ricardo rocha
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Apresentação powerpoint para o Seminário de Museologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto outubro 2009TRANSCRIPT
Seminário de Investigação em Museologia dos Países de Língua Portuguesa e Espanhola
Seminario de Investigación en Museología de los Países de Habla Portuguesa e Española
Museus, Cidades e ComunicaçãoRicardo Rocha
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Universidade Federal de PelotasMestrado em Patrimônio Cultural
Universidade Federal de Santa Maria
neste trabalho são discutidos alguns aspectos dos projetos de Lucio Costa
para o Museu das Missões em São Miguel (iniciado em 1937) e de Álvaro
Siza para a sede da Fundação Iberê Camargo em Porto Alegre (terminado
em 2008), ambos construídos no estado brasileiro do Rio Grande do Sul
São Miguel é um lugarejo
próximo a Santo Ângelo
o Rio Grande do Sul é o estado mais ao sul do Brasil, na fronteira com
o Uruguai e a Argentina
Porto Alegreé a capital do Estado
Porto Alegre
São Miguel é conhecida pelas ruínas da redução jesuítica de mesmo nome (tombadas pela UNESCO), hoje em territóriobrasileiro, mas originalmente (século XVIII) em terras da coroa espanhola
ruínas de São Miguel
o Museu das Missões
“Também eu detesto os museus. Vou lá para ver e não para sentir.
Tirar as coisas do seu ambiente é fazer-lhes perder a alma”
Izabel de S. Gião – do livro Ressurreição de Manuel Ribeiro
concluído em 1941, o Museu das Missões é reconhecido como solução exemplar de inserção de construção moderna em sítio histórico, integrando o novo ao antigo pela implantação estudada e pela sábia utilização dos materiais
a implantação do edifício em um dos cantos da antiga praça da redução jesuítica serve de referência para se ter uma idéia de suas dimensões
• através dos espaços transparentes do museu, as peças são expostas ao olhar do visitante
• o material das próprias ruínas é utilizado, em uma referência às casas dos índios do antigo povoado
• de certa distância, é possível ver o perfil das ruínas da igreja por detrás do alpendre do museu
esse é, de fato, um dos pontos fundamentais da proposta: através da transparência do edifício na direção norte-sul, o olhar do
visitante projeta as peças expostas no museu-pavilhão sobre o pano de fundo da ruína,
fazendo com que seus vestígios a tornem tão animada como quando “aquela porção de índios se juntava de manhãzinha na igreja”
outro dos aspectos principais da obra é a manutenção das peças de arte missioneira encontradas, recolhidas ou doadas em seu habitat
a nova sede da Fundação Iberê Camargo (FIC)
já em Porto Alegre, a necessidade de uma obra que conferisse visibilidade à produção de Iberê Camargo, aliada ao desejo de reforçar a inserção da cidade no circuito mundial das
artes, conduziram a uma solução de efeito
Iberê Camargo
Solidão1994
200 x 400 cm Óleo sobre tela
Coleção Maria Coussirat Camargo | Fundação Iberê Camargo | Porto Alegre
a fluidez da circulação nas rampas e seu cadenciar silencioso colocam-se em franco contraste com a tensão plástico-formal que provocam na visão externa do conjunto e com suas reverberações no espaço interno
• a intenção de Siza parece ser menos impressionar o visitante e muito mais oferecer a ele condições para apreciar as obras expostas
• as rampas-galerias da FIC permitem que, entre um andar e outro, mergulhemos um pouco em nós mesmos, reflitamos a impressão causada por uma obra. Olhemos o desenho de luz produzido por uma clarabóia; paremos para contemplar a paisagem, com Porto Alegre ao fundo
• 71 anos separam o projeto do museu missioneiro da inauguração da Fundação Iberê Camargo
• evidentemente, nos dias de hoje, o Museu das Missões está longe de atender a as exigências técnicas relativas a conservação de obras de arte – aspecto em relação ao qual a obra da FIC é exemplar
• no filme-instalação Dédale, feito pelo artista francês Pierre Coulibeuf na própria FIC, o prédio concebido por Siza é comparado a um labirinto, no qual oscilamos entre as obras expostas e as precisas aberturas para o exterior
• ambos os museus, portanto, funcionam como membranas, comunicando as obras em seu interior com a paisagem e a cidade, através dos olhos dos visitantes
“Os motivos de meus quadros são
visões do cotidiano que transporto para
o mundo das lembranças sob a
inspiração da fantasia””
fim.