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SOCIOLINGUÍSTICA
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SOCIOLINGUÍSTICA
DERMEVAL DA HORA
Introdução
A língua sempre ocupou, na sociedade, papel de destaque, e a ela estão atrelados conceitos que
definem posturas diferenciadas, dependendo da formação de quem a observa, se linguista ou curioso.
Comum ouvirmos palpite acerca do que falamos e da forma como falamos. Se esse vem de algum
leigo, no que concerne aos conceitos linguísticos, a confusão se estabelece.
Falar acerca do que se ouve ou do que se escreve, estabelecendo juízo de valor é muito comum nos
diferentes círculos. Julgamentos subjetivos estão atrelados à maneira de falar das pessoas, promovendo ou
não a língua usada; classificando a, enfim, julgando a.
Associados à língua usada, estão inúmeros conceitos que merecem a devida atenção, principalmente
por aqueles que se dispõem a um estudo mais sistemático, procurando compreender melhor esse bem
humano que é a língua.
A fim de melhor entender a relação entre a língua e a sociedade em que ela está circunscrita,
elencaremos, nesse material sobre Sociolinguística, um conjunto de conceitos indispensáveis à compreensão
do que acontece com a língua.
A proposta que aqui apresentamos tem a seguinte estrutura: na primeira parte discutiremos alguns
conceitos considerados básicos para entendermos a relação entre língua e sociedade; na segunda parte,
trataremos, basicamente, de dois conteúdos: o primeiro deles voltado para os fundamentos dos estudos
dialectológicos; o segundo, para os estudos variacionistas. Tais estudos situam as duas disciplinas: a
Dialectologia e a Sociolinguística em sua perspectiva variacionista.
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UNIDADE I
SOCIOLINGUÍSTICA
Conceitos Fundamentais:
LÍNGUA – DIALETO – SOTAQUE - REGISTRO – ESTILO – ETNIA - BILINGUISMO
DIGLOSSIA – PIDGIN - CRIOULO
Objetivo:
- refletir acerca desses conceitos, definindo-os e verificando em que situações eles se aplicam.
Língua e dialeto
Quando falamos do Português, do Inglês, do Francês, do Espanhol etc, estamos falando de línguas, e
aqui a língua não terá a mesma acepção concebida por Saussure, quando estabeleceu a dicotomia “langue x
parole”, ou seja, língua versus fala. Cada uma das línguas a que nos referimos tem sua autonomia, tem um
papel social nas comunidades em que estão inseridas. As variedades que cada uma delas tem, quando se trata
do seu uso, podem ser denominadas de dialeto.
O termo dialeto pode ser definido de forma diversa, dependendo da perspectiva que queiramos
abordar. Falando em termos regionais, dialeto é o mesmo que falar, e as diferenças encontradas em
comunidades com dialetos diferentes não funcionam como empecilho na comunicação. Em geral, alterações
na fonologia, na sintaxe, no léxico existem, mas todos se compreendem. No Brasil, o termo dialeto se encaixa
nessa modalidade. De norte a sul, de leste a oeste, temos uma grande variabilidade na lingua, mas as
variações, em geral, não funcionam como obstáculo no processo de comunicação. Vale observar que
ressaltamos que isso acontece de forma geral, pois algumas vezes podemos ter algum ruído na comunicação
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devido ao uso de um termo muito local que impede a sua compreensão por parte do interlocutor. Entedemos,
porém, que isso é esporádico.
Em sentido mais restrito, dialeto é o mesmo que sublíngua. Temos, desta forma, uma lingua
considerada nacional, conhecida de todos, e línguas que são específicas de determinadas comunidades, os
dialetos. Os falantes de comunidade com dialetos diferentes não conseguem entender se, para isso precisarão
utilizar a lingual nacional. Isto é comum, principalmente, nos países europeus.
A relação entre língua e dialeto é muito estreita. A conjunção de fatores sociais, politicos,
psicológicos e históricos contribuem para caracterizar o que seja uma língua e um dialeto. Aspectos
puramente linguísticos não são suficientes para caracterizar um ou outro. E aqui a noção de poder entra em
jogo.
A distinção entre língua e dialeto é tão sutil que é difícil determinarmos quantas línguas e quantos
dialetos existem no mundo. Sob uma perspective sincrônica, descritiva, “língua” se refere ou a uma única
norma linguística ou a um grupo de normas relacionadas. Em um sentido diacrônico, a língua pode tanto ser
uma língua comum em sua trajetória para a dissolução, como uma língua comum que resulta de uma
unificação. Um “dialeto”, então, é uma das normas relacionadas ao nome geral de língua; historicamente, é o
resultado da divergência ou da convergência.
Tendo em vista que esse processo histórico pode repetir se indefinidamente, os dois termos são
aplicaveis ciclicamente, ou seja, com ‘língua” sempre como o termo superordenado e “dialeto”, sempre como
subordinado. Disso resulta, termos sempre a seguinte relação: “X” é um dialeto da língua “Y”, ou a língua “Y”
tem os dialetos “A” e “B”. Nunca se tem, por exemplo, “Y” é uma língua do dialeto ‘X”. Essa relação de
dependência também leva nos a constatar que o termo “língua” pode ser usado sem que façamos referência
a dialetos; o mesmo não acontece quando falamos de algum dialeto. Nesse caso, sempre vamos dizer que o
dialeto pretence a uma língua. Podemos, a partir do que foi dito, concluir que todo dialeto é uma língua, mas
nem toda língua é um dialeto.
Em francês, um terceiro termo foi utilizado, “patois”, que se aplicou, principalmente, à língua falada.
De acordo com o dicionário da Academia Francesa, dialeto é uma variedade regional de uma língua, ele inclui
uma cultura literária completa. Para André Martinet (1964), a situação do francês é diferente, pelo fato de
serem encontrados vários padrões regionais escritos. Os dialetos franceses eram regionais e, quando deixaram
de ser escritos, tornaram se “patois”. Um “patois”, então, é uma norma linguística não usada com propósitos
literários, limitado a situações informais. Tal distinção introduz uma nova dimensão no que colocamos até
aqui: as funções sociais de uma língua. Em se tratando da distinção língua dialeto, podemos dizer que o
“patois” é um dialeto que serve a uma população em suas funções de menos prestígio. A distinção patois
dialeto não é, portanto, entre dois tipos de línguas, mas entre duas funções da língua.
Em Inglês, o termo “patois” nunca foi adotado na descrição da língua, e dialeto carregou o seu
sentido de uso popular. “Dialeto” é um termo que sugere fala informal ou fala rural ou ainda fala de classe
social mais baixa. Como uma norma social, um dialeto é uma língua que é excluída da sociedade polida. Um
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Registro e Estilo
Sempre fazemos muita confusão quando procuramos definir registro e estilo.
O termo registro está mais ligado ao uso do que ao usuário. Ao definirmos registro, é importante
considerar a circunstância e o propósito da situação comunicativa.
O registro pode ser definido sob dois ângulos: restrito ou amplo.
Quando pensamos de forma restrita, o registro pode ser visto como uma variedade ocupacional da
língua. Dessa forma, são considerados registro quaisquer formas de falar utilizadas por determinados grupos
que fazem parte de uma dada área de conhecimento: advogados, médicos, técnicos em computação etc. E
quanto a isso, é interessante observarmos que, se não pertencemos a uma dessas áreas, dificilmente
entederemos o que eles dizem ou escrevem, se não tivermos o auxílio de alguém da área. A experiência nos
diz que é praticamente impossível acompanharmos, por exemplo, as anotações nos processos judiciais que são
veiculados pela internet. Sempre vamos buscar ajuda entre os colegas do judiciário para que a comopreensão
não seja prejudicada.
De forma ampla, o registro pode ser visto como um tipo de gênero social do uso linguístico, poderia
equivaler a um tipo de gênero textual ou discursivo. Assim, uma fala sobre como se fazer um bolo, uma
receita, seria um tipo de registro.
Em geral, o registro usado por pessoas com nível de escolaridade mais alto apresenta se como mais
elaborado do que o utilizado por pessoas com menos escolaridade.
No contexto do estudo sociolinguístico, o estilo se refere à variação dentro dos registros que podem
representar as escolhas individuais ao longo das dimensões sociais. Uma dimensão estilística dentro de um
registro seria a escala no continuum formalidade – casualidade. Essa é uma visão que foi trabalhada nos anos
1960 por William Labov.
A maioria dos estilos são pensados como escalas, indo do mais formal ao mais casual, com muitas
gradações entre si. Outras escalas estilísticas incluem relações como: impessoal – íntima, monolóica –
dialógica, formulaica – criativa e assim por diante. Todas essas possibilidades podem ser escolhas linguísticas
dos enunciados.
Em geral, o estilo é considerado um dos traços mais importantes para a sociolinguística quantitativa,
quando se trata da interseção do continuum social com o estilístico. Com isso, estamos dizendo que, se um
traço ocorre com mais frequência na fala das pessoas de um grupo social menos favorecido, com certeza ele
ocorrerá com mais frequência no uso informal por todos os falantes. A conduta de cada grupo social varia de
acordo com o grau de formalidade impresso à fala, se mais formal ou mais espontâneo. Assim, o estilo pode
passar de formal a informal por razões que compreendem o contexto social, a relação entre os participantes,
o sexo, a idade, a escolaridade e o tema. Embora cada grupo social apresente índice de usos diferentes em
cada estilo, todos os grupos, à medida que cresce a formalidade, muda o estilo na mesma direção. Todos os
grupos reconhecem o declarado prestígio da variedade padrão e passam a ela quando utilizam um estilo mais
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formal. O grau de formalidade pode ser definido em função do grau de atenção que os falantes prestam a sua
própria falada. E é assim que Labov viu o estilo em suas pesquisas.
Se a classe social pode estar atrelada a essa concepção de estilo, será que o que foi dito no
parágrafo anterior pode aplicar se ao Português Brasileiro? A dificuldade em aplicar se está exatamento no
fato de não se ter no Brasil uma definição de classe social muito precisa. Parâmetros que funcionam para
outras comunidades, no Brasil, não se aplicam. Reunir, parâmetros, como fez Labov em New York, em nível de
ocupação, renda, local de residência e escolaridade para definir a classe social a que pertence o falante não
funciona aqui. Sabemos que, em geral, a classe social mais alta no Brasil é pensada para aqueles que detém
maior poder aquisitivo, e nem sempre eles são os que têm mais alto nível de escularidade, o que implica nem
sempre conhecerem o que define a língua padrão.
Muitas vezes o desconhecimento da norma por essas pessoas pode gerar um processo de
hipercorreção.
Suponhamos que a distribuição de um determinado uso da língua apresente desvios em relação ao
que se considera padrão. O grupo que está localizado no nível social mais alto e também o que está no nível
mais baixo mostam mudanças de estilo tão radical que nos níveis mais formais o grupo que está situado mais
baixo usa uma determinada variante com maior intensidade do que o grupo mais alto. Esse padrão cruzado se
considera um sintoma da chamada hipercorreção. A classe mais baixa reconhece uma norma externa de
correção e sua conduta se caracteriza por esse reconhecimento e por sua insegurança acerca de sua própria
fala. Os casos mais claros de hipercorreção se dão quando o traço linguístico em questão está experimentando
uma mudança como resposta à pressão exercida pela norma da classe mais alta. A hipercorreção praticada
pela classe mais baixa acelera a introdução da nova norma. Quando falamos dessa classe mais baixa, não
estamos falando dos grupos menos favorecidos brasileiros, mas, o que acabamos de mencionar é uma
característica daquele grupo que conhecemos como classe média.
Outro tipo de hipercorreção diz respeito à produção aritifical de formas que são incorretas. Assim,
pronúncias altamente estigmatizadas se associalm popularmente ao chamado sotaque, embora , na realidade,
possam ser encontradas na classe social mais baixa de toda a comunidade. Determinados falantes que querem
distanciar se dessa forma de falar “corrigem” tais formas. Os falantes alteram esses sons porque são
conscientes do estereótipo a ele associado, estereótipo que indica que é uma pronúncia incorreta. Muitas
vezes, o fenômeno produz uma forma que não só é hipercorreta, mas que também inexiste na forma
prestigiosa da fala que estão tentando imitar. Tais hipercorreções chegam a ser tão frequentes que se
convertem, por sua vez, em estereótipos.
As diferenças de estilo podem ser observadas no vocabulário, na sintaxe, na pronúncia.
O estilo é uma das fontes de variação interna de uma língua padrão. Diferentes graus de formalidade
em situações específicas produzirão diferentes variedades da língua. Normalmente, os estilos são
caracterizados pelo uso de certas palavras. Ele pode variar em termos de formalidade. Assim, podemos afirmar
que a língua escrita carrega mais características do estilo formal, enquanto a língua falada, em geral, tem mais
características de um estilo informal.
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duas línguas. De lá para cá, outras acepções foram adotadas, admitindo se, por exemplo, que esse controle de
duas línguas não fosse completo, e aí teríamos um bilinguismo caracterizado como incipiente.
O uso do bilinguismo pode, muitas vezes, contribuir para a mudança ou morte de uma das línguas.
Em geral, a comunidade monolíngue que passa a bilingue pode viver uma situação diglóssica. Com o tempo, a
língua que detém maior poder na comunidade pode contribuir para que a outra passe a ser utilizada com
menos frequência, até chegar ao seu desaparecimento.
Os anos 50 do século passado foram uma década de muitos estudos voltados para o contato
linguístico, fornecendo muitos estudos descritivos e várias propostas teóricas, promovendo, assim, o interesse
pelo desenvolvimento de mais pesquisas. Texto como os de Weinreich – Languages in Contact e o de Haugen –
Bilingualism in the Americas – procuraram salientar a necessidade de mais estudos interdisciplinares com
vistas à identificação de fatores extralinguísticos que possam associar se a este campo de estudo.
Quando duas língua estão em contato, os falantes de uma língua podem aprender elementos da
outra. Essa aquisiçao da língua não nativa produz o bilinguismo. Embora a mudança resultante nos sistemas
sejam um problema puramente linguístico, o bilinguismo em si é essencialmente sociológico.
Vários exemplos de línguas em contato sugerem que o bilinguismo é raro caso se espere o
balanceamento entre os dois grupos de falantes. Em geral, o que se observa é que falantes de um dos grupos
de fala tornam se mais bilingues do que outros. Isto pode resultar do domínio que um grupo tem sobre o
outro. A língua do grupo mais forte é sempre mais privilegiada, e isso faz com que o grupo mais fraco aprenda
a língua do outro grupo.
Visto historicamente, duas coisas podem resultar do contato linguístico em uma determinada
comunidade: primeiro, o bilinguismo pode ser indefinidamente prolongado, de forma que ambas as línguas
continuem a ser aprendidas; segundo, uma das duas línguas pode cair em desuso, e, nesse caso, pode se estar
diante de uma mudança linguística, e o bilinguismo cessa com a morte do ultimo falante da língua que não
está sendo mais aprendida.
Falar de bilinguismo no Brasil não é algo muito comum, considerando que essa nào é uma
característica da maioria das comunidades brasileiras.
No nordeste brasileiro, por exemplo, praticamente inexiste esse tipo de comunidade. Em geral, em
todas elas os indivíduos falam apenas a lingua portuguesa. Ao contrário, da região sul, em que os indivíduos de
várias comunidades dominam mais de uma lingua.
Nas comunidades em que duas variedades de lingua são usadas, e onde há uma divergência
funcional institucionalizada no uso, dizemos haver diglossia. Situação diglóssica é aquela, portanto, em que
convivem duas línguas, cada uma delas servindo para um determinado fim. Sabemos que há comunidades
indígenas no Brasil, com forte predomínio do Português, mas com a utilização da lingua indígena para fins, por
exemplo, religiosos e culturais. Podemos afirmar que uma situação diglóssica corresponde a uma distribuição
complementar, ou seja, onde uma língua for usada a outra não o será.
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LETRAS | 82
forma, os elementos da sintaxe e do léxico de cada uma das línguas são simplificados e combinados para que
haja compreensão entre os falantes.
Apesar de o pidgin ter elementos reconhecíveis de cada uma das línguas que o constituam, ele não é
simplesmente uma forma “quebrada” de uma das línguas: os pidgins têm sistemas de regras que devem ser
aprendidos. Consequentemente, as línguas pidgin tendem a ter um vocabulário restrito, um sistema sintático
simples, e também têm uma limitada quantidade de funções (comércio local, negócios relacionados a
casamento, disputas de terras, por exemplo). Qualquer um que use o pidgin sempre terá sua língua nativa
própria, e o usará apenas quando for necessário.
Os pidgins, normalmente, são encontrados em áreas litorâneas, e surgiram tipicamente no
período das colonizações. Por essa razão, os pidgins tendem a ser baseados nas línguas dos colonizadores
europeus: Francês, Holandês, Espanhol, Português e Inglês. Quase a metade de todos os pidgins e crioulos têm
o Inglês como elemento. Em geral, seu papel está diretamente relacionado a questões de ordem política e
social. Quando se diz que os pidgins ou crioulos se baseiam nesta ou naquela língua é porque a maior parte do
vocabulário foi tomado da língua em questão, enquanto a estrutura gramatical tem influência de outras
línguas, geralmente conhecidas como substrato. Assim, crioulo de base francesa significa que ela tomou do
francês maior parte do seu vocabulário. No estado do Amapá, na região do Oiapoque, pode se encontrar
exemplo de crioulo de base francesa.
Quando um pidgin torna se um crioulo?
Um pidgin torna se um crioulo quando ele for adquirido como língua materna de uma nova geração.
Nessas circunstâncias, os pidgins rapidamente desenvolvem um maior número de fonemas, um vocabulário
mais amplo, sintaxe mais complexa e uma grande variedade de opções estilísticas, permitindo ao usuário
opções de escolhas, dependendo da situação. Contudo, nem todo pidgin torna se um crioulo, e, às vezes, um
pidgin e um crioulo podem co existir em centro urbanos e rurais.
Levando em consideração aspectos históricos, geográficos e linguísticos, podemos reconhecer dois
grandes grupos de línguas crioulas: as do Atlântico e as do Pacífico. As primeiras tiveram sua formação nos
séculos XVII e XVIII, no Caribe e na África ocidental, enquanto as últimas, tiveram sua origem, principalmente,
no século XIX. As do Atlântico, resultaram, em geral, do comércio de escravos no ocidente da África, de onde
veio grande número de escravos para serem distribuídos entre os países através do Caribe. Também do Reino
Unido muitas delas foram transplantadas pelos seus imigrantes. As línguas crioulas do Atlântico possuem um
mesmo substrato, o que justifica compartilharem muitos de seus traços.
As línguas crioulas do Pacífico têm substrato constituído por diferentes línguas e, além disso, tiveram
condições socioculturais diferentes das do Atlântico. Nas duas áreas, o aparecimento dos pidgins tiveram forte
influência das plantações, apesar de, no Pacífico, os trabalhadores não serem, em geral, escravos; sim, homens
recrutados e contratados. Isto contribuiu para que o processo de crioulização do Pacífico fosse mais gradual e
menos abrupto do que o do Atlântico.
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LETRAS | 84
Ao falar, o indivíduo pode escolher usar uma lingua específica ou um dialeto, ou um regitro, ou um
sotaque, ou um estilo, ou seja, usar um código em diferentes ocasiões e com diferentes propósitos. A escolha
do código pode ser usada para se identificar com outros falantes.
Em geral, os falantes têm a sua disposição diferentes códigos, mesmo quando fala apenas uma
lingua. Nesse caso, a mudança de código poderá acontecer, por exemplo, com a alteração do estilo, indo do
estilo mais formal para o menos formal.
Quando se fala em mudança de código, a ela se associa a noção de code switching, segundo a qual a
escolha do código é determinada pelo domínio dos falantes. A situação de code switching implica o
movimento no domínio de um código para outro.
A habilidade de falar mais de uma lingua se refere à capacidade bilíngue ou multilíngue do falante.
Assim, o indivíduo que fala mais de uma lingual é chamado de multilingue. Esse termo também pode ser
utilizado para aquelas comunidades em que duas ou mais línguas são comumente faladas pela maioria das
pessoas.
Bilinguismo tem sido, com frequência, definido e descrito em termos de categoria, de escala ou de
uma dicotomia. Assim, podemos pensar em bilingue parcial x bilingue ideal; bilingue coordenado x bilingue
composto. A essas categorias estão atrelados fatores como proficiência, função etc. Uma das primeiras
definições de bilinguismo surge com Bloomfield, para quem corresponderia ao controle do falante nativo de
duas línguas. De lá para cá, outras acepções foram adotadas, admitindo se, por exemplo, que se esse controle
de duas línguas não fosse completo, e aí teríamos um bilinguismo caracterizado como incipiente.
O uso do bilinguismo pode, muitas vezes, contribuir para a mudança ou morte de uma das línguas.
Em geral, a comunidade monolíngue que passa a bilingue pode viver uma situação diglóssica. Com o tempo, a
língua que detém maior poder na comunidade pode contribuir para que a outra passe a ser utilizada com
menos frequência, até chegar ao seu desaparecimento.
Os anos 50 do século passado foram uma década de muitos estudos voltados para o contato
linguístico, fornecendo muitos estudos descritivos e várias propostas teóricas, promovendo, assim, o interesse
pelo desenvolvimento de mais pesquisas. Texto como os de Weinreich – Languages in Contact e o de Haugen –
Bilingualism in the Americas – procuraram salientar a necessidade de mais estudos interdisciplinares com
vistas à identificação de fatores extralinguísticos que possam associar se a este campo de estudo.
Quando duas língua estão em contato, os falantes de uma língua podem aprender elementos da
outra. Essa aquisiçao da língua não nativa produz o bilinguismo. Embora a mudança resultante nos sistemas
sejam um problema puramente linguístico, o bilinguismo em si é, essencialmente, sociológico.
Vários exemplos de línguas em contato sugerem que o bilinguismo é raro, caso esperemos o
balanceamento entre os dois grupos de falantes. Em geral, o que observamos é que falantes de um dos grupos
de fala tornam se mais bilingues do que outros. Isto pode resultar do domínio que um grupo tem sobre o
outro. A língua do grupo mais forte é sempre mais privilegiada, e isso faz com que o grupo mais fraco aprenda
a língua do outro grupo.
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LETRAS | 86
linguísticas para dizermos que uma língua é superior ou inferior em relação a uma outra. Com isto, podemos
afirmar que todas as línguas podem gozar do mesmo status. Todas elas são constituídas de sistemas
complexos e são igualmente válidas para seus fins.
É verdade que as línguas diferem, mas elas diferem apenas no que elas têm a dizer, não no que elas
podem dizer. Às vezes, em uma língua, precisamos de apenas uma palavra para dizermos o que em outra
seriam necessárias duas ou mais. Algumas línguas podem ter vocabulário mais amplo sobre alguns tópicos,
mas isto é, simplesmente, um reflexo das necessidades dos seus falantes.
O fato de nenhuma língua ser melhor do que outra é de suma importância para o papel da língua na
educação. No caso do Português falado no Brasil, que representa uma só língua com algumas diferenças
quando se compara falares de diferentes regiões, não podemos dizer que um falar é superior ou inferior a
outro. Todos os falares são igualmente complexos, estruturados e sistemas linguísticos válidos. Não existe
evidência para sugerirmos que um falar seja mais expressivo, mais lógico do que qualquer outro, ou postular
que há falares que são mais ou menos avançados, quando são comparados.
Os estudos realizados no Brasil sobre os diferentes falares têm abordado questões de natureza
fonológica, sintática, lexical, semântica, discursiva etc. Podemos afirmar que tais diferenças não afetam o
sitema gramatical da língua. A correlação entre o que se fala no norte e no sul, ou caso se deseje comparar
outras regiões, não acarreta problemas de compreensão entre os falantes, e, quando isso acontece, é
facilmente resolvido. Temos, muitas vezes, diferenças entre os falares que dizem respeito, principalmente, ao
uso de certos itens lexicais. Isto, podemos dizer, reflete questões culturais locais inerentes à comunidade.
Muitas pessoas podem não concordar com a idéia de que todos os falares são igualmente “bons”.
Elas podem achar que o falar do sudeste é melhor do que o do nordeste e vice versa. Para essas pessoas, a
língua padrão do Brasil deve ser a de sua região. Atitudes dessa natureza não têm fundamento no fato
linguístico. Não há parâmetro linguístico para avaliar um falar ou sotaque como melhor ou pior do que
qualquer outro.
Caso questionemos se as atitudes em relação à forma de falar são de caráter linguístico ou social, a
resposta é que não são, completamente, de caráter linguístico. Elas são atitudes sociais. Julgamentos que
parecem ser, na verdade, sobre a língua, são, de fato, julgamentos baseados nos valores culturais e sociais, e
têm muito mais a ver com a estrutura social da comunidade do que com a língua. O que acontece é que, em
qualquer sociedade, diferentes grupos de pessoas são avaliadas de diferentes formas. Alguns grupos têm mais
prestígio e status do que outro, e, como resultado, as formas de falar e sotaques associados a esses grupos
tendem a ser mais favoravelmente avaliados do que outros falares ou sotaques.
Algumas pessoas podem acreditar que existem “bons” e “maus” falantes devido às conotações
sociais, mais do que pelo fato de acreditarem que eles são inerentemente superiores ou inferiores. É possível
que suas avaliações digam respeito muito mais aos diferentes sotaques. Esses, sm, em geral, são avaliados
como uns sendo melhores do que outros. Há quem diga que os sotaques do sul e do sudeste são mais
agradáveis, mais atrativos, mais bonitos, mais charmosos, e que os do nordeste são mais feios, mais brega etc.
LETRAS | 87
Tais julgamentos, com certeza, são de ordem estética, como no caso dos falares, por trás desses julgamentos
estão as conotações sociais.
Não é difícil provar que isso é verdade. Primeiro, a avaliação do sotaque tem a ver com a classe
social. Pessoas de classe social mais alta são acreditadas terem um sotaque mais bonito, o feio está associado
às pessoas de classes sociais menos privilegiadas. Segundo, não é raro os sotaques considerados feios estarem
vinculados a zona de habitação das pessoas. Pessoas de zona rural, em geral, são consideradas terem o
sotaque feio. E também isso se estende à região. Nordestinos têm sotaque feio, afirmarão as pessoas do sul e
do sudeste. Nordestinos têm sotaque ‘bonitinho”, “engraçadinho”, também dizem eles. No Brasil, tais
atitudes, chegam a ser preconceituosas, com reflexos em vários campos do cotidiano. O sotaque regional,
muitas vezes, pode influencias na concessão de, por exemplo, postos de trabalho. E isso ocorre no Brasil como
um todo.
Até aqui, vimos que os julgamentos sobre algumas variedades como sendo melhores do que outras
não têm base no fato linguístico e que o mesmo também é verdade para os julgamentos estéticos sobre a
relativa atratividade de diferentes sotaques. O Portugês padrão, vale dizer, está associado a falantes de status
mais alto na comunidade e tem prestígio apenas por essa razão. Para muitas pessoas, na verdade, o prestígio
do Português padrão é tão alto que eles não só o consideram “bom”, no sentido referido anteriormente, mas
também o consideram correto. Não poucas vezes, as pessoas entendem que determinados usos são
considerados corretos e outros são considerados errados.
Quando alguém diz que uma forma de falar é “ruim”, ela realmente está se referindo ao status social
baixo do falar. O mesmo é verdade para a noção de correção. Traços gramaticais que são vistos como corretos
são, exatamente, aqueles que também são considerados “bons”, por conta de suas implicações sociais.
De um ponto de vista puramente linguístico, não faz sentido falarmos de “certo” e “errado” em
língua. Assim como ninguém sugeririra que uma língua é mais correta do que outra, não há razão para se
acreditar que um falar seja mais correto do que outro.
Apesar disso, temos de reconhecer que muitas pessoas acreditam que algumas construções e
pronúncias do Português sejam erradas. Algumas razões devem ser colocadas para sustentar essa visão.
Primeiro, podemos alegar que uma determinada forma seja um erro. Professores que desconhecem, por
lacuna em sua formação, os conceitos linguísticos atrelados a essas noções, têm, em geral, o hábito de nomear
aquele uso da língua que não está de acordo com a norma gramatical como sendo errado.. Em relação a isso,
podemos elencar uma grande quantidade de exemplos nos diferentes níveis linguísticos, seja da fonologia, da
morfologia, da sintaxe etc.
Segundo, todos os falares têm gramáticas e elas são todas iguais no verdadeiro sentido da palavra.
Gramática é um termo que, dentre outras coisas, se refere à forma como as palavras são combinadas nas
sentenças, e também às relações que existem entre as sentenças. Ela também se volta para as funções das
diferentes partes da fala e para as restrições sobre que combinações de palavras são possíveis. Visto que
esses são problemas que se afetam igualmente, todos os falares devem ser considerados ter gramática.
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LETRAS | 90
UNIDADE II
SOCIOLINGUÍSTICA E DIALECTOLOGIA
Conceitos Fundamentais
VARIAÇÃO – VARIANTE – VARIÁVEL – MUDANÇA - TEMPO REAL
TEMPO APARENTE - RESTRIÇÕES
Objetivos
Apresentar a diferença entre a Sociolinguística Variacionista e a Dialectologia.
Apresentar diferentes concepções acerca da concepção de língua que antecederam a
sociolinguística variacionista.
Discutir conceitos relacionados aos estudos sociolinguísticos.
Dialectologia: fundamentos
Por muitos séculos, as diferenças na fala têm chamado a atenção de muitos estudiosos. Por volta do
século XVIII, vários glossários dialetais surgiram na área de língua inglesa, cujas observações sobre
características regionais já datavam do século XII. Essas listas apresentavam peculiaridades lexicais que eram
predominantes em algumas localidades. Foi, porém, a partir do século XIX, com o desenvolvimento da filologia
comparativa que o estudo dialetal teve seu maior impulso.
A filologia comparativa lidava com a história das línguas e as relações entre si. Um dos seus objetivos
era estabelecer as correspondências entre línguas diferentes, mas relacionadas, elaborando a genealogia das
línguas, e mostrando que diferenças deveriam ter ocorrido dentro de cada língua. Para realizar tal tarefa, os
filólogos procuravam os dados mais puros de cada língua, observando que os dialetos sempre preservam as
formas mais regulares e mais antigas do que uma língua padrão.
Com o crescente interesse nos dialetos, o início do século XIX conta não só com um grande número
de glossários dialetais, mas também com o aparecimento das gramáticas dialetais: essas eram muito mais do
LETRAS | 91
que uma gramática no sentido usual, elas reuniam, em detalhes, as correspondências entre os sons e as
flexões de um determinado dialeto, desdo os primeiros estágios da língua a que eles pertencem.
Os estudos mais importantes sobre a dialectologia nos tempos modernos apareceram na Alemanha.
A primeira gramática que tentou tratar não só de um dialeto, mas de todos os dialetos de uma área foi
publicada em 1821 por Johann Andreas Schmeller. “The dialects of Bavaria” deu uma ideia da gramática
histórica e da geografia da língua alemã na Bavária, incluiu um pequeno mapa classificando seus dialetos,
provavelmente o primeiro atlas linguístico.
A primeira pesquisa dialetal de uma área foi realizada em 1873 por L. Liebich que enviou um
questionário pelo correio para professores de uma escola primária em toas as áreas que se falava alemão na
Alsácia. O questionário solicitava uma grande quantidade de informação sobre a fonologia e a gramática
locais, e seus resultados foram escritos como uma gramática dialetal da Alsácia, com vários mapas. Liebich
concluiu seu trabalho em 1876, ano que pode ser considerado um marco na história, tanto da dialectologia
como da linguística. Infelizmente, esse trabalho nunca foi publicado.
Voltado para o estudo dos dialetos, ainda na Alemanha, George Wenker desenvolveu uma pesquisa
que começou em Dusseldorf, no ano de 1877, e que viria a estender se por todo o império alemão, resultando
no Atlas Linguístico do Império Alemão. Sua publicação se deu entre 1953 e 1978. A pesquisa foi realizada com
o envio de um questionário a todas as vilas que tinham uma escola. Esse questionário era compreendido de 40
sentenças, contendo aspectos gramaticais e fonéticos selecionados. Foram enviados 52.000 questionários,
mas muitos deles não foram devolvidos.
Vinte anos depois que Wenker começou sua pesquisa na Alemanha, teve início uma grande pesquisa
na França, realizada por Jules Gilliéron, que, em 1880, publicou um atlas linguístico cobrindo algumas das 25
localidades na área de fala francesa na Suissa. O Atlas Linguístico da França começou em 1897. Diferente de
Wenker, Gilliéron, usou o método de investigação in loco. Para realizar a tarefa, ele recrutou Edmond Edmont
que, utilizando uma bicicleta, visitou 639 localidades rurais na França e nas áreas de fala francesa da Bélgica,
da Suíssa e da Itália. Depois de completar sua tarefa, ele visitou 44 localidades na Córsega para o Atlas
Linguístico da Córsega, publicado em 1914.
A pesquisa de Gilliéron e de Edmont serviu de modelo para muitas pesquisas dialetais que mais tarde
foram realizadas na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil.
Ainda na Europa, de particular interesse foram as pesquisas realizadas pelos estudantes de Gilliéron,
Karl Jaberg e Jakob Jud. Quando das pesquisas realizadas com os dialetos italianos na Itália e no sul da Suíssa,
eles refinaram os métodos anteriores. Dentre suas melhorias, está o esboço de um questionário que apresenta
uma sequência de tópicos mais ou menos natural, de forma que o interesse do informante se centre mais no
assunto principal do que no uso linguístico propriamente dito, como aconteceu no passado. Eles também
estenderam suas pesquisas aos centros urbanos e às diferenças lingüísticas entre as classes sociais. A
observação de que a fala do povo não pode ser simplesmente equivalente à fala rural foi um importante
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LETRAS | 94
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Marsais.
A primeira metade do século XIX é marcada pela Linguística Histórica, com as gramáticas
comparativas. O ideal de universalidade cede lugar ao fato de que as línguas estão aptas a sofrerem mudanças
com o tempo, de forma regular e sistemática. Não é mais a precisão, mas a mudança o que importa.
Buscamos, então, a reconstrução da língua mãe (protolíngua). Passa a vigorar o ideal romântico: uma tentativa
de reconstruir o estado ideal da língua (estudo do indo europeu). Esses estudiosos elencavam palavras
cognatas de vários sistemas, com semelhanças de forma e sentido, e, através da comparação, buscavam o
estabelecimento da protolíngua.
As eventuais mudanças sofridas pela língua serviram de base para inúmeras teorias ligadas à
linguagem, e a diversidade das explicações para essas mudanças vai dos estudos neogramáticos aos
variacionistas.
Antes de chegarmos aos estudos variacionistas propriamente ditos, entendemos ser fundamental
uma passagem por visões teóricas que a antecederam e que a motivaram.
Perspectiva neogramática
No século XIX, na década de 70, um grupo de acadêmicos germânicos da Universidade de Leipzig
Alemanha, conhecidos como neogramáticos, procuraram demonstrar que a Língua é parte da coletividade dos
falantes e não um organismo independente. Para eles, são os falantes que determinam a evolução da Língua.
Os cânones desta doutrina foram estabelecidos por Osthoff, Brugmann, Hermann Paul e Leskien.
Os neogramáticos foram os primeiros a observar a regularidade na mudança dos sons, intensificando
o estudo das mudanças linguísticas.
Os princípios mais importantes postulados pela escola neogramática são as leis fonéticas e a
analogia. As leis fonéticas não admitiam que houvesse exceção as mudanças fonológicas; a analogia buscava
explicar as mudanças, indicando que as formas mudadas seguiam padrões outrora existentes na Língua.
De acordo com o principio das leis fonéticas (força mecânica), qualquer mudança de som se produz
de acordo com leis que não admitem exceção, já que são resultado de realizações mecânicas.
O princípio da analogia (força psíquica) representa uma exceção, e é através dele que podem ser
explicados os fenômenos linguísticos de que as leis fonéticas não dão conta.
Hermann Paul foi o primeiro linguista a isolar a língua como objeto de estudo linguístico. Toda a sua
abordagem foi exposta na obra Princípios de Linguística Histórica, influenciando o pensamento linguístico da
América e da Europa.
No trabalho de Hermann Paul, podemos encontrar fundamentos relacionados ao estudo histórico da
linguagem. Paul concebia a ciência da linguagem como uma analise do desenvolvimento dos fenômenos
linguísticos. Para ele, o único estudo científico da língua é o estudo histórico, e todo estudo linguístico
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LETRAS | 96
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que pudesse dar conta de todas as línguas.
Para Saussure, a linguagem é vista a partir de dois angulos: um individual (fala ou parole) e um social
(língua ou langue) . O objeto de suas investigações é a língua (ideal), que é de natureza puramente psíquica e
está depositada como produto social na mente de cada falante de uma comunidade. É exterior ao indivíduo, e
este não pode nem criá la, nem modificá la. Assim delimitada, ela é de natureza homogenea. Já a fala, que
tem uma natureza psicofísica, é a realização concreta da língua pelo sujeito falante, sendo circunstancial e
variável, por isso ele a exclui de seus estudos.
Ao lado da dicotomia langue parole, Saussure também desenvolveu uma outra que diz respeito à
divisão dos estudos linguísticos em sincrônicos e diacrônicos. Saussure prefere estudar a língua sob o aspecto
sincrônico, pois, nesse nível, a língua é concebida como um sistema completamente estático, homogêneo e
regular. Já no nível diacrônico, ela é vista como um elemento evolutivo; a preocupação é com os termos que se
substituem uns aos outros no tempo em nível sincrônico, não com as relações entre os termos coexistentes de
um estado de língua.
A investigação estruturalista saussuriana baseia se na língua como sistema homogêneo, estrutura
definida por si mesma, encontrada na consciência do falante, podendo ser estudada na ausência de uma
comunidade de fala: a sincronia conhece apenas uma perspectiva, a do falante, e todo seu método consiste
em reunir o seu testemunho que existe na consciência de cada falante. Assim, o estruturalismo estuda a vida
dos signos no interior da comunidade, baseando se em apenas um informante e no seu próprio conhecimento
da língua. Para Labov, estudar a língua aspecto social a partir de cada indivíduo, e a fala postulada como
individual inserida no contexto social constitui um paradoxo.
A substância línguística representava, então, o principal objeto de estudo da corrente estruturalista
europeia difundida por Saussure. Por outro lado, a análise do "conjunto da substância concreta da língua"
constituía a base do estudo do estruturalismo americano, representado principalmente por Leonard
Bloomfield, para quem o processo de mudança da língua é impossível de ser observado; assim como é
impossível a realização de uma analise dos mecanismos que influenciam essa mudança. Para esse
estruturalista, a mudança fonética é representada apenas como uma alteração no movimento de produção
dos sons, fenômeno que considera de natureza especificamente mecânica.
Na concepção de Bloomfield, a explicação para a mudança está no fato de o falante relacioná la ao
comportamento linguístico de prestígio, ou seja, por imitação, o falante utiliza as formas consideradas
prestigiadas, descartando as formas estigmatizadas.
Essa posição de Bloomfield foi igualmente defendida por Hockett, para quem a mudança fonética
está relacionada à não preocupação com o estilo linguístico, fato este que leva o falante a uma pronúncia dos
fonemas distinta da que fora outrora adquirida por ele.
Para os estruturalistas da primeira metade do século XX, uma língua tem que ser estruturada para
funcionar eficientemente. Eles defendiam e pregavam que a noção de estrutura implica em efetivo
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LETRAS | 98
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LETRAS | 99
Na década de sessenta, surge a Teoria da Variação ou Sociolinguística Quantitativa, desenvolvida a
partir da proposta de Weinreich, Labov e Herzog (1968), com o objetivo de descrever a língua e seus
determinantes sociais e linguísticos, levando em conta seu uso variável. Esse modelo teórico metodológico
discute a concepção de língua que as correntes anteriores, especificamente o estruturalismo e o gerativismo,
pregavam. A língua era vista como um sistema homogêneo, uniforme, estático, podendo ser estudada na
ausência de uma comunidade de fala. A Sociolinguística rechaça essa relação entre língua/homogeneidade e
incorpora a idéia de variação sistemática motivada por pressões sociais que "continuamente operam sobre a
língua", não devendo, pois, ser estudada fora do contexto social.
A Teoria da Variação opõe se à ausência do componente social e à concepção de língua que até
então impera na linguística estrutural e gerativa. Situa se em relação ao conjunto língua e sociedade,
considerando a variedade das formas em uso como objeto complexo, decorrente dos fatores internos,
próprios do sistema linguístico, e dos fatores sociais que interagem no ato da comunicação. A variação da
língua constitui, portanto, um dado relevante da teoria e da descrição Sociolinguística. Para Weinreich, Labov
e Herzog (1968), um modelo de língua que acomodasse os fatos de uso variável, com seus determinantes
sociais e estilísticos, não somente conduziria a descrições mais adequadas da competência linguística, como
também produziria uma teoria da mudança da língua que superasse os paradoxos com os quais os linguistas
históricos vinham se debatendo há mais de meio século. Uma teoria da mudança deve, pois, conceber a língua
de um ponto de vista diacrônico e/ou sincrônico como um objeto possuidor de heterogeneidade
sistemática.
É na heterogeneidade refletida através do desempenho que se deve buscar estrutura, sistema e
funcionamento da língua, bem como explicar o efetivo funcionamento dos sistemas em momentos de
mudança. Para tal, faz se necessário estudar a língua do indivíduo na comunidade em situação de fala real.
Na tentativa de estabelecer a tão propalada heterogeneidade sistemática, fortemente defendida
pelos autores da Teoria da Variação, são, portanto, apontados dois princípios básicos para o estudo da língua:
(i) deixar de identificar estrutura linguística como homogeneidade e conceber como opção racional a
possibilidade de descrever ordenadamente a diferenciação numa língua que serve a comunidade.
(ii) entender que as gramáticas nas quais uma mudança linguística ocorre representam gramáticas de
comunidade de fala.
O modelo teórico metodológico variacionista busca a ordenação da heterogeneidade e considera a
variação inerente ao sistema linguístico, sistemática, regular e ordenada. Propõe se explicá la, descrevê la,
relacionando a aos contextos social e linguístico.
A Teoria da Variação enfatiza a variabilidade e concebe a língua como instrumento de comunicação
usado por falantes da comunidade, num sistema de associações comumente aceito entre formas arbitrarias e
seus significados.
Objetiva explicar o processo de mudança linguística em função de diversos fatores, assim
subdivididos: linguísticos, variáveis internas da língua; sociais, variáveis relacionadas ao falante como sexo,
LETRAS | 100
idade, grau de escolaridade, classe social, entre outras; e estilísticos, considerando os diferentes usos a
depender da atenção prestada à fala. Essas variáveis atuam de maneira probabilística na variação da língua,
sendo possível revelar quais ambientes linguísticos influenciam regularmente a frequência de uma variante ou
outra, e quais contextos lingüísticos, sociais e/ou estilísticos são mais relevantes para o fenômeno observado.
Dessa forma, a pesquisa sociolinguística imp1ica levantamento cuidadoso dos registros de língua
falada, descrevendo a variável (conjunto de variantes), e traçando um perfil das variantes (diversas maneiras
de se dizer a mesma coisa em um mesmo contexto, e com o mesmo valor de verdade); analise dos fatores
estruturais, sociais e estilísticos condicionantes; encaixamento da variável no sistema linguístico e social da
comunidade; avaliação da variável, para a confirmação dos casos de variação ou mudança.
Já em 1966, Labov distinguiu entre variável e variantes. Variável foi definida como uma
‘inconsistência ou discordância que uma determinada forma da língua pode exibir em relação ao padrão
abstrato’. E por variante entende se ‘um valor específico de uma variável’. Por exemplo, o rótico em posição
de coda pode ser considerado como uma variável. As variantes seriam as múltiplas possibilidades de sua
ocorrência. A presença ou ausência dele, por exemplo, também são variantes.
Como variáveis linguísticas, Labov (1966) elegeu três tipos: indicadores, marcadores e estereótipos.
Uma variável é considerada um indicador quando ela tem um valor indexical que se correlaciona a
um dos aspectos sociais de seu usuário. Como indicador ela é reconhecida pela comunidade em geral, e não
está sujeita à variação estilística, ou seja, ela é relativamente uma característica permanente da fala de
determinados indivíduos e grupos, que não mudam de uma situação para outra.
Os marcadores, ao contrário, têm valor indexical como os indicadores, mas estão sujeitas à variação
estilística. Se a fala é mais ou menos formal, a variável se alterna.
Os estereótipos não se relacionam a fatores sociais, e estão sujeitos a mudança estilística. Os
estereótipos demonstram visões sobre as normas de fala que podem estar em variância com os fatos reais e se
baseiam nos hábitos de fala que foram, na verdade, comuns às várias gerações.
E importante salientarmos que a dimensão histórica da variável pode se realizar a partir de uma
projeção em tempo real (diacrônico), estabelecendo um espaço de tempo determinado cronologicamente,
e/ou em tempo aparente (sincrônico), sendo necessário "um recorte transversal da comunidade de falantes"
obtendo se variadas faixas etárias.
Considerando que nem tudo o que varia implica mudança, mas que toda mudança pressupõe
variação, é importante estabelecer se a analise sociolinguística das variantes aponta para uma variação estável
(coexistência mutua no sistema linguístico) ou para uma mudança em progresso (duelo entre as variantes ate
a permanência de apenas uma delas no sistema em questão).
Nesse caso, a análise realizada em tempo real faz se necessária e relevante, pois a observação
diacrônica poderá explicitar o estagio de coexistência ou não das variantes na comunidade linguística.
A análise em tempo aparente, por sua vez, estabelece o estagio pelo qual passam as variantes no
momento do recorte temporal em que estão sendo observadas. Trata se de uma analise específica daquele
momento, sendo relevante a observação sincrônica do estágio das variantes.
LETRAS | 101
Uma das mais significativas contribuições dos estudos sociolinguísticos nos últimos anos foi a
descoberta de que vários dialetos sociais são diferenciados entre si não apenas por conjuntos discretos de
traços, mas também pelas variações nas frequências com que certos traços ou regras ocorrem. Estudos de
dialetos sociais têm claramente indicado que a diferenciação dos dialetos não pode ser indicada simplesmente
por formulações categóricas. Não é mais possível, como tradicionalmente, indicar que algumas regras são
categóricas e outras opcionais.
O fato de uma regra opcional específica aplicar se em contexto (linguístico ou social) foi considerado
irrelevante na formulação das regras para uma determinada língua e dialeto. Se uma gramática observava que
o grau de flutuação variava mais em certos contextos do que em outros, ele era descartado como informação
incidental, isto é, não tinha relação com a formulação real da regra. O grau de opcionalidade não era
considerado na descrição linguística da competência da língua. Estudos detalhados de variação, entretanto,
têm indicado que há uma regularidade sistemática da variação. Em parte, essa regularidade pode ser atribuída
a fatores sociais como idade, sexo, estilo, c1asse social etc. Mas também pode estar correlacionada a variáveis
linguísticas independentes, a exemplo do contexto fonológico, da extensão do vocábulo, da tonicidade etc.
O estudo das variáveis linguísticas, mais do que as constantes categóricas, acrescenta uma nova
dimensão ao exame das diferenças de fala. Os estudos iniciais indicam como os métodos quantitativos são
utilizados e também como as correlações entre os padrões sociolinguísticos e sociais surgem. O valor
particular de uma determinada variável linguística é visto como uma função de sua correlação com variáveis
extralinguísticas e com as variáveis linguísticas independentes. A variável linguística, em si mesma uma
abstração, e realizada na fala real por variantes.
Enquanto a variação linguística não tem significado real em termos das representações formais de
uma gramática, a regra variável é colocada como um aspecto formal da teoria linguística a ser considerado nas
gramáticas da Língua. Sua aceitação em nível teórico baseia se em varias premissas.
O estabelecimento da regra variável é, antes de tudo, baseado na hipótese da variabilidade inerente.
Por variabilidade inerente, entendemos que a f1utuação das variantes não pode ser desprezada como
empréstimo dialetal ou mudança de código no repertório do falante. A flutuação é parte de um sistema
unitário. A variação ocorre, mas os contextos linguísticos e sociais permanecem. Existem casos em que a
mudança linguística torna se estável, isto é, a variabilidade pode permanecer constante por muitas gerações.
Neste sentido, a variabilidade pode revelar uma estabilidade igual a de muitas regras categóricas. Nesses
casos, dizer que a variabilidade é apenas uma indicação de mudança linguística em progresso parece ser uma
generalização como a de dizer que a língua está sempre mudando.
Existem aspectos das restrições variáveis que são específicos de uma dada comunidade. Em relação à
universalidade das restrições, existem dois aspectos a serem considerados: (a) o efeito de previsibilidade e (b)
a ordem de previsibilidade.
O efeito de previsibilidade diz respeito ao fato de que um tipo específico de contexto sempre terá um
efeito particular ou variabilidade. A ordem de previsibilidade se refere a ordenação específica das restrições.
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LETRAS | 103
A mudança Linguística
Nos moldes gerativos, a variação decorrente do desempenho tem sido explicada como a execução ou
não de regras opcionais: formas alternadas de dizer a mesma coisa.
Para a Teoria da Variação, os fatos linguísticos são entidades teóricas, de modo que a realização de
uma ou outra variante das formas em competição constitui o seu objeto de analise. Esse modelo teórico
metodológico observa que a noção de opcionalidade deixa de capturar a natureza da variação sistemática que
existe, mesmo no nível da gramática de um único indivíduo.
Para o modelo variacionista, a frequência de aplicação de uma dada regra opcional pode depender
fortemente de restrições do contexto linguístico e dos aspectos sociais diretamente ligados ao falante. Nesse
sentido, introduz a noção de regra variável, desenvolvida a partir da analise e notação fonológica gerativa, em
que a presença de um dado traço ou subcategoria deve afetar a frequência de aplicação de uma regra de
forma probabilisticamente uniforme em todos os ambientes em que esses traços apareçam. A operação de
uma regra variável é sempre o efeito da ação simultânea de vários fatores.
As regras variáveis descrevem, portanto, os fatos linguísticos que a linguística estruturalista e a
gerativa representariam por meio de regras opcionais ou categóricas. Assim, o estudo do processo da
mudança envolve o conceito de variação e regra governada.
Dessa forma, a observação e analise de fenômenos variáveis permitem o levantamento de hipóteses
sobre por que se produzem certas mudanças, como se difundem através do tempo e quais são os mecanismos
lingüísticos, sócias e/ou estilísticos que as favorecem.
Quando acontece uma mudança linguística?
Uma mudança linguística acontece quando uma variante se generaliza em um subgrupo de uma
comunidade e adquire uma certa direção e significado social; o progresso da mudança está associado à
aprovação dos valores de um grupo pelos membros de outro.
A mudança sempre requer, virtualmente, um período de transição, de variabilidade, de competição
entre estruturas e de divergências dentro da comunidade do falante.
Na primeira etapa de um processo de mudança, as formas conservadoras raramente são expostas às
formas inovadoras. O contato entre falantes favorece a expansão das formas inovadoras, atingindo, então, as
conservadoras. A realização da mudança se dá quando uma variante se sobrepõe à outra. A expansão da
mudança será tanto maior quanto maior for a frequência de contato entre falantes. O processo de variação
que está em competição por um longo período de tempo se completa produzindo um elemento linguístico
categórico adquirindo novo significado social.
No entanto, esse processo não é facilmente observado; implica, em princípio, identificar as formas
analisadas e os contextos que estão operando esse processo de mudança. Cabe ao analista inferir o significado
ou a função de cada dado, conhecer a variedade de fala e entender o bastante sobre o que está presente no
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discurso particular, para ser capaz de compreender as intenções do falante. É necessário utilizar se de
observações diretas com base em grandes amostras de dados coletados no seio da comunidade de fala.
Para o processo de entendimento da mudança linguística em progresso, precisamos traçar os
estudos em dois aspectos baseados na estratificação da amostra: tempo aparente e tempo real.
Na amostra em tempo aparente, a variável linguística é distribuída através dos níveis de idade dos
falantes. A dificuldade desse tipo de observação consiste em entendermos se a significativa correlação entre a
idade e a variável linguística estabelecida trata se de uma verdadeira mudança em progresso ou de gradação
etária, que é a mudança de comportamento linguístico característica de uma certa idade, que se repete em
cada geração, alterando a frequência de algumas variáveis linguísticas por serem modificadas ou corrigidas em
uma idade mais avançada do indivíduo. Adolescentes e adultos jovens usam variantes estigmatizadas mais
livremente do que falantes de meia idade, especialmente quando estão sendo observados.
Adolescentes e pré adolescentes parecem estar à margem principal para o progresso da mudança
sonora. Sugerimos, então, uma estratificação da amostra que inclua gravações de falantes tão jovens quanto
os de oito anos de idade: 8 14; 15 19; 20 29; 30 39; 40 49; 50 59; 60 69 e mais de 70 anos.
Essa forma de estratificação pode aprimorar a visão dos movimentos em tempo aparente, uma vez
que os resultados obtidos através dos grupos de idade não fornecem uma resposta segura de como a
mudança prossegue através dos seus vários níveis.
Os dados em tempo aparente são, portanto, relevantes para as observações em tempo real, uma vez
que eles podem suscitar questões acerca do tipo de mudança, bem como das diferenças que constituem a
mudança linguística.
Todavia uma resposta mais segura acerca do que está em processo de mudança ou não poderá ser
obtida num estudo baseado em tempo real.
Duas abordagens básicas são, portanto, sugeridas para o problema de acumular dados em tempo
real: uma consiste em relacionar os estudos já realizados numa comunidade em questão e comparar as
conclusões anteriores com as atuais; outra, consiste em retornar à comunidade depois de um intervalo de
tempo e repetir o mesmo estudo.
O primeiro tipo de abordagem é denominado de "estudo de tendência", consiste em localizar
falantes que tenham características similares às usadas na estratificação realizada no passado, submetendo os
aos mesmos questionários, entrevistas ou experimentos.
Para obtermos e produzirmos respostas mais seguras e próximas da realidade é necessário que a
comunidade tenha permanecido mais ou menos estável durante o período decorrido. Caso mudanças
drásticas tenham acontecido em sua constituição demográfica, o que estamos observado é a mudança externa
na língua e pode ter pouca importância para a lógica da mudança em progresso. Tais mudanças, motivadas
externamente, podem ser mais importantes para a história da íngua do que para o seu desenvolvimento
interno, pais elas dependem de uma cadeia de causas e efeitos que estão fora das relações linguísticas.
O segundo tipo de observação, "estudo de painel", consiste basicamente no recontato dos mesmos
falantes em período posterior.
LETRAS | 105
Esses tipos de estratégias, se bem realizadas, poderão produzir respostas mais reais e dizer,
decididamente, se a mudança avançou em tempo real ou se repete a mesma distribuição em tempo aparente.
O investigador, nesse caso, faz uso do presente para explicar o passado, procedimento inverso ao utilizado
pela linguística histórica, que lança mão de alguns estudos prévios e tenta correlacioná los ao objeto de estudo
sob investigação, ou seja, utiliza se do passado para explicar a presente.
A interrelação entre dados de tempo aparente e dados de tempo real torna possível reconstruir uma
cronologia dos vários passos da mudança e correlacionar essa cronologia com as características
sociolinguísticas de cada estágio do mecanismo da mudança linguística.
A abordagem em tempo real baseada no "estudo de painel" detectará as condições em que cada
indivíduo muda ou está estável, como também mostra de que maneira a gradação etária está presente nas
gravações. A abordagem baseada em "estudo de tendência" mostra quais são as variáveis que, ao operarem
no nível mais alto da consciência social, são modificadas por todo o tempo de vida dos falantes com gradação
etária consistente na comunidade.
Assim, o processo de observação da mudança da língua requer técnicas de investigação, análise e
discussão dos dados em variação sincrônica que operam na gramática do falante, exigindo do pesquisador um
longo período de tempo, com o objetivo de apresentar um quadro do funcionamento da Língua mais próximo
da realidade dos fatos e, consequentemente, evitar afirmações apressadas acerca do que está acontecendo no
sistema sob análise.
Para se estudar a mudança é preciso saber quais são as fatores que a condicionam; como e por quais
caminhos a língua muda (transição) e por quê; como ela se encaixa no sistema circundante de relações sociais
e linguísticas; como os membros de uma determinada comunidade linguística avaliam a mudança, e quando e
onde determinada mudança foi implementada, ou seja, devemos dar conta de cinco problemas que norteiam
este tipo de estudo, que são: o problema das restrições, o problema da transição, o problema do
encaixamento, o problema da avaliação e o problema da implementação.
O Problema das Restrições diz respeito ao conjunto de possíveis mudanças e possíveis condições
para mudanças que podem acontecer numa estrutura de um determinado tipo, pois o processo de mudança
linguística raramente é um movimento de um sistema inteiro para outro, e, sim, o movimento de um conjunto
limitado de variáveis de um sistema que altera gradualmente seus valores modais de um para outro.
Enquanto alguns linguistas anteriores aos variacionistas acreditavam que para cada forma há uma
função correspondente, os variacionistas advogam que uma função pode ser desempenhada por duas ou mais
formas, chamadas de variantes.
Em se tratando das restrições, podemos classificá las em três grandes conjuntos: (a) as linguísticas;
(b) as sociais; (c) as estilísticas. Isto vale dizer que a correlação entre essas restrições e as variantes atreladas a
uma variável determinará o caminho da possível mudança. De posse desse conhecimento, poderemos dizer
que variante(s) são condicionadas por essa(s) ou aquela(s) restrições.
LETRAS | 106
Inúmeros estudos já realizados no Brasil dão conta dessas correlações. Sugerimos uma consulta aos
trabalhos já desenvolvidos no âmbito do Projeto Variação Linguística no Estado da Paraíba (VALPB).
Observar se a mudança linguística se processa por estágios discretos ou faz parte de continuum
consiste num Problema de Transição. Para os estudiosos estruturalistas, a mudança se processava como uma
sucessão de estágios discretos intercalados por períodos de transição, sendo que cada estágio discreto
constituiria um sistema autônomo em termos estruturais e funcionais; sendo, portanto, esses estágios
discretos o objeto próprio da analise sincrônica.
Diferente dos outros paradigmas que viam no indivíduo, ou em sua mente, o recinto da
homogeneidade linguística, os sociolinguistas acreditam que até na mente de um único indivíduo existe
heterogeneidade. Weinreich, Labove Herzog (1968) queriam romper com a identificação entre estrutura e
homogeneidade, acreditando que "o comando nativo de estruturas heterogêneas não é um problema de
multidialetalismo ou 'mero' desempenho, mas é parte da competência linguística unilíngue".
Na concepção estrutural funcionalista, a mudança linguística só poderia ser compreendida se
considerássemos a sua inserção no sistema linguístico afetado pela mudança. A Sociolinguística não pensa
diferente, mas acredita que o estudo da mudança não se deve restringir apenas à observação da estrutura
linguística. É aí que se localiza o Problema do Encaixamento.
Os variacionistas reconheceram que uma análise estritamente linguística é insuficiente para dar
conta da mudança, então realizaram a interação desse sistema com a estrutura social da comunidade de fala.
Dividiram, desse modo, o problema do encaixamento em dois ramos complementares: o encaixamento da
estrutura linguística e o encaixamento da estrutura social. Este ultimo constitui um dos mais importantes
avanços do modelo sociolinguístico e que o difere da concepção estrutural funcionalista com relação à
questão do encaixamento.
Cada comunidade de fala possui um perfil variacionista particular, mas, através da comparação dos
estudos feitos em uma comunidade com os de outra comunidade, podemos ter uma ideia dos universais da
variação, ou seja, o(s) elemento(s) ou fator(es) que rege(m) determinado fenômeno variacionista.
Fazendo um recorte transversal da amostra sincrônica em função da faixa etária dos informantes, ou
seja, uma analise em tempo aparente, podemos saber se o processo em analise está apenas sofrendo variação
(variantes lutando por sua subsistência ou coexistência), ou se há uma situação de mudança em progresso
(morte de uma das variantes).
Como a língua para a Sociolinguística é estudada como um elemento flexível, que pode ir e vir no
tempo, conforme a necessidade do estudo, então, em busca de melhores explanações para os processos de
variação linguística, podemos proceder a um encaixamento histórico da variável no tempo real e a um estudo
longitudinal da língua através do tempo (nível diacrônico), com base em fontes históricas (atlas, cartas
pessoais, textos teatrais, gramáticas antigas etc., por falta de material oral armazenado). Assim, a pesquisa
Sociolinguística objetiva atacar a variação linguística em todos os ângulos, visando a obter um panorama
descritivo da diversidade linguística.
LETRAS | 107
A questão levantada por Saussure, de que o indivíduo aceita o processo de estruturação da língua
passivamente, foi posta em xeque por Weinreich, Labov e Herzog (1968) com o Problema da Avaliação. Os
sociolinguistas defendem que estágios iniciais da mudança estão abaixo do nível de consciência social e os
falantes não os percebem. Em estágios posteriores, desvios estilísticos começam a aparecer, bem como a
estratificação social.
Testes de reação subjetiva revelam a avaliação social. Nas últimas etapas da mudança, quando a
sociedade já é capaz de percebê la, começam a surgir os estereótipos ligados a atributos sociais negativos e,
imediatamente, a reação do falante e a correção na direção das formas conservadoras, ou seja, os falantes,
quando percebem, rejeitam as formas inovadoras.
Sendo assim, os falantes não aceitam passivamente o modo como a língua chega até eles. Eles
avaliam positivamente as formas com as quais se identificam dentro do grupo social a que pertencem, ou as
de um grupo que, para eles, é de prestígio, mas podendo, inconscientemente, produzirem formas que julgam
ter uma avaliação social negativa.
O Problema da Implementação centra se na dificuldade que estudos anteriores encontraram em
determinar a direção que a mudança toma na estrutura social.
Labov, através de estudos empíricos, descobriu que o padrão da mudança em progresso, encontrado
em estudos nos centros urbanos, era que o grupo mais inovador nos processos de mudança provinha dos
grupos sociais intermediários, e que, ao contrario das correntes anteriores, que atribuíam ao movimento da
mudança uma direção de cima para baixo, ou vice versa (gráfico retilíneo), a direção da implementação da
mudança diagnosticada por Labov desenhava um gráfico curvilíneo.
Assim, como afirmamos antes, a pesquisa sociolinguística tem por objetivo principal a sistematização
da variação. Para se alcançar tal objetivo, ela tem que formar um corpus baseado em dados naturais de fala,
descrever detalhadamente a variável e suas variantes, estabelecer quais os possíveis fatores lingüísticos,
sociais e estilísticos que influenciam a variável, encaixá la linguisticamente, avaliá la e observar os processos
de transição e implementação que a envolvem. Dessa forma, é obtido o resultado esperado pelo pesquisador:
dar conta da dimensão social, cultural e histórica do fenômeno linguístico.
Contudo, a pesquisa sociolinguística não termina por aqui. Uma teoria geral de mudança linguística
para ser satisfatória deverá dar conta das condições que determinam o início, a velocidade, a direção, a
propagação e o término de uma determinada mudança, e, eventualmente, a partir de dados analisados de
vários sistemas, generalizar o conjunto de tais condições para a mudança linguística.
Assim, resta ainda ao pesquisador enveredar pelo campo dos Universais variáveis, pois todo processo
linguístico variável se mostra complexo e sistemático. Complexo, por apresentar um grande número de
restrições; e sistemático, pelo fato de a maioria das restrições serem similares nas comunidades de fala.
É exatamente a incidência dos mesmos efeitos linguísticos e sociais em processos similares que
podemos denominar de universais variáveis, ou seja, os fatores linguísticos e extralinguísticos que se
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