sistema bancário português: desenvolvimentos recentes - banco de … · b) o rácio de cobertura...

14
Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes 1.º trimestre de 2017

Upload: duonghuong

Post on 22-Jan-2019

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes - Banco de … · b) O rácio de cobertura de liquidez (liquidity coverage ratio) resulta da divisão entre ativos líquidos

Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes 1.º trimestre de 2017

Page 2: Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes - Banco de … · b) O rácio de cobertura de liquidez (liquidity coverage ratio) resulta da divisão entre ativos líquidos

Lisboa, 2017 • www.bportugal.pt

Redigido com informação disponível até 27 de junho de 2017.

Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes • Banco de Portugal Rua Castilho, 24 | 1250-069 Lisboa •

www.bportugal.pt • Edição Departamento de Estabilidade Financeira • Design Direção de Comunicação | Unidade de Imagem

e Design Gráfico • ISSN 2183-9646 (online)

Page 3: Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes - Banco de … · b) O rácio de cobertura de liquidez (liquidity coverage ratio) resulta da divisão entre ativos líquidos

Índice 1. Sistema bancário português – Avaliação global | 4

2. Indicadores macroeconómicos e financeiros | 5

3. Sistema bancário português | 7

Balanço | 7

Liquidez e financiamento | 8

Qualidade dos ativos | 10

Rendibilidade | 11

Solvabilidade | 13

Page 4: Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes - Banco de … · b) O rácio de cobertura de liquidez (liquidity coverage ratio) resulta da divisão entre ativos líquidos

4 BANCO DE PORTUGAL • Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes

1. Sistema bancário português – Avaliação global

Balanço

O ativo total do sistema bancário permaneceu

estável face ao último trimestre de 2016.

Os processos de recapitalização da CGD e do

BCP contribuíram para alterações na estrutura

do balanço, traduzindo-se num reforço do ca-

pital do sistema.

A desconsolidação de ativos/passivos no âm-

bito do processo de venda parcial da participa-

ção do BPI na operação angolana conduziu,

também, a uma alteração da estrutura do ba-

lanço do sistema.

Liquidez e financiamento

O financiamento obtido junto do Eurosistema

aumentou, contrariamente ao que vinha suce-

dendo nos últimos períodos.

O rácio de transformação e o gap comercial di-

minuíram ligeiramente em relação ao trimestre

anterior, evidenciando uma tendência de rela-

tiva estabilização nos trimestres mais recentes.

Qualidade dos ativos

O rácio de empréstimos non-performing dimi-

nuiu no primeiro trimestre de 2017, o que se

ficou a dever a uma redução do valor dos em-

préstimos non-performing. Esta evolução foi

transversal a todos os segmentos analisados.

Rendibilidade

A rendibilidade do sistema bancário foi positiva

no primeiro trimestre de 2017, após ter assu-

mido um valor negativo no ano de 2016.

Face ao trimestre homólogo, verificou-se uma

melhoria da rendibilidade suportada pelo cres-

cimento da margem financeira e dos resulta-

dos de operações financeiras e uma diminui-

ção do fluxo das imparidades.

Solvabilidade

Após uma redução temporária no último tri-

mestre de 2016, relacionada em grande me-

dida com o aumento extraordinário do nível de

imparidades, os níveis de solvabilidade volta-

ram a cifrar-se em valores próximos dos regis-

tados no terceiro trimestre de 2016.

Page 5: Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes - Banco de … · b) O rácio de cobertura de liquidez (liquidity coverage ratio) resulta da divisão entre ativos líquidos

1º trimestre de 2017 5

2. Indicadores macroeconómicos e financeiros

Gráfico 1 • Taxa de crescimento do PIB, em % | Volume

Fonte: INE.

Nota: Os valores trimestrais correspondem a taxas de variação em cadeia. As estatísticas das contas nacionais apresentadas incorporam já as

regras emanadas pelo Sistema Europeu de Contas Nacionais e Regionais na União Europeia (SEC 2010).

• Após um crescimento de 1,4% em 2016, o PIB cresceu 2,8% no primeiro trimestre de 2017 (em ter-

mos homólogos).

• No primeiro trimestre de 2017 o PIB registou uma taxa de variação em cadeia de 1,0%.

Gráfico 2 • Taxa de desemprego, em % da população ativa

Fontes: Banco de Portugal e INE.

Nota: A taxa de desemprego corresponde à taxa de desemprego publicada pelo INE no mês central de cada trimestre, ajustada de sazonali-

dade.

• No primeiro trimestre de 2017 a taxa de desemprego diminuiu 0,6 p.p. face ao trimestre anterior

para 9,9%.

• Em termos homólogos, a taxa de desemprego decresceu 2,3 p.p..

-4,0

-1,1

0,9

1,6 1,4

0,71,0

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

2012 2013 2014 2015 2016 4T 2016 1T 2017

//

15,816,4

14,1

12,6

11,210,5

9,9

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

2012 2013 2014 2015 2016 4T 2016 1T 2017//

Page 6: Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes - Banco de … · b) O rácio de cobertura de liquidez (liquidity coverage ratio) resulta da divisão entre ativos líquidos

6 BANCO DE PORTUGAL • Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes

Gráfico 3 • Taxas de rendibilidade da dívida pública a 10 anos, em %

Fonte: Thomson Reuters.

• A taxa de rendibilidade implícita (yield) da dívida pública portuguesa a 10 anos aumentou aproxima-

damente 20 pontos base entre 30 de dezembro de 2016 e 31 de março de 2017, tendo o spread

face à dívida pública alemã aumentado 9 pontos base. Porém, ao longo do segundo trimestre de

2017, verificou-se uma inversão desta dinâmica, tendo a yield da dívida pública portuguesa a 10 anos

diminuído de forma expressiva (94 pontos base), assim como o spread face à dívida pública alemã

(96 pontos base).

Gráfico 4 • Taxas de juro do BCE, em %

Fonte: BCE.

• As taxas de juro do BCE permanecem inalteradas desde março de 2016: a taxa de facilidade perma-

nente de depósitos em -0,40%, a taxa das operações principais de refinanciamento em 0% e a taxa

da facilidade permanente de cedência de liquidez em 0,25%.

• Os níveis das taxas de juro interbancárias de referência continuam a refletir o carácter acomodatício

da política monetária, incluindo o programa de compra de ativos por parte do BCE.

-2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

jan-15 mar-15 mai-15 jul-15 set-15 nov-15 jan-16 mar-16 mai-16 ago-16 out-16 dez-16 fev-17 abr-17 jun-17

Portugal Espanha Itália Alemanha Grécia

-0,45

-0,30

-0,15

0,00

0,15

0,30

jan-15 mar-15 mai-15 jul-15 set-15 nov-15 jan-16 mar-16 mai-16 ago-16 out-16 dez-16 fev-17 abr-17 jun-17

Taxa das operações principais de refinanciamento Taxa da facilidade permanente de depósitos

Taxa da facilidade permanente de cedência de liquidez

Page 7: Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes - Banco de … · b) O rácio de cobertura de liquidez (liquidity coverage ratio) resulta da divisão entre ativos líquidos

1º trimestre de 2017 7

3. Sistema bancário português

Balanço

Gráfico 5 • Estrutura do ativo, em mM€ | Valor em final do período

Fonte: Banco de Portugal.

Nota: A rubrica outros ativos inclui caixa e disponibilidades/aplicações em bancos centrais, disponibilidades em outras instituições de crédito,

derivados, ativos tangíveis e intangíveis, e outros ativos.

• No primeiro trimestre de 2017, o ativo total do sistema bancário permaneceu virtualmente inalterado

face ao final de 2016, cifrando-se em 386 mM€.

• Os processos de recapitalização da CGD e do BCP conduziram a alterações na estrutura do balanço,

reforçando o capital do sistema bancário. Adicionalmente, a desconsolidação dos ativos/passivos no

âmbito do processo de venda parcial da participação do BPI na operação angolana teve, também,

impacto na estrutura do balanço.

• O desreconhecimento de ativos resultante da desconsolidação supramencionada, e a diminuição

dos empréstimos a clientes foram acompanhados por aumentos registados nas restantes rubricas,

em especial, títulos de dívida e disponibilidades em bancos centrais.

Gráfico 6 • Estrutura de financiamento bancário, em mM€ | Valor em final do período

Fonte: Banco de Portugal.

0

100

200

300

400

500

600

2012 2013 2014 2015 2016 1T 2017

Thousands

Empréstimos a instituições de crédito Títulos de dívida Part. financeiras Empréstimos a clientes Outros ativos

2,9 2,7 2,5 2,3 2,1 2,1

//

Total do ativo / PIB nominal

493457

426408

386 386

0

100

200

300

400

500

600

2012 2013 2014 2015 2016 1T 2017

Thousands

Dep. de bancos centrais Dep. de outras instituições de crédito Títulos Dep. de clientes Outros passivos Capital próprio

//

Page 8: Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes - Banco de … · b) O rácio de cobertura de liquidez (liquidity coverage ratio) resulta da divisão entre ativos líquidos

8 BANCO DE PORTUGAL • Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes

• No primeiro trimestre de 2017, observou-se um aumento do peso do capital próprio na estrutura

de financiamento do ativo refletindo, principalmente, os já referidos processos de recapitalização.

• Assistiu-se a um crescimento dos depósitos de clientes no trimestre em análise, ao passo que as

responsabilidades representadas por títulos continuaram a seguir uma trajetória decrescente.

Liquidez e financiamento

Gráfico 7 • Financiamento de bancos centrais, em mM€ | Valor em final do período

Fonte: Banco de Portugal.

• O recurso ao financiamento de bancos centrais aumentou no primeiro trimestre de 2017, passando

a representar 6,7% do total do ativo do sistema bancário, o que configura um aumento de 0,3 p.p.

do ativo face ao trimestre anterior.

Gráfico 8 • Rácio entre empréstimos e depósitos, em % | Valor em final do período

Fonte: Banco de Portugal.

Nota: Este rácio foi calculado à luz dos reportes de informação no contexto dos Implementing Technical Standards on Supervisory Reporting.

• O rácio de transformação cifrou-se em 94% no primeiro trimestre de 2017, diminuindo marginal-

mente face ao trimestre anterior. Esta evolução insere-se na tendência de estabilização observada

nos trimestres mais recentes, após a queda significativa observada nos últimos anos.

52,847,9

31,226,2 22,4 23,7

3,4

3,3

2,5

2,42,3 2,2

0

20

40

60

2012 2013 2014 2015 2016 1T 2017

Thousands

Operações de política monetária junto do Banco de Portugal Outros depósitos de bancos centrais

//

123

112102

96 95 94

0

20

40

60

80

100

120

140

2012 2013 2014 2015 2016 1T 2017//

Page 9: Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes - Banco de … · b) O rácio de cobertura de liquidez (liquidity coverage ratio) resulta da divisão entre ativos líquidos

1º trimestre de 2017 9

Gráfico 9 • Gap comercial, em mM€ | Valor em final do período

Fonte: Banco de Portugal.

Nota: Este indicador foi calculado à luz dos reportes de informação no contexto dos Implementing Technical Standards on Supervisory Reporting.

• O gap comercial (diferença entre empréstimos e depósitos) diminuiu no primeiro trimestre de 2017,

continuando a exibir uma tendência decrescente.

Gráfico 10 • Gaps de liquidez das instituições domésticas(a) e rácio de cobertura de liqui-

dez (RCL)(b), em % | Valor em final do período

Fonte: Banco de Portugal.

Notas: a) O gap de liquidez define-se como a diferença entre ativos líquidos e passivos voláteis em proporção da diferença entre ativo total e

ativos líquidos, em cada escala cumulativa de maturidade residual. Um aumento neste indicador traduz uma melhoria da posição de liquidez.

b) O rácio de cobertura de liquidez (liquidity coverage ratio) resulta da divisão entre ativos líquidos não onerados e de qualidade elevada, e o

total de saídas líquidas de fundos durante um período de 30 dias após uma situação de stress.

• O rácio de cobertura de liquidez do sistema bancário português voltou a aumentar no primeiro tri-

mestre de 2017, à semelhança do trimestre anterior, atingindo um valor muito superior ao requisito

de 100% exigível a partir de janeiro de 2018.

• Os gaps de liquidez das instituições domésticas aumentaram no trimestre em análise, tendo atin-

gindo valores superiores aos observados nos últimos anos para todos os prazos de maturidade.

57

30

5

-10 -11-14-20

-10

0

10

20

30

40

50

60

2012 2013 2014 2015 2016 1T 2017

//

5,8

9,810,6

13,412,0

13,6

3,4

7,79,2

12,2

10,1

13,2

1,3

3,4

6,7

8,9 8,4

10,8

0

2

4

6

8

10

12

14

16

2012 2013 2014 2015 2016 1T 2017

Até 3 meses Até 6 meses Até 1 ano

166

//

Rácio de cobertura de liquidez

154

Page 10: Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes - Banco de … · b) O rácio de cobertura de liquidez (liquidity coverage ratio) resulta da divisão entre ativos líquidos

10 BANCO DE PORTUGAL • Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes

Qualidade dos ativos

Gráfico 11 • Rácio de empréstimos non-performing, em % | Valor em final do período

Fonte: Banco de Portugal.

Nota: O rácio de empréstimos non-performing corresponde ao montante de empréstimos non-performing em relação ao total de empréstimos,

de acordo com os ITS da EBA.

• Num contexto de redução do valor dos empréstimos non-performing (cerca de 10% desde o final de

junho de 2016), o rácio de empréstimos non-performing cifrou-se em 16,7% no primeiro trimestre de

2017, o que compara com 17,2% no trimestre anterior. A redução dos empréstimos non-performing

(efeito numerador) mais do que compensou a diminuição do total de empréstimos (efeito denomi-

nador).

• A diminuição do rácio total de empréstimos non-performing traduz desenvolvimentos positivos em

todos os segmentos analisados no primeiro trimestre de 2017. A diminuição de 0,4 p.p. verificada no

rácio do segmento das Sociedades não financeiras, reflete uma redução de 2,9% dos empréstimos

non-performing, tendo sido este o maior contributo para a diminuição do rácio total. Desde junho de

2016 o valor dos empréstimos non-performing das Sociedades não financeiras caiu 11,5%.

Gráfico 12 • Rácio de cobertura dos empréstimos non-performing, em % | Valor em final

do período

Fonte: Banco de Portugal.

Nota: Por rácio de cobertura entenda-se a percentagem de empréstimos non-performing, que se encontra coberto por imparidades.

7,2 7,4 7,2 7,1 7,0 6,7

12,5 12,411,3 11,3 10,7 10,0

28,629,6 30,3 30,1 29,4 29,0

0

4

8

12

16

20

24

28

32

4T 2015 1T 2016 2T 2016 3T 2016 4T 2016 1T 2017

Habitação Consumo e outras finalidades Sociedades não financeiras Total

23,5 23,3 23,9 24,321,0 21,8

68,1 67,672,6 72,6

69,7 71,5

44,0 45,1 46,2 46,6 48,8 48,6

0

10

20

30

40

50

60

70

80

4T 2015 1T 2016 2T 2016 3T 2016 4T 2016 1T 2017

Habitação Consumo e outras finalidades Sociedades não financeiras Total

Page 11: Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes - Banco de … · b) O rácio de cobertura de liquidez (liquidity coverage ratio) resulta da divisão entre ativos líquidos

1º trimestre de 2017 11

• No primeiro trimestre de 2017, o rácio de cobertura de empréstimos non-performing por imparida-

des manteve-se estável em torno de 45%.

• Contudo, observaram-se alterações ligeiras entre os segmentos. Os rácios de cobertura nos seg-

mentos da Habitação, e Consumo e outras finalidades aumentaram 0,8 p.p. e 1,8 p.p., respetiva-

mente, enquanto o rácio do segmento das Sociedades não financeiras decresceu 0,2 p.p., cifrando-

se em 48,6%.

Rendibilidade

Gráfico 13 • ROE e ROA, em % | Valor do período

Fonte: Banco de Portugal.

Nota: A rendibilidade é medida pelos resultados antes de impostos.

• Após uma queda expressiva da rendibilidade em 2016, na sequência, sobretudo, do aumento extra-

ordinário das imparidades, a rendibilidade dos capitais próprios e do ativo voltou a assumir valores

positivos no primeiro trimestre de 2017.

• Face ao trimestre homólogo, a rendibilidade dos capitais próprios aumentou 1,5 p.p. enquanto a

rendibilidade do ativo cresceu 0,1 p.p..

Gráfico 14 • Custos e proveitos, em % do ativo médio | Valor do período

Fonte: Banco de Portugal.

Notas: O resultado de exploração recorrente corresponde ao agregado da margem financeira e das comissões (líquidas) deduzido dos cus-

tos operacionais, em percentagem do ativo médio.

-7,4

2,0 3,5

-0,6

0,20,3

-1,5

-1,0

-0,5

0,0

0,5

-25

-20

-15

-10

-5

0

5

2012 2013 2014 2015 2016 1T 2016 1T 2017

Rendibilidade dos capitais próprios (ROE) - esc. esquerda Rendibilidade do ativo (ROA) - esc. direita

//

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

2012 2013 2014 2015 2016 1T 2016 1T 2017

Margem financeira Comissões líquidas Resultados de operações financeiras

Outros proveitos de exploração Custos operacionais Imparidades e provisões

Resultado de exploração recorrente ROA

//

Page 12: Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes - Banco de … · b) O rácio de cobertura de liquidez (liquidity coverage ratio) resulta da divisão entre ativos líquidos

12 BANCO DE PORTUGAL • Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes

• O aumento da margem financeira e dos resultados de operações financeiras, bem como a redução

do fluxo de imparidades e provisões determinaram a melhoria da rendibilidade no primeiro trimestre

de 2017, em termos homólogos.

• A margem financeira aumentou 2,8% face ao primeiro trimestre de 2016, refletindo uma diminuição

mais acentuada dos encargos com juros do que dos juros recebidos (contribuições de +0,18 p.p. e -

0.16 p.p., respetivamente).

Gráfico 15 • Custos operacionais e rácios cost-to-income, em mM€ e em %

| Valor do período

Fonte: Banco de Portugal.

Nota: O rácio cost-to-income recorrente corresponde aos custos operacionais em percentagem do agregado da margem financeira e das co-

missões (líquidas).

• O rácio cost-to-income cifrou-se em cerca de 66% no primeiro trimestre de 2017, tendo aumentado

face ao período homólogo. Esta evolução reflete uma redução do produto bancário superior à veri-

ficada nos custos operacionais.

• O rácio cost-to-income recorrente situou-se, também, em 66% no primeiro trimestre de 2017, tendo,

todavia, diminuído em termos homólogos. Esta diminuição ficou a dever-se à redução dos custos

operacionais bem como ao aumento do agregado da margem financeira e das comissões (líquidas)

Gráfico 16 • Taxas de juro bancárias de novas operações, em % | Valor médio do período

Fonte: Banco de Portugal.

• No primeiro trimestre de 2017, as taxas de juro de novos empréstimos a Particulares – Habitação –

e a Sociedades não financeiras diminuíram 5 pontos base.

• O custo dos novos depósitos diminuiu 3 pontos base tanto no segmento dos Particulares, como no

segmento das Sociedades não financeiras.

0

20

40

60

80

100

0

2

4

6

8

2012 2013 2014 2015 2016 1T 2016 1T 2017

Custos operacionais - esc. esquerda Cost-to-income recorrente - esc. direita Cost-to-income - esc. direita

//

0

1

2

3

4

5

6

7

2012 2013 2014 2015 2016 4T 2016 1T 2017

Empréstimos a Sociedades não financeiras Empréstimos a Particulares - HabitaçãoDepósitos de Sociedades não financeiras Depósitos de Particulares

//

Page 13: Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes - Banco de … · b) O rácio de cobertura de liquidez (liquidity coverage ratio) resulta da divisão entre ativos líquidos

1º trimestre de 2017 13

Solvabilidade(a)

Gráfico 17 • Rácio entre o capital Tier 1 e o ativo total e rácio de alavancagem, em %

| Valor em final do período

Fonte: Banco de Portugal.

Nota: O rácio entre o capital Tier 1 e o ativo total deve ser visto como uma proxy do rácio de alavancagem permitindo um enquadramento

temporal mais longo. Por sua vez, o rácio de alavancagem é calculado através da divisão entre os fundos próprios e a exposição total do sistema

bancário. A metodologia estabelecida para o cálculo das componentes deste rácio encontra-se definida no artigo 429º do Regulamento (UE)

nº 575/2013.

• A redução observada nos rácios de adequação de capital no último trimestre de 2016 foi temporária

e refletiu, sobretudo, os desenvolvimentos associados à CGD.

• Tanto o rácio entre o capital Tier 1 e o ativo como o rácio de alavancagem retomaram, no primeiro

trimestre de 2017, níveis semelhantes aos observados no terceiro trimestre de 2016.

Gráfico 18 • Rácio de fundos próprios, em % | Valor em final do período

Fonte: Banco de Portugal.

• O rácio de solvabilidade total cifrou-se em 13,9% (valor mais elevado dos últimos anos), tendo au-

mentado 0,7 p.p. em relação ao terceiro trimestre de 2016.

• O rácio Common Equity Tier 1 (CET 1) aumentou 0,3 p.p. face ao terceiro trimestre de 2016, refletindo

uma redução do capital CET 1 inferior à verificada nos ativos ponderados pelo risco.

(a) A transição para um novo regime prudencial em 2014 determinou quebras de estrutura dos indicadores de solvabilidade, justificadas por dife-

renças metodológicas no cálculo das componentes de fundos próprios, afetando a comparabilidade dos rácios relativamente a anos anteriores.

7,0 7,1 6,97,6

6,97,5

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

2012 2013 2014 2015 2016 1T 2017

7,2

//

Rácio de alavancagem

6,6

11,512,3

11,3

12,411,4

12,6

0

2

4

6

8

10

12

14

2012 2013 2014 2015 2016 1T 2017

Rácio Core Tier 1 Rácio CET 1

//

Rácio de solvabilidade total

12,6 13,3 12,3 13,3 12,3 13,9

Page 14: Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes - Banco de … · b) O rácio de cobertura de liquidez (liquidity coverage ratio) resulta da divisão entre ativos líquidos

14 BANCO DE PORTUGAL • Sistema Bancário Português: desenvolvimentos recentes