revista saúde cesuc nº 01 - 2010

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Artigo publicado na Revista Eletrônica “Saúde CESUC” Nº 01 Ano de 2010 Revista Eletrônica “Saúde CESUC” - Centro de Ensino Superior de Catalão, Ano I, Nº 01 - 2010

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE CATALÃO – CESUC

REVISTA ELETRÔNICA SAÚDE CESUC Centro de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação

Revista Eletrônica do Centro de Ensino Superior de Catalão – CESUC

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Revista Eletrônica do Centro de Ensino Superior de Catalão – CESUC

ENDEREÇO CESUC – Centro de Ensino Superior de Catalão

Rua Prof. Paulo de Lima, 100 - Bairro Santa Cruz – C.P. 162

CEP 75.706-420 - Catalão - Goiás

Fone: (64) 3441-6200

Home Page: http://www.cesuc.br E-mail: [email protected]

ORGANIZADOR Prof. Thiago Simões Gomes

Coordenador do Centro de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - CEPPG

Artigos apresentados à Faculdade de Ensino Superior de Catalão – Faculdade

CESUC, como requisito parcial para graduação.

O conteúdo dos artigos é de responsabilidade dos autores, conforme termo assinado

no trabalho de conclusão de curso. Não representando, necessariamente, o ponto de vista do

Conselho Editorial ou dos órgãos de Direção do CESUC, sendo permitida a reprodução e

menção de parte dos mesmos sem prévia autorização, desde que devidamente citada a fonte.

Revista Eletrônica Saúde CESUC. Associação Catalana de Educação

Catalão: CESUC, Ano I, Nº 01, 2010

Publicação Anual

1. Fisioterapia; 2. Enfermagem; 3. Farmácia

I – Educação Superior II – Periódico

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ESTRUTURA ADMINISTRATIVA

- Diretora Geral

Profa. Maria Eleonora de O. Scalia

- Diretor Administrativo

Profº. Danilo Nogueira Magalhães

- Diretor Acadêmico

Profº. Paulo Antônio de Lima

- Diretor de Patrimônio Profº

. Transvaldo Jerônimo da Silva

- Coordenação do Curso de Administração

Profa. Angela Marcia de Souza

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- Coordenação do Curso de Sistemas para Internet

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- Coordenação Pedagógica

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- Coordenação do Centro de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação

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Profº. Rodrigo Diniz Cury

- Coordenação do Núcleo de Práticas Jurídicas Profº

. Edson Bragança Júnior

- Coordenação de Eventos e Relação com a Comunidade

Profa. Clotildes Lourdes Silva Japiassu Holanda

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SUMÁRIO

Sumário 1. A APLICABILIDADE DO ULTRA SOM AVATAR IV ESTHÉTIC ASSOCIADO À

FONOFORESE NO TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA GELÓIDE (FEG) ............... 8 Andressa da Silva Luz ............................................................................................................ 8 Roberta Pires da Silva ............................................................................................................ 8 Prof. Adriana Caixeta ............................................................................................................ 8

2. A EFICÁCIA DA ASSOCIAÇÃO DAS TÉCNICAS DE ALONGAMENTO,

FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA E CONTROLE

POSTURAL EM ADOLESCENTE COM HEMIPARESIA – ESTUDO DE CASO ...... 17 Lilian Evangelista Nunes ...................................................................................................... 17 Rivien Aparecida de Souza Martins ..................................................................................... 17 Profa Andréia Borges Macedo ............................................................................................. 17

3. A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO DURANTE O TRATAMENTO

FISIOTERAPEUTICO EM PACIENTES IDOSOS COM DÉFICIT COGNITIVO-

ESTUDO DE CASO ............................................................................................................... 27 Talita Campos Mendonça ..................................................................................................... 27 Prof. Andréia Borges Macedo .............................................................................................. 27

4. ANÁLISE COMPARATIVA DO EFEITO DA CORRENTE MICROGALVÂNICA:

ESTUDO DE CASO NO TRATAMENTO DE ESTRIAS ATRÓFICAS ......................... 38 Ana Paula Gomes Galdino ................................................................................................... 38

Karla Marcelino Dias ........................................................................................................... 38 Prof. Adriana Caixeta .......................................................................................................... 38

5. ANÁLISE DA POSTURA DE PACIENTES COM DISFUNÇÃO

TEMPOROMANDIBULAR POR MEIO DE BIOFOTOGRAMETRIA

COMPUTADORIZADA ........................................................................................................ 48 Ana Carolina Mesquita do Nascimento ............................................................................... 48 Conceição Silva de Vasconcelos .......................................................................................... 48

Prof. Humberto de Sousa Fontoura ..................................................................................... 48

6. AVALIAÇÃO DO PERFIL ANTROPOMÉTRICO, NÍVEIS PRESSÓRICOS,

HÁBITOS DE VIDA E CONDIÇÃO ATUAL DE SAÚDE DE INDIVÍDUOS

FREQUENTADORES DA ASSOCIAÇÃO LUZ E VIDA NO MUNICÍPIO DE

OUVIDOR-GO ....................................................................................................................... 61 Lorainy Ribeiro Thomé Fonseca .......................................................................................... 61

Marciene Damiane de Lima Moreira ................................................................................... 61 Prof. Otávio José Plazzi de Souza ........................................................................................ 61

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7. COMPARAÇÃO DAS TÉCNICAS DE CINESIOTERAPIA E ESTIMULAÇÃO

ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA – TENS NA MELHORA DO QUADRO

ÁLGICO E CAPACIDADE FUNCIONAL EM PACIENTES COM OSTEOARTROSE

DE JOELHO ........................................................................................................................... 77 Almê de Paula Costa ............................................................................................................ 77 Luckiane Pimenta da Silva ................................................................................................... 77

Prof. Humberto de Sousa Fontoura ..................................................................................... 77

8. FREQUÊNCIA DE QUEDAS E A INCIDÊNCIA DE VERTIGEM EM IDOSOS .... 90 Carolina Maria de Oliveira .................................................................................................. 90 Carolina Morais Pereira ...................................................................................................... 90

Prof. Kleyder Aurélio Fleury Silva ....................................................................................... 90

9. OS BENEFÍCIOS DA ASSOCIAÇÃO DA LASERTERAPIA E EXERCÍCIOS

TERAPÊUTICOS NA SÍNDROME DO IMPACTO DO OMBRO: ESTUDO DE CASO

.................................................................................................................................................. 99 Denne Rize de Souza Carneiro Borges................................................................................. 99

Prof. Andréia Borges Macedo .............................................................................................. 99

10. OS BENEFÍCIOS DA MASSOTERAPIA NO TRATAMENTO DE PACIENTE

COM FIBROMIALGIA – UM ESTUDO DE CASO ....................................................... 110 Mariele da Silva ................................................................................................................. 110

Mayara Pires da Silva ........................................................................................................ 110 Prof. Andréia Borges Macedo ............................................................................................ 110

11. PREVALÊNCIA DAS ALTERAÇÕES POSTURAIS E PERCEPÇÃO DE DOR

NOS DISCENTES E SUPERVISORES DO 8° PERÍODO DO CURSO DE

FISIOTERAPIA DO CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE CATALÃO - CESUC. 122 Josiane Lino da Silva .......................................................................................................... 122

Cristina Freire da Silva ...................................................................................................... 122 Prof. Andreia Borges Macedo ............................................................................................ 122

12. PREVALÊNCIA DE LESÕES OSTEOMUSCULARES EM PROFESSORES DO

ENSINO FUNDAMENTAL ................................................................................................ 142 Elisa Marcelino Netto de Melo ........................................................................................... 142 Gabriela de Freitas Caixeta ............................................................................................... 142

Prof. Adriana Caixeta ........................................................................................................ 142

13. PREVALÊNCIA DE PATOLOGIAS E PERFIL DAS VALÊNCIAS FÍSICAS EM

IDOSOS ASILADOS ............................................................................................................ 155 Ana Paula Nascimento Venâncio ....................................................................................... 155

Leilane Pereira da Fonseca ............................................................................................... 155

Prof. Kleyder Aurélio Fleury Silva ..................................................................................... 155

14. PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA DE LESÕES EM ATLETAS PARTICIPANTES

DO CAMPEONATO OPEN DE JIU-JITSU DA CIDADE DE CATALÃO-GO

REALIZADO EM AGOSTO DE 2010 ............................................................................... 165 Emerson Gonçalves de Oliveira ......................................................................................... 165 Renata Rosa Caldas de Oliveira ........................................................................................ 165 Prof. Kleyder Aurélio Fleury Silva ..................................................................................... 165

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15. TRATAMENTO DAS DISFUNÇÕES DA ARTICULAÇÃO

TEMPOROMANDIBULAR POR MEIO DA TÉCNICA DE DÍGITO PRESSÃO ...... 179 Iris André Martins Siqueira Barbosa ................................................................................. 179 Polion Elias da Silva .......................................................................................................... 179 Prof. Kleyder Aurélio Fleury Silva ..................................................................................... 179

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1. A APLICABILIDADE DO ULTRA SOM AVATAR IV ESTHÉTIC ASSOCIADO À

FONOFORESE NO TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA GELÓIDE (FEG)

Andressa da Silva Luz1

Roberta Pires da Silva2

Prof. Adriana Caixeta3

RESUMO

O fibro edema gelóide (FEG) é uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo, não inflamatória,

seguida de polimerização da substância fundamental que, infiltrando nas tramas, produz uma reação

fibrótica. O ultra som se constitui num recurso amplamente utilizado no tratamento da celulite (FEG),

gerando como benefícios a neovascularização, o rearranjo das fibras de colágeno, a melhora das

propriedades mecânicas do tecido e o aumento da permeabilidade das membranas biológicas, tornando

possível a penetração de fármacos no organismo. O objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos

do ultra som Avatar IV Esthétic associado à fonoforese na redução do grau e do aspecto visual do

fibro edema gelóide (FEG). Os instrumentos utilizados para a análise e coleta de dados foi a ficha de

avaliação, registro fotográfico e questionário de satisfação, em que teve-se como amostra uma

paciente do sexo feminino, 18 anos, apresentando grau II na região média e grau III na região lateral

do glúteo. A paciente foi submetida a 20 sessões de tratamento, as quais aconteceram 3 vezes por

semana com aplicação do ultra-som na freqüência de 3Mhz e intensidade de 0,8W/cm2, modo

contínuo, com 1 minuto cada quadrante de acoplamento da ERA, associado à fonoforese com o uso do

Sonogel, à base de extrato de centella asiática, cafeína, ginkgo biloba, equisetum, algas marinhas e

castanha da índia. A resposta fisioterapêutica foi satisfatória na ausência da contração isométrica. Ao

final do estudo, conclui-se que o ultra som Avatar IV Esthétic associado à fonoforese, reduz o grau do

fibro edema gelóide melhorando o aspecto visual.

Palavras-chaves: Fibro edema gelóide; Ultra som AVATAR IV Esthétic; Sonogel

1- INTRODUÇÃO

Os atuais padrões culturais de beleza, amplamente veiculados pela mídia contribui para a

insatisfação da paciente com o próprio corpo, buscando, continuamente, a "perfeição" (KEDE

SABATOVICH, 2009; Oenning, 2002). Dentre outras, a fisioterapia dermato-funcional tem sido

utilizada de modo a justificar alguns tratamentos estéticos utilizados em diversas afecções

(FREDERICO ET AL., 2006), como é o caso do fibro edema gelóide que atinge cerca de 90%

(CUNHA, 2008) das mulheres e acomete principalmente as regiões de coxa, abdômen, culotes e

nádegas (STEINER DENISE, 2009).

O fibro edema gelóide (FEG / celulite) inicia nas camadas intermediárias da pele

(DALSASSO, 2007), na chamada substância fundamental ou amorfa do tecido conjuntivo

1 Acadêmica do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC.

2 Acadêmica do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC.

3 Professora do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC, orientadora

de trabalho de conclusão de curso.

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(FREDERICO ET AL., 2006). É nessa substância amorfa, de característica meio gelatinosa, que se

localizam as células de gordura, as fibras colágenas e elásticas, os vasos sanguíneos e os fibroblastos.

Embora tendo essa consistência gelatinosa, ela tende a endurecer quando há uma desordem, como:

acúmulo de água, sais minerais e resíduos na região. Estes acúmulos impedem o funcionamento

normal das células na substância amorfa, prejudicando as trocas de vitaminas, sais minerais, água,

aminoácidos, radicais livres e, principalmente, oxigênio. Essa desordem torna a substância gelatinosa

menos fluída transformando-a em uma espécie de "esponja" (GOLIK VERA, 1995). Para Guirro e

Guirro (2004), o fibro edema gelóide é um infiltrado edematoso do tecido conjuntivo, não

inflamatório, seguido da polimerização da substância fundamental que, infiltrando nas tramas, produz

uma reação fibrótica.

Por se tratar de uma afecção multifatorial (WEIMANN, 2004), é necessária uma

avaliação detalhada, envolvendo toda a propedêutica da anamnese e do exame físico (Meyer, 2005).

Guirro e Guirro (2004) ressaltam que, na inspeção, é possível observar alteração de relevo, varizes,

equimoses, estrias, telangectasias, tonicidade muscular e postura, sendo esta realizada em posição

ortostática. Na palpação é possível notar nódulos fibróticos, aumento da sensibilidade dolorosa local,

aumento do volume e da consistência do tecido celular subcutâneo, além da deformação da pele e dos

tecidos pelas aderências. Os sinais patológicos do fibro edema gelóide são facilmente verificáveis por

testes simples e seguros. Um dos testes é o da "casca de laranja", em que pressiona-se o tecido adiposo

entre os dedos polegar e indicador ou entre as palmas das mãos e a pele adquire uma aparência rugosa,

tipo casca de laranja. O outro teste é o denominado "teste de preensão", que, após uma preensão da

pele, juntamente com a tela subcutânea, entre os dedos, promove-se um movimento de tração. Se a

sensação dolorosa for mais incômoda do que o normal, este também é um sinal do fibro edema

gelóide, onde já se encontra alteração da sensibilidade.

Atualmente alguns autores se reportam à deficiência de se estabelecer os principais

fatores que desencadeiam o processo. Guirro e Guirro (2004) apontam alguns fatores que influenciam

o surgimento do fibro edema gelóide, dentre os quais estão os fatores predisponentes (genéticos, idade,

sexo e desequilíbrio hormonal), os fatores determinantes (estresse, fumo, mau hábitos alimentares) e

os fatores condicionantes (aumento da pressão capilar e a dificuldade em reabsorção linfática).

Dentre os fatores predisponentes, Kede e Sabatovich (2009) relatam que, o fibro edema

gelóide piora com as terapias anticoncepcionais devido à presença de estrogênio, que possui ação nos

componentes da unidade funcional do tecido adiposo, aumentando a permeabilidade e diminuindo o

tônus vascular. Segundo Borges (2006), outros fatores agravantes no fibro edema gelóide são os

fatores determinantes e condicionantes, em que se destaca a obesidade, resultado de um acúmulo de

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gorduras, constituídas, essencialmente, por ácidos graxos saturados, com isso comprime-se os vasos

sanguíneos e linfáticos pelo aumento do tamanho dos adipócitos gerando alterações nas trocas com os

interstícios, interferindo no processo, devido a esses distúrbios circulatórios, são oferecidas condições

inversamente proporcionais do fluxo sangüíneo e linfático através do tecido adiposo, deixando o fluxo

lento, o que leva à lipogênese.

Para Ulrich apud Guirro e Guirro (2004), na fase inicial (grau 1) do FEG apresenta-se

alteração somente quando realiza a compressão do tecido entre os dedos ou na presença de contração

isométrica, com ausência de dor. Na segunda fase (grau 2) as depressões são visíveis, sem e com a

contração muscular, e há alteração de sensibilidade. Na terceira e ultima fase (grau 3) o acometimento

pode ser observado na posição ortostática e em decúbito, apresentando pele enrugada e flácida, com

alteração de sensibilidade.

Borges (2006) ressalta que o FEG é classificado em quatro tipos: duro, flácido,

edematoso e misto. O tipo duro ocorre em pacientes jovens, com atividade física regular e boa

tonicidade do tecido. O flácido significa que houve um colapso do sistema de sustentação conjuntivo,

caracterizado pela ruptura do ácido hialurônico, acometendo, principalmente, pessoas sedentárias,

sendo mais freqüente após a terceira década e mais comum em mulheres inativas que perderam pesos

rapidamente. Clinicamente observa-se que a pele "sacode" com os movimentos e a aparência muda

conforme a posição. No tipo edematoso o sinal da casca de laranja é precoce e acomete mulheres

jovens que fazem uso de anticoncepcionais. O misto é caracterizado quando temos fibro edema

gelóide duro nas coxas associada à flacidez no abdômen; ou então muito duro na coxa, lateralmente,

acompanhada de muito flácida medialmente.

Atualmente, grande parte do público feminino recorre a métodos e técnicas da área

estética com a expectativa de obter resultados para seus problemas relacionados à beleza. Isto tem

motivado uma grande revolução na indústria de cosméticos e aparelhos da área de estética (Melo,

2005; Simionato, 2010; Batista, 2005). O ultra-som (US), por exemplo, é um recurso amplamente

utilizado no tratamento do fibro edema gelóide (celulite) (BORGES, 2006, Almeida, 2005; Reed e

Low, 2001).

Agne (2009) descreve o ultra-som como sendo oscilações cinéticas ou mecânicas,

produzidas por um transdutor vibratório, que se aplica sobre a pele com fins terapêuticos, atravessando

e penetrando no organismo em diferentes profundidades. É utilizado nas disfunções teciduais, em

especial no caso da celulite, onde recomenda-se empregar o equipamento que disponibiliza a ERA de

grande área, como, no caso, o AVATAR IV Esthétic, que dispõe de três emissores no mesmo

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aplicador, com freqüência de 3 MHz e com potência máxima de 45 Watts, aumentando a área de

transmissão e diminuindo o tempo de aplicação.

A utilização do ultra-som é importante em todos os estágios do fibro edema gelóide

(Almeida, 2005), devido ao emprego da energia ultra-sônica contínua que faz o aquecimento das

estruturas constituídas do tecido fibroso (Reed e Low, 2001). Agne (2009) relata que deve-se escolher

a freqüência de 3Mhz para maior absorção do tecido subcutâneo e depois escolher a potência de

emissão em torno de 0,8 até 1,0 w/cm2 com o objetivo de alcançar o efeito térmico.

Existem duas formas para aplicar a técnica do ultra-som, as quais são a forma isolada ou

combinada (Reed e Low, 2001). A fonoforese é uma forma combinada onde utiliza no gel de

acoplamento um fármaco ativo, potencializando os seus efeitos (ALMEIDA ET AL, 2005). Melo

(2005) ressalta, que a fonoforese não depende apenas da freqüência, intensidade e a duração do

tratamento, mas, também, da natureza da droga.

A cosmetologia vem sendo amplamente utilizada na estética, uma vez que associada às

terapias combinadas na fonoforese, têm apresentado inúmeros resultados satisfatórios. O estudo de

Simionato (2010) teve o objetivo de analisar os efeitos da fonoforese com gel contendo centella

asiática, ginkgo biloba, algas marinhas, castanha da índia, equisetum e cafeína sobre a adiposidade

abdominal localizada. A amostra foi constituída por 39 mulheres que foram submetidas a 15

atendimentos. Após o tratamento observou-se uma significância estatística na perimetria da

adiposidade abdominal.

No presente estudo foi utilizado Sonogel, fabricado pela Adcos cosméticos, rico em

princípios ativos como, extrato de centella asiática, ginko biloba, cafeína, equisetum, algas marinhas e

castanha da Índia. Rebelo (2004) cita que os princípios ativos, acima mencionados, apresentam ações

firmantes, cicatrizantes, antiinflamatórias, lipolíticas e anti-radicais livres.

Esta pesquisa tem como objetivo demonstrar a aplicação do ultra-som Avatar IV Esthétic

(KLD) associado à fonoforese, com o intuito de verificar a eficácia quanto à redução do grau do fibro

edema gelóide, melhorando o aspecto da pele e a auto-estima da paciente.

2. SUJEITOS E MÉTODOS

O presente artigo é um estudo de caso com uma paciente do sexo feminino, 18 anos de

idade, da cor branca, sedentária, não fumante, isenta de dietas alimentares, nugligesta, faz uso de

terapia hormonal com anticoncepcional, com início do aparecimento do fibro edema gelóide (FEG) na

adolescência, não tendo feito nenhum tratamento específico.

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Para a coleta de dados, foi utilizado uma ficha de avaliação fisioterapêutica (Meyer P. F.

et. al.), uma câmera fotográfica (Olympus ,12 Mp) e um questionário de satisfação

Após assinado o termo de consentimento, foi realizada uma avaliação da paciente. No

início do tratamento foi constatado o FEG grau II e III na região glútea média e lateral,

respectivamente, e um registro fotográfico antes de iniciar a 1a sessão e ao término de 20

a sessão de

aplicação do ultra-som na região acometida.

Foi utilizado o aparelho de ultra-som Avatar com freqüência de 3Mhz, intensidade

0,8W/cm2, fabricado pela KLD, utilizando três transdutores com ERA de 6 cm2. A técnica de

aplicação empregada com o ultra-som foi a fonoforese com a substância de acoplamento, em forma de

gel, composto por cafeína, centella asiática equisetum, ginkgo biloba, castanha da índia e algas

marinhas, fabricado pela Adcos cosméticos. Limitou- se a uma área de 36 cm2, que foi subdividida em

quadrantes, determinando-se 9 cm2 para cada região a ser tratada. Foram realizados três atendimentos

por semana, cada um dos atendimentos com duração de 8 minuto, as aplicações equivaleram ao tempo

de 1 minuto em cada quadrante.

Como metodologia de avaliação dos dados foi empregada a análise fotográfica. A fotografia foi

realizada utilizando uma câmera digital de 12 megapixells, modelo Olympus Lens, zoom 4.65,

fabricada pela Olympicos. O registro fotográfico foi realizado utilizando o modelo de Borges (2006),

ele determina que o visor deve ser dividido em duas linhas imaginárias na vertical e três na horizontal,

com imagem de flash e com o plano de fundo azul marinho a fim de visualizar as alterações presentes

na pele.

No término das sessões a paciente foi reavaliada para constatar se houve redução no grau

do FEG e/ou melhora no aspecto da pele, logo em seguida, foi aplicado um questionário estruturado

objetivando-se avaliar o nível de satisfação da paciente após o tratamento.

3. RESULTADOS

No término das 20 sessões foi feita uma reavaliação da paciente, através dos testes de

palpação e preensão, em que verificamos que não houve redução do grau do fibro edema gelóide

comparados com a 1° avaliação. Após reunirmos os achados fotográficos constatamos que a resposta

fisioterapêutica foi satisfatória, porém somente na ausência de contração isométrica. Quanto ao nível

de satisfação, a paciente relatou estar satisfeita com os resultados obtidos ao final das 20 sessões.

3. RESULTADOS

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Revista Eletrônica “Saúde CESUC” - Centro de Ensino Superior de Catalão, Ano I, Nº 01 - 2010

ANTES DEPOIS

Figura 1: Paciente em posição ortostática antes e após o tratamento sem contração isométrica da musculatura

envolvida.

ANTES DEPOIS

Figura 2: Paciente em posição ortostática antes e após o tratamento com contração isométrica da musculatura

envolvida.

3. Achados Fotográficos

4. DISCUSSÃO

Alguns autores têm descrito pesquisas sobre os efeitos terapêuticos e a aplicabilidade da

técnica da fonoforese no tratamento do fibro edema gelóide (Oenning, 2002; Borges, 2006; Batista,

2005; Weimann, 2004; Togni, 2006) e da gordura localizada (SIMIONATTO, 2010; Melo, 2010).

Dentre os vários recursos utilizados para o tratamento do fibro edema gelóide, o ultra-

som vem se destacando por apresentar resultados satisfatórios (Menezes, 2009; Batista, 2005; Togni,

2006), em especial como facilitador da penetração cutânea de fármacos (Pires Campos).

Contudo, foi possível observar um número limitado de trabalhos científicos que

utilizassem instrumentos validadores, com amostras significativas (Weimann, 2004; Dalsasso, 2007;

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Revista brasileira de terapia e saúde, 2010; Batista, 2006) e que estabeleçam benefícios a longo prazo

(Batista, 2006).

No presente estudo a paciente faz o uso de anticoncepcional, isenta de dieta alimentar e

sedentária, o que pode ter influenciado no resultado. Existem vários fatores predisponentes no

aparecimento do fibro edema gelóide. Weimann (2004) realizou um estudo com o objetivo de analisar

a eficácia do ultra-som terapêutico na redução do fibro edema gelóide encontrado na região glútea de

10 mulheres jovens e sedentárias. Após o término do tratamento proposto foi realizada uma nova

avaliação, a qual revelou que a utilização do ultra-som mostrou-se eficaz no tratamento do fibro edema

gelóide, diminuindo o grau de acometimento. Após dois meses do término do tratamento outra

avaliação realizada demonstrou que não houve manutenção dos resultados.

É necessário ressaltar que o uso de anticoncepcional pode agravar o quadro do fibro

edema gelóide, dentre outros fatores, como: tabagismo, maus hábitos alimentares e postura.

Com relação aos achados fotográficos, a resposta fisioterapêutica foi satisfatória somente

na ausência de contração isométrica, o que corrobora com a pesquisa de Borges (2006), que teve como

objetivo verificar a eficácia do ultra som terapêutico na redução da celulite encontrada na região glútea

de cinco mulheres jovens e sedentárias, onde observou-se que os resultados em duas pacientes foram

insatisfatórios devido ao nível de contração muscular.

Nesta pesquisa foi utilizado o ultra som Avatar. De acordo com Agne (2009), esse ultra

som difere do ultra som tradicional devido à ERA de grande área, disponibilizando três emissores no

mesmo aplicador, aumentando assim a área de transmissão e diminuindo o tempo de aplicação. Guirro

(2004), Borges (2006) e Weimann (2004) afirmam que, o ultra-som terapêutico é eficaz no tratamento

do fibro edema gelóide.

Quanto à modulação, Dalsasso (2007) utilizou um protocolo semelhante ao presente estudo, com uma

freqüência de 3Mhz, intensidade 1,0 W/cm2, modo contínuo, apresentando resultados satisfatórios no

término do tratamento.

Coerentemente com o tempo de aplicação do ultra som, que foi demonstrado no presente estudo,

Togni (2006) utilizou cinco minutos em cada região glútea e na região posterior de coxa, após o

tratamento foi observada uma significativa redução no FEG de grau 1 e 2, e um melhor aspecto no de

grau 3.

Alguns autores (Guirro, 2004; Reed, 2001; Pereira (2007) descrevem que o tempo de

aplicação do ultra-som em uma região próxima de 10 cm2 varia de 3 a 5 minutos, não excedendo de

20 minutos no total de aplicação. Divergindo do que é relatado na literatura, Batista (2005) aplicou 15

minutos de ultra som Avatar em cada hemicorpo.

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Revista Eletrônica “Saúde CESUC” - Centro de Ensino Superior de Catalão, Ano I, Nº 01 - 2010

Os achados de Simionato (2010) corroboram com o presente estudo, em que descreve os

efeitos da fonoforese no tratamento da adiposidade abdominal localizada com gel composto de

centella asiática, ginkgo biloba, algas marinhas, equisetum e cafeína. No término do tratamento ficou

constatada significância estatística na redução da perimetria abdominal. Como no presente estudo,

outros autores (Batista, 2005; Borges, 2006) utilizaram princípios ativos semelhantes. Na pesquisa de

Batista (2005) realizada com pacientes do sexo feminino, com quadro de FEG grau 1 e 2 na região

glútea e superior da coxa.A paciente foi submetida a 15 sessões de tratamento, 4 vezes por semana,

com duração de 15 minutos de ultra-som associado a fonoforese com gel composto por centella

asiática 3%, ginkgo billoba 3% e cafeína 5%. Ao final do tratamento observou melhora no quadro de

FEG, com melhora no aspecto da pele.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mediante os resultados, conclui-se que o ultra som quando associado à fonoforese, foi

eficaz no tratamento do FEG, melhorando apenas o aspecto da pele e auto-estima da paciente. Porém é

importante ressaltar que, além desses tratamentos, também se torna necessário a associação de bons

hábitos de vida, o que vai propiciar que o tratamento se torne mais eficaz e duradouro.

6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2. A EFICÁCIA DA ASSOCIAÇÃO DAS TÉCNICAS DE ALONGAMENTO,

FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA E CONTROLE

POSTURAL EM ADOLESCENTE COM HEMIPARESIA – ESTUDO DE CASO

Lilian Evangelista Nunes4

Rivien Aparecida de Souza Martins5

Profa Andréia Borges Macedo6

RESUMO

A Paralisia Cerebral (PC) é uma patologia neurológica não progressiva que provoca

alterações no tônus, postura e na aquisição de habilidades motoras. Desta forma, o objetivo

deste trabalho foi comparar a eficácia da associação das técnicas de Alongamento, Facilitação

Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) e o Controle Postural em paciente com hemiparesia

espástica à esquerda. Foi realizado um estudo de caso com um paciente do sexo masculino. O

tratamento fisioterapêutico foi realizado em 11 sessões de 50 minutos. Concluímos a melhora

na amplitude de movimento de membro superior e da consciência corporal; porém, com o

método FNP não se obteve alterações nos padrões existentes e verificou-se também que a

associação das técnicas de alongamento e controle postural são importantes para aprimorar a

funcionalidade motora e prevenir compensações posturais, contraturas e deformidades.

Palavras-chaves: hemiparesia, alongamento, postura.

1. INTRODUÇÃO

O termo PC designa um grupo de distúrbios cerebrais de caráter estacionário que são

devidos a algumas lesões ou a anomalias do desenvolvimento ocorridas durante a vida fetal

ou durante os primeiros meses de vida (SHEPHERD, 1995).

Segundo Fonseca e Lima (2008), a PC é uma encefalopatia crônica com distúrbios

motores não-progressivos que se manifestam em um cérebro em desenvolvimento, levando a

distúrbios de motricidade, tônus e postura, podendo ou não associar a déficit cognitivo.

A classificação e descrição dos tipos de PC são baseados nas partes do corpo afetado,

tônus muscular e movimentos involuntários em espástica, atetósica, hipotônica, atáxica e

mista. (SHEPHERD, 1995).

4 Acadêmica do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC.

5 Acadêmica do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC.

6 Professora e coordenadora do Estágio Supervisionado do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior

de Catalão – Faculdade CESUC, orientadora de trabalho de conclusão de curso. Email:

[email protected]

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De acordo com Fonseca e Lima (2008), a mais freqüente forma de PC é a espástica,

que pode ser quadriplégica, hemiplégica e diplégica. Trata-se de uma lesão do sistema

nervoso central (SNC), comprometendo o neurônio motor superior, que leva a quadros bem

característicos, como espasticidade, reflexos profundos hiperativos, clônus, reflexo

cutaneoplantar em extensão (sinal de Babinski), lentificação dos movimentos, fraqueza,

atrofia muscular, contraturas e dor.

A fisiopatologia da espasticidade é pouco clara. Por muito tempo, atribuiu-se a

presença de reflexos de estiramento exacerbados na espasticidade a uma hiperatividade dos

neurônios motores gama, secundária à lesão das vias supra-espinhais inibitórias (FONSECA

E LIMA, 2008).

Experimentos recentes, no entanto, afirmam que a espasticidade pode ser explicada

pela diminuição da inibição pré-sináptica dos neurônios motores alfa. Nesta última hipótese,

os interneurônios, que exercem uma inibição pré-sináptica sobre as fibras aferentes Ia,

estariam insuficientemente ativadas, devido ao distúrbio supra-espinal, ocasionando uma

descarga excessiva dos neurônios motores alfa. Este mecanismo de intensa facilitação da

transmissão na via de reflexo monossináptico das fibras sensoriais Ia para os neurônios

motores alfa é o fundamento básico para algumas abordagens terapêuticas da espasticidade

(FONSECA e LIMA, 2008).

Segundo NELSON et al (2009), na hemiparesia ocorre uma diminuição dos

movimentos no lado afetado, o membro superior é mais envolvido com dificuldade do uso da

mão e pode ocorrer atraso na deambulação com marcha ceifante.

O alongamento é um termo geral usado para descrever qualquer manobra terapêutica

elaborada para aumentar o comprometimento de estruturas de tecidos moles patologicamente

encurtados e deste modo aumenta a amplitude de movimento (ADM) (KISNER E COLBY,

1992).

Alongamento estático é o termo mais comum utilizado para descrever um método por

meio do qual os tecidos moles são alongados um pouco além do ponto de resistência do

tecido, e então mantidos na posição alongada por um longo tempo com uma força de

alongamento (KISNER E COLBY, 2005).

De acordo com Tribastone (2001), as técnicas de alongamento muscular propõem

manter ou melhorar a extensibilidade músculofascial e indicadas para preparar e completar a

tomada de consciência corporal e o fortalecimento muscular.

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Segundo Adler et al (2007), FNP é um conceito de tratamento. Sua filosofia baseia-se

na idéia de que todo ser humano, incluindo aqueles portadores de deficiência, tem um

potencial existente.

O objetivo das técnicas de FNP é promover o movimento funcional por meio da

facilitação, da inibição, do fortalecimento e do relaxamento de grupos musculares. As técnicas

utilizam contrações musculares concêntricas, excêntricas e estáticas, combinadas com a

aplicação gradual de uma resistência e com procedimento facilitatórios adequados, todos

ajustados para atingir as necessidades de cada paciente (ADLER et al, 2007).

Toda alteração no sistema motor está acompanhada de alterações do esquema

corporal, sendo a soma de todos, os eventos que ocorrem nas funções sensitivo-motoras,

afetivas e intelectuais e que levam a consciência do próprio corpo (NICOLA, 2004).

A importância de perceber e conhecer o próprio corpo parece universalmente evidente.

A percepção corporal é necessária para o controle motor. Com o objetivo de planejar as ações

musculares, o cérebro deve ser informado da posição inicial do corpo (GOLDENBERG,

2002),

Nesse sentido, este estudo tem como objetivo mostrar a eficácia do alongamento, a

FNP e da correção postural trabalhadas em associação para normalizar o tônus e facilitar o

movimento normal, melhorando a ADM, flexibilidade e controle postural. Isto faz com que o

paciente utilize o máximo de suas atividades motoras e desempenhe as tarefas cotidianas de

modo mais funcional e independente, prevenindo anormalidades posturais e alterações

musculares decorrentes do déficit motor.

2. MATERIAL E MÉTODO

Foi realizado um estudo experimental do tipo “estudo de caso” na Clínica Escola da

Faculdade de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC. Antes de iniciar o estudo, o

pai e o paciente assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. A identidade do

participante e os dados coletados durante o estudo foram confidenciais e mantidos no

anonimato. Esse procedimento não apresentou riscos e nenhum tipo de ônus para o paciente.

Os critérios de inclusão foram: paciente com diagnóstico clínico de PC do tipo

hemiparética, sem comprometimento do cognitivo com idade entre 12 e 16 anos, com marcha

independente.

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Os critérios de exclusão foram: paciente com diagnóstico clínico de paralisia cerebral

diparética, tetraparética, paraparética e monoparética e por apresentar incapacidade de

compreensão e realizar comandos verbais simples.

Participou desta pesquisa o paciente P.S.M com 15 anos de idade, sexo masculino com

diagnóstico clínico de Paralisia Cerebral Hemiparética Espástica. A intervenção

fisioterapêutica baseou-se na FNP, alongamento estático e reeducação postural, através da

consciência e esquema corporal na postura deitado e sentado.

O estudo consistiu, inicialmente de uma Ficha de Avaliação Neurológica, realizada em

3 sessões em que foi aplicado, desde a história da gestação, evolução psicomotora até o

exame físico do adolescente. Para avaliar se houve eficácia do alongamento, foi utilizado o

goniômetro (é uma forma de mensuração de ADM). Foi utilizado o Teste de 1 Minuto para

verificar compensações musculares que podem gerar desvios posturais.

Os materiais utilizados durante o tratamento foram óleo para massagem, utilizado na

região anterior do braço na inserção e comprimento do músculo bíceps braquial, para facilitar

o alongamento; a mesa de reeducação postural global para posicionar o paciente em decúbito

dorsal para realização do alongamento, FNP, consciência e esquema corporal; colchonete para

alongamento de membro inferior esquerdo; cadeira e banco para a consciência corporal,

mantendo o paciente de forma ereta, ombros alinhados, membro inferior em ângulo de 90°.

As sessões de fisioterapia ocorreram duas vezes por semana nas terças e quintas-feiras

às 17:30 até 18:20 horas com 50 minutos cada sessão, sendo realizadas no período de

31/08/2010 à 04/11/2010 totalizando 11 sessões.

A intervenção fisioterapêutica com a FNP funcional e básica foi composta pela técnica

com o membro em diagonal, associado à tração, estiramento muscular, força muscular

exercida pelo paciente e comando verbal, realizado em membro superior esquerdo e membro

inferior esquerdo.

O alongamento utilizado foi o estático e passivo com o paciente em decúbito dorsal,

sendo nas seguintes articulações: ombro (flexão e abdução), cotovelo (flexão e extensão),

punho (pronação, supinação e extensão), mão (extensão das interfalangianas e abdução do

polegar); em membro inferior esquerdo, alongamento de posterior de coxa (isquiotibiais),

tornozelo e pé (tibial anterior e extensores dos dedos). Foi selecionado esse tipo de

alongamento, pois há uma diminuição da hipertonia, relaxamento da musculatura que está

sendo recrutada.

O controle postural foi realizado em duas posturas: deitado e sentado; a primeira

solicitava que o paciente se posicionasse da forma que ele considerava a postura correta; logo

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após, foram feitas às devidas correções posturais, com pompage escapular e pélvica e

mantendo o paciente na postura. A postura sentada, primeiramente, foi em uma cadeira com

apoio dorsal, em frente ao espelho para que o paciente tivesse maior percepção postural e

visual, mantendo a postura até o seu limite quando então ele realizava a flexão de tronco.

Com a melhora do controle postural, foi trocada a cadeira por um banco, sem apoio dorsal,

em frente ao espelho, permanecendo nessa postura até seu limite.

3. RESULTADOS

Com a realização do alongamento estático, houve melhora na ADM e hipertonia do

membro superior esquerdo.

Durante o alongamento, percebeu-se a diminuição da hipertonia do membro superior

esquerdo e melhora do padrão flexor, melhorando a realização de movimentos passivos como

a pronação e supinação de punho.

A aplicação da FNP não promoveu o resultado esperado, a funcionalidade; pois,

aumentou o padrão flexor no membro superior esquerdo e as compensações ocorridas na

cabeça (rotação e inclinação) para o lado esquerdo; ombro (elevação e abdução da escápula

D) para o lado esquerdo; tronco (rotação) para o lado esquerdo; quadril (elevação e adução); e

membro inferior (adução), para o lado esquerdo.

O paciente demonstrou muita força no membro superior esquerdo quando realizava o

FNP, gerando desequilíbrios como descrito anteriormente na postura e no movimento.

De acordo com a goniometria feita no início e final do tratamento, nota-se um

aumento na ADM da articulação do ombro em flexão, extensão, abdução, adução e rotação

externa, também na articulação do cotovelo em flexão e extensão. E na articulação de punho

não foi feita porque o paciente não conseguiu realizar os movimentos de extensão do punho,

desvio ulnar, desvio radial, pronação, supinação, e o movimento de flexão já é o seu padrão.

Nas articulações do quadril, joelho, tornozelo não houve ganho, permanecendo os valores da

goniometria anterio, conforme ilustra a Tabela 1 abaixo.

Tabela 1: Goniometria - Movimentação Ativa

Articulação Data Inicial

31/08/2010

Data Final

05/11/2010

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No membro superior, que é o mais comprometido com depressão da escápula esquerda

e rotação interna de ombro, flexão de cotovelo e punho, houve uma melhora na ADM,

confirmando a importância do alongamento diário em pacientes com PC Hemiparética.

Tabela 2: Teste de 1 Minuto

Vista Anterior 31/08/2010 05/11/2010

Cabeça: Rotação a D Rotação a D

Ombro:

Flexão: (180°)

Extensão: (45°)

Adução: (45°)

Abdução: (180°)

Rotação Interna: (70°)

Rotação Externa: (90°)

140 graus

25 graus

15 graus

110 graus

50 graus

75 graus

150 graus

30 graus

20 graus

120 graus

50 graus

80 graus

Cotovelo

Flexão: ( 145°)

Extensão: (0°)

130 graus

35 graus

135 graus

50 graus

Punho

Pronação: (90°)

Supinação: (90°)

Flexão: (80°)

Extensão: (70°)

Desvio Ulnar: (45°)

Desvio Radial: (20°)

Não consegue realizar

Não consegue realizar

Não consegue realizar

Não consegue realizar

Não consegue realizar

Não consegue realizar

Não consegue realizar

Não consegue realizar

Não consegue realizar

Não consegue realizar

Não consegue realizar

Não consegue realizar

Quadril

Flexão(com joelho fletido):

(125°)

Extensão: (10°)

Adução: (10°)

Abdução: (45°)

Rotação Interna: (45°)

Rotação Externa: (45°)

100 graus

10 graus

10 graus

20 graus

20 graus

15 graus

100 graus

10 graus

10 graus

20 graus

20 graus

15 graus

Joelho

Flexão: (140°)

Extensão: (0°)

100 graus

0 grau

100 graus

0 grau

Tornozelo

Dorsiflexão: (20°)

Flexão Plantar: (45°)

Inversão: (40°)

Eversão: (20°)

10 graus

10 graus

15 graus

10 graus

10 graus

10 graus

15 graus

10 graus

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Revista Eletrônica “Saúde CESUC” - Centro de Ensino Superior de Catalão, Ano I, Nº 01 - 2010

Clavícula: E mais alta E mais alta

Ombro: D mais alto D mais alto

Joelho: Normal Normal

Pé: D desabado

medial(pronação)

E em inversão

D desabado

medial(pronação)

E em inversão

Vista Perfil 31/08/2010 05/11/2010

Cabeça:

Protusão Protusão

Centro de Gravidade: Anterior Anterior

Crista Ilíaca Normal Normal

Vista Posterior 31/08/2010 05/09/2010

Cabeça: Rodada a D Rodada a D

Nível das Escápulas: D mais alta D mais alta

Ombro: D mais alto D mais alto

Ângulo de Tales: E mais aberto E mais aberto

Crista Ilíaca: Mesma altura Mesma altura

Linha Poplítea: Alinhada Alinhada

Pé: D é desabado(medial-

protusão)

E em inversão

D é desabado(medial-

protusão)

E em inversão

Gibosidade: Assimetria Muscular a D Assimetria Muscular a D

Fonte: Luiz Carlos Ferracini Júnior

Foi observado mudança na melhora da consciência corporal; o paciente permaneceu

na postura por mais tempo, sem compensações e desvios. Quando solicitado para permanecer

na postura de decúbito dorsal e sentado, o mesmo se colocava em um melhor posicionamento.

DISCUSSÃO

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Artigo publicado na Revista Eletrônica “Saúde CESUC” – Nº 01 – Ano de 2010

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Observou-se neste estudo que o alongamento diário é fundamental para que o paciente

possa diminuir o tônus muscular, otimizar a função e melhorar a ADM, favorecendo assim

maior independência.

A espasticidade depende proporcionalmente da velocidade com que os movimentos

são realizados; por isso, os movimentos lentos têm menor possibilidade de induzir à

hipertonia espástica. Sendo assim, os alongamentos músculo-tendinosos devem ser lentos e

realizados diariamente para manter a ADM e reduzir o tônus muscular (TEIVE et al, 1998).

O alongamento minimizou o risco de contraturas, lesões musculotendíneas, melhora

da postura, consciência corporal, induzindo o paciente a manter o membro afetado em uma

extensão um pouco maior que antes por mais tempo.

O alongamento estático de baixa intensidade com longa duração realizado no paciente

resultou em melhora na ADM da articulação do ombro em flexão, extensão, adução, abdução

e rotação externa e da articulação do cotovelo em flexão e extensão.

Os exercícios de FNP podem contribuir para compensar determinadas deficiências,

entre elas, a amplitude de movimento voluntário. Através dos exercícios, a FNP visa aumentar

sua capacidade de amplitude de movimento e melhorar a capacidade da pessoa em responder

de forma positiva ao esforço (PEREIRA E JUNIOR, 2003 apud ADLER et al., 1999).

Neste estudo, observou-se que a técnica de FNP fez aumentar o tônus do membro

superior e inferior esquerdo e gerou compensações, ocorridas na cabeça (rotação e

inclinação), para o lado esquerdo; ombro (elevação e abdução da escápula D) para o lado

esquerdo; tronco (rotação) para o lado esquerdo; quadril (elevação e adução); e membro

inferior (adução), para o lado esquerdo.

Os encurtamentos e as deformidades articulares surgem por mau posicionamento dos

segmentos afetados e pelo desenvolvimento de espasticidade e causam danos na postura e

marcha (SEGURA et al,2008 apud ANDRÉ, 2005).

As alterações posturais interferem na qualidade de vida, além de provocar alterações

na biomecânica corporal; motivo esse a importância de se utilizar a técnica da consciência e

esquema corporal para melhorar o desequilíbrio muscular, a propriocepção e o encurtamento

dos tecidos moles; alivia-se, assim, as compensações musculoesqueléticas produzidas pela

hipertonia e promovendo estabilidade corporal, endireitamento e equilíbrio.

Portanto, a percepção corporal é a relação de aspectos neurológicos e de

comportamento, os quais integram a sensação da presença do corpo no ambiente, sendo

considerada a base da estruturação psicomotora do indivíduo. Para facilitar o

desenvolvimento da percepção corporal da criança com deficiência motora é importante o

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Artigo publicado na Revista Eletrônica “Saúde CESUC” – Nº 01 – Ano de 2010

Revista Eletrônica “Saúde CESUC” - Centro de Ensino Superior de Catalão, Ano I, Nº 01 - 2010

desenvolvimento de atividades de integração que conjugam a neurofisiologia e o

comportamento motor para a utilização de estratégias de intervenção que adotem a abordagem

de solução de problemas. (BERTOLDI et al, 2007)

É importante e necessário estimular movimentos ativos e voluntários para promover a

funcionalidade, o alongamento e a consciência e esquema corporal os quais são favoráveis

para melhorar a mobilidade e a postura porque permitem que os movimentos sejam feitos com

menor compensação e mais eficiência.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Fisioterapia pode dar uma contribuição relevante para melhoria do paciente com

PC, visando melhora da qualidade de vida e independência.

Sendo esta uma patologia de alta complexidade e cronicidade, deve-se utilizar todos os

recursos disponíveis e conhecidos para aprimorar o tratamento fisioterapêutico, para

conseguir alcançar o máximo de funcionalidade dentro da limitação de cada paciente.

Pacientes com PC com hemiparesia apresentam diminuição da força muscular,

fraqueza e hipotrofia muscular, decorrentes da espasticidade e da diminuição de estímulos do

SNC, causadas pela lesão; entretanto, é necessário implementar exercícios de fortalecimento

muscular associados as técnicas de alongamento, FNP e controle postural para melhorar a

força muscular, flexibilidade, postura, equilíbrio e mobilidade.

Percebemos a falta do fortalecimento muscular, sendo necessário e importante para o

paciente com PC hemiparética espástica que o mesmo utilize como tratamento o

fortalecimento muscular, pois a musculatura comprometida apresenta aumento de tônus

(hipertonia); porém, é uma musculatura fraca (hipotrofismo) e, com o fortalecimento

muscular, há ganho na marcha, melhora do tônus, postura, melhora dos desequilíbrios

musculares, consciência e esquema corporal e melhora das capacidades funcionais.

Deste modo, conclui-se que a freqüência do alongamento precisa ser diária, porque

produz ganhos expressivos na ADM (observado no membro superior esquerdo). Para se obter

uma melhora na mobilidade pode-se associar atividades funcionais em diagonal e o uso do

splints, o qual o paciente usa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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3. A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO DURANTE O TRATAMENTO

FISIOTERAPEUTICO EM PACIENTES IDOSOS COM DÉFICIT COGNITIVO-

ESTUDO DE CASO

Talita Campos Mendonça7

Prof. Andréia Borges Macedo8

RESUMO

O envelhecimento é um processo natural, ocorrendo alterações no organismo afetando cognitivo,

psicológico e social tendo como conseqüência a perda funcional. Realizou-se um estudo de caso, com

a paciente que apresentou déficit cognitivo, quadro clínico de hipotonia de membros superiores,

fraqueza muscular de membros superiores e inferiores, diminuição de coordenação motora de

membros superiores (MMSS), dificuldade de deambulação, edema e úlcera de pressão no pé direito e

perna esquerda, diminuição de amplitude de movimento (ADM) de membro superior e inferior,

encurtamento de isquiotibiais e abdutores. Foi desenvolvido: tratamento fisioterapêutico convencional

associado ao lúdico com intuito de melhorar a compreensão na realização das atividades propostas,

estimulando atenção, concentração, melhora na qualidade de vida e independência para atividades de

vida diária (AVD's). Aplicou-se teste da memória de figuras, teste de fluência verbal, teste de

reconhecimento de figura, formulário de avaliação das atividades de vida diária e ficha de avaliação

geriátrica. Os materiais usados no tratamento foram: faixa elástica, theratube, espelho, cadeiras,

caneleiras, pente, bexigas, bolas coloridas de diferentes texturas, tamanhos com ou sem som,

tamborim, pandeiro, bola suíça, jogo da memória de animais, peças de enroscar, montagem e encaixe

com formato de animais. Percebeu-se no início do tratamento que a paciente apresentava dificuldades

em executar e compreender os exercícios propostos, com falta de interesse, concentração e atenção.

Com o tratamento a paciente teve evoluções significativas, melhorando raciocínio, atenção, orientação

de tempo e espaço, coordenação motora, compreensão, interesse, destreza, domínio ao manipular

objetos, proporcionando facilidade na execução, disposição, socialização e interação da paciente com

o tratamento.

Palavras-chaves: Lúdico, idoso e cinesioterapia

1. INTRODUÇÃO

O termo envelhecimento é usado para se referir a um processo ou conjunto de processos

que ocorrem em organismos vivos e que com o passar do tempo levam a uma perda de adaptabilidade,

deficiência funcional e finalmente, a morte.

Outra conseqüência do envelhecimento é o aumento da prevalência de idosos

dependentes: falta de capacidade física, mental e social para realizar a AVD's, tanto as comuns quanto

7 Acadêmica do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC.

8 Professora e coordenadora do Estágio Supervisionado do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior

de Catalão – Faculdade CESUC, orientadora de trabalho de conclusão de curso. Email:

[email protected]

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as instrumentais, e falta de autonomia (incapacidade da pessoa de tomar decisões e executá-las),

desestabilizando toda a estrutura familiar e sua relação (SPIRDUSO, 2005).

O envelhecimento tem início pouco perceptível até que surjam as primeiras alterações

funcionais e/ou estruturais (DRIUSSO e CHIARELLO 2007).

Segundo Braghirolli, et al., (1999) as teorias cognitivas reconhecem que o

comportamento e seu resultado dependerão tanto das escolhas conscientes do indivíduo, como dos

acontecimentos do meio sobre os quais não tem controle e que atuam sobre ele. O idoso geralmente

apresenta lapsos de memória e menor velocidade de raciocínio

(DRIUSSO e CHIARELLO, 2007).

O que acreditamos ser a natureza humana, o que percebemos como valoroso em nosso

mundo, e o que identificamos como "qualidade de vida (QV)" dirige nossas decisões, nosso

comportamento e nossa comunicação. Como profissionais de saúde, nosso papel é não causar nenhum

prejuízo, desenvolver uma relação de confiança baseada na honestidade e na verdade, promover a

independência, demonstrar uma "visão incondicionalmente positiva", e estimular a crença de que cada

individua é única, capaz e passível de mudanças (GUCCIONE, 2002).

Matos (2006) define a atividade lúdica pode ser uma dentre os vários aspectos favoráveis

à melhor QV da pessoa idosa, que pode ser alcançada por uma prática lúdica que abra as portas para

situações estimulantes dentro dos jogos e das brincadeiras, buscando diminuir as resistências ao tato,

ao contato, ao movimento e ao prazer pela vida.

A comunicação é uma habilidade aprendida com base cultural. Ela é um processo

complexo, transmitido nas formas escrita, oral e não-verbal. Um comunicador eficiente adapta o

conteúdo da mensagem e o estilo de sua transmissão às necessidades de quem a recebe. A

comunicação eficaz com o idoso requer adaptação às alterações fisiológicas, psicológicas e sociais

comuns que resultam do processo de envelhecimento

(GUCCIONE, 2002).

A comunicação é um componente essencial do papel de um profissional de saúde. O

aspecto comunicativo do ser humano-corpo, gestualidade e verbo são essenciais em sua abordagem

quer na educação, reeducação ou terapêutica (NICOLA, 2004).

O uso do humor entre o paciente e o terapeuta precisa de três condições: Uma relação que

permita a introdução de brincadeiras sem más interpretações; um ambiente social que permita as

brincadeiras sem romper com a sociedade; alguém que faça insinuações para mudar o humor e assuma

o risco de a mensagem ser ignorada

(GUCCIONE, 2002).

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Segundo Nicola (2004), chamamos linguagem corporal ou linguagem do corpo ao

conjunto de atitudes e comportamentos que têm significados para outra pessoa. Como base devemos

ter a idéia real de que a linguagem só existe como forma de comunicação se houver sentido para duas

ou mais pessoas. O que se apresenta como fundamental neste nível e que todos os nossos gestos, todas

as nossas atitudes e comportamentos corporais sempre podem ser interpretados a despeito da nossa

intenção.

A psicomotricidade estuda o homem na sua unidade como pessoa. A intervenção

psicomotora se situa em âmbito global, numa tentativa de modificar toda uma atitude em relação ao

seu corpo como lugar de sensação, expressão e criação. Toda alteração no sistema motor está

acompanhada de alterações do esquema corporal, sendo a soma de todos, os eventos que ocorrem nas

funções sensitivo - motoras, afetivas e intelectuais e que levam a consciência do próprio corpo

(NICOLA, 2004).

A memória é a base para o desenvolvimento da linguagem, do reconhecimento das

pessoas e dos objetos vistos todos os dias, para que o homem saiba quem é e tenha consciência da

continuidade da própria vida. Sem a memória, a cada dia, ou mesmo a cada momento, estaríamos

começando uma nova etapa, sem podermos nos valer do que aprendemos anteriormente (SANTOS

2010; apud YASSUDA 2002).

A memória diminui na velhice, e embora algumas áreas continuem relativamente

preservadas a perspectiva é de declínio (HAMILTON, 2002).

A palavra lúdico vem do latim ludus e significa brincar. Neste brincar estão incluídos os

jogos, brinquedos e divertimentos e é relativa também à conduta daquele que joga, que brinca e que se

diverte. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal,

social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os

processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento. (CRUZ, et al,

1998).

Souza (2005, p.6) classifica que o lúdico pode ser muito importante para a terceira idade,

desde que o mesmo esteja associado ao brincar prazeroso.

Os exercícios fisioterapêuticos é o treinamento sistemático e planejado de movimentos

corporais, posturas ou atividades físicas com a intenção de proporcionar ao paciente meios de tratar ou

prevenir comprometimentos; melhorar; restaurar ou aumentar a função física; evitar ou reduzir fatores

de risco relacionados à saúde; otimizar o estado de saúde geral; o preparo físico ou a sensação de bem

estar. Os programas e exercícios fisioterapêuticos elaborados por fisioterapeutas são individualizados

para as necessidades particulares de cada paciente (KISNER e COLBY, 2005).

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2. METODOLOGIA

Foi realizado um estudo de caso com uma paciente do sexo feminino com 69 anos sem

diagnostico clinico definido e que apresentava: hipotonia de membros superiores, fraqueza muscular

de membros superiores e inferiores, diminuição de coordenação motora grossa e fina na mão esquerda,

dificuldade de deambulação, edema e úlcera de pressão no pé direito e perna esquerda, diminuição de

ADM de membro superior e inferior direito e esquerdo e encurtamento de isquiotibiais e abdutores

direito e esquerdo.

Os critérios de inclusão foram pacientes dependentes nas AVD's e déficit cognitivo. Os

critérios de exclusão foram pacientes independentes nas AVD's e sem déficit cognitivo.

Foi aplicado os testes de cognição (anexo V) como teste da memória de figuras que

apresenta dez figuras para a avaliação da percepção visual; da nomeação da memória incidental;

imediata e tardia; além de posterior reconhecimento dessas figuras junto há outras dez. O teste de

fluência verbal avalia a memória semântica (conhecimento geral sobre o mundo, dos fatos, das

palavras, sem relação com o momento do seu aprendizado). O teste de reconhecimento de figuras

avalia a percepção visual e nomeação dos desenhos presentes nas figuras. O formulário de avaliação

das AVD's (anexo VI) e a ficha de avaliação geriátrica (anexo III).

Antes de iniciar a execução do tratamento no Centro de fisioterapia e terapia ocupacional

do Asilo São Vicente de Paulo, foi aplicado o termo de consentimento e de anuência (anexo I e II)

assinado pela responsável da moradora, que incluiu a autorização do uso da imagem sem a

identificação da paciente. Este foi realizado duas vezes por semana nas terças e quintas por 30 dias, em

dez sessões com duração de 45 a 60 minutos. Os materiais usados foram a bexiga, bolas coloridas de

diferentes texturas e tamanhos com ou sem som onde a paciente realizou exercícios em diagonais e

movimentos de flexão, extensão e abdução do ombro, na tentativa de pegar, bater e/ou jogar com as

mãos o objeto em direção ao terapeuta e devolvendo-o a paciente.

Para trabalhar a coordenação motora e os movimentos ativos de MMSS foram utilizados

o pandeiro e o tamborim, onde a paciente segurava os instrumentos sozinha e depois segurados pelo

terapeuta. Foram usados para tocar com as mãos e/ou baquetas alternando os membros superiores e em

diferentes direções (frente, lateral, acima e abaixo).

Para os exercícios de dissociação da cintura escapular, pélvica e consciência corporal foi

utilizado espelho e bola suíça onde a paciente era colocada sentada à frente do espelho com o

terapeuta atrás auxiliando nos exercícios de circundução, para frente e para trás e lateralização. Estes

exercícios também foram associados a bola colorida de diferentes texturas, com e sem som como

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exercícios diagonais sendo que a paciente pegava a bola da mão da terapeuta em diferentes direções

(frente, lateral, acima e abaixo) e à entregava da mesma forma, estimulando o visual e auditivo.

Para a coordenação motora grossa e raciocínio, foram utilizadas peças de montar onde ela

montava uma na outra até formar uma torre, depois as desmontava e guardava dentro de um saco.

Peças de enroscar foram utilizadas para a coordenação motora grossa, atenção e raciocínio onde a

paciente desenroscava todas as peças do tubo, e quando terminasse as colocava enroscando de volta ao

mesmo tubo, até acabar com todas. Peças de encaixar com formato de animais que foram usadas como

exercícios de coordenação motora fina, orientação de tempo e espaço, que consiste em uma fôrma com

diferentes formatos de animais, possuindo espaços para cada forma. Ainda na mesma atividade, a

paciente encaixava cada animal no seu devido formato até acabar com as peças.

Jogo da memória de animais como exercícios para percepção visual, memória e

reconhecimento. Sendo que a terapeuta imitava e soletrava os animais e a paciente repetia tudo que

acontecia no tratamento.

Para as AVD's e sua independência, a paciente foi colocada em frente ao espelho sentada

em uma cadeira, onde penteava os cabelos alternado as mãos melhorando a coordenação motora.

Para treino funcional, foram colocadas três (3) cadeiras com três (3) bexigas e três (3)

caneleiras para fortalecimento de membros inferiores e equilíbrio, que eram realizados como

exercícios de obstáculos, onde a paciente pulava a primeira caneleira; passava pela primeira cadeira e

sentava nela estourando a bexiga que havia no assento, o exercício terminava até completar todo o

circuito.

3. RESULTADOS

Os testes de cognição de fluência verbal, memória de figuras e reconhecimento de figuras

foram realizados com a paciente comprovando o déficit cognitivo.

Através do formulário de avaliação das AVD's revelou-se que a paciente é parcialmente

dependente, devido ao fato dela se alimentar sozinha.

As atividades que não consegue realizar são: tomar banho, vestir roupa: pegar roupa no

armário e vestir-se, incluindo roupas íntimas, roupas externas com fechos e cintos, ir ao banheiro,

transferências e continência.

Assim, em algumas questões da ficha de avaliação geriátrica teve auxilio de respostas

pelo responsável da paciente tais como: dados pessoais, medicamentos, médico responsável, hábitos

de vida e história pessoal, constatando que não foi possível identificar o diagnóstico clínico, a queixa

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principal, a história da moléstia atual, sensibilidade, propriocepção, equilíbrio e goniometria devido a

incompreensão da paciente.

Através da bexiga (foto em anexo IV) e bolas coloridas de diferentes texturas, com ou

sem som foram realizados exercícios em diagonais de membro superior para AVD's e exercícios ativos

com movimentos de flexão, extensão, abdução e adução do ombro sendo que estas eram jogadas e

pegadas pela paciente alternando as mãos e em diferentes direções (frente, atrás, lateral, abaixo e

acima) com movimentos promovidos pelo terapeuta estimulando a mobilidade, a visão, audição,

coordenação motora, concentração para realizar as tarefas propostas e orientação de tempo e espaço.

Através destes movimentos a paciente apresentava dificuldade de atenção, lentidão ao pegar os

objetos, e ao jogar bola com a mão esquerda não tinha coordenação suficiente para solta-la em direção

ao terapeuta. No decorrer do tratamento a paciente foi apresentando melhora na atenção, concentração

e mobilidade em executar os movimentos, fazendo-os com mais rapidez e segurança.

Figura 1. Figura 2.

Através do tamborim e pandeiro (foto em anexo IV) a paciente trabalhava a coordenação

motora, audição, visão e fortalecimento tocando com as mãos e/ou baquetas alternando-as. Realizou

primeiro os movimentos segurando os instrumentos sem o auxílio da terapeuta usando os dedos, palma

da mão, parte lateral e medial das mãos para bater no pandeiro e baquetas para bater com uma mão,

com as duas, mais lento e mais rápido no tamborim. Após isso, a terapeuta segurou os instrumentos

pedindo para a paciente bater seguindo as diferentes direções que colocava (frente, lateral, acima e

abaixo) a fim de executar os exercícios diagonais. A partir deste tratamento percebeu-se que a paciente

apresentava fraqueza ao levantar os membros superiores, falta de vontade ao realizar exercícios, falta

de interesse, atenção e coordenação principalmente de membros superior esquerdo. E no decorrer do

tratamento ela melhorou o interesse, atenção e concentração mostrando mais ânimo.

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A theratube foi amarrada ao espaldar de forma que resta uma ponta, com isso a paciente

utilizava as mãos segurando na ponta que restou fazendo força com membros superiores para puxá-la

em extensão e volta-la para flexão de cotovelo, sendo que esse exercício foi realizado para ajudar no

fortalecimento, funcionalidade e mobilidade.

O bastão foi utilizado para exercícios de fortalecimento e mobilidade dos membros

superiores, onde a paciente usou uma das mãos para segurar um lado do bastão e a outra mão do outro

lado do mesmo, realizando exercícios com movimentos de flexão e extensão que proporcionou

mobilidade, funcionalidade e orientação de tempo e espaço.

Para dissociação de cintura pélvica e escapular foi usada a bola suíça, sendo que a

paciente ficava sentada na bola em frente ao espelho e o terapeuta auxiliando atrás. Eram executados

movimentos de lateralização, para frente e para trás, circundunção e pulos, melhorando na descarga de

peso, deambulação, mobilidade e equilíbrio.

Em todos os itens acima a paciente executava as atividades com dificuldade, falta de

compreensão, falta de ânimo, falta de interesse, falta de concentração, movimentos incoordenados,

pouca mobilidade e lentidão. No entanto esses aspectos foram melhorados ao decorrer do tratamento.

O circuito com obstáculos composto por três (3) cadeiras, três (3) bexigas e três (3)

caneleiras eram colocadas no chão e propostos para a paciente andar e/ou pular descalça, assim

pulando a primeira caneleira; passando pela primeira cadeira e sentando nela, estourando a bexiga que

havia no assento.

O exercício terminava até completar todo o circuito. Estes mesmos foram utilizados para

melhorar na deambulação, orientação de tempo e espaço, treino funcional ao trocar da posição sentada

para em pé, equilíbrio, sensibilidade e propriocepção. Nesta primeira atividade a paciente não

conseguia realizar a tarefa com interesse, atenção e era lenta ao executá-la, mais com isso foi

adaptando e melhorando a disposição, atenção, propriocepção e orientação de tempo e espaço.

Figura 3. Figura 4.

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As peças de montagem (fotos em anexo) trabalhavam coordenação motora e raciocínio

através dessas montando uma na outra até formar uma torre e acabar com as peças, depois

desmontando-as e guardando-as dentro de um saco.

Através das peças de enroscar (fotos em anexo) foram utilizadas para a coordenação

motora, atenção e raciocínio onde a paciente desenroscava todas as peças do tubo e quando terminasse,

as colocava enroscando de volta ao mesmo tubo até acabar com as peças.

E as peças de encaixe (fotos em anexo) com formato de animais com intuito de trabalhar

a coordenação motora, raciocínio, atenção, orientação de tempo e espaço e tolerância em realizar tais

exercícios.

Nas primeiras sessões de fisioterapia a paciente apresentou dificuldade em compreender

as atividades citadas anteriormente, em manipular os objetos, como também falta de atenção,

raciocínio, paciência, interação, concentração e coordenação. Através disto fez com que ela

melhorasse em todos os itens citados acima.

Para treino de atividades de vida diária foi utilizado o pente, onde a paciente ficava

sentada em frente ao espelho penteando os cabelos alternando os membros

Figura 5. Figura 6.

Figura 7. Figura 8.

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superiores, trabalhando a coordenação motora para torná-la mais independente. Ao realizar o exercício

na primeira sessão encontrou dificuldade de coordenação motora do membro superior esquerdo e após

outras sessões obteve evolução nesta.

No decorrer do tratamento realizou os exercícios propostos de forma correta, coerente e

com precisão percebendo assim uma evolução graduada e significativa da paciente. Obtiveram-se

resultados positivos como a melhora na concentração, coordenação motora, interação e socialização

com o terapeuta, alegria e disposição ao realizá-los, orientação de tempo e espaço, reconhecimento e

domínio em manipular os objetos, melhora na percepção, compreensão e raciocínio.

4. DISCUSSÃO

Segundo Cruz, et al (1998) o lúdico significa brincar e traz divertimento a quem

participa. Ele facilita na aprendizagem, desenvolvimentos pessoais, sociais e culturais, colabora para

uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização,

comunicação, expressão e construção do conhecimento.

Esta pesquisa mostrou que os exercícios lúdicos possuem benefícios significativos em

pacientes idosos com déficit cognitivo, mostrando que a inserção do lúdico ao tratamento

convencional facilita a comunicação entre a paciente e terapeuta, melhorando atenção, compreensão,

manipulação, percepção, vontade, auto-estima, interação, interesse, raciocínio, disposição, memória,

socialização, noção de espaço e reconhecimento de objetos.

As atividades lúdicas e, especificamente os jogos e brincadeiras adaptados para idosos,

podem ser mais bem utilizados durante as sessões de fisioterapia com a finalidade de promover a

estimulação cognitiva e de memória (MATOS, 2006).

Segundo Sousa (2005) o lúdico pode ser muito importante para a terceira idade, desde

que o mesmo esteja associado ao brincar prazeroso. Além disso, apresenta outros parâmetros

propiciadores de QV, auto - estima e prevenção de doenças, muito importantes para os projetos futuros

na vida do idoso.

Com o lúdico os idosos podem sentir mais prazer pela vida, relembrar o passado e voltar

a realidade através da terapia, do divertimento e prevenindo doenças.

O adulto que volta a brincar não se torna criança novamente, apenas ele convive, revive e

resgata com prazer e alegria do brincar e da lucidez (CRUZ, et al 1998).

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Matos (2006) define a socialização e integração vivida de modo prazeroso são elementos

positivos possibilitados pela oficina de atividades lúdicas, reconhecimento e lembranças de

brincadeiras e de jogos.

Alguns dos materiais utilizados tiveram destaque pela evolução da paciente, que são as

peças de enroscar, encaixar com formato de animais e montagem de peças, pente, auxiliaram na

melhora da coordenação motora grossa e fina de mãos, manuseio de objetos, atenção e raciocínio.

Segundo Matos (2006) os benefícios apresentados pelos idosos são: alegria,

aprendizagem, estimulação da mente, riso, diversão, relembrar o passado, bem-estar, prazer, fazer

exercício, distanciamento do cotidiano, ser criativo, associação com a realidade, beleza, socialização e

integração.

Através da bola suíça estimulou a mobilidade, equilíbrio e confiança ao sentar na cadeira,

dissociação de cintura escapular e pélvica. Observando uma melhora da percepção de tempo e espaço,

funcionalidade de membro inferior ao trocar de postura sentada para em pé, equilíbrio, fortalecimento

de membro inferior através do treino funcional utilizando obstáculos.

A partir desta pesquisa notou-se que nas primeiras sessões do tratamento a paciente teve

dificuldades, pois não compreendia as atividades propostas, ficando dispersa, sem interesse,

desanimada e desmotivada em executar os exercícios, causando grande dificuldade na realização do

mesmo. No decorrer do tratamento houve eficácia despertando o interesse da paciente na execução dos

exercícios, ao dominar objetos de forma correta, apresentando vontade para vencer e concluir

obstáculos, melhorando o raciocínio, a disposição, a atenção, compreensão, orientação de tempo e

espaço, conhecimento de suas limitações e interação com a terapeuta.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho colaborou para identificar que o lúdico facilita no tratamento e na evolução

do paciente idoso com déficit cognitivo, proporcionando satisfação, alegria e interação.

A partir deste, teve um bom resultado, pois a paciente conseguiu ser mais positiva em

relação ao tratamento; ser mais próxima a terapia proposta, sentindo-se realizada ao conseguir superar

os desafios presentes e capacidade em observar e entender o tratamento. Os métodos utilizados foram

de suma importância no tratamento em idosos com déficit cognitivo ajudando na descrição dos

resultados.

Devido aos resultados obtidos neste trabalho observou-se a importância de se associar o

método convencional com exercícios lúdicos.

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4. ANÁLISE COMPARATIVA DO EFEITO DA CORRENTE MICROGALVÂNICA:

ESTUDO DE CASO NO TRATAMENTO DE ESTRIAS ATRÓFICAS

Ana Paula Gomes Galdino9

Karla Marcelino Dias10

Prof. Adriana Caixeta11

RESUMO

A estria é uma atrofia da pele que surge do rompimento das fibras elásticas que se localizam na derme,

apresentando no início rubras e tardiamente esbranquiçadas. A junção da corrente microgalvânica com

a agressão da agulha, leva a uma resposta inflamatória aguda local imediata no trajeto da estria. O

presente estudo teve como objetivo comparar a eficácia do aparelho STRIAT (IBRAMED) desligado,

através da técnica de punturação e com o aparelho ligado utilizando a corrente juntamente com a

agressão mecânica. A metodologia consistiu em um estudo de caso, sendo um estudo experimental,

com uma voluntária do sexo feminino de 30 anos, cor da pele morena clara, nuligesta, sedentária, sem

históricos de problemas cardíacos e fazendo uso de anticoncepcional oral. Para coleta de dados foi

utilizada uma ficha de avaliação (GUIRRO e GUIRRO, 2007), uma máquina fotográfica e um

questionário de satisfação. Assim comparamos o resultado final do procedimento do hemicorpo direito

que foi usado o aparelho ligado passando assim a corrente microgalvânica e o hemicorpo esquerdo que

apenas sofreu as punturas do eletrodo com o aparelho desligado, não passando assim nenhum tipo de

corrente. O quadro álgico da paciente apresentava oscilações quando ela encontrava-se no período pré-

menstrual. Concluiu-se que a corrente microgalvânica é eficaz podendo notar a melhora do aspecto

visual da estria no hemicorpo direito. Palavras-chave: derme. Estrias atróficas. Corrente

microgalvânica. Satisfação. Estética da pele.

1 INTRODUÇÃO

A fisioterapia dermato funcional é uma área relativamente nova que vem dando

embasamentos e buscando evidências para que o fisioterapeuta possa utilizar vários recursos em

patologias, como fibroedema gelóide (celulite), pré e pós-operatório de cirurgia plástica, linfedema,

flacidez, obesidade, quelóides, lipodistrofia localizada e estrias (MILANI et al; 2005).

A pele é formada por três camadas distintas sendo: a epiderme a mais superficial, a derme a

intermediária e a hipoderme a mais profunda. A epiderme caracteriza-se por ser impermeável

avascular e apresenta uma camada queratinizada, chamada de camada córnea. A derme é composta por

tecido conjuntivo e inúmeras estruturas fibrosas, filamentosas e amorfas juntamente com os

fibroblastos, histiócitos, células dendríticas, mastócitos, linfócitos, plasmócitos e demais elementos

celulares (AZULAY, 2008).

A estria é encontrada tanto em homens quanto em mulheres, acometendo 2,5 vezes mais as

mulheres. Em adolescentes do sexo feminino, aparecem de doze a quatorze anos e em adolescentes do

9 Graduanda em Fisioterapia pela Faculdade de Ensino Superior de Catalão – CESUC. 10

Graduanda em Fisioterapia pela Faculdade de Ensino Superior de Catalão – CESUC. 11

Professora do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC, orientadora de trabalho

de conclusão de curso.

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sexo masculino, entre doze e quinze anos. Visto com frequência em obesos, gestantes e pessoas

usuários de esteróides (GUIRRO e GUIRRO, 2007).

Segundo Guirro e Guirro (2007), a estria é considerada um problema estético que ocasiona

problemas emocionais. O mesmo autor define que o seu surgimento se da através da atrofia da pele e

do rompimento das fibras elásticas, que se localizam na derme. Raras ou abundantes, com disposição

paralela e perpendicular as linhas de fissura da pele. Há um adelgaçamento da espessura da derme,

sendo que as fibras colágenas se separam entre si, não existindo fibras elásticas no centro da lesão e

aparecendo apenas na periferia de forma enoveladas.

Já Lima e Pressi (2004) definem que as estrias no início são rubras podendo existir substâncias

inflamatórias, e tardiamente esbranquiçadas o que pode se tornar irreversível.

De acordo com Agne (2009), apesar do seu aparecimento frequente ainda não se sabe ao certo

a sua etiologia, apenas que a sua origem se da pela produção de glicocorticóides, ocorrendo assim

muitas vezes durante gravidez obesidade e adolescência. Xavier e Petri (2009) afirmam que a maior

probabilidade do surgimento das estrias é ocasionada pelo emagrecimento, sedentarismo e falta de

hidratação da pele.

Mondo e Rosas (2004) relatam que por se tratar de uma lesão no tecido elástico e segundo sua

teoria o mesmo não se regenera assim o tratamento para estrias é bastante discutido. Portando Mondo

e Rosas (2004) a bordam que para o tratamento surtir um efeito satisfatório, deve haver a associação

de duas técnicas, como por exemplo, o uso da corrente microgalvânica intercalado com um ácido.

Lima e Pressi (2004) expõem que a estria é uma disfunção na qual não apresenta solução, e esses

tratamentos existentes proporcionam apenas a suavização da estria.

Kede e Sabatovich (2009) abordam que a princípio ocorre um forte processo inflamatório,

mononuclear e predominantemente perivascular, sendo tardiamente atrófica e plana, ocorrendo

alterações nas fibras elásticas e colágenas ficando dispostas em feixes paralelos onde ocorre a

presumida força de distensão. As regiões mais acometidas são o abdômen, quadril, glúteo, a região

lombo sacra e as mamas. O mesmo autor afirma, por não existir nos dias de hoje, um tratamento que

acabe totalmente com as estrias, muitos desafios terapêuticos estão surgindo para tentar solucionar

essa patologia que vem ocorrendo com frequência, sobretudo no sexo feminino.

Kede e Sabatovich (2009) relatam que o sucesso obtido durante o tratamento varia de pessoa

para pessoa, dependendo também do grau que se encontra a estria, sendo mais propício o seu

tratamento na fase inicial onde ela se encontra ainda com a coloração avermelhada, mas os tratamentos

em estrias brancas também apresentaram grandes resultados.

Segundo Agne (2009), a eletroterapia é uma grande aliada à fisioterapia, e oferece recursos

que fazem à estimulação de diferentes sistemas orgânicos com objetivos diferentes. Ele ainda explica

que o uso da corrente microgalvânica é um desses recursos que associado aos efeitos da corrente

elétrica juntamente com a agressão da agulha, origina um processo inflamatório agudo desejável no

trajeto da estria, sendo ela preenchida por um exsudato inflamatório contendo leucócitos, eritrócitos,

proteínas plasmáticas, fáscias de fibrina, e que de acordo com Consulim (2007) existe uma

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regeneração de fibras de colágeno e da elastina, surgindo uma neovascularização, retorno da

sensibilidade promovendo um melhor aspecto estético da pele.

De acordo com Mondo e Rosas (2004) a corrente galvânica causa um processo inflamatório agudo

de regeneração do tecido colágeno preenchendo a área acometida pela estria, devolvendo a

sensibilidade fina. Esta inflamação não ocasiona nenhum efeito sistêmico e é absorvido pelo

organismo no período de uma semana.

Segundo Machado (2002) a corrente galvânica é uma corrente elétrica de baixa frequência

polar, com fluxo constante de elétrons em um só sentido. A corrente galvânica faz um importante

papel nas ações terapêuticas, quando aplicada de maneira correta os resultados podem ser de grande

siguinificância e satisfação. Mondo e Rosas (2004), Lima e Pressi (2004), White et al; (2008)

abordam sobre o uso da corrente galvânica, todavia Mondo e Rosas (2004) descrevem que a

galvanopuntura fundamenta-se na mutação fisiológica instigado pelo estímulo elétrico, tendo atuação

sobre as proteínas que são encontradas espalhadas na substância fundamental. Na ação da liberação da

corrente, ocorre uma modificação eletroquímica no entorno da agulha obtendo o ponto isoelétrico de

alguma proteína fazendo a mesma se precipitar, que leva a uma estabilidade protéica, induzindo a

reorganização do tecido conjuntivo à medida que as sessões acontecem.

O estímulo físico da agulha desencadeia um processo de reparação muito complexo,

cujo objetivo é restabelecer de forma satisfatória a integridade dos tecidos. A

estimulação com a corrente associada desencadeia uma inflamação aguda

localizada, não apresentando qualquer efeito sistêmico. Embora o padrão da

inflamação aguda seja único, a intensidade e duração da reação são determinadas

tanto pela intensidade da corrente como pela capacidade reacional do paciente

(WHITE et al; 2008).

Agnes (2009) cita que a corrente microgalvânica é a mais utilizada no tratamento de estrias,

sendo que existem dois eletrodos o positivo que é a placa grande e o negativo que é a caneta com uma

fina e pequena agulha em sua extremidade. O mesmo autor ainda afirma que, o uso da corrente deverá

ser associado com uma prévia esfoliação do local a ser tratado, para remover as células mortas e o

extrato córneo (camada da pele queratinizada que tem como função a proteção dos tecidos da pele com

agentes externos que podem causar lesões e infecções) que ao fazer o uso da microgalvanopuntura tem

como consequência uma resposta inflamatória aguda no decorrer da estria.

Lima e Pressi (2009) relatam que para o uso da corrente elétrica é contra indicado em paciente

que apresentam problemas cardíacos, portadores de marca-passo, neoplasias, gestantes, epiléticos e

demais patologias que não sejam indicadas o uso de corrente elétrica.

Agne (2009) diz que essa puntura deverá ser com pontos de 3 a 4 centímetros lineares, sendo

com uma introdução da agulha paralelamente a pele, permanecendo com a agulha 3 segundos a cada

perfuração. Borges (2006) cita que essa técnica foi descrita por Winter, assim que se introduz a agulha

sob a pele, essa é esticada por um tempo de 3 a 5 segundos, podendo também movimentar a agulha

transversalmente a linha de introdução da mesma.

Meyer et at; (2009) diz que a punturação apesar de ser incomoda é a mais indicada no

tratamento de estrias, não deixando espaço na perfuração da agulha.

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Segundo Guyton (1997), logo após a lesão nota-se uma leve hiperemia e edema, que são

causados pelas substâncias liberadas através da lesão causada pela agulha ocorrendo assim, a

vasodilatação e aumento da permeabilidade dos vasos. De acordo com Borges (2006) deve preconizar

a estimulação em uma mesma estria em um período de sete dias de intervalo entre uma aplicação e

outra, e os resultados com cinco a quinze sessões.

Atualmente, a falta de estudos e definição no protocolo do tratamento das estrias, como a

intensidade, frenquência, tipo de estimulo, número de sessões, leva a dificuldade para definição do

melhor tratamento para as estrias (BRAVIM e KIMURA, 2007). Mondo e Rosas (2004) e White et al;

(2008) também utilizou em sua pesquisa o aparelho STRIAT (IBRAMED), pois este aparelho é um

gerador de corrente contínua filtrada, no qual consiste em um eletrodo ativo do tipo caneta com uma

agulha especial em sua extremidade, sendo ideal para promover o processo inflamatório das estrias.

Mondo e Rosas relatam em seu artigo que foram selecionadas 6 voluntárias do sexo feminino,

entre 20 e 23 anos, onde foi aplicado o aparelho STRIAT. Após dez sessões de tratamento foi aplicado

um questionário de satisfação onde a maioria das pacientes não apresentou contentamento com o

resultado, necessitando de mais sessões para um resultado satisfatório final. O STRIAT é um aparelho

estimulador de fácil manuseio, é essencial na prática da fisioterapia dermato funcional. É um

equipamento que emite corrente contínua (galvânica milianpéres) e microcorrente contínua (galvânica

microamperes) com o objetivo de ionização e no tratamento de estrias e rugas (MANUAL DO

STRIAT).

O presente estudo teve como objetivo comparar a eficácia do STRIAT (IBRAMED) desligado

através da técnica de punturação e com o aparelho ligado utilizando a corrente juntamente com a

agressão mecânica.

2. METODOLOGIA

Foi realizada uma pesquisa experimental, tendo como projeto o delineamento dos

procedimentos antes e depois, realizados na Clínica escola da faculdade CESUC no período de 15 de

setembro de 2010 até 17 de novembro de 2010, totalizando 10 sessões uma vez por semana. A

paciente deste estudo de caso é do sexo feminino de 30 anos de idade, cor de pele morena clara,

nuligesta, sedentária, sem história de problemas cardíacos, faz uso de anticoncepcional oral, e já

realizou tratamento para estrias atróficas na adolescência com ácido, porém sem resultado satisfatório.

Após assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) para a coleta de dados, foi

utilizada uma ficha de avaliação Guirro e Guirro (2007), uma máquina fotográfica, um aparelho

STRIAT (IBRAMED) e um questionário de satisfação. Foi aplicado um eletrodo especial, o qual

consiste em uma fina agulha sustentada por um eletrodo do tipo caneta onde apresenta maior

concentração da corrente.

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Neste período a paciente foi informada de que não poderia tomar sol evitando assim o

aparecimento de manchas na pele, não fazer o uso de medicamentos antiinflamatórios, corticóides,

estróides e também cremes hidratantes que possui substâncias calmantes visando não interferir no

processo inflamatório.

No hemicorpo direito da região lombossacra foi feito com aparelho ligado e no hemicorpo

esquerdo da mesma região com aparelho desligado, comparando assim qual o lado teve melhor

resultado e verificando a eficiência da corrente microgalvânica.

O tratamento foi parcialmente invasivo, porém, superficial penetrando apenas sobre a derme.

Foi utilizada a técnica descrita por Winter (BORGES, 2006) onde a introdução da agulha foi sub-

epidérmica, paralela à pele sobre toda extensão da estria, onde também a agulha foi movimentada

transversalmente a linha de introdução da mesma obtendo um quadro de hiperemia e edema, que se

devem ao processo inflamatório que é produzido por substâncias locais liberadas pela lesão, que fazem

a vasodilatação e aumenta a permeabilidade dos vasos. Em todas as sessões foi utilizado máscaras e

luvas de procedimentos, que juntamente com as agulhas foram descartadas no final das sessões.

No início das sessões a paciente foi posicionada em uma maca de decúbito ventral, onde

realizamos uma esfoliação com um creme de microdermoabrasão com os componentes (macadâmia,

pêssego e maracujá) para a remoção de células mortas, logo após uma assepsia usando algodão

embebido com álcool 70%no local da aplicação.

Posteriormente foi posicionado o eletrodo em forma de placa (passivo) previamente

umidificado com água, com o objetivo de fechamento de circuito, fixado com uma faixa de velcro na

parte posterior da coxa do lado direito, onde foi feito o procedimento com a passagem da corrente, em

seguida a agulha foi acoplada na caneta (ativo), depois foram selecionadas duas estrias superiores na

região lombossacra para serem tratadas do lado direito. Na seqüência modulamos o aparelho com a

amperagem de 100 microamperes que é a indicada para iniciar as punturas, que foram introduzidas de

forma paralela as estrias, punturadas de 3 a 4 centímetros com a permanência da agulha por 3

segundos. No hemicorpo esquerdo fizemos o mesmo procedimento inicial de limpeza da pele e

também foram selecionadas duas estrias superiores, em seguida foram iniciadas as punturas com o

aparelho desligado não passando assim nenhum tipo de corrente.

Na análise de dados foi utilizado os registro fotográfico feito no primeiro dia (15 de setembro

de 2010) da sessão, e a foto do pós tratamento foi tirada uma semana após a última sessão (17 de

novembro de 2010) para que estivesse totalmente findado o processo inflamatório. Os registros foram

realizados com a máquina fotográfica da marca SONY (7.2 mega pixels) com o fundo preto,

iluminação ambiente a uma distância de vinte centímetros da região a ser fotografada (BORGES,

2006). Para concluir o tratamento foi aplicado o questionário de satisfação.

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4. RESULTADOS

Após serem coletados os achados fotográficos do pré e pós tratamento, foi observado e

comparado as estrias que sofreram o tratamento com aparelho ligado e desligado. Através da foto

mostrada na figura 1 verificou-se que a imagem do aspecto inestético da pele antes do tratamento

onde se podem notar as estrias esbranquiçadas bem evidenciadas.

Já na figura 2 do pós tratamento apresentou melhora no seu aspecto visual e estético na região

tratada, principalmente no hemicorpo direito onde se fez o tratamento com o aparelho ligado, onde se

observa a diminuição do diâmetro e redução da depressão das estrias. Em relação ao hemicorpo

esquerdo onde foi realizado o tratamento com o aparelho desligado obteve-se uma melhora porém não

tão satisfatória como a do hemicorpo direito.

De acordo com a ficha de avaliação (GUIRRO e GUIRRO, 2007) a paciente relatou dor

durante os procedimentos observando oscilações de intensidade quando a paciente se encontrava no

período pré-menstrual, onde queixava-se de dores em forma de pontada e queimação, fato que

coincidia com este período. No figura 3 (na sequência) observa-se o demonstrativo da intensidade da

dor em uma escala de 0 a 5.

No questionário de satisfação que a paciente respondeu ao final das sessões, a mesma apresentou

satisfeita com o tratamento, devido à melhora do aspecto da estria, sendo necessário apenas um

número maior de sessões para a conclusão final do tratamento.

Antes Depois

Figura 1: Aparências das estrias

esbranquiçadas antes do tratamento.

Fonte: GALDINO, A.P.G.; DIAS, K.M. 2010

Figura 2: Resultado do tratamento onde foi

verificada resposta terapêutica satisfatória

no hemicorpo direito (corrente

microgalvânica). Fonte: GALDINO, A.P.G.;

DIAS, K.M. 2010

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Figura 3 - Relato de intensidade da dor sentida pela paciente durante o procedimento. Fonte:

GALDINO, A. P. G.; DIAS, K. M. 2010.

3 DISCUSSÃO

O presente estudo colaborou com as pesquisas de alguns autores como (GUIRRO e GUIRRO,

AGNE, MACHADO, BORGES, KEDE e SABATOVICH, AZULAY, MONDO e ROSAS)

demonstrando uma redução significativa das estrias quando usada a corrente microgalvânica.

De acordo com os nossos achados verifica-se que como (GUIRRO e FERREIRA e GUIRRO,

1991), (WHITE et al; 2008) e (CONSULIM, 2007) resaltam que após se fazer o uso do aparelho

STRIAT e passar a corrente microgalvânica, as fibras de colágeno se regeneraram e leva ao aumento

do número de fibroblastos, fibras colágenas e elásticas, e estas se organizam, o que proporciona uma

neovascularização e consequentemente uma melhora da sensibilidade local, melhora da aparência

estética e visual da disfunção cutânea a ser tratada.

Consulim (2007) corrobora com os achados do presente estudo onde na sua pesquisa foram

selecionadas 12 voluntárias brancas e saudáveis com idade de 12 a 22 anos, onde foram submetidas a

um tratamento de estrias atróficas com o uso do aparelho STRIAT, que do lado direito o procedimento

foi realizado com o aparelho desligado e no lado esquerdo o aparelho ligado, recebendo assim a

eletroestimulação da corrente microgalvânica durante quatro sessões. A análise dos resultado se vez

através da transferência das fotos tiras antes e pós tratamento para a planimetria, que nada mais é, a

utilização do programa Corel Photo Paint 8, onde realizou a contagem de pontos através de uma malha

quadriculada que foi colocada sobre a foto do trajeto da estria, mostrando que com o aparelho

desligado não se obteve uma diferença estatística quando comparada com o lado esquerdo no qual

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resultado foi mais satisfatório. Para Guirro e Guirro (2007), que o mecanismo de lesão da agulha

contribui para a reparação tecidual melhorando o aspecto visual da estria.

Por não haver um protocolo a ser seguido, foram encontrados na literatura brasileira dois

autores que se divergem quando se é abordado sobre a microamperagem da corrente microgalvânica.

Borges (2006) afirma que os profissionais de fisioterapia dermato funcional utilizam a

microamperagem entre 70 e 100 microamperes, não devendo ultrapassar 400 microamperes para evitar

o aparecimento de manchas e lesões na pele. Agne (2009) preconiza que a microamperagem de variar

de acordo com a sensibilidade do paciente oscilando de 150 a 300 microamperes.

Diferentemente dos resultados encontrados nessa pesquisa, Lima e Pressi (2009). Os mesmos

descrevem que a pesquisa feita através de enquete, mostra melhores resultados nas estrias que foi

utilizado o aparelho desligado, sofrendo somente as punturas da agulha, mostrando que o tratamento

poderia ser feito somente com as punturas não necessitando da microcorrente galvânica, surgindo à

reação inflamatória apenas pela lesão mecânica na estria.

Meyer et al; (2009) relata ainda que na sua experiência com o uso da corrente microgalvânica

transmitida através da máquina de tatuar mostrou resultados além do esperado, aumentado o processo

inflamatório podendo ser realizado um número maior de punturação sendo que o desconforto e a dor

referida pelo paciente foi mínimo.

Guirro e Guirro (2007) abordam que o tratamento depende de variações tais como o número

de sessões, cor da pele, idade, tamanho das estrias, e que o resultado final pode variar de um paciente

para outro. Ele ainda afirma que para se obter um resultado ainda mais satisfatório é necessário um

tratamento em longo prazo, não sendo favorável tratamento em curto prazo como foi oferecido neste

trabalho.

Verificamos através do autor estudado (GUIRRO e GUIRRO, 2007) que a estria é considerada uma

patologia na qual ainda não se tem um tratamento 100% eficaz, mas que podemos obter uma melhora

no aspecto estético da pele, e que o seu tratamento é minucioso e prolongado, necessitando de

paciência para que exista uma boa evolução no seu tratamento.

Atualmente já existem outras técnicas para o tratamento de estrias atróficas, sendo citadas por

Xavier e Petri (2009), que seu artigo foi um estudo de caso onde a paciente em questão de 19 anos de

idade que havia emagrecido 10kg em apenas quatro anos, dando início ao aparecimento das estrias.

Assim como proposta de tratamento foi utilizado microdermabrasão, vacuoterapia, ácido glicólico a

20% e ácido ascórbico a 10% onde foi realizado o tratamento em nove sessões, tendo como resultado

final a diminuição da largura da estria e mudança da sua coloração tornando as estrias brancas em

rosadas.

Mesmo que ainda não exista um protocolo a ser seguido em relação ao estímulo, frequência,

intensidade, tempo e a seqüência do tratamento, pode-se afirmar que o uso da microgalvânica, traz

evidentes resultados no aspecto da estria a ser tratada (BRAVIM e KIMURA, 2007).

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da análise dos resultados obtidos, com a pesquisa, pode-se concluir que o aparelho

Striat, utilizado como recurso de tratamento da estria foi eficaz após 10 sessões de terapia.

Alcançamos o resultado almejado, comprovando assim que a corrente microgalvânica é realmente

eficaz no tratamento de estrias atróficas, proporcionando assim um bom aspecto estético da pele e com

isso o aumento da auto estima da paciente.

A preocupação das pessoas com a estética vem aumentando, e com isso fazendo com que a

área da fisioterapia dermato funcional venha crescendo cada vez mais e tornando essa área mais

desenvolvida e conhecida.

Assim, este artigo científico veio para ampliar o conhecimento no campo da fisioterapia

dermato funcional, não apenas para mostrar os resultados obtidos da corrente microgalvânica, mais

também contribuir para o perfil científico nesta área que é relativamente nova da fisioterapia.

6. REFERÊNCIAS

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Revisão bibliográfica; 2007. Disponível em:

http://www.portalunisaude.com.br/.../eletroacumpuntura_nas_estrias.pdf Acesso em: março 2010

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http://www.unimep.br/phpg/mostaacademica/anais/5mostra/5/431.pdf Acesso em: março de 2010

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http://www.upf.br/feff/download/mono lisiane total.pdf Acesso em: maio 2010

MACHADO, C. M. Eletroterapia Prática. 3ed. Ver. E ampl. São Paulo: Pancast, 2002.

MANUAL DO APARELHO STRIAT IBRAMED

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MEYER, P. F et al. Aplicação da galvanoterapia em uma maquina de tatuar para tratamento de

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MILANI, G. B.; JOÃO, S. M. A.; FARAH, E. A. Fundamentos Fisioterapia dermato-funcional:

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5. ANÁLISE DA POSTURA DE PACIENTES COM DISFUNÇÃO

TEMPOROMANDIBULAR POR MEIO DE BIOFOTOGRAMETRIA

COMPUTADORIZADA

Ana Carolina Mesquita do Nascimento12

Conceição Silva de Vasconcelos13

Prof. Humberto de Sousa Fontoura14

RESUMO

Este é um estudo analítico e descritivo que visa identificar e descrever as alterações de postura

encontradas nas vistas anterior, lateral (direita e esquerda) e posterior de pacientes com

disfunção temporomandibular. A amostra foi composta por 10 indivíduos, sendo 8 mulheres e

2 homens, com diagnóstico de disfunção temporomandibular. Os dados foram obtidos por

meio de biofotogrametria, utilizando-se o programa SAPO – Software de Avaliação Postural.

A análise dos dados foi feita por meio de estatística descritiva utilizando o programa

Microsoft Office Excel 2007. A avaliação para identificar possíveis desordens em pacientes

com disfunção temporomandibular tornou-se necessária desde que os primeiros estudos

mostraram uma relação entre disfunção temporomandibular e postura. Ainda são necessárias

mais pesquisas aprofundadas para que possa estudar e definir se os desalinhamentos da

postura encontrados em pacientes com disfunção temporomandibular são decorrentes da

disfunção temporomandibular (origem descendente) ou se a disfunção temporomandibular é

decorrente dos desalinhamentos da postura (origem ascendente).

Palavras-Chave: Disfunção. Articulação Temporomandibular. Postura.

1. INTRODUÇÃO

O grande número de pacientes com disfunção temporomandibular (DTM) que

apresentam alterações na postura, torna necessárias pesquisas para estudar essa relação, desta

forma é válido ressaltar que os problemas que afetam as estruturas do corpo humano são de

interesse da fisioterapia (AMANTÉA et al., 2004).

A articulação temporomandibular (ATM) faz parte do sistema estomatognático (SE),

que engloba, além da ATM, o sistema mastigatório (dentes, músculos, ligamentos e nervos) e

as glândulas salivares (PAIVA et al., 2008).

Segundo YI, GUEDES, VIEIRA, 2003 e AMANTÉA et al., 2004,

O sistema estomatognático integra o sistema postural, sendo o osso hióde o traço de

união entre as cadeias musculares, anterior e posterior. A mandíbula e a língua estão

diretamente ligadas à cadeia muscular anterior; a maxila, por intermédio do crânio,

está em relação com a cadeia posterior. Ainda, existem conexões nervosas entre os

12

Acadêmica do Curso de Fisioterapia – Faculdade de Ensino Superior de Catalão - Faculdade Cesuc

Email: [email protected] 13

Acadêmica do Curso de Fisioterapia – Faculdade de Ensino Superior de Catalão - Faculdade Cesuc

Email: [email protected] 14

Professor, Orientador, Doutor e Coordenador do curso de fisioterapia da Faculdade de Ensino Superior de

Catalão - Faculdade Cesuc. Email: [email protected]

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núcleos dos nervos do sistema estomatognático e aferências desse sistema para as

informações que intervêm no equilíbrio tônico postural. Portanto, todo o

desequilíbrio do sistema estomatognático poderá, por meio dessas vias, repercutir

sobre o conjunto do sistema postural, do mesmo modo que alterações posturais

poderão interferir negativamente no sistema estomatognático.

A DTM pode ser causada por uma doença ou por um desarranjo do complexo temporo

mandibular (DAWNSON, 2008). Sinais e sintomas clínicos, musculares e articulares, indicam

DTM. Esta poderá ser acometida por inúmeros fatores, como microtraumas, macrotraumas,

hiperatividade muscular, parafunções, reflexos neuromusculares, diminuição da tolerância

fisiológica. A postura e a hipermobilidade são fatores predisponentes (BIASOTTO-

GONZALEZ, 2005).

Fonte: Paiva, H.J. de et al.,2008, p.218.

Adaptação: Nascimento, A.C. M. do; Vasconcelos, C.S.de, 2010.

As agressões ao SE pode ser causadas por complicações em tratamentos pregressos,

traumas e hábitos posturais dinâmicos atípicos. Dessa forma, essas agressões podem

desencadear um processo fisiopatológico (PAIVA et al., 2008).

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstram que cerca de 60% da

população mundial apresentam algum tipo de disfunção na articulação temporomandibular

(MEURER, 2006).

A DTM ocorre com mais frequência em pessoas que têm idades entre 20 e 45 anos e a

prevalência desta disfunção é maior em mulheres; a estimativa é de que a cada 5 mulheres

com DTM apenas 1 homem sofra com o problema (BIASOTTO-GONZALEZ, 2005).

O eixo hormonal hipofisário-adrenal é responsável pelo funcionamento do sistema

neuroendócrino, que controla as reações de estresse, regula os sistemas digestivo, metabólico

energético e imune e até mesmo as emoções e condutas sexuais. Acredita-se que esse eixo

hormonal hipofisário-adrenal é mais intricado e complexo nas mulheres, o que sugere que a

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maior somatização seja um dos motivos pelos quais a DTM afete mais o sexo feminino

(PAIVA et al., 2008).

Os sintomas encontrados com maior frequência em relatos de pacientes são dor na

musculatura mastigatória (masseter, temporal, pterigóideo interno e externo, digástrico, milo-

hióideo e gênio-hióideo) na região lateral e posterior da ATM, estalos, cefaleia, otalgia. Entre

os sinais encontrados em exame clínico tem-se hipersensibilidade muscular à palpação,

limitação de movimentos, luxação e travamento da ATM (STEENKS e WIJER, 2005).

Os sintomas primordiais são dor nas ATMs, ruídos articulares e desvio mandibular

durante a abertura bucal (GRANJA e LIMA, 2003).

A soma ou a exacerbação desses sinais limitam ou até mesmo levam à incapacidade o

individuo em suas atividades fisiológicas (BERTOLI e PEREIRA, 2004).

Pacientes que sofrem distúrbios da articulação temporomandibular também

apresentam alterações importantes na postura corporal (AMANTÉA et al., 2004).

A postura é uma boa disposição que os segmentos do corpo mantêm entre si, com

intuito de promover a harmonia, a economia e a sustentação do corpo, devido à ação

interligada dos músculos (TANAKA e FARAH, 1997).

Quando há um equilíbrio nas estruturas de suporte, que, por sua vez, devem apresentar

uma mínima quantidade de sobrecarga e esforço, o corpo permanece eficiente, considerando-

se que assim há uma postura ideal (GODELIEVE, 1995). Já na má postura essas estruturas de

suporte desviam-se do alinhamento normal (KISNER e COLBY, 2005).

Para uma postura ideal a cabeça deve estar em uma posição neutra, a coluna torácica

apresentar uma leve cifose, as escápulas estarem em repouso entre a segunda e a sétima

vértebra torácica, as espinhas ilíacas ântero-superiores devem estar entre si no mesmo plano

horizontal, e no mesmo plano vertical que a sínfise púbica, com pelve neutra, deve ainda

existir uma curva anterior na região lombar (KENDALL et al., 2007).

Quando há inclinação anterior da pelve, ocorre uma lordose; quando ela inclina-se

posteriormente há uma retificação. Na vista lateral deve-se ter uma linha de referência padrão

que vai dos membros inferiores, na sua parte posterior, ao centro da articulação do quadril.

Essa linha ao passar pela articulação do joelho quando há um desvio anterior ou posterior há

uma tendência de estender ou flexionar-se. Com o joelho estendido a dorsiflexão do tornozelo

é de aproximadamente 10°. A posição dos pés é aquela na qual os calcanhares distam

aproximadamente 7,5 centímetros e os antepés, quando separados apresentam um ângulo de

aproximadamente 8°a 10° (KENDALL et al., 2007).

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O objetivo do presente estudo foi identificar e descrever as alterações posturais

encontradas nas vistas anterior, lateral (direita e esquerda) e posterior de pacientes com

disfunção temporomandibular por meio da biofotogrametria computadorizada.

2. METODOLOGIA

Foi realizado um estudo do tipo analítico e descritivo, com pacientes voluntários de

idades entre 20 e 45 anos, com diagnóstico clínico de disfunção temporomandibular. Foram

excluídos do estudo portadores de trauma direto ou cirúrgico na região orofacial. A amostra

contou com 10 voluntários: 8 mulheres e 2 homens.

Todos os participantes do estudo receberam as devidas informações sobre a pesquisa e

assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para participação como sujeitos

da pesquisa.

Os procedimentos de avaliação dos voluntários foram: Questionário e Índice

Anamnésico de Fonseca, Índice de Disfunção Clínica Craniomandibular – Helkimo e Índice

de Mobilidade Mandibular.

A obtenção de dados foi em uma sala de 6 m², com fundo branco e utilizou-se um

suporte para colocar um fio de prumo, cuja ponta ficou a 30 cm do piso, a uma distância de

17,5 cm do centro do retângulo. Esse fio tinha duas marcas (bolas de isopor vermelhas) que

guardavam uma distância de 1 metro entre si para calibrar a imagem.

No piso foi demarcado um retângulo de 40 cm x 35 cm com distância de 25 cm entre

sua borda posterior e a parede, no qual o voluntário tomava as posturas indicadas (vista

anterior, vista posterior, vista lateral direita, vista lateral esquerda) para ser fotografado,

trajando roupa de banho.

Foram marcados pontos anatômicos específicos com metades de bolas de isopor

menores que as do prumo na cor vermelha. Os pontos anatômicos marcados para análise:

tragos, acrômios, espinhas ilíacas ântero-superiores, trocânteres maiores dos fêmures, linhas

articulares dos joelhos, pontos mediais das patelas, tuberosidades das tíbias, maléolos laterais,

maléolos mediais, processo espinhoso das vértebras C3, C7, T3, T7, T12, L3 e L5, ângulos

inferiores das escápulas, linhas médias das pernas, pontos sobre os tendões dos calcâneos na

altura dos maléolos, calcâneos, pontos entre as cabeças do segundo e do terceiro metatarso.

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A coleta e o armazenamento dos dados foram feitos por meio de fotografias para o que

se utilizou uma câmera fotográfica digital Olympus X-785, 7.1 megapixel, zoom óptico 6.3,

sobre um tripé Fancier FT-363 localizado ao nível médio da altura do voluntário, a uma

distância de 3 metros dele. Para minimizar possíveis erros de interpretação, o voluntário foi

fotografado 2 vezes em cada vista – vista anterior, lateral direita, lateral esquerda, e posterior.

Fonte: Nascimento, A. C. M. do; Vasconcelos, C. S. de, 2010.

Os voluntários foram orientados a se manterem em postura ortostática e se sentindo

confortáveis, tão imóveis quanto possível e com o olhar fixo em um ponto à frente ao nível

dos olhos para serem fotografados.

Para fazer a biofotogrametria, foi utilizado o programa SAPO – Software de Avaliação

Postural, que forneceu os dados da avaliação da postura dos voluntários.

A análise se deu por meio de estatística descritiva utilizando o programa Microsoft

Office Excel 2007.

Após a coleta, os dados foram gravados em um microcomputador PHILCO PHN 14A

R 223 WS para as consultas necessárias.

Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa (CoEP) da Universidade

Federal de Goiás (UFG) em Goiânia - Go, e aprovado sob o protocolo nº 251/10.

RESULTADOS

Figura 1: Vista Anterior Figura 2: Vista Lateral

Direita Figura 3: Vista Lateral

Esquerda Figura 4: Vista Posterior

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0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Índice de Helkimo ou de Disfunção Clínica

Craniomandibular (IDCCM)

Índice 2

Índice 3

Índice 4

Índice 5

De acordo com o Índice de Helkimo, 0% dos voluntários apresentaram índice de

disfunção temporomandibular 0 (nenhuma disfunção), 0% apresentaram índice 1 (disfunção

suave), 10% dos voluntários apresentaram índice 2 (disfunção moderada), 70% dos

voluntários apresentaram índice 3 (disfunção severa, com 1 fator severo de DTM), 10% índice

4 (disfunção severa, com 2 fatores severos de DTM) e 10% índice 5 (disfunção severa, com 3

fatores severos de DTM).

Figura 5: Índice de Disfunção Clínica Craniomandibular - Helkimo Fonte: Nascimento, A. C. M. do; Vasconcelos, C. S. de, 2010.

Utilizando-se o Índice Anamnésico de Fonseca, que mede o grau de acometimento de

DTM, a análise dos dados demonstrou que 20% apresentam grau de acometimento leve, 40%

grau de acometimento moderado, 30% grau de acometimento severo, o que soma 90% dos

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

Grau de Acometimento de DTM

Sem DTM

DTM Leve

DTM Moderada

DTM Severa

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voluntários. Os 10% restantes não apresentaram acometimento de DTM.

Figura 6: Grau de Acometimento de DTM segundo Índice Anamnésico de Fonseca Fonte: Nascimento, A. C. M. do; Vasconcelos, C. S. de, 2010.

Já de acordo com o Índice de Mobilidade Mandibular (IMM), a média da máxima

abertura da boca é de 40,4 milímetros (mm), a média do movimento de lateralidade para a

direita é de 10,3 mm, a de lateralidade para a esquerda é de 9,2 mm e a de protrusão máxima é

de 2,8 mm.

Tabela 1 – Média de abertura máxima da boca, movimento de lateralidade à direita, movimento de

lateralidade à esquerda e protrusão máxima:

DESVIO

PADRÃO

MÉDIA

Máxima Abertura de Boca (mm) 11,31 40,4

Movimento de Lateralidade (D) (mm) 2,26 10,3

Movimento de Lateralidade (E) (mm) 4,61 9,2

Protrusão máxima (mm) 1,31 2,8 Fonte: Nascimento, A. C. M. do; Vasconcelos, C. S. de, 2010.

Em relação aos dados posturais obtidos, os números que apresentam sinal negativo (-)

referem-se a desvios posturais à esquerda, os números sem sinal referem-se a desvios

posturais para o lado direito.

Os resultados da biofotogrametria, com a utilização do programa SAPO – Software de

Avaliação Postural, conforme a tabela 2, da vista anterior, mostra que o alinhamento

horizontal da cabeça teve média de inclinação de 0,41° para a direita, variou de -3,1° a 3,9° o

que indica que a maioria dos voluntários da pesquisa apresenta inclinação para a direita. O

alinhamento horizontal dos acrômios apresentou média de 0,34° de inclinação para a direita e

variou de -1,8° a 3,5°, demonstrando que a maioria dos voluntários apresenta elevação do

ombro direito. O alinhamento horizontal das espinhas ilíacas ântero-superiores teve média de

-0,95° de inclinação para a esquerda, variando de -3,9° a 2,1°, o que indica que a maioria dos

voluntários apresenta elevação da espinha ilíaca ântero-superior esquerda.

A medida do ângulo entre os dois acrômios e as duas espinhas ilíacas ântero-

superiores apresentou média de -1,28° para a esquerda, tendo variado de -5,7° a 2,4° levando

à conclusão de que a maioria dos voluntários apresenta o membro inferior esquerdo menor

que o membro inferior direito. Com relação ao ângulo Q verificou-se que a média do joelho

direito foi de 19,2°, variou de -5,4° a 34,3°, demonstrando que os voluntários apresentam

valgismo de joelho direito; o ângulo do joelho esquerdo teve média de 7,64°, variando de -6°

a 16,5°, representando varismo de joelho esquerdo.

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Tabela 2 – Medidas (desvio padrão, média, valor mínimo, valor máximo) dos voluntários com disfunção

temporomandibular para as variáveis da postura em vista anterior.

DESVIO

PADRÃO

MÉDIA

VALOR MÍNIMO VALOR

MÁXIMO

AHC (º) 2, 15 0,41 -3,1 3,9

AHA (º) 1,67 0,34 -1,8 3,5

AHEIAS (º) 1,83 -0,95 -3,9 2,1

AAEIAS (º) 2,50 -1,28 -5,7 2,4

AQD (º) 12,23 19,2 -5,4 34,3

AQE (º) 8,95 7,64 -6,0 16,5

Fonte: Nascimento, A. C. M. do; Vasconcelos, C. S. de, 2010.

AHC – Alinhamento Horizontal da Cabeça

AHA – Alinhamento Horizontal dos Acrômios

AHEIAS – Alinhamento Horizontal das Espinhas Ilíacas Ântero-superiores

AAEIAS – Ângulo entre os dois Acrômios e as duas Espinhas Ilíacas Ântero-superiores

AQD /AQE– Ângulo Q do Joelho Direito/ Ângulo do Joelho Esquerdo

Na Tabela 3 apresenta as medidas tomadas da vista posterior, referentes às alterações

do alinhamento horizontal das escápulas em relação à T3; a média encontrada foi 22,21% de

assimetria para a direita, variado de 0% a 72,3%. A medida do ângulo perna/retropé direito,

em média, foi de -0,69°, identificando descarga de peso medialmente no membro inferior

direito, variando de -74,7° a 25,4°. A média do ângulo perna/retropé esquerdo foi de 0,6°, o

que demonstra descarga de peso lateral no membro inferior esquerdo, variando de -83,4° a

26,6°.

Tabela 3 – Medidas (desvio padrão,média, valor mínimo, valor máximo) dos voluntários com disfunção

temporomandibular para as variáveis da postura em vista posterior.

DESVIO

PADRÃO

MÉDIA

VALOR MÍNIMO VALOR

MÁXIMO

AHET3 (%) 23,58 22,21 0 72,3

APRD (º) 26,85 -0,69 -74,7 25,4

APRE (º) 30,68 0,6 -83,4 26,6

Fonte: Nascimento, A. C. M. do; Vasconcelos, C. S. de, 2010.

AHET3 – Assimetria Horizontal das Escápulas em relação a T3

APRD – Ângulo Perna/Retropé Direito

APRE– Ângulo Perna/Retropé Esquerdo

Na Tabela 4 estão os valores referentes à vista lateral direita. O alinhamento vertical

da cabeça em relação ao acrômio direito tende para a anteriorização, com média de 16,23°,

variando de -3,6° a 47,5°. O tronco apresentou inclinação para trás, em média de -1,87°,

variando de -6,7° a 3,2°. O ângulo do quadril (tronco e coxa) teve média de -5,1°, o que

demonstra desvio de quadril à esquerda variando de -14,9° a 11,8°; no flexo de joelho obteve-

se média 177,15° variando de 162,3° a 186,1°, o que demonstra que a maioria dos voluntários

apresenta genuflexo.

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Tabela 4 – Medidas (desvio padrão, média, valor mínimo, valor máximo) nos voluntários com disfunção

temporomandibular para as variáveis da postura em vista lateral direita.

Fonte: Nascimento, A. C. M. do; Vasconcelos, C. S. de, 2010.

AVCAD – Alinhamento Vertical da Cabeça em Relação ao Acrômio Direito

IVTD – Inclinação Vertical de Tronco a Direita

AQD – Ângulo do Quadril (tronco e coxa) Direito

FJD – Flexo de Joelho Direito

Na Tabela 5 estão os valores referentes à vista lateral esquerda. O alinhamento vertical

da cabeça em relação ao acrômio esquerdo tende para a anteriorização, com média de 10,06°,

variando de -4,9° a 27,8°. O tronco apresentou inclinação para frente, com média de 0,45°,

variando de -6,8° a 7,0°. A medida do ângulo do quadril (tronco e coxa), média, foi de -4,27°,

o que demonstra desvio de quadril à esquerda, variando de -17,1° a 8,1°; o flexo de joelho

teve em média 178,3° e variou de 170,3° a 186,6°, do que se conclui que a maioria dos

voluntários apresenta genuflexo.

Tabela 5 – Medidas (desvio padrão, média, valor mínimo, valor máximo) medidos nos voluntários com

disfunção temporomandibular para as variáveis da postura em vista lateral esquerda.

DESVIO

PADRÃO

MÉDIA

VALOR MÍNIMO VALOR

MÁXIMO

AVCAE(º) 10,70 10,06 -4,9 27,8

IVTE(º) 4,18 0,45 -6,8 7

AQE(º) 8,09 -4,27 -17,1 8,1

FJE(º) 4,92 178,3 170,3 186,6

Fonte: Nascimento, A. C. M. do; Vasconcelos, C. S. de, 2010.

AVCAE – Alinhamento Vertical da Cabeça em Relação ao Acrômio Esquerdo

IVTE – Inclinação Vertical de Tronco a Esquerda

AQE– Ângulo do Quadril (tronco e coxa) Esquerdo

FJE – Flexo de Joelho Esquerdo

Na tabela 6 tem-se os valores referentes ao centro de gravidade. No plano frontal a

maioria dos voluntários apresenta um desvio à esquerda, com uma média de -15,8°, variando

de -53° a 10,6°. No centro de gravidade no plano sagital a maioria dos voluntários apresenta

um desvio anterior, com média de 42,21°, que varia de 22,2° a 64°.

DESVIO

PADRÃO

MÉDIA

VALOR MÍNIMO VALOR

MÁXIMO

AVCAD(º) 17,44 16,23 -3,6 47,5

IVTD(º) 3,28 -1,87 -6,7 3,2

AQD(º) 8,44 -5,1 -14,9 11,8

FJD(º) 7,13 177,15 162,3 186,1

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Tabela 6 – Medidas (desvio padrão, média, valor mínimo, valor máximo) dos voluntários com disfunção

temporomandibular para as variáveis da postura em relação ao centro de gravidade.

DESVIO

PADRÃO

MÉDIA

VALOR MÍNIMO VALOR

MÁXIMO

CGPF(º) 22,10 -15,8 -53 10,6

CGPS(º) 14,83 42,21 22,2 64

Fonte: Nascimento, A. C. M. do; Vasconcelos, C. S. de, 2010.

CGPF – Centro de Gravidade Plano Frontal

CGPS – Centro de Gravidade Plano Sagital

Na tabela 7 mostra os valores referentes a curvaturas no plano sagital. A maioria dos

voluntários apresenta protrusão de cabeça com média de 46,24°, variando de 31,9° a 55,15°;

observa-se também que a maioria dos voluntários apresenta uma retificação cervical com

média de 17,42° e variação de 13,6° a 24,5°. Ainda, verificou-se que a maioria tem

hipercifose torácica com média 58,03°, de 41,35° a 67,4°; no plano sagital pode ser verificado

que a maioria apresenta retificação lombar com média 26,11°, variando de 13,05° a 38,25°.

Tabela 7 – Medidas (desvio padrão, média, valor mínimo, valor máximo) medidos nos voluntários com

disfunção temporomandibular para as variáveis da postura em relação a curvaturas no plano sagital.

DESVIO

PADRÃO

MÉDIA

VALOR MÍNIMO VALOR

MÁXIMO

PC(º) 6,25 46,24 31,9 55,15

LC(º) 3,75 17,42 13,6 24,5

CT(º) 7,88 58,03 41,35 67,4

LL(º) 8,83 26,11 13,05 38,25

Fonte: Nascimento, A. C. M. do; Vasconcelos, C. S. de, 2010.

PC – Protrusão Cervical

LC – Lordose Cervical

CT – Cifose Torácica

LL – Lordose Lombar

3. DISCUSSÃO

Os dados encontrados no presente estudo demonstraram uma maior prevalência de

DTM em pacientes do gênero feminino, verificados pelo maior número de mulheres na

amostra.

Na amostra relacionado ao Índice de Helkimo 70% dos voluntários apresentaram

Índice 3 (disfunção severa, com um fator severo de DTM), 10% dos voluntários apresentaram

Índice 2 (disfunção moderada), 10% dos voluntários Índice 4 (disfunção severa, com dois

fatores severos de DTM), 10% dos voluntários Índice 5 (disfunção severa, com três fatores

severos de DTM), 0% apresentaram Índice 1 (disfunção suave).

Quanto ao Índice Anamnésico de Fonseca 40% apresentaram DTM moderada, 30%

DTM severa, 20% DTM leve, 10% sem disfunção.

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De acordo com o Índice de Mobilidade Mandibular (IMM) obteve-se uma média de

abertura da boca de 40,4 milímetros (mm), média de movimento de lateralidade para a direita

de 10,3 mm, de lateralidade para a esquerda de 9,2 mm e protrusão máxima de 2,8 mm o que

nos demonstram mobilidade mandibular severamente reduzida.

O equilíbrio postural é de grande importância visto que o desequilíbrio de um

segmento do corpo levará a uma reorganização de todos os outros, desencadeando, então, uma

postura compensatória. Estudos demonstram que os segmentos do corpo humano estão

anatômica e funcionalmente relacionados através das cadeias musculares, cujos

comportamentos elásticos caracterizam a postura (MARQUES, 1996; YI, GUEDES, VIEIRA,

2003).

Referente à avaliação da postura em pacientes com disfunção temporomandibular

apontam para um aspecto comum entre todos os voluntários estudados que é a assimetria de

segmentos corporais. As alterações de postura encontradas foram: anteriorização de cabeça e

inclinação da cabeça à direita, ombro direito elevado, tronco inclinado posteriormente à

direita, tronco inclinado anteriormente à esquerda, elevação da espinha ilíaca ântero-superior

à esquerda, desvio do quadril à esquerda, valgismo de joelho direto e varismo de joelho

esquerdo, genuflexo, descarga de peso medial no membro inferior direito, descarga de peso

lateral no membro inferior esquerdo e membro inferior esquerdo menor que o direito.

O centro de gravidade apresentou desvio anterior e à esquerda. Em relação à

angulação da coluna vertebral, os voluntários apresentaram protrusão de cabeça, retificação

cervical, hipercifose torácica e retificação lombar.

Severas desordens crânio cervicais como anteriorização de cabeça, retificação da

coluna cervical, têm sido estabelecidas em pacientes com desordem temporomandibular

(ZONNENBERG et al., 1996). Desta forma os voluntários do presente estudo apresentaram

anteriorização de cabeça com média de 13,14° entre a vista direita e esquerda e retificação

cervical com média de 17,42°.

A DTM não se limita a crânio e mandíbula, faz parte de um complexo que envolve

crânio, região cervical, estruturas supra e infra hióideas, ombros, região torácica e região

lombo-sacral (PASSERO et al., 1985), a partir deste pensamento no estudo foi verificado que

o alinhamento horizontal das escápulas em relação a T3 a média foi 22,1% o que demonstra

assimetria escapular à direita, hipercifose torácica média de 58,3° e retificação lombar com

média 26,11°.

Ao analisarmos a relação crânio-coluna cervical em norma lateral, pode-se notar que a

maior parte do peso do crânio, seu centro de gravidade, descansa na região anterior da coluna

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cervical e nas articulações temporomandibulares, desta forma, sua posição ortostática é

mantida por um complexo mecanismo muscular envolvendo músculos da cabeça, pescoço e

cintura escapular. Devido a estas intimas relações, qualquer alteração em uma destas

estruturas poderá levar a um desequilíbrio postural, gerando uma alteração do centro de

gravidade anteriormente (AMANTÉA et al., 2004). O resultado do mesmo no estudo

verificou que os voluntários analisados tiveram média de 42,21° demonstrando uma

anteriorização do centro de gravidade.

As análises realizadas condizem com a realidade de estudos com a mesma linha de

raciocínio, no entanto sugerem-se outras pesquisas na área, para posteriores comprovações de

resultados da relação entre disfunção temporomandibular e alteração da postura

(ZONNENBERG et al., 1996; AMANTÉA et al., 2004; MUNHOZ, MARQUES e

SIQUEIRA, 2004).

4. CONCLUSÃO

A avaliação da postura e a identificação de suas possíveis desordens em pacientes com

disfunção temporomandibular tornaram-se necessárias desde que foi percebida a relação entre

esses eventos. As pesquisas já realizadas para saber se os desalinhamentos posturais são

decorrentes da disfunção temporomandibular (origem descendente) ou se disfunção

temporomandibular é decorrente de desalinhamentos posturais (origem ascendente) ainda não

são conclusivas. Resta à fisioterapia, uma vez verificada a ocorrência dos dois fatos

simultaneamente, aliada a outras especialidades médicas, procurar alternativas que possam

minimizar os problemas para que seus portadores tenham maior qualidade de vida.

5. REFERÊNCIAS

AMANTÉA, Daniela Vieira, et al. A importância da avaliação postural no paciente com

disfunção da articulação temporomandibular. Acta ortopédica brasileira, São Paulo, v.12,

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Artigo publicado na Revista Eletrônica “Saúde CESUC” – Nº 01 – Ano de 2010

Revista Eletrônica “Saúde CESUC” - Centro de Ensino Superior de Catalão, Ano I, Nº 01 - 2010

6. AVALIAÇÃO DO PERFIL ANTROPOMÉTRICO, NÍVEIS PRESSÓRICOS,

HÁBITOS DE VIDA E CONDIÇÃO ATUAL DE SAÚDE DE INDIVÍDUOS

FREQUENTADORES DA ASSOCIAÇÃO LUZ E VIDA NO MUNICÍPIO DE

OUVIDOR-GO

Lorainy Ribeiro Thomé Fonseca15

Marciene Damiane de Lima Moreira16

Prof. Otávio José Plazzi de Souza17

RESUMO

Este estudo tem por objetivo quantificar através da aferição de pressão arterial, circunferência

da cintura, peso, altura, hábitos de vida e condição de saúde, a possibilidade de identificação

de fatores de risco que possam influenciar no desenvolvimento de um evento cardiovascular.

A pesquisa é um estudo transversal, cuja amostra foi composta por 39 indivíduos idosos,

homens e mulheres, com idade igual ou superior a 60 anos, freqüentadores assíduos da

Associação dos idosos Luz e Vida, no município de Ouvidor-Goias; A coleta de dados foi

realizada através das medidas do índice de massa corporal (IMC), de circunferência da cintura

(CC), da pressão arterial sistólica e diastólica, condição atual de saúde e hábitos de vida. Os

dados foram anotados em um questionário estruturado elaborado para esta pesquisa. Os

resultados obtidos apontam que 53,85% dos idosos fuma ou já fumou regularmente; 43,6%

afirmam não praticar atividade física; 61,54% dos participantes apresentam o IMC maior que

o ideal, dos quais, 18% com classificação de obesidade; 15,38% apresenta diabetes; 64,1%

Hipertensão Arterial Sistêmica e 30,77% Hipercolesterolemia. Ao final, observa-se que os

idosos apresentam fatores de risco isolados ou associados que podem influenciar no

desenvolvimento de eventos cardiovasculares.

Palavras chave: Idoso. Hipertensão Arterial Sistêmica. Fatores de Risco. Índice de Massa

Corporal. Circunferência da Cintura. Doença Cardiovascular.

1. INTRODUÇÃO

A Organização Mundial da Saúde classifica cronologicamente como idosos

indivíduos de ambos os sexos, com mais de 65 anos de idade em países desenvolvidos e com

mais de 60 anos de idade em países em desenvolvimento (OMS, 1994 apud ZALASVSKY,

GUS, 2002).

Na medida em que mais pessoas vivem até a idade bem avançada, aumenta a

prevalência de doenças, em que a idade é fator de risco, como por exemplo, as doenças

cardiovasculares (TADDEI et al.,1997).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica os fatores de risco em dois

grupos, um deles relacionado com o individuo e o outro relacionado com o ambiente. O

15

Aluna do curso de Fisioterapia da Faculdade de Ensino Superior de Catalão 16

Aluna do curso de Fisioterapia da Faculdade de Ensino Superior de Catalão 17

Professor orientador de trabalho de conclusão de curso da Faculdade de Ensino Superior de Catalão

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primeiro grupo de fatores de risco subdivide-se em: geral (idade, sexo, escolaridade, herança

genética), associados ao estilo de vida (tabagismo, dieta inadequada, e sedentarismo) e

intermediário ou biológico (hipertensão arterial sistêmica-HAS, obesidade e

hipercolesterolemia). No segundo grupo estão às condições socioeconômicas, culturais,

ambientais e de urbanização (COLTRO et al.,2009).

Quando se refere à hipertensão arterial sistêmica trata-se de uma alteração da

regulação da pressão arterial que a mantém em níveis mais elevados do que o normal

correspondente a esse indivíduo, além disso, trata-se de uma perturbação que se mantém no

tempo, ou seja, tem características de cronicidade (DOUGLAS; 2006).

A proporção de brasileiros diagnosticados com hipertensão arterial cresceu de

21,5% em 2006, para 24,4% em 2009. Os dados fazem parte do levantamento anual do

Ministério da Saúde e foram divulgados no dia 26/04/2010, Dia Nacional de Prevenção e

Combate à Hipertensão. O percentual de hipertensos não passa de 14% na população até os 34

anos. Dos 35 aos 44 anos, a proporção sobe para 20,9%%. O índice salta para 34,5% dos 45

aos 54, e para 50,4% dos 55 aos 64 anos (MS, 2010).

Doenças cardiovasculares coronarianas, dislipidemias, hipertensão, obesidade e

diabetes mellitus formam um conjunto de morbidades geralmente associadas entre si,

constituindo-se em graves problemas de Saúde Pública no Brasil (MARTINS et al.,1993).

A CC (circunferência da cintura) é uma medida antropométrica capaz de estimar a

gordura abdominal ou obesidade central, e está relacionada á quantidade de tecido adiposo

visceral. A CC tem estreita correlação com IMC (Índice de Massa Corporal) e gordura

corporal total e independe da altura. É também um importante preditor de co-morbidades,

como dislipidemia, hipertensão e síndrome metabólica (MCARDLE, KATCH F. e KATCH

V. 2003)

Estudos têm demonstrado amplamente que o aumento da morbidade e mortalidade

por doenças crônico-degenerativas está associado ao excesso de peso, principalmente ao

depósito de gordura abdominal, favorecendo a ocorrência de eventos cardiovasculares,

particularmente os eventos coronarianos. (BARBOSA, SCALA e FERREIRA, 2009).

Devido á esses fatores vê-se a importância da identificação de fatores de risco,

que exponham os idosos a maiores riscos de doenças cardiovasculares, e tem se como

objetivo levantar dados que possibilitem identificar esses fatores de risco e assim implementar

medidas diretas e concretas.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

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Este trabalho é um estudo observacional, descritivo e transversal de base

populacional. Foram realizadas entrevistas e avaliações, em 39 indivíduos idosos (com idade

igual ou superior á 60 anos), sendo 13 do sexo masculino e 26 do sexo feminino,

freqüentadores assíduos da Associação Luz e Vida, que se localiza no município de Ouvidor-

GO.

A coleta de dados foi realizada em dois dias, 11 e 17 de setembro de 2010, das

17:00 as 19:00h na sede da instituição, pelos pesquisadores. Inicialmente foi oferecida aos

participantes uma palestra informando todos os dados a serem colhidos no estudo, bem como

a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os idosos foram organizados por

ordem de chegada e chamados um a um para a realização da entrevista e a avaliação.

Foi aplicado um questionário estruturado, elaborado para esta pesquisa com a

finalidade de se levantar hábitos de vida, condição atual de saúde e a antropometria, dos

indivíduos incluídos na pesquisa. Foram analisados os seguintes dados: peso, altura,

circunferência da cintura, tabagismo, consumo de álcool, pressão arterial sistólica e diastólica

e se possuía, ou não, diagnóstico de Diabetes, Hipertensão arterial e Hipercolesterolemia.

Os participantes da pesquisa foram entrevistados após assinarem o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido. Logo, em seguida, teve seu peso, altura, circunferência da

cintura e pressão arterial aferidos.

As medidas de peso foram obtidas com os indivíduos descalços, trajando roupas

leves e por uma balança elétrica digital da marca Toledo, modelo 2096 PP, com capacidade

máxima para 200 kg devidamente calibrada. Medidas de altura foram obtidas através de fitas

métricas afixadas à parede. A medida da circunferência da cintura foi obtida no ponto médio

entre as últimas costelas e a crista ilíaca utilizando-se fitas métricas. A Pressão Arterial foi

aferida com o membro superior esquerdo repousando sobre uma mesa e na altura do coração,

na posição sentada e após 5 minutos de descanso, utilizando um estetoscópio da marca Bic e

um esfignomanômetro da mesma marca devidamente calibrado.

3. RESULTADOS

A amostra foi composta por 39 indivíduos idosos, a qual se tinha como objetivo

quantificar através da aferição de pressão arterial, circunferência da cintura, peso, altura e

hábitos de vida, a possibilidade de identificação de fatores de risco que influenciassem no

desenvolvimento de um evento cardiovascular. Depois de realizadas as análises, observamos

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um percentual de hipertensão arterial (64,10%), Hipercolesterolemia (30,77%) e diabetes

(15,38%). As análises e seus respectivos resultados estão descritos a seguir.

Fig.1- Proporção de homens e mulheres entre os entrevistados.

Entre os 39 idosos entrevistados 26 (66,67%) eram do sexo feminino enquanto

que, 13 (33,33%) eram do sexo masculino.

Fig.2- Distribuição etária dos participantes.

Ao dividirmos a faixa etária dos entrevistados em grupos de 5 em 5 anos

encontramos que a maior parte deles (41,03%) tem entre 65 e 70 anos. O grupo mais jovem,

de 60 a 65 anos, representa 15,38% e o de mais idade (entre 75 e 80 anos) apenas 2,56%. As

demais faixas etárias podem ser observadas na figura 2.

Verificando-se a idade dos integrantes da pesquisa, percebemos que a idade média

entre os homens foi de 72,4 e entre as mulheres a média foi de 69,9 anos.

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Fig.3-Análise estatística do estado civil dos idosos entrevistados

No que se refere ao estado civil dos idosos, observa-se, na figura acima, uma

predominância de idosos casados (56,41%). Enquanto 33,33% afirmaram ser viúvos (as) e

5,13% se dizem solteiros (as) e o mesmo percentual divorciados (as).

Fig.4- Proporção de fumantes.

Ao se questionar quanto ao hábito de fumar podemos observar que a maioria dos

entrevistados afirmou nunca ter fumado (46,15%) seguido por ter parado de fumar (43,59%).

Apenas 10,26% dos indivíduos afirmaram fumar atualmente.

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Fig.5- Prática de atividade física

Os dados verificados nesta pesquisa mostram que a maioria dos idosos, 56,41%,

afirmou praticar atividade física, porém de forma irregular (na medida em que lhes é

oferecido). Já 43,59% afirmaram não realizar atividade física.

Entre os entrevistados que afirmaram não praticar atividade física a justificativa

mais presente é a irregularidade da oferta na Associação o que, segundo eles, desmotiva que

participem.

Fig.6- Análise da altura dos avaliados.

Ao analisarmos a altura dos idosos, dividimos em conjuntos de 10 em 10 cm e

constatamos que a maioria deles (46,15%) possui estatura entre 1,50 e 1,60 m. O conjunto de

menor estatura, de 1,40 a 1,50 m representa 15,38% e os de estatura maior 17,95%. Entre as

mulheres, a estatura média foi de 1,5m. Já os participantes de sexo masculino têm estatura

média de 1,7m.

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Fig.7- Análise estatística do peso dos idosos participantes da pesquisa.

Os dados levantados nesta pesquisa revelam que a maior parte dos participantes

35,90% está com peso entre 56 e 65 Kg. Já 2,56% estão com peso acima de 100 kg. Os

valores médios obtidos em relação ao peso foram de 68,4 Kg. Ao separarmos o grupo pelo

gênero, observamos que o peso médio dos homens é 67,9 e das mulheres é 69,2Kg.

Fig.8- Análise estatística do Índice de Massa Corpórea dos entrevistados.

O gráfico acima demonstra que a maioria dos idosos (43,59%) está com Índice de

Massa Corporal (IMC) acima dos valores normais, de 26 a 32 IMC, apresentando um

percentual elevado de gordura. Já outro grupo (38,46%) está com IMC dentro dos valores

normais.

Entre os homens entrevistados observa-se um IMC médio de 24.1 Kg/m. Já entre

as mulheres o valor médio encontrado foi 29.1 Kg/m, classificando como sobrepeso, pois o

mesmo se caracteriza entre 25,0 a 29,9 IMC.

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Fig.9- Análise de Circunferência da Cintura dos Idosos.

Ao verificarmos a circunferência da cintura dos idosos, podemos perceber que a

maioria dos participantes apresenta 35,90% entre 91 a 100 cm e o mesmo percentual tem

entre 101 a 110 cm, estando mais propensos a desenvolver problemas de saúde, devido ao

excesso de gordura ao redor da cintura. Sendo apresentada uma média de 97,8 cm no total de

indivíduos.

Fazendo-se a separação pelo gênero observamos que, entre os homens a

circunferência média da cintura foi de 93,0 cm, enquanto que entre as mulheres o valor

encontrado foi de 101,4 cm. Observa-se então que, para homens o valor é considerado

normal, enquanto que para as mulheres é excessivo.

Fig.10-Relação dos Diabéticos.

Entre os entrevistados quando questionados se possuíam diagnóstico clínico de

Diabetes (15,38%) afirmou ter e (84,62%) relataram não possuir.

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Fig.11-Percentual de Hipertensão Arterial Sistêmica.

Entre todos os investigados observa-se que a grande maioria afirmou ser portador de

Hipertensão Arterial Sistêmica – HAS (64,10%) o que demonstra a alta prevalência de HAS

nos indivíduos da faixa etária avaliada neste estudo. Os demais, 35,90%, afirmam não ter o

diagnóstico clínico de HAS. A média de pressão sistólica foi de 142,5 e da pressão diastólica

de 78,5 nos indivíduos estudados.

Fig.12-Descrição de Hipercolesterolemia.

Dentre os avaliados (30,77%) relataram ter hipercolesterolemia, enquanto que

(69,23%) relataram não ter. Porém, ao aprofundarmos a entrevista neste tópico percebemos

um percentual significativo dos idosos que afirmam não terem feito os exames de dosagem do

colesterol recentemente, o que pode comprometer a veracidade das informações dadas pelos

entrevistados.

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Fig.13-Classificação da amostra de Pressão Arterial Sistólica.

No que se refere à pressão sistólica, observa-se uma grande variação no gráfico, sendo

(23,08%) a pressão de 120 mmHg a mais comum. O grupo de menor pressão (2,56%) ficou

entre 100, 110, 160 e 190 mmHg, representando o mesmo percentual. Entre os homens a

pressão média sistólica foi de 130,8 enquanto que as mulheres apresentaram média de 144,6

mmHg.

Fig.14-Classificação da amostra de Pressão Arterial Diastólica

Os indivíduos apresentaram pressões diastólica diversas, caracterizando um percentual

maior (38,46%) a pressão de 70mmHg, (30,77%) pressão de 80mmHg, (23,08%) pressão de

90 mmHg e as pressões de 60, 100 e 120 mmHg, apresentaram no gráfico um percentual de

(2,56%). Observamos que, entre os homens a pressão média diastólica foi de 76,9, no entanto

as mulheres demonstraram pressão média de 80,8 mmHg

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4. DISCUSSÃO

Os achados mais significativos do presente estudo foram: identificação de fatores

de riscos como idade, tabaco, atividade física, analisando índices antropométricos como o

Índice de Massa Corporal (IMC) e a Circunferência da Cintura (CC), peso com a condição de

saúde e identificando possibilidades de um evento cardiovascular da população idosa do

município de Ouvidor-GO.

De acordo com Rosini, Machado e Xavier (2006) é de reconhecida importância a

participação dos múltiplos fatores de risco (FR) no desenvolvimento das doenças

cardiovasculares (DCV), implicados diretamente na gênese, progressão e ocorrência dos

eventos cardiovasculares futuros. Opinião semelhante à de (GORDON e KANNEL, 1986

apud IRWIN; TECKLIN, 2003) que cita, ainda, fatores como hipertensão, tabagismo,

colesterol ou triglicerídeos séricos elevados tolerância anormal à glicose, estilo de vida

sedentário, histórico familiar de doença coronariana, idade e sexo masculino são fatores que,

isoladamente ou em combinação aumentam o risco de transtornos cardiovasculares. Em

concordância a este autor encontramos parcela importante de idosos que apresentam fatores

de risco associados que podem, em conjunto ou isoladamente, predispor o idoso a maior risco

cardiovascular.

Apesar do conhecimento da importância do levantamento de fatores de risco

associados à terceira idade, segundo Conceição e colaboradores (2006) no Brasil, somente

existem estudos regionais sobre a epidemiologia da HAS, bem como de fatores de risco

cardiovasculares, o que dificulta o conhecimento da prevalência e da dimensão do problema

na realidade brasileira, limitando-o a estimativas.

De acordo com, Coltro e outros (2009) as últimas diretrizes da Sociedade

Brasileira de Cardiologia, os fatores de risco mais evidentes no panorama da saúde

cardiovascular no Brasil são: tabagismo, hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes

mellitus (DM), obesidade e dislipidemias. O aumento do IMC também foi associado com

prevalência elevada de HAS, DM, hipertrigliceridemia e HDL-colesterol baixo.

A relação entre IMC e risco de morbidades, no entanto, pode ser afetada pela

distribuição da gordura corpórea, visto que as principais complicações da obesidade, que

incluem doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, hipertensão e hiperdislipidemia, estão

associadas ao maior acúmulo de gordura abdominal, independente do peso corpóreo

(PEIXOTO et al., 2006). Todavia, Gordon e Kannel, relatando os dados obtidos ao Estudo

Framingham, demonstraram que um peso relativo mais elevado estava associado a um maior

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risco para o desenvolvimento de lesões coronarianas (GORDON e KANNEL, 1986 apud

IRWIN; TECKLIN, 2003).

Opinião contrária a esta foi dada por Pollock e Wilmore (1993) que afirmam:

havendo vigência da influência de outros fatores de risco, o peso excessivo e a obesidade não

se mostravam relacionados ao futuro desenvolvimento da coronariopatia.

Este é um fator preocupante, pois principalmente entre as mulheres participantes

desta pesquisa, os valores encontrados de IMC foram relativamente altos.

Segundo Monteiro e Filho (2004) o sedentarismo também constitui importante

fator de risco, já estando bem estabelecida a ocorrência de maior taxa de eventos

cardiovasculares e maior taxa de mortalidade em indivíduos com baixo nível de

condicionamento físico.

O mesmo autor acima relata que o exercício físico realizado regularmente provoca

importantes adaptações autonômicas e hemodinâmicas que vão influenciar o sistema

cardiovascular, com o objetivo de manter a homeostasia celular diante do incremento das

demandas metabólicas.

Apesar de observarmos, através dos resultados, uma pequena diferença a favor

dos indivíduos que relatam praticar atividade física quando comparados aos que relatam não

praticá-la, a irregularidade da oferta de exercícios a eles pode comprometer o resultado

benéfico esperado conforme citação acima.

As vantagens da prática de exercícios para idosos dependem de como se processa

o envelhecimento e da rotina de exercício físico praticada. Sabe-se que os benefícios à saúde

ocorrem mesmo quando a prática de atividade física é iniciada em uma fase tardia de vida, por

sujeitos sedentários, sendo benéfica inclusive para portadores de doenças crônicas. (ELIOT;

LONG; BOONE, 1992 apud CAROMANO; IDE; KERBAUY, 2006).

Apesar do pequeno percentual de idosos que se declararam Diabéticos, Schmidt e

colaboradores (2006) a prevalência do diabetes vem crescendo mundialmente, configurando-

se, atualmente como uma epidemia resultante, em grande parte, do envelhecimento da

população. Contudo, o sedentarismo, a alimentação inadequada e o aumento da obesidade

também são responsáveis pela expansão global do diabetes.

Oliveira e colaboradores (2008) definem a hipertensão arterial como sendo uma

doença de natureza multifatorial com prevalência na população idosa tornando-se um fator

determinante nas elevadas taxas de morbidade e mortalidade desses indivíduos. Acomete

quase 60% dos idosos, está freqüentemente associado a outras doenças como arteriosclerose,

diabete mellitus e síndrome metabólica, conferindo a este grupo alto risco cardiovascular.

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Entre os indivíduos participantes desta pesquisa, o percentual de portadores de

HAS se assemelha ao apresentado por Silva e outros (2006) em seu trabalho. Porém as

estatísticas epidemiológicas são discordantes, uma vez que cita a prevalência entre 22 e 44% e

atesta que no Brasil a quantidade de trabalhos epidemiológicos nesta área são pouco

significativos.

De acordo com Lima-Júnior e outros (2000) a hipertensão arterial sistêmica é o

maior fator de risco para doença coronariana em mulheres e homens. Um estudo da

“American Heart Association” mostrou que a sua prevalência em 53% das mulheres entre 55

e 64 anos e em 67,5% das mulheres de mais de 65 anos. Entre as entrevistadas neste estudo

80,7% afirmaram ser hipertensas, valor maior que a média citada acima.

Embora a pressão arterial esteja tipicamente aumentada no idoso, há evidências

sugerindo que não há efeito desse índice de funcionamento cardiovascular em indivíduos

saudáveis ou quando os indicadores fisiológicos de condicionamento físico estão

estatisticamente controlados (GUCCIONE, 2002).

O estudo MRFIT (Multiple Risk Factor Intervention Trial) claramente confirmou

que a HAS, hipercolesterolemia e tabagismo são independentemente preditivos de

mortalidade por doença cardiovascular e a presença de pelo menos um desses fatores de risco

tem impacto maior sobre a mortalidade em indivíduos diabéticos do que em não diabéticos

(SCHAAN, HARZHEIM E GUS, 2004).

Estudos epidemiológicos demonstram associação direta entre doença

cardiovascular, especialmente as ateroscleróticas e hipercolesterolemia, sendo que muitos têm

comprovado que o nível de colesterol na infância é um preditor do nível de colesterol na vida

adulta (MOURA et al., 2000). Fato esse que preocupa, pois, entre os idosos entrevistados, há

um percentual significativo que afirma ter hipercolesterolemia.

A prevenção primária da elevação da pressão arterial, bem como do risco de um

evento cardiovascular pode ser obtida através de mudanças no estilo de vida que incluam o

controle do peso, do hábito de fumar e da prática de atividade física regular. Levando-se em

conta que o aumento da massa corporal está fortemente associado á elevação da pressão

arterial, apresentado altas prevalências, tanto nos países ricos, como naqueles menos

desenvolvidos, podemos considerar o excesso de peso como um dos principais determinantes

que pode ser prevenido, da ocorrência de hipertensão arterial e, conseqüentemente, de um

evento cardiovascular. (FEIJÃO et al., 2005).

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5. CONCLUSÃO

Conclui-se, portanto, que a existência de alta prevalência de fatores de risco

(isolados ou em associação) nos idosos avaliados os torna mais expostos à eventos

cardiovasculares e coronarianos tendo em vista o fato de que a idade avançada associada a

estes fatores de risco é uma combinação sabidamente perigosa.

A irregularidade dos exercícios físicos relatada pelos idosos constituiu outro fator

importante, pois, a sua regularidade proporcionaria, de acordo com a bibliografia consultada,

melhor qualidade de vida e a minimização do risco de complicações cardiovasculares futuras.

Sugerimos à direção da Associação e às autoridades de saúde do município, um

maior compromisso quanto à regularidade da atividade física ofertada, bem como um leque

maior de opções para que um maior número de idosos possam interessar pela prática e, assim,

garantir, a eles, uma velhice mais saudável e proveitosa.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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7. COMPARAÇÃO DAS TÉCNICAS DE CINESIOTERAPIA E ESTIMULAÇÃO

ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA – TENS NA MELHORA DO QUADRO

ÁLGICO E CAPACIDADE FUNCIONAL EM PACIENTES COM OSTEOARTROSE

DE JOELHO

Almê de Paula Costa18

Luckiane Pimenta da Silva19

Prof. Humberto de Sousa Fontoura20

RESUMO

Esse trabalho propôs ressaltar a importância da cinesioterapia e da eletroterapia para alívio de

dor e melhora da capacidade funcional em paciente com osteoartrose (OA) de joelho, bem

como comparar a eficácia das duas técnicas. Foram selecionados dois pacientes (A e B),

sendo que o paciente A, foi submetido a dez sessões de cinesioterapia, duas vezes por semana,

totalizando dois meses de atendimento (agosto a setembro) e o paciente B, foi submetido a

dez sessões de estimulação elétrica nervosa transcutânea - TENS, duas vezes por semana,

totalizando dois meses de atendimento (agosto a setembro). Foi aplicado o questionário de

Lequesne no pré e pós-tratamento fisioterapêutico e escala visual analógica da dor – EVA

específica para avaliar a dor antes e depois de todas as sessões de tratamento. Os resultados

obtidos foram de grande relevância, tendo em vista que pela análise da E.V.A que vai de 0 a

10, e do questionário de lequesne que vai de leve a extremamente grave, os valores iniciais

antes do tratamento eram comprovados como altos e extremamente graves, com o decorrer

das sessões de tratamento percebeu-se que esses valores foram diminuindo após à realização

do tratamento com cinesioterapia e estimulação elétrica nervosa transcutânea. Conclui-se que

ambas as técnicas foram eficazes no alívio do quadro álgico e melhora da capacidade

funcional em paciente com osteoartrose de joelho, mas a cinesioterapia demonstrou um

melhor resultado no tratamento da dor e capacidade funcional quando comparado com o

TENS.

Palavras-Chave: Osteoartrose, Cinesioterapia, Tens, Capacidade Funcional, Dor.

18

Aluna do curso de Fisioterapia da Faculdade de Ensino Superior de Catalão. Email:

[email protected] 19

Aluna do curso de Fisioterapia da Faculdade de Ensino Superior de Catalão. Email: [email protected] 20

Professor, Orientador, Doutor e Coordenador do curso de fisioterapia da Faculdade de Ensino Superior de

Catalão - Faculdade Cesuc. Email: [email protected]

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1. INTRODUÇÃO

A osteoartrose é uma patologia que acomete a cartilagem e o osso subcondral

podendo ser dividida em primária e secundária. Como consequências, podem surgir lesões

anatômicas características, representadas por degeneração cartilaginosa, eburnificação do osso

subcondral e remodelagem óssea. Nas fases mais avançadas do processo pode-se ter sinovite

de grau variável (SEDA, 2001 apud DAVID e LLOYD,2001 cap 9).

Visamos utilizar o exercício terapêutico porque é uma das principais técnicas

fisioterapêuticas utilizadas com o intuito de restaurar e melhorar o bem estar

musculoesquelético do paciente com osteoartrose (KISNER & COLBY, 1998).

Um programa de exercícios pode ser efetivo na diminuição da dor assim como o

tratamento medicamentoso com anti-inflamatórios não hormonais (SILVA, IMOTO &

CROCI, 2007) .

A TENS é também uma técnica que pode ser usada para diminuir a dor oriunda das

lesões decorrentes da osteoartrose e consiste na aplicação de eletrodos na pele intacta com o

objetivo de estimular as fibras nervosas grossas A ALFA (sensoriais) mielinizada de

condução rápida bem como as fibras motoras. Esta ativação desencadeia-se a nível central,

onde os sistemas analgésicos descendentes de caráter inibitório atuam sobre a transmissão

nociceptiva conduzida pelas fibras não mielinizadas de pequeno calibre gerando dessa forma

a redução da dor (AGNE, 2009).

Para AGNE, 2009, no método de aplicação tetrapolar quando as duas correntes se

cruzam no interior do corpo , ocorre a produção da interferência, consequentemente, o efeito

de modulação da intensidade ocorre nesta zona e em casa um dos quadrantes que delimitam

dois eletrodos de circuitos distintos.

AGNE, 2009 ainda afirma que períodos insuficientes de estimulação tem dado lugar

ao fracasso da TENS, sendo esta razão mais comum para o pouco ou nenhum alívio da dor

com este equipamento.

As consequências da osteoartrose comprometem a capacidade funcional que pode ser

definida como uma medida sistemática, abrangente e objetiva da capacidade máxima de um

indivíduo. (JAHN, CUPON & STEINBAUGH, 2004).

Como ferramentas de avaliação do impacto da osteoartrose na saúde do indivíduo,

pode ser utilizado o questionário de Lequesne que foi desenvolvido na França nos anos 70 e

publicado pela primeira vez nos anos 80. Foi atualizado em 1997 e novamente revisado em

2003 por Faucher et al (2003). Este índice é composto de 11 questões sobre dor, desconforto e

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função, sendo seis questões sobre dor e desconforto (dentre estas, uma distinta para joelho e

outra para quadril), uma sobre distância a caminhar e quatro distintas para quadril ou joelho

sobre atividades da vida diária. As pontuações variam de 0 a 24 (MARX et al, 2006).

Também como ferramenta para avaliar o nível de dor, a E.V.A é amplamente utilizada por ser própria

para avaliar a dor (BRIGGS & CLOSS, 1999). Consiste de uma linha de 10 cm, com âncoras em

ambas as extremidades. Numa delas é marcada "nenhuma dor" e na outra extremidade é

indicada "a pior dor possível", ou frases análogas. A intensidade da dor é indicada marcando a

linha e uma régua é utilizada para quantificar a mensuração numa escala de 0-100 mm.

(SCOPEL, ALENCAR & CRUZ, 2007)

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Tipo de pesquisa:

Descritiva e transversal

2.2 Aspectos éticos:

A pesquisa está cadastrada no SISNEP e foi submetida ao comitê de ética e pesquisa

da Universidade Federal de Goiás com protocolo 252/2010.

Os participantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido onde foi

descrito todos os benefícios e riscos de participação da pesquisa.

2.3 Amostra:

A amostra contou com dois pacientes de ambos os sexos, divididos em A e B, onde

foram realizadas 10 (dez) sessões, 2 (duas) vezes por semana durante 2 (dois) meses, no

período de agosto à setembro. O estudo foi realizado na clínica escola da Faculdade CESUC

em Catalão GO.

Ressaltamos que os procedimentos que foram citados a seguir não tiveram ônus aos

pacientes envolvidos, ou seja, as despesas dos materiais de consumo foram de

responsabilidade dos pesquisadores.

2.4 Procedimentos:

Sessões de Cinesioterapia: Consta de um paciente A, que foi submetido à 10

sessões de cinesioterapia, 2 vezes por semana, totalizando 2 meses de atendimento (agosto à

setembro). A cinesioterapia foi aplicada no membro afetado pela osteoartrose de joelho.

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Foram realizados exercícios de alongamento, fortalecimento, mobilização articular, treino de

equilíbrio e propriocepção em todo membro afetado. As sessões de cinesioterapia tiveram

duração de 40 minutos, sendo realizadas em todo membro inferior..

Sessões de TENS: Consta de um paciente B, que foi submetido à 10 sessões da

TENS, 2 vezes por semana, totalizando 2 meses de atendimento (agosto à setembro). Foi

utilizado modo Burst com freqüência 2-10 Hz, duração do impulso de 180-250 us, intensidade

que apresenta contração visível, tempo de estimulação 30-60 min.(AGNE, 2009).

2.5 Protocolo Fisioterapêutico

A) Sessões de Cinesioterapia

1 Paciente:

2 vezes por semana (terça e quinta)

2 meses de tratamento (agosto e setembro)

Horário: 09:00 às 10:00 horas

Aplicação da ficha de avaliação ortopédica

No inicio do tratamento.

Aplicação da Cinesioterapia

Tempo de aplicação: 40 minutos

Local de aplicação: Joelho bilateral afetado pela AO.

Aplicação de questionário de Lequesne:

No início e no final do tratamento.

Aplicação de questionário de Escala Visual Analógica da dor- EVA:

No início e no final de cada sessão de tratamento.

Mobilização Articular:

Posição do paciente: decúbito dorsal

Graus: 1 e 2.

Tempo de aplicação: 2 minutos.

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Exercícios de alongamento:

1) Posição do paciente: decúbito dorsal

Tipo de alongamento: passivo

Grupo muscular: isquiotibiais e adutores da coxa, gastrocnêmio,tensor da fáscia lata.

Tempo de alongamento: 05 minutos

2) Posição do paciente: decúbito ventral

Tipo de alongamento: passivo

Grupo muscular: quadríceps.

Tempo de alongamento: 2 minutos

3) Posição do paciente: decúbito lateral

Tipo de alongamento: passivo

Grupo muscular: glúteo máximo

Tempo de alongamento: 2 minutos

Tempo total de alongamento: 9 minutos

Exercícios de Fortalecimento:

1) Material: caneleira

Peso: 1 a 2 kg

Movimento: flexão e extensão do joelho

Grupo muscular: quadríceps, isquiostibiais, tensor da fáscia lata.

Séries: três séries de 15 repetições.

Tempo: dez minutos

2) Material: Faixa elástica

Cor da faixa elástica: vermelho, verde e cinza.

Movimento: flexão plantar, adução da coxa, extensão de quadril.

Grupo muscular: gastrocnêmio, adutores de coxa e glúteo máximo.

Séries: três séries de 15 repetições

Tempo: 10 minutos

3) Treinamento de Propriocepção, Equilíbrio e macha:

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Circuitos em terrenos regulares e irregulares, com e sem obstáculos e velocidade de

lenta à moderada.

Tempo de aplicação: 9 minutos.

B) Sessões de TENS

1 Paciente

2 vezes por semana (terça e quinta)

2 meses de tratamento (Agosto e setembro)

Horário: 17:30 às 18:30 horas

Aplicação da ficha de avaliação ortopédica

No início do tratamento.

Aplicação de questionário de Lequesne:

No início e no final do tratamento.

Aplicação de questionário da EVA:

No início e no final de cada sessão de tratamento.

Cada início de sessão foi feito uma assepsia do local a ser tratado com algodão e

álcool

Materiais da eletroterapia

Marca do Aparelho: Ibramed

Gel de aplicação da corrente: Gel condutor hidrosolúvel, incolor e inodor, (carbogel).

Papel toalha/fita adesiva

Modulação: modo Burst / freqüência 2-10 Hz /duração do impulso 180 a 250us.

Tipo de eletrodo: Silicone

Tipo de aplicação: Tetrapolar Cruzado

Duração de aplicação: 30 minutos

Região de aplicação: Joelho afetado pela OA.

3. COLETA DOS DADOS:

Será aplicado o questionário de Lequesne no pré e pós-tratamento fisioterapêutico

(figura 1), e E.V.A específica para avaliar a dor antes e depois de todas as sessões (figura 2).

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Figura 1: Questionário Algofuncional de Lequesne usado para avaliar a capacidade funcional do paciente.

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Figura 2: E.V.A usada para avaliar nível da dor segundo AGNE(2009)

Materiais: Foi utilizado faixa elástica (como auxílio no tratamento favorecendo

resistência), caneleiras (para ganho de força muscular) aparelho de TENS, gel, papel toalha e

fita adesiva.

Critérios de inclusão: Foi selecionado paciente de ambos os sexos, sedentários,

com diagnostico de OA de joelho.

Critérios de exclusão: Paciente que não se sujeitar em assinar o termo de

consentimento livre e esclarecido, que não possuam disponibilidade de horário para a

realização das dez sessões e que não preencham todos os requisitos dos critérios de inclusão.

Riscos e benefícios: Consideramos esta pesquisa de baixo risco para os sujeitos

envolvidos, onde o paciente que foi submetido à cinesioterapia foi advertido quanto a

possíveis dores musculares devido aos exercícios propostos, e ao paciente que foi submetido a

TENS foi esclarecido que poderia sentir uma sensação de formigamento e contração muscular

durante a aplicação da corrente elétrica. Os benefícios podem ir além do que o presente estudo

coloca em questão, como melhora da mobilidade articular, aumento da força muscular,

melhor equilíbrio e propriocepção, prevenindo contraturas musculares e alívio do quadro

doloroso.

Análise dos dados: Para análise dos dados, foi utilizado a estatística descritiva e

teste T de Student por meio dos programas Excel 2007 e SPSS 17.0

4. RESULTADOS

Os resultados obtidos foram de grande relevância, tendo em vista que pela análise da

E.V.A que vai de 0 a 10, e do questionário de lequesne que vai de leve a extremamente grave,

os valores iniciais antes do tratamento eram comprovados como altos e extremamente graves,

com o decorrer das sessões de tratamento percebeu-se que esses valores foram diminuindo

após à realização do tratamento com Cinesioterapia e TENS. Os resultados obtidos foram

satisfatórios, sendo que ambas as técnicas foram eficazes no alívio do quadro álgico e melhora

da capacidade funcional em paciente com OA de joelho. Estatisticamente o questionário de

Lequesne não teve significância por ser apenas modos de comparação pré e pós tratamento, já

a estatística da E.V.A por ser modos de comparação pré e pós cada sessão de tratamento, teve

significância, como mostra tabela 01 e figura 03.

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Artigo publicado na Revista Eletrônica “Saúde CESUC” – Nº 01 – Ano de 2010

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Tabela 01 – Nível de significância da E.V.A na comparação do pré e pós teste dos tratamentos por

Cinesioterapia e TENS.

Nível de Significância

Cinesioterapia Pré e Pós 0,000619699

TENS Pré e Pós 0,000435128

Cinesioterapia Pré e TENS Pré 0,092874436

Cinesioterapia Pós e TENS Pós 0,033800731

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

Escala Analógica Visual de Dor

Cinesioterapia Pré

Cinesioterapia Pós

TENS Pré

TENS Pós

Figur

a 3 – Gráfico comparativo da E.V.A entre o pré e pós teste dos tratamentos por Cinesioterapia e TENS.

5. DISCUSSÃO

O questionário de Lequesne mostrou redução nos dois tratamentos, porém mais

significativa no tratamento realizado pela cinesioterapia. Enfim, ambos os tratamentos foram

efetivos na melhora da capacidade funcional.

O Índice Algo Funcional de Lequesne juntamente com o Índice Algo Funcional de

WOMAC apresentam a eficácia para a avaliação da qualidade de vida em pacientes

portadores de OA, porém em nosso estudo preferimos a utilização do Índice de Lequesne, por

ser validado para a língua portuguesa. A qualidade de vida mensurada com este índice obteve

resultados positivos em ambos os grupos.

Em relação ao questionário da E.V.A, os resultados foram:

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A comparação de Cinesioterapia Pré e Pós teste, foi estatisticamente significativo o

que mostra que houve diminuição da dor, sendo que o mesmo ocorreu entre o TENS Pré e

Pós. Enfim, ambos os tratamentos foram efetivos na diminuição da dor.

Para comprovar a eficácia, realizou-se um comparativo entre a Cinesioterapia Pré e

TENS Pré, o que não deu diferença estatisticamente significativa, este resultado mostra que as

duas amostras estavam em condições semelhantes no início do tratamento, isto é, elas eram

iguais em termos de sensibilidade de dor, por isto não houve diferença no Test T.

Na comparação entre a Cinesioterapia Pós com o TENS Pós, os resultados

mostraram ser efetivos no tratamento de dor, mas quando comparamos os dois vemos que há

diferença significativa entre os resultados finais o que mostra que estes são diferentes. Isso

significa que os dois tratamentos melhoraram, porém um tratamento foi ainda mais efetivo

que o outro. Neste caso, a Cinesioterapia demonstrou um melhor resultado no tratamento da

dor quando comparado com o TENS.

Estudo realizado por Teixeira e Olney,1995 apud, SILVA, IMOTO & CROCI, 2007

mostrou a existência de correlação entre dor e rigidez articular e entre dor e função. Este

achado sugere que o alívio da dor está diretamente relacionado com ganhos da função, sendo,

portanto um objetivo importante a ser considerado no tratamento de pacientes com OA. Estes

sugerem que uma abordagem terapêutica, visando o alívio da dor e redução da rigidez

articular, é fundamental para que os pacientes com OA apresentem um melhor empenho

funcional.

Segundo Greve et al,1992 apud SILVA, IMOTO & CROCI,2007 a dor inibe a

atividade muscular reflexa, causando hipotrofia e fraqueza muscular, o processo doloroso é

prévio ao quadro de fraqueza muscular, essa afirmação sugere que exercícios são benéficos

para ganho de força e consequentemente melhora na dor.

Foi comprovado que a TENS promoveu analgesia considerativa bem como

melhorou a capacidade funcional do paciente envolvido, porque aliviando a dor o paciente

ganhava mais mobilidade e menos restrição aos movimentos, tornando-se mais funcional e

sem dor.

A utilização de correntes elétricas terapêuticas constitui um dos vários recursos

utilizados na fisioterapia. Uma vez moduladas com parâmetros apropriados, estas correntes

podem atuar em diferentes condições, tais como: promover analgesia, contrações musculares,

melhoria do fluxo circulatório local, drenagem de líquidos, tonificação ou relaxamento

muscular, bem como incentivar a regeneração e a cicatrização de diversos tecidos corporais.

(MELO G de Paula et al, 2006)

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A TENS constitui num método simples, prático, de baixo custo e de resolução

rápida, sem, no entanto, promover efeitos colaterais para os pacientes (MELO et al, 2006,

apud, MORAES, 2007)

Segundo MELO et al 2006, este recurso tem sido usado extensivamente em locais de

atendimento à saúde para o manejo sintomático de dor aguda e dor crônica de origem benigna

e também no atendimento paliativo da dor causada por doenças ósseas metastáticas e

neoplasias.

A TENS, como um tratamento de dor, é singular, pois exerce sua função analgésica, baseada

na teoria da comporta de dor, desenvolvida por Welzack e Wall (LASMAR et al, 2002, apud,

MORAES, 2007)

Quando se tem a definição do quadro de dor existe a recomendação de que se faça a

colocação dos eletrodos de forma sistemática em sessões sucessivas, pois parece aumentar o

êxito de tratamento (WOOLF, 1981; FRAMPTON, 1982 e 1994, apud, Agne, 2009)

6. CONSIDERAÇOES FINAIS

A cinesioterapia e a TENS é um ponto a ser observado com bastante precisão, pois o

intuito dessas técnicas é eliminar processos dolorosos e melhorar a capacidade funcional que

o individuo apresentar.

No estudo proposto, concluímos que a cinesioterapia e a TENS são técnicas bastante

eficazes para diminuição da dor e melhora da capacidade funcional em indivíduos com AO de

joelho, comprovado por meio dos questionários de lequesne e E.V.A, que mostraram

resultados considerativos e favoráveis em relação a diminuição do quadro álgico e melhora da

capacidade funcional, e com isso promove uma melhor qualidade de vida para os pacientes

portadores de AO de joelho.

Todas as voluntárias eram sedentárias, a grande maioria permanecia muito tempo do

dia na postura sentada, não consumiam a quantidade de água recomendada por dia, não tinha

hábitos saudáveis de alimentação, não praticavam exercício físico, mostrando assim a falta de

hábitos saudáveis na população em geral.

Dessa forma, mesmo a amostra sendo reduzida, mostra a importância da atuação

fisioterapêutica na saúde, bem-estar não somente das mulheres, incluindo também os homens.

Sugere-se então outras pesquisas na área, para posteriores comprovações de

resultados das técnicas aqui utilizadas e de caráter amplo como foi tratado, visando não

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somente a redução do quadro álgico e melhora da capacidade funcional, mas também a busca

pela saúde, bem-estar e qualidade de vida.

Como o número de participantes foi reduzido, propõe-se também pesquisas com um

numero(n) maior para melhores resultados.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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8. FREQUÊNCIA DE QUEDAS E A INCIDÊNCIA DE VERTIGEM EM IDOSOS

Carolina Maria de Oliveira21

Carolina Morais Pereira22

Prof. Kleyder Aurélio Fleury Silva23

RESUMO

O exercício físico é definido como qualquer movimento corporal decorrente de contração

muscular, no qual permite o aumento da força física, flexibilidade do corpo e maior

resistência. A vertigem é uma sensação qual o paciente sente que o ambiente está movendo

em relação a ele, o impacto psicológico das quedas é outro fator importante entre indivíduos

mais velhos, sendo que a consequência mais imediata é o medo de cair, o que pode minar a

disposição do idoso para manter um nível maior de atividade, podendo iniciar um declínio

funcional irreversível. O objetivo deste estudo foi comparar vinte indivíduos de ambos os

sexos, dez praticantes de exercícios físicos e dez sedentários, em relação à frequência de

quedas e a incidência de vertigem. Foi aplicada a Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) com os

voluntários. No escore dos voluntários, o grupo “A” (praticantes de exercícios físicos) obteve

um maior resultado do que o grupo “B” (não praticantes de exercícios físicos).

Palavras-chaves: Queda, Vertigem, Idoso, Escala de Equilíbrio de Berg (EEB), Equilíbrio.

1. Introdução

O envelhecimento da população é um fenômeno mundial. No Brasil, a transição

demográfica ocorreu um pouco mais de vinte anos e devido a esse processo ter sido abrupto

isto tornou um grande problema, dada a falta de recursos humanos especializados para assistir

a este enorme contingente de pessoas e a falta de políticas adequadas a esta parcela da

sociedade (IBGE, 2003).

O exercício físico é definido como qualquer movimento corporal decorrente de

contração muscular, com dispêndio energético acima do repouso que, em última análise,

permite o aumento da força física, flexibilidade do corpo e maior resistência, com mudanças,

seja no campo da composição corporal ou de performance desportiva. A prática de exercício

físico regular demonstra a opção por um estilo de vida mais ativo, relacionado ao

comportamento humano voluntário, onde se integram componentes e determinantes de ordem

biológica e psico-sócio-cultural (BATISTA, CHIARA, GUGELMIN e MARTINS, 2003).

21

Aluna do curso de Fisioterapia da Faculdade de Ensino Superior de Catalão 22

Aluna do curso de Fisioterapia da Faculdade de Ensino Superior de Catalão 23

Professor e supervisor de Estágio Supervisionado do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de

Catalão – Faculdade CESUC, orientador de trabalho de conclusão de curso.

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O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, no qual há modificações

morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, que determinam perda de capacidade de

adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior

incidência de processos patológicos que terminam por levá-lo a morte (FREITAS,

CANÇADO e GORZONI, 2006).

Em relação à capacidade funcional do idoso, 70% dos casos de acidentes de pessoas

idosas podem ser atribuídos a uma redução de sua capacidade de coordenação e à redução de

atividades como: andar, correr e saltar (WEINECK, 1999).

As quedas são comuns em todas as épocas da vida, sendo mais frequentes numa faixa

etária (idosos). Os indivíduos idosos quando caem, correm mais riscos de lesões (FREITAS,

CANÇADO e GORZONI, 2006).

As lesões resultantes de quedas são comuns, ocorrendo em um terço a três quartos dos

casos, embora a maior parte seja de pequena gravidade e mais da metade dos pacientes não

procure atendimento médico (DOWMTON, 1998 apud FREITAS, CANÇADO e GORZONI,

2006).

O impacto psicológico das quedas é outro fator importante entre indivíduos mais

velhos, a consequência mais imediata é o medo de cair, o que pode minar a disposição do

idoso para manter um nível maior de atividade, podendo iniciar um declínio funcional

irreversível (GUIMARÃES e CUNHA, 2004).

As quedas estão intimamente relacionadas à postura e a marcha, que por sua vez,

sofrem várias influências do envelhecimento normal e patológico. Distúrbios da marcha e do

equilíbrio constituem fatores de risco para problemas tão sérios como quedas e dependência

(FREITAS, CANÇADO e GORZONI, 2006).

A tontura é uma das queixas mais comuns entre os pacientes idosos, sendo mais

frequente nas mulheres. A avaliação de um idoso com tonturas é desafiante devido à grande

quantidade de possibilidades diagnósticas. Mais de 60 enfermidades têm sido relacionadas na

literatura médica como potenciais causadoras de tontura, que podem representar a queixa

principal do paciente ou um importante e frequente sintoma incapacitante (FREITAS,

CANÇADO e GORZONI, 2006).

A vertigem é uma sensação na qual o paciente sente que o ambiente está movendo ou

rodando em relação a ele, ou ele em relação ao ambiente. O paciente também pode sentir-se

como se estivesse caindo. A vertigem em cada paciente é única, mas as queixas ouvidas com

frequência incluem a dificuldade com os movimentos de transcrição e com os movimentos

rápidos (FREITAS, CANÇADO e GORZONI, 2006).

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Consideram que os exercícios corretamente prescritos e orientados desempenham

importante papel na prevenção, conservação e recuperação da capacidade funcional dos

indivíduos, repercutindo positivamente em sua saúde. Estes não farão parar o processo de

envelhecimento, mas, poderão retardar o aparecimento de complicações, interferindo

positivamente no seu bem estar (GUEDES e GUEDES, 1995).

Para avaliar o equilíbrio das voluntárias foi utilizado o método da Escala de Equilíbrio

de Berg (EEB), que consiste na realização de 14 tarefas, tais como: em pé sem apoio, em pé

para sentado, em pé sem suporte com os pés juntos, entre outros.

A EEB mostra excelente confiabilidade e de moderada para boa correlação com outros

instrumentos de avaliação funcional do equilíbrio. E também é muito importante para

distinguir os efeitos quanto às alterações de equilíbrio e à probabilidade de queda (PERES e

SILVEIRA, 2010).

A avaliação da frequência de quedas e vertigem em idosos, praticantes de exercícios

físicos e os não praticantes foi analisada no presente estudo a fim de saber como esta interfere

no dia-a-dia do idoso juntamente com a incidência de vertigem.

Portanto, este estudo tem como finalidade verificar se existe relação entre indivíduos

que praticam exercícios físicos durante a semana e aqueles que não praticam, com a

incidência de vertigem e de queda.

Este trabalho tem como objetivo comparar vinte indivíduos de ambos os sexos, dez

praticantes de exercícios físicos e dez sedentários, em relação à frequência de quedas e a

incidência de vertigem interferindo no dia-a-dia.

2. Metodologia

Os participantes estão compreendidos entre a idade de 62 a 84 anos, de ambos os

sexos, no total de 20 indivíduos, sendo divididos em dois grupos “A” e “B”. A: 10 praticam

alguns exercícios físicos, B: 10 não praticam nenhuns exercícios físicos.

Os voluntários foram selecionados a partir dos critérios de inclusão e de exclusão. Os

de inclusão são: acima de 60 anos, alguns praticam exercícios físicos e outros não praticam.

Os de exclusão são: os que apresentam alguma patologia cardíaca e/ou respiratória e sequelas

neurológicas.

O local da pesquisa foi realizado no CESUC (Faculdade de Ensino Superior de

Catalão), na cidade de Catalão – GO.

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Durante a realização do teste de vertigem, um dos possíveis riscos seriam os

voluntários sofrerem uma tontura muito severa e/ou uma queda. A conscientização da

importância de realizar atividades físicas semanais está entre os possíveis benefícios deste

trabalho.

Os voluntários foram informados da realização deste estudo e participaram aqueles

que se dispôs e tal participação se deu de forma voluntária. Os participantes assinaram o

termo de consentimento esclarecido, receberam informações sobre a importância do estudo e

sobre os procedimentos que foram realizados e os riscos ao se submeterem a tais

procedimentos.

Foi aplicado um questionário semi-estruturado composto por quatro perguntas para

definir o perfil do indivíduo com relação à frequência de quedas, medo, gravidade e tempo da

última queda e por fim aplica-se a Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) (teste de vertigem)

com os voluntários na Clínica Escola.

A Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) tem como objetivo mensurar as habilidades de

equilíbrio do indivíduo ao realizar determinados testes. São realizadas 14 tarefas, onde avalia-

se a habilidade do indivíduo de se sentar, ficar de pé, alcançar, girar em volta de si mesmo,

olhar por cima dos ombros, transferência em pé sem suporte com os olhos fechados,

permanecer em pé sem apoio com outro pé a frente, permanecer em pé apoiando em uma

perna. A pontuação total é de 56, sendo que abaixo de 36 pontos o risco de quedas é quase

100%. Cada teste tem cinco opções de classificação, sendo que zero significa a inabilidade de

desenvolver a ação solicitada. As opções aumentam até quatro, conforme aumenta a

habilidade total de exercer a função. Dessa forma, quanto maior o escore, melhor a condição

de equilíbrio do idoso e menor o seu risco de queda.

Os resultados esperados são ampliar os conhecimentos diante da população, da

importância de praticarem exercícios diários na melhora da realização de suas atividades

diárias, redução de quedas, auto-estima, melhora do equilíbrio e bem estar psicológico.

3. Resultados

A Escala de Equilíbrio de Berg obteve resultados significativos, pois o grupo “A” (os

praticantes de exercícios físicos) teve um melhor escore do que o grupo “B” (não praticantes

de exercícios físicos).

Para a análise dos dados estatísticos, foi adotado o Teste T de Student, quando o nível

fica menor de 0,05 (p<0,05).

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Observe em negrito que comparando as respostas dos praticantes com os não

praticantes de exercícios físicos, houve significância em 3 domínios, além da diferença

estatisticamente significativa na média final dos resultados, que é o dado mais interessante.

DOMÍNIOS NÍVEL DE SIGNIFICÂNCIA

Sentada para posição em pé 0,069369

Permanecer em pé sem apoio 0,027058

Permanecer sentado sem apoio nas costas, mais com os pés

apoiados no chão ou num banquinho

0,027186

Em pé para posição sentada 0,13213

Transferências 0,139485

Permanecer em pé sem apoio com os olhos fechados 0,382081

Permanecer em pé sem apoio com os pés juntos 0,35708

Alcançar a frente com o braço estendido permanecendo em pé 0,211976

Pegar um objeto do chão a partir de uma posição em pé 0,165282

Virar-se e olhar para trás por cima dos ombros enquanto

permanece em pé

0,027058

Girar em 360º 0,170087

Posicionar os pés alternadamente ao degrau enquanto

permanece em pé sem apoio

0,319434

Permanecer em pé sem apoio com um pé à frente 0,285427

Permanecer em pé sobre uma perna 0,065908

Média Total 0,044116

Através desta tabela, pode-se concluir que, quem praticam exercícios físicos, possuem

maior equilíbrio do que os que não praticam, principalmente nos testes: Permanecer em pé

sem apoio; Permanecer sentado sem apoio nas costas, mais com os pés apoiados no chão ou

num banquinho e Virar-se e olhar para trás por cima dos ombros enquanto permanece em pé.

Sendo que tal resultado, o escore desses itens se deu menor que o nível 0,05.

Abaixo o gráfico comparando a média das respostas dos 20 participantes separados em

2 grupos – praticantes e não praticantes de exercícios físicos, então é possível comparar que

os praticantes obtiveram notas superiores.

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4. Discussão

O resultado do escore do grupo “A” foi maior que do grupo “B”, este dado foi

comprovado pela tabela e pelo gráfico acima.

Para testar a igualdade entre duas médias, o teste t de student, muito utilizado nos dias

de hoje, seria o mais apropriado por ser um teste paramétrico, o que nos dá um maior poder

estatístico e, consequentemente, maior confiabilidade dos resultados (HUANG e PAES,

2009).

Tanto a atividade quanto o exercício podem propiciar benefícios agudos e crônicos.

São eles: melhora no condicionamento físico; diminuição da perda de massa óssea e

muscular; aumento da força, coordenação e equilíbrio; redução da incapacidade funcional, da

intensidade dos pensamentos negativos e das doenças físicas; e promoção da melhoria do

bem–estar e do humor (MORAES, DESLANDES, FERREIRA et al, 2007 ).

A identificação dos exercícios como benéficos não somente para o bem-estar geral,

mas também para as articulações, musculaturas e movimentação são concordantes com os

dados de pesquisas quando concluem que o exercício físico, além de manter e melhorar a

força muscular, a saúde e a energia (PRADO, MAMEDE, ALMEIDA e CLAPIS, 2004).

Já se encontra bem fundamentada a importância da aplicação de exercícios

terapêuticos em fisioterapia, em especial em doentes crônicos, devido aos inúmeros benefícios

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atribuídos a esta modalidade terapêutica, principalmente no que diz respeito à promoção da

qualidade de vida e melhora da capacidade funcional (JORGE, SOUZA, JONES et al, 2009).

As consequências das quedas para os idosos podem ser bastante limitadoras e, em

alguns casos, até fatais. Os principais problemas decorrentes são fraturas, lesões na cabeça,

ferimento grave, ansiedade, depressão, o chamado “medo de cair” (medo de subsequentes

quedas), que também podem acometer idosos que nunca caíram (TINETTI, 1994 apud

CARVALHO e COUTINHO, 2002).

O diagnóstico baseado somente na avaliação clínica torna-se inadequado com a real

condição de saúde da população idosa, já que, para essa faixa etária, os níveis de

funcionalidade e independência são dados mais relevantes do que somente a presença de

condições mórbidas (RICCI, KABOTA e CORDEIRO, 2005).

Sabe-se que é elevado o número de idosos que caem e que mudam radicalmente sua

vida cotidiana, tanto pela queda em si, como pelo temor de uma nova ocorrência; restrição de

atividade, maior isolamento social, declínio na saúde e aumento do risco de

institucionalização, são alguns exemplos do impacto causado na vida da pessoa idosa após um

episódio de queda. (GUIMARÃES e FARINATTI, 2005).

O efeito dos exercícios na prevenção e recuperação das perdas motoras decorrentes do

processo de envelhecimento conhece-se bem a relação entre treinos específicos e a melhora

do órgão ou sistema exercitado, como por exemplo, prática de alongamento muscular e ganho

de flexibilidade, ou treino de equilíbrio e melhora no desempenho em testes de equilíbrio

(JUDGE, UNDERWOOD e GENNOSA, 1993 apud CAROMANO, IDE e KERBAUY,

2006).

5. Conclusão

Com base no estudo realizado, o grupo “A” (que praticam exercícios físicos todos os

dias) apresentou maior escore na EEB que o grupo “B” (que não praticam exercícios físicos),

Os testes como: Permanecer em pé sem apoio; Permanecer sentado sem apoio nas

costas, mais com os pés apoiados no chão ou num banquinho e Virar-se e olhar para trás por

cima dos ombros enquanto permanece em pé, conclui-se que, quem praticam exercícios

físicos, possuem maior equilíbrio e menor risco de quedas do que os que não praticam.

Foram obtidos pontos positivos com a realização deste estudo, por exemplo: os

benefícios da prática de exercícios físicos na qualidade de vida dos idosos, um melhor

desempenho ao realizarem suas tarefas diárias, melhora da auto-estima e bem estar

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psicológico, consequentemente, ocasionando um maior equilíbrio, força muscular e contudo,

um menor risco de sofrer quedas.

Portanto, este trabalho serve como fonte para futuras pesquisas, abordando os

seguintes aspectos: maior número de voluntários; idades diferentes; diferentes gêneros, entre

outros, o estudo poderá ser ampliado.

6. Referências Bibliográficas

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9. OS BENEFÍCIOS DA ASSOCIAÇÃO DA LASERTERAPIA E EXERCÍCIOS

TERAPÊUTICOS NA SÍNDROME DO IMPACTO DO OMBRO: ESTUDO DE CASO

Denne Rize de Souza Carneiro Borges24

Prof. Andréia Borges Macedo25

RESUMO

A síndrome do impacto constitui uma patologia onde se tem lesão das partes moles tendo

como trajeto o espaço subacromial. Esta lesão é consequência da elevação do braço acima de

90° ou por alterações anatômicas como osteófitos anexos ao acrômio, acrômio tipo II (curvo)

e III (ganchoso) que fazem com que o espaço subacromial seja diminuído comprimindo

estruturas ali presentes. Os sintomas são dores intensas e limitação funcional do membro. O

portador da Síndrome do Impacto do Ombro poderá na maioria das vezes estar

impossibilitado de realizar algumas atividades de vida diária como pentear-se e vestir-se. O

aparelho de eletroterapia Laser é utilizado juntamente com a cinesioterapia como tratamento

da síndrome de impacto pelos efeitos analgésicos, anti-inflamatórios e aumento da amplitude

de movimento respectivamente. Este trabalho realizado como estudo de caso, tem como

objetivo analisar os efeitos proporcionados pelos recursos fisioterapêuticos Laser e

cinesioterapia na Síndrome do Impacto do Ombro. O estudo foi composto de uma paciente,

apresentando Síndrome do Impacto no ombro direito. A paciente foi submetida a 10 sessões

de fisioterapia com aplicação do Laser e Cinesioterapia. Foram coletados os dados de

goniometria e Escala visual analógica de Dor antes e depois do tratamento. O resultado da

pesquisa revelou redução significativa do quadro álgico e aumento da amplitude de

movimento. Conclui-se com este trabalho que o uso destas intervenções fisioterapêuticas se

mostrou eficaz na redução da dor, no ganho de amplitude de movimento e consequentemente

na funcionalidade do membro aumentando a qualidade de vida do paciente.

Palavras-chave: Síndrome do Impacto. Laserterapia. Exercícios Terapêuticos.

1. Introdução

A síndrome do impacto é a lesão de partes moles devido à compressão das mesmas,

causada pela diminuição do espaço subacromial, seja por impacto puramente mecânico ou por

alterações anatômicas, resultando em quadro álgico ao movimentar o membro (PETERSON e

RENSTRON, 2001).

As partes moles que preenchem o espaço subacromial são os tendões dos músculos

supra espinhal, infra espinhal, cabeça longa do bíceps, redondo menor e subescapular e a

bolsa subjacente ao tendão do supra espinhal (PETERSON e RENSTRON, 2001).

24

Acadêmica do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC. Email:

[email protected] 25

Professora e coordenadora do Estágio Supervisionado do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior

de Catalão – Faculdade CESUC, orientadora de trabalho de conclusão de curso. Email:

[email protected]

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O atrito causado pela condição de pinçamento pode resultar em inflamação e como

consequência o aumento de volume das estruturas afetadas tornando o espaço subacromial

ainda mais insuficiente e a somatória desses fatores resulta numa piora progressiva da

patologia (PETERSON e RENSTRON, 2001).

Quando comparadas com as alterações musculoesqueléticas a dor no ombro é bastante

presente entre elas, ficando atrás apenas das dores na cervical e lombar da coluna vertebral

(DESMEULES, 2004 apud LIMA, BARBOZA e ALFIERI, 2006).

O complexo articular do ombro proporciona ampla variação de movimentos que

permite importantes funções de estabilização para a utilização do braço ao levantar, empurrar,

sustentação de peso como andar de muletas (SANTOS, 2006).

Para Peterson e Renstron (2001) a síndrome do impacto pode se desenvolver por

vários fatores, intrínsecos e extrínsecos. Os extrínsecos consistem em primário (impacto

puramente mecânico do tendão contra a superfície inferior do acrômio anterior) e secundário

(causado pela frouxidão ligamentar dando instabilidade à articulação glenoumeral e

diminuindo o tamanho da saída do músculo supra espinhal). Os intrínsecos por sua vez são as

alterações degenerativas nos tendões do manguito rotador, causando enfraquecimento que faz

com que o úmero se desloque para cima causando impacto mecânico secundário.

Segundo Peterson e Renstrom (2001) o contorno ântero inferior do acrômio é um fator

importante, pois dependendo do tipo em que ele se enquadra pode aumentar ou diminuir o

espaço subacromial. Existem três tipos de acrômio: tipo I (definido como plano, pois o

contorno tem sua superfície reta se projetando para longe da cabeça do úmero), tipo II

(conhecido como “curvo”, a superfície do contorno segue paralelo com a cabeça do úmero) e

tipo III (em forma de “gancho” o acrômio do tipo III se projeta para baixo estreitando o

espaço subacromial).

A conclusão do trabalho realizado por Junior e Assunção (2005) afirma que estão

associados aos distúrbios do ombro os fatores psicossociais como estresse, jornadas longas de

trabalho, pouco tempo de descanso.

2. DESENVOLVIMENTO

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A síndrome do impacto pode ter três classificações: grau 1, tendo como características

a pré laceração, bursite e tendinite do manguito rotador, grau 2, impacto com ruptura parcial

de Manguito Rotador e grau 3, impacto com ruptura completa do Manguito Rotador

(PETERSON e RENSTRON, 2001).

O quadro clínico presente nas lesões por impacto é de incapacidade funcional do

membro superior em atividades realizadas acima da cabeça. A incapacidade de elevar o

membro superior ativamente contra gravidade pode significar lesão extensa do manguito

rotador, principalmente o tendão do músculo supra espinhal (SOUZA, 2001 apud WEBER e

LIMA, 2003).

O quadro álgico está sempre presente no paciente com Síndrome do Impacto do

Ombro. Pode apresentar em repouso e agravar aos esforços. A dor é proporcional ao nível de

inflamação da musculatura, ela se localiza ao redor do ombro, podendo se irradiar para o

cotovelo e região escapular (LECH e SEVERO, 1998 apud GONÇALVES, 2009).

A contratura capsular é um fator importante no quadro clínico do paciente com

Síndrome do Impacto do Ombro, que se desenvolve com a imobilização do membro pela dor

inflamatória (GONÇALVES, 2009).

Outro aspecto a se observar é a diminuição da força muscular geralmente presente no

quadro de sintomatologia principalmente para os movimentos de abdução e rotação externa

no membro envolvido (LECH, 1995 apud GONÇALVES, 2009).

Durante a avaliação geralmente se observa presença de arco doloroso entre 70 e 120

graus, causado pelo impacto subacromial, onde a dor diminui após os 120 graus de elevação

(GODINHO et al.,1996 apud GONÇALVES,2009).

Esta patologia pode atingir pessoas de todas as faixas etárias, etnias e sexo (ROSAS e

PRATES, 2004).

Mas as mais propensas a desenvolver a Síndrome do Impacto são: atletas do voleibol,

tênis, natação, basquetebol e pessoas que usam em seu cotidiano movimentos a cima do nível

da cabeça (SOUZA, 2010).

O portador da síndrome do impacto poderá ficar na maioria das vezes impossibilitado

de realizar algumas atividades de vida diária dentre elas: vestir-se, pentear-se, estender

roupas, realizar serviços domésticos. Por estes motivos, o paciente deve procurar tratamento

fisioterapêutico o mais precoce possível, pois o tratamento tardio pode implicar em perca das

funções do membro (WEBER e LIMA, 2003).

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Dentre outras patologias a Síndrome do Impacto do Ombro é um dos distúrbios mais

frequentes na prática clínica e entre os tratamentos disponíveis a fisioterapia é um dos mais

recomendados (GIORDANO et al., 2000).

Os recursos eletrotermoterapêuticos e cinesioterapêuticos disponíveis na Fisioterapia

podem proporcionar a diminuição do processo inflamatório, redução do quadro álgico e

aumento da amplitude de movimento (SOUZA et al., 2006).

A escolha destes recursos se deu pelos efeitos benéficos que os mesmos proporcionam

combatendo as características do quadro clínico da patologia abordada.

A Cinesioterapia deve ser a intervenção principal no programa de tratamento

fisioterapêutico, principalmente nas disfunções do sistema músculo esquelético, com o intuito

de eliminar ou reduzir a incapacidade ou limitação funcional, além de impedir ou diminuir a

progressão da patologia e prevenir recidivas. O exercício terapêutico é o principal recurso na

reabilitação do ombro. Sua indicação estende-se a todas as patologias do ombro onde a dor

está presente, enfatizando a importância da mobilização passiva precoce (ORTIZ, 2001 apud

WEBER e LIMA, 2003).

Vários tipos de exercícios integram a cinesioterapia dentre eles os exercícios para

amplitude de movimento. São eles: passivos, que são produzidos em completo pelo terapeuta,

exigindo pouca ou nenhuma contração da musculatura responsável pelo movimento, ativos,

produzidos através da ação dos músculos responsáveis pelo movimento, ativos assistidos, que

são realizados a partir da associação do movimento ativo até o nível onde é possível ir e obter

ajuda de uma força externa para chegar até o nível normal do movimento. Estes exercícios são

indicados para manter a capacidade de se mover da articulação e tecido conjuntivo, ajudar na

produção de líquido sinovial, manutenção da elasticidade do músculo, diminuição do quadro

álgico, manutenção da percepção de movimento e proporcionar coordenação e habilidades

motoras para atividades funcionais (KISNER e COLBY, 2005).

Ainda na cinesioterapia encontramos os exercícios para fortalecimento muscular

dentre eles os exercícios resistidos que são divididos em: isométricos, onde a musculatura

contrai, mas não há diminuição do seu comprimento e nem movimentação da articulação,

concêntricos, há encurtamento físico da musculatura, tensão muscular e uma resistência é

vencida e excêntrico, causa um alongamento (aumento do comprimento) da musculatura,

produz força a medida que tenta controlar a força contrária (KISNER e COLBY, 2005).

Outro exercício bastante utilizado para tratar patologias do ombro é o método

Codman, que tem como objetivo aumentar flexibilidade e movimento articular (LAGO e

FILHO, 2004).

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A laserterapia consiste numa radiação obtida a partir da estimulação de um diodo

semicondutor, formado por cristais de arseneto de gálio (As-Ga), que apresenta potencial

terapêutico destacado em lesões profundas do tipo articular e muscular (VEÇOSO, 1993 apud

WEBER e LIMA, 2003).

Os efeitos proporcionados pela laserterapia que podem reduzir o quadro de dor e

processo inflamatório segundo Agne (2005) são reabsorção de exudato e favorecendo a

eliminação de substâncias algógenas, atua à distância sobre o “filtro da dor”, como um

estímulo constante sobre as fibras nervosas grossas, bloqueando assim a passagem das

sensações dolorosas transmitidas pelas fibras finas. Nas zonas reflexas por atuação sobre o

cérebro, diminui os níveis de bradicinina e ativa a liberação de endorfinas, que também

atuariam como inibidores da sensação dolorosa.

Já os efeitos antiinflamatórios são conseqüências que o laser exerce sobre as

prostaglandinas, pois modifica a pressão hidrostática intracapilar melhorando a absorção de

líquidos intersticiais e provocando a redução do edema com ativação da regeneração tissular.

Há também o efeito bioestimulativo trófico tissular, são eles: aumento de fibroblastos,

regeneração dos vasos sanguíneos, incremento da repitelização a partir dos restos basais.

(AGNE, 2005).

Dentre os vários programas de tratamentos utilizados na síndrome do impacto, as

terapias combinadas são as mais comuns para a redução do quadro álgico associado à melhora

funcional (GONÇALVES, 2009), o que estimula ainda mais a realização deste trabalho

abordando o tema que o intitula.

3. Metodologia

Foi realizado um estudo experimental do tipo estudo de caso com uma paciente

portadora da Síndrome do Impacto do Ombro Direito.

A paciente correspondeu às exigências do item de inclusão (diagnóstico clínico de

Síndrome do Impacto) e não apresentou itens de exclusão (diagnóstico não fechado, presença

de complicações devido a ausência de tratamento).

Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram: ficha de avaliação contendo

dados pessoais, goniometria e Escala Visual Analógica de Dor e goniômetro.

Os materiais utilizados durante as sessões foram: aparelho Laser Ibramed, óculos de

proteção para uso da laserterapia; polia; bastão; halteres de 0,5kg e 1 kg; maca; espelho;

Theraband (amarela); escada de dedos.

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Após a confirmação da voluntária para participar da pesquisa, a mesma passou por

uma avaliação fisioterapêutica contendo testes específicos como o de Neer, teste de Jobe, teste

de queda do braço, teste de relocação e teste do subescapular de Gerber para a avaliação das

estruturas a que eles correspondem. A paciente foi informada sobre a metodologia do

trabalho, e a mesma assinou um termo de consentimento livre e esclarecido.

As sessões tiveram início no dia 19/10/2010 onde foi feita a coleta de dados iniciais.

A goniometria foi realizada a partir dos movimentos da articulação do ombro sendo

eles: flexão, extensão, abdução, adução, rotação medial e rotação lateral no membro afetado e

contra lateral.

A algia foi questionada em todas as sessões dando à paciente a escolha do grau numa

escala de a 0 a 10 para a mensuração da intensidade da mesma.

Após a coleta de dados, as sessões tiveram início, realizando o programa de tratamento

fisioterapêutico traçado de acordo com os sintomas encontrados na avaliação, utilizando a

laserterapia e os exercícios terapêuticos.

Foram 10 sessões, três vezes por semana, realizadas na Clínica Escola de Fisioterapia

da Faculdade de Ensino Superior de Catalão, no período matutino, tendo duração de uma hora

cada sessão.

A laserterapia foi aplicada regularmente no início das sessões de forma pontual, com

3J/cm² de intensidade permanecendo 6 segundos em cada ponto, que tinha 1 cm

aproximadamente de distância. Os pontos foram previamente marcados fechando a área

articular afetada, somando 25 pontos. A paciente permanecia sentada com a região do ombro

descoberta e se fazia assepsia com algodão e álcool no local a ser tratado.

A Cinesioterapia foi aplicada inicialmente com movimentos passivos, realizados em

todos os movimentos do ombro descritos anteriormente, onde a cada ganho de movimento os

exercícios progrediam para ativo assistido, ativo e ativo resistido utilizando instrumentos já

citados. Também foram utilizados os exercícios pendulares com paciente deitada em decúbito

ventral no sentido horário, anti-horário, ântero-posterior e látero-lateral.

A última sessão se deu no dia 23/11/2010 na qual se finalizou com uma segunda

avaliação a fim de se comparar com a primeira.

4. Resultados

A realização deste trabalho bem como o programa de tratamento fisioterapêutico foi

fundamentada a partir de literaturas e artigos, com o intuito de promover o restabelecimento

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da amplitude de movimento normal do ombro por meio da minimização do quadro álgico e

ganho de força muscular.

O método utilizado para comparar os resultados foram tabelas contendo os dados

coletados antes e após o tratamento e serão expostos separadamente para melhor

compreensão.

4.1 Quadro álgico

Tabela 1: Relato dos graus de dor desde a 1° sessão até a última.

Sessão Grau relatado pela paciente segundo

EVAD*

1 e 2 7

3 5

4 4

5,6 e 7 3

9 2

10 1

*Escala Visual Analógica de Dor

Fonte: BORGES, Denne Rize de Souza Carneiro, 2010.

Em relação ao quadro álgico observa-se que a paciente na primeira sessão aferiu dor

grau 7, considerada intensa, sendo igual na segunda sessão. A partir da terceira houve um

decréscimo de intensidade da dor relatando grau 5, já passando para o nível moderado, na

quarta sessão grau 4, da quinta a sétima grau 3, reduzindo para grau 2 na oitava e

permanecendo com grau 1 na nona e décima sessão. A paciente relatou ainda que as dores em

repouso e muito intensas ao movimento diminuíram significantemente a ponto de permitir a

realização de algumas atividades de vida diária com mais precisão.

A partir dos dados ilustrados na tabela a cima, podemos dizer que os recursos

utilizados para a redução do quadro álgico foram satisfatórios, mostrando uma redução

significativa da dor.

4.2 Amplitude de Movimento

Tabela 2: Goniometria inicial e final dos movimentos do ombro

Movimentos do Ombro Inicial Final

Flexão 65° 94°

Extensão 20° 38°

Adução 20° 30°

Abdução 56° 78°

Rotação lateral 30° 62°

Rotação medial 42° 60°

Fonte: BORGES, Denne Rize de Souza Carneiro, 2010.

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4.3 Flexão

A partir da tabela acima verificamos que na primeira avaliação a paciente apresentava

apenas 65°, evoluindo para 94°na avaliação final aumentando a amplitude para 52% do

movimento.

4.4 Extensão

Na avaliação inicial, verificamos 20° de extensão. Após as sessões, esse mesmo

movimento aumentou para 38°, aumentando a amplitude para 63%.

4.5 Adução

A paciente realizou na avaliação inicial a adução parcialmente na amplitude

fisiológica, quando mensurado esse movimento totalizou 20°, passando para 30°.

4.6 Abdução

Na paciente em questão, este movimento foi um dos mais afetados pela Síndrome do

Impacto. A primeira goniometria indicou 56° de movimento de abdução, evoluindo para 78°,

passando a realizar 43% do movimento.

4.7 Rotação Lateral

O movimento de rotação lateral do ombro foi o que apresentou mais evolução segundo

ilustração da tabela. Este movimento apresentou no primeiro momento 30° e após o

tratamento fisioterapêutico elevou para 62°, realizando no final do tratamento 68% deste

movimento.

4.8 Rotação Medial

Ao movimento de rotação lateral a paciente realizou apenas 42° na avaliação inicial e

na final 60°, alcançando assim 85% do movimento.

5. Discussão

O presente estudo teve o objetivo de analisar os efeitos proporcionados pela

associação da laserterapia e exercícios terapêuticos nos sintomas da Síndrome do Impacto do

Ombro.

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Os dados coletados durante a realização do trabalho mostram os efeitos benéficos dos

recursos fisioterapêuticos utilizados, no caso, a laserterapia e os exercícios terapêuticos. Tais

efeitos são a diminuição do quadro álgico e recuperação parcial dos movimentos afetados, que

se dão pelo efeito analgésico e anti-inflamatório do laser (AGNE, 2005) e a capacidade dos

exercícios terapêuticos de fortalecer a musculatura lesada que outrora fora enfraquecida pela

situação na qual foi submetida (KISNER e COLBY, 2005).

Ao término das sessões a paciente obteve uma melhora significativa no estado geral

dos sintomas apresentados devido à patologia instalada, melhorando assim a sua qualidade de

vida, pelo fato de conseguir realizar atividades de vida diária como pentear-se, vestir-se

normalmente, amarrar o cabelo.

Dentro do termo cinesioterapia há vários tipos de exercícios no qual foram utilizados

de acordo com os sintomas encontrados durante a avaliação prévia da paciente, dentre eles

exercícios auto assistidos, ativos e resistidos realizados com uma vasta gama de instrumentos

disponíveis que tornam a sessão diferente e consequentemente menos monótona para o

paciente e terapeuta sem deixar de ser eficaz.

Num estudo feito realizando o tratamento apenas com cinesioterapia, teve a conclusão

de que os exercícios terapêuticos isolados de qualquer outro recurso teria o efeito de redução

do quadro álgico (GOTARDO e BIAZUS, 2004 apud GONÇALVES, 2009).

Concordando com o estudo realizado por Weber e Lima (2003) a cinesioterapia deve

essencialmente estar presente no centro dos programas de tratamentos fisioterapêuticos dos

distúrbios músculo esquelético, com o intuito de devolver a funcionalidade do membro,

prevenir a evolução da patologia e recidivas.

Durante a execução das sessões realizadas neste trabalho foi observado que a principal

causa de incapacidade funcional da paciente é a dor intensa, daí a importância de se ter no

programa de tratamento da Síndrome do Impacto do Ombro (SIO) um recurso que promova a

analgesia, associada à cinesioterapia para que uma complete a outra tornando o resultado do

tratamento bem sucedido, o que foi possível visualizar neste trabalho.

O presente estudo concorda com o trabalho realizado por Weber e Lima (2003), onde a

conclusão deste diz que a laserterapia e os exercícios terapêuticos são eficazes no retorno da

funcionalidade do membro afetado pela Síndrome do Impacto do Ombro.

6. Conclusão

Observando o complexo articular do ombro, percebemos que essa articulação

representa mobilidade, que permite a nós seres humanos, a prática de diversas funções.

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Quando uma articulação como esta se depara com um processo de lesão, onde há

incapacidade funcional, seja por dores ou fraqueza muscular ou até mesmo ambos, a

qualidade de vida desse indivíduo vem a cair significantemente. A fisioterapia com sua gama

de recursos oferece vários deles em que possam ser usados no tratamento da SIO (Síndrome

do Impacto do Ombro), dentre eles os que estão em questão.

Com o intuito de testar os efeitos benéficos do Laser e dos exercícios terapêuticos

nesta patologia, conclui-se com este trabalho que o uso dos mesmos se mostrou eficaz na

redução do quadro álgico e no ganho de amplitude de movimento respectivamente, onde o

que se viu foram o aumento da qualidade de vida da paciente e a eficácia destas intervenções

fisioterapêuticas.

7. Referências bibliográficas

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10. OS BENEFÍCIOS DA MASSOTERAPIA NO TRATAMENTO DE PACIENTE

COM FIBROMIALGIA – UM ESTUDO DE CASO

Mariele da Silva26

Mayara Pires da Silva27

Prof. Andréia Borges Macedo28

RESUMO

A fibromialgia por se tratar de uma patologia de etiopatogenia indefinida, não possui um

tratamento especifico o que gera dificuldade da escolha do recurso terapêutico mais benéfico

para o paciente e que traga mudanças significativas em sua qualidade de vida. O objetivo foi

analisar a eficácia de um programa de tratamento fisioterapêutico de massoterapia sobre os

sintomas da fibromialgia e como esses benefícios podem influenciar na qualidade de vida.

Foi realizado um estudo de caso com paciente do sexo feminino, 46 anos de idade, onde a

paciente foi submetida a 19 sessões de massoterapia utilizando técnicas de (Effleruage e

Pétrissage), com duração da sessão de 60 minutos cada sessão, num total de 3 meses de

tratamento. Foram realizados no início e termino do tratamento um questionário de qualidade

de vida (QIF) e a escala analógica da dor (EVA). Foi observado que analisando as 19 questões

do Questionário de Impacto da Fibromialgia (QIF) e a Escala Visual Analógica da Dor

(EVA), obteve-se 65% de melhora nos resultados das questões após o tratamento, enquanto

35% mantiveram-se constantes. O estudo mostrou que a massoterapia é uma forma efetiva de

tratamento da fibromialgia, por gerar efeitos que melhoram significativamente a dor,

depressão, cansaço, rigidez, nervosismo e ansiedade melhorando assim a qualidade de vida do

paciente.

Palavras-chave: Fibromialgia. Massoterapia. Qualidade de vida.

1. Introdução

A fibromialgia é uma síndrome de dor difusa e crônica, caracterizada pela presença de

pelo menos 11 dos 18 pontos anatomicamente específicos chamados de tender points

dolorosos a palpação (CHIARELLO; DRIUSSO; RADL, 2005). Também pode ser descrita

como um grupo de distúrbios reumáticos não-artríticos, caracterizados por dor, sensibilidade e

rigidez. Tais sintomas podem ser agravados por estresse físico ou mental, trauma, exposição à

umidade ou frio e padrões de sono irregulares. Os locais mais comuns para a fibromialgia são:

26

Acadêmica do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC. E-mail:

[email protected] 27

Acadêmica do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC. E-mail:

[email protected] 28

Professora e coordenadora do Estágio Supervisionado do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior

de Catalão – Faculdade CESUC, orientadora de trabalho de conclusão de curso. E-mail:

[email protected]

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a região do ombro, músculo trapézio, área esternocleidomastóideo, região lombar, tórax e a

coxa (CASSAR, 2001).

As alterações consideradas manifestações mais frequentes nos fibromiálgicos que

ocorrem em mais de 75% dos pacientes, nem sempre se manifestam simultaneamente no

mesmo indivíduo. Na maioria dos pacientes o início dos sintomas é insidioso e a dor que

habitualmente é ampla e difusa, inicia-se frequentemente na nuca, pescoço e ombro. Uma

rigidez que pode vir associada à dor, fadiga referida como física ou psíquica, presença de

parestesia nos locais que se refere dor, cefaléia na região frontal e dor na nuca, zumbido e

tonteira que muitas vezes está relacionado com alteração de humor, depressão, ansiedade e

irritabilidade proveniente dos distúrbios do sono (CARVALHO; LANNA; BÉRTOLO, 2008).

A fibromialgia afeta, aproximadamente, oito vezes mais mulheres do que homens,

provocando impacto negativo sobre a qualidade de vida e atividades cotidianas dos seus

portadores (WOLF F, 1990; WOLF TA, 1995; WHITE, 1999 apud CAVALCANTE et al

,2006). Os primeiros sintomas se manifestam geralmente entre a terceira e a quinta década de

vida, podendo ocorrer também em outras faixas etárias (CARVALHO; LANNA; BÉRTOLO,

2008).

Por se tratar de uma patologia desconhecida sabe-se que vários fatores podem

contribuir para sua origem, sendo assim, várias hipóteses são sugeridas pela literatura.

Uma teoria defende que a fibromialgia seja uma doença do tecido conjuntivo e não

da célula muscular. Ela afeta principalmente o componente fibroso de tecido conjuntivo dos

músculos, tendões, ligamentos e os tecido periarticulares. A fáscia dentro do músculo, isto é,

das fibras e dos feixes musculares, está particularmente propensa a inflamação. A

fibromialgia também pode afetar a fáscia subcutânea e o revestimento fibroso que se estende

por sobre os nervos. As fibras do músculo com fibromialgia estão conectadas a uma rede de

fibras reticulares e elásticas. Essa rede interconectada de finos fios entre as fibras musculares

é supostamente a causa da dor. Conforme uma célula muscular se contrai exerce uma tração

sobre outras células a ela conectadas por esses filamentos, e essa tração nos filamentos pode

causar dor. Tal ocorrência também pode fazer com que as células de conexão se contraíam, e

uma vez que se tem contração forçada de outras células tem-se eventualmente fadiga

muscular que também leva a dor (CASSAR, 2001)

Outra teoria propõe uma vasoconstrição aconteça na pele sob os tender points,

levando a uma hipóxia local. Os autores observam em seu trabalho com relação aos eritrócitos

que ocorre um aumento da sua concentração, uma diminuição da sua velocidade e uma

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consequente diminuição do seu fluxo na pele sobre os tender points (CHIARELLO;

DRIUSSO; RADL, 2005).

Outros estudiosos voltam à atenção para a serotonina, um neurotransmissor que possui

uma ação inibitória na liberação de uma substância por meio dos neurônios aferentes

proveniente de um estímulo nociceptivo periférico, apresentando um papel importante na

modulação da dor. Estudos nessa área têm demonstrado uma redução dos níveis de

serotonina, além de metabólicos precursores no sangue de pacientes com fibromialgia, sendo

que essa alteração poderia explicar a exacerbação da dor nestes pacientes (CHIARELLO;

DRIUSSO; RADL, 2005).

Atualmente a teoria fisiopatológica mais aceita é a existência de uma síndrome de

amplificação dolorosa na qual ocorre uma alteração no processamento da nocicepção em nível

de Sistema Nervoso Central associando-se também a uma resposta anormal aos estressores

evidenciada por alterações no eixo hipotálamo hipofisário-adrenal (STAUD, 2004 apud

MARTINEZ, 2009).

Os pacientes apresentam diversos sintomas dentre elas a principal é a dor que possui

dificuldade de ser localizada, por se tratar de um sintoma generalizado, podendo apresentar

intensidade de moderada a forte na maioria dos pacientes. Dentre os sintomas mais comuns

podemos citar a fadiga que acometem os pacientes mais comumente na parte da manhã e no

término do dia, os distúrbios do sono com manifestações como: sono leve, insônia terminal, a

parestesia que pode ser sentida nas extremidades, face e língua. A cefaléia é uma das queixas

mais comuns, sua relação com a fibromialgia pode indicar a existência de alguma forma de

sensibilização central comum as duas doenças, com compartilhamento de eventos

neuroquímicos (CARVALHO; LANNA; BÉRTOLO, 2008).

Depressão, ansiedade e irritabilidade são notadas na maioria dos pacientes que muitas

vezes são ocultadas pelos mesmos, mas durante o tratamento são constatadas tais alterações

(CARVALHO; LANNA; BÉRTOLO, 2008).

Durante a década de 1980 os tender points eram considerados úteis para o diagnóstico

de fibromialgia e foram realizadas várias tentativas de estabelecer o diagnóstico de

fibromialgia e excluir patologias sistematizadas, dentre elas as reumáticas. A partir de então

que foi desenvolvido e estabelecido critérios de classificação da fibromialgia pelo comitê do

American College of Rheumatology onde houve a solidificação do termo fibromialgia e o

estabelecimento dos critérios de diagnóstico para a classificação da doença em que há a

combinação de uma dor ampla pelo corpo que pode ser definida bilateralmente envolvendo o

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esqueleto axial, acima e abaixo da cintura em que exista dor em pelo menos 11 (onze) dos 18

(dezoito) pontos especificados (CARVALHO; LANNA; BÉRTOLO, 2008).

Por se tratar de uma patologia de etiologia desconhecida que acomete uma parcela

significativa da população e devido à escassez de estudos científicos que mostram um

tratamento eficaz e benéfico aos pacientes portadores de fibromialgia se iniciou um estudo

para melhor compreensão dos efeitos que a massoterapia pode promover nestes pacientes.

Massagem é uma técnica terapêutica que envolve a aplicação de sequências de

golpeamentos e técnicas de manipulação de tecidos (CASSAR, 2001). Sendo que os

principais efeitos são: aumento da circulação linfática (mecânico), aumento do fluxo

sanguíneo (mecânico), alívio da dor (fisiológico), remoção dos produtos do catabolismo e

metabolismo (fisiológico), facilitação da atividade muscular (fisiológico), relaxamento

(psicológico), alívio da ansiedade e tensão (psicológico) e sensação de bem-estar (DE

DOMENICO, 2008).

O efeito primário da massagem consiste em produzir deformação mecânica dos tecidos

por meio de uma pressão e estiramento ritmicamente aplicados. A pressão comprime e estira

os tecidos moles e, portanto destorce os tecidos excitáveis e não excitáveis do corpo. Os

tecidos excitáveis são aquelas estruturas que respondem de um modo mensurável e imediato a

um estímulo mecânico aplicado externamente. Os tecidos não excitáveis são compostos de

estruturas como ossos, ligamentos e cartilagem. Se um estímulo mecânico é aplicado ao

músculo especialmente de forma contínua o corpo irá reestruturar (alongar) os componentes

elásticos em série e em paralelo. Já a pressão mecânica aplicada também pode afetar o fluxo

sanguíneo e linfático aumentando a circulação de ambos além dos efeitos de produção de

movimentos e mobilização dos tecidos (CASSAR, 2001).

Os efeitos fisiológicos são provenientes dos efeitos mecânicos que agem sobre os

tecidos gerando um efeito indireto sobre a movimentação da linfa provocando aumento da

circulação sanguínea e linfática, aumento do fluxo de nutrientes, remoção dos produtos do

catabolismo e metabolismo, promoção de relaxamento local e geral e aumento da

extensibilidade do tecido conjuntivo (DE DOMENICO, 2008).

O alívio da ansiedade e da tensão por meio da massagem está intensamente ligado a

promoção do relaxamento, no entanto para que haja resultado a pessoa deve ser capaz de

minimizar os impulsos corticais que transita pelos neurônios motores medulares. Já o alívio

da dor deve-se a fricção da pele na qual estimula mecanorreceptores mecânicos, e estes sinais

aferentes são capazes de bloquear a transmissão e possivelmente a percepção dos sinais

nociceptivos (DE DOMENICO, 2008).

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Devemos lembrar que a fisioterapia como outro método de tratamento não deve ser

utilizada só na prevenção dos sintomas, mas também na restauração da função e de estilo de

vida funcional, promovendo o bem estar e a qualidade de vida dos indivíduos com

fibromialgia, qualidade de vida na qual consiste numa percepção individual do estado de

saúde, avaliado em grandes domínios ou dimensões da vida, o que caracteriza a sua

subjetividade e “multidimensionalidade”. O terapeuta deve ver o paciente como um todo, e

não simplesmente só a patologia (POUNDS; CLAY, 2008). A qualidade de vida é

determinada por vários fatores, além das condições do meio em que se vive, o estado de

saúde, a capacidade funcional, as condições socioeconômicas e culturas, as condições de

saneamento e infra-estrutura e experiência de vida são fatores que influenciam percepção de

qualidade de vida em um ou vários indivíduos (GEORGE, 1980; PILON, 1992, apud

CARVALHO et al, 2009).

Sujeitos e Métodos

Foi realizado um estudo de caso por meio de um paciente com diagnóstico de

fibromialgia, segundo os critérios do Colégio Americano de Reumatologia (1990). Todo o

tratamento foi realizado na Clínica Escola da Sociedade Catalana de Educação do Centro de

Ensino Superior de Catalão - CESUC. Inicialmente toda a metodologia incluindo os objetivos

e as técnicas a serem realizadas foram explicadas, todas as dúvidas foram esclarecidas e

houve a assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido. Os critérios de inclusão

foram: o paciente ser do sexo feminino, com idade entre 40 (quarenta) a 55 (cinqüenta e

cinco) anos, apresentar diagnóstico de fibromialgia, segundo os critérios do Colégio

Americano de Reumatologia (1990) e pelo médico especialista da área, não utilizar nenhum

medicamento durante todo tratamento fisioterapeutico pois este pode vir alterar a

sintomatologia da patologia, ter responsabilidade de comparecimento as sessões de

massoterapia pelo período proposto, consentir com sua participação no estudo assinando o

termo de consentimento livre e esclarecido. Os critérios de exclusão foram: pacientes que

apresentassem feridas na pele, histórico de câncer e doenças cardiovasculares.

Para realização do trabalho foram utilizados: um protocolo de avaliação de

fibromialgia contendo os dados pessoais como idade, sexo, profissão, queixas mais comuns,

anamnese; a Escala Visual Analógica de Dor (EVA), onde o paciente marca a intensidade de

sua dor; e um questionário de qualidade de vida específico para fibromialgia - Questionário

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de Impacto da Fibromialgia (QIF), o qual conta com 19 questões, que servem para avaliar o

comprometimento que a patologia provoca na qualidade de vida destes pacientes.

A participante respondeu ao questionário de fibromialgia (QIF), que é composto de 19

questões e contém ainda a escala visual analógica de dor (EVA), que varia de zero a 10, onde

zero indica ausência da variável e 10, a maior intensidade possível no início e final do

tratamento.

O tratamento teve duração de 19 sessões, sendo que os atendimentos ocorreram duas

vezes por semana com duração de aproximadamente 60 minutos cada sessão, totalizando 3

meses de tratamento.

Durante as sessões foram realizadas técnicas de massoterapia Effleruage e Pétrissage,

inicialmente realizadas na porção anterior do corpo e logo em seguida na região posterior do

corpo com ênfase na região cervical e posterior de tronco.

Resultados

As informações abaixo foram obtidas através do questionário QIF e da coleta de

dados, e foram convertidos em porcentagem e demonstrados em gráficos para melhor

compreensão do leitor.

Figura I. Atividades de Vida Diária.

Fonte: Das autoras.

Fazer compra

s

Lavar roupas

Cozinhar

Lavar louça

Limpar a casa

Arrumar a

cama

Andar vários

quarteirões

Visitar parent

es

Cuidar do

Trabalho

Dirigir carro

Antes 25% 100% 100% 50% 100% 100% 50% 50% 100% 100%

Depois 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Ati

vid

ad

es d

e V

ida D

iári

a

Gráfico I

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No gráfico I foi observada uma melhora significativa nas atividades de vida diária

após o tratamento, principalmente em fazer compras antes 25%, e depois do tratamento 100%;

lavar louça antes 50%, depois do tratamento 100%; andar vários quarteirões 50%, depois do

tratamento 100%; visitar parentes antes 50%, depois do tratamento 100%. Observou-se que as

outras informações mantiveram-se estáveis não havendo nenhum tipo de piora durante o

tratamento, onde foi possível analisar que a massoterapia tem efeitos benéficos atua

diretamente nas atividades cotidianas.

Figura II: Dias da Semana.

Fonte: Das autoras.

Quantos dias você se sentiu

bem?

Quantos dias você faltou ao

trabalho?

Antes 1 0

Depois 3 0

00,5

11,5

22,5

33,5

Dia

s d

a S

em

an

a

Gráfico II

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No gráfico II podemos observar que dos 7 dias da semana a paciente, antes do

tratamento, se sentia bem em apenas 1 dia e que logo após o tratamento a mesma relatou um

bem estar em 3 dias da semana. Já os dias em que ela faltou ao trabalho permaneceram

estáveis, portanto verificamos que o tratamento promove uma manutenção da qualidade de

vida, evitando assim as faltas no trabalho. Através destes dados notamos que tais melhoras só

não foram mais satisfatórias devido ao pouco tempo de tratamento.

Figura III: Escala Visual Analógica da Dor

Fonte: Das autoras.

No gráfico III podemos verificar que em todos os quesitos apresentaram uma redução

do quadro álgico. A interferência na capacidade de fazer o serviço caiu de 5 para 3; a dor

relatada caiu de 6 para 4; o cansaço de 5 para 2; a dor ao se levantar de manhã reduziu de 10

para 4; a rigidez de 10 para 4; o nervosismo/ansiedade de 4 para 2; e a depressão/desânimo de

10 para 2. Destacamos na análise do gráfico referido que podem ser observadas melhoras

significativas quanto ao cansaço, rigidez e depressão, podendo atribuir todas as melhoras à

massoterapia e seus principais efeitos.

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Figura IV: Escala Visual Analógica da Dor

Fonte: Das autoras.

No gráfico IV obtivemos uma alteração da queixa de dor apresentada pela paciente

com redução de 6 pontos comparados ao inicial.

Foi observado por meio das 19 questões do Questionário de Impacto da Fibromialgia

(QIF) e a Escala Visual Analógica da Dor (EVA), que obteve-se 65% de melhora nos

resultados das questões após o tratamento, enquanto 35% mantiveram-se constantes e não se

obteve nenhum quadro de piora. Após a análise de todos os resultados podemos concluir que

a massoterapia é um método eficaz no tratamento de pacientes com fibromialgia.

Discussão

O presente estudo teve como objetivo avaliar a eficácia dos benefícios da

massoterapia, na melhora da dor, qualidade de vida e nas atividades cotidianas do paciente

com fibromialgia.

Os nossos dados mostraram os benefícios da melhora dos sintomas acima citados, o

que significa que aliviando a dor consequentemente há melhoria na qualidade de vida. Tais

melhoras devem ser atribuídas aos benefícios de relaxamento, melhor da circulação,

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eliminação de catábolicos, redução da tensão entre outros, cujos efeitos agem diretamente nos

tecidos promovendo assim um relaxamento global e redução da tensão reduzindo assim

significativamente o quadro de dor, o que permite o desempenho das atividades cotidianas,

ocupacionais e recreativas serem realizadas de forma mais harmoniosas e adequadas sem

limitações por ciclos de dor.

Neste estudo, a paciente obteve uma melhora significante em atividades de diária

simples como fazer compras, lavar louça, andar vários quarteirões, visitar parentes, obteve

redução do cansaço, diminuição de interferência na capacidade de fazer o seu serviço,

melhora ao se levantar pela manhã, bem como melhora da ansiedade, nervosismo e depressão.

Dentre as várias técnicas de massoterapia, obtidas em diversas literaturas, a

massoterapia com técnica de Pétrissage e Effleurage foi um procedimento escolhido deste

estudo devido ser um método mais confortável e que utiliza desde manobras de relaxamento

até mobilização do tecido para melhorar os sintomas que a fibromialgia gera, sem gastar

demandas energéticas e aeróbias que possivelmente podem gerar mais sintomatologia,

desconforto e limitação ao paciente. De forma mais sucinta “promover redução dos sintomas

sem ficar cansado”. Neste estudo a frequência de atendimento fisioterapêutico semanal de 2

(duas) vezes com duração de 60 (sessenta) minutos, mostrou-se uma forma efetiva de

tratamento, sendo uma alternativa para o deficiente sistema de saúde e poucos estudos

relacionado aos tratamentos específicos para a fibromialgia.

Um trabalho que é bem elaborado e sucedido de forma precisa em pacientes com dor

crônica propicia um autocontrole da dor e expectativas positivas, portanto o principal objetivo

de intervenção terapêutica junto à fibromialgia é a melhora significativa da dor, das

sintomatologias adversas e no aumento e melhora das habilidades funcionais e atividades

cotidianas, seguidas da redução de várias outras manifestações e comprometimentos que

podem trazer sofrimento e transtorno psicológico e físico ao paciente.

Como a dor é um dos principais sintomas da fibromialgia e, que gera a maior parte da

incapacidade nestes pacientes, interferindo desde atividades diárias simples até no trabalho,

lazer e na vida familiar, esse estudo demonstrou que a massoterapia é bastante significativa e

eficaz na melhora da dor, pois foi observado melhora no limiar de dor, principalmente nos

tender points.

A diminuição dos sintomas como: depressão, dor, ansiedade entre outros,

possivelmente foram os principais responsáveis pela melhora observada na qualidade de vida

após o tratamento com massoterapia. Pode-se entender que a alívio ou redução dos sintomas

da fibromialgia melhora significativamente a qualidade de vida desses pacientes. É importante

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a participação efetiva e ativa do paciente durante todo tratamento e a sua relação com o

terapeuta, porque dessa forma os ganhos e benefícios são mútuos.

Acreditamos que os amplos estudos nessa área, e comparações de formas de

tratamento tornaram-se essenciais para o tratamento mais efetivo e eficaz no combate dos

sintomas da fibromialgia. Não só os estudos de tratamento mas a verdadeira etiologia para que

posamos amenizar tal patologia que acomete grande parte da população mundial, melhorando

assim a qualidade de vida globalmente.

Conclusão

Com o presente estudo podemos perceber as dificuldades em se encontrar um

tratamento específico para a fibromialgia por ainda se tratar de uma patologia de etiologia

desconhecida e que gera sintomatologias diversificadas em várias regiões do corpo.

Foi também constatado que qualquer tratamento, seja ele mais leve, acaba gerando um

demanda energética e emocional adicional, o que para o paciente com fibromialgia acaba

sendo desconfortante, então antes de iniciar um programa de tratamento deve estar atendo a

diversos fatores, como: intensidade, duração, fadiga e carga.

O estudo mostrou que a massoterapia é uma forma efetiva de tratamento da

fibromialgia por gerar efeitos que melhoram significativamente a dor, a tensão, a depressão, a

sensação de peso no corpo, a fadiga, alterações de humor promovendo diminuição do

desconforto causado pelos sintomas da doença e consequentemente melhorando a qualidade

de vida do paciente.

Referências Bibliográficas:

BARBOSA, Juliana S.; DACH, F.; SPECIALI, JOSÉ G. Revista Brasileira de

Reumatologia. v.47, n 2, mar/abri, 2007.

CARVALHO, M. A. P.; BÉRTOLO, M. B. O. Reumatologia Clínica, Diagnóstico e

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CASSAR, M. P. Manual de Massagem Terapêutica. 1°ed. São Paulo: Editora Manole,

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CAVALCANTE, Alane .; B. et al . Revista Brasileira de Reumatologia. v.46, n1, jan/fev,

2006.

CHIARELLO, B.; DRIUSSO, P.; RADL, A. L. M. Fisioterapia Reumatológica. 1°ed. São

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2° ed. São Paulo; Editora Manole, 2008.

DAVID, C; LLOYD, J.; Reumatologia para fisioterapeutas.1°edição.São Paulo;Editorial

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MARQUES, Amélia P., et al. Revista Brasileira de Reumatologia, v.46,n1,jan/fev,2006.

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11. PREVALÊNCIA DAS ALTERAÇÕES POSTURAIS E PERCEPÇÃO DE DOR

NOS DISCENTES E SUPERVISORES DO 8° PERÍODO DO CURSO DE

FISIOTERAPIA DO CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE CATALÃO - CESUC.

Josiane Lino da Silva29

Cristina Freire da Silva30

Prof. Andreia Borges Macedo31

RESUMO

A presente pesquisa teve como objetivo identificar quais são as regiões de dor e alterações

posturais presente nos discentes e docentes do 8° período de fisioterapia. O interesse

despertado pelo tema ocorreu no intuito de saber se existem diferenças significativas entre os

grupos participantes. Os dados foram obtidos através de gráficos e/ou porcentagem do

questionário piloto, questionário de McGill, perfil postural sendo um de vista anterior,

posterior e lateral, além do método OWAS enfatizando o desconforto causado pelas posturas

de trabalho, nos vários procedimentos fisioterapêuticos. As regiões com elevado índice de

desconforto dos acadêmicos são as pernas e os pés, pois as posturas habituais exigidas durante

o atendimento são de grande maioria em pé, sendo dinâmicas ou estáticas, ocasionando

sobrecarga nos membros inferiores. Os fisioterapeutas sentem desconforto na região lombar,

região cervical e pés, devido posturas estáticas por tempo prolongado em pé, agachar-se com

ou sem sustentação de peso, utilização de técnicas manuais e flexão parcial ou total do tronco

em pé diante ao esforço exigido, gerando cansaço ao final da jornada de estágio. A pesquisa

permitiu concluir que acadêmicos e fisioterapeutas ficam expostos a um grau de

constrangimento postural importante, que o classificaria como uma profissão de alto risco

com propensão a doenças ocupacionais, principalmente, aquelas associadas a coluna

vertebral.

Palavras - chave: Alterações. Dores. Postura.

1. INTRODUÇÃO

A coluna vertebral forma o eixo ósseo do corpo e está constituída de modo a

oferecer a resistência de um pilar de sustentação, mas também a flexibilidade necessária a

movimentação do tronco. Assim, ela protege a medula espinhal, que está alojada no seu

interior, serve de pivô para suporte e mobilidade da cabeça, permite movimentos entre

diversas partes do tronco e dá fixação a numerosos músculos. Sua função principal,

29

Acadêmica do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC. 30

Acadêmica do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC. 31

Professora e coordenadora do Estágio Supervisionado do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior

de Catalão – Faculdade CESUC, orientadora de trabalho de conclusão de curso. Email:

[email protected]

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entretanto, é suportar o peso da maior parte do corpo e transmiti - lá, através das articulações

sacroilíacas, para os ossos do quadril. (DANGELO, FATTINI, 2006).

"Postura é o termo geral definido como uma posição ou atitude do corpo, a

disposição relativa das partes do corpo para uma atividade específica, ou uma maneira

característica de sustentar o próprio corpo". (SMITH, WEISS, LEHMKYHL, 1997).

Na postura correta, a linha da gravidade passa através dos eixos de todas as

articulações com os segmentos corporais alinhados verticalmente. Portanto, quanto mais

próximo do centro de todos os eixos articulares está o alinhamento postural de uma pessoa,

menor será o estresse gravitacional aplicado aos componentes de tecidos moles do sistema de

apoio. (PALMER, EPLER, 2000).

A boa postura é um bom hábito que contribui para o bem-estar do individuo. Por

outro lado, a ma postura é um mau hábito e, infelizmente, é muito comum. Defeitos ou

alterações posturais têm sua origem no uso incorreto das capacidades providas pelo corpo,

não na estrutura e função do corpo normal. Entretanto, defeitos posturais persistentes podem

dar origem ao desconforto, a dor ou a incapacidade. (KENDALL et al, 1995).

A dor é definida clinicamente como "uma experiência sensorial e emocional

desagradável associada com um dano tecidual real ou potencial". A interpretação da dor é

influenciada por idade, sexo, etnia, cultura, antecedentes religiosos, níveis de atenção e de

distração, ambiente e a resposta dos outros ao comportamento diante da dor. (PALMER,

EPLER, 2000).

Machado, colaboradores apud Romani (2001), os fisioterapeutas fazem parte da

população de risco para desenvolvimento de distúrbios osteomusculares relacionados ao

trabalho porque a fisioterapia é uma atividade que exige muito do sistema músculo-

esquelético do profissional, devido a aplicação de força dinâmica e estática, movimentos

repetitivos de membros superiores e manutenção de posturas estáticas, tornando-se fatores de

risco para o desenvolvimento de LER / DORT.

Barbosa apud Calil (2005), revelou em seu estudo, uma elevada incidência de

incômodo (49,00%) e dor (42,00%) em região lombar, sendo encontrado como cardeal fator o

sedentarismo, a postura estática por um prolongado período na mesma posição, pausas

insuficientes entre os atendimentos, o que sobrecarregava a região lombar dos fisioterapeutas.

2. METODOLOGIA

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Estudo quali-quantitativo com 27 acadêmicos, com idades variantes entre 20 a 42

anos, que realizou estágio supervisionado na clínica ou em locais que a mesma dispõe e 05

supervisores com idades variantes entre 24 e 35 anos de idade, os quais supervisionaram os

estágios na clínica escola ou em locais que a mesma dispõe. Os critérios de exclusão foram:

Funcionários da limpeza, pacientes presentes na clínica escola, as pesquisadoras deste projeto,

estar graduando do primeiro ao sexto período do curso de fisioterapia, histórias de patologia

pregressa, estudantes de outros cursos. Foi aplicado o questionário piloto, composto de

questões pessoais e da rotina durante o estágio, estruturado pelas próprias pesquisadoras, com

embasamento literário sobre o assunto do projeto. O questionário de McGill que caracteriza a

maneira como a pessoa sente a dor, sendo que a somatória representa o índice da dor. Para

traçar o perfil postural foram realizadas as avaliações postural sendo uma de vista anterior,

posterior e lateral. Aplicou-se então o método OWAS (Ovaco Working Posture Anlysing

System), durante os atendimentos ou não aos pacientes, para avaliação postural com ênfase

principal no desconforto causado pelas posturas de trabalho a partir de registros fotográficos e

porcentagem, nos vários procedimentos fisioterapêuticos.

3. RESULTADOS

De acordo com os resultados obtidos no questionário piloto, 88,88% dos

acadêmicos era do sexo feminino e 11,11% do sexo masculino. Dentre os docentes, 80% eram

do sexo feminino e 20% do sexo masculino. A carga horária de estágio era fixa, sendo 4 horas

diárias e o número de atendimentos realizados pelos estagiários se limitava ao máximo de

quatro por dia.

Evidencia-se que 20% dos supervisores atuam mais de dez anos. (Figura 1)

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Figura 1: Tempo de atuação profissional dos supervisores

Conforme se pode verificar na (Figura 2), a sobrecarga de trabalho é

predominante.

Figura 2: Distribuição de horas/dia de trabalho dos docentes

Na figura 3 observa-se que 60% dos docentes atendiam acima de 10 pacientes

dia/hora fora da instituição de supervisão de estágio.

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Figura 3: Número de atendimentos realizados pelos docentes

A distribuição de acadêmicos que exercem uma profissão fora da graduação

representa um percentual de 15%. (Figura 4)

Figura 4: Acadêmicos que trabalham ou não em outro local

O cansaço ao final da jornada de estágio relatado é predominante nos dois grupos

participantes. (Figura 5).

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Há uma maior incidência de 80% dos supervisores com desconforto nas pernas e

região lombar e 62,96% dos estagiários nas pernas. (Figura 6).

Figura 6: Locais de desconfortos

As posturas mais ocorrentes pelos estagiários é a flexão parcial ou total do tronco

em pé e postura estática por tempo prolongado em pé para os supervisores. (Tabela 1).

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Tabela 2: Distúrbio osteomuscular no último ano nos docentes e

discentes

Distúrbio osteomuscular no último Discentes Incidência Docentes Incidência

ano (%) (%)

Sim 51,85 100

Não 48,14 -

Fonte: As pesquisadoras

A lombalgia foi o distúrbio osteomuscular com maior índice relatado pelos

participantes. (Tabela3).

Postura Distribuição de Distribuição de

estagiários (%) supervisores (%)

Flexão parcial ou total do tronco em 88,88 80

pé Utilização de técnicas manuais 77,77 80

Movimentos repetitivos com 62,96 60

membros superiores Flexão parcial ou total da região 59,25 60

cervical Rotação do tronco em pé 55,55 60

Agachar - se com ou sem 44,44 80

sustentação de peso Postura dinâmica por tempo 37,03 40

prolongado em pé Transferência de pacientes (leito e 37,03 -

maca) Postura estática por tempo 33,33 100

prolongado em pé Trabalhar em posição restrita ou 29,62 60

desconfortável Rotação de tronco sentado 22,22 40

Deambulação assistida ao paciente 14,81 -

Postura estática por tempo 14,81 20

prolongado sentado Fonte: As pesquisadoras

Tabela 1: Ocorrência de eventos durante os

estágios

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4. QUESTIONÁRIO MCGILL

O diagrama corporal contido no McGill confirmou a região lombar com elevado

índice entre os participantes da pesquisa. (Tabela 6).

Os participantes dos dois grupos selecionaram palavras semelhantes, como:

pontada, enjoada, cansativa e que incomoda para identificar a dor, conforme distribuição na

Tabela 7.

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Tabela 7: Frequência dos principais descritores verbais referidos pelo McGill

Componente de Palavras selecionadas com maior Estagiários Supervisores

dor frequência %

- %

Agulhada - 80

Fina 80

-

Sensorial Latejante 48,14 -

Fisgada 44,44

Pontada 40,74 80

Enjoada 44,44 80

Cansativa 55,55

-

60

Afetivo Dolorida - 60

Sensível 60

-

Miserável 37,03 Avaliativa Que incomoda 62,96 60

Fonte: As pesquisadoras

O somatório dos índices dos descritores são maiores para os estagiários. (Tabela 8).

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AVALIAÇÃO POSTURAL

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MÉTODO OVACO WORKING ANALYSING SISTEM-OWAS

As posturas adotadas no estágio de Ortopedia enquadram-se na categoria 2, sendo

que a postura mais frequente com 50% (Figura 7), pode ser descrita com costas inclinadas

para frente ou para trás, ambos os braços abaixo do nível dos ombros, de pé ou agachado com

os joelhos dobrados e peso ou força menor que 10 kg. 20

Segmento Corporal Alterações Posturais Discentes (%) Docentes (%)

Anteriorização 81,48 60

Cabeça Inclinação lateral a direita 22,22 -

Inclinação lateral a esquerda - 40

Protusão 44,44 -

Ombro Elevação do ombro esquerdo 55,55 60

Retificação cervical 18,51 40

Hipercifose torácica 25,91 -

Tronco Hiperlordose lombar 40,73 40

Escoliose 22,21 60

Joelho hiperestendido 55,55 20

Membro inferior Joelho valgo 11,11 -

Pé cavo 55,55 60

Tabela 9: índice das principais alterações

encontradas.

Fonte: As

pesquisadoras

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O estágio de Cardiovascular encaixa-se na categoria 2. A postura mais utilizada

(Figura 8), com 67% significa: costa inclinada para frente ou para trás, ambos os braços.

abaixo do nível dos ombros, sentado e peso ou força necessária menor que 10 kg.

O estágio de Dermato-Funcional se localiza na categoria 2, (Figura 9), com 50%

de costa inclinada para frente ou para trás, ambos os braços abaixo do nível dos ombros, em

pé com as pernas esticadas; de pé com uma das pernas esticadas e peso ou força menor que 10

kg.

Em Neurologia 68% se encaixam na categoria 2 e 33% na categoria 3. Com 33% a

postura mais usada é costa inclinada e torcida ou inclinada para frente e para os lados, um

Figura 8: Posturas adotadas durante o estágio de

Cardiovascular

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braço no nível dos ombros ou abaixo, de pé com ambas as pernas esticadas; de pé com uma

das pernas esticada e peso ou força necessária excede 10 kg, mas é menor que 20 kg. (Figura

10).

O estágio de Ergonomia 67% se encaixam na categoria 2 e 33% na categoria 4,

uma das posturas com maior frequência são costas inclinada e torcida ou inclinada para frente

e para os lados, um braço no nível dos ombros ou abaixo, de pé ou agachado com um dos

joelhos dobrados; de pé com uma das pernas esticada e peso ou força excede 20 kg. (Figura

11).

UJLV. 1 L-JICIL H i.J.i.-ij. 1 UJL-IJ. 4

Figura 11: Posturas adotadas durante o estágio de Ergonomia

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Para os supervisores os procedimentos analisados durante a supervisão de estágio

se encontram 20% na categoria 1 e 80% na categoria 2 e com 80% a postura mais recorrente é

costas inclinada para frente ou para trás, ambos os braços abaixo do nível dos ombros, sentado

e peso ou força necessária menor que 10 kg. (Figura 12).

Abaixo estão os resultados de todas as atividades desenvolvidas, havendo

predominância na postura de costas com inclinação para frente em 62%; posicionamento dos

dois braços para baixo do nível dos ombros em 75%; posicionamento em pé sobre as duas

pernas em 50% e levantamento de carga até 10 kg com 84%. (Figura 13).

Figura 12: Posturas adotadas pelos supervisores

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No demonstrativo de categorização de todo o material, 3% se encontra na categoria 1;

84% na categoria 2; 6% na categoria 3 e 6% na categoria 4. (Figura 14).

Constata-se a ação das categorias 3 e 4 no estágio de neurologia e ergonomia,

segundo a classificação do método OWAS, a necessidade de modificações nas posturas de

trabalho. (Figura 15).

Figura 14: Demonstrativo das Categorias para Todas as Atividades

Desenvolvidas

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4. DISCUSSÃO

Figura 15: Demonstrativo de Todas as

Categorias

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A escoliose foi a alteração constatada na avaliação postural com maior frequência

nos supervisores, justificada pelo tempo de atuação, carga horária excessiva e dupla jornada

de trabalho. Guimarães (2007), realizou um estudo de incidências de desvios posturais em

fisioterapeutas e mostrou-se relevante que o maior índice é de escoliose, com 55,80% e

hiperlordose com 9,40%. Nos estagiários algumas das alterações acometidas foi

anteriorização da cabeça e protusão de ombro, pois flexão parcial ou total do tronco em pé e

flexão parcial ou total da região cervical são os eventos com maior recorrência relatados. As

regiões de maior desconforto dos acadêmicos são as pernas e pés, já que as posturas habituais

durante o estágio são de grande maioria em pé, sendo dinâmicas ou estáticas, ocasionando

sobrecarga nos membros inferiores. "A posição de pé é altamente fadigante, porque exige

muito trabalho estático da musculatura envolvida para manter essa posição.

E consequentemente leva o indivíduo a relata dor". (IIDA). Os fisioterapeutas

sentem desconforto na região cervical, lombar e pernas, devido posturas estáticas por tempo

prolongado em pé, utilização de técnicas manuais e flexão parcial ou total do tronco em pé

diante ao esforço exigido, gerando cansaço ao final da jornada de estágio. Os dados obtidos

neste trabalho assemelham-se às afirmações de Molumphy, em 1985, sobre os fisioterapeutas

que tiveram dores nas costas pela atividade profissional e Holder (1999), que confirmaram

achados de ocorrência de distúrbios na coluna vertebral, na região lombar e na região cervical

em fisioterapeutas.

No componente sensorial do McGill a palavra pontada para os docentes e latejante

para os discentes, caracteriza a escolha sensitiva a experiência dolorosa. "As palavras

pertencentes a esta subcategoria parecem representar dores indefinidas e constantes e são

chamadas de dores surdas por contraste as dores vivas, ou seja, representam a "sensação da

falta de sensação" que algumas dores podem implicar". (CASTRO, 1999).

Na experiência global que representa uma dor avaliativa a palavra incomoda, que

irrita e importuna, teve um elevado índice de escolha pelos participantes. "A palavra

"incômoda" representa a categoria avaliação subjetiva. É formada por somente uma categoria

de mesmo nome que analisa, estima e sumariza a forca e a importância do desconforto

subjetivo global gerado pela presença da dor". (CASTRO, 1999). E, que dores e desconfortos

não acometem somente os acadêmicos, mas também, os profissionais fisioterapeutas já

formados e atuantes, como foram destacados nas pesquisas realizadas por Peres (2002) e

Romani (2001).

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No método Owas 84% das posturas analisadas se enquadram na categoria 2, ou

seja, a carga física é levemente prejudicial: é necessário adotar medidas para mudar a postura

em um futuro próximo. No estágio de Neurologia as posturas se encaixaram na categoria 3,

ou seja, a carga física é normalmente prejudicial: é necessário adotar medidas para mudar a

postura o mais rápido possível.

Neste estágio há sobrecarga pela frequente transferência de pacientes,

movimentos passivos repetitivos com o paciente, postura estática por um longo tempo,

deambulação com o paciente e uso do tablado em postura incorreta. O estágio de Ergonomia

foi classificado na categoria 4, ou seja, a carga física da postura é prejudicial: é necessário

adotar medidas, imediatas, para mudar a postura.

Esta sobrecarga se deve ao fato que as posturas mais utilizadas são estáticas ou

dinâmicas em pé, postura estática sentada e transferência de mobiliário. "Os distúrbios

posturais estão relacionados principalmente à transferência de posicionamento, transporte,

levantamento e deambulação de pacientes dependentes, movimento súbito ou inesperado de

pacientes confusos ou agitados, aplicação de técnicas manuais, levantar ou mover

equipamentos ou materiais pesados, manutenção de posturas desajeitadas ou restritas com

movimentos constantes de flexão, rotação ou extensão do tronco, manutenção de posturas por

período prolongado, trabalhos repetitivos, sobrecarga de jornada de trabalho, poucas pausas

durante os atendimentos e alto índice de atendimentos diário". (CROMIE, 2000; HOLDER,

1999; MOLUMPHY, 1985; SCHOLEY e HAIR, 1989).

Não foi considerado o fato dos estagiários trabalharem ou fazerem estágio não

obrigatório, já que são 26 minoria dos participantes e esta inclusão se tornaria irrelevante aos

resultados apresentados. A partir dos autores citados, podemos correlacionar os dados desta

pesquisa na qual demonstrou claramente a alta incidência de dor e alterações posturais dos

estagiários e profissionais fisioterapeutas em função de sua atividade ocupacional.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer do trabalho observou-se a necessidade de se realizar um laudo

ergonômico que analise a iluminação, ventilação, ruídos, mobiliário, entre outros, já que estes

são importantes para constatar interferências que levam a alteração posturais durante a rotina

de trabalho. Notou-se que os participantes apesar de terem conhecimento de biomecânica,

alongamento e posturas adequadas não as colocam em prática em benefício próprio, vendo a

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necessidade destes profissionais durante a rotina de trabalho realizarem o auto-alongamento e

pausas, pois estes fatores também podem influenciar nas dores e alterações posturais.

6. REFERÊNCIAS

BARBOSA, L. Prevalência das Alterações Posturais nos Docentes Fisioterapeutas do

Curso de Fisioterapia da Faculdade São Francisco de Barreiras (FASB). Fisioweb.

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12. PREVALÊNCIA DE LESÕES OSTEOMUSCULARES EM PROFESSORES DO

ENSINO FUNDAMENTAL

Elisa Marcelino Netto de Melo32

Gabriela de Freitas Caixeta33

Prof. Adriana Caixeta34

RESUMO

As atividades laborativas em excesso podem acometer músculos, fáscias, vasos sanguíneos,

tegumentos, tendões, ligamentos, articulações e nervos ocasionando o surgimento das lesões

osteomusculares (L.E.R./D.O.R.T.), que acometem principalmente os membros superiores

(M.M.S.S.) levando à dor, parestesia, sensação de peso e fadiga, resultando em diferentes

graus de incapacidade funcional. O objetivo do presente estudo foi conhecer a epidemiologia

e caracterizar as lesões osteomusculares em professores do Ensino Fundamental das Escolas

da rede Municipal da cidade de Catalão (GO). Foram obtidos prospectivamente dados de 45

professores em 6 escolas da Rede Municipal da cidade de Catalão-GO. Os instrumentos

utilizados na coleta de dados foram a ficha de avaliação fisioterapêutica e o Questionário

Nórdico para avaliação dos sintomas osteomusculares. Os dados foram analisados através da

estatística descritiva, com determinação das médias (X) e desvio-padrão (D.P.) para as

variáveis quantitativas, e frequências simples e relativas para as variáveis categóricas.

Predominaram indivíduos do sexo feminino com média de idade de 41,86 anos com a carga

horária máxima de 60 horas semanais, acentuando o cansaço físico e mental. A postura mais

adotada foi a de pé, com presença de sintomas osteomusculares na maioria dos entrevistados

com predomínio dos M.M.S.S., sendo o ombro a região mais acometida nos últimos 12

meses. Conclui-se diante dos resultados obtidos que a região anatômica de maior prevalência

para o surgimento das lesões osteomusculares é à região do ombro, o que salienta a

necessidade de implantar programas de prevenção dentro das escolas.

Palavras-chave: Fisioterapia, lesões osteomusculares, professor, saúde do trabalhador.

1. INTRODUÇÃO

As lesões por esforços repetitivos (L.E.R.) ou distúrbios osteomusculares

relacionados ao trabalho (D.O.R.T.) são um conjunto de afecções do aparelho locomotor

decorrentes de atividades laborativas que acometem músculos, fáscias, vasos sanguíneos,

32

Aluna do curso de Fisioterapia da Faculdade de Ensino Superior de Catalão 33

Aluna do curso de Fisioterapia da Faculdade de Ensino Superior de Catalão 34

Professora orientadora de trabalho de conclusão de curso da Faculdade de Ensino Superior

de Catalão

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tegumentos, tendões, ligamentos, articulações e nervos (GREVE e AMATUZZI, 1999;

CHIAVEGATO FILHO e PEREIRA JUNIOR, 2004; PANZERI, 2004; YASSI, 1997).

Os D.O.R.T.s são mais comuns nos membros superiores (LONGEN, 2003;

VERTHEIN e MINAYO-GOMEZ, 2000) ocasionando dor, parestesia, sensação de peso,

fadiga (MERLO, JACQUES e HOEFEL, 2001; PICOLOTO e SILVEIRA, 2008), queda do

desempenho no trabalho, incapacidade temporária, às vezes evoluindo para uma síndrome

dolorosa crônica (FROTA e FILGUEIRAS, 2008; COUTO, NICOLETTI e LECH, 2007).

Outro fator associado aos D.O.R.T.s é a combinação da sobrecarga das estruturas anatômicas

do sistema osteomuscular, devido à falta de tempo para a sua recuperação (BRASIL, 2003)

levando a diferentes graus de incapacidade funcional (WALSH et al., 2004, PINZÓN-

VERNAZA e TORRES-SIERRA, 2005). De acordo com Walsh e colaboradores (2004), os

D.O.R.T.s são um dos mais graves problemas de saúde do trabalhador.

Segundo Longen (2003), a Organização Mundial de Saúde (O.M.S.), no ano de 2003,

classificou as “doenças relacionadas ao trabalho” (worked-related diseases) como

multifatoriais, sendo constatados vários fatores envolvidos na gênese destas lesões.

Várias patologias são classificadas como L.E.R./D.O.R.T., tais como: tendinites,

tenossinovites, bursites, epicondilites, miosites, tenossinovite de Dequervain, ombros

congelados, cervicobraquialgias, síndrome do desfiladeiro torácico, síndrome do túnel do

carpo e do canal de Guyon, entre outras (MENDES, 2008).

Couto, Nicoletti e Lech (2007) reportam que a questão da denominação

(L.E.R./D.O.R.T.) contém diversos aspectos relacionados à abordagem social e política.

Segundo os autores, a Previdência Social em 1998, em vez de empregar o termo L.E.R.

passou a utilizar a sigla D.O.R.T., mas com as mudanças políticas ocorridas no Brasil, a partir

de 2003, retomou o termo L.E.R./D.O.R.T.

Greve e Amatuzzi (1999) e Tulder, Malmivaara e Koes (2007), apontam que a

repetição de movimento, vibração, posturas incorretas, ergonomia inadequada e solicitações

cumulativas do aparelho locomotor, entre outros, são fatores de risco da L.E.R./D.O.R.T.

De acordo com Oliveira (2001), no modo de produção capitalista, o trabalhador

precisou submeter-se a condições e ambientes inadequados de trabalho, o que gerou uma

perda gradativa de produtividade e um aumento do desgaste físico e emocional.

Diversos fatores como mecanização e informatização do trabalho, intensificação do

ritmo das atividades, redução da flexibilidade do tempo, aumento da pressão pela

produtividade, repetição e constância da execução de movimentos (GREVE e AMATUZZI,

1999), ausência e impossibilidade de pausas espontâneas, necessidade de permanência em

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determinadas posições por tempo prolongado evoluem para o surgimento da L.E.R./D.O.R.T.

(BRASIL, 2003).

As condições do trabalho docente intensificam o aparecimento de agravos à saúde

destes, tais como, baixos salários, desvalorização social e burocratização das relações de

trabalho (FERNANDES, ROCHA e COSTA-OLIVEIRA, 2009; CARDOSO et al., 2009).

De acordo com a literatura Nacional, há uma carência de estudos científicos

relacionados aos fatores de risco osteomusculares (CARVALHO e ALEXANDRE, 2006;

DELCOR et al., 2004) correlacionados à profissão específica, como por exemplo, a classe de

professores. Rocha e Fernandes (2008) ressaltam que a escola constitui um importante

ambiente, o qual sofre os impactos das mudanças políticas, tecnológicas e econômicas

decorrentes da globalização.

O presente estudo realizado com os professores do Ensino Fundamental das Escolas da

rede Municipal da cidade de Catalão (GO) teve como objetivo identificar a prevalência de

lesões osteomusculares por esforços repetitivos de acordo com as regiões anatômicas mais

acometidas, as posturas mais adotadas durante o trabalho e determinar a presença de sintomas

como dor, formigamento, e dormência nos últimos 12 meses.

2. METODOLOGIA

Esta pesquisa foi realizada com 45 professores de seis escolas da Rede Municipal de

Ensino da cidade de Catalão/Goiás no período de 09 de agosto a 29 de outubro de 2010.

Estes professores eram do Ensino Fundamental, compreendendo do 1º ao 9º ano, ativos em

sala de aula, que ministravam qualquer disciplina, com idade entre 25 e 60 anos e de ambos

os sexos. Foram excluídos da pesquisa aqueles que trabalhavam na parte administrativa, os

que tiverem o tempo de profissão inferior a dois anos e os que não concordaram em participar

desta. O critério de escolha das escolas foi aleatório, sendo que apenas 22% dos 196

professores aderiram à pesquisa.

Foram realizadas visitas prévias nas escolas escolhidas, solicitando a autorização da

pesquisa através dos diretores, por meio de uma reunião com a direção das escolas juntamente

com os professores, quando foi explicado o tema, apresentados os objetivos e os instrumentos

que iriam ser utilizados para coleta de dados. Ressaltando aos professores interessados em

aderir à pesquisa que esta era por livre escolha, sendo entregue para cada participante um

termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO A), informando-os sobre os objetivos,

procedimentos, riscos e benefícios, liberdade de retirar-se a qualquer momento e deixar de

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participar do estudo, garantindo assim o sigilo e privacidade de informações relacionadas à

análise obtida.

Foi elaborada uma Ficha de Avaliação que teve como referência bibliográfica Mendes

(2008), sendo esta submetida à validação de seu conteúdo por meio da análise de cinco

fisioterapeutas docentes do curso de Fisioterapia da Faculdade de Ensino Superior de Catalão

escolhidos aleatoriamente. As áreas de atuação desses profissionais são fisioterapia

neurológica, desportiva, cardiorrespiratória, osteopatia, reeducação postural global (R.P.G.),

ergonomia, saúde pública e acupuntura. Os especialistas avaliaram a ficha através de um

questionário (ANEXO B) que abordava a subjetividade, clareza, assunto e sequência

apresentada na ficha. Após cinco dias, os questionários foram recolhidos pelas pesquisadoras

e, em seguida, feitas as adequações na Ficha de Avaliação (ANEXO C), mediante as

sugestões apontadas pelos avaliadores.

Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram: Ficha de Avaliação (ANEXO

C) e Questionário Nórdico (ANEXO D). A Ficha de Avaliação foi aplicada em duas etapas. A

primeira etapa continha a identificação do paciente, históricos ocupacionais e anamnese, que

foi realizada com os professores, nos intervalos das aulas ou durante o período de hora

atividade. Após a realização e análise da primeira parte, teve início a segunda etapa, onde foi

feito o exame físico, o qual abordava os testes funcionais e específicos realizados somente no

local referente à dor, sendo que estes foram feitos em dias aleatórios conforme a

disponibilidade de horário do entrevistado. O Questionário Nórdico (PANZERI, 2004;

DICKISON et al., 1992), para avaliação de sintomas osteomusculares, foi entregue aos

professores e recolhidos após o período de uma semana. Cada uma das autoras avaliou 50%

do total de professores incluídos no estudo, fora do período de aula, que foram escolhidos

aleatoriamente.

Elaborou-se um banco de dados através do aplicativo Microsoft Excel®. A análise dos

dados foi realizada através da estatística descritiva, com determinação das médias (X) e

desvio-padrão (D.P.) para as variáveis quantitativas, e frequências simples e relativas para as

variáveis categóricas.

3. RESULTADOS

Entre os professores investigados 39 (87%) eram do sexo feminino e 6 (13%) do sexo

masculino, sendo a média de idade dos participantes 41, 86 anos (D.P. ± 8,37).

Tabela 1 – Distribuição dos Professores em relação ao sexo, Catalão, 2010.

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Variáveis Categorias N %

Sexo Masculino 6 13

Feminino 39 87

Total 45 100

Tabela 2 – Distribuição dos Professores em relação à idade, Catalão, 2010.

Variáveis Categoria N %

Faixa Etária 25 31 3 6,66

31 37 12 26,67

37 43 12 26,67

43 49 8 17,78

49 55 6 13,33

55 61 4 8,89

Total 45 100

Com relação à escolaridade, 100% dos professores possuem ensino superior completo.

O tempo médio na função de professor foi de 16,35 anos (D.P. ± 7,20).

A média da carga horária semanal dos professores entrevistados foi de 48,25 horas

semanais (D.P. ± 16,81), sendo a de maior percentual a carga horária de 60 horas semanais

(67%) Gráfico 1.

Gráfico 1 – Distribuição dos professores quanto à carga horária semanal.

Com relação às posturas mais adotadas durante o trabalho, a que obteve maior

percentual foi a postura de pé 35 (78%).

Dos professores investigados 18 (40%) realizavam algum tipo de exercício físico e 27

(60%) não realizavam.

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Gráfico 2 – Distribuição dos professores quanto a realização de exercícios físicos.

Segundo a análise do tipo de cansaço relacionado ao trabalho, 80% referiram cansaço

físico e mental (Gráfico 3).

Gráfico 3 – Distribuição dos professores quanto ao tipo de cansaço em

decorrência do trabalho.

Do total de investigados 22,2% consentiram em participar do exame físico. Foi

constatado em 88% dos pacientes como positivo os testes específicos de M.M.S.S. e em 12%

positivo os testes de Coluna Vertebral (Cervical, Torácica e Lombar).

Na análise do Questionário Nórdico, a prevalência de dor, formigamento e dormência

nos últimos 12 meses, independente da região corporal afetada, foi de 100% entre os

professores da rede Municipal de Ensino. As queixas foram predominantes nos ombros 16% e

parte superior das costas 15,3%.

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Do total de investigados, 96,3% responderam que a presença da sintomatologia

osteomuscular nos últimos 12 meses impediu a realização das atividades de vida diária, tendo

96% dos participantes relatado ter realizado consulta a algum profissional da saúde devido ao

referido problema.

Analisando a última pergunta do Questionário Nórdico, 95% dos entrevistados

afirmaram que tiveram algum problema nas regiões do corpo nos últimos 7 dias. Dentre as

regiões que apresentaram maior número de queixas, destacamos o ombro 18% e

tornozelos/pés 15%. Todos os dados referentes ao Questionário Nórdico encontram-se na

Tabela 3.

Tabela 3 – Distribuição dos Sintomas Osteomusculares, incapacidade funcional, procura por profissional

da área de saúde em Professores da Rede Municipal de Catalão (GO).

Região

Anatômica (%)

Sintomas nos

últimos 12

meses (%)

Impedimento de

realizar

atividades

normais devido

ao problema (%)

Consulta a

algum

profissional da

área da saúde

nos últimos 12

meses (%)

Sintomas nos

últimos 7 dias

(%)

Pescoço 13,5 7,3 9 11

Ombros 16 14 14 18

Parte superior

das costas

15,3 12 11 12

Cotovelos 4,7 12 9 6

Punho/ mãos 11,1 17 14 8

Parte inferior

das costas

13 9 9 11

Quadril/coxas 7,6 9 9 8

Joelhos 6,5 7 9 6

Tornozelos/pés 12,3 9 12 15

4. DISCUSSÃO

O predomínio de professores do sexo feminino foi também encontrado em outros

estudos (CARDOSO et al., 2009; CARVALHO e ALEXANDRE, 2006; PANZERI, 2004;

FERNANDES, ROCHA E COSTA-OLIVEIRA, 2009). Coerentemente com os dados do

presente estudo, Vedovato e Monteiro (2008) analisaram os professores de escolas Estaduais

em Campinas e São José do Rio Pardo, no interior de São Paulo, utilizando um questionário

que abordavam dados sociodemográficos, estilos de vida, trabalho, aspecto de saúde e riscos

ocupacionais, os quais obtiveram, também, o predomínio do sexo feminino com a

percentagem de 81,8%. Para Delcor e colaboradores (2004), tal fato se justifica pela

representação da mulher perante a sociedade, considerando que o trabalho na escola é uma

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continuação das tarefas exigidas no âmbito doméstico, cujo papel principal é educar e cuidar

dos filhos estendendo para a área educacional.

Como no presente estudo, percentagens semelhantes da média de idade foram

encontradas por outros pesquisadores (VEDOVATO e MONTEIRO, 2008; BORK et al.,

1996; FILHO e BARRETO, 2001). Fernandes, Rocha e Costa-Oliveira (2009) utilizaram o

Questionário Nórdico com professores de educação básica da rede Municipal da cidade de

Natal, para avaliação de sintomas osteomusculares e um questionário auto-administrável, no

qual encontraram uma média de 36,05 anos.

A predominância de professores com nível superior também foi relatada por outros

autores (VEDOVATO e MONTEIRO, 2008; PANZERI, 2004). Delcor e colaboradores

(2004) reportam em sua pesquisa realizada na cidade de Vitória da Conquista no Estado da

Bahia, uma percentagem de 72,1% de professores com o nível de escolaridade superior (em

curso ou completo). Para o mesmo, a necessidade do Ensino Superior passou a exigir

escolaridade superior e qualificação profissional para todos os docentes das escolas públicas e

particulares de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (L.D.B.), Lei

9.394/96, criada em 20 de dezembro de 1996.

Como na presente pesquisa, alguns autores encontraram dados similares no que se

refere ao tempo médio na função de professor (CARVALHO e ALEXANDRE, 2006;

PANZERI, 2004). Cardoso e colaboradores (2009) descrevem em seu trabalho a prevalência

de dor musculoesquelética segundo variáveis sociodemográficas e ocupacionais de

professores do ensino básico e constataram que o tempo médio entre os pesquisados foi de

14,4 anos na função de professor.

A maior frequência de carga horária semanal difere dos dados de Rocha e Fernandes

(2008), que avaliaram a qualidade de vida dos professores do Ensino Fundamental na cidade

de Jequié na Bahia, através de um questionário de avaliação da qualidade de vida (SF-36), o

qual encontrou 2,19% de professores que apresentavam carga horária máxima de 50 horas

semanais. Alguns autores (CARVALHO e ALEXANDRE, 2006; VEDOVATO e

MONTEIRO, 2008) sugerem que a carga horária máxima dos professores pode ser por

trabalharem em mais de uma escola, pela necessidade de complementação da renda familiar,

devido à baixa remuneração desses profissionais, o que eleva o período de exposição a

diversos fatores de risco.

O predomínio da postura de pé durante a jornada de trabalho corrobora dados de

outros autores (VEDOVATO e MONTEIRO, 2008; DELCOR et al., 2004) o que pode ser

atribuído ao fato de que a postura de pé pode justificar uma considerável incidência de

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sintomas nos tornozelos/pés. Maciel, Fernandes e Medeiros (2006), abordaram em seu estudo

a prevalência e fatores associados à sintomatologia dolorosa entre profissionais da indústria

têxtil, concluindo que o trabalho realizado pelos entrevistados era principalmente na postura

de pé, os quais apresentaram cinco vezes mais chances de possuir dor em mais de um local.

Alguns autores (PICOLOTO e SILVEIRA, 2008; VEDOVATO e MONTEIRO, 2008;

CARVALHO e ALEXANDRE, 2006) observaram dados que diferem do presente estudo,

sendo a maioria dos entrevistados praticantes de algum tipo de exercício físico. Carvalho e

Alexandre (2006) observaram que mais da metade dos participantes eram adeptos a

caminhada. A World Health Organization (W.H.O.) ressalta que a prática regular de atividade

física beneficia a preservação da saúde por reduzir riscos de adoecimentos por diabetes,

hipertensão e problemas cardiovasculares, além de prevenir as dores musculoesqueléticas,

proporcionando um bem-estar físico e psicológico. Coerentemente com os dados do presente

estudo, Panzeri (2004) encontrou uma maior percentagem de professores que não realizavam

atividade física. Para a mesma, isso se justifica devido à falta de tempo, pela maioria ser do

sexo feminino e possuir dupla jornada de trabalho, como também o desconhecimento da

importância desta prática para a qualidade de vida. Isso resulta no aumento de indivíduos

sedentários e com propensão a adquirir lesões osteomusculares em decorrência do trabalho,

confirmando com Maciel, Fernandes e Medeiros (2006).

A maior frequência de professores com desgastes físicos e mentais assemelha-se com

dados na literatura (ROCHA e FERNANDES, 2008), os quais afirmam que os fatores

estressantes podem estar influenciando e determinando a saúde mental dos docentes, o que

pode evoluir para a Síndrome de Burnout. Delcor e colaboradores (2004) identificaram

aspectos negativos que influenciaram no desenvolvimento do trabalho como o ritmo

acelerado de trabalho, posições inadequadas e incômodas do corpo e longos períodos de uma

intensa concentração em uma mesma tarefa.

O predomínio de lesões osteomusculares em M.M.S.S. na presente pesquisa,

corroborou com a de Scopel (2010) que obteve 56,5% de prevalência de sintomas em

M.M.S.S., sendo que, destes 27,5% eram casos sugestivos de L.E.R./D.O.R.T. O que difere

dos dados colhidos no estudo de Gangopadhyay e colaboradores (2010), realizado em Bengal

na Índia com trabalhadores de obras, no qual revelou que estes sofriam de desconforto

especificamente em parte inferior das costas, joelhos e ombros, devido às posturas incorretas

adotadas durante o trabalho.

Diferindo dos achados do presente estudo em relação à prevalência de dor,

formigamento e dormência nos últimos 12 meses, Carvalho e Alexandre (2006) encontraram

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as regiões lombar e torácica como as mais afetadas, o que corrobora com a pesquisa feita por

Panzeri (2004) a qual encontrou também que as regiões de maior acometimento dos sintomas

osteomusculares foram às regiões lombar (63,1%) e torácica (62,4%). Fernandes, Rocha e

Costa-Oliveira (2009) descreveram que as regiões corporais com maior índice de queixa

foram a parte superior das costas seguida da parte inferior das costas.

A maior ocorrência de lesão que impediu os entrevistados de realizar as atividades

normais, no presente estudo, foi na região de punho/mãos o que contradiz Panzeri (2004), que

reporta em sua pesquisa 20,4% dos professores apresentando incapacidade na parte inferior

das costas, o que aproxima dos resultados de Fernandes, Rocha e Costa-Oliveira (2009), que

encontraram a mesma região como a mais acometida.

A grande maioria dos pesquisados afirmou ter procurado um profissional da área da

saúde devido a algum sintoma musculoesquelético nos últimos 12 meses, o que confirma os

dados da literatura de Panzeri (2004). Tal fato pode ser justificado por um aumento das

incapacidades ocupacionais, prejudicando assim o desempenho dos professores na execução

de seu trabalho, o que resulta a diminuição de sua produtividade.

Com relação aos sintomas abordados no Questionário Nórdico, nos últimos 7 dias,

Panzeri (2004), em sua pesquisa, obteve uma percentagem de 29,9% de queixas no ombro, o

que vem confirmar aos dados desse estudo.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Embora os dados não apresentem significância, observamos que os professores, do

presente estudo, eram na sua maioria, do sexo feminino, com a média de idade de 41,86 anos,

com carga horária máxima de 60 horas semanais, apresentavam maior desgaste físico e

mental e afecções nos M.M.S.S., possibilitando a ocorrência de distúrbios osteomusculares

relacionados ao trabalho.

Para tanto, sugere-se o uso de meios avaliativos complementares, bem como a

utilização de uma amostragem mais significativa, sendo necessária a realização de pesquisas

mais acuradas. Isso se faz necessário, a fim de fornecer subsídios, para a implantação de

programas de prevenção dentro das escolas.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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13. PREVALÊNCIA DE PATOLOGIAS E PERFIL DAS VALÊNCIAS FÍSICAS EM

IDOSOS ASILADOS

Ana Paula Nascimento Venâncio35

Leilane Pereira da Fonseca36

Prof. Kleyder Aurélio Fleury Silva37

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo verificar a prevalência de patologias e o perfil das

valências físicas dos pacientes atendidos pelo serviço de fisioterapia da clínica escola do

Asilo São Vicente de Paula. Métodos: Foram avaliadas 24 fichas de avaliação dos idosos

submetidos ao tratamento fisioterapêutico, na clínica de fisioterapia do Asilo São Vicente de

Paula, avaliados pelos (as) estagiários (as) do 7° período, do curso de Fisioterapia da

Faculdade Cesuc. Com relação aos resultados obtidos, o tônus muscular, verificou-se uma

maior prevalência de normotonia 40,59%; seguindo hipertonia 34,65%; a hipotonia 17,82%,

quanto à sensibilidade verificou-se hiperestesia de 4,95%; hipoestesia de 24,75%; a

normoestesia de 55,45%, a força muscular obteve-se maior prevalência em grau 3 (24,50%);

grau 4 (21,29%) e o grau 5 (18,15%), as patologias mais acometidas nos idosos do asilo

foram doenças neurológicas 58,33%; doenças ortopédicas 12,50%; doenças reumatologias

12,50%. A partir dos achados do presente estudo, foram observadas alterações nas valências

físicas e prevalência de patologias. A hipertonia e hipotonia representou mais de 50% na

avaliação de tônus muscular. Com relação à prevalência de patologias, observou-se maior

índice de patologias neurológicas. O estudo mostra que com o processo do envelhecimento e

alterações decorrentes do mesmo, há alta prevalência de patologias entre os idosos do Asilo

São Vicente de Paula.

Palavras-Chave: Idosos, asilo, força muscular, tônus muscular, sensibilidade.

1. Introdução

Um dia, um adolescente tardio descobre que o caminho que tomou ao acaso vai tornar-

se irreversível. O portão está prestes a fechar-se atrás dele. Ele entra na idade em que não se

recomeça mais, a idade em que se começa a envelhecer, em que é preciso aceitar ocupar na

sociedade um lugar que nos fará existir como um Outro entre os Outros. Bem antes de ser um

destino biológico, o envelhecimento é um destino social. (GORZ, 2009).

35

Aluna do curso de Fisioterapia da Faculdade de Ensino Superior de Catalão 36

Aluna do curso de Fisioterapia da Faculdade de Ensino Superior de Catalão 37

Professor e supervisor de Estágio Supervisionado do Curso de Fisioterapia do Centro de

Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC, orientador de trabalho de conclusão de

curso.

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O envelhecimento é um dos maiores mistérios da vida. Depois do nascimento e da

morte, o envelhecimento pode ser uma das únicas etapas que o ser humano pode passar em

comum. (SPIRDUSO, 2005).

O processo do envelhecimento esta ligada a extensão lógica das alterações fisiológicas

do crescimento e desenvolvimento do indivíduo, sendo ela marcada pelo nascimento e

terminando com a morte, não é possível separar idade e tempo, pois são sinônimos, por mais

que as pessoas envelheçam cada uma delas passam por esse processo de uma maneira

diferente e em ritmo diverso, tal fato pode esta relacionada pelos fatores biológicos,

psicológicos e sociais. (SPIRDUSO, 2005).

Para Papaléo (2007), o envelhecimento do ser humano vem desde a sua concepção e

vai até a morte, onde passa por diferentes fases: desenvolvimento, puberdade, maturidade e

envelhecimento, todo ser humano vem predestinado a passar por cada uma dessas etapas, a

identificação dos marcadores físicos e fisiológicos de transição das três primeiras fases é

possível de serem marcados, mas a fase do envelhecimento não se sabe o ponto exato de

transição, pois as alterações estruturais e funcionais advindas do envelhecimento variam de

um indivíduo a outro.

O processo de transição demográfica que hoje o Brasil atravessa em ritmo acelerado,

se associou, em diversos países, ao aumento da demanda por instituições de longa

permanência. Idosos residentes nas principais capitais brasileiras apresentam alta

prevalência de fatores de risco para institucionalização, tais como: doenças crônico-

degenerativas e suas seqüelas, hospitalização recente e dependência para realizar

atividades da vida diária. A internação do idoso em uma instituição de longa

permanência é uma alternativa em certas situações: necessidade de reabilitação

intensiva no período entre a alta hospitalar e o retorno ao domicílio, ausência

temporária do cuidador domiciliar, estágios terminais de doenças e níveis de

dependência muito elevados. (CHAIMOWICZ, GRECO, 1999).

Segundo Guimarães (2004), com o avançar da idade implica o indivíduo a necessitar

de ajuda de outra pessoa para desenvolver as atividades de vida diária. Essa incapacidade

pode levar a uma síndrome da imobilização, onde o indivíduo torna-se restrito a uma poltrona

ou, nos casos extremos, imobilizado no leito, nas unidades de longa permanência tal fato é

comumente encontrado.

Levando em consideração o processo de envelhecimento e suas alterações, resolveu-se

desenvolver uma análise do perfil de alterações apresentadas em idosos de uma instituição de

longa permanência, na cidade de Catalão - GO. O objetivo desta pesquisa foi verificar a

prevalência de patologias e o perfil das valências físicas dos pacientes atendidos pelo serviço

de fisioterapia da clínica escola do Asilo São Vicente de Paula. Para tanto, foi feito o

levantamento de dados das principais patologias e alterações acometidas de cada paciente.

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2. Metodologia

2.1. Sujeitos

Foi realizado um estudo descritivo analítico, por meio de voluntários que compreende

na faixa etária entre 54 e 102 anos, a média de idade entre homens foi de 68,83 anos, para

mulheres de 68,66 anos. Sendo 12 homens e 12 mulheres, residentes no asilo São Vicente de

Paula e pacientes residentes no bairro. Os voluntários foram selecionados a partir dos critérios

de inclusão e exclusão. Como se tratava de uma coleta de dados já constados nas fichas de

avaliação dos pacientes, não houve desistência por parte dos voluntários.

2.2. Procedimentos

Para realização do estudo foi realizada a coleta de dados por meio das fichas de

avaliação dos pacientes, submetidos ao tratamento fisioterapêutico na clínica escola do asilo,

pelos (as) estagiários (as) do 7° período do curso de fisioterapia do Centro de Ensino Superior

de Catalão- CESUC.

Após a aplicação do termo de consentimento livre e esclarecido à diretoria do asilo, foi

iniciada a coleta de dados das fichas de avaliação de cada paciente, sendo coletados os

seguintes pontos: sexo, idade, patologias, força muscular, tônus muscular e sensibilidade.

Os dados coletados são referentes aos meses de fevereiro a junho.

Foram utilizados como critérios de inclusão, pacientes que realizaram tratamento na clínica de

fisioterapia do asilo, de ambos os sexos e idade compreendida entre 50 e 110 anos.

Para os critérios de exclusão, idades inferior a 50 anos, pacientes que foram

submetidos a menos de 3 meses de tratamento, fichas mal avaliadas e pacientes que faleceram

durante o tratamento.

2.3. Análise estatística

No primeiro momento foi utilizado o teste de normalidade (Kolmogorov-Smirnov),

para verificação da homogeneidade da amostra, após esta verificação foi utilizada seguinte

regra: onde que X é um numero real, tem-se que X% representa a fração X/100, obtendo

assim a porcentagem dos dados coletados nas fichas de avaliação, tais resultados foram

aplicados no programa do Excel criando assim os gráficos.

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2.4. Resultados

Gráfico 1: Referente ao tônus muscular dos meses de fevereiro a junho

De acordo com o gráfico 1, a hipertonia foi de 34,65%; a hipotonia foi de 17,82%; a

normotonia foi de 40,59%; e 6,93% não relataram.

Gráfico 2: Referente à sensibilidade dos meses de fevereiro a junho.

O gráfico 2 nos mostra que, a hiperestesia foi de 4,95%; a hipoestesia foi de 24,75%; a

normoestesia foi de 55,45%; a anestesia foi de 3,96%; e 10,89% não relataram.

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Revista Eletrônica “Saúde CESUC” - Centro de Ensino Superior de Catalão, Ano I, Nº 01 - 2010

Gráfico 3: Referente à força muscular global dos meses de fevereiro a junho.

Segundo o gráfico 3, o grau 0 foi de 7,01%; o grau 1 foi de 9,57%; o grau 2 foi de

9,90%; o grau 3 foi de 24,50%; o grau 4 foi de 21,29%; o grau 5 foi de 18,15%; e 9,57% não

realizaram. Foi avaliado o grau de força muscular dos seguintes músculos: bíceps braquial,

tríceps braquial, quadríceps, isquiotibiais, tríceps sural e preensão palmar.

Gráfico 4: Referente aos tipos de patologias mais acometidos nos idosos do asilo.

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Conforme a coleta dos dados, 58,33% dos pacientes apresentou doenças neurológicas;

12,50% doenças ortopédicas; 12,50% doenças reumatologias; 16,67% sem diagnóstico

definido.

3. Discussão

Uma constante preocupação dos exercícios e atividades desenvolvidas nos

programas de ginástica para terceira idade tem sido a manutenção do tônus

muscular. O tônus muscular é um termo que inclui muitas propriedades diferentes,

tais como elasticidade, viscosidade e contratilidade e sua importância reside nas

funções associadas ao controle motor e estabilidade articular. Os elementos viscosos

e elásticos conferem ao músculo um comportamento semelhante ao de uma mola em

série com um amortecedor, permitindo o armazenamento de energia nas mais

variadas tarefas, como na manutenção da postura em decorrência da combinação das

características acima descritas, economizando energia e resistindo a um estiramento

inesperado. (KANDEL et al., 2003; MASI et al., 2008; apud POLATO, 2010).

De acordo com o gráfico 1 referente ao tônus muscular, dos asilados São Vicente de

Paula, a normotonia apresentou maior prevalência. Para Kandel (2003) e Mais (2008), sua

maior preocupação é a manutenção do tônus muscular em programas de ginástica. A

preocupação com manutenção do tônus muscular é fundamental em protocolos de tratamento

fisioterapêutico, ocorrendo por meio de métodos que utilizam a atividade física como recurso.

Os efeitos fisiológicos do envelhecimento são relacionados por Netto (2004), como: o

enfraquecimento do tônus muscular e da constituição óssea levando a mudança na postura do

tronco e das pernas, tendo maior predomínio nas curvaturas da coluna torácica e lombar. As

articulações tornam-se mais endurecidas, diminuindo a extensão dos movimentos e gerando

alterações no equilíbrio e na marcha do idoso.

Como é mostrado no gráfico 1, a hipotonia apresentou o menor valor dentro da

avaliação de tônus muscular. Verificando a citação, de Netto (2004), há alterações decorrentes

com o avançar da idade, que causam a diminuição do tônus muscular. Entretanto, a

normotonia possuía o maior valor apresentado, mostrando que o tratamento fisioterapêutico,

obteve resultados satisfatórios retardando as alterações do tônus.

“As alterações degenerativas nos corpúsculos de Meissner podem resultar em

sensibilidade diminuída da pele nas regiões palmar e plantar, mas não da pele provida de

pêlos.” (GUCCIONE, 2002). Nos achados deste estudo tal fato foi confirmado durante a

avaliação da sensibilidade, sendo a hipoestesia a alteração que apresentou maior índice

(gráfico 2).

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A perda da sensibilidade é um dos principais fatores que contribuem para a diminuição

das aferências para o sistema de controle motor, para a diminuição do equilíbrio, levando

alterações na marcha e na postura, passos mais curtos e menor aceleração, tendo também uma

diminuição de velocidade na correção dos movimentos errados e ao deparar com obstáculos.

(MENZ et al., 2004, apud SACCO et al., 2007). No presente estudo esses dados podem ser

confirmados com os achados de que 24,75% dos idosos apresentaram diminuição da

sensibilidade (gráfico 2), podendo ser esse um dos fatores que favorecem a perda de

independência em muitos dos idosos do asilo São Vicente de Paula.

O envelhecimento determina modificações estruturais que levam à redução da

capacidade de gerar força, limitando tanto o desempenho durante a atividade física, quanto à

tolerância a situações que exijam grande demanda de força. Para um bom condicionamento

físico do idoso é fundamental a sua participação em atividades físicas regulares. (MATSUDO

e MATSUDO, 1992, apud POLATO, 2010). Observa-se que, a força muscular vem sendo

limitada no decorrer da idade, chegando a grau 3 (gráfico 3), de acordo com os dados deste

estudo, não só pelo avanço da idade, mas também, pelo sedentarismo. Sendo importante a

manutenção de atividade física dentro do atendimento fisioterapêutico para a regressão e

possível diminuição do avanço desta alteração.

“A força muscular pode sofrer até 60% de redução após os 50 anos, pois ocorre uma

manutenção desta força até aproximadamente os 60 anos, depois sofre um declínio acentuado

nos anos posteriores”, conforme cita Spirduso (2005), sendo este um padrão comum. Os

idosos apresentaram maior prevalência em grau 3 (gráfico 3), ou seja, quanto maior a idade,

menor o grau de força muscular, e aumenta-se a probabilidade de alterações físicas e

patológicas.

De acordo com Murray (1996) apud Duca et al., (2009), dentre os comprometimentos

advindos com o avanço cronológico da idade, está ligado a incapacidade funcional,

caracterizada como qualquer limitação para desempenhar uma atividade dentro da extensão

considerada normal para a vida dos seres humanos. Conforme estes dados, podemos perceber

que o avanço da idade traz aos indivíduos idosos grandes limitações, sendo estes

comprovados nos resultados obtidos em relação ao tônus muscular, sensibilidade, força

muscular e o aparecimento de patologias.

“O risco de cair aumenta significativamente com o avançar da idade. O

envelhecimento traz várias alterações anatômicas e fisiológicas, tornando o idoso mais frágil e

mais propenso a sofrer quedas.” (MORELAND et al., 2004, apud GONÇALVES et al.,

2008). Sendo esse um dos indicativos que confirmam os achados do presente estudo de que,

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os tratamentos ortopédicos representou 12,50% (gráfico 4), dos atendimentos

fisioterapêuticos na Clinica de fisioterapia do Asilo São Vicente de Paula.

Segundo Kalimo et al., (1997) apud Pittella (2002), “as doenças cerebrovasculares

(DCVs) constituem a terceira causa de morte nos países desenvolvidos”.

“A mortalidade nos três primeiros meses após o acidente vascular cerebral (AVC)

aumenta significativamente com a idade, variando de 11,1% entre 55-64 anos, 24% entre 65-

74 anos e 39,4% nos indivíduos com 85 ou mais anos.” (NAKAYAMA et al., 1994 apud

PITTELLA, 2002). Além das doenças neurológicas serem uma das doenças com maior

prevalência dos achados da população idosa, o que pode ser comprovado pelo presente estudo

(gráfico 4), elas são umas das maiores causadoras de morte em idosos após os 50 anos e com

o avançar da idade o índice tente a se elevar significativamente.

O estudo de Mascarenhas et al., (2008), pode se identificar uma maior prevalência de

distúrbios neurológicos de 85%, sendo os distúrbios ortopédicos de 15%. Tais resultados

confirmam os achados do presente estudo, de que 58,33%, dos pacientes apresentaram

doenças neurológicas e 12,50% doenças ortopédicas (gráfico 4), demonstrando que o perfil

patológico dos idosos do asilo São Vicente de Paula se enquadra nas prevalências citadas em

outros estudos por outros autores.

Segundo Brenol et al., (2007), a artrite reumatóide é uma doença muito heterogênea

em termos de gravidade e ritmo de progressão da inflamação articular, presença de

manifestações extra-articulares e de resposta ao tratamento farmacológico. Seu

diagnóstico é realizado por meio da associação de manifestações clínicas,

radiológicas e laboratoriais. Tem prevalência de, aproximadamente, 1% na

população brasileira, similar à literatura mundial, e predominante no sexo feminino,

com tendência a surgir após a quarta década de vida, com pico de incidência na

quinta década.

Para a população avaliada neste estudo a prevalência de patologias reumáticas

apresentou índice de 12,50% (gráfico 4), sendo a artrite reumatóide uma das doenças

relacionadas.

4. Conclusão

No presente estudo, foi possível observar o perfil de alterações apresentadas nos

idosos do asilo São Vicente de Paula, sendo estes submetidos ao tratamento fisioterapêutico

da clínica escola – CESUC.

Em vista dos resultados obtidos, observou-se que a hipertonia e a hipotonia

apresentaram mais de 50% na avaliação de tônus muscular. Já na sensibilidade, ocorreu maior

prevalência na normoestesia, apontando 55,45%. Na força muscular, teve um índice maior no

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grau 3, apresentando 24,50%. No estudo fica evidente que as doenças neurológicas tiveram

maior índice, sendo 58,33% nas prevalências patológicas.

Pode-se, portanto concluir que, os idosos do asilo São Vicente de Paula, apresentam

um perfil das valências físicas e das prevalências de patologias relativamente altas, o que vem

limitando a capacidade funcional dos mesmos. Futuros estudos poderão averiguar a

diminuição das limitações apresentadas pelos idosos asilados, devido à atuação da fisioterapia

e também a melhora das valências físicas devido ao tratamento fisioterapêutico.

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14. PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA DE LESÕES EM ATLETAS PARTICIPANTES

DO CAMPEONATO OPEN DE JIU-JITSU DA CIDADE DE CATALÃO-GO

REALIZADO EM AGOSTO DE 2010

Emerson Gonçalves de Oliveira38

Renata Rosa Caldas de Oliveira39

Prof. Kleyder Aurélio Fleury Silva40

RESUMO

O proposito deste estudo foi analisar a prevalência e incidência de lesões em atletas

participantes do campeonato, Catalão Open de Jiu-Jitsu que aconteceu em 29 de agosto de

2010, na cidade de Catalão-GO. Especificamente buscou identificar qual lesão e segmento

anatômico mais acometido, golpe aplicado durante o momento da lesão, peso e graduação do

oponente, ambiente de ocorrência da lesão, se em treinamento ou campeonato, e por fim, se as

variáveis, tempo de prática e graduação do atleta influenciam no aparecimento das mesmas.

Nossa amostra foi composta de 61 relatórios de casos obtidos através de questionários semi-

estruturados em 61 atletas, sendo 58 do sexo masculino e 3 do sexo feminino, com idade ≥ a

18 e ≤ 40 anos, tendo no mínimo 6 meses de prática. Observou-se com aplicação dos

questionários e posterior análise dos dados que a lesão mais frequente foi a luxação, o

segmento anatômico mais acometido foi o joelho, o golpe com maior percentual de lesão foi a

chave de articulação, onde seu oponente era mais pesado e mais graduado na maioria das

situações, e por fim, tendo o ambiente de treinamento diário o local com maior incidência de

lesão.

Palavras-chave: Jiu-Jitsu; Lesões no esporte; Traumatismo em atletas; Artes marciais.

1. INTRODUÇÃO

As artes marciais asiáticas nasceram há cerca de 2.500 anos passados na Índia

migrando para a China e posteriormente ao Japão país que se aprimorou. Em 1880, o Dr.

Jigoro Kano, fez uma síntese das técnicas existentes nos diversos estilos praticados no Japão

até então, criando duas categorias novas de luta: uma centrada em técnicas de queda e

imobilização, que deu origem ao judô olímpico de hoje; e outra categoria que foi baseada em

técnicas de golpear com mãos e pés, e combinação de agarramentos e chaves para

imobilização, com ênfase na defesa pessoal, que permaneceu com a nomenclatura de Jiu-Jitsu

(TEGNER, 1996).

Na época da I Guerra Mundial, o jiu-jitsu foi introduzido no Brasil, pelo conde japonês

Maeda Koma, acolhido em Belém do Pará pelo brasileiro Gastão Gracie. Os ensinamentos da

38

Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC. 39

Acadêmica do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC. 40

Professor do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC, orientador

de trabalho de conclusão de curso.

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arte marcial foram passados ao filho de Gastão, Carlos Gracie. A partir daí, o jiu-jitsu foi

sendo desenvolvido e adaptado, com ênfase nas técnicas de luta no solo, agarramento,

imobilização e chaves com movimentos em alavanca, sem o uso de golpes diretos com mãos,

pés, ou outras partes do corpo. Este novo estilo foi, inicialmente, difundido pelas lições dos

faixas-preta da família Gracie, e a seguir pelos novos graduados, tanto nacional como

internacionalmente. Hoje, o jiu-jitsu brasileiro é praticado por cerca de 350.000 atletas do país

(GURGEL, 2000).

Uma metáfora a qual muitos praticantes recorrem para definir o jiu-jitsu é o do jogo de

xadrez, pois trata-se mais precisamente a uma tática que evita o gasto de energia intenso e

ataca moderamente, aproveitando a fraqueza dos oponentes (CECCHETTO, 2004 apud

SILVA, 2006).

É praticado em pé e no chão e para a melhor execução dos golpes com o fim de

aumentar os coeficientes de atrito, os atletas usam uma vestimenta especial chamada de

Kimono, amarrada por uma faixa ao nível da cintura pélvica e os pés nus. A luta é disputada

em uma área denominada tatame. (ASSIS et al. 2005). Em relação às técnicas adotadas, Ide &

Padilha (2006), subdivide-as em: projeções, imobilizações, pinçamentos, chaves, torções e

estrangulamentos.

Em relação a lesões no esporte, segundo estudo apontado por Meneses (1983), os

atletas estão sujeitos a lesões em qualquer fase, tanto de treinamento quanto de competição as

quais dependem diretamente de fatores predisponentes, que podem ser tanto intrínsecos

(instalações esportivas, tipos de calçados, proteção corpórea, condições do tempo, objetos do

esporte e doping) quanto extrínsecos (vida diária, escolha do esporte ideal, inaptidão para o

esporte, deficiências esportivas).

Segundo Gould (1993), além da natureza inerente do esporte, são as demandas de

movimentos de habilidades que influenciam as chances de lesão. Em esportes de menor

contato como o tênis, ginástica, natação e corrida, os fatores determinantes de lesão são

consideravelmente diferentes. Entretanto, uma vez que estes esportes provocam contato

limitado, não deve ser sugerido que sejam mais seguros do que os esportes de contato. De

fato, os esportes de não contato que enfatizam a repetição, como a natação ou corrida, podem

demonstrar maiores índices de lesão relacionada ao superuso.

Em estudo realizado por Ejnisman et al (2001), encontrou-se associação

estatisticamente significante entre esporte de contato e mecanismo da lesão. A proporção de

casos de lesão traumática nos atletas que praticam esporte de contato (56,1%) mostrou-se

significantemente maior do que a encontrada entre os praticantes de esportes de não-contato

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(33,9%). O inverso também vale, isto é, a proporção de casos de lesão atraumática nos atletas

que praticam esporte de contato (43,9%) mostrou-se significantemente menor do que a

encontrada entre os praticantes de esportes de não-contato (66,1%).

De acordo com o mesmo autor, os esportes mais afetados foram: o vôlei, com 14

atletas, seguido da natação, com 13, jiu-jítsu, com 11; e musculação, com 10. Na divisão por

categorias, os esportes envolvidos com artes marciais (judô, jiu-jítsu, caratê, taekwon-do)

estavam em primeiro lugar, com 29 (24,3%) atletas, seguidos dos esportes de quadra

(basquete, vôlei, handebol), com 26 (21,8%) atletas.

Para Barbosa et al (2004), as atividades físicas que exijam esforço contínuo devem ser

dosadas criteriosamente, pois o potencial de aparecimento de lesões por excesso físico é

certamente maior do que nossa experiência como profissional de saúde.

Carazatto, Cabrita e Castropil (1996) em estudo sobre a prática do judô de alto nível,

verificaram que quanto maior o nível de competição, maior é o número de lesões. Essa

relação pode ocorrer devido à maior intensidade de treinamentos para manter o nível. Oliveira

(2004) apud Oliveira (2006), relata que devido à grande competitividade dos atletas de jiu-

jitsu, presente mesmo fora dos campeonatos, são freqüentes as lesões que acometem os

lutadores, acarretando na interrupção dos treinamentos e prejuízo à performance do atleta, que

precisa se submeter ao tratamento fisioterapêutico.

De acordo com estudo apontado por Meneses (1983), as lesões esportivas são

classificadas em lesões típicas e atípicas. As lesões típicas são aquelas mais freqüentes na

prática esportiva, isto é, mais comum a cada modalidade esportiva e as lesões atípicas são

acidentais, isto é, lesões que não são comuns a determinada modalidade esportiva ou que

dificilmente ocorrem no esporte.

Segundo Arena e Marcini (2003) apud Arena e Carazzato (2007), a incidência de

determinadas lesões esportivas em jovens, pode variar como decorrência de uma série de

fatores, tais como o tipo de esporte praticado, o tempo da prática esportiva e o nível de

competição do atleta (estadual, nacional e internacional). A ocorrência de lesões típicas do

esporte é comum em todo programa de treinamento esportivo. A combinação de diferentes

fatores, como a organização esportiva, o treinamento técnico, o sistema de competições e a

falta de estrutura médica adequada, pode favorecer riscos para a saúde dos jovens envolvidos.

Meneses (1983), relata em seu estudo que na prática esportiva as lesões ocorrem em

duas fases distintas, fase de treinamento ou fase de competição. Na fase treinamento todo

atleta está sujeito a lesões típicas e atípicas, ocorrendo, entretanto, com menor intensidade e

gravidade do que na fase de competição, devido à ausência do fator agonístico. Já na fase de

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competição devido a necessidade de auto-afirmação, o desejo de suplantar marcas ou a

vontade de vencer adversários, faz com que as lesões atípicas e principalmente típicas,

ocorram com maior freqüência e gravidade do que na fase de treinamento.

Tão importante como a lesão propriamente dita é a base científica para o

reconhecimento das lesões mais incidentes nas modalidades esportivas, para que sejam

corretamente aplicadas medidas de controle, tratamento e prevenção. (COHEN 2003

apud CARVALHO et al. 2009).

Diante do exposto, tendo em vista que o jiu-jitsu apresenta mais de 80 anos de

existência no Brasil (GURGEL 2000), ainda sim possui poucas literaturas publicadas que

aborda a prevalência e incidência de lesões, bem como o segmento anatômico mais

acometido, ambiente de ocorrência, golpe aplicado no momento da lesão, relação tempo de

prática, graduação e peso na interferência ou não dessas lesões. Para tanto, este estudo se

propõe a verificar as variáveis acima, buscando com os resultados obtidos contribuir com

futuros trabalhos focados nas necessidades reais desses atletas.

2. METODOLOGIA

2.1. Tipo de estudo

Foi realizado estudo transversal e quantitativo.

2.2. Local da pesquisa

A pesquisa foi realizada no Ginásio Internacional de esporte da cidade de Catalão-GO

no dia 29 de agosto de 2010.

2.3. População e amostra

Foram avaliados 61 atletas de jiu-jitsu, sendo 58 do sexo masculino e 3 do sexo

feminino participantes do campeonato realizado na cidade de Catalão-GO, no mês de agosto

de 2010. Os atletas participantes do campeonato foram de Catalão e de várias cidades, dentre

elas: Caldas Novas, Anápolis, Goiânia, Brasília, Uberlândia, Araxá, Araguari, Pires do Rio,

Itumbiara, Paracatu, Unaí, Cristalina e Uberaba.

2.4. Aspectos éticos

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Todos os procedimentos da pesquisa foram realizados de acordo com as Normas de

Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (Res. CNS 196/96) do Conselho Nacional de Saúde,

respeitando as normas éticas e os direitos dos pacientes. Os dados foram coletados com o

consentimento dos pacientes após assinatura de um termo de consentimento livre e

esclarecido, onde os mesmos receberam informações sobre a importância do estudo e sobre os

procedimentos a serem realizados, garantindo-lhes a privacidade das informações pessoais

colhidas.

2.5. Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídos na pesquisa atletas praticantes de Jiu-Jitsu participantes do

campeonato realizado na cidade de Catalão-GO em agosto de 2010, que tinham no mínimo

seis meses de experiência e se encontravam na faixa etária de > 18 anos e < 40 anos, podendo

ser de ambos os sexos.

Os critérios de exclusão foram os atletas que não fossem participantes do campeonato

Catalão Open de Jiu-jitsu, que apresentem faixa etária menor que 18 anos e maior que 40 anos

e que tenham menos de seis meses de treinamento.

2.6. Coleta e armazenamento dos dados.

Realizamos para coleta de dados aplicação de questionário semi-estruturado composto

por 8 questões, que constavam os dados pessoais do atleta, tempo de prática, graduação que se

encontra, se possui alguma lesão decorrente do jiu-jitsu, diagnóstico clínico da lesão,

ambiente de ocorrência se treinamento diário ou campeonato, golpe aplicado no momento da

lesão, segmento anatômico lesionado, situação que o atleta se encontrava no momento da

lesão e qual o peso e graduação do seu oponente. Os dados foram armazenados em planilhas

do programa Microsoft Excel® em que foram analisados segundo informações dos atletas.

2.7. Tabulações de dados e análise estatística

Os dados foram armazenados no programa Microsoft Excel 2003, também utilizado

para a confecção dos gráficos. Para análise estatística dos dados foi estabelecido um nível de

significância de 95%, ou seja, p<0,05. Após análise dos dados, realizamos o teste de Análise

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de Variância para medidas repetidas (ANOVA para medidas repetidas) para descrever o

comportamento das variáveis.

3. RESULTADO

O gráfico 1 demonstra que a maioria dos atletas (52,46%) pesquisados possuem

tempo de prática entre 0 a 3 anos, 21,31% entre 4 a 7 anos, 11,48% entre 8 a 11 anos, 9,84%

entre 12 a 15 anos, 1,64% entre 16 a 19 anos, 0,00% entre 20 a 23 anos, e 3,28% entre 24 a 27

anos.

Gráfico 2: Distribuição percentual da graduação que o atleta se encontra.

O gráfico 2 demonstra a graduação dos atletas onde em nossa amostra dividiremos em

dois níveis, são eles: nível iniciantes abrangendo as faixas branca 22,95%, faixa amarela

6,56%, faixa verde 4,92%, e faixa azul com 32,79%, e nível avançado com as faixas roxa

9,84%, faixa marrom 8,20% e faixa preta com 14,75%.

Gráfico 1: Distribuição percentual do tempo de prática do jiu-jitsu.

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O gráfico 3, demonstra o percentual de lesão onde no nível iniciante os faixas

brancas apresentaram lesão em 15,79% e 34,78% não apresentaram, os faixas amarelas

apresentaram lesão em 7,89% e 4,35% não apresentaram, os faixas verdes apresentaram lesão

em 5,26% e 4,35% não apresentaram, os faixas azuis apresentaram lesão em 26,32% e

43,48% não apresentaram, no nível avançado os faixa roxas apresentaram lesão em 13,16% e

4,35% não apresentaram, os faixas marrom apresentaram lesão em 10,53% e 4,35% não

apresentaram, os faixas pretas apresentaram lesão em 21,05% e 4,35% não apresentaram.

O gráfico 4 demonstra o percentual do golpe aplicado no momento da lesão em que a

chave de articulação teve maior índice com 34,09%, seguido da raspagem e da projeção com

25,00%, outros com 13,64% e por último o estrangulamento com 2,27%.

Gráfico 4: Distribuição do percentual do golpe aplicado no momento da lesão.

Gráfico 3: Distribuição percentual dos atletas com e sem lesão.

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Gráfico 5: Distribuição percentual da lesão mais freqüente.

O gráfico 5 demonstra o percentual do tipo de lesão mais freqüente. No nível iniciante

os faixas brancas, amarelas e verdes tiveram uma maior percentual em luxação com 31,58% e

os faixas azuis em distensão muscular com 31,25%. No nível avançado a luxação predominou

com mais freqüência sendo seu percentual na faixa roxa de 33,33%, faixa marrom com

40,00% e faixa preta com 31,58%.

Gráfico 6: Distribuição percentual do segmento anatômico acometido.

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O gráfico 6, demonstra o percentual do segmento anatômico mais acometido por lesão

sendo o joelho o mais acometido com 21,52% em seguida outros com 15,19%, ombro com

13,92%, dedos das mãos e pés com 11,39%, tornozelo com 7,59%, costela com 6,33%, punho

com 3,80%, nariz, orelha e supercilho com 2,53% e clavícula com

1,27%.

Gráfico 7: Distribuição percentual do ambiente de ocorrência da lesão.

O gráfico 7, demonstra o percentual do ambiente de ocorrência da lesão em que no

nível iniciante os faixas branca, amarela e verde apresentaram 27,78% e os faixas azuis

também apresentaram 27,78% das lesões no ambiente de treinamento diário, já no ambiente

de campeonato os faixas branca, amarela e verde 8,33% das lesões e azul com 16,67%. Já no

nível avançado a lesão em ambiente de treinamento diário foi, faixa roxa com 13,89%,

marrom com 8,33% e preta com 22,22% e no ambiente de campeonato tivemos roxa com

8,33%, marrom com 16,67% e preta com 50,00% das lesões.

Gráfico 8: Distribuição percentual do peso e graduação do oponente no momento da lesão.

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O gráfico 8, demonstra o percentual da influência do peso e da graduação no momento

da lesão, onde o maior índice de lesão em relação ao peso ocorreu quando o atleta lutava com

o oponente mais pesado 39,22%, seguido de um atleta do mesmo peso 23,53% e mais leve

1,96%. Agora em relação à graduação do oponente quando no momento da lesão, o maior

índice de lesão se deu quando na luta com um atleta mais graduado 15,69%, seguido de atleta

com mesma graduação e menos graduado 9,80%.

4. DISCUSSÃO

De acordo com o referencial teórico adotado um programa de treinamento mal

elaborado e, ou mal vivenciado acarreta lesões seríssimas de efeito imediato ou retardado. O

atleta pode vir a lesionar-se não só durante a fase de treinamento, como na fase de competição

ou no futuro próximo em decorrência de um programa cujas atividades tenham sido

incorretamente planejadas ou executadas. (MENESES, 1983)

Podemos constatar em nosso trabalho com amostra de 61 atletas que o tempo de

prática dos mesmos teve maior concentração no período de até 3 anos de prática. No presente

trabalho também foram adotados critérios de graduação e tempo de treinamento para

diferenciar os atletas em nível iniciante e avançado. Com relação à presença de lesão, dos 61

atletas, 38 disseram que apresentam lesão concentradas no grupo considerado como nível

avançado, constatando que, quanto maior for a graduação e tempo de prática do atleta mais

propicio a lesão ele estará, corroborando com o estudo de Carpeggiani (2004), sobre lesões no

jiu-jitsu, que atletas que praticam a modalidade por tempo maior ou igual a três anos são mais

acometidos por lesões que aqueles que praticam há menos de três anos e que entre atletas de

nível de experiência diferentes, os de nível avançado lesam-se mais que os de nível iniciante,

partindo do pressuposto que os atletas que treinam há mais tempo estariam mais expostos a

traumas e lesões crônicas.

O segmento anatômico mais acometido por lesões em atletas de jiu-jitsu segundo

estudos realizados por Carpeggiani (2004), foi o joelho (27%), seguido do ombro (18%),

região lombar (10%). Baffa & Barros Júnior (2002), em estudo sobre as principais lesões do

jiu-jitsu, apontaram como local anatômico mais acometido o joelho (37,5 %), seguida do

cotovelo, dedos e mão (16,6%) e ombro (15,3%). Segundo Júnior (2009), o local mais

acometido foi também o joelho (35,08%), seguido de ombro (33,33%), dedo e mãos (8,77%)

em atletas de jiu-jitsu das academias de Belém do Pará.

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Revista Eletrônica “Saúde CESUC” - Centro de Ensino Superior de Catalão, Ano I, Nº 01 - 2010

De acordo com estudo desenvolvido por Assis et al (2005), sobre avaliação isocinética

de quadríceps em atletas praticantes de jiu-jitsu, dentre os atletas lesionados a maioria

apresentavam lesão anterior no joelho (42,9%), seguido de lesão anterior de ombro (28,5%).

Segundo o autor o joelho é uma articulação complexa que tem a flexão e extensão como

movimentos principais e acessoriamente os movimentos de rotação interna e externa onde

devido as suas variações anatômicas, múltiplas solicitações de impacto, de rotações e flexo-

extensões, impulsos, arranques e frenagens, transformam essa articulação suscetível a lesões

em especial ligamentares.

Os resultados desses estudos assemelham-se ao nosso que teve como região mais

acometida o joelho (21,52%), pois há grandes solicitações dessa articulação para realização

das técnicas do jiu-jitsu, tais como, as raspagens que o atleta de jiu-jítsu se encontra por baixo

do adversário e através de determinada técnica procura desequilibrar o oponente para assumir

a posição sobre o mesmo, empregando muitas vezes a extensão do joelho contra uma carga

equivalente ao peso do lutador.

Ainda, posições dos lutadores observadas em treinamentos e descritas em manuais

práticos de jiu-jítsu (GURGEL 2000), poderiam estar relacionadas à maior frequência de

lesões ocorridas sobre esta articulação, como o trauma direto sobre a face lateral do joelho

causado por quedas quando os rolamentos são mal realizados, o trauma repetido da face

frontal do joelho contra o solo quando o atleta se encontra sobre o oponente, assim como a

hiperflexão da articulação do joelho pelo atleta quando se encontra na chamada guarda do

adversário, as manobras de estrangulamento como o triângulo, que utilizam o joelho em

flexão e rotação interna contra a força do oponente, e finalmente as chaves de perna sofridas

pelo praticante de jiu-jítsu, que visam imobilizar e estender além da amplitude de movimento

permitida.

Em relação ao tipo de lesão mais acometida, observou-se em nosso estudo que a

luxação teve maior incidência, semelhante ao estudo de Guedes (2009) sobre prevalência de

lesões em atletas praticantes de jiu-jitsu, em que 76% da população em estudo sofreram

algum tipo de lesão, sendo maior o índice em luxação (52%), seguida de entorse (21%) e

fratura (21,1%).

Em relação ao ambiente de ocorrência das lesões, nosso estudo aponta como principal

local o ambiente de treinamento diário para o nível iniciante corroborando com o estudo de

Carpeggiani (2004) onde a maior parte das lesões (85%) ocorre em ambiente não-

competitivo. Em estudo sobre outra arte marcial muito semelhante ao jiu-jitsu, o judô,

Barsottini et al (2006), observou que do total de casos pesquisados, 71% dos processos de

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lesão acontecem em treino e apenas 29% ocorrem em competição, segundo ele devido ao

número de treinamentos serem maiores que os de competição favorecendo assim esse índice.

Já quando falamos das lesões ocorridas em ambiente de competição, nosso estudo

aponta que, os atletas de nível avançado possuem maior índice. Esses dados se assemelham

aos estudos de Baffa & Barros Júnior (2002) e Carazatto, Cabrita e Castropil (1996), que

fizeram essa relação, e verificaram que quanto maior o nível de competição, maior é o número

de lesões. Essa relação pode ocorrer devido a maior intensidade de treinamentos para manter

o nível. De acordo com estudo realizado por Meneses (1983), é na fase de competição devido

à necessidade de auto-afirmação, o desejo de suplantar marcas ou a vontade de vencer

adversários, fazem com que as lesões atípicas e principalmente típicas, ocorram com maior

frequência e gravidade do que na fase de treinamento

No momento da lesão o golpe recebido foi uma chave de articulação (34,09%), em que

o oponente se encontrava na maioria das situações em um nível maior de graduação (15,69%)

e também mais pesado (39,22%).

Em relação à graduação na influência da existência de lesão, o trabalho de Carpeggiani

(2004), corrobora com nosso estudo em que houve diferença estatisticamente significativa na

ocorrência de lesão entre atletas de nível de experiência diferente. Barsottini et al (2006), em

estudo com praticantes de judô, também aponta semelhanças com nosso estudo onde 31% das

lesões ocorreram com adversário mais graduado, 24% com adversário menos graduado e 39%

com mesma graduação e em relação ao peso do adversário, as lesões aparecem 42% com

adversário mais pesado, 31% com mesmo peso e 21% com adversário mais leve,

assemelhando-se ao nosso estudo.

5. Conclusão

Em relação à incidência de lesões, os resultados demonstraram que o segmento

anatômico mais acometido foi o joelho e a lesão mais comum foi a luxação, sendo o golpe

recebido no momento da lesão uma chave de articulação, onde o adversário era mais pesado e

mais graduado na maioria das situações.

Os atletas de jiu-jitsu de nível iniciante sofreram um maior número de lesões na fase

de treinamento e os atletas de nível avançado sofreram maior número de lesões na fase de

competição, e essas lesões tiveram em nosso estudo, total relação no que diz respeito ao

tempo de prática e graduação do atleta, onde encontrou-se maior prevalência e incidência de

lesões entre os atletas mais graduados e com maior tempo de prática.

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Revista Eletrônica “Saúde CESUC” - Centro de Ensino Superior de Catalão, Ano I, Nº 01 - 2010

Por meio desse levantamento abrem-se novos leques, para que surjam novas pesquisas

que abordem a prevenção e tratamento das lesões mais comuns para esse tipo de esporte,

visando à melhora do rendimento desses atletas, fazendo com que os mesmos tenham uma

longa e saudável vida atlética.

6. Referência Bibliográfica

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Revista Eletrônica “Saúde CESUC” - Centro de Ensino Superior de Catalão, Ano I, Nº 01 - 2010

15. TRATAMENTO DAS DISFUNÇÕES DA ARTICULAÇÃO

TEMPOROMANDIBULAR POR MEIO DA TÉCNICA DE DÍGITO PRESSÃO

Iris André Martins Siqueira Barbosa41

Polion Elias da Silva42

Prof. Kleyder Aurélio Fleury Silva43

RESUMO

Doenças e disfunções na articulação temporomandibular (ATM) afetam grande número de

pessoas, mais de 20% da população. Essa articulação realiza movimentos complexos, tendo

função na mastigação, deglutição e fonação. Os distúrbios tempormandibulares (DTM), são

definidos como um conjunto de manifestações clínicas de má função mandibular, associadas

ou não á dor, que são geradas por agentes agressores à integridade da ATM, tendo etiologia

multifatorial. A proposta de tratamento inclui os recursos terapêuticos manuais, que podem

ser descritos como uma massagem profunda, que ajuda a mobilizar tecidos, aumentando o

fluxo sanguíneo na área e eliminando os pontos dolorosos. O estudo teve como objetivo geral,

analisar a eficiência da técnica de dígito pressão no tratamento das DTM. A metodologia do

trabalho foi por estudo de caso, sendo realizado na clínica escola de fisioterapia da Faculdade

de Ensino Superior de Catalão. O critério de inclusão foi apresentação de dor, crepitação,

diminuição da ADM e não ter usado aparelho ortodôntico. Foi realizada uma avaliação com

os índices de Helkimo, Fonseca e questionário de triagem, onde a paciente apresentou

sintomas referentes à DTM. O tratamento consistiu em 10 sessões utilizando a técnica “Dígito

Pressão”. Os resultados obtidos foram positivos no sentido de diminuição do quadro álgico e

funcionalidade.

Palavras chave: Disfunção Temporomandibular, Terapia Manual, Pontos Gatilho.

1. INTRODUÇÃO

De acordo com Hertling (2009), doenças e disfunções na articulação

temporomandibular (ATM) e estruturas adjacentes afetam grande número de pessoas, mais de

20% da população em um ou outro momento exibe sintomas relacionados à ATM.

Sobre a ATM, Menezes et al. (2008), classifica a mesma como parte do sistema

estomatognático, capaz de realizar movimentos complexos. A função e a estabilidade dessa

articulação regem a mastigação, deglutição, fonação e a própria postura mandibular.

Segundo Moreno et al. (2009), a Disfunção Temporomandibular (DTM) pode ser

definida como um conjunto de manifestações clínicas de má função mandibular, associadas

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Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC. 42

Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de Catalão – Faculdade CESUC. 43

Professor e supervisor de Estágio Supervisionado do Curso de Fisioterapia do Centro de Ensino Superior de

Catalão – Faculdade CESUC, orientador do trabalho de conclusão de curso.

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ou não à dor, que são geradas por agentes agressores à integridade morfológica ou funcional

do Sistema Temporomandibular.

Nesse sentido Biasotto-Gonzalez (2005), relata que existe uma estreita relação entre

disfunção muscular e dor, tratando-se de uma desordem geralmente relacionada ao estresse

que induz ao aumento do tônus muscular. Fato esse associado a hábitos parafuncionais, que

resulta em fadiga e espasmo gerando dor. Considera-se como hábitos parafuncionais, mascar

chicletes, roer unhas, morder canetas, bruxismo e apertamento dos dentes.

Steenks e Wijer (2005) confirmam que a etiologia das (DTM) tem origem

multifatorial, não existindo um fator etiológico único que possa ser responsabilizado pela

disfunção. Isso é confirmado pela sintomatologia clínica, pois as mesmas abrangem

importantes elementos funcionais, anatômicos e psicossociais.

Pelo exposto, Moreno (2009), afirma que exercícios terapêuticos têm sido muito

empregados na reabilitação e prevenção da DTM, com o objetivo de aliviar a dor e melhorar a

função. O autor justifica ainda que existam estudos conclusivos sobre a aplicação de

exercícios terapêuticos, associados à terapia manual, justificando que esses procedimentos

parecem ser úteis nos casos de deslocamento anterior do disco com redução da síndrome

dolorosa miofascial e DTM miogênica.

Visto que as desordens musculares fazem parte das DTM, constata-se que o

tratamento fisioterapeutico, favorece não só o alivio da sintomatologia do paciente, mas

também busca restabelecer a função normal do aparelho mastigatório (BIASOTTO-

GONZALEZ, 2005).

Biasotto-Gonzalez (2005), conclui ainda que a proposta de tratamento para DTM

dispõe de vários recursos, dentre eles a cinesioterapia e os recursos manuais, que podem ser

definidos como “exame ou tratamento pelas mãos”, inclui-se nessa definição a manipulação e

a mobilização articular, associados a uma massagem profunda podendo ajudar a mobilizar

tecidos aumentando o fluxo sanguíneo na área e eliminando os pontos gatilhos. Que ponde ser

considerado, como um ponto, localizado num músculo, que se apresenta tenso e muito

irritável, visto que o conjunto ou manobras realizadas com as mãos sobre os tecidos moles do

organismo tem objetivos curativos, profiláticos e / ou revigorantes.

Portanto, essa pesquisa fundamenta-se pelo expressivo número de pacientes portadores

de DTM, tornando obrigatório um conhecimento adequado sobre a alteração, bem como

estudos mais abrangentes com novas possibilidades de tratamento e que possam servir como

fonte de pesquisa para os profissionais da área. Tendo como objetivo geral, analisar a

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eficiência da técnica de digito pressão no tratamento das DTM, assim como identificar o grau

das disfunções temporomandibular.

2. METODOLOGIA

2.1 Sujeito

O tipo de estudo realizado caracterizou-se como, estudo de caso, que foi realizado com

a paciente, R.R.C.O, com idade de 28 anos, do sexo feminino, que apresentou sintomas

referentes à DTM.

Nos critérios de avaliação, entre os quais utilizamos: Índice de Helkimo, Índice de

Fonseca, Escala Analógica Visual e Questionário de Triagem.

A Pesquisa poderia ser interrompida caso houvesse desistência ou falta da paciente,

falta de material e não disponibilidade de local para atendimento.

A pesquisa foi realizada na clinica escola de fisioterapia da Faculdade de Ensino

Superior de Catalão-CESUC. A paciente foi previamente informada sobre o tipo de

tratamento a que foi submetida, bem como todos os procedimentos realizados durante o

mesmo, o número de sessões e sua provável duração, variando em media de 25 a 45 minutos,

foram esclarecidos também todos os possíveis riscos e benefícios.

Para isso a paciente assinou o termo de consentimento livre e esclarecido, onde a

mesma se declarou ciente de todos os riscos e benefícios que foi submetida no tratamento.

Termo esse que isentou a paciente de qualquer custo gerado pela pesquisa, ao mesmo tempo

em que declarou a paciente livre para abandonar o tratamento quando julgasse necessário.

- Critérios de inclusão; A paciente apresentou dor, crepitação, diminuição da ADM

de acordo com o questionário de triagem recomendado para DTM segundo Academia

Americana de Dor Orofacial. Apresentou também presença de mordida cruzada, bruxismo,

idade acima de 18 anos e abaixo de 40 anos e que nunca usou aparelho ortodônticos.

- Critério de exclusão: Todos os pacientes que apresentaram idade acima de 40 anos

e abaixo de 18 anos, que usam ou já tenham usado aparelhos ortodônticos. Foram excluídos

também, aqueles que usam algum tipo de medicação para alivio de dor ou que não

apresentaram dor, crepitação ou diminuição da ADM.

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2.2 Procedimentos

As sessões tiveram inicio com a aplicação da escala analógica de dor no inicio e no

fim de cada sessão, e a aplicação do Índice de Helkimo e Fonseca na primeira e na ultima

sessão do tratamento.

- Escala visual analógica: e um modelo de régua graduado de 0 a 10 onde a paciente

classificou o nível de dor que ela apresentou durante cada sessão. Foi um instrumento

importante para verificarmos a evolução do paciente durante o tratamento e mesmo a cada

atendimento, de maneira mais fidedigna.

- Índice de Helkimo: usado como instrumento para mensurar a severidade da DTM,

que tem por objetivo classificar a voluntária em categorias de severidade de sinais clínicos de

DTM. É subdividido em cinco itens: limitação na amplitude de movimento mandibular,

limitação na função da ATM, dor muscular, dor na ATM e dor no movimento mandibular.

Para cada item são possíveis três pontuações, dependendo da avaliação clínica, o índice varia

de: 0, 1 e 5.

Ao final, a somatória das pontuações de cada item permite classificar a voluntária em

quatro categorias: sem sintomas de DTM (0 ponto), sintomas leves (1 a 4 pontos), moderados

(5 a 9 pontos) e severos (10 a 25 pontos).

- Índice de Fonseca: Caracteriza a severidade dos sintomas de DTM. Para cada uma

das questões do questionário de Fonseca são possíveis três respostas (sim, não e às vezes)

para as quais são preestabelecidas três pontuações (10, 0 e 5, respectivamente).

Com a somatória dos pontos atribuídos obtém-se um índice que permite classificar os

voluntários em categorias de severidade de sintomas: sem DTM (0 a 15 pontos), DTM leve

(20 a 45 pontos), DTM moderada (50 a 65) e DTM severa (70 a 100 pontos).

Assim o tratamento propriamente dito se iniciou com a terapia “digito pressão”, onde

o fisioterapeuta utilizou os dedos indicadores ou polegares, pressionando os pontos dolorosos

até a sedação dos mesmos. Os músculos tratados foram: músculo temporal, músculo

bucinador, músculo pterigóide medial, músculo pterigóide lateral, músculo masseter,

identificados na avaliação.

Foram realizadas 10 sessões consecutivas, com exceção ao sábado e domingo sendo

que as sessões não tiveram tempo pré-determinado, variando de 25 a 45 minutos visto que a

paciente apresentou uma variação de tempo para se alcançar a sedação de cada ponto

doloroso. O método foi aplicado com a paciente deitada em decúbito dorsal, com o

fisioterapeuta posicionado de pé ou sentando atrás da cabeceira da maca.

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Os pontos aplicados na musculatura do pterigóide e bucinador foram acessados de

forma intra-oral utilizando-se da mesma técnica dos pontos externos, porém o fisioterapeuta

utilizou luvas de látex descartáveis.

3. RESULTADOS

Após analise dos resultados dos índices (Helkimo e Fonseca) aplicados no início e no

final do tratamento, foi constatado que a paciente apresentou no primeiro índice uma

classificação de DTM severa, e no segundo DTM moderada. Após o término do tratamento,

que consistiu na aplicação de 10 sessões da técnica “Dígito Pressão”, observou-se no primeiro

índice uma regressão do quadro severo para moderado, e no segundo de moderado para leve.

A análise da escala visual analógica, aplicada no início e no final de todas as sessões,

demonstrou que a paciente apresentava um nível de dor moderado, que não regrediu apenas

na primeira (1) sessão, as demais (9) apresentaram regressão do quadro, de moderado para

leve. Podendo ser representado na seguinte tabela.

Assim, os resultados obtidos por meio do tratamento utilizando a técnica “Digito

Pressão”, mostraram-se positivos no sentido de diminuição significativa do quadro álgico

apresentado inicialmente pela paciente.

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3.1 Discussão

O presente trabalho buscou confirmar a eficácia do método “Digito Pressão” como

aliado definitivo para o tratamento das DTM. Concordando com essa afirmação, Andrade e

Frare (2008), relatam que a terapia manual tem sua eficácia baseada na eliminação das tensões

nos tecidos moles, pontos gatilhos e estados de defesa muscular, recorrendo a movimentos de

baixa intensidade que aplicados sobre a área, agem sobre o sistema sensorial através dos

órgãos tendinosos de Golgi.

Contribuído nessa discussão, Vilarta et al. 2007, confirmam que a massoterapia é um

recurso manual muito empregado nas DTM, por meio das terapias de pontos gatilhos, tendo

nesse método um importante recurso a ser utilizado para tratar a disfunção.

O primeiro índice aplicado, o “Índice de Helkimo”, foi o pioneiro no desenvolvimento de

índices para mensurar a severidade das desordens temporomandibulares, bem como as dores

desse sistema, pois foi a partir dos trabalhos de helkimo que pode se observar a prevalência e

o grau de severidade das DTM, individualmente e na população em geral, por meio de um

índice anamenético e clínico, em que se pode notar uma maior padronização dos estudos em

relação aos anteriormente realizados (Almeida et al. 2005).

A avaliação de Helkimo abrange: índice de amplitude de movimento; dor ao

movimento da mandíbula; dor na ATM; alterações na função da ATM; dor muscular. Para

cada item são possíveis três pontuações, o índice varia de: 0, 1 e 5, a somatória no início do

tratamento foi de 10 pontos classificando a paciente com disfunção severa, no índice de

disfunção 3 com intervalo de 10-13. No final do tratamento onde novamente foi aplicado o

índice, a paciente apresentou uma melhora, com a somatória de 5 pontos classificando a

paciente com disfunção moderada, no índice de disfunção 2 com intervalo de 5-9.

Segundo Chaves (2007), o índice Fonseca tem sido utilizado em vários estudos devido

sua simplicidade, favorecendo o estudo das epidemiologias populacionais.

Portanto o “Índice de Fonseca” foi inserido na pesquisa por ser um dos poucos

instrumentos disponíveis em língua portuguesa para caracterizar a severidade dos sintomas da

DTM. Para cada uma das questões do índice são possíveis três respostas (sim, não e às vezes)

para as quais são preestabelecidas três pontuações (10, 0 e 5, respectivamente). A somatória

dos pontos no início do tratamento foi de 70 classificando a paciente com grau de

acometimento, DTM moderada no índice anamnésico 70-100. No final do tratamento foi

novamente aplicado o índice, onde a paciente apresentou melhora, com a somatória de 45

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pontos, classificando a paciente com grau de acometimento de DTM leve no índice

anamnésico 45-65.

Para verificarmos a evolução da paciente durante o tratamento e mesmo a cada

atendimento de maneira mais fidedigna utilizamos a Escala Visual Analógica, um modelo de

régua graduado de 0 a 10, onde a paciente visualiza de 0 a 2 nível leve, 3 a 7 nível moderado,

8 a 10 nível intenso, onde a própria paciente classifica o nível de dor referido.

A Escala Visual Analógica (EVA) foi aplicada em todas as sessões no início e no

final, sendo que o tratamento foi dividido em 10 sessões, onde na 1°sessão a paciente

apresentou no início classificação de dor quatro (4) para moderada e no final três (3), também

classificando como moderada. Porém, com a evolução do tratamento, na 10° sessão a paciente

apresentou, no início zero (0), classificando a dor como leve, e o final zero (0) também leve,

confirmando assim a efetividade do método na sedação dos pontos dolorosos.

4. Conclusão

O tratamento da Disfunção Temporomandibular (DTM) por meio da técnica “Dígito

Pressão”, após 10 sessões apresentou resultados positivos, como a diminuição da

sintomatologia dolorosa da Articulação Temporomandibular (ATM), e regressão das

severidades após nova avaliação por meio dos índices, confirmando assim a técnica como

método de tratamento eficaz para DTM.

Corroborando essa tese o índice de Helkimo apresentou o seguinte resultado:

classificação inicial de DTM moderada e final de DTM leve.

No índice de Fonseca a classificação inicial foi de severa com uma regressão do

quadro final para moderada.

A escala visual analógica confirma também apresentando resultados favoráveis,

principalmente quanto á diminuição do quadro álgico, onde se observa no início do

tratamento uma graduação de quatro (4) pontos, classificando a dor como moderada, e no

final do tratamento observou-se uma pontuação igual a zero (0), classificando o quadro de dor

como leve.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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DUARTE A. P., Índices de Helkimo e Crâniomandibular para diagnostico de desordens

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