2%). De realçar, igualmente, o desempenho da Irlanda, outro dos países
que se encontra a cumprir um programa de ajustamento no seguimento do auxílio financeiro
concedido pela Troika, que registou uma subida de 0,7%.
-35,0%
-30,0%
-25,0%
-20,0%
-15,0%
-10,0%
-5,0%
0,0%
2010
2011
2012*
* - Previsão da Comissão Europeia no Outono de 2012 Fonte: Comissão Europeia – European Economy (Autumn 2012)
12 Relatório de Actividades 2012
Crescimento do PIB em 2012
Em consequência do abrandamento económico, o desemprego continuou a aumentar na
maioria dos países europeus.
No conjunto da União Europeia, a taxa de desemprego subiu para 10,5%, em 2012, após ter
registado 9,7%, no ano anterior, enquanto que no agregado dos países da Zona Euro o
desemprego atingiu 11,4% da população activa, mais 1,2% do que em 2011.
O Estado mais afectado pelo desemprego é Espanha, onde uma em cada quatro pessoas em
idade activa se encontra sem trabalho, uma subida de 3,3 pontos percentuais em relação ao
ano anterior.
A taxa de desemprego na Grécia atinge, igualmente, valores próximos dos 25%, que
comparam com 17,7% registados em 2011.
Portugal é o terceiro país com maior taxa de desemprego, terminando o ano de 2012, com
uma taxa média de 15,9%, mais 3% do que no ano anterior.
3,0%1,9%
2,3%2,2%
-0,3%-0,6%
1,0%-1,1%
0,2%-3,2%
2,0%1,0%
0,2%3,6%
5,3%-2,2%
0,7%-1,7%
-0,9%-6,4%
0,0%-0,2%
3,2%-1,4%
-2,3%2,0%
-0,4%-2,3%
0,8%-0,2%
0,7%0,7%
-8,0% -6,0% -4,0% -2,0% 0,0% 2,0% 4,0% 6,0% 8,0%
TurquiaJapão
IslândiaE.U.A.
Total U.E.Zona Euro
SuéciaRep. Checa
Reino UnidoPortugalPolónia
MaltaLuxemburgo
LituâniaLetónia
ItáliaIrlanda
HungriaHolanda
GréciaFrança
FinlândiaEstónia
EspanhaEslovénia
EslováquiaDinamarca
ChipreBulgáriaBélgicaÁustria
Alemanha
Fonte: Eurostat
13 Relatório de Actividades 2012
Taxa de Desemprego em 2012
Apesar desta conjuntura económica aparentemente negativa, as medidas adoptadas e/ou
anunciadas para resolver a crise da dívida soberana dos países da Zona Euro, foram bem
recebidas pelos mercados financeiros, tendo-se registado uma performance bastante positiva,
não só nos mercados de dívida, como igualmente nos mercados accionista, que foi
particularmente evidente na segunda metade do ano.
O mercado de Gestão de Activos e de Fundos de Pensões português beneficiou desta
recuperação dos mercados financeiros internacionais e, no final de 2012, o total de activos
sob gestão ascendia a 96 053,2 milhões de euros10, mais 5,9% do que no final do ano anterior.
Todas as áreas de actividade representadas pela APFIPP inverteram a tendência regressiva e
apresentaram, no ano passado, uma subida dos respectivos montantes sob gestão.
10 Este valor não foi expurgado da eventual dupla contagem dos mesmos valores, por exemplo, da gestão de Fundos de Pensões
ou Fundos de Investimento efectuada pela Gestão de Patrimónios, ou ainda da presença de Unidades de Participação de Fundos
de Investimento em carteiras de outros Fundos de Investimento, de Fundos de Pensões ou de Patrimónios.
4,3%8,1%
10,5%11,4%
8,0%7,0%
15,9%10,1%
6,5%5,0%
13,3%14,8%
10,9%5,3%
24,3%10,2%
7,7%10,2%
25,0%9,0%
14,0%7,5%
12,1%12,2%
7,3%4,3%
0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0%
JapãoE.U.A.
Total U.E.Zona Euro
SuéciaRep. Checa
PortugalPolónia
MaltaLuxemburgo
LituâniaIrlanda
HungriaHolanda
GréciaFrança
FinlândiaEstónia
EspanhaEslovénia
EslováquiaDinamarca
ChipreBulgáriaBélgicaÁustria
Fonte: Eurostat
14 Relatório de Actividades 2012
O mercado nacional de Gestão de Activos e de Fundos de Pensões (Milhões €)
Os Fundos de Investimento Mobiliário (F.I.M.) foram os que registaram o maior crescimento
(13,5%), em resultado da recuperação da confiança dos investidores, como se demonstra pelo
significativo fluxo de entradas, traduzido pelo saldo anual de subscrições menos resgates (660
milhões de euros). Os F.I.M. terminaram o ano com um total de 12 295,4 milhões de euros sob
gestão, conseguindo, com este aumento, recuperar o terceiro lugar no ranking do mercado
nacional de Gestão de Activos e de Fundos de Pensões, que haviam perdido no ano anterior.
A Gestão de Patrimónios continua a ser o maior dos segmentos de Gestão de Activos e de
Fundos de Pensões, representando 60,2% do mercado nacional, com o valor total das
carteiras de gestão discricionária a ascender a 57 841,4 milhões de euros, o que significa uma
subida de 4,5% em comparação com o final de 2011.
Depois de, em 2011, os Fundos de Pensões terem registado uma quebra excepcional dos
montantes geridos, em resultado da transferência de uma parte dos Fundos de Pensões dos
Bancos para a Segurança Social (cerca de 6 mil milhões de euros), no ano que terminou,
verificou-se uma ligeira recuperação, embora os valores sob gestão permaneçam
significativamente abaixo daqueles observados, por exemplo, no final de 2010.
Em 31 de Dezembro de 2012, os activos geridos por Fundos de Pensões totalizavam 14 471,0
milhões de euros, mais 9,3% do que no período homólogo. Esta evolução é resultado quer da
valorização dos activos em carteira, quer das contribuições recebidas dos Participantes e
Associados, que ascenderam a 860 milhões de euros.
No final de 2012, o valor dos Fundos de Investimento Imobiliário ascendeu a 11 445,4 milhões
de euros, o que traduz um aumento de apenas 1,9% em relação ao ano anterior. São o
0,0
20 000,0
40 000,0
60 000,0
80 000,0
Total F.I.M. Total F.I.I. Total F.Pensões Total GestãoPatrimónios
Dez-2011
Dez-2012
Fonte: APFIPP, ISP e
CMVM
15 Relatório de Actividades 2012
segmento mais pequeno do mercado nacional de Gestão de Activos e de Fundos de Pensões,
com uma quota de 11,9%.
Fundos de Investimento Mobiliário (F.I.M.)
A. Mercado Mundial
Em 2012, os mercados mundiais de Fundos de Investimento Mobiliário (F.I.M.) inverteram a
tendência de descida que se tinha observado no ano anterior. A generalidade dos mercados
registou crescimentos acima de 10%, destacando-se, no entanto, os mercados sul africano e
brasileiro que cresceram, respectivamente, 21,6% e 16,8%, quando medidos nas respectivas
moedas. O mercado europeu cresceu 12,6%, o dos Estados Unidos da América, 12,2%, o
australiano 12,1% e o japonês aumentou 11,8%.
Os mercados mundiais de F.I.M. em 2012
Estes 6 mercados representavam, em conjunto, 93% do mercado mundial de F.I.M.11 e
totalizavam 18 931,8 mil milhões de euros de activos sob gestão.
11 De acordo com os dados divulgados pelo ICI – Investment Company Institute, relativos a 30 de Setembro de 2012.
12,2% 12,6% 12,1%
16,8%
11,8%
21,6%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
0
2 000
4 000
6 000
8 000
10 000
12 000
E.U.A. Europa* Austrália Brasil Japão África do Sul
Montantes 2011 (Mil Milhões €) Montantes 2012 (Mil Milhões €) Crescimento 2012 (%)
* - Apenas foram
considerados os Fundos
harmonizados (UCITS)
Fonte: EUA - ICI, Europa -
EFAMA, Austrália – ABS,
Brasil - ANBIMA, Japão -
JITA e África do Sul - ASISA
Nota: O crescimento
indicado é medido tendo
em conta a evolução dos
activos sob gestão na
moeda oficial do país em
causa (no caso da Europa,
considerou-se o Euro)
16 Relatório de Actividades 2012
Os Estados Unidos da América continuam a ser o maior produtor de F.I.M., com 9 887,2 mil
milhões de euros, o que representa quase 50% do total dos F.I.M. mundiais.
A Europa12 é o segundo bloco económico, em termos de gestão de F.I.M., sendo responsável
por cerca de 6 295,3 mil milhões de euros de montantes geridos, o que equivale a cerca de
30% do mercado mundial.
B. Mercado Europeu
Dentro da Europa, o principal domicílio de F.I.M. continua a ser o Luxemburgo. No final de
2012, os F.I.M. luxemburgueses eram responsáveis por um total de 2 002,4 mil milhões de
euros, o que representa 31,8% do mercado europeu.
França ocupa o segundo lugar, com os F.I.M. a gerirem 1 116,5 mil milhões de euros, no final
de 2012, ou seja, 17,7% dos F.I.M. europeus.
Os F.I.M.* na Europa em 2012
O terceiro lugar deste ranking pertence à Irlanda, com 967,6 mil milhões de euros de activos
sob gestão, que se traduz numa quota de 15,4%.
12 Fonte: EFAMA – European Fund and Asset Management Association. São apenas considerados Fundos UCITS, no sentido de
F.I.M. Abertos que investem em Valores Mobiliários.
-30%
-15%
0%
15%
30%
45%
60%
75%
-1 000
-500
0
500
1 000
1 500
2 000
2 500
Montantes 2012(Mil Milhões Euro)
Crescimento 2012(%)* - Inclui Fundos
Harmonizados e Fundos
não harmonizados
Fonte: EFAMA
17 Relatório de Actividades 2012
Considerando também os F.I.M. não harmonizados, o volume de activos sob gestão ascendeu
a 8 673,1 mil milhões de euros, em 2012, o que significa um crescimento de 13,2% em relação
ao ano anterior.
O Luxemburgo e a França são, igualmente, os países que lideram em termos de activos sob
gestão, com 27,5% e 16,8%, respectivamente. O Top-5 é composto, ainda, pela Irlanda
(14,1%), Alemanha (13,9%) e Reino Unido (11,0%). Em conjunto, os F.I.M. destes cinco países
gerem 7 219,8 mil milhões de euros, o que representa 83,2% de todo o mercado europeu.
Dos 26 países considerados na análise, apenas 3 (Espanha, Itália e Liechtenstein) registaram
um decréscimo nos montantes geridos pelos respectivos F.I.M.: os F.I.M. espanhóis caíram
3,8%, os italianos 3,0%, enquanto que, no Liechtenstein, a redução observada foi de 7,6%.
Pela positiva, com um crescimento acima de 20%, em 2012, destacaram-se a Polónia (41,9%),
a Hungria (33,7%), a Noruega (21,0%) e o Reino Unido (20,8%).
Deve-se realçar, contudo, que parte desta performance se deve à valorização cambial. De
facto, o Zloti polaco apreciou-se, em 2012, 9,4% em relação ao Euro. O Forint Húngaro subiu
7,6%, a Coroa Norueguesa 5,5% e a Libra Esterlina valorizou-se 2,4%. Descontando o efeito
cambial, o mercado de F.I.M. da Polónia aumentou 29,7%, o da Hungria 24,2%, o da Noruega
14,7% e o do Reino Unido 18,0%.
Analisando a evolução do mercado dos maiores países, no que respeita a domiciliação de
F.I.M., no Luxemburgo verificou-se um crescimento de 13,8%, em França um aumento de
8,4%, na Irlanda a subida foi de 16,3%, enquanto que na Alemanha se observou um
crescimento de 14,8%.
O mercado português registou, igualmente, uma evolução positiva em 2012, terminando o
ano com 12,3 mil milhões de euros, o que representa uma subida de 13,5% em relação ao ano
anterior e uma quota de 0,1% do mercado europeu, ocupando, assim, a 18ª posição em
termos de activos sob gestão.
Como referido anteriormente, esta evolução positiva deveu-se, por um lado a uma melhoria
dos mercados financeiros, que permitiu a valorização dos activos detidos pelos F.I.M.
europeus e, por outro, a um aumento da procura destes produtos por parte dos investidores.
Considerando apenas os Fundos Harmonizados, o saldo anual de subscrições menos resgates
foi positivo em mais de 200 mil milhões de euros.
18 Relatório de Actividades 2012
Subscrições Líquidas de F.I.M.* na Europa em 2012 (milhões Euro)
O Luxemburgo e a Irlanda, que constituem os principais centros financeiros europeus no que
diz respeito a domiciliação de F.I.M. com o objectivo de serem, posteriormente, vendidos a
investidores noutros países, incluindo fora da Europa, foram os que mais beneficiaram deste
fluxo de novos investimentos, sendo responsáveis pela quase totalidade do saldo líquido
observado em 2012. Em conjunto, os F.I.M. destes dois países receberam 187,5 mil milhões de
euros de subscrições líquidas.
De destacar, igualmente, a procura por F.I.M. no Reino Unido (25,0 mil milhões de euros) e na
Suíça (12,2 mil milhões de Euros).
Em Portugal, o saldo de subscrições líquidas em F.I.M. harmonizados, foi negativo em cerca de
500 milhões de euros, reflexo de uma maior preferência dos investidores nacionais por
Fundos Especiais de Investimento (F.I.M. não harmonizados), tendência que se vem
consolidando nos últimos anos.
A nível europeu, os Fundos de Obrigações foram os que mais beneficiaram do aumento da
procura dos investidores. A normalização dos mercados de dívida, quer no segmento de dívida
privada quer no de dívida pública, permitiram valorizações acima da média que estes Fundos
tradicionalmente apresentam, o que justificou um aumento da procura. Em 2012, este tipo de
F.I.M. recebeu mais de 202 mil milhões de euros em novas subscrições.
-30 000
0
30 000
60 000
90 000
120 000
* - Não inclui Fundos
não harmonizados
Fonte: EFAMA
19 Relatório de Actividades 2012
Subscrições Líquidas dos F.I.M. Europeus* em 2011 (Mil Milhões €)
Todas as restantes categorias registaram, igualmente, subscrições líquidas positivas, no ano
transacto. A excepção observou-se nos Fundos do Mercado Monetário, categoria que serviu
de refúgio aos investidores durante os períodos de maior volatilidade que se viveram desde
2007. A aparente normalização dos mercados financeiros e as baixas rendibilidades
proporcionadas por estes instrumentos levou os participantes a preferirem Fundos com um
perfil de risco mais agressivo, capazes de proporcionar maiores rendimentos.
C. Mercado Nacional 13
O mercado português de F.I.M. registou, em 2012, uma recuperação em relação à diminuição
de activos sob gestão que se vem verificando nos últimos anos. No final de 2012, os F.I.M.
portugueses geriam 12 274,5 milhões de euros, o que representa um crescimento de 13,5%
em relação ao ano anterior.
Esta evolução positiva acontece numa conjuntura que não favorece a poupança por parte dos
agentes económicos nacionais.
De facto, as medidas de austeridade que têm sido implementadas pelo Governo no
seguimento do Memorando de Entendimento assinado com a Troika, têm-se concretizado no
aumento de impostos e na diminuição das remunerações e prestações sociais pagas pelo
13 Na análise do mercado português de F.I.M. não foram considerados os F.I.M. geridos por uma Sociedade Gestora. Em 31 de
Dezembro, a amostra considerada na presente análise representava 99,83% do total de activos geridos por F.I.M. portugueses.
2,3
202,4
26,5
-37,8
0,2 7,0
-50,0
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
F. Acções F. Obrigações F. Mistos F. Tesouraria F. Fundos Outros
* - Não inclui Fundos
não harmonizados
Fonte: EFAMA
20 Relatório de Actividades 2012
Estado, o que provoca a redução do rendimento disponível das famílias, prejudicando a sua
capacidade de poupar.
Adicionalmente, também o aumento das taxas de tributação dos rendimentos relacionados
com aplicações de poupança (rendimentos de capitais) constitui um desincentivo ao aforro.
No entanto, as perspectivas negativas em relação à evolução da economia e, sobretudo, no
que diz respeito ao aumento do desemprego, tem levado a uma redução do consumo e
consequente aumento da poupança por motivo de precaução.
O Indicador de Poupança APFIPP / Universidade Católica tem vindo a evidenciar o aumento da
Poupança das famílias em percentagem do PIB, valor comprovado pelos dados da Poupança
divulgados pelo INE que evidenciam uma taxa de poupança de 11,2%, no 3º trimestre de
2012, valor que compara com 9,2% que se registava no final de 2011.
O mercado nacional de F.I.M. em 2012
Para além do aumento da taxa de poupança das famílias, outros factores contribuíram para o
aumento dos activos geridos por F.I.M. portugueses:
Boa performance dos mercados e activos financeiros em que os F.I.M. investem que
proporcionou o aumento de valor dos activos detidos e, por essa via, reforçou a
atractividade destes instrumentos de aforro;
Imposição, pelo Banco de Portugal, de limites à remuneração dos depósitos a prazo, o
que diminuiu a capacidade competitiva destes produtos financeiros que têm sido um
dos principais concorrentes dos F.I.M. na captação da poupança;
10 81711 291 11 074 11 494
12 274
292294 292
285
268
5 000
6 000
7 000
8 000
9 000
10 000
11 000
12 000
13 000
Dez-2011 Mar-2012 Jun-2012 Set-2012 Dez-2012
Total F.I.M. (Milhões €)
Nº de Fundos
Fonte: APFIPP
21 Relatório de Actividades 2012
Necessidade de maior diversificação das aplicações de poupança com o objectivo de
dispersar o risco e retirar maior benefício das oportunidades disponíveis nos mercados
de capitais.
A conjugação destas circunstâncias permitiu o crescimento dos F.I.M. de modo quase
contínuo ao longo do ano, apenas com um ligeiro retrocesso no final do segundo trimestre.
Tal como já referido, parte do crescimento ficou a dever-se ao investimento dos aforradores.
Ao longo de 2012, o saldo de subscrições menos resgates totalizou 659,9 milhões de euros, ou
seja, cerca de 45% do aumento dos montantes sob gestão nesse ano.
A Evolução dos F.I.M. em 2012 (Milhões Euro)
Apenas no segundo trimestre as subscrições líquidas foram negativas, com um saldo de -50,3
milhões de euros. Os restantes trimestres foram positivos, destacando-se as entradas líquidas
no último trimestre, que totalizaram 576,5 milhões de euros.
Semelhante comportamento se verificou na capitalização dos activos, com as incertezas que
reinavam nos mercados financeiros, sobretudo relacionadas com a continuidade do Euro e/ou
a eventual saída de algum país da Zona Euro, a prejudicarem a performance do segundo
trimestre e a determinarem a depreciação dos activos detidos pelos F.I.M.. Nos restantes
trimestres, verificou-se a valorização da carteira dos Fundos, sendo de destacar o
desempenho no primeiro trimestre, com um valor de 457,1 milhões de euros, o que
representa, quase um terço do crescimento anual.
Apesar do aumento dos volumes sob gestão, a consolidação e restruturação da oferta por
parte das Sociedades Gestoras reflectiu-se numa acentuada diminuição do número de Fundos
em actividade. No final de 2012, existiam 268 Fundos, menos 24 do que no ano anterior.
-400,0
0,0
400,0
800,0
1 200,0
1 600,0
1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total
Subscrições líquidas Capitalização Activos Crescimento total
Fonte: APFIPP
22 Relatório de Actividades 2012
Esta evolução é resultado do desaparecimento de 35 Fundos e do lançamento de apenas 11
novos Fundos.
O número de Sociedades Gestoras a desenvolver a actividade de gestão de F.I.M. permaneceu
inalterado, mantendo-se as 17 entidades que existiam no final de 2011.
Dos novos Fundos lançados, 8 são Fundos Especiais de Investimento (FEI)14 e 3 são Fundos
com Protecção de Capital.
No final de 2012, estes Fundos geriam um total de 234,6 milhões de euros, o que representa
cerca de 16% do crescimento anual observado no mercado nacional de F.I.M..
Dos 35 Fundos que cessaram a actividade, 11 deveram-se a processos de fusão enquanto que
outros 11 foram liquidados por ter terminado o prazo pelo qual haviam sido inicialmente
constituídos.
Em termos de categorias, extinguiram-se 12 FEI, 8 Fundos com Protecção de Capital, 7 Fundos
de Acções, 4 Fundos de Obrigações, 2 Fundos Mistos, 1 Fundo PPR e 1 “Outro Fundo”. No final
de 2012, estes Fundos geriam 456,1 milhões de euros, cerca de 4,2% do total de activos então
geridos pelos F.I.M..
No que respeita à composição do mercado, os FEI reforçaram o primeiro lugar, representando
40,0% do mercado nacional de F.I.M.. Em segundo lugar estão os Fundos com Protecção de
Capital, com uma quota de 11,2% e, em terceiro, encontram-se Fundos de Obrigações, com
uma quota de 11,1%.
Duas categorias foram as principais responsáveis pelo crescimento dos montantes sob gestão:
os Fundos de Tesouraria15, que registaram um aumento de 53,3%, e os FEI, que subiram
46,0%. Para além destas categorias, apenas a dos Fundos de Obrigações registou, também,
uma evolução positiva (mais 1,1% do que no ano anterior. Todas as restantes categorias
tiveram um desempenho negativo, destacando-se, neste quadro, os Fundos Mistos16, que
registaram um decréscimo de 19,2%.
14 Inclui apenas os Fundos Especiais de Investimento que não têm uma política de investimentos desenhada de forma a procurar
garantir, no final de um prazo pré-estabelecido, o capital inicialmente investido e/ou uma rendibilidade mínima.
15 Inclui Fundos do Mercado Monetário.
16 Inclui Fundos Flexíveis
23 Relatório de Actividades 2012
O mercado nacional de F.I.M. - Dezembro 2011
O mercado nacional de F.I.M. - Dezembro 2012
a) Fundos de Acções
Apesar de alguma volatilidade associada a incerteza quanto à evolução da economia mundial
e dos seus principais blocos, a maioria dos mercados accionistas mais relevantes a nível
mundial tiveram, em 2012, um desempenho positivo.
O aumento da confiança dos investidores e a crença de que o pior da crise já terá passado
contribuíram para o seu regresso aos mercados accionistas, possibilitando que a maioria
registasse uma performance positiva, muitos deles acima de 10%.
F.E.I.31,1%
F. c/ Protecção Capital13,4%
F. Obrigações12,5%
F. Mistos***12,4%
F. PPR9,6%
F.Acções**9,5%
F. Tesouraria*7,6%
F. Fundos3,0% Outros Fundos
1,0%
F.E.I.40,0%
F. c/ Protecção Capital11,2%
F. Obrigações11,1%
F. Tesouraria*10,3%
F. Mistos***8,8%
F.Acções**7,9%
F. PPR7,9% F. Fundos
2,5%Outros Fundos
0,3%
* - Inclui, também, os
Fundos do Mercado
Monetário.
** - Inclui, também, os
Fundos PPA e Fundos
Índice.
*** - Inclui, também, os
Fundos Flexíveis.
Fonte: APFIPP
24 Relatório de Actividades 2012
O destaque vai, naturalmente, para o mercado alemão. A maior economia da Zona Euro deu
sinais de forte vitalidade que se repercutiram na procura e na evolução do preço das acções
de empresas alemãs. O índice Dax, que reflecte a performance do mercado accionista
germânico, foi dos que teve melhor desempenho, em 2012, registando uma subida de 29,1%.
O principal índice accionista japonês teve, igualmente, uma subida significativa, se medida em
Ienes (22,9%). No entanto, a depreciação da divisa japonesa face ao Euro fez com que o
desempenho para investidores europeus fosse de apenas 8,4%.
Do conjunto de mercados accionistas sob análise, o português foi um dos que teve pior
desempenho, com o PSI-20 a subir apenas 2,9%, ficando somente à frente do mercado
espanhol, o único com performance negativa (-4,7%).
Performance dos mercados accionistas em 2012
Apesar do bom desempenho dos mercados accionistas mundiais, a incerteza que pairou nos
mercados ao longo do ano, associada à aversão ao risco por parte dos aforradores
portugueses, que continua em valores historicamente elevados, condicionou a evolução dos
activos geridos por Fundos de Acções.
No final de 2012, o montante total gerido por estes Fundos ascendia a 965,1 milhões de Euros,
menos 5,7% do que no final do ano anterior.
Esta evolução foi o resultado exclusivo do desinvestimento por parte dos aforradores,
consequência da elevada aversão ao risco acima referida. De facto, ao longo do ano, o saldo
de subscrições líquidas dos Fundos de Acções foi negativo em 175,3 milhões de euros. A
apreciação dos activos detidos permitiu mitigar o impacto nos activos sob gestão. Estima-se
2,9%
-4,7%
7,8%
15,2%
29,1%
5,8%
22,9%13,4% 15,9%
7,3%8,3% 8,4%
11,2%13,7%
5,2%
-10,0%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
Em Moeda Local
Em Euro
Fonte: Bloomberg
25 Relatório de Actividades 2012
que a valorização dos activos em carteira tenha ascendido a 117,4 milhões de euros, o que
significa uma performance média de 11,5%.
No final de 2012, havia 58 Fundos de Acções em actividade, menos 7 do que no ano anterior.
Esta diminuição deveu-se, exclusivamente, à liquidação de Fundos que foram incorporados
noutros no âmbito de processos de fusão.
Os efeitos da elevada aversão ao risco por parte dos aforradores portugueses fizeram-se
sentir em todas as subcategorias de Fundos de Acções, que registaram, em 2012, subscrições
líquidas negativas.
Aliás, e como já dito anteriormente, foi este o único motivo da redução dos montantes
geridos, na medida em que a generalidade dos Fundos de Acções registou uma performance
positiva, pelo que o efeito de capitalização dos activos em carteira foi, igualmente, positivo.
O Segmento dos Fundos de Acções em 2012 (Milhões Euro)
A subcategoria com maior volume de activos sob gestão é a dos “Fundos de Acções da União
Europeia, Suíça e Noruega”, com 298,8 milhões de euros (31,0%). Os montantes geridos pelos
Fundos desta subcategoria aumentaram 2,8%, o que se deveu, exclusivamente, à
incorporação, por fusão, de 4 Fundos de Acções Sectoriais, e que resultaram num fluxo de
entrada de 13,4 milhões de euros, sem os quais se teria registado um decréscimo de cerca de
1,8%.
Apesar das entradas de capitais motivadas pela fusão, o saldo anual foi, ainda assim, negativo,
com os resgates a ultrapassarem as subscrições em quase 35 milhões de euros.
0,0
200,0
400,0
600,0
800,0
1 000,0
1 200,0
Dez-2011 Mar-2012 Jun-2012 Set-2012 Dez-2012
Outros F. AcçõesInternacionais
F. Acções Sectoriais
F. Acções AméricaNorte
F. Acções UE, Suíça eNoruega
F. Acções Nacionais
* - Inclui um Fundo Índice
Fonte: APFIPP
26 Relatório de Actividades 2012
Evolução dos Fundos de Acções em 2012 (Milhões Euro)
A capitalização dos activos detidos resultou numa apreciação estimada em 43,0 milhões de
euros, o que representa uma performance média anual de 14,8%.
A segunda maior subcategoria de Fundos de Acções é a dos “Outros Fundos de Acções
Internacionais”, com 264,8 milhões de euros (27,4% do total de Fundos de Acções). Estes
Fundos registaram, no ano passado, uma redução de 14,4%, que se deveu, igualmente, a
desinvestimento por parte dos Participantes, com as subscrições líquidas anuais a
apresentarem um saldo negativo de 82,1 milhões de euros.
Todos os Fundos desta subcategoria apresentaram, em 2012, rendibilidade positiva,
estimando-se o efeito da apreciação dos activos em 37,5 milhões de euros.
Os Fundos de Acções Nacionais e os Fundos de Acções da América do Norte geriam, no final
de 2012, 165,8 milhões de euros e 133,4 milhões de euros, respectivamente, que traduzem
um crescimento de 0,4% e 3,1%.
A valorização dos mercados accionistas português e norte-americano, permitiram uma
performance positiva destes Fundos, que anulou o efeito dos resgates dos Participantes.
No caso dos Fundos de Acções Nacionais, o crescimento foi ligeiramente beneficiado pelos
processos de fusão que envolveram Fundos desta subcategoria. Em 2012, verificou-se a saída
de um Fundo que incorporou, por fusão, um Fundo de Fundos, enquanto que um outro
processo de fusão levou à incorporação de um FEI. Em termos acumulados, estes dois eventos
resultaram numa entrada líquida 2,9 milhões de euros, fazendo, assim, reduzir o saldo
negativo de subscrições líquidas observado no ano anterior, para os 12,3 milhões de euros.
-200,0
-150,0
-100,0
-50,0
0,0
50,0
100,0
150,0
F. AcçõesNacionais
F. Ac. UE,Suíça e
Noruega
F. AcçõesAmérica Norte
F. AcçõesSectoriais
Outros F.Acções
Internacionais
Fundos PPA* Total F.Acções
Subscrições Líquidas
Capitalização Activos
Crescimento Total
* - Inclui um Fundo Índice
Fonte: APFIPP
27 Relatório de Actividades 2012
Pela negativa, destacam-se os Fundos de Acções Sectoriais e os Fundos PPA, que registaram
um decréscimo de, respectivamente, 16,0% e 27,2%.
Os Fundos de Acções Sectoriais foram prejudicados pelo processo de fusão já referido atrás,
sem o qual teriam registado um crescimento de cerca de 1%.
Já os Fundos PPA, apesar da boa performance dos activos que permitiu uma valorização de 3,6
milhões de euros, continuam a ser preteridos pelos aforradores nacionais, registando, assim,
resgates líquidos de 17,1%, ou seja mais de um terço do valor que geriam no início do ano.
b) Fundos Mistos e Fundos Flexíveis
O comportamento do segmento de Fundos Mistos e Fundo Flexíveis não diferiu do que se
observou no dos Fundos de Acções, verificando-se uma redução dos activos sob gestão que
resultou da continuação do fluxo de saída por parte dos investidores, mais do que anulando o
efeito positivo da apreciação dos activos em carteira.
No final de 2012, estes Fundos geriam 1 081,7 milhões de euros, menos 19,2% do que no ano
anterior.
Em 31 de Dezembro de 2011, havia 27 Fundos destas categorias em actividade, menos dois do
que no final do ano anterior. Esta evolução é consequência da liquidação de dois Fundos, um
dos quais em resultado de um processo de fusão.
Os Fundos Mistos e Fundos Flexíveis em 2012 (Milhões €)
0,0
200,0
400,0
600,0
800,0
1 000,0
1 200,0
1 400,0
Dez-2011 Mar-2012 Jun-2012 Set-2012 Dez-2012
F. Mistos Pred.Obrigações
F. Mistos Pred.Acções
F. Flexíveis
Fonte: APFIPP
28 Relatório de Actividades 2012
Em 2012, os Fundos Mistos e os Fundos Flexíveis tiveram um saldo líquido negativo de 336,9
milhões de euros de subscrições líquidas, um valor bastante superior à valorização dos activos
em carteira (79,5 milhões de euros), resultante da boa performance dos mercados financeiros
em que estes Fundos investem.
A subcategoria de Fundos Flexíveis representa a quase totalidade deste segmento, com 17
Fundos em actividade e 1 036,1 milhões de euros sob gestão, ou seja 95,8% do total.
Em 2012, os activos geridos por estes Fundos caíram 19,2%, em resultado do desinvestimento
dos aforradores, traduzido num saldo de subscrições líquidas de menos 320,3 milhões de
euros. O bom desempenho dos mercados financeiros permitiu atenuar esta redução
permitindo uma valorização 74,5 milhões de euros.
A evolução desta subcategoria beneficiou, ainda, da incorporação, por fusão, de um Fundo
Misto Predominantemente Obrigações, que levou à entrada de 5,5 milhões de euros.
Como consequência deste processo de fusão, os “Fundos Mistos Predominantemente
Obrigações” registaram um decréscimo de 18,0% nos montantes sob gestão, para 28,3
milhões de euros.
O saldo de subscrições líquidas foi negativo em 8,8 milhões de euros, enquanto que os activos
em carteira se apreciaram em 2,6 milhões de euros.
No final de 2012, existiam 6 Fundos Mistos Predominantemente Obrigações, menos um do
que no final de 2011, resultado do processo de fusão já mencionado.
Evolução dos Fundos Mistos e Fundos Flexíveis em 2012 (Milhões Euro)
-400,0
-350,0
-300,0
-250,0
-200,0
-150,0
-100,0
-50,0
0,0
50,0
100,0
150,0
F. Mistos Pred.Obrigações
F. Mistos Pred. Acções F. Flexíveis Total F. Mistos e F.Flexíveis
SubscriçõesLíquidas
CapitalizaçãoActivos
Crescimento Total
Fonte: APFIPP
29 Relatório de Actividades 2012
Os “Fundos Mistos Predominantemente Acções” beneficiaram da maior exposição ao
segmento accionista, conseguindo, assim, uma rendibilidade superior, evidente na valorização
dos activos, estimada em 2,4 milhões de euros (10,4% do total sob gestão no início do
período).
No entanto, a maior aversão ao risco dos aforradores nacionais provocou a saída dos
Participantes, levando a um desinvestimento líquido anual de 7,8 milhões de euros.
Assim, esta subcategoria terminou 2012 com um total de 17,3 milhões de euros sob gestão,
menos 23,8% do que no ano anterior.
O número de Fundos em actividade manteve-se inalterado, nos 5, uma vez que não se
verificou o lançamento de nenhum novo Fundo nem a liquidação de qualquer um dos já
existentes.
c) Fundos de Obrigações
Os Fundos de Obrigações, em 2012, beneficiaram da normalização dos mercados de dívida,
pública e privada, com o valor das obrigações a reaproximar-se dos respectivos valores
nominais, o que se traduziu numa performance bastante positiva, sobretudo tendo em
atenção o tipo de instrumentos financeiros em causa.
Todos os Fundos de Obrigações apresentaram, no ano passado, uma rendibilidade positiva,
muitos deles acima de 20%, valores que são mais prováveis em Fundos de Acções.
Os Fundos de Obrigações em 2012 (Milhões Euro)
1 132,71 151,3 1 088,6 1 093,7 1 102,3
210,0 224,5209,3 208,9 237,8
5,65,2 16,8 22,9
0,0
200,0
400,0
600,0
800,0
1 000,0
1 200,0
1 400,0
1 600,0
Dez-2011 Mar-2012 Jun-2012 Set-2012 Dez-2012
F. Obrigações*
F. Obrigações TxFixa
F. Obrigações TxIndexada
* - Fundos de Obrigações que não se enquadram, a todo o tempo, na categoria dos Fundos de Obrigações de Taxa Indexada nem na Categoria de Fundos de Obrigações de Taxa Fixa
Fonte: APFIPP
30 Relatório de Actividades 2012
Apesar destes resultados, os investidores continuam a preterir estes Fundos face a outros
mais conservadores, em que o risco de perdas seja mais reduzido, caso dos Fundos de
Tesouraria e do Mercado Monetário e dos Fundos com algum tipo de protecção contra a
perda de capital (por exemplo Fundos com Protecção de Capital e FEI de Obrigações).
Assim, os Fundos de Obrigações terminaram o ano com 1 362,9 milhões de euros de activos
sob gestão, o que representa um crescimento de 1,1% em relação ao ano anterior.
O desempenho desta categoria foi, ainda influenciado pelas alterações de classificação que
determinaram mudanças entre as várias subcategorias de Fundos de Obrigações e entre estas
e outras categorias de Fundos. Destes eventos, resultou, em termos líquidos, a saída de um
Fundo, com um montante sob gestão de 7,5 milhões de euros.
Em contrapartida, um Fundo integrado na categoria “Outros Fundos” foi incorporado, por
fusão num Fundo de Obrigações de Taxa Indexada, o que significou uma entrada de 8,8
milhões de euros.
O saldo acumulado de subscrições menos resgates dos Fundos de Obrigações, no ano
passado, foi negativo em 133,0 milhões de euros, um valor que foi anulado pela boa
performance dos mercados obrigacionistas, que permitiu uma valorização de 147,3 milhões
de euros.
No final de 2012, existiam 30 Fundos de Obrigações, menos cinco do que no ano anterior. Um
Fundo mudou para “Outros Fundos”, um outro foi extinto na sequência de um processo de
fusão e três foram liquidados, não se tendo verificado a constituição de qualquer novo Fundo
de Obrigações.
Os “Fundos de Obrigações de Taxa Indexada” permanecem a principal categoria do segmento
de Fundos de Obrigações, com um total de 1 102,3 milhões de euros de activos sob gestão, o
que equivale a 80,9% do valor total de Fundos de Obrigações.
As alterações de classificação e os processos de fusão significaram a saída de 18,7 milhões de
euros, que acrescem aos 116,0 milhões de euros resgatados pelos investidores ao longo do
ano, totalizando um fluxo negativo de 134,6 milhões de euros.
Como referido atrás, estes Fundos apresentaram, no ano passado, rendibilidades bastante
acima da média histórica, com vários Fundos a registarem performances anuais acima de 20%.
Esta apreciação dos activos em carteira aumentou os volumes sob gestão em 104,2 milhões
de euros, valor insuficiente para anular as saídas de capitais, pelo que, no ano, os Fundos de
Obrigações de Taxa Indexada registaram uma redução de 2,7% dos montantes sob gestão.
31 Relatório de Actividades 2012
Evolução dos Fundos de Obrigações em 2012 (Milhões Euro)
A categoria dos Fundos de Obrigações de Taxa Fixa foi uma das que apresentaram melhores
taxas de rendibilidade, em 2012, com uma performance média de quase 20%. Este
desempenho positivo permitiu a capitalização dos activos detidos em cerca de 41,6 milhões
de euros, mais do que compensando as saídas líquidas de 13,9 milhões de euros que se
registaram ao longo do ano.
Assim, em 31 de Dezembro de 2012, os Fundos desta categoria geriam 237,8 milhões de
euros, mais 13,2% do que no ano anterior.
Ao longo do ano, houve um Fundo de Obrigações de Taxa Indexada que se converteu em
Fundo de Obrigações de Taxa Fixa enquanto que um Fundo de Obrigações de Taxa Fixa passou
para “Outros Fundos”. Destes dois eventos resultou um saldo de 9,2 milhões de euros,
favorável a esta categoria.
A Categoria de “Fundos de Obrigações”, OIC’s cuja política de investimento permite que
possam oscilar entre “Fundos de Obrigações de Taxa Indexada” e “Fundos de Obrigações de
Taxa Fixa”, apesar de ainda bastante residual, quer no que diz respeito aos montantes sob
gestão (22,9 milhões de euros), quer no que diz respeito ao número de Fundos (3), foi uma
das que mais cresceu, em 2012. A inclusão de um novo Fundo antes integrado em “Fundos de
Obrigações de Taxa Indexada”, a procura por parte dos investidores e o efeito da valorização
dos activos detidos, levou a um crescimento de 289,2% entre Dezembro de 2011 e Dezembro
de 2012.
-150,0
-100,0
-50,0
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
F. Obrigações TxIndexada
F. Obrigações Tx Fixa F. Obrigações** Total F. Obrigações
Subscrições Líquidas* Capitalização Activos Crescimento Total
* - Inclui o saldo da transferência de Fundos entre as categorias de Fundos de Obrigações e outras categorias de F.I.M..
** - Fundos de Obrigações que não se enquadram, a todo o tempo, na categoria dos Fundos de Obrigações de Taxa Indexada nem na Categoria de Fundos de Obrigações de Taxa Fixa.
Fonte: APFIPP
32 Relatório de Actividades 2012
d) Fundos de Tesouraria e Fundos do Mercado Monetário
Pela primeira vez, desde 2003, os Fundos de Tesouraria e Fundos do Mercado Monetário
registaram, no ano passado, um crescimento dos montantes sob gestão.
De facto, os Fundos deste segmento terminaram o ano com 1 259,0 milhões de euros, mais
53,3% do que no final de 2011.
Os Fundos de Tesouraria e Fundos do Mercado Monetário em 2012 (Milhões Euro)
A já referida aversão ao risco dos aforradores nacionais, associada com a diminuição da taxa
de remuneração dos depósitos bancários e o decréscimo da pressão concorrencial destes
instrumentos na captação de poupança fez regressar o interesse dos investidores pelos
Fundos de Tesouraria e Fundos do Mercado Monetário.
Em 2012, entraram nos Fundos deste segmento 405,5 milhões de euros, o que representa
92,7% do crescimento total observado no ano. Este valor foi influenciado pela saída de dois
Fundos que passaram para a categoria “Outros Fundos”, movimento parcialmente
compensado pela passagem de um Fundo em sentido inverso. O saldo destas ocorrências foi
positivo para os Fundos de Tesouraria e Fundos do Mercado Monetário, significando uma
entrada líquida de 5,2 milhões de euros.
Não se verificou a extinção nem a constituição de qualquer Fundo deste segmento pelo que
existiam, no final de 2012, 19 Fundos em actividade, menos um do que no ano anterior,
resultado das alterações de classificação já referidas.
A categoria dos Fundos de Tesouraria constitui a principal parcela deste segmento, com
1 003,6 milhões de euros, ou seja, 79,7% do total.
756,6 747,2 713,9 759,9
1 003,6
64,8 67,2 70,4159,0
255,4
0,0
200,0
400,0
600,0
800,0
1 000,0
1 200,0
1 400,0
Dez-2011 Mar-2012 Jun-2012 Set-2012 Dez-2012
F. MercadoMonetário
Fundos deTesouraria
Fonte: APFIPP
33 Relatório de Actividades 2012
Em 2012, registaram um fluxo de investimento de 216,8 milhões de euros, que contribuíram
significativamente para o crescimento de 32,6% observado nesse ano.
A capitalização dos activos detidos foi, igualmente, positiva, estimando-se em 30,2 milhões de
euros.
Foram, contudo, os Fundos do Mercado Monetário que registaram um maior crescimento,
gerindo, no final do ano, 190,6 milhões de Euros, quase 4 vezes mais do que em 2011.
A entrada de novos investimentos por parte dos aforradores foi determinante para este
desempenho. Em 2012, o saldo de subscrições líquidas foi positivo em 188,7 milhões de euros,
representando 99% do crescimento total.
Evolução dos F. Tesouraria e F. Mercado Monetário em 2012 (Milhões Euro)
e) Fundos de Fundos
No final de 2012, existiam 17 Fundos de Fundos em actividade que geriam 310,2 milhões de
euros, o que representa mais um Fundo e menos 4,0% de activos sob gestão do que no final
do ano anterior.
O aumento do número de Fundos em actividade resultou da reclassificação de um Fundo que
anteriormente se encontrava em “Outros Fundos”.
A redução dos montantes sob gestão deveu-se, exclusivamente, ao fluxo de saídas que
ascendeu a 42,7 milhões de euros, valor que sobe para 79,1 milhões de euros caso sejam
descontados os montantes relacionados com a reclassificação de um Fundo, acima referida.
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
400,0
450,0
500,0
Fundos de Tesouraria F. Mercado Monetário Total F. Tesouraria e F. MercadoMonetário
SubscriçõesLíquidas*
CapitalizaçãoActivos
Crescimento Total
* - Inclui o saldo da
transferência de
Fundos entre as
categorias de Fundos
de Tesouraria e outras
categorias de F.I.M..
Fonte: APFIPP
34 Relatório de Actividades 2012
Os Fundos de Fundos em 2012 (Milhões Euro)
Estes Fundos beneficiaram do comportamento positivo dos mercados financeiros, o que fez
com que todos os Fundos apresentassem uma performance positiva, em 2012, muitos deles
acima de 10%. O efeito da valorização dos activos em carteira estima-se em 29,6 milhões de
euros.
Das três categorias de Fundos de Fundos, apenas os Fundos de Fundos Predominantemente
Acções registaram uma evolução positiva, com um crescimento de 95,3%, para 58,0 milhões
de euros, no final de 2012.
Este desempenho só foi possível em resultado da inclusão de um Fundo vindo da categoria
“Outros Fundos”, sem a qual se teria registado um decréscimo de 12,3%.
Evolução dos Fundos de Fundos em 2012 (Milhões Euro)
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
400,0
Dez-2011 Mar-2012 Jun-2012 Set-2012 Dez-2012
F. Fundos Pred.Acções
F. Fundos Mistos
F. Fundos Pred.Obrigações
-50,0
-40,0
-30,0
-20,0
-10,0
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
F. Fundos Pred.Obrigações
F. Fundos Mistos F. Fundos Pred. Acções Total F. Fundos
SubscriçõesLíquidas*
CapitalizaçãoActivos
Crescimento Total
Fonte: APFIPP
* - Inclui o saldo da
transferência de
Fundos entre as
categorias de Fundos
de Fundos e outras
categorias de F.I.M..
Fonte: APFIPP
35 Relatório de Actividades 2012
Esta subcategoria registou entradas líquidas de 21,0 milhões de euros, o que inclui o efeito da
mudança de categoria referida anteriormente. Descontando esse efeito, verificou-se um
desinvestimento de 15,4 milhões de euros.
O efeito da apreciação dos activos ascendeu a 7,3%, traduzindo uma valorização média anual
de cerca de 11,0%.
A categoria de “Fundos de Fundos Predominantemente Obrigações” continua a representar a
maior parcela dos Fundos de Fundos, com 184,3 milhões de euros ou 59,4% do total. Em
2012, os Fundos desta subcategoria registaram um decréscimo de 12,8% dos montantes
geridos.
Estes Fundos registaram um desinvestimento líquido, no ano passado, de 41,9 milhões de
euros, valor que foi parcialmente compensado pela valorização dos activos em carteira, cuja
apreciação se estima em 14,9 milhões de Euros.
Os Fundos de Fundos Mistos terminaram o ano com um total de 67,9 milhões de euros sob
gestão, menos 17,5% do que no final do ano anterior.
Esta evolução é resultado do desinvestimento por parte dos aforradores que levou à saída de
21,9 milhões de euros. A boa performance dos activos detidos permitiu uma apreciação de 7,5
milhões de euros, anulando parcialmente os resgates observados no período.
Evolução das Aplicações dos Fundos de Fundos
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2008 2009 2010 2011 2012
Liquidez + Outros Valores
Outros F. Estrangeiros
F. Obrigações Estrangeiros
F. de Acções Estrangeiros
Outros F. Portugueses
F. Tesouraria Portugueses
F. Obrigações Portugueses
F. de Acções Portugueses
Fonte: APFIPP
36 Relatório de Actividades 2012
Ao nível das aplicações dos Fundos de Fundos, continuam a predominar os investimento em
Fundos Estrangeiros, que representam 53,3% das carteiras dos Fundos de Fundos, no final de
2012.
Registou-se, no entanto, uma ligeira recuperação das aplicações em Fundos Portugueses, que
pesavam, no final do ano, 36,1%, valor que compara com os 33,0% observados no ano
anterior.
Ao nível da tipologia dos Fundos detidos, verificou-se um aumento substancial das aplicações
em Fundos de Acções, que representavam, no final de 2012, 39,0% dos activos em carteira,
mais 10,1% do que em 2011.
Os Fundos de Obrigações continuam a ser o tipo de activos com maior representatividade na
carteira dos Fundos de Fundos, com um peso de 41,5% (menos 1% do que no ano anterior).
f) Fundos Especiais de Investimento (FEI) 17
Como já referido, os FEI representam o principal segmento do mercado nacional de F.I.M.,
com uma quota de 40,0% e um dos que registou maior crescimento, em termos de activos sob
gestão, com 46,0%.
Em 31 de Dezembro de 2012, estes Fundos geriam 4 915,4 milhões de euros, acumulando um
saldo anual positivo de subscrições líquidas no valor de 1 400,0 milhões de euros, ou seja,
90,4% do crescimento total.
Os FEI beneficiaram, ainda, da capitalização dos activos em carteira, estimando-se uma
valorização anual de 148,0 milhões de euros.
Existiam, no final de 2012, 63 FEI, menos quatro do que no ano anterior. Ao longo do ano
foram constituídos 8 novos FEI, tendo sido extintos 12 Fundos, um dos quais em resultado de
um processo de fusão e outros 3 por ter terminado o prazo pelo qual foram inicialmente
constituídos.
Os FEI são Fundos não-harmonizados, que não cumprem as regras de investimento previstas
na Directiva Europeia sobre Fundos de Investimento Mobiliário (Directiva UCITS), beneficiando
17 Inclui apenas os F.E.I. que não têm uma política de investimentos desenhada de forma a procurar garantir, no final de um
prazo pré-estabelecido, o capital inicialmente investido e/ou uma rendibilidade mínima.
37 Relatório de Actividades 2012
de disposições mais flexíveis, que possibilitam diferentes estratégias e políticas de
investimento.
Os Fundos Especiais de Investimento em 2012 (Milhões Euro)
Em função dessas estratégias e políticas de investimento, a APFIPP integra os FEI em
diferentes subcategorias, as quais tiveram evoluções bastante heterogéneas, ao longo do ano
passado.
A subcategoria de FEI com maior volume de activos sob gestão é a dos FEI Monetários Curto
Prazo, com 2 073,6 milhões de euros (42,2% do total deste segmento).
Estes Fundos seguem políticas de investimento que privilegiam as aplicações em instrumentos
do mercado monetário e outros activos de curto prazo, como por exemplo, em depósitos
bancários, tendo, assim, um perfil similar ao dos Fundos de Tesouraria e Fundos do Mercado
Monetário.
À semelhança dos Fundos daquele segmento, os FEI Monetários Curto Prazo beneficiaram de
uma forte procura por parte dos aforradores, traduzida num saldo anual positivo de
subscrições líquidas no valor de 1 087,5 milhões de euros, que contribuiu decisivamente para
o crescimento de 120,1% registado no ano passado.
No segundo lugar, estão os FEI de Obrigações que geriam, em 31 de Dezembro de 2012,
1 374,4 milhões de euros, valor que representa 28,0% do total e que traduz um crescimento
de 48,5%.
0,0
1 000,0
2 000,0
3 000,0
4 000,0
5 000,0
6 000,0
Dez-2011 Mar-2012 Jun-2012 Set-2012 Dez-2012
Outros F.E.I.
F.E.I. Flexíveis
F.E.I. Imobiliários
F.E.I. Mistos
F.E.I. Monetário CurtoPrazoF.E.I. RetornoAbsolutoF.E.I. Obrigações
F.E.I. Acções
Fonte: APFIPP
38 Relatório de Actividades 2012
Estes FEI investem pelo menos 2/3 em obrigações e muitos deles são constituídos por um
período de tempo limitado e previamente determinado, seguindo políticas de investimento
que visam assegurar para os investidores, no final desse prazo, pelo menos os capitais
inicialmente investidos.
Evolução dos Fundos Especiais de Investimento em 2012 (Milhões Euro)
Estes FEI obtiveram, em 2012, subscrições líquidas positivas de 297,8 milhões de euros, o que
significa cerca de 2/3 do crescimento total.
A boa performance dos mercados obrigacionistas, atrás mencionada, permitiu a apreciação
dos activos em carteira, estimada em 150,8 milhões de euros.
O terceiro lugar pertence à subcategoria de “Outros FEI”, uma categoria onde são incluídos os
Fundos que, pelas suas características e política de investimento, não são passíveis de integrar
em nenhuma das restantes subcategorias de FEI.
No final de 2012, este tipo de FEI geria 539,5 milhões de euros, o que representa uma quota
de 11,0%. Em 2012, estes Fundos registaram um aumento 23,7%, um desempenho que se
deveu a entradas líquidas de 123,0 milhões de euros.
No entanto, apenas 60,4 milhões de euros constituem, de facto, novos investimentos dos
Participantes, os restantes 62,6 milhões de euros são relativos a 4 Fundos que integraram esta
subcategoria no seguimento de processos de reclassificação.
Todas as restantes subcategorias de FEI registaram um decréscimo dos activos sob gestão,
essencialmente em resultado de saídas de capitais.
-200,0
0,0
200,0
400,0
600,0
800,0
1 000,0
1 200,0
1 400,0
1 600,0
1 800,0
SubscriçõesLíquidas*
CapitalizaçãoActivos
Crescimento Total
* - Inclui o saldo da
transferência de Fundos
entre as várias
categorias de Fundos
Especiais de
Investimento
Fonte: APFIPP
39 Relatório de Actividades 2012
Os FEI Imobiliários geriam, no final do ano, 436,4 milhões de euros, menos 2,8% do que no
ano anterior. Esta evolução foi causada pelos resgates dos Participantes, que superaram em
61,4 milhões de euros as subscrições recebidas. Em contrapartida, estes Fundos beneficiaram
da apreciação dos activos em carteira, estimada em 48,7 milhões de euros.
Estes Fundos caracterizam-se por investir indirectamente no mercado imobiliário,
predominantemente através de aplicações em Fundos de Investimento Imobiliário (F.I.I.)
nacionais e estrangeiros.
Os FEI Flexíveis registaram uma redução de 20,2% nos montantes geridos, terminando o ano
com um total de 351,0 milhões de euros sob gestão. A evolução destes Fundos (que se
caracterizam por ter políticas e investimento flexíveis, que permitem o investimento até 100%
em diferentes classes de activos) foi prejudicada quer pelo desinvestimento por parte dos
aforradores (7,2 milhões de euros de subscrições líquidas negativas), quer pela depreciação
dos activos em carteira (estimada em 81,5 milhões de euros).
Os últimos lugares do ranking do segmento dos FEI, pertencem aos FEI de Retorno Absoluto
(visam proporcionar aos participantes um positivo, independentemente da evolução dos
mercados financeiros), aos FEI de Acções (investem pelo menos 2/3 da carteira em acções) e
aos FEI Mistos (investem em várias classes de activos), que geriam, em conjunto, 140,5
milhões de euros.
Todas estas subcategorias registaram subscrições líquidas negativas, que totalizaram, em
2012, 39,7 milhões de euros.
Os FEI Mistos tiveram uma performance negativa que motivou a depreciação dos activos em
carteira de cerca de 0,2 milhões de euros. Nas restantes subcategorias o bom desempenho
dos mercados e activos financeiros em que investem levou a uma apreciação de 6,0 milhões
de euros.
g) Fundos com Protecção de Capital
No final de 2012, existiam 36 Fundos com Protecção de Capital em actividade, que geriam,
nessa data, 1 378,6 milhões de euros.
Estes valores representam um decréscimo de 4,8% nos montantes sob gestão e uma redução
de 5 Fundos face a igual período de 2011.
40 Relatório de Actividades 2012
Os Fundos com Protecção de Capital em 2012
Ao longo de 2012 foram lançados 3 novos Fundos desta categoria que geriam, no final do ano,
20,1 milhões de euros. No mesmo período, foram liquidados 8 Fundos, por ter decorrido o
prazo inicial pelo qual haviam sido constituídos, e que geriam, no final de 2011, 240,9 milhões
de euros.
Estes eventos explicam quase totalmente o fluxo de saída registado em 2012 que totalizou,
em termos líquidos, 243,7 milhões de euros.
Evolução dos Fundos com Protecção de Capital em 2012 (Milhões Euro)
1 447,8
1 537,6 1 519,71 474,1
1 378,6
41
42
41
40
36
1 000,0
1 100,0
1 200,0
1 300,0
1 400,0
1 500,0
1 600,0
Dez-2011 Mar-2012 Jun-2012 Set-2012 Dez-2012
Montantes (Milhões €)
Nº Fundos
-300,0
-250,0
-200,0
-150,0
-100,0
-50,0
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total
SubscriçõesLíquidas
CapitalizaçãoActivos
Crescimento Total
Fonte: APFIPP
Fonte: APFIPP
41 Relatório de Actividades 2012
A boa performance dos activos em carteira permitiu atenuar esta saída de capitais,
possibilitando uma apreciação de 174,4 milhões de euros.
Fundos de Investimento Imobiliário (F.I.I.)
O segmento dos F.I.I., em Portugal, tem resistido às adversidades com que se têm deparado
os mercados financeiros e o mercado imobiliário, conseguindo, em 2012, um desempenho
positivo, embora modesto.
No final de 2012, o valor da carteira destes instrumentos financeiros ascendia a
11 445,4 milhões de euros, o que traduz um crescimento de 1,9% em relação ao ano anterior.
Os Fundos de Investimento Imobiliário em 2012 (Milhões Euro)
Em 31 de Dezembro de 2012, existiam 254 F.I.I. em actividade, menos 7 do que no ano
anterior. Esta evolução é o resultado a liquidação de 12 Fundos Fechados e do lançamento de
apenas 5 novos Fundos. Destes, dois são Fundos de Investimento Imobiliário para o
Arrendamento Habitacional (F.I.I.A.H.) e os restantes três são Fundos Fechados..
O Valor Líquido Global, no final de 2011, dos Fundos liquidados ascendia a 85,5 milhões de
euros, enquanto que o dos novos Fundos, em 31 de Dezembro de 2012, totalizava 216,7
milhões de euros.
Estima-se que, ao longo do ano, se tenha registado um fluxo de entradas de capitais, com um
valor líquido total de cerca de 520 milhões de euros.
0,0
2 000,0
4 000,0
6 000,0
8 000,0
10 000,0
12 000,0
Dez-2011 Mar-2012 Jun-2012 Set-2012 Dez-2012
F. Fechados
F. Florestais
F. Reabilitação
F.I.I.A.H.'s
F. Abertos Rendimento
F. Abertos Acumulação
Fonte: APFIPP; CMVM
42 Relatório de Actividades 2012
A maior das categorias de F.I.I. é a dos “Fundos Fechados”, quer em número de Fundos em
actividade (222 ou 87,4% do total), quer em valor líquido sob gestão (6 320,0 milhões de euros
ou 55,2% do total).
Em 2011, os Fundos desta categoria registaram uma subida de 0,5% no valor líquido sob
gestão, que se explica, quase totalmente pelo maior valor dos novos Fundos desta categoria
que foram lançados no ano passado, em comparação com o valor dos Fundos que foram
liquidados.
Os Fundos Florestais, apesar da reduzida dimensão, foram, contudo, os que registaram o
maior crescimento, finalizando o ano com 52,2 milhões de euro, mais 93,1% do que no ano
anterior.
Este resultado deveu-se, no entanto, à conversão de um Fundo Fechado em Fundo Florestal,
sem a qual, esta categoria teria registado uma subida de apenas 1,3%.
Os F.I.I.A.H foram, outra das categorias em destaque no ano passado, terminando o ano com
590,0 milhões de euros sob gestão, mais 83,4% do que em 2011. O lançamento de 2 novos
Fundos desta categoria, que geriam, no final de 2012, 103,5 milhões de euros explica
parcialmente este desempenho, sendo o restante explicado por aumentos de capital em
outros dois Fundos, que ascenderam a 172 milhões de euros.
Os Fundos de Reabilitação conseguiram, também, obter uma evolução positiva em 2012. No
final do ano geriam 62,4 milhões de euros, mais 10,5% do que em 2011.
Também neste caso, o desempenho se explica pela conversão de um Fundo Fechado em
Fundo de Reabilitação, sem a qual se teria registado um decréscimo de 1,2%.
O desempenho das categorias de F.I.I. Abertos, em 2012, fica marcado quer pelo
desinvestimento por parte dos aforradores, estimando-se que o saldo anual de subscrições
líquidas tenha sido negativo em cerca de 52 milhões de euros, quer pela depreciação dos
activos em carteira, estimada em 32,7 milhões de euros.
Os F.I.I. Abertos de Acumulação encerraram o ano 2012 com um valor líquido global de 2
302,1 milhões de euros, o que significa menos 0,4% do que em 2011. Já os F.I.I. Abertos de
Rendimento tiveram um decréscimo de 4,8%, terminando o ano com um valor líquido global
de 2 118,7 milhões de euros.
Os F.I.I. Abertos de Acumulação conseguiram atrair, em 2012, subscrições líquidas positivas de
46 milhões de euros, um valor insuficientes para compensar a redução do valor dos activos
em carteira, estimada em 54 milhões de euros.
43 Relatório de Actividades 2012
Evolução dos Fundos de Investimento Imobiliário Abertos em 2012 (Milhões Euro)
Nos F.I.I. Abertos de Rendimento, a saída de investidores terá levado a um saldo negativo de
subscrições líquidas no valor de cerca de 98 milhões de euros, embora estes Fundos tenham
tido uma performance positiva, estimando-se uma apreciação de 21 milhões de euros no
património gerido.
O património imobiliário detido pelos Fundos de Investimento (inclui terrenos, imóveis, UP’s
de F.I.I. e participações em sociedades imobiliárias), em 31 de Dezembro de 2012, estava
registado em carteira por 14 552,1 milhões de euros, o que representa 127,1% do Valor
Líquido global dos F.I.I.. Tal só é possível devido à hipótese de alavancagem dos Fundos,
através do recurso ao endividamento. O valor do endividamento, na mesma data, ascendia a
3 179,3 milhões de euros, menos 4,3% do que no ano anterior.
Os imóveis arrendados representam 64,1% da carteira dos F.I.I., demonstrando a vocação
destes Fundos para o investimento em imóveis que são colocados no mercado de
arrendamento. Os terrenos e projectos de construção representam, em conjunto, 34,4% do
total de F.I.I., em resultado da existência de um elevado número de Fundos, essencialmente
“Fundos Fechados” e “Fundos de Reabilitação”, que têm como objectivo principal das suas
políticas de investimento o desenvolvimento de um ou mais projectos imobiliários que depois
são colocados no mercado para venda e/ou arrendamento.
Os imóveis devolutos representam uma parcela significativa da carteira dos F.I.I., equivalente
a 24,3% do respectivo Valor Líquido Global (VLG), o que espelha a desaceleração que se
continua a verificar no mercado imobiliário nacional.
45,9
-97,6
-51,8
0,0
-31,5 -31,5
-54,1
21,4
-32,7
-8,3
-107,7-116,0
-140,0
-120,0
-100,0
-80,0
-60,0
-40,0
-20,0
0,0
20,0
40,0
60,0
F. Abertos Acumulação F. Abertos Rendimento Total F. Abertos
Subscrições Líquidas*
RendimentosDistribuídos*
Valorização dosactivos*
Crescimento Total dasCarteiras
* - Estimativas
Fonte: APFIPP
44 Relatório de Actividades 2012
Composição da Carteira dos F.I.I. - Dezembro 2012
O sector de serviços, onde predominam os escritórios para arrendamento continua a ser uma
das principais vocações dos imóveis detidos pelos F.I.I., representando 33,2% do seu total.
Também o segmento de “Outros”, onde predominam os imóveis destinados a armazéns e
logística, tem uma importância muito relevante na carteira de imóveis dos F.I.I., detendo uma
quota de 33,0%.
O sector do comércio, que inclui lojas de rua e centros comerciais, por exemplo, é responsável
por 19,0% da carteira de imóveis dos F.I.I., enquanto que os imóveis destinados a Habitação
representam 14,0%.
Finalidade dos Imóveis* detidos pelos F.I.I. - Dezembro 2012
Terrenos18.2%
Projectos Construção 15.9%
Imóveis Arrendados 68.5%
Imóveis não Arrendados
21.1%
Direitos 0.5%
UP's FII0.7%
Sociedades Imobiliárias2.2%
Outros Valores-27.1%
Habitação14,0%
Comércio19,0%
Serviços33,2%
Industrial0,7%
Outros33,0%
Fonte: APFIPP
* - Não inclui Terrenos
nem Direitos.
Fonte: CMVM
45 Relatório de Actividades 2012
Os imóveis com fins industriais representam apenas 0,7% da carteira dos F.I.I..
Na Europa, Portugal ocupa o sexto lugar em termos de activos sob gestão, num ranking
liderado pela Alemanha, com 82,1 mil milhões de euros, pela França com 52,0 mil milhões de
euros e pela Itália, com 42,1 mil milhões de euros.
Os mercados que obtiveram o maior crescimento, em termos de activos geridos por F.I.I.
foram Malta, com 42,9%, Eslováquia, com 41,2% e França, com 30,0%.
Pela negativa, em 2011, deve ser realçada a evolução dos F.I.I. no Luxemburgo (menos 41,3%),
na Suíça (menos 28,7%) e em Espanha (menos 6,5%).
Os F.I.I. na Europa em 2012
Organismos de Investimento Colectivo (OIC) Estrangeiros
A comercialização de Organismos de Investimento Colectivo Estrangeiros, através de canais de
retalho, continua a representar um valor relativamente reduzido, quando comparado com a
dimensão do mercado nacional de OIC (F.I.M. e F.I.I. incluídos).
Em 2012, a evolução dos Fundos estrangeiros seguiu a tendência observada nos F.I.M.
nacionais, tendo-se verificado um aumento de 17,8%, para 698,8 milhões de euros.
Este desempenho ficou a dever-se, fundamentalmente, à boa performance dos mercados
financeiros em que os Fundos Estrangeiros investem. Ao longo do último ano, verificou-se
-20%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
-20 000
0
20 000
40 000
60 000
80 000
100 000
120 000
Montantes 2012 (Milhões €)
Crescimento 2012(%)
Fonte: EFAMA
46 Relatório de Actividades 2012
uma apreciação de 123,7 milhões de euros, relativamente às participações detidas por
aforradores portugueses.
Evolução da Comercialização de Fundos Estrangeiros em Portugal (Milhões Euro)
Esta valorização das participações não impediu, potenciou o investimento por parte dos
aforradores, tendo-se registado subscrições líquidas positivas de 16,0 milhões de euros, em
2012.
O Crescimento dos Fundos Estrangeiros em 2012 (Milhões Euro)
683,3
1 118,1 1 201,8
456,1
741,8950,5
559,1698,8
0,0
200,0
400,0
600,0
800,0
1 000,0
1 200,0
1 400,0
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
-60,0
-40,0
-20,0
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
160,0
1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total
Subscrições Líquidas
Capitalização Activos
Crescimento Total
Fonte: CMVM
Fonte: CMVM
47 Relatório de Actividades 2012
Gestão de Patrimónios
A Gestão de Patrimónios desempenha um papel muito importante na intermediação
financeira, permitindo o investimento de forma profissional das carteiras de activos
financeiros de grandes investidores institucionais, como Seguradoras e Fundos de Pensões,
mas também de particulares com patrimónios elevados.
São vários os tipos de entidades que podem gerir patrimónios ou, dito de outra forma, que
podem exercer a actividade de gestão discricionária de carteiras por conta de outrem. As
principais, em termos de volumes de activos sob gestão, são as Sociedades Gestoras de
Patrimónios (SGP) e as Sociedades Gestoras de Fundos de Investimento Mobiliário (SGFIM)
que, em conjunto, representam 91,4% deste mercado.
O bom desempenho dos mercados financeiros, a nível mundial, teve um efeito positivo no
valor das carteiras sob gestão discricionária, que totalizou, no final de 2012, 57 841,4 milhões
de euros, mais 4,5% do que no ano anterior.
O Mercado Nacional de Gestão de Patrimónios em 2012 (Milhões Euro)
As SGFIM lideram este segmento, tendo terminado o ano com 31 451,4 milhões de euros, o
que representa 54,4% deste mercado. Ao longo do ano, os activos sob gestão por este tipo de
entidades aumentaram 9,7%.
As SGP ocupavam a segunda posição deste ranking, com 21 432,0 milhões de euros, menos
5,5% do que em 2011, garantindo-lhes uma quota de 37,1%.
0,0
10 000,0
20 000,0
30 000,0
40 000,0
50 000,0
60 000,0
70 000,0
Dez-2011 Mar-2012 Jun-2012 Set-2012 Dez-2012
Outras Entidades
Bancos
S.G.F.I.M.
Soc. Gest. Património
Fonte: CMVM
48 Relatório de Actividades 2012
A gestão de patrimónios efectuada por Bancos e outras instituições financeiras totalizou, no
final do ano, 4 958,0 milhões de euros, mais 23,8% do que no ano anterior.
A grande maioria das carteiras sob gestão, em termos de volume, é referente a clientes
institucionais: 17,1% dos montantes dizem respeito a carteiras de Fundos de Pensões, 68,3%
são referentes a Seguradoras e outros 1,8% pertencem a Fundos de Investimento. As
restantes categorias de clientes, que incluem os clientes particulares, representam 12,8% do
total.
Estrutura de Cliente da Gestão de Patrimónios em 2012*
No final do ano passado, as carteiras sob Gestão Discricionária privilegiavam as aplicações em
títulos representativos de dívida, pública e privada, que ascendiam, em conjunto, a 68,2%,
mais 0,2 pontos percentuais do que no final de 2011.
Nos mercados de dívida soberana, a redução das respectivas yields levou a um aumento
significativo do peso das aplicações em títulos representativos de dívida pública. No final de
2012, este tipo de activos representava 28,9% das carteiras de gestão discricionária, mais 2,9
pontos percentuais do que em 2011.
Já no que respeita à dívida corporate, houve uma redução do peso desta classe de activos de
42,0%, no final de 2011, para 39,3%, em 2012.
O peso das aplicações em “Liquidez e Outros Activos” voltou a reforçar-se. Em 31 de
Dezembro do ano que findou, o peso desta categoria de activos era de 19,8%, que compara
com os 17,6% registados no final de 2011.
Verificou-se, igualmente, a redução das aplicações em acções e em Fundos de Investimento.
Fundos de Investimento
1,8%
Fundos de Pensões17,1%
Seguradoras68,3%
Fundações0,4%
Particulares0,9%
Outros Investidores11,4%
* - Apenas são
considerados os
valores geridos por 12
Instituições
Financeiras. No final de
Dezembro de 2012,
estas Sociedades eram
responsáveis 90,2% do
valor total de Gestão
Discricionária
Fonte: APFIPP
49 Relatório de Actividades 2012
Estrutura das Carteiras de Gestão de Patrimónios em 2012*
Fundos de Pensões
Depois de, em 2011, o mercado de Fundos de Pensões nacionais ter sido profundamente
prejudicado pela transferência de parte dos Fundos de Pensões da Banca para a Segurança
Social, que levaram à saída de quase 1/3 do volume sob gestão, no ano 2012, começou a
verificar-se uma ligeira recuperação.
Assim, os Fundos de Pensões terminaram o ano com um total de 14 471,0 milhões de euros,
mais 9,3% do que no final do ano anterior.
O Mercado de Fundos de Pensões em 2012 (Milhões Euro)
Acções4,0% Dívida Pública
28,9%
Obrigações39,3%
UP's F. Investimento8,1%
Liquidez e Outros Activos19,8%
11 234,1 11 355,2 11 255,2 11 601,7 12 185,5
2 003,7 2 147,5 2 075,7 2 151,62 285,5
0,0
2 000,0
4 000,0
6 000,0
8 000,0
10 000,0
12 000,0
14 000,0
16 000,0
Dez-2011 Mar-2012 Jun-2012 Set-2012 Dez-2012
Seguradoras
S.G.F.P.
* - Apenas são
considerados os
valores geridos por 12
Instituições
Financeiras. No final de
Dezembro de 2012,
estas Sociedades eram
responsáveis 90,2% do
valor total de Gestão
Discricionária
Fonte: APFIPP
Fonte: APFIPP e ISP
50 Relatório de Actividades 2012
De acordo com a legislação em vigor, a gestão de Fundos de Pensões pode ser efectuada por
Sociedades Gestoras de Fundos de Pensões (SGFP) e por Empresas de Seguros do Ramo Vida.
As SGFP gerem a maioria dos Fundos de Pensões nacionais, detendo uma quota de 84,2%
deste mercado.
Em 2012, no entanto, foram as Seguradoras que tiveram melhor desempenho, com os
montantes dos respectivos Fundos de Pensões sob gestão a aumentarem 14,1%, para 2 285,5
milhões de euros. Os Fundos de Pensões geridos pelas SGFP cresceram apenas 8,5%.
O Mercado de Fundos de Pensões em 2012
Os Fundos de Pensões Fechados constituem a maior parcela dos Fundos de Pensões, com um
total de 13 196,0 milhões de euros ou 91,2% do total.
Todas as categorias de Fundos de Pensões, com excepção da dos PPA, registaram um
crescimento dos montantes sob gestão, ao longo de 2012, destacando-se, contudo, o
desempenho dos Outros Fundos de Pensões Abertos, com uma subida de 13,9%, para 915,2
milhões de euros.
Este tipo de Fundos de Pensões tem sido o veículo privilegiado pelas pequenas e médias
empresas nacionais na hora de constituir um complemento de reforma para os seus
colaboradores.
Os Fundos de Pensões Fechado registaram, igualmente, um crescimento significativo (9,2%),
em 2012.
Os PPR geriam, no final do ano, 355,6 milhões de euros, traduzindo um crescimento de apenas
1,5% face a 2011, enquanto que, no caso dos PPA, nem a performance do mercado bolsista
Fechados91,2%
Outros Abertos6,3%
PPR, PPR/E e PPE2,5%
PPA0,0%
Fonte: ISP
51 Relatório de Actividades 2012
nacional impediu que registassem uma quebra de 12,4% nos activos sob gestão, assumindo
cada vez mais um papel residual, uma vez que geriam, no final de 2012, apenas 4,3 milhões de
euros.
Estrutura das Carteiras de Fundos de Pensões em 2012
Analisando a composição da carteira dos Fundos de Pensões, evidencia-se uma maior
predominância de activos com um perfil de risco de longo prazo, o que se compreende tendo
em conta a natureza e objectivos deste tipo de veículos, que se destinam ao financiamento de
complementos de reforma e têm, por isso, horizontes de investimento mais longos.
Assim, o peso das Acções é de 9%, sendo, igualmente de destacar a percentagem de imóveis
detidos (12%). Ao investimento directo nestas classes de activos devem ainda ser
acrescentadas as aplicações através de Fundos de Investimento. O investimento indirecto nos
mercados financeiros, fazendo uso de Fundos de Investimento, Mobiliário e Imobiliário,
representava, no final do ano passado, um quarto das aplicações dos Fundos de Pensões.
O investimento em títulos de dívida pública pesava 25% na estrutura da carteira dos Fundos
de Pensões enquanto que as aplicações em obrigações de empresas e outros títulos de dívida
privada representavam mais 17% do total de activos geridos.
Planos de Poupança Reforma (PPR)
Desde o final de 2010 que os Planos de Poupança Reforma têm a vindo a ser negativamente
afectados pela conjuntura económica que se vive em Portugal.
Dívida Pública25,0%
Obrigações17,0%
Acções9,0%F. Investimento
25,0%
Terrenos e edifícios12,0%
Liquidez e outros activos12,0%
Fonte: ISP. Relatórios
trimestrais de evolução
de fundos de pensões
52 Relatório de Actividades 2012
A liquidez permitida por estes instrumentos financeiros, ainda que com eventual penalização
fiscal, associada à diminuição dos benefícios concedidos às aplicações e rendimentos gerados
por estes Planos de Poupança faz com que, em alturas de dificuldade das famílias, por
exemplo em consequência de se confrontarem com uma situação de desemprego, se
verifique um fluxo de desinvestimento significativo.
Estrutura das Carteiras de Fundos de Pensões em 2012
No final de 2012, considerando todas as formas jurídicas que estes produtos podem assumir
(FIM, Fundos de Pensões e Seguros), o montante total de PPR ascendia a 13 387,5 milhões de
euros, o que representa uma diminuição de 6,6% em relação ao final de 2011.
Os PPR constituídos sob a forma de seguro, por terem, muitas vezes, associada a garantia do
capital e, por vezes também, a garantia de uma rendibilidade mínima, têm sido a classe de
PPR mais popular junto dos Portugueses.
No final de 2012, os PPR constituídos sob a forma de Seguro representavam 90,0% do valor
total de PPR, o que significava 12 052,3 milhões de euros em provisões técnicas18. Estes PPR
registaram, em 2012, um decréscimo de 6,9%.
Os Fundos de Investimento ocupam a segunda posição, com um total de 979,7 milhões de
euros, o que equivale a uma quota de 7,3% do total de PPR. Em 2012, estes instrumentos
decresceram 6,4%.
18 Fonte: ISP - Instituto de Seguros de Portugal.
11 87113 692
15 20412 941 12 052
1 424
1 3151 281
1 047 980
403
419
416
350356
0
3 000
6 000
9 000
12 000
15 000
18 000
2008 2009 2010 2011 2012
F. Pensões
F. Investimento
Seguros*
* - Provisões Técnicas
Fonte: APFIPP e ISP
53 Relatório de Actividades 2012
No terceiro lugar, estão os Fundos de Pensões, com um total de 355,6 milhões de euros, que
traduzem uma quota de 2,7% no segmento dos PPR. Forma os únicos que conseguiram um
desempenho positivo, embora modesto, com um crescimento de 1,5%.
54 Relatório de Actividades 2012
ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS
1. Fiscalidade
A APFIPP viu-se confrontada em 2012 com diversas iniciativas que levaram a alterações de
grande relevância ao nível da tributação incidente sobre os sectores que representa. O
acompanhamento de matérias fiscais foi, pois, uma constante ao longo do ano, exigindo uma
atenção permanente por parte da APFIPP, para avaliar e analisar o impacto das propostas que
foram sendo apresentadas e para, junto das autoridades tentar explicar as negativas
implicações dessas iniciativas para actividade de Gestão de Activos e de Fundos de Pensões
em Portugal.
1.1. Orçamento do Estado para 2012
O Orçamento do Estado para 2012, aprovado pela Lei n.º 64-B/2011, de 30 de Dezembro,
introduziu diversas alterações com repercussões ao nível das actividades representadas pela
Associação, das quais se destacam as seguintes:
Alteração do artigo 16.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) – Sendo alargada a
isenção, em sede de IRC, aos rendimentos dos Fundos de Pensões que se constituam e
operem de acordo com a legislação e estejam estabelecidos noutro Estado-Membro da
União Europeia ou do Espaço Económico Europeu que respeitem determinados
requisitos;
Alteração dos n.ºs 4 e 5 do artigo 21.º do EBF – Restabelecendo a regra de penalização,
em caso de resgate antecipado de Planos de Poupança Reforma (PPR) que vigorava em
2010 e agravando a taxa de tributação dos rendimentos dos PPR, nos casos de
reembolso fora das condições previstas na Lei, de 20% para 21,5%;
Alteração da alínea c) do n.º 3 e da alínea a) do n.º 6 do artigo 22.º do EBF – Passando a
taxa de tributação das mais-valias obtidas, em território português ou fora dele, por
Fundos Mobiliários para 21,5% em lugar dos anteriores 10% e, no que respeita a
rendimentos prediais obtidos por Fundos Imobiliários, passaram a ser dedutível os
encargos com o Imposto Municipal sobre os Imóveis;
55 Relatório de Actividades 2012
Alteração do n.º 2 do artigo 26.º do EBF – Modificou a tributação no reembolso de
Planos de Poupança em Acções (PPA), passando a diferença, quando positiva, entre o
valor devido aquando do encerramento dos PPA e as importâncias entregues pelo
subscritor a estar sujeita a retenção na fonte a uma taxa liberatória de 21,5%, sem
prejuízo da possibilidade de ser efectuado englobamento;
O artigo 146.º, da Lei n.º 64-B/20112, prorrogou a isenção de Imposto Municipal sobre
Imóveis (IMI) e de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT)
aplicável a Fundos de Investimento Imobiliário abertos ou fechados de subscrição
pública, a Fundos de Pensões e a Fundos de Poupança-Reforma, prevista no artigo 49.º
do EBF; e
O artigo 183.º do mesmo diploma alterou alguns aspectos da política contabilística
relativa a Planos de Pensões e outros benefícios pós emprego.
Seguindo a prática adoptada nos anos anteriores, a APFIPP solicitou a uma consultora fiscal a
análise do impacto das alterações introduzidas pelo Orçamento do Estado para 2012, na
esfera das actividades representadas pela Associação. Os resultados do trabalho realizado
foram apresentados às Associadas da APFIPP em Sessão especialmente organizada para o
efeito.
O ano de 2012 evidenciou-se, à semelhança do verificado no ano anterior, pelos inúmeros
ajustamentos efectuados no âmbito do enquadramento fiscal nacional. A Lei do Orçamento
do Estado para 2012 sofreu, desde logo, a primeira alteração escassos meses após a sua
entrada em vigor, por meio da Lei n.º 20/2012, de 14 de Maio, que procedeu a modificações
em diversos códigos tributários.
Já no segundo semestre do ano, a Lei n.º 55-A/2012, de 29 de Outubro, procedeu a novas
alterações ao Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, ao Código do
Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas, ao Código do Imposto do Selo e à Lei
Geral Tributária. No âmbito destas, entre outras medidas, salienta-se, a criação de uma nova
verba 28, na tabela do Imposto do Selo, com incidência sobre a propriedade, usufruto ou
direito de superfície de prédios urbanos com afectação habitacional, cujo valor patrimonial
tributário seja igual ou superior a 1 milhão de euros. Esta medida entrou em vigor ainda em
2012, prevendo a aplicação de uma taxa de 0,5% ou 0,8%, consoante sejam ou não prédios já
avaliados nos termos do Código do IMI; e de 1% em 2013, acrescendo ao IMI pago
anualmente pelos proprietários dos prédios em causa. De referir, também, as alterações
efectuadas em sede de IRS, nomeadamente, o aumento da taxa liberatória a que os
rendimentos de capitais estão sujeitos, bem como o saldo das mais e menos valias, que
passou de uma taxa de 25% para 26,5%.
A encerrar o exercício, a Lei n.º 64/2012, de 20 de Dezembro, concretizou a segunda alteração
à Lei n.º 64-B/2011 (OE 2012), no âmbito da iniciativa para o reforço da estabilidade
financeira, assim como a outros diplomas, introduzindo, designadamente, modificações nas
regras sobre cobrança e pagamento de reembolsos de IVA e; alterando em sede de IMI, o
regime transitório aplicável aos prédios urbanos arrendados, de modo a contemplar as
situações emergentes da nova reforma do Regime do Arrendamento Urbano.
56 Relatório de Actividades 2012
1.2. Orçamento do Estado para 2013
No âmbito dos trabalhos preparatórios do Orçamento do Estado para 2013, a APFIPP
apresentou, ao Ministro das Finanças, um conjunto de sugestões, que, tendo em conta as
restrições decorrentes do Programa de Assistência Financeira a Portugal, pretendem
incentivar a poupança e a expansão da gestão colectiva de activos, especialmente junto de
investidores não residentes.
As medidas apresentadas já haviam sido submetidas no ano anterior, mas dada a sua
relevância e actualidade foram novamente reiteradas pela Associação, consubstanciando-se
nas seguintes propostas:
Implementação de regime de tributação “à saída” para as Sociedades de Investimento
Imobiliário (SIIMO), iniciativa que a Associação tem vindo a defender, no sentido de
dinamizar o mercado de Fundos de Investimento Imobiliário constituídos sob a forma
societária, procurando captar o interesse de investidores não residentes e de entidades
isentas para segmentos muito específicos, como são os casos da promoção imobiliária e
dos sectores da reabilitação e da recuperação urbanas;
Em termos gerais, a proposta de regime que se propõe caracteriza-se,
fundamentalmente, pela aplicação de uma tributação “à saída” (à semelhança do
adoptado para os Fundos Florestais e para os de Reabilitação Urbana), obrigando à
entrega anual aos Participantes de 80% do rendimento distribuível, para que o Estado
continue a aceder periodicamente às receitas fiscais resultantes dos rendimentos
obtidos por estes instrumentos financeiros. Acresce, ainda, que se prevê o pagamento
anual ao Estado de uma percentagem fixa sobre o “Net Asset Value” (NAV) e a não
isenção de IMI e de IMT.
Tornar eficiente o investimento por parte de entidades isentas e para não residentes,
em Fundos de Investimento Mobiliário nacionais, procedendo a um ajustamento legal,
que passa por isentar totalmente, em sede de IRS ou de IRC, aqueles participantes,
relativamente aos rendimentos obtidos em Fundos de Investimento Mobiliário
portugueses, através da restituição do imposto suportado pelo Fundo. Embora esta
situação esteja prevista na Lei, por razões operacionais, não se observa no mercado a
sua aplicação; e
Introdução de um incentivo fiscal à criação de Planos de Pensões de natureza
empresarial, ainda que de caracter provisório, tendo em conta a situação das contas
públicas nacionais, que impulsione o desenvolvimento do segundo pilar da Segurança
Social, ou que, em alternativa, torne mandatória a constituição, por parte das empresas,
de planos complementares de reforma para os seus trabalhadores.
No âmbito de diversas audiências concedidas à Associação, a respeito da Consulta Pública
sobre o novo Regime Jurídico dos Organismos de Investimento Colectivo, mencionada mais
adiante neste relatório, bem como de outras matérias associadas aos sectores que
representa, foi reiterada, junto das Autoridades competentes, a importância das propostas
anteriormente referidas.
57 Relatório de Actividades 2012
Após ter sido anunciada a proposta de Orçamento do Estado para 2013, e no âmbito das
discussões na especialidade, a Associação desenvolveu prontamente um conjunto de
diligências, junto das Autoridades Oficiais, principais Grupos Parlamentares e Comissão
Parlamentar do Orçamento, Finanças e Administração Pública; relativamente a três medidas
que, a serem concretizadas teriam consequências muito negativas para a Indústria da Gestão
de Activos e de Fundos de Pensões, que se descrevem seguidamente:
Revogação do artigo 49.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais, no sentido de anular a
isenção de IMI e de IMT para Fundos Imobiliários abertos ou fechados de subscrição
pública, para Fundos de Pensões e Planos de Poupança Reforma. Contudo, apraz
assinalar que esta proposta acabou por ser rejeitada em fase de votação final do
diploma, mantendo-se a isenção actualmente em vigor;
Alargamento da base de incidência da Contribuição Extraordinária de Solidariedade
(CES) (prevista no artigo 76.º da proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2013),
sobre a qual surgiram desde logo inúmeras dúvidas de interpretação, a propósito do
âmbito exacto da sua aplicação e da eventual possibilidade de abranger as pensões
complementares financiadas pelas empresas privadas a favor dos seus trabalhadores.
Em tempo útil, a APFIPP procurou obter uma clarificação fundamentada a respeito da
base de incidência da disposição em apreço, solicitando a três Consultores fiscais, com
reconhecida capacidade técnica, que analisassem a matéria, tendo dado conhecimento
das conclusões veiculadas ao Ministro das Finanças e solicitado a introdução de
clarificações no sentido de procurar minorar a gravidade da medida.
A versão final da Lei do Orçamento do Estado para 2013 acabou por confirmar o
alargamento da aplicação da CES, consubstanciando uma significativa redução dos seus
rendimentos e ignorando as diferenças substanciais entre este segmento da população
e os ainda no activo. Para além disso, veio representar uma verdadeira apropriação, por
parte do Estado, das poupanças privadas efectuadas por empresas, no contexto de
planos complementares de reforma privados (que em nada oneram as finanças
públicas), abalando assim a confiança no recurso a Fundos de Pensões para
complementar as pensões da Segurança Social; e
Revogação do n.º 16 do artigo 22.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais, eliminando a
isenção de tributação do saldo positivo entre as mais-valias e menos-valias, resultante
da alienação de acções detidas por Fundos de Investimento durante mais de 12 meses,
obrigações e outros títulos de dívida. A referida isenção foi introduzida em 2010,
aquando da eliminação da isenção de mais-valias de determinados valores mobiliários
obtidas pelas pessoas singulares, de modo a preservar a possibilidade dos Fundos de
Investimento Mobiliário nacionais concorrerem com os de outras jurisdições europeias,
livremente comercializados no nosso país, pelo que a revogação que se veio a
confirmar, por ocasião da publicação da Lei do Orçamento do Estado para 2013, vem
penalizar fortemente os Fundos de Investimento Mobiliário nacionais
comparativamente à taxa de tributação a que estão sujeitos os Fundos estrangeiros
comercializados no nosso país, a não ser que ajustamentos ao regime de tributação
destes veículos de venham a ser concretizados.
58 Relatório de Actividades 2012
Para além das medidas já referenciadas, o Orçamento do Estado para 2013, apresentou outras
alterações fiscais com impacto nas actividades representadas pela APFIPP, nomeadamente:
Alteração da alínea c) do n.º 1 do artigo 22.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais –
Aumentando de 21,5% para 25% a tributação do saldo das mais e menos-valias
mobiliárias obtidas por Fundos de Investimento, em território português ou fora dele;
Alteração da alínea a) do n.º 6 do artigo 22.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais –
Agravando para 25% a taxa de tributação dos rendimentos prediais obtidos por Fundos
de Investimento Imobiliário (anteriormente de 20%);
Alteração do n.º 1 do artigo 71.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais – Prorrogando até
final de 2013, o prazo de constituição dos FII para que possam beneficiar da isenção de
IRC, em matéria de incentivos à reabilitação urbana;
Alteração dos artigos 2º e 12º do Código do Imposto Municipal sobre as Transmissões
Onerosas de Imóveis – Prevendo a possibilidade, no âmbito da sujeição a IMT, da
adjudicação de bens imóveis como reembolso em espécie de unidades de participação
decorrente da liquidação de Fundos Imobiliários fechados de subscrição particular e a
transmissão de bens imóveis por fusão daquele tipo de Fundos; e
Autorização legislativa concedida ao Governo para a criação de um imposto sobre a
generalidade das transacções financeiras que tenham lugar em mercado secundário.
1.3. Foreign Account Tax Compliance Act
A FATCA – Foreign Account Tax Compliance Act é uma nova legislação fiscal dos Estados
Unidos da América (EUA) que visa evitar a não submissão a tributação, por parte de residentes
dos EUA, através do investimento em veículos estrangeiros.
A APFIPP tem vindo a acompanhar este tema, há já bastante tempo, nomeadamente, através
de trabalhos desenvolvidos no seio da EFAMA, que no ano de 2012 tiveram especial incidência
na proposta de regulamentação apresentada pelo IRS – Internal Revenue Service.
Perante a ausência de evidências relativamente à preparação, por parte das Autoridades
nacionais, da adopção do regime FATCA e face às implicações do mesmo para a actividade
Gestão de Activos e de Fundos de Pensões, assim como para outras instituições financeiras
nacionais, a APFIPP procedeu a diligências junto do Ministério das Finanças, no sentido de dar
a conhecer as preocupações das suas Associadas relativamente ao tema e alertar para a
importância da celebração de um acordo bilateral entre as Autoridades Fiscais portuguesas e
as do EUA, no sentido de agilizar os procedimentos e reporte implícitos neste regime, à
semelhança do manifestado por diversos países europeus.
A celebração de um acordo desta natureza, revela-se fundamental devido aos
constrangimentos existentes no enquadramento legal nacional que podem impedir o
cumprimento das regras de reporte de informação previstas âmbito do regime FATCA. A sua
adopção proporcionaria, assim, uma maior segurança jurídica na sua implementação, bem
59 Relatório de Actividades 2012
como a clarificação de alguns dos seus conceitos, tendo em conta as especificidades dos
operadores nacionais, e o esclarecimento sobre as isenções e regimes de excepção aplicáveis.
Já no segundo semestre de 2012, a APFIPP foi convidada a integrar um “Grupo de Trabalho
Informal”, liderado pelo CEF - Centro de Estudo Fiscais e Aduaneiros, para acompanhar o
desenvolvimento dos trabalhos que são necessários realizar em virtude da entrada em vigor
da legislação americana sobre o regime FATCA. Neste âmbito, participou em diversas reuniões
realizadas no decorrer no último trimestre do ano de 2012, com o objectivo de preparar os
termos, do InterGovernmental Agreement (IGA) a celebrar com o EUA, que enquadrem as
entidades e instrumentos financeiros nacionais abrangidos nos regimes de excepção previstos
pela FATCA e a respectiva fundamentação.
No fecho do ano, as Autoridades Governamentais Portuguesas ainda aguardavam o resultado
dos contactos efectuados, no sentido de iniciar o processo de negociação com o IRS
Americano para adoptar acordo intergovernamental referido, pelo que este tema continuará
na agenda da Associação, exigindo a monitorização atenta dos seus desenvolvimentos.
2. Enquadramento Regulatório
Em 2012, a APFIPP continuou a monitorizar e a colaborar no desenvolvimento e
implementação de diversos projectos regulatórios com impacto nas actividades
representadas, quer na esfera nacional quer internacional. Destacam-se os seguintes:
2.1. UCITS IV – Novo Regime Jurídico dos Organismos de Investimento Colectivo
A transposição da Directiva 2009/65/CE, do Parlamento e do Conselho Europeu, de 13 de
Julho, também designada por UCITS IV, foi um dos temas centrais no exercício de 2012,
processo há muito aguardado na medida em que o prazo estabelecido comunitariamente para
a sua concretização terminou a 30 de Junho de 2011.
Durante o mês de Junho de 2012, o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF)
promoveu uma consulta pública a respeito do anteprojecto legislativo de alteração do Regime
Jurídico dos Organismos de Investimento Colectivo (OIC), com vista precisamente à
implementação no ordenamento nacional das disposições da Directiva UCITS IV.
As principais medidas que o referido pacote comunitário visa implementar dizem respeito à:
Instituição de um passaporte europeu para as Sociedades Gestoras;
Implementação de um novo documento intitulado “Informações fundamentais
destinadas aos Investidores” e que pretende substituir o actual Prospecto Simplificado;
Enquadramento da possibilidade de realização de fusões transfronteiriças entre os
OICVM;
Criação da figura dos Fundos Master-Feeder; e
60 Relatório de Actividades 2012
Melhoria dos mecanismos de cooperação entre as Autoridades Reguladoras, ao nível do
controlo e troca de informação, e agilização dos processos de notificação de Fundos
para efeitos de comercialização cross-border.
Contudo, as alterações propostas no anteprojecto submetido a consulta não se esgotaram no
alinhamento do ordenamento jurídico nacional com as novas regras comunitárias, envolvendo
outras alterações que, na opinião da APFIPP, podem colocar em causa a competitividade dos
Operadores e Fundos nacionais, face ao quadro mais exigente e às condicionantes previstas
comparativamente aos seus congéneres europeus.
Perante este cenário, a APFIPP, para além de ter submetido ao CNSF um conjunto de
contributos sobre a matéria, resultado de um extenso trabalho de análise desenvolvido em
estreita colaboração com as suas Associadas, procedeu, paralelamente, a diversas diligências
no sentido de expor as suas preocupações e evidenciar o impacto de tais medidas.
Neste âmbito, a Associação teve a oportunidade de ser recebida em audiência pela Secretária
de Estado do Tesouro e das Finanças, pela Comissão do orçamento e Finanças da Assembleia
da República, por diversos Grupos Parlamentares e pelo Governador do Banco de Portugal.
Nos diálogos estabelecidos com as referidas Autoridades e Entidades Oficiais nacionais, a
Associação procurou sensibilizá-las para a importância da definição de um quadro legal
semelhante ao dos restantes Estados-Membros, que não se traduza em custos adicionais e
não apresente elementos discriminatórios ao nível da concorrência face a OICVM
Harmonizados domiciliados noutros Estados-Membros que podem ser comercializados
livremente em Portugal. Só desse modo se poderá promover um equilíbrio no exercício da
actividade de gestão de Organismos de Investimento Colectivo, sem que colocar em causa a
existência desta Indústria em Portugal.
De entre as medidas contempladas, constantes da última versão conhecida do texto da
transposição e que vão para além do exigido pela Directiva, relevam-se as seguintes:
Regras que impõem a presença de membros independentes nos órgãos de
administração e de fiscalização da Sociedade Gestora;
Exigências respeitantes à pluralidade e rotatividade dos auditores do OIC que proíbem
que estes sejam os mesmos da empresa-mãe com a qual consolida as suas contas;
Obrigação das entidades que prestam o serviço de depositário, o efectuar a entidades
que não pertençam ao mesmo grupo, em condições económicas não discriminatórias,
exigindo fundamentação em caso de recusa;
Obrigação de assegurar a formação adequada das entidades comercializadoras e
imposição de elementos adicionais para efeitos de subscrição, designadamente, de um
“Boletim de Subscrição”;
Requisitos relativos ao valor líquido global e de dispersão não contemplados na
Directiva.
De salientar que as novas exigências não se limitam aos Fundos Harmonizados afectando
também os Fundos não Harmonizados, nomeadamente ao nível dos activos elegíveis,
61 Relatório de Actividades 2012
contribuindo para lhes retirar a capacidade de atracção que os têm caracterizado e
empobrecendo as alternativas de escolha por parte dos investidores.
Este processo de transposição não se encontra fechado, aguardando-se a publicação final do
diploma mencionado e, sendo ainda necessário efectuar a revisão da regulamentação
existente, pelo que esta matéria continuará a ser alvo de especial análise por parte da
Associação, de modo a monitorizar a evolução deste pacote legislativo e auxiliar as suas
Associadas Gestoras de Fundos de Investimento Mobiliário na adaptação às novas regras.
2.2. UCITS V e UCITS VI
Enquanto em Portugal ainda se encontra em curso o processo de transposição do pacote
UCITS IV, no seio da Comunidade Europeia já se debatem alterações ao referido quadro legal,
trabalhos que a APFIPP procurou acompanhar ao longo do ano.
Em Julho de 2012, sob a designação de UCITS V, a Comissão Europeia apresentou, no âmbito
de um pacote legislativo para melhorar a protecção dos consumidores no domínio dos
serviços financeiros, uma proposta de Directiva com vista a alterar a Directiva 2009/65/EC,
centrando-se nos seguintes três domínios:
Depositário – No sentido de proceder a uma actualização do regime do Depositário,
tipificando as entidades que podem desempenhar esta função, clarificando as suas
tarefas e obrigações, de modo a garantir a uniformização da interpretação e aplicação
das regras a que estão sujeitos em toda a U.E.;
Política de Remunerações – Com o objectivo de introduzir um conjunto de princípios e
requisitos no sentido da política de remuneração dos Gestores de Fundos UCITS ser
consistente com uma gestão de riscos adequada, em linha com as recomendações já
emitidas pela Comissão Europeia para o sector dos serviços financeiros;
Regime Sancionatório – Por forma a instaurar um mínimo de normas comuns no âmbito
do quadro sancionatório, de modo a promover a convergência e o reforço dos regimes
nacionais sobre esta matéria.
Esta proposta de diploma comunitário encontra-se em apreciação do Parlamento e do
Conselho Europeu, prevendo-se a sua entrada em vigor para o final de 2014, assim como as
necessárias medidas de implementação.
Um segundo pacote de alterações, distinto do anterior, denominado UCITS VI, foi também
submetido a consulta pública pela Comissão Europeia em 2012. Este teve como propósito
definir a melhor abordagem para manter a confiança dos investidores e continuar a promover
a marca UCITS, pelo que focou um conjunto de temáticas que poderão necessitar de revisão
no âmbito do quadro regulatório europeu dos Organismos de Investimento Colectivo, entre
elas: i) activos elegíveis e utilização de derivados na gestão de carteiras de UCITS; ii) técnicas e
instrumentos para efeitos de uma gestão eficaz da carteira; iii) derivados OTC; iv) regras de
gestão de liquidez; v) introdução do passaporte europeu para a função de Depositário; vi)
Fundos Money Market; vii) possibilidade de desenvolvimento de Fundos de Investimento com
perspectiva de longo prazo, direccionados para investidores de retalho; e viii) análise de
62 Relatório de Actividades 2012
eventuais melhoramentos no contexto da UCITS IV (passaporte da entidade gestora,
estruturas master-feeder, fusões transfronteiriças e procedimentos de notificação).
A evolução do quadro comunitário que rege os Organismos de Investimento Colectivo
manteve-se, assim, como um dos temas mais significativos na agenda da Associação, tendo-se
procurado contribuir, sempre que possível, para o debate e definição das futuras alterações e
avaliar adequadamente o seu impacto na actividade de gestão de Fundos em Portugal.
2.3. Revisão da Directiva dos Mercados e Instrumentos Financeiros
Outra iniciativa legislativa comunitária que a APFIPP tem vindo a acompanhar, prende-se com
a revisão da Directiva Mercados de Instrumentos Financeiros (MiFID).
A nova legislação proposta, apresentada pela Comissão no final de 2011, consiste em dois
instrumentos legais diferentes: uma Directiva (MiFID) e um Regulamento relativo aos
mercados de instrumentos financeiros (MiFIR). Esta revisão envolve medidas de reforço da
protecção dos investidores, de aumento da transparência informativa, de criação de regras de
funcionamento para as actividades de negociação financeira e de atribuição de poderes de
supervisão aos reguladores.
No âmbito da actividade desenvolvida em 2012, e sobre este processo de revisão, duas
matérias mereceram maior análise por parte da Associação e que dizem respeito aos
“Inducements” e à eventual divisão entre UCITS “complexos” e “não complexos”. A este
respeito, a proposta da Comissão Europeia, apresentada em 2011, estabelecia a proibição dos
“Inducements” no âmbito do aconselhamento independente e na gestão de carteiras, opção
que a APFIPP considerou não ser a mais adequada, devendo, em sua opinião, passar antes por
uma eficiente supervisão e uma sujeição a regras de maior transparência da informação
disponibilizada aos investidores neste domínio, em lugar da proibição dos referidos incentivos.
Relativamente à segunda questão, a proposta previa uma separação entre UCITS “complexos”
(UCITS estruturados) e os “não complexos”, distinção até ao momento inexistente e que se
entendeu não dever ser criada, face às características dos Fundos UCITS e às regras a que já
são sujeitos.
A proposta da Directiva MiFID foi submetida a votação no Conselho e no Parlamento no
Europeu, respectivamente, em Setembro e Outubro de 2012, sofrendo algumas
reformulações que foram ao encontro do defendido pela APFIPP, designadamente, no que
respeita aos “Inducements”. Quanto à questão da divisão entre UCITS “Complexos” e “Não
Complexos”, esta acabou, também, por ficar sem efeito.
Ainda no âmbito da revisão da MiFID, a ESMA publicou, em Julho, dois conjuntos de
guidelines, em resultado das consultas que promoveu entre o final de 2011 e início de 2012, a
respeito de: “Guidelines on certain aspects of the MiFID compliance function requirements” e
de “Guidelines on certain aspects of the MiFID suitability requirements”.
Estas orientações visaram aumentar a clareza e reforçar a convergência de alguns requisitos
previstos na DMIF, no que respeita; i) à implementação dos requisitos organizacionais, em
particular no que se refere à função de compliance; ii) à adequação (suitability), tendo como
63 Relatório de Actividades 2012
foco principal a necessidade das empresas de investimento implementarem procedimentos
apropriados para conhecer os seus clientes e, assim, poder recomendar-lhes as opções de
investimento mais adequadas.
2.4. Directiva dos Gestores de Fundos de Investimento Alternativos
A Directiva 2011/61/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 8 de Junho de 2011,
relativa aos Gestores de Fundos de Investimento Alternativos constituiu outro tema
comunitário que continuou a ser alvo de monitorização por parte da Associação.
Esta Directiva tem como fundamento instituir um quadro legal europeu para a Gestão de
Fundos Não Harmonizados, apresentando medidas que passam, entre outras, pela criação de
um passaporte europeu para a comercialização destes Fundos junto de investidores
profissionais, assim como pela definição de alguns requisitos mínimos de capital, de requisitos
organizativos e de reporte e prestação de informação.
Estando estipulado que a sua transposição pelos Estados-Membros ocorra até ao dia 22 de
Julho de 2013, diversos trabalhos foram desenvolvidos ao longo de 2012 para preparar as suas
medidas de implementação. Estes foram acompanhados pela APFIPP, nomeadamente, por
intermédio da actividade desenvolvida sobre esta matéria pela EFAMA - European Fund and
Asset Management Association, organismos de que a Associação é Membro.
No contexto da Directiva dos Gestores de Fundos de Investimento Alternativos, é ainda de
salientar as duas consultas públicas promovidas pela ESMA – European Securities and Markets
Authority, uma relativa a “Guidelines on sound remuneration policies under the AIFMD”, e
uma outra “Guidelines on key concepts of the Alternative Investment Fund Managers
Directive”.
Já a encerrar o ano, a Comissão Europeia aprovou o Regulamento que visa implementar as
novas regras dos Gestores de Fundos de Investimento Alternativos – “Commission Delegated
Regulation: supplementing Directive 2011/61/EU of the European Parliament and of the
Council with regard to exemptions, general operating conditions, depositaries, leverage,
transparency and supervision”. Este regulamento, que será sujeito a um período de escrutínio
de 3 meses pelo Parlamento e Conselho Europeu, integra regras sobre:
Condições e procedimentos para determinar a autorização de Gestores de Fundos
Alternativos;
Condições de exercício da actividade de gestão de Fundos Alternativos, nomeadamente
relacionadas com política de remuneração, conflitos de interesse, gestão de risco e de
liquidez, requisitos organizacionais e regras de valorização;
Condições de delegação;
Regras quanto à função de depositário e suas responsabilidades;
Requisitos de prestação de informação.
64 Relatório de Actividades 2012
A APFIPP respondeu, ainda, a uma solicitação da Comissão do Mercado de Valores
Mobiliários, no sentido de identificar um conjunto de países com os quais se entende ser
necessária a celebração de acordos de cooperação, permitindo antecipar já o previsto nesta
Directiva Comunitária, ou seja, o estabelecimento de acordos de cooperação com países
terceiros, para efeitos de situações de delegação de gestão de carteiras e de comercialização
de Fundos de Investimento Alternativos.
2.5. Livro Branco da Comissão Europeia sobre Pensões e Revisão da Directiva IORP
Consciente das condicionantes demográficas e da maior pressão que as pensões estão a
exercer sobre os orçamentos nacionais, situação agravada pela crise económica e financeira
actuais, a Comissão Europeia publicou em 2012 um Livro Branco sobre “Adequate, Safe and
Sustainable Pensions”.
Esta iniciativa surgiu em sequência da consulta lançada, em 2011, no âmbito do Livro Verde
“Towards adequate, sustainable and safe European pension systems”, que tornou evidente o
interesse de ver as questões relativas às pensões abordadas de uma forma abrangente e
coordenada à escala da U.E..
O Livro Branco apresenta uma estratégia destinada a tornar as pensões adequadas,
sustentáveis e seguras ao longo das próximas décadas, constituindo uma reflexão sobre o
modo como a U.E. e os Estados-Membros podem responder, em conjunto, aos grandes
desafios que se colocam nesta área, nomeadamente: i) proporcionar melhores oportunidades
aos trabalhadores mais velhos; ii) desenvolver regimes complementares de reforma privados,
incentivando para esse efeito os parceiros sociais a criar tais regimes e encorajando os
Estados-Membros a optimizar quer os incentivos fiscais quer outras vantagens; iii) incentivar o
prolongamento da vida activa, devendo, para esse efeito, associar a idade da reforma à
esperança de vida, restringir o acesso à reforma antecipada e reduzir as disparidades entre
homens e mulheres em matéria de pensões; iv) continuar a monitorizar a adequação,
sustentabilidade e segurança das pensões e a apoiar as reformas dos regimes de pensões
levadas a cabo nos Estados-Membros.
Estas preocupações no domínio dos regimes das pensões são também partilhadas por
Portugal, situação que contribuiu para que a APFIPP procurasse acompanhar com atenção as
discussões desenvolvidas em 2012 a respeito do Livro Branco, que se prevê sejam prolongadas
em 2013, na expectativa de que este constitua efectivamente um veículo de dinamização do
sector dos Fundos de Pensões.
Ainda a respeito das Pensões, os trabalhos com vista à revisão da Directiva 2003/41/EC
(Directiva IORP), iniciativa lançada pela Comissão Europeia em 2011, tiveram continuidade em
2012, tendo a APFIPP mantido a sua participação nos dois Grupos de Trabalho Europeus: o
Occupational Pensions Stakeholder Group, criado no seio da EIOPA, que integra trinta
especialistas entre representantes da indústria, consumidores, sindicatos e académicos; e o
Pension Steering Committee criado pela EFAMA, com o objectivo de preparar a Associação
Europeia e respectivos Membros para a resposta da Indústria da Gestão de Activos às
consultas que venham a ser emitidas sobre esta matéria.
65 Relatório de Actividades 2012
No âmbito da revisão da Directiva IORP, a Comissão Europeia solicitou que, para além da
avaliação das alterações a realizar, fosse elaborado um estudo de impacto dessas medidas.
Esta análise foi concretizada durante o último trimestre de 2012, tendo Portugal sido um dos
Estados-Membros que se voluntariou para participar no referido “Quantitative Impact Study
(QIS)”, trabalho que, no caso português, foi desenvolvido pelo Instituto de Seguros de
Portugal.
2.6. PRIPS - Packaged Retail Investment Products
Dada a inconsistência regulamentar aplicável aos diferentes tipos de pacotes de produtos de
investimento de retalho existentes e aos canais através dos quais são distribuídos, a Comissão
Europeia lançou, em 2008, a iniciativa PRIPS - Packaged Retail Investment Products.
Um dos elementos principais desta iniciativa centra-se em garantir um maior grau de
harmonização e normalização das informações a divulgar obrigatoriamente junto dos
pequenos investidores, de modo a permitir a comparação entre produtos, embora prevendo a
adaptação de determinadas regras à sua especificidade.
Esta iniciativa foi concretizada pela Comissão em 2012, através da apresentação de uma
proposta de regulamento que prevê a adopção, numa lógica horizontal, de um novo
documento com informação fundamental destinada aos investidores que substitua ou integre
as disposições relevantes das regras sectoriais actualmente em vigor. Este documento assume
uma estrutura muito semelhante ao Documento de Informação Fundamental aos Investidores
previsto no contexto da Directiva UCITS IV.
Prevendo-se a entrada em vigor desta iniciativa para o final de 2014, este assunto continuará
forçosamente a ser objecto de monitorização por parte da Associação, até porque implicará
também a emissão de medidas de implementação, a definir pela ESMA - European Securities
and Markets Authority, EBA - European Banking Authority e EIOPA - European Insurance and
Occupational Pensions Authority, no sentido de complementar os princípios gerais
estabelecidos na proposta de regulamento.
2.7. Revisão da Lei do Arrendamento Urbano, da Reabilitação Urbana e do Regime
de Obras em Prédios Arrendados
A revisão da Lei do Arrendamento Urbano foi outro dos temas que ocupou a agenda da
Associação praticamente ao longo de quase todo o ano de 2012, constituindo, conjuntamente
com a revisão do regime jurídico da reabilitação urbana, algumas das medidas previstas no
âmbito do Memorando de Entendimento celebrado entre Portugal e a Comissão Europeia, o
Banco central Europeu e o Fundo Monetário Internacional.
O ano de 2012 arrancou com a submissão, à apreciação da Assembleia da República, da
Proposta de Lei do Governo n.º 38/XII, com o intuito precisamente de proceder à revisão do
Regime Jurídico do Arrendamento Urbano, alterando o Código Civil, o Código de Processo Civil
e a Lei n.º 6/2006, de 27 de Fevereiro (NRAU).
66 Relatório de Actividades 2012
A relevância das matérias em questão, para a actividade de Gestão de Fundos de Investimento
Imobiliário, justificou a monitorização atenta de todo o processo de apreciação em sede de
Assembleia da República, até ao seu culminar na publicação, no mês de Agosto, dos diplomas
que vieram consagrar a alteração ao Regime Jurídico do Arrendamento Urbano, da
Reabilitação Urbana e das Obras em Prédios Arrendados.
Foi, também, desenvolvido um conjunto de diligências junto de alguns Grupos Parlamentares
e da Comissão Parlamentar do Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local da
Assembleia da República, no sentido de expor a visão da Associação sobre estes assuntos e
apresentar algumas sugestões que se entendiam ser desejáveis implementar nos referidos
regimes, com vista a uma dinamização do mercado nacional.
No âmbito dos contributos apresentados, a respeito da revisão da Lei do Arrendamento
Urbano, a Associação destacou como fundamental proceder a alguns ajustamentos,
designadamente, no que respeita às seguintes matérias, tendo, contudo, verificado que as
mesmas não obtiveram um acolhimento significativo:
Consignar um maior equilíbrio entre a posição do senhorio e a do arrendatário,
promovendo a livre negociação entre as partes e uma maior confiança no mercado de
arrendamento;
Proceder a uma maior agilização dos processos de despejo, nomeadamente por
incumprimento do pagamento de rendas, de modo a que se assista a uma desocupação
célere e eficaz do locado e não perdure o favorecimento do arrendatário em detrimento
do senhorio;
Definir com clareza o conceito de obras elegíveis para efeitos de aplicação do direito do
arrendatário a compensação pelas obras realizadas;
Clarificar a não aplicação da indemnização equivalente a 10 anos de rendas, nos casos
em que o senhorio não iniciar obras de remodelação profundas por motivos que lhe são
alheios, no prazo estipulado de seis meses;
Não consagrar como fundamento de resolução do contrato pelo arrendatário, a não
realização de obras pelo senhorio que não tenham sido definidas aquando da
celebração do contrato;
Clarificar as condições exigidas, em caso de opção pelo senhorio de realojamento do
arrendatário, na sequência da livre denúncia exercida pelo senhorio.
Nas diversas audiências havidas foi ainda oportuno apresentar a proposta da APFIPP para um
novo regime de tributação das SIIMO, conforme descrito no início deste relatório.
No contexto deste processo legislativo, a APFIPP promoveu, também, duas sessões de
esclarecimento, exclusivamente destinadas às suas Associadas, ambas com a colaboração de
uma reputada Sociedade de Advogados nacional. A primeira teve lugar em Fevereiro, sobre a
Proposta de Lei que visava a revisão do Regime Jurídico do Arrendamento Urbano, sob
apreciação na Assembleia da República, e contou com a especial participação do Relator da
referida Proposta de Lei. De salientar que este encontro configurou uma oportunidade de
debate e de troca de impressões entre todos os presentes, contribuindo para enriquecer o
67 Relatório de Actividades 2012
conjunto de sugestões que depois vieram a ser submetidos pela Associação à Assembleia da
República sobre a matéria.
A segunda sessão decorreu já após a publicação dos novos diplomas, em Setembro, focando
“As recentes alterações introduzidas ao Regime Jurídico do Arrendamento Urbano, ao Regime
Jurídico das Obras em Prédios Arrendados e ao Regime Jurídico da Reabilitação Urbana”,
tendo obtido uma grande adesão por parte das Associadas.
Ainda no domínio Reabilitação Urbana e do Arrendamento, foi desenvolvida, no seio da
Associação, uma profunda reflexão sobre medidas para dinamizar a intervenção dos Fundos
de Investimento Imobiliário em Reabilitação Urbana e dos Fundos de Investimento Imobiliário
de Arrendamento Habitacional (FIIAH) nestas áreas, cujos resultados foram submetidos ao
Relator da Proposta de Lei que procede à revisão do Regime Jurídico do Arrendamento
Urbano e ao Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território,
em Junho de 2012. De entre os contributos apresentados, sugeriu-se, designadamente: i)
acrescentar a vertente do arrendamento habitacional aos Fundos de Reabilitação Urbana; ii)
autonomizar os seus regimes jurídico do fiscal, tanto nos FIIAH como nos Fundos de
Reabilitação; iii) alargar o prazo dos FIIAH até 2023;e iv) várias medidas de âmbito fiscal, como
a possibilidade de haver uma taxa de tributação menor, no caso de não haver distribuição de
rendimentos mas reinvestimento.
2.8. Regime Jurídico e Fiscal dos Fundos de Investimento Imobiliário
Tendo presente a necessidade de dinamização e desenvolvimento do mercado imobiliário em
Portugal, e uma vez tomado conhecimento, no fim do mês de Dezembro, das alterações
efectuadas em Espanha ao regime das designadas SOCIMIs (Sociedades Anónimas Cotizadas
de Inversión en el Mercado Inmobiliario), a APFIPP reiterou, já no início de 2013, junto do
Ministério das Finanças, a sua proposta de implementação de um regime de tributação “à
saída” para as Sociedades de Investimento Imobiliário (SIIMO).
Muito embora a referida proposta já tivesse sido apresentada anteriormente, conforme
referido no presente relatório, a premência de adoptar medidas similares às implementadas
no mercado espanhol e que viabilizem o investimento através de Sociedades de Investimento
Imobiliário domiciliadas em Portugal, motivou a realização desta nova diligência, no sentido
de reforçar a importância da matéria.
A revisão do regime espanhol enquadrou-se no âmbito de um pacote de medidas fiscais,
publicadas pela Ley 16/2012, de 27 diciembre, que tem como objectivo a consolidação das
finanças públicas e o impulso da actividade económica. Pretendendo, no caso concreto das
SOCIMIs, impulsionar a constituição destes veículos de investimento e, assim, dinamizar o
mercado imobiliário.
As alterações implementadas contemplaram, para além da flexibilização dos requisitos de
constituição dos referidos veículos e da eliminação de algumas barreiras regulatórias
existentes, a instituição de um regime fiscal especial, com o objectivo último de conferir uma
maior flexibilidade e atractividade às SOCIMIs que assim passam a revestir-se de uma
competitividade acrescida comparativamente a outros congéneres internacionais,
68 Relatório de Actividades 2012
designadamente, os Real Estate Investment Trust (REIT). De entre estas, salientam-se as
seguintes alterações:
Redução do capital social mínimo para constituição de uma SOCIMI de 15 milhões de
euros para 5 milhões de euros (podendo este assumir a forma de contribuição
monetária ou não monetária);
Eliminação da exigência de detenção de um mínimo de três activos, em que cada um
não representasse mais de 40% do total de activos;
Redução da obrigação de distribuição de rendimentos, que não dividendos e
rendimentos de capital, de 90% para 80% (mantendo-se o requisito de distribuição de
100% para dividendos e de 50% para rendimentos de capitais);
Eliminação do limite de endividamento (só podia representar até 70% do valor dos
activos das SOCIMI’s);
Alargamento das formas de negociação, permitindo, por exemplo, que para além de
poderem ser objecto de cotação oficial em bolsa de valores, sejam negociadas em
sistemas de negociação multilateral;
Redução para três anos, do prazo de detenção de imóveis, para que a SOCIMI possa
beneficiar de incentivos fiscais; e
Estabelecimento de um regime de tributação especial, com a aplicação de uma taxa de
0% (em lugar dos actuais 19%) em sede de Imposto sobre o Rendimento Colectivo,
passando a tributação a incidir na esfera do investidor, de acordo com regras
específicas.
Uma vez que, em Portugal, as SIIMO, no enquadramento que lhes foi concedido, não
registaram, até ao momento, qualquer adesão, a proposta defendida pela APFIPP tem
precisamente como propósito, à semelhança do ocorrido em Espanha com as SOCIMIs,
conferir características a estes veículos de investimento que contribuam para que adquiram
uma maior atractividade junto de investidores estrangeiros e permitam dinamizar o mercado
imobiliário em Portugal.
2.9. Alteração do Regime dos Planos de Poupança Reforma
O regime jurídico dos Planos de Poupança Reforma (PPR), previsto no Decreto-Lei n.º
158/2002, de 2 de Julho, sofreu alterações em 2012. A Lei n.º 57/2012, de 9 de Novembro,
veio permitir o reembolso do valor destes Planos Poupança para pagamento de prestações de
crédito à aquisição de habitação própria e permanente, sem que tal seja sujeito a penalização.
O acesso a montantes aforrados com a finalidade de complementar a reforma passou assim a
estar mais facilitado. Tal motivação poderá ser justificável em situação de sérias dificuldades
financeiras. Contudo, a alteração realizada não estabeleceu qualquer condição, opção que no
entender da Associação não se coaduna com a diminuição das pensões asseguradas pelo
Estado e a irrelevância das pensões complementares existentes em Portugal.
69 Relatório de Actividades 2012
Após a publicação da Lei n.º 57/2012, diversas questões surgiram a respeito da
operacionalização das novas regras introduzidas, pelo que a APFIPP procurou obter
clarificação sobre as mesmas junto do Ministério das Finanças, na medida em que a sua
entrada em vigor se encontrava prevista para 1 de Janeiro de 2013, exigindo por isso uma
preparação atempada dos sistemas e dos processos para o seu devido cumprimento. Neste
âmbito, manifestou, igualmente a sua preocupação a respeito do impacto da medida no
domínio da preparação da reforma dos Portugueses.
Apesar da Lei ter sido regulamentada pela Portaria nº 432-D/2012, de 31 de Dezembro,
subsistiram algumas questões relativamente à operacionalização destes reembolsos, pelo que
a APFIPP, em estreita colaboração com a APS - Associação Portuguesa de Seguradores, emitiu
recomendações que poderiam ser adoptadas pelas suas Associadas, minimizando as dúvidas
que permaneciam.
2.10. Fundos “Money Market”
A definição a nível europeu do conceito de Fundos “Money Market”, consubstanciada nas
orientações emitidas pelo CESR – Committee of European Securities Regulators (actual ESMA),
em 2010 - "CESR’s Guidelines on a common definition of European money market funds - Ref.:
CESR/10-049”; continuou a fazer parte do conjunto de iniciativas regulamentares
acompanhadas com grande cuidado pela Associação junto da CMVM.
A este respeito, já no início de 2013, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários divulgou
no seu site, apesar de ainda aguardar publicação em Diário da República, o regulamento que
altera o Regulamento da CMVM n.º 15/2003 e 16/2003, no sentido de passarem a estar
previstos, no ordenamento jurídico nacional, os Fundos do Mercado Monetário e os Fundos
do Mercado Monetário de Curto Prazo, conforme definidos nas referidas Orientação da ESMA
quanto a este tema.
O mesmo Regulamento procede, igualmente, a ajustamentos ao plano de Contabilidade dos
Organismos de Investimento Colectivo, nomeadamente no que se refere ás regras de
contabilização do imposto aplicável às mais-valias, com aplicação ás valias potenciais geradas
a partir de 1 de Abril de 2013, utilizando como referência o valor pelo qual se encontram
inscritos os activos nas carteiras dos OIC àquela mesma data.
2.11. Produtos Financeiros Complexos
Outra matéria objecto de apreciação em 2012, diz respeito à informação, publicidade e
comercialização de produtos financeiros complexos, sobre a qual a CMVM promoveu, em
Fevereiro de 2012, uma consulta pública a respeito da revisão da sua regulamentação.
O Decreto-Lei n.º 211-A/2008, de 3 de Novembro, veio estabelecer um regime de informação
específico para os produtos financeiros complexos de forma a permitir ao público o efectivo
conhecimento das suas características e riscos. Complementarmente, a CMVM estabeleceu,
através do Regulamento da CMVM n.º 1/2009, deveres de informação e de transparência das
70 Relatório de Actividades 2012
mensagens publicitárias e dos documentos informativos respeitantes a esses produtos
financeiros.
Foi, pois, a revisão desta regulamentação que a CMVM concretizou em 2012, tendo em
consideração a experiência entretanto acumulada e algumas preocupações quanto à
dificuldade de compreensão destes produtos pelos investidores.
Após análise do projecto de regulamento sob escrutínio, a Associação submeteu à apreciação
da referida Autoridade de Supervisão algumas observações e sugestões.
A versão final acabou por ser ainda publicada no final do mês de Outubro, por meio do
Regulamento da CMVM n.º 2/2012, muito embora entrando só em vigor a 1 de Janeiro de
2013. Este veio apresentar bastantes alterações face ao projecto colocado em consulta
pública e confirmar, no que diz respeito à esfera de actuação da APFIPP, que os Fundos Não
Harmonizados serão classificados como produtos financeiros complexos com base numa
apreciação casuística efectuada previamente à aprovação dos mesmos.
Algumas das alterações mais relevantes introduzidas pelo novo regulamento, passam, entre
outras:
Pela inclusão, quer no documento informativo, quer na publicidade, de um alerta
gráfico que desperte a atenção e comunique aos investidores, de forma simples e
directa, as características relevantes do produto financeiro complexo no que respeita à
possibilidade de perder parte ou a totalidade do capital investido;
Pelo alargamento e tipificação das advertências aos investidores;
Pela regulamentação quer do formato quer do conteúdo do documento que contém as
informações fundamentais ao investidor (IFI);
Pela uniformização de linguagem usada no IFI e na publicidade, procurando evitar que a
utilização de expressões equívocas ou inapropriadas possa induzir os investidores em
erro;
Por consagrar, ao nível da publicidade, um período de validade máximo de quatro
meses, sem prejuízo da existência de regras de caducidade específicas e da possibilidade
de renovação, reforçando-se desta forma a actualidade da informação como elemento
essencial das mensagens publicitárias;
Pela obrigatoriedade de, quando o IFI voluntariamente inclua cenários ou exemplos,
apresentar cenários em função da sua probabilidade de ocorrência das taxas de
rentabilidade esperadas (um cenário pessimista, um cenário central, e um cenário
optimista).
Na sequência da publicação do novo regulamento, a APFIPP solicitou confirmação à CMVM de
que os OIC já existentes não se classificarão como Produtos Financeiros Complexos, na medida
em que da interpretação das novas disposições a classificação como tal deverá sempre
ocorrer previamente à sua constituição.
Por fim, ainda respeito dos Produtos Financeiros Complexos, a Associação foi também
chamada a pronunciar-se, no final do ano de 2012, sobre a proposta de Instrução da CMVM a
71 Relatório de Actividades 2012
respeito da informação a prestar pelas Entidades Emitentes, Gestoras e Comercializadoras no
âmbito da comercialização de Produtos Financeiros Complexos.
2.12. Processo de Transferência dos Fundos Pensões dos Bancários para a
Segurança Social
Face à transferência, para o âmbito da Segurança Social, dos reformados e pensionistas que
em 31 de Dezembro de 2011 se encontravam no Regime de Segurança Social substitutivo
constante dos instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho vigentes no sector
bancário, a APFIPP procurou acompanhar o referido processo tendo em consideração o
envolvimento da maior parte das suas Associadas Gestoras de Fundos de Pensões no mesmo.
Para além de promover a troca de impressões entre as suas Associadas a respeito da
operacionalização da mencionada transferência, cujas condições foram determinadas pelo
Decreto-Lei n.º 127/2011, de 31 de Dezembro, procurou, também, obter alguns
esclarecimentos junto do Instituto de Seguros de Portugal sobre a matéria.
O processo de transferência foi concluído no final de Junho de 2012, uma vez que apenas 55%
dos seis mil milhões de euros acordados foram entregues até 31 de Dezembro de 2011, tendo
o restante sido transferido até 30 de Junho.
2.13. Outras Iniciativas Regulamentares
A) Consultas públicas
Adicionalmente às iniciativas legislativas e regulamentares anteriormente descritas, a
Associação participou, durante o ano de 2012, em diversas consultas públicas, respondendo
às solicitações de parecer e de contributos formuladas por diversas Autoridades, das quais
merecem destaque as seguintes:
Consulta do Banco de Portugal sobre opções de formato para o reporte de informação
de supervisão, no âmbito de uma revisão geral dos reportes de supervisão, quer a nível
do conjunto de obrigações em vigor, quer a nível da forma de transmissão e tratamento
desses reportes;
Consulta Pública da CMVM n.º 2/2012, sobre a transposição da Directiva relativa ao
Prospecto a publicar em caso de oferta pública ou da sua admissão à negociação e da
Directiva relativa à harmonização dos requisitos de transparência respeitantes aos
emitentes;
Consulta da Pública da NYSE Euronext a respeito da proposta de plano estratégico para
promover e facilitar o acesso das PME ao mercado de capitais, elaborada pelo CPE –
Comité de Planeamento Estratégico para as PME (constituído em Fevereiro de 2012,
com o intuito de aconselhar a NYSE Euronext no que respeita a políticas relacionadas
72 Relatório de Actividades 2012
com as PME, agregando representantes da comunidade de PME da Bélgica, França,
Países Baixos e Portugal);
Consulta da Secretaria de Estado do Tesouro e Finanças, sobre o projecto de Decreto-Lei
e Proposta de Lei de autorização para a transposição integral da Directiva 2002/65/CE,
relativa à comercialização à distância de serviços financeiros prestados a consumidores;
Consulta da Secretaria de Estado das Finanças a respeito do projecto de Decreto-Lei que
transpõe a Directiva Omnibus I e a Directiva dos Prospectos e Transparência;
B) Pedidos de esclarecimento
Para além das participações em processos de alteração ou de elaboração de novos diplomas
legais e regulamentares, a APFIPP solicitou, sempre que necessário, esclarecimentos sobre
matérias que suscitaram dúvidas às suas Associadas ou que careceram de clarificação, com
vista a uma melhor interpretação e aplicação uniforme dos preceitos legais e normativos.
Com este propósito, a Associação desenvolveu diligências junto da CMVM, com vista ao
esclarecimento das regras aplicáveis em caso de resgate de unidades de participação em
situação de prorrogação de um Fundo de Investimento Imobiliário Fechado.
De modo similar, foram, também, desenvolvidos contactos com a Direcção-Geral de Energia e
Geologia, no sentido de avaliar o âmbito da alteração em curso ao regime para a eficiência
energética dos edifícios, que tem como objectivo a transposição da Directiva 2010/31/EU do
Parlamento e do Conselho de 19 de Maio de 2010, bem como procurar clarificar a definição
de “proprietário” que consta, actualmente, do Anexo I do Decreto-Lei n.º 78/2006, de 4 de
Abril.
C) Sugestões de âmbito regulatório
De modo a contribuir para o desenvolvimento do quadro legislativo e regulamentar e para a
sua progressiva adaptação às condições e à evolução do mercado, a APFIPP apresentou,
também, às Entidades competentes, alguns pedidos de alteração ou sugestões de adopção de
novos procedimentos, dos quais se salientam:
Ao Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território:
Solicitação, efectuada conjuntamente com a AECOPS, a AICCOPN, a AICE e a APPII, no
sentido de se instituir um novo regime de extensão de prazos para apresentação de
requerimento de emissão de título de operação urbanística, de suspensão e de
execução de obras e de caducidade de licença ou admissão de comunicação prévia.
73 Relatório de Actividades 2012
Ao Banco de Portugal:
Pedido de prorrogação do prazo de entrega do novo relatório sobre branqueamento de
capitais e de financiamento do terrorismo, previsto no Aviso n.º 9/2012 do Banco de
Portugal, por forma a permitir uma melhor avaliação e preparação da informação a
enviar e, deste modo, contribuir, também, para o reforço da qualidade dos elementos
reportados no domínio da prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento
do terrorismo.
À CMVM:
Sobre a revisão da regra relativa à contabilização do imposto sobre mais-valias
potenciais;
Sobre a possibilidade da legislação e regulamentação nacional adoptar as
recomendações emitidas pela EFAMA a respeito da integração de informação sobre o
Investimento Socialmente Responsável, no documento com as Informações
Fundamentais destinadas aos Investidores dos Fundos.
Ao Instituto de Seguros de Portugal:
Sobre o Sistema de Divulgação de Informação sobre Planos Poupança-Reforma no site
do Instituto de Seguros de Portugal.
3. Iniciativas de Auto-Regulação
3.1. Provedor
Em 2012, a actividade desenvolvida pelo Provedor dos Participantes e Beneficiários das
Adesões Individuais a Fundos de Pensões Abertos, designado desde 2007 pela APFIPP,
desdobrou-se em dois vectores de actuação: a prestação de informações diversas sobre temas
relacionados com adesões individuais a Fundos de Pensões abertos e, a apreciação sobre
processos de reclamação submetidos por Participantes ou Beneficiários.
Conforme previsto no artigo 38º da Norma do ISP n.º 7/2007, de 17 de Maio, o Provedor
endereçou à Associação, em Janeiro de 2012, a lista das recomendações efectuadas durante o
exercício de 2011, onde, para além da clara identificação da entidade gestora, do Fundo de
Pensões e do objecto da reclamação, foram mencionadas as recomendações proferidas e o
tratamento que as mesmas mereceram por parte das respectivas Entidades Gestoras. De
acordo com os procedimentos adoptados, este documento foi, mais uma vez, entregue pela
APFIPP ao Instituto de Seguros de Portugal e disponibilizado no site da Associação.
Para além da lista de recomendações efectuadas, e à semelhança de anos anteriores, o
Provedor remeteu, igualmente, à APFIPP, dois relatórios sobre a actividade desenvolvida ao
longo do exercício, referentes a 30 de Junho e a 31 de Dezembro, com informação estatística
74 Relatório de Actividades 2012
sobre o número de reclamações recebidas por Entidade Gestora, natureza das mesmas,
cumprimento de prazos pelos diversos intervenientes e conclusão/encerramento dos
processos.
3.2. Projecto APFIPP, APS e SIBS – Transferências de Planos de Poupança
O projecto conjunto da APFIPP, APS – Associação Portuguesa de Seguradores e SIBS - Forward
Payment Solutions, S.A; iniciado em finais de 2010, de criação de uma plataforma que
facilitasse os processos de transferência de Planos de Poupança (PPR e Fundos de Pensões
Abertos) entre diferentes operadores foi, finalmente, concluído, tendo a plataforma entrado
em funcionamento em Maio de 2012.
Ainda na fase de testes da plataforma, a SIBS efectuou, em Janeiro de 2012, uma Sessão de
Apresentação, com o objectivo de dar a conhecer a solução desenvolvida, informar todas as
entidades interessadas sobre o plano de acção para o efectivo arranque desta iniciativa e
esclarecer eventuais dúvidas ou questões dos participantes.
Já no último trimestre do ano, e após decorridos quase seis meses de funcionamento do novo
serviço, a APFIPP promoveu uma reunião, entre as suas Associadas, para uma troca de
impressões com SIBS, no sentido de efectuar o ponto de situação sobre a operacionalização
da plataforma, tendo em consideração a experiência havida, e avaliar eventuais
melhoramentos a efectuar ao sistema.
3.3. Revisão da Classificação dos Fundos de Investimento Mobiliário e Fundos de
Pensões Abertos
Desde a implementação inicial da sua classificação de Fundos de Investimento Mobiliário, a
APFIPP tem procurado efectuar os ajustamentos necessários, de modo a que a mesma
acompanhe a evolução dos mercados financeiros e, em particular, do mercado português de
FIM.
No exercício de 2012, em resultado da reflexão e debate desenvolvidos, tanto no seio das
Comissões Técnicas dos Fundos de Investimento Mobiliário e Fundos de Pensões como na
própria Comissão de Acompanhamento da Classificação, procederam-se a alguns
ajustamentos à Classificação dos Fundos Mobiliários e dos Fundos de Pensões Abertos,
nomeadamente:
Alteração dos critérios aplicáveis aos Fundos Mistos Predominantemente Obrigações e
Fundos Especiais de Investimento Mistos, permitindo-se que, em determinados
momentos, possam não deter qualquer exposição accionista desde que a respectiva
política de investimentos preveja essa possibilidade; e
Inclusão do Índice FTSE250 na lista de Índices elegíveis para os Fundos da Categoria
Fundos de Acções da União Europeia, Suíça e Noruega.
75 Relatório de Actividades 2012
4. Divulgação e Promoção dos Sectores Representados
4.1. Promoção da Poupança para a Reforma
Muito embora tivesse sido traçado como um objectivo a desenvolver para o biénio de
2010/2011, a promoção e o estímulo da poupança privada, em particular a poupança de longo
de prazo destinada à reforma, manteve-se como uma das prioridades na agenda da
Associação, em especial tendo em consideração as necessidades de poupança que se
evidenciam como sendo cada vez mais prementes em Portugal, em especial em tempos de
dificuldade e em que o cidadão é chamado a assumir uma maior responsabilidade na forma
como deverá assegurar o seu futuro na fase de reforma.
Neste âmbito, a APFIPP foi recebida em audiência pelo Ministro da Solidariedade e da
Segurança Social, tendo nessa ocasião apresentado as suas preocupações relativamente à
urgência do desenvolvimento do 2º Pilar em Portugal, e dar a conhecer as iniciativas
desenvolvidas pela Associação na esfera da promoção da poupança, conforme se descreve
seguidamente.
4.2. Estudo sobre a Sustentabilidade dos Sistemas de Segurança Social em Portugal
A actualização e reapresentação da proposta da APFIPP para uma reforma do Sistema de
Segurança Social constituiu um dos principais eixos de actuação em 2012.
Com o objectivo de obter uma análise cuidada sobre a realidade do Sistema de Segurança
Social em Portugal e poder contribuir, de forma útil, para o debate sobre o seu futuro, a
APFIPP lançou um desafio a um grupo de especialistas, sob a orientação científica do Professor
Doutor Jorge Bravo, para avaliar o que seria a evolução do actual Sistema de Pensões em
Portugal caso não fossem implementadas reformas adicionais.
A APFIPP está convicta que este Estudo será útil no debate em curso, pretendendo apresentar
os seus resultados já no início de 2013, bem como uma proposta de modelo que tenha como
premissas a sustentabilidade e adequação das Pensões em Portugal, tendo em consideração
as suas possibilidades económicas, financeiras e a realidade demográfica.
4.2.1. Certificado de Responsabilidade para a Reforma
O “Certificado de Responsabilidade para a Reforma” (CERR) é uma iniciativa da exclusiva
responsabilidade da APFIPP, iniciada em 2011 e que já mereceu a valoração por parte do
Instituto de Seguros de Portugal, visando fomentar o desenvolvimento e a transparência do
mercado de Fundos de Pensões e distinguir Planos de Pensões profissionais de Contribuição
Definida que cumpram um determinado conjunto de requisitos, considerados boas práticas do
mercado.
A Comissão de Certificação do CERR, composta pelo Presidente da Comissão Consultiva dos
Fundos de Pensões, pelo Provedor da APFIPP dos Fundos de Pensões e pelo Secretário-Geral
76 Relatório de Actividades 2012
da Associação, reuniu por três ocasiões em 2012, de forma analisar a renovação dos CERR
atribuídos em 2011 e as novas candidaturas entretanto recebidas.
Após ratificação pela Direcção da APFIPP, foram renovadas 14 das 15 atribuições do CERR
ocorridas em 2011, ou seja, dos seguintes Planos de Pensões: Astrazeneca Portugal, BCG – The
Boston Consulting Group; BMW Portugal; Citibank; Colt Technology Services; Daimler
Portugal; ING Belgium; Mercer Portugal; Novartis; Roche Diagnostics; Roche Farmacêutica;
Takeda Portugal; VTM e APFIPP.
Foi, ainda, atribuído, pela primeira vez, o CERR aos Planos de Pensões da EDP, do Instituto de
Seguros de Portugal e da SGF.
4.2.2. Indicador de Poupança APFIPP / Católica
Foi dada continuidade à divulgação mensal do “Indicador de Poupança APFIPP / Católica”,
lançado em 2011 em colaboração com a Universidade Católica, e que procura antecipar a
evolução da taxa de poupança das famílias portuguesas, expressa em percentagem do PIB.
Indo ao encontro dos objectivos traçados aquando do lançamento deste Indicador, ou seja, o
de sensibilizar a população para a necessidade de poupança e o de acompanhar a sua
evolução, foi positivo verificar que, ao longo de 2012, diversos órgãos de comunicação
utilizaram este Indicador, analisando a evolução da tendência da importante variável que é a
Poupança.
4.3. Promoção de Formação Financeira
4.3.1. Plano Nacional de Formação Financeira e outras iniciativas
O Conselho Nacional de Supervisores Financeiros lançou, em 2011, um Plano Nacional de
Formação Financeira (PNFF), para o período de 2011 a 2015.
O PNFF visa enquadrar, dinamizar e difundir projectos de formação financeira, procurando
promover, também, a junção de esforços e a cooperação entre diferentes entidades, com o
objectivo de: i) melhorar os conhecimentos e atitudes financeiras; ii) apoiar a inclusão
financeira; iii) desenvolver hábitos de poupança, entre eles para a reforma; iv) promover o
recurso responsável ao crédito; e v) criar hábitos de precaução.
A APFIPP foi convidada a integrar as Comissões de Acompanhamento deste Plano, tendo
participado nas duas reuniões destes comités realizadas em 2012, nas quais se avaliou a sua
missão, se reflectiu sobre as linhas de acção futura e sobre a comemoração do Dia Mundial da
Poupança, que teve lugar no dia 31 de Outubro.
No âmbito da implementação do Plano Nacional de Formação Financeira, o Conselho Nacional
de Supervisores Financeiros lançou, em Julho de 2012, um Portal, sob a designação “Todos
Contam”, destinado a promover a formação financeira da população portuguesa e uma
cidadania financeira responsável.
77 Relatório de Actividades 2012
O Portal “Todos Contam” - www.todoscontam.pt - disponibiliza informação e ferramentas
úteis sobre a gestão do orçamento familiar e as decisões financeiras inerentes às diferentes
etapas da vida, facultando também informação sobre as iniciativas e projectos desenvolvidos
no âmbito do Plano Nacional de Formação Financeira.
No seguimento do seu lançamento, as Comissões Técnicas da APFIPP promoveram uma
análise dos conteúdos nele disponibilizados, com o intuito de colaborar com os Supervisores
Financeiros e apresentar sugestões que contribuíssem para o enriquecimento deste projecto,
designadamente, no que se refere aos temas relacionados com as actividades representadas
por esta Associação. Da reflexão efectuada, a Associação submeteu à consideração dos
Membros da Comissão de Coordenação do PNFF, um conjunto de sugestões que envolviam a
criação de algumas rubricas novas e a clarificação de determinadas matérias já
disponibilizadas na estrutura da plataforma.
Para dinamizar o papel da APFIPP, no âmbito da promoção da Literacia Financeira, foi ainda
constituído, em 2012, um Grupo de Trabalho no seio da Associação, para reflectir e avaliar
que tipo de projectos podem ser desenvolvidos e as formas mais adequadas para a sua
concretização, entre as quais, a participação da Associação nas comemorações do Dia Mundial
da Poupança, conforme se descreve no ponto seguinte.
4.3.2. Dia da Formação Financeira
A Comissão Coordenadora do PNFF organizou, no dia 31 de Outubro, um conjunto de
iniciativas para comemoração do Dia Mundial da Poupança, respondendo ao desafio lançado
pelo Presidente do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros, Dr. Carlos da Silva Costa,
aquando do lançamento do Plano Nacional de Formação Financeira, em 2011.
As iniciativas do Dia da Formação Financeira tiveram lugar em Lisboa e no Porto, e contaram
com a colaboração das entidades que integram as Comissões de Acompanhamento do Plano
Nacional de Formação Financeira, entre as quais a APFIPP, com o objectivo de sensibilizar a
população para a importância da Literacia Financeira.
A APFIPP centrou a sua participação no evento que teve lugar em Lisboa, no Pátio da Galé, no
qual as quinze entidades participantes desenvolveram, ao longo de todo o dia, diversas
actividades dedicadas a temas relacionados com formação financeira, sob a forma de: jogos,
teatros, workshops e debates. O programa contou, ainda, com a realização de uma
conferência sobre “Importância da Literacia Financeira para Estabilidade do Sistema
Financeiro”, promovida pelo Conselho Nacional de Supervisores Financeiros, e uma outra
dedicada à Educação Financeira nas Escolas, promovida pelo Ministério da Educação e Ciência.
Na ocasião, foram, ainda, entregues os prémios às escolas vencedoras do concurso “Todos
Contam”, enquadrado nos trabalhos do Plano Nacional de Formação Financeira e que visou
premiar os melhores projectos de formação financeira a implementar nas escolas do ensino
básico e secundário, no ano lectivo 2012-2013.
A participação da APFIPP envolveu a presença através de um Stand, no qual se
disponibilizaram diversos conteúdos informativos sobre: “Poupar e Investir”; “Fundos de
78 Relatório de Actividades 2012
Investimento – Uma alternativa para aplicação das suas poupanças” e “Fundos de Pensões –
Uma estratégia para preparar a sua Reforma”.
Foi, também, disponibilizado um Quiz, intitulado “Ganhe o seu Mealheiro”, que assumiu dois
formatos em função do escalão etário dos participantes, versando sobre os temas abordados
nos conteúdos informativos já mencionados, e que foi um foco de atracção do público jovem
visitante.
Para dinamizar a intervenção da Associação, incentivando a conhecer o espaço e a participar
no Quiz, uma jovem patinadora circulou por todo o recinto do evento, interagindo com os
visitantes e fazendo-os reflectir sobre a questão que apresentava na sua indumentária “Quer
MESMO preparar o seu FUTURO? POUPE e INVISTA”.
4.3.3. Referencial de Educação Financeira
Ainda no que se refere à Formação Financeira, a APFIPP apresentou um conjunto de
contributos sobre a matéria, no âmbito da consulta pública promovida pelo Ministério da
Educação e Ciência, através da Direcção-Geral da Educação e da Agência Nacional para a
Qualificação e o Ensino Profissional, relativa à proposta de um Referencial de Educação
Financeira para a Educação Pré-Escolar, o Ensino Básico e Secundário e a Educação e
Formação de Adultos, que pretende traçar orientações para a introdução da temática no
contexto escolar e formativo.
Este é um projecto que se afigura de elevada relevância para a promoção, em Portugal, da
formação de consumidores financeiramente responsáveis, constituindo mais um passo para o
alcance dos objectivos traçados pelo Plano Nacional de Formação Financeira, no sentido de
elevar o nível de conhecimentos financeiros da população e promover a adopção de
comportamentos financeiros adequados.
No âmbito das sugestões apresentadas, a Associação destacou, entre outros aspectos, alguns
princípios que considera serem essenciais na abordagem formativa a efectuar,
designadamente:
A necessidade de cada indivíduo se conhecer enquanto “gestor” das suas poupanças, ou
seja, conhecer o seu perfil como investidor (“auto conhecer-se melhor, para melhor
investir”), de modo a que efectue aplicações financeiras adequadas às suas
circunstâncias e contexto pessoal, às suas necessidades, à sua experiência, objectivos e
fase da vida em que se encontra;
A necessidade de estimular o acto de poupança, como meio para atingir a diversidade
de objectivos que se colocam ao longo da vida de cada cidadão. Tendo, nesta esfera,
particular relevância, a necessidade de poupar para a reforma e de consciencializar os
cidadãos para a responsabilidade que devem assumir na preparação e planeamento da
sua reforma, conforme aliás tem vindo a ser salientado por diferentes entidades
internacionais, como é o caso da OCDE - Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico;
79 Relatório de Actividades 2012
Identificar e compreender o conceito de diversificação no âmbito dos instrumentos
financeiros, como forma de diminuir o risco associado à aplicação das poupanças,
realçando a razão de ser do provérbio “Não colocar todos os ovos no mesmo cesto”;
Reconhecer fontes de informação sobre produtos financeiros e alguns critérios a ter em
consideração na sua selecção, procurando analisar de forma crítica a informação
prestada. Saber, também, reunir informação sobre as opções disponíveis e interpretá-la
de modo a reconhecer as características básicas dos produtos financeiros oferecidos.
Para o sucesso desta iniciativa e para que esta seja de facto uma realidade e não fique
limitada a uma excelente intenção ou projecto, considera-se fundamental, a existência de um
forte apelo à acção imediata e urgente da introdução da temática da Educação Financeira no
contexto escolar e formativo, e, naturalmente, o empenho dos Formadores no
desenvolvimento deste projecto, uma vez que a Educação Financeira não assume ainda um
carácter obrigatório.
Não menos relevante para este processo, é o desenvolvimento de recursos pedagógicos que
concretizem os objectivos definidos no Referencial, de forma apelativa e despertando o
interesse e curiosidade pelo querer “saber mais”, demonstrando a utilidade e importância da
aquisição de conhecimentos / capacidades sobre os temas financeiros, para a gestão da vida
quotidiana e para a tomada de decisões ao longo da vida de cada cidadão.
4.4. Estatísticas
O tratamento estatístico sobre os sectores representados pela APFIPP mereceu, ao longo do
ano e ao exemplo dos anteriores, o necessário empenho diário para a produção e divulgação
regular de dados precisos e actualizados sobre a evolução e performance dos Fundos de
Investimento, dos Fundos de Pensões e da Gestão Discricionária de Carteiras, continuando a
assumir uma das principais actividades desenvolvidas pela APFIPP.
4.4.1. O Portal da APFIPP - www.apfipp.pt
O Portal da APFIPP, para além de uma fonte de informação sobre os sectores que representa e
de disponibilização de diversos elementos estatísticos sobre a sua evolução, constitui,
também, um importante elo de ligação com as suas Associadas.
É, pois, face à sua relevância enquanto plataforma de comunicação com os mais variados
públicos, que a Associação procura proceder, com regularidade, a ajustamentos e
melhoramentos, mantendo activo o interesse na utilização do Portal.
O ano de 2012 não foi excepção, tendo sido efectuados diversos melhoramentos, de modo a
agilizar a sua utilização e fornecer mais funcionalidades e formas de consulta dos dados
estatísticos disponibilizados. Das alterações efectuadas destacam-se, nomeadamente, a:
Disponibilização de uma ferramenta para pesquisa dos eventos da agenda realizados ou
a realizar entre duas datas;
80 Relatório de Actividades 2012
Introdução de um mecanismo de rotação das imagens do site que confere maior
dinamismo e atractividade ao grafismo do mesmo; e
Melhoramentos no calculador de rendibilidades, possibilitando seleccionar mais do que
um Fundo e permitindo indicar as datas inicial e final do período pretendido.
4.4.2. Portugal Economy Probe
Desde Maio de 2012, a APFIPP passou a disponibilizar um conjunto de informação estatística
sobre os sectores que representa no novo Portal “Portugal Economy Probe”, lançado no
primeiro trimestre do ano transacto.
Esta iniciativa não comercial e sem fins lucrativos, foi liderado por um conjunto entidades
nacionais de referência, como a Associação Portuguesa de Bancos (APB), a Fundação Calouste
Gulbenkian, a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), a Fundação Oriente,
o Banco Espírito Santo, a Caixa Geral de Depósitos e a Impresa, com o objectivo de
proporcionar uma maior transparência e fácil acesso a informação económica e financeira
sobre Portugal. Para o efeito, criaram um website em inglês (www.peprobe.com), onde todos
os interessados podem aceder a diversa informação relevante sobre a economia e o sistema
financeiro português, elaborada por várias entidades com responsabilidades na produção
destas estatísticas.
A APFIPP, enquanto Associação representativa das actividades de Gestão de Activos e de
Fundos de Pensões, e no âmbito do seu papel de provider de informação sobre a evolução
desses sectores, aderiu prontamente a este projecto, através do fornecimento periódico das
informações e das análises estatísticas que produz e que são objecto de divulgação pública.
4.5. Outras Iniciativas
4.5.1. Inquérito sobre o Emprego na Gestão de Activos
No ano de 2011, a APFIPP iniciou um processo de recolha de informação, junto das suas
Associadas Gestoras de Fundos de Investimento Mobiliário, Gestoras de Fundos de
Investimento Imobiliário e Gestoras de Patrimónios, com o intuito de aprofundar o
conhecimento sobre o emprego proporcionado por estas entidades, quer a nível directo
(colaboradores das Sociedades Gestoras), quer de forma externalizada.
O âmbito deste inquérito, que assumiu uma base anual de modo a manter actualizado o
conjunto de elementos disponíveis, foi alargado em 2012 às Associadas Gestoras de Fundos
de Pensões, conferindo, assim, uma visão mais completa e detalhada sobre o universo
representado por esta Associação, em termos da composição e qualificação dos seus recursos
humanos.
81 Relatório de Actividades 2012
4.5.2. Índice Imobiliário APFIPP / IPD
O IPD – Investment Property Databank e a APFIPP associaram-se para oferecer ao mercado
um Índice de Fundos de Investimento Imobiliário portugueses, que permite acompanhar a
rentabilidade destes veículos de investimento com base numa metodologia internacional, à
semelhança do que ocorre nos principais mercados europeus.
Após concretização dos trabalhos iniciais de definição dos critérios de elegibilidade dos
Fundos de Investimento Imobiliário para integrarem o índice e a respectiva metodologia de
cálculo, desenvolvidos por uma Comissão Técnica especialmente criada para o efeito, os
primeiros resultados foram oficialmente apresentados a 2 de Maio de 2012, sob a designação
de “Índice APFIPP/ IPD”, tendo como referência 31 de Dezembro de 2011.
Desde essa data, este indicador estatístico passou a ser disponibilizado com uma regularidade
trimestral, apresentando a evolução de um cabaz de Fundos Imobiliários de activos de
rendimento que se destaca pela sua elevada representatividade. À data de 30 de Setembro de
2012, de acordo com a última informação disponível, reunia um total de 34 Fundos
Imobiliários, dos quais 12 Fundos de Investimento Imobiliário Abertos e 22 Fundos Fechados,
com um valor 6,7 mil milhões de euros sob gestão.
4.5.3. Prémios NYSE Euronext Lisbon
No final de 2010, a APFIPP foi convidada pela NYSE Euronext Lisbon a colaborar na iniciativa
“NYSE Euronext Lisbon Awards”, promovida por aquela entidade, que visa distinguir
anualmente as entidades emitentes, intermediários financeiros e outras instituições e pessoas
que se destacaram pelo seu desempenho no mercado de capitais português.
A primeira edição desta iniciativa teve lugar a 26 de Janeiro de 2012, e contou com a
participação do Presidente da APFIPP para efectuar a entrega do Prémio “Investment Fund/
Open Pension Fund in Portuguese Stocks”, que pretende distinguir o Fundo de Investimento
Mobiliário ou o Fundo de Pensões Aberto que, ao longo do ano, efectuou um maior esforço de
investimento em acções cotadas na NYSE Euronext Lisbon, em relação à sua carteira total.
A colaboração da APFIPP nesta iniciativa cinge-se à prestação de informação e a apoio técnico
no âmbito da definição dos critérios com o objectivo de distinguir os Fundos de Investimento
Mobiliário e Fundos de Pensões Aberto que investem em acções nacionais.
5. Actividade Formativa
A intervenção formativa promovida pela APFIPP continuou a ser desenvolvida ao longo do ano
de 2012, tendo como âncora a oferta de soluções formativas que respondam às necessidades
específicas dos quatro sectores que representa, com vista à valorização e actualização
contínua das competências dos seu profissionais e, consequentemente, ao reforço da
competitividade da Indústria de Gestão de Activos e de Fundos de Pensões, em Portugal.
82 Relatório de Actividades 2012
Foi, pois, em função das necessidades identificadas e da própria dinâmica das actividades
representadas, que se realizou em 2012 um total de cinco acções de formação, num regime
presencial e enquadrado na esfera da formação profissional contínua, totalizando 38 horas de
formação e 132 Formandos, cujas temáticas alvo foram:
Negócios de Reabilitação e Requalificação Urbana;
Revisão da IAS 19 – Benefícios Concedidos aos Empregados;
Avaliação de Imóveis;
Prevenção de Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo;
Dupla Tributação Internacional – Fundos e Gestão de Patrimónios.
Muito embora tenha sido concretizado um número de iniciativas inferior ao dos anos
anteriores, estas obtiveram reacções bastante satisfatórias e foram, em termos gerais, ao
encontro das expectativas dos vários intervenientes envolvidos, quer dos Formandos quer dos
Formadores, resultados que constituem um incentivo para a continuação do desenvolvimento
desta vertente de actuação da APFIPP.
6. Representação Institucional
6.1. Nacional
Na qualidade de representante nacional de quatro sectores de actividade, a APFIPP foi
convidada a participar em diversas reuniões e encontros, por forma a pronunciar-se sobre
matérias relacionadas com a sua actividade.
Procurou, assim, desenvolver a sua participação institucional em diferentes vertentes e dar
continuidade à colaboração proactiva que tem pautado a sua actuação junto das Entidades
Governamentais e de Supervisão, e das restantes entidades relacionadas com a actividade de
Gestão de Activos e de Fundos de Pensões em Portugal.
A Associação continuou, também, a assegurar a representação ao nível de órgãos consultivos,
comissões de acompanhamento e grupos de trabalho de outras entidades relacionados com
os sectores que representa, destacando-se, nomeadamente, as seguintes:
Conselho Consultivo da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários
A APFIPP fez-se representar na reunião do Conselho Consultivo da Comissão do
Mercado de Valores Mobiliários realizada no dia 6 de Julho de 2012.
Conselho Consultivo do Instituto de Seguros de Portugal
A Associação esteve presente nas duas reuniões do Conselho Consultivo do Instituto de
Seguros de Portugal, realizadas no dia 11 de Maio e 27 de Dezembro de 2012.
Conselho Geral da Comissão de Normalização Contabilística
83 Relatório de Actividades 2012
Como membro do grupo de representantes dos utilizadores de informação financeira
que faz parte do Conselho Geral da Comissão de Normalização Contabilística, a
Associação participou na reunião de 11 de Abril de 2012.
Comissão de Honra da Infovalor – Fórum da Poupança e Investimentos
A APFIPP deu continuidade à sua colaboração com o projecto liderado pela Infovalor, de
organização de um Fórum da Poupança e Investimentos, no sentido de promover a
poupança e a formação financeira da população, tendo participado na reunião da sua
Comissão de Honra, realizada a 27 de Fevereiro de 2012.
Comissões de Acompanhamento do Plano Nacional de Formação Financeira
Na sequência da nomeação, em 2011, de um representante da APFIPP para integrar as
Comissões de Acompanhamento do Plano Nacional de Formação Financeira, a
Associação participou nas duas reuniões que tiveram lugar em 2012, tendo, igualmente,
marcando presença em outras iniciativas promovidas no âmbito deste projecto
nacional.
Fórum CMVM/PME para o mercado de capitais
A APFIPP foi convidada a integrar o Fórum CMVM/PME para o Mercado de Capitais,
iniciativa criada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e que tem como
objectivo identificar medidas que facilitem o acesso das Pequenas e Médias Empresas
ao mercado de capitais e a outras fontes de financiamento alternativas ao crédito
bancário.
Integram este Forúm representantes de PME, associações empresariais e profissionais,
intermediários financeiros, universidades, entidades gestoras de mercado e empresas
cujo crescimento esteve ligado ao mercado de capitais.
A 27 de Março de 2012, teve lugar a primeira reunião plenária deste Fórum, na qual a
APFIPP participou.
Para além das participações mencionadas, a Associação foi ainda convidada a estar presente
em diversas conferências, encontros e debates relacionados com temáticas conexas com a sua
esfera de actuação.
6.2. Internacional
6.2.1. EFAMA - European Fund and Asset Management Association
À semelhança dos anos anteriores, foi mantida a colaboração e participação empenhada nas
actividades promovidas pela EFAMA - European Fund and Asset Management Association,
tendo a APFIPP procurado acompanhar os trabalhos desenvolvidos e assegurado a sua
presença, sempre que possível e considerado pertinente, em diversas reuniões e encontros,
no sentido de monitorizar a diversidade de temas na agenda europeia.
84 Relatório de Actividades 2012
Fez-se, assim, representar nas diversas reuniões do Board of Directors que tiveram lugar ao
longo do ano, bem como nas duas reuniões da Assembleia Geral, tendo uma delas procedido
à alteração dos estatutos desta Associação com o intuito de acolher a nova localização da sua
sede e conferir um maior envolvimento e participação dos Corporate Members.
De referir, igualmente, a realização de duas importantes iniciativas promovidas pela EFAMA
em 2012, nas quais a APFIPP esteve também presente, especialmente dedicadas a dois
importantes temas da actualidade – “Pensions Day” e “Investor Education Day” - que
ocorreram respectivamente a 24 de Abril e a 7 de Novembro de 2012.
No que respeita aos grupos de trabalho técnicos criados no seio desta Associação Europeia,
para acompanhar os principais temas da agenda comunitária, a APFIPP esteve representada
nos seguintes comités:
European Fund Classification Forum que monitoriza o sistema de classificação de Fundos de
Investimento de âmbito pan-europeu definido pela EFAMA;
EFAMA’s Pension Steering Committee, constituído em 2011 com o objectivo de identificar
desenvolvimentos e tendências do mercado Europeu das Pensões e acompanhar os trabalhos
desenvolvidos pela EIOPA e Comissão Europeia nesta área. No âmbito da actividade de 2012,
é de registar o projecto de definição de um novo produto europeu que constitua um veículo
de financiamento de planos de poupança para a reforma de iniciativa individual;
Grupo de Trabalho sobre “Investor Education”, constituído com o objectivo de estudar formas
de promover a educação e literacia financeiras, com especial enfoque nos Fundos de
Investimento e cujo projecto principal em 2012 foi a organização do “Investor Education Day”;
Grupo de Trabalho sobre Fundos “Money Market” que acompanha a implementação das
guidelines emitidas pelo CESR (actual ESMA) relativamente aos critérios que definem estes
instrumentos financeiros;
Grupo de Trabalho sobre “Value Added Tax” que continuou a seguir o processo de revisão da
Directiva comunitária relativa ao Imposto sobre o Valor Acrescentado, com especial incidência
na área dos serviços financeiros e de seguros.
A Associação participou, ainda, em várias conference calls a respeito de temas como a Volker
Rule (disposição específica da legislação americana que proíbe que as entidades bancárias e
pertencentes a grupos bancários, salvo algumas excepções, efectuem “Proprietary trading” e
detenham participações ou relações com Hedge Funds e Private Equitty Funds); a FATCA -
Foreign Account Tax Compliance Act e a Directiva dos Gestores de Fundos de Investimento
Alternativos.
6.2.2. EFRP - European Federation for Retirement Provision
Na esfera dos Fundos de Pensões foi, também, dada continuidade à colaboração com a EFRP -
European Federation for Retirement Provision que, em Novembro de 2012, passou a designar-
se por Pensions Europe, com o objectivo de tornar mais evidente o seu âmbito de actuação,
ou seja, as Pensões.
85 Relatório de Actividades 2012
A Associação acompanhou os trabalhos e actividades promovidas por esta Federação europeia
de que é membro, tendo participado nas reuniões da Assembleia Geral realizadas em Abril e
em Novembro. Esta última destacou-se pela nomeação de novos órgãos sociais, sendo a
presidência assumida por Joanne Segars, que anteriormente exercia o cargo de Chief Executive
da Associação britânica (NAPF - National Association of Pension Funds).
6.2.3. Occupational Pensions Stakeholder Group da EIOPA
Conforme já referido no presente relatório, no ponto 2.5. (“Livro Branco da Comissão
Europeia sobre Pensões e Revisão da Directiva IORP”), a associação deu continuidade à sua
participação no Occupational Pensions Stakeholder Group, criado no seio da EIOPA, em 2011,
onde está representada por um dos Membros da sua Comissão Consultiva dos Fundos de
Pensões.
6.2.4. Federação Ibero-Americana de Fundos de Investimento
A APFIPP manteve a sua colaboração com a Iberoamerican Federation of Mutual Funds,
respondendo às solicitações dos seus Membros, sempre que necessário, e contribuindo, deste
modo, para o intercâmbio e partilha de experiências resultantes da actividade profissional
desenvolvida nas respectivas áreas de intervenção.
6.2.5. International Investment Funds Association
Membro desde 2008 da Associação Internacional de Fundos de Investimento, a Direcção da
APFIPP decidiu cessar a referida afiliação no ano de 2012. Esta decisão teve por base, para
além de restrições orçamentais decorrentes da própria crise financeira e económica que se
atravessa, o facto do mercado de Fundos de Investimento nacional possuir uma esfera de
actuação local e da actividade das suas Associadas estar essencialmente focalizada no
mercado europeu.
Independentemente do término desta ligação, e tendo presente a enriquecedora experiência
havida ao longo dos últimos anos, a Associação continuará, naturalmente, a procurar
colaborar com a Associação Internacional de Fundos de Investimento, sempre que a sua
participação seja considerada útil.
6.2.6. Outras Representações Institucionais a nível Internacional
Ainda no contexto das representações institucionais a nível internacional, salienta-se a
recepção, por intermédio da AICEP Portugal Global - Agência para o Investimento e Comércio
Externo de Portugal, de uma delegação da Comissão Reguladora de Seguros da China,
composta por seis representantes, que ocorreu no dia 4 de Abril de 2012, na sede da
Associação.
86 Relatório de Actividades 2012
Nessa reunião, o Presidente da APFIPP e o Presidente da sua Comissão Consultiva dos Fundos
de Pensões tiveram a oportunidade de dar a conhecer o funcionamento do sistema nacional
de pensões e do mercado de Fundos de Pensões em Portugal, bem como fazer referência a
algumas iniciativas de promoção da poupança para a reforma desenvolvidas pela Associação,
como é o caso do Certificado de Responsabilidade para a Reforma (CERR).
7. Representatividade, Organização e Estrutura Interna da APFIPP
7.1. Associadas
No final de 2012, a APFIPP registou o mesmo nível de representatividade nos quatro sectores
que integra, muito embora tenham ocorrido algumas alterações no universo das suas
Associadas.
Durante o ano, a Associação acolheu uma nova Associada, a Dunas Capital – Gestão de Activos
– Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.; tendo, contudo, registado a
perda da qualidade de Associada da MNF Gestão de Activos - Sociedade Gestora de Fundos de
Investimento Mobiliário, S.A., com efeitos a partir de 31 de Dezembro. Ainda no que se refere
ao universo das entidades Associadas da APFIPP, verificou-se a passagem da BPN Gestão de
Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A para o universo da
Sociedade Patris Investimentos, SGPS, S.A., assumindo a nova denominação de Patris Gestão
de Activos – S.G.F.I.M., S.A. e mantendo a filiação junto da APFIPP.
7.2. Agenda Semanal
Foi dado continuidade ao procedimento instituído em 2010, de elaboração e divulgação
periódica da “Agenda Semanal”, meio de comunicação que tem contribuído para um mais fácil
e eficaz acompanhamento por parte das Associadas da APFIPP dos principais eventos e
iniciativas desenvolvidas, bem como a identificação de todos os processos de consultas
públicas, de âmbito nacional ou internacional, relacionados com os quatro sectores de
actividade que representa.
7.3. Consultores
Seguindo a prática dos anos transactos, sempre que necessário, ao longo do ano de 2012, a
APFIPP solicitou, por diversas ocasiões, os serviços de consultoria de várias entidades, com o
objectivo, designadamente, de procurar auxiliar e esclarecer eficazmente as suas Associadas
no que se refere às alterações fiscais identificadas, e monitorizar a evolução destas e de
outras matérias que tiveram especial destaque na agenda das actividades representadas.
87 Relatório de Actividades 2012
PERSPECTIVAS
Em 2013, as autoridades europeias continuarão centradas em encontrar as múltiplas soluções
para ultrapassar a crise económica e em colocar de novo a Europa na via do crescimento
sustentável.
Tendo por base esta orientação, o plano de acção traçado pela Comissão Europeia, para o ano
de 2013, integra um vasto conjunto de propostas de actuação em diversos domínios, no
sentido de enviar um sinal de confiança aos cidadãos e aos investidores e, assim, contribuir
para o desejado crescimento e estímulo da criação de emprego.
Perspectiva-se, pois, mais um ano de intensa actividade regulatória, à semelhança do que se
tem vindo a registar nos últimos anos, com incidência, também, no sector financeiro, uma vez
que se encontram previstas medidas que visam o reforço do sistema financeiro e a promoção
de uma maior transparência e protecção dos consumidores financeiros.
Neste contexto, a APFIPP procurará acompanhar atentamente os temas em debate nos fora
comunitários e monitorizar a evolução dos diversos processos legislativos, no sentido de
avaliar adequadamente o seu impacto nas actividades representadas pela Associação.
Dos vários dossiers europeus em curso destacam-se, desde logo, como mais significativos:
A proposta de Directiva da Comissão Europeia no domínio do Imposto sobre as
Transacções Financeiras, cuja aplicação decorrerá no âmbito de uma cooperação
reforçada entre 11 Estados-Membros (Alemanha, Áustria, Bélgica, Eslovénia, Eslováquia,
Espanha, Estónia, França, Grécia, Itália e Portugal) e que será alvo de discussões nos
próximos meses, de modo a entrar em vigor em Janeiro de 2014;
A proposta da Comissão Europeia de alteração da Directiva 2009/65/CE, que coordena
as disposições legislativas, regulamentares e administrativas respeitantes a alguns
Organismos de Investimento Colectivo em Valores Mobiliários (UCITS IV); no que se
refere ao domínio do regime do Depositário e da política de remuneração dos Gestores
de Fundos;
A proposta de revisão do quadro regulatório comunitário dos Fundos de Investimento,
que adopta a designação de UCITS VI, projecto complementar ao mencionado no ponto
anterior, com o intuito de promover a confiança na marca “UCITS” e potenciar o seu
desenvolvimento;
A proposta de Regulamento da Comissão Europeia, no âmbito da iniciativa PRIPS -
Packaged Retail Investment Products, no sentido de proceder a uma harmonização e
normalização das informações a divulgar obrigatoriamente sobre produtos de
investimento dirigidos a investidores de retalho;
A revisão da Directiva 2004/39/CE, relativa aos Mercados de Instrumentos Financeiros
(DMIF); com vista a assegurar uma maior clareza das suas disposições, actualizar e
reforçar o quadro de regulamentação das estruturas dos mercados financeiros, dos
V
88 Relatório de Actividades 2012
serviços de intermediação e da distribuição de instrumentos financeiros, aumentar a
transparência e melhorar a protecção dos investidores.
Ainda a nível internacional, outro tema que requererá o devido acompanhamento diz respeito
à implementação da FATCA – Foreign Account Tax Compliance Act, regime norte- americano
que visa evitar a fuga fiscal por parte de residentes dos EUA, através do investimento em
veículos estrangeiros. Procurar-se-á, assim, monitorizar as opções tomadas pelo Estado
Português em termos da celebração de um acordo intergovernamental, com as autoridades
dos EUA, bem como diligenciar no sentido de que sejam enquadrados adequadamente os
Fundos de Investimento e os Fundos de Pensões.
Com idêntico empenho serão, também, acompanhados os trabalhos legislativos e
regulamentares realizados no quadro nacional, nos quais a Associação procurará, sempre que
possível e considerado oportuno, participar e intervir proactivamente, colaborando com as
autoridades competentes.
Em concreto, no que diz respeito à actividade de gestão de Fundos de Investimento Mobiliário
(FIM), assume especial destaque a expectável conclusão do processo de transposição do
pacote de Directivas UCITS IV, com a publicação do diploma que procederá à alteração do
actual regime jurídico e, ainda, a revisão de toda a regulamentação subjacente. Esta matéria
será alvo de cuidada análise e monitorização, não só pelas repercussões importantes que
poderá representar para a Indústria de Gestão de Fundos Mobiliários nacional, como também
no sentido de auxiliar as Associadas Gestoras de Fundos Mobiliários na adopção e
implementação das novas regras.
Especificamente no que se refere aos Fundos Mobiliários Não Harmonizados e, também, aos
Fundos de Investimento Imobiliário, outro processo legislativo a salientar prende-se com a
necessidade de transposição, para o ordenamento português, da Directiva dos Gestores de
Fundos de Investimento Alternativos que, de acordo com as disposições comunitárias, deverá
ser concretizada até Julho de 2013.
No contexto doméstico, aguarda-se, igualmente, pela revisão do Regime Jurídico da
Urbanização e da Edificação e da legislação relacionada com a Certificação Energética dos
Edifícios (com vista a adoptar a abordagem da nova Directiva Europeia para o Desempenho
Energético dos Edifícios - Directiva 2010/31/EU), iniciativas que serão monitorizadas, tendo
em consideração a sua conexão com a actividade desenvolvida pelos Fundos de Investimento
Imobiliário na gestão do seu património imobiliário.
Ainda no que respeita à actividade dos Fundos de Investimento Imobiliário (FII), a Associação
continuará a diligenciar no sentido de alterar o regime de tributação das SIIMO - Sociedades
de Investimento Imobiliário, de modo a conferir características a estes veículos de
investimento que contribuam para que adquiram uma maior atractividade junto dos
investidores e permita dinamizar o mercado imobiliário em Portugal, em linha com
orientações também seguidas noutros países. Do mesmo modo, a APFIPP continuará a insistir
na necessidade de, igualmente, rever o regime de tributação dos FIM’s, dada a discriminação
negativa de que os Fundos nacionais se passaram a revestir face aos Fundos estrangeiros
distribuídos no nosso país.
Ao nível dos Fundos de Pensões, prevê-se que a Comissão Europeia apresente, no final do
primeiro semestre, uma proposta de diploma para concretizar a revisão da Directiva IORP,
89 Relatório de Actividades 2012
relativa à actividade e supervisão das Instituições de Realização de Planos de Pensões
Profissionais, intenção anunciada em 2011. Em paralelo, assistir-se-á à continuação do debate
em torno do Livro Branco sobre “Uma agenda para pensões adequadas, seguras e
sustentáveis”. A APFIPP procurará seguir estes temas, em especial através da sua
representação no Occupational Pensions Stakeholder Group, criado no seio da EIOPA -
European Insurance and Occupational Pensions Authority, e dos trabalhos desenvolvidos pela
PensionsEurope, Associação Europeia da qual é Membro.
A promoção da poupança para a reforma manter-se-á como uma das prioridades na agenda
da APFIPP. Logo, no início do ano foi feita a apresentação oficial dos resultados do estudo,
realizado sob orientação científica do Prof. Doutor Jorge Bravo, e que contou com o apoio da
Associação. Espera-se que este projecto possa contribuir, de forma útil, para o tão importante
debate nacional sobre o futuro do Sistema de Pensões em Portugal.
Também no contexto do desenvolvimento da poupança para a reforma, mas especificamente
ao nível do 2º Pilar, efectuar-se-á, no decurso do segundo trimestre de 2013, a apresentação
oficial do projecto, iniciado pela APFIPP em 2011, de atribuição de um “Certificado de
Responsabilidade para a Reforma” (CERR), no sentido de distinguir anualmente os Planos de
Pensões Profissionais, de contribuição definida, que cumpram determinados requisitos
considerados como boas práticas do mercado.
A actividade formativa continuará a ser outro dos eixos de actuação da APFIPP, procurando
contribuir para a valorização das competências dos profissionais que actuam no âmbito da
Gestão de Activos e de Fundos de Pensões em Portugal, bem como para consolidar o seu
papel enquanto entidade que promove a formação nesta área específica de actividade.
Por fim, o papel de provider de informação sobre a evolução dos sectores representados,
continuará a merecer especial dedicação por parte da Associação, envolvendo a
disponibilização periódica de dados estatísticos e, sempre que possível, a produção de novos
indicadores e de novas perspectivas de análise.
90 Relatório de Actividades 2012
ESTATÍSTICAS DO SECTOR
Evolução do Número de Fundos de Investimento e Sociedades Gestoras de Fundos de Investimento
NÚMERO FUNDOS DE INVESTIMENTO Dezembro
2006 Dezembro
2007 Dezembro
2008 Dezembro
2009 Dezembro
2010 Dezembro
2011 Dezembro
2012
F.I.M. ACÇÕES 62 64 66 63 64 65 58
. F. Acções Nacionais 9 8 8 7 8 8 7
. F. Acções UE / Suíça / Noruega 15 15 16 15 16 16 16
. F. Acções América Norte 6 6 6 6 6 6 5
. F. Acções Sectoriais 9 12 12 12 11 11 7
. Outros F. Acções Internacionais 12 12 13 12 12 15 14
. F. Poupança Acções 10 10 10 10 10 8 8
. F. Índice 1 1 1 1 1 1 1
F.I.M. OBRIGAÇÕES 43 43 40 39 36 35 30
. F. Obrigações Euro 39 39 36 36 34 34 30
. F. Obrigações Internacionais 4 4 4 3 2 1 -
F.I.M. TESOURARIA 23 23 23 17 21 20 19
. F. Mercado Monetário Euro 4 4 3 2 3 3 4
. F. Tesouraria Euro 19 19 20 15 18 17 15
OUTROS F.I.M. 135 161 163 169 170 179 166
. F. Mistos 12 9 8 7 7 12 11
. F. Mistos Predominantemente Acções 5 5 5 4 4 5 5
. F. Mistos Predominantemente Obrigações 7 4 3 3 3 7 6
. F. PPR (1) 19 19 20 17 18 18 17
. F. Fundos 29 31 25 18 20 16 17
. F. Fundos Predominantemente Acções 8 8 6 4 5 4 5
. F. Fundos Mistos 8 11 8 6 7 6 6
. F. Fundos Predominantemente Obrigações 13 12 11 8 8 6 6
. F. Especiais Investimento 46 33 43 47 57 68 63
. F.E.I. de Acções - - - - - 3 2
. F.E.I. de Obrigações - - - - - 16 17
. F.E.I. de Retorno Absoluto - - - - - 7 6
. F.E.I. Monetário Curto Prazo - - - - - 5 5
. F.E.I. Mistos - - - - - 6 3
. F.E.I. Imobiliários - - - - - 4 4
. F.E.I. Flexíveis - - - - - 8 8
. Outros F.E.I. - - - - - 19 18
. Fundos Flexíveis 6 10 15 17 19 20 18
. Outros Fundos 4 2 2 8 4 4 4
. Agrupamento de Fundos 4 3 3 3 3 5 3
. F. c/ Protecção de Capital 19 57 50 55 45 41 36 Total F.I.M. 263 291 292 288 291 299 273 F.I.I. NACIONAIS (2)
. F. Abertos 16 16 15 15 14 14 14
. F. Abertos Acumulação 10 10 9 9 9 8 8
. F. Abertos Rendimento 6 6 6 6 5 6 6
. F.I.I.A.H.'s - - - 5 5 6 8
. F. Reabilitação - - - 2 4 6 7
. F. Florestais - - 2 2 2 2 3
. F. Fechados 165 188 215 227 234 233 222 TOTAL F.I.I. 181 204 232 251 259 261 254 TOTAL FUNDOS INVESTIMENTO 444 495 524 539 550 560 527
(1) - Apenas são considerados os Fundos Poupança Reforma geridos por S.G.F.I.M..
(2) - Séries reconstruídas de acordo com a nova Classificação da APFIPP.
NÚMERO SOCIEDADES GESTORAS Dezembro
2006 Dezembro
2007 Dezembro
2008 Dezembro
2009 Dezembro
2010 Dezembro
2011 Dezembro
2012
. S.G.F.I. Mobiliário 16 18 20 19 19 17 17
. S.G.F.I. Imobiliário 32 34 38 35 36 36 36
TOTAL S.G.F.I. 48 52 58 54 55 53 53
VI
91 Relatório de Actividades 2012
Evolução das Aplicações Totais dos Fundos de Investimento
NÚMERO FUNDOS DE INVESTIMENTO Dezembro
2006 Dezembro
2007 Dezembro
2008 Dezembro
2009 Dezembro
2010 Dezembro
2011 Dezembro
2012
F.I.M. ACÇÕES 2 985 3 303 1 110 1 516 1 543 1 023 965
. F. Acções Nacionais 622 746 239 343 288 165 166
. F. Acções UE / Suíça / Noruega 1 022 1 079 329 441 421 291 299
. F. Acções América Norte 183 166 75 100 167 129 133
. F. Acções Sectoriais 249 310 121 142 112 79 66
. Outros F. Acções Internacionais 495 638 218 340 460 309 265
. F. Poupança Acções 409 356 126 147 92 48 34
. F. Índice 6 8 3 4 3 2 2
F.I.M. OBRIGAÇÕES 8 439 6 324 2 769 2 471 1 547 1 349 1 363
. F. Obrigações Euro 8 294 6 198 2 713 2 422 1 498 1 340 1 363
. F. Obrigações Internacionais 145 125 55 49 49 8 -
F.I.M. TESOURARIA 8 111 6 120 2 985 2 580 1 857 821 1 259
. F. Mercado Monetário Euro 751 381 15 12 46 65 255
. F. Tesouraria Euro 7 360 5 739 2 969 2 568 1 810 757 1 004
OUTROS F.I.M. 9 602 10 016 7 479 10 663 9 292 7 642 8 708
. F. Mistos 228 192 76 64 59 57 46
. F. Mistos Predominantemente Acções 133 113 45 37 34 23 17
. F. Mistos Predominantemente Obrigações 95 79 31 27 25 35 28
. F. PPR (1) 2 457 2 521 1 424 1 315 1 281 1 047 980
. F. Fundos 1 807 1 485 620 522 517 323 310
. F. Fundos Predominantemente Acções 165 120 28 38 49 30 58
. F. Fundos Mistos 250 473 150 142 172 82 68
. F. Fundos Predominantemente Obrigações 1 391 892 442 341 296 211 184
. F. Especiais Investimento 3 042 1 543 1 799 3 050 3 421 3 370 4 915
. F.E.I. de Acções 22 16
. F.E.I. de Obrigações 926 1 374
. F.E.I. de Retorno Absoluto 118 109
. F.E.I. Monetário Curto Prazo 942 2 074
. F.E.I. Mistos 37 15
. F.E.I. Imobiliários 449 436
. F.E.I. Flexíveis 440 351
. Outros F.E.I. 436 540
. Fundos Flexíveis 1 272 1 537 1 267 1 806 1 913 1 286 1 042
. Outros Fundos 254 25 82 1 195 26 112 37
. Agrupamento de Fundos 344 207 145 361 237 115 124
. F. c/ Protecção de Capital 541 2 713 2 211 2 712 2 076 1 448 1 379
Total F.I.M. 29 138 25 763 14 342 17 231 14 239 10 835 12 295
F.I.I. NACIONAIS (2)
. F. Abertos 4 724 4 580 4 149 4 663 4 884 4 537 4 421
. F. Abertos Acumulação 3 205 3 126 2 733 2 940 3 081 2 310 2 302
. F. Abertos Rendimento 1 518 1 455 1 417 1 723 1 803 2 226 2 119
. F.I.I.A.H.'s - - - 160 170 322 590
. F. Reabilitação - - - 10 40 56 62
. F. Florestais - - 24 25 26 27 52
. F. Fechados 5 036 5 870 6 525 6 378 6 371 6 289 6 320
TOTAL F.I.I. 9 759 10 450 10 698 11 237 11 491 11 231 11 445
TOTAL FUNDOS INVESTIMENTO 38 897 36 213 25 040 28 467 25 730 22 066 23 741
(1) - Apenas são considerados os Fundos Poupança Reforma geridos por S.G.F.I.M..
(2) - Séries reconstruídas de acordo com a nova Classificação da APFIPP.
92 Relatório de Actividades 2012
Evolução do Número de Fundos de Investimento
Evolução das Aplicações Totais dos Fundos de Investimento
0
100
200
300
400
500
600
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
F.I.I. Fechados
F. Florestais
F. Reabilitação
F.I.I.A.H.'s
F.I.I. AbertosRendimentoF.I.I. AbertosAcumulaçãoOutros Fundos
F. Flexíveis
F. EspeciaisInvestimentoF. c/ Protecção Capital
F. PPR
F. Fundos
F. Mistos
F. Tesouraria
F. Obrigações
0
5 000
10 000
15 000
20 000
25 000
30 000
35 000
40 000
45 000
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Milhões €
F.I.I. Fechados
F. Florestais
F. Reabilitação
F.I.I.A.H.'s
F.I.I. Abertos Rendimento
F.I.I. Abertos Acumulação
Outros Fundos
F. Flexíveis
F. Especiais Investimento
F. c/ Protecção Capital
F. PPR
F. Fundos
F. Mistos
F. Tesouraria
F. Obrigações
F. Acções
93 Relatório de Actividades 2012
Gestão de Activos em Portugal vs PIB / Depósitos Bancários / População
Milhões de Euro 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
A. Gestão de Activos 120 003,3 122 956,0 105 696,4 117 940,8 112 596,8 90 678,3 96 053,1
A1. Fundos de Investimento (F.I.) 38 896,8 36 213,5 25 039,7 28 467,4 25 730,0 22 066,4 23 740,7
- F.I. Mobiliário (F.I.M.) 29 137,7 25 763,0 14 341,8 17 230,9 14 238,9 10 835,3 12 295,3
- F.I. Imobiliário (F.I.I.) 9 759,1 10 450,4 10 697,9 11 236,6 11 491,1 11 231,1 11 445,4
A2. Fundos de Pensões (F.P.) 21 185,0 22 356,0 20 281,9 21 917,5 19 724,6 13 237,9 14 471,0
- S. G. Fundos de Pensões (SGFP) 20 636,4 21 893,8 19 887,9 21 465,9 19 277,4 11 234,1 12 185,5
- Seguradoras do Ramo Vida 548,6 462,3 394,0 451,5 447,2 2 003,7 2 285,5
A3. Gestão de Patrimónios (G.P.) 59 921,4 64 386,5 60 374,8 67 555,9 67 142,2 55 374,1 57 841,4
- S.G.F.I.M. 25 484,1 26 738,8 26 834,6 30 692,4 32 897,1 28 682,9 31 451,4
- S.G.P. 27 170,3 28 810,5 27 423,9 29 050,1 28 986,8 22 685,6 21 432,0
- Outras Entidades 7 267,1 8 837,2 6 116,3 7 813,3 5 258,3 4 005,6 4 958,0
B. Depósitos Bancários 146 514,0 157 953,0 183 146,0 194 283,0 214 910,0 224 899,0 204 328,0
Depósitos à Ordem 55 133,0 52 839,0 50 875,0 52 147,0 50 872,0 46 996,0 44 737,0
Depósitos a Prazo e de Poupança 91 381,0 105 114,0 132 271,0 142 136,0 164 038,0 177 903,0 159 591,0
C. Produto Interno Bruto (Preços Correntes) 160 855,4 169 319,2 171 983,1 168 503,6 172 834,8 171 039,9 165 386,6
D. População Residente Total (em Milhares) 10 602,1 10 614,6 10 631,1 10 647,3 10 642,2 10 653,8 10 594,5
Gestão de Activos / Depósitos (A / B) 68,0% 81,9% 77,8% 57,7% 60,7% 52,4% 40,3%
Fundos de Investimento / Depósitos (A1 / B) 26,9% 26,5% 22,9% 13,7% 14,7% 12,0% 9,8%
- F.I.M. / Depósitos 20,9% 19,9% 16,3% 7,8% 8,9% 6,6% 4,8%
- F.I.I. / Depósitos 6,0% 6,7% 6,6% 5,8% 5,8% 5,3% 5,0%
Fundos de Pensões / Depósitos (A2 / B) 14,0% 14,5% 14,2% 11,1% 11,3% 9,2% 5,9%
Gestão de Patrimónios / Depósitos (A3 / B) 27,0% 40,9% 40,8% 33,0% 34,8% 31,2% 24,6%
Gestão de Activos / PIB (A / C) 59,6% 74,6% 72,6% 61,5% 70,0% 65,2% 53,0%
Fundos de Investimento / PIB (A1 / C) 23,6% 24,2% 21,4% 14,6% 16,9% 14,9% 12,9%
- F.I.M. / PIB 18,3% 18,1% 15,2% 8,3% 10,2% 8,2% 6,3%
- F.I.I. / PIB 5,3% 6,1% 6,2% 6,2% 6,7% 6,7% 6,6%
Fundos de Pensões / PIB (A2 / C) 12,3% 13,2% 13,2% 11,8% 13,0% 11,4% 7,7%
Gestão de Patrimónios / PIB (A3 / C) 23,7% 37,3% 38,0% 35,1% 40,1% 38,9% 32,4%
Gestão de Activos / População (A / D) 8 691,2 11 318,8 11 583,7 9 942,2 11 077,1 10 580,1 8 514,7
Fundos de Investimento / População) (A1 / D) 3 443,8 3 668,8 3 411,7 2 355,3 2 673,7 2 417,6 2 074,6
- F.I.M. / População 2 672,6 2 748,3 2 427,1 1 349,0 1 618,3 1 337,8 1 017,0
- F.I.I. / População 771,3 920,5 984,5 1 006,3 1 055,3 1 079,8 1 057,5
Fundos de Pensões / População) (A2 / D) 1 793,2 1 998,2 2 106,2 1 907,8 2 058,5 1 853,4 1 242,5
Gestão de Patrimónios / População) (A3 / D) 3 454,2 5 651,8 6 065,8 5 679,1 6 344,9 6 309,1 5 197,6
Fonte:
APFIPP
Boletim Estatístico do Banco de Portugal
CMVM
INE
94 Relatório de Actividades 2012
Ranking Global das Sociedades Gestoras de Fundos de Investimento Mobiliário
SOCIEDADES GESTORAS
FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO
Dezembro 2011 Junho 2012 Dezembro 2012
Valor Carteira
(103 Euro)
Quota
%
Ord. Valor Carteira
(103 Euro)
Quota
%
Ord. Valor Carteira
(103 Euro)
Quota
%
Ord.
Banif Gestão de Activos 599 422,9 5,5 6 608 936,0 5,5 6 672 193,3 5,5 6
Barclays Wealth Managers Portugal 275 703,6 2,5 7 267 167,3 2,4 8 313 342,6 2,5 8
BBVA Gest 119 169,3 1,1 11 100 029,6 0,9 11 89 181,1 0,7 11
BPI Gestão de Activos 1 795 507,1 16,6 3 1 806 633,3 16,3 3 1 925 232,9 15,7 3
Caixagest 2 490 049,9 23,0 1 2 735 630,5 24,7 1 3 070 582,4 25,0 1
Crédito Agrícola Gest 128 197,8 1,2 10 154 729,4 1,4 10 166 376,0 1,4 10
Dunas Capital - Gestão de Activos 17 489,5 0,2 16 19 612,8 0,2 16 53 270,3 0,4 15
Esaf - F.I.M. 2 381 335,7 22,0 2 2 535 468,3 22,9 2 2 896 236,1 23,6 2
Invest Gestão de Activos 6 514,3 0,1 17 6 294,1 0,1 17 7 681,9 0,1 17
MCO2 81 366,5 0,8 12 77 779,5 0,7 12 66 103,0 0,5 12
Millennium BCP Gestão de Activos 936 986,1 8,6 5 849 955,0 7,7 5 988 637,6 8,0 5
MNF Gestão de Activos 45 272,0 0,4 14 55 677,8 0,5 14 58 624,8 0,5 14
Montepio Gestão de Activos 266 064,3 2,5 8 275 230,4 2,5 7 347 248,8 2,8 7
Optimize Investment Partners 18 225,5 0,2 15 21 320,5 0,2 15 20 886,6 0,2 16
Patris Gestão de Activos 203 096,0 1,9 9 201 266,4 1,8 9 202 249,0 1,6 9
Popular Gestão de Activos 74 470,3 0,7 13 66 855,6 0,6 13 62 011,6 0,5 13
Santander Asset Management 1 396 427,6 12,9 4 1 313 205,8 11,8 4 1 355 488,9 11,0 4
TOTAL 10 835 298,4 11 095 792,3 12 295 346,9
95 Relatório de Actividades 2012
Composição do Portfólio Global
FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO*
Dezembro 2011 Junho 2012 Dezembro 2012
Euro % Euro % Euro %
- LIQUIDEZ DENOMINADA EM EURO ( NUM+DEP) 1 281 696 667 11,8 1 641 408 814 14,8 2 483 528 108 20,2
- LIQUIDEZ DENOMINADA EM DIVISAS INT. ( NUM+DEP) 37 348 009 0,3 25 076 442 0,2 27 170 881 0,2
- APLIC. CURTO PRAZO EURO (BT´S+CD´S+PC´S) 601 840 498 5,6 745 250 933 6,7 1 380 226 066 11,2
- APLIC. CURTO PRAZO INTERNAC. (BT´S+CD´S+PC´S) 0 - 0 - 3 845 206 0,0
- TIT.DIV.PUB.+O.F.P.EQUIPARADOS EURO 993 076 976 9,2 844 383 437 7,6 1 050 643 016 8,6
- TIT.DIV.PUB.+O.F.P.EQUIPARADOS INTERNACIONAIS 134 219 950 1,2 103 767 243 0,9 111 093 205 0,9
- OBRIGAÇÕES DIVERSAS EURO 4 600 065 122 42,5 4 795 227 818 43,3 4 274 128 251 34,8
- OBRIGAÇÕES DIVERSAS INTERNACIONAIS 25 565 521 0,2 23 430 023 0,2 20 108 449 0,2
- UP´s FUNDOS DE INVESTIMENTO NACIONAIS 531 274 734 4,9 498 221 181 4,5 446 151 455 3,6
- UP´s FUNDOS DE INVESTIMENTO INTERNACIONAIS 1 137 743 910 10,5 1 123 358 818 10,1 1 142 144 351 9,3
- TITULOS DE PARTICIPAÇÃO 0 0,0 0 0,0 0 0,0
- ACÇÕES NACIONAIS 358 040 129 3,3 290 301 494 2,6 329 036 032 2,7
- ACÇÕES DA U.E.,SUÍÇA E NORUEGA 579 992 008 5,4 522 976 870 4,7 551 203 421 4,5
- ACÇÕES INTERNACIONAIS 594 764 955 5,5 500 037 818 4,5 476 483 051 3,9
Sub-Total (Acções) 1 532 797 091 14,2 1 313 316 182 11,9 1 356 722 504 11,1
- WARRANTS AUTÓNOMOS + OPÇÕES 5 537 231 0,1 3 265 029 0,0 2 596 223 0,0
- OUTROS+ OPERAÇÕES A REGULARIZAR -64 092 798 (0,6) -42 234 092 (0,4) -23 897 394 (0,2)
TOTAL 10 817 072 912 100 11 074 471 830 100 12 274 460 322 100
* - Não tem em consideração os Fundos geridos por uma Entidade Gestora. Os Fundos considerados representavam, em 31 de Dezembro de 2012,
99,83% do volume total gerido por F.I.M. (Fonte: CMVM.)
Aplicações de Curto Prazo
Obrigações Euro
Obrigações Estrangeiras
Acções Nacionais
Acções Europeias
Acções Internacionais
Unidades de Participação
Outros
17,8%
51,7%
1,5%
3,3%
5,4%
5,5%
15,4%-0,5%Dezembro 2011
21,8%
50,9%
1,1%
2,6%
4,7%
4,5%
14,6%-0,4%Junho 2012
31,7%
43,4%1,1%
2,7%
4,5%
3,9%
12,9%
-0,2%
Dezembro 2012
96 Relatório de Actividades 2012
Evolução dos Montantes Geridos dos F.I.M. (Dezembro 2011 – Dezembro 2012)
Fundos de Tesouraria e Fundos do Mercado Monetário
Fundos de Obrigações
Fundos de Acções
-31 -10
18
-6 -17 -7
42 53 49 85
100124
-931-744 -679 -605
-346 -315
-228-120 -27 100
243 400
Jan-12 Fev-12 Mar-12 Abr-12 Mai-12 Jun-12 Jul-12 Ago-12 Set-12 Out-12 Nov-12 Dez-12
Subscrições Líquidas - Milhões Euro
Total Mensais
Total Últimos 12meses
821 799 794 814 809 791 784 810 866 919 1 030 1 133 1 259
2020 20 20 20 20 20
18 18 1819 19 19
Dez-11 Jan-12 Fev-12 Mar-12 Abr-12 Mai-12 Jun-12 Jul-12 Ago-12 Set-12 Out-12 Nov-12 Dez-12
Montantes Geridos - Milhões Euro
Montantes Geridos
Nº Fundos
-10 -12 -19 -30 -24 -22-3 -7 -9 -4
6 6
-84 -163-164 -158
-382 -357 -327 -291-224 -194
-150 -125
Jan-12 Fev-12 Mar-12 Abr-12 Mai-12 Jun-12 Jul-12 Ago-12 Set-12 Out-12 Nov-12 Dez-12
Subscrições Líquidas - Milhões Euro
Total Mensais
Total Últimos 12meses
1 3491 371 1 380 1 381
1 3541 322
1 303 1 298 1 312 1 319 1 331 1 349 1 363
35 35 35 34 34 34 3432 32 31 30 30 30
Dez-11 Jan-12 Fev-12 Mar-12 Abr-12 Mai-12 Jun-12 Jul-12 Ago-12 Set-12 Out-12 Nov-12 Dez-12
Montantes Geridos - Milhões Euro
Montantes Geridos
Nº Fundos
-13 -9 -12 -23 -39 -13 -14 -10 -13 -9 -11 -10
-293 -304 -287 -305 -331 -319 -302-259 -239 -226
-191 -175
Jan-12 Fev-12 Mar-12 Abr-12 Mai-12 Jun-12 Jul-12 Ago-12 Set-12 Out-12 Nov-12 Dez-12
Subscrições Líquidas - Milhões Euro
Total Mensais
Total Últimos 12meses
1 023 1 045 1 075 1 0611 011
906 930 941 952 960 958 953 965
65 65 65 65 65 65 6563 63 63 63 63
58
Dez-11 Jan-12 Fev-12 Mar-12 Abr-12 Mai-12 Jun-12 Jul-12 Ago-12 Set-12 Out-12 Nov-12 Dez-12
Montantes Geridos - Milhões Euro
Montantes Geridos
Nº Fundos
97 Relatório de Actividades 2012
Restantes Fundos
Total de Fundos de Investimento Mobiliário
Nota: Os Fundos de Acções incluem os Fundos PPA e os Fundos Índice.
54 47 28 73 106
-62
-180
-52
108 45 133
-1 135 -1 015 -995 -837-659
-287
-7
210 327 520571 560
Jan-12 Fev-12 Mar-12 Abr-12 Mai-12 Jun-12 Jul-12 Ago-12 Set-12 Out-12 Nov-12 Dez-12
Subscrições Líquidas - Milhões Euro
Total Mensais
Total Últimos 12meses
7 624 7 7197 958 8 035
8 107 8 125 8 058 8 116 8 285 8 296 8 424 8 499 8 687
172 173 174 175 174 174 173 175 174 173 171 164 161
Dez-11 Jan-12 Fev-12 Mar-12 Abr-12 Mai-12 Jun-12 Jul-12 Ago-12 Set-12 Out-12 Nov-12 Dez-12
Montantes Geridos - Milhões Euro
Montantes Geridos
Nº Fundos
10 817 10 935 11 207 11 291 11 281 11 144 11 074 11 164 11 416 11 494 11 744 11 93412 274
292 293 294 294 293 293 292 288 287 285 283276
268
Dez-2011 Jan-2012 Fev-2012 Mar-2012 Abr-2012 Mai-2012 Jun-2012 Jul-2012 Ago-2012 Set-2012 Out-2012 Nov-2012 Dez-2012
Montantes Geridos - Milhões Euro
Montantes Geridos
Nº Fundos
0 17 16 13 25
-105
23 117
-23
181 141 254
-2 444 -2 226 -2 125 -1 904 -1 719-1 277
-864-459
-163
200 474 660
Jan-2012 Fev-2012 Mar-2012 Abr-2012 Mai-2012 Jun-2012 Jul-2012 Ago-2012 Set-2012 Out-2012 Nov-2012 Dez-2012
Subscrições Líquidas - Milhões Euro
Total Mensais
Total Últimos 12meses
400
-125-175
560
660
-300
-200
-100
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Subscrições Líquidas por categoria de Fundo - 2012
98 Relatório de Actividades 2012
Ranking Global das S.G.F.I.I.
SOCIEDADES GESTORAS
FUNDOS DE INVESTIMENTO
IMOBILIÁRIO
Dezembro 2011 Junho 2012 Dezembro 2012
Valor Carteira
(103 Euro)
Quota
%
Ord. Valor Carteira
(103 Euro)
Quota
%
Ord. Valor Carteira
(103 Euro)
Quota
%
Ord.
Atlantic 72 545,8 0,6 25 69 622,2 0,6 25 62 477,2 0,5 25
Banif Gestão de Activos 716 540,2 6,4 5 755 393,9 6,6 4 815 951,3 7,1 4
BPI Gestão de Activos 199 851,2 1,8 17 195 739,6 1,7 17 192 707,6 1,7 17
BPN Imofundos 748 382,3 6,7 4 688 235,9 6,0 6 587 581,5 5,1 8
Dunas Capital - Gestão de Activos 4 673,2 0,0 35
ESAF - FI 1 108 426,6 9,9 3 1 012 791,9 8,8 3 982 225,6 8,6 3
Fibeira Fundos 5 920,4 0,1 34 10 951,7 0,1 34 9 711,7 0,1 34
Fimoges 296 855,8 2,6 13 286 147,3 2,5 14 272 656,2 2,4 15
Finivalor 424 841,5 3,8 11 422 777,7 3,7 11 423 048,4 3,7 10
Floresta Altântica 21 645,9 0,2 32 20 859,6 0,2 32 35 956,2 0,3 30
Fund Box 257 026,4 2,3 15 237 727,6 2,1 16 193 697,7 1,7 16
Fundiestamo 186 205,8 1,7 18 189 481,1 1,7 18 186 974,9 1,6 18
Fundger * 1 564 991,1 13,9 1 1 551 918,6 13,6 1 1 499 283,6 13,1 1
Gef 82 160,4 0,7 24 90 342,2 0,8 22 101 152,2 0,9 22
Gesfimo 502 499,5 4,5 9 586 999,8 5,1 9 716 995,4 6,3 6
Imopolis 41 152,7 0,4 29 40 066,5 0,4 29 41 488,3 0,4 28
Imorendimento 89 115,6 0,8 23 89 930,9 0,8 24 69 632,1 0,6 24
Interfundos 1 129 422,0 10,1 2 1 213 249,3 10,6 2 1 206 445,0 10,5 2
Invest Gestão de Activos 16 694,6 0,1 33 16 574,9 0,1 33 16 503,6 0,1 32
Libertas 42 441,1 0,4 28 42 580,8 0,4 28 42 376,5 0,4 27
Margueira 3 375,3 0,0 36 3 021,9 0,0 35 2 641,9 0,0 36
Millennium BCP Gestão de Activos 384 968,6 3,4 12 375 274,5 3,3 12 350 266,4 3,1 13
MNF Gestão de Activos 59 110,8 0,5 26 57 350,8 0,5 26 44 760,7 0,4 26
Norfin 565 159,2 5,0 8 639 710,0 5,6 7 655 890,3 5,7 7
Orey Financial 25 930,0 0,2 31 25 043,6 0,2 31 12 645,2 0,1 33
Patris Gestão de Activos 4 762,1 0,0 35
Popular Gestão de Activos 100 907,7 0,9 20 90 025,4 0,8 23 111 164,0 1,0 20
Refundos 94 028,5 0,8 22 94 225,7 0,8 21 94 994,0 0,8 23
Santander Asset Management 629 019,0 5,6 6 591 753,7 5,2 8 581 470,6 5,1 9
Selecta 253 160,5 2,3 16 253 029,9 2,2 15 367 037,0 3,2 12
SGFI 53 579,0 0,5 27 54 754,3 0,5 27 32 449,7 0,3 31
Silvip 288 939,2 2,6 14 293 435,4 2,6 13 296 626,9 2,6 14
Sonaegest 429 821,4 3,8 10 441 669,2 3,9 10 414 596,0 3,6 11
Square Asset Management 586 968,4 5,2 7 755 093,0 6,6 5 764 737,0 6,7 5
TDF 100 565,8 0,9 21 104 377,4 0,9 20 101 759,7 0,9 21
TF Turismo Fundos 112 732,8 1,0 19 113 243,5 1,0 19 114 812,2 1,0 19
Vila Gale Gest 31 403,1 0,3 30 31 882,0 0,3 30 37 900,8 0,3 29
TOTAL 11 231 061,1 11 445 281,6 11 445 379,3
* - Anteriormente denominada Fundimo.
99 Relatório de Actividades 2012
Composição do Portfólio Global
FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO
Dezembro 2011 Junho 2012 Dezembro 2012
Euro % Euro % Euro %
- Terrenos Urbanizados 1 453 343 122 12,9 1 484 494 027 13,0 1 530 657 552 13,4
- Terrenos Não Urbanizados 594 695 754 5,3 608 318 233 5,3 653 202 911 5,7
- Projectos de Construção de Reabilitação 202 128 115 1,8 212 725 477 1,9 184 611 032 1,6
- Outros Projectos de Construção 1 594 490 659 14,2 1 685 634 437 14,7 1 564 524 968 13,7
- Construções Acabadas Arrendadas 7 718 551 509 68,7 7 599 477 813 66,4 7 334 947 006 64,1
- Construções Acabadas Não Arrendadas 2 376 359 633 21,2 2 556 100 715 22,3 2 780 568 777 24,3
- Direitos 55 468 141 0,5 55 761 178 0,5 49 877 944 0,4
- Sub-Total Imóveis 13 995 036 933 124,6 14 202 511 879 124,1 14 098 390 190 123,2
- Fundos de Investimento Imobiliário 79 900 069 0,7 78 575 907 0,7 74 405 900 0,7
- Participações em Sociedades Imobiliárias 242 394 461 2,2 255 860 233 2,2 379 313 406 3,3
- Sub-Total Património Imobiliário 14 317 331 464 127,5 14 536 948 019 127,0 14 552 109 496 127,1
- Fundos de Investimento (excepto F.I.I.) 350 577 0,0 101 069 0,0 528 847 0,0
- Numerário e Depósitos à ordem 93 695 896 0,8 114 844 455 1,0 125 309 063 1,1
- Depósitos com Pré-Aviso e a Prazo 330 311 627 2,9 319 783 040 2,8 291 126 594 2,5
- Certificados de Depósito 0 0,0 107 668 0,0 0 0,0
- Valores Mobiliários com vencimento residual < 12 meses 3 325 240 0,0 0 0,0 0 0,0
- Sub-Total Liquidez 427 332 762 3,8 434 735 163 3,8 416 964 503 3,6
- Empréstimos Obtidos -2 904 063 851 -25,9 -2 746 034 130 -24,0 -2 581 096 874 -22,6
- Descobertos -418 205 956 -3,7 -562 590 054 -4,9 -598 175 289 -5,2
- Sub-Total Empréstimos -3 322 269 806 -29,6 -3 308 624 183 -28,9 -3 179 272 164 -27,8
- Adiantamentos por conta de imóveis 456 153 742 4,1 346 976 379 3,0 256 282 973 2,2
- Outros Valores Activos 405 046 271 3,6 424 180 227 3,7 415 824 561 3,6
- Recebimentos por conta de imóveis -146 813 303 -1,3 -168 395 646 -1,5 -129 422 580 -1,1
- Outros Valores Passivos -906 070 608 -8,1 -820 639 455 -7,2 -887 107 444 -7,8
TOTAL 11 231 061 098 100 11 445 281 573 100 11 445 379 346 100
Terrenos
Projectos de Construção
Imóveis Arrendados
Imóveis não Arrendados
Direitos
UP's de F. Investimento Imobiliário
Sociedades Imobiliárias
Outros Valores
18,2%
16,0%
68,7%
21,2%
0,5%
0,7%
2,2%
-27,5%
Dezembro 201118,3%
16,6%
66,4%
22,3%
0,5%
0,7%
2,2%
-27,0%
Junho 2012
19,1%
15,3%
64,1%
24,3%
0,4%
0,7%
3,3%
-27,1%
Dezembro 2012
100 Relatório de Actividades 2012
Índice Imobiliário APFIPP (Dezembro 1999 - Dezembro 2012)
1 000,0
1 056,4
1 113,7
1 170,1
1 221,6
1 269,2
1 320,1
1 365,3
1 418,9
1 463,41 443,0
1 476,81 493,7
1 475,9
990
1090
1190
1290
1390
1490
1590
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
101 Relatório de Actividades 2012
Ranking Global das Sociedades Gestoras de Patrimónios
SOCIEDADES GESTORAS*
Dezembro 2011 Junho 2012 Dezembro 2012
Valor Carteira
(103 Euro)
Quota
%
Ord. Valor Carteira
(103 Euro)
Quota
%
Ord. Valor Carteira
(103 Euro)
Quota
%
Ord.
BMF 14 953,9 0,0 11 14 647,1 0,0 11 12 841,8 0,0 11
BPI Gestão de Activos 5 043 547,5 10,0 4 4 288 396,0 9,0 5 4 329 186,9 8,3 5
Patris Gestão de Activos 307 873,7 0,6 8 211 069,6 0,4 8 224 639,5 0,4 8
Caixagest 16 671 282,0 32,9 1 17 374 847,0 36,6 1 19 470 197,5 37,3 1
Crédito Agrícola Gest 1 122 244,3 2,2 6 1 221 571,8 2,6 6 1 366 022,1 2,6 6
Dunas Capital - Gestão de Activos 5 377,3 0,0 12 8 935,9 0,0 12 11 052,3 0,0 12
ESAF - GP 7 401 151,9 14,6 3 5 262 935,6 11,1 3 6 414 570,6 12,3 3
F&C Portugal 14 491 281,9 28,6 2 13 232 479,7 27,9 2 14 272 559,3 27,4 2
MNF Gestão de Activos 17 553,0 0,0 10 17 562,3 0,0 10 16 826,2 0,0 10
Montepio Gestão de Activos 1 030 740,5 2,0 7 969 528,3 2,0 7 1 049 038,6 2,0 7
Orey Financial 54 016,9 0,1 9 58 028,5 0,1 9 54 464,0 0,1 9
Santander Asset Management 4 446 408,8 8,8 5 4 786 804,3 10,1 4 4 932 089,0 9,5 4
TOTAL 50 606 431,9 47 446 806,1 52 153 487,9
* - Em Dezembro 2012, os montantes geridos pelas Sociedades mencionadas representavam 90,2% do valor global das carteiras sob gestão
discricionária (Fonte: CMVM)
102 Relatório de Actividades 2012
Composição do Portfólio Global
GESTÃO DE PATRIMÓNIOS*
Dezembro 2011 Junho 2012 Dezembro 2012
Euro % Euro % Euro %
- ACÇÕES NACIONAIS 1 228 167 799 2,4 528 831 456 1,1 651 823 462 1,2
- OUTRAS ACÇÕES EUROPEIAS 871 193 494 1,7 781 114 182 1,6 911 145 944 1,7
- ACÇÕES AMERICANAS 143 467 021 0,3 109 140 707 0,2 80 180 560 0,2
- OUTRAS ACÇÕES INTERNACIONAIS 689 113 003 1,4 433 048 468 0,9 453 329 813 0,9 Sub Total Acções 2 931 941 317 5,8 1 852 134 813 3,9 2 096 479 779 4,0
- DÍVIDA PÚBLICA EURO 13 125 796 258 25,9 14 732 158 300 31,0 15 017 004 229 28,8
- DÍVIDA PÚBLICA USD 32 205 736 0,1 54 726 530 0,1 32 586 309 0,1
- OUTRA DÍVIDA PÚBLICA 5 836 773 0,0 6 421 997 0,0 6 019 075 0,0 Sub Total Dívida Pública 13 163 838 767 26,0 14 793 306 828 31,2 15 055 609 614 28,9 - OBRIGAÇÕES DIVERSAS EURO 21 186 342 822 41,9 20 253 884 515 42,7 20 397 509 744 39,1
- OBRIGAÇÕES DIVERSAS USD 53 610 507 0,1 59 674 605 0,1 59 770 708 0,1
- OUTRAS OBRIGAÇÕES DIVERSAS 24 270 429 0,0 21 050 236 0,0 30 763 720 0,1 Sub Total Outras Obrigações 21 264 223 757 42,0 20 334 609 357 42,9 20 488 044 173 39,3 - UP´s F.I.M. DE ACÇÕES PORTUGUESES 152 135 650 0,3 122 955 190 0,3 130 029 749 0,2
- UP´s F.I.M. DE OBRIGAÇÕES PORTUGUESES 269 962 979 0,5 373 543 325 0,8 389 894 340 0,7
- UP´s F.I.M. MISTOS PORTUGUESES 12 675 546 0,0 8 752 599 0,0 5 512 254 0,0
- UP´s F.I.M. DE TESOURARIA PORTUGUESES 90 232 777 0,2 66 029 907 0,1 89 490 043 0,2
- UP´s FUNDOS DE FUNDOS PORTUGUESES 457 748 0,0 466 941 0,0 0 0,0
- UP´s OUTROS F.I. MOBILIÁRIOS PORTUGUESES 346 617 272 0,7 482 377 122 1,0 541 305 792 1,0
- UP´s F.I.M. DE ACÇÕES ESTRANGEIROS 634 574 716 1,3 486 317 284 1,0 604 087 946 1,2
- UP´s F.I.M. DE OBRIGAÇÕES ESTRANGEIROS 342 357 849 0,7 380 297 336 0,8 444 023 322 0,9
- UP´s OUTROS F.I. MOBILIÁRIOS ESTRANGEIROS 1 007 665 551 2,0 624 239 166 1,3 655 562 353 1,3 Sub Total F.I.M. 2 856 680 089 5,6 2 544 978 869 5,4 2 859 905 799 5,5 - UP´s F.I. IMOBILIÁRIO PORTUGUESES 1 105 327 595 2,2 1 108 469 585 2,3 971 189 394 1,9
- UP´s F.I. IMOBILIÁRIO ESTRANGEIROS 378 843 802 0,7 375 936 818 0,8 368 937 537 0,7
- WARRANTS 564 839 0,0 422 957 0,0 0 0,0
- OUTROS VALORES MOBILIÁRIOS NACIONAIS 165 713 0,0 167 000 0,0 165 575 0,0
- OUTROS VALORES MOBILIÁRIOS ESTRANGEIROS 976 265 742 1,9 412 260 629 0,9 424 336 606 0,8
- OUTROS ACTIVOS 7 928 580 243 15,7 6 024 519 279 12,7 9 888 819 389 19,0 TOTAL 50 606 431 864 100 47 446 806 135 100 52 153 487 866 100
* - Inclui apenas as carteiras geridas por 12 Entidades Gestoras que representavam, em Dezembro de 2012, 90,2% do volume total das carteiras sob
gestão discricionária, em Portugal.
Acções
Divída Pública
Obrigações
UP´s Fundos Investimento
Outros Activos
5,8%
26,0%
42,0%
5,6%
20,5%
Dezembro 2011 3,9%
31,2%
42,9%
5,4%
16,7%
Junho 2012
4,0%
28,9%
39,3%
5,5%
22,3%
Dezembro 2012
103 Relatório de Actividades 2012
Ranking Global das Sociedades Gestoras de Fundos de Pensões
SOCIEDADES GESTORAS FUNDOS PENSÕES*
Dezembro 2011 Junho 2012 Dezembro 2012
Valor Carteira (103 Euro)
Quota %
Ord. Valor Carteira
(103 Euro) Quota
% Ord.
Valor Carteira (103 Euro)
Quota %
Ord.
Banif Açor Pensões 252 997,5 2,0 8 256 194,4 2,0 8 269 842,8 1,9 8
BBVA Fundos 236 593,2 1,9 9 235 595,4 1,8 9 263 310,1 1,9 9
BPI Vida e Pensões 1 573 600,6 12,3 3 1 735 850,8 13,4 3 1 919 320,7 13,6 3
CGD Pensões 2 074 861,5 16,2 2 2 124 483,2 16,4 2 2 266 728,0 16,1 2
ESAF - FP 1 546 999,5 12,1 4 1 554 218,6 12,0 4 1 638 048,9 11,6 4
Futuro 1 039 367,4 8,1 6 1 046 878,2 8,1 6 1 134 979,0 8,1 6
Pensõesgere 3 864 546,8 30,2 1 3 733 745,4 28,8 1 4 189 701,1 29,8 1
Previsão 98 480,5 0,8 10 99 243,1 0,8 10 99 529,4 0,7 10
Santander Pensões 760 364,3 6,0 7 756 788,4 5,8 7 787 155,5 5,6 7
S.G.F.P.Banco Portugal 1 260 168,6 9,9 5 1 351 269,9 10,4 5 1 435 940,6 10,2 5
SGF 67 560,5 0,5 11 65 599,5 0,5 11 67 963,7 0,5 11
Total 12 775 540,5 12 959 867,1 14 072 519,7
* - Apenas são consideradas as 11 Sociedades Gestoras, Associadas da APFIPP. De acordo com dados do ISP, em 31 de Dezembro de 2012, estas
Sociedades Gestoras eram responsáveis por 97,2% do total de volume gerido por Fundos de Pensões.
104 Relatório de Actividades 2012
Composição do Portfólio Global
FUNDOS PENSÕES*
Dezembro 2011 Junho 2012 Dezembro 2012
Euro % Euro % Euro %
- Obrigações Taxa Fixa Euro 2 783 752 770 24,4 2 828 625 183 24,6 3 206 735 047 25,6
- Obrigações Taxa Fixa Internacional 10 952 600 0,1 21 744 261 0,2 5 838 051 0,0
- Obrigações Taxa Variável Euro 1 787 275 796 15,7 1 429 400 132 12,4 1 393 764 657 11,1
- Obrigações Taxa Variável Internacional 5 786 992 0,1 6 066 639 0,1 5 303 061 0,0
Sub-Total Obrigações 4 587 768 157 40,2 4 285 836 216 37,2 4 611 640 815 36,8
- Acções Portuguesas 1 149 536 254 10,1 528 045 024 4,6 644 114 001 5,1
- Outras Acções Euro 320 454 207 2,8 272 338 239 2,4 322 882 507 2,6
- Acções Internacionais 611 301 423 5,4 280 795 662 2,4 295 875 701 2,4
Sub-Total Acções 2 081 291 884 18,2 1 081 178 925 9,4 1 262 872 209 10,1
- Imóveis 1 763 052 844 15,4 1 737 194 552 15,1 1 708 986 100 13,6
- Fundos de Investimento Imobiliário 1 293 737 023 11,3 1 283 388 230 11,2 960 770 222 7,7
- Fundos de Investimento Acções 1 121 576 314 9,8 895 324 409 7,8 1 061 031 149 8,5
- Fundos de Investimento Obrigações 880 990 840 7,7 676 715 927 5,9 756 014 068 6,0
- Fundos de Investimento Tesouraria 7 783 793 0,1 13 049 447 0,1 12 399 287 0,1
- Outros Fundos de Investimento 327 402 516 2,9 281 018 359 2,4 276 605 812 2,2
Sub-Total F. Investimento 3 631 490 486 31,8 3 149 496 373 27,4 3 066 820 538 24,5
- Liquidez / Mercado Monetário 1 975 603 074 17,3 1 107 818 991 9,6 1 889 409 260 15,1
- Investimentos Não Correlacionados 321 688 316 2,8 210 758 385 1,8 201 322 298 1,6
- Outros Activos e Passivos -2 944 003 421 -25,8 -62 929 425 -0,5 -204 001 511 -1,6
TOTAL 11 416 891 340 11 509 354 017 12 537 049 710
* - Inclui apenas os Fundos de Pensões geridos por 9 Sociedades Gestoras de Fundos de Pensões (SGFP) Associadas da APFIPP que representavam,
de acordo com dados provisórios do ISP, em 31 de Dezembro de 2012, 86,5% do total de volume gerido por Fundos de Pensões.
Acções
Obrigações
F.I.M.
Imobiliário
Liquidez
Outros
18,2%
40,2%
20,5%
26,8%
17,3%
-23,0%Dezembro 20119,4%
37,2%
16,2%
26,2%
9,6% 1,3%Junho 2012
10,1%
36,8%
16,8%
21,3%
15,1%
0,0%Dezembro 2012
105 Relatório de Actividades 2012
LISTA DE ASSOCIADAS
Gestão de Fundos de Investimento Mobiliário
Banif Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 21.381.62.00 Fax: 21.381.62.01
Dra. Helena Lima
Barclays Wealth Managers Portugal – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 21.114.42.81 Fax: 21.114.40.24
Dra. Ana Guimarães
BBVA Gest – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 21.351.48.65 Fax: 21.351.48.69
Dra. Carla Soares
BPI Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 21.311.10.25 Fax: 21.311.11.89
Dr. José Veiga Sarmento
Caixagest – Técnicas de Gestão de Fundos, S.A.
Tel: 21.790.54.57 Fax: 21.795.32.06
Dr. João Faria
Crédito Agrícola Gest – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 21.112.92.90 Fax: 21.112.92.99
Dr. Sérgio Contreiras
Dunas Capital – Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 21.420.05.30 Fax: 21.420.05.59
Dr. Leonardo Mathias
ESAF – Espírito Santo Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 21.381.08.00 Fax: 21.381.08.79
Dr. Fernando Coelho
VII
106 Relatório de Actividades 2012
Millennium BCP Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento, S.A.
Tel: 21.113.20.00 Fax: 21.110.11.13
Dr. Rui Alexandre Lopes
MNF Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 21.153.40.90 Fax: 21.153.40.97
Dr. Pedro Sousa Mendes
Montepio Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento, S.A.
Tel: 21.324.91.20 Fax: 21.324.91.80
Dr. José Luís Leitão
Patris Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 22.044.82.02 Fax: 22.044.82.00
Dr. Pedro Pereira Coutinho
Popular Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento, S.A.
Tel: 21.007.13.53 Fax: 21.007.19.70
Dr. Carlos Miguel de Paula Martins Roballo
Santander Asset Management - Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 21.389.34.51 Fax: 21.389.36.86
Dr. Joaquim Calça e Pina
Gestão de Fundos de Investimento Imobiliário
Banif Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 21.381.62.00 Fax: 21.381.62.01
Dr. Alexandre Santos
BPI Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 21.311.10.25 Fax: 21.311.11.89
Dr. José Veiga Sarmento
BPN Imofundos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A.
Tel: 21.359.82.66 Fax: 21.359.82.83
Dr. Luis Miguel Costa Faria
107 Relatório de Actividades 2012
ESAF – Espírito Santo Fundos de Investimento Imobiliário, S.A.
Tel: 21.381.08.00 Fax: 21.381.08.79
Dr. Fernando Coelho
Finivalor – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento, S.A.
Tel: 21.324.91.79 Fax: 21.324.91.63
Dr. Francisco Ferreira da Silva
Fundger – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A.
Tel: 21.790.54.50 Fax: 21.790.54.74
Dr. João Faria
Fundiestamo – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A.
Tel: 21.791.50.17 Fax: 21.791.50.12
Eng.º Filipe Amado
Interfundos – Gestão de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A.
Tel: 21.094.15.00 Fax: 21.110.11.26
Dr. José Maria da Cunha
Millennium BCP Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento, S.A.
Tel: 21.113.20.00 Fax: 21.110.11.13
Dr. Rui Alexandre Lopes
MNF Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 21.153.40.90 Fax: 21.153.40.97
Dr. Pedro Sousa Mendes
Orey Financial – Instituição Financeira de Crédito, S.A.
Tel: 21.340.70.00 Fax: 21.340.70.10
Dra. Ana Catarina Viana Loureiro
Patris Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 22.044.82.02 Fax: 22.044.82.00
Dr. Pedro Pereira Coutinho
108 Relatório de Actividades 2012
Popular Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento, S.A.
Tel: 21.007.13.53 Fax: 21.007.19.70
Dr. Carlos Miguel de Paula Martins Roballo
Refundos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A.
Tel: 21.302.17.63 Fax: 21.302.17.66
Dr. Vitor Paranhos Pereira
Santander Asset Management - Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 21.370.44.10 Fax: 21.370.58.42
Dr. Bruno Pinheiro
Selecta - Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A.
Tel: 21.394.29.60 Fax: 21.394.29.69
Dr. José António de Mello
Silvip – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A.
Tel: 21.012.45.00 Fax: 21.354.90.54
Dr. António Serralha Ferreira
Sonaegest – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento, S.A.
Tel: 22.245.42.32 Fax: 22.245.40.11
Dra. Maria do Rosário Campos
Square Asset Management – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A.
Tel: 21.380.82.90 Fax: 21.380.82.99
Dr. Pedro Bordalo Coelho
TDF – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A.
Tel: 21.791.23.00 Fax: 21.794.11.32
Eng.º David Pereira Cardoso
Gestão de Patrimónios
BMF – Sociedade de Gestão de Patrimónios, S.A.
Tel: 21.924.68.90 Fax: 21.924.68.99
Dr. António Bustorff
109 Relatório de Actividades 2012
BPI Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 21.311.10.25 Fax: 21.311.11.89
Dr. José Veiga Sarmento
Caixagest – Técnicas de Gestão de Fundos, S.A.
Tel: 21.790.54.57 Fax: 21.795.32.06
Dr. João Faria
Crédito Agrícola Gest – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 21.112.92.90 Fax: 21.112.92.99
Dr. Sérgio Contreiras
Dunas Capital – Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 21.420.05.30 Fax: 21.420.05.59
Dr. Leonardo Mathias
ESAF – Espírito Santo Gestão de Patrimónios, S.A.
Tel: 21.381.08.00 Fax: 21.381.08.79
Dr. Fernando Coelho
F&C Portugal - Gestão de Patrimónios, S.A.
Tel: 21.003.32.00 Fax: 21.003.32.29
Dr. João Santos
Grow Investimentos – Gestão de Patrimónios, S.A.
Tel: 21.413.53.90 Fax: 21.413.54.08
Dra. Ana Ferreira dos Santos
MNF Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 21.153.40.90 Fax: 21.153.40.97
Dr. Pedro Sousa Mendes
Montepio Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento, S.A.
Tel: 21.324.91.20 Fax: 21.324.91.80
Dr. José Luís Leitão
110 Relatório de Actividades 2012
Orey Financial – Instituição Financeira de Crédito, S.A.
Tel: 21.340.70.00 Fax: 21.340.70.10
Dra. Ana Catarina Viana Loureiro
Patris Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 22.044.82.02 Fax: 22.044.82.00
Dr. Pedro Pereira Coutinho
Santander Asset Management - Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, S.A.
Tel: 21.389.34.51 Fax: 21.389.36.86
Dr. Joaquim Calça e Pina
Gestoras de Fundos de Pensões
Banif Açor Pensões – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A.
Tel: 21.381.62.00 Fax: 21.381.62.01
Dr. Armando Bandeira
BBVA Fundos – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A.
Tel: 21.351.48.71 Fax: 21.351.48.79
Dra. Maria Adelaide Cavaleiro
BPI Vida e Pensões – Companhia de Seguros, S.A.
Tel: 21.311.10.10 Fax: 21.311.10.82
Dr. José Veiga Sarmento
CGD Pensões – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A.
Tel: 21.790.54.36 Fax: 21.790.54.98
Dra. Marta Maria Magalhães
ESAF – Espírito Santo Fundos de Pensões, S.A.
Tel: 21.381.08.00 Fax: 21.381.08.79
Dr. Fernando Coelho
Futuro – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A.
Tel: 21.324.82.99 Fax: 21.324.81.31
Dr. José Luís Leitão
111 Relatório de Actividades 2012
PensõesGere – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A.
Tel: 21.113.76.00 Fax: 21.009.97.66
Dr. Valdemar Duarte
Previsão – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A.
Tel: 21.500.42.71 Fax: 21.500.42.54
Dr. Vítor Sequeira
Santander Pensões – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A.
Tel: 21.389.34.51 Fax: 21.389.36.86
Dr. Joaquim Calça e Pina
SGF – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A.
Tel: 21.324.06.40 Fax: 21.346.01.85
Dr. José Manuel Pinhão Rodrigues
Sociedade Gestora dos Fundos de Pensões do Banco de Portugal, S.A.
Tel: 21.792.57.04 Fax: 21.794.19.12
Dr. Joaquim Martinez da Silva
Gestão de Fundos de Investimento Mobiliário com Sede no Estrangeiro
F & C Management Limited
Tel: +44 20.762.88.000 Fax: +44 20.762.88.188
Dr. Fernando Ribeiro
FIL (Luxembourg) S.A. - Sucursal en España
Tel: +34 91.788.40.00 Fax: +34 91.661.92.17
Dr. Sebastian Velasco
Schroder Investment Management Ltd – Sucursal en España
Tel: +34 91.590.95.41 Fax: +34 91.590.95.71
Dr. Pedro Assis