seis sigma 3

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  • 5/20/2018 Seis Sigma 3

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULESCOLA DE ADMINISTRAO

    DEPARTAMENTO DE CINCIAS ADMINISTRATIVAS

    Camila da Cunha Nunes

    APLICAO DA METODOLOGIA SEIS SIGMA NO PROCESSO DEATENDIMENTO AO CLIENTE EM CAIXAS DO BANCO ITA S/A

    Porto Alegre2009

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    Camila da Cunha Nunes

    APLICAO DA METODOLOGIA SEIS SIGMA NO PROCESSO DEATENDIMENTO AO CLIENTE EM CAIXAS DO BANCO ITA S/A

    Trabalho de concluso do curso degraduao apresentado ao Departamentode Cincias Administrativas daUniversidade Federal do Rio Grande doSul, como requisito parcial para aobteno do grau de Bacharel em

    Administrao.

    Orientadora: Prof. ngela FreitagBrodbeck

    Porto Alegre2009

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    Camila da Cunha Nunes

    APLICAO DA METODOLOGIA SEIS SIGMA NO PROCESSO DEATENDIMENTO AO CLIENTE EM CAIXAS DO BANCO ITA S/A

    Trabalho de concluso do curso degraduao apresentado ao Departamentode Cincias Administrativas daUniversidade Federal do Rio Grande doSul, como requisito parcial para a

    obteno do grau de Bacharel emAdministrao.

    Conceito final:Aprovado em ........ de ..........................de..........

    BANCA EXAMINADORA

    ___________________________________Prof. Dr. Jos Carlos FioriolliUniversidade Federal do Rio Grande Do Sul

    ___________________________________

    Orientadora Prof. Dr. ngela Freitag BrodbeckUniversidade Federal do Rio Grande Do Sul

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    RESUMO

    Este trabalho tem como principal objetivo propor melhorias no processo deatendimento dos caixas do Banco Ita atravs da metodologia Seis Sigma, a fim demostrar para a organizao os benefcios deste mtodo, originalmente aplicado aprocessos produtivos. Antes de poder fazer alguma melhoria, ser necessriovisualizar os principais processos realizados nos caixas. Para isso, as atividadesintegrantes destes processos sero mapeadas, descritas e estruturadas emfluxogramas. Aps ser feita a seleo das atividades a serem analisadas, e atravsde uma pesquisa quantitativa, ser possvel verificar a opinio dos clientes finaiscom relao s atividades selecionadas. De posse destas informaes, seropropostos alguns indicadores de desempenho, a fim de tornar o processo maiseficaz, atender s necessidades das partes interessadas e eliminar os problemas

    encontrados.Palavras-chave: Seis Sigma, Melhoria de processos, Anlise de processos.

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    ABSTRACT

    This work has as main objective to propose improvement in the cashier attendingprocess of Banco Ita through Six Sigma methodology to show the organization thebenefits of this method, originally applied to productive processes. Before any kind ofimprovement, it will be necessary to visualize the main process carried out by thecashiers. For that, the activities applied to these processes will be mapped, describedand structured in flowcharts. Next, the activities to be analyzed will be selected, andthrough a quantitative research, it will be possible to check the clients opinion aboutthem. With that information, some performance indicators will be suggested in orderto make the process more effective, attend the needs of the clients and theorganization and eliminate the detected problems.

    Key-Words: Six Sigma, Process improvement, Process analysis

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    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1 Representao da curva de distribuio normal............................ 21

    Figura 2 - Fluxograma de atendimento inicial ao cliente nos guichs de

    caixa...................................................................................................................... 42

    Figura 3 Fluxograma de saque nos guichs de caixa................................... 44

    Figura 4 Fluxograma de depsito nos guichs de caixa............................... 46

    Figura 5 Fluxograma de desconto de cheques nos guichs de caixa......... 48

    Figura 6 Fluxograma de pagamento de ttulos nos guichs de caixa......... 50

    Figura 7 Fluxograma de pagamento de ttulos em dinheiro nos guichs

    de caixa................................................................................................................. 51

    Figura 8 Fluxograma de pagamento de ttulos com cheque do prprio

    banco nos guichs de caixa................................................................................ 52

    Figura 9 Fluxograma de pagamento de ttulos com cheque de outro

    banco nos guichs de caixa................................................................................ 53

    Figura 10 - Fluxograma de pagamento de ttulos com carto nos guichs

    de caixa................................................................................................................. 54

    Figura 11 Etapas para a elaborao do plano de amostragem.................... 64

    Figura 12 Etapas para a elaborao do questionrio.................................... 66

    Figura 13 Operaes realizadas com mais freqncia.................................. 69

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Notas e N. de participantes da pesquisa de satisfao................ 13

    Tabela 2 Escala Sigma e nmero de defeitos correspondentes.................. 22Tabela 3 Ilustrao do impacto da obteno de um nvel de qualidade

    Seis Sigma em comparao com um nvel de qualidade Quatro Sigma........ 22

    Tabela 4 Agentes do Programa Seis Sigma................................................... 25

    Tabela 5 Etapas do DMAIC: ferramentas e objetivos.................................... 27

    Tabela 6 Etapas do mtodo DMAIC versusetapas de desenvolvimento

    do estudo de caso................................................................................................ 35

    Tabela 7 N de autenticaes feitas nos caixas............................................. 39Tabela 8 Descrio da abordagem inicial ao cliente..................................... 41

    Tabela 9 Descrio de saque nos guichs de caixa...................................... 43

    Tabela 10 Descrio de depsito nos guichs de caixa............................... 45

    Tabela 11 Descrio de desconto de cheques nos guichs de caixa.......... 47

    Tabela 12 Descrio de pagamento de ttulos nos guichs de caixa.......... 49

    Tabela 13 Tempo de atendimento inicial nos guichs de caixa................... 56

    Tabela 14 Tempo de saque nos guichs de caixa......................................... 56

    Tabela 15 Tempo de depsito em dinheiro nos guichs de caixa............... 57

    Tabela 16 Tempo de depsito em cheque nos guichs de caixa................. 57

    Tabela 17 Tempo de desconto de cheques nos guichs de caixa............... 58

    Tabela 18 Tempo de pagamento de ttulos em dinheiro nos guichs de

    caixa...................................................................................................................... 58

    Tabela 19 Tempo de pagamento de ttulos com cheque do prprio banco

    nos guichs de caixa........................................................................................... 59

    Tabela 20 Tempo de pagamento de ttulos com cheque de outro banco

    nos guichs de caixa........................................................................................... 60

    Tabela 21 Tempo de pagamento de ttulos com carto nos guichs de

    caixa...................................................................................................................... 60

    Tabela 22 N e tempo das autorizaes geradas nos guichs de caixa...... 71

    Tabela 23 N e tempo dos estornos realizados nos guichs de caixa......... 72

    Tabela 24 Indicador de desempenho para as autorizaes.......................... 73

    Tabela 25 Indicador de desempenho para os estornos................................ 74

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    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    5W2H Where, When, Who, What, Why, How, How much

    BANERJ Banco do Estado do Rio de Janeiro

    BANESTADO Banco do Estado do Paran

    BEG Banco do Estado de Gois

    CEO Chief Executive Officer

    DMAIC Define, Measure, Analyze, Improve, Control

    FMEA Failure Model ad Effect Analysis

    MERCOSUL Mercado Comum do Sul

    NYSE New York Stock Exchange

    PDCA Plan, Do, Check, Act

    PERT Project Evaluation and Review Technique

    SUMOC Superintendncia da Moeda e Crdito

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    SUMRIO

    1 INTRODUO................................................................................... 10

    2 DEFINIO DO PROBLEMA........................................................... 12

    3 OBJETIVOS...................................................................................... 14

    3.1 OBJETIVO GERAL............................................................................ 14

    3.2 OBJETIVOS ESPECFICOS.............................................................. 14

    4 REVISO BIBLIOGRFICA............................................................. 15

    4.1 PROCESSO....................................................................................... 15

    4.1.1 Definio........................................................................................... 15

    4.1.2 Classificao.................................................................................... 16

    4.1.3 Mapeamento de processos............................................................. 17

    4.2 SATISFAO E PERCEPO DO CLIENTE................................... 18

    4.3 METODOLOGIA SEIS SIGMA.......................................................... 20

    4.3.1 Terminologia Sigma e escala Sigma.............................................. 20

    4.3.2 Agentes de Seis Sigma................................................................... 23

    4.3.3 Fbrica escondida e indicadores Seis Sigma............................... 25

    4.3.4 O mtodo DMAIC............................................................................. 26

    4.3.4.1 Etapa um: definir................................................................................ 27

    4.3.4.2 Etapa dois: medir............................................................................... 28

    4.3.4.3 Etapa trs: analisar............................................................................ 28

    4.3.4.4 Etapa quatro: melhorar...................................................................... 29

    4.3.4.5 Etapa cinco: controlar........................................................................ 29

    5 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS.......................................... 30

    5.1 ETAPAS DA PESQUISA................................................................... 325.2 SELEO DA EMPRESA E SUAS DELIMITAES PARA O

    TRABALHO........................................................................................ 32

    5.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS.................................. 33

    5.4 PROCEDIMENTOS DE ANLISE DOS DADOS.............................. 34

    6 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO DE CASO............................... 35

    6.1 ETAPAS DEFINIR E MEDIR............................................................. 35

    6.1.1 Anlise documental......................................................................... 366.1.2 Observao participante................................................................. 37

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    6.1.3 Elaborao de fluxogramas e mapeamento dos processos....... 38

    6.1.4 Monitoramento do tempo de atendimento.................................... 55

    6.1.5 Anlise dos dados obtidos com o fluxograma............................. 61

    6.2 ETAPA ANALISAR............................................................................ 62

    6.2.1 Plano de amostragem...................................................................... 62

    6.2.2 Elaborao do questionrio e pr-teste........................................ 65

    6.2.3 Anlise dos resultados da aplicao da pesquisa....................... 69

    6.3 ETAPAS MELHORAR E CONTROLAR............................................ 70

    7 CONCLUSES.................................................................................. 77

    REFERNCIAS................................................................................. 80

    APNDICE A PRIMEIRA VERSO DA PESQUISA DESATISFAO.................................................................................... 82

    APNDICE B VERSO FINAL DA PESQUISA DE

    SATISFAO.................................................................................... 83

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    1 INTRODUO

    O Seis Sigma ganhou muita popularidade no meio gerencial, e o conceito vem

    crescendo, em funo das aplicaes bem sucedidas e dos resultados que gerou

    em grandes empresas como General Electric e Motorola. Tais aplicaes

    transformaram o Seis Sigma em uma das poucas iniciativas de orientao tcnica a

    despertar o interesse da comunidade financeira e da liderana de grandes

    corporaes, sendo considerada a metodologia da qualidade para o sculo XXI

    (WERKEMA, 2001).

    Muito se deve ao fato de que o foco principal na reduo de variao da

    produo ou dos processos, atravs da eliminao de defeitos e erros. Isto significa

    dizer que, diferentemente de programas de qualidade anteriores que consideravam

    o fato de um produto ou servio ser constitudo apenas de um elemento (HARRY;

    SCHROEDER, 2000), na viso Seis Sigma um produto ou servio composto de

    uma srie de elementos que individualmente podem atender s especificaes, mas

    que, uma vez utilizados em conjunto, podem no cumprir o objetivo final. Osprogramas de qualidade anteriores ao Seis Sigma focavam na conformidade s

    especificaes do produto, mesmo que isso implicasse em retrabalho, refugo, testes

    e inspeo final. No existia a preocupao com o custo das anlises redobradas ou

    dos funcionrios que refaziam um processo.

    O conceito do Seis Sigma pode ser estendido a servios, adaptando as

    tcnicas ao tipo de problema e s variveis mais comuns nesta rea (ECHEVESTE;WERNER; KOLOWSKI, 2008). A Motorola, primeira empresa a adotar e divulgar o

    programa, focou na reduo da variabilidade do produto e do processo para prevenir

    possveis erros. Atravs deste enfoque, foi possvel verificar que pequenas variaes

    nas condies ambientais, maquinrio, ou desenho de processo podem causar

    problemas de qualidade significativos (INGLE; ROE, 2001).

    Para Pande, Neuman e Cavanagh (2000), os benefcios do Seis Sigma so:

    a) viso de processos e controle, relacionando as variveis do mesmo com os

    resultados; b) conhecimento de quais variveis no processo tem maior influncia,

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    monitoramento das mesmas e tomada de deciso para correo e melhoria dos

    resultados do processo; c) determinar uma meta de desempenho comum aos

    diferentes processos, comparando-os com a capacidade Seis Sigma, ou seja,

    99,9997% de produtos conformes.

    A influncia de cada varivel pode ir alm do processo em si, causando

    impacto na percepo que o cliente ter do processo, do servio e, em um nvel

    maior, da empresa que presta o servio. Como o cliente compra satisfao, todos os

    servios concorrem intensamente com servios que parecem muito diferentes, mas

    que so meios alternativos para o cliente obter a mesma satisfao E como a

    qualidade tornou-se um importante fator de deciso dos consumidores na aquisiode produtos e servios, este fenmeno passou a afetar todo o tipo de cliente, seja

    ele indivduo, uma loja de varejo, uma instituio governamental, ou uma

    organizao industrial (MONTGOMERY, 2004, apudECHEVESTE et al., 2008). Por

    isso, se faz to importante conhecer como cada parte do processo pode formar a

    viso do cliente. E com este conhecimento, uma organizao capaz de executar

    algumas mudanas estratgicas, buscando aumenta a satisfao de seus clientes.

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    2 DEFINIO DO PROBLEMA

    A agncia da empresa analisada no presente trabalho, um banco com

    representao nacional, tem todas as caractersticas aparentes para suprir as

    necessidades de seus clientes no servio da caixa no quesito atendimento. No

    entanto, conta com um dos piores ndices apurados na pesquisa de satisfao,

    sempre abaixo da meta, indicando que os clientes no esto totalmente contentes

    com o servio que est sendo prestado. Ento, qual ser o motivo que leva a este

    resultado?

    Os clientes esto cada vez mais exigentes com relao qualidade do

    atendimento, e as empresas investem fortemente no treinamento e no

    desenvolvimento de seus funcionrios e de seus processos para que suas marcas e

    nomes estejam sempre na mente do consumidor como favoritas.

    Como forma de controle, cada organizao desenvolve um mtodo para

    avaliar se os clientes esto satisfeitos com o servio prestado, com a forma como ele executado e entregue ao seu pblico alvo. Seja uma pesquisa de satisfao, um

    questionrio enviado por mala direta, o objetivo sempre o mesmo: saber se as

    expectativas dos clientes esto sendo atendidas.

    Cada agncia da rede deste banco classificada de acordo com a regio em

    que se encontra, e com o nvel de exigncia de seus usurios fixos, ou seja, as

    pessoas das quais a agncia mantenedora de conta corrente ou poupana. Asclassificaes podem ser A, para as agncias situadas em regies nas quais se

    considera o pblico mais exigente, englobando sete lojas da rede em Porto Alegre,

    no qual est includa a agncia estudada; B, com um total de vinte e nove

    agncias; e C, de um nvel de exigncia mais baixo, com dezesseis agncias. Para

    cada uma destas faixas de classificao, existe uma meta diferente que precisa ser

    atingida. Para as agncias A, a meta 9,00, para a pesquisa de satisfao.

    Os dados obtidos da agncia estudada mostram que, nas pesquisas

    realizadas no perodo de dezembro de 2007 a outubro de 2008, em nenhum

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    momento conseguiu-se atingir a meta mencionada. A Tabela 1 evidencia esta

    seqncia de resultados, com as notas de cada ms e o nmero de clientes que

    participaram da pesquisa.

    Tabela 1 Notas e N. de participantes da pesquisa de satisfao

    dez/07 jan/08 Fev/08 mar/08 abr/08 mai/08 jun/08 jul/08 ago/08 set/08 out/08

    N departicipantes 36 32 36 27 31 41 33 30 29 32 28

    Nota mdia 8,72 7,69 8,72 8,7 7,74 8,54 8,94 8,03 8 8,56 8,61

    Fonte: Relatrios Banco Ita.

    Mas, mesmo que muitas vezes no exista problema aparente que possa levar insatisfao, o resultado destas pesquisas no favorvel, demonstrando que as

    pessoas no esto obtendo a resposta que gostariam do servio que esto

    utilizando. Por mais que os funcionrios da empresa paream simpticos e

    atenciosos, o ambiente parea agradvel, o cliente espera alguma coisa a mais do

    servio que a empresa no conseguiu identificar o que .

    Este trabalho se prope a analisar apenas o processo dos caixas, de queforma cada atividade dentro deste processo est sendo realizada, como cada uma

    delas influencia no servio que entregue ao cliente, se existe alguma atividade do

    processo que no agrega nenhum valor para o cliente, e a partir desta anlise,

    conseguir reestruturar este processo, eliminando retrabalhos e desperdcios. Com os

    resultados obtidos deste estudo, espera-se apresentar as modificaes propostas,

    para que elas possam impactar na percepo do cliente futuramente, fazendo com

    que seu grau de satisfao aumente.

    preciso esclarecer que existem muitos fatores externos, dependentes da

    viso e do valor que cada pessoa atribui ao servio prestado, que no entram na

    anlise, por no serem passveis de mensurao. Este trabalho tem como objetivo

    verificar apenas atividades prticas decorrentes do processo de trabalho realizado

    nos caixas, no levando em conta caractersticas pessoais de cada funcionrio

    responsvel por sua execuo.

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    3 OBJETIVOS

    3.1 OBJETIVO GERAL

    Aplicar a metodologia Seis Sigma, simplificando-a, no desenho de um

    modelo de atendimento a clientes em caixas bancrios.

    3.2 OBJETIVOS ESPECFICOS

    Mapear o processo de atendimento a clientes nos caixas bancrios,

    identificando as principais atividades;

    Identificar quais as atividades de caixa que mais impactam de forma

    negativa na percepo dos clientes;

    Propor solues para os problemas identificados no processo deatendimento a cliente em caixas bancrios, baseando-se na metodologia

    Seis Sigma.

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    4 REVISO BIBLIOGRFICA

    4.1 PROCESSO

    4.1.1 Definio

    A essncia desta palavra vem do latim, procedere (pro+cedere), que indica

    ao de avanar, ir para frente. conjunto seqencial e peculiar de aes queobjetivam atingir uma meta. usado para criar, inventar, projetar, transformar,

    produzir, controlar, manter e usar produtos ou sistemas.

    Uma orientao baseada em processos nos negcios envolve elementos de

    estrutura, enfoque, medio, propriedade e clientela. A ttulo de definio, Davenport

    (1994) explica que um processo simplesmente um conjunto de atividades

    estruturadas e medidas destinadas a resultar num produto especificado para umdeterminado cliente ou mercado.

    Harrington (1993) coloca que um processo qualquer atividade que recebe

    uma entrada (input), agrega-lhe valor e gera uma sada (output) para um cliente

    interno ou externo. Os processos fazem uso dos recursos da organizao para gerar

    resultados concretos.

    Um processo , portanto, uma ordenao especfica das atividades de

    trabalho no tempo e no espao, com um comeo, um fim, e inputs e outputs

    claramente identificados. Este conceito pode ser aplicado em qualquer rea da

    atuao: administrao, engenharia, psicologia, o que o torna genrico e com

    inmeras conotaes.

    Essa idia de processo como um fluxo de trabalho, com inputs e outputs

    claramente definidos e tarefas discretas que seguem uma seqncia e que

    dependem umas das outras numa sucesso clara, vem da rea da Engenharia. Os

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    inputs podem ser materiais, equipamentos e outros bens tangveis, mas tambm

    podem ser informaes e conhecimento. Sendo assim, nesta viso, os processos

    tambm tm incio e final determinados. No entanto, o fluxo de trabalho apenas um

    dos tipos de processo empresarial, facilmente identificado em processos produtivos

    de empresas industriais, talvez aquele em que as atividades so mais

    interdependentes e realizadas numa seqncia especfica. Esta definio estrita

    deixa de fora os processos que no tm incio e fim claros, ou cujo fluxo no bem

    definido.

    Assim, nem sempre os processos empresariais so formados deatividades

    claramente delineadas em termos de contedo, durao e consumo de recursosdefinidos, nem precisam ser consistentes ou realizados numa seqncia particular.

    4.1.2 Classificao

    Os processos podem ser classificados, de forma bem resumida, em trscategorias bsicas, segundo Rummler e Brache (1994).

    Os processos principais do negcio (ou de cliente):eles agregam valor

    diretamente ao cliente. Esto envolvidos na gerao do produto, na sua

    venda e transferncia para o consumidor final. So os processos que

    caracterizam a atuao da empresa e que so suportados por outros

    processos internos, resultando no produto ou servio que recebido por umcliente externo.

    Os processos organizacionais ou de integrao organizacional:So os

    processos que sustentam os processos principais do negcio e a si

    mesmos, fornecendo produtos e insumos adquiridos, equipamentos,

    tecnologia, softwares, recursos humanos e informaes. Geralmente

    imperceptveis pelo cliente externo, so centralizados na organizao e

    viabilizam o funcionamentocoordenado dos vrios subsistemas da empresaem busca de seu desempenho geral, garantindo o suporte adequado aos

    processos de negcio.

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    Os processos gerenciais: so focalizados nos gerentes e nas suas

    relaes e incluem as aes de medio e ajuste do desempenho da

    organizao.

    O atendimento ao cliente no guich de caixa pode ser considerado um

    processo principal, pois este grande contribuidor na caracterizao do negcio da

    empresa, e grande responsvel pela percepo que o cliente tem da empresa

    como um todo.

    4.1.3 Mapeamento de processos

    Mapear um processo registrar os passos a serem executados na sua

    realizao. Davenport (1994) cita pelo menos quatro razes para fazer esta

    documentao antes de alterar ou inovar.

    Primeira, o entendimento dos processos existentes facilita a comunicaoentre os participantes. Os modelos e documentao dos processosexistentes capacitam os que participam das atividades submetidasreengenharia a desenvolver um entendimento comum do estado existente.Segundo, na maioria das organizaes complexas no h como passarpara um novo processo sem compreender o processo existente. Terceira, oreconhecimento dos problemas do processo existente pode ajudar a evitar asua repetio no novo processo. E finalmente o entendimento dosprocessos existentes proporciona uma medida do valor da reengenhariaproposta, por exemplo: Dado o objetivo do novo processo, de reduzir o ciclode tempo, por exemplo, a coleta de dados teria de incluir a medida dotempo transcorrido para o processo existente, estes dados so usados paraque seja possvel medir a melhoria do novo processo.

    Nestes casos, a melhor forma de registrar um processo atravs da criao

    de fluxogramas. O fluxograma uma ferramenta que auxilia na visualizao dos

    processos, e pode ser entendido como uma representao esquemtica de um

    processo, muitas vezes feito atravs de grficos e desenhos que ilustram de forma

    descomplicada a transio de informaes entre os elementos que o compem.

    Podemos entend-lo na prtica como a documentao dos passos necessrios para

    a execuo de um processo qualquer.

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    por uma questo didtica que se formula o fluxograma, pois os funcionrios

    e gestores da empresa precisam ficar a par dos dados levantados e dos resultados

    obtidos com o estudo, e muitas vezes no existe tempo nem o conhecimento

    necessrio para interpretar uma descrio escrita.

    Para Harrington (1993), a elaborao dos fluxogramas constitui uma

    ferramenta-chave para a compreenso dos processos empresariais. Esquematizar o

    processo em uma folha de papel, de uma maneira facilmente entendida,

    freqentemente prepara o terreno para a realizao de importantes processos de

    aperfeioamento. Esta atividade tambm consiste uma ferramenta muito eficaz para

    analisar o impacto das mudanas propostas.

    4.2 SATISFAO E PERCEPO DO CLIENTE

    Um processo projetado corretamente tem a voz e a perspectiva do cliente

    embutidas. O processo deve ser projetado de modo a produzir resultados quesatisfaam s exigncias do cliente. Davenport (1994) coloca que uma reengenharia

    de processos deve comear com um bom entendimento de quem so os clientes do

    processo e o que querem dele. Perguntar ao cliente sobre suas necessidades e

    lev-lo a escolher as vantagens de processos que lhe interessam devem constituir

    tarefas explcitas.

    Harrington (1993) diz que os clientes atuais no olham as organizaes pormeio de um microscpio. J se foi o tempo em que se podia construir uma reputao

    slida baseada apenas em produtos. Hoje, os clientes encaram o fornecedor

    potencial como uma entidade total. Eles esperam que cada interao seja uma fonte

    de satisfao. Quando se trata de bens, o cliente espera que aquele produto atenda

    s suas expectativas. J com relao aos servios, mais difcil medir o que

    influencia na satisfao do cliente.

    A anlise que o cliente faz dos servios que utiliza completamente diferente

    da anlise dos produtos que consome. Quando o produto tangvel, mais fcil de

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    determinar, atravs da imagem visual, se este atender as expectativas, se agrada

    ao cliente, se tem algum valor. A chance de frustraes muito menor do que nos

    servios, pois a anlise feita no momento anterior ao consumo.

    J os servios dificilmente podem ser avaliados antes da compra, dando-se a

    avaliao durante o processo de prestao do servio ou, em alguns casos, somente

    aps ser conhecido o seu resultado (GIANESI, 1994). A anlise que o cliente faz

    por meio de comparao entre o que ele esperava do servio e o que recebeu, e

    com isso a possibilidade de haver uma insatisfao muito maior.

    Segundo um estudo realizado por Zeithaml, Parasuraman e Berry (1990), foicriado um instrumento para avaliar a percepo dos clientes a respeito da qualidade

    do servio, denominado SERVQUAL, baseado em uma lista de cinco critrios:

    Confiabilidade a habilidade de prestar o servio de forma confivel,

    precisa e consistente;

    Responsividade a disposio de prestar o servio prontamente e auxiliar

    os clientes;Confiana conhecimento (competncia) e cortesia dos funcionrios e sua

    habilidade de transmitir confiana, segurana e credibilidade;

    Empatia o fornecimento de ateno individualizada aos clientes, facilidade

    de contato (acesso) e comunicao; e

    Tangveis a aparncia das instalaes fsicas, dos equipamentos, dos

    funcionrios e dos materiais de comunicao.

    Como o cliente parte integrante no processo de execuo do servio, a

    melhor forma de identificar se existe alguma falha ou alguma atividade que no

    agrega valor questionar o prprio cliente. Ele quem vai identificar que tipo de

    servio espera receber, o que espera que seja feito, e como ele espera que seja

    feito, para que as empresas possam se adequar s necessidades apresentadas, e

    assim alcanar vantagem competitiva.

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    4.3 METODOLOGIA SEIS SIGMA

    4.3.1 Terminologia Sigma e escala Sigma

    Quando se pensa em ferramentas de qualidade, pensa-se rapidamente em

    processos produtivos, em fabricao de produtos. Ainda muito difcil para

    estudantes, e at mesmo para gestores pensar em aplicar estas ferramentas em

    servios. Muito se deve ao fato de o surgimento destas tcnicas ter ocorrido em

    empresas produtoras de bens. Seis Sigma, uma ferramenta utilizada para reduzir avariao entre os processos, foi desenvolvida pela Motorola e aplicada no seu

    sistema produtivo.

    Mas, a partir do momento que comeamos a entender o real significado e a

    verdadeira proposta da ferramenta, vemos que ela se aplica a qualquer organizao,

    em qualquer setor e em qualquer processo. Conforme Echeveste et al. (2008), a

    metodologia Sigma um mtodo estruturado que visa solucionar problemas demaneira cientifica, trabalhando no aumento da qualidade e no aumento da satisfao

    dos clientes, alm de visar o crescimento dos lucros das empresas.

    Como apresenta George (2004), uma ferramenta de qualidade aplicada em

    servio se faz necessria, uma vez que os servios de uma empresa, sendo

    principal atividade ou somente suporte fabricao, esto tomados de atividades

    extremamente custosas, que no agregam nenhum valor para o cliente.

    So custos com os quais a empresa arca de maneira desnecessria. Se

    perguntssemos aos clientes se eles estariam dispostos a pagar por estas

    atividades e obtivssemos uma recusa, iramos identificar que a mesma atividade

    no adicionadora de valor e, portanto, no tem razo de existir.

    A ferramenta Seis Sigma prope uma reduo de variao dentro dos

    processos. Ou seja, para cada servio y que o cliente recebe, existem outros

    elementos (x1, x2, x3...) que tero impacto no resultado final que o cliente percebe

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    (HARRY; SCHROEDER, 2000). Assim, o importante identificar quais os elementos

    x realmente so significativos, e eliminar os que so apenas desperdcios.

    Seis Sigma enfatiza a necessidade de reconhecer oportunidades e eliminar

    defeitos definidos pelos clientes, e reconhece que a variao prejudica a capacidade

    de entregar servios de alta qualidade de forma confivel (INGLE; ROE, 2001).

    A nomenclatura Seis Sigma (6) refere-se variao entre um processo ou

    operao e as exigncias de clientes associadas quele processo. O conceito pode

    ser claramente compreendido quando analisamos a curva de distribuio normal. Na

    figura 1, podemos verificar que a concentrao maior se encontra em torno da mdia

    e cai de maneira simtrica. A distncia entre a mdia e o ponto onde a curva comea

    a se achatar (ponto de inflexo) chamada de desvio padro, tambm conhecido

    como Sigma. 68% dos dados se encontram nesta rea, entre um desvio padro para

    a esquerda e para a direita. 95% dos dados esto entre 2e 99% dentro da rea

    entre 3(HILSDORF, 2002).

    Figura 1 Representao da curva de distribuio normalFonte: adaptado de George (2004).

    A escala Sigma uma medida estatstica que quantifica a variao existenteentre os resultados de qualquer processo ou procedimento, sendo utilizada para

    medir o nvel de qualidade associado a um processo, transformando a quantidade

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    de defeitos por milho em nmero na escala Sigma. Quanto maior o valor alcanado

    na escala Sigma, maior o nvel de qualidade (WERKEMA, 2001). A relao entre a

    escala Sigma e o nmero de defeitos gerados no processo vem explicitada na

    Tabela 2. A Tabela 3 traz uma ilustrao dos benefcios da obteno do nvel Seis

    Sigma de qualidade em empresas de diversos segmentos atuando a um nvel de

    qualidade quatro Sigma.

    Tabela 2 Escala Sigma e nmero de defeitos correspondentesESCALASIGMA

    DEFEITOS POR MILHODE OPORTUNIDADES

    RESULTADO

    6 3,4 99,9997%5 233 99,977%

    4 6.210 99,379%3 66.807 93,32%2 308.537 69,2%1 690.000 31%

    Fonte: George (2004).

    Tabela 3 Ilustrao do impacto da obteno de um nvel de qualidade Seis Sigma emcomparao com um nvel de qualidade Quatro Sigma

    QUATRO SIGMA (99, 38%)CONFORME

    SEIS SIGMA (99,9997%)CONFORME

    Sete horas de falta de energiaeltrica no ms

    Uma hora de falta de energiaeltrica a cada 34 anos

    5.000 operaes cirrgicasincorretas por semana

    1,7 operaes cirrgicasincorretas por semana

    3.000 cartas extraviadas para cada3000.000 cartas postadas

    1 carta extraviada para cada3000.000 cartas postadas

    Quinze minutos de fornecimento degua no potvel por dia

    Um minuto de fornecimento degua no potvel a cada setemeses

    Uma aterrissagem de emergnciano aeroporto de Guarulhos por dia

    Uma aterrissagem de emergnciaem todos os aeroportos do Brasil acada cinco anos

    Um canal de TV 1,68 horas fora doar por semana

    Um canal de TV 1.8 segundos forado ar por semana

    Fonte: Werkema (2001).

    Analisando a Tabela 2, verifica-se que, quanto mais alto o valor da escala

    Sigma, menor a probabilidade de um processo produzir defeitos. Cada ponto na

    escala Sigma produz uma reduo exponencial de defeitos. Como resultado, a

    necessidade de testes e inspees diminui, os custos baixam, os tempos de ciclo

    diminuem e a satisfao dos clientes aumenta (HARRY, SCHROEDER, 2000)

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    Ento, ter capacidade Seis Sigma significa ter um processo que produz

    apenas 3,4 defeitos por milho de oportunidades. Alm disso, segundo George

    (2004), a ferramenta busca identificar as oportunidades de defeito, ou seja:

    todos os diferentes defeitos que ocorrem;

    o nmero de lugares em que os defeitos podem ocorrer;

    todos os passos do processo que poderiam causar um ou mais destes

    defeitos.

    Mesmo que ainda no se tenha total compreenso da ferramenta, possvel

    entender que a qualidade fundamental para o sucesso da empresa e para o

    encantamento do cliente. Desta forma, importante entender que a complexidade

    das atividades dentro de um processo s ocasiona custo desnecessrio para a

    empresa, e isto reflete na percepo do cliente. Como j foi dito, nenhum cliente

    estar disposto a pagar por uma atividade que no tem nenhum valor para ele.

    Para que a complexidade seja eliminada, preciso aprender a reconhecer os

    desperdcios. Um dos desafios mudar a mentalidade da organizao e entenderque o jeito pelo qual o trabalho acontece no pode e nem deve ser um conceito

    fechado. Muito do que feito dentro das empresas poderia ser simplificado,

    reduzindo e eliminando todas as atividades que no tem impacto sobre a qualidade

    do servio oferecido ao pblico-alvo.

    4.3.2 Agentes de Seis Sigma

    Para que o Programa Seis Sigma seja implementado com sucesso,

    necessrio formar especialistas na rea por meio de treinamentos tcnicos

    apropriados. O treinamento prepara as pessoas envolvidas para atuarem nos

    projetos Seis Sigma, trabalhando no emprego das tcnicas estudadas em todas as

    tarefas dirias (ECHEVESTE, et al., 2008)

    O Seis Sigma confia fortemente em equipes trabalhando juntas, e no em

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    esforo individual. Uma equipe pode variar, mas quase sempre incluir os experts de

    Seis Sigma, experts em processo, especialistas em dados, comunicadores e

    consumidores. Um consumidor, nesse caso, refere-se a qualquer pessoa interna

    ou externa afetada por um processo ou mudana de produo. O consumidor

    pode ser a pessoa mais importante da equipe, pois ele quem define a qualidade

    (GEORGE, 2004).

    Assim, uma equipe possui figuras bem definidas, cada um com um papel

    especfico dentro da implementao do projeto. Se o projeto requer um alto grau de

    conhecimento do Seis Sigma, ele ser liderado por um Faixa Preta (Black Belt). O

    faixa preta possui um conhecimento mais aprofundado de todos os mtodos eferramentas do Seis Sigma.

    O Faixa Verde (Green Belt) o profissional que participa do time do Faixa

    Preta ou lidera projetos dentro da prpria rea funcional. Como esclarece George

    (2004), este profissional trabalha em projetos Seis Sigma em tempo parcial, voltado

    para um processo especfico sobre o qual, geralmente, possui conhecimento

    importante para o sucesso do projeto.

    Os Faixas Amarelas (Yellow Belts) representam todos os outros membros da

    equipe. Eles no esto imersos nos detalhes do projeto e, sendo assim, no

    precisam do mesmo nvel de habilidade ou de treinamento em Seis Sigma. Mas os

    Faixas Amarelas so essenciais. Eles aplicam alguns elementos da metodologia

    Seis Sigma enquanto ajudam os Faixas Verdes a atingirem as projees e objetivos

    do projeto. Os Faixas Amarelas so administradores, pessoal de operaes equalquer um que exera qualquer funo (GEORGE, 2004).

    Na tabela 4, fica clara a hierarquia de todos os profissionais envolvidos no

    planejamento e na execuo de um projeto Seis Sigma.

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    Tabela 4 Agentes do Programa Seis Sigma

    AGENTES DO PROGRAMA SEISSIGMA FUNO

    CEO (Chief Executive Officer) o nmero um da empresa, responsvelpor promover e definir as diretrizes deimplantao do programa Seis Sigma

    ChampionGestores cuja misso apoiar os projetos.Supervisionam e facilitam a implementao.So diretores e gerentes da empresa

    Master Black BeltsSelecionam projetos e treinam Black BeltseGreen Belts

    Black BeltsCoordenam a equipe na conduo deprojetos

    Green BeltsParticipam das equipes lideradas pelosBlack Belts ou lideram equipes naconduo de projetos funcionais

    White Belts

    Profissionais do nvel operacional daempresa, treinados nos fundamentos doPrograma Seis Sigma com o objetivo de darsuporte aos Black Beltse aos Green Belts

    Fonte: Echeveste et al., 2008.

    4.3.3 Fbrica escondida e indicadores Seis Sigma

    Segundo Harry e Schroeder (2000), empresas que produzem produtos e

    servios a um nvel de qualidade quatro Sigma ou inferior, gastam uma quantidade

    de tempo e recursos praticando a deteco e correo de problemas e erros. Esta

    prtica institucionaliza o que os autores denominam de fbrica escondida (hidden

    factory), um sistema preparado para corrigir defeitos durante o processo de

    fabricao. Tal sistema utiliza espao, tempo e recursos na deteco, anlise e

    reparo de defeitos.

    Com o aumento de taxa de defeitos, o efeito da fbrica escondida em um

    processo ou empresa tende a se amplificar, com conseqente proliferao de

    custos. Para Harry e Schroeder (2000), necessrio tornar visvel o efeito da fbrica

    escondida. Os indicadores de rendimento usuais, como pesquisa de cientes,

    relatrios de rejeio, estatsticas de devoluo de produtos e reclames de garantia

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    so capazes de quantificar o nmero de unidades (de servios ou de produtos)

    conformes produzidas. Tradicionalmente, esse tipo de dado utilizado para calcular

    o rendimento do processo, isto , a razo entre o nmero de itens conformes que

    emergem do processo e o nmero total de itens produzidos.

    Werkema (2001) classifica os indicadores Seis Sigma como baseados em a)

    produtos defeituosos, que no levam em considerao o nmero de defeitos e b) em

    produtos com defeitos, quando computado o nmero de defeitos nas unidades

    defeituosas assinaladas. Os indicadores baseados em produtos defeituosos

    calculam o rendimento conforme descrito anteriormente, enquanto os indicadores

    por defeitos so baseados na noo de oportunidades de ocorrncia de defeitos, emque cada especificao necessria satisfao do consumidor de um produto

    representa uma oportunidade para a ocorrncia de um defeito (HILSDORF, 2002;

    HARRY, SCHROEDER, 2000).

    A utilizao destes indicadores encontra uma srie de fatores crticos quando

    aplicados em servios. A implantao do programa Seis Sigma no setor de servios

    mais complexa quando comparada s organizaes do setor de manufatura. Oprincipal motivo a natureza das variveis que so encontradas. As variveis

    encontradas neste setor so, em grande parte, intangveis, dificultando sua

    quantificao (ECHEVESTE, et al., 2008).

    4.3.4 O mtodo DMAIC

    Ter uma metodologia clara, concisa e compreensvel um dos requisitos para

    que seja vivel implantar e manter o Seis Sigma em uma organizao. O mtodo

    DMAIC, segundo Werkema (2001), constitudo por cinco etapas: Define (definir);

    Measure (Medir); Analyze (Analisar); Improve (Melhorar); e Control (Controlar). Ou

    seja, seu mtodo consiste em definir com preciso o escopo e os objetivos do

    projeto, determinar a localizao ou foco do problema, investigar as causas de cada

    problema prioritrio, implementar solues para cada problema analisado e garantir

    que o alcance e a meta sejam mantidos a longo prazo. Cada uma destas etapas

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    envolve vrias atividades e a utilizao de ferramentas estatsticas. A Tabela 5

    mostra a seqncia das etapas do DMAIC, seus objetivos e exemplos de

    ferramentas usadas.

    Tabela 5 Etapas do DMAIC: ferramentas e objetivos

    ETAPA OBJETIVOS FERRAMENTAS

    DefineDefinir o escopo do projeto:

    importncia, cronograma, equipe...

    Project Charter: grficos de controle;anlise de sries temporais; voz docliente (VOC); anlises econmicas

    MeasureDeterminar o foco do problema,

    verificar a confiabilidade dosdados; coletar dados

    Coleta de dados; estratificao;amostragem; folha de verificao;

    diagrama de Pareto; histograma; ndicede capacidade

    AnalyzeAnalisar o processo para

    determinar as causas potenciaisdo problema

    Fluxograma; mapa do processo/produto;FMEA; Brainstorming; Diagrama de

    causa e efeito; planejamento deexperimentos

    ImproveIdentificar e avaliar as solues

    prioritrias e implement-las

    Brainstorming; diagrama de causa eefeito; FMEA; teste de mercado;

    Stakeholder analysis; Simulao 5W2H;PERT/COM

    ControlGarantir que o alcance da meta

    seja mantido a longo prazo

    Cartas de controle; histograma; ndice decapacidade; manuais; procedimento

    padro; relatrio de anomalias; reunies

    Fonte: adaptado de Werkema (2001).

    O mtodo DMAIC o mais utilizado para implementar o Seis Sigma, sendo

    que existe um relacionamento deste com o ciclo PDCA (Werkema, 2001). O mtodo

    DMAIC tem grande nfase na etapa de planejamento, quando comparado com ociclo PDCA, e possvel notar que as trs primeiras etapas do DMAIC e parte da

    quarta correspondem primeira etapa do PDCA.

    4.3.4.1 Etapa um: definir

    A primeira etapa do DMAIC definir, que consiste em descrever o problema,

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    selecionar qual projeto ser utilizado para solucionar este problema e definir a meta

    que dever ser alcanada (WERKEMA, 2001; ECKES, 2003). Para Werkema (2001),

    descrever o problema avaliar seu histrico, seu impacto sobre os clientes, sobre a

    estratgia e sobre os resultados financeiros da empresa. Algumas ferramentas como

    o Project Charter, cartas de controle e anlises econmicas so utilizadas nesta

    fase.

    4.3.4.2 Etapa dois: medir

    Medir a segunda etapa do DMAIC. Nesta fase devem ser definidas quais as

    caractersticas do projeto que devero ser monitoradas, de que forma os dados

    sero obtidos e registrados e quais as especificaes do projeto. Ferramentas

    estatsticas como estratificao, folha de verificao, diagrama de Pareto,

    histograma e cartas de controle so teis para que se possa analisar o problema em

    estudo (WERKEMA, 2001).

    4.3.4.3 Etapa trs: analisar

    Com os dados obtidos na segunda etapa, o passo seguinte analisar.

    Segundo Eckes (2003), durante esta etapa so analisados os dados e os processos

    envolvidos e determinadas quais as causas que contribuem para o baixodesempenho do processo. Para analisar os dados do problema podem ser utilizadas

    ferramentas como diagrama de Pareto, histogramas e diagrama de disperso. Para

    analisar os processos utilizam-se mapas de processo e fluxogramas, por exemplo.

    Ferramentas como Brainstorming, diagrama de causa e efeito, cartas de controle,

    testes de hipteses, planejamento de experimentos e anlise de varincia so

    importantes para se definir as causas que mais influenciam no problema (ECKES,

    2003; WERKEMA, 2001).

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    4.3.4.4 Etapa quatro: melhorar

    A quarta etapa do DMAIC a melhora. Werkema (2001) considera que

    neste momento que devem ser geradas idias sobre solues potenciais para a

    eliminao das causas fundamentais dos problemas detectadas na etapa anterior,

    bem como estas solues devem ser testadas a fim de verificar se a soluo pode

    ser implementada em larga escala. Ferramentas como o brainstorming, o diagrama

    de causa e efeito, FMEA, simulao e 5W2H do suporte a esta fase do mtodo

    DMAIC.

    4.3.4.5 Etapa cinco: controlar

    A etapa final do DMAIC controlar. Para Eckes (2003), esta etapa nada mais

    do que a aplicao das solues da quarta etapa em larga escala e o controle do

    desempenho do processo ao longo do tempo. Werkema (2001) adiciona a

    padronizao das alteraes realizadas no processo com a adoo das solues e adefinio de um plano de aes corretivas caso surjam problemas no processo, bem

    como a transferncia dos conhecimentos adquiridos durante o projeto para outros

    membros da organizao. Estas atribuies so similares s etapas de controle das

    aes implementadas e de implementao de aes corretivas e/ou padronizao

    do ciclo PDCA.

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    5 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

    Para que os objetivos estabelecidos neste trabalho sejam alcanados,

    preciso definir uma metodologia clara que d o suporte necessrio para obteno de

    todas as informaes pertinentes ao estudo. Neste trabalho, optou-se por trabalhar

    com pesquisa exploratria. Segundo Malhotra (2001), o objetivo de uma pesquisa

    exploratria explorar um problema ou uma situao para prover critrios e

    compreenso.

    Em geral, a pesquisa exploratria significativa em qualquer situao da qualo pesquisador no tenha entendimento suficiente para prosseguir com o projeto de

    pesquisa. caracterizada por flexibilidade e versatilidade com respeito aos mtodos,

    porque no so empregados protocolos e procedimentos formais de pesquisa.

    Ainda segundo o autor, este tipo de pesquisa raramente envolve

    questionrios estruturados, grandes amostras e planos de amostragem por

    probabilidade. Em vez disso, os pesquisadores esto sempre alerta para novasidias e dados. Por esta razo, o foco da investigao pode mudar constantemente,

    medida que so descobertos novos dados

    De acordo com as caractersticas deste trabalho, optou-se por utilizar um

    mtodo de Estudo de Caso. Em geral, os Estudos de Caso representam a estratgia

    preferida quando se colocam questes do tipo como e por que, quando o

    pesquisador tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se encontra emfenmenos contemporneos inseridos em algum contexto da vida real (YIN, 2001).

    Difere, pois, dos delineamentos experimentais no sentido de que estes

    deliberadamente divorciam o fenmeno em estudo de seu contexto. Igualmente,

    estudos de caso diferem do mtodo histrico, por se referirem ao presente e no ao

    passado. (YIN, 1981, apudROESCH, 2009).

    Ainda conforme Yin (2001), os Estudos de Caso podem incluir evidncias

    quantitativas. O autor cita que, como exemplos anlogos, alguns experimentos

    (como estudos de percepes psicolgicas) e algumas questes feitas em

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    levantamentos (como aquelas que buscam respostas numricas em vez de

    respostas categricas) tm como base evidncias qualitativas, e no quantitativas.

    Da mesma maneira, a pesquisa histrica pode incluir enormes quantidades de

    evidncias quantitativas.

    O Estudo de Caso caracteriza-se por grande flexibilidade. Isto significa que

    impossvel estabelecer um roteiro rgido que determine com preciso como dever

    ser desenvolvida a pesquisa (GIL, 1991). Todavia, na maioria dos estudos de casos,

    possvel distinguir trs fases:

    Delimitao da unidade-caso

    Coleta de dados

    Anlise e interpretao dos dados

    Como a proposta de melhoria no processo estudado partir da percepo que

    os clientes possuem do mesmo, necessrio indagar a respeito da viso do grupo,

    para que se tenha um norte de qual caminho percorrer no redesenho do processo.

    Este trabalho contar com duas estratgias de pesquisa, em dois momentos

    distintos, para que se consigam todas as informaes necessrias a fim de atingir os

    objetivos estabelecidos.

    Em um primeiro momento, referentes etapa qualitativa, sero realizados o

    mapeamento e o desenho do processo efetuado nos guichs de caixa do Banco

    Ita. A pesquisa qualitativa proporciona melhor viso e compreenso do problema(MALHOTRA, 2001) Na segunda fase, os aspectos quantitativos ficaro por conta do

    questionrio que foi aplicado aos clientes para identificar pontos especficos de

    problemas na viso deste grupo. Tambm na viso do autor, a pesquisa quantitativa

    procura quantificar os dados e aplica alguma forma de anlise estatstica. Com estes

    pontos levantados e as atividades mapeadas, ser possvel propor o novo modelo.

    Outro aspecto quantitativo ser o uso de medio das atividades dos processos

    buscando identificar pontos de gargalos, os quais tambm sero convergidos com aopinio dos clientes.

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    5.1 ETAPAS DA PESQUISA

    As etapas da pesquisa de estudo de caso foram:

    Levantamento bibliogrfico sobre o assunto, no qual foram explorados

    assuntos-base deste trabalho, tais como conceito de processo, satisfao e

    percepo do cliente, metodologia Seis Sigma, mapeamento, anlise e

    redesenho de processo;

    Elaborao de diagramas do processo a ser estudado, visando facilitar a

    compreenso das pessoas envolvidas com o trabalho

    Monitoramento do tempo utilizado na realizao de cada atividade do

    processo

    Anlise dos dados obtidos com os fluxogramas

    Elaborao e aplicao de questionrio com perguntas abertas e fechadas,

    a ser aplicado aos clientes da empresa, a fim de obter informaes sobre a

    percepo deste grupo

    Anlise dos dados levantados com o questionrio

    Seleo das atividades a serem redesenhadas

    Sugesto de melhorias

    Formulao de indicadores de desempenho a serem utilizados futuramente

    pela empresa, a fim de manter um controle do novo modelo

    5.2 SELEO DA EMPRESA E SUAS DELIMITAES PARA O TRABALHO

    A empresa selecionada para a realizao do trabalho foi o Banco Ita. Esta

    empresa possui diversas agncias espalhadas pelo pas, e para fins de anlise, foi

    escolhida a agncia 0604, localizada na Rua Ramiro Barcelos, em Porto Alegre.

    A escolha da agncia 0604 para estudo deve-se ao fato de a autora trabalharnesta agncia, o que facilitou o acesso s informaes necessrias para a

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    elaborao da etapa qualitativa, bem como a proximidade com os clientes que

    comporiam a amostra utilizada na etapa quantitativa.

    A agncia 0604 conta com uma base de clientes de 2.946 correntistas, entre

    pessoas jurdicas e fsicas. J o seu quadro funcional dividido em duas reas:

    operacional (na qual esto inseridos os processos analisados) e comercial. Na

    primeira, a agncia atua com cinco funcionrios, sendo um gerente operacional, um

    chefe de servios bancrios (antigo tesoureiro) e trs caixas.

    De maneira a integrar as pessoas envolvidas na execuo das atividades

    selecionadas para o estudo, os funcionrios caixa participaram da elaborao dasplanilhas de descrio do processo, bem como da formulao dos fluxogramas e

    identificao de gargalos.

    Os mtodos aplicados na determinao de amostra para o trabalho seguem

    uma idia no probabilstica, de forma que toda a parte quantitativa foi feita com

    uma amostra de convenincia, na qual o prprio autor determina qual vai ser a sua

    populao alvo, e qual tamanho de amostra adequado ou possvel.

    5.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

    Em funo de o trabalho contar com duas estratgias distintas de pesquisa,

    uma qualitativa e outra quantitativa, cada etapa precisou de uma estrutura de coletade dados de acordo com suas caractersticas. A etapa de coleta qualitativateve 4

    tcnicas de coleta de dados (YIN, 2001; GIL, 1991) realizadas na sequncia descrita

    no intuito de seguir uma linha mestra para a aquisio do conhecimento necessrio

    sobre o processo em questo: anlise documental, observao participante,

    mapeamento do processo em sua forma atual, utilizando ferramentas de software,

    seguido de monitoramento dos tempos. A etapa de coleta quantitativa

    caracterizou-se pela elaborao de um questionrio e distribuio do mesmo aos

    clientes (MALHOTRA, 2001).

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    Os procedimentos detalhados bem como os instrumentos utilizados para a

    coleta de dados encontram-se descritos no prximo captulo.

    5.4 PROCEDIMENTOS DE ANLISE DOS DADOS

    A anlise dos dados utilizou tcnicas qualitativas e quantitativas. A anlise de

    contedo (YIN, 2001) foi utilizada para analisar os dados obtidos a partir da anlise

    de documentos, das anotaes das observaes feitas no caixa ao longo do

    atendimento aos clientes assim como do monitoramento do tempo de atendimento, edas reunies realizadas com o resto dos caixas ao longo do desenho dos processos

    e identificao dos problemas (gargalos). Para a anlise das respostas recebidas

    aps pesquisa de atendimento com os clientes foram utilizadas tcnicas estatsticas

    de mdia e desvio padro (MALHOTRA, 2001).

    Os procedimentos detalhados para a anlise dos encontram-se descritos no

    prximo captulo.

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    6 DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO DE CASO

    Para desenvolver este estudo de caso em especfico, as tcnicas de coleta e

    anlise de dados foram mixadas com o mtodo DMAIC da metodologia Seis Sigma,

    apresentado no captulo 4, seo 4.3.4. Para uma melhor visualizao da estrutura

    de descrio do caso a seguir, um paralelo entre as etapas do DMAIC (Tabela 5) e

    as etapas de coleta de dados foram elaboradas e apresentadas na Tabela 6 abaixo.

    Tabela 6 Etapas do mtodo DMAIC versusetapas de desenvolvimento do estudo de caso

    ETAPA DMAIC O QUE FOI FEITO TCNICAS DE COLETA

    Define

    Definio do escopo a sertrabalhado empresa ITA,agncia XX e processo de

    atendimento ao cliente

    QUALITATIVASAnlise de documentosObservao participante

    Measure

    Determinao do foco doproblema, especificamente otempo de atendimento dos

    clientes nas operaes X Y Z

    QUALITATIVASAnlise de documentosObservao Participante

    Monitoramento do tempo

    AnalyzeAnlise do processo para

    determinar as causas potenciaisdo problema

    QUALITATIVASFluxograma; mapa do processo/produto;reunies com a equipe; e, planejamento

    da realizao da pesquisa com osclientes

    Ferramenta BizAgi

    ImproveIdentificao das solues

    prioritrias a seremimplementadas

    QUANTITATIVASAplicao da pesquisa (Stakeholderanalysis); Monitoramento do tempo;

    reunies com a equipe

    Control Garantir o alcance da meta alongo prazo

    QUALITATIVASDesenho do novo processo (softwareBizAgi); Identificao dos ndices de

    capacidade; documentao

    Fonte: Elaborada pela autora.

    6.1 ETAPAS DEFINIR E MEDIR

    Estas etapas foram agregadas devido ao fato de que todas foram realizadas

    utilizando tcnicas de coleta de dados qualitativas. Ao longo destas trs etapas,

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    foram realizadas as tcnicas de anlise documental, de observao participante, de

    descrio do processo ideal e de desenho do processo real, e do monitoramento de

    tempo para identificar os pontos problemas de atendimento ao cliente nas operaes

    de saque, depsito, pagamento de ttulos e desconto de cheques.

    6.1.1 Anlise documental

    A anlise documental ocorreu a partir da leitura de circulares internas da

    empresa, que trouxessem qualquer informao sobre a maneira de realizar asatividades do processo estudado. Como apresenta Forster (1994) apud Roesch

    (2009), os documentos tm valor em si mesmos representam sistemas e

    estruturas da organizao. Sua anlise permite o entendimento de situaes;

    permite conceituar a organizao com base em uma viso de dentro, e partem de

    uma viso de fora, em que o pesquisador se distancia da realidade pesquisada e

    utiliza instrumentos estruturados em conceitos externos (tericos).

    Complementando a viso acima, Yin (2001) coloca que, para os estudos de

    caso, o uso mais importante de documentos para corroborar e valorizar as

    evidncias oriundas de outras fontes. Em primeiro lugar, os documentos so teis na

    hora de se verificar a grafia correta e os cargos ou nomes de organizaes que

    podem ter sido mencionados na entrevista. Segundo, os documentos podem

    fornecer outros detalhes especficos para corroborar as informaes obtidas atravs

    de outras fontes. Se uma prova documental contradizer algum dado prvio, ao invsde corrobor-lo, o pesquisador do estudo de caso possui razes claras e especficas

    para pesquisar o tpico de estudo com mais profundidade. Terceiro, possvel se

    fazer inferncias a partir de documentos. Essas inferncias, no entanto, devem ser

    tratadas somente como indcios que valem a pena serem investigados mais a fundo,

    em vez de serem tratadas como descobertas definitivas, j que as inferncias podem

    se revelar mais tarde como sendo falsas indicaes.

    No momento do estudo, no se encontrou nenhum documento fazendo

    referncia maneira ideal na viso da empresa de executar as atividades, que

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    fosse auxiliar na formulao do fluxograma. Sendo assim, se optou por outra forma

    de coleta de dados qualitativa: a observao participante.

    6.1.2 Observao participante

    A segunda coleta de dados ocorreu atravs de observao participante. Esta

    tcnica escolhida pelo fato de a autora atuar na rea escolhida para o estudo.

    A observao participante o mtodo tradicional da pesquisa emAntropologia. Na pesquisa em organizaes, tem sido utilizada pelo menos de duas

    maneiras: de uma forma encoberta, quando o pesquisador se torna um empregado

    da empresa; e de forma aberta, quando o pesquisador tem permisso para observar,

    entrevistar e participar no ambiente de trabalho em estudo (Roesch, 2009)

    Conforme Roesch (2009), a observao participante encoberta quando o

    pesquisador se emprega na empresa e sua inteno de pesquisa no doconhecimento de ningum. Neste caso, aparentemente ele um empregado comum

    que tem inclusive de aprender o trabalho. S que na realidade, alm do trabalho, ele

    estar observando, conversando, participando e interpretando os acontecimentos.

    Esta forma de pesquisa pode criar conflito de identidade na pessoa do pesquisador.

    A observao participante de forma aberta ocorre quando o pesquisador tem

    permisso para realizar sua pesquisa na empresa e todos sabem a respeito de seutrabalho. Seu principal problema conseguir aceitao e confiana do pessoal. Para

    tanto, o xito de sua pesquisa vai depender de sua capacidade de conseguir passar

    da figura de estranho para a de amigo. Certamente, no poder ficar s observando,

    ter muitas vezes que trabalhar junto com os demais empregados, ou pelo menos

    oferecer ajuda sempre que puder. A observao participante de forma aberta

    caracteriza-se muito mais como um envolvimento interrompido, uma vez que

    combina observao com entrevistas.

    Neste caso, se ganha tempo e se gasta menos energia, pois no preciso

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    ganhar confiana e espao no ambiente de trabalho escolhido para o estudo. A

    autora, sendo funcionria e atuando na rea estudada, tambm possui interesse nas

    melhorias a serem propostas, visto que elas podem impactar diretamente na sua

    atuao e nos seus resultados.

    6.1.3 Elaborao de fluxogramas e mapeamento dos processos

    A terceira forma de coletar dados se deu atravs da elaborao dos

    fluxogramas pela equipe envolvida na sua criao. A implantao da metodologiaSeis Sigma, mesmo que simplificada como no caso deste estudo, exige um

    conhecimento mnimo dos participantes de como a idia do Seis Sigma auxilia na

    execuo do processo. Assim, todos os funcionrios da empresa diretamente

    ligados com a atividade participaram de reunies, foram familiarizados com os

    conceitos bsicos da metodologia Seis Sigma e discutiram a melhor forma de

    desenvolver o fluxograma.

    O quadro de funcionrios caixa da agncia em questo composto por trs

    pessoas, com idades entre 22 e 28 anos. Todos eles j possuem mais de um ano no

    cargo, o que faz com que todos tenham suposta experincia e conhecimento na

    execuo das atividades.

    Os trs funcionrios so estudantes da rea de Administrao, tendo

    familiaridade com alguns conceitos utilizados neste trabalho. Em contrapartida, nemtodos os estudantes tem contato com o mtodo Seis Sigma, muito pelo fato de esta

    ser uma ferramenta relativamente nova no mbito empresarial, principalmente em

    servios. Como, atualmente, muitos estudantes ingressam no mercado de trabalho

    em empresas de servios, normal que o seu foco no esteja voltado para

    ferramentas genuinamente empregadas em manufaturas, mesmo que o conceito de

    Seis Sigma possa ser adaptado ao tipo de problema e s variveis mais comuns do

    setor de servios (ECHEVESTE; WERNER; KOLOWSKI, 2008).

    muito importante o trabalho em grupo, onde todos podem expor suas

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    opinies e colocar suas experincias, j que a prpria metodologia Seis Sigma

    coloca este item como condio para buscar o sucesso do projeto (George, 2004).

    Como j foi dito anteriormente, a metodologia foi adaptada para acompanhar a

    magnitude do projeto, de forma que os envolvidos atuaro como uma espcie de

    faixas amarelas, trabalhando e se empenhando para o sucesso do trabalho, mas

    sem necessitar do conhecimento aprofundado na teoria Seis Sigma.

    Para este estudo, no seria possvel englobar todas as operaes que podem

    ser feitas nos guichs de caixa. Na tentativa de definir quais as transaes entrariam

    no estudo, o grupo analisou a quantidade de autenticaes em trs dias de cada um

    dos membros. Segue abaixo uma tabela com as autenticaes de cada funcionriono perodo de trs dias.

    Tabela 7 N de autenticaes feitas nos caixas

    1 DIA 2 DIA 3 DIA

    Funcionrio 1 386 346 274

    Funcionrio 2 362 330 286

    Funcionrio 3 315 297 258

    Fonte: Elaborada pela autora.

    Pelos dados da tabela, possvel observar que em trs dias, foram feitas

    aproximadamente 3.000 autenticaes. Deste nmero verificou-se que 34%

    correspondem a pagamento de ttulos; 26% referem-se a depsitos; 8% so de

    saque, e 7% correspondem a desconto de cheques. As outras autenticaes

    referem-se a servios internos, onde no h contato com o cliente (como

    processamento de envelopes de depsito em caixa eletrnico), e transaes de

    dbito e crdito no caixa. Como estas quatro operaes juntam representam 75% de

    tudo que feito no caixa, possvel que, referente a processos, as provveis causas

    de insatisfao dos clientes estejam relacionadas com a realizao destas

    operaes. Sendo assim, estas foram as selecionadas para compor o estudo.

    As reunies para discusso e criao dos diagramas ocorreram diariamente

    durante o ms de setembro. Como no houve tempo hbil para que fossem feitas

    reunies ininterruptas, em funo de sempre haver clientes na agncia que

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    necessitam do atendimento dos funcionrios, as reunies ocorreram no prprio

    espao dos guichs de caixa, entre um atendimento e outro.

    Nestas reunies, discutiu-se qual a forma que os funcionrios entendiam ser a

    adequada de realizar as atividades, uma vez que a empresa no disponibiliza

    nenhuma circular ou manual apresentando um modelo de atendimento; e qual a

    seqncia de realizao das atividades. A observao, por parte dos membros do

    grupo, de como os seus prprios colegas executavam as atividades ajudou para que

    se criasse um debate sobre a percepo de cada um, e assim se chegasse a um

    modelo ideal.

    Esta descrio surgiu da unio de idias que cada funcionrio tem como

    sendo a correta no momento da execuo das atividades. Nesta descrio ideal, no

    se levou em conta nenhum problema que pudesse advir da realizao das

    atividades. Como a empresa no apresenta em seus documentos internos uma

    forma pr-estabelecida para a realizao das etapas do processo, o grupo entendeu

    que deveria haver este modelo ideal, de forma que fosse possvel fazer uma

    comparao entre o fluxograma (representao da realidade, como todos os seusproblemas expostos) e o ideal.

    Buscou-se mapear as atividades em todos os pormenores, pois conforme

    Ingle e Roe (2001), um pequeno detalhe pode fazer a diferena no que diz respeito

    variao da qualidade em um servio. Assim, cada parte do atendimento foi

    lembrada, desde a entrada do cliente na fila do caixa, passando pela saudao feita

    pelo funcionrio, at detalhes operacionais, como a conferncia de uma assinatura.

    Devido complexidade do processo estudado, no ficaria de fcil

    entendimento visual esquematizar em uma simples folha de papel, em funo de os

    fluxogramas serem extensos e interligados. Desta forma, utilizou-se um programa

    que possibilita a elaborao de fluxogramas complexos e relacionados de forma

    rpida e compreensvel.

    O BizAgi Process Modeler uma ferramenta para criao de fluxogramas,

    mapas mentais e diagramas em geral. Permite aos seus usurios organizar

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    graficamente vrios processos e as relaes existentes em cada etapa. Esta

    estruturao uma maneira eficiente de visualizar um processo como um todo,

    identificando problemas e apontando solues.

    Os conceitos ficam dispostos em caixas e as relaes entre eles so

    especificadas por meio de frases de ligao, que unem cada um dos conceitos. A

    interface do programa bem intuitiva e moderna, contendo todas as informaes

    para a criao de diagramas e fluxogramas na lateral da tela. A visualizao de

    modelos, processos e todas as relaes existentes entre eles podem ser

    distinguidas por cores, deixando a representao grfica mais detalhada e

    compreensvel.

    As tabelas com a descrio das atividades escolhidas para o trabalho, e os

    fluxogramas elaborados a partir das discusses em grupo e da observao da

    autora encontram-se a seguir.

    Tabela 8 Descrio da abordagem inicial ao cliente

    ATIVIDADE DESCRIO DA ATIVIDADE

    Cliente chega na agnciaO cliente passa pela porta giratria da agncia ese encaminha at a fila.

    Cliente aguarda na fila

    O cliente espera na fila at o chamado dofuncionrio caixa. Esta espera no pode passarde 15 minutos, de acordo com a lei municipal dePorto Alegre

    Funcionrio solicita que o cliente se dirija aoguich de caixa

    O funcionrio solicita a presena do cliente,chamando "prximo", "seguinte", ou atravs dealerta sonoro acionado pelo prprio funcionrio.No caso da agncia 0604, no existe alertasonoro.

    Funcionrio sada o cliente _

    Funcionrio pergunta qual a transao o clientedeseja realizar

    Pelo levantamento das transaes maisrealizadas no guich de caixa, o grupoconsiderou quatro transaes para o estudo.Ento, o cliente tem opo de escolher entresaque, depsito, pagamento de ttulos edesconto de cheques.

    Fonte: Elaborada pela autora.

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    Figura 2 - Fluxograma de atendimento inicial ao cliente nos guichs de cFonte: Elaborado pela autora.

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    Tabela 9 Descrio de saque nos guichs de caixa

    Fonte: Elaborada pela autora.

    ATIVIDADE DESCRIO DA ATIVIDADE

    Funcionrio pergunta dequal conta ser feito osaque

    Todos os correntistas do Banco Itapossuem conta corrente e uma poupanaintegrada a esta mesma conta, acessadacom um nico carto, de modo que ofuncionrio precisa questionar de ondeser feito o saque. Se for de contacorrente, o funcionrio d a funo 401 -saque de conta corrente. Se for poupana,a funo 401/5 - saque de poupana.

    Cliente passa o carto nopin

    Pin o aparelho de leitura do carto edigitao de senhas. O cliente deve passaro carto, para que o funcionrio no tenhacontato com o carto. por questo desegurana do cliente e de preservao dofuncionrio que se procede desta forma.

    Funcionrio pergunta ovalor desejado pelocliente e efetua o saque

    No caixa, no se pode dar o valor do saldopara o cliente, tambm por questes desegurana. Assim, o cliente tem queinformar quanto vai sacar. Se for acima deR$ 500,00, o sistema vai pedir a assinaturae a data de nascimento do cliente. Estesitens so solicitados para evitar queterceiros consigam utilizar o carto docliente. O funcionrio solicita o documento

    de identidade para conferir com o nomeimpresso no carto, mas confere aassinatura com a que consta digitalizadano sistema do banco.

    Cliente digita a senha

    No possvel fazer o saque sem a senha.O funcionrio no auxilia e no visualiza opin no momento da digitao da senhapelo cliente, pois existe um espao paracolocar propagandas do banco junto aovidro do caixa que impede que ofuncionrio veja o pin.

    Sistema imprime

    comprovante de saque

    Este comprovante deve entregue ao clientepelo funcionrio, para que no haja futuros

    questionamentos sobre a concretizao dosaque.

    Funcionrio registra nacalculadora do sistema ovalor de sada

    Para evitar diferenas de caixa, ofuncionrio deve colocar na calculadora ovalor que o cliente est sacando, para ficarregistrada a quantia que saiu do caixa. Depreferncia, registrar tambm a quantidadede notas de cada espcie foi entregue aocliente. Ex: Saque de R$ 240,00: 10 x20,00 + 4 x 10,00

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    Figura 3 Fluxograma de saque nos guichs de caixaFonte: Elaborado pela autora.

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    Tabela 10 - Descrio de depsito nos guichs de caixa

    Fonte: Elaborada pela autora.

    ATIVIDADE DESCRIO DA ATIVIDADE

    Funcionrio perguntase o depsito em

    dinheiro ou em cheque

    As funes executadas no caixa sodiferentes para dinheiro ou para cheque. Nodinheiro, a funo 021 (corrente) ou 021/5(poupana). Com cheque, a funo 241 -captura de cheques, podendo escolherentre conta corrente e poupana. No caso

    de dinheiro, confere-se a quantia a serdepositada. Com os cheques, feita aconferncia do preenchimento do cheque(nominativo, valor extenso, data,assinatura).

    Funcionrio pergunta ovalor do depsito

    O funcionrio deve perguntar o valor dodepsito para o cliente para que no hajadiferenas na hora da conferncia.

    Funcionrio pergunta aagncia e a conta a serdepositada

    O funcionrio pergunta os dados dodepsito e confere na funo 437 - consultaa dados da conta, para ter certeza de que onome do favorecido do depsito est

    correto.

    Funcionrio registra nacalculadora do sistemao valor de entrada

    Para evitar diferenas de caixa, ofuncionrio deve colocar na calculadora ovalor que o cliente est depositando, paraficar registrada a quantia que entrou docaixa. De preferncia, registrar tambm aquantidade de notas de cada espcie que ocliente entregou. Ex: Depsito de R$240,00: 10 x 20,00 + 4 x 10,00

    Sistema imprimecomprovante de saque

    Este comprovante entregue ao clientepelo funcionrio, para que no haja futurosquestionamentos sobre a concretizao dosaque.

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    Figura 4 Fluxograma de depsito nos guichs de caixaFonte: Elaborado pela autora.

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    Tabela 11 - Descrio de desconto de cheques nos guichs de caixa

    Fonte: Elaborada pela autora.

    ATIVIDADE DESCRIO DA ATIVIDADE

    Funcionrio confere ocheque a serdescontado

    Confere-se o preenchimento do cheque comrelao a valor extenso, campo nominativo, datacorreta. O funcionrio tambm analisa o cheque,atravs das marcas de segurana, na busca deidentificar qualquer cheque sob suspeio deilegitimidade.

    Funcionrio solicita

    que o clientepreencha o verso docheque

    Todo cheque para desconto deve estar com aassinatura de quem vai sac-lo no verso. Ouseja, para o mesmo nome que est no camponominativo, deve constar uma assinatura no

    verso. Se a prpria pessoa, alm da assinatura,devem constar os dados do documento deidentificao (nmero, rgo expedidor, data deexpedio). No caso de terceiros, apenas aassinatura basta, caracterizando endosso.

    Funcionrio verifica ovalor do cheque a serdescontado

    Qualquer cheque pode ser descontado emqualquer agncia at o valor de R$ 5.000,00. Umcomunicado emitido em junho de 2009determinou que todo cheque at R$ 1.000,00pode ser descontado sem prvia confirmao.Sendo da prpria agncia, a confirmao se faznecessria somente a partir de R$ 5.000,00 ouquando surgir alguma suspeita de irregularidade.Quando o cheque for de outra agncia, obrigatria a confirmao a partir de R$ 1.000,00.Esta confirmao se faz entrando em contatocom o cliente SOMENTE atravs dos telefonescadastrados no banco.

    Funcionrio descontao cheque

    A funo para desconto de cheques 020 -pagamento de cheques. No momento dodesconto, o funcionrio informa o valor, feita aconferncia da assinatura comparando a docheque com a cadastrada no sistema do banco, eautentica o cheque.

    Funcionrio informana calculadora o valorde sada

    Para evitar diferenas de caixa, o funcionrio

    deve colocar na calculadora o valor que o clienteest retirando para ficar registrada a quantia quesaiu do caixa. De preferncia, registrar tambm aquantidade de notas de cada espcie foientregue ao cliente. Ex: Cheque de R$ 240,00:10 x 20,00 + 4 x 10,00

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    Figura 5 Fluxograma de desconto de cheques nos guichs de caixFonte: Elaborado pela autora.

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    Tabela 12 Descrio de pagamento de ttulos nos guichs de caixa

    Fonte: Elaborada pela autora.

    ATIVIDADE DESCRIO DA ATIVIDADE

    Funcionrio verifica adata de vencimentodo ttulo

    importante verificar a data de vencimento do ttulo,pois quando o boleto tem cobrana em outro banco, osistema s aceita a baixa at a data de quitao.Depois desta data, somente no prprio banco.

    Funcionrio perguntaqual a forma depagamento do ttulo

    No caso de pagamentos de ttulos, existem quatroopes de pagamento: carto da conta, cheque do

    Ita, cheque de outro banco e dinheiro. Quando opagamento feito com o carto, o procedimento deretirada do valor da conta semelhante ao de saque,mas feito atravs da transao 241 - recebimento devalores/carto cliente. As conferncias so asmesmas. No caso de cheque do Ita, procede-se damesma forma do desconto de cheque. Esta operaotambm feita na opo 241 - recebimento devalores/cheque prprio banco. No caso de dinheiro,age-se como um depsito, executando a transao241 - recebimento de valores/dinheiro. A nicadiferena ocorre nos pagamentos com cheques deoutros bancos. Neste caso, faz-se as mesmas

    conferncias do depsito em cheque. Existemalgumas excees para a realizao da operaoalm do preenchimento. Entre as principais, no possvel pagar ttulos com cheques de terceiros, no possvel que ttulo e cheque sejam de outros bancossimultaneamente (ex.: Ttulo do HSBC e cheque doSantander) e o sistema no reconhece pagamentoscom cheques de outra praa.

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    Figura 6 Fluxograma de pagamento de ttulos nos guichs de caixaFonte: Elaborado pela autora.

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    Figura 7 Fluxograma de pagamento de ttulos em dinheiro nos guichs dFonte: Elaborado pela autora.

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    Figura 8 Fluxograma de pagamento de ttulos com cheque do prprio banco nos gFonte: Elaborado pela autora.

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    Figura 9 Fluxograma de pagamento de ttulos com cheque de outro banco nos guFonte: Elaborado pela autora.

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    Figura 10 - Fluxograma de pagamento de ttulos com carto nos guichs dFonte: Elaborado pela autora.

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    6.1.4 Monitoramento do tempo de atendimento

    Aps a criao dos fluxogramas mostrando o passo a passo da atividade de

    caixa, fez-se o monitoramento do tempo de realizao de cada etapa dentro das

    operaes de caixa. Para isso, foram observados os atendimentos ocorridos na

    ltima semana de setembro, cronometrando o tempo de cada parte do processo.

    Como existe uma variao significativa no tempo que cada pessoa leva para realizar

    cada atividade, considerando o comportamento do cliente a ser atendido (se j vem

    com os documentos necessrios em mos, se demora procurando o carto na bolsa,

    etc.), foi feita uma mdia do tempo das atividades correspondentes.

    Cada funcionrio foi registrado com uma cmera filmadora no momento do

    atendimento, com cronmetro. O controle do tempo importante dentro da filosofia

    Seis Sigma, considerando que cada pedao do todo pode ter uma reduo de tempo

    e um conseqente aumento de eficincia e a soma destas redues pode ter um

    impacto determinante na entrega a ser feita ao cliente, o que impactaria na

    satisfao deste mesmo cliente.

    Para o monitoramento do tempo de espera na fila, utilizaram-se os relatrios

    emitidos na mesma semana, incluindo um dia de pico. A Prefeitura de Porto Alegre

    estabelece que os dias de pagamento de beneficirios e pensionistas do INSS, bem

    como os dias de vencimento de tributos como GPS (Guia da Previdncia Social),

    DARF (Documento de Arrecadao de Receitas Federais) e FGTS (Fundo de

    Garantia por Tempo de Servio) so considerados dias de pico. Nestes dias, otempo limite de espera em fila bancria de 20 minutos.

    Durante estes registros, nenhum cliente foi identificado, bem como nenhuma

    informao interna ou sigilosa foi gravada. Apenas se registrou o movimento de cada

    funcionrio na execuo de cada atividade, juntamente com o tempo de cada uma

    delas. O tempo de execuo das atividades est apresentado nas tabelas abaixo, de

    acordo com cada atividade. No foi possvel colocar o monitoramento do processo

    diretamente nos fluxogramas por prejudicar a visualizao e a compreenso da

    ferramenta.

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    Tabela 13 Tempo de atendimento inicial nos guichs de caixa

    ATIVIDADE TEMPO MDIO

    Cliente aguarda na fila 7 minutos

    Funcionrio solicita que cliente se dirija ao guich de caixa

    Funcionrio sada o cliente

    Funcionrio pergunta qual transao o cliente deseja realizar

    8 segundos

    Fonte: Elaborada pela autora.

    Tabela 14 Tempo de saque nos guichs de caixa

    ATIVIDADE TEMPO MDIO

    dada a funo 401 ou 401/5 no terminal de caixa

    Funcionrio passa o carto do cliente no PIN

    Funcionrio pergunta qual o valor do saque

    Funcionrio digita o valor do saque

    Cliente digita a senha

    Sistema imprime a papeleta para a assinatura do cliente

    Funcionrio compara a assinatura do cliente com a cadastrada no sistema

    Cliente digita a data de nascimento

    O sistema imprime o comprovante de saque

    Funcionrio entrega o comprovante para o cliente

    Funcionrio registra na calculadora o valor de sada do caixa

    58 segundos

    Fonte: Elaborada pela autora.

  • 5/20/2018 Seis Sigma 3

    58/84

    57

    Tabela 15 Tempo de depsito em dinheiro nos guichs de caixa

    ATIVIDADE TEMPO MDIO

    dada a funo 021 ou 021/5 no terminal de caixa

    Funcionrio pergunta o valor do depsito

    Funcionrio confere o valor a ser depositado

    Funcionrio lana na calculadora o valor de entrada no caixa

    Funcionrio digita os dados do depsito

    O sistema imprime comprovante de depsito

    Funcionrio entrega comprovante para o cliente

    31 segundos

    Fonte: Elaborada pela autora.

    Tabela 16 Tempo de depsito em cheque nos guichs de caixa

    ATIVIDADE TEMPO MDIO

    dada a funo 241, captura de cheque em conta corrente ou contapoupana

    Funcionrio confere o cheque a ser depositado

    Funcionrio digita os dados do depsito

    Funcionrio digita o valor do cheque

    Funcionrio passa o cdigo de barras do cheque na leitora

    O sistema imprime o comprovante de depsito

    Funcionrio entrega o comprovante para o cliente

    Funcionrio coloca o carimbo cruzador no cheque

    21 segundos

    Fonte: Elaborada pela autora.

  • 5/20/2018 Seis Sigma 3

    59/84

    58

    Tabela 17 Tempo de desconto de cheques nos guichs de caixa

    ATIVIDADE TEMPO MDIO

    Funcionrio confere o preenchimento do cheque

    Funcionrio confere o valor do cheque

    Funcionrio solicita que o cliente preencha o nominativo e assine no versodo cheque

    dada a funo 020, desconto de cheques

    Funcionrio informa no sistema o valor do cheque

    Funcionrio passa o cdigo de barras do cheque na leitora

    Funcionrio confere a assinatura do emissor do cheque com a cadastradano sistema

    Funcionrio autentica o cheque

    Funcionrio coloca o carimbo de liquidado no cheque

    Funcionrio lana na calculadora o valor de sada do caixa

    1 minuto e 5segundos

    Fonte: Elaborada pela autora.

    Tabela 18 Tempo de pagamento de ttulos em dinheiro nos guichs de caixa (continua)

    ATIVIDADE TEMPO MDIO

    Funcionrio confere o dinheiro

    Funcionrio lana na calculadora o valor de entrada no caixa

    dada a funo 241, opo dinheiro

    Funcionrio informa no sistema ao valor a ser pago

    dada a funo 565, recebimento de ttulos

    Funcionrio passa o cdigo e barras do ttulo na leitora

    Funcionrio confirma o valor do ttulo

    Funcionrio informa o banco responsvel pela cobrana

    Funcionrio autentica a via do banco

    53 segundos

  • 5/20/2018 Seis Sigma 3

    60/84

    59

    Tabela 18 Tempo de pagamento de ttulos em dinheiro nos guichs de caixa (concluso)

    ATIVIDADE TEMPO MDIO

    Funcionrio autentica a via do cliente

    dada a funo 124, retirada em espcie do valor que sobrou

    Funcionrio lana na calculadora o valor de sada no caixa

    Fonte: Elaborada pela autora.

    Tabela 19 Tempo de pagamento de ttulos com cheque do prprio banco nos guichs decaixa

    ATIVIDADE TEMPO MDIO

    Funcionrio confere o preenchimento do cheque

    Funcionrio verifica o valor do cheque

    dada a funo 241, opo cheque do prprio banco

    Funcionrio informa o valor do cheque

    Funcionrio passa o cdigo de barras do cheque na leitora

    Funcionrio confere a assinatura do emissor do cheque com a cadastrada nosistema

    dada a funo 565, recebimento de ttulos

    Funcionrio passa o cdigo de barras do ttulo na leitora

    Funcionrio informa o valor do ttulo

    Funcionrio informa o banco responsvel pela cobrana

    Funcionrio autentica a via do banco

    Funcionrio autentica a via do cliente

    dada a funo 124, retirada em espcie do valor que sobrou

    Funcionrio lana na calculadora o valor de sada

    Funcionrio autentica o cheque

    Funcionrio coloca o carimbo de liquidado no cheque

    1 minuto e 38segundos

    Fonte: Elaborada pela autora.

  • 5/20/2018 Seis Sigma 3

    61/84

    60

    Tabela 20 Tempo de pagamento de ttulos com cheque de outro banco nos guichs de caixa

    ATIVIDADE TEMPO MDIO

    Funcionrio confere o valor a ser pago

    dada a funo 565, recebimento de ttulos

    Funcionrio passa o cdigo de barras do ttulo na leitora

    Funcionrio confirma o valor do ttulo

    Funcionrio informa o banco responsvel pela cobrana

    Funcionrio informa o valor do cheque

    Funcionrio autentica a via do banco

    Funcionrio autentica a via do cliente

    Funcionrio autentica o verso do cheque

    Funcionrio coloca o carimbo cruzador no cheque

    35 segundos

    Fonte: Elaborada pela autora.

    Tabela 21 Tempo de pagamento de ttulos com carto nos guichs de caixa (continua)

    ATIVIDADE TEMPO MDIO

    Funcionrio soma o valor de todos os ttulos

    dada a funo 241, opo carto cliente

    Funcionrio passa o carto do cliente no PIN

    Funcionrio lana o valor dos ttulos no sistema

    Cliente digita a senha

    Sistema imprime a papeleta para a assinatura do cliente

    Funcionrio compara a assinatura do cliente com a cadastrada no sistema