simbolismo/decadentismo
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CONTEXTO HISTÓRICOf inal do século XIX
Enquanto alguns vivenciam o glamour e os benefícios trazidos pela ciência e
pela industrial ização, outros encontram-se à margem da sociedade
(aristocracia decadente)
Henri Bergson (1885-1941)
INTUICIONISMO Ampara fi losoficamente, a
busca de novas realidades interiores.
O “eu profundo” faz parte de um mundo complexo e
que é corrompido na simples tentativa de ser traduzido em palavras.
Segundo esse fi lósofo a maioria das pessoas
passa toda a existência vivendo apenas no “eu da
superfície”e jamais experimentam a
verdadeira “LIBERDADE”.
Arthur Schopenhauer(1788 - 1860)
O mundo é apenas uma representação, ou melhor, é igual à nossa percepção, por isso não
chegamos jamais à coisa-em-si, ao absoluto. Por outro lado, o nosso
espírito ou a nossa psiquê corresponde à vontade, e esta é
que seria o real.
Schopenhauer sustenta que o real em si mesmo é cego e
irracional, enquanto vontade.
As formas racionais não passariam de i lusórias
aparências e a essência de todas as coisas seria alheia à
razão.
Filosofia pessimista, pois a vontade é concebida com algo sem qualquer
meta ou finalidade gerando assim a DOR.
A felicidade seria apenas uma interrupção temporária
de um processo de infel icidade, e somente a
lembrança temporária de um sofrimento passado criaria a i lusão de um bem presente.
O prazer do momento é fugaz de ausência de dor e
não existe satisfação durável.
Sören Kierkegaard(1813 -1855)
A vida é subjetiva, na própria medida em que é vivida, não pode jamais ser objetivo de um saber,
ela escapa em princípio ao conhecimento.
Essa interioridade, essa subjetividade reencontrada
para além da l inguagem, como aventura pessoal de
cada um em face dos outros e de Deus, eis o que
KierKegaard chamou de EXISTÊNCIA.
O homem portanto é uma síntese de:
•infinito e f inito•temporal e eterno•l iberdade e necessidade
DESESPERO/ IMPOSSIBILIDADE DE CONCILIAÇÃO
CHARLES BAUDELEIRE (POETA)
(1821-1867)A teoria das correspondências propõe um processo cósmico de aproximação
entre as realidades físicas e as metafísicas, entre os seres, as cores,
os perfumes, e o pensamento ou a emoção.
SINESTESIA
TUDO SÃO SÍMBOLOS
Os símbolos poderão apenas ser
decifrados por aqueles que
intuirem/ alma pura/clariviência.
O que vemos materialmente é
pura i lusão, apenas reflexo
de algo que existe no plano
espiritua.O POETA É APENAS UM DECIFRADOR
• Conteúdo relacionado com o espiri tual, o místico e o subconsciente: idéia metafísica, crença em forças superiores e desconhecidas, predestinação, sorte, introspecção.
• Essa maior ênfase pelo particular e individual do que pelo geral e Universal: valorização máxima do eu interior, individualismo.
•
• Tentativa de afastamento da realidade e da sociedade contemporânea: valorização máxima do cosmos, do misticismo, negação à Terra.
• Os textos comumente retratam seres efêmeros (fumaça, gases, neve...). Imagens grandiosas (oceanos, cosmos...) para expressar a idéia de l iberdade.
• Conhecimento intuit ivo e não-lógico. Ênfase na imaginação e na fantasia. Desprezo à natureza: as concepções voltam-se ao místico e sobrenatural.
• Pouco interesse pelo enredo e ação narrativa: pouquíssimos textos em prosa. Preferência por momentos incomuns: amanhecer ou entardecer, faixas de transição entre dia e noite.
• Linguagem ornada, colorida, exótica, bem rebuscada e cheia de detalhes: as palavras são escolhidas pela sua sonoridade, num ritmo colorido, buscando a sugestão e não a narração.
Obs.: Na concepção simbolista o louco era um ser completamente l ivre por não obedecer às regras. Teoricamente o poeta simbolista é o ser feliz.
SIMBOLISMO PARNASIANISMO
Quanto ao conteúdoSubjetivismo ObjetivismoAntimaterial ismo, anti-racionalismo Material ismo, racionalismoMisticismo e religiosidade Paganismo greco-latinoInteresse pelas zonas profundas da mente humana e pela loucura
Racionalismo
Pessimismo, dor de existir Contenção de sentimentosInteresse pelo noturno, pelo mistério e pela morte
Interesse por temas universais: a natureza, o amor, objetos de arte, a poesia
Retomada de elementos da tradição romântica
Retomada de elementos da tradição clássica
Quanto à formaLinguagem vaga, f luida, que busca sugerir em vez de nomear
Linguagem precisa, objetiva, culta
Cultivo do soneto e de outras formas de composição poética
Preferência pelo soneto
Abundância de metáforas, comparações, aliterações, assonâncias e sinestesias
Busca do equilíbrio formal
Cronologia do Simbolismo em Portugal
Período: século XIX e XX
Início: 1890 - Publicação de Oaristos, de Eugênio de Castro.
Fim: 1915 - Surgimento da Revista Orpheu, inaugurando o Modernismo.
Eugênio de Castro e Almeida (1869-1944)
•Sua obra pode ser dividida em duas fases: simbolista e neoclássica.
•A simbolista corresponde aos poemas escritos já no século XX.
• Novas rimas, novas métricas, ali terações, versos alexandrinos, vocabulário mais r ico, ele expõe no prefácio – manifesto de Oaristos. Na fase neoclássica apresenta temas voltados à antigüidade clássica e ao passado português (profundamente saudosista).
Antônio Nobre (1867-1900)
• Ingressou na carreira diplomática, morrendo de tuberculose aos 33 anos. Estudou em Paris.
• Obras: Só (Paris, 1892)Despedidas (1902)Primeiros versos (1921)Correspondência.
• É simbolista, mas não tem seus cacoetes. Considerado como nacionalista e romântico retardatário.
• Exaltou a vida provinciana do norte de Portugal, por inf luência de Garrett e de Júlio Dinis.
•A sua poesia manifesta r ica musicalidade rítmica e l inguagem com um falar cotidiano e coloquial, além do pessimismo.
Camilo Pessanha (1867-1926)
•É considerado o mais simbolista dos poetas da época. •Autor de apenas um livro: Clepsidra,
•Influenciou a geração de Orpheu, que iniciou o Modernismo em Portugal. Passou grande parte da vida em Macau (China), tornando-se tradutor da poesia chinesa para o português.
• Considerado de difíci l leitura, pois trabalha bem a l inguagem. No seu l ivro predomina o estranhamento entre o eu e o corpo; o eu e a existência e o mundo.
• Em Clepsidra, se distancia de uma situação concreta e pessoal , e sua poesia é pura abstração.
Cronologia do Simbolismo brasileiro
Início:1893 Publicação das obras MISSAL E BROQUÉIS, de Cruz e Sousa
Fim: 1902 Publicação da obra OS SERTÕES, de Euclides da Cunha
Cruz e Sousa(1861-1898)
DADOS BIOGRÁFICOS
• Nasceu em 1861 na cidade catarinense de Nossa Senhora do Desterro.
• Filho de escravos alforriados, desde pequeno recebeu a tutela e uma educação refinada de seu ex-senhor, o Marechal Guilherme Xavier de Sousa.
• Aprendeu francês, latim e grego, além de ter sido discípulo do alemão Fritz Müller, com quem aprendeu matemática e ciências naturais.
• Em 1881, dirigiu o jornal "Tribuna Popular", onde já transpareciam suas idéias abolicionistas.
•Em 1883, foi recusado como promotor de Laguna por ser negro, o que lhe causou profunda insatisfação e lhe acentuou os ideais de abolicionismo.
• Foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na Estrada de Ferro Central do Brasil, colaborando também com o jornal "Folha Popular", onde entrou em contanto com as tendências simbolistas e escreveu suas obras mais expressivas.
• Casado com Gavita Gonçalves no ano de 1893, foi pai de quatro fi lhos, mas a tragédia não estava apenas reservada no preconceito racial que sofria: teve os quatro f i lhos mortos por tuberculose e a mulher enlouquecida.
•Profundamente magoado e tuberculoso, foi para a cidade de Sítio (Minas Gerais) em busca de um clima mais saudável.
•Morreu em 1898.
Sua obra só seria realmente reconhecida algum tempo depois,
consagrando-o como um dos maiores poetas do Simbolismo.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS Mantém a estrutura formal típica do Parnasianismo (uso de sonetos, rimas ricas, etc.),
Do Simbolismo apresenta um tom mais musical, rítmico, com uma variedade de efeitos sonoros, uma riqueza de vocabulários, e um precioso jogo de correspondências (sinestesias) e contrastes (antíteses).
Transparece a preocupação social,
DOR DO HOMEM NEGRO + DOR UNIVERSAL HUMANA =
ANGÚSTIA, PESSIMISMO E TÉDIO
A solução é sempre a fuga, a preferência pelo místico, a busca pelo
mundo espiritual que o consola.
Presença de ideais abolicionistas
Em contraste com a cor negra,
está o uso de um vasto vocabulário relacionado à cor branca: neve, espuma, pérola,
nuvem, bri lhante, etc. Isso reflete sua obsessão, t ipicamente
simbolista, pela imprecisão, pelo vago, a pureza e o mistério .
Sua obra ainda é vastamente tomada pela :
•Sensualidade;
•Busca da auto-afirmação;
•Subjetividade;
•Culto à noite;
•Busca do símbolo e do mistério da existência.Madona-Liebends Weib (1895) de Edvard Munch
PRINCIPAIS OBRAS
Poesia Broquéis (1893);Faróis (1900); Últ imos Sonetos (1905);O livro Derradeiro (1961). Poemas em Prosa Tropos e Fanfarras (1885), em conjunto com Virgíl io Várzea; Missal (1893); Evocações (1898); Outras Evocações (1961); Dispersos (1961).
Alphonsus de Guimaraens (1870-1921)
DADOS BIOGRÁFICOS
•Nascido em Ouro Preto no ano de 1870
•Aos dezoito anos, presenciou um fato que marcaria profundamente toda a sua vida e suas poesias: a morte de Constança (f i lha de Bernardo Guimarães), sua prima e noiva, às vésperas do casamento.
•Forma-se em Direito em São Paulo 1895.
•Na capital paulista, tomou contato com os ideais simbolistas e escreveu a maior parte de sua obra.
• No Rio de Janeiro, conhece Cruz e Sousa.
•De volta a Minas Gerais, exerceu o cargo de juiz na cidade de Mariana, onde levou uma vida pacata com sua esposa, Zenaide de Oliveira, e seus catorze fi lhos. •Viveu em Mariana até a morte, no ano de
1921.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
•Profunda suavidade e l ir ismo,
•Linguagem simples e um ritmo bem musical, cheio de aliterações e sinestesias.
•Há o emprego constante das redondilhas, além dos versos alexandrinos e decassílabos, com ênfase no soneto,
•A presença da amada perdida, retratada aos moldes medievais: uma divindade intocável, perfeita, l ivre de qualquer toque de erotismo e somente acessível através da morte.
•Por várias vezes ela é confundida com a imagem pura da Virgem Maria, de quem o poeta é profundamente devoto.