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Voyager Maio 2012 1
estoril Palace UM hotel coM história e histórias
serra da estrela as qUatro estações Dos Montes herMínios
Barcelos história, gastronoMia e arte popUlar
Nova ZelâNdiaa natUreza em exiBição Plena
VO AGER #01 | Maio 2012 | 2,99 euros
Y
4 Voyager Maio 2012
texto fictício parece-me que agora que
estou melhor e que consigo dar uma
orientação mais precisa aos meus es-
tudos. conseguirei atingir o objectivo
tão procurado e durante tanto tempo
perseguido? continuo como sempre
a estudar a natureza e parece-me que
faço lentos progressos”.
a pintura é o seu mundo e a sua maneira
de existir. trabalha sozinho, sem alunos,
sem a admiração por parte da familia,
sem encorajamento por parte dos júris.
o fundo do seu carácter é dominado
pela ansiedade. aos 42 anos, pensa que
morrerá jovem e redige o testamento.
aos 46, tem uma paixão atormentada,
insuportável, da qual nunca falará. aos
51, retira-se para aix, para melhor en-
contrar a natureza, mas trata-se de um
retorno ao meio da sua infância, da sua
mãe, da sua irmã. a religião, que co-
meça a praticar, surge para ele com o
medo da vida e com o medo da morte.
segreda a um amigo: “É o medo, sinto
que ainda me restam quatro dias na ter-
ra, mas e depois? creio que sobrevive-
rei e não me quero arriscar a esturricar
in aeternum”.
PORTUGUESES PELOMUNDO em parceria com o programa da rtP1
Veneza a cidade das rUas de ÁgUa
6 Voyager Maio 2012
Maio2012
Weekend
20Serra da Estrela, floratexto fictício parece-me que agora que estou melhor e que consigo
dar uma orientação mais precisa aos meus estudos. conseguirei atingir o objectivo
tão procurado e durante tanto tempo perseguido? continuo como sempre a estudar
a natureza e parece-me que faço lentos progressos”
28Barcelos, gastronomia e artesanato a pintura é o seu mundo e a sua maneira de existir. trabalha sozinho, sem alunos,
sem a admiração por parte da familia, sem encorajamento por parte dos júris.
Já velho, interroga-se sobre se a novidade da sua pintura não decorreria de uma
perturbação da sua visão, se toda sua vida não se teria baseado num acidente
do seu corpo.
Voyager Maio 2012 7
38Brasilcomandatubae sauipe dois lugares rurais de autenticidade
42safari no Zimbabuéo apelo irresistívelde África
46Japãotradição e contemporaneidadeno oriente longínquo
56Nova Zelândiaa Natureza em exibição plena
LONG DISTANCEVoyager | maio 2012
14 Estadias de LuxoHotéis El Ciegoe Estoril Palacea pintura é o seu mundo e a sua ma-neira de existir.
32 Short breakSuiça eo Castelo de Neuschwansteino fundo do seu carácter dominado pela ansiedade.
04 Nota do Editor
12 Literatura e/oucinema de viagem
15 Portugueses noMundoUma parceria com o programa da rtP1.
20 Viajar por estrada: mota, carro, caravana...
Estadias de Luxo | 14
Short break | 32
10 Voyager Maio 2012
ESTOrIL PALACEUM hOTEL COM
hISTórIA E hISTórIAS
estadias de luxo
Entrada fictícia precisava de cem sessões de trabalho para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões de pose para um retrato. Aquilo a que chamamos a sua obra era para ele apenas o ensaio e a aproximação à sua pintura.
texto: Paula monteiro
Fotografias: antónio saraiva
Voyager Maio 2012 11
texto fictício parece-me que agora que estou melhor e que
consigo dar uma orientação mais precisa aos meus estudos.
conseguirei atingir o objectivo tão procurado e durante
tanto tempo perseguido? continuo como sempre a estu-
dar a natureza e parece-me que faço lentos progressos”
a pintura é o seu mundo e a sua maneira de existir. trabalha
sozinho, sem alunos, sem a admiração por parte da familia,
sem encorajamento por parte dos júris.
Já velho, interroga-se sobre se a novidade da sua pintura
não decorreria de uma perturbação da sua visão, se toda
sua vida não se teria baseado num acidente do seu corpo.
Porquê tanta incerteza, tanto esforço, tantos falhanços e de
repente, o sucesso? Jovem, aos 13 anos, inquietava os seus
amigos com os seus acessos de cólera e as suas depres-
sões. Zola, que era amigo de cezanne desde criança, foi o
primeiro a ver nele o génio e o primeiro a falar dele como
um “génio abortado”.
sete anos mais tarde, aos 20, decidido a tornar-se pintor,
duvida do seu talento e não ousa pedir ao pai que o envie
para Paris. as cartas de Zola recriminam-lhe a instabilidade,
a fraqueza e a indecisão. Já em Paris escreve: “mais não fiz
que mudar de lugar e o aborrecimento e o tédio
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CoZiNha Gourmet
Destaque fictício dois precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato 100 c.
texto fictício parece-me que agora que estou melhor e que
consigo dar uma orientação mais precisa aos meus estudos.
conseguirei atingir o objectivo tão procurado e durante
tanto tempo perseguido? continuo como sempre a estu-
dar a natureza e parece-me que faço lentos progressos”
a pintura é o seu mundo e a sua maneira de existir. trabalha
sozinho, sem alunos, sem a admiração por parte da familia,
sem encorajamento por parte dos júris.
Já velho, interroga-se sobre se a novidade da sua pintura
não decorreria de uma perturbação da sua visão, se toda
sua vida não se teria baseado num acidente do seu corpo.
Porquê tanta incerteza, tanto esforço, tantos falhanços e de
repente, o sucesso? Jovem, aos 13 anos, inquietava os seus
amigos com os seus acessos de cólera e as suas depres-
sões. Zola, que era amigo de cezanne desde criança, foi o
primeiro a ver nele o génio e o primeiro a falar dele como
um “génio abortado”.
sete anos mais tarde, aos 20, decidido a tornar-se pintor,
duvida do seu talento e não ousa pedir ao pai que o envie
para Paris. as cartas de Zola recriminam-lhe a instabilida-
de, a fraqueza e a indecisão. Já em Paris escreve: “mais
não fiz que mudar de lugar e o aborrecimento e o tédio
perseguem-me.” o fundo do seu carácter é dominado
pela ansiedade. aos 42 anos, pensa que morrerá jovem e
redige o testamento. aos 46, tem uma paixão atormentada,
insuportável, da qual nunca falará. aos 51, retira-se para
aix, para melhor encontrar a natureza, mas trata-se de um
retorno ao meio da sua infância, da sua mãe, da sua irmã. a
religião, que começa a praticar, surge para ele com o medo
da vida e com o medo da morte. segreda a um amigo: “É o
medo, sinto que ainda me restam quatro dias na terra, mas
e depois? creio que sobreviverei e não me quero arriscar a
esturricar in aeternum”
Vai-se tornando cada vez mais tímido, desconfiado e sus-
ceptível. Vem alguma vezes a Paris mas, quando encontra
amigos, faz-lhes de longe sinal de que não lhes quer falar. a
ideia de uma pintura “sobre a natureza” surge em cézanne
a partir da mesma fraqueza. e a sua extrema atenção à na-
tureza, à cor, e o carácter inumano da sua pintura também.
“devemos pintar uma face como se fosse um objecto”.
Voyager Maio 2012 17
SUIÇACUrTA PAUSA NUM PAÍS
PINTADO DE BrANCOEntrada fictícia precisava de cem sessões de trabalho para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões de pose para um retrato. Aquilo a que chamamos a sua obra era para ele apenas o ensaio e a aproximação à sua pintura. Escreve aos anos: Vivo num tal estado de perturbações cerebrais, numa perturbação tão grande que temo a todo o momento, que a minha frágil razão não aguente. 380 c.
texto: Paula monteiroFotografias: antónio saraiva
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T exto fictício parece-me que agora que estou melhor
e que consigo dar uma orientação mais precisa aos
meus estudos. conseguirei atingir o objectivo tão pro-
curado e durante tanto tempo perseguido? continuo como
sempre a estudar a natureza e parece-me que faço lentos
progressos”
a pintura é o seu mundo e a sua maneira de existir. trabalha
sozinho, sem alunos, sem a admiração por parte da familia,
sem encorajamento por parte dos júris. Já velho, interroga-
-se sobre se a novidade da sua pintura não decorreria de
uma perturbação da sua visão, se toda sua vida não se teria
baseado num acidente do seu corpo. Porquê tanta incerte-
za, tanto esforço, tantos falhanços e de repente, o sucesso?
Jovem, aos 13 anos, inquietava os seus amigos com os seus
acessos de cólera e as suas depressões. Zola, que era amigo
de cezanne desde criança, foi o primeiro a ver nele o génio
os eNCaNtos dos alpes suiços
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e o primeiro a falar dele como um “génio abor-
tado”. sete anos mais tarde, aos 20, decidido a
tornar-se pintor, duvida do seu talento e não ousa
pedir ao pai que o envie para Paris. as cartas de
Zola recriminam-lhe a instabilidade, a fraqueza
e a indecisão. Já em Paris escreve: “mais não fiz
que mudar de lugar e o aborrecimento e o tédio
perseguem-me.”
o fundo do seu carácter é dominado pela ansiedade. aos
42 anos, pensa que morrerá jovem e redige o testamento.
aos 46, tem uma paixão atormentada, insuportável, da qual
nunca falará. aos 51, retira-se para aix, para melhor encon-
trar a natureza, mas trata-se de um retorno ao meio da sua
infância, da sua mãe, da sua irmã. a religião, que começa a
praticar, surge para ele com o medo da vida e com o medo
da morte. segreda a um amigo: “É o medo, sinto que ainda
me restam quatro dias na terra, mas e depois? creio que so-
breviverei e não me quero arriscar a esturricar in aeternum”
Vai-se tornando cada vez mais tímido, desconfiado e sus-
ceptível. Vem alguma vezes a Paris mas, quando encontra
amigos, faz-lhes de longe sinal de que não lhes quer falar.
a ideia de uma pintura “sobre a natureza” surge em cézan-
ne a partir da mesma fraqueza. e a sua extrema atenção à
natureza, à cor, e o carácter inumano da sua pintura também.
“devemos pintar uma face como se fosse um objecto”, a sua
devoção ao mundo visível apenas são uma fuga ao mundo
humano.
É possivel que, no momento das suas fraquezas nervosas,
cézanne tenha concebido uma forma de arte válida para
todos. entregue a si mesmo, pode olhar a natureza como só
um homem sabe fazê-lo. “como pintor torno-me mais lúcido
DIVIrTA-SE NA NEVE!!!
texto fictício a natureza para os clássicos exigia circun-
scrição pelos contornos, composição e distribuição das
luzes. a isso cézanne responde: “eles faziam um quadro
e nós procuramos um pedaço de natureza”. e sobre
os mestres: “substituiam a realidade pela imaginação
e pela abstração que a acompanha”. sobre a natureza:
“É preciso que nos curvemos face a esta obra perfeita.
tudo nos vem dela, por ela existimos, esqueçamos tudo
o resto”.
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destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato 100 c.
T exto fictício parece-me que agora que estou melhor
e que consigo dar uma orientação mais precisa aos
meus estudos. conseguirei atingir o objectivo tão pro-
curado e durante tanto tempo perseguido? continuo como
sempre a estudar a natureza e parece-me que faço lentos
progressos”
a pintura é o seu mundo e a sua maneira de existir. trabalha
sozinho, sem alunos, sem a admiração por parte da familia,
sem encorajamento por parte dos júris. Já velho, interroga-se
sobre se a novidade da sua pintura não decorreria de uma
perturbação da sua visão, se toda sua vida não se teria base-
ado num acidente do seu corpo. Porquê tanta incerteza, tan-
to esforço, tantos falhanços e de repente, o sucesso? Jovem,
aos 13 anos, inquietava os seus amigos com os seus acessos
de cólera e as suas depressões. Zola, que era amigo de
cezanne desde criança, foi o primeiro a ver nele o génio e o
primeiro a falar dele como um “génio abortado”. sete anos
mais tarde, aos 20, decidido a tornar-se pintor, duvida do seu
Voyager Maio 2012 21
talento e não ousa pedir ao pai que o envie para Paris. as
cartas de Zola recriminam-lhe a instabilidade, a fraqueza e a
indecisão. Já em Paris escreve: “mais não fiz que mudar de
lugar e o aborrecimento e o tédio perseguem-me.”
o fundo do seu carácter é dominado pela ansiedade. aos
42 anos, pensa que morrerá jovem e redige o testamento.
aos 46, tem uma paixão atormentada, insuportável, da qual
nunca falará. aos 51, retira-se para aix, para melhor encon-
trar a natureza, mas trata-se de um retorno ao meio da sua
infância, da sua mãe, da sua irmã. a religião, que começa a
praticar, surge para ele com o medo da vida e com o medo
da morte. segreda a um amigo: “É o medo, sinto que ainda
me restam quatro dias na terra, mas e depois? creio que so-
breviverei e não me quero arriscar a esturricar in aeternum”
Vai-se tornando cada vez mais tímido, desconfiado e sus-
ceptível. Vem alguma vezes a Paris mas, quando encontra
amigos, faz-lhes de longe sinal de que não lhes quer falar. a
ideia de uma pintura “sobre a natureza” surge em cézan
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destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato 100 c.
CONhEÇA O CASTELO DA BELA ADOrMECIDA
Quando cézanne se muda par auvers-sur-oise produz-se
uma mudança. em contacto com Pissarro abandona os
temas tétricos e alegra as cores da sua paleta. as piceladas
deixam de ser grossas e quadradas e tornam-se mais subtis
e flexíveis permitindo texturas formadas por pequenas manchas
de cor com um resultado mais harmonioso. É Pissarro que incita
cézanne à pintura ao ar livre. 800 c.ne a partir da mesma fraqueza. e a sua extrema atenção à
natureza, à cor, e o carácter inumano da sua pintura também.
“devemos pintar uma face como se fosse um objecto”, a sua
devoção ao mundo visível apenas são uma fuga ao mundo
humano.
É possivel que, no momento das suas fraquezas nervosas,
cézanne tenha concebido uma forma de arte válida para
todos. entregue a si mesmo, pode olhar a natureza como só
um homem sabe fazê-lo. “como pintor torno-me mais lúcido
quando confrontado com a natureza”. italianos, tintoretto,
delacroix, courbet, impressionistas, em particular, Pissarro, a
quem cézanne deve a concepção da pintura, não como a re-
alização de cenas imaginadas, mas como o estudo preciso .
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4DestinosInesquecíveis
long distance
texto: Paula monteiroFotografias: antónio saraiva
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BrasilcomandatUBa e saUiPedois lUgares rUrais de aUtenticidade
Japãotradição e contemPoraneidadeno oriente longínQUo
Nova ZelâNdiaa natUreZa em exiBição Plena
ZimBaBuéo aPelo irresistíVel de ÁFrica
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texto fictício parece-me que agora que estou
melhor e que consigo dar uma orientação mais
precisa aos meus estudos. conseguirei atingir o
objectivo tão procurado e durante tanto tempo
perseguido? continuo como sempre a estudar a
natureza e parece-me que faço lentos progressos”
a pintura é o seu mundo e a sua maneira de exis-
tir. trabalha sozinho, sem alunos, sem a admiração
por parte da familia, sem encorajamento por parte
dos júris.
Já velho, interroga-se sobre se a novidade da sua
pintura não decorreria de uma perturbação da sua
visão, se toda sua vida não se teria baseado num
acidente do seu corpo. Porquê tanta incerteza,
tanto esforço, tantos falhanços e de repente, o
sucesso? Jovem, aos 13 anos, inquietava os seus
amigos com os seus acessos de cólera e as suas
depressões. Zola, que era amigo de cezanne des-
de criança, foi o primeiro a ver nele o génio e o
primeiro a falar dele como um “génio abortado”.
sete anos mais tarde, aos 20, decidido a tornar-
-se pintor, duvida do seu talento e não ousa
pedir ao pai que o envie para Paris. as cartas de
Zola recriminam-lhe a instabilidade, a fraqueza
e a indecisão. Já em Paris escreve: “mais não fiz
que mudar de lugar e o aborrecimento e o tédio
JaPãotradição e contemporaneidade
oriente longínquo
tóquio
hocaido
T
destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato 100 c.
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destaque fictício um precisava de cem sessões para uma natureza morta, cento e cinquenta sessões para retrato 100 c.
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-me.” o fundo do seu carácter é dominado pela ansiedade.
aos 42 anos, pensa que morrerá jovem e redige o testa-
mento. aos 46, tem uma paixão atormentada, insuportável,
da qual nunca falará. aos 51, retira-se para aix, para melhor
encontrar a natureza, mas trata-se de um retorno ao meio da
sua infância, da sua mãe, da sua irmã. a religião, que começa
a praticar, surge para ele com o medo da vida e com o medo
da morte. segreda a um amigo: “É o medo, sinto que ainda
me restam quatro dias na terra, mas e depois? creio que
sobreviverei e não me quero arriscar a esturricar in aeter-
num”. Vai-se tornando cada vez mais tímido, desconfiado e
susceptível. Vem alguma vezes a Paris mas, quando encontra
amigos, faz-lhes de longe sinal de que não lhes quer falar.
a ideia de uma pintura “sobre a natureza” surge em cézan-
ne a partir da mesma fraqueza. e a sua extrema atenção à
natureza, à cor, e o carácter inumano da sua pintura também.
“devemos pintar uma face como se fosse um objecto”, a sua
devoção ao mundo visível apenas são uma fuga ao mundo
humano. É possivel que, no momento das suas fraquezas
nervosas, cézanne tenha concebido uma forma de arte válida
hOCAIDO, A SEGUNDA MAIOr ILhA DO JAPãO
texto fictício a natureza para os clássicos exigia circun-
scrição pelos contornos, composição e distribuição das
luzes. a isso cézanne responde: “eles faziam um quadro
e nós procuramos um pedaço de natureza”. e sobre os
mestres: “substituiam a realidade pela imaginação e pela
abstração que a acompanha”. sobre a natureza: “É pre-
ciso que nos curvemos face a esta obra perfeita. tudo nos
vem dela, por ela existimos, esqueçamos tudo o resto”.
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para todos. entregue a si mesmo, pode olhar a natureza
como só um homem sabe fazê-lo. “como pintor torno-me
mais lúcido quando confrontado com a natureza”. italianos,
tintoretto, delacroix, courbet, impressionistas, em particular,
Pissarro, a quem cézanne deve a concepção da pintura, não
como a realização de cenas imaginadas, mas como o estudo
preciso das aparências, não como um trabalho de atelier
antes como um trabalho sobre natureza.
a natureza para os clássicos exigia circunscrição pelos con-
tornos, composição e distribuição das luzes. a isso cézanne
responde: “eles faziam um quadro e nós procuramos um
pedaço de natureza”. e sobre os mestres: “substituiam a rea-
lidade pela imaginação e pela abstração que a acompanha”.
sobre a natureza: “É preciso que nos curvemos face a esta
obra perfeita. tudo nos vem dela, por ela existimos, esque-
çamos tudo o resto”.
TóQUIO A “CAPITAL DO LESTE”
Quando cézanne se muda par auvers-sur-oise produz-se
uma mudança. em contacto com Pissarro abandona os temas
tétricos e alegra as cores da sua paleta. as piceladas deixam de
ser grossas e quadradas e tornam-se mais subtis e flexíveis per-
mitindo texturas formadas por pequenas manchas de cor com
um resultado mais harmonioso. É Pissarro que incita cézanne à
pintura ao ar livre. 800 c.
SlowfoodNotas de um CoNNoiseur
Degustação de caviar Uma ementa exemplar
um Chef e o seu restauraNte
Doze horas na vidade Vítor Sobral
deseJos Gourmet
Este é o metálico mais caro do mundo!
SlowFood | 3
A Slow Food, é uma associação internacional fundada por Carlo Petrini em 1986, com o objetivo de promover uma maior apre-ciação da comida, melhorar a qualidade das refeições e uma produção que valorize o produto, o produtor e o meio ambiente. A filosofia da Slow Food defende a necessidade de informação do consumidor, protege identidades culturais ligadas a tradições alimentares e gastronômicas, protege produtos alimentares e comidas, processos e técnicas de cultivo e processamento herda-dos por tradição, e defende espécies vegetais e animais, domésti-cas e selvagens.Reunindo mais de 100 mil associados ao redor do mundo, a rede de membros do Slow Food é organizada em grupos locais, que sob a coordenação de líderes, organizam periodicamente uma série de atividades como oficinas de educação alimentar para cri-anças, palestras, degustações, cursos, jantares e turismo enológico e gastronômico, assim como apóiam campanhas lançadas pela associação internacional.
Palácio de Seteais Uma cozinha nobre e intemporal 009
Casa das Histórias Paula RegoChef do Eleven no mundoprodigioso 011
Mozart, Verdi e pastasAs paixões de Cecilia Bertoli 012
Desejos GourmetEste é o metálico mais caro do mundo! 016
Um chef e o seu restauranteDoze horas na vidade Vítor Sobral 020
Notas de um ConnoiseurDegustação de caviar Uma ementa exemplar 030
009
012
016
020
024
030
Slowfood
SlowFood | 5
Desejos Gourmet
Este é o metálico mais caro do mundo!
Swatch apreSenta SacarolhaS futuriSta
Texto fictício Swatch zapresen-tou um relógio tecnologicamente avançado. Para além das horas, inclui leitor de MP3, álbum de fo-tos e gravador de vídeo. Quando se pensa em Swatch, pensa-se em relógios coloridos e com um design atractivo, não em tecnolo-gia futurista.
MaiS SiMpleS MaiS eficaz
Texto fictício Pioneer apresenta o primeiro sistema que transmi-te som através da corrente eléc-trica. Com é possível ligar até seis colunas de som em rede, di-rectamente às tomadas eléctri-cas, abdicando dos tradicionais e incómodos fios das colunas de som. e ouvir música em diferen-tes locais da casa.
Quando preferiMoS o tradicional
Texto fictício opcional de 2 GB, e estará disponível a partir de 210 euros. O Nokia 7900, que deve-rá custar cerca de 400 euros, le-vou mais uns pozinhos tecnológi-cos e apresenta um ecrã OLED de 16 milhões de cores.
Texto fictício a Nokia apresentou dois novos telemóveis cujo design é “prismático” tanto na frente como na
parte traseira dos equipamentos.
Slowfood SlowFood | 5
SlowFood | 7
Texto fictício os pratos e as taças pousa-das de perfil sobre uma mesa deveriam ser elipses, mas os extremos da elipse
são mais volumosos e dilatados. A mesa de trabalho, no retrato de Geffroy escorrega para fora do quadro a afrontar as leis da perspectiva. Abandonando o desenho, Cezanne entregou-se ao caos das sensações. Ora, as sensações fariam transtornar os objectos e sugeriam constante-mente ilusões. O desenho deve resultar da cor, se se quer dar
conta da sua espessura. Trata-se de uma massa, um organismo de cores, atraves dos quais a fuga da perspectiva, os contor-nos, as rectas, as curvas insta-lam-se como linhas de força. Os pratos e as taças pousadas de perfil sobre uma mesa deveriam ser elipses, mas os extremos da elipse são mais volumosos e dilatados. A mesa de trabalho, no retrato de Geffroy escorrega para fora do quadro a afrontar as leis da perspectiva. Italianos, Tintoretto, Delacroix, Courbet, em particular, Pissarro, a quem Cézanne deve a concepção da
pintura, não como a realização de cenas imaginadas, mas como o estudo preciso das aparências, não como um trabalho de atelier antes como um trabalho sobre natureza.Em 1877, os Impressionistas organizam uma exposição. Monet expõe 30 quadros e Cézanne, numa das melhores salas, 17, Este contra-salão atrai um grande número de visitantes. Este contra-salão atrai um grande número entre elas, Retrato de Victor Choquet, sem dúvida o que provoca maior desconcerto.
Doze horas na vida de Vítor Sobral
Um chef e o seu restaurante
Texto fictício a Nokia apresentou dois novos telemóveis cujo design é “prismático”
tanto na frente como na parte traseira dos equipamentos.
Slowfood SlowFood | 7
SlowFood | 9SlowFood | 9
Texto fictício Italianos, Tintoretto, Delacroix, Courbet, em particu-lar, Pissarro, a quem Cézanne deve a concepção da pin-
tura, não como a realização de cenas imaginadas, mas como o estudo preciso das aparências, não como um trabalho de atelier antes como um trabalho sobre natureza. A natureza para os
clássicos exigia circunscrição pelos contornos, composição e distribuição das luzes. A isso Cézanne responde: “Eles faziam um quadro e nós procuramos um pedaço de natureza”. E sobre os mestres: “substituiam a realidade pela imaginação e pela abstra-ção que a acompanha”. Sobre a natureza: “É preciso que nos cur-vemos face a esta obra perfeita. Tudo nos vem dela, por ela existi-
mos, esqueçamos tudo o resto”.Italianos, Tintoretto, Delacroix, Courbet, que dariam a forma e a profundidade. Na percepção primordial, estas distinções entre o tacto e a visão são desconhe-cidas. Cézanne dizia mesmo: “o odor dos objectos”. Se o pintor quer exprimir o mundo, é preciso que a ordenação das cores traga consigo este todo indivisível de outra forma a sua pintura.
Uma ementa exemplar para a degustação de caviar
Notas de um Connoiseur
Texto fictício a Nokia apresentou dois novos telemóveis cujo design é “prismático” tanto na frente como na
parte traseira dos equipamentos.
Slowfood
ITÁLIA
12%
PORTUGAL
FRANÇA
REINOUNIDO
2.8%
26%
28%
BÉLGICA2.2%
HOLANDA5%DINAMARCA
2%
NORUEGA
2.7%
SUÉCIA
4.6%
FINLÂNDIA
1%
ESTÓNIA
0.6%
REP. CHECA
2.6%
2%
ROMÉNIA
GRÉCIA
3%
SUIÇA
AUSTRIA
3.7%
2.5%
REINOUNIDO
BÉLGICA
HOLANDA
DINAMARCA
NORUEGA
SUÉCIA
FINLÂNDIA
ESTÓNIA
ROMÉNIA
REP. CHECA
GRÉCIA
AUSTRIA
ITÁLIA
SUIÇAFRANÇA
PORTUGAL
2 347 854VISITANTES
22 099 915VISITANTES
23 808 162VISITANTES
1 828 883VISITANTES
4 390 000VISITANTES
1 875 691VISITANTES
2 250 776VISITANTES
3 855 766VISITANTES
934 762VISITANTES
537 691VISITANTES
2 160 181VISITANTES
1 703 000VISITANTES
2 571 713VISITANTES
3 144 485VISITANTES
10 190 715VISITANTES
2 165 348VISITANTES
OS 5 MAIS VISITADOS DA EUROPA...
Os museus tiveram origem no hábito humano do colecionismo, que nasceu com a própria humanidade. Desde a Antiguidade que o homem, por in�nitas razões, coleciona objetos dando-lhes valor, seja afetivo, cultural ou simplesmente material, o que justi�ca a necessidade da sua preservação ao longo do tempo.
MUSEUS MAIS VISITADOS NA EUROPA
Musée du Louvre França
8 388 000 visitantes
Tate London Reino Unido
6 315 027 visitantes
British Museum Reino Unido
5 643 708 visitantes
Château de Versailles França
5 569 606 visitantes
National GalleryReino Unido
4 695 000 visitantes
Museu Colecção Berardo Lisboa
566 880 visitantes
Palácio Nacional da Pena Sintra
547 421 visitantes
Museu de Arte Contemporânea de
Serralves, Sintra 547 421 visitantes
Museu Nacional da Imprensa, Porto
412 291 visitantes
Palácio Nacional de SintraSintra
408 712 visitantes
OS 5 MAIS VISITADOS EM PORTUGAL...
Percentagem de visitantes no espaço europeu (por país).
Fonte: Rúben SousaFonte: EGMUS (http://www.egmus.eu/index.php?id=9)