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1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ODONTOLOGIA RESISTÊNCIA FLEXURAL E MÓDULO DE ELASTICIDADE DE RESINAS COMPOSTAS E FIBRAS DE VIDRO E POLIETILENO Porto Alegre, novembro de 2002

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1

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

RESISTÊNCIA FLEXURAL E MÓDULO DE ELASTICIDADE DE

RESINAS COMPOSTAS E FIBRAS DE VIDRO E POLIETILENO

Porto Alegre, novembro de 2002

2

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

RESISTÊNCIA FLEXURAL E MÓDULO DE ELASTICIDADE DE

RESINAS COMPOSTAS E FIBRAS DE VIDRO E POLIETILENO

Ronaldo Hirata

Dissertação apresentada como parte dos requisitos para a obtenção do

Título de Mestre em Odontologia Restauradora, Concentração em Materiais Dentários

Orientador: Prof. Dr. João Felipe Mota Pacheco

Porto Alegre, novembro de 2002

3

AGRADECIMENTOS

4

SUMÁRIO

Pág. LISTA DE FIGURAS....................................................................................... v

LISTA DE GRÁFICOS .................................................................................... vii

LISTA DE TABELAS...................................................................................... viii

LISTA DE ABREVIATURAS ......................................................................... ix

RESUMO ........................................................................................................ xii

ABSTRACT ..................................................................................................... xiii

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1

2 REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................... 5

3 MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 48

4 RESULTADOS ............................................................................................ 55

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .............................................................. 62

6 CONCLUSÃO .............................................................................................. 75

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 77

8 ANEXOS....................................................................................................... 85

ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS .................................................... 86

QUADRO 1 - ESTATÍSTICA DESCRITIVA EM RELAÇÃO AOS GRUPOS DE

ESTUDO ................................................................................... 87

QUADRO 2 - RESULTADO DO TESTE APLICADO NA COMPARAÇÃO

ENTRE OS GRUPOS DE ESTUDO................................................ 88

5

LISTA DE FIGURAS Pág.

FIGURA 1 - FIGURA DEMONSTRATIVA DA VISTA SUPERIOR DA

MATRIZ METÁLICA PARA CONFECÇÃO DOS

CORPOS DE PROVA. Porto Alegre, 2002 ................................. 49

FIGURA 2 - FIGURA DEMONSTRATIVA DO CONJUNTO (1):

MORDENTE SUPERIOR DA MÁQUINA PARA

REALIZAR O ESFORÇO; (2): MATRIZ INFERIOR PARA

SUPORTE DO CORPO DE PROVA; (3) AMOSTRAS DO

CORPO DE PROVA ................................................................... 53

FIGURA 3 - FOTOMICROGRAFIA ELETRÔNICA DE VARREDURA

DO PADRÃO DE FALHA OBSERVADO NA FIBRA DE

VIDRO UNIDIRECIONAL (VECTRIS/IVOCLAR) 50X. ......... 59

FIGURA 4 - FOTOMICROGRAFIA ELETRÔNICA DE VARREDURA

DO PADRÃO DE FALHA OBSERVADO NA FIBRA DE

VIDRO UNIDIRECIONAL FIBREX/ANGELUS 94X ............... 59

FIGURA 5 – FOTOMICROGRAFIA ELETRÔNICA DE VARREDURA

DO PADRÃO DE FALHA OBSERVADA NA FIBRA

CONNECT/KERR 50X.. ............................................................. 60

FIGURA 6 – FOTOMICROGRAFIA ELETRÔNICA DE VARREDURA

DAS FALHAS DE IMPREGNAÇÃO DE RESINAS

ENTRE AS FIBRAS DE POLIETILENO

CONNECT/KERR 1600X ........................................................... 60

FIGURA 7 – FOTOMICROGRAFIA ELETRÔNICA DE VARREDURA

DA DENSIDADE DE FIBRAS OBSERVADA NA FIBRA

CONNECT/KERR 598X ............................................................. 61

FIGURA 8 – FOTOMICROGRAFIA ELETRÔNICA DE VARREDURA

DA DENSIDADE DE FIBRAS OBSERVADA NA FIBRA

6

VECTRIS/IVOCLAR 516X. ....................................................... 61

7

LISTA DE GRÁFICOS

Pág.

GRAFICO 1 – RESISTÊNCIA FLEXURAL NOS GRUPOS EM

ESTUDO................................................................................. 57

GRÁFICO 2 – MÓDULO DE ELASTICIDADE NOS GRUPOS EM

ESTUDO................................................................................. 58

8

LISTA DE TABELAS

Pág. TABELA 1 - DIVISÃO DOS GRUPOS DE ENSAIO, MATERIAIS

UTILIZADOS, FABRICANTES E NÚMEROS DE LOTE

(Porto Alegre, 2002) .................................................................. 50

TABELA 2 - COMPARAÇÃO DOS VALORES MÉDIOS DE

RESISTÊNCIA FLEXURAL, NÚMERO DE CASOS,

DESVIO PADRÃO E COEFICIENTE DE VARIAÇÃO

PARA OS GRUPOS EM ESTUDO (Porto Alegre, 2002) ......... 56

TABELA 3 - COMPARAÇÃO DOS VALORES MÉDIOS DE

MÓDULO DE ELASTICIDADE, NÚMERO DE CASOS,

DESVIO PADRÃO E COEFICIENTE DE VARIAÇÃO

PARA OS GRUPOS EM ESTUDO (Porto Alegre, 2002) ......... 57

9

LISTA DE ABREVIATURAS

µm = Micrometro

% = Porcento

°C = grau Celsius

F = grau Fahrenheit

ADA = American Dental Association

ANSI = American National Standards Institute

BisGMA = Bisfenol glicidil metacrilato

Cm = Centímetro

Mm = Milímetro

kg = Quilograma

FDI = Federação Dentária Internacional

GPa = Gigapascal

h = Hora

min = Minuto

ISO = Organização Internacional para Padronização

K pounds = kilo pounds

MMA = Metilmetacrilato

PMMA = Polimetilmetacrilato

10

p = Significância

mm3 = milímetro cúbico

MPa = Megapascal

mW/cm2 = miliwatt por centímetro Quadrado

N = Newton

n = Número

nm = Nanômetro

N/mm2 = newton por milímetro Quadrado

OCDMA = oligocarboneto dimetacrilato

psi = libras por polegada quadrada

s = Segundo

TEGMA = Trietilenoglicolmetacrilato

UDMA = uretano dimetacrilato

vol % = percentual em volume

g: Grama

inch: Polegada

KHN: número de dureza Knoop

ml: Mililitro

mm2: milímetro quadrado

11

mm/min: milímetro por minuto

rpm: rotações por minuto

DC = grau de polimerização

m/mm2 = metro por milímetro quadrado

E = módulo de elasticidade

FS = resistência flexural

FT = resistência a fratura

UHMWPR = fibras de polietileno de ultra-alto módulo de elasticidade

FRC = resinas reforçadas por fibra

kj/m2 = quilojoule por metro quadrado

Wt% = porcentagem por peso

12

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência flexural e o módulo de elasticidade,

através de um teste de três pontos, de fibras de vidro e de polietileno e de sistemas de

resinas compostas aplicadas sobre estas fibras. Seis grupos foram confeccionados com a

utilização de uma matriz metálica bipartida com dimensões de 25 X 2 x 2 mm, sendo

destes dois grupos de fibra de vidro unidirecionais (Vectris/Ivoclar e Fibrex/Angelus), um

grupo de fibra de polietileno trançada (Connect/Kerr) e três grupos de resinas compostas

(Targis/Ivoclar; Belleglass/Kerr e Z-250/3M). As amostras foram confeccionadas

seguindo as instruções dos fabricantes e armazenadas por 14 horas à temperatura de 25oC.

Estas amostras foram então carregadas até a fratura ou até ser registrado o colapso de

15%. A máquina de ensaio universal utilizada foi a EMIC DL-2000, com velocidade de

1mm/min. O resultado dos valores médios de resistência flexural obtidos foram de 116,15

MPa (grupo I-Belleglass/Kerr), 255,62 MPa (grupo II- Connect/Kerr); 92,92 MPa (grupo

III-Targis/Ivoclar), 421,27 MPa (grupo IV-Vectris/Ivoclar), 126,74 MPa (grupo V- Z-

250/3M) e 384,22 MPa (grupo VI- Fibrex/Angelus). Os resultados foram submetidos a

análise de variância ANOVA e teste t-student ao nível de significância p<0.05. Os grupos

de fibra de vidro unidirecionais IV-Vectris (Ivoclar) e VI-Fibrex (Angelus) obtiveram

valores médios estatisticamente maiores de resistência flexural do que os demais grupos,

porém não diferentes estatisticamente entre si. Os valores médios de módulo de

elasticidade observados foram de 385,6 MPa (grupo I-Belleglass/Kerr), 171,0 MPa (grupo

II-Connect/Kerr), e 192,8 MPa (grupo III-Targis/Ivoclar), 590,7 MPa (grupo IV-

Vectris/Ivoclar), 304,6 MPa (grupo V-Z-250/3M) e 488,2 MPa (grupo VI-

Fibrex/Angelus). O grupo IV-Vectris/Ivoclar obteve os maiores valores médios de

módulo de elasticidade, enquanto os grupos II-Connect/Kerr e III-Targis/Ivoclar os

menores valores médios, mas estes não diferentes estatisticamente entre si. A

predominância de falhas nas amostras testadas foi de fratura completa nos grupos de

resina composta e de fratura incompleta com delaminação superficial nas amostras do

grupo IV (Vectris/Ivoclar) e grupo VI (Fibrex/Angelus) e fratura incompleta com quebra

da matriz resinosa ao redor das fibras de polietileno nas amostras do grupo II

13

(Connect/Kerr).

ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate the flexural strength and the elastic

modulus of glass fibers and polyethylene fibers and composite resins systems that are

applied with these fibers using a three point bending test. Six groups were prepared

with a stainless steel mold with the dimensions of 25 X 2 X 2mm, two of these groups

were made with glass unidirectional fibers (Vectris/Ivoclar and Fibrex/Angelus), one

with polyethylene woven fibers (Connect/Kerr) and three different groups with

composite resins (Targis/Ivoclar; Belleglass/Kerr and Z-250/3M). The specimens were

prepared according to the manufacturer’s instructions and stored for 14 hours at 25oC.

The specimens were then loaded until the fracture or 15% collapsum occurred and it

was recorded. The universal machine used was the EMIC DL-2000 at a crosshead

speed of 1 mm/min. The result of the mean values of flexural strength was 421,27

MPa (Vectris/Ivoclar), 384,22 MPa (Fibrex/Angelus); 255,62 MPa (Connect/Kerr);

126,74 MPa (Z-250), 116,15 MPa (Belleglass/Kerr) and 92,92 MPa (Targis/Ivoclar).

The results were submitted with ANOVA and t-test of Student at 0.05 of level of

significance. The values of flexural strength of group IV-Vectris/Ivoclar and group VI-

Fibrex/Angelus were significantly higher than other groups, but not statistically

different between them. The mean values of elastic modulus were 590,7 MPa

(Vectris/Ivoclar), 488,2 MPa (Fibrex/Angelus), 171,0 MPa (Connect/Kerr), 385,6 MPa

(Belleglass/Kerr); 304,6 MPa (Z-250/3M) and 192,8 MPa (Targis/Ivoclar). The group

IV-Vectris/Ivoclar presented the higher mean values of modulus of elasticity, and the

group II-Connect/Kerr and group III-Targis/Ivoclar the lowest mean values, but not

statistically different between them. The predominance of failure in the specimens

tested was incomplete fracture with superficial delamination in the specimens of

Vectris (Ivoclar) and Fibrex (Angelus) and incomplete fracture with break of the

resinous matrix around then polyethylene fibers in the specimens of Connect (Kerr).

14

1 INTRODUÇÃO

15

1 INTRODUÇÃO

As próteses fixas de três elementos são usualmente confeccionadas com uma

estrutura metálica fundida sobre a qual é aplicada a porcelana; esta estrutura deve

prover resistência a fratura e rigidez suficiente para não resultar em deformações

permanentes. As infra-estruturas metálicas apresentam qualidades mecânicas

comprovadas, mas, a intensa procura por materiais com características estéticas mais

favoráveis fez com se buscasse alternativas às ligas de metal fundido.

Sistemas cerâmicos e de resinas compostas laboratoriais associadas a fibras de

reforço tem sido sugeridas com o propósito de oferecer um material alternativo, sendo,

no entanto, técnicas e materiais relativamente recentes.

Algumas cerâmicas podem ser uma opção estética para estruturas de próteses

fixas de três elementos em substituição ao metal. LOOSE et al. (1998), concluíram

comparando sistemas cerâmicos de Al2O3 (In-Ceram-VITA) e fibras de vidro com

resinas laboratoriais (Targis/Vectris-Ivoclar) que a resistência flexural de fibras e

resinas são significantemente maiores que a do In-Ceram-VITA (sistema cerâmico).

MAGNE et al., em 2002, utilizando estudos de elemento finito, demonstraram

um componente resiliente de resinas reforçadas por fibras (Targis/Vectris-Ivoclar) que

favorecem uma melhor transferência de stress e reduções de tensão em interface

adesiva em comparação a ouro, cerâmica de vidro, alumina e zircônia.

Outra vantagem de estruturas de resinas reforçadas por fibra é a possibilidade

de reparos existentes em caso de fratura da resina aplicada sobre a fibra (KALLIO;

16

VALLITTU & LASTÜMAKI, 2000).

Apesar de inicialmente sugeridas como reforço de próteses totais e próteses

provisórias (CHUNG; LIN & WANG, 1998; POLYZOIS et al., 2001) e splintagens

(MILLER; HAKIMZADEH & RUDO, 1995), hoje representam uma alternativa ao

uso de metais em próteses fixas de três elementos e pinos intracanais (MILLER &

BARRICK, 1993; ALTIERI et al., 1994; FREILICH et al., 1998).

Sistemas de resinas laboratoriais têm sido desenvolvidos para confecção de

peças protéticas unitárias como inlays e onlays. Quando coroas e próteses adesivas

com preparos parciais ou totais de até três elementos são realizadas por estes sistemas,

um reforço de fibras é necessário. Várias marcas comerciais e diversos tipos diferentes

de fibras para reforço têm sido apresentadas aos profissionais (FREILICH et al.,

1998).

As fibras de vidro ou polietileno representam uma forma de reforço de resinas

acrílicas e compostas e vem sendo amplamente reportadas na literatura (GOLDBERG

& FREILICH, 1999; JOHN; GANGADHAR & SHAH, 2001).

Existem ainda dúvidas sobre quais são os sistemas de fibras mais resistentes e

quais métodos de fabricação se mostram como os mais efetivos. Também o quanto de

aumento em resistência à flexão pode-se obter com estes sistemas se mostra ainda

indefinido na literatura.

Sabendo-se das dúvidas clínicas persistentes relacionadas a estes sistemas de

reforço e suas características, o presente estudo objetiva determinar através de um teste

comparativo os valores médios de resistência flexural e o módulo de elasticidade dos

17

sistemas de fibras de vidro unidirecionais e de polietileno trançadas e também dos

sistemas de resinas compostas que são utilizadas com estas fibras. O padrão de fratura

resultante para cada tipo de material foi analisado com auxílio de microscopia

eletrônica de varredura.

18

2 REVISÃO DA LITERATURA

19

2 REVISÃO DA LITERATURA

KLINENBERG, em 1966, descreveu uma nova máquina de testes mecânicos o

qual permitia uma carga inicial zero e mantinha uma velocidade da carga automática e

constante. O suporte da amostra e o pistão o qual aplicava a carga, seguia o desenho

normal para testes transversais de resinas acrílicas, exceto que o pistão era fixado por

seis rolamentos de esferas ao invés dos usuais rolamentos planos. Durante o teste, uma

carga constantemente aumentada podia ser aplicada na amostra por um movimento de

dois quintos de kg (E) ao longo do braço do nível. Assim como a carga constante, o

dispositivo podia ser usado para amostras de resina acrílica de acordo com um

programa incremental definido em especificações padronizadas para estes materiais.

Quando os testes fossem realizados em água, o apoio da amostra e a porção inferior do

pistão eram imersos em um pequeno banho de água, através do qual a água na

temperatura requerida circulava a partir de um termostato externo. Em todos casos, o

resultado da deflexão da amostra a partir de qualquer carga podia ser registrado pelo

relógio indicador, o qual registrava o movimento vertical do pistão. Esta máquina

diferia da até então utilizada, descrita nas especificações Americana, Britânica e

Australiana e se tornou a base para as atuais máquinas de ensaio universal.

DeHOFF, ANUSAVICE & HATHCOCK, em 1982, realizaram uma avaliação

do teste flexural de quatro pontos na resistência de união metalo-cerâmica. O objetivo

principal deste estudo foi comparar as observações experimentais de localização de

fratura e tipo de falha com predições feitas com cálculos de elemento finito e as

amostras de placas metalo-cerâmicas foram testadas em um dispositivo de quatro

pontos. No total, 32 amostras foram testadas com duas proporções entre metal e

20

cerâmica; a proporção foi de 1 para 1, no primeiro grupo, e 1:2 para a camada de

cerâmica em relação ao metal no segundo grupo. O metal usado foi o Biobond e a

cerâmica (Ceramco) foi utilizada com 0,3 mm de opaco e 0,7 mm de corpo. Os autores

concluíram que a configuração das amostras no teste flexural de quatro pontos

determinou a posição da falha e quando se diminuiu a relação entre porcelana-metal, o

local de fratura alterou da linha de aplicação de força para a superfície onde a força foi

aplicada. Quando a falha ocorreu numa região sob a aplicação da força, o local de

fratura e o tipo de fratura foram difíceis de determinar. A análise de elemento finito

promoveu uma abordagem útil para interpretação da magnitude e distribuição da

tensão. Devido à complexidade da distribuição da tensão abaixo da linha de aplicação

de força, o teste flexural pode alterar as informações a respeito dos efeitos das

variáveis experimentais. A interpretação da resistência de união para o teste flexural de

quatro pontos deve incluir a análise dos efeitos residuais da tensão induzida pela

contração térmica diferente.

DeBOER; VERMILYEA & BRADY, em 1984 estudaram o efeito da

orientação das fibras de carbono na resistência a fadiga e propriedades de deflexão de

duas resinas de dentadura. Duas resinas (Lucitone e Hi-I) foram utilizadas juntamente

com fibras de carbono (Hercules INC) cortadas em comprimentos de 70 a 565 mm.

Seguindo a especificação no. 12 da ADA para deflexão transversa, as amostras foram

preparadas seguindo as instruções do fabricante; carbono tratadas com silano (5% por

peso) e foram colocadas na resina após o material ter sido dividido em duas partes

aproximadamente da mesma espessura; foram então processadas a 74oC por nove

horas. Para o teste de fadiga flexural dez amostras de cada resina foi confeccionadas:

21

grupo I (sem fibras), II (fibras de carbono paralela ao longo eixo da amostra),

perpendicular à força aplicada, III (fibras de carbono perpendiculares a força aplicada,

IV (fibras orientadas em ambas as direções). Todas as amostras foram guardadas em

água destilada e mantida a 37 graus +- 2 graus e 50% +- 10% de umidade relativa. As

conclusões baseadas na orientação foram que as amostras de Hi-I resin foram mais

resistentes a fadiga flexural que as amostras de Lucitone, fibras de carbono colocadas

de forma perpendicular a direção da força aplicada produziu a combinação mais

favorável de resistência a deflexão e fadiga flexural e a produção de amostras com

fibras bem localizadas é tecnicamente mais difícil que as amostras colocadas de forma

randômica.

CHITCHUMNONG; BROOKS & STAFFORD, em 1989, compararam os

testes de flexão de três e quatro pontos em relação à resistência flexural, módulo

flexural e modo de falha para vários polímeros para base de dentadura. Foi utilizada

uma resina tradicional para base de dentadura, uma resina de alto impacto, uma resina

autopolimerizável e um polímero alternativo não-polimetilmetacrilato (Nylon

industrial). Os corpos-de-prova foram confeccionados em blocos padronizados de 70

X 45 X 3 mm e a manipulação dos materiais seguiram os procedimentos laboratoriais

normais indicados pelos fabricantes. As resinas termopolimerizáveis foram

processadas a 70ºC por 7 horas e 3 horas adicionais a 100ºC. Para a resina

autopolimerizável o material permaneceu por 30 min em temperatura ambiente; as

amostras foram acabadas com lixa # 600 e as dimensões finais das amostras foram 2,5

X 10 X 65 mm Dez amostras foram utilizadas para cada material e cada tipo de teste e

todos testes mecânicos foram realizados com uma máquina de ensaio universal

22

Instron, onde as amostras permaneceram imersas em água à 37ºC, com uma

velocidade de teste de 5 mm/min. Não houve diferenças significantes nos valores do

módulo de elasticidade entre os testes flexural de três e quatro pontos e entre os

materiais. Houve diferenças estatísticas nos valores de resistência flexural, sendo que a

resistência sempre foi maior no teste de três pontos. Todos materiais a base de

polimetilmetacrilato ficaram dentro da especificação, no entanto, o material a base de

Nylon não fraturou em nenhum teste, sendo impossível determinar a resistência à

fratura. O teste de flexão de quatro pontos permitiu os materiais a base de

metilmetacrilato deflexionar mais do que o de três pontos. Uma comparação dos

resultados dos testes de flexão de três e quatro pontos para polímeros de base de

dentaduras não mostrou nenhuma diferença estatisticamente significante entre os

módulos de elasticidade dos diferentes testes.

GUTTERIDGE, em 1992, avaliou o reforço de resinas de polimetilmetacrilato

com fibras de polietileno de ultra-alto módulo de elasticidade. Foram avaliadas a

flexão transversa e dureza de amostras de 1 a 2% por peso de fibras de polietileno de

tratadas por plasma e não-tratadas. Também a resistência ao impacto de amostras

contendo 0,5; 1, 2 e 3% por peso de fibras tratadas com plasma. O módulo de

elasticidade e a resistência transversa não foram afetados pela inclusão da fibra,

enquanto a dureza não foi afetada pela adição de 1% de fibra, mas, foi aumentada com

2%. A resistência ao impacto das amostras contendo 1 a 2% por peso de fibras de

polietileno de ultra-alto módulo de elasticidade não foi significantemente diferente que

aqueles obtidos por amostras não tratadas.

MILLER & BARRICK, em 1993, descreveram um caso clínico de um

23

tratamento de um menino branco de 12 anos de idade que avulsionou seus incisivos

centrais superiores decíduos e seus incisivos superiores permanentes da mesma forma.

O paciente enquadrava-se na categoria clássica de traumas, no qual pacientes do sexo

masculino avulsionam os dentes superiores anteriores permanentes como resultado de

um acidente. Neste caso, considerações protéticas, estéticas e ortodônticas

envolveram: manter o espaço mésio-distal, a idade do paciente que apresentava um

crescimento e desenvolvimento em todas três dimensões, a possibilidade de

interposição lingual no caso de não fechamento do espaço, o impacto psicológico na

auto-estima do paciente, a falta de estética e diminuição da eficiência mastigatória, a

falta de espaço entre os bordos incisais dos incisivos inferiores para prevenir a

colocação de qualquer material restaurador, o tamanho da câmara pulpar dos laterais

imaturos impedindo a colocação de próteses convencionais e a imaturidade dos tecidos

ósseos e gengivais. O único preparo realizado nos dentes do paciente foram canaletas

na superfície vestibular dos laterais; moldagens com alginato foram obtidas e modelos

confeccionados e sobre esse o material de reforço à base de polietileno Ribbond foi

aplicado na porção vestibular e gengival a fim de melhorar a resistência a flexão

durante a atividade protrusiva mandibular. O contorno final da prótese de resina

reforçada foi dado com resina composta com grande quantia de carga e, após,

confeccionada, a prótese foi cimentada com técnica adesiva. O autor citou ainda

valores de fibras para reforço de dez vezes maior que o aço.

ALTIERI et al., em 1994, relataram em um estudo clínico piloto que monitorou

um grupo de 12 pacientes que receberam 14 coroas unitárias de restaurações

experimentais confeccionadas com infra-estrutura de reforço de fibras e resina

24

composta. Quatorze restaurações adesivas de próteses reforçadas por fibras foram

avaliadas clinicamente sendo as próteses foram confeccionadas com a fibra de vidro

longitudinal PCI (Wiona) e resinas compostas Coldapac (Motloid) ou Prisma APH

(L.D.Caulk). Destas restaurações, seis eram em pré-molares superiores, três em

molares superiores, três incisivos inferiores e dois molares inferiores. Os paciente

consistiam de quatro homens e oito mulheres com idade variando de 26 a 80 anos

(média de 42 anos). O período de avaliação foi de 24 meses, em intervalos de três

meses. Os critérios avaliados foram: função, integridade estrutural e textura

superficial. As restaurações foram consideradas “falhas” quando apresentava

movimento entre a restauração os pilares. Vários parâmetros periodontais também

foram considerados em cada paciente, nos dentes pilares e contralaterais ou

antagonistas como controle. Foram avaliados o índice gengival, o índice de placa, a

profundidade de sondagem e a mobilidade dentária. Uma vez que estas restaurações

representam um sistema puramente adesivo, não foram confeccionados preparos. O

teste probabilistico Kaplan-Meier em 12 meses foi de aproximadamente de 50%. A

restauração com maior vida útil em boca foi um molar inferior que permaneceu por 24

meses em uso.

REINHARDT, BOWER & STEPHENS, em 1994, estudaram os efeitos da

polimerização adicional em resinas compostas indiretas para posterior. Este estudo foi

desenvolvido para comparar a resistência flexural, módulo de elasticidade, e dureza de

cinco compósitos (CR-Inlay, Brilliant, Herculite Lab, Visio-Gem e Concept) utilizados

para confecção de restaurações indiretas em posteriores. Dez amostras (1 X 4 X 12

mm) de cada material foram processadas de acordo com as instruções do fabricante e

25

inicialmente todos materiais foram polimerizados com uma unidade de

fotopolimerização Coltolux II por 120s com exceção do Concept (desenvolvido para

ser polimerizado apenas com calor e pressão). Logo em seguida, os materiais

receberam a polimerização adicional; Brilliant recebeu calor e luz; CR-Inlay e

Herculite apenas calor; Visio-Gem luz e vácuo sempre utilizando os dispositivos

recomendados pelos fabricantes. Seguidas desta polimerização, as amostras foram

armazenadas por 24 horas em água destilada à 37ºC e testadas em uma máquina de

ensaios universal Zwick com o método de três pontos para resistência flexural e dureza

Knoop. A análise estatística indicou que houve diferenças significantes nas

propriedades mecânicas dentre os materiais testados sendo que os resultados médios

obtidos de resistência flexural foram: 119,6 GPa (CR-inlay), 98,1 (Brilliant), 70,8

(Herculite Lab.), 61,4 (Visio-gem) e 46,7 (Concept); o módulo de elasticidade foram

10,8 ((CR-inlay), 7,3 (Brilliant), 6,5 (Herculite lab.), 0,9 (Visio-gem) e 2,1 (Concept).

Os resultados da dureza Knoop foram: 73,5 (CR-inlay), 52,8 (Brilliant), 52,5

(Herculite lab.), 15,6 (Visio-gem) e 49,5 (Concept). Além disso, os materiais que são

fotopolimerizados por incrementos antes da polimerização adicional foram testados

em busca de alterações nas propriedades mecânicas. Quanto a isso, foi determinado

que a polimerização adicional promoveu uma melhora na resistência flexural (11%)

quando comparado às amostras que foram apenas fotopolimerizadas.

VIJAYARAGHAVAN & HSIAO, em 1994, testaram o comportamento flexural

de compósitos fotoativados em função da temperatura sob as condições de teste imerso

em água. O objetivo deste estudo foi investigar o efeito da temperatura no

comportamento flexural de quatro resinas compostas híbridas fotopolimerizáveis. As

26

amostras polimerizadas foram polimerizadas adicionalmente por 24 horas à 37ºC em

100% de umidade relativa antes da testagem. Os teste flexurais foram realizados nas

seguintes temperaturas da água de imersão: 5, 15, 25, 37, 45 e 55ºC, assim como, em

condição seca como controle. A seguinte propriedade flexural foi obtida em função da

temperatura de teste: resistência flexural, módulo flexural, estresse flexural à 0,06%, e

deslocamento total da fratura. Diferenças estatisticamente significantes (p<0.01) no

parâmetro flexural foram observadas para todos materiais em função da temperatura

de teste. O estresse induzido foi o que mais apresentou sensibilidade às mudanças de

temperatura. Os resultados deste estudo indicam um significante “amaciamento”

devido à temperatura sob condições de imersão para todos os materiais. O efeito de

acúmulo de danos na superfície ou subsuperfície da microestrutura devido à transição

termomecânica deve ser observado em relação ao comportamento.

VALLITTU, em 1994, determinou o efeito da contração de polimerização das

resinas polimetilmetacrilato sobre fibra de vidro na resistência transversal. As

amostras de teste com reforço por fibra de vidro (6,34% de matriz resinosa mmA em

peso) foram embebidas em resina acrílica termopolimerizável. As fibras de vidro (tipo

E, Ahlstrom) foram tratadas com quatro misturas de polimetilmetacrilato (30 amostras

por grupo) em diferentes proporções monômero/polímero, assumindo que as amostras

tenham diferentes quantias de contração de polimerização. O teste de resistência

transversal foi usado para determinar a resistência a fratura das amostras de teste e a

contração de polimerização das misturas foram medidas. Após as amostras serem

testadas, fibras de vidro foram analisadas sob microscopia eletrônica de varredura. A

resistência a fratura das amostras foram foi estatisticamente diferentes (p<0.001) entre

27

os tratamentos, e a contração de polimerização das misturas de polimetilmetacrilato

também variaram. As microscopias eletrônicas de varredura mostraram diferenças na

espessura da camada de resina acrílica na superfície da fibra com as misturas de

polimetilmetacrilato. De acordo com os resultados, a proporção causou menor

contração de polimerização na fibra de vidro, aumentou a resistência a fratura das

amostras testadas e pareceu aumentar a quantia de polimetilmetacrilato no interior das

fibras de vidro.

VALLITTU, LASSILA & LAPPALAINEN, em 1994, avaliaram resinas

acrílicas reforçadas por fibra-compósito com relação ao efeito da concentração de fibra

na resistência à fratura: Este estudo testou o efeito da resistência à fratura de resinas

acrílicas quando diferentes tipos de fibras foram incorporados na matriz de resina

PMMA. As fibras usadas incluíram vidro, carbono e fibras de aço inox com 30

espécimes de cada fibra. Os prismas foram confeccionados com 3 X 4,5 X 5 mm e as

fibras foram adicionadas no centro do corpo de prova. Estes prismas foram testados

quanto ao teste de resistência flexural de três pontos com velocidade de 120 mm/min.

Secções transversais das amostras foram estudados através de microscopia eletrônica

de varredura para estabelecer como as fibras se comportam no processo de

polimerização. Os grupos utilizados as respectivas resistências flexurais em Kpounds

foram: grupo sem fibras (8,5), fibra de vidro a 50,60 mg (11,2), fibra de vidro a 104,47

mg (12,1), fibra de carbono a 16,28 mg (10,1), fibra de carbono a 36,37 mg (10,0),

fibra de carbono a 73,21 mg (11,5), fibra de aço inox a 15,40 mg (11,0), fibra de aço

inox a 27,85 mg (11,6) e fibra de aço inox a 44,11 mg (12,0). Os resultados indicaram

que um aumento na quantia de fibras melhorou a resistência a fratura das amostras de

28

teste (p<0.001). A microscopia eletrônica de varredura de secções transversais de

amostras polimerizadas revelou espaços de bolhas de tamanhos no interior da trança

das fibras.

VALLITTU, VOJTKOVA & LASSILA, em 1995, avaliaram a resistência ao

impacto de dentaduras de polimetilmetacrilato reforçadas com fibras de vidro

contínuas ou com fios metálicos. Este estudo comparou a resistência ao impacto de

resinas acrílicas termopolimerizadas reforçadas de várias formas. Dez amostras

retangulares foram fabricadas para cada grupo; os reforços incluíram fios metálicos de

1 mm de diâmetro e fibras de vidro contínuas; tanto as amostras condicionadas quanto

às não condicionadas foram levadas para o teste de impacto. De forma complementar a

concentração de fibras nas amostras de teste foi determinadas e colocada em gráfico

contra a resistência de impacto. Os resultados mostraram que, comparando com as

amostra não reforçadas, tanto o uso de fios metálicos quanto o de fibra de vidro

unidirecional aumentaram a resistência ao impacto das amostras de teste (p<0.001).

Não houve diferença clara entre os valores da média de resistência ao impacto das

amostras utilizando fios metálicos ou das amostras utilizando fibras de vidro. O

coeficiente de correlação entre a concentração de fibra das amostras de teste e a

resistência ao impacto foi de 0.818 (p<0.005). Amostras com concentração de fibra

maior que 25% ofereceu uma maior resistência ao impacto mais prontamente que

aquelas utilizando fios metálicos.

MILLER, HAKIMZADEH & RUDO, em 1995, descreveram um caso de

esplinte protético-periodontal imediato reforçado com fibras trançadas de polietieno

onde a paciente necessitou a remoção de vários incisivos inferiores devido a doença

29

periodontal severa, solicitando uma substituição imediata para estes dente, que, devido

às condições periodontais, não foi possível o uso de abordagens convencionais para

preencher suas necessidades. Uma prótese adesiva, reforçada, imediata indireta-direta

de resina composta foi realizada utilizando os dentes extraídos da própria paciente

como pônticos. Segundo os autores as fibras de vidro e polietileno agem como reforço,

tornando-se uma parte integrante do esplinte, pois, a superfície ativada reage

quimicamente com a resina sem carga da resina composta ou polimetilmetacrilato. As

fibras de polietileno possuem, segundo estes autores translucidez adequada,

capacidade de reação com adesivos e permite o melhor controle da cor da resina na

qual é embebida.

KILDAL & RUYTER, em 1997, avaliaram as diferenças nas propriedades

mecânicas de três compósitos em relação à técnicas de polimerização intra e extra oral

de restaurações diretas e indiretas (inlay) e como as propriedades mecânicas são

afetadas pela absorção de água. As características de fratura em compressão assim

como a relação tensão-deformação em carga constante, tanto em compressão quanto

flexural foram determinadas. Um segundo objetivo foi investigar a influência do

conteúdo de carga e composição do monômero nas propriedades mecânicas. Os

resultados foram apresentados em curvas de tensão e valores para módulo de

elasticidade e resistência flexural. Os materiais testados foram Brilliant (Coltene),

Charisma (Kulzer) e EOS (Vivadent). Os materiais foram polimerizados com dois

métodos. O método A consistiu em fotopolimerizar com uma unidade manual de

fotopolimerização e o método B foi realizado em uma caixa de luz. A absorção de

água diminuiu os valores de resistência para todas amostras. O método B

30

(polimerização em fornos) aumentou significantemente a resistência em relação ao

método A. A absorção de água diminuiu o módulo de elasticidade para as amostras do

método A. Os valores finais de resistência também diferiram das amostras testadas em

seco e submersas com o método B. Houve, apenas, uma pequena diferença geral nas

propriedades compressiva e flexural entre as amostras polimerizadas de acordo com o

método A e B.

VALLITTU, em 1997, utilizou fibras de polietileno de ultra-alto módulo de

elasticidade como reforço de prótese total a base de polimetil metacrilado; o objetivo

deste estudo foi determinar o efeito da fibra trançada de polietileno na resistência

transversal de polímero a base de dentadura. Uma ou duas camadas de fibra de

polietileno de ultra-alto módulo de elasticidade ou ultra-alto peso molecular foram

colocados em corpos de prova rômbicos de polímero para base de dentadura; as

amostras foram testadas com teste flexural de três pontos, e as fibras foram

posicionadas no lado de tensão da amostra. O Grupo A (controle, n=6) foi

confeccionado com resina autopolimerizável a base de polimetil metacrilato sem

reforço nas dimensões 35 X 5 X 3 mm O Grupo B (n=6) recebeu uma camada de fibra

e o Grupo C (n=6) duas. As amostras testadas fraturadas foram examinadas com

microscopia eletrônica de varredura a fim de observar o tipo de fratura e união da fibra

ao polímero. A resistência transversal das amostras aumentou levemente com a

incorporação de fibras de ultra-alto módulo de elasticidade (Polímero sem reforço: 91

MPa; com uma camada de fibra: 118 MPa; com duas camadas de fibra: 125 MPa). A

aderência das fibras ao polímero base de dentadura foi fraca. A melhoria na resistência

transversal das amostras foi modesta embora as fibras foram colocadas em uma

31

posição ideal das amostras. Esta falta de melhorias se deu pela falta de adesão das

fibras de ultra-alto módulo de elasticidade ao polímero e impregnação inadequada das

fibras com resina acrílica.

VALLITTU, em 1997, fez uma avaliação clínica do uso de fibras de vidro

como reforço de próteses de acrílico por um período clínico de 13 meses, em 12

próteses totais e 10 próteses parciais. Utilizou-se para este estudo próteses totais e

parciais fraturadas; todas as fraturas ocorridas nas próteses totais ocorreram no meio

da parte palatina e as fraturas das próteses parciais removíveis ocorreram em margens

das bases de extensão. As próteses fraturadas foram molhadas em metil-metacrilato, as

fibras foram orientadas a 90 graus da linha de fratura da prótese; a fibra utilizada para

este estudo foi o E-glass (fibra de vidro unidirecional), sendo estas molhadas em

monômero antes da utilização na resina acrílica; polimeitlmetacrilato foi então

posicionada sobre a área da fratura e levado a polimerização a 55 graus por 15

minutos. O resultado apontou a importância do correto posicionamento da fibra de

reforço e técnicas laboratoriais. Uma prótese total e uma parcial fraturaram na região

do reforço durante este período de observação. Estas fraturas pareceram estar

relacionadas à falhas no posicionamento da fibra pelo técnico. Este autor concluiu que

quando fibras contínuas e unidirecionais de vidro forem utilizadas em próteses, um

ângulo de 90 graus em relação a potencial área de fratura e posicionada mais próximo

possível à margem da prótese seria favorável ao aumento da resistência a fratura e

deveriam ser posicionadas também em outras áreas fracas da prótese. A significância

clínica deste estudo reforça a necessidade de orientação das fibras a uma angulação de

90 graus em relação a potencial linha de fratura e posicionada o mais próximo da

32

margem da dentadura.

VALLITTU & NARVA, em 1997, estudaram a resistência ao impacto de

resinas de polimetilmetacrilato com a adição de fibras de vidro contínuas. Dez

amostras retangulares foram modificadas com adição de fibras de vidro não tratadas,

silanizadas e fibras de aramida. O grupo controle foi composto por corpos não

reforçados e reforçados somente no centro do corpo. A resistência ao impacto foi

medida utilizando um pêndulo de testes de impacto e as amostras foram mantidas em

água a 37 graus por quatro semanas. Após o teste de impacto de força, o comprimento

da delaminação do polimetilmetacrilato das fibras foi medido e inserido em gráfico

usando um modelo de regressão linear. A força de impacto das resinas acrílicas não

reforçadas foi de 7,8 kj/m2, enquanto a incorporação de fibra de vidro reforçada com a

fibra com concentração de 12,4% de peso aumentaram a resistência ao impacto para

74,7 kj/m2. O reforço adicional de fibras das amostras não afetou a resistência ao

impacto das amostras de teste. Os resultados deste estudo sugeriram que o reforço com

fibras de vidro aumentaram a resistência ao impacto das resinas autopolimerizadas de

polimetilmetacrilato, enquanto o uso de fibras adicionais confeccionadas, quer seja de

fibras de aramida ou de fibra de vidro não tiveram efeito na resistência ao impacto.

Houve uma correlação negativa entre a resistência ao impacto das amostras de teste

reforçadas e o comprimento da delaminação da matriz de polímero da superfície da

fibra de vidro.

ANUSAVICE, em 1998, descreveu extensamente em seu livro as definições das

diferentes propriedades mecânicas aplicadas aos materiais restauradores, assim como

suas implicações no comportamento clínico restaurador. Dentre as propriedades

33

citadas foram enfocadas o módulo de elasticidade e resistência flexural, sendo

abordados os testes necessários para sua verificação em materiais friáveis e quais as

propriedades desejáveis em resinas compostas e cerâmicas aplicadas em situações de

perdas de estrutura dentária. Também o comportamento em gráficos de

tensão/deformação foram descritos, sendo uma forma de análise do comportamento

dos diferentes materiais restauradores.

FREILICH et al., em 1998, revisaram e descreveram o desenvolvimento e uso

de um compósito reforçado com fibras unidirecionais e contínuas como infra-estrutura

para fabricação de próteses fixas. Citaram neste artigo que usando vários materiais

como matriz e fibras, um número de formulações de compósitos reforçados por fibra

foi avaliado com o objetivo de criar um sistema com propriedades mecânicas

otimizadas e características de manipulação. Segundo os autores os compósitos

reforçados por fibra baseados em matriz de BIS-GMA fotopolimerizada têm sido

usados clinicamente para confecção de próteses de duas fases compostas de uma

subestrutura de compósito reforçado por fibra de vidro coberta por um compósito

particulado; as fibras de reforço para compósito poderiam ser classificadas quanto ao

tipo de fibra e orientação além da presença ou não da pré-impregnação com resina.

Citou ainda que as fibras de Carbono, Kevlar, polietileno e fibra de vidro tanto podem

ser unidirecionais como trançadas. As próteses fixas estão sujeitas a condições de

aplicação de cargas complexas na cavidade oral, apesar disto, as propriedades flexurais

do material poderiam ser uma característica importante para seleção. Estes valores de

resistência flexural têm sido obtidos aplicando carga em barras retangulares de várias

dimensões e diferentes formulações de fibras em testes flexurais padronizados de três

34

pontos. Citaram que as propriedades flexurais são afetadas pela geometria da amostra

de teste e que o objetivo das fibras é alcançar uma formulação de compósito reforçado

por fibra que possa facilmente formar uma infra-estrutura de prótese, mas, com altas

propriedades flexurais após a polimerização. Embora experiências clínicas adicionais

sejam necessárias, os compósitos reforçados por fibra podem, segundo o autor, ser

usados para confecção de próteses livres de metal com excelentes qualidades estéticas.

LOOSE et al., em 1998, compararam in vitro a resistência a fratura e adaptação

marginal de próteses parciais fixas de três elementos fabricadas de duas maneiras: com

o sistema de resinas compostas reforçadas por fibras (Targis-Vectris) e com a cerâmica

in-ceram a base de Al2O3 (VITA) a fim de obter uma perspectiva para projeção das

aplicações clínicas. Raízes de terceiros molares humanos extraídos foram embebidos

com impregum a fim de simular o ligamento periodontal. Em seguida, os pilares foram

fixados em resina acrílica deixando uma distância de 10 mm entre os pilares e foram

preparados deixando um ombro de 1 mm. A análise da resistência a fratura foi feita

após 300 ciclos térmicos entre 5 e 55 graus celsius e 1,2 X 106 ciclos mastigatórios

com 50 N; a resistência foi determinada aplicando uma força no centro do pôntico na

prótese parcial fixa em uma máquina de ensaio universal com velocidade de 1

mm/min. Com uma esfera de aço de 12,5 mm de diâmetro. A qualidade marginal foi

avaliada com microscopia eletrônica de varredura seguindo os critérios de “margem

perfeita”, e “fenda marginal” com separação dos componentes por falha adesiva ou

coesiva. No teste de microinfiltração as amostras foram armazenadas 16 horas em

solução de fucsina básica (0,5%) a 37oC. As amostras forma seccionadas e observadas

e lupa estereoscópica em dez vezes. Os percentuais de penetração marginais do

35

corante foram determinados em percentagem. O in-ceram e o Targis/Vectris com fibra

pré-impregnada apresentaram boa adaptação marginal, ambos significantemente

maiores que o Targis/Vectris sem fibra pré-impregnada. Após a ciclagem térmica e

mecânica os sistemas reforçados por fibra de vidro apresentaram uma resistência

flexural significantemente maior à fratura que o sistema In-ceram.

CHUNG, LIN & WANG, em 1998, estudando a resistência flexural de um

material resinoso provisório com adição de fibra, encontraram que o efeito da adição

de fibra de vidro na resistência flexural de uma resina composta. Um material

provisório (Alike) foi usado como controle e matriz resinosa. Uma fibra de vidro

tratada com silano foi selecionada como método de reforço. A fim de determinar a

influência geométrica na resistência, fibras ordenadas (na proporção de 1:1 em relação

à matriz orgânica) foram imersas dentro da matriz resinosa em quatro diferentes

localizações. Além disso, fibras dispersas aleatoriamente, 5 mm de largura, foram

misturadas (com proporção de 1:1 até 8:1) com o pó de resina acrílica e moldada em

um molde retangular (34 mm X 9 mm X 8 mm) com uma proporção pó líquido de 2:1.

Dez amostras foram preparadas para cada grupo. O teste flexural de três pontos foi

realizado em um vão de 25 mm com velocidade de carga de 5 mm/min. Os valores de

resistência foram coletados e analisados com ANOVA e teste de Scheffe. As

resistências das amostras com fibras orientadas variou de 49,4 a 65,5 MPa e o controle

foi de 54,3 MPa. No grupo de fibras dispersas, as resistências obtidas variaram de 55,9

a 87,3 MPa. Os resultados mostram que a inclusão de fibras orientadas

horizontalmente em relação à direção da tensão aplicada na amostra, aumentou

significantemente a resistência flexural comparado ao grupo controle (P < 0.05). Uma

36

resistência ótima foi obtida no grupo contendo a proporção de 5:1 de fibras em relação

à matriz. A incorporação de fibras de vidro aumentou significantemente a resistência

flexural da resina e os métodos dispersos (trançado) foram mais eficientes do que o

método de inclusão orientada.

VALLITTU, em 1998, avaliou a resistência a tração e o módulo de elasticidade

para resinas acrílicas utilizadas para próteses totais reforçadas com várias fibras. Seis

amostras de resinas de polimetilmetacrilato transparente foram reforçadas por fibras de

vidro e molhadas em monômero de acrílico, um grupo controle de seis amostras foi

utilizado sem o uso de reforço de fibras. A polimerização foi realizada a 55 graus

celsius por 15 minutos, após este processo as amostras foram armazenadas em

ambiente seco a 23+- 1oC por 30 dias e por 40 dias em água a 37oC. As resistências à

tração e módulo de elasticidade foram então calculadas. O aumento da concentração

de fibras na resina (14,8% por peso), aumentou a média de resistência à tração das

amostras de 40-5 MPa e o módulo de elasticidade de 2057MPa para 3751MPa, mas

estes resultados foram menores do que o previsto por cálculos iniciais. A explicação

foi a falha no molhamento das fibras com o monômero de acrílico; o monômero não

dissolve completamente o polímero do acrílico, tornando aa mistura difícil dentro da

fibra. Neste estudo a armazenagem em água influenciou a resistência (30%) das

amostras por ter afetado a resina, as fibras e sua interface.

VALLITTU et al., ainda em 1998, determinaram o efeito da água nas

propriedades flexurais dos polímeros para base de dentaduras foram reforçados por

fibras. Fibras de vidro trançadas E-glass e fibras de sílica trançadas foram usadas para

reforço de resinas para base de dentadura autopolimerizáveis e termopolimerizáveis.

37

As fibras foram orientadas a 45 graus de angulação ao longo eixo das amostras e as

amostras não reforçadas forma utilizadas como controle. Amostras secas e aquelas

armazenadas em água por mais de 48 semanas em água foram analisadas com

microscopia eletrônica para avaliar o grau de adesão da fibra a matriz. A resistência

transversa das amostras reforçadas e não-reforçadas diminuíram durante as 48 semanas

de armazenagem em água, sendo que a maior redução ocorreu nas primeiras quatro

semanas de armazenagem. O módulo flexural de amostras não-reforçadas diminuiu

significantemente (p<0.001), enquanto as amostras reforçadas tiveram pouca ou quase

nenhuma modificação. Microscopia de varredura não mostrou diferença na adesão das

fibras de vidro a matriz de polímero comparado às amostras secas, mas houve

diminuição da adesão das fibras de sílica a matriz em armazenagem em água.

Concluíram que a armazenagem em água diminuiu a resistência transversa das

amostras reforçadas por fibra de vidro em 14% e nas amostras reforçadas por fibras de

sílica 36%.

FREIBERG & FERRACANE, em 1998, avaliaram o grau de conversão (DC) e

as propriedades físicas de um novo compósito, Artglass (Kulzer), desenvolvido

primariamente como material para substituição da porcelana em inlays e onlays; e

compararam a eficácia de duas unidades diferentes de polimerização adicional por dois

compósitos similares (Artglass e Charisma, Kulzer). Utilizando amostras (n=10)

preparadas e polimerizadas tanto em exposição contínua de luz (Triad II) ou em uma

unidade estroboscópica de alta intensidade (Uni XS) por 180s; sendo armazenadas por

24 horas em água à 37ºC e testada quanto à resistência à fratura (FT-MPa), módulo de

elasticidade (E-GPa), resistência flexural (FS-MPa), dureza (KHN) e resistência ao

38

desgaste in vitro. O grau de conversão de monômeros para polímero (%) foi

determinado usando a espectroscopia infravermelha de Fourier. O teste de resistência a

fratura consistiu da confecção de corpos-de-prova com 25 X 5 X 2,5 mm preparados

em uma matriz metálica com um chanfro a fim de simular uma fratura. Este teste

simulou a propagação da tensão em flexão das amostras até a fratura. A resistência

flexural e o módulo de elasticidade foram testados com o método de três pontos em

máquina de ensaio universal com velocidade de carregamento de 0,5 mm/min. O grau

de conversão, a resistência à fratura, módulo de elasticidade e resistência flexural

foram melhoradas para o Artglass e o grau de conversão e módulo de elasticidade para

a Charisma quando a unidade estroboscópica de polimerização foi usada,

provavelmente devido a intensidade aumentada. O Artglass apresentou os maiores

graus e conversão e resistência à fratura, mas o mais baixo módulo de elasticidade,

dureza e resistência ao desgaste comparado ao Charisma quando métodos de

polimerização similares foram usados. Este estudo confirmou as afirmativas do

fabricante de resistência à fratura e baixa rigidez e dureza do Artglass comparado com

um compósito convencional de partículas híbridas. A resistência ao desgaste do

Artglass foi inferior ao compósito híbrido, sugerindo que este material não devesse ser

indicado para uso clínico extenso em aplicações de grande tensão.

ROSENTRITT et al., em 1999, avaliaram a combinação das propriedades

flexurais de resinas reforçadas com as vantagens estéticas das cerâmicas. A resistência

de união das cerâmicas reforçadas por fibras foi determinada utilizando oito próteses

fixas de três elementos e oito próteses fixas de quatro elementos foram fabricadas com

design experimental e foram cimentadas de forma adesiva em molares humanos. Após

39

ciclagem mecânica e térmica em um ambiente artificial a resistência à fratura e a

adaptação marginal foram determinadas. Próteses fixas fabricadas com resinas

reforçadas com fibra foram usadas como controle. A maior resistência de união foi

obtida usando condicionamento em combinação com técnicas de cimentação adesiva.

Valores médios de fratura foram 575 N para as próteses de três elementos e 876N para

as próteses de quatro elementos. Mais de 85% das próteses mostraram margens

perfeitas enquanto 15% mostraram gap marginal depois da ciclagem térmica e

mecânica. Os autores concluíram que a técnica híbrida pode representar um

interessante procedimento necessitando de maiores investigações para aplicação

clínica.

GOLDBERG & FREILICH, em 1999, citaram que aplicações para fixação

dentária têm sido usadas, por muitos anos, para estabilizar dentes com hipermobilidade

e retenção ortodôntica. Estes splints ou retentores têm sido realizados com uma grande

variedade de materiais incluindo fio de aço envolvido por amálgama; fio de aço, malha

de aço ou malha de fibras embebidas em compósito restaurador e compósitos

restauradores sem reforço. Os autores citam, para fins de comparação, que as resinas

compostas com partículas de quartzo ou vidro apresentam uma resistência flexural

transversa de aproximadamente 135MPa. Uma abordagem melhorada seria para os

mesmos usar um enovelado de fibras previamente impregnadas com resina. Estas estão

disponíveis em um variado número de formas, incluindo a forma da malha das fibras

de vidro (Glasspan), fibras de polietileno (Connect), fibras de polietileno trançadas

(Ribbond). Os sistemas pré-impregnados seriam preferíveis, pois, eliminaram passos

clínicos e as propriedades flexurais seriam maiores devido ao maior conteúdo de fibra

40

alcançável no processo de fabricação. Nas fibras inicialmente desenvolvidas, uma

matriz reforçada com policarbonato com fibras de vidro unidirecional foram

desenvolvidas. Embora o reforço de policarbonato ter demonstrado alta resistência e

muitas outras excelentes propriedades mecânicas, este exibiu características de

manuseio indesejáveis, uma aparência opaca e sem boa união ao esmalte e compósitos.

Os sistemas atuais são sistemas a base de BiS-GMA foto ativáveis, possuem fácil

manuseio e altas propriedades mecânicas elevando em até sete vezes a resistência e

rigidez dos compósitos particulados. Estas novas formulações apresentam

propriedades ópticas desejáveis e permite uma espessura de 0,5 mm nos splints. Os

autores recomendaram que embora cada um destes materiais possa ser usado para

todas situações de fixação, a arquitetura de fibras multidirecional (Splint It e Ribbond)

é provavelmente mais fácil de se utilizar.

BEHR et al., em 1999, investigaram a influência do conteúdo de fibra e

armazenagem em água na resistência flexural de prismas feitos com dois compósitos

reforçados com fibra, sistema Vectris e FibreKor. Um método de adaptação manual

(FibreKor; n=30) e um processo de vácuo/pressão (Vectris, n=30) foram comparados

usando prismas de 25 X 4 X 2 mm3; um grupo do Vectris e FibreKor foram

armazenados em água por 24 horas, um segundo grupo foi termociclado por 6000

vezes em 5º/55ºC, e um terceiro grupo foi armazenado em água por 30 dias à 37ºC.

Todos prismas foram testados até a fratura usando o teste de resistência à fratura de

três pontos e a resistência flexural foi calculada. Finalmente, o volume percentual de

fibra (vol%) foi determinado. Utilizaram para esta pesquisa terceiros molares humanos

extraídos; dois métodos foram empregados para a fabricação das estruturas, em forma

41

de caixa e em forma de tubo, ambos com 10 mm de comprimento e 3 a 4 mm de

altura. Foram separados em dois grupos de 8 dentes, submetidos a ciclagem térmica

(6000 X 5oC/55oC) e ciclagem mecânica (1,2 mio X 50 N, 1.66Hz). Diferenças

significantes não foram observadas entre as formas de tubo e caixa, com médias de

722 N e 699N respectivamente. Uma margem perfeita foi observada em mais de 60%

das áreas investigadas. No geral, a resistência flexural diminuiu significantemente com

o aumento do tempo de armazenagem independente da fibra e sistema de fabricação.

Com os parâmetros de 24h a 30 dias, a média na resistência flexural para os prismas de

Vectris foi 618/579/545 N/ mm2, e FibreKor 585/534/499 N/ mm2. O conteúdo de

fibra do Vectris foi determinado em 28,1 vol% e 12,8 vol% para os prismas de

FibreKor. Após 24 horas de armazenagem em água, os prismas de Vectris e FibreKor

apresentaram um valor estatisticamente maior na resistência flexural do que após 30

dias de armazenagem em água. O processo de fabricação de vácuo/pressão em

contraste com a adaptação manual resultou em um aumento significante no conteúdo

de fibras, mas não necessariamente levou a um aumento da resistência flexural. Não

apenas o conteúdo de fibra, mas também a composição da matriz, assim como a união

das fibras à matriz, determinou as propriedades das resinas compostas reforçadas por

fibras.

VALLITTU, em 1999, descreveu e testou fibras de vidro unidirecionais e

trançadas pré-impregnadas (Stick e Stick Net) como reforço de resinas acrílicas

termopolimerizadas e autopolimerizadas. Cinco amostras foram fabricadas sem

reforço para servir de grupo controle, os outros grupos foram amostras reforçadas com

fibras unidirecionais e outro com fibras trançadas. Uma carga foi aplicada com teste de

42

três pontos para medir a resistência transversa e o módulo flexural dos grupos. Secções

transversais das amostras foram depois examinadas em microscopia de varredura para

avaliar a grau de impregnação das fibras. A quantidade de fibras das amostras foi

determinada por análise de combustão. A resistência transversa de polímeros termo-

polimerizados foi de 76 MPa, com uso de Stick (unidirecionais) este valor aumentou

para 341 MPa, e o módulo flexural aumentou de 2550 para 19086 MPa. O uso de

StickNet (trançadas) aumentou a resistência transversa para 99 MPa e a resistência

flexural para 3530 MPa. Em resinas autopolimerizáveis o aumento foi na mesma

proproção. ANOVA mostrou que o reforço com StickNet (trançada) aumentou os

valores de resistência a fratura sendo que o Stick (Unidirecional) diminuiu estes

valores. A quantidade de fibras de vidro variaram de 6 a 28% volume, sendo os

menores valores do StickNet (trançada) e os maiores do Stick (Unidirecional). O uso

de fibras unidrecionais aumento consideravelmente a resistência transversa e o módulo

flexural das resinas.

FREILICH et al., em 2000, citaram em seu livro que o teste de resistência

flexural é o mais amplamente reportado para avaliações de resistência de polímeros e

resinas reforçadas por fibras. Dos testes de flexão tem se utilizado o teste de três

pontos, com a confecção de uma barra de 20 X 2 X 2 mm, podendo existir variações

de diâmetro como 20 X 4 X 4 mm, outras formulações podem ser propostas. O autor

citou ainda que valores médios de resistência flexural de fibras de vidro e polietileno

envolvem aproximadamente 300 a 1000 MPa, em dependência da preparação da

amostra e da geometria. Ligas metálicas não são medidas em resistência flexural, mas

em tensão, o que dificulta estabelecer um paralelo de estruturas metálicas e estruturas

43

de fibra em situações clínicas de próteses de três elementos, mas para propósitos de

comparação, os valores iniciais e finais de ligas de ouro são 500 a 700 MPa.

VALLITTU & SEVELIUS, em 2000, avaliaram a performance clínica de 31

próteses parciais fixas de resina composta reforçada por fibra de vidro. As próteses

realizadas substituíam de um a três dentes superiores ou inferiores em cada um dos 31

pacientes. As próteses possuíam uma infra-estrutura de fibra de vidro tipo E

unidirecional com matriz polimérica de múltipla fase e recoberta com compósito

particulado fotopolimerizável (sem polimerização adicional). As próteses foram

examinadas por períodos de seis meses por até 24 meses (média de acompanhamento

de 14 meses). O critério para estabelecimento de falha do tratamento foi a

descimentação total ou parcial da prótese, fratura da infra-estrutura, número de pilares,

número de pônticos, tipo de prótese fixa (cinco tipos), localização anterior versus

posterior e superior versus inferior. Os materiais utilizados nos casos clínicos foram

fibra de vidro tipo E unidirecional – Stick, adesivo para embeber as fibras – Synfony

activator liquid e Triad Gel e resina composta com carga – Vita Zeta LC e Sinfony.

Dos resultados obtidos foi possível observar que duas próteses soltaram durante o

período de acompanhamento; uma perda ocorreu devido a um incorreto ajuste oclusal

e a outra por razão desconhecida. O teste probabilístico de Kaplan-Meier para

durabilidade/sobrevivência em 24 meses foi de 93%. Nenhuma fratura de infra-

estrutura foi observada. Os resultados deste estudo preliminar sugerem que as próteses

parciais fixas de compósito reforçado com fibras podem ser uma alternativa para as

próteses com infra-estrutura metálica.

XU, em 2000, testou em seu estudo o reforço das resinas compostas

44

termopolimerizáveis com filamentos cerâmicos (β-Si3N4). Pensou-se que os filamentos

cerâmicos aumentariam consideravelmente os compósitos termopolimerizáveis.

Pensou-se, também, que a quantia de carga e a temperatura de polimerização e o

tempo influenciariam significantemente as propriedades dos compósitos. As partículas

de sílica foram fundidas em filamentos para facilitar a silanização e criar rugosidades

que melhorariam a retenção à matriz. O percentual em peso dos filamentos variou de 0

à 79%, a temperatura variou de 80 à 180ºC e o tempo de presa de 10 min à 24 horas. A

resistência flexural e resistência à fratura dos compósitos foram medidas, e as amostras

fraturadas foram observadas em microscopia eletrônica de varredura. O nível de carga

tem um efeito significante nas propriedades do compósito; o compósito com

filamentos cerâmicos com nível de carga de 70% apresentou uma resistência flexural

em MPa de 248 ± 23, significantemente maior que os 120 ± 16 de um compósito para

inlay/onlay usado como controle e 123 ± 21 de um compósito laboratorial usado como

controle. O tempo de termo-polimerização também apresentou um papel significante.

À 120ºC, a resistência do compósito polimerizado por 10 min foi 178 ± 17, menor que

236 ± 14 do compósito polimerizado por três horas. A resistência do compósito

reforçado por filamentos não foi degradada após a armazenagem e envelhecimento por

100 dias. Concluindo, os compósitos termopolimerizáveis foram significantemente

reforçados com filamentos. Os mecanismos de reforço pareceram ser a formação de

pontes e resistência a microtrincas. A resistência flexural e à fratura dos compósitos

com filamentos cerâmicos foram próximo ao dobro das resinas compostas atualmente

disponíveis para inlay/onlay de compósitos laboratoriais.

PEUTZFELDT & ASMUSSEN, em 2000, estudando o efeito da polimerização

45

adicional na quantia de ligações duplas remanescentes, propriedades mecânicas e

desgaste in vitro de duas resinas compostas determinaram o efeito de diferentes

métodos de polimerização adicional no grau de conversão, propriedades mecânicas e

desgaste in vitro de duas resinas compostas (Z-100 e Charisma). Os métodos de

polimerização adicional envolveram dispositivos de polimerização para inlay assim

como aparelhos utilizados com outras finalidades nos laboratórios dentais ou

consultórios dentários. As amostras de resina composta foram inicialmente foto-

polimerizadas e, então, polimerizadas adicionalmente de acordo com um dos seguintes

métodos: unidade de polimerização manual Translux EC (10 min); caixa de

fotoativação Translux EC (10 min); Triad II (10 min), 40ºC (10 min), 70 ou 110ºC por

10 min, 1, 6 ou 24 horas. As propriedades foram determinadas seguindo a

armazenagem das amostras por uma semana em água à 37ºC. O grau de conversão foi

determinado usando transmissão infravermelha. As propriedades mecânicas testadas

das amostras foram resistência à tração diametral, resistência flexural e módulo de

elasticidade. O desgaste in vitro foi induzido por um simulador de desgaste de três

corpos. A maioria dos métodos de polimerização adicional aumentou o grau de

conversão de ambos materiais. A polimerização adicional aumentou as propriedades

mecânicas e a resistência ao desgaste in vitro da Charisma, enquanto nenhum efeito da

polimerização adicional foi encontrado nestas propriedades para a resina Z100. A

polimerização adicional com o uso de dispositivos disponíveis em laboratórios

dentários e consultórios aumentou o grau de conversão da Z100 e Charisma assim

como as propriedades mecânicas resistência ao desgaste in vitro da Charisma. O

tratamento térmico à 110ºC por 10-60 min foi o melhor tempo para polimerização

46

adicional.

BEHR et al., em 2000, estudaram as propriedades flexurais de compósitos

reforçados com fibra usando processo de adaptação por vácuo/pressão um manual.

Este estudo investigou a influência do conteúdo de fibra e armazenagem em água na

resistência flexural de prismas feitos com dois compósitos reforçados com fibra,

sistema Vectris e FibreKor. Utilizando um método de adaptação manual (FibreKor;

n=30) e um processo de vácuo/pressão (Vectris, n=30) foram comparados usando

prismas de 25 X 4 X 2 mm3. Um grupo do Vectris e FibreKor (n=10) foi armazenado

em água por 24 horas, um segundo grupo foi termociclado por 6000 vezes em 5º/55ºC,

e um terceiro grupo foi armazenado em água por 30 dias à 37ºC. Todos prismas foram

testados até a fratura usando o teste de resistência à fratura de três pontos e a

resistência flexural foi calculada. Finalmente, o volume percentual de fibra (vol%) foi

determinado. No geral, a resistência flexural diminuiu significantemente com o

aumento do tempo de armazenagem independente da fibra e sistema de fabricação.

Com os parâmetros de 24h à 30 dias, a média na resistência flexural para os prismas de

Vectris foi 618/579/545 N/mm2, e FibreKor 585/534/499 M/mm2. O conteúdo de fibra

do Vectris foi determinado em 28,1 vol% e 12,8 vol% para os prismas de FibreKor.

Após 24 horas de armazenagem em água, os prismas de Vectris e FibreKor

apresentaram um valor estatisticamente maior na resistência flexural do que após 30

dias de armazenagem em água. Fatores que afetam a resistência do compósito

reforçado por fibra: orientação das fibras, quantia de fibras, impregnação da fibra com

a matriz resinosa, adesão da fibra à matriz e propriedades da fibra vs. propriedades da

matriz. O processo de fabricação de vácuo/pressão e contraste com a adaptação

47

manual resultou em um aumento significantemente no conteúdo de fibras, mas não

necessariamente levou a um aumento da resistência flexural. Não apenas o conteúdo

de fibra, mas também a composição da matriz, assim como a união das fibras a matriz,

determinaram as propriedades das resinas compostas reforçadas por fibras.

KANIE et al., em 2000, estudando as propriedades flexurais e resistência ao

impacto de polímeros para base de dentadura reforçado com fibras de vidro trançada,

determinaram o efeito do reforço de fibras de vidro trançadas na deflexão, resistência

flexural, módulo flexural e resistência ao impacto de polímeros para base de

dentadura. Utilizaram três fibras de vidro silanizadas ou não silanizadas foram usadas;

as amostras foram realizadas usando resina acrílica termopolimerizável (a base de

polimetil metacrilato) contendo fibras de vidro, as quais foram colocadas em lâminas

no interior. As amostras com quatro espessuras diferentes (1, 2, 3 e 4 mm) e cinco

diferentes alturas dentro do prisma foram realizadas incorporando a fibra de vidro . O

teste de resistência flexural de três pontos e teste de impacto foram empregados pelas

propriedades flexurais e resistência ao impacto. Os resultados foram em valores: Fibra

N fibra plana, espessura de 0,13 mm (resistência à tração 382 N/25 mm), Fibra D fibra

plana, espessura de 0,21 mm (resistência à tração 785 N/25 mm), Fibra S fibra plana,

espessura de 0,18 mm (resistência à tração 873 N/25 mm). Os resultados mostraram

que quando as amostras contendo fibra de vidro não eram silanizadas, a resistência

flexural nas amostras de 1 e 2 mm de espessura e a resistência ao impacto nas amostras

de 2 mm de espessura foram maiores que aquelas amostras sem fibra de vidro

(p<0.001). Pelo contrário, a resistência flexural e deflexão nas amostras reforçadas

com fibra de vidro silanizada de 1 mm de espessura foram significantemente maiores

48

(p<0.001, p<0.05) do que aquelas amostras não reforçadas. Além disso, a resistência

ao impacto nas amostras reforçadas com fibras de vidro silanizada de 2 mm foi

significante maior (p<0.001) do que as amostras não reforçadas. As diferenças

estatisticamente significantes foram encontradas na resistência flexural (p<0.05) e a

resistência ao impacto (p<0.01) quando amostras de 4 mm de espessura foram

reforçados com duas ou três camadas de fibras de vidro não silanizadas. O reforço com

fibras de vidro foi efetivo para amostras finas, e o efeito de reforço aumentou com o

maior do número de fibras de vidro no caso de amostras delgadas.

KALLIO, VALLITTU & LASTUMÄKI, em 2000, estudaram a adesão de

resinas compostas para restauração e facetas em certos compósitos poliméricos. O

objetivo deste estudo foi determinar a resistência de união entre diferentes compósitos

reforçados por fibras e resinas compostas fotopolimerizáveis. Um total de 180

amostras compreendidas de oito tipos de substratos de compósitos reforçados por

fibras e quatro tipos de substratos de resinas compostas fotopolimerizáveis foram

confeccionadas e divididas em 36 diferentes grupos. As superfícies dos substratos

foram desgastadas com lixa de carbeto de silício com granulação 1200 antes da adição

da resina composta. A resistência de união ao cisalhamento foi determinada para

amostras sem o uso de uma resina intermediária, para amostras com o uso de uma

resina intermediária e para amostras com resina intermediária e termociclagem. A

rugosidade superficial do substrato foi medida com um profilômetro antes da adição da

resina composta sobre o substrato. Foram utilizados no estudo as fibras Stick, Stick

Net, FibreKor, Vectris Frame, Vectris Pontic e DC tell. As resinas utilizadas foram:

Sculpture dentin, targis base, sinfony dentin e Z-100. A análise de variância (ANOVA)

49

revelou diferenças estatisticamente significantes (p<.001) relacionado com o tipo de

substrato, a resina composta intermediária e a termociclagem. O maior valor de

resistência de união ao cisalhamento para o substrato reforçado por resina foi com a

combinação StickNet/Z100 e para a combinação de substratos de resina composta

Sinfony/Sinfony. A rugosidade superficial variou de 0,10 µm do Targis para 0,50µm

do Vectris Pontic. A rugosidade superficial observada não inlfuenciou na resistência

de união ao cisalhamento para resina composta de reparo para resina composta

reforçada por fibra e resina composta fotopolimerizável. Os mais altos valores de

resistência de união foram relacionados com materiais específicos e resinas de reparo

usados. Em alguns casos, os materiais utilizados apresentaram um desempenho melhor

sem o uso de resina de reparo intermediária.

HO et al., em 2001, testaram, após o tratamento de polimerização adicional

individual, a resistência flexural de quatro marcas comerciais de resinas compostas

direta/indiretas que se diferenciam grandemente em composição [Conquest C & B a

base de oligocarboneto dimetacrilato (OCDMA), Charisma a base de BISGMA,

Concept a base de uretano dimetacrilato (UDMA) e Dentacolor a base de BisGMA e

UDMA] foram avaliados imersos em água em temperatura variando de 12-50ºC. Os

métodos de polimerização adicional foram: Conquest: luz visível 60 s, calor/vácuo

225ºF, 29 in Hg com ciclo de 15 min; Charisma: luz visível 60 s, calor 200ºF, 2 min;

Concept: calor e pressão, 250ºF, 85 psi de água e ar com ciclo de 10 min.; Dentacolor:

luz visível por 60 s, calor e luz com ciclo de 90 s.O teste seguiu a especificação

ANSI/ADA nº 27 utilizando corpos-de-prova com as dimensões de 25 X 2 X 2 mm).

Uma série controle foi testada em temperatura ambiente (25 ± 1ºC). Os dados foram

50

analisados usando AN0VA e teste de Duncan. A resistência flexural geral diminuiu

20-40% (P<0.01) com o aumento da temperatura exceto com o Conquest C & B.

Surpreendentemente, altos valores de resistência flexural foram observados em

condições úmidas do que nas condições secas. A matriz semicristalina de OCDMA

apresentou propriedades de resistência superiores em 37ºC em comparação às matrizes

resinosas amorfas de BiSGMA e UDMA. Os materiais a base de UDMA sofreram

mais “amaciamento” em água e por alteração de temperatura do que os materiais a

base de BiSGMA e OCDMA. Os compósitos com polimerização adicional podem ser

afetados pela exposição do ambiente oral. Diferentes composições determinam o grau

de influência.

KAWANO et al., em 2001, estudaram a influência da termociclagem em água

na resistência flexural de resinas compostas processadas em laboratório. O objetivo

deste estudo foi avaliar o efeito da ciclagem térmica em água na resistência flexural e

dureza de vários sistemas de compósitos laboratoriais. Três novos compósitos

indiretos (Artglass, AG; Targis, TR; e Estenia, ES) e dois compósitos convencionais

(Dentacolor, DC; e Cesead II, CS) foram usados neste estudo. Vinte e oito amostras

retangulares (5 X 25 X 3 mm) de cada material foram confeccionados em uma matriz

de Teflon para o teste de resistência flexural. Todos materiais foram irradiados em

ambos os lados da matriz de acordo com as intrusões do fabricante e fotopolimerizador

do fabricante. Estenia e Targis foram posteriormente pós-polimerizados de acordo com

as instruções do fabricante. Vinte e oito amostras de 10 X 10 X 3 mm foram

confeccionadas de cada material para o teste de dureza Vickers. Todas as amostras

foram armazenadas em água destilada à 37ºC por 24 h. Sete amostras de cada material

51

foram termocicladas (60s à 4ºC e 60s à 60ºC) por 5000, 10000 e 20000 ciclos. A

resistência flexural das novas resinas compostas indiretas (Artglass, AG; Targis, TR; e

Estenia, ES) foi significantemente maior que resinas convencionais (Dentacolor, DC; e

Cesead II, CS). A termociclagem causou uma redução na resistência flexural, mas, não

uma redução da dureza da maioria dos materiais testados. Concluiu-se que a

termociclagem afetou as propriedades das resinas compostas indiretas híbridas, ES,

AG e TR. Entretanto, as mudanças nestas propriedades foram menores que o

compósito microparticulado DC. Então, ES, AG e TR podem melhor manter suas

propriedades durante o uso em boca comparado com DC. O módulo de elasticidade e a

dureza das resinas compostas são dependentes da extensão e volume de carga.

JOHN, GANGADHAR & SHAH, em 2001, avaliaram in vitro se a resistência

flexural de resinas acrílicas termo-polimerizadas poderiam ser aumentada com a

adição de três tipos de fibra: vidro, aramida e nylon. 40 moldes de gesso foram

preparados usando discos de aço com dimensões especificadas. Os grupos consistiam

de resinas acrílicas e a mesma resina reforçada com fibras de vidro, aramida e nylon.

Dez amostras foram fabricadas para cada grupo experimental; um teste de três pontos

foi executado. No grupo A (controle) a força necessária para a fratura 14 a 18,5 kg; a

resistência flexural destas amostras se colocaram entre 624.6 a 825.4 MPa, com a

média de 696MPa; no grupo B (fibra de vidro reforçada), a força requerida foi de 18.5

a 23.5 kg e a resistência flexural de 825.4 a 1048.5 MPa, com média de 979.2 MPa (a

maior média das amostras); o grupo C (fibra de aramida) a força requerida para a

fratura das amostras foi de 16.5 a 22 kg, com resistência flexural das amostras entre

736.2 a 981.5 MPa com média de 849,9 MPa. Finalmente no grupo D (fibra de nylon

52

reforçada) a força média requerida para a fratura foi de 15 a 19 kg, e a resistência

flexural das amostras foi de 619.5 a 847.7 MPa, com média de 733.4 MPa. As

amostras de resina foram realizadas com acrílico termo-polimerizável os resultados

mostraram que todos as amostras mostraram melhor resistência a flexão; o grupo como

o uso de fibra de vidro demonstrou os melhores resultados, seguido pela aramida e

pelo nylon. A fibra preferida dependerá do tipo de prótese requerida.

MEIERS E FREILICH, em 2001, desenvolveram uma prótese parcial fixa

protótipo com caráter não invasivo e confeccionada com resina composta reforçada

por fibra de vidro. Situações ideais para este tipo de técnica incluem: solução fixa para

substituição de dentes perdidos por trauma; solução fixa para sistemicamente

comprometidos que não dispõem de tempo ou possibilidade de anestesia local; pilares

periodontalmente abalados; mantenedor fixo do espaço seguido de movimentação

ortodôntica e provisório fixo durante a fase de cicatrização pós-implante. Descreveram

a construção de uma infra-estrutura e protocolo de confecção de uma prótese parcial

fixa de resina composta reforçada por fibras. A infra-estrutura era composta de fibra de

vidro unidirecional e trançada, tipo S (Splint-It). As aletas/retentores eram compostas

de uma camada de fibra unidirecional coberta com duas camadas de fibras trançadas.

A espessura dos retentores era de 0.6 mm O suporte do pôntico foi confeccionado com

fibras unidirecionais formando o corpo e a retenção da superfície inibida pelo ar de

componentes já polimerizados garante, segundo os autores, uma união efetiva entre as

camadas de fibras e entre a subestrutura e compósito particulado.

ELLAKWA et al., em 2001, estudaram a influência da armazenagem por seis

meses nas propriedades flexurais de quatros sistemas de resinas reforçada por fibras.

53

Foram investigadas as propriedades flexurais do Artglass, Belleglass HP, Herculite

XRV e Solidex e mais duas resinas experimentais. Na série A resinas foram reforçadas

por uma fibra de alto peso molecular para avaliar as propriedades flexurais após 24

horas e seis meses; na série B resinas experimentais com a mesma matriz orgânica,

mas, diferentes quantidades de carga (40 a 80% por peso) e também foram reforçadas

com fibras Connect. Na série C, resinas experimentais com a mesma quantidade de

carga, mas, diferentes matrizes orgânicas reforçadas por fibras forma avaliadas com

relação a propriedades flexurais. Todas as amostras forma preparadas em uma matriz

de 25 X 2 X 2 mm, utilizando uma máquina de teste Instron com uma velocidade de 1

mm/minuto. Os resultados não mostraram diferenças significantes na resistência

flexural entre as resinas da série A; a resistência flexural da resina Belleglass reforçada

por fibra foi significantemente maior que o Artglass e o Solidex. Armazenagem em

água por seis meses não tiveram diferença significante na resistência flexural de três

das quatro resinas reforçadas; a resistência flexural do Artglass foi significantemente

reduzida pela armazenagem em água por seis meses. Na série B, entretanto, aumentar

a quantidade de carga resultou em um aumento no módulo flexural, mas, não teve

efeito na resistência a flexão. Na série C, mudança na formulação da matriz não teve

efeito na resistência a flexão, mas, sim no módulo flexural.

ELLAKWA et al., em 2001, avaliaram ainda a influência da inserção e

posicionamento das fibras de ultra-alto peso molecular de polietileno (Connect/Kerr)

na eficiência do reforço de próteses de resinas reforçadas por fibras de três elementos.

Quatro grupos (dez amostras por grupo) de Herculite XRV cor A3 foram preparados

para resistência e módulo flexurais, com fotopolimerizações de 60 segundo em três

54

regiões do corpo de prova. Dois grupos controle foram confeccionados em uso de

fibras. Metade dos grupos de amostras foram armazenados em água destilada e os

outros em ambiente seco, ambos a 37 graus por duas semanas antes do uso. Os

resultados mostraram que o uso de fibras aumentou significantemente a resistência em

comparação às resinas não reforçadas, sendo que o modo de falha diferiu em

dependência do posicionamento da fibra. A microscopia eletrônica de varredura

revelou que a colocação da fibra levemente afastada do lado de tração favoreceu a

quebra e a propagação do crack, enquanto o posicionamento mais próximo à área de

tração ofereceu uma maior resistência. Não houve diferenças entre os grupos mantidos

em água destilada e aqueles mantidos a seco.

CESAR, MIRANDA & BRAGA, em 2001, estudaram a resistência a fratura,

módulo de elasticidade e resistência à degradação hidrolítica sendo estas propriedades

importantes de restaurações indiretas de compósitos, uma vez que os sistemas de

compósitos desenvolvidos especificamente para aplicação indireta são supostamente

ditos como materiais de propriedades mecânicas melhoradas devido ao seu elevado

grau de conversão de monômero. Este estudo avaliou a influência de cor e o efeito da

armazenagem por 30 dias na resistência flexural, módulo de elasticidade e dureza de

quatro sistemas de compósitos indiretos e um compósito usado para técnica direta.

Uma variedade de compósitos indiretos comercialmente disponíveis (Artglass,

Belleglass, Sculpture e Targis) e um compósito para uso direto (Z100, controle) foram

usados. Amostras confeccionadas tanto com cor incisal e dentina (n=10) foram

fraturadas com teste de três pontos. A dureza Knoop foi medida nos fragmentos (n=3)

obtidos após o teste flexural e os teste foram realizados após 24 horas e após 30 dias

55

de armazenagem em água à 37ºC. Os dados de resistência flexural foram analisados

com a distribuição de Weibull. O módulo de elasticidade e a dureza Knoop foram

analisados com ANOVA de três fatores e teste post-hoc de Tukey (α=0.05). O

compósito para técnica direta (Z100) demonstrou resistência flexural similar ao do

Artglass, Targis e Sculpture. O Belleglass apresentou a mais alta resistência flexural

(221,7 MPa para cor incisal após 24h). A Z100 apresentou o mais alto módulo de

elasticidade (variando de 10,9 a 12 GPa) e a Targis a mais baixa (5,1 a 5,9 GPa). O

Sculpture foi o único material que apresentou diferenças na resistência flexural com

respeito à cor (incisal 24 horas 149,8 MPa; incisal 30 dias 148,7 MPa; dentina 24

horas 200 MPa; dentina 30 dias 177,9 MPa). O módulo flexural e dureza da cor

dentina do Sculpture foram maiores que os obtidos para cor incisal após 30 dias. O

Belleglass também apresentou uma diferença significante no módulo flexural (dentina

24 horas 11,1 GPa; incisal 24 horas 9,6 GPa). O efeito da armazenagem em água foi

mais evidente na dureza uma vez que todos sistemas de compósitos amaciaram após

30 dias. Armazenagens prolongadas em água diminuiram a resistência flexural apenas

para o Artglass-dentina e Z100 ambas cores incisal e dentina. O envelhecimento em

água não afetou o módulo de elasticidade de qualquer compósito testado. No geral, os

compósitos indiretos não apresentaram propriedades mecânicas melhoradas quando

comparado com compósitos para técnica direta. As diferenças nas propriedades devido

à cor foram mais evidentes para o Sculpture. A armazenagem prolongada em água

apresenta um efeito deletério na dureza de todos compósitos testados. Entretanto, a

armazenagem em água não afetou a resistência flexural da maioria dos compósitos

indiretos ou módulos flexural de qualquer compósito testado.

56

POLYZOIS et al., em 2001, investigaram a força de fratura, deflexão na fratura e

dureza de resinas para base de dentaduras reparadas com resinas termopolimerizadas,

autopolimerizadas ou autopolimerizadas com reforço de fibra de vidro. Oito grupos

foram avaliados: seis com resinas para reparo autopolimerizados, incluindo um grupo

sem reforço e um tratado com irradiação de microondas após a polimerização, dois com

uma camada ou muti-camadas de fibra de vidro, três com reforço de fios circulares ou

trançados. Cada grupo consistiu de 12 amostras. As amostras experimentais eram

cortadas e um espaço de 3 mm em ombro foi reparado. Um teste de três pontos foi

utilizado para determinar a resistência à fratura, deflexão na fratura e tenacidade das

amostras. Foi utilizada análise de variância de One-way com teste de Post-hoc. A

resistência à fratura (28.4 a 73.4 N), deflexão (1.6 a 3.8 mm) e tenacidade (0.02 a 0.13 J)

para todas as amostras de reparo foram signifcantemente menores que o grupo controle

(82.79N, 4.4 mm, e 0.16J, respectivamente). As falhas foram adesivas e entre todas as

amostras testadas a mais efetiva foi a de irradiação com microondas, utilizando resinas

autopolimerizáveis com fios circulares ou uma camada de fibra de vidro.

MAGNE et al., em 2002, conduziram um estudo com uso de elemento finito

bidimensional foi utilizado, visando analisar a indução de stress em superfície e

interface de próteses posteriores de três elementos realizadas com seis diferentes

materiais, assim como a influência do desenho e configuração do preparo na

distribuição e indução de stress. Uma secção mesio-distal de uma prótese de três

elementos foi digitalizada e usada como um modelo de duas dimensões da membrana

periodontal, osso de suporte, diferentes materiais restauradores (ouro, alumina,

zircônia, vidro cerâmico, resinas e resinas reforçadas por fibra em diferentes

57

configurações de cavidade como slots proximais, preparo de duas faces e três faces.

Foi simulada uma carga de 50 N em um pôntico standartizado. O stress então foi

avaliado em materiais restauradores, interface dente/restauração e stress tangencial de

superfície ao nível do pôntico. Todos os materiais exibiram um padrão de stress

similares, com áreas de compressão definidos no lado oclusal do pôntico e a tração em

áreas gengivais do pôntico. A melhor transferência e redução de tensão para interface

foi conseguido pelo grupo de resinas e resinas reforçadas por fibra, não tendo muita

influência da configuração da cavidade. Segundo os autores resinas reforçadas por

fibras representaram uma combinação promissora necessitando somente resultados

clínicos que confirmem.

LASSILA, NOHRSTRÖM & VALLITTU, em 2002, estudaram a influência do

armazenamento em curto prazo em água nas propriedades flexurais de compósitos

reforçados por fibra de vidro unidirecional. O objetivo deste estudo foi determinar as

propriedades flexurais de compósitos reforçados por fibra de vidro tipo E

unidirecionais com matrizes poliméricas de diferentes propriedades de absorção de

água. Métodos: três marcas comerciais de resinas a base de diacrilatos (Sinfony

Activator, Triad Gel e Adesivo Scotchbond Multiuso 3) foram usados como matriz

polimérica para a fibra de reforço de fibra de vidro E pré-impregnada com

polimetilmetacrilato (Stick). Amostras prismáticas com 2 X 2 X 25 mm foram

confeccionadas (padrão ISSO 10477). Seis amostras foram confeccionadas para cada

um dos seguintes grupos: Sinfony Activator (n=30) com percentual de fibra de 0,12,

23, 36 e 45%, triad gel (n=30) com os mesmo percentuais, e Scotchbond Multiuso

(n=30) com os mesmos percentuais. As amostras foram testadas quanto à resistência

58

flexural de três pontos e quanto à absorção de água. Os valores médios de resistência

flexural e absorção de água foram analisados estatisticamente com ANOVA ao nível

de significância de 1%. A resistência flexural das amostras com 45% em volume de

fibras de vidro tipo E variaram de 759 à 916 MPa na condição seca. As amostras

armazenadas em água apresentaram resistência flexural entre 420-607 MPa. A análise

estatística ANOVA revelou que o percentual de volume de fibra e absorção de água da

matriz polimérica apresentou um efeito significante (p<0.001) nas propriedades

flexurais. A desidratação das amostras recuperou as propriedades mecânicas. A

diminuição nas propriedades flexurais após a imersão em água foi causada

principalmente pelo efeito pastificante da água e diminuição dependeu da absorção de

água. O uso de polímeros com baixa absorção de água parece ser benéfico a fim de

otimizar as propriedades flexurais das resinas reforçadas por compósito. Influência da

composição do agente de união das propriedades flexurais de um compósito reforçado

por fibra de polietileno de ultra-alto peso molecular

ELLAKWA et al., em 2002, avaliaram a influência de sete agentes de união

comercialmente disponíveis nas propriedades flexurais de um compósito reforçado por

fibra (FRC) de polietileno de ultra-alto peso molecular (UHMWPE). Nove grupos

(n=10) de amostras para teste flexural (25 X 2 X 2 mm). O compósito utilizado foi o

Solidex com a fibra Connect com 2 mm de largura. Os grupos e os resultados da

resistência flexural e módulo flexural foram: Prime/Bond NT 203 MPa e 4.7 GPa,

Prime/Bond 2.1 195 MPa e 4,6 GPa, One-Step 206 MPa e 4,9 GPa, DE Bonding resin

266 MPa e 5,1 GPa, XR Bonding 204 MPa e 4,5 GPa, Optibond solo 208 MPa e 4,7

GPa, Kolor plus 265 MPa e 5,3 GPa, Silano + Kolor Plus 169 MPa e 5,1 GPa, fibra e

59

compósito sem agente de união 75 MPa e 3 GPa, somente compósito 66 MPa e 4,9 GPa.

As amostras foram armazenadas em meio úmido por 24 horas a 37oC antes da medição

da resistência flexural e módulo de elasticidade com um teste de três pontos com

velocidade de carregamento de 1 mm/min. Microscopias eletrônicas de varredura foram

aplicadas para avaliar a interface fibra-resina das amostras representativas. A média da

resistência flexural dos grupos testados impregnados pelo agente de união variou de 169

a 266 MPa. A análise estatística da resistência flexural usando a ANOVA de um fator

revelou diferenças estatisticamente significantes (p<0.05) entre os grupos. O pré-

tratamento com silano na fibra UHMWPE antes da impregnação com o agente de união

reduziu significantemente a resistência flexural (p<0.05).

AYDAN, YILMAZ E ÇAGLAR, em 2002, testaram o efeito do reforço na

resistência flexural de diferentes tipos de base para dentadura. Este estudo investigou o

efeito de uso de fibras em resinas termopolimerizadas, autopolimerizadas e

fotopolimerizadas. Noventa amostras foram confeccionadas com um desenho especial

em moldes para produzir amostras de acordo com cada fabricante. Foi utilizado para

este estudo fibras de vidro unidirecionais e trançadas. A resistência flexural foi

determinada utilizando um teste de três pontos. As fibras de vidro unidirecionais

(Stick) e trançadas (StickNet) foram bem impregnadas pela matriz de resina; o reforço

com ambas as fibras aumentou significantemente a resistência flexural das amostras

testadas. Em todos os grupos as amostra reforçadas por fibras undirecionais (Stick)

exibiram os maiores valores de resistência flexural, seguido pelas fibras de vidro

trançadas (StickNet). O grupo controle exibiu os menores valores. Os autores

concluíram que as fibras de vidro podem ser utilizadas para reforço de resinas para

60

base de dentadura.

61

3 MATERIAIS E MÉTODOS

62

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Para este estudo foram confeccionados seis grupos de tratamento, sendo três

grupos de resinas compostas e três grupos de fibras de vidro e polietileno. Foram

confeccionados 12 amostras para cada grupo utilizando uma matriz metálica bipartida

com dimensões de 25 X 2 X 2 mm., baseado na especificação número 4049 da ISO e

descrita por KILDAL & RUYTER (1997) (Figura 1). A descrição dos materiais

utilizados está listada na Tabela 1.

FIGURA 1 - FIGURA DEMONSTRATIVA DA VISTA SUPERIOR DA MATRIZ

METÁLICA PARA CONFECÇÃO DOS CORPOS DE PROVA. Porto

Alegre, 2002.

63

TABELA 2 - DIVISÃO DOS GRUPOS DE ENSAIO, MATERIAIS UTILIZADOS,

FABRICANTES E NÚMEROS DE LOTE (Porto Alegre, 2002).

GRUPO MATERIAL MARCA E FABRICANTE LOTE

GRUPO I Resina composta

Laboratorial Belleglass (Kerr) 104373

GRUPO II Fibra de polietileno

Trançada Connect (Kerr)

0103016

GRUPO III Resina composta

Laboratorial Targis (Ivoclar) D09938

GRUPO IV Fibra de vidro

Unidirecional Vectris Pontic (Ivoclar) D94034

GRUPO V

Resina composta

para uso clínico

e laboratorial

Z-250 (3M) 1219

GRUPO VI Fibra de vidro

Unidirecional

Fibrex (Angelus)

1370A2

Para o grupo I foi utilizada uma resina composta laboratorial do sistema

Belleglass/Kerr cor A3 dentina opaca (opaque dentin) sem fibra de reforço, sendo a

mesma inserida na matriz metálica em um incremento único através de uma espátula

de resina (Hu-friedy GIFT3). Posteriormente, uma lâmina de vidro de 1 mm espessura

foi posicionada sobre este incremento, planificando a superfície do corpo de prova e

sendo este fotopolimerizado com o auxílio de um aparelho (Demetron 501/Kerr) com

850 mW/cm2 de potência de luz aferido no radiômetro embutido no próprio aparelho;

64

foram realizadas três ativações de 40 segundos cada em três pontos distintos. Foi

realizada uma ativação adicional sem a placa de vidro por mais 40 segundos nos

mesmos três pontos na parte inferior da amostra. Uma polimerização final com adição

de calor a 138OC em uma atmosfera de pressão (60 psi) por dez minutos foi realizada

em uma unidade de ativação (Kerr) que oferece um ambiente com presença de

nitrogênio. O acabamento das margens da amostra foi realizado com discos de óxido

de alumínio sof-lex pop-on XT laranja escuro (3M). A cor utilizada para as amostras

de resina composta foi definida para fins de protocolo como A3 (VITA/Vident), uma

vez que é a mais utilizada para corpo de estruturas de próteses fixas, mas a cor não

parece ter influência significante na resistência flexural para os vários tipos de resina

(CESAR, MIRANDA & BRAGA, 2001).

Para o grupo II foram confeccionadas amostras utilizando fibras de polietileno de 2

mm (Connnect/Kerr), simulando o método de confecção de próteses de três elementos

utilizado em laboratório. Três camadas umedecidas em resina de modelamento (Modeling

resin) foram posicionadas na matriz metálica, de forma lateral, ou seja, três camadas lado a

lado; o comprimento foi padronizado seguindo o comprimento da matriz (25 mm).

Tesouras especiais (Kerr) foram utilizadas para este corte, evitando o aparecimento de

desfiamentos. Foi então colocada uma placa de vidro sobre esta camada final e realizadas as

ativações e o acabamento como descrito para o grupo I.

Para o grupo III foram confeccionadas amostras utilizando a resina composta do

sistema Targis (Ivoclar) cor A3 dentina opaca, que foi inserida em camada única na

matriz metálica e ativada no aparelho targis quick (Ivoclar) por 40 segundos em três

pontos distintos, após este processo mais três polimerizações na parte inferior dos

65

corpos de prova foi realizada. Posteriormente as amostras foram posicionadas no

aparelho Targis-power (Ivoclar) para um processo utilizando luz e calor por 25

minutos a 95OC. O acabamento foi realizado como descrito para o grupo I.

Para o grupo IV foram confeccionadas amostras com fibras de vidro unidirecionais

Vectris pontic (Ivoclar), que são fornecidos previamente embebidos com resina fluida. O

processo de confecção destas amostras é realizado com uso de aparelhos de vácuo, não

necessitando compressão e posicionamento das fibras de forma manual. O conjunto de

fibras pré-impregnadas (Vectris-pontic/Ivoclar) foi levado à matriz, adaptado com leves

excessos laterais e inserido no aparelho Vectris VS1 (Ivoclar) que fornece luz e vácuo.

Através de vácuo esta fibra foi comprimida para a retirada de excesso de matriz orgânica.

O acabamento foi realizado como descrito para o grupo I.

O grupo V utilizou uma resina composta microhíbrida para uso em consultório

Z-250 (3M), cor A3. A confecção e o acabamento das amostras foram realizados como

descritos para o grupo I.

As amostras do grupo VI foram confeccionadas com fibras de vidro unidirecionais

Fibrex (Angelus) como descrito para o grupo IV, utilizando o mesmo aparelho (Vectris

VS1/Ivoclar) e seu sistema de vácuo, uma vez que o fabricante não possui um aparelho

próprio.

Posteriormente as amostras de todos os grupos foram armazenadas em recipientes

plásticos individuais identificados, sem interferência de luz a temperatura de 25oC, por 14

horas, de acordo com a especificação 4049, segundo citado por KILDAL & RUYTER, em

1997.

66

Para a realização do teste de três pontos, de acordo com ELLAKWA et al

(2001), as amostras foram levadas a uma máquina de ensaio Universal EMIC DL-2000

com uma célula de 500N e posicionadas sobre um suporte com 21 mm de distância

entre os garfos (Figura 2). Um dispositivo em forma de cinzel foi adaptado à parte

superior da máquina de ensaio realizando uma força de compressão sobre a amostra

posicionada entre os garfos (KLINENBERG, 1966). O esforço foi realizado até a

fratura ou colapso da amostra ao nível de 15%. A velocidade de carregamento aplicada

foi de 1,0 mm/min.

FIGURA 2 - FIGURA DEMONSTRATIVA DO CONJUNTO (1): MORDENTE

SUPERIOR DA MÁQUINA PARA REALIZAR O ESFORÇO; (2):

MATRIZ INFERIOR PARA SUPORTE DO CORPO DE PROVA; (3)

AMOSTRAS DO CORPO DE PROVA.

A força exercida foi registrada em N e a resistência flexural avaliada e

transformada em MPa seguindo a fórmula:

σ =3Pl/2bd2

1

2

3

67

Onde: σ é a resistência a flexão; l é a distância entre os suportes; b é a largura do corpo

de prova; d é a profundidade ou espessura do corpo de prova e P é a carga

máxima no ponto de fratura.

Os resultados foram analisados pelo teste de Análise de Variância (ANOVA) e

o teste paramétrico “t de Student”. O nível de significância adotado foi menor que 5%

(p<0,05).

A partir dos dados obtidos no teste de resistência flexural e baseado na

metodologia de KILDAL & RUYTER (1997), o módulo de elasticidade foi calculado

a partir da seguinte fórmula:

E=Pl3/4dbt3

Onde: P é a carga aplicada; l é o comprimento da amostra; d é a deformação; b é a

largura e t a espessura.

Após a realização dos ensaios mecânicos as amostras foram observadas em

microscopia eletrônica de varredura (PHILLIPS, XL 30) e classificadas quanto a falha

em fraturas completas ou incompletas, com delaminação total ou parcial. Amostras

representativas de cada padrão de falha foram fotomicrografadas e estão apresentadas

no capítulo de resultados.

68

4 RESULTADOS

69

RESULTADOS

4.1 RESISTÊNCIA FLEXURAL E MÓDULO DE ELASTICIDADE

Baseado nos ensaios mecânicos realizados, foram determinadas os valores médios

(MPa) de resistência flexural e de módulo de elasticidade para os diferentes grupos de teste

que estão apresentados nas Tabelas 2 e 3 e nos Gráficos 1 e 2.

Os valores obtidos foram submetidos à Análise de Variância (ANOVA) e o teste

paramétrico “t de Student” (através do software “Primer of Biostatistics”). O nível de

significância adotado foi menor que 5% (p<0,05).

TABELA 2 – COMPARAÇÃO DOS VALORES MÉDIOS DE RESISTÊNCIA

FLEXURAL, NÚMERO DE CASOS, DESVIO PADRÃO E

COEFICIENTE DE VARIAÇÃO PARA OS GRUPOS EM ESTUDO

(Porto Alegre, 2002).

GRUPOS Nº Média (MPa) de Resistência Flexural

Desvio Padrão

Coeficiente de Variação

I (Belleglass / Kerr) 12 116,16A 13,26 11,4

II (Connect / Kerr) 10 255,62B 25,49 10,0

III (Targis / Ivoclar) 11 92,91C 12,76 13,7

IV (Vectris / Ivoclar) 12 421,26D 33,53 8,0

V (Z-250 / 3M) 11 126,77A 18,35 14,5

VI (Fibrex / Angelus) 12 384,20D 92,20 24,0

* médias seguidas de mesma letra não diferem entre si ao nível de significância de 5%.

O Grupo III quando comparado com todos os demais, apresentou menor resistência

flexural (p<0,05) e o Grupo IV quando comparado com os demais grupos, com exceção do

Grupo VI, com o qual não foi observada diferença significativa, apresentou maior resistência

flexural (p<0,05) (Gráfico 1).

70

GRÁFICO 1 – RESISTÊNCIA FLEXURAL NOS GRUPOS EM ESTUDO.

116,16A

255,62B

92,91C

421,26D

126,77A

384,20E

0,00

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

300,00

350,00

400,00

450,00Resistência Flexural (M

Pa)

G I G II G III G IV G V G VI

FONTE: Tabela 2.

* médias seguidas de mesma letra não diferem entre si ao nível de significância de 5%.

TABELA 3 - COMPARAÇÃO DOS VALORES MÉDIOS DE MÓDULO DE

ELASTICIDADE, NÚMERO DE CASOS, DESVIO PADRÃO E

COEFICIENTE DE VARIAÇÃO PARA OS GRUPOS EM ESTUDO

(Porto Alegre, 2002).

GRUPOS Nº Média (MPa) de

Módulo de elasticidade

Desvio

Padrão

Coeficiente

de Variação

I (Belleglass / Kerr) 12 385,6A 47,4 12,3

II (Connect / Kerr) 10 171,0B 22,0 12,9

III (Targis / Ivoclar) 11 192,8B 34,6 17,9

IV (Vectris / Ivoclar) 12 590,7C 86,5 14,6

V (Z-250 / 3M) 11 304,6D 57,0 18,7

VI (Fibrex / Angelus) 12 488,2E 128,2 26,3

* médias seguidas de mesma letra não diferem entre si ao nível de significância de 5%.

O Grupo II quando comparado com os demais grupos, com exceção do Grupo III

com o qual não foram observadas diferenças significativas, apresentou menor módulo de

71

elasticidade (p<0,05) e o Grupo IV quando comparado com os demais grupos, apresentou

maior módulo de elasticidade (p<0,05) (Gráfico 2).

GRÁFICO 2 - MÓDULO DE ELASTICIDADE NOS GRUPOS EM ESTUDO.

385,6A

171,0B 192,8B

590,7C

304,6D

488,2E

0,0

100,0

200,0

300,0

400,0

500,0

600,0Módulo de elasticidade (M

Pa)

G I G II G III G IV G V G VI

FONTE: Tabela 3.

* médias seguidas de mesma letra não diferem entre si ao nível de significância de 5%.

4.2 PADRÃO DE FALHA

Os corpos-de-prova, após o teste de flexural de três pontos, foram adaptados

em stubs (suporte para microscopia eletrônica construído em alumínio), cobertos com

fina camada de liga ouro–paládio, sob alto vácuo (Balzers – sputer coater, Germany) e

levados para observação em microscópio eletrônico de varredura - MEV - (Philips XL

30).

Foram observados os padrões de falha com aumento de 50 e 100X e

fotomicrografados em um aumento que evidenciasse o padrão fotográfico da falha.

A observação dos padrões de falha em microscopia eletrônica de varredura identificou

100% de falha de fratura incompleta com leve delaminação superficial das fibras nos grupos

IV (Vectris/Ivoclar) e VI (Fibrex/Angelus) e 100% de falha de fratura incompleta com quebra

72

da matriz resinosa ao redor das fibras de polietileno nas amostras do grupo II (Connect/Kerr).

FIGURA 3 - FOTOMICROGRAFIA ELETRÔNICA DE VARREDURA DO

PADRÃO DE FALHA OBSERVADO NA FIBRA DE VIDRO

UNIDIRECIONAL (VECTRIS/IVOCLAR) 50X.

FIGURA 4 - FOTOMICROGRAFIA ELETRÔNICA DE VARREDURA DO

PADRÃO DE FALHA OBSERVADO NA FIBRA DE VIDRO

UNIDIRECIONAL FIBREX/ANGELUS 94X.

73

FIGURA 5 - FOTOMICROGRAFIA ELETRÔNICA DE VARREDURA DO

PADRÃO DE FALHA OBSERVADA NA FIBRA CONNECT/KERR

50X.

FIGURA 6 - FOTOMICROGRAFIA ELETRÔNICA DE VARREDURA DAS

FALHAS DE IMPREGNAÇÃO DE RESINAS ENTRE AS FIBRAS

DE POLIETILENO CONNECT/KERR 1600X.

74

FIGURA 7 - FOTOMICROGRAFIA ELETRÔNICA DE VARREDURA DA

DENSIDADE DE FIBRAS OBSERVADA NA FIBRA

CONNECT/KERR 598X.

FIGURA 8 - FOTOMICROGRAFIA ELETRÔNICA DE VARREDURA DA

75

DENSIDADE DE FIBRAS OBSERVADA NA FIBRA

VECTRIS/IVOCLAR 516X.

76

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

77

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

As fibras para uso com polímeros atuam como uma infra-estrutura interna

aumentando significantemente a sua resistência a fratura e a flexão e o módulo de

elasticidade (VALLITTU, VOJTKOVA & LASSILA, 1995); estes resultados foram

encontrados de forma mais clara, em nosso estudo, com os grupos de fibra de vidro

(grupo IV-Vectris/Ivoclar e grupo VI-Fibrex/Angelus), mas, não foi tão intensa nos

grupos de polietileno (grupo II-Connect/Kerr).

Testes em laboratório visam transpor resultados prevendo situações encontradas

em clínica oferecendo maior previsibilidade aos materiais restauradores (LOOSE et

al., 1998; ROSENTRITT et al, 1999). A longevidade clínica do uso de fibras em

próteses fixas também já vem também sendo explorada pela literatura (MILLER &

BARRICK, 1993; ALTIERI, 1994; MEIERS & FREILICH, 2001).

Em nosso estudo optou-se pela utilização do teste de flexão de três pontos, que

se mostra como o padrão mais comum para a distribuição de stress em próteses fixas

(ELLAKWA, 2001), sendo clinicamente mais relevante. Testes de resistência flexural

de quatro pontos também são, no entanto, sugeridos na literatura; no teste de quatro

pontos o stress é induzido longe dos pontos de aplicação da carga (DeHOFF,

ANUSAVICE & HATHCOCK, 1982). Segundo CHITCHUMNONG, BROOKS &

STAFFORD, em 1989, as diferenças fundamentais são a localização e distribuição da

tensão sobre a barra. A tensão máxima ocorre abaixo do ponto de aplicação no teste de

três pontos e é espalhada entre a área de aplicação da tensão no teste de quatro pontos;

78

estes autores citaram ainda que em uma comparação dos resultados dos testes flexurais

de três e quatro pontos para resinas de base de dentaduras não apresentou diferenças

estatisticamente significantes entre os módulos de elasticidade. No entanto, os valores

de resistência flexural foram significantemente maiores no teste flexural de quatro

pontos.

Corpos de 25 X 2 X 2 mm (FREILICH, 2000; HO et al., 2001), como o

utilizado em nosso estudo, são o padrão para testes de flexão, mesmo se pretendendo

transferir para o uso clínico de próteses fixas de três elementos, baseado na

especificação número 4049 da ISO e descrita por KILDAL & RUYTER (1997).

Apesar de se sugerir áreas maiores de conexão do pôntico e pilares, um teste

padronizado pode também transferir resultados comparativos como os objetivados em

nossa pesquisa. Outras dimensões de matriz foram sugeridas para testes específicos

como 3 X 4,5 X 5 mm (VALLITTU, LASSILA & LAPPALAINEN, 1994),

direcionados porém para base de dentadura de polimetilmetacrilato. Outros exemplos

de dimensões utilizadas nas pequisas utilizadas como referências foram 3 X 5 X 25

mm (KAWANO et al., 2001); 9 X 8 X 34 mm (CHUNG, LIN & WANG, 1998) e 5 X

3 X 35 mm (VALLITTU, 1997).

Vários tipos de fibra vêm sendo sugeridos para reforço de estrutura, como nylon

e aramida (JOHN, GANGADHAR & SHAH, 2001), vidro (VALLITTU, 1998;

AYDIN, YILMAZ & ÇAGLAR, 2002) e polietileno (GOLDBERG & FREILICH,

1999; ELLAKWA et al., 2001); sendo as mais utilizadas para reforço de resinas

compostas as fibras de vidro e de polietileno. Uma comparação de valores com

79

estruturas metálicas apesar de importantes apresentam uma barreira, estruturas

metálicas não são testadas com testes de flexão e sim com limite convencional de

escoamento (ANUSAVICE, 1998).

Em nossa pesquisa foram testadas fibras de polietileno trançadas

(Connect/Kerr) e fibras de vidro unidirecionais (Vectris/Ivoclar e Fibrex/Angelus), que

são as mais comumente utilizadas e encontradas à disposição dos profissionais, foram

testadas também as resinas que comumente são utilizadas com estas fibras.

Todos os grupos de amostras de fibras (de vidro ou de polietileno) mostraram

valores significantemente maiores que os grupos de amostras de resinas compostas,

confirmando o aumento de resistência flexural pela presença de fibras de reforço,

como verificados por DeBOER; VERMILYEA & BRADY (1984); VALLITTU

(1999) e POLYZOIS et al. (2001). Os resultados dos grupos IV-Vectris/Ivoclar e VI-

Fibrex/Angelus (fibras de vidro unidirecionais) apresentaram, porém, valores médios

de resistência maiores que o grupo II-connect/kerr (fibra de polietileno trançado).

O módulo de elasticidade das amostras dos grupos de Connect/Kerr não foi

superior estatisticamente com os grupos de amostras de resina composta, o que não era

inicialmente esperado, uma vez que a suposição era que fibras tivessem maior módulo

de elasticidade. Sabe-se que não somente um alto valor de resistência flexural é

desejado em estruturas de próteses fixas, mas também um alto módulo de elasticidade

(alta rigidez), uma vez que a deficiência nesta rigidez acarretaria a flexão da estrutura

quebrando a resina composta que é aplicada sobre o sistema de fibras levando também

a uma falha, mesmo a estrutura provendo um valor elevado de resistência a flexão.

80

Devemos analisar as diferenças entre os grupos de fibra e os grupos de resina

separadamente, uma vez que se comportaram de forma distinta.

Os fatores que afetam a resistência do compósito reforçado por fibra são:

orientação das fibras, quantia de fibras, impregnação da fibra com a matriz resinosa,

adesão da fibra à matriz, propriedades da fibra e as propriedades da matriz (BEHR et

al; 2000).

Os resultados do teste de fibras sugeriram uma resistência flexural

significantemente maior das fibras de vidro, tanto o grupo IV-Vectris/Ivoclar (421,27

MPa), quanto o grupo VI-Fibrex/Angelus (384,22 MPa), em relação às fibras de

polietileno, representado em nossa pesquisa pelo grupo II-Connect/Kerr (255,62 MPa),

bem como um módulo de elasticidade significantemente maior do grupo IV-

Vectris/Ivoclar (590,7 MPa) e do grupo VI-Fibrex/Angelus (488,2) em relação ao

grupo II-Connect/Kerr (171,0 MPa). Algumas considerações devem ser feitas para

explicar estes resultados.

Fibras de polietileno são citadas na literatura como materiais de difícil

molhamento e aderência pela matriz de resina (VALLITTU, 1999), o mesmo não

acontecendo com fibras de vidro, como também visto na análise em microscopia

eletrônica de varredura dos corpos de prova (Figuras 3, 4 e 5).

Bolhas ou falhas de penetração da resina fluida de molhamento na malha das

fibras de polietileno do grupo II-Connect/Kerr podem ter influenciado os menores

resultados de resistência deste grupo (Figura 6).

A pré-impregnação existente nos sistemas de fibra de vidro aqui utilizados e sua

81

manipulação feita em aparelhos a vácuo também pareceram ter influência sobre nossos

resultados de resistência flexural. Fibras de vidro unidirecionais pré-impregnadas

como as utilizadas nesta pesquisa oferecem maior facilidade de manipulação e

permitem a inserção de alta densidade de fibras, o que com o uso de fibras de

polietileno se torna mais difícil por uma questão meramente técnica, vindo de acordo

com BEHR et al. (2000), que concluíram que o processo de fabricação de

vácuo/pressão (grupo VI-Fibrex/Angelus e grupo IV-Vectris/Ivoclar) resultou em

aumento significante no conteúdo das fibras, mas, não necessariamente levou a um

aumento da resistência flexural. Apesar de na pesquisa deste autor a fibra executada

manualmente ter sido também uma fibra de vidro, na parte experimental da nossa

pesquisa este resultado não foi confirmado, fibras confeccionadas a vácuo ofereceram

não somente melhores resultados de resistência como maior facilidade de confecção da

peça.

Fibras pré-impregnadas que são utilizadas em laboratório, como os utilizados

em nossa pesquisa (grupo IV-Vectris/Ivoclar e grupo VI-Fibrex/Angelus),

apresentaram também a vantagem de obtenção de um pré-molhamento (VALLITTU,

1999), que assegura uma melhor qualidade desta impregnação de adesivos em contato

com a fibra, o que segundo VALLITTU, LASSILA & LAPPALAINEN, em 1994,

torna-se um procedimento mais complexo em procedimentos em que se utilizam fibras

de polietileno. Isto corrobora parcialmente para a diferença de resultados obtidos,

assim como no trabalho de VALLITTU, em 1997. O tipo de falha encontrado nas

amostras também parece ter sido influenciado pela impregnação das fibras pois fibras

82

de vidro pré-impregnadas apresentaram uma leve defibrilamento superficial enquanto

as fibras de polietileno que foram umedecidas com adesivos manualmente

apresentaram fraturas incompletas, mas, com significante quebra da matriz ao redor

das fibras (Figuras 3, 4 e 5).

Outro aspecto relevante na avaliação dos resultados é a disposição das fibras,

pois, influencia significantemente a resistência das amostras, sendo que podem ser

unidirecionais (grupo IV-Vectris/Ivoclar e grupo VI-Fibrex/Angelus), ou trançadas

(grupo II-Connect/Kerr). Nossos resultados apontaram maiores valores para as fibras

unidirecionais (grupo IV-Vectris/Ivoclar: 421,27 MPa e grupo VI-Fibrex/Angelus:

384,22 MPa) do que as fibras trançadas (grupo II-Connect/Kerr: 255,62 MPa),

confirmando parcialmente os resultados de AYDIN, YILMAZ E ÇAGLAR (2002),

que encontraram valores de aumento de resistência flexural de 50% para as

unidirecionais e 21,2% para as trançadas. Nossos resultados estão de acordo também

com os de VALLITTU (1999) que concluiu que as fibras unidirecionais aumentam

mais a resistência transversa e o módulo de flexão de acordo com a teoria do fator de

Krenchel que dita uma mecânica para as fibras unidirecionais e outra para as

trançadas.

O alto coeficiente de variação (24,0) do grupo VI-Fibrex/Angelus parece ter

sido influenciado por características do próprio material, uma vez que o processo de

confecção baseia-se em processo de vácuo executado pelo próprio aparelho

(VS1/Ivoclar), sem influência de manipulação do operador, ou mesmo variações de

confecção.

83

Com relação à confecção dos corpos de fibra de polietileno aqui utilizados

pensou-se inicialmente em se utilizar o grupo II-Connect/Kerr associados a resinas

laboratoriais como a técnica realizada em laboratório. Ao se estabilizar a fibra entre

camadas de resina laboratorial, porém, verificou-se no teste piloto que o resultado

apontava a própria resistência flexural da resina que envolvia a fibra, prejudicando a

leitura correta do teste uma vez que os corpos do grupo IV-Vectris/Ivoclar e do grupo

VI-Fibrex/Angelus utilizam somente fibras em grande densidade e ausência de resina

nas amostras aqui utilizadas. Os corpos de prova foram então confeccionados

condensando o máximo de fibras permitidas pela dimensão da matriz. Nos corpos de

teste do grupo II-Connect/Kerr, três fibras sobrepostas foram incorporadas, o máximo

permitido pelo espaço da matriz metálica. A força foi incidida com as fibras

posicionadas lateralmente, procedimento este que é utilizado em laboratório quando da

execução dos trabalhos de prótese fixa de resinas compostas com reforço de fibra;

alguns autores confirmam maior resistência flexural com o posicionamento lateral das

fibras (MILLER, HAKIMZADEH & RUDO, 1995). Os baixos valores de módulo de

elasticidade do grupo II-Connect/Kerr explicaram esta dificuldade de se estabelecer

valores de resistência flexural desta fibra, sendo apontado no piloto somente o valor de

resistência flexural da resina; ou seja, a fibra flexionava e fraturava a resina

posicionada sobre a mesma, sendo sensibilizado pelo programa MTest o valor da

resistência da resina belleglass/Kerr.

A direção do posicionamento influencia também os resultados de resistência,

uma vez que quanto mais próximo a área de tração do movimento de flexão maiores os

84

resultados de resistência; a adição de fibras próximas à área de compressão e no meio

das amostras não aumenta significantemente a resistência de amostras (DeBOER,

VERMILYEA & BRADY, em 1984, VALLITTU, em 1997; CHUNG, LIN &

WANG, em 1998; KANIE et al, em 2000).

O grupo II-Connect/Kerr foi realizado visando impor uma maior densidade de

fibra, com a execução de um molhamento favorável das fibras e uma colocação

estratégica principalmente em áreas próximas a parte superior e inferior (áreas de

stress de tração e compressão no movimento de flexão). O posicionamento somente no

centro do corpo demonstrou um menor potencial de aumento de resistência ao início e

propagação da fratura (VALLITTU, 1997; ELLAKWA et al, 2001). No piloto do

projeto foram realizados corpos com resinas laboratoriais ao redor de uma camada de

fibra e isto se confirmou. O posicionamento da fibra no corpo da resina composta

infuencia significantemente a resistência flexural; a explicação é o início da falha na

resina mais frágil e próxima a área de tração e a propagação pelo corpo de prova.

Buscou-se em nosso estudo inserir o máximo de fibras na matriz metálica pois

quanto maior a quantidade de fibras na amostra, maior a resistência à flexão

(VALLITTU, LASSILA & LAPPALAINEN, 1994; VALLITTU, 1997), mesmo

discordando do trabalho de GUTTERIDGE (1992), que não encontrou melhora no

módulo de elasticidade e resistência transversa com a adição de 1 ou 2% de fibra de

polietileno em resinas de polimetilmetacrilato.

O grupo II-Connect/Kerr (Fibras de polietileno), em nossa análise em

microscopia eletrônica de varredura, apresentou menor densidade de fibras (FIGURA

85

7), em comparação ao grupo IV-Vectris/Ivoclar e ao grupo VI-Fibrex/Angelus (Fibras

de vidro). Isto parece também ter relação com os resultados dos testes obtidos

(FIGURA 8).

O grupo II – Connect/Kerr também exibiu um módulo de elasticidade menor,

com deformação do corpo da amostra sem detecção de falha pelo programa MTest da

máquina de ensaio universal. Os corpos de prova falharam, portanto, pela deformação

intensa, mesmo não fraturando ou mesmo apontando falhas a 15%, uma vez que se

deformavam plasticamente de forma lenta e sem fratura. Entende-se que os resultados

de resistência média apontam valores superiores ao que seria permitido em uma

situação clínica de prótese de três elementos onde uma deformação plástica desta

intensidade não seria permitida uma vez que rigidez da estrutura é requerida,

permitindo função mecânica mastigatória.

A resistência à flexão das resinas compostas polimerizadas com a adição de

calor e pressão em uma unidade de nitrogênio do grupo I-Belleglass/Kerr (dentina

opaca A3 Belleglass/Kerr), oferece maiores valores à flexão comparado a resinas

laboratoriais com adição somente de calor da resina dentina A3 do grupo III-

Targis/Ivoclar. REINHARDT, BOYER & STEPHENS, em 1994, obtiveram uma

melhora de 11% de resistência flexural com o uso de polimerização adicional quando

comparado com as amostras somente fotopolimerizadas. Diversos autores citaram que

fontes adicionais de polimerização agem aumentando a conversão de polimerização

melhorando as propriedades mecânicas gerais (KILDAL & RUYTER, 1997; XU,

2000; KAWANO, 2001), este poderia ser um dos fatores a serem considerados. Os

86

resultados maiores do grupo V-Z-250/3M (126,77 MPa) de resina direta, que é

somente fotopolimerizada, em relação ao grupo III-Targis/Ivoclar (92,91 MPa) e ao

grupo I-Belleglass/Kerr (116,16 MPa), contrapõe, porém, esta teoria de polimerizações

adicionais.

Em nossa avaliação a resina composta para uso direto, grupo V-Z-250/3M

apresentou os maiores valores de resistência flexural. Isto não confirmou os

resultados de PEUTZFELDT & ASMUSSEN (2000), que afirmaram que

polimerizações adicionais aumentaram as propriedades mecânicas e a resistência ao

desgaste in vitro da resina direta Charisma, assim como FREIBERG &

FERRACANE (1998). Neste mesmo trabalho, porém, estas polimerizações

acessórias não resultaram em efeitos na resina Z-100 (3M).

Os maiores valores obtidos pelo grupo V-Z-250/3M de resina direta, em

relação as resinas laboratoriais estão de acordo, porém, com o trabalho de CESAR,

MIRANDA & BRAGA (2001), onde resinas laboratoriais não apresentaram

propriedades mecânicas melhoradas comparadas a resina composta Z-100 (3M)

para uso direto.

Um segundo aspecto a se observar é a maior quantidade de carga presente nas

resinas Belleglass dentina opaca (86% peso), Z-250 (85% peso) em comparação a

resina Targis (78%peso) o que pode justificar parcialmente a diferença

estatisticamente significante entre o grupo V-Z-250/3M e o grupo III-Targis/Ivoclar,

bem como o grupo I- Belleglass /Kerr e o grupo III-Targis /Ivoclar, como o citado por

XU, em 2000.

87

Os testes de resistência flexural foram realizados sem imersão em água, uma

vez que resultados apontados em pesquisas de comparação de resistência flexural em

armazenagem em água mostraram efeitos deletérios em todos os corpos de amostra

(VIJAYARAGHAVAN & HSIO, 1994; LASSILA, NOHRSTRÖM & VALLITTU,

2002; VALLITTU, RUYTER & EKSTRAND, 1998; BEHR et al, 2000; CESAR,

MIRANDA & BRAGA, 2001; KAWANO, 2001; KILDAL & RUYTER, 1997;

BEHR, 2000), apesar de não coincidir com a opinião de XU (2000) que encontrou que

a resistência não foi afetada pela armazenagem e envelhecimento por 100 dias.

Sendo nosso estudo conduzido com intenção de comparação de sistemas, a

imersão em água não induziria a diferenças entre os grupos comparados uma vez que,

se armazenados em água todos os grupos teriam seus valores diminuídos.

A superfície da amostra pode afetar os resultados de resistência flexural,

principalmente nas falhas por porcentagem (KAWANO et al., 2001). Apesar de 12

corpos de prova terem sido confeccionados algumas amostras foram eliminadas pela

presença de irregularidades superficiais, o que poderia interferir nos resultados.

As diferenças dos valores de módulo de elasticidade se justificam, assim como

as diferenças de resistência flexural, nos aspectos já discutidos acima. O módulo de

elasticidade depende diretamente da extensão da polimerização da matriz do polímero

e do volume da carga.

Os resultados desta pesquisa sugeriram a possibilidade do uso de fibras de

reforço associadas a resinas compostas como alternativa a estruturas metálicas, mesmo

sendo os valores de resistência flexural menores do que o reportado na literatura para

88

estruturas metálicas. FREILICH (1998) citou valores de 300 a 1000 MPa para fibras

de reforço contra 500 a 700 MPa para estruturas de ouro, nossos resultados mostraram

valores médios de resistência flexural entre 255,62 MPa a 421,26 MPa, ainda assim

compatíveis com uso clínico em situações bem indicadas de próteses de três

elementos.

89

6 CONCLUSÃO

90

6 CONCLUSÃO

Baseado nos testes de resistência flexural in vitro realizados, dentro das

limitações desta pesquisa, utilizando a Análise de Variância (ANOVA) e o teste

paramétrico “t de Student” com nível de significância p<0,05, foi possível concluir que:

- Os grupos de fibra de vidro unidirecionais IV-Vectris (Ivoclar) e VI-Fibrex

(Angelus) obtiveram valores médios estatisticamente maiores de resistência

flexural do que os demais grupos, porém não diferentes estatisticamente

entre si.

- O grupo IV-Vectris/Ivoclar obteve os maiores valores médios de módulo de

elasticidade, enquanto os grupos II-Connect/Kerr e III-Targis/Ivoclar os

menores valores médios, mas estes não diferentes estatisticamente entre si.

- A observação dos padrões de falha em microscopia eletrônica de varredura

identificou 100% de falha de fratura incompleta com leve delaminação

superficial das fibras nos grupos IV (Vectris/Ivoclar) e VI (Fibrex/Angelus) e

100% de falha de fratura incompleta com quebra da matriz resinosa ao redor das

fibras de polietileno nas amostras do grupo II (Connect/Kerr).

91

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

92

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99

ANEXOS

100

ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS

101

QUADROS DE CÁLCULOS

QUADRO 1 - ESTATÍSTICA DESCRITIVA EM RELAÇÃO AOS GRUPOS DE ESTUDO.

DADOS Nº MÉDIA DESVIO PADRÃO

MÍNIMO MÁXIMO C.V.

RESISTÊNCIA FLEXURAL (MPa) • Grupo I (Belleglass / Kerr) 12 116,16 13,26 91,90 142,10 11,4• Grupo II (Connect / Kerr) 10 255,62 25,49 194,08 288,30 10,0• Grupo III (Targis / Ivoclar) 11 92,91 12,76 76,27 123,80 13,7• Grupo IV (Vectris / Ivoclar) 12 421,26 33,53 383,59 489,43 8,0• Grupo V (Z-250 / 3M) 11 126,77 18,35 90,88 143,48 14,5• Grupo VI (Fibrex / Angelus) 12 384,20 92,20 227,59 518,57 24,0

MÓDULO DE ELASTICIDADE (MPa)

• Grupo I (Belleglass / Kerr) 12 385,6 47,4 328,9 478,4 12,3• Grupo II (Connect / Kerr) 10 171,0 22,0 134,6 211,9 12,9• Grupo III (Targis / Ivoclar) 11 192,8 34,6 136,9 253,1 17,9• Grupo IV (Vectris / Ivoclar) 12 590,7 86,5 444,6 711,0 14,6• Grupo V (Z-250 / 3M) 11 304,6 57,0 201,0 403,5 18,7• Grupo VI (Fibrex / Angelus) 12 488,2 128,2 285,9 659,7 26,3

C.V. = Coeficiente de Variação.

102

QUADRO 2 - RESULTADO DO TESTE APLICADO NA COMPARAÇÃO ENTRE OS

GRUPOS DE ESTUDO.

DADOS RESULTADO DO TESTE

VALOR TABELADO

SIGNIFICÂNCIA

RESISTÊNCIA FLEXURAL (MPa) • Grupo I x Grupo II - 15,074 p < 0,0001 S

• Grupo I x Grupo III 4,094 p < 0,0001 S

• Grupo I x Grupo IV - 29,312 p < 0,0001 S

• Grupo I x Grupo V - 1,532 p = 0,141 NS

• Grupo I x Grupo VI - 9,968 p < 0,0001 S

• Grupo II x Grupo III 17,900 p < 0,0001 S

• Grupo II x Grupo IV - 11,702 p < 0,0001 S

• Grupo II x Grupo V 12,768 p < 0,0001 S

• Grupo II x Grupo VI - 3,889 p < 0,0001 S

• Grupo III x Grupo IV - 31,826 p < 0,0001 S

• Grupo III x Grupo V - 5,025 p < 0,0001 S

• Grupo III x Grupo VI - 10,829 p < 0,0001 S

• Grupo IV x Grupo V 26,920 p < 0,0001 S

• Grupo IV x Grupo VI 1,309 p = 0,204 NS

• Grupo V x Grupo VI - 9,486 p < 0,0001 S

MÓDULO DE ELASTICIDADE (MPa)

• Grupo I x Grupo II 12,001 p < 0,0001 S

• Grupo I x Grupo III 10,580 p < 0,0001 S

• Grupo I x Grupo IV - 7,203 p < 0,0001 S

• Grupo I x Grupo V 3,560 p = 0,002 S

• Grupo I x Grupo VI - 2,600 p = 0,016 S

• Grupo II x Grupo III - 1,623 p = 0,121 NS

• Grupo II x Grupo IV - 13,594 p < 0,0001 S

• Grupo II x Grupo V - 6,620 p < 0,0001 S

• Grupo II x Grupo VI - 7,029 p < 0,0001 S

• Grupo III x Grupo IV - 14,859 p < 0,0001 S

• Grupo III x Grupo V - 5,561 p < 0,0001 S

• Grupo III x Grupo VI - 7,715 p < 0,0001 S

• Grupo IV x Grupo V 9,682 p < 0,0001 S

• Grupo IV x Grupo VI 2,296 p = 0,032 S

• Grupo V x Grupo VI - 4,559 p < 0,0001 S

NOTA: Aplicado o teste paramétrico “t de Student”.