simbolismo/decadentismo

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SIMBOLIS MO/ DECADENT ISMO Profª. Ms. Daniele Onodera Profª. Ms. Daniele Onodera

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SIMBOLISMO/

DECADENTISMO

Profª. Ms. Daniele OnoderaProfª. Ms. Daniele Onodera

CONTEXTO HISTÓRICOf inal do século XIX

Enquanto alguns vivenciam o glamour e os benefícios trazidos pela ciência e

pela industrial ização, outros encontram-se à margem da sociedade

(aristocracia decadente)

FONTES FILOSÓFIC

AS

Henri Bergson (1885-1941)

Henri Bergson (1885-1941)

INTUICIONISMO Ampara fi losoficamente, a

busca de novas realidades interiores.

O “eu profundo” faz parte de um mundo complexo e

que é corrompido na simples tentativa de ser traduzido em palavras.

Segundo esse fi lósofo a maioria das pessoas

passa toda a existência vivendo apenas no “eu da

superfície”e jamais experimentam a

verdadeira “LIBERDADE”.

Arthur Schopenhauer(1788 - 1860)

Arthur Schopenhauer(1788 - 1860)

O mundo é apenas uma representação, ou melhor, é igual à nossa percepção, por isso não

chegamos jamais à coisa-em-si, ao absoluto. Por outro lado, o nosso

espírito ou a nossa psiquê corresponde à vontade, e esta é

que seria o real.

Schopenhauer sustenta que o real em si mesmo é cego e

irracional, enquanto vontade.

As formas racionais não passariam de i lusórias

aparências e a essência de todas as coisas seria alheia à

razão.

Filosofia pessimista, pois a vontade é concebida com algo sem qualquer

meta ou finalidade gerando assim a DOR.

A felicidade seria apenas uma interrupção temporária

de um processo de infel icidade, e somente a

lembrança temporária de um sofrimento passado criaria a i lusão de um bem presente.

O prazer do momento é fugaz de ausência de dor e

não existe satisfação durável.

CONCLUSÃO :

VIVER É SOFRER

SOLUÇÃO :

RENÚNCIA DO MUNDO, E SUAS SOLICITAÇÕES, ANULAÇÃO DA

VONTADE, FUGA NO NADA.

Sören Kierkegaard(1813 -1855)

Sören Kierkegaard(1813 -1855)

A vida é subjetiva, na própria medida em que é vivida, não pode jamais ser objetivo de um saber,

ela escapa em princípio ao conhecimento.

Essa interioridade, essa subjetividade reencontrada

para além da l inguagem, como aventura pessoal de

cada um em face dos outros e de Deus, eis o que

KierKegaard chamou de EXISTÊNCIA.

O homem portanto é uma síntese de:

•infinito e f inito•temporal e eterno•l iberdade e necessidade

DESESPERO/ IMPOSSIBILIDADE DE CONCILIAÇÃO

CHARLES BAUDELEIRE (POETA)

(1821-1867)

CHARLES BAUDELEIRE (POETA)

(1821-1867)A teoria das correspondências propõe um processo cósmico de aproximação

entre as realidades físicas e as metafísicas, entre os seres, as cores,

os perfumes, e o pensamento ou a emoção.

SINESTESIA

CONCEITOS DE EXPRESSÃO

LITERÁRIA

TUDO SÃO SÍMBOLOS

Os símbolos poderão apenas ser

decifrados por aqueles que

intuirem/ alma pura/clariviência.

O que vemos materialmente é

pura i lusão, apenas reflexo

de algo que existe no plano

espiritua.O POETA É APENAS UM DECIFRADOR

SUGESTÃO

SINESTESIAMUSICALIDADE

• Conteúdo relacionado com o espiri tual, o místico e o subconsciente: idéia metafísica, crença em forças superiores e desconhecidas, predestinação, sorte, introspecção.

•  Essa maior ênfase pelo particular e individual do que pelo geral e Universal: valorização máxima do eu interior, individualismo.

• 

• Tentativa de afastamento da realidade e da sociedade contemporânea: valorização máxima do cosmos, do misticismo, negação à Terra.

• Os textos comumente retratam seres efêmeros (fumaça, gases, neve...). Imagens grandiosas (oceanos, cosmos...) para expressar a idéia de l iberdade.      

•      Conhecimento intuit ivo e não-lógico. Ênfase na imaginação e na fantasia. Desprezo à natureza: as concepções voltam-se ao místico e sobrenatural.

•      Pouco interesse pelo enredo e ação narrativa: pouquíssimos textos em prosa. Preferência por momentos incomuns: amanhecer ou entardecer, faixas de transição entre dia e noite.

  

•        Linguagem ornada, colorida, exótica, bem rebuscada e cheia de detalhes: as palavras são escolhidas pela sua sonoridade, num ritmo colorido, buscando a sugestão e não a narração.

      Obs.: Na concepção simbolista o louco era um ser completamente l ivre por não obedecer às regras. Teoricamente o poeta simbolista é o ser feliz.

SIMBOLISMO PARNASIANISMO

Quanto ao conteúdoSubjetivismo ObjetivismoAntimaterial ismo, anti-racionalismo Material ismo, racionalismoMisticismo e religiosidade Paganismo greco-latinoInteresse pelas zonas profundas da mente humana e pela loucura

Racionalismo

Pessimismo, dor de existir Contenção de sentimentosInteresse pelo noturno, pelo mistério e pela morte

Interesse por temas universais: a natureza, o amor, objetos de arte, a poesia

Retomada de elementos da tradição romântica

Retomada de elementos da tradição clássica

Quanto à formaLinguagem vaga, f luida, que busca sugerir em vez de nomear

Linguagem precisa, objetiva, culta

Cultivo do soneto e de outras formas de composição poética

Preferência pelo soneto

Abundância de metáforas, comparações, aliterações, assonâncias e sinestesias

Busca do equilíbrio formal

AUTORES E

OBRAS

          Cronologia do Simbolismo em Portugal

   Período: século XIX e XX        

Início: 1890 - Publicação de Oaristos, de Eugênio de Castro.       

Fim: 1915 - Surgimento da Revista Orpheu, inaugurando o Modernismo.          

          Eugênio de Castro e Almeida (1869-1944)

     

          Eugênio de Castro e Almeida (1869-1944)

•Sua obra pode ser dividida em duas fases: simbolista e neoclássica.

•A simbolista corresponde aos poemas escritos já no século XX.       

• Novas rimas, novas métricas, ali terações, versos alexandrinos, vocabulário mais r ico, ele expõe no prefácio – manifesto de Oaristos. Na fase neoclássica apresenta temas voltados à antigüidade clássica e ao passado português (profundamente saudosista).      

Antônio Nobre 1867-1900)

     

              Antônio Nobre (1867-1900)

• Ingressou na carreira diplomática, morrendo de tuberculose aos 33 anos. Estudou em Paris.

• Obras: Só (Paris, 1892)Despedidas (1902)Primeiros versos (1921)Correspondência.

     

• É simbolista, mas não tem seus cacoetes. Considerado como nacionalista e romântico retardatário.

• Exaltou a vida provinciana do norte de Portugal, por inf luência de Garrett e de Júlio Dinis.

•A sua poesia manifesta r ica musicalidade rítmica e l inguagem com um falar cotidiano e coloquial, além do pessimismo.

     

Camilo Pessanha(1867-1926)

 

      Camilo Pessanha (1867-1926)

•É considerado o mais simbolista dos poetas da época.       •Autor de apenas um livro: Clepsidra,

•Influenciou a geração de Orpheu, que iniciou o Modernismo em Portugal. Passou grande parte da vida em Macau (China), tornando-se tradutor da poesia chinesa para o português.

 

• Considerado de difíci l leitura, pois trabalha bem a l inguagem. No seu l ivro predomina o estranhamento entre o eu e o corpo; o eu e a existência e o mundo.

• Em Clepsidra, se distancia de uma situação concreta e pessoal , e sua poesia é pura abstração.

         

AUTORES E

OBRAS

         

Cronologia do Simbolismo brasileiro

Início:1893 Publicação das obras MISSAL E BROQUÉIS, de Cruz e Sousa        

Fim: 1902    Publicação da obra OS SERTÕES, de Euclides da Cunha

         

  Cruz e Sousa(1861-1898)

         

  Cruz e Sousa(1861-1898)

DADOS BIOGRÁFICOS

• Nasceu em 1861 na cidade catarinense de Nossa Senhora do Desterro.

• Filho de escravos alforriados, desde pequeno recebeu a tutela e uma educação refinada de seu ex-senhor, o Marechal Guilherme Xavier de Sousa.

           

• Aprendeu francês, latim e grego, além de ter sido discípulo do alemão Fritz Müller, com quem aprendeu matemática e ciências naturais.

• Em 1881, dirigiu o jornal "Tribuna Popular", onde já transpareciam suas idéias abolicionistas.

           

•Em 1883, foi recusado como promotor de Laguna por ser negro, o que lhe causou profunda insatisfação e lhe acentuou os ideais de abolicionismo.

         • Foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na Estrada de Ferro Central do Brasil, colaborando também com o jornal "Folha Popular", onde entrou em contanto com as tendências simbolistas e escreveu suas obras mais expressivas.

• Casado com Gavita Gonçalves no ano de 1893, foi pai de quatro fi lhos, mas a tragédia não estava apenas reservada no preconceito racial que sofria: teve os quatro f i lhos mortos por tuberculose e a mulher enlouquecida.

         

•Profundamente magoado e tuberculoso, foi para a cidade de Sítio (Minas Gerais) em busca de um clima mais saudável.

•Morreu em 1898.

Sua obra só seria realmente reconhecida algum tempo depois,

consagrando-o como um dos maiores poetas do Simbolismo.

         

     CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS    Mantém a estrutura formal típica do Parnasianismo (uso de sonetos, rimas ricas, etc.),

Do Simbolismo apresenta um tom mais musical, rítmico, com uma variedade de efeitos sonoros, uma riqueza de vocabulários, e um precioso jogo de correspondências (sinestesias) e contrastes (antíteses).

         

     Transparece a preocupação social,

DOR DO HOMEM NEGRO + DOR UNIVERSAL HUMANA =

ANGÚSTIA, PESSIMISMO E TÉDIO

A solução é sempre a fuga, a preferência pelo místico, a busca pelo

mundo espiritual que o consola.

Presença de ideais abolicionistas

         

     Em contraste com a cor negra,

está o uso de um vasto vocabulário relacionado à cor branca: neve, espuma, pérola,

nuvem, bri lhante, etc. Isso reflete sua obsessão, t ipicamente

simbolista, pela imprecisão, pelo vago, a pureza e o mistério .

         

     Sua obra ainda é vastamente tomada pela :

•Sensualidade;

•Busca da auto-afirmação;

•Subjetividade;

•Culto à noite;

•Busca do símbolo e do mistério da existência.Madona-Liebends    Weib (1895) de Edvard Munch

         

     PRINCIPAIS OBRAS

Poesia Broquéis (1893);Faróis (1900); Últ imos Sonetos (1905);O livro Derradeiro (1961).       Poemas em Prosa Tropos e Fanfarras (1885), em conjunto com Virgíl io Várzea; Missal (1893); Evocações (1898); Outras Evocações (1961); Dispersos (1961).

         

      Alphonsus de Guimaraens (1870-1921)

         

      Alphonsus de Guimaraens (1870-1921)

DADOS BIOGRÁFICOS

•Nascido em Ouro Preto no ano de 1870

•Aos dezoito anos, presenciou um fato que marcaria profundamente toda a sua vida e suas poesias: a morte de Constança (f i lha de Bernardo Guimarães), sua prima e noiva, às vésperas do casamento.

         

     •Forma-se em Direito em São Paulo 1895.

•Na capital paulista, tomou contato com os ideais simbolistas e escreveu a maior parte de sua obra.

• No Rio de Janeiro, conhece Cruz e Sousa.

•De volta a Minas Gerais, exerceu o cargo de juiz na cidade de Mariana, onde levou uma vida pacata com sua esposa, Zenaide de Oliveira, e seus catorze fi lhos. •Viveu em Mariana até a morte, no ano de

1921. 

         

     CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS

•Profunda suavidade e l ir ismo,

•Linguagem simples e um ritmo bem musical, cheio de aliterações e sinestesias.

•Há o emprego constante das redondilhas, além dos versos alexandrinos e decassílabos, com ênfase no soneto,

         

     •A presença da amada perdida, retratada aos moldes medievais: uma divindade intocável, perfeita, l ivre de qualquer toque de erotismo e somente acessível através da morte.

•Por várias vezes ela é confundida com a imagem pura da Virgem Maria, de quem o poeta é profundamente devoto.

         

     •Sua obra, é considerada a mais mística de nossa l iteratura.

•Há a aceptividade, a simpatia e o desejo pela morte, já que ela é o único caminho para se chegar à amada.

CONCLUSÃO

um ciclo de misticismo, amor idealizado e obsessão da morte